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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
JOGOS COOPERATIVOS: UMA FERRAMENTA COMO MEIO PARA
MINIMIZAR A VIOLÊNCIA E A INDISCIPLINA NA ESCOLA
Leocir Hartwig1
Ms. Bruno Sergio Portela2
RESUMO
No contexto atual a Educação Física se encaixa como uma disciplina de extrema relevância no que se refere a práticas pedagógicas capazes de minimizar as atitudes de violência e indisciplina dos alunos em sala de aula. Assim sendo, este estudo sobre: Jogos cooperativos, violência e indisciplina se justificam pelo fato de buscar e analisar por meio da prática pedagógica dos jogos cooperativos nas aulas de Educação Física minimizar a violência e a indisciplina, desenvolvendo assim uma cultura de paz na escola, sabendo que os jogos cooperativos apresentam uma nova tendência no que se refere ao trabalhar com as diferenças encontradas no ambiente escolar. Muitas vezes os alunos são encaminhados à Equipe Pedagógica, onde os professores acabam exigindo que sejam aplicadas punições severas a esses estudantes. Neste sentido questiona-se: De que maneira a Educação Física pode ajudar para minimizar as atitudes indisciplinares e violentas em sala de aula? E para responder ao problema tem-se como objetivo geral analisar por meio da prática pedagógica dos jogos cooperativos nas aulas de Educação Física se é possível minimizar a violência e a indisciplina dos educandos nestas aulas, desenvolvendo assim, uma cultura de paz na escola. Palavras-chave: Jogos cooperativos, violência e indisciplina
INTRODUÇÃO:
No momento atual há várias discussões sobre a importância de práticas
educacionais que desenvolvam e estimulem valores, como solidariedade, respeito
mútuo e cooperação. Portanto, essas discussões vêm crescendo e ganhando
maiores proporções à medida que se evidencia o caráter competitivo e individualista
da sociedade atual. O momento leva novos desafios para a educação (ORLICK,
1989).
1 Professor do Estado do Paraná – Aluno do PDE- Programa de Desenvolvimento Educacional PDE –
UNICENTRO - Universidade Estadual do Centro-Oeste – Guarapuava – PR. Professor pós – graduado em Educação Física.
2 Professor Orientador- Mestre em Educação Física e professor titular da UNICENTRO –
Universidade Estadual do Centro-Oeste de Guarapuava.
Conforme Darido (2001), os jogos cooperativos apresentam-se, na área da
Educação Física, como uma nova tendência e como uma proposta diferente das
atuais, já que valorizam a cooperação ao invés da competição. Os profissionais da
área vêm se mostrando preocupados com o uso dos jogos em suas aulas, visto que
a Educação Física é influenciada historicamente pela competição, através dos
esportes de rendimento. Assim, a proposta dos jogos cooperativos “vem se
revelando como a mais nova e mais adequada tendência ou concepção da
Educação Física Escolar na busca por projetos educacionais não competitivos”
(CORREIA, 2006, p. 150).
Neste sentido, percebe-se a contradição do próprio sistema em que estamos
inseridos e a escola encontra-se como um espaço para repensar sua estrutura, seus
fins e seus modos de ser e agir. E é neste contexto que a Educação Física se
encaixa como uma disciplina de extrema relevância no que se refere a práticas
pedagógicas capazes de minimizar as atitudes de violência e indisciplina dos alunos
em sala de aula.
Assim sendo, este estudo se justifica pelo fato de buscar analisar por meio
da prática pedagógica dos jogos cooperativos nas aulas de Educação Física
minimizar a violência e a indisciplina, desenvolvendo assim uma cultura de paz e
harmonia na escola, sabendo que os jogos cooperativos apresentam uma nova
tendência no que se refere ao trabalhar com as diferenças encontradas no ambiente
escolar.
Para Orlick (1989), ainda, que os jogos cooperativos permitem desenvolver
uma nova lógica quanto à utilização destes para o desenvolvimento psicológico e
social dos sujeitos, já que não apresentam o objetivo de diferenciar os ganhadores
dos perdedores:
Se fizermos com que cada criança se sinta aceita e dermos a cada uma um
papel significativo a desempenhar no ambiente de atividade, estaremos
bem adiantados em nosso caminho para a solução da maioria dos sérios
problemas psicossociais que atualmente permeiam os jogos e os esportes.
Essa é uma das razões por que é tão importante criar jogos e ambientes de
aprendizado onde ninguém se sinta um perdedor (p. 104).
E assim, desenvolver a interação e a cooperação a fim de que se estabeleça
um viver harmônico, que seja capaz de estender-se a todos os segmentos sociais,
como a escola, família, trabalho, comunidade.
No contexto atual a indisciplina tornou-se um problema ao trabalho
pedagógico e os professores ficam vulneráveis, com as atitudes dos alunos em sala
de aula. Os quais representam um transtorno ao andamento da prática pedagógica
chegando muitas vezes retirar alunos da sala de aula. Muitas vezes os alunos são
encaminhados à Equipe Pedagógica, onde os professores acabam exigindo que
sejam aplicadas punições severas a esses estudantes. Então, questiona-se: O que
fazer nessa situação? De que maneira a Educação Física pode ajudar para
minimizar as atitudes indisciplinares e violentas em sala de aula?
Para responder as questões têm-se como objetivo geral levar os alunos a
apropriação do conhecimento socialmente produzido para se tornarem capazes de
ao dominar este, dar um direcionamento as suas vidas tornando-se cidadãos críticos
e conscientes inseridos na sociedade, bem como analisar por meio da prática
pedagógica dos jogos cooperativos nas aulas de Educação Física se é possível
minimizar a violência e a indisciplina dos educandos e desenvolver assim uma
cultura de paz e harmonia na escola. E objetivos específicos, descrever sobre os
jogos cooperativos como modalidade desportiva. Relatar sobre o histórico dos jogos
cooperativos e como estes podem ser aplicados para desenvolver uma cultura de
limites nas relações interpessoais. Descrever sobre a violência nas escolas e a
indisciplina, e como estas têm influenciado no desenvolvimento do conhecimento e
na aprendizagem dos educandos. Prover o conhecimento sobre os fatores que
geram a indisciplina e a violência na escola pesquisada, para assim propor
metodologias diferenciadas, especificamente as utilizadas nos jogos cooperativos
aplicados envolvendo toda a comunidade escolar com intuito de minimizar e
desestimular estes.
Neste sentido, observa-se que os jovens estão vivenciando um momento
onde não há limites ou respeito a regras de convivência, assim faz-se necessário
buscar por meio de alternativas diversas, algo que venha formar nesses educandos,
atitudes de passividade e cooperação com as pessoas que convivem e em especial
na sala de aula, pois a falta de limites tem levado a indisciplina e ao baixo índice de
aprendizagem.
Assim, esse estudo justifica-se pelo fato de levantar a importância de buscar
por meio dos jogos cooperativos, formar cidadãos capazes de compreender a
importância do cooperativismo enquanto participação social e política,
desenvolvendo nestes o senso crítico e o uso do diálogo como forma de mediar
conflitos e tomar decisões coletivas. No campo educacional, a disciplina de
Educação Física tem papel relevante na formação integral dos educandos.
O objeto de estudo deste artigo é analisar por meio da prática pedagógica
dos jogos cooperativos nas aulas de Educação Física minimizar a violência e a
indisciplina. Desenvolvendo assim, uma cultura de paz e harmonia na escola,
sabendo que os jogos cooperativos apresentam uma nova tendência no que se
refere ao trabalhar com as diferenças encontradas no ambiente escolar. E assim,
desenvolver a interação e a cooperação, a fim de que se estabeleça um viver
harmônico, que seja capaz de estender-se a todos os segmentos sociais, como a
escola, família, trabalho, comunidade, entre outros.
DESENVOLVIMENTO
DEFININDO OS JOGOS COOPERATIVOS: ORIGENS E PRESSUPOSTOS
Os Jogos Cooperativos surgiram há milhares de anos, quando membros das
comunidades tribais se uniam para celebrar a vida. Em 1950 através do trabalho de
Ted Lentz nos Estados Unidos, os jogos cooperativos começaram a se
sistematizados. Um dos maiores estudiosos do tema é sem dúvida o professor Terry
Orlick da Universidade de Ottawa no Canadá, que pesquisou a relação entre jogos e
sociedade defendendo que: “Quando participamos de um determinado jogo,
fazemos parte de uma mini-sociedade, que pode nos formar em direções variadas”
(ORLICK, 1989).
Nesse contexto o jogo cooperativo nos ajuda a ensinar e aprender a viver
uns com os outros ao invés de uns contra os outros. Quando se joga
cooperativamente, cada pessoa é responsável por contribuir com o resultado bem
sucedido do jogo e assim cada um se sente co-responsável e co-participante. O
medo da rejeição é eliminado e aumenta o desejo de se envolver, de fazer parte do
grupo. A proposta dos jogos cooperativos deve estar acompanhada de atitudes que
favoreçam o respeito, a valorização e a integração de todos (ORLICK, 1989).
O principal objetivo é jogar “com” e não “contra” os demais participantes.
Esse tal jogo cooperativo, tem como finalidade considerar o outro que joga como um
parceiro e não como um adversário, um inimigo. O aluno quando joga aprende a se
colocar no lugar do outro, dando prioridade sempre aos interesses coletivos. Estes
jogos foram feitos para unir as pessoas, transmitir confiança em si próprio e nos
demais que jogam. As pessoas participam, pois ganhar ou perder são apenas um
mero aperfeiçoamento tanto pessoal quanto coletivo. Nos jogos cooperativos há
sempre uma vontade de continuar jogando (SOLER, 2008).
Orlick (1978) lembra que é muito comum associarmos à ideia dos chamados
“selvagens primitivos” a imagem de criaturas subumanas, sedentas de sangue,
agressivas e competitivas, e que o “homem moderno” é considerado evoluído desse
tipo de criatura e geneticamente herdeiro de algumas dessas assustadoras
características.
Portanto, um conjunto amplo de evidências indica que os homens pré-
históricos, que viviam juntos, colhendo frutas e caçando, caracterizam-se pelo
mínimo de destrutividade e o máximo de cooperação e partilha de seus bens.
Um dos objetivos dos jogos cooperativos propostos, referente ao ensino
aprendizagem da prática pedagógica em questão é:
Os objetivos dos jogos cooperativos no contexto educacional e social
conforme Orlick (1989, p. 123):
Perceber se os jogos cooperativos contribuíram para a melhora de
comportamento do aluno;
Desenvolver o senso crítico e através da socialização e cooperação
minimizar conflitos e resolver coletivamente as decisões tomadas;
Formar o cidadão e fazer com que ele compreenda o exercício da cidadania
enquanto agente social e político;
Segundo Orlick (1989, p. 123) o principal objetivo dos jogos cooperativos é
“criar oportunidades para o aprendizado cooperativo e a interação prazerosa”.
É necessário que os conteúdos atitudinais e a reflexão dos valores que
regem a conduta humana no meio social se constituam em uma importante
preocupação para a organização das atividades pedagógicas, ocupando um papel
de destaque no trabalho desenvolvido pelos educadores. Assim sendo, o estudo dos
objetivos e finalidades dos jogos cooperativos, pelos professores, contribui para o
desenvolvimento de novas práticas no contexto escolar, voltadas à transformação
das relações sociais.
Neste contexto, Brotto (1999) auxilia na compreensão desses objetivos,
assegurando que os jogos cooperativos possuem o propósito de transformar as
relações sociais competitivas, despertando nas pessoas o desejo de correr riscos,
sem se importar com o fracasso ou o sucesso propriamente dito. Dessa forma, o
ganhar ou perder configuram-se apenas como referencial para o contínuo
aperfeiçoamento pessoal e coletivo.
Ainda, Brotto (1999, p. 68), enfatiza que é pela participação nesses jogos
que “tocamos uns aos outros pelo coração. Desfazemos a ilusão de sermos
separados e isolados. E percebemos o quanto é bom e importante ser a gente
mesmo e respeitar a singularidade do outro”. Fica claro que os jogos cooperativos
podem ser entendidos como uma forma de união entre os valores humanos e a
convivência dos indivíduos.
Para Orlick (1989, p. 123) percebe-se que o principal objetivo dos jogos
cooperativos é “criar oportunidades para o aprendizado cooperativo e a interação
cooperativa prazerosa”. Nos jogos cooperativos conjetura-se que o outro seja
considerado, já que os sujeitos dependem da ação do companheiro para que os
objetivos possam ser atingidos, alcançando-se resultados qualitativamente
superiores se os compararmos aos obtidos por meio dos jogos competitivos.
INDISCIPLINA E A VIOLÊNCIA NA ESCOLA
Nos dias atuais, a indisciplina é uma das maiores dificuldades no trabalho
escolar. Tem como definição: bagunça, tumulto, falta de limite, maus
comportamentos e desrespeito às figuras de autoridades.
A indisciplina, a violência e a desordem são frutos da sub-educação,
principalmente desses pais ausentes, que têm contribuído muito na formação de
cidadãos displicentes.
É na família que tem como papel de primeira escola, o dever de ensinar
subsídios morais e éticos e a escola deve dar continuidade, mostrando o que é ou
não correto e formar assim o caráter do indivíduo que vai compor e viver em
sociedade (FROM, 1971).
A indisciplina representa no momento uma das principais dificuldades no
contexto escolar. É frequente ouvirmos professores se queixarem da dificuldade em
manter a ordem na sala de aula e afirmam que a maioria dos aluno de hoje tem
vontade de desrespeitar regras estabelecidas, o que prejudica o conhecimento e a
aprendizagem dos demais educandos.
A violência e a indisciplina prejudicam sem sombra de dúvidas no bom
andamento das aulas e consequentemente refletem na aprendizagem de todo o
corpo discente até aqueles que são comportados. Desvia a atenção e o foco do
aluno na hora das explicações dos professores, sem contar que os professores
perdem muito tempo tentando acalmar a turma para poder continuar e dar uma boa
aula (FROM, 1971).
From (1971), nos relata que devemos pensar e compreender que a
cooperação é uma arte que seduz, emociona e humaniza.
Ao usarmos os jogos cooperativos, estamos entendendo-o como um
processo educativo baseado na cooperação e na pacificação de conflitos, onde o
objetivo é unir as pessoas.
Acredito que nos jogos cooperativos encontraremos a magia necessária
para modificar nossa sociedade capitalista que é tão individualista e excludente e
assim tornar uma sociedade mais justa e mais fraterna.
A mudança só acontecerá se partir de nós educadores conscientizando
nossos adolescentes e nossos jovens a buscarem alternativos e outros meios e
compreensão, ritualizando a cooperação em todos os lugares e em todos os
momentos. A cooperação é a única opção para as pessoas se tornarem mais
humanas (FROM, 1971).
CONSIDERAÇÕES E RESULTADOS FINAIS
Ao apresentar o Tema, Jogos Cooperativos: Uma ferramenta como meio
para minimizar a violência e a indisciplina na escola, aos alunos do Colégio Estadual
Rui Barbosa E.F.M., do 6º ano na 1ª aula e o trabalho a ser realizado, as reações
foram as mais diversas, tanto para aceitação, como de negação, sendo de certo
constrangimento para alguns, por se tratar de Jogos Cooperativos, supostamente
menos divertidos do que os jogos competitivos do qual eles estavam acostumados.
Com a leitura do texto Jogos Cooperativos, como jogar sem ter um vencedor? E
ainda nesta aula, houve a atividade: abraço musical o que surpreendeu foi o fato de
os alunos participaram e demonstraram alegria de terem cumprido essa atividade
conforme era o objetivo, ou seja, adquirir hábitos saudáveis de relações
interpessoais.
Durante a 2ª aula, fomos à prática com a atividade, Ache seu amigo, onde
após explicar como deveriam realizá-la, os educandos participaram e gostaram,
sendo que o proposto para essa atividade que era desenvolver atitudes de respeito
entre os colegas, foi alcançado,pois a participação e mesmo prevaleceu ao realizar a
tarefa.
Na atividade: Queimada do Rei a qual foi desenvolvida na 3ª aula com o
intuito de levá-los a entenderem que o importante é cooperar e que juntos somos
mais fortes, ficou claro a compreensão e pelas atitudes demonstradas onde
cooperam com prazer na realização da atividade fazendo valer o nome Cooperação.
Em congruência com o que já vinha ocorrendo nas práticas pedagógicas
realizadas até o momento, observou-se na 4ª e 5ª aula nas atividades propostas;
Basquetebol Cooperativo e Bastões equilibristas, a importância para a valorização
de cada um, onde o individualismo cedeu lugar para o coletivo para a alegria de
todos.
O reconhecimento da importância dos jogos cooperativos na 6ª e 7ª aula foi
de extrema relevância, onde os alunos buscaram interagir com os colegas, sendo o
mesmo que aconteceu durante a 8ª e 9ª aula nas atividades dos jogos cooperativos,
Queimada maluca e Pegue-bol, onde os alunos conforme Brotto (1999) entenderam
o quanto é bom e importante ser a gente mesmo e respeitar a singularidade do
outro, deixando claro que os jogos cooperativos devem ser entendidos como uma
forma de união entre os valores humanos e a convivência dos indivíduos e que essa
prática traz sentimentos de bem estar e de paz entre os seres.
A partir da 10ª e 11ª aula, principalmente com as atividades ajudando seus
amigos, Bambolê mágico, basquete cooperativos e cestas cooperativas, serviu para
estimular a cooperação e reforçar o trabalho em equipe ficando explícito a
importância destes conforme From (1971), que nos relata devemos pensar e
compreender que a cooperação é uma arte que seduz, emociona e humaniza as
pessoas e ao usarmos os jogos cooperativos, estamos entendendo-o como um
processo educativo baseado na cooperação e na pacificação de conflitos, onde o
objetivo é unir as pessoas a qual é uma das nossas maiores dificuldades em nossas
práticas pedagógicas nas escolas e esse tipo de atividade tem demonstrado uma
melhora significante.
Continuando a aplicação da Unidade Didática ao aplicar a 12ª aula, a
atividade Guardião do Rei, percebe-se que os alunos já não têm reações adversas
aos jogos cooperativos, aceitando essa atividade com empolgação e sentimento de
envolvimento e cooperação com seus colegas. Constatou-se sem sombra de dúvida,
essa foi à melhor de todas, onde eles surpreenderam e sentiu-se nos alunos que
eram os mais agressivos e individualistas da turma, que haviam mudado suas
posturas, demonstrando sentimento de coleguismo, pacificidade e entrega, ou seja,
faziam de tudo para impedir que os demais queimassem o Rei o que significa que o
individualismo havia dado lugar ao cooperativismo. Observou-se também, que os
alunos participantes do GTR relataram que essa atividade é uma prática muito
importante para o desenvolvimento do sentimento de coleguismo e cooperação nas
aulas de Educação Física, sendo a mais aceita pelos alunos e que produz melhores
resultados.
Ao trabalhar as atividades: Cabeça Dragão, Cabo da Paz, nas13ª e 14ª aula,
e Caiu na rede é amigo e Cabeça Pega Rabo, os alunos compreenderam que
durante as aulas de Educação Física foi utilizada várias atividades cooperativas
levando-os a perceberam a diferença entre cooperativo e competitivo, ou seja, nos
jogos cooperativos ninguém fica de fora e ninguém é excluído e em consonância
com Darido (2001), os jogos cooperativos apresentam-se, na área da Educação
Física, como uma nova tendência e como uma proposta diferente das atuais, já que
valorizam a cooperação ao invés da competição.
Na 15ª e 16ª aula: nas atividades, Chapéu mágico, Confraternização dos
bichos, Circuito da bagunça e Corda amigas, percebeu-se que depois de tantas
aulas eles já estavam bem familiarizados e participaram com naturalidade,
comprovando o que diz Orlick (1989), ainda, que os jogos cooperativos permitem
desenvolver uma nova lógica quanto à utilização destes para o desenvolvimento
psicológico e social dos sujeitos, já que não apresentam o objetivo de diferenciar os
ganhadores dos perdedores e que se fizermos com que cada criança se sinta aceita
e dando a cada uma um papel significativo a desempenhar no ambiente de
atividade, estamos adiantados no caminho para a solução da maioria dos problemas
psicossociais que atualmente permeiam os jogos e os esportes ai a grande
importância de criar jogos e ambientes de aprendizado onde ninguém se sinta um
perdedor, mas incluso de todas as atividades desenvolvidas em sala de aula.
A 17ª aula nas atividades Corta arame e Galinha cega, houve muita
cooperação por parte dos alunos, onde eles tentaram ao máximo, dificultar o
pegador para evitar que ele pegasse o fugitivo. Também houve na atividade galinha
cega onde eles vivenciaram a atividade sem utilizar a visão, usando a percepção
tátil.
Como era de se esperar na 18ª e 19º aula, foi repetida a atividade, Guardião
do rei e guias. Como eles já tinham vivenciado e gostaram essa atividade ficou mais
interessante e contagiante, proporcionando a todos uma sensação de satisfação.
Na 20ª aula, jogo das Cadeiras cooperativas, para alguns, um estímulo
extra, porque eles nunca saiam da brincadeira, ou seja, eles permaneciam até o final
e consequentemente eles socializaram-se naturalmente. Assim, durante a 21ª aula,
Lápis na garrafa e Nunca só, nessas atividades houve uma entrega por parte de
todos, por isso ela foi um sucesso e a sociabilidade permaneceu até o término das
mesmas.
A 22ª aula, Nunca três, nessa atividade houve uma pequena mudança, as
duplas ou os pares ficaram de mãos dadas, a brincadeira ficou mais cooperativa e
interessante, por ser de mãos dadas, o fugitivo para se salvar tinha que pegar na
mão de um dos colegas que estavam em duplas e assim proporcionando a dinâmica
mais prazerosa e perceberam que sem cooperar não realizariam o que foi proposto.
Na 23ª e 24ª aula, Passeio do bambolê, Quente ou frio, Salada de frutas e
Tapete de braços, eles participaram com naturalidade e com segurança enfatizando
a importância do trabalho em grupo e aprimorar a capacidade de liderança
demonstrando que já tinham outra postura diante das situações que se apresentam
no dia a dia.
Durante a 25ª e 26ª aula foram realizadas as atividades, Volençol e Anjo da
guarda, as mesmas serviram para os alunos aprimorar a relação interpessoal,
reforçando o trabalho em equipe e fazer com que os alunos reflitam sobre a
necessidade de se colocar no lugar do outro e assim, mudar de postura diante das
coisas.
Na 27ª e 28ª aula, As iniciais e Bola no ar, serviu para reforçar a ideia de
que somos um grupo e estimular a criatividade e cooperação e descontrair o grupo.
Enquanto, na 29ª e 30ª a 31ª aula, Bola quente, Cadeiras musicais, Cadeira amiga e
Vaqueiro laçador, nestas atividades, eles vivenciaram a integração ao meio social e
a importância dos valores e aprimorar o trabalho em grupo.
Nesta 32ª aula, foi feito um feedback abordando todas as aulas, onde os
alunos comentaram sobre as atividades aplicadas dentro da Unidade Didática, tendo
como tema, Jogos Cooperativos: Uma ferramenta como meio para minimizar a
violência e a indisciplina na escola, pode constatar que estes concordaram que
houve uma grande mudança em suas posturas, comportamento e visão diante das
diferentes situações das relações sociais de convívio, bem como, no
comportamento, quanto no relacionamento entre eles na sala, escola e na sociedade
onde estão inseridos, o que foi percebido por todos os membros da comunidade
escolar, onde a violência em suas relações já não mais se observa no contexto
escolar, ficando claro a mudança e o crescimento nas atitudes comportamentais, de
postura e melhora na convivência entre todos.
O tema proposto foi desenvolvido com sucesso, sendo o objetivo principal
alcançado, ou seja, prevaleceu a cooperação e consequentemente diminuiu a
violência e proporcionou um novo olhar nos educandos servindo para fortalecer a
autoestima e estimulando nas atividades de cooperação e de relacionamento entre
colegas, professores e demais membros da comunidade escolar.
Após a realização desse estudo pode-se constatar que é possível encontrar
nos jogos cooperativos a magia necessária para modificar nossa sociedade
capitalista que é tão individualista e excludente, assim tornar nossa sociedade mais
justa e mais fraterna, portanto essa mudança só acontecerá quando essa partir de
nós educadores conscientizando nossos alunos a buscarem alternativas e outros
meios de compreensão, onde a cooperação é a única opção para as pessoas se
tornarem mais humana, fraternas, pacíficas e cooperativas.
Este estudo comprova que por meio dos jogos cooperativos é possível
formar cidadãos capazes de compreender a importância do cooperativismo
enquanto participação social e política, desenvolvendo nestes o senso crítico e o uso
do diálogo como forma de mediar conflitos e tomar decisões coletivas
desenvolvendo assim, uma cultura de paz e harmonia na escola.
No campo educacional tem papel relevante na formação integral dos
educandos, levando-os a desenvolver a interação e a cooperação, a fim de que se
estabeleça um viver harmônico, que seja capaz de estender-se a todos os
segmentos sociais, como a escola, família, trabalho, comunidade, entre outros.
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Edição 9/10 de Abril/Maio de 2002 da Revista Jogos Cooperativos, p. 21. Criado
por Carlos Eduardo Pereira Rodrigues, professor de Educação Física Bebedouro -
SP (Carlão-Bebedouro): e-mail:[email protected] ou [email protected]
Edição 1 II de Agosto/Setembro de 2002 da Revista Jogos Cooperativos, p. 19 (Da
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