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“Diretrizes e Estratégias para a Modernização de Coleções Biológicas Brasileiras e a Consolidação de Sistemas Integrados de Informação sobre Biodiversidade” Coleções de plantas avasculares como base de conhecimento para a diversidade biológica brasileira: uma reavaliação Mariângela Menezes 1 , Carlos Eduardo de Mattos Bicudo 2 Leonor Costa Maia 3 & Denise Pinheiro da Costa 4 1.Departamento de Botânica, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, [email protected] 2. Seção de Ecologia, Instituto de Botânica, São Paulo, [email protected] 3. Departamento de Botânica, Universidade Federal de Pernambuco 4. Instituto de Pesquisa Jardim Botânico do Rio de Janeiro, [email protected] 1. Introdução Coleções biológicas constituem uma das fontes mais importantes de informações básicas da diversidade biológica, por representarem centros de documentação detalhada e correta sobre os componentes da biodiversidade. Além de base do conhecimento científico, as coleções biológicas apresentam valor histórico e cultural das ciências naturais, fornecendo subsídios para o atendimento a demanda de informações visando a avaliação de impactos ambientais, definição de áreas de preservação e legislação ambiental, dentre outros aspectos (Causey et al., 2004; Chavan & Krishnan, 2003). Apesar do Brasil ser um dos 12 países megadiversos (Brasil, México, Colômbia, Equador, Peru, Austrália, Zaire, Madagascar, China, Índia, Malásia, Indonésia) e que detêm mais de 70% da biodiversidade mundial (Quinn et al., 2002), se ressente de um Programa Nacional de Coleções e Acervos Científicos como base 1 VERSÃO PRELIMINAR

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Page 1: PANORAMA NACIONAL (ALGAS)

“Diretrizes e Estratégias para a Modernização de Coleções Biológicas Brasileiras e a Consolidação de Sistemas Integrados de Informação sobre Biodiversidade”

Coleções de plantas avasculares como base de conhecimento para a diversidade biológica brasileira: uma reavaliação

Mariângela Menezes1, Carlos Eduardo de Mattos Bicudo 2 Leonor Costa Maia3 & Denise Pinheiro da Costa 4

1.Departamento de Botânica, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, [email protected]

2. Seção de Ecologia, Instituto de Botânica, São Paulo, [email protected]

3. Departamento de Botânica, Universidade Federal de Pernambuco

4. Instituto de Pesquisa Jardim Botânico do Rio de Janeiro, [email protected]

1. Introdução

Coleções biológicas constituem uma das fontes mais importantes de informações básicas da diversidade biológica, por representarem centros de documentação detalhada e correta sobre os componentes da biodiversidade. Além de base do conhecimento científico, as coleções biológicas apresentam valor histórico e cultural das ciências naturais, fornecendo subsídios para o atendimento a demanda de informações visando a avaliação de impactos ambientais, definição de áreas de preservação e legislação ambiental, dentre outros aspectos (Causey et al., 2004; Chavan & Krishnan, 2003).

Apesar do Brasil ser um dos 12 países megadiversos (Brasil, México, Colômbia, Equador, Peru, Austrália, Zaire, Madagascar, China, Índia, Malásia, Indonésia) e que detêm mais de 70% da biodiversidade mundial (Quinn et al., 2002), se ressente de um Programa Nacional de Coleções e Acervos Científicos como base a sustentabilidade da biodiversidade. Inexiste, também, no país um banco de dados e um sistema de informação biológica padrão de forma a permitir a integração e a disseminação das informações armazenadas nas coleções biológicas (Menezes, 2003).

Historicamente, o registro da biodiversidade no Brasil, a exemplo de outros países, tem sido centrado em vegetação terrestre, especialmente angiospermas. Dessa forma, a maior representatividade das coleções botânicas brasileiras é de vegetais vasculares.

Está-se providenciando apenas muito recentemente no Brasil o levantamento adequado das coleções existentes de vegetais avasculares (algas, fungos, briófitos) depositadas em museus e herbários e em coleções de culturas. Dentre as coleções herborizadas, pouco se conhece sobre quais são as coleções destinadas apenas a estudo e quais as de referência. Sabe-se apenas que as maiores e melhores coleções são, em nosso país, de propriedade dos governos federal, estadual e

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mesmo municipal (Bicudo et al., 1998). Existe necessidade premente de um investimento consistente dos governos Federal, Estadual e Municipal em Ciência para a identificação dessas instituições como verdadeiros repositórios da diversidade biológica de nosso país. Estes investimentos devem permitir a elaboração de um diagnóstico das condições em que operam e, mais que tudo, da legislação que as identifica e governa.

2. Estado da arte e panorama nacional

2.1. Das coleções

De acordo com Peixoto & Morim (2003), o número de espécies de plantas descritas para o território brasileiro é estimado em 45,3 mil a 49,5 mil, correspondendo aproximadamente a 14% do total de plantas descritas no mundo. Em relação a fungos, segunda essas autoras, estima-se que o planeta abrigue entre 70,5 mil a 72 mil espécies, das quais o Brasil detém 12,5 mil a 13,5 mil espécies descritas. Para fungos liquenizados, estima-se um total de aproximadamente 2.700 espécies ocorrentes no Brasil (Marcelli, 1997). Do total de 18.300 espécies de briófitas descritas, já foram catalogadas quase 3200 espécies de briófitas (Costa & Porto, 2003) enquanto que para algas, estima-se o total de 10.000 espécies de ambientes continentais (Rocha, 2002) e XXXXX espécies de ambientes marinhos (Referência???) brasileiros.

Existem 114 herbários ativos, dos quais 23 têm mais de 50 mil exemplares e cerca da metade detêm menos de 20 mil exemplares de vegetais vasculares, totalizando um acervo de pouco mais de 5 milhões de espécimes de plantas (Peixoto & Morim, 2004). Para vegetais avasculares, do total de herbários ativos, 59 contam com coleções de vegetais avasculares: 19 com coleções de algas, 22 com fungos, 12 (?) com fungos liquenizados e, 45 com briófitos (Alves-da-Silva, 2005; Costa & Porto, 2003; Figueiredo & Ribeiro, 2005; Maia, 2003; Marcelli, 1997). O número de herbários com coleções de vegetais avasculares está indicado no gráfico 1.

De forma geral, as coleções de algas e as coleções de fungos são bem mais reduzidas e incompletas, quando comparadas a outros grupos taxonômicos de plantas, constituindo parte pouco significativa do acervo dos herbários. Tal situação reflete não apenas a deficiência quanto ao número de taxonomistas especialistas nos dois grupos de organismos como também traduz que muito do que é coletado, estudado e identificado não é depositado em herbários ou sequer registrado. Há, portanto, discrepância entre os números de táxons publicados e o número de espécies registradas em herbários (Maia, 2003; Menezes, 2003). No tocante às coleções de briófitas, constata-se uma alta diversidade neste grupo de plantas e uma significativa representação em herbários, embora se identifiquem áreas geográficas pouco coletadas (Costa & Pôrto, 2003). Finalmente, fungos liquenizados constituem o grupo de plantas avasculares menos bem representado, tanto no que diz respeito ao número de espécies como às coleções depositadas em herbários (Marcelli, 1997).

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Ainda que se tenha avançado no conhecimento destes grupos de organismos e muitos espécimes tenham sido incorporados às coleções brasileiras, estas ainda não guardam materiais e informações que possam subsidiar um inventário sobre a diversidade deste grupo de plantas no país. Trabalho exaustivo de colecionamento e de identificação de acervos precisa ainda ser realizado.

Algas

É extremamente difícil estimar o número de algas. Estas são organismos de difícil identificação taxonômica dada a simplicidade morfológica, a ampla plasticidade fenotípica e o curto tempo de geração que exibem (Norton et al. 1996; Andersen, 1996). Tais aspectos aliados a ausência de taxonomistas e a aplicação de técnicas de identificação inadequadas concorreram para a estagnação sobre o conhecimento da diversidade de espécies no grupo. Embora o uso de técnicas de microscopia eletrônica e de técnicas moleculares tenha providenciado um significativo avanço, a partir da década de 60 e 70, ao reconhecimento de espécies e níveis hierárquicos taxonômicos superiores, os ficologistas são unânimes no consenso de que muitas espécies de algas ainda são desconhecidas, em parte, pela carência de sistematas bem como pela ausência de coletas em determinadas regiões geográficas ou ecológicas, como por exemplo os trópicos (Andersen, 1996). Do número total estimado de 40.878 algas já descritas, 16.743 são marinhas enquanto 24.100 são espécies de águas doces ou terrestres (Katz et al. 2004).

Se por um lado, a dificuldade em estimar números de espécies de algas reflete o pouco conhecimento sobre a sua biodiversidade, por outro se sabe que elas não são encontradas com a mesma diversidade no mundo (Norton et al. 1996). As zonas mais ricas em espécies de macroalgas marinhas estão no Oceano Pacífico, destacando-se as Filipinas como um centro particular de diversidade; quatro das

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sete áreas mais ricas recaem entre 30 a 60 N ou S do equador (Mediterrâneo, Japão, sul da Austrália) (CDB, 1999 ; Norton et al. 1996). Já as microalgas de ambientes continentais apresentam-se menos conhecidas que as macroalgas marinhas, sendo assumidas, na maioria, como cosmopolitas e ubíquas (Vyverman, 1996). O cosmopolitismo também é destacado para as microalgas marinhas, embora alguns grupos como os dinoflagelados e cocolitoforídeos apresentem maior diversidade em águas tropicais enquanto que diatomáceas e primnesiófitas são mais diversas em águas temperadas (Norton et al., 1996).

De maneira geral, os herbários (coleções de referência), em escala mundial, são os mesmos que os de vegetais com sementes, embora alguns herbários, como por exemplo o herbário do Kew, não tenham algas, enquanto outros herbários menores dispõem de importantes coleções de algas associadas com um ou mais pesquisadores. Existem também laboratórios marinhos com importantes coleções de algas e coleções de culturas de microalgas.

O conhecimento sobre a biodiversidade ficológica e a sua representatividade nas coleções biológicas no país ainda é bastante incipiente. Tal situação decorre do número reduzido de taxonomistas, concentrado nas regiões sudeste e sul, ausência de especialistas em determinados grupos taxonômicos de algas, problemas nas estratégias de amostragem, metodologia de identificação e preservação de material inadequado.

Avaliações preliminares sobre as coleções ficológicas vêm sendo realizadas apenas recentemente, sejam através de projetos isolados ou em parceria e de eventos científicos. De acordo com os resultados obtidos estima-se que aproximadamente 19 herbários no país apresentam um total de 40.887 amostras (frascos) em meio líquido com microalgas de ambientes continentais.

Entretanto, o conhecimento sobre as coleções de microalgas abrange apenas as algas flageladas (Menezes, 2003) e as diatomáceas (Alves-da-Silva, 2005). O primeiro grupo, restrito às algas flageladas pigmentadas, encontra-se representado por apenas 1769 amostras em meio líquido e depositadas em quatro herbários, com cerca de 560 táxons identificados em nível específico e infra-específico e distribuídos em 4476 registros. O herbário do Instituto de Botânica de São Paulo (SP) destaca-se pelo maior número de amostras (45% do total das 1769 amostras) e registros (41% do total de 4476 registros). O maior número de táxons identificados encontra-se também no herbário SP, com 381 táxons, seguido do herbário do Museu Nacional (R), com 292 táxons e Prof. Dr. Alarich R. H. Schultz (HAS), com 261 táxons. O grupo das euglenofíceas é o mais bem representado em todos os herbários, concentrando-se, novamente, no herbário SP (302 táxons), HAS (233 táxons) e R (183 táxons).

Para as diatomáceas, estima-se que do total de 40.887 fracos em meio líquido, 15.471 contêm coleções de diatomáceas além de 7791 lâminas permanentes (Alves-da-Silva). A região sul e sudeste se destacam pelo maior número de herbários (cinco) com coleções de diatomáceas, destacando-se o herbário HAS com a maior representatividade: mais de 9.000 amostras em meio líquido e 5.770 lâminas permanentes.

Para os demais grupos de algas continentais, Sant´Anna (2004) contabilizou apenas cinco herbários com coleções de microalgas organizadas, dois apenas com macroalgas; 10 instituições (quais??) apresentam coleções de algas continentais apenas vinculadas a projetos, não depositadas em herbários. Os grupos mais bem representados distribuem-se entre as clorofíceas e cianofíceas/cianobacterias (não tem valor numérico, Célia ??). E distribuição por região?

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Com relação a materiais tipo de algas de ambientes continentais, o herbário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro se destaca com 92 tipos todos do exterior; seguindo-se o herbário SP com 72 tipos, herbário R com 11 tipos, HAS com cinco e UFB com três, todos do Brasil (Sant´Anna, 2005).

Os herbários que contemplam coleções de macroalgas marinhas são formados principalmente por espécimes nativos oriundos de levantamentos regionais do sudeste ou nordeste brasileiro, destacando-se o herbário da Universidade de São Paulo com a maior coleção, totalizando 21.000 registros As algas rodofíceas, com aproximadamente 50% em relação ao total de material registrado (cerca de 75.000), e os ambientes marinhos destacam-se, respectivamente, como o grupo e os ecossistemas mais bem representados nas coleções (Figueiredo & Ribeiro, 2005). Márcia, alguma informação sobre os material tipos de macroalgas?.

Mencionar as coleções históricas para micro e macro.As informações sobre a biodiversidade de microalgas marinhas vinculadas a

coleções depositadas em herbários praticamente inexistem. Os estudos preliminares realizados registram apenas o herbário do Departamento de Oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco (Seção de Plâncton) com 11.136 lotes em líquido de ambientes marinhos e continentais, 277 lotes contendo diatomáceas e 277 lâminas permanentes de diatomáceas. (Alves-da-Silva, 2005).

Algumas instituições, como a Fundação Universidade do Rio Grande, conta com uma coleção de amostras que mais se enquadra como coleção didática, representada por cerca de 1000 amostras quantitativas e 400 qualitativas (rede) oriundas de projetos (Odebrecht, comunicação pessoal). Situação semelhante apresenta o Laboratório de Fitoplâncton Marinho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que concentra um total de XXXXX amostras quantitativas e XXXX qualitativas vinculadas a projetos, destacando-se amostras do Projeto REVIZEE. Completar as informações com a Denise Tenenbaum.

Fungos

Fazer uma pequena síntese do processo de identificação do grupo, dificuldades de identificação, número de espécies em escala mundial e distribuição geográfica.

Resumir as informações sobre coleções científicas publicadas por Maia (2003).Complementar os dados publicados em 2003?

Fungos Liquenizados Com aproximadamente 2.500 espécies ocorrendo no Brasil, os fungos

liquenizados estão pouco representados nas coleções em herbários nacionais, estando constituídas principalmente por material não identificado, que poderia em parte ser utilizado em estudos de diversidade e biogeografia, mas que não constituem base de comparação para confirmação de nomes de espécies (Marcelli, 1997).

As maiores coleções existentes no Brasil estão no Museu Nacional (R), com 2.700 exemplares, e no Jardim Botânico (RB) do Rio de Janeiro, com XXXX exemplares. mas além dos problemas acima mencionados, tratam principalmente da micota liquenizada daquele estado e o material não poderia ser citado para São

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Paulo, abrangendo áreas de restinga e das Serras do Mar e da Mantiqueira de ambos os estados.

Outras coleções que merecem destaque são as do herbário da Universidade Federal de Juiz de Fora (CESJ, MG), com mais de 600 números de fungos liquenizados, oriundos principalmente de regiões da Serra da Mantiqueira e do Caparaó, e na Universidade Federal de Minas Gerais (BHCB, MG), do mesmo porte, com fungos liquenizados do Caraça e da Serra da Piedade, com espécies que também ocorrem em São Paulo. O Instituto de Botânica (SP) de São Paulo (Herbário Seccional de fungos, localizado nas dependências da Seção de Micologia e Liquenologia) conta com uma coleção de cerca de 1.500 exsicatas, cujo principal material está representado por cerca de cerca de 200 exsicatas, identificado por Zahlbruckner no início do século, ou coletado por G. Eiten (Marcelli, 1997).

Outras coleções relativamente importantes estão localizadas no herbário da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (ICN), Universidade Federal do Paraná (MBM), Manaus (INPA), Universidade Federal de Goiás (UFG), Museu Paranaense Emílio Goeldi (MG) e Universidade de Brasília (UB).

Completar com informações da região nordeste.

Briófitos

Fazer uma pequena síntese do processo de identificação do grupo, dificuldades de identificação, número de espécies em escala mundial e distribuição geográfica.

Resumir as informações sobre coleções científicas publicadas por Costa & Porto (2003). Complementação de dados?

2.2. Da Informatização dos Acervos

Apenas 52% dos herbários brasileiros estão com mais da metade ou com o acervo totalmente informatizado, enquanto que 11% dos herbários sequer iniciaram o processo de informatização (Peixoto & Morim, 2003).

No Brasil, alguns projetos já foram implementados, destacando-se o “Programa de Pesquisas em Conservação Sustentável da Biodiversidade do Estado de São Paulo – BIOTA-FAPESP”, o “Sistema de Bases Compartilhadas de Dados sobre a Amazônia- BCDAM”, a “Base de Dados Tropicais-BDT”, o “Programa Biota-Pará” (Menezes & Bicudo, 2005).

Para algas, algumas instituições já iniciaram a informatização de suas coleções, podendo-se citar, como alguns exemplos, o Instituto de Botânica (IBt-SP), Museu Nacional (MN-RJ), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS-BA). Porém, não há informação precisa sobre o número de algas e tipos de dados já incluídos nos seus respectivos bancos de dados (Menezes & Bicudo, 2005).

Os programas adotados não são os mesmos, sendo necessário testar a interoperabilidade entre eles. No geral, a informatização das coleções vem sendo realizada através do programa BRAHMS (Botanical Research and Herbarium Management System), como o herbário R e UB e do Acess, como o herbário SP e UPCB usam o Acess.

As avaliações preliminares realizadas apontam para uma forte heterogeneidade no processo de armazenamento das coleções preservadas em meio líquido,

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ausência de padronização de protocolos quanto aos dados de campo a serem incluídos nas fichas de coleta e, mesmo ausência de livro de tombo. A necessidade do estabelecimento de um protocolo mínimo de informações a serem fornecidas com os materiais coletados, a fim de permitir a formação de um banco sólido de dados foi recentemente discutida por Menezes & Bicudo (2005), durante a X Reunião Brasileira de Ficologia, que apresentaram proposta de um banco de metadados nacional para coleções de algas depositadas em museus e herbários. A proposta foi discutida como “ampliação das práticas de catalogação bibliográfica tradicional em um ambiente eletrônico” no contexto de objetos digitais e no nível estrutural abrangendo: informações biológicas, geográficas, ecológicas, sobre as coletas e as coleções (Menezes & Bicudo, 2005).

Em relação à organização e acesso à informação das coleções de briófitas, a maioria dos acervos não se encontra informatizada, com exceção dos herbários da região norte (IAN, INPA e MG), que estão em processo de informatização e também utilizando o software BRAHMS (Costa & Porto, 2003).

Informações sobre informatização de fungos e fungos liquenizados?

2.3. Dos Recursos Humanos

A falta de recursos humanos qualificados assume um importante papel na deficiência do conhecimento da biodiversidade nacional e nas dificuldades de manutenção das coleções de vegetais avasculares no país. Há necessidade premente de contratação de pessoal para a manutenção das coleções em vários níveis de especialização.

O quadro geral no país mostra um número bastante insuficiente de técnicos para garantir o pleno funcionamento de preparo, registro, inclusão, armazenamento e conservação das amostras.

No caso das coleções de algas, é preocupante a falta de recursos humanos para organizar e manter as coleções. Praticamente, não existem técnicos com formação adequada para atender as coleções de algas nos herbários brasileiros. Muitas vezes, os próprios taxonomistas, também em número limitado e com demanda de tempo reduzida frente aos demais encargos acadêmicos e administrativos que exercem, tentam desempenhar as funções técnicas. A participação de bolsistas e estagiários tem se tornado uma tentativa de maximizar as atividades desenvolvidas nos herbários, principalmente quando não existem funcionários nas instituições designados para esta função. Entretanto, esta situação além de paliativa, não vem obtendo resultados positivos frente ao número limitado de recursos dos programas de bolsas dos órgãos de fomento e da falta de incentivo das próprias instituições que abrigam as coleções. A extinção do cargo de técnicos para atuarem junto às coleções no quadro de algumas instituições públicas agrava ainda mais as perspectivas de incorporação destes profissionais.

Este quadro se aplica também para as coleções micológicas. Na maioria dos herbários brasileiros não há especialistas em fungos e isso certamente tem dificultado e muitas vezes impedido a ampliação dos acervos. Em apenas oito dos herbários com fungos há taxonomistas em Micologia na Instituição e só os maiores dispõem de mais de um pesquisador com formação especializada nesse grupo de organismos (Maia, 2003). Há taxonomistas em todas as regiões do país, com destaque para as regiões sudeste, sul e nordeste, porém sem distribuição equilibrada entre os estados.

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A situação de fungos liquenizados mostra-se como a mais grave. O grupo conta aproximadamente com cinco taxonomistas especialistas para assumirem a função de mapear a biodiversidade desses organismos no Brasil. Inserir informações sobre técnicos de apoio as coleções depositadas nos herbários.

Briófitos?????

3. Estratégias a serem adotadas

As estratégias e metas aqui apresentadas tiveram por base as propostas elaboradas em 1998, pelo grupo de trabalho temático sobre Identificação, monitoramento, avaliação e minimização de impactos negativos, como parte da Estratégia Nacional de Diversidade Biológica, visando atender os artigos 7° e 14 da CDB, por solicitação do MMA/FNMA/GEF (para maiores detalhes consultar Bicudo et. al. 1998).

Incentivo à capacidade instalada nas instituições governamentais para produzir inventários taxonômicos dos diversos grupos de plantas avasculares: algas, fungos (incluindo os fungos liquenizados) e briófitos.

Reprodução da capacidade instalada nas instituições governamentais multiplicando-a, tantas vezes quantas forem necessárias, para concretizar os inventários taxonômicos dentro de um prazo máximo a ser estabelecido de comum acordo com os pesquisadores.

Multiplicação das vias e facilidades para capacitação dos recursos humanos que permitam levar a cabo e bom termo o inventário da biodiversidade brasileira, através da modernização de coleções biológicas e a consolidação de sistemas Integrados de informação sobre a biodiversidade no país.

Abertura de cargos suficientes nas instituições governamentais, que permitam a absorção dos recursos humanos antes mencionados.

Aparelhamento adequado e suficiente das instituições governamentais envolvidas com o inventário da diversidade de plantas avasculares: algas, fungos (incluindo fungos liqeuenizados) e briófitos.

Incentivo à iniciativa privada para investir no inventário da diversidade biológica do país bem como na manutenção e ampliação das coleções biológicas, oferecendo-lhe vantagens específicas para tanto. E

Gestão para que os governos federal, estadual e municipal realizem investimentos condizentes com as necessidades do inventário da diversidade de plantas avasculares: algas, fungos (incluindo os fungos liquenizados) e briófitos.

4. Metas para consecução das estratégias:

1. Criação de ações (programas ou linhas específicas de financiamento) nas instituições oficiais de fomento à pesquisa, tanto federais quanto estaduais (CNPq, FINEP e FAPs) e, inclusive, nas prefeituras municipais, com a finalidade única de investir significativamente na reprodução da capacidade instalada nas instituições oficiais e sua multiplicação, quantas vezes forem necessárias, para concretizar os inventários taxonômicos de plantas avasculares- algas, fungos (incluindo os fungos liquenizados), briófitos num período não superior a 10 anos.

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2. Capacitação, no período de três (3) anos, de 100 profissionais especialistas, em todo o território brasileiro, para a taxonomia, o monitoramento e para a realização de estudos sobre o impacto ambiental de plantas avasculares- algas, fungos (incluindo fungos liquenizados, briófitos) utilizando a capacidade já instalada nas instituições governamentais.

3. Criação de possibilidades de fixação nas instituições governamentais dos recursos humanos acima capacitados, divididas em três grupos de acordo com as necessidades regionais: curto prazo (3 anos), médio prazo (5 anos), longo prazo (10 anos).

4. Aparelhamento imediato, de maneira adequada e suficiente de, no mínimo, as principais instituições governamentais nacionais envolvidas com estudos de taxonomia e responsáveis pelas principais coleções biológicas, as quais constituirão núcleos de excelência para o inventário da diversidade de plantas avasculares- algas, fungos (incluindo fungos liquenizados e briófitos). E

5. Criação de mecanismos que possibilitem incentivar a iniciativa privada a investir no inventário da diversidade biológica do país, através da manutenção e ampliação das coleções biológicas, oferecendo-lhes vantagens (fiscais ou de qualquer outro tipo) específicas para tanto.

5. Prioridades

Prioridade absoluta deve ser devotada à formação e capacitação de recursos humanos, no período de 3 anos, em todo o território brasileiro para a realização de estudos de identificação e monitoramento da diversidade biológica (art. 7) e do impacto ambiental (art. 14) sobre plantas avasculares- algas, fungos (incluindo fungos liquenizados) e briófitos, com base nas coleções biológicas, utilizando a capacidade já instalada nas instituições governamentais. Serão necessários 100 especialistas para cumprimento dos dispositivos do art. 7 e outros 100 para o art. 14.

Outro aspecto que deve ser encarado pelo Governo como prioridade absoluta, ao mesmo nível do anterior, é a criação imediata de ações (programas ou linhas específicas de financiamento) nas instituições oficiais de fomento à pesquisa tanto federais quanto estaduais (CNPq, FINEP e FAPs) e, inclusive, nas prefeituras municipais, com a finalidade única de investir significativamente na reprodução da capacidade instalada nas instituições oficiais e multiplicá-la, tantas vezes quantas forem necessárias, para concretizar os inventários taxonômicos de plantas avasculares- algas, fungos (incluindo fungos liquenizados) e briófitos, o monitoramento de sua diversidade e a avaliação de impactos ambientais sobre os componentes do biota. Dita capacidade instalada deve duplicar no período de cinco anos e decuplicar dentro de, no máximo, 10 anos.

A seguir, é absolutamente imprescindível aparelhar, no prazo máximo de três anos, de maneira adequada e suficiente, no mínimo, as principais instituições governamentais nacionais envolvidas com estudos de taxonomia e responsáveis pelas principais coleções biológicas, as quais constituirão núcleos de excelência para o inventário da diversidade de plantas avasculares- algas, fungos (incluindo fungos liquenizados e briófitos) no país.

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Por fim, o Governo brasileiro necessita criar mecanismos que possibilitem incentivar a iniciativa privada do país a investir nos estudos de identificação e monitoramento da diversidade biológica e de avaliação do impacto ambiental sobre o referido biota (plantas, fungos e animais), oferecendo-lhes vantagens (fiscais ou de algum outro tipo) específicas para tanto.

6. Orçamento Estimativo (tabela 2)

6.1. Recursos financeiros necessários à informatização

Peixoto (2003) em dados obtidos à partir do projeto “Coleções Biológicas de Apoio ao Inventário, Uso Sustentável e Conservação da Biodiversidade”, observa que uma coleção de até 23.000 exsicatas pode ser informatizada, em um ano, com custo aproximado de R$ 28.000,00, mais gastos sociais, se já contar com dois computadores. Nesse modelo, o responsável pela informatização também trabalharia na digitação dos dados junto com outros dois estagiários. O valor calculado por etiqueta digitada é de R$ 1,20. Para herbários maiores, Peixoto (2003) chega a valor semelhante, R$ 1,11 por etiqueta, desde que a instituição tenha estrutura adequada (até 7 computadores para coleções com mais de 50.000 exsicatas). Peixoto (2005) obteve os valores de R$ 0,69 e 0,97 por exsicata digitada no IAN (180.000 amostras) e no HB (85.000 amostras) respectivamente. Nesses valores não estão incluídos gastos sociais com o pessoal. É importante notar que esses gastos sociais (INSS, ISS) podem variar muito com o tipo de pessoal utilizado. O pagamento de bolsas isenta a instituição de contribuições, enquanto que a contratação permanente ou por prestação de serviços eleva o gasto com impostos. Para o herbário RB, o valor estimado foi bem maior, ficando em torno de R$ 3,50, considerando todos os aspectos da informatização.Nesta proposta optamos por um custo médio de R$ 1,00/exsicata, por entender que as situações são bastante diferenciadas em todo o país.

Discutir se a proposta feita por Barbosa, Vieira & Peixoto no documento sobre Plantas Vasculares é válida para Plantas Avasculares, respeitadas as especificidades de cada grupo.

Para microalgas há de se considerar que um mesmo frasco (correspondente a exsicata) pode apresentar número de espécies e espécimes variados. Além disso, em geral, as microalgas são conservadas em meio líquido utilizando-se distintas soluções totalmente inadequadas à preservação do material em coleção (Menezes, 2003). Alguns ficólogos vêm discutindo como forma alternativa de substituição do material em meio líquido a reprodução por fotografias de material vivo e fixado (microscópio com sistema de aquisição de imagens) com vistas a elaboração de uma fototeca, incluindo material tipo ou não. Teríamos, então, o registro do material associado a uma foto no processo de informatização das coleções. Pode-se estimar que o tempo gasto para capturar uma imagem de um espécime seja de 2 minutos. Se, cada frasco apresentar em média 10 espécies, teremos um total de 40 minutos para capturar, no mínimo, dois exemplares/espécie. Teríamos, então, por dia, um total de dez frascos analisados, com 100 espécies e 200 espécimes com imagens capturadas. Com quatro técnicos, a fototeca de uma conjunto de 1000 frascos

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(10.000 espécies e 20.000 espécimes) estaria pronta, no período máximo de um ano, para posteriormente ser incluída no banco de dados. O valor calculado para cada imagem digitalizada com as informações das respectivas etiquetas incluídas no banco de dados é de R $ 1,50, o que totaliza R$ 30.000,00 (incluídos os encargos sociais).

Agradecimentos

Referências bibliográficas

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Page 13: PANORAMA NACIONAL (ALGAS)

Tabela 1 – Metas e Ações

Metas Ações3 anosFortalecer a Rede Brasileira de Herbários, de forma a ampliar as suas atividades e a formação continuada dos curadores

Propor um Workshop para estabelecimento de um programa de metas para a Rede Nacional e os herbários.Estimular a composição e o fortalecimento de redes estaduais/regionais de herbários.Estimular a captação e atualização de informações sobre os herbários

Disponibilizar informações sobre herbários e seus acervos

Atualizar a lista e os dados básicos dos herbários brasileiros online (Rede de Herbários da SBB, site www8.ufrgs.br/taxonomia)Construir páginas atualizadas de todos os herbários brasileirosAlimentar constantemente o Index Herbariorum de informações atualizadas.

Melhorar a qualidade das identificações e informações geradas nos herbários

Formar alunos de graduação e pós-graduação em taxonomia e florísticaCriar um programa de bolsas (em diferentes níveis) para formação de taxonomistasCriar um programa para fixação de taxonomistas em regiões carentesPromover a visita de especialistas aos herbários para trabalhar com os acervos, botânicos e alunos.Melhorar as informações dos exemplares coletados (georeferenciamento)

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Estimular o estudo de floras regionaisMelhorar o gerenciamento dos herbários brasileiros para a facilitação no acesso e no repasse de informações.

Incrementar a informatização das coleções Ampliar o número de equipamentos de informática nos herbáriosCapacitar e ampliar o número de técnicos de apoio nas coleções, entre eles pessoal especializado em bioinformáticaPropor “programas de interação” dos dados gerados pelos herbários

Melhorar a infra-estrutura dos herbários brasileiros

Melhorar as condições de armazenamento dos espécimes, sistema elétrico e prevenção de incêndiosIncentivar armazenamento em diferentes meios (secos em estufas, em sílica, fixado em FAA, etc.)

Melhorar a representatividade da flora brasileira nas coleções

Estimular a coleta nas reservas legais, visando contribuir com seus planos de manejo.Estabeler programas de coleta, direcionados predominantemente para áreas pouco ou não visitadas.Estimular programas de coletas inter-institucionaisAmpliar o treinamento de estudantes em metodologias de coletas

5 anos Criar a base do Herbário Virtual Nacional, através da interligação das informações disponibilizadas pelos herbários brasileiros

Disponibilizar na rede a lista e imagens de tipos depositados em herbários brasileiros e outras informações atualizadas dos acervos

Implementar a Iniciativa para Levantamento da Diversidade Vegetal Brasileira

Produzir uma lista preliminar da flora brasileira com base nos dados dos herbáriosImplementar programas de apoio a formação de taxonomistas e fixação de pesquisadores em áreas pouco conhecidasIncentivar a publicação de sinopses de grupos taxonômicos;

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Ampliação ao apoio à editoração dos períódicos nacionaisEstabelecer e/ou ampliar iniciativas estaduais ou regionais a exemplo da rede Amazônica ou Species Link para SPComplementar o resgate de tipos da flora brasileira localizados fora do país e que em alguns casos já estão sendo disponibilizados pelos grandes herbários mundiaisOrganização dos acervos dos herbários disponibilizando informações sobre suas coleçõesAmpliar as melhorias na estruturação dos herbários nacionais

10 anosImplantar o Herbário Virtual Nacional Organização de um portal nacional com a disponibilização em rede do

resultado da interligação dos acervos das coleções botânicasProduzir uma lista da flora brasileira com base nos dados dos herbários Ampliar o número de taxonomistas em atividade Melhorar a estruturação dos herbários nacionais

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Tabela 2- Orçamento Estimativo

Ações Custo estimado Total (R$)3 anosWorkshop para fortalecimento da Rede Brasileira de Herbários

1 pessoa/herbário/1 herbário por estado27x1.000,00=27.000,00

27.000,00

Workshops regionais 5 reuniões x R$ 10.000,00 = 50.000,00

50,000

Programa de bolsas (em diferentes níveis) para formação de taxonomistas

X bolsas IC por 3 anos X bolsas MS por 2 anos X bolsas DR por 4 anos

Programa para fixação de taxonomistas em regiões carentes

X bolsas DTI para as regiões N, NE, CO

Programa para capacitação/ treinamento básico em taxonomia de algas

5 cursos (1 por região)R$

Melhorar as condições de armazenamento dos espécimes, sistema elétrico e prevenção de

23 herbários de referência (R$ 100.000,00/herbario)

2.300.000,00

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incêndios

Ampliação dos equipamentos de informática dos herbários

1 computador (2.500,00)/ por 23 herbários

Ampliação dos equipamentos para a elaboração de fototeca (no caso de microalgas que não se preservam)

1 microscópio com epifluorescência, contraste-de-fase, DIC, sistema de aquisição de imagens ($ U 50,000)/5 herbários referências

$U 250,000

Promover a visita de especialistas aos herbários para trabalhar com os acervos.

Passagens 12 especialistas por ano x 3 anos (36 x 2.000,00)Diárias p/36 pessoas x 5 dias x 148,45

72.000,00

Capacitar técnicos de apoio nas coleções, entre eles pessoal especializado em bioinformática

5 cursos (1 por região) – R$ 5.000,00

Programa de coletas 6 expedições coletas/região/3 ano (90 x 2.000,00)

5 anosCriação de páginas de todos os herbários brasileiros

Criação das páginas – R$ 500,00 x XX herbáriosManutenção

Repatriamento de material tipos de algas, fungos, fungos

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liquenizados e briófitas Informatização dos acervos dos herbários

R$ 1,00 x 2.500.000 exsicatas

10anos

Organização de um portal nacional

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Interligação dos bancos de dados dos diversos herbários brasileiros

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