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Nl? 7 1985 Outubro MOVIMENTO de CASAIS POR tU MA ESPIRITUALIDADE CONJUGAL E FAMILIAR CARTA MENSAL das EQUIPES de NOSSA SENHORA " Que queres que eu laça?" . . . . . . . . . . . . . . . . . . I A Eucaristia e a família cristã . . . . . . . . .. . . . . . . 5 A ECIR conversa com vocês . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 Rezar com Maria 9 Na família , a influência mais decisiva . . . . . . . . 11 A palavra e o silêncio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 Anunciadores de Deus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 Equipes de Nossa Senhora no Mãli . . . . . . . . . . . . 16 Oração de uma jovem africana à Virgem de Lourdes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 Testemunho de um Conselheiro . . . . . . . . . . . . . . . . 20 Um retiro em Bauru . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Por que algumas equipes não conseguem sobre- viver . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Encontro Estadual da Pastoral da Família . . . . 24 A árvore é que está doente . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 Um trab3lho miss ionário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . 27 Notícias dos Setores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

Outubro CARTA MENSAL das EQUIPES de NOSSA SENHORA … · É na verdade difícil ser cristão numa sociedade materialista ... - ou é o aconselhamento conjugal, que aponta para a pa

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Nl? 7 1985

Outubro

MOVIMENTO de CASAIS

POR tU MA ESPIRITUALIDADE

CONJUGAL E FAMILIAR

CARTA MENSAL das EQUIPES de NOSSA SENHORA

"Que queres que eu laça?" . . . . . . . . . . . . . . . . . . I

A Eucaristia e a família cristã . . . . . . . . .. . . . . . . 5

A ECIR conversa com vocês . . . . • . . . . . . . . . . . . . 7

Rezar com Maria 9

Na família, a influência mais decisiva . . . . . . . . 11

A palavra e o silêncio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

Anunciadores de Deus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . 14

Equipes de Nossa Senhora no Mãli . . . . . . . . . . . . 16

Oração de uma jovem africana à Virgem de Lourdes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

Testemunho de um Conselheiro . . . . . . . . . . . . . . . . 20

Um retiro em Bauru . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

Por que algumas equipes não conseguem sobre-viver . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

Encontro Estadual da Pastoral da Família . . . . 24

A árvore é que está doente . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

Um trab3lho miss ionário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . 27

Notícias dos Setores . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . . . 28

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EDITORIAL

"QUE QUERES QUE EU FAÇA?"

A Ressurreição é o grande sinal da divindade de Jesus Cris­to, é o acontecimento fundamental na pregação do Evangelho. Quem reconhece Cristo Ressuscitado, Senhor da Vida, irá pelo mundo proclamar a vitória sobre todas as mortes. Jesus é o li­bertador do homem até a sua salvação definitiva, é o libertador da história até a sua transformação total, na justiça e no amor. Os discípulos aceitam levar a notícia à todas as gentes e Paulo, esbarrando no caminho com o Ressuscitado, não encontra pala­vras para dizer senão estas: "Que queres que eu faça?"

Acreditamos na Ressurreição e, por Ela, acreditamos no triun­fo da vida, recusando todas as formas de destruição, de injustiça, de morte. Mas estamos aqui, também, porque queremos pergun­tar com sinceridade e sentido de compromisso: Senhor que que­res que eu faça?

A hora em que vivemos, difícil para nós cristãos, para quem 0s critérios do Evangelho prevalecem sobre os critérios políti­<!OS e econômicos, reclama, para além de atitudes de repúdio, uma ação concreta que mude a face das coisas. É pouco dizer não. É quase nada manifestarmo-nos contra, apesar de ser ne­cessário fazê-lo. Para os graves problemas que se põem à cons­ciência cristã, é urgente atuar, conhecer as causas e contrariá­-las, enfrentar os problemas e ajudar a resolvê-los, ir ao encontro das pessoas e amá-las, descobrir as necessidades concretas e res­ponder-lhes.

É na verdade difícil ser cristão numa sociedade materialista e permissiva, em que todos os valores se esfumam e as pessoas se vêem permanentemente confrontadas com a tentação do ter, do poder e do prazer. Hoje é a questão do aborto, amanhã será a da eutanásia ou do genocídio, mais tarde a da guerra nuclear ou das condenações à morte, mas é sempre a vida humana posta em causa, relativizada a interesses pessoais ou de grupos. Como São Paulo no caminho de Damasco, é necessário perguntar ao Senhor: Que queres que façamos?

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A Missão dos Leigos na Igreja

O diálogo, a presença e a inserção no mundo podem ame­drontar ou seduzir. Dominados pelo medo, muitos cristãos se dispensaram de dar testemunho, de intervir na sociedade, de in­fluenciar a marcha da história. Seduzidos pelos poderes do mun­do, muitos outros rompem a comunhão eclesial e acabam por re­cusar os critérios do Evangelho na análise dos problemas huma­nos e na procura de soluções para eles.

A missão dos leigos é precisamente a de tratar da ordem temporal e orientá-la segundo Deus, para que progrida e assim glorifique o Criador e Redentor. Os leigos têm de estar no mun­do, de uma forma consciente, ativa, responsável e cristã para mudarem o rosto dos acontecimentos. Não poderão desculpar-se com o silêncio dos Bispos, nem com o desinteresse dos sacerdo­tes. "Quando se acusasse a Igreja de estar ausente de algum se­tor ou de se despreocupar de algum problema humano, equivaleria a lastimar a ausência de leigos esclarecidos e ativos" (João Pau­lo 11). Diante de um. mundo secularizado e comodista, é tempo de perguntar, de novo como Paulo Apóstolo: Senhor, que que­res que eu faça?

Na presença de leigos no meio do mundo podem surgir e surgem muitas tentações:

- Tentações são o naturalismo, que julga alcançar eficácia sem o recurso, pela oração confiante, à ação de Deus; e o espi­ritualismo desencarnado, que dispensa o esforço humano na trans­formação do homem e das situações: "'Temos de fazer tudo o que está ao nosso alcance como se tudo dependesse de nós, mas te­mos de confiar ilimitadamente, porque tudo depende de Deus" - a oração e a ação são complementares.

- Tentações são o partidarismo que desejaria a Igreja vin-culada a um grupo, sem expressão plural; ou o espírito revolu­cionário que arrastaria a Igreja à solidariedade no ódio e na vio­lência; a Igreja tem de manter-se sempre livre e aberta a muitas opções, desde que em todas elas os cristãos sejam o fermento da verdade, da justiça, da liberdade, do amor.

- Tentações são o clericalismo, que implicaria pedir a inter­venção exagerada dos padres e até dos Bispos, mesmo ao nível ela profecia; ou o laicismo, que dispensaria a iluminação clara das posições a tomar, com a subseqüente ruptura da comunhão na unidade; cada membro do Povo de Deus tem a sua missão, a sua função e o seu carisma, e ninguém pode dispensar-se de atuar na hora própria.

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Agora é tempo de ação, com a responsabilidade que o Evan­gelho e o Magistério da Igreja nos dão.

Há mães solteiras que querem ser ajudadas; há crianças re­jeitadas que precisam ser acolhidas; há casais com problemas humanos gravíssimos, com dificuldade de se relacionarem har­moniosamente, casais que pedem a necessária informação para regularem o nascimento dos seus filhos; há famílias em situação econômica muito precária, sem habitação, sem assistência na doença, sem possibilidade de educar os filhos, e que imploram (é o termo) auxílio; há crianças deficientes que carecem de es­peciais cuidados; há tantos problemas conjugais e familiares à espera de resposta ...

A Igreja, sacerdotes e leigos, paróquias e movimentos, pode e deve dar essa Tesposta. Se as estruturas de um Estado, debili­tado economicamente, não têm tempo de se debruçar sobre a solução dos problemas humanos, é o momento de regressarmos à genuína caridade cristã, aquela que fundamenta a justiça, que dá gratuitamente, que presta serviços com generosidade e alegria, até que o outro se torne capaz de lutar pelos seus direitos, de fazer ouvir a sua voz. É necessário apelarmos para a criatividade evangélica, aquela que inventa a forma de amar e de servir. "Dei­-vos o exemplo: como eu fiz façam vocês também".

A Reorganização do Laicado ao Serviço da Vida

Recentemente, a Santa Igreja ofereceu-nos um documento notável que talvez não tenha sido ainda suficientemente divul­gado. Refiro-me à Carta dos Direitos da Família. Valorizando até à sua máxima expressão o amor humano, a vida conjugal e familiar, o sacramento do matrimônio, esta carta magna relem~ bra o valor da vida (no artigo 4) , o sentido do amor e da fecun­didade (no artigo 3), a importância da educação sexual (no ar­tigo 5), a urgência em prover as necessidades fundamentais da família (nos artigos 9 e 11), a atenção privilegiada às famílias -problema por razões de trabalho, de emigTação, de saúde (nos ertigos 8, 10 e 12) .

Se nós, os cristãos, pegarmos na Carta dos Direitos da Fa­mília e a quisermos realizar numa ação programada, descobrire­mos rapidamente o nosso lugar no trabalho em defesa da vida:

- ou é o aconselhamento conjugal, que aponta para a pa­ternidade responsável e para a regulação equilibrada dos nasci­mentos;

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- O'Ul é a educação sexual dos jovens e mesmo dos adultos, numa sã pedagogia da afetividade e da sexualidade;

- ou é a terapia familiar, com o reequilíbrio das relações entre os diversos membros do grupo-família, para além das ida­des e culturas;

- ou é a implementação das leis da adoção que permitam responder a casos concretos, quer da mãe solteira que rejeita o seu filho, quer de casais infecundos que queiram acolher uma criança;

·-- ou é o apoio às crianças com problemas, deficit:mtes ou mal formadas, que precisam de especiais cuidados, quer na sua ·.rida física, quer, sobretudo, na sua vida afetiva;

- ou é, ainda, e para não enumerar mais hipóteses, a sim­ples ajuda aos casais mais novos que enfrentam dificuldades ines­peradas e necessitam de uma presença dedicada, generosa e dis­creta.

Permitam-me, queridos amigos, que vos pergunte: Onde es­tão os médicos e os enfermeiros cristãos, onde os psicólogos e os ~ssistentes sociais cristãos, onde os farmacêuticos e professores cristãos, onde os sociólogos e os jmistas cristãos, onde estão, fi­nalmente, os políticos cristãos? Há lugar para todos estes, na pre­venção do aborto e na defesa da vida. Mas precisamos nos orga­nizar. Não será esta uma das tarefas, talvez a mais importante. das associações profissionais cristãs?

É bom ser cristão, mas, em vista de um trabalho de trans­formação da sociedade, um cristão não pode agir sozinho, tem de se juntar a outros cristãos, refletir com eles, programar as ações e executá-las com objetividade, para renovar o mundo. Não basta protestar, urge comprometermo-nos em ações concretas, pa­t·a que a redenção se opere, e chegue a todos a salvação.

O desafio à criatividade evangélica e à ação salvadora está lançado. É como semente deitada à terra que, acredito no Se­oho:r, germinará, crescerá e dará fruto.

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Pe. Victor Feytor Pinto ([)a Carta portuguesa)

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.A PALAVRA DO PAPA

A EUCARISTIA E A FAMíLIA CRISTÃ

<Da homilia de encerramento do Congresso Eucaristico Internacional de Nairobi, Quênia, sobre "A Eucaristia e a Família Cristã.", 18-8-85.)

O convite de Cristo ao amor assume um particular relevo no campo do amor conjugal. A plena e indissolúvel união de marido e mulher exprime-se melhor no recíproco dom de si. Os casais que procuram constantemente amar-se e ajudar-se de ma­neira recíproca participam de modo especial da vida da San­tíssima Trindade. Eles refletem, como um espelho, o sempre fiel amor de Deus pelo seu povo. O amor matrimonial é fecundo, com uma fecundidade que se mostra de modo exemplar nos filhos . E todo filho traz consigo um renovado convite ao amor, com uma generosidade ainda maior.

Enquanto o amor matrimonial é úniço na sua mais íntima expressão de dom de si, ele é também caracterizado pela facul­dade de acolher com generosidade os filhos e de se estender em solicitude e dedicação aos membros da família no seu sentido mais amplo, à comunidade local e à sociedade inteira. A família cris­tã desempenha um papel-chave nas pequenas comunidades cris­tãs e na vida e missão da Igreja. Enquanto nenhuma família está imune do pecado e do egoísmo e das tensões provocadas por esses, isto pode ser perdoado e superado pela intercessão do Espírito Santo e a família pode contribuir no empenho da Igreja pela reconciliação, pela unidade e pela paz.

A família cristã é chamada a ser no mundo um sinal do amor fiel de Deus para com o seu povo. Para isto, a família cristã é antes de tudo chamada a acolher o amor de Deus e a ser imbuída desse amor. Porque a família é destinada pela pro­vidência a ser uma comunidade em diálogo com Deus. É por isto que a oração e os sacramentos deveriam ter um lugar proemi­nente na vida familiar.

O mais importante de todos os sacramentos é a Eucaristia, na qual a aliança de amor de Cristo com a Igreja é comemorada e: renovada, e na qual marido e mulher encontram forças e ali-

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mento para a sua aliança matrimonial. O Sacramento da Euca­ristia oferece aos membros da família a graça necessária para a conversão e para o superamento de qualquer divisão que o pe­cado tenha produzido no lar.

A oração é essencial na vida de todo cristão, mas a oração da família tem um lugar especial. Dado que ela é uma forma participável de oração, deve por isso ser modelada e adaptada às particularidades e à composição de cada família. Poucas ati­vidades influem numa família como a oração em comum. A ora­ção alimenta o respeito para com Deus e o respeito recíproco. Ela coloca as alegrias e as tristezas, as esperanças e as desilu­sões, qualquer evento e todas as situações na perspectiva da mi­sericórdia e providência divinas. A oração da família abre o co­ração de cada um ao Sagrado Coração de Jesus, e ajuda a fa­mília a ser mais unida e a estar ainda mais disponível para servir a Igreja e a sociedade.

A Eucaristia é o Sacramento da vida. Ela inunda a alma hu­mana de vida divina, e é o penhor da vida eterna. Por meio da Elucaristia, Cristo repete-nos continuamente as palavras que pro­nunciou durante a sua Paixão e Morte: "Na casa de Meu Pai há muitas moradas ... , Vou preparar-vos um lugar. E, quando Eu tiver ido e vos tiver preparado um lugar, virei outra vez, e le­var-vos-ei Comigo para que, onde EU estiver, estejais vós tam­bém" (Jo. 14, 2-3).

A celebração eucarística eleva-nos da rotina da vida quoti­diana. Ela guia e eleva espiritualmente o nosso olhar. A Euca­ristia ajuda-nos, aqui e agora, a "ter os olhos fixos em Jesus, autor e consumador da fé" (Heb. 12, 2). Ajuda-nos também a ter presente na mente a meta definitiva da caminhada que ini­ciamos no Batismo, a ter presente o autêntico objetivo da nossa vida, o nosso destino último. Cristo quer que estejamos com Ele para sempre na eternidade; quer que estejamos para sempre na casa do Pai, onde Ele preparou um lugar para nós. A Eucaris·· tia faz crescer o nosso desejo desta plenitude de vida e de uni­dade em Cristo que havemos de ter só no Céu. E a Eucaristia é uma segura promessa de a obtermos.

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A ECIR CONVERSA COM VOC~S

Caros amigos,

A seis de outubro, a Igreja inicia o mês missionário, refle­tindo, através da liturgia desse dia, sobre a Família. Isto nos lembra que a ação missionária da Igreja, de certa forma, passa sempre pela família.

É missão da Igreja concretizar, em cada momento a história, o Reino de fraternidade que Cristo inaugurou e que só se rea­liza a partir da transformação interior de todos e de cada um. Assim, a Igreja tem na família um ponto de apoio para sua ação missionária, uma vez que esta é a resposta mais completa para os desencontros e desacertos do homem moderno.

Consideramos oportuno nos determos um pouco sobre um dos temas escolhidos pela Comissão Regional de Pastoral da Famí­lia da Região Sul I da C.N.B.B. para a reflexão durante a Se­mana da Família: "O jovem de hoje, construtor da família do amanhã", pois muitos são os elementos a coincidir.

- Transcorre o Ano Internacional da Juventude.

- Mais da metade da população brasileira ainda não completou 20 anos.

- Reconhecemo-nos preocupados com nossos jovens, com a sua vida de fé, com os seus valores, com o seu futuro.

- Estamos nos envolvendo na participação do processo que visa a elaboração da nova carta constitucional do Brasil, numa ten­tativa de colaborar para legar aos nossos filhos um corpo de legislação que melhor ordene a vida do homem e da família segundo a mensagem do Evangelho.

- Enfrentamos uma crise que atinge, senão toda, pelo menos grande parte da humanidade, embora as causas e as conse­qüêntes perturbações variem bastante de um país para outro. Profundas dúvidas nos invadem quanto ao amanhã, pois o fu­turo da humanidade também passa pela família e esta está sendo a grande vítima desta crise; está passando por terríveis provações de toda ordem.

- O mês missionário e a semana da família são momentos for­tes para ouvirmos a Deus e melhor compreendermos nossa missão como casal, como pais, como primeiros responsáveis diante de Deus pela formação de nossos jovens - casais e pais de amanhã.

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Eles terão de construir um novo tipo de lar, onde os valores estáveis sejam preservados, mas com uma nova compreensão do papel do esposo, da esposa, dos filhos e da própria família adap­tados à nova realidade, na qual:

A mulher não apenas está trabalhando fora, mas também mi­litando ao lado do homem, nas mais variadas causas.

Os membros do casal são igualmente responsáveis pela famí­lia, pela sua unidade, pela sua subsistência, pela educação e formação dos filhos.

Os filhos , por vezes melhor informados que os pais, cada vez mais deixam de ser um elemento passivo e gradativamente começam a assumir posições nem sempre concordantes com as suas.

A família como uma comunidade de pessoas, onde cada mem­bro deve saber tomar decisões livres, onde o relacionamento é baseado fundamentalmente no amor e na confiança.

A família com um papel a desempenhar, uma missão que Deus e a história esperam dela: formar seus membros para influi­rem nas transformações necessár ias à implantação do Reino; não uma família fechada sobre si mesma, mas integrada na comunidade, unida às outras.

Tudo isso está a exigir de todos um esforço no sentido de estruturar-se para responder às novas necessidades, diríamos mes­mo, uma verdadeira conversão no plano humano.

A nós, pais de hoje, ponto de passagem da família tradicio­nal, piramidal, para a família comunidade de comunhão e par­ticipação, cabe uma consciência crítica para não ficarmos presos aos padrões estabelecidos pelas gerações passadas, tentando im­pedir que a vida prossiga em sua evolução, mas, ao mesmo tem­po, a coerência e a firmeza para transmitirmos os valores que devem permanecer.

Cidinha e Igar

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REZAR COM MARIA

O Pai Nosso é a oração que Jesus ensinou e o Magnificat, a que Maria rezou.

Quem nos fez saber um pouco sobre a personalidade e o modo de ser de Nossa Senhora foi Lucas, seu primeiro "trova­dor".

Quando Maria viajou para Ain Karin a fim de visitar Isabel que esperava um filho, foi saudada por sua prima como a mãe do Salvador. Vendo que ela conhecia o segredo guardado em seu coração, Maria, cheia de júbilo, respondeu: "Minha alma engran­dece o Senhor e meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador ... "

Séculos mais tarde estas mesmas palavras tornar-se-iam a ora-ção oficial de um grupo de casais Teunidos por uma espiri­tualidade conjugal e familiar: as "Equipes de Nossa Senhora".

Sendo nossa padroeira uma esposa, dona de casa e mãe, é com ela que vamos aprender a viver, e para ela vamos encami­nhar as nossas súplicas.

Consideremos as atitudes psicológicas de Maria qu~ deveriam ser as nossas:

- Atitude de louvor: em meio às nossas apreensões de pais, não nos acabrunhemos, mas louvemos com alegria; o louvor é a fórmula mágica para libertar a Paz que existe em nós na pre­sença de Deus; então o nosso coração se tranqüiliza e, em vez de chorar, cantamos com Maria: "Minha alma engrandece o Senhor e meu espírito exulta em Deus, meu Salvador".

- Atitude de confiança: confiança em Deus que "exalta os humildes", "sacia de bens os famintos" e "estende sua misericór­dia sobre os que o temem".

- Atitude de humildade: ser humilde não é ter falsa mo­déstia, é ser autêntico; Maria se declarava perante Deus não mais que uma escrava, mas sabia que dali em diante toda a terra cantaria os seus louvores, porque nela Ele operara maravilhas.

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Precisamos reconhecer as "grandes coisas" que Deus fez em nós, responsabilizando-nos pelos talentos e privilégios recebidos, um dos quais é o Amor e a predileção com que nos chamou às E.N.S.

Ao longo dos tempos, Maria nos tem convocado à oração por meio das mensagens transmitidas por seus videntes. Uma forma de oração recomendada por Maria é o Rosário. Na ter-ça parte do Rosário, o Terço, meditamos os mistérios ora gozosos, ora do­lorosos, ora gloriosos da vida de Cristo ao lado de Maria.

Nos Glórias, louvamos, e libertamos a Paz que existe em nós. Nos Pai Nossos, rezamos como Jesus nos ensinou, adquirindo as atitudes psicológicas de perdão e de confiança indispensáveis ao equilíbrio da nossa personalidade. E nas Ave-Marias honramos a mãe de Deus e nossa com as mesmas palavras ditas pelo anjo Gabriel e pela prima Isabel sob a inspiração do Espírito. Os Pa­pas do nosso tempo, lembra Pe. Valéria Alberton ("Os Papas e '' Rosário") têm sido unânimes em xecomendar esta forma de oração meditada que é um resumo de todo o Evangelho.

João Mohana ("Descubra o valor do terço") lembra que a monotonia restringe o raciocínio e liberta a intuição: se as coi­sas ficarem muito interessantes para o racional, pode-se perder o mais profundo.

O ritmo pausado e automático das Ave-Marias adormece nossa mente reflexiva levando-nos a um relaxamento e por conseguinte às ondas cerebrais alfa, aquelas da intuição e do Espírito Santo.

João Paulo II considera o texço a oraJÇão da maturidade es­piritual. Com efeito, quando crianças, era-nos penoso rezar um terço inteiro, que parecia não mais terminar, mas quando ama­durecemos para a fé, conseguimos rezá-lo sem sacrifício, alcan­çando um grande pxoveito ao meditar os fatos mais importantes da vida de Jesus e de Maria.

A oração não é uma ocupação para horas vagas ou aflitas. A oração é indispensável ao equilíbrio interior do homem.

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Maria é também mãe dos nossos filhos. Façamos uma ima­gem mental do nosso filho, protegido pelo manto de N. Senhora. Isto acalma as nossas apreensões e nos permite relaxar e dormir bom sono.

Maria vela por todos nós .

Engrandeçamos, exultemos e louvemos sempre o Senhor, na alegria, como Maria nos ensinou.

Dirce Pereira da Silva

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NA FAMíLIA,

A INFLUtNCIA MAIS DECISIVA

Mesmo sem nos tornarmos adeptos estritos do determinismo, todos sabemos que o meio ambiente e o exemplo observado exer­cem influência decisiva no desenvolvimento de qualquer educan­do. A criança e o jovem, enquanto não dispõem ainda de uma escala definida de valores e de um sistema seguro de decisão e auto-determinação, acabam regulando seu procedimento e ado­tando valores de referência pela observação do que os cerca.

O ambiente familiar exerce, conseqüentemente, a influência mais decisiva na formação de nossos filhos. É da vivência no lar e do procedimento dos pais que a criança modela seus padrões de conduta e sua escala de valores.

Portanto, se somos cristãos e queremos encaminhar nossos tilhos para uma autêntica vivência cristã, devemos fazê-los res­pirar espiritualidade em nossa família. Se temos consciência da nossa vocação de filhos de Deus à santidade, cabe-nos transmitir­-lhes a mesma consciência, pelo nosso modo de agir, pela nossa orarção, por toda a nossa vivência de filhos de Deus. E se a nos­sa consciência cristã é profunda e autêntica, sentiremos a respon­sabilidade de contribuirmos para a realização do Plano de Deus no mundo. Sentiremos a solidariedade cristã, que nos torna res­ponsáveis uns pelos outros, que nos mostra que ninguém se salva sozinho, mas em comunidade, que nos desperta para a necessi­r:lade apostólica de colocarmos os nossos dons a serviço dos nossos irmãos necessitados.

Assim, se vivermos em nosso lar uma espiritualidade viva, se nossa vida concreta se revestir, no cotidiano, dos valores decor­rentes dessa espiritualidade, se colocarmos a serviço de nossos irmãos os dons que recebemos em abundância, se contribuirmos com nossa parcela para o serviço missionário em nosso lar, em nossa vizinhança, em nosso meio profissional e em nossa comu­nidade eclesial, então estaremos dando aos nossos filhos o exem­plo da religião vivida. Se crescerem em tal ambiente, assimilarão também o que é a vocação cristã. E talvez Cristo aproveite seus corações generosamente preparados para chamá-los a uma voca­ção mais específica. Certamente poderemos contribuir muito pa­ra oferecer a Cristo um caminho aberto até o coração de nossos

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filhos. E decisiva terá sido a nossa m1ssao no sentido de abrir ante nossos filhos uma perspectiva sadia e concreta para chegar ao Cristo.

O chamado de Cristo geralmente não força passagem. Se nossos filhos aprenderam conosco o que é ser cristão; se conosco aprenderam a rezar; se em nossa vivência de cônjuges e de pais perceberam o reflexo da fé cristã; se de nós ouviram falar da vocação cristã e da vocação religiosa e sacerdotal, certamente se­rão mais sensíveis a qualquer sinal de Deus. Como um jovem dificilmente será despertado ou optará por uma carreira profis­sional se não tiver nenhum conhecimento da mesma, se não sou­ber da sua importância, assim também dificilmente um filho nos­so será sensível ao estado :religioso ou sacerdotal se nós nunca lhe falamos de tal vocação, se não abrimos seu coração para ouvir o chamado de Cristo. Nossa vivência e nossa palavra poderão lançar a ponte entre Cristo e nossos filhos.

-o-Em nossa vida conjugal, procuramos vivenciar os valores cris­

tãos, testemunhaT a espiritualidade, não permitir que os valores materiais se tornem absolutos ou um objetivo em si mesmos, não ceder aci comodismo que tudo simplifica por meio do poder aqui­sitivo.

Queremos que nossa vida conjugal seja um incentivo para uma vocação responsável. Vocação que se vive com alegria e abnegação. Vocação que tem muitas exigências, vocação cada vez mais difícil de ser vivida com responsabilidade, vocação que im­pede o egoísmo e impõe a doação. Mas voca-ção que tem suas compensações e pode ser vivida com alegria! Abrimos os olhos dos nossos filhos sobre a destruição da família nas novelas de te­levisão e na vida social em geral. A partir das nossas próprias c.eficiências, procuramos conscientizá-los das dificuldades da vi­da de esposos e pais.

Ao mesmo tempo, sentimos que eles percebem o esforço que fazemos para cultivar a harmonia conjugal e familiar; que per­<'ebem a alegria do nosso amor; que experimentam a segurança decorrente da nossa união. Se nosso procedimento nem sempre é ideal, se nem sempre fazemos tudo como nossos filhos espera­riam, acreditamos que eles lêem em nossa vivência o realismo da fragilidade humana, mas também a boa vontade e o esforço de acertar e de buscar o caminho melhor no plano humano e es-· piritual.

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Terezinha e Lauro Equipe 26 de Florianópolis

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A PALAVRA E O SILf:NCIO

O texto que segue é uma redação, "escrita na própria aula de português (19 ColegiaJ), numa escola onde se propaga e propala o ateísmo e o materialismo", escrevem os pa.is da au­tora. "Esta redação causou tal repercussão entre os profes­IIOres e a classe de nossa filha que os próprios professores 110licitaram fosse afixada no mural da escola, para que todos pudessem lê-la".

A palavra é uma forma de dizer a verdade; o silêncio é a própria verdade.

A palavra é uma maneira de expressar seus próprios sen­timentos, seus próprios pensamentos; o silêncio é o próprio sen­timento, é o próprio pensamento.

A palavra diz o que você refletiu, o silêncio é a própria re­flexão.

A palavra nos mostra tudo aquilo qu:e acontece, o silêncio é Q próprio acontecimento.

A palavra constrói; o silêncio edifica.

A palavra nos mostra a sabedoria; o silêncio é a própria sa-bedoria.

A palavra só diz; o silêncio escuta .• ,

A palavra é vida; o silêncio, a eternidade.

Por mais palavras que se digam, o silêncio as exprime em um só gesto: o Amor, que é a escuta, a paciência, e através do Amor possuímos também a alegria, a sabedoria, a ciência de to­das as ciências.

A palavra nos mostra DEUS; o silêncio é o próprio DEUS,

Lucia na Filha de um casal da Equipe 2 de São José dos Campos

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ANUNCIADORES DE DEUS

Catequese é a transmissão de uma mensagem de vida. Men­sagem é mais que doutrina, pois exige uma resposta. A catequese sempre foi considerada pela Igreja como uma de suas tarefas pri­mordiais. Depois do Sínodo dos Bispos em 1977, a renovação ca­tequética é considerada um dom precioso do Espíxito Santo.

Todos nós, cristãos batizados, somos ou devemos ser profetas e anunciadores de Deus. Quem não é capaz de anunciar por suas palavras ou por sua vida não acredita verdadeiramente em Deus.

A nossa Fé cristã não é uma situação em que nos encontramos e sim um caminho que escolhemos por graça de Deus, caminho este que nos liberta e nos leva ao Pai. A Fé é um esforço, uma construção. Construtor é o homem, construtor é Deus. A Fé une os dois construtores. Um necessita do outro.

O objetivo primordial e essencial da catequese é o Mistério de Cristo. Catequizar, então, é levar alguém a estudar esse mis­tério em todas as suas dimensões. É levar alguém a conhecer a caridade, isto é , o amor de Cristo que ultrapassa qualquer co­nhecimento. É fazer com que alguém se ponha, não apenas em contato (pelo conhecimento) mas em comunhão, em intimidade ~oro Jesus Cristo. É transmitir os ensinamentos dessa Verdade que Ele é.

Cristo é o modelo de todos os catequistas. Existe uma ex­traordinária coerência na personalidade de Jesus. Sempre exis­tiu uma ligação única entre aquilo que Ele diz, aquilo que Ele iaz e aquilo que Ele é. Dizia Nicodemus: "Sabemos que vieste como Mestre da parte de Deus." A vida terrena de Jesus Mes­tre foi um contínuo ensinar, uma contínua revelação de Deus Pai aos homens. É assim que deveria ser a nossa vida!

A catequese hoje

No lugar do método antigo, baseado na memorização, hoje se usa o método catequético renovado: ver (o fato), julgar (à luz do Evangelho), agir (como cristão, à luz da Fé, em benefício de todos os irmãos).

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No início, houve um pouco de exagero, abolindo-se por com­pleto a memorização. É necessário uma certa memorização. A nossa memória foi criada para ser utilizada. Agora, o que for memorizado precisa ser interiorizado, compreendido na sua pro­fundidade, para que se torne fonte de vida cristã pessoal e co­munitária. Hoje, tudo volta ao devido lugar.

A catequese também se renova na linguagem. Atinge assim melhor todos os níveis, classes e idades. É uma das finalidades da catequese renovada proporcionar aos catecúmenos aquelas cer­tezas simples, mas sólidas, que os ajudarão a procurar mais e melhor o conhecimento do Senhor e das verdades da nossa Fé. Ela se funda na Palavra de Deus, se constrói sobre esta rocha que é a Palavra de Deus.

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Finalizando, neste mês m1sswnano, quero lembrar os cate­quistas em terras de missão. Nascidos de famílias cristãs ou con­vertidos pelos missionários ou por outro catequista, eles consa­gram suas próprias vidas à catequese em suas povoações. Igrejas hoje florescentes não teriam sido edificadas sem eles.

Suzana Villac Equipe 1, Setor D, São Paulo

<Trabalho baseado na Exortação Apostólica "Catequese Hoje"

e no Documento de Puebla)

A eficácia da catequese dependerá em grande parte de sua. capacidade de dar um sentido, o sentido cristão, a tudo aquilo que constitui a vida do homem em seu tempo, homem entre os homens, cidadão entre os cidadãos.

JOAO PAULO 11

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EQUIPES DE NOSSA SENHORA NO MAU

Com a viagem do Papa à Africa, despertaram nossa curiosidade as jo­vens Igrejas daquele continente. A reportagem que segue já tem uns dois anos, mas o essencial não mudou.

O Mali, situado no centro da Africa Ocidental, tem uma. superfície de 1.240.170 km2, sua população é de seis milhões de habitantes, sendo 90% de camponeses. Ba.mako, a capital, tem cerca de 300 .000 habitantes.

As Equipes do Mali nasceram em 1980, depois de uma pe­regrinação ao santuário mariano de Nossa Senhora de Kita -portanto, sob a égide de Maria. As primeiras reuniões de infor­mação foram feitas no regresso da peregrinação - cujo objetivo era preparar o Sínodo sobre a Família - e, em outubro de 1980, com 42 casais, começaram efetivamente as reuniões. Em 1983, diz o Pe. Fontaine, responsável pelo lançamento das Equipes no Mali, contamos 120 casais, em seis aldeias: isto representa cerca de 14 equipes. As Equipes estão presentes em três das cinco pa­róquias da diocese. Por enquanto só existem nesta diocese, mas, por ocasião de uma reunião nacional de leigos, Laurent e Brigitte, responsáveis das Equipes do Mali, fizeram uma comunicação na catedral de Bamako e muitos dos delegados ficaram interessados e pediram informações e folhetos de documentação.

As Equipes do Mali têm características bastante diversas da­quilo a que estamo~ acostumados, o que demonstra a faculdadP de adapta-ção do nosso Movimento:

- 80% dos membros das Equipes são analfabetos;

- os equipistas vêm de meios muito diversos: são agricul-tores, professores e, principalmente, pessoal de saúde;

- as reuniões são realizadas na língua local, o boré, mas no futuro será diferente, pois o Mali conta nada menos que 22 lín­guas nacionais;

- toda a aldeia aproveita da reunião: com a presença do sacerdote nesse dia, todos podem assistir à missa e comungar;

- em Mandiakuy as reuniões se realizam no centro de for­mação dos noivos; nas aldeias, são feitas nas capelas da selva ou num pátio tranqüilo ao ar livre;

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- as equipes dão a sua contribuição em espec1e; na aldeia, elas têm um campo coletivo e repartem a colheita: metade para a equipe, metade para o Secretariado, em Paris; quando na ci­dade (Mandiakuy e San), dão em dinheiro mesmo;

- quanto às reuniões, têm uma primeira parte em que par­ticipam todos os casais equipistas da aldeia ou da cidade.

Como se desenrola uma reunião?

Começa-se por uma oração composta por um sacerdote quan­do da peregrinação de 1980. Os casais sabem-na de cor. A seguir faz-se uma longa oração universal, para facilitar a participação das mulheres, que partilham em forma de oração, quando todos

L· escutam em silêncio. Depois, sentados, os equipistas ouvem a leitura do questionário (há sempre pelo menos uma pessoa que sabe ler em cada equipe). Sendo apenas sete casais, prosseguem a reunião. Se forem mais numerosos, dividem-se em pequenas equipes de sete casais - sempre os mesmos, é claro.

As duas primeiras perguntas referem-se à partilha dos pon­tos concretos de esforço. Outras três se referem ao tema esco­lhido para a xeunião. No terceiro ano de equipe são lidos trechos da Exortação do Papa sobre a Família.

Depois ouve-se a Palavra de Deus, seguida de um tempo de silêncio e, às vezes, de uma pequena homilia. São propostas al­gumas ações concretas - seja do marido, seja da esposa, seja dos dois com os filhos. Termina a reunião com um mistério do terço.

A ação concreta pode ser voltada para o próprio lar: arranjar na cubata um canto para a oração, reservar um tempo para ma­rido e mulher se encontrarem (esboço de dever de sentar-se) ou para oração familiar; ou ainda, voltada para o exterior: fazer alguma coisa por uma pessoa idosa, prestar um serviço a outro casal. Na reunião seguinte, a partilha se faz também sobre esta ação concreta.

Os frutos:

Nos casais, um melhor diálogo, um retomar da oração fami­liar melhoraram o clima. A fidelidade tornou-se mais forte. As crianças dialogam com seus pais, crescem e se desenvolvem me­lhor.

Muitos jovens sentiram-se interpelados pelos equipistas. O número de casamentos celebrados na Igreja aumentou brusca­mente, o que levou a paróquia de Mandiakuy a confiar o curso rle preparação para o casamento às Equipes.

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As dificuldades . .

A primeira é a própria idéia de formar uma equipe. Na Afri­ca, os sexos têm funções sociais muito delimitadas. Os homens formam um grupo muito fechado, saem juntos, discutem juntos os problemas da aldeia e tomam juntos, e só eles, as decisões im­portantes para a vida da aldeia. As mulheres. por sua vez, têm atividades muito típicas, trabalhos coletivos que as levam a en­contrar-se entre si. A cidade não mudou em nada o problema, pelo contrário, pois as mulheres, isoladas e sem os trabalhos da aldeia, ficam muito sós. Este tipo de vida, obviamente, não fa­vorece em nada o diálogo familiar e é 'l.lJll grande obstáculo à (•riação de equipes de casais.

Alguns homens olham com desconfiança para as equipes df' casais: "Não se irá meter idéias na cabeça de minha mulher? Tornar-se-á arrogante, exigente em matéria de dinheiro, discu­tirá comigo ... " (expressões textuais ouvidas pelo Pe. Fontame).

Contanto que não perturbe os costumes e o estilo de vida dos casais, a criação de equipes de casais na Africa é perfeita­mente possível: é preciso não se deter nos primeiros obstáculos. que podem parecer montanhas, e descobrir que correspondem a uma aspiração muito profunda dos casais. Apresentar o casamen­to cristão sob todos os seus aspectos encoraja a entrar na sua dinâmica. Fazer emergir a ternura, o amor único e fecundo dos esposos como sinal mesmo do amor de Deus, mostrar o papel do Cristo na construção do lar cristão é uma coisa possível, mas que leva tempo e, sobretudo, uma lenta, muito lenta assimilação do método.

Por exemplo: só muito devagar se poderá levar um casal a começar um dever de sentar-se. Ao contrário, conseguiremos me­lhores resultados se o convidarmos a rezar em família. Outro obstáculo: a oração individual Na Africa, ninguém gosta de fa­zer as coisas sozinho. O africano "vive com" - pode mesmo dizer-se que ele "é com", no sentido de que não tira a sua iden­tidade tanto daquilo que é por si mesmo, quanto daquilo que ele é enquanto membro de um grupo, de uma etnia.

Além da mentalidade, ainda existe o problema dos costu­mes, ritos e até regimes matrimoniais, que variam segundo as etnias, até mesmo numa mesma aldeia. O Mali é apenas um exemplo: é assim em toda a Africa. Por isso o projeto das E.N.S. na Africa deve amadurecer à sua maneira, dando tempo ao tem­po e confiando em Deus, que, segundo diz um provérbio bam­bara, "não deixa ninguém subir numa árvore para cortá-la de­pois que está lá em cima".

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ORAÇAO DE UMA JOVEM AFRICANA

À VIRGEM DE LOURDES

Mãe, sou tua filha.! Esouta-me esta noite. Sinto tanta alegria em poder falar-te, Em abrir-te meu coração! Tu me escutarás, não é verdade? Tu me escutarás sem te cansares .. . Sabes? Eu sempre sonhei ter uma mãe como tu!

Nossas mães africanas são boas ... Mas elas têm tantas preocupações e tanto traba.lho com seus filhos! Elas os carregam nas costas. E carregam também grandes cestos na. cabeça. Elas. realmente, não têm um só minuto para. respirar!

Tu, ao contrário, és toda nossa ... Talvez sejas mais ainda de teus filhos da Africa Do que de todos os teus out.os filhos do mundo •.. Tu te lembras que te refugiaste entre nós, Quando foste expulsa de teu pais? Tu poderias ter ido para. o Norte, para. Leste ou para Oeste . .. Não, tu tomaste o caminho do Sul e escolheste a nossa Afrlca.. Quando cozinhavas, tu ficavas agachada, como nós, Perto de um pequenino fogo de paus liecos e de uma panela. de barro. Quando precisavas de um pouco d'água., Tu las simplesmente à fonte E voltavas cantando ... o cântaro no ombro, Andando como nós, descalça, sobre as pedraa ... E quando José não tinha. trabalho, Tu talvez passaste fome, como nós.

Por todas estas razões tu podes bem compreender Como temos necessidade de ti. Como teus ouiros filhos, mais ainda. que os outros, Nós temos necessida.de da tua alegria, 'l'áo diferente do delirio desenfrea.do das nossas danças Que se prolongam pelas noites adentro! Tua alegria. vem do teu trabalho e do esquecimento de ti mesma.

Virgem Maria, Esta noite o meu coração está cheio de desejos! Toma-os todos nas tuas mãos de mãe! E obrl&'ada!

MARIA KAFUMBE

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TESTEMUNHO DE UM CONSELHEIRO

No ano passado, fui convidado a formar uma nova equipe no Setor B. Pelo pouco que eu já conhecia do Movimento e pela informação feita por Marylena e Mário, aceitei sem relutância alguma: antes mesmo da instalação da nova equipe eu já me en-,. tusiasmara pelo Movimento! E esses nove meses em Equipe, com casais tão sinceros e amigos, fazem com que "minha alma engran­deça ao Senhor". Estou convencido de que é realmente um pri­vilégio ser equipista. Principalmente na Equipe 24!

Qual não foi minha alegria ao constatar o que já sabia por informação: o Movimento é uma Equipe de Equipes. E essa be­líssima experiência, pude vivê-la no EACRE-85 da nossa Região Centro-Leste. Era o clima gostoso e a vontade de crescer da mi­nha equipe. Só que ampliados. Tudo isso somado à profundidade de quem já vive há mais tempo a espiritualidade.

1\Jão posso deixar de mencionar a lucidez das palavras do Con­selheiro Espiritual da ECIR, José Carlos Di Mambro, meu irmão no sacerdócio e no amor pelas Equipes de Nossa Senhora. Notá­vel seu entusiasmo pela espiritualidade dos leigos. Pois somos padres por causa dos leigos. E é preciso não confundir nem que­l.'er clericalizá-los com uma espiritualidade de celibatários e com a atividade apostólica de quem não tem cônjuge nem tilhos. Ne­les é que a maioria dos cristãos devem ver e amar o Cristo e para esses são chamados a ser Resposta do Mesmo Cristo. Este testemunho é o principal apostolado laical - que não se fecha em si mesmo mas sempre transborda quando é verdadeiro. Quem descobre de verdade o Amor de Cristo não consegue guardá-lo só para si. Forçosamente se torna um missionário. Cada um, po­rém, tem sua vocação e suas aptidões .

.A limpidez do amor de todos os casais participantes, assim como a acolhida de todos a todos, me fizeram mais crer no . ~pos­tolado familiar. E na Família como Base da Comunidade EclesiaL

Enfim, voltei mais equipista! E mais missionário!

Pe. Paulo Augusto Milagres Rodrigues Conselheiro Esi>iritual da Equipe 24 de Petrópolis

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UM RETIRO EM BAURÚ

Fazendo uma parada obrigatória e necessana em nossas ati­vidades, estivemos participando do Retiro promovido pelo Setor, e partilhando com muitos casais de Bauru e Pederneiras a ale­gria da presença de Frei Estevão Nunes, que veio especialmente de Curitiba para ser o nosso pregador.

O Retiro iniciou-se com a entronização da Bíblia e com o Ato Penitenciai, que nos colocou frente à Deus para um exame de consciência. Frei Estevão foi dissecando a "Parábola do Fi­lho Pródigo" em todos os seus detalhes, mostrando-nos o infi­nito amor de Deus e a Sua total misericórdia para conosco, pe­cadores.

No decorrer de suas exposições, Frei Estevão foi \!Olocando o papel que o cristão, por opção de vivência, deve assumir no contexto atual. Partindo do Plano de Deus e da vocação primei­ra do homem, que é a santidade, Frei Estevão fez com que a cada momento refletíssemos seriamente sobre a nossa resposta de amor ao Plano que Deus criou para nós.

O compromisso do cristão é ser santo. Nós, cristãos casados, devemos assumir esse compromisso "a dois" e em família. Aí entra toda a espiritualidade do Movimento das Equipes, que nos impulsiona a um maior crescimento conjugal e familiar. Frei Estevão nos fez ver toda a profundidade que os meios de aper­feiçoamento contêm. Falou-nos da escut1a da Palavra, quando nos colocamos em sintonia com Deus: esta sintonia deve ser perma­nente em nossa vida. Falou-nos da oração, que é um esforço de comunicação com Deus: estamos em oração quando nos coloca­mos na mesma faixa de ondas do amor de Deus. Frei Estevão falou-nos também do dever-de-sentar-se, da sua importância na vida do casal. E não só falou, como nos levou a realizar um óti­mo dever-de-sentar-se.

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E agora, decorridos alguns dias de toda essa experiência, o que ficou em nós? Será que mudamos alguma coisa em nossa vida, decorrente de tudo aquilo que ouvimos de Frei Estevão? Será que estamos conseguindo ser mais cristãos agora do que antes do retiro? Ser cristão hoje significa cortar a cabeça dos quatro ídolos que dominam o homem: o ter, o poder, o prazer e o eu (egoísmo) . Como está a nossa caminhada? Estamos do­minando esses ídolos ou estamos sendo dominados por eles? Só podemos dizer que a experiência de um retiro foi válida quan­do colocamos na prática tudo aquilo em que fomos levados a refletir.

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A conversão é coisa de um dia. A santificação é obra de toda a vida.

Maria Tereza e Odir Equipe 3 de Bauru

Tua vida interior deve ser isto precisamente: começar e recomeçar.

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POR QUE ALGUMAS EQUIPES NÃO CONSEGUEM SOBREVIVER

<Do Boletim de Marilia)

Fomos convidados a opinar sobre o porquê de algumas equi· pes não conseguirem sobreviver e se dissolverem. Certamente pelo fato de estarmos no Movimento há mais de vinte anos acha­ram que teríamos alguma observação importante a fazer.

Por intermédio da Carta Mensal e, aqui no nosso meio, da Equipe do Setor, percebe-se que há uma insistência para que os integrantes do Movimento se engagem numa atividade pastoral, cada qual de acordo com o seu carisma, mas que ninguém fique na ociosidade.

O casal, ao entrar para uma equipe nova ou quando é con­vidado para completar uma que ficou desfalcada, encontra algo diferente: novos companheiros, um Conselheiro Espiritual, temas rle estudo, um método de vida que lhe abre uma perspectiva di­ferente, vive os primeiros anos num embalo gostoso, uma mu­dança de vida, uma transformação de homem velho para homem novo, homem do evangelho. Aos poucos, porém, acaba a novi­dade, vem a realidade, tudo começa a ficar muito igual, sabe de antemão o que o outro vai dizer, vem-lhe a tentação de sair da equipe.

O engajamento nas pastorais da Igreja ajuda muito a não perder a motivação. Por isso, tomamos a liberdade de sugeri·r que seja feito o máximo esforço para que os casais se engagem em algum serviço aos irmãos. Nós e os demais casais que estão no Movimento há mais de vinte anos, desde que entramos, fomos solicitados a prestar serviços.

Naquela época tínhamos nossos filhos pequenos, mas nunca nos acomodamos. Foi com muito sacrifício, com muita luta, com muita persistência, que conseguimos superar as dificuldades, pa­ra nos ausentarmos de casa, deixando os filhos aos cuidados de outras pessoas amigas, a fim de implantar o Movimento na Dio­cese e, ao mesmo tempo, implantar também o Curso de Prepa­ração ao Casamento. Sem dúvida, foi preciso muita coragem, muita dedicação, muita força de vontade, bastante desapego e uma verdadeira desinstalação do nosso comodismo, mas valeu a pena - e estamos aqui, firmes, até a data de hoje!

É preciso aproveitar a juventude dos casais, dando-lhes opor­tunidade de se realizarem através da equipe e do Movimento.

Rosa e José Maria O. Machado Equipe 3 de Marilla

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ENCONTRO ESTADUAL DA PASTORAL DA FAMILIA

Realizou-se nos dias 24 e 25 de agosto, em Valinhos, um en­contro de agentes de Pastoral da Família organizado pelo Re­gional Sul I da CNBB. Cada diocese do Estado de São Paulo enviou um casal, tendo havido poucas ausências. As Equipes de Nossa Senhora estiveram representadas, por delegação da ECIR, pelo casal Heloísa e Ari, de Ribeirão Preto; esteve presente tam­bém um casal repTesentando o M.F.C., além de sacerdotes coor­denadores diocesanos de Pastoral da Família. Foram ao todo 36 casais, 5 sacerdotes e 2 bispos.

Foi um encontro em que se procurou dar formação e orien­tação quanto à organização da Pastoral da Família dentro da Pas­toral Orgânica de cada diocese, fornecer subsídios para a Semana da Família e conscientizar os participantes da amplidão e impor­tância deste campo de atividade apostólica. Quanto a este último aspecto, foram feitas colocações sobre a família como evangeli­zadora da sociedade, enfrentando os problemas do aborto, das esterilizações em massa, das mutilações, do elevado número de separações, das famílias em situações calamitosas, empobreci­das, etc.

Foram proferidas palestras sobre "Carisma, talento, serviço" e "Planejamento e organização da Pastoral Familiar nas dioceses", por D. Eusébio O. Scheid, SCJ, Bispo de São José dos Campos c Coordenador da Comissão Regional de Pastoral da Família; "A família, comunidade evangelizadora", por D. Antonio Miziara, Bispo de Bragança Paulista; e "Matrimônio - Sacramento e suas conseqüências", pelo Pe. José Gonçalves, SDB, assessor da Co­missão Regional de Pastoral da Família.

Entre os participantes encontravam-se casais das E.N.S., do M.F.C., E.C.C., Focolari, Catecumenato, e outros, bem como ca­sais desvinculados de qualquer Movimento. No trabalho pastoral, independentemente da espiritualidade que seguem, tudos procu­ram levar o amor de Cristo sob a forma de evangelização e ser­viço ao maior número possível de famílias de cada diocese. Ao mesmo tempo, colaboram com as outras pastorais no sentido da transformação de toda a sociedade. É função da diocese coorde­nar os diversos Movimentos, procurando i)J.tegrá-los numa cami­nhada comum.

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APOSTOLADO - I

"A ARVORE É QUEt ESTA DOENTE"

A primeira vez que entrei na Casa da Criança de nossa ci­dadezinha, foi um impacto: crianças confinadas?

Geraldo havia sido eleito presidente (na marra) e eu me propus a trabalhar três dias por semana como voluntária. Per­guntaram-me no que eu gostaria de trabalhar e eu disse que com as famílias. Ninguém entendeu. . . Como? Temos aqui crianças para serem alimentadas e cuidadas: 30 em regime de internato e 80 semi-internas!

Existiam problemas seríssimos; a creche há seis meses havia sofrido a intervenção do juiz, que depôs a diretoria e convocou uma nova até o prazo para nova eleição, quando Geraldo foi con­vocado.

Arregaçamos as mangas: vamos ao trabalho. Geraldo en­frentou todos os problemas de ordem financeira... Uma loucu­ra! Eu quis recorrer às fichas familiares para fazer um levan­tamento geral da nossa clientela: não havia nenhuma ficha. Não tínhamos nem mesmo o endereço de muitas dessas crianças ...

Iniciamos pelo internato. Porque essas crianças estavam aqui? Sem elemento algum, precisei entrevistar cada criança para saber é!. sua história, numa tentativa de conhecer o seu problema. A par desse trabalho com os internos, consegui duas voluntárias que foram fazendo as visitas às famílias das crianças semi-inter­nas, preenchendo as fichas. Nessa fase, todos os problemas foram surgindo. Cada criança interna tinha a sua historinha, que va­leria a pena ser contada.

Entregamos todo esse trabalho a Deus. Ele é o nosso Pai!

Pois bem, em apenas 40 dias conseguimos desativar o inter­nato! Que alívio. . . Para cada problema Ele havia dado uma solução divina.

Nessas alturas iniciamos as reuniões com os pais. Uma vez por mês são convocados para um bate-papo. Fazemos dinâmica de grupo, e plenário para colher as conclusões. Estamos desen-

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volvendo um programa para o ano todo, de forma que em cada reunião seja discutido um aspecto. Foi a primeira vez na his­tória dessa creche, que já tem 40 anos, que os pais (mãe e pai) compareceram. Já fizemos três reuniões e parece que os pais estão satisfeitos com esse tipo de encontro.

Agora posso expressar sem constrangimento o meu ideal -trabalhar com as famílias! Não há criança. carente: a sua famí­lia é que é carente. Ela é só um fruto, a árvore é que está doente . . .

Deus deu solução também para todos os problemas financei­ros ... estamos até com certa folga!

Com isso podemos desenvolver uma série de atividades: tra­balho com gesso, montagem de guarda-chuvas, bordados, traba­lhos de corda, palha, etc. As crianças vibram quando os pais com­parecem às reuniões e elas vão mostrar o "seu" trabalho.

Com cinco meses de gestão, só Deus mesmo é que poderia fazer tudo isso.

Louvado seja Deus!

Norma

Equipe 3 de Ribeirão Preto

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!\POSTOLADO- II

UM TRABALHO MISSIONARIO

Maria Luiza e João, da Equipe 27, Setor C, residem atual­mente em Guaraparí, ES. Ao passarem pelo Rio, o Boletim "O Equipista" do Rio de Janeiro lhes perguntou do trabalho que lá realizam. Contaram eles:

"Aqui no Rio, rezávamos e meditávamos. Lá, trabalhamos efetivamente. Não há nada em Guaraparí. Faltam recursos de toda ordem. Falta até padre. As missas são celebradas às sex­tas-feiras, sábados e domingos, quando o padre não está viajando. Os Ministros da Eucaristia suprem o que podem. João traba­lha como Ministro da Eucaristia. Lê livros a respeito, para sa­ber de suas obrigações e limitações, reza muito, para ter inspi­ração divina.

Quatro Irmãs Passionistas estão desenvolvendo excelente tra­balho, iniciando uma creche e ensinando bordado e crochê às mu­lheres, que só sabem lavar roupa e roçar.

João é dentista e tem um consultóri para atender a popu­lação carente. Deu início a um ambulatório, com atendimento por médico voluntário e distribuição de rEmédios. Tudo, em Gua­raparí, é feito por leigos, que assim pr curam ajudar o sacer­dote.

Há muitos protestantes, que se esp: ntam com nossa ativi­dade: 'Vocês são católicos? Não parece' 'Católicos não fazem nada!' ... "

Maria Luiza e João estiveram no Ri c para adquirir livros de editoras católicas e iniciar uma livrarü na paróquia, pois se­gundo disseram, lá não existe um livro de espiritualidade, nem mesmo uma Bíblia para vender

Seguiram depois para Petrópolis, p ra participar do retiro das Equipes. Comentaram: "No ano pa~sado, não pudemos fa­zer retiro, e nos sentimos muito vazios! '

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NOTíCIAS DOS SETORES

BEUM DO PARA - "Na.. Sra. da Paz"

A caçulinha de Belém (<'por enquanto", como escrevem!), a n~> 14, lançada em junho, escolheu para sua padroeira Na. Sra. da Paz - e, por intermédio do seu :casal piloto, Nazereth e José, manda um recado "aos irmãos da EQuipe 14 de Sorocaba, também consagrada a Na. Sra. da Paz". Escrevem: "Queridos irmãos da Equipe 14 de Sorocaba: imaginem como foi bom, logo depois do batizado da nossa equipe, quando recebemos a C.M. de Jun./Jul, lermos a notícia de vocês - foi muito gratif!JCante! Vamos nos entregar aos pés de nossa Mãe e pedir a paz ao mundo, já que somos mui­tos casais consagrados a Na. Sra. da Paz." Acrescentam: "Pedimos à fa­mília equipista que nos inclua em suas orações, pela nossa perseverança na vocação matrimonial".

PORTO AI.EGRE - Nota jovem

No EACRE da Região Rio Grande do Sul, realizado nos últimos dias de

julho, com a participação de 60 casais responsáveis, 17 casais da equipe de serviço, 18 Conselheiros Espirituais e contando com a presença de Cidinha e Igar. o Angelo, filho do Casal Regional e Coordenador do EACRE, Nery e João Carlos, "abrilhantou o final do Encontro com seu violão, interpre­tando a música de 10:. João Evangelista Enout sobre o ·belo poema de D. Mar­cos Barbosa, Cântico das Núpcias."

PETRóPOLIS - "Vocação e missão"

Sobre o tema "Ser cristão, equlpista, aqui e hoje - vocação e missão", preparado por Frei Antonio Moser, Conselheiro Espiritual do Setor A, reu­niram-se os equipistas dos dois setores, formando 13 grupos, para a "inter­equipes". "Foram momentos de muita reflexão" e, como sempre ocorre em se tratando de reuniões mistas, "a oportunidade de real integração entre os equipistas dos dois setores" - escrevem Sandra e Antonio, que assumiram, pelo Setor A, o Eqwpetrópolis e se propuseram a colaborar com a Carta Men­sal "enviando notícias fresquinhas dos dois setores". A eles também deve­mos a notícia que segue.

- Cem casais em Piabetá

Com a colaboração de casais de Petrópolis (para não perder a tradição) e sob a animação e coordenação de Frei Antonio Moser (idem), aconteceu o 1? Dia de Estudos em Piabetá. "Lá estiveram os casais das Equipes 1 e 2

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de Piabetá e um grande número de casais da comunidade e que desejavam tomar contato com as coisas do Movimento. Assim, mais de 100 casais par­ticiparam desse 'Dia' e, ao final, demonstraram grande interesse em per­tencer às Equipes. Por enquanto foram formados mais dois grupos, que fun­cionarão como pré-equipes. Assim, muito em breve Piabetá terá a sua Co­ordenação."

- A caçula. do Setor

Enquanto a Equipe 23 atingia a maioridade e alçava vôo sozinha e a 24 curtia sua lua de mel com o Movimento, nascia a. 25, na Lajinha, em Itaipava. "Para aquela região, escrevem Lenir e Hélio, responsáveis pelo Se­tor A, existe apenas um sacerdote, que evidentemente não consegue atender a todos os compromissos. A comunidade aprendeu a. conviver com esta rea­lidade e, convicta de suas responsabilidades, assume diversos trabalhos, sem questionar ou lamentar a falta do sacerdote. Bonito exemplo para. nós, ha­bituados ao convívio permanente dos assistentes e sem os quais nos sentimos muitas vezes incapazes de realizar nossas ta.refas!" Assim, o grupo, já como pré-equipe, acostumou-se a não ter o Pe. Lins presente em todas as suas reuniões. Lenir e Hélio, que se reuniram com a nova equipe, vibraram ao &entir •• a alegria. e o entusiasmo por poderem participar de uma Equipe de Na. Sra.", ao mesmo tempo que ficaram "conhecendo os trabalhos que a. maioria já realiza na comunidade". "Encerrando o encontro, acrescentam, rezamos juntos o Magnificat. Poucas vezes tivemos oportunidade de ouvir um Magnificat com tamanha convicção e força ... " stella e Arlindo, casal piloto, contam, por sua vez, que a equipe possui um hino em louvor à sua padroeira, Na. Sra. do Amor Divino, com letra e música compostas pela própria equipe.

- Um "ramo" em Curitiba

A Equipe 15 ficou radiante com a notícia da entrada da filha e do genro de um doo seus casais numa equipe em CUritiba, dando a conhecer o tes­temunho do casal : "Depois de quatro anos de casados, dois filhos e as difi­culdades que todos nós passamos no inicio da vida de casados, poucos a.migos pela dificuldade de sair por causa das crianças, pouco tempo e ainda a parte financeira que sempre contribui em pensarmos duas vezes ao realizarmos as coisas, tudo isto nos levou a procurar coisas e pessoas que pensassem como nós e tivessem os mesmos problemas, anseioo e vontades. Conhecíamos a Equipe pelo convívio com os pais de Suzana e já há dois anos buscávamos entrar para o Movimento. Felizmente isto ocorreu, no início do ano, graças a Deus. Estamos alegres, encontramos o que procurávamos, ou seja, casais jovens como nós, amigos acima de tudo. Valeu, está valendo muito, sem dúvida alguma." Acrescenta a Equipe 15: "Obrigado, Senhor, porque pude­mos ser a terra boa onde tua semente desabrochou."

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V ARGINHA, MG - Agora é Coordenação

Na presença de todos os casais equip!stas, bem como de casais que con­cluíam o curso de noivos, foi instalada, durante a missa celebrada na Igreja matriz do Divino Espírito Santo, no dia 18 de agosto, a Coordenação de Varginha. Com a bênção do vigário e Conselheiro Espiritual, Pe. Aloysio Helmans, assumiram como primeiro casal coordenador Angela e Bertonlucio. da Equipe Na. Sra. das Graças. Presentes Lilian e Quadra, Casal Regional, e Helô e Ivanir, casal de ligação das Equipes de Varginha, vindos de Pe­trópolis e que proporcionaram a todos os equip!stas dois dias de aprofun­damento, com curso de pilotagem. Unimo-nos às orações da Coordenação para "que Na. Sra. ilumine todos os casals da Coordenação de Varginha. e que possam com todas as suas forças levar o Movimento a frutificar mais ainda."

RIBEIRAO PRETO - Equipes de jovens de vento em popa.

As Equipes de Jovens em Ribeirão Preto já estão estrutw·adas em movi­mento, com estatutos elaborados pelos casais coordenadores. Em agosto, eram 7 equipes, com uma média de 15 jovens em cada uma, totalizando aproximada­mente 100 jovens, na faixa de 9 a 18 anos. Os jovens programaram e reali­zaram, com muito entusiasmo e pleno sucesso, uma festa junina; e está para acontecer, no dia. 12 de outubro, o primeiro Encontro de Jovens, em Bro­ãósqui.

JAú - Encontros de Corações

Promovido e dirigido pelos equipistas, foi realizado, com a presença de 51 casais, um dia de reflexão na paróquia de São Sebastião. As palestras -Felicidade, Vivência. da. espiritualidade conjugal, Harmonia. sexual - foram todas dadas por equipistas e conselheiro espiritual. Após o Encontro foi rea­lizada reunião com o objetivo de se formar vários Círculos Familiares (que atuam como pré-equipes). Nos mesmos moldes, foi realizado um Encontro de Corações na cidade de rtapuí, com 25 casais participantes.

VOLTARAM AO PAI

LEONARDA NEGRAO MENDES - Da. Equipe 3 de Assis. Casada com Djalma. Acometida de enfarte fulminante. Na véspera, participara da reu­nião da equipe pela primeira vez como casal responsável. Ao rezar o Mag­nlficat, ninguém imaginava que, algumas horas depois, estariam rezando no­vamente juntos, desta vez no cetni.tério, enquanto a irmã baixava à sepultura.

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MARIA ANETTE NAME - Da Equipe 13, Na. Sra.. das Vitórias, Setor A, de Petrópolis. Vitima de acidente. Junto com Elias, trabalhando nos cur­sos de noivos ou pilotando, deu sempre um testemunho de casal cristão e de amor às Equipes. Era mulher de muita força, confiança e fé no Senhor.

ZEDm CARLOS ALim - Da Equipe 4 de Lages. Com Euda, pertencia à Equipe do Setor e estava sempre disponível para atividades apostólicas. Viveu feliz porque sempre procurou servir com amor. Arrebatou-o fulminante enfermidade, aceite com resignação e dando testemunho eloqüente de fé.

ARNOR GOMES DA SILVA - Da Equipe 4, Na. Sra. Mãe dos Homens, Setor A, São Paulo. Com Ivette, pertenceu durante muitos anos à Equipe da Carta Mensal, onde impressionava seu equilíbrio, senso de responsabili­dade e pontualidade nos compromissos assumidos. Sua saúde delicada não o impedia de dedicar-se inteiramente ao Reino de Deus: multo atuante no En­contro de Casais com Cristo, era também o braço direito do seu vigário.

PAULO CESARIO DA SILVA- Da Equipe 14. Setor B, São Paulo. Casa­do com Maria Inês. Com apenas 42 anos. Sofreu morte brutal, verdadeira pai­xão, aproxJmando-se mais ainda dAquele que tanto amara em vida. Participava ativamente de diversas pastorais (jovens, batismo, crisma, grupos de reflexão) . Escrevem seus companheiros de equipe: .. Falava pouco, porque sua vida de caridade, vivida intensamente, dizia tudo. Deixou-nos exemplos marcantes de fé, de desprendimento, de sabedoria e, sobretudo, de grande amor ao próxi­mo. Que possamos transformar nossa ira e nossa dor em atitudes que levem realmente a combater a violência em nossos dias."

EQUIPES NOVAS

BEL:E:M DO PARA - Equipe 14, Na. Sra. da. Paz, Setor B - Casal Pi­loto : Nazareth e José; Conselheiro Espiritual: Pe. Wagner.

GRAVATAt - Equipe 3 - Casal Piloto: Lid!a e Léo; Conselheiro Espi­ritual: Pe. José Hermeto Mohr.

- Equipe 4 - Casal Piloto: Eleci e Jorge; Conselheiro Espiritual: Pe. Pedro Nicolau Schneider.

RIO DE JANEIRO - Equipe "nova" 37, Na. Sra. de Fátima, Setor G (Dha do Governador) - Casal Piloto : Leonor e Romeu; Conselheiro Espi­ritual: Pe. João Affonso Zago.

- Equipe "nova." 50, Na. Sra. da. Consolação, Setor G - Casal Piloto : Teresa e Pedro; Conselheiro Espiritual: Frei Antonio Desideri.

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- Equipe 85, Na. Sra. da.s Famílias, Setor G - Casal Piloto: Rozane e Waldir; Conselheiro Espiritual: Côn. Paulo Correia Pinto.

PETRóPOLIS - Equipe 25, Na.. Sra. do Amor, Setor A - Casal Piloto: Maria Stella e Arlindo; Conselheiro Espiritual: Pe. Lins.

PffiAPORA, MG - Equipe 3, Na. Sra.. Aparecida - Casal Piloto: Hele­nita e Luiz; Conselheiro Espiritual: Frei Teodoro Verkuylen.

AGUAí - Equipe "nova" 2, Na. Sra. de Fátima - Casal Piloto: Meire e Ivan; Conselheiro Espiritual: Pe. Jorge.

AGUAS DA PRATA - Equipe 1, Na. Sra. de Lourdes - Casal Piloto: Ermelinda e Nico; Conselheiro Espiritual: Pe. Julien.

- Equipe 2, Na.. Sra. Aparecida - Casal Piloto: Celi e Norberto; Con­selheiro Espiritual: Pe. Julien.

CURITIBA C

SAO CARLOS

SAO PAULO

SAO PAULO

PETRóPOLIS

RETIROS

- 04 a 06/10 - Pe. Paulo Xavier Machado - Colégio Madalena Sofia

- 25 a 27/10- Pe. José Carlos Di Mambro

- 25 a 27/10 - Frei Estevão Nunes - Cenáculo

- 08 a 10/11 - Pe. Elísio de Oliveira - Baruerí

- 22 a 24/11 - Pe. Paulo Ruffier

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O ESPíRITO MISSIONÁRIO

TEXTO DE MEDITAÇAO - João Paulo 11 (várias fontes)

Toda a Igreja é chamada e enviada ao mundo para continuar a missão de Jesus Cristo. Por outras palavras: a Igreja inteira é constituída em estado de vocação e de missão e, por isso, to­àos os membros da Igreja, cada um de maneira pessoal, são cons­tituídos em estado de vocação e de missão.

o

Animada já interiormente pelo espírito missionário, a Igreja doméstica é chamada a ser um sinal luminoso da presença de Cristo e do seu amor para os "afastados", para as famílias que ainda não crêem e para aquelas que já não vivem em coerência com a fé recebida.

o

Evangelizai a vossa própria vida, estai sempre em estado de c:onversão se quereis participar verdadeiramente na evangeliza­ção do mundo.

ORAÇAO - João Paulo 11 (adaptação)

Senhor Jesus, nós Te pedimos:

Faze que não nos contentemos em receber, que não permaneçamos à beira do caminho. Somos a Igreja. Ajuda-nos a construí-la no nosso ambiente de vida. Que sejamos, por toda parte, apóstolos para um mundo novo.

Por Teu Espírito, sê Tu, Senhor Jesus, nossa alegria, nosso amor e nossa força.

Amém.

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EQUIPES DE NOSSA SENHORA

Movimento de casais por uma espiritualidade

conjugal e familiar

Revisão, P ublicação e Distribuição pela Secretaria das

EQUIPES DE NOSSA SENHORA

01050 - Rua João Adolfo, 118 - 9Q - conj. 901 ·- Te!.: 34-8833 SAO PAULO. SP