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P LANO MUNICIPAL DEFESA DA FLORESTA CONTRA … · Caderno I Plano de Acção Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios do Concelho de Alenquer Articulação do PMDFCI

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Câmara Municipal de ALENQUER

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Contra Incêndios do Concelho de Alenquer PLLAANNOO DDEE AACCÇÇÃÃOO

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra

Incêndios do Concelho de Alenquer

Caderno I

Plano de Acção

ÍNDICE

Caderno I – Plano Acção Capitulo 1 – Enquadramento do PMDFCI do Concelho de Alenquer Capitulo 2 – Análise do risco da vulnerabilidade aos incêndios e zonagem do território Capitulo 3 – Eixos estratégicos Capitulo 4 – Anexos – Cartografia de Pormenor

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1. ENQUADRAMENTO DO PMDFCI DO CONCELHO DE ALENQUER

O principal objectivo do Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (Plano Municipal D.F.C.I.) é o de constituir uma ferramenta, ao nível do concelho, que permita a implementação das disposições presentes no Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios.

A Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios de Alenquer (C.M.D.F.C.I.), apoiada pelo Serviço Municipal de Protecção Civil (S.M.P.C.), desenvolveu o presente Plano Municipal D.F.C.I., que será executado pelas diferentes entidades envolvidas e pelos proprietários e/ou produtores florestais.

A implementação do Plano Municipal D.F.C.I., que apresenta um horizonte de planeamento de cinco anos, permitirá desenvolver um conjunto de acções de prevenção e de redução do risco de incêndio, tendo como objectivo a diminuição do número de ocorrências, bem como das áreas fustigadas pelos incêndios.

A elaboração do Plano Municipal D.F.C.I. tem um carácter obrigatório, conforme indicado no Decreto-Lei nº 124/2006, de 28 de Junho, seguindo a estrutura-tipo definida na Portaria n.º 1139/2006, de 25 de Outubro e de acordo com o guia metodológico para elaboração do Plano Municipal/Intermunicipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios divulgado pela D.G.R.F. em Setembro de 2006.

O presente plano respeita e está enquadrado no sistema de planeamento e de gestão territorial, de planeamento e de ordenamento de áreas protegidas, e pelos respectivos regulamentos, pelo planeamento florestal a nível nacional e regional (P.R.O.F.) e pelas orientações estratégicas para recuperação das áreas ardidas definidas pelo Conselho Nacional de Reflorestação.

Este plano foi desenvolvido com base nos documentos anteriormente referidos.

Relativamente ao Plano Regional de Ordenamento Florestal (P.R.O.F.), publicado em decreto regulamentar nº 15/2006 de 19 de Outubro, refere-se ainda que, de acordo com o artigo 10º, são (re)conhecidas as áreas de corredores ecológicos deste concelho. No entanto, apesar da importância destes corredores ecológicos, as acções DFCI presentes neste Plano, não obstante a compatibilização entre estas e os objectivos dos corredores, irão assumir um carácter prioritário.

No artigo 11º, faz-se a classificação em regiões homogéneas, com 3 prioridades de intervenção (funções) diferentes para cada uma.

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O concelho de Alenquer apresenta, em termos paisagísticos, três unidades distintas:

• Serra de Montejunto - situada a norte do concelho;

• Área central do concelho – situada na Freguesia de Meca;

• Planície aluvial – situada a sudeste do concelho. Apesar da obrigatoriedade da elaboração do plano supracitado, a Câmara Municipal de Alenquer tem manifestado, desde sempre, um interesse genuíno pela defesa do Património Florestal, comprovado pela elaboração de um Plano Orientador de Prevenção Florestal (2004) e pela elaboração da 1ª Carta de Risco de Incêndio Florestal, para as áreas de maior risco de incêndio, que abrangem as freguesias de Abrigada, Ota, Alenquer (Triana), Santo Estevão, Vila Verde dos Francos, Ventosa e Aldeia Galega da Merceana. No entanto, qualquer análise rigorosa que se ocupe do Ordenamento do Território do Concelho de Alenquer, quer na vertente da sua dinâmica actual, quer numa análise prospectiva, ter-se-á de ocupar obrigatoriamente das questões relativas à instalação e funcionamento do Novo Aeroporto de Lisboa (OTA), quer ainda, dos impactes desta grande estrutura na área envolvente.

Neste contexto, qualquer Plano que se encontre a ser efectuado para o Concelho de Alenquer e que incida sobre esta área terá de ponderar esta realidade.

Assim, no presente caso, ter-se-á de acautelar este quadro, da forma de seguida explicitada.

Acerca da Plataforma Aeroportuária

De acordo com o Plano Director de referência, o futuro aeroporto será constituído por duas pistas de 3.600m, separadas entre si de 1.700m. Ambas as pistas encontram-se totalmente desenvolvidas, com duplo caminho de circulação e duas saídas rápidas em cada direcção.

Está prevista a instalação progressiva de 90 a 100 plataformas de estacionamento de aeronaves.

O complexo terminal previsto no Plano Director de Referência é constituído por um terminal centralizado, respectivos 'piers' e um satélite remoto.

Toda esta estrutura terá necessariamente uma grande área de implantação, a qual será de aproximadamente 1810ha, dos quais 1560ha para funções exclusivas da operação aeroportuária.

Foi ainda considerada a implantação de facilidades comerciais (hotéis, centros comerciais), de instalações da carga, de um parque tecnológico interno, elementos que se encontram actualmente condicionados ou mesmo impossibilitados no actual aeroporto da Portela.

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À excepção do sistema de pistas, o desenvolvimento das restantes funcionalidades será faseado no tempo em função da procura antecipável.

O calendário determinado pelo Governo obriga a um faseamento apertado, tendo ficado decidido que o início das terraplanagens na plataforma aeroportuária seria iniciadas no 1º semestre de 2009, logo em pleno prazo de vigência do PMDFCI.

Assim sendo, o actual uso do solo na área da plataforma aeroportuária será totalmente alterado durante a vigência do Plano em apreço pelo que se entende que mesmo que a análise, por exemplo da Carta de Risco de Incêndios, seja efectuada pelos dados actuais, deverá se identificar claramente a profunda alteração a que o solo será sujeito.

Neste pressuposto é identificado no presente Plano a Plataforma aeroportuária, quer na Carta de Ocupação de Solo, quer na Carta de Risco de Incêndios.

Acerca dos Impactes do NAL na Envolvente

Em resultado do crescente impacte dos aeroportos no desenvolvimento económico e social das respectivas regiões envolventes, tem-se consolidado o entendimento do conceito de aeroporto – cidade, ultrapassando largamente a percepção dos mesmos como mera infra-estrutura de transportes. De facto, actualmente os aeroportos já não são apenas grandes infra-estruturas de transporte constituindo também pólos de actividade económica, designadamente por serem nós de intermodalidade de transportes. Assim, as instalações aeroportuárias são locais atractivos para actividades económicas tanto no seu perímetro como na envolvente. Neste contexto, os aeroportos localizados em áreas pouco ocupadas tem vindo a potenciar o aparecimento de parques de negócios e de actividades qualificadas conectadas directa e indirectamente com a actividade aeroportuária. Todos estes aspectos obrigam a que o acolhimento de actividades na área envolvente ao NAL encontra-se a ser devidamente ponderado no Estudo de Zonamento de Actividades na Envolvente do Futuro Aeroporto, o qual surge no contexto do desenvolvimento das tarefas preparatórias que antecedem o lançamento do procedimento concursal do Novo Aeroporto de Lisboa (NAL). Quando concluído, este estudo irá determinar a tipologia das actividades bem como, a respectiva localização. Apesar do referido estudo ainda não se encontrar concluído, prevendo-se a respectiva conclusão até finais de Junho de 2007, o actual estádio de desenvolvimento permite consolidar a perspectiva de que uma das grandes áreas industriais que irá servir o Aeroporto irá situa-se no Concelho de Alenquer, junto do futuro IC2, a Norte do Aeroporto da Ota. Nesta perspectiva, aplica-se também aqui o que foi referido para o NAL (Plataforma Aeroportuária): a área onde se irá localizar a futura zona industrial de apoio ao Novo Aeroporto, será objecto de uma profunda alteração do uso do solo, pelo que, mesmo que todas as análises respeitantes ao PMDFCI tenham em atenção as actuais condições do solo, deverá ficar salientada nos diversos elementos do Plano que essas mesmas condições serão objecto de profunda alteração no decurso do prazo legal de vigência do Plano.

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Articulação do PMDFCI com o PDM

O regime jurídico dos diversos Instrumentos de Gestão Territorial, designadamente, dos Planos Directores Municipais encontra-se definido na seguinte moldura legal:

Lei n.º 48/98, de 08 de Agosto – Lei de Bases da Política de Ordenamento do Território e do Urbanismo;

Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, com a redacção dada pelo Decreto-Lei n.º 310/2003, de 10 de Dezembro – Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial.

Neste quadro legal, encontra-se estabelecido que os Planos Municipais de Ordenamento do Território, e entre estes, os Planos Directores Municipais, devem acautelar, nomeadamente, a programação e a concretização das políticas com incidência no território, promovidas pela Administração Central através de Planos Sectoriais. Embora se constate que os Planos Municipais de Defesa e Combate aos Incêndios Florestais não se encontrem enquadrados pelo Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial, o facto é que por força das disposições legais que os enquadram, transferem para os Planos Directores Municipais um conjunto de obrigações.

Estas obrigações podem ser sintetizadas nos seguintes itens:

A classificação e qualificação do solo definida no âmbito dos IGT deve reflectir a cartografia de risco;

As Cartas da Rede Regional de defesa da floresta contra incêndios e de risco de incêndio, constantes do PDMFCI devem ser delimitadas e regulamentadas nos respectivos PMOT; e

A construção de edificações destinadas a uso habitacional, industrial e de serviços fica interdita nos terrenos classificados como risco elevado no PMDFCI.

Salienta-se que exclui-se do âmbito de aplicação do Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de Junho, todos os PMOT que tenham sido objecto de Discussão Pública.

Na certeza de que deve o PDM incorporar as medidas do PMDFCI aplicáveis ao território municipal, existem contudo um conjunto de incongruências encerradas na Lei que competirá ao PMDFCI e ao PDM sanar na respectiva sede.

De facto, existe antes de mais uma diferença substancial no âmbito temporal destes Planos que condiciona a aplicabilidade directa do PMDFCI sobre o PDM.

De acordo com a Lei especifica, os Planos Directores devem ser revistos num prazo máximo de 10 anos, na generalidade, não podendo sofrer alterações num prazo inferior a três anos.

Ora acontece que nos termos da Portaria n.º 1139/2006, de 25 de Outubro, o Plano Operacional Municipal (POM) do PMDFCI deve ser revisto anualmente.

Uma vez que o POM inclui, entre outros elementos, a Carta de Risco de Incêndio, a qual deve constar do PDM, tal

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obrigaria a uma revisão anual do PDM, o que se afigura legalmente impossível.

Assim, a se introduzir esta Carta no PDM, deve o PDM de Alenquer representar o PMDFCI em planta desdobrada, devendo o Regulamento do PDM remeter para a revisão anual do POM, que pode eventualmente modificar os elementos que constam do PDM.

Outra situação que se deve acautelar devidamente no PMDFCI e no PDM, é a relativa aos aglomerados populacionais.

O artigo 3.º do DL 124/2006, de 28 de Junho, define em rigor o que se deve entender por aglomerados populacionais.

Deve ser desde já salientado que esta definição corresponde tão somente a áreas habitacionais consolidadas, que corresponderão no PDM a solo urbano – áreas urbanizadas, pelo que, de forma alguma, deverão ser entendidas como Perímetro Urbano.

Compete assim ao PDM, nos termos da legislação especifica definir o solo urbano, não podendo ser prejudicado pela delimitação das zonas construídas / aglomerado populacional definidos em sede de PMDFCI.

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2. ANÁLISE DO RISCO,

DA VULNERABILIDADE AO INCÊNDIOS

E ZONAGEM DO TERRITÓRIO

2.1 - Carta dos Combustíveis Florestais

A carta de combustíveis florestais pode ser observada no ponto 4 deste caderno. O método de elaboração da carta é descrito no caderno III.

Carta nº1 - Carta dos combustíveis florestais

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2.2 - Carta de Risco de Incêndio

A carta de risco de incêndio pode ser observada no ponto 4 deste caderno. O método de elaboração da carta é descrito no caderno III.

Carta nº2 – Carta de Risco de Incêndio do Concelho de Alenquer

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2.3- Carta de Perigosidade

Carta nº3 – Carta de perigosidade do Concelho de Alenquer

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3. EIXOS ESTRATÉGICOS

3.1- 1º Eixo estratégico: Aumento da resiliência do território aos incêndios florestais

Objectivo estratégico – Promover a gestão florestal e intervir, preventivamente, em áreas estratégicas. Objectivo operacional – Proteger as zonas de interface Urbano/Floresta; Implementar um programa de redução de combustíveis.

3.1.1. Levantamento da Rede Regional de Defesa da Floresta Contra Incêndios

Infra-estruturas integradas na Floresta:

No âmbito da prevenção e do combate a incêndios florestais, foi elaborada cartografia referente às principais infra-estruturas existentes no concelho (ver cartografia em anexo).

Rede de faixas de gestão de combustível; Rede de pontos de água; Rede viária;

3.1.1.1. Rede de faixas de gestão de combustível (Carta nº 5)

Com vista à concretização destes objectivos, para o concelho de Alenquer, estão previstas diversas acções, intervindo prioritariamente De acordo com a carta de combustíveis florestais, devido ao relevo acidentado que caracteriza a maior parte do concelho de Alenquer, à continuidade da mancha florestal existente, constituída, essencialmente, por eucaliptos e por pinheiros, reúnem-se, assim, condições que propiciam a ocorrência de incêndios de dimensão considerável.

Convém salientar, a propósito da eventual deflagração de incêndios florestais, que a exposição das encostas influencia, também, o risco de ocorrência de incêndios e a respectiva propagação. De acordo com a carta de exposições, verifica-se que em grande parte da Serra de Montejunto predominam as zonas voltadas a sul, sendo, por isso, esta área muito sensível à propagação de grandes incêndios. Para além desta zona, situada a Norte do concelho, é, também,

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facilmente identificável um conjunto de áreas dispersas onde predomina uma exposição virada a sul.

Foram contabilizados critérios para a definição de zonas de acção prioritárias:

• Ocupação do solo – mato e floresta

• Carta de Risco de Incêndio

• Baldios e espaços públicos (Serra de Montejunto e Serra de Ota)

• Informações cedidas pelas Juntas de Freguesia

• Histórico dos incêndios/ventos dominantes

• Zonas prioritárias definidas no Decreto-Lei n.º 124/2006 – Serra de Montejunto (freguesias de Abrigada, Cabanas de Torres e Vila Verde dos Francos no interior do Perímetro Florestal de Montejunto)

Programas de Acção:

1. Criar e manter redes de Faixas de Gestão de Combustível (FGC), intervindo, prioritariamente nas zonas que apresentam maior vulnerabilidade aos incêndios; Limpeza de zonas prioritárias (faixas);

2. Implementar mosaicos de parcelas gestão de combustível; Criar zonas de descontinuidade nas manchas florestais, que posteriormente (2008) serão definidas uma vez que este concelho irá apresentar profundas alterações na paisagem devido à implementação do novo aeroporto e infra-estruturas circundantes;

3. Promover acções de gestão de combustível e de pastagens 4. Criar e manter a rede de infra-estruturas existente (rede viária e rede de pontos de água); Beneficiação das

infra-estruturas integradas na floresta (pontos de água, rede viária);

Metodologias propostas e respectiva execução:

Devido ás condicionantes impostas no PDM (aeroporto), as FGC cartografadas incidem sobre os núcleos populacionais, e polígonos industriais, numa perspectiva da salvaguarda de pessoas e bens. Numa 2ª fase, até 15 de Maio, serão marcadas as FGC nas edificações isoladas, rede viária, eléctrica e gás, segundo o novo Guia Metodológico.

Finda a delimitação das áreas de intervenção em que urge actuar, segue-se a definição de uma metodologia que vise atingir os objectivos propostos.

Seguidamente, com base no que foi referido, são definidas as operações silvícolas mais adequadas, de acordo com a especificidade de cada situação.

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• Redução de Combustível com equipamentos moto-manuais:

Em locais que apresentem declives acentuados, elevada pedregosidade, ou que se situem na proximidade de determinadas infra-estruturas ou edificações que possam, eventualmente, ser danificadas com a utilização de outros meios, a limpeza das matas com recurso a equipamentos moto-manuais é a forma mais adequada.

A realização de operações moto-manuais, para além da redução do material combustível existente, é a única forma de reduzir a densidade de povoamentos florestais e de proceder a desramações.

Serão necessários recursos humanos especializados na execução deste tipo de operações.

• Redução de Combustível com meios mecânicos: Em locais que apresentem declives reduzidos, pouca pedregosidade, ou que apresentem áreas de dimensão considerável, a limpeza das matas com recurso a equipamentos mecânicos é a forma mais adequada.

O equipamento mecânico não é utilizado, normalmente, no âmbito da redução de densidades excessivas, em povoamentos florestais.

Serão utilizados os seguintes meios tractores com corta-mato de facas ou correntes.

Orçamentação:

• Limpeza mecânica e moto-manual:

A redução de combustíveis florestais de forma mecanizada, pelo facto de constituir uma solução menos onerosa, comparativamente com as soluções moto-manuais, será, normalmente, utilizada em detrimento das últimas.

Em determinadas situações, apesar das óbvias vantagens, em termos de custos operacionais, que decorrem da utilização de meios mecânicos, a redução de combustíveis florestais, de forma moto-manual, é a única forma de proceder à redução desses mesmos combustíveis.

Em povoamentos florestais, a redução de densidades excessivas e a realização de desramações serão efectuadas de forma moto-manual.

Em determinadas situações, é possível utilizar, de forma conjunta, estes dois tipos de limpeza.

De forma sucinta, referem-se, de seguida, os tempos de trabalho e os respectivos custos unitários, para cada tipo de

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limpeza:

• Limpeza moto-manual: foram consideradas 3 jornas por hectare, em que o custo unitário de cada jorna é de 60 euros;

• Limpeza mecânica: foram consideradas 3 horas por hectare, em que o custo unitário de cada hora de 40 euros;

Poderão ser efectuadas, eventualmente, desramações, sem acréscimos significativos em termos de custo, dado que o trabalhador responsável pela limpeza moto-manual está, também, apto para manipular a motosserra.

No Quadro 1 podem ser observados os custos referentes às operações de limpeza de matos, e de eventuais desramações. Assim, os custos das operações de limpeza serão, em média, de 380 € por hectare.

As operações de limpeza, para cada empreitada, irão implicar a elaboração de um orçamento detalhado. O orçamento adjudicado, para além da discriminação detalhada das operações e de respectivos custos, apresentará um documento cartográfico.

Quadro 1 – Custos das operações de limpeza

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Moto-manual 3 dias 60,00 € 180,00 €

Mecânica 5 horas 40,00 € 200,00 €

Aquando da realização das operações de limpeza, será elaborado um caderno de encargos para cada empreitada. Este caderno irá conter, para além do respectivo orçamento detalhado, as justificações técnicas para a adopção das operações em causa, bem como um documento cartográfico detalhado do local de intervenção.

Convém salientar que, à medida que as condições de trabalho forem sendo menos favoráveis, em termos de declive, de pedregosidade, e do tipo, altura e densidade da vegetação espontânea existente, a limpeza mecânica poderá ser mais dispendiosa.

Organização temporal das operações:

As operações que visam a redução de combustíveis florestais podem ser efectuadas durante dois períodos distintos:

1) Operações a efectuar fora da época de incêndios:

As duas operações de limpeza supracitadas (moto-manual e mecânica) podem ser efectuadas fora da época de incêndios.

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2) Operações a efectuar durante a época de incêndios:

A realização de operações de limpeza, quer moto-manuais, quer mecanizadas, poderão originar um risco acrescido, em termos de ocorrência de incêndios. As motorroçadoras, durante as acções de limpeza, poderão originar faíscas que, por sua vez, poderão potenciar eventuais ignições. Assim, durante este período, não estão agendadas quaisquer operações de limpeza.

Independentemente do período em causa, o agendamento da realização das operações moto-manuais e mecânicas irá dependerá da disponibilidade de recursos humanos e materiais.

Convém salientar que a realização de ambos os tipos de limpeza estão dependentes do resultado das candidaturas do Município ao FFP e ao próximo Quadro Comunitário de Apoio (IV QCA).

A época potencial indicada para a realização da limpeza mecânica vai de 1 de Março a 15 de Junho.

Dado que o Município de Alenquer não dispõe de recursos humanos, nem materiais, para a realização deste tipo de operações, este terá que adjudicar as intervenções de limpeza necessárias a empreiteiros locais.

As datas e as metas a atingir dependem do resultado da candidatura do Município de Alenquer ao FFP e ao próximo QCA (IV QCA) no ano de 2007.

Metas: Indicadores

Acção Metas TOTAL 2007 2008 2009 2010 2011

Total de Área beneficiada (hectares)

200 40 40 40 40 40

Criação de FGC Área instalada com Moto-

manual:

Área instalada com Mecânica:

15

25

15

25

15

25

15

25

15

25

15

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25

Manutenção de rede viária – 50km

Manutenção de rede viária 25 Km 5 5 5

5 5

Zona de Intervenção Florestal

Criação de ZIF 2 - 1 1

- -

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Apresentam-se, de seguida, as metas referentes às operações preventivas preconizadas.

• Operações de limpeza moto-manual: Caso o resultado da candidatura do Município de Alenquer ao FFP ou a outras fontes de financiamento seja favorável, estas operações serão efectuadas por empreiteiros locais.

Limpeza moto-manual de faixas de gestão de combustíveis: 15 hectares/ano.

• Operações de limpeza mecânica: Caso o resultado da candidatura do Município de Alenquer ao FFP ou a outras fontes de financiamento seja favorável, estas operações serão efectuadas por empreiteiros locais.

Limpeza mecanizada de faixas de gestão de combustíveis: 25 hectares/ano. Perfazendo um total de 40 hectares, que serão beneficiados todos os anos até 2011.

Quadro 2 – Metas a atingir nas medidas de prevenção

Tipo de Operação Área (há/ano) Entidade Executante

Moto-manual 15 Empreiteiros locais

Mecânica 25 Empreiteiros locais

TOTAL 40ha/ano Ano de 2011

Assim, conforme pode ser observado no Quadro 2, pretende-se atingir todas as metas propostas, em termos de limpezas, até ao ano de 2011, beneficiando 200 hectares na totalidade. Convém salientar que todos os trabalhos a realizar após a época de incêndios serão, posteriormente, agendados. 3.1.1.2. Rede de pontos de água (Carta nº7) O principal objectivo da elaboração de cartografia referente à rede de pontos de água é a obtenção de dados actualizados e fidedignos acerca dos pontos de água disponíveis para utilização em situações de emergência.

Em relação aos pontos de água (charcas, poços, marcos de água e bocas de incêndio) será necessário continuar a

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inventariar estas infra-estruturas, sendo que até 15 de Maio será elaborada uma lista actualizada. Em relação aos marcos de água e bocas de incêndio, esta actualização será feita com a colaboração das Águas de Alenquer, o que permitirá a sua tipificação e definição de grau de operacionalidade.

Pela análise da Carta 7 Rede de Pontos de Água, verifica-se que na freguesia de Vila Verde dos Francos não existe qualquer infra-estrutura deste tipo, embora possua uma extensa área florestal.

Assim, é objectivo da CMDFCI proceder à construção de dois pontos de água, para abastecimento de meios aéreos nesta freguesia. Um dos referidos pontos ficará localizado junto ao Casal do Chorão, nas imediações do Perímetro Florestal de Montejunto, o outro ponto de água será construído em local a definir, de modo a poder servir para o combate nos povoamentos florestais da Serra Galega

Quadro nº3 – Rede de pontos de água do Concelho de Alenquer

Freguesia ID_PA Código do

tipo de PA

Tipo de Rede de

Pontos de Água

Volume máximo

(m³)

Aldeia Gavinha Quinta do Tojal 214 Charca 7500

Aldeia Galega da Merceana Quinta da Corujeira 111 Represa 2100

Ventosa Quinta da Bichinha 111 Represa 11250

Aldeia Galega da Merceana Casal de Sto. António 111 Represa 2400

Aldeia Galega da Merceana Casal do Rolão 214 Charca 3770

Ventosa Fábrica da Cerâmica 111 Represa 525

Aldeia Galega da Merceana Quinta Nova 214 Charca 600

Aldeia Galega da Merceana Merceana 112 Poço 48

Aldeia Galega da Merceana Quinta de Choca Palhas 111 Represa 3600

Aldeia Galega da Merceana Fonte Raínha 214 Charca 2400

Aldeia Galega da Merceana Merceana 112 Poço -

Aldeia Galega da Merceana Quinta de Sto. António 111 Represa -

Aldeia Galega da Merceana Quinta Margem da Arada 111 Represa -

Triana Lagoa do Elisiário 111 Represa -

Triana Lagoa do Alvarinho 214 Charca -

Triana Lagoa do Pombal 214 Charca -

Ota Lagoa da Base 214 Charca -

Ota Lagoa Pequena da Ota 214 Charca -

Ota Châ Alta 214 Charca -

Abrigada Lagoa da Abrigada 111 Represa -

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3.1.1.3. Rede Viária (Carta 6)

Esta carta só contempla as estradas nacionais, municipais e os caminhos municipais. Até 15 de Maio, será caracterizada a rede viária florestal mais importante para a DFCI e feita a sua cartografia.

3.1.1.4. Silvicultura Preventiva

Quanto a esta medida, foi solicitado à FLOREST, a apresentação de um plano de acção para os próximos 5 anos, que defina os locais e as respectivas áreas a serem beneficiadas com intervenções desta natureza. Assim, até 15 de Maio de 2007, este levantamento será efectuado de acordo com as indicações do Guia Metodológico.

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3.2. 2º Eixo estratégico: Redução da incidência dos incêndios

Objectivos estratégicos – Educar e sensibilizar as populações; Aumentar o conhecimento acerca das causas dos incêndios.

Objectivos operacionais – Sensibilização; Fiscalização.

3.2.1.Enquadramento

A definição deste eixo tem por objectivo primordial fomentar a participação activa de todos na detecção primária e na prevenção de incêndios florestais, para que, durante o período crítico, diminuam o número de ocorrências durante o período crítico.

3.2.2. Programas de Acção

1) Campanha de sensibilização florestal: Os públicos-alvo desta campanha são, fundamentalmente, as crianças do ensino básico e os munícipes de Alenquer (agricultores, produtores florestais e caçadores).

Serão realizadas campanhas de sensibilização florestal cujo formato e teor irá atender à especificidade do público-alvo em causa.

Assim, se os destinatários destas acções de sensibilização forem crianças, estas acções serão efectuadas, de forma coordenada com o Gabinete de Juventude e com o novo Gabinete Técnico Florestal (G.T.F.) durante o mês de Março (com especial incidência no dia 21 de Março – “Dia Mundial da Floresta”). Estes gabinetes irão estabelecer, posteriormente, o contacto com as escolas e com os docentes. Será efectuada uma visita de estudo a uma área florestal do concelho (Serra da Ota ou Serra de Montejunto), cujos guias serão técnicos especializados.

No caso dos destinatários destas acções serem agricultores, produtores florestais ou caçadores, estas acções de sensibilização serão realizadas, em sala, mediante a exposição oral de técnicos especializados na área florestal. Convém salientar que as Juntas de Freguesia assumem um papel importante na divulgação e na promoção destas acções, conjuntamente com a FLOREST e com as associações de caçadores deste concelho.

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Objectivos: Sensibilizar as crianças do ensino básico e alertá-las para a importância e preservação da floresta; Sensibilizar os produtores agrícolas e florestais do concelho de Alenquer para as “boas práticas” na defesa da

floresta contra incêndios e na gestão florestal.

Grupos de destinatários (público-alvo)

1) População Urbana (Grupo 1) 1.1) Jovens do ensino básico.

3) População Rural (Grupo 2)

2.1) Agricultores e produtores florestais; 2.2) Pastores e Caçadores.

3.2.3. Metodologias propostas e execução

1) Campanha de Sensibilização Florestal: a) Locais de sensibilização e de formação: • Grupo 1: no caso da população urbana, nomeadamente jovens do ensino básico, as acções de sensibilização

preconizadas irão consistir na realização de visitas de estudo a determinadas áreas florestais do concelho que sejam consideradas relevantes tendo em conta a temática em causa;

• Grupo 2: no caso da população rural, nomeadamente agricultores, produtores florestais, pastores e caçadores, as acções de sensibilização e/ou de divulgação preconizadas irão decorrer em recintos fechados equipados com material adequado para o efeito. Assim, estas sessões poderão decorrer nas Juntas de Freguesia do Concelho ou nas instalações pertencentes a organizações diversas (Associações de Produtores Agrícolas, de Produtores Florestais ou de Caçadores).

b) Divulgação das acções de sensibilização: • Grupo 1: a divulgação destas acções poderá ser efectuada através das Escolas e dos respectivos docentes,

conjuntamente com o Gabinete da Juventude da Câmara Municipal de Alenquer. Estas acções poderão ser, também, divulgadas, quer através da FLOREST, quer através de Associações de Escuteiros, e das Organizações Não Governamentais de Ambiente, entre outras.

• Grupo 2: a divulgação destas acções poderá ser efectuada através do novo Gabinete Técnico Florestal (G.T.F.) do concelho, das respectivas Juntas de Freguesia, da FLOREST e das Associações de Agricultores Locais.

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c) Conteúdos Informativos: • Grupo 1: atendendo às características deste grupo de destinatários, os conteúdos informativos a apresentar nestas

campanhas irão incidir, particularmente, em informação de carácter pedagógico. Para além da referência à importância e às funções económicas, sociais e ambientais da floresta, serão, igualmente, abordados os meios disponíveis que poderão ser utilizados na defesa da floresta contra os incêndios, bem como na sua preservação e gestão adequada;

• Grupo 2: atendendo às características deste grupo de destinatários, os conteúdos informativos a apresentar nestas campanhas irão incidir, particularmente, em aspectos de carácter técnico e legislativo. Serão abordadas as medidas e acções a desenvolver no âmbito da defesa da floresta contra incêndios (Decreto-Lei 124/2006), as funções e atribuições do novo G.T.F. de Alenquer, bem como os apoios financeiros disponibilizados pelo IFADAP, quer através do F.F.P., quer através dos novos Programas de Financiamento, no âmbito do IV Q.C.A..

d) Material de Divulgação: • Prospectos cujo conteúdo será apresentado de uma forma simples, acessível e abrangente.

• Prospectos cujo teor, mais complexo, irá incidir nas chamadas “Boas Práticas Florestais”;

• Calendários que irão incluir, não apenas os períodos indicados para a realização de queimas e de queimadas, bem como os procedimentos adequados que devem ser adoptados nessas circunstâncias;

• Cartazes.

e) Metodologia a adoptar nas acções de formação e de sensibilização: • Grupo 1: neste caso, após uma breve alusão a aspectos de carácter teórico, efectuada por intermédio de técnicos

florestais, serão abordados exemplos concretos, facilmente perceptíveis pelo público-alvo em causa. Será distribuído diverso material de divulgação.

• Grupo 2: neste caso, por intermédio de técnicos florestais, as acções de sensibilização serão efectuadas em recinto fechado e com recurso a computadores portáteis e a equipamento de projecção de slides (Data Show), em Powerpoint. Serão convidados diversos agentes envolvidos, quer na prevenção, quer no combate aos fogos florestais. Será distribuído diverso material de divulgação.

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f) Meios de execução:

Campanha de Sensibilização Florestal - Meios de execução

Recursos Humanos:

Função N.º funcionários Previsão de trabalho extraordinário

(n.º horas)

Técnicos florestais 2 2 horas por acção Recursos Materiais:

Proveniência Descrição Quantidade

A adquirir Existentes

Material de sensibilização Tipografias, verba do FFP

Data Show 1 GTF

Computador 1 GTF Divulgação:

Suportes: Locais:

Cartazes: 200 Prospectos: 1500

Nas acções em Escolas e nas reuniões com os Proprietários

Autocolantes e Calendários

Todo o material de divulgação inerente a esta campanha será facultado pela Direcção Geral dos Recursos Florestais (D.G.R.F.), pela Confederação dos Agricultores de Portugal (C.A.P.) e pela Associação dos Produtores Agrícolas e Florestais da Estremadura (FLOREST), outras entidades, nomeadamente as ONG’s locais.

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3.2.4.Orçamentação:

1) Campanha de Sensibilização Florestal:

Campanha de Sensibilização Florestal - Orçamentação

Descrição: Quantidade: Valor Unitário: Total:

Aquisição de bens

Material de sensibilização 15.000,00 €

Sub-total: 15.000,00 € (*)

(*) – Este valor constitui uma mera estimativa do custo de todo o material de sensibilização necessário. Apenas será possível obter um valor concreto para o custo deste material mediante a solicitação de orçamentos para este fim e com posterior candidatura ao FFP e ao IV QCA.

3.2.5. Organização temporal das operações:

1) Campanha de Sensibilização Florestal: Esta Campanha irá decorrer durante três períodos distintos: • De Janeiro a Junho: durante este período, está prevista a realização de três visitas de estudo, com crianças do

ensino básico, por mês;

• Março até Maio: durante estes dois meses, está prevista a realização de algumas visitas de estudo, pontuais, (Serra de Montejunto e Serra de Ota) com crianças do ensino básico;

• De Janeiro a Maio: durante este período, está prevista a realização de duas acções de sensibilização a produtores agrícolas e florestais do concelho, nas instalações das Juntas de Freguesia, Associações de Caçadores e Associações de Agricultores e Colectividades Locais.

3.2.6. Metas

Os programas de acção acima propostos visam incutir na população uma cultura de responsabilidade, bem como uma maior consciencialização, por parte das populações, da importância, do valor económico, social e ambiental da floresta, e da preservação do património florestal.

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Indicadores

Acção Metas

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2007 2008 2009 2010 2011 Sensibilização de proprietários agrícolas e florestais.

Sessões de esclarecimento em todas as juntam de freguesia.

Sessões de esclarecimento em todas as Juntas de freguesias (16), com as associações de caçadores do concelho e associações de produtores agrícolas e florestais.

Sensibilização de crianças e jovens

Realização de acções de educação ambiental e florestal

Acções de educação com os alunos de todas as escolas básicas do concelho e programa de Jovens Vigilantes da Floresta para os jovens.

Prevenção e Sensibilização:

As intervenções programadas serão efectuadas em dois períodos distintos: antes da época de fogos florestais e durante a época de fogos florestais (de Julho a Setembro).

Antes da época de fogos florestais: Estes contactos telefónicos deverão constar no respectivo Boletim Municipal, no site da Autarquia. Estes contactos poderão, ainda, constar em press-releases, em prospectos de divulgação (mencionados anteriormente) e, ainda, em outdoors afixados em determinados locais do concelho que garantam uma boa visibilidade;

Elaboração e distribuição de prospectos com informação referente à adopção de medidas preventivas, destinados a dois públicos-alvo específicos: proprietários e/ou produtores florestais e população, em geral;

Realização de campanhas de sensibilização, especialmente dirigidas a crianças do ensino básico. Estas acções de sensibilização serão efectuadas, de forma conjunta, entre o Gabinete de Juventude e o novo Gabinete Técnico Florestal (G.T.F.) de Alenquer.

Realização de campanhas de sensibilização, especialmente dirigidas a Agricultores e a Proprietários e/ou Produtores Florestais. Estas sessões serão efectuadas, ou por técnicos do G.T.F. de Alenquer ou por técnicos da FLOREST;

Divulgação, para a população em geral, de acções de defesa da floresta, durante a realização de festividades e de outras actividades de cariz municipal;

Recorrer a determinados órgãos de comunicação social locais, nomeadamente a rádios locais, possibilitando uma maior divulgação de informação relacionada com a temática da prevenção de incêndios;

Em caso de detecção de um incêndio, ou quando for necessária a prestação de quaisquer esclarecimentos, os munícipes do concelho poderão recorrer aos contactos de telefone fixo e de telemóvel facultados pelo Serviço Municipal de Protecção Civil: 263 730 900.

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Durante a época de fogos florestais (de Julho a Setembro):

Implementação, no site da Câmara Municipal de Alenquer, de uma página de internet com informação diária,

e actualizada, referente ao “Índice de Risco de Incêndio”. Para além desta nova secção, será, também, implementada, no site da Autarquia, uma secção especial, no âmbito da Protecção Civil, dedicada à temática dos incêndios florestais com um particular enfoque para as medidas de prevenção e para o período crítico.

Com o apoio da rádio local, será elaborado um bloco informativo que fará alusão, não só acerca das condições meteorológicas e do risco de incêndio diário, mas também aos números de emergência e aos da Protecção Civil, bem como das medidas preventivas que poderão ser adoptadas pelos munícipes;

Elaboração de anúncios, nos jornais regionais, com um particular destaque para a divulgação dos números de emergência e do número do Serviço Municipal de Protecção Civil;

Promover a articulação deste plano de comunicação com as actividades de educação ambiental dinamizadas pela Câmara Municipal, no âmbito da Divisão de Educação e Acção Social.

Acompanhamento pós-incêndio:

Elaboração de uma compilação detalhada de todos os dados, possíveis de obter, referentes aos danos

causados pelo incêndio em causa; Divulgação de acções que visem a recuperação das áreas ardidas;

3.3. 3º Eixo estratégico – Melhoria da eficácia do ataque e da gestão de incêndios

Objectivos estratégicos – Articulação dos sistemas de vigilância e de detecção com os meios de 1ª intervenção; reforço da capacidade de 1ª intervenção; reforço do ataque ampliado; aumento da eficácia das operações de rescaldo e de vigilância pós-incêndio. Objectivos operacionais – Encarar, estruturar e gerir a vigilância e a detecção como um sistema integrado; estruturar, ao nível municipal e distrital, as acções de 1ª intervenção; aumentar, ao nível municipal e distrital, a eficácia do combate terrestre; garantir a execução adequada e eficaz das operações de rescaldo e das acções de vigilância pós-rescaldo. Com vista à concretização dos objectivos definidos anteriormente, deverão desenvolver-se as seguintes acções:

• Inventariação dos meios e recursos existentes;

• Plano de reequipamento;

• Identificação de todos os sistemas de vigilância e detecção;

• Elaboração de cartas de visibilidade para os postos de vigia;

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• Definição de procedimentos de mobilização de meios para cada nível de alerta.

3.3.1. Meios e Recursos Listagem das Entidades Envolvidas

• Gabinete Municipal de Protecção Civil (G.M.P.C.):

O Gabinete Municipal de Protecção Civil é constituído pelo Coordenador da Protecção Civil Municipal (C.P.C.M.), por 1 elemento técnico.

Entidade N Nº de Técnicos º de Elementos Nomes

C.P.C.M. 1 Sr. Manuel João Espadinha Guiomar

• Gabinete Técnico Florestal (G.T.F.) da Câmara Municipal de Alenquer: Constituído por um Técnico especializado na DFCI.

Entidade Nº de Técnicos Nomes

G.T.F. 1 Eng. Paulo Marques

O Técnico que irá trabalhar no novo G.T.F. de Alenquer e irá iniciar funções em Fevereiro de 2007.

• Gabinete de Comunicação (G.C.) da Câmara Municipal de Alenquer: Este Gabinete é constituído por um elemento de ligação (responsável) e por um técnico de apoio:

Entidade Nº de Elementos Nomes

G.C. 2 Sr. Fernando Silva

• Departamento Sócio-Cultural (D.S.C.) da Câmara Municipal de Alenquer: Este Gabinete é constituído por um elemento técnico.

Entidade

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Nº de Elementos Nomes

Departamento Sócio-Cultural 1 Dr.ª Maria José Amaral

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• FLOREST:

A FLOREST, mediante uma parceria a estabelecer com a Câmara Municipal de Alenquer, irá prestar o devido apoio técnico no âmbito da D.F.C.I.

• Juntas de Freguesia do Concelho de Alenquer: Constituído por um elemento de ligação (representante das Juntas de Freguesia presente na CMDFCI) e pelas equipas de apoio necessárias, de acordo com as necessidades:

Entidade Nº de Elementos Nomes

Juntas de Freguesia 16 Presidentes das Juntas de

Freguesia do Concelho

Equipas ou elementos de apoio a determinar nomeados pela entidade

• Corporações de Bombeiros do Concelho de Alenquer (Bombeiros Voluntários da Merceana e de Alenquer):

Cada corporação é constituída por um elemento de comando de serviço (E.C.S.), apoiado pelas equipas de combate a incêndios (E.C.In.) e pelas equipas de logística apoio de combate (E.L.A.C.) disponíveis nas Corporações e protocoladas com a Câmara Municipal de Alenquer:

Entidade Nomes

Corporações Merceana Alenquer

ECS 1 1

Cmdt. Rodolfo Batista (B.V. Merceana) e Cmdt. António Ribeiro

(B.V. Alenquer)

ECIn 1+1 1+1 nomeados pela entidade

ELAC 1+1 1+1 nomeados pela entidade

• Equipa de Protecção da Natureza (E.P.N.A.) da Guarda Nacional Republicana (G.N.R.):

Constituído por um elemento de ligação apoiado por uma equipa de vigilância:

Entidade Nº de Elementos Nomes

Oficial de ligação 1 Sarg.º João Manuel Pinto Gaspar

Equipa S.E.P.N.A. 1 nomeados pela entidade

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• Direcção Geral dos Recursos Florestais - Núcleo de Oeste: Constituído por técnicos de ligação do Núcleo Florestal do Oeste

Entidade Nº de Elementos Nomes

Núcleo Florestal do Oeste 1 nomeados pela entidade

• Comando Distrital de Operações de Socorro (C.D.O.S.) – Lisboa:

Constituído pelos elementos necessários à ligação e pelo Grupo de Combate de Incêndios Florestais (G.C.I.F.), que constituem um reforço às Corporações de Bombeiros do Concelho de Alenquer:

Entidade Nº de Elementos Nomes

Elemento de ligação 1 Cmdt. Rodolfo Baptista

GRIF 18 - 25 nomeados pela entidade

RESPONSABILIDADES DOS INTERVENIENTES:

• Gabinete Municipal de Protecção Civil (G.M.P.C.):

Missão Geral:

O Gabinete Municipal de Protecção Civil é responsável pela coordenação e execução das acções no âmbito

da protecção civil.

A protecção civil municipal compreende as actividades a desenvolver pela autarquia local e pelos cidadãos,

em estreita colaboração com as estruturas distritais e nacionais de protecção civil, com a finalidade de prevenir

riscos inerentes a situação de acidente grave, catástrofe ou calamidade, de origem natural ou tecnológica, e de

atenuar os seus efeitos e socorrer as pessoas em perigo quando aquelas situações ocorram.

15 a 30 de Junho – das 08.00 h às 20.00;

01 de Julho a 30 de Setembro – das 00.00 h às 24.00 h.

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• Gabinete Técnico Florestal (G.T.F.):

Missão:

Prestar todo o apoio técnico, de cariz florestal, Elaborar todo o tipo de cartografia que seja considerada necessária; Proceder ao devido tratamento dos dados referentes a todas as ocorrências verificadas; Coordenar as acções de prevenção D.F.C.I. Comunicar os alertas do risco diário de incêndio; Aferir as áreas ardidas e reportá-las às diversas entidades competentes; Elaborar planos de formação, de acordo com as necessidades do pessoal envolvido nas operações, e

ministrar os respectivos cursos de formação;

• Gabinete de Comunicação (G.C.) da Câmara Municipal de Alenquer:

Missão:

Prestar todo o apoio na divulgação de informação pública. Elaborar, e proceder à posterior divulgação pelas diversas equipas de sensibilização, de textos de

sensibilização;

• FLOREST

Missão:

Prestar todo o apoio técnico, de cariz florestal, ao G.T.F.

• Juntas de Freguesia do Concelho de Alenquer:

Missões:

Prestar algum apoio logístico às operações de D.F.C.I. que ocorram na respectiva área de jurisdição;

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• Bombeiros Voluntários da Merceana e de Alenquer (elemento de comando de Serviço – E.C.S)

Missões:

Coordenar todo o dispositivo de combate do concelho; Coordenar a vigilância móvel dos E.C.Ins. e E.L.A.C.s; Solicitar, sempre que necessário, todo o apoio ao G.T.F Activar uma equipa adicional de G.P.I., Coordenar a troca de informações com o G.T.F.; Participar na definição das rotas de vigilância.

• Guarda Nacional Republicana – Equipas S.E.P.N.A.:

Missões:

Coordenar, com o G.M.P.C., as actividades a efectuar durante o percurso definido para as

rotas de vigilância; Realizar acções de detecção e de vigilância, sempre que possível; Realizar acções de formação, depois de devidamente solicitadas e autorizadas pelo Comando

da Guarda; Informar o G.T.F / G.M.P.C de todas as ocorrências (incêndios florestais), comunicadas pela

população, visando uma gestão mais eficiente de todos os meios de prevenção e de combate existente no Concelho.

Guarnecer o Posto de Vigia da Ota.

• Direcção Geral de Recursos Florestais (D.G.R.F.) - Núcleo Florestal do Oeste:

Missões:

Estabelecer a interligação entre o dispositivo D.F.C.I. municipal e o dispositivo D.F.C.I. de âmbito nacional.

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• Comando Distrital de Operações de Socorro (C.D.O.S.) – Lisboa:

Missão:

Receber, por parte do G.T.F. de Alenquer, um relatório com o diagnóstico diário de situação; Elaborar e enviar, ao G.T.F., todos os dados meteorológicos, bem como eventuais alertas que possam

surgir;

Função a desempenhar por cada entidade:

1) Gabinete Municipal de Protecção Civil: a) Tarefas diárias O G.M.P.C. é responsável pelo bom funcionamento do verificando o estado das infra-estruturas e requisitando, sempre que seja necessário, a devida manutenção. É, igualmente, responsável, por diversos aspectos de natureza logística (alimentação, fornecimento de água, acções de limpeza, etc.).

b) Comunicações: A Central de Comunicações da Rede da Protecção Civil, localizada no edifício dos Paços do Concelho e controlada pelo G.M.P.C., é constituída por 1 centralista. Toda a informação recolhida pela centralista será, posteriormente, verificada pelo G.M.P.C. que, seguidamente, procede à sua divulgação. A informação obtida será, posteriormente, enviada para o G.C., que, por sua vez, irá proceder à sua respectiva divulgação pública.

c) Ligação com Entidades Externas:

O G.M.P.C. estabelece ligações com diversas entidades de âmbito nacional (C.D.O.S., C.P.D., D.G.R.F, etc.), possibilitando o cruzamento de informação relevante acerca das ocorrências verificadas, percursos de vigilância, etc.

d) Acções de Formação: O G.M.P.C. é responsável por todas as acções de formação ministradas, dado que o G.M.P.C. é o órgão responsável

pelo bom funcionamento das infra-estruturas existentes (salas, por exemplo) e pelo contacto entre todas as entidades e pela respectiva coordenação.

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2) Gabinete Técnico Florestal:

a) Cartografia

A elaboração de cartografia (analógica e digital), da responsabilidade do G.T.F., baseia-se em dois tipos de elementos raster: as cartas militares (1: 25.000). Está prevista a elaboração de diversos cadernos constituídos por cartas militares, onde poderão ser observados os diversos pontos de água existentes no concelho. Estes documentos cartográficos visam facilitar a orientação e a deslocação, no concelho de Alenquer.

b) Acções de Vigilância e de Detecção: Todas as acções de vigilância e de detecção são coordenadas, revistas e actualizadas pelo técnico do G.T.F., em colaboração com os elementos da G.N.R./E.P.N.A. O G.T.F. é responsável pela compilação de toda a informação relacionada com as previsões meteorológicas e com os índices de risco de incêndio diários. Para além disso, efectuam o pré-posicionamento dos meios disponíveis nas zonas de maior risco.

c) Risco diário de incêndio e Informações Meteorológicas: O G.T.F., com base nos dados disponibilizados pelo Instituto de Meteorologia e nos dados recolhidos nas estações meteorológicas disponíveis no concelho, emite os avisos necessários a todos os agentes que intervêm nas operações, bem como a diversas entidades (Juntas de Freguesia, por exemplo).

e) Tarefas diárias:

As tarefas diárias do G.T.F. irão incluir os seguintes itens:

Recolha de informação acerca das condições meteorológicas; Definição das rotas de vigilância; Divulgação do risco de incêndio diário; Entrega do material de divulgação diverso; Elaboração de relatórios de ocorrências; Reuniões com os elementos responsáveis pelas várias equipas intervenientes; Preparação de acções de formação, de silvicultura preventiva, de divulgação, etc; Acompanhamento das situações de emergência que possam ocorrer.

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3) Gabinete de Comunicação da Câmara Municipal de Alenquer (G.C.):

a) Controle da Informação Pública: Para além do que foi referido, o G. C. é, igualmente, responsável pela elaboração de conteúdos que serão sujeitos, posteriormente, à divulgação ao público.

b) Sensibilização da População: O G.C. elabora prospectos, cujos conteúdos de cariz florestal, visam a sensibilização dos munícipes. 4) Departamento Sócio – Cultural (D.S.C.) da Câmara Municipal de Alenquer: O D.S.C. é responsável pela divulgação de diversos tipos de actividades e reúne as inscrições dos elementos participantes nessas actividades. De seguida, após a selecção desses elementos, encaminha-os para o G.T.F. que será responsável pela sua coordenação.

5) FLOREST:

O Técnico da FLOREST será responsável pelo bom cumprimento e pela execução do trabalho que lhe é atribuído e que ficar acordado no protocolo entre a C.M.A e a FLOREST. 6) Juntas de Freguesia do Concelho de Alenquer: As Juntas de Freguesia de Alenquer Desempenham um importante papel no apoio às operações logísticas. 7) Bombeiros Voluntários da Merceana e de Alenquer (Elemento de Comando de Serviço).

a) Coordenação do Dispositivo de Combate:

As Corporações de Bombeiros nomeiam, diariamente, um elemento de comando de serviço concelhio, que terá como função coordenar todas as operações que decorram no município.

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8) Guarda Nacional Republicana – (E.P.N.A.):

a) Coordenação de Actividades: Esta entidade, através do seu Oficial de ligação, trabalha conjuntamente com o G.T.F., na definição dos trajectos de vigilância e das acções de fiscalização. A equipa E.P.N.A. deverá efectuar, para além da vigilância móvel, vigilância fixa em determinados locais estratégicos (locais de cota elevada). Finda a realização da rota de vigilância, a equipa deverá preencher o respectivo relatório que será entregue no GTF por um dos elementos da equipa. Esta equipa, após solicitação efectuada pelos Bombeiros, poderá decidir, atendendo às circunstâncias e à respectiva disponibilidade, se deverá deslocar-se ao local e, caso seja necessário, zelar pelo cumprimento da lei aplicando as respectivas coimas.

9) D.G.R.F. - Núcleo Florestal do Oeste

a) Actividades Diárias: O Núcleo Florestal do Oeste nomeará um técnico que deverá efectuar a interligação entre o dispositivo D.F.C.I. municipal e o dispositivo D.F.C.I. de âmbito nacional.

10) Comando Distrital de Operações de Socorro (C.D.O.S.) - Lisboa:

a) Actividades Diárias de Apoio:

Recebe, diariamente, os trajectos de vigilância que se verificam no concelho.

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Listagem de Equipamento Pesado:

Quadro 4 – Nº de máquinas pesadas mobilizáveis

Descrição da maquinaria

pesada

Quantidade de

Maquinaria

Nome do

proprietário

Telefone/Tele

móvel Localização

Mercedes c/ depósito de 7000L 1 CMA 263730900 Alenquer

Pá carregadora 1 CMA 263730900 Alenquer

Zorra 1 CMA 263730900 Alenquer

Camiões 5 CMA 263730900 Alenquer

Autocarros 5 CMA 263730900 Alenquer

Retro-escavadora 1 CMA 263730900 Alenquer

Scania c/ depósito de 32000L 1 BVA 263711319 Alenquer

Daf c/depósito de 16000L 1 BVA 263711319 Alenquer

Scania c/ depósito de 20000L 1 BVA 263711319 Alenquer

Man c/ depósito de 20000L 1 BVA 263799369 Abrigada

Scania c/ depósito de 20000L 1 BVM 263766010 Merceana

Mercedes c/ depósito de 7000L 1 BVM 263766010 Merceana

Retro-escavadora 1 J. F. de Abrigada 263790230 Abrigada

Retro-escavadora 1 J.F. de Sto Estêvão 263732893 Alenquer

Retro-escavadora 1 J.F. de Olhalvo 263779604 Alenquer

Retro-escavadora 2 Paviquer 263730540 Alenquer

Camiões 3 Paviquer 263730540 Alenquer

Escavadora giratória 1 Paviquer 263730540 Alenquer

Escavadora giratória 1 Calbrita 263732426 Alenquer

Retro-escavadora 2 Calbrita 263732426 Alenquer

244480120 Retro-escavadora 1 Pragosa Alenquer

963054000

244480120 Escavadora giratória 1 Pragosa Alenquer

963054460

244480120 Camiões 4 Pragosa

963054460 Alenquer

Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios do Concelho de Alenquer 34

Caderno I

Plano de Acção

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra

Incêndios do Concelho de Alenquer

3.3.2. Sistema de Aviso, Alerta e Informação

Quadro 5 – Esquema de comunicação dos alertas laranja e vermelho

Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios do Concelho de Alenquer 35

* A instalar em Fevereiro de 2007

Quadro 6 – Listagem das entidades envolvidas em cada acção

Procedimentos de Actuação – Alerta Laranja e Vermelho

Entidades Actividades Horário Nº Mínimo de

Elementos Locais de

Posicionamento

GNR Vigilância,

Vigilância Pós-Incêndio

07.30 h às

20.00 h 2

B.V. Alenquer

Secção B.V. Olhalvo e Abrigada

B.V Merceana

Vigilância Armada, 1ª Intervenção,

Combate, Rescaldo,

Vigilância Pós-incêndio

15

GTF Apoio Logístico 2

GMPC/GTF Coordenação 3

CM Apoio Logístico 2

24 horas

Apoio de coordenação DGRF 2

Comissão Municipal de Def

esa da Floresta Contra Incêndios do Concelho de Alenquer

36

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra

Incêndios do Concelho de Alenquer

Caderno I

Plano de Acção

3.3.3. Vigilância e Detecção e 1ª Intervenção

No concelho de Alenquer, durante a época de incêndios, a vigilância é efectuada de duas formas distintas:

1) Rede de Postos de Vigia: O concelho é visível, principalmente, por 11 postos de vigia:

Posto 51-02 Vale Grande (Concelho de Peniche) Posto 52-01 Montejunto (Concelho de Cadaval) Posto 52-02 Monte Redondo (Concelho de Torres Vedras) Posto 52-03 Ota (Concelho de Alenquer) Posto 52-04 Tapada de Mafra (Concelho de Mafra) Posto 53-02 Cascavel (Concelho de Coruche) Posto 53-04 Cabeço da Aranha (Concelho de Benavente) Posto 54-04 Cabeço de Montachique (Loures) Posto 55-01 Conde (Concelho de Rio Maior) Posto 55-05 Alcoentre (Concelho de Azambuja) Posto Meca (Concelho de Alenquer) – posto ligado ao CDOS

2) Equipas de vigilância, de 1ª Intervenção e de Combate: O concelho dispõe de 2 equipas que efectuam vigilância, 1ª Intervenção e combate a incêndios:

B.V. da Merceana B.V. de Alenquer

A candidatura do Município de Alenquer ao FFP e às novas fontes de financiamento contempla a beneficiação das infra-estruturas integradas na Floresta. Para além da beneficiação da rede viária e dos diversos pontos de água existentes no concelho, está prevista, no âmbito da sinalização, a instalação de estruturas de teor informativo apelando aos diversos agentes, entidades e munícipes, à defesa da floresta contra os incêndios.

Está prevista para Junho de 2007 a entrada em funcionamento de 4 brigadas móveis das Associações de Caçadores (Merceana, Alenquer; Ota, e OlhoAlvo) devidamente equipadas com kits de 1ª intervenção, - depósitos de 600 L. de capacidade e equipamento de combate aos focos de incêndio nascentes, disponibilizados pela Protecção Civil Municipal.

Estas brigadas, irão executar acções de vigilância móvel e 1ª intervenção, em articulação com o restante dispositivo instalado no concelho de Alenquer.

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra

Incêndios do Concelho de Alenquer

Caderno I

Plano de Acção

Quadro 7 – Síntese dos dispositivos operacionais de D.F.C.I. (funções e responsabilidades das diferentes entidades)

Informação e

Educação

Patrulhamento e

Fiscalização Vigilância 1ª Intervenção Combate Rescaldo

Vigilância Pós-

Incêndio

Despistagem das

causas

Coordenação

DFCI

Corporações de Bombeiros X X X X X X

Programas Ocupacionais X X

Equipas DFCI-DGRF X

GNR-SEPNA X X X X

GNR X X X X

PJ X

Protecção Civil X X X X

GTF-CMA X X X X X

Associações de Caçadores X X X

ONG’s X

Associações de Agricultores X

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra

Incêndios do Concelho de Alenquer

Caderno I

Plano de Acção

Quadro 8 – Contactos dos Responsáveis D.F.C.I

Entidades Cargo Nome responsável Telefone Fax E-mail Câmara Municipal de Alenquer Presidente Álvaro Joaquim Gomes Pedro 966038102 263730900 [email protected]âmara Municipal de Alenquer Vice presidente Jorge Manuel Mendes Riso 966318203 263730900 Câmara Municipal de Alenquer Adj. Presidente Câmara Manuel João Alves Espadinha Guiomar 968116474 263730900 [email protected]

C.B.V de Alenquer Comandante C.B.V. António José Ribeiro 917236543 C.B.V. da Merceana Comandante C.B.V. Rodolfo António Carmo C. Batista 967449618 [email protected]

G.N.R. - Alenquer Comandante da G.N.R. Sargento António Gaspar 961192107 / 263710350

Centro de Saúde de Alenquer Director do Centro de Saúde Drª Eduarda Tralha 966278541 263711511 Câmara Municipal de Alenquer Director DSC Joaquim António Rodrigues Pereira 963589284 263730900

Cruz Vermelha Carregado Comandante Luís Miguel Araújo Simões 964160207 lmsimõ[email protected]

Saúde Pública Director Dr. Rui Fialho Gomes 966940411 263711395

G.N.R da Merceana Comandante da G.N.R. Sargento Manuel Vicente 961192160 263766030

J.F. Abrigada Presidente Joaquim Correia Pedro 263790230 263790256 [email protected]. Aldeia Galega da Merceana Presidente Evaristo dos Santos Rodrigues 263760454 263760081 [email protected]

J.F. Aldeia Gavinha Presidente Ana Maria Maçarico T. S. Lopes 263760401 263760403 [email protected]. Cabanas de Torres Presidente Luís de Jesus Murteira 263799977 263799977 [email protected]

J.F. Cadafais Presidente José Manuel Lains dos Santos 263852492 263859653 [email protected]. Carnota Presidente Maria Odete Picanço 263759431 263759431 [email protected]

J.F. Carregado Presidente Arsénio Assunção Carvalho 263852739 263855903 [email protected]. Meca Presidente Luís Manuel Carvalho Aguiar Gualdino 263732008 263711139 [email protected]

J.F. Olhalvo Presidente Jacinto Aguiar Agostinho 263779604 263779780 [email protected]. Ota Presidente Rui Manuel Cabaço Silva Branco 263749505 263749551 [email protected]

J.F. Pereiro Palhacana Presidente José João Pereira Grácio 261941816 261943267 [email protected]. Ribafria Presidente Manuel Benjamim Jesus Caseiro 263769538 263769538 [email protected]

J.F. Santo Estêvão Presidente José Gilberto da Silva Cristóvão 263732893 263732763 [email protected]. Triana Presidente Vítor David Rodrigues Ronca 263732257 263732655 [email protected]

J.F. Ventosa Presidente Jorge Humberto Feliciano Brito 263769515 263769018 [email protected]@iol.pt263789116 263789126 Joaquim Apolinário Félix Oliveira Presidente

J.F. Vila Verde dos Francos

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Incêndios do Concelho de Alenquer

Caderno I

Plano de Acção

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Incêndios do Concelho de Alenquer

Caderno I

Plano de Acção

3.4. 4º Eixo estratégico – Recuperação e reabilitação dos ecossistemas

Objectivo estratégico – Recuperar e reabilitar os ecossistemas. Objectivos operacionais – Avaliação e mitigação dos impactes causados pelos incêndios e implementação de estratégias de reabilitação dos ecossistemas a longo prazo. 3.4.1. Enquadramento Atendendo ao período que decorreu entre 1980 e 2005 tem vindo a constatar-se um aumento significativo, não só do número de ocorrências, mas também da área ardida, ao nível do concelho.

Durante este período destacaram-se, pela magnitude de área ardida, os anos de 1981, 1987 e 2003, em que arderam, respectivamente, 1502.0, 793.7 e 2339.8 hectares.

Atendendo ao histórico do número de ocorrências e, em particular, da área ardida neste município, que, no ano de 2003 atingiu um valor recorde de área ardida que ultrapassou, de longe, os 500 hectares, a C.M.D.F.C.I. compromete-se a cumprir a legislação vigente, incorporando, assim, no Plano Operacional Municipal a execução deste eixo estratégico, candidatando as acções descritas no Quadro 10 ao IV QCA e ao F.F.P.

3.4.2. Programas de Acção:

De uma forma geral, no âmbito da recuperação e reabilitação de ecossistemas, existem determinadas normais gerais

que devem ser tidas em consideração. Seguem-se algumas normas, genéricas, para o cumprimento deste eixo

estratégico:

• Sempre que a superfície do terreno apresente elementos que possam contrariar a erosão, as operações de

exploração florestal devem ser efectuadas de modo a garantir a sua conservação, não danificando o que possa

constituir um obstáculo ao escoamento hídrico superficial e não entupindo as valas;

• Nas faixas de protecção às linhas de água, com a largura de 10 m para cada lado, não deverão circular máquinas de

exploração florestal nem deverá ser efectuado o arraste de troncos e de toros;

• Em áreas que apresentem um risco de erosão muito elevado – e sem prejuízo de poderem mesmo ser interditados o

abate ou a remoção de material lenhoso – não devem, igualmente, ser permitidas, nem a circulação de máquinas de

exploração florestal, nem o arraste de toros;

• O empilhamento não deve ser feito nas faixas de protecção às linhas de água;

• Os carregadouros devem localizar-se sempre a mais de 20 m das linhas de água e das zonas frequentemente inundáveis; caso a sua instalação implique movimentação de terras, aquela distância deverá ser aumentada para

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Incêndios do Concelho de Alenquer

Caderno I

Plano de Acção

50m;

• As operações de manutenção de máquinas e de veículos deverão ser efectuadas em local apropriado, fora da zona

de protecção de albufeiras e envolvente das linhas de água. A Recuperação Florestal é constituída por três fases distintas:

1) Estabilização de emergência: Esta intervenção decorre logo após, ou mesmo durante, a fase de combate ao incêndio e visa, não só o controlo da erosão e a protecção da rede hidrográfica, mas também a defesa das infra-estruturas e das estações e habitats mais sensíveis. 2) Reabilitação: Numa segunda fase de “reabilitação”, nos dois anos seguintes, deverá proceder-se, entre outras acções, a uma avaliação dos danos e da reacção dos ecossistemas, à recolha de salvados e, eventualmente ao controlo fitossanitário, a acções de recuperação biofísica e mesmo, já, à reflorestação de zonas mais sensíveis 3) Recuperação: Nesta fase são planeados e implementados os projectos definitivos de recuperação/reflorestação, normalmente a partir dos três anos após a passagem do fogo.

Acções a curto prazo:

Erosão:

1) Identificação das áreas de risco de erosão após a ocorrência do incêndio. 2) Medidas para a minimização da erosão:

2.1 - Construção de banquetas e palissadas, em curvas de nível, a partir do material lenhoso ardido; 2.2 - Limpeza de valetas e de pontões para escoamento de água; 2.3 - Hidrossementeira de pequenas zonas em declives mais acentuados; 2.4 - Instalação de um medidor de caudais e de sedimentos para monitorização da erosão.

Património:

1) Avaliação dos danos (em infra-estruturas, caminhos, etc) e das necessidades de adaptações de acessos. 2) Medidas de recuperação urgente:

2.1 - Recuperação dos caminhos danificados.

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Incêndios do Concelho de Alenquer

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Plano de Acção

Vegetação:

1) Avaliação técnica:

1.1- Avaliação de áreas com capacidade de regeneração natural para o seu aproveitamento na recuperação ambiental;

1.2- Levantamento das áreas e de volumes do arvoredo a extrair.

2) Medidas de intervenção de curto prazo: 2.1- Colheita e propagação de sementes locais das espécies adaptadas ao concelho (segundo PROF). 2.2- Construção de protectores para regeneração em áreas prioritárias.

Acções a médio prazo:

1) Revisão e adaptação do plano operacional de prevenção e do plano operacional de vigilância e de detecção; 2) Elaboração de um plano operacional de recuperação das áreas ardidas; 3) Acções de reflorestação, com espécies adaptadas às condições edafo-climáticas do concelho (segundo o PROF); 4) Monitorização do estado sanitário dos povoamentos florestais.

Metodologias propostas e respectiva execução:

A implementação das acções de recuperação de áreas ardidas é, maioritariamente, da responsabilidade do proprietário florestal. No entanto, a Câmara Municipal Alenquer, através do seu novo Gabinete Técnico Florestal (G.T.F.) disponibilizará todo o apoio e acompanhamento técnico necessário para a execução destas acções.

Através da elaboração de um plano operacional de recuperação das áreas ardidas, a efectuar logo após a primeira fase de estabilização da emergência, o G.T.F. irá proceder à sensibilização dos proprietários e ao devido aconselhamento técnico.

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Incêndios do Concelho de Alenquer

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Plano de Acção

Orçamentação:

Quadro 9 - Organização Temporal das Operações

Cronograma 1 ano 2 anos 3 anos

Fase Estabilização Reabilitação Recuperação Controlo da erosão Avaliação de danos

Protecção rede hidrográfica

Avaliação da reacção dos ecossistemas

Defesa das infra-estruturas Recolha de salvados

Defesa da estação Controlo fitossanitário Defesa de habitats mais

sensíveis Acções de recuperação

biofísica

Acções

Elaboração de plano operacional de recuperação

Acções de reflorestação em zonas mais sensíveis

Implementação de projectos de recuperação/reflorestação

Metas:

No concelho de Alenquer, as intervenções de recuperação de áreas ardidas, deverão ajustar-se às especificidades deste concelho e, consequentemente, conduzir a uma redefinição de objectivos de gestão que deverão atender à diminuição do risco de incêndio.

As áreas a recuperar deverão aproximar-se dos sistemas naturais existentes no concelho e deverão ser mais produtivas. Estas áreas, sempre que possível, deverão ser diversificadas e mais resilientes ao fogo.

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Incêndios do Concelho de Alenquer

Caderno I

Plano de Acção

3.5. 5º Eixo estratégico – Adaptação de uma estrutura orgânica funcional e eficaz

Objectivo estratégico – Operacionalidade da Comissão Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndios Objectivos operacionais – Fomentar as operações de D.F.C.I. e garantir o necessário apoio técnico e logístico. 3.5.1. Programa de Acção Pretende-se com a implementação deste Eixo Estratégico, definir uma forma de organização interna entre as entidades envolvidas capaz de satisfazer e cumprir as missões que lhes são atribuídas. Sendo a CMDFCI o vínculo de ligação entre as várias entidades e sendo o PMDFCI o instrumento orientador das diferentes acções, a CMDFCI pretende apresentar as suas propostas de actividades para a vigilância, detecção, fiscalização, 1ª intervenção e combate, em planos expeditos de carácter operacional, mobilizando todos os agentes na área de influência municipal. Uma das medidas que se pretende implementar e com experiência comprovada em outros municípios, será o de realizar reuniões de CMDFCI, com uma certa periodicidade (eventualmente semanal), e com a instalação do novo GTF para colaborar nesta iniciativa, durante o período critico, no sentido de avaliar a evolução dos incêndios, adoptar medidas concretas se necessário para a DFCI. Para que a implementação do PMDFCI seja eficaz, será necessário elaborar anualmente um Plano Operacional Municipal (P.O.M.). Este tem como objectivo principal proceder à avaliação e definição dos diferentes meios envolvidos na prevenção, detecção, primeira intervenção, combate e rescaldo a incêndios florestais no concelho de Alenquer. Também os procedimentos adoptados por cada das entidades envolvidas, serão motivo de análise e ponderação, face à realidade desse ano, no que respeita à DFCI. O Plano Operacional Municipal (P.O.M) deverá ser revisto e aprovado pela CMDFCI de Alenquer até 15 de Maio de cada ano. Assim, será possível aumentar a capacidade de resposta aos incêndios florestais, melhorando a prontidão e a articulação dos diferentes intervenientes na defesa da floresta contra incêndios. 3.5.2. Programa Operacional

Os capítulos e sub capítulos que constituem o Plano Operacional Municipal (P.O.M.), segundo o disposto na Resolução

do Conselho de Ministros nº 65/2006 de 26 de Maio, são os seguintes, constantes no presente PMDFCI:

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Plano de Acção

Quadro 10 – Elementos constituintes do POM constantes do PMDFCI

Caderno Elementos constituintes do POM constantes do PMDFCI

1. Enquadramento no Âmbito do Sistema de Gestão Territorial e no Plano Nacional de Prevenção da

Floresta contra os Incêndios Florestais

1.1 Enquadramento legal

1.2 Instrumentos de Gestão Territorial

2. Análise do Risco, Vulnerabilidade aos Incêndios a da Zonagem do Território

2.1 Análise dos combustíveis florestais

1

2.2 Cartografia de Risco de Incêndio

2.2.2 Metodologia segundo o Guia Metodológico para a Elaboração do PMDFCI

a) Carta de Perigosidade

b) Carta de Risco de Incêndio

2.3 Carta de Prioridades de Defesa

2. Análise do Histórico e da Causalidade dos Incêndios Florestais

2.1 Distribuição Anual dos Incêndios

2.2 Distribuição Espacial dos Incêndios

2.3 Distribuição Temporal dos Incêndios

2.4 Distribuição por Tipo de Coberto Vegetal

2.5 Distribuição por Classes de Extensão

2.7 Pontos de Início, Causas de Ignição e Valor das perdas económicas

2.8 Fontes de Alerta

1.6 Zonas Especiais

1.6 Zonas Especiais

1.6.1 Áreas Protegidas, Rede Natura 2000 e Regime Florestal

2

1.6.2 Instrumentos de Gestão Florestal

3.3. 3º Eixo Estratégico – Melhoria da Eficácia do Ataque e da Gestão de Incêndios

3.3.1. Meios e Recursos Disponíveis

3.3.1.1 Bombeiros Voluntários do Concelho de Alenquer

3.3.1.4 G.N.R.

3.3.1.5 Força Aérea Portuguesa

3.3.1.6 Meios e Recursos de Outras Entidades

3.3.2 Dispositivos Operacionais DFCI

3.3.2.1 Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS)

1

3.3.2.2 Núcleo Florestal do Oeste

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Caderno I

Plano de Acção

3.3.2.3 Protecção Civil

3.3.2.4 Sistema de Avisos, Alerta e Informação

a) Alerta Laranja

b) Alerta Vermelho

3.3.3 Lista Geral de Contactos

3.3.4 Sectores Territoriais de DFCI e Locais Estratégicos de Estacionamento

3.3.5 Vigilância e Detecção

3.3.5.1 Rede de Postos de Vigia

3.3.5.2 Meios Aéreos

3.3.5.3 Vigilância Móvel e Fixa

3.3.6 Primeira Intervenção

3.3.7 Combate, Rescaldo e Vigilância Pós-Rescaldo

3.3.8 Despistagem das Causas dos Incêndios

3.3.8.1 Guarda Nacional Republicana

3.3.8.2 Policia Judiciária

3.3.9 Apoio ao Combate

3.3.10 Programa Operacional

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Caderno I

Plano de Acção

4.CARTOGRAFIA DE PORMENOR

Carta nº1 – Carta dos combustíveis florestais

Carta nº2 – Carta de Risco de Incêndio do Concelho de Alenquer

Carta nº3 – Carta de perigosidade do Concelho de Alenquer

Carta nº 5 – Carta de Faixas de Gestão de Combustível

Carta nº 6 – Carta da Rede Viária

Carta nº 7 – Carta de Rede de Pontos de Água

Carta nº 8 – Carta com sectores de DFCI e LEE

Carta nº 9 – Carta de Pontos de Vigia e Bacias de Visibilidade do Concelho de Alenquer

Carta nº 10 – Carta de Vigilância Móvel

Carta nº11 – Carta de Primeira Intervenção

Carta nº 12 – Carta de Combate e Rescaldo e Vigilância Pós-Incêndio

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Caderno I

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5.ANEXOS

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Caderno I

Plano de Acção

INDICES DE QUADROS

Quadro 1 – Custos das operações de limpeza

Quadro 2 – Metas a atingir nas medidas de prevenção

Quadro 3 – Rede de pontos de água do Concelho de Alenquer

Quadro 4 – Nº de máquinas pesadas mobilizáveis

Quadro 5 – Esquema de comunicação dos alertas laranja e vermelho

Quadro6 – Listagem das entidades envolvidas em cada acção

Quadro 7 – Síntese dos dispositivos operacionais de D.F.C.I. (funções e responsabilidades das diferentes entidades)

Quadro 8 – Contactos dos Responsáveis D.F.C.I

Quadro 9 - Organização Temporal das Operações

Quadro 10 – Elementos constituintes do POM constantes do PMDFCI

Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios do Concelho de Alenquer 48

P

PLLAANNOO MMUUNNIICCIIPPAALL

DDEEFFEESSAA DDAA FFLLOORREESSTTAA CCOONNTTRRAA IINNCCÊÊNNDDIIOOSS

Câmara Municipal de ALENQUER CCAADDEERRNNOO IIII

IINNFFOORRMMAAÇÇÃÃOO D

Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios do Concelho de Alenquer DEE BBAASSEE

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Caderno II Informação de Base

ÍNDICE

1. CARACTERIZAÇÃO GERAL DO CONCELHO DE ALENQUER

1.1. Enquadramento do Concelho de Alenquer

1.1.1. Inserção Regional do Concelho de Alenquer

1.1.2. Enquadramento Geográfico e Administrativo do Município

1.2. Caracterização Física

1.2.1. Altitude

1.2.2. Declives e Exposições

1.2.1. Hidrografia

1.3. Caracterização Climática

1.3.1. Rede Climatológica 1.3.2. Temperatura

1.3.3. Precipitação e Humidade Relativa 1.3.4. Classificação Climática 1.3.5. Ventos Dominantes

1.4. Dinâmica Demográfica

1.4.1. Caracterização Demográfica Regional

1.4.2. Evolução Demográfica Concelhia e Densidade Populacional 1.4.3. Estrutura Etária e Envelhecimento da População 1.4.4. Actividades Económicas 1.4.5. População Activa por Sector de Actividade 1.4.6. Grau de Instrução da População

1.5. Caracterização do Uso do Solo

1.5.1. Ocupação do Solo 1.5.2. Distribuição dos Povoamentos Florestais

Comissão Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndios do Concelho de Alenquer 1

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Caderno II Informação de Base

1.6. Zonas Especiais

1.6.1. Áreas Protegidas, Rede Natura 2000 e Regime Florestal 1.6.2. Instrumentos de Gestão Florestal 1.6.3. Zonas de Recreio Florestal e Caça 1.6.4. Zonas de Romaria e Festas

2. ANÁLISE DO HISTÓRICO E DA CAUSALIDADE DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

2.1. Distribuição Anual dos Incêndios

2.2. Distribuição Espacial dos Incêndios

2.3. Distribuição Temporal dos Incêndios

2.4. Distribuição por Tipo de Coberto Vegetal

2.5. Distribuição por Classes de Extensão

2.6. Distribuição por Grandes Incêndios

2.7. Pontos de Início e Causas de Ignição

2.8. Pontos de Alerta

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

4. FONTES DE INFORMAÇÃO

5. CARTOGRAFIA DE ENQUADRAMENTO

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Caderno II Informação de Base

1. CARACTERIZAÇÃO GERAL DO

MUNÍCIPIO DE ALENQUER

1.1. Enquadramento do Concelho de Alenquer

1.1.1 Inserção Regional do Concelho de Alenquer

O Concelho de Alenquer, com uma área de 302 km2, localiza-se na margem direita da secção terminal da bacia hidrográfica do rio Tejo, integrando-se no sector setentrional do distrito de Lisboa. Em termos de enquadramento sub-regional, Alenquer insere-se na NUTS III do Oeste, a qual confina a Sul com a Grande Lisboa, a Este com a Lezíria do Tejo e, a Norte, com o Pinhal Litoral, como se pode ver na Carta 1.

A sub-região Oeste tem demonstrado sinais de mudança, por um lado, no sentido de uma urbanização e industrialização difusas, complementada por uma diversidade produtiva (Ligar Europa e o Atlântico – Competitividade e Solidariedade, 1999).

No que respeita ao sistema territorial, os principais centros urbanos do Oeste - Caldas da Rainha e Torres Vedras – estruturam a sub-região. O primeiro relaciona-se mais fortemente com Santarém e a região Centro, enquanto o segundo, com a AML Norte.

Destaca-se ainda, um conjunto de sub-sistemas urbanos locais complementares uma vez que funcionam de um modo mais autónomo: Sobral de M. Agraço, Arruda dos Vinhos, Alenquer, Carregado, Bombarral, Cadaval, Nazaré, Alcobaça, Peniche e Lourinhã.

Este sistema provém da conjugação de vários factores associados com as suas características internas ou com a sua localização, e que resulta num nível de coesão territorial insuficiente. Deste modo, os processos difusos de urbanização e de industrialização acarretam constrangimentos ao desenvolvimento e à afirmação de pólos que estruturando de forma mais clara o território contribuiriam para lhe conferir uma maior unidade funcional.

Por outro lado, a afirmação do meio urbano neste espaço é, modo geral, concorrente com a actividade agrícola produtiva. De facto, a ocupação do espaço para actividades agrícolas na região Oeste tem-se especializado face às necessidades do mercado da Área Metropolitana de Lisboa, ao mesmo tempo que a procura de solo para usos urbanos (entre estes o turístico, o industrial e o de logística) tem-se intensificado.

Estas características genéricas reflectem-se igualmente no Concelho de Alenquer, onde se verificam complexas inter-relações que confrontam a ruralidade ainda marcada da área envolvente à Serra de Montejunto e a influência metropolitana que irradia a partir da cidade de Lisboa.

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Contudo, a evolução do Concelho é ainda determinada face a factores particulares determinantes: a localização do Novo Aeroporto de Lisboa em Alenquer (NAL) e a localização do Concelho no contexto da AML alargada. A localização do Concelho em relação ao principal corredor logístico e de transporte do país (A1 e linha do Norte), a par da proximidade relativa à capital, constituem assim factores que têm vindo a motivar a sua progressiva integração na bacia económica da AML, circunstâncias que serão potenciadas no médio prazo com a realização de novas infra-estruturas de transportes (por exemplo, a A10) Assim, e do ponto de vista da organização do sistema urbano regional, o Concelho de Alenquer apresenta uma situação de charneira entre a AML e os sub-sistemas urbanos do Oeste e da Lezíria do Tejo, beneficiando da já referida proximidade ao corredor constituído pelo A1/Linha do Norte.

Figura 1 – Sistema Urbano da Região de Lisboa e Vale do Tejo

Fonte: COMISSÃO DE COORDENAÇÃO DA REGIÃO DE LISBOA E VALE DO TEJO, Ordenamento do

Território e Política de Cidades, in Sistema Urbano Nacional – Cidades Médias e Dinâmicas Territoriais, vol. 3, Direcção-Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano, Lisboa, 1999, p. 61.

Esta localização configura um apreciável potencial de atracção de pessoas e actividades, sendo especialmente influenciada pelos referidos movimentos de reorganização espacial e funcional em curso na AML. A vocação industrial/logística que tem caracterizado a dinâmica recente desta área, a par do seu crescimento demográfico e habitacional, evidenciam mudanças que serão certamente reforçadas quer com a projectada implantação do NAL, quer com a aposta no triângulo Carregado/Azambuja/Ota (com apoio de Alenquer em termos de equipamentos e serviços) enquanto nó de articulação da AML com o exterior. A manutenção e/ou afirmação desta tendência constitui um factor que induzirá importantes transformações ao nível da base socio-económica local, da pressão sobre o recurso

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solo e da articulação funcional com a envolvente, devendo por isso ser activamente gerida em função das opções estratégicas que vierem a ser delineadas. Como podemos induzir, o posicionamento do Concelho de Alenquer na sua envolvente regional tem sido um processo bastante dinâmico que se pauta por um conjunto de inter-relações complexas que, de modo algum, se restringem ao binómio “espaço rural periférico” versus “periferia desqualificada da AML”. O Concelho tem-se afirmado claramente como um espaço plurifuncional cada vez mais atractivo para pessoas e actividades e alguns processos em curso, como, por exemplo, a desejada melhoria das ligações com o Oeste e o Vale do Tejo, constituem, a este nível, um factor que reforçará a importância da plataforma logística do Carregado/Ota/Azambuja como nó de intermediação regional, potenciando condições de centralidade funcional que poderão induzir dinâmicas positivas ao nível da actividade económica e da criação de emprego. Neste sentido, a qualificação urbanística e ambiental deste nó revestir-se-á de especial importância enquanto elemento-chave na sua atractividade, sob pena de se assistir a uma mera expansão das características dominantes no eixo de Sacavém/ Vila Franca de Xira.

1.1.2. Enquadramento Geográfico e Divisão Administrativa do Município

O Município de Alenquer confina a Norte com Cadaval, a Este/Nordeste com Azambuja, a Oeste com Torres Vedras, Sudoeste com Sobral de Monte Agraço, a Sul com Arruda dos Vinhos e Vila Franca de Xira (este último concelho abrange também o quadrante Sudeste) (Carta 1). Na lei orgânica da Direcção Geral Recursos Florestais (DGRF) enquadra-se na Circunscrição Florestal do Centro, Núcleo Florestal do Oeste, correspondendo á área territorial definida no respectivo Plano Regional de Ordenamento Florestal (PROF-OESTE), e está na área de influência da Direcção Geral de Agricultura do Ribatejo e Oeste (DRARO).

Internamente, o concelho é constituído por 16 freguesias: Abrigada, Aldeia Galega da Merceana, Aldeia Gavinha, Santo Estevão (Alenquer), Triana (Alenquer), Cabanas de Torres, Cadafais, Carnota, Carregado, Meca, Olhalvo, Ota, Pereiro de Palhacana, Ribafria, Ventosa e Vila Verde de Francos.

Figura 2 – Divisão Administrativa do Concelho

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De acordo com a Tipologia de Áreas Urbanas, considera-se como área Predominantemente Rural as seguintes freguesias: Abrigada, Carnota, Ota, Pereiro de Palhacana e Vila Verde de Francos.

As freguesias de Aldeia Galega da Merceana, Aldeia Gavinha, Cabanas de Torres, Cadafais, Meca, Olhalvo, Ribafria e Ventosa inserem-se na tipologia de Área Medianamente Urbana.

As restantes três freguesias (S. Estevão, Triana e Carregado) classificadas como Áreas Predominantemente Urbanas.

Da análise da tabela 1 constata-se que a freguesia com maior área é a de Ota, que corresponde a 15,35% da área total do concelho, seguida das freguesias de Abrigada e Triana. Na posição contrária encontram-se as freguesias de Cabanas de Torres (2,24%), Aldeia Gavinha (2,72%) e Olhalvo (2,73%).

Quadro 1 – Área das Freguesias do Concelho de Alenquer

Freguesia

Área Km 2 %

Abrigada 39,23 12,98 Aldeia Galega Merceana 19,69 6,51 Aldeia Gavinha 8,22 2,72 Cabanas de Torres 6,79 2,24 Cadafais 9,39 3,10 Carnota 18,03 5,97 Carregado 15,29 5,06 Meca 14,08 4,65 Olhalvo 8,24 2,73 Ota 46,39 15,35 Pereiro de Palhacana 9,50 3,14 Ribafria 8,70 2,88 Sto Estêvão 14,70 4,86 Triana 33,86 11,20 Ventosa 22,10 7,31 Vila Verde dos Francos 28,02 9,27 Total 302,16 100

Fonte: IGP

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1.2. Caracterização Física

1.2.1. Altitude

O território municipal é na sua maioria, caracterizado por um relevo acidentado, atingindo a sua máxima expressão na parte norte – Serra de Montejunto – com mais de 650 metros.

Analisando a Carta hipsometrica é possível caracterizar a paisagem de Alenquer em três unidades distintas:

a Norte localiza-se a Serra de Montejunto, que se eleva a 666 metros de altitude e se prolonga a Sudoeste pela Serra Galega, constituída por calcários numa estrutura anticlinal ;

a segunda unidade corresponde ao conjunto de relevos calcários que se estendem no sentido SW-NE desde o Monte Redondo (Ota) até à Serra de Santana da Carnota. Esta unidade compreende, ainda, vestígios de vulcanismo, mais concretamente um cone vulcânico de actividade extinta (Cabeço de Meca) na freguesia de Meca;

a última unidade é a planície aluvial situada no sector sul - sudeste do concelho e que integra a bacia cenozóica do Tejo.

1.2.2. Declives e Exposições

O declive é um factor preponderante na determinação do risco de incêndio e na sua propagação. O declive pode favorecer a progressão do fogo, não só pela aproximação dos combustíveis das chamas como também pelo vento, que ao desencadear correntes de convecção favorecem a subida do fogo pelas vertentes. Dificulta ainda mobilidade de veículos e pessoas.

Ao interpretar a Carta de Declives do Concelho (Carta 3) verifica-se que existe uma consonância com as unidades topográficas descritas anteriormente e que no geral expressam um declive mais acidentado na zona norte do concelho (Serra de Montejunto) e mais aplanada na parte sul e sudeste. Deste modo, na parte nascente do território que se desenvolve até ao limite de concelho e progride para sul o relevo apresenta-se ondulado suave até ondulado muito suave (entre os 0 -10%).

Para além da Serra de Montejunto, surge bem evidenciado o declive acidentado da Serra de Ota (com declives superiores a 40%) que se ergue para Noroeste da localidade da Ota até Sul da freguesia de Abrigada. Também a parte central do concelho é marcada por um relevo irregular, facto de advém essencialmente da acção erosiva da escorrência superficial, em especial do Rio de Alenquer.

Em toda a faixa Este e Sudeste predominam as áreas aplanadas onde raramente se registam valores superiores a 10%.Bem evidenciada é também a depressão existente entre os relevos calcários da Serra de Ota – Alenquer - Santana da Carnota e Serra de Montejunto - Serra Galega. Esta depressão constitui os limites superiores das bacias hidrográficas dos Rios de Alenquer e Ota.

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Deste modo, na zona norte e noroeste do concelho, o combate aos incêndios é no geral mais problemático, sendo por isso primordial definir estratégias mais eficientes de defesa da floresta contra os incêndios, nomeadamente na prevenção e combate. Nas zonas mais planas os riscos e dificuldades são naturalmente menores, á excepção de algumas áreas particulares.

Como foi referido anteriormente, outro factor que influencia o risco e a propagação dos incêndios é a exposição das encostas, já que a quantidade de radiação solar recebida varia conforme a exposição. De facto, a exposição está relacionada com o grau de insolação e consequentemente com o teor de humidade do combustível e a sua inflamabilidade. Segundo Botelho (1992) as vertentes a Sul e Sudoeste são mais ensolaradas e mais secas, com abundância de espécies esclerófitas, logo são mais propícias à inflamação e propagação do fogo do que as vertentes que se encontram viradas para o quadrante oposto, com elevados teores de humidade e menores temperaturas.

Ao analisar a Carta de Exposições (Carta 4) verifica-se que em grande parte da Serra de Montejunto prevalecem as zonas voltadas a Sul, sendo por isso esta área muito sensível á propagação de grandes incêndios. Para além desta zona Norte do concelho é, também facilmente identificável um conjunto de situações dispersas pelo território onde predomina uma exposição do quadrante sul. Contudo, numa parte significativa do concelho encontram-se preferencialmente zonas planas e voltadas a Este, proporcionando um risco menos elevado.

1.2.3. Hidrografia

O regime hidrológico encontra-se em estreita dependência do regime pluviométrico e da geomorfologia. A rede hidrográfica do concelho é marcada pela presença de Sub-bacias da Bacia Hidrográfica do Rio de Tejo, e uma pequena parte das Ribeiras do Oeste, na freguesia de Vila Verde dos Francos.

Da análise da Carta 5, que representa a distribuição das linhas de água no município, conclui-se que a rede hidrográfica é relativamente densa em todo o seu território. Contudo grande parte das linhas de águas representadas tem um carácter temporário. De facto, as únicas linhas de água permanentes são o Rio de Alenquer, o Rio de Ota, a Vala de Archino e o Rio Grande de Pipa, e mesmo nestas, não são observáveis caudais em toda a sua extensão em determinados períodos do ano. (estio)

O rio de Alenquer é a maior sub-bacia hidrográfica presente no concelho e nasce a sul da Serra Galega até desaguar no Rio Tejo. O rio de Ota nasce a sul da Serra de Montejunto atravessando a Serra de Ota, para desaguar no Tejo. Ambos os cursos de água têm uma orientação NO-SE e apresentam bacias perfeitamente individualizadas no que respeita a níveis de escoamento e caudais.

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1.3. Caracterização Climática

O Clima é um elemento do meio natural sobre o qual o homem não tem controle, sobretudo quando estão em causa áreas extensivas. Assim funciona como uma imposição, uma variável exógena relativamente aos sistemas florestais.

A floresta é composta por plantas vivas que, tal como todos os seres vivos estão adaptadas a determinadas condições climáticas para se desenvolverem e subsistirem. Deste modo, terá de existir um equilíbrio entre a gama de variação de elementos climáticos suportada por cada espécie, e as condições que esta encontra no ambiente que a rodeia, de forma a que o seu desenvolvimento se processe com o mínimo de sobressaltos e se possam atingir os melhores desempenhos produtivos.

Por um lado deveremos considerar uma acção directa do clima sobre a floresta – a acção do clima sobre os processos vitais das plantas. Mas, por outro lado, também deveremos considerar a sua acção indirecta sobre a floresta, que resulta do clima influenciar: os processos de erosão dos solos, a ocorrência de incêndios e também o regime hidrológico das áreas florestais, três aspectos fortemente relacionados com as funções dos sistemas florestais.

A influência das características climáticas nos incêndios florestais, pode ser vista em termos indirectos, na medida em que afecta o crescimento e acumulação de carga combustível e, também em termos de influência directa no início e propagação de um incêndio. Temos assim que o clima afecta duas arestas do célebre “triângulo de comportamento do fogo” o qual é composto por três arestas: meteorologia, topografia e combustível.

Os factores meteorológicos a ter em conta neste âmbito são: temperatura, humidade, precipitação, velocidade e direcção dos ventos.

1.3.1. Rede Climatológica

Devido à impossibilidade de obter os dados meteorológicos conforme solicitado no Guia Metodológico, os dados que aqui se apresentam resultam da consulta da Normais Climatológicas da série “O Clima de Portugal”, especificamente das normais climatológicas (1961/1990) da estação meteorológica de Ota/Base Aérea (Lat: 390 07’N, Long. 080 59’W, Alt: 40m).

1.3.2. Temperatura

O aumento da temperatura atmosférica tende a elevar a probabilidade de ignição. Ao subir a temperatura do ar, os combustíveis, especialmente os finos e mortos, tendem a perder humidade para alcançar o equilíbrio higroscópio com o ar que os rodeia, o que os deixa em condições mais favoráveis para que se inicie e se propague um incêndio.

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Gráfico 1 – Temperatura Mensal no Concelho de Alenquer Média das Mínimas, Média e Máxima entre 1961 e 1990

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Co

Méd.Méd. 10,1 11,2 12,8 14,4 16,9 20 22,4 22,5 21,4 17,8 13,4 10,7Méd.Max 14,7 15,7 17,7 19,2 22 25,6 28,4 28,7 27,4 23,1 18 15,1Méd. M in 5,5 6,8 7,9 9,6 11,8 14,4 16,3 16,4 15,3 12,6 8,8 6,4

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Observando o gráfico acima exposto, constata-se que as temperaturas médias mensais mais reduzidas registam-se, como seria de esperar, nos meses de Inverno (Dezembro, Janeiro e Fevereiro), e as mais elevadas nos meses de Julho, Agosto e Setembro. Relativamente ás temperaturas mínimas e máximas mensais verifica-se que as médias mensais podem chegar a valores próximos dos 50C no Inverno (Janeiro) e dos 290C no Verão. Deste modo, e uma vez que o aumento da temperatura leva à perde de humidade dos combustíveis florestais, os meses mais propícios para ocorrência de incêndios são os de Julho e Agosto.

1.3.3. Precipitação e Humidade Relativa

A precipitação é fundamental para recarregar a reserva hídrica do solo e assim possibilitar o crescimento das plantas. Mas se essa precipitação se verificar com uma intensidade superior à capacidade de infiltração, verifica-se o escorrimento superficial, e surge a erosão hídrica do solo. No concelho de Alenquer, o regime pluviométrico tem um comportamento oposto ao da temperatura, isto porque os maiores valores de pluviosidade registam-se entre os meses de Outubro a Fevereiro enquanto que os meses mais secos são os de Verão (Julho e Agosto).

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Gráfico 2 – Precipitação Mensal no Concelho de Alenquer, Média e Máxima (1961/1990)

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

mm

Média 84,6 88,7 61,8 56,7 44,1 20,9 4,5 5,7 23,2 74,1 103,6 89,2

Max imo 60,2 39,6 79,9 37,9 61 43,2 30 36,9 43,5 48 163 60

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Quanto à humidade relativa, o seu aumento faz diminuir a possibilidade de início de incêndio, e dificulta a sua propagação, já que a atmosfera cede humidade aos combustíveis dificultando assim a sua combustão.

No Concelho, esta variável do clima apresenta uma variação diária normal, uma vez que os valores mais elevados verificam-se no decorrer da noite e primeiras horas da manhã, tornando-se mais moderada até às primeiras horas da tarde (15 horas), para daí em diante começar a aumentar progressivamente até ao início da noite.

Analisando a variação da humidade relativa ao longo dos meses do ano, verifica-se uma vez mais a distinção entre Inverno e Verão. Nos meses de Inverno o ar é mais húmido, especialmente no período da manhã, enquanto que nos meses de Verão o ar apresenta-se mais seco.

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Gráfico 3 – Humidade Relativa Mensal no Concelho de Alenquer,

0

20

40

60

80

100%

9.00 h 88 86 79 74 70 69 67 67 74 81 86 88

15.00 h 69 66 59 58 54 53 48 47 50 58 66 70

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

ás 9.00 horas e às 15.00 horas (1961/1990)

1.3.4. Classificação Climática

O Clima, no concelho de Alenquer, é caracterizado pela existência de temperaturas amenas ao longo de todo o ano. A temperatura média anual é de 16,1 0C e a amplitude térmica é moderada (12,40C).

Analisando o gráfico termopluviométrico constata-se que aos meses mais quentes correspondem os mínimos de pluviosidade, ou seja os meses de Junho a Setembro consideram-se como meses secos, uma vez que a precipitação média mensal é inferior ao dobro da temperatura registada nesse mesmo período. Mesmo nos meses de Inverno os valores de precipitação são moderados.

Podemos, com base nos dados disponíveis, incluir o clima do Concelho de Alenquer, no tipo Csa da classificação de KOPPEN – Climas Mesotérmicos Húmidos:

• Temperatura do mês mais frio abaixo dos 18ºC, mas acima de 0ºC.

• Verão quente, temperatura do mês mais quente superior a 22ºC.

• Verão seco onde chove, pelo menos, três vezes mais no mês mais pluvioso de Inverno que no mês mais seco de Verão (<40mm).

Contudo, qualquer que seja a classificação climática adoptada, pode-se concluir que o clima de Alenquer caracteriza-se pela sua temperatura amena e irregularidade sazonal da precipitação.

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0

5

10

15

20

25

30

35

0

20

40

60

80

100

120

140

Temperatura 10,1 11,2 12,8 14,4 16,9 20 22,4 22,5 21,4 17,8 13,4 10,7

Precipitação 84,6 88,7 61,8 56,7 44,1 20,9 4,5 5,7 23,2 74,1 103,6 89,2

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Gráfico 4 – Gráfico Termopluviométrico do Concelho de Alenquer (1961/1990)

1.3.5. Ventos Dominantes

O vento aumenta a velocidade de propagação dos incêndios, já que fornece oxigénio de combustão, transporta ar quente, seca os combustíveis e dispersa as partículas em ignição. Por outro lado, os ventos fortes limitam a produtividade florestal; ou por diminuírem a taxa de crescimento anual, ou por poderem provocar o derrube de árvores.

No concelho, os ventos mais habituais ao longo do ano são os de Norte e Noroeste, predominantes de Abril a Outubro. Os menos frequentes registam-se a Sul e a Sudeste predominantes entre Outubro e Abril.

Nos meses de Julho a Agosto, os ventos de velocidade média mais elevados são os de Norte, enquanto que nos restantes meses são os de Sul enquanto que nos restantes meses são os de Sul e Sudoeste. A velocidade média dos ventos de Oeste tem uma certa importância nos meses de Dezembro a Abril.

0 C mm

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Quadro 2 – Médias mensais da frequência e velocidade do vento no Concelho de Alenquer

N NE E SE S SW W NW C Mês F V F V F V F V F V F V F V F V F

Jan. 23,8 13,2 8,6 10,7 5,2 11,2 4,6 11,7 9,1 12,2 5 16,3 7,6 15,9 7,9 18,2 28 Fev. 25,5 14,7 8,4 11,5 6 12 5,3 11,4 10,3 15,8 5,1 18,3 7,4 17,8 9,9 18 22 Mar 28,4 17,1 8,4 11,5 6,7 13,3 6,3 13,9 9,2 14,6 5,1 16,8 8,4 17,1 10,8 17,5 16,7 Abr. 31,8 18,8 7,3 11,5 5,7 13,5 4,9 12,7 8,1 15 5,2 16,1 10,6 17,7 13,9 19,2 12,7 Mai. 36,2 19,3 6,9 14,2 3,4 13,1 2,7 10,6 7,2 14,2 6,1 16,8 12,2 15,4 16,4 17,6 8,8 Jun. 35,2 18,3 7,1 11,3 3,3 10,9 3,6 10,3 6,4 13,3 4,8 14,2 12,9 15,8 15,8 17 11 Jul. 39,9 19,4 6,4 11,9 2,8 9,6 2 10,4 4,1 10,4 2,5 11,2 13 10,2 19 18 10,3 Ago. 46,2 20,3 6,8 12 2 11,2 2,3 11,1 4,2 11,7 1,9 14,4 9,9 14,5 15,8 18,3 10,9 Set. 32,6 16,5 6,5 10,9 3,4 9,2 4,4 10,6 8,9 14,2 5 15,4 8,5 14,1 13,2 16,5 17,3 Out. 30,5 14,6 8 10,9 4,6 11,5 6,5 12,2 10,2 14,8 4 14,5 7,9 16,2 9,2 18,1 19,2 Nov. 28,7 13,1 8,4 11,2 5,5 9,8 5,7 12,2 8,5 13,2 3,5 16,7 5,8 15,5 9,8 17,4 24,1

Dez. 26,9 13,4 11,2 10,9 5,4 10,3 5,3 11,6 7,8 12,2 3,7 15,2 6,4 18,1 7,5 16,7 25,8

F =FREQUÊNCIA (%) E V = VELOCIDADE DO VENTO (KM/H)

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1.4. Dinâmica Demográfica

1.4.1. Caracterização Demográfica Regional

A análise da situação sócio-demográfica é aqui entendida enquanto elemento relevante relacionado com a evolução recente dos movimentos de reestruturação territorial e económica em curso no espaço regional de Lisboa e Vale do Tejo, onde se insere o Concelho de Alenquer, os quais traduzem dinâmicas complexas configuradoras de um novo quadro de vocações e de necessidades específicas que interessa aqui ponderar. Neste contexto, e tendo já presentes os dados recolhidos no âmbito dos Censos 2001, constata-se que a Região de Lisboa e Vale do Tejo apresentou, ao longo da década de 90, um ritmo de crescimento demográfico superior ao registado para a década anterior, ascendendo actualmente a perto de 3,5 milhões de habitantes.

Gráfico 5 – Evolução Relativa da População Residente (1981/2001)

90

100

110

120

130

1981 1991 2001

1981

=100

Oeste

Grande Lisboa

Lezíria do Tejo

Médio Tejo

Península de Setúbal

Lisboa e Vale do Tejo

Fonte: Instituto Nacional de Estatística

Ao longo do último período considerado (1991/2001) todas as sub-regiões registaram igualmente taxas de crescimento positivas, ainda que diferenciadas, sendo superiores à média regional os valores relativos à Península de Setúbal (11,6%) e ao Oeste (9,8%, onde se integra Alenquer). Ainda assim, é fundamental ressaltar o facto de que quase 90% do crescimento demográfico observado na região se deve à afluência de população proveniente de outras regiões e países, aspecto que, a par de uma taxa de crescimento natural baixa (0,5%), é demonstrativa da sua capacidade de atracção.

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Quadro 3 – Evolução da População Residente por Componentes de Crescimento (1991/2001)

Saldo natural Saldo migratório Variação total Região

(%) (%) (%) Oeste -1,2 11,0 9,8

Grande Lisboa 1,3 1,8 3,1

Lezíria do Tejo -3,2 6,6 3,4

Médio Tejo -3 5,1 2,1

Península de Setúbal 1,9 9,7 11,6

LISBOA E VALE DO TEJO 0,5 4,9 5,4 Fonte: Instituto Nacional de Estatística

Verifica-se que as sub-regiões da Península de Setúbal e do Oeste são as principais áreas de captação de população, aspecto que não pode ser dissociado quer da sua crescente integração na esfera de influência da AML. Alargada para anéis ou eixos cada vez mais distantes de Lisboa, processo no qual se integra o Concelho de Alenquer através da sua localização no corredor do A1/ Linha do Norte.

Em síntese, a análise desta dinâmica segundo o contributo das diferentes componentes de crescimento demográfico

efectivo1 (crescimento natural2 e crescimento migratório3) mostra uma progressiva diminuição da capacidade endógena de substituição geracional, conferindo à intensidade e sentidos dos movimentos migratórios um papel primordial nesse processo. A tradução destas macro-dinâmicas tem tido como consequência a alimentação por via exógena dos escalões correspondentes aos efectivos em idade activa, o que tem permitido uma relativa estabilidade dos respectivos índices de dependência total. Não obstante, regista-se uma tendência para o progressivo envelhecimento da base demográfica regional, a qual se deve ao aumento da proporção de idosos nesse conjunto (envelhecimento no topo) e à redução da proporção de jovens em função das baixas taxas de natalidade (envelhecimento na base).

1 Crescimento efectivo = crescimento natural + crescimento migratório 2 Crescimento natural = nados vivos - óbitos 3 Crescimento migratório = crescimento efectivo – crescimento natural

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Figura 3 – Representação cartográfica do Saldo Natural, do Saldo Migratório e da Variação Total da População, por sub-

região de Lisboa e Vale do Tejo entre 1991 e 2001

Fonte: Instituto Nacional de Estatística

Quadro 4 – Índices-Resumo da Evolução da Estrutura Etária da População (1991/2001)

Índice de Envelhecimento

Demográfico Índice de

Dependência Total Índice de

Dependência dos Jovens

Índice de Dependência dos Idosos Região

1991 2001 1991 2001 1991 2001 1991 2001 Oeste 78,6 112,3 51,1 49,6 28,6 23,4 22,5 26,2

Grande Lisboa 72,4 107,7 43,5 43,8 25,2 21,1 18,3 22,7

Lezíria do Tejo 94,7 139,8 52,1 51,3 26,7 21,4 25,3 29,9

Médio Tejo 100,1 142,8 55,2 55,1 27,6 22,7 27,6 32,4

Pen. Setúbal 56,5 93,4 43,3 42,2 27,6 21,8 15,6 20,4

LISBOA E V. TEJO 73,2 109,6 45,6 45,3 26,3 21,6 19,3 23,7 Fonte: Instituto Nacional de Estatística

Embora esta tendência se generalize a todas as sub-unidades territoriais em estudo, é importante referir situações bastante distintas no que respeita à intensidade do fenómeno, traduzindo assim diferentes níveis de vitalidade demográfica.

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Assim, as regiões interiores e menos urbanizadas do vale do Tejo (Médio Tejo e da Lezíria do Tejo) são aquelas onde a relação idosos-jovens regista um maior desequilíbrio em favor dos primeiros, revelando-se problemática a capacidade de reposição geracional num quadro de médio/longo prazo; deve, mais uma vez, salientar-se o papel que as migrações têm assumido na preservação de alguns equilíbrios na estrutura etária da população. Do ponto de vista das perspectivas, parece claro que a evolução que vier a ser registada pela componente migratória do crescimento demográfico regional constitui o principal factor de incerteza num contexto de médio prazo. A intensificação do processo de envelhecimento demográfico, por via das baixas taxas de natalidade e do aumento proporcional de idosos, assume-se igualmente como tendência que poderá vir a manifestar-se nesse horizonte, daí decorrendo necessidades sociais específicas que terão de ser devidamente ponderadas na formulação das estratégias de desenvolvimento local e regional. Em termos espaciais, retomando o que já anteriormente foi referido, é expectável a manutenção de processos de reorganização no seio da AML, especialmente incidentes nas componentes habitação e emprego, os quais tenderão a aumentar a pressão da procura em áreas periféricas ao seu núcleo central. Assim, a nível sócio-demográfico, deve destacar-se que o crescimento populacional ocorrido em toda a envolvente regional do Concelho de Alenquer ao longo da década de 90 se encontra fundamentalmente ancorado na dinâmica migratória, o que reflecte o potencial atractivo que esta região ainda apresenta na actualidade. Esta realidade, a par de uma diversificação sócio-cultural que decorre do afluxo de imigrantes estrangeiros que, provavelmente, se intensificou nesse período, deve ser entendido enquanto fonte geradora de novas necessidades sociais, nomeadamente nos planos habitacional e de acesso a equipamentos e serviços de natureza colectiva (saúde, educação), bem como de oferta de emprego e apoio ao processo de envelhecimento demográfico em curso.

1.4.2. Evolução Demográfica Concelhia e Densidade Populacional

A dinâmica demográfica do Concelho de Alenquer ao longo do século XX revela duas fases distintas: a primeira, até aos anos 60, caracterizou-se por um crescimento contínuo, se bem que moderado, sendo a segunda, compreendida entre essa data e 1991, marcada por uma evolução irregular, embora globalmente no sentido descendente. Como consequência, residiam no Concelho de Alenquer em 1991 cerca de 34 mil habitantes, o que correspondia a aproximadamente menos 1000 habitantes que aqueles que aí residiam em 1960, valor ainda assim bastante superior ao existente no início do século XX (menos de 25 mil habitantes).

Contudo, a evolução recente aponta claramente para um considerável crescimento do efectivo populacional, tendo-se verificado um aumento do mesmo em +14,9% entre 1991 e 2001, equivalente a um acréscimo de 5082 habitantes, alcançando o Concelho 39180 habitantes em 2001.

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Comparativamente a outros referenciais geográficos em que Alenquer se insere, este crescimento relativo revelou-se bastante superior (mais de 9 pontos percentuais que os registados em Portugal e na região de Lisboa e Vale do Tejo e mais 7 p.p. que a sub-região Oeste, onde surge posicionado logo a seguir a Mafra e a Sobral de Monte Agraço no ranking de crescimento).

Gráfico 6 – Evolução da População Residente no Concelho de Alenquer (1950/2001)

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

40000

Recenseamentos

N.º

de H

abita

ntes

População Residente 34477 34998 32490 34575 34098 39180

1950 1960 1970 1981 1991 2001

Fonte: Instituto Nacional de Estatística

O recente dinamismo concelhio em termos económicos e a sua maior integração na AML justificam uma nova inversão da tendência demográfica, apontando os dados dos últimos Censos (2001) para um crescimento na ordem dos 15% face a 1991, ultrapassando, em cerca de 4000 indivíduos, os valores da população residente em 1960. É importante realçar que o crescimento demográfico observado superou as perspectivas traçadas pelo PDM agora em revisão em cerca de 3000 habitantes, obrigando ao reequacionamento dos respectivos pressupostos no novo horizonte temporal

adoptado, incluindo aqui as perspectivas associadas à construção do Novo Aeroporto de Lisboa (NAL)4.

A leitura desta evolução segundo o contributo real das diferentes componentes de crescimento demográfico efectivo5

(crescimento natural6 e crescimento migratório7) reflecte uma progressiva diminuição da capacidade endógena de

4 De acordo com as projecções demográficas realizadas no Estudo Preliminar de Impacte Ambiental do Novo Aeroporto de Lisboa – Ota

para 2008, o cenário de maior crescimento demográfico para o concelho de Alenquer (decorrente da construção desta infraestrutura) corresponderia a um acréscimo de 28,2% habitantes em relação ao efectivo residente em 1991, aproximando-se assim dos 44 mil habitantes; no entanto, a evolução registada na década de 90 para o concelho poderá deslocar este valor para um limiar próximo dos 50 mil habitantes.

5 Crescimento efectivo = crescimento natural + crescimento migratório. 6 Crescimento natural = nados vivos – óbitos. 7 Crescimento migratório = crescimento efectivo – crescimento natural

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substituição geracional, conferindo à intensidade e sentido dos fluxos migratórios um papel determinante nesse processo. Tomando como referência as duas últimas décadas, constata-se que a já referida inversão de comportamento da taxa de crescimento efectivo foi exclusivamente motivada pelo afluxo de indivíduos exteriores ao Concelho, podendo as alterações ser sistematizadas do seguinte modo:

• período 1981/91: marcado por um ligeiro decréscimo populacional (-1,4%) simultaneamente apoiado em valores negativos do crescimento natural e migratório;

• período 1991/ 2001: marcado por uma inversão do sentido dos fluxos migratórios (com ganhos locais na ordem dos 17,3%), facto que contribuiu indubitavelmente para o crescimento efectivo registado (+14,9%), apesar do comportamento regressivo, entretanto agravado, do crescimento natural (- 2,4%).

Gráfico 7 – Taxas de Crescimento Efectivo, Natural e Migratório no Concelho de Alenquer (1981/2001)

-5

0

5

10

15

20

Recenseamentos

Varia

ção

(%)

Crescimento Efectivo -1,4 14,9

Crescimento Natural -1,2 -2,4

Crescimento Migratório -0,2 17,3

1981/1991 1991/2001

Fonte: Instituto Nacional de Estatística

Desta análise ressaltam duas ideias centrais que interessa aqui salientar: por um lado, a afirmação da componente migratória no processo de crescimento demográfico concelhio reflecte uma alteração nas condições específicas que têm influenciado o grau de atractividade/repulsividade do Concelho em apreço; por outro lado, a descida do crescimento natural a valores negativos constitui uma consequência estrutural da incidência do fenómeno migratório em décadas anteriores a 1991 sobre a actual estrutura etária da população residente, sendo complementada pela conjugação entre

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uma progressiva quebra da taxa de natalidade8 e uma relativa estabilidade na taxa de mortalidade9, possuindo uma

tradução clara na trajectória decrescente do respectivo excedente de vida10. Todavia, os valores dos últimos quatro anos (1998/2001) parecem apontar para o arranque de um ciclo em que o excedente de vida apresenta um percurso ascendente rumo a montantes não negativos.

Gráfico 8 – Evolução dos Parâmetros do Crescimento Natural no Concelho de Alenquer (1981/2001)

-6

-4

-2

0

2

4

6

8

10

12

14

1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001

%

Tx natalidade (permilagem) Tx mortalidade (permilagem) Excedente de vida

Fonte: Instituto Nacional de Estatística

Assim, pode concluir-se, que a mutação dos mecanismos de crescimento demográfico observada nas últimas décadas está intimamente relacionada com a envolvente externa do Concelho, caracterizada pelas múltiplas formas e impactes que assumiu (e continua a assumir) localmente.

No presente, o grau de sustentabilidade do efectivo demográfico do Concelho de Alenquer revela-se especialmente dependente do sentido e intensidade dos fluxos migratórios, uma vez que a dinâmica de crescimento natural da ultima década apresenta uma trajectória conducente quer à sua diminuição, quer ao seu envelhecimento. A distribuição espacial da população no território concelhio apresenta um padrão disperso, apoiado em núcleos de pequena dimensão, situação que traduz uma rede urbana relativamente débil. Marcada por um acentuado contraste interno, a organização espacial do Concelho de Alenquer encontra-se estruturada urbanisticamente no eixo Carregado/Alenquer/Ota, com inflexão da Abrigada, traduzindo o papel das acessibilidades nesse contexto, sendo ainda actualmente visível a matriz rural de uma significativa porção do seu território. Em termos de dinâmica demográfica das, freguesias a evolução recente tem sido caracterizada pelo acentuar das assimetrias intra-concelhias, as quais se têm apoiado em dois mecanismos distintos mas complementares nesse processo: 8 Taxa de natalidade = nados-vivos/ população residente x 1000. O volume da população residente foi calculada através da aplicação da taxa de

crescimento médio anual nos períodos inter-censitários 1981/ 1991 e 1991/ 2001. 9 Taxa de mortalidade = óbitos/ população residente x 1000. O volume da população residente foi calculada através da aplicação da taxa de

crescimento médio anual nos períodos inter-censitários 1981/ 1991 e 1991/ 2001. 10 Excedente de vida = Taxa de natalidade – Taxa de mortalidade.

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(i) concentração dos ganhos populacionais nas freguesias a sudeste, melhor servidas por acessibilidades rodoviárias, nomeadamente o IC2/EN1 e a IP1/A1, e com maior dinamismo económico (com reflexos na criação de emprego). Neste contexto, verifica-se que a freguesia do Carregado regista um valor de densidade populacional de 573,8 hab/km2, significativamente mais elevado que aquele que se regista nas restantes freguesias do Concelho.

(ii) perdas demográficas nas freguesias essencialmente localizadas no Oeste e Noroeste do Concelho e enquadradas pela Serra de Montejunto, o que lhes confere e acentua um carácter de isolamento e distância face às principais acessibilidades do Concelho.

Figura 4 – Evolução da População Residente nas Freguesias do Concelho de Alenquer (1991/2001)

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Quadro 5 – Evolução da População Residente nas Freguesias do Concelho de Alenquer (1950/2001)

Fonte: Instituto Nacional Estatístico

Freguesia 1950 1960 1970 1981 1991 2001 % 1950/2001 % 1980/2001 % 1991/2001

Abrigada 3264 3184 3070 3317 3291 3416 4,7 3,0 3,8

A. Galega da Merceana 2693

2991

2250

2396

2257 2175 -19,2 -9,2 -3,6

A. Gavinha 1742 1547 1405 1445 1211 1173 -32,7 -18,8 -3,1 Cab. Torres 1292 1296 1100 1161 1073 1013 -21,6 -12,7 -5,6

Cadafais 2146 2437 3080 3542 1558 1687 -21,4 -52,4 8,3 Carnota 2249 1920 1895 1800 1669 1695 -24,6 -5,8 1,6

Carregado - - - - 5190 9066 - - 74,7 Meca 2039 2168 2075 1913 1842 1809 -11,3 -5,4 -1,8

Olhalvo 2477 2200 1555 2121 1998 2006 -19,0 -5,4 0,4 Ota 1403 1390 1285 1414 1321 1198 -14,6 -15,3 -9,3

P. Palhacana 2398 2333 2005 1903 614 591 -75,4 -68,9 -3,7 Ribafria - - - - 1108 974 - - -12,1

Santo Estevão 4221 4626 5125 5702 4383 5338 26,5 -6,4 21,8 Triana 3483 3647 3445 3593 2819 3532 1,4 -1,7 25,3

Ventosa 3341 3305 2660 2782 2416 2217 -33,6 -20,3 -8,2 V. V. Francos 1729 1954 1540 1486 1348 1290 -25,4 -13,2 -4,3

TOTAL 34477 34998 32490 34575 34098 39180 13,6 13,3 14,9

Atentos aos dados relativos à evolução da população residente nas diversas freguesias do Concelho de Alenquer, nos últimos 50 anos, cumpre esclarecer que não são apresentados dados relativos à freguesia do Carregado anteriores ao censo de 1991, dado que a mesma foi criada em meados dos anos 80 a partir das freguesias de Sto. Estêvão e de Cadafais.

Também não são apresentados dados anteriores a 91 relativos à freguesia de Ribafria, dado ter sido criada em idêntico período, nesta caso a partir da freguesia de Pereiro de Palhacana.

Esta alteração na Divisão Administrativa do Concelho de Alenquer, fundamenta ainda a quebra significativa no quantitativo populacional das freguesias de Sto. Estêvão, Cadafais e Palhacana no período inter censitário de 81/91.

Assim, de forma alguma se pode efectuar uma relação entre a perda de população nestas freguesias e algum mecanismo de repulsão sentido naquela década.

Atentos a figura 4, que representa a variação populacional por freguesia no último período inter censitário, podemos concluir:

Mantém-se a tendência de clara dicotomia no crescimento e concentração populacional nas freguesias do Concelho com melhores acessibilidades a Lisboa, sensivelmente a Sul – Sudeste do Concelho – Carregado, Sto. Estêvão, Triana e Cadafais;

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Uma segunda coroa de crescimento populacional, embora em menor ritmo, situa-se no centro – Norte do Concelho (Olhalvo e Abrigada), igualmente de fáceis acessos à sede do Concelho e ao Carregado, e daí ao IP1/A1, podendo-se também assumir que não se encontrando totalmente abrangidas pelas medidas preventivas do NAL, houve uma dinâmica mais acelerada de crescimento populacional, impulsionada pela perspectiva do Novo Aeroporto;

A restante área do Concelho regista uma diminuição no efectivo populacional, tornando clara a conjugação de factores que não permitem manter a população aí residente

Ao nível de freguesia e considerando a relação entre o número de habitantes e a área de superfície regista-se um conjunto interessante de factos:

As freguesias que registam menor densidade populacional, encontram-se parcialmente abrangidas por áreas fortemente condicionadas devido à orografia e a restrições de utilidade pública: Vila Verde dos Francos pela Serra de Montejunto e a Ota por regime florestal e pela área de servidão da Base Aérea da Ota (embora nesta freguesia, também se verifica a existência de grandes propriedades de cariz florestal de produção);

Apesar de se contarem entre as freguesias com crescimento no efectivo populacional no último período inter censitário, bem como, apesar de serem das freguesias com maior número de residentes, as freguesias da Abrigada e de Triana (que engloba parte da Vila de Alenquer) registam densidades abaixo da média Concelhia, não sendo alheio a este facto o relevo acidentado da Serra de Montejunto, obviamente menos ocupado por população, e no caso de Triana, a ocupação de parte significativa do seu território por explorações de inertes e por várzeas classificadas como RAN e REN.

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Quadro 6 – População e Densidades Populacionais por Freguesia (2001)

Freguesia

Área

(km 2) População Residente

Densidade Populacional

Abrigada 39,23 3416 86,5 Aldeia Galega Merceana 19,69 2175 111 Aldeia Gavinha 8,22 1173 141,3 Cabanas de Torres 6,79 1013 144,7 Cadafais 9,39 1687 177,6 Carnota 18,03 1695 92,6 Carregado 15,29 9066 573,8 Meca 14,08 1809 134 Olhalvo 8,24 2006 244,6 Ota 46,39 1198 25,8 Pereiro de Palhacana 9,50 591 64,2 Ribafria 8,70 974 109,4 Sto Estêvão 14,70 5338 331,5 Triana 33,86 3532 102,7 Ventosa 22,10 2217 98,5 Vila Verde dos Francos 28,02 1290 45,7 Total 302,16 39180 129,6

Fonte: Instituto Nacional Estatístico

Resumindo e atentos aos valores de densidade populacional por freguesia acima inscritos, verifica-se que as freguesias mais densamente povoadas correspondem ao Carregado, Sto. Estêvão, Olhalvo e Cadafais. As freguesias de Ota, Vila Verde dos Francos e Pereiro de Palhacana são as de menor densidade. Para além das explicações apresentadas anteriormente (influência da Serra de Montejunto e servidões da Base Aérea da Ota), é nestas freguesias que se tem registado um maior abandono da agricultura, o que implica um acumular de carga combustível e consequentemente, maior risco de incêndio.

1.4.3. Estrutura Etária e Envelhecimento da População

A estrutura etária da população constitui um indicador de caracterização da massa demográfica de um determinado território, fornecendo informações relevantes sobre a sua composição e sobre as necessidades sociais que configura; ao mesmo tempo, a sua análise permite aferir o respectivo grau de sustentabilidade num horizonte temporal de médio prazo, nomeadamente no que respeita à sua capacidade endógena de reposição geracional e ao potencial de recursos humanos. Pretende-se assim, caracterizar mais detalhadamente o perfil da estrutura etária e problematizar o seu significado.

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Assim, a dinâmica específica dos mecanismos de crescimento demográfico no Concelho de Alenquer tem sido marcada pelo sentido e intensidade assumida pelos movimentos migratórios, aspecto que se tem reflectido na composição etária do seu efectivo populacional e, consequentemente, sobre a respectiva capacidade endógena de substituição geracional. O principal dado que decorre da análise da informação censitária disponível (1960 e 2001), prende-se inequivocamente com a tendência para o progressivo envelhecimento da população residente no Concelho, sendo de realçar o contexto de relativa estabilidade do efectivo populacional em que tais mudanças ocorreram.

Gráfico 9 – Evolução do Índice de Envelhecimento no Concelho de Alenquer (1960/2001)

Fonte: Instituto Nacional Estatístico

0

20

40

60

80

100

120

1960 1970 1981 1991 2001

A existência de situações de sub-representação de efectivos nos escalões etários compreendidos entre os 25 e os 44 anos (classes ocas), especialmente visíveis em 1981, reflecte a intensidade local do fenómeno migratório que ocorreu na década de 60, o qual contribuiu para uma considerável erosão da expressão relativa das classes mais jovens que ainda no início da década de 90 se fazia sentir, factor que se consolidou ao longo desta década. Paralelamente a esta dinâmica, muito ligada a circunstâncias externas que se revelaram adversas à fixação de jovens no Concelho nas décadas anteriores a 1990, importa referir novamente que o comportamento da natalidade contribuiu para o agravamento dos desequilíbrios da sua pirâmide etária. De facto, se a redução da proporção de indivíduos em idade de procriação influenciou o volume de nascimentos, não é desprezar a trajectória descendente apresentada pela variável relativa à fecundidade, traduzindo ela própria importantes mutações sociais e, naturalmente, de ordem económica - No entanto, os dados relativos aos últimos anos (1998-2004) apontam nitidamente para um incremento dos nascimentos, registando-se mesmo um crescimento natural positivo no último triénio.

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Este fenómeno está correlacionado, antes de mais, com a entrada no Concelho de população em idade reprodutora na década de 90 e com o consequente reforço destas classes etárias no total da população (a população entre os 20 e os 39 anos registou um incremento de 3.000 indivíduos entre 91 e 2001 e o seu peso na população cresceu de 26% para 31%).

Gráfico 10 – Estrutura Etária da População Residente no Concelho de Alenquer (1981/1991/2001)

Fonte: Instituto Nacional Estatístico

Como vemos, a década de 90 corresponde a um período de visível crescimento demográfico, crescimento este acompanhado por uma falta de capacidade endógena de substituição geracional, deslocando para a atracção de população externa ao Concelho o principal motor de expansão e renovação do efectivo aí residente. Do ponto de vista da estrutura etária, constata-se o agravamento do processo de envelhecimento demográfico a nível local, persistindo assim (ainda que com menor intensidade) a redução da proporção de jovens em favor do aumento da representatividade dos idosos; não obstante, é importante frisar que o índice de dependência total e a taxa de actividade da população residente mantiveram valores relativamente estáveis entre 1991 e 2001.

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Quadro 7– Índices-Resumo da Evolução da Estrutura Etária (1960/2001)

Indicador 1960 1970 1981 1991 2001

Índice de Envelhecimento Demográfico11 34 46 61 90 109

Índice de Dependência Total12 48 49 53 51 49

Índice de Dependência dos Jovens13 36 34 33 27 24

Índice de Dependência dos Idosos14 12 16 20 24 26

Taxa de actividade15 - - 65 66 67

Índice de substituição16 - - 0,8 0,9 0,4 Fonte: Instituto Nacional de Estatística

A manutenção destas tendências num horizonte de médio prazo permite configurar um quadro marcado pelo progressivo envelhecimento da população activa e do crescimento proporcional dos indivíduos com idade igual ou superior a 65 anos, o que, a confirmar-se, preconizará um quadro de novas problemáticas que derivam de um contingente populacional pontuado por desequilíbrios crescentes na respectiva estrutura etária.

Em termos socio-económicos, a manutenção deste cenário de relativo envelhecimento da população na década actual será igualmente portadora de transformações relevantes no domínio dos recursos humanos em idade activa, uma vez que se assistirá ao seu progressivo envelhecimento e, tendencialmente, a uma evolução menos dinâmica do seu perfil de qualificações e competências sócio-profissionais.

Embora, pela sua complexidade, este conjunto de relações não se possa estabelecer de modo automático, será relativamente expectável a manutenção do volume e das características do potencial de recursos humanos residente no espaço concelhio, reduzindo a sua margem de atractividade e competitividade de novas actividades geradoras de emprego qualificado.

11 Índice de Envelhecimento Demográfico = População com 65 e mais anos / População com 0 a 14 anos X 100. 12 Índice de Dependência Total = (População com 0 a 14 anos + População com 65 e mais anos) / População com 15 a 64 anos X 100. 13 Índice de Dependência dos Jovens = População com 0 a 14 anos / População com 15 a 64 anos X 100.

14 Índice de Dependência dos Idosos = População com 65 e mais anos / População com 15 a 64 anos X 100. 15 Taxa de actividade = População com 15 a 64 anos / População total X 100. 16 Índice de substituição de gerações = População com 15 a 24 anos / População com 40 a 64 anos.

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Quadro 8 e Figura 5 – Estrutura Etária da População Residente nas Freguesias do Concelho de Alenquer (1991/2001)

1991 2001 Freguesias

0-14 15-64 65 e + 0-14 15-64 65 e + Abrigada 643 2138 510 508 2250 658

Aldeia Galega 366 1433 458 307 1360 508 Aldeia Gavinha 188 815 208 159 738 276

Cabanas de Torres 192 706 175 158 635 220 Cadafais 263 1054 241 253 1137 297 Carnota 254 1126 289 210 1090 395

Meca 336 1211 295 264 1224 321 Olhalvo 369 1257 372 259 1301 446

Ota 275 905 141 190 824 184 Pereiro Palhacana 86 384 144 87 355 149

Santo Estevão 655 2978 750 803 3609 926 Triana 500 1923 396 578 2425 529

Ventosa 348 1579 489 253 1395 569 Vila Verde Francos 238 832 278 186 804 300

Carregado 1185 3494 511 1847 6457 762 Ribafria 168 741 199 128 623 223

Fonte: Instituto Nacional de Estatística

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A análise da estrutura etária por freguesia suportada na observação dos três grandes grupos etários, revela-nos que, apesar de não ser homogénea, a situação vivida por estas unidades em 2001 não apresentava casos extremos de envelhecimento demográfico, seja «pelo topo», seja «pela base». Contudo, e à excepção do Carregado, de Triana e da Ota, todas a restantes freguesias ostentavam um número de indivíduos com mais de 65 anos superior ao número de jovens. Entre estas freguesias podemos, mesmo assim, destrinçar dois grandes grupos:

(i) o sector ocidental, com as freguesias mais envelhecidas (Aldeia Galega da Merceana, Aldeia Gavinha, Carnota, Olhalvo, Pereiro de Palhacana, Ventosa, vila verde dos Francos e Ribafria);

(ii) o eixo central, com unidades ligeiramente menos envelhecidas (Abrigada, Cadafais, Cabanas de Torres, Meca e Santo Estevão).

Nesta matéria, a verdadeira excepção no cenário concelhio é a freguesia do Carregado, uma vez que possuía em 2001 uma população bastante jovem, valor este que podemos considerar bastante invulgares no contexto nacional. Em termos de variação entre 1991 e 2001 assistimos, como é lógico, a um processo de reforço da população com mais de 65 anos em todas as freguesias à excepção do referido caso do Carregado.

Gráfico 11 – Variação do Índice de Envelhecimento nas Freguesias do Concelho (1991/2001)

-10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Abrigada Aldeia Galega da Merceana

Aldeia Gav inha Cabanas de Torres

Cadafais Carnota Meca Olhalv o

Ota Pereiro de Palhacana

Santo Estêv ão Triana

Ventosa Vila Verde dos Francos

Carregado Ribafria

Fonte: Instituto Nacional Estatístico

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Ao analisar o gráfico 12 que apresenta a variação do Índice de Envelhecimento entre 1991/2001 por freguesia, constata-se que apenas a freguesia de Triana e Carregado apresenta uma variação negativa do respectivo índice demográfico (-1,8 e -4,4, respectivamente). Na posição oposta encontra-se a freguesia de Ota que viu o seu índice de envelhecimento ter uma variação positiva na ordem dos 89%. Não obstante esta variação, as freguesias que em 2001 revelam o índice de envelhecimento mais elevado são: Ventosa (224,9), Carnota (188,1), Ribafria (174,2) e Aldeia Gavinha (173,5). Contrariamente, a freguesia do Carregado é a única que apresenta um valor inferior a 50 idosos por cada 100 jovens (41,2).

Gráfico – Índice de Envelhecimento nas Freguesias do Concelho de Alenquer (1991/2001)

0 50 100 150 200 250

Abrigada Aldeia Galega da Merceana

Aldeia Gav inha Cabanas de Torres

Cadafais Carnota Meca Olhalv o

Ota Pereiro de Palhacana

Santo Estêv ão Triana

Ventosa Vila Verde dos Francos

Carregado Ribafria

2001

1991

Fonte: Instituto Nacional Estatístico

Nesta análise do Índice de Envelhecimento não foi possível considerar o ano de 1981 devido à inexistência de dados disponíveis para o respectivo ano.

Em síntese, parece evidente que a evolução futura da composição etária da população residente no Concelho de Alenquer será especialmente influenciada pelas alterações que se vierem a registar na envolvente regional e pelo modo como aquelas serão localmente sentidas, secundando assim o papel dos mecanismos internos relacionados com a dinâmica fisiológica. Neste quadro, as transformações populacionais no Concelho decorrerão primordialmente da intensidade e características que o fenómeno migratório vier a assumir ao longo da próxima década (principal factor de incerteza nesse horizonte temporal), ao qual deverá somar-se o tipo de atractivos relevantes para a captação de novos residentes.

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1.4.4. Actividades Económicas

A evolução do concelho de Alenquer tem vindo a ser particularmente condicionada pelo seu posicionamento territorial em relação à Área Metropolitana de Lisboa (AML), principal centro de produção e consumo do País. Esta circunstância, muito ligada à proximidade geográfica e à crescente dotação em matéria de infra-estruturas de transporte, conferiu a Alenquer (nomeadamente às zonas do Concelho melhor servidas neste domínio) uma significativa vantagem competitiva com efeitos na criação de importantes dinâmicas de desenvolvimento.

A sua localização privilegiada confere a Alenquer as características de um espaço de transição, sujeito a transformações estruturais de grande intensidade. Estes aspectos configuram, em grande parte, o enquadramento sob o qual se decidem actualmente as orientações estratégicas que deverão nortear o processo de desenvolvimento socio-económico local e o modelo de organização espacial do concelho, ao qual acresce, naturalmente, o conjunto de impactes que decorrerão da projectada implantação do Novo Aeroporto de Lisboa (NAL) na área da actual Base Aérea da Ota, tendo em conta a magnitude das suas implicações directas e indirectas.

Na análise da evolução do tecido económico e empresarial do concelho detectam-se importantes transformações, constituindo um dos domínios em que tanto as condições de acessibilidade à AML como o posicionamento privilegiado enquanto plataforma logística de articulação com outras áreas do país mais têm feito sentir os seus efeitos. A capitalização de vantagens locativas decorrentes do atravessamento do concelho pela IC2/EN1 (induzindo processos de industrialização difusa) e da proximidade a importantes vias de âmbito metropolitano/ regional e nacional tem tido como principal resultado a atracção de iniciativas empresariais exógenas (frequentemente de capitais estrangeiros).

Este aumento da atractividade do concelho de Alenquer não pode desprezar igualmente o esforço de disponibilização de espaços infraestruturados para localização empresarial, nomeadamente no Carregado, por força da sua proximidade às vias de comunicação rodo-ferroviárias e ao pólo industrial de Azambuja. O Carregado apresenta-se, por isso, como um dos principais pólos de localização de actividades industriais e de logística a nível sub-regional, configurando um triângulo estratégico conjuntamente com os nós de Azambuja e Ota. Não obstante, deve ser referida a existência de importantes constrangimentos que derivam quer da deficiente estruturação das implantações de unidades empresariais, de onde relevam a sua interpenetração com espaços urbanos, bem como da crescente incapacidade de resposta à procura existente de locação de unidades empresariais.

Em termos de potencial de recursos humanos, a dinâmica de crescimento populacional traduziu-se num aumento quantitativo que posiciona Alenquer enquanto parte relevante da bacia económica da AML, bem como, a nível qualitativo, numa tendência para a melhoria dos níveis de habilitações e qualificações detidas pela população empregada (não obstante persistirem carências a este nível).

A diversificação da estrutura de actividades produtivas localizadas no concelho e, em concreto, a expressividade da indústria transformadora e das actividades de logística são evidências que reflectem o dinamismo da actividade

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económica, às quais acresce a maior abertura ao exterior propiciada pela internacionalização das empresas quer por via do capital social das empresas instaladas, quer através das trocas externas (particularmente das importações).

A indústria extractiva assume-se com um vector estratégico e de especialização económica concelhia face ao seu enquadramento regional. No entanto, importa evitar que o desenvolvimento da actividade extractiva venha a revelar-se como factor de desvalorização do território, conduzindo ao seu uso desqualificado, com a definição de medidas de salvaguarda e recuperação ambiental, por forma a não condicionar a imagem e o processo de desenvolvimento concelhio.

No que respeita ao chamado terciário económico, a situação presente encontra-se ainda marcada pelo incipiente desenvolvimento de actividades como os serviços prestados às empresas, facto que não pode ser dissociado da geografia económica do espaço metropolitano de Lisboa, caracterizada por uma forte concentração dos segmentos mais qualificados e intensivos em conhecimento e competências específicas nas áreas dotadas de maior centralidade (nomeadamente na própria capital), dispersando os restantes segundo um padrão espacial menos centralizado (vocacionado para dar resposta a procuras essencialmente locais).

Analisando às tendências verificadas entre 1991 e 2001, constata-se que o número de activos no concelho, registou um aumento na ordem dos 7%, o que resulta do desenvolvimento do sector terciário, enquanto o emprego industrial terá estagnado e a agricultura terá continuado num processo de libertação de activos.

Gráfico 13 – Taxa de Actividade no Oeste e Alenquer

0

10

20

30

40

50

60

%

HM H M HM H M

1991 2001anos

OesteAlenquer

Fonte: Instituto Nacional Estatístico

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Em comparação com a sub-região Oeste verifica-se, que o concelho de Alenquer consegue ter uma taxa de actividade superior ao conjunto de municípios da sub-região.

No que diz respeito ao desemprego, verifica-se que em 1991 a percentagem de desempregados no concelho de Alenquer é relativamente superior à da sub-região onde se insere.

Gráfico 14 – Taxa de Desemprego no Oeste e Alenquer

Fonte: INE 0 2 4 6 8 10 12%

HM

H

M

HM

M

Fonte: Instituto Nacional Estatístico

Em 2001, a taxa de desemprego mantém-se praticamente na mesma ordem de valores (de 5,5% passa para 5,4%), enquanto que a sub-região Oeste vê a sua situação se agravar, embora não muito significativamente.

Quadro 8 - Taxa de Actividade e Desemprego por sexo

De salientar, que são as mulheres as mais afectadas com o fenómeno do desemprego apresentado valores cerca de duas vezes superiores ao desemprego masculino.

Taxa de Actividade Taxa de Desemprego 1991 2001 1991 2001

HM H M HM H M HM H M HM H M Oeste 43,3 55,3 31,7 47,6 55,4 40,2 4,8 2,7 8,4 5,6 3,4 8,4 Alenquer 42,1 55,6 28,9 49,6 57,9 41,5 5,5 2,7 10,8 5,4 3,1 8,5

H

1991

2001

anos

Oeste Alenquer

Fonte: INE

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Ao nível da freguesia destacam-se algumas diferenças – as freguesias de Cabanas de Torres, Olhalvo, Ota e Carregado apresentam as taxas de desemprego mais elevadas, com um máximo de 8,4% na freguesia do Carregado. Enquanto que nas primeiras a principal razão reside na desestruturação do tecido agrícola, não existindo alternativas em termos de emprego por inexistência de estruturas terciárias e industriais capazes de absorver a procura, no caso do Carregado é sobretudo o facto da freguesia se encontrar em franco desenvolvimento e consequentemente não se verificar uma solidez do tecido industrial que conduz a situações de desemprego que se poderá denominar de “desemprego flutuante”, o que decorre do processo de afirmação das empresas, que aí se encontram instaladas, no mercado.

1.4.5. População Activa por Sector de Actividade

De acordo com os dados de 2001 (gráfico) da distribuição da população activa por sectores de actividade verifica-se que é o sector terciário que absorve mais mão-de-obra (57%). Contudo o sector secundário também tem bastante representatividade no concelho (37%). O sector primário é o que apresenta um menos peso, factor que decorre sobretudo do abandono da agricultura nos últimos anos e da mecanização da cultura da vinha.

Gráfico 15 – Distribuição da População Activa por Sector de Actividade no Concelho (2001)

6%

37%

57%Primário

Secundário

Terciário

Fonte: Instituto Nacional Estatístico

Tendo em conta a distribuição da população segundo o sector de actividade económica verifica-se, diferenças significativas entre freguesias (Carta 9). Em Santo Estevão, Triana e Carregado, o sector primário apresenta valores inferiores a 10%, logo seguido do sector secundário com cerca de 40%, sendo o terciário o sector com mais expressão com valores superiores a 50%, o que decorre da concentração dos serviços.

Nas restantes freguesias, e apesar do sector terciário continuar a ter grande representação, o sector secundário apresentam valores muito expressivos, sobretudo em Cabanas de Torres, Abrigada, Meca e Ventosa, enquanto os restantes sectores apresentam valores relativamente semelhantes. Caso particular é o de Vila Verde dos Francos, onde a agricultura continua a ter grande expressão.

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0% 20% 40% 60% 80% 100%

Abrigada Aldeia Galega da Merceana

Aldeia Gav inha Cabanas de Torres

Cadafais Carnota Meca Olhalv o

Ota Pereiro de Palhacana

Santo Estêv ão Triana

Ventosa Vila Verde dos Francos

Carregado Ribafria

Primário

Secundário

Terciário

Gráfico 16 – Distribuição da População Activa por Sector de Actividade nas freguesias do Concelho (2001)

Fonte: Instituto Nacional Estatístico Resumindo, os dados apresentados permitem concluir que o concelho de Alenquer segue a tendência geral para a terciarização da economia.

1.4.6. Grau de Instrução da População

A análise do grau de instrução da população revela-se fundamental na definição nas estratégias de sensibilização.

A população empregada do município caracteriza-se pela sua estrutura relativamente jovem, na qual os grupos etários mais jovens, nomeadamente os dos 20 aos 40 anos representam mais de metade do emprego total.

Em termos evolutivos é de realçar o acréscimo verificado no escalão dos 20 aos 30 anos, por contraponto aos escalões mais envelhecidos. Esta situação parece evidenciar um rejuvenescimento da mão-de-obra local, não numa lógica de substituição mas sim de criação de emprego, cruzando a experiência com a juventude.

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Quadro 9 e Gráfico 17 - Nível de Instrução da população em Alenquer (2001)

Nível de Instrução da População em Alenquer (2001)

HM H M Nenhum 6512 2973 3539 1º Ciclo 14770 7104 7666 2º Ciclo 4751 2623 2128 3º Ciclo 4011 2190 1821

Secundário 6377 3219 3158 Médio 195 131 64

Superior 2564 1045 1519

Nenhum

1º Ciclo

2º Ciclo

3º Ciclo

Secundário

M édio

Superior

Fonte: Instituto Nacional Estatístico

Um factor de realce é a diminuição da proporção de trabalhadores com menos de 20 ano, quer em termos relativos, quer em termos absolutos. Esta tendência não será alheia à elevação do nível de escolarização que, consequentemente, se traduz numa entrada mais tardia no mercado de trabalho.

De acordo com os Censos de 2001 verifica-se que:

O analfabetismo próximo dos 12%, afecta sobretudo a população idosa e adulta, o que se deve à escolarização obrigatória dos mais novos;

Aproximadamente 40% da população só possui o ensino primário; O ensino secundário detém valores próximos de 16%; O ensino médio e superior assume valores na ordem dos 7%, o que demonstra uma evolução muito

significativa em relação à década anterior (3%).

De facto, a taxa de analfabetismo no concelho diminuiu consideravelmente passando de valores na ordem dos 28% em 1981, para se fixar abaixo dos 12% em 2001 (gráfico 17). Salienta-se que este valor é inferior, tanto á média nacional como à da sub-região Oeste. No entanto, e descendo a análise ao nível da freguesia verifica-se algumas assimetrias, uma vez que subsistem freguesias com taxas de analfabetismo muito significativas (superiores a 20%) nomeadamente Ribafria, Vila Verde dos Francos e Carnota, enquanto as taxas mais reduzidas (inferiores a 10%) se encontram nas freguesias do Carregado, Triana, Ota e Santo Estêvão (gráfico 18). Constata-se assim, que são as freguesias do quadrante este-sudeste que apresentam valores mais reduzidos de taxa de analfabetismo. Este factor é explicado pelo cariz mais urbano das freguesias nesse quadrante, assim como, o facto de possuírem uma população mais jovem. (Carta 10). No entanto, é de salientar, que todas as freguesias registaram uma tendência de recuo do analfabetismo desde 1981, excepção feita às freguesias de Aldeia Gavinha e Olhalvo.

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Gráfico 18 – Evolução da Taxa de Analfabetismo no Concelho (1981/2001)

0

5

10

15

20

25

30

1981 1991 2001

anos

%

Fonte: Instituto Nacional Estatístico

Gráfico 19 – Evolução da Taxa de Analfabetismo nas Freguesias do Concelho de Alenquer (1981/2001)

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

Concelho de Alenquer Abrigada

Aldeia Galega da Merceana Aldeia Gav inha

Cabanas de Torres Cadafais Carnota Meca Olhalv o

Ota Pereiro de Palhacana

Santo Estêv ão Triana

Ventosa Vila Verde dos Francos

Carregado Ribafria

2001

1991

1981

Fonte: Instituto Nacional Estatístico

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1.5. Caracterização do Uso do Solo

1.5.1. Ocupação do Solo

A carta de ocupação do solo foi realizada a partir da informação disponibilizada pelo IGEO Instituto Geográfico Português, referente ao ano de 1990.

Da análise da carta podemos concluir que uma parte significativa do concelho de Alenquer apresenta ocupação agrícola (cerca de 140000ha), sendo a vinha a cultura dominante, nomeadamente nas freguesias de Ventosa, Aldeia Gavinha, Aldeia Galega da Merceana e Olhalvo.

A floresta ocupa também uma área considerável com cerca de 6500ha, repartindo-se pelas freguesias de Abrigada, Ota, Triana, Vila Verde dos Francos. No entanto parte considerável destes povoamentos florestais foram destruídos pelos incêndios de 2003, em particular nas freguesias que são abrangidas pela Serra de Montejunto. (Carta 11)

Destaca-se ainda a área classificada por improdutiva com cerca de 11000ha, com particular incidência nas freguesias de Abrigada, Cabanas de Torres, Vila Verde dos Francos e Triana.

As áreas sociais abrangem cerca de 1400ha, sendo de destacar a freguesia de Triana, Carregado, Santo Estêvão, e Ventosa.

Será ainda de salientar que a construção do novo aeroporto de Lisboa – NAL, provocará alterações profundas na actual ocupação do solo, nomeadamente nas freguesias de Triana, Ota e Abrigada.

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Quadro 10 – Ocupação e uso do solo no concelho

Freguesia Áreas Sociais Floresta Agricultura Improdutivo

Abrigada 112,27 1.260,30 848,1 279,98 Aldeia Galega Merceana 94,32 349,47 1546,6 153,51 Aldeia Gavinha 43,49 5,94 860,1 99,72 Cabanas de Torres 40,37 32,87 418,8 1.082,33 Cadafais 86,56 10,73 584,6 480,15 Carnota 50,10 80,43 1106,6 898,03 Carregado 170,76 4,25 290,3 396,83 Meca 72,04 179,30 552,4 1.077,86 Olhalvo 83,14 85,16 478,4 226,13 Ota 50,56 2.782,17 565,6 1.728,17 Pereiro Palhacana 29,82 7,51 707,5 266,64 Ribafria 27,91 31,29 633,9 328,39 Sto. Estevão 151,27 14,58 763,5 804,42 Triana 221,42 453,46 652,1 1.872,00 Ventosa 102,50 177,07 2118,5 52,82 Vila Verde Francos 74,07 1.005,78 1764,6 1.413,00 Total Concelho 1.410,62 6.480,30 13891,7 11.159,97

1.5.2. Distribuição dos Povoamentos Florestais

A Carta 12 evidencia que os povoamentos de eucalipto distribuem-se pelas freguesias de Abrigada, Ota e Vila Verde dos Francos, em manchas de grande dimensão, sendo a espécie florestal com maior expressão no concelho de Alenquer.

As resinosas, nomeadamente o Pinheiro-bravo e o Pinheiro de Alepo, sofreram uma redução acentuada nas suas áreas em particular na Serra de Montejunto, devido aos incêndios de 2003. No entanto, no Perímetro Florestal da Serra de Ota existe ainda uma área de resinosas, a qual apresenta no seu interior e espaço envolvente uma elevada carga combustível. Tal situação, associada ao facto de se tratar de uma região com declives acentuados, configura uma situação de elevado risco de incêndio.

Os povoamentos de quercíneas, nomeadamente de Sobreiro ocupam áreas pouco significativas, em particular nas freguesias de Ota e Triana.

Existem ainda bosquetes de Carvalho-português dispersos pelo concelho, mas que na sua totalidade ocupam uma área reduzida.

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Quadro 11 – Povoamentos Florestais por freguesia

Freguesia Eucalipto Pinhal Sobreiros Mata

Abrigada 1.069,38 163,86 27,06 24,8

Aldeia Galega Merceana 349,31 0,16 0,00 0,0

Aldeia Gavinha 5,77 0,16 0,00 0,0

Cabanas de Torres 27,40 5,46 0,00 0,0

Cadafais 1,35 9,38 0,00 0,0

Carnota 74,06 6,21 0,15 3,6

Carregado 0,23 4,02 0,00 0,0

Meca 88,69 90,61 0,00 0,0

Olhalvo 62,46 22,70 0,00 0,0

Ota 1.918,78 657,10 206,29 0,0

Pereiro Palhacana 1,81 0,00 5,70 0,0

Ribafria 28,78 0,00 2,51 0,0

St.Estevão 6,94 7,64 0,00 0,0

Triana 303,96 140,60 8,90 0,0

Ventosa 167,01 9,05 1,01 0,0

Vila Verde Francos 970,82 34,96 0,00 1,7 Total Concelho 5.076,75 1.151,92 251,63 30,1

1.6. Zonas Especiais

1.6.1. Áreas Protegidas, Rede Natura 2000 e Regime Florestal

O Concelho de Alenquer engloba no seu território parte da área da Paisagem Protegida da Serra de Montejunto

(APPSM). Esta área protegida foi criada pelo Decreto – Regulamentar nº 11/99 de 22 de Julho, uma vez, que segundo

o respectivo diploma “a serra de Montejunto constitui um repositório de vegetação natural de importância nacional, para além do interesse de ordem geológica, traduzido nos afloramentos rochosos, que proporcionam aspectos de grande interesse paisagístico, encenando panorâmicas de grande beleza natural”.

Sem prejuízo do disposto no artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 19/93, de 23 de Janeiro, constitui objectivo específico da Paisagem Protegida:

a) A conservação da Natureza e a valorização do património natural da serra de Montejunto como pressuposto de um desenvolvimento sustentável;

b) A promoção do repouso e do recreio ao ar livre em equilíbrio com os valores naturais salvaguardados.

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A Paisagem Protegida tem uma dimensão territorial de 4847ha e está inserida nos concelhos do Cadaval e de Alenquer. Em termos administrativos abrange parcialmente seis freguesias (3 em cada concelho).

Figura 6 – Área da Paisagem Protegida da Serra de Montejunto (PPSM)

Lamas Cercal

Vilar

PPSM

Vila Verde dos Francos

Cabanas de Torres

Abrigada

No quadro seguinte podem apreciar-se as áreas de cada freguesia dentro do limite da área protegida, e a sua comparação com a área total da freguesia.

Quadro 12 – Área da Paisagem Protegida da Serra de Montejunto por freguesia

Concelho Freguesia Área (ha)

inserida na PPSM

Área Territorial Total da Freguesia

% Freg. inserida na PPSM

Cercal 920 2032 45,3%

Lamas 1695 3747 45,2% Cadaval

Vilar 740 1685 43,9%

Abrigada 477 3923 12,2%

Cabanas de Torres 359 679 52,8% Alenquer

Vila Verde dos Francos 657 2802 23,4%

Total 4847 14869 32,6%

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A proporção da área da Paisagem Protegida de cada freguesia em relação à sua área total varia entre um mínimo de 12% na Abrigada e um máximo de 53% em Cabanas de Torres.

Grande parte da área da PPSM corresponde a um sítio da Rede Natura 2000, designado de Sitio da Serra de Montejunto (PTCON0048). (Carta 13)

O Sitio da Serra de Montejunto tem uma área total de 3830ha, mas só 26% desta área integra o Concelho de Alenquer, estando a restante em território do Concelho do Cadaval.

Quadro 13 – Distribuição da Área do Sitio da Serra de Montejunto

CONCELHO ÁREA (ha) % DO CONCELHO

CLASSIFICADO % DO SÍTIO NO

CONCELHO Alenquer

Cadaval

1012

2814

3 %

16 %

26 %

74 %

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Figura 7 – Rede Natura 2000 – Sítio da Serra de Montejunto

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De acordo com o relatório do Plano Sectorial Rede Natura 2000, a serra de Montejunto está englobada no maciço calcário estremenho. Estes calcários apresentam formações cársicas características, originadas pela erosão. As escarpas que caracterizam a paisagem são os biótopos mais importantes da serra.

Para além de um carvalhal reliquial e de endemismos próprios dos calcários do Centro de Portugal, existem taxa endémicos ou raros em Portugal que aqui se encontram localizados, havendo outros que, na sua limitada distribuição geográfica, têm aqui uma boa representação.

Em termos faunísticos, em particular no que diz respeito aos Quirópteros, trata-se de uma zona de grande importância, não só de hibernação como também de reprodução. Este Sítio é constituído essencialmente por um abrigo muito importante na época de criação para uma colónia de morcego-rato-grande -Myotis myotis. Abrigo satélite importante para morcego-de-peluche -Miniopterus schreibersi. É também importante durante o resto do ano. Durante a época de criação é um abrigo satélite importante para machos e fêmeas não reprodutores de várias espécies de morcegos com estatuto de ameaça. A área envolvente constituída por montados assume um papel importante como zona de alimentação.

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Segundo o mesmo documento, os principais factores de vulnerabilidade/ameaça neste Sitio, para além dos incêndios, são a florestação com eucaliptos e outras alóctones, a extracção de inertes e a edificação e colocação de antenas no cimo da serra.

Figura 8– Fotografia aérea do Sitio da Serra de Montejunto

As orientações de gestão identificadas para o Sitio da Serra de Montejunto decorrem da transposição directa das orientações associadas ao conjunto de valores naturais que motivaram a classificação deste Sítio.

Em relação ao Regime Florestal, no caso do Concelho de Alenquer, existem duas zonas com regime florestal parcial, um localiza-se na Serra de Montejunto e o outro na Serra de Ota. (Carta 13). O regime florestal parcial aplica-se em áreas não pertencentes ao domínio do Estado, em que a existência da floresta é subordinada a determinados fins de utilidade pública.

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Figura 9 – Regime Florestal em Portugal Continental (Perímetros e Matas Florestais)

Fonte: www.dgotdu.pt

O Regime Florestal, segundo o decreto de 1901, é "...o conjunto de disposições destinadas não só à criação,

exploração e conservação da riqueza silvícola, sob o ponto de vista da economia nacional, mas também o revestimento

florestal dos terrenos cuja arborização seja de utilidade pública, e conveniente ou necessária para o bom regime das

águas e defesa das várzeas, para a valorização das planícies áridas e benefício do clima, ou para a fixação e

conservação do solo, nas montanhas, e das areias no litoral marítimo."

Este regime visa assegurar não só a criação, exploração e conservação da riqueza silvícola nacional, mas também o revestimento florestal de terrenos cuja arborização seja de utilidade pública e conveniente ou necessária para o bom regime das águas e defesa de várzeas, para a valorização de áreas ardidas e benefício do clima, ou para a fixação e conservação de solo de montanhas e de areias do litoral marítimo.

O perímetro florestal da Serra de Ota ocupa cerca de 311ha e abrange somente a freguesia da Ota. Relativamente ao perímetro florestal da Serra de Montejunto, o mesmo sobrepõem-se, em parte, à área da PPSM e ao Sitio da Serra de

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Montejunto. Tem uma área total de aproximadamente 1520 ha, embora, apenas 522,8 ha coincidam com o território concelhio, estando a restante área no domínio territorial do Concelho do Cadaval.

1.6.2. Instrumentos de Gestão Florestal

O Concelho de Alenquer tem, como já foi referido anteriormente duas zonas do território afectas ao Regime Florestal. Neste sentido estas duas áreas do Concelho estão sujeita a Plano de Gestão Florestal por parte da Direcção Geral de Florestal. (Carta 14)

1.6.3. Zonas de Recreio Florestal, Caça e Pesca

Os espaços florestais são por excelência lugares com fortes aptidões recreativas, contribuindo assim, para o bem-estar físico e psíquico das populações. No Concelho existem as seguintes Zonas de Recreio: (Carta15)

Parque de Campismo (Porto da Luz) Parque de Merendas do Castelo Parque de Merendas da Mata do Areal Parque de Merendas de Ota

Relativamente às zonas de caça, o Concelho de Alenquer está inserido na 3ª região cinegética e apresenta uma ocupação com zonas de caça próxima dos 100%, o que se deve ao grande número de zonas de caça associativa existente. Importa salientar que, a actividade cinegética tem um importante contributo para a economia do meio rural, dado que permite uma compatibilização permanente com a conservação da natureza e da diversidade biológica e com as actividades que se desenvolvem nesses espaços. Para além disso, os aspectos culturais, sociais e ambientais relacionados com a caça e, ainda a componente lúdica revestem esta actividade de uma complexidade acrescida, com reflexos directos na própria legislação.

A Lei de Bases Gerais da Caça foi regulamentada pelo Decreto-Lei nº 227-B/2000, de 15 de Setembro, sendo que entre as matérias regulamentadas destacam-se o regime de criação e funcionamento de zonas de caça, as normas de ordenamento cinegético consubstanciadas, nomeadamente, através do cumprimento por parte das entidades gestoras de zonas de caça de planos de gestão, planos de ordenamento e exploração cinegética a planos anuais de exploração, o reforço da protecção de pessoas e bens, o regime do direito à não caça bem como a fiscalização da caça.

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Tipo de ZC(%) 72,97 23,05 4,7

Associativ a Municipal Turística

Gráfico 20 – Áreas submetidas a regime cinegético no Concelho de Alenquer (2006)

As Zonas de Caça Associativa (ZCA) são as de maior representatividade no concelho. Estas zonas são constituídas com o intuito de incrementar e manter o associativismo dos caçadores, conferindo-lhes, desta forma, a possibilidade de exercerem a actividade cinegética, através do pagamento de quotas.

As Zonas de Caça Municipal (ZCM) são áreas criadas para proporcionar a prática da caça a um número maximizado de caçadores em condições mais acessíveis. No concelho estas zonas representam cerca de 23,05% da zona de caça total. Por ultimo, e com menor representatividade estão as Zonas de Caça Turística (4,7%), apenas presentes nas freguesias de Ota, Triana, Pereiro de Palhacana e Aldeia Galega da Merceana (Carta14)

O Concelho de Alenquer não possui nenhuma zona de pesca profissional demarcada.

As festas e romarias são locais e alturas privilegiadas para o lançamento de foguetes e fogo de artifício. Neste sentido importa conhecer e espacializar todos estes festejos. O quadro seguinte descreve as principais festas e romarias que ocorrem por todas as freguesias do Concelho. Ao analisado, facilmente se depreende que são nos meses de Verão que ocorrem mais eventos festivos, tornando-se assim, nos meses mais problemáticos. Importa salientar, que segundo o Decreto-Lei 124/2006 de 28 de Junho de 2006, artigo 29º é proibido o lançamento de balões com mecha acesa e de quaisquer tipo de foguetes durante o período crítico.

1.6.3. Zonas de Romarias e Festas

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Quadro 14 – Festas e Romarias no Concelho de Alenquer

Mês de realização Dia de Início/fim Freguesia Lugar Designação Observações

Janeiro 27 a 29 Abrigada Atouguia Festa em Honra do Mártir S.Sebastião Abril 25 Em todas as freguesias Comemorações do 25 de Abril

Último fim-de-semana Ventosa Penafirme da Ventosa Festa Anual em Honra de Nª. Sr.ª do Amparo Maio Inicia-se na Quinta-feira anterior à Quinta-feira da

Ascensão e prolonga-se até Domingo Triana e S. Estêvão Alenquer Feira da Ascensão

16 a 18 Aldeia Galega da Merceana Vale Benfeito Festa Anual 23 a 25 Cabanas de Torres Cabanas de Torres Festa em Honra de S. João Batista Junho

Ventosa Labrugeira Festa Anual de S. António Junho ou

Julho Último fim-de-semana de Junho ou 1º de Julho Ventosa Parreiras Festa Anual

28 a 30 Aldeia Galega da Merceana Paiol Festa Anual 28 a 31 Abrigada Estribeiro Festa em Honra de Stª. Ana

16 Aldeia Gavinha Aldeia Gavinha Julho

Ventosa Freixial de Cima Festa Anual em Honra de S. Gonçalo Último fim-de-semana do mês Cabanas de Torres Paúla Festa em Honra de Nossa Senhora do Ó

10 a 14 Abrigada Cabanas do Chão Festa em Honra de S. Lourenço

Ventosa Penedos de Alenquer Festa Anual em Honra de S. José Agosto

Ventosa Atalaia Festa Anual em Honra de Nª. Sr.ª da Saúde 1 a 3 Cabanas de Torres Cabanas de Torres Festa em Honra de S. Gregório Magno 8 a 11 Abrigada Abrigada Festa em Honra de S.Roque 1 a 3 Ota Ota Festa em Honra Nª.Srª. da Piedade S/Foguetes

Ventosa Vila Chã Círio à Nª. Sr.ª da Misericórdia Setembro

1ª semana do mês Ventosa Casais Galegos Círio à Nª. Sr.ª da Misericórdia e Romaria 20 a 23 Abrigada Bairro Festa em Honra de Nª. Senhora de Todos os Bens Outubro 3 a 7 Aldeia Galega da Merceana Merceana Tasquinhas

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2. ANÁLISE DO HISTÓRICO E

DA CAUSALIDADE DOS

INCÊNDIOS

O Concelho de Alenquer tem cerca de 58% do seu território ocupado por espaços florestais, estando parte destes classificados como área protegida. Entende-se por espaços florestais os terrenos ocupados com floresta, matos e pastagens ou outras formações vegetais espontâneas. Para a análise do histórico e da causalidade dos incêndios no Concelho de Alenquer foram analisados os dados fornecidos pela Direcção-Geral dos Recursos Florestais (DGRF). Contudo há que ter em consideração que os valores apresentados, apenas consideram as áreas ardidas de matos e povoamentos.

2.1. Distribuição Anual dos Incêndios

Ao analisar a dinâmica dos incêndios entre 1980 e 2005 constata-se que nos últimos dez anos temos assistido a um aumento significativo, não só da ocorrência de incêndios, como da área ardida (Gráfico 18). No entanto, salienta-se que nos anos de 1981 e 1987 a área ardida é bastante significativa embora, o número de ocorrências seja muito baixo. O ano de 1995 é neste período de 26 anos, o que apresenta o maior número de ocorrências de incêndios.

Entre 1990 e 2002 o concelho manifesta valores de área ardida relativamente modestos, salvo o ano de 1995 e 2000.O ano de 2003 é aquele que durante este período temporal, apresenta a área ardida mais elevada (2339,3ha). Salienta-se que esse ano ficou marcado por condições atmosféricas excepcionais, com temperaturas elevadas, humidades relativas muito baixas e ventos predominantes do quadrante leste, originando as condições propícias para a deflagração de incêndios.

Relativamente ao número de ocorrências verifica-se que têm tido um comportamento irregular de ano para ano, contudo é visível o seu aumento significativo a partir de 1994.

Na Carta 16 (Áreas Ardidas do Concelho de Alenquer) podem analisar-se os limites das áreas atingidas pelos incêndios entre 1190 e 2005. Dessa análise depreende-se que as zonas do território mais afectadas pela problemática os incêndios são a Serra de Montejunto e a Serra Galega.

Esta dinâmica do comportamento dos incêndios pode ser explicada pelos seguintes factores:

Abandono das áreas agrícolas e consequente diminuição da população nas freguesias mais rurais; Pressão urbana e agrícola sobre os espaços florestal.

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Ora o abandono das zonas agrícolas leva ao aumento considerável da carga combustível facilitando assim o risco de ignição e propagação dos incêndios. Por sua vez, a pressão do meio urbano e agrícola sobre a floresta também tem contribuído para o aumento do número de ocorrências, uma vez que esta pressão subentende a realização de queimadas e a utilização da floresta como espaço de lazer (com deposição de lixo, fogueiras, cigarros, etc.)

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Nº de Ocorrências 3 4 6 12 3 4 5 3 70 12 13 13 18 16 181 373 112 131 250 212 334 169 180 216 178 202

Área Ardida Total 65,0 1.502,0 32,1 72,0 26,0 9,3 39,3 793,7 197,0 323,1 85,0 42,8 44,8 191,3 188,4 494,9 88,7 141,5 197,4 132,5 264,6 88,6 81,6 2.339,8 174,0 150,0

1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

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Gráfico 21 – Distribuição Anual da área ardida e nº de ocorrências (1980 – 2005)

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2.2. Distribuição Espacial dos Incêndios

Analisando a distribuição espacial dos incêndios no Concelho de Alenquer, facilmente se conclui que a freguesia com maior número de ocorrências e de área ardida nos últimos 5 anos é Abrigada seguida de Vila Verde dos Francos, facto que não é alheio, a grande percentagem do território destas freguesias ser ocupado por espaços florestais. Também a freguesia de Ota apresenta uma média de área ardida considerável quando comparada com as restantes freguesias. (gráfico 22)

Relativamente ao número de ocorrências, a par das freguesias de Abrigada e Vila Verde dos Francos, também a freguesia de Olhalvo e Ribafria apresentam médias elevadas.

A interpretação do gráfico 23, que apresenta os mesmos parâmetros que o gráfico 22 mas por km2 para cada freguesia, mostra que em 2005, a freguesia com uma maior área ardida por km2 é a de Aldeia Gavinha, facto que não é alheio à pequena dimensão dos espaços florestais da referida freguesia. Contudo, para a média do quinquénio 2000-2004, a freguesia que apresenta valores de área ardida mais elevados é a de Abrigada, seguida de Olhalvo e Vila Verde dos Francos.

No que diz respeito ao nº de ocorrências em 2005/ km2 volta a será freguesia de Aldeia Gavinha a apresentar o valor mais elevado (cerca de dez), na posição contrária encontra-se a freguesia de Ota e Triana. Considerando a média do quinquénio, para além da freguesia de Aldeia Gavinha, também as freguesias de Olhalvo, Ribafria e Ventosa manifestam valores consideráveis.

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Gráfico 22 – Distribuição da área ardida e nº de ocorrências em 2005 e média no quinquénio 2000-2004, por freguesia

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Área Ardida 2005 40,4 2,2 8,7 15,8 1,6 12,1 3,1 11,8 4,6 1,6 2,1 3,7 3,7 0,1 6,1 31,0

Média 2000-2004 147,3 7,2 2,7 21,7 0,5 5,6 1,5 6,1 29,5 55,9 4 10 5,6 6,2 4,2 94,5

Ocorrências 2005 33 14 10 20 4 11 7 15 5 5 5 10 16 4 14 29

Média 2000-2004 39,2 16,2 8,6 5,6 4 11,6 8,2 14,2 15,2 9,2 4 15,8 13,4 14,4 9,2 22,6

AbrigadaAldeia

Galega da Merceana

Aldeia Gavinha

Cabanas de Torres Cadafais Carnota Carregado Meca Olhalvo Ota

P. Palhacana Ribafria

Santo Estevão Triana Ventosa

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Gráfico 23 – Área ardida e nº de ocorrências em 2005 e taxas média no quinquénio 2000-2004, por freguesia

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Área Ardida 2005/Km2 2,6 0,4 8,2 1,4 0,3 1,2 0,8 0,9 1,5 0,0 0,8 1,0 0,5 0,0 2,7 1,3

Média do quinquénio 2000-2004/Km2 9,4 1,4 2,5 1,9 0,1 0,6 0,4 0,5 9,5 1,2 1,5 2,8 0,7 0,3 1,8 3,9

Nº ocorrências 2005/Km2 2,1 2,8 9,4 1,8 0,8 1,1 1,7 1,2 1,6 0,1 1,8 2,8 2,0 0,2 6,1 1,2

Média do quinquénio 2000-2004/Km2 2,5 3,2 8,1 0,5 0,8 1,2 2,0 1,1 4,9 0,2 1,5 4,4 1,6 0,6 4,0 0,9

AbrigadaAldeia

Galega da Merceana

Aldeia Gavinha

Cabanas de Torres

Cadafais Carnota Carregado Meca Olhalvo Ota Pereiro de Palhacana

Ribafria Santo Estevão

Triana VentosaVila Verde

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2.3. Distribuição Temporal dos Incêndios

A análise da distribuição temporal dos incêndios florestais faculta reconhecer quais os meses, dias e horas mais contingentes, possibilitando uma melhor conformidade das medidas preventivas e de combate necessárias a programar. Os dados utilizados para fazer esta avaliação referem-se ao período de 1996 a 2005.

Segundo o gráfico 24, e analisando a média dos últimos 10 anos, a maior área ardida ocorre durante os meses de Abril e Maio. A maior área ardida em 2005, ocorreu assim nos mesmos meses, tendo sido o seu valor inferior à média das áreas ardidas entre 2001 e 2005, mantendo-se no entanto a tendência da maior perigosidade nos meses de Abril e Maio.

Relativamente à distribuição mensal, o gráfico 25 mostra que o número de ocorrências ao longo da semana segue a mesma distribuição nacional, havendo um número superior de ocorrências ao fim-de-semana. Os valores do número de ocorrências variam entre 23 e 30 ocorrências por dia da semana. Verifica-se ainda que em relação á media de área ardida entre 1996 e 2004, o valor mais elevado é o da segunda-feira (202,04), muito superior às restantes médias dos outros dias da semana que variam aproximadamente entre 20 e 50 hectares de área ardida, devendo-se este valor ao grande incêndio de 2003 que afectaram o concelho.

No Concelho de Alenquer existem mais incêndios ao fim de semana e mais área ardida durante a semana.

Segundo o gráfico 26, que nos apresenta a distribuição horária da área ardida e do número de ocorrências entre 1996 e 2005 o número de ocorrências diminui a partir das 02:00 e até às 10:00, onde atinge o valor mínimo (de 8 ocorrências). A partir das 10:00 horas este numero aumenta atingindo um máximo às 15 horas, a partir desta hora, volta a diminuir, apesar de não acontecer de forma continua. Em relação à área ardida, os valores máximos verificam-se entre as 13 e as 15 horas.

O grande incêndio de 2003 cujo alerta se verificou ás 06h00 criou um “outlier” com uma área total de 1700 hectares, incêndio que não se cindiu à referida classe horárias. Em Alenquer temos mais área ardida depois da hora de almoço (13h às 15h) e mais ocorrências desde esta hora até ao final da tarde (15h às 21h).

Devido ao enorme volume de dados para tratamento não nos foi possível desenvolver o gráfico sobre os valores diários acumulados da área ardida e do número de ocorrências.

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Area ardida 2005 3,5 0,1 21,5 24,0 41,9 12,6 7,9 1,7 4,9 14,3 13,1 4,7

Média Área ardida 1995/2004 2,1 3,6 16,9 249,9 75,0 31,3 4,8 2,7 1,4 1,2 0,8 0,1

Gráfico 24 – Distribuição mensal da área ardida e do nº de ocorrências em 2005 e média 1995-2004

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Nº Ocorrências 2005 3 7 4 2 2 2 0 4 2 4 2 5

M edia Nº Ocorrências 1995/2004 3 5 23 52 57 34 11 4 2 4 3 0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

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Gráfico 25 – Distribuição semanal da área ardida e do nº de ocorrências em 2005 e média 1995-2004

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Area ardida 05 14,77 12,44 18,20 26,00 29,89 31,61 18,09

Média area ardida 96-04 20,92 202,04 29,36 52,23 23,38 25,52 36,42

Nº ocorrências 2005 28 22 26 29 30 34 34

Média nº ocorrências 96-04 31 23 25 30 32 26 29

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Área ardida Total 69,1 53,8 9,7 99,3 10,9 3,8 1.739, 4,5 8,6 8,6 26,4 37,4 38,7 376,1 101,4 350,2 116,1 110,5 82,1 68,0 73,6 102,0 105,9 62,5

Nº incêndios Total 103 66 28 25 16 11 13 8 11 21 47 80 77 95 114 198 155 126 131 143 148 158 114 96

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22:00-22:59

23:00-23:59

Gráfico 26 – Distribuição horária da área ardida e do nº de ocorrências 1996-2004

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios do Concelho de Alenquer

59

Caderno II Informação de Base

Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios do Concelho de Alenquer 60

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios do Concelho de Alenquer

Caderno II Informação de Base

0

400

800

1200

1600

2000

2400

2800

Povoamentos 20,3 34,5 1.399,60 25,4 45,4Matos 68,3 47

2001 2002

940,2 148,6 104,6

2003 2004 2005

2.4. Distribuição por Tipo de Coberto Vegetal

No que concerne, à distribuição dos incêndios por tipo de coberto vegetal no Concelho de Alenquer, as zonas de mato são as mais afectadas, a excepção do ano de 2003 onde os povoamentos atingem uma área ardida superior à dos matos, recorde-se que este foi o ano em que o território municipal foi mais atingido pelos incêndios florestais (gráfico)

Gráfico 27 – Distribuição da área ardida por tipo de coberto vegetal 2001-2005

2.5. Distribuição por Classes de Extensão

Neste sentido, a baixa percentagem de grandes incêndios ocorridos no concelho de Alenquer são responsáveis pela maior área ardida deste concelho, tal acontecimento segue o verificado a nível nacional.

Analisando o gráfico 28, que mostra a Distribuição da área ardida e do numero de ocorrências por classes de extensão 1996-2005 conclui-se que o número máximo de ocorrências se verificou para áreas ardidas inferiores a 1 ha. Existe também um grande número de ocorrências verificadas para áreas ardidas entre 1 e 10 hectares, sendo o número de ocorrências associadas a áreas ardidas superiores a 10 hectares relativamente baixo.

0

500

1000

1500

2000

2500

Área

ard

ida (h

a)

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios do Concelho de Alenquer

nº d

e oc

orrê

ncias

area ardida 192,9383 1048,52 137,3 167 162 1951

Nº ocorrências 1432 522 11 5 2 2

<1 1-10 10-20 20-50 50-100 >100

Gráfico 28 – Distribuição da área ardida e nº de ocorrências por classes de extensão 1996-2005

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61

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2.6. Distribuição por Grandes Incêndios

Considerando que são os grandes incêndios (área ardida superiores a 100ha) que mais contribuem para os valores totais de área ardida no concelho de Alenquer, apresenta-se em seguida uma análise para o período de 1996-2005 dos grandes incêndios que deflagraram no concelho.

Pela avaliação do gráfico 29 constata-se que foi o maior número de área ardida ocorreu no ano de 2003 seguido do ano de 2000. Em relação à ocorrência de grandes incêndios eles só acontecem no ano de 2003, com dois registos.

Quadro 15 – Distribuição anual do nº de ocorrências dos grandes incêndios 1996-2005

Classes de área (ha) ANO 100-500 500-100 >1000 Total 1996 0 0 0 0 1997 0 0 0 0 1998 0 0 0 0 1999 0 0 0 0 2000 0 0 0 0 2001 0 0 0 0 2002 0 0 0 0 2003 1 0 1 2 2004 0 0 0 0 2005 0 0 0 0 Total 1 0 1 2

Em relação à distribuição semanal e horária, a mesma não apresenta qualquer tendência devido a só serem considerados dois grandes incêndios.

No que concerne, à distribuição mensal dos grandes incêndios, e tendo em consideração que só ocorreram neste concelho dois grandes incêndios no período 1996-2005, verifica-se que os mesmos tiveram lugar no mesmo mês, em Setembro.

Através da análise da Carta 17, verifica-se que os grandes incêndios ocorrem nas freguesias de Vila Verde dos Francos, Cabanas de Torres, Abrigada seguido das freguesias de ventosa, Olhalvo e Meca.

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Gráfico 29 – Distribuição anual da área ardida e nº de ocorrências dos grandes incêndios 1996-2005

0

500

1000

1500

2000

2500

Área

ard

ida

0

1

2

3

nº g

rand

es in

cênd

ios

Área ardida 88,7 141,5 197,4 132,5 264,6 88,6 81,6 2.339,8 174,0 150,0

Nº grandes incêndios 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

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Gráfico 30 – Distribuição mensal da área ardida e nº de ocorrências dos grandes incêndios 1996-2005

0

500

1000

1500

2000

2500

Área

ard

ida (h

a)

0

1

2

3

Nº d

e oc

orrê

ncias

Area ardida 96-05 0 0 0 0 0 0 0 0 1951 0 0 0

Nº grandes incêndios 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

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Gráfico 31 – Distribuição semanal da área ardida e nº de ocorrências dos grandes incêndios 1996-2005

0

500

1000

1500

2000

Área

ard

ida (h

a)

0

1

2

Nº o

corrê

ncias

Area ardida 1700,00 0,00 251,00 0,00 0,00 0,00 0,00

nº grandes incêndios 1 0 1 0 0 0 0

Seg Ter Qua Qui Sex Sab Dom

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0

500

1000

1500

2000

Área

ard

ida (h

a)

0

1

2

Nº o

corrê

ncias

area ardida 1996-2005 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1.700, 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 251,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Nº ocorrências 1996-05 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

00:00-00:59

1:00-1:59

2:00-2:59

3:00-3:59

4:00-4:59

5:00-5:59

6:00-6:59

7:00-7:59

8:00-8:59

9:00-9:59

10:00-10:59

11:00-11:59

12:00-12:59

13:00-13:59

14:00-14:59

15:00-15:59

16:00-16:59

17:00-17:59

18:00-18:59

19:00-19:59

20:00-20:59

21:00-21:59

22:00-22:59

23:00-23:59

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Gráfico 32 – Distribuição horária da área ardida e nº de ocorrências dos grandes incêndios 1996-2005

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2.7. Pontos de Início e Causas de Ignição

Pela observação da Carta 17, verifica-se que os pontos de início dos incêndios se concentram na zona norte do Concelho. A freguesia de Abrigada é a que apresenta um maior número de ignições, nos diferentes anos, seguida da freguesia de Vila Verde dos Francos.

Quanto à causalidade dos incêndios, há que considerar que o número de casos investigados e os dados disponíveis não possibilitam obter conclusões fidedignas e conclusivas. Contudo os incêndios que ocorrem através de actos de vandalismo ou de origem intencional contribuem significativamente para a deflagração dos incêndios registados.

2.8. Pontos de Alerta

Analisando o gráfico 33, referente às fontes de alerta activas durante o ano de 2005, é nítida a maioria de ocorrências detectadas pelos populares (74%), seguindo-se o CDOS com um número de detecções muito inferior (10%). No gráfico 34, referente às fontes de alerta dos últimos 5 anos (2001-2005), confirma-se o verificado para 2005 em relação à maioria dos alertas terem origem nos populares (54%) confirmando-se a segunda maior fonte de alerta como sendo o CDOS (22%).

Os populares são a principal fonte de alerta de incêndios no Concelho de Alenquer, mostrando desta forma que, ao contrário dos concelhos desertificados, os sistemas de detecção como os postos de vigia têm pouca eficácia em concelhos povoados.

Outros9%

Populares74%

CDOS10%

1172%

PV5%

DRA0%

Gráfico 33 – Distribuição do nº de ocorrências por fontes de alerta em 2005

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Ao contrário do que seria de prever, as entidades profissionais responsáveis pela detecção de focos de incêndio não efectuam o maior número de detecções durante a noite. Devido ao período de descanso nocturno, que é definido para a maioria da população, as entidades responsáveis tendem a acompanhar esta tendência do descanso nocturno. De qualquer forma, e tendo em conta o reduzido intervalo de dados analisado, não é possível extrair conclusões categóricas.

A distribuição da detecção por fonte e hora volta a mostrar que a maior parte das detecções são efectuadas pelos populares seguindo-se o CDOS. (gráfico 35)

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Outros18%

Populares54%

CDOS22%

1171%

PV5%

DRA0%

Gráfico 34 – Distribuição do nº de ocorrências por fontes de alerta, 2001-2005

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Gráfico 35 – Distribuição do nº de ocorrências por fontes e hora de alerta, 2001 – 2005

16

28 7 4 3 3 0

614

2217

21

37

51

40

2532 34

41 3728 28 24

5

74 2

3 2 1 3

2

3

8

5

8

5

19

9

159 6

12

715

10

07

3 10 1

0 0 2

3

7

6

9

7

9

17

11

17 18 21

16

21

1113

02

2 00 0

2 1 0

1

0

3

1

6

4

41 1

1

35

10

0

10

0 00 0 0

0 0

0

1

0

1

0

2

0

0

1 0 0

0 2

10

0

0

0 00 0 0

0 0

0

0

0

0

0

0

0

00 0 0

0 0

00

0

6

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

horas

nº o

corrê

ncias

Populares Outros CDOS PV 117 DRA

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4. FONTES DEINFORMAÇÃO

FONTES BIBLIOGRÁFICAS CMA (2006) – Plano Director Municipal de Alenquer – Estudos de Caracterização da Revisão do PDM, Câmara Municipal de Alenquer DGRF (2006) – Guia Metodológico para Elaboração do Plano Municipal/Intermunicipal de Defesa da Floresta Contra

Incêndios, DGRF, Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e das Pescas. GEOTERRA (2004) – Plano Orientador de Prevenção da Serra de Montejunto, Câmara Municipal do Cadaval e de Alenquer. ICN (2005) – Plano Sectorial da Rede Natura 2000, Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional. FONTES WEBGRÁFICAS DGRF – Inventário Florestal Nacional http://www.dgrf.min-agricultura.pt

Instituto de Conservação da Natureza http://www.portal.icn.pt

Instituto Geográfico Português http://www.igeo.pt

Instituto Nacional de Estatística http://www.ine.pt

Rede de Informação de Situações de Emergência http://www.scrif.igeo.pt

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Rede de Informação de Situações de Emergência http://www.scrif.inag.pt

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5. CARTOGRAFIA DE ENQUADRAMENTO

CARTAS Carta 1 – Enquadramento Geográfico do Concelho de Alenquer

Carta 1 (a) – Concelhos limítrofes ao Concelho de Alenquer

Carta 1 (b) – Divisão Administrativa do Concelho de Alenquer

Carta 2 – Carta Hipsometrica

Carta 3 – Carta de Declives

Carta 4 – Carta de Exposições

Carta 5 – Carta Hidrográfica

Carta 6 – Carta da Rede Climatológica

Carta 7 – Carta da População Residente (1981/1991/2001)

Carta 7 (a) – Carta da Variação da População Residente (1981/1991/2001)

Carta 7 (b) – Carta da Densidade Populacional (2001)

Carta 8 – Carta do Índice de Envelhecimento e sua Variação (1991/2001)

Carta 9 – Carta da População Activa por Sector de Actividade (2001)

Carta 10 – Carta da Taxa de Analfabetismo (1981/1991/2001)

Carta 11 – Carta de Ocupação do Solo

Carta 12 – Carta dos Povoamentos Florestais

Carta 13 – Carta das Áreas Protegidas, Rede Natura 2000 e Regime Florestal

Carta 14 – Carta dos Instrumentos de Gestão Florestal

Carta 15 – Carta de Zonas Recreio Florestal e Zonas e de Caça

Carta 16 – Carta das Áreas Ardidas (1990-2005)

Carta 17 – Carta das Áreas Ardidas dos Grandes Incêndios (2001-2005)

Carta 18 – Carta dos Pontos de Inicio e Causas dos Incêndios (2001-2005)

Carta 19 – Carta das Grandes Áreas Sujeitas a Alterações de Uso do Solo

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INDICES DE FIGURAS

Figura 1 – Sistema Urbano da Região de Lisboa e Vale do Tejo

Figura 2 – Divisão Administrativa do Concelho

Figura 3 – Representação Cartográfica do Saldo Natural, do Saldo Migratório e da Variação Total da População, por

sub-região de Lisboa e Vale do Tejo entre 1991 e 2001

Figura 4 – Evolução da População Residente nas Freguesias do Concelho de Alenquer (1991/2001)

Figura 5 – População Residente por Grandes Grupos Etários (%)

Figura 6 – Área da Paisagem Protegida da Serra de Montejunto (PPSM)

Figura 7 – Rede Natura 2000 – Sítio da Serra de Montejunto

Figura 8 – Fotografia Aérea do Sitio da Serra de Montejunto

Figura 9 – Regime Florestal em Portugal Continental (Perímetros Florestais e Matas Nacionais)

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INDICES DE QUADROS

Quadro 1 – Área das Freguesias do Concelho de Alenquer

Quadro 2 – Médias mensais da frequência e velocidade do vento no Concelho de Alenquer

Quadro 3 – Evolução da População residente por Componentes de Crescimento (1991/2001)

Quadro 4 – Índices-Resumo da Evolução da Estrutura Etária da População (1991/2001)

Quadro 5 – Evolução da População Residente nas Freguesias do Concelho de Alenquer (1959/2001)

Quadro 6 – População e Densidades Populacionais por Freguesia (2001)

Quadro 7 – Índices-Resumo da Evolução da Estrutura Etária (1960/2001)

Quadro 8 – Estrutura Etária da População Residente nas Freguesias do Concelho de Alenquer (1991/2001)

Quadro 8 – Taxa de Actividade e Desemprego por sexo

Quadro 9 – Instrução em Alenquer (2001)

Quadro 10 – Uso e ocupação do solo

Quadro 11 – Povoamentos Florestais por Freguesia

Quadro 12 – Área da Paisagem Protegida da Serra de Montejunto por freguesia

Quadro 13 – Distribuição da Área do Sitio da Serra e Montejunto

Quadro 14 – Festas e Romarias no Concelho de Alenquer

Quadro 15 – Distribuição anual do nº de ocorrências dos grandes incêndios 1996-2005

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INDICES DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Temperatura Mensal no Concelho de Alenquer. Média das Mínimas, Média e Máxima entre 1961 e 1990

Gráfico 2 – Precipitação Mensal no Concelho de Alenquer, Média e Máxima (1961/1990)

Gráfico 3 – Humidade Relativa Mensal no Concelho de Alenquer às 9.00 horas e às 15.00 horas (1961/1990)

Gráfico 4 – Gráfico Termopluviométrico do Concelho de Alenquer (1961/1990)

Gráfico 5 – Evolução Relativa da População Residente (1981/2001)

Gráfico 6 – Evolução da População Residente no Concelho de Alenquer (1950/2001)

Gráfico 7 – Taxas de crescimento Efectivo, Natural e Migratório no Concelho de Alenquer (1981/2001)

Gráfico 8 – Evolução dos Parâmetros do Crescimento Natural no Concelho de Alenquer (1981/2001)

Gráfico 9 – Evolução do Índice de Envelhecimento no Concelho de Alenquer (1960/2001)

Gráfico 10 – Estrutura Etária da População Residente no Concelho de Alenquer (1981/2001)

Gráfico 11 – Variação do Índice de Envelhecimento nas Freguesias do Concelho (1991/2001)

Gráfico 12 – Índice de Envelhecimento nas Freguesias do Concelho de Alenquer (1991/2001)

Gráfico 13 – Taxa de actividade no Oeste e Alenquer

Gráfico 14 – Taxa de Desemprego no Oeste e Alenquer

Gráfico 15 – Distribuição da População Activa por Sector de Actividade no Concelho (2001)

Gráfico 16 – Distribuição da População Activa por Sector de Actividade nas freguesias do Concelho (2001)

Gráfico 17 – Nível e Instrução em Alenquer (2001)

Gráfico 18 – Evolução da Taxa de Analfabetismo no Concelho (1981/2001)

Gráfico 19 – Evolução da Taxa de Analfabetismo nas Freguesias do Concelho de Alenquer (1981/2001)

Gráfico 20 – Áreas submetidas a regime cinegético no concelho de Alenquer (2006)

Gráfico 21 – Distribuição Anual da área ardida e nº de ocorrências (1980 – 2005)

Gráfico 22 – Distribuição da área ardida e nº de ocorrências em 2005 e média no quinquénio 2000 – 2004, por

freguesia

Gráfico 23 – Área ardida e nº de ocorrências em 2005 e taxas médias no quinquénio 2000 – 2004, por freguesia

Gráfico 24 – Distribuição mensal da área ardida e do nº de ocorrências em 2005 e média 1995 – 2004

Gráfico 25 – Distribuição semanal da área ardida e do nº de ocorrências em 2005 e média 1995-2004

Gráfico 26 – Distribuição horária da área ardida e do nº de ocorrências 1996-2004

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Caderno II Informação de Base

Gráfico 27 – Distribuição da área ardida por tipo de coberto vegetal 2001-2005

Gráfico 28 – Distribuição da área ardida e do nº de ocorrências por classes de extensão 1996-2005

Gráfico 29 – Distribuição anual da área ardida e do nº de ocorrências dos grandes incêndios 1996 – 2005

Gráfico 30 – Distribuição mensal da área ardida e nº de ocorrências dos grandes incêndios 1996-2005

Gráfico 31 – Distribuição semanal da área ardida e nº de ocorrências dos grandes incêndios 1996 – 2005

Gráfico 32 – Distribuição horária da área ardida e nº de ocorrências dos grandes incêndios 1996-2005

Gráfico 33 – Distribuição do nº de ocorrências por fonte de alerta em 2005

Gráfico 34 – Distribuição do nº de ocorrências por fonte de alerta, 2001-2005

Gráfico 35 – Distribuição do nº de ocorrências por fonte e hora de alerta, 2001-2005

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Caderno III Apêndices

ÍNDICE DE APÊNDICES

Apêndice 1: Metodologia para a elaboração da carta dos combustíveis florestais

Apêndice 2: Metodologia para a elaboração da carta de risco de incêndio

Apêndice 3: Rede de faixas de gestão de combustível (FGC) e mosaicos de parcelas de gestão de combustível

Apêndice 4: Rede viária

Apêndice 5: Rede de pontos de água (RPA)

Apêndice 6: Sensibilização

Apêndice 7: Conceitos e critérios para a demarcação de sectores territoriais de DFCI e locais estratégicos de estacionamento

Apêndice 8: Molduras – Tipo de cartografia a apresentar

Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios do Concelho de Alenquer 1

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Caderno III Apêndices

Apêndice 1: Metodologia para a elaboração da carta dos combustíveis florestais A elaboração da Carta de Combustíveis Florestais não é mais do que uma adaptação da cartografia relativa à ocupação do solo, mais especificamente dos combustíveis florestais e tem na sua fase inicial um pressuposto em relação à qualidade dos dados sobre a ocupação do solo disponíveis para a elaboração da referida carta.

Após analise dos dados disponíveis para a elaboração da carta concluiu-se que a melhor base cartográfica seria os dados do Corine LandCover 2000, dados fornecidos pelo Instituto do Ambiente e que referem a ocupação do solo com base na imagem do satélite LandSat, datados do ano de 2000.

A escolha dos referidos dados, segue também as indicações presentes no Guia Metodológico para a Elaboração do Plano, Apêndices, confirmado pelos técnicos da DGRF.

A caracterização e cartografia das estruturas de vegetação, segue a classificação criada pelo NORTHERN FOREST FIRE LABORATORY (NFFL), com a descrição de cada modelo à qual foi adicionado uma orientação da aplicabilidade ao território continental desenvolvida por Fernandes, P. M.

Seguidamente apresenta-se o quadro com as respectivas adaptações a Portugal. O referido quadro está bastante detalhado, situação que vai dificultar a utilização do mesmo. Desta forma foram efectuadas simplificações para serem obtidos os modelos descritos. A carta obtida terá de ser actualizada num curto prazo, sendo para isso necessário um exaustivo levantamento de campo.

Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios do Concelho de Alenquer 2

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Caderno III Apêndices

Quadro 1 – Descrição e Aplicação a Portugal dos modelos de combustíveis

Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios do Concelho de Alenquer 3

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Caderno III Apêndices

A atribuição de um modelo existente a uma determinada mancha de vegetação com características mais ou menos homogéneas pode fazer-se com recurso a determinados critérios predefinidos, a chaves dicotómicas e a chaves fotográficas.

Critérios para a selecção do modelo de combustível: 1) Determinar a classe potencial de combustível em termos gerais. Por exemplo: herbáceas, arbustivo, manta morta, resíduos lenhosos, entre outros. 2) Centrar a atenção sobre a classe de combustível que está a arder ou que é provável que propague o fogo. Por exemplo, se o incêndio ocorre num terreno arborizado, mas muito aberto e no qual existe pasto, a folhada será escassa e o estrato de combustível que propaga o fogo será o pasto. Neste caso deve considerar-se o modelo 2. Na mesma área, se a erva está dispersa, a folhada poderia ser o estrato que propaga o fogo, e nesse caso seria de considerar o modelo 9. 3) Observar a altura e compactação geral do combustível, especialmente nos modelos de herbáceas e bosque. 4) Determinar quais as classes de combustíveis presentes e estimar a sua influência no comportamento do fogo. Por exemplo, pode existir combustível verde, mas terá esta influência no comportamento do fogo? Podem existir combustíveis grossos, porém estão podres ou decompostos? Deve observar-se os combustíveis finos e escolher um modelo que represente a sua altura, grau de compactação, e de algum modo, a quantidade de combustível vivo e a sua contribuição para a propagação do fogo. Há que evitar deixar-se confundir pelo nome do modelo, o qual é apenas indicativo. Chave para identificação de modelos de combustível Foi criada uma chave de identificação como ajuda para a eleição de cada modelo (Tradução baseada na publicação do ICONA: "Clave fotografica para la identificación de modelos de combustible". Ministerio de Agricultura Pesca y Alimentacion, Espanha). I. O fogo propaga-se principalmente pelas herbáceas. A velocidade de propagação esperada é de moderada a alta, com intensidade de fogo (comprimento da chama) baixa a moderada.

A. As herbáceas têm estrutura fina, geralmente com altura inferior ao nível do joelho, e está seco ou quase todo morto. O pasto é praticamente contínuo.

Ver descrição do modelo 1.

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B. As herbáceas estão geralmente situadas por baixo de arvoredo aberto ou matos dispersos. A folhada do estrato superior está incluída, porém são as herbáceas que conduzem o fogo. A velocidade de propagação esperada é mais lenta do que no modelo 1 e a intensidade é inferior à do modelo 3.

Ver descrição do modelo 2.

C. As herbáceas têm estrutura grossa, com altura superior ao nível do joelho (cerca de 1 m) havendo dificuldade em caminhar através delas.

Ver descrição do modelo 3.

II. O fogo propaga-se principalmente pelo mato, ou pela folhada debaixo do mato. As velocidades de propagação esperadas e as intensidades de fogo (comprimento da chama) são moderadas a altas. A. A humidade do combustível vivo pode ter efeito significativo sobre o comportamento do fogo.

1. O mato tem cerca de 2 m de altura, com cargas pesadas de combustível morto (lenhoso). Esperam-se fogos muito intensos, com altas velocidades de propagação.

Ver descrição do modelo 4.

2. O mato tem cerca de 0.6 m de altura, com cargas ligeiras de folhada do próprio mato por baixo. Esta folhada pode propagar o fogo, especialmente com vento fraco.

Ver descrição do modelo 5.

B. Os combustíveis vivos estão ausentes ou estão dispersos. A altura média do mato está entre 0.6 e 1.2 m. O mato requer ventos moderados para propagar o fogo.

Ver descrição do modelo 6.

C. O tipo de formação vegetal são matos inflamáveis de 0.6 a 1.2 m de altura. Ver descrição do modelo 7.

III. O fogo propaga-se principalmente pela folhada debaixo das árvores. As velocidades de propagação são baixas ou moderadas; a intensidade do fogo (comprimento da chama) pode variar de baixa a alta. A. O combustível superficial é principalmente a folhada das árvores. Os combustíveis grandes estão espalhados por cima da folhada. Os combustíveis verdes estão tão dispersos que são desprezáveis para o comportamento do fogo.

1. A folhada morta está densamente compactada e é proveniente de coníferas de folha curta (5 cm ou menos) ou de folhas de folhosas.

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Ver descrição do modelo 8.

2. A folhada está muito pouco compactada. Ver descrição do modelo 9.

B. Existe uma quantidade significativa de combustível mais grosso. Este tem agregado ramos ou raminhos, ou está parcialmente partido. Os combustíveis grossos estão bastante bem distribuídos sobre a área. Algum do combustível é provavelmente mais baixo do que o nível do joelho, podendo no entanto haver algum combustível mais alto.

Ver descrição do modelo 10. IV. O fogo propaga-se principalmente pelos resíduos de exploração, resultantes de cortes ou de tratamentos silvícolas. As velocidades de propagação e a intensidade do fogo (comprimento da chama) são baixas ou muito altas. A. Os resíduos são velhos e estão cobertos de plantas que cresceram entre eles.

1. Resíduos de folhosas. As folhas já caíram e estão secas. Quantidade considerável de vegetação (herbáceas altas) cresceu entre os resíduos encontrando-se seca.

Ver descrição do modelo 6.

2. Resíduos de coníferas. As agulhas já caíram e quantidade considerável de vegetação (herbáceas altas) cresceu entre os resíduos.

Ver descrição do modelo 10. B. Os resíduos são recentes (0 a 3 anos de idade) e não demasiado compactados.

1. Resíduos não contínuos. Folhada ou pequenas quantidades de herbáceas ou mato devem estar presentes para ajudar a conduzir o fogo, porém ainda assim, os resíduos são os principais condutores. Os combustíveis vivos não têm um papel significativo no comportamento do fogo. A altura dos resíduos é de cerca de 0.3 m.

Ver descrição do modelo 11.

2. Resíduos que cobrem todo o solo (maior carga do que no modelo 11), ainda que possa haver algumas zonas de solo nu ou ligeiramente cobertas. A altura média dos resíduos é de cerca de 0.6 m e não estão excessivamente compactados. Aproximadamente metade das folhas podem estar presas aos ramos, mas não secas. Os combustíveis vivos estão ausentes ou não se espera que afectem o comportamento do fogo.

Ver descrição do modelo 12.

3. Resíduos que formam uma camada contínua ou quase contínua (carga mais pesada do que no modelo 12), não excessivamente compactada; com altura média de cerca de 1 m. Aproximadamente metade das

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folhas estão presas aos ramos mas encontram-se secas, ou então todas as folhas estão presas aos ramos mas continuam verdes. Não se espera que os combustíveis vivos afectem o comportamento do fogo.

Ver descrição do modelo 13.

4. Igual ao ponto 3, com a diferença de que todas as folhas estão presas aos ramos e já estão secas. Ver descrição do modelo 4.

Decorrente dos quadros e chaves descritas anteriormente foi estabelecido uma relação entre o modelo apresentado e a cartografia do Corine LandCover2000 cedida pelo Instituto do Ambiente. No quadro 2, está sistematizada a relação estabelecida através de critérios definidos pela FLOREST e utilizada na elaboração dos Planos Municipais de DFCI para os concelhos da Área Metropolitana de Lisboa e Baixo Oeste, concelhos estes em que a FLOREST participa na elaboração do referido Plano, com o intuito de uniformizar a metodologia utilizada e definida no guia metodológico para elaboração deste Plano Municipal, para deste modo permitir o necessário enquadramento regional.

Perante a impossibilidade de verificar no campo a constituição dos combustíveis florestais de forma tão detalhada quanto a metodologia proposta e exigida pela DGRF, foi efectuada a simplificação apresentada. Está no entanto previsto, no médio prazo, efectuar um levantamento exaustivo para suprir a lacuna de informação detalhada e actualizada dos combustíveis florestais.

Quadro 2 – Descrição dos modelos de acordo com a cartografia do Corine LandCover2000

Código Corine Descrição Modelo 112 Tecido Urbano Descontínuo 0 121 Industria, Comércio e equipamentos gerais 0 124 Aeroportos 0 131 Áreas de Extracção Mineira 0 133 Áreas em construção 0 211 Culturas anuais de sequeiro 2 212 Culturas Anuais Regadio 1 221 Vinhas 1 222 Pomares 1 223 Olivais 2 242 Sistemas Culturais e Parcelares Complexos 2 243 Agricultura com Espaços Naturais 3 244 Sistemas agro-florestais 1 311 Florestas de Folhosas 6 312 Floresta de Resinosas 6 313 Florestas Mistas 5 321 Pastagens Naturais 3 322 Matos 5 323 Vegetação Esclerofítica 5 324 Espaços Florestais Degredados, cortes 7 332 Rocha nua 0 511 Linhas de água 1

Caracteriza-se zonas onde não existem combustíveis florestais (0), onde não é possível atribuir um modelo.

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A carta de combustíveis florestais está apresentada no Caderno I, Carta 1. Os modelos apresentados bem como a metodologia para a classificação dos modelos de combustíveis florestais foram baseados no Guia Metodológico – 4 – Apêndices ao Guia Metodológico.

Apêndice 2: Metodologia para a elaboração da carta de risco de incêndio Resultante da carta de risco de incêndio elaborada no âmbito do Plano Orientador de Prevenção Florestal (P.O.P) para o concelho de Alenquer produzido em 2004, existe já um base cartográfica bastante detalhada para a inclusão das mudanças propostas no Guia Metodológico para a Elaboração do Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios, caderno de Apêndices, desenvolvido pela Direcção-Geral dos Recursos Florestais (DGFR), datado de Setembro de 2006.

Inicialmente será focado o método utilizado para o cálculo da carta de risco de incêndio base, sem as alterações propostas pelo referido Guia Metodológico, apresentando-se posteriormente a versão final da carta com as alterações propostas pela DGRF.

A reutilização da carta de risco elaborada anteriormente para o P.O.P como base cartográfica inicial de trabalho para a realização da nova carta de risco, pois existe a mais-valia da utilização de dados sobre a ocupação do solo e das restantes variáveis fisiográficas posteriormente apresentadas.

A Carta de Risco de Incêndio Florestal tem como objectivo apoiar o planeamento de medidas de prevenção aos fogos florestais, assim como optimizar os recursos e infra-estruturas disponíveis para a defesa e combate a nível municipal (Caderno I, Carta 2).

A Carta de Risco de Incêndio Florestal, para este concelho, foi produzida através de um modelo desenvolvido pelo Instituto Geográfico Português, recorrendo às variáveis fisiográficas que podem explicar, de forma relevante, a variabilidade espacial do risco de incêndio florestal dentro da área do concelho. As variáveis fisiográficas utilizadas foram as seguintes:

• Declives;

• Exposição solar;

• Demografia (densidade populacional por km²);

• Vegetação (uso e ocupação do solo);

• Rede viária;

• Vigilância (bacias de visão da rede de postos de vigia)

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Para o cálculo do índice de risco de incêndio foi utilizado um modelo simples aditivo ponderado, criado a partir do modelo proposto por Almeida et al,. (1995)

A carta de índice de risco de incêndio é obtida através da sobreposição das diversas cartas anteriormente produzidas, reclassificadas em função do seu contributo para o perigo potencial de incêndio. O modelo é organizado de modo a que o índice de risco de incêndio varie entre zero (perigo mínimo) e mil (perigo máximo). A grande amplitude de valores do índice permite reclassificar as cartas com valores inteiros (sem perda de rigor), e trabalhar os ficheiros. O cálculo dos coeficientes a afectar a cada variável ou "layer" foi ponderado utilizando uma análise de processamento hierárquico, que com base nos trabalhos já efectuados, e na experiência dos inquiridos, (foi utilizada uma metodologia de ponderação por inquérito), tornou possível quantificar o coeficiente de risco a afectar a cada situação. A ponderação das variáveis está sistematizada no quadro 3.

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Quadro 3 – Ponderação dos critérios, apresentados segundo o grau de importância para o risco de incêndio potencial. (adaptado de Almeida et al.(1995))

Amplitude de valores

Contribuição de cada classe

Para o valor de risco de cada

critério

Contribuição do critério para o valor

do risco de incêndio potencial

% valor %

valor máximo do critério

classe 1ª 100 590 classe 2ª 80 472 classe 3ª 70 413 classe 4ª 40 236 classe 5ª 30 177 classe 6ª 10 59

Ocupação do solo

classe 7ª 1,5 9 59 590 acima de 40% 100% 210

30-40% 66,67 140 20-30% 22,38 47 10-20% 11,43 24

Declives 0-10% 3,81 8 21 210

até 25 m 100% 70 25-50 m 46,32 32 50-100 m 20,58 14 100-150 m 9,55 7

Proximidade à Rede Viária Inf. a 5m/ha 50 35

5 - 12,5 m/ha 23,52 16 12,5 - 20 m/ha 10,29 7 20 - 30 m/ha 5,14 4 30 - 40m/ha 5,14 4 40 - 65 m/ha 10,29 7 65 - 80 m/ha 23,52 16

Rede Viária

Densidade de Caminhos agrícolas e

Florestais 7 70 Sup.a 80m/ha 50 35

100% 60 135 - 225 º 225 - 315º 57,45 34 45 - 135º 21,28 13 315 - 45º 6,38 4

Exposições 0 6 60 -1 Plano 0%

até 250 hab /Km2 100% 40 Entre 250 e 1500 hab/Km2 21,05 8

Densidade

demográfica Acima de 1500 hab/Km2 100% 40 4

40 Oculto 100% 30

visivél por 1 posto

11,71 4 Visibilidade por postos de vigia

visivél por 2 ou mais postos 6,31 2 3 30

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As classes de risco de incêndio resultantes estão definidas no seguinte quadro: Quadro nº 4 – Classes de Risco de Incêndio

RISCO DE INCÊNDIO De 1 a 100 100 a 200 200 a 350 350 a 700 700 a 1000 Muito Baixo Baixo Médio Elevado Muito Elevado As variáveis que mais contribuem para o aumento do risco de incêndio são: o tipo de vegetação (principalmente o estrato arbustivo e florestas contínuas da mesma espécie), os declives acima de 30%, a proximidade da rede viária e os locais ocultos relativamente à vigilância.

Actualização e inovação da carta de risco de incêndio florestal Face às indicações presentes no Guia Metodológico foram ainda acrescentadas variáveis como a probabilidade, a vulnerabilidade e o valor de determinada parcela de território. Observando o diagrama seguinte o risco é entendido como uma conjugação das condições fisiográficas, probabilidade, valor económico e a vulnerabilidade. RISCO

O risco pressupõe valor e expressa o potencial de perda de elementos em risco em função da perigosidade de um determinado fenómeno e vulnerabilidade desses mesmos elementos em risco. A perigosidade divide-se em duas componentes: no tempo, por via da probabilidade calculada com base num histórico ou período de retorno, e no espaço, por via da susceptibilidade de um território ao fenómeno tratado.

O risco existe sempre que há perigosidade, vulnerabilidade e valor associados. Não havendo uma das componentes, o risco é nulo.

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A gestão do território e o que se preconiza para esse fim obriga a que os riscos sejam avaliados para efectiva gestão. O Modelo “Conceptual de Risco”, permite auxiliar as autarquias à tomada de decisões a nível da implementação das propostas das acções quer de silvicultura preventiva, quer da implementação de novas infra-estruturas e dos seus investimentos. Em domínio de risco de incêndio florestal, torna-se necessário responder adequadamente à questão de onde se encontram os maiores potenciais de perda.

Adaptando a fórmula apresentada no Guia Metodológico para o caso especifico do Concelho de Alenquer foram consideradas as seguintes variáveis: Risco Estrutural – calculado com base no modelo de Almeida et al, que corresponde à susceptibilidade referida no Guia Metodológico, (contabiliza as seguintes variáveis: exposição, declive, hidrografia, demografia, vigilância, rede viária e ocupação do solo).

Histórico – calculado com base no histórico de incêndios no Concelho de Alenquer desde 1996 a 2005, dados da DGRF. Valor – calculado com base na Portaria 982/2004, de 4 de Agosto, relativamente aos custos de construção de edificações e infra-estruturas para espaços urbanos (euros/m2) e na Estratégia Nacional para as Florestas relativamente aos valores das diferentes ocupações do solo (euros/hectare). Vulnerabilidade – Valor variável de 0 a 1, consoante o nível de destruição que um incêndio poderá causar a determinada ocupação do solo à qual foi atribuída um valor monetário. Obteve-se a seguinte fórmula para o cálculo do risco de incêndio: Risco = Risco Estrutural + Histórico + (Valor * Vulnerabilidade) Não foram utilizados quaisquer factores de ponderação de variáveis uma vez que estes foram incluídos na definição dos próprios valores que cada variável toma no modelo.

Desta forma foi adaptado do modelo de Almeida et al,. um novo quadro, com novas ponderações para o cálculo do risco de incêndio. Foram introduzidas mais duas variáveis: o histórico de incêndios e o valor monetário atribuído à ocupação do solo em todo o Município. Apresenta-se de seguida o quadro. A vulnerabilidade não aparece referida no quadro, pois entra directamente na fórmula. A DGRF não apresentou quaisquer ponderações para a fórmula sugerida no Guia Metodológico, tendo a Comissão Municipal DFCI definido as ponderações de forma adaptada ao Concelho de Alenquer.

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Quadro nº 5 - Variáveis utilizadas e coeficientes atribuídos (adaptado de Almeida et al.(1995))

Contribuição de cada classe para o valor de

risco de cada critério

Contribuição do critério para o valor do risco de incêndio potencial

Amplitude de valores % Valor % valor max

classe 1ª 100 590

classe 2ª 80 472

classe 3ª 70 413

classe 4ª 40 236

classe 5ª 30 177

classe 6ª 10 59

Ocupação do solo

classe 7ª 1,5 9

59 590

acima de 40% 1 210

30-40% 66,67 140

20-30% 22,38 47

10-20% 11,43 24

Declives 0-10% 3,81 8

21 210

até 25 m 1 70

25-50 m 46,32 32

50-100 m 20,58 14

100-150 m 9,55 7

Proximidade à R. V. Inf. a 5m/ha 50 35

5 - 12,5 m/ha 23,52 16

12,5 - 20 m/ha 10,29 7

20 - 30 m/ha 5,14 4

30 - 40m/ha 5,14 4

40 - 65 m/ha 10,29 7

65 - 80 m/ha 23,52 16

Rede Viária

Densidade de caminhos agrícolas

e florestais

Sup.a 80m/ha 50 35

7 70

135 - 225 º 1 60

225 - 315º 57,45 34

45 - 135º 21,28 13

315 - 45º 6,38 4

Exposições plano 0 0

6 60

até 250 hab/ /Km2 1 40 Entre 250 e 1500

hab/Km2 21,05 8 Densidade

demográfica

Acima de 1500 hab//Km2 1 40

4 40

Oculto 1 30

visível por 1 posto 11,71 4

Visibilidade por posto de

Vigia

visível por 2 ou mais postos 6,31 2

3 30

Ardeu 3 ou + vezes 100 162

Ardeu 2 vezes 43,21 70

Ardeu 1 vez 18,52 30

Histórico de incêndios

Nunca ardeu 0 0

11,12 162

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Edificado/Infra-estruturas 100 295

Agrícola 5,08 15

Eucalipto 4,07 12

Floresta 3,39 10

Mato 1,69 5

Valor Associado

20,25 295

Restante área 0,34 1

As classes de risco de incêndio resultantes estão definidas no seguinte quadro:

Quadro nº 6 – Classes de Risco de Incêndio

RISCO DE INCÊNDIO De 1 a 291 292 a 583 584 a 875 876 a 1167 1168 a 1457 Muito Baixo Baixo Médio Elevado Muito Elevado Foram atribuídas 5 classes de risco de incêndio, cada uma com 20 % de representatividade, segundo indicações da DGRF, no Guia Metodológico. De seguida é apresentada uma descrição detalhada da forma de cálculo de cada uma das parcelas da fórmula: Risco = Risco Estrutural + Histórico + (Valor * Vulnerabilidade) Risco Estrutural Cálculo directo segundo o modelo de Almeida e tal., (1995) Histórico Foi criada uma carta com as áreas ardidas desde 1996 até 2005. Foram posteriormente sobrepostas todas as áreas ardidas no período indicado obtendo-se uma carta que representa o número de vezes que determinada área já ardeu nos últimos 10 anos. Foram definidas 4 classes:

Definição da variável Valor atribuído a cada subclasse

Ardeu 3 ou + vezes 162 Ardeu 2 vezes 70

Histórico de Incêndios Ardeu 1 vez 30 Nunca ardeu 0

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Cada pixel ficou classificado de acordo se enquadrava na definição da variável. O valor atribuído a cada subclasse foi definido segundo a sua influência enquanto ferramenta no apoio à decisão. A variável “Histórico de Incêndios” obteve um peso de 11,12 % no modelo adaptado. Zonas que, em 10 anos, arderam 3 ou mais vezes são com certeza zonas problemáticas que terão de ser tratadas com especial atenção. Valor Surgiu a necessidade de determinar qual o valor monetário da ocupação do solo ao nível de todo o Município. Só desta forma, face a duas situações de risco estrutural semelhante, se decidirá que forma correcta qual a zona que deverá ser tratada em primeiro lugar, quer se trate de prevenção ou de combate a incêndio. O cálculo demonstrado apresenta algumas simplificações devido à impossibilidade da obtenção de valor monetário (euros/m2) em cada ponto do Concelho. Foram definidas 6 Classes:

Valor atribuído a cada subclasse

Valor Monetário Definição da variável

Edificado/Infraestruturas 295 414€/m2 Agrícola 15 200€/ha. Eucalipto 12 136€/ha.

Valor Associado Floresta 10 87€/ha.

Mato 5 52€/ha. Restante área 1 10€/ha.

Cada pixel ficou classificado de acordo se enquadrava na definição da variável. O valor atribuído a cada subclasse foi definido segundo a sua influência enquanto ferramenta no apoio à decisão. A variável “Valor Associado” obteve um peso de 20,25 % no modelo adaptado. Os valores atribuídos a cada classe foram obtidos por extrapolação e ajustamento face aos valores obtidos na Portaria 982/2004, de 4 de Agosto, relativamente aos custos de construção de edificações e infra-estruturas para espaços urbanos e na Estratégia Nacional para as Florestas relativamente aos valores das diferentes ocupações do solo (euros/hectare).

Elementos em Risco

São todos os elementos que apresentam um valor de risco de incêndio elevado devido ao elevado prejuízo de valor monetário de qualquer infra-estrutura/floresta.

Na Portaria 982/2004, de 4 de Agosto, cada Município obedece a determinados factores de ponderação, de onde se obteve que no caso de Alenquer o custo de construção é de 414 euros/m2. Todas as edificações, infra-estruturas e rede viária foram contabilizadas, de forma simplificada, como valendo 414 euros/m2 dado ser este o valor de referência do custo da construção e reconstrução caso um incêndio seja a causa da destruição das referidas estruturas.

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No documento “Estratégia Nacional para as Florestas” é apresentada uma matriz estruturante do valor das florestas, na página 42 do referido documento, onde estão definidos os valores monetários por hectare dos diferentes tipos de ocupação do solo. Analisando os valores apresentados foram definidos os seguintes valores, com interesse para o Concelho de Alenquer:

Espécie Euros/ha. Povoamentos Mistos 87

Povoamentos Resinosas 87 Povoamentos Eucalipto 136

Matos 52 Zonas Agrícolas 200

Vulnerabilidade A vulnerabilidade representa a eventual destruição que um incêndio poderá causar a determinada ocupação do solo, seja esta um edifício ou uma floresta. A vulnerabilidade varia entre: 0,00 – O elemento não é afectado 0,25 – O elemento é ligeiramente afectado mas não necessita de reparações 0,50 – O elemento é afectado necessitando de reparações ligeiras 0,75 – O elemento é severamente afectado necessitando de reparações profundas 1,00 – A perda é total, o elemento é afectado de forma irreversível necessitando de reconstrução ou substituição. As 5 Classes de valor anteriormente definidas foram classificadas face a sua vulnerabilidade:

Tipo de ocupação do solo Vulnerabilidade

Edificado/Infra-estruturas 0,25 Agrícola 0 Eucalipto 1 Floresta 0,75

Vulnerabilidade

Mato 1 Restante área 0,25

O valor de vulnerabilidade atribuído a cada tipo de ocupação do solo, entra directamente na fórmula de cálculo.

Este valor foi pensado para garantir que a todos os tipos de ocupação de solo era imputado um número. Este varia entre 0 e 1, uma vez que não existem tabelas (objectivas) que dêem a vulnerabilidade, a metodologia utilizada pelos

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concelhos em que a FLOREST participa na elaboração do PMDFCI, é a mesma, com o intuito de uniformizar os PMDFCI nos Concelhos da AML e Baixo Oeste (áreas de abrangência da FLOREST).

Para fins operacionais, a cartografia de risco permite, entre outras aplicações:

• Identificar os locais em que é necessário proceder à mitigação do risco, actuando nas quadrículas de risco alto e muito alto, optando por acções de redução da susceptibilidade (prevenção);

• Atribuir prioridades de prevenção e/ou supressão conforme o valor dos elementos; • Condicionar a edificação de novos elementos em áreas com risco elevado e muito elevado, evitando colocar valor adicional nos locais onde este já existe e/ou onde existe perigosidade elevada.

Resultaram como produtos finais desta metodologia dois mapas:

• Carta de perigosidade de incêndio florestal – contabiliza o risco estrutural e o histórico de incêndio, apresentada no Caderno I, Carta 3. • Carta de risco de incêndio florestal – contabiliza além do risco estrutural e o histórico de incêndio também o valor e vulnerabilidade. A referida carta está apresentada no Caderno I, Carta 2.

Apêndice 3: Rede de faixas de gestão de combustível (FGC) e mosaicos de parcelas de gestão de combustível

As faixas de gestão de combustível definidas para o concelho de Alenquer, conforme estabelecido no Decreto-lei nº124/2006, de 28 de Junho, cumprem um importante papel na prevenção dos incêndios e seguem os parâmetros caracterizadores que obedecem a critérios uniformes definidos no guia metodológico para elaboração deste plano municipal, para deste modo permitir o necessário enquadramento regional e nacional. A informação referente a este ponto é apresentada no 1º eixo estratégico caderno 1. Apêndice 4: Rede Viária A rede viária assume um papel extremamente importante na defesa da floresta contra incêndios. No concelho de Alenquer a rede viária está em constante melhoramento, de forma a garantir a circulação das patrulhas móveis encarregadas da vigilância dos povoamentos e do foco inicial de pequenos incêndios, o acesso rápido dos veículos de

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combate a todos os focos de incêndios, à constituição de uma linha de luta, para que os veículos de combate possam tomar posição para combater um incêndio de maiores dimensões e o rápido e fácil acesso aos pontos de água.

Os parâmetros que estão presentes no levantamento e classificação da rede viária para efeitos de defesa da floresta contra incêndios foram elaborados para este plano consoante as possibilidades e as capacidades actuais para o respectivo levantamento desta infra-estrutura. No que respeita às normas sugeridas no guia metodológico para elaboração do plano municipal de defesa da floresta contra incêndios, até 15 de Maio de 2007, a Autarquia (através da criação do G.T.F) compromete-se, a fazer o levantamento da rede viária operacional (segundo a importância para a DFCI) seguindo as novo Guia Metodológico.

A informação referente a este ponto é apresentada no 1º eixo estratégico (Caderno I). Apêndice 5: Rede de pontos de água (RPA) A rede de pontos de água do concelho de Alenquer é constituída por um conjunto de estruturas de armazenamento de água, de planos de água acessíveis e de pontos de tomada de água.

À semelhança das outras infra-estruturas de DFCI, foi seguida a uniformização de critérios de classificação sugerida no guia metodológico para a elaboração do PMDFCI, fundamental para possibilitar o necessário enquadramento regional e nacional.

Salienta-se ainda o facto de que em matéria de combate a incêndios florestais o abastecimento em marcos de incêndio (também designados por pontos de tomada de água), estes foram certificados em termos de operacionalidade, juntamente com as Águas de Alenquer, uma rede de marcos de água que cumprem todas as condições requeridas para um correcto e rápido abastecimento em caso de combate a incêndios.

Ás Águas de Alenquer comprometem-se a actualizar a informação e o abastecimento de água, na referida rede, no entanto existem algumas condicionantes em diferentes freguesias devido à capacidade de armazenamento dos reservatórios (pelas diferentes características que cada reservatório possui).

Apêndice 6: Sensibilização Para o estabelecimento dos programas de acção na área da sensibilização (formação, informação, educação e sensibilização) foram tidos em conta os critérios e vectores de actuação sugeridos no Guia Metodológico para a elaboração do PMDFCI.

A informação referente a este ponto é apresentada no 2º eixo estratégico (caderno 1).

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Apêndice 7: Conceitos e critérios para a demarcação de sectores territoriais de DFCI e locais estratégicos de estacionamento O zonamento do território em sectores de DFCI constitui uma medida fundamental com vista à adequada planificação e execução das acções de vigilância e detecção e de primeira intervenção.

O concelho de Alenquer encontra-se dividido em dois sectores de DFCI, atribuídos respectivamente aos Bombeiros Voluntários de Alenquer e aos Bombeiros Voluntários da Merceana. A expressão territorial destes sectores pode ser analisada na Carta 8, constante no Caderno I.

Esta divisão territorial aplica-se também à vigilância móvel, primeira intervenção, combate, rescaldo e vigilância pós-incêndio. (ver Cartas 10, Caderno I)

Quanto aos Locais Estratégicos de Estacionamento (LEE), só foi possível efectuar a sua localização no sector atribuído aos Bombeiros Voluntários da Merceana, pelo que na revisão do POM de 2007, será este tema alvo de actualização para a totalidade do território do concelho de Alenquer.

Apêndice 8: Molduras – Tipo de cartografia a apresentar A moldura da cartografia constante nos dois cadernos que constituem o PMDFCI segue as orientações do Guia Metodológico do mesmo. Apresenta-se, seguidamente a moldura adoptada.

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ÍNDICE DE Quadros

Quadro 1 – Descrição e Aplicação a Portugal dos modelos de combustíveis

Quadro 2 – Descrição dos modelos de acordo com a cartografia do Corine LandCover2000

Quadro 3 – Ponderação dos critérios, apresentados segundo o grau de importância para o risco de incêndio potencial.

(adaptado de Almeida et al.(1995))

Quadro nº 4 – Classes de Risco de Incêndio

Quadro nº 5 – Variáveis utilizadas e coeficientes atribuídos (adaptado de Almeida et al.(1995))

Quadro nº 6 – Classes de Risco de Incêndio

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