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OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL: Estudo Multidimensional de suas Condições de Vida

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - Inicial — UFRGS ... · Os idosos ressentem-se de uma sociedade que ainda os exclui porque ... lhece uma melhor qualidade de vida. ... coletam-se

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OS IDOSOS DORIO GRANDE DO SUL:Estudo Multidimensional de

suas Condições de Vida

SECRETARIA DO TRABALHO, CIDADANIAE ASSISTÊNCIA SOCIAL,

CONSELHO ESTADUAL DO IDOSOe

UNIVERSIDADES VINCULADAS

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL:Estudo Multidimensional de

suas Condições de Vida

RELATÓRIO DE PESQUISA

Porto Alegre, outubro de 1997

R585 Rio Grande do Sul. Conselho Estadual do Idoso Os idosos do Rio Grande do Sul: estudo multidimen-sional de suas condições de vida: relatório de pesquisa / Conse-lho Estadual do Idoso. - Porto Alegre: CEI, 1997

124p. : il.

1. Gerontologia Social 2. Idoso - Rio Grande do Sul I.Título

CDD 362.6042

Bibliotecária Responsável: Viviane Castanho - CRB - 10/1130

Universidades Conveniadas

Fundação Universidade do Rio Grande - FURGPontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRSUniversidade Católica de Pelotas - UCPELUniversidade de Caxias do Sul - UCSUniversidade de Cruz Alta - UNICRUZUniversidade Federal de Pelotas - UFPELUniversidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGSUniversidade Federal de Santa Maria - UFSMUniversidade Luterana do Brasil - ULBRAUniversidade de Passo Fundo - UPFUniversidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões - URIUniversidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - UNIJUÍUniversidade de Santa Cruz do Sul - UNISCUniversidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS

Sumário

1 - COMITÊ DE REDAÇÃO ..........................................................2 - COMITÊ TÉCNICO-CIENTÍFICO ...........................................3 - APRESENTAÇÃO ....................................................................4 - INTRODUÇÃO ........................................................................5 - OBJETIVOS..............................................................................5.1 - Objetivo Geral ...............................................................

5.2 - Objetivos Específicos ...................................................6 - METODOLOGIA ......................................................................

6.1 - População...................................................................6.2 - Amostra ......................................................................

6.2.1 - Processo de Seleção .........................................6.2.2 - Dimensionamento..............................................

6.3 - Instrumento .................................................................6.4 - Trabalho de Campo ......................................................6.5 - Processamento e Análise de Dados ...............................

7 - RESULTADOS .........................................................................7.1 - Dados Gerais do Idoso ..................................................7.2 - Qualificação da Moradia e infra-estrutura ......................7.3 - Composição Familiar e Relações Sociais .......................7.4 - Aspectos Sócio-Econômicos .........................................7.5 - Aspectos Sócio-Culturais ..............................................7.6 - Saúde ..........................................................................

7.6.1 - Percepção Pessoal da Saúde .............................7.6.2 - Atividades Físicas e Condições de

A u t o n o m i a . . . . . . .7.6.3 - Acesso aos Serviços de Saúde ...........................

8 - CONSIDERAÇÔES FINAIS ....................................................9 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................10 - ANEXO 1: Instrumento de Coleta de Dados ................................11 - ANEXO 2: Relação dos Municípios Sorteados .............................

9111315171717191919202223242527273134364353546366697579

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1 - Comitê de Redação

Angela Tramontini Grams - ULBRAHeloisa Salvadora de Carvalho Barrilli - PUCRSJoão Anibal Gottems dos Santos - UNISCLeonia Capaverde Bulla - PUCRSLourdes da Silva Gil - ULBRAMiriam Bonho Casara - UCSNivaldo Almeida Fonseca - PUCRSOlga Collinet Heredia - UNISINOSSandra Vieira Larratéa - UFRGSSergio Antonio Carlos - UFRGSVania Beatriz Merlotti Herédia - UCS

2 - Comitê Técnico Científico

Adriano Mendonça Souza - UFSMAgostinho Both - UPFAngela Tramontini Grams - ULBRAAntônio Carlos Araújo de Souza - CEIDjalma Ferreira Paes - URIElse Elizabeth Knapp Madruga - UCPELFábio Leite Gastal - UCPELHeloisa Salvadora de Carvalho Barrilli - PUCRSIvalina Porto Nicola - FURGJoão Anibal Gottems dos Santos - UNISCJosé Francisco Silva Dias - UFSMJussara Rauth da Costa - CEIJussara Gazola - UNIJUÍLaurie Cristine Tavares - UNISCLeonia Capaverde Bulla - PUCRSLoni Sebastião - UNICRUZLourdes da Silva Gil - ULBRAMariângela da Rosa Afonso - UFPELMarinês Tambara Leite - UNIJUÍMarco Antonio Fetter - UNISINOSMiriam Bonho Casara - UCSNivaldo Almeida Fonseca - PUCRSOlga Collinet Heredia - UNISINOSSandra Vieira Larratéa - UFRGSSergio Antonio Carlos - UFRGSSilvio Henrique Filippozzi Lafin - CEIVania Beatriz Merlotti Herédia - UCSVera Regina Waldow - UFRGSZilla Maria Daros Sander - CEI

3 - Apresentação

O Conselho Estadual do Idoso, na sua função normativa, consultiva edeliberativa, tem a importante missão de estabelecer diretrizes para uma políticasocial para o idoso no Rio Grande do Sul. Embora significativo o apoio quevem obtendo dos órgãos públicos, entidades privadas e grupos organizadosque atuam junto à terceira idade, o Conselho sempre careceu de dados confiáveispara assentar sua função estatutária de normatizador e estabelecedor da políticasocial para o idoso. Neste campo de atividade, voltado para o atendimento dosidosos, a identificação das condições bio-psico-sócio-culturais e espirituais destesegmento etário sempre esteve em fase nebulosa de constatações.

Complementando a recente publicação dos dados preliminares dapesquisa sobre o idoso no Rio Grande do Sul, vimos agora apresentar o Relatóriode Análise sobre o Estudo Multidimensional das Condições de Vida do Idoso.Cumpre assinalar que a pesquisa foi realizada graças à parceria entre esteConselho e quatorze Universidadesgaúchas, contando ainda com subsídios doGoverno do Estado do Rio Grande do Sul. É viável, assim, a partir de agora,uma reavaliação das ações sociais até aqui desenvolvidas na parte meridionaldo nosso país.

O Relatório, fundamentado em dados alicerçados em rigor científico,apresenta subsídios consistentes para serem utilizados em todos os meios deinvestigação, quer nos poderes públicos, quer nas entidades privadas. Por suaconfiabilidade, os dados disponíveis fortalecerão os instrumentos de trabalhopara o desenvolvimento humano e social dos idosos.

Os profissionais que desempenham funções nas áreas da Educação,Enfermagem, Fisioterapia, Medicina, Nutrição, Psicologia, Serviço Social eoutras encontram, hoje, apoio para sua produção de conhecimentos edesenvolvimento de suas especializações. Podem aprimorar sua atuação na áreado envelhecimento, trazendo contribuições significativas para melhoria dascondições físicas, mentais, sociais, ocupacionais e econômicas da população.

Censos demográficos têm demonstrado o aumento da população idosae, assim, a idéia de que somos um país de maioria jovem, começa a mudar. Para

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essas transformações precisamos estar preparados.

Os idosos ressentem-se de uma sociedade que ainda os exclui porquenão entende como vive este segmento da população. O Relatório, que oraestamos publicando, fornece dados que contribuirão não só para a inserção doidoso na comunidade, como para a sua participação nas atividades do dia-a-diada parcela economicamente ativa da sociedade.

ANTONIO PARISSIDiretor-Presidente do Conselho Diretor do CEI

4 - Introdução

O presente relatório (segunda etapa de divulgação da pesquisa sobre osidosos do Rio Grande do Sul) trata de um tema de importância primordial paraa realidade brasileira, considerando-se que a partir da década de 70 constata-seno país um crescimento considerável do contingente populacional de indivídu-os com mais de 60 anos. O envelhecimento da população vem acentuando-secada vez mais. Prevê-se que no ano de 2025 o Brasil será o sexto país domundo em população idosa. Esse fato torna-se mais evidente no Rio Grande doSul, onde se verificam melhores condições sociais, sanitárias, econômicas eculturais, aumentando a expectativa de vida, hoje em torno de 74 anos. Consi-dera-se, entretanto, que não é suficiente saber que haja condições de se vivermais tempo. É necessário também investigar as condições de existência doidoso, aprofundando conhecimentos sobre as características bio-psico-sociais-culturais e espirituais desse grupo etário, para assegurar à população que enve-lhece uma melhor qualidade de vida.

Justifica-se, desta forma, a ação empreendida pelo Conselho Estadualdo Idoso, de congregar, desde 1993, quatorze universidades gaúchas em tornodo tema envelhecimento. Nesses quatro anos de intercâmbio, a equipe formadapelos representantes das universidades envolvidas trabalhou intensamente deforma contínua e sistemática para a concretização deste projeto. Em decorrên-cia, foi possível elaborar o projeto, desenvolver e analisar a pesquisa que estásendo apresentada neste relatório. O estudo assumiu característicasinterinstitucional e transdisciplinar, tendo abrangido as multidimensões da vidados idosos urbanos, não institucionalizados, do Rio Grande do Sul. Aconcretização de seus objetivos tornou-se possível devido à parceria estabelecidaentre as instituições conveniadas e o apoio financeiro das Universidades, doGoverno do Estado e do Ministério de Bem Estar Social.

Este relatório de pesquisa compõe-se de duas partes distintas:metodologia e resultados da pesquisa. Na metodologia da pesquisa, são trata-das as questões relativas à população, à amostra, ao instrumento utilizado, aodesenvolvimento do trabalho de campo e a procedimentos de análise dos da-

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dos. Nos resultados da pesquisa, são apresentados dados gerais, tais como,qualificação da moradia e infra-estrutura, composição familiar e relações soci-ais, aspectos sócio-econômicos, aspectos sócio-culturais e aspectos de saúde.

Os resultados deste estudo possibilitam o conhecimento da situaçãodos idosos no Estado e poderão servir de subsídios para a implantação e desen-volvimento de políticas sociais adequadas para essa faixa etária, visando àmelhoria da qualidade de vida dos idosos de hoje e das gerações futuras, bemcomo sua inserção nos diversos setores da sociedade.

5 - Objetivos

5.1 - Objetivo Geral

Realizar um estudo multidimensional das condições de vida do idosono RGS.

5.2 - Objetivos Específicos

- Elaborar o perfil do idoso do Rio Grande do Sul, identificando ascondições biopsicossociais, culturais e espirituais que interferem em sua quali-dade de vida.

- Avaliar o nível de desempenho do idoso nas atividades de vida diáriae sua participação social;

- Subsidiar a política social do idoso no RGS através dos indicadoresdetectados na pesquisa;

- Reforçar os trabalhos de produção de conhecimentos pelasUniversidades sobre o processo de envelhecimento;

- Contribuir na qualificação de recursos humanos para suprir asdemandas pela Terceira Idade;

- Criar um Banco de Dados de domínio público, referente às condiçõesde vida dos idosos do RGS;

- Instrumentalizar o CEI-RS e as Universidades de forma a viabilizar ainstalação de um banco de dados sobre a Terceira Idade.

6 - Metodologia

A pesquisa utiliza, como suporte teórico-metodológico, a abordagem his-tórico estrutural. A velhice é vista em seu desenvolvimento histórico e contex-tualizada no Rio Grande do Sul, levando em consideração as condições soci-ais, econômicas e culturais, vinculadas à existência desse fenômeno. Essa abor-dagem permite uma análise da vida do idoso, em suas múltiplas dimensões,organizando-as em blocos ou níveis, sistematizando-as e estabelecendo as in-terconexões entre esses vários aspectos e a realidade social em que se situa apopulação estudada.

A proposta de análise se fundamenta no questionamento crítico da visãode sociedade, destacando seu caráter dinâmico e contraditório, mas visualizan-do suas possibilidades de transformação, em benefício do ser humano e, maisespecificamente do idoso, sujeito deste estudo.

6.1- População

Este estudo, de corte transversal , tem como sujeitos de investigaçãopessoas idosas, maiores de 60 anos , urbanas, de ambos os sexos, nãoinstitucionalizadas e residentes no Estado do Rio Grande do Sul em 1995.

6.2- Amostra

No que diz respeito à construção do plano amostral, inicialmente apresenta-se o processo de seleção e, posteriormente, o dimensionamento da amostra.

1 Numa pesquisa de corte transversal, coletam-se dados de uma população, numa determinadaépoca, bem delimitada. Em nosso caso, a coleta realizou-se no mês de setembro de 1995.

2 A Assembléia Mundial das Nações Unidas sobre o Envelhecimento de População, através daResolução 39 / 125, estabeleceu a idade de 60 anos como do início da terceira idade nospaíses subdesenvolvidos ou em desenvolvimento e de 65 anos, nos desenvolvidos (ONU,1982).

20 - RELATÓRIO DE PESQUISA

6.2.1 - Processo de seleção

Para obterem-se dados representativos desse segmento da população eresultados generalizáveis ao universo de pessoas idosas do Estado, planejou-seuma amostra em várias etapas seqüenciais: a) divisão do Estado em regiões depesquisa, b) estratificação dos municípios de cada região de pesquisa, c) seleçãoaleatória dos municípios em cada estrato, d) seleção aleatória de setorescensitários urbanos em cada município, e, e) seleção aleatória dos sujeitos deinvestigação em cada setor censitário.

a) Divisão do Estado em Regiões de Pesquisa

Para a divisão do Estado em regiões de pesquisa, utilizou-se a classificaçãodo IBGE que agrupa os municípios gaúchos nas seguintes mesorregiõeshomogêneas: Centro Oriental, Centro Ocidental, Região Metropolitana de PortoAlegre, Nordeste Riograndense, Noroeste Riograndense, Sudeste Riograndensee Sudoeste Riograndense. A Região Metropolitana de Porto Alegre, devido àmaior concentração populacional, foi subdividida em três segmentos:Metropolitana de Porto Alegre, Microrregião de Porto Alegre e Município dePorto Alegre. Estes três segmentos da mesorregião Metropolitana de PortoAlegre, juntamente com as seis mesorregiões, passaram a se constituir no quese denominou regiões de pesquisa, conforme tabela a seguir:

TABELA 1População total do Rio Grande do Sul, segundo as regiões de pesquisa - 1991

Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Censo Demográfico 1991

3 Foi mantida a estrutura dos municípios até o censo demográfico de1991, sem levar emconsideração as emancipações posteriores.

4 O setor censitário é a unidade territorial estabelecida para fins de controle cadastral (IBGE,Censo Demográfico, 1991, n 24. Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, IBGE, 1991, p. 16).

REGIÕES DE PESQUISA POPULAÇÃO PERCENTUALCentro Ocidental RSCentro Oriental RSMetropolitana de POAMicrorregião POACidade de Porto AlegreNordeste RiograndenseNoroeste RiograndenseSudeste RiograndenseSudoeste Riograndense

479.797664.328803.370

1.690.7271.263.403

784.7981.943.386

814.290694.571

5,257,278,79

18,5013,828,59

21,278,917,60

TOTAL 9.138.670 100,00

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 21

b) Estratificação dos Municípios de Cada Região de Pesquisa

Pelo censo de 1991, constatou-se que a maioria (61,2%) dos 333municípios gaúchos possuía menos de 15.000 habitantes e que um pequenopercentual de municípios (1,8%) tinha mais de 200.000 habitantes. Com basenesses dados estratificaram-se os municípios, em cada uma das regiões depesquisa, nas seguintes faixas populacionais:

A - até 15.000 habitantes (204 municípios);B - de 15.001 a 50.000 habitantes (90 municípios);C - de 50.001 a 100.000 habitantes (23 municípios);D - de 100.001 a 200.000 habitantes (10 municípios) eE - acima de 200.000 habitantes (5 municípios).

Posteriormente, em cada faixa populacional, os municípios foram agru-pados de acordo com sua atividade econômica principal: primária, secundáriaou terciária.

Em cada um dos estratos, formado pela faixa populacional e pela atividadeeconômica, foi calculada a proporção dos mesmos em relação à região depesquisa. Essa proporção determinou o número de sujeitos de investigação, emcada estrato, com vistas a garantir uma representatividade proporcional. Onúmero de sujeitos de investigação de cada estrato foi dividido por sessenta equatro, segundo sugestão de Barros e Victora , para determinar o número demunicípios a serem sorteados em cada um dos estratos.

c) Seleção Aleatória do Município em Cada Estrato

Em cada um dos estratos, os municípios foram selecionados aleatoriamente,sem reposição, observando-se o critério de número mínimo de setores censitáriosurbanos.

d) Seleção Aleatória de Setores Censitários Urbanos em Cada Município

Obteve-se, junto ao IBGE, a relação dos setores censitários - urbanos -de cada município. Os mesmos foram numerados de forma seqüencial,eliminando-se todos aqueles compostos exclusivamente de estabelecimentoscoletivos , inclusive os destinados aos idosos. Em seguida procedeu-se à escolhados setores, utilizando-se uma tabela de números aleatórios.

5 BARROS, F.C., VICTORA, C.G. Epidemiologia da Saúde Infantil: Um Manual paraDiagnósticos Comunitários. São Paulo, HUCITC-UNICEF, 1991.

6 Estabelecimentos coletivos: hospitais, clínicas, asilos, escolas, clubes, quartéis e similares(Ver IBGE).

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Calculou-se o número de oito entrevistas por setor, seguindo sugestãode Barros e Victora . O número de setores censitários por município tambémfoi de oito, no mínimo, objetivando melhor distribuição nas diversas áreas do

município.

e) Seleção Aleatória dos Sujeitos de Investigação em Cada Setor Cen-sitário

Com a finalidade de obter-se uma representatividade de aleatoriedade,optou-se por adaptação da amostragem sistemática na seleção dos domicílios.Utilizou-se um croqui com os quarteirões numerados de cada setor censitário.O ponto de início do percurso, assim como a esquina inicial de cada quarteirão,foram sorteados, caminhando-se sempre no sentido horário.

Devido à quantidade de idosos a serem pesquisados em cada setor censitárioser em número de oito, e para propiciar melhor distribuição para efeito devizinhança, foi selecionado um domicílio e saltados oito. Não coincidindo acasa escolhida com a presença de idoso, este foi procurado no domicílio seguinte;reiniciando-se o processo em cada entrevista. Na existência de mais um idosono domicílio, foi feito o sorteio de um entre eles.

Nos casos em que se chegou ao final do setor sem atingir a cota de oitoidosos, retornou-se ao ponto inicial, reiniciando todo o processo a partir dosegundo domicílio, até que o número necessário se completasse.

No caso da cidade de Porto Alegre, tomou-se o município como umaregião e estratificaram-se os setores censitários. Os demais procedimentos foramos mesmos adotados nas outras regiões.

6.2.2 - Dimensionamento

Considerando que estudos dessa natureza envolvem variáveis qualitati-vas e quantitativas, sendo que as primeiras requerem uma maior exigência,principalmente em relação ao tamanho, optou-se por estabelecer os anteceden-tes amostrais segundo uma variável qualitativa. Com base no requisito acima,fixaram-se a variância absoluta da proporção no valor máximo 0,25, resultantede p(1-p) para p=0,50, o nível de confiança de 95,44% (z=2) e um erro aproxi-mado de inferência da proporção, na amostra de cada região de pesquisa, nãosuperior a 3,37%.

De acordo com os pressupostos acima, o tamanho de cada uma das amos-tras regionais, para estimação da proporção populacional, foi dimensionado

7 BARROS, F.C., VICTORA, C.G., op. cit.

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 23

em 880 idosos. Tal dimensionamento gerou uma amostra estadual de 7920idosos com erro de inferência não superior a 1,3%.

6.3 - Instrumento

Os dados foram coletados através de uma entrevista estruturada, com-posta por questões fechadas e abertas, agrupadas em blocos temáticos. O ins-trumento definitivo, composto de 121 questões, resultou da modificação de-corrente da avaliação realizada a partir do estudo piloto. Nesse estudo, feito emoutubro de 1994, foi seguida integralmente a metodologia posteriormente uti-lizada no trabalho de campo, sendo o tamanho da amostra de 832 entrevistasrealizadas em 13 municípios. O instrumento definitivo foi estruturado em 11blocos (Quadro 1).

Quadro 1ESTRUTURA DO INSTRUMENTO8

Os blocos I, J e K abordam mais especificamente os aspectos relativos aoprocesso saúde-doença. O bloco I apresenta um recordatório de 38 questõesrelativas a agravos à saúde, problemas físicos, motores e incapacidades. Nobloco J, estão listadas questões que abordam vida de relação, atividades devida diária, consumo, abuso e dependência de tabaco e álcool.

8 Ver Anexo 1: Instrumento de pesquisa.

BLOCO ASSUNTOA Dados Gerais do IdosoB Qualificação da Moradia e Infra-EstruturaC Composição Familiar e Relações SociaisD OcupaçãoE RendaF Aspectos Sócio-CulturaisG EnvelhecimentoH SexualidadeI SaúdeJ Vida de Relação e Atividades de Vida Diária - Fumo e ÁlcoolK Área Psicogeriátrica

24 - RELATÓRIO DE PESQUISA

A dependência de tabaco é rasteada por uma questão específica, e osproblemas relacionados ao álcool são investigados através de instrumentoespecífico de cinco questões da OMS, tendo como ponto de corte 2/39. Aprevalência de problemas psicogeriátricos, bloco K, é identificada por uminstrumento de rasteamento, indicado por BLAY10 e adaptado aos objetivos dapesquisa.

6.4 - Trabalho de Campo

Em agosto de 1995, realizaram-se os treinamentos das equipes que atuari-am no trabalho de campo. Na primeira etapa, desenvolvida em Porto Alegre,um grupo de pesquisadores do Comitê Científico - PUCRS, UCPEL, UFRGS,UNISINOS, UCS e ULBRA - responsabilizou-se pelo treinamento dos pesqui-sadores e dos supervisores de campo das quatorze Universidades. Foi estudadoo projeto de pesquisa em seus aspectos metodológicos do trabalho de campo:localização dos setores censitários, leitura dos croquis e localização dos sujei-tos. Utilizou-se, como forma de treinamento da técnica de entrevista, umaentrevista com idoso, gravada em vídeo para propiciar discussão sobre o ins-trumento de pesquisa, a forma de abordagem no momento da entrevista e oregistro das informações. Na segunda etapa, idênticos procedimentos foramutilizados para o treinamento dos entrevistadores, garantindo-se que os pesqui-sadores responsáveis pelo treinamento dos supervisores se encarregariam dereproduzi-lo nas suas Universidades. No entanto, na UNISC, UFSM, UPF, URI,UNIJUI E UNICRUZ o treinamento foi realizado por um dos integrantes dogrupo responsável pela primeira etapa. Todos estes cuidados e precauções fo-ram tomados com o objetivo de assegurar o máximo de homogeneidade possí-vel na coleta de dados.

A coleta de dados foi desenvolvida durante o mês de setembro de1995, em 79 municípios gaúchos sorteados aleatoriamente11, pertencentes àsnove regiões de pesquisa. Em cada região foram trabalhados 110 setores. Emcada setor ficou estabelecido que seriam entrevistados 8 idosos, perfazendo880 entrevistas por região, o que totalizaria 7920 no Estado. Ocorreram 99

9 IHARDING, T. I.; ARANGO, M. V. de; BALTAZAR, J.; CLIMENT, C.; IBRAHIN, H.; LADRI-DO-IGNACIO, L.; MURTHY, S.; MING, N. Mental Health Disorders. Primary Health Care: Astudy of their frequency and diagnosis in four developing countries. Psychological Medicine, n 10,p. 231-241, 1980/2.CLIMENT, C. F. & ARANGO, M. V. Manual de Psiquiatria para Trabajadores de Atención Pri-mária. OPS/OMS, Serie Patex n. 1.

10 BLAY, S. L. Identificação de casos psiquiátricos em uma população idosa urbana - validade eaplicações do questionário de rastreamento psicogeriátrico para a detecção de distúrbios psiquiátri-cos na população idosa na cidade de São Paulo. São Paulo, Escola Paulista de Medicina, 1988. Tese(Doutorado em Medicina) - Escola Paulista de Medicina, 1988,

11 Ver Anexo 2 - com a relação de municípios sorteados.

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 25

perdas, o que representou 1,25%, por recusas e/ou por falta de condições dosidosos de participar da pesquisa. Foram efetivamente entrevistados 7821 ido-sos em todo o Estado do Rio Grande do Sul.

6.5 - Processamento e Análise dos Dados

A codificação das questões foi efetuada em cada região, junto aosnúcleos de pesquisa das Universidades envolvidas. Após essa etapa, cada nú-cleo de pesquisa enviou os instrumentos para uma central de processamentode dados junto à Universidade Católica de Pelotas, onde foram digitados etabulados. Um grupo de pesquisadores, representantes de algumas das Univer-sidades envolvidas, elaborou um relatório preliminar que foi discutido e apro-vado pelo Comitê Científico.

O relatório preliminar entregue, em 12/08/96, ao governo do Estado doRio Grande do Sul12, constou de informações básicas de identificação do pes-soal envolvido, reprodução das tabelas de freqüência, buscando descrever ocomportamento geral das variáveis das amostras estudadas. Através das tabe-las, descreveram-se variáveis segundo sua distribuição em cada uma das noveregiões de pesquisa e no Estado, tecendo-se considerações gerais sobre os da-dos mais significativos.

Este segundo relatório, de responsabilidade do Comitê Redator, descre-ve os dados em percentuais a partir da reorganização das tabelas do relatóriopreliminar. São contemplados somente os dados relativos ao Estado do RioGrande do Sul, sem especificação das características das regiões pesquisadas.A descrição abrange os dados gerais do idoso, qualificação da moradia e infra-estrutura, composição familiar e relações sociais, ocupação, renda, aspectossócio-culturais, envelhecimento, sexualida-de, saúde, atividades da vida diá-ria, fumo e álcool e aspectos psicogeriátricos. Nesta descrição, os resultados dapesquisa do Idoso foram comparados com informações sobre o Estado do RioGrande do Sul, procedentes do IBGE e estatísticas oficiais do Governo do Es-tado. Esta comparação tem dois objetivos:

- Mostrar a representatividade da amostra em comparação com os dadosda população maior de 60 anos do RS e residente no meio urbano.

- Mostrar a relação dos dados específicos do idoso com a populaçãogeral do Estado.

São estabelecidas comparações das informações obtidas na pesquisa comdados bibliográficos atualizados. As definições conceituais, quando necessári-as, aparecem junto com as análises das tabelas.

12 RIO GRANDE DO SUL. Conselho Estadual do Idoso. Os Idosos do Rio Grande do Sul:estudo multidimensional de suas dimensões de vida. Relatório de Pesquisa. Porto Alegre,Conselho Estadual do Idoso, 1996.

7 - Resultados

Os resultados deste estudo são apresentados, levando-se em conta os da-dos gerais do Estado do Rio Grande do Sul. A apresentação dos mesmos seguea ordenação dos blocos estruturais do instrumento de pesquisa utilizado para acoleta de dados:

Dados Gerais do Idoso (Bloco A)Qualificação da Moradia e Infra-estrutura (Bloco B)Composição Familiar e Relações Sociais (Bloco C)Aspectos Sócio-econômicos (Bloco D e E)Aspectos Sócio-culturais (Bloco F, G e H)Aspectos de Saúde (Blocos I, J e K).

7.1 - Dados Gerais do Idoso

Desde a década de 60, começa observar-se um certo envelhecimento dapopulação brasileira. Esse processo deve-se a vários fatores, especialmente àmodificação da fecundidade que apresenta um declínio cada vez mais acentua-do. Nessa época, começam a produzir-se os primeiros sinais de mudança nasestruturas etárias; diminuindo a presença e peso das coortes13 mais jovens, dan-do lugar a um aumento na participação de idades mais avançadas. Observa-se,também, uma redução da mortalidade nas faixas etárias mais elevadas. De fato,a proporção de pessoas idosas (60 anos e mais) passou de 4,2% em 1950 para5,1% em 1970, 6,1% em 1980 e 7,6% em 1991.

No Rio Grande do Sul, a fecundidade em 1950 era de 5,22 filhos pormulher em idade reprodutiva, 5,11 em 1960, 4,29 em 1970 e de 3,11 em 1980,chegando a 2,93 em 1991. A diminuição da fecundidade pode ser explicadapela introdução e acesso a formas de planejamento familiar que incidem nanatalidade e portanto na fecundidade. Paralelo a isso, houve queda do índice de

13 Coortes: grupos de indivíduos que tem um fato demográfico em comum, como: nascimento,casamento, entre outros.

28 - RELATÓRIO DE PESQUISA

mortalidade. Esses dois fatores, associados à melhoria das condições de sane-amento básico e dos avanços técnico-científicos na área da saúde, fazem comque a esperança de vida da população aumente e, portanto, a proporção deidosos. A situação acentua-se mais na medida em que aumenta a emigração degerações de jovens que buscam fora do Estado oportunidades de mudança decondições de vida, inclusive de acesso ao mercado de trabalho.

TABELA 2População total do Estado do Rio Grande do Sul e população

com mais de 60 anos, por região de pesquisa - 1991

Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Censo Demográfico 1991

A distribuição da população idosa nas diversas regiões de pesquisa épercentualmente diferente da distribuição total da população nessas mesmasregiões. A razão acima de 1,00 implica que a concentração relativa da populaçãocom 60 anos ou mais é superior à concentração relativa da população da região,tomada como base. No caso da Microrregião Sudeste Riograndense, a razão de1,20 implica que esta concentração é 20% maior em relação a esta base. Arazão abaixo de 1,00 implica que a concentração relativa da população com 60anos ou mais é inferior à concentração relativa da população da região, tomadacomo base. No caso da Microrregião POA, a razão de 0,70 implica que estaconcentração é 30% menor em relação a esta base.

Ao analisar os idosos pesquisados, observa-se que correspondem a pesso-as que nasceram entre 1905 e 1935. Da população idosa das áreas urbanaspesquisadas, 66,22% nasceu no meio rural e 32,83% no meio urbano. Essasituação deve-se à migração rural para centros urbanos. No caso do Rio Grande

POPULAÇÃOTOTAL

(A)

POPULAÇÃO COM 60 ANOS E MAIS

(B)REGIÕES

DEPESQUISA Absoluta Percentual Absoluta Percentual

RAZÃOENTREO PER-

CENTUALDE

(B / A)Centro Ocidental RSCentro Oriental RSMetropolitana de POAMicrorregião POACidade de Porto AlegreNordeste Rio-GrandenseNoroeste Rio-GrandenseSudeste Rio-GrandenseSudoeste Rio-Grandense

479.797664.328803.370

1.690.7271.263.403

784.7981.943.386

814.290694.571

5,257,278,79

18,5013,828,59

21,278,917,60

48.82368.70473.816

105.772128.37967.382

170.54286.97764.907

5,998,439,05

12,9715,758,26

20,9210,677,96

1,141,161,030,701,140,960,981,201,05

TOTAL 9.138.670 100,00 815.302 100,00 -

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 29

do Sul, o movimento migratório foi provocado pelo deslocamento da popula-ção em busca de melhores condições de vida, decorrente da transformaçãoeconômica experimentada pelo Estado na sua atividade agrícola. Esta foi influ-enciada pela introdução massiva da mecanização no campo devido especial-mente aos cultivos de soja e arroz.

O sexo feminino é predominante nesta população, concentrada na zonaurbana, mostrando que o processo migratório também é seletivo por sexo, comuma afluência maior das mulheres para a zona urbana. Estudos realizados, noBrasil, mostram que as mulheres, nos anos 70, tendiam a deixar as zonas ruraiscom mais freqüência que os homens. Esta proporção aumenta nos anos 80,devido também à sobremortalidade masculina.

Observa-se nesta pesquisa uma predominância de indivíduos de cor bran-ca (84,82%). Os de cor parda representam 8,16%, os de cor preta 6,71% e os decor amarela 0,31%. Configuração semelhante ocorre nos outros estados do Sule no Sudeste do Brasil. Nas demais regiões do país, a incidência de idosos nasubpopulação negra é elevada e algumas vezes supera as proporções equiva-lentes de brancos. Em 1980, a distribuição etária da população negra, nessasregiões, tinha uma representação da pirâmide etária de base estreita.

TABELA 3Distribuição dos idosos pesquisados segundo o estado civil atual - 1995

Fonte: Relatório Preliminar da Pesquisa “O Idoso do Rio Grande do Sul: Estudomultidimensional de suas condições de vida”, p. 22.

De acordo com a tabela acima, predominam os idosos casados, emboraseja também significativo o percentual de viúvos. No Brasil, a mulher apresen-ta maior incidência de viuvez, já que esta sobrevive ao cônjuge com mais fre-qüência. Entre outros aspectos, nestas gerações, a viuvez deve-se a normassociais e culturais predominantes na sociedade brasileira em que os homens secasam com mulheres mais jovens. Para muitas mulheres idosas, a não concre-

FREQÜÊNCIAESTADO CIVIL

Absoluta PercentualMARGEM DE ERRO

(%)SolteiroCasadoViúvoDesquitado/DivorciadoSeparadoNão sabe/Não respondeu

5123.5433.374

211179

2

6,5545,3043,142,702,290,02

0,56 1,131,130,370,34

-

TOTAL 7.821 100,00 -

30 - RELATÓRIO DE PESQUISA

tização do segundo casamento pode dar-se por barreiras sociais tanto pelasdificuldades de encontrar um parceiro (poucos espaços de convívio social) comopor preconceitos familiares e/ou sociais. A questão do respeito pela memóriado falecido, na qual a lembrança é central, igualmente pode aparecer comouma opção em manter a viuvez14.

TABELA 4Distribuição dos idosos pesquisados segundo a faixa etária - 1995

13 BOSI, E. Memória e sociedade: lembranças de velhos. São Paulo: Queiróz. EDUSP, 1987.14 Na realização da pesquisa foi utilizada a classificação abaixo extraída do Manual de Instrução

da pesquisa, que corresponde à denominação de graus de escolaridade vigente na época emque os entrevistados estavam em idade escolar:

ESCOLARIDADEFAIXA ETÁRIA(em anos completos) Absoluta Percentual

MARGEM DEERRO (%)

60 a 64 anos 2.083 26,64 1,0065 a 69 anos 2.352 30,08 1,0470 a 74 anos 1.213 15,51 0,8275 a 79 anos 1.376 17,59 0,8680 a 84 anos 461 5,89 0,5385 a 89 anos 259 3,31 0,4090 anos ou mais 76 0,97 0,22Não sabe/Não respondeu 1 0,01 - TOTAL 7.821 100,00 -

Fonte: Relatório Preliminar da Pesquisa “O Idoso do Rio Grande do Sul: Estudomultidimensional de suas condições de vida”, p. 23.

Quanto à distribuição etária, o grupo majoritário está na faixa de 60 a 69anos sendo, portanto, constituído por pessoas que nasceram entre 1921 e 1930.Encontra-se, na tabela acima, uma menor representatividade de sujeitos comsetenta anos e mais, o que se relaciona ao fato da longevidade da populaçãobrasileira, começar a aumentar a partir de 1970.

No que concerne à escolaridade14 da população idosa do Rio Grande doSul, predominam os que cursaram o primário incompleto, seguidos pelos anal-fabetos e por idosos com primário completo.

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 31

TABELA 5Distribuição dos idosos pesquisados segundo o grau de escolaridade - 1995

FREQÜÊNCIAESCOLARIDADE

Absoluta Percentual

MARGEMDE ERRO

(%)AnalfabetoAlfabetizado fora da escolaPrimário incompletoPrimário completoGinasial incompletoGinasial completoComplementarSecundário incompletoSecundário completoSuperior incompletoSuperior completoNão sabe/Não respondeu

1.546617

2.9861.515

3352847559

18525

17024

19,777,89

38,1819,37

4,283,630,960,752,370,322,170,31

0,880,601,080,870,450,410.220,190,340,120,32

-

TOTAL 7.821 100,00 -

Fonte: Relatório Preliminar da Pesquisa “O Idoso do Rio Grande do Sul: Estudomultidimensional de suas condições de vida”.

Quanto mais velhas as coortes, maior será a proporção de pessoas semqualquer nível de escolaridade ou com primário incompleto. Essa situaçãoreflete as condições sociais do período de início do século, época em que aspossibilidades de acesso à educação eram extremamente desiguais,privilegiando as elites e nelas os homens em prejuízo das mulheres. Acrescenta-se a isto o fato de que uma grande parte desses idosos viviam - na época - emzona rural. A oferta educacional há sessenta anos atrás, mesmo na zona urbana,era baixa. Na zona rural era ainda mais escassa, e as escolas eram de difícilacesso o que dificultava a escolarização. A baixa escolaridade dos idosos podeser um fator que intensifica as desigualdades e dificulta o acompanhamentodas grandes transformações do mundo contemporâneo, propiciando um maiorisolamento, o que pode interferir em uma existência saudável e participativa.Não se pode desconhecer, entretanto, a riqueza do saber informal, presenteentre os idosos, principalmente a cultura oral, um conhecimento transmitidode geração para geração.

7.2 - Qualificação da Moradia e Infra-Estrutura

32 - RELATÓRIO DE PESQUISA

Com base na amostra estadual desta pesquisa, constata-se que 88,33%dos idosos residem em casas e 9,92% residem em apartamentos. Estadistribuição não é uniforme nas diversas regiões de pesquisa. Nas regiões emque existem grandes centros urbanos, o percentual de residentes emapartamentos se mostrou maior, chegando a 38,95% na cidade de Porto Alegre.Entre os pesquisados, 74,95% possuem em suas residências mais de quatrocômodos, sendo que 5,32% contam com apenas um ou dois cômodos, conformedados apresentados no Relatório Preliminar da Pesquisa16.

16 RIO GRANDE DO SUL. Conselho Estadual do Idoso, op. cit., p. 24.17 RIO GRANDE DO SUL. Conselho Estadual do Idoso, op. cit., p. 31.18 RIO GRANDE DO SUL. Conselho Estadual do Idoso, op. cit., p. 24.

TABELA 6Distribuição dos idosos pesquisados segundo as condições de

ocupação do terreno e da moradia - 1995

Fonte: Relatório Preliminar da Pesquisa “O Idoso do Rio Grande do Sul: Estudomultidimensional de suas condições de vida”, p. 25.

Dos 7821 idosos entrevistados, a maioria possui moradia e terreno pró-prios. Observa-se uma pequena variação desses percentuais de acordo com asregiões de pesquisa, sendo que Porto Alegre apresenta o menor percentual deproprietários e a Centro Oriental, o maior. Nessas residências, em geral, vivemduas ou três pessoas, conforme Relatório Preliminar da Pesquisa1. A maioriados idosos do Estado reside com outra pessoa. Essa situação de moradia, queindica a permanência do vínculo familiar, apresenta-se como uma possívelestratégia, utilizada para melhorar as condições de existência, convivência eajuda mútua..

A maioria das residências, 74,95%, possui mais de 4 cômodos, 13,77%tem quatro cômodos e 11,14% possuem de um a três cômodos2. Considerando

TERRENO MORADIAFREQUENCIA FREQÜÊNCIA

CONDIÇÃODE

OCUPAÇÃO Absoluta PercentualMARGEMDE ERRO Absoluta Percentual

MARGEMDE ERRO

Próprio (a)Alugado(a)Cedido (a)Invadido (a)OutrosNão sabe/Nãorespondeu

6.032586905174102

22

77,147,49

11,572,221,30

0,28

0,930,580,710,330,25

-

6.4066026794379

12

81,917,708,680,551,01

0,15

0,850,590,620,160,22

-

TOTAL 7.821 100,00 - 7.821 100,00 -

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 33

a baixa densidade ocupacional das residências, pode-se afirmar que os idosospossuem razoáveis condições de moradia.

TABELA 7Distribuição dos idosos pesquisados segundo o acesso à

infra-estrutura básica - 1995

LUZRESIDENCIAL PÚBLICA

ÁGUAENCANADA

REDE DEESGOTO

CONDIÇÕESSANITÁRIAS

LIXOCOLETADO

DISPO-NIBILI

-DADE

f % f % f % f % f % f %

SimNão

NS/NR.

7.716 89 16

98,66 1,14 0,20

7.418 392 11

94,85 5,01 0,14

7.395 401 25

94,55 5,13 0,32

4.8272.900 94

61,72 37,08 1,20

7.373 437 11

94,27 5,59 0,14

7.347 459 15

93,94 5,87 0,19

TOTAL 7.821 100,00 7.821 100,00 7.821 100,00 7.821 100,00 7.821 100,00 7.821 100,00

Fonte: Relatório Preliminar da Pesquisa “O Idoso do Rio Grande do Sul: Estudomultidimensional de suas condições de vida”, p. 26-28Margem de erro médio: luz residencial: 0,24, luz pública: 0,48, água encanada: 0,53,rede de esgoto: 1,07, instalação sanitária: 0,51, lixo coletado: 0,52.

Observa-se que as condições de acesso à infra-estrutura básica, de modogeral, podem ser consideradas ótimas conforme os dados da tabela 7. Mais de94% têm acesso à iluminação tanto residencial quanto pública. Quanto à águaencanada, considerou-se como critério que a residência fosse servida de águada rede pública, pelo menos, por uma torneira. Observou-se que 94,55% dasresidências dos idosos pesquisados contam com água encanada, enquanto 5,13%não a possuem. As residências que não possuem água encanada são abasteci-das, predominantemente, através de poço.

Considerando-se rede de esgotos unicamente a canalização pública (redecloacal), encontrou-se 61,72% das residências que contam com este serviço.Há uma grande variação dos resultados apresentados nas diversas regiões, con-forme descrição a seguir. Porto Alegre e a Região Noroeste Riograndense sãoservidas com 84,77% e 84,42% respectivamente; a Microrregião Porto Alegrecom 71,79%; a Centro Ocidental RS com 67,01%; a Metropolitana de PortoAlegre com 58,11%; a Sudeste Riograndense com 57,96 % e a Centro Orien-tal do RS com 55,91%. As regiões Sudoeste Riograndense e Noroeste Rio-grandense são servidas por esgoto cloacal com 42,58% e 32,99%, respectiva-mente.

Em 94,27% das residências existe, pelo menos, um vaso sanitário, nasdemais 5,59% os idosos contam com privada externa ou somente com urinol.

O lixo é coletado em 93,94% das residências; 3,12% é queimado; 1,25%enterrado e 1,39% jogado.

34 - RELATÓRIO DE PESQUISA

Os dados analisados da infra-estrutura urbana refletem as condições desaneamento público existente na área de moradia dos idosos; ou seja, dispõemde iluminação elétrica, coleta de lixo, instalações e condições sanitárias econdições de moradia. Por outro lado, 6568 idosos, ou seja 83,98% dos entre-vistados, moram acompanhados, sendo que destes, 63,49% residem com umaou duas pessoas, incluindo o idoso. Poucos residem em famílias mais numero-sas, compostas de seis ou mais pessoas. Deve ser destacado o fato de que15,52% residem sós. Dos idosos entrevistados 96,89% possuem uma peça pri-vativa para dormir, enquanto que 1,78% dormem na única peça da residênciaque serve de quarto, sala e cozinha. Quanto à privacidade para dormir, obser-vou-se que 42,90% dormem sozinhos; 43,55% com cônjuge ou companheiros,enquanto 5,01% dormem com filhos, 5,73% com netos ou 2,65% com outraspessoas.

7.3 - Composição Familiar e Relações Sociais

Para a compreensão do enfoque que trata da composição familiar e rela-ções sociais, é fundamental que se façam algumas considerações sobre famí-lia, como componente da estrutura social.

A família do Rio Grande do Sul, neste final de século, apresenta algumaspeculiaridades e tendências que lhe conferem um perfil diferenciado de outrasregiões do país. No início do século, caracterizava-se por ser prioritariamenterural. Correntes migratórias européias, principalmente alemã, italiana e polo-nesa que fixaram residência no Rio Grande do Sul, trouxeram seus traços cul-turais, valores e tradições, influenciando o padrão de vida, especialmente domeio rural, onde houve a maior concentração desses migrantes.

A população rural, em especial a partir de 1950, atraída pela industriali-zação e pelo fascínio exercido pela urbanização das grandes cidades, desloca-se em busca de melhoria de qualidade de vida. Essa realidade foi vivenciadapela população idosa desta pesquisa que, embora residente em áreas urbanas,é composta em sua maioria, ou seja 66,22% de pessoas oriundas do meio rural,guardando traços e costumes de seu meio de origem. Um de seus traços mar-cantes é a existência de elevado número de filhos, caracterizando as famíliasnumerosas de décadas passadas, conforme se observa na tabela abaixo:

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 35

TABELA 8Distribuição dos idosos pesquisados segundo o número de

filhos nascidos vivos e que ainda vivem - 1995

NASCIDOS VIVOS AINDA VIVOSFILHOS

Absoluta Percentual Absoluta PercentualSimNão tem / natimortoNão sabe/Não respondeu

7.29849825

93,316,370,32

7.24355028

92,617,030,36

TOTAL 7.821 100,00 7821 100,00

Fonte: Relatório Preliminar da Pesquisa “O Idoso do Rio Grande do Sul: Estudo multidi-mensional de suas condições de vida”, p. 30.Margem de erro: nascidos vivos: 0,55, ainda vivos: 0,57.

Do total da população entrevistada, 93,31% tiveram os seus filhos nasci-dos vivos. Ainda estão vivos 92,61% desses filhos, o que significa um índicebastante expressivo de sobrevivência. Quanto à incidência de número de fi-lhos, é importante registrar que a maior concentração está no grupo de seisfilhos ou mais (35,02%).

Considerando-se que a população idosa pesquisada encontrava-se na dé-cada de 50 numa faixa etária propícia à procriação, estes dados são reforçadospelos estudos demográficos de índices populacionais que indicam que a fe-cundidade era de 5,22 filhos por mulher, em idade reprodutiva. Portanto, fa-zendo a comparação dos dados gerais da população com o que foi encontradona pesquisa, constata-se que há correspondência com a realidade dos idosos.

A convivência em família, predominante entre a população estudada, éum forte traço cultural. Os 6241 idosos entrevistados correspondem, na amos-tra, a 79,80%, que vivem com familiares. Desses idosos, moram com cônju-ge ou companheiro 28,24%; com companheiro (a) e filho(s) 20,86%; comfilho(s) 17,83% ; com filho(s) e netos(s) 16,76%; com companheiro(a),filho(s)e neto(s) 8,35%; com parentes (irmãos, tios e sobrinhos) 4,50%; com pais e ousogros 0,30% e 3,16% com netos. Com outras pessoas (não parentes, empre-gada, profissional de enfermagem e outros) residem 4,51% dos idosos, en-quanto 15,52% permanecem sós. Esse percentual deve ser considerado tam-bém em relação ao estado civil, uma vez que 6,55% desta população é consti-tuída de pessoas solteiras conforme dados apresentados no Relatório Prelimi-nar19.

19 RIO GRANDE DO SUL. Conselho Estadual do Idoso, op. cit., p. 22.20 RIO GRANDE DO SUL. Conselho Estadual do Idoso, op. cit., p. 31.

36 - RELATÓRIO DE PESQUISA

Quanto às relações familiares, 95,42% dos idosos as consideram satisfa-tórias20. Essa é uma das questões que pode ter sofrido influência nas respostaspela presença de alguns familiares durante a entrevista. Relacionando-se essaafirmativa com o direcionamento da afetividade, evidencia-se, entretanto, avalorização das relações familiares pelo idoso. Isso se verifica quando 91,33%afirmam dirigir sua afetividade para os membros de sua família, como cônju-ge/companheiro 19,69%; filhos 20,34%; netos 8,84% e familiares 42,46% .

A maioria dos idosos (68,78%) não recebe auxílio de pessoas com asquais convive. Os auxílios recebidos por 30,78% dos idosos são provenientesde cônjuge, filhos, netos, parentes, amigos ou vizinhos. Os filhos são a maiorfonte de auxílio para os idosos, seguidos pelo cônjuge ou companheiro21.

Quanto ao tipo de auxílio que recebem os idosos, merecem ser destaca-dos os seguintes: alimentação 21,11%, dinheiro 17,29% e medicamento 15.42%.Os demais por ordem de incidência são: vestuário (13,87%); habitação(13,66%); saúde (9,43%); cuidados pessoais (8,19%) e outros (1,03%). Noentanto, somados os percentuais com saúde e medicamentos tem-se 24,85%, oque representa a área de maior incidência de destino de auxílio22. Consideran-do-se estes dois tipos de necessidades infere-se o quanto o idoso é dependentedo auxílio dos outros para a manutenção de sua saúde, evidenciando-se a suacarência econômica..

É importante ressaltar que um significativo número recebe auxílio emdinheiro, podendo ter autonomia para gerir suas próprias necessidades e prio-rizar seus gastos no que julgar melhor.

7.4 - Aspectos Sócio-econômicos

Para analisar os aspectos sócio-econômicos que retratam a situação emque vive o idoso no Rio Grande do Sul, foram levadas em consideração asseguintes variáveis: a ocupação profissional que o idoso teve na maior partede sua vida e a ocupação atual, os setores econômicos referentes a estas ocupa-ções, a idade em que o idoso começou a trabalhar, a idade e o motivo de suaaposentadoria, a origem e a principal fonte de renda individual e a situaçãoocupacional atual.

21 RIO GRANDE DO SUL. Conselho Estadual do Idoso, op. cit., p. 32.22 RIO GRANDE DO SUL. Conselho Estadual do Idoso, op. cit., p. 32.

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 37

TABELA 9Distribuição dos idosos pesquisados segundo a ocupação da maior parte de

suas vidas e a ocupação atual - 1995

Fonte: Relatório preliminar da pesquisa “ Os Idosos do Rio Grande do Sul: EstudoMultidimensional de suas condições de vida”, p.33.

Pelos dados apresentados na tabela 9, a distribuição dos idosos segundo aocupação23 na maior parte de sua vida se dá na categoria do trabalhador não-especializado. Este dado reflete o nível de mão-de-obra existente no país. Se-gundo o Anuário Estatístico do Brasil24, entre os grupos de ocupação no país,predominam as atividades voltadas para a agropecuária, produção extrativa,vegetal e animal, indústrias de transformação e construção civil, atividadesadministrativas, comércio e atividades auxiliares e ocupação mal-definida. Asatividades inseridas nestes grupos de ocupação não possuem necessariamenteuma formação profissional especializada, da mesma forma que a categoria dotrabalhador não especializado usada na pesquisa.

Esta situação também se reflete na Região Sul, onde os grupos de ocupa-ção apresentam uma forte predominância nas atividades agropecuárias e pro-dução extrativa vegetal e animal, seguidos de grupos de ocupação na indústriade transformação e construção civil e atividades administrativas.

No Rio Grande do Sul, conforme dados desta pesquisa, 86,29% atual-mente encontra-se fora da população economicamente ativa25, dado este que

23 Definiu-se ocupação como sendo o cargo, a profissão ou o ofício exercido pela pessoa (IBGE)24 Anuário Estatítico do Brasil / Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatítica, Rio de

Janeiro, 1994.25 O conceito de população economicamente ativa utilizado considera como PEA na semana de

referência as pessoas que estavam ocupadas e as que procuravam trabalho. Por ocupado se

M A IO R P A R T E D A V ID A A T U A L F R E Q Ü Ê N C I A F R E Q Ü Ê N C I A

O C U P A Ç Ã O A b so lu ta P er c e n tu a l

M A R G E M D E E R R O A b so lu ta P er c e n tu a l

M A R G E M D E E R R O

Prop rietá rio A d m in istra d or, geren te Profission a l d e n íve l su p er ior Fu n çõ es d e escritório T rab alha do r especia lizad o ( técn ico) T rab alha do r sem i-esp ecia liza do T rab alha do r n ã o esp ecia liza d o In divídu o s fora d o PE A N ã o sa b e/N ão resp o nd eu

1 .0 9 6 1 0 6 1 5 6 1 8 3 2 7 7 8 9 9

3 .0 2 8 2 .0 4 1

3 5

1 4 ,0 1 1 ,3 6 1 ,9 9 2 ,3 4 3 ,5 4

1 1 ,4 9 3 8 ,7 2 2 6 ,1 0

0 ,4 5

0 ,7 8 0 ,2 6 0 ,3 2 0 ,3 4 0 ,4 2 0 ,7 2 1 ,1 0 0 ,9 9

-

2 3 9 3 4 3 9 1 4 2 3

1 7 1 5 1 6

6 .7 4 9 3 6

3 ,0 6 0 ,4 3 0 ,5 0 0 ,1 8 0 ,2 9 2 ,1 9 6 ,6 0

8 6 ,2 9 0 ,4 6

0 ,3 9 0 ,1 5 0 ,1 6 0 ,1 0 0 ,1 2 0 ,3 3 0 ,5 6 0 ,7 8

-

T O T A L 7 .8 2 1 1 0 0 ,0 0 - 7 .8 2 1 1 0 0 ,0 0

38 - RELATÓRIO DE PESQUISA

pode ser explicado, se levarmos em consideração que uma parte desta amostrade idosos (26,10%) sempre esteve fora da população economicamente ativa.Além de um percentual alto, este dado comprova que a maior parte dos idososestá fora da PEA, ou seja, estão aposentados, não estão ocupados, estão doen-tes, ou não trabalham.

Pelo fato de a amostra ter uma predominância do sexo feminino, esteperfil poderia justificar um grande número de idosos fora da população econo-micamente ativa. Além da variável sexo, outra variável a ser considerada seriaa procedência rural, onde a mulher ficava restrita às lidas domésticas, ao traba-lho na roça e muitas vezes ao trabalho dentro da própria empresa familiar, semvínculo empregatício.

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (1993) no RioGrande do Sul26, dos 893.578 idosos, 475.379 estão localizados como popula-ção não economicamente ativa, sendo que destes 325.383 são pessoas do sexofeminino e 149.996 do sexo masculino, o que de certa forma confirma a pre-

missa anterior.

25 entende o conjunto de pessoas que possuem trabalho remunerado exercido com regularidade;possuem trabalho remunerado exerido de forma irregular, mas sem procura de trabalho diferentedo atual. Excluem-se as pessoas que, não tendo procurado trabalho, de forma excepcionalnos últimos sete dias; possuem trabalho não-remunerado de ajuda em negócios de parentes,ou remunerado em espécie de benefício, sem procura de trabalho. In: Informe Pesquisa deEmprego e Desemprego, na região metropolitana de Porto Alegre, FEE, Ano 5, N. 8 Agosto1996, p. 23.

26 Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - IBGE. Porto Alegre, 1993, Rio Grande doSul, p. 13. Estes dados podem ser atualizados via Internet. PNDA. IBGE em: http://

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 39

TABELA 10Distribuição dos idosos pesquisados segundo o setor econômico em queestiveram vinculados na maior parte de sua vida e o setor atual - 1995

MAIOR PARTE DA VIDA ATUALFREQÜÊNCIA FREQÜÊNCIASETOR ECONÔMICO

Absoluta PercentualMARGEMDE ERRO Absoluta Percentual

MARGEMDE ERRO

AgrícolaIndústria de transformaçãoIndústria de construção civilOutras atividades industriaisComércio de mercadoriasServiçosServiços auxiliares de atividadeseconômicasTransportes e comunicaçõesSocialAdministração públicaOutras atividades ou setoresIndivíduos fora do PEANão sabe/Não respondeu

1.93451215076

4671.396

101175247391288

2.03945

24,736,551,920,975,97

17,85

1,292,243,165,003,68

26,060,58

0,960,550,300,220,520,85

0,250,330,390,480,420,97

-

221825511

156345

27335140

1186.645

37

2,831,050,700,141,994,41

0,350,420,650,511,51

84,970,47

0,370,220,180,080,310,45

0,130,140,180,.160,270,79

-

TOTAL 7.821 100,00 - 7.821 100,00 -

Fonte: Relatório preliminar da pesquisa “ Os Idosos do Rio Grande do Sul: EstudoMultidimensional de suas condições de vida”, p.34.

De acordo com a distribuição dos idosos, segundo o setor econômico emque estiveram vinculados na maior parte da sua vida, encontram-se 26,06 %de indivíduos fora do PEA, seguidos por 24,73% localizados no setor agríco-la, ou seja, no setor agropecuário, extração vegetal e pesca, e 17,85% no setorde serviços que engloba alojamento e alimentação (hotéis, pensões, restauran-tes, bares etc,) reparação e conservação (oficinas mecânicas), serviços pesso-ais e domiciliares (cabeleireiros, alfaiatarias, serviços domésticos), diversões,higiene, conservação de prédios e estiva.

Estas faixas refletem o predomínio dos grupos de ocupação citados ante-riormente, uma vez que no Brasil ainda o setor agrícola predomina em relaçãoaos demais. Este é seguido pela prestação de serviços e pela indústria de trans-formação27.

A realidade do Rio Grande do Sul expressa, portanto, esta força econô-mica que foi a agricultura na economia do Estado, através desta amostra de

27 Abrange a metalurgia, indústria mecânica, móveis, papel e celulose, indústria de couros epeles, indústria de vestuário e sapatos, indústria química, indústria de plásticos, farmacêuticae produtos veterinários, petróleo, têxteis, editorial e gráfica. Pesquisa Nacional por Amostrade Domicílios - IBGE. Porto Alegre, 1993. Rio Grande do Sul, p. 13. Estes dados podemser atualizados via Internet. PNDA. IBGE em: http://www.IBGE.gov.br/pnad/pnad.htn

40 - RELATÓRIO DE PESQUISA

idosos, os quais estiveram, na maior parte de sua vida, atuando em setoresagrícolas. É importante lembrar que a sociedade rio-grandense é constituídapor três grandes regiões2, marcadas por economias bem diferenciadas. A re-gião sul e a região norte com predominância no setor agrário, diferenciando-sea primeira da segunda pelo tamanho da propriedade. Enquanto a primeira eramarcada pela presença da grande propriedade e de monoculturas bem especí-ficas, a segunda era composta pela pequena e média propriedade, com umaeconomia diversificada. A terceira região era formada pelo nordeste do Esta-do, constituído por grandes concentrações urbanas, do eixo Porto Alegre-Ca-xias do Sul e por algumas áreas no seu entorno, nas quais, a partir deste século,começou a formar-se um parque industrial3. Estas regiões demonstram umcerto predomínio do agrário sobre as áreas urbanas4 e industriais até pratica-mente a década de cinqüenta, quando aumenta de forma considerável o parquemanufatureiro do Estado. Cabe ressaltar, portanto, que os idosos de hoje esti-veram ligados a atividades essencialmente rurais, como comprova a sua pro-cedência e o setor econômico de sua ocupação.

Atualmente, a maioria destes idosos encontram-se, por força da suasituação ocupacional, fora da população economicamente ativa, aquirepresentados por um percentual de 84,97% da amostra, seguidos de serviços(4,41%), que se distribuem em alojamento e alimentação, reparação econservação, serviços pessoais e domiciliares, diversões, higiene, conservaçãode prédio e estiva. Cabe assinalar ainda que 2,83% de idosos desenvolvemsuas atividades ocupacionais no setor agrícola e 1,99% no setor de comérciode mercadorias que abrange supermercados, armazéns, feiras livres, casas dedepartamentos, comércio atacadista, açougues, postos de gasolina, comérciode material usado e ferro-velho, garrafeiros e papeleiros.

28 ALONSO, José A. Fialho e BANDEIRA, Pedro Silveira. Crescimento inter-regional noRio Grande do Sul, nos anos 80. In: ALMEIDA, Pedro Fernando Cunha de (coord.). AEconomia Gaúcha e os anos 80, uma trajetória regional no Contexto da Crise Brasileira.Tomo 1, Porto Alegre, FEE, 1990, p. 67-130.

29 ALONSO, José A. Fialho e BANDEIRA, Pedro Silveira, op. cit., p-71.30 É importante lembrar que, em 1910, a Estação Férrea abrange esta região, desencadeando

o desenvolvimento destas concentrações urbanas.

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 41

FREQUÊNCIAIDADE

Absoluta PercentualMARGEM DE

ERROMenos de 40 anos41 a 44 anos45 a 48 anos49 a 52 anos53 a 56 anos57 a 60 anos61 A 64 anos65 a 68 anosAcima de 68 anosNão sabe/Não respondeu

7557

201384489

1.486724

1.054430234

1,461,113,927,489,52

28,9414,1020,53

8,384,56

0,330,290,540,730,821,270,971,130,77

-

TOTAL 5.134 100,00 -

TABELA 11Distribuição dos idosos pesquisados e aposentados segundo a idade em que

se aposentaram - 1995

Fonte: Relatório preliminar da pesquisa “ Os Idosos do Rio Grande do Sul: EstudoMultidimensional de suas condições de vida”, p.35. Os dados desta Tabela referem-se a N=5134, uma vez que dele foram excluídos os não-aposentados.

Dos 7.821 entrevistados, 34,36% ainda não se aposentaram, o que é umdado significativo para essa categoria que possui acima de 60 anos de idade.Dos que se aposentaram 28,94% encontravam-se na ocasião na faixa de 57 a60 anos, 20,53% na faixa de 65 a 68 anos e 14,10% na faixa de 61 a 64 anos.Esses idosos apresentaram como motivo de sua aposentadoria31a idade em pri-meiro lugar, seguida do tempo de serviço. É interessante observar que a idadeem que estes idosos iniciaram atividades remuneradas foi de 11 a 14 anos emprimeiro lugar, seguida de 15 a 18 anos e em terceiro lugar acima de 23 anos.Chama atenção o número de entrevistados, 11,18%, que iniciaram as ativida-des laborais antes dos 10 anos de idade. Esse fato pode ser explicado pelaorigem rural dos idosos, visto que a zona rural se caracteriza pelo auxílio de

mão de obra infantil nas atividades agrícolas e domésticas.

31 Como critérios de aposentadorias foram utilizadas as alternativas propostas pelo InstitutoNacional de Seguridade Social ou seja:Tempo de Serviço: mulheres que tenham 30 anos de serviço. Homens que tenham 30 a 35anos de serviço.Idade/velhice: homens que atinjam 65 anos. Mulheres que atinjam 60 anos. Problemas desaúde/acidente: pessoa de qualquer idade que sofreu doença ou acidente de trabalho que aincapacitou para o seu trabalho usual, impossibilitando-a para o trabalho em outras ocupaçõesque assegurem seu ganho.Especial: pessoa que tenha completado 15,20 ou 25 anos de trabalho em atividadesconsideradas “insalubres”, “penosas” ou “perigosas”, comprovado por laudo técnico.

42 - RELATÓRIO DE PESQUISA

RENDA INDIVIDUALFREQÜÊNCIASALÁRIOS MÍNIMOS

Absoluta Percentual MARGEMDE ERRO

Menos de 1 salário mínimo1 a menos de 2 salários mínimos2 a menos de 3 salários mínimos3 a menos de 4 salários mínimos4 a menos de 5 salários mínimos5 a menos de 6 salários mínimos6 a menos de 7 salários mínimos7 a menos de 8 salários mínimos8 a menos de 9 salários mínimos 9 salários mínimos ou maisNão tem rendaNão sabe/Não respondeu

2143.8391.024

44426521913710291

433814239

2,7449,0813,095,683,392,801,751,301,165,54

10,413,06

0,371,130,760,520,410,370,300,260,240,520,69

-

TOTAL 7.821 100,00 -

TABELA 12Distribuição dos idosos pesquisados segundo a sua

renda individual mensal - 1995

Fonte: Relatório preliminar da pesquisa “ Os Idosos do Rio Grande do Sul: EstudoMultidimensional de suas condições de vida”, p.37.

No que diz respeito à renda do idoso, 49,08% dos entrevistados percebementre um salário mínimo e menos de dois salários mínimos, o que expressa abaixa renda com que vive o idoso no Rio Grande do Sul. Estes dados podemser comparados com a população do Estado. Para esta população, os percentuaisque mais se destacam são aqueles que indicam a renda individual mensal entre1/2 salário mínimo e dois salários mínimos, sendo que um número considerávelda população está localizada na faixa “sem rendimento”. Na Pesquisa Nacionalpor Amostra de Domicílios - Rio Grande do Sul consta que, dos 7.543.908acima de 10 anos ou mais de idade da população, 2.618.455 percebem de l/2salário mínimo até dois salários mínimos32, o que mostra a baixa renda dapopulação em geral do Estado. Dos 7.543.908 referidos, 5.017.430 pessoascontribuem para Institutos de Previdência sendo que 40,34% destes percebementre 1/2 salário e até dois salários mínimos mensais.

32 Dados extraídos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, 1993.

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 43

Esses dados também podem ser comparados com a renda dos brasileiros.Conforme o Anuário Estatístico do Brasil33, 44,8% das classes que percebemrendimento mensal estão situadas entre menos de um salário mínimo e menosde dois salários mínimos.

É interessante ressaltar que dos entrevistados, 10,41% não possuem rendapessoal, sendo que esse dado é significativo pelo tamanho da amostra. Ainda,89,23% responderam que possuem renda pessoal e que a proveniência dessarenda é principalmente da aposentadoria e de pensão34. Existe uma diferençaexpressiva entre essas duas fontes de renda, sendo que mais da metade dapopulação idosa (55,46%) tem sua renda proveniente de aposentadoria e que18,71% recebem pensão. São alternativas de renda, mas de menor expressão,o abono permanência (3,08%), outros (3,08%), salário (2,98%), serviçoseventuais (2,86%) e aluguel (2,21%).

Quanto às principais despesas pessoais dos idosos, estes afirmaram quesão em alimentação (45,72%), remédios (25,52%) e saúde (9,22%)35.

Entre as principais atividades que os idosos desenvolvem - atualmente -o trabalho doméstico aparece como predominante, ou seja, 60,80% dosentrevistados afirmaram ser esta a sua principal atividade. Também sãodestacados o trabalho eventual (6,80%), seguidas de atividades autônomas(4,51%), pequenos serviços não-remunerados (4,30%), trabalho remuneradosem carteira profissional (3,61%) e outros (2,80%). Uma parcela desses idososdesenvolve atividades voluntárias (2,05%) e trabalho remunerado com carteiraprofissional (2,01%),empregador (0,81%). Na alternativa não se aplica estãoenquadrados 11,82% dos entrevistados.

7.5 - Aspectos Sócio-Culturais

Nas sociedades contemporâneas tem sido crescente a preocupação com autilização e qualidade do tempo livre. Diante da progressiva massificação dolazer e da cultura torna-se necessária a elaboração de políticas públicas em queo idoso tenha um papel ativo na escolha e no acesso às variadas formas de

33 Anuário Estatístico do Brasil, Rio de Janeiro. IBGE, v. 54, p.1-87, 1994.34 Estes conceitos foram explicitados no Manual da Pesquisa (p.11) para que não ocoressem

interpretação distintas sobre as alternativas propostas no instrumento de pesquisa.Aposentadoria: Proventos decorrentes de aposentadoria, reforma, jubilação, etc...Pensão: Proventos recebidos por pensão deixada por pessoa da qual era beneficiária, pagapor Instituto de Previdência ou Fundo de Pensão (fundo do Exército, Marinha, Aeronáuticaou Força Policial); pensão de qualquer natureza, por decisão judicial.

35 Saúde: Gastos hospitalares, com médicos (clínico geral, especialista, psiquiatra), psicólogos,dentistas, despesas ambulatoriais, exames clínicos, consultas, pagamentos de planos desaúde e fisioterapia.Remédios: Despesas referentes à compra de remédios de utilização contínua ou esporádicae de produtos, conforme manual de pesquisa, p. 11-12.

44 - RELATÓRIO DE PESQUISA

desenvolvimento cultural e recreativo. Desde a antigüidade o homem tembuscado o desenvolvimento integral, físico, espiritual e mental, sendo o lazeruma das formas de atingir-se a plenitude dessas capacidades.

TABELA 13Distribuição dos idosos pesquisados segundo a forma de

ocupação do tempo livre - 1995

FREQUÊNCIA FORMA DE OCUPAÇÃO TEMPO LIVRE Absoluta Percentual

MARGEM DE ERRO

Assistir TV Conversar com amigos Ouvir rádio Leitura Ouvir música Trabalhos manuais Atividade física

5.060 4.566 3.699 2.224 2.223 2.293 1.209

64,70 58,38 47,30 28,44 28,42 29,32 15,46

1,06 1.09 1,10 1,00 1,00 1,00 0,80

Atividade sócio recreativa 1.336 17,08 0,83

Fonte: Relatório preliminar da pesquisa “ Os Idosos do Rio Grande do Sul: EstudoMultidimensional de suas condições de vida”, p.41. Refere-se à questão de escolhamúltipla. As alternativas não são mutuamente exclusivas.

Constata-se que na população idosa o tempo livre é ocupado, de formapredominante, em assistir televisão (64,70%) e conversar com amigos (58,38%).Destacam-se ainda a escuta ao rádio (47,30%), execução de trabalhos manuais(29,32%), a realização de leituras (28,44%) e a audição de música (28,42%).Estas atividades realizam-se predominantemente no espaço privado, podendono entanto serem compartilhadas com outras pessoas, preferencialmente amigosou parentes. Dos idosos entrevistados, 17,08% afirmaram realizar atividadessócio-recreativas como passeios, visitas e bailes que contrastam com asatividades descritas anteriormente, uma vez que ocorrem fora do ambientedoméstico, em espaço público.

A preferência pela televisão como forma de ocupação do tempo livrepode ser explicado pela presença massiva da televisão nos lares brasileiros.Desse modo, o poder de sedução que exerce a televisão constitui um atrativode baixo custo e fácil acesso para a ocupação do tempo livre e uma companhiapara os idosos. O fato de conversar com amigos, que também faz parte docotidiano dos idosos, pode ocorrer paralelamente à assistência televisiva.

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 45

TABELA 14Distribuição dos idosos pesquisados segundo o tipo de associação

em que participam - 1995

FREQUÊNCIA TIPO DE ASSOCIAÇÃO EM QUE PARTICIPAM Absoluta Percentual

MARGEM DE ERRO

Cultural Esportiva Recreativa Religiosa Assistencial Comunitária Sindical Política

222 182 346

2.321 387 524 154 74

2,84 2,33 4,42

29,68 4,95 6,70 1,97 0,95

0,37 0,33 0,45 1,01 0,48 0,55 0,31 0,21

Fonte: Relatório preliminar da pesquisa “ Os Idosos do Rio Grande do Sul: EstudoMultidimensional de suas condições de vida”, p.42. Refere-se à questão de escolhamúltipla. As alternativas não são mutuamente exclusivas.

Dos 41,12% entrevistados que participam em algum tipo de associação,há um predomínio na participação em associações religiosas que alcança72,17%. Em todas as regiões pesquisadas, encontrou-se a participaçãopredominante em associações religiosas seguida da participação em associaçõescomunitárias, assistenciais e recreativas. Deve-se destacar que há uma variaçãona intensidade com que a população idosa, das nove regiões de pesquisa,participa em associações. Pode-se constatar essa afirmação, comparando ospercentuais das regiões pesquisadas. Conforme o Relatório Preliminar36, o maiorpercentual de participação aparece na região Noroeste com 59,56% e o menorpercentual de participação encontra-se na Microrregião Porto Alegre com33,26%.

36 RIO GRANDE DO SUL. Conselho Federal do Idoso, op. cit., p. 42.

46 - RELATÓRIO DE PESQUISA

TABELA 15Distribuição dos idosos pesquisados segundo o tipo de religião que profes-

sam - 1995

Fonte: Relatório preliminar da pesquisa “ Os Idosos do Rio Grande do Sul: EstudoMultidimensional de suas condições de vida”, p.43.

Dentre os entrevistados 98,12% declaram a religião que professam,enquanto apenas 1,48% afirmaram não ter nenhuma religião. Aparece opredomínio do catolicismo (74,97%), seguido dos evangélicos (16,51%) e dosespíritas kardecistas (4,53%).

Esses dados devem ser melhor analisados, principalmente no que se refereao predomínio do catolicismo. Estudos sobre a religião no Brasil37 apontam ofenômeno do sincretismo religioso, no qual se verifica a convivência docatolicismo, hegemônico oficialmente, com outras manifestações religiosas.

Outra diferenciação refere-se à religiosidade como uma "prática privada"ou uma "prática social"38, visto que o ato de orar ou realizar leituras religiosasaparecem como uma prática privada. Nesse sentido, apesar da alta participaçãode idosos em associações religiosas, torna-se relevante que 38,92% dos idososafirmaram ter se tornado mais religiosos com o passar dos anos.

FREQUÊNCIA RELIGIÃO

Absoluta Percentual MARGEM DE ERRO

Católica Evangélica Espírita Hebraica Afro-brasileira Outras Nenhuma Não sabe/Não respondeu

5.864 1.291

354 4

117 44

116 31

74,97 16,51 4,53 0,05 1,50 0,56 1,48 0,40

0,96 0,82 0,46 0,05 0,27 0,16 0,27

-

TOTAL 7.821 100,00 -

37 BRANDÃO, C. R. Os Deuses do Povo: um estudo sobre a religião popular. São Paulo:Brasiliense, 1986

38 GOLDSTEIN, L. L. & NERI, A. L. Tudo Bem, Graças a Deus, Religiosidade e Satisfaçãona Maturidade e na Velhice. In: NERI, A. L. (org.) Qualidade de Vida e Idade Madura.Campinas, 1993, p. 109-36.

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 47

TABELA 16Distribuição dos idosos pesquisados segundo o

fator atribuído à longevidade - 1995

FREQUÊNCIA ATRIBUTOS DE LONGEVIDADE Absoluta Percentual

MARGEM DE ERRO

Alimentação adequada Destino Vida organizada Trabalho Ocupação Hábitos saudáveis Gostar de viver Outros Não sabe/Não respondeu

1.508 549 768 573 266

1.067 2.089

658 343

19,28 7,02 9,82 7,33 3,40

13,64 26,71

8,41 4,39

0,87 0,57 0,66 0,58 0,40 0,76 0,97 0,61

-

TOTAL 7.821 100,00 -

Fonte: Relatório preliminar da pesquisa “ Os Idosos do Rio Grande do Sul: EstudoMultidimensional de suas condições de vida”, p.43.

Os idosos atribuem a longevidade principalmente ao gostar de viver, àalimentação adequada e aos hábitos de vida saudáveis. Secundariamente aindaapontam os seguintes fatores: vida organizada, trabalho e destino. Em pesquisarealizada no Instituto de Geriatria da PUCRS, foram constatados aspectossemelhantes junto aos idosos do município de Veranópolis/RS. Foi enfatizadoque a dieta, os exercícios físicos e o comportamento são considerados como"receitas de bem viver"39.

39 ZERO HORA, Caderno Vida. Porto Alegre, n. 240, 8 de junho de 1996, p. 4 e 5.

48 - RELATÓRIO DE PESQUISA

TABELA 17Distribuição dos idosos pesquisados segundo a opção

de vida fora da família - 1995

Fonte: Relatório preliminar da pesquisa “ Os Idosos do Rio Grande do Sul: EstudoMultidimensional de suas condições de vida”, p.44.

Na resposta à questão "na impossibilidade de viver só ou com a família,o(a) senhor(a) gostaria de viver", os idosos apontaram, predominantemente, apossibilidade de convívio com os parentes. Essa escolha confirma o valorsignificativo que ocupa a família ou a rede de parentesco na vida dos idosos.Chama a atenção o percentual de idosos que escolheram buscar uma casageriátrica e viver com os amigos.

FREQÜÊNCIA VIDA FORA DA FAMÍLIA Absoluta Percentual

MARGEM DE ERRO

Com amigos Com parentes Em casa comum com amigos Em casa geriátrica Em hospital Outros Não sabe / Não respondeu

754 3.721

267 1.234

231 662 952

9,64 47,59 3,41

15,78 2,95 8,46

12,17

0,65 1,11 0,40 0,81 0,37 0,62

-

TOTAL 7.821 100,00 -

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 49

TABELA 18Distribuição dos idosos pesquisados segundo os valores

mais importantes em sua vida - 1995

Fonte: Relatório preliminar da pesquisa “ Os Idosos do Rio Grande do Sul: EstudoMultidimensional de suas condições de vida”, p.44.

Quanto aos valores mais importantes na vida dos idosos, foram apontadosa saúde (48,00%) e a família (23,08%). Seguiram-se o amor, a religião, odinheiro e o respeito. Nessa faixa etária, percebe-se a importância atribuídapelos idosos à saúde e à família pelo fato de serem valores com os quais serelacionam com maior intensidade e freqüência, em função de suaspreocupações nessa fase da vida.

FREQÜÊNCIA VALORES FUNDAMENTAIS Absoluta Percentual

MARGEM DE ERRO

Dinheiro Educação Família Trabalho Religião Lazer Respeito Segurança Valorização Amor Saúde Não sabe/Não respondeu

285 215

1.805 148 350 23

275 113 42

691 3.754

120

3,64 2,75

23,08 1,89 4,48 0,29 3,52 1,44 0,54 8,84

48,00 1,53

0,41 0,36 0,93 0,30 0,46 0,12 0,41 0,26 0,16 0,63 1,11

-

TOTAL 7.821 100,00 -

50 - RELATÓRIO DE PESQUISA

TABELA 19Distribuição dos idosos pesquisados segundo sua percepção dos

problemas sociais - 1995

Fonte: Relatório preliminar da pesquisa “ Os Idosos do Rio Grande do Sul: EstudoMultidimensional de suas condições de vida”, p.45.

Dos principais problemas sociais que os idosos gostariam de ver resolvi-dos destacam-se: falta de assistência à saúde, criminalidade, violência e corrup-ção, crianças marginalizadas, incompetência do governo, corrupção dos polí-ticos, desemprego, alcoolismo e droga.

É interessante observar que o problema social apontado comopredominante - falta de assistência à saúde - está relacionado diretamente comuma das necessidades mais prementes do idoso que, devido às condiçõesdecorrentes da sua faixa etária, necessita de maiores atenções nessa área. Aárea da saúde na realidade brasileira não tem recebido os aportes necessáriospara a execução dessa política pública. Os demais problemas podem serinterpretados mais como uma preocupação com o coletivo do que com asituação específica do idoso.

FREQÜÊNCIA PROBLEMAS SOCIAIS

Absoluta Percentual MARGEM DE ERRO

Corrupção dos políticos Falta de assistência à saúde Crianças marginalizadas Crise dos valores religiosos Crise dos valores éticos Crise da família Desemprego Alcoolismo e droga Concentração de renda Destruição dos recursos e do ambiente natural Criminalidade, violência e corrupção Política educacional inadequada Incompetência do governo Inflação Não sabe/Não respondeu

797 1.269

940 86 56

143 676 542 302

25

1.148 156 846 220 615

10,19 16,24 12,02 1,10 0,72 1,83 8,64 6,93 3,86

0,32

14,68 1,99

10,82 2,81 7,86

0,67 0,82 0,72 0,23 0,19 0,30 0,62 0,56 0,43

0,12 0,78 0,31 0,69 0,37

-

TOTAL 7.821 100,00 -

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 51

TABELA 20Distribuição dos idosos pesquisados segundo as formas de

manifestação da afetividade - 1995

Fonte: Relatório preliminar da pesquisa “ Os Idosos do Rio Grande do Sul: EstudoMultidimensional de suas condições de vida”, p.45.

Os idosos afirmaram que manifestam sua afetividade, preferencialmente,através de: carinhos, conversas, companheirismos, atenções e cuidados. Umapequena parcela respondeu que manifesta através de presentes. Essa afetividadeé direcionada principalmente para os familiares (42,46%), filhos (20,34%) ecônjuge (19,69%)40. Pode-se inferir que os idosos pesquisados estabelecemrelações afetivas mais intensas com as pessoas que estão mais próximas.

40 RIO GRANDE DO SUL. Conselho Estadual do Idoso, op. cit., p. 46.

FREQÜÊNCIA MANIFESTAÇÃO DA AFETIVIDADE Absoluta Percentual

MARGEM DE ERRO

Companheirismo Atenções e cuidados Carinhos Conversas Presentes Outros Não sabe/Não respondeu

1.487 1.345 2.570 1.569

209 149 492

19,01 17,20 32,86 20,06 2,67 1,91 6,29

0,87 0,84 1,04 0,89 0,36 0,30

-

TOTAL 7.821 100,00 -

TABELA 21Distribuição dos idosos pesquisados segundo as formas de

manifestação de sua sexualidade - 1995

FREQUÊNCIA MANIFESTAÇÃO DA SEXUALIDADE Absoluta Percentual

MARGEM DE ERRO

Atenções especiais Carinhos e toques Relações sexuais Outras Não sabe / Não respondeu

1.929 2.047

689 503

2653

24,66 26,17 8,81 6,43

33,93

0,95 0,97 0,63 0,54

-

TOTAL 7.821 100,00 -

Fonte: Relatório preliminar da pesquisa “ Os Idosos do Rio Grande do Sul: EstudoMultidimensional de suas condições de vida”, p.46.

52 - RELATÓRIO DE PESQUISA

Quanto ao tema sexualidade os idosos afirmaram que as suas principaisformas de manifestação são: carinhos e toques, atenções especiais e relaçõessexuais. Torna-se importante ressaltar o alto índice dos que não sabem ou nãoresponderam sobre sexualidade, chegando a totalizar 33,93%. Esse "silêncio"sobre uma área tão íntima, como é a sexualidade, necessita ser contextualizado,referindo-se aos valores da época em que ocorreram a educação e a iniciaçãosexual dos idosos entrevistados.

Nas décadas de 20, 30 e 40 predominava uma moral sexual mais rígida,aliada aos preceitos religiosos. A manifestação da sexualidade estava voltadaao âmbito privado, não sendo usual a fala, em público, sobre esse assunto. Eracostume relacionar a sexualidade aos princípios de fidelidade, honra ecompanheirismo.

Segundo Relatório Preliminar41, dos idosos pesquisados, 25,80% afirma-ram não ter observado mudanças na forma de manifestar a sua sexualidade.Um número significativo, 63,03% observaram mudanças. Dos que observarammudanças, atribuíram à modificação da forma de manifestar a sua sexualidadeprincipalmente à idade, a perda do companheiro e à doença.

TABELA 22Distribuição dos idosos pesquisados segundo sua opinião

sobre sexo na velhice - 1995

FREQÜÊNCIA OPINIÃO

Absoluta Percentual MARGEM DE ERRO

Muito importante Natural Necessário Menos intenso Desnecessário Indiferente Igual às outras idades Não sabe / Não respondeu

530 1.438

663 815

1.739 742 702

1192

6,78 18,39 8,48

10,42 22,23 9,49 8,98

15,23

0,56 0,86 0,62 0,68 0,92 0,65 0,63

-

TOTAL 7.821 100,00 -

Fonte: Relatório preliminar da pesquisa “ Os Idosos do Rio Grande do Sul: EstudoMultidimensional de suas condições de vida”, p.47

No questionamento sobre o sexo na velhice, 18,39% consideram o sexonatural, 8,48% o consideram necessário e 6,78% muito importante. Salienta-se que 22,23% consideram-no desnecessário e 9,49% indiferente. Para 10,42%

41 RIO GRANDE DO SUL. Conselho Estadual do Idoso, op. cit., p. 47.

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 53

dos idosos o sexo tem sido menos intenso. Esses dados, igualmente, necessitamser compreendidos no contexto cultural e a partir das condições psico-físicasdos idosos, em que o prazer sexual encontra-se vinculado ao companheirismo,atenções especiais, carinhos e toques.

7.6 - Saúde

A saúde é, de uma forma geral, uma das questões que mais preocupamaqueles que estão envelhecendo. Dentre os vários motivos associados a essaspreocupações e relacionados ao processo natural de envelhecimento, desta-cam-se os seguintes:

- diminuição da capacidade física;- restrições à autonomia e à independência;- perda de familiares e amigos;- carência de recursos econômicos para o seu sustento.Esses fatos geram sentimentos de medo no idoso no que diz respeito às

doenças incapacitantes, à perda da capacidade mental, dependência da famí-lia, institucionalização e/ou abandono pela família e morte.

Muitos são os fatores atribuídos para a incidência de agravos à saúde doidoso, dentre eles o desconhecimento do próprio corpo e do processo de enve-lhecimento. O atendimento ao idoso se torna difícil uma vez que os profissio-nais que os tratam nem sempre têm um conhecimento integral de sua históriade vida, da situação na sociedade e de possíveis reações orgânicas e psíquicas,na medida em que se tem dificuldade de distinguir o que é doença do queaquilo que faz parte do próprio processo de envelhecimento. Exige-se, então,uma intervenção de saúde imbuída de maior precaução devido a manifesta-ções orgânicas atípicas, vagas ou até ausentes.

Estas informações auxiliariam os profissionais a distinguir o processonormal do envelhecimento dos processos patológicos, permitindo uma inter-venção na área de saúde tanto no aspecto preventivo quanto terapêutico. Destamaneira, faz-se necessário conhecer o perfil do idoso para traçar políticas desaúde que venham ao encontro das reais necessidades desse segmento popula-cional com fins de planejar, efetivar e gerenciar a oferta de serviços de saúdepara o idoso.

Diante da situação acima exposta, no bloco que diz respeito aos quesitosde saúde do idoso urbano do Rio Grande do Sul, foram selecionados algunsaspectos para a análise. Estes foram agrupados, procurando categorizá-los noque se refere a situações que envolvem: percepção pessoal da saúde, ativida-des físicas e condições de autonomia e acesso aos serviços da saúde.

54 - RELATÓRIO DE PESQUISA

7.6.1. Percepção pessoal da saúde

A maneira como o idoso avalia aspectos referentes a sua saúde são apre-sentadas nas tabelas de 23 a 29. Destacar a percepção do idoso é importantepara subsidiar tanto a atuação dos profissionais da área e de familiares quantoa elaboração de políticas públicas

TABELA 23Distribuição dos idosos pesquisados segundo a avaliação pessoal

de sua saúde - 1995

FREQÜÊNCIA PERCEPÇÃO DE SAÚDE PESSOAL Absoluta Percentual

MARGEM DE ERRO

Ótima Boa Regular Má Péssima Não sabe/Não respondeu

714 2.094 3.880

510 584 39

9,13 26,77 49,61 6,52 7,47 0,50

0,65 1,00 1,13 0,56 0,59

-

TOTAL 7.821 100,00 -

Fonte: Relatório preliminar da pesquisa “ Os Idosos do Rio Grande do Sul: EstudoMultidimensional de suas condições de vida”, p.48.

Do total da população pesquisada, 49,61% considera sua saúde regular,isso expressando que, aproximadamente, metade desses idosos têm consciênciados seus problemas de saúde. Dos demais, perfaz 35,90% o total daqueles queconsideram sua saúde como ótima e boa; isto é, uma avaliação de modo positivoe em 13,99% corresponde à soma dos que a consideram como má ou péssima.É interessante destacar que estas avaliações têm conotação de autopercepção enão de saúde objetiva avalizada por um profissional. Deve-se lembrar queHerrera42, ao abordar a saúde valorada pelo próprio idoso, cita a pesquisa feitapor Cockerman e outros onde demonstram" que os indivíduos maiores de 60anos tendem a perceber a sua saúde mais positiva que os adultos". Goldstein43

relata que os idosos mesmo estando fisicamente doentes ou moderadamenteincapacitados, avaliam positivamente as circunstâncias de vida. O grandenúmero que registrou como regular a sua saúde causou, portanto, estranheza

42 HERRERA, 1996, p. 157.43 GOLDSTEIN, L. de L. Estress, enfrentamento e satisfação de vida entre idosos: um estudo

do envelhecimento bem sucedido. Campinas: UNICAMP, 1995. Tese (Doutorado emPsicologia Educacional) - Universidade de Campinas, 1995.

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 55

quando não "assume" que muitas destas doenças são "normais" em função deseu envelhecimento. Caso sejam somados os atributos negativos (má epéssima), avaliados por 1094 idosos, há uma clara indicação de necessidadede uma intervenção na área de políticas de saúde.

TABELA 24Distribuição dos idosos por sexo segundo a

sua percepção de doenças - 1995

SIM NÃO Não sabe /

Não respondeu DOENÇA SEXO

f

%

f

%

f

%

Reumatismo Bronquite Hipertensão Coração Varizes Diabete Isquemia Doença de pele Coluna Gastrite Infecção urinária Pneumonia Rins Osteoporose Câncer

M F M F M F M F M F M F M F M F M F M F M F M F M F M F M F

800 2.579

779 1.434

958 2.583

599 1.630

229 1.143

243 615 90

194 247 551 925

2.499 396

1.059 381 980 163 351 329 693 209 985 33 77

30,64 49,50 29,83 27,53 36,69 49,58 22,94 31,28 8,77

21,94 9,31

11,80 3,45 3,72 9,46

10,57 35,43 47,97 15,17 20,33 14,59 18,81 6,24 6,74

12,60 13,30 8,00

18,91 1,26 1,48

1.772 2.561 1.818 3.754 1.614 2.576 1.975 3.488 2.362 4.033 2.322 4.479 2.507 4.981 2.343 4.631 1.658 2.647 2.182 4.091 2.204 4.193 2.435 4.834 2.235 4.413 2.317 3.992 2.553 5.089

67,87 49,16 69,63 72,05 61,82 49,44 75,64 66,95 90,46 77,41 88,93 85,97 96,02 95,61 89,74 88,89 63,50 50,80 83,57 78,52 84,41 80,48 93,26 92,78 85,60 84,70 88,74 76,62 97,78 97,68

39 70 14 22 39 51 37 92 20 34 46

116 14 35 21 28 28 64 33 60 26 37 13 25 47

104 85

233 25 44

1,49 1,34 0,54 0,42 1,49 0,98 1,42 1,77 0,77 0,65 1,76 2,23 0,53 0,67 0,80 0,54 1,07 1,23 1,26 1,15 1,00 0,71 0,50 0,48 1,80 2,00 3,26 4,47 0,96 0,84

Fonte: Relatório preliminar da pesquisa “ Os Idosos do Rio Grande do Sul: EstudoMultidimensional de suas condições de vida”, p.52. Percentuais calculados sobre nm= 2611 e nf = 5210. Margem de erro máxima: sexo masculino: 1,95, feminino: 1,38.

56 - RELATÓRIO DE PESQUISA

Torna-se difícil a interpretação de dados isolados quando, conforme afirmaBarreto44, há associação entre vários tipos de doenças, que ocorrem comfreqüência em indivíduos com idade superior a sessenta anos. Assim, a análiseda tabela sob a percepção de doenças pelo idoso, salienta a hipertensão arterial(86,24%), reumatismo (80,21%), problemas de coluna (73,37%), bronquite(57,33%) e doenças do coração (54,20%) como as de maior prevalência. Agrande incidência das doenças acima relatadas, pode estar relacionada com aépoca do ano em que foi desenvolvido o trabalho de campo (setembro de 1995)e ao fato de se solicitar um recordatório dos últimos seis meses, que engloba operíodo invernal de umidade e frio. Os agravos citados acima e os demaisindicados na tabela, manifestam-se de acordo com o perfil epidemiológico dapopulação gaúcha, conforme dados fornecidos pela Secretaria de Saúde e MeioAmbiente RS45.

Franco e outros46 relatam a estimativa americana de prevalência dahipertensão arterial entre os idosos, afirmando que esta "é o maior fator derisco para a doença cardiovascular e mortalidade para o idoso" e que "o riscode insuficiência cardíaca congestiva (ICC) está particularmente associada àhipertensão". No Rio Grande do Sul, o número de hipertensos identificadospela Secretaria de Saúde e Meio Ambiente47 confirma também a prevalênciada hipertensão arterial.

Para os autores acima citado48, a "etiologia da hipertensão arterial no idosoé ainda pouco conhecida" e reconhecem que há dificuldade na definição,questionando se os fatores observados estão relacionados com a hipertensãoou se fazem parte do próprio processo de envelhecimento. Citam quatro fatoresque contribuem para a etiologia da hipertensão no idoso: a obesidade, asalterações vasculares, os fatores neuro-humorais e as alterações renais.

O reumatismo ou osteoartrose foi a doença apontada em segundo lugar ese caracteriza por deterioração progressiva e perda de cartilagem articular como passar dos anos, principalmente naquelas articulações responsáveis pelasustentação do peso. A mobilidade é afetada e sua freqüência aumenta, deforma constante e mais particularmente em mulheres, atingindo num percentualbastante alto a população de setenta anos. Com a progressão da doença a dor ea incapacidade tornam-se também maiores, não existindo, até agora, meioseguro de prevenir essa condição nem de bloquear seu avanço.

44 BARRETO, A. C. P. Hipertensão no Idoso. Revista Brasileira de Medicina, v. 46, n. 7, p.255-260, jul. 1989.

45 RIO GRANDE DO SUL. Secretaria da Saúde e Meio Ambiente. Núcleo de Informação eSaúde. Estatística de Saúde: Mortalidade 1995. Porto Alegre: CORAG, 1996.

46 FRANCO, R. J. da S. et al. Hipertensão arterial no idoso. Revista Brasileira de Medicina, v.45, n. 5, p. 160-171, maio 1995.

47 RIO GRANDE DO SUL. Secretaria da Saúde e Meio Ambiente, op. cit.48 FRABC, R. J. da S. et al., op cit, p. 164.

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 57

A osteoporose é definida como diminuição da massa e desarranjo damicroestrutura óssea, que levam a um aumento do risco de fraturas49". Há doistipos principais: a) Osteoporose pós-menopáusica que se manifesta clinicamentedez anos após a menopausa, com um pico de incidência aos sessenta e iníciodos setenta anos. São algumas das suas manifestações: a fratura de corposvertebrais, fratura da porção distal do antebraço, dor lombar aguda ou crônica,cifose e perda de altura; b) Osteoporose senil que se manifesta em ambos ossexos, após os setenta anos. Neste caso os riscos de fraturas de corpos vertebrais,que acarretam dor lombar e cifose, e fratura de quadril, o que causa altamorbidade, perda de independência e mortalidade.

Pela importância da realização de exames preventivos do câncer cervico-uterino, investigou-se a busca de ginecologistas pelas mulheres após amenopausa. Das idosas pesquisadas, 54,86% afirmaram que procuraram oginecologista após a menopausa e as demais, 43,42%, não consultaram50, oque representa, em termos totais, aproximadamente 235.837 pessoas. Salienta-se que na pesquisa não foram investigadas a regularidade ou periodicidade daprocura ou não ao ginecologista.

Dos homens pesquisados apenas 10,85% consultaram o médico, nosúltimos seis meses, para tratamento ou orientação sobre a próstata51. Ahiperplasia prostática benigna é uma afecção extremamente comum em homenscom mais de cinqüenta anos. Para Sadi52 os "estudos de autópsias demonstramque a incidência do câncer de próstata é semelhante em todo o mundo e duplicaa cada década de vida - vai de l0% aos 50 anos para quase 70% aos 80 anos".Claro e Riccetto53 afirmam que "o câncer da próstata é atualmente a neoplasiamais freqüente no sexo masculino, correspondendo a 21% dos casos de câncerdiagnosticados, ultrapassando em freqüência os de pulmão e colo".

Ressalta-se que 85,53% não procuraram nenhum tipo de orientação, oque representa cerca de 232.740 homens, considerando-se que a populaçãoidosa masculina do estado é de 33,38%. É uma situação preocupante porquetem sido apontado na literatura um aumento da mortalidade por câncer depróstata e, de modo especial, em homens submetidos a condições de vida doscentros urbanos. Entre essas condições, estão os fatores ambientais como a"fumaça de automóvel, poluição do ar, codmium, fertilizantes, agentes químicos

49 MACEDO, J. M. e ARAUJO, L. M. B. Osteoporose: um problema de saúde pública. RevistaBrasileira de Medicina. Goiás, v. 8, n. 3, julho 1997, p. 113-116.

50 RIO GRANDE DO SUL, Conselho Estadual do Idoso, op. cit., p. 52.51 RIO GRANDE DO SUL, Conselho Estadual do Idoso, op. cit., p. 53.52 SADI, M. V., Câncer da Próstata. Revista Brasileira de Medicina, v. 52, n. 4, p. 246-252,

abril 1995.53 CLARO, J. de A. e RICETTO, C. L. I., Câncer de Próstata. São Paulo, Revista Brasileira de

Medicina, v.52, p. 105-111, dez. 1995 (Ed. Especial.)

58 - RELATÓRIO DE PESQUISA

em borrachas e tintas" considerados por Claro e Riccetto como "promotoresde câncer de próstata"54.

Pode-se constatar através dos dados levantados uma tendência de asmulheres procurarem o médico com maior freqüência do que os homens, emboraaquém do esperado. Constata-se um problema relevante de saúde pública,considerando-se que a prevenção do câncer é menos onerosa - para os indivíduose/ou para o Estado - do que o seu tratamento. Vale salientar, além disso, toda ainterferência desse agravo na qualidade de vida.

Diversas possibilidades explicativas podem ser apontadas a partir daprocura de atendimento, diferenciada entre homens e mulheres:

- maior oferta de ginecologistas na rede de atendimento;- maior divulgação publicitária sobre as questões da mulher, na medida

em que as campanhas e os programas institucionais a priorizam como: Saúdeda Mulher, Câncer de Mama e de Colo Uterino, Climatério, Dia G, entre outros;

- manifestações orgânicas do envelhecimento na mulher são maisconhecidas pela população;

- os agravos na mulher são prevalentemente acompanhados demanifestações externas (como: sangramento, corrimentos e outros sintomas),que geram temor imediato enquanto no homem passam despercebidos;

- culturalmente tem sido atribuído à mulher o papel do cuidado à família,o que lhe incute um maior cuidado sobre si mesma e da família em relação aesta mulher;

- o homem, por falta de conhecimento e esclarecimento ou por tabu, sóprocura ajuda médica quando nota manifestações orgânicas mais agudas oudesconforto mais sério, o que dificulta a ação preventiva.

54 CLARO, J. de A. e RICETTO, C. L. I., op. cit., p. 105-111.

TABELA 25Distribuição dos idosos pesquisados segundo a avaliação pessoal de

sua atual visão - 1995

FREQÜÊNCIA CONDIÇÕES DE VISÃO Absoluta Percentual

MARGEM DE ERRO

Cega Péssima Ruim Regular Boa Excelente Não sabe

32 568

1.311 3.525 2.153

192 40

0,41 7,26

16,76 45,08 27,53 2,45 0,51

0,14 0,59 0,84 1,12 1,01 0,35

-

TOTAL 7.821 100,00 - Fonte: Relatório preliminar da pesquisa “ Os Idosos do Rio Grande do Sul: Estudo

Multidimensional de suas condições de vida”, p. 53.

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 59

Na avaliação da própria visão, 45,08% afirmam que a mesma é regular,sendo que 29,98% a avaliam de modo positivo (boa e excelente), enquanto24,02%, negativamente (como péssima e ruim). Do total de entrevistados 32pessoas (0,41%) apresentam problemas de cegueira, sendo sua causadesconhecida. A avaliação da percepção da visão é subjetiva em virtude de seruma manifestação de entendimento pessoal. Percebeu-se que pessoas, mesmoutilizando óculos (71,33%), manifestaram uma percepção positiva da sua visãopor estarem perfeitamente adaptados à situação.

As causas da deficiência de visão são atribuídas ao avanço da idade29,08%; dificuldade de aquisição ou falta de óculos ou até de recursos para otratamento, atingindo 18,57%. Apesar da divulgação nos veículos decomunicação sobre postos de atendimento gratuito, este serviço em muitoscasos se restringe a portadores de catarata e deficientes visuais graves commais de cinqüenta anos.

Dos problemas de visão detectados nesta pesquisa, a catarata se destacoucom um índice de 9,35%, o que corresponderia a 76.314 idosos no Estado doRio Grande do Sul. Daí a razão para a preocupação com o serviço deatendimento aos portadores dessa doença. Estes dados vem corroborar, portanto,com a importância da Campanha Nacional da Associação de Oftalmologia, embenefício do diagnóstico da catarata em idosos. Com valores bem menoresseguem: a hipertensão ocular com 3,55%, a retinopatia-diabética com 2,58% eo glaucoma com 1,15%.

TABELA 26Distribuição dos idosos pesquisados segundo a avaliação

pessoal de sua audição atual - 1995

FREQÜÊNCIA CONDIÇÃO DE AUDIÇÃO Absoluta Percentual

MARGEM DE ERRO

Surdo total Ouve com muita dificuldade Ouve com dificuldade Ouve com alguma dificuldade (mínima) Sem problemas Não sabe

19 395 775

1.458 5.134

40

0,24 5,05 9,91

18,64 65,65

0,51

0,11 0,49 0,68

0,88 1,07

-

TOTAL 7.821 100,00 - Fonte: Relatório preliminar da pesquisa “ Os Idosos do Rio Grande do Sul: EstudoMultidimensional de suas condições de vida”, p. 54.

60 - RELATÓRIO DE PESQUISA

Declararam não manifestar problemas de surdez 65,65% dos idosos e18,64% afirmam ouvir com alguma dificuldade. Deve-se ter presente nestainterpretação que a percepção pessoal é subjetiva e relativa aos valores emomentos vivenciados pelo próprio idoso. Enquanto para 14,96% a audição éatribuída a ouvir com ou muita dificuldade. Estes últimos apontam como causasdo problema: idade (l6,78%); doenças de ouvido (5,05%); falta de recursoseconômicos para tratamento (3,54%) e a falta de aparelho (0,49%).

Conforme a pesquisa de campo, verificou-se que a idade avançada é oatributo significativo assinalado por 16,78% para a diminuição observada naaudição. Esta justificativa "relacionada à idade" atribui-se ao forte elementocultural que existe entre envelhecimento e diminuição das capacidades físicas.Registra-se que somente 0,24% apresentaram surdez e 2,82% utilizam aparelhoauditivo.

TABELA 27Distribuição dos idosos pesquisados segundo o controle esfincteriano - 1995

FREQÜÊNCIA CONTROLE ESFINCTERIANO Absoluta Percentual

MARGEM DE ERRO

Controla normalmente Controla com dificuldade Não controla Não sabe

6.633 895 245 48

84,82 11,44 3,13 0,61

0,81 0,72 0,39

-

TOTAL 7.821 100,00 -

Fonte: Relatório preliminar da pesquisa “ Os Idosos do Rio Grande do Sul: EstudoMultidimensional de suas condições de vida”, p.58.

Perguntados, 84,82% responderam que têm controle esfincteriano. Nãomantém controle 3,13% e, 11,14% afirmam ter dificuldades para controlarurina e/ou fezes.

Sabe-se que a incontinência urinária definida como a perda involuntáriade urina pode se dividir em três grupos distintos como: de esforço; de urgênciae mista., sendo os dois últimos os que aumentam na prevalência dos casos como aumento da idade.

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 61

TABELA 28Distribuição dos idosos pesquisados segundo a ocorrência de

fraturas após os 50 anos - 1995

FREQÜÊNCIA OCORRÊNCIA DE FRATURA Absoluta Percentual

MARGEM DE ERRO

Sim Não Não sabe

1.321 6.449

51

16,89 82,46 0,65

0,81 0,89

- TOTAL 7.821 100,00 -

Fonte: Relatório preliminar da pesquisa “ Os Idosos do Rio Grande do Sul: EstudoMultidimensional de suas condições de vida”, p.57.

Identifica-se acima que 16,89% dos entrevistados sofreram fratura apósos 50 anos não ocasionada por acidentes de trânsito55. Este percentualcorresponde a mais de 137.500 idosos, o que é um número bastante elevado,em termos de população idosa do Rio Grande do Sul. Conforme dadosestatísticos de l994, l2% da população brasileira maior de 60 anos apresentoufratura por osteoporose, segundo afirma Meirelles56. Mas essa realidade,aplicada ao Estado, não está muito distanciada da média nacional e, uma vezque no Rio Grande do Sul a expectativa de vida é uma das maiores do País.Considerando-se, também, que nesta pesquisa não foram consideradas apenasas fraturas por osteoporose, mas todas as não ocasionadas por acidentes detrânsito, o percentual de idosos sujeitos a esse agravo se eleva. O próprioMeirelles ressalta que devido ao aumento da longevidade da populaçãobrasileira esse percentual tende a aumentar.

As fraturas de quadril e punho são causadas por queda, sendo temerárioatribuir sua origem apenas à osteoporose. Deve-se dar atenção aos fatores derisco para ocorrência de quedas como deficiências visuais e de equilíbrio,hipotensão postural ou ao uso de sedativos, anti-hipertensivos e álcool.

55 RIO GRANDE DO SUL, Conselho Estadual do Idoso, op. cit., p. 57.56 MEIRELLES, E. de S.. Osteoporose. São Paulo. Revista Brasileira de Medicina, v. 52, p.

169-182, dez. 1995 (Ed. Especial)

62 - RELATÓRIO DE PESQUISA

TABELA 29Prevalência de alcoolismo, tabagismo e problemas psicogeriátricos

na população idosa pesquisada, segundo o sexo - 1995

PROBLEMAS MASCULINO FEMININO TOTAL Presença Absoluto Percentual Absoluto Percentual Absoluto Percentual

Alcoolismo Sim Não

TOTAL

659 1952 2611

25,24 74,76

100,00

159 5053 5210

3,01 96,99

100,00

816 7005 7821

10,43 89,57

100,00 Tabagismo Sim

Não TOTAL

762 18,49 2611

29,18 70,82

100,00

699 4511 5210

13,42 86,58

100,00

1461 6360 7821

18,68 81,32

100,00

Problemas Psicogeriátricos

Sim Não

TOTAL

662 1949 2611

25,35 74,65

100,00

1984 3226 5210

38,08 61,92

100,00

2646 51,75 7821

33,83 66,17

100,00 Fonte: Relatório preliminar da pesquisa “ Os Idosos do Rio Grande do Sul: Estudo

Multidimensional de suas condições de vida”, p. 60.Percentuais calculados sobre nm=2611 e nf=5210.

Mansur57 aponta o tabagismo como um dos principais fatores de riscopara as doenças cardiovasculares, incluindo a doença arterial coronária, oacidente vascular cerebral, morte súbita, doença arterial periférica e aneurismade aorta". O tabagismo pode ser considerado estímulo externo quandoconsiderado aprendizagem social e tem características comportamentais. Operigo do cigarro ou tabaco pode afetar tanto fumantes ativos como os passivos.O câncer no pulmão, devido à fumaça do cigarro, pode causar a morte tanto depessoas que fumam como daquelas que apenas convivem com fumantes.

A pesquisa referente ao uso do tabagismo revelou 29,l8% de casosmasculinos e l3,42% de femininos.

Mediante o que foi exposto, evidencia-se o perigo que representa otabagismo na população idosa, quer como fumante ou apenas pela convivênciacom pessoas que fumam.

Confort58 associa o alcoolismo também "aos efeitos sociais doenvelhecimento, que tornam a última etapa vital do ser humano uma cruz tãopesada que os idosos bebem para fugir da realidade".

A ingestão de álcool representa um fator de risco no desenvolvimento devárias doenças, considerando as particularidades do organismo do idoso. Sãoapontados, na bibliografia médica, alguns efeitos do álcool como o prejuízo damemória, pré-disposição a quedas e a interação com medicamentos.

57 MANSUR, A. de P. Influência dos fatores de risco no homem e na mulher. Revista Brasileirade Medicina, v. 52, n. 4, p. 316-318, abril 1995.

58 CONFORT, A. A boa idade. São Paulo: Difel, 1979, p. 39.

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 63

O índice de tabagismo e alcoolismo encontrado entre homens idosospesquisados é significativamente mais elevado do que entre as mulheres. Noentanto, entre as mulheres idosas se encontra um maior percentual de problemaspsicogeriátricos. As mudanças, perdas, reordenação de valores da vida geramo questionamento da auto-imagem e do seu valor pessoal face aos outros. "Éfato que a idade favorece a fragilização do ser que se torna menos resistente(polipatologia), com menos rendimento (policomprometimento) e menossociável (restrições das relações)" (Léger)59. Essas situações precipitam osofrimento psíquico. As etiologias são múltiplas. Às causas culturais se podematribuir as manifestações emotivas e de sensibilidade mais afloradas e permitidasao gênero feminino. Os homens são compelidos a externar sua imagem defortes, trabalhadores se auto-representando como mais resistentes àsmanifestações emotivas e aos distúrbios psicogeriátricos, recorrendo então aofumo e álcool, com maior freqüência do que as mulheres.

7.6.2 - Atividades Físicas e Condições de Autonomia

59 LÉGER, J. M., TESSIER, J. F., MOUTY, M. D. Psicopatologia do envelhecimento.Assistência às pessoas idosas. Petrópolis: Vozes, 1994, p. 133.

TABELA 30Distribuição dos idosos pesquisados segundo a necessidade de

auxílio para tarefas da vida diária - 1995

CUIDAR DA CASA

TOMAR REMÉDIOS

REALIZAR HIGIENE PESSOAL

ALIMEN- TAR-SE

MOVIMEN-TAR-SE

NECESSIDADE DE AUXÍLIO

f % f % f % f % f % Sim Não NS / NR

2.682 5.079

60

34,29 64,94 0,77

862 6.925

34

11,02 88,55 0,43

576 7.216

29

7,36 92,27 0,37

223 7.569

29

2,85 96,78 0,37

781 7.009

31

9,99 89,61 0,40

TOTAL 7.821 100,00 7.821 100,00 7.821 100,00 7.821 100,00 7.821 100,00

Fonte: Relatório preliminar da pesquisa “ Os Idosos do Rio Grande do Sul: EstudoMultidimensional de suas condições de vida”, p. 58-59.Margem de erro médio: cuidar de casa: 1,07, tomar remédios: 0,71, realizar higienepessoal: 0,59, alimentar-se: 0,38, movimentar-se: 0,68.

Nos aspectos referentes às atividades de vida diária questionadasobservou-se que em média 13,10% dos idosos possuem algum tipo dedependência. Com maior ênfase, 34,29%, manifestam a necessidade de auxíliorelativo ao cuidado da casa, seguido de 11,02% com dificuldades de tomarremédio, enquanto que o menor percentual, 2,85% da população investigada,apresenta dificuldade de se alimentar.

64 - RELATÓRIO DE PESQUISA

Confrontando-se a manifestação da necessidade de auxílio para semovimentar (9,99%) com os entrevistados que assinalaram, por ocasião daentrevista, alguma dificuldade de deambulação (8,67%), observamos acorrelação bastante próxima dos percentuais. Correspondência semelhante estáentre os 7,36% que necessitam de auxílio para realizar a sua higiene pessoalcom os 6,58% idosos, conforme Relatório Preliminar que assinala dificuldadesde deambulação, necessitando de supervisão e/ou auxílio.

TABELA 31Distribuição dos idosos pesquisados segundo a freqüência de

prática de atividade física - 1995

FREQÜÊNCIA ATIVIDADE FÍSICA REGULAR Absoluta Percentual

MARGEM DE ERRO

Sim, uma vez por semana Sim, duas vezes por semana Sim, três vezes por semana Sim, mais de três vezes por semana Não praticou Não sabe

498 478 440

1.522 4.809

74

6,37 6,11 5,63

19,46 61,48 0,95

0,55 0,54 0,52 0,89 1,10

-

TOTAL 7.821 100,00 -

Fonte: Relatório preliminar da pesquisa “ Os Idosos do Rio Grande do Sul: EstudoMultidimensional de suas condições de vida”, p. 51.

Dos idosos entrevistados, 2.938 desenvolvem atividade física comfreqüência que varia de uma a três ou mais vezes por semana, o que correspondea 37,57%. Conforme os dados da pesquisa de campo, a atividade físicapredominante é a caminhada, com 91,73%, ficando as demais entre pedalar,nadar e fazer ginástica. Considera-se que 61,49% dos entrevistados não mantémnenhum tipo de atividade física regular, o que caracteriza o sedentarismo doidoso. Esses dados podem ser associados à presença de problemas dedeambulação declarada por 24,57% dos entrevistados60. Dentre esses problemasforam destacadas as seguintes dificuldades: não subir escadas e meio fio;caminhar sob supervisão; utilizar meios artificiais ou deslocar-se em cadeirasde rodas.

Questionados quanto ao número de refeições diárias realizadas, 52,87%dos idosos assinalaram efetuar três refeições e 33,68%, de quatro a cincorefeições. Ignora-se, no entanto, a quantidade e o valor nutricional dos alimentos

60 RIO GRANDE DO SUL. Conselho Estadual do Idoso, op. cit., p. 56.

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 65

utilizados. Salienta-se que 12,54% realizam de uma a duas refeições diárias, oque corresponderia a mais de 102.238 pessoas idosas no Estado. Ressalta-seque não foram aqui levantados os motivos, mas pode-se associar o fato adiversos fatores, como: problema econômico61, mastigatórios, depressão, déficitmotor e outros.

Os problemas econômicos justificam e reforçam os dados da pesquisa,uma vez que o idoso do Rio Grande do Sul possui uma renda consideradabaixa e que de alguma forma necessita e recebe auxílio da família para suprirsuas necessidades.

Complementa-se esta afirmativa com Canoas, quando a autora se refereaos benefícios e proventos dos idosos por ela pesquisados, particularizandoque aqueles são os que "sobrevivem com a renda mensal de meio a um saláriomínimo, considerados pelos idosos como aqueles que conseguem arrumar-se,comer, morar, mas com muitas dificuldades e necessidades insatisfeitas"62.

No que diz respeito ao fator relativo aos problemas mastigatórios, 20,29%dos entrevistados afirmam ter alguma dificuldade de mastigação, o que adquirerelevância frente à população total de idosos e adicionando-se, também, o dadoobtido conforme Relatório Preliminar63 de que 57,49% dos idosos se utilizamde prótese dentária. Os agravos que podem se manifestar através dasdificuldades mastigatórias, entre os quais a diminuição da quantidade deingestão de alimentos, sua absorção e eliminação, devem ser levados emconsideração e trabalhados em nível de políticas de saúde.

Na velhice, afirma Comfort, os maiores inimigos da boa alimentação sãoos períodos de depressão, doença e viuvez e também diz que "as pessoas idosassem problemas de saúde necessitam se alimentar da mesma forma que os demaisindivíduos, caso não sejam extraordinariamente ativas, em quantidades algomenores"64.

Deve-se acrescentar que as pessoas solitárias ou que se sentemabandonadas, depressivas ou mesmo com deficiências motoras têm que fazerum esforço muito grande para não abandonar os seus hábitos alimentares,permanecendo com a quantidade e valores nutricionais satisfatórios.

61 Ressalta-se que 12,19% dos entrevistados afurmam receber auxílio de alimentação e 24,85%de medicação.

62 CANOAS, C. S. A condição humana do velho. São Paulo: Cortez, 1983.63 RIO GRANDE DO SUL. Conselho Estadual do Idoso, op. cit., p. 57.64 CONFORT, op. cit., p. 39.

66 - RELATÓRIO DE PESQUISA

7.6.3. Acesso aos serviços da saúde

Para analisar o acesso que os idosos possuem aos serviços da saúde, foramquestionados os locais de atendimento e as condições para obtenção demedicamentos.

TABELA 32Distribuição dos idosos pesquisados segundo o local do

último atendimento de saúde - 1995

FREQÜÊNCIA LOCAL DO ATENDIMENTO

Absoluta Percentual MARGEM DE ERRO

Posto de saúde do bairro Outro posto de saúde Pronto Socorro Consultório médico particular Consultório médico INAMPS, IPE ou SUS Consultório médico outros convênios Ambulatório de hospital Ambulatório de Faculdade Ambulatório sindicato/empresa Ambulatório INAMPS ou Centro de Saúde, SUS Ambulatório policlínica ou medicina de grupo Em casa (atendimento domiciliar) Outros Não sabe/Não Respondeu Não se aplica

865 271 197

2.074 1.384

614 748 72

115 218 59

118 78

135 873

11,06 3,46 2,52

26,53 17,70 7,85 9,56 0,92 1,47 2,79 0,75 1,51 1,00 1,72

11,16

0,71 0,41 0,35 1,00 0,86 0,61 0,66 0,22 0,27 0,37 0,19 0,28 0,22

- -

TOTAL 7.821 100,00 -

Fonte: Relatório preliminar da pesquisa “ Os Idosos do Rio Grande do Sul: EstudoMultidimensional de suas condições de vida”, p. 49.

A tabela 32 retrata os locais do último atendimento em saúde dos idosos,utilizando diversas categorias para contemplar as diversidades regionaisexistentes no atendimento à saúde no Estado, sem nenhuma menção deidentificação às formas de pagamento ou não ao atendimento recebido. Destaforma, foi constatado que no último atendimento em saúde, 26,52% o foramem consultório médico particular, o que representa um número expressivo,visto que a renda média do idoso é de menos dois salários mínimos. Foramatendidos em casa 1,51%, fato este que revela uma prática não comum naprestação de serviços. Além destes, 17,70% dos entrevistados procuraram

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 67

atendimento através do SUS, do IPE e do INAMPS65; 7,85% em consultóriosmédicos de outros convênios; 14,53% em postos de saúde do bairro; 15,49%em ambulatórios de hospital, faculdades, sindicato/empresa, INAMPS ouCentro de Saúde e ambulatório, policlínica ou medicina de grupo. É importantedestacar que esses ambulatórios possuem uma infra-estrutura diferenciada, umavez que alguns deles estão ligados a hospitais, outros a universidades,permitindo que haja uma expectativa diferenciada de atendimento qualificadoem contraponto aos ambulatórios isolados. Além disso, vale lembrar a grandeheterogeneidade existente na rede de saúde do Estado. O Estado possui locaisde atendimento qualificados que normalmente se encontram em grandes centrosurbanos associados à presença de universidades. A situação do interior do Estadonão apresenta esse mesmo tipo de atendimento, o que sobrecarrega os centrosde excelência, dificultando atender às próprias demandas.

TABELA 33Distribuição dos idosos pesquisados segundo o encaminhamento dado para a

obtenção de medicamentos prescritos - 1995

FREQÜÊNCIA FORMA DE OBTENÇÃO

Absoluta Percentual MARGEM DE

ERRO Comprou Ganhou Não conseguiu a medicação Não se aplica Não sabe / Não respondeu

5.407 820 113

1.408 73

69,14 10,48 1,44

18,01 0,93

1,04 0,69 0,27

- -

TOTAL 7.821 100,00 -

Fonte: Relatório preliminar da pesquisa “ Os Idosos do Rio Grande do Sul: EstudoMultidimensional de suas condições de vida”, p. 50.

Dos 7821 idosos entrevistados, 6340 receberam prescrição demedicamento ou orientação em relação a problemas de saúde, o que correspondea 81,O6% dos entrevistados. Destes, 69,14% afirmaram ter adquirido medicaçãoprescrita e 10,48% apontaram ter ganho a medicação, fato este ocorrido devidoà distribuição de medicamentos pelos órgãos públicos, recebimento de amostragrátis ou auxílio familiar. Não conseguiram, 1,44%, a medicação prescrita, oque pode estar associado às condições econômicas em que vive a população e

65 Atualmente esses serviços são prestados pelo SUS, deixando de existir sob a denominaçãode INAMPS, conforme VIII e IX Conferências Nacionais de Saúde. Resolução nº 1, 1985.CN do Congresso Nacional. Diário Oficial, 30 de maio 1985. Ministério da Saúde IXConferência Nacional de Saúde. Cadernos da NoNa - Descentralizando e Democratizandoo Conhecimento. v. 1 Brasília Cultura 1992.

68 - RELATÓRIO DE PESQUISA

relacionadas com o alto custo dos fármacos. Ressalta-se que, transpondo esteaparente e pequeno índice ou seja de 1,44%, para a população geral de idososdo RS, ele corresponde a cerca de 14.528 indivíduos, o que representa umnúmero bastante expressivo.

Ainda relacionado ao Relatório Preliminar66, quanto à ocorrência deinternação hospitalar no último ano, identificou-se 79,05% sem história deinternação e 20,30% de idosos com história de internação, correspondente a1587 pessoas pesquisadas. Destes, registra-se 69,14% com um episódio,17,39% com dois, 7,61% com três e 6,86% com mais episódios de internação.Não foram detectadas as razões que desencadearam os retornos hospitalaresnem o tempo de cada internação. Considerando a população total de idosos doRS, os 20,30% corresponderiam a 165.689 internações hospitalares. Alerta-separa o significado expressivo desse número em relação à oferta de leitos emhospitais gaúchos, sem ser computada aqui a média de dias de internação.

Barreto67, quando aborda a questão do tratamento afirma que "pelas suaspeculiaridades o idoso é um paciente especial" e sabendo-se que o velho, porsuas condições gerais, ao se hospitalizar leva mais dias de internação do que orestante da população, teriam as instituições de saúde, capacidade paraabrigarem estes pacientes? O mesmo autor afirma "que é freqüente a associaçãode outras doenças nos pacientes acima de 60 anos, o que dificulta a terapêutica".Considerando que a maioria dos agravos em idosos são de natureza crônica, ecaso o tempo de internação seja aumentado, os hospitais teriam suporte paratal? Observando-se a tendência para uma longevidade maior, considera-se queas instituições de saúde não estão equipadas para um aumento de demanda.

66 RIO GRANDE DO SUL. Conselho Estadual do Idoso, op. cit., p. 50.67 BARRETO, A. C. P. Hipertensão no idoso. Revista Brasileira de Medicina, v. 46, n. 7, p.

255-260, jul. 1989.

8 - Considerações Finais

Esta pesquisa estudou, especificamente, as pessoas de mais de 60 anos e,portanto, nascidas de 1905 a 1935, residentes em zonas urbanas do Estado do RioGrande Sul que, na época da pesquisa, não se encontravam residindo em institui-ções geriátricas, correcionais, hospitalares ou outras assemelhadas. Este grupo etá-rio é oriundo, em sua grande maioria, do meio rural, desvelando o processo damigração para os centros urbanos. Esse fenômeno evidenciou-se no Estado, comuma maior incidência nas décadas de 60 e 70 devido, entre outros fatores, à indus-trialização urbana, à mecanização rural e à busca de bens e serviços localizados nomeio urbano.

Constatou-se a predominância de pessoas de cor branca, do sexo feminino,na faixa etária dos 60 aos 69 anos de idade, casadas ou viúvas. A escolaridade ébaixa, sendo 19,77% analfabetos, dado que reflete as precárias condições cultu-rais, educacionais e sociais das primeiras décadas deste século, quando esses ido-sos se encontravam em idade escolar, situação que afetava principalmente ao seg-mento feminino da população.

Dos entrevistados, 49,08% apresentam uma renda em torno de dois saláriosmínimos, e 10,41% não possuem nenhuma renda. A concentração da despesa pes-soal está na alimentação e na aquisição de medicamentos. Os gastos com a habita-ção não são relevantes, pois os idosos são donos do imóvel em que residem, cons-truído em alvenaria, com mais de quatro cômodos, ocupados por duas a três pesso-as, o que se caracteriza como baixa densidade habitacional. É importante que sejaregistrado, entretanto, que 13,79% dos idosos residem em imóvel cedido ou inva-dido e 7,49% em imóvel alugado.

Ressalta-se, como positivo, que os idosos, em sua maioria, residem comalgum membro da família e possuem privacidade para dormir. Em sua quasetotalidade, as residências são abastecidas de água encanada, possuem instalaçõessanitárias e luz elétrica, tendo seu lixo coletado pelo serviço público. As condiçõesde infra-estrutura usufruídas pelos idosos são, portanto, boas e similares às dosdemais segmentos populacionais, demonstrando o grau de urbanização e sanea-mento público das diversas regiões do Estado.

70 - RELATÓRIO DE PESQUISA

Observa-se que quase todos os idosos tiveram oportunidade de convivênciafamiliar, considerando-se que um grande número é ou foi casado, tendo constituí-do família composta por 6 ou mais filhos. Esses idosos ainda convivem com afamília, e a consideram como um dos valores mais importantes na vida e qualifi-cam como satisfatórias as relações familiares, demonstrando como valorizam afamília que, na realidade, é o principal suporte do idoso, sendo considerado oelemento mais significativo da rede social à disposição da terceira idade.

A viuvez (43,14%) encontra-se presente entre os idosos, principalmente en-tre as mulheres. É significativo, da mesma forma, o índice dos idosos que vivemsós (15,70%), merecendo esse fato ser considerado, no planejamento e implemen-tação de políticas públicas de assistência aos idosos (como por exemplo assistên-cia à saúde).

A maior parte dos idosos não recebe nenhum tipo de auxílio, mas quem orecebe informa que esse é proveniente dos filhos. Quase a totalidade desses recur-sos são em forma de alimentação, dinheiro e medicação.

Salienta-se que parte significativa dos idosos sempre esteve fora da Popula-ção Economicamente Ativa (PEA) o que pode ser atribuído a sua origem rural, àfalta do trabalho especializado e ao grande contingente de mulheres dedicadas àsatividades domésticas e não vinculadas à Previdência Social. Em decorrência, des-taca-se que 1/3 dos idosos pesquisados não se aposentaram.

Nos aspectos sócio-culturais, ressalta-se que um significativo percentual deidosos participam de associações religiosas, sendo reduzida a participação emassociações comunitárias e assistenciais. Na terceira idade a questão do tempolivre pode assumir dimensão privilegiada diante da possibilidade de maior dispo-nibilidade de tempo. Atualmente a busca de melhor qualidade de vida na socieda-de pode ser traduzida na melhoria do lazer dos idosos. A alta presença dos meios decomunicação de massa (principalmente a televisão) merece reflexões quanto aoconteúdo da programação e a influência sobre a vida dos idosos. A ocupação dotempo livre, visando ao exercício da cidadania dos idosos implica a definição desuas necessidades e expectativas. Assim, é importante o oferecimento de opçõesde lazer, seja por organizações governamentais ou não governamentais. Tem sidocrescente a formação de grupos de idosos nos espaços públicos, desenvolvendoatividades recreativas, culturais, religiosas e de saúde, entre outras. As associaçõesrecreativas ao mesmo tempo em que se apresentam como alternativa lúdica, funci-onam como redes de solidariedade, ocorrendo troca de informações entre os ido-sos, relativa, por exemplo, aos cuidados com a saúde e aos problemas cotidianos.

Quanto à religião, a Católica aparece como predominante, sendo tambémsignificativo o número de evangélicos e espíritas kardecistas. A religiosidade assu-me certa relevância na terceira idade, podendo estar relacionada a temas como aespiritualidade e as considerações sobre a finitude do ser.

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 71

Em relação ao sexo entre os idosos, 33,65% valorizam-no, aparecendo comonatural para uma parcela dos idosos. Porém, também é significativo o índice dosque não sabem ou não quiseram falar sobre a sua sexualidade. A afetividade édemonstrada preferencialmente através de carinhos, conversas e companheirismoentre os familiares, filhos e cônjuge.

A saúde é um fator preocupante para o idoso. Questionados sobre como per-cebiam a sua própria saúde, a resposta predominante foi que a consideravam regu-lar. Dos que tiveram atendimento médico, durante os seis meses anteriores à coletade dados, 26,53% procuraram consultórios particulares, enquanto 17,70% utiliza-ram entidades conveniadas. Os medicamentos prescritos foram, em geral, adquiri-dos pelos próprios idosos.

Essa situação é preocupante, considerando-se o baixo poder aquisitivo dosidosos entrevistados e a necessidade de medicamentos de uso contínuo nessa faixaetária, reforçada pela conhecida precariedade do sistema público de saúde. Essequadro é agravado com a constatação do percentual de 20,29% de idosos cominternações hospitalares no ano anterior à coleta de dados. Devem ser considera-dos os altos custos do tratamento quando determinadas doenças já estão instaladas.A prevenção deveria ser mais valorizada, divulgada e aplicada socialmente. Inves-tir na profilaxia é mais econômico do que tratar de casos de doenças que levam àmorbidade e à mortalidade de idosos.

Torna-se necessário reduzir os fatores de risco individuais e de agravos àsaúde, relacionados ao uso de álcool e fumo detectados com índices significativosde ocorrência. Esses riscos se potencializam quando, ao uso dessas drogas, seassociam os possíveis efeitos colaterais de ingestão de medicamentos de uso con-tínuo.

Esses e outros fatores, ligados à história de vida de cada um, procedimentos,hábitos e costumes do cotidiano, condições de trabalho, alimentação, atividadesfísicas ou sedentárias, contribuem para o aparecimento de doenças na terceira ida-de. O alto índice de agravos à saúde apresentado pelos idosos entrevistados, 91,75%em mulheres e 83, 82% em homens68 reforçam essa assertiva, quando as doençasassinaladas com maior freqüência na amostra foram hipertensão arterial (tanto emhomens quanto em mulheres), doenças de coluna, reumatismo, problemas cardía-cos, bronquite, varizes e gastrite entre outras.

Além desses problemas de saúde, as perdas de acuidade visual e auditivaforam atribuídas à idade avançada. Apesar do uso de próteses, a maioria dos idososafirma não ter dificuldades de mastigação. Igualmente a deambulação não foi apon-tada como dificuldade. Houve, entretanto, a indicação significativa de ocorrênciade fraturas entre os idosos (16,89%), embora sem o registro da causa. As fraturas,além de produzir dor e possíveis deformidades significativas, podem incapacitar o

68 RIO GRANDE DO SUL. Conselho Estadual do Idoso, op. cit., p. 52

72 - RELATÓRIO DE PESQUISA

idoso; as de quadris, especificamente, podem resultar, a longo prazo, em depen-dência funcional, ocasionando altos custos com próteses e cuidados especiais. Afratura quando associada à osteoporose constitui-se, hoje, num problema crescentede saúde pública e preocupante pela sua relevância, porque afeta, principalmente,as mulheres após a menopausa.

A situação de saúde dos idosos deve ser repensada, levando-se em considera-ção uma série de fatores: 1) A qualificação, motivação e capacidade de empatia doprofissional que se dedica ao atendimento ao idoso. 2) A importância da avaliaçãodas condições do idoso, que leve em conta sua história de vida. 3) A valorizaçãodas ações preventivas, que devem ser priorizadas, considerando-se os danos pes-soais à saúde dos idosos e os elevados custos sociais e econômicos associados àsnecessidades de ações curativas, de modo especial à hospitalização.

Concluindo este relatório, é mister que se acentuem algumas característicasdesta pesquisa, que a tornam singular, no cenário gaúcho e nacional. Em primeirolugar, cumpre destacar-se seu caráter multi-institucional, que lhe foi conferido pelointercâmbio entre o Governo do Estado, através da Secretaria do Trabalho, Cida-dania e Assistência Social, via Conselho Estadual do Idoso e as 14 UniversidadesGaúchas. Além disso, durante o trabalho de campo foram estabelecidas inúmerasparcerias entre órgãos públicos e privados, envolvidos nas políticas de atenção epromoção da terceira idade.

Cumpre, também, colocar-se em destaque seu caráter temático. É temático,porque se aprofundou no estudo do envelhecimento, tratando-o de forma abran-gente, multidimensional, isto é, em seus vários ângulos, perspectivas e aspectosconstitutivos. Essa abordagem tornou-se possível devido à outra de suas caracte-rísticas, a interdisciplinaridade. Foram vários olhares voltados para um assunto deinteresse comum e para o desenvolvimento de atividades, congregando diversosprofissionais, vinculados a distintas áreas do conhecimento, como a Antropologia,a Demografia, a Educação, a Educação Física, a Enfermagem, a Estatística, a Filo-sofia, a Geriatria, a Gerontologia Social, a Nutrição, a Psicologia, a Psiquiatria, oServiço Social e a Sociologia. A importância e a riqueza desta pesquisa associa-secertamente à configuração do grupo que se dispôs a desenvolvê-la, com a coorde-nação do Conselho Estadual do Idoso. A integração do grupo, proporcionada peloconvívio sistemático e pelas exigências do desenvolvimento do trabalho, extrapo-laram a própria pesquisa. Gerou troca de informações, abertura de novas áreas deinteresse relativas à temática, participação de profissionais em atividades interins-titucionais e, conseqüentemente, um aprimoramento dos profissionais voltadospara as questões da terceira idade.

No trabalho de campo foram envolvidos, além de dois professores de cadaUniversidade, mais de quinhentos entrevistadores, principalmente estudantes uni-versitários, pela exigência metodológica de coletar-se, num período de 30 dias,

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 73

dados de 7821 idosos, oriundos de 79 municípios, em nove regiões de pesquisa,que representaram os idosos do Rio Grande do Sul. Através das entrevistas domi-ciliares pôde-se entrar em contato com a riqueza e a diversidade cultural da popu-lação gaúcha e, mais especificamente, dos segmentos com mais de 60 anos. Atra-vés dos relatos, foi desvelando-se a própria construção sócio-cultural do Estado,caracterizada por diferentes configurações geográficas e étnicas.

A definição do perfil do idoso, retratado de forma detalhada no presente rela-tório e no preliminar, bem como todas as informações contidas no Banco de DadosMagnético, organizado a partir da pesquisa, oferecem ao governo do Estado subsí-dios para a definição de políticas sociais que beneficiem a terceira idade. Às Uni-versidades aportam-se elementos para qualificação de programas e ações voltadosa essa área, além da riqueza de dados e referenciais teóricos sobre terceira idadeque foram coletados, catalogados e aprofundados durante o processo de pesquisa,permitindo a ampliação do acervo das bibliotecas sobre o tema envelhecimento,com conseqüente avanço do conhecimento na área, à disposição da comunidadegaúcha.

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OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 77

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ANEXO 1:

Instrumento de coleta de dados

CONSELHO ESTADUAL DO IDOSO-RSESTUDO MULTIDIMENSIONAL DAS CONDIÇÕES DE VIDA DO

IDOSO DO RIO GRANDE DO SUL

O Conselho Estadual do Idoso do Rio Grande do Sul está desenvolvendoa pesquisa “Os Idosos do Rio Grande do Sul, um estudo multidimensional dascondições de vida”.

Esta pesquisa será feira por amostra aleatória, de base populacional eamostragem de domicílio, e entrevistará as pessoas com idade superior a 60anso, residentes nos municípios sorteados.

O objetivo dessa pesquisa é levantar dados concretos para: 1) traçaar umperfil sobre o Idoso no Rio Grande do Sul e 2) subsidiar as políticas sociais doEstado referentes à terceira idade.

Sua colaboração é importante para atingir os objetivos propostos. Desdejá agradecemos sua colaboração.

80 - RELATÓRIO DE PESQUISA

Dados de identificação para o cadastro da amostra

MESORREGIÃO: UNIVERSIDADE: SETOR: N°.QUESTIONÁRIO.: Número do questionário: Nome: Endereço: Bairro: Município: CEP: Estado: Telefone:

Indicações de acesso à residência: Nome do entrevistador: Data da Entrevista: Hora Início: Hora Término: Nome Supervisor de Campo: Data do Controle:

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 81

Universidade: .................................Número do questionário: .................

A. DADOS GERAIS DO IDOSO

A1. Onde reside? A1:Município: ...........................................................................................Estado: ...............................................................................................

A2. Onde o senhor(a) nasceu? A2:Município: ...........................................................................................Estado: ...............................................................................................País: ...................................................................................................

A3. O(a) senhor(a) nasceu em meio urbano ou rural? A3:(09) urbano(10) rural(03) não sabe(06) não respondeu

A4. Sexo A4:(09) masculino(10) feminino

A5. Cor A5:(09) branca(10) preta(11) amarela(12) parda

82 - RELATÓRIO DE PESQUISA

A6. Atual estado civil: A6:(09) solteiro(10) casado(11) viúvo(12) desquitado / divorciado(13) separado(03) não sabe(06) não respondeu

A7. Idade? [______] (em anos completos) A7:Data de nascimento: __ / __ / __ .

(09) 60 - 64 anos(10) 65 - 70 anos(11) 71 - 74 anos(12) 75 - 80 anos(13) 81 - 85 anos(14) 86 - 90 anos(15) 91 anos ou mais

A7. Escolaridade: A8:(09) analfabeto(10) alfabetizado fora da escola(11) primário incompleto(12) primário completo(13) ginasial incompleto(14) ginasial completo(15) complementar(16) secundário incompleto(17) secundário completo(18) superior incompleto(19) superior completo(03) não sabe(06) não respondeu

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 83

B9. Em que tipo de moradia o(a) senhor(a) vive: B9:(09) casa(10) apartamento(11) quarto / cômodo(12) barraco / maloca

B. QUALIFICAÇÃO DA MORADIA E INFRA-ESTRUTURA

B10. Quantas peças possui sua moradia? [______] B10:(09) uma peça(10) duas peças(11) três peças(12) quatro peças(13) mais de quatro peças

B11. Sua moradia é: B11:(09) própria(10) alugada(11) cedida(12) invadida(04) outros(03) não sabe(06) não respondeu

B12. O terreno em que se localiza a moradia é: B12:(09) próprio(10) alugado(11) cedido(12) invadido(04) outros(03) não sabe(06) não respondeu

84 - RELATÓRIO DE PESQUISA

B13. Qual o material de construção da sua moradia? B13:(09) alvenaria(10) madeira(11) mista(04) outros(03) não sabe(06) não respondeu

B14. Como é feito o abastecimento de água? B14:(09) rede pública, com canalização(10) rede pública, sem canalização(11) bica / torneira pública(12) poço(04) outros ...................................................................................(03) não sabe(06) não respondeu

B15. O lixo da sua residência é: B15:(09) coletado(10) queimado(11) enterrado(12) jogado(04) outros(03) não sabe(06) não respondeu

B16. Possui energia elétrica? B16:(09) sim - com medidor(10) sim - sem medidor(02) não(03) não sabe(06) não respondeu

B17. Sua rua é servida por iluminação pública? B17:(02) não(08) sim

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 85

B18. Que tipo de instalação sanitária possui sua moradia? B18:(09) rede pública(10) fossa séptica(11) fossa negra(12) vala(04) outros(03) não sabe(06) não respondeu

B19. Sua moradia possui: B19:(09) banheiro com vaso sanitário e chuveiro(10) banheiro com vaso sanitário e sem chuveiro(11) casinha - privada externa(12) urinol exclusivamente

B20. Quantas pessoas residem na sua moradia? B20:

INCLUIR O ENTREVISTADO (IDOSO)

(09) 1 pessoa (idoso só)(10) 2 pessoas(11) 3 pessoas(12) 4 pessoas(13) 5 pessoas(14) 6 pessoas(03) não sabe(06) não respondeu

B21. Em que local da casa dorme? B20:(09) quarto(10) sala(11) cozinha / sala / quarto (peça única)(04) outros ...................................................................................(06) não respondeu

86 - RELATÓRIO DE PESQUISA

B22. O(a) senhor(a) dorme com outras pessoas na mesma B22:peça?

(09) não, sozinho(10) sim, com cônjuge / companheiro(a)(11) sim, com os filhos(12) sim, com os netos(13) sim, com outras pessoas(03) não sabe(06) não respondeu

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 87

C23. Quantos filhos o senhor(a) teve? C23:(09) um filho(10) dois filhos(11) três filhos(12) quatro filhos(13) cinco filhos(14) seis ou mais filhos. Quantos ...................................................(15) não tem filhos(16) não sabe(17) não respondeu

C. COMPOSIÇÃO FAMILIAR E RELAÇÕES SOCIAIS

C24. Destes filhos, quantos estão vivos? C24:(09) um filho(10) dois filhos(11) três filhos(12) quatro filhos(13) cinco filhos(14) seis ou mais filhos. Quantos ...................................................(15) não tem filhos(16) não sabe(17) não respondeu

C25. Atualmente o(a) senhor(a) mora: C25:(09) sozinho(10) com cônjuge / companheiro(a)(11) com companheiro(a) e filho(s)(12) com filho(s)(13) com filho(s) e neto(s)(14) com companheiro(a), filho(s) e neto(s)(15) com parentes (irmãos, tios, sobrinhos)(16) com pessoas não parentes (amigos, conhecidos)(17) com pais e/ou sogros(18) com netos(19) com empredada(20) com profissional de enfermagem(04) outros(03) não sabe(06) não respondeu

88 - RELATÓRIO DE PESQUISA

C26. Como são suas relações familiares? C26:(09) satisfatórias(10) insatisfatórias(11) não mantém relações familiares(03) não sabe(06) não respondeu

C27. O senhor(a) recebe alguma ajuda? (ESCOLHA C27:MÚLTIPLA)

(02) não recebe(09) sim - dinheiro(10) sim - vestuário(11) sim - saúde(12) sim - habitação(13) sim - alimentação(14) sim - remédios(15) sim - cuidados pessoais(04) outros(03) não sabe(06) não respondeu

C28. De quem recebe ajuda? (ESCOLHA MÚLTIPLA) C28:(09) cônjuge / companheiro(a)(10) filho(a) ou filhos(as)(11) neto(a) ou netos(as)(12) parentes(13) amigos(14) vizinhos(04) outros(03) não sabe(06) não respondeu

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 89

D. OCUPAÇÂO

D29. Qual foi sua principal ocupação, durante a maior parte D29:de sua vida?

ANOTAR: ...........................................................................................

(09) proprietário(10) administrador, gerente(11) profissional de nível superior (universitário)(12) funções de escritório: corretor, contador, secretário, datilógrafo,

auxiliar de escritório, caixa(13) trabalhador especializado (técnico): indivíduo que possui curso

técnico de nível médio(14) trabalhador semi-especializado: mecânico, eletricista, armador,

soldador, chofer, técnico da indústria de transformação econstrução civil, cabelereiro

(15) trabalhador não-especializado: pedreiro, lixeiro, servente,empregado doméstico, estivador, pescador, operador de máqui-nas, vendedor ambulante, policial (sem treinamento técnico),vendedor-frentista de posto de gasolina, office-boy, vigia,guarda-noturno

(16) indivíduo fora da PEA: dona-de-casa, estudante, pensionista,aposentado, desempregado, doente

(03) não sabe(06) não respondeu

90 - RELATÓRIO DE PESQUISA

D30. Vincular com os setores econômicos: D30:(09) agrícola: agropecuária, extração vegetal, pesca(10) indústria de transformação: metalurgia, ind. mecânica, ind.

móveis, ind. papel e celulose, ind. couros e peles, ind. vestuá-rio, ind. química, ind. plásticos, farmacêutica e prod. veteri-nários, petróleo, têxteis, editorial e gráfica

(11) indústria da construção civil(12) outras aticidades industriais: estração mineral, serviços industri-

ais de utilidade pública (energia elétrica, abastecimento de águae serviços de esgoto / saneamento, limpeza pública e remoçãode lixo)

(13) comércio de mercadorias: supermercados, armazéns, feiras-livres, casas de departamentos, comércio atacadista, açougues,postos de gasolina, comércio de material usado e ferro-velho,garrafeiros e papeleiros

(14) serviços: alojamento e alimentação (hotéis, pensões, restauran-tes, bares), reparação e conservação (oficinas mecânicas),

serviços pessoais e domiciliares (cabelereiro, alfaiataria, serviços domésticos), diversões, higiene, conservação de prédios eestiva

(15) serviços auxiliares de atividades econômicas: bancos, financei-ras, seguradoras, imobiliárias, cartórios, contadores e serviçosjurídicos

(16) transportes e comunicações: transporte de passageiros, trans-porte de cargas, correios, telecomunicações, imprensa geral

(17) social: atividades comunitárias e sociais (seguridade social,sindicatos, assistência social), serviços médicos e odontológicos(públicos e privados), ensino, hospitais, igrejas

(18) administração pública: serviços administrativos federais,estadu- ais, municipais, entidades públicas, legislativo,justiça, serviço de segurança pública (Exército, Marinha,Aeronáutica, Polícia e Bombeiros)

(19) outras atividades ou setores não classificados anteriormente(20) indivíduos fora da População Economicamente Ativa: donas de

casa, pensionistas, aposentados sem outra ocupação, estudan-tes, desempregados

(03) não sabe(06) não respondeu

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 91

D31. Qual sua principal ocupação atual? D31:

ANOTAR: ...........................................................................................

(09) proprietário(10) administrador, gerente(11) profissional de nível superior (universitário)(12) funções de escritório: corretor, contador, secretário, datilógrafo,

auxiliar de escritório, caixa(13) trabalhador especializado (técnico): indivíduo que possui curso

técnico de nível médio(14) trabalhador semi-especializado: mecânico, eletricista, armador,

soldador, chofer, técnico da indústria de transformação econstrução civil, cabelereiro

(15) trabalhador não-especializado: pedreiro, lixeiro, servente,empregado doméstico, estivador, pescador, operador de máqui-nas, vendedor ambulante, policial (sem treinamento técnico),vendedor-frentista de posto de gasolina, office-boy, vigia,guarda-noturno

(16) indivíduo fora da PEA: dona-de-casa, estudante, pensionista,aposentado, desempregado, doente

(03) não sabe(06) não respondeu

92 - RELATÓRIO DE PESQUISA

D32. Vincular com os setores econômicos: D32:(09) agrícola: agropecuária, extração vegetal, pesca(10) indústria de transformação: metalurgia, ind. mecânica, ind.

móveis, ind. papel e celulose, ind. couros e peles, ind. vestuá-rio, ind. química, ind. plásticos, farmacêutica e prod. veteri-nários, petróleo, têxteis, editorial e gráfica

(11) indústria da construção civil(12) outras aticidades industriais: estração mineral, serviços industri-

ais de utilidade pública (energia elétrica, abastecimento de águae serviços de esgoto / saneamento, limpeza pública e remoçãode lixo)

(13) comércio de mercadorias: supermercados, armazéns, feiras-livres, casas de departamentos, comércio atacadista, açougues,postos de gasolina, comércio de material usado e ferro-velho,garrafeiros e papeleiros

(14) serviços: alojamento e alimentação (hotéis, pensões, restauran-tes, bares), reparação e conservação (oficinas mecânicas),

serviços pessoais e domiciliares (cabelereiro, alfaiataria, serviços domésticos), diversões, higiene, conservação de prédios eestiva

(15) serviços auxiliares de atividades econômicas: bancos, financei-ras, seguradoras, imobiliárias, cartórios, contadores e serviçosjurídicos

(16) transportes e comunicações: transporte de passageiros, trans-porte de cargas, correios, telecomunicações, imprensa geral

(17) social: atividades comunitárias e sociais (seguridade social,sindicatos, assistência social), serviços médicos e odontológicos(públicos e privados), ensino, hospitais, igrejas

(18) administração pública: serviços administrativos federais,estadu- ais, municipais, entidades públicas, legislativo,justiça, serviço de segurança pública (Exército, Marinha,Aeronáutica, Polícia e Bombeiros)

(19) outras atividades ou setores não classificados anteriormente(20) indivíduos fora da População Economicamente Ativa: donas de

casa, pensionistas, aposentados sem outra ocupação, estudan-tes, desempregados

(03) não sabe(06) não respondeu

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 93

D33. Com que idade o(a) senhor(a) começou a trabalhar D33:em atividade remunerada? [______]

* EM ANOS COMPLETOS *

(09) menos de 10 anos(10) de 11 a 14 anos(11) de 15 a 18 anos(12) de 19 a 22 anos(13) acima de 23 anos(03) não sabe(06) não respondeu(07) não se aplica

D34. O(a) senhor(a) está aposentado(a)? D34:

(02) sim(08) não

D35. Com que idade se aposentou? D35:[______] (EM ANOS COMPLETOS)

(09) menos de 40 anos(10) de 41 a 44 anos(11) de 44 a 48 anos(12) de 49 a 52 anos(13) de 53 a 56 anos(14) de 57 a 60 anos(15) de 61 a 64 anos(16) de 65 a 68 anos(17) acima de 69 anos(18) não se aposentou(03) não sabe(06) não respondeu

94 - RELATÓRIO DE PESQUISA

D36. Qual o motivo de sua aposentadoria? D36:(09) tempo de serviço(10) idade(11) problemas de saúde(12) acidente(13) aposentadoria especial(14) não está aposentado(04) outros(03) não sabe(06) não respondeu

D37. O que o(a) senhor(a) faz atualmente? D37:(09) trabalho doméstico(10) trabalho eventual(11) trabalho voluntário(12) trabalho remunerado com carteira profissional(13) trabalho remunerado sem carteira profissional(14) empregador(15) autônomo(16) pequenos serviços não-remunerados(04) outros(07) não se aplica(03) não sabe(06) não respondeu

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 95

E38. Qual sua última renda mensal? REAL $ [_____,00] E38:(09) |-- 1 salário mínimo(10) 1 salário |-- 2 salários mínimos(11) 2 salários |-- 3 salários mínimos(12) 3 salários |-- 4 salários mínimos(13) 4 salários |-- 5 salários mínimos(14) 5 salários |-- 6 salários mínimos(15) 6 salários |-- 7 salários mínimos(16) 7 salários |-- 8 salários mínimos(17) 8 salários |-- 9 salários mínimos(18) 9 salários mínimos ou mais(19) não tem renda própria(03) não sabe(06) não respondeu

E. RENDA

E39. Qual a origem da sua renda? (ESCOLHA MÚLTIPLA) E39:(09) aposentadoria(10) salário(11) aluguel(12) poupança(13) pensão(14) serviços eventuais(15) serviços permanentes(16) abono permanência(04) outros(07) não se aplica(03) não sabe(06) não respondeu

96 - RELATÓRIO DE PESQUISA

E40. Qual sua principal fonte de renda? E40:(09) aposentadoria(10) salário(11) aluguel(12) poupança(13) pensão(14) serviços eventuais(15) abono permanência(16) aposentadoria e pensão(04) outros(07) não se aplica(03) não sabe(06) não respondeu

E41. De sua renda, qual sua principal despesa? E41:(09) saúde(10) habitação(11) ajuda familiar(12) remédios(13) vestuário(04) outros(07) não se aplica(03) não sabe(06) não respondeu

E42. Qual a renda mensal de sua família? REAL $ [_____,00] E42:(09) |-- 1 salário mínimo(10) 1 salário |-- 2 salários mínimos(11) 2 salários |-- 3 salários mínimos(12) 3 salários |-- 4 salários mínimos(13) 4 salários |-- 5 salários mínimos(14) 5 salários |-- 6 salários mínimos(15) 6 salários |-- 7 salários mínimos(16) 7 salários |-- 8 salários mínimos(17) 8 salários |-- 9 salários mínimos(18) 9 salários mínimos ou mais(19) não tem renda própria(03) não sabe(06) não respondeu(07) não se aplica

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 97

E43. Quantas pessoas vivem desta renda? [______] E43:(09) 1 pessoa (idoso só)(10) 2 pessoas(11) 3 pessoas(12) 4 pessoas(13) 5 pessoas(14) 6 pessoas(05) resposta ainda não classificada (7 ou mais)(03) não sabe(06) não respondeu

E44. Qual sua participação econômica no núcleo familiar? E44:(09) único responsável(10) maior responsável(11) divide responsabilidades(12) sem participação(04) outros(03) não sabe(06) não respondeu

98 - RELATÓRIO DE PESQUISA

F. ASPECTOS SÓCIO-CULTURAIS

F45. Como o(a) senhor(a) ocupa seu tempo livre? (ESCOLHA F45:MÚLTIPLA)

(09) assiste televisão(10) conversa com os amigos(11) ouve rádio(12) lê (revistas, jornais, livros)(13) ouve música(14) faz trabalhos manuais (crochê, tricô)(15) realiza atividades físicas(16) participa de atividades sócio-recreativas (passeios, visitas, bailes)(01) nenhuma atividades(04) outros(03) não sabe(06) não respondeu

F46. Com o que o(a) senhor(a) gostaria de ocupar seu tempo livre?..................................................................................................

F47. Participa de alguma atividade associativa? (ESCOLHA F47:MÚLTIPLA)

(09) associação cultural(10) associação esportiva(11) associação recreativa(12) associação religiosa(13) associação assistencial / caritativa(14) associações comunitárias(15) associação sindical(16) associação política(04) outros ...................................................................................(02) não participa(03) não sabe(06) não respondeu

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 99

F48. Qual sua religião? Anotar: ................. F48:(09) católica (romana, ortodoxa e brasileira)(10) evangélica (anglicana, episcopal, luterana, batista, congregação

cristã do Brasil, pentecostal, adventista, testemunha de Jeová)(11) espírita (kardecista)(12) judaica (israelita)(13) afro-brasileira (umbanda, candomblé)(04) outra (budista, xintoísta, maometana, esotérica, etc)(01) nenhuma(03) não sabe(06) não respondeu

F49. É praticante de sua religião? F49:(02) sim(08) não

F50. Acredita que, com o passar dos anos, o(a) senhor(a) F50:(09) ficou mais religioso(10) ficou menos religioso(11) não mudou em relação à religiosidade(03) não sabe(06) não respondeu

100 - RELATÓRIO DE PESQUISA

G. ENVELHECIMENTO

G51 Em sua opinião, o que faz uma pessoa ter vida longa é: G51:(09) a alimentação adequada(10) o destino(11) a vida organizada(12) o trabalho(13) a ocupação(14) os hábitos saudáveis(15) gostar de viver(04) outros ...................................................................................(03) não sabe(06) não respondeu

G52. Na impossibilidade de viver só ou com a família, o(a) G52:senhor gostaria de viver:

(09) com amigos(10) com parentes(11) em casa mum com amigos(12) em casa geriátrica(13) em hospital(04) outros ...................................................................................(03) não sabe(06) não respondeu

G53. Para o(a) senhor(a), o que é mais importante na vida? G53:(09) dinheiro(10) educação(11) família(12) trabalho(13) religião(14) lazer(15) respeito(16) segurança(17) valorização(18) amor(19) saúde(03) não sabe(06) não respondeu

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 101

G54. Escolha o principal problema que gostaria de ver G54:resovido com urgência no nosso país:

(09) corrupção dos políticos(10) falta de assistência à saúde(11) crianças marginalizadas(12) crise dos valores religiosos(13) crise dos valores éticos(14) crise de família(15) desemprego(16) alcoolismo e droga(17) concentração de renda(18) destruição dos recursos e do ambiente natural(19) criminalidade, violência e corrupção(20) política educacional inadequada(21) incompetência do Governo(22) inflação(03) não sabe(06) não respondeu

102 - RELATÓRIO DE PESQUISA

H. SEXUALIDADE

H55. O(a) senhor(a) manifesta sua afetividade através de: H55:(09) companheirismo(10) atenções e cuidados(11) carinhos(12) conversas(13) presentes(14) outros ........................................................................................(03) não sabe(06) não respondeu

H56. O(a) senhor(a) canaliza sua afetividade maior para: H56:(09) cônjuge / companheiro(10) seus amigos(11) seus filhos(12) seus netos(13) seus familiares(14) outros ........................................................................................(03) não sabe(06) não respondeu

H57. Sua sexualidade se manifesta através de: H57:(09) atenções especiais(10) carinhos e toques(11) relações sexuais(12) outras ........................................................................................(03) não sabe(06) não respondeu

H58. OObserva mudanças na forma de manifestar sua H55:sexualidade?

(02) não(08) sim(03) não sabe(06) não respondeu

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 103

H59. A que se deve(m) a(s) mudança(s) na manifestação? H59:(09) doença(10) perda de interesse(11) idade(12) diminuição do afeto(13) perda do companheiro(14) falta de diálogo(15) menopausa(16) preconceito(17) novos relacionamentos(18) superação de preconceitos(19) aumento de afeto(20) maiores esclarecimentos(21) aumento do interesse(04) outros ........................................................................................(03) não sabe(06) não respondeu

H60. Em sua opinião, o sexo na velhice é: H60:(09) muito importante(10) natural(11) necessário(12) menos intenso(13) desnecessário(14) indiferente(15) igual às outras idades(03) não sabe(06) não respondeu

104 - RELATÓRIO DE PESQUISA

I. SAÚDE

I61. Em geral diria que sua saúde é: I61:(09) ótima(10) boa(11) regular(12) má(13) péssima(03) não sabe(06) não respondeu

I62. O(a) senhor(a) consultou o médico nos últimos seis meses? I62:(08) sim(02) não(07) não se aplica(03) não sabe(06) não respondeu

I63. Em que local consultou pela última vez? I63:(09) posto de saúde do bairro(10) outro posto de saúde(11) pronto socorro(12) consultório médico particular(13) consultório médico INAMPS, IPE ou SUS(14) consultório médico outros convênios(15) ambulatório de hospital(16) ambulatório de faculdade(17) ambulatório sindicato / empresa(18) ambulatório INAMPS ou centro de saúde, SUS(19) ambulatório policlínica ou medicina de grupo(20) em casa (atendimento domiciliar)(04) outro(03) não sabe(06) não respondeu(07) não se aplica

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 105

I64. Nesta ocasião, o(a) senhor(a) recebeu receita e/ou I64:orientação médica?

(08) sim(02) não(07) não se aplica(03) não sabe(06) não respondeu

I65. Caso tenha recebido prescrição (receita), como conseguiu I65:os medicamentos?

(09) comprou(10) ganhou(02) não conseguiu a medicação(07) não se aplica(03) não sabe(06) não respondeu

I66. Sentiu-se satisfeito com o último atendimento recebido? I66:(08) sim(02) não(03) não sabe(06) não respondeu

I67. No último ano, internou-se em algum hospital? I67:(09) sim, uma vez(10) sim, duas vezes(11) sim, três vezes(12) sim, mais de três vezes(02) não(03) não sabe(06) não respondeu

106 - RELATÓRIO DE PESQUISA

I68. Nos últimos três meses, praticou algum tipo de atividade I68:física regular?

(09) sim, uma vez / semana(10) sim, duas vezes / semana(11) sim, três vezes / semana(12) sim, mais de três vezes / semana(02) não praticou(03) não sabe(06) não respondeu

I69. Qual a atividade física realizada? I69:(09) caminhar(10) pedalar (bicicleta)(11) nadar(12) fazer ginástica(04) outra .........................................................................................(07) não se aplica(03) não sabe(06) não respondeu

I70. Qual o número de refeições que realiza por dia? I70:(09) uma(10) duas(11) três(12) quatro(13) cinco(03) não sabe(06) não respondeu

I71. Nos últimos seis meses, tem ou teve algum problema de I71:reumatismo nas articulações ou artrose em tratamento?

(09) sim, com receita médica ou orientação(10) sim, sem receita médica e com orientação(11) sim, sem receita médica e sem orientação(02) não(03) não sabe(06) não respondeu

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 107

I72. Nos últimos seis meses, tem ou teve problemas de I72:bronquite com tosse e expectoração em tratamento?

(09) sim, com receita médica ou orientação(10) sim, sem receita médica e com orientação(11) sim, sem receita médica e sem orientação(02) não(03) não sabe(06) não respondeu

I73. O(a) senhor(a), nos últimos seis meses, fez tratamento I73:para pressão alta?

(09) sim, com receita médica ou orientação(10) sim, sem receita médica e com orientação(11) sim, sem receita médica e sem orientação(02) não(03) não sabe(06) não respondeu

I74. Nos últimos seis meses, tem ou teve problemas de I74:coração (angina, isquemia, infarto) em tratamento?

(09) sim, com receita médica ou orientação(10) sim, sem receita médica e com orientação(11) sim, sem receita médica e sem orientação(12) esteve hospitalizado pela doença(02) não(03) não sabe(06) não respondeu

I75. Nos últimos seis meses, tem ou teve problemas de I75:varizes em tratamento?

(09) sim, com receita médica ou orientação(10) sim, sem receita médica e com orientação(11) sim, sem receita médica e sem orientação(02) não(03) não sabe(06) não respondeu

108 - RELATÓRIO DE PESQUISA

I76. Nos últimos seis meses, tem ou teve problemas de diabetes I76:(açúcar no sangue) em tratamento?

(09) sim, com receita médica ou orientação(10) sim, sem receita médica e com orientação(11) sim, sem receita médica e sem orientação(02) não(03) não sabe(06) não respondeu

I77. Nos últimos seis meses, tem ou teve problema de I77:derrame, isquemia ou trombose cerebral em tratamento?

(09) sim, com receita médica ou orientação(10) sim, sem receita médica e com orientação(11) sim, sem receita médica e sem orientação(02) não(03) não sabe(06) não respondeu

I78. Nos últimos seis meses, tem ou teve problemas de I78:doença de pele em tratamento?

(09) sim, com receita médica ou orientação(10) sim, sem receita médica e com orientação(11) sim, sem receita médica e sem orientação(02) não(03) não sabe(06) não respondeu

I79. Nos últimos seis meses, tem ou teve problemas de I79:doença de coluna em tratamento?

(09) sim, com receita médica ou orientação(10) sim, sem receita médica e com orientação(11) sim, sem receita médica e sem orientação(02) não(03) não sabe(06) não respondeu

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 109

I80. Nos últimos seis meses, tem ou teve problemas de I80:gastrite ou úlcera em tratamento?

(09) sim, com receita médica ou orientação(10) sim, sem receita médica e com orientação(11) sim, sem receita médica e sem orientação(02) não(03) não sabe(06) não respondeu

I81. O(a) senhor(a), nos últimos seis meses, tem ou teve I81:problemas de infecção urinária (infecção na bexiga) em tratamento?

(09) sim, com receita médica ou orientação(10) sim, sem receita médica e com orientação(11) sim, sem receita médica e sem orientação(02) não(03) não sabe(06) não respondeu

I82. Nos últimos seis meses, tem ou teve problema de I82:pneumonia (pontada) em tratamento?

(09) sim, com receita médica ou orientação(10) sim, sem receita médica e com orientação(11) sim, sem receita médica e sem orientação(02) não(03) não sabe(06) não respondeu

I83. Nos últimos seis meses, tem ou teve problemas de I83:doença nos rins em tratamento?

(09) sim, com receita médica ou orientação(10) sim, sem receita médica e com orientação(11) sim, sem receita médica e sem orientação(02) não(03) não sabe(06) não respondeu

110 - RELATÓRIO DE PESQUISA

I84. (PARA MULHERES) A senhora consultou com I84:ginecologista depois da menopausa?

(08) sim(02) não(03) não sabe(06) não respondeu

I85. (PARA HOMENS) O senhor, nos últimos seis meses, tem I85:ou teve problemas de próstata em tratamento?

(09) sim, com receita médica ou orientação(10) sim, sem receita médica e com orientação(11) sim, sem receita médica e sem orientação(02) não(03) não sabe(06) não respondeu

I86. Nos últimos seis meses, tem ou teve problemas de I86:osteoporose (enfraquecimento dos ossos) em tratamento?

(09) sim, com receita médica ou orientação(10) sim, sem receita médica e com orientação(11) sim, sem receita médica e sem orientação(02) não(03) não sabe(06) não respondeu

I87. Nos últimos seis meses, tem ou teve problemas de I87:câncer em tratamento?

(09) sim, com receita médica ou orientação(10) sim, sem receita médica e com orientação(11) sim, sem receita médica e sem orientação(02) não(03) não sabe(06) não respondeu

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 111

I88. Nos últimos seis meses, tem ou teve algum outro problema I88:em tratamento?

ESPECIFICAR: ................................................................................(09) sim, com receita médica ou orientação(10) sim, sem receita médica e com orientação(11) sim, sem receita médica e sem orientação(02) não(03) não sabe(06) não respondeu

I89. Como diria que está sua visão no momento? I89:(09) cega(10) péssima(11) ruim(12) regular(13) boa(14) excelente(03) não sabe(06) não respondeu

I90. A que atribui sua falta de visão? I90:(09) falta ou problema de óculos(10) catarata(11) glaucoma(12) diabetes(13) pressão alta(14) idade(15) falta de dinheiro para tratamento(04) outro motivo ..............................................................................(07) não se aplica(03) não sabe(06) não respondeu

112 - RELATÓRIO DE PESQUISA

I91. Como diria que está sua audição no momento? I91:(09) surdo total(10) ouve com muita dificuldade(11) ouve com dificuldade(12) ouve com alguma dificuldade (mínima)(13) sem problemas(03) não sabe(06) não respondeu

I92. A que o(a) senhor(a) atribui a sua dificuldade de audição? I92:(09) idade(10) doença do ouvido(11) falta de aparelho(12) falta de dinheiro para tratamento(04) outro motivo(07) não se aplica(03) não sabe(06) não respondeu

I93. O(a) senhor(a) costuma ter dificuldade para mastigar? I93:(09) nunca(10) raramente(11) freqüentemente(12) sempre(03) não sabe(06) não respondeu

I94. Para movimentar-se: I94:(09) caminha sem problemas, inclusive sobe escadas(10) caminha, mas não sobe escadas ou meio-fio(11) caminha, sob supervisão(12) caminha com meios artificiais, sem supervisão(13) caminha com meios artificias, com supervisão(14) desloca-se em cadeira de rodas, geralmente sem auxílio(15) desloca-se em cadeira de rodas, com auxílio(16) restrito ao leito ou à cadeira(03) não sabe(06) não respondeu

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 113

I95. Qual a causa da sua dificuldade de movimentação? I95:(09) derrame cerebral(10) distúrbios da visão(11) reumatismo articular(12) queda com fratura(13) acidente de trânsito(14) mal de Parkinson(15) vertigem(16) falta de interesse ou recusa a movimentar-se(04) outra .........................................................................................(07) não se aplica(03) não sabe(06) não respondeu

I96. Apresentou fraturas após os 50 anos sem ter sido por I96:acidente de trânsito?

(09) mão(10) punho(11) fêmur(12) costelas(13) pés(04) outros(02) não(03) não sabe(06) não respondeu

I97. Necessita diretamente da ajuda de algum destes aparelhos I97:abaixo relacionados?

(09) óculos ou lentes de contato(10) aparelho auditivo(11) prótese dentária(12) muleta(13) bengala(14) membro artificial(15) colostomia / catéter(04) outros ........................................................................................(02) não necessita(03) não sabe(06) não respondeu

114 - RELATÓRIO DE PESQUISA

I98. Em relação a urina e fezes: I98:(09) controla normalmente(10) controla com dificuldade(02) não controla(03) não sabe(06) não respondeu

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 115

J. VIDA DE RELAÇÃO E ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA

J99. O(a) senhor(a) necessita de auxílio para realizar as J99:atividades de casa (limpeza, manutenção, preparo de refeições...)

(02) não(08) sim(03) não sabe(06) não respondeu

J100. Necessita de auxílo para tomar seus remédios? J100:(02) não(08) sim(03) não sabe(06) não respondeu

J101. Necessita de auxílo para realizar sua higiene (banhar--se, J101:pentear-se, vestir-se, cortar unhas, etc...)

(02) não(08) sim(03) não sabe(06) não respondeu

J102. Necessita de auxílo para alimentar-se? J102:(02) não(08) sim(03) não sabe(06) não respondeu

J103. Necessita de auxílo para movimentar-se (sentar, J103:levantar, deitar, andar, subir escadas...)

(02) não(08) sim(03) não sabe(06) não respondeu

116 - RELATÓRIO DE PESQUISA

FUMO E ÁLCOOLRESPONDA ÀS QUESTÕES SOBRE USO DE ÁLCOOL E TABACO

COM SIM OU NÃO, CONFORME LHE PAREÇA ADEQUADO

J104. Alguma vez sua família, seus amigos, seu médico ou seu J104:sacerdote comentaram ou sugeriram que o(a) senhor(a)estava bebendo demasiadamente?

(02) não(08) sim

J105. Alguma vez tentou deixar de beber, mas não conseguiu? J105:(02) não(08) sim

J106. O(a) senhor(a) teve dificuldades no trabalho (ou J106:estudo) por causa da bebida, tais como beber ou faltar ao trabalho?

(02) não(08) sim

J107. O(a) senhor(a) tem se envolvido em brigas ou já foi J107:preso por estar embriagado?

(02) não(08) sim

J108. Já lhe pareceu alguma vez que estava bebendo J108:demasiadamente?

(02) não(08) sim

J109. O(a) senhor(a) tem hábito de usar tabaco? J109:(02) não(08) sim

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 117

K. ÁREA PSICOGERIÁTRICA

RESPONDA ÀS QUESTÕES COM SIM OU NÃO, SEGUNDO LHEPAREÇA ADEQUADO. NÃO HÁ QUESTÕES CERTAS OU ERRADAS, E

SIM SITUAÇÕES QUE PODEM OU NÃO OCORRER COM O(A)SENHOR(A)

K110. O(a) senhor(a) acorda bem e descansado na maioria K110:das manhãs?

(02) não(08) sim

K111. Sua vida diária é cheia de acontecimentos interessantes? K111:(02) não(08) sim

K112. O(a) senhor(a) já teve, por vezes, vontade de K112:abandonar o lar?

(02) não(08) sim

K113. O(a) senhor(a) tem muito frequentemente a sensação K113:de que ninguém realmente o(a) entende?

(02) não(08) sim

K114. O(a) senhor(a) já teve períodos (dias, meses, anos) em K114:que não pôde tomar conta de nada porque, na verdade,já não estava aguentando mais?

(02) não(08) sim

118 - RELATÓRIO DE PESQUISA

K115. Seu sono é agitado e conturbado? K115:(02) não(08) sim

K116. O(a) senhor(a) é feliz na maior parte do tempo? K116:(02) não(08) sim

K117. Sente que o mundo ou as pessoas estão contra o(a) K117:senhor(a)?

(02) não(08) sim

K118. O(a) senhor(a) se sente, por vezes, inútil? K118:(02) não(08) sim

K119. Nos últimos anos, tem sentido-se bem durante a maior K119:parte do tempo?

(02) não(08) sim

K120. Tem problemas de dores de cabeça? K120:(02) não(08) sim

K121. O(a) senhor(a) se sente fraco(a) durante a maior parte K121:do tempo?

(02) não(08) sim

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 119

OBSERVAÇÔES

Hora de início da entrevista ..............................................................................

Quanto tempo levou para fazer a entrevista .......................................................

Quantas visitas foram realizadas pelo entrevistador ...........................................

Quantas visitas foram realizadas pelo supervisor de campo ................................

Dificuldades encontradas ................................................................................

...........................................................................................................................

...........................................................................................................................

...........................................................................................................................

...........................................................................................................................

...........................................................................................................................

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...........................................................................................................................

...........................................................................................................................

11 - Anexo 2:relação dos municípios sorteados

MUNICÍPIOS PESQUISADOS, POR REGIÕES DE PESQUISA

NORDESTE RIO-GRANDENSECaxias do SulBento GonçalveVacariaFlores da CunhaLagoa VermelhaVeranópolisNova PrataSão MarcosCarlos Barbosa

REGIÃO CENTRO-OCIDENTAL RSSão SepéSantiagoSão PedroCacequiTupanciretãSanta MariaRestinga Seca

REGIÃO CENTRO-ORIENTAL RSVenâncio AiresRio PardoSanta Cruz do SulNova BrésciaMuçumCandelária

122 - RELATÓRIO DE PESQUISA

EstrelaTeutôniaLajeadoCachoeira do Sul

METROPOLITANA DE POAEsteioGuaíbaSapirangaAlvoradaSão LeopoldoSapucaiaViamãoCanoasNovo HamburgoGravataí

CIDADE DE PORTO ALEGRE

MICRORREGIÃO POACidreiraPalmares do SulTramandaíTorresTrês CoroasEldoradoOsórioMontenegroCharqueadasCamaquãBarra do RibeiroIvotiPortão

NOROESTE RIO-GRANDENSEPalmeira das MissõesSoledadePasso FundoSananduvaSanto Ângelo

OS IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL - 123

São Luiz GonzagaNonoaiGauramaIjuíPanambiGiruáEspumosoSalto do Jacuí

SUDOESTE RIO-GRANDENSEQuaraíItaquiSão FranciscoSão GabrielSão BorjaAlegreteLivramentoUruguaianaBagé

SUDESTE RIO-GRANDENSEPinheiro MachadoPelotasJaguarãoArroio GrandeEncruzilhadaSão Lourenço do SulRio Grande