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ANO 32 - Nº 1.641 - R$ 2 - GOIÂNIA, 18 A 24 DE OUTUBRO DE 2018 FUTURO EM QUESTÃO Páginas 4 e 5 Página 3 Página 2 Páginas 6 e 7 Eleição de Caiado unirá PT e PSDB na oposição da Assembleia Após 13 edições, concurso Goiás na Ponta do Lápis não será realizado em 2018 Uma nova proposta de exercícios de Matemática está levando alguns municípios brasileiros ao sucesso nas médias do Ideb. “Foi um dos pontos mais altos do sucesso de nossos resultados”, conta a professora Leila Freire. LINHA DIRETA EDITORIAL Marcelo Ferreira da Costa, presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação de Goiás e secretário de Educação de Goiânia Página 9 DEPOIS DE PERDER AS DISPUTAS AO GOVERNO, SENADO, CÂMARA FEDERAL E ASSEMBLEIA, BASE MARCONISTA ENFRENTA A MAIOR CRISE DE SUA HISTÓRIA EM GOIÁS. ESPECIALISTAS APONTAM ERROS E PREVISÕES DE PSDB E ALIADOS NO ESTADO Um novo jeito de estudar Matemática UTILIZAÇÃO DA COLEÇÃO APRENDIZAGEM EM AÇÃO MELHOROU NOTAS NOS ÍNDICES DO IDEB EM MORRINHOS (GO) E BENEVIDES (PA) ESCOLA ESCOLA Professores e comunidade ajudam a finalizar em Goiás a segunda versão do novo currículo da educação infantil e ensino fundamental Página 8 ELEIÇÕES 2018 EDUCAÇÃO BÁSICA ENTREVISTA Vem aí o novo currículo do ensino fundamental “Temos que sair do discurso e ir pra prática”

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ANO 32 - Nº 1.641 - R$ 2 - GOIÂNIA, 18 A 24 DE OUTUBRO DE 2018

FUTURO EM QUESTÃOPáginas 4 e 5

Página 3 Página 2

Páginas 6 e 7

Eleição de Caiado unirá PT e PSDB na oposição da Assembleia

Após 13 edições, concurso Goiás

na Ponta do Lápis não será

realizado em 2018

Uma nova proposta de exercícios de Matemática

está levando alguns municípios brasileiros ao

sucesso nas médias do Ideb. “Foi um dos pontos mais altos do sucesso de

nossos resultados”, conta a professora Leila Freire.

LINHA DIRETA EDITORIAL

Marcelo Ferreira da Costa, presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação de Goiás e secretário de Educação de Goiânia

Página 9

DEPOIS DE PERDER AS DISPUTAS AO GOVERNO, SENADO, CÂMARA FEDERAL E ASSEMBLEIA, BASE MARCONISTA ENFRENTA A MAIOR CRISE DE SUA HISTÓRIA EM GOIÁS. ESPECIALISTAS APONTAM ERROS E PREVISÕES DE PSDB E ALIADOS NO ESTADO

Um novo jeito de estudar Matemática

UTILIZAÇÃO DA COLEÇÃO APRENDIZAGEM EM

AÇÃO MELHOROU NOTAS NOS ÍNDICES DO IDEB

EM MORRINHOS (GO) E BENEVIDES (PA)

E S C O L AE S C O L A

Professores e comunidade ajudam a fi nalizar em Goiás a segunda versão do novo currículo da educação infantil e ensino fundamental

Página 8

ELEIÇÕES 2018

EDUCAÇÃO BÁSICA

ENTREVISTA

Vem aí o novo currículo do ensino fundamental

“Temos que sair do discurso

e ir pra prática”

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GOIÂNIA, 18 A 24 DE OUTUBRO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br2

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Caro leitor, envie sugestões de pautas, críticas, artig os e textos para serem avaliados e publicados.

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CARTA AO LEITOR

Já havia 15 anos que os estudantes de todo o Estado de Goiás aguardavam ansiosamente a chegada do segundo se-mestre. Não. Não era a iminência da proximidade das férias do fi nal de ano que gerava esta expectativa nos jovens e nas jovens goianas. É que nesse ínterim, todos participavam do mais tradicional concurso de redação do estado: o Goiás na Ponta do Lápis.

Idealizado pelo diretor-presidente da Tribuna do Planal-to, Sebastião Barbosa da Silva, o concurso sempre foi realiza-do em parceria com a Secretaria de Educação e alcançava os quatro costados do Estado, sempre com um tema instigante, atual e desafi ador, para que alunos e alunas se esforçassem em busca da melhor redação.

Além de servir de in-centivo à boa prática da pesquisa, o Goiás na Ponta do Lápis também sempre serviu como uma forma de termômetro, no qual os estudantes poderiam testar seus conhecimentos e suas técnicas de escrita, se prepa-rando para a realização do Enem, ao fi nal de cada ter-ceiro ano do segundo grau.

Como toda boa ideia, o concurso não fi cou apenas na semente inicial. Da escrita, ele passou também a premiar e incentivar todas as formas de criação dos alunos goianos. Além das redações, o Goiás na Ponta do Lápis passou a in-cluir em sua seleção também desenhos, fotografi as e vídeos, abraçando as diversas possibilidades que a tecnologia nos oferece.

No último dia 16, por meio de um comunicado geral, o jornal Tribuna do Planalto, idealizador e promotor do tradicional do concurso de redação Goiás na Ponta do Lápis, informou que, por motivos de força maior, suspendeu a 14º edição do concurso.

O jornal, por meio de seu diretor-presidente agradeceu alunos, pais, professores, coordenadores pedagógicos, dire-tores de escola, coordenadores regionais e toda a comuni-dade escolar pela maciça participação em todos estes anos, e deixa uma mensagem de alento ao fi nal: O Goiás na Ponta do Lápis será retomado em 2019 com a mesma alegria, ener-gia e disposição de sempre.

É o que todos, e nós, da redação, esperamos!

O ano sem lápisESFERA PÚBLICA

Ronaldo CavalheriEm um momento no qual se fala tanto de

transformação digital, no qual a tecnologia im-prime um ritmo de mudanças de comportamentos nunca vis-to antes, será que não estamos deixando em segundo plano a transformação que de fato vai ditar os novos rumos do mun-do? Parece óbvio, mas não é. Além de não ser nada fácil. Falo de transformação humana. Falo das pessoas que continuam ten-do emoções e estímulos com os novos movimentos. É muita novidade em tão pouco tempo. Nos últimos anos, a tecnologia de uma forma ou de outra foi inserida no dia a dia da grande parte da população, o que refl e-te em novas condutas e um jeito novo para se fazer muitas coisas. Hoje cinco gerações com perfi s completamente diferentes, e logo com visões de mundo tam-bém diferentes, compartilham o mesmo espaço. E daí vem os confl itos geracionais e falta de empatia.

Falo de um mundo conecta-do pela tecnologia, mas de total desconexão entre as pessoas. En-quanto a evolução tecnológica aponta em uma curva exponen-cial ascendente, a evolução hu-mana (ou o seu antônimo), representada pelos nossos comportamentos, parece formar uma li-nha contrária. Como mudar isso? Ainda mais no momento importante e delicado de eleições que passamos no Brasil, no qual temos que tomar uma decisão sobre o futuro do país e nosso futu-ro. E vejo que os próximos governantes irão as-sumir papéis muito importantes nesse processo de mudanças, mas o trabalho deles não será su-fi ciente, eles não são em número sufi ciente.

E aí acredito ter, talvez não a única, mas uma importante e impactante resposta. Podemos mudar pela educação. E com certeza agora vem à sua mente que esse é mais um discurso batido. Tento me explicar. Se falo tanto de humanização, não tem como não personifi car a educação pela fi gura do professor. Segundo Censo Escolar de 2017, somente no ensino básico temos mais de 2,2 milhões de educadores. Se formos considerar um efeito em cadeia, olhe a progressão geomé-trica na qual cada professor impacta dezenas de alunos, e se esses por sua vez assumem o seu papel de contribuição na sociedade, de fato con-seguimos uma transformação humana. Opro-fessor é um líder e seu principal papel é formar outros líderes. É um efeito multiplicador.

Agora aumento a responsabilidade desse profi ssional, que tem o desafi o diário de pro-mover o conhecimento e as experiências para que seus alunos estejam preparados para a vida. Será que a maneira como esse professor está conduzindo as suas aulas é a forma mais

adequada para promover uma transformação humana? O meu universo é a educação. E eu me sinto uma pessoa totalmente privilegiada por

poder promover um ensino com foco no ser humano e na trans-formação de suas vidas. E posso garantir para você que isso não depende de estrutura, de dinhei-ro, nem mesmo de formação. E sim, da maneira como enxerga-mos nossos alunos. Estamos tra-tando com pessoas, logo antes de dominar os conhecimentos de Matemática, de Biologia ou de qualquer outra matéria, preci-samos saber lidar com pessoas. E essa é a chave que precisamos virar para ter uma educação mais signifi cativa e que de fato vai impactar vidas. Quando fa-lamos de educação estamos nos referindo ao topo da pirâmide de valor, sim é algo transforma-dor, é transcendente.

O papel do professor não se limita a transmitir conhecimen-tos. Ele deve ser um facilitador no processo de aprendizagem. Se falamos de transformação humana, os ensinamentos com avaliações objetivas com foco para tirar notas e passar de ano não fazem nenhum sentido. Cito John Dewey que diz: “a edu-cação é um processo social, é de-

senvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida.” Logo, se trazemos a realidade para a sala de aula não podemos deixar de fora o elemento humano. Em um plano de aula pas-sa a ser obrigatório desenvolver habilidades so-cioemocionais e competências essenciais para a vida em sociedade. Antes de promover isso nos alunos, os professores precisam ter essas habi-lidades afl oradas e, cada dia, precisam exercer mais sua liderança em sala de aula e servir de espelho.

O aprimoramento das habilidades de comu-nicação, criatividade, resolução de problemas e gestão de confl itos são essenciais para uma me-lhor fl uidez das aulas. O relacionamento inter-pessoal, trabalho colaborativo, a fl exibilidade e a empatia passam a ser imprescindíveis para uma experiência mais humana. E a busca por novos conhecimentos, o bom humor e a automotiva-ção combustíveis indispensáveis para encarar todas as mudanças que ainda virão. O professor deve ser o profi ssional mais valorizado pela na-ção e estando melhor preparado e alinhado com o movimento de mudanças, conseguirá maior engajamento e tocar profundamente seus alu-nos rumo a transformação hu-mana. É o efeito multiplicador.

Ronaldo Cavalheri é CEO do Centro Europeu, primeira escola de Economia Criativa

do Brasil.

Professor: agente de Transformação Humana

Opinião

Fagner PinhoEditor Executivo

Além das redações, o Goiás na Ponta do Lápis passou a incluir em sua seleção também desenhos, fotografi as e vídeos, abraçando as diversas possibilidades que a tecnologia nos oferece.

Falo de um mundo

conectado pela tecnologia, mas de total desconexão entre as pessoas. Enquanto a evolução tecnológica aponta em uma curva exponencial ascendente, a evolução humana (ou o seu antônimo) representada pelos nossos comportamentos parece formar uma linha contrária

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O PT vai perder feio a eleição”

Cid Gomes, senador eleito pelo PDT no CearáFrase da semana

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Desde que conseguiu se eleger senador, o radialista Jorge Kajuru (PRP-foto) vem dando mostras de que deverá se distanciar da base do governador eleito Ronaldo Caiado (DEM). Na última semana, o atual vereador por Goiânia deu mais um passo avesso a Caiado, se recusando a participar de almoço promovido pelo democrata para se aproximar de (e ampliar) sua base na Assembleia Legislativa.

ValeA região do Vale do São Patrício, forte em representantes na Assembleia há anos, manteve Talles Barreto e Hélio de Sousa (PSDB) como seus parlamentares no legislativo goiano. A grande difi culdade é que ambos deverão militar na oposição.

Aposentadoria?Já outro representante da região na Assembleia deverá seguir para a aposentadoria política nos próximos anos. Trata-se do deputado Nédio Leite. Vice-presidente da Alego na atual legislatura, ele não conseguiu sua reeleição neste ano.

AproximaçãoLogo após a confi rmação de sua eleição como novo governador de Goiás, o senador Ronaldo Caiado recebeu um abraço efusivo do deputado federal reeleito Lucas Vergílio (SDD), que fez campanha dentro da base aliada marconista.

OuvidosSe por um lado o ex-governador tucano perdeu a deputada estadual Eliane Pinheiro, que era seu principal ‘ouvido’ na Assembleia, por outro elegeu um substituto para ela: o ex-chefe da Casa Militar, Coronel Adailton, também uma espécie de ‘ouvido’ de Marconi.

ParadasVárias viaturas da Polícia Militar estão paradas desde domingo, 14, por falta de combustível. Informações internas dão conta de que a PM deve mais de R$ 16 milhões a fornecedores, incluindo aí o próprio combustível.

RecapeamentoA prefeitura de Goiânia planeja recapear em torno de 600 ruas em toda a capital no próximo ano. Neste ano, segundo a administração, foram recapeadas 40.

FinanciamentoOs valores ainda estão sendo levantados, mas os valores virão de fi nanciamento obtidos junto à Caixa Econômica Federal e ao Banco do Brasil.

TentativaA gestão passada, do ex-prefeito Paulo Garcia (PT), havia tentado buscar este fi nanciamento junto ao Banco Andino, do Chile, mas a negociação não fl uiu.

ReclamaçãoO vereador Paulo Magalhães (PSD) têm criticado, durante as sessões da Câmara Municipal, da falta de sinalização de fotossensores da capital.

Escondidos Segundo ele, estariam instalados em locais pouco visíveis aos condutores. “Alguns, inclusive, foram colocados detrás de postes e árvores”, apontou o vereador.

RecordeO app Olho na Bomba, do MP-GO e da UFG, que fi scaliza preços de combustíveis em tempo real, ultrapassou 100 mil downloads nesta semana. Objetivo é chegar a 600 mil.

MDB se reúne O Diretório Estadual do MDB

se reuniu na última terça-feira, 15, para avaliar o resultado das eleições estaduais em relação ao partido. O encontro foi comandado pelo presidente da legenda, deputado federal Daniel Vilela, e ocorreu na sede estadual.

Pressão Daniel Vilela deverá ter

difi culdades para manter o poder no partido nos próximos meses, uma vez que a ala oposicionista dentro da legenda, comandada pelo prefeito de Catalão, Adib Elias, tem crescido cada vez mais no cerne emedebista.

Resultados Nas eleições deste ano o MDB

ajudou a eleger o senador Vanderlan Cardoso (PP), mas não conseguiu eleger Agenor Mariano ao Senado Federa, tampouco nenhum deputado estadual. Na Alego, os três deputados eleitos devem fi car na base de Caiado.

Na mesma semana na qual o governador eleito Ronaldo Caiado (DEM) começa a se aproximar de deputados para fortalecer sua base na Assembleia Legislativa, a oposição ao futuro governador irá unir dois partidos que, até pouco tempo, não imaginariam caminhar juntos: PT e PSDB. Os dois partidos já se manifestaram como oposicionistas ao novo governo e deverão se sentar juntos, à direita do plenário. O PT, que havia eleito quatro parlamentares em 2014 – Adriana Accorsi; Renato de Castro; Luis César Bueno e Humberto Aidar – elegeu apenas dois neste ano – Adriana Accorsi e Antônio Gomide. Já o PSDB viu sua bancada cair 50% em relação a esta legislatura. Os tucanos elegeram, ao todo, seis parlamentares. A bancada da oposição ainda deverá contar com ao menos mais quatro nomes.

PT e PSDB se unirão em oposição na Alego

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mídiasociais

Embate

“Já estamos com uma das mãos na faixa”

em visita à sede da Polícia Federal na última semana

JAIR BOLSONARO, PRESIDENCIÁVEL PELO PSL

Após oito anos sem ocupar cargos eletivos, o ex-governador Alcides Rodrigues (PRP) cravou sua volta à política ao se eleger deputado federal pela primeira vez. Antes de governar o Estado ele havia sido vice-governador e deputado estadual.

Em Goiânia, ao contrário, o PSDB está em ebulição. Insatisfeitos com o comando de Giuseppe Vecci (foto) na sigla, tucanos devem pedir sua saída da presidência estadual em breve. Alegam que ele teria benefi ciado aliados seus nas eleições deste ano.

Volta

Ebulição

Separado O outro senador eleito por Goiás, Jorge Kajuru (PRP), já afi rmou em alto e bom som que não irá se aproximar de seus colegas no Senado Federal. Ele, inclusive, adiantou que irá solicitar mudança de seu assento na Casa.

Desde que deixou a sede da Polícia Federal em Goiânia, após ser preso em decorrência da Operação Cash Delivery, o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) seguiu para Pirenópolis, onde tem uma fazenda, e por lá fi cou. Ele não se elegeu senador.

Sai

JuntosHerdeiro da cadeira de Ronaldo Caiado no Sena-do, o ex-deputado estadual Luis Carlos do Carmo (MDB) já iniciou uma aproximação com seu cole-ga de bancada, o ex-prefeito de Senador Canedo Vanderlan Cardoso (PP).

dLinhaFagner Pinho - [email protected]

ireta

3 GOIÂNIA, 8 A 14 DE OUTUBRO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

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Inferno astral

Giuseppe Vecci, Marconi Perillo e José Eliton, presidente, ex-governador e atual governador: cúpula tucana naufragou nas eleições deste ano. Reerguimento é desafi o

TUCANOS E BASE ALIADA ENCARAM A PIOR CRISE DE SUA HISTÓRIA DEPOIS DE QUASE DUAS DÉCADAS DE PODER E ELEIÇÕES DESTE ANO

Fagner Pinho

A eleição deste ano em Goi-ás não poderia ter sido mais devastadora para

a base aliada. Em especial para o PSDB, maior partido da base governista durante os quase 20 anos de permanência do gru-po, liderado pelo ex-governador Marconi Perillo (PSDB), no co-mando do Estado. Além de per-der o poder na administração estadual, o partido viu minguar em quase 50% suas cadeiras na Assembleia e eleger apenas um deputado federal.

A base aliada ainda perdeu as três vagas ao Senado que pos-suía em 2014. Naquele ano, o então deputado federal Ronal-do Caiado (DEM) venceu Vilmar Rocha (PSD) na disputa por uma vaga. Neste ano, o ex-governador Marconi Perillo e a atual sena-dora Lúcia Vânia (PSB) não se elegeram. As vagas fi caram com a oposição, que elegeu o empre-sário Vanderlan Cardoso (PP) e o radialista Jorge Kajuru (PRP).

Não bastasse a derrota nas urnas, o inferno astral do PSDB atingiu em cheio ex-governador Marconi Perillo (PSDB) por meio da Justiça, que decretou sua pri-são três dias após a eleição por indícios de participação em um esquema de fi nanciamento ir-regular das campanhas de 2010 e 2014 do PSDB, que culminou com a Operação Cash Delivery, da Polícia Federal no início do mês. A defesa de Marconi nega irregularidades nos fi nancia-mentos.

Nesta semana, novo abalo. O ex-governador Marconi Perillo e o ex-secretário de Governo João Furtado Neto tiveram seus bens bloqueados no valor de R$ 7.632.190,50 pela Justiça. A deci-são foi resultado de ação ajui-zada pelo Ministério Público de Goiás e é referente a um decreto 7.141/2010, que aumentou em 25% o valor das diárias e inde-nizações de transporte para o governador, vice-governador, secretários de Estado e ocupan-tes do Poder Executivo. Segundo a ação, a medida teria gerado um prejuízo de mais de R$ 2,5 milhões ao Estado. A defesa de

Marconi novamente nega as ir-regularidades.

A situação fi nanceira do Es-tado é outro fantasma a assom-brar os tucanos. Os atrasos no pagamento a fornecedores e no repasse a Organizações Sociais geraram uma grave crise no Hospital de Urgências de Goiâ-nia (Hugo), o maior do Estado, que chegou a ter sua interdição solicitada pelo Ministério do Trabalho, devido à impossibili-dade dos profi ssionais da Saúde exercerem suas funções.

O quadro se agravou mais após as eleições. Sem dinheiro em Caixa, servidores e membros do Tribunal de Justiça e dos Tri-bunais de Contas, bem como servidores da Secretaria da Fa-zenda, não receberam seus sa-lários em dia. Até o fechamento desta edição, o pagamento ain-da não havia sido creditado.

A situação fi nanceira do Estado foi alvo de levan-tamento realiza-do pelo consultor Raul Velloso, que apontou que, além de Goiás, outros seis estados – Minas Gerais, Mato Grosso, Rio Grande do Norte, Mato

Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul – além do Dis-trito Federal, não conseguirão fechar as contas no fi nal do ano.

Outro desgaste é o do presi-dente da sigla em Goiás. O de-putado federal Giuseppe Vecci não se reelegeu e hoje enfrenta críticas duras de aliados, por sua suposta preferência em auxiliar aliados no pleito deste ano. Após todos os tropeços e percalços, grande pergunta é o que a base fez de errado neste ano. E mais: conseguirá se reerguer após uma derrota tão grande nas ur-nas e uma crise fi nanceira que assusta a todos no Estado?

DesgasteUm dos primeiros a falar

após as eleições sobre o fracasso da base governista neste ano foi o presidente regional do PSD, Vil-mar Rocha, que concorreu como primeiro suplente do candidato

ao Senado Marconi Perillo. Em entrevista à Rádio Bons Ventos, ele cravou o desgaste de 20 anos de poder como o principal difi -culdade da base.

“O grande problema é quan-do um grupo vai fi cando muito tempo no poder, ele vai fi cando dentro de uma bolha de inte-resses legítimos ou não. Dentro de uma bolha perde o contato com a sociedade, o contato com as pessoas. Vamos até usar uma expressão mais romântica: ter contato com as ruas, com as vo-zes roucas das ruas. Isso é um perigo para uma pessoa”, apon-tou.

Para ele, os partidos preci-sam sair da bolha criada por este longo período no poder para se reaproximar da população. “En-tão, a gente tem que, todo dia ao sair de casa, passar Bombril na pele para sentir, para per-ceber e muitas vezes quem vai

fi cando muito tempo no poder vai perdendo

esse contato. Isso é uma verdade que quaisquer grupos,

quaisquer pessoas têm que ter muito cuidado. Não perder o chão da realidade, não tirar o pé do chão, sair dessas bolhas que se criam às vezes em torno dos governantes”, afi rmou.

As críticas de Vilmar não são recentes. Desde 2016, ele defen-dia um nome alternativo para a disputa ao governo estadual do lado da base aliada. O ex-de-putado sempre foi enfático em afi rmar que a manutenção da

candidatura do vice-governa-dor José Eliton (PSDB) seria um

grande erro.A insistência denotaria, ar-

gumentava, a tentativa de con-tinuísmo do grupo político que comanda o Estado há 20 anos. “Defendo a continuidade de ideias, de manter o que deu cer-to na gestão, mas não o continu-ísmo. O continuísmo é um erro. E a manutenção das mesmas pessoas no poder”, dizia. O resul-tado comprovou sua teoria.

PerseguiçãoJá outro importante nome

da base governista, o ainda de-putado federal Jovair Arantes, que preside regionalmente o PTB, apontou outro problema. Para ele, a Operação Cash Deli-very, defl agrada praticamente uma semana antes do primeiro turno das eleições, suplantou qualquer possibilidade de elei-ção de nomes governistas na eleição.

Segundo Jovair, que também não conseguiu se reeleger neste ano a uma cadeira na Câmara dos Deputados, o Ministério Pú-blico Federal e a Polícia Federal poderiam ter aguardado o fi m do processo eleitoral antes de realizar a operação.

“O Marconi é um grande homem, um homem de Deus, um homem de fé. Entendo que o que foi feito com ele foi uma perseguição política muito in-tensa nesse período eleitoral. Volto a repetir que isso não é normal. Isso não é do processo democrático. Poderiam muito

bem ter esperado o processo eleitoral para fazer o que

tem que fazer”, justifi cou, em entrevista à Rádio Sa-gres.

ELEIÇÕES 2018

4 GOIÂNIA, 18 A 24 DE OUTUBRO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

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ELEIÇÕES 2018

Jogo dos7 erros

É tempo de espera

Caiado conseguiu captar o desejo de mudança do eleitor

VINTE ANOS NO PODER E O DESEJO DE MUDANÇA DO ELEITOR ATRAPALHARAM,MAS PROBLEMAS INTERNOS FORAM CRUCIAIS PARA A DERROTA TUCANA EM GOIÁS

Daniela Martins

Não foram “apenas” os quase 20 anos de po-der que pesaram sobre

os ombros da base governista. Um conjunto de fatores, in-ternos e externos, desenhou o vexame eleitoral do PSDB e de seus partidos aliados. A começar pelo cenário político nacional que, imerso em um propagado desejo de mudan-ça, barrou a eleição de nomes tradicionais como da ex-presi-dente Dilma Rousseff (PT-MG) e do presidente do Senado, Romero Jucá (MDB-RR), entre outros, pelo país. A ideia rever-berou por aqui, com Ronaldo Caiado (DEM).

“Vejo certo cansaço, certa fadiga, do eleitorado quanto à questão dos governos. Há o desejo de mudança. E se é mudança ou não, isso é outro problema. Mas é um desejo de alterações no quadro político”, argumenta o professor e cien-tista político Itami Campos. Ele prefere não falar em “er-ros” do PSDB ou da base. Defen-de que o contexto de 2018 era desfavorável. “Vejo nessa pers-pectiva”, reforça.

Itami cita a eleição para o Senado Federal como demons-tração dessa vontade do elei-

tor de mudar as faces do poder. “No Senado é bem presente a vontade do novo, de virem pes-soas novas, mudanças”, avalia. E, como adendo, faz crítica à escolha de Jorge Kajuru (PRP), eleito senador por Goiás. “Não vejo mudança nenhuma com Kajuru, vejo piora. De qualquer forma, há um desejo de mudar o quadro”, observa.

Sobre a derrota de Marconi Perillo (PSDB) na eleição para o Senado, o professor aponta, de novo, um fator externo: a ope-

7 ERROS Tentar transformar José Eliton em ‘Zé’

Lançar chapa pura, com Raquel Teixeira (PSDB) na vice

Focar a campanha em ataques aos adversários

Não desvincular José Eliton da imagem de continuísmo do governo Marconi

Subestimar adversários como Wilder Morais e a força PP

A difi culdades em fechar apoio de outros partidos

Não contar com um coordenador político experiente

a denúncia interferiu direta-mente. Esse é um negócio que ninguém pode negar.”

Falhas internasSe o desgaste natural de

quase duas décadas de poder já era problema para a reelei-ção da base aliada, os tropeços internos ajudaram as enter-

Qual o caminho para o PSDB, em particular, e, por consequ-ência, para a base aliada se re-fazerem? A resposta não é para já. Tanto Itami Campos quanto Márcio Lima preveem que agora é tempo de espera, de observar como será o novo governo, com Ronaldo Caiado na direção do Estado.

“Agora tem um período de caracterização, de ver como será e qual o desempenho dos novos governos”, defende Itami Cam-pos. Na sequência virá o tempo de se refazer, remontar as estra-tégicas. “Vamos ver como vão se

portar e se conduzir os novos governos e qual é a conduta que pode ser postulada.”

Itami acredita que o MDB vai estar fora do governo e possivel-mente o PSDB também, porque fi zeram menos deputados. Há ainda o fato de uma nova base de governo se formar. “Isso faz parte da política regional, a ade-são das militâncias, do partido. A expectativa é que se espere um pouco para ver como as coi-sas andam”, diz. Esse é o cami-nho para trabalhar com menos erros possíveis nas eleições mu-nicipais de 2020.

TentáculosA força do PSDB pelo in-

terior é lembrada por Márcio Lima, o que, certamente, é um importante ponto de apoio para a reconstrução tucana. Assim como é determinante a linha que será desenhada por Marconi. “O PSDB é um parti-do com vários prefeitos, verea-dores e lideranças no interior, vai passar por uma depuração e deve fazer uma refl exão pro-funda”, reforça. “E vai depen-der da reação do seu principal líder, o ex-governador Marconi Perillo. Começar uma restrutu-

Ronaldo Caiado

se apropriou do discurso de oposição pregando a mudança com linguagem direta e moderna

Na disputa pelo Senado

fi cou bem claro a vontade popular pelo novo. Se vai haver mudança ou não, isso é outro problema

ração Cash Delivery, da Polícia Federal. Houve uma infl uên-cia da denúncia a uma sema-na da votação, reforça. “Marco-ni é um político consagrado, tradicional e, de certo modo, tinha a eleição mais ou menos garantida, estava em primeiro lugar até duas semanas antes das eleições. Na hora que saiu,

rar quaisquer perspectivas de continuar à frente do Estado. “O PSDB cometeu erros que nem de longe pareciam o Tem-po Novo de antes”, assevera Márcio Lima, da BM2 Comuni-cação, que trabalha na área de comunicação e marketing po-lítico há 27 anos.

Márcio Lima afi rma que er-ros na comunicação e marke-ting foram determinantes para a derrota em uma campa-nha, considerada por ele, de-sastrosa eleitoralmente para o PSDB e aliados. “Enquanto a campanha do PSDB tentava atacar Ronaldo Caiado com assuntos requentados, Caiado pregava a mudança, com lin-guagem moderna, direta, efi -caz, acertando uma estratégia previamente defi nida: apro-priar do discurso de oposição”, comenta. Lembra que nem mesmo o maior tempo de tevê e rádio foi capaz de evitar um terceiro lugar na disputa pelo governo do Estado.

A lista de erros internos ci-tados por Márcio continua. O PSDB falhou ao lançar a chapa pura ao governo, teve difi cul-dades em fechar apoio, sofreu com a ausência de um coor-denador político com expe-riência e ainda teve o fato de subestimar o senador Wilder Moraes (DEM) e o Partido Pro-gressista (PP).

No meio do caminho, mais tropeços. A base aliada não conseguiu desvincular a ima-gem de continuidade do go-verno Marconi Perillo. “Não entendeu que o que a popu-lação queria era mudança.” Outra estratégia falha: tentou simplifi car demais a fi gura do governador o chamando de Zé durante a campanha. “Foi uma clara tentativa de mos-trar aproximação e que o go-verno não era um legado feu-dal em comparação a outras duas principais candidaturas”, avalia. De quebra, fi naliza o marqueteiro, o PSDB nacional-mente deu apoio ao governo Michel Temer.

ração de suas lideranças deve ser um caminho adotado para o partido.”

Como Itami, Márcio Lima aposta que vale a pena entrar em um compasso de espera e observar o cenário. “Deve ser levada em consideração como vai ser a atuação do novo go-

vernador com essas lideranças do partido. O DEM é um legen-da que diminuiu bastante em Goiás e agora deve se tornar uma opção aos que não deseja-rem fi car no PSDB para buscar recomposição com o gover-no que deve iniciar em 2019”, aposta.

5 GOIÂNIA, 18 A 24 DE OUTUBRO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

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6 GOIÂNIA, 18 A 24 DE OUTUBRO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br E S C O L AE S C O L A

Uma nova proposta de exercícios de Ma-temática, basea-

dos nas habilidades que as crianças e adolescentes deveriam desenvolver no transcorrer do ensino fun-damental, está levando al-guns municípios brasileiros ao sucesso nas médias do Ideb. Imagine sequências de exer-cícios organizados a partir de um novo sistema de itens de respostas, capazes de levar em conta diferentes ra-ciocínios feitos pelos estu-dantes ao responderem e assim reconhecer o padrão de raciocínio adotado. Este é o formato da Coleção Apren-dizagem em Ação – Ofi cina da Matemática, que vem sendo usada com sucesso por algumas prefeituras do país.

A coleção está organizada em grupos de ofi cinas para duas etapas da educação, a etapa I (para 4º, 5º, e 6º ano do Ensino Fundamental), e etapa II (para 7º, 8º, e 9º anos do Ensino Fun-damental, e 1º ano do Ensino Médio). As ofi cinas vão progres-sivamente exigindo mais racio-cínio, num processo onde a prá-tica faz com que o aluno esteja cada vez mais preparado para os desafi os envolvendo as habi-lidades em Matemática corres-pondentes ao seu nível escolar. A professora Fabiana Ubriaco, criadora das ofi cinas, especia-lista em sistemas de avaliação, afi rma que com exercícios bem elaborados e professores preparados, o caminho na-tural é o estudante ampliar a sua capacidade: “Se ele faz o exercício, ele aprende. Por isso

EDUCAÇÃO

Novo jeito de estudar Matemática

UTILIZAÇÃO DA COLEÇÃO ‘APRENDIZAGEM EM AÇÃO’ MELHOROU NOTAS NOS ÍNDICES DO IDEB EM MORRINHOS (GO) E BENEVIDES (PA)

a coleção que criamos se cha-ma Aprendizagem em Ação.”A coleção, somada outras práti-cas nas políticas pedagógicas, infl uenciou positivamente nos resultados do Índice de Desen-volvimento da Educação Básica (Ideb) e para o Sistema de Avalia-ção da Educação Básica (Saeb), referentes a 2017 nas cidades de Benevides (PA) e Morrinhos (GO).

Os índices foram apresen-tados recentemente pelo Mi-nistério da Educação (MEC) e mostram que os avanços no de-sempenho das escolas são pro-dutos de um conjunto de ações diferentes como envolvimento da família na escola, capacita-

ção e formação continuada de professores e servidores, avalia-ções periódicas, implantação de escolas de tempo integral e adoção de novos materiais pe-dagógicos.

Foi justamente este último quesito que contribuiu para melhorar o desempenho das redes municipais das cidades de Benevides, no Pará, e Morrinhos, em Goiás. Elas apresentaram um crescimento muita acima da média do país e também de seus Estados.

Os melhores resultados das duas cidades, no que se refere à avaliação da profi -ciência em Matemática, têm

em comum o fato de usarem o mesmo material pedagógi-co. O Aprendizagem em Ação, O Aprendizagem em Ação foi utilizado pela primeira vez em Ipojuca (BA). Naquela cidade, os índices eram baixos e as adversi-dades muitas. Entre 2011 e 2015, com a utilização do método, o Ideb das séries iniciais saltou de 3,5 para 4,8, alçando a meta estabelecida para 2019, e supe-rando em muito a meta de 2015, que era de 4,2. A não continuida-de no uso da metodologia nos anos de 2016/2017 já gerou um recuo, e um resultado negativo. Em 2017 o Ideb de Ipojuca para os anos iniciais caiu para 4,5.

QUALIDADE GARANTIDA

Mais do que uma sim-ples prova que pode causar concorrência entre escolas do mesmo nível, o Ideb é, antes de tudo, um estímulo ao aprendizado. É um siste-ma de cobrança, mas com incentivos. Quem não quer ver sua escola fi gurar entre as melhores? Que pai ou mãe não querem ver o fi lho melhorando o desempenho em Português e Matemáti-ca?

É isso que tem aconteci-do. Essa avaliação também tem aumentado a partici-pação da família na vida escolar do aluno, que vinha apenas diminuindo no País, já que a equipe escolar fi ca mais atenta ao fl uxo e fre-quência dos alunos.

O Ideb é também sub-sídio para ser utilizado na reformulação do Projeto Político-Pedagógico das Escolas, o que pode mudar totalmente o futuro escolar

dos alunos de uma unidade escolar para melhor. É ainda um importante indicador de qualidade.

Ideb

“Ideb é o Índice de De-senvolvimento da Educa-ção Básica, criado em 2007, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Edu-cacionais Anísio Teixeira (Inep), formulado para me-dir a qualidade do aprendi-zado nacional e estabelecer metas para a melhoria do ensino”.

Saeb

Sistema Nacional de Avaliação da Educação Bá-sica (Saeb) utiliza diferen-tes instrumentos de coleta de dados, sendo um deles os testes que têm por fi na-lidade medir a habilidade de Leitura em Língua Por-tuguesa e de resolução de problemas em Matemática dos alunos.

O SAEB é realizado de dois em dois anos por amos-tragem de alunos.

Fonte: Portal do MEC

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7 GOIÂNIA, 18 A 24 DE OUTUBRO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br E S C O L AE S C O L A

Morrinhosjá superou meta do Ibeb para 2021

Morrinhos e Benevides crescem no Saeb-2017

Exercícios focam em habilidades básicas

Bem-vindo!

A cidade de Morrinhos, no Estado de Goiás, é um super-destaque nacional, nos anos iniciais do ensino fundamen-tal. Com a utilização do mé-todo, sua média subiu de 5,5, em 2015, para 6,7 – um cres-cimento de 22% – superou a média estadual, de 6,1% (Goi-ás), e a nacional, de 5,8. Su-per-Destaque Nacional é uma nota acima de 6 e Destaque Nacional, nota acima de 5. O processo de aprendizagem na cidade está tão avançado que

Para crescer no Ideb, a educa-ção nestes municípios teve que primeiro melhorar o seu desem-penho no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica, o Saeb, que é um dos índices utili-zados para estabelecer o Ideb. No caso do Saeb, o rendimento das cidades de Morrinhos (GO) e Be-nevides (PA), também foi muito superior depois da utilização do sistema ‘Aprendizagem em Ação - Ofi cina da Matemática’.

Em Morrinhos, na profi ci-ência em Matemática, 31% dos estudantes – anos iniciais – es-tavam nos níveis de 0 a 3, con-siderados insufi cientes. Com apenas dois anos de uso da me-todologia, este índice caiu para 10%, uma redução de 67,8%. Isso signifi ca que estes alunos que estavam nestes níveis mais atra-sados subiram para os outros níveis. E nos níveis de 7 a 9, con-siderados os mais avançados, o número de alunos cresceu de 9% para 24%, um aumento de 178%.

Em Benevides, não foi dife-rente e a situação era pior: 43% dos alunos, nos anos iniciais, estavam nos níveis de 0 a 3, con-siderados insufi cientes. De 2015 para 2017 este número caiu para 25% (uma redução de 41,9%). O número de alunos que estavam nos níveis 7 a 9, os mais avança-dos, chegava a apenas 6% do to-tal. Com o uso do novo método este número de alunos quase tri-plicou, passando para 17%.

Coube à professora Fabiana Esméria de Castro Alves Ubria-co, mestra em Educação e es-pecialista em Psicopedagogia, responder ao desejo do Conse-lho Editorial da Sertões Editora, para a produção de livros que representassem um avanço no processo pedagógico. O mate-rial também deixou os alunos para um sistema de avaliação diferente na forma de estrutu-ração dos itens. A autora é re-conhecida pela capacidade de transformar conteúdos em ma-teriais didáticos de Matemática, e também como uma grande conhecedora e criadora de ins-trumentos para avaliação de de-sempenho pedagógico.

“A ideia surgiu de uma rea-lidade que nós, professores da rede pública conhecemos bem, que é a enorme difi culdade de aprendizado das habilidades básicas”, conta ela. “E isso os im-pede de ter sucesso, não só nas avaliações da Prova-Brasil, mas também na vida deles, na cons-trução do futuro de cada um. Por isso, pensamos a coleção, para ajudar no avançar da vida escolar”, explica.

Como ponto de partida de sua proposta, Fabiana Ubriaco considerou fundamental que o material levasse o estudante à prática com exercícios dirigi-dos. “Se o aluno faz, ele apren-de” é a frase slogan que a pro-fessora criou e que representa a ideia central da coleção ‘Apren-dizagem em Ação - Ofi cina da Matemática’.

“A coleção visa abrir novos caminhos para o desenvolvi-mento cognitivo e criar, grada-tivamente, o melhor ambiente para a construção sólida das habilidades essenciais em cada etapa de ensino”, fi naliza.

Com pouco mais de 60 mil habitantes, a cidade de Benevi-des, no norte do Pará, viveu uma revolução da rede municipal de ensino. A cidade se consolidou como um Superdestaque Nacio-nal (nota 6,2) nos anos iniciais, também superando a meta nacional e a média estadual, que no Estado do Pará, foi de 4,7. Nos anos fi nais, Benevides também alcançou Destaque, embora não tenha um índice de crescimento, porque se trata da primeira vez em que a nota é dada para esta etapa no muni-cípio.

A professora Leila Freire, secretária municipal de Educa-ção de Benevides, explica que a conquista do alto desempe-nho no Ibed é resultado de um conjunto de ações, que foi ba-tizado de Programa Benevides à Escola, uma alusão ao cum-primento Bem-vindo à Escola. Segundo ela, elaboradas três grandes metas nas áreas Go-vernança, Gestão Pedagógica e Direito a aprender. A primeira delas foi organizar o sistema de ensino do município, a segun-da, melhorar a aprendizagem e a terceira, toda criança lendo e escrevendo até 7 anos de idade.

As três metas se dividiram em várias medidas de curto, médio e longo prazo,s de acor-do com a necessidade da rede escolar. As medidas compreen-deram diagnóstico, reorganiza-

A professora Marlene escreveu uma pergunta no quadro. Veja.

Observe a resposta de alguns estudantes.

A) Carlos. B) Lívia. C) Paulo. D) Sara.

ATIVIDADE 11

Quatro.Três.

Carlos Lívia Sara Paulo

Cinco. Seis.

QUANTOS LADOS TÊM OS QUADRILÁTEROS?

ção da estrutura física, com am-pliação, reforma, climatização, alimentação balanceada, trans-porte escolar regular, olimpía-das pedagógicas, escolas aber-tas para os pais e implantação do sistema de monitoramento próprio, dentre muitos outros.

A secretária Leila Freire ex-plica que dentre essas medidas o ‘Aprendizagem em Ação’ foi indicado como material pe-dagógico. “Foi um dos pontos mais altos do sucesso de nos-sos resultados. Crescemos 30 pontos na profi ciência em Ma-temática”, conta a professora. Segundo a secretária, o material inaugurou um novo jeito de trabalhar a Matemática de ma-neira mais lúdica, sob forma de ofi cinas. “Esse material é muito bem elaborado. Investe em uma pedagogia inovadora. Veio ao encontro do nosso currículo”, ressaltou.

Rede municipal de Benevides é Superdestaque no Ideb

Fabiana Esméria: “se o aluno faz, ele aprende”

Material pedagógico lúdico e inovador

Foi um dos pontos mais

altos do sucesso de nossos resultados. Crescemos 30 pontos na profi ciência em Matemática.

Leila Freire, Secretária de

Educação

a nota para 2017 já superou em muito a meta para 2021, que é de 6,2.

No caso dos anos finais do ensino fundamental, Morri-nhos também teve um salto surpreendente, embora es-tivesse em um nível inferior em relação aos seus anos iniciais. O ensino municipal, nesta etapa, pulou de 3,9 para 5,5 (crescimento de 41%), configurando como Destaque Nacional e superando a meta prevista para 2019.

IDEB – BRASIL, GOIÁS, PARÁ, MORRINHOS,

BENEVIDES 2015 E 2017

Cidade 2015 2017

Média (Goiás) - de 6,1Morrinhos - Superou muito a meta para 2021, que é de 6,2.

Média (Pará) - de 4,7Brasil - Média nacional: 5,8

Cidade 2015 2017

Crescimento de

22% Morrinhos (GO) 5,5 6,7

Benevides (PA) 4,7 6,2

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Fabiola Rodrigues

A segunda versão do novo currículo da educação infantil e do ensino

fundamental foi debatida em setembro com os professores dos 246 municípios goianos em diversos seminários regionais. Aproximadamente 17 mil edu-cadores deram suas contribui-ções. A comunidade também participou dando sugestões pela internet. A segunda versão do documento recebeu mais de 550 mil propostas, que estão em análise pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (Con-sed) e União dos Dirigentes Mu-nicipais de Educação de Goiás (Undime-GO).

As reuniões aconteceram em 40 cidades do Estado onde fi cam localizadas as Coordenações Re-gionais de Educação, vinculadas à Secretaria Estadual de Educa-ção. A participação do educador nesses encontros contribuiu sig-nifi cativamente para a versão fi nal do novo currículo. Um des-ses 40 seminários aconteceu em Goiânia, no dia 4 de setembro, no auditório da Faculdade Alves Faria, e serviu de incentivo para os professores do interior do Es-tado participarem ativamente nos municípios. A representan-te do Consed em Goiás, Abadia

EDUCAÇÃO BÁSICA

Vem aí o novo currículo do ensino fundamental

PROFESSORES E COMUNIDADE ESCOLAR AJUDAM A FINALIZAR EM GOIÁS A SEGUNDA VERSÃO DO NOVO CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL

Abadia Cunha: “Todos têm que conhecer a BNCC”

de Lourdes Cunha, explica que o envolvimento do professor na construção do novo currículo é essencial.

“Esse é um momento de construção conjunta, é a opor-tunidade de o educador ajudar na elaboração do novo currí-culo escolar do estudante. Não podemos criar um documento tão importante para a educação sem a visão e leitura do profes-sor. Todos têm que conhecer a BNCC, estudar o que está propos-to nela, analisar o documento curricular para Goiás, porque ele será executado em todas as esco-las do Estado”, destaca.

Dia 19 de outubro o Conse-lho Estadual de Educação de Goiás (CEE) receberá o docu-mento curricular com algumas novas sugestões, que foram dadas pelos professores nesses seminários. Depois dessa análi-se feita pelo CEE, os educadores poderão dar mais algumas su-gestões. Abadia de Lourdes diz que a versão fi nal do documen-to está prevista para fi car pron-ta até dezembro.

2019 será um ano de forma-ção e capacitação dos professo-res da rede pública e privada. Eles serão preparados para mi-nistrar aulas de acordo com o novo currículo. Em 2020 as es-colas do Estado implantarão o currículo baseado na nova Base Nacional Comum Curricular da educação infantil e do ensino fundamental.

“Na formação do professor, ele terá a participação coletiva de outros profi ssionais, para juntos contribuírem com o pro-cesso de ensino nas escolas. É necessário aprender ministrar a respeito das dez competências de ensino, postas no documento curricular do ensino fundamen-tal”, esclarece Abadia de Lourdes.

A representante do Consed

em Goiás observa, ainda, que as mudanças nessa fase da educa-ção vêm para melhorar a atua-ção em sala de aula.

“Não é que tenha que mudar toda estrutura do ensino, mas precisamos nos qualifi car e ofe-recê-lo com qualidade. Estamos a caminho”, destaca.

Homologada em dezembro de 2017, a BNCC traz parâmetro de acompanhamento no de-senvolvimento da educação in-fantil e ensino fundamental no Brasil instituindo um modelo de ensino igualitário nas escolas públicas e privadas. Ela também estabelece conhecimentos, com-petências e habilidade que os estudantes devem desenvolver ao longo da escolaridade até o 9º ano.

Uma importante novidade da BNCC é a antecipação da al-fabetização das crianças, para o 2º ano do ensino fundamental. Atualmente, as diretrizes curri-culares determinam que a alfa-betização deve ocorrer até o 3º ano do ensino fundamental.

Logo após a homologação da base curricular da educação infantil e ensino fundamen-tal, Goiás começou a discuti-la, desde o início deste ano, para implantar os novos currículos escolares destas etapas da Edu-cação Básica.

Após mais uma etapa de par-ticipação dos professores e da comunidade para fi nalizar o do-cumento curricular, a represen-tante do Consed em Goiás avalia que as reuniões tiveram muitos pontos positivos.

“Tivemos contribuições ri-quíssimas para a elaboração da versão fi nal do currículo. Foi importante analisarmos a re-alidade do ensino no Estado e avançar quanto à melhora do currículo escolar dos estudan-tes”, ressalta Abadia de Lourdes.

Queremos um país melhor. Para isso

temos de participar das políticas públicas educacionais

A escola dará a oportunidade

do jovem vislumbrar um futuro melhor

Fabiola Rodrigues

O presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação de Goiás e secretário de municipal de Educação e Esporte de Goiânia, Marcelo Ferreira da Costa, diz que a escola precisa inovar o modelo de ensino para formar jovens que desenvolvam habilidades profi ssionais e que também tenham autonomia. Em sua jornada como secretário, ele vê como urgente a necessidade de evolução nos métodos de ensino da educação infantil, ensino fundamental e ensino médio, por observar que o estudante, atualmente, deseja muito mais que aulas teóricas. Marcelo Costa chama todos os professores e a comunidade goiana para participarem da construção do novo currículo da educação infantil e do ensino fundamental, dando opiniões e conhecendo melhor a primeira versão do documento.

Tribuna do PlanaltoQue mudanças acontecerão na educação básica a partir da implantação do currículo baseado na nova BNCC?

Marcelo Costa A BNCC vem corrigir disparidades

no ensino, desde a educação infantil, fazendo com que tenhamos conteúdos dinâmicos e disciplinas mais moder-nos. Com um documento curricular atualizado, a escola se transformará em local muito mais adequado de aprendi-

“Temos que sair do discursoe ir pra prática”

sala de aula. Estamos utilizando vários mecanismos que garantam o maior número de educadores envolvidos na construção fi nal do currículo da nova BNCC em nosso Estado, seja por reuni-ões, chamamentos, redes sociais, inter-net. Precisamos da ajuda de toda a co-munidade. Todos juntos pela educação.

Chegou a hora de modernizar o ensino?

O mundo tem mudado, as expecta-tivas das pessoas também. Tem-se mu-dado as profi ssões, as exigências de um modo geral. Se a escola não tiver um currículo que acompanhe essas mu-danças, teremos estudantes do futuro em escolas do passado. Temos que ter a capacidade de aprender e reapren-der juntos. O nosso conteúdo precisa ser moderno e respeitar as particula-ridades regionais de cada escola, seja ela na capital ou interior. A tecnologia também proporciona mudanças e te-mos que acompanhá-la. A tendência é melhorar a qualidade das instituições de ensino.

A educação ainda está longe de ser acessível a todos?

A educação na sociedade pressupõe a participação de toda a comunidade, mas historicamente tivemos momen-tos em que ela foi privilégio de poucos, feita para alguns. Precisamos, cada vez mais, que população participe do pro-cesso educativo. Esse é um trabalho das famílias e professores feito em conjun-to.

É hora de engajar na política educacional?

Temos a chance de fazer com que o ensino da escola seja melhor. Podemos tentar colocar em prática tudo aquilo que percebemos que servirá de benefí-cio para o estudante. Essa chance vai se concretizar com a participação de todos, por isso nosso convite aos professores, de modo geral, e à comunidade escolar para que contribuam na elaboração do currículo. Queremos um país melhor no futuro. Para isso temos que deixar o discurso de que a educação é importan-te e passarmos a participar não só da implantação da BNCC, mas das políticas públicas educacionais. Temos que sair do discurso e ir pra prática.

Presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação de Goiás

Marcelo osta

zagem. E, para além disso, dará a opor-tunidade do jovem vislumbrar um fu-turo melhor, preparando as crianças, adolescentes e adultos para vida.

Quando o documento curricular fi nal estará pronto?

Temos até novembro deste ano para publicarmos a versão fi nal desse docu-mento. Sendo aprovado pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e União dos Dirigentes Munici-pais de Educação de Goiás (Undime-GO), capacitaremos os professores no próxi-

mo ano, para estarem aptos a ministrar aulas de acordo com a novo documento curricular. Em 2020 a BNCC será implan-tada nas escolas. Os livros didáticos for-necidos nos colégios, em 2020, também já estarão atualizados com a versão fi -nal da BNCC.

Qual a importância do apoio e participação do professor neste momento de elaboração do novo currículo?

É fundamental, pois são os profes-sores que estarão com o estudante em

Fotos: Mônica Salvador

UMA NOVA ESCOLA

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Fabiola Rodrigues

A segunda versão do novo currículo da educação infantil e do ensino

fundamental foi debatida em setembro com os professores dos 246 municípios goianos em diversos seminários regionais. Aproximadamente 17 mil edu-cadores deram suas contribui-ções. A comunidade também participou dando sugestões pela internet. A segunda versão do documento recebeu mais de 550 mil propostas, que estão em análise pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (Con-sed) e União dos Dirigentes Mu-nicipais de Educação de Goiás (Undime-GO).

As reuniões aconteceram em 40 cidades do Estado onde fi cam localizadas as Coordenações Re-gionais de Educação, vinculadas à Secretaria Estadual de Educa-ção. A participação do educador nesses encontros contribuiu sig-nifi cativamente para a versão fi nal do novo currículo. Um des-ses 40 seminários aconteceu em Goiânia, no dia 4 de setembro, no auditório da Faculdade Alves Faria, e serviu de incentivo para os professores do interior do Es-tado participarem ativamente nos municípios. A representan-te do Consed em Goiás, Abadia

EDUCAÇÃO BÁSICA

Vem aí o novo currículo do ensino fundamental

PROFESSORES E COMUNIDADE ESCOLAR AJUDAM A FINALIZAR EM GOIÁS A SEGUNDA VERSÃO DO NOVO CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL

Abadia Cunha: “Todos têm que conhecer a BNCC”

de Lourdes Cunha, explica que o envolvimento do professor na construção do novo currículo é essencial.

“Esse é um momento de construção conjunta, é a opor-tunidade de o educador ajudar na elaboração do novo currí-culo escolar do estudante. Não podemos criar um documento tão importante para a educação sem a visão e leitura do profes-sor. Todos têm que conhecer a BNCC, estudar o que está propos-to nela, analisar o documento curricular para Goiás, porque ele será executado em todas as esco-las do Estado”, destaca.

Dia 19 de outubro o Conse-lho Estadual de Educação de Goiás (CEE) receberá o docu-mento curricular com algumas novas sugestões, que foram dadas pelos professores nesses seminários. Depois dessa análi-se feita pelo CEE, os educadores poderão dar mais algumas su-gestões. Abadia de Lourdes diz que a versão fi nal do documen-to está prevista para fi car pron-ta até dezembro.

2019 será um ano de forma-ção e capacitação dos professo-res da rede pública e privada. Eles serão preparados para mi-nistrar aulas de acordo com o novo currículo. Em 2020 as es-colas do Estado implantarão o currículo baseado na nova Base Nacional Comum Curricular da educação infantil e do ensino fundamental.

“Na formação do professor, ele terá a participação coletiva de outros profi ssionais, para juntos contribuírem com o pro-cesso de ensino nas escolas. É necessário aprender ministrar a respeito das dez competências de ensino, postas no documento curricular do ensino fundamen-tal”, esclarece Abadia de Lourdes.

A representante do Consed

em Goiás observa, ainda, que as mudanças nessa fase da educa-ção vêm para melhorar a atua-ção em sala de aula.

“Não é que tenha que mudar toda estrutura do ensino, mas precisamos nos qualifi car e ofe-recê-lo com qualidade. Estamos a caminho”, destaca.

Homologada em dezembro de 2017, a BNCC traz parâmetro de acompanhamento no de-senvolvimento da educação in-fantil e ensino fundamental no Brasil instituindo um modelo de ensino igualitário nas escolas públicas e privadas. Ela também estabelece conhecimentos, com-petências e habilidade que os estudantes devem desenvolver ao longo da escolaridade até o 9º ano.

Uma importante novidade da BNCC é a antecipação da al-fabetização das crianças, para o 2º ano do ensino fundamental. Atualmente, as diretrizes curri-culares determinam que a alfa-betização deve ocorrer até o 3º ano do ensino fundamental.

Logo após a homologação da base curricular da educação infantil e ensino fundamen-tal, Goiás começou a discuti-la, desde o início deste ano, para implantar os novos currículos escolares destas etapas da Edu-cação Básica.

Após mais uma etapa de par-ticipação dos professores e da comunidade para fi nalizar o do-cumento curricular, a represen-tante do Consed em Goiás avalia que as reuniões tiveram muitos pontos positivos.

“Tivemos contribuições ri-quíssimas para a elaboração da versão fi nal do currículo. Foi importante analisarmos a re-alidade do ensino no Estado e avançar quanto à melhora do currículo escolar dos estudan-tes”, ressalta Abadia de Lourdes.

Queremos um país melhor. Para isso

temos de participar das políticas públicas educacionais

A escola dará a oportunidade

do jovem vislumbrar um futuro melhor

Fabiola Rodrigues

O presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação de Goiás e secretário de municipal de Educação e Esporte de Goiânia, Marcelo Ferreira da Costa, diz que a escola precisa inovar o modelo de ensino para formar jovens que desenvolvam habilidades profi ssionais e que também tenham autonomia. Em sua jornada como secretário, ele vê como urgente a necessidade de evolução nos métodos de ensino da educação infantil, ensino fundamental e ensino médio, por observar que o estudante, atualmente, deseja muito mais que aulas teóricas. Marcelo Costa chama todos os professores e a comunidade goiana para participarem da construção do novo currículo da educação infantil e do ensino fundamental, dando opiniões e conhecendo melhor a primeira versão do documento.

Tribuna do PlanaltoQue mudanças acontecerão na educação básica a partir da implantação do currículo baseado na nova BNCC?

Marcelo Costa A BNCC vem corrigir disparidades

no ensino, desde a educação infantil, fazendo com que tenhamos conteúdos dinâmicos e disciplinas mais moder-nos. Com um documento curricular atualizado, a escola se transformará em local muito mais adequado de aprendi-

“Temos que sair do discursoe ir pra prática”

sala de aula. Estamos utilizando vários mecanismos que garantam o maior número de educadores envolvidos na construção fi nal do currículo da nova BNCC em nosso Estado, seja por reuni-ões, chamamentos, redes sociais, inter-net. Precisamos da ajuda de toda a co-munidade. Todos juntos pela educação.

Chegou a hora de modernizar o ensino?

O mundo tem mudado, as expecta-tivas das pessoas também. Tem-se mu-dado as profi ssões, as exigências de um modo geral. Se a escola não tiver um currículo que acompanhe essas mu-danças, teremos estudantes do futuro em escolas do passado. Temos que ter a capacidade de aprender e reapren-der juntos. O nosso conteúdo precisa ser moderno e respeitar as particula-ridades regionais de cada escola, seja ela na capital ou interior. A tecnologia também proporciona mudanças e te-mos que acompanhá-la. A tendência é melhorar a qualidade das instituições de ensino.

A educação ainda está longe de ser acessível a todos?

A educação na sociedade pressupõe a participação de toda a comunidade, mas historicamente tivemos momen-tos em que ela foi privilégio de poucos, feita para alguns. Precisamos, cada vez mais, que população participe do pro-cesso educativo. Esse é um trabalho das famílias e professores feito em conjun-to.

É hora de engajar na política educacional?

Temos a chance de fazer com que o ensino da escola seja melhor. Podemos tentar colocar em prática tudo aquilo que percebemos que servirá de benefí-cio para o estudante. Essa chance vai se concretizar com a participação de todos, por isso nosso convite aos professores, de modo geral, e à comunidade escolar para que contribuam na elaboração do currículo. Queremos um país melhor no futuro. Para isso temos que deixar o discurso de que a educação é importan-te e passarmos a participar não só da implantação da BNCC, mas das políticas públicas educacionais. Temos que sair do discurso e ir pra prática.

Presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação de Goiás

Marcelo osta

zagem. E, para além disso, dará a opor-tunidade do jovem vislumbrar um fu-turo melhor, preparando as crianças, adolescentes e adultos para vida.

Quando o documento curricular fi nal estará pronto?

Temos até novembro deste ano para publicarmos a versão fi nal desse docu-mento. Sendo aprovado pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e União dos Dirigentes Munici-pais de Educação de Goiás (Undime-GO), capacitaremos os professores no próxi-

mo ano, para estarem aptos a ministrar aulas de acordo com a novo documento curricular. Em 2020 a BNCC será implan-tada nas escolas. Os livros didáticos for-necidos nos colégios, em 2020, também já estarão atualizados com a versão fi -nal da BNCC.

Qual a importância do apoio e participação do professor neste momento de elaboração do novo currículo?

É fundamental, pois são os profes-sores que estarão com o estudante em

Fotos: Mônica Salvador

UMA NOVA ESCOLA

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