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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA TURMA - PDE/2013
Título: ARTE E GEOGRAFIA: A CONTRIBUIÇÃO DA MÚSICA DO GRUPO REGIONALISTA GRALHA AZUL PARA O ENSINO DA GEOGRAFIA HUMANA DO ESTADO DO PARANÁ.
Autor(a) Maria Aparecida Palicer de Lima
Disciplina/Área Geografia
Escola de implementação do projeto e localização
CEEBJA de Paranavaí - EFM
Município da Escola Paranavaí-Pr
Núcleo Regional de Educação Paranavaí-Pr
Professor Orientador Dr. Ilton Jardim Carvalho Junior
Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual de Maringá
Relação Interdisciplinar Língua Portuguesa, Artes, História.
Resumo
O presente trabalhado tem por objetivo realizar intervenção pedagógica e construir uma unidade didática para trabalhar temas da Geografia Humana do estado do Paraná, enfatizando o Noroeste paranaense a partir das músicas do grupo regionalista Gralha Azul. Pretende-se ensinar geografia a alunos da EJA, aliando a sua realidade à construção de conceitos geográficos. Para isso se pensou em um trabalho diferenciado, utilizando-se canções do grupo, que ao tratar de assuntos próximos à realidade local do educando, irá proporcionar a ele um aprendizado mais prazeroso e agradável, despertando-o para o estudo da ciência geográfica. Os temas trabalhados será população e migrações no Paraná, além do estudo do espaço agrário, com ênfase na região Noroeste do estado. Ao final, espera-se contribuir com a formação artístico-geográfica dos alunos.
Palavras-chave Geografia Humana; Gralha Azul; noroeste paranaense; música; artes.
Formato do Material Didático Unidade Didática
Público Alvo Alunos do Ensino Médio matriculados na disciplina de geografia do CEEBJA de Paranavaí.
APRESENTAÇÃO
A presente Unidade Didática foi elaborada a partir dos estudos
desenvolvidos no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE – 2013
promovido pelo governo do Estado do Paraná, que possibilita aos profissionais
da Educação Básica o retorno às Universidades para capacitação, estudos
sistematizados e atualização. Dentre as atividades do programa está a
elaboração de um material didático que visa materializar o saber pedagógico e
consolidar a relação entre o fazer e o pensar no espaço escolar, estando este
vinculado ao projeto de intervenção pedagógica, elaborado com a orientação
do professor/doutor Ilton Jardim de Carvalho Junior.
As atividades serão desenvolvidas na disciplina de Geografia utilizando
o conteúdo estruturante Dimensão Cultural e Demográfica do Espaço
Geográfico, integrante das Diretrizes Curriculares da Educação do Estado do
Paraná – DCE (2008, p 73 – 75) e objetiva diversificar o ensino da disciplina de
maneira mais agradável aos educandos. Elas serão aplicadas a alunos
matriculados nessa disciplina no Centro de Educação Básica para Jovens e
Adultos de Paranavaí no primeiro semestre de 2014.
Sabendo que a Geografia é uma disciplina que muitos ainda
consideram sem importância devido à forma que durante muito tempo ela foi
ministrada, com essa produção pretende-se, como Filizola declara, “provocar
encantamento em nossos alunos” (2009, p 26), é uma das maneiras mais
atrativas de fazer isso é através da música, afinal, a música é o elemento
cultural mais presente na vida das pessoas, e é uma maneira extremamente
importante de difundir conhecimento.
Sendo assim, apresenta-se neste trabalho uma proposta pedagógica
referente à utilização de músicas do grupo regionalista Gralha Azul no sentido
de apresentar aos alunos conteúdos da geografia cultural do noroeste
paranaense, que é o espaço onde eles vivem. As músicas aqui apresentadas
tratam de temas regionais que serão amplamente debatidos e a partir das
mesmas os conteúdos científicos nela existentes serão explicitados também de
uma maneira mais global. Além das músicas – parte mais importante da
produção didática – os conteúdos também serão explorados através de vídeos,
textos, mapas, imagens e pesquisas variadas.
Espera-se que nossos alunos a partir desse trabalho:
- entendam a contribuição das canções do Grupo Gralha Azul para o
conhecimento da população e dos movimentos migratórios no estado do
Paraná em especial o Noroeste paranaense.
- conheçam a contribuição das canções para o estudo do espaço agrário
do Paraná.
- despertem nos educandos ações intuitivas, artísticas e estéticas em
relação ao seu lugar, ou seja, o Paraná, em particular o Noroeste paranaense.
Sendo assim, espera-se que através das atividades aqui desenvolvidas
seja estimulado o desenvolvimento do raciocínio, da criatividade e que através
da música que discute temas da região, o aluno consiga produzir um
conhecimento geográfico mais amplo e global.
MATERIAL DIDÁTICO
AULA 1 - MÚSICA PEQUENA HISTÓRIA.
Para começo de conversa:
Todas as pessoas têm uma “pequena história” para contar. São
acontecimentos vividos, caminhos trilhados, marcas que ficaram, mudanças
que aconteceram. Vamos listar os principais acontecimentos de sua história
começando com seu nascimento e/ou sua chegada nessa cidade.
Vamos ouvir com atenção a música Pequena História
Presta atenção para esta história seu moço
Presta atenção pro que eu vou lhe contar
Eu não nasci nesta terra seu moço
Eu vim de outro lugar.
Mas nesta terra de chuva e de sol
Foi que plantei o meu sonho de ouro
Se não colhi foi porque a geada
Veio e levou meu tesouro.
Olha seu moço não fique tão triste
Triste fiquei quando tudo morreu
Quase voltei pro meu seco Nordeste
Quase que a dor me venceu.
Plantei de novo a semente no chão
E vi na terra o meu sonho crescendo
Palmo a palmo a planta mostrava
Que Deus estava presente
Mas quando o fruto crescia seu moço
Veio a geada e o meu sonho levou
Vendi o gado, a chuva, o sonho
E pro Nordeste acenei
Parto levando a certeza seu moço
De que o Nordeste jamais me enganou
Lá não se vive de sonho seu moço
Lá o sonho há muito secou
(Grupo Gralha Azul, 1980)
Interpretando a música:
1- Por que o autor diz que “não nasci nessa terra seu moço?”.
2 - Que terra é essa? Que moço é esse?
3 - O que leva as pessoas a deixarem seu lugar de origem?
4 - Qual seria sua intenção ao se referir a um “sonho de ouro”?
5- Você tem seu “sonho de ouro?” Em que ele difere do sonho do nosso
personagem?
6 - Você se identificou com algo que é dito nessa canção?
7 - A qual cultura econômica de nossa região o texto se refere?
8 - Que acontecimento frustra o nosso personagem?
9 - É comum as pessoas retornarem ao seu lugar de origem depois de
um tempo?
10 - Quais mudanças ocorrem na região Noroeste paranaense a partir
do evento climatológico descrito na música?
11 - Sair do lugar de origem é sempre uma decisão que ocorre por
vontade própria. Por quê?
CONHECENDO MELHOR O ASSUNTO:
MIGRAÇÕES POPULACIONAIS
Migrações são deslocamentos de pessoas de um lugar para outro.
Quando os deslocamentos ocorrem dentro de um mesmo país ou região são
migrações internas. Quando esse movimento ocorre para outro país são
chamadas migrações internacionais.
Emigrantes – são pessoas que deixam ou saem de seu país de origem.
Imigrantes – são pessoas que entram ou chegam em país estrangeiro.
Migrações Internas - As pessoas se deslocam pelos mais variados
motivos: causas naturais, religiosas, político-ideólogicas, de guerras, mas o
principal motivo ao longo da história é a predominância de fatores econômicos.
Nas áreas de repulsão populacional, observam-se crescente desemprego,
subemprego e baixos salários ou rendimentos; já nas áreas de atração
populacional, vislumbram-se melhores perspectivas de emprego e salário e,
portanto, melhores condições de vida.
Entre os principais movimentos migratórios nos últimos 50 anos no Brasil
e no Paraná destaca-se o êxodo rural – saída do homem do campo para a
cidade. A modernização e mecanização na agricultura, a falta de investimento
nos pequenos agricultores e a concentração de terras são os principais motivos
desse movimento. O êxodo rural provoca o inchaço das cidades que crescem
só em população e não em renda, infra-estrutura e acesso aos serviços
públicos.
Migração pendular – Caracteriza-se pelo ir e vir de grandes
contingentes populacionais que se deslocam dos subúrbios para os centros-
urbanos e vice-versa. Essas pessoas vão trabalhar no centro da cidade ou em
cidades maiores e só à noite retornam aos seus lares.
Migração sazonal ou transumância – é um movimento periódico em
que há a saída e posterior retorno de pessoas ao local de origem. No Brasil é
considerada histórica a transumância dos nordestinos que em época de secas
buscam trabalho em outra região e tão logo possam retornam ao seu local de
origem. No Paraná é comum trabalhadores irem colher maçã em Santa
Catarina ou se deslocarem para Minas Gerais na colheita de café.
Bóias–frias – trabalhadores que moram nas periferias das cidades e se
deslocam todos os dias para as lavouras. Esse movimento migratório é o mais
marcante, causando sérios problemas sociais e econômicos. Os bóias-frias são
transportados com o mínimo de segurança, trabalham muito, ganham pouco e
só há pouco conseguiram ter o amparo legal em caso de acidentes.
Migração urbana-urbana – as grandes metrópoles inchadas, poluídas,
com precariedade no atendimento dos serviços públicos, altos índices de
criminalidade e desemprego têm afastado muitas pessoas que buscam em
cidades menores melhor qualidade de vida.
O Paraná foi uma grande área de atração de migrantes,
principalmente a partir de meados do século XIX, quando a lavoura de cana-
de-açúcar estava em declínio e o café tomava conta das terras paulistas e
paranaenses. Para o nosso estado vieram escravos e após a abolição os
trabalhadores livres, muitos deles nordestinos, como também pessoas de
várias partes do mundo atraídos pela política imigratória desenvolvida pelo
governo brasileiro visando atrair europeus para trabalhar nas lavouras de café
e na expansão de novas terras de cultivo. A partir do final da década de 1970,
muitos desses agricultores deixaram o nosso estado em direção aos estados
de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e alguns estados do Norte do
país.
Refletindo: “Somos de um lugar no mundo. Um lugar como o hemisfério
sul, onde, entre nós, está um continente: a América do Sul. Somos de um país
o Brasil, ou somos de uma nação – a República Federativa do Brasil. E dentro
de uma nação ou de um país, somos de um estado ou de uma província (...). E
a cada dia, em cada momento, em que precisamos nos identificar ou nos
situar, nós usamos esta ou aquela escala geográfica para dizermos a nós
mesmos ou a outras pessoas quem somos, de onde somos, para onde fomos,
de onde viemos e onde vivemos”. (Brandão, 2005, p 16)
A partir daquilo que conversamos e aprendemos até aqui, que tal pensar
um pouco mais sobre a noção que temos a respeito do lugar em que moramos,
vivemos e sobre o que ele representa em nossa vida? Será que o lugar onde
você viveu (ou vive) é importante para você gostar de determinadas músicas,
alimentos, ter determinados hábitos? Justifique.
Pesquisa: Fazer uma pesquisa junto a pais/avós, parentes em geral,
amigos que viveram a situação descrita na música. A pesquisa será
apresentada em aulas posteriores.
AULA 2 – MÚSICA NAS ASAS DA JURITI
Para começo de conversa:
Será que você conhece bem esse estado de sua vivência – o estado do
Paraná? Que tal conhecer um pouco mais sobre ele?
Mapa 1 – Paraná Divisão Politica
Fonte: Disponível em http://www.geografia.seed.pr.gov.br
Vamos ouvir a música: Nas asas da Juriti
Subindo a Serra vindo de Paranaguá
No Marumbi as nuvens pude tocar
Em Curitiba entre as flores eu garrei a imaginar
Como é lindo esse meu Paraná
Em Ponta Grossa me bateu a emoção
Por Vila Velha coisa do meu coração
Em Maringá por entre o verde eu garrei a imaginar
Como é lindo esse meu Paraná
Singrando as águas do meu Rio Paraná
No Ivaí, No Tibagi, no Panema
No Iguaçu nas Cataratas eu garrei a imaginar
Como é lindo esse meu Paraná
Em Cascavel voando sobre as plantações
Tapete verde colorindo as estações
Lá em Londrina namorando no Igapó
Um “pé vermelho”, jamais se sente tão só
Volto prá casa nas asas da juriti
E vou pousar em Paranavaí.
(Grupo Gralha Azul, 2000)
Interpretando a música:
1- A que Serra o autor se refere?
2- Por que o poeta diz que em “Marumbi as nuvens pude tocar”?
3 - O que é a Vila Velha?
4 - O que o autor destaca como referência em Maringá?
5 - Em geografia como definimos o que é “Ivaí, Tibagi e Panema”?
6 - O que representa para o Paraná as Cataratas do Iguaçu?
7 - Por que Cascavel é descrito como “tapete verde colorindo as
estações”?
8 - O que leva o autor a chamar os norte-paranenses de “pé-vermelho”?
9 - Por que o pouso final é em Paranavaí?
Atividades
1 – Localizar no mapa do Paraná as cidades descritas na música.
2 – Vamos fazer no laboratório de informática uma pesquisa sobre as
cidades e os acidentes geográficos descritos.
3 - Em seguida, em equipes, montar em um mapa do Paraná recortado
em cartolina, utilizando imagens de revistas/jornais o que descreve a música.
3ª e 4ª AULAS - MOEMA – A LENDA DOS TRÊS MORRINHOS.
Para começo de conversa:
Será que o território paranaense sempre foi da maneira que hoje
conhecemos? Que tal fazer uma viagem ao passado da nossa região?
Ouçam com atenção a música: Moema – a Lenda dos Três Morrinhos
Ela era a mais bonita
Que o coração de Montoya
Chorava na Santo Inácio
Lamento das Sete Quedas
Onde tudo se incendeia
É o coração da floresta
Entre cem mil belos índios
Da raça dos guaranis
Mistérios assombrações
Cantigas de adormecer
Folclores, lendas, folguedos
Estórias de estremecer
Moema sempre brincava
Pelo Paranapanema
Cantando o Pirapó
Entre dourados Moema
Cantava a liberdade
Dos índios contra as bandeiras
Que vinham ao Paraná
Trazendo a opressão
Nas pequeninas canoas
Montoya, Dias, Simão
Moema, Jesus, Maria
E as treze reduções
Tataruana na frente
Era o amor de Moema
Viram surgir os três morros
Na caminhada pro Sul
Moema, Tataruana
Lutaram prá escapar
Ganharam muitas batalhas
Vai seu povo conquistar
A liberdade nas serras
Lindas nas terras do sul
Deixando atrás três morrinhos
E uma lenda no lugar
E os três morros que cresceram
Do sangue daquela gente
Hoje é o retrato mais forte
De Dias, Simão, Montoya
Tataruana semente, Moema flor Cayuá
Que coloriu nosso chão
Fez nosso povo valente.
(Grupo Gralha Azul,1993)
Interpretando a música:
1 - Na sua opinião, quem era Moema?
2 - O que é uma lenda?
3- Vamos grifar e buscar no dicionário as palavras desconhecidas desse
texto/música.
4 – Agora vamos organizar essas palavras de acordo com:
a – nomes de pessoas.
b - nomes de rios.
c – nomes de acidentes geográficos.
5 - Qual seria o significado da expressão “lamento das Sete Quedas”?
6 – Onde se localizava Sete Quedas?
7 – O que aconteceu com essa beleza natural do Paraná?
8 - Quais consequências sociais podem estar relacionadas à construção
de uma barragem de hidrelétricas?
9 – O que eram as bandeiras?
10 – Por que essas bandeiras traziam a opressão?
11 – Quais são os dois lados da batalha descritos na música?
Figura 1 – Três Morrinhos. Terra Rica, Pr.
Fonte: ORTIZ, 2011
CONHECENDO MELHOR O ASSUNTO:
PARANÁ – FORMAÇÃO E POVOAMENTO.
A história do Paraná começa a ser conhecida com as grandes
navegações empreendidas pelos dois países que eram os detentores das
tecnologias da época para essas viagens: Portugal e Espanha. Conhecida é
claro porque o nosso território já era habitado por inúmeras tribos de nativos
antes da chegada dos europeus. Em busca de riquezas, principalmente o
ouro, prata e as famosas especiarias para enriquecer nobreza e comerciantes,
portugueses e espanhóis planejavam viagens que buscavam estabelecer uma
rota marítima para as Índias. Em 1492, Cristovão Colombo, um italiano a
serviço dos espanhóis, navegou rumo ao Ocidente procurando chegar às
Índias e acabou descobrindo a América. Em 1494, os dois países assinaram
um acordo em que dividiam todas as terras descobertas ou que viessem a ser
descobertas entre si. Esse acordo criaria uma linha imaginária que passaria a
370 léguas a oeste de Cabo Verde, na África. As terras situadas a oeste seriam
espanholas e a leste portuguesas. Esse acordo foi chamado de Tratado de
Tordesilhas.
Mapa 2 – Tratado de Tordesilhas
Fonte: Livro Didático Público Geografia Seed Pr, 2007, p 20
Em 1500, o português Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil, e os
portugueses para efetivarem a posse e o povoamento de suas terras,
dividiram-nas em várias partes, chamando-as de capitanias hereditárias. Esses
lotes foram doados a nobres portugueses que deviam ocupá-las, torná-las
produtivas e defendê-las dos ataques inimigos. A posse era passada de pai
para filho.
Mapa 3 – Capitanias Hereditárias
Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Capitanias.jpg
Refletindo:
1 – Observando o mapa 2 (Tratado de Tordesilhas), o mapa 3
(Capitanias Hereditárias) e um mapa atual do Brasil, o que a linha de
Tordesilhas representaria para o território que hoje é o espaço brasileiro?
2 - A quais capitanias pertenciam as terras do que hoje é o território
paranaense?
Assim como Portugal, a Espanha também sofria pressões inglesas,
francesas e holandesas que não concordavam com a divisão do mundo através
do Tratado de Tordesilhas. Como os portugueses criaram as capitanias
hereditárias para tentar manter o controle sobre a sua colônia e também para
facilitar a exploração de riquezas, os espanhóis criaram as “encomiendas” e
reduções.
O que eram as “encomiendas” e as reduções?
Quando os portugueses e espanhóis aqui chegaram, o Brasil todo era
habitado por inúmeros nativos que Cristóvão Colombo denominou índios. No
Paraná, os principais grupos indígenas eram os tupis, guaranis, carijós, caiuás,
Kaingangs , jês, etc. Esses grupos indígenas já haviam desbravado nosso
estado através de um sistema de caminhos que cortava o Paraná em várias
direções. Era chamado por eles de Peabiru. Esses caminhos e picadas de
acesso seguiam de São Vicente até o Rio Paraná, atravessando os rios Tibagi,
Piquiri e Ivaí, que era por onde os povos indígenas se comunicavam com o mar
e com regiões mais distantes a leste e ao oeste do Rio Paraná, o caminho
prosseguia e atingia o Pacifico. Próximas a esses caminhos, os espanhóis
fundaram a partir de 1554 as primeiras “encomiendas” – que em espanhol
significa encargo, renda sobre um lugar. As terras eram doadas às pessoas
que lá quisessem morar, pacificar e catequizar os índios. Deviam ainda cuidar
deles e discipliná-los para o trabalho.
Esses índios recebiam o nome de “encomendados” e tinham de preparar
a terra, plantar mandioca e milho, caçar e pescar para seus donos, providenciar
a madeira para o fogo, além de ajudar na construção de moradias e fazer a
coleta da erva-mate, árvore típica da região e uma grande fonte econômica
para os espanhóis. Foram fundadas duas vilas, Cidade Real do Guairá e Vila
Rica do Espírito Santo.
Como os espanhóis praticamente escravizavam os índios, muitos
fugiram para longe ou se rebelaram. Os padres jesuítas que se encontravam
no território paranaense e eram contra a escravidão, passaram a agrupar os
indígenas em grandes vilas que chamaram de reduções.
A palavra redução vem do latim reductione e significa “reconduzir ou converter”. Tinha por objetivo converter os índios à fé cristã.
Por volta de 1610, os missionários jesuítas José Cataldino e Simão
Maceta iniciaram o trabalho de catequização na região do Pirapó. Fundaram as
primeiras reduções, que foram Nossa Senhora do Loreto e Santo Inácio,
ambas situadas na margem esquerda do Rio Paranapanema. Em pouco tempo
já existiam 13 reduções.
Mapa 4 – Reduções Jesuíticas no Paraná.
Fonte: Disponível em: http://www.cultura.pr.gov.br
“Quando nenhum núcleo de população branca ou dirigida por brancos existia ainda em nenhum outro ponto do território hoje paranaense, e Paranaguá, o primeiro formado por portugueses, somente 40 anos mais tarde havia de ser fundado, já os missionários da Companhia de Jesus mantinham organizado, em recantos do Vale do Paranapanema, do Tibagi, do Ivaí, do Piquiri e do Iguaçu, treze povoações índio-cristãs, com uma população de mais de 100 mil habitantes.” (MARTINS, 1995, p 88)
Refletindo:
1 - Quais os motivos que levaram os padres jesuítas a organizarem as
reduções próximas aos rios paranaenses?
2 – Em um mapa do Paraná localizem os municípios em que se ficavam
as encomendas e reduções jesuíticas no nosso estado.
3 – Em livros ou na internet façam uma pesquisa sobre as atividades
econômicas e religiosas desenvolvidas nesses locais.
Os portugueses, no entanto, não se conformaram com a dominação do
território pelos espanhóis. Como as linhas divisórias ainda eram bastante
indefinidas, os portugueses decidiram retomar essas terras através das
bandeiras paulistas.
Visando a exploração do interior do Brasil destacam-se as entradas e as bandeiras. As duas tinham os mesmos objetivos: busca de riquezas minerais, captura e extermínio de escravos indígenas ou mesmo africanos, sendo que as entradas eram organizadas pelo governo colonial e as bandeiras eram de iniciativa própria, buscando obter lucros. Eram os bandeirantes.
A região paulista de São Vicente não conseguia prosperar, os
bandeirantes então avançavam pelo interior do território brasileiro, aprisionando
índios e vendendo-os para as regiões produtoras de açúcar no Nordeste. As
reduções eram atacadas porque os indígenas que ai viviam eram acostumados
ao trabalho agrícola, conheciam ofícios como pedreiro, oleiro, carpinteiro, além
de serem instruídos para seguirem a fé cristã, o que os tornava presas fáceis.
As reduções jesuíticas foram destruídas pelos bandeirantes. Segundo
historiadores, cerca de 60.000 índios foram levados como escravos e cerca de
15.000 morreram em lutas travadas com os bandeirantes.
As reduções foram quase todas destruídas restando somente Nossa
Senhora de Loreto e Santo Inácio, mas isso só aconteceu porque elas já se
encontravam desertas e porque numa viagem épica os jesuítas resolveram
levar cerca de 12.000 indígenas restantes dos 100.000 que tinham sido
aldeados para o Sul à margem do Rio Uruguai, onde hoje fica o estado do Rio
Grande do Sul, descendo o Rio Paraná, enfrentando as Sete Quedas e toda a
sorte de flagelos que uma viagem dessa podia acarretar.
O historiador Romário Martins destaca essa empreitada dirigida pelos
padres jesuítas Montoya, Dias Tanho e Simão Maceta com a ajuda de mais
quatro padres:
“Três figuras formidáveis, que a história do cristianismo projetou como um clarão, nos sertões meridionais do Novo Mundo, que o destino escolhera, ainda uma vez, para a missão quase sobre-humana de por a salvo 12.000 criaturas perseguidas por toda a sorte de perigos, através da imensidão das distâncias, das inclemências dos inimigos, das precárias condições do êxodo!” (MARTINS, 1995, p 89-90)
O padre Montoya, que viveu esse episódio, assim relata o acontecimento:
“Em pouco tempo 700 jangadas e numerosas canoas estiveram à margem do Paranapanema; desde a foz do Pirapó à de Santo Inácio, e foram lançadas ao grande rio ponteado de cachoeiras, e 12. 000 índios, guiados por sete padres, se confiaram aquelas águas em rápido declive para o Rio Mar. (...) A nossa retaguarda deixamos os de São Paulo, inimigos de nossos filhos; a nossa frente, do lado para onde havíamos de ir, temos nos de Guaíra outros inimigos. De que maneira nós portanto nos haveremos? Se demorarmos muito talvez nos alcancem os portugueses que vêm ao nosso encalço; se formos para diante estaremos às mãos dos brancos que nos esperam. Certamente se aqui ficarmos as jangadas se avariarão e não será mais possível irmos por água e passarmos aquela cachoeira terrível”. (MONTOYA, Conquista Espiritual, Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, vol.VI – apud, MARTINS, R. História do Paraná, p 91).
A “cachoeira terrível” a que o padre Montoya se refere trata-se das Sete
Quedas no município de Guairá, hoje submersa pelo lago de Itaipu. Essa foi a
parte mais difícil dessa epopeia, porque além dos humanos inimigos, existia
essa imensa barreira natural. A necessidade de vencer mais esse obstáculo
levou os padres a uma decisão assim relatada: “Não obstante, porém por
experiência, lançamos 300 canoas vazias, com esse intuito: ao menos uma
veríamos sair salva, pois em verdade depois de vencermos 25 léguas por terra
precisaríamos embarcar outra vez”. As 300 canoas, no entanto não resistiram
à violência das águas. A viagem teve de continuar a pé por léguas e léguas,
convivendo com a fome, as intempéries do tempo, as epidemias. Mas, os
jesuítas continuaram o seu êxodo,
“e Guairá renasceu no Tape do Rio Grande do Sul, mais bela e mais formosa e florescente. De novo veio a ser perseguida e devastada. Contudo nenhuma obra de paz e amor foi mais bela do que essa que
os jesuítas edificaram, com alma e coração, nos sertões do Novo
Mundo”. (MARTINS, 1995, p 95)
Após o fim das reduções, tanto os espanhóis que deixaram o território
paranaense, quanto os portugueses que estavam empenhados na exploração
do ouro em Minas Gerais, abandonaram o vale do rio Paraná e o norte do
estado, ficando aqui por quase 150 anos apenas seus habitantes nativos – os
indígenas.
Conhecendo um pouco mais: http://www.youtube.com/watch?v=cpFPrRFR6Xg
http://www.youtube.com/watch?v=1AOTm4qIzfg Atividade - Após analise da música e a leitura/explicação do assunto,
vamos elaborar um texto sobre a Moema – Lenda dos três Morrinhos,
mostrando o que tem de real e imaginário na música.
5ª E 6ª AULAS - CIRANDA PARANAENSE
Para começo de conversa: Como foi o inicio das plantações de café no Paraná? Quem eram os
trabalhadores dessas lavouras? O que o café representou para a economia
paranaense? A partir de agora vamos saber como esse importante produto
agrícola chegou ao nosso estado.
Ouçam com atenção a música: Ciranda Paranaense. A doçura da cana
O favo de mel
Juriti na mangueira
Nos lábios da noite
Estrelas no céu
Cafezal dando flor
Cantando a passarada
Eu sozinho na estrada
Levando comida pro meu pai no roçado
Cantei o meu bem cantou
A ciranda do norte
Que meu pai me ensinou
A maldade do tempo
O amargo do fel
A geada nas folhas
A seca na terra
Incerteza no céu
Não há flores no campo
Nem canta a passarada
Eu sozinho na estrada vou vendo
Meu povo sem rumo sem nada
Eu vou a cantar eu vou
A ciranda do norte
Que pra cá se mudou.
(Grupo Gralha Azul, 1980)
Interpretando a música:
1 – O que você entende por ciranda?
2 - Por que o autor relata que a “ciranda do norte para cá se mudou”?
3 - Pela leitura da música, como você imagina que seja o local descrito?
4 – Relate as principais diferenças existente entre a primeira parte da
música e a segunda.
CONHECENDO MELHOR O ASSUNTO: A CULTURA DO CAFÉ NO PARANÁ
O café não é uma planta originária do Brasil. Ela foi trazida a pedido do
governador do Maranhão em 1727 para Belém do Pará por Francisco Melo
Palheta. A planta adaptou-se bem ao clima, espalhando-se rapidamente. Por
volta de 1762, algumas mudas de café foram trazidas de Belém para o Rio de
Janeiro. No início do século XIX, o cultivo foi expandido, chegando à região do
Vale do Paraíba fluminense e paulista, onde encontrou vários aspectos
favoráveis ao seu cultivo: solo e clima propícios, bom mercado consumidor,
mão-de-obra abundante e barata e ainda o incentivo do governo. O café
moldou a paisagem rural e urbana no Centro-Sul no século XIX. Enormes
áreas de florestas e cerrados foram cortadas e queimadas para dar lugar aos
cafezais, a cidades e ferrovias.
Figura 2 – Praça Sinval Reis ou Praça da Xicara. Paranavaí, Pr
Fonte: ORTIZ, 2011
No Paraná, o café chegou como uma extensão das lavouras paulistas,
encontrando aqui as chamadas terras roxas que abrigaram as plantações
desde o final do século XIX até grande parte do século XX. Da região de
Wenceslau Braz até o Noroeste paranaense o Paraná transformou-se numa
imensa “onda verde”. As terras paranaenses mostraram-se muito mais
rentáveis e produtivas que as paulistas. Enquanto a média de produção em
Ribeirão Preto era de 75 arrobas por mil pés de café, no chamado Norte
Pioneiro a produção era de 1.000 arrobas por mil pés de café.
A cultura do café trouxe para o Paraná as companhias colonizadoras,
cidades, portos e ferrovias, transformando o estado no maior produtor mundial
do café. Oliveira relata que
No Paraná, o café transformou vazios geográficos em regiões
prósperas e urbanizadas. Afinal, o café do Norte do Paraná foi o
atrativo de várias ondas migratórias, tanto de mineiros e paulistas,
como de milhares de nordestinos que, após fazerem uma pequena
escala em São Paulo, seguiam em busca de oportunidades nas
férteis terras do Terceiro Planalto paranaense. Não esquecendo dos
imigrantes europeus e asiáticos que juntamente com os brasileiros de
diversas regiões produziram um “caldo” cultural único e
rico.(OLIVEIRA, 2009, p 7)
A partir da década de 1960 começa o declínio das lavouras cafeeiras, as
constantes geadas nos anos 60 e 70, culminando com a chamada “geada
negra” de 1975 determinou a erradicação de extensas áreas de cafezais. O
Paraná chegou a ter 1,8 milhão de hectares dedicados ao cultivo de café. Hoje
esse número é de apenas 156 mil hectares, mas o café ainda está presente em
aproximadamente 210 municípios do estado e é responsável por 3,2% da
renda agrícola paranaense.
Atividade – No laboratório de informática pesquisa de imagens e
elaboração de uma apresentação sobre a música Ciranda Paranaense.
Socializem com os demais colegas na sala de aula.
Pesquisa - No ano de 2013 na Região Sul, inclusive no Paraná e na
nossa região, ocorreram também muitas geadas. Será que o cenário deste ano
é parecido com o ano de 1975 que a música descreve? Pesquise em jornais,
revistas e na internet notícias relacionadas aos problemas ocasionados pela
geada no ano de 2013 à população. Depois faça uma exposição aos demais
alunos.
Para saber mais: http://www.caferaiz.com.br/ocafenobrasil.htm
http://www.youtube.com/watch?v=z8q8si7Pgzc.
AULA 7 – O TREM
Para começo de conversa: Nosso estado já teve muitas ferrovias que
trouxeram para cá inúmeras pessoas para trabalhar nas lavouras de café.
Pergunte a amigos e parentes se alguém já utilizou esse meio de transporte e
como foi a sensação.
Vamos ouvir a música: O Trem
Olha o trem na estação
Saindo devagar
Pelas terras vermelhas
Do nortão Paraná
Quem viaja de trem
É uma gente sofrida
Minha dor vai de trem
Nos caminhos da vida
E quem veio de longe
Morar nesta terra
Romper o sertão
Saber do café, juriti do pinhão
Ver os filhos crescendo na força do chão
Hoje olho esta terra
Sentindo no peito
Tristeza e agonia
Não tem a certeza se tudo deu certo
Se era isso mesmo que ele queria
Um deserto medonho a terra judiada
É de poucos agora
e o trem vai partindo
Eles partem agora
Leva a gente embora
Para outros sertões.
Olha o trem na estação
Saindo devagar
Pelas terras vermelhas
Do nortão Paraná.
(Grupo Gralha Azul 1993)
Interpretando a música:
1 – Por que as terras paranaenses são chamadas “terras vermelhas”?
2 – Por que o autor diz que “quem viaja de trem é uma gente sofrida”?
3 – O que as pessoas vinham fazer nas terras paranaenses?
4 – Qual é o sentimento da pessoa em relação à terra?
5 - O que seria “romper o sertão”?
6 - Será que o sonho da pessoa foi realizado? Justifique.
7 - O que seria uma “terra judiada”?
8 – Por que o poeta fala que a terra “é de poucos agora”?
9 – Por que as terras paranaenses deixaram de ser uma área de atração
para essas pessoas?
CONHECENDO MELHOR O ASSUNTO:
O “NORTÃO’’ PARANÁ
Vamos fazer uma viagem de conhecimento pelo que a grande maioria
de autores chama de três nortes paranaenses. O norte-paranaense possui seu
território espalhado por vales férteis formados pelos afluentes da margem
esquerda dos rios Paraná e Paranapanema. Tem altitudes variadas entre 400 a
700 metros, relevo regular, colinas mansas e de fácil acesso. Sua vegetação
natural foi quase que totalmente destruída ficando hoje restrita a áreas de
preservação ambiental.
Ocupa uma área de aproximadamente 100 mil quilômetros quadrados,
definida pelos rios Itararé, Paranapanema, Paraná, Ivaí e Piquiri e se divide em
três partes, de acordo principalmente com sua colonização: O Norte Velho que
vai desde o rio Itararé até a margem direita do rio Tibagi; o Norte Novo, que vai
das barrancas do rio Ivaí e tem como limite a linha traçada entre as cidades de
Terra Rica e Terra Boa; e o Norte Novíssimo, que se desdobra dessa linha até
curso do rio Paraná, ultrapassa o rio Ivaí e abarca toda a margem direita do
Piquiri.
Mapa 5 – Regiões Paranaenses
Fonte: http://www.geografia.seed.pr.gov.br
Após a destruição das reduções toda essa região estava estagnada,
mas o desejo de se ocupar continuava. Muitos defendiam a necessidade de se
promover a colonização, seja pela ação de governos, ou mesmo por empresas
particulares, havendo várias tentativas, tanto por parte de um como por parte
de outro. Os governos aplicavam o mesmo sistema de colônia: entregar um
lote para cada família construir sua casa e cultivar a terra. Nesta colônia existia
uma sede com hospital, escolas, igreja e armazéns. Para as empresas
particulares, o objetivo era obter lucros, principalmente com a venda das terras
roxas e muito férteis. A região, que era passagem obrigatória de quem vinha de
São Paulo até o sul do país, principalmente para as fronteiras do Uruguai,
Argentina e Paraguai, ainda eram local de difícil acesso.
Dentro desse contexto chega até o país a “Brazil Plantations Syndicate
Ltda”, empresa britânica que havia adquirido lotes de terras em São Paulo para
explorar o cultivo e o beneficiamento de algodão. Como não alcançou o
sucesso esperado, a empresa chegou até o Paraná com o nome de “Paraná
Plantations Ltda”, logo mudando seu nome para Companhia de Terras do Norte
do Paraná. A empresa inglesa viu nas terras paranaenses ainda desocupadas
e muito propícias à cultura do café, que já era uma grande riqueza em São
Paulo, a oportunidade de além de reverter seu prejuízo ter grandes lucros.
Acabou comprando um total de 544.017 alqueires de terras fertilíssimas,
cobertas por matas. Para que essas terras, quando estivessem produzindo,
pudessem escoar suas riquezas, a companhia comprou também a maioria das
ações da Companhia Ferroviária São Paulo-Paraná, oferecendo para o estado
a infra-estrutura necessária para o seu povoamento.
Mesmo sendo uma espécie de colônia particular, o empreendimento no norte do Paraná, muitas vezes assumiu um papel que cabia ao Estado. Diante da precariedade estatal, a administração pública incentivou a colonização privada visto que, no final das contas, o estado também se beneficiaria com os investimentos estrangeiros e as benfeitorias coloniais. (REGO, 2009, p 71)
A companhia teve ao seu favor inúmeros fatores, entre os quais
destacam-se: as terras roxas e férteis que eram propícias aos cafeeiros; a
proibição por parte do governo federal do plantio de café em São Paulo e
Minas Gerais; as técnicas agrícolas já conhecidas por esses agricultores e a
divisão das terras em pequenas propriedades, o que facilitaria a venda para
não só os grandes cafeicultores mas também para aqueles que trabalhavam
como empregados.
A companhia seguia um critério pré-estabelecido para a divisão dessas
terras, conforme abaixo:
A zona rural colonizada pela companhia foi dividida em pequenos lotes, de área variável, demarcadas de tal maneira a incluírem todos uma parte da baixada e uma do espigão. Contam, ainda com água corrente e acesso por estrada de rodagem. Na parte da baixada o colono geralmente constrói sua casa, planta um pomar e uma horta, cerca um pasto, enfim produz o necessário para a sua subsistência. Nos trechos mais elevados, menos atingidos pelo frio, estende o seu cafezal, que constitui a sua fonte principal de renda. A consequência mais importante da obra realizada pela Companhia traduz na oportunidade que ofereceu aos trabalhadores sem posses de adquirirem pequenos lotes agrícolas, cujas dimensões e modalidade de pagamento eram sempre amoldadas ao desejo dos compradores. Chegavam à região nos famigerados caminhões „paus de arara‟ e logo se engajavam nas turmas de derrubada de mata para o plantio de café. (Depoimento de Hermam Moraes Barros in Colonização e Desenvolvimento do Norte do Paraná – Publicação Comemorativa do Centenário da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná. São Paulo: Editora Ave Maria,1997, p 114-115)
Esses desbravadores chegavam na região, trabalhavam durante um
certo tempo como empregados, guardavam uma pequena quantia e
compravam de 10 a 15 alqueires de terra, cujo valor seria pago da seguinte
maneira: 10% no ato da compra, 20% dentro de 60 dias e o restante seria pago
em quatro anos, com juros que não ultrapassavam 8% ao ano, portanto, além
da propriedade ser paga com sua produção, ainda contribuía para o
fortalecimento da economia local.
A questão urbana também foi organizada pela companhia:
Os núcleos básicos da colonização foram estabelecidos progressivamente, distanciados cerca de 100 quilômetros uns dos outros, na seguinte ordem: Londrina, Maringá, Cianorte e Umuarama. São cidades planejadas nos mínimos detalhes para se transformarem em grandes metrópoles. Por entre esses núcleos urbanos principais, fundaram-se, de 15 em 15 quilômetros, pequenos patrimônios, cidades bem menores cuja finalidade é servir como centro de abastecimento para a numerosa população rural. Alguns desses patrimônios, porém, mercê do extraordinário progresso da região, desenvolveram-se e transformaram-se também em grandes cidades, como por exemplo: Apucarana, Cambé, Rolândia, Arapongas, Astorga, Mandaguari,Nova Esperança, Jandaia e etc.” (ibid, p.125)
Em toda a história da colonização do norte paranaense, as ferrovias
estiveram em destaque, porque era e é uma lógica do mercado: não adianta
produzir sem ter como transportar a produção.
O Noroeste do Paraná e Paranavaí
O primeiro nome do vilarejo que deu origem à cidade de Paranavaí foi
Montoya, uma homenagem ao padre jesuíta que comandou a expedição dos
indígenas pelo noroeste do estado até o sul do Brasil.
Porém a história da cidade se inicia no princípio do século 20. Até essa
época a região era constituída de terras devolutas de propriedade do Estado
que pretendia colonizar a região e para isso contratava obras, pagando às
empreiteiras com terras. O pagamento era feito antecipadamente, beneficiando
companhias estrangeiras no Brasil. Foi o que aconteceu com a Brasil Railway
Company, cuja subsidiária Cia Brasileira de Viação e Comércio S/A –
BRAVIACO fora encarregada de implantar a Estrada de Ferro São Paulo-Rio
Grande, mediante pagamento com terras próximas a Umuarama, onde acabou
surgindo algumas cidades como Pérola, Xambrê, Altônia e outras.
A partir de 1930 o povoamento da região que seria Paranavaí deslocou-
se para a Fazenda Brasileira, em cujas terras virgens e férteis foram plantados
quase um milhão de pés de cafeeiros. Graças à fertilidade da região surgiam
muitas pessoas para trabalhar nas lavouras. Segundo Silva (1987, p 55) “em
1930, chegaram a instalar-se 1.200 famílias nordestinas”.
Após a Revolução de 1930, o governo revolucionário cassou todas as
concessões, quando a região estava em pleno desenvolvimento, suspendem-
se os financiamentos e os cafezais prontos para as primeiras colheitas tiveram
de ser abandonadas em favor do governo. Registrou-se então na região uma
onda de terror: deixar o povoado era proibido. Se alguém teimasse em fazê-lo,
teria que passar pelo único caminho possível, a estrada para Presidente
Prudente. Nenhuma dessas pessoas conseguia passar o rio Paranapanema.
O governo da época, interventor Manoel Ribas, mandou abrir uma
estrada partindo de Arapongas, o que ligaria essa região ao resto do estado.
Esta estrada começou a ser construída somente em 1944, quando o centro da
fazenda passou a chamar-se Colônia Paranavaí (junção dos nomes dos rios
Ivaí e Paraná). A estrada tornou-se o elo que faltava na região. As pessoas
vinham pela ferrovia Sorocabana até Ourinhos e daí para as cidades do
Paraná.
Diferente dos outros chamados “nortes”, o norte novíssimo ou noroeste
paranaense acabou em grande parte por ser colonizado por iniciativa
governamental, mas com muitas áreas de conflito e litígios, o que não impediu
o surgimento de inúmeras cidades na região, como Querência do Norte, Terra
Rica, Loanda, Santa Izabel do Ivaí, Tamboara, Paraíso do Norte, Cidade
Gaúcha, Cruzeiro do Oeste e outras. Todas essas cidades tiveram como
principal riqueza econômica durante várias décadas o café, maior produto de
exportação brasileiro na época.
Depois de ser ocupada rapidamente, a partir de 1970, a região passou a
perder contingente humano, devido principalmente à decadência da
cafeicultura e o empobrecimento do solo, ganhando espaço a pecuária bovina.
Grande parte dos habitantes que tinham vocação essencialmente agrícola
foram incapazes de superar a crise cafeeira e partiram para outras regiões.
Tomazi relata esse momento:
Dentre os milhares de trabalhadores rurais que foram expulsos da
região, muitos foram aqueles que se deslocaram para o Mato Grosso
em busca de um lugar imaginário, construído pela propaganda de
companhias colonizadoras que vendiam a mesma “mercadoria”: a
felicidade, a riqueza e a possibilidade de lá ter uma vida melhor”
(TOMAZI, 1999, p 83)
Aos agricultores que ficaram e que não conseguiram se adaptar ou não
conseguiram sobreviver ao processo de modernização na agricultura e à
mudança de atividade econômica restou a alternativa de irem para as cidades
e em muitas das vezes transformarem-se em “boias-frias”.
Para saber mais - http://www.youtube.com/watch?v=DaNtoyFzJvM
Atividades – Procurar reproduzir em desenhos o que a música retrata.
Em um mapa do Paraná mudo fazer um trajeto do povoamento norte-
paranaense graças à cultura cafeeira.
AULA 8 – BOI X CAFÉ
Para começo de conversa: Como está a região Noroeste nos dias
atuais? Quais são as principais riquezas econômicas dessa parte do Paraná? A
região continua sendo uma área de atração para a população? Vamos então
decifrar essas questões.
Vamos ouvir a música: Boi X Café
Pra cada pé de café
Agora tem um boi
Minha terra tá assim
Boi, boi, boi, boi
O verde nos olhos dela
Atiçou meu coração
O riscado da viola
Acordou brotos no chão
E o verde fez-se lindo
E sinal de plantação
Triste terra ameaçada
Já nem canta o azulão
O boi fica com a terra
O homem fica sem o chão.
E sem o verde dos olhos
Só me resta a solidão
Foi, foi, foi
Não dá para acreditar
Onde tinha o café
Está o boi a pastar.
(Grupo Gralha Azul, 1993)
Interpretando a música:
1 – Que mudança econômica é descrita na música?
2 - Na sua opinião, o que levou a essa mudança?
3 - Por que a pecuária é sinal de terra ameaçada?
4 – Qual é o significado para a economia de uma região de uma situação
como essa descrita na música: “o boi fica com a terra, o homem fica sem o
chão”?
CONHECENDO MELHOR O ASSUNTO:
O NOROESTE ATUAL
Com 61 municípios e mais de 680.000 habitantes, a mesorregião
Noroeste paranaense apresentou um decréscimo populacional de 0,25% no
período de 1991 a 2000. Essa região faz fronteira com os estados de São
Paulo e Mato Grosso do Sul e seus polos regionais são: Paranavaí, Cianorte e
Umuarama. A área total da Noroeste é de 24.488.68Km² (12% da extensão
territorial do Paraná) e a densidade populacional é de 25,7 hab./km². A região
Noroeste abriga cerca de 6% da população paranaense.
A ocupação do Noroeste foi alavancada pela cultura agrícola do café,
mas com a crise cafeeira, a mesorregião Noroeste não transitou com facilidade
para os novos padrões de modernização da atividade agrícola. A despeito de
ser predominantemente de relevo plano, somente 45% do solo da região é
considerado apto para atividades agro-silvo-pastoris. Altamente suscetível à
erosão, as características ecológicas inviabilizam a expansão acentuada das
culturas anuais, favorecendo a pecuária extensiva.
Pecuária extensiva – O gado é criado solto nas propriedades, alimentando-se de pastagens naturais. Geralmente está voltada para o gado de corte. Pecuária intensiva – Utiliza-se alta tecnologia como inseminação artificial, pastagens artificiais, clonagem de animais, vacinação etc.
Os dois períodos históricos de desenvolvimento produtivo (cafeicultura e
pecuária) determinam de maneira marcante as características ambientais e
populacionais da Mesorregião noroeste. O uso inadequado das terras e o
intenso desmatamento fazem desta uma das regiões mais degradadas em
termos de preservação ambiental, com apenas 4,1% de cobertura florestal
original sobrevivente. Tendo sido a terceira mesorregião mais populosa do
Paraná no começo dos anos 70, apresentou um decréscimo populacional,
passando a apresentar uma reação a partir do final dos anos 90 quando a
região passou a diversificar suas atividades econômicas. Paranavaí, apesar de
continuar liderando o rebanho bovino na região, tem diminuído a quantidade de
cabeças devido a novas culturas estabelecidas.
A agropecuária mantém sua importância na ocupação da mão-de-obra
regional, mas se valendo dos avanços tecnológicos e de reforma de pastagens,
a região Noroeste também apresentou crescimento na cultura de produtos
direcionados à indústria, como cana, mandioca, laranja e aves. Esta
mesorregião destaca-se em comparação com as outras do Paraná na
produção de casulos do bicho-da-seda, de café e de frutas (abacaxi, laranja e
manga). Em relação à industrialização, a mesorregião Noroeste concentra as
atividades de beneficiamento da mandioca, da laranja e é o maior polo sucro-
alcooleiro do estado. Em Cianorte destaca-se a indústria do vestuário, com
mais de 400 grifes que vendem para todo o território nacional. Umuarama
destaca-se como cidade agrícola e universitária.
(adaptado de www2.sescpr.com/inventário/regiões)
Atividades : Em equipes vamos fazer uma pesquisa em jornais atuais
da nossa região sobre a questão econômica de nosso município e dos demais
municípios polos da região Noroeste. Em seguida, vamos socializar com os
demais alunos da sala.
ORIENTAÇOES METODOLÓGICAS
AULA 1 – MÚSICA PEQUENA HISTÓRIA
Essa canção será utilizada com a intenção de provocar no aluno uma
sensibilização, um acolhimento – é levá-lo a perceber a importância de sua
história de vida, do espaço em que vive e como aconteceu a construção do
mesmo.
- Iniciar a aula, falando sobre a importância da história da vida das
pessoas e do vínculo que criamos com local que nascemos ou de nossa
vivência.
- Audição e interpretação da música.
- Apresentação dos conteúdos científicos presentes nessa música.
- Questionamentos a respeito.
- Encaminhamento de atividade: Pesquisa junto às avós/pais/pessoas da
comunidade que viveram a situação descrita na música.
AULA 2 – MÚSICA NAS ASAS DA JURITI
Nesta aula a intenção é valorizar o estado com seu espaço natural e
cultural.
- Audição, leitura e interpretação da música Nas asas da juriti.
- Localizar em um mapa do Paraná as cidades descritas.
- No laboratório de informática fazer uma pesquisa sobre cada um dos
elementos citados na música: rios, formações geológicas, cataratas,
plantações, fauna etc.
- Em mapa mudo do Paraná (tamanho grande) e em equipes de alunos
orientar uma atividade em que com recortes de revistas reproduza o que a
música destaca.
AULAS 3 E 4 – MOEMA – A LENDA DOS TRÊS MORRINHOS
A intenção aqui é conhecer a região, o inicio da construção de seu
território, primeiros habitantes (indígenas) e o povoamento.
- Audição da música e interpretação da mesma a partir do título.
- Elaboração de um glossário com as palavras desconhecidas.
- Localização no mapa do Paraná das localidades descritas na canção.
- Explicação dos conteúdos científicos presentes na música.
- Exibição dos vídeos: http://www.youtube.com/watch?v=cpFPrRFR6Xg
http://www.youtube.com/watch?v=1AOTm4qIzfg.
- Comentários a respeito dos vídeos que tratam das Sete Quedas.
- Elaboração de um texto sobre a relação existente entre o imaginário e
o real.
Obs - Apresentação da pesquisa encaminhada na aula 1.
AULAS 5 E 6 - MÚSICA CIRANDA PARANAENSE.
Aqui se trata se conhecer parte da exploração econômica da região e as
ondas migratórias para o cultivo do café.
- Audição da música e interpretação da mesma.
- Explicação dos conteúdos científicos presentes na música.
- Exibição do vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=z8q8si7Pgzc.
- Pesquisa em jornais/revistas/internet sobre as geadas de junho 2013.
- Pesq uisa no laboratório de informática para elaboração de
apresentação sobre o que relata a música.
- Apresentação aos demais colegas da sala.
AULA 7 – MÚSICA O TREM
Explorar nessa música a colonização norte/noroeste do Paraná, as
ondas migratórias, a questão da região ter sido uma grande área de atração e
após de repulsão.
- Audição e interpretação da música.
- Explicação dos conteúdos científicos presentes no texto.
- Exibição e leitura de mapas sobre o norte paranaense e as cidades
formadas com a cafeicultura.
- Exibição documentário http://www.youtube.com/watch?v=DaNtoyFzJvM.
- Exibição de imagens fazendo uma possível leitura da música.
- Desenhos mostrando o que a música descreve.
AULA 8 – MÚSICA BOI X CAFÉ
A música destaca a mudança econômica da região antes cafeeira para
pecuária.
- Apresentação da pesquisa sobre as geadas de 2013.
- Audição e interpretação da música.
- Pesquisa em jornais da região sobre a situação econômica atual.
- Socialização com os demais alunos.
Observação – Quando se fala em aulas no CEEBJA se refere a 4 horas
aula diárias;
Todos os textos aqui inclusos são de apoio ao professor que poderá
utilizá-los caso considerar conveniente em forma de apresentação de slides.
REFERÊNCIAS BRANDÃO, C. R. Aqui é onde moro, aqui nós vivemos. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2005. CMNP - Colonização e Desenvolvimento do Norte do Paraná, Publicação Comemorativa do Centenário da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, 2ª edição, 1997, Editora Ave Maria, São Paulo, 1977. FILIZOLA, R. KOZEL, S. Teoria e Prática do Ensino de Geografia. São Paulo, FTD, 2009. MARTINS, R. História do Paraná, Prefeitura Municipal de Curitiba/Coleção Farol do Saber, 1995 MONTOYA, Conquista Espiritual, Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, Vol VI, apud História do Paraná, Romário Martins, 1995. OLIVEIRA, S.C. A economia cafeeira no Paraná até a década de 1970. Vitrine da Conjuntura, Curitiba, v.2, n.4, junho 2009.
REGO, R. L. As cidades plantadas: os britânicos e a construção da paisagem no norte do Paraná. Londrina: Humanidades, 2009. SOARES DA SILVA, P. M. História de Paranavaí, Prefeitura Municipal de Paranavaí, 1982. TOMAZI, N. D. Construções e silêncios sobre a (re)ocupação da região Norte do Estado do Paraná. In DIAS, R. B e GONÇALVES, J.H.R (orgs) Maringá e o Norte do Paraná – Estudos da História Regional. EDUEM, 1999. Sites Consultados: SESC. Inventário Cultural Mesorregião Noroeste Paranaense. Disponível em: < www2.sescpr.com.br/inventário/regiões> – acesso em 24nov.2013 CAFÉ RAIZ – História – O café no Brasil. São Paulo. Disponível em: <http://www.caferaiz.com.br/ocafenobrasil.htm> - acesso em 09 out 2013 TVSINALPARANA – Ciclo do Café I - Documentário. Tvsinalparana. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=z8q8si7Pgzc> – acesso em 10 out 2013. _ Ciclo do Café II - Documentário – Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=DaNtoyFzJvM> – acesso em 16 out 2013 _ Onde você estava – Sete Quedas. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=cpFPrRFR6Xg> – acesso em 10 out 2013 RPC/TV - Meu Paraná - Fim das Sete Quedas – Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=1AOTm4qIzfg> acesso em 10 out 2013 Mapas : Mapa 1 – Paraná Politico – Disponível em: <http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/8/1378840259mapa_parana_politico.jpg> Acesso em 15 ago 2013.
Mapa 2 – Tratado de Tordesilhas - Livro Didático Público Geografia Seed Pr, 2007, p 20. Mapa 3 – Capitanias Hereditárias – Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Capitanias.jpg>. Acesso 13 nov 2013. Mapa 4 – Reduções Jesuiticas no Paraná – Disponível em:
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ORTIZ, Eduardo. Foto 1 - Três Morrinhos. Terra Rica, Paraná, 2011. (Coleção particular). _ Foto 2 – Praça Sinval Reis. Paranavaí, Paraná, 2011. (Coleção particular) Músicas: Grupo Gralha Azul 1980 – Ciranda Paranaense e Pequena História. Grupo Gralha Azul, CD Moema, 1993 – Moema – A lenda dos Três morrinhos,
O Trem, BoiXCafé.
Grupo Gralha Azul, CD Estrada do Sol, 2000 – Nas asas da Juriti.