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Projecto final desenvolvido no âmbito da disciplina de Projecto e Tecnologias no ano lectivo de 2010/2011 na Escola Artistica Soares dos Reis.
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Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta
Calçada Portuguesa
Rua Santa Catarina
Entrevista de Sérgio Coutinho
Entrevista de Paula Coutinho
Mercado do Bolhão
Polémica de reabilitação
Entrevista de Paula Coutinho
Entrevista de António Ferreira
Praça da Batalha
Entrevista de Sérgio Coutinho
Entrevista de António Ferreira
Conclusão
Ficha Técnica
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A cidade do Porto é conhecida como a Invicta, pelo
seu vinho, pontes, arquiectura antiga e característica,
especialmente no centro histórico. Actualmente, a cidade
recebe mais de um milhão de turistas por ano e é uma
das cidades mais visitadas da Europa, fruto da harmonia
das linhas e estrutura urbanística que fortalecem a rara
beleza da cidade. Na Baixa, encontram-se as ruas mais
movimentadas, em parte, devido ao comércio tradicional.
Evidencio o mercado do Bolhão pela sua arquitectura,
ser o principal centro de comércio tradicional e pelas
suas famosas vendedeiras que sempre se adoptaram ás
características da cidade.
A Praça da Batalha além de ser o local onde antigamente
havia bastante mais movimento e onde passavam mais
linhas do famoso e tradicional eléctrico. Um ponto da
cidade onde ainda hoje existe muito movimento turístico,
daí a importância deste local.
“Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta.”
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CALÇADA PORTUGUESA
A calçada portuguesa é um elemento típico da cidade.
Patente na pavimentação dos passeios, das praças, e
espaços públicos, o mosaico português é resultante do
calcetamento feito por mestres, a partir de pedras com
formato irregular (calcário e basalto), onde artisticamente
formam padrões decorativos e contrastados com as cores
tradicionais da cidade – o preto e branco. Com a ajuda
de martelos e moldes para marcar as zonas de diferentes
cores são criadas sequencias de modo a possibilitar a
repetição dos motivos em sequência linear, ou nas duas
dimensões do plano (padrões).
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Proveniente de Portugal em meados do séc. XIX e
empregue pela primeira vez em Lisboa de 1842, o trabalho
foi feito pelos “grilhetas” da época (ou seja, presidiários)
a mando do Governador Eusébio Furtado, do Castelo de
São Jorge. Neste pavimento foi usado um traçado simples
(tipo zig zag) e posteriormente a obra acabou por ser algo
originalmente extraordinário, motivando assim cronistas
portugueses a escrever sobre o assunto, como é o caso de
Cesário Verde em “Cristalizações”, e de Almeida Garrett
em “Arco de Sant’Ana”.
Depois deste sucesso, os calceteiros passaram a
pavimentar toda a área da Praça do Rossio exigido
por Eusébio Furtado, pois era uma das zonas mais
conhecidas e centrais de Lisboa. A calçada portuguesa
rapidamente se espalhou por todo o país e suas colónias,
como um ideal de moda e bom gosto, tendo-se apurado
assim o sentido artístico, que se aliou à funcionalidade,
originando obras-primas nas zonas pedonais.
Mais recentemente este tipo de arte já atravessou
fronteiras e são solicitados mestres para reproduzir a
calçada fora de Portugal.
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RUA SANTA CATARINA“Sempre vi Santa Catarina como o centro do Porto,
é uma das ruas mais movimentadas que conheço.”
A rua de Santa Catarina, acolhe a zona
comercial da cidade do Porto e conta com
inúmeros acessos facilitados.
Os majestosos restaurantes e cafés são
elementos que contribuem para a elevada
afluência de turistas. A arquitetura dos
edifícios também atrai muitos curiosos a
esta zona do Porto.
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O prolongamento identificou-se como a Rua Bela da Princesa.
No ocidente desta rua, grande parte dos terrenos no séc.XIX,
pertenciam a D.Antónia Adelaide Ferreira, a Ferreirinha do
vinho do Porto.
A sua planificação ficou a dever-se ao espírito visionário dos
Almadas cujas obras de requalificação, na segunda metade
do século XVIII, trouxeram à cidade do Porto uma nova luz.
Em 1662, em Fradelos existia uma quinta com uma capela
de invocação de Catarina de Alexandria que tinha um
caminho onde iria dar à Porta de Cima de Vila da Muralha
Fernandina. Em 1748, este caminho é identificado como
Rua Nova de Santa Catarina, com o seu alinhamento
corrigido no anos de 1771. Em 1784, esta rua é alargada
até à Alameda da Aguardente, hoje em dia denominada
de Praça do Marquês de Pombal.
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A Rua de Santa Catarina engloba todo o tipo de lojas.
Vestuário, sapatarias, o famoso centro comercial Via
Catarina e vários vendedores ambulantes de peças
artesanais. Quem vem da praça da Batalha, encontra duas
fachadas pertencentes à Arte Nova: na direita, a Livraria
Latina; na esquerda, a antiga ourivesaria Reis & Filhos.
Um pouco mais á frente, no cruzamento com a Rua de
Passos Manuel, estão as Galerias Palladium – projecto do
arquiteto Marques da Silva, construído em 1914 para os
Armazéns Nascimento, que agora são as instalações da
FNAC e da loja de vestuário, C&A.
A primeira loja da Zara, fora de Espanha abriu nesta rua,
em 1988, sendo uma das lojas de mais importância para o
comércio da baixa portuense. Outro espaço importante
é o café Majestic, que é um dos estabelecimentos mais
belos da cidade e representante da Arte Nova. É também
um dos mais emblemáticos da cidade e, assim um dos
pontos frequentados da rua. Inicialmente foi chamado de
“Elite”, sendo em 1922 denominado como Majestic. A sua
decoração reforça a elegância parisiense para atrair os
clientes. É animado com recitais de poesia, concertos de
piano, exposições de pintura, lançamentos de livros, etc.
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Muito perto deste café, encontra-se o Salão de Chá
Império (de 1944) e um dos hotéis mais importantes
da cidade - o Grande Hotel do Porto, inaugurado em
1880. Eça de Queirós era um frequente hóspede deste
espaço, além do primeiro ministro Afonso Costa, que
aqui esteve preso em 1917 devido ao golpe de estado de
Sidónio Pais. O mais recente edifício desta rua é o centro
comercial Via Catarina, do grupo Sonae, inaugurado em
1996 após uma das maiores intervenções urbanísticas da
zona, conservando assim a fachada da antiga sede do
jornal portuense “O Primeiro de Janeiro”.
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[Nascido e criado na cidade do Porto há 18 anos]
SÉRGIO COUTINHO
“Sempre vi Santa Catarina como o centro do Porto por
ser das ruas mais movimentadas que conheço. A rua é
caracterizada pelo movimento das pessoas, e para mim, ela é
como um centro comercial ao ar livre. Quando era pequeno,
lembro-me que não havia muitos centros comerciais, mas
agora no centro comercial Via Catarina temos um grande
espaço para completar a zona de comércio do Porto.
É uma rua com centenas de lojas e cafés e desde sempre
houveram vendedores ambulantes, mas antigamente penso
que havia mais, até a minha mãe ia para lá vender quadros e
artesanato quando era da minha idade.
Para além de ser a principal zona de comércio, é uma das
ruas mais emblemáticas da Invicta. Hoje em dia, Santa
Catarina para mim, está diferente, com menos gente,
talvez devido à abertura de muitos centros comerciais
na cidade. Mesmo assim continua a haver a animação
da rua com muitas actuações: grupos musicais, teatro,
magia, faquires, marionetas, etc. Agora existem menos
vendedores ambulantes, em parte devido à necessidade
de licença para se poder vender na rua. Hoje as lojas são
muito diversificadas, mas algumas resistiram ao longo
do tempo, e abriram novas lojas com novos conceitos e
bastante inovadoras.”
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[Nascida e criada na freguesia de Massarelos há 45 anos]
PAULA COUTINHO
“Para mim Santa Catarina é como se fosse uma área
comercial ao ar livre, porque tem comércio e restauração
tradicional numa rua estritamente pedonal.
Costumo passear por aqui diversas vezes para ver as
montras das lojas. Como vivo no centro da cidade considero
uma zona do Porto de excelência, tanto para os tempos de
lazer e cultura, ao ar livre. Dou o exemplo da FNAC que é
um espaço de leitura e de música. O famoso e requintado
Majestic é o “ex libris” dos cafés de outrora, sendo também
um sítio de grande nível cultural.
Santa Catariana continua a ser uma das ruas mais
importantes para o desenvolvimento do comércio na
cidade do Porto. É uma zona de convívio tanto como para
os portugueses, como para os visitantes devido ao grande
número de cafés, restaurantes e respectivas esplanadas. O
facto da fachada dos edifícios permanecerem originais do
séc. XVIII ou XIX, é um dos principais motivos de interesse
para visitar o local. Não havendo possibilidade de circulação
de veículos motorizados, torna-se também um convite à
circulação dos peões.
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Nos meus tempos de criança, aqui circulavam automóveis,
com zona de estacionamento, basicamente era uma rua
completamente normal.
Algumas lojas de comércio eram stands de automóveis.
No lugar do centro comercial Via Catarina, era o jornal
Primeiro de Janeiro - um jornal de elevada importância para
a cidade - e ateliês de costura. A rua era também bastante
movimentada. Havia mais vendedores de artesanato que
não precisavam de licença camarária para montar a sua
banquinha, o que também atraía muitas pessoas. Estes
foram impedidos de aqui venderem por se considerar que
interferia com a natureza do comércio tradicional, tendo-
se mudado de local para a praça da Batalha. Antigamente
era uma rua bastante mais poluída e a circulação era
condicionada pelo trânsito.”
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MERCADO DO BOLHÃO“ O Bolhão é o maior mercado da cidade do Porto.
Sinceramente nunca vi tanta gente a comprar tanta
mercearia junta! ”
O Mercado do Bolhão é o mercados mais
emblemático da cidade do Porto, de
enorme interesse público devido á sua
monumentalidade, própria da arquitetura
neoclássica. O próprio nome deriva da
existência, nas suas vizinhanças, de uma
bica designada como “A Fonte do Bolhão”.
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É distribuído por dois pisos, com quatro entradas
distintas - a entrada sul dá acesso ao piso térreo; as
entradas laterais dão acesso às escadas que ligam os dois
pisos; a entrada pela Rua Fernandes Tomás dá acesso ao
segundo piso. O mercado está vocacionado sobretudo
para os produtos frescos, especialmente alimentares.
Os vendedores estão divididos em diferentes secções
especializadas, designadamente a zona do peixe, do
talho, das hortícolas e a zona floral.
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O Mercado do Bolhão situa-se na freguesia de Santo
Ildefonso, delimitado a norte pela Rua de Fernandes
Tomás, a sul pela Rua Formosa, a este e oeste pelas ruas
Alexandre Braga e Sá da Bandeira. A zona deste mercado
é conhecida por ser uma área de lojas tradicionais
dedicadas especialmente a produtos alimentares.
Neste espaço, localizam-se mais mercearias além do
mercado do Bolhão, tal como A Casa Transmontana e
o café Império. A existência do mercado advém desde
1839, quando a Câmara Municipal do Porto pretendeu
concentrar, neste local, todos os mercados existentes na
cidade. Inicialmente estava rodeado somente por um
gradeamento em ferro. O edifício atual, foi inaugurado
em 1914, substituindo o anterior mercado existente no
local. No primeiro mandato republicano da Câmara do
Porto presidido por Elísio de melo, a obra foi edificada
pelo arquiteto António Correia da Silva. Hoje em dia
está severamente degradado, tendo sido proposta a
sua reabilitação e lançado um concurso público para a
sua gestão por privados. Todo este processo foi alvo de
uma forte contestação e ainda hoje não vemos nenhuma
alteração no edifício.
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Polémica em torno da Reabilitação.
Processo desde 1992
Em 1990 a Câmara do Porto participou num concurso
público internacional, nomeando para júris o IPPAR
(Instituto Português do Património Arquitectónico), a
Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto e o
arquitecto Álvaro Siza Vieira. Este tinha como objectivo
manter o carácter geral do edifício (relativamente
à salvaguarda dos aspectos formais e funcionais, à
manutenção do mercado tradicional e ao acréscimo
de novas funções a espaços perdidos). O projecto
vencedor, foi do arquitecto Joaquim Massena, aprovado
pela “unanimidade com distinção e Louvor” (citado no
Processo Concurso 1992 Mercado do Bolhão- Câmara
Porto, e exposto no Orfeão da cidade). Este contemplava
a manutenção de todo o edifício numa perspectiva
Patrimonial, nos seus aspectos funcionais e compositivos.
O comércio tradicional mantém-se, com novas
infraestruturas para a comercialização de frescos.
São ainda sistematizadas as áreas museológicas e os
auditórios, reforçando no Mercado do Bolhão, diferentes
horários de funcionamento.
Através da união do sistema do Metro Ligeiro do Porto
com a estação de Metro do Mercado do Bolhão, a câmara
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avança com um projecto de Reabilitação do Mercado,
com a ajuda da equipa do arquitecto Joaquim Massena.
Este instalou assim um gabinete de apoio, no interior do
Mercado do Bolhão, para sintetizar o uso do edifício e o
seu estado físico, bem como levar a conhecer os trabalhos
realizados pela equipa, aos Comerciantes e à Cidade.
Em 1997, foi pedida a Classificação do Mercado do Bolhão,
enquanto edifício Patrimonial. Aprovado e classificado
pelo edital de 10/97 da Câmara, e ainda confirmada
pelo IPPAR (actual IGESPAR), em 1998, este projecto, foi
acompanhado e pouco depois autorizado por todos os
Organismos de Tutela, incluindo a Câmara do Porto, e
IPPAR, estando actualmente pronto a ser executado. Em
2007, a Câmara do Porto instaurou um concurso público
de concepção, construção e exploração.
Este admite a entrega do Mercado do Bolhão para
exploração a privados, durante 70 anos. O administrador
da empresa imobiliária vencedora TramCroNe - Promoção
e Projectos Imobiliários, S.A., na pessoa do seu
administrador Engº Pedro Neves, que “a demolição de
todo o interior do Mercado do Bolhão é uma inevitabilidade
para rentabilizar o investimento”.
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O programa contempla ainda a construção de habitações
de luxo e de um centro comercial, deixando apenas
cerca de 3% da área total do Mercado do Bolhão para o
comércio tradicional. Estas premissas, provocaram uma
série de movimentos cívicos, levantando questões sociais
e culturais, impedindo assim a demolição do Mercado.
Várias associações e, cidadãos individuais do Porto,
uniram-se na esperança de impossibilitar a entrega do
Mercado do Bolhão a privados por 70 anos, e respectiva
demolição, sensibilizando para sua urgente reabilitação.
Entre as acções desenvolvidas inclui-se uma petição com
mais de 50.000 assinaturas, entregues na Assembleia da
República, uma acção judicial, várias iniciativas de mobilização
junto ao Mercado e à Câmara, reuniões de esclarecimento e o
Cordão Cultural do Bolhão - grande evento cultural em torno
do mercado que contou com a participação de vários artistas
solidários com a causa.
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[Nascida e criada na freguesia de Massarelos há 45 anos]
PAULA COUTINHO
“O Bolhão, o bolhão é o maior mercado da cidade do Porto.
Está no coração da cidade, e aqui podem-se encontrar os
melhores produtos frescos, essencialmente agrícolas, que
são vendidos diariamente pelas vendedeiras: desde peixe
fresco, animais vivos (coelhos, galinhas, etc.), brinquedos,
hortaliças até plantas para plantar. Aquilo é lindo!
Sinceramente nunca vi tanta gente a comprar mercearia
junta! Como antigamente não existiam centros comerciais, o
mercado revelava mais importância na cidade: haviam mais
vendedores, muitos mais clientes, e além disso, o edifício
não estava tão degradado como atualmente.
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É de referir que este mercado continua situado num local de
bons acessos a nível de transportes públicos. Costumo vir
aqui semanalmente, comprar produtos frescos, pois são os
de maior confiança e os mais baratos. Estabeleço também
uma boa relação com os vendedores.
Antigamente, o mercado era mais movimentado do que
hoje em dia: os dois andares estavamsempre cheios de
vendedores e compradores, parecia que não havia espaço
para mais ninguém, e uma coisa que me fica na memória
era como os vendedores tentavam aliciar os clientes, as
expressões, os tons diferentes, os barulhos e especialmente
os diferentes cheiros que se podiam sentir. A melhor altura
para lá ir era mal o bolhão abrisse, os restaurantes eram os
primeiros a chegar para levarem os alimentos com melhor
qualidade - os mais frescos.
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Hoje em dia, o mercado do Bolhão parece um cenário de
um filme de terror, está tudo a cair de podre. Muita pouca
gente, nem metade dos vendedores que haviam à cinco
anos atrás. Mesmo com o plano de reabilitação, ainda hoje
não se vêm obras nenhumas, só andaimes a suportarem a
estrutura para o mercado não ruir. É uma grande desilusão
ver o que está a acontecer. Sinto muita pena mesmo
e ninguém faz nada. Eu ia lá com a minha mãe todos os
sábados no mínimo, e hoje a minha mãe ainda continua a lá
ir mas menos vezes.”
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[Nascido e criado na freguesia de Cedofeita há 75 anos]
ANTÓNIO FERREIRA
“Antigamente o Bolhão era um jardim muito grande com
grades e onde vendedores montavam a sua barraca. Era um
bom mercado com todo o tipo de mercearia. Embora mais
rústico, havia menos disciplina por parte das vendedoras,
porque não havia preocupação em causar boa impressão
para atrair mais clientes. As bancas passaram de família em
família. Antigamente até se vendiam lá macacos! Era um dos
únicos sítios que se vendiam macacos, aves muito raras, etc..
Queria-se comprar fruta e legumes dentro da cidade, para
onde se ia?
Quando o mercado do Bolhão fechar, onde é que se vai
comprar os produtos frescos, as vagens, o feijão e todos os
outros legumes?
O mercado do Bolhão era o local de comércio de produtos
naturais mais importante! Tinha tudo! Vendiam também
vinho em garrafão caseiro, mas hoje em dia são também
coisas que estão a acabar, porque os grandes comerciantes
tiram um pouco a facilidade porque querem monopolizar
tudo o que conseguem. Anos depois, resolveram refazer o
edifício, como atualmente se encontra.
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Esta solução causou uma maior imponência e melhor
capacidade deste mercado proporcionando os bons
estabelecimentos lá. O bolhão está na decadência, as
pessoas têm mais receio de andar lá porque correm o risco
de levar com bocados de pedra em cima. Ainda no outro dia
lá estive e fiquei com muita pena! Nos sítios onde estavam
por exemplo os talhos, agora estão lojas de roupa para bebé.
Agora está muito mudado, tem também menos gente a
comercializar.”
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“Quando visito a Batalha de hoje em dia, fico
bastante triste ao ver como era antes o Porto, e
como agora é.”
BATALHA
A Praça da Batalha encontra-se no centro
da cidade do Porto, e é bastante concorrida
devido aos cafés e esplanadas que lá
existem. No século X, este local foi onde
aconteceu a sangrenta batalha entre os
sarracenos de Almançor e os habitantes
do Porto, que derrotados, originaram
arrasamento da cidade.
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No horizonte há um palacete que foi mandado construir
em finais do século XVIII, por José Anastácio da Silva da
Fonseca. Na altura do Cerco do Porto os proprietários
pró-miguelistas abandonaram o edifício, e o governo
instalou novas instituições publicas. Em 1842, foi
recuperado aos donos e, em 1861, quando a Câmara
mandou reconstruir o Largo da Batalha para ser erguido
o monumento a D. Pedro V, ainda hoje existente, o palácio
ficou cerca de um metro mais alto que o pavimento da
praça. Em 2009 foi vendido ao grupo hoteleiro Hotel
Dona Inês que desenvolve um projecto dum hotel de
charme para este edifício. Na praça está também situado
o Teatro Nacional São João e o Cineteatro Batalha.
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A 13 de Fevereiro de 1919, um esquadrão da Guarda
Republicana pôs fim à chamada Monarquia do Norte
(Junta Governativa). Mais tarde, em 1927, as forças
republicanas liberais, que se revoltaram a 3 de Fevereiro,
ficam fortificadas e foram obrigadas a submeter-se
ao general Passos e Sousa. A estrutura da Batalha tem
uma configuração bastante irregular. Em direção à Rua
de Santo Ildefonso, localiza-se o antigo cinema Águia
D’Ouro, que está agora encerrado. Seguidamente, no
ângulo da Praça, está o cinema Batalha, que substituiu o
antigo cinema High-Life.
No lado poente, destacam-se vários cafés e hotéis: o café
Chave de Ouro, o Hotel Holiday Inn e o Hotel da Batalha
(Mercury), à entrada da rua Cimo de Vila.
No centro da praça, a sul, está a estátua de D. Pedro V,
monumento artisticamente modesto feito em bronze, que
simboliza a afeição da cidade pelo monarca. A Praça da Batalha
foi durante muito tempo um dos principais locais de trânsito
mais importantes da cidade, encontrando-se atualmente livre
das grandes vagas de tráfego, devido à criação de percursos
alternativos. Um dos primitivos e relevantes desta praça é a
antiga estação Central dos Correios, Telégrafos e Telefones -
recentemente restaurada.
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Trata-se de um edifício com brasões idênticos aos
brasões dos finais do século XVIII (referente ao Palácio da
Batalha). A sul, destaca-se também o edifício do Teatro
de São João, edificado em 1912 até 1918, no local onde
estava o famoso teatro de ópera com o mesmo nome,
que foi destruído por causa de um incêndio em 1908.
Nos anos 80 a praça foi completamente remodelada,
sendo que o projecto previa que a praça seria uma área
exclusiva para peões mas mais uma vez esta não se
conseguiu libertar do conceito de nó de trânsito mais
importantes da cidade.
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[Nascido e criado na cidade do Porto há 18 anos]
SÉRGIO COUTINHO
“O que vejo mais importante na Batalha é o Teatro Nacional
S. João, a quantidade de transportes públicos em volta,
aquela área de bancos e sombras para as pessoas poderem
conviver, e o facto de ter uma grande central dos correios que
também dá importância ao local. Dou relevância também á
Igreja lá existente, chamada a Igreja de Santo Ildefonso, pois
é um edifício com uma fachada coberta pelos tradicionais
azulejos da cidade do Porto. É um sitio considerável para
esta cidade pois acaba por ser a entrada principal para
Santa Catarina. que o eléctrico passa imensas vezes.
Aqui estão muitos hotéis e cafés instalados, o que leva aos
estrangeiros e aos outros visitantes passarem pela Batalha.
Quando era pequeno, brincava com os meus amigos e
jogava também basquete no Vasco da Gama, perto da
praça. Passava aqui imensas vezes depois da grande
mudança arquitectónica que foi feita. Uma coisa que me
lembro sempre da Batalha são os praticantes de Skate,
mais recentemente utilizam a batalha como “Spot” para
praticarem esta modalidade devido às condições do local.“
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ANTÓNIO FERREIRA
“A praça da batalha é uma parte integrante do centro da
cidade, com menos valor do que à 40 ou 50 anos atrás
devido ao encerramento do cinema Águia Douro e Cinema
Batalha. Este conjunto de cinemas e teatro São João,
além do coliseu do Porto proporcionavam à praça imenso
movimento. Os cafés e bares antigamente estavam abertos
até á meia noite ou uma da manhã, hoje em dia ás onze
da noite já estão fechados. As pessoas andavam à vontade
na rua porque havia também mais respeito. Atualmente
infelizmente não é assim, há mais insegurança, estamos mais
sujeitos a assaltos.
[Nascido e criado na freguesia de Cedofeita há 75 anos]
Antigamente haviam também mais hotéis que hoje, o que
também trazia muito mais movimento á própria Batalha.
E ainda há um problema, colocaram uns bancos no
jardim, o que traz mau aspecto á praça devido ao tipo de
população que costuma estar por lá. Por aqui passava o
eléctrico com pelo menos três linhas, o que também dava
mais ritmo á Batalha. O palácio dos correios que existia
na altura, era também um sitio muito movimentado pois
era a principal estação dos correios, além do governo civil.
Quando visito a Batalha de hoje, fico bastante triste ao ver
como era antes o Porto, e como hoje em dia é.”
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A cidade do Porto, comelementos caracterizantes, pode ser
vista sob diversas perspectivas. Como tal, no trabalho foram
abordadas apenas algumas das quais o constituem.
Conseguimos compreender que a arte se funde com as
necessidades da sociedade, sem darmos por isso. A relação
das diferentes zonas da cidade é bastante forte, pois todas
dependem umas das outras. Como estão ligadas, traz uma
maior fluência de cidadãos e visitantes à Invicta.
PROVA DE APTIDÃO ARTÍSTICA
Porto, Espaços da Cidade“Perspectivas”
Rafaela Silva l 12 B1Design de Comunicação’ 2011Especialização Design Gráfico
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