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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
PARANÁ
GOVERNO DO
ESTADO
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED
SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA
ROSANE SLEUTJES MEIJER
Histórias para mudar
a Minha História
PONTA GROSSA 2013
2
Governo do
Estado do Paraná
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO – SEED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS
EDUCACIONAIS – DPPE
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL -
PDE
FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO
PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
TURMA - PDE/2013
Título Histórias para mudar a minha história
Autor
Rosane Sleutjes Meijer
Disciplina da área Língua Portuguesa
NRE
Ponta Grossa
Escola de implementação Colégio Estadual Júlia Wanderley
Carambeí- PR
IES Universidade Estadual de Ponta Grossa
Professora orientadora Profª Drª Marly Catarina Soares
3
Relação disciplinar Língua Portuguesa, História, Sociologia,
Cursos técnicos
Resumo
O projeto Histórias para mudar a Minha
História, procura desenvolver leituras de
textos literários, que serão comparados
com assuntos atuais apresentados em
artigos de revistas e outros tipos de
textos. Tendo como suporte a Teoria da
Recepção, que busca formar um leitor
capaz de refletir, de expressar
sentimentos, de ter condições de
reconhecer a realidade social e assim
almejar mudanças em sua história de
vida. O aluno também pesquisará, nas
empresas de sua cidade, sobre as ofertas
de emprego bem como as capacitações
necessárias para preencher suas vagas.
Palavras-chave Literatura – Leitura – Teoria da Recepção –
vida profissional
Formato
Unidade Temática
Público alvo
Alunos do 3° ano do Ensino Médio
4
Apresentação
Atualmente é necessário pensar sobre qual o sentido da escola para os alunos, que relações
existem entre o que é ensinado e os projetos almejados para o futuro deste estudante. Para o jovem
que frequenta o ensino médio, deve-se levar em conta o envolvimento e o interesse deste com as
atividades cotidianas propostas pela escola. Como o estudante vai encontrar sentido no que é visto
em sala de aula e a sua futura vida profissional?
É assim, contrapondo um público juvenil que traz uma carga de informações e facilidades
ligadas à modernidade global, que a escola, mais especificamente a disciplina de língua portuguesa,
busca na literatura mostrar como o aluno pode conhecer e analisar o ser humano e o mundo em
que ele vive, dando sentido para as leituras realizadas para poder aplicá-las em sua vida.
O tema “vida profissional” pode ser abordado nas aulas de língua portuguesa, pois na
realidade alguns alunos apresentam certa falta de interesse em cursar uma universidade ou até de
pensar na vida profissional, parece que é natural do jovem apenas se preocupar com o momento, em
terminar o ensino médio e esquece que tem poder, através do estudo, de mudar a sua história de
vida, tanto econômica como cultural. Os textos literários podem trazer modelos com os quais este
aluno pode se identificar e as leituras que fará, servirão para reflexões sobre o que fazer no futuro.
Tendo como auxílio a Teoria da Recepção, a importância volta-se para o leitor. A análise
será focada nos efeitos que as leituras provocam no aluno e estas o levarão a apresentar opiniões,
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debates e reflexões sobre o seu futuro. Afirmando assim o que é citado nas Diretrizes Curriculares
do Paraná:
Dessa forma, espera-se conduzir as leituras feitas pelo estudante, no sentido da palavra
“conditio” do latim, referindo assim, em como o aluno vai ver a vida, através desses textos, na sua
maneira de ser, perante a sociedade da qual ele faz parte.
A escola precisa promover experiências significativas para o jovem que frequenta o ensino
médio. São tantos os problemas que a sociedade apresenta, por exemplo: muitas vezes na família
existem dificuldades econômicas, baixa escolaridade dos pais e esses alunos, baseados nestas
experiências, poderão perceber que estudando, seu futuro tem chances de ser diferente. A
aplicação deste projeto, será desenvolvida com uma unidade temática, que vem a ser um conjunto
de atividades organizadas e sistematizadas em torno de um tema específico, neste caso: preparação
para a vida profissional, a qual será aplicada com alunos do 3º ano do ensino médio na disciplina de
língua portuguesa, nas aulas de literatura, no Colégio Estadual Julia Wanderley, em Carambeí.
A intenção é investigar quais as reações que algumas leituras podem provocar nos
estudantes que estão prestes a terminar esta etapa escolar. Essas serão desenvolvidas em conjunto
com o conteúdo de literatura do 3º ano e terá como finalidade apresentar mecanismos linguísticos
discursivos de diferentes gêneros de textos como: literários do pré-modernismo, modernismo e
literatura contemporânea, relacionando-os com histórias em quadrinhos, artigos de revistas,
crônicas e contos, como forma do aluno se identificar, estabelecendo relações entre “ autor – obra -
leitor” e a sua aplicabilidade para a vida de um jovem. O objetivo é produzir maneiras para que o
aluno enxergue os vários “olhares” que se pode ter em um texto e desta visão precisa, saiba
argumentar, comparar e se justificar. Os relatos das ideias que aluno terá, serão produzidos em um
bloco de anotações, onde a cada leitura realizada ele fará comentários e produções, relativas ao que
Optou-se por esse encaminhamento devido ao papel que se atribui ao leitor, uma vez que este é visto como um sujeito ativo no processo de leitura, tendo voz em seu contexto. Além disso, esse método proporciona momentos de debates, reflexões sobre a obra lida, possibilitando ao aluno a ampliação dos seus horizontes de expectativas. Essa proposta de trabalho, de acordo com Bordini e Aguiar (1993), tem como objetivos: efetuar leituras compreensivas e críticas; ser receptivo a novos textos e a leitura de outrem; questionar as efetuadas em relação ao seu próprio horizonte cultural; transformar os próprios horizontes de expectativas, bem como os do professor, da escola, da comunidade familiar e social.
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foi lido. O objetivo deste bloco é verificar as mudanças do pensamento e também as impressões que
as leituras proporcionarão aos alunos.
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Primeira seção:
Oficina nº 1: Conversa inicial, teste vocacional e relato de histórias: (3 horas- aulas)
Fazer várias perguntas que levam o aluno a pensar sobre o momento em que está vivendo:
Após conversar com os alunos, pedir para que realizem um teste vocacional.
Assim que responderem, os alunos somam os valores das respostas e saberão através de
slides qual profissão se enquadra no seu perfil. Haverá um tempo para trocar ideias e verificar se a
pontuação atingida confere com o curso desejado, ou se houve surpresas quanto ao curso sugerido.
- O que você está fazendo aqui? - Quer apenas terminar o Ensino Médio? - Tem metas
para o futuro? - Você já pensou o que vai fazer o resto de sua vida? -Agora que você está
no 3º ano chegou o momento de decidir, seria uma opção ficar em casa? Formar uma nova
família? Estudar? Buscar uma realização profissional? Ser bem sucedido
economicamente?
Atividade extraclasse: Após a leitura do texto “Por parte de pai”, de Bartolomeu
Campos Queirós, relatar a vida escolar ou histórias vividas pelos pais ou avós,
como forma do aluno analisar o passado desta família e sentir necessidade de
refletir e aceitar mudanças.
Relate histórias que seus avós ou pais contam sobre a escola, como foi a
infância deles, qual a formação e o que lembram dos professores ou dos colegas.
Professor: o objetivo desta atividade é utilizar a biografia que relata a vida de indivíduos, em
sua singularidade e é tanto efeito quanto causa das transformações ocorridas em sua época
histórica. Encontrá-las resistentes ao rígido enquadramento teórico que define as
características de um dado período histórico, longe de ser um mal, é um bem,
metodologicamente falando - é a prova definitiva do dinamismo, da riqueza das vidas, de sua
capacidade de fazer história. (CARINO, 1999, p. 158-159).
Teste Vocacional: É um teste com perguntas e respostas que podem orientar sobre possíveis
vocações ou tendências, que uma pessoa pode ter. Para o jovem tem a finalidade de indicar,
através das respostas que ele der, qual curso superior ou profissão é a mais adequada a
seguir. Para obter um resultado, a cada resposta é atribuída um valor.
http://www.easyvectors
.com/browse/other/note
pad-pencil-clip-art-
acesso em 05-11-2013
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Avaliação dos textos produzidos; focalizar na análise da escrita se houve sensibilização com
a formação acadêmica dos pais ou avós. Identificar os efeitos de sentido que são reproduzidos na
marcação do tempo e nos relatos da escola de antigamente. Como o aluno conseguiu visualizar a
escola de seus pais, as possibilidades de estudo e comparar com a realidade.
Um texto literário pode provocar reações diversas nos leitores. Seja qual for a história, o
leitor imagina, recorda situações vividas e tenta assimilar os níveis textuais da informação que lhe é
apresentada. Assim uma obra tem o poder de manifestar sua mensagem literária e acrescentar às
experiências de mundo e de vida que cada leitor pode ter.
Oficina 2: Atividade de leitura e escrita apontando relações dialógicas com o texto: (2 horas-aulas)
Lima Barreto:
Escritor do pré-modernismo que relata o momento em que viveu. Nos seus textos escreve sobre a
discriminação por ser mulato, como era ser funcionário público e sobre as várias tentativas em
mostrar o Brasil de sua época.
Os alunos farão a leitura do conto “O homem que sabia javanês” de Lima Barreto, do qual destaco
um pequeno trecho:
Professor: A teoria conhecida como Estética da Recepção elaborada por Jaus (1994), nela o
autor apresenta sete teses com a finalidade de propor uma metodologia para (re)escrever a
história da literatura: Destaca-se aqui, a primeira tese, onde aborda a relação entre leitor e
texto, afirmando que o leitor dialoga com a obra atualizando-a no ato da leitura e a quarta
tese, na qual aponta a relação dialógica do texto, uma vez que, para o leitor, uma obra
constitui-se de respostas para os seus questionamentos.
— “Eu tinha chegado havia pouco ao Rio e estava literalmente na miséria. Vivia fugido de casa de
pensão em casa de pensão, sem saber onde e como ganhar dinheiro, quando li no Jornal do
Comércio o anúncio seguinte:
"Precisa-se de um professor de língua javanesa. Cartas etc".
Ora, disse cá comigo, está ali uma colocação que não terá muitos concorrentes; se eu capiscasse
quatro palavras, ia apresentar-me.” ( p.9)
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A partir dessa leitura os alunos deverão responder sobre:
O que pensam a respeito de Castelo?
Espera-se que percebam que o personagem foge dos cobradores, engana, finge e até mente
para ganhar dinheiro, ascender socialmente e procurar o reconhecimento de políticos.
Como veem a “ troca de favores” que aparece no texto? Isso acontece nos dias de hoje?
Oficina 3: leitura de HQs de Zé Carioca, personagem criado pela Disney em 1940, divulgado no
Brasil pela Editora Abril, apresenta um personagem com características especiais como; sempre
tenta arrumar comida sem precisar pagar, foge de seus cobradores e é especializado em ser um
conquistador de garotas. (1 hora-aula)
Oficina 4: Ainda de Lima Barreto ler um conto do livro Recordações de Isaías Caminha, do
qual destaco o foco de análise e a reflexão que se fará em sala de aula: ( 2 horas-aulas)
O que você pensa sobre a frase dita pelo personagem no texto lido?
“ É num Brasil burocrático e imbecil que se acham as oportunidades
para as belas páginas da vida.”
Sugestão de leitura extraclasse:
Os alunos lerão gibis do personagem Zé Carioca, de Walt Disney, onde
farão uma análise sobre “ o brasileiro” que é retratado nestas histórias.
Em sala de aula será discutido o que eles pensam sobre:
- Qual é a imagem do trabalhador brasileiro, nestes textos e na realidade?
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Reflexões orais para os alunos:
O que aconteceu? Por que o personagem não foi aceito para a vaga de emprego?
Espera-se que os alunos identifiquem a discriminação racial, a qual impede o personagem
de conseguir o emprego.
Depois da leitura, deve-se conversar sobre o texto e as possibilidades de não ser aceito num
emprego.
Espera-se com essa leitura que o aluno perceba que há possibilidades de ser rejeitado e os
motivos pelos quais hoje, o jovem não consegue emprego?
Este é o momento dos textos dialogarem entre si e abordar as leituras realizadas:
Análise das leituras realizadas dos textos: O homem que sabia javanês, Histórias de Zé Carioca e Recordações do Escrivão Isaías Caminha, destacando as ideias principais:
Com relação ao tema: Qual é o assunto em comum nos três textos? ___________________________________________________
Análise: O que você pensa sobre os textos? ___________________________________________________
O que ficou marcado: Quais impressões destes textos foram significativas? O que se pode levar como reflexões para a vida? __________________________________________________
-“Foi o senhor que anunciou um rapaz para...
- Foi: é o senhor? respondeu-me logo sem me dar tempo de acabar.
- Sou, pois não.
O gordo proprietário esteve um instante a considerar, agitou os pequenos olhos
perdidos no grande rosto, examinou-me convenientemente e disse por fim, voltando-me as
costas com mau humor:
- Não me serve.
- Por quê? atrevi-me eu.
- Porque não me seve. ( capítulo VI )
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Oficina 5 : Análise de Classificados: ( 2 horas-aulas )
recer
serviços.
Organizar a turma em grupos e pedir para observarem os Classificados de Jornais e selecionar os
anúncios dos empregos, analisando os mais oferecidos, ou os mais remunerados. Fazer um
portfólio com recorte dos classificados. Cada grupo deve destacar o mais interessante e colar no
mural da sala.
Segunda seção: Leituras compreensivas e críticas, questionando seu horizonte cultural
Oficina 6 : Preocupando-se com a realidade: ( 4 horas- aulas )
É importante saber sobre o mercado de trabalho, o aluno vai conhecer a realidade das
empresas de sua cidade, irá traçar metas para o futuro e se informar sobre a oferta de empregos.
Apresentar o gênero textual do tipo entrevista. Fazer leituras de várias entrevistas apresentadas em
revistas semanais ou comentar sobre programas de entrevista vistos na televisão, fazendo
observações de como se comporta e o que se pode perguntar...
Após analisar o gênero entrevista, dividir a turma em pequenos grupos para realizarem
entrevistas nas empresas locais, o objetivo é identificar possíveis vagas de emprego. O que
as empresas oferecem de apoio ao jovem que procura o primeiro emprego? Qual a
qualificação solicitada e a remuneração oferecida? Como forma de o aluno entender a
realidade, quais os empregos que exigem maior capacitação ou formação?
Professor: Escolhi trabalhar com classificados por ser um gênero jornalístico com a função sócio comunicativa são textos que procuram anunciar por vendas, trocas, aluga-se ou oferecer
serviços, o objetivo é que o aluno observe as melhores ofertas de emprego.
Professor: O gênero textual entrevista é um conjunto de perguntas elaboradas para uma
ou mais pessoas que tem como objetivo obter respostas sobre vários assuntos. Pode ser uma
atividade oral ou escrita.
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As empresas com maior número de funcionários e que oferecem emprego nesta cidade são:
- Empresa BrFoods, Perdigão, JBS
- Cooperativa Batavo - Frísia
- Supermercado Rickli
- Fazenda Frankana
- Importante conhecer e entrevistar o responsável pela Agência do Trabalhador
Após realizarem as entrevistas, é importante organizar e fazer um apanhado geral sobre o que o
grupo conseguiu coletar. Essa é uma maneira de conhecerem a situação local, no que se refere a
oferta de empregos.
Oficina 7: As várias leituras de texto um literário : ( 2 horas-aulas)
O ato de ler pode ser precedido por levantamento de pressuposições, de hipóteses e até de
reconhecimentos históricos. Os alunos irão falar o que sabem sobre o nordeste, geograficamente e
expor suas ideias sobre o povo nordestino. Será que ainda hoje o povo sofre com a seca, a miséria e
a falta de estrutura?
O livro “O Quinze” (1930) de Rachel de Queiroz, escritora nordestina, que participou da
prosa do modernismo, retratando a seca ocorrida em 1915, mostra a luta do povo contra a seca e a
miséria. O romance apresenta questões sociais e uma análise psicológica de seus personagens que
perderam tudo devido a seca.
O trecho destacado para a leitura e interpretação será do capítulo 12, que apresenta o sofrimento
do personagem Chico Bento, quando mata uma cabra de uma propriedade que invadira e não pode
levar para alimentar sua família. Fica apenas com as tripas e o gosto do sangue nas mãos.
Para que haja a compreensão da narrativa d’O Quinze, o resumo será apresentado pela
professora, mas com a participação dos alunos. Da seguinte maneira: será apresentada a trajetória de
migração da família de Chico Bento, Cordulina e seus filhos, que são envolvidos numa narrativa
social, demonstrando o efeito da seca sobre o sertanejo. Enquanto o resumo é apresentado, os
alunos receberão trechos do romance e ao lerem se esforçarão para completar a história, num painel
em sala de aula, composto por fundo em T.N.T. assim, identificarão os personagens, que serão de
e.v.a. e colados com velcro, neste painel. Será então, uma construção coletiva da história.
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Após a leitura e a montagem da história seguir para as análises:
Pedir para os alunos divididos em grupos, apresentem as diferentes leituras do texto que podem ser
observadas por perspectivas diversas. Esta dinâmica está de acordo com a perspectiva chamada de
“focalização” retirada do livro Texto e Coerência (KOCH) -2011.
Um grupo vai reler o texto e apresentar argumentos sob o aspecto do pai de família, na visão
de Chico Bento. Como esse pai se sente ao ver a cabra, matá-la e depois perdê-la. Por que
ele não reagiu? O personagem Chico Bento era trabalhador rural, foi dispensado dos
serviços, por causa da seca, não era vagabundo e nem bandido. Pedir para os alunos
apresentarem hipóteses sobre quais seriam os sentimentos de Chico Bento ao ser xingado
pelo proprietário da cabra; e qual seriam os motivos que o levaram a não reagir aos insultos.
O outro grupo vai analisar a visão o dono da cabra, que tem dificuldades em manter uma
propriedade com a falta de chuva, de pasto, com poucos animais que ainda sobrevivem, que
dava o sustendo do leite também para a família dele. Vem outra pessoa e mata o seu animal,
quais são os sentimentos deste proprietário?
O próximo grupo irá se colocar na visão da cabra, quais as sensações de sobreviver com a
seca, sem pasto, sem água e de repente perceber que será assassinada.
Para outro grupo será pedido que identifiquem no texto, traços geográficos e também
características que descrevam a seca nordestina, comparem a paisagem apresentada no texto
e os personagens, observando as condições físicas deste, qual a influencia do espaço sobre o
personagem.
Com esse texto o aluno será levado a perceber que às vezes, a vida diz “ não”, como no fato
mencionado, nesta história, a fome levou o personagem a cometer delitos pelo desespero, mas
mesmo assim foi impedido de levar a comida, analisar assim, que a miséria ou a fome não se
justificam com roubo.
Oficina 8: Comparações entre texto literário e artigo de revista: ( 2 horas-aulas)
Após esta leitura, levar os alunos a outras reflexões, relacionando este trecho lido, com os
artigos da revista Veja: “Um deles vai ouvir não” disponível em:
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http://veja.abril.com.br/230998/p_110.html, acessado em 10-09-2013 e “ Estudar vale ouro” disponível
em.http://veja.abril.com.br/100500/p_160.html, acessado em 10-09-2013. A parábola do lenhador,
disponível em: http://www.algosobre.com.br/carreira/a-parabola-do-velho-lenhador.html,
acessado em 10-09-2013.
Espera-se que o aluno perceba como está o mercado de trabalho, quais os requisitos para
conseguir emprego?, qual é a visão das empresas, no que se refere ao jovem que procura o
primeiro emprego?. É importante que o aluno relate para os colegas as impressões sobre os textos
lidos.
Determinação do horizonte de leituras:
Para quê tenho que ler estes textos:
Texto 1: O Quinze
Texto 2: Um deles vai ouvir Não
Textos 3: Estudar vale ouro e O Lenhador
Atendimento ao horizonte das leituras:
O que sei sobre o conteúdo destes textos:
Texto 1: O Quinze
Texto 2: Um deles vai ouvir Não
Textos 3 : Estudar vale ouro e O Lenhador
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Após a comparação das leituras feitas entre O Quinze e os artigos da revista Veja, o aluno será
incentivado a escrever tendo assim consciência das alterações e aquisições dessas leituras:
Oficina 9: Elaboração de Currículo, para se preocupar com a realidade, é necessário que o aluno
pense em sua real situação: ( 1hora-aula)
Ruptura, questionamentos e reações:
A ideia fundamental e a intenção que percebo nos textos
Texto 1: O Quinze
Texto 2: Um deles vai ouvir Não
Textos 3 : Estudar vale ouro, O Lenhador
Elabore um currículo destacando aspectos de sua formação, cursos complementares,
conhecimentos em informática e competência profissional.
“ E antes de se erguer,chupou os dedos sujos de sangue, que lhe deixaram na
boca um gosto amargo de vida.” Na sua opinião escreva: O que faz o jovem
estar preparado para a vida?
Professor: Ao elaborar um Currículum Vitae, termo que veio do latim, significando “
trajetória de vida”, o aluno irá apresentar um resumo das capacitações educacionais ou
acadêmicas para poder se candidatar a um emprego.
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Apresentar para os alunos o seguinte cálculo ou pode-se dizer uma expressão:
Oficina 10: Atividade de expressão oral: ( 3 horas-aulas)
Levar o aluno a entender como deve se comportar em uma entrevista de emprego;
A turma será divida em equipes e irão criar empresas fictícias. Cada “empresa” fará uma
apresentação rápida de seus negócios, o que faz, ou vende, ou qual a prestação de serviço. Os
candidatos escolherão vagas de emprego para essas empresas apresentadas. As supostas empresas
lerão os currículos elaborados pelos colegas e os chamarão para entrevistas. Essas serão realizadas
Consciência das alterações e conclusões sobre as leituras:
Escreva sobre como era valorizado o trabalhador que aparece nos textos lidos e
faça uma projeção para o seu futuro, como você espera ser visto?
Mais ( + ) estudo Menos ( - ) trabalho pesado
Menos ( - ) estudo Mais serviço pesado
Com mais estudo o trabalho é mais leve, pois requer mais conhecimento, exemplo; um
engenheiro ( conhecimento ) ganha em uma semana o que o pedreiro ( serviço pesado )
ganha em um mês. Mostrar a importância da capacitação.
Professor: Sugestões de leituras para essa seção: Quem mexeu no meu queijo?, de Johnson
Spencer, que apresenta reflexões para enfrentar mudanças na vida e como reagir diante do
inesperado. E também Vozes da Ficção: Narrativas do mundo do trabalho, é um livro
de contos literários sobre trabalhadores, com vários autores, de épocas diferentes, onde
os alunos poderão analisar a trajetória e evoluções sobre o assunto trabalho, desde épocas
como O Cortiço até contos mais atuais.
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em sala de aula, onde todos poderão analisar as diferentes situações que podem acontecer numa
entrevista, gênero textual já trabalhadado com o aluno, mas agora ele será o entrevistado.
Terceira seção: Leituras que refletem a opinião do leitor
Oficina 11: Textos que levam a argumentar sobre a realidade: (2 horas-aulas)
Estabelecer relações com leituras e a realidade procurando dar vários sentidos aos textos
lidos. A apresentação de diversos personagens com classes sociais diferentes podem levar o aluno a
desenvolver argumentos sobre a sua visão de mundo. Serão apresentados dois textos de Dalton
Trevisan, escritor paranaense, que apresenta em seus textos, os personagens que vivem à margem
da sociedade, com o intuito do aluno refletir sobre a atuação do homem em sociedade.
Após a leitura do conto “Uma vela para Dário”, debater em sala de aula sobre os “tipos” de
personagens apresentados no texto. Nota-se que, no texto, muitos personagens roubam o morto.
Professor: Na última tese, Jaus apresenta o caráter emancipatório da obra literária
relacionando a experiência da estética com a atuação do homem em sociedade, permitindo
que este desempenhe um papel atuante no contexto social. Compartilhando também dessa
teoria, Wolfgang Iser apresenta a teoria do efeito, a qual reflete sobre o resultado estético
da obra literária no leitor durante a recepção. Sendo assim no ato da escrita ocorre uma
previsão sobre quem será o interlocutor, aquele que dará vida ao texto. Este será
carregado de pistas, estruturas de apelo, as quais direcionam o leitor, orientando-o para
uma leitura coerente. O texto traz lacunas, vazios, que serão preenchidos conforme o
conhecimento de mundo, as experiências de vida, as ideologias, as crenças, ou valores, que
o leitor carrega consigo.
O aluno deverá responder a questões pessoais e também sobre as empresas para as
quais se candidatou, será levado a falar sobre suas qualidades e defeitos, seus
objetivos e suas reações diante de obstáculos... O objetivo é o aluno perceber que
deve estar preparado para quando chegar o momento de uma entrevista real.
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Fazer uma análise com relação ao tempo de duração e a apresentação do espaço na
narrativa?
Levar os alunos a notar que três horas se passaram, o morto é carregado da calçada para a
esquina, da esquina para o taxi, do taxi para a peixaria...
Perguntar aos alunos qual é a análise que se pode identificar a respeito das atitudes dos
personagens? Qual é a classe social desses? Por que agem assim?
Checar hipóteses, com que finalidade ou intenção o autor deste texto escreve?
Qual personagem apresenta consciência da real situação do morto?
A segunda leitura será “Uma negrinha acenando”, também de Dalton Trevisan, que apresenta a
narrativa de uma jovem que mente para os pais que é diarista e na verdade é garota de programa.
Alguns temas para debater:
Buscar novamente a análise da classe social do personagem.
Como é vista a família neste texto?
Cabe aqui uma denúncia social, qual seria?
Podem ser identificados traços de pobreza neste texto?
Que recursos linguísticos são apresentados na construção do enredo?
Quais são os objetivos ao escrever este texto e qual seria o público alvo, esses são
identificados pela análise de quais argumentos utilizados?
Depois da leitura manteve a mesma opinião do que teve previamente quando lhe foi
apresentada a personagem como garota de programa?
... - não tinha os sapatos nem o alfinete de pérola na gravata.
... Dario ficou torto como o deixaram, no degrau da peixaria, sem o relógio de pulso.
... O guarda aproximou-se do cadáver e não pôde identificá-lo — os bolsos vazios
... espera do rabecão. A cabeça agora na pedra, sem o paletó, e o dedo sem a
aliança... Texto extraído do livro "Vinte Contos Menores", Editora Record – Rio de Janeiro, 1979, pág. 20.
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Oficina 12: Leituras e realidades – ampliando o horizonte de leituras: ( 3 horas- aulas )
Muitas revistas semanais e também os jornais apresentam um retrato do que acontece no
Brasil e no mundo. São artigos, reportagens ou entrevistas que denunciam problemas sociais.
Levar revistas para que os alunos escolham um assunto, que será lido por todos e servirá de
base para escrever artigo de opinião. Nesta atividade será utilizada a internet para relatar, via
email, a opinião do leitor. As revistas possuem um espaço, chamado “Opinião do leitor”,
onde as melhores opiniões, escritas por email ou cartas, acabam sendo publicadas em
futuras edições. O objetivo é que o leitor se esforce para transmitir a opinião sobre o que foi
lido e esta seja publicada.
Oficina 13: A internet oferece uma grande quantidade de crônicas de vários assuntos. Os alunos
irão pesquisar, farão leituras e darão sua opinião a respeito das leituras, a fim de ampliar sua visão
de mundo. (1 hora-aula)
Como sugestão:
Análise sobre o conto: Fixando-se na personagem principal da história, leia
esta frase abaixo e argumente em um texto sobre os temas que podem ser
identificados neste conto: a pobreza que leva a situações extremas, ou a
infância explorada, ou sobre a não consciência dos direitos humanos.
“ O sorriso puro dessa grande festa de viver”
O artigo de opinião é um gênero textual pertencente ao âmbito jornalístico e tem por finalidade a
exposição do ponto de vista acerca de um determinado assunto. Tal qual a dissertação, ele também se
compõe de um título, um parágrafo introdutório o qual se caracteriza como sendo a introdução, ao
explanar de forma geral sobre o assunto do qual discutirá. Disponível em:
http://www.portugues.com.br/redacao/artigo-opiniao-.html Acesso em 24-09-20143
Sugestão de leitura extraclasse: “ A forma como você conta sua história muda sua própria vida” da
cronista Eliane Brum, Disponível em: [email protected], Repórter especial de ÉPOCA, integra a equipe da revista
desde 2000. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de Jornalismo. É autora de A Vida Que Ninguém Vê
(Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua (Globo)
Crônicas de Luís Fernando Veríssimo. Disponível em:
(http://pensador.uol.com.br/cronicas_de_luis_fernando_verissimo/, http://pt.scribd.com/doc/10940016/Cronicas-Selecionadas-Do-
Jornal-Estadao-Luis-Fernando-Verissimo)
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Quarta seção: Seminário de “Apresentação dos resultados” ( 4 horas-aulas )
Os alunos apresentarão para colegas do 3º e 2º anos do Ensino Médio, para profissionais e empresários da
comunidade, bem como para a equipe pedagógica e direção do Colégio Estadual Julia Wanderley, as
conclusões que obtiveram das leituras e pesquisas realizadas durante o projeto: Histórias para mudar a
minha história.
O objetivo é expor para a comunidade escolar quais são as necessidades que Carambeí apresenta em termos
de investimentos no ramo empresarial e oferta de emprego, os grupos irão apresentar conclusões sobre:
Apresentar quais são as capacitações em termos universitários ou técnicos que a cidade necessita
Investimentos em empresas no local, abertura de vagas para empregos e a vinda de cursos
profissionalizantes para a cidade.
Com o tema “Meu primeiro emprego pode ser o meu primeiro negócio”, o que os alunos
consideram que pode “dar certo” no ramo empresarial em Carambeí.
Apresentação de novas tendências para o mercado empresarial, como;
1) As empresas virtuais podem dar certo em Carambeí?
2) Dicas sobre quais seriam as possibilidades de se abrirem novos empreendimentos para esta
cidade.
21
Referências:
BARRETO, Afonso Henriques Lima, Recordações do escrivão Isaías, editora Posigraf, 1997
BARRETO. Afonso Henriques Lima, O homem que sabia javanês,Curitiba, editora Posigraf,
1997
CAMPOS, C.A.; FREDERICO, E.Y.;GALVÃO, W.N.; REIS, Z.C. ( orgs) Vozes da Ficção:
Narrativas do trabalho, 1 ed – São Paulo: Expressão Popular, 2011 – (Literatura e trabalho) 200p.
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