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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO

PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA TURMA – PDE/2013

Título: As fábulas como estratégias de ensino para incentivar a leitura e a produção escrita

Autor Aparecida de Almeida Neves

Disciplina/Área (ingresso no

PDE)

Língua Portuguesa

Escola de Implementação do Projeto e sua localização

Colégio Estadual 11 de Abril – Ensino Fundamental e Ensino Médio Avenida Presidente Tancredo de Almeida Neves, 440

Município da escola Tapejara

Núcleo Regional de

Educação

Cianorte

Professor Orientador Ms. Nilda Aparecida Barbosa

Instituição de Ensino

Superior

UEM – Universidade Estadual de Maringá

Relação Interdisciplinar Não

Resumo A produção didático-pedagógica trata-se de uma sequência didática para incentivar a leitura e a produção escrita por meio de fábulas de Esopo e La Fontaine em um 6º ano do Ensino Fundamental. A ideia de trabalho com o gênero discursivo fábulas deu-se devido à inquietude em relação ao fato de que a maioria dos alunos não compreende o que lê, pois muitas vezes apenas consegue decodificar os códigos não conseguindo dar sentido ao ato de ler. Isso tem levado os alunos a sérios problemas de aprendizagem, pois, a leitura é condição imprescindível para que tenham êxito em sua aprendizagem. Por isso, com essa sequência didática espera-se incentivar o gosto pela leitura e, ao mesmo tempo ampliar o universo de conhecimentos do aluno por meio da escrita.

Palavras-chave (3 a 5

palavras)

Aluno. Fábula. Leitura. Produção Escrita.

Formato do Material

Didático

Sequência Didática

Público Alvo Alunos do 6º ano do Ensino Fundamental

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1. APRESENTAÇÃO

Esta produção didático-pedagógica trata-se uma sequência didática para

incentivar a leitura e a produção escrita por meio de fábulas de Esopo e La

Fontaine em um 6º ano do Ensino Fundamental.

Uma sequência didática, na visão de Dolz, Noverraz e Schnewly (2004) são

instrumentos que podem guiar professores, proporcionando intervenções sociais

ações recíprocas dos membros do grupo e intervenções formalizadas na escola,

importantes para a organização da aprendizagem em geral e para o progresso de

apropriação de gêneros em particular.

Com isso, percebe-se que uma sequência didática quando bem elaborada

pode levar o aluno a construir habilidades necessárias à produção ou compreensão

de um determinado gênero.

Assim, a sequência didática a ser proposta contemplará um conjunto de

atividades planejadas e ligadas entre si, para tentar incentivar a leitura e a

produção escrita do aluno na escola.

No entanto, de modo algum esperamos que essa sequência didática seja um

modelo a ser seguido rigorosamente pelo(a) professor(a), mas uma produção

didático pedagógica que auxilie aqueles que veem nas fábulas um modo de

trabalhar a leitura e a produção escrita na sala de aula.

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2. MATERIAL DIDÁTICO

2.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

De acordo com Silva (2010) a leitura ocupa um espaço privilegiado não só

no ensino de Língua Portuguesa, mas também no ensino de todas as disciplinas

acadêmicas que objetivam a transmissão de cultura e de valores para as novas

gerações.

Neste sentido, a leitura é entendida por Bamberger (2004) como sendo um

processo perceptivo durante o qual se reconhece símbolos. Em seguida, acontece

a transferência para conceitos intelectuais. Tal tarefa mental se amplia num

processo reflexivo à proporção que as ideias se ligam em unidades de pensamento

cada vez maiores.

Para ler, segundo Solé (1998, p. 24) é preciso:

[...] dominar as habilidades de decodificação e aprender as distintas estratégias que leva à compreensão [...]. Também se supõe que o leitor seja o processador ativo do texto, e que a leitura seja um processo constante de emissão e verificação de hipóteses que levam à construção da compreensão do texto e do controle desta compreensão – de comprovação de que a compreensão realmente ocorra.

Sobre a leitura, Val (2006, p. 21) ressalta que ela é uma atividade:

[...] que se insere num contexto social, envolvendo disposições atitudinais e capacidades que vão desde a decodificação do sistema de escrita até a compreensão e a produção de sentido para o texto lido. Abrange, pois, desde capacidades desenvolvidas no processo de alfabetização “stricto sensu” até capacidades que habilitam o aluno à participação ativa nas práticas sociais letradas que contribuem para o seu letramento.

Vê-se que o ato de ler implica troca de sentidos não só entre o escritor e o

leitor, mas também com a sociedade, pois os sentidos são resultado de

compartilhamentos de visões do mundo entre os homens e o espaço. De acordo

com Cosson:

Ao ler, estou abrindo porta entre meu mundo e o mundo do outro. O sentido do texto só se completa quando esse trânsito se efetiva, quando se faz a passagem de sentidos entre um e outro. [...]. O bom leitor, portanto, é aquele que agencia com os textos os sentidos do mundo [...] (COSSON, 2012, p. 27).

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Diante de tal fato, Peres (2005) complementa que o ato de ler passa a ser

considerado como um elemento catalisador do indivíduo na sociedade, uma vez

que capacita a produzir leituras diferentes de um mesmo texto.

Com isso, percebe-se a importância da leitura. Consequentemente, ela

precisa ser trabalhada na escola de modo significativo para o aluno. Assim,

Bamberger (2004, p. 8) recomenda “[...] que ela seja, ao mesmo tempo, uma

experiência agradável e uma porta para o conhecimento”.

Para um ensino eficaz da leitura na escola, Staiger (1973 apud

BAMBERGER, 2004) elenca alguns pontos importantes, a saber:

Incentivo ao pleno uso das potencialidades do aluno em sua leitura, de

modo a influir ao máximo no seu bem-estar e levá-lo à autorrealização;

Emprego eficiente da leitura com um instrumento de aprendizado e crítica

e também de relaxamento e diversão;

Ampliação constante dos interesses de leitura dos alunos;

Estímulo a atitudes que levem a um interesse permanente pela leitura de

muitos gêneros e para inúmeros fins.

Tudo isso se faz necessário porque a leitura, segundo as Diretrizes

Curriculares do Estado do Paraná da Língua Portuguesa (DCEs, 2008) precisa ser

compreendida como um ato dialógico, interlocutivo, que envolve demandas sociais,

históricas, políticas, econômicas, pedagógicas e ideológicas de determinado

momento.

Entretanto, para que isso seja possível é preciso que a leitura seja uma

constante na escola, visto que, conforme Cagliari (1995) a atividade fundamental

desenvolvida pela escola para a formação dos alunos é a leitura.

No atual contexto, a leitura torna-se imprescindível, pois o aluno tem

chegado no 6º ano do Ensino Fundamental com grande dificuldade no ato de ler,

uma vez que apenas decodifica os códigos escritos e não compreende o que leu.

Por isso, para que o aluno consiga desenvolver uma leitura com mais

facilidade e de maneira mais adequada, Menegassi (2005) propõe que sejam

utilizadas estratégias de leitura, pois são relevantes para a formação de um leitor

competente, que consiga ler qualquer texto da sociedade, compreendê-lo e fazer

uso de seus conhecimentos para conseguir transitar pelo corpo social em que

convive.

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Neste sentido, cabe esclarecer que estratégias, segundo Menegassi (2005,

p. 77) “são procedimentos conscientes ou inconscientes utilizados pelo leitor para

decodificar, compreender e interpretar o texto e resolver os problemas que

encontra durante a aula”.

Solé (1998) complementa que ao serem ensinadas estratégias de

compreensão leitora deve-se predominar a construção e o uso de procedimentos

de tipo geral, que possam ser transferidos sem maiores dificuldades para situações

de leituras múltiplas e variadas.

Dessa forma, percebe-se que o ensino das estratégias de compreensão

leitora são importantes para que os alunos possam tornar-se leitores competentes.

Para a compreensão leitora, Solé (1998) propõe estratégias fundamentais, a

saber: definição do objetivo da leitura, atualização de conhecimentos prévios,

previsão, inferência e resumo. Para tanto, a autora sugere que, ensino de

estratégias de leitura se dê por meio de três momentos:

Pré-leitura: aqui são necessários seis passos importantes para a

compreensão leitura (ideias gerais, motivação para a leitura, objetivos da

leitura, revisão e atualização do conhecimento prévio, estabelecimento de

previsões sobre o texto e formulação de perguntas sobre o texto);

Durante a leitura: nessa fase da leitura, são sugeridas as tarefas de leitura

compartilhada, onde professor e alunos assumem a responsabilidade de

organizar a tarefa e de envolver os outros no ato de ler. Para tanto, o

professor conduz o aluno por meio de quatro estratégias básicas:

primeiro, se encarrega de fazer um resumo do que foi lido para o grupo e

solicita sua concordância, logo em seguida, são solicitadas explicações ou

esclarecimentos sobre determinadas dúvidas do texto, após são

formuladas uma ou algumas perguntas aos alunos, cuja resposta torna a

leitura necessária. Por fim, são estabelecidas suas previsões sobre o que

ainda não foi lido, reiniciando-se assim o ciclo (ler, resumir, solicitar

esclarecimentos e prever), desta vez a cargo de outro responsável ou

moderador;

Pós-Leitura: nessa fase é preciso ensinar a ideia principal existente no

texto, é preciso ainda o ensino do resumo do texto, onde o aluno pode por

meio dele identificar a ideia principal do texto e seus detalhes

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secundários. Além disso, é preciso formular perguntas e respostas para

que o aluno possa continuar aprendendo.

Com isso, percebe-se que, segundo Solé (1998) as estratégias de leitura

podem ser usadas antes, durante e após a leitura. Goodman (1987; SMITH, 1991

apud MENEGASSI, 2005) também sugerem outras estratégias de compreensão

leitora. São elas:

Seleção: ações que possibilitam ao leitor ater-se apenas ao que lhe é útil

para a compreensão do texto, desprezando aquilo que é irrelevante. Essa

etapa é uma importante etapa, visto que, a seleção é um recurso valioso

para a escolha de textos e também de suas ideias relevantes;

Antecipação: são predições que o leitor constrói sobre o texto que está

lendo, ou seja, durante a leitura do texto, o leitor cria hipóteses e

previsões sobre os significados a partir das informações explícitas e

implícitas constantes no texto que poderão ser confirmadas ou não ao

longo do texto;

Inferência: são ações que unem o conhecimento que não está explícito no

texto, porém possível de ser captado, com o conhecimento que o leitor

tem sobre o assunto. É uma ponte de sentido que o leitor cria com o texto

lido, construindo uma nova informação, que não existia antes no texto,

nem no leitor;

Verificação: esta estratégia vai permitir que se verifique com exatidão se

as demais estratégias escolhidas pelo leitor até o momento estão sendo

eficazes ou não. A cada confirmação das predições levantadas e das

inferências realizadas, mais seguro o leitor se sente, possibilitando-lhe

uma melhor construção de sentido para o texto. No entanto, caso a

verificação mostre que suas hipóteses de significado estão inadequadas,

cabe ao leitor alterar as estratégias, possibilitando uma escolha mais

adequada ao texto trabalhado.

Além das estratégias de leituras, Menegassi (2010) também destaca

algumas etapas importantes para o processo de leitura na escola, a saber:

Decodificação: é a primeira das etapas do processo de leitura, a partir da

decodificação do signo linguístico é que decorre todo o processo de

leitura, ou seja, sem ela, todo o processo fica confinado e não permite que

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as demais etapas se concretizem. A decodificação é o resultado do

reconhecimento dos símbolos escritos e da sua ligação com um

significado. No entanto, o mero reconhecimento de letras e sua ligação

com significados não implica em leitura. Por isso, a decodificação, deve

ser aliada à compreensão, além disso, uma decodificação mal feita

compromete em compreensão malsucedida;

Compreensão: compreender um texto é captar sua temática, ou seja, é

resumi-lo. Para tanto, se faz necessário que o leitor reconheça as

informações e os tópicos principais do texto, assim como dominar as

regras sintáticas e semânticas da língua usada. Além disso, é preciso que

o leitor conheça as regras textuais do gênero que está lendo, para

compreender a significação pretendida pelo autor, o que possibilita a

produção de sentidos, em função da situação de leitura determinada pelo

momento em que o leitor se encontra diante do texto no que se refere à

compreensão;

Interpretação: a interpretação é a etapa de utilização da capacidade

crítica do leitor, é o momento em que ele analisa, reflete e julga as

informações que lê. Para que a interpretação aconteça, é preciso que a

compreensão a preceda, caso contrário, não há possibilidade de sua

manifestação. Assim, ao compreender, o leitor faz uso de seus

conhecimentos anteriores, que se interligam aos conteúdos que o texto

apresenta. Com isso, o leitor tem a oportunidade de aliar os

conhecimentos que possui aos conteúdos que o texto fornece, ele amplia

seu acervo de conhecimentos e informações, reformulando conceitos e

ampliando seus conhecimentos prévios sobre a temática do texto. Nessa

fase, o leitor pode produzir um novo texto, uma vez que, a manifestação

da leitura ocorre por meio de informações diferenciada do texto original;

Retenção: essa etapa é responsável pelo armazenamento das

informações mais importantes na memória do leitor. Ou seja, para haver

retenção é preciso ter compreensão e interpretação do texto por parte do

leitor.

Cosson (2012) também contribui com as reflexões ao elencar modos

(etapas) de compreender a leitura. Segundo o autor, a primeira etapa refere-se à

antecipação que consiste nas várias operações que o leitor realiza antes de

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penetrar no texto propriamente dito. Assim, são relevantes tanto os objetivos da

leitura que levam o leitor a adotar posturas diferenciadas diante do texto quanto os

elementos que compõem a materialidade do texto. A segunda etapa é a decifração,

pois para ela se faz preciso o domínio das letras e das palavras. Assim, quanto

maior for a familiaridade e o domínio delas, mais fácil será a decifração. A terceira

etapa é a interpretação que é entendida como as relações estabelecidas pelo leitor

quando processa o texto. Para tanto, o leitor precisa fazer inferências, ou seja, ele

precisa entretecer as palavras com o conhecimento, em um diálogo que envolve

autor, leitor e comunidade.

Essas considerações foram necessárias, pois como já pontuado a leitura

exerce um importante papel na aprendizagem, ou seja, ela é fundamental para o

bom rendimento escolar do aluno, inclusive na sua produção escrita. Por isso, a

leitura precisa ser trabalhada em sala de aula, mas precisa ser abordada de uma

forma agradável e significativa para o aluno.

Sendo assim, para desenvolver esse trabalho optamos pelo estudo do

gênero discursivo fábulas. Passamos em seguida, a elencar alguns de seus

elementos importantes para o nosso trabalho.

Para Bagno (2004) as fábulas podem ser entendidas como sendo gêneros

literários muito antigos que encontra em praticamente todas as culturas e em todos

os períodos históricos. Além disso, são consideradas narrativas pequenas que tem

por objetivo ilustrar algum vício ou virtude, e termina inevitavelmente com uma lição

de moral.

Nesse contexto, enfatiza-se que:

A fábula é uma narrativa curta, que apresenta, via de regra, uma moralidade ao final: essa moralidade, em última análise, é um provérbio, uma máxima reveladora de uma visão estática de mundo, que expressa o senso comum. De modo geral, as personagens são animais que assumem comportamento humano, revelando questões relacionadas às relações éticas, políticas ou questões de comportamento (ABÍLIO; MATTOS, 2006, p. 86).

Sobre as fábulas, Machado (1994) esclarece que esses gêneros discursivos

têm o intuito inicial de transmitir um ensinamento, ou seja, as fábulas têm uma linha

moral.

Devido às características que lhes são inerentes, o professor pode explorar

o contexto das fábulas, observando que estas foram lidas, relidas e reescritas

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através dos tempos. Compreender essas mudanças, ao revisitar as fontes e suas

posteriores transformações, é uma forma de ampliar a leitura do aluno e seu

conhecimento de mundo.

Por isso, as fábulas podem ser consideradas estratégias importantes, pois

podem fazer com que o aluno tenha maior interesse pela leitura e,

consequentemente pela escrita.

Tendo maior interesse pela leitura e pela escrita, na visão de Soares (2000)

podem-se inserir os alunos em práticas de letramento, visto que serão criadas

condições para que eles se envolvam de forma consciente e crítica nas muitas e

variadas práticas sociais de leitura e de escrita.

Para a mesma autora, o letramento refere-se ao indivíduo que não só sabe

ler e escrever, mas usa socialmente a leitura e a escrita, pratica a leitura e a

escrita, posiciona-se e interage com as exigências da sociedade diante das

práticas de linguagem, demarcando sua voz no contexto social.

O letramento também é retratado por Cosson (2012, p, 11) ao esclarecer

que este termo trata-se “[...] não da aquisição da habilidade de ler escrever, como

concebemos usualmente a alfabetização, mas sim da apropriação da escrita e das

práticas sociais que estão a ela relacionadas”.

Por isso, para ir além da simples habilidade de ler e escrever é que o

letramento, neste caso em particular, o literário (a partir das fábulas) é de

fundamental importância no processo educativo. Pois, na escola, segundo Cosson

(2012) a leitura literária tem a função de ajudar a ler melhor, não apenas porque

possibilita a criação do hábito de leitura ou porque seja prazerosa, mas sim, e,

sobremaneira, porque fornece como nenhum outro tipo de leitura faz, os

instrumentos necessários para conhecer e articular com proficiência o mundo feito

de linguagem.

Diante disso, é que se propõe o uso do gênero discursivo fábulas como

importantes estratégias para trabalhar a leitura e a produção escrita no contexto

escolar.

2.2 SEQUÊNCIA DIDÁTICA

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A moral é um conjunto de valores, como a honestidade,

a bondade, a virtude, considerados universalmente

como norteadores das relações sociais e da conduta

dos homens. Por meio da moral, geralmente costumam

ser definidos quais comportamentos são

aceitáveis na sociedade e quais não são (OLIVEIRA, RODRIGUES; CAMPOS,

2009).

O QUE É UMA FÁBULA?

A palavra fábula veio do verbo latino fabulare, que significa “conversar,

narrar” (OLIVEIRA; RODRIGUES; CAMPOS, 2009).

As fábulas podem ser entendidas como sendo gêneros literários muito

antigos que encontra em praticamente todas as culturas e em todos os períodos

históricos. Além disso, são consideradas narrativas pequenas que tem por objetivo

ilustrar algum vício ou virtude, e termina inevitavelmente

com uma lição de moral (BAGNO, 2004).

Para Abílio e Mattos (2006) as fábulas são

narrativas curtas, que apresentam uma moralidade ao

final, geralmente é um provérbio, uma máxima

reveladora de uma visão estática de mundo, que

expressa o senso comum. Além do mais, as

personagens são animais que assumem comportamento

humano, revelando questões relacionadas às relações

éticas, políticas ou questões de comportamento.

As fábulas são narrativas curtas que costumam apresentar uma

moral, ou seja, um ensinamento. As personagens são animais que

agem como seres humanos: pensam, falam, discutem, têm

sentimento. Nessas histórias, os defeitos e as virtudes das pessoas

são mostrados por meio de comportamento dos animais

(SOUZA; CAVÉQUIA, 2009, p. 85).

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Sobre as fábulas, Machado (1994) complementa que são gêneros

discursivos cujo intuito inicial é transmitir um ensinamento, ou seja, as fábulas têm

uma linha moral.

Assim, ao ler uma fábula tem-se a oportunidade de refletir sobre diferentes

assuntos, pois nessas histórias os defeitos humanos são mostrados por meio do

comportamento de animais (SOUZA; CAVÉQUIA, 2009).

Geralmente, os animais que costumam ser as personagens desse gênero de

texto, segundo os mesmos autores apresentam as seguintes características:

Rato

É um animal pequeno e aparentemente frágil. No entanto, utiliza toda a sua

esperteza e sua agilidade quando se sente ameaçado.

Lembrada principalmente por sua lentidão, a tartaruga muitas vezes se

vale de sua persistência e sabedoria para atingir seus objetivos.

Tartaruga

Raposa

Considerada orgulhosa, astuta e traiçoeira, a raposa sempre tenta agir de

maneira a obter vantagens e a não se deixar enganar.

Gosta de passar o tempo cantando e não se preocupa com trabalho. Para ela, o

importante é aproveitar a vida sem se preocupar com o futuro.

Cigarra

Formiga

A característica mais marcante da formiga é a dedicação ao trabalho. A

organização e a cooperação também fazem parte de seu comportamento.

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História das Fábulas

As fábulas mais antigas que conhecemos

começaram a ser contadas no Oriente, milhares

de anos atrás. De onde hoje fica a Índia, elas

migraram para a Pérsia e se espalharam pela

Grécia Antiga.

O primeiro contador do Ocidente foi o grego

Esopo (século VI antes de Cristo). Aliás, Esopo

não deixou nenhuma fábula escrita, pois só as

contava oralmente. Quem escreveu suas histórias

eram outros autores, entre eles, seu grande

admirador, o romano Fedro.

Durante a Idade Média, as fábulas gregas e

romanas foram redescobertas. O famoso pintor

Leonardo da Vinci (1452-1519) se interessou

muito por elas e as reescreveu em italiano. O

escritor Jean de La Fontaine (1621-1695) obteve

muito sucesso ao traduzi-las em versos para o

francês. La Fontaine gostava tanto dessas

histórias que até chegou a inventar suas próprias

fábulas [...] (OLIVEIRA; RODRIGUES; CAMPOS,

2009, p. 56).

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Você Sabia?

Professor(a),

Devido às características que lhes são inerentes, o professor pode

explorar o contexto das fábulas, observando que estas foram lidas,

relidas e reescritas através dos tempos. Compreender essas mudanças, ao

revisitar as fontes e suas posteriores transformações, é uma forma de

ampliar a leitura do aluno e seu conhecimento de mundo.

Por isso, as fábulas podem ser consideradas estratégias

importantes, pois podem fazer com que o aluno tenha maior interesse

pela leitura e, consequentemente pela escrita.

Na verdade, sabe-se pouco da história de Esopo, que parece ter levado uma

vida muito interessante no século VI antes de Cristo. Talvez ele tenha nascido

na África, porque muitos dos animais que ele cita em suas fábulas são de

origem africana.

Dizem que ele era muito feio, deformado e até escravo. Teria conseguido sua

liberdade e viajou pelo mundo, conhecendo muitas culturas diferentes. Esopo,

um criador de confusão, teria tido uma morte violenta, foi jogado de um

penhasco pelos moradores enfurecidos da ilha de Delfos (OLIVEIIRA;

RODRIGUES; CAMPOS, 2009).

Jean de La Fontaine nasceu na França, em 1621. Quase virou padre, acabou

estudando Direito, mas que ele fez durante toda a vida foi mesmo escrever

literatura! Quando tinha quase 60 anos resolveu trabalhar em suas fábulas,

reescrevendo em versos muitas histórias de Esopo e de Fedro (OLIVEIIRA;

RODRIGUES; CAMPOS, 2009).

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O Rato do Mato e o Rato da Cidade

Um ratinho da cidade foi uma vez convidado para ir à casa de

um rato do campo. Vendo que seu companheiro vivia pobremente

de raízes e ervas, o rato da cidade convidou-o a ir morar com ele:

– Tenho muita pena da pobreza em que você vive – disse. –

Venha morar comigo na cidade e você verá como lá a vida é mais

fácil.

Lá se foram os dois para a cidade, onde se acomodaram numa

casa rica e bonita.

Foram logo à despensa e estavam muito bem, se

empanturrando de comidas fartas e gostosas, quando entrou uma

pessoa com dois gatos, que pareceram enormes ao ratinho do

campo.

Os dois ratos correram espavoridos para se esconder.

Professor (a),

Nessa sequência didática vamos estudar as fábulas, onde serão contemplados um

conjunto de atividades de leitura, compreensão, interpretação e análise linguística, para

tentar incentivar a leitura e a produção escrita do aluno na escola.

Sendo assim, as atividades propostas na fábula “o rato do mato e o rato da

cidade” visam desenvolver momentos de leitura e escrita, por meio da compreensão do

texto lido. Para tanto, sugere-se que sejam feitas leituras da fábula, a escolha do

professor, podendo ser silenciosa, em voz alta, em forma de jogral dividindo a sala em

dois grupos, etc. para compreensão do texto. Para somente depois, solucionar as

atividades propostas.

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– Eu vou para o meu campo – disse o rato do campo quando o

perigo passou. – Prefiro minhas raízes e ervas na calma, às suas

comidas gostosas com todo esse susto.

Moral

Mais vale magro no mato, que gordo na boca do gato.

Fonte: Abreu et al. (2000).

Glossário

Acomodaram: acolheram

Espavoridos: assustados

Fartas: muitas

Atividades de Leitura, Interpretação e Compreensão

1) O texto que você acabou de ler é uma fábula. Comente essa afirmação,

destacando características desse gênero literário.

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

2) Leia a fábula e discuta com um colega sobre ela, destacando o significado

da história.

3) O que encontramos na cidade que não tem no campo?

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

4) Se você fosse o rato do mato agiria como ele agiu? Justifique sua

resposta.

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__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

5) Explique com suas palavras a moral da fábula “mais vale magro no mato,

que gordo na boca do gato”.

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

Atividades de Análise Linguística

1) (Fernandes, 2001) Assinale cada uma das frases abaixo com a letra A,

quando o fato representa o que realmente aconteceu no reino animal, e com a letra

B, quando representa o que pode acontecer com os seres humanos.

( ) Gatos comem ratos.

( ) Ratos vivem em tocas.

( ) Ratos fazem festas.

( ) Gatos andam nos telhados.

( ) Ratos usam armas.

( ) Ratos marcham para batalhas.

( ) Ratos têm exército.

2) Os dois ratos correram “espavoridos” para se esconder. A palavra

destacada é pode ser substituída por:

a) Assustados

b) Seguros

c) Determinados

d) Decididos

e) Firmes

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3) Identifique as características das personagens:

a) rato do mato:

__________________________________________________________

__________________________________________________________

b) rato da cidade:

__________________________________________________________

__________________________________________________________

4) A fábula “o rato do mato e o rato da cidade” ensina que:

a) Para conquistar comida vale qualquer sacrifício.

b) Se pode fazer qualquer coisa para conseguir comida.

c) A fome é a inimiga da perfeição.

d) Mais vale uma vida sossegada do que uma mesa farta.

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A Cegonha e a Raposa

Um dia, a raposa, que era amiga da cegonha, convidou-a para

jantar. Mas preparou para a amiga uma porção de comidas moles,

líquidas, que serviu sobre uma pedra lisa.

Ora, a cegonha, com seu longo bico, por mais que se

esforçasse só conseguia bicar a comida, machucando o bico sem

comer nada.

A raposa insistia para que a cegonha comesse, mas ela não

conseguia, e acabou indo para casa com fome.

Em outra ocasião, a cegonha, convidou a raposa para jantar

com ela.

Preparou comidas cheirosas e colocou em vasos compridos e

altos, onde seu bico entrava com facilidade, mas o focinho da

raposa não alcançava.

Professor (a),

A seguir sugerimos atividades para serem trabalhadas com a fábula “a cegonha e

a raposa”, onde serão priorizadas a leitura e a escrita. Por isso, sugere-se que sejam

mostradas imagens dos personagens, bem como desenhos das personagens feitos pelos

próprios alunos. Somente depois é que devem ser realizadas as atividades propostas.

Quanto à leitura, a mesma pode dar-se de várias maneiras, onde o aluno pode ser

questionado a respeito da atitude da cegonha para com a raposa e vice-versa. Podem

ainda serem feitas reflexões a respeito das qualidades dos seres humanos observadas com

a fábula. Além disso, a escrita será reforçada por meio de várias atividades inclusive por

meio da escrita de convite.

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Então, foi a raposa que voltou para casa desapontada e

faminta.

Moral

Nunca faça com o outro aquilo que você não quer que faça com

você.

Fonte: Abreu et al. (2000).

Glossário

Desapontada: triste

Insistia: pedir algo muitas vezes

Ocasião: momento oportuno

Atividades de Leitura, Interpretação e Compreensão

1) Volte à história e releia os quatro primeiros parágrafos. Depois, responda:

a) Quem era a raposa no início da história?

__________________________________________________________

__________________________________________________________

b) O que a raposa preparou para a cegonha jantar? Onde ela serviu o

jantar?

__________________________________________________________

__________________________________________________________

c) A cegonha conseguiu jantar? Justifique sua resposta.

__________________________________________________________

__________________________________________________________

2) Discuta com um colega, em seguida, responda as questões abaixo:

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a) A fábula mostra alguns vícios e defeitos das personagens que também

podemos encontrar nos seres humanos. Liste alguns desses vícios e

defeitos e depois procure os sinônimos no dicionário.

Cegonha:

___________________________________________________________

___________________________________________________________

___________________________________________________________

Raposa:

__________________________________________________________

__________________________________________________________

__________________________________________________________

b) Em sua opinião, quais eram as reais intenções da raposa e da cegonha?

__________________________________________________________

__________________________________________________________

c) Qual a sua opinião sobre a atitude da raposa e da cegonha? O que você

faria no lugar delas? Justifique.

__________________________________________________________

__________________________________________________________

3) Aproveitando a oportunidade para reforçar o gênero “convite”. Escreva um

convite imaginando o que a cegonha poderia escrever para a raposa ou o que a

raposa poderia escrever para a cegonha.

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4) Escreva com suas palavras como a cegonha e a raposa serviram o jantar

uma para a outra.

Cegonha

Raposa

5) A fábula traz um ensinamento ao leitor. Qual ensinamento é este?

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

Atividades de Análise Linguística

1) Esse texto lido é:

a) Uma poesia

b) Uma fábula

c) Um conto de fadas

d) Um texto informativo

2) Quem são as personagens dessa fábula e quais características

apresentam.

Page 23: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · compartilhamentos de visões do mundo entre os homens e o espaço. De acordo ... previsões sobre o texto e formulação de perguntas

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

3) Você daria outro título para à fábula? Qual? Justifique sua resposta.

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

4) (Ferreira et al., 2009) Ter um bom vocabulário ajuda muito na

compreensão da fábula. Nessa atividade, você ampliará seu vocabulário, para isso,

leia as palavras dos quadros abaixo e procure no dicionário seu significado.

preparar porção esforçar

machucar insistir

facilidade desapontada faminta

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

5) Complete a fábula utilizando o banco de dados abaixo.

Um dia a raposa, que era _______ da cegonha, convidou-a para ______.

Mas preparou uma porção de ___________, líquidas, que ela servia

sobre uma pedra lisa.

Ora, a cegonha, com seu longo bico, por mais que se esforçasse só

conseguia bicar a comida, ____________ seu bico e não comendo nada.

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A raposa ________ para que a cegonha comesse, mas ela não

conseguia, e acabou indo para casa com fome.

Então a cegonha, em outra ocasião, convidou a ________ para jantar

com ela.

Preparou comidas cheirosas e colocou em ____________ e altos, onde

seu bico entrava com facilidade, mas o focinho da raposa não alcançava.

Foi a vez da raposa voltar para casa __________ e faminta.

Banco de Dados

jantar – desapontada – machucando – amiga – vasos

compridos – comidas moles – insistia – raposa.

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A Mercadora de Leite e seus Cálculos

Alegre vinha para a cidade uma camponesa trazendo à cabeça

bojuda bilha de leite. “Hei de vendê-lo todo”, dizia, “e com o favor de

Deus, sempre hei de achar no lucro o preço de uma linda frangalhona”.

Há de ser tão bonita, quão boa poedeira, pois hei de escolhê-la por certo

sinal que nunca falha. De cada postura dar-me-há dezoito ovos, e,

emprestando-me a vizinha alguma galinha choca, de mês em mês terei

uma ninhada de dezoito pintinhos. Como são bonitos, como medram! Os

machos vou-os vendendo, e ajuntando o dinheiro, as fêmeas crescem;

saem à mãe dão-me ovos que é um regalo; crio-as até ter um cento delas.

Cem? não: dez dúzias, é muito suficiente; não tenhamos mais, que lhes

não dê a peste.

Ora, com o dinheiro dos frangãos e dos ovos, estou rica! Qualquer

tola iria comprar alguma fita para enfeitar-se aos domingos. É bom

andar uma moça faceira e bonita; mas eu antes quero fazer render meu

dinheiro. Compro pois uma porca; e porque não uma vaquinha? E então

ovos, frangãos, leite, bezerros, em menos de nada, com juízo e economia,

Professor (a),

Na sequência vamos trabalhar com a fábula “a mercadora de leite e seus

cálculos”, onde deve ser feita a leitura da fábula em voz alta e também pode ser

solicitado que o aluno faça a dramatização da narrativa, com o intuito de motivar a

leitura e, consequentemente a escrita.

Em seguida, sugere-se que os alunos pesquisem as palavras desconhecidas, bem

como seus sinônimos. Somente depois é que as atividades de leitura, interpretação,

compreensão e análise linguística devem ser solucionadas.

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dão-me com que compre um lindo sítio. Eis-me senhora, enfim graças a

Deus! escolho criadas jeitosas, servem-me elas para levar à cidade o meu

leite, os meus ovos, e frutas, e hortaliça; e então, se aparecer algum

rapaz bem feito, bonito, de bom gênio, e amigo de trabalhar, dou-lhe

minha mão e a minha riqueza. Que fortuna e que prazer.

Embebida nessa prosperidade, a camponesa esquece-se do que

trazia a cabeça, e põe-se a dançar, a bilha vem ao chão, quebra-se; adeus

leite, adeus galinha, pintos, adeus fortuna!

Moral

A esperança toda a vida nos embala; basta-lhe qualquer

circunstância, por insignificante que seja, para que nela assente seus

castelos, castelos que a imaginação doura, e que o menor sopro da

realidade desfaz.

Fonte: Rocha (2001).

Glossário

Bilha: vasilha bojuda e com gargalo estreito

Embala: envolve

Embebida: encharcada

Faceira: graciosa

Jeitosa: bonita

Medram: acrescentam

Atividades de Leitura, Interpretação e Compreensão

1) Reescreva com suas palavras a parte da fábula que melhor mostra a

expectativa da camponesa ao vender o leite. Por que ela tem essa expectativa?

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

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2 – Quando você acha que os sonhos da camponesa se desfazem?

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

3 – Para você o que significa “castelos que a imaginação doura”? Você faria

esse tipo de castelo? Justifique.

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

4 – Você já passou por uma situação como a da camponesa?

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

5) Conte resumidamente para um colega de classe o trecho da fábula em

que a camponesa esqueceu-se do que trazia na cabeça.

6) Explique com suas palavras qual é a moral dessa fábula e qual é a sua

finalidade.

____________________________________

____________________________________

____________________________________

____________________________________

7) Leia o boxe ao lado, releia a fábula

“A mercadora de leite e seus cálculos”, depois

escreva no espaço abaixo: na fábula o

narrador é personagem ou observador?

____________________________________

____________________________________

____________________________________

____________________________________

____________________________________

____________________________________

Quem Conta a História?

Quem conta a história é

chamado de narrador Quando

o narrador participa dos fatos

é também personagem, ele é

chamado de narrador-

personagem. Quando o

narrador não participa da

história e conta-a sem fazer

referência a si mesmo, ou

seja, é apenas um observador,

diz-se que ele é narrador-

observador (CEREJA;

MAGALHÃES, 2009).

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Sinônimos são palavras com

sentidos semelhantes, e não

idênticos. Sendo assim, devemos

primeiramente considerar o

contexto, para depois selecionar

um vocabulário que tenha um

sentido equivalente, aproximando

ao que se quer substituir (SOUZA;

CAVÁQUIA, 2009).

8) Dê asas à imaginação e crie livremente uma fábula levando em conta que

a camponesa conseguiu vender o leite.

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

Atividades de Análise Linguística

1) Para que serve uma fábula?

a) Divertimento

b) Ensinamento

c) Informação

2) Copie em seu caderno cada uma

das frases abaixo, substituindo o termo

destacado por um sinônimo.

a) Alegre vinha para a cidade uma

camponesa trazendo à cabeça

bojuda bilha de leite.

b) “Hei de vendê-lo todo”, dizia, “e com

o favor de Deus, sempre hei de

achar no lucro o preço de uma linda

frangalhona”.

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c) É bom andar uma moça faceira e bonita; mas eu antes quero fazer render

meu dinheiro.

d) Eis-me senhora, enfim graças a Deus! Escolho criadas jeitosas [...].

e) Embebida nessa prosperidade, a camponesa esquece-se do que trazia a

cabeça, e põe-se a dançar, a bilha vem ao chão, quebra-se [...].

Após fazer as substituições dos termos em negrito, você acha que o sentido

das frases mudou? Dê sua opinião.

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

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O Lobo e o Cordeiro

Um lobo estava bebendo água num riacho. Um cordeirinho chegou

e também começou a beber, um pouco mais para baixo.

O lobo arreganhou os dentes e disse ao cordeiro:

– Como é que você tem a ousadia de vir sujar a água que estou

bebendo?

– Como sujar? – respondeu o cordeiro. – A água corre daí para cá,

logo eu não posso estar sujando sua água.

– Não me responda! – tornou o lobo furioso. – Há seis meses seu

pai me fez a mesma coisa!

– Há seis meses eu nem tinha nascido, como é que eu posso ter

culpa disso? – respondeu o cordeiro.

– Mas você estragou todo o meu pasto – replicou o lobo.

– Como é que posso ter estragado seu pasto, se nem dentes eu

tenho?

O lobo, não tendo mais como culpar o cordeiro, não disse mais

nada: pulou sobre ele e o devorou.

Moral

Professor (a),

Agora vamos trabalhar com a fábula “o lobo e o cordeiro”. Nesta fábula,

também serão priorizadas a leitura e a escrita.

Sugere-se que sejam mostradas outras versões da fábula por meio de slides e

vídeos.

Pois ao ser trabalhada com essa fábula serão enfatizados os sinais de pontuação

e a estrutura da sequência narrativa da fábula (título, situação inicial, conflito, clímax

e desfecho) relacionando-a com a moral da fábula.

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A razão do mais forte é sempre melhor.

Fonte: Abreu et al. (2000).

Glossário

Arreganhou: abriu

Devorou: comeu

Furioso: bravo

Ousadia: coragem

Atividades de Leitura, Interpretação e Compreensão

1) Qual é o assunto narrado nessa fábula?

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

2) Na fábula há um diálogo, ou seja, uma conversa entre as personagens

(lobo e cordeiro). Identifique alguns trechos desse diálogo.

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

3) O que você acha que as personagens que aparecem na fábula sentem

uma pela outro? Explique, descrevendo a que acha.

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

4) Reescreva a fábula “O lobo e o cordeiro”, escrevendo-a com suas

palavras. Para isso, organize os parágrafos conforme se pede:

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Título

Situação Inicial

Conflito

Clímax

Desfecho

Moral

Fique Atento:

Situação inicial: Apresentação inicial da história, ou seja, é a situação de

equilíbrio; Conflito: Motivos que desencadeiam a

ação da história; Clímax: Parte emocionante da história, ou

seja, é o momento de maior tensão;

Desfecho: final da história (BORGATTO; BERTIN; MARCHEZI, 2010).

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5) Em duplas:

a) Criem um desfecho diferente para a fábula: “O lobo e o cordeiro”.

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

b) Conte aos colegas o desfecho criado pela dupla.

6) Reescreva a fábula substituindo as personagens por outras. No entanto,

leve em consideração a moral da história.

_________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

Atividades de Análise Linguística

1) Leia o boxe informativo abaixo sobre “Sinais de Pontuação”, depois retire

da fábula:

Professor(a): Neste momento, pode-se explorar as características de outros animais com os alunos. Ou seja, quais animais possuem características parecidas com o lobo e quais são parecidos com o cordeiro.

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a) Um exemplo de frase que usa a vírgula:

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

a) Um exemplo de frase que usa o

travessão:

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

b) Um exemplo de frase que usa os dois-

pontos:

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

c) Um exemplo de frase que usa o ponto

final:

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

d) Um exemplo de frase que usa o ponto

final:

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

2) Procure no dicionário o significado das

seguintes palavras:

Sinais de Pontuação

* Ponto de interrogação (?) é usado no final das frases para indicar que uma pergunta está

sendo feita; * Ponto de exclamação (!) expressa uma emoção ou

sentimento; * Ponto final (.) é usado para

terminar as frases declarativas, isto é, as frases que não fazem

perguntas ou não têm a intenção de demonstrar sentimentos ou

emoções particulares; * Reticências (...) marca uma

interrupção na frase, muitas vezes para indicar ideias e sentimentos

que não foram expressos por palavras. Assim é criado um

espaço para que o leitor imagine o que não está explícito;

* Vírgula (,) é um sinal de pontuação que pode ser utilizado

para articular, sequenciar, ordenar itens de uma enumeração.

Também pode ser utilizada para indicar palavras e expressões

intercaladas, isto é, que se colocam;

* Dois-pontos (:) são usados, sobretudo para introduzir uma fala,

citação ou pensamento, ou para esclarecer, explicar o desenvolver

uma ideia anterior; * Travessão (–) é usado no

diálogo para iniciar uma fala ou indicar que terminou. Também pode ser usado para separar

termos ou expressões; * Aspas (“”) são usadas

principalmente para separar falas ou citações, para destacar

palavras estrangeiras ou aquelas a que se pretende dar um sentido

especial (KANASHIRO et al., 2006).

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a) Arreganhar os dentes:

__________________________________________________________

__________________________________________________________

b) Culpa:

__________________________________________________________

__________________________________________________________

c) Estragar:

__________________________________________________________

__________________________________________________________

d) Replicou:

___________________________________________________________

___________________________________________________________

3) Complete as frases, com os termos abaixo:

* num riacho.

* se nem dentes eu tenho?

* como é que eu posso ter culpa disso?

* não disse mais nada: pulou sobre ele e o devorou.

a) Há seis meses eu nem tinha nascido, *

b) Como é que posso ter estragado seu pasto, *

c) O lobo não tendo mais como culpar o cordeiro, *

d) Um lobo estava bebendo água *

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O Lobo e o Cão

Um lobo e um cão se encontraram num caminho. Disse o lobo:

– Companheiro, você está com ótimo aspecto: gordo, o pelo lustroso...

Estou até com inveja!

– Ora, faça como eu – respondeu o cão. – Arranje um bom amo. Eu tenho

comida na hora certa, sou bem tratado... Minha única obrigação é latir à noite,

quando aparecem ladrões. Venha comigo e você terá o mesmo tratamento.

O lobo achou ótima a ideia e se puseram a caminho.

Mas, de repente, o lobo reparou numa coisa.

– O que é isso no seu pescoço, amigo? Parece um pouco esfolado... –

observou ele.

– Bem – disse o cão – isso é da coleira. Sabe?

Durante o dia, meu amo me prende com uma coleira, que é para eu não

assustar as pessoas que vêm visitá-lo.

O lobo se despediu do amigo ali mesmo:

– Vamos esquecer – disse ele. – Prefiro minha liberdade à sua fartura.

Moral

Professor (a),

Neste momento iremos trabalhar com a fábula “o lobo e o cão”, onde serão

priorizadas atividades que levem o aluno fazer leituras para poder interpretar e

compreender a narrativa. Além disso, são sugeridas atividades de análise linguística,

priorizando os tipos de frases.

Para trabalhar com a fábula sugere-se que os alunos façam a leitura e depois

reconte a narrativa para um amigo e para o grande grupo para, somente depois resolver

as atividades sugeridas.

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A liberdade não tem preço.

Fonte: Abreu et al. (2000).

Glossário

Afugentar: pôr em fuga

Astúcia: habilidade em enganar

Esfomeado: faminto

Faminto: com fome

Lustroso: brilhante

Nítida: clara

Robustez: vigor, força

Atividades de Leitura, Interpretação e Compreensão

1) Para você o autor da fábula quis destacar o companheirismo das

personagens ou o valor de ser livre?

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

2) Leia a fábula novamente e destaque abaixo o que o cão recebia de seu

dono.

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

3) Leia a frase abaixo que expressa a moral da fábula “O lobo e o cão”.

“A liberdade não tem preço”.

Você concorda com essa moral? Justifique sua resposta.

Page 38: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · compartilhamentos de visões do mundo entre os homens e o espaço. De acordo ... previsões sobre o texto e formulação de perguntas

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

4) Organize os alunos em grupos de três para fazer a leitura dramatizada da

fábula. Uma será o narrador, outro o lobo e outro o cão. Depois, de preparados,

apresentar para a classe a sua leitura.

5) Reescreva a fábula, dando uma nova versão, podendo, inclusive colocar

novos elementos a história, mudando o cenário dos acontecimentos, sempre

adaptando para a nossa realidade e levando em conta a moral da história.

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

Atividades de Análise Linguística

1) (Fernandes, 2001) Assinale com um X as afirmativas corretas.

( ) O animal selvagem precisa encontrar seu próprio alimento e é

livre para ir aonde quiser.

( ) O animal doméstico precisa caçar para sobreviver.

( ) Para ter boa comida, o lobo deveria viver preso.

( ) O cachorro tinha uma boa vida e era livre.

( ) Em troca de comida, o cão agradava seu dono e usava coleira.

2) (Fernandes, 2001) Escreva as expressões que o autor usa para descrever

o estado em que o lobo e o cão se encontravam:

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Tipos de Frase

De acordo com o sentido que

se pretende, podem-se

produzir diferentes tipos de

frase. Tradicionalmente, a

gramática classifica as frases

em quatro frases:

* Interrogativa: usado para

fazer uma pergunta. Na

escrita, a frase interrogativa é

indicado por ponto de

interrogação;

* Declarativa: usado para dar

uma resposta, uma

informação ou contar alguma

coisa. Na escrita, a frase

declarativa é indicada por

ponto;

* Exclamativa: usado para

expressar espanto, surpresa,

emoção, admiração, alegria,

etc. Na escrita, a frase

exclamativa é indicada por

ponto de exclamação;

* Imperativa: usado para

expressar uma ordem, em

desejo, uma advertência, um

pedido. Na escrita, a frase

imperativa é indicada por

ponto ou por ponto de

exclamação (CEREJA;

MAGALHÃES, 2012).

a) lobo:

____________________________

____________________________

____________________________

____________________________

b) cão:

____________________________

____________________________

____________________________

____________________________

3) (Fernandes, 2001) Qual poderia ser o

ensinamento dessa fábula?

a) Pior que um inimigo: dois inimigos.

b) Mais vale ter pouco e ser livre do

que ter muito e ser escravo.

c) Contra a força não há argumentos.

4) Leia as informações contidas no boxe

ao lado “tipos de frase”, depois identifique na

fábula “O lobo e o cão”:

a) Um exemplo de frase interrogativa:

_______________________________

_______________________________

_______________________________

b) Um exemplo de frase declarativa:

_______________________________

_______________________________

_______________________________

c) Um exemplo de frase exclamativa:

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__________________________________________________________

__________________________________________________________

d) Um exemplo de frase imperativa:

__________________________________________________________

__________________________________________________________

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O CACHORRINHO E O BURRO

Tinha um homem um cachorrinho e um burro. Toda a vez que

voltava da rua, o cachorrinho lhe fazia festa, lhe saltava ao colo; e o

senhor o afagava, dava-lhe docinhos, brincava com ele. Via-o o burro, e

mordia-se de inveja: assentou de si para si que, se fizesse o mesmo que o

cachorrinho, seria tratado da mesma maneira. Vai no dia seguinte, à

hora em que seu amo costumava recolher-se, pôs-se à espreita; e mal o

vê entrar, começa a zurrar, a saltar, encosta-lhe aos ombros as patas,

quer lamber-lhe a cara.

Espantado o senhor chama quem lhe acuda; chegam os criados, e

a poder de pancadas arrumam o burro na estrebaria.

Moral

Nada assenta bem senão quando pela própria índole é inspirado:

um burro a fazer meiguices faria rir as pedras. Cada qual para o que

Deus o fez.

Fonte: Rocha (2001).

Glossário

Professor (a),

Na fábula “o cachorrinho e o burro” sugere-se que sejam feitos questionamentos

sobre a fábula, após a leitura em voz alta, silenciosamente ou dramatizada. Também

podem ser solicitados que o aluno façam desenhos sobre as personagens. Além disso,

serão priorizados momentos de escrita onde o aluno possa expressar a compreensão da

narrativa por meio da linguagem escrita.

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Acudir: ajudar

Afagava: acariciava

Assentou-se: apoiou-se

Espreitar: investigar

Zurrar: relinchar

Atividades de Leitura, Interpretação e Compreensão

1) Na fábula “O cachorrinho e o burro” é feita uma crítica ao comportamento

humano. Você saberia descrever qual é esse comportamento?

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2) Na fábula “O cachorrinho e o burro” são apresentadas várias ações

realizadas pelos personagens. Cite algumas das ações realizadas pelo cachorro e

pelo burro.

Cachorro Burro

3) Você mudaria a moral da história? Justifique.

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4) O que você acha que as personagens que aparecem na fábula sentem

uma pela outra? Justifique.

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5) A moral da fábula “O cachorrinho e o burro” está representada pela

seguinte frase: “Nada assenta bem senão quando pela própria índole é

inspirado: um burro a fazer meiguices faria rir as pedras. Cada qual para o que

Deus o fez”.

Em sua opinião qual é o significado dessa frase?

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Atividades de Análise Linguística

1) (Souza; Caváquia, 2009) Em uma folha à parte, escreva cinco palavras.

Entregue a folha a um colega para que ele escreva sinônimos para cada palavras.

Você fará o mesmo em relação aos vocabulários escolhidos por seu colega.

2) Numere a 2ª coluna de acordo com a 1ª coluna:

a) Burro ( ) Corria para dar boas vindas ao dono.

b) Cachorro ( ) O dono não ligava para ele.

( ) Serve para vigiar.

( ) Serve para carregar.

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3) Procure no dicionário, o significado das palavras abaixo:

Assentar:

Estrebaria:

Índole:

Meiguices:

Professor(a),

Após a realização das atividades de leitura, interpretação,

compreensão e análise linguística sugere-se que o aluno crie sua própria

fábula.

A seguir são mostrados os passos necessários para que o aluno

possa dar asas a sua imaginação.

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Fabulando: Criando sua Fábula

Selecionando provérbios

Com base em provérbios, solicitar aos alunos que criem suas próprias

fábulas.

Para tanto, pedir para os alunos que pesquisem com seus pais, avós ou

amigos e anote em seu caderno vários provérbios populares. Também pode ser

pesquisado na biblioteca ou na internet.

Em sala de aula, discutir com os colegas sobre os provérbios pesquisados.

Por exemplo: Há provérbios que se repetem na lista dos outros colegas? Há

aqueles que são semelhantes, dizem a mesma coisa, têm a mesma moral? Há

provérbios que se contradizem?

Após a discussão, cada aluno deve escolher o provérbio preferido. Pois, ele

será a moral da sua fábula.

Escolhendo as personagens

Com a moral da fábula em mente, o aluno deve escolher duas personagens

para participar da fábula. Essas personagens podem ser animais, humanos ou até

mesmo objetos.

Escrever no caderno quais são essas personagens e suas características,

qualidades e defeitos humanos.

O(a) professor(a) deve pedir para que o aluno também faça um desenho das

personagens.

Como começar a fábula?

Pedir para o aluno na introdução da história, descrever a situação em que as

personagens se encontram. Por exemplo: Qual o lugar em que a história se passa?

Há uma árvore, um rio, uma caverna? Descrever os elementos do espaço que são

importantes para a história.

O conflito da fábula

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Qual será o conflito entre as personagens? O que cada uma delas quer?

Alguma delas consegue realizar seu desejo, seu objetivo?

Solicitar que os alunos escreva um diálogo entre as personagens, por meio

do qual esse conflito e sua resolução fiquem claros.

Lembrar os alunos que a resolução do conflito deve combinar com o

provérbio escolhido.

A moral

Pedir para que o aluno escreva a moral da história: aquele provérbio

escolhido e anotado no caderno.

O título

Por fim, o(a) professor(a) deve solicitar ao aluno que escolha o título da sua

fábula.

Avaliando a primeira versão e reescrevendo a fábula

Ao escrever a primeira versão da fábula, o aluno deve trocá-la com um

colega. Cada um lerá a história do outro.

Cada aluno precisa entender a fábula do outro, onde precisam discutir se há

dúvidas na história, se há algo que não ficou claro, se falta alguma informação na

história do colega.

Após a discussão, é importante que cada aluno leve em consideração a

conversa com o colega sobre a sua história, releia e faça as modificações que

forem necessárias.

Cada aluno deve fazer uma leitura silenciosa e perceber se o texto que

escreveu está bom para ser lido em voz alta.

Passe a limpo esse segunda versão, com todas as alterações.

Lendo a fábula para os colegas

Para a leitura das fábulas em voz alta, organize os alunos em círculo ou

quem for ler pode ir para frete da sala.

O(a) professor(a) precisa lembrar os alunos que é necessário silêncio para

escutar a fábula do colega.

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Depois de lidas em voz alta, os alunos podem comentar as fábulas uns dos

outros.

Essa atividade é sugerida por Oliveira, Rodrigues e Campos

(2009).

Professor(a),

Algumas dicas para refletir sobre a produção das fábulas dos

alunos:

* As personagens apresentam características humanas?

* O texto foi organizado de modo que contemplasse as partes

fundamentais da narrativa: situação inicial, complicação e desfecho?

* A linguagem empregada está adequada?

* Há ideias confusas, trechos desnecessários, palavras escritas

de modo incorreto?

* A extensão do texto está adequado ao gênero em questão?

* A pontuação do texto está de acordo com o que foi estudado

sobre esse assunto?

* O título escolhido está apropriado à história? (SOUZA;

CAVÁQUIA, 2009).

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3. REFERÊNCIAS

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