Upload
vankhue
View
217
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Título: A Segurança e Soberania na Alimentação Escolar
Autor(a) Teonildo Cirino Rodrigues
Disciplina/Área Biologia
Escola de Implementação do Projeto e sua localização
Casa Familiar Rural - Rio Bonito do Iguaçu
Município da escola
Rio Bonito do Iguaçu
Núcleo Regional de Educação
Laranjeiras do Sul
Professor Orientador
Sidnei Pressinatte Junior
Instituição de Ensino Superior
UNICENTRO- Universidade Estadual do Centro-Oeste
Relação Interdisciplinar
Geografia e História
Resumo O presente trabalho apresenta o tema segurança e soberania alimentar Tal assunto requer muita atenção dos grupos sociais organizados, agricultores, consumidores e dos bancos escolares. É importante que os alimentos ofereçam uma confiabilidade e que os consumidores, principalmente estudantes conheçam sua origem. Na merenda escolar, a legislação assegura que pelo menos 30% seja de origem da agricultura familiar, através de compra direta. Deste modo, agricultores familiares se organizam para manter uma qualidade permanente com segurança. Requer também a legislação, muito mais que uma vida saudável, que os alimentos tenham preferencialmente uma origem orgânica e agroecológica. A agricultura com segurança e soberania significa para cada povo, o direito de decidir o que plantar, como plantar dentro de uma sustentabilidade e de que forma comercializar. Dentro de um sistema comercial de soberania, o comércio tem que ser justo. A soberania alimentar estimula aos agricultores o controle e o domínio de suas sementes, que é a garantia sustentável para cada povo e o próprio sistema biológico. Então, cabe à escola fazer o debate de que forma são produzidos os alimentos, quais grupos garantem a alimentação da sociedade e como este assunto se correlaciona com os demais conteúdos escolares de uma forma contextualizada.
Palavras-chave Soberania alimentar e Segurança alimentar.
Formato do Material Didático
Unidade Didática
Público Alvo 1ª série do Ensino médio
Apresentação
O presente trabalho é uma reflexão aos modos e hábitos alimentares, desde a
produção até ao consumo. Faz um questionamento da forma como a escola se
envolve nas discussões dos métodos de produção daquilo que sustenta civilizações.
Nos discursos de entidades de ensino é muito comum ouvir que esses alimentos
orgânicos, ecológicos e limpos são bons. Porém a prática diária parece estar
distante desses argumentos debatidos, talvez por serem atropelados pela pressa do
mercado e do consumismo. Outra intenção do trabalho é produzir uma constante
preocupação nas ações de produção, consumo e preservação ambiental, levando a
uma vigilância de direitos e deveres por parte dos bancos escolares, políticas
públicas e da sociedade civil organizada.
O conhecimento sistematizado da escola tem como princípio buscar o
equilíbrio de uma sociedade que está em desenvolvimento sustentável, que
proporcione inclusão dos grupos de todos os setores da sociedade. Essa atividade
torna-se uma tarefa complexa e desafiadora para os bancos escolares.
Esta unidade trabalha com os conteúdos de bioquímica celular e a partir dele,
contextualiza com os problemas existentes a partir da alimentação, como fome,
perda nutricional dos alimentos devido ao uso de agrotóxicos, a perda da segurança
e soberania alimentar das sociedades, atrelamento de uma necessidade básica, a
alimentação, a grupos empresariais que transformaram o alimento em mercadoria.
Desenvolvimento
Para iniciar o trabalho, na primeira aula apresentar os objetivos do projeto aos
alunos.
Objetivo Geral
Instigar um debate reflexivo sobre segurança e soberania alimentar a partir do
ambiente escola.
Objetivos específicos
- Diferenciar com os estudantes produtos orgânicos, convencionais e ecológicos;
- Refletir que o uso de 30% da merenda escolar vindos da agricultura familiar, pode
distribuir renda, fixar o homem no campo e debater sobre a questão fundiária;
- Desenvolver atividades que proporcionem mudanças no hábito da prática
alimentar;
- Compreender os mecanismos bioquímicos que ocorrem nas células e sua relação
direta com hábitos e práticas alimentares.
- Realizar atividades de campo para reconhecimento de produtos convencionais,
orgânicos e ecológicos.
Após a introdução e apresentação dos objetivos, aplicar um pré-teste como
diagnóstico inicial. Ao final do trabalho, aplicar novamente as questões para avalizar
a efetividade do trabalho.
Questão do Pré-teste:
01- De modo geral, as pessoas sabem a origem dos alimentos consumidos
diariamente?
02- Como são escolhidos os alimentos da cesta básica?
03- Como se identifica alimentos de origem orgânica, ecológica e convencional?
04- Que importância tem os alimentos vindos da agricultura familiar para a
alimentação escolar?
05-Que importância os produtos agroecológicos dispõem para a sociedade?
06-Como os alimentos participam da constituição celular?
07- De maneira geral, qual é a função e onde se encontram as seguintes
substâncias:
a- água
b- sais minerais
c- vitaminas
d- proteínas
e- carboidratos
f- lipídios
08-Os alimentos da agricultura convencional e agricultura agroecológica, são
diferentes na constituição das vitaminas, sais minerais e outras substâncias?
Comente.
ATIVIDADE 01
Análise do cardápio da merenda escola.
Objetivos:
� Analisar o cardápio da merenda escolar;
� Verificar a origem de produção dos alimentos;
� Observar o aspecto de conservação.
Metodologia
Para problematizar o conteúdo, analisar o cardápio da merenda escolar do
Colégio, verificando quantidades, origem e qualidade, anotando estes dados em
uma planilha para ser consultada durante as aulas.
ATIVIDADE 02
Bioquímica celular e nutricional
Objetivos
� Identificar os tipos de nutrientes existentes nos alimentos verificados;
� Compreender a função dos nutrientes no organismo.
Metodologia
Trabalhar com recorte de textos do livro “Prevenção e Controle de Pragas e
Doenças” de Inês Claudete Burg e Paulo Henrique Maia da UFSM RS, ( figura 1, 2 e
3). Usar recortes de textos “É possível alimentar o mundo com Agroecologia”? de
Valdemar Arl (texto 1) e literatura de livros didáticos e outros livros da biblioteca
escolar para compreensão dos nutrientes.
Aplicar uma atividade avaliativa com questões dissertativas sobre o conteúdo.
Figura 1. Nutrição Vegetal. Fonte: Livro “Alternativas Ecológicas para Prevenção e Controle de Pragas e Doenças”. Ines Claudete Burg e Paulo Henrique Mayer (Orgs). Grafit.16ªedição, 2002. Apoio Assesoar e Cooperiguaçu.
Figura 2.. Nutrição. Fonte: Livro “Alternativas Ecológicas para Prevenção e Controle de Pragas e Doenças”. Ines Claudete Burg e Paulo Henrique Mayer (Orgs). Grafit.16ªedição, 2002. Apoio Assesoar e Cooperiguaçu.
Figura 3. Nutrição. Fonte: Livro “Alternativas Ecológicas para Prevenção e Controle de Pragas e Doenças”. Ines Claudete Burg e Paulo Henrique Mayer (Orgs). Grafit.16ªedição, 2002. Apoio Assesoar e Cooperiguaçu.
Texto 1
É possível alimentar o mundo com Agroecologia?
Valdemar Arl
A questão da fome
De fato alimentar o mundo nos próximos é um desafio que precisa ser
fortemente pautado, pois é uma preocupação real. Conforme relatório anual de 2009
da Organização das Nações Unidas (ONU) a respeito de segurança alimentar, mais
de um bilhão de pessoas, cerca de um sexto da população mundial, sofre com a
desnutrição. O relatório constata que o número de pessoas que sofre com a fome já
estava crescendo antes da crise econômica mundial, mas, depois, a situação piorou
ainda mais.
O Brasil está entre os poucos países onde a fome diminuiu, graças ao maior
investimento em políticas sociais por parte do Governo Federal. Este relatório
adverte para o aumento da fome nos próximos anos.
A ameaça quando à capacidade de alimentar o mundo está exatamente na
continuidade do atual modelo, que concentra renda, exclui pessoas, degrada o meio
ambiente, e que tem como objetivo maior o lucro e a produção de commodities.
Muitas pessoas já passam fome, mesmo com safras abundantes. No Brasil somente
a safra de grãos soma em torno de 159 milhões de toneladas, o que equivale a
aproximadamente 2,0 kg de grãos por dia por habitante. Somado aos demais
produtos agrícolas, ultrapassa os 3 kg por habitante por dia, o que daria para
alimentar a no mínimo 5 vezes mais pessoas. Porque então ainda tem fome no
Brasil?
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) classifica os
graus de insegurança alimentar e aponta que 65,6 milhões de brasileiros não se
alimentam direito. Desse total, 40,1 milhões (20,9% da população total) convivem
com a forma leve de insegurança. Mais 14,3 milhões estão na situação moderada.
Os demais (11,2 milhões) passam pela privação de alimentos, a insegurança
alimentar grave.
O acesso ao alimento depende de disponibilidade, mas também de condições
econômicas para a aquisição ou o acesso à terra para a produção dos mesmos.
Esse é hoje o grande fator causador de fome no mundo. Se a produção geral de
alimentos ainda não é deficitária em relação ao consumo, tanto nas regiões
produtoras como em regiões com dificuldade de produção o acesso ao alimento é o
fator limitante. Portanto, um primeiro aspecto a ser considerado é o acesso ao
alimento, pois uma parcela significativa da população já é vítima da falta de
alimentos, mesmo havendo produção suficiente.
A redução da base alimentar
Outro problema muito grave é a perda de agrobiodiversidade e o
empobrecimento das dietas, pois esse aspecto afeta quase toda a população, mas
especialmente os moradores urbanos. A agronegócio e o grande mercado movem-
se pelo lucro, portanto produzem e comercializam commodities, ou seja, produzem e
comercializam aquilo que lhes proporciona mais lucro e possibilita grande escala.
Não lhes interessa qualidade nutricional nem costumes e culturas regionais, muito
menos diversidade. Assim obriga a população comer commodities. Com isso há um
grave empobrecimento da dieta alimentar, especialmente no que se refere às
proteínas, vitaminas e sais minerais.
Figura 4. Redução da base alimentar humana. Fonte: texto "É possível alimentar o mundo com a
Agroecologia" de. Valdemar Arl.
As populações antigas tinham uma dieta muito diversificada e rica. Com o
surgimento da agricultura, já houve uma redução significativa na diversidade. Mas
com o surgimento da chamada agricultura moderna, a redução da diversidade foi
drástica. E, à medida que grandes corporações vão assumindo a distribuição de
alimentos, essa diversidade vai sendo reduzida ainda mais.
Mesmo quem não passa fome, tem uma dieta carente em sais minerais e
vitaminas (gordinhos desnutridos).
Além da redução da diversidade, a industrialização dos produtos leva à perda
de qualidade e à inclusão de aditivos como corantes, estabilizantes, conservantes e
outros, que afetam a nossa fauna e flora intestinal.
A qualidade dos alimentos locais
A qualidade de muitos desses alimentos tidos como Commodities é muito
inferior a alguns alimentos regionais e cultivos tradicionais. A tabela abaixo evidencia
a baixa qualidade nutricional dos produtos oferecidos pelo grande mercado e a alta
qualidade de produtos pouco disponíveis ou até mesmo quase esquecidos pela
população.
Figura 5. Qualidade dos alimentos.
Há também uma grande quantidade de espécies de plantas nativas,
especialmente frutíferas, pouco utilizadas nas dietas, como, por exemplo, o pinhão,
a guabiroba, o araçá, o butiá, e outras, com alta qualidade nutricional. Estas
poderiam ser aproveitadas in natura e de diversas formas na culinária. Há
experiências muito boas de extração da polpa principalmente para sucos e sorvetes,
e são comercializadas em feiras e utilizadas na alimentação escolar.
Veja o exemplo do pinhão abaixo:
Tabela 1.Composição nutricional do pinhão. Fonte: Embrapa Florestas, 2011.
COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DO PINHÃO = 100g
Umidade (g/100g)
46,90 Cu (mg/100g) 0,20 P (mg/100g) 135,43
Minerais (g/100g)
2,06 Zn (mg/100g) 0,66 S (mg/100g) 39,20
Proteínas (g/100g)
Em base seca (%)
3,85
12,18
Carbaohidratos (g/100g)
40,88 Valor calórico total (kcal/100g)
192,69
Fibras (g/100g) 4,78 Fe (mg/100g) 0,90 Na (mg/100g) 0,67
Mn (mg/100g) 0,19 K (mg/100g) 692,13 Ca (mg/100g) 24,72
Lipídios (g/100g)
1,53 Mg (mg/100g) 49,38
Tabela 2. Composição nutricional do pinhão. Fonte: Revista Floresta, 1979, V. X
nº2.
COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DO PINHÃO = 100g
Vitamina C (mg/100g)
13,9 Vitamina B5 (mg/100g)
4.700
Vitamina B2 240 Vitamina B1 (mg/100g)
1.350
Vitamina A (mg/100g)
3 Niacina 4,28
ATIVIDADE 03:
Alimentos convencionais e alimentos ecológicos
Objetivo
� Diferenciar teoricamente alimentos convencionais e alimentos ecológicos.
Metodologia
Usar recortes do texto "Mobilização para voltar atrás em nossos sistemas
alimentares na Era “Pós-Pico” do petróleo" de Miguel A. Altieri,(texto 2) e o texto
"Qual é a Agroecologia que Queremos?" de Valdemar Arl (texto 3)
Após a leitura dos textos, análise das tabelas e discussão, pedir aos estudantes para
produzir um texto de opinião, comparando-os com a problemática da fome.
Texto 2
Mobilização para voltar atrás em nossos sistemas al imentares na Era “Pós-
Pico” do petróleo
Miguel A Altieri
Universidade da Califórnia, Berkeley
A agricultura mundial parece estar se aproximando de uma encruzilhada. A
economia globalizada atribuiu aos 1.5 bilhões de hectares de terras cultiváveis uma
série de exigências conflitantes. Não só essa terra é necessária para a produção de
alimentos para um número cada vez maior de pessoas, como também deve
satisfazer às exigências crescentes pelos bicombustíveis. Tudo isso deve ser feito
de um modo ambientalmente correto, conservando a biodiversidade e reduzindo as
emissões que causam o efeito estufa e representando, ainda, uma atividade
lucrativa para milhões de agricultores. Essas pressões estão desencadeando uma
crise no sistema alimentar mundial de alcance sem precedentes, já evidente nos
protestos devido à escassez de alimentos, que acontecem em muitas partes do
mundo. Esta crise, que ameaça a segurança alimentar de mais de 800 milhões de
pessoas famintas no planeta, é o resultado direto do modelo de agricultura industrial
dominante, que não só é perigosamente dependente dos combustíveis fósseis,
como também tornou-se a maior fonte do impacto humano na biosfera. Na verdade,
existem hoje tantas pressões sobre os ecossistemas cultiváveis em diminuição, que
a agricultura está minando a capacidade da natureza de satisfazer as necessidades
alimentares, energéticas e de matéria prima da humanidade. O drama consiste no
fato de que a agricultura depende de muitos serviços ecológicos (ciclo da água,
polinizadores, formação de solo fértil, clima local apropriado, etc.) que a agricultura
intensiva constantemente degrada ou força além dos seus limites.
Antes do fim da primeira década do século XXI, a humanidade está
percebendo rapidamente que o modelo agrícola industrial do ocidente, baseado no
uso de combustíveis fósseis e no capital intensivo, não está produzindo o suficiente
para atender as demandas alimentares dos vários países. A explosão do preço do
petróleo irá inevitavelmente aumentar os custos de produção e os preços dos
produtos alimentares, que chegaram ao ponto em que, hoje, um dólar compra 30%
menos de comida que há um ano atrás. Esta situação está se agravando
rapidamente pelo fato de que as terras cultivadas têm sido convertidas da produção
de alimentos para a produção de bicombustíveis e também pelas alterações
climáticas que já reduzem o rendimento das culturas devido às secas, inundações e
outros fenômenos climáticos imprevisíveis. A expansão de áreas dedicadas a
culturas transgênicas ou ao bicombustível irá exacerbar ainda mais os impactos
ecológicos das vastas monoculturas, que constantemente ignoram os serviços de
natureza. Além disso, a agricultura industrial atualmente contribui com pelo menos
um quarto das emissões dos gases causadores do efeito estufa, principalmente
metano e óxido nitroso. A continuação deste sistema dominante de degradação,
como o promovido pelo atual paradigma econômico neoliberal, não é mais uma
opção viável.
O desafio imediato para a nossa geração é transformar a agricultura industrial
e iniciar uma transição nos sistemas alimentares, distante da relação de
dependência com os combustíveis fósseis. Precisamos de um paradigma de
desenvolvimento agrícola alternativo, que estimule formas de agricultura ecológica,
social e biodiversamente mais justas. Remodelar toda a política agrícola e o sistema
alimentar de forma que sejam ambientalmente corretos e economicamente viáveis
para os agricultores e os consumidores irá exigir grandes mudanças nas forças
políticas e econômicas que determinam o que está sendo produzido, por quem e
para quem. O liberalismo comercial sem controle é o mecanismo-chave de expulsão
dos agricultores de suas terras e o principal obstáculo ao desenvolvimento
econômico local e à segurança alimentar. Só desafiando o controle que as grandes
corporações multinacionais exercem sobre do sistema alimentar e mudando o
modelo de agricultura orientado para exportação e para o livre comércio é que a
espira de pobreza, baixos salários, migração rural-urbana, fome e degradação
ambiental poderá ser detida.
O conceito de soberania alimentar, tal como promovido pelo movimento
mundial de pequenos agricultores, a Via Campesina, constitui a única alternativa
viável à atual sucumbência do sistema alimentar mundial, que falhou em suas
suposições de que o comércio internacional seria a chave para solucionar o
problema alimentar do mundo. Em vez disso, a soberania alimentar concentra-se em
circuitos locais fechados de produção e consumo e ações comunitárias para o
acesso à terra, à água, à agrobiodiversidade, etc., os quais têm uma importância
central para que as comunidades possam ter controle a fim de serem capazes de
produzir localmente alimentos com métodos agroecológicos. Não há dúvidas de que
a aliança entre agricultores e consumidores tem uma importância estratégica. Além
de um movimento para baixo na cadeia alimentar, que implica em consumir menos
proteína animal, os consumidores também têm de perceber que a sua qualidade de
vida está firmemente associada ao tipo de agricultura praticada em áreas rurais
vizinhas, não só por causa da qualidade da comida produzida, mas também porque
a agricultura é a produtora multifuncional de uma série de serviços ambientais tais
como a qualidade de água e conservação de biodiversidade. Mas esta
multifuncionalidade só pode emergir se as paisagens agrícolas são salpicadas por
pequenas propriedades diversificadas, que, como os estudos mostram, podem
produzir de 2 a10 vezes mais por unidade de área que as grandes fazendas
corporativas. Nos EUA, os 25% dos agricultores mais bem sucedidos que empregam
métodos sustentáveis, que são em sua maioria de médio porte, possuem
rendimentos mais altos que os agricultores convencionais e exercem um impacto
negativo muito menor no ambiente, reduzindo a erosão do solo e conservando a
biodiversidade. As comunidades rodeadas de pequenas unidades de produção
populosas experimentam menos problemas sociais e têm economias mais sãs do
que as comunidades rodeadas de grandes fazendas de monoculturas, despovoadas
e mecanizadas. Assim, deve ser óbvio para os moradores da cidade que comer é
tanto um ato político quanto ecológico; que comprar alimentos nos mercados locais
de agricultores irá apoiar o tipo de agricultura pós-pico do petróleo, que é
urgentemente necessária, ao mesmo tempo em que comprar alimentos em
supermercados perpetua uma trajetória agrícola insustentável.
A dimensão e a urgência do desafio que enfrentamos não encontram nenhum
precedente, mas o que precisa ser feito é ambiental, econômica e politicamente
possível. A velocidade com a qual essas mudanças devem ser implementadas é
grande, mas é duvidoso que possamos reunir a vontade política para transformar
radicalmente o nosso sistema alimentar antes que a fome e a insegurança alimentar
alcancem níveis mundiais e irrevogáveis.
Texto 3
A diferença da qualidade nutricional dos alimentos nos diferentes sistemas de
produção
No sistema convencional a adubação é realizada com altas doses de NPK
(nitrogênio, fósforo e potássio). Isso acelera o desenvolvimento das plantas e
também dificulta a absorção de outros micronutrientes. Assim, a qualidade
nutricional das mesmas é inferior. Uma planta desequilibrada também é mais
atacada por insetos e doenças.Uma planta que se desenvolve normalmente, sem
excessos de apenas alguns nutrientes, é mais equilibrada, contém mais fibras e é de
qualidade nutricional superior.
Estas plantas também são menos suscetíveis a doenças e pragas. Alguns
trabalhos de análise vem sendo feitos, como o que se apresenta ao lado, o qual,
mostra diferenças de composição mineral expressivas. (Fonte: Qual é a agroecologia que
queremos? de Valdemar Arl.)
Figura 6.. Perdas nutricionais. Fonte: Extraído do texto Qual é a agroecologia que queremos? de
Valdemar Arl.
Figura 7. Composição nutricional. Extraído do texto Qual é a agroecologia que queremos? de
Valdemar Arl.
ATIVIDADE 4
Visita de estudo
Objetivos
Visitar a feira livre de agricultura familiar do município para :
� Observar a autonomia ou dependência dos participantes da feira quanto a sua
produção de alimentos;
� Descobrir como adquirem suas sementes;
� Verificar a diversidade de produtos alimentícios.
Metodologia
Durante a visita de estudo o professor deve instigar os alunos a entender como
funciona a propriedade, como mantém sua autonomia produtiva e verificar a
diversidade de alimentos produzidos.
Ao retornar ao Colégio fazer uma sistematização da visita em forma de texto.
ATIVIDADE 5
Capacidade nutricional
Objetivos:
� Verificar a capacidade nutritiva de alguns alimentos;
� Comparar os nutrientes entre os alimentos convencionais e orgânicos;
Metodologia
Retomada do conteúdo e da capacidade nutricional quanto aos produtos:
- Orgânicos
- Ecológicos
- Convencionais
Utilizar o Cartaz " 10 motivos para consumir produtos ecológicos" da Terra Livre,
para debate.
Figura 8. Dez motivos para consumir produtos agro ecológicos. Fonte: http://terralivre.org/2013/02/10-motivos-para-se-consumir-produtos-agrecologicos/ acessado em 10/10/2013.
ATIVIDADE 6
Contextualização: boa e má alimentação
Objetivos:
� Questionar a forma de políticas públicas com relação a soberania alimentar;
� Problematizar a padronização dos hábitos alimentares;
Questões para discussão após leitura do texto:
- Questão ambiental: respeito do ciclo natural das plantações, época (Sazonalidade),
entre outros;
- Custo monetário: balanço do que é mais caro para produzir em comparação custo
benefício;
- Padronização dos alimentos;
- Diversificação dos alimentos;
Usar recorte do texto Agroecologia: matriz disciplinar ou novo paradigma para o
desenvolvimento rural sustentável de Francisco Roberto Caporal, José Ântonio
Costabeber e Gervásio Paulus. (texto 4).
Texto 4
Agroecologia: matriz disciplinar ou novo paradigma para o desenvolvimento
rural sustentável.
A Agroecologia stricto senso pode ser definida como uma nova e mais
qualificada aproximação entre a Agronomia e a Ecologia, isto é, a disciplina científica
que estuda e classifica os sistemas agrícolas desde uma perspectiva ecológica, de
modo a orientar o desenho ou o redesenho de agroecossistemas em bases mais
sustentáveis. Esta nova aproximação implica no estudo e aplicação de princípios
vitais, como a coevolução sociedade-natureza, reciclagem de nutrientes,
potencialização ou criação de sinergias e interações entre plantas (cultivadas ou
não), animais, solo, etc. Em outras palavras, poderia se abordar este tema a partir
do conceito de “biomímese”, isto é, “compreender os princípios de funcionamento da
vida, em seus diferentes níveis (e em particular no nível ecossistêmico), com o
objetivo de reconstruir os sistemas humanos de maneira que se encaixem
adequadamente nos sistemas naturais” (RIECHMANN, 2003b; p. 31).
Como lembra Altieri (2002), a “Agroecologia é o estudo holístico dos
agroecossistemas” e, portanto, é necessário entender este “sistema complexo no
qual processos ecológicos, que se encontram de forma natural, podem ocorrer”. Ele
cita: ciclagem de nutrientes, interações predador-presa, competição, simbiose e
câmbios sucessionais. Logo, para este autor, citando Reijntjeset al (1992), o
desenho de agroecossistemas mais sustentáveis está baseado nos seguintes
princípios ecológicos: a) aumentar a reciclagem da biomassa e otimizar a
disponibilidade do fluxo balanceado de nutrientes; b) assegurar condições de solo
favoráveis para o crescimento das plantas, particularmente através do manejo da
matéria orgânica e aumentando a atividade biótica do solo; c) minimizar as perdas
relativas aos fluxos de radiação solar, de ar e de água, mediante o manejo do
microclima, armazenamento de água e o manejo do solo através do aumento da
cobertura vegetal; d) diversificar específica e geneticamente o agroecossistema no
tempo e no espaço; e e) aumentar as interações biológicas e os sinergismos entre
os componentes da biodiversidade, promovendo processos e serviços ecológicos
chaves.
Esta nova aproximação entre Agronomia e Ecologia deve permitir um
entendimento, por exemplo, de que o controle de pragas não é um problema
químico, mas sim ecológico e que, portanto, exige conhecimentos diferenciados
daqueles proporcionados pelos pacotes da Revolução Verde. Isto é, devemos
buscar sempre o aumento dos processos ecológicos auto-reguladores das
populações que possam vir a causar danos (insetos, doenças ou ervas infestantes).
Do mesmo modo, a agricultura sustentável, que se orienta pelos princípios da
Agroecologia, procura restaurar as funções naturais de fluxos e de ciclos minerais,
hidrológicos e de energia dentro dos agroecossistemas. Isto requer ensinamentos da
Ecologia, para que se possa trabalhar a necessária integração de processos
complexos que ocorrem na agricultura, como são as interações e as sinergias.
Assim mesmo, cabe destacar a necessidade de melhor compreender-se o papel e a
função da biodiversidade dentro dos sistemas agrícolas, para usá-la a favor da
busca de maior sustentabilidade e equilíbrio dinâmico do agroecossistemas.
Por fim, esta nova aproximação será fundamental para o redesenho de
agroecossistemas mais sustentáveis, até porque os sistemas agrícolas mais
sustentáveis são aqueles cujo desenho e funcionamento se aproximam das
características naturais do ecossistema onde estão inseridos, e isso exige aportes
de conhecimentos ecológicos, como também dos saberes populares.
Assim, ao contrário da intensificação no uso de insumos químicos e de
mecanização que preconizam os modelos convencionais para a agricultura
industrializada, o que precisamos é intensificar os mecanismos ecológicos,
preenchendo os diferentes nichos através do aumento da biodiversidade funcional,
da potencialização dos sinergismos e da complementaridade entre espécies, por
exemplo, na busca de uma maior resiliência dos agroecossistemas que estamos
manejando.
Aportes da Biologia
Como aponta Tiezzi (1988, p. 198), existe um descompasso entre os tempos
históricos, representados pelas experiências histórico-políticas da humanidade, e os
tempos biológicos, que exigem prazos longos para a solução dos graves problemas
ambientais, de dimensão planetária, que estão surgindo. “É necessária, afirma o
autor, uma grande operação cultural, um efeito sinérgico de competências e
patrimônios culturais. A base de tudo isso só pode ser o aprofundamento da leitura
biológica dos equilíbrios naturais, da evolução do homem, dos comportamentos. Em
suma, o primado da biologia, não como ciência asséptica que oriente a política, mas,
ao contrário, uma política permeada, nutrida de biologia”.
O estudo dos fenômenos biológicos nos ajuda também a entender que os
sistemas vivos não possuem o determinismo tecnológico que se aplica à produção
industrial. Não se pode esquecer que a agricultura trabalha fundamentalmente com
processos biológicos vegetais e animais, que envolvem tanto as dimensões micro
(fungos e bactérias do solo, por exemplo), quanto as macro (árvores de uma
floresta, por exemplo). As interações ecológicas que se estabelecem nessa
complexa teia são vitais para a manutenção da saúde e da vitalidade dos
ecossistemas, assim como para a manutenção da sua capacidade de produzir
alimentos. Portanto, a menos que se admitisse a hipótese de uma alimentação
humana em bases exclusivamente artificiais, com todas as consequências daí
decorrentes, os processos biológicos são fundamentais para a sobrevivência da
humanidade. Além disso, como apontam vários estudos, existe uma estreita relação
entre o sistema de produção e o valor biológico dos alimentos produzidos. Do ponto
de vista da contribuição para uma estratégia de transição agroecológica, a
Agroecologia busca na Biologia muitos dos elementos necessários para o
estabelecimento de sistemas de produção mais sustentáveis. Somente para ficar em
alguns poucos exemplos, poderiam ser citados os conhecimentos sobre as relações
entre patógenos, hospedeiros e o meio ambiente. Ou ainda um elemento que é
básico para a transição, como o uso das características funcionais da resistência
das plantas (resistências horizontal e vertical). No caso do manejo de plantas
espontâneas, existem contribuições importantes dos estudos sobre capacidade de
dormência, rapidez de crescimento, capacidade de germinação em determinadas
épocas, sob diferentes condições de temperatura e de luminosidade.
Do mesmo modo, é fundamental que se conheça as interações ecológicas
entre organismos, tanto no solo como na parte aérea das plantas, fundamentais para
a adoção de estratégias de controle
biológico, sem esquecer que, na realidade, este ocorre o tempo todo na natureza.
Também são importantes os estudos sobre os efeitos alelopáticos entre diferentes
tipos de plantas, sejam eles entre plantas cultivadas (para a definição, por exemplo,
de consórcios ou sucessão de culturas) ou entre plantas adventícias e cultivadas
(para o controle de plantas adventícias). Igualmente, a Agroecologia lança mão dos
conhecimentos sobre microbiologia do solo, que incluem estudos sobre a
importância dos fungos conhecidos como micorrizas e de bactérias simbióticas,
especialmente as do gênero Rhizobium, responsáveis pela fixação de nitrogênio do
ar do solo, ou ainda o papel de organismos
antagonistas, por exemplo, para o manejo de doenças. Neste campo de estudos,
aliás, já existem conhecimentos bastante desenvolvidos, mas na maior parte das
vezes desprezados pela agricultura convencional, cuja preferência recai sobre
soluções imediatistas e simplistas baseadas, principalmente, no uso de insumos
químicos ou de práticas meramente mecânicas, ainda que insustentáveis.
Em suma, em uma perspectiva de transição agroecológica, a Biologia
apresenta um conjunto de conhecimentos-chave para alcançar patamares
crescentes de s sustentabilidade no manejo e redesenho de agroecossistemas.
(Fonte: texto "Agroecologia: matriz disciplinar ou novo paradigma para o
desenvolvimento rural sustentável de Francisco Roberto Caporal, José Ântonio
Costabeber e Gervásio Paulus. Disponível em: http://www.agroeco.org/socla/
archivospdf/Agroecologia%20%20Novo%20Paradigma%2002052006-
ltima%20Verso1.pdf. Acesso em 08/10/2013)
ATIVIDADE 7
Produção de alimentos: agronegócio e agricultura familiar.
Objetivos:
� Diferenciar produção agrícola capitalista de agroecologia.
� Compreender a diferença entre segurança e soberania alimentar.
Metodologia
Trabalhar com o texto: "Contradição Capitalismo e Ecologia" de Leonardo Boff (texto
5) e recorte de textos do livro Princípios e Perspectivas da Agroecologia de
Francisco Roberto Caporal e Edísio de Oliveira Azevedo (orgs.) (texto 6).
Fazer a leitura e discussão da Lei 11 947/2009 referente uso na merenda escolar de
produtos da agricultura familiar.
Após leitura dos textos e da Lei 11 947/2009, fazer um comparativo entre os
mesmos.
Texto 5
Contradição Capitalismo/Ecologia
Leonardo Boff
A lógica do capital, como modo de produção e como cultura, é essa: produzir
acumulação mediante a explora-ção. Primeiro, da força de trabalho das pessoas,
logo pela dominação das classes, depois pelo subme-timento dos povos e, por fim,
pela pilhagem da natureza.
Uma análise mesmo superficial entre ecologia e capitalismo identifica uma
contradição básica. Onde impera a prática capitalista se envia ao exílio ou ao limbo
a preocupação ecológica. Ecologia e capitalismo se negam frontalmente. Não há
acordo possível. Se, apesar disso, a lógica do capital assume o discurso ecológico
ou é para fazer ganhos com ele, ou para espiritualizá-lo e assim esvaziá-lo ou
simplesmente para impossibilitá-lo e, portanto, destruí-lo. O capitalismo não apenas
quer dominar a natureza. Quer mais, visa arrancar tudo dela. Portanto, propõe-se
depredá-la.
Hoje, pela unificação do espaço econômico mundial nos moldes capitalistas, o
saque sistemático do processo industrialista contra a natureza e contra a
humanidade torna o capitalismo claramente incompatível com a vida. Coloca-se
assim um bifurcação: ou o capitalismo triunfa ao ocupar todos os espaços como
pretende e então acaba com a ecologia e assim põe em risco o sistema-Ter-ra, ou
triunfa a ecologia e destrói o capitalismo ou o submete a tais transformações e
reconversões que não possa mais ser reconhecível como tal. Desta vez, não há uma
arca de Noé que salve a alguns e deixe perecer os outros. Ou nos salvamos todos
ou pereceremos todos.
O capitalismo produziu também uma cultura, derivada de seu modo de
produção, assentado na exploração e na pilhagem. Sem uma cultura capitalista que
veicula as mil razões justificadoras da ordem do capital, o capitalismo não
sobreviveria. A cultura capitalista exalta o valor do indivíduo, garante a ele a
apropriação privada da riqueza, feita pelo trabalho de todos, coloca como mola de
seu dinamismo a concorrência de todos contra todos, visa maximalizar os ganhos
com o mínimo de investimento possível, procura transformar tudo em mercadoria
para ter sempre benefícios. Instaura o mercado, hoje mundializado, como o
mecanismo articulador de todos os processos de produção, de concorrência e de
distribuição.
Se alguém buscar solidariedade, respeito às alteridades, compaixão e
veneração face à vida e ao mistério do mundo não os busque na cultura do capital.
Errou de endereço, pois aí encontra tudo ao contrário. George Soros, um dos
maiores especuladores das finanças mundiais e profundo conhecedor da lógica da
acumulação sem piedade (ele vive disso), afirma claramente em seu livro A crise do
Capital que o capitalismo mundialmente integrado ameaça a todos os valores
societários e democráticos, pondo em risco o futuro das sociedades humanas.
Fonte:
http://www.servicioskoinonia.org/agenda/archivo/portugues/obra.php?ncodigo=156
acessado em 16/10/2013
Texto 6
" Agroecologia: uma nova Ciência para apoiar a tran sição a agriculturas mais
sustentáveis"
...Como já mencionamos em outro texto, a perspectiva agroecológica que
defendemos não se alinha à ilusão “ecotecnocrática” do desenvolvimento
sustentável das agências internacionais e de governos conservadores, nem à lógica
de produzir para os mercados verdes, ou seja, a proposta de reduzir a produção de
alimentos com preservação ambiental à lógica de uma economia capitalista mais
“verde” ou esverdeada. Pelo contrário, ao optar-se pela expressão agriculturas mais
sustentáveis parte-se da convicção de que o discurso ecotecnocrático da
sustentabilidade é falso e contraditório e, por isso mesmo leva a certas posições
conservadoras e reformistas, inclusive na formulação de políticas públicas voltadas
para a agricultura, assim como nas orientações do ensino, da pesquisa e da
extensão rural. O uso dessa expressão, assim como da expressão desenvolvimento
mais sustentável, que se utiliza ao longo deste artigo, procura evidenciar: a) por um
lado, que a partir das bases epistemológicas da Agroecologia, se pode afirmar que
teremos tantas agriculturas quantos forem os diferentes agroecossistemas e
sistemas culturais das pessoas que as praticam; e, b) por outro lado, a palavra
“mais”, também quer evidenciar que o discurso “oficialista” sobre desenvolvimento
sustentável, não encontrara base científica capaz de dar-lhes consequência
operativa e, por isso, ajuda a obstaculizar processos de mudança que resgatem uma
postura mais ética e mais humanista nas práticas agrícolas e nas estratégias de
desenvolvimento...
(Fonte: Texto atualizado de “Agroecologia: uma nova ciência para apoiar a transição
a agriculturas mais sustentáveis. Francisco Roberto Caporal – Brasília: 2009. p. 84).
ATIVIDADE 8
Visita a propriedade Agroecológica na localidade 8 de junho no município.
Objetivos:
� Saber por que os agricultores usam a Agroecologia;
� Verificar os tipos de alimentos produzidos a qualidade dos produtos;
� Interar-se das formas de comercialização dos produtos e como adquirem as
sementes.
Metodologia
Ao retornar ao Colégio fazer uma sistematização oral, instigando que todos os
alunos opinem. Em seguida, organizar a turma em grupos para que organizem um
seminário sobre :
- Princípios da Agroecologia;
- Segurança e soberania Alimentar.
ATIVIDADE 9
Palestra
Objetivos
� Realizar uma palestra com representante da Via Campesina para discutir a
soberania alimentar e agricultura familiar e distribuição de renda.
Metodologia
Na sala, os alunos produzirão um texto conclusivo sobre alimentação abordando os
aspectos :
-nutricionais
-sociais
-econômicos
-ambientais
O texto servirá de atividade avaliativa, com exposição em mural.
Referências Bibiográficas
ALTIERI, M. A. "Agricultura na Era Pós Petróleo ". Universidade da Califórnia,
2008.
ARL, V.R.; DAMBRÓS, O. DA ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL À
CONSTRUÇÃO COLETIVA DO CONHECIMENTO: “um desafio estratégico para o
desenvolvimento local e sustentável”. Cooperiguaçu. Está no prelo.
BOFF, L.. Contradições: Capitalismo e Ecologia . RJ, 2005. Disponível em :
http://www.servicioskoinonia.org/agenda/archivo/portugues/obra.php?ncodigo=156
acessado em 16/10/2013.
BURG, I. C.. MAYER, Paulo Henrique. (orgs). “Alternativas Ecológicas para
Prevenção e Controle de Pragas e Doenças”. Grafit.16ªedição, 2002. Apoio
Assesoar e Cooperiguaçu.
CAPORAL, F. R. “Agroecologia: uma nova ciência para apoiar a trans ição a
agriculturas mais sustentáveis .– Brasília: 2009.
CAPORAL, F R. COSTABEBER, J. A.. PAULUS, G.. "Agroecologia: matriz
disciplinar ou novo paradigma para o desenvolviment o rural sustentável.
Disponível em: http://www.agroeco.org/socla/
archivospdf/Agroecologia%20%20Novo%20Paradigma%2002052006-
ltima%20Verso1.pdf. Acesso em 08/10/2013.
Dez motivos para consumir produtos agro ecológicos . Fonte:
http://terralivre.org/2013/02/10-motivos-para-se-consumir-produtos-agrecologicos/
acessado em 10/10/2013.