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Desafios para reinventar uma cidade Mobilidade urbana Todos os meses, 50 universitários de todo o país chegam a Brasília para visita de uma semana, oferecida pela Câmara. Gustavo Freitas, da FA7, foi um deles. p. 11 30 de Abril de 2015 Ciclofaixas Um dos motivos para a escolha do Bom Jardim no Plano Diretor, segundo Regional V, foi motivado por 70% da população ir trabalhar de bicicleta. p. 4 Binários Bezerra Com o fim da obra, cinco meses após o previsto, e corredor exclusivo para ônibus em funcionamento, lojistas esperam melhora no movimento de clientes. p. 4 Aumento de 200% no fluxo de transporte público na Avenida Dom Luís leva prefeitura a decidir pela implantação de mais três intervenções ainda este ano. p. 3 Estágio Parlamentar Futebol Custos elevados para assistir aos jogos, refletem na média de público do campeonato estadual, forçando o torcedor a escolher a selecionar ida ao estádio. p. 13 Ingresso caro, menos torcida Sarampo Com 67 casos já confirmados em 2015 no Ceará, Secretaria da Saúde do Estado tem reforçado as campanhas, tentando prevenir a doença em crianças, jovens e adultos. p. 8 Campanhas visam combater o surto Prejuízo Para não pagar passagem, passageiros adotam comportamento ilegal, causando medo. Sindiônibus estuda medidas de segurança para evitar evasão de receita. p. 5 Usuário de ônibus pulam catracas Concurso O sonho do emprego público pode estar mais perto da realidade: são mais de 215 mil vagas. INSS, pela quantidade, e TCE, pelo salário, estão entre os mais procurados pelos concurseiros em todo o Brasil. p. 10 2015 traz milhares de novas vagas

Papiro 2015 1

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Desafi os parareinventaruma cidade

Mobilidade urbana

Todos os meses, 50 universitários de todo o país

chegam a Brasília para visita de uma semana, oferecida

pela Câmara. Gustavo Freitas, da FA7, foi um deles. p. 11

30 de Abril de 2015

CiclofaixasUm dos motivos para a escolha do Bom Jardim no Plano Diretor, segundo Regional V, foi motivado por 70% da população ir trabalhar de bicicleta. p. 4

Binários BezerraCom o fi m da obra, cinco meses após o previsto, e corredor exclusivo para ônibus em funcionamento, lojistas esperam melhora no movimento de clientes. p. 4

Aumento de 200% no fl uxo de transporte público na Avenida Dom Luís leva prefeitura a decidir pela implantação de mais três intervenções ainda este ano. p. 3

Estágio Parlamentar

Futebol

Custos elevados para assistir aos jogos, refl etem na média de público do campeonato estadual, forçando o torcedor a escolher a selecionar ida ao estádio. p. 13

Ingresso caro,menos torcida

Sarampo

Com 67 casos já confi rmados em 2015 no Ceará, Secretaria da Saúde do Estado tem reforçado as campanhas, tentando prevenir a doença em crianças, jovens e adultos. p. 8

Campanhas visam combater o surto

Prejuízo

Para não pagar passagem, passageiros adotam comportamento ilegal, causando medo. Sindiônibus estuda medidas de segurança para evitar evasão de receita. p. 5

Usuário de ônibus pulam catracas

Concurso

O sonho do emprego público pode estar mais perto da realidade: são mais de 215 mil vagas. INSS, pela quantidade, e TCE, pelo salário, estão entre os mais procurados pelos concurseiros em todo o Brasil. p. 10

2015 traz milhares de novas vagas

2 Papiro | 30 de Abril de 2015

Histórias em Movimento

Editorial

As histórias nascem do movimento da vida cotidiana, no desdobrar da existência das pessoas. Tudo se movimenta a vida, a natureza, as cidades. E foi a partir dessa reflexão

que o Jornal Papiro partiu em busca de narrativas plurais para esta edição. São retratos de uma realidade logo ao lado, que cos-turam destinos na cidade-capital.

Nossos “aprendizes de repórteres” contam a vida em Fortaleza sob diversos olhares. Recortes de um mundão abrigado numa só metrópole, lugar que divide suas pautas com a realidade de um mesmo país o Brasil: diverso, contraditório, mas cheio de futuro.

Basta percorrer as ciclofaixas que cortam o Bom Jardim, para perceber a que passos a cidade caminha e quanto de relevância existe nas mais variadas formas de ir e vir. A quem interessar, as obras da Bezerra de Menezes, enfim, acabaram. Ouviu-se falar também da construção de três novos binários para facilitar a mo-bilidade. Tomara que as próprias obras não tardem a caminhar.

Em dias nublados, entre fortes chuvas e ruas esburacadas, há quem lucre com a “quebradeira dos carros”: os donos de oficina, que fazem da má sorte alheia uma oportunidade. Vê-se também gente na rua tomar “banho de lama”. E por falar em ir pra rua, pegue sua bandeira que logo mais vai ter protesto anticorrupção faça chuva ou faça sol. E olha que tem aluno indo fazer estágio parlamentar em Brasília. Ao que tudo indica, a disciplina “cor-rupção aplicada” já foi abolida. Ufa! Menos mal.

Novidade! Vem chegando uma onda de Inclusão Digital, atra-vés de projeto municipal que levará educação científica e tecno-lógica à população. Salve Jorge! Mas essa onda não é a mesma que trouxe os tubarões para os arredores da Praia do Futuro. Enquanto a obra da praça 31 de março não sai, pescadores sabi-dos fazem negócio com peixe grande.

Novos empreendimentos (leia-se grandes shoppings) aportam na capital. Só se vêem sacolas de grife em ônibus lotados. Será in-clusão econômica? Talveeeez. E pegando o gancho do ônibus, tem gente ousada nos coletivos lançando moda: a de pular catraca. Parece até que já pegou! Daqui a pouco, de tão vanguardistas que são os modistas, o “olha o assalto!” vai se tornar jargão citadino.

Enquanto isso tem gente queimando os neurônios na “profis-são” concurseiro. Gente que sonha ter vida melhor. Assim como os cidadãos que enfrentam longas filas no SUS para, ao menos, ter vida se melhor, aí já será uma questão de sorte. Gente com den-gue, sarampo, diabetes e outras mil doenças, se achega pro ben-dito “atendimento” (só que não). Continuam na fila.

Pra fugir de tanta peleja, só há uma saída: relaxar. Seja prati-cando Skate Downhill, no bairro Dias Macedo, ou jogando uma pelada no campinho da esquina. Estádio de futebol que é bom, tá difícil. Com o valor do ingresso lá em cima, só cabe uma entrada no orçamento. Mas se não tem jogo, tem festa! Basta dar uma pas-sadinha no Festival Ponto.CE que a coisa melhora.

Gente que, apesar das contrariedades vistas de perto, encon-tra motivos para acreditar que tudo pode mudar. Pois tudo se movimenta.

Boa leitura!

Diretor-Geral EdniltonSoárez • Diretor Acadêmico Ednilo Soárez • Vice-Diretor Adelmir Jucá • Coordenador do Curso de Jornalismo Dilson

Alexandre • Editora chefe Ana Márcia Diógenes • Projeto Gráfico Tarcísio Bezerra • Editores Núcleo de Design Diego Henrique | Tarcísio Bezerra

• Estagiários Design Antônio Bruno | Marlone Melo | Valdir Muniz • Editor Fotografia Jari Vieira • Charge Valdir Muniz • Editorial Darlan Araújo

Texto Brena Gomes; Cleber Ferreira; Darlan Araújo; Evelyn Barreto; Felipe Gomes; Isabella Vasconcelos; Israel Machado; Jéssica Farias; Junior

Tavares; Laras Veras; Leilane Freitas; Lorena Mesquita; Lorena Pio; Maiane Almeida; Mariana Amorim; Rafael Bastos; Sara Sousa. Design Alexandre

Fernandes; Amanda Cavalcanti; Antonio Bruno; Carla Tavares; Deleon Hippolyto; Edemy Gonçalves; Evaniely Christine; Gabriel Barbosa; Joseanne

Nery; Leticia Alves; Natasha Lima; Paloma Magalhães; Rebecca Manzolin; Sarah Sousa; Victória Queiroz.

30 de Abril de 2015 | Papiro 3

o volume de interdições foi di-minuindo à medida em que se aproximava da reta final.

A obra Iniciada em 16 de maio de

2014, a obra chegou a ter seu prazo de entrega adiado algu-mas vezes. Com a conclusão dos trabalhos, a avenida pas-sou a contar com 10 estações de ônibus em seu canteiro central, cinco em cada sentido da via. As faixas preferenciais, antes à esquerda, foram deslocadas para o lado direito.

A obra conta com recur-sos do Governo Federal e do Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID), e é par-te do BRT (Bus Rapid Transit, que quer dizer, Trânsito Rápido para Ônibus) Antônio Bezerra/Papicu, corredor exclusivo para ônibus que ligará os ter-minais dos dois bairros.

As obras para a cons-trução do corredor ex-clusivo para ônibus da

Av. Bezerra de Menezes che-gam ao fim com cerca de cin-co meses de atraso. Durante a intervenção, placas de “ven-de-se” e “aluga-se” se proli-fer aram pela avenida, um dos corredores mais movimenta-dos da cidade. Lojistas temem que, por conta da obra, inicia-da em maio do ano passado, os negócios locais demorem a se recuperar.

Desde o início da interven-ção, a obra se tornou alvo de reclamações de motoristas, pedestres, moradores da área, e, principalmente, de pesso-as que trabalham ou mantém comércio na avenida. Eles fo-ram especialmente afetados, pois com as interdições e a re-organização do trânsito local,

alguns potenciais clientes en-contravam dificuldades tanto para chegar aos pontos comer-ciais como para estacionar. No auge das obras, entre outubro e dezembro, a avenida chegava a ter interditado o cruzamento de três quarteirões.

Moisés Marques, 35, era dono de uma loja na avenida e por conta de dificuldades fi-nanceiras teve que fechar. O lojista reclama que o acesso a seu ponto estava prejudicado com as interdições. “O fim do ano, época em que nós esperá-vamos o melhor faturamento, foi a pior e tivemos que fechar.” Hoje, o comerciante busca uma nova oportunidade e está ten-tando empréstimo bancário para reabrir seu negócio, des-ta vez mais perto de sua casa, na Av. Sargento Hermínio.

A vendedora Marcia Santos,

28, afirma que o movimento na loja em que trabalha diminuiu bastante. Ela acredita que a principal causa foi a interdição em frente ao ponto comercial. Márcia reclama que alguns clientes já relataram ter sido

quase atropelados na área. Procurada para comentar

as insatisfações, a assesso-ria de imprensa da Secretária Municipal de Infraestrutura (Seinf), disse desconhecer as reclamações e reafirmou que

Comerciantes na expectativa de melhoria no movimento de clientes após conclusão das obras

Bezerra de Menezes

Depois de cinco meses de atraso, a prefeitura conclui o trabalho, que é parte do projeto de ligação entre os terminais de Antônio Bezerra e Papicu REPORTAGEM | FOTOS Felipe Gomes DESIGN Amanda Cavalcanti

Placas de aluguel e venda podem ser vistas por toda a extensão da avenida

e possibilitou a redução no tem-po de viagem para os usuários, além da diminuição do consu-mo de combustíveis.”

Sobre o transporte públi-co que utiliza diariamente, o estudante de Design Gráfico, Rutyeres Costa, salienta que o “trajeto que faço, com a im-plantação de algumas medi-das, melhorou muito, mas a superlotação dos coletivos ainda é caótica, sem contar

novo binário, vai criar um cor-redor alternativo de ligação da região Parangaba/Montese ao Pici/Bezerra, o que aumentará a segurança viária para o pe-destre e a fluidez do tráfego ge-ral. O prazo de conclusão é ju-lho deste ano.

O Binário Germano Frank x Zacarias Gondim e o da Costa Mendes x Gustavo Braga seguem em estudo para que seja analisada a viabilidade de ambas as implantações serem efetivadas na cidade.

O aumento do fluxo do transporte público em 200% no Binário Dom

Luís com a Santos Dumont le-vou a Prefeitura de Fortaleza a optar pela implantação imediata de mais três biná-rios: Alberto Magno x Gomes de Mato, Germano Frank x Zacarias Gondim e Costa Mendes x Gustavo Braga.

O resultado das mudanças efetivadas nas avenidas Dom Luís com a Santos Dumont proporcionou, ainda, de acor-do com o Engenheiro Civil da Prefeitura de Fortaleza, Dante Rosado, “um benefício muito grande para a população, que realmente é quem precisa ser beneficiada com o transporte público”, afirma.

O presidente da Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor), Antônio Ferreira, que atua em parceria com as demais secretarias vol-tadas para as atividades do se-tor, destaca que “a implantação do binário melhorou o fluxo no tráfego de transporte coletivo,

a conduta dos motoristas que nem sempre param, desrespei-tando os usuários, e do descon-forto durante o percurso”.

As próximas mudanças, com base nas problemáticas le-vantadas pelo Plano de Ações Imediatas de Transporte e Trânsito (PAITT), visam a priorizar o transporte coleti-vo. A requalificação do Binário Alberto Magno x Gomes de Mato propõe reestruturar o principal corredor de ligação da Parangaba à área comer-cial do Montese, além de rea-dequar os estacionamentos na via e no passeio. A ação bene-ficiará 66.429 mil passageiros por dia, com 11 linhas de trans-porte público, de acordo com os dados do PAITT.

Já a Rua Alberto Magno trará benefício para 71.352 mil usuários por dia, com 13 linhas de transporte coletivo. Entre as propostas previstas está a im-plantação de faixas exclusivas para o transporte coletivo e a regulamentação de estaciona-mentos rotativos na Zona Sul,

além de infraestruturas ciclo-viárias. A previsão de entrega da primeira etapa do projeto é junho de 2015.

A instalação do Binário Germano Frank x Zacarias Gondim pretende estabele-cer um corredor alternati-vo de ligação entre os bairros Parangaba e Montese, a fim de beneficiar 58. 352 passageiros por dia, com 15 linhas de trans-porte coletivo.

Já as ruas Costa Mendes x Gustavo Braga, que formam

Mais três binários serão implantados em FortalezaTrânsito

Com os resultados obtidos na Dom Luís e Santos Dumont, Prefeitura investe em novas intervenções para melhorar mobilidade urbana da capitalREPORTAGEM Brena Gomes FOTOS Leilane Freitas DESIGN Alexandre Fernandes

“O trajeto que faço, com a implantação de algumas medidas, melhorou muito, mas a superlotação dos coletivos ainda é caótica”Rutyeres Costa, 21

Binário localizado na Avenida Dom Luís

4 Papiro | 30 de Abril de 2015

Aos 34 anos, dos quais quase dez utilizando bi-cicleta para trabalhar,

a dona de casa e revendedora de cosméticos, Laís Correia, se acostumou rápido às mu-danças na mobilidade urba-na de seu bairro. Ela, e outros moradores das adjacências, destacam que após a implan-tação das ciclofaixas no Bom Jardim, ficou mais seguro e rá-pido o percurso para o traba-lho e afazeres diários. “Antes a gente não sabia em qual lado da rua tinha que andar e sem-pre corríamos grandes riscos. Eu, por exemplo, faço minhas entregas junto com os meus dois filhos, pois não tenho com quem deixá-los”, comentou.

Hoje, Laís encontra-se entre um número considerável de be-neficiados com a implantação das ciclofaixas, inauguradas pela Prefeitura no final do mês de janeiro. Além de auxiliar no transporte ao trabalho, ligam o bairro a um dos grandes cor-redores da cidade, a Avenida Osório de Paiva. As ciclofaixas implantadas no Bom Jardim, e bairros vizinhos, fazem parte de um conjunto de mudanças, relacionadas a políticas de mo-bilidade urbana implementadas pela Prefeitura de Fortaleza.

Além das ciclofaixas, outras medidas como a construção de viadutos, Veículo Leve sob Trilhos (VLT) e corredores ex-clusivos para ônibus, estão mo-dificando a vida da população, em relação ao percurso de casa para o trabalho.

De acordo com o Secretário-Executivo da Regional V, Marcelo Lemos, o bairro foi escolhido pela Prefeitura com base no Plano Diretor Cicloviário (PCDI), porque 70% da população vai para o trabalho usando a bicicleta. Ele diz que outros bairros logo receberão também as ciclofai-xas, sendo necessário que pas-sem apenas por ajustes, como a implantação de binários e alargamentos de vias.

Antônio dos Santos, 66, mestre de obra e morador do bairro há 40 anos, destaca que ainda está aprendendo a usar

bicicleta. Se é um percurso me-nor, é melhor que se faça de bi-cicleta, e com o Bicicletar você nem precisa ter uma, você vai lá e pega”.

Segundo o site do projeto, para a utilização das bicicle-tas é necessário um cadastro que pode ser anual, mensal, diário ou através da carteiri-nha de estudante ou bilhete único. O tempo de “validade” dos créditos é de uma hora. Os interessados que não pos-suem carteirinha de estudante ou bilhete único, devem fazer um cadastro no site do proje-to e informar dados pessoais, como o número de identidade e cartão de crédito. O projeto conta com 35 estações espalha-das por alguns bairros da cida-de, funcionando todos os dias da semana das 5 às 23h59.

pelas pessoas; a retomada do uso da bicicleta no dia a dia seja para trabalho ou para o lazer.

A estudante Ysla Amorim, 20, disse que a iniciativa toma-da pela prefeitura foi um gran-de avanço para a cidade, pois os moradores não possuíam o hábi-to de andar de bicicleta. Ele ob-serva que a medida beneficiou a população em vários aspectos, como mobilidade urbana, lazer e saúde. “Conheço várias pesso-as que trocaram o aperto do ôni-bus pela mobilidade e rapidez da

a ciclofaixa, mas que a inicia-tiva foi importante, pois trou-xe uma segurança que antes faltava e que mudou pra me-lhor a vida dos trabalhadores do bairro. “Achei essa iniciati-va uma segurança a mais para o ciclista. Utilizo bastante no dia a dia porque é bem mais seguro. Antes a gente andava de qualquer lado da rua, agora não”, afirma.

Segundo o Secretário-Executivo da Regional V, outro motivo que ajudou na escolha do Bom Jardim foi a existên-cia do binário Oscar Araripe/Oscar França, que é formado pelas principais vias de acesso ao bairro, facilitando assim, a questão do trânsito. Mesmo as ciclofaixas melhorando a mo-bilidade para os ciclistas, são necessárias fiscalizações ade-quadas, pois alguns moradores ainda desrespeitam as sinali-zações referentes às ciclovias. “Os motoristas de carro, por exemplo, não estavam respei-tando a sinalização, mas nós já conversamos com a AMC para multar quem não obedecesse às faixas”, disse Lemos. A multa para quem desobedecer a lei é de R$ 574,72, mais sete pontos na carteira.

BicicletarA cidade de Fortaleza re-

cebeu recentemente, tam-bém, o sistema de bicicletas compartilhadas, que já exis-tia em outras capitais, como São Paulo e Rio de Janeiro. Aqui, o sistema atende por “Bicicletar” e possui estações apenas em alguns pontos da cidade, como Centro, Papicu, Aldeota, Dionísio Torres, Benfica e Parquelândia, so-mando um total de 35 esta-ções. Conforme o Secretário-Executivo da Regional V (SER V), a Prefeitura preten-de estender o serviço a outros bairros mais afastados e clas-sificados como de “baixa ren-da”, de acordo com os resulta-dos positivos obtidos nos que já possuem o sistema implantado.

Apesar de novo, o projeto da prefeitura, junto com a im-plantação das ciclofaixas nos grandes corredores da cidade, vem despertando a curiosidade e o interesse dos cidadãos por algo que, até então, havia sido esquecido ou mesmo cogitado

Ciclofaixas mudam hábitos no Bom JardimTrânsito

Secretário da Regional V diz que moradores chegam a economizar cerca de 20 a 30 minutos diários no percurso para o trabalhoREPORTAGEM | FOTOS Júnior Tavares DESIGN Joseanne Nery | Edemy Gonçalves

‘‘Antes a gente não sabia em qual lado da rua tinha que andar.”Laís Correia, 34

“Com o Bicicletar você nem precisa ter uma bicicleta”Ysla Amorim, 20

Moradores estão em processo de adaptação após implementação de ciclofaixas

As ciclofaixas dão acesso a importantes vias da cidade e recebem sinalização especial

30 de Abril de 2015 | Papiro 5

Todos os dias, em Fortaleza, são inúmeras as ocorrências envolven-

do usuários de transporte cole-tivo, que pulam catracas para se isentar do pagamento da ta-rifa de ônibus. A prática se espa-lha pelas principais linhas que operam na cidade, registrando maior incidência naquelas que circulam nos bairros de perife-ria, e põe em risco a segurança dos cidadãos. Órgãos gestores do transporte público na capi-tal acompanham o problema de perto, e estudam alternativas para combatê-lo. Nenhum levan-tamento a respeito dos prejuízos ocasionados pelo hábito dos pu-ladores foi realizado até agora.

O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus), Dimas Barreira, reconhece a serie-dade do problema, e classifica o mau comportamento como fraudulento e prejudicial às empresas e aos demais usu-ários. “Qualquer passageiro

a atitude dos puladores. De acordo com a usuária da linha 305 - Bela Vista Humberto Monte, Raquel Magalhães, 24, as ocorrên-cias são frequentes e, em alguns casos, os passagei-ros ainda são assaltados. “Antigamente eu sentia mui-to medo quando pulavam, mas agora que a prática se tornou comum, eu fico ape-nas surpresa com a ousadia deles”, declarou.

O cobrador de ônibus da linha 015 - Conjunto Ceará/Antonio Bezerra 1, Carlos Ferreira (nome fictício), 33, afirmou que comportamen-to é cada vez mais comum entre jovens, adultos e até crianças. “A gente fica com medo. Eles chegam e pulam, não podemos fazer nada”. A empresa em que trabalha, Viação São José, orienta os cobradores a não confronta-rem os puladores, para evi-tar exposição a situações de risco. “A orientação é não re-agir e deixar pular. A ordem é essa”, completou.

que não paga a conta, seja por ser beneficiário (pessoa com di-reito ao passe livre, como idoso com idade acima de 65 anos e deficientes) ou por fraude, dei-xa a conta para ser dividida pe-los pagantes”, afirmou.

Segundo Dimas, medidas para combater o problema estão sendo estudadas, no intuito de garantir mais segurança para os usuários do transporte públi-co e minimizar os impactos ne-gativos da evasão de receita. Em 2014, um sistema de catracas du-plas foi testado em dois ônibus da linha 645 - João Paulo II, que liga o bairro de mesmo nome ao Terminal de Messejana. A ini-ciativa não foi suficiente para

coibir os saltadores, e as ocor-rências persistiram. Agora, o Sindiônibus pretende investir em campanhas educativas, por acreditar que o comportamento configura um problema social e de segurança pública.

Para o presidente da Em-presa de Transporte Urbano de Fortaleza (ETUFOR), Antônio Ferreira, a situação pode e deve

ser combatida. Ele defende que as medidas contra a evasão de receita são de responsabilida-de, também, dos fiscais e do corpo operacional das empre-sas de ônibus (motorista, co-brador e despachante), confor-me determina a Lei nº 7.163, de 30 de junho de 1992, que regula a atuação destes profissionais. “Deve haver mais fiscalização. Cobradores e motoristas são treinados para cobrar a passa-gem. Diante de ameaça, o mo-torista pode pedir reforço poli-cial ou mesmo conduzir o car-ro a uma delegacia”, reforçou.

Outro aspecto preocu-pante é a insegurança dos cidadãos que presenciam

“Puladores de catraca” roubam a cena nos coletivos causando transtornos a passageiros e funcionários

Transporte Público

O comportamento ilegal, que se tornou comum entre usuários de ônibus, traz prejuízos para as empresas e assusta a populaçãoREPORTAGEM | FOTOS Darlan Araújo DESIGN Antonio Bruno

Na internet é possível ver fotos de puladores de catraca de ônibus

SA I BA M A I S

Tarifa Convencional

R$ 2,40 (inteira) R$ 1,20 (meia)

Tarifa Social (domingos, dia

13 de abril, Réveillon e 1º de

janeiro)

R$ 1,80 (inteira) R$ 0,90 (meia)

Hora Social (segunda a

sábado, de 9 às 10h e de 15

às 16h)

R$ 2,20 (inteira) R$ 1,10 (meia)

Linha Central

R$ 0,40 (inteira) R$ 0,20 (meia)

Alô Sindiônibus

(085) 4005-0956

www.sindionibus.com.br

(Denúncias e reclamações)

1923veículos operam no transporte público

120milé o número de passageiros em Fortaleza

Prejuízo causado pela infração pode ser bem superior ao que se imagina

Em Vitória, no Espírito Santo, a atuação dos puladores de catraca também é constante. Cerca de 260 mil pessoas saltam as roletas por mês. O prejuízo anual com esse tipo de comportamento é estimado em mais de R$ 7,3 milhões. Como medida preventiva, as empresas de transporte público da capital instalaram role-tas gigantes e, em algumas linhas, roletas duplas, além de Blitze (plural) diárias realizadas por policiais.

Enquanto isso, no facebook...

Uma comunidade denominada “Eu pulo catraca”, com cerca de 1460 seguidores, apóia o comporta-mento. Os membros do perfil na rede social defendem que saltar roletas nada mais é que “um ato de de-sobediência frente à exploração do direito de ir e vir”. Complementam dizendo que “pular catracas é uma manifestação contra a segregação social e urbana” e definem a atitude como uma ação de rebeldia. O grupo,que reivindica tarifa zero no transporte público, organiza e incentiva manifestações a favor do passe livre em várias regiões do país.

Em Fortaleza, segundo a ETUFOR...

• Mais de 1,2 milhão de embarques são registrados por dia nos coletivos...• O sistema trabalha com 265 linhas de ônibus e 24 linhas complementares...• A frota operante é de, aproximadamente, 1923 veículos.

Puladores configuram problema social e de segurança pública

Mulheres também são flagradas

6 Papiro | 30 de Abril de 2015

obra realmente qualifique a Praia do Futuro. Não só eu, como muitos aqui, esperamos que ela venha só para acrescen-tar”, comenta.

O local será equipado com quadras poliesportivas , cam-po de futebol de areia, ciclovia, pista de cooper e área de lazer, além de posto da Secretaria Municipal de Segurança Cidadã (tendo a atuação do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Guarda Municipal).

A Praia do Futuro é um dos principais pontos turísticos de Fortaleza.

As obras no entorno do bairro melhoraram a livre circulação de visitantes ao local. Mas, des-de 2011, os moradores da Praia do Futuro aguardam o desfe-cho das obras da Praça Dom Helder Câmara, popularmen-te conhecida como 31 de Março.

Morador há quatro anos do bairro Vicente Pinzon, o em-presário Neder Faria Junior, 57, reclama da demora das obras. “Sabemos que este bair-ro sempre foi uma zona perifé-rica, com falta de segurança. A praça é importante para tirar esse lado que as pessoas têm da nossa praia”, diz.

O turista paulista Roberto Filgueiras, 28, diz que a praia é muito bem frequentada de dia, mas, de noite, assusta qual-quer um. “É um lugar que po-deria ser mais bem explorado, pois a praia é linda. Talvez, com essa praça, possa melho-rar”, observa o turista.

A praça estava incluída no pacote de obras para a Copa do Mundo de 2014, desde janeiro de 2011, ainda sob a administração da ex-prefeita Luizianne Lins. Contudo, as intervenções na

área pararam algumas vezes durante este período, por pro-blemas no repasse de recursos do Ministério do Turismo.

De acordo com Adelmo Carvalho, Coordenador do pro-jeto Vila do Mar, da Secretaria de Turismo de Fortaleza (SETFOR), as obras foram retomadas e os repasses a serem feitos pelo Governo Federal já estão sendo reajustados. “A Prefeitura esta-va tentando terminar as obras por conta própria”, comple-menta. A praça está com 85%

das obras concluídas, faltando alguns ajustes como ilumina-ção, piso e ciclovia. A SETFOR ressaltou, ainda, que a praça deverá ter sua obra finalizada em maio de 2015. No total, os serviços na Praça 31 de Março estão orçados em R$ 5,4 mi-lhões, dos quais R$ 4 milhões são recursos empenhados pelo Governo Federal.

O empresário L.M, que pede para não ser identifica-do, tem um comércio próxi-mo à praça. “Espero que essa

Praça 31 de Março será concluída ainda neste semestrePraia do Futuro

Moradores reclamam da demora para a entrega da obra, que começou a ser reformada desde a gestão da ex-prefeita Luizianne LinsREPORTAGEM | FOTOS Lorena Mesquita DESIGN Gabriel Barbosa | Leticia Alves

De acordo com a SETFOR, 85% das obras foram concluídas

R EQUA L I F I CAÇÃO D O L I TO RA L

L EST E D E FO RTA L E ZA E M

N Ú M E ROS

Serviluz e Titanzinho: R$ 144 milhões

Praia do Futuro:R$ 90 milhões

Praça 31 de Março: R$ 5,4 milhões

“É um lugar que poderia ser mais bem explorado, pois a praia é linda”Roberto Filgueiras, 28

para medo. Para os que têm receio de encontrar com tuba-rões nas praias de Fortaleza, o professor Manuel Furtado, pescadores e demais usuários garantem: nunca houve ata-ques registrados no Ceará.

Banhistas, surfistas e pescadores não se sen-tem ameaçados com o

aparecimento de tubarões em Fortaleza. Para os pescadores da praia do Mucuripe, depa-rar-se com tubarões não é ne-nhuma novidade. Eles já estão acostumados a estar frente a frente com o animal, e conside-ram uma sorte quando algum tubarão fica preso em suas re-des de pesca.

Diferente do que se vê em filmes, os frequentadores das praias de Fortaleza não pare-cem estar assustados com os registros de aparecimento de tubarões. O caso mais recen-te foi no final de janeiro desse ano, na Praia do Futuro. Para o funcionário público Francisco Xavier, 52 anos, não há razão para medo. Ele frequenta regu-larmente a Praia de Iracema e faz questão de levar a família. Djafrison de Araújo, 28 anos, diz que surfa todos os dias há cinco anos e nunca viu ou

soube de ataques de tubarões a surfistas. “Eu não tenho medo não”, afirma com segurança.

O professor do Departamento de Engenharia de Pesca da Universidade Federal (UFC) do Ceará e do Instituto de Ciências do Mar (Labomar), Manuel Furtado,

diz que esses animais não vem à procura de alimento na praia. Do alto mar até a costa, eles te-riam que nadar uns 50km e, nesse intervalo de tempo, en-contrariam alimento. Por isso não existe ameaça.

Pescadores encontram tu-barões, com frequência, en-quanto estão em “mar aber-to”. Eles dizem que sempre avistam os animais, e que al-guns acabam se aproximando por causa das iscas que são jo-gadas na água para atrair ou-tros peixes. “Sempre eles apa-recem, sabe?”, observa o pes-cador Ivanildo Ramos, 48 anos, que disse já ter capturado um desses animais.

O pescador José Orlando, 50 anos, por sua vez, afirma que já capturou um tubarão de 60Kg e, logo que chegou na praia, vendeu por R$ 700,00 a um “marchante”, nome que dão aos homens que compram peixes para revender. Ao che-gar na praia com um tubarão,

a oferta é grande. “Quem paga mais é que leva”, diz José Orlando, animado, enquanto limpa sua rede para a próxi-ma pescaria.

Assim como os banhistas e surfistas, os pescadores afir-mam não sentir medo de tu-barões na praia, até porque, segundo eles, nunca nenhum deles sofreu qualquer tipo de ataque. Eles destacam não ser comum o aparecimento na bei-ra-mar e, por isso, não há razão

Pescadores, surfistas e banhistas não temem ataquesTubarões

Frequentadores das praias de Fortaleza dizem que registros de aparecimento não causam medo. Venda do animal chega a render até R$700

REPORTAGEM | FOTOS Maiane Almeida DESIGN Alexandre Fernandes

Pescadores se preparam, sem medo, para mais uma ida ao mar

Diferente do que se vê em filmes, os frequentadores das praias de Fortaleza não parecem estar assustados com os registros de aparecimento de tubarões

I N FO R M AÇÕ ES

LABOMAR

Avenida da Abolição, 3207

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30 de Abril de 2015 | Papiro 7

Nos meses de fevereiro a maio, a estação de chu-vas chega em Fortaleza

e, com ela, as dores de cabeça e prejuízo fi nanceiro para os proprietários de automóveis. Os inúmeros buracos e as pis-tas molhadas causam estragos nos veículos, mas há quem co-memore: os donos de ofi cinas, que acabam lucrando com o pre-juízo dos motoristas.

De acordo com Osmar Júnior, gerente da MR Borrachas, loca-lizada no bairro Salinas, o movi-mento nas ofi cinas aumenta de 15% a 20%, sendo a grande maio-ria dos problemas relacionados a pneus furados e balanceamento

do carro. Em um dia normal na 6 Bocas Autopeças, são atendidos de 60 a 70 carros. Quando chove, esse número sobe para cerca de 50%, chegando a 100 carros por dia, de acordo com a gerente de atendimento, Camila Souza.

Para alguns motoristas, chuva é sinônimo de ofi ci-na. A estudante de psicologia, Cristhal Alves, conta que é raro chegar o período de chu-vas e seu carro não fi car pelo menos uma vez no “prego”.

“Basta entrar numa rua alaga-da, que começa a sair fumaça do motor”, diz ela, destacando a experiência que teve ao derra-par numa pista molhada e ba-ter em um muro, destruindo a frente do seu carro.

Os problemas mais comuns são as colisões por falta de visi-bilidade e pela pista molhada, danos na parte elétrica, sus-pensão, injeção eletrônica, cal-ço hidráulico, pneus furados e rodas empenadas. Até mesmo um ar-condicionado com defeito chega a causar um acidente, já que pode embaçar o vidro, pre-judicando a visão do motorista. Outro problema muito comum é o carro fi car no “prego” em uma área alagada, precisando ser rebocado. Para essa situação, Osmar Júnior alerta que não se deve passar em uma rua se a água estiver acima do nível da metade do pneu, pois corre risco de entrar água no motor.

Carros e buracos: prejuízo para uns, lucro para outrosChuva

Com ruas esburacadas e alagadas na cidade, cresce em quase 50% o número de veículos levados às ofi cinas. É preciso redobrar os cuidadosREPORTAGEM | FOTOS Israel Machado DESIGN Rebecca Manzolin

Buraqueira provocada pela chuva causa desgaste nos carros

DICAS PARA DIRIGIR COM SEGURANÇA

NA CHUVA

– Acenda os faróis mesmo à

luz do dia

– Evite estradas inundadas

– Não espere chegar o

período de chuvas para fazer

uma revisão no carro

– Troque as palhetas do

veículo

– Não realizar ultrapassagens

quando a pista estiver

molhada

Para alguns motoristas, chuva é sinônimo de ofi cina

Os reparos vão de R$ 25, quando se trata do alinha-mento, a mais de R$ 3 mil, quando o problema é o calço hidráulico. Por isso, é preciso tomar bastante cuidado para não fi car no prejuízo.

nas ruas querendo um basta nesse desgoverno. É preciso desmascarar esse discurso desonesto pregado pelo PT, e propagado por seus mili-tantes, de que são manifes-tações elitistas”.

Para Carvalho, seria neces-sário surgirem forças da so-ciedade para lutar contra os interesses do capital fi nancei-ro que, segundo ela, é o maior interessado na crise no país. Já Lopes acredita que o modelo de governar do PT está esgotado, e que o povo tem que dar fi m à era petista no governo.

As manifestações em nível nacional que ocorreram em março trouxeram à tona a

necessidade de se discutir a con-juntura política brasileira. Nesse sentido, foi realizada, em março, ainda no clima das manifesta-ções, a palestra “Enigma Brasil 2015: Interesses e forças sociais em confl ito”. A palestra aconteceu no auditório Luís de Gonzaga, do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Ceará (UFC). Foi o primeiro evento orga-nizado pela Rede Universitária de Pesquisadores sobre a América Latina (RUPAL), para debater as manifestações nacionais que ocor-reram nos dias 13 e 15 de março.

A palestra foi protagoniza-da pelo debate entre dois pro-fessores de Ciências Sociais da UFC: Alba Carvalho, 64, coor-denadora da RUPAL, e o cien-tista político Valmir Lopes, 50.

Sobre as manifestações que ocorreram no dia 13 de mar-ço desse ano, Alba Carvalho falou que a presidente Dilma

Rousseff está perdendo apoio das classes emergentes da so-ciedade e de centrais sindi-cais, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), por fazer um ajuste fi scal “à direita” nos planos econômicos do governo. “As classes emergentes se sen-tiram traídas com as medidas econômicas adotadas pelo atu-al governo, mas foram às ruas defender a Petrobrás (alvo de

corrupção do “Petrolão”) do ca-pital fi nanceiro e lutar contra qualquer tentativa de golpe na democracia”, frisou Alba.

Já para Valmir Lopes, tais manifestações foram partidá-rias pela ligação e alinhamen-to ideológico do Partido dos Trabalhadores (PT) com as entidades que foram às ruas, como a CUT e o Movimento dos Trabalhadores Rurais

Sem Terra (MST). “Os movi-mentos que protestavam no dia 13 são braços políticos do PT. Aquela manifestação tinha caráter esquizofrênico, porque era contra e, ao mesmo tem-po, a favor do atual governo”, afi rmou Lopes.

A respeito das manifes-tações do dia 15 de março, Carvalho disse que estas têm caráter elitista e conservador, e não querem diálogo com o governo. “As classes conserva-doras e da elite estão se articu-lando e têm hoje um ambiente favorável para ir em protestos às ruas, com o apoio das clas-ses médias, e somente a saída da presidente Dilma os satis-fazem”, declarou a professora.

Em contrapartida, Lopes de-fendeu que tais manifestações não são da classe elitista, mas sim patrióticas. O cientista po-lítico enfatizou que “as mani-festações do dia 15 foram plu-rais e por amor à pátria. Eram ricos, classes médias e pobres

Cientistas sociais debatem as manifestações de marçoConjuntura Política

No foco do debate, foram discutidas as características de dois diferentes momentos de mobilização social e seus contextos no paísREPORTAGEM | FOTOS Cleber Ferreira DESIGN Sarah Sousa

Manifestações trouxeram a necessidade de se discutir a conjuntura política brasileira

Valmir e Alba divergem sobre aspectos sociológicos

8 Papiro | 30 de Abril de 2015

a população é a visita em casa, porém isso não alcançou seu maior desempenho pois “leva muito mais tempo e tem um custo maior”.

Segundo o boletim epide-miológico, o Ceará tem nove municípios com surto de sa-rampo – Fortaleza, Caucaia, Trairi, Itaitinga, Guaiúba, Aquiraz, Pacajus, Maracanaú

O Ceará já tem 67 casos de sarampo confirma-dos em 2015, de acor-

do com o boletim epidemioló-gico da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) divulgado no início de março. Em 2014, foram confirmados 698 casos no Ceará, 24 em Pernambuco e 7 em São Paulo. De acordo com a Sesa, dos casos confir-mados, 48,3% são menores de um ano de idade. Dentre estes, 13,2% são menores de seis me-ses de idade e 17,9% têm entre seis meses e um ano de idade. Entre os casos confirmados, Massapê possui a maior in-cidência de sarampo por 100 mil habitantes (352,4), segui-do por Uruburetama (300,7), Forquilha (80,2), Martinópole (57,4), Senador Sá (56,8), Sobral (43,0) e Meruoca (42,7). A inci-dência da doença por 100 mil habitantes no Estado do Ceará é de 8,7, segundo o boletim.

O sarampo é uma das prin-cipais causas do aumento do índice de mortalidade entre crianças menores de cinco anos de idade. É uma doença viral que infecciona o siste-ma respiratório e é transmiti-da por meio de gotículas expe-lidas pelo nariz, boca ou gar-ganta de pessoas infectadas. É altamente contagiosa.

Surto preocupa o Ceará e motiva campanhas de vacinação para prevenir doença em crianças e adultos

Sarampo

Após 14 anos sem registro no Estado, em dezembro de 2013 o primeiro caso foi confirmado. Nove municípios já têm incidência da doençaREPORTAGEM | FOTOS Evelyn Barreto DESIGN Evaniely Christine | Deleon Hippolyto

O QU E É

Doença infectocontagiosa,

causada por um vírus. De

transmissão respiratória,

é altamente contagiosa.

O período de incubação

(tempo entre o contágio e

o início dos sintomas) é de

cerca de 12 dias.

S I N TO M AS

Manchas vermelhas na pele,

manchas brancas na parte

interna das bochechas, febre,

tosse, mal-estar, conjutivite,

coriza, perda do apetite.

T RATA M E N TO

O paciente deve repousar,

ingerir bastante líquido,

comer alimentos leves, limpar

os olhos com água morna

e tomar antitérmicos para

baixar a febre. Nos casos mais

sérios, há a necessidade de

tratamento para o aumento

de imunidade.

“É um fato que as vacinas trazem muito mais benefício do que qualquer outra prevenção” Amanda Oliveira, 22

“A população precisa acreditar que vacinar as crianças é importante, e a fala do UNICEF ajuda nesta mobilização” Tati Andrade, 55

contribuir para uma grande mobilização visando identifi-cação rápida, tratamento ade-quado da doença e, sobretudo, a prevenção de novos casos por meio da vacina. Ações com o personagem “Zé Gotinha” aju-dam a divulgar campanhas de vacinação nos postos de saúde, como as que aconteceram em março deste ano.

A pediatra Tati Andrade, 55, Especialista em Projetos do UNICEF, destaca a impor-tância da parceria da organi-zação com o Estado no comba-te ao sarampo: “A população precisa acreditar que vacinar as crianças é importante, e a fala do UNICEF ajuda na mo-bilização. Além disso, colabo-ramos na definição das estra-tégias que vão ser implementa-das”. Ela afirma, ainda, que a melhor forma de conscientizar

e Beberibe. Nesses municí-pios, os maiores números de casos confirmados estão em Caucaia, com 37 ocorrências, e Fortaleza, com 32. Para o sur-to ser declarado encerrado, o município deve passar 90 dias sem registro de casos de sa-rampo. O Ceará não registrou nenhum óbito, nem complica-ções nos casos de sarampo já confirmados.

Mãe em tempo integral, Amanda Oliveira, 22, enfatiza a importância de estar vaci-nando seu filho, Miguel, 1, com a segunda dose da vacina: “É um fato que as vacinas trazem muito mais benefício do que qualquer outra prevenção. E essa epidemia do sarampo me fez tomar todas as precauções de vacinar o mais rápido pos-sível, ainda mais por ser uma doença que pode levar à fatali-dade.” O filho dela foi vacina-do em novembro do ano pas-sado, com a primeira dose da

vacina, quando já acontecia a alta incidência da doença. Ela incentiva a todas as mães a, não só levarem na primeira dose, mas tornar como priori-dade as três doses, pois só as-sim a vacina pode auxiliar na defesa do vírus.

Devido à alta incidência da doença entre a população de 5 a 29 anos, houve uma amplia-ção na faixa etária para vaci-nação, tanto em escolas quanto nos postos de saúde. Os muni-cípios de Fortaleza e Caucaia iniciaram a campanha de in-tensificação da vacinação con-tra o sarampo, para imunizar toda a população nessa faixa etária. Deverão ser vacina-das, até abril, 1.125.085 crian-ças, adolescentes e adultos jo-vens em Fortaleza e 164.517 em Caucaia.

PrevençãoA forma mais eficiente de

evitar o sarampo é com a vaci-nação das crianças: a primeira dose assim que completar seis meses de vida, a segunda com 1 ano de idade e, a terceira dose, com 1 ano e 3 meses. Somente com as três doses elas ficam protegidas do sarampo. Fora dessa faixa etária, por exem-plo, crianças com 2, 3, 4 anos só precisam ser vacinadas duas vezes. A vacina é disponibili-zada gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e ser-ve, também, como imunização contra rubéola e caxumba.

Outra ferramenta de pre-venção da doença é a educa-ção em saúde na comunida-de, abordando de forma clara e simples como evitar e con-trolar, além do dever de cada cidadão informar, ao serviço de saúde mais próximo de sua casa, a existência de caso sus-peito de sarampo.

Nos adultos, essa doença é pouco observada, mas como a forma de contágio é simples, todos devem ser imunizados para proteger as crianças com quem vivem. De acordo com o boletim epidemiológico, cerca de 21,2% de adultos, entre as idades de 20 a 29 anos, tiveram casos confirmados no Ceará. A vacinação acontece de segun-da a sexta em todos os postos de saúde, de 7h às 19h.

A vacina é o auxílio fundamental para combater o vírus

Medidas estão sendo toma-das pelo Governo para refor-çar a importância da vacina-ção. Em março, profissionais e gestores de saúde debate-ram o surto de sarampo du-rante o seminário “Todos con-tra o Sarampo” em Fortaleza. O evento teve como objeti-vo discutir estratégias de en-frentamento à doença, que vem aumentando no Ceará, e

30 de Abril de 2015 | Papiro 9

ainda não houve reajuste.A paralisação de três me-

ses causou revolta em mui-tos pacientes que precisaram de atendimento nesse perío-do. Principalmente os que ti-nham glaucoma e catarata, e sentiam fortes dores. Os que precisaram de atendimento de emergência também enfrenta-ram dificuldades, como foi o caso da dona de casa Neyara Sales, 25, que precisou de consulta para seu filho, Davi Sales, 3, e não conseguiu. “O hospital é referência em aten-dimentos oftalmológicos. Não pensei duas vezes quando vi o olho do meu filho irritado. Mas, ao chegar, fui informada que não estava mais atendendo pelo SUS. É um absurdo, pois não existe outro hospital des-se porte na cidade” ressaltou.

A equipe de reportagem tentou contato com a SMS

O Hospital de Olhos Leiria de Andrade re-tomou os atendimentos

pelo Sistema Único de Saúde (SUS), após três meses de pa-ralisação, mas nem todos os procedimentos estão sendo re-alizados. As cirurgias eletivas de catarata ainda estão suspen-sas no local. A direção do hos-pital afirmou que, há 14 anos, os médicos oftalmologistas não têm reajuste na tabela de hono-rários, o que motivou a parali-sação da classe. Segundo ele, todas as unidades oftalmológi-cas participaram da paralisa-ção pelo SUS. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), será disponibilizada, por mês, ao hospital, uma pro-gramação de 3.000 atendimen-tos, entre consultas de urgên-cia e emergência.

De acordo com o diretor do hospital, Leiria de Andrade

Neto, sempre quando se ini-cia um novo mandato no go-verno do Estado, acontece atraso de verbas. Para ele, o principal motivo da suspen-são se deu pela defasagem dos honorários dos médicos. “Antes da paralisação, nós atendíamos 3.000 pacientes

por mês e só recebíamos por 700. O que aconteceu, na ver-dade, foi uma adequação dos atendimentos no hospital” afirmou. Ele observou ainda que as consultas, de urgência e emergência, já estão sendo realizadas. Sobre os honorá-rios, Andrade afirmou que

Hospital Leiria de Andrade volta a atender pacientes pelo SUS, mas com ressalvas para cirurgias eletivas

Saúde Pública

Pacientes que necessitam de intervenção oftalmológica pelo SUS ainda não podem ser atendidos, conforme acordo entre responsáveis pelo órgão e SMSTEXTO | FOTOS Isabella Vasconcelos DESIGN Evaniely Christine | Deleon Hippolyto

S E RV I ÇO :

Urgência

Os pacientes devem se dirigir

ao hospital com documento

de identificação. Senhas são

distribuídas a partir das 6h.

Consultas

Os pacientes devem se dirigir a

um posto de saúde para serem

encaminhados ao hospital.

É necessário estar com o

encaminhamento do médico

e identificação. O horário para

marcar consultas é de segunda

à sexta, de 8h a 18h.

Mais informações: 3266.5511

para apurar sobre as causas no atraso de verbas, mas até o fechamento desta edição, não obteve resposta.

Fachada do Hospital de Olhos Leiria de Andrade

INFORMAO

7VENHA CONHECER

VENHA CONHECERO INFORMA7Produz ido por a lunos do curso de jo rna l i smo, o In fo rma7é um cana l on l ine de no t í c ias que va i ao ar a cada 15 d ias .O programa t raz maté r ias sobre even tos , p ro je tos enov idades que acon tecem na facu ldade. Acompanhe a programação no s i te .

www. fa7.edu.br/ in fo rma7|Env ie sua suges tão de pau ta|E -mai l : t [email protected]|YOUTUBE: Facu ldade se te de Se tembro

10 Papiro | 30 de Abril de 2015

Controle Externo, Técnicos de Controle Externo, Procurador de Contas e Auditor.

Os concursos da PRF, DEPEN e DETRAN/CE de-vem ser lançados ainda este semestre. O do DETRAN já foi autorizado, e o edital tem previsão de lançamento até o mês de abril deste ano, dis-ponibilizando pelo menos 300 vagas. O concurso da PRF deve oferecer por volta de 500 vagas.

Para o 2º semestre, os inte-ressados podem aguardar os concursos dos Correios, PM/CE e AMC. Os Correios de-vem ofertar cerca de 1000 va-gas, enquanto a PM-CE, por volta de 1500. A AMC deve oferecer 500 vagas, e o edi-tal tem o lançamento previs-to para novembro deste ano.

Com previsão de mais de 215 mil vagas, o ano de 2015 deve tornar o so-

nho do concurso público mais próximo da realidade para con-curseiros de todo o país. As va-gas devem ser destinadas para os níveis fundamental, médio, superior e técnico, com abran-gência nacional, distrital, esta-dual e municipal. A informa-ção é da Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos Públicos (ANPAC).

Especialistas apontam como destaques nacionais os concur-sos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Caixa Econômica Federal (CEF), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Departamento de Execução Penal (DEPEN). Já nas esferas estadual e muni-cipal, os concursos mais es-perados são os do Tribunal de Contas do Ceará (TCE/CE), Departamento de Trânsito do Ceará (DETRAN/CE), Autar-quia Municipal de Trânsito (AMC), Polícia Militar do Ceará (PM/CE) e Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT).

Para a supervisora peda-gógica do cursinho Master Concursos, Beatriz Palmela, 27, o principal motivo para a alta procura pelos concursos públi-cos é a busca pela estabilidade fi-nanceira, seguida pelo valor sa-larial e os benefícios proporcio-nados pela carreira. “Concurso é uma fila indiana, é até passar. Se não passar nas primeiras ten-tativas, vai haver um desestímu-lo, mas é aí que tem que entrar a determinação”, explica.

O coordenador do Tiradentes Concursos, Paulo Ígor, 23, des-taca a necessidade do foco para os interessados que decidem

estudar para concursos. “É importante ter a consciência de que não dá para abraçar o mundo”, explica. Para ele, a principal vantagem em fazer um curso preparatório é a pos-sibilidade de convivência com os concorrentes, o que estimula a competitividade.

O professor Thiago Pacífico, 31, destaca a importância da preparação por meio da reali-zação de provas durante o pro-cesso de preparação. “Muitos

alunos começam por concur-sos menos concorridos, para depois tentar os mais concorri-dos”, explica.

Depois de 10 anos traba-lhando para uma instituição bancária, a pedagoga Kariny Prado, 40, decidiu dedicar-se totalmente à preparação para concursos. “Há 6 meses, dei-xei meu emprego porque per-cebi que a rotina de trabalho prejudicava o rendimento nos estudos”, conta. Kariny expli-ca que adota a técnica de fa-zer um cronograma de 8 ho-ras diárias, de segunda a sá-bado, para estudar todas as matérias previstas no edital.

AprovaçãoLogo que concluiu o cur-

so de Nutrição, Renata Bení-cio, 40, atualmente servido-ra do Tribunal Regional do Trabalho do Ceará (TRT/CE), foi aprovada no concurso do Banco do Brasil. Ao perceber que o trabalho no banco era

muito estressante, decidiu pedir afastamento para estu-dar para concursos. “A cada um que eu não passava, claro que me desanimava. Mas isso também mostrava onde eu ti-nha que melhorar”, conta.

Ela estudava de 6 a 8 horas por dia, de domingo a domin-go, com folga apenas nas tar-des de segunda-feira. Depois de 2 anos e meio, conseguiu ser aprovada no concurso do TRT/SP. Em seguida, passou nos TRTs de Santa Catarina e Campinas para o cargo de Técnico Judiciário e no de São Paulo, dessa vez como Analista Judiciária. Por fim, também foi aprovada no TRT/CE, con-seguindo voltar para perto de seus amigos e familiares.

DestaquesO concurso do INSS se des-

taca pelo número de vagas, devendo oferecer um total de 4130, distribuídas entre ní-vel médio e superior. O pedi-do das vagas já foi feito para o Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), e o edital deve ser lançado até o fim do primeiro semestre. Segundo a assessoria de im-prensa do órgão, a remune-ração inicial varia entre R$ 5.016,87 e R$ 11.225, contando com benefícios.

Já no quesito remuneração, especialistas apontam como destaque o concurso do TCE, que vai oferecer benefícios de até R$ 26.589,80. Devem ser ofertadas 47 vagas, distribuídas entre os cargos de Analista de

Concursos oferecem milhares de vagas em 2015Emprego

Entre os mais aguardados pelos concurseiros estão o INSS, pelo número de vagas, e o TCE, pelo salárioREPORTAGEM | FOTOS Jéssica Farias | Luiz Gonzaga Almeida Neto DESIGN Natasha Lima | Paloma Magalhães

Aulão de informática, no preparatório para o concurso do Banco do Brasil

E D I TA L

O primeiro estágio para a

abertura de um edital é o

levantamento do número

de vagas a serem oferecidas.

Após esta etapa, as vagas são

enviadas para aprovação pelo

Ministério Público.

Caso esteja dentro da lei, o

pedido segue para o MPOG,

podendo ser autorizado ou

não. Sendo autorizado, é feita

uma licitação para escolher a

organizadora. Depois disso, o

edital é criado e publicado.

“Se não passar nas primeiras tentativas, vai haver um desestímulo, mas é aí que tem que entrar a determinação”Beatriz Palmela, 27

D I CA

O professor Thiago Pacífico

recomenda estudar para o

concurso antes mesmo de o

edital ser lançado.

Segundo ele, é preciso ter

disciplina e se dedicar ao

estudo de editais anteriores,

tendo em vista que

normalmente o intervalo de

tempo entre o lançamento do

edital e a prova não é grande.

Alunos de curso preparatório assistindo ao aulão para o concurso

30 de Abril de 2015 | Papiro 11

como: palestras, oficinas, si-mulações de assembleia e vo-tação, TV Assembleia e Rádio Assembléia. Entre uma ativi-dade e outra, eles ficam com o tempo livre, e são incentivados a conhecer a cidade.

Com exceção dos meses de ja-neiro, fevereiro, julho e dezem-bro, o programa acontece uma vez por mês e tem duração de uma semana. A participação está sujeita a indicação de um deputado federal, representante

Todos os meses, exce-to no período de reces-so, 50 universitários

de todo o país são seleciona-dos para o Programa Estágio-Visita de Curta Duração, ofertado pela Câmara dos Deputados. O programa, que conta com oito edições anuais, tem como objetivo despertar o interesse dos jovens acadêmi-cos por política e incentivar a participação nos processos democráticos do país.

O estudante da Faculdade 7 de Setembro, Gustavo Freitas, 21, que participou da última edição do programa, afirma que o Estágio-Visita “é uma oportunidade de conhecer por dentro o funcionamento do Congresso Nacional, o processo legislativo e a capital Brasília. Lá encontramos estudantes de todo o país. É uma grande ex-periência cultural.” Durante o estágio, os estudantes par-ticipam de várias atividades,

do Estado do participante. Uma vez indicado, é necessário o envio dos documentos exigidos para o gabinete do respectivo parlamen-tar. Documentos devem ser en-tregues por e-mail, para que seja realizada a inscrição na Intranet da Câmara. A confirmação é fei-ta por meio de um telefonema, ou e-mail, enviado pelo Núcleo de Formação para a Democracia (NUDEM). Ao final do estágio é entregue um certificado de par-ticipação do aluno.

Cada deputado tem direito de fazer duas indicações por ano. Já o universitário só po-derá participar uma única vez. Podem se inscrever estudantes de qualquer área de graduação e de todos os semestres, como também, estudantes que es-tão na pós-graduação. Como a procura vem aumentando, al-guns deputados já fazem sele-ção para que o critério de esco-lha seja por mérito, democrati-zando o processo.

Estágio parlamentar leva estudantes para BrasíliaOportunidade

Iniciativa visa que universitários participem e conheçam mais sobre o processo legislativo brasileiro. Os participantes escolhidos passam uma semana em Brasília acompanhando a rotina do Congresso Nacional e trocando experiências. Calendário de visitas vai até novembroREPORTAGEM | FOTOS Sarah Sousa DESIGN Letícia Alves | Gabriel Barbosa

Gustavo Freitas, acompanhado de outros participantes, em Brasília

V I S I TA - 2 º S E M EST R E D E 2 0 1 5 :

Meses Inscrições Realização

Agosto 13/07 a 17/07 23/08 a 28/08

Setembro 24/08 a 28/08 27/09 a 02/10

Outubro 14/09 a 18/09 18/10 a 23/10

Novembro 19/10 a 23/10 22/11 a 27/11

Documentos devem ser entregues por e-mail, para que seja realizada a inscrição na Intranet da Câmara

mil clientes por dia. O inves-timento foi de R$ 360 milhões.

Além dos empreendimen-tos entregues recentemente, RioMar (Papicu), Shopping Parangaba, North Shopping Parangaba (Jóquei Clube) e a sexta expansão do Iguatemi, mais quatro estão sendo plane-jados: o RioMar II (Presidente Kennedy), Shopping Jaca-recanga, Monsenhor Tabosa (Praia de Iracema) e Mes-sejana Shopping.

Em entrevista ao jornal O Povo (edição de 09/11/2014), o doutorando em Geografia da Universidade Federal do Ceará e pesquisador, Tiago Estevam, disse que Fortaleza teve, em 2013, o maior acréscimo de Área Bruta Locável de shop-pings do Nordeste e o tercei-ro maior do País. O resultado é mais complexo que o mero au-mento da oferta de serviços: “os templos do consumo” também transformam o espaço urbano e influenciam o comportamen-to da população.

Novos shoppings aquecem o mercado cearenseEconomia

Força dos investimentos tem evoluído e se diversificado nos bairros, acompanhando o crescimento econômico da populaçãoREPORTAGEM | FOTOS Mariana Amorim DESIGN Vitória Queiroz

Um dos dois shoppings na Parangaba, motivados pelo poder de compra da classe C

“Existe uma imensa demanda reprimida que só está sendo explorada agora”Abílio do Carmo, 57

Fortaleza vive um “boom” de shoppings. A região me-tropolitana conta com 26

empreendimentos das mais di-versas categorias e tamanhos. A principal causa para o surgi-mento dos novos investimentos é justamente o aumento do po-der aquisitivo dos brasileiros, aliado a incentivos do Gover-no Federal.

Com o foco na classe C emergente e nos bairros pou-co explorados por grandes cen-tros de compras, a Parangaba abriga dois desses empreen-dimentos: o North Shopping Paranga-ba e o Shopping Parangaba, ambos inaugura-dos no segundo semestre de 2013. “Existe uma imensa de-manda reprimida que só está sendo explorada agora”, co-menta o presidente da Associ-ação dos Lojistas de Shopping Centers do Ceará (Aloshop), Abílio do Carmo, em entrevis-ta ao Diário do Nordeste (edi-ção de 07/03/2013). Segundo ele, a Parangaba é o maior

exemplo desse processo de ex-pansão em regiões ainda pou-co exploradas na cidade.

O RioMar Shopping For-taleza, no Papicu, foi inau-gurado em outubro de 2014. Um dos maiores shoppings da Re-gião Nordeste, gerou cer-ca de 8 mil postos de trabalho

diretos. Além de aproveitar o potencial da região, promo-veu também a requalificação do entorno, que inclui os bair-ros Dunas e Praia do Futuro.

Os novos e antigos empre-endimentos foram responsá-veis pela geração de 32.156 pos-tos de trabalho no Estado no

ano passado. O número repre-senta aproximadamente 16,7% do total de empregos registra-dos na Região Nordeste, con-forme a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce).

A sexta expansão do Shop-ping Iguatemi, entregue em 2 de abril deste ano, foi aguarda-da com expectativas. A inau-guração, adiada duas vezes, era esperada desde novembro de 2014. Com a expansão, o sho-pping vai gerar cerca de 7 mil novos empregos e tem uma es-timativa de fluxo médio de 85

12 Papiro | 30 de Abril de 2015

(UCEG), responsável pela orga-nização das atividades envol-vendo jogos eletrônicos.

O diretor geral da UCEG, Izequiel Norões, tem expec-tativas positivas com relação à Casa. Desenvolvida e admi-nistrada pela Fundação de

Ciência, Tecnologia e Inovação (CITINOVA), órgão da prefei-tura de Fortaleza, a Casa tem ambiente com TVs para exibi-ção de vídeos e imagens, arena com estações de jogos eletrôni-cos, museu do videogame, la-boratório hacker para estudo

A Casa da Cultura Digital, ação da Prefeitura de Fortaleza, é o primeiro

ambiente na cidade destina-do exclusivamente para edu-cação na área digital. A Casa, cuja obra e instalação de equi-pamentos estavam concluídas há alguns meses, tem como foco uma programação que in-clui desde palestras e ciclo de conversas à criação de projetos na área tecnológica.

A inauguração aconteceu em 10 de abril e teve a participação do Prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, e do Secretário da Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Inácio Arruda.

Os eventos de formação, que serão oferecidos de for-ma gratuita, terão carga ho-rária variada, conforme o perfil e as características de cada curso, podendo ser de uma a 60 horas.

Para a criação da programa-ção, a Casa conta com o apoio da União Cearense de Gamers

estender seus conhecimentos.De acordo com o asses-

sor de planejamento da CITINOVA, Silvio Roberto

Dias da Silva, a Casa da Cultura digital tem como ob-jetivo oferecer meios para que os participantes sejam agen-tes transformadores e multi-plicadores dos conhecimen-tos adquiridos durante as ati-vidades na Casa. “É intenção do projeto atuar nas diversas áreas que compõem a cultura digital, provendo apoio e fo-mentando o desenvolvimento de iniciativas de forma am-pla”, afirmou.

e desenvolvimento de compo-nentes eletrônicos, biblioteca e videoteca com códigos QR (có-digos de barra em 2D) para es-canear e exibir livros e vídeos.

Estudante de graduação do curso de redes de compu-tadores da Faculdade Estácio Ceará e membro do Conselho curador da Casa, Ana Paula Lourenço, já vinha utilizando o espaço para desenvolver seus projetos. “As instalações são muito boas. Todas as salas da Casa são climatizadas. O labo-ratório hacker é amplo e bem aconchegante. Temos armá-rios e uma bancada especial pra parte elétrica. ” contou.

Pessoas de todas as idades podem participar das ativida-des. No entanto, de acordo com a coordenação da Casa, por se tratar de cultura digital, a ex-pectativa é que a concentra-ção de visitantes e participan-tes seja, principalmente, de jovens envolvidos com a área da tecnologia ou que desejam

Fortaleza ganha espaço dedicado à cultura digitalInovação

Iniciativa de desenvolvimento científico leva ciência e tecnologia para mais perto da população, oferecendo cursos inéditos para jovens e adultosREPORTAGEM | FOTOS Lorena Pio DESIGN Marlone Melo

"É intenção atuar nas diversas áreas que compõem a cultura digital"Silvio Roberto da Silva, 42

A Casa de Cultura Digital está localizada na Praia de Iracema

aparitr da ajuda dos fãs e ou-tros apoiadores por meio da Catarse brasileira. “Selvagens a Procura de Lei” também con-seguiu a gravação do novo ál-bum “Praieiro”, por meio do fi-nanciamento coletivo online. A banda cearense atualmente reside em São Paulo e comemo-rou o financiamento obtido na Catarse do dia 10 de Abril. O show aconteceu no Órbita Bar, em Fortaleza.

Diferente das edições an-teriores, quando o fes-tival acontecia em um

período específico do ano, a nona edição do Festival Ponto.CE inova com oficinas e apre-sentações de shows ao lon-go do ano. O evento, que con-ta com bandas consolidadas no cenário underground bra-sileiro, traz Forfun e Dead Fish com suas novas composi-ções. O show acontece no dia 15 de maio, na Praça Verde do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura.

Oficinas, apresentações de dança, bandas independen-tes nacionais e internacio-nais já marcaram presença no Festival Ponto.CE ao longo da sua história. A edição de 2015 traz o “Noites Ponto.CE”, que ganhou esse nome por aconte-cer em diversas noites ao lon-go do ano, e já garantiu pre-sença de bandas como CPM 22 e Strike. As oficinas também continuam nessa edição, como

por exemplo, o “Longitudes: Programa de Formação e Expansão do Festival” que aconteceu em Fevereiro. “O Longitudes é uma ação de for-mação interdisciplinar do fes-tival Ponto CE, que envolve três municípios do Ceará”, in-forma a página do Festival na internet.

O analista administrati-vo Messias Alves, 22, já este-ve em dois shows do Forfun e será sua primeira vez em um show do Dead Fish. Ele já par-ticipou de outras edições e o que mais o atrai é a diversi-dade proporcionada pelo fes-tival. “Quero um show onde haja maior interatividade com o público. Este ano es-pero que tenha muitas ban-das locais e nacionais.”, diz Messias.

O próximo “Noites Ponto.CE” traz Forfun, banda ca-rioca formada em 2001 e Dead Fish, do Espírito Santo, formada em 1991. As duas

bandas têm novos álbuns para apresentar ao público cearense. Forfun vai mos-trar seu sexto álbum, “NU”, com letras críticas sobre a so-ciedade brasileira. Já Dead Fish volta às origens com o “Vitória”, totalmente inde-pendente e com recorde na Catarse brasileira. A noite do dia 15 de Maio ainda con-ta com apresentação da Rocca

Forfun e Dead Fish garantem show no Ponto.CE 2015Festival

Apresentações ao longo do ano, e em outros munícipios do Ceará, são algumas das inovações trazidas pelos organizadores do festivalTEXTO | Leilane Freitas FOTOS | Angélica Maia DESIGN | Carla Tavares

Show Ponto.CE de 2014, Praça Verde, do Centro Dragão do Mar

Vegas, banda que mistura di-versos ritmos como rock e música eletrônica.

Catarse Catarse é a primeira pla-

taforma de financiamento co-letivo online do Brasil. O site apoia diversos projetos de dan-ça, música e atividades jorna-lísticas. Um dos exemplos é, o álbum “Vitória” da banda “Dead Fish”, que foi gravado

A edição de 2015 traz o “Noites Ponto.CE”, ganhou esse nome por acontecer em diversas noites, e já garantiu presença de bandas como CPM 22 e Strike

30 de Abril de 2015 | Papiro 13

Tradicional Bronze, do Ceará. Ambos custam R$ 720,00 e dão direito à entrada gratuita no setor de Arquibancadas do PV e do Castelão, durante o perío-do de um ano.

Os mais caros ficam por con-ta do Leão do Pici, do Fortaleza, que custa R$ 1.440,00 e o plano Tradicional Ouro, do Ceará, que custa R$ 1.800,00. Os dois valem pelo período de um ano e tem basicamente as mesmas vanta-gens, com a diferença que, nes-ses planos, o torcedor também ganha acesso aos setores mais caros dos estádios da capital.

Mesmo com tantas opções e vantagens, nenhum dos clubes conseguiu ainda a adesão que esperava das duas maiores tor-cidas do estado. Enquanto isso não acontece, aqueles que ain-da não conseguiram encaixar o orçamento a algum dos pla-nos do time do coração, vão ter que continuar fazendo as con-tas para apoiar o seu time.

Para muitos, futebol é co-nhecido como o esporte do povo. Mas, essa defi-

nição parece estar com os dias contados. O que antes era reco-nhecido como um esporte bara-to e acessível para grande par-te da população, hoje está mui-to mais caro, fazendo com que boa parte daqueles que antes frequentavam assiduamente as arquibancadas, agora sele-cionem cuidadosamente quan-do irão ao estádio, ou simples-mente assistam pela televisão, na comodidade do lar. A média de público nos últimos anos do Campeonato Cearense, que mal chega a 3 mil pessoas, ape-nas reforça a situação.

Paulo Rocha, 43, professor de matemática, sempre frequentou os jogos do Ceará, mas percebeu que nos últimos anos está pa-gando muito mais por uma ida ao estádio, e agora não vai mais tanto quanto antes. “O ingresso praticamente dobrou de preço.

Comida e bebida também subi-ram e, agora, com o aumento da gasolina, ficou muito difícil ir sempre, já que eu moro lon-ge dos dois estádios, Presidente Vargas e Castelão”, relatou.

No Campeonato Cearense e na Copa do Nordeste os in-gressos mais baratos custam R$ 30,00. Em média, Fortaleza e Ceará disputam quatro jogos em casa, em um intervalo de um mês, somando um total de R$ 120,00 em ingressos. Se adi-cionarmos os valores de esta-cionamento, que custa R$10,00 (no caso dos jogos no Castelão), e os de alimentos e bebidas, que

custam em média entre R$ 4,00 e R$ 5,00 cada, e a gasolina, para os que vão aos jogos de carro, os custos ficam bem elevados por apenas um mês de futebol.

Para aqueles que preferem ir ao estádio com os familia-res, a dificuldade se torna ain-da maior. O comerciante Sérgio Marques, 38, que costuma ir aos jogos do Fortaleza com sua esposa e os dois filhos, prefere ver a maioria dos jogos pela TV, optando por ir ao estádio ape-nas em dias de decisão. “Não tenho condições de pagar qua-tro ingressos toda semana, en-tão, prefiro ir apenas durante

as fases finais do Estadual e da Copa do Nordeste”.

Uma solução mais barata para o torcedor é aderir aos pacotes de Sócio-Torcedor, ofe-recidos por Ceará e Fortaleza. O Tricolor disponibiliza cin-co planos diferentes, cada um com suas vantagens específi-cas. Já o Alvinegro oferece dez opções de planos. Os mais co-muns e vantajosos são o Leão Fiel, do Fortaleza, e o plano

Valor de ingressos afasta torcedor dos estádios Futebol Cearense

Preços altos e excesso de jogos fazem com que torcedores, que antes frequentavam os estádios regularmente, passem a ir somente em dias de decisão REPORTAGEM | FOTOS Rafael Bastos DESIGN Edemy Gonçalves | Joseanne Nery

Os poucos torcedores presentes reclamam dos altos valores cobrados dentro do estádio

“O ingresso praticamente dobrou de preço... Ficou muito difícil ir sempre, já que eu moro longe dos dois estádios”Paulo Rocha, 43

Os equipamentos usados para a prática do esporte, in-cluindo as peças de segurança, custam aproximadamente R$1 mil. Este valor é para peças de marcas nacionais. Segundo o promotor do evento, o campe-onato Downhill, não tem pe-riodicidade precisa. Todos os eventos têm autorização da Prefeitura de Fortaleza e con-tam com o DETRAN para a in-terdição legal das vias ocupa-das durante a competição. Os vencedores receberão, como prêmio, roupas e acessórios.

Esporte considerado radi-cal, o Skate Downhill, vem despertando a atenção do

público e já está sendo organiza-do em campeonatos. Diante da aceitação dos interessados em praticar e assistir, Fortaleza vai sediar o III Skate Downhill. A competição será realizada no dia 31 de maio, no bairro Dias Macedo. O organizador da com-petição, Alexandre Pardal, pro-move ações nesta área há um ano. Ele diz que o intuito é reu-nir pessoas de todos os bairros de Fortaleza, para fomentar a harmonia desportiva.

O Skate Downhill é um es-porte praticado em ladeiras, onde o objetivo é descer a ram-pa em alta velocidade, fazendo slides. As manobras são desli-zadas ou derrapadas no asfalto, que ajudam a diminuir a acele-ração alcançada na descida. É a modalidade de skate que mais cresce mundialmente.

O primeiro campeonato da modalidade, em Fortaleza,

aconteceu em 2001, na ladei-ra do Centro Dragão do Mar. Foi justamente o ano em que o esporte começou a ser pra-ticado na cidade. Desde en-tão vem conquistando adep-tos e já conta com o apoio da Associação Cearense de Downhill Skate (ACEDS). Os praticantes ganharam, em ou-tubro de 2014, a primeira via própria para o esporte: a ladei-ra da rua Francisco Teixeira de Alcântara, localizada nas

dunas da Praia do Futuro. A rua foi especialmente refor-mada para ser o novo local de encontro dos amantes do Downhill, que sempre reivindi-caram espaços adequados para a prática do esporte.

O brasileiro Sérgio Yuppie Marcelino é considerado o melhor esportista do mun-do nesta categoria, de acordo com o site Skateboard Brasil. Os praticantes correm ris-co de se machucar durante o

percurso, em razão da velo-cidade que atingem. Esse ris-co torna obrigatório o uso de equipamentos de segurança, como joelheiras, cotoveleiras, munhequeiras e capacete.

O skatista Leandro Mendes, 37, que já realizou eventos na modalidade, conta que a moti-vação é a sensação de superação do medo ao realizar uma descida em alta velocidade, fazendo ma-nobras e chegando ao fim com uma boa postura, sem quedas.

Skate Downhill movimenta bairro Dias MacedoEsportes Radicais

A competição permite participantes de qualquer faixa etária das categorias feminino e masculino, e vai oferecer prêmios em acessóriosREPORTAGEM Lara Veras FOTOS Tavares Junior DESIGN Natasha Lima | Paloma Magalhães

Competidor realizando slide

S E RV I ÇO

O campeonato acontece de

15 às 18 horas, na rua Pedro

Dantas, bairro Dias Macedo. A

inscrição para o evento pode

ser feita na loja Off Surf Shop,

situada na rua Chico Mota, 170,

no mesmo bairro, e custa R$10.

14 Papiro | 30 de Abril de 2015

Um livro na frente de uma pessoa com deficiência visual parece

querer falar. Como as palavras se tornam inacessíveis aos que não

enxergam com o sentido da visão, elas esperam ser transformadas em sons,

para que a leitura possa acontecer prazerosa, aos ouvidos daqueles que

não conseguem lê-las com os olhos.