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Os dez mandamentos para análise de textos 1 – Ler duas vezes o texto. A primeira para tomar contato com o assunto; a segunda para observar como o texto está articulado; desenvolvido. 2 – Observar que um parágrafo em relação ao outro pode indicar uma continuação ou uma conclusão ou, ainda, uma falsa oposição. 3 – Sublinhar, em cada parágrafo, a idéia mais importante (tópico frasal). 4 – Ler com muito cuidado os enunciados das questões para entender direito a intenção do que foi pedido. 5 – Sublinhar palavras como: erro, incorreto, correto, etc., para não se confundir no momento de responder à questão. 6 – Escrever, ao lado de cada parágrafo, ou de cada estrofe, a idéia mais importante contida neles. 7 – Não levar em consideração o que o autor quis dizer, mas sim o que ele disse; escreveu. 8 – Se o enunciado mencionar tema ou idéia principal, deve-se examinar com atenção a introdução e/ou a conclusão. 9 – Se o enunciado mencionar argumentação, deve preocupar-se com o desenvolvimento. 10 – Tomar cuidado com os vocábulos relatores (os que remetem a outros vocábulos do texto: pronomes relativos, pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc.) Compreensão (ou intelecção) e interpretação de texto Compreensão ou intelecção de texto – consiste em analisar o que realmente está escrito, ou seja, coletar dados do texto. O enunciado normalmente assim se apresenta: As considerações do autor se voltam para... Segundo o texto, está correta... De acordo com o texto, está incorreta... Tendo em vista o texto, é incorreto... O autor sugere ainda...

Os dez mandamentos para análise de textos

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Os dez mandamentos para análise de textos

1 – Ler duas vezes o texto. A primeira para tomar contato com o assunto; a segunda para observar como o texto está articulado; desenvolvido.

2 – Observar que um parágrafo em relação ao outro pode indicar uma continuação ou uma conclusão ou, ainda, uma falsa oposição.

3 – Sublinhar, em cada parágrafo, a idéia mais importante (tópico frasal).

4 – Ler com muito cuidado os enunciados das questões para entender direito a intenção do que foi pedido.

5 – Sublinhar palavras como: erro, incorreto, correto, etc., para não se confundir no momento de responder à questão.

6 – Escrever, ao lado de cada parágrafo, ou de cada estrofe, a idéia mais importante contida neles.

7 – Não levar em consideração o que o autor quis dizer, mas sim o que ele disse; escreveu.

8 – Se o enunciado mencionar tema ou idéia principal, deve-se examinar com atenção a introdução e/ou a conclusão.

9 – Se o enunciado mencionar argumentação, deve preocupar-se com o desenvolvimento.

10 – Tomar cuidado com os vocábulos relatores (os que remetem a outros vocábulos do texto: pronomes relativos, pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc.)

Compreensão (ou intelecção) e interpretação de texto

Compreensão ou intelecção de texto – consiste em analisar o que realmente está escrito, ou seja, coletar dados do texto. O enunciado normalmente assim se apresenta:

As considerações do autor se voltam para...

Segundo o texto, está correta...

De acordo com o texto, está incorreta...

Tendo em vista o texto, é incorreto...

O autor sugere ainda...

De acordo com o texto, é certo...

O autor afirma que...

Interpretação de texto – consiste em saber o que se infere (conclui) do que está escrito. O enunciado normalmente é encontrado da seguinte maneira:

Page 2: Os dez mandamentos para análise de textos

O texto possibilita o entendimento de que...

Com apoio no texto, infere-se que...

O texto encaminha o leitor para...

Pretende o texto mostrar que o leitor...

O texto possibilita deduzir-se que...

Três erros capitais na análise de textos

1 – Extrapolação É o fato de se fugir do texto. Ocorre quando se interpreta o que não está escrito. Muitas vezes são fatos reais, mas que não estão expressos no texto. Deve-se ater somente ao que está relatado.

2 – Redução É o fato de se valorizar uma parte do contexto, deixando de lado a sua totalidade. Deixa-se de considerar o texto como um todo para se ater apenas à parte dele.

3 – Contradição É o fato de se entender justamente o contrário do que está escrito. É bom que se tome cuidado com algumas palavras, como: “pode”, “deve”, “não”, verbo “ser”, etc.

Acentuação gráfica

CLASSIFICAÇÃO DAS PALAVRAS QUANTO AO NÚMERO DE SÍLABAS

1) Monossílabos (mono=um) -  Tem apenas uma sílaba Ex: PÉ, PÓ, SAL, RÉU e PNEU 2) Dissílabos (di=duas) - Possui duas sílabas Ex: RU-A e CA-SA 3) Trissílabos (tri=três) - Possui três sílabas Ex: CA-VEI-RA e RE-LÓ-GIO 4) Polissílabos (poli=várias) - Possui quatro ou mais sílabas Ex: IN-TE-LI-GÊN-CIA e IN-TE-GRI-DA-DE

CLASSIFICAÇÃO DAS PALAVRAS QUANTO A SUA TONICIDADE

1) Sílaba Tônica - É aquela que possui maior intensidade no momento da pronúncia. Ex: CA-FÉ  e VÍ-RUS 2) Sílaba Átona - É aquela que possui menor intensidade no momento da pronúncia. Ex: LÁ-PIS e BO-NÉ 3) Subtônica - É aquela que possui intensidade intermediária, não tão forte e nem tão fraca. Ex: SOZINHO: SO (Subtônica) ZI (tônica) NHO (átona)

OBS: É importante saber que o acento prosódico, ou tônico, é o timbre mais forte na pronúncia, enquanto que o acento gráfico é utilizado na escrita.

CLASSIFICAÇÃO DAS PALAVRAS QUANTO À POSIÇÃO DA SÍLABA TÔNICA 1) Proparoxítonas -  A sílaba tônica é a antepenúltima da palavraEx: MATEMÁ-TI-CA 2) Paroxítonas - A sílaba tônica é a penúltima da palavraEx: CARÁ-TER

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3) Oxítonas - A sílaba tônica é a ultima da palavra Ex: CA-FÉ

REGRAS DA ACENTUAÇÃO GRÁFICA

ACENTUAÇÃO GRÁFICA DAS PALAVRAS OXÍTONAS

1) Acentuam-se com acento agudo:

a) As palavras oxítonas terminadas nas vogais tónicas/tônicas abertas grafadas -a, -e ou -o, seguidas ou não de -s: está, estás, já, olá; até, é, és, olé, pontapé(s); avó(s,), dominó(s), paletó(s,), só(s). Obs.: Em algumas (poucas) palavras oxítonas terminadas em -e tónico/tônico, geralmente provenientes do francês, esta vogal, por ser articulada nas pronúncias cultas ora como aberta ora como fechada, admite tanto o acento agudo como o acento circunflexo: bebé ou bebê, bidé ou bidê, canapé ou canapê, caraté ou caratê, croché ou crochê, guichê ou guichê, matiné ou matinê, nené ou nenê, ponjé ou ponjê, puré ou purê, rapé ou rapê. O mesmo se verifica com formas como cocó e cocô, ré (letra do alfabeto grego) e ré. São igualmente admitidas formas como judô, a par de judo, e metrô, a par de metro.

b) As formas verbais oxítonas, quando, conjugadas com os pronomes clíticos lo(s) ou la(s), ficam a terminar na vogal tónica/tônica aberta grafada -a, após a assimilação e perda das consoantes finais grafadas -r, -s ou -z: adorá-lo(s) (de adorar-lo(s)), dá-la(s) (de dar-la(s) ou dá(s)-la(s) ou dá(s)-la(s)), fá-lo(s) (de faz-lo(s)), fá-lo(s)-às (de far-lo(s)-ás), habita-la(s)-iam (de habitar-la(s)-iam), tra-la(s)-á (de trar-la(s)-á).

c) As palavras oxítonas com mais de uma sílaba terminadas no ditongo nasal (presente do indicativo etc.) ou -ens: acém, detém, deténs, entretém, entreténs, harém, haréns, porém, provém, provéns, também.

d) As palavras oxítonas com os ditongos abertos grafados –éi, éu ou ói, podendo estes dois últimos ser seguidos ou não de –s: anéis, batéis, fiéis, papéis; céu(s), chapéu(s), ilhéu(s), véu(s); corrói (de correr), herói(s), remói (de remoer), sóis.

2) Acentuam-se com acento circunflexo:

a) As palavras oxítonas terminadas nas vogais tónicas/tônicas fechadas que se grafam –e ou –o, seguidas ou não de –s: cortês, dê, dês (de dar), lê, lês (de ler), português, você(s); avô(s), pôs (de pôr), robô(s).

b) As formas verbais oxítonas, quando conjulgadas com os pronomes clíticos -lo(s) ou la(s), ficam a terminar nas vogais tónicas/tônicas fechadas que se grafam –e ou –o, após a assimilação e perda das consoantes finais grafadas –r, -s ou –z: detê-lo(s) (de deter-lo-(s)), fazê-la(s) (de fazer-la(s)), fê-lo(s) (de fez-lo(s)), vê-la(s) (de ver-la(s)), compô-la(s) (de compor-la(s)), repô-la(s) (de repor-la(s)), pô-la(s) (de por-la(s) ou pôs-la(s)).

3º) Prescinde-se de acento gráfico para distinguir palavras oxítonas homógrafas, mas heterofónicas/heterofônicas, do tipo de cor (ô), substantivo, e cor (ó), elemento da locução de cor; colher (ê), verbo, e colher (é), substantivo. Excetua-se a forma verbal pôr, para a distinguir da preposição por.

ACENTUAÇÃO GRÁFICA DAS PALAVRAS PAROXÍTONAS

1º) As palavras paroxítonas não são em geral acentuadas graficamente: enjoo, grave, homem, mesa, Tejo, vejo, velho, voo; avanço, floresta; abençoo, angolano, brasileiro; descobrimento, graficamente, moçambicano

Page 4: Os dez mandamentos para análise de textos

2º) Recebem, no entanto, acento agudo:

a) As palavras paroxítonas que apresentam, na sílaba tónica/tônica, as vogais abertas grafadas a, e, o e ainda i ou u e que terminam em –l, -n, -r, -x e –ps, assim como, salvo raras exceções, as respectivas formas do plural, algumas das quais passam a proparoxítonas: amável (pl. amáveis), Aníbal, dócil (pl. dóceis), dúctil (pl. dúcteis), fóssil (pl. fósseis), réptil (pl. répteis; var. reptil, pl. reptis); cármen (pl. cármenes ou carmens; var. carme, pl. carmes); dólmen (pl. dólmenes ou dolmens), éden (pl. édenes ou edens), líquen (pl. líquenes), lúmen (pl. lúmenes ou lúmens); acúcar (pl. açúcares), almíscar (pl. almíscares), cadáver (pl. cadáveres), caráter ou carácter (mas pl. carateres ou caracteres), ímpar (pl. ímpares); Ájax, córtex (pl. córtex; var. córtice, pl. córtices, índex (pl. índex; var. índice, pl. índices), tórax (pl. tórax ou tóraxes; var. torace, pl. toraces); bíceps (pl. bíceps; var. bicípite, pl. bicípites), fórceps (pl. fórceps; var. fórcipe, pl. fórcipes). Obs.: Poucas palavras deste tipo, com a vogais tónicas/tônicas grafadas e e o em fim de sílaba, seguidas das consoantes nasais grafadas m e n, apresentam oscilação de timbre nas pronúncias cultas da língua e, por conseguinte, também de acento gráfico (agudo ou circunflexo): sémen e sêmen, xénon e xênon; fêmure fémur, vómer e vômer; Fénix e Fênix, ónix e ônix.

b) As palavras paroxítonas que apresentam, na sílaba tónica/tônica, as vogais abertas grafadas a, e, o e ainda i ou u e que terminam em -ã(s), -ão(s), -ei(s), -i(s), -um, -uns ou -us: órfã (pl. órfãs), acórdão (pl. acórdãos), órgão (pl. órgãos), órgão (pl. órgãos), sótão (pl. sótãos); hóquei, jóquei (pl. jóqueis), amáveis (pl. de amável), fáceis (pl. de fácil), fósseis (pl. de fóssil), amáreis (de amar), amaveis (id.), cantaríeis (de cantar), fizéreis (de fazer), fizésseis (id.); beribéri (pl. beribéris), bílis (sg. e pl.), íris (sg. e pl.), júri (di. júris), oásis (sg. e pl.); álbum (di. álbuns), fórum (di. fóruns); húmus (sg. e pl.), vírus (sg. e pl.). Obs.: Poucas paroxítonas deste tipo, com as vogais tónicas/tônicas grafadas e e o em fim de sílaba, seguidas das consoantes nasais grafadas m e n, apresentam oscilação de timbre nas pronúncias cultas da língua, o qual é assinalado com acento agudo, se aberto, ou circunflexo, se fechado: pónei e pônei; gónis e gônis, pénis e pênis, ténis e tênis; bónus e bônus, ónus e ônus, tónus e tônus, Vénus e Vênus.

3º) Não se acentuam graficamente os ditongos representados por ei e oi da sílaba tónica/tônica das palavras paroxítonas, dado que existe oscilação em muitos casos entre o fechamento e a abertura na sua articulação: assembleia, boleia, ideia, tal como aldeia, baleia, cadeia, cheia, meia; coreico, epopeico, onomatopeico, proteico; alcaloide, apoio (do verbo apoiar), tal como apoio (subst.), Azoia, hoia, boina, comboio (subst.), tal como comboio, comboias, etc. (do verbo comboiar), dezoito, estroina, heroico, introito, jiboia, moina, paranoico, zoina.

4º) É facultativo assinalar com acento agudo as formas verbais de pretérito per¬feito do indicativo, do tipo amámos, louvámos, para as distinguir das correspondentes formas do presente do indicativo (amamos, louvamos), já que o timbre da vogal tónica/tônica é aberto naquele caso em certas variantes do português.

5º) Recebem acento circunflexo: a) As palavras paroxítonas que contêm, na sílaba tónica/tônica, as vogais fechadas com a grafia a, e, o e que terminam em -l, -n, -r, ou -x, assim como as respetivas formas do plural, algumas das quais se tornam proparoxítonas: cônsul (pl. cônsules), pênsil (pl. pênseis), têxtil (pl. têxteis); cânon, var. cânone (pl. cânones), plâncton (pl. plânctons); Almodôvar, aljôfar (pl. aljôfares), âmbar (pl. âmbares), Câncer, Tânger; bômbax(sg. e pl.), bômbix, var. bômbice (pl. bômbices).

b) As palavras paroxítonas que contêm, na sílaba tónica/tônica, as vogais fechadas com a grafia a, e, o e que terminam em -ão(s), -eis, -i(s) ou -us: bênção(s), côvão(s), Estêvão, zângão(s); devêreis (de dever), escrevêsseis (de escrever) ,fôreis (de ser e ir), fôsseis (id.), pênseis (pl. de pênsil), têxteis (pl. de têxtil); dândi(s), Mênfis; ânus.

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c) As formas verbais têm e vêm, 3ªs pessoas do plural do presente do indicativo de ter e vir, que são foneticamente paroxítonas (respetivamente / tãjãj /, / vãjãj / ou / têêj /, / vêêj / ou ainda / têjêj /, / vêjêj /; cf. as antigas grafias preteridas, têem, vêem, a fim de se distinguirem de tem e vem, 3ªs pessoas do singular do presente do indicativo ou 2ªs pessoas do singular do imperativo; e também as correspondentes formas compostas, tais como: abstêm (cf. abstém), advêm (cf. advém), contêm (cf. contém), convêm (cf. convém), desconvêm (cf. desconvém), detêm (cf. detem), entretem (cf. entretém), intervêm (cf. intervém), mantêm (cf. mantém), obtêm (cf. obtém), provêm (cf. provém), sobrevêm (cf. sobrevém). Obs.: Também neste caso são preteridas as antigas grafias detêem, intervêem, mantêem, provêem, etc.

6º) Assinalam-se com acento circunflexo:

a) Obrigatoriamente, pôde (3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo), no que se distingue da correspondente forma do presente do indicativo (pode).

b) Facultativamente, dêmos (1ª pessoa do plural do presente do conjuntivo), para se distinguir da correspondente forma do pretérito perfeito do indicativo (demos); fôrma (substantivo), distinta de forma (substantivo; 3ª pessoa do singular do presente do indicativo ou 2ªpessoa do singular do imperativo do verbo formar).

7º) Prescinde-se de acento circunflexo nas formas verbais paroxítonas que contêm um e tónico/tônico oral fechado em hiato com a terminação -em da 3ª pessoa do plural do presente do indicativo ou do conjuntivo, conforme os casos: creem, deem (conj.), descreem, desdeem (conj.), leem, preveem, redeem (conj.), releem, reveem, tresleem, veem.

8º) Prescinde-se igualmente do acento circunflexo para assinalar a vogal tónica/tonica fechada com a grafia o em palavras paroxítonas como enjoo, substantivo e flexão de enjoar, povoo, flexão de povoar, voo, substantivo e flexão de voar, etc.

9º) Prescinde-se, quer do acento agudo, quer do circunflexo, para distinguir palavras paroxítonas que, tendo respectivamente vogal tónica/tônica aberta ou fechada, são homógrafas de palavras proclíticas. Assim, deixam de se distinguir pelo acento gráfico: para (á), flexão de parar, e para, preposição; pela(s) (é), substantivo e flexão de pelar, e pela(s), combinação de per e la(s); pelo (é), flexão de pelar, pelo(s) (é), substantivo ou combinação de per e lo(s); polo(s) (ó), substantivo, e polo(s), combinação antiga e popular de por e lo(s); etc.

10º) Prescinde-se igualmente de acento gráfico para distinguir paroxítonas homógrafas heterofónicas/heterofônicas do tipo de acerto (ê), substantivo, e acerto (é,), flexão de acertar; acordo (ô), substantivo, e acordo (ó), flexão de acordar; cerca (ê), substantivo, advérbio e elemento da locução prepositiva cerca de, e cerca (é,), flexão de cercar; coro (ó), substantivo, e flexão de corar; deste (ê), contracção da preposição de com o demonstrativo este, e deste (é), flexão de dar; fora (ô), flexão de ser e ir, e fora (ó), advérbio, interjeição e substantivo; piloto (ô), substantivo, e piloto (ó), flexão de pilotar, etc.

ACENTUAÇÃO DAS VOGAIS TÓNICAS/TÔNICAS GRAFADAS I E U DAS PALAVRAS OXÍTONAS E PAROXÍTONAS

1º) As vogais tónicas/tônicas grafadas i e u das palavras oxítonas e paroxítonas levam acento agudo quando antecedidas de uma vogal com que não formam ditongo e desde de que não constituam sílaba com a eventual consoante seguinte, excetuando o caso de s: adaís (pl. de adail), aí, atraí (de atrair), baú, caís (de cair),

Page 6: Os dez mandamentos para análise de textos

Esaú, jacuí, Luís, país, etc.; alaúde, amiúde, Araújo, Ataíde, atraiam (de atrair), atraísse (id.) baía, balaústre, cafeína, ciúme, egoísmo, faísca, faúlha, graúdo, influíste (de influir), juízes, Luísa, miúdo, paraíso, raízes, recaída, ruína, saída, sanduíche, etc.

2º) As vogais tónicas/tônicas grafadas i e u das palavras oxítonas e paroxítonas não levam acento agudo quando, antecedidas de vogal com que não formam ditongo, constituem sílaba com a consoante seguinte, como é o caso de nh, l, m, n, r e z: bainha, moinho, rainha; adail, paul, Raul; Aboim, Coimbra, ruim; ainda, constituinte, oriundo, ruins, triunfo; atrair, demiurgo, influir, influirmos; juiz, raiz; etc.

3º) Em conformidade com as regras anteriores leva acento agudo a vogal tónica/tônica grafada i das formas oxítonas terminadas em r dos verbos em -air e -uir, quando estas se combinam com as formas pronominais clíticas -lo(s), -la(s), que levam à assimilação e perda daquele -r: atraí-lo(s,) (de atrair-lo(s)); atraí-lo(s)-ia (de atrair-lo(s)-ia); possuí-la(s) (de possuir-la(s)); possuí-la(s)-ia (de possuir-la(s) -ia).

4º) Prescinde-se do acento agudo nas vogais tónicas/tônicas grafadas i e u das palavras paroxítonas, quando elas estão precedidas de ditongo: baiuca, boiuno, cauila (var. cauira), cheiinho (de cheio), saiinha (de saia).

5º) Levam, porém, acento agudo as vogais tónicas/tônicas grafadas i e u quando, precedidas de ditongo, pertencem a palavras oxítonas e estão em posição final ou seguidas de s: Piauí, teiú, teiús, tuiuiú, tuiuiús. Obs.: Se, neste caso, a consoante final for diferente de s, tais vogais dispensam o acento agudo: cauim.

6º) Prescinde-se do acento agudo nos ditongos tónicos/tônicos grafados iu e ui, quando precedidos de vogal: distraiu, instruiu, pauis (pl. de paul).

7º) Os verbos aguir e redarguir prescindem do acento agudo na vogal tónica/tônica grafada u nas formas rizotónicas/rizotônicas: arguo, arguis, argui, arguem; argua, arguas, argua, arguam. Os verbos do tipo de aguar, apaniguar, apaziguar, apropinquar, averiguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir e afins, por oferecerem dois paradigmas, ou têm as formas rizotónicas/rizotônicas igualmente acentuadas no u mas sem marca gráfica (a exemplo de averiguo, averiguas, averigua, averiguam; averigue, averigues, averigue, averiguem; enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues, enxague, enxaguem, etc.; delinquo, delinquis, delinqui, delinquem; mas delinquimos, delin quis) ou têm as formas rizotónicas/rizotônicas acentuadas fónica/fônica e graficamente nas vogais a ou i radicais (a exemplo de averíguo, averíguas, averígua, averíguam; averígue, averígues, averígue, averíguem; enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues, enxágue, enxáguem; delínquo, delínques, delínque, delínquem; delínqua, delínquas, delínqua, delínquam). Obs.: Em conexão com os casos acima referidos, registe-se que os verbos em -ingir (atingir, cingir, constringir, infringir, tingir, etc.) e os verbos em -inguir sem prolação do u (distinguir, extinguir, etc.) têm grafias absolutamente regulares (atinjo, atinja, atinge, atingimos, etc.; distingo, distinga, distingue, distinguimos, etc.).

ACENTUAÇÃO GRÁFICA DAS PALAVRAS PROPAROXÍTONAS

1º) Levam acento agudo:

a) As palavras proparoxítonas que apresentam na sílaba tónica/tônica as vogais abertas grafadas a, e, o e ainda i, u ou ditongo oral começado por vogal aberta: árabe, cáustico, Cleópatra, esquálido, exército, hidráulico, líquido, míope, músico, plástico, prosélito, público, rústico, tétrico, último;

b) As chamadas proparoxítonas aparentes, isto é, que apresentam na sílaba tónica/tônica as vogais abertas grafadas a, e, o e ainda i, u ou ditongo oral

Page 7: Os dez mandamentos para análise de textos

começado por vogal aberta, e que terminam por seqüências vocálicas pós-tónicas/pós-tônicas praticamente consideradas como ditongos crescentes (-ea, -eo, -ia, -ie, -io, -oa, -ua, -uo, etc.): álea, náusea; etéreo, níveo; enciclopédia, glória; barbárie, série; lírio, prélio; mágoa, nódoa; exígua, língua; exíguo, vácuo.

2º) Levam acento circunflexo:

a) As palavras proparoxítonas que apresentam na sílaba tónica/tônica vogal fechada ou ditongo com a vogal básica fechada: anacreôntico, brêtema, cânfora, cômputo, devêramos (de dever), dinâmico, êmbolo, excêntrico, fôssemos (de ser e ir), Grândola, hermenêutica, lâmpada, lôstrego, lôbrego, nêspera, plêiade, sôfrego, sonâmbulo, trôpego;

b) As chamadas proparoxítonas aparentes, isto é, que apresentam vogais fechadas na sílaba tónica/tônica, e terminam por seqüências vocálicas pós-tónicas/pós-tônicas praticamente consideradas como ditongos crescentes: amêndoa, argênteo, côdea, Islândia, Mântua, serôdio.

3º) Levam acento agudo ou acento circunflexo as palavras proparoxítonas, reais ou aparentes, cujas vogais tónicas/tônicas grafadas e ou o estão em final de sílaba e são seguidas das consoantes nasais grafadas m ou n, conforme o seu timbre é, respetivamente, aberto ou fechado nas pronúncias cultas da língua: académico/acadêmico, anatómico/anatômico, cénico/cênico, cómodo/cômodo, fenómeno/ fenômeno, género/gênero, topónimo/topônimo; Amazónia/Amazônia, António/Antônio, blasfémia/blasfêmia, fémea/fêmea, gémeo/gêmeo, génio/gênio, ténue/tênue.

Ortografia

Ao escrever uma palavra com som de s, de z, de x ou de j, deve-se procurar a origem dela, pois, na Língua Portuguesa, a palavra primitiva, em muitos casos, indica como deveremos escrever a palavra derivada.

Ç

01) Escreveremos com -ção as palavras derivadas de vocábulos terminados em -to, -tor, -tivo e os substantivos formados pela posposição do -ção ao tema de um verbo (Tema é o que sobra, quando se retira a desinência de infinitivo - r - do verbo).Portanto deve-se procurar a origem da palavra terminada em -ção. Por exemplo: Donde provém a palavra conjunção? Resposta: provém de conjunto. Por isso, escrevemo-la com ç.Exemplos:

• erudito = erudição

• exceto = exceção

• setor = seção

• intuitivo = intuição

• redator = redação

• ereto = ereção

• educar - r + ção = educação

Page 8: Os dez mandamentos para análise de textos

• exportar - r + ção = exportação

• repartir - r + ção = repartição

02) Escreveremos com -tenção os substantivos correspondentes aos verbos derivados do verbo ter.Exemplos:

• manter = manutenção

• reter = retenção

• deter = detenção

• conter = contenção

03) Escreveremos com -çar os verbos derivados de substantivos terminados em -ce.Exemplos:

• alcance = alcançar

• lance = lançar

S

01) Escreveremos com -s- as palavras derivadas de verbos terminados em -nder e -ndirExemplos:

• pretender = pretensão

• defender = defesa, defensivo

• despender = despesa

• compreender = compreensão

• fundir = fusão

• expandir = expansão

02) Escreveremos com -s- as palavras derivadas de verbos terminados em -erter, -ertir e -ergir.Exemplos:

• perverter = perversão

• converter = conversão

• reverter = reversão

• divertir = diversão

Page 9: Os dez mandamentos para análise de textos

• aspergir = aspersão

• imergir = imersão

03) Escreveremos -puls- nas palavras derivadas de verbos terminados em -pelir e -curs-, nas palavras derivadas de verbos terminados em -correr.Exemplos:

• expelir = expulsão

• impelir = impulso

• compelir = compulsório

• concorrer = concurso

• discorrer = discurso

• percorrer = percurso

04) Escreveremos com -s- todas as palavras terminadas em -oso e -osa, com exceção de gozo.Exemplos:

• gostosa

• glamorosa

• saboroso

• horroroso

05) Escreveremos com -s- todas as palavras terminadas em -ase, -ese, -ise e -ose, com exceção de gaze e deslize.Exemplos:

• fase

• crase

• tese

• osmose

06) Escreveremos com -s- as palavras femininas terminadas em -isa.Exemplos:

• poetisa

• profetisa

• Heloísa

• Marisa

Page 10: Os dez mandamentos para análise de textos

07) Escreveremos com -s- toda a conjugação dos verbos pôr, querer e usar.Exemplos:

• Eu pus

• Ele quis

• Nós usamos

• Eles quiseram

• Quando nós quisermos

• Se eles usassem

Ç ou S?

Após ditongo, escreveremos com -ç-, quando houver som de s, e escreveremos com -s-, quando houver som de z.Exemplos:

• eleição

• traição

• Neusa

• coisa

S ou Z?

01 a) Escreveremos com -s- as palavras terminadas em -ês e -esa que indicarem nacionalidades, títulos ou nomes próprios.Exemplos:

• português

• norueguesa

• marquês

• duquesa

• Inês

• Teresa

b) Escreveremos com -z- as palavras terminadas em -ez e -eza, substantivos abstratos que provêm de adjetivos, ou seja, palavras que indicam a existência de uma qualidade.Exemplos:

• embriaguez

• limpeza

Page 11: Os dez mandamentos para análise de textos

• lucidez

• nobreza

• acidez

• pobreza

02 a) Escreveremos com -s- os verbos terminados em -isar, quando a palavra primitiva já possuir o -s-.Exemplos:

• análise = analisar

• pesquisa = pesquisar

• paralisia = paralisar

b) Escreveremos com -z- os verbos terminados em -izar, quando a palavra primitiva não possuir -s-.Exemplos:

• economia = economizar

• terror = aterrorizar

• frágil = fragilizar

Cuidado:

• catequese = catequizar

• síntese = sintetizar

• hipnose = hipnotizar

• batismo = batizar

03 a) Escreveremos com -s- os diminutivos terminados em -sinho e -sito, quando a palavra primitiva já possuir o -s- no final do radical.Exemplos:

• casinha

• asinha

• portuguesinho

• camponesinha

• Teresinha

• Inesita

Page 12: Os dez mandamentos para análise de textos

b) Escreveremos com -z- os diminutivos terminados em -zinho e -zito, quando a palavra primitiva não possuir -s- no final do radical.Exemplos:

• mulherzinha

• arvorezinha

• alemãozinho

• aviãozinho

• pincelzinho

• corzinha

SS

01) Escreveremos com -cess- as palavras derivadas de verbos terminados em -ceder.Exemplos:

• anteceder = antecessor

• exceder = excesso

• conceder = concessão

02) Escreveremos com -press- as palavras derivadas de verbos terminados em -primir.Exemplos:

• imprimir = impressão

• comprimir = compressa

• deprimir = depressivo

03) Escreveremos com -gress- as palavras derivadas de verbos terminados em -gredir.Exemplos:

• agredir = agressão

• progredir = progresso

• transgredir = transgressor

04) Escreveremos com -miss- ou -mess- as palavras derivadas de verbos terminados em -meter.Exemplos:

• comprometer = compromisso

• intrometer = intromissão

Page 13: Os dez mandamentos para análise de textos

• prometer = promessa

• remeter = remessa

ÇS ou SS

Em relação ao verbos terminados em -tir, teremos:

01) Escreveremos com -ção, se apenas retirarmos a desinência de infinitivo -r, dos verbos terminados em -tir.Exemplo:

• curtir - r + ção = curtição

02) Escreveremos com -são, quando, ao retirarmos toda a terminação -tir, a última letra for consoante.Exemplo:

• divertir - tir + são = diversão

03) Escreveremos com -ssão, quando, ao retirarmos toda a terminação -tir, a última letra for vogal.Exemplo:

• discutir - tir + ssão = discussão

J

01) Escreveremos com -j- as palavras derivadas dos verbos terminados em -jar.Exemplos:

• trajar = traje, eu trajei.

• encorajar = que eles encorajem

• viajar = que eles viajem

02) Escreveremos com -j- as palavras derivadas de vocábulos terminados em -ja.Exemplos:

• loja = lojista

• gorja = gorjeta

• canja = canjica

03) Escreveremos com -j- as palavras de origem tupi, africana ou popular.Exemplos:

• jeca

• jibóia

Page 14: Os dez mandamentos para análise de textos

• jiló

• pajé

G

01) Escreveremos com -g- todas as palavras terminadas em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio.Exemplos:

• pedágio

• colégio

• sacrilégio

• prestígio

• relógio

• refúgio

02) Escreveremos com -g- todas as palavras terminadas em -gem, com exceção de pajem, lambujem e a conjugação dos verbos terminados em -jar.Exemplos:

• a viagem

• a coragem

• a personagem

• a vernissagem

• a ferrugem

• a penugem

X

01) Escreveremos com -x- as palavras iniciadas por mex-, com exceção de mecha.Exemplos:

• mexilhão

• mexer

• mexerica

• México

• mexerico

• mexido

Page 15: Os dez mandamentos para análise de textos

02) Escreveremos com -x- as palavras iniciadas por enx-, com exceção das derivadas de vocábulos iniciados por ch- e da palavra enchova.Exemplos:

• enxada

• enxerto

• enxerido

• enxurrada

mas:

• cheio = encher, enchente

• charco = encharcar

• chiqueiro = enchiqueirar

03) Escreveremos -x- após ditongo, com exceção de recauchutar e guache.Exemplos:

• ameixa

• deixar

• queixa

• feixe

• peixe

• gueixa

UIR e OER

Os verbos terminados em -uir e -oer terão as 2ª e 3ª pessoas do singular do Presente do Indicativo escritas com -i-.Exemplos:

• tu possuis

• ele possui

• tu constróis

• ele constrói

• tu móis

• ele mói

• tu róis

Page 16: Os dez mandamentos para análise de textos

• ele rói

UAR e OAR

Os verbos terminados em -uar e -oar terão todas as pessoas do Presente do Subjuntivo escritasom -e-.Exemplos:

• Que eu efetue

• Que tu efetues

• Que ele atenue

• Que nós atenuemos

• Que vós entoeis

• Que eles entoem

CraseO termo crase significa fusão, junção. Em português, a crase é o nome que se dá à contração da preposição "a" com:

    * artigo feminino "a" ou "as".    * o "a" dos pronomes "aquele"(s), "aquela"(s), "aquilo", "aqueloutro"(s) e "aqueloutra" (s).    * o "a" do pronome relativo "a qual" e "as quais"    * o "a" do pronome demonstrativo "a" ou "as".

Observação geral de Crase: Sempre haverá crase quando a oração se refere a alguém ou a alguma coisa.

O sinal que indica a fusão, que indica ter havido crase de dois aa é o acento grave.

    * Acentua-se a preposição a quando, substituindo-se a palavra feminina por uma masculina, o a torna-se ao.    * As palavras terra e casa são casos especiais de crase. A preposição "a" antes da palavra casa (lar) só recebe o acento grave quando vier acompanhada de um modificador, caso contrário não ocorre a crase. Já com a palavra terra (chão firme, oposto de bordo) só ocorre crase quando vier acompanhada de um modificador, enquanto que com a palavra terra (terra natal ou planeta) sempre ocorre crase.

    Exemplos:

    Chegamos cedo a casa.    Chegamos cedo à casa de meu pai.

    Os jangadeiros voltaram a terra.    Os jangadeiros chegaram à terra procurada.    Ele voltou à terra dos avós.

    * O pronome aquele (e variações) e também aquilo e aqueloutro (e variações) podem receber acento grave no a inicial, desde que haja um verbo ou um nome relativo que peça a preposição a.

Casos em que sempre ocorre crase

Page 17: Os dez mandamentos para análise de textos

    * INDICAÇÃO de Hora

        Ex: Vou à festa às 21 horas

    * Diante da palavra "moda", sempre que entendida como a expressão "à moda de".

        Ex: Comemos bife à milanesa, frango à passarinho e espaguete à bolonhesa.

    * Nas expressões adverbiais femininas de tempo, lugar e modo. A única locução que não deve trazer acento no a é a distância, quando não está determinada. Porém, quando esta está determinada, o a passa a ser acentuado.

    Ex: Ninguém chegou à cidade.

        Os guardas ficaram a distância.        Os guardas ficaram à distância de cem metros.

    * Nas locuções conjuntivas (à+palavra feminina+que) e prepositivas (à+palavra feminina+de) formadas por palavras femininas.

        Ex: às custas de, à medida que, à espera de.

Casos em que a crase é facultativa

    * Antes de nomes de pessoas do sexo feminino.    * Antes de pronomes possessivos femininos, já que é facultativo o emprego do artigo "à" diante de tais palavras. Entretanto, estes pronomes, quando antecedidos de nomes de parentesco, rejeitam o uso do artigo, não ocorrendo, assim, a crase.    * Depois da preposição "até", desde que a palavra regida exija artigo.    * Antes dos nomes dos seguintes lugares, quando vêm regidos de preposição: Europa, Ásia, África, Bahia, França, Inglaterra, Espanha, Holanda, Escócia, Bélgica, Rússia, China, Irlanda, Venezuela, Caracas e Flandres. Neste caso, um bom exemplo para memorização é a troca do a pela preposição da. Caso, na alteração, o substantivo demande a preposição DE não há acentuação indicativa de crase.

        Ex: Fui à França (Voltei da França).

            Fui a Paris (Voltei de Paris).

Casos em que não ocorre crase

    * Antes de palavras masculinas.    * Antes de verbos.    * Entre duas palavras repetidas.

    Ex.: Gota-a-gota.

    * Com "a" no singular (sem o "s" marcador de plural) que estiver diante de uma palavra no plural.

    Ex.: Fui a lugares lindos esse verão.

        Fui às cidades mais lindas do Brasil esse verão.

    * Diante de pronomes que repelem o uso de artigo: esta(s), quem e cuja(s).    * Antes de pronomes pessoais (inclusive os de tratamento), excetuando-se os seguintes casos: à senhorita, à senhora e à dona.    * Diante de nomes de cidade que não exijam artigo sem especificativo. Porém, se estes nomes estiverem caracterizados por um especificativo, ocorre crase.

Page 18: Os dez mandamentos para análise de textos

    Ex: Ele gosta de ir a Fortaleza.

        Ele gosta de ir à ensolarada Fortaleza.

    Ex.: Ele vai a Paris

        Ele vai à Paris encantada

    * No a que antecede a palavra uma, a não ser quando indica hora, ou quando se trata da locução adverbial à uma, sinônima de conjuntamente, a um só tempo, de uma só vez.

    Ex: Os guardas ficaram a uma distância de cem metros.

        Os guardas chegaram à uma hora.        Os guardas gritaram à uma: "Fora, todos!".

    * No a que antecede pronomes indefinidos, nas locuções adverbiais.

        Ex.: Vou a nenhum lugar, pai.

A palavra crase provém do grego (krâsis) e significa mistura. Na língua portuguesa, crase é a fusão de duas vogais idênticas, mas essa denominação visa a especificar principalmente a contração ou fusão da preposição a com os artigos definidos femininos (a, as) ou com os pronomes demonstrativos a, as, aquele, aquela, aquilo, aquiloutro, aqueloutro .

Para saber se ocorre ou não a crase, basta seguir três regras básicas:

01) Só ocorre crase diante de palavras femininas, portanto nunca use o acento grave indicativo de crase diante de palavras que não sejam femininas.

Ex. O sol estava a pino. Sem crase, pois pino não é palavra feminina.

Ela recorreu a mim. Sem crase, pois mim não é palavra feminina.

Estou disposto a ajudar você. Sem crase, pois ajudar não é palavra feminina.

02) Se a preposição a vier de um verbo que indica destino (ir, vir, voltar, chegar, cair, comparecer, dirigir-se...), troque este verbo por outro que indique procedência (vir, voltar, chegar...); se, diante do que indicar procedência, surgir da, diante do que indicar destino, ocorrerá crase; caso contrário, não ocorrerá crase.

Ex. Vou a Porto Alegre. Sem crase, pois Venho de Porto Alegre.

Vou à Bahia. Com crase, pois Venho da Bahia.

Obs.: Não se esqueça do que foi estudado em Artigo.

03) Se não houver verbo indicando movimento, troca-se a palavra feminina por outra masculina; se, diante da masculina, surgir ao, diante da feminina, ocorrerá crase; caso contrário, não ocorrerá crase.

Page 19: Os dez mandamentos para análise de textos

Ex. Assisti à peça. Com crase, pois Assisti ao filme.

Paguei à cabeleireira. Com crase, pois Paguei ao cabeleireiro.

Respeito as regras. Sem crase, pois Respeito os regulamentos.

Casos especiais

01) Diante das palavras moda e maneira, das expressões adverbiais à moda de e à maneira de, mesmo que as palavras moda e maneira fiquem subentendidas, ocorre crase.

Ex. Fizemos um churrasco à gaúcha.

Comemos bife à milanesa, frango à passarinho e espaguete à bolonhesa.

Joãozinho usa cabelos à Príncipe Valente.

02) Nos adjuntos adverbiais de modo, de lugar e de tempo femininos, ocorre crase.

Ex. à tarde, à noite, às pressas, às escondidas, às escuras, às tontas, à direita, à esquerda, à vontade, à revelia ...

03) Nas locuções prepositivas e conjuntivas femininas ocorre crase.

Ex. à maneira de, à moda de, às custas de, à procura de, à espera de, à medida que, à proporção que...

04) Diante da palavra distância, só ocorrerá crase, se houver a formação de locução prepositiva, ou seja, se não houver a preposição de, não ocorrerá crase.

Ex. Reconheci-o a distância.

Reconheci-o à distância de duzentos metros.

05) Diante do pronome relativo que ou da preposição de, quando for fusão da preposição a com o pronome demonstrativo a, as (= aquela, aquelas).

Ex. Essa roupa é igual à que comprei ontem.

Sua voz é igual à de um primo meu.

06) Diante dos pronomes relativos a qual, as quais, quando o verbo da oração subordinada adjetiva exigir a preposição a, ocorre crase.

Ex. A cena à qual assisti foi chocante. (quem assiste assiste a algo)

07) Quando o a estiver no singular, diante de uma palavra no plural, não ocorre crase.

Ex. Referi-me a todas as alunas, sem exceção.

Não gosto de ir a festas desacompanhado.

Page 20: Os dez mandamentos para análise de textos

08) Nos adjuntos adverbiais de meio ou instrumento, a não ser que cause ambigüidade.

Ex. Preencheu o formulário a caneta.

Paguei a vista minhas compras.

Nota: Modernamente, alguns gramáticos estão admitindo crase diante de adjuntos adverbias de meio, mesmo não ocorrendo ambigüidade.

09) Diante de pronomes possessivos femininos, é facultativo o uso do artigo, então, quando houver a preposição a, será facultativa a ocorrência de crase.

Ex. Referi-me a sua professora.

Referi-me à sua professora.

10) Após a preposição até, é facultativo o uso da preposição a, portanto, caso haja substantivo feminino à frente, a ocorrência de crase será facultativa.

Ex. Fui até a secretaria.

Fui até à secretaria.

11) A palavra CASA:

A palavra casa só terá artigo, se estiver especificada, portanto só ocorrerá crase diante da palavra casa nesse caso.

Ex. Cheguei a casa antes de todos.

Cheguei à casa de Ronaldo antes de todos.

12) A palavra TERRA:

Significando planeta, é substantivo próprio e tem artigo, conseqüentemente, quando houver a preposição a, ocorrerá a crase; significando chão firme, solo, só tem artigo, quando estiver especificada, portanto só nesse caso poderá ocorrer a crase.

Ex. Os astronautas voltaram à Terra.

Os marinheiros voltaram a terra.

Irei à terra de meus avós.

Pontuação

Os sinais de pontuação são usados para estruturar as frases escritas de forma

lógica, a fim de que elas tenham significado. A pontuação é tão importante na

linguagem escrita quanto a entonação, os gestos, as pausas e até o tom de voz,

Page 21: Os dez mandamentos para análise de textos

são na linguagem oral. Bem empregados, os sinais de pontuação são um grande

recurso expressivo:

"Oh! que doce era aquele sonhar...

Quem me veio, ai de mim! despertar?" (Almeida Garret)

Mal colocados, no entanto, eles podem provocar confusão ou até mudar o sentido

das frases:

 

Raquel não me respondeu. Quando a procurei, já era tarde.

Raquel não me respondeu quando a procurei. Já era tarde.

 

I.                   O ponto

O ponto (ou ponto final) é utilizado basicamente no final de uma frase declarativa:

 

"Não sou poeta e estou sem assunto." (Fernando Sabino)

Alguns gramáticos chamam de ponto final apenas o ponto que encerra uma

sentença. Ao ponto seguido por outras frases chamam de ponto simples. Além de

finalizar um período, o ponto é utilizado em abreviaturas (ponto abreviativo: etc., h.,

S. Paulo) e é muito usado quando apenas uma vírgula bastaria. É um recurso

estilístico:

"Viera a trovoada. E, com ela, o fazendeiro, que o expulsara."

(Graciliano Ramos)

Corintianos lotam o estádio. E rezam

 

2. A vírgula

A vírgula, em seus vários usos, é fundamental para a correta entoação e

interpretação da frase escrita. Como simples sinal de pausa, ela indica um tempo

geralmente menor que o do ponto. Todo cuidado, porém, é pouco para que ela não

seja empregada como sinal de pausa em situações equivocadas. Compare o ponto

e a vírgula como sinal de pausa:

Page 22: Os dez mandamentos para análise de textos

 

Era de noite, as janelas se fechavam.

Era de noite. As janelas se fechavam.

 

SINAIS DE PONTUAÇÃO

PONTO ( . )

VÍRGULA ( , )

PONTO-E-VÍRGULA ( ; )

DOIS PONTOS ( : )

PONTO DE INTERROGAÇÃO ( ? )

PONTO DE EXCLAMAÇÃO ( ! )

RETICÊNCIAS ( ... )

PARÊNTESES ( ( ) )

TRAVESSÃO ( - )

ASPAS ( “ “ )

 

     O emprego da vírgula

O uso da vírgula é basicamente regulado pela sintaxe. Assim, nem

toda pausa é marcada por vírgula:

Seus grandes e valorosos serviços em prol da causa revolucionária de

seu país foram tardiamente reconhecidos.

Page 23: Os dez mandamentos para análise de textos

 

Na leitura em voz alta desse trecho, normalmente faríamos uma pausa após a

palavra país. O uso da vírgula nesse caso, porém, é incorreto porque estaríamos

separando o sujeito do verbo.

Como usar a vírgula

Em enumerações, para separar os elementos que as compõem:

Machado de Assis foi contista, romancista, poeta, dramaturgo e crítico literário.

Nosso maior contista, romancista, poeta, dramaturgo e crítico literário foi Machado

de Assis.

(geralmente, o último termo da enumeração vem separado pela conjunção e)

Em intercalações, quando palavras ou expressões se interpõem entre o sujeito e o

verbo; entre o verbo e seus complementos (objetos) ou entre verbo e predicativo:

Os funcionários, a pedido do diretor,alteraram o horário.

                                                 sujeito                                                 verbo

Os funcionários alteraram, a pedido do diretor,o horário.

                                                                    verbo           objeto

Os funcionários estavam, porém,conscientes de seus direitos.

                                                                   verbo                    

predicado                   

Atenção: quando se trata da intercalação de uma expressão curta, pode-se omitir a

vírgula:

Os funcionários alteraram imediatamente o horário da semana.

As crianças comem brincando uma lata de sorvete!

Para separar adjunto adverbial, sempre que ele seja extenso ou quando se quer

destacá-lo:

Page 24: Os dez mandamentos para análise de textos

Depois de inúmeras tentativas, desistiu.

Escove os dentes,sempre, e diga adeus às cáries!

 

Para isolar o predicativo quando não for antecedido por verbo de

ligação:

 

Furioso, levantou-se.

 

  Para isolar aposto:

A minha avó, Maria, era suíça.

 

Para isolar o vocativo:

Estamos de férias, pessoal !

 

Para marcar elipse do verbo:

 

Sua palavra é a verdade; a minha, a lei.

 

Para separar orações coordenadas, exceto as iniciadas pela

conjunção e:

 

Page 25: Os dez mandamentos para análise de textos

"Sei que ele andou falando em castigo,mas ninguém se

impressionou."

(José J. Veiga)

"Quis retroceder, agarrou-se a um armário, cambaleou resistindo

ainda e estendeu os braços até a coluna."

(Lygia Fagundes Telles)

 

Atenção: muitas vezes usa-se a vírgula antes de e, principalmente quando liga

orações com sujeitos distintos:

"Agora Fabiano era vaqueiro, e ninguém o tiraria dali."

(Graciliano Ramos)

Para dar ênfase, marcando uma pausa maior:

"Disse, e fitou Don'Ana e sorriu para ela."

(Jorge Amado)

Quando forma um polissíndeto:

Levanta, e senta, e vira, e torna a se levantar.

Para isolar orações adjetivas explicativas:

Minha avó,que era francesa, não tolerava grosserias.

Para separar as orações adverbiais e substantivas quando antecedem a oração

principal:

"Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo um namorado."

(Manuel Bandeira)

Como Cassiano chegou a prefeito, ninguém soube.

Atenção: quando pospostas à oração principal, as orações substantivas, com

exceção da apositiva, não vêm separadas por vírgulas:

Ninguém soube como Cassiano chegou a prefeito.

Page 26: Os dez mandamentos para análise de textos

As orações adverbiais pospostas à principal geralmente se separam por vírgula,

nem sempre

obrigatória:

A chuva não veio,embora todos a esperassem.

As mesmas regras que valem para as orações desenvolvidas valem para as

reduzidas:

"Para erguer-se, foi necessária a ajuda do carcereiro."

(Murilo Rubião)

3.Ponto-e-vírgula

O ponto-e-vírgula é usado basicamente quando se quer dar à frase a pausa e a

entoação equivalentes ao ponto, mas não se quer encerrar o período:

"A alma exterior daquele judeu eram os seus ducados;

perdê-los equivalia a morrer."

(Machado de Assis)

O ponto-e-vírgula também é utilizado para separar itens de uma enumeração:

O plano prevê:

a) internações;

b) exames médicos;

c) consultas com médicos credenciados.

 

4. Dois-pontos

Usam-se os dois-pontos, geralmente:

Para introduzir uma explicação, um esclarecimento:

"Cada criatura humana traz duas almas consigo:

uma que olha de dentro para fora,

outra que olha de fora para dentro..."

(Machado de Assis)

Para introduzir uma citação ou a fala do personagem:

O avô costuma resmungar:

"Quem sai aos seus, não degenera..."

Page 27: Os dez mandamentos para análise de textos

 

5. Interrogação e exclamação

O ponto de interrogação marca o fim de uma frase interrogativa direta:

Quem te deu licença?

O ponto de exclamação marca o fim de frases optativas, imperativas ou

exclamativas:

Como era lindo o meu país!

6. Reticências

As reticências interrompem a frase, marcando uma pausa longa, com entoação

descendente. São usadas basicamente:

Para indicar uma hesitação, uma incerteza ou mesmo um prolongamento da idéia:

"Há um roer ali perto... Que é que estarão comendo?" (Dionélio Machado)

Para sugerir ironia ou malícia:

"— Se ele até deixou a mulher que tinha, Sinhô.

É um fato. Estou bem informado... — e ria para

João Magalhães, lembrando Margot."

(Jorge Amado)

7. Aspas

As aspas são usadas para assinalar citações textuais e para indicar que um termo é

gíria, estrangeirismo ou que está sendo usado em sentido figurado:

O presidente afirmou em seu discurso: "Toda corrupção será combatida!"

Minha turma é "fissurada" nessa música.

8. Travessão e parênteses

São usados para esclarecer o significado de um termo:

Granada — último refúgio dos árabes — foi conquistada em 1492.

Granada (último refúgio dos árabes) foi conquistada em 1492.

Page 28: Os dez mandamentos para análise de textos

Os dois sinais têm basicamente a mesma função, a diferença entre os dois está na

entonação, mais pausada no caso do travessão, além do caráter estilístico, mais

objetivo no caso dos parênteses.

Intercalar reflexões e comentários à seqüência da frase:

Mas agora — pela centésima vez o pensava — não podia admitir aquelas

mesquinharias.

O travessão também é usado em diálogos para marcar mudança de interlocutor:

"— Peri sente uma coisa.

— O quê?

— Não ter contas mais bonitas do que estas para dar-te."

(José de Alencar)

Colocação pronominal

Próclise, ênclise e mesóclise são um fenômeno do português que se caracteriza pelo fato de nenhuma palavra ocorrer entre os pronomes oblíquos átonos e o verbo. São três as posições relativas do pronome em relação ao verbo:

1. Próclise pronome + verbo ... me observou ... ... me observa ... ... me observará ... ... me observaria ... ... me observado ... 2. Ênclise verbo + pronome ... observou-me ... ... observa-me ... 3. Mesóclise início do verbo + pronome + terminação verbal ... observar-me-á ... ... observar-me-ia ... Todas as conjugações verbais permitem próclise e, com exceção do particípio e dos tempos Futuro [fará, dirá, verá] e Futuro do Pretérito [faria, diria, veria], permitem também ênclise. Somente os tempos Futuro e Futuro do Pretérito permitem mesóclise.

No Brasil, opta-se sempre por próclise independente da posição do grupo/sintagma/locução verbal (pronome e verbo) na oração. Já em Portugal, dependendo da posição do grupo verbal na oração, opta-se ou não pela próclise.No Brasil Me diz quem tem razão. Te vi na rua. Em Portugal Diz-me quem tem razão. Vi-te na rua. As gramáticas normativas condenam o uso brasileiro de próclise e esse uso é ensinado no colégio como sendo proibido na escrita. Portanto, exceto quando a escrita simula a fala (Mensagens Instantâneas e de

Page 29: Os dez mandamentos para análise de textos

Celular), as posições clíticas da escrita no Brasil são as mesmas do português falado em Portugal.Português Falado no Brasil sempre se usa próclise

Português Falado em Portugal e Português Escrito

nunca se usa próclise em início de período

nunca se usa próclise após pausa/vírgula

sempre se usa próclise após atratores

Lista de Atratores

Advérbio

Conjunção

Palavra negativa

Pronome indefinido

Pronome interrogativo

Pronome relativo

Próclise

Em gramática, denomina-se próclise a colocação dos pronomes oblíquos átonos antes do verbo.

Proibição

Não deve ser usada no início de oração ou período. Apesar disso, o uso da próclise é generalizado no Brasil, de modo que na fala popular é comum o uso inclusive no início de oração.

Ex.: *Se faz justiça com as próprias mãos naquele lugar.

Note que uma oração pode iniciar-se a meio de uma frase, por exemplo, depois de uma vírgula.

Ex.: *Naquele lugar, se faz justiça com as próprias mãos.

Correção: Naquele lugar, faz-se justiça com as próprias mãos.

Nos infinitivos há uma tendência à ênclise, mas também é possível a próclise. A ênclise só é mesmo rigor quando o pronome tem a forma o (principalmente no feminino a) e o infinitivo vem regido da preposição a.

Ex.: Se soubesse, não continuaria a lê-lo.

Existem determinadas palavras da língua que são consideradas "atratores" dos pronomes pessoais oblíquos átonos pois, nos enunciados em que elas ocorrem, esses pronomes devem ficar em posição proclítica com relação ao verbo que complementam.

Page 30: Os dez mandamentos para análise de textos

Uso

Quando há antes do verbo:

palavra negativa

Ex.: Não se deve jogar lixo no rio.

pronome relativo

Ex.: Quanto se pode pegar?

pronome indefinido

Ex.: Alguém me perguntou as horas.

pronome interrogativo ou advérbio interrogativo

Ex.: Quem me busca a esta hora tardia?

Por que te assustas a cada vez?

Como a julgariam os pais se conhecessem a vida dela?

conjunção subordinativa, mesmo quando oculta na oração subordinada

Ex.: Quero que te cuides.

Que é que desejas te mande do Rio?. (conjunção oculta)

advérbio

Ex.: Ela descuidadosamente se machucou.

orações iniciadas por palavras exclamativas, bem como nas orações que exprimem desejo (optativas)

Ex.: Que o vento te leve os meus recados de saudade.

Que Deus o abençoe!

Bons olhos o vejam!.

Se o verbo estiver no infinitivo impessoal e ocorrer uma dessas palavras antes do verbo, o uso da próclise ou da ênclise será facultativo.

qualquer um dos casos citados acima atrai obrigatoriamente o pronome.

Caso Facultativo

Após pronomes pessoais do caso reto não é obrigatória a próclise.

Page 31: Os dez mandamentos para análise de textos

Ex.: "Eu me garanto" e "Eu garanto-me" estão corretos.

Ênclise

Em gramática, denomina-se ênclise a colocação dos pronomes oblíquos átonos depois do verbo.

É usada principalmente nos casos:

Quando o verbo inicia a oração (a não ser sob licença poética, não se devem iniciar orações com pronomes oblíquos);

Quando o verbo está no imperativo afirmativo;

Quando o verbo está no infinitivo impessoal;

Quando o verbo está no gerúndio (sem a preposição em)

Não deve ser usada quando o verbo está no futuro do presente ou no futuro do pretérito. Neste caso é utilizada a mesóclise.

Os pronomes oblíquos átonos o, a, os, as assumem as formas lo, la, los, las quando estão ligados a verbos terminados em r, s ou z. Nesse caso, o verbo perde sua última letra e a nova forma deverá ser re-acentuada de acordo com as regras de acentuação da língua. Por exemplo:"tirar-a" torna-se "tirá-la"; "faz-os" torna-se "fá-los"; "comes-o" torna-se "come-lo" (não há mudança de acentuação); "Vou comer-o" torna-se "vou comê-lo".

No caso de verbos terminados em m, õe ou ão, ou seja, sons nasálicos, os pronomes o, a, os, as assumem as formas no, na, nos, nas, e o verbo é mantido inalterado. Por exemplo:

"peguem-os" torna-se "peguem-nos"; "põe-as" torna-se "põe-nas"; "explorarão-as" torna-se "explorarão-nas".

Observação: Em linguagem coloquial, no Brasil, é comum utilizar o pronome reto em substituição ao pronome oblíquo - Por exemplo: "peguem eles!". Este tipo de construção não é adequada em linguagem formal.

Mesóclise

Denomina-se mesóclise a colocação do pronome oblíquo átono no meio do verbo.

Utiliza-se quando o verbo está no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo e não há, antes do verbo, palavra que justifique o uso da próclise.

Ex.: Tê-lo-ia perguntado a(o) meu pai, se o tivesse visto na ocasião.

A construção da mesóclise é possível graças à origem do futuro sintético (formado por apenas uma palavra): o futuro analítico, que no latim era formado pelo verbo principal no infinitivo e pelo verbo habere (haver) no presente. Sendo o futuro analítico uma

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forma composta, era possível colocar o pronome entre os dois verbos. Com a evolução da língua, o verbo auxiliar foi assimilado como desinência do verbo principal, mas manteve-se a possibilidade de deixar o pronome em posição mesoclítica.

Tipologia Textual NARRAÇÃO:

Desenvolvimento de ações. Tempo em andamento. 

Narrar é contar uma história. A Narração é uma sequência de ações que se desenrolam na linha do tempo, umas após outras. Toda ação pressupõe a existência de um persnagem ou actante que a pratica em deteminado momento e em determinado lugar, por isso temos quatro dos seis componentes fundamentais de um emissor ou narrador se serve para criar um ato narrativo: personagem, ação, espaço, e tempo em desenvolvimento. Os outros dois da narrativa são: narrador e enredo ou trama.  

DESCRIÇÃO:

Retrato através de palavras. Tempo estático

Descrever é pintar um quadro, retratar um objeto, um personagem, um ambiente. O ato descritivo difere do narrativo, fundamentalmente, por não se preocupar com a sequência das ações, com a sucessão dos momentos, com o desenrolar do tempo. A descrição encara um ou vários objetivos, um ou vários personagens, uma ou várias ações, em um determinado momento, em um mesmo instante e em um fração da linha cronológica. É a foto de um instante.

A descrição  pode ser estática ou dinâmica.

A descrição estática não envolve ação. Ex: Uma velha gorda e suja. A descrição dinâmica apresenta um conjunto de ações concomitantes, isto é, um

conjunto de ações que acontecem todas ao mesmo tempo, como uma fotografia.  

DISSERTAÇÃO: 

Desenvolvimento de idéias. Temporais/Atemporais. 

Dissertar diz respeito ao desenvolvimento de idéias, de juízos, de pensamentos, de raciocínio sobre um assunto ou tema. 

Quase sempre os textos quer literários, quer científicos, não se limitam a ser puramente descritivos, narrativos ou dissertativos. Normalmente um texto é um complexo, uma composição, uma redação, onde se misturam aspectos descritivos, com momentos narrativos e dissertativos e, para classificá-los como narração, dissertação ou descrição, procure observar qual o componente predominante.