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1 OTHERO, Gabriel de Ávila. Processos fonológicos na aquisição da linguagem pela criança. ReVEL, v. 3, n. 5, 2005. ISSN 1678-8931 [www.revel.inf.br]. PROCESSOS FONOLÓGICOS NA AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM PELA CRIANÇA Gabriel de Ávila Othero 1 [email protected] 1. INTRODUÇÃO Por volta dos 12 meses, as crianças já começam a esboçar suas primeiras tentativas de produção de palavras em sua língua materna. Até dominar completamente essa técnica – e ao mesmo tempo arte – da fala, elas terão um caminho com muitos avanços e muitos momentos difíceis e de indecisão a percorrer. Em suas tentativas de produção de palavras tais quais ouvidas pelas produções dos adultos, as crianças tentam adaptar a forma das palavras de maneira que consigam produzi-las o mais próximo possível da fala adulta. Ou seja, as suas produções iniciais não são perfeitas, cópias fiéis da fala adulta, tampouco são desordenadas e caóticas; são antes tentativas de produções próximas à fala adulta. Essas tentativas contêm “erros” e desvios de pronúncia que podem mostrar muitas coisas: que estratégias a criança está utilizando para produzir determinados tipos de sons, qual a dificuldade que a criança está enfrentando para produzir outros tipos e, muitas vezes, podem inclusive mostrar o nível de consciência fonológica da criança, por exemplo. As tentativas de produção das crianças não são desordenadas ou assistemáticas. Há um sistema fonológico que subjaz ao conhecimento da criança, que podemos perceber quando, ao tentar falar determinadas palavras, ela troca este ou aquele tipo de som por outro, denunciando assim algumas de suas estratégias de produção de sons na língua materna. Segundo Leonard (1991: 281), “as crianças normalmente têm formas 1 Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS.

OTHERO - Processos Fonológicos Na Aquisição Da Linguagem (2005)

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    OTHERO, Gabriel de vila. Processos fonolgicos na aquisio da linguagem pela criana. ReVEL, v. 3, n. 5, 2005. ISSN 1678-8931 [www.revel.inf.br].

    PROCESSOS FONOLGICOS NA AQUISIO DA LINGUAGEM PELA CRIANA

    Gabriel de vila Othero1

    [email protected]

    1. INTRODUO

    Por volta dos 12 meses, as crianas j comeam a esboar suas primeiras tentativas de produo de palavras em sua lngua materna. At dominar completamente essa tcnica e ao mesmo tempo arte da fala, elas tero um caminho com muitos avanos e muitos momentos difceis e de indeciso a percorrer.

    Em suas tentativas de produo de palavras tais quais ouvidas pelas produes dos adultos, as crianas tentam adaptar a forma das palavras de maneira que consigam

    produzi-las o mais prximo possvel da fala adulta. Ou seja, as suas produes iniciais no so perfeitas, cpias fiis da fala adulta, tampouco so desordenadas e caticas; so antes tentativas de produes prximas fala adulta. Essas tentativas contm erros e desvios de pronncia que podem mostrar muitas coisas: que estratgias a criana est

    utilizando para produzir determinados tipos de sons, qual a dificuldade que a criana est enfrentando para produzir outros tipos e, muitas vezes, podem inclusive mostrar o

    nvel de conscincia fonolgica da criana, por exemplo. As tentativas de produo das crianas no so desordenadas ou assistemticas. H um sistema fonolgico que subjaz ao conhecimento da criana, que podemos perceber quando, ao tentar falar determinadas palavras, ela troca este ou aquele tipo de

    som por outro, denunciando assim algumas de suas estratgias de produo de sons na lngua materna. Segundo Leonard (1991: 281), as crianas normalmente tm formas

    1 Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul PUCRS.

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    sistemticas de reduzir as palavras adultas a formas que se adequam a suas capacidades de produo. Isso quer dizer que as primeiras produes das crianas podem ser organizadas em padres, e estudadas a partir deles. Essas primeiras produes no so, como dissemos, caticas e confusas, mas seguem uma coerncia sistemtica. Dessa

    forma, o pesquisador interessado em estudar a fala da criana pode prever como ela ir tentar produzir uma determinada palavra da fala adulta e at mesmo avaliar como a

    criana est enfrentando a produo de determinados sons ou grupos de sons da fala adulta. a que entra a teoria dos processos fonolgicos. Neste artigo, estudaremos os processos fonolgicos mais comuns na aquisio da lngua portuguesa como lngua materna, tais como apontados por Yavas,

    Hernandorena e Lamprecht (1991). Para ilustrar as explicaes, utilizaremos exemplos extrados de estudos feitos com crianas sem desvios em fase de aquisio, a partir das

    pesquisas de Mota, Othero & Freitas (2001) e Yavas, Hernandorena e Lamprecht (1991). Alm de apresentarmos os processos fonolgicos mais comuns na aquisio da lngua portuguesa, tentaremos mostrar a sua fundamental importncia nos estudos de

    aquisio da linguagem. Qualquer pesquisador interessado no estudo da fala da criana (lingistas, fonoaudilogos, psiclogos etc.) deveria conhecer a teoria dos processos fonolgicos para melhor compreender algumas das estratgias utilizadas pelas crianas na aquisio fonolgica de sua lngua materna. Alm disso, sempre que possvel, faremos referncia a leituras posteriores, para que o leitor possa descobrir mais sobre a teoria dos processos fonolgicos, suas aplicaes no estudo da aquisio e sobre como aplicar testes e entrevistas com crianas em fase de aquisio.

    2. OS PROCESSOS FONOLGICOS

    2.1 A NATUREZA DOS PROCESSOS FONOLGICOS

    O conceito de processos fonolgicos foi primeiramente concebido por Stampe (1973), e, a partir de suas idias, esses processos tm sido revistos e ampliados, e

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    pesquisas na rea de aquisio da linguagem tm aplicado essa teoria a diferentes lnguas2.

    Segundo Stampe (1973: 1),

    um processo fonolgico uma operao mental que se aplica fala para substituir, no lugar de uma classe de sons ou de uma seqncia de sons que apresentam uma dificuldade especfica comum para a capacidade de fala do indivduo, uma classe alternativa idntica, porm desprovida da propriedade difcil.3

    Os processos fonolgicos servem, ento, para facilitar a produo de sons, ou grupos de sons, pelas crianas. Grosso modo, podemos dizer que um som com certa propriedade difcil (em termos articulatrios, motores ou de planejamento) substitudo por algum outro que seja exatamente igual, mas desprovido dessa propriedade que o torna mais complexo para o pequeno falante. Por exemplo, a consoante lquida no-lateral4 representa, em geral, uma

    dificuldade para o pequeno falante, principalmente quando ela se encontra em posio intervoclica. Sendo um som de difcil produo, a criana poder adotar vrias estratgias, como (a) o simples apagamento da lquida no-lateral; (b) a semivocalizao; ou (c) a substituio dessa lquida pela lquida lateral, de mais fcil produo ([l])5:

    (a) cabrita [ka.pi.ta] [r] >

    (b) agora [a. k.ya] [r] > [y]

    (c) horas [.las] [r] > [l]

    2 Cf. Mota, Othero & Freitas (2001); Lamprecht (1986), para o portugus; e Hodson & Paden (1981) para

    o espanhol; entre outros. 3 Trecho original: a phonological process is a mental operation that applies in speech to substitute, for a

    class of sound or sound sequences a specific common difficulty to the speech capacity of the individual, an alternative class identical but lacking the difficulty property. 4 Cf. Apndice 1 Inventrio fontico padro das consoantes do portugus brasileiro.

    5 H ainda a estratgia da evitao, em que a criana evita usar palavras que contenham sons que

    apresentem alguma dificuldade de produo (cf. Leonard, 1997: 473). Esse tipo de estratgia, porm, no se enquadra no estudo dos processos fonolgicos.

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    E como exemplo de um processo fonolgico atuando na produo de uma seqncia de sons, temos as palavras com encontros consonantais, que representam uma grande dificuldade para a maioria das crianas em seu estgio inicial de fala (na verdade, o encontro consonantal representa um desafio criana at por volta dos quatro anos6). Por isso, muito comum encontrarmos a reduo desse encontro na produo do pequeno falante. Vejamos os exemplos:

    cobra [k.ba] [ra] > [ba]

    placa [pa.ka] [pla] > [pa]

    Stampe (1973) mostra que essa troca sistemtica de um som por outro (ou um grupo de sons por outro) motivada por diversos fatores, mas principalmente por causa de caractersticas fsicas da fala:

    Apesar de a substituio fonolgica ser uma operao mental, ela claramente motivada pelo carter fsico da fala suas propriedades neurofisiolgicas, morfolgicas, mecnicas, temporais e acsticas. (Stampe, 1973:6)7

    Alm disso, muito importante que fique claro que esses processos so inatos, naturais e universais. Isso quer dizer que todos os seres humanos ditos normais, em algum momento durante os primeiros anos de sua aquisio da linguagem, enfrentaram tais dificuldades e limitaes. De acordo com Yavas, Hernandorena & Lamprecht

    (1991: 91), os processos

    so naturais porque derivam das necessidades e dificuldades articulatrias e perceptuais do ser humano; resultam em adaptaes dos padres da fala s restries naturais da capacidade humana, tanto em termos de produo como de percepo. So inatos porque so limitaes com as quais a criana nasce e que ela tem que superar na medida em que no faam parte do sistema de

    6 Cf. Tabela 1 processos fonolgicos de acordo com a faixa etria.

    7 Trecho original: Although phonological substitution is a mental operation, it is clearly motivated by the

    physical character of speech its neuro-physiological, morphological, mechanical, temporal, and acoustic properties.

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    sua lngua materna. Por serem inatos ao ser humano, os processos fonolgicos so universais, isto , encontrados em todas as crianas.

    Por isso, sendo os processos fonolgicos inatos, naturais e universais, fica claro que seu estudo de extrema importncia para todos os pesquisadores que se preocupam

    com a aquisio fonolgica da criana. Os processos so experincias por que todas as crianas passam em seu processo de aprendizado e desenvolvimento da linguagem.

    Ainda segundo Yavas, Hernandorena & Lamprecht (1991: 92),

    os processos fonolgicos constituem um instrumento vlido e confivel de anlise; do conta da descrio da fonologia em desenvolvimento e da fonologia com desvios; permitem uma comparao clara e simples entre a fonologia com desvios, por um lado, e a aquisio normal e o alvo da fala adulta, por outro; facilitam o estabelecimento de metas racionais de tratamento.

    Antes de passarmos s descries dos processos fonolgicos mais comuns na aquisio da lngua portuguesa, queremos deixar claro alguns pontos. Neste artigo no trataremos sobre metodologias para a investigao emprica com crianas para a avaliao fonolgica com base na teoria dos processos. Porm, muito importante aqui

    ressaltarmos que (a) queremos que fique clara ao leitor a importncia de levar em considerao a pesquisa envolvendo os processos fonolgicos no desenvolvimento da

    fala da criana, seja essa fala normal ou com desvios de desenvolvimento; (b) mostraremos estudos que permitiro ao leitor conhecer mais sobre tcnicas e metodologias de entrevistas com crianas, estudos esses que podero servir de base para a realizao de uma pesquisa emprica envolvendo a anlise dos processos fonolgicos no desenvolvimento da criana. Dentre essas obras, destacamos Stampe (1973), Lamprecht (1986) e Yavas, Hernandorena & Lamprecht (1991).

    2.2 OS TIPOS DE PROCESSOS FONOLGICOS

    Apesar de muitos estudos terem sido feitos com base nos processos fonolgicos desde a primeira proposta de Stampe (1973), ainda no h um consenso sobre o nmero total de processos fonolgicos que podem ocorrer. Segundo Yavas, Hernandorena & Lamprecht (1991), o nmero de processos fonolgicos varia entre oito e 42 processos.

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    Em pesquisas com a lngua portuguesa, foram determinados treze processos mais comuns8.

    Veremos a seguir alguns dos processos fonolgicos mais comuns em aquisio sem desvios divididos em processos de estruturao silbica e processos de

    substituio conforme apontados por Mota, Othero & Freitas (2001) e Yavas, Hernandorena & Lamprecht (1991). Eles sero explicados e ilustrados com exemplos obtidos atravs de entrevistas com crianas em estgio de aquisio da lngua portuguesa como lngua materna (os exemplos so de Lamprecht, 1986; Mota, Othero & Freitas, 2001; e Yavas, Hernandorena & Lamprecht, 1991)9.

    A) Processos de Estruturao Silbica

    1. Reduo de encontro consonantal: a reduo de um encontro consonantal dentro da mesma slaba atravs do apagamento de uma das consoantes.

    Exemplos: cobra [k.ba] [br] > [b]

    fruta [fu.ta] [fr] > [f]

    2. Apagamento de slaba tona: o apagamento de slaba no acentuada, que pode ser pr-tnica ou ps-tnica, em palavras com mais de uma slaba (geralmente tri- ou polisslabas).

    Exemplos: bicicleta [bi. k.ta] (apagamento de slaba pr-tnica) [si] >

    fsforo [fs.u] (apagamento de slaba ps-tnica) [fo] >

    3. Apagamento da fricativa final: o apagamento de /s/ no final de slaba dentro da palavra (FSDP) ou no final da palavra (FSFP).

    8 Cf. Yavas, Hernandorena & Lamprecht (1991: 93).

    9 Sobre as metodologias utilizadas nas entrevistas e sobre os dados dos falantes, conferir as obras citadas.

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    Exemplos: estrela [i. te.la] [s] >

    floresta [fo. r.ta] [s] >

    4. Apagamento de lquida final: o apagamento de uma consoante lquida lateral (/l/, //) ou no-lateral (/r/) em posio final de slaba dentro de palavra (FSDP) ou em

    final de palavra (FSFP). Exemplos: martelo [ma.t.lu]

    [r] >

    porta [p.ta] [r] >

    5. Apagamento de lquida intervoclica: o apagamento de uma consoante lquida lateral ou no-lateral que ocorre entre duas vogais.

    Exemplos: borboleta [bo.e.ta] [l] >

    velinha [v.i.a] [l] >

    6. Apagamento de lquida inicial: o apagamento de uma consoante lquida lateral ou no-lateral em incio de palavra.

    Exemplos: rabo [a.bu] [r] >

    livro [i.vu] [r] >

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    7. Mettese: a reordenao dos sons dentro da mesma palavra; o fone muda de lugar dentro da mesma palavra. Note que, em ambos os exemplos, aconteceu uma co-ocorrncia de processos (mettese e semivocalizao da lquida)10.

    Exemplos: trator [tay. toy] [tra] > [tar] / [r] > [y]

    placa [pay.ka] [pla] > [pal] / [l] > [y]

    8. Epntese: a insero de uma vogal entre duas consoantes. Tambm pode ser

    chamada de suarabcti11.

    Exemplos: brabo [ba. ra.bu] [bra] > [ba.ra]

    gruda [gu. ru.da] [gru] > [gu.ru]

    B) Processos de Substituio

    1. Desonorizao da obstruinte: a produo das plosivas, fricativas ou africadas

    sonoras como surdas.

    Exemplos: zebra [se.pa] [z] > [s] / [b] > [p]

    gato [ka.tu] [g] > [k]

    2. Anteriorizao: a substituio de uma consoante palatal ou velar por uma alveolar ou labial.

    10 Na verdade, a co-ocorrncia de processos simultneos muito freqente na fala das crianas e tambm

    pode ser vista em outros exemplos aqui citados. 11

    Cf. Othero (2003).

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    Exemplos: cachorro [ka.so.Ru]

    [S] > [s]

    chinelo [si.n.lu]

    [S] > [s]

    3. Substituio de lquida: a substituio de uma consoante lquida lateral ou no-lateral por outra lquida.

    Exemplos: armrio [a.ma.lyu] [r] > [l]

    dirigindo [dZi.li.in.du]

    [r] > [l]

    4. Semivocalizao de lquida: a substituio de uma consoante lquida lateral ou no-lateral por uma semivogal.

    Exemplos: comer [ko.mey] [r] > [y]

    pular [pu.lay] [r] > [y]

    5. Plosivizao: a substituio de uma consoante fricativa ou uma africada por uma consoante plosiva.

    Exemplos: vaca [ba.ka] [v] > [b]

    saia [taya] [s] > [t]

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    6. Posteriorizao: a substituio de uma consoante labiodental, dental ou alveolar por uma palato-alveolar ou velar.

    Exemplos: sol [Sw]

    [s] > [S]

    tesoura [tSi.Zo.ra]

    [z] > [Z]

    7. Assimilao: a substituio de um som por influncia de outro que se encontra na mesma palavra. Um som influncia outro para torn-lo igual ou parecido consigo.

    Exemplos: girafa [vi.ra.fa]

    [Z] > [v]

    corneta [to.ne.ta] [k] > [t]

    8. Sonorizao pr-voclica: a realizao das consoantes plosivas, fricativas ou africadas surdas como sonoras antes de um som voclico.

    Exemplos: confuso > [gn.vu.zw] [k] > [g] / [f] > [v]

    tesoura [dZi.zo.ra]

    [tS] > [dZ]

    Esses processos fonolgicos costumam ocorrer entre os 12 e 48 meses (mas alguns processos podem se estender at a idade de 4:6). A Tabela 1 mostra as idades em que alguns processos fonolgicos normalmente costumam ocorrer. A linha preenchida (__________) indica as faixas etrias durante as quais o processo opera na maioria das

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    PROCESSO IDADE 1:6 2:0 2:6 3:0 3:6 4:0 4:6

    Reduo CC Apagamento da slaba tona

    Apagamento da fricativa final Apagamento da lquida final Apagamento da lq. intervoclica Apagamento da lquida inicial

    Desonorizao

    Posteriorizao

    Anteriorizao

    Semivocalizao Substituio da lquida

    Plosivizao

    Assimilao

    Sonorizao pr-voclica

    crianas. A linha pontilhada ( ----------- ) mostra a idade mais elevada em que o processo costuma acontecer12.

    Tabela 1: processos fonolgicos de acordo com a faixa etria

    CONSIDERAES FINAIS

    Neste artigo, vimos o que so os processos fonolgicos e quais so os mais

    comuns na produo de crianas brasileiras adquirindo a lngua portuguesa como lngua

    materna. Ainda que no enfatizado exaustivamente, a idia de que o estudo desses processos fundamental para o estudo da aquisio fonolgica e, principalmente, para a

    avaliao fonolgica da criana permeou todo este trabalho. Por apresentar uma sistematicidade que, como vimos, permite ao pesquisador predizer e at mesmo compreender melhor o processo de aquisio fonolgica para a criana, o estudo dos processos fonolgicos de crucial importncia para o lingista e

    12 Agradeo prof. Dra. Lodenir Karnopp (em comunicao pessoal) pela tabela.

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    terapeuta em trabalhos envolvendo a fala da criana, sejam pesquisas tericas ou aplicadas.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    1. HODSON, B. W.; PADEN, E. P. Phonological processes which characterize unintelligible and intelligible speech in early childhood. JSHD, n. 46, 1981.

    2. LAMPRECHT, Regina Ritter. Os processos nos desvios fonolgicos evolutivos: estudo sobre quatro crianas. Dissertao de Mestrado, PUCRS, Porto Alegre, RS, 1986.

    3. LEONARD, Laurence B. Deficincia fonolgica. In: FLETCHER, Paul;

    MacWHINNEY, Brian. Compndio da linguagem da criana. Porto Alegre: Artes Mdicas, 1997.

    4. MORI, Angel Corbera. Fonologia. In: MUSSALIM, Fernanda; BENTES, Anna Christina (orgs.). Introduo lingstica: domnios e fronteiras v. 1. So Paulo: Cortez, 2001.

    5. MOTA, Andrea; OTHERO, Gabriel de vila; FREITAS, Joselaine Moreira de. A anlise dos processos fonolgicos. No impresso, 2001.

    6. OTHERO, G. A. Introduo ao estudo da histria da lngua portuguesa. Par de Minas: Virtualbooks, 2003.

    7. SILVA, Thas Cristfaro. Fontica e fonologia do portugus: roteiro de estudos e guia de exerccios. So Paulo: Contexto, 2002.

    8. STAMPE, David. A dissertation on natural phonology. Tese de Doutorado, Universidade de Chicago, EUA, 1973

    9. YAVAS, Mehmet; HERNANDORENA, Carmen L. Matzenauer; LAMPRECHT, Regina Ritter. Avaliao fonolgica da criana. Porto Alegre: Artes Mdicas, 1991.

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    APNDICE

    1. Inventrio fontico padro das consoantes do portugus brasileiro13:

    Labial Dent/Alv Pal-Alv Palatal Velar Plosiva p b t d k g

    Fricativa f v s z S Z R Africada tS dZ

    Nasal m n Lat l Lquida

    No-Lat

    r

    Glide w y w

    2. Inventrio fontico padro das vogais orais do portugus brasileiro:

    Anterior Central Posterior Alta i u

    Mdia-alta e o Mdia-baixa

    Baixa a

    13 Tabelas baseadas em Mori (2001); Mota, Othero & Freitas (2001); Silva (2002) e Yavas, Hernandorena

    & Lamprecht (1991).