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CRISINFORMA | 1 Informativo do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fiocruz Fiocruz firma parceria com universidade britânica Cris promove terceira reunião da Câmara Técnica de Cooperação Internacional PÁG. 3 ago / set 2014 16 PÁG. 2 PÁG. 8 PÁG. 14 Entrevista: Fiocruz Pernambuco intensifica ações de cooperação internacional FOTO PETER ILICCIEV/CCS FOTO CAPPEX.COM FOTO ASCOM FIOCRUZ PERNAMBUCO

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Informativo do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fiocruz

Fiocruz firmaparceria com

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Cris promove terceirareunião da Câmara

Técnica de CooperaçãoInternacional

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ilhares de proteínas controlamos processos químicos no cor-po humano e problemas comelas geralmente provocam do-enças. Até o final dos anos

1990, enxergar esses processos e comoeles ocorrem só era possível em tecidosnão vivos. Porém, uma grande descober-ta mudou essa orientação, chamandoatenção de toda comunidade científica:a Proteína Verde Fluorescente (GFP, eminglês). A ferramenta, usada atualmenteem todo mundo, possibilitou que cientis-tas enxergassem todo o trabalho internode células, tecidos e organismos vivos,abrindo portas para novas perspectivasacerca da biologia. O autor da descober-ta, que ganhou o Nobel de Química de2008, ministrou palestra, no dia 26 desetembro, na Fiocruz. Durante o encon-tro, Chalfie falou sobre o uso da GFP emestudos científicos. “A Fiocruz tem umatradição, missão e trabalho impressionan-tes. É uma instituição que tem forte atu-ação na aplicação de pesquisa básicacom foco na saúde pública, o que achoextremamente importante. Estou muitofeliz de estar aqui”, disse Chalfie ao ini-ciar a palestra.

Uma das ferramentas mais impor-tantes na biociência contemporânea, aGFP é usada como marcador biológicona localização e rastreamento de célulasou proteínas. Segundo Chlafie, a maiorimportância do uso da Proteína Verde Flu-orescente é que, com ela, tornou-se pos-sível observar todo o processo biológico

na medida em que ele ocorre, o quepossibilita uma compreensão mais am-pla acerca de doenças e o estudo sobrepossíveis tratamentos. Com a ajuda daGFP, pesquisadores podem, por exemplo,estudar os danos provocados pelo Alzhei-mer nas células nervosas, observar comose originam as células produtoras de in-sulina em um embrião e ainda enxergara expansão de um vírus no organismo ecomo ocorre o processo de metástaseusando a Proteína como marcador de cé-lulas cancerígenas. “Com essa ferramen-ta, agora é possível saber como as célulassão destruídas e afetadas. Podemos, porexemplo, fazer a contagem e checar aporcentagem da perda de células. Tudoisso permite um melhor monitoramentodo processo de enfermidades”, explicou.A descoberta da GFP, publicada na revistaScience, já gerou, até então, mais de 150mil artigos científicos.

Segundo Chalfie, além de permi-tir o estudo das células em organismosvivos, o uso da Proteína Verde Fluores-cente possui outras grandes vantagens.“Sua utilização não fere o organismo esua pequena dimensão se encaixa to-talmente no interior das células, possi-bilitando uma visão panorâmica do queestá sendo estudado”, destacou. A GFPpode ser usada em expressões genéti-cas, na localização de proteínas, na bi-otecnologia, em descobertas de medi-camentos e no estudo de doenças comoHIV, câncer e enfermidades genéticas einfecciosas. “Agora podemos enxergar

muito do que, antes, não podíamos ver”,comentou o vencedor do Nobel.

Chalfie contou que não foi fácil che-gar à descoberta. O primeiro cientista aisolar a GFP e descobrir qual parte da pro-teína era responsável por sua fluorescên-cia foi o japonês Osamu Shimomura. Em1960, Shimomura começou a estudar abioluminescência da água viva Aequo-rea victoria. Ele descobriu que, para seiluminar, a Aequorea libera íons de cál-cio, os quais se ligam a uma proteínaque ele chamou de aequorin, que liberauma luz azul sobre a ligação de cálcio. Aluz azul é absorvida pela Proteína VerdeFluorescente que, por sua vez, emite umaluz verde. Shimomura queria apenas com-preender a química e bioquímica envol-vidas na produção do brilho verde daágua viva e nunca se interessou em apli-cações da GFP como molécula de rastre-amento. Foram os estudos de MartinChalfie, juntamente com o bioquímicosino-americano Roger Tsien, que permi-tiram que bactérias emitissem uma luzverde com o uso da GFP, culminando,assim, no desenvolvimento da ProteínaVerde Fluorescente como marcador bio-lógico. “A descoberta da GFP é uma boametáfora do ‘fazer’ ciência, pois ela nosmostra que a pesquisa básica é essenci-al, que descobertas podem ser aciden-tais, que a teimosia e perseverança po-dem ser de grande valia e que o progres-so científico é cumulativo e requer a par-ticipação e envolvimento de muitos”, con-cluiu Chalfie.

MDanielle Monteiro – CCS

| CRISINFORMA2 Foto: Peter Ilicciev/CCS

O presidente daFiocruz, PauloGadelha, mostraa Martin Chalfie aexposição de CarlosChagas, no Casteloda Fundação.

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Danielle Monteiro – CCS

o dia 13 de agosto, foi reali-zada mais uma reunião daCâmara Técnica de Coope-ração Internacional, coorde-nada pelo Cris/Fiocruz. Duran-

te o encontro, o diretor do InstitutoOswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), WilsonSavino, fez uma apresentação sobre asestratégias de cooperação internacio-nal conduzidas pela unidade.

Savino contou que o IOC tem tra-dição histórica no campo. Atualmente,a unidade conta com 71 laboratórios in-dependentes que desenvolvem açõescolaborativas com países de todos oscontinentes. Os Estados Unidos despon-tam como país com maior número deparcerias com a unidade, seguido porFrança e Alemanha. Entre as parceriasinternacionais que contam com a parti-cipação do IOC, está a Aliança Nacionalpara as Ciências da Vida e da Saúde (Avi-esan), que reúne as principais instituiçõesfrancesas de pesquisa biomédica. “De-senvolvemos ainda cooperação com setepaíses da África, cujo destaque é o mes-trado em Ciências da Saúde, realizadoem Moçambique. O curso já existe há seisanos e está iniciando sua quarta turma”,complementou Savino. Também foram ci-tadas as participações do IOC em progra-mas estratégicos de cooperação para aFiocruz, como o Fioneuro - rede formadapelas unidades da Fundação que atuamem neurociências - e o Simpósio Interna-cional de Neurociências, promovido emmaio, em parceria

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Cris promove reunião daCâmara Técnica deCooperação InternacionalO encontro contou com apresentação das parcerias internacionais conduzidas pelo IOC/Fiocruze discutiu propostas para o documento de referência para o VII Congresso Interno

com a Aviesan.Segundo o diretor, um dos desafi-

os para a política estratégica do IOC emcooperação internacional é a gestão,uma vez que, devido à diversidade daárea, as ações colaborativas partem, fre-quentemente, de iniciativas individuaiscom apoio das agências de fomento. Osparticipantes do encontro reconhecerama necessidade de se repensar o modelode cooperação que vem ocorrendo, comvistas à institucionalização das iniciati-vas. Foi proposta a definição de umaAgenda Estratégica da Cooperação In-ternacional da Fiocruz sob coordenaçãoda Câmara Técnica, a ser discutida naspróximas reuniões.

Propostas paradocumento dereferência parao VII CongressoInterno

No encontro, foram feitas diversaspropostas de melhorias para o item Saú-de, Estado e Cooperação Internacional,que consta no documento de referênciapara o VII Congresso Interno, realizadoentre os dias 19 e 22 de agosto.

Ainda durante a reunião, o Crisapresentou o Relatório de Ativida-des de Coope-

ração Internacional da Fiocruz 2013, paraa obtenção de subsídios para a finaliza-ção do documento. Entre as propostas,foi sugerido que se incluam no relatóriocasos bem sucedidos de cooperação. Apartir dos 40 anos de independência deMoçambique, que serão completados em2015, foi proposta a elaboração de umapublicação especial sobre a cooperaçãoglobal entre a Fundação e o país africa-no, como exemplo positivo de coopera-ção estruturante.

O grupo também propôs a reali-zação de um seminário ou simpósio pe-riódico para a divulgação e discussãoda cooperação internacional de todacomunidade Fiocruz, como espaço dereflexão e de formação em que profis-sionais das unidades possam debaterconceitos na área.

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Marina Lemle - VPAAPS

papel da ciência na promo-ção da saúde e do desenvol-vimento sustentável de co-munidades “esquecidas”pelo poder público e cujos

territórios sofrem com impactos degrandes empreendimentos, especula-ção imobiliária e turismo predatóriofoi o tema do Seminário Internacio-nal Saúde e Sustentabilidade, reali-zado na Escola Nacional de SaúdePública (Ensp/Fiocruz), em 9 de se-tembro. A Fundação atua nestas re-giões por meio do Observatório deTerritórios Sustentáveis e Saudáveis daBocaina, que trabalha com as popu-lações locais na identificação dos seusproblemas e na busca por soluçõesque promovam o desenvolvimentosustentável e a saúde, denominadas

O“tecnologias sociais”. O seminárioteve como objetivo a consolidação deum plano de ação para a Rede Ibero-Americana de Territórios Sustentáveis,Desenvolvimento e Saúde, da qual aFiocruz faz parte.

A coordenadora do Centro deEcologia Funcional e vice-reitora daUniversidade de Coimbra (Portugal),Helena Freitas, contou que, em CaboVerde, a universidade está instalandofaculdade de medicina que deverá im-plantar um modelo com foco em saú-de pública que se ajuste à realidadedas ilhas que compõem o país. “Cadaestudante deverá ter logo no primeiroano uma comunidade para acompanharao longo da sua licenciatura, para com-preender e lidar com os problemas desaúde das populações e trazê-los à aca-

demia, recuperando a ligação que per-demos”, afirmou.

O pesquisador Edmundo Gallo, daEnsp, que coordena o Observatório deTerritórios Sustentáveis e Saudáveis,defendeu a necessidade de se promo-ver uma ciência crítica e uma ecolo-gia com uma pauta política, voltadapara a emancipação social, contextu-alizada na percepção das desigualda-des e da assimetria de poder, na quala saúde é vinculada à educação e àvida. A Fiocruz apoia as comunidadeslocais no desenvolvimento de sanea-mento ecológico com módulos ecosa-nitários, na qualificação de liderançasdo Fórum de Comunidades Tradicio-nais e na elaboração de um plano re-gional de desenvolvimento. “Busca-mos construir soluções a partir dos pro-

Cooperação comUniversidade de Coimbravai unir esforços em favorde territórios saudáveisSeminário realizado em conjunto com universidade portuguesa teve comoobjetivo a consolidação de um plano de ação para a Rede Ibero-Americana deTerritórios Sustentáveis, Desenvolvimento e Saúde

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blemas identificados coletivamente,com foco no desenvolvimento de tec-nologias sociais reaplicáveis para atransformação social”, contou.

Representante do Fórum de Co-munidades Tradicionais, Vagner doNascimento, falou sobre a campanhaPreservar é resistir, lançada este ano,e exibiu o vídeo de divulgação da cam-panha. “O Fórum faz denúncias, trazas demandas das comunidades e pro-põe alternativas para esse atraso queresulta do modelo de desenvolvimen-to que não atende a todos os cida-dãos”, disse.

O coordenador do Cris/Fiocruz,Paulo Buss, lembrou do papel impor-tante que a Fiocruz teve no documen-to O futuro que queremos, da Rio +20, que diz que a saúde contribui e éum indicador de desenvolvimento.“Só há sentido no crescimento eco-nômico com o desenvolvimento inte-gral da sociedade. Se não discutirmosdesenvolvimento local não faz senti-do o desenvolvimento. Iniciativas

como esta, com as comunidades, pre-cisam avançar. Indignação e justiçasocial devem ser o motor do nossotrabalho”, argumentou.

O vice-presidente de Ambiente,Atenção e Promoção da Saúde da Fio-cruz, Valcler Rangel, disse que amplificaras lutas comunitárias é um papel fun-damental da Fiocruz e que a institui-ção tem muito a fazer nas suas espe-cialidades. “Podemos fazer a interfa-ce entre teoria e prática, relacionan-do as questões com outras instituiçõese políticas”, afirmou. Representan-do a Vice-Presidência de Ensino, In-formação e Comunicação, o pro-fessor Milton Moraes lembrou quea cooperação da Fiocruz coma Universidade de Coimbra éextensa e deve ser capilari-zada com ações complemen-tares. A Fundação já formoumais de 20 mestres em Ma-puto, com a lógica de cons-trução compartilhada do co-nhecimento.

O diretor da Ensp, Hermano Cas-tro, defendeu a necessidade de um mo-delo de desenvolvimento que não pe-nalize as comunidades e seja verdadei-ramente sustentável, de forma que asociedade e o coletivo sintam o bemviver. Para ele, os governantes deveri-am assumir estas bandeiras e os aca-dêmicos tem que aprender a se alimen-tar daquilo que a sociedade apresenta

através dos movimentos sociais.

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Uma das universida-des mais antigas domundo, a Universi-dade de Coimbrapossui aproximada-mente 20 mil alunose abrange uma dasmaiores comunida-des de estudantesinternacionais emPortugal.Foto:pt.wikipedia.org

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Modelo brasileirode banco de leitehumano serálevado aos EUAEm visita ao IFF/Fiocruz, delegação da Universidade de Michigan conhece osistema de banco de leite humano brasileiro, principal responsável pelodeclínio de 73% na mortalidade infantil nas últimas duas décadas no Brasil

Suely Amarante – IFF

escobrir como o Brasil temsido tão bem sucedido combancos de leite é o gol dapediatra americana LisaHammer, que, junto com

outros profissionais de saúde da Uni-versidade de Michigan (EUA), estive-ram no Instituto Nacional de Saúde daMulher, da Criança e do AdolescenteFernandes Figueira (IFF/Fiocruz), entreos dias 25 e 29 de agosto. Esta sema-na experimental deve começar a de-finir o cenário para uma parceria in-ternacional, que potencialmente seráum exemplo de como a colaboraçãoglobal pode melhorar a saúde infantilem todo o mundo. Este é um exem-plo de inovação reversa, com parcei-ros internacionais da instituição aca-dêmica, fornecendo modelos de su-cesso que podem ser implantados nosistema de saúde da universidade.

Nos Estados Unidos, o sistema debanco de leite fica aquém da demandae basicamente não é regulado. “Aqui oleite materno é vendido por U$ 4.00por Oz (0.118 L). É uma barreira signifi-cativa e no Brasil essa barreira foi re-movida”, explica Lisa Hammer. Para acoordenadora de Produto e Qualidadeda Rede Brasileira de Bancos de LeiteHumano do IFF, Danielle Aparecida daSilva, os EUA possuem um modelo quenão tem a prática da amamentação, anão ser o dia a dia, e este foi o grandediferencial. “Saber como grande parteda população amamenta, como man-ter os níveis elevados e como a ama-mentação ajudou a diminuir a mortali-dade infantil, foi o que atraiu a atençãoda universidade. Consequentemente,eles se interessaram em como traba-

Dlhamos o leite humano como um fluidofuncional”, explicou ela.

O Brasil é conhecido internacio-nalmente pela sua rede bem organi-zada, custo-benefício, regulamenta-ção de bancos de leite humano e suaampla aceitação social de práticasde aleitamento materno e doaçãode leite humano. “Não somos so-mente um banco de leite, onde amãe o deposita e nós distribuímos,nós também começamos a tra-balhar a promoção e o resgatedo aleitamento materno, não ve-mos o leite humano como ummedicamento. Nós consegui-mos ter um padrão de quali-dade de um alimento funcio-nal e, com isso, trazemos atecnologia de alimento e aadaptamos para manter ca-racterísticas que não vão ser-vir somente a um bebê, masa diversas necessidades devários bebês”, comentouDanielle.

A delegação incluiumédicos, enfermeiros,nutricionistas, consultoresde lactação e estudan-tes de saúde pública daUniversidade de Michi-gan. Eles trabalharamdiretamente com oscolaboradores para ad-quirir experiência prá-tica e desenvolverprojetos internacio-nais com foco emaleitamento mater-no, leite humano enutrição infantil.

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Fotos: Peter Ilicciev/CCS

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Fundação comemora dez anoscomo Centro Colaborador daOrganização Mundial da SaúdeAlém de apresentação musical e lançamento de livros, o evento contoucom debates sobre políticas de saúde e cooperação internacional

Viviane Tavares e Talita Rodrigues– EPSJV

dealizada durante a ReformaSanitária, a Escola Politécni-ca de Saúde Joaquim Venân-cio (EPSJV/Fiocruz) celebrou,no dia 27 de agosto, 29 anos

de fundação e dez anos como CentroColaborador da Organização Mundialda Saúde (OMS) para a Educação deTécnicos em Saúde. A programaçãoincluiu conferências, debates, apresen-tação musical e lançamento de livros.

A importância da escola na forma-ção dos trabalhadores técnicos da saúdefoi lembrada na mesa de abertura doevento, formada pelo presidente da Fio-cruz, Paulo Gadelha, a representante daOrganização Pan-Americana da Saúde(Opas), Roberta Santos, e o diretor daEPSJV, Paulo César de Castro Ribeiro.Sobre o papel da EPSJV como CentroColaborador, Gadelha ressaltou que épreciso pensar em globalização e as con-tradições que ela traz localmente. “Es-tamos fazendo isso de maneira muitointensa, a cooperação deve ser sempreestruturante e horizontal”, ressaltou.

Políticas de SaúdeAs Políticas de Saúde na América

Latina foram o tema da conferência deabertura do evento, apresentada porOscar Feo, coordenador nacional daUniversidade de Ciências da Saúde daAliança Bolivariana para os Povos daNossa América (Alba). Oscar falou sobreos quatro principais negócios na área desaúde: a doença, a venda de tecnolo-gia, de serviços clínicos e de planos desaúde. “Hoje, a indústria adoece pesso-as sadias, inventa doenças, fabrica no-vas enfermidades para vender novosmedicamentos. A indústria não cria re-médios para curar, mas para cronificar.E o Estado financia estas empresas, com-prando tudo isso: serviços clínicos, far-macêuticos e seguros. O sistema público

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de saúde, hoje, é só para os pobres”.Ele lembrou ainda que a saúde

está entre os grandes negócios mundi-ais. Em recente pesquisa publicada naRevista Fortune, os serviços farmacêu-ticos e do complexo médico e de equi-pamentos se encontram em 3º e 4º lu-gar no ranking das indústrias mais ren-táveis, perdendo apenas para a indús-tria eletrônica e de telecomunicações.“Para eles, portanto, curar não é ren-tável”, destacou o professor.

Cooperaçãointernacional

Na parte da tarde, foi apresenta-do o painel Cooperação Internacional:organismos internacionais e as políticasde saúde na América Latina, por JoãoMárcio Mendes Pereira, doutor em His-tória e professor de História da Univer-sidade Federal Rural do Rio de Janeiro(UFRRJ) e da Universidade Estadual Pau-lista (Unesp); e Maria Lucia Frizon Ri-zzotto, doutora em Saúde Coletiva eprofessora da Universidade Estadual doOeste do Paraná (Unioste).

João Márcio falou sobre as princi-pais questões teóricas e históricas da co-operação internacional no mundo e tam-bém sobre as tendências mais recentessobre o tema. O professor lembrou que,após a Segunda Guerra Mundial, em

1945, a “ajuda” entre os países passoua ser tratada como “cooperação”. “Acooperação sempre envolve um discursobem-intencionado, mas isso se chocacom o caráter discricionário de quemaciona a cooperação. Quem ajuda diz:eu ajudo quem eu quero. Os que mais sebeneficiam das desigualdades de poderdo mundo são os que constroem os elosde cooperação”, disse.

O professor falou também sobreos quatro principais enfoques teóricos dacooperação internacional - a coopera-ção como instrumento de política exter-na dos estados doadores; a cooperaçãocomo instrumento necessário para agovernança global; a avaliação dos re-sultados da assistência ao desenvolvimen-to, criando indicadores para mensurar oque é transferido e o que é aplicado; ea teoria da assistência ao desenvolvimen-to como uma rede e uma perspectivade poder, identificando os padrões degestão que devem ser difundidos. “‘Acooperação é uma forma de fazer polí-tica, que teve sua estreia no Plano Mar-shall, no pós-guerra, quando os EstadosUnidos emprestaram dinheiro a fundoperdido aos países europeus em trocade algumas exigências. A partir daí, osEstados Unidos montaram sua estruturaeconômica de poder e contra o comu-nismo”, destacou João.

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Leia mais no site da EPSJV

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Fiocruz firma parceria comuniversidade britânicaA parceria vai englobar a realização de atividades conjuntas de pesquisa com foco em saúde pública,epidemiologia e no impacto das mudanças ambientais na saúde

Danielle Monteiro – CCS

Fiocruz e a Universidade deExeter (Reino Unido) assina-ram, em 31 de julho, um acor-do de cooperação que prevêo intercâmbio de docentes e

estudantes, a supervisão de alunos depós-graduação, além da tradução epublicação conjunta de artigos acadê-micos sobre saúde. A parceria ainda vaiincluir a realização de atividades con-juntas de pesquisa com foco em saúdepública e epidemiologia, em sistemasde informação e modelagem matemá-tica e estatística, e no impacto das mu-danças ambientais na saúde.

“A Fiocruz e a Universidade deExeter já trabalham juntas há 20 anos.Gostaríamos de formalizar e levar es-sas parcerias adiante, pois queremostorná-las ainda mais fortes. Essas coo-perações já renderam muitos frutos,mas ainda há muito a ser feito”, de-clarou o vice-reitor da universidade,

ASteve Smith. Segundo ele, além de au-mentar o número de estudantes e pro-fessores que vão trabalhar juntos, a co-operação também vai fazer crescer asatividades e programas de pesquisas dedocentes e alunos.

Smith anunciou que o governobritânico vai investir cerca de 375 mi-lhões de libras em colaborações cominstituições de outros países. “O inves-timento em cooperação internacionalé atualmente uma das prioridades dogoverno do Reino Unido, sendo que asaúde encabeça a lista de áreas prio-ritárias dessa orientação política. E nos-so país está muito interessado em es-tabelecer novas parcerias com o Bra-sil”, revelou. No entanto, segundoSmith, apesar de dispor de recursospara colaborações internacionais, opaís ainda precisa avançar no númerode colaborações conjuntas. “Apesarde termos investimento, ainda preci-samos de uma maior produção de ar-tigos publicados em coautoria com

outros países. Acho que isso seria oelemento-chave para fazermos cres-cer o número de citações de artigos,principalmente no Brasil”, disse.

O presidente da Fiocruz, PauloGadelha, destacou que Exeter é reco-nhecida como uma das melhores uni-versidades do Reino Unido e tem con-duzido iniciativas com forte impactona saúde. “Esse acordo vai ampliarnossas áreas de cooperação com Exe-ter, abrindo caminho para iniciativasimportantes como a criação de um pro-grama conjunto de doutorado, alémde nos ajudar a pensar formas de atu-ação política no campo de Ciência eTecnologia em busca de modelos definanciamento e definição de priorida-des”, declarou.

Nos próximos dois anos, a Fiocruze a Universidade de Exeter vão realizaruma série de workshops com a partici-pação de pesquisadores das duas insti-tuições para a definição dos programase linhas de trabalho em conjunto.

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Foto: Peter Ilicciev/CCS

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O Instituto Nacio-nal de Infectologia Evan-dro Chagas (INI) recebeu,em 11 de agosto, a visitados professores Bruce Ro-binson (Universidade de Syd-ney) e Jon Iredell (diretor do Wes-tmead Hospital). O encontro teve comoobjetivo conhecer o INI, apresentar asrespectivas instituições de que são re-presentantes e conversar sobre as pos-sibilidades de cooperação técnica.

Ao final da reunião, foi propostoum acordo de cooperação para o fu-turo. “Será uma excelente oportuni-dade para juntar os talentos de am-bas as instituições”, afirmou a coor-denadora do Programa de Pós-Gradu-ação de Pesquisa Clínica em DoençasInfecciosas do INI/Fiocruz, Cristina Pos-sas. Iredell disse estar disposto a dire-cionar parte das pesquisas para a saú-de pública e considera o período “óti-

Cooperaçãoà vista comAustrália

Parceria com Universidadede Edinburgh

Entre 22 e 26 de setembro, foirealizado o curso Introdução aos Prin-cípios e Práticas de Pesquisa Clínica,promovido pela Rede Fiocruz de Pes-quisa Clínica (RFPC) e o National Insti-tutes of Health (NIH). O curso foi diri-gido a profissionais com graduação emCiências da Saúde ou áreas afins comexperiência e atuação na área de Pes-quisa Clínica. O Cris/Fiocruz participoudo comitê científico do curso.

Foram oferecidas 130 vagas paragrupos de pesquisa clínica de todas asunidades da Fiocruz credenciados naRede Fiocruz de Pesquisa Clínica(RFPC), para profissionais de unidadesde pesquisa clínica dos hospitais mem-bros da Rede Nacional de Pesquisa Clí-nica (RNPC) e para outras instituições,indústrias e empresas.

CursoFiocruz/NIH

A tese A Campanha Continen-tal para a Erradicação do Aedes ae-gypti da OPAS e a Cooperação Inter-nacional em Saúde nas Américas(1918-1968), de autoria de RodrigoCesar da Silva Magalhães, foi a ven-cedora do Prêmio de Melhor Tese deDoutoramento em História das Ciên-cias (2014), promovido pela Socie-dade Brasileira de História das Ciên-cias (SBHC). A tese foi defendida emdezembro de 2013 no Programa dePós-Graduação em História das Ci-ências e da Saúde da Casa de Oswal-do Cruz (PPGHCS/COC/Fiocruz). Leiaa tese na íntegra

Fonte: COC/Fiocruz

A erradicaçãoda dengue e acooperaçãointernacionalem saúde

mo para trocas, vis-to que o governo bra-

sileiro está investindoem parcerias (via Ciên-

cia Sem Fronteiras)”.Fundada em 1856, a Sydney Medi-

cal School é o curso mais antigo da Uni-versidade de Sydney. Esse ano, ocupou o25º lugar no ranking do Times Higher Edu-cation, Clinical, Pro Clinical and Health.Investiu 230 milhões de dólares em pes-quisa para 2014. Seu escopo de coopera-ções engloba América do Norte, Américado Sul, China, Vietnã e Indonésia. Investeem pesquisa básica, pesquisa clínica esaúde pública. O Westmead Hospital, porsua vez, investe na pesquisa em pande-mias, micobacterioses, resistência antimi-crobial, biossegurança e HIV/Aids.

Ana Carolina Landi - Ipec

O reitor da Universidadede Edinburgh (Reino Unido), Ti-mothy O’Shea, esteve em visi-ta ao Cris/Fiocruz para discutirpossíveis linhas de colaboraçõesconjuntas entre as duas institui-ções. Durante o encontro, ocor-rido em 25 de julho, foram pro-postas cooperações nos camposde Medicina Tropical, doençasnegligenciadas, estudos sobrecâncer, formação de recursoshumanos, além de parcerias trilateraiscom Moçambique para a elaboraçãode cursos de mestrado.

“Temos um escritório no Méxi-co que trabalha com estudos sobre oimpacto da segurança da água. Achoque a Fiocruz seria um parceiro mui-to bem-vindo nessa cooperação”,acrescentou O’Shea. Durante o en-contro, o reitor também sugeriu aparticipação da Fundação nas coope-rações que a Universidade possui com

a Fundação Bill e Melinda Gates naTanzânia e com a Universidade deSão Paulo (USP) no campo de saúdepública. Nos próximos meses, umadelegação da Fiocruz vai visitar aUniversidade de Edinburgh para ex-plorar outras linhas de cooperação. Aprevisão é de que, em até um ano,as duas instituições assinem um me-morando de intenções.

Danielle Monteiro - CCS

Foto: realeducationtips.com

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O presidente do Conselho Políticoe Estratégico do Instituto de Tecnologiaem Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fi-ocruz), Akira Homma, foi eleito uma das50 pessoas mais influentes na indústriade vacinas no mundo. Foram indicadosmais de 100 candidatos, envolvendo ci-entistas, pesquisadores, estudiosos e pre-sidentes de grandes empresas. A sele-ção foi elaborada com o apoio do Con-gresso Europeu de Vacinas, que aconte-ce na Filadélfia, de 26 a 28 de outubro.

Para Akira Homma, este título re-flete, além de suas contribuições para asaúde pública no Brasil e no mundo, acrescente importância das vacinas comoprincipal forma de erradicação das doen-ças. “Ao selecionar as 50 pessoas maisinfluentes na área de vacinas, estamosreconhecendo o trabalho de diversas ins-tituições que lutam por um mundo me-lhor e representa a valorização da equipede Bio-Manguinhos e da Fiocruz”, conclui.

Fonte: Bio-Manguinhos/Fiocruz

Premiação naárea de vacinas

Foi publicado na revista Saúde eSociedade, da Universidade de São Paulo(USP), artigo sobre saúde e desenvolvimen-to nos BRICS (grupo integrado pelo Brasil,Rússia, Índia, China e África do Sul), deautoria do coordenador geral do Cris/Fio-cruz, Paulo Buss, do coordenador técnicodo Centro, José Roberto Ferreira, e da as-sessora do Cris, Claudia Hoirisch. O artigoanalisou em que medida o que está sen-do proposto pelas declarações de chefesde Estado e na declaração e no comuni-cado oficial dos Ministros da Saúde dosBRICS pode fornecer orientações para al-cançar um mundo mais saudável. O estu-do centrou-se em dois casos: no primeiro,abordou o potencial de desenvolvimentoeconômico, social e ambiental daquelespaíses e, no segundo, o futuro da saúdeno grupo analisado. Leia o artigo aqui.

Artigo sobre saúdee desenvolvimentonos BRICS

Os alunos da segunda turma domestrado em Epidemiologia em SaúdePública na Argentina, fruto da coopera-ção entre a Fiocruz e a AdministraciónNacional de Laboratorios e Institutos deSalud da Argentina (Anlis), estiveram noBrasil para uma série de atividades na Es-cola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fio-cruz). Os 16 mestrandos do país vizinhocursaram a disciplina obrigatória do cur-so, a de Tópicos em Saúde Pública, e re-alizaram o exame de qualificação dos pro-jetos, os quais foram todos aprovados, noinício de agosto. As defesas devem acon-tecer ainda no primeiro semestre de 2015.

O convênio com a Administraci-ón Nacional de Laboratorios e Institu-tos de Salud da Argentina partiu deuma demanda daquele país ao Minis-tério das Relações Exteriores do Brasil,com a proposta de que ocorresse umatroca de tecnologias. Esse pedido mo-tivou a criação do convênio que envol-ve pesquisa e recursos humanos.

Fonte: Ensp/Fiocruz

ConexãoBrasil-Argentina

A 19ª edição da revista Rets (RedeInternacional de Educação de Técnicos emSaúde) traz como destaque a primeirareunião extraordinária da RETS-CPLP, re-alizada em Lisboa, Portugal, no mês deabril. A reunião refletiu um importanteavanço na consolidação da Rede criadaem 2009, mas também trouxe um impas-se: como levar adiante as ações previstassem os devidos recursos financeiros?

A publicação também aborda aReforma Sanitária em curso no Peru emostra que, apesar de enfrentar muitascríticas internas e muitos questionamen-tos de algumas parcelas da sociedade, oprocesso vai seguindo adiante, com a pro-messa de trazer mais saúde para a popu-lação. Clique aqui para ler a revista.

Fonte: EPSJV/Fiocruz

Revista Retsdisponível online

Uma parceria entre o Inserm (Insti-tuto Nacional de Saúde e Pesquisa Médi-ca) e o CNRS (Centro Nacional de Pes-quisa Científica), ambos franceses, lançouchamada de proposta para o programaATIP - Avenir Program Young Group Lea-der. O objetivo é habilitar jovens cientistaspara criar e liderar um grupo de pesquisa-dores em uma unidade do Inserm ou doCNRS na França. O programa terá dura-ção de três anos e, após avaliação, pode-rá ser estendido por mais dois anos. Acandidatura está aberta a todos os jovenscientistas de todas as nacionalidades quetenham defendido doutorado nos últimosdez anos. Os projetos devem abordar ci-ências da vida ou da saúde. A interdisci-plinaridade dos projetos pode combinar

biologia e matemática, química, saúdepública (mais especificamente economiae pesquisas sobre determinantes sociaisem saúde). A seleção será feita em doisestágios: pré-seleção em abril de 2015 eentrevista com selecionados em junho domesmo ano.

O financiamento anual é de 60.000, além de outros benefícios. Oprazo para a candidatura é até 27 denovembro. Clique aqui para saber mais.

Oportunidades para jovenscientistas na França

Contatos:

Inserm: Christine Guillardand/or Christiane [email protected]

CNRS: Catherine [email protected]

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Foto Virginia Damas/Ensp

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curtas

De 8 a 12 de outubro, cerca de7,5 mil expositores de 120 países sãoesperados em Frankfurt, na Alemanha,para o maior e mais importante eventoeditorial do mundo – que atrai profissi-onais e instituições não só da Europa eAmérica do Norte, mas também daOceania, Ásia, África e América Lati-na. A Editora Fiocruz estará lá, na suaterceira participação na Feira do Livrode Frankfurt. Ao todo, 20 títulos repre-sentarão o catálogo da Editora.

Antes de chegar a Frankfurt, é ne-cessário já ter identificado e agendadoreuniões com editores internacionais in-

Feira do Livro de Frankfurtteressados em títulos com potencial paratradução. Contudo, para editoras inician-tes em Frankfurt, esses contatos, frequen-temente, não resultam no fechamentoimediato de acordos. Embora compra evenda de direitos autorais seja o foco prin-cipal, os negócios não são a única razãopara ir à Feira. “Estar presente a um even-to desse porte contribui para a constru-ção da imagem internacional da editorae, sobretudo, oferece grandes oportuni-dades para conhecer as novas tendênci-as do mercado editorial global e desco-brir futuros parceiros”, afirma o editor exe-cutivo da Editora Fiocruz, João Canossa.

Fernanda Marques - Editora Fiocruz

No dia 7 de agosto, aconteceu oencerramento da capacitação em Ges-tão da Indústria Farmacêutica com ostécnicos da Sociedade Moçambicanade Medicamentos (SMM) FredericaSaranga e Agostinho Nelson Mambo.Respectivamente, Frederica e Mamboreceberam treinamentos nas áreas deControle de Qualidade e de Tecnolo-gia da Informação. Este é um proces-so contínuo, feito com várias equipesque atuam na SMM, visando o apren-dizado e a prática dos processos en-

Cooperação Brasil-Moçambique

volvidos na cadeia produtiva de umaindústria farmacêutica.

Um dos objetivos da visita foi bus-car alternativas de financiamento da fá-brica de antirretrovirais e outros medi-camentos que a Fiocruz está ajudandoos moçambicanos a montar e operarna capital, Maputo. E também encon-trar formas de estender a cooperaçãoentre os dois países a outras áreas rela-cionadas à saúde.

Fonte: Farmanguinhos/Fiocruz

Um estudo que tem como objetoo profissional que atua na área interna-cional do Ministério da Saúde (MS) foidesenvolvido pelo aluno do mestradoprofissionalizante em Saúde Pública, daEnsp/Fiocruz, Sérgio Alexandre Gaudên-cio. O objetivo foi mapear e analisar oscontextos de ação desse profissional, apartir da definição de competências pro-fissionais, a fim de apresentar nortea-dores para definição dessas competên-cias. Sua pesquisa considera que o temasaúde tem ampliado seu escopo de in-fluência tanto em âmbito nacional quan-to internacional.

O trabalho de Gaudêncio contex-tualiza e analisa o escopo de trabalhodaqueles que atuam na área internaci-onal do MS à luz do desenvolvimentodas competências profissionais. Suapesquisa problematizou os conceitos edefinições de competência profissionalno âmbito da saúde global, diplomaciada saúde e força de trabalho em saú-de. Leia mais no site da Ensp/Fiocruz

Fonte: Ensp/Fiocruz

Pesquisa sobreárea internacionaldo Ministério daSaúde

DA Fiocruz e a Escola de SaúdePública de Harvard estão organizandoo workshop Multidisciplinary MalariaResearch in the Era of Eradication, queserá realizado em Porto Velho, Rondô-nia, entre os dias 16 e 18 de novem-bro. Durante o evento, será oferecidoo curso Malaria Control; From the Ben-ch to the Field para um número limita-do de alunos de pós-graduação e pós-doutores. Em entrevista, o pesquisadorda Fiocruz Minas, Ricardo Gazzinelli,um dos organizadores do evento, falousobre a iniciativa. Confira aqui.

Fonte: CPqRR/Fiocruz Minas

Workshop ecurso sobremalária emRondônia

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curtas

Com o objetivo de discutir pro-jetos e ações de cooperação e pla-nejar a realização do III Encontroda Rede de Escolas de SaúdePública da UNASUL (RESP/UNASUR) foi realizado umencontro, entre os dias 27e 28 de agosto, em Santia-go (Chile), com represen-tantes das Direções da Es-cola Nacional de Saúde Pú-blica Sergio Arouca (ENSP/Fio-cruz) e da Escola de Saúde Públi-ca Dr. Salvador Allende/Universidadde Chile (ESP/UChile).

Como metas de curto prazo, fi-caram acordadas a visita de uma de-legação acadêmica da ESP/UChile aENSP - em 2014 ou no início de 2015- e a participação de docentes daENSP nos cursos de verão da ESP/UChile em janeiro de 2015. Em rela-ção à organização do III Encontro daRESP/UNASUR, a ESP/UChile, o Mi-

Reunião preparatória para IIIEncontro da RESP/UNASUR

O Escritório de Captação da Fio-cruz está na final do Global Awards forFundraising 2014, premiação internaci-onal que reconhece práticas de exce-lência em captação de recursos. Depoisde sair vencedora da disputa nacional,a Fiocruz disputará com os representan-tes de outros dois países o primeiro lu-gar na categoria The Global Fundraiser,dedicada a profissionais que nos últimosdois anos desenvolveram ações de refe-rência em captação de recursos.

Os vencedores serão anunciadosem uma cerimônia que será realizada

Prêmio internacional decaptação de recursos

na Holanda

Uma delegação composta pelossenadores franceses Laurence Cohen,Michel Savin, Leila Aïchi, além do se-nador Georges Patient, da Guiana Fran-cesa, do consul geral da França, BriceRoquefeuil, do vice-consul geral daFrança no Rio de Janeiro, Jean-CharlesLedot, e do diretor do CNRS Brasil, Jean-Pierre Briot, se reuniu, em 8 de setem-bro, com pesquisadores da Fiocruz.

A visita foi uma solicitação doconsulado francês e tem por objetivoestreitar os laços França-Brasil na áreada ciência. Entre os pesquisadores daFundação presentes no encontro, esta-vam o diretor do IOC, Wilson Savino, ocoordenador técnico do Cris, José Ro-berto Ferreira, a assessora do Cris, Cris-tiane Quental, o vice-presidente dePesquisa e Inovação em Saúde, JorgeBermudez, e a chefe do Departamen-to de Imunologia do INCQS, EleonoraVasconcellos. Cristiane Quental fez umaapresentação geral da Fiocruz e da co-operação com a França. Em seguida,assuntos científicos, diplomáticos e téc-nicos de forma geral foram abordadose comentados entre os participantes.

Rebert Lima - Cris

O Instituto Sul-Americano de Go-verno em Saúde (Isags) publicou estu-dos de casos sobre os modelos de Aten-ção Primária à Saúde na Bolívia e Co-lômbia. Os documentos foram produzi-dos pelos consultores do Projeto deMapeamento da APS na América doSul, realizado pelo Instituto e conduzi-do pela pesquisadora do Departamen-to de Administração e Planejamentoem Saúde da Ensp/Fiocruz, Lígia Gio-vanella. A cada duas semanas, doisnovos estudos serão publicados. Tam-bém já estão disponíveis os trabalhosreferentes ao Paraguai e ao Brasil.

Fonte: Isags

Estudos de casossobre atençãoprimária na Bolíviae Colômbia

Senadoresfranceses visitama Fiocruz

nistério da Saúde chilenoratificou a oferta de sediar esse en-contro em Santiago, Chile, apontan-do como data provável a semana de8 a 12 de dezembro de 2014. Umacomissão organizadora composta porprofissionais das duas instituiçõesserá definida nos próximos dias, dan-do início à organização do programado evento.

Fonte: Ensp/Fiocruz

em 15 de outubro na Holanda. A pre-miação é promovida pela Resource Alli-ance, uma rede global que há mais de30 anos compartilha conhecimentos emcaptação de recursos e filantropia. Ocaso inscrito pela Fiocruz aborda desdea implantação do projeto piloto do Es-critório de Captação, amparando inici-almente projetos da Casa de OswaldoCruz (COC), à sua transformação emuma instância de captação para outrasunidades da Fundação.

Fonte: COC/Fiocruz

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oportunidades de treinamento

A Divisão Internacional dosInstitutos Pasteur lançou chamadapara bolsas de estágio dentro dosProgramas Calmette e Yersin. Asbolsas são destinadas a promovere facilitar o estágio de cientistas(estudantes, pesquisadores e téc-nicos) do Instituto Pasteur e daRede Internacional dos Institutos Pas-teur. As inscrições se estendem até15 de outubro. A candidatura podeser feita por meio do endereço:

Mais informaçõesatravés do e-mail

[email protected] no site do programa.

Bolsas deestágio nosInstitutosPasteur

A Coordenação de Aperfei-çoamento de Pessoal de Nível Su-perior (Capes) divulgou o edital nº51/2014 relativo ao programa Cá-tedra Capes/Universidade de Har-vard – Professor Visitante Sênior nosEUA 2015/2016. O programa irá se-lecionar professor visitante para auniversidade para concessão debolsa de até 12 meses de duração.A vaga será preenchida por umnotável pesquisador e professor sê-nior do Brasil, especialista em qual-quer disciplina ou área acadêmica.Para participar, o candidato preci-sa atender aos requisitos descritosno documento e fazer inscrição atéo dia 30 de dezembro. Mais infor-mações no site da Capes.

Bolsas paraprofessorvisitante naUniversidadede Harvard

Pesquisas em rede entreBrasil e Reino Unido

Estão abertas, até novembrode 2014, as inscrições para ingres-so no curso de Especialização emInfectologia para médicos estran-geiros, do Instituto Nacional de In-fectologia Evandro Chagas (INI/Fi-ocruz). A iniciativa tem o objetivode formar médicos especialistascapazes de atuar nos campos deprevenção e controle, diagnóstico,tratamento, reabilitação, avaliação

Curso de Especialização emInfectologia para médicosestrangeiros

A Fundação de Amparo à Pes-quisa do Estado do Rio de Janeiro(Faperj) lançou edital conjunto coma instituição alemã Deutsche Fors-chungsgemeinschaft (DFG). O ob-jetivo é promover projetos conjun-tos de pesquisa e fomentar a mo-bilidade de pesquisadores no âm-bito do Acordo de Cooperação Ci-entífica e Tecnológica entre a Fa-perj e a DFG.

Poderão ser submetidos tantosprojetos nos quais já exista colabo-ração científica consolidada entrepesquisadores de instituições flumi-

Intercâmbio Brasil-Alemanha

A Fundação de Amparo à Pes-quisa do Estado do Rio de Janeiro(Faperj) lançou o programa FundoNewton RCUK-FAPERJ, fruto da par-ceria entre a Fundação e os Conse-lhos de Pesquisa do Reino Unido(RCUK, na sigla em inglês), por meiodo Conselho Nacional das FundaçõesEstaduais de Amparo à Pesquisa (Con-fap). A chamada tem como objetivoapoiar pesquisas e atividades em rede,a fim de estabelecer colaboração sus-

e formulação de políticas públi-cas na área da Infectologia, emseus países de origem.

O público-alvo são, em es-pecial, profissionais oriundos depaíses integrantes da Comuni-dade dos Países de Língua Por-tuguesa (CPLP) e da União deNações Sul-Americanas (UNA-SUL). Para fazer inscrição no SI-GALS, clique aqui.

nenses e especialistas da DFG(modalidade1); ou projetos emque essa colaboração está sendoiniciada entre pesquisadores dosdois países (modalidade 2). A sub-missão das propostas seguirá duaschamadas distintas: a primeira seestenderá até 15 de outubro; asegunda chamada terá prazo de17 de outubro a 30 de dezem-bro. A divulgação dos resultadosestá prevista para ser realizada apartir de maio de 2015.

Para ler o edital, clique aqui

http://bourses.pasteur-international.org

tentável entre pesquisadores do Rei-no Unido e do Brasil.

O programa visa receberprojetos nas áreas de saúde,transformações urbanas, interde-pendência entre comida, ener-gia e água; biodiversidade, de-senvolvimento econômico ebem-estar. O prazo para enviode projetos se estende até 17 deoutubro. Mais informações nosite da Faperj.

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entrevista

Danielle Monteiro - CCS

Dando seguimento aociclo de entrevistas com in-tegrantes da Câmara Técni-ca de Cooperação Interna-cional, coordenada peloCris/Fiocruz, o Crisinformaentrevistou a representan-te do Centro de PesquisasAggeu Magalhães (CPqAM/Fiocruz Pernambuco), Ma-ria de Fátima Militão. Nes-te bate-papo, ela fala sobrea estratégia da unidade nosacordos de cooperação in-ternacional e revela as pró-ximas parcerias que serãofirmadas com instituiçõesdo exterior.

Fiocruz Pernambucointensifica ações decooperação internacional

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Que perspectivas teria a FiocruzPernambuco quanto à participaçãona recém-instaurada Câmara Técni-ca de Cooperação Internacional?

Maria de Fátima: Nossa expec-tativa é que haja um diálogo contínuoda Fiocruz Pernambuco com o Cris,abrindo espaço para uma maior inte-gração das iniciativas das diversas uni-dades, talvez até em redes de colabo-ração. Seria importante que o Cris arti-culasse essas redes e intensificasse ofluxo de informações.

Quais são as ações previstaspela unidade no campo de coope-ração internacional?

Maria de Fátima: Pretendemosintensificar nossas ações buscando ainternacionalização das pesquisas e dapós-graduação. Atualmente mantemosconvênios de cooperação técnica e in-tercâmbio científico tecnológico comvárias instituições. Em dezembro, tere-mos a visita de uma pesquisadora daLondon School of Hygiene and TropicalMedicine (LSHTM) que fará um semi-nário de Plano de Análise em Epidemi-ologia com os alunos da pós-gradua-ção em Saúde Pública. Vamos dar con-tinuidade ao mestrado em Sistemas deSaúde para profissionais de Moçambi-que e aos projetos de pesquisa quedesenvolvemos em parceria com insti-tuições estrangeiras.

Quais são as parcerias interna-cionais de destaque já estabelecidaspela unidade?

Maria de Fátima: Mantemos con-vênio com o Inserm (Instituto Nacionalde Pesquisa Médica e de Saúde) e o IRD(Instituto de Pesquisa para o Desenvolvi-mento), ambos da França; temos consór-cio com a Comunidade Europeia-FP7(nesse caso, pesquisas com a LondonSchool of Hygiene and Tropical Medici-ne - LSHTM) e com países africanos, noâmbito do programa de cooperação daFiocruz com a Comunidade dos Paísesde Língua Portuguesa (CPLP), como o queestabelecemos com a Universidade JeanPiaget, em Cabo Verde. Destacamos aexperiência atualmente em execução dodoutorado internacional em Saúde Glo-bal, Direitos Humanos e Políticas da Vida,uma parceria entre o Centro de EstudosSociais (CES) da Universidade de Coim-bra e a Fiocruz, incluindo o CPqAM /Fio-

cruz-PE; e o mestrado em Sistemas deSaúde para profissionais de Moçambique,iniciado em 2014, produto de uma par-ceria entre o Ministério da Saúde deMoçambique (MISAU), o Instituto Naci-onal de Saúde de Moçambique (INS) e aFiocruz, através da Ensp e do CPqAM,com financiamento do Centro Internaci-onal de Desenvolvimento de Pesquisa doCanadá (IDRC). Na área de biociênciase biotecnologia, destacamos a colabora-ção com a Universidade de Cambridge,Reino Unido, no âmbito de um estudocom protozoários Trypanosomatidae, quetem permitido visitas de pesquisadores vi-sitantes ao CPqAM e a ida de uma alu-na para estágio de doutorado sanduíche.

Como a unidade se posicionaem relação à cooperação Norte-Sule à cooperação Sul-Sul? E qual é aestratégia da Fiocruz Pernambuconos acordos de cooperação interna-cional?

Maria de Fátima: Estamos deacordo com a diretriz do Cris no quediz respeito à cooperação estruturanteem saúde nos dois modelos de coope-ração. Essas parcerias Norte/Sul e Sul/Sul permitem o desenvolvimento deprojetos conjuntos de pesquisa, semi-nários, intercâmbio de docentes e dis-centes, além do oferecimento de cur-sos de pós-graduação tanto em saúdepública quanto em biociências e bio-tecnologia em saúde. A estratégia dadireção é garantir a institucionalizaçãodos convênios, priorizar os projetos es-truturantes e internacionalizar os nos-sos programas de pós-graduação. Te-mos feito um grande esforço para esti-mular o doutorado sanduíche, a sub-missão de projetos em colaboração in-ternacional e a realização de pós-docspor parte de nosso corpo docente.

Quais são os maiores desafiospara a unidade na área de coopera-ção internacional?

Maria de Fátima: Acho que te-mos muitos desafios pela frente. Tal-vez, o maior deles seja estimular asiniciativas individuais dos pesquisado-res e articulá-las no âmbito de um Pro-jeto de Cooperação Internacional doCentro de Pesquisas Aggeu Maga-lhães. Outra questão ainda em abertoé o acompanhamento desses convê-nios de forma dinâmica, ou seja, agestão dos processos.

CRISCRISCRISCRISCRISINFORMA#16

AGOSTO / SETEMBROAGOSTO / SETEMBROAGOSTO / SETEMBROAGOSTO / SETEMBROAGOSTO / SETEMBRODE 2014DE 2014DE 2014DE 2014DE 2014

ExpedienteExpedienteExpedienteExpedienteExpediente

Coordenadoria deComunicação Social

(CCS)

Edição e redação: Edição e redação: Edição e redação: Edição e redação: Edição e redação:Danielle Monteiro comapoio da Coordenaçãode Informação e Comu-nicação do Cris/Fiocruz

Projeto gráficoProjeto gráficoProjeto gráficoProjeto gráficoProjeto gráficoe edição de arte:e edição de arte:e edição de arte:e edição de arte:e edição de arte:Rodrigo Carvalho

Fotografia:Fotografia:Fotografia:Fotografia:Fotografia:Peter Ilicciev eArquivo CCS

Contato:Contato:Contato:Contato:Contato:Danielle Monteiro

Tel: (21) 3885-1065E-mail:

[email protected]

entrevista

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