15
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ARTIGO CIENTÍFICO 1 Os desafios da educação, do ensino e pesquisa sobre administração pública no cenário brasileiro atual Rodrigo Adão da Silva [email protected] UFF/ICHS Diego Santos Martins [email protected] UFF/ICHS Resumo A pesquisa empreendida consiste em “educação, ensino e pesquisa em administração pública” no Brasil. Em linhas gerais, o artigo buscou proposições para aperfeiçoar o ensino sobre a administração pública no Brasil, visando o aprimoramento dos processos e procedimentos adotados pelo Estado no cotidiano de seus órgãos e instituições. O trabalho tem como importância relatar a evolução da administração pública no país, tal como seu panorama histórico de ensino e pesquisa. Os métodos de pesquisa utilizados foram o qualitativo, através de uma fundamentação teórica, e o quantitativo através da realização de um estudo de campo aplicando-se o instrumento de coleta de dados questionário, elaborado pelos próprios autores. Contudo, constatou-se que ainda são diversos os problemas enfrentados por esse campo do saber, vão desde materiais didáticos desatualizados a pouca oferta de cursos voltados especificamente para administração pública. Palavras-chave: Administração Pública, Educação e Ensino. 1 Introdução O artigo científico tem como objetivo apontar a evolução da administração pública no Brasil bem como seu panorama histórico de ensino e pesquisa e a identificação dos principais óbices existentes neste contexto. O presente artigo surgiu diante da existência do seguinte problema: como melhorar o ensino de administração pública no país, visando o aprimoramento dos processos e procedimentos adotados pelo Estado no cotidiano de seus órgãos e instituições? Destarte, foram utilizadas literaturas de referência, a fim de agregar conhecimentos que servissem de embasamento teórico a este artigo. Nos dias atuais, percebe-se que o tema administração pública tem sido constantemente colocado em evidência no cotidiano da sociedade brasileira, o que indica a relevância do estudo e pesquisa relativos a este assunto. Para tanto, antes da realização de um estudo mais elucidativo acerca do tema em discussão, faz-se necessária a definição do que é propriamente a administração pública. Após esta explicação, é apresentado um panorama evolutivo da administração pública, desde o escalão macro (balizado por países, como os Estados Unidos) até o micro (representado pela evolução no Brasil). Por fim, este artigo científico, tomando por base a literatura e portfólio acadêmico atinente ao tema, faz uma análise da conjuntura contemporânea do ensino e pesquisa relativos à administração pública no país, levantando os principais problemas e citando uma possível solução diante dos óbices existentes, de forma a facilitar a compreensão do leitor sobre a magnitude do tema proposto.

Os desafios da educação, do ensino e pesquisa sobre ... Santos - Rodrigo... · tem como importância relatar a evolução da administração pública no país, tal como ... operacional,

  • Upload
    lambao

  • View
    212

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

1

Os desafios da educação, do ensino e pesquisa sobre administração pública no cenário

brasileiro atual

Rodrigo Adão da Silva – [email protected] – UFF/ICHS

Diego Santos Martins – [email protected] – UFF/ICHS

Resumo

A pesquisa empreendida consiste em “educação, ensino e pesquisa em administração

pública” no Brasil. Em linhas gerais, o artigo buscou proposições para aperfeiçoar o ensino

sobre a administração pública no Brasil, visando o aprimoramento dos processos e

procedimentos adotados pelo Estado no cotidiano de seus órgãos e instituições. O trabalho

tem como importância relatar a evolução da administração pública no país, tal como seu

panorama histórico de ensino e pesquisa. Os métodos de pesquisa utilizados foram o

qualitativo, através de uma fundamentação teórica, e o quantitativo através da realização de

um estudo de campo aplicando-se o instrumento de coleta de dados questionário, elaborado

pelos próprios autores. Contudo, constatou-se que ainda são diversos os problemas

enfrentados por esse campo do saber, vão desde materiais didáticos desatualizados a pouca

oferta de cursos voltados especificamente para administração pública.

Palavras-chave: Administração Pública, Educação e Ensino.

1 – Introdução

O artigo científico tem como objetivo apontar a evolução da administração pública no

Brasil bem como seu panorama histórico de ensino e pesquisa e a identificação dos principais

óbices existentes neste contexto. O presente artigo surgiu diante da existência do seguinte

problema: como melhorar o ensino de administração pública no país, visando o

aprimoramento dos processos e procedimentos adotados pelo Estado no cotidiano de seus

órgãos e instituições?

Destarte, foram utilizadas literaturas de referência, a fim de agregar conhecimentos

que servissem de embasamento teórico a este artigo.

Nos dias atuais, percebe-se que o tema administração pública tem sido constantemente

colocado em evidência no cotidiano da sociedade brasileira, o que indica a relevância do

estudo e pesquisa relativos a este assunto.

Para tanto, antes da realização de um estudo mais elucidativo acerca do tema em

discussão, faz-se necessária a definição do que é propriamente a administração pública.

Após esta explicação, é apresentado um panorama evolutivo da administração pública,

desde o escalão macro (balizado por países, como os Estados Unidos) até o micro

(representado pela evolução no Brasil).

Por fim, este artigo científico, tomando por base a literatura e portfólio acadêmico

atinente ao tema, faz uma análise da conjuntura contemporânea do ensino e pesquisa relativos

à administração pública no país, levantando os principais problemas e citando uma possível

solução diante dos óbices existentes, de forma a facilitar a compreensão do leitor sobre a

magnitude do tema proposto.

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

2

2 – Referencial Teórico

A administração pública pode ser definida num sentido amplo, abrangendo

concomitantemente a função política quanto a função administrativa. Já no ponto de vista

estrito, restringe-se a função administrativa propriamente (GOMES e MORGADO, 2012, p.

45).

Em sentido amplo, para Di Pietro (2003):

A Administração Pública, subjetivamente considerada, compreende tanto os órgãos

governamentais, supremos, constitucionais (Governo), aos quais incube traçar os

planos de ação, dirigir, comandar, como também os órgãos administrativos,

subordinados, dependentes (Administração Pública, em sentido estrito), aos quais

incube executar os planos governamentais; ainda em sentido amplo, porém

objetivamente considerada, a Administração Pública compreende a função política,

que traça as diretrizes governamentais e a função administrativa, que as executa. (DI

PIETRO, 2003, p.54).

Mello (2008) abrange a administração pública em duas vertentes, uma geralmente

chamada de subjetiva, orgânica ou formal e outra conhecida como objetiva, material,

operacional, ou funcional, sendo, respectivamente, uma composta pelas pessoas jurídicas,

seus entes e intermediários que realizam tarefas voltadas para a administração e a outra

formada por funções exercidas pelos seus membros.

Para Hely Lopes Meirelles, um dos mais renomados pesquisadores na área de direito

administrativo do país:

Administração Pública, em sentido formal, é o conjunto de órgãos instituídos para

consecução dos objetivos do Governo; em sentido material, é o conjunto das funções

necessárias aos servidores públicos em geral; em acepção operacional, é o

desempenho perene e sistemático, legal e técnico, dos serviços próprios do Estado

ou por ele assumidos em benefício da coletividade (MEIRELLES, 2009. p. 65).

Basicamente, a administração pública é aquela que deve ter como objetivo o

atendimento dos interesses da sociedade, num contexto universalista, dentro do que a lei

determina (ARAÚJO, 2013).

2.1 – A evolução da administração pública no Brasil

No Brasil, as reformas e as mudanças de paradigmas se deram em períodos distintos,

devido às características político-administrativas atinentes a cada governo (ARAÚJO, 2013).

Segundo Bresser-Pereira (1996), na administração pública patrimonialista, a

propriedade pública confundia-se com o bem privado, o que incentivava a existência de um

poder tirânico e estimulou males, como: o nepotismo, o empreguismo e até a corrupção como

regra. Visando a minimização destes problemas relatados, surgiu a administração pública

burocrática. Neste modelo, houve a perfeita distinção entre a coisa pública e a privada, e o

foco fora direcionado para a correta definição do que era o serviço público. Assim, ocorreram

mudanças como: as organizações estruturaram-se em forma de pirâmide, respeitando a

hierarquia e o comando minucioso dos procedimentos da administração; os procedimentos

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

3

passaram a ser normatizados e a meritocracia passou a ser adotada em processos seletivos. Em

seguida, veio à administração pública gerencial, a qual forneceu maior autonomia ao gestor

público e direcionou o foco para os seguintes aspectos: adoção de indicadores, busca por

resultados concretos, maior participação da sociedade (seja na formulação e na fiscalização

das políticas públicas vigentes) e transparência total nas ações realizadas pelos entes públicos.

Seguindo uma conjuntura de desprovimento de fundos públicos, debilitação do

poderio governamental e da ampliação da ideia de privatização, o padrão gerencial foi

instaurado no Estado. Essa implantação se deu por americanos e europeus que foram

pioneiros com uma administração gerencial pura, onde se visava apenas o corte de gastos e

desconsiderava as peculiaridades da esfera pública. Entretanto o modelo gerencialista atingiu

um progresso constante de transformação nos últimos anos (ABRUCIO, 1997).

As mudanças de um modelo para o outro e as diversas tentativas de implantação da

burocracia e do gerencialismo deram-se por meio de reformas ou programas, os quais

ocorreram devido às interpretações contrastantes em relação às respostas exigidas pelo

Estado. Apesar da constante defesa da melhoria dos serviços à sociedade, em geral, as

reformas foram meramente formais e com poucas mudanças de conteúdo, pois o retorno

esperado não se expressou de forma fidedigna, não assegurava agilidade, nem qualidade

eficiente. Contudo, a administração gerencial vem se adequando de acordo com as

modificações diárias dos órgãos, unificando procedimentos, buscando a eficiência e a eficácia

(SILVA, 2013).

Segundo Araújo (2013), nos dias atuais, o modelo gerencial é marcado pela busca de

eficácia e pela Administração Por Objetivo (APO), mostrando que os fins são diferentes dos

meios. Não basta fazer bem feito ou com economicidade; deve-se chegar a algum resultado

efetivo para a sociedade.

A despeito, a impulsão da educação no campo administração pública até então não

espelhou pesquisas de ensino nesse campo do saber. O surgimento de novas instituições no

Brasil voltadas para essa área de graduação é de suma importância para definir as

peculiaridades do ramo de ensino em consonância com as exigências do mercado de trabalho

(COELHO, 2007).

2.2 – Panorama histórico do ensino e pesquisa sobre administração pública no Brasil

Segundo Gaetani (1999), a administração pública teve seu marco como disciplina

acadêmica no Brasil em 1952, quando a Fundação Getúlio Vargas (FGV), criou a Escola

Brasileira de Administração Pública (EBAP) e também formações em pós-graduação nessa

área. Esse estabelecimento de ensino originou-se sob a direção das Organizações da Nações

Unidas (ONU) e no encadeamento de planos de coadjuvação estratégica com os regimes

norte-americano e europeu.

A convenção entre essas instituições estrangeiras tinha como objetivo a conservação

de educadores estrangeiros no Brasil e o auxílio de instrução fora do país destinado ao

aprimoramento dos docentes brasileiros. Em meados da década de 60 a FGV começou a

oferecer vagas para mestrado, tornando-se a principal matriz de orientadores para outros

estabelecimentos desse campo do saber, ocasionando uma grande ampliação da trajetória da

administração. Essa dilatação cresceu de uma forma que nos anos 70 essas áreas começaram a

receber estudos de doutorado (CONSELHO FEDERAL DE ADMINISTRAÇÃO, 2010).

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

4

Na década de 60, alguns fatos marcaram uma nova fase no ensino de administração

pública no Brasil. Para Keinert (2007), o lançamento da Revista de Administração Pública,

em 1967, realizada pela FGV/EBAP atinge um mérito de regularidade, grande solidez e

excelente valor em seus artigos, vindo a ser a maior representação da construção de

conhecimento em administração pública.

Na transição da década de 60 para 70, o fenômeno do milagre econômico contribuiu

para a maximização do ensino sobre administração de empresas no país. E tal fato trouxe

reflexos para a instrução do administrador público, diante da “competitividade”, agora

estabelecida (GAETANI, 1999).

Nesse contexto, o debate sobre a integração curricular dos programas de

administração pública e de empresas foi atropelado em favor da segunda ênfase. Cada

vez mais o profissional do setor público que se buscava tinha características próximas

de sua contraparte do setor privado. Acrescente-se a isso a ascensão da profissão de

economistas, que passaram a ocupar os principais espaços nos ministérios, no auge

do ciclo do planejamento no Brasil. Assim, a incipiente comunidade de

administradores públicos viu-se pressionada duplamente pelo mercado de trabalho

público e privado e pela concorrência profissional direta (GAETANI, 1999, p. 101).

Gaetani (1999), diz ainda que, no transcurso dos anos 70 para os 80, com a tendência

do endurecimento da administração indireta, o Estado deixou de ser o principal protagonista

na esfera da administração pública, o que gerou algumas consequências, principalmente no

que tange a oferecer o ensino.

A década de 80 marcou o encolhimento do Estado em função da recessão e da estagnação, com repercussões óbvias sobre a oferta de ensino, desestimulada frente à

contração da demanda. Na primeira metade dos anos 80, a EBAP/FGV descontinua

seu programa de graduação em administração pública e estanca a renovação da área

na sua base, nos programas de graduação, na principal escola de administração

pública do país (GAETANI, 1999, p. 101).

Somente em 1995 o assunto administração pública retorna ao cotidiano da nação devido à

ação de Bresser Pereira adiante do Ministério da Administração e Reforma do Estado. Com isso

o ensino de administração pública, que andava moribundo, voltou a ser reparado não só no

plano de governo como acadêmico, sob a ótica do gerencialismo (CARVALHO E SAMPAIO,

2010).

2.3 – Principais entraves ao desenvolvimento do ensino e pesquisa sobre administração

pública no Brasil

O setor de educação, pesquisa e ensino em administração pública enfrentam uma dura

trajetória. Segundo Oliveira e Sauerbronn (2007), o entendimento ultrapassado sobre o que

representa uma instituição de ensino estende-se até os dias atuais. O debate gira em torno do

ponto de vista que a universidade dever reunir os agentes: ensino, pesquisa, formação de

conhecimento e um ambiente de debates e controvérsias, observando-se os desequilíbrios de

poderes existentes nas sociedades.

Nicolini (2003) ressalta que por razão da evolução histórica, a instrução de

administração surgiu, organizou-se e fora ampliada num Brasil que estreou, melhorou e

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

5

efetivou-se como uma coletividade fabril. As modificações devastadoras e o marasmo

acadêmico nessa área de ensino não fomentaram qualquer transformação nesse horizonte.

Devido a esse quadro problemático tenta-se buscar novos rumos para o preparo dos

administradores.

Nos países de primeiro mundo, o desenvolvimento do capitalismo só se deu com a

produção e o domínio do conhecimento administrativo para tal. No Brasil, o

capitalismo tardio supriu suas necessidades importando conhecimento já

sistematizado em outros países, premido pela necessidade de desenvolver-se e aliado à impossibilidade de gera-lo a curto prazo. Isso acontece durante toda a história do

surgimento e desenvolvimento da área de Administração no país e se estende até os

dias de hoje (NICOLINI, 2003, p. 9).

Nicolini e Fischer (2007) acentuam a abordagem em diversos problemas existentes,

como: a falta de corpo docente específico, a dicotomia política/administração e escassez de

material didático. Afirmam ainda que tais questões precisam de aprofundamento, pois são

pouco encaradas como objeto de estudo. Coelho (2008) diz que o país sofre de um grande

déficit de estudos metódicos em relação ao ensinamento de administração pública devido à

desconsideração do presente, da legitimidade e do amplo universo de interessados no assunto.

Segundo Koontz e O’Donnell (1974):

Existem dois problemas, o primeiro deles, é que muitos professores não possuem

uma boa combinação de treinamento acadêmico e experiência profissional adquirida

no setor público. Logo, não são maduros o suficiente para ministrarem disciplinas

acerca de gestão pública. O segundo diz respeito à forma com que a disciplina

administração é ensinada nas escolas. O administrador, de maneira geral, tem que

agir por intermédio de pessoas e a habilidade do administrador em potencial de fazer

isso não se pode fixar sem uma autêntica experiência de trabalho (KOONTZ e O’DONNELL, 1974, p. 16).

Logo, é imprescindível que, em se tratando da esfera pública, os futuros

administradores conheçam e vivenciem o cotidiano das organizações públicas. Não basta que

saibam o conhecimento teórico. Faz-se necessário que tenham a vivência dos procedimentos e

da rotina atinente aos órgãos públicos. Sendo assim, o ensino de administração,

particularmente o voltado para o cenário público, não pode ser estático, deve ser dinâmico,

rompendo as paredes dos centros de ensino para alcançar de fato o cidadão.

Oliveira e Sauerbronn (2007) enfatizam que deve existir uma reflexão acerca do

ensino nas graduações superiores de administração pública e de empresas no Brasil. As ações

nestes campos supracitados devem ser progressivas e contínuas dentro do meio acadêmico.

Outro ponto relevante é que existe, atualmente, um elevado quantitativo de força de

trabalho capacitada no setor de gestão pública. Entretanto, a ausência de estudos indicando o

impacto deste conhecimento repassado – a inexistência de um feedback das instituições que

possuem elementos capacitados é algo que emperra o processamento de aperfeiçoamento do

ensino e pesquisa. Pois as instituições capacitadoras não conseguem dimensionar com

efetividade a aplicabilidade e os resultados oriundos do conhecimento transmitido.

Contudo, Bresser-Pereira (2008), explana que as impulsões dos meios externo e

interno definem a evolução ou a inércia dos programas em administração pública.

Interpretando deste modo, vários motivos como: a reformulação do governo, as

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

6

modificações no sistema de administração pública e o reconhecimento democrático e

gerencial, despontados depois de 1995, vêm incentivando e apontando estudos relacionados

ao aprimoramento das instituições onde são graduados os administradores públicos.

Finalizando, um fato interessante a ser levantado, é que grande parte do desestímulo

de muitos estudantes com o plano público, o que representa um grande entrave, tem origem

nas brechas que o governo tem fornecido, ao permitir que o mercado, representando a

iniciativa privada, aproxime-se de “espaços públicos” que competem ao Estado.

Tais lacunas apresentam-se tanto pelo vão a que se denotou a estrutura público-estatal

por intermédio de desburocratização de ações e desestatização de serviços, quanto pelos

privilégios oferecidos a organizações que visam lucro. E ainda mostram-se quanto ao

entendimento da obrigação e atribuição que o Estado deve desempenhar em prol do interesse

coletivo, a contar de princípios de administração corporativa, sustentabilidade e incumbência

social (COELHO, 2008).

2.4 – Possível solução frente aos óbices existentes

A produção de estudos mais aprofundados com um apoio governamental contundente,

atrelado a uma maior interação entre os centros de ensino que abordam o tema gestão pública

é condição elementar para a composição de uma população analítica habilitada a impulsionar

pesquisa inerte em administração pública.

As publicações da ENAP sobre administração pública brasileira no período 1993-

1997 são exemplares de um notável esforço, realizado com poucos recursos e com um

grupo muito reduzido de pesquisadores permanentes. É razoável supor que em parceria com instituições acadêmicas essa área de pesquisa aplicada possa

expandir-se e deitar raízes mais duradouras na instável paisagem institucional

governamental (GAETANI, 1999, p. 107).

Por intermédio da solução supracitada, almeja-se que os óbices existentes sejam

minimizados tendo em vista que a profusão de pesquisas no âmbito de gestão pública,

oriundas da parceria entre instituições acadêmicas, traz distintos pontos de vista sobre este

tema, o que se constitui como um fator gerador de melhores práticas e resultados.

2.5 – Prognóstico do futuro da administração pública no país

Como ponto inicial, este artigo parte da seguinte assertiva: o futuro da administração

pública no Estado passa necessariamente pelo fortalecimento acadêmico desta disciplina, com

intercâmbios entre as escolas já existentes, estabelecimentos de nível superior e o próprio

Estado, aliada a um real investimento do governo federal na disseminação dos conhecimentos

deste setor nas esferas estatal e municipal.

A carência de um forte eixo institucional acadêmico complica as possibilidades do

conhecimento produzido na Escola Nacional de Administração Pública ser aproveitado de

forma ordenada, quer como matéria-prima para ensino, quer como parcela de métodos de

pesquisa mais abrangentes. No entanto, à medida que a ENAP estabelecer sua ação como

ponto central de progresso de recursos humanos, exercer investigação e divulgação no

domínio da gestão pública, aspira-se que tais obstáculos sejam superados. E dentro deste

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

7

contexto, é de suma importância à atuação do governo federal na ampliação de educandários

de administração voltados para o plano público.

Coelho (2006) destaca que, certamente, a ampliação da formação em administração

pública no Brasil após 1995 é próspera devido a sua situação positiva, onde é resgatado o

padrão e a pesquisa devido às mudanças da nação brasileira. Depois do enfraquecimento da

educação superior na década de 80, devido a instabilidades estatais, foram restabelecidos os

incentivos a formação acadêmica nesse campo do saber. O governo, gradativamente, tem

adotado suas escolas de governo como habito, assim como tem realizado parcerias entre

instituições de ensino superior e órgãos públicos, a fim de ampliar a administração pública no

país no campo do desenvolvimento acadêmico e da habilitação do setor público.

A despeito dos entraves existentes, existe uma demanda crescente, tanto no âmbito

público como no privado, por profissionais formados no ramo de administração pública, o que

acaba repercutindo positivamente no ensino e pesquisa deste campo profissional. Na

atualidade, a quantidade relevante dessas instituições vem fazendo significantes ações de

interesse público no país, estabelecendo um corrente mercado de trabalho voltado para a

administração pública (COELHO, 2008).

Ademais, a retomada da profissionalização no serviço público com a (re)ativação de

carreiras públicas, o aumento da governança (e das políticas públicas) no nível

subnacional com a descentralização e a emergência do terceiro setor, reabriram o mercado de trabalho para o bacharel em administração pública. Nessa conjuntura de

redefinição do Estado e ampliação do lócus no setor público do país, o ensino de

graduação em administração pública realentaria no pós-90 em comparação com a

letargia dos anos oitenta. Em 1994, a EAESP reestruturava a grade curricular do

bacharelado em ADM, consoante com a modificação do currículo mínimo de

administração de 1993; na habilitação de AP, a opção pelo perfil generalista e

flexibilidade das disciplinas eletivas, supostamente, adequavam o curso à

diversidade de oportunidades/possibilidades profissionais no Estado, no terceiro

setor e, mesmo na iniciativa privada (COELHO, 2006, p.74).

Sendo assim, o cenário futuro no campo do ensino e pesquisa floresce como

promissor, tendo em vista que as recentes demandas estatais e de empresas da iniciativa

privada que estão inseridas no meio público, exigem gradativamente uma sólida formação e a

agregação de profissionais com conhecimento na gestão dos recursos públicos.

Coelho (2008) também diz que o aprestamento em busca de cargos públicos, a

qualificação de colaboradores do motor estatal e o desenvolvimento de novas mentes gestoras

a fim de trabalhar na administração moderna e no terceiro setor formam benesses que as

instituições privadas procuram estudar em conjunto com o ensino terciário nessa área de

conhecimento.

3 – Metodologia

A metodologia de pesquisa qualitativa foi adotada para analisar de modo subjetivo, os

dados coletados através do questionário estruturado, tendo em vista que o ensino de

administração pública vem se mostrando crescente e relevante em nosso cotidiano.

A pesquisa exploratória realizada teve como objetivos principais: proporcionar

maiores informações sobre o assunto em questão, facilitar a delimitação do tema, definir

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

8

objetivos e formular as hipóteses da pesquisa. Outrossim, a referida pesquisa, que também

possui um viés descritivo, visou: apresentar o conceito de administração pública, traçando-se

um panorama histórico desde o seu surgimento até o cenário atual. Também foi realizado,

através de uma pesquisa quantitativa aplicada com a ferramenta questionário estruturado, o

levantamento dos principais óbices no ensino da administração pública no Brasil. Esse

questionário foi estruturado com questões fechadas objetivas, a fim de colher dados

específicos e precisos. A amostra da pesquisa foi aleatória simples, tendo como base teórica,

Labes (1998). Contudo, foram distribuídos 500 questionários via email no período de julho de

2016 a novembro de 2016, obtendo-se 150 respostas para análise de dados. Os respondentes

foram selecionados por serem integrantes da área de ensino, pesquisa e estudo em

administração pública, militares e servidores públicos que atuam no setor de Gestão Pública.

O referido instrumento de coleta de dados foi repassado para organizações de ensino

superior nas áreas de administração e gestão pública e para gestores que atuam em órgãos

públicos.

Neste contexto, foi realizado um levantamento bibliográfico, tendo por método a

leitura seletiva dos materiais de consulta, visando rever as literaturas mais importantes, as

quais fornecessem embasamento teórico para a realização do trabalho.

Por fim, o questionário utilizado foi imprescindível para a reunião dos problemas

preponderantes no campo do saber de administração pública no Brasil, contribuindo para que

soluções fossem apresentadas em associação à temática abordada por este trabalho.

4 – Resultados e discussões

Partindo do questionário estruturado distribuído para uma amostra de pessoas de

diversos órgãos da administração pública, instituições militares (escolas de especialização e

aquartelamentos administrativos) e estabelecimentos de educação superior (públicos e

privados), foram coletados dados, os quais forneceram subsídios para a apresentação, análise

e interpretação dos resultados apresentados neste tópico.

Para fins de melhor compreensão, os resultados serão apresentados, seguindo-se a

sequência dos itens presentes no questionário.

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

9

4.1- Função exercida na área de Administração Pública

Gráfico 1 – Resultado do item 1 do questionário.

Fonte: Elaborado pelos autores.

Na seção 4.1, foram obtidas 149 respostas e a população em questão apresentou-se

bastante heterogênea. A maioria dos questionários analisados foram respondidos por militares

das Forças Armadas que atuam no setor administrativo. Tal classe fora considerada, tendo em

vista a acessibilidade a este público pelos autores. Vale ressaltar que o Exército, por

intermédio de seus cursos de formação de oficiais, habilitação ao quadro de oficiais e

aperfeiçoamento de sargentos tem se destacado como uma distinta instituição na capacitação

de recursos humanos no seio da administração pública do Brasil. O segundo grupo com maior

participação na pesquisa considerada foi o de estudantes de Administração Pública. O terceiro

grupo com maior percentual na pesquisa realizada foi o de servidores da área de

Administração Pública. Os menores segmentos representados na pesquisa foram os universos

compostos por docentes e pesquisadores que possuem como foco a gestão pública.

4.2 – Tempo de estudo ou atuação na área de Administração Pública

Gráfico 2 – Resultado do item 2 do questionário.

Fonte: Elaborado pelos autores.

5,4

19,4 18,1

0,7

56,4

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

Professor (a)

de Adm.

Pública

Estudante de

Adm. Pública

Servidor (a) da

área de Adm.

Pública

Pesquisador

(a) em Adm.

Pública

Militares das

FA da Adm.

Pública

Função exercida na área de Administração Pública

Percentual

41,6 39,6

8,7 6,7 3,40,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

45,0

Menos de 5

anos

De 5 a 10

anos

De 10 a 15

anos

De 15 a 20

anos

Mais de 20

anos

Tempo de estudo ou atuação na área de

Administração Pública

Percentual

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

10

Na seção 4.2, foram obtidas 149 respostas e percebeu-se que a maioria da amostra

considerada foi constituída por pessoas com menos de 5 anos de atuação no setor público

(41,60%), e aproximadamente 82% do efetivo considerado possui no máximo de 10 anos de

atividade na administração pública, o que permite inferir que o público analisado não se

caracterizou por indivíduos com elevado tempo de atuação na área de administração pública.

Contudo, ressalta-se que o tempo diminuto de atuação na administração não significa

dizer que tal público possuísse baixa expertise de conhecimento, mas sim sapiência bem

atualizada nesse campo do saber!

4.3 – Nível de aplicabilidade dos conceitos de Administração Pública na rotina de

trabalho (para militares e servidores públicos)

Gráfico 3 – Resultado do item 3 do questionário.

Fonte: Elaborado pelos autores.

Na seção 4.3, foram obtidas 129 respostas, tendo em vista que o público respondente

foi composto somente por militares e servidores públicos. O fato de 41,9%, soma de 32,6%

mais 9,3%, da população analisada considerar o nível de aplicabilidade dos conceitos de

Administração Pública na rotina de trabalho como elevado e/ou muito elevado foi um dado

que revelou o grau de importância dos conhecimentos atinentes à gestão pública nos mais

variados setores, independentemente do ramo de atuação (seja público ou privado). Como

exemplo, podem ser citados os processos de licitação que se desenrolam na área pública.

Tanto os agentes públicos, como os entes privados, interessados em ofertar produtos à

administração, devem estar plenamente inteirados das regras e normas vigentes, de modo que

todos os trâmites necessários ocorram no campo da legalidade, impessoalidade, moralidade,

publicidade e eficiência.

6,2

17,8

34,1 32,6

9,3

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

Muito baixo Baixo Moderado Elevado Muito

elevado

Nível de aplicabilidade dos conceitos de Adm.

Pública na rotina de trabalho

Percentual

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

11

4.4 – Nível da qualidade do ensino de Administração Pública no Brasil

Gráfico 4 – Resultado do item 4 do questionário.

Fonte: Elaborado pelos autores.

Na seção 4.4, foram obtidas 150 respostas acerca do nível da qualidade do ensino

referente nos bancos escolares. A maioria das pessoas consultadas considerou o nível da

qualidade do ensino de Administração Pública no Brasil como mediano e/ou bom, o que

mostra a necessidade de se promover uma profunda reformulação na área de ensino, com a

utilização de indicadores e acompanhamento permanente por parte do MEC e das secretarias

de educação (estaduais e municipais). Nenhum participante da amostra selecionada

considerou a qualidade do ensino como excelente. Tal fato revelou a necessidade de serem

adotadas medidas, visando à maximização deste percentual, que para o contexto atual, ainda

não atingiu os padrões de excelência desejáveis.

4.5 – Fatores que dificultam o progresso do ensino de Administração Pública no Brasil

Gráfico 5 – Resultado do item 5 do questionário.

Fonte: Elaborado pelos autores.

Na seção 4.5, foram obtidas 212 respostas, pois os respondentes poderiam selecionar

mais de uma opção neste tópico. Obteve-se um total de respostas, as quais sinalizaram que o

17,0 17,5

28,822,6

14,1

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

Fatores que dificultam o progresso do ensino de

Adm. Pública no Brasil

Percentual

24,7

33,3 35,3

6,70,00,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

Ruim Mediano Bom Ótimo Excelente

Nível da qualidade do ensino de Administração

Pública no Brasil

Percentual

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

12

fator que mais dificulta o progresso do ensino de Administração Pública no Brasil é a pouca

oferta de cursos na área, com 28,8%. E o que menos dificulta é o material acadêmico

deficitário, com 14,1%. Entre o maior e menor fator tem-se ainda o desinteresse dos discentes

– 22,6%; a ausência de docentes capacitados – 17,5%, e a grade curricular desatualizada –

17%. Tomando-se como referência que o segundo maior grupo da amostra considerada foi

composto por estudantes, pode-se inferir que na visão destes, o nível cognitivo de seus

docentes encontra-se adequado face às exigências do ensino de administração. O segundo

fator que mais dificulta o progresso supracitado - desinteresse dos discentes, com 22,6%,

provoca uma reflexão, a qual visa elencar as razões de tal comportamento adotado pelos

alunos e permite a seguinte indagação: onde está o erro? No processo de ensino-

aprendizagem, no comportamento do docente; enfim, cabe destacar que tal temática é bastante

complexa e pode ser desdobrada em outros estudos acadêmicos.

Outro ponto a se analisar é a elevada gama de assuntos relacionados à Administração

Pública que ganha destaque no mercado de trabalho. Tal assertiva é facilmente ratificada com

a mudança, atualmente, ocorrida nas bancas de concursos dos principais certames do país, que

cobram em seus editais, disciplinas como: Administração Financeira e Orçamentária (AFO) e

Contabilidade Pública, outrora não mencionadas.

Logo, pensando-se de forma sistêmica, existe a necessidade de uma revitalização dos

cursos de Administração Pública, com a adoção de conhecimentos teóricos e práticos que

estejam em consonância com a realidade brasileira.

4.6 – Fatores de aperfeiçoamento do ensino de Administração Pública no Brasil

Gráfico 6 – Resultado do item 6 do questionário.

Fonte: Elaborado pelos autores.

Por fim, na seção 4.6, foram obtidas 228 respostas, tendo em vista que os respondentes

também poderiam selecionar mais de uma opção neste tópico. Percebeu-se que o fator de

aperfeiçoamento do ensino de Administração Pública no Brasil com maior índice foi a

necessidade de ocorrer uma maior integração entre os centros de ensino e os órgãos do setor

público, com 37,3%. Esta integração é importante para a promoção de um ensino calcado nas

mais diversas situações que ocorrem no cotidiano de um setor administrativo público, em

suma, para a ocorrência de uma perfeita “simbiose” entre a teoria escolar e a prática do dia-a-

37,3

23,7

10,517,5

11,00,05,0

10,015,020,025,030,035,040,0

Fatores de aperfeiçoamento do ensino de Adm.

Pública no Brasil

Percentual

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

13

dia.

O segundo fator mais escolhido foi: maior investimento em pesquisas acadêmicas sobre a

realidade da Administração Pública no Brasil – 23,7%. Tal investimento pode ser

incrementado com a criação de estabelecimentos de ensino focados na pesquisa, formulação e

desenvolvimento de melhores práticas de gestão pública. E reitera-se a importância destes

estabelecimentos não perderem o viés público, de maneira que interesses escusos e privados

não modifiquem a principal razão de suas existências. Em terceiro lugar, a busca constante dos

centros de ensino pela maximização da aplicabilidade prática dos conhecimentos teóricos –

17,5% resume-se em ensinar aos discentes a efetividade de se colocar o que é aprendido como

habitualidade, não se deixando levar pelo senso comum. E por fim, com porcentagens bem

próximas, na visão dos entrevistados, os fatores que menos precisam de aperfeiçoamento são a

maior atuação do MEC no acompanhamento do conteúdo programático fornecido aos discentes

e o feedback constante dos discentes de Administração Pública recém-egressos dos

estabelecimentos de ensino, com 10,5% e 11%, respectivamente.

5 – Conclusão

Este artigo científico teve como objetivo apontar a evolução da administração pública

no Brasil bem como seu panorama histórico de ensino e pesquisa e a identificação dos

principais óbices existentes neste contexto. A realização deste estudo foi viabilizada por

intermédio de pesquisas bibliográficas temáticas publicadas recentemente e pelos resultados

obtidos nos questionários estruturados distribuídos a uma amostra de pessoas de variados

órgãos da Administração Pública, instituições militares, entre escolas de especialização e

aquartelamentos administrativos e estabelecimentos de educação superior (públicos e

privados).

Percebeu-se que o assunto administração pública encontra-se cada vez mais presente

na rotina das pessoas, porém, muitas vezes, existem lacunas de conhecimentos atinentes a seu

correto emprego nos mais variados setores, independentemente do ramo de atuação.

Ademais, tanto a escassez de habilidades dos gestores no que diz respeito à utilização

de recursos humanos, financeiros e materiais, quanto suas faltas de conhecimento prático nas

atividades dos órgãos públicos, formam alguns dos problemas que necessitam ser estudados

gradativamente.

Então, pode-se constatar que os desafios enfrentados no ensino de administração

pública no Brasil são vultosos e também estão bastante arraigados no universo escolar, seja

pela pouca oferta de cursos, seja pela falha da dicotomia teórica e prática nas instituições de

ensino.

Assim, profícuas pesquisas são necessárias no campo da administração pública,

envolvendo todos os personagens integrantes desse macrocenário, a saber: docentes, discentes

e de maneira generalista, os gestores públicos, para que de forma racional haja uma real

simbiose entre a teoria ensinada nos bancos escolares e a prática, alicerçada em experiências

profissionais bem sucedidas, a fim de se ter uma percepção clara dos problemas existentes,

buscando eliminá-los em face de eficazes tomadas de decisão no trato dos recursos públicos.

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

14

6 – Referências

ABRUCIO, Fernando Luiz. O impacto do modelo gerencial na administração pública Um

breve estudo sobre a experiência internacional recente. 52 p. (Cadernos ENAP; n. 10).

Escola Nacional de Administração Pública, Brasília, ENAP. 1997.

ARAÚJO, Igor Vidal. Administração pública para concursos. Brasília: Vestcon, 2013.

BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Crise Econômica e Reforma do Estado no Brasil. São

Paulo, Editora 34, 1996. p. 269-294.

_________, Luiz Carlos. O curso de administração pública como derivação da Ciência

Política. In: O Curso de Administração Pública na Fundação Getúlio Vargas de São Paulo:

Percurso, Impactos e Dilemas. Relatório da Fundação Getúlio Vargas. Escola de

Administração de Empresas de São Paulo. Relatório 05 / 2008.

CARVALHO, Fernanda de Quadros; SAMPAIO, Dilcélia Almeida. A Administração

Pública: uma análise de sua história, conceitos e importância, 2010. Disponível em: <

http://www.webartigos.com/artigos/a-administracao-publica-uma-analise-de-sua-historia-

conceitos-e-importancia/37923/ >. Acesso em: 13 de out. 2016.

COELHO, Fernando de Souza. Educação Superior, Formação de Administradores e Setor

Público: um estudo sobre o ensino de administração pública – em nível de graduação – no

Brasil, 2006, 151 f. Tese (Doutor em Administração Pública e Governo) – Governo e

Sociedade Civil em Contexto Subnacional, Escola de Administração de Empresas de São

Paulo da Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, 2006.

_________ A Problemática Atual do Ensino de Graduação em Administração Pública no

Brasil. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENSINO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO

E CONTABILIDADE. 2007, Recife. Anais... Recife: ANPAD, 2007.

_________ Fernando de Souza. A problemática atual do ensino de graduação em

administração pública no Brasil. Cadernos EBAPE. BR, número especial, ago. 2008a.

_________ Uma radiografia do ensino de graduação em administração pública no Brasil

(1995 a 2006). In: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE

PÓSGRADUAÇÃO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO, 32. 2008, Rio de Janeiro.

Anais... Rio de Janeiro: ANPAD, 2008b.

CONSELHO FEDERAL DE ADMINISTRAÇÃO, História da Administração, 2010.

Disponível em:< http://www.cfa.org.br/administracao/historia-da-profissao >. Acesso em: 13

de out. 2016.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 16ª ed. São Paulo: Atlas, 2003.

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

15

GAETANI, Francisco. O ensino de administração pública no Brasil em um momento de

inflexão. Revista do Serviço Público, Brasília, ENAP, ano 50, n. 4, out/dez. 1999.

GOMES, Eugênio Maria; MORGADO, Almir. Compêndio de Administração:

administração pública e privada de A a Z. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.

KEINERT, Tania Margarete Mezzomo. Administração Pública no Brasil: crises e

mudanças de paradigmas. 2ª edição – São Paulo: Annablume: Fapesp, 2007.

KOONTZ, Harold; O’DONNELL, Cyrill. Princípios de administração: uma análise das

funções administrativas. 9. ed. São Paulo: Pioneira, 1974.

LABES, Emerson Moisés. Questionário: do planejamento à aplicação na pesquisa. Chapecó:

Grifos, 1998.

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 35.ed. São Paulo: Malheiros,

2009.

MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 25.ed. São Paulo:

Malheiros, 2008.

NICOLINI, Alexandre Mendes. Fatores condicionantes do desenvolvimento do ensino de

administração no Brasil, 2003. Disponível em: <old.angrad.org.br>. Acesso em: 10 mai.

2015.

NICOLINI, A. M.; FISCHER, T. M. D. Trajetória e tendências do ensino de administração

pública no Brasil: a hora e a vez do dirigente público. In: ENCONTRO ANUAL DA

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM

ADMINISTRAÇÃO, 31. 2007, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: ANPAD, 2007.

OLIVEIRA, Fátima Bayma de; SAUERBRONN, Fernanda Filgueiras. Trajetória, desafios e

tendências no ensino superior de administração e administração pública no Brasil: uma breve

contribuição. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, vol. 41, 2007.

SILVA, Adival do Carmo. Evolução da administração pública no Brasil e tendências de

novos modelos organizacionais. 2013. 9 f. Dissertação (Pós-graduação em Gestão Pública) -

Licitações e Contratos, Instituto Cuiabano de Educação, Cuiabá, 2013.