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Os cinco pilares da autodisciplina: Parte
I – Introdução
Autor: Steve Pavlina
Os cinco pilares da autodisciplina são: aceitação, força de vontade, trabalho duro,
diligência e persistência. Nas próximas semanas vamos aprofundar cada um desses
pilares.
O que é autodisciplina?
Autodisciplina é a habilidade de obrigar a si mesmo a tomar atitudes independentemente
do seu estado de espírito.
Imagine o que você poderia conquistar se pudesse simplesmente pôr seus planos em
ação, sob qualquer circunstância. Imagine-se dizendo para seu próprio corpo: “Você
está acima do peso. Perca 10 kg”. Sem autodisciplina, essa intenção não vai sair do
lugar. Mas com autodisciplina suficiente, é algo selado. O auge da autodisciplina é
quando você chega ao ponto em que quando faz uma escolha consciente, está
virtualmente garantido que você vai segui-la.
A autodisciplina é uma das diversas ferramentas de desenvolvimento pessoal
disponíveis para você. É claro que não é uma Panacéia. Contudo, os problemas que a
autodisciplina pode resolver são importantes e mesmo que haja outras maneiras de
resolvê-los, a autodisciplina o faz com muito mais rapidez. A autodisciplina pode dar a
você o poder de superar qualquer vício ou perder quantos quilos forem. Ela pode
destruir a procrastinação, a desordem e a ignorância. Dentro do contexto do problema
que ela pode resolver, a autodisciplina é simplesmente imbatível. Além disso, ela se
torna um ótimo parceiro quando combinada com outras ferramentas como paixão,
objetividade e planejamento.
Construindo a autodisciplina
Minha filosofia de como construir a autodisciplina é melhor explicada por uma
analogia. A autodisciplina é como um músculo. Quanto mais você o trabalha, mais forte
você fica. Quanto menos você o trabalha, mais fraco você fica.
Assim como cada um tem uma força muscular diferente, todos temos diferentes níveis
de autodisciplina. Todo mundo tem um pouco – se você consegue prender a respiração
por alguns segundos, você tem autodisciplina. Mas nem todo mundo desenvolveu sua
autodisciplina no mesmo nível.
Assim como é preciso músculos para construir músculos, é preciso autodisciplina para
construir autodisciplina.
A maneira com que se constrói autodisciplina é análoga ao uso progressivo de pesos no
treinamento de aumento de massa muscular. Isso significa levantar o máximo de peso
que você aguentar. Repare que quando você faz musculação, você levanta pesos que
estão dentro da sua capacidade. Você esforça seus músculos até não aguentar mais, e
depois você descansa.
De maneira parecida, o método básico de construção de autodisciplina é encarar
desafios que você sabe que consegue cumprir mas que estão beirando seu limite. Isso
não significa tentar e falhar todos os dias e também não significa ficar na sua zona de
conforto. Você não vai ganhar força alguma se tentar levantar um peso que você não
aguenta e também não vai ganhar força se levantar pesos que são muito leves pra você.
Você precisa começar com pesos/desafios que sejam adequados à sua capacidade mas
que estejam próximos dos seus limites.
Treinamento progressivo significa que, uma vez que você seja bem sucedido, você deve
aumentar o desafio. Se você continuar trabalhando com os mesmos pesos, você não
ficará mais forte. Da mesma forma, se você não se desafiar, você não vai aumentar sua
autodisciplina.
Assim como a maioria das pessoas tem músculos fracos em comparação com o que elas
poderia ter se treinassem, a maioria das pessoas tem baixos níveis de autodisciplina.
É um erro tentar se esforçar demais para construir a autodisciplina. Se você tentar
transformar toda a sua vida da noite pro dia definindo uma dúzia de novos objetivos e
esperando segui-los à risca começando no dia seguinte, você quase com certeza vai
falhar. É como ir à academia pela primeira vez na vida e tenta erguer 150 kg. Você só
vai parecer um tolo.
Se você só consegue erguer 5 kg, você só consegue erguer 5 kg. Não é vergonha alguma
começar de onde você está. Eu me lembro de que, quando comecei a trabalhar com um
personal trainer, há vários anos, na minha primeira tentativa de levantar uma barra com
pesos, eu só conseguia levantar uma barra de 3,5 kg, sem peso algum. Meus ombros
eram muito fracos porque eu nunca os tinha treinado. Mas em alguns meses, eu já
conseguia levantar 30 kg.
Da mesma forma, se você é muito indisciplinado agora, você ainda pode usar o pouco
de disciplina que tem para construir mais. Quanto mais disciplinado você se tornar, mais
fácil fica a vida. Desafios que pareciam impossíveis vão passar a parecer brincadeira de
criança. Ao se tornar mais forte, o mesmo peso vai parecer cada vez mais leve.
Não se compare a outras pessoas. Não vai ajudar. Você só vai encontrar o que espera
encontrar. Se você se acha fraco, todos os outros parecerão mais fortes. Se você se acha
forte, todos os outros parecerão mais fracos. Não tem por que fazer isso. Simplesmente
olhe para onde você está agora e procure melhorar à medida que você avança.
Vamos analisar um exemplo:
Vamos supor que você queira desenvolver a habilidade de trabalhar 8h sólidas por dia,
pois você sabe que isso fará uma grande diferença na sua carreira. Eu estava ouvindo
um programa na rádio esta manhã que citou um estudo que dizia que o trabalhador
médio gasta 37% do seu tempo socializando, sem contar os outros vícios que consomem
mais de 50% do período de trabalho com coisas não produtivas. Então, dá pra melhorar
bastante.
Talvez você tente trabalhar por 8h sólidas sem se distrair e consiga fazê-lo uma vez. No
dia seguinte, você falha completamente. Não tem problema. Você conseguiu uma
vitória de um dia. Dois é demais pra você. Então relaxe um pouco. Quanto tempo você
consegue trabalhar sem se distrair de modo que você consiga cumprir essa meta por
cinco dias seguidos (ou seja, uma semana de trabalho)? Você conseguiria trabalhar
concentrado por uma hora por dia, por cinco dias seguidos? Se você não consegue,
diminua para 30 minutos ou quanto conseguir. Se você for bem sucedido (ou se sentir
que ficou muito fácil), aumente o desafio (e a resistência).
Depois de ter tido sucesso por uma semana em um primeiro nível, eleve-o um pouco na
próxima semana. E continue esse treinamento progressivo até que você atinja seu
objetivo.
Mesmo que analogias não sejam sempre perfeitas, eu aprendi muito com esta aqui. Ao
erguer a barra um pouquinho mais toda semana, você vai estar respeitando sua
capacidade e, ao mesmo tempo, estará ficando cada vez mais forte. Mas ao fazer
musculação, o treinamento em si não quer dizer nada. Não há benefício intrínseco em
erguer pesos para cima e para baixo – o benefício vem do crescimento do músculo.
Contudo, ao construir a autodisciplina, você também pode se beneficiar do trabalho
feito ao longo do caminho, o que é ainda melhor. É ótimo quando seu treinamento
produz algo de valor e o torna mais forte.
Os cinco pilares da autodisciplina: Parte
II – Aceitação
O primeiro dos cinco pilares da autodisciplina é a aceitação. Aceitação significa
perceber a realidade de maneira acurada e absorver conscientemente o que você
percebeu.
Isso pode parecer simples e óbvio, mas na prática, é extremamente difícil. Se você já
vivenciou dificuldades crônicas em alguma área da sua vida, há uma grande chance de
que a raiz do problema é uma falha em aceitar a realidade como ela é.
Por que a aceitação é um dos pilares da autodisciplina? O erro mais comum que as
pessoas cometem com relação à autodisciplina é falhar em perceber acuradamente sua
atual situação e aceitá-la. Lembra-se da analogia entre autodisciplina e musculação feita
no artigo passado? Para você ter sucesso no treinamento de seus músculos, o primeiro
passo é descobrir quanto peso você já consegue levantar. Quão forte você é agora? Até
que você compreenda onde você se encaixa neste momento, você não pode adotar um
programa de treinamento adequado.
Se você ainda não compreendeu conscientemente onde você está agora em termos de
autodisciplina, é pouco provável que você vá fazer qualquer progresso nessa área.
Imagine uma pessoa que quer ganhar massa muscular mas que não tem nenhuma ideia
de quanto peso consegue levantar e adota uma rotina de treinamento aleatória. É
praticamente certo que os pesos que ela escolheu serão ou leves demais ou pesados
demais para ela. Se os pesos forem pesados demais, a pessoa simplesmente não vai
conseguir levantá-los e seus músculos não vão crescer. E se os pesos forem leves
demais, a pessoa vai levantá-los com facilidade, mas seus músculos também não vão
crescer.
Da mesma forma, se você quer aumentar sua autodisciplina, você precisa saber qual o
seu nível atual. Quão forte é sua autodisciplina neste momento? Quais desafios são
fáceis pra você e quais parecem ser impossíveis?
Aqui vai uma lista de desafios para fazê-lo pensar sobre qual o seu nível atual (não em
uma ordem específica):
- Você toma banho todos os dias?
- Você acorda todos os dias no mesmo horário? Inclusive nos fins de semana?
- Você está acima do peso?
- Você tem algum vício (cafeína, nicotina, açúcar…) que não gostaria de ter?
- Sua caixa de e-mails está vazia neste momento?
- Seu escritório é limpo e bem organizado?
- Sua casa é limpa e bem organizada?
- Quanto você costuma gastar por dia em dias de semana? E nos fins de semana?
- Se você promete algo a alguém, quais as chances de você cumpri-lo?
- Se você promete algo a si mesmo, quais as chances de você cumpri-lo?
- Você conseguiria jejuar por um dia?
- Quão organizado é o seu computador?
- Com que frequência você faz exercícios físicos?
- Qual foi o maior desafio físico que você já vivenciou e há quanto tempo foi isso?
- Quantos itens na sua lista de “por fazer” têm mais de 90 dias?
- Você tem objetivos claros? Você pôs no papel planos para atingi-los?
- Se você perdeu seu emprego, quanto tempo você gastaria por dia procurando por um
emprego novo e por quanto tempo você manteria esse nível de esforço?
- Quanto tempo você gasta vendo TV por dia? Você conseguiria não assistir TV por 30
dias?
- Como você está agora? O que sua aparência diz sobre seu nível de disciplina?
- Você seleciona seus alimentos baseando-se na saúde ou no sabor?
- Quando foi a última vez que você conscientemente adotou um hábito positivo ou
largou um hábito negativo?
- Você tem dívidas? Você considera essas dívidas um investimento ou um erro?
- Você decidiu com antecedência ler este site ou aconteceu por acaso?
- Você sabe que fará amanhã? E no próximo fim de semana?
- Em uma escala de 1 a 10, qual nota você daria para sua autodisciplina?
- O que você conseguiria conquistar se pudesse se dar nota 9 ou 10 na questão acima?
Assim como há grupos musculares diferentes que você precisa treinar com exercícios
diferentes, estas são áreas diferentes da autodisciplina: sono disciplinado, dieta
disciplinada, hábitos de trabalho disciplinados, comunicação disciplinada, etc. São
necessários exercícios diferentes para construir a disciplina em cada uma dessas áreas.
Meu conselho é descobrir em qual área sua disciplina é mais fraca, ver em qual nível
você se encontra no momento, compreenda e aceite seu ponto de partida e trace um
programa de treinamento para desenvolver essa área. Comece com uns exercícios fáceis
que você sabe que consegue fazer e gradativamente progrida para desafios maiores.
Treinamento progressivo serve para a autodisciplina assim como serve para o
treinamento muscular. Por exemplo, se você mal consegue sair da cama às 10h da
manhã, você acha que vai conseguir cair da cama às 5h todos os dias? Provavelmente
não. Mas será que você conseguiria levantar às 9h45? É bem provável. E depois de ter
feito isso, você conseguiria progredir para 9h30, 9h15? Claro. Quando eu comecei a
acordar às 5h da manhã repetidamente, eu já o tinha feito por vários dias seguidos e meu
horário normal para acordar era entre 6h e 6h30, então esse próximo passo era
desafiador, mas realizável para mim, parcialmente porque já estava no meu limite de
capacidade.
Sem aceitação, o que você consegue é ignorância ou negação. Com ignorância, você
simplesmente não sabe quão disciplinado é – você provavelmente nunca pensou nisso.
Você não sabe que não sabe. Você só terá uma visão distorcida do que consegue e do
que não consegue fazer. Você vai vivenciar alguns sucessos fáceis e algumas derrotas
tristes, mas você provavelmente vai culpar a tarefa em si ou vai culpar a si mesmo ao
invés de simplesmente compreender que a “carga” era muito pesada e que você precisa
se fortalecer.
Quando você está em um estado de negação com relação ao seu nível de autodisciplina,
você está preso em uma visão falsa da realidade. Você é ou pessimista demais ou
otimista demais com relação às suas capacidades. E assim como o atleta que não
conhece sua própria força, você não vai melhorar muito, pois é improvável que você
acerte o nível do treinamento ideal por acidente. Olhando pelo lado negativo, você só
escolherá pesos leves demais e evitará os pesos mais pesados, que você é, na verdade,
capaz de levantar, o tornariam realmente mais forte. Olhando pelo lado positivo, você
permanecerá tentando erguer pesos que são pesados demais e vai falhar, e no fim das
contas ou você vai desistir, ou vai continuar tentando, e em nenhum dos casos vai ficar
mais forte.
Eu, pessoalmente, já me beneficiei muito ao buscar o caminho da autodisciplina.
Quando eu tinha 20 anos, eu morava em um pequeno apartamento e costumava dormir
das 4h da manhã à 1h da tarde. Minha dieta incluía muita porcaria e muito fast food. Eu
não fazia exercícios, só fazia longas caminhadas de vez em quando. Pegar minhas
correspondências parecia uma grande conquista todos os dias e o ápice do meu dia era
passar um tempo com meus amigos. No final do mês, eu não conseguia pensar em nada
relevante que tivesse acontecido naquele mês. Eu não tinha emprego, carro, uma renda
fixa, objetivos, planos, não tinha um futuro de verdade. Eu sentia é que tinha um monte
de problemas que não se resolviam nunca. Eu não tinha ideia de que podia controlar o
meu caminho na vida. Eu simplesmente esperava que as coisas acontecessem e reagia a
elas.
Mas eventualmente eu encarei a realidade de que esperar não estava dando certo. Se eu
quisesse chegar a algum lugar, tinha que fazer algo. E inicialmente, isso significou
superar diversos desafios difíceis, mas eu os superei e me tornei mais forte em um curto
período de tempo.
14 anos depois, a mudança é tão drástica quanto o dia e a noite. Eu acordo todos os dias
às 5h da manhã. Faço atividade física seis vezes por semana. Tenho uma dieta
puramente vegana, com muitos vegetais frescos. Tanto minha caixa de entrada de e-
mails quanto a de correspondências estão vazias. Estou casado, tenho dois filho e moro
em uma bela casa. Se você se sentar em minha escrivaninha e ler minha lista de
objetivos, verá que boa parte dos objetivos que defini em 2005 já foi atingida. Eu nunca
tive tanta certeza do que quero e faço o que amo. Eu sei que estou fazendo a diferença.
Nada disso simplesmente aconteceu. Foi intencional. E certamente não aconteceu da
noite pro dia. Levou anos de trabalho duro. Eu ainda trabalho duro, mas estou tão mais
forte que coisas que pareceriam impossíveis para mim quando eu tinha 20 anos hoje são
fáceis, o que significa que posso encarar desafios e, assim, atingir melhores resultados.
Se eu tivesse tentado fazer o que faço hoje quando tinha 20 anos, eu certamente teria
falhado. O Steve de 20 anos não teria conseguido, nem mesmo por um dia. Mas para o
Steve de 34 anos, é fácil. E o que é realmente animador para mim é pensar no que o
Steve de 48 anos vai conseguir fazer…
Eu estou contando isso a você para impressioná-lo, não com relação a mim, mas com
relação a você mesmo. Eu quero que você se impressione com o que pode conquistar
nos próximos 5, 10 anos se você construir progressivamente a sua autodisciplina. Não
será fácil, mas valerá a pena. O primeiro passo é aceitar abertamente o nível em que
você se encontra agora, mesmo que você não se sinta bem com ele. Renda-se ao que
você precisa fazer – talvez não seja justo, mas é o que você tem. E você não ficará mais
forte até que você aceite o nível em que se encontra.
Os cinco pilares da autodisciplina: Parte
III – Força de vontade
A diferença entre uma pessoa bem sucedida e as outras não é a falta de força, nem a
falta de conhecimento, mas a falta de vontade – Vince Lombardi
Força de vontade – uma expressão tão banal nos dias de hoje. Quantos comerciais você
já viu que tentam vender seus produtos como substitutos da força de vontade? Eles
começam dizendo a você que a força de vontade não funciona e depois tentam vender a
você algo “rápido e fácil”, como pílulas para emagrecer ou algum equipamento
desportivo maluco. Eles frequentemente garantirão resultados impossíveis em um curto
período de tempo – isso é sempre um tiro certeiro, pois as pessoas que não têm força de
vontade provavelmente não perderão seu tempo devolvendo esses produtos.
Mas adivinhe… A força de vontade realmente funciona. Mas para aproveitá-la ao
máximo, você precisa saber o que ela pode e o que não pode fazer. As pessoas que
dizem que a força de vontade não funciona estão tentando utilizá-la de uma maneira que
está além de suas capacidades.
O que é força de vontade?
Força de vontade é a habilidade de definir um plano de ação e dizer a si mesmo:
“Empenhe-se!”.
A força de vontade providencia um estímulo poderoso, porém temporário. Pense nela
como um único empurrão. Ela acaba rapidamente, mas se direcionada de maneira
inteligente, pode providenciar o empurrão de que você precisa para superar a inércia e
agir.
A força de vontade é a frente de combate da autodisciplina. Para usar uma analogia da
2ª Guerra Mundial, a força de vontade seria o dia D, a invasão da Normandia. Foi a
batalha gigantesca que mudou a maré da guerra e fez as coisas andarem em uma outra
direção, mesmo que tenha levado mais de um ano para a vitória ser conquistada. Fazer
esse tipo de esforço todos os dias durante a guerra teria sido impossível.
Força de vontade é uma concentração de forças. Você vai unir todas as suas energias e
vai dar um enorme passo adiante. Você vai atacar seus problemas estrategicamente em
seus pontos fracos até que eles se rendam, dando espaço suficiente para que você entre
cada vez mais em seus territórios e os extermine.
A aplicação da força de vontade inclui os seguintes passos:
1. Escolha seu objetivo
2. Crie um plano de ataque
3. Execute o plano
Com força de vontade, você pode levar o tempo necessário para implementar os passos
1 e 2, mas quando você chegar ao passo 3, você precisa executá-lo com tudo.
Não tente encarar seus problemas e desafios de maneira que um alto nível de força de
vontade seja necessário todo dia. A força de vontade é insustentável. Se você tentar usá-
la por muito tempo, você vai se desgastar. Ela requer um nível de energia que você só
consegue manter por um curto período de tempo… Na maioria dos casos, o gás acaba
em poucos dias.
Use a força de vontade para criar um estímulo autossustentável
Então se a força de vontade só pode ser usada em impulsos rápidos e poderosos, qual a
melhor maneira de aplicá-la? Como evitar cair nos mesmos erros antigos quando a força
de vontade temporária se esvair?
A melhor maneira de usar a força de vontade é criando uma frente de batalha, de modo
que qualquer progresso futuro exija bem menos esforço do que o exigido no começo da
jornada. Lembre-se do dia D – depois que os Aliados estabeleceram uma frente de
batalha, o caminho adiante foi muito mais fácil. Foi certamente desafiador,
especialmente quando os batalhões lutaram completamente cercados na França antes de
ter a ajuda dos tanques, mas foi muito mais fácil que tentar manter o foco, a energia e a
coordenação na frente de batalha todos os dias por mais um ano.
Então, o uso apropriado da força de vontade é estabelecer essa frente de batalha – pra
mudar permanentemente o território de modo que seja mais fácil continuar seguindo em
frente. Use a força de vontade para evitar a necessidade de manter um nível tão elevado
de força.
Um exemplo
Vamos pôr tudo que está descrito acima em um exemplo concreto.
Suponha que seu objetivo é perder 10 kg. Você tenta fazer um regime. Isso requer força
de vontade e você se sai bem na primeira semana. Mas depois de algumas semanas,
você retoma os hábitos antigos e recupera todo o peso perdido. Você tenta dietas
diferentes, mas o resultado é sempre o mesmo. Você não consegue sustentar o impulso
pelo tempo necessário para atingir seu objetivo.
Isso já era de se esperar, contudo, pois a força de vontade é temporária. É para os 100
metros rasos, não para maratonas. Força de vontade requer foco consciente, e o foco
consciente é muito inconsistente – não pode ser mantido por muito tempo. Algo vai,
eventualmente, distrair você.
Vou explicar como atingir o mesmo objetivo com a utilização da força de vontade.
Você aceita que só pode contar com um impulso rápido da força de vontade… No
máximo alguns dias. Depois disso, ela se vai. Então é melhor você usar essa força de
vontade para alterar o território ao seu redor de tal maneira que o impulso momentâneo
não seja tão difícil quanto é tê-lo inicialmente. Você precisa usar sua força de vontade
para estabelecer uma frente de batalha nas margens do seu objetivo.
Aí você e senta e traça um plano. Isso não requer muita energia e você pode dividir o
trabalho em vários dias.
Você vai identificar todos os alvos que você precisa atingir se quiser ter uma chance de
sucesso. Primeiro, todas as “besteiras” têm que deixar a sua cozinha, incluindo tudo o
que você tiver a tendência a comer demais, e você precisa substituí-las por coisas que o
ajudarão a perder peso, como frutas e verduras. Segundo, você vai se sentir tentado a
comer fast food se chegar em casa com fome e não tiver nada em casa para comer, então
aproveite o fim de semana para pré-cozinhar algo para a semana inteira. Assim, você
sempre terá algo na geladeira. Separe algumas horas do seu fim de semana para fazer
compras e cozinhar suas refeições da semana. Além disso, compre um livro de receitas
com receitas saudáveis. Conheça os Vigilantes do Peso e descubra qual o mais próximo
de você e se cadastre. Faça uma tabela de perda de peso e cole no espelho do seu
banheiro. Compre uma balança boa que calcule tanto o seu peso quanto o seu percentual
de gordura. Faça um cardápio semanal (5 cafés da manhã, 5 almoços e 5 jantas) e cole
em seu refrigerador. E por aí vai… Nesse ponto, todo plano tem que ser posto no papel.
Então, você começa a trabalhar – dura e rapidamente. Você provavelmente conseguirá
bolar todo um plano em apenas um dia. Vá à sua primeira reunião dos Vigilantes do
Peso e providencie todos os materiais. Elimine as “besteiras” da sua cozinha. Compre os
novos alimentos, o novo livro de receitas e a nova balança. Faça a tabela de perda de
peso e o cardápio semanal. Selecione as receitas e cozinhe-as para a semana toda. Ufa!
Ao final do dia, você não terá usado sua força de vontade diretamente para fazer regime,
mas para estabelecer as condições que tornarão sua dieta mais fácil. Quando você
acordar no dia seguinte, você verá que seu contexto mudou dramaticamente de acordo
com o seu plano. Sua geladeira estará repleta de comida saudável pré-cozida. Você não
ficará tentado a comer “besteiras” em casa. Você será membro dos Vigilantes do Peso e
terá reuniões semanais para ir. Você terá horários definidos para fazer compras e
cozinhar. Ainda será necessária alguma disciplina para seguir sua dieta, mas você já fez
tantas mudanças que a dificuldade não será nem perto do que seria sem essas mudanças.
Não use sua força de vontade para atacar seu problema diretamente. Use a força de
vontade para atacar o contexto e os obstáculos sociais que perpetuam o problema.
Estabeleça uma frente de batalha primeiro e depois fortifique sua posição
(transformando-a em um hábito). O hábito põe a ação em piloto automático, de modo
que pouca força de vontade é necessária no processo decorrente, permitindo que você
siga com facilidade até seu objetivo.
Os cinco Pilares da autodisciplina: Parte
IV – Esforço
“O maior segredo da vida é que não há um grande segredo. Qualquer que seja seu
objetivo, você pode alcançá-lo se estiver disposto a se esforçar.” – Oprah Winfrey
Definição de esforço
Minha definição de esforço é aquilo que o desafia. E por que o desafio é importante?
Por que não fazer simplesmente o que é mais fácil? A maioria das pessoas escolhe o que
é mais fácil para evitar o esforço – e é exatamente por isso que você deve fazer o
oposto. As oportunidades superficiais da vida serão atacadas por inúmeras pessoas que
buscam o que é fácil. Os desafios maiores geralmente têm menos competição e muito
mais oportunidades.
Há uma mina de ouro na África, a 3 km de profundidade. O custo de construção foi de
10 milhões de dólares, mas é uma das minas mais lucrativas de todos os tempos. Esses
mineradores encararam o desafio problemático com muito esforço, mas está valendo a
pena. Outros empreendedores tiveram a mesma chance no passado, mas desistiram da
mina pois o custo e o esforço seria muito grande, preferindo minas mais fáceis, porém
menos lucrativas.
Eu me lembro que quando estava desenvolvendo o jogo para PC Dweep, em 1999, eu
passei quatro meses trabalhando sem parar criando um documento que tinha apenas
cinco páginas. Era um jogo de lógica e acertar no design foi extremamente desafiador.
Quando o design estava pronto, todo o resto levou apenas mais dois meses –
programação, arte, música, efeitos sonoros, escrever as regras e lançar o jogo.
Eu passei todo esse tempo trabalhando intencionalmente no design porque, na época,
achava que era nesse quesito que eu conseguiria atingir a competitividade de que
precisava. Eu sabia que não poderia competir na base dos atributos técnicos do jogo.
Antes de começá-lo, eu investiguei a concorrência e descobri vários jogos que eu
considerava fáceis demais. Boa parte do mercado estava repleta de clones dos jogos
mais antigos, o tipo de coisa que é mais fácil de fazer. E a maioria dos meus jogos
antigos também tinha um design pobre, em sua maioria jogos “aponte-e-atire” padrões.
Foi muito, muito mais difícil desenhar um jogo original e único. Mas valeu muito a
pena. Dweep ganhou o prêmio Shareware Industry em 2000 e uma versão melhorada
(Dweep Gold) ganhou o mesmo prêmio no ano seguinte. Como resultado do sucesso
desse jogo, eu fui entrevistado por um repórter do The New York Times e minha
entrevista, juntamente com uma bela foto, apareceu na edição de 13 de junho de 2001,
na seção empresarial. Lançado pela primeira vez em 1° de junho de 1999, Dweep está
completando 12 anos de vendas. Ele não pode competir com as tecnologias modernas.
Ele já não podia quando foi lançado pela primeira vez. Mas seu design ainda pode
competir bem com os melhores de sua área. Eu descobri que há muitos jogadores que
preferem um jogo bem desenhado do que algo meia boca que apresente tecnologia de
ponta. O sucesso duradouro desse jogo ensina que o esforço compensa.
O Dweep nunca teria sobrevivido por tanto tempo se eu tivesse escolhido o caminho
mais fácil durante o processo de design. Eu escavei em busca do ouro por 3 km, então
foi muito mais difícil para os outros desbancar o jogo de sua posição. Para isso, eles
teriam que cavar mais fundo que eu e pouquíssimas pessoas estão dispostas a fazer isso
porque criar designs criativos para jogos é absurdamente difícil. Todo mundo diz que
tem uma ideia legal para um jogo, mas para transformar essa ideia em algo que funcione
e seja divertido e inovador é preciso esforço. Quando eu olho para outros jogos que têm
um sucesso de mais de cinco anos, eu sempre vejo a disposição de um esforço que
outras pessoas não estão dispostas a encarar. E isso que, hoje em dia, o mercado está
ainda mais superlotado com clones bobos do que quando eu comecei.
Grandes desafios geralmente estão ligados a grandes resultados. É claro que você pode
ter sorte vez ou outra e encontrar um caminho fácil para o sucesso. Mas será que você
vai conseguir manter esse sucesso ou será uma onda passageira? Você conseguirá
repeti-lo? Quando outras pessoas descobrirem como você conseguiu, será que você vai
ter que lutar contra um excesso de competição?
Quando você se disciplina a fazer o que é mais difícil, você tem acesso a um reino de
resultados que são negados a todas as outras pessoas. A disposição para fazer o que é
difícil é como ter a chave de uma sala do tesouro particular.
O legal do esforço é que ele é universal. Não importa a sua área de atuação – o esforço
pode ser usado para conquistar quaisquer objetivos de longo prazo.
Estou usando a mesma filosofia para construir esse negócio de desenvolvimento
pessoal. Eu faço muitas coisas difíceis. Eu tento fazer coisas que outras pessoas não
fazem e deixo passar os caminhos fáceis. Eu me esforço para explorar os assuntos ao
máximo e buscar pelo ouro. Eu leio e pesquiso muito. Eu escrevo longos artigos e
divulgo minhas melhores ideias gratuitamente, então sou constantemente obrigado a
melhorar o meu melhor. Eu lancei esse negócio em outubro de 2005 e tenho trabalhado
nele em tempo integral, sem nenhum pagamento.
Enquanto isso, eu tenho feito um curso de oratória. Faço parte de dois clubes diferentes
e vou a 6, 7 reuniões por mês. Dei diversas palestras, a maioria delas de graça. Participei
de muitos concursos. Se eu tivesse dedicado todo esse tempo ao meu negócio de jogos,
eu teria muito dinheiro agora. Exige muito esforço, e eu provavelmente precisarei
treinar por mais um ano até me tornar profissional. Mas estou disposto a pagar o preço,
seja ele qual for. Não vou tomar o caminho mais fácil para uma posição mediana de
onde eu possa cair mais uma vez. Não vou subir em um palco e falar uma meia dúzia de
palavras de autoajuda que vão me garantir alguns aplausos e um cheque, mas que não
realmente ajudem ninguém. Se levar anos, levará anos.
Estou usando o mesmo método para escrever meu livro. Exige muito esforço. Mas eu
quero que esse seja um tipo de livro que as pessoas ainda lerão daqui a dez anos.
Escrever um livro assim é pelo menos dez vezes mais difícil do que escrever esses tipos
de livro que eu vejo dominarem a seção de psicologia das livrarias. Mas a maioria
desses livros não estará mais nas prateleiras daqui a um ano e poucas pessoas se
lembrarão deles.
O esforço compensa. Quando alguém lhe disser o contrário, esteja ciente de que o
mercado prega peças em lançamentos “fáceis e rápidos”. Quanto maior a sua
capacidade de esforço, mais recompensas você terá. Quanto mais fundo você cavar,
mais tesouros você provavelmente vai encontrar.
Ser saudável requer esforço. Manter um relacionamento estável bem sucedido requer
esforço. Ter filhos requer esforço. Ser organizado requer esforço. Ter objetivos, traçar
planos para atingi-los e se manter na linha requer esforço. Até mesmo ser feliz requer
esforço (a verdadeira felicidade que vem da boa autoestima, não a que vem da negação
e do escapismo).
O esforço anda de mãos dadas com a aceitação. Uma coisa que você precisa aceitar são
as áreas da sua vida em que você não vai sucumbir a nada menor que o esforço. Talvez
você ainda não tenha tido a sorte de ter um relacionamento satisfatório. Talvez a única
forma de isso acontecer seja você aceitar que terá que fazer as coisas que tem evitado.
Talvez você queira perder peso. Talvez seja hora de aceitar que o caminho para o seu
objetivo requer uma dieta disciplinada e exercícios físicos (ambos esforços). Talvez
você queira aumentar a sua renda. Talvez você tenha que aceitar que a única maneira de
isso acontecer será através do esforço.
Sua vida atingirá um patamar completamente novo quando você parar de evitar e ter
medo do esforço e simplesmente se render a ele. Faça dele seu aliado, não seu inimigo.
É uma ferramenta potente para ter ao seu lado.
Os cinco Pilares da autodisciplina: Parte
V – Diligência
A diligência é esforço. Mas ao contrário do esforço, ser diligente não significa fazer
algo que é desafiador ou difícil. Simplesmente significa dedicar algum tempo. Você
pode ser diligente fazendo coisas fáceis ou difíceis.
Imagine que você tem um bebê. Você vai passar muito tempo trocando fraldas. Mas
isso não realmente exige esforço – é simplesmente o caso de fazer algo repetidamente,
muitas vezes por dia.
Na vida, há muitas tarefas que não são necessariamente difíceis, mas requerem certo
tempo investido. Se você não se disciplinar para tê-las sob controle, eles podem
transformar sua vida em uma grande bagunça. Pense nas várias pequenas coisas que
você tem que fazer: fazer compras, cozinhar, fazer faxina, lavar a roupa, pagar as
contas, os impostos, gerenciar a casa, cuidar dos filhos, etc. E isso só em casa – se vocẽ
incluir o trabalho, a lista fica ainda maior. Essas coisas podem não ser parte da sua lista
de coisas mais importantes, mas precisam ser feitas de qualquer maneira.
A autodisciplina exige que você desenvolva a capacidade de dedicar um tempo àquilo
que é necessário. Muitos problemas são criados quando nos recusamos a dedicar algum
tempo àquilo que precisa ser feito – e fazê-lo corretamente. Esses problemas vão desde
uma mesa de trabalho bagunçada até uma caixa de e-mails abarrotada. Pequena ou
grande bagunça – faça sua escolha. Em ambos os casos um dos fatores contribuintes é a
recusa a fazer aquilo que precisa ser feito.
Algumas vezes, o que precisa ser feito é bem claro. Às vezes, não é nada claro. Mas
ignorar a bagunça não vai ajudar de jeito nenhum. Se você não sabe o que precisa ser
feito, o primeiro passo é descobri-lo. Isso pode exigir que você busque informações e se
eduque. Para lançar meu site eu precisei descobrir como fazer. Eu levei um tempo para
me educar lendo outros sites em formato de blogs como o que eu queria criar e
avaliando diferentes ferramentas blogueiras. Não foi difícil para mim, mas demandou
um tempo significativo.
Às vezes, deixamos pequenas irritações durar tempo demais. Em janeiro, eu e minha
esposa compramos uma casa nova. Mas foi só na semana passada que esvaziamos a
última caixa da mudança. Nós desempacotamos boa parte das coisas nas primeiras
semanas após a mudança, mas algumas caixas ficaram jogadas em um canto e nenhum
de nós queria abri-las. Por que? Não sabíamos onde colocar as coisas que havia dentro
delas. Era mais fácil simplesmente ignorar o problema e esperar que as caixas fossem
magicamente se esvaziar. Finalmente, as esvaziamos na semana passada e demos conta
de outros pequenos reparos na casa que também estavam sendo deixados de lado.
Não foi difícil nem custoso fazer essas coisas. Era simplesmente uma questão de
investir algum tempo para fazê-las. Não exigiu muito talento ou inteligência. Tudo o
que tínhamos que fazer era aceitar que elas tinham que ser feitas, gastar alguns minutos
pensando em como fazê-las e então fazê-las.
Dedique algum tempo
Há muitos problemas na vida em que a solução é simplesmente investir algum tempo
sem esforço. Se sua caixa de entrada de e-mails está lotada, isso não é um problema
desafiador. Acredite – há desafios maiores na vida do que dar um jeito nas
correspondências antigas. Eu garanto que você é inteligente o suficiente pra isso.
Limpas a sua caixa de entrada de e-mails é puramente uma questão de investir algum
tempo. Talvez leve algumas horas. Se as horas perdidas valerem a pena para completar
a tarefa, então use-as. Talvez seja bom ouvir uma música relaxante enquanto você
trabalha.
Quantos problemas você tem na sua lista “por fazer” neste momento que podem ser
resolvidos simplesmente com diligência? Às vezes você nem precisa ser muito criativo
ou esperto – uma solução bruta pode resolver o problema. Mas é fácil ficar empacado
pensando que uma solução bruta não seria necessária. É entediante. É chato. Não é tão
importante mesmo. Mas mesmo assim, ainda precisa ser feito.
De qualquer forma, se você conseguir pensar em uma maneira de evitar uma solução
que consuma muito tempo e encontrar uma alternativa melhor e mais rápida de
solucionar ou eliminar o problema, tire vantagem dela. Delegue-o, delete-o – faça o que
for preciso para diminuir o tempo consumido. Mas se você sabe que é algo que você
não vai conseguir fazer a não ser que invista certo tempo, como as caixas de mudanças
que se recusaram a se esvaziar sozinhas na minha casa, simplesmente aceite e faça o que
tem que ser feito. Não reclame. Não choramingue. Apenas faça.
Desenvolva sua produtividade pessoal
Disciplinar-se para ser diligente permite que você aproveite melhor seu tempo. O tempo
é uma constante, mas a sua produtividade não é. Algumas pessoas usam as horas de seu
dia com muito mais eficiência que outras. É impressionante como algumas pessoas
gastam mais dinheiro para comprar um computador mais rápido ou um carro mais
eficiente, mas mal prestam atenção à sua própria capacidade pessoal. Sua produtividade
pessoal fará muito mais por você do que um computador rápido ou um bom carro no
longo prazo. Dê a um programador diligente um computador com dez anos de idade e
ele fará muito mais com ele do que um programador preguiçoso com um computador de
ponta.
Apesar de toda tecnologia e equipamentos disponíveis que podem nos tornar mais
eficientes, sua produtividade pessoal ainda é sua força motriz. Não busque a tecnologia
para ser mais produtivo. Se você não se considera produtivo sem tecnologia, você não
será produtivo com ela – ela só servirá para mascarar seus maus hábitos. Mas se você já
é diligente sem tecnologia, ela pode ajudá-lo a ser ainda melhor. Pense na tecnologia
como uma força multiplicadora – ela multiplica o que você já tem.
Quando você toma o caminho do desenvolvimento da sua produtividade pessoal, pode
ser que você fique nervoso e ansioso por alguns dias, mas vai valer a pena. Eu acho que
muitas pessoas gostam de ideia de se tornarem mais produtivas por conta do senso
comum. Não precisa ser muito inteligente para perceber que se você usar seu tempo de
maneira mais eficiente, você cumprirá mais tarefas, e, assim, vai acumular resultados
mais rapidamente. A produtividade pessoal possibilitará que você tenha tempo para
fazer todas as coisas que você acha que deveria estar fazendo: comer de maneira
saudável, fazer exercícios, trabalhar direito, estreitar relacionamentos, ter uma vida
social maravilhosa e fazer a diferença. Caso contrário, são forças antagônicas. Sem um
nível alto de produtividade pessoal, você provavelmente vai ter que desistir de alguma
coisa que é importante para você. Você terá conflitos entre saúde e trabalho, trabalho e
família, família e amigos. A diligência pode dar a você a habilidade de desfrutar de
todas essas coisas de modo que você não tenha que escolher o trabalho à família e vice-
versa. Você pode ter os dois.
É claro que a diligência é apenas uma de várias ferramentas. Ela vai permitir que você
complete seu trabalho de maneira eficiente, mas não vai dizer a você o que fazer
primeiro. A diligência é uma ferramenta de nível baixo. Esforçar-se não significa
trabalhar de maneira inteligente. Mas essa fraqueza de diligência não desfaz de seu
poderoso lugar na sua caixa de ferramentas. Quando você definir um plano de ação e vir
seus planos se concretizarem à sua frente, nada pode ser mais útil do que a diligência.
No longo prazo, seus resultados serão fruto de suas ações e diligência são ações.