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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
CARTOGRAFIA E LOCALIZAÇÃO: noção de lugar, espaço e território através de mapas
Raquel da Silva Franco1
Eloiza Cristiane Torres2
RESUMO
A cartografia é a forma instrumental mais apropriada para localização e orientação no espaço. Para que os alunos conheçam o espaço, nele se movimentem e atuem criticamente é necessário que tenham domínio sobre a linguagem cartográfica e sobre novas tecnologias. Ler mapas é um processo
de decodificação que envolve etapas metodológicas e domínio do sistema semiótico, t ão sérias quanto a ler e escrever, semântica e sintaxe gramatical, contar e fazer cálculos matemáticos; identificar o espaço representado, seus limites e as informações contidas no mapa; em seguida,
interpretar legendas, relacionar os ícones espalhados pelo mapa com a legenda, e refletir sobre a distribuição e organização dos mesmos no mapa; depois é necessário calcular distâncias ou dimensões representadas ter conhecimentos sobre escalas (numéricas e gráficas) e fazer
comparações/interpretações. O professor atua como mediador da aprendizagem e sistematizador do resultado das discussões. O presente artigo pretende realizar uma reflexão teórica sobre os processos metodológicos aplicados, durante a sistematização de estudos do Programa de
Desenvolvimento Educacional, utilizado na tentativa de capacitar uma turma da 2ª série do ensino médio a se localizar no lugar, espaço e território: tomando os conhecimentos prévios dos alunos como ponto de partida e através da técnica do trabalho em grupo e pesquisas; grupos de discussões;
criação de mapas em diferentes materiais e técnicas e apresentação dos trabalhos em uma exposição.
Palavras-chave: CARTOGRAFIA. LOCALIZAÇÃO. LUGAR. ESPAÇO. TERRITÓRIO.
1 Professora PDE, da área de Geografia, lotada no Colégio Estadual Padre José Pires, na cidade de
Centenário do Sul (PR), pertencente ao NRE de Londrina (PR), IES vinculada à Universidade Estadual de Londrina. E-mail: [email protected] 2 AQUI VAI A DESCRIÇÃO DAS QUALIFICAÇÕES DA PROFESSORA ORIENTADORA, E O
ENDEREÇO DE E-MAIL DA PROF ORIENTADORA Professora Doutora ELOIZA.
INTRODUÇÃO
A forma de comunicação mais representativa da comunicação é a linguagem.
Pela linguagem podemos ver o mundo de forma significativa, mas para que isso
ocorra precisamos de certas capacidades (pré-requisitos).
A Cartografia envolve todo um campo de saberes, representações e signos.
Ler mapas é um processo de decodificação que envolve etapas metodológicas
básicas e domínio de um sistema semiótico, que por sua vez envolve metodologias
tão significativas quanto ensinar a ler e escrever; ensinar a semântica e sintaxe
gramatical; ensinar a contar e fazer cálculos matemáticos.
A escolha deste tema para a elaboração desta sistematização de estudos
realizada ao longo do Programa de Desenvolvimento Educacional, parte da
necessidade e da importância de capacitar os alunos a reconhecer que estão
inseridos no mundo, e de levar os alunos a compreender a dimensão da importância
de se ver inseridos no lugar, espaço e território.
Verificou-se a dificuldade que os alunos do ensino médio apresentam em se
localizar na percepção espaço-temporal em pontos de referência básicos da cidade
de Centenário do Sul, que se trata de uma cidade interiorana de pequeno porte. Os
alunos não conseguiam nem ao menos apontar qual a direção ficavam locais
públicos de grande circulação na cidade. Surgiu então a ideia de trabalhar com os
alunos uma forma de se situarem/inserirem no lugar, espaço e território, partindo do
seu lugar de origem, ou seja, o município, depois o Estado, País e Continente;
sempre inserindo um dentro do outro, finalmente capacitá-los a se localizar no Mapa
Mundi.
A abordagem metodológica eleita foi produção didático-pedagógica de
unidades didáticas, com relação interdisciplinar entre Geografia e Artes. Procedeu-
se a que alunos de uma turma da segunda série do ensino médio da Escola
Estadual Padre José Pires, da cidade de Centenário do Sul (PR), trabalhando em
grupo realizassem discussões, e partindo de seus conhecimentos prévios e
pesquisas sobre lugar, espaço e território pudessem construir mapas (em diferentes
técnicas, escalas e materiais) e posterior apresentação de seus trabalhos em uma
exposição; capacitando-os a localizar-se no mapa mundi, seja nos limites de
Município, Estado, País, Continente ou Mundo.
MÉTODOS
A Cartografia é a forma instrumental mais apropriada para localização e
orientação no espaço. Para que os alunos conheçam o espaço, nele se movimentem
e atuem criticamente é necessário que tenham domínio sobre a linguagem
cartográfica e sobre novas tecnologias. As Diretrizes Curriculares da Educação
Básica do Paraná (PARANÁ, 2008, p. 83) propõem que ao final do Ensino Médio
espera-se que os alunos sejam capazes, como por exemplo de, como diz Simielli
(1999, p. 104 apud PARANÁ) “correlacionar duas cartas simples, ler uma carta
regional simples, [...] saber levantar hipóteses reais sobre a origem de uma
paisagem, analisar uma carta temática que apresenta vários fenômenos”.
Para Francischett (2002, p. 13),
[...] o maior problema para os profissionais da área geográfica, no entanto, é encontrar saída para um ensino de modo a formar cidadãos preparados para entender e planejar o espaço em que vivem [...] é esse seu objetivo, a
organização e ocupação do espaço pelos seres vivos, e principalmente pela espécie humana que age com maior rapidez nesse processo. O ensino da Geografia pela Cartografia necessita provar que é importante e possível.
(2002, p. 13)
A linha de estudo do projeto de implementação realizado foram a Didática e
Metodologias aplicadas no Ensino da Geografia.
A amostra selecionada para a implementação do referente estudo foram
alunos de uma turma da segunda série do ensino médio do Colégio Estadual Padre
José Pires, onde a autora do presente é professora da matéria de Geografia. A
constatação da dificuldade se deu durante as aulas, onde se pedia a que os alunos
se localizassem indicando em que direção ficava algum ponto de referência como
cidades circunvizinhas, demonstrando a maior dificuldade em se tomando a noção
de lateralidade. Constatou-se que os mesmos não eram capazes de identificar a
posição de países, continentes, oceanos, cidades, ou mesmo pontos de referência
locais a partir de si próprios.
Diante do erro dos mesmos em apontar as direções de cidades
circunvizinhas, foi pedido que apontassem a direção de pontos de referência
comuns na cidade, o qual surgiram novos erros. Então, essa dúvida em localizar as
direções ficou notória e presente, até que surgiu a oportunidade de transformar esta
dificuldade dos alunos em um trabalho de sistematização para o PDE. Esta
dificuldade necessitaria de um trabalho direcionado e que englobasse um estudo
mais aprofundado.
Com a ajuda da professora orientadora e, através de pesquisa e estudos,
procedeu-se à montagem do projeto de intervenção pedagógica que originou o
presente artigo científico.
Optou-se pela modalidade de trabalho em grupo, pois através da discussão
se poderia chegar até a bagagem de conhecimento acerca do assunto que os
alunos traziam consigo.
Etapa 1 - Apresentação do projeto aos alunos
Para esta etapa foram utilizados os horários referentes a duas aulas.
Foram utilizados como recursos para esta etapa: o projeto impresso (6
cópias) da Universidade para apresentação do mesmo aos alunos, o Data Show,
DVD, Tv-Pen Drive, Projetor interativo.
Inicialmente, na primeira aula os alunos foram indagados sobre o que achavam ser
necessário para saber se localizar em seu espaço, qual a importância de se saber, por
exemplo, a que distância fica um ponto tomando por referência outro ponto e que se tem um
tempo estipulado para se percorrer esta distância. Foi usado para exemplificar um show em
determinado local e o outro local onde a pessoa está. Os alunos imediatamente começaram
a trocar ideias sobre a distância e o percurso.
Aproveitando a ocasião, apresentou-se aos atores do trabalho, através de
atividades audiovisuais, a importância de situar no lugar, espaço e território;
cartografia; clima e vegetação; território e fronteiras; população (densidade
demográfica).
Após a introdução do conteúdo o projeto de intervenção pedagógica,
propriamente dito, foi apresentado aos mesmos. O projeto em si, os objetivos, como
seria realizado o desenvolvimento e o cronograma.
Procedeu-se então às informações referentes aos critérios de participação e
avaliação dos alunos no decorrer dos trabalhos com o projeto.
Acertados estes detalhes e estando os alunos informados a respeito do
cronograma e atividades que seriam desenvolvidas, fez-se um breve discorrer sobre
a cartografia e os campos de saber que ela envolve. Esta explanação teve a
duração aproximada de duas aulas.
Foram abordados temas sobre as representações gráficas e sua importância
no relato de itinerários e rotas que as populações nômades das cavernas
realizavam. Suas possíveis rotas, registros de aventuras, possíveis travessias. Os
mapas foram a maneira que o homem encontrou para representar coisas
importantes para si ou o grupo que integrava. Discorreu-se pelo tema até os dias
atuais onde os mapas interativos, hipermapas e a Cartografia multimídia ocupam
lugar de destaque, sem descuidar que a leitura de mapas físicos e suas legendas
são primordiais. Sempre correlacionando esse discurso com a importância do
entendimento do que seja lugar, espaço e território.
Foram apresentados para os alunos vídeos, slides e materiais midiáticos
sobre os mapas que serão construídos, como exemplos, para que os mesmos
tenham informações e possam visualizar o todo do trabalho.
Após um breve momento os alunos, através de sorteio, foram divididos em 5
(cinco) grupos. Cada grupo ficou responsável por um tema, o que também foi feito
através de sorteio.
Etapa 2 - Preparação dos grupos e coleta de dados
Esta etapa constou de um total de 14 aulas, onde se procedeu, desde a
coleta de dados até a discussão em sala de aula sobre os progressos da pesquisa.
A escolha da cartografia se justifica, pois para se confeccionar mapas,
necessitamos ter noções cartográficas; compreensão do espaço vivido e saber
representá-lo; o entendimento cultural do espaço geográfico e de sua transformação;
bem como a aquisição de aspectos sintáticos da semiologia gráfica.
Os alunos trabalhando sempre em grupo, reuniam seus apontamentos acerca
de seu tema e procediam a uma discussão sobre o que foi pesquisado e sobre o que
ainda faltava pesquisar.
Cada grupo ficou responsável ao final desta etapa pela reprodução de um
mapa, devendo apresentar o mapa confeccionado em cartolina, com representação
dos seguintes dados:
Extensão ou área territorial;
Densidade demográfica (população);
Áreas de fronteira ou limites;
Clima e vegetação predominantes.
A professora orientou, fornecendo sugestões de sites de pesquisa que podem
ser utilizados por todos os grupos.
Tabela 1 – Identificação dos Grupos e Mapas correspondentes.
Identificação Mapa
GRUPO 1 Mapa do Município: Centenário do Sul.
GRUPO 2 Mapa do Paraná, onde além dos dados citados acima, deverá ter
“destacado e localizado” o município de Centenário do Sul.
GRUPO 3 Mapa do Brasil, onde também, além dos dados citados, deverá ter
“destacado e localizado” o Estado do Paraná.
GRUPO 4 Mapa da América do Sul, contendo os dados citados e também, deverá
ter “destacado e localizado” o Brasil dentro da América do Sul.
GRUPO 5 Mapa do Continente Americano.
FONTE: Projeto de Implementação do PDE da autora do presente trabalho.
Os integrantes do GRUPO 1, buscaram os dados exigidos junto à Prefeitura
Municipal de Centenário do Sul e em sites na internet. Através de visita à Prefeitura
Municipal os alunos coletaram informações sobre a cidade e os mapas de
Centenário do Sul e seus limites.
Os demais grupos buscaram informações em sites da internet, onde através
de pesquisas (utilizando-se do laboratório de informática do referido Colégio)
coletaram informações relevantes como: extensão territorial, população, clima e
relevo predominantes, áreas fronteiriças, etc.
Como sugestões de sites onde se encontram informações para realizar as
pesquisas, pode-se encontrar em:
http://www.municipionline.com.br
http://www.ibge.gov.br/cidadesat/default.php
http://www.cdbrasil.cnpm.embrapa.br
http://www.brasilchannel.com.br
http://www.sidra.ibge.gov.br/bda
http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/default.htm
http://www.ibge.gov.br
http://www.infoescola.com
Ou utilizar os mecanismos de busca da internet:
Google: http://www.google.com.br
Yahoo: http://www.br.search.yahoo.com
UOL: http://www.busca.uol.com.br
Aonde: http://www.aonde.com
Wikipédia: http://pt.wikipedia.org
Nesta etapa, procurou-se dar subsídios e enfatizar o conteúdo para que os
alunos atentassem sobre as semelhanças e diferenças entre o que entende-se por
lugar, espaço e território.
O estudo do lugar leva o aluno a desenvolver a habilidade de localizar os
pontos cardeais a partir da sua localização, tomando como referência o sol, e assim
identificar locais que estão ao leste, a oeste, ao norte e ao sul.
A correlação entre lugar e espaço se enfatiza conforme os conceitos de Tuan
(apud CAVALCANTI, 1998, p. 93):
[...] espaço pode ser entendido como indiferenciado, e este se transforma em lugar à medida que é conhecido e dotado de valor[...] portanto, ao tornar-se familiar. No entanto, numa análise mais ampliada, percebe-se que
os fenômenos da atualidade não são compreendidos na sua familiaridade (lugar) sem se reportar ao não-familiar (espaço, deslugar). [...] A língua inglesa, os restaurantes típicos internacionais, os shopping centers, os
hábitos de consumo, de lazer, de rotina, instrumentos tecnológicos, como o computador, são exemplos de coisas familiares, mas não porque surgiram nos lugares, mas porque foram “colocados” no ambiente local pela
experiência global partilhada. Em determinados contextos, observa-se que as pessoas são levadas a se familiarizar com estruturas, hábitos, eventos, objetos “globalizados”, não porque deles participem ou usufruam, ainda que
não sejam derivados do local, mas apenas porque “convivem” com eles cotidianamente, sem que façam parte de fato de sua experiência.
O espaço, portanto, é entendido como interdependente do sujeito que o constrói; e
de acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná algumas
perguntas devem orientar o pensamento geográfico e o trabalho do professor:
Onde?
Como é este lugar?
Por que este lugar é assim?
Por que aqui e não em outro lugar?
Por que as coisas estão dispostas desta maneira no espaço geográfico?
Qual o significado deste ordenamento espacial?
Quais as consequências deste ordenamento espacial?
Por que e como esses ordenamentos se distinguem de outros? (PARANÁ, 2008, p. 52)
Espaço geográfico engloba os conceitos de território. De acordo com os
Cadernos PDE, o conceito de território está ligado à ideia de espaço e poder, e deve
ser entendido de uma forma “não-reducionista” que permita transitar por níveis e
escalas distintas (nacional, regional ou local).
Apesar de território estar intimamente ligado ao conceito de espaço
geográfico, o conceito de território tem larga utilização na história da ciência
geográfica, particularmente na área de Geografia Política ou Geopolítica.
Para Raffestin (1993, pp. 152-153 apud CAVALCANTI, 1998, p. 108):
Espaço é anterior ao território. O território se forma a partir do espaço, e é
resultado de uma ação conduzida por um ator sintagmático (ator que realiza um programa) em qualquer nível. Ao se apropriar de um espaço, concreta ou abstratamente (por exemplo, pela representação), o ator “territorializa” o
espaço.
E ainda segundo o mesmo autor (Ibid.), “do Estado ao indivíduo,
passando por todas as organizações pequenas ou grandes, encontram-se atores
sintagmáticos que produzem o território.”
Já de acordo com Souza (1995, p. 86 apud CAVALCANTI, 1998, p. 109),
territórios são antes relações sociais projetadas no espaço do que espaços
concretos, não havendo necessariamente superposição absoluta entre o espaço
concreto com seus atributos materiais e o território como campo de forças:
O território será um campo de forças, uma teia ou rede de relações sociais que, a par de sua complexidade interna, define, ao mesmo tempo, um limite,
uma alteridade: a diferença entre “nós” (o grupo, os membros da coletividade ou a “comunidade”, ou insiders) e os “outros” (os de fora, os estranhos, os outsiders).
Ainda de acordo com Cavalcanti (1998, p. 110) pode haver dificuldade dos
alunos em compreender os fenômenos, como no caso de território, visto que pode
ser constatado, o conceito de território, em escalas diferentes, em níveis locais ou
globais, em níveis coletivos ou individuais. Portanto,
Trabalhar com os alunos na construção de um conceito de território como um campo de forças, envolvendo relações de poder, é trabalhar a
delimitação de territórios na própria sala de aula, no lugar de vivência dos alunos, nos lugares por ele percebidos (mais próximos – não fisicamente – do aluno); é trabalhar elementos desse conceito – territorialidade, nós,
redes, tessitura, fronteira, limites, continuidade, descontinuidade, superposição de poderes, domínio material e não-material – no âmbito do vivido pelo aluno.
O trabalho com os alunos, ajudando-os a construir um conceito de território,
os leva a entender como o resultado de suas ações no território, em diferentes
escalas, deve sempre se basear em cima de determinados objetivos e práticas
estabelecidas. De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do
Paraná (PARANÁ, 2008, p. 79), ao concluir o Ensino Fundamental, os alunos devem
ter noções básicas sobre relações sociespaciais nas diferentes escalas geográficas
(do local ao global) e condições de aplicar seus conhecimentos na interpretação e
crítica de espaços próximos e distantes, conhecidos empiricamente ou não. Estes
conhecimentos serão aprofundados no Ensino Médio, de modo a ampliar as
relações estabelecidas entre os conteúdos, respeitada a maior capacidade de
abstração do aluno e sua possibilidade de formações conceituais mais amplas.
As mesmas Diretrizes (PARANÁ, 2008, p. 81) ainda enfatizam que para o
desenvolvimento do conceito de espaço (consequentemente de paisagem, região e
território), deve-se lançar mão de recursos áudio visuais, tais como: filmes, trechos
de filmes, programas de reportagem e imagens animadas ou não (fotografias, slides,
charges, ilustrações, pôsteres, cartões postais, outdoors, mapas) para a
problematização dos conteúdos de Geografia, desde que explorados à luz de seus
fundamentos teóricos-conceituais; e não apenas como ilustração daquilo que o
professor explicou, ou que pretende explicar do conteúdo.
Pesquisas concluídas, a sequência foi o estudo sobre as características de
cada um desses locais, com discussão entre os grupos, cada um apresentando as
particularidades e semelhanças de cada um desses locais escolhidos. Esta etapa foi
muito importante pois os alunos puderam compreender as diferenças entre as
diversas paisagens, os componentes de seu lugar, espaço e território.
Após se fez um resumo dessas características, procurando correlacionar os
diferentes aspectos e particularidades, e a preparação do conteúdo necessário para
a explanação durante a exposição que foi montada.
Etapa 3 - Confecção dos mapas e material com os dados referentes
Feitos os resumos com as características mais relevantes para cada uma das
regiões compreendidas realizaram-se discussões para elaborar as estratégias de
montagem dos mapas, e o arranjo das diferentes informações contidas em cada um
deles.
Esta etapa correspondeu a 10 aulas.
De posse das ideias principais de cada um dos grupos, os alunos começaram
a confecção dos mapas. Foram apresentadas as várias técnicas que os grupos
poderiam utilizar para a confecção dos mapas, e os grupos após analisarem as
técnicas optaram pela técnica a que mais se adaptaram. A técnica mais utilizada foi
a de ampliação por fotocópia. Outros optaram por ampliar à mão, já que possuíam a
habilidade para fazê-lo.
A técnica da ampliação por fotocópia consiste em ampliar ao máximo o mapa
a ser confeccionado utilizando a fotocopiadora. Com a ampliação ao máximo divide-
se o mapa em partes e vai-se ampliando por partes até se obter o tamanho
desejado.
Após o mapa fotocopiado ter sido ampliado em modo rascunho, passa-se ao
passo seguinte que é fazer o traçado definitivo na cartolina, ilustrando, colorindo e
definindo os nomes das Cidades, Estados, Países e Continentes que se fizerem
necessários. Bem como proceder da mesma forma, para as demais informações
contidas (lugar e espaço, território e fronteiras, população (densidade demográfica),
tipos de clima e vegetação); ou mesmo perfura-lo para fazer outras cópias se
necessário, onde os pontos, depois de marcados, serão unidos para formar o novo
mapa.
A seguir as fotos da apresentação dos grupos realizada por alunos da Escola
Estadual Padre José Pires, da cidade de Centenário do Sul (PR).
Figura 1 – Dados correspondentes ao Município.
FONTE: Imagem do cartaz dos dados pesquisados pelos alunos, referentes ao Município de Centenário do Sul, feito pelos alunos do Grupo 1, fotografia da autora do presente trabalho.
Figura 2 – Mapa do Município.
FONTE: Imagem do cartaz do mapa de Centenário do Sul ampliado, colorido e apresentado
pelos alunos integrantes do Grupo 1, fotografia da autora.
Figura 3 – Apresentação dos alunos sobre o Município.
FONTE: Apresentação dos cartazes sobre os dados colhidos e do mapa de Centenário do Sul, feito pelos alunos integrantes do Grupo 1, fotografia da autora.
Figura 4 – Dados correspondentes ao Estado do Paraná.
FONTE: Imagem do cartaz dos dados pesquisados e apresentados pelos alunos do Grupo
2, referentes ao Estado do Paraná, fotografia da autora.
Figura 5 – Mapa do Estado.
FONTE: Imagem do cartaz do mapa do Paraná ampliado, colorido e apresentado pelos alunos integrantes do Grupo 2; detalhe da inserção do Município no Estado, auxiliando os alunos a se localizarem inseridos no Paraná, fotografia da autora.
Figura 6 – Apresentação dos alunos sobre o Estado.
FONTE: Apresentação dos cartazes sobre os dados colhidos e do mapa do Paraná, feito
pelos alunos integrantes do Grupo 2, fotografia da autora.
Figura 7 – Dados e Mapa do País.
FONTE: Imagem dos cartazes de dados e do mapa do Brasil feitos pelos alunos integrantes do Grupo 3; detalhe da inserção do Município de Centenário do Sul e do Estado do Paraná,
auxiliando os alunos a se localizarem inseridos no País. Fotografia da autora.
Figura 8 – Apresentação dos alunos sobre o País.
FONTE: Apresentação dos cartazes sobre os dados colhidos e do mapa do Brasil, feito pelos alunos integrantes do Grupo 3, fotografia da autora.
Figura 9 – Dados e Mapa correspondentes à América do Sul.
FONTE: Imagem dos cartazes dos dados pesquisados e do mapa da América do Sul, apresentados pelos alunos do Grupo 4, detalhe da localização do Município de Centenário do Sul no continente Sul-Americano. Fotografia da autora.
Figura 10 – Apresentação dos alunos sobre a América do Sul.
FONTE: Apresentação dos cartazes sobre os dados colhidos e do mapa da América do Sul,
feito pelos alunos integrantes do Grupo 4, fotografia da autora.
Figura 13 – Mapa do Continente Americano.
FONTE: Imagem do cartaz do mapa do Continente Americano, ampliado, colorido e
apresentado pelos alunos integrantes do Grupo 5. Fotografia da autora.
Figura 14 – Apresentação dos alunos sobre o Continente Americano.
FONTE: Apresentação sobre o Continente Americano, feito pelos alunos integrantes do Grupo 5, fotografia da autora.
RESULTADOS
Diante desta proposta de Intervenção Pedagógica, podemos perceber que as
atividades realizadas foram muito relevantes para o ensino da Geografia. Pois
através da metodologia utilizada proporcionou-se uma integração e interação entre
os alunos.
Foi possível relacionar os conteúdos de sala de aula à realidade vivida e
observada pelos educandos.
Trabalhar um conteúdo inserindo o educando no espaço e no lugar de
vivência do próprio educando é muito valioso para os alunos da segunda série do
Ensino Médio. Aos poucos eles estarão sendo inseridos no mundo, adquirindo
noção da linguagem cartográfica.
Trabalhando com a construção de mapas foi possível reconhecer que
existiam algumas limitações em relação aos alunos, pois um maior contato com o
ensino da cartografia, e principalmente com a construção de mapas, levou-os a uma
melhor compreensão em relação ao lugar, espaço e território, proporcionando um
conhecimento através de uma ação prática.
Verificou-se que através da metodologia proposta, os alunos tiveram êxito,
despertando o empenho pelo aprender, pela interação e pela criatividade do grupo.
Houve uma interação entre o mundo real, vivido, e o conhecimento adquirido,
relacionando o lúdico aplicado ao pedagógico.
O tempo estipulado para cada etapa foi adequado como o que já havia sido
previsto, utilizando-se do horário de aulas normais e os horários extraclasse.
Conseguindo assim cumprir o cronograma elaborado inicialmente sem nenhum
problema ou imprevisto.
Diante disto, conseguiu-se alcançar o objetivo proposto, capacitando os
alunos a se localizarem no lugar, espaço e território, através da construção de
mapas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A realização deste Projeto oportunizou situações de pesquisas sobre o
conceito de lugar, espaço e território, como uma possibilidade teórico-metodológica
significativa.
Concluiu-se que esta metodologia ligada ao processo de noções de
orientação do espaço, contribuiu para instigar nos alunos interesse pelo aprender,
promovendo a interação social e a criatividade do grupo.
Com a aplicação desta metodologia os alunos foram estimulados a criar seu
próprio mapa, demonstrando motivação para realizar um trabalho que foi além das
expectativas do professor.
Tanto para o professor, quanto para os alunos, esta proposta de intervenção
pedagógica veio contribuir, proporcionando a construção de conhecimentos
relacionados ao deciframento do espaço habitado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAVALCANTI, L. de S. Geografia, escola e construção de conhecimentos.
Campinas: Papirus, 1998. 192 p.
FRANCISCHETT, Mafalda Nesi. A cartografia no ensino da geografia: construindo os caminhos do cotidiano. Rio de Janeiro: Kroart. 2002.
PARANÁ. Secretaria da Educação. Diretrizes curriculares da educação básica
geografia. Curitiba: SEED, Departamento de Educação Básica, 2008.
_________. PDE Cadernos: o professor PDE e os desafios da escola pública paranaense. Vol I. SEED: Curitiba, 2008.
PEREIRA, Mauricio Gomes. Estrutura do artigo científico.
<http://scielo.iec.pa.gov.br/pdf/ess/v21n2/v21n2a18.pdf>