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P R O P R O G R A M A 2 0 1 7 USP Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas Departamento de Geografia A PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA HUMANA/FFLCH/USP APOIO

P R O G R A M A 2 0 1 7 - Conferências FFLCH - USPconferencias.fflch.usp.br/public/conferences/15/schedConfs/28/... · Daniel Vasconcelos (PPGH, USP) Gabriella Nichols (PPGEM,

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P R O

P R O G R A M A

2 0 1 7U S P

F a c u l d a d e d e F i l o s o f i a , L e t r a s e C i ê n c i a s H u m a n a sD e p a r t a m e n t o d e G e o g r a f i a A

P R O G R A M A D E P Ó S - G R A D U A Ç Ã OE M G E O G R A F I A H U M A N A / F F L C H / U S P

A P O I O

P R O G R A M A

Copyright © 2017 ABED – Associação Brasileira de Estudos de Defesa

Volume 1 ★ 4ª Edição - Agosto de 2017

II ERABED SUDESTE - PROGRAMA COMPLETO

DESIGN E DIAGRAMAÇÃO Giselli Christina Leal Nichols (PPGEM, EGN)

ORGANIZAÇÃO

Coordenação Geral Wanderley Messias da Costa (PPGH, USP) Héctor Saint Pierre (IPPRI, UNESP)

Comissão Organizadora André Roberto Martin (DG-GEOPO) Sabrina Evangelista Medeiros (PPGEM, EGN) Samuel Alves Soares (San Tiago Dantas, UNESP) Sergio Conforto (IEA, USP) Thiago Rodrigues (INEST, UFF) Tatiana de S. Leite Garcia (PPGH, USP)

Comissão Discente Anna Caroline Pott (PPGEM, EGN) Beatriz Victória Albuquerque da Silva Ramos (PPGEM, EGN) Carolina Ambinder de Carvalho (PPGEM, EGN) Charles Martins Hora (PPGEM, EGN) Daniel Vasconcelos (PPGH, USP) Gabriella Nichols (PPGEM, EGN) Ginneth Pulido Gómez (PPGH, USP) Giselli Christina Leal Nichols (PPGEM, EGN) Isabella Sequetto Terror (PPGEM, EGN) Juliana Foguel Castelo Branco (PPGHC, UFRJ) Karina Stange Calandrin (San Tiago Dantas, UNESP) Laura Donadelli (San Tiago Dantas, UNESP) Laura Martucci (PPGEM, EGN) Rodolfo Chagas (PPGH, USP) Tales Henrique Nascimento Simões (PPGH, USP)

Comissão de Avaliação (Áreas Temáticas - ATs) Adriana Marques (DGEI, UFRJ) Ana Luiza Bravo e Paiva (ECEME) William Moreira (PPGEM, EGN)

REALIZAÇÃO Departamento de Geografia – FFLCH/USP Laboratório de Geopolítica – GEOPO Pró-Reitoria de Pós-Graduação Associação Brasileira de Estudos de Defesa - ABED

APOIO PPGH - Programa de Pós-Graduação em Geografia Humana/FFLCH/USP

A PRESENTAÇÃO

O II ENCONTRO REGIONAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTUDOS DE DEFESA (II ERABED

SUDESTE), realizado na Universidade de São Paulo (USP) no período de 13 a 15 de setembro

de 2017, debate o tema “A defesa como política pública: os documentos de defesa na

perspectiva da comunidade acadêmica”. O encontro é uma iniciativa da Associação

Brasileira de Estudos de Defesa (ABED) voltado para estudiosos de defesa nacional,

segurança internacional e temas afins e consistirá de mesas redondas, conferências,

painéis, mostra de iniciação científica, minicursos e lançamento de livros. As

apresentações dos trabalhos estão organizadas em quatro áreas temáticas: (AT1)

Segurança Internacional; (AT2) Políticas de Defesa; (AT3) Economia de Defesa e CT&I; e

(AT4) Sociologia de Defesa e Forças Armadas.

O tema escolhido para o II ERABED-Sudeste 2017 reflete o interesse em discutir as

temáticas dos documentos de defesa, no contexto de sua renovação. Em 2017,

completam-se 21 anos da edição da Política de Defesa Nacional (PND). Desde seu

lançamento, foram realizadas novas edições da PND e publicação do Livro Branco de

Defesa Nacional. Tais documentos buscaram consolidar o pensamento sobre o tema

de defesa, de modo democrático e participativo, com a inclusão da sociedade civil nos

debates. A Lei nº. 136/2010 estabeleceu que os documentos de defesa devam ser

atualizados de quatro em quatro anos, a partir de 2012. Em decorrência de instabilidades

político-econômicas, a atualização que estava prevista para ocorrer ainda em 2016

sofreu atrasos e, somente em setembro do mesmo ano, os documentos foram

apresentados pelo Ministro da Defesa e chefes das Forças Armadas ao Presidente da

República. Em março de 2017, as minutas dos documentos foram liberadas para a

academia e sociedade brasileira.

O debate de tais minutas é de suma importância no âmbito geral, uma vez que

busca aproximar a sociedade às questões sobre defesa. O II ERABED-Sudeste pretende

fornecer, portanto, um espaço que estimule o debate desses documentos, visando a

participação de todos os atores envolvidos e permitindo o aprimoramento dos

documentos em benefício da sociedade brasileira.

A S S O C I A Ç Ã O B R A S I L E I R A D E E S T U D O S D E D E F E S A

A ABED é uma sociedade acadêmica civil e sem fins lucrativos que congrega

professores e pesquisadores que se dedicam aos estudos ligados à defesa nacional e

segurança internacional. Desde 2006, ano seguinte à sua fundação, a instituição vem

promovendo encontros nacionais e regionais com o objetivo de fomentar o debate

sobre os referidos temas.

P U B L I C A Ç Ã O D O S T R A B A L H O S

Os trabalhos publicados nos Anais serão os resumos expandidos, de acordo com

as diretrizes constantes nesse programa.

LOCAL

Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

Departamento de Geografia

USP - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Avenida Professor Lineu Prestes, 338 - Cidade Universitária - São Paulo – SP.

l

II ERABED SUDESTE

http://conferencias.fflch.usp.br/erabed/IIERABED

SUMÁRIO

PROGRAMA ……………………………………………………………. 1

PUBLICAÇÃO DE RESUMOS EXPANDIDOS ……………………………... 5

APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS ……………………………………… 7

CADERNO DE RESUMOS (APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS – ORDEM ALFABÉTICA)…… 21

CADERNO DE RESUMOS (INICIAÇÃO CIENTÍFICA – ORDEM ALFABÉTICA) ……..….... 73

LANÇAMENTO DE LIVROS …………………………………………….. 79

MINICURSOS ………………………………………………………….. 81

1

PROGRAMA

Dia 13 | Quarta-feira

M A N H Ã

8h às 9h30 Credenciamento Local: Sala Guichê / Hall dos auditórios novos

9h30 às 10h Conferência de Abertura ALCIDES COSTA VAZ – PRESIDENTE DA ABED Local: Auditório de Geografia

11h às 12h30 Exposição de trabalhos de Iniciação Científica 12h30 às 14h Almoço

T A R D E

14h Mesa 1 - A DEFESA COMO POLÍTICA PÚBLICA: OS DOCUMENTOS DE DEFESA DO BRASIL NA PERSPECTIVA DA COMUNIDADE ACADÊMICA Participantes: Wanderley Messias da Costa (Geografia/USP – Coordenador) Sabrina Medeiros (EGN/MB - Debatedora) André Roberto Martin (Geografia/USP) Eduardo Xavier Glaser Migon (Exército Brasileiro-CMSE/ECEME) Flávio Pedroso Mendes (RI/UFU) Gelson Fonseca (FUNAG/ Itamaraty) Local: Auditório de Geografia

16h Coffee break Local: Hall de entrada dos auditórios

2

16h30 MESA 2 – A INDÚSTRIA BRASILEIRA DE DEFESA E OS PROJETOS ESTRATÉGICOS DAS FORÇAS ARMADAS Participantes: Eurico de Lima Figueiredo (INEST/UFF – Coordenador) Ariela Leske (ECEME) Marcelo Zuffo (Politécnica/USP) Marcos José Barbieri (FCA/UNICAMP) Peterson Ferreira da Silva (ECEME) Local: Auditório de Geografia

Dia 14 | Quinta-feira

M A N H Ã 8h às 12h APRESENTAÇÕES DE TRABALHOS NO PRÉDIO DE GEOGRAFIA

SALA HORÁRIO Anfiteatro (APD 1) - 8h30 às 10h

(APD 2) - 10h30 às 12h Auditório (AEC 1) - 8h30 às 10h

(AEC 2) - 10h30 às 12h Sala 06 (AEC 3) - 8h30 às 10h

(AEC 4) - 10h30 às 12h Sala 07 (APD 3) - 8h30 às 10h

(APD 4) - 10h30 às 12h Sala 09 (ASI 3) - 8h30 às 10h

(ASI 4) - 10h30 às 12h Sala 10 (ASI 5) - 8h30 às 10h

(ASI 6) - 10h30 às 12h Sala 11 (AFA 5) - 8h30 às 10h

(AFA 6) - 10h30 às 12h

Sala de vídeo

(MINICURSO I) - 8h30 às 10h (MINICURSO II) - 10h30 às 12h

T A R D E 14h MESA 3 – OS NOVOS ARRANJOS REGIONAIS, AS MUDANÇAS NA POLÍTICA

INTERNACIONAL E O PROCESSO DE INTEGRAÇÃO DA AMÉRICA DO SUL Participantes: Héctor Saint-Pierre (IPPRI/UNESP – Coordenador) Rafael Duarte Villa (IRI/USP) Marina Vitelli (San Tiago Dantas) Érica Cristina Winand (RI/UFS) Local: Auditório de Geografia

3

16h Coffee break Local: Hall de entrada dos auditórios

16h30 MESA 4 – O BRASIL E AS TENDÊNCIAS E PERSPECTIVAS DE PAZ E SEGURANÇA INTERNACIONAL Participantes: Luís Alexandre Fuccille (RI/UNESP – Coordenador) Adriana Marques (DGEI/UFRJ - Debatedora) Gunther Rudzit (RI/ESPM) Samuel Alves Soares (RI/UNESP, San Tiago Dantas) Thiago Rodrigues (INEST/UFF) Local: Auditório de Geografia

ENCERRAMENTO LANÇAMENTO DE LIVROS COM OS AUTORES Dia 15 | Sexta-feira M A N H Ã

8h às 12h APRESENTAÇÕES DE TRABALHOS NO PRÉDIO DE GEOGRAFIA E HISTÓRIA SALA HORÁRIO

Anfiteatro (AFA 1) - 8h30 às 10h (AFA 2) - 10h30 às 12h

Auditório (ASI 1) - 8h30 às 10h (ASI 2) - 10h30 às 12h

Sala 06 (AFA 3) - 8h30 às 10h (AFA 4) - 10h30 às 12h

Sala 09 (APD 5) - 8h30 às 10h (APD 6) - 10h30 às 12h

Sala 10 (APD 7) - 8h30 às 10h (APD 8) - 10h30 às 12h

Sala 11 (ASI 7) - 8h30 às 10h (ASI 8) - 10h30 às 12h

Sala de Vídeo

(AEC 5) - 8h30 às 10h (MINICURSO II) - 10h30 às 12h

Sala Edgar Carone (sala 14 -

História)

(MINICURSO I) - 8h30 às 10h

4

T A R D E 14h CONFERÊNCIA DE ENCERRAMENTO

Eliezer Rizzo de Oliveira (UNICAMP) Local: Auditório de Geografia

15h ASSEMBLEIA GERAL DA ABED Local: Auditório de Geografia

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PUBL ICAÇÃO DE RESUMOS EXPANDIDOS

D I R E T R I Z E S 1) O resumo expandido deverá ter no mínimo 2 (duas) e no máximo 4 (quatro) páginas,

contendo Introdução, Metodologia, Discussão e Conclusão/Considerações Finais, com as devidas indicações das reflexões e direcionamentos, possibilitando ao leitor a clara compreensão do assunto abordado e conceitos trabalhados pelo(s) autor(es).

2) Deve ser confeccionado no tamanho A4, em arquivo DOC ou DOCX, utilizando fonte Times New Roman, tamanho 12, espaço 1,5 entre linhas, margens superior e esquerda 3,0 cm e margens inferior e direita 2,0 cm.

3) A Área Temática deve ser em letras maiúsculas, centralizada, tamanho 14, entrelinha simples.

4) O Título do trabalho deve ser em letras maiúsculas em negrito, centralizado, tamanho 14, entrelinha simples.

5) O nome do autor (ou autores) deve ser escrito em itálico, centralizado, tamanho 11 e abaixo do título, em letras maiúsculas e minúsculas. Em caso de mais autores, devem ser dispostos um em cada linha.

6) O texto do resumo deve ser subdividido conforme as partes definidas no tópico 1, ob-servando dois espaços de entrelinha após o nome do autor, com formatação justificada e recuo de parágrafo.

6

7) A identificação e instituição dos autores devem ser escritas em nota de rodapé com tamanho 11. O nome autor principal deverá ser acompanhado de e-mail.

8) As citações e referências bibliográficas devem seguir as normas vigentes da Associa-ção Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. As referências não somam para o total de páginas exigido.

9) Enviar para o email: [email protected]

M O D E L O (EM ESCALA REDUZIDA)

ÁREA TEMÁTICA TÍTULO DO TRABALHO

Nome do autor1 Nome do autor2

INTRODUÇÃO

O resumo deverá ter no mínimo 2 (duas) e no máximo 4 (quatro) pági-

nas, contendo Introdução, Metodologia, Discussão e Conclusão/Conside-

rações Finais, com as devidas indicações das reflexões e direcionamentos,

possibilitando ao leitor a clara compreensão do assunto abordado e con-

ceitos trabalhados pelo(s) autor(es). Deve ser confeccionado no tamanho

A4, em arquivo PDF, utilizando fonte Times New Roman, tamanho 12, es-

paço 1,5 entre linhas, margens superior e esquerda 3,0 cm e margens infe-

rior e direita 2,0 cm.

METODOLOGIA

O tíítulo do trabalho deve ser em letras maiúsculas em negrito, centrali-

zado, tamanho 14, entrelinha simples. O nome do autor (ou autores) deve ser

escrito em itálico, centralizado, tamanho 11 e abaixo do título, em letras maiús-

culas e minúsculas. Em caso de mais autores, devem ser dispostos um em

cada linha. O texto do resumo deve ter formatação justificada e recuo de pa-

rágrafo. 1 Identificação, Instituição e e-mail do autor principal. 2 Identificação e Instituição do co-autor.

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APRESENTAÇÃO DE

TRABALHOS

As seções temáticas formadas por apresentação de trabalhos devem contar com a coordenação, preferencialmente, do apresentador de maior titulação, que será encarre-gado pelos debates também, salvo decisão distinta entre os participantes. Á R E A T E M Á T I C A A S I SEGURANÇA INTERNACIONAL ASI 1 – OPERAÇÕES DE PAZ SEGURANÇA INTERNACIONAL: CONTRIBUIÇÕES DO CENTRO CONJUNTO DE OPERAÇÕES DE PAZ DO BRASIL Anselmo de Oliveira Rodrigues Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) AS POLÍTICAS DE DEFESA E A PARTICIPAÇÃO DO BRASIL EM OPERAÇÕES DE PAZ (1996-2017) Beatriz Victória Albuquerque da Silva Ramos Escola de Guerra Naval (EGN) ECONOMIA, INSTITUIÇÕES, CONFLITOS ARMADOS E A PARTICIPAÇÃO DO SETOR PRIVADO NAS MISSÕES DE MANUTENÇÃO DE PAZ DAS NAÇÕES UNIDAS Flavio Américo dos Reis Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME)

8

O FOMENTO À INDUSTRIA NACIONAL POR MEIO DAS OPERAÇÕES DE PAZ: A EXPERIÊNCIA DA MINUSTAH Rafael Farias Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) ASI 2 – RESSIGNIFICANDO A DEFESA A TERRITORIALIZAÇÃO DO MAR TERRITORIAL André Panno Beirão Escola de Guerra Naval (EGN) A RECONSTRUÇÃO DOS MECANISMOS DE DEFESA E SEGURANÇA NO IRAQUE OCUPADO (2003-2004) Rodrigo Augusto Duarte Amaral PUC-SP O OBJETIVO DO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL À LUZ DAS TEORIAS DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS Amanda Vidal Pedinotti da Silva Universidade da Força Aérea (UNIFA) A GUERRA HÍBRIDA DA RÚSSIA E OS DESAFIOS AO DIREITO INTERNACIONAL HUMANITÁRIO Marcel Madeira Jesus Exército Brasileiro (EB) ASI 3 – SEGURANÇA REGIONAL MERCOSUL E UNASUL: UMA ANÁLISE CONJUNTA PARA OS CAMINHOS DA SEGURANÇA REGIONAL Cintiene Sandes Monfredo Escola de Guerra Naval (EGN) AS RELAÇÕES ESTADOS UNIDOS-AMÉRICA DO SUL SOB O IMPACTO DA VIGILÂNCIA: ANALISANDO OS GOVERNOS BUSH E OBAMA (2001-2017) Clarissa Nascimento Forner Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas (UNESP/UNICAMP/PUC-SP) PANORAMA DA ATUAÇÃO DO CONSELHO DE DEFESA DA UNASUL: UMA ANÁLISE DO SEGUNDO EIXO Diana Cristina de Medeiros Viveiros Universidade Federal Fluminense (UFF)

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SOCIALIZAÇÃO, IDENTIDADES E ESCOLHAS POLÍTICAS: COMO ENTENDER AS MUDANÇAS NOS PROCESSOS DE COOPERAÇÃO EM DEFESA E SEGURANÇA NA AMÉRICA DO SUL? Victor Teodoro Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas (UNESP/UNICAMP/PUC-SP) ASI 4 – GUERRA ÀS DROGAS NA COLÔMBIA O PROCESSO DE SECURITIZAÇÃO DA POLÍTICA EXTERNA COLOMBIANA Bruce Roberto Scheidl Campos Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas (UNESP/UNICAMP/PUC-SP) AS FORÇAS ARMADAS E A MILITARIZAÇÃO DO ESTADO COLOMBIANO Raquel Araújo de Jesus Universidade Federal Fluminense (UFF) A “GUERRA ÀS DROGAS” NO GOVERNO ÁLVARO URIBE: AMPLIAÇÃO DA AGENDA SECURITÁRIA Carol Viviana Porto Universidade Federal Fluminense (UFF) ASI 5 – TEORIA E ESTRATÉGIA "DA GUERRA" EM TEMPOS DE "NÃO GUERRA": REFLEXÕES (PRELIMINARES) SOBRE A APLICABILIDADE DOS PRINCÍPIOS DE CLAUSEWITZ NO CENÁRIO BRASILEIRO CONTEMPORÂNEO Eduardo Xavier Ferreira Glaser Migon Exército Brasileiro (CMSE/ECEME) Luiz Adolfo Sodré de Castro Jr Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) O PODER AÉREO ENCONTRA CLAUSEWITZ: COERÇÃO MILITAR COMO GUERRA L MITADA Flávio Pedroso Mendes Universidade Federal de Uberlândia (UFU) PERCEPÇÕES DO PODER AÉREO SOB A ÓTICA DA TRINDADE DE CLAUSEWITZ Marco Aurélio Vasques Silva Anselmo de Oliveira Rodrigues Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME)

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A IMPORTÂNCIA DAS FORÇAS ARMADAS NACIONAIS NAS VISÕES DE THOMAS HOBBES E IMMANUEL KANT Ricardo Assis Fayal Instituto de Estudos Estratégicos (INEST/UFF) ASI 6 – EXPERIÊNCIAS AFRICANAS O ESTADO TERRITORIAL CONGOLÊS E OS CONFLITOS NA REGIÃO LESTE DA REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO Marcelle Christine Bessa Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) SEGURANÇA & DEFESA NA RELAÇÃO BRASIL-ÁFRICA DO SÉCULO XXI Sylvio de Souza Ferreira Exército Brasileiro (EB) Luiz Adolfo Sodré de Castro Jr Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) FORÇA DE RESERVA AFRICANA: AVANÇOS, LIMITAÇÕES E PARADOXOS NA CONSTRUÇÃO DE UM INSTRUMENTO AFRICANO DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS Matias Ferreyra Wachholtz Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas (UNESP/UNICAMP/PUC-SP) ASI 7 – SEGURANÇA, AMEAÇAS E A AMÉRICA DO SUL

REFLEXÕES SOBRE O CONCEITO DE AMEAÇA NOS DOCUMENTOS DE DEFESA EQUATORIANOS Cristian Daniel Valdivieso

Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas (UNESP/UNICAMP/PUC-SP) ENTRE A SECURITIZAÇÃO E DESSECURITIZAÇÃO: A UNASUL E SUA POLÍTICA DE DROGAS Danillo Bragança Universidade Federal Fluminense (UFF) O ESTADO DE EXCEÇÃO PERMANENTE E ILÍCITOS TRANSNACIONAIS NO MÉXICO: A GUERRA ÀS DROGAS NO GOVERNO CALDERÓN (2006-2012) Leandro Fernandes Sampaio Santos Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas (UNESP/UNICAMP/PUC-SP) ASI 8 – SOBERANIA E DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS ANTÁRTICA: DEFESA E CIÊNCIA NO HORIZONTE ESTRATÉGICO DO BRASIL Marcos Aurelio Santiago Françozo Escola de Guerra Naval (EGN)

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AS PRETENSÕES DA AUSTRÁLIA E NOVA ZELÂNDIA NO ENTORNO ESTRATÉGICO ANTÁRTICO Stefany Lucchesi Simões Escola de Guerra Naval (EGN) / ÙNESP A BUSCA PELA HEGEMONIA ANTÁRTICA ENTRE CHILE E ARGENTINA Stefany Lucchesi Simões Escola de Guerra Naval (EGN) / UNESP FRONTEIRAS E SOBERANIA DOS ESTADOS NA BACIA DO PRATA SOB A ÓTICA DAS TEORIAS CLÁSSICAS DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS Tatiana de S. Leite Garcia Universidade de São Paulo (USP) Bianca de Oliveira Jesus (Universidade Anhembi Morumbi) Á R E A T E M Á T I C A

A P D POLÍTICA DE DEFESA APD 1 – POLÍTICA, GESTÃO E GOVERNANÇA GOVERNANÇA EM DEFESA: INTRODUZINDO UMA POSSÍVEL AGENDA DE PESQUISA E DISCUSSÃO Eduardo Xavier Ferreira Glaser Migon Exército Brasileiro (CMSE/ECEME) Marco Aurélio Vasques Silva COMANDO E CONTROLE DE SISTEMAS DE COMUNICAÇÕES CRÍTICAS: ANÁLISE NOS DOCUMENTOS DE DEFESA BRASILEIROS Glauber Juarez Sasaki Acácio Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) FRAGILIDADES DOS INSTRUMENTOS REGULATÓRIOS DE DEFESA NACIONAL Hendrick Magalhães Karg Escola de Guerra Naval (EGN) Christiany Frasson da Silva Souza Escola de Guerra Naval (EGN) Patrícia Santos da Cunha Escola de Guerra Naval (EGN) POLÍTICAS PÚBLICAS DE COMANDO E CONTROLE NO COMBATE ÀS NOVAS AMEAÇAS Marcos Lehmkuhl de Souza Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME)

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APD 2 – POLÍTICA DE DEFESA E POLÍTICA EXTERNA A COOPERAÇÃO NAVAL ENTRE O BRASIL E PORTUGAL NO INÍCIO DO SÉCULO XXI Carolina Ambinder de Carvalho Escola de Guerra Naval (EGN) POLÍTICA EXTERNA E PODER NAVAL: A ESTRATÉGIA MARÍTIMA DA ÍNDIA PÓS- GUERRA FRIA Luciane Noronha Moreira de Oliveira Escola de Guerra Naval (EGN) A RECONSTRUÇÃO DA ESTAÇÃO ANTÁRTICA COMANDANTE FERRAZ: POLÍTICAS PÚBLICAS OU DE DEFESA? Gabriele Molina Hernández Universidade Federal Fluminense (UFF) PAZ, PODER, MULTILATERALISMO: O BRASIL E AS NOVAS POLÍTICA E ESTRATÉGIA NACIONAIS DE DEFESA Bianca Pereira Bittencourt Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ) APD 3 – OS NOVOS DOCUMENTOS DE DEFESA I ANÁLISE COMPARATIVA DA POLÍTICA NACIONAL DE DEFESA E DA ESTRATÉGIA NACIONAL DE DEFESA DE 2012 E 2016 Charles Martins Hora Escola de Guerra Naval (EGN) Ana Luiza Bravo e Paiva Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) COMO AS MINUTAS DA POLÍTICA NACIONAL DE DEFESA E DA ESTRATÉGIA NACIONAL DE DEFESA DE 2016 "DIALOGAM" ENTRE SI? Marcelo Antonio Osller Malagutti Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) A NOVA ESTRATÉGIA NACIONAL DE DEFESA E O ALINHAMENTO DO PROGRAMA ESTRATÉGICO DO EXÉRCITO GUARANI Luciano Luiz Goulart Silva Dias Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) Alzeir Costa dos Santos Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME)

13

AS PERCEPÇÕES DO SISTEMA INTERNACIONAL NAS ESTRATÉGIAS NACIONAIS DE DEFESA DE 2008, 2012 E 2016 Alex Jobim Farias Instituto de Estudos Estratégicos (INEST/UFF) APD 4 – ESTRATÉGIA E DESENVOLVIMENTO A ESTRATÉGIA MARÍTIMA BRITÂNICA NA ERA NUCLEAR: RENOVAÇÃO DO SISTEMA TRIDENT Matheus Souza Galves Mendes Escola de Guerra Naval (EGN) O COMPLEXO INDUSTRIAL MILITAR NO DISCURSO DE EISENHOWER EM 1961 Guilherme Cel. S. Santos Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) A DICOTOMIA DEFESA E DESENVOLVIMENTO APÓS GOVERNOS MILITARES Tatyanna Barreira Escola de Guerra Naval (EGN) Isabella Terror Escola de Guerra Naval (EGN) Rogério Carvalho Escola de Guerra Naval (EGN) END E POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA: O USO DA DISSUASÃO E OUTROS INSTRUMENTOS DO PODER MILITAR Eduardo Souza Pereira Exército Brasileiro (EB) APD 5 – PODER PÚBLICO E POLÍTICA DE DEFESA POLÍTICA NACIONAL DE DEFESA NAS COMISSÕES DO CONGRESSO: COMPOSIÇÃO DAS CREDN, CRE e CCAI (2017) Andréa Benetti C de Oliveira Universidade Federal do Paraná (UFPR) A CONJUNTURA ECONÔMICA E O PENSAMENTO ESTRATÉGICO DE DEFESA BRASILEIROS Flávio Henrique do Nascimento Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) Alexandre Checheliski O PODER LEGISLATIVO E AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE DEFESA Marcio Rocha Universidade Federal Fluminense (UFF)

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A ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA NOS NOVOS DOCUMENTOS DE DEFESA DO BRASIL Alexandre de Oliveira Martins Universidade de São Paulo (USP) APD 6 – INSTITUIÇÕES E DEFESA DEFESA E SEGURANÇA NO ÂMBITO HEMISFÉRICO: REFORMULAÇÕES PÓS-GUERRA FRIA E PERSPECTIVAS BRASILEIRAS E ARGENTINAS Lívia Milani Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas (UNESP/UNICAMP/PUC-SP) AS CONCEPÇÕES E POSICIONAMENTOS SOBRE SEGURANÇA E DEFESA NA OEA E NA JUNTA INTERAMERICANA DE DEFESA DURANTE OS GOVERNOS DE LUÍS NÁCIO LULA DA SILVA (2003-2010) Guilherme Coscrato Rasquini Universidade Estadual Paulista (UNESP) ANÁLISE SOBRE AS INFLEXÕES NA POLÍTICA DE DEFESA NO GOVERNO LULA Patricia Capelini Borelli Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas(UNESP/UNICAMP/PUC-SP) A CARACTERIZAÇÃO DO BRASIL COMO POTÊNCIA MÉDIA/POTÊNCIA REGIONAL E AS NOVAS PROPOSTAS DA PND E DA END Jose Eustáquio Nogueira Guimarães Instituto de Estudos Estratégicos (INEST/UFF)/Escola Superior de Guerra (ESG) APD 7 – POLÍTICAS PÚBLICAS DE DEFESA TRÁFEGO LENTO: A CONDUÇÃO DO GÊNERO NA POLÍTICA DE DEFESA Natalia Diniz Schwether Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) O SERVIÇO MILITAR OBRIGATÓRIO E SUA CONCEPÇÃO NA ESTRATÉGICA NACIONAL DE DEFESA VERSÕES 2008, 2012 E 2016 Luiz Felipe Conceição Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) POLÍTICAS PÚBLICAS E DEFESA Munique Borges Camilo Universidade da Força Aérea (UNIFA) Marta Maria Telles

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O EMPREGO DA METODOLOGIA DE CENÁRIOS PROSPECTIVOS NA POLÍTICA DE DEFESA BRASILEIRA Nathália de Oliveira Souza Escola de Guerra Naval (EGN) APD 8 – ABORDAGENS HISTÓRICAS DIPLOMACIA E FORÇA NA BACIA DO PRATA: POLÍTICA DE DEFESA DO ESTADO IMPERIAL (1852-1864) Jéssica Gonzaga Escola de Guerra Naval (EGN) Pedro Gustavo Aubert Universidade de São Paulo (USP) A TRANSIÇÃO DEMOCRÁTICA COMO FATOR EXPLICATIVO PARA A COOPERAÇÃO NUCLEAR ENTRE ARGENTINA E BRASIL Luiza Elena Januário Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas (UNESP/UNICAMP/PUC-SP) MILITARES EM REVOLTA: MOBILIZAÇÃO POLÍTICA DOS MARINHEIROS BRASILEIROS NO CONTEXTO DA GUERRA DA COREIA (1950-1953) Ricardo Santos Silva Universidade Estadual Paulista (UNESP) Á R E A T E M Á T I C A A E C ECONOMIA DE DEFESA, C&T AEC 1 – DESAFIOS DO ESPAÇO CIBERNÉTICO O ESPAÇO CIBERNÉTICO E SUAS AMEAÇAS: UMA ANÁLISE SOBRE OS DOCUMENTOS DE DEFESA DO BRASIL, ALEMANHA E FRANÇA Breno Pauli Medeiros Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) Alessandra Cordeiro Carvalho A CIBERNÉTICA E AS QUESTÕES DE SEGURANÇA: UM OLHAR SOB A AMÉRICA LATINA Camila Gomes de Assis Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas (UNESP, UNICAMP/PUC-SP)

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DEFESA CIBERNÉTICA NO BRASIL: MALI PRINCIPII MALUS EXITUS? Ricardo Prins Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) GUERRA CIBERNÉTICA, TERRORISMO CIBERNÉTICO E HACKTIVISMO: ANÁLISE NO ÂMBITO DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS E ESTUDOS ESTRATÉGICOS Victor Brito Ferraz Universidade Federal Fluminense (UFF) Ingrid Erthal Martinez Universidade Federal Fluminense (UFF) AEC 2 – BASE INDUSTRIAL DE DEFESA OS DOCUMENTOS DE ALTO NÍVEL E A MOBILIZAÇÃO DA INDÚSTRIA DE DEFESA NA AMÉRICA DO SUL: A CONTRIBUIÇÃO DO SISTEMA DE CATALOGAÇÃO DE PRODUTOS DE DEFESA William de Sousa Moreira Escola de Guerra Naval (EGN) Sabrina Evangelista Medeiros Escola de Guerra Naval (EGN) EXPORTAÇÕES DA INDÚSTRIA DE DEFESA BRASILEIRA: A FORMAÇÃO DE UM ARCABOUÇO POLÍTICO-INSTITUCIONAL Allan Pereira Domingos Escola Superior de Guerra (ESG) Paulo Vitor Sanches Lira OS PROJETOS ESTRATÉGICOS DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS DE DEFESA O FUTURO DA CAPACIDADE DISSUASÓRIA BRASILEIRA José Vítor Siqueira Bazuchi Comando Militar do Sudeste/Exército Brasileiro (EB) AS REAÇÕES DO ESTADO BRASILEIRO, DE 1990 A 2015, AOS IMPACTOS DA GLOBALIZAÇÃO NA BID Pedro Fonseca Junior Escola Superior de Guerra (ESG) AEC 3 – PODER MILITAR CLASSIFICAÇÃO DE MARINHAS: UM DESAFIO NA HISTÓRIA DO TEMPO PRESENTE Francisco Eduardo Alves de Almeida Escola de Guerra Naval (EGN)

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A NOVA CONJUNTURA POLÍTICO-JURÍDICA E AS MARINHAS DE GUERRA: A ERA DOS NAVIOS DE MULTIPROPÓSITO Vinícius de Almeida Costa Escola de Guerra Naval (EGN) O MALTHUSIANISMO MILITAR E A PARCERIA ESTRATÉGICA NO PROGRAMA FX-2 Cesar Castello Branco Martins Universidade Federal Fluminense (UFF) ASPECTOS DA ECONOMIA DE DEFESA NA ARÁBIA SAUDITA André Figueiredo Nunes Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) AEC 4 – POLÍTICAS DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA O PROGRAMA ESPACIAL INDIANO PARA A MODERNIZAÇÃO MILITAR: USO DUAL E DISSUASÃO Edson Jose Neves Junior Universidade Vila Velha (UVV) A COOPERAÇÃO SINO-BRASILEIRA NA ÁREA DE SATÉLITES Laura Martucci Benvenuto Escola de Guerra Naval (EGN) MECANISMOS INSTITUCIONAIS DE APOIO À CIÊNCIA E TECNOLOGIA NO SETOR DE DEFESA: O CASO DA CHINA Rita Feodrippe Escola de Guerra Naval (EGN) AEC 5 – POLÍTICAS DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA AS ATIVIDADES BRASILEIRAS NO SETOR AEROESPACIAL E OS DOCUMENTOS DE DEFESA Adriane Gomes Fernandes de Almeida Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas (UNESP/UNICAMP/PUC-SP) EXPANSÃO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL PARA O CAMPO MILITAR: OS DESAFIOS MORAIS E ÉTICOS DO USO DA FORÇA POR “ROBÔS-MATADORES” Anna Caroline Pott Escola de Guerra Naval (EGN) / Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

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UM MITO TECNOLÓGICO À PROVA DA HISTÓRIA: A REVOLUÇÃO EM ASSUNTOS MILITARES Leandro José Clemente Gonçalves Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) Á R E A T E M Á T I C A A F A FORÇAS ARMADAS E SOCIEDADE AFA 1 – SEGURANÇA PÚBLICA E GARANTIA DA LEI E DA ORDEM O PODER MILITAR NAS OPERAÇÕES DE GARANTIA DA LEI E DA ORDEM: OPERAÇÃO CARIOCA Luciano Melo Oliveira Junior Escola de Comando e Estado Maior do Exército (ECEME) Rodrigo Lima França Escola de Comando e Estado Maior do Exército (ECEME) FORÇAS ARMADAS E SEGURANÇA PÚBLICA: A FLEXIBILIZAÇÃO LEGAL DA GARANTIA DA LEI E DA ORDEM Osmar da Cunha Penha Instituto de Estudos Estratégicos (INEST/UFF) OPERAÇÕES DE GARANTIA DA LEI E DA ORDEM: O CASO DAS OPERAÇÕES DE PACIFICAÇÃO NO COMPLEXO DA MARÉ Walter Maurício Miranda Instituto de Estudos Estratégicos (INEST/UFF) AFA 2 – VIOLÊNCIA URBANA VIGIAR, PERFORMAR E ELIMINAR: OS NOVOS INSTRUMENTOS DE CONFLITO E VIGILÂNCIA E O MILITARISMO URBANO Alcides Eduardo dos Reis Peron Universidade Anhembi Morumbi O PAPEL DAS FORÇAS ARMADAS DO BRASIL NA SEGURANÇA MULTIDIMENSIONAL Ricardo Rodrigues Freire Escola Superior de Guerra (ESG) POLÍTICAS DE SEGURANÇA PÚBLICA: POLÍCIA COMUNITÁRIA, ASPECTOS INERENTES À CIDADE DE RIO CLARO - SP Luis Fernando Gonçalves Polícia Militar do Estado de São Paulo

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AFA 3 – MODELOS DE SOCIEDADE E FORÇAS ARMADAS FORÇAS ARMADAS E SEGURANÇA PÚBLICA: CONSTRUÇÃO DA AMEAÇA E MILITARIZAÇÃO David Paulo Succi Junior Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas (UNESP/UNICAMP/PUC-SP) A INTEGRAÇÃO CIVIL-MILITAR E A MUDANÇA DE PERSPECTIVA DOS ESTUDOS DE DEFESA Elany Almeida de Souza Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) Mariana de Castro Silva Souza Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) FORÇAS ARMADAS, POLÍCIA E POLÍTICA: UMA ANÁLISE DAS CORPORAÇÕES PAULISTAS Felipe Ramos Garcia Universidade Estadual Paulista (UNESP) A POLÍTICA E O MILITAR: RELAÇÕES COM O ESTADO, MOTIVAÇÕES E ÉTICAS José Cimar Rodrigues Pinto Escola Superior de Guerra (ESG) AFA 4 – CONFLITOS CONTEMPORÂNEOS A CONSTRUÇÃO DAS CRIANÇAS-SOLDADO NO DISCURSO HUMANITÁRIO Giovanna Ayres Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas (UNESP/UNICAMP/PUC-SP) O CONFESSIONALISMO E SEU REFLEXO NO EXÉRCITO NACIONAL LIBANÊS Karime Cheaito Universidade Estadual Paulista (UNESP) OPINIÃO PÚBLICA E SEGURANÇA NOS GOVERNOS DE MENACHEM BEGIN (1977 – 1983) E BENJAMIN NETANYAHU (2009 – 2014) Karina Stange Calandrin Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas (UNESP/UNICAMP/PUC-SP) AFA 5 – ENSINO E ANÁLISE MILLENIUM CHALLENGE 2002: O EMPREGO QUESTIONÁVEL DE UMA FERRAMENTA ANALÍTICA Claudio Rogerio de Andrade Flor Escola de Guerra Naval (EGN)

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SOCIAL NETWORK ANALYSIS: ESTUDO E ANALISE DE REDES SOCIAIS EM APOIO À POLITICA DE DEFESA E SEGURANÇA PÚBLICA Gilberto de Souza Vianna Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)/Escola Superior de Guerra (ESG) GUERRA NAVAL DO FUTURO: CENÁRIOS PROSPECTIVOS NA ERA PÓS-HUMANA Claudio Correa Escola de Guerra Naval (PPGEM/EGN) Giselli Christina Leal Nichols Escola de Guerra Naval (PPGEM/EGN) A REVISTA DA ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA: DA DÉCADA DE 1980 À ERA DAS NOVAS TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO DE BIBLIOTECONOMIA Ana Patrícia Guimarães Escola Superior de Guerra (ESG) Maria Célia Barbosa Reis da Silva Escola Superior de Guerra (ESG) AFA 6 – POLÍTICAS DE DEFESA E DESENVOLVIMENTO SEGURANÇA E COOPERAÇÃO INTERNACIONAL: ESTUDO DE CASO DA SEGURANÇA ENERGÉTICA PARA A UNIÃO EUROPEIA Ana Paula Moreira Rodriguez Leite Escola de Guerra Naval (EGN) Juliana Foguel Castelo Branco Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) QUESTÕES ENERGÉTICAS NAS MINUTAS DOS DOCUMENTOS DE DEFESA (2017) Ronaldo Montesano Canesin Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas (UNESP/UNICAMP/PUC-SP) COMPLIANCE, UNASUL E DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO: CONTRIBUIÇÕES PARA A ESTRATÉGIA NACIONAL DE DEFESA Suyene Inoue B. Coelho Escola de Guerra Naval (EGN) Carlos Eduardo Luz Gabriel Escola de Guerra Naval (EGN) Gabriella Leal Nichols Escola de Guerra Naval (EGN) A CONSTRUÇÃO DE UMA CLASSE DE ESTRATEGISTAS NOS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO DAS ESCOLAS MILITARES Gregor Guedes A. A. de Rooy Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME)

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CADERNO DE RESUMOS

A P R E S E N T A Ç Ã O D E T R A B A L H O S (ORDEM ALFABÉTICA) Adriane Gomes Fernandes de Almeida (AEC 5 - Políticas de Ciência e Tecnologia) AS ATIVIDADES BRASILEIRAS NO SETOR AEROESPACIAL E OS DOCUMENTOS DE DEFESA Os documentos de Defesa têm como função organizar e orientar as ações do país no setor, de modo que seus resultados correspondam ao princípio ordenador da Defesa: o objetivo político estabelecido. Cada atualização desses documentos traz consigo a atual situação do país no setor e a visão que o governo tem para seu futuro, sendo, portanto, fruto de um histórico de ações em diversas esferas que constituem ou tan-genciam a Defesa, e prospecção dos próximos passos a serem realizados. Assim, é pos-sível encontrar momentos de manutenção de elementos presentes desde a primeira versão dos documentos e mudanças decorrentes da conjuntura nacional e internacio-nal. Esse é o caso do âmbito aeroespacial, cuja responsabilidade é atribuída à Força Aérea e é classificado como um dos setores estratégicos. Embora, de modo geral, os objetivos principais sejam os mesmos do início do Programa Espacial Brasileiro – de-senvolvimento do veículo lançador de satélite, aumento da produção de satélites, es-pecialmente voltados para a área de telecomunicações, e aprimoramento dos centros lançadores –, nos últimos anos houve mudanças significativas das prioridades do setor, como uma maior atenção ao desenvolvimento das plataformas espaciais e à importân-cia da cooperação internacional, com objetivo de facilitar a aquisição de conhecimento científico e tecnológico. Esses padrões de manutenção e de mudança refletem a con-juntura das atividades no setor, as dificuldades de avançar o seu desenvolvimento e como o país pretende aumentar sua capacidade na área. Desse modo, o objetivo do artigo é responder a seguinte pergunta: como a série histórica dos documentos de

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defesa reflete as atividades brasileiras no setor aeroespacial? Para tanto, serão identifi-cados os atores principais e analisados os documentos da área, o andamento dos prin-cipais projetos e as parcerias internacionais realizadas, tanto por meio de fontes oficiais quanto por notícias de jornais e revistas especializadas. Alcides Eduardo dos Reis Peron (AFA 2 - Violência Urbana) VIGIAR, PERFORMAR E ELIMINAR: OS NOVOS INSTRUMENTOS DE CONFLITO E VIGILÂNCIA

E O MILITARISMO URBANO Nos últimos 20 anos, diante dos progressos tecnológicos observados durante a “Revo-lução” nos Assuntos Militares estadunidense, e em decorrência do endurecimento das políticas de combate ao terrorismo, verificamos uma miríade de dispositivos cibernéti-cos de vigilância e controle fundamentando e estruturando as práticas de segurança e de projeção de poder internacionais. Dos Drones armados, aos novos sistemas de po-liciamento preditivo urbano – como o “Domain Awareness System” em Nova Iorque e o Detecta em São Paulo – a coleta massiva de dados vem estruturando novas formas cercear e eliminar “insurgentes”, imigrantes ou criminosos, e aproximando as práticas e táticas de guerra ao ambiente urbano, como observam Bigo (2016), Aradau (2015) e Graham (2016). Nesse sentido, o objetivo desse trabalho é, por um lado, entender como esses novos dispositivos cibernéticos vem intensificando e legitimando práticas exces-sivas de segurança, tanto internacional quanto urbanas. Por outro lado, buscamos de-bater de que forma as abordagens, metodologias e categorias analíticas levadas a cabo pelos Estudos Críticos da segurança Internacional e pelos Estudos Sociais da Ciência e da Tecnologia, contribuem para compreender mais enfaticamente os limites e tensões oriundas da adoção desses novos dispositivos. Alessandra Cordeiro Carvalho e Breno Pauli Medeiros (AEC 1 – Desafios do Espaço Cibernético) O ESPAÇO CIBERNÉTICO E SUAS AMEAÇAS: UMA ANÁLISE SOBRE OS DOCUMENTOS DE

DEFESA DO BRASIL, ALEMANHA E FRANÇA O espaço cibernético como uma rede integrada de atores e fluxos representa um novo domínio das relações de poder. Dada a natureza desassociada em parte do espaço físico, o ciberespaço apresenta-se com lógica própria, com fronteiras pouco delimitadas que dificultam o exercício da soberania nacional, além de ser utilizado como um inte-grador de ações privadas, militares, civis e estatais ao meio técnico-científico-informa-cional. Sabendo-se, ainda, ser um ambiente no qual circulam uma multiplicidade de atores, sua utilização como ferramenta para a execução de ataques cibernéticos torna-se iminente. Assim, o surgimento de novas ameaças por meios cibernéticos – como o ciberativismo, o ciberterrorismo e o crime cibernético – passam a desafiar a soberania dos Estados em paralelo com as ameaças interestatais tradicionais. Além do mais, ata-ques cibernéticos globais como ransomwares, disseminação de ideais radicais, moni-toramento de dados estatais, entre outros, acabam por legitimar o espaço cibernético como palco de velhas e nova ameaças, as quais procuram compensar uma suposta

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fraqueza no mundo físico através da dimensão cibernética. Decorrente das revelações de Edward Snowden em 2013 nos quais foram expostos casos de espionagem e moni-toramento de dados realizados pelos EUA a outros Estados, buscar-se-á analisar com-parativamente os documentos de defesa do Brasil, Alemanha e França, uma vez que foram considerados os principais afetados pelos ataques. Para isso, será realizada uma análise histórica dos documentos de defesa dos países no que tange o contexto de ciberespaço como nova dimensão estratégica e palco de ameaças à segurança nacional. Alex Jobim Farias (APD 4 - Os Novos Documentos de Defesa II) AS PERCEPÇÕES DO SISTEMA INTERNACIONAL NAS ESTRATÉGIAS NACIONAIS DE DEFESA

DE 2008, 2012 E 2016 O Sistema Internacional (SI) vem passando por uma transformação estrutural significa-tiva, a saber, a ascensão e crescente importância de países em desenvolvimento como China, Índia e, até o “impeachment” de Dilma Roussef, Brasil. O exame dos documentos referentes às Estratégias Nacionais de Defesa de 2008, 2012 e 2016, esta última em fase de debate e elaboração, demonstram uma clara mudança no que tange à percepção de sistema internacional no tange cada edição. No caso da Estratégia Nacional de Defesa (END) de 2008, elaborada no segundo governo Lula, em momentos diferentes do texto consolida-se uma percepção de mudança estrutural do sistema internacional, do papel que o Brasil teria nessa mudança e das possíveis consequências para a política inter-nacional e a defesa do Brasil. Na END de 2012, elaborada no primeiro mandato de Dilma Roussef, ainda é possível identificar a percepção de mudança estrutural no SI; contudo, apresentada sem a mesma ênfase do documento anterior. Na proposta de Estratégia Nacional de Defesa de 2016, a percepção da ascensão de países em desenvolvimento e possíveis tensões provocadas por essa mudança desaparecem de vez. É possível fazer um paralelo entre o tom de cada documento e a política externa de cada governo, desde o ativismo sul-sul do governo Lula, passando pelo continuísmo com a diminui-ção do ativismo em Dilma, até o abandono da diplomacia Sul-Sul no ilegítimo governo Temer. Propõe-se nesse resumo um estudo de um dos elementos da coordenação entre política externa e política de defesa por meio da análise da percepção do sistema in-ternacional presente nesses três importantes documentos. Alexandre de Oliveira Martins (APD 5 - Poder Público e Política de Defesa) A ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA NOS NOVOS DOCUMENTOS DE DEFESA DO BRASIL O objetivo deste trabalho é avaliar a correlação existente entre as políticas de Defesa e a Atividade de Inteligência a partir das minutas dos documentos a) Política Nacional de Defesa (PND), b) Estratégia Nacional de Defesa (END) e c) Livro Branco de Defesa Nacional – LBDN (2016), sob atual apreciação do Congresso Nacional brasileiro. Para tanto, parte-se do princípio de que a tríade Defesa, Diplomacia e Inteligência estruturam a formulação da Política Externa de um Estado, de modo que compreender as interco-nexões da tríade é também uma forma de identificar forças ou debilidades na projeção

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internacional a que o país se propõe. Além da identificação do perfil da nação na cena mundial, localizar o grau de interação entre a Atividade de Inteligência e a Defesa cons-titui modo privilegiado de observar como um cenário marcado por novas ameaças e por inusitadas formas de manifestação do terror tem mobilizado cada vez menos meios tradicionais de atuação dos órgãos de Defesa e cada vez mais tanto a inteligência mi-litar quanto as agências de inteligência de Estado. Nesse sentido, no caso brasileiro, considerando que o Ministério da Defesa passou a integrar o Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN) a partir de 2002, visando a subsidiar a Agência Brasileira de Inteli-gência (ABIN) com dados e conhecimentos da área de defesa, este trabalho, a partir de reflexões de teóricos especialistas em atividade de inteligência, como Marco Cepik, Jose Manuel Ugarte e Joanisval Brito Gonçalves, propõe-se especificamente a: 1) locali-zar referências diretas à atividade de inteligência nos novos documentos de Defesa; 2) demonstrar as conexões indiretas que os novos documentos de Defesa fazem às ações de inteligência; 3) correlacionar os novos documentos de Defesa com a Política Nacio-nal de Inteligência (PNI), fixada pelo decreto 8.793, de 29 de junho de 2016. Allan Pereira Domingos e Paulo Vitor Sanches (AEC 2 – Base Industrial de Defesa) EXPORTAÇÕES DA INDÚSTRIA DE DEFESA BRASILEIRA: A FORMAÇÃO DE UM ARCABOUÇO POLÍTICO-INSTITUCIONAL Nos últimos anos uma série de documentos e leis vem sendo publicados pelo Estado brasileiro evidenciando a busca por uma Política de Defesa. Um dos pontos presentes em praticamente todos os documentos é a importância da revitalização da indústria de defesa brasileira. Esse esforço governamental leva a formação de um arcabouço polí-tico-institucional que enriquece o debate teórico sobre o assunto, lançando luz sob novos conceitos e dados, e mais recentemente, fomentando a produção acadêmica quanto ao tema. Sendo assim, o presente trabalho carrega a pretensão de debruçar-se sob o marco legal e regulatório com o viés de identificar e estudar sua postura frente à temática das exportações da indústria de Defesa brasileira. Para tanto, inicialmente estudar-se-á os documentos públicos circulantes ao tema defesa nacional lançamentos da última década - Estratégia Nacional de Defesa, Política Nacional de Defesa, dentre outros - assinalando o que supracitados documentos supõem, indicam e prescrevem quanto as Exportações da Indústria de Defesa Brasileira. Em um segundo momento, traz-se ao texto, um discussão quanto à Politica Nacional de Exportação de Material de Emprego Militar, documento datado de 1974, o qual permanece vigente e regulando o setor. Por fim, os autores se destinam ao entrelaço teórico das ideias absorvidas ao longo do trabalho alinhadas com perspectivas do setor de defesa, do Estado e princi-palmente da Sociedade. Amanda Vidal Pedinotti da Silva (ASI 2 – Ressignificando a Defesa) O OBJETIVO DO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL À LUZ DAS TEORIAS DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS

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Ao falar em paz e segurança internacional, os fatos históricos nos mostram que durante conflitos bélicos internacionais ou não, líderes militares e Chefes de Estado, não raro, violam indiscriminadamente as regras das Convenções de Genebra. O presente artigo fez uma análise bibliográfica e documental dos fatores que levaram à criação do Tribu-nal Penal Internacional (TPI) e à luz das Teorias das Relações Internacionais analisa questões quanto ao real objetivo de sua implantação e consequências para a Sociedade Internacional. Ana Luiza Bravo e Paiva e Charles Martins Hora (APD 3 - Os Novos Documentos de Defesa I) ANÁLISE COMPARATIVA DA POLÍTICA NACIONAL DE DEFESA E DA ESTRATÉGIA NACIONAL DE DEFESA DE 2012 E 2016 Com a virada do século, a agenda de segurança vem sendo reestruturada, passando a assumir contornos cada vez mais multifacetados. Com efeito, novas demandas de de-fesa passaram a ser imputadas aos diferentes Estados. No Brasil, as respostas às neces-sidades explicitadas encontram-se dispostas nos documentos balizadores das ações na área de defesa, tais como, a Política Nacional de Defesa, a Estratégia Nacional de Defesa e o Livro Branco de Defesa Nacional. Considerando a relevância destes documentos, o presente trabalho tem como escopo observar e avaliar as inovações presentes nos documentos que se encontram sob apreciação do Congresso Nacional. Parte-se do pressuposto de que os recentes cortes no orçamento e a reestruturação do setor de defesa podem, de alguma forma, afetar a capacidade de implementação das estratégias supracitadas. Nesse sentido, apresenta-se brevemente a conjuntura político-econômica em que o país esteve inserido à época da elaboração destes documentos e sua relação com as diretrizes elencadas nos documentos aqui analisados. Debate-se a relação entre Estado, políticas públicas e defesa, abordando seus conceitos, além de se considerar as reflexões tangentes ao complexo de segurança da América do Sul, e como o Brasil está inserido nele. Por fim, compara-se as versões vigentes e em revisão. Como forma de possibilitar a consecução dos objetivos deste estudo, optou-se por adotar o método comparativo. O procedimento utilizado será o exploratório, por meio da técnica de documentação indireta, com foco na coleta de dados e análise documental, de modo que as informações levantadas possibilitem a confirmação ou refutação do pressuposto apresentado. Ana Patrícia Guimarães e Maria Célia Barbosa Reis da Silva (AFA 5 – Ensino e Análise) A REVISTA DA ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA: DA DÉCADA DE 1980 À ERA DAS NOVAS

TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO E DE BIBLIOMETRIA Este artigo visa apresentar o caminho da Revista da Escola Superior de Guerra desde o seu primeiro número de 1983 até o ano de 2016. Com todos os aperfeiçoamentos ocorridos ao longo desses 34 anos, seu objetivo tem sido promover diálogos entre os atores que fazem parte do processo de feitura de uma revista: desde da emissão do artigo pelo autor até o leitor. A

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publicação é o momento de marcar seu espaço de pesquisa e expor resultados de estudos e investigações, para debate público, em periódicos científicos, concretizando o intuito maior da ciência: provocar colóquios consensuais ou controversos, sedimentados nos princípios e nos métodos científicos. Trata-se de um estudo bibliométrico, de caráter exploratório e descritivo e sua abordagem é quantitativa, mas também qualitativa com menções a autores e a textos relevantes. Para sua concretização, foi realizado um estudo bibliométrico a partir dos dados coletados nos artigos da Revista da Escola Superior de Guerra, delimitado um recorte temporal que abrange os anos de 2012 a 2016. Ana Paula Moreira Rodriguez Leite e Juliana Foguel Castelo Branco (AFA 6 - Políticas de Defesa e Desenvolvimento) SEGURANÇA E COOPERAÇÃO INTERNACIONAL: ESTUDO DE CASO DA SEGURANÇA ENERGÉTICA PARA A UNIÃO EUROPEIA A energia se qualifica por sua interdependência sistêmica que demanda esforços cole-tivos para a consecução de sua segurança. A Segurança Energética é ainda um conceito de muitas acepções. A multiplicidade semântica pode ser percebida enquanto uma es-tratégia política que permite que os Estados o interpretem de forma mais convincente para a objetivação e consecução dos seus interesses nacionais. O conceito ainda as-sume variados entendimentos seja pelos países que têm diferentes necessidades ener-géticas, ou para as múltiplas organizações internacionais que, por meio da institucio-nalização de normativas, tentam dar uniformidade às políticas energéticas. A ampliação do conceito de segurança e a sua multidimensionalidade (Villa, 1999) ainda são pontos que precisam ser refletidos, já que, alargam ainda mais os entendimentos possíveis do significado de Segurança Energética. A incorporação na agenda securitária dos aspec-tos ambientais e econômicos nos revela o quanto as vulnerabilidades energéticas são questões políticas amplas e não apenas aspectos relativos ao mercado ou a impactos ambientais. Shaffer (2009), em seu livro Energy Politics, defende a tese de que a política e a energia estão intrinsecamente interconectadas. A necessidade de cooperação in-ternacional é fundamental e abarca a multidimensionalidade exigida pelo próprio sis-tema energético. A própria história da União Europeia é representativa dessa afirmativa. As suas origens remontam a formação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA) que, dentre muitos objetivos, almejava provisionar o fornecimento de forma igualitária de carvão e de aço aos mercados alemão, francês e dos países que aderiram ao acordo. Além de garantir o provisionamento dos bens, a institucionalização da CECA seria fundamental ainda para a manutenção da segurança no continente. André Figueiredo Nunes (AEC 3 – Poder Militar) ASPECTOS DA ECONOMIA DE DEFESA NA ARÁBIA SAUDITA O objetivo deste artigo é analisar a percepção de segurança nacional do Reino da Arábia Sau-dita no contexto regional do Oriente Médio, das alianças, bem como o investimento em defesa feito pelo país nos últimos anos. Para isso, propõe-se adaptar o conceito de entorno estratégico presente no Livro Branco do Brasil à realidade do Oriente Médio, considerando como entorno

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imediato da Arábia Saudita o Golfo Pérsico, a Península Arábica, O Iraque e o Levante, mais o chifre e a porção oriental do Norte da África. Nesse sentido, propõe-se verificar as capacidades das forças armadas sauditas e também o investimento desse Estado em sua indústria de defesa e na aquisição de plataformas e armamentos produzidos no exterior. Com vistas a cumprir este propósito, considerando o fato de Riad não disponibilizar muitos documentos oficiais para pesquisa, serão tomados como fontes de análise relatórios oficiais de países reconhecida-mente aliados como os Estados Unidos da América; declarações e publicações de artigos pos-tados no website do Ministério de Defesa saudita e do Portal de Indústrias Militares do Reino; e, por fim, artigos acadêmicos, de periódicos e de instituições especializadas em estudos do Oriente Médio. André Panno Beirão (ASI 2 – Ressignificando a Defesa) A TERRITORIALIZAÇÃO DO MAR TERRITORIAL O espaço marítimo compreendido da costa (linha de base) até a distância de 12 milhas náuticas (aproximadamente 23 Km) foi internacionalmente reconhecido pela Conven-ção das nações Unidas sobre o Direito do Mar, de 1982, e da qual o Brasil é parte, como sendo o Mar Territorial brasileiro. O presente trabalho parte da questão sobre o en-quadramento dessa faixa marítima como pertencente (ou não) ao território nacional. Para responder a essa questão, o trabalho perpassa três abordagens distintas, a primeira sob as teorias da Geografia física, buscando depreender seus critérios de inclusão ou não de áreas marítimas em territórios nacionais; a segunda abordagem parte da acei-tabilidade pela sociedade internacional diante da normatização consolidada do direito internacional (especialmente do direito do mar); e, a terceira, sob a perspectiva política (e geopolítica) decorrente da opção estatal de inclusão (ou não) da referida área marí-tima. Sendo um trabalho fundamentado na análise de fontes documentais e secundá-rias, permite concluir sobre a opção brasileira de disseminação do pertencimento ter-ritorialista dessa zona marítima, mas que tal opção não guarda plena aderência ao pre-conizado nas três abordagens analisadas. Andréa Benetti C de Oliveira (APD 5 – Poder Público e Política de Defesa) POLÍTICA NACIONAL DE DEFESA NAS COMISSÕES DO CONGRESSO: COMPOSIÇÃO DAS

CREDN, CRE E CCAI (2017) Os documentos oficiais da Defesa Nacional no Brasil são a Política Nacional de Defesa (PND) e a Estratégia Nacional de Defesa (END), compilados no Livro Branco de Defesa Nacional (LBDN). No ano de 2016 esses documentos foram entregues pelo Ministro da Defesa ao Congresso Nacional, que possui a função de deliberar pela sua aprovação antes da transformação em norma jurídica pela Presidência da República. A tramitação congressual é relevante, pois é etapa final deliberatória sobre os conteúdos dessa po-lítica pública. Assim, conhecer os agentes que irão analisar e decidir sobre matéria sensível ao Estado importa, pois são os interlocutores finais do processo decisório. Este

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artigo analisa a composição eleita no início da sessão legislativa de 2017 para as Co-missões sobre Defesa Nacional no Congresso: as Comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados (CREDN) e do Senado Federal (CRE) e a Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso Nacional (CCAI). Essas são as três Comissões permanentes do Congresso e de suas Casas que possuem competência técnica para análise do conteúdo dessas políticas no que se refere à defesa nacional. O problema de pesquisa parte de que a relação civil-militar no Brasil carece de capacitação técnica em condições de igualdade entre civis e mili-tares nos assuntos pertinentes à segurança e à defesa nacionais. Desta forma, o obje-tivo é verificar se há profissionalização política na composição dessas Comissões, as-sim como especialização dos parlamentares em assuntos afeitos à esfera da defesa. A hipótese é de que há baixa profissionalização política nas Comissões, o que resulta em poucos parlamentares mais profissionalizados conduzindo o processo decisório in-terno. A análise será feita por meio da quantificação de atributos pessoais, sociais e políticos dos agentes analisados, e posterior mensuração de profissionalização política por meio de indicador criado com tal finalidade. Anna Caroline Pott (AEC 5 -Políticas de Ciência e Tecnologia) EXPANSÃO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL PARA O CAMPO MILITAR: OS DESAFIOS MORAIS E

ÉTICOS DO USO DA FORÇA POR “ROBÔS-MATADORES” O presente trabalho tem como objetivo principal refletir a respeito de projetos voltados para o ensino de valores éticos e morais a máquinas dotadas de inteligência artificial. Como objetivo secundário, visa-se identificar os principais desafios enfrentados pelos projetos no âmbito moral e ético, relacionando-os com aqueles a serem encarados no teatro de operações, no que diz respeito ao uso dos popularmente chamados “robôs-matadores”, em inglês “lethal autonomous weapons”. Este estudo se justifica na medida em que houve a expansão da inteligência artificial em diversas frentes, incluindo a militar. Hoje, cientistas dos principais laboratórios científicos estão produzindo carros autônomos, robôs enfermeiros para o cuidado de idosos e deficientes, robôs-advoga-dos, bem como robôs voltados para o uso da força. O desenvolvimento e produção dessas tecnologias ultrapassou o nível universitário, podendo tornar-se um lucrativo investimento empresarial. Nesse sentido, diversos desafios são encontrados a níveis moral, ético, jurídico, político e tecnológico, principalmente quando se atenta ao uso dessas máquinas no contexto da defesa e segurança internacional. Sendo, assim, é im-portante questionar se tais sistemas devem ser autônomos, visando eliminar, no caso militar, o homem do teatro de operações (“man-out-of-the-loop”). Além disso, é funda-mental pensar em como garantir que tais sistemas se comportem adequadamente em termos morais, evitando catástrofes de grande magnitude. Para a condução da pesquisa, emprega-se o método exploratório, por meio da revisão bibliográfica a partir da técnica de coleta de dados. Em um primeiro momento, mapeiam-se os principais projetos que possuem como objetivo o ensino de valores éticos e morais a sistemas crescentemente autônomos. Em seguida, complementa-se o estudo com a discussão bibliográfica tra-zida pelos principais autores da área.

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Anselmo de Oliveira Rodrigues (ASI 1 - Operações de Paz) SEGURANÇA INTERNACIONAL: CONTRIBUIÇÕES DO CENTRO CONJUNTO DE OPERAÇÕES DE

PAZ DO BRASIL As ativas participações nos espaços de debates internacionais e nos órgãos multilate-rais de cooperação constituem exemplos do esforço que o Estado brasileiro tem em-preendido, no sentido de buscar mais voz e espaço no cenário internacional contem-porâneo. A participação em operações internacionais constitui indicador desse esforço, realizado em conjunto pelo Ministério da Defesa (MD). Cabe notar que tal participação constitui tradicional ferramenta da Política Externa brasileira (PEB) para a inserção do país no cenário internacional. No sentido de contribuir com essa dinâmica de inserção internacional, foi criado um centro de capacitação de recursos humanos, cuja missão precípua é apoiar a preparação de militares, policiais e civis brasileiros e de Nações Amigas para as missões de paz e desminagem humanitária: o Centro Conjunto de Ope-rações de Paz do Brasil (CCOPAB). Dessa forma, a presente proposta tem como objetivo apresentar as contribuições desse órgão para a Segurança Internacional, por intermé-dio de suas atividades. Para tanto, é realizada uma ambientação inicial do tema, seguida de uma exposição de considerações metodológicas, definindo o estudo de caso como principal técnica de pesquisa empregada. Na sequência, é apresentado o referencial teórico da pesquisa, o qual servirá de lente conceitual para a consecução do presente trabalho, composto por aspectos teóricos sobre Segurança Internacional e de Opera-ções de Paz. Em seguida, é realizada uma breve revisão histórica sobre a evolução da preparação brasileira em missões de paz, culminando com a criação do CCOPAB em 2010. Posteriormente, são apresentados os resultados da pesquisa, que apontam as con-tribuições do CCOPAB no campo da Segurança Internacional, entre 2011 e 2016, como centro de capacitação de recursos humanos civis e militares para as Operações de Paz. Por fim, breves comentários finais são tecidos sobre encaminhamentos de pesquisa, resultados e reflexões. Beatriz Victória Albuquerque da Silva Ramos (ASI 1 - Operações de Paz) AS POLÍTICAS DE DEFESA E A PARTICIPAÇÃO DO BRASIL EM OPERAÇÕES DE PAZ (1996-2017) O presente trabalho tenciona abordar a relação entre o que as políticas de defesa es-tabelecem acerca das operações de paz e a efetiva participação do Brasil nelas. O re-corte temporal abarca o período compreendido entre os anos de 1996 e 2017, no qual houve três publicações da Política Nacional de Defesa, duas publicações da Estratégia Nacional de Defesa e uma publicação do Livro Branco de Defesa Nacional. Em março de 2017, o Ministério da Defesa disponibilizou, para consulta pública, as minutas das novas edições das políticas de defesa do país. Este trabalho tem relevância na medida em que auxilia a compreender a relação entre o que é posto nas diversas edições das políticas de defesa em relação às operações de paz e como o Brasil vem executando tais diretrizes através dos anos. Dessa forma, objetiva-se examinar quais orientações

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foram dadas nas políticas de defesa, incluindo as minutas de 2017, em relação à parti-cipação nas operações de paz. Objetiva-se também averiguar se o Brasil se envolveu em maior número de operações de paz através dos anos. Em último lugar, busca-se avaliar se a participação do Brasil nas operações de paz é vista pelo país como uma forma de projeção nacional no cenário internacional. A metodologia utilizada é o mé-todo exploratório, com revisão documental e bibliográfica sobre o tema em questão. Observa-se que, ao longo dos anos, as políticas de defesa deram mais orientações acerca da participação em operações de paz, além de terem salientado que participar em tais operações é uma vertente da política externa do país, o que permite concluir que as disposições das políticas de defesa contribuem para a projeção do Brasil no cenário internacional, por meio da participação em operações de paz. Bianca Pereira Bittencourt (APD 4 - Os Novos Documentos de Defesa II) PAZ, PODER, MULTILATERALISMO: O BRASIL E AS NOVAS POLÍTICAS E ESTRATÉGIA NACIONAIS DE DEFESA Transcorridos 21 anos da edição da Política de Defesa Nacional, o Ministério da Defesa abre a consulta pública dos Documentos Estratégicos de Defesa - a Política Nacional de Defesa (PND), a Estratégia Nacional de Defesa (END) e o Livro Branco da Defesa Nacional (LBDN) -, no âmbito do processo de atualização previsto. Em se entendendo Defesa como política pública, como programa de ação governamental, os referidos Documen-tos devem configurar respostas do Estado brasileiro a questões específicas, tais como a atitude diante de eventuais agressões externas; o posicionamento face aos processos decisórios internacionais; a assunção, ou não, de responsabilidades no campo da se-gurança internacional - como a atuação em operações de paz. Nesse sentido, há que se compreender que os Documentos de Defesa tratam, também, da identidade e da estatura internacionais do Brasil. Outrossim, há que se considerar que o País tem bus-cado posição de maior destaque no cenário externo; que tem se empenhado em cons-truir e exercer poder. Por um lado, no ambiente internacional de transformações velo-zes, a segurança constitui desafios às Nações. Por outro, no ambiente interno de crise, a Política Nacional de Defesa passa pelo terceiro processo de atualização, com o anun-ciado objetivo de adequar-se às novas circunstâncias, internacionais e nacionais. Desta forma, a partir da análise da versão preliminar da Política Nacional de Defesa e da Es-tratégia Nacional de Defesa, o presente trabalho visa discutir aspectos da identidade e da estatura internacionais do Brasil, País que não possui excedente de poder militar e para quem os organismos multilaterais constituem foro privilegiado para a construção e o exercício do poder. Bruce Roberto Scheidl Campos (ASI 4 – Guerra às Drogas na Colômbia) O PROCESSO DE SECURITIZAÇÃO DA POLÍTICA EXTERNA COLOMBIANA

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A Colômbia conviveu por décadas com conflitos internos derivados de problemas so-ciais e da questão do narcotráfico. Com isso, o combate aos grupos armados no interior do território colombiano tornou-se gradativamente militarizado e com a crescente par-ticipação dos Estados Unidos, intensificando um processo de securitização da crise in-terna que culminou no Plano Colômbia e, consequentemente, provocou a securitização da agenda externa da Colômbia, confundindo sua política de defesa com a política externa. Neste trabalho, analisaremos o fenômeno da securitização da política externa colombiana, ou seja, a preponderância das questões de segurança e defesa na agenda externa da Colômbia. Para isso, será examinada também a influência dos Estados Uni-dos e sua política de segurança para o conflito colombiano nesse processo, pautada no estreito vínculo entre os dois países, sobretudo após os atentados de 11 de setembro e a implantação da doutrina de guerra ao terror, além do papel do narcotráfico em sua política de segurança. Assim, analisaremos a definição de narcoguerrilha, que depois passou a ser incorporada na guerra ao terror estadunidense, sendo denominado nar-coterrorismo as ações dos grupos armados internos no território colombiano. Com isso, buscaremos compreender como evoluiu esse fenômeno e estudaremos o papel dos Estados Unidos nesse processo com vistas a atender seus interesses na região. Camila Gomes de Assis (AEC 1 - Desafios do Espaço Cibernético) A CIBERNÉTICA E AS QUESTÕES DE SEGURANÇA: UM OLHAR SOB A AMÉRICA LATINA O surgimento da internet criou um novo domínio o ciberespaço. Em decorrência das inúmeras possibilidades e benefícios a ele associados, assim como consideráveis ame-aças e vulnerabilidades por ele originadas, conduziu às profundas transformações no jogo político internacional, categorizando a cibernética como elemento-chave à com-preensão das Relações Internacionais. Ciente de tal relevância, o presente trabalho visa contribuir com os estudos desta nova área ao investigar e analisar o estado da arte da segurança cibernética na América Latina O esforço analítico proposto irá centralizar-se na seguinte pergunta-problema: De modo geral, a América Latina tem se preocupado com a segurança cibernética? Com base nas pesquisas iniciais realizadas, em especial, com forte embasamento em relatório lançado pelo Banco Interamericano de Desenvol-vimento (BID) intitulado ‘Relatório Segurança Cibernética 2016 - Estamos preparados na América Latina e Caribe?’ parte-se, da hipótese de que embora inicial, assim como as demais regiões do mundo, a América Latina tem ocupado um papel de destaque no desenvolvimento de políticas em prol da segurança cibernética, atribuindo, ademais, forte relevância à cooperação e coordenação de políticas nessa área, utilizando como ponto de apoio a OEA e o BID. Em termos metodológicos, com vistas a verificar a vali-dade ou refutar a hipótese apresentada, optou-se por realizar forte pesquisa documen-tal, tomando como base documentos lançados pela OEA e pelo BID, assim como con-sultar a bibliografia especializada no que se referem iniciativas gerais empreendidas pela América Latina em busca de uma segurança cibernética mais consistente. Dada a quantidade significante de países que formam a América Latina, utilizar-se-á uma amos-tragem, as políticas desenvolvidas pelo Brasil e como este país relaciona-se com a Amé-rica Latina, em termos de cooperação na área de segurança cibernética.

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Carlos Eduardo Luz Gabriel, Gabriella Leal Nichols e Suyene Inoue Barbosa Coelho (AFA 6 - Política de Defesa e Desenvolvimento) COMPLIANCE, UNASUL E DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO: CONTRIBUIÇÕES PARA A

ESTRATÉGIA NACIONAL DE DEFESA Uma das vinte e cinco diretrizes da Estratégia Nacional de Defesa (END), 2012, é a capa-citação da base industrial de defesa para conquistar autonomia em tecnologias indis-pensáveis à defesa. A diretriz vinte e dois da END traz pontos relevantes que buscam a consolidação da indústria de defesa, como por exemplo: previsão dos mecanismos legais de proteção comercial, centralização das compras pela Secretaria de Produtos de Defesa; e a busca de parcerias com outros países para o desenvolvimento de capacita-ção tecnológica. Este trabalho se propõe a provocar reflexões gerais sobre o texto da diretriz. A hipótese é de que alguns dos pontos abordados no texto merecem atualiza-ção. Para tanto, identificou-se estes pontos como sendo: i) a ausência notada de cita-ções de natureza de responsabilidade comercial e compliance das transações comer-ciais em relação à segurança internacional; ii) a incerteza sobre a continuidade da ca-pacidade atual da União de Nações Sul-Americanas (UNASUL) em atenuar tensões co-merciais entre os países da região; e iii) a busca da parceria com outros países para o desenvolvimento tecnológico motivada pelo desejo de a comunidade internacional tra-balhar em prol de um maior pluralismo de poder e de visão no mundo. A metodologia a ser utilizada é a comparativa-descritiva. O estudo será de caráter exploratório com revisão da literatura mais atual sobre os três pontos. Pretende-se com os resultados do trabalho produzir recomendações para atualizações do texto da diretriz. Carol Viviana Porto (ASI 4 – Guerra às Drogas na Colômbia) A “GUERRA ÀS DROGAS” NO GOVERNO ÁLVARO URIBE: AMPLIAÇÃO DA AGENDA SECURITÁRIA O presente trabalho busca responder de que forma se configura a ampliação da agenda securitária no campo das políticas de drogas na Colômbia, durante o governo de Álvaro Uribe Vélez (2002-2010). Propõe-se analisar criticamente o fenômeno do narcotráfico e como essa questão foi abordada durante a administração Uribe, com base em duas perspectivas teórico-metodológicas combinadas. Primeiro, a partir da noção de "secu-ritização" (Buzan et all, 1998) que tem como objetivo “expandir” a agenda de segurança a questões referentes aos setores econômicos, ambientais, sociais, assim como o pró-prio político-militar. Em segundo lugar, a partir da "analítica do proibicionismo" (Rodri-gues & Labate, 2016) que parte da premissa de que a própria guerra contra as drogas, por combinar segurança sanitária, segurança pública, segurança nacional e internacio-nal, anuncia necessariamente a ampliação da agenda de políticas de drogas. Para isso, aborda-se essa problemática a partir de uma perspectiva mais ampla e menos tradici-onal, já que as teorias clássicas das Relações Internacionais por si só não conseguem explicar fenômenos como esse.

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Carolina Ambinder de Carvalho (APD 2 – Politica de Defesa e Poder Naval) A COOPERAÇÃO NAVAL ENTRE O BRASIL E PORTUGAL NO INÍCIO DO SÉCULO XXI Com o fim da Segunda Guerra Mundial, teve início o fenômeno das organizações in-ternacionais e o desenvolvimento do direito internacional, demonstrando um consenso global pela valorização da diplomacia como meio prioritário de resolução de conflitos. Em outras palavras, na segunda metade do século XX, após o conflito mais sangrento da história, instalou-se uma consciência a favor da cooperação internacional. No en-tanto, instituições como a Organização das Nações Unidas (ONU), a Organização dos Estados Americanos (OEA) e, principalmente, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), começaram a entender a possibilidade de uma postura cooperativa tam-bém no setor de defesa. Mesmo assim, essa vertente da cooperação apenas foi colo-cada como pauta da agenda internacional após os atentados de 11 de setembro. Em relação ao Brasil e Portugal, especificamente, esse período remete a recente criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (1998) e do Ministério da Defesa do Brasil (1999), aproximando ainda mais esses países de laços históricos no que diz respeito às suas relações diplomáticas e, notadamente, ao setor de defesa. Considerando o âmbito marítimo, em específico, porém, tem-se que os países compartilham interesses estraté-gicos pelo Atlântico Sul, sendo fundamental a cooperação naval (ou seja, entre Marinhas de Guerra) para a segurança da região. Nesse sentido, o presente artigo possui como objetivo a apresentação, classificação e análise dos exemplos de cooperação naval exis-tentes entre o Brasil e Portugal desde o início do século XXI, como exercícios em con-junto, intercâmbios de civis e militares e transferência de tecnologia. Esse estudo pos-sibilita uma maior clareza acerca da relação entre esses países e, com isso, tende-se a aprimorar o processo decisório sobre políticas brasileiras de defesa. Cesar Castello Branco Martins (AEC 3 - Poder Militar) O MALTHUSIANISMO MILITAR E A PARCERIA ESTRATÉGICA NO PROGRAMA FX-2 Jurgen Brauer e Paul Dunne detectam no Malthusianismo Militar uma vulnerabilidade da ocorrência de offsets. Esta vulnerabilidade é percebida a partir do fato de que o custo unitário de grandes sistemas de armas aumenta mais rapidamente do que as receitas orçamentárias dos governos. Uma das consequências deste fato é a busca dos governos por maior eficiência econômica mediante a globalização da produção e aqui-sição de armas. Se por um lado esta teoria afirma que veremos cada vez mais conflitos não-convencionais, por outro justifica a construção de parcerias estratégicas na produ-ção de sistemas de armas, como a Parceria Estratégica Brasil-Suécia, no âmbito do Pro-grama FX-2. Deste modo, este artigo busca avaliar a presença do Malthusianismo Militar no caso brasileiro, a conformidade da Parceria Estratégica Brasil-Suécia com a Estraté-gica Nacional de Defesa, e analisa o papel desta Parceria no Programa FX-2.

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Cintiene Sandes Monfredo (ASI 3 - Segurança Regional) MERCOSUL E UNASUL: UMA ANÁLISE CONJUNTA PARA OS CAMINHOS DA SEGURANÇA REGIONAL Este trabalho tem como principal instrumento de análise os mecanismos pacíficos de so-lução de controvérsias utilizados como um dos caminhos para a segurança regional por meio do Mercosul e da Unasul. Nesta pesquisa compreendemos que o papel institucio-nal/organizacional dos mecanismos, articulados ao processo jurisdicional dos modelos de integração regional representam um avanço para questões de segurança ao permitir tra-balhos conjuntos e um sistema harmonizado de regras. Portanto, no contexto da América do Sul analisaremos as propostas do Mercosul quanto processo de integração regional e Unasul como um novo modelo engajado de negociações a fim de estabelecer relações políticas de segurança e defesa regional. Compreendemos que esse complexo regional de fins econômicos/político e, geoestratégico tinha como grande dilema engrandecer os paí-ses sul-americanos no contexto internacional, somado a autonomia e liderança do Brasil. Neste sentido é necessário abordar e ampliar as discussões sobre a integralidade de MER-COSUL + UNASUL para a região no contexto estratégico e na construção da segurança regional. Clarissa Nascimento Forner (ASI 3 – Segurança Regional) AS RELAÇÕES ESTADOS UNIDOS-AMÉRICA DO SUL SOB O IMPACTO DA VIGILÂNCIA: ANALISANDO OS GOVERNOS BUSH E OBAMA (2001-2017) A dicotomia entre liberdades civis e segurança nacional é uma constante no debate da política externa estadunidense, acentuando-se em períodos de crise. Os atentados de 11 de setembro de 2001 se tornaram mais um marco desse binômio, após o lançamento da “Guerra Global ao Terror” pela presidência de George W. Bush (2001-2009) e das medidas de vigilância doméstica a ela associadas, como a instituição do Ato Patriota de 2001. Esse último e as adaptações institucionais promovidas pelo governo Bush – a exemplo da criação do Departamento de Segurança Doméstica – foram expandidos na administração de Barack Obama (2009-2017). A importância desses temas se refletiu na presença regional da potência estadunidense no Cone Sul, gerando atritos com países como o Brasil, após as denúncias de espionagem da Agência de Segurança Nacional (NSA) contra lideranças políticas do país, em 2013. O ocorrido também frustrou as ex-pectativas de uma relação bilateral mais equilibrada, alimentadas nos anos iniciais da presidência Obama. Diante de tais aspectos, o objetivo dessa proposta é discutir as transformações do aparato de vigilância estadunidense, durante os governos Bush e Obama (2001-2017), em sua dimensão jurídica e institucional. O que se pretende é com-preender como os mecanismos de exceção e vigilância acarretam desequilíbrios no sistema político estadunidense, que perpetuam a priorização da dimensão da segu-rança nacional no país, tanto no âmbito doméstico, quanto internacional. Para acessar os impactos no segundo campo, analisaremos as relações entre os EUA e a América do Sul, como um estudo de caso. O que se argumenta é que, em se tratando das iniciativas

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para a região, as atuações republicana e democrata mais se assemelham que diferen-ciam-se, mantendo uma postura essencialmente reativa a eventos específicos, como o aumento da presença regional chinesa, e alicerçada por temáticas de segurança, como narcotráfico e o terrorismo. Claudio Rodrigues Correa e Giselli Christina Leal Nichols (AFA 5 - Ensino e Análise) GUERRA NAVAL DO FUTURO: CENÁRIOS PROSPECTIVOS NA ERA PÓS-HUMANA Nas tendências tecnológicas militares globais (desenvolvimento de sistemas e equipa-mentos avançados), verifica-se que o emprego de armas inteligentes tem se destacado. Este artigo procura evidenciar cenários prospectivos para a guerra naval nos próximos trinta anos diante das novas tecnologias que suprimem, total ou em parte, a presença física humana no campo de batalha. A pesquisa busca identificar as implicações dessa nova configuração da guerra pós-humana nas relações do homem com sua espécie, configurando um novo sentido de domínio pelo poder, menos pelo emprego da força do que pela capacidade tecnológica. Pretende-se abordar os avanços da biotecnologia, examinar o seu uso no desenvolvimento das tecnologias militares e as implicações morais e éticas decorrentes do uso da força por meio de armas e equipamentos pós-humanos. Para o sustentáculo teórico, são apresentados os conceitos de pós-huma-nismo, transhumanismo, guerras pós-modernas, estratégia, poder naval e marítimo e estudos de futuro. O estudo propõe o uso de cenários prospectivos como metodologia para mapear como a sofisticação tecnológica militar pode sugerir mudanças no modus faciendi da guerra. Seus resultados apontam para a necessidade de uma nova aborda-gem para o planejamento bélico, menos baseada nas características de conflitos passa-dos e mais aberta às possibilidades futuras impulsionadas pelo avanço da tecnologia. Claudio Rogerio de Andrade Flor (AFA 5 – Ensino e Análise) MILLENIUM CHALLENGE 2002: O EMPREGO QUESTIONÁVEL DE UMA FERRAMENTA ANALÍTICA Com ênfase na tomada de decisão, pode-se dizer que o Jogo de Guerra (JG) é uma simulação voltada para um confronto de ideias que fomenta a imaginação de seus par-ticipantes e possibilita o crescimento intelectual na solução de problemas complexos nos mais variados níveis decisórios. Os JG foram empregados com absoluto sucesso pela marinha estadunidense na preparação para a denominada Guerra Aeronavl Pací-fico, durante a II Guerra Mundial. A prática do JG continua presente até os dias de hoje no Naval War College, assim como na Escola de Guerra Naval, instituição de altos estu-dos marítimos da Marinha do Brasil. O sucesso dessa ferramenta analítica de auxílio num processo decisório de alto nível é fruto da participação de atores humanos moti-vados por fatores objetivos e subjetivos. O presente artigo é um estudo de caso que tem como propósito analisar alguns aspectos do JG Millennium Challenge 2002 (MC 02), Jogo esse encomendado pelo Congresso norte-americano com o propósito de ex-plorar os desafios críticos de combate a serem enfrentados pelo comando conjunto das forças dos EUA no nível operacional após 2010. Somente para citar dois aspectos

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que realçam a importância desse Jogo: o envolvimento de 13.500 pessoas a um custo de 250 milhões de dólares americanos. O MC 02 foi promovido pelos funcionários do Pentágono como uma demonstração de "tecnologias avançadas", com o propósito de fornecer aos comandantes militares o "domínio do conhecimento do espaço de bata-lha", para a realização "operações rápidas e decisivas" contra futuros adversários. No entanto, as ideias originais e ousadas do jogador que desempenhava o papel de inimigo apresentaram desafios não imaginados, colocando em cheque a marinha norte-ameri-cana do futuro. Na conclusão será apresentado o legado deste JG para todos os que fazem uso dessa metodologia que sinaliza soluções para problemas complexos. Cristian Daniel Valdivieso (ASI 7 – Segurança, ameaças e América do Sul) REFLEXÕES SOBRE O CONCEITO DE AMEAÇA NOS DOCUMENTOS DE DEFESA EQUATORIANOS O trabalho apresenta como objeto de estudo a política de defesa do Equador no perí-odo da denominada “revolução cidadã” desenvolvida no mandato do ex-presidente Ra-fael Correa nos anos 2007-2017. Desse modo, o objetivo é analisar o conceito de “ame-aça” na transição dos documentos de defesa, sendo estes: Livro Branco de Defesa (2002, 2006) e a Agenda Política de Defesa (2011, 2014). Assim, esta correlação entre os docu-mentos, formulados antes e durante o governo de Rafael Correa, permite compreender as mudanças na percepção das ameaças para assim estabelecer os parâmetros da po-lítica de defesa. Como metodologia se emprega a abordagem qualitativa através da análise de fontes primárias e secundárias. Danillo Bragança (ASI 7 – Segurança, ameaças e América do Sul) ENTRE A SECURITIZAÇÃO E DESSECURITIZAÇÃO: A UNASUL E SUA POLÍTICA DE DROGAS O presente projeto tem como objetivo geral compreender e refletir sobre as experiên-cias de integração em nível de defesa e segurança na América do Sul através da ótica do narcotráfico e da chamada “Guerra às Drogas”. O impacto da construção e aplicação deste discurso pode ser visto nos sistemas multilaterais de defesa da região, como o CDS (Conselho de Defesa Sul-Americano), inserido dentro da Unasul (União de Nações Sul-Americanas). A articulação destes fatores - a repressão às drogas e necessidade de proteção - serão analisados neste projeto de doutorado, sendo que tal análise dar-se-á em dois níveis: individual, estatal e multilateral. O que se vê através da análise do dis-curso da Guerra às Drogas é a formação de um ethos específico, que justifica a tecno-logia de poder e a hegemonia, e favorece, por sua vez, a intervenção, tida em nome de outros ideais. O objetivo geral do projeto será, portanto, rastrear o efeito que a Guerra às Drogas teve nos domínios apresentados, especificamente a saber, o CSPMD e o CDS a partir da compreensão dos discursos que formam os mecanismos de defesa e segurança presentes na América do Sul desde o início da década de 1990 até os recen-tes avanços dentro da Unasul.

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David Paulo Succi Junior (AFA 3 - Modelo de Sociedade e Forças Armadas) FORÇAS ARMADAS E SEGURANÇA PÚBLICA: CONSTRUÇÃO DA AMEAÇA E MILITARIZAÇÃO O objeto de estudo da pesquisa consiste na decisão de se alocar as Forças Armadas em atividades internas, que pressupõem o emprego da força, ou seja, tarefas convenci-onalmente policiais. Enquanto há na bibliografia um intenso esforço voltado à análise da relação entre construção da ameaça e segurança e entre Forças Armadas e demo-cracia, faz-se ausente uma análise teórica mais profunda acerca da relação entre a de-finição da ameaça e a resposta militarizada. Na literatura voltada à sobreposição entre as missões policiais e militares, há o predomínio de trabalhos descritivos, que indicam uma diversidade de reações a ameaças percebidas de forma similar. Deste modo, o problema que deve guiar a presente pesquisa é: quais elementos balizam a relação entre a construção da ameaça e a escolha das Forças Armadas como instrumento ade-quado para lidar com a mesma? Tem-se como hipótese que a decisão aqui analisada não corresponde a uma resposta pragmática a uma realidade objetivamente observada, mas a um conjunto de ideias compartilhadas por determinados atores envolvidos no processo decisório. Diana Cristina de Medeiros Viveiros (ASI 3 - Segurança Regional) PANORAMA DA ATUAÇÃO DO CONSELHO DE DEFESA DA UNASUL: UMA ANÁLISE DO

SEGUNDO EIXO No âmbito regional, a UNASUL, por intermédio do Conselho de Defesa Sul-Americano (CDS), tem-se mostrado o principal foro de concertação para tratar de questões da paz e da segurança internacional. As ações do CDS relacionadas à cooperação militar, às ações humanitárias e às operações de paz estiveram presentes desde o primeiro plano de ação do Conselho, definido em 2009, cujas atividades estiveram prioritariamente voltadas às operações de paz e aos desastres humanitários. Esse trabalho tem como objetivo compreender a atuação do CDS em seu segundo eixo de atuação (cooperação militar, ações humanitárias e operações de paz), demonstrando as principais atividades planejadas e realizadas. Foi realizada taxologia quanto ao tipo de atividade de coope-ração e quanto à área de atuação, avaliando-se o percentual de atenção dado às ativi-dades e compreendendo o perfil dos países que lideraram cada atividade no eixo de atuação estudado. A hipótese de pesquisa avalia a influência da MINUSTAH na conso-lidação da atuação do segundo Eixo do CDS, não somente no âmbito das operações de paz, mas também quanto às ações relacionadas aos mecanismos de respostas aos de-sastres que estão sendo implementados pelo Conselho. Edson Jose Neves Junior (AEC 4 - Políticas de Ciência e Tecnologia) O PROGRAMA ESPACIAL INDIANO PARA A MODERNIZAÇÃO MILITAR: USO DUAL E DISSUASÃO

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O argumento deste texto é que o programa espacial indiano é um dos pilares da mo-dernização militar indiana. Tal programa tem como objetivo a dissuasão em parte do Oceano Índico e na problemática fronteira com o Paquistão. Com notáveis avanços nas últimas décadas, os ativos espaciais conferem ao país melhores capacidades de Co-mando e Controle via Consciência Situacional ampliada e garantia de Ataque de Preci-são para os atuadores empregados pelas Forças Armadas. A conquista espacial operada pela Organização Indiana de Pesquisa Espacial (do inglês Indian Space Research Orga-nisation – ISRO) obteve substantivos progressos com a oferta de serviços para a soci-edade civil via uso dual das plataformas espaciais, ao criar uma divisão comercial-pu-blicitária, a Antrix, integrada com setores privados da economia, e em promover a coo-peração internacional com parceiros fiáveis. Tal modelo de gestão se ampara na per-cepção das vantagens oferecidas por um mercado espacial em expansão. Militarmente, o programa espacial se concentra em quatro fundamentos: a construção de vetores para estacionamento das plataformas no espaço; a disposição de sistema de comuni-cações por satélites em órbita geoestacionária; a instalação de plataformas espaciais para sensoriamento e imageamento; e a criação de uma rede espacial de alcance regi-onal para navegação e guiagem. Na atualidade, os objetivos do projeto indiano se cir-cunscrevem a estabelecer meios para militarização do espaço, com ainda poucos re-cursos de armamento espacial. O método empregado nessa pesquisa articula um aná-lise quantitativa-comparativa com um estudo qualitativo dos meios espaciais do pro-grama espacial indiano para averiguar sua sustentabilidade econômica, as possibilida-des de aperfeiçoamento via cooperação internacional e sua eficácia e adequação à modernização militar indiana para dissuasão. Eduardo Souza Pereira (APD 4 - Estratégia e Desenvolvimento) END E POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA: O USO DA DISSUASÃO E OUTROS INSTRUMENTOS

DO PODER MILITAR Segundo Raymond Aron, a Diplomacia e o Poder Militar (descrito por ele como estraté-gia) são complementares na Política Externa. Dessa forma, ferramentas do setor de De-fesa poderiam ser utilizados para auxiliar na consecução de objetivos nacionais na área internacional (no que concordam outros autores, como Carr, Keohane e Nye). En-tretanto, existem dificuldades para o uso do instrumento militar no caso da Política Externa Brasileira (PEB), como a visão hegemônica da Diplomacia (Alsina Jr.), a desvalo-rização da dissuasão militar como fonte de prestígio internacional ou regional (Maria Regina e Monica Hirst) e a falta de uma definição política do Estado (Maria Regina). Porém, ao ser analisada a proposta de 2016 da END, assim como a END 2012, ambas destacam a prevalência da ação diplomática na concepção estratégica de defesa naci-onal, com o incremento da confiança mútua, dos laços de amizade e cooperação. Tam-bém aparecem ações como: segurança das linhas marítimas; ajuda humanitária; opera-ções de paz e outras missões internacionais; fortalecimento da Base Industrial de De-fesa; mobilidade estratégica; projeção de poder (Força Expecionária); e dissuasão. Dessa forma, a Política de Defesa – com maior legitimidade por passar por discussões junto à sociedade (Academia e Legislativo) – apresenta diversas formas de uso do Poder Militar

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em apoio à PEB, tanto na vertente soft como na de hard power. Como as ferramentas militares de soft power já são utilizadas (cooperação, ajuda humanitária etc.), a questão é: os demais instrumentos também não seriam benéficos para o interesse nacional no campo externo – robustecendo o poder brando, como nas palavras de Celso Amorim? O objetivo deste trabalho é discutir essa assertiva, permitindo expandir uma visão res-trita do uso do Poder Militar na PEB – observando a Constituição Federal de 1988 sobre princípios nas relações internacionais (Art. 4) e competência pela PEB (Art. 84). Eduardo Xavier Ferreira Glaser Migon e Luiz Adolfo Sodré de Castro Júnior (ASI 5 - Teoria e Estratégia) "DA GUERRA" EM TEMPOS DE "NÃO GUERRA": REFLEXÕES (PRELIMINARES) SOBRE A APLICABILIDADE DOS PRINCÍPIOS DE CLAUSEWITZ NO CENÁRIO BRASILEIRO CONTEMPORÂNEO Trata-se de ensaio teórico que busca refletir acerca da aplicabilidade dos princípios expostos por Clausewitz (Da Guerra, 1832) à realidade contemporânea brasileira. Em termos epistemológicos, o estudo vincula-se à área das Ciências Militares, mais espe-cificamente às subáreas da Teoria da Guerra e da Operações Militares, e à Teoria da Complexidade, adotada como paradigma conceitual de apoio. Em termos metodológi-cos, tem-se que a pesquisa é de cunho qualitativo, utilizando técnicas de pesquisa bi-bliográfica e de pesquisa documental como instrumento de coleta de dados e o estudo de caso como técnica preferencial de apreensão da realidade investigada. Tanto a re-visão da literatura quanto a realidade factual foram refletidos com apoio da técnica de análise de conteúdo. A aderência ao campo dos Estudos de Defesa é consequência direta do recorte teórico e do objeto de pesquisa, que incide no estudo do emprego teórico e prático de meios militares em operações militares conduzidas em território nacional. A revisão da literatura buscou equilibrar autores clássicos e contemporâneos, ao mesmo tempo em que enfatizou a literatura internacional. Foram estudas operações de Garantia da Lei e da Ordem conduzidas sob diferentes abordagens, a exemplo de operações de pacificação (Operação SÃO FRANCISCO 2015 e ARCANJO 2017) e de apoio a grandes eventos (Operação JMM 2011, JMJ 2013, COPA 2014, OLIMPÍADAS 2016). Os resultados da pesquisa são sugestivos de que os pressupostos de Clausewitz per-manecem vigentes e são aplicáveis à realidade brasileira contemporânea. Eduardo Xavier Ferreira Glaser Migon e Marco Aurélio Vasques Silva (APD 1 - Política, Gestão e Governança) GOVERNANÇA EM DEFESA: INTRODUZINDO UMA POSSÍVEL AGENDA DE PESQUISA E DISCUSSÃO Trata-se de ensaio teórico que tem por finalidade refletir acerca do tema geral “Gover-nança e Defesa”. Em termos gerais, insere-se no campo dos Estudos de Defesa. Em termos específicos, aproxima-se da agenda dos subcampos da Gestão de Políticas Pú-blicas e da Gestão de Defesa. Em termos metodológicos, registra-se a adoção de pers-pectiva qualitativa. No que concerne às técnicas de pesquisa, tem-se que os dados fo-ram gerados com apoio de pesquisa bibliográfica e documental, assim como de obser-vação participante da dinâmica específica investigada. Adotou-se a análise de conteúdo como técnica de análise preferencial. Em termos conceituais, discute-se os custos de

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transação e a assimetria de informação entre os atores políticos e os atores organiza-cionais, sugerindo-se a conveniência de serem pesquisados, construídos, discutidos e implementados modelos de relacionamento entre estes. A revisão da literatura é am-pla, acolhendo fontes nacionais e estrangeiras. O recorte temporal, alargado, investiga correntes teóricas estabelecidas ao longo de vinte anos de evolução do campo. O re-ferencial teórico é construído progressivamente, sistematizando elementos de gover-nança, governança pública e, propondo uma nova agenda de pesquisa, governança em Segurança & Defesa (S&D). Como resultado tem-se a extração de seis proposições teó-rico-conceituais, sugestivas de caminhos para novas pesquisas e/ou reflexões. Elany Almeida de Souza e Mariana de Castro Silva Souza (AFA 3 – Modelo de Sociedade e Forças Armadas) A INTEGRAÇÃO CIVIL-MILITAR E A MUDANÇA DE PERSPECTIVA DOS ESTUDOS DE DEFESA Os Estudos de Defesa tradicionalmente estabeleciam uma relação necessária com os assuntos estritamente militares, reservados ao Estado e aos militares como seus agen-tes. Esse foi por muito tempo o pensamento comum. Contudo, as novas perspectivas dos documentos de defesa têm apontado cada vez mais para a necessidade de que a Defesa seja tratada como política pública, o que consequentemente sugere uma maior participação de civis nesse debate, sobretudo no campo acadêmico. Nesse sentido, pre-tende-se, a partir de uma abordagem dialética, discutir acerca da integração civil-militar no âmbito da Escola de Comando e Estado Maior do Exército-ECEME, em específico a partir da abertura da primeira turma de Doutorado acadêmico para civis e como essa possibilidade de compartilhamento e construção conjunta de conhecimentos pode re-fletir na ampliação e aprimoramento dos Estudos em Defesa no Brasil. De forma a cum-prir esse objetivo, foi empregado o método monográfico, por meio de pesquisa biblio-gráfica em literatura especializada interdisciplinar e como técnica, partiu-se da cons-trução de fichamentos e resumos estendidos de autores que versam acerca do tema, os quais foram trabalhados no âmbito da disciplina de Sociologia Militar ministrada no Programa de Pós-Graduação em Ciências Militares da ECEME, bem como da experiên-cia das autoras como Doutoranda e Mestranda do referido PPG. Felipe Ramos Garcia (AFA 3 – Modelo de Sociedade e Forças Armadas) FORÇAS ARMADAS, POLÍCIA E POLÍTICA: UMA ANÁLISE DAS CORPORAÇÕES PAULISTAS A análise dos documentos do Departamento de Ordem Política e Social entre os anos de 1946 a 1964 fornece pistas importantes para compreensão da atuação política de membros das corporações policiais paulistas no período que antecedeu ao golpe civil militar. Os documentos apontam para existência de uma movimentação política e or-ganizada de membros da Força Pública e da Guarda Civil e que estava diretamente atrelada às movimentações políticas que também ocorriam no seio das Forças Armadas; isso porque as corporações policiais paulistas estavam submetidas ao comando das FFAA, sendo, portanto, instituições militarizadas. Tais movimentações eram resultado das disputas entre grupos militares e se expressavam no engajamento com a luta pelas

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causas nacionais e a defesa de pautas corporativas. Observadas sobre a ótica dos Par-tidos Militares, essas disputas revelam a influência que pesava sobre esses grupos e que, no caso dos policiais, variavam ainda de acordo com os grupos ou atores políticos que comandavam o poder executivo a nível estadual e municipal. O objetivo deste trabalho é compreender as influências políticas que pesavam sobre as corporações policiais e que determinavam a sua atuação política no período destacado, principal-mente nas campanhas eleitorais de sargentos, em 1957; nas greves salariais de 1961; e nas reivindicações para diplomação de militares das policiais eleitos em 1963. A inves-tigação da relação política entre membros das FFAA com membros das corporações paulistas é decisiva para compreensão dos eventos supracitados. Flavio Américo dos Reis (ASI 1 - Operações de Paz) ECONOMIA, INSTITUIÇÕES, CONFLITOS ARMADOS E A PARTICIPAÇÃO DO SETOR PRIVADO NAS MISSÕES DE MANUTENÇÃO DE PAZ DAS NAÇÕES UNIDAS Keynes idealizou instituições originais destinadas a criar uma ordem econômica inter-nacional capaz de promover a paz mundial. Na sua opinião, a paz é a condição prévia mais importante para o desenvolvimento econômico. Seria por meio do comércio, e não do conflito militar, que as nações poderiam alcançar segurança e prosperidade. No pós-Guerra Fria, em conjunto com ações de algumas outras instituições internacionais, como o Banco Mundial, as Nações Unidas têm desempenhado destacado papel no de-senvolvimento dos países onde são estabelecidas as operações de paz. Aspectos como a estrutura da missão, a nacionalidade do material adquirido para a operação, a con-tratação de mão-de-obra nacional, bem como os gastos de subsistência do efetivo con-tratado são relevantes para impulsionar economias afetadas por conflitos duradouros. É possível afirmar que, de forma geral, cada dólar gasto localmente gera 1,50 dólar adi-cional no Produto Interno Bruto (multiplicador keynesiano). Assim, decisões políticas sobre os gastos das operações de paz podem afetar o desenvolvimento dos locais onde elas são implantadas. Uma dessas escolhas é a privatização. Argumenta-se, neste do-cumento, que o papel cada vez maior do setor privado nas operações de paz da ONU, em atividades antes desempenhadas por organizações militares, como, por exemplo, apoio logístico, contribuem para o desenvolvimento e, portanto, para o processo de paz. Flávio Henrique do Nascimento e Alexandre Chechlinsky (APD 5 - Poder Público e Política de Defesa) A CONJUNTURA ECONÔMICA E O PENSAMENTO ESTRATÉGICO DE DEFESA BRASILEIROS A pesquisa pretende apresentar a relação entre a conjuntura econômica e o pensa-mento estratégico de defesa do Brasil, entre os anos de 2008 e 2016, expresso em seus documentos guias: a Política Nacional de Defesa (PND) e a Estratégia Nacional de Defesa (END). Para atingir o objetivo proposto, utilizou-se de uma análise gráfica dos dados, alicerçada em pesquisa bibliográfica e documental. Investiga-se a relação entre a for-mulação das PND e END com a conjuntura econômica brasileira, com base na análise

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do Produto Interno Bruto, da inflação, do Índice de Desenvolvimento Humano, do orça-mento público e do orçamento de defesa. Os resultados apontam que, a despeito do crescimento nominal do orçamento público e dos recursos destinados a defesa, outros fatores têm dificultado a concretização das metas e objetivos previstos nos citados documentos. Dentre esses, a imaturidade das estruturas do Ministério da Defesa, que ainda não tem conseguido desempenhar o papel de integração e de padronização es-perado e a não observância da realidade econômica do país, na formulação dos objeti-vos e estratégias nacionais. Em síntese, este trabalho visa aprofundar o debate sobre as minutas das PND e END 2016, apontando razões pelas quais as diretrizes políticas anteriores não foram capazes de induzir qualquer tipo de sinergia. Dessa forma, espera-se contribuir para que a formulação da Política e da Estratégia Nacional de Defesa nor-matizem objetivos e ações adequados às realidades e às necessidades da sociedade brasileira. Flávio Pedroso Mendes (ASI 5 - Teoria e Estratégia) O PODER AÉREO ENCONTRA CLAUSEWITZ: COERÇÃO MILITAR COMO GUERRA LIMITADA Após décadas de relativa negligência intelectual, forçada pela proeminência da dinâ-mica dissuasória no relacionamento entre as duas superpotências da Guerra Fria, a coerção militar passou a ocupar, a partir dos anos 90, lugar de destaque nos estudos de segurança internacional. Em particular, a nova onda de estudos sobre coerção mili-tar acompanhou e, ao mesmo tempo, foi reforçada pelo crescente interesse no poten-cial de emprego coercitivo independente de recursos aéreos. O paper propõe a apre-ciação crítica do estudo da coerção militar, centrada no estudo mais demandante e representativo acerca do tema: o Bombing to Win: Air Power and Coercion in War (1996), de Robert A. Pape. Confrontar-se-á a premissa elementar da obra, que é compartilhada pelo restante da literatura substantiva do campo, de que a coerção militar é essencial-mente distinta do ato de guerrear. Esse confronto depreende do contraste entre a abor-dagem de Pape e a Teoria da (conduta da) Guerra de Carl von Clausewitz. Conclui-se pela identidade essencial entre coerção militar e guerra, da qual derivam duas asser-ções centrais para o estudo da coerção militar: (i) coerção militar é guerra em sua es-sência e, como tal, é um fenômeno integralmente político, com resultados completa-mente subordinados à dinâmica política; e (ii) a ocorrência do que os estudiosos cha-mam de sucesso da coerção militar nada mais é do que a manifestação de uma guerra limitada, uma das duas formas que as guerras podem assumir na realidade. Francisco Eduardo Alves Almeida (AEC 3 – Poder Militar) CLASSIFICAÇÃO DE MARINHAS: UM DESAFIO NA HISTÓRIA DO TEMPO PRESENTE O que se pretende com essa investigação é classificar as marinhas de guerra segundo critérios quantitativos e qualitativos. O propósito é estabelecer um ranking de poder relativo entre as marinhas de guerra das Américas. Trata-se de uma pesquisa inserida no Projeto Pró-defesa CAPES/MD. O que se pretende é apresentar os resultados dessa investigação para os colegas.

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Gabriele Molina Hernández (APD 2 - Política de Defesa e Poder Naval) A RECONSTRUÇÃO DA ESTAÇÃO ANTÁRTICA COMANDANTE FERRAZ: POLÍTICAS PÚBLICAS OU DE DEFESA? O objetivo do trabalho será analisar os esforços brasileiros, desde 2012, em manter sua participação no Tratado da Antártica e continuar o programa nacional voltado para o con-tinente, após a Estação Comandante Ferraz ter sido destruída por um incêndio, a partir dos documentos disponibilizados pela Marinha para o PROANTAR. Para uma melhor compre-ensão do Sistema Antártico, o Tratado da Antártica será delineado, focando nos aspectos de cooperação do tratado, ao mesmo tempo seguindo as ambições por trás das ações da nação para o continente. Utilizando o método de Avaliação de Políticas Públicas como guia, o foco principal será os esforços governamentais, através de intervenção, para estabelecer os procedimentos padrões respeitando o tratado, ao enviar ajuda financeira e transformá-la em uma nova estação, após extensivo estudo de impactos ambientais na área, do mo-mento em que a estação antiga foi destruída, até os primeiros passos para a construção da nova, no período de 2012-2016. Gilberto de Souza Vianna AFA 5 – Ensino e Análise) SOCIAL NETWORK ANALYSIS: ESTUDO E ANÁLISE DE REDES SOCIAIS EM APOIO À POLÍTICA DE DEFESA E SEGURANÇA PÚBLICA O presente trabalho e continuação de trabalho apresentado na "conference of the International Network for Social Network Analysis in Beijing, May 30-June 4", objetiva estudar possibilidades de análise de redes sociais em fontes abertas para embasamento de politicas públicas em Defesa e Segurança Pública. Utilizando a plataforma gephi como instrumento de mapeamento de redes sociais. A estrutura de rede, em suma, não é um quadro teórico em si. Em vez disso, oferece-nos um quadro analítico que congrega interações sociais entre um determinado con-junto de atores. Uma vez que a rede é montada ao longo de um ou mais tipos de relaciona-mentos, torna-se possível avaliar vários temas analíticos que estão no centro das principais teorias do crime. As redes estudadas nesta pesquisa são baseadas em empreendimentos cri-minais coletivos e características distintivas, enfatizo que as redes criminosas poderiam, em teoria, incluem praticamente qualquer um - mas, na prática, nem todos no mesmo tempo. Uma rede é uma estrutura flexível que sempre pode gerar novos nós e relacionamentos. As redes são resilientes e podem ser compostas por muitas características. Uma rede pode ser, mas não tem que ser baseada em classe. Pode ser, mas não precisa ser, um produto de design urbano e condições econômicas. Atores em uma rede podem ser, mas não precisam ser, geografica-mente concentrados, formalmente organizada ou unida por um sistema de valores comuns. Para operação fins, a única característica de definição que aceitamos com um nível respeitável de consenso é que uma rede social é um conjunto finito de atores e as relações que os definem. Como uma rede combina relacionamentos sobrepostos, atores na rede podem estar direta ou indiretamente relacionados. Esta definição oferece um amplo conjunto de possibilidades.

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Giovanna Ayres (AFA 4 - Conflitos Contemporâneos) A CONSTRUÇÃO DAS CRIANÇAS-SOLDADO NO DISCURSO HUMANITÁRIO Apesar de a utilização de crianças-soldado ocorrer há anos e em diversos países, ob-servamos que somente a partir da década de 1990 e, mais especificamente, no início do século XXI algumas agências humanitárias passaram a dar especial atenção à utili-zação de crianças-soldado, conferindo um senso de urgência ao tratamento da temática. Partindo do entendimento de que as agências humanitárias são atores internacionais capazes de produzir discursos, defendemos que tais agências humanitárias produziram discursos que construíram e consolidaram imagens hegemônicas tanto das crianças-soldado quanto das partes beligerantes que empregam crianças. Argumentamos que esses discursos e imagens associam diretamente o emprego de crianças-soldado ao subdesenvolvimento sócio-econômico de algumas regiões do mundo, legitimando po-líticas intervencionistas nessas áreas, ao mesmo tempo em que negligenciam a questão mais ampla da militarização da infância que ocorre em muitos países desenvolvidos e subdesenvolvidos. A presente pesquisa encontra-se em fase inicial e, atualmente, con-centra-se na revisão bibliográfica acerca de como as crianças-soldado são tratadas na bibliografia especializada no tema. Glauber Juarez Sasaki Acácio (APD 1 - Política, Gestão e Governança) COMANDO E CONTROLE E SISTEMAS DE COMUNICAÇÕES CRÍTICAS: ANÁLISE NOS DOCUMENTOS DE DEFESA BRASILEIROS Um dos eixos estruturantes da Estratégia Nacional de Defesa (END) é a reorganização das Forças Armadas (FA). Esta reorganização prevê um sistema nacional integrado de comunicações críticas com o objetivo de aprimorar os meios e processos das FA na área de Comando e Controle. Isto implica em dotar a Nação da capacidade de resposta em situações excepcionais, preservando-se o funcionamento normal das funções vitais do Estado. Cabe destacar que as minutas da Política Nacional de Defesa (PND) e da Estratégia Nacional de Defesa, correspondentes ao período 2017/2020, apresentam a capacidade de coordenação e controle como uma das Capacidades Nacionais de De-fesa, tendo em vista a coordenação entre os diversos órgãos governamentais, por meio do domínio e a integridade do tráfego de informações. Tal sistema tende a ser estrutu-rado em redes e composto por capacidades oriundas de outros sistemas privados de comunicações, quando empregados em situações emergenciais. Dessa maneira, os Sis-temas de Comunicações Críticas cooperam para a coordenação e controle nos campos da Defesa Nacional, da Proteção e da Defesa Civil, da Segurança Pública, da fiscalização e da repressão a ilícitos. Este trabalho, mediante a revisão das diferentes versões dos principais documentos de defesa brasileiros (PND, END e Livro Branco de Defesa Naci-onal), tem o intuito de analisar os reflexos das políticas de defesa sobre as capacidades nacionais de Comando e Controle. Ainda, pretende investigar se os Sistemas de Co-municações Críticas atuam como ferramenta de apoio a segurança e defesa nacional,

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aptos a operar em ambiente interagência e integrados aos sistemas de outras institui-ções governamentais e organizações civis. Palavras-chave: Estratégia Nacional de De-fesa, Política Nacional de Defesa, Livro Branco de Defesa Nacional, Comando e Controle, Sistemas de Comunicações Críticas. Gregor Guedes A. A. de Rooy (AFA 6 – Políticas de Defesa e Desenvolvimento) A CONSTRUÇÃO DE UMA CLASSE DE ESTRATEGISTAS NOS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO

DAS ESCOLAS MILITARES Analisaremos a participação de civis em cursos de pós-graduação oferecidos pela Es-cola de Guerra Naval e a Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. Estas têm, entre suas finalidades, formar tanto civis como militares que possam assessorar ou participar do processo decisório em temas de defesa do alto escalão da nação. A Escola de Comando e Estado-Maior da Aeronáutica não oferece este tipo de curso a civis, porém analisaremos o mestrado para civis e militares oferecido pela Universidade da Força Aérea, bem como pelo Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia ofertado pela Escola Superior de Guerra. Assim, poderei elucidar a seguinte questão: Qual mo-vimento em direção a uma classe profissional e nacional de estrategistas? Para este fim discuto a relação civil-militar através do conceito de estratégia; faço breve apanhado histórico da participação militar em questões domésticas e externas e destaco consi-derações sobre o ensino de defesa encontradas em documentos oficiais e diretrizes nacionais tais como o Livro Branco de Defesa Nacional, a Estratégia Nacional de Defesa e a Política Nacional de Defesa. A exposição destes dados associada ao debate teórico sugerido proverá ao leitor as ferramentas analíticas para compreender o contexto em que civis e militares produzem conhecimentos na área de defesa nas Escolas Militares o que pode ser útil para a administração pública federal que conta com poucos civis atuando no Ministério da Defesa. Os dados deste estudo serão obtidos através de visita ao site institucional das escolas e/ou visita física às mesmas. Informações complemen-tares serão obtidas através de documentos oficiais relacionados aos cursos. Guilherme Cel. S. Santos (APD 4 - Estratégia e Desenvolvimento) O COMPLEXO INDUSTRIAL MILITAR NO DISCURSO DE EISENHOWER EM 1961 Em 1961, no discurso de encerramento do seu mandato de presidente da maior potência industrial do mundo, Einsenhower faz um alerta a nação. Ele diz que teme o futuro de quem sentará naquela cadeira, que provavelmente saberá menos dos segredos e en-tranhas das forças militares e ainda assim terão de lidar com um “complexo industrial militar” que cada vez assume maior importância e poder, para além do poder do man-datário daquela cadeira. Tal evento é tão significativo na memória coletiva que o docu-mentário “Why we fight?”, de 2006, retoma esse discurso que soa bastante atual aos seus espectadores. Ao quê exatamente o ex-presidente estava se referindo? Se tal com-plexo escapa ao poder do representante máximo da República, quem afinal lhe controla? Por que tal complexidade precisou ser destacada em um discurso alarmista? O que

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significou para os contemporâneos esse discurso e o que ele continua nos dizendo até hoje? O que ele revela sobre o papel desse setor na matriz de poder expansiva norte-americana? Guilherme Coscrato Rasquini (APD 6 - Instituições e Defesa) AS CONCEPÇÕES E POSICIONAMENTOS SOBRE SEGURANÇA E DEFESA NA OEA E NA JUNTA INTERAMERICANA DE DEFESA DURANTE OS GOVERNOS DE LUÍS INÁCIO LULA DA SILVA (2003-2010) A intensificação no fluxo global após o fim da Guerra Fria sucinta uma revisão aos princípios clássicos nas áreas de Segurança e Defesa dos Estados, em decorrência da sua aparente incapacidade em lidar com as, assim denominadas, “novas amea-ças”. Nesse caso, as ameaças não são mais provenientes somente de outros Estados, mas igualmente no interior desses pelos agentes transnacionais, capazes de permear as fronteiras nacionais com maior facilidade e gerar incertezas acerca da utilização legítima da força do Estado, isto é, de suas forças castrenses. Na América Latina houve a penetração do conceito da existência de “ameaças intermésticas”, entendidas como ameaças que podem ser interna e externa aos países, permitindo a utilização das Forças Armadas no interior do território nacional e contra a própria população. No entanto, desde o período de redemocratização o Brasil aparenta defender uma visão divergente de segurança e defesa em relação às ameaças intermésticas, como resultado de sua vontade em transformar o país em um global player. Destacam-se as mudanças na po-lítica externa realizadas durante os dois mandatos do governo de Luís Inácio Lula da Silva em aumentar o protagonismo brasileiro internacionalmente e propor reformas no âmbito da Junta Interamericana de Defesa e na OEA, em uma posição divergente a adotada pelos Estados Unidos sobre segurança hemisférica. Assim, a presente pesquisa possui o objetivo de estudar o entendimento do Ministério de Relações Exteriores Bra-sileiro na OEA sobre Segurança e Defesa. Hendrick Magalhães Karg, Christiany Frasson e Patricia Cunha (APD 1 - Política, Gestão e Governança) FRAGILIDADES DOS INSTRUMENTOS REGULATÓRIOS DE DEFESA NACIONAL O artigo busca analisar e compreender os diversos documentos relacionados à defesa naci-onal que fazem uso de diferentes termos para dizer a mesma coisa. Assim, a pesquisa anali-sou os principais Instrumentos Regulatórios, tais como Livro Branco de Defesa, Política Naci-onal de Defesa, Estratégia Nacional de Defesa, Plano Estratégico de Fronteiras, relacionados à segurança das fronteiras brasileiras, onde os termos “delitos”; ilícitos”, “crimes”, “transfron-teiriços” e “transnacionais” são citados em diversas situações. A dificuldade de entender os diferentes termos que cada Instrumento Regulatório utiliza é que obstaculiza uma melhor interação e integração dos órgãos competentes que atuam na área de defesa e de segurança nacionais. Optou-se pelo uso de uma metodologia qualitativa a partir das considerações de autores da área jurídica, a fim de se obter uma definição adequada para o referido estudo. Tal fato, tem como objetivo viabilizar uma melhor atuação das Forças Armadas na segurança nacional, em especial da Marinha do Brasil, que tem um papel fundamental nas fronteiras

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marítimas brasileiras, cuja dimensão geográfica facilita as ameaças transfronteiriças (ex: con-trabando, descaminho, tráfico drogas, tráfico de armas, biopirataria). Conclui-se, então, que a busca e o entendimento da política de defesa por meio dos referidos documentos como bem público requer compreensão regulamentares e análise da defesa nacional com fer-ramentas das políticas públicas. Ingrid Erthal Martinez e Victor Brito Ferraz (AEC 1 – Desafios do Espáco Cibernético) GUERRA CIBERNÉTICA, TERRORISMO CIBERNÉTICO E HACKTIVISMO: ANÁLISE NO ÂMBITO

DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS E ESTUDOS ESTRATÉGICOS De conformação recente, o Espaço Cibernético dispõe de dinâmica e taxonomia pró-prias. Em âmbito brasileiro, tal espaço ganhou maior notoriedade a partir da publicação, respectivamente, do Livro Branco de Defesa Nacional, da Estratégia Nacional de Defesa e da Portaria Nº 666, de 4 de agosto de 2010 (com a qual é criada o Centro de Defesa Cibernético do Exército). O presente trabalho visa tecer uma breve análise acerca de objetos em constante destaque tanto na mídia quanto na produção acadêmica especi-alizadas (a saber: a guerra cibernética, o terrorismo cibernético e o hacktivismo) e pos-síveis respectivos enquadramentos no âmbito das Relações Internacionais e Estudos Estratégicos, em especial na área da Segurança Internacional. Para tal, serão elencados eventos recentes de grande relevância para a discussão do tema, bem como a compa-ração entre conceitos adotados por diferentes setores e organizações locais e interna-cionais (tais como as Forças Armadas e a Academia). Isabella Terror, Rogério Carvalho e Tatyanna Barreira (APD 4 - Estratégia e Desenvolvimento) A DICOTOMIA DEFESA E DESENVOLVIMENTO APÓS GOVERNOS MILITARES Os modernos documentos estratégicos de defesa nacional: a Estratégia Nacional de Defesa (END,2008 – decreto 6703) e a Política Nacional de Defesa (PND,2005) condicionam o pla-nejamento das Forças Armadas e da sociedade civil como um todo visando a manutenção da segurança e da defesa da nação. Para isso, estabelecem as diretrizes e os pilares que sustentarão seu planejamento. De maneira ampla e sucinta, a PND demonstra que o binô-mio defesa e desenvolvimento deve ser estabelecido. “Esta Política pressupõe que a defesa do País é inseparável do seu desenvolvimento, fornecendo-lhe o indispensável escudo.” (BRASIL, 2005). Em um país em desenvolvimento, em que há necessidades básicas da po-pulação (educação, saúde, saneamento etc. a serem cumpridas e no qual a corrupção pa-rece instaurada em todos os órgãos sem distinção é preponderante demonstrar benefícios palpáveis e imediatos à nação. Seria insustentável considerar gastos em áreas não vistas pela população como prioritárias se não fosse aliado ao seu progresso. Por possuir uma indústria cara e específica voltada a um monopsônio, em geral, a defesa, se compreendida como propulsora do desenvolvimento, é incorporada como uma necessidade nacional. As-sim, esse artigo, se propõe a mostrar como, nos últimos 30 anos, os projetos em âmbito da

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Marinha do Brasil tem impulsionado direta ou indiretamente o progresso da nação. A pro-posta do artigo é demonstrar quais os fatores que influenciaram o desenvolvimento da nação. Jéssica Gonzaga e Pedro Gustavo Aubert (APD 8 – Abordagens HIstóricas) DIPLOMACIA E FORÇA NA BACIA DO PRATA: POLÍTICA DE DEFESA DO ESTADO IMPERIAL

(1852-1864) Durante o processo de fortalecimento do Estado Imperial, a partir de 1850, a política externa brasileira orientada por Paulino José Soares de Souza, Ministro dos Negócios Estrangeiros sofreu uma guinada, substituindo o princípio de não-intervenção pela ação proativa, concentrada na Bacia do Prata para atender os seguintes interesses na-cionais: liderança regional, a partir de intervenções, a fim de impedir execução do pro-jeto rosista de restauração do Vice-Reinado do Prata, definição dos limites territoriais e a livre navegação dos rios platinos. Entre a Guerra de Rosas e Oribes até a eclosão da Guerra do Paraguai, o emprego da violência ou sua ameaça eram analisados em con-formidade as ações da diplomacia, sobretudo, entre 1852 e 1864, contexto histórico ca-racterizado pela pax armada na região platina. Enquanto os interesses brasileiros eram negociados pela diplomacia, a Armada Imperial desempenhava um papel militar-estra-tégico a fim de persuadir os governos regionais mediante ameaça do seu poder militar, conforme ocorrido durante a Missão Pedro Ferreira de Oliveira (1854), Missão do vapor Maracanã (1856) na República do Paraguai, Missão Paranhos (1858) e a Missão Saraiva na Banda Oriental do Uruguai (1864). A comunicação almeja apresentar, a partir da aná-lise documental do arquivo do Visconde do Uruguai (IHGB), Coleção Documentos Na-vais (IHGB), Série Marinha (Arquivo Nacional) e Arquivo do Almirante Tamandaré (Ar-quivo da Marinha), como o Estado brasileiro formulou sua política de defesa, articu-lando o Ministério dos Negócios e Estrangeiros e o Ministério da Marinha, ou seja, a diplomacia e a força, para garantir a liderança regional, manutenção da unidade e inte-gração territorial. José Cimar Rodrigues Pinto (AFA 3 – Modelo de Sociedade e Forças Armadas) A POLÍTICA E O MILITAR: RELAÇÕES COM O ESTADO, MOTIVAÇÕES E ÉTICAS As relações entre civis e militares, dentre muitas facetas, apresenta, empiricamente, di-ferenças de visões e de formas de proceder; dissonâncias essas que tiveram um mo-mento marcante, no período de 1964 e 1985, no qual os governantes militares se viram desafiados pela ética das suas origens confrontada com aquela própria da política, na conceituação de Max Weber, pela ética da responsabilidade, a qual foi exposta em sua obra A Política como Vocação. Esse conflito, mesclou-se com outro, de maior magnitude: a intenção de retirar o segmento militar da política, o que lhes impunha adotar medidas contraditórias com a suas próprias atuações nessa atividade. Esse estudo pretende ana-lisar tais interações, para cuja finalidade, pretende examinar, por meio de análise polí-tica comparativa, a Vocação Militar, amparando-se nas mesmas categorias utilizadas

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por Weber na obra citada, quais sejam: nas relações com o Estado, motivações e formas éticas de proceder. Jose Eustaquio Nogueira Guimaraes (APD 4 – Os Novos Documentos de Defesa II) A CARACTERIZAÇÃO DO BRASIL COMO POTÊNCIA MÉDIA / POTÊNCIA REGIONAL E AS NOVAS PROPOSTAS DA PND E DA END A apresentação versa sobre a caracterização de auto-percepção do país como potência média / potência regional, expressa na Política Externa Brasileira desde 2003 até os dias atuais e, com maior destaque, como as posturas definidas nos documentos de Defesa elaborados em 2016 (PND e END) impactam nessa percepção. O canadense Adam Cha-pnick discute os fatores que podem definir o termo potência média. O autor sugere três critérios para a definição: hierárquico, comportamental e funcional. A análise de tais critérios permite estabelecer um vínculo entre a proposta conceitual do termo e a postura adotada pela Política Externa de um país. O estudo busca verificar se os parâ-metros apresentados por Chapnick permitem enquadrar o Brasil como potência média, em função das posturas adotadas nos governos de Lula da Silva e Dilma Roussef e as eventuais alterações produzidas em função dos aspectos evidenciados pelo comporta-mento adotado pelo governo Temer. Nesse sentido, também será analisado o posicio-namento do estamento de Defesa brasileiro, manifestado nas propostas de Política Na-cional de Defesa e de Estratégia Nacional de Defesa enviados ao Congresso Nacional, especialmente nos aspectos relacionados à Segurança Internacional, mas também em outros tópicos que poderão impactar a postura de potência média / potência regional. Nesse contexto, o artigo também lança foco na relação entre a estrutura diplomática brasileira e o segmento de defesa, que timidamente parecem se aproximar, tentando deduzir tal relacionamento na forma como os documentos de Defesa expressam o po-sicionamento do Brasil no cenário internacional. José Vítor Siqueira Bazuchi (AEC 2 – Base Industrial de Defesa) OS PROJETOS ESTRATÉGICOS DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS DE DEFESA E O FUTURO DA CAPACIDADE DISSUASÓRIA BRASILEIRA Nos últimos 150 anos, o Brasil tem sido suficientemente poderoso para dissuadir agres-sões e manter-se em paz em seu entorno estratégico, mas não foi capaz de impedir que as grandes potências o arrastassem, à revelia de seus interesses, para os conflitos globais: mesmo distante dos principais focos de disputas internacionais, o país não está, portanto, isolado e imune às disputas mundiais. O cenário internacional futuro, para o qual o Brasil precisa se preparar, é complexo, com choques entre ondas de globalização e desglobalização, enfraquecimento do estado westphaliano, imigração ilegal, direitos humanos, desequilíbrios ambientais, desigualdades econômicas e sociais, aumento do poder de novos atores não-estatais (narcotráfico, cartéis, gangues de rua, caudilhos e senhores da guerra), terrorismo, ciber-vandalismo, empresas militares privadas e gru-

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pos se segregando por ideologias radicais e fanatismos religiosos. Embora os EUA man-tenham sua marcante superioridade militar, o poder mundial voltará a ser multipolar, com o crescimento econômico de países como a China, Índia e Rússia, que se juntarão à União Europeia e Japão. O campo de batalha tenderá a se tornar predominantemente urbano, com emprego revolucionário de drones, robôs, cibernética, nanotecnologia e biotecnologia. O Brasil, procurando desempenhar um papel mais relevante nas deci-sões internacionais, precisa ser respaldado pelo aumento de sua capacidade dissuasó-ria e, para tanto, concentra-se no desenvolvimento de projetos estratégicos relevantes na guerra moderna, com grande conteúdo científico-tecnológico e que buscam superar os seus principais desafios tático-estratégicos (submarino nuclear, defesa cibernética, caça multitarefas F-X2, mísseis, ASTROS 2020, SISFRON, etc.). Tais medidas, contudo, são insuficientes, pois não contemplam investimentos em tecnologias disruptivas de 4ª e 5ª gerações (robótica, nanotecnologia e biotecnologia) e o fluxo orçamentário, menor que 1,5% do PIB neste século, é insuficiente para sustentar até os projetos em anda-mento. Conclui-se que a capacidade dissuasória do Brasil face às grandes potências continua em risco. Karime Cheaito (AFA 4 – Conflitos Contemporâneos) O CONFESSIONALISMO E SEU REFLEXO NO EXÉRCITO NACIONAL LIBANÊS O presente projeto de pesquisa tem como objetivo analisar de que forma o denomi-nado Confessionalismo (sistema político libanês estabelecido em 1943 através do Pacto Nacional), junto com os interesses dos grupos políticos e religiosos existentes no país, refletiram na organização militar e nas intervenções realizadas pelo Exército Nacional durante a Guerra Civil de 1975. A metodologia utilizada na pesquisa tem como referên-cia aquela criada por Nelson Werneck Sodré - à esquerda - que consiste na “concepção instrumental”. Esta concepção busca os motivos das manifestações militares a partir dos interesses de classes, grupos e forças políticas, demonstrando a relação militar-civil existente e analisando os fatores internos e externos à instituição que refletem em suas ações. É nesta interação entre os agentes sociais e políticos com as Forças Arma-das que se compreende seus fundamentos e seus comportamentos. Até agora, encon-tram-se neste projeto considerações a respeito de duas leituras que fazem referência às causas da Guerra Civil, sendo cada uma ligada a uma religião, e, além disso, tem-se uma análise crítica de como o Confessionalismo privilegiou, desde seu estabeleci-mento, os grupos cristãos. Durante a Guerra, o Exército posicionou-se, então, de forma parcial em prol dos grupos cristãos hegemônicos, justificando as maneiras as quais os muçulmanos reagiram diante a essa divergência direta com o Exército (que ficou co-nhecido como Exército Cristão), instituição que reflete a problemática do Confessiona-lismo e a fragmentada sociedade libanesa. Karina Stange Calandrin (AFA 4 – Conflitos Contemporâneos) OPINIÃO PÚBLICA E SEGURANÇA NOS GOVERNOS DE MENACHEM BEGIN (1977 – 1983) E

BENJAMIN NETANYAHU (2009 – 2014)

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O artigo pretende analisar as mudanças na opinião pública israelense atreladas às po-líticas desenvolvidas pelos governos de direita de Israel na área de segurança. Em 1977, pela primeira vez o partido de direita Likud assumiu o poder em Israel e alguns aspec-tos da política externa em segurança adotaram diferentes espectros, como, por exem-plo, a adoção do termo Eretz Yisrael (termo que remete à toda região que hoje compre-ende Israel e os Territórios Palestinos) ao invés de Estado de Israel em discursos oficiais de governo. Entretanto, as mudanças mais significativas podem ser observadas a partir de 2009, quando Benjamin Netanyahu assume o governo após dez anos de sua primeira passagem na liderança do partido Likud e do parlamento israelense. Para explorar este novo cenário, o que emerge é um retrato de um país que goza de um raro momento de relativa paz com a maioria de seus vizinhos, ao mesmo tempo que experimenta a intensificação dos conflitos internos, com uma guinada do governo para a extrema direita. O atual governo tem despontado como a gestão mais de direita da história do Estado, com políticas duras na área de segurança, aumentando o controle e policia-mento nos territórios ocupados da Palestina, além da expansão dos assentamentos, uma política que remete à expansão territorial. Dessa forma, no artigo é pretendido avaliar se houve mudança na opinião pública de forma a acompanhar as mudanças nas políticas de segurança do governo nos dois momentos propostos.

Laura Martucci Benvenuto (AEC 4 - Políticas de Ciência e Tecnologia) A COOPERAÇÃO SINO-BRASILEIRA NA ÁREA DE SATÉLITES O presente artigo se encarrega de discutir a cooperação sino-brasileira na área de sa-télites, suas origens, impactos e resultados. O artigo fará um breve histórico das rela-ções estratégicas sino-brasileiras, abordará a origem da cooperação em ciência tecno-logia e inovação entre os dois países e como o setor espacial, mais especificamente em satélites se tornou uma área de interesse dentro dessa cooperação. Parte-se do pressuposto que a cooperação na área de satélites, devido aos atrasos no lançamento, tornou-se uma área incerta as perspectivas futuras de continuidade no programa. O presente artigo se propõe a analisar as principais conquistas, ameaças e dificuldades na cooperação sino-brasileira para a área de satélites. O marco temporal será desde 1999 quando o programa CBERS (China-Brazil Earth Resources Satellite) foi lançado com êxito. Leandro Fernandes Sampaio Santos (ASI 7 – Segurança, Ameaças e América do Sul) O ESTADO DE EXCEÇÃO PERMANENTE E ILÍCITOS TRANSNACIONAIS NO MÉXICO: A

GUERRA ÁS DROGAS NO GOVERNO CALDERÓN (2006-2012) O México está atualmente envolvido em uma onda de violência relacionada à guerra prolongada contra as drogas. Com a eleição de Felipe Calderón (2006-2012), o Estado mexicano lançou uma campanha de combate às organizações de tráfico de drogas (OTDs) mobilizando todos os seus aparatos coercitivos de forma impetuosa agravando ainda mais a violência no país. Com efeito, esta resposta mais incisiva do governo

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Calderón provocou uma dispersão e fragmentação das OTDs. Para continuarem exis-tindo e expandirem os seus mercados ilícitos transnacionais, as OTDs aprofundaram as disputas bélicas umas contra as outras e contra o Estado mexicano colocando em questão as suas instituições políticas e de segurança. Para compreender esta proble-mática, o presente trabalho tem três objetivos: 1) analisar, a partir do aporte teórico de Giorgio Agamben, o estado de exceção permanente da guerra às drogas no México instituído pelo governo Calderón; 2) examinar as atividades das OTDs sob o estado de exceção permanente; 3) averiguar a difusão e fragmentação desta expressão de crime organizado nos níveis nacionais e transnacionais na história recente do México no período do governo Calderón (2006-2012). Leandro José Clemente Gonçalves (AEC 5 - Políticas de Ciência e Tecnologia) UM MITO TECNOLÓGICO À PROVA DA HISTÓRIA: A REVOLUÇÃO EM ASSUNTOS MILITARES Em 1993, após o estrondoso sucesso das forças militares ocidentais sobre as forças convencionais iraquianas de Saddam Hussein na Guerra do Golfo (1991), o analista norte-americano de defesa Andrew Marshall cunhou o termo “Revolução em Assuntos Militares” (ou RMA, do inglês Revolution in Military Affairs), derivando-o do conceito de Revolução Técnico-Militar dos intelectuais-militares soviéticos, para descrever as trans-formações desencadeadas pelas novas tecnologias de informação sobre a tática, dou-trinas e estrutura das forças armadas, que se mostraram ao mundo naquele conflito. Propomos analisar, à luz dos fatos ocorridos naquela campanha militar e nas posterio-res campanhas do Afeganistão (2001) e do Iraque (2003), até onde a RAM se mostra um fato concreto ou um mito criado e alimentado, em especial, pelo Pentágono, pelo com-plexo industrial militar e pelo Departamento de Defesa (DoD) dos Estados Unidos. Livia Milani (ADP 6 – Instituições e Defesa) DEFESA E SEGURANÇA NO ÂMBITO HEMISFÉRICO: REFORMULAÇÕES PÓS-GUERRA FRIA E

PERSPECTIVAS BRASILEIRAS E ARGENTINAS O objetivo do artigo é analisar como as instituições pan-americanas sobre Defesa e Segurança Internacional foram reformuladas no período posterior à Guerra Fria. Identifica-se que a refor-mulação deveu-se a mudanças nos contextos global e americano, partiu de iniciativa dos Esta-dos Unidos e encontrou relativas resistências diplomáticas por parte de países do Cone Sul, especialmente Brasil e Argentina. O texto está dividido em três partes, além da introdução e das considerações finais. Após a introdução, é feito um breve histórico sobre os mecanismos de segurança nas Américas. Posteriormente, busca-se reconstruir o debate sobre a segurança hemisférica no pós-Guerra Fria, que se deu em duas instâncias principais: a Comissão de Se-gurança Hemisférica (CSH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) e a Conferência de Ministros de Defesa das Américas (CMDAs). No terceiro tópico, objetiva-se entender como Bra-sil e Argentina posicionaram-se no debate. As fontes utilizadas são documentos oficiais da OEA e da CMDAs e pronunciamentos de representantes brasileiros e argentinos.

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Luciane Noronha Moreira de Oliveira (APD 2 - Política de Defesa e Poder Naval) POLÍTICA EXTERNA E PODER NAVAL: A ESTRATÉGIA MARÍTIMA DA ÍNDIA PÓS-GUERRA

FRIA Após o fim da Guerra Fria, a Índia passou por um processo de reformulação das bases de sua política externa. Tais mudanças se baseavam, principalmente, no anseio pela expansão da área de influência indiana, tendo em vista seu projeto de poder: tornar-se uma grande potência. Com as novas frentes de política externa nas mais diversas re-giões do mundo e a estabilização política e econômica da Índia, crescia, também, sua demanda por energia. Este quadro resulta na necessidade de prover segurança para as linhas de comunicações marítimas, particularmente aquelas ligadas ao transporte de petróleo e gás para o país sul-asiático. A Marinha da Índia, então, passa a ser conside-rada uma extensão da diplomacia e mais um instrumento para a proteção dos interes-ses nacionais no além-mar. Este reconhecimento, por sua vez, demandou a formulação de estratégias formais, de modo a nortear as ações e os objetivos geopolíticos do país, que busca consolidar, no Oceano Índico, sua zona primária de influência. O trabalho, assim, tem como objetivo analisar a Estratégia Marítima da Índia no pós-Guerra Fria, a partir dos documentos estratégicos da Marinha de Guerra daquele país e da análise de política externa indiana, no mesmo período, a fim de identificar os imperativos e as ameaças naquela região, sob a ótica de Nova Délhi. Luciano Luiz Goulart Silva Dias e Alzeir Costa dos Santos (APD 3 – Os Novos Documentos de Defesa I) A NOVA ESTRATÉGIA NACIONAL DE DEFESA E O ALINHAMENTO DO PROGRAMA ESTRATÉGICO DO EXÉRCITO GUARANI A Estratégia Nacional de Defesa (END) orienta os segmentos do Estado brasileiro quanto às medidas necessárias para a conquista e a manutenção dos Objetivos Nacionais de Defesa (OND). Seus pressupostos se apoiam nos posicionamentos estabelecidos na Política Nacional de Defesa (PND), que é o documento de mais alto nível no que se refere à Defesa Nacional. A partir de 2012, com a promulgação da Lei no 136/2010, os documentos de defesa passaram a ser atualizados quadrienalmente, alinhando-se às demandas da conjuntura nacional e internacional. As minutas disponibilizadas em 2016 vêm sendo objetos de amplos debates na academia e em outros setores da sociedade, favorecendo a criação de uma cultura de defesa nacional contra ameaças externas, potenciais ou manifestas. Nesse contexto, o Exército Brasileiro (EB) vem ampliando a sua capacidade de prontidão em torno de sete Programas Estratégicos, que incorporam as mais recentes tecnologias da atualidade. Dentre eles, o Programa Estratégico do Exército (PEE) GUARANI consiste na implantação de uma Nova Família de Blindados de Rodas (NFBR), concebida para transformar a Infantaria Motorizada em Mecanizada e modernizar as Unidades de Cavalaria que empregam os EE-11 Urutu desde 1974. Além disso, o Programa contribui para o fomento de novas capacitações, fortalecendo a in-dústria brasileira com a obtenção de tecnologia de emprego dual (civil e militar). Diante

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do exposto, o presente trabalho discorrerá sobre o alinhamento do PEE GUARANI com as orientações e diretrizes da minuta da PND-END 2016, tendo como base as Estratégias de Defesa (ED), que substituíram as Diretrizes da END 2012. Pretende-se, ao final, de-monstrar que a END 2016 possui estratégias que estão adequadas às demandas do PEE GUARANI, contribuindo para a Defesa Nacional, o desenvolvimento da Base Industrial de Defesa (BID) e a soberania do Brasil. Luciano Melo Oliveira Junior e Rodrigo Lima França (AFA 1 - Segurança Pública e Garantia da Lei e da Ordem) O PODER MILITAR NAS OPERAÇÕES DE GARANTIA DA LEI E DA ORDEM: OPERAÇÃO CARIOCA A pesquisa visa responder à seguinte pergunta: a Operação Carioca teve sua concep-ção devidamente alinhada com os instrumentos legais vigentes? Segundo a Constitui-ção Federal, as Forças Armadas (FA) tem como missão precípua a defesa da Pátria, a garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. Levando em consideração que o emprego das FA em ações de garantia da or-dem carece de uma cuidadosa análise em relação aos seus impactos, dentro de um conceito operativo de Operações no Amplo Espectro, o presente trabalho pretende inferir uma análise sobre a conformidade do emprego do Poder Militar nas tarefas de garantia da lei e da ordem com os novos Documentos de Defesa, com enfoque para a atuação do Exército Brasileiro na Operação Carioca, que transcorreu na região metro-politana do Rio de Janeiro e em áreas específicas de Niterói, entre 14 e 22 de fevereiro de 2017. Para cumprir esse objetivo, realizar-se-á uma revisão bibliográfica, uma pes-quisa documental e um estudo de caso, baseado nas fontes que abordam o tema e nas experiências adquiridas em outros contextos de operações de mesma natureza.

Luis Fernando Gonçalves (AFA 2 - Violência Urbana) POLÍTICAS DE SEGURANÇA PÚBLICA: POLÍCIA COMUNITÁRIA, ASPECTOS INERENTES A CIDADE DE RIO CLARO – SP Quando pensamos em segurança pública, logo nos vem em mente a questão de crimi-nalidade assim como a aproximação dos órgãos de segurança com a população. Neste trabalho iremos nos atentar às filosofias de policiamento comunitário praticadas pela Polícia Militar do Estado de São Paulo – PMESP. O termo Polícia Comunitária chegou ao Brasil e no estado de São Paulo no final do século XX, por meio de experiências vivenciadas em outros países como Estados Unidos, Canadá e Japão, na PMESP existe uma diretoria responsável pelas questões de direitos humanos, denominada Diretoria de Polícia Comunitária e de Direitos Humanos, que tem como finalidade o aprimora-mento de todo efetivo policial no que tange à Polícia Comunitária e Direitos Humanos. Demonstrar aspectos de como surgiu a filosofia de polícia comunitária na polícia militar, e analisar os indicadores de criminalidade em especial na Cidade de Rio Claro/SP é o objetivo desse trabalho. Metodologicamente a pesquisa se desenvolveu em um pri-meiro momento em uma análise bibliográfica, onde são demonstrados os pontos nor-

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teadores da filosofia de polícia comunitária. Em um segundo momento foram analisa-das algumas práticas referentes as filosofias de polícia comunitária usuais na cidade de Rio Claro, SP. Por fim é discutido questões de aprimoramento dessas filosofias, fa-zendo uma análise temporal de como elas eram quando chegaram ao Brasil até as práticas usuais. Após análise conclui-se que, o projeto de polícia comunitária ou filoso-fia de polícia comunitária é fator propulsor no que compete a aproximação dos órgãos de segurança pública com a população. Luiz Adolfo Sodré de Castro Jr e Sylvio de Souza Ferreira (ASI 6 - Experiências Africanas) SEGURANÇA & DEFESA NA RELAÇÃO BRASIL-ÁFRICA DO SÉCULO XXI O continente africano constitui parte do entorno estratégico brasileiro, pelo que motiva constante atenção do planejamento estatal, assim como vem obtendo crescente inser-ção na agenda de pesquisa nacional, em particular, na área de Segurança & Defesa (S&D). Trata-se de um espaço estratégico singular, com dinâmicas próprias e perspec-tivas futuras que derivam potenciais reflexos para o Brasil. No que concerne aos as-pectos de S&D, cabe notar que a região fora atingida como nenhuma outra pelas trans-formações na economia e política mundiais, o que tornou a questão da segurança pri-mordial para o continente. Sob ótica complementar, as relações entre o Brasil e a África evidenciaram momentos de maior e menor proximidade no decorrer da história, fato que reflete em todas dinâmicas de relação entre as partes em questão. Nesse sentido, o presente artigo visa a apresentar aspectos de Segurança & Defesa (S&D) associados à Relação Brasil-África no século XXI. Após breve ambientação, são informadas as con-siderações epistemológicas e metodológicas que balizaram a pesquisa. Adota-se a Te-oria da Complexidade como paradigma balizador do estudo, bem como se utiliza o estudo de caso como instrumento de coleta e análise. A base teórico-empírica da pes-quisa informa aspectos teóricos sobre S&D e revisa os principais fatos que caracteri-zam a relação Brasil-África. Posteriormente, são apresentados os resultados da pesquisa, onde são levantados aspectos de S&D na relação entre o Brasil e países do continente africano, no século em curso, com particular ênfase aos principais parceiros brasileiros naquele continente Luiz Felipe Conceição (APD 7 - Políticas Públicas de Defesa) O SERVIÇO MILITAR OBRIGATÓRIO E SUA CONCEPÇÃO NA ESTRATÉGICA NACIONAL DE

DEFESA VERSÕES 2008, 2012 E 2016 Desde o século XIX, com o fim da Guerra do Paraguai, o Brasil não é protagonista em um conflito de natureza militar. Ainda que tenha contribuído com efetivos nas duas etapas da Grande Guerra e no período posterior a estas nas chamadas missões de paz, o país goza de um cenário de aparente estabilidade, sem que se vislumbre em um futuro próximo a aplicação de efetivos e meios militares com vista a defesa de sua soberania ou mesmo de sua integridade territorial. Esta estabilidade se baseia em um contexto regional onde o país mantêm boas relações com seus vizinhos e trabalha para

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avançar e aprimorar os processos de cooperação e integração nos níveis econômico, social, de defesa e segurança, tendo em vista manter o status de zona livre de conflitos. Todavia, apesar deste cenário e seguindo na contramão de algumas grandes potências e de diversos países no pós-Guerra, o Brasil ainda mantém o sistema de conscrição para formação do seu efetivo militar de pronto emprego.O presente artigo tenciona analisar o tema “Serviço Militar Obrigatório” em perspectiva comparada na Estratégia Nacional de Defesa (versões 2008, 2012 e 2016). Com a atualização do documento ori-entador da ação estratégica nacional no âmbito da defesa, se pode notar alterações em diversos pontos, sendo o serviço militar um destes. Busca-se então, observar quais fo-ram essas alterações, como elas alteram (se alteram) a concepção acerca do tema e trazer a luz apontamentos que indiquem como o tema deve ser concebido pelo período de vigência, em observância ao contexto político e social no qual está inserido. Luiza Elena Januário (APD 8 - Abordagens Históricas) A TRANSIÇÃO DEMOCRÁTICA COMO FATOR EXPLICATIVO PARA A COOPERAÇÃO NUCLEAR ENTRE ARGENTINA E BRASIL Desde o início de suas atividades nucleares, as relações entre Argentina e Brasil na área foram marcadas tanto por divergências quanto por convergências. A partir da década de 1980, as segundas foram acentuadas e os governos dos dois Estados promoveram esforços cooperativos, que atingiram um patamar de destaque no começo dos anos 1990. O pre-sente trabalho é pautado por indagações referentes a qual o papel que a transição demo-crática desempenhou na aproximação dos dois países no campo nuclear. A proposta ba-seia-se em um diálogo com a literatura especializada com o intuito de explorar e tensionar o significado atribuído às mudanças de regime político ocorridas em 1983 na Argentina e em 1985 no Brasil, discutindo assim se o processo político em pauta constituiu um fator essencial para o adensamento da cooperação ou se o processo de transição é caracteri-zado mais apropriadamente como um elemento facilitador de tal dinâmica. Desse modo, o trabalho está inserido no debate sobre quais foram os fatores, e seus pesos, que auxiliaram e permitiram a passagem de uma lógica predominantemente de suspeitas e competitiva para uma dinâmica com expressivo caráter cooperativo em uma área sensível em um pe-ríodo relativamente curto de tempo. A proposta aqui apresentada pretende contribuir com tal discussão ao explorar com a transição de regime político é trabalhada na bibliografia especializada e tensionar os pontos fortes e limites das interpretações. Marcel Madeira Jesus (ASI 2 – Ressignificando a Defesa) A GUERRA HÍBRIDA DA RÚSSIA E OS DESAFIOS AO DIREITO INTERNACIONAL HUMANITÁRIO A Rússia surpreendeu o mundo no início de 2014 ao ocupar e anexar a Crimeia. Na sequência, participou das hostilidades no leste da Ucrânia, gerando séria instabilidade naquela região. Valendo-se de um conjunto de medidas precisamente coordenadas, integrando os aspectos lineares, não-lineares e não-declarados de um conflito, soube

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conquistar seus objetivos políticos. A maneira de conduzir tais ações ficou conhecido como Guerra Híbrida. Todavia, a intervenção de Moscou deixou um rastro de violação do Direito Internacional Humanitário (DIH), cuja finalidade é estabelecer limites aos meios e métodos de combate, além de proteger certas categorias de pessoas. Nesse sentido, o trabalho tem por finalidade discutir a Guerra Híbrida e identificar os desafios para o Direito Internacional dos Conflitos Armados ou Direito Internacional Humanitá-rio. Marcelle Christine Bessa (ASI 6 - Experiências Africanas) O ESTADO TERRITORIAL CONGOLÊS E OS CONFLITOS NA REGIÃO LESTE DA REPÚBLICA

DEMOCRÁTICA DO CONGO Este trabalho tem por objetivo apresentar a eventual relação entre a imposição do Es-tado territorial no continente africano pelo colonialismo europeu e a existência de con-flitos na região leste da República Democrática do Congo (RDC). Tal região foi escolhida devido à dinâmica política ocorrida entre os diversos atores que atuam na região, bem como os grupos armados que atuam na mesma. Para entendimento dos processos lo-cais serão utilizadas as abordagens pós-coloniais e pós-estruturais, uma vez que esta pesquisa tem por argumento que a ocorrência de tais conflitos seria consequência da existência de Estados-nação. A metodologia utilizada será a representação histórica que, de acordo com Dunn (2008), demonstra como um objeto é representação temporal e espacialmente, gerando regimes de verdade e conhecimento. Para tal, esta pesquisa fará uma pesquisa bibliográfica e utilizará relatórios do International Crisis Group (ICG), que apresentam a situação contemporânea da RDC. Dessa forma, a pergunta que nor-teará o trabalho será: De que forma as potências globais contribuíram para a eclosão e perpetuação dos conflitos no leste da República Democrática do Congo a partir da década de 1990? Tal escolha se deve ao fato da ocorrência de dois conflitos civis, sendo o primeiro entre 1996 e 1997, e o segundo, entre 1998 e 2003. Cabe salientar que a demarcação de tais datas pressupõe marcos ocidentais, uma vez os mesmos implicam início e fim formais dos conflitos na região. Além disso, objetivando uma possível res-posta ao problema proposto, o argumento utilizado será: Os conflitos no leste da RDC se iniciaram com o colonialismo europeu, que impôs o Estado territorial soberano e as instituições ocidentais na região. Marcelo Antonio Osller Malagutti (APD 3 – Os Novos Documentos de Defesa I) COMO AS MINUTAS DA POLÍTICA NACIONAL DE DEFESA E DA ESTRATÉGIA NACIONAL

DE DEFESA DE 2016 "DIALOGAM" ENTRE SI? Ao longo dos últimos anos, a Política Nacional de Defesa (PND), a Estratégia Nacional de Defesa (END), e o Livro Branco de Defesa Nacional (LBDN), tornaram-se importantes instrumentos para a ampliação do debate do tema defesa também por parte da socie-dade civil. Não obstante as minutas de 2016 dos referidos documentos estejam, no con-junto, em sua terceira versão, por meio de análise de conteúdo da PND e da END veri-

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fica-se que alguns elementos explícitos denotam graves lacunas implícitas, divergên-cias claras, bem como inconsistências e erros relevantes que, se não diminuem a im-portância desses documentos, reduzem sua contribuição para uma discussão focada e produtiva. Depreende-se, outrossim, que os mesmos transmitem uma percepção de desunião, falta de propósito comum, e mesmo de conflito de objetivos entre as Forças Armadas. Exemplificando, as missões-síntese das forças singulares, conforme apresen-tadas na END, não apresentam um arcabouço estrutural unificado, e contém objetivos e terminologia distintos: uma força “mantém” a defesa da pátria, enquanto outra “con-tribui” para a mesma, e a terceira não a menciona, mas é a única que salvaguarda os interesses nacionais; nenhuma delas menciona a integridade territorial. Isso a despeito do Objetivo de Defesa Nacional I, fixado pela PND, ser “garantir a soberania, o patrimô-nio nacional e a integridade territorial”. Sabe-se que segurança e defesa são percepções, e como tal fortemente influenciadas pela sinalização passada por seus agentes. Ao tempo em que um discurso unificado e coeso afeta favoravelmente a credibilidade interna e externa das forças armadas, as versões atuais dessas minutas sinalizam des-favoravelmente. O presente artigo indica algumas dessas inconsistências e apresenta sugestões de melhoria que, se implementadas, podem contribuir para mitigar os pro-blemas hoje encontrados, simplificando os documentos e, quem sabe, melhorando a percepção do público sobre o fins e meios da defesa nacional. Marcio Rocha APD 5 – Poder Público e Política de Defesa) O PODER LEGISLATIVO E AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE DEFESA Analisar a participação do Poder Legislativo na elaboração e condução de Políticas Pú-blicas de Defesa de interesse do Estado Brasileiro é a proposta desta pesquisa. A hipó-tese que orienta o estudo está relacionada a uma baixa a participação do Legislativo Brasileiro nas discussões relativas às questões que envolvem a Defesa Nacional. Os principais argumentos do estudo têm como base a análise das proposições legislativas, propostas de leis, audiências públicas, requerimentos dos parlamentares, as reuniões e as discussões da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDEN) da Câmara dos Deputados. A contribuição deste estudo está em contribuir com as discus-sões e literatura sobre o papel e o desempenho do Poder Legislativo na participação e condução de políticas públicas e no trato dos assuntos afetos à Defesa, tema de funda-mental importância para o Estado e sociedade brasileira, principalmente quanto à ques-tão de sua soberania. Marcos Aurelio Santiago Françozo (ASI 8 – Soberania e Desafios Contemporâneos) ANTÁRTICA: DEFESA E CIÊNCIA NO HORIZONTE ESTRATÉGICO DO BRASIL O objetivo deste artigo é entender o papel que a Antártica ocupa nos documentos brasileiros orientadores para as ações nas vertentes de defesa e ciência. No que tange à área de defesa, as análises são canalizadas em torno das atuais Política Nacional de Defesa e Estratégia Nacional de Defesa, bem como das suas novas versões submetidas

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para apreciação do Congresso Nacional. O contraponto com a área de ciência e tecno-logia tem como referência principalmente a presente Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. Com base nesta abordagem, é realizada uma análise compara-tiva da contribuição que as vertentes defesa e ciência concedem à concepção brasileira sobre a Antártica. Como consequência, identificam-se os desafios relevantes que as duas áreas atualmente enfrentam para lidar com o tema Antártica no horizonte estra-tégico do Brasil para o século XXI. Marco Aurélio Vasques Silva e Anselmo de Oliveira Rodrigues (ASI 5 - Teoria e estratégia) PERCEPÇÕES DO PODER AÉREO SOB A ÓTICA DA TRINDADE DE CLAUSEWITZ Trata-se de artigo científico que tem por finalidade realizar uma análise do Poder Aéreo do Brasil se apoiando na trindade definida por Clausewitz: Forças Armadas, Governo e Povo. Para tanto, esse artigo está estruturado da seguinte forma: inicialmente são exibidos o ob-jetivo e a concepção de pesquisa adotada no presente estudo. Na sequência, é definida a taxionomia empregada, utilizando a triangulação de dados como principal técnica de pes-quisa adotada. Haja vista que o poder aéreo brasileiro é composto pela Marinha do Brasil, pelo Exército Brasileiro e pela Força Aérea Brasileira, essa pesquisa centrará seu esforço na análise do poder aéreo existente somente no Exército Brasileiro. Finalizando as conside-rações metodológicas, serão definidos os indicadores que serão utilizados para mensurar a aplicação da trindade de Clausewitz na participação do Exército Brasileiro, do Governo e do Povo no Poder Aéreo. Em seguida, é apresentado o referencial teórico, que servirá de lente conceitual para a consecução desse estudo, centrando-se seu esforço num debate conceitual sobre os pilares da Trindade de Clausewitz. Posteriormente, é realizada uma breve evolução do Poder Aéreo no Brasil, destacando a participação das Forças Armadas, do Governo e do Povo nesse contexto. Na seção seguinte, são divulgados os resultados dessa pesquisa com suas respectivas discussões, as quais servirão para mensurar se a trin-dade de Clausewitz está sendo atendida, por ocasião do Poder Aéreo no Brasil no século XXI. Na última seção, é realizada uma síntese dessa pesquisa interpretando os resultados obtidos a luz dos conceitos da Trindade de Clausewitz. Além disso, será indicado os pon-tos fracos e os pontos fortes dessa trindade no Poder Aéreo do Brasil e será sugerido ações de melhoria para que o Poder Aéreo do Brasil evolua a luz da Trindade. Marcos Lehmkuhl de Souza (APD 1 - Poítica, Gestão e Governança) POLÍTICAS PÚBLICAS DE COMANDO E CONTROLE NO COMBATE ÀS NOVAS AMEAÇAS Os cenários prospectivos apontam para o crescente emprego das Forças Armadas no combate à ameaças compostas por atores não estatais que desafiam as estruturas con-vencionais dos Estados. As chamadas novas ameaças passam a representar simultane-amente riscos para a sociedade e para os Estados em seu papel de unidades básicas do sistema internacional. O ambiente de segurança volátil, incerto, complexo e ambí-guo exige a atuação integrada das forças militares com órgãos governamentais e não governamentais, além de agências e atores nacionais e internacionais sob um ambiente

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interagências. O sucesso das missões nesse novo cenário depende da sinérgica inte-gração de todos os elementos para conciliar interesses e coordenar esforços para a consecução de objetivos ou propósitos convergentes e que, no entanto, atendem ao bem comum. O Comando e Controle ocupa importante papel no esforço de integração entre as agências ao permitir a difusão dos interesses e dos esforços entre os elemen-tos participantes do ambiente interagências, assim como garante a agilidade e a eficá-cia nas respostas voltadas ao combate às ameaças detectadas. Ao mesmo tempo, o Comando e Controle apresenta-se como elemento de poder ao permitir a obtenção de consciência situacional compartilhada que gera efetiva vantagem nas ações contra ato-res causadores de ameaças. Os grandes eventos passados no Brasil (Copa do Mundo e Jogos Olímpicos) ocorreram sob o risco de ameaças destes atores e exigiram estreita atuação entre forças militares, órgãos e agências no esforço de entendimento do am-biente e na obtenção de capacidades de Comando e Controle que não estavam dispo-níveis previamente. Nesse sentido, este trabalho analisa definições, conceitos e políti-cas públicas que apontam para as capacidades de Comando e Controle requeridas para a Defesa Nacional no ambiente de operações interagências, levando em consideração os desafios resultantes das operações de combate às novas ameaças. Marta Maria Telles e Munique Borges Camilo (APD 7 – Politicas Públicas de Defesa) POLÍTICAS PÚBLICAS E DEFESA A proposta de trabalho é fruto de uma pesquisa em andamento no Programa de Pós-graduação em Ciências Aeroespaciais da Universidade da Força Aérea e tem como ob-jetivo trazer à discussão a defesa como uma política pública. Inicialmente, aborda o conceito de política, a partir da concepção dos autores Maria das Graças Rua (2012), Philippe Schmitter (1984) e Francisco Beltrán Llavador (2013), definindo, em seguida, a política pública na visão de Carlos Wellington de Almeida (2010) que a relaciona à ideia de bem público a que todos os cidadãos, sem distinção, têm o direito de usufruir, ca-bendo ao Estado possibilitar o acesso a elas. Ainda fundamentando-se em Almeida (2010) e Celina Souza (2006) discute a defesa, entendida como uma política pública, e em Gunther Rudzit e Guilherme Casarões (2015), autores que propõem o debate para identificar se as políticas públicas de defesa têm que ser pensadas como política de Estado ou política de governo. Assim, partindo desses dois ângulos de entendimento, a política de defesa é abordada, segundo a visão de Rudzit e Casarões (2015), bem como de Héctor Luis Saint-Pierre (2016), que a consideram como uma política de governo, bem como a partir do olhar de Eliezer Rizzo de Oliveira (2005) e Carlos Wellington Almeida (2006) que a entendem como uma política de Estado. Partindo da ideia de que, em uma democracia, as discussões sobre as políticas públicas de defesa precisam re-fletir uma política que considere tanto o ambiente interno quanto externo do País, dando voz à vontade política dos cidadãos, conclui que uma política pública de defesa precisa ser refletida como uma política pública de governo.

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Matheus Souza Galves Mendes (APD 4 - Estratégia e Desenvolvimento) A ESTRATÉGIA MARÍTIMA BRITÂNICA NA ERA NUCLEAR: RENOVAÇÃO DO SISTEMA TRIDENT Após o fim da Guerra Fria, em 1991, com a dissolução da União Soviética, o sistema bipolar entre a potência socialista e os Estados Unidos da América deu lugar a um sistema multipolar com novos centros de projeção de poder na Europa e na Ásia. O período em questão fora iniciado com o término da Segunda Guerra Mundial que tam-bém inaugurou a era nuclear, após os ataques feitos ao Japão em 1945. Ao longo da história, o Reino Unido, assim como outros países do mundo, passou a desenvolver seu programa nuclear sob a bandeira da Defesa Nacional, tornando-se um dos poucos Es-tados a possuir armamentos dessa natureza. A ameaça nuclear pairou no globo durante toda a Guerra Fria, mas com a nova dinâmica apresentada e o aumento das chamadas "novas ameaças", tornou-se um grande ponto de interrogação, em razão dos altos gas-tos de obtenção e manutenção de armamentos nucleares, bem como da sua rara utili-zação. Atualmente, o país conta com o sistema Trident que prevê a presença constante de um submarino balístico de propulsão nuclear em operação no mar, com capacidade de dissuasão a um inimigo que pratique um ataque nuclear em seu território. Nesse sentido, o presente artigo pretende compreender a tomada de decisão do Reino Unido em renovar o seu sistema de armamento nuclear, o Trident, haja vista todas as discus-sões levantas acerca da necessidade dessa política de defesa. Matias Ferreyra Wachholtz (ASI 6 – Experiências Africanas) FORÇA DE RESERVA AFRICANA: AVANÇOS, LIMITAÇÕES E PARADOXOS NA CONSTRUÇÃO

DE UM INSTRUMENTO AFRICANO DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS A partir do início do século XXI, os países que conformam a União Africana (UA) incre-mentaram esforços por desenvolver instrumentos próprios para o gerenciamento e resolução de conflitos e crises na África, tais como a Força de Reserva Africana – inte-grada por mais de trinta países africanos - e outras forças combinadas multidisciplina-res, instituídas para operar em problemas de segurança específicos do continente. Em-bora tais projeções mostrem ainda importantes fraquezas organizacionais e dificulda-des operativas, os países africanos vêm mostrando vontade política crescente na pro-cura de maior autonomia regional nesta área de questões. Entretanto, essas iniciativas não conseguiram se desenvolver sem o assessoramento militar e a assistência finan-ceira de potências extra regionais, tais como Estados Unidos, através de estruturas mi-litares como a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), o Comando África estadunidense (AFRICON) e o estabelecimento de forças de tarefas conjuntas combi-nadas, junto com alguns países europeus, os quais têm colaborado com o adestramento das forças armadas e de segurança africanas para operar nos processos de pacificação do continente. Dessa maneira, o objetivo deste trabalho é analisar em que medida os países africanos estão conseguindo desenvolver instrumentos autônomos genuínos para o gerenciamento dos conflitos do continente e se a assistência das potências extra

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regionais mencionada favorece ou não projeções regionais como a Força de Reserva Africana. Natalia Diniz Schwether (APD 7 - Políticas Públicas de Defesa) TRÁFEGO LENTO: A CONDUÇÃO DO GÊNERO NA POLÍTICA DE DEFESA A defesa, por se tratar de uma dimensão da política estatal, é condicionada por diversos fatores contextuais, os quais variam entre os Estados. Os aspectos norteadores da de-fesa encontram-se nos documentos basilares da área. A confecção desses documentos e suas atualizações periódicas compõem o marco democrático dos países e a consoli-dação das relações civis-militares. Seu conteúdo contempla objetivos gerais e especí-ficos, logo, espera-se encontrar entre eles referência aos programas de atenção ao gê-nero. Incorporar essa dimensão responde tanto às demandas de ordem global, quanto ao processo de revisão institucional. Assim questiona-se: qual o espaço que o gênero ocupa na agenda de defesa dos países do Cone-Sul? Realiza-se um estudo exploratório dos documentos de defesa de Argentina, Brasil, Chile e Uruguai, com o objetivo de fornecer uma visão geral da condução e evolução da temática, encontrando avanços e paralisias. Nathália de Oliveira Souza (APD 7 - Políticas Públicas de Defesa) O EMPREGO DA METODOLOGIA DE CENÁRIOS PROSPECTIVOS NA POLÍTICA DE DEFESA BRASILEIRA Diante da necessidade de planejar seus próximos passos e projetos, o ser humano se depara com o incerto, o futuro desconhecido que pode guardar circunstancias favorá-veis ou não às suas ambições. No âmbito das organizações, a necessidade de planeja-mento exige formas de mitigar essas incertezas, a fim de delinear estratégias que tra-gam o maior nível de segurança possível à concretização de seus propósitos. Uma fer-ramenta eficiente encontrada para ordenar as percepções sobre ambientes futuros al-ternativos, voltada para tomada de decisões, é a utilização de cenários prospectivos. Diversos documentos oficiais demonstram a importância da utilização do método de cenários na formulação da política de defesa brasileira. Os cenários prospectivos são ferramentas capazes de propiciar o conhecimento antecipado de possíveis realidades político-estratégicas onde os recursos de defesa poderão ser necessários. Eles permi-tem antever eventos futuros possíveis e, assim, adotar uma postura proativa em relação aos mesmos. Esse pré-conhecimento é muito importante, uma vez que propicia condi-ções favoráveis para o planejamento estratégico, seja pelo aspecto da economia de recursos seja pela adequabilidade estratégica. Em contraste do que ocorre quando as forças operam em cenários desconhecidos, o planejamento a partir de cenários permite, previamente, identificar aspectos relevantes e ter o conhecimento de possíveis vanta-gens e desvantagens estratégicas. Por meio da revisão da literatura acerca da metodo-logia de cenários prospectivos e análise dos principais documentos norteadores das políticas de Defesa Nacional, este artigo pretende apresentar um estudo acerca da uti-lização dos cenários no âmbito das políticas de defesa, sua conceituação e relevância

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metodológica para formulação de planejamentos estratégicos mais seguros e adequa-dos às necessidades brasileiras. Osmar da Cunha Penha (AFA 1 - Segurança Pública e Garantia da Lei e da Ordem) FORÇAS ARMADAS E SEGURANÇA PÚBLICA: A FLEXIBILIZAÇÃO LEGAL DA GARANTIA DA

LEI E DA ORDEM Atualmente, no Brasil, em especial no Estado do Rio de Janeiro, e particularmente na cidade de mesmo nome, vive-se uma situação de crescente aumento dos índices de violência, em especial a decorrente da disputa pelo controle de áreas por facções do tráfico de drogas, transformando-as em santuários impenetráveis à atuação sistemática das instituições do Estado. Tal violência mostra-se fora do controle dos órgãos respon-sáveis pela segurança pública, demonstrando incapacidade para cumprir, de forma sa-tisfatória, seu papel constitucional. Considerando que a segurança pública se encontra comprometida pela presença de tais facções ameaçadoras da ordem pública e da inco-lumidade das pessoas e do patrimônio e pela não-atuação das instituições estatais nas áreas dominadas, tal situação atinge, diretamente, duas bases do Estado, quais sejam, a segurança humana e a propriedade privada. De forma concreta e fruto deste quadro, por inúmeras vezes, a partir de 1994, as Forças Armadas têm sido empregadas para que tais áreas sejam alcançadas pelo Estado. Em termos legais, as alterações constitucionais e infraconstitucionais relativas ao dispositivo constitucional da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) tenderam a flexibilizar o seu conceito, deixando de ser tratado como aplicável em situações de extrema excepcionalidade para ser considerado como mais uma opção dentre as ações de Segurança Pública. Neste contexto, o presente artigo, adotando como perspectiva de análise o conceito de “Estados de Violência” apresen-tado por Frédéric Gros (2010) e a “analítica do proibicionismo” de Rodrigues & Labate (2016), tem por objetivo investigar a flexibilização do mencionado dispositivo constitu-cional como uma possível causa para o frequente emprego das Forças Armadas em operações de GLO, emprego este que, na visão do autor, gera reflexos para a Defesa Nacional. Patricia Capelini Borelli (APD 6 - Instituições e Defesa) ANÁLISE SOBRE AS INFLEXÕES NA POLÍTICA DE DEFESA NO GOVERNO LULA A pesquisa buscou compreender os motivos que levaram o governo Lula (2003-2010) a adotar uma conduta mais assertiva no campo da Defesa Nacional, principalmente após 2007. Visto que o país não sofreu nenhuma ameaça externa declarada ou algo que demandasse uma inflexão nesse sentido, foram levantadas três justificativas possíveis para responder à questão. Em linhas gerais, as justificativas se pautam: no papel da crise da aviação civil e na atuação do ministro Nelson Jobim à frente do Ministério da Defesa; no maior protagonismo internacional do Brasil, a partir de uma política externa “ativa e altiva”; e na tentativa de vincular o setor da Defesa ao objetivo de desenvolvi-mento econômico do governo Lula, via revitalização da indústria brasileira de materiais

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de Defesa. Antes de explorar as três justificativas, é apresentado um debate sobre o que é uma Política de Defesa e a necessidade de compreendê-la como uma política pública. Em seguida, expomos um panorama geral do que foi o governo Lula, a partir de uma análise da situação política e econômica do período. Concluímos que as justi-ficativas investigadas não são excludentes entre si, mas acabam trazendo elementos que são complementares e que nos ajudam a ter uma noção maior dos processos de-cisórios em torno da área da Defesa. Reforçamos, a partir daí a importância de se con-siderar Defesa Nacional como uma política pública. Pedro Fonseca Junior (AEC 2 – Base Industrial de Defesa) AS REAÇÕES DO ESTADO BRASILEIRO, DE 1990 A 2015, AOS IMPACTOS DA GLOBALIZAÇÃO NA BID O objetivo geral desta pesquisa foi examinar os impactos das transformações do sis-tema mundial de poder e riqueza, entre 1990 e 2015, sobre o setor produtivo nacional de defesa, discutindo o papel do Estado ao longo desse processo, no que tange à pro-teção, sustentabilidade ou liberalização. A Globalização produziu um efeito nocivo na economia nacional: a desnacionalização. Fruto da globalização, diversas empresas bra-sileiras tiveram seu controle transferido para o capital internacional. O mercado de defesa é monopsônico e o Estado deve protagonizar o desenvolvimento e a sustenta-ção da indústria militar. Este protagonismo é determinante para a conquista e manu-tenção da independência tecnológica e autonomia estratégica, que em última análise visam a defesa dos interesses nacionais. Nos países mais desenvolvidos, os assuntos referentes a compra de armamentos e a propriedade de empresas fabricantes de ma-terial bélico são tratados como estratégicos e de segurança nacional. Algumas ações foram tomadas pelos governos brasileiros no período considerado (1990 a 2015), e salvo melhor juízo, a maior e mais significativa foi a criação do Ministério da Defesa (MD), em 1999. Outra iniciativa no sentido contrário à desnacionalização foi a edição da Estraté-gia Nacional de Defesa (END), que tem a reorganização da BID como um dos eixos estruturantes. Entretanto, apesar das ações do Estado, o processo de fusões e aquisi-ções das empresas nacionais no setor de defesa continua ocorrendo. Por este motivo a hipótese principal da pesquisa foi que as medidas adotadas pelo Estado, no período de 1990 a 2015, foram necessárias, mas não suficientes para garantir a autonomia estra-tégica e a independência tecnológica da Base Industrial de Defesa brasileira. Os resul-tados obtidos até o momento foram alcançados através de pesquisas a fontes primárias tais como leis, decretos e portarias emitidas pelos ministérios dos diversos governos brasileiros com ênfase no Ministério da Defesa. Rafael Farias (ASI 1 - Operações de Paz) O FOMENTO À INDÚSTRIA NACIONAL POR MEIO DAS OPERAÇÕES DE PAZ: A EXPERIÊNCIA DA MINUSTAH

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A indústria e a tecnologia de defesa são importantes indutores para a autonomia es-tratégica, necessárias para o desenvolvimento nacional e a projeção do Brasil a nível mundial. Além de se constituírem em um instrumento de dissuasão, contribuem para a economia do país como um todo. Durante a década de 1990, consoante com o para-digma do Estado logístico, a política exterior do Brasil passa a exercer funções asserti-vas, dentre as quais destacam-se o reforço da capacidade empresarial do país e a for-mulação de uma política de defesa nacional. Igualmente, o país retoma a sua tradição no cumprimento de missões sob a égide das Nações Unidas - interrompida de 1967 até 1989 - enviando contingentes militares para Angola, Moçambique e Timor Leste, onde utilizou equipamentos e viaturas fabricados por indústrias nacionais de defesa, tais como IMBEL e Engesa. Em 2004, surgiu uma nova conjuntura para a política externa brasileira. Naquele ano, o país assumiu o comando militar da Missão de Estabilização das Nações Unidas para o Haiti (MINUSTAH). Além de indicar o Force Commander para a Missão, o país contribui com o maior efetivo de tropa, o que exige grande esforço logístico. O apoio ao contingente brasileiro no Haiti conta com empresas do segmento de defesa nacional, assim como empresas civis que passaram a fabricar equipamentos para atender às demandas das Forças Armadas. Este trabalho pretende analisar as con-tribuições que as operações de manutenção da paz podem aportar à indústria de de-fesa a partir do estudo da participação do Brasil na MINUSTAH. Serão estudados os fornecedores dos equipamentos e materiais que integram a cadeia de suprimento da missão, desde sua fabricação até seu emprego pelas tropas desdobradas na ilha cari-benha. Raquel Araujo de Jesus (ASI 4 – Guerra às Drogas na Colômbia) AS FORÇAS ARMADAS E A MILITARIZAÇÃO DO ESTADO COLOMBIANO

Na América do Sul, temos a Colômbia como um exemplo clássico de militarização da política de segurança do Estado. Ao longo de sua história, o continuum de violência em que vive este país levou à forte presença dos militares em assuntos relacionados à manutenção da ordem pública. A Política de Segurança Democrática do governo de Álvaro Uribe (2002-2010) pode ser entendida como o ponto ápice desta militarização. Assim sendo, o presente artigo tem como objetivo fazer uma análise desta conjuntura. Para isto, será utilizada a análise genealógica proposta por Michel Foucault como base metodológica. Através deste método, buscam-se os fatores que, do final do século XIX ao início do século XXI, propiciaram esta intensa militarização.

Ricardo Assis Fayal (ASI 5 – Teoria e Estratégia) A IMPORTÂNCIA DAS FORÇAS ARMADAS NACIONAIS NAS VISÕES DE THOMAS HOBBES E IMMANUEL KANT Não seria correto entender o Estado como uma instituição natural, histórica ou de criação Divina. É preciso entendê-lo como uma organização social, configurada numa determi-nada época, por um grupo de pessoas. Dessa maneira, os Estados foram organizados,

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supõem-se, para defesa de determinados valores básicos, quais sejam, por exemplo: se-gurança, liberdade, ordem, justiça e bem-estar (JACKSON; SORENSEN, 2007, p. 22-29). Dito isso, pode-se prosseguir no raciocínio de que o Estado nada mais é do que um agrupa-mento humano, politicamente organizado, com base territorial específica, dentro da qual desfruta e exerce sua autoridade de forma soberana e independente. Assim sendo, da interação dos Estados surgem as Relações Internacionais, cujo problema clássico reside no contencioso: “[...] a guerra e a paz, o conflito e a cooperação”. No bojo desse citado “problema” surgem as duas principais correntes da disciplina: o liberalismo e o realismo. Sendo assim, a escolha dos autores para o presente trabalho se prendeu ao fato de serem autores de pensamentos distintos. Kant é conhecido como um dos principais idealizado-res do Liberalismo Ético, segundo Bobbio (1998, p. 689), e propositor da “Paz Perpétua” entre os Estados. Já Hobbes, por sua vez, idealiza um homem racional, com base realista. Este autor propunha que “omni lupus omni”, ou seja, o homem é o lobo do homem. Para tanto, o Estado teria de prevalecer sobre os indivíduos, a fim de prover a segurança e a ausência da morte violenta. Neste viés, pretendo com este artigo confrontar as visões destes grandes filósofos quanto a necessidade da existência de Forças Armadas Nacio-nais para atender objetivos do Estado. Também pretende-se transportar as teorias dos autores acima descritos para o cenário atual por qual passa o Brasil, verificando se há conexões teóricas com o que apregoava Hobbes e Kant nos dias de hoje. Ricardo Prins (AEC 1 – Desafios do Espaço Cibernético) DEFESA CIBERNÉTICA NO BRASIL: MALI PRINCIPII MALUS EXITUS? De maneira geral, os trabalhos sobre defesa cibernética começam fazendo menção a grandes mudanças provocadas na sociedade ou anunciando diversas ameaças apoca-lípticas para o futuro. Assim, o mesmo será feito aqui: as tecnologias cibernéticas pro-vocaram grandes mudanças em nossa sociedade, as quais possibilitam "ameaças hor-ripilantes", se as enxergarmos da maneira errada. A diferença deste trabalho em relação a outras correntes de pensamento sobre cibernética está na premissa aqui adotada, de que essas "ameaças horripilantes" podem ser combatidas por meio de boas práticas. E muitas dessas boas práticas podem ser impulsionadas pelas grandes mudanças men-cionadas acima. Dentro desse contexto, o presente trabalho observa as diferentes ações e documentos no campo da defesa e da segurança cibernética feitas no Brasil, através de uma análise qualitativa de documentos. A questão aqui observada é a de se o Brasil, ao iniciar suas políticas de defesa cibernética, o faz de maneira prática e eficaz. Para responder tal pergunta, são analisados diferentes documentos de políticas e es-tratégia de defesa e segurança brasileiros, bem como a estrutura de órgãos e entidades relacionadas à questão cibernética. Ricardo Rodrigues Freire (AFA 2 – Violência urbana) O PAPEL DAS FORÇAS ARMADAS DO BRASIL NA SEGURANÇA MULTIDIMENSIONAL Este trabalho apresenta a participação das Forças Armadas brasileiras na segurança multidimensional. Para tanto, expõe debates entre os Estudos de Defesa e de Segurança,

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as principais atividades desempenhadas pelo segmento militar nacional em termos de segurança multidimensional e algumas reflexões sobre seus impactos na Defesa Nacional. Ricardo Santos Silva (APD 8 – Abordagens Históricas) MILITARES EM REVOLTA: MOBILIZAÇÃO POLÍTICA DOS MARINHEIROS BRASILEIROS NO

CONTEXTO DA GUERRA DA COREIA (1950-1953) O presente trabalho tem como objetivo investigar a mobilização política dos marinhei-ros de esquerda da Marinha de Guerra do Brasil, muitos deles pertencentes ao Antimil (Setor Militar do PCB), que atuaram no contexto da Guerra da Coreia (1950-1953), quando se debatia se o Brasil deveria participar do conflito asiático. Esta abordagem tem como ponto de partida o pós-guerra e o desencadeamento da Guerra Fria, momento em que este confronto ideológico e multifacetado politicamente ganha contornos de um con-flito entre capitalismo x comunismo, e que na ocasião o mundo esteve próximo de uma guerra nuclear. No Brasil, o perigo comunista havia sido a justificativa do presidente Getúlio Vargas para instaurar a ditadura do Estado Novo; continuava sendo o mesmo na Guerra da Coreia em que se confrontavam militarmente o norte comunista e o sul capitalista. Por hipótese, avaliamos como decisiva a ação política desse grupo de mari-nheiros de esquerda tendo em vista impedir que o governo brasileiro enviasse uma força expedicionária para combater na Guerra da Coreia. O trabalho ainda objetiva apreender o processo de luta e mobilização bem como o mecanismo de repressão institucional que se abateu na Marinha de Guerra Brasileira, assim como analisar as graves violações aos direitos humanos que foram infligidas aos militares de esquerda como desdobramento de seu posicionamento político decisivo da não-participação das Forças Armadas na Guerra da Coreia. Rita Feodrippe (AEC 4 - Políticas de Ciência e Tecnologia) MECANISMOS INSTITUCIONAIS DE APOIO À CIÊNCIA E TECNOLOGIA NO SETOR DE DEFESA: O CASO DA CHINA O trabalho possui o objetivo de apresentar a organização do setor de defesa da China, com foco nos elementos de ciência, tecnologia e inovação (CT&I), a partir do mapea-mento dos principais órgãos, políticas públicas e documentos que regem a relação en-tre investimentos em defesa e programas de CT&I. Recorre-se à descrição do histórico de interação entre defesa e CT&I, elaborada com base numa perspectiva institucional e que se fundamenta pela hipótese de que o fator de integração civil-militar condiciona o sucesso da estrutura estabelecida. Através do método descritivo, documentos oficiais ("White Papers") são identificados, listados, analisados e relacionados com os programas de ação estabelecidos por diferentes atores estatais. A busca por palavras-chave nos materiais acessados que associem defesa e CT&I é complementada pelo processo in-dutivo na correlação entre as unidades decisórias e executivas. Os resultados prelimi-nares apontam para a coexistência e interação de departamentos civis e militares, lide-rados pelo Conselho de Estado do Partido Comunista Chinês (PCC) e pela Comissão

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Militar Central (CMC), enquanto órgãos subjacentes, como o Ministério da Ciência e Tecnologia e a Administração do Estado para Ciência, Tecnologia e Indústria para De-fesa Nacional (em inglês, State Administration for Science, Technology and Industry for National Defense – SASTIND), exercem atividades nucleares no desenvolvimento da política de defesa da China. Além da importância da cooperação civil-militar, conclui-se ser fundamental o engajamento do empresariado e das universidades ou institui-ções de ensino num programa comum de capacitação tecnológica das Forças Armadas. A pesquisa se justifica pela relevância do exemplo chinês, cujo salto tecnológico per-mitiu a modernização militar e o fortalecimento das capacidades de defesa do país, num curto período temporal e sob as limitações do cerceamento tecnológico pelas grandes potências. Rodrigo Augusto Duarte Amaral (ASI 2 – Ressignificando a Defesa) A RECONSTRUÇÃO DOS MECANISMOS DE DEFESA E SEGURANÇA NO IRAQUE OCUPADO

(2003-2004) Entre 2003 e 2004, os EUA e Grã-Bretanha foram coalizão autoridade provisória (CAP) do Iraque conforme reconhecido pelo Conselho de Segurança da ONU, na Resolução 1483. A CAP, comandada por representantes governamentais (sobretudo, diplomatas) das potências, tinha como responsabilidade reconstruir as bases políticas e econômicas, bem como restau-rar a infraestrutura do país. Separadamente, as atividades militares do Iraque ocupado esti-veram sob o comando da Combined Joint Task Force 7 (CJTF-7), junta militar que fazia os serviços de operação militar em combate aos grupos insurgentes, e capacitação e reestrutu-ração das forças regulares do Iraque. Sendo assim, por 14 meses de ocupação formal, esses dois campos sobressaem das práticas de reconstrução do Iraque, um militar e outro dos aspectos políticos, econômicos e infraestrutura. Entretanto, durante o período de ocupação formal, os índices de violência e insurgência no Iraque cresceram, impactando contraria-mente aos objetivos de reconstrução militar do Iraque. Diante deste cenário, a coalizão in-ternacional decidiu manter a atuação das forças militares internacionais, mesmo com a tran-sição de poder da CAP para um governo legitimamente iraquiano em julho de 2004. Então, substitui a CJTF-7 pela Multinacional Force-Iraq nas ações militares no Iraque, porém perma-neceram os mecanismos de segurança e defesa anteriores. Assim, este artigo pretende des-crever o processo de manutenção dos mecanismos de segurança e defesa impostos pelas potências internacionais no Iraque mesmo com a transição de poder da CAP para um go-verno legitimamente iraquiano. Isso, a partir de uma análise da atuação militar da CJTF-7, bem como da atuação das forças insurgentes em oposição à presença estrangeira das potências no Iraque. Concluímos que na prática, a execução das políticas de segurança, reformas no setor de segurança, novas instituições responsáveis sobre o tema, não foram suficientes para estabilizar a ordem social no Iraque conforme objetivado nos documentos oficiais das po-tências ocupantes. Ronaldo Montesano Canesin (AFA 6 - Políticas de Defesa e Desenvolvimento) QUESTÕES ENERGÉTICAS NAS MINUTAS DOS DOCUMENTOS DE DEFESA (2017)

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Este trabalho propõe-se e analisar os Documentos de Defesa propostos em minuta ao Congresso Nacional para o período 2017-2020, buscando inferir de qual maneira as questões energéticas são abordadas nos Documentos. Para a realização desta avaliação, foi utilizada uma vertente híbrida de elementos quantitativos e qualitativos de análise de conteúdo. Stefany Lucchesi Simões (ASI 8 – Soberania e Desafios Contemporâneos) A BUSCA PELA HEGEMONIA ANTÁRTICA ENTRE CHILE E ARGENTINA Com a assinatura do Tratado da Antártica em 1959, os únicos dois países do continente americano que foram possibilitados de manter suas reivindicações territoriais no conti-nente gelado foram Argentina e Chile. Mesmo antes desse período, a presença dos dois países sempre foi marcante na região. Desde o início do século XX, a vontade de marcar presença na Antártica ficou bem marcada nos documentos de defesa chilenos e argentinos. O Chile deixa claro em seu programa antártico os interesses geopolíticos, que vão desde a integração sul-sul e cooperação multilateral, à transformação do continente em extensão do território chileno, como ponto estratégico para a segurança territorial e meio de cone-xão entre a Antártica e as demais localidades. Deste modo, a presença chilena não pode ser ignorada nas políticas regionais de outros agentes interessados no meio. A Antártica é ponto-chave para compreender a política externa do país. A Argentina, assim como o Chile, também reclama parte do território chileno, mas seu Plano Anual Antártico de 2017 é mais discreto nas questões de defesa, relegando-as apenas para transporte, logística e apoio às atividades presentes no país. É necessária uma análise histórica mais minuciosa para com-preender como o país moldou seus interesses e atuação de acordo com o vizinho Chile, de modo a equilibrar o poderio naval entre os dois países. Stefany Lucchesi Simões (ASI 8 – Soberania e Desafios Contemporâneos) AS PRETENSÕES DA AUSTRÁLIA E NOVA ZELÂNDIA NO ENTORNO ESTRATÉGICO ANTÁRTICO Enquanto Chile e Argentina são as nações do sudoeste que mais que mais se militari-zaram no continente antártico, ao sudeste dois países despontaram como hegemonias no continente antártico: Austrália e Nova Zelândia. Ambos os países reivindicam para si parte considerável da Antártica, com grande enfoque na ciência e na proteção ambi-ental no polo sul. O objetivo deste artigo é estudar como essas duas nações colocam este interesse em seus documentos de defesa. Em 2014, a Austrália lançou seu plano Estratégico de 20 anos para a Antártica Australiana, documento que reafirma seu re-clame territorial em 46% do sexto continente, sua posição de liderança regional, bem como aumento de recursos necessários para a manutenção de seus interesses, o que significa melhorias em infraestrutura, medidas políticas e financeiras deslocadas para o departamento antártico, modernização técnica, a aquisição de um novo navio quebra-gelo e a participação pública no programa. A busca australiana por soberania antártica

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se vale de meios institucionais enquanto o tratado assegura que vias beligerantes não sejam tomadas no continente. O livro branco neozelandês de 2016 aborda constante-mente o território antártico. São seis argumentos congruentes centrais que relacionam a defesa do continente gelado com a defesa da soberania do país: a) presença civil; b) Zona Econômica Exclusiva; c) desenvolvimento do aparato militar e estrutura de patru-lhamento; d) a segurança cibernética e a coleta de informações estratégicas; e) proteção do meio ambiente e da pesquisa científica e f) manutenção da soberania neozelandesa em determinadas áreas antárticas e próximas. Tatiana de Souza Leite Garcia e Bianca de Oliveira Jesus (ASI 8 – Soberania e Desafios Contemporâneos) TÍTULO: FRONTEIRAS E SOBERANIA DOS ESTADOS NA BACIA DO PRATA SOB A ÓTICA DAS

TEORIAS CLÁSSICAS DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS As fronteiras se configuram como espaços que delimitam os territórios dos Estados nacionais e dão legitimidade à sua soberania, ou seja, o poder absoluto constituído através da demarcação de seus limites. Deste modo, é importante o debate das ques-tões fronteiriças para se conceber a política internacional contemporânea na América do Sul pois, a região foi influenciada pelas decisões políticas, econômicas e de segu-rança de portugueses e espanhóis para assegurar seus respectivos territórios, enga-jando-se na construção e na assinatura de tratados de delimitação de fronteiras. Tendo em vista a historicidade das questões fronteiriças especificamente na Bacia do Prata, entende-se a importância e a relevância da cooperação para a garantia da plena segu-rança dos Estados pois, no século XIX os conflitos, as desconfianças e o medo constante de deixar de existir enquanto ator nas relações internacionais, mobilizou as forças mi-litares dos países, resultando em conflitos generalizados como a Guerra do Paraguai (1864-1870). Portanto, este trabalho tem como objetivo analisar o processo de estabele-cimento das fronteiras entre os países na Bacia do Prata, bem como assimilar a noção de fronteira com as teorias mainstrem de Relações Internacionais, Realismo e Libera-lismo, levantando os principais pontos referentes às faixas de fronteira na visão de cada uma destas teorias, proporcionado um melhor entendimento e desdobramento do tema e analisar como as mesmas podem interpretar as ações ocorridas no entorno da bacia até o XIX. Ademais, ressalta-se a dimensão das fronteiras na política externa dos países platinos, tendo em vista que os mesmos estão interligados em virtude do compartilhamento de recursos hídricos transfronteiriços e, para isso, demanda-se um olhar tanto pela ótica da segurança quanto pela ótica da cooperação nestas regiões. Victor Teodoro (ASI 3 - Segurança Regional) SOCIALIZAÇÃO, IDENTIDADES E ESCOLHAS POLÍTICAS: COMO ENTENDER AS MUDANÇAS

NOS PROCESSOS DE COOPERAÇÃO EM DEFESA E SEGURANÇA NA AMÉRICA DO SUL? Esta proposta visa abordar os postulados do Intergovernamentalismo Liberal e do Construtivismo para compreender como as identidades e as preferências são constru-ídas em cooperação entre Estados. É possível observar a existência de um cenário de

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instabilidade política e social na América do Sul contemporânea, com a estagnação dos processos de cooperação, instituições e diálogo. Este trabalho procura entender se as iniciativas de cooperação regional têm maturidade e socialização suficientes para man-ter estruturas e realizações conquistadas em suas trajetórias. O caso do Conselho de Defesa Sul-Americano da UNASUR (CDS) é um substrato para esta análise, pois repre-senta um importante passo na integração política na região, consolidando-se como uma iniciativa de diálogo e compartilhamento buscando construir uma identidade re-gional em Segurança. Desta forma, propõe-se uma perspectiva que considera as limi-tações e contribuições do Constructivismo e do Intergovernamentalismo para compre-ender a dinâmica na construção de identidades e práticas conjuntas no âmbito das iniciativas de cooperação em Defesa e Segurança. Propõe-se refletir sobre as bases teóricas e conceituais que são comumente usadas para a pesquisa e descrição desses processos em mudança. Finalmente, este trabalho assinala que é necessária atenção sobre a fragilidade das iniciativas de cooperação diante das mudanças nas orientações políticas, embora o atual horizonte político ainda seja incerto para análises mais pro-fundas. Vinícius de Almeida Costa (AEC 3 – Poder Militar) A NOVA CONJUNTURA POLÍTICO-JURÍDICA E AS MARINHAS DE GUERRA: A ERA DOS NAVIOS DE MULTIPROPÓSITO Este artigo visa abordar as novas tarefas e configurações das marinhas de Guerra con-temporâneas e como isso afetou e afeta a criação de novos navios com funções e tarefas diferenciadas dos navios de guerra d’outras épocas. Para isso, busca-se explicar quais as principais alterações da conjuntura internacional após a II Guerra Mundial. Assim, procura-se entender como papel das marinhas de guerra dentro de seus con-textos influenciava no desenvolvimento de navios de guerra com funções especificas para tarefas daquele contexto. A partir desse entendimento, objetiva-se compreender como os navios de guerra atuais são projetados para desempenhar tarefas e funções múltiplas. Característica necessária para a atuação das marinhas de guerra dos tempos atuais. Ademais, aborda-se como exemplos belonaves de funções múltiplas as embar-cações classificadas como LHD/LHAs da Marinhas os Estados Unidos e os contratorpe-deiros porta-helicópteros da Força Marítima Japonesa de Auto Defesa. Walter Mauricio Miranda (AFA 1 – Segurança Pública e Garantia da Lei e da Ordem) OPERAÇÕES DE GARANTIA DA LEI E DA ORDEM: O CASO DAS OPERAÇÕES DE PACIFICAÇÃO NO COMPLEXO DA MARÉ A violência urbana na cidade do Rio Janeiro faz parte do cotidiano do carioca e é am-plamente divulgada pela imprensa brasileira. Neste contexto, para controlar esta vio-lência se insere “o emprego das forças armadas (FFAA) brasileiras em operações de garantia da lei e da ordem (GLO) com o objetivo oficial de diminuir a violência e o tráfico de drogas: o caso das operações de pacificação no Complexo da Maré de 2014

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a 2015”. Desde 2008, foram realizadas 43 operações de GLO no Brasil, o que alerta para quão grave é o problema de segurança pública neste país. O quadro que se apresenta articula desigualdade social, baixa atratividade do mercado de trabalho para jovens e o surgimento de mercados ilegais que oferecem oportunidades de ganhos maiores que no mercado legal. No caso das operações no complexo da Maré (entre maio de 2014 e junho de 2015), a violência recrudesceu e o fim da operação foi acelerado pelo desgaste das tropas e animosidade da população que a tornou inócua e perigosa. Contudo, a chave deflagradora do emprego dessas Forças, que é o nível de violência, continuou a crescer e discursivamente, ou de fato, atingir a percepção de uma verdadeira guerra. Esta percepção de “guerra" traz uma lógica de campanha militar para a segurança pú-blica aumentando o risco de um cenário semelhante ao México, onde o emprego das FFAA resultou em um aumento da violência e corrupção da organização militar. A partir da perspectiva teórica da “analítica do proibicionismo” (Rodrigues & Labate, 2016) e do conceito de “estados de violência” (Gros, 2010), este trabalho investiga as seguintes questões centrais: se no que tange aos aspectos conceituais há uma situação de guerra, e o porquê do emprego, cada vez mais frequente, das FFAA na política de segurança pública. William de Sousa Moreira e Sabrina Evangelista Medeiros (AEC 2 – Base Industrial de Defesa) OS DOCUMENTOS DE ALTO NÍVEL E A MOBILIZAÇÃO DA INDÚSTRIA DE DEFESA NA AMÉRICA DO

SUL: A CONTRIBUIÇÃO DO SISTEMA DE CATALOGAÇÃO DE PRODUTOS DE DEFESA Os documentos de alto nível que orientam o preparo do sistema nacional de defesa apontam a importância da cooperação industrial em defesa no âmbito da América do Sul. Muitos são, con-tudo, os desafios de integrar patamares científico-tecnológicos e condições contextuais diferen-ciadas como as dos países da região. Entre os desafios, cabe destacar a identificação e a catalo-gação das capacidades industriais instaladas e, notadamente, dos produtos e componentes que compõem os sistemas de defesa sul-americanos. Pode-se acrescentar o grau de dependência tecnológica externa, a inserção marginal no mercado internacional de defesa, a relação de inter-dependência complexa progressiva e a escassez de recursos, fomentada pelas sucessivas crises institucionais e econômicas. À luz desse contexto, o presente trabalho se propõe a analisar o sistema de catalogação adotado nos países da OTAN e as implicações da adesão do Brasil. Entre as perspectivas que se apresentam está a ampliação da normatização internacional com a en-trada de mercados de fornecedores e compradores em um protocolo universal – o catá-logo NATO Master Catalogue of References for Logistics. Trata-se de um sistema em que a par-ticipação de atores se dá em três categorias principais: países-membros da OTAN, países regis-tradores (os que estão autorizados a registrar seus produtos e de terceiros) e países registrados (aqueles que podem ser inseridos pelos anteriormente citados). O Brasil, seguindo os princípios de sua política externa, coloca-se nesse sistema de maneira particular, alavancado pela sua con-dição de registrador junto ao sistema de catalogação, com o potencial de influenciar as relações e as participações das bases industriais da América do Sul no mercado e no sistema internacional. Nessa dinâmica, merece atenção especial o espectro político correlato, uma vez que regimes sobrepostos, como o MERCOSUL e a UNASUL, interpelam-se por meio da relação bilateral Brasil-OTAN com outros sistemas e subsistemas.

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CADERNO DE

RESUMOS

I N I C I A Ç Ã O C I E N T Í F I C A ( O R D E M A L F A B É T I C A )

Aline Batista dos Santos Silva A ESPIONAGEM E O DIREITO À MANIFESTAÇÃO: DA ALEMANHA ORIENTAL AOS PROTES-

TOS BRASILEIROS EM 2013 O presente trabalho propõe a análise da aplicação da espionagem em contraposição a garantia constitucional do direito à manifestação, com exemplificação no cenário polí-tico brasileiro, oscilante em indignações e manifestações populares em 2013, e em alu-são ao regime socialista imposto a Alemanha Oriental por intermédio das convicções da Guerra Fria, especialmente no que concerne à violação da privacidade e nas prerro-gativas da liberdade de expressão. Diante do exposto, o questionamento do estudo atenta ás justificativas de ambos os Estados para a execução da espionagem, funda-mentadas na segurança pública ou salvaguardadas por pretensões governamentais. Para tanto, utilizou-se o método de comparação histórica e embasamentos bibliográfi-cos que apontem a espionagem, contrária a legitimidade da mobilização civil para a realização de reivindicações contrapostas ao governo. Metodologia essa, que se es-tende das intenções da Stasi, um ministério Alemão designado para a segurança naci-onal, que com as aplicações da espionagem, monitorava e repreendia iniciativas popu-lares contrárias às políticas socialistas do Estado em seu lado Oriental, separado pelo Muro de Berlim na Guerra Fria, ao aperfeiçoamento das suas aplicações pela globaliza-ção no cenário dos levantes populares brasileiros em 2013, que se opunham ao au-mento das tarifas do transporte coletivo exigindo seu reajuste além de melhorias nos serviços destinados a população por intermédio da organização de protestos em cida-des de grande visibilidade nacional, mobilizações acompanhadas pelo governo, que

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por inspeções executadas inicialmente pelo software do serviço de inteligência do Exército Brasileiro, monitorava o agendamento dos atos e identificava possíveis líderes, na coleta das informações publicadas em redes sociais ou compartilhadas pela web. Concluindo-se parcialmente, que a defesa de um Estado não limita a autenticação do direito de privacidade ou expressão de cada indivíduo em estratégia de salientar seus interesses ou rigidamente preservá-los ao atestar soberania, considerando as conse-quências pela aplicação em múltiplas faces, da infiltração civil. Ana Carolina Almeida A RELEVÂNCIA DA COOPERAÇÃO TÉCNICA BRASIL – ALEMANHA PARA AS MISSÕES DE PAZ Com o objetivo de abordar a relevância da cooperação internacional para as operações de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), o presente trabalho procura explorar a importância dos acordos de cooperação técnica para a manutenção da segurança internacional, prevenção de conflitos e defesa. Em um mundo onde nota-se o aumento dos conflitos armados, a cooperação apresenta-se como uma ferramenta importante para as nações, seja, por exemplo, visando à comunhão pacífica ou o compartilhamento de informações em prol de um interesse maior. Considerando que o Brasil é um dos pioneiros nestas missões, sendo reconhecido internacionalmente pelos seus esforços em zonas de instabilidade, a posição de relevância adquirida para assuntos globais deve ser mantida por meio de acordos que permitam uma elevação do desempenho das tropas. Assim, este trabalho foca nos estudos de cooperação Brasil – Europa e, especificamente, nos acordos de cooperação técnica Brasil – Alemanha. A escolha desta especificidade se dá não só pelo histórico alemão de vanguarda de excelência em tecnologia de defesa nacional, mas também pela utilização de um percentual mo-desto do seu Produto Interno Bruto (PIB) para esta atividade. Desta forma, em um con-texto brasileiro de reduções orçamentárias, a cooperação também pode ser sugerida como uma forma de inovação. Para alcançar o objetivo proposto recorre-se ao proce-dimento de pesquisa exploratório, por meio da técnica de coleta de dados. Mapeiam-se os acordos de cooperação técnica entre Brasil e Alemanha a fim de verificar em que medida eles contribuem para as missões de paz. Pretende-se, dessa forma, compreen-der o engajamento do Brasil nas missões de paz, uma vez que a atuação brasileira nestas operações fortalece a credibilidade internacional do país e traz benefícios polí-ticos, militares e civis. Beatriz Mendes Garcia Ferreira, Gabriela Mendes Cardim UMA ANÁLISE COMPARADA ENTRE AS FARC E O BOKO HARAM: INSURGÊNCIA EM DUAS

REGIÕES ESTRATÉGICAS PARA O BRASIL O presente estudo tem o objetivo de analisar o contexto e as motivações que levaram à formação das Forças Armadas Revolucionárias (FARC) na Colômbia e o grupo terro-rista Boko Haram na Nigéria, levando em consideração a importância estratégica que ambos resguardam com o Brasil e em seus contextos regionais. A análise comparada se constituirá da história de cada grupo e da dinâmica nacional em que estavam inse-ridos. Sendo assim, a pesquisa será feita a partir da observação das condições políticas,

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e sócio-econômicas, de cada país, por meio de análise de dados e estatísticas. Pretende-se confirmar a hipótese de que a atratividade e o sucesso das FARC e do Boko Haram residem, nos dois casos, em fatores relacionados, principalmente, à falha do Estado, frustração generalizada da população civil e instabilidade econômica e política. Olhando a partir da perspectiva brasileira, o tema é relevante para a Defesa Nacional e segurança internacional porque trata de duas regiões-chave na geopolítica do país: a Nigéria como parte do Golfo da Guiné, Entorno Estratégico Brasileiro; e a Colômbia, abundante em recursos naturais estratégicos, e fronteiriça ao Brasil. Para além disso, acende um alerta ao pensar na atualidade brasileira e na presença palpável de fatores que podem vir a tornar a insurgência armada uma alternativa no nosso país. Jéssica Pires Barbosa Barreto O SISTEMA DE AQUISIÇÃO DE DEFESA CANADENSE NO PÓS-GUERRA FRIA Trabalho tem como objetivo apresentar de que forma funciona o Sistema de Aquisição de Defesa Canadense e qual foi o impacto da Estratégia de Aquisição de Defesa de 2014 nesse processo. Como objetivos secundários, a pesquisa busca analisar as dificuldades decorrentes desse sistema e como isso pode afetar a capacidade de projeção interna-cional do país. Para fim dessa investigação, serão utilizadas fontes primárias e secun-dárias. Até o início da Primeira Guerra Mundial, tanto o exército quanto a marinha Ca-nadenses realizavam aquisições de forma independente, mas o evidenciamento das deficiências pela guerra levou o governo a centralizar o processo em uma única orga-nização. Após essa primeira mudança, o sistema do país passou por algumas centrali-zações, principalmente em tempos de guerra, e descentralizações e cortes de investi-mentos em tempos de paz. O sistema multi-departamental, exclusivo do Canadá, foi introduzido em 1969. Esse complexo processo foi instituído na esperança de que al-cançasse melhor eficiência administrativa e resultasse em diminuições de custo. En-volvendo quatro departamentos e agências do governo, cada uma responsável por di-ferentes estágios do processo, o sistema de aquisição é extremamente burocrático, o que atrasa projetos e, muitas vezes, impossibilita o gasto total do seu orçamento, le-vando a realocações de fundos pelo governo. Na tentativa de melhorar o sistema e alavancar maiores benefícios econômicos dos contratos, o Governo Harper lançou, em fevereiro de 2014, a Estratégia de Aquisição de Defesa, contendo três objetivos princi-pais e diversas iniciativas no âmbito de cada um deles. Com a diminuição contínua do investimento na área e as dificuldades em alavancar um grande projeto de moderniza-ção, a capacidade de atuação internacional do país, por exemplo, em operações da Or-ganização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), será prejudicada em longo prazo. José Gabriel Melo e Pedro Martins A ÁSIA CENTRAL COMO PIVÔ NAS RELAÇÕES SINO-RUSSAS A Ásia Central tem uma importância histórica, fez parte da Rota da Seda original, além de ser parte constituinte do Heartland de Mackinder. Essa região esteve sob influência constante de Rússia e China, um interesse que se mantém devido à sua abundância em recursos minerais e terras aráveis, além de sua posição estratégica. O investimento

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no projeto One Belt One Road (OBOR) é um exemplo prático da ascensão econômica chinesa, que veio sucedida por uma expansão de suas necessidades energéticas, con-vertendo os países da Ásia Central em importantes parceiros na busca pela sua segu-rança energética. Essa iniciativa chinesa na região é uma oportunidade de diversifica-ção dos parceiros comerciais russos e uma oportunidade para empresas russas, sobre-tudo as do setor de hidrocarbonetos. Entretanto, tensões latentes em seus respectivos setores energéticos têm potencial para agravar essa possível disputa geopolítica. O OBOR, cujo trajeto passa pela região, tem como um de seus objetivos o escoamento da produção chinesa, e a crescente presença econômica chinesa pode colidir com o papel político-cultural desempenhado pela Rússia nesses países. Desse modo, o artigo visa analisar a delicada relação sino-russa e seus impactos regionais. Lais Rüdiger O ESSEQUIBO NO CONTEXTO DE SEGURANÇA INTERNACIONAL: REGIÃO DE LITÍGIO MARÍTIMO E TERRESTRE Ao longo da História, inúmeras foram as tentativas de negociações entre Guiana e Ve-nezuela pelos limites marítimos e terrestres da localidade conhecida como Essequibo. No mapa mundi contemporâneo, tal região ocupa, aproximadamente, dois terços da Guiana, que baseia sua soberania sobre esta porção territorial no Laudo Arbitrário de Paris, que é anterior ao Acordo de Genebra, documento aceito pela Venezuela e que contesta a validade do outro desde 1966. Recentemente, a questão voltou a ter destaque midiático, reavivando os perenes imbróglios dos vizinhos sulamericanos que fazem parte do entorno estratégico brasileiro. Tanto a novata divulgação da descoberta de petróleo quanto a pesquisa geopolítica deste território geram um poderio local incon-testável. Dessa forma, este trabalho objetiva explorar os aspectos regionais perante a abrangência que a temática sobre Segurança Internacional engloba nos dias atuais, visando uma análise do Essequibo que contemple a evolução dos estudos estratégicos. Leonardo Dias de Paula A UNPROFOR: IMPLICAÇÕES DO RECURSO A MEIOS COERCITIVOS EM OPERAÇÕES DE PAZ As operações de paz conduzidas sob a autoridade das Nações Unidas revelam-se como instrumentos progressivamente mais importantes a partir da década de 1990, com o aumento no número de mandatos aprovados pelo Conselho de Segurança da institui-ção. Para além da expansão numérica, é possível observar alterações qualitativas na criação de novas operações de paz. Os conflitos do período indicam a necessidade de reconsiderar os princípios tradicionais que orientavam a mobilização das tropas inter-nacionais para missões de paz, entre eles, o emprego de recursos coercitivos para o cumprimento de objetivos prescritos nos mandatos e a proteção da população civil. O presente trabalho busca estudar as implicações produzidas pelo uso da força por con-tingentes da Força de Proteção das Nações Unidas (UNPROFOR), mobilizada para o con-texto de desintegração da antiga República Socialista Federativa da Iugoslávia, durante a dé-cada de 1990. Para tanto, recorre ao estudo de bibliografia acadêmica e documental, reali-zando uma análise da atuação das forças de paz no decorrer do conflito. Resgatam-se as

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resoluções redigidas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas que sucessivamente ampliam o mandato da missão de paz. Argumenta-se que a permissão para o emprego de recursos coercitivos pelas tropas internacionais não foi suficiente para conduzir a população iugoslava a uma condição segura, frente aos obstáculos impostos às forças de paz na tenta-tiva de cumprir as disposições de seu mandato. Evidencia-se, portanto, a necessidade de constante revisão dos recursos empregados pela comunidade internacional para a resolução de conflitos, com o objetivo de adequá-los às características dos teatros de operações e, si-multaneamente, garantir a segurança da população civil e a promoção da paz.

Lycia Amélia Ribeiro Brasil e Larissa Marques da Costa O PLANO NACIONAL DE AÇÃO PARA MULHERES, PAZ E SEGURANÇA À LUZ DA RESOLUÇÃO 1325 Após primeira a Conferência das Nações Unidas sobre mulheres, realizada em Nairobi em 1985, a ONU começou a empenhar esforços pela igualdade de direitos entre homens e mulheres e a incentivar a perspectiva de gênero em suas ações. No ano 2000, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou por unanimidade a resolução 1325 sobre mulheres, paz e segurança, a qual reconhece a importância das mulheres nas operações de paz, bem como o papel fundamental que as mesmas devem desempenhar na gestão, prevenção e resolução de conflitos. Além disso, incentiva o aumento do número de mulheres em processos decisórios relacionados à paz e segurança em três níveis: nacional, regional e internacional. Os Planos Nacionais de Ação são os meca-nismos mais eficazes para traduzir os objetivos da Resolução 1325 para a realidade e é neste contexto que o Brasil decidiu elaborar o plano nacional de ação sobre a agenda Mulheres, Paz e Segurança, que tem por objetivo a promoção da participação qualifi-cada de mulheres em questões de paz e segurança internacional. Para tanto é funda-mental que mulheres sejam incluídas nesses processos não apenas como possíveis vítimas de violência, mas como agentes de transformação e parceiras em posição de igualdade com relação aos homens. Diante disso, o presente artigo objetiva analisar a inserção das mulheres nas tropas de operações de paz brasileiras, seus avanços e im-plicações, promovendo reflexões e recomendações. A metodologia adotada iniciou-se pelo estudo da resolução 1325. Procedendo para uma pesquisa bibliográfica a cerca dos planos de ações internacionais e nacional. Por fim, conclui-se a importância das mu-lheres nas operações de paz, resinificando assim o seu papel na resolução de conflitos. Nayra Ramos A MULHER PARA ALÉM DE UMA VÍTIMA: UMA ANÁLISE FEMINISTA ACERCA DA RESOLUÇÃO

DE CONFLITOS INTERNACIONAIS Com a Resolução 1325 da Organização das Nações Unidas em 2000 o efeito dos confli-tos internacionais e nacionais para as mulheres e crianças. Segundo a resolução, es-tima-se que 90% das vítimas dos conflitos atuais sejam civis, sendo que as mulheres estão entre os grupos mais afetados. Dentro de uma perspectiva internacional de sub-valorização da mulher e machismo, as causas para essa, aparente, fragilidade feminina

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são claras. Entretanto, esse trabalho não tem como objetivo argumentar acerca da situ-ação de vítima que é imposto às mulheres diante dos cenários de conflitos internacio-nais. Têm-se como foco indagar onde estão posicionadas as mulheres dentro dos es-paços de decisões e de que forma elas estão sendo ouvidas pela maior organização internacional: a ONU. Para isso será feito o levantamento dos discursos e votações apreciados pela Assembleia Geral acerca de conflitos e cruzar de que forma as mulhe-res estão sendo colocadas dentro desses discursos e se as mulheres estão sendo ou-vidas. Assim, espera-se chegar à uma discussão que paute a falta de representação feminina dentro da pauta de conflitos, já que dentro desse contexto, elas são pensadas sempre como receptoras, mas nunca como autoras. Rebeca Vitória Alves Leite PROGRAMA NUCLEAR PAQUISTANÊS: CONTEXTO ATUAL E IMPLICAÇÕES REGIONAIS Em maio de 1998, o Paquistão anunciou seu primeiro teste nuclear, no qual se configu-rava cinco explosivos nucleares. O contexto regional de discórdia com a Índia elucida a aquisição do armamento nuclear pelo Estado paquistanês, que se vê ameaçado por possuir capacidades convencionais inferiores às indianas. No presente, o contexto re-levante para examinar tal questão está relacionado ao relatório do Instituto Internaci-onal de Estudos da Paz de Estocolmo (SIPRI, sigla em inglês). Segundo este, os Estados detentores de armamento nuclear estão modernizando seus arsenais, dentre eles o Paquistão. O presente trabalho busca analisar tal fato, considerando que o número total de armas nucleares no mundo se inclina a diminuir. Diante disso, será explorado os motivos pelos quais o Paquistão tem se esforçado para modernizar seu arsenal, bem como elevar seu número de armas nucleares e qual a implicação dessas ocorrências para a região do Sul da Ásia.

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LANÇAMENTO DE L IVROS

Paulo Gilberto Fagundes Visentini, Eduardo Xavier Ferreira Glaser Migon e Analúcia Danilevicz Pereira A (IN)SEGURANÇA DA ÁFRICA E SUA IMPORTÂNCIA PARA A DEFESA DO BRASIL Trata-se de livro que consolida e comunica os resultados de pesquisa elaborada nos marcos do Edital Álvaro Alberto (CNPq - Ministério da Defesa), durante osanos 2015 e 2016. São estu-dadas as dinâmicas de Seurança & Defesa associadas ao entorno estratégico brasileiro, as quais são investigadas considerando-se as dinâmicas internas da África bem como aquelas associadas ao relacionamento Brasil-África. Parte-se da premissa de que a S&D do Atlântico Sul é fortemente dependente das condições institucionais e da (in)segurança do continente africano. Sob tal perspectiva, pretende-se avançar o conhecimento disponível acerca das condições de (in)segurança da África Subsaariana, tendo em vista a importância desta região para a segurança do Brasil, o que já é perceptível no âmbito das políticas externa e de defesa em execução pelo governo brasileiro, ao mesmo tempo em que é algo cuja relevância tende a se ampliar ao longo do tempo. Organizada por Paulo Visentini, Eduardo Migon e Analúcia Pereira, a obra integra a série "Estratégia, Defesa e Relações Internacionais" e foi editada por NERINT/UFRGS e LED/ECEME, tendo sido publicada em Dez/96. Além dos organizadores, contribuem com este volume Sylvio Ferreira, Anselmo Rodrigues, Anselmo Otávio, Nilton Cardoso, Isadora Caminha e Yoslán Silvério G. Danilo Bragança NARCOTRÁFICO, SOBERANIA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS NO MÉXICO Este texto é o resultado final da pesquisa e dissertação de mestrado em Relações Internaci-onais realizada entre 2012 e 2015 na UERJ. O principal objetivo é fornecer elementos ao in-tenso debate que se trava hoje sobre a relevância da Guerra às Drogas, trazendo o caso do México como exemplo fundamental.

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Marianna Restum Antonio de Albuquerque, Maria Regina Soares de Lima, Carlos Roberto Sanchez Milani e Rubens Duarte ATLAS DA POLÍTICA BRASILEIRA DE DEFESA A elaboração do Atlas da Defesa tem por objetivo dar conta dos desenvolvimentos e da transformação da defesa e da política se seguran;ca do Brasil ao longo da história do país. Também busca contribuir para o desenvolvimento de uma inteligência civil em defesa nas instituições de ensino e pesquisa e na sociedade em geral. Foi com base nesse conjunto de concepções que o Atlas foi projetado e desenvolvido, graças ao apoio do Instituto Pandiá Calógeras do Ministério da Defesa e do CNPq. O projeto teve por objetivo desenvolver a metodologia de cartografia temática na análise do pano-rama da política de defesa nacional e seu entorno estratégico (internacional e regional). Edson Jose Neves Junior AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS E O CINEMA. VOL. 2: ESTADO E CONFLITOS INTERNACIONAIS Filmes podem ser janelas para mundos que de outra forma não conseguiríamos acessar. Pela capacidade que têm de aproximarem um objeto não raro distante, os filmes são uma ferramenta valiosa para o estudo das Relações Internacionais. Para realizar esse potencial, o conteúdo dos filmes – e, em alguns casos, a própria forma do filme – pre-cisa ser refletido e analisado a partir do momento em que foram criados, bem como por quem e para quem foram produzidos e a narrativa que desenvolvem. As Relações Internacionais e o Cinema reúne análises dessa natureza, dedicadas, neste segundo volume, ao Estado e aos conflitos internacionais. Nele o leitor encontrará a análise de um conjunto de filmes que auxiliam a compreensão sobre guerras passadas e contem-porâneas, segurança e tecnologia, corrida espacial, conscrição, tecnologia militar e ci-dadania, inteligência e propaganda, identidade, cultura e novas dinâmicas securitárias. Thiago Rodrigues POLÍTICA E DROGAS NAS AMÉRICAS: UMA GENEALOGIA DO NARCOTRÁFICO (SÃO PAULO, DESATINO, 2017). O livro analisa a construção do chamado "problema das drogas" nas Américas a partir da análise genealógica do proibicionismo, movimento simultaneamente social, político, geopolítico e econômico que articulou demandas conservadoras, encontros diplomáti-cos, reformas legais e a securitização da produção, venda e consumo de algumas dro-gas ao longo do século XX. Nesse esforço, alguns países são especialmente enfocados, como Brasil, Estados Unidos, Argentina, Colômbia e México. O livro oferece uma pers-pectiva analítica para compreender a atual conformação do narcotráfico no continente americano, a crescente militarização do seu combate e as emergentes propostas de modificação das leis antidrogas.

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M IN ICURSOS

MC1 – POLÍTICAS DE CT&I EM DEFESA E O USO DA FORÇA NO FUTURO William de Sousa Moreira Entre os grandes desafios do setor de Defesa no Brasil está a concepção e o preparo das forças armadas do futuro. Em um contexto internacional incerto e cambiante, com variadas ameaças potenciais, a ciência e suas aplicações tecnológicas avançam com velocidade sem precedentes. Prenunciam-se inovações de ruptura que irão instrumen-tar o uso da força para fins politicamente estabelecidos, tornado mais difícil o processo decisório relativo às opções estratégicas e escolhas que dão origem às demandas ma-teriais de plataformas e sistemas de combate. Seja qual for o ambiente de aplicação, no ciberespaço, no espaço sideral, no ar, em terra ou no mar, os países que lideram os investimentos em CT&I para defesa estão a buscar inovações que lhes preservem a dianteira em termos de poder no sistema internacional. Nesse contexto, países emer-gentes enfrentam desafios ainda maiores, pois têm de lidar com óbices de diversas ordens, como a elevada dependência tecnológica externa, as crises políticas e econô-micas, o longo prazo necessário ao desenvolvimento de projetos estratégicos, as limi-tações do sistema de aquisições de defesa, entre outros. O minicurso irá abordar essas questões e as principais políticas públicas voltadas a fazer frente a esses desafios. Ofe-recerá, também, uma visão ampla da sistemática de planejamento estratégico de defesa e do planejamento de forças, responsável pelo irrenunciável dever de preparar os ins-trumentos de defesa para as futuras gerações. MC2 – ESTIMANDO A (IN)SEGURANÇA INTERNACIONAL: ANÁLISE EMPÍRICA DE RANKINGS DE SEGURANÇA & DEFESA Eduardo Xavier Ferreira Glaser Migon Este minicurso tem por objetivo introduzir jovens pesquisadores na compreensão e

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uso de uma técnica de pesquisa quantitativa específica, a análise estrutural, com a fi-nalidade de apoiar a construção de alternativas analíticas úteis à interpretação de ran-kings de Segurança & Defesa. O objetivo geral é apresentar o algoritmo proposto por Kemp & Tenenbaum (2008), o qual foi recentemente introduzido na literatura na-cional, tendo sido aplicado na análise de dados disponibilizados pelo Fragile (Failed) States Index (FSI). Sendo um curso introdutório e de curta duração, assume-se que os participantes não possuem conhecimento prévio sobre o assunto. Como introdução, serão apresentados e discutidos aspectos de metodologia da pesquisa e de métodos quantitativos, assim como aspectos conceituais do processo humano de tomada de decisão, particularizando-se os vieses cognitivos associados ao uso de rankings. Em seguida, serão apresentados o algoritmo estrutural e a base de dados selecionados, discutindo-se a viabilidade e utilidade do uso destes a fim de conduzir pesquisa empí-rica de interesse dos Estudos de Defesa. As possibilidades, alcances e limitações da abordagem de pesquisa proposta serão exploradas de forma contextualizada ao en-torno estratégico brasileiro, analisando os resultados gerados para a América do Sul e para a África. A discussão dos resultados irá explorar aspectos associados ao método e ao espaço geográfico de pesquisa, destacando as anomalias na hierarquização pro-posta pelo ranking selecionado. Ao final, espera-se que o participante identifique a literatura internacional e nacional de referência, compreenda o potencial de extrapola-ção da técnica para a pesquisa de bancos de dados em geral, assim como reflita criti-camente quanto à simplificação e erros cognitivos associados à interpretação de ran-kings. Caso seja de interesse dos participantes, os dados gerados podem ser discutidos de forma específica, dialogando-se acerca da (in)segurança dos espaços analisados.

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- II ERABED SUDESTE 2017 - II Encontro Regional da Associação Brasileira de Estudos de Defesa - SE