1
Ramalho da Construção: “O momento é delicado, e precisamos ter bom senso” Serginho: “Não aceitamos que o trabalhador pague a conta da crise” Foto: Sintracon A Fequimfar (Federação dos Quími- cos) e os Sindicatos de trabalhadores nas usinas de etanol do Estado de São Paulo resolveram, em plenária reali- zada em Bauru, na semana passada, recorrer à greve caso os patrões não melhorem a proposta de reajuste sa- larial, informa Sérgio Luiz Leite, Sergi- nho, presidente da Federação. “No setor do etanol nossa negocia- ção é regional. Em algumas regiões, as empresas apresentaram proposta de Centrais para debater ações contra o desemprego, com empresários e go- vernos municipais, estaduais e federal. “Precisamos buscar alternativas, por- que parte dos trabalhadores vão re- ceber o seguro-desemprego e outros serão atingidos pelas novas regras pre- vistas na MP 665, que está tramitando no Senado Federal”. Na avaliação de Ramalho, que tam- bém é deputado estadual pelo PSDB, este ano e o próximo serão difíceis para os trabalhadores da construção “A construção civil em São Paulo perdeu cinquenta mil empregos/ ano se comparado com igual período do ano passado, e a estimativa é fe- char mais trinta mil postos de traba- lho”, diz Antonio de Sousa Ramalho, o Ramalho da Construção, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indús- tria da Construção Civil de São Paulo (Sintracon-SP). A crise no setor difi- cultou as negociações da Convenção Coletiva. “Fechamos o melhor acordo sala- rial para este momento que o setor da Construção Civil está atravessando”, declara Ramalho. Os reajustes sala- riais ficaram assim: 8,34% para os que ganham o piso; 8% para os que rece- bem até R$ 7 mil; livre negociação para quem tem salário acima de R$ 7,01 mil. “Sindicalista que se preza, sempre digo, nunca está contente. Portanto, não gostei do resultado das negocia- ções. Mas tem hora que, se a gente não dosar bem o remédio, ele fará mal ao nosso corpo. A crise está aí, criada pela falta de governança da adminis- tração petista. O número de desem- pregados no setor aumenta a cada dia. A inflação ganha força. O momento é delicado e precisamos ter bom senso”, pondera Ramalho da Construção. Ainda segundo o líder sindical, está acertado, com o sindicato patronal, que, se a inflação atingir os 10%, as negociações serão retomadas ime- diatamente. “Não podemos deixar que o bolso do trabalhador seja corroído”, alerta. Pela nova Convenção, ficam preservadas todas as conquistas an- teriores. Ramalho conversou com Miguel Torres, presidente da Força Sindical, e ambos pretendem convidar as demais Fechamento de postos de trabalho preocupa categoria Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil fecha acordo da Convenção Coletiva FEQUIMFAR Trabalhadores nas usinas de etanol podem recorrer à greve Trabalho Publieditorial É público e notório que o desemprego no Brasil vem crescendo a cada dia. Todos os noticiários, de todos os meios de comunicação, não nos deixam esquecer que postos de trabalho estão sendo perdidos em todos os segmentos profissionais (uns mais, outros menos). Mas a pior lembrança é justamente a daquele trabalhador – ou daquela trabalhadora –, que perdeu seu emprego e não sabe como vai sustentar sua família. Dados fornecidos pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), referentes ao trimes- tre encerrado em fevereiro último, dão conta que Miguel Torres Presidente da Força Sindical Desemprego em alta e restrições a direitos Opinião a taxa de desemprego ficou em 7,4%, alcançando a casa de 7,4 milhões de pessoas desempregadas no País, contra 6,5 milhões – ou 6,5% – no trimestre anterior, de setem- bro a novembro de 2014. E pior: Segundo estudo divulga- do pela OIT (Organização Internacional do Trabalho), a taxa de desemprego no Brasil deve continuar crescendo, atin- gindo 7,1% em 2015 e 7,3% em 2016 e, também, em 2017. O fato é que, enquanto o desemprego cresce desen- freadamente, o governo conseguiu que a Câmara Federal aprovasse a MP 665, que restringe o acesso dos trabalha- dores ao seguro-desemprego e ao abono salarial, dificul- tando a vida dos trabalhadores. Coisas do Brasil! civil. Hoje, eles ainda encontram bi- cos para fazer, ou seja, uma reforma em uma casa, outra reforma em um apartamento. “No entanto, se a crise continuar como está, 2016 será uma calamidade pública, e precisamos buscar soluções para amenizar a si- tuação dos operários”, afirma. Ramalho destaca ainda que as ações da Força Sindical devem ser para defender os empregos de forma geral, e não serão limitadas à cons- trução civil. reajuste inferior à inflação, que seria concedido em duas parcelas. Recusa- mos de pronto porque a inflação, para quem tem data-base em 1º de Maio, é de 8,34%, e os patrões ofereceram apenas 6%”, conta Serginho. “Não aceitamos que o trabalhador pague a conta de uma crise que ele não fabri- cou”, declara. “Se o trabalhador recebe reajuste menor, reduz a sua renda e compra menos. E já sabemos: menos consu- CONSTRUÇÃO CIVIL mo, menos produção e mais desem- prego. Por esta razão vamos continu- ar lutando pela reposição do poder de compra”, ressalta. Na cidade de Colorado, no Estado do Paraná, o Sindicato submeterá à assem- bleia a proposta patronal de pagamen- to do INPC em duas vezes (metade em maio e a outra em novembro), informa Paulo Vicente da Silva, presidente do Sin- dicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fabricação do Álcool daquele Estado. youtube.com/user/centralsindical facebook.com/CentralSindical flickr.com/photos/forca_sindical [email protected] twitter.com/centralsindical fsindical.org.br SINDICALIZE-SE PARTICIPE DO SEU SINDICATO! Foto: Fetiasp

Página sindical do Diário de São Paulo - Força Sindical - 19 de maio de 2015

Embed Size (px)

DESCRIPTION

 

Citation preview

Ramalho da Construção: “O momento é delicado, e precisamos ter bom senso”

Serginho: “Não aceitamos que o trabalhador pague a conta da crise”

Foto: Sintracon

A Fequimfar (Federação dos Quími-cos) e os Sindicatos de trabalhadores nas usinas de etanol do Estado de São Paulo resolveram, em plenária reali-zada em Bauru, na semana passada, recorrer à greve caso os patrões não melhorem a proposta de reajuste sa-larial, informa Sérgio Luiz Leite, Sergi-nho, presidente da Federação.

“No setor do etanol nossa negocia-ção é regional. Em algumas regiões, as empresas apresentaram proposta de

Centrais para debater ações contra o desemprego, com empresários e go-vernos municipais, estaduais e federal. “Precisamos buscar alternativas, por-que parte dos trabalhadores vão re-ceber o seguro-desemprego e outros serão atingidos pelas novas regras pre-vistas na MP 665, que está tramitando no Senado Federal”.

Na avaliação de Ramalho, que tam-bém é deputado estadual pelo PSDB, este ano e o próximo serão difíceis para os trabalhadores da construção

“A construção civil em São Paulo perdeu cinquenta mil empregos/

ano se comparado com igual período do ano passado, e a estimativa é fe-char mais trinta mil postos de traba-lho”, diz Antonio de Sousa Ramalho, o Ramalho da Construção, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indús-tria da Construção Civil de São Paulo (Sintracon-SP). A crise no setor difi -cultou as negociações da Convenção Coletiva.

“Fechamos o melhor acordo sala-rial para este momento que o setor da Construção Civil está atravessando”, declara Ramalho. Os reajustes sala-riais fi caram assim: 8,34% para os que ganham o piso; 8% para os que rece-bem até R$ 7 mil; livre negociação para quem tem salário acima de R$ 7,01 mil.

“Sindicalista que se preza, sempre digo, nunca está contente. Portanto,

não gostei do resultado das negocia-ções. Mas tem hora que, se a gente não dosar bem o remédio, ele fará mal ao nosso corpo. A crise está aí, criada pela falta de governança da adminis-tração petista. O número de desem-pregados no setor aumenta a cada dia. A infl ação ganha força. O momento é delicado e precisamos ter bom senso”, pondera Ramalho da Construção.

Ainda segundo o líder sindical, está acertado, com o sindicato patronal, que, se a infl ação atingir os 10%, as negociações serão retomadas ime-diatamente. “Não podemos deixar que o bolso do trabalhador seja corroído”, alerta. Pela nova Convenção, fi cam preservadas todas as conquistas an-teriores.

Ramalho conversou com Miguel Torres, presidente da Força Sindical, e ambos pretendem convidar as demais

Fechamento depostos de trabalho preocupa categoriaSindicato dos Trabalhadores da Construção Civil fecha acordo da Convenção Coletiva

FEQUIMFAR

Trabalhadores nas usinas de etanol podem recorrer à greve

Trabalho

Publieditorial

É público e notório que o desemprego no Brasil vem crescendo a cada dia. Todos os noticiários, de todos os meios de comunicação, não nos deixam esquecer que postos de trabalho estão sendo perdidos em todos os segmentos profi ssionais (uns mais, outros menos). Mas a pior lembrança é justamente a daquele trabalhador – ou daquela trabalhadora –, que perdeu seu emprego e não sabe como vai sustentar sua família.

Dados fornecidos pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística), referentes ao trimes-tre encerrado em fevereiro último, dão conta que

Miguel Torres

Presidente da Força Sindical

Desemprego em alta e restrições a direitosOpinião

a taxa de desemprego fi cou em 7,4%, alcançando a casa de 7,4 milhões de pessoas desempregadas no País, contra 6,5 milhões – ou 6,5% – no trimestre anterior, de setem-bro a novembro de 2014. E pior: Segundo estudo divulga-do pela OIT (Organização Internacional do Trabalho), a taxa de desemprego no Brasil deve continuar crescendo, atin-gindo 7,1% em 2015 e 7,3% em 2016 e, também, em 2017.

O fato é que, enquanto o desemprego cresce desen-freadamente, o governo conseguiu que a Câmara Federal aprovasse a MP 665, que restringe o acesso dos trabalha-dores ao seguro-desemprego e ao abono salarial, difi cul-tando a vida dos trabalhadores. Coisas do Brasil!

civil. Hoje, eles ainda encontram bi-cos para fazer, ou seja, uma reforma em uma casa, outra reforma em um apartamento. “No entanto, se a crise continuar como está, 2016 será uma calamidade pública, e precisamos buscar soluções para amenizar a si-tuação dos operários”, afirma.

Ramalho destaca ainda que as ações da Força Sindical devem ser para defender os empregos de forma geral, e não serão limitadas à cons-trução civil.

reajuste inferior à infl ação, que seria concedido em duas parcelas. Recusa-mos de pronto porque a infl ação, para quem tem data-base em 1º de Maio, é de 8,34%, e os patrões ofereceram apenas 6%”, conta Serginho. “Não aceitamos que o trabalhador pague a conta de uma crise que ele não fabri-cou”, declara.

“Se o trabalhador recebe reajuste menor, reduz a sua renda e compra menos. E já sabemos: menos consu-

CONSTRUÇÃO CIVIL

mo, menos produção e mais desem-prego. Por esta razão vamos continu-ar lutando pela reposição do poder de compra”, ressalta.

Na cidade de Colorado, no Estado do Paraná, o Sindicato submeterá à assem-bleia a proposta patronal de pagamen-to do INPC em duas vezes (metade em maio e a outra em novembro), informa Paulo Vicente da Silva, presidente do Sin-dicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fabricação do Álcool daquele Estado.

youtube.com/user/centralsindical

facebook.com/CentralSindical

fl ickr.com/photos/[email protected]

twitter.com/centralsindical

fsindical.org.br

SINDICALIZE-SE

PARTICIPE DO SEU SINDICATO!

Foto: Fetiasp