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| | Livros | | | | Consultoria | | Empregos | Loja |  Assine |  Anuncie | Sobre nós | Contato  T wee t  Artigo Documento Os sonhos da utopia comunista cubana Por Roberto Segre Edição 118 - Janeiro/2004 0 Fernando Salinas, Antonio Quintana e Ricardo Porro representam quase meio século de existência da arquitetura da Revolução Cubana. Salinas foi o primeiro a articular teoria e ideologia à prática profissional, aplicando os princípios do desenho ambiental na sociedade socialista integrados ao urbanismo, à arquitetura, ao desenho industrial e às artes plásticas 1956 Projeto da ponte sobre o rio Alamendares, Havana Últimas Notícias Mais Lidas Revista  Aplicativo Edição Atual Edições Anteriores Folheie  Assine Comprar Edições Edifícios David Chipperfield transforma fábrica de cerveja destruída na Segunda Guerra Mundial em área pública de convivência na Alemanha  Agenda Codhab deve lançar em janeiro três concursos públicos de projetos para equipamentos públicos no Distrito Federal Edifícios Pininfaria e Aecom vencem concurso para projetar torre de controle do aeroporto de Istambul Edifícios Torre multiuso será primeiro projeto de Zaha Hadid em Melbourne, na Austrália Edifícios CAU fará campanha para restauração do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo Publicidade Newsletter aU Publicidade 0 Recomendar Recomendar  Assuntos em d estaqu e Catá logo aU em Re de Notícias da PINIWeb Salár io dos arqu itetos de e dificaçõe s Cadastro PINIWeb SUSTENTABILIDADE ENTREVISTAS RESIDENCIAL EDIFÍCIOS INTERIORES URBANISMO DESIGN TECNOLOGIA ARTIGOS  AU EDUCAÇÃO Revistas Bl ogs TCPO Treinamentos Serviços Web Sistemas Os son hos da u topia com un ista cu ban a | aU - A rquitet ura e U rbanism o ht tp://au.pini.com.br/arquite tu ra-urban ismo /118/docu mento-23358-1.aspx 1 de 10 03/01/2016 22:37

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1957 Ponto de controle na Fábrica de Açúcar "Jaruco", Província de Havana

1958 Vista interna e fachada da casa de Higinio Miguel,Miramar, Havana

No Brasil do século 20, as obras dos arquitetos antilhanosquase nunca foram conhecidas, estudadas ou divulgadas. Ainda que o Caribe tenha sido o berço da América - palco de intensas batalhas no século 18entre as potências européias pelo domínio do mundo colonial -, o chamado "Mediterrâneoda América" é reconhecido apenas pelas suas praias idílicas, identificadas com o ClubMediteranee e os cruzeiros marítimos, as belíssimas mulatas, o merengue de Juan LuisGuerra, ou com os paraísos fiscais para as inescrupulosas operações financeiras.

Com o triunfo revolucionário de Fidel Castro, em 1959, Cuba se converteu em umareferência obrigatória das mudanças sociais e políticas ansiadas pelos povos da AméricaLatina. No entanto, esse novo interesse na cultura cubana nunca extrapolou os campos daliteratura e da música - vide as obras de Alejo Carpentier, Jose Lezama Lima e, maisrecentemente, Pedro Juan Gutierrez, além das canções de Silvio Rodriguez, Pablo Milanes e

do Buena Vista Social Club - sem maior presença da nova arquitetura. Prova disso é quesomente as obras recentes do jovem Jose Antonio Choy foram mostradas em AU nos anos90.

Nesse contexto, Fernando Salinas se estabeleceu como o profissional mais conhecido peloscolegas brasileiros. Em 1961, obteve um dos primeiros prêmios no concurso de escolas dearquitetura da 6a Bienal de São Paulo e, na sua visita à cidade, conheceu Fabio Penteado,João Vilanova Artigas, Paulo Mendes da Rocha, Vicente Wissenbach e Mário Pini. Em 1985,foi convidado, com Antonio Quintana, a palestrar no Congresso Brasileiro de Arquitetos,realizado em Belo Horizonte, e manteve contatos com os arquitetos locais e com OscarNiemeyer, grande admirador do processo socialista cubano. Em 1987, publicou-se em SãoPaulo o primeiro livro sobre a arquitetura da Revolução, permitindo aos brasileirosconhecerem a totalidade das experiências construtivas, arquitetônicas e urbanas de Cuba. Asua morte prematura, em 1992, interrompeu o desenvolvimento deste frutífero intercâmbio.

1961 Projeto da Unidad Vecinal II de Habana del Este, Havana -proposta para a igreja detodas as religiões

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1961 Projeto de escola média rural. Prêmio do Concurso de Estudantes na 6ª Bienal de São

Paulo

1961 Conjunto habitacional Tallapiedra, Havana Velha

 Anos de formação

Salinas nasceu em 1930, e toda sua educação e formação aconteceram durante um períodoconturbado da história cubana, entre os governos ditatoriais de Gerardo Machado(1925-1933) e Fulgêncio Batista (1952-1958). Filho de um engenheiro açucareiro, passou aadolescência entre o tradicional bairro El Cerro, caracterizado por suas galerias de colunasneoclássicas, e a fábrica de açúcar, no campo, onde se interessou tanto pela naturezatropical como pelas complexas maquinarias da indústria. Esses três componentes - a cidade,a natureza e a tecnologia - definiram sua formação básica.

 Apaixonado por aviões, em 1948 Salinas obteve uma bolsa para cursar engenharia

aeronáutica no Rensselaer Polythecnic Institute, em Troy, Estados Unidos. Iniciadas asdisciplinas técnicas, entretanto, percebeu sua paixão pela arquitetura e mudou de carreira.Convencido, porém, de que os conteúdos culturais e a adaptação dos edifícios às condiçõeslocais só podiam ser apreendidos em Havana, retornou a Cuba em 1950, formando-searquiteto em 1956.

Os desenhos e projetos originais elaborados ainda na escola facilitaram a integração deSalinas a um dos principais escritórios da capital cubana, cujos titulares eram o casal Nicolas

 Arroyo e Gabriela Menendez, estreitamente relacionados ao governo de Batista. Em 1957, Arroyo e Menendez receberam o encargo de projetar o hotel Mônaco, no Malecon(beira-mar) do bairro Vedado, em colaboração com Philip Johnson. Para representá-los noescritório do norte-americano, em Nova York, o casal enviou Salinas, que teve ali aoportunidade de conhecer Mies van der Rohe. Em sua permanência nos Estados Unidos,

Salinas se entusiasmou com a obra de Frank Lloyd Wright e, em particular, com LouisSullivan e os emotivos textos de seu livro Kindergarten Chats.

 Além desses mestres, Salinas recebeu a influência dos arquitetos e designers europeus queemigraram para os Estados Unidos e que tiveram contatos com Cuba, entre eles WalterGropius, Richard Neutra, Jose Luis Sert e Joseph Albers, assim como dos membros ativos davanguarda cubana, como Eugenio Batista, Mario Romanach, Frank Martinez, HenryGutierrez, Humberto Alonso, Miguel Gaston, Antonio Quintana. Dessa forma, FernandoSalinas assimilou o rigor do racionalismo miesiano, a liberdade compositiva da arquiteturaorgânica e as tendências "regionalistas" que caracterizaram as obras havanesas dos anos50, procurando, dentro do vocabulário do Movimento Moderno, adequar-se aos materiais eao clima locais.

 A casa de Higinio Miguel em Miramar, Havana (1958), projetada com Raul GonzalezRomero, sintetiza essas buscas formais e espaciais na plasticidade dos brises, nodetalhamento das esquadrias de madeira e dos móveis, na presença do pátio interior(assumido da herança colonial) e na criação de profundas sombras nos espaços contínuosdos locais.

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Pouco antes da saída do d itador Batista, em 1958, Salinas conheceu o arquiteto italianoFranco Albini, que visitou Cuba para projetar o futuro desenvolvimento urbano de Havanadel Este. Salinas ficou impressionado com as formulações humanistas do pensamento doitaliano, à procura da tradição cultural e artística local e da linguagem relacionada com arealidade social de Cuba, abrindo uma perspectiva nova na visão e concepção de desenhodo nosso arquiteto.

1962 Planta geral dos escritórios e laboratórios da Empresa de Mecânica Agrícola (EMA),Havana

1963 Conjunto habitacional Manicaragua, Província de

Las Villas

1969 Projeto habitacional Multiflex, que obteve prêmio no 9º Congresso da UIA, emBuenos Aires

Criatividade e necessidades sociais

Salinas foi um dos primeiros arquitetos a se integrar às aceleradas e radicais transformaçõesacontecidas em Cuba depois que Fidel Castro assumiu a direção do governo revolucionário.Em 1959, quando ficaram suspensas as obras suntuosas - como hotéis, lojas dedepartamentos e torres de condomínios - em favor da construção de conjuntoshabitacionais para operários e camponeses, cooperativas agrícolas, hospitais e escolasrurais, o arquiteto fechou seu escritório particular empregando-se como projetista noMinistério de Obras Públicas. A mudança de rumo político fez com que amaioria dosprofissionais de prestígio abandonassem o país rumo aos Estados Unidos.

Sua paixão pelo ensino e pela teoria o envolveu em duas tarefas essenciais naquelesprimeiros anos. A primeira delas foi a organização da Escola de Arquitetura de acordo comos novos fundamentos sociais e culturais de Cuba. Além disso, Salinas foi o Relator Geral do7o Congresso de Arquitetos da UIA, celebrado na capital cubana em 1963. Naquelaocasião, o relacionamento com os profissionais dos diferentes países presentes ao Congresso

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se transformou e os interesses estiveram menos dirigidos aos membros do jet setinternacional ou às preocupações estilísticas, do que àqueles que trabalhavam no 3o Mundotentando resolver os sérios problemas urbanísticos e habitacionais que os afligiam.

Salinas acreditava que haviam sido criadas em Cuba as condições para o desenvolvimentode uma arquitetura que, a um só tempo, resolvesse carências sociais, assumisse a realidadeeconômica e tecnológica local e permitisse a máxima criatividade com relação aos valoresestéticos, formais e espaciais dos conjuntos arquitetônicos.

 Assim, nessa etapa chamada "romântica" ou "surrealista" da Revolução, Salinas imaginouum conjunto urbano para 100 mil habitantes em Havana del Este, com uma monumentaligreja "de todas as religiões". O conjunto teria ainda centros cultural, esportivo e deconvenções, integrando uma planimetria racionalista com a linguagem plástica deascendência wrigthiana.

No escritório da Empresa de Mecânica Agrícola (1962), no subúrbio rural de Havana, Salinasexperimentou, pela primeira vez, usar cobertura de lajes pré-fabricadas, dispostas sobre aplanta circular em torno do pátio, onde uma árvore ancestral, aliada às galerias criadas pelogrande balanço, protegia os locais da insolação excessiva.

Essa obsessão pelas formas curvas e sinuosas, expressivas da "sensualidade" tropicalcubana, também se manifestou no conjunto habitacional de Tallapiedra (1961), em Havana

 Velha, onde os blocos de apartamentos definiam uma série de praças elípticas no interior doquarteirão, e no projeto de urbanização de Manicaragua (1963), na Provincia de Las Villas,para o qual desenhou um prédio de quatro andares, com elementos pré-fabricados. Oprojeto é caracterizado pela continuidade do espaço interior, com uma presença mínima depainéis divisórios, facilitando a ventilação cruzada dos locais.

Salinas preocupava-se com a possibilidade de haver escassez de recursos. Também lhe eradesconfortável a idéia de que o uso de elementos tipificados e pré-fabricados limitasse acriatividade do projetista. Seu lema permanente foi "desenhar mais com menos". Tambémacreditava que os espaços urbanos do "homem novo" surgiam da integração de todas asescalas do "desenho ambiental", assim como da participação de artistas plásticos, gráficos eescultores.

Uma primeira aproximação desta noção de "desenho total" socialista foi desenvolvida nacriação do sistema construtivo Multiflex, elaborado por Salinas em colaboração com umaequipe de estudantes da Escola. O sistema Multiflex ganhou um dos primeiros prêmios no9o Congresso da UIA, em Buenos Aires (1969).

Com uma laje cogumelo sustentada por uma coluna central repetida ad infinitum, oMultiflex resolvia o espaço de uma moradia básica até o conjunto urbano de livredistribuição planimétrica, rejeitando a estrutura em quarteirões da cidade tradicional. Odesenho do mobiliário e dos diferentes módulos de painéis externos leves, que podiam serselecionados pelos usuários, era outra contribuição original do projeto. Essa iniciativatentava se contrapor aos sistemas de pré-fabricação fechada e aos esquemas rígidosmantidos nas urbanizações que se desenvolviam ao longo da ilha, mas a sua criatividadeinovadora não foi assimilada pelos diretivos do Ministério da Construção.

1970 Campus do Instituto Politécnico José Antonio Echeverría, prédio para a refeição dosestudantes, Havana

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1977 Sede da Embaixada de Cuba na Cidade doMéxico

1986 O monumento à queda em combate de AntonioMaceo, San Pedro, Província de Havana - reação àpersistência do realismo socialista em Cuba,exemplificada pela estátua em mármore de Lênin, doescultor russo Kérber

Uma herança para as novas gerações

Os anos 80 foram, em Cuba, um período de abertura ideológica e de forte desenvolvimentoartístico e cultural, baseado na melhoria econômica e na dissipação da Guerra Fria e dastensões políticas internacionais. Naquele momento ainda não se vislumbrava, ou sequer seimaginava, a crise que se aproximava com a queda do Muro de Berlim, em 1989, e adesintegração da URSS e do "mundo socialista", fatos que conduziram à paralisia dodesenvolvimento social e econômico do país nos anos 90.

Salinas abandonou o Ministério da Construção. Nomeado Diretor de Artes Plásticas e Assessor do Ministro de Cultura, promoveu a integração entre artistas e arquitetos, o queculminou com a criação, por Roberto Segre, da Seção de Desenho Ambiental na União deEscritores e Artistas de Cuba (Uneac), assumindo Salinas a primeira presidência (1990).Dedicou-se ao ensino superior e viajou pela América Latina, Estados Unidos e Europa paraministrar cursos e conferências. Ele apoiou com entusiasmo o movimento da Geração dos80, liderado por jovens que questionavam tanto o realismo socialista na pintura, como arigidez das normas construtivas do Ministério da Construção. Isso coincidiu com a nomeaçãodo centro histórico de Havana como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco

(1982), e com as iniciativas das prefeituras para construir novos prédios na malha dascidades tradicionais.

Em reação ao racionalismo "duro" baseado na pré-fabricação e no rígido funcionalismo, os jovens se identificaram com o furor do "pós-moderno" difundido no cenário internacional,ainda que em pequenas obras inseridas na cidade. Salinas apoiou, com reservas, osexcessos formalistas, mas dirigiu o trabalho de uma equipe que participou, a convite de

 Aldo Rossi, de um projeto para Veneza.

Salinas ainda lutou contra a persistência do realismo socialista nos monumentos que seconstruíram naquela década - de Lênin, em Havana, de Che Guevara, em Santa Clara e deMaceo, em Santiago de Cuba -, e teve a oportunidade de demonstrar, no conjuntomonumental concebido para comemorar a queda de Antonio Maceo em combate, em São

Pedro, Província de Havana (1986), que a integração de elementos urbanísticos,arquitetônicos e escultóricos que definiam os espaços de participação dos visitantes tinhammais importância simbólica que as tradicionais esculturas de bronze.

Os muros de pedra das barricadas, as formas abstratas que identificavam os sítios dabatalha e as estrelas simbolizando a participação do general criavam metáforas ativas,

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relacionando o passado com os valores estéticos contemporâneos. Também se posicionoucontra a persistência dos esquemas CIAM no desenvolvimento urbano de Havana. Aproposta da urbanização do Novo Miramar (1990) pretendia adaptar uma tipologia diferentedo quarteirão tradicional para que permitisse a integração das funções como hotéis,comércio, escritórios, habitação.

 Após mais de 15 anos sem construir um prédio em Cuba, em 1992 o governo mexicanosolicitou a Salinas o projeto de um hotel de turismo na praia de Varadero. No momento emque se estabeleciam os primeiros acordos entre ele e as autoridades daquele país, oarquiteto sofreu um derrame cerebral fatal. Certamente, vitimado pela profunda emoção devoltar a trabalhar em arquitetura.

 A paixão e a qualidade literária dos seus textos, o caráter histriônico de suas palestras econferências propondo a identidade de uma nova arquitetura fundamentada nos prementesdesafios da Humanidade no século 21 atraíam o entusiasmo dos jovens arquitetos cubanos.Salinas herdou as idéias políticas e sociais de José Martí e as ilusões sobre a renovaçãoarquitetônica do século 20 como conseqüência das transformações sociais formuladas porLouis Sullivan e os mestres do Movimento Moderno. Ele foi, sobretudo, um persistenteotimista que acreditava nos valores humanistas surgidos desde o Renascimento, na luta porum mundo melhor.

1987 Monumento a José Martí em Cancun, México

1990 Projeto de urbanização Novo Miramar, em Havana, integrando hotéis, comércio,habitação

Bibliografia

 Ayala Alonso, Enrique (Comp.), Fernando Salinas. El compromiso de la Arquitectura,Universidad Autônoma Metropolitana, Unidad Xochimilco, México, DF, 1992.

 AU, Arquitectura & Urbanismo, no 3, Vol. 23, Havana 2002, Faculdade de Arquitetura,ISPJAE, Número monográfico dedicado a Fernando Salinas.Bayon, Damian; Gasparini, Paolo, Entrevista a Fernando Salinas em de la arquitectura en

 America Latina, Editorial Blume/UNESCO, Barcelona, 1977, pp. 87-105.Bullrich, Francisco, Nuevos Caminos de la Arquitectura Latinoamericana, Editorial Blume,

Barcelona, 1969.Salinas, Fernando, De la arquitectura y el urbanismo a la cultura ambiental, Facultad de

 Arquitectura y Urbanismo, Universidad de Guayaquil, Guayaquil, 1988.Segre, Roberto, Arquitectura da Revolucao cubana, Editora Nobel, São Paulo, 1987,Entrevista a Fernando Salinas. Los espacios del hombre pleno.

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 AAA Archivos de Arquitectura Antillana no 10, Vol. 5, Santo Domingo, junho 2001, pp. 134-142. Arquitectura Antillana del siglo 20, Editorial de Arte y Literatura, Havana, 2003 (no prelo). Vejar, Perez Rubio, Y el perro ladra y la luna enfria. Fernando Salinas: Diseño, ambiente yesperanza, UAM, UNAM, UIA, Mexico DF, 1994.

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