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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DAPRODUÇÃO DIDÁTICA – PEDAGÓGICA
TURMA - PDE/2013Título Preconceito Etnorracial na EscolaAutor Carlos Alberto Rodrigues de SouzaDisciplina / Área GeografiaEscola de implementa-ção do projeto esua localização
Colégio Estadual Júlia Wanderley – EFMP: Avenida dos Pioneiros, 1730, Colônia, Carambeí, Paraná
Município da escola CarambeíNúcleo Regional de educação Ponta GrossaProfessor Orientador Prof. Ms. Marcio OrnatInstituição de ensino superior Universidade Estadual de Ponta GrossaRelação Interdisciplinar Possibilidade de relação interdisciplinar
com História, Arte, Língua Portuguesa, Matemática e outras.
Resumo Esta Produção Didático-Pedagógica foielaborada com o objetivo de propor aosalunos do Ensino Médio, uma reflexãosobre o preconceito, discriminação e oracismo, através do uso dos recursostecnológicos, disponíveis e que podemser utilizados no meio educacional. Omundo contemporâneo exige que sejamconstantemente repensadas as práticaspedagógicas utilizadas em sala de aula.Os usos dos recursos tecnológicospodem e devem favorecer e enriqueceras diversas discussões, em particularna Geografia, pois o estudo do espaçogeográfico como hoje é entendidorequer a apropriação de métodosvariados para o seu entendimento.Nesse sentido os professores deGeografia precisam acompanhar asmudanças, estando atentos às novasferramentas de apoio ao processo deensino aprendizagem da disciplina.Nesse sentido, além da tecnologia,devem estar inseridas nas discussões docontexto escolar as leis que permeiam apromoção da igualdade entre os sereshumanos dentre elas a 10.639/03 e a11.645/08, onde o recorte foi específicosobre a primeira. As estratégias de açãopara o desenvolvimento da proposta seráatravés da investigação com o uso dasnovas tecnologias por meio de oficinas,aulas expositivas, com o uso de vídeos,textos e principalmente, utilizando osrecursos disponíveis na internet, com ouso do laboratório de informática. Estes
instrumentos podem proporcionar aulasmais dinâmicas, elevando o nível doconhecimento e uma nova abordagemnos conteúdos da Geografia.
Palavras -chave Recursos tecnológicos; Geografia;
PreconceitoFormato do Material Didático Sequência DidáticaPúblico alvo Alunos do Ensino Médio
APRESENTAÇÃO
Ferro
Primeiro o ferro marcaa violência nas costas
Depois o ferro alisaa vergonha nos cabelos
Na verdade o que se precisaé jogar o ferro fora
e quebrar todos os elosdessa correntede desesperos.
Luiz Silva (Cuti)
A Produção Didático-Pedagógica aqui apresentada é uma Sequencia Didática,
sendo resultado do Programa de Desenvolvimento Educacional do Paraná (PDE) e tem o
objetivo de propor, aos alunos do Ensino Médio do Colégio Estadual Júlia Wanderley -
EFMP, uma reflexão sobre o preconceito etnorracial principalmente na escola.
Pretende-se tornar a convivência entre os alunos mais harmoniosa quanto às diferenças
étnicas, minimizando as ações preconceituosas, discriminadoras e racistas no ambiente
escolar. As gerações que tem chegado até as escolas são intimamente ligadas com as
novas tecnologias, portanto, o processo de ensino/aprendizagem deverá utilizar
amplamente estes recursos para maior envolvimento do educando. Desta maneira,
pretende-se desenvolver esta proposta através de aulas expositivas, uso de vídeos,
textos e principalmente, utilizando os recursos midiáticos disponíveis na internet, com o
uso do laboratório de informática, acessando os sites Youtube, Google, entre outros. Para
tanto a referida Sequência Didática está dividida em oito etapas, com suas respectivas
atividades, articulando teoria e prática, além de proporcionar o estímulo a novos
conhecimentos.
Assim sendo, esperamos que o presente trabalho contribua de alguma forma,
para a qualidade e o dinamismo no ensino de Geografia. A implementação será realizada
no decorrer do primeiro semestre de 2014, com duração de 32 horas.
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como objetivo trazer uma série de oito oficinas, nas quais serão
utilizados textos, vídeos, internet, laboratório de informática, multimídias e demais
elementos tecnológicos para ajudar a aumentar o interesse dos educandos pelos
conteúdos e combate ao preconceito, discriminação e racismo. As oficinas estão
organizadas para receberem 21 jovens do Ensino Médio.
Durante muito tempo, acreditou-se na ideia de que nossa sociedade era uma
democracia racial, ou seja, não havia nenhuma forma de problemas nas relações entre as
pessoas brancas e negras.
Com as pressões proporcionadas por ativistas do movimento social negro e com
a colaboração pesquisadores realizando diversos estudos e levantamentos ficaram as
evidencias da existência das desigualdades étnicas e raciais no Brasil, vêm sendo
planejadas políticas públicas estratégicas para o enfrentamento destas desigualdades. Há
mais de uma década, pontualmente vem sendo desenvolvidas políticas afirmativas que
garantam um maior acesso de afrodescendentes e indígenas à escolarização é um
exemplo dessas políticas. Várias foram as tentativas do movimento social negro em
concretizar politicamente as lutas para a existência de políticas afirmativas em torno da
ascensão e reconhecimento de uma democracia para a população negra, que só ganha
destaque com o emprego da expressão “racial”. Palavra que dá um impulso no
enfrentamento para a inclusão e afirmação identitária da população negra, que para esta
atribui-se aos pretos e pardos, no Brasil.
Ao abordar a diversidade da população brasileira, se evidencia a precariedade
historicamente construída por brancos sobre as populações indígenas e, principalmente,
sobre os negros, que para este é, para além da cor, a expressão de africanidades, de
tradições, de religiosidades, de culturas e, particularmente, a História do Brasil. Uma
história de pessoas escravizadas, excluídas, mas, sobretudo, uma história de lutas por
uma sociedade mais justa e livre do racismo, seja o racismo declarado ou o racismo
velado. O movimento indígena e pesquisas antropológicas sobre essa cultura têm
apontado que as relações Inter étnicas entre povos indígenas e não indígenas também
são historicamente marcadas por relações conflitantes e de desrespeito à aquela
população. Mais de duzentas comunidades indígenas distintas estão presentes no
território brasileiro, falantes de, aproximadamente, 200 idiomas diferentes.
Mesmo com as várias mudanças ocorridas em nossa sociedade após as lutas dos
movimentos sociais, ainda é visível, principalmente nos indicadores sociais como:
mortalidade materna, expectativa de vida, mortalidade infantil o entendimento que,
mesmo no século XXI, preconceito, discriminação e racismo não são apenas para as telas
de cinema e impedem sim, ascendência de indígenas e afrodescendentes a oportunidade
ainda preferencialmente dada aos descendentes europeus.
Neste trabalho, a proposta é justamente promover uma ampla discussão sobre o
preconceito etnorracial, para que possamos torna-lo perceptível em nosso ambiente
escolar, reconhecendo os gestos que passam despercebidos, mas que seus resultados
são deprimentes. Ações que se não são combatidas na sua origem, mais tarde, justificam
atitudes e comportamentos pessoais discriminatórios e excludentes, até aquele cuja
manifestação impede que as pessoas tenham seus direitos fundamentais protegidos ou
efetivados.
A participação dos alunos em práticas faz parte da metodologia sugerida que é a
participativa, onde o aprendizado ocorre também entre os pares quando passam a trocar
ajuda e experiências. Partiu-se do princípio de que os(as) adolescentes e jovens são
sujeitos ativos e devem ser envolvidos(as) na discussão, na identificação e na busca por
soluções, tanto individuais quanto coletivas, que tenham como objetivo enfrentar e
superar o preconceito e a desigualdade.
As atividades que permeiam as atividades práticas basearam-se nas
recomendações das Diretrizes Curriculares Nacional e as Diretrizes Curriculares
Nacionais bem como as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações
Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
Cada oficina descreve, minuciosamente, o passo a passo da proposta visando a
facilitar a sua aplicação pelo (a) educador (a) entre pares e seguindo o roteiro abaixo:
O material necessário para a realização da oficina é material que pode ser
encontrado nas escolas, em sua maioria, recursos tecnológicos e a boa vontade dos
participantes.
1ª ETAPA
Aula expositiva e prática, em sala de aula e no laboratório de informática,
definindo as expressões preconceito, discriminação, racismo e demais termos importantes
que envolvem a Educação para as Relações Étnicorraciais a partir da leitura de texto e
pesquisas na internet.
Carga horária: 4 horas
ATIVIDADE 1
O professor inicia a aula realizando uma exposição geral sobre algumas expressões quepermeiam as Relações Étnico-Raciais. A seguir inicia uma investigação para averiguaçãodos conhecimentos que os alunos já possuem sobre o assunto, problematizando-o: O queé preconceito? De que maneira podemos estar discriminando os colegas que estãopróximos? Qual é a importância em saber o real significado das expressões preconceito,discriminação e racismo para nosso dia a dia? Após as discussões e problematizações,os alunos deverão fazer a leitura do texto de Nilma Lino Gomes “Alguns termos econceitos presentes no debate sobre relações Raciais no Brasil: Uma breve discussão”.
Atividade: 2
1) Os alunos deverão fazer um glossário com um editor de textos com as palavras queestão inseridas no contexto da Educação para as Relações Étnico Raciais encontrados notexto e, complementar com as ferramentas de busca na internet.
2) Crie uma capa para o glossário com imagem que refere-se a Educação para asRelações Étnico Raciais.
3) Elabore um texto abordando a importância do glossário para as discussões dasRelações Etnorraciais na escola.
OBSERVAÇÃO: Pedir para que os alunos não esqueçam de referenciar todas asproduções.
2ª ETAPA
Em sala de aula com material multimídia, apresentar o filme Estrada para a Glória.
FILME: Estrada para a Glória
FICHA TÉCNICA:
Filme: Estrada para Gloria
Ficha técnica
Direção: James Gartner
Roteiro: Chris Cleveland
Gênero: Drama
Idioma original Inglês
https://pt.wikipedia.org/Glory_Road
SINOPSE:
Filme baseado em uma história real que trata de vitórias adversas e também da questão
do preconceito racial em uma época difícil nos Estados Unidos, ainda mais no
conservador Estado do Texas, sempre relacionado a ideais racistas de direita. Em 1966,
Don Hanskins (Josh Lucas de Lar, Doce Lar), um técnico branco de basquete, começa a
procurar talentos para formar um time. Ele não está preocupado com a cor da pele de
seus jogadores, mas sim com o quanto eles podem render em quadra. Dessa forma,
convoca sete garotos negros e cinco brancos para montar seu time. Em uma acirrada
disputa pela liga amadora, ele mostra que seu time tem qualidades dentro das quadras
(ao derrotar os principais adversários) e fora dela (ao saber lidar com o terrível
preconceito local). Assim, eles vão enfrentando juntos algumas dificuldades e superando
todas, até chegar à grande final e se tornar o primeiro time do estado a ganhar o
campeonato com apenas garotos negros como titulares. A produção conta com boas
atuações e uma recreação fiel do episódio, além de mostrar uma história de superação de
limites e do orgulho de se conquistar o respeito pelo que se é acima de qualquer outra
coisa.
Fonte: http://www.interfilmes.com/filme_15893_Estrada.Para.a.Gloria-(Glory.Road).html
TEMÁTICA: Preconceito Racial, Discriminação e Racismo.
OBJETIVOS: • Mostrar que o preconceito racial está inserido em nosso cotidiano;• Discutir as ações afirmativas que possam minimizar o preconceito racial;• Entender como a escola reproduz esse modelo de exclusão social;
Carga horária: 4 horas
ATIVIDADE 1
a) Para apresentar a produção fílmica, se preferir vá até uma locadora ou acesse o site:
http://www.youtube.com/watch?v=dyvm35csa5k
b) Solicitar aos alunos que durante o filme identifiquem e anotem em um caderno duascenas de cada um dos itens a seguir que conotam:
1) preconceito;
2) discriminação;
3) racismo.
ATIVIDADE 2
a) Ao final do filme deverão organizar a sala em círculo e discutir as cenas que cada umseparou, respondendo se há ou não possibilidades de ocorrer cada um dos tópicoselencados na escola ou no seu bairro.
b) avaliar com os alunos a validade desta atividade, bem como o filme apresentado.
3ª ETAPA
Nesta sequência de atividades, o objetivo é mostrar para os educando que
inclusive a música também discute, principalmente através do Rap, o preconceito, a
discriminação e o racismo cotidianamente. Portanto, nesta atividade o aluno deve
perceber a existência do preconceito, discriminação e racismo com os negros na
sociedade brasileira, conscientizando-se da necessidade da transformação desta
realidade, para a qual se propõe a elaboração de vídeo alertando e denunciando as
práticas de discriminação geradas pelo preconceito em relação aos negros na sociedade
brasileira.
Para realizar a atividade os alunos deverão receber uma cópia da letras da
música Quadro Negro.
Carga horária: 6 horas
ATIVIDADE 1
a) Apresentar as músicas “Quadro Negro” (Simples Rap’ortagem) aos alunos que estãono site Youtube.com e apresenta-las em data show.
b) Organizar um debate a partir da música Quadro Negro, dividindo-a em partes esolicitando aos alunos uma análise do que a música coloca em discussão.
c) Apresentar a música “Racismo é burrice” do Gabriel O Pensador em data show esolicitar a eles que prestem atenção nas imagens combinadas com a letra da música.
ATIVIDADE 2
Nesta atividade o professor deverá alertar os cuidados que se deve ter ao produzirmateriais e postar na internet apresentando aos alunos o vídeo que a Caixa Econômicalançou em 2011 comemorando os 150 anos do banco, em que a participação de um atorbranco interpreta Machado de Assis que era afrodescendente no site youtube.com.
http://www.youtube.com/watch?v=idaAFaYXnAM
http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/machado-de-assis-negro-na-propaganda-da-caixa-finalmente.html
ATIVIDADE 3
Leve os alunos no laboratório de informática e solicite que, com um editor de vídeos,façam uma produção fílmica para motivar e sensibilizar as pessoas para discutir opreconceito, discriminação e o racismo e depois de prontas as produções reserve um
tempo para que eles possam juntos analisar o que cada grupo preparou.
a) separar os alunos em grupos de no máximo 3 componentes.
b) Observar aos alunos que para fazerem suas produções fílmicas, deverão separarimagens que tratem do contexto da música “Quadro Negro” em sites de procura.
c) Para baixar a música para ser trabalhada no vídeo entra no link abaixo: http://www.4shared.com/mp3/K2BcnDiq/Simples_RAPortagem_-_Quadro_ne.htm
d) O Professor deverá fazer uma conta no youtube.com para postar esse materialproduzido pelos alunos.
Quadro Negro
Simples Rap'ortagem
Acordei de um longo sono, a intensa luz quase me cegaÉ preciso revelar o que se negaSe a vida é uma escola toda escola tem seu quadroQuadro negro, formato quadradoNele reescrevo a minha história, faço um diárioNa minha lista negra só tem revolucionárioMarias guerreiras das periferias você tem que verOs guerreiros do passado e os atuais do MSTOs homossexuais que resistem com dignidadeCrioulos e indígenas que adentram as faculdadesSe o escuro é feio minha poesia é imundaDas nuvens mais negras cai água límpida e fecundaE por falar em água, me vem na lembrançaO quadro negro na verdade tem a cor da esperançaQue caia um temporal sem pedir licençaE faça desabar essas velhas crençasVisões estúpidas espalhadas pelo mundoQue associou a cor preta a tudo que é imundoO negro discrimina o próprio negro simSe aquele que apontas como negro não se acha assimCresceu aprendendo que ser negro é feioSe é tudo de ruim quem é que quer andar no meio?Quem escreveu a história do negro nesse país?Basta ver a cor do gizOs Reis Faraós do Egito hoje mumificadosSe tirassem suas faixas pudessem ser ressuscitadosSaberia dizer a cor da pele deles sem engano?Quer uma pista: Egito é um país africanoNão adianta sabermos que não existe raçaSe o conceito predomina e representa ameaçaO hip-hop não nega a mestiçagem, porémSabe que ela não trouxe igualdade pra ninguémTá vendo o que a herança racista ofereceu?Se existia escravidão entre africanos antes dos europeusEra com sentido diferente do que se viuNão eram vendidos, não tinha caráter mercantilAs tribos guerreavam o grupo perdedor assumeRendição por questão de honra, de costumeSe há uma cor do pecado ela chegou de mansinhoEspalhando discórdia e ambição pelo caminhoSua ciência e religião assim disseram com toda calmaÉ inferior! Pode escravizar que não tem almaA cor da paz cometeu holocausto aos judeusBarbárie na inquisição em nome de DeusNas Américas, índios foram dizimadosMas quem sobreviveu está criando um novo quadro
Se na prova der branco na memóriaVamos denegrir a sua mente com a nossa históriaA luz do sol ofusca a visãoE a beleza da lua só é possível com a escuridão
A luta pelas cotas não anula a luta pela melhoraDa qualidade de ensino público, tu ignoraPelo contrário, quanto mais negros na academiaMuito mais força pra se lutar por um novo diaRacismo, o que mais me causa espantoNão se encara como problema do brancoMas entre esses, há os que lutam pelo seu fim"ah se todo branco fosse assim"Branquitude, pouco se ouve falarO que explica o privilégio que sua etnia pode conquistar?Pra quem nasceu em berço de ouro é difícil entenderQue não é só porque seus pais fizeram por merecerForam anos de exploração no passado pra que um diaA sociedade fosse estruturada a favor de uma minoriaHá os que não admitem cotas julgando serem injustasOutros julgando serem esmolas, tudo isso me assustaPergunto quanto custa superar o engano?Quanto custa ignorar os direitos humanos?Muita coisa bonita garante a ConstituiçãoSe esquecida ou ignorada precisa de afirmaçãoPretos e brancos são iguais, e daí? Se a normaNem no cemitério são tratados da mesma formaEntenda agora o que são ações afirmativasMedidas pontuais, alternativasMedidas passageiras que vem afirmarPra sociedade, que há, desigualdades, a repararDos que vivem abaixo da linha da pobreza70% são negros, que beleza!Do total de universitários brasileiros97% são brancos e herdeirosDe uma política que patrocinou para embranquecer a raçaA vinda de 4 milhões de estrangeiros, o tempo passa!Tudo isso, em 30 anos irmãoFoi o que se trouxe de negros, em 3 séculos de escravidãoPatrocínio com recurso público, o negativoPara os escravos libertos nenhum tipo de incentivoNos mataram, exploraram e depois largaram a toaSem emprego, casa, comida, só disseram: vai, voa!Sem asas e quem sobreviveu tá por um trizAmontoados nas favelas de todo paísQuantos brancos moram lá? Cê conta no dedosAgora entenda porque cotas para negros
Se na prova der branco na memóriaVamos denegrir a sua mente com a nossa históriaA luz do sol ofusca a visãoE a beleza da lua só é possível com a escuridão
Eu quero bonecas, anjos, apresentadores pretos e pretasEmpresários, juízes, modelos, doutores pretos e pretasSe querer é uma facetaEu quero, desejo, uma elite preta
Uma coisa é pedir outra é conquistar respeitoO fruto de uma conquista dá-se o nome de direitoOlhe pra minha cor, olhe pra nossa lutaNem esmola nem favor se desigual é a disputa
Entre quem sempre teve privilégio de estudarCom ensino de qualidade em escola particularE querer comparar com ensino público e a situaçãoTele-aula, aceleraçãoVestibular pra faculdade pública o esquema é raroCom cotas ou não só entra quem tem preparoNão serão as cotas que terão o privilégio de inaugurarA presenças de alunos educados pra manguearVestibular das particulares tomou a frente, foi mais ligeiroFrequentemente só basta ter dinheiroQuem concorrer pelas cotas vai se deparar legalCom uma concorrência enorme mas não deslealDesleal é a condição que o jovem negro encaraFusca para ele, Ferrari para os de pele claraCompetirem com as mesmas regras, maldadeÉ isso que eles chamam de igualdadeEngraçada essa gente da estéticaTer instrução em excesso nunca foi sinal de éticaSerá mesmo a suposta elevação intelectualQue garantirá a formação, de um bom profissional?Não subestime a inteligência dos excluído desse milênioA faculdade do crime só tem gênioA elite é quem decide em âmbito nacionalSe nossa inteligência será usada para o bem ou para o malTanto tempo buscando debate ninguém se importouA cota de tolerância do meu povo já se esgotouA Simples Rap´ortagem revela para o BrasilCom cotas ou não vestibular é funilCom cotas ou não vestibular é peneiraQuem concorrer pelas cotas mas não for bom vai levar rasteiraQue vença o melhor...chega a ser hilárioA prova é uma só os concorrentes que são váriosQuem se afirmou, como provar se é negro ou não?De uma vez por toda pra se resolver a questãoO cassetete da PM tem dispositivo de eliteNunca erra quem é negro, acredite!
Se na prova der branco na memóriaVamos denegrir a sua mente com a nossa históriaA luz do sol ofusca a visãoE a beleza da lua só é possível com a escuridão
Cuidado quando alguém te incitaA ir a um show onde só tem gente bonitaOlhe sempre com reservas, pra mim o que interessa
É saber que gente bonita é essaAnalise os termos que deixaram pra genteEntre pardo e mulato qual o mais indecente?Qual o menos prejudicial?Ter a identidade de mula ou de pardalMas pêra aê, veja que pirraçaPardal não é aquele passarinho que não tem raça?Que perambula pelas praças, dizem sem valorPássaro sem vocação pra cantorVira-lata, a mula é um animalMão de obra barata, estéril, irracionalSó serve para o trabalho mas não para produzirE aí cumpade, tu se encaixa mesmo aqui?Nem parda, nem mulata eu me defino politicamenteSou negra, ou se quiser afro-descendenteCuidado, que eu tô em pele de cordeiroDo tipo que da coice, afro-brasileiroDeveria ser executado com um tiro de bazucaO criador do personagem "negra maluca"Eu sou sério demais? Não vá se preocuparHerdei da minha gente o talento pra contrariarContrariando, tu vai sim me ver sorrindoMas o hip-hop superou o discurso do "negro é lindo!"A quem interessa? Eu digo a quem pensouQue eu seria só mais um com vocação pra tamborSe respeito é bom, não me leve a malEis um empresário, uma pedagoga e um cientista socialDa Universidade Federal da BahiaDetalhe, quem diria, na terra do "é só alegria!"Se denegrir é tornar negro irmãoVamos denegrir a faculdade de comunicaçãoDe direito, medicina e muito maisVamos denegrir os órgãos oficiais
Se na prova der branco na memóriaVamos denegrir a sua mente com a nossa históriaA luz do sol ofusca a visãoE a beleza da lua só é possível com a escuridão
A manchete da Simples Rap´ortagem estampaUm novo quadro negro se levantaHá muito a ser contado sobre os nossos ancestraisNão deixar passar em branco, tarefa nossa rapazSe ligue, a muito a ser feitoO importante nego é fazer do nosso jeito
Fonte: http://letras.mus.br/simples-raportagem/1721448/
http://www.youtube.com/watch?v=yh9AjtHGdmY
4ª ETAPA
No laboratório de informática, acessar Youtube.com, digitando em procurar
“Tutorial Prezi em Português, aprenda a utilizar em 15 minutos” ou colocando na barra de
endereço o link
http://prezi.com/aqidydpa4xar/tutorial-prezi-em-portugues-aprenda-a-utilizar-e
m-15-minutos/, e após assistir ao tutorial, elaborar uma apresentação Prezi sobre
Preconceito, Discriminação e Racismo.
Carga horária: 6 horas
ATIVIDADE 1
Os alunos devem se organizar em grupos de no máximo 3 pessoas, elaborar umaapresentação Prezi sobre Preconceito Etnorracial na escola com no mínimo 10 slides,acessando o http://prezi.com no laboratório de informática:
a) o trabalho deve destacar as principais ações negativas que podem ser evitadas quandose é conhecedor de um assunto tão polêmico como o em questão.
b) inserir no trabalho o vídeo com a música “Quadro negro” produzido pelo grupo naoficina anterior como um dos subsídios da apresentação.
1º Passo: acesse o site https://prezi.com e faça o seu cadastro gratuito.
2º Passo: Clique no botão novo prezi para escolher o seu modelo e começar a montar a
sua apresentação
Observação: Assista o tutorial quantas vezes forem necessário para montar a sua
apresentação.
1-clique em novo prezi; 2-clique 2 vezes em cima do modelo escolhido e aguarde até
mostrar ao lado esquerdo os vários slides numerados de 1 ao 10
a depender do modelo escolhido; 3-clique no slide 1 e aparecerá no centro espaço para colocar o
título da sua apresentação.; 4-clicando nos demais slides poderão ir colocando os conteúdos
desejados.
Lembre-se que as apresentações devem conter apenas tópicos dos assuntos a
serem tratados, evitando assim, textos longos e cansativos. Colocar textos longos
somente quando for estritamente necessário. Nas apresentações deverão estar inseridos
além de textos, vídeos, músicas, imagens, entre outros elementos, para melhor
compreensão e riqueza das produções.
5ª ETAPA
Na sala de aula apresentar as produções construídas no encontro anterior.
Carga horária: 4 horas
ATIVIDADE 1
a) Ao término de cada apresentação, cada grupo deverá expor as suas dificuldades e
facilidades para realizar o trabalho em relação aos seguintes itens:
1) Quanto ao conteúdo proposto;
2) Quanto a ferramenta utilizada (Prezi);
3) Outras observações relevantes.
6ª ETAPA
Nesta etapa o aluno deve produzir um vídeo utilizando como música de fundo
“Racismo é burrice” do Gabriel O Pensador.
Carga horária: 6 horas
ATIVIDADE 1
a) Os alunos devem pensar como teatralizar a mensagem deixada pelo Gabriel OPensador em sua música “Racismo é burrice”.
b) Para fazer a produção do vídeo podem ser utilizadas câmeras, câmeras fotográficas,celulares, webcam, entre outros.
c) Os vídeos devem ser editados e apresentados para o grupo.
d) Nesta atividade os alunos podem ser divididos em 3 grupos de 7 alunos.
7ª ETAPA
Neste último momento será para avaliação da atividade e observar o se o
pensamento dos alunos permanecem ou houveram mudanças em relação ao preconceito
etnorracial na escola.
Carga horária: 2 horas
ATIVIDADE 1
a) Os alunos devem organizar a sala em círculo para que possam estarem desenvolvendoas atividades finais.
b) As oficinas devem ser avaliadas individualmente e o professor deve anotar osargumentos apresentados pelos alunos o que eles consideraram bom ou ruim nodesenvolvimento de cada oficina.
c) Caberá ao professor avaliar o desenvolvimento das atividades e aprimorá-las pararealiza-las novamente.
REFERÊNCIAS
NAPOLITANO, Marcos. Como usar o cinema na sala de aula. São Paulo: Contexto
2011.
PARANÀ. Secretaria de Educação do Estado do Paraná. Diretrizes Curriculares da
Educação Básica – Geografia. Paraná, 2008.
PARANÁ. Secretaria de Educação do Estado do Paraná. Diretrizes Curriculares de
Gênero e Diversidade Sexual. Paraná, 2010.
THIEL, Grace Cristiane. Mundo das ideias: movie takes, a magia do cinema em sala
de aula. Curitiba: Aymará, 2009.