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CEEBJA  PROFESSOR MANOEL MACHADO – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

Paraná · 2012. 2. 10. · Índice •Identificação................................................................................................................ 05 •Apresentação

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CEEBJA  PROFESSOR MANOEL MACHADO – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

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Índice

• Identificação................................................................................................................ 05

• Apresentação............................................................................................................... 06

• Marco situacional........................................................................................................  07• Forma   de   Organização   das   Unidades   Penais:   CDR­L   e 

PEL.............................................................................................................................. 09

• Histórico...................................................................................................................... 13

• Filosofia e Princípios Didáticos­Pedagógicos ........................................................... 14

• Objetivos Gerais ......................................................................................................... 17

• Encaminhamento Metodológico................................................................................. 17

• Avaliação do Projeto Político pedagógico.................................................................. 18

• Perfil dos Educandos do CDRL e da PEL.................................................................. 18

• Forma de Organização da Instituição Educacional .................................................... 20

• Organização Administrativa e Técnica do CDRL e da PEL........................................ 20

• Docentes do CDR........................................................................................................ 21

• Docentes da PEL......................................................................................................... 22

• Matrizes Curriculares................................................................................................... 23

       Fase I......................................................................................................................... 23

       Fase II........................................................................................................................ 24

       Ensino  Médio............................................................................................................ 25

• Organização Física...................................................................................................... 25

• Organização dos Cursos............................................................................................. 26

• Processos de Avaliação, Classificação e Promoção................................................... 28

       Concepção de Avaliação........................................................................................... 28

       Avaliação.................................................................................................................... 29

       Procedimentos e Critérios para Atribuição de Notas................................................. 302

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       Recuperaçãode Estudos............................................................................................ 31

       Aproveitamento de Estudos....................................................................................... 32

      Classificação e Reclassificação.................................................................................. 32

• Biblioteca Escolar........................................................................................................ 32

• Recursos Tecnológicos............................................................................................... 33

            Laboratório................................................................................................................. 33

       Recursos ................................................................................................................... 33

• Recursos Financeiros ................................................................................................. 34

• Aulas de Educação Física........................................................................................... 34

• Recursos Físicos e Materiais da  CDRL e da APED..................................................  35

• Calendário Escolar 2010............................................................................................. 36

• Marco Conceitual........................................................................................................ 37

• Proposta Pedagógico­Curricular.................................................................................. 43

      1­Objetivo da Oferta da Educação para Jovens e Adultos......................................... 43

      2­Caracterização do Curso........................................................................................ 45

            3­ Nível de Ensino..................................................................................................... 46

            4­Educação Especial................................................................................................. 46

            5­ Ação Pedagógica Descentralizada....................................................................... 47

            6­Frequência............................................................................................................. 47

           7­ Exame Supletivo..................................................................................................... 47

           8­ Conselho Escolar.................................................................................................... 47

            9­Material  de Apoio Didático..................................................................................... 48

           10­Indicação da Área ou Fase de Estudos................................................................. 49

           11­Concepção, Conteúdos e Seus Respectivos Encaminhamentos Metodológicos.. 49

                 Disciplinas da Fase I, da Fase II e do Ensino Médio............................................ 49

           12­Regime Escolar...................................................................................................... 155

            13­Organização.......................................................................................................... 155

            14­Forma de Atendimento......................................................................................... 155

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            15­Matricula................................................................................................................ 156

            16­Material  Didático................................................................................................... 157

              17­Área de Atuação.................................................................................................. 157

              18­Estágio Não­Obrigatório...................................................................................... 157

              19­Recursos Humanos............................................................................................. 157

• Plano de Ação da Escola............................................................................................ 166

• Plano de Ação da Direção.......................................................................................... 166

• Plano de Ação da Direção Auxiliar........................................................................... 170

• Plano de Ação dos  Pedagogos... .............................................................................. 172

• Plano de Ação  dos Docentes..................................................................................... 178

• Plano de Ação  do Agente Educacional II  ................................................................. 180

• Metas para 2010......................................................................................................... 181

• Considerações Finais.................................................................................................. 186

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IDENTIFICAÇÃO

CEEBJA ­ Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos Professor  Manoel Machado ­ Ensino Fundamental e Ensino MédioFone/Fax: 043 3342­ 0307. Londrina­Paranáe­mails: [email protected]              [email protected]

Local de Funcionamento

CDR­Centro de Detenção e Ressocialização de LondrinaEndereço: Rodovia  João  Alves da Rocha Loures,  nº 5925Gleba 3 Bocas                                 CEP: 86041 – 271Londrina, PrFone: 043  3343­3311

APED­  Ação Pedagógica Descentralizada

Local de Funcionamento

PEL ­ Penitenciária Estadual de LondrinaRua  Maria da Glória Barroso Casarin, nº 100Jardim Del Rey CEP  86045­140 ­  Londrina, PrFone: 043­  3306 1200

Dependência Administrativa: EstadualEntidade   Mantenedora:   ­Governo   do   Estado   do   Paraná:    Secretaria   de   Estado   da Educação – SEED e  Secretaria de Estado  da Justiça  e da Cidadania – SEJU 

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APRESENTAÇÃO

O presente documento trata­se do Projeto   Político Pedagógico referente ao ano de 2010 do CEEBJA   Professor Manoel Machado ­   Ensino Fundamental e Ensino Médio  que  funciona nas dependências  do  Centro  de  Detenção e  Ressocialização de Londrina e da APED­ Ação Pedagógica Descentralizada  que funciona nas dependências da Penitenciária Estadual de Londrina. 

Destina­se a orientar os trabalhos desenvolvidos nas Escolas de acordo com a realidade     existente   dentro   do   CDR­L   e   da   Penitenciária   Estadual   de   Londrina.   Foi construido   coletivamente   com   todos   os   envolvidos   nas   atividades   educativas   destas Escolas,   considerando­se   a   Proposta   Pedagógico­Curricular,   o   Regimento   Escolar, demais documentos institucionais e as experiências vividas na prática educativa .

           O CEEBJA Profº Manoel Machado oferta o Ensino Fundamental – Fase I, Fase II e o  Ensino Médio na modalidade de Educação para Jovens e Adultos, tendo seus cursos     reconhecidos   pelo   Parecer   CEE/CEB   nº   65/10,   de   10/02/2010   e   o     Ensino Fundamental   Fase   I,     aprovado   pelo   mesmo   Parecer.   Atendendo   alunos   que   se encontram privados da liberdade esta Escola funciona através de um acordo especial de Amparo Técnico firmado entre a Secretaria de Estado da Educação e Cultura   e   da Secretaria da Justiça e da Cidadania pela Resolução Conjunta nº 08/2006­SEED/SEJU. 

                 A Proposta Pedagógico­Curricular desta Escola tem como eixos norteadores a Cultura, o Trabalho e o Tempo e toda atividade pedagógica está  voltada a realidade e às possibilidades   de   aprendizagem   dos   alunos.   Entretanto,   todo   o   trabalho   pedagógico desenvolvido nas escolas, está sujeito às normas de segurança, tendo em vista que   a defesa à vida é prioridade dentro do Sistema Penal. Este destaque se fez  necessário  por tratar­se  de  uma Unidade  Penal     exigindo  muita   cautela  por   parte  de   todos  os  que trabalham neste local. 

Sendo a Cultura um dos eixos da ação pedagógica, visto que dela emanam as manifestações   humanas,   exige­se   que   todos   os   educadores   e   comunidade   escolar mantenham   foco   nas   diversidades   culturais,   percebendo,   compartilhando   e sistematizando as experiências com os educandos, tendo como objetivo nessa relação a transformação e    (re)  construção dos saberes pelos   educandos.   “A cultura deve ser entendida dentro do currículo como relações de poder, sendo produzidas nas interações sociais ”(Silva 2000 p.12).

Nas Unidades Penais onde funcionam as Escolas, o trabalho é uma das bases das   relações   humanas,   portanto,   é   prioridade,   tendo   em   vista   ser   um   meio   de 

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sobrevivência no universo penitenciário. Possibilita aos internos a terapia ocupacional e também     a   aquisição   de   produtos   de   manutenção   necessários   para       melhoria   da qualidade de vida dentro do cárcere.

                                   A Proposta Pedagógico­Curricular está contemplando o trabalho em seu currículo,   possibilitando   ao   aluno   exercer   suas   funções   tanto   no   trabalho   quanto   na escola, selecionando e desenvolvendo conteúdos  relevantes para a  vida do educando, oferecendo­lhe instruções que sejam relevantes no seu dia­a­dia.

O tempo também assume significativa  importância pois é outro eixo norteador das atividades  pedagógicas.  Tanto  o     tempo escolar  como o   tempo pedagógico  são relevantes para os trabalhos escolares.  O primeiro é burocrático, medido pelo relógio, já o segundo,   tem o sentido de tempo vivido, a valorização do processo de formação do indivíduo e priorização da qualidade de todo processo ensino­aprendizagem, Dentro da Proposta   Pedagógico­Curricular   da   EJA     o   aluno   tem   respeitado   o   seu   tempo   de amadurecimento de aprendizagem, cumprindo as etapas de acordo com a carga horária prevista em lei.

Este   Projeto   portanto,   está   em   consonância   com   a   Proposta   Pedagógico­Curricular   e     orientará   todas  as  ações  da   escola,   direcionadas  para  a   realidade  da comunidade   escolar,   não   perdendo  nunca   de   vista   as   necessidades  básicas  para   o crescimento  do   indivíduo   como  um agente  atuante  diante  da  comunidade,  buscando desenvolver atividades na prática através de atividades significativas,  aproveitando as oportunidades ofertadas pelos segmentos do comércio,  das  instituições, da sociedade como   um   todo,   visualizando   e   buscando   atender   as   necessidades   da   comunidade carcerária, com vistas   na contribuição para o retorno do indivíduo à sociedade na qual está impedido por força da pena a ser cumprida de acordo com decisão judicial.

 Finalmente, empenharemos todos os esforços para que este projeto atenda as necessidades do educando que encontra­se   privado de sua liberdade. A escola dentro do sistema  tem como objetivos oferecer a escolarização formal, bem como proporcionar­lhes saberes significativos,  permitindo­lhes melhor qualidade de vida dentro e  fora do Sistema,   corroborando   assim,   com   os   objetivos   dessa   Unidade   Penal,   qual   seja   na reinserção dos apenados na sociedade.

MARCO SITUACIONAL

Este levantamento foi realizado e debatido com toda a comunidade escolar, nos encontros pedagógicos e no cotidiano escolar   abordando   sobre os problemas e dificuldades encontradas  para possíveis  intervenções que tragam melhor aprendizagem, maior qualidade de ensino e benefícios aos apenados acarretando em melhoria de vida dentro e fora da prisão.

A   violência   vem   sendo   um   tema   de   grande   repercussão   e   de   muito preocupação nas escolas, nas famílias e na sociedade. A questão da segurança tornou­se objeto de discussão em todos os ambientes e hoje vive­se   uma luta contra esse estressante problema. O momento é historicamente marcado por muitas polêmicas e o problema dificulta as relações entre  escola    e   aluno. Quando nos deparamos com os valores   cultivados ao  longo do    tempo, notamos com clareza   a  desvalorização dos mesmos. Os jovens absorvem com facilidade os exemplos tanto positivos como negativos 

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observados   no   dia­a­dia   em   todos   os   segmentos   e   principalmente   na   familia, considerando grande participação da mídia  e sociedade em geral  que atua direta  ou indiretamente na formação de valores.                  Novos valores estão prevalecendo  e os pais assistem  apáticos, sem saber como administrar a educação de seus filhos, que não os ouve, banalizam e  até mesmo ignoram  as orientações advindas das experiências dos pais e da  família .

A nossa realidade ­ como educadores ­ é vista do lado de cá dos muros de uma prisão, numa fase em que o homem já   tem formação de vida definida nas suas bases. É nesse momento que entra a tarefa do mestre que acredita que o homem não nasce pronto e que cada professor fará   a diferença nesse processo, abrindo caminhos através   da   educação   e   da   cultura,   possibilitando   aprendizagem   com   qualidade, permitindo­lhe   perceber­se   como   construtor   dos   conhecimentos   necessários   ao desenvolvimento de suas atividades cotidianas no trabalho, família e na sociedade.            Entendemos que o homem é um ser inacabado e está em constante construção sonhando     em obter sua realização pessoal e profissional e quando esse ideal não se concretiza,  vem a necessidade de se sobressair em outras áreas que lhes permitam ter valor  na  comunidade que  faz  parte.  É  capaz de corromper­se,  praticar  atos  ilícitos  e desconsiderar a vida das pessoas fazendo disto sua meta para disputar um  lugar de destaque   no   meio   em   que   vive   e   também   de   suprir   suas   necessidades   e   de   seus familiares. Entendemos que não podemos tomar estas situações como gerais, mas são situações bastante presentes na vida dos nossos alunos fazendo com que nosso desafio seja ainda maior.

           Bem sabemos que a sociedade tem sofrido pela injusta distribuição de renda no país que convive com o desemprego e a falta de mão de obra qualificada, características do sistema capitalista. Para piorar o quadro, a classe dominada não tem acesso aos bens (ou os  tem de má  qualidade) que é  oferecido pelo mundo atual,  nas diversas áreas: tecnológica, saúde, habitação, alimentação, lazer, cultura, esporte. 

          O ato de educar atualmente tem vários complicadores, conforme já citados acima, e o professor, que muitas vezes também é fruto deste conflito, percebe­se com poucas condições   de   auxiliar   seus   alunos     em   suas   dificuldades,   ocasionando   então     a desistência escolar.

           Quando abordamos sobre os fatos conflitantes, nos referimos principalmente aos seguintes problemas, os quais  são marcantes e acontecem de forma significativa dentro da Unidade Penal onde está inserida nossa Escola mas temos bastante claro que  fora do Sistema Penal a realidade não é tão diferente desta que aqui se apresenta:

* Desajuste familiar cujos reflexos são visíveis na escola, causados pela separação dos casais, incompatibilidade de personalidade,  desemprego e violência doméstica,

  *  Desajuste  social,   causado pelo  abandono  da   família,   carência  afetiva,  baixa  auto­estima e  pouca ou nenhuma qualificação para o trabalho,

* Discriminação racial, social e religiosa,

* Influência significativa da mídia   transformando o homem em sua forma de pensar e agir.

* Rotatividade dentro da Unidade Penal, (mudanças de galerias) geradas por canteiros de trabalho  ou por  situações próprias  do  gerenciamento  da  Unidade,  dificultando ou até 

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mesmo   impedindo   que   alguns   alunos­presos   tenham   seqüência   nos   estudos   e/ou terminalidade.

*  Dinâmica  de   funcionamento  da  Unidade  Penal  que  dificulta   a   freqüência  diária   do educando à  escola,  pois  alguns se encontram entre grupos rivais  não podendo estar juntos   no   mesmo   ambiente,   outros   com   periculosidade,   situações   que   os   levam   ao isolamento, concessão de benefícios e progressão de regime da pena e incompatibilidade de horário entre escola e trabalho.

                 Mediante os fatos levantados pela comunidade escolar propõe­se um Projeto Político Pedagógico construído em conformidade com a realidade dos nossos alunos, considerando   assim   a   atipicidade   do   local   e   respeitando   as   normas   e   formas   de organização do Sistema Penitenciário do  CDR­L e da  PEL.      

         O CEEBJA Professor Manoel Machado (Centro de Detenção e Ressocialização de Londrina) e da APED (Penitenciária Estadual de Londrina) respeitam e são direcionados pelas Normas, Diretrizes e Regulamentações estabelecidas pela Secretaria Estadual da Educação do Estado do Paraná – SEED  e Secretaria Estadual da Justiça e da Cidadania bem como pela Legislação Federal estabelecida para a Educação de Jovens e Adultos.

FORMA DE ORGANIZAÇÃO DAS UNIDADES PENAIS CDR E PEL

O   CEEBJA   Professor   Manoel   Machado,   funciona   em   período   matutino   e vespertino   no   Centro   de   Detenção   e   Ressocialização   de   Londrina­CDR   e   na   Ação Pedagógica Descentralizada Especial (APED)­Penitenciária Estadual de Londrina –PEL atendendo jovens e adultos em privação de liberdade que cumprem suas penas no CDR­L   e   na   PEL.   Os   presos   do   CDR   já   foram   julgados   e   os   da   PEL   são   provisórios, aguardando o julgamento.

As duas Unidades Prisionais possuem organização de seleção e separação dos presos observando suas características individuais.

É   importante   que   o   educador   conheça   as   normas   que   estabelecem   a permanência do interno na unidade desde sua chegada, sua ida a escola até a sua saída da Unidade. 

                  Tanto no CDR quanto na PEL quando o preso chega à Unidade, para dar prosseguimento ao cumprimento de sua pena, em primeiro lugar, passa por um período de triagem. Este período, nas Unidades, varia de 10 a 30 dias. Neste tempo, o interno não sai para o pátio de sol e nem tampouco trabalha ou estuda. Nos primeiros 20 dias não recebe visita. Este trabalho de triagem visa conhecer o preso para logo após alojá­lo em uma das galerias da Unidade. Somente após este período é que o preso pode ser matriculado e freqüentar a escola.

                               Quando o interno comete uma sanção disciplinar dentro da Unidade, fica isolado  preventivamente   até   ser   ouvido,   sendo   assegurado   o   direito   de   defesa,   em seguida sendo julgado pelo Conselho Disciplinar ­ CD. Recebendo a punição, o preso será informado da infração que está sendo atribuída a ele.

As faltas são classificadas em leves, médias e graves e vão de 05 a 30 dias de isolamento em galerias previstas para este fim. No período de isolamento, o preso não 

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pode freqüentar a escola. Após ter cumprido o tempo determinado de isolamento, ele pode voltar para a Escola, mas não lhe é assegurada a mesma galeria.

                                 Como o preso da PEL está no aguardo do seu julgamento, pois é uma Unidade     para  presos  provisórios,   sua  permanência  na  PEL   tem  períodos   variados, porque  muitos   já   se   encontram  aguardando   benefícios   garantidos   legalmente,   como transferência de Unidade Penal  entre  outros,  o  que pode  reduzir  o  seu  tempo nesta Unidade. A Escola funciona na PEL em dois locais distintos devido a dinâmica de seleção e separação dos presos, exposta acima.

No local I  ­ Escola, são atendidos os alunos da 1ª, 2 ª , 3ª, 5 ª  e 6 ª  galerias, e no local II – Anexo, são atendidos os alunos da 8ª e 9ª galerias. Os alunos da 7a galeria não são atendidos pela Escola  por serem considerados  presos de alto risco. 

No CDR, devido a organização do local  executada pelo setor de Segurança, DISED,   a   Escola   se   divide   em   dois   locais   de   atendimento.   A   Escola   1,   assim denominada, atende os presos do Bloco 1 e do Bloco 2, das galerias 1,  3, 4, 5, 6, 7 e 8, 12, 15, 16, 17, 18 e a Escola 2 atende os presos do  Bloco 3, das galerias  21, 22  e 24. Esta divisão faz­se necessária tendo em vista os presos dos Blocos 1 e 2 não poderem estar presentes no mesmo ambiente dos presos do Bloco 3, conforme determinação da Segurança. 

 

  Dados do CDR­ Londrina coletados em 01/04/2010

Capacidade de presos para esta Unidade   928Presos nesta data 926Presos que estudam 434Presos que trabalham.....................................................................Faxina ............................................................................................Artesanato ......................................................................................Costura ...........................................................................................La Casa .........................................................................................

139  73  27  08  31

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Estrutura Física

• Área construída: 9.970 m2

• 144 celas coletivas para 6 presos• 96 celas individuais• 12 solários• 10 salas de aula• 06 oficinas• 12 quartos para visita íntima• Consultórios médico e Odontológico• Enfermaria• Salas de atendimento técnicos: 

Assistência   Jurídica,   Recursos   Humanos   (RH),   Divisão   de Prontuário   e   Movimentação   (DIPROM),   Divisão   de Administração   e   Finanças   (DINF),   Divisão   de   Informática, Divisão     de   Segurança   e   Disciplina   (DISED),   Divisão   de Ocupação e Qualificação (DIOQ),  Direção, Direção­Auxiliar, Policia   Militar   (PM),   Psicologia,   Assistência   Social, Telefonista,   Recepção,   Guarita   de   Rua,   Guarita   de   sol   1, Guarita de sol 2, Guarita de sol 3, Inspetoria,

•Refeitório•Cozinha•Sanitários Masculinos  e Femininos•Sala de revista  intima

Presos por Faixa EtáriaIdade Número de presos %18 até  19 01 00,120 até  29 514 55,530 até  39 298 32,240 até  49 84 09,150 até  59 24 02,6Acima de 60 05 00,5

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Total 926 100

Atividades desenvolvidas pela  Área da Saúde nesta Unidade Penal.

1­   Acompanhamento   dos   portadores   do   HIV:   tratamento,   medicamentos, orientações;

2­ Vacinas preventivas das Campanhas Nacionais.

3­ Hipertensão: acompanhamento/ orientação/medicamentos.

4­   Diabetes:   orientação,   procedimentos   preventivos,   indicação   alimentar, medicação.

5­   Doenças   Sexualmente   Transmissíveis   (DST):   orientações,   palestras, orientações individuais;

6­   Controle   da   tuberculose:   medicamento   preventivo,   tratamento, acompanhamento

7­Hipertensão: tratamento e prevenção .

Dados da Penitenciária Estadual de Londrina  coletados em 01/04/2010

Capacidade de presos para esta Unidade   560Presos nesta data 558Presos que estudam 143Presos que trabalham: 80  .Lavanderia 02.Almoxarifado 01.Barbearia 02.Biblioteca 01.Conservação e manutenção 02.Faxina 38.Serviços gerais 03.Serviços gerais externos 03.Fábrica de detergente 02.Empresas Conveniadas:     ALUVIER 05     INCORPAST TREINO 07     INCORPAST 08     TESSARO 06Estrutura Física

• Área construída: 11.243 m2

• 91 celas coletivas para 6 a 8 presos• 7 celas individuais

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• 4 solários• 2 pátios de visita• 05 salas de aula• 02  oficinas• 10 quartos para visita íntima• Consultórios médico e Odontológico• Enfermaria• 06   salas   de   atendimento   técnicos:   Serviço   Social, 

Psicologia, Jurídica e DIOQ.

      Presos por Faixa EtáriaIdade Número de presos %18 até  20 196 3521 até  24 135 2425 até  29 127 2230 até  34 43 7,735 até  45 39 6,946 até  59 18 3,2Total 558 100

Atividades desenvolvidas pela  Área da Saúde nesta Unidade Penal.

1º ­ Os presos passam por um período de  triagem

2º ­ Se necessário passam por atendimento médico

3º ­ Após estes períodos, têm atendimento contínuo – atendimentos de rotina conforme 

as necessidades.

No momento, são estes os atendimentos realizados:

Hipertensão 4

Diabetes 2

Tuberculose 2

HIV(soro positivo) 2

Tireóide 2

Psiquiátricos 15

Campanha de vacinação todas

Campanha de conscientização todas

   

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HISTÓRICO

O CEEBJA – Professor Manoel Machado vem atendendo a população carcerária na cidade de Londrina desde o dia 1º de fevereiro de 1994, por força de termo de acordo especial  de Amparo Técnico, celebrado entre a Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania – SEJU  e a Secretaria de Estado da Educação – SEED.

                     Este CEEBJA atende os alunos que se encontram privados da  liberdade, cumprindo suas penas no Centro de Detenção e Ressocialização de Londrina­CDR­L.            Tem como mantenedor o Governo do Estado do Paraná através da Secretaria de Estado da Educação – SEED e  Secretaria de Estado da Justiça  e da Cidadania – SEJU e funciona nesta   Unidade Penal através   de um acordo especial  de Amparo Técnico celebrado  entre  a    SEJU e    a  SEED,  desde   fevereiro  de  1994,   tendo  sua  validade estendida  até a presente data .               A Resolução Conjunta nº 08/2006­SEED/SEJU, é o que ampara esta  parceria.                 O CEEBJA  Profº Manoel Machado funcionou nas dependências da  Penitenciária Estadual de Londrina, situada à Rua Maria da Glória Barroso Casarin, nº 100, Jardim Del Rey,   em   Londrina,   Pr,   até   maio   de   2007,   quando   os   presos,   já   condenados,     que cumpriam   suas   penas   na   Penitenciária   Estadual   de   Londrina   começaram   a   ser transferidos para o Centro de Detenção e Ressocialização de Londrina – CDR, passando então a cumprir suas penas neste novo local. Em virtude desta mudança, esta Escola também se transferiu para este novo local.                       A Penitenciária Estadual de Londrina passou, nesta data, a abrigar os presos provisórios que se encontram em  Distritos Policiais de  Londrina e região.

            O Processo nº 6104/2007 do Departamento de Jovens e Adultos/SEED, autorizou o atendimento às turmas da Ação Pedagógica Descentralizada – APE ­ que passou a funcionar nas dependências da Penitenciária Estadual de Londrina e está  vinculada a este CEEBJA, atendendo alunos do Ensino Fundamental Fase I e II e Ensino Médio.                       Esta Escola iniciou­se na modalidade de Ensino Supletivo, inicialmente como Núcleo Avançado de Estudos Supletivos na Penitenciária Estadual de Londrina, vinculado ao Centro de Estudos Supletivos de Londrina, conforme RES. 1054/94 e posteriormente como NAES Professor Manoel Machado, pela Resolução n 3717/95/SEED.           De acordo com a RES. 1059/94, ficou autorizado o funcionamento do Curso de 1º grau Supletivo – Função Suplência de Educação Geral, com Avaliação fora do processo, por um período de dois anos. Dessa forma, o estabelecimento mantinha uma estrutura e funcionamento para preparação dos alunos aos Exames de Equivalência dos estudos correspondentes  às  quatro  primeiras  séries  do  1º  grau  e  aos  Exames Supletivos  de Educação Geral,   realizados sob a coordenação do CES de Londrina e supervisão do DESU­SEED, desde a data acima referida.

            Pela Resolução nº 3977/95 de 19/10/95, foi autorizada a Avaliação no processo para os alunos do Curso de 1º Grau Supletivo – Função Suplência de Educação Geral, transformando­se a estrutura e funcionamento do Estabelecimento no sentido de oferecer estudos com avaliação no próprio processo ensino­aprendizagem.                       A  Resolução  nº  3206/98  –  SEED  renovou  o  prazo  de  Autorização  de funcionamento por um período de cinco anos, a partir de 24/02/96.            Foi requerida a Renovação de Funcionamento pelo processo, protocolado sob nº 4.919.984­8 de 23/11/2001.

No período de março de 1995 a dezembro de 2000, este Estabelecimento atendeu o  Ensino   Médio   com   avaliação  no   processo   e   certificação   pelo   CES–Londrina,   hoje 

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Centro  Estadual   de  Educação  Básica  para   Jovens  e  Adultos–Ensino  Fundamental   e Médio, abreviadamente – CEEBJA  Londrina.

             Pela Instrução da SUED Nº 009/2003 de 25 de novembro de 2003  este CEEBJA ficou responsável   pelos PACS ESPECIAIS (Postos Avançados do CEEBJA­Projeto de Descentralização do 1º  e  2º  segmento  do Ensino Fundamental)    que  funcionava nas dependências  do   CIAADI­Centro   Integrado   de   Atendimento   ao   Adolescente   Infrator (atualmente CENSE I­ Centro Estadual de Sócio Educação) e no Educandário (CENSE II –Centro Estadual de Sócio Educação),  para o atendimento aos educandos menores de 18 anos privados de liberdade, internados nestas Unidades  Sociais Oficiais de Londrina, cujo  atendimento por este CEEBJA  vigorou  até o final de 2005. A partir desta data, o atendimento passou a ser feito pelo CEEBJA Centro de Londrina.

               A Resolução nº 4237/03 de 31/03/2004  autorizou o funcionamento do Ensino Fundamental­  Fase I   ,  Fase II  e do Ensino Médio,  na modalidade de Educação para Jovens e Adultos no CEEBJA Professor Manoel Machado, sendo   a execução da nova proposta pedagógica a partir do ano letivo de 2004.                           A partir de maio de 2007, os presos que cumpriam pena   na Penitenciária Estadual   de   Londrina   (PEL)   foram   transferidos   para   o   Centro   de   Detenção   e Ressocialização  de  Londrina   (CDR­L)  e  este  CEEBJA  também se   transferiu  para  as dependências deste   CDR­Lda para atender seus alunos matriculados que passaram a cumprir suas penas no novo local tendo sua alteração de endereço homologada através do Parecer  nº 306/07 de 12/06/2007.                             Em 14/05/2007,  através da Resolução nº  2376/07,   ficou autorizado o funcionamento do Ensino Fundamental Fases I e II e Ensino Médio, na forma presencial, na modalidade   Educação de Jovens e Adultos, neste CEEBJA, tendo sua validade a partir do início do ano letivo de 2006. Esta Resolução teve sua publicação   no Diário Oficial do Paraná na Edição n° 7504 de 02/07/2007 na  página 25.                             Através  do    Processo  nº   6104/2007,   o  Departamento  de   Jovens  e Adultos/SEED, autorizou o atendimento às turmas da  APED­Especial ( Ação Pedagógica Descentralizada) que funciona nas dependências da Penitenciária Estadual de Londrina, localizada na Rua   Maria  da Glória  Barroso Casarim nº  100,  no Jardim Del  Rey,  no município  de  Londrina,  e  estará   vinculada  a  este  CEEBJA.  Esta  APED destina­se  a atender os educandos privados da liberdade que se encontram neste local.

                                     O Parecer nº 65/2010 do Conselho Estadual de Educação renovou o Processo de Reconhecimento do Ensino Fundamental Fase II e Ensino Médio e autorizou o funcionamento do Ensino Fundamental Fase I, na modalidade  Educação de Jovens e Adultos até o ano 2012.

            

FILOSOFIA E PRINCÍPIOS DIDÁTICO­PEDAGÓGICOS

A   educação   de   adultos   exige   uma   inclusão   que   tome   por   base   o reconhecimento do jovem adulto como sujeito. Coloca­nos o desafio de pautar   o   processo   educativo   pela   compreensão   e   pelo   respeito   do diferente e da diversidade: ter o direito a ser igual quando a diferença nos 

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inferioriza e o de ser diferente quando a igualdade nos descaracteriza. Ao pensar no desafio de construirmos princípios que regem a educação de adultos, há de buscar­se uma educação qualitativamente diferente, que tem   como   perspectiva   uma   sociedade   tolerante   e   igualitária,   que   a reconhece ao longo da vida como direito inalienável de todos. (SANTOS, 2004)

A Educação de Jovens e Adultos – EJA, enquanto modalidade educacional que atende a educandos­trabalhadores, tem como finalidade e objetivos o compromisso com a   formação humana e  com o  acesso à  cultura  geral,  de  modo a que os  educandos venham a participar política e produtivamente das relações sociais, com comportamento ético  e  compromisso político,  através  do  desenvolvimento  da  autonomia   intelectual  e moral.                 Tendo em vista este papel, a educação deve voltar­se para uma formação na qual   os   educandos­trabalhadores   possam:   aprender   permanentemente,   refletir criticamente; agir com responsabilidade individual e coletiva; participar do trabalho e da vida   coletiva;   comportar­se   de   forma   solidária;   acompanhar   a   dinamicidade     das mudanças   sociais;   enfrentar   problemas   novos   construindo   soluções   originais   com agilidade e rapidez, a partir da utilização metodologicamente adequada de conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio­históricos1.               Sendo assim, para a concretização de uma prática administrativa e pedagógica verdadeiramente   voltada   à   formação   humana,   é   necessário   que   o   processo   ensino­aprendizagem, na Educação de Jovens e Adultos seja coerente coma) o seu papel  na  socialização dos sujeitos,  agregando elementos  e  valores  que os 

levem à emancipação e à afirmação de sua identidade cultural;

b) o exercício de uma cidadania democrática, reflexo de um processo cognitivo, crítico e emancipatório, com base em valores como respeito mútuo, solidariedade e justiça;

c) os três eixos articuladores do trabalho pedagógico com jovens, adultos e  idosos – cultura, trabalho e tempo; 

Segundo as Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA, as relações entre cultura, conhecimento e currículo, oportunizam uma proposta pedagógica pensada e estabelecida a partir de reflexões sobre a diversidade cultural, tornando­a mais próxima da realidade e garantindo sua função socializadora – promotora do acesso ao conhecimento capaz de ampliar o universo cultural do educando – e, sua função antropológica ­ que considera e valoriza a produção humana ao longo da história.

A   compreensão   de   que   o   educando   da   EJA   relaciona­se   com   o   mundo   do trabalho e que através deste busca melhorar a sua qualidade de vida e ter acesso aos bens   produzidos   pelo   homem,   significa   contemplar,   na   organização   curricular,   as reflexões sobre a função do trabalho na vida humana.

É   inerente   à   organização   pedagógico­curricular   da   EJA,   a   valorização   dos diferentes tempos necessários à aprendizagem dos educandos de EJA, considerando os 

1 KUENZER, Acácia Zeneida. Ensino Médio: construindo uma proposta para os que vivemdo trabalho. São Paulo: Cortez, 2000, p.40.

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saberes adquiridos na informalidade das suas vivências e do mundo do trabalho, face à diversidade de suas características.

E ainda, conforme as Diretrizes Curriculares Estaduais de Educação de Jovens e Adultos no Estado do Paraná:

I. A  EJA deve   constituir­se  de  uma  estrutura   flexível,   pois  há   um  tempo diferenciado   de   aprendizagem   e   não   um   tempo   único   para   todos   os educandos, bem como os mesmos possuem diferentes possibilidades e condições de reinserção nos processos educativos formais; 

II. O tempo que o educando jovem, adulto e idoso permanecerá no processo educativo   tem valor  próprio  e  significativo,  assim sendo  à   escola  cabe superar um ensino de caráter enciclopédico, centrado mais na quantidade de informações do que na relação qualitativa com o conhecimento; 

III. Os conteúdos específicos de cada disciplina, deverão estar articulados à realidade, considerando sua dimensão sócio­histórica, vinculada ao mundo do trabalho, à ciência, às novas tecnologias, dentre outros;

IV. A   escola   é   um   dos   espaços   em   que   os   educandos   desenvolvem   a capacidade de pensar, ler, interpretar e reinventar o seu mundo, por meio da   atividade   reflexiva.   A   ação   da   escola   será   de   mediação   entre   o educando   e   os   saberes,   de   forma   a   que   o   mesmo   assimile   estes conhecimentos   como   instrumentos   de   transformação   de   sua   realidade social;

V. O   currículo   na   EJA   não   deve   ser   entendido,   como   na   pedagogia tradicional, que fragmenta o processo de conhecimento e o hierarquiza nas matérias escolares, mas sim, como uma forma de organização abrangente, na qual os conteúdos culturais relevantes, estão articulados à realidade na qual  o  educando se  encontra,  viabilizando um processo  integrador  dos diferentes saberes, a partir da contribuição das diferentes áreas/disciplinas do conhecimento.

Por isso, o presente Projeto Político Pedagógico, contemplado com a proposta pedagógico­curricular   e   o   currículo   dela   constante   incluirá   o   desenvolvimento   de conteúdos e formas de tratamento metodológico que busquem chegar às finalidades da educação de jovens e adultos, a saber:

- Traduzir a compreensão de que jovens e adultos não são atrasados em seu processo de   formação,   mas   são   sujeitos   sócio­histórico­culturais,   com   conhecimentos   e experiências acumuladas, com tempo próprio de formação e aprendizagem;

- Contribuir para a ressignificação da concepção de mundo e dos próprios educandos;- O processo educativo deve trabalhar no sentido de ser síntese entre a objetividade 

das   relações   sociais   e   a   subjetividade,   de   modo   que   as   diferentes   linguagens desenvolvam o raciocínio lógico e a capacidade de utilizar conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio­históricos;

- Possibilitar   trajetórias   de   aprendizado   individuais   com   base   na   referência,   nos interesses do educando e nos conteúdos necessários ao exercício da cidadania e do trabalho;

- Fornecer   subsídios   para  que  os   educandos   tornem­se   ativos,   criativos,   críticos   e democráticos;

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Em síntese,  o  atendimento  a  escolarização  de   jovens,  adultos  e   idosos,  não refere­se exclusivamente a uma característica etária, mas a articulação desta modalidade com a diversidade sócio­cultural de seu público, composta, dentre outros, por populações do campo, em privação de liberdade, com necessidades educativas especiais, indígenas, que demandam uma proposta pedagógico­curricular que considere o tempo/espaço e a cultura desse grupos.

OBJETIVOS GERAIS DO PROJETO POLITICO PEDAGÓGICO

 

• Desenvolver   um  trabalho  direcionado  as  necessidades  da  comunidade  escolar deste CEEBJA dentro das Unidades Penais, de forma cooperativa, participativa, democrática, respeitando a realidade local.

• Visar  a   interação dos  três  eixos norteadores   que   viabilizarão o avanço e    o desenvolvimento sócio­econômico ­ cultural dos   educandos : Cultura, Trabalho e Tempo.

• Propor   atividades   significativas e práticas para a vida do educando e que sua aprendizagem proporcione mudanças  comportamentais garantindo o sucesso dos educandos.

• Oferecer   um   projeto   que   oportunize   aos   envolvidos   com   a   educação   nestas Unidades Penais, o conhecimento da escola como um todo  para tornar a escola mais dinâmica e eficaz em seus objetivos.

• Proporcionar oportunidades aos professores do desenvolvimento  científico através do uso das multimídias.

• Oportunizar o aprimoramento da  linguagem em todas as suas formas para servir como objeto de comunicação na escrita, na  oralidade e nas diversas expressões artísticas e culturais, promovendo a interação entre os envolvidos com o processo ensino e aprendizagem dos alunos.

• Propiciar     Atividades   Sócio­educativas   que   proporcionem   oportunidades   de crescimento e  inserção social .

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

             Tendo em vista a construção da Proposta Pedagógico­Curricular­SEED, para a Educação de Jovens e  Adultos,  construída pelo  coletivo  da  escola,  que envolveu os docentes,   técnicos­   administrativos,  equipe  pedagógica  e  direção,  o  presente  Projeto Político Pedagógico, construído da mesma forma, envolvendo agora, toda comunidade 

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escolar,   destina­se   a   direcionar   todo     trabalho   educativo   da   escola.   Para   tanto   é necessário que se desenvolva um  trabalho sistematizado,  organizado e continuo,   tais como:

• Reuniões   com   Direção,   Direção­Auxiliar,   professores,   equipe   pedagógica, técnicos­administrativos e os setores da Unidade Penal envolvidos com o processo educativo,   para   discussões   da   realidade   da   escola   bem   como     os encaminhamentos necessários para a solução das dificuldades encontradas. 

• Definição de objetivos e metas prioritárias na solução de problemas, próprios da tipicidade do ambiente escolar – carcerário.

• Reavaliação  da  Direção  e  Direção­Auxiliar  na  busca  de   soluções  práticas  das áreas administrativas e pedagógicas.

• Aprimoramento   das   metodologias     e   estratégias   de   ação   utilizadas   pelos envolvidos diretamente no processo ensino e aprendizagem.

• Organização do trabalho de forma responsável para o cumprimento das metas que levem a aprendizagens significativas aos nossos educandos.

      

AVALIAÇÃO  DO PROJETO POLITICO PEDAGÓGICO

Será considerado um  fator preponderante para avaliação do Projeto  o avanço do educando, segundo   análise e aplicação de instrumentos avaliativos contidos neste PPP e na Proposta Pedagógico­Curricular visando uma  educação de qualidade . 

                 Os locais onde estão instaladas estas escolas, são atípicos, por tratar­se de prisão, logo o   PPP precisa   ser construído para atender   às necessidades dos alunos que estão vivendo neste local.

Assim sendo deverá ser observado se:          • As     Metodologias utilizadas estão adequadas e pertinentes ao processo 

educativo;• O Processo de Avaliação do Desempenho Escolar é  exercido   de forma 

justa e inclusiva;• A Avaliação é descentralizadora e emancipatória;• Acontece   o   desenvolvimento   da   criticidade   e   criatividade   do   educando, 

através   das   atividades   desenvolvidas   bem   como   a   desvinculação   de práticas de memorização;

• Há a preservação da individualidade;• Há   o   conhecimento   da   Proposta   Pedagógico­Curricular,   na   qual   os 

Profissionais da Educação deste CEEBJA deverão cumprir o ato de ensinar e  avaliar,   respeitando o  direito  de  aprendizagem e promoção  do aluno, tendo  em   vista   todos   os   passos   legais   de  aproveitamento   de   estudos, processos de Classificação e Reclassificação,   respaldados na  legislação em  vigor de EJA.

                         Em suma,  a  avaliação deste Projeto  Político Pedagógico será   revista  e acompanhada por toda comunidade escolar através de toda ação pedagógica realizada.

                       

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PERFIL DOS EDUCANDOS DO CDRL E DA PEL

O   perfil   dos   educandos   de   nossa   escola,   delineado   através   de   diversificadas atividades   cotidianas   realizadas   pelos   professores,   pela   equipe   pedagógica   e administrativa, por entrevistas realizadas no momento da matrícula, nos leva a concluir que nossos alunos, na sua grande maioria, vivem em situação  precária e apresentam um baixo nível de escolaridade ou nenhuma escolaridade, demonstrando ser oriundos de um processo   educacional   fragmentado,   excludente,   marcados   por   freqüente   evasão   e reprovação no Ensino Fundamental  e  Médio,  quando passaram pela escolaridade na idade adequada, ou até mesmo, marcados por evasão já estudando em EJA.

  São   adultos   maduros,   muitos   deles   trabalhadores   com   vasta   experiência profissional,   porém,   sem   qualificação,   atuando   na   informalidade   e   subempregos.   No entanto, carregam consigo expectativas de (re)inserção no mercado de trabalho, para quando  terminarem de cumprir suas penas. 

   São pessoas que possuem um olhar diferenciado sobre as situações da vida, oriundos   de   áreas   rurais   empobrecidas,   de   famílias   numerosas,   com   dificuldades diversas, os quais não estudaram na idade adequada ou não concluíram os estudos pois havia necessidade de ajudar a família financeiramente com o seu trabalho, devido a baixa renda dos pais.

   Outros, oriundos de áreas urbanas, suburbanas, em convívio constante com a violência   do   dia­a­dia   e   envolvimento   com     drogas,   com   seus   valores   e   princípios distorcidos, com poucas condições para o trabalho formal, onde o trabalho informal torna­se   proeminente   devido   a   baixa   ou   nenhuma   qualificação   profissional.   A   falta   de escolaridade para estes é determinante para a exclusão social.

 A auto­estima é normalmente baixa devido sua situação de privação de liberdade; muitos não acreditam em si  próprios e o abandono e/ou   pouca atenção da família é expressiva neste local.

 Os alunos que atendemos são em sua maioria, moradores de Londrina e região, área rural e urbana e alguns de outros Estados também.

 Uma característica que nos tem preocupado enquanto educadores, é que  a faixa etária   de   nossos   alunos,   tem   diminuído   cada   ano   mais.   A   cada   ano   que   passa, atendemos alunos mais jovens, tanto para a alfabetização inicial, quanto para a Fase I, Fase II e Ensino Médio.                       Mesmo diante  deste  quadro  negativo  que se  encontram nossos alunos, percebemos que são educandos que possuem grandes conhecimentos, adquiridos em outras   instâncias   sociais,   sendo   experiências   de   vida   significativas   ao   processo educacional, que são consideradas  na elaboração e execução da proposta pedagógico­curricular da escola, configurando­se numa forma diferenciada de ensino­aprendizagem, já que estes sujeitos do processo possuem características próprias.

Portanto,   toda   ação   pedagógica     desenvolvida   por   este   Estabelecimento   de Ensino, que atua no interior do Centro de Detenção e Ressocialização de Londrina e na Penitenciária   Estadual   de   Londrina   está   direcionada   a   um   ensino   que   respeita   a individualidade dos alunos, os conhecimentos adquiridos nas práticas sociais, o tempo que cada um necessita  para  transformar as informações recebidas em conhecimentos e proporcionar  a  estes  alunos,  que  se  encontram privados  da   liberdade,   condições  de 

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sentirem­se participantes da sociedade   para qual   retornarão após o cumprimento de suas penas bem como a possibilidade da continuidade dos seus estudos 

Isto demanda um esforço contínuo de todos os envolvidos na escolarização destes jovens e adultos quanto à garantia do acesso à escola e a permanência em sala de aula, bem como com a qualidade do ensino recebido por todos os presos que optem pelo início e/ou continuidade de seus estudos.

           A prática escolar tem nos indicado que nossos alunos, ao entrarem em contato com a escolarização formal, passam a   acreditar no grande potencial  que os estudos exercem em suas vidas e que uma das formas de reintegrá­los na sociedade, é através da educação e, para isso, criam expectativas positivas, buscam e  encontram na escola: ­ um ambiente de confiança, um local de encontro;­  apoio e ajuda que necessitam para o desenvolvimento de sua aprendizagem;­  respeito pelo seu ritmo de estudo; ­ oportunidade para solicitar informações, tirar suas dúvidas, e solucionar problemas de       natureza   pedagógica;­ ocasião para expor seus problemas e qualquer tipo de dificuldades que estão       diretamente  ligados   aos seus estudos;­ apoio para que realize estudo autônomo e individual;­ possibilidade de relacionar­se com os professores e com os  colegas, percebendo os   momentos de estudos na escola de forma descontraída;   ­ oportunidades de terem suas necessidades educativas  atendidas e­  possibilidade de perceber os conhecimentos adquiridos como úteis para sua vida  e­ a possibilidade de conciliação do horário escolar com o horário determinado para os    canteiros de trabalho, para os que trabalham.

FORMA DE ORGANIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO EDUCACIONAL 

 

O   Parecer   011/00,   do   Conselho   Nacional   de   Educação,   estabelece   as Diretrizes Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos, e explicita que a Educação de Jovens e Adultos objetiva criar situações de ensino e de aprendizagem adequadas às necessidades dos jovens e adultos, realizando sua função reparadora, equalizadora e permanente.

A Lei nº 9.394/96, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, confere   ao   Estabelecimento   de   Ensino   a   incumbência   de   elaborar   a   sua     Proposta Pedagógica, respeitando, porém, as Diretrizes Curriculares Nacionais.

Os momentos de estudos, reflexões e debates entre os profissionais da EJA do Estado   do  Paraná   para  a   elaboração   coletiva  das  novas  Diretrizes  Curriculares  e   o próprio   documento,   Diretrizes   Curriculares   Estaduais   para   a   Educação   de   Jovens   e Adultos do Estado do Paraná também foram as bases para a composição da Proposta Pedagógica presente neste documento. 

                 A proposta pedagógica deste Estabelecimento de Ensino, está pautada ainda em princípios de responsabilidade nas suas ações  pedagógicas, em que o planejamento, o desenvolvimento e a avaliação construídos dentro do processo educacional, revelam sua qualidade e respeito à eqüidade de direitos e deveres de alunos e professores. É nesse momento que podemos nortear a vida escolar, colocando metas e diretrizes que 

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deverão   ser   priorizadas   para   um   desempenho   eficiente   do   trabalho   docente   e consequentemente melhoria no aproveitamento escolar.

A elaboração da Proposta Pedagógico­Curricular deste CEEBJA, já construída e revista sempre que necessário e a construção deste Projeto Político Pedagógico nos levou   a   realizar   uma   profunda   reflexão   sobre   a   nossa   realidade,   revendo encaminhamentos   metodológicos,   seleção   de   conteúdos,   formas   de   avaliar,   agir   e interagir   com a  comunidade  escolar.  Foram momentos  bastante   importantes,  quando discutimos nossos problemas e dificuldades numa atitude, sobretudo, democrática.

Foi possível discutir qual a melhor forma de utilizar os recursos   financeiros, tecnológicos, didáticos e físicos de que a escola dispõe, para garantir tempos, espaços, situações   de   interação,   formas   de   organização   que   propiciem   aprendizagem   efetiva gerando novos conhecimentos.

Para alcançarmos nossos objetivos nos organizamos da seguinte forma:

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA E TÉCNICA

Direção e Direção ­AuxiliarA Direção e Vice­direção da Escola são responsáveis pelo norteamento,  execução, 

organização, superintendência e controle de todas as atividades desenvolvidas no âmbito da unidade escolar.

Diretora: Regina Célia de CastroGraduada em Matemática, formada pela Universidade Estadual de Londrina e Pós­graduada em Didática e Metodologia do Ensino pela Universidade Norte do Paraná.

 Diretor Auxiliar: Julio César CostaGraduado   em   História   pela   Universidade   Estadual   de   Londrina,   Pós­Graduado   em Didática e Metodologia da Educação Básica  pelo IBPEX ­ Instituto Brasileiro de Pesquisa e Extensão e em Gestão de Centros de Sócioeducação pela Universidade Estadual de Londrina ( em curso).

                                       Administração e Apoio AdministrativoSecretária: Maria Aparecida Lucas Favoreto ­ Graduada em Biologia pela Universidade Estadual   de   Londrina.Apoio   Administrativo:   Maria   de   Lourdes   Susigan   –   Graduada   em   Pedagogia   pela Universidade Luterana do Brasil.

Equipe Pedagógica

Pedagogas do CDR e PEL

Responsáveis   pela   orientação   e   avaliação   das   atividades   pedagógicas   da   escola, dinamizando, facilitando e esclarecendo dúvidas junto aos docentes, alunos, direção e administrativo   da   escola   objetivando   a   melhoria   da   qualidade   do   processo   ensino­aprendizagem.

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Pedagogas do CDR:Joana D’Arc Martins  Borba Lopes.Eliany Mara Boamorte José KotindaJussara de Fátima Lustosa Fedato

Pedagogas da PELEliane Subtil MarçalCristiane Katsue Miyazaki Nishiyama

DOCENTES DO CDR

Nome do Professor Nível de Ensino Disciplina

Alice Kioko Okano Fase  II  e Ens. Médio Inglês

Anizio Figueira Fase  II  e Ens. Médio Educação Física

Antonio Luiz de Andrade Lima Fase  II  e Ens. Médio Matemática

Carmem Silvia Perez da Silva Fase I Fase I

Claudemir Lopes Bozzi Ensino Médio Física

Clotilde Edith Greschuk Fase  II  e Ens. Médio Matemática

Eliane Alves Tostes  Fase I Fase I

Eliany   Mara   Boamorte   José Kotinda

 Fase I Fase I

Gerson Wolf  Ensino  Médio Química

Ivoneide Aparecida Parra Fase  II  e Ens. Médio  Ingles

Jane Lopes da Silva Fase  II  e Ens. Médio Ed. Artística

Lindamir Neris Fase  II  e Ens. Médio História

Lucélia Lafani Nogueira Fase  II  e Ens. Médio Ling. Portuguesa

Maria Angélica Torino  Fase  II  e Ens. Médio    Arte

Maria Aparecida Marçal Camilo Fase  II  e Ens. Médio Biologia  e Ciências

Maria de Fátima C. Bernardo Fase  II  e Ens. Médio    Arte

Maria de Fátima de Brito Fase  II  e Ens. Médio Geografia

Maria Jose Ferreira Marques Fase  II  e Ens. Médio   Matemática

Marlene Ciriaco Padilha Ensino Médio Física

Mauricio  Cardoso  Fedato Fase  II  e Ens. Médio Geografia

Nilsa Helena Ruse Fase  II  e Ens. Médio Matemática

Roni de Lourdes Teixeira Fase  II  e Ens. Médio História

Tilce Maia de Mendonça Fase  II  e Ens. Médio Ed. Artística

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Varlete Maria Potrick Fase  II  e Ens. Médio Língua Portuguesa

Varlete Maria Potrick Fase I Fase I

Waldemir Fornitani Elias Fase  II  e Ens. Médio Educ.Física

DOCENTES   DA   PEL

Nome do Professor Nível de Ensino Disciplina

Carmem Benassi Turissi Fase  II  e Ens. Médio Língua Portuguesa

Dídima Maria Giuliangeli Fase  II  e Ens. Médio Matemática

Edno Mariano dos Santos Fase  II  e Ens. Médio Matemática   

Jane Lopes da Silva  Fase  II  e Ens. Médio Arte

Maria de Fátima de Brito Fase  II  e Ens. Médio Geografia

Maria Elena da Silva Fase  II  e Ens. Médio História

Nair de Fátima de Mendonça  Fase I Fase I

Núria Alice Mira Ruelis Fase  II  e Ens. Médio Inglês

Roberto   Braz   Aparecido Cabrera

 Fase  II  e Ens. Médio Geografia

Rosimere Mora Fase  II  e Ens. Médio Ciências

Sirlene Madalena Barros Fase  II  e Ens. Médio IngLês

Tânia Regina Sanches Fase I Fase I

Waldemir Fornitani Elias Fase  II  e Ens. Médio Educ. Física

Walter Cortez Mortaço Fase  II  e Ens. Médio História

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 MATRIZES CURRICULARES

Ensino Fundamental – Fase I

  

Ensino Fundamental – Fase II

MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOSENSINO FUNDAMENTAL – FASE IESTABELECIMENTO:   CEEBJA   PROF.   MANOEL   MACHADO   –   Ensino   Fundamental   e MédioENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do ParanáMUNICÍPIO:   LONDRINA                                                          NRE:   LONDRINAANO DE IMPLANTAÇÃO:1º Sem/2009                                   FORMA: SimultâneaCARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1440 H/A ou 1200 HORAS

ÁREAS  DO  CONHECIMENTO Total de  Horas    Total de  horas/aula

LÍNGUA PORTUGUESAMATEMÁTICAESTUDOS da SOCIEDADE e da NATUREZA

1200 1440

TOTAL 1200 1440Total de Carga Horária do Curso:    1200 horas ou 1440 h/a

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MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOSENSINO FUNDAMENTAL – FASE IIESTABELECIMENTO:   CEEBJA PROF.  MANOEL MACHADO – Ensino Fundamental  e MédioENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do ParanáMUNICÍPIO:    LONDRINA                                        NRE:    LONDRINAANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º Sem/2009                 FORMA: SimultâneaCARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1440/ 1452 HORAS/AULA ou 1200/ 1210 HORAS

DISCIPLINAS Total deHoras

Total dehoras/aula

LÍNGUA PORTUGUESA 226 272ARTES 54 64LEM – INGLÊS 160 192EDUCAÇÃO FÍSICA 54 64MATEMÁTICA 226 272CIÊNCIAS NATURAIS 160 192HISTÓRIA 160 192GEOGRAFIA 160 192ENSINO RELIGIOSO* 10 12TOTAL 1200/1210 1440/1452* DISCIPLINA DE OFERTA OBRIGATÓRIA PELO ESTABELECIMENTO DE ENSINO E DE MATRÍCULA FACULTATIVA PARA O EDUCANDO.Total de Carga Horária do Curso:     1200/1210 horas ou 1440/1452 horas/aula

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Ensino Médio

MATRIZ  CURRICULAR  DO   CURSO   PARA  EDUCAÇÃO   DE JOVENS   E  ADULTOS   ­  ENSINO MÉDIOESTABELECIMENTO:CEEBJA PROFESSOR MANOEL MACHADO­Ens.Fundamental e MédioENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná

MUNICÍPIO: Londrina                NRE: Londrina ANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º Sem/2010                      FORMA: Simultânea

CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1440/1568 H/A ou 1200/1306 HORASDISCIPLINAS Total de Horas Total de horas/aula

LÍNGUA   PORTUGUESA   E LITERATURA 174 208

LEM – INGLÊS 106 128ARTE 54 64FILOSOFIA 54 64SOCIOLOGIA 54 64EDUCAÇÃO FÍSICA 54 64MATEMÁTICA 174 208QUÍMICA 106 128FÍSICA 106 128BIOLOGIA 106 128HISTÓRIA 106 128GEOGRAFIA 106 128LÍNGUA ESPANHOLA * 106 128TOTAL 1200/1306 1440/1568*   LÍNGUA   ESPANHOLA,   DISCIPLINA   DE   OFERTA   OBRIGATÓRIA   E   DE   MATRÍCULA FACULTATIVA PARA O  EDUCANDO. 

ORGANIZAÇÃO   FÍSICA

Instalações das  Salas de Aula  no CDR

Números de salas: 10Banheiros : 02 masculinosBiblioteca: 1 sala ­  Quantidade de livros: 1.870Laboratório de Informática: 1 sala  . O laboratório de Informática encontra­se em processo de implantação, devido as peculiaridades do local.

 

Instalações Administrativas: Direção/Secretaria/Equipe Técnico­Pedagógica Direção / Secretaria / Serviços Técnicos­Pedagógicos : 01 sala

Professores : 01 sala 

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Almoxarifado: 1 sala

Instalações das  Salas de Aula  na PEL

Números de salas: 05Banheiros : 02 masculinos e 01 femininoBiblioteca: 1 sala ­  Quantidade de livros:  2.246

         Instalações  Administrativas: 

Coordenação Pedagógica: 01 sala

Professores : 01 sala 

ORGANIZAÇÃO DOS CURSOS

            Este CEEBJA oferta o Ensino Fundamental Fase I, Fase II e o Ensino Médio na modalidade de EJA­Educação para Jovens e Adultos.                     O Ensino Fundamental Fase II  e o Ensino Médio tiveram renovados o seu Processo de Reconhecimento através do  Parecer CEE/CEB n. 65/10 em 10/02/2010 e a Fase I ficou autorizada a sua oferta por  igual período de mais dois anos pelo mesmo Parecer.          Os alunos do Ensino Fundamental Fase II e do Ensino Médio podem se matricular e cursar até quatro (4) disciplinas por vez e os alunos do Ensino Fundamental Fase I são matriculados   nas   três   (3)   áreas   do   conhecimento   concomitantemente   :   Língua Portuguesa, Matemática e Estudos da Sociedade e da Natureza.              No momento da matrícula o aluno recebe todas as informações necessárias sobre os procedimentos e andamento da escola. Neste momento verifica­se também, junto à equipe   pedagógica   e   professores   a   possibilidade   ou   não   de   ser   Classificado   (   com aproveitamento da carga horária total em 25%, 50%, 75% e 100% para a Fase II e 25%, 50% e 75% para o Ensino Médio) , considerando assim seus saberes já adquiridos, e verifica­se   também, se  há  Aproveitamento  de  Estudos  para  aqueles  que  comprovam estudos já realizados. Os procedimentos para o Processo de Classificação encontram­se regulamentados no Regimento Escolar desta Escola.          O atendimento aos alunos acontecem de forma Individual e Coletivamente.                   A Organização Coletiva é programada pela escola e ofertada através de um cronograma pré­definido que estipula o período, dias e horário das aulas, com previsão de   início   e   término   de   cada   disciplina,   oportunizando   ao   aluno   a   integralização   do currículo. A mediação pedagógica acontece com encaminhamentos dos conteúdos de forma coletiva, o que favorece a relação professor­aluno. Os encontros são presenciais e os alunos devem ter no mínimo 75% de presença na sala de aula.             A Organização Individual   destina­se aos alunos   que não têm possibilidade de freqüentar   as   aulas   com   regularidade,   devido   a   incompatibilidade   com   o   horário   do 

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trabalho,   atividades   culturais,   desportivas   e   religiosas   que   desenvolvem   na   Unidade, atividades   laboro­terápicas,   atendimentos   nos   setores   jurídicos­sociais­psicológicos­médicos­odontológicos e para os alunos que foram matriculados mediante Classificação ou   com   Aproveitamento   de   Estudos.   É   programada   com   dias   e   horários   de   aulas definidos para cada disciplina respeitando o tempo e o ritmo de aprendizagem dos alunos individualmente. Os encontros são presenciais e os alunos devem ter 100% de presença na sala de aula.        Para os educandos que demonstram saberes e conhecimentos adquiridos inclusive em outras  instâncias socias,  têm seu ritmo de aprendizagem acelerado e o professor perceber através de diversificadas avaliações que o aluno tem condições de avançar em seus estudos, lhe é  oferecido a oportunidade de Reclassificação, em conformidade com as   normas   estabelecidas   no   Regimento   Escolar   desta   Escola.   Ele   tem   então, possibilidade de avançar em 25%, 50% e 75% da carga horária total de cada disciplina para a Fase II, podendo inclusive concluir a disciplina e em 25% e 50% para o Ensino Médio, sendo que neste nível não é possível concluir disciplina por este processo. Para participar deste processo de Reclassificação o aluno deve  ter  cursado 25% da carga horária  da disciplina.  Na Fase  I  a  Reclassificação possibilita  a  conclusão desta Fase sendo o aluno considerado apto para cursar a Fase II.                       Todas as informações e procedimentos legais para a Matricula, Processos de Classificação   e   Reclassificação   nesta   Escola,   encontram­se   regulamentados   pelo Regimento Escolar.            Nas duas formas de atendimento, o aluno tem direito a Recuperação de Estudos dos   conteúdos   não   aprendidos,   que   acontecem   paralelamente   aos   estudos,   pois   a avaliação dos conhecimentos é  diagnóstica, contínua, sistemática e abrangente.                     Os cursos são ofertados no Período Matutino e no Período Vespertino. Se caracterizam   por   estudos   presenciais   com   atendimentos   individuais   e   coletivos procurando viabilizar processos pedagógicos como:­ pesquisa e problematização;­desenvolvimento da capacidade de ouvir, refletir e argumentar;­registros, utilizando recursos variados ( esquemas, anotações, fotografias,  ilustrações, textos individuais e coletivos), de modo a permitir a sistematização e socialização dos conhecimentos);­vivências culturais diversificadas que expressem a cultura dos educandos (dentro do que é   possível   em   nossos   ambientes   de   aprendizagem   que   são   bastante   restritos   a expressões culturais) , bem como a reflexão sobre outras formas de expressão.               Para   tanto,  planos  de  estudos  e  atividades  diversificadas  são  elaboradas  e disponibilizadas aos alunos, sempre considerando os saberes adquiridos na história de vida dos alunos.         No primeiro contato com cada professor das disciplinas, os alunos tem acesso ao Guia   de   Estudos   específicos   de   cada   disciplina,   contendo   todas   as   orientações necessárias ao bom desempenho dos seus estudos.                  Nossa Escola não tem aluno com Necessidades Especiais matriculado, mas a qualquer   tempo   está   preparada   para   atendê­los   pedagógicamente,   resguardando   as dificuldades físicas encontradas no local que está inserida nossa escola. Temos previsto em   nossa   Proposta   Pedagógico   ­Curricular   e   no   Regimento   Escolar     condições   de atendê­los  de  modo a  permitir   seu acesso e  permanência,  bem como qualificar  este atendimento.

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          Este CEEBJA tem oportunizado aos alunos e a comunidade desta Unidade Penal, a participação nos Exames Supletivos ofertados pela Secretaria de Estado da Educação­Departamento de Educação e Trabalho através da Coordenação da Educação de Jovens e Adultos, quando é possível concluir as disciplinas ofertadas nos Exames, tanto da Fase II como do Ensino Médio.          Também tem sido expressiva a participação dos nossos alunos e da comunidade da Unidade Penal no Exame  Nacional do Ensino Médio­ENEM, ofertado pelo Ministério da Educação e da Cultura. Com resultados bastante positivos, alguns ex­alunos  já   foram contemplados com Bolsas Integrais,  para cursarem o Ensino Superior, pelo Programa Universidade para Todos­PROUNI.                 Muitos dos nossos alunos  têm oportunidades de participação em concursos literários,   de   redação   e   de   outras   naturezas   educativas.   Sempre   que   é   possível   e permitido pela Unidade Penal há o interesse pelos alunos na participação e nesta questão da permissão da Direção e Setores ligados à escola, em todos os eventos e atividades pedagógicas desenvolvidas,  a  parceria   tem sido positiva,  pois   todos  temos o mesmo objetivo: oportunizar dentro do Sistema Penal condições que permitam ao preso visualizar possibilidades e condições de mudanças de paradigmas para quando se reinserirem na sociedade  possam atuar de forma responsável , compromissada e fraterna .                           Toda movimentação da Escola,  Direção,  Equipe Administrativa,  Equipe Pedagógica, Docentes, além de passar pelas determinações e parcerias da Direção e Setores destas Unidades Penais, está sujeita ao Conselho Escolar deste CEEBJA. É o órgão colegiado representativo da comunidade escolar responsável pela efetivação   de uma   gestão   democrática   na   escola,   tendo   como   principal   atribuição   aprovar   e acompanhar a efetivação deste Projeto Político  Pedagógico, eixo norteador de toda ação escolar, cujo principal objetivo é  garantir o acesso e permanência dos alunos na escola, com qualidade  do  ensino.  Atuar   junto  à  Equipe  Pedagógica  e  Docentes  viabilizando condições   didáticas,   materiais   e   físicas   para   o   bom   desempenho   das   atividades desenvolvidas na escola.                            Este Conselho Escolar é composto pela Direção da Escola, Direção Auxiliar, representante   dos   Professores,   Técnico   Administrativo   e   representantes   de   alguns Setores do CDR­L, entendidos como parte da nossa comunidade escolar.             Atua ainda como órgão consultivo, deliberativo, avaliativo e fiscalizador de toda movimentação escolar.                          Foi aprovado pelo Parecer nº 038/08 e todas as informações relativas a este órgão   encontram­se   no   Estatuto   do   Conselho   Escolar   deste   CEEBJA   disponível   na Direção da Escola.

    PROCESSOS DE AVALIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E PROMOÇÃO

  Concepção de Avaliação

A   avaliação   é   compreendida   como   uma   prática   que   alimenta   e   orienta   a intervenção pedagógica. É um dos principais componentes do ensino, pelo qual se estuda e interpreta os dados da aprendizagem. Tem a finalidade de acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos educandos,  diagnosticar  os   resultados atribuindo­lhes 

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valor.   A   avaliação   será   realizada   em   função   dos   conteúdos   expressos   na   proposta pedagógica.

Na   avaliação   da   aprendizagem   é   fundamental   a   análise   da   capacidade   de reflexão   dos   educandos   frente   às   suas   próprias   experiências.   E,   portanto,   deve   ser entendida como processo contínuo, descritivo, compreensivo que oportuniza uma atitude crítico­reflexiva frente à realidade concreta.

A  avaliação  educacional,   nesse  Estabelecimento  Escolar,   seguirá   orientações contidas no artigo 24, da LDBEN 9394/96, e compreende os seguintes princípios:

•investigativa   ou   diagnóstica:   possibilita   ao   professor   obter   informações necessárias para propor atividades e gerar novos conhecimentos;•contínua: permite a observação permanente do processo ensino­aprendizagem e possibilita ao educador repensar sua prática pedagógica;•sistemática: acompanha o processo de aprendizagem do educando, utilizando instrumentos diversos para o registro do processo;•abrangente: contempla a amplitude das ações pedagógicas no tempo­escola do educando;•permanente:   permite   um  avaliar   constante  na   aquisição   dos   conteúdos   pelo educando no decorrer do seu tempo­escola, bem como do trabalho pedagógico da escola.

Os   conhecimentos   básicos   definidos   nesta   proposta   serão   desenvolvidos   ao longo   da   carga   horária   total   estabelecida   para   cada   disciplina,   conforme   a   matriz curricular, com oferta diária de 04 (quatro) horas­aula por turno, com avaliação presencial ao longo do processo ensino­aprendizagem.

Considerando que os saberes e a cultura do educando devem ser respeitados como   ponto   de   partida   real   do   processo   pedagógico,   a   avaliação   contemplará, necessariamente, as experiências acumuladas e as transformações que marcaram o seu trajeto educativo, tanto anterior ao reingresso na educação formal, como durante o atual processo de escolarização. 

A avaliação processual utilizará técnicas e instrumentos diversificados, tais como: provas   escritas,   trabalhos   práticos,   debates,   seminários,   experiências   e   pesquisas, participação   em   trabalhos   coletivos   e/ou   individuais,   atividades   complementares propostas pelo professor, que possam elevar o grau de aprendizado dos educandos e avaliar os conteúdos desenvolvidos.

É   vedada a avaliação em que os  educandos sejam submetidos a uma única oportunidade  de aferição.  O  resultado  das  atividades avaliativas,  será  analisado pelo educando  e  pelo   professor,   em conjunto,   observando  quais   são  os  seus  avanços  e necessidades, e as conseqüentes demandas para aperfeiçoar a prática pedagógica.

AVALIAÇÃO

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a) avaliação   será   diagnóstica,   contínua,   sistemática,   abrangente, permanente;

b) as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com finalidade educativa;

c) para  fins de promoção ou certificação,  serão registradas 02 (duas) a 06   (seis)   notas   por   disciplina,   que   corresponderão   às   provas individuais   escritas   e   também   a   outros   instrumentos   avaliativos adotados,  durante  o  processo  de  ensino,   a  que,   obrigatoriamente,   o educando se submeterá  na presença do professor,  conforme descrito no regimento escolar;

d) a   avaliação   será   realizada   no   processo   de   ensino   e   aprendizagem, sendo os resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero);

e) para   fins   de  promoção  ou   certificação,   a   nota  mínima   exigida  é   6,0 (seis vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução n.º 3794/04   –   SEED   e   freqüência   mínima   de   75%   (setenta   e   cinco   por cento)do   total   da   carga   horária   de   cada   disciplina   na   organização coletiva e 100% (cem por cento) na organização individual;

f) o educando deverá atingir, pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à recuperação de estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao processo de apropriação dos conhecimentos;

g) a   média   final,   de   cada   disciplina,   corresponderá   à   média   aritmética das avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero);

h) os resultados das avaliações dos educandos deverão ser  registrados em   documentos   próprios,   a   fim   de   que   sejam   asseguradas   a regularidade e autenticidade da vida escolar do educando;

i) o   educando   portador   de   necessidades  educativas  especiais,   será avaliado não por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver.

                            i) para fins de certificação e acréscimo da carga horária da    

      disciplina  de  Língua  Espanhola,  o  educando  deverá  atingir  a  média mínima de 6,0 (seis vírgula zero) e frequência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) do total da carga horária da disciplina;

                           k) no Ensino Fundamental ­ Fase II, a disciplina de Ensino                                     Religioso será avaliada no processo de ensino e aprendizagem, não 

tendo registro de notas na documentação escola, por  não ser objeto de retenção.

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l) para fins de acréscimo da carga horária da disciplina de Ensino       Religioso, na documentação escolar, o educando deverá ter     frequência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) do total     da carga horária da disciplina.

Procedimentos e Critérios para Atribuição de Notas

a) as   avaliações   utilizarão   técnicas   e   instrumentos   diversificados,   sempre   com finalidade educativa;

b) para   fins   de   promoção   ou   certificação,   serão   registradas   02   (duas)   a   06 (seis)   notas   por   disciplina,   que   corresponderão   às   provas   individuais escritas   e   também   a   outros   instrumentos   avaliativos   adotados,   durante   o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá  na presença   do   professor,   conforme   descrito   no   Regimento   Escolar.   Na disciplina   de   Ensino   Religioso,   as   avaliações   realizadas   no   decorrer   do processo   ensino­aprendizagem   não   terão   registro   de   nota   para   fins   de promoção e certificação.

c) a  avaliação será   realizada no processo de ensino  e aprendizagem, sendo os   resultados   expressos   em   uma   escala   de   0   (zero)   a   10,0   (dez   vírgula zero);para   fins  de  promoção  ou  certificação,  a  nota  mínima exigida  é   6,0   (seis vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução n.º 3794/04 – SEED e freqüência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) do total  da carga horária de cada disciplina na organização coletiva e 100% (cem por cento) na organização individual;

d) o educando deverá  atingir,  pelo menos a nota 6,0 (seis  vírgula zero) em cada registro  da avaliação processual.  Caso contrário,   terá  direito  à   recuperação de estudos.   Para   os   demais,   a   recuperação   será   ofertada   como   acréscimo   ao processo de apropriação dos conhecimentos;

e) para  os  educandos  que  cursarem 100% da   carga  horária  da  disciplina,   a média   final  corresponderá  à  média  aritmética  das avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero);

f) os   resultados  das  avaliações   dos   educandos  deverão   ser   registrados  em documentos   próprios,   a   fim   de   que   sejam   asseguradas   a   regularidade   e autenticidade da vida escolar do educando;

g) o  educando  portador  de  necessidades  educativas  especiais,   será   avaliado não por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver.

h) na   disciplina   de   Língua   Espanhola,   as   avaliações   serão   realizadas   no decorrer  do  processo  ensino­aprendizagem,  sendo  registradas 04  (quatro) notas para fins de cálculo da média final;

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i) no   Ensino   Fundamental   ­   Fase   II,   a   disciplina   de   Ensino   Religioso   será avaliada   no   processo   de   ensino   e   aprendizagem,   não   tendo   registro   de notas na documentação escolar, por  não ser objeto de retenção.

Recuperação de Estudos

               A oferta da recuperação de estudos significa encarar o erro como hipótese de construção   do   conhecimento,   de   aceitá­lo   como   parte   integrante   da   aprendizagem, possibilitando a reorientação dos estudos. Ela se dará concomitantemente ao processo ensino­aprendizagem, considerando a  apropriação dos conhecimentos  básicos,  sendo direito de todos os educandos, independentemente do nível de apropriação dos mesmos.

A   recuperação   será   também   individualizada,   organizada   com   atividades significativas, com indicação de roteiro de estudos, entrevista para melhor diagnosticar o nível de aprendizagem de cada educando.

Assim, principalmente para os educandos que não se apropriarem dos conteúdos básicos, será oportunizada a recuperação de estudos por meio de exposição dialogada dos conteúdos, de novas atividades significativas e de novos instrumentos de avaliação, conforme o descrito no Regimento Escolar.

                         A Recuperação dos Estudos acontecerá  a qualquer tempo e sempre que necessário, ficando registrado na Ficha de Avaliação e Freqüência do aluno.

Aproveitamento de Estudos

O   aluno   poderá   requerer   aproveitamento   de   estudos   realizados   com   êxito, amparado pela legislação vigente, conforme regulamentado no Regimento Escolar, por meio de cursos ou de exames supletivos, nos casos de matrícula inicial, transferência e prosseguimento de estudos.

Classificação e Reclassificação

Para a classificação e reclassificação este estabelecimento de ensino utilizará o previsto na legislação vigente, conforme regulamentado no Regimento Escolar.

BIBLIOTECA ESCOLAR

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A  Biblioteca,   inserida na Escola  dentro do Sistema Penitenciário,  não mais deve ser pensada como um espaço onde apenas o aluno interno é freqüentador, mas também os professores e a própria comunidade do Sistema Penitenciário. 

Para entender melhor  o conceito de biblioteca escolar  é  preciso entendê­la como  local  essencial  e  privilegiado para  a prática pedagógica.  É  organizada para  se integrar com a sala de aula no desenvolvimento da Proposta Pedagógico­Currícular da escola,   além   disso,   a   Biblioteca   Escolar   tem   como   objetivo   despertar   nos   alunos   o interesse e o gosto pela leitura, desenvolvendo ações que lhes proporcione o prazer de ler   podendo   servir   também,   como  suporte   para  nossa   comunidade  escolar   em suas necessidades de informações e como suporte de projetos interdisciplinares desenvolvidos pela escola no decorrer do processo pedagógico.              Para que a Biblioteca Escolar seja dinâmica, todos devem cooperar, no sentido de garantir seu espaço e seu acervo. Com estes garantidos,  imperiosa se faz a atuação do bibliotecário, transformando a Biblioteca num espaço dinâmico de trabalho.               Os professores deste estabelecimento atuam em conjunto na implementação de ações que dinamizam a Biblioteca, estando  sempre que possível:­Propondo atividades que estimulem a leitura como uso de DVD, uso de TV com pen­drive, grupo de teatro e outros;­   Colaborando  para  que  a   biblioteca   seja   um   espaço  de   contato   com   a   leitura  e  a pesquisa,tanto para professores como para os alunos;­ Incentivando o empréstimo de livros pelos alunos.              Os alunos tem acesso aos livros da Biblioteca através de empréstimos na escola por professores e pelo sistema de empréstimo de livros realizado pelo setor de Divisão de Ocupação e Qualificação­DIOQ  da Unidade.            Os alunos demonstram interesse pela leitura e entendem ser esta uma forma de contribuir   com a  melhoria  de  suas   leituras  e  escritas,  expandir   seus  conhecimentos, adquirir informações bem como manterem­se em atividade.            Outras ações que envolvem leitura e escrita são desenvolvidas na escola, entre elas a participação no Programa Coquetel nas Escolas que é quando os alunos recebem os passatempos Picolé, para os iniciantes na alfabetização e Fase I e os de nível Fácil e Médio para os de Fase II e Ensino Médio. Com esta atividade de passatempo, nós a percebemos   de   significativa   importância   pois   ajuda   na   melhoria   e   expansão   do vocabulário, leitura, escrita, desenvolvimento do raciocínio lógico e ocupação do tempo ocioso.   Além   de   realizarem   as   atividades   do   passatempo,   os   alunos   participam   de concursos das cruzadinhas, promovidos entre eles mesmos,  em suas celas,  segundo relato de alguns alunos. Permite­lhes  descontração e integração com colegas, além de aprimorarem o espírito de partilha, de vitória e derrota.             A leitura tem se tornado um hábito para muitos dos nossos alunos e embora seja praticada em todas as disciplinas formal e informalmente, alguns Professores vão além e também   realizam   atividades   de   empréstimo   de   algumas   Revistas   e   Gibis,   com   a permissão do Setor de Segurança. Os alunos podem levar para lerem em seus cubículos e devolvem no próximo encontro. É interessante porque desta forma podem  compartilhar a leitura com os colegas do cubículo, possibilitando assim, maior alcance das leituras. Podem compartilhar informações e trocar idéias, possibilitando a formação de opiniões, o que lhes dá maior confiança em si próprios, aumentando assim a auto­estima.          A Biblioteca do Professor é composta por 185 volumes e encontra­se a disposição dos professores para consultas, o que contribui em muito para sua capacitação.            

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RECURSOS TECNOLÓGICOS

  ­LABORATÓRIO

                           Ciência e tecnologia são elementos essenciais para a transformação e o desenvolvimento   da   sociedade  atual.   Esta,   por   sua   vez,   tem  exigido  um  volume   de informações muito maior do que em qualquer época do passado, quer seja para o acesso ao mundo do trabalho, quer para o exercício consciente da cidadania e para as atividades do cotidiano.              A apropriação significativa do conhecimento científico, de modo a contribuir para a compreensão dos fenômenos do mundo natural, em diferentes espaços e tempos do planeta, como um todo dinâmico, como elementos em permanente interação, do corpo humano   e   sua   integridade,   da   saúde   como   dimensão   pessoal   e   social,   do desenvolvimento   tecnológico   e   das   transformações   ambientais   causadas   pelo   ser humano, são resultados esperados na área de Ciências, de Física e Química  do Ensino Fundamental e Médio.               As atividades de laboratório, quando bem implementadas, assumem papel de suma importância, auxiliando o professor no encaminhamento metodológico de temas ou assuntos em estudos, propiciando a   participação ativa dos educandos, potencializando as atividades experimentais e facilitando a compreensão de conceitos ou fenômenos.               Este CEEBJA, como está inserido no Sistema Penitenciário, por questões de segurança, não possui  laboratório, pois não é  possível fazer uso de equipamentos de vidrarias,   aços,   ferros,   objetos   pontiagudos   e/ou   cortantes,assim   como   substâncias químicas, pois estes equipamentos poderão trazer prejuízo à segurança da Unidade e do próprio preso.   A escola, através de recursos áudio visuais e uso de multimídias proporciona condições para que o aluno tenha os devidos esclarecimentos sobre as experiências desenvolvidas nas disciplinas que necessitam deste tipo de material.

 RECURSOS 

                       Vivemos em um  tempo de  “globalização  do  conhecimento”,  quando  o cidadão deve  dominar  as   tecnologias  existentes.  Assim sendo,  a   informática  na escola é  possibilidade de construir  estratégias e habilidades necessárias para a compreensão   e   inserção   no   mundo   atual   com   novas   formas   de   expressão   e comunicação. Neste enfoque, é tratada como um recurso e estratégia para garantir e ampliar a qualidade do processo ensino­aprendizagem.              É preciso ensinar o aluno a trabalhar a informação, utilizando­a para colaborar na solução dos problemas da realidade.  Dessa  forma, o uso da  tecnologia possibilita ensinar de formas diferentes, transformando a aula em investigação.             A escola é o lugar da organização dos conhecimentos e é preciso que jovens e adultos sejam preparados para lidar com a informação.             Com o crescente progresso dos recursos tecnológicos aplicados na educação, os profissionais     deste  CEEBJA,   em especial   os  professores,   já   se   conscientizaram da importância de se  lançar mão dos recursos disponíveis nesta escola. Considerando a importância da lousa, do giz, dos livros, vídeo cassete,   retroprojetor e demais recursos até há pouco tempo utilizados, agora dispomos de outros recursos tecnológicos que têm sido de expressiva utilidade nas práticas pedagógicas: da Tv com entrada para  pen­drive , CD/Dvd e Computador com   Internet, com uso exclusivo para professores. Embora o uso da internet nesta escola seja restrito aos sites do Governo do Paraná e Federal (por 

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questões de segurança determinadas pelo Setor de Segurança do Sistema Penitenciário do   Estado   do   Paraná),   ainda   é   possível   fazer   uso   desta   ferramenta   com   certa regularidade e eficiência .            O Programa Paraná Digital ainda não está implantado por questões técnicas de segurança da Unidade  Penal.          A integração das tecnologias às aulas ministradas requer dos docentes uma nova postura,   levando­os   a   reverem   constantemente   sua   prática   pedagógica,   criando estratégias e situações de aprendizagem  que sejam realmente significativas aos alunos, permitindo a oferta de  ensino com qualidade.                  Para o aprimoramento do uso das ferramentas disponíveis no computador e TV com entrada para pen­drive, contamos com a colaboração do CRTE do NRE de Londrina para   a   capacitação   dos   docentes,   com   freqüentes   cursos   e   disponibilidade   de atendimento  sempre  que  necessário.  Este  CEEBJA atua  com a  utilização  de  alguns recursos tecnológicos em sala de aula, como Televisão com uso de Pen­drive,  Aparelho de CD/DVD e Retroprojetor.             O Laboratório de Informática será operacionalizado através do Programa Paraná Digital ainda em fase de implantação nesta Escola, o qual constituir­se­á em um espaço de apoio ao corpo docente,                          Ficará sob a responsabilidade da Direção do Estabelecimento e parceiros do Programa.   

RECURSOS FINANCEIROS 

                               Os Recursos Financeiros são provenientes do Fundo Rotativo da SEED destinados a manutenção e aquisição de materiais. 

AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

          Tendo em vista estas Escolas estarem implantadas dentro do Centro de Detenção e Ressocialização  de Londrina e Penitenciária Estadual de Londrrina, não é permitido por questões de segurança,  aulas  práticas  de Educação Física  no  pátio     reservado para banhos de sol dos presos, local este que poderia ser utilizado para as   referidas aulas práticas. As aulas são teóricas, realizadas nas salas de aula da escola, no entanto o professor da disciplina procura  torná­las o mais dinâmica possível  envolvendo os alunos e estimulando­os a participarem dos jogos e demais atividades que são permitidos em sala de aula.

RECURSOS FÍSICOS E MATERIAIS

Centro de Detenção e Ressocialização de Londrina ­  CDR

A   Escola   dispõe   de   mobiliários   necessários,   indispensáveis   ao  desenvolvimento  das atividades pedagógicas, em boas condições de uso, sendo eles:     140 Carteiras e cadeiras escolares­SEED   74 Carteiras e cadeiras escolares­SEJU     

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 09  armários  fechados de madeira 05 armários fechados de madeira que também é suporte para a Televisão Pen­drive 01  armário aberto de madeira, com prateleiras 07 ventiladores em salas de aula 01 circulador de ar 03 armários 05 armários de aço 03 armário de aço 2 portas 13 racks para tv 29’ 01 retroprojetor 10 cadeiras estofadas 02 mesas escrivaninha com 3 gavetas 01 televisor a cores 21 pol. 01 vídeo cassete 5 cabeças 04 mesas para uso os professores 01 armário de aço com 12 portas  para materiais dos professores 02 armários com 08 portas médias para materiais dos professores 01 armário com 2 portas grandes para materiais dos professores 03 computadores para uso da secretaria 02 impressoras para uso da secretaria 03 computadores para os professores fazerem pesquisas e produzirem material  didático; 01 impressora para uso dos professores 01 antena parabólica 01 receptor de sinais de TV via satélite 01 amplificador  01 impressora para uso dos professores 06 cadeiras estofadas na direção/secretaria 08 Televisões 19 pol. Com entrada USB 02 aparelhos micro sistem   02 aparelhos de  DVD

RECURSOS FÍSICOS E MATERIAIS

APED ­Penitenciária  Estadual de Londrina ­PEL                   A Escola dispõe de mobiliários necessários, indispensáveis ao desenvolvimento das atividades pedagógicas, em boas condições de uso, quais sejam:          44 Carteiras          61 cadeiras escolares         03 Armário de aço 2 portas         04 ventiladores sala da coordenação e dos professores         11 cadeiras estofadas         04 cadeiras estofadas de rodinhas         03 mesas escrivaninha com 3 gavetas – sala da coordenação         02 mesas grande – sala dos professores         03 televisores a cores 29 pol. com entrada USB         01 computador para uso da coordenação         02 computadores para uso dos professores fazerem pesquisas e produzirem                 material didático         02 impressoras para uso da coordenação e professores

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         01 antena parabólica         01 receptor de sinais de TV via satélite         01 aparelhos de  DVD         01 vídeo         01 Arquivo         01 telefone         07 estantes de aço         Este CEEBJA cumpre o Calendário Escolar em conformidade com as orientações da SEED­Pr

Calendário Escolar  de 2010

D  S T Q Q S S D  S T Q Q S S D  S T Q Q S S  1 2 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6

3 4 5 6 7 8 9 7 8 9 10 11 12 13 15 7 8 9 10 11 12 13 2310 11 12 13 14 15 16 14 15 16 17 18 19 20 dias 14 15 16 17 18 19 20 dias17 18 19 20 21 22 23 21 22 23 24 25 26 27 21 22 23 24 25 26 2724 25 26 27 28 29 30 28 28 29 30 3131

D  S T Q Q S S D  S T Q Q S S D  S T Q Q S S1 2 3 1 1 2 3 4 5

4 5 6 7 8 9 10 20 2 3 4 5 6 7 8 21 6 7 8 9 10 11 12 2111 12 13 14 15 16 17 dias 9 10 11 12 13 14 15 dias 13 14 15 16 17 18 19 dias18 19 20 21 22 23 24 16 17 18 19 20 21 22 20 21 22 23 24 25 2625 26 27 28 29 30 23 24 25 26 27 28 29 27 28 29 30

30 31

11 Feriado mun.

D  S T Q Q S S D  S T Q Q S S D  S T Q Q S S1 2 3 12 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4

4 5 6 7 8 9 10 dias 8 9 10 11 12 13 14 15 5 6 7 8 9 10 11 2111 12 13 14 15 16 17 15 16 17 18 19 20 21 dias 12 13 14 15 16 17 18 dias18 19 20 21 22 23 24 22 23 24 25 26 27 28 19 20 21 22 23 24 2525 26 27 28 29 30 31 29 30 31 26 27 28 29 30

D  S T Q Q S S D  S T Q Q S S D  S T Q Q S S1 2 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4

3 4 5 6 7 8 9 19 7 8 9 10 11 12 13 20 5 6 7 8 9 10 11 1610 11 12 13 14 15 16 dias 14 15 16 17 18 19 20 dias 12 13 14 15 16 17 18 dias17 18 19 20 21 22 23 21 22 23 24 25 26 27 19 20 21 22 23 24 2524 25 26 27 28 29 30 28 29 30 26 27 28 29 30 3131

15 Proclamação da República 25 Natal

In cio/T rmino� �

F rias�Recesso

 Vespertino: das  13:00h  às 17:00h

Planejamento e Replanejamento  

Forma o Continuada  ��

Total

Horário de FuncionamentoMatutino: das 7:30h   às  12:00h

6275dezembro 9julho/agosto 28

Total

dez/reces. 9NRE Itinerante 2 dias fevereiro 7 julho/agost./reces. 23Dias letivos 200

F rias Discentes� F rias/Recessos/Doce�Feriado Municipal 1 dia janeiro 31

12 N. S. Aparecida 2 Finados 19 Emancipação Política do PR11 Dia do Professor

7 Independência             11 OBMEP   22 faseヨ

janeiro / f rias� 30

20 Dia Nacional da Consciência Negra

Outubro Novembro Dezembro

21 Tiradentes 8 OBMEP   1  faseヨ ᆰ

Julho Agosto Setembro

1 Dia Mundial da Paz

Abril Maio Junho

2  Paixão 1 Dia do Trabalho 3 Corpus  Christi

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCA O��Anexo da Resolu o N   3587/09   GS/SEED�� � �

  CALEND RIO  ESCOLAR   2010 � �

CEEBJA PROFESSOR MANOEL MACHADO ­ ENS. FUNDAMENTAL E MÉDIOLONDRINA ­ PARAN                                         TURNO: MATUTINO e VESPERTINO�

Janeiro Fevereiro Mar o�

MARCO CONCEITUAL

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Para   redimensionar   a   educação   da   Escola   dentro   do   sistema   prisional   do Centro  de  Detenção  e  Ressocialização  de  Londrina  e  da  Penitenciária  Estadual    de Londrina   (APED),   foram necessárias  buscar  subsídios  na  estrutura  social  existente  e discutir com a equipe   pedagógica os   problemas causadores dos fracassos escolares. Baseado em fatos que marcaram a situação real da sociedade brasileira, fundamentou­se o Projeto Político Pedagógico. Operacionalizando­se através de métodos e instrumentos para construção de uma educação significativa e democrática.                                   O educador tem o compromisso de analisar criticamente   a Proposta Educativa , observando   a fundamentação teórica para  atender  o alvo proposto (Jovem e adulto). Ainda, o professor não poderá ser o transferidor do seu conhecimento, mas deverá construir e ser construído pelo saber elaborado, (ENSINAR E SER ENSINADO ).

Este documento será responsável em nortear o  ato de educar ou reeducar, para tanto,   é   preciso   conhecimento   legal,   conhecimento   histórico   da   Educação,   e fundamentação teórica e metodológica, para conceber uma prática real.                       A Proposta Pedagógico­Curricular  e  o  Projeto  Político Pedagógico  foram construídos   com   cunho   democrático,   portanto     permite   a   elaboração   de   um   ensino criativo, libertador e formador de educandos críticos. De acordo com a atipicidade local se faz necessário,  mecanismos e ações para o  resgate de valores e  também   da auto­ estima do nosso  aluno, em privação de liberdade .                                       A prática docente estará explicitamente retratada no Projeto Político Pedagógico,  nos Planos de Ação,  dos docentes bem como no Planejamento Anual  e Plano de Trabalho Docente, obtendo resultados a curto, médio e longo prazo.                               Serão  estabelecidos  cronogramas que  direcionem os  estudos  para realimentação   do   saber   do   educador,   para   que   possa   tomar   posse   de   toda fundamentação teórico­histórica.                                   É necessário que a prática docente esteja respaldada no Projeto Político Pedagógico   e   na   Proposta   Pedagógico­Curricular,   sendo   estes   responsáveis   em direcionar toda ação educativa da escola.:diretores, professores, funcionários técnicos, e finalmente o aluno.                   Propiciando o desenvolvimento do currículo da escola, visando melhor e mais eficiente   desempenho   do   trabalho   didático­pedagógico   e,   obviamente,   a   melhoria   da qualidade  do  processo  de  ensino­aprendizagem,   tem   o   presente  PPP     a   função   de orientar  e  avaliar   todas  as  atividades  dos  envolvidos  no  processo  educacional  desta escola,   sendo   portanto   flexível,   devendo   ser   revisto   em   conformidade   com   as necessidades reais da escola.                  Como este processo é dinâmico, deve ser acompanhado por uma avaliação permanente  das  práticas  educativas,   dos  procedimentos,   da   relação  professor­aluno­conhecimento e dos obstáculos aos propósitos da escola e da educação.

                                   Portanto, cabe à comunidade escolar empenhar­se na construção de um Projeto Político Pedagógico que reflita sobre as reais necessidades dos alunos, pensando num   projeto   de   sociedade   local,   regional   e   nacional   perpassando   os   eixos   cultura, trabalho e tempo.

A sua eficácia depende de conseguir por em prática um processo permanente de mobilização dessa comunidade , para alcançar objetivos compartilhados. Para tanto, é necessário   que   haja   mobilização   e   empenho   de   todos,   executando   as   mudanças necessárias na escola. E, pensar em mudanças significativas, é pensar numa Proposta Pedagógica na qual a cultura seja um dos eixos  norteadores da ação pedagógica, haja vista  que dela emanam todas as  manifestações humanas,  entre  elas,  o   trabalho e o 

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tempo.   O  foco deve ser mantido principalmente na diversidade cultural,  percebendo, compartilhando   e   sistematizando   as   experiências   vividas   pela   comunidade   escolar, estabelecendo relações a partir do conhecimento que esta detém, acrescentando novos conhecimentos   a   esse   repertório   cultural   no   intuito   de   formar   indivíduos   autônomos intelectual e moralmente, capazes de  interpretar as condições­históricas ­ culturais da sociedade em que vivem de forma crítica e reflexiva.

O trabalho, outro eixo norteador,  também fará parte da reflexão no processo de mudança da Proposta Pedagógica, compreendendo­o como forma de produção da vida material   a   partir   do  qual   se  produzem distintos   sistemas  de   significação,   situando  o educando relacionado com o mundo do trabalho e que através deste busca melhorar sua qualidade de vida e tendo acesso aos bens produzidos pelo homem. 

Pensar as práticas de significação  na composição da Proposta pedagógica, um dos fatores de relevância é  o  tempo em suas dimensões social  e escolar vivido pelo educando no decorrer de sua vida. O tempo social deve ser   refletido no contexto das múltiplas   interações sociais  vividas  pelo  educando ao  longo de sua vida.  E o   tempo escolar  deve ser analisado nas suas  três dimensões:   tempo físico,   tempo vivido pelo professor e educando e tempo pedagógico.

A proposta pedagógica no contexto penitenciário deverá   viabilizar alternativas concreta para a “ressocialização” dos educandos­ internos. A política de ressocialização , segundo o Departamento Penitenciário do Estado do Paraná (DEPEN), assim expressa:

“Na moldura do estado de direito democrático e consoante aos dilemas da Lei de   Execução   Penal,   a   pena   privativa   de   liberdade   tem   como   finalidade   social,   que consiste   em   oferecer   ao   condenado   os   meios   indispensáveis   para   sua   reintegração social.”

Com o propósito de atingir esses objetivos o Sistema Penitenciário Paranaense adota  políticas  públicas  que valorizem o   trabalho  prisional,  a  assistência  educacional formal e profissionalizante, a assistência religiosa, o esporte e lazer, bem como o contato com o mundo exterior.

A portaria 05/96 da Vara de Execuções Penais considera que:

• É   objetivo  da  execução  penal  e   obrigação  do  Estado,   proporcionar  aos condenados condições necessárias a sua integração social;

• Assim   como   o   trabalho,   a   instrução   comum   ou   profissionalizante   tem finalidade  educativa  e   reabilitadora,     exercendo  papel   preponderante  na reinserção social do condenado, pois  prepara­o para uma profissão; 

• O desempenho de atividade física (trabalho) ou mental (educação) na prisão é direito­dever do condenado, dado a sua natureza pedagógica e quando recompensado o esforço é   fator  de   incentivo,  evita  a  ociosidade e   inibe conflitos “intra­muros”;

• A  importância  da  educação  em nossos dias,  dada  a  competitividade  do mercado  do  trabalho,  haja  vista  que,  sem  ter   concluído  o  primeiro  grau dificilmente alguém consegue emprego e, não raro, condenados presos há anos saem da prisão sem saber ler ou escrever, sendo incerto o seu futuro.

É     senso     comum   defender   a   educação    e     o         trabalho   como   fatores determinantes   para   a   reeducação  e   futura   reinserção   do  preso  na   vida   social   e   no 

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mercado de trabalho. Estas atividades, ainda que não atinjam todos os internos, são sem dúvida, necessárias dentro das Unidades Penais e devem ser estimuladas e difundidas de modo a consolidar essa prática. O que parece faltar é uma ampla discussão para um projeto inovador de formação escolar e profissional integrado, com pressupostos teóricos bem definidos dentro das novas diretrizes, que levam em conta a diversidade cultural, as lacunas intelectuais, psicológicas e sociais dos internos.

Com    isso,  não     se    pretende      afirmar    que    um   projeto       educacional desenvolvido  para  alunos  encarcerados  deva   ter   como  base  um programa  curricular diferente; ao contrário, parte­se do princípio de que o conhecimento científico é universal e   histórico,   portanto,   necessário   a   todos   os   homens   para   melhor   compreensão   da sociedade em que vivem.

O conhecimento científico é um instrumento fundamental para que o educando construa patamares cada vez mais elevado no contexto cultural, ético­social, político e econômico, para que seja capaz de realizar operações mentais mais sofisticadas.

                 Nesse sentido, considerar as características intelectuais, psicológicas e sociais do  preso  significa   investir   duplamente  em educação  para  minimizar   suas   lacunas.  A educação aqui,  não deve ser  entendida  apenas sob o  ponto  de  vista  da  certificação escolar, mas como um programa sistemático de práticas pedagógicas mediadoras entre o educando e os saberes, de forma  a que o mesmo  assimile estes conhecimentos como instrumentos de transformação de sua realidade social, agregando valores que o leve à emancipação e à afirmação de sua identidade cultural.

CONSIDERAÇÕES RESERVADAS NO ESTATUTO PENITENCIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ, DECRETO 1276,

DIÁRIO OFICIAL Nº 4625 DE 31/10/1995.

Artigo 33 ­ Assistência Penitenciária tem por objetivo:

IV­Assistência Educacional, ser prestada por profissionais habilitados compreende:

A) Instrução escolar e profissional assistida, sob orientação psicopedagógica;

B) –Executar os métodos de tratamento de natureza pedagógica;

C) –Acompanhar   diretamente   o   comportamento   do   assistido,   com   a   utilização   das técnicas psicopedagógicas;

D) –esclarecer assistido sobre as peculiaridades do estabelecimento e atividades ao seu alcance;

E) –elaborar pareceres pedagógicos reeducativos para complementar e colaborar com o estudo da personalidade;

F) –elaborar pareceres enfatizando as mudanças comportamentais do assistido, para fins de exame criminológico.

(No artigo 33; das páginas 08,09,10.

Artigo 35­   O Ensino do 1º grau será   obrigatório, integrando­se no sistema escolar da unidade federativa.

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Artigo   36­O   ensino   profissional     será   ministrado   em   nível   de   iniciação   ou   de aperfeiçoamento técnico. A mulher condenada terá ensino profissional adequado á sua condição.

Artigo 37­  As  atividades educacionais  podem ser  objeto  de  convênio  com entidades públicas ou particulares que instalem escolas ou ofereçam cursos especializados.

Artigo 38­ Em atendimento ás condições locais, dotar­se­á cada estabelecimento de uma biblioteca,  para  uso de  todas as  categorias  de  assistidos,  provida  de   livros   instrutivo recreativos e didáticos.

Observação: Parágrafo_ artigo 42.,parágrafo 1º

“A  lei  ou regulamento fixará  a  jornada de trabalho diária e semanal para os presos e internados, observada   destinação de  tempo para  lazer descanso, educação e outras atividades que se exigem como parte do tratamento e com vistas á reinserção social.”

DECRETO N.  4588­ 05/04/2005◦

Publicado no diário oficial n   6942 de 05/04/2005◦

Súmula: Instuído no âmbito do Território Paranaense, em todas as Escolas Públicas Estaduais de 10 e 20 graus, bem como nas Universidades e Faculdades Estaduais, o PROGRAMA DE FORMAÇÃO DA CIDADANIA PLENA...

O GOVERNADOR DO ESTADO DO PARANÁ, no uso de suas atribuições legais, com fundamento no art.  24,   inciso  IX,  da Constituição Federal  e arts.  13,   inciso  IX e 87, incisos   V   e   VI,   da   Constituição   Estadual,   e   considerando   a   importância   de   se proporcionar   o   acesso   à   conscientização   de   todos   os   que   freqüentam   as   Escolas Públicas Paranaenses, de 10, 20 e 30 graus, no que diz respeito ao pleno exercício da sua cidadania;

considerando que esta transformação refletirá imediatamente na melhoria da qualidade de vida destes estudantes,           

considerando que a  informação segura e correta dos direitos e garantias  individuais, aliados   ao   fortalecimento   da   auto­estima   destes   estudantes,   será   fundamental   na sensibilização quanto à prevenção do uso indevido de drogas lícitas e ilícitas, bem como de outras abordagens preventivas em que'stões. de saúde pública,

DECRETO

Art. 10. Fica instituído no âmbito do Território Paranaense, em todas as Escolas Públicas Estaduais de 10 e 20 graus, bem como nas Universidades e Faculdades Estaduais, o PROGRAMA DE FORMAÇÃO DA CIDADANIA PLENA.

Art. 20. Fica estabelecido que será incluído nas disciplinas afins, o tema específico que aborde, informe e esclareça Cidadania, Qualidade de Vida com enfoque na prevenção ao uso indevido de drogas lícitas e ilícitas, em todas as Escolas Estaduais de 10, 20 e 30 graus.

Art. 30. Compete à Secretaria de Estado da Educação definir, através de Resolução do seu Titular, quais as disciplinas já existentes e incluir em seu conteúdo programático o referido tema.

Art. 40. Compete à Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, em consonância com as Universidades e Faculdades Estaduais, definirem através de seus 

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Conselhos   competentes,   em   quais   disciplinas   dos   cursos   que   possuem,   poderá   ser inserido o tema, objeto deste Decreto.

Art.  50.  A Secretaria de Estado da Saúde e a Secretaria  de Estado da Justiça e da Cidadania darão todo o suporte técnico necessário à implantação deste Programa

Art. 60. Fica determinado que em todos os cursos de capacitação que forem destinados aos Profissionais de Educação das Escolas, Universidades e Faculdades Estaduais, seja abordado com profundidade o tema deste Programa.

Art. 70. Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação.

Art. 80. Revogam­se as disposições em contrário.

  

ROBERTO REQUIÃO                                                  

Governador do Estado 

MAURICIO REQUIÃO DE MELO E SILVA                    

Secretario de Estado de Educação 

ALDAIR TARCISIO RIZZI

Secretario de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

ALDO JOSÉ PARZIANELLO

Secretario de Estado da Justiça e da Cidadania

 CLAUDIO MURILL XAVIER 

Secretario de Estado da Saúde 

CAÍTO QUINTANA

Chefe da Casa Civil

HISTÓRIA E CULTURA AFRO­BRASILEIRA NOS CURRÍCULOS ESCOLARES: 

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA  Casa   Civil  ­  Subchefia   para   Assuntos Jurídicos

LEI N. o 10.639, DE 9 DE JANEIRO DE 2003

                                                                             Mensagem de vetoAltera a Lei n.o 9.394, de 20 de dezembro de 1996,  que  estabelece as diretrizes e bases da   educação   nacional,  para   incluir   no currículo   oficial   da   Rede   de   Ensino   a obrigatoriedade   da   temática   "História   e Cultura   Afro­Brasileira",   e   dá   outras providências.

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O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faz saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:Art. 1 ° A Lei n.o 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescida dos seguintes arts.26A, 79­A e 79­B:

"Art. 26­ A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares,torna­se obrigatório o ensino sobre, História e Cultura Afro­Brasileira.

§ 1 ° O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.

§ 2° Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro­Brasileira serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de lite­ratura e História Brasileiras.§ 3° (VETADO)"

"Art. 79­A. (VETADO)"

"Art. 79­B. O calendário escolar  incluirá o dia 20 de novembro como 'Dia Nacional da Consciência Negra' ."

Art.   2°   Esta   Lei   entra   em   vigor   na   data   de   sua publicação.

Brasília,9 de janeiro de 2003; 182.° da Independência e 115.° da República.LUIZ INÁCIO LULA DA SILVACristovam   Ricardo   Cavalcanti Buarque

              

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                       PROPOSTA PEDAGÓGICO­CURRICULAR

1 ­ OBJETIVO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

                   A Educação deve ser concebida como um direito do ser humano, no qual está intrínseco o desejo de querer “ser mais”, e isto o difere dos outros seres vivos, pois busca superar sua condição de existência no mundo. Para tanto, convive em sociedade, está ativa   e   permanentemente   presente   no   mundo,     mudando­o,   fazendo   história, transformando a natureza e se utilizando do trabalho para suprir necessidades.           Conforme Paulo Freire ”a educação é um processo a longo prazo” (GADOTTI,2000, p.104), assim, os processos educativos estão presentes na vida das pessoas, fazendo­as estar em constante processo de formação e transformação, educando­se sempre.                   Porque se educa em sua vivência, em todos os ambientes que freqüenta, a sociedade moderna estipula quase que como condição de sobrevivência e bem estar social,  que adquira conhecimentos essenciais,  normas,  comportamentos e habilidades que são ensinados­aprendidos no ambiente escolar dos sistemas de ensino.          Esta condição, portanto, deve ser encarada como um direito a que toda pessoa tem de se escolarizar pois lhe dá oportunidade da realização de outros direitos econômicos, sociais e culturais, tais como saúde, moradia, meio ambiente, participação política, entre outros.         Garantir a todo cidadão este direito é dever do Estado.           Direito  previsto em forma de lei, na Constituição Federal e  na Lei de Diretrizes e Bases Nacionais e na Lei de Execuções Penais.         A Educação de Jovens e Adultos se propõe a resgatar junto aos jovens, adultos e idosos, parcela da população que se viu excluída e privada deste processo formal da educação, ou por não ter condições de estudar na idade adequada ou por abandonar os estudos, por motivos diversos, vivendo à margem da sociedade em função de problemas de conjuntura econômica e social,  o  direito  de acesso ao conhecimento elaborado,  a cultura geral,  às produções artísticas,  aos  instrumentos educativos necessários à  sua formação/ transformação humana.

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                 Esta   presente Proposta Pedagógico­Curricular, foi construída apoiando­se nas Diretrizes Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos­ pelo Parecer nº 011/00 do Conselho Nacional de Educação­, que objetiva que a EJA crie situações de ensino e de aprendizagem adequadas às necessidades dos jovens e adultos, realizando desta forma, sua função reparadora, equalizadora e permanente a estes sujeitos; apoiando­se  na Lei de   Diretrizes   e   Bases   da   Educação   Nacional­   Lei   nº   9.394/96­   que   incumbe     os Estabelecimentos   de   Ensino   de   elaborarem   sua   Proposta   Pedagógica,     de   modo   a atender   as   especificidades   de   seus   alunos   e   ainda,   apoiando­   se   nas   Diretrizes Curriculares Estadual  para a Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná e na Lei de Execuções Penais,  na portaria nº 05/96, mantendo o direito ao apenado de seus estudos.             Sua construção e desenvolvimento coletivos, avaliada constantemente, pauta­se em princípios  de   responsabilidade  nas  ações  pedagógicas,   respeitando­se  o  perfil,  o tempo, a cultura e as necessidades dos alunos, se propondo na construção curricular, a fornecer   subsídios   para   que   se   afirmem   como   sujeitos   ativos,   críticos,   criativos   e democráticos.            Esta construção curricular, para atender  os alunos desta escola, perpassa pelos eixos; cultura, trabalho e tempo, e objetiva levar o educando a perceber­se sujeito na construção do conhecimento mediante a compreensão dos processos de trabalho, de criação,   de   produção   e   da   cultura,   confirmando   saberes   adquiridos   para   além   da educação escolar, na própria vida, apropriando­se dos conhecimentos para o mundo do trabalho   e   o   exercício   da   cidadania,   de   forma   a   ressignificar   suas   experiências socioculturais.                 Esta presente Proposta Pedagógico­Curricular torna­se um desafio ainda maior, muito   bem   aceito   por   todos   os   profissionais   da   educação   que   atuam   neste estabelecimento   de   ensino,   pois     está   inserido   dentro   do   Centro   de   Detenção   e Ressocialização de Londrina ( CDR­ LDA),  e Penitenciária Estadual de Londrina ( PEL ), através de uma Ação Pedagógica Descentralizada (APED), e atende aos presos que, em conflito com a lei, cumprem suas penas nestes locais.                   O desenvolvimento desta Proposta Pedagógica não seria possível    se não contassemos com as  importantes e significativas   parcerias que  temos dentro destas Unidades Penais, junto aos setores que estão mais próximos de nossas ações. Todas as ações desenvolvidas passam pelo crivo dos Setores de Segurança.                   A Educação no Sistema Penal está prevista na Lei de Execuções Penais, na portaria  nº  05/96,  portanto,  a  Educação  formal  básica  é  um direito  do  apenado,  que perdeu temporariamente sua liberdade.           A Educação  numa  Unidade Penal, assume papel de extrema relevância. É por meio   dela   que   o   ser   humano   consegue   emancipar­se,   ter   acesso   ao   conhecimento socialmente produzido, expressar sua opinião confrontando­a com a dos colegas e com a do professor, elevar sua auto­estima, recuperar  e aprimorar sua cidadania, valorizando a democracia e o    respeito  aos seus direitos e seus deveres,    além de oportunizar ao educando   o   inicio   e/ou   conclusão   de   sua   formação   escolar   básica,   bem   como   a possibilidade do acesso     à  continuidade dos estudos em nível superior,  como temos casos comprovados nesta Unidade Penal.          Nestes locisl, o acesso ao conhecimento produzido permite ainda, aos sujeitos da EJA, a oportunidade de incorporarem­se ao mundo do trabalho com melhores condições de desempenho e participação na sociedade, pois esta Proposta Pedagógica ­ Curricular vai além das grades. 

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                 Ela é   pensada, planejada, refletida, desenvolvida e concretizada tendo sempre como premissa que o nosso aluno, que hoje encontra­se privado de sua liberdade, pode a qualquer tempo resgatá­la e dar continuidade aos seus estudos fora do Sistema Penal, em outro  Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos, ou outras escolas que afertam a EJA, sem que haja prejuízo na sua aprendizagem.         Na prisão, a escola é uma referência positiva, conforme podemos perceber na fala de um detento:” ...a escola é o melhor “adianto” na cadeia...”. É onde ele passa o tempo de   forma   construtiva,   e   esta   fala   vem   de   encontro   ao   que   diz   Paulo   Freire:   “Se   a educação não pode tudo, alguma coisa a educação pode”.                 É nesta perspectiva   que esta Proposta   Pedagógico­Curricular se efetiva num trabalho sério, dinâmico e comprometido com a transformação social, procurando, além de   todos   os   desafios   já   citados,   contribuir   com   a   ressocialização   dos   alunos   que freqüentam estas escolas.          A ação educativa é desenvolvida de forma responsável, procurando­se considerar as premissas de conhecimento que cada sujeito traz, suas especificidades de situação social e  pessoal, considerando­se o local e a situação em que se encontra no momento, sistematizando   os   conhecimentos   e   informações   e   problematizando­os   para   uma compreensão   consciente  de   sua   função   social,   para  melhor   se   re­inserir   e   atuar   no mundo em que vive.          Com esta Proposta,  os Cursos do Ensino Fundamental Fase I,  Fase II e Ensino Médio   deste   CEEBJA   pretendem   contribuir   para   a   superação   da   exclusão   social, possibilitar   aos   nossos   alunos   se   sentirem   construtores   e   integrantes   da   história, tornando­se mais conhecedores dos seus direitos e deveres, respeitadores dos direitos dos outros, pessoas   críticas, com condições de opinar, agir, descontruir e construir a história,  o   lugar  que  ocupa,  o   tempo em que  vive,  ajudando  na  construção  de  uma sociedade   mais   justa,   mais   inclusiva,com   melhores   condições   de   convivência   e alimentando   a esperança de uma sociedade igualitária de direitos, que   proporcione o crescimento pessoal e profissional.  2­CARACTERIZAÇÃO DO CURSO

                           Este estabelecimento de ensino tem como uma das finalidades, a oferta de escolarização de jovens, adultos e idosos que buscam dar continuidade a seus estudos no   Ensino   Fundamental   ou   Médio,   assegurando­lhes   oportunidades   apropriadas, consideradas suas características, interesses, condições de vida e de trabalho, mediante ações didático­pedagógicas coletivas e/ou individuais.             Portanto, este Estabelecimento Escolar oferta Educação de Jovens e Adultos – Presencial, que contempla o total de carga horária estabelecida na legislação vigente nos níveis do Ensino Fundamental e Médio, com avaliação no processo.            Os cursos são caracterizados por estudos presenciais desenvolvidos de modo a viabilizar processos pedagógicos, tais como:

1. pesquisa e problematização na produção do conhecimento; 

2. desenvolvimento da capacidade de ouvir, refletir e argumentar;3. registros,   utilizando   recursos   variados   (esquemas,   anotações,   fotografias, 

ilustrações,   textos   individuais   e   coletivos),   permitindo   a   sistematização   e socialização dos conhecimentos;

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4. vivências culturais diversificadas que expressem a cultura dos educandos, bem como a reflexão sobre outras formas de expressão cultural.

             

                Para que o processo seja executado a contento, serão estabelecidos plano de estudos e atividades. O Estabelecimento de Ensino disponibilizará o Guia de Estudos aos educandos, a fim de que este tenha acesso a todas as informações sobre a organização da modalidade. 

Organização Coletiva

Será   programada   pela   escola   e   oferecida   aos   educandos   por   meio   de   um cronograma que estipula o período, dias e horário das aulas, com previsão de início e término de cada disciplina, oportunizando ao educando a integralização do currículo. A mediação pedagógica ocorrerá priorizando o encaminhamento dos conteúdos de forma coletiva,   na   relação   professor­educandos   e   considerando   os   saberes   adquiridos   na história de vida de cada educando.

A   organização   coletiva   destina­se,   preferencialmente,   àqueles   que   têm possibilidade de freqüentar com regularidade as aulas, a partir de um cronograma pré­estabelecido. 

Organização Individual

A organização individual destina­se àqueles educandos trabalhadores que não têm  possibilidade  de   freqüentar   com   regularidade  as   aulas,   devido   às   condições  de horários alternados de trabalho e para os que foram matriculados mediante classificação, aproveitamento de estudos ou que foram reclassificados ou desistentes quando não há, no momento em que sua matrícula é reativada, turma organizada coletivamente para a sua inserção. Será programada pela escola e oferecida aos educandos por meio de um cronograma que estipula os dias e horários das aulas, contemplando o ritmo próprio do educando,   nas   suas   condições   de   vinculação   à   escolarização   e   nos   saberes   já apropriados.

  3­NÍVEL DE ENSINO

Ensino Fundamental – Fase I

             A oferta de Ensino Fundamental – Fase I atende jovens, adultos e idosos não alfabetizados  e/ou  aqueles  que  não concluíram as  séries   iniciais  do  ensino fundamental,   com   o   objetivo   de   continuidade   dos   estudos   e   conclusão   da educação básica.  Ocontece neste  Estabelecimento  de  Ensino  somente  devido  a especificidade   do   local,   pois   é   de   competência   exclusiva   do   Estado   atender educandos  em  privação de liberdade .

A mediação pedagógica ocorrerá de maneira interdisciplinar, não havendo nenhuma separação entre alfabetização e outras possibilidades de  intermediação, que possam constituir barreiras ao desenvolvimento educacional do educando. Este será matriculado ao mesmo tempo em todas as áreas do conhecimento.

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 Ensino Fundamental – Fase II

Ao   se   ofertar   estudos   referentes   ao   Ensino   Fundamental   –   Fase   II,   este estabelecimento   escolar   terá   como   referência   as   Diretrizes   Curriculares   Nacionais   e Estaduais, que consideram os conteúdos ora como meios, ora como fim do processo de formação humana dos educandos, para que os mesmos possam produzir e ressignificar bens culturais, sociais, econômicos e deles usufruírem.                       Visa, ainda, o encaminhamento para a conclusão do Ensino Fundamental e possibilita a continuidade dos estudos para o Ensino Médio.

Ensino Médio

O Ensino Médio no Estabelecimento Escolar terá como referência em sua oferta, os   princípios,   fundamentos   e   procedimentos   propostos   nas   Diretrizes   Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – Parecer 15/98 e Resolução n.º 02 de 07 de abril de 1998/CNE, nas Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação de Jovens e Adultos e nas Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica.

 4­ EDUCAÇÃO ESPECIAL                         Este Estabelecimento de Ensino contempla, também, o atendimento a educandos com necessidades educativas especiais, inserindo estes no conjunto de educandos da organização   coletiva   ou   individual,   priorizando   ações   que   oportunizem   o   acesso,   a permanência e o êxito dos mesmos no espaço escolar, considerando a situação em que se encontram individualmente estes educandos.

Uma   vez   que   esta   terminologia   pode   ser   atribuída   a   diferentes   grupos   de educandos, desde aqueles que apresentam deficiências permanentes até aqueles que, por razões diversas, fracassam em seu processo de aprendizagem escolar, a legislação assegura   a   oferta   de   atendimento   educacional   especializado   aos   educandos   que apresentam necessidades educativas especiais decorrentes de:

1. deficiências mental, física/neuromotora, visual e auditiva;2. condutas típicas de síndromes e quadros psicológicos,             neurológicos ou psiquiátricos; 3. superdotação/altas habilidades.

   É importante destacar que “especiais” devem ser consideradas as alternativas e as estratégias que a prática pedagógica deve assumir para remover barreiras para a aprendizagem e participação de todos os alunos.                       Desse modo, desloca­se o enfoque do especial ligado ao educando para o enfoque   do   especial   atribuído   à   educação.   Mesmo   que   os   educandos   apresentem características diferenciadas decorrentes não apenas de deficiências mas, também, de condições   sócio­culturais   diversas   e   econômicas   desfavoráveis,   eles   terão   direito   a receber apoios diferenciados daqueles normalmente oferecidos pela educação escolar.             Garante­se, dessa forma, que a inclusão educacional realize­se, assegurando o direito à igualdade com eqüidade de oportunidades. Isso não significa o modo igual de 

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educar a todos, mas uma forma de garantir os apoios e serviços especializados para que cada um aprenda, resguardando­se suas singularidades.

5­AÇÕES PEDAGÓGICAS DESCENTRALIZADAS

Este   Estabelecimento   Escolar   desenvolve   uma   Ação   Pedagógica Descentralizada, que funciona nas dependências da Penitenciária Estadual de Londrina, e suas ações são efetivadas por ser uma situação de evidente necessidade, dirigidas a educandos com perfis e necessidades próprias, tendo em vista que na PEL, os presos cumprem sua pena de forma provisória, ou seja eles ainda não foram condenados. 

Sendo   parte   integrante   deste   CEEBJA,   compartilhamos   esta   Proposta Pedagógica e Regimento Escolar, tendo seus atos autorizados pela SEED/PR, segundo critérios estabelecidos pela mesma Secretaria em instrução própria.

6­FREQÜÊNCIA

A carga horária prevista para as organizações individual e coletiva é de 100% (cem por cento) presencial no Ensino Fundamental – Fase I e   II  e no Ensino Médio, sendo que a freqüência mínima na organização coletiva é de 75% (setenta e cinco por cento) e na organização individual é de 100% (cem por cento), em sala de aula.

7­EXAMES SUPLETIVOS

Este   Estabelecimento   Escolar   oferta   Exames   Supletivos,   atendendo   ao disposto na Lei n.º 9394/96, sempre que autorizado e credenciado pela Secretaria de Estado da Educação, por meio de Edital próprio emitido pelo Departamento de Educação e Trabalho, através da Coordenação da Educação de Jovens e Adultos.

8­CONSELHO ESCOLAR

                             Conselho Escolar é um órgão colegiado, que atua numa perspectiva de democratização da escola pública,  constituindo­se como órgão máximo de direção do Estabelecimento de Ensino.                 É representativo da comunidade escolar, responsável pela efetivação de uma gestão democrática na escola, tendo como principal atribuição aprovar e acompanhar a efetivação do Projeto Político Pedagógico da Escola, eixo norteador de toda ação escolar, cujo objetivo principal é garantir o acesso e a permanência na escola,   a qualidade do ensino ofertado aos alunos, garantindo assim, a aprendizagem dos educandos.                           Atua juntamente com a Direção da Escola, que exerce também a função de Presidência  do Conselho Escolar e Vice­Direção da escola.              É representado pelos segmentos da Comunidade Escolar, aqui entendida pela Direção   e   Direção   Auxiliar   da   Escola,   ,   Professores,   Técnicos   Administrativos   e representantes de alguns setores do Centro de Detenção e Ressocialização de Londrina e  Penitenciária  Estadual  de  Londrina,  entendidos como partes  da  nossa comunidade escolar. 

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             Os alunos deste CEEBJA não participam do Conselho Escolar tendo em vista a situação de privação da liberdade que se encontram por estarem em conflito com a lei, , não sendo permitida pela Segurança desta Unidade Penal, a participação destes.             O Conselho Escolar tem 04 funções básicas: ­Consultiva: deve ser consultado e emitir parecer sobre questões importantes da escola, de natureza pedagógica, administrativa e financeira, no âmbito de sua competência;­   Deliberativa:   tomar   decisões     relativas   às   diretrizes   e   linhas   gerais   das   ações pedagógicas,   administrativas   e   financeiras,   quanto   ao   direcionamento   das   políticas públicas, desenvolvidas no âmbito escolar;­Avaliativa: deve fazer acompanhamento sistemático das ações educativas desenvolvidas na   escola,   identificando   problemas   e   apontando   alternativas   que   contribuam   com   a melhoria do seu desempenho e da qualidade educacional ofertada;  ­Fiscalizadora: deve exercer o papel de controlador das ações realizadas na escola, de natureza   pedagógica,   administrativa   e   financeira,   garantindo   a   legitimidade   de   suas ações.             O Conselho Escolar tem em sua composição, Conselheiros representados pelos segmentos  da  comunidade escolar,  quais  sejam:  Direção,  Equipe  Pedagógica,  Corpo Docente,   Funcionário   Administrativo   e   representantes   da   Unidade   Penal:   da   DISED ( Divisão de Segurança ), do DIOQ ( Divisão de Ocupação e Qualificação da Unidade Penal ) e do DIAS ( Divisão de Assistencia Social e Saúde da Unidade Penal ).              Este Conselho foi aprovado pelo Ato Administrativo nº 038/08 do NRE.              Sua constituição tem por Bases Legais:­ A Constituição Federal/1989­ Título VII­Da Ordem Social; Capítulo III­Da educação, da cultura e do Desporto – Seção I­Da Educação. ­A Lei nº 9394 de 20/12/1996­Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional­LDB­ Título II­Dos Princípios e Fins da Educação; Art. 3º­O ensino será ministrado  com base nos seguintes princípios; VII­Gestão democrática do ensino público, na forma da lei.­As Políticas e Diretrizes Educacionais da SEED;­ O Projeto Político Pedagógico e o Regimento Escolar deste CEEBJA;          As demais atribuições, objetivos, funcionamento, direitos e deveres pertinentes ao Conselho  Escolar,  constam em documento  próprio  e   foram aprovados pela chefia  do Núcleo Regional de Ensino­NRE através dos Atos Administrativos Nº 038/08 e Nº 039/08.

9­MATERIAIS DE APOIO DIDÁTICOSerão  adotados  os  materiais   indicados  pelo  Departamento  de  Educação  e 

Trabalho/Coordenação de Educação de Jovens e Adultos, da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, como material de apoio.

Além desse material, os docentes, na sua prática pedagógica, utilizarão outros recursos didáticos.

 10­INDICAÇÃO DA ÁREA OU FASE DE ESTUDOS

                           Propõe­se a oferta do curso de Educação de Jovens e Adultos no nível do Ensino Fundamental – Fase I, Ensino Fundamental Fase II  e do Ensino Médio a jovens, adultos e idosos que não tiveram o acesso ou continuidade em seus estudos.

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11­CONCEPÇÃO,   CONTEÚDOS   E   SEUS   RESPECTIVOS   ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

A Educação de Jovens e Adultos   do Estado do Paraná   é uma modalidade de ensino da Educação Básica cuja  concepção de currículo compreende a escola como espaço sócio­cultural que propicia a valorização dos diversos grupos que a compõem, ou seja, considera os educandos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem. 

Esse currículo entendido, ainda, como   um processo  de construção coletiva do conhecimento escolar articulado à  cultura, em seu sentido antropológico, constitui­se no elemento principal de mediação entre educadores e educandos e deve ser organizado de tal forma que possibilite aos educandos transitarem pela estrutura curricular e, de forma dialógica entre  educando e educador     tornar  os conhecimentos significativos às suas práticas   diárias.   Nesta   ótica   o   conhecimento   se   constitui   em  núcleo   estruturador   do conteúdo do ensino.

Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de Jovens e Adultos, prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser pensada em razão dos critérios de uma seleção de conteúdos que lhes assegure o acesso aos conhecimentos historicamente construídos e o respeito às suas especificidades. 

Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica,     a Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná  como modalidade da Educação Básica, passa a adotar  os mesmos conteúdos curriculares previstos por essas diretrizes.

No   entanto,   cabe   ressaltar   que  a   organização   metodológica   das   práticas pedagógicas, dessa modalidade deve considerar os três eixos articuladores propostos nas   Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura e Tempo, os quais devem se articular   tendo em vista  a  apropriação  do conhecimento  que  não  deve se restringir  à   transmissão/assimilação de fatos, conceitos,  idéias,  princípios,  informações etc.,   mas sim compreender a aquisição cognoscitiva e  estar intrinsecamente ligados à abordagem dos conteúdos curriculares propostos para a Educação Básica.

 

CONCEPÇÃO,   ENCAMINHAMENTOS   METODOLÓGICOS   E   CONTEÚDOS     DAS DISCIPLINAS DO ENSINO FUNDAMENTAL FASEI,  FASEII  E  DO  ENSINO MÉDIO

 ENSINO FUNDAMENTAL – FASE I

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

A concepção proposta para as ações pedagógicas desenvolvidas na Fase I do Ensino  Fundamental  é   a   dialógica,   reflexiva  e  crítica,   voltada  para  questões  sociais, culturais, políticas, dentre outras, compreendendo o educando como sujeito que participa e interfere na construção histórica da sociedade em que vive.                Reconhecendo a especificidade desse nível de ensino, o perfil do educando, a diversidade   cultural   destes   sujeitos   e   suas   experiências   socialmente   construídas,   o trabalho pedagógico é efetivado, considerando a participação coletiva do educando e do 

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educador e ainda, a relevância e a possibilidade de articulação das questões locais e universais de forma interdisciplinar.

A   partir   da   definição   de   temáticas,   articuladas   aos   conteúdos   a   seguir relacionados, as práticas pedagógicas devem privilegiar estratégias que contemplem as diferentes linguagens verbal ou alfabética e não verbal, icnográfica (leitura de imagens, desenhos, filmes, outdoors) e cinética (sonora, olfativa, tátil, visual e gustativa), para que o educando reconheça as diferentes formas de falar, escrever e interpretar, bem como os efeitos dessas linguagens.                        A problematização dos temas possibilita ao educando a aprendizagem de novos conhecimentos, por meio da articulação entre os saberes e experiências por ele acumulados e os saberes científicos, utilizando as várias linguagens textuais e situações­problema   como   mediadores   do   processo   de   construção   individual   e   coletiva   de conhecimento. Essa possibilidade de diálogo entre educador e educando poderá revelar o conhecimento prévio que possuem sobre o assunto.

Outros   fatores,   tais   como:   fonte,   interlocutor,   data,   local,   suporte   de   texto, contexto histórico, autor, entre outros, contribuem para a contextualização da temática definida.   Esses   elementos   também   contribuem   para   localizar   informações   explícitas, implícitas e para que o educando possa estabelecer relação com outros textos a partir da leitura   alfabética.   Esta   deve   destacar   elementos   da   construção   dos   gêneros   de apresentação do texto verbal. Isso compreende o discurso histórico, político, econômico, filosófico,  científico,  senso comum, entre  outros,  que possibilitem a compreensão dos diversos pontos de vista para que o educando possa posicionar­se diante das diferentes situações   do   cotidiano.   Além   disso,   a   pesquisa   orientada   poderá   favorecer   outras possibilidades de compreensão da temática em estudo.                                     A reflexão sobre as temáticas permite a abordagem dos conteúdos e articulação   entre   os   eixos   de   cada   disciplina   garantindo,   dessa   forma,   a interdisciplinaridade. Nesse sentido, a prática pedagógica deve facilitar a integração entre os diferentes saberes.                         As atividades desenvolvidas a partir da leitura e análise de cada área do conhecimento   devem   culminar   com   uma   produção   oral   ou   escrita   que   revele   o posicionamento a respeito do assunto, bem como o nível de aprendizagem do educando.                  O texto verbal ou não verbal produzido pelo educando, indica os conteúdos apreendidos   ou   não   no   processo   ensino­aprendizagem   e   que   permitem   o redirecionamento do trabalho pedagógico e ainda subsidiam a avaliação.                  A avaliação deverá se constituir num processo contínuo, diagnóstico, dialético, devendo  ser   tratada  como parte   integrante  do  processo  ensino­aprendizagem e  está diretamente relacionada ao encaminhamento metodológico adotado. Portanto, os critérios de avaliação precisam ser claros e conhecidos pelos educandos.                  Toda produção, verbal ou não­verbal, será avaliada servindo para orientar a prática pedagógica do educador, bem como possibilitar ao educando rever sua forma de estudar. Nesse processo, o erro assume um caráter mediador, permitindo ao educando e ao educador redirecionar a prática pedagógica.

CONTEÚDOS – MATEMÁTICA

NÚMEROS E OPERAÇÕES

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Construção do conceito de número: classificação e seriação.Conjuntos numéricos: abordagem histórica.Números naturais, Inteiros, Racionais.Números racionais (relação entre fracionários e decimais).Algoritmos e operações.Cálculo Mental e Estimativa.Traduzir informações contidas em tabelas e gráficos.

GEOMETRIA

Conceitos de: direção e sentido; ângulo; paralelismo e perpendicularismo.Figuras geométricas espaciais: cubo, paralelepípedo, prisma reto, pirâmide, cilindro, 

esfera e cone.Figuras geométricas planas: quadriláteros, triângulos, círculos e polígonos regulares.Relações entre figuras espaciais e planas.Simetria.

MEDIDAS

Tempo: calendário, relógio e relações com o sistema de numeração decimal, uso das medidas de tempo e conversões.

Temperatura Corporal e Climática.Sistema Monetário. Conversões e relação entre as principais moedas: real, dólar, 

euro, pesquisa de mercado.Medidas de comprimento, superfície, capacidade, volume, massa.Perímetro e área de figuras planas.Porcentagem.

CONTEÚDOS – LÍNGUA PORTUGUESA

VARIEDADES LINGÜÍSTICAS

Norma culta, dialetos, gírias, regionalismos, outras formas de registros.Funções da linguagem.Linguagem verbal e não­verbal.

GÊNEROS TEXTUAIS OU DISCURSIVOS

           Elementos da construção dos diferentes gêneros discursivos e tipos de textos                 (informativo, instrucional, poético, narrativo, carta, bilhete, sinopse, etc.).

Análise do discurso: linguagem, aspecto formal, finalidade, estilo, ideologia, posição do autor, ideologia, contexto histórico, social, econômico, político, entre outros.

Elementos   coesivos   e   coerência   textual:   unidade   temática,   elementos   lógico­discursivos,  tese, organização dos parágrafos, contexto discursivo,  interlocutor, idéia  central,  seqüência  lógica, progressão, retomada dos elementos coesivos, título como elemento coesivo entre outros.

Discurso direto e indireto.Recursos visuais, sonoros, olfativos, gráficos, etc.

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Relações referenciais: elipse, repetição, sinais de pontuação.Aspectos formais do texto: acentuação, pontuação, ortografia, paragrafação, título, 

legibilidade, aceitabilidade, entre outros.Ambigüidade como recurso de construção do texto.Ambigüidade como problema de construção do texto.Informações explícitas, implícitas e intertextualidade.Relações entre imagem e texto.

ELEMENTOS GRAMATICAIS NA CONSTRUÇÃO DO TEXTO

Pontuação e seus efeitos de sentido na construção do texto: vírgula, ponto­e­vírgula, ponto final, ponto de interrogação, exclamação, dois pontos, aspas, parênteses, travessão, reticências, entre outros.

Emprego da crase na construção do texto.Classes  de  palavras:   substantivo,  adjetivo,   verbo,  preposição,   conjunção,   artigo, 

numeral, pronome, advérbio e interjeição na construção do texto.Sujeito e predicado na construção do texto.Vozes do verbo na construção do texto.Adjunto adnominal e complemento adnominal na construção do texto.Aposto e vocativo na construção do texto.Orações  coordenadas,  subordinadas,   reduzidas  e   intercaladas na construção do 

texto.Concordância verbal e nominal na construção do texto.Colocação pronominal na construção do texto.Figuras de linguagem na construção do texto.Formação de palavras: prefixo, sufixo, radical, derivação e composição.

EDUCAÇÃO FÍSICA

         Atividade física na produção de saúde.Sedentarismo e suas conseqüências.Hábitos posturais.Diversas  manifestações culturais e esportivas.Expressão corporal – atividades rítmicas.Danças da cultura local.Lazer e benefícios para saúde.

EDUCAÇÃO ARTÍSTICA          A criação artística: objetos que nos rodeiam; representação da realidade através da           arte e suas convenções sociais.

Cores: primárias e secundárias; o significado das cores no cotidiano.Formas geométricas na produção artística; representação do espaço por meio de 

maquetes.As manifestações culturais presentes na produção artística; cenas, características, 

pessoas, temas, movimento.Expressão corporal / atividades rítmicas no teatro e na dança.

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CONTEÚDOS – CIÊNCIAS DA SOCIEDADE E DA NATUREZA

IDENTIDADE CULTURAL

         O educando e seu espaço de vivência.História pessoal.A escola.A comunidade.Festividades e manifestações culturais.Patrimônio cultural e memória.

ORGANIZAÇÃO SOCIAL

         Serviços públicos.Órgãos de administração pública.Movimentos sociais.

CULTURA E DIVERSIDADE CULTURAL

         Caráter dinâmico da cultura.Formação da sociedade brasileira.Diversidade cultural brasileira.

OS ESPAÇOS DA PRODUÇÃO: CAMPO E CIDADE

         O espaço agrícola.O processo industrial.Industrialização no Paraná.Transporte, comunicação e consumo.Movimentos sociais no campo.Tecnologia no campo e na cidade.

RELAÇÕES DE TRABALHO

         Trabalho escravo no passado e na atualidade.Relações de trabalho no campo e na cidade.Desemprego.Trabalho informal.

ORGANIZAÇÃO SÓCIO ESPACIAL BRASILEIRA

         Formação do estado nacional.O território brasileiro.Organização político administrativa.Os três poderes.Ocupação e formação do espaço paranaense.Movimentos migratórios.Desigualdade econômica no Brasil.

CIDADANIA E PARTICIPAÇÃO

         Cidadania e trabalho.

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Direitos civis, políticos e sociais.Legislação trabalhista (CLT).Estatuto da criança e do adolescente.Estatuto do Idoso.Movimentos   e   organizações   populares   (Conselhos,   Associações   de   Moradores, 

Sindicatos e outros).

QUESTÕES AMBIENTAIS NO CAMPO E NA CIDADE

         Degradação ambiental.Poluição.Questão da água.Preservação ambiental.Solo.Problema do lixo.

O SER HUMANO, CONSTITUIÇÃO, SAÚDE E QUALIDADE

         O corpo humano.ReproduçãoAlimentação e saúde.Qualidade de vida.

ECOSSISTEMA

         Planeta Terra – movimentos conseqüências.O sol como fonte de energia.Relações dos seres vivos com o ecossistema.Ciclos naturais.Cadeia alimentar e fotossíntese.

NOÇÕES DE CARTOGRAFIA         Leitura de mapas.

Escala.Localização e orientação espacial.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Coletivo  de  Autores.  Metodologia  do Ensino  de Educação Física.  São Paulo. Cortez. 1992.

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FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.

FUSARI, M. F. R e FERRAZ, M. H. C. T.  Arte na educação escolar. São Paulo: Cortez, 1992.

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TEBEROSKY,A. Aprendendo a escrever. São Paulo:Ática, 1994

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ZUNTHOR,P. A letra e a voz. São Paulo: Companhia das Letras, 1993Coletivo de Autores. Metodologia do Ensino de Educação Física. São Paulo. Ed. Cortez. 1992

                              Ensino Fundamental – Fase II   e    Ensino Médio

DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA

CONCEPÇÃO DO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA

                                   Considerando­se as indicações das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação de Jovens e Adultos que propõem o compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral, bem como o respeito à diversidade cultural, à inclusão e ao perfil do educando, o estudo da linguagem na organização da proposta pedagógica do ensino de Língua Portuguesa está pautado na concepção sociointeracionista, a qual dá ênfase ao uso social dos diferentes gêneros textuais.

Nesse   sentido,   a   escola   está   sendo  entendida   como   um   espaço  onde   se produz o conhecimento e tem por objetivo propiciar uma formação intelectual, cognitiva e política, por meio de pesquisas, leituras, estudos que favoreçam o respeito aos diferentes falares e aos saberes próprios da cultura do educando, preparando­o para produção de seu próprio texto, oral ou escrito, adequado às exigências dos diversos contextos sociais. 

O   trabalho   pedagógico   proposto   para   as   práticas   de   linguagem   está fundamentado   nos   pressupostos   teóricos   de   alguns   estudiosos   que   entendem   a linguagem como interação.

VYGOTSKY (1989)  dedicou­se  a estudos sobre a origem cultural das funções superiores do ser humano, isto é, o funcionamento psicológico, a partir da interação social e  da relação  linguagem­pensamento.  Por   isso,  propõe que se estudem as mudanças ocorridas no desenvolvimento mental,   inserindo o  indivíduo num determinado contexto cultural, a partir da interação com os membros de seu grupo e de suas práticas sociais. Para esse autor, a cultura  é uma espécie de palco de negociações. Seus membros estão em movimentação constante de recriação e reinterpretação de informações, conceitos e significados. 

Nessa   mesma   direção,   BAKHTIN   (2003)   afirma   que   os   seres   humanos apreendem a realidade e a constróem na medida em que se relacionam com o outro, atribuindo   assim,   sentido   ao   seu   próprio   viver,   permeado   pelo   exercício   efetivo   da linguagem. Esse autor propõe o confronto dos diversos discursos a partir de temáticas do cotidiano,  com ênfase na  polifonia,    dialogismo e  polissemia.  O primeiro  constitui  as diversas vozes do discurso  oral e escrito; o segundo, consiste na interação do “eu” com o “outro”; por último, a polissemia, que compreende os diferentes significados da palavra, de acordo com a vivência sociocultural de cada sujeito.

As  idéias de  BAKHTIN e FREIRE (2004)  convergem,  no  sentido  de que a prática pedagógica deve se dar numa relação dialógica, entre os sujeitos envolvidos no processo ensino­aprendizagem. Para FREIRE, a relação pedagógica consiste no diálogo entre educador  e educando, como sujeitos mediatizados pelo mundo.

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As   propostas   teóricas   dos   autores   citados   valorizam   o   processo   interativo como espaço de construção dos sentidos do texto, confrontando situações a partir do contexto histórico, político, filosófico, social, entre outros.  

Nessa   perspectiva,   GERALDI   (2001,   p.   41)   identifica,   historicamente,   três concepções   de   linguagem:   como  expressão  do  pensamento,   destacada   nos  estudos tradicionais; como instrumento de comunicação; como uma forma de interação humana.

A  linguagem como interação propõe estudar as relações que se constituem entre   os   sujeitos   no   momento   em   que   falam,   e   não   simplesmente   estabelecer classificações e dominar os tipos de sentenças. Portanto, o objeto de estudo da língua deve ser o texto oral e escrito produzido nas diversas situações de interação social.

            A partir desses pressupostos, Val (1993, p.3) estabelece como propriedades do texto, a unidade sociocomunicativa – interação social e a unidade semântica – em que a coerência é o fator responsável pela unidade formal e material, ou seja, “pode­se definir texto ou discurso como ocorrência lingüística falada ou escrita, de qualquer extensão, dotada de unidade sociocomunicativa, semântica ou formal”.

Essa autora afirma que, para o texto ser compreendido, precisa ser avaliado sob três aspectos: o pragmático, que se pontua em situação informal e comunicativa; o semântico, que depende da  coerência; e  o formal, que  diz respeito à coesão.

Ainda de acordo com a autora, “a textualidade é o conjunto de características que fazem com que um texto seja um texto, e não apenas uma seqüência de frases” (VAL,  1993,  p.5).  Embasada  em Beaugrande  e  Dressler,  VAL   relaciona  sete   fatores responsáveis   pela   textualidade   de   um   discurso   qualquer:   coerência,   coesão, intencionalidade, aceitabilidade, situacionalidade, informatividade e intertextualidade.

                         Portanto, pode­se afirmar que o texto, em suas diferentes    formas de apresentação ou gêneros, se constrói no aspecto sociocomunicativo por meio dos fatores pragmáticos funcionais, em constante interação entre os sujeitos.

Os   gêneros,   segundo   BAKHTIN   (1997,   p.179),   são   caracterizados   pelo conteúdo  temático,  pelo  estilo  e  pela  construção composicional,  que numa esfera  de utilização apresentam tipos relativamente estáveis de enunciados, tais como o conto, o relato, o texto de opinião, a entrevista, o artigo, o resumo, a receita, a conta de luz, os manuais,   entre   outros.   A   escolha   do   gênero   depende   do   contexto   imediato   e, conseqüentemente, da finalidade a que se destina, dos destinatários e do conteúdo.

O trabalho com a diversidade de gêneros textuais possibilita   o confronto de diferentes   discursos   sobre   a   mesma   temática   e   ainda,   permite   uma   metodologia “interdisciplinar   com   atenção   especial   para   o   funcionamento   da   língua   e   para   as atividades culturais e sociais” (MARCUSCHI, 2005, p.18). Além disso, contribui para que o educando perceba a organização e os elementos de construção dos diferentes gêneros ou tipos textuais para que o educando possa reconhecer a finalidade, as características e produzir   textos,   seja   do   tipo   narrativo,   descritivo,   argumentativo   ou   expositivo,   entre outros.

A   enunciação   é   dotada   de   tema   e   significação.   O   tema   dá   sentido   na realização   da   enunciação,   uma   vez   que   ele   é   determinado   não   só   pelas   formas lingüísticas,  mas  também pelos elementos não verbais  da situação.  Segundo Bakhtin (1986, p. 132) “ toda palavra usada na fala real possui não apenas tema e significação no sentido   objetivo,   de   conteúdo,   desses   termos,  mas   também  um   acento   de   valor   ou apreciativo, isto é,  quando um conteúdo objetivo é  expresso (dito ou escrito) pela fala viva, ele é sempre acompanhado por um acento apreciativo determinado. Sem acento apreciativo não há palavra”.

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O tema e a significação indicam as particularidades de estilo e composição do enunciado, esclarecendo a que gênero pertence o texto, se é composto por um ou por diferentes tipos de discurso, considerando um acento de valor, ou seja, “convém discernir igualmente o grau de firmeza ideológica, o grau de autoritarismo e de dogmatismo que acompanha a apreensão do discurso” Bakhtin (1986, p.149). Nesse enfoque há que se considerar  o   contexto  de  produção  e  o  conteúdo   temático  que  o   sujeito  utiliza  para produzir um texto, envolvendo os três mundos distintos, interiorizados por ele: o mundo físico, o mundo social e o mundo subjetivo, Assim, o contexto de produção ou a situação comunicativa exercem influências na forma como um texto se apresenta.

Ler um texto, nessa perspectiva, significa perceber o contexto histórico, social, econômico, filosófico e político em que ele se insere, assim como a ideologia, a finalidade do texto, a posição do autor e o possível interlocutor, dentre outros elementos tais como a escolha pela linguagem utilizada, os elementos gramaticais e seus efeitos na construção do texto nos diferentes gêneros textuais nos momentos de reflexão sobre a língua.

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

                       A concepção assumida em Língua Portuguesa pressupõe ações pedagógicas pautadas   na   construção   do   conhecimento   de   forma   crítica,   reflexiva,   engajada   na realidade,  de  modo a privilegiar  a   relação  teoria­prática,  na  busca da apreensão das diferentes   formas   de   apresentação   do   saber.   Nesse   sentido,   a   organização   do planejamento pedagógico pressupõe a reflexão sobre a linguagem a partir de temáticas que exploram os diferentes  gêneros  discursivos  e   tipos de  textos,  com o objetivo de analisar as práticas de linguagem, ou seja, leitura, análise lingüística e produção textual.

A prática de leitura pressupõe a análise de diferentes linguagens, seja na forma verbal ou não verbal: iconográfica (imagens, desenhos, filmes, charges, outdoors, entre outros),   cinética   (sonora,  olfativa,   tátil,   visual  e  gustativa)  e  alfabética,  nos  diferentes níveis.

Os   diferentes   níveis   de   leitura   constituem­se   num   meio   para   identificar,   nos diversos   gêneros,   os   elementos   de   construção   do   texto,   localizar   as   informações explícitas, subentender as implícitas, fazer ligação entre o conhecimento do educando e o texto, bem como estabelecer relações intertextuais.

Os   gêneros   textuais   apresentados   aos   educandos   precisam   contemplar   as possíveis   situações  de  uso  social   da   linguagem nas  atividades  propostas,   tendo  por objetivo identificar a finalidade do texto, a  posição assumida pelo autor, o contexto social, político, histórico, econômico, filosófico, entre outros, com destaque para as variedades lingüísticas, os mecanismos gramaticais e os lexicais na construção do texto.

Nesse contexto, salienta­se a importância de apreender os dados sobre o autor (biografia), a fonte referencial (data, local, suporte de texto), além do interlocutor a quem se destina o texto.

Os   mecanismos   gramaticais   e   lexicais   não   são   estudados   de   forma descontextualizada ou com a intenção da apropriação da metalinguagem, mas a partir do texto para que o educando possa reconhecê­los como elementos de construção textual dos gêneros estilísticos e do cotidiano, uma vez que o objetivo do ensino da língua é orientar para o uso social da linguagem, de acordo com a norma padrão.

Para  isso,   faz­se  necessária  a  prática orientada da produção oral  e  escrita  de textos dos diferentes gêneros do discurso. O desenvolvimento dessa prática é importante porque o  texto  do educando  revela,  além do conhecimento  de mundo,  os conteúdos aprendidos e os que devem ser priorizados no planejamento do educador.

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Para a seleção de conteúdos essenciais do Ensino Fundamental e Médio, bem como para as práticas de linguagem , foram utilizados os seguintes critérios: o perfil do educando da EJA; a diversidade cultural; a experiência social construída historicamente e os  conteúdos  significativos  a  partir  de  atividades  que   facilitem a   integração  entre  os diferentes saberes. É importante destacar que embora os conteúdos sejam os mesmos para   os   dois   níveis   de   ensino,   o   que   difere   é   o   grau   de   complexidade   dos   textos apresentados para a reflexão sobre a linguagem.

A avaliação precisa ser entendida como instrumento de compreensão do nível de aprendizagem dos alunos em relação às práticas de linguagem: leitura, produção de texto e análise lingüística, para que o educador possa reencaminhar seu planejamento.

O processo avaliativo deve ser  coerente com os objetivos propostos e com os encaminhamentos metodológicos. Desse modo, a avaliação deve ser dialética, ou seja, o educando   confronta­se   com   o   objeto   do   conhecimento,   com   participação   ativa, valorizando o fazer e o refletir. Sendo assim, o erro no processo ensino­aprendizagem indica os conteúdos que devem ser retomados. Portanto, o trabalho com as práticas de linguagem deve partir das necessidades dos educandos.

Para   isso,   é   importante   que   o   educador   dê   significado   ao   objeto   do conhecimento, lance desafios aos educandos, incentive os questionamentos e exerça a função de mediador da aprendizagem, valorizando a interação. 

ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

Variedades lingüísticas         Norma culta, dialetos, gírias, regionalismos, outras formas de registros.

Funções da linguagem.Linguagem verbal e não­verbal.

Gêneros textuais ou discursivos

Elementos   da   construção   dos   diferentes   gêneros   discursivos   e   tipos   de   textos (informativo, instrucional, poético, narrativo, carta, bilhete, sinopse, etc.)

Análise do discurso: linguagem, aspecto formal, finalidade, estilo, ideologia, posição do autor, ideologia, contexto histórico, social, econômico, político, entre outros.

Elementos   coesivos   e   coerência   textual:   unidade   temática,   elementos   lógico­discursivos,  tese, organização dos parágrafos, contexto discursivo,  interlocutor, idéia  central,  seqüência  lógica, progressão, retomada dos elementos coesivos, título como elemento coesivo entre outros. 

Discurso direto e indireto.Recursos visuais, sonoros, olfativos, gráficos, etc.Relações referenciais: elipse, repetição, sinais de pontuação.Aspectos formais do texto: acentuação, pontuação, ortografia, paragrafação, título , 

legibilidade, aceitabilidade, entre outros.Ambigüidade como recurso de construção do texto.Ambigüidade como problema de construção do texto.Informações explícitas, implícitas e intertextualidade.Relações entre imagem e texto.

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Elementos Gramaticais na construção do texto

Pontuação e seus efeitos de sentido na construção do texto: vírgula, ponto­e­vírgula, ponto final, ponto de interrogação, exclamação, dois pontos, aspas, parênteses, travessão, reticências, entre outros.

Emprego da crase na construção do texto.Classes  de  palavras:   substantivo,  adjetivo,   verbo,  preposição,   conjunção,   artigo, 

numeral, pronome, advérbio e interjeição na construção do texto.Sujeito e predicado na construção do texto.Vozes do verbo na construção do texto.Adjunto adnominal e complemento adnominal na construção do texto.Aposto e vocativo na construção do texto.Orações  coordenadas,  subordinadas,   reduzidas  e   intercaladas na construção do 

texto.Concordância verbal e nominal na construção do texto.Colocação pronominal na construção do texto.Figuras de linguagem na construção do texto.Formação de palavras: prefixo, sufixo, radical, derivação e composição.

Para o Ensino Médio devem ser acrescidos os seguintes conteúdos de Literatura:

         Arte literária e as outras artes.História e literatura.Os gêneros literários e os elementos/recursos que os compõem.Periodização e estilos de época da literatura brasileira: O Quinhentismo brasileiro 

(literatura   de   informação),   Barroco,   Arcadismo,   Romantismo,   Realismo   e Naturalismo, Parnasianismo, Simbolismo, vanguarda européias, Pré­Modernismo, Modernismo, Pós­Modernismo.

Os períodos literários e a relação com o período histórico, as artes e o cotidiano. 

REFERÊNCIAS

BAKHTIN, Mikhail (In:  VOLOSHINOV, V.N).  Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1986.

BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

PARANÁ. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da Educação   de   Jovens   e   Adultos   no   Estado   do   Paraná  (versão   preliminar), Curitiba, 2004. 

FARACO, Carlos Alberto; CASTRO, Gilberto de.  Por uma teoria lingüística que fundamente o ensino de língua materna  (ou de como apenas um pouquinho de gramática nem sempre é bom). In: Educar, n.15, Curitiba: UFPR, 1999.

FREIRE,   Paulo.  Pedagogia   da   autonomia:   saberes   necessários   à   prática pedagógica educativa. 30. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2004. 

GERALDI, João Wanderlei (org.). O texto na sala de aula. São Paulo: Ática, 2001.64

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MARCUSCHI,   Luiz   antônio.   Gêneros   textuais:   configuração,   dinamicidade   e circulação.  In:  KARWOSKI,  Acir  Mário;  GAYDECKZKA, Beatriz;  BRITO, Karim S. (Orgs.)  Gêneros   textuais:   reflexões   e   ensino.   União   da   vitória:   Gráfica Kaygangue, 2005.

VAL, Maria da Graça Costa.  Redação e textualidade. São Paulo: Martins Fontes, 1993.

VYGOTSKI, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989. 

DISCIPLINA DE ARTE

CONCEPÇÃO DO ENSINO DE  ARTE

                Encontramos o ensino da Arte presente no Brasil desde o século XVI, com a ação  dos   jesuítas.  A  Arte   era  parte  dos  ensinamentos,   cujo   objetivo  principal   era  a catequização dos grupos que aqui habitavam e que  incluía a Retórica, a Literatura, a Escultura, a Pintura, a Música e as Artes Manuais. Com a expulsão dos jesuítas pelo Marquês de Pombal e a posterior Reforma Educacional Brasileira (1792­1800) – Reforma Pombalina   ­   o   ensino   da   Arte   tornou­se   irrelevante   e   o   Desenho,   por   exemplo,   foi associado à Matemática na forma de Desenho Geométrico.

Mesmo com o incentivo de D. João VI ao ensino da Arte no início do século XIX – o que resultou na Academia de Belas Artes do Rio de Janeiro (1826) – nas escolas, o ensino ainda era influenciado pelo Iluminismo, priorizando a área científica. Essa visão foi   ratificada na 1ª.  Reforma Educacional  do Brasil  República em 1890,  realizada por Benjamin Constant, cujo objetivo ainda era valorizar a Ciência e a Geometria. A partir de 1931, com a implantação do ensino da Música por meio do Canto Orfeônico, o ensino da Arte fez­se presente no primeiro projeto de educação pública de massa. 

No Paraná,  em 1954, foi  criada a Escola de Artes no Colégio Estadual, na cidade de Curitiba, envolvendo Artes Plásticas, Teatro e Música.

O ensino da Arte somente passa a ser obrigatório nas escolas brasileiras em 1971,   com   a   Lei   5692/71,   porém,   com   conteúdo   reduzido,   fundado   em   uma   visão tecnicista e entendendo o educador de Artes como um profissional polivalente, ou seja, aquele que deve dominar os conteúdos de Artes Plásticas e Música. Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação ratifica a obrigatoriedade do ensino da Arte na Educação Básica,   porém,   a   Arte   passa   a   compor   a   área   de   Linguagens,   Códigos   e   suas Tecnologias, abrangendo Música, Artes Visuais, Dança e Teatro.

Esse   breve   passeio   pela   história   nos   dá   uma   idéia   dos   conceitos   que permearam a educação de Artes no Brasil, abrangendo desde um caráter religioso, com a catequização dos nativos, até aquela com fins puramente tecnicistas. Passamos de um extremo a outro, do “sensibilizador” para o “científico racional”. É importante frisar que a educação   pública   no   Brasil   até   o   início   do   séc.   XX   estava   voltada   para   uma   elite basicamente   masculina.   Verificamos   também   que,   após   a   expulsão   dos   jesuítas,   o pensamento iluminista e positivista foi preponderante no ensino público brasileiro. 

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Atualmente, o trabalho na disciplina de Arte exige do educador reflexões que contemplem a arte efetivamente como área de conhecimento fundamental na formação dos educandos e das educandas.

Quando Regina Migliori (1993 p.14) propõe uma “perspectiva de abordagem global” como sendo “a possibilidade de lidarmos com tudo o que se nos apresenta e não somente com os aspectos artificialmente eleitos”,  a  idéia  é  que se busque uma nova leitura da realidade. O entendimento de Migliori nos remete para uma perspectiva de uma formação omnilateral,2 crítica e autônoma do educando e da educanda, ou seja, “temos que aprender a lidar com as divergências de forma não excludente” (MIGLIORI,  1993 p. 14).                Quando privilegiamos a produção artística de um determinado grupo, povo ou etnia, fragmentamos a realidade e automaticamente criamos um juízo de valor no qual os recortes do conhecimento que fazemos passam a ser os verdadeiros ou os únicos. “Essa visão fragmentada, geradora dos incluídos e excluídos, gera uma outra verdade cruel: a marginalidade   que   não   é   alternativa”   (MIGLIORI.   1993   p.14).   Isso   implica   que   ao apresentarmos  em nossa  seleção  de   conteúdos   curriculares  outras  vozes  que  estão presentes na ação histórica da construção do conhecimento, possibilitamos ao educando e   a   educanda   outras   leituras   diferentes   daquelas   que   vêm   sendo   oficialmente apresentadas.

A Arte – fruto da percepção e da necessidade da expressão humana – revela a realidade   interior   e   exterior   ao   homem   e   à   mulher.   Essa   expressão   artística   é concretizada utilizando­se de sons, formas visuais, movimentos do corpo, representação cênica,  dentre  outras,  que são percebidas pelos sentidos.   Isso   contribui  para outras possibilidades de leituras da realidade e, portanto, com mais subsídios para repensá­la. O objetivo dessa proposta é  gerar um ser reflexivo, autônomo e inserido criticamente na realidade em que vive. A Arte nos ajuda nesse processo, na medida em que nos fornece uma simbologia própria e portanto, outras leituras do mundo que nos cerca. Segundo Isabel  Marques3:   “Um dos elementos  essenciais  que caracteriza o ensino da Arte  no ambiente   escolar   é   o   fato   de   que,   na   escola,   temos   a   possibilidade   de   relacionar, questionar,  experimentar,   refletir  e  contextualizar  os   trabalhos artísticos  a   fim de que façam sentido em nossas próprias vidas e na construção da sociedade brasileira.”

A discussão em torno da arte como linguagem pondera o entendimento de que a arte não apenas suscita sentimentos, mas pressupõe uma relação de transmissão e recepção de idéias, ou seja, de comunicação. Portanto, a Arte aqui é entendida como linguagem, que se utiliza de símbolos e de elementos próprios que estão presentes na Dança (movimento e não movimento), na Música (sons), no Teatro (dramatização) e nas Artes Visuais (forma e luz).

Ler o produto artístico em suas diversas relações, nos diversos prismas e no que   tange   aos   seus   significados   socialmente   construídos   pressupõe   que   o   produto artístico como seja um “veículo portador de significado” (ver Bakhtin 1995, p.132). Nesse sentido, os símbolos são fundamentais para a vida social, pois é por meio deles que nos comunicamos e manifestamos nossa capacidade de sentir e de pensar.

Na   cultura   escolar,   os   saberes   são   apropriados   pela   escola   de   maneira singular,   dando­lhes  um  sentido  pedagógico   (Sacristan   J.G.,   2001).  Na  escola,   esse 

2 Explicar omnilateralidade em função do trabalho e da educação nos reporta no tempo em que o homem tinha a necessidade de conhecimento do todo, ou seja, pensar o objeto, fazer o objeto e vender o objeto. Como na educação, que se preocupava com as ciências exatas,  as artes,  a sociologia,  e o espiritual, quando os quatro eixos eram de extrema importância e tinham o mesmo peso em valor.3 Esta citação é transcrição da fala da Profª Dra Isabel Marques no Simpósio Estadual de Educação Artística, Paraná abril, 2005.

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trabalho, ressignifica os saberes e os conceitos científicos produzidos na sociedade. É com   base   nestes   pressupostos   que   trataremos   a   Arte   como   linguagem.   Linguagem artística.

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

                                   O encaminhamento metodológico para a disciplina de Artes do ensino fundamental e médio da Educação de Jovens e Adultos da rede pública do Estado do Paraná  está   fundamentado nas Diretrizes  Curriculares Estaduais de EJA,  onde estão identificados três eixos articuladores: cultura, trabalho e tempo. Com base nesses eixos que norteiam o currículo na EJA, elegemos ARTE E ESTÉTICA, ARTE E IDENTIDADE e ARTE E SOCIEDADE como eixos específicos da disciplina de Artes, dos quais derivarão as temáticas propostas e os conteúdos que serão desenvolvidos em células de aula.

ARTE E ESTÉTICA

                          Hoje se utiliza o termo estética para indicar... no campo das belas artes,                            uma concepção especial, uma maneira de fazer, uma escola ou                            tendência determinada (Zamacois, 1986).

A experiência estética se revela com a sensibilização, com a descoberta do olhar, um encontro com as emoções, libertando o ser para perceber o mundo em si e ao seu redor, permitindo um pensar filosófico, crítico e reflexivo. Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, em seu Dicionário da Língua Portuguesa, apresenta, dentre outros, os seguintes significados para a palavra estética: “1­ estudo das condições e dos efeitos da criação artística.   2­   (...)   estudo   racional   do   belo,   quer   quanto   à   possibilidade   da   sua conceituação, quer quanto à diversidade de emoções e sentimentos que ele suscita no homem”.

Partindo dessas definições e as ampliando, a Estética aqui é entendida como sendo “toda teoria que se refira à beleza ou à arte" (Pareyson, 1997, p. 2), sendo ela derivada de uma experiência   filosófica  ou  concreta.  E por  ser  uma reflexão sobre  a experiência,   inclui­se  aqui   o   fazer  artístico,   que  é   a  manipulação  dos  elementos  da linguagem artística,  presentes  nas Artes  Visuais,  na  Música,  no  Teatro  e  na  Dança. Portanto, entendemos que ao adotar um eixo articulador para a disciplina de Educação Artística   e   Arte   baseado   no   entendimento   acima   exposto,   devemos   possibilitar   as experiências estéticas e compreender como aproximar e proporcionar o olhar estético para as produções artísticas e para o cotidiano. E assim sendo, “o educando da EJA torna­se sujeito na construção do conhecimento mediante a compreensão dos processos de   trabalho,   de   criação,   de   produção   e   de   cultura.”(Diretrizes   Curriculares   para   a Educação de Jovens e Adultos, p. 30)

ARTE E IDENTIDADE

É  comum ouvirmos  falar  de crise de  identidade,  mas o que é   identidade e como essa identidade se revela a partir da arte que produzimos? A identidade está em crise?

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O que é   identidade? É   idêntico,   igual,   registro...  Para  o  dicionário  Houaiss identidade é:

1­ estado que não muda <a identidade das impressões digitais> 2­ consciência da persistência da própria identidade, 3­ o que faz com que uma coisa seja a mesma   que   outra,   4­   conjunto   de   características   e   circunstâncias   que distinguem   uma   pessoa   ou   uma   coisa   e   graças   às   quais   é   possível individualizá­la.

A identidade singulariza e faz com que nos sintamos diferentes dos demais. Identificar pode ser aplicado a indivíduos e grupos, ou seja, tornar idêntico, fazer (se) reconhecer,  distinguir   traços  característicos  como gosto,  música,   festas,   folguedos, crenças de grupos urbanos,   rurais,  etnias e outros  tantos que usam da  linguagem artística  para  expressar­se  e  assinar   suas  características   sociais,   antropológicas  e psicológicas.

Diferentes modos de vida social  são constituídos a partir  das idéias que as pessoas têm sobre si, e das práticas que emergem dessas idéias e como afirma Candau (2002, p. 24), “identidade é  um conceito polissêmico, podendo representar o que uma pessoa   tem   de   mais   característico   ou   exclusivo   e   ao   mesmo   tempo,   indica   que pertencemos ao mesmo grupo”, a identidade cultural de um indivíduo ou grupo permite que este seja localizado em um sistema social. Em um mundo onde as mudanças são rápidas, face à globalização e aos eventos tecnológicos e científicos vertiginosos, a arte é um   dos   elementos   que   faz   parte   da   identidade   dos   povos.   As   mudanças   globais aceleradas influenciam a identidade dos indivíduos e a sua manifestação artística.

Podemos ver com Marques (2003, p. 157) que:Não   se   domina   um   país   pela   invasão   territorial,   mas   principalmente   pela superposição   e   diluição   de   repertórios   culturais   e   sociais.   Caso   nossos repertórios não estejam enraizados de forma significativa, ou seja, relacional, consciente e crítica, poderemos ser massacrados pela pasteurização de idéias estéticas.

A nossa identidade pessoal e social é um importante mediador das relações com os demais. A proposta deste eixo temático na Educação de Jovens e Adultos do Ensino Fundamental e Médio do Estado do Paraná preocupa­se em uma educação pela arte   que   transmita   significados   que   estão   próximos   da   vida   concreta   do   educando, produzindo   aprendizagem.   É   um   processo   que   mobiliza   tanto   os   significados   e   os símbolos quanto os sentimentos e as experiências a que se propõe.

Quando um indivíduo desenvolve sua percepção estética e tem consciência do poder   destas   representações,   textos   e   imagens   na   produção   das   identidades, compreende a força persuasiva da arte, no sentido de criar e reforçar representações que possuímos como indivíduos e como identidade coletiva. 

ARTE E SOCIEDADE

...  concernem à determinação social da atividade artística, seja do ponto de vista  da   finalidade  social   das  obras  –  por  exemplo,  o   culto   religioso  ou  o mercado de arte – seja o lugar ocupado pelo artista – por exemplo, iniciado numa  seita   secreta,   financiado  por   um  mecenas   renascentista,   profissional 

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liberal ligado ao mercado de arte, etc – seja das condições de recepção da obra  de  arte  –  a  comunidade de  fiéis,  a  elite  cultivada  e  economicamente poderosa, as classes populares, a massa, etc. (CHAUÍ, 2003, p. 153)

A arte não é  uma produção fragmentada ou fruto de modelos aleatórios ou apartados do contexto social nem tampouco mera contemplação, e sim, uma ciência que trabalha com o conhecimento presente em diferentes instâncias sociais.

A  profunda   relação  entre   arte   e   sociedade  é   possível   na  medida  em que pensarmos a arte como construção social e não como um dom natural, talento ou mera produção.   As   pessoas   são   construções   sociais   que   necessariamente   influem   e   são influenciados   pelo   fazer   e   pensar   arte.   A   música   rap,   por   exemplo,   constrói   um determinado tipo de consciência social, propaga os conhecimentos de um grupo popular, que são absorvidos e muitas vezes até revivificados em outras formas artístico­culturais. A   abordagem   crítica   e   intertextualizada   é   necessária   para   que   no   cotidiano   se problematizem as relações entre arte e sociedade e se permita, assim, a formação de sínteses pessoais enriquecedoras. Em outras palavras, o conceito de arte e sociedade abrange grandes temas da vida social como: a relação do homem com o trabalho; as relações de gênero;  a  ocupação do espaço urbano e outros.  Também através  deles podemos   compreender,   inclusive,   a   influência   da   indústria   cultural,   segundo   a   qual, muitas  vezes  a   (pseudo)   cultura  de  massa   tenta   impor  uma ordem social   passiva  e alienada.   Em   contrapartida,   o   conhecimento   da   arte   em   seu   aspecto   social,   deve desvelar­se   de   modo   que   o   ser   humano   possa   pertencer,   dialogar   e   transformar   a realidade que o circunda.

No que concerne à Educação de Jovens e Adultos, não podemos perder de vista as concepções de mundo e de sociedade que queremos construir e vivenciar com os educandos, pois o grande desafio do trabalho pedagógico em arte nos dias de hoje não se resume somente em aceitar e respeitar a diversidade, mas principalmente   em trabalhar, partilhar, dialogar e recriar conjuntamente a fim de educar para uma sociedade mais  justa e  igualitária.   “A ação da escola será  de mediação entre  o educando e os saberes, de forma que o mesmo assimile estes conhecimentos como instrumentos de transformação   de   sua   realidade   social”   (Diretrizes   Curriculares   para   a   Educação   de Jovens e Adultos, p. 31).

Os   temas   de   estudo   são   temas   que   direcionam,   motivam   e   articulam   a construção   do   conhecimento   em   arte,   propiciando   diferentes   leituras   de   mundo,   de cidadania participativa,   reflexiva e crítica.  O educador escolherá  um tema de estudos abrangente e articulado entre os eixos – identificados na disciplina de Educação Artística e Arte e os indicados nas Diretrizes Curriculares para a EJA – de maneira a englobar o conteúdo que fará parte do planejamento da célula de aula.  Os temas de estudo terão a flexibilidade necessária para que possam ser adequados ao contexto do educando e da educanda. 

Os   temas   de   estudo   são   perpassados   por   um   processo,   denominado “validação”, ou seja, o tema só será adequado para continuar o planejamento se passar positivamente pelas seguintes perguntas:

1. É relevante? É importante? Para quem? Perpassa pelos eixos definidos nas Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA ­ Cultura, Trabalho e Tempo?;2. Gera conhecimento em arte? Perpassa pelos eixos Arte e Identidade, Arte e Sociedade e Arte e Estética?

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3. É abrangente? Contempla o local e o global (regional, nacional e mundial)? É flexível?4. É possível adequá­lo às necessidades dos educandos e educandas da EJA (Idade, condições físicas, espaciais, etc)?

Uma vez escolhido o  tema de estudo,  o próximo passo é  a elaboração da célula de aula, que serão compostas por (MARQUES, 2001, p.91­102):

1. Textos – Repertórios.2. Subtexto – Elementos da linguagem (conteúdos da disciplina).3. Contexto – Elementos históricos, sociais e culturais.

ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

                   Cada linguagem artística possui um elemento básico por meio do qual ela se manifesta, ou seja: o som (Música), o movimento e o não movimento (Dança), a forma e a luz (Artes Visuais) e a dramatização (Teatro). Destes elementos básicos derivam­se os elementos   de   linguagem   específicos   da  arte.  Portanto,   os   conteúdos  para   o   Ensino Fundamental   e   Médio   devem   contemplar   os   elementos   de   cada   linguagem   artística (Música, Teatro, Dança e Artes Visuais), sua articulação e organização. Esses elementos permitirão ao educando e a educanda ler e interpretar o repertório, assim como elaborar o seu   próprio   trabalho   artístico.   A   leitura,   interpretação   e   produção   artística   avalia   a apreensão por parte educando e da educanda dos conteúdos propostos na célula de aula. 

ARTES VISUAIS

a) FormaComposição,   Experimentação   (como   os   elementos   da   linguagem   visual   se 

articulam?);Suportes (onde está proposta a idéia imagética?);Espacialidade – bidimensionais e tridimensionais (como está projetada, composta ou 

representada no espaço?);Texturas / acabamentos (como se apresenta?);Movimento: dinâmica, força, fluência e equilíbrio (como se alternam, ritmo?).

b) LuzDecomposição da luz branca;Cor /pigmento / percepção da corTonsValores / classificação das cores;Sombras e luz;Contraste.

MÚSICA         a) distribuição dos sons de maneira sucessiva (intervalos melódicos/ melodia).

b) distribuição dos sons de maneira simultânea (intervalos harmônicos/ harmonia),c) qualidades do som e suas variações:

­ intensidade (dinâmica)70

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­ duração (pulsação/ ritmo)­ altura (grave/ agudo)­ timbre (fonte sonora/ instrumentação)

d)   estruturas   musicais   (organização   e  articulação   dos   elementos   da   linguagem musical/ forma musical).

TEATRO

a) Elementos dramáticos:­a personagem: agente da ação;­enredo: como desdobramento de acontecimentos, desenvolvidos pela personagem;­espaço cênico: local onde se desenvolve a ação cênica.b) Signos da Representação Teatral:­ da personagem:­ visuais: figurinos, adereços, gestual;­ sonoros: fala (entonação)­ do espaço cênico:

visuais: cenário, adereços de cena, iluminação;sonoros: sonoplastia;

c) Gêneros Teatrais:­ Tragédia e suas características: a fatalidade, o sofrimento, o pesar;­ Comédia e suas características: o riso, a sátira, o grotesco;­ Drama e suas características: o conflito.

DANÇA

a) corpob) espaçoc) tempod) pesoe) fluênciaf) esforçog) fatores do movimento (espaço, peso, tempo e fluência)

REFERÊNCIAS

CAMPOS,   Neide   P.  A   construção   do   olhar   estético   crítico   do   educador. Florianópolis: UFSC, 2002

CANDAU,   Vera   Maria   (org.).  Sociedade,   educação   e   cultura:   questões   e propostas.  Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2002.

CHAUÍ, Marilena.  Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2003.

BAKHTIN, Mikhail (Volochínov). Marxismo e filosofia da linguagem.  Trad. Michel Lahud e Yara F. Vieira. 7ª ed. São Paulo: Hucitec, 1995.

BOURO, S.B.  Olhos que pintam: a leitura de imagens e o ensino da arte. São Paulo: Educ/Fapesp/Cortez, 2002.

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FERRAZ, M.; FUSARI, M. R.  Metodologia do ensino de Arte. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 1993.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário da Língua Portuguesa. 3ª ed. Curitiba: Positivo, 2004.

FREIRE,  Paulo.  Pedagogia  do oprimido.  12ª  ed.  Rio  de Janeiro:  Paz e Terra, 1983.

_____________.  Pedagogia   da   autonomia:   saberes   necessários   à   prática educativa. 8ª ed. São Paulo: Terra e Paz, 1998.

_____________, A importância do ato de ler. São Paulo: Cortez, 1995. HOUAISS, Antônio e Vilar, M. de S. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. 1ª ed.Rio de Janeiro: Objetiva, 2001

LABAN, Rudolf. Domínio do Movimento. São Paulo: Summus, 1978.

MARQUES,   Isabel  A.  Ensino  de  dança  hoje:   textos  e  contextos.  2ª  ed.  São Paulo: Cortez, 2001

_________________. Dançando na escola. São Paulo: Cortez, 2003.

MIGLIORI, R. Paradigmas e educação. São Paulo: Aquariana, 1993.

OSTROWER, Fayga P. Universo da arte, 7ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1991.

PAREYSON, L. Os problemas da estética. São Paulo. Martins Fontes, 1997.

SACRISTAN   J.G.  A   escolarização   transforma­se   em   uma   característica antropológica   das   sociedades   complexas.  In:   A   educação   Obrigatória:   seu sentido educativo e social. Porto Alegre: ARTMED, 2001, p. 35­55

SANTAELLA, Lucia. (Arte) & (Cultura): Equívocos do elitismo. São Paulo: Cortez, 3ª. Ed, 1995.

SILVA, Tomas Tadeu. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. 2ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.

ZAMACOIS, Joaquin.   Temas de estética y de historia de la música.  Barcelona: Labor, 1986.

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DISCIPLINA DE LINGUA ESTRANGEIRA MODERNA (LEM) ­ INGLÊS

CONCEPÇÃO DO ENSINO DE LINGUA ESTRANGEIRA MODERNA (LEM) ­ INGLÊS                A Língua Estrangeira Moderna ­ LEM ­ é um espaço em que se pode ampliar o contato com outras formas de perceber, conhecer e entender a realidade, tendo em vista que a percepção do mundo está, também, intimamente ligada às línguas que se conhece. Ela se apresenta também como um espaço de construções discursivas contextualizadas que refletem a ideologia das comunidades que a produzem. Desta maneira, o trabalho com LEM parte do entendimento do papel das línguas nas sociedades como mais do que meros  instrumentos  de  acesso  à   informação:  as  LEM são   também possibilidades  de conhecer, expressar e transformar modos de entender o mundo e construir significados. (SEED, 2005)

É um instrumento de inclusão social a partir do momento em que oportuniza o acesso a outras comunidades e conhecimentos,  permitindo o alargamento de horizontes e a expansão das capacidades interpretativas e cognitivas dos educandos. Através da LEM se reconhece a diversidade cultural, e torna­se possível oportunizar o educando a vivenciar criticamente a cultura do outro ao mesmo tempo em que valoriza a própria.

                  A LDB 9394/96, estabelece o caráter compulsório de uma língua estrangeira a partir da 5a série do Ensino Fundamental, facultando ao Ensino Médio a possibilidade da inclusão de uma segunda língua estrangeira.

Segundo   Gimenez   (2005),   a   língua   se   constitui   como   um   espaço   de comunicação intercultural, exercendo “o papel de mediadora das relações entre pessoas de diferentes línguas maternas.”, tendo em vista que existem, aproximadamente, mais de 300 milhões de falantes nativos e mais de 1 bilhão de usuários no mundo todo, sendo a língua   principal   em   livros,   jornais,   aeroportos   e   controle   de   tráfego   aéreo,   negócios internacionais   e   conferências   acadêmicas,   ciência,   tecnologia,   medicina,   diplomacia, esportes, competições internacionais, música pop e propaganda.

Partindo desse pressuposto, a LEM é um instrumento para que o educando seja capaz de construir e não somente consumir o conhecimento oferecido por outros, propiciando “reflexões sobre a relação entre língua e sociedade e, consequentemente, sobre as motivações subjacentes às escolhas lingüísticas em situações de comunicação (oral  e  escrita).”   (PARANÁ,  2005).  Ao  serem expostos  às  diversas  manifestações  da língua na sociedade, os educandos podem entender as implicações político­ideológicas.

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

O trabalho a ser desenvolvido com a  língua segue uma abordagem onde a língua   é   vista   como   instrumento  de   interação,   investigação,   interpretação,   reflexão  e construção,  norteada pelos   três  eixos  articuladores:  cultura,   trabalho  e   tempo.  Nessa concepção,   levar­se­á   em   consideração   a   realidade   do   educando,   valorizando   sua bagagem   de   conhecimentos   e   respeitando   suas   necessidades   e   características individuais, na certeza de que o adulto aprende melhor e desenvolve maior autonomia e responsabilidade quando se vê envolvido no processo ensino­aprendizagem.

Há que se pensar que ao ensinar uma LEM deve­se buscar a autenticidade da Língua, a articulação com as demais disciplinas e a relevância dos saberes escolares frente à experiência social construída historicamente pelos educandos.

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 Para a definição das metodologias a serem utilizadas, é necessário levar em conta que o educando é  parte   integrante  do  processo e deve ser  considerado como agente ativo da aprendizagem, visto que ele traz saberes e estes vão interagir com os saberes que ele vai adquirir.

Na   busca   desta   interação,   deve­se   buscar   uma   metodologia   que   leve   em consideração   que   as   habilidades   da   LEM   –   leitura,   escrita,   compreensão   oral   e compreensão auditiva – não são únicas, elas  interagem de acordo com o contexto e precisam ser vistas como plurais, complexas e dependentes de contextos específicos.

Deve­se levar em conta, ainda, que a língua não pode ser entendida como algo fechado ou abstrato, na forma de uma gramática, onde toda a transformação, o aspecto vivo da LEM, sua capacidade de se transformar em contextos diferentes, toda diversidade da LE se perde.

Portanto,   as   metodologias   a   serem   aplicadas   devem   levar   em   conta, principalmente,   o   contexto   em   que   estão   sendo   aplicadas,   de   acordo   com   as necessidades regionais, que levem o educando a criar significados, posto que estes não vêm prontos na linguagem. 

ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS

ENSINO FUNDAMENTAL

No caso do ensino da Língua Inglesa na EJA, dadas as suas características, o trabalho parte da exploração de diversos gêneros textuais que propiciam a exposição do educando  à   língua  dentro  de  um contexto,  possibilitando  a  análise  e  estudo  de  sua estrutura, servindo também como ponte para o criar a interação entre as habilidades em cada contexto.

1. Textos (Escritos, orais, visuais, dentre outros)

Identificação   de   diferentes   gêneros   textuais,   tais   como:   informativos,   narrações, descrições, poesias, tiras, correspondência, receitas, bulas de remédios, folders, outdoors, placas de sinalização, etc.

Identificação da idéia principal de textos. (skimming)Identificação de informações específicas em textos. (scanning)Identificação de informações expressas em diferentes formas de linguagem (verbal e 

não verbal).Inferência de significados a partir de um contexto. Trabalho com cognatos, falsos cognatos, afixos, grupos nominais, etc

1.1. Foco lingüístico

Substantivos.Adjetivos.Pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos e interrogativos.Verbo to be e there to be. (afirmativa, interrogativa e negativa).Tempos verbais: presente simples e contínuo, passado simples (regular e irregular 

de verbos mais comuns) e futuro com will.Imperativo: afirmativa e negativa

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Preposições (in, on, at, from, to…)Advérbios de tempo, lugar e freqüência.

1.2. Vocabulário básico

saudações, apresentações, horas, família, partes do corpo, cores, dias da semana, meses do ano,  estações do ano,  profissões,   roupas,  animais,   locais  públicos, condições do tempo (rainy, sunny, windy, cloudy / cold, hot, cool, warm), partes da casa, refeições, adjetivos, numerais (cardinal e ordinal).

ENSINO MÉDIO

1. Textos (Escritos, orais, visuais, dentre outros)

Identificação   de   diferentes   gêneros   textuais   tais   como:   informativos,   narrações, descrições, poesias, tiras, correspondência, receitas, bulas de remédios, folders, outdoors, placas de sinalização, etc.

Identificação da idéia principal de textos. (skimming)Identificação de informações específicas em textos. (scanning)Identificação de informações expressas em diferentes formas de linguagem (verbal e 

não verbal).Inferência de significados a partir de um contexto. Trabalho com cognatos, falsos cognatos, afixos, grupos nominais, etcInferência de significados das palavras a partir de um contexto. (cognatos, etc...)

1.1. Foco Lingüístico

Tempos verbais: presente simples e contínuo, passado simples (regular e irregular) e contínuo e  futuro com will  e going  to,  nas  formas afirmativa,  interrogativa e negativa.

Comparativo e superlativo. (graus dos adjetivos)Verbos Modais: Can, may, could, should, must.Substantivos contáveis e incontáveis.Some, any, no e derivados.

1.2. Vocabulário

O vocabulário relacionado aos temas abordados nas unidades de estudo.

REFERÊNCIAS

PENNYCOOK,    Alastair.  English  and  the  discourses of  Colonialism.  London: Routledge. 1999.

PARANÁ,   Secretaria   de   Estado   da   Educação,  Diretrizes   Curriculares   da Educação Fundamental da Rede de Educação Básica do Estado do Paraná: Língua Estrangeira Moderna. Versão Preliminar. 2005.

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GIMENEZ,   Telma.   Diretrizes   Curriculares   para   o   Ensino   Fundamental:   Línguas Estrangeiras   Modernas   –   Questões   para   Debate.   In:     PARANÁ.   Secretaria   de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Fundamental da Rede de Educação Básica do Estado do Paraná: Língua Estrangeira Moderna.

DISCIPLINA DE LINGUA ESTRANGEIRA MODERNA (LEM) – LINGUA ESPANHOLA

A INSTRUÇÃO Nº 004/2010 –SUED/SEED, orienta a oferta da Lingua Espanhola, nos estabelecimentos   da   Rede   Estadual   de   Ensino   que   ofertam   o   Ensino   Médio,nas modalidades da Educação de jovens e adultos.A Superintendência da Educação da SEED,considerando a lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional Nº 9394/96 e a Lei Federal 11.161, de 05/08/2005, que dispõe sobre a  obrigatoriedade  da  oferta  do  Ensino  da  Lingua  Espanhola.  O parecer    Nº  331/09­ CEE/PR, oferta o   Ensino da Língua Espanhola no   Estado   Paraná. A Deliberação nº 06/09 do CEE/PR normatiza a implantação do Ensino da Lingua Espanhola no Sistema Estadual  de Ensino do Paraná  e  a  necessidade de orientar  a  oferta  da disciplina de Língua   Espanhola   nos   Estabelecimentos   da   Rede   Estadual   no   Ensino   de   Jovens   e adultos ao Ensino Médio.A disciplina de Lingua Espanhola é de oferta obrigatória pelo Estabelecimento de Ensino e de matricula facultativa para o educando do Ensino Médio EJA.

A matriz curricular do Curso para educação de jovens e adultos do ­Ensino Médio,do estabelecimento do CEEBJA Manoel  Machado –Ensino Fundamental  e Ensino Médio, ,mantido  pelo  Governo do  Estado  do  Paraná,   localizado na cidade de Londrina,  nas Dependências do Centro de Detenção e Ressocialização  (CDRL) e na Penitenciária de Londrina  (PEL), apresentará alterações,  sendo que a carga hóraria para a Disciplina de Lingua Espanhola será de 106 horas e 128 horas­aula.A nova matriz será implantada a partir de 2010, para educandos que não concluiram o Ensino Médio, até termino do ano de 2009, também para o educando desistente, quando retornar   aos   estudos;   no   ato   da   matricula,   o   educando   deverá   fazer   sua   opção   de frequentar ou não as aulas da Língua Espanhola.Para os educandos que não optarem em frequentar a Língua Espanhola deverá constar em quadro de observaçao no requerimento de matricula, na ficha Individual e no Histórico Escolar expedido pelo Sistema de SEJA, de acordo normas estabelecidas pelo órgão competente.Para os alunos que optarem  em frequentar as aulas de Lingua Espanhola deverão estar sendo orientado para:

a) Que   a   disciplina   de   Língua   Espanhola   entrará   no   cômputo   das     04   (quatro) disciplinas que podem ser cursadas concomitatemente.

b) A matricula poderá ser efetuada somente na organização coletiva.c) É   vedado o  aproveitamento  de  estudos,  a  classificação  e  a   reclassificação  na 

disciplina de Lingua Espanhola.d) As   Avaliações   serão   realizadas   no   processo   Ensino–aprendizagem   ;   sendo 

registrado 04 (quatro ) notas para fins de cálculo da média final.

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e) Para fins de promoção o aluno deverá atingir a média de 6,0 (seis virgula zero) e no minimo 75% de frequência.

f) No requerimento de matricula deverá constar a assinatura do aluno, tal como a rubrica do educando que “ optou por frequentar as aulas de Lingua Espanhola”.

g) Na ficha individual registrar as médias parciais e a média final obtida na disciplina de Lingua Espanhola e no Historico Escolar registrar no Campo de  Nota, somente a média final.

h) Na   documentação   Escolar,   incluir   a   carga   hóraria   da   disciplina   de   Língua Espanhola ,no total da Carga Horária do Curso .

  i) A DET/SUED/SEED/  é   responsável  pela  autorização da   demanda do docente 

desde que o Estabelecimento  tenha número suficiente para  formar uma  turma, para cursar a disciplina de língua Espanhola; também é necessário  para efetivar o processo   do   pedido   do   docente   que   se   faça     protocolado   aos   orgãos   acima citados. O docente será contratado pelo período solicitado pelo estabelecimento, após  esse   período,a   demanda   será   fechada,   as  exigências  para   cumprimento desse item estão contidas na Instrução 004/2010 SUED/SEED

DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO FÍSICA

CONCEPÇÃO DO ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

                               Vivenciamos nos últimos quinze anos a afirmação gradativa do ensino da Educação Física numa perspectiva cultural e é a partir desse referencial que se propõe essa disciplina como área de estudo da cultura humana, ou seja, que estuda e atua sobre o conjunto de práticas ligadas ao corpo e ao movimento, criadas pelo homem ao longo de sua   história.   Trata­se,   portanto,   privilegiar   nas   aulas   de   Educação   Física   além   da aprendizagem de movimentos, a aprendizagem para e sobre o movimento.

Neste sentido, como enfatizam Taborda e Oliveira (apud PARANÁ, 2005, p.10) os objetivos da Educação Física devem estar voltados para a humanização das relações sociais, considerando a noção de corporalidade, entendida como a expressão criativa e consciente  do  conjunto  das  manifestações  corporais  historicamente  produzidas.  Esse entendimento   permite   ampliar   as   possibilidades   da   intervenção   educacional   dos professores de Educação Física, superando a dimensão meramente motriz de uma aula, sem no entanto negar  o  movimento como possibilidade de manifestação   humana e, desse modo contemplar o maior número possível de manifestações corporais explorando os conhecimentos já trazidos pelos educandos e a sua potencialidade formativa.

Segundo Soares et al (1992, p. 50) a Educação Física é conceituada como:

“(...)   uma   prática   pedagógica   que,   no   âmbito   escolar,   tematiza   formas   de atividades   expressivas   corporais   como:   o   jogo,   esporte,   dança,   ginástica, formas estas que configuram uma área de conhecimento que podemos chamar de cultura corporal.  Esses conteúdos expressam um sentido/significado nos quais se interpenetram.”

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A partir desse entendimento a proposta para a disciplina de Educação Física deve favorecer o estudo, a integração e a reflexão da cultura corporal de movimentos, formando o cidadão que vai produzi­la, reproduzi­la e transformá­la, instrumentalizando­o para usufruir das atividades proposta em beneficio   da sua inserção social, levando­o a descobrir motivos e sentidos nas práticas corporais que favoreçam o desenvolvimento de atitudes  positivas,   contemplando  assim  todas  as  manifestações  corporais   e   culturais, partindo da realidade local para as diferentes culturas.

Cabe aos professores de Educação Física mediar o processo de ensino­aprendizagem deflagrado nas aulas de Educação Física quanto à construção de um ambiente que proporcione ao aluno a aprendizagem dos conteúdos significativos para o seu processo de conhecimento e desenvolvimento, incrementando sua capacidade para   tomar   decisões   relacionadas   à   atividade   física,   isto   é,   movimento   corporal humano.

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

A Educação de Jovens e Adultos – EJA, atende um público diverso (jovens, adultos, idosos, povos das florestas, ribeirinhos, indígenas, populações do campo, entre outros) que não teve acesso ou não pode dar continuidade à escolarização mesma por fatores, normalmente, alheios a sua vontade. Esses educandos possuem uma gama de conhecimentos adquiridos em outras instâncias sociais, visto que, a escola não é o único espaço de produção e socialização de saberes. O atendimento a esses alunos não se refere, exclusivamente, a uma determinada faixa etária mas a diversidade sócio­cultural dos mesmos.

Se  considerarmos  que  os  educandos   freqüentadores  dessa  modalidade  de ensino encontram­se em grande parte, inseridos no mundo do trabalho, é importante que o   trabalho   pedagógico   nas   aulas   de   Educação   Física   seja   compatível   com   as peculiaridades dessa parcela de educandos. Desse modo, a aprendizagem do movimento deve ceder  espaço às práticas que estejam direcionadas para e sobre o movimento, focalizando preponderantemente aspectos relacionados ao desenvolvimento de atitudes favoráveis à realização de atividades físicas e ao aprofundamento do entendimento de conceitos relacionados a essas atividades.

Numa primeira  aproximação,   tendemos a  nos  precipitar  na  constatação  da incompatibilidade quase paradoxal de se relacionar a Educação Física com adolescentes, adultos  e  até   idosos  na  escolarização  de  Jovens  e  Adultos.  Se  nos  apoiarmos,   por exemplo,   nas   práticas   tradicionais   que   enfatizam   atividades   como   as   “bicicletas”   do futebol ou os saques “viagem ao fundo do mar” do voleibol como referências absolutas das   possibilidades   de   movimento   corporal   humano   e   como   tipos   de   conteúdo   e   de aprendizagem presentes na Educação Física, de fato sua adequabilidade será mínima.

Podemos assumir, portanto, que o propósito da intervenção do professor que atua no campo da Educação Física no contexto da EJA é potencializar as possibilidades de   participação   ativa   de   pessoas   com   demandas   educacionais   específicas,   em programas com foco na atividade física/movimento corporal humano. Outrossim, há que se considerar que a sustentação para ações pedagógicas direcionadas ao processo de escolarização dessas mesmas pessoas encontra­se em fase de construção, carecendo ainda   da   produção   de   conhecimento   capaz   de   contribuir   para   a   consolidação   da participação da Educação Física nessa modalidade de ensino.

Duas questões essenciais precisam nortear e servir de eixo orientador para o trabalho pedagógico da disciplina de Educação Física com jovens e adultos: 

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Avaliação

Seqüênciação

Trabalho

Cultura

- Quem são os alunos da EJA?- Como pode ser desenvolvida a Educação Física para esses alunos?

Compreendendo   o perfil do educando da EJA, a Educação Física deverá valorizar a diversidade cultural  dos educandos e a riqueza das suas manifestações corporais, a reflexão das problemáticas sociais e a corporalidade “entendida como a expressão   criativa   e   consciente   do   conjunto   das   manifestações   corporais historicamente produzidas” (PARANA, 2005), considerando os três eixos norteadores do trabalho com a EJA que são a cultura, o trabalho e o tempo1.

É, portanto, imprescindível que tempo, cultura e trabalho se manifestem na prática   pedagógica   do   educador,   expressando   idéias   e   ações   relacionadas   a: seqüenciação  (organização   do   conteúdo   em   função   do   tempo   escolar), comprometimento   na   condução   do   processo   ensino­aprendizagem   (efetivação   da aprendizagem   dos   conteúdos)   e   avaliação   do   trabalho   pedagógico   (critérios   de acompanhamento das conseqüências  do  processo ensino­aprendizagem),  conforme representados na figura 1:

A Educação Física na Educação de Jovens e Adultos representa importante possibilidade   de   contato   dos   educandos   com   a   diversidade   da   cultura   corporal   de movimento,   sem   perder   de   vista   o   papel   da   EJA,   que   segundo   KUENZER   (apud PARANÁ, 2005, p. 28),

deve   estar   voltado   para   uma   formação   na   qual   os   educandos­trabalhadores possam aprender  permanentemente;   refletir  criticamente; agir com responsabilidade individual e coletiva; participar do trabalho e da vida   coletiva;   comportar­se   de   forma   solidária;   acompanhar   a 

1 Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos no Estado do Paraná (versão preliminar).79

TempoComprometimento

Figura 1: relação dos eixos tempo, cultura e trabalho com a intervenção pedagógica.

Figura 1: relação dos eixos tempo, cultura e trabalho com a intervenção pedagógica.

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dinamicidade   das   mudanças   sociais;   enfrentar   problemas   novos construindo soluções originais com agilidade e rapidez.

O planejamento das aulas para o perfil do educando da EJA  necessita de um levantamento junto aos mesmos, de como foram suas aulas e experiências anteriores, para haver maior clareza de como o educador poderá planejar o trabalho pedagógico. Outra perspectiva a ser considerada é o trabalho com a cultura local, buscando a origem de suas práticas, transformações e diferenças em cada região.

Desse  modo,  os  conteúdos  a  serem abordados  devem  levar  em conta  as características peculiares do perfil  de educador  dessa modalidade de ensino,  seja de caráter presencial ou semi­presencial. Os conteúdos que apresentamos – constituintes da cultura   corporal   de   movimento   –   devem   ser   selecionados   em   função   do   projeto pedagógico elaborado pela escola, considerando os interesses dos alunos observados nas interações iniciais com o educador .

Vários são os princípios que abrangem o ensino  da  Educação Física (BETTI, 2002),  destacando­se: o  Princípio da  Inclusão  que  tem como meta a participação e reflexões   concretas  e  efetivas  de   todos  os  membros  do  grupo,   buscando   reverter   o quadro histórico da área de seleção entre  indivíduos aptos e  inaptos para as práticas corporais,   resultando   na   valorização   exacerbada   no   desempenho   e   da   eficiência,   e conseqüentemente na exclusão do educando .

O  Princípio   da   Diversidade  aplica­se   à   construção   da   aprendizagem   na escolha de objetivos e de conteúdos, que ampliem as relações entre os conhecimentos da cultura corporal  de movimento  e o perfil  dos sujeitos da aprendizagem. Com  isso pretende­se   legitimar   as   possibilidades   de   aprendizagem   que   se   estabelece   nas dimensões afetivas, cognitivas, motoras e sócio­culturais dos alunos. 

Já   no  Princípio   da   Autonomia  a   relação   com   a   cultura   corporal   de movimento, não se dá naturalmente, mas é fruto da construção e do esforço conjunto de professores   e   alunos   através   de   situações   concretas   e   significativas.   A   busca   da autonomia pauta­se na ampliação do olhar da escola sobre o nosso objeto de ensino e aprendizagem. Essa autonomia significa a possibilidade de construção pelo educando dos   seus   conceitos,   atitudes   e   procedimentos,   ao   invés   de   simples   reprodução   e memorização de conhecimentos. 

Tais princípios precisam estar presentes ao se buscar uma aprendizagem significativa, entendida como a aproximação entre o conhecimento do educando e o construído ao longo do tempo, não perdendo de vista que os mesmos estão inseridos numa  cultura  e  expressam uma  aprendizagem social   regida  por  uma  organização política e social. 

O   professor   deve   mediar   o     trabalho   pedagógico   para   que   o   educando compreenda o seu “eu” e o relacionar­se com o outro, a partir  do conhecimento do seu corpo, como instrumento de expressão e satisfação de suas necessidades, respeitando experiências   anteriores   e   dando­lhe   condições   de   adquirir   e   criar   novas   formas   de expressão.

A   avaliação   proposta   para   a   EJA   entende   a   necessidade   da   avaliação qualitativa e voltada para a realidade. Proceder a avaliação da aprendizagem clara e consciente, é entendê­la como processo contínuo e sistemático de obter informações, de   perceber   progressos   e   de   orientar   os   alunos   para   a   superação   das   suas 

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dificuldades. Reforçando este pensamento Vasconcelos (apud PARANÁ, 1994, p. 44) diz que:

o professor  que quer  superar  o problema da avaliação precisa a partir de uma autocrítica: abrir mão do uso autoritário da avaliação que o sistema lhe faculta e autoriza; rever a metodologia do trabalho em sala de aula; redimensionar o uso da avaliação (tanto do ponto de vista da forma como do conteúdo); alterar a postura diante dos resultados   da   avaliação;  criar   uma   nova   mentalidade   junto   aos alunos, aos colegas educadores e aos pais.

Atualmente a perspectiva tradicional de avaliação cede espaço para uma nova visão que procura ser mais processual, abrangente e qualitativa. Não deve ser um   processo   exclusivamente   técnico   que   avalia   a   práxis   pedagógica,   mas   que pretende atender a necessidade dos educandos considerando seu perfil  e a função social da EJA, com o reconhecimento de suas experiências e a valorização de sua história   de   vida.   Isso   torna­se   essencial   para   que   o   educador   reconheça   as potencialidades dos educandos e os ajude a desenvolver suas habilidades para que os mesmos atinjam o conhecimento na busca de oportunidades de inserção no mundo do trabalho e na sociedade. 

A avaliação deverá  portanto compreender  formas tais como: a  linguagem corporal,  a  escrita,  a  oral,  por  meio  através  de  provas  teóricas,  de     trabalhos,  de seminários e do uso de fichas, por exemplo, proporcionando um amplo conhecimento e utilizando métodos de acordo com as situações e  objetivos  que se  quer  alcançar. Devemos levar em consideração que educando idosos, ou com menos habilidades, os com necessidades especiais   e o grau de desenvolvimento que possuem, bem como as suas experiências anteriores

Pautados no princípio que valoriza a diversidade e reconhece as diferenças, a   avaliação   precisa   contemplar   as   necessidades   de   todos   os   educandos.   Nesse sentido, sugere­se o acompanhamento contínuo do desenvolvimento progressivo do aluno, respeitando suas individualidades. Desse modo a avaliação não pode ser um mecanismo apenas para classificar ou promover o aluno, mas um parâmetro da práxis pedagógica, tomando os erros e os acertos como elementos sinalizadores para o seu replanejamento.   Dentro   dessa   perspectiva,   para   que   a   avaliação   seja   coerente   e representativa  é   fundamental  que  a   relação  entre   os  componentes   curriculares  se apóie em um diálogo constante.

É   importante   lembrar   no   princípio   da   inclusão   de   todos   na   cultura corporal de movimento. Assim, a avaliação deve propiciar um auto­conhecimento e uma análise possível das etapas já vencidas no sentido de alcançar os objetivos propostos.

ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

Os conteúdos são definidos como conhecimentos necessários à apreensão do desenvolvimento sócio­histórico das próprias atividades corporais e  à  explicitação das suas   significações   objetivas.   Os   mesmos   foram   estruturados   de   forma   a   garantir 

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aprendizagens   novas   e   significativas,   despertando   o   interesse   e   a   atenção   dos educandos a consciência da necessidade de atitudes favoráveis a prática de atividades físicas ao longo da sua vida, valorizando a  cultura corporal, logo “a cultura humana é uma cultura corporal, uma vez que o corpo realiza as intenções humanas” (FREIRE, 2003 p. 34).

Desse modo a Educação Física deve considerar conteúdos e práticas que contemplem:

- a relação entre o conhecimento social e escolar do educando;- a identidade e as diferenças sócio­culturais dos educandos na proposição 

das praticas educativas;- ensino com base na investigação e na problematização do conhecimento;- as diferentes linguagens na medida em que se instituem como significativas 

na formação do educando;- as múltiplas interações entre os diferentes saberes;- articulação entre teoria, prática e realidade social;- atividades pedagógicas que priorizem o pensamento reflexivo.

Baseado   na   perspectiva   dos   educadores,   propomos   a   articulação   do trabalho docente em torno dos seguintes conteúdos: saúde, esportes, jogos, ginástica, dança e lazer.

Ultrapassando   a   tendência   dominante   de   conceber   a   saúde   como investimento individual, o conteúdo deve oferecer condições de articular o individual com o cultural, social e político. Ou seja, a saúde é um bem que se adquire, além de, pelas   atividades   físicas   e   corporais,   por   intermédio   de:   alimentação,   saneamento básico, moradia, educação,  informação   e preservação do meio ambiente, enfim, o direito de acesso às condições mínimas para uma vida digna. Esse conteúdo permite compreender  a  saúde   como  uma  construção  que   requer   uma  dimensão  histórico­política e social.

O  esporte  pode ser abordado pedagogicamente no sentido de esportes “da escola” e não “na escola”, como valores educativos para justificá­lo no currículo escolar da EJA. Se aceitarmos o esporte como prática social, tema da cultura corporal, devemos questionar   suas   normas   resgatando   os   valores   que   privilegiam   o   coletivo   sobre   o individual, o compromisso da solidariedade e respeito humano, que se deve jogar com o outro e não contra o outro. Por isso esse conteúdo deve ser apresentado aos alunos de forma a criticá­lo, promovendo a sua resignificação, e sua adaptação a realidade que a prática cria e recria, colocando­o como um meio e não fim em si mesmo.

Os   jogos   oportunizam   ao   jovem   e   ao   adulto   experimentar   atividades prazerosas,   que   envolvam   partilhas,   negociações   e   confrontos   que   estimulem   o exercício   de   reflexão   sobre   as   relações   entre   as   pessoas   e   os   papéis   que   elas assumem   perante   a   sociedade,   bem   como   a   possibilidade   de   resgatar   as manifestações lúdicas e culturais.

O estudo da ginástica pretende favorecer o contato do educando com as experiências  corporais  diversificadas,  seu caráter  preventivo,  modismo,  melhora  da aptidão   física,   tem   o   objetivo   de   conscientizar   os   educandos   de   seus   possíveis benefícios, bem como os danos causados pela sua prática inadequada ou incorreta.

A   dança   a   ser   trabalhado   na   EJA   contribui   para   o   desenvolvimento, conhecimento e ritmo do corpo. Ao relacionar­se com o outro, cada gesto representa 

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sua   história,   sua   cultura,   como   manifestação   de   vida,   por   meio   de   um   processo continuo de integração e relacionamento social.

O estudo sobre o lazer proporciona  reflexões a cerca do uso do tempo livre, com   atividades   que   lhe   propiciem   prazer,   descontração,   alegria,     socialização, conscientização clareza das necessidades e benefícios que serão adquiridos e que contribuam para o seu bem estar físico, mental e social.

Os conteúdos propostos poderão ser distribuídos de forma informativa, prática ou  teórica e poderão ser  modificados de acordo   com cada  realidade.  Os conteúdos esporte, jogos, dança, lazer e  ginástica são comuns ao Ensino Fundamental e ao Ensino Médio, o  conteúdo saúde mantêm a especificidade de cada ensino.

CONTEÚDOS ENSINO FUNDAMENTAL E ENSINO MÉDIO

SAÚDE (Ensino Fundamental)

- Definição de saúde.- Atividade física na produção de saúde.- Sedentarismo.- Postura.- Anabolizantes e suas conseqüências.- Controle de freqüência cardíaca.

SAÚDE (Ensino Médio)

- Definição de saúde.- Obesidade.- Stresse.- Hábitos alimentares.- LER e DORT.- Ergonomia.- Corpo do trabalhador e seus sacrifícios.- Controle de freqüência cardíaca.- Envelhecer com saúde.

ESPORTES(Ensino Fundamental e Médio)

- Definições de esporte.- História e origem.- Princípios básicos (fundamentos).- Táticas e regras.- Esporte como fenômeno global.- Atividades práticas.

JOGOS(Ensino Fundamental e Médio)

- Definição de jogo.- Aspectos históricos sociais.- Tipos de jogos: jogos cooperativos, jogos recreativos/ jogos lúdicos, 

jogos intelectivos, jogos de dramatização e  jogos pré­desportivos.- Diferentes manifestações culturais.- Atividades práticas.

GINÁSTICA(Ensino Fundamental e Médio)

­ História e origem.­ Tipos de ginástica:  ginástica artística,  ginástica rítmica,  ginástica 

laboral e  ginástica de academia.­ Princípios básicos.­ Atividades práticas.

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Ficaram definidos  como 

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DANÇA(Ensino Fundamental e Médio)

­ História e origem­ Tipos de dança: danças folclóricas, danças circulares, danças de 

salão, danças criativas.­ Expressão corporal/atividades rítmicas.­ Danças da cultura local.­ Atividades práticas.

LAZER(Ensino Fundamental e Médio)

­ Definição de lazer.­ Aproveitamento do tempo livre.­ Lazer e benefícios para saúde.

REFERÊNCIAS

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COLL, C.; POZO, J.I.; SARABIA, B.; VALLS, E. Os conteúdos na reforma: ensino e   aprendizagem   de   conceitos,   procedimentos   e   atitudes.  Porto   Alegre:   Artes Médicas, 2000.

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PARANÁ,   Secretaria   de   Estado   da   Educação,  Diretrizes   Curriculares   da Educação Fundamental da Rede de Educação Básica do Estado do Paraná: Língua Estrangeira Moderna. Versão Preliminar. 2005.

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SAVIANI, D. Escola e democracia. 35.ed. Campinas: Autores Associados, 2002.

SOARES, C.L.; et all . Metodologia do ensino de Educação Física.  São Paulo: Cortez, 1992.

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OLIVEIRA, A. A. B. Educação Física no ensino médio ­ período noturno: um estudo participante. Revista Movimento, Porto Alegre, n. 12, p. 05­13, 2000.

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TANI,   G.   Vivências   práticas   no   curso   de   graduação   em   Educação   Física: necessidade, luxo ou perda de tempo? Caderno Documentos, nº 2, Universidade de São Paulo, 1996.

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DISCIPLINA DE MATEMÁTICA

CONCEPÇÃO DO ENSINO DA MATEMÁTICA

A Educação Matemática é um importante ramo do conhecimento humano. A sua  origem   remonta   à   antigüidade   clássica  greco­romana.  Os  gregos   conceberam a Matemática como um dos conteúdos da filosofia, portanto, como um dos instrumentos da arte de conhecer o mundo em sua totalidade. 

Dessa forma, o educador além de dominar os conteúdos matemáticos, deve também   conhecer   os   fundamentos   histórico­filósoficos   da   Matemática,   e   ainda,   o(s) processo(s) pelo(s) qual(is) o educando aprende; aquisição do conhecimento. 

Nesse sentido, é importante que o educador tenha conhecimento das práticas pedagógicas   que   norteiam   o   ensino   da   Matemática   na   atualidade.   Para   tanto,   é necessário   resgatar   o   processo   educacional   vivenciado,   especialmente,   a   partir   da década de 60 do século passado. 

O ensino da Matemática, desde então, tem sofrido alterações na sua forma de organização  e  de  conceber  os  conteúdos.  Pode­se  destacar  as  seguintes   fases:  até meados de 1960, prevaleceu a chamada “Matemática Tradicional”, em que predominava a valorização do conteúdo desvinculado da prática e com ênfase na memorização de regras. Depois, surgiu o “Movimento da Matemática Moderna”, cujo objetivo principal era a unificação dos vários campos da Matemática, tais como, a Aritmética, a Álgebra e a 

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Geometria. O seu grande objetivo era o trabalho pedagógico por meio da linguagem dos conjuntos, mas que ficou reduzida a um simbolismo exagerado a ser memorizado pelo aluno.

Os membros da comissão do Movimento da Matemática Moderna, por sua vez, assinalaram   vários   defeitos   no   currículo   tradicional   difundido,   afirmando   a importância   de   se   abandonar   o   conteúdo   tradicional   em   favor   dos   novos conteúdos, entre eles a álgebra abstrata, a topologia, a lógica simbólica e a álgebra de Boole. Vejamos   como   Morris   Kline   exemplifica,   como   sugestão,   uma   aula   de Matemática, nos moldes da Matemática Moderna:“A professora pergunta:

 Por que 2 + 3 = 3 + 2 ?― Porque ambos são iguais a 5 – respondem os alunos sem hesitar.― Não, a resposta exata é porque a propriedade comutativa da soma assim o―  

sustenta.  A segunda pergunta é: Porque 9 + 2 = 11 ?―

Novamente os alunos se apressam a responder: 9 e 1 são 10 e mais um é 11.―  Está   errado!   –   exclama   a   professora.   –   A   resposta   exata   é   que   pela―  

definição 2,9 + 2 = 9 + (1 + 1) [...] .Vê­se, portanto, neste exemplo que as propriedades dos Números Naturais, Teoria  dos  Conjuntos,   se   sobrepõe  ao  algoritmo  da  adição,  Aritmética,   no mesmo   conjunto   numérico.   No   caso,   essa   sobreposição   faz   com   que   a professora classifique as respostas indicadas pelos alunos como erradas, e, logo  a   seguir,   a  mesma   reforça  novamente  a   resposta   correta  através  da propriedade comutativa.(PETRONZELLI, 2002, pp.40­1)

Com   o   advento   da   Lei   5692/71,   a   ênfase   passou   a   ser   a   metodologia, justificada pela necessidade do aluno poder desenvolver toda sua potencialidade, ou seja, valorizou­se a manipulação de materiais concretos, relegando­se a segundo plano a fase de automação, priorizando­se o atendimento à criança em sua fase de desenvolvimento, mas descuidando­se da sistematização dos  conhecimentos matemáticos sócio­históricos acumulados   pela   humanidade.   A   grande   dificuldade   dos   professores   foi,   então,   a passagem do concreto para o abstrato, o que é fundamental para a matemática. 

Na  atual  proposta  pedagógica  para  a  EJA,  procura­se  a   interação  entre  o conteúdo e as formas. A perspectiva, nesse sentido, é estabelecer uma relação dialética ­ teoria e prática ­ entre o conhecimento matemático aplicado no processo de produção da base   material   de   existência   humana   e   as   manifestações   teórico­metodológicas   que estruturam   o   campo   científico   da   própria   Matemática.   Dessa   forma,   o   ensino   da Matemática deve ser concebido de modo a favorecer as necessidades sociais, tais como: a formação do pensamento dialético, a compreensão do mundo social e natural, a ciência como obra decorrente do modo de cada sociedade ­ Grega, Feudal, Moderna – produzir a vida.

Concebida   desta   forma,   a   Educação   Matemática   desempenhará   um   papel fundamental   na  aquisição  da   reflexão   filosófica  por   parte   dos  educandos,   isto  é,   da consciência crítica que supera o senso comum que toma a aparência das coisas como sendo verdades absolutas, ou seja, a Matemática deve ser vista, como uma ciência viva e dinâmica, produto histórico, cultural e social da humanidade.

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Ao   revelar   a   Matemática   como   uma   produção   humana,   demonstrando   as necessidades   e   preocupações   das   diferentes   culturas   em   diferentes   épocas   e   ao relacionar os conceitos matemáticos de hoje com os construídos no passado, o educador permite que o educando reflita sobre as condições e necessidades que levaram o homem a chegar  até  determinados conceitos,  ou  seja,  o  educador  estará  proporcionando no processo   de   ensino­aprendizagem   a   reflexão   da   construção   da   sobrevivência   dos homens e da exploração do universo, dessa forma, estará caracterizando a relação do homem com o próprio homem e do homem com a natureza.

O produto do desenvolvimento da humanidade pode ser demonstrado através da   historicidade.   Isto   indica   que   ao   trabalhar   nos   bancos   escolares   a   abstração,   o conhecimento sistematizado e  teórico, o educando entenderá  o avanço tecnológico, a elaboração da ciência, a produção da vida em sociedade.

Portanto, a abordagem histórica da matemática permite ao educando jovem, adulto e idoso, compreender que o atual avanço tecnológico não seria possível sem a herança cultural de gerações passadas. Entretanto, essa abordagem não deve restringir­se a informações relativas a nomes, locais e datas de descobertas, e sim ao processo histórico, viabilizando com isso a compreensão do significado das idéias matemáticas e sociais.

Mas, além de compreender que o conhecimento matemático é sócio­histórico, faz­se necessário que o educando estabeleça relações entre os elementos internos da própria Matemática ­ conteúdos escolares ­ e os conceitos sociais. 

Esse conhecimento prescinde de um tratamento metodológico que considere a especificidade da Educação de Jovens e Adultos ­ EJA e   deve constituir  o ponto de partida para todo o ensino­aprendizagem da Matemática, ou seja, os educandos devem ter oportunidades de contar suas histórias de vida, expor os conhecimentos informais que têm sobre os assuntos, suas necessidades cotidianas, suas expectativas em relação à escola e às aprendizagens em matemática.

Embora, os jovens, adultos e idosos, com nenhuma ou pouca escolaridade, dominem algumas noções básicas dos conteúdos matemáticos que foram apreendidas de maneira informal nas suas vivências, a EJA tem a função de transformar essas noções elementares,   conceitos   espontâneos,   em   conceitos   científicos,   fazendo   o   educando dominar a Linguagem Matemática  e suas Representações, os Conceitos Matemáticos e Sociais,   os   Cálculos   e   os   Algoritmos,   a   História   da   Matemática   e   a   Resolução   de Problemas.

A compreensão e apreensão desses pressupostos  metodológicos por  parte dos educandos e dos educadores,  dão significado aos conteúdos escolares  a serem ensinados   e   estudados.   Embora   seja   importante   considerar   que   esses   significados também devem ser explorados em outros contextos, como por exemplo, nas questões internas da própria Matemática e em problemas históricos.

Desconsiderar esses pressupostos metodológicos na Educação de Jovens e Adultos uma prática centrada no desenvolvimento do pensamento linear e fragmentado, numa concepção de ciência imutável, estabelecendo definitivamente o rompimento entre o lógico e o histórico, entre o conteúdo e as formas, entre a teoria e a prática, entre a lógica formal e a lógica dialética, entre a totalidade e as unidades, enfim, entre o mundo social e natural.

A Educação Matemática deve ter, então, os seus pressupostos bem definidos e delimitados, uma vez que a teoria se desdobra em “prática científica”:

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Ao professor, como um profissional do ensino, é dada a responsabilidade não só de dominar a teoria como a de inscrevê­la no universo de um cotidiano que a justificaria(...). As abstrações reunidas na teoria, organicamente dispostas em definições e conceitos, devem transitar por um caminho inverso. O professor precisa demonstrar a utilidade ou funcionamento do sistema teórico no real. A teoria precisa transmutar­se em dados ou exemplos concretos, que garantam, justifiquem ou expliquem o já defendido (hipoteticamente) no discurso. Nesse sentido,  a  teoria precisa desmembrar­se,  na voz do professor,  no relato de múltiplas interações ou mediações que repõem o problema no rastro de sua solução.(NAGEL, pp. 3­4, 2003) (Grifos nossos)

Nessa perspectiva, há de se considerar como ponto de partida a construção do conhecimento, os saberes desenvolvidos no decorrer da vivência dos educandos, que se manifestam em suas interações sociais e compõem suas bagagens culturais, que são freqüentemente desconsiderados na prática pedagógica da EJA. No entanto, a superação desses saberes e a incorporação dos conceitos científicos são trabalhos que a escola deve planejar e executar. 

É importante enfatizar que, os conteúdos matemáticos quando abordados de forma isolada, não são efetivamente compreendidos nem incorporados pelos educandos como ferramentas eficazes para resolver problemas e para construir  novos conceitos, pois, é perceptível que o conhecimento só se constrói plenamente quando é mobilizado em situações diferentes daquelas que  lhe deram origem,  isto é,  quando é   transferível para   novas   situações.   Isto   significa   que   os   conhecimentos   devem   ser descontextualizados, abstraídos, para serem novamente contextualizados, isto é, fazer a transposição didática.

Nesse  sentido,  a  educação matemática  para  o  educando   jovem,  adultos  e idoso deve ter como objetivo a reversão do atual quadro em que se encontra o ensino da Matemática, ou seja,  a definição dos conteúdos anteriormente  fragmentados deve ser visto   em   sua   totalidade,   sem   o   qual   não   é   possível   querer   mudar   qualquer   prática pedagógica consistente. 

Dessa forma, é  necessário que o ensino de Matemática e o seu significado sejam   restabelecidos,   visto   que,   o   ensino   e   a   aprendizagem   de   Matemática   devem contribuir para o desenvolvimento do raciocínio crítico, da lógica formal e dialética, da coerência e consistência teórica da Ciência – o que transcende os aspectos práticos. Com   isso   faz­se   necessário   repensar   o   ensino   de   Matemática,   pois   o   processo   de emancipação política e social da humanidade estão diretamente ligados ao domínio do conhecimento. Ele é parte constitutiva da elaboração do pensamento reflexivo.

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICOPara dimensionar o papel da Matemática na formação do jovem, adulto e idoso 

é   importante   que   se   discuta   a   natureza   desse   conhecimento,   suas   principais características   e   seus   métodos   particulares,   e   ainda,   é   fundamental   discutir   suas articulações com outras áreas do conhecimento. 

As diversas contingências históricas têm levado os professores a deixar de lado a importância do conhecimento teórico, no entanto, é de fundamental importância que o(a) educador(a) tenha clareza que, sem o qual, não é possível mudar qualquer prática pedagógica de forma significativa. Com isso, só se tem conseguido mudanças superficiais   no   que   se   refere   à   reposição   de   conteúdos,   por   meio   de   estratégias metodológicas tradicionais que não levem os educandos a uma transposição didática.

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                                       É perceptível que, a mera seleção de conteúdos não assegura o desenvolvimento  da  prática  educativa  consistente.  É  necessário  garantirmos,  como dissemos anteriormente, a relação entre a teoria e a prática, entre o conteúdo e as formas, entre o lógico e o histórico.

  Portanto,   é   de   suma   importância   que   o   educador   se   aproprie   dos encaminhamentos   metodológicos   do   ensino   da   Matemática,   e   acrescente,   esses elementos a reflexão pedagógica da Educação de Jovens e Adultos.

Nessa perspectiva, a contextualização do saber é uma das mais importantes noções  pedagógicas  que  deve  ocupar  um  lugar  de  maior  destaque  na  análise  da didática   contemporânea.   Trata­se   de   um   conceito   didático   fundamental   para   a expansão do significado da educação escolar. O valor educacional de uma disciplina expande na medida em que o aluno compreende os vínculos do conteúdo estudado com uma contextualização compreensível por ele(...). O desafio didático consiste em fazer   essa   contextualização   sem   reduzir   o   significado   da   idéias   matemáticas   que deram ao saber ensinado.” (PAIS, 2001, pp. 26­27).

                                             De forma equivocada, a abordagem de determinados conceitos  fundamentais na construção do conhecimento matemático é muitas vezes suprimida ou abreviada, sob a alegação de que não fazem parte do cotidiano dos educandos. Tal   concepção   de   ciência   e   de   conhecimento   viabiliza   na   escola   uma   visão reducionista   da   Matemática,   cuja   importância   parece   ficar   restrita   a   sua  utilidade prática; ao pragmatismo.

Nesse   contexto,   a   noção   de   contextualização   permite   ao   educador   uma postura   crítica   priorizando   os   valores   educativos,   sem   reduzir   o   seu   aspecto acadêmico (PAIS, 2001, p.27).

O processo de seleção dos conteúdos matemáticos escolares, envolve um desafio,  que  implica na  identificação dos diversos campos da Matemática e  o seu objeto de estudo; processo de quantificação da relação do homem com a natureza e do homem com o próprio homem. 

No   entanto,   não   devemos   deixar   de   identificar   os   conteúdos   escolares matemáticos  que são socialmente   relevantes  para  a  EJA,  pois  os  mesmos devem contribuir para o desenvolvimento intelectual dos educandos. 

As Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, versão preliminar, em seu capítulo “Orientações Metodológicas”, aponta quatro critérios para a seleção de conteúdos e das práticas educativas. São eles:

                 . a relevância dos saberes escolares frente à experiência social construída 

                    historicamente. 

.  os processos de ensino e aprendizagem, mediatizados pela ação docente junto aos educandos. 

. a organização do processo ensino­aprendizagem, dando ênfase às atividades que permitem a integração entre os diferentes saberes. 

. as diferentes possibilidades dos alunos articularem singularidade e totalidade no processo de elaboração do conhecimento. 

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Nessa forma de organização curricular, as metodologias são um meio e não um   fim   para   se   efetivar   o   processo   educativo.   É   preciso   que   essas   práticas metodológicas sejam flexíveis, e que adotem procedimentos que possam ser alterados e adaptados às especificidades da comunidade escolar.

Nessa   perspectiva,   é   de   suma   importância   evidenciar   que   o   ensino­aprendizagem   de   Matemática   sejam   permeados   pela(os):   História   da   Matemática; Resolução de Problemas; Conceitos Matemáticos e Sociais; Linguagem Matemática e suas Representações; Cálculos e/ou Algoritmos; Jogos & Desafios. Estes elementos devem  permear   a   Metodologia   de   Ensino   da   Matemática,   pois   eles   expressam   a articulação entre a teoria e a prática, explicitando no ato pedagógico a relação entre o signo, o significado e o sentido dos conteúdos escolares nos diversos contextos sociais e históricos. 

É  importante enfatizar que a relação de conteúdos não deve ser seguida linearmente, mas desenvolvida em conjunto e de forma articulada, proporcionando ao educando   a   possibilidade   de   desenvolver   a   capacidade   de   observar,   pensar, estabelecer relações, analisar, interpretar justificar, argumentar, verificar, generalizar, concluir e abstrair. Dessa forma, serão estimulados a intuição, a analogia e as formas de raciocínio indutivo e dedutivo.

Os   conteúdos   matemáticos   presentes   no   ensino   fundamental,   a   serem ensinados   nas   escolas   de   EJA,   estão   organizados   por   eixos.   são   eles:   números   e operações,   geometria,   medidas   e   tratamento   de   informação,   que   compreendem   os elementos essenciais da organização curricular. 

Os  eixos  e   seus   respectivos   conteúdos  deverão  ser   trabalhados  de   forma articulada. esta relação pode ser viabilizada entre os eixos e/ou entre os conteúdos.

É importante ter clareza da especificidade de cada eixo, bem como, que estes não   devem   ser   trabalhados   de   maneira   isolada,   pois,   é   na   inter­relação   entre   os conteúdos de cada eixo, entre os eixos de conteúdos e entre os eixos metodológicos, que as idéias matemáticas ganham significado.

Os conteúdos matemáticos presentes no Ensino Médio, a serem ensinados nas escolas de EJA, deverão propiciar o desenvolvimento de conceitos: numéricos, algébricos, geométricos e gráficos e da mesma forma, devem ser trabalhados como um   conjunto   articulado.   Isso   significa   que   o   tratamento   dos   conteúdos   em compartimentos estanques deve dar   lugar  a uma abordagem em que as conexões sejam favorecidas e destacadas.

Nesse   contexto,   a   avaliação   em   Matemática   na   EJA   deve   permitir   ao educador fazer observações sistemáticas de aspectos quantitativos e qualitativos da apreensão   do   conhecimento   pelo   educando,   estabelecendo   inter­relações   entre   o conhecimento matemático e o contexto social.

É fundamental que a avaliação seja coerente com a metodologia utilizada pelo educador, bem como, com os objetivos que se pretende alcançar, visto que, esta tem a finalidade de fornecer informações do processo de desenvolvimento do educando ­ a ele mesmo e ao educador. Essas informações permitem ao educador, uma reflexão crítica sobre a sua prática pedagógica, no sentido de captar seus avanços, suas resistências, suas dificuldades e possibilitar uma tomada de decisão sobre o que fazer para superar os obstáculos, uma vez que os educandos possuem diferentes tempos de aprendizagem. 

O processo avaliativo deve ser um recurso pedagógico, que considera erros e acertos como elementos sinalizadores para seu replanejamento, ou seja,   toma o erro 

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como ponto de partida para rever caminhos, para compreender e agir sobre o processo de construção do conhecimento matemático.

No   que   se   refere   à   avaliação   em   matemática,   considerando   o   perfil   do educando  jovem,  adulto  e   idoso,  pontua­se  alguns  indicativos  a serem contemplados pelos educadores:

­ considerar   todas   as   formas   de   raciocínio,   ou   seja,   os procedimentos/métodos   utilizados   pelo   educando   para   resolver   uma determinada situação­problema; 

­ resultado   não   é   o   único   elemento   a   ser   contemplado   na   avaliação matemática,  pois,  mesmo que  este  não  esteja  de  acordo,  ele  pode   ter utilizado­se  de métodos coerentes,  equivocando­se  em apenas parte  do processo de desenvolvimento do raciocínio matemático. 

­ erro deve ser  considerado como ponto de  partida para  rever  caminhos, compreendendo   todo   o   processo   de   construção   do   conhecimento matemático.

Portanto,   a   avaliação   da   aprendizagem   matemática   considerada   como mecanismo diagnóstico,  deverá  englobar   todas as  instâncias que compõem a escola: currículo, planejamento,  metodologia,  conteúdos,  o educando,  o educador  e a própria escola.

Entendida   como   processo,   a   avaliação   deverá   possibilitar   uma   constante elaboração e reelaboração não só do conhecimento produzido, mas da ação pedagógica como um todo.

ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS

ENSINO FUNDAMENTAL

Números e Operações

Construção do conceito de número (IN, Z, Q, I e R): classificação e seriação.Conjuntos numéricos: abordagem histórica.Algoritmos e operações.Raciocínio Proporcional.Porcentagem.Grandezas diretas e inversamente proporcionais.Regra de três.Juros simples e composto.Expressar generalizações sobre propriedades das operações aritméticas.Potenciação e radiciação.Traduzir informações contidas em tabelas e gráficos em linguagem algébrica e vice­

versa.Operações com monômios e polinômios.Equações de 1º e 2º graus.Sistema de equações de 1º grau – com duas variáveis.Cálculo Mental e Estimativa.

Geometria

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Conceitos de: direção e sentido; paralelismo e perpendicularismo.Reconhecimento dos sólidos (faces, arestas e vértices).Classificação dos sólidos (poliedros e corpos redondos).Conceituação dos poliedros.Identificar poliedros e polígonos:

cubo – quadrado.paralelepípedo – retângulo.pirâmide – triângulo.

Trabalhando a relação de figuras espaciais e percepção espacial.Noção de planificação (espaço para o plano).Planificação – construção das figuras espaciais (plano para o espaço).Identificar  ­ faces, arestas e vértices.Identificar figuras planas.Classificação dos polígonos.

Ângulos ­ construção

Soma dos ângulos internos de um polígono.Classificação de triângulo quanto aos lados e ângulos.Ampliação e redução de figuras (percepção e criatividade).Ângulos notáveis (articulado com simetria e a construção de gráficos de setores).Relações entre figuras espaciais e planas.Decomposição e composição de figuras.Congruência e semelhança: figuras planas, triângulos.Simetria (conceitos/aplicações).Teorema de Tales.Teorema de Pitágoras.

Medidas deTempo: calendário, relógio e relações com o sistema de numeração decimal uso   das   medidas   de   tempo   e   conversões   de   Temperatura   (Corporal   e Climática).

Sistema Monetário e sua relação com SND.conversões e  relação entre  as principais  moedas:   real,  dólar,  euro,  pesquisa de 

mercado.Medidas de:

­ ângulos.­ comprimento.­ superfície.­ capacidade.­ volume.

Razão entre áreas de figuras semelhantes.Perímetro e área de figuras planas.Cálculo de volume de alguns sólidos geométricos.Medidas de Massa.

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Tratamento de Informação

Probabilidade: experimentos e situações­problema.Estatística: problematização, coleta, organização, representação e análise de dadosMedidas de posição.Análise Combinatória: agrupamentos e problemas de contagem.Porcentagem, linguagem gráfica com análise quantitativa.

ENSINO MÉDIO

Números e Álgebra

Organização dos Campos Numéricos.Razão e Proporção.Regra de três simples e composta.Possibilidade  de  diferentes  escritas  numéricas  envolvendo  as   relações  entre   as 

operações:números   decimais   em   forma   de   potência   de   10,   notação   científica   e potências de expoente negativo.

Radicais em forma de potência.A potenciação e a exponenciação.Propriedades da potenciação.A linguagem algébrica: fórmulas matemáticas e as identidades matemáticas.Decodificação, codificação e verificação de equações de 1º e 2º graus.Sistema de Equações (com duas variáveis).

Funções

Função afim.Função quadrática.Seqüências.Progressão Aritmética.Progressão Geométrica.Noções de:

­ Matrizes;­ Determinantes;­ Sistemas Lineares (3x3).

Geometria e Trigonometria

Relações entre formas:­ espaciais e planas;­ planas e espaciais.

Representação geométrica dos números e operações.

Geometria Espacial e Plana:

­ Relações   entre   quadriláteros   quanto   aos   lados   e   aos   ângulos,   paralelismo   e perpendicularismo.

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­ Congruência e semelhança das figuras.­ Propriedades de lados, ângulos e diagonais em polígonos.­ Ângulos entre retas e circunferências e ângulos na circunferência.­ Reta e plano no espaço, incidência e posição relativa.­ Sólidos geométricos: representação, planificação e classificação.­ Cilindro, cone, pirâmide, prismas e esfera.­ Cálculo de volumes e capacidades.Geometria Analítica:

o ponto (distância entre dois pontos e entre ponto e reta) a reta (distância entre retas)a circunferência.

Trigonometria:

Ângulos, processo de triangulação, triângulo retângulo, semelhança de triângulos.As razões trigonométricas e o triângulo retângulo.Leis do seno e coseno.Tangente como a razão entre o seno e o coseno.Construção de tabelas de senos, cosenos e tangentes de ângulos.Cálculos de perímetros e áreas de polígonos regulares pela trigonometria.Ciclo Trigonométrico – Trigonometria da 1ª volta.Gráfico de funções trigonométricas.

Tratamento de Informação 

Estatística:­ Gráficos e tabelas­ Medidas e tendência central­ Polígonos de freqüência­ Aplicações­ Análise de dados­ Sistematização da contagem:­ Princípio multiplicativo;­ Análise Combinatória;­ Probabilidade:­ Probabilidade de um evento;­ União e intersecção de eventos;­ Probabilidade condicional­ Relação entre probabilidade e estatística

Noções de Matemática Financeira:

­ Porcentagem;­ Juro composto;­ Tabela Price (aplicação e construção).

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REFERENCIAS

Matemática: livro do estudante: ensino fundamental/coordenação Zuleika de Felice Murrie. – Brasília: MEC: INEP, 2002

Matemática: matemática e suas tecnologias: livro do professor: ensino fundamental e médio/ coordenação Zuleika de Felice Murrie. – Brasília: MEC: INEP, 2002

BICUDO, M. A. V. e GARNICA, ª V. M. Filosofia da educação matemática.  Belo Horizonte: Autêntica, 2001.

BOYER, C. B.  História da matemática.  Tradução: Elza F.  Gomide. São Paulo> Edgard Blucher, 1974 

BRASIL,  Ministério  da  Educação.  Secretária  de  Educação  Fundamental,  2002 – Proposta Curricular para a educação de jovens e adultos: segundo segmento do ensino fundamental: 5ª a 8ª série: introdução.

DUARTE, Newton. O ensino de matemática na educação de adultos. São Paulo: Cortez, 1994.

FONSECA, Maria da Conceição F.R. Educação Matemática de Jovens e Adultos: especificidades, desafios e contribuições. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.

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DISCIPLINA DE CIÊNCIAS NATURAIS

CONCEPÇÃO DO ENSINO DE CIÊNCIAS

A Educação de Jovens e Adultos ­ EJA, no Estado do Paraná, de acordo com suas Diretrizes Curriculares e em consonância com as discussões realizadas com os professores  da   rede  pública  estadual  de  ensino,  apresenta  os   fundamentos   teóricos, metodológicos   e   avaliativos   do   ensino   de   Ciências,   que   norteiam   a   elaboração   da proposta curricular desta disciplina. 

Partindo do pressuposto que a ciência não se constitui numa verdade absoluta, pronta   e   acabada,   é   indispensável   rever   o   processo   de   ensino   e   aprendizagem   de Ciências   no   contexto   escolar,   de   modo   que   o   modelo   tradicional   de   ensino   dessa disciplina, no qual se prioriza a memorização dos conteúdos, sem a devida reflexão, seja superado   por   um   modelo   que   desenvolva   a   capacidade   dos   educandos   de   buscar explicações científicas   para os  fatos, através de posturas críticas,  referenciadas pelo conhecimento científico. 

É necessário distinguir   os campos de atuação da ciência, seus contextos e valores, como também,   os objetivos dispensados à disciplina de Ciências no contexto escolar. Para tanto,

“deve­se reconhecer que a ciência é diferente da disciplina escolar ciências. A ciência realizada no laboratório requer um conjunto de normas e posturas. Seu objetivo é encontrar resultados inéditos, que possam explicar o desconhecido. No entanto, quando é  ministrada na sala de aula, requer outro conjunto de procedimentos,   cujo   objetivo   é   alcançar   resultados   esperados,   aliás planejados, para que o estudante possa entender o que é conhecido. A ciência sabe como procurar mas não conhece resultados de antemão. O ensino, ao contrário,   conhece  muito  bem quais   são  os  objetivos  a  encontrar,  mas  as discussões   de   como   proceder   para   alcançá­los     apontam   para   diferentes caminhos. Existe portanto uma diferença fundamental entre a comunicação de conhecimento   em   congressos   científicos,   entre   cientistas,   e   a   seleção   e adaptação de parcelas desse conhecimento para ser utilizado na escola por professores e alunos”. (BIZZO, 2002, p.14)

Nessa   perspectiva,   a   disciplina   de   Ciências   tem   como   fundamento   o conhecimento   científico   proveniente   da   ciência   construída   historicamente   pela humanidade. 

Os fatos cotidianos e os conhecimentos adquiridos ao longo da história podem ser entendidos pela interação das várias áreas do conhecimento, revelando a importância da   Química,   da   Física,   da   Biologia,   da   Astronomia   e   das   Geociências,   que   se complementam para explicar os fenômenos naturais e as transformações e interações que neles se apresentam.

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Os fenômenos não são explicados apenas por um determinado conhecimento, portanto, é importante estabelecer as relações possíveis entre as disciplinas, identificando a forma com que atuam e as dimensões desses conhecimentos, pois o diálogo com as outras áreas do conhecimento gera um movimento de constante ampliação da visão a respeito do que se estuda ou se conhece.

Outro aspecto a ser desenvolvido pelo ensino de Ciências na EJA é a reflexão sobre a importância da vida no Planeta. Isso inclui a percepção das relações históricas, biológicas,   éticas,   sociais,   políticas   e   econômicas,   assim   como,   a   responsabilidade humana na conservação e uso dos recursos naturais de maneira sustentável, uma vez que dependemos do Planeta e a ele pertencemos.

O caminho evolutivo da ciência promoveu o avanço tecnológico que deve ser discutido  no  espaço  escolar,  de   tal  maneira  que  o  educando possa  compreender  as mudanças ocorridas no contexto social, político e econômico e em outros meios com os quais   interage,   proporcionando­lhe   também   o   estabelecimento   das   relações   entre   o conhecimento  trazido de seu cotidiano e o conhecimento científico e,  partindo destas situações,   compreender   as   relações   existentes,   questionando,   refletindo,   agindo   e interagindo com o sistema.

Essa relação entre ciência e tecnologia, aliada à forte presença da tecnologia no cotidiano das pessoas, já não pode ser ignorada no ensino de Ciências, e sua   ausência   aí   é   inadmissível.   Consideram­se,   ainda,   os   efeitos   da ciência/tecnologia sobre a natureza e o espaço organizado pelo homem, o que leva à necessidade de incluir no currículo escolar uma melhor compreensão do balanço   benefício­malefício   da   relação   ciência­tecnologia   (DELIZOICOV; ANGOTTI; PERNAMBUCO, 2002, p.68­69).

É importante que o educando tenha acesso ao conhecimento científico a fim de compreender   conceitos   e   relações   existentes   entre   o   ambiente,   os   seres   vivos   e   o universo,   numa   concepção   flexível   e   processual,   por   meio   do   saber   questionador   e reflexivo.  Da   mesma   forma,   se   faz  necessário   possibilitar   ao  educando  perceber   os aspectos positivos e negativos da ciência e da tecnologia, para que ele possa atuar de forma consciente em seu meio social e interferir no ambiente, considerando a ética e os valores sociais, morais e políticos que sustam a vida. 

O conjunto de saberes do educando deve ser  considerado como ponto de partida para o processo de ensino e aprendizagem, estabelecendo relações com o mundo do trabalho e com outras dimensões do meio social.

As   Ciências   Naturais   são   compostas  de   um  conjunto   de   explicações   com peculiaridades   próprias   e   de   procedimentos   para   obter   essas   explicações sobre a natureza e os artefatos materiais.  Seu ensino e sua aprendizagem serão   sempre   balizados   pelo   fato   de   que   os   sujeitos   já   dispõem   de conhecimentos prévios a respeito do objeto de ensino. A base de tal assertiva é   a   constatação  de  que  participam  de  um conjunto  de   relações   sociais  e naturais prévias a sua escolaridade e que permanecem presentes durante o tempo da atividade escolar (DELIZOICOV; ANGOTTI; PERNAMBUCO,  2002, p.131).

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Dessa forma, é importante que o ensino desenvolvido na disciplina de Ciências na EJA, possibilite ao educando, a partir de seus conhecimentos prévios, a construção do conhecimento científico, por meio da análise, reflexão e ação, para que possa argumentar e se posicionar criticamente.

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

Na medida em que se acredita numa Ciência aberta, inacabada, produto da ação de seres humanos inseridos num contexto próprio relativo ao seu tempo e espaço e, no estudo na disciplina de Ciências, como uma das formas de resgate e de construção de melhores   possibilidades   de   vida   individuais   e   coletivas,   há   que   se   optar   por   uma metodologia de ensino e de aprendizagem adequada à realidade do educando da EJA, em   consonância   com   as   Diretrizes   Curriculares   Estaduais   propostas   para   esta modalidade de ensino. Segundo RIBEIRO (1999, p.8),

“criar   novas   formas   de   promover   a   aprendizagem   fora   dos   limites   da organização  tradicional  é  uma tarefa,  portanto,  que  impõem, antes de mais nada,   um   enorme   desafio   para   os   educadores   (...),   romper   o   modelo   de instrução  tradicional   implica um alto  grau de competência pedagógica,  pois para  isso o professor  precisará  decidir,  em cada situação,  quais  formas de agrupamento, sequenciação, meios didáticos e interações propiciarão o maior progresso   possível   dos   alunos,   considerando   a   diversidade   que inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos”.

Nessa perspectiva, destaca­se a  importância de propiciar aos educandos, a compreensão   dos   conceitos   científicos   de   forma   significativa,   ou   seja,   que   o conhecimento possa estar sendo percebido em seu contexto mais amplo, não somente nos afazeres diários,  mas na forma de perceber a realidade  local e global, o que  lhe permitirá posicionar­se e interferir na sociedade de forma crítica e autônoma. Para tanto, o educador da EJA deve partir  dos saberes adquiridos previamente pelos educandos, respeitando seu tempo próprio de construção da aprendizagem, considerando

- que o educador  é  mediador  e estimulador  do processo,   respeitando,  de forma real, como ponto de partida, o conjunto de saberes trazidos pelos educandos;

- as experiências dos educandos no mundo do trabalho;- a necessária acomodação entre o tempo e o espaço do educando, ainda, o 

tempo pedagógico e o tempo físico;- as relações entre o cotidiano dos educandos e o conhecimento científico.Nesse aspecto, ressalta­se a importância de trabalhar a disciplina de Ciências 

de forma contextualizada, ou seja, com situações que permitam ao educando jovem e adulto a inter­relação dos vínculos dos conteúdos com as diferentes situações com que se deparam no seu dia­a­dia.  Essa contextualização pode acontecer  a partir  de uma problematização,   ou   seja,   em   lançar   desafios   que   necessitem   de   respostas   para determinadas situações. “A essência do problema é a necessidade (...), um obstáculo que é necessário transpor, uma dificuldade que precisa ser superada, uma dúvida que não pode deixar de ser dissipada" (SAVIANI, 1993, p.26). As dúvidas são muito comuns na disciplina de Ciências, devendo ser aproveitadas para reflexão sobre o problema a ser analisado,   e   assim,   para   o   educador,   o   desafio   consiste   em   realizar   esta 

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contextualização, sem reduzir os conteúdos apenas à sua aplicação prática, deixando de lado o saber acadêmico.

Um aspecto   importante  a  ser  considerado no   trabalho  com a  disciplina  de Ciências é a retomada histórica e epistemológica das origens e evolução do pensamento da Ciência, propiciando condições para que o educando perceba o significado do estudo dessa   disciplina,   bem   como   a   compreensão   de   sua   linguagem  própria   e   da   cultura científica e tecnológica oriundas desse processo.

É importante salientar o uso criativo das metodologias pelo educador, que será indispensável em todos os momentos do seu trabalho, bem como o olhar atento e crítico sobre a realidade trazida pelos educandos.

A   busca   de   soluções   para   as   problematizações   constitui­se   em   referência fundamental no ensino de Ciências. Quando elaborada individual ou coletivamente deve ser registrada, sendo valorizados os saberes trazidos pelos educandos e a evolução do processo   de   aprendizagem.   É   importante   lembrar   que   a   cultura   científica   deve   ser incentivada   mesmo   que   de   forma   gradual,   respeitando   o   tempo   de   cada   grupo   ou indivíduo.

Uma estratégia comum em Ciências é a utilização de experimentos e práticas realizadas em  laboratório.  É   importante  que seja  definido  com clareza o sentido  e  o objetivo dessa alternativa metodológica, visto que muitas vezes, situações muito ricas do cotidiano são deixadas de lado em detrimento do uso do laboratório. Deve­se considerar a   possibilidade   de   aproveitamento   de   materiais   do   cotidiano,   assim   como   lugares alternativos,   situações   ou   eventos   para   se   desenvolver   uma   atividade   científica.   A utilização de experimentos e práticas realizadas em laboratório devem ser vistas como uma atividade comum e diversificada e que não abrem mão do rigor científico, devendo ser acompanhada pelo professor. Segundo BIZZO (2002, p.75),

é importante que o professor perceba que a experimentação é um elemento essencial  nas aulas de ciências,  mas que ela,  por  si  só,  não garante  bom aprendizado. (...) a realização de experimentos é uma tarefa importante, mas não dispensa o acompanhamento constante do professor, que deve pesquisar quais   são   as   explicações   apresentadas   pelos   alunos   para   os   resultados encontrados.  É  comum que seja  necessário  propor uma nova situação que desafie a explicação encontrada pelos alunos.

Um outro aspecto a ser considerado no trabalho docente, é a utilização do material de apoio didático como uma das alternativas metodológicas, de tal forma que não seja o único recurso a ser utilizado pelo educador. A respeito do livro didático, BIZZO (2002, p. 66), propõe

que ele deve ser utilizado como um dos materiais de apoio, como outros que se   fazem necessários,   cabendo  ao  professor,   selecionar  o  melhor  material disponível diante de sua própria  realidade, onde as  informações devem ser apresentadas de forma adequada à realidade dos alunos.

Ao pensar na organização dos conteúdos, o educador deve priorizar aqueles que possam ter significado real à vida dos educandos jovens e adultos. Os conteúdos devem possibilitar aos mesmos a percepção de que existem diversas visões sobre um determinado fenômeno e, a partir  das relações entre os diversos saberes, estimular a autonomia intelectual dos mesmos, através da criticidade, do posicionamento perante as 

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situações­problemas e da busca por  mais  conhecimentos.  Os conteúdos   podem ser organizados sem a rígida seqüência linear proposta nos livros didáticos. Para tanto, deve ser avaliada a relevância e a necessidade desses conteúdos, assim como a coerência dos mesmos no processo educativo.

O processo avaliativo precisa ser reconhecido como meio de desenvolver a reflexão de como vem ocorrendo o processo de aquisição do conhecimento por parte do educando. A verificação da aquisição do conhecimento deve ser ponto de partida para a revisão   e   reconstrução   do   caminho   metodológico   percorrido   pelo   educando   e, principalmente, pelo educador.

O ensino de Ciências na EJA deve propiciar o questionamento reflexivo tanto de educandos como de educadores, a fim de que reflitam sobre o processo de ensino e aprendizagem. Desta forma, o educador terá condições de dialogar sobre a sua prática a fim   de   retomar   o   conteúdo   com   enfoque   metodológico   diferenciado   e   estratégias diversificadas, sendo essencial valorizar os acertos, considerando o erro como ponto de partida para que o educando e o educador compreendam e ajam sobre o processo de construção do conhecimento, caracterizando­o como um exercício de aprendizagem.

Partindo da idéia de que a metodologia deve respeitar o conjunto de saberes do   educando,   o   processo   avaliativo   deve   ser   diagnóstico   no   sentido   de   resgatar   o conhecimento já  adquirido pelo educando permitindo estabelecer relações entre esses conhecimentos. Desta forma, o educador  terá possibilidades de perceber e valorizar as transformações ocorridas na forma de pensar e de agir dos educandos, antes, durante e depois do processo.

A avaliação não pode ter caráter exclusivamente mensurável ou classificatório, deve­se respeitar e valorizar o perfil e a realidade dos educandos da EJA em todos os seus aspectos,  oportunizando­lhe  o  acesso e a  permanência  no  sistema escolar.  Há necessidade, tanto por parte do educador, quanto da comunidade escolar, de conhecer o universo     desses   educandos,   suas   histórias   de   vida   e   suas   trajetórias   no   processo educativo,  visto  que,  cada um seguirá  seu  próprio  caminho,  dentro  dos seus  limites. Portanto, a avaliação tem como objetivo promover  um diálogo constante entre educador e educandos, visando o seu   êxito nos estudos e, de modo algum, a sua exclusão do processo educativo.

ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS

É indispensável que a organização dos conteúdos da disciplina de Ciências na proposta curricular esteja vinculada ao espaço e ao tempo de estudo dos educandos e à experiência cotidiana destes, procurando apresentar os conteúdos como instrumentos de melhor compreensão e atuação na realidade. 

Ao pensar nessa organização,  o educador deve priorizar os conteúdos que possam ter significado real à vida dos educandos, possibilitando­lhes a percepção das diversas   abrangências   sobre   um   determinado   fenômeno.   Dessa   forma,   o   ensino   de Ciências não pode se  restringir  apenas ao  livro  didático  ou ao material  de apoio.   “A seleção de conteúdos é tarefa do professor; ele pode produzir uma unidade de ensino que   não   existe   no   livro   ou   deixar   de   abordar   um   de   seus   capítulos,   pode   realizar retificações ou propor uma abordagem diferente” (BIZZO, 2000, p.66).

Considerando as Diretrizes Curriculares Estaduais para a Educação de Jovens e Adultos e as especificidades desta modalidade de ensino, principalmente no que tange ao tempo de ensino do educador e o tempo de aprendizagem dos educandos, a proposta de conteúdos essenciais da disciplina de Ciências, contempla:

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Universo.Sistema Solar.Planeta Terra.Matéria e Energia.Materiais, Átomos e Moléculas.Ligações, Transformações e Reações Químicas.Tipos de Energia, Movimentos, Leis de Newton.Calor, Ondas, Luz, Eletricidade e Magnetismo.Água, Ar e Solo.Desequilíbrios Ambientais.Biosfera.Ecossistemas.Seres Vivos.Organismo Humano.Saúde e Qualidade de vida.Biotecnologia.Ciência, Tecnologia e Sociedade.

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RIBEIRO, Vera Masagão. A formação de educadores e a constituição da educação de jovens e adultos como campo pedagógico. Educação & Sociedade. v.20, n. 68, Campinas: UNICAMP, dez, 1999.

SANTOS,  Boaventura  de  Sousa.  Um discurso  sobre  as  ciências.  São  Paulo: Cortez, 2001.

SAVIANI, Dermeval. A filosofia na formação do educador. In: _______.  Do senso comum à consciência filosófica. Campinas: Autores Associados, 1993, p.20­28. 

STENGERS, Isabelle. Quem tem medo da ciência? São Paulo: Siciliano, 1989.

DISCIPLINA DE BIOLOGIA

CONCEPÇÃO DO ENSINO DE BIOLOGIA

A Educação de Jovens e Adultos ­ EJA, no Estado do Paraná, de acordo com suas Diretrizes Curriculares e em consonância com o documento apresentado como a segunda proposta preliminar das Diretrizes Curriculares Estaduais para o ensino Médio de Biologia da Rede Estadual de Ensino do Paraná, apresenta os fundamentos teóricos, metodológicos   e   avaliativos   do   ensino   de   Biologia,   que   norteiam   a   elaboração   da proposta curricular desta disciplina. 

Partindo do pressuposto que a ciência não se constitui numa verdade absoluta, pronta   e   acabada,   é   indispensável   rever   o   processo   de   ensino   e   aprendizagem   da Biologia   no   contexto   escolar,   de   modo   que   o   modelo   tradicional   de   ensino   dessa disciplina, no qual se prioriza a memorização dos conteúdos, sem a devida reflexão, seja superado   por   um   modelo   que   desenvolva   a   capacidade   dos   educandos   em   buscar explicações  científicas  para  os   fatos,  através  de  posturas  críticas,   referenciadas  pelo conhecimento científico.

É  necessário distinguir os campos de atuação da ciência, seus contextos e valores,  como também, os objetivos dispensados à  disciplina de Biologia  no contexto escolar.

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Segundo   as   Diretrizes   Curriculares   de   Biologia   ­   Ensino   Médio,   desta Secretaria de Estado da Educação, “é objeto de estudo da Biologia o fenômeno vida em toda sua diversidade de manifestações. Esse fenômeno se caracteriza por um conjunto de processos organizados e integrados, quer no nível de uma célula, de um indivíduo, ou ainda, de organismos no seu meio. Um sistema vivo é sempre fruto da interação entre seus elementos constituintes  e da   interação entre  esse mesmo sistema e os demais componentes de seu meio. As diferentes formas de vida estão sujeitas a transformações que   ocorrem   no   tempo   e   no   espaço,   sendo,   ao   mesmo   tempo,   transformadas   e transformadoras do ambiente”.

Nas   Diretrizes,   ainda,   afirma­se  que   “ao   longo  da   história   da   humanidade várias foram as explicações para o surgimento e a diversidade da vida, de modo que os modelos científicos conviveram e convivem com outros sistemas explicativos como, por exemplo, os de  inspiração filosófica ou religiosa. Elementos da História e da Filosofia tornam possível, aos alunos, a compreensão de que há  uma ampla rede de relações entre a produção científica e os contextos sociais, econômicos e políticos. É  possível verificar   que  a   formulação,   a   validade  ou   não   das  diferentes   teorias   científicas   está associada a seu momento histórico.”

As Diretrizes do Ensino Médio para a disciplina de Biologia consideram que “o conhecimento do campo da Biologia  deve subsidiar  a análise  e reflexão de questões polêmicas   que   dizem   respeito   ao   desenvolvimento,   ao   aproveitamento   de   recursos naturais e a utilização de tecnologias que implicam em intensa intervenção humana no ambiente, levando­se em conta a dinâmica dos ecossistemas, dos organismos, enfim, o modo   como   a   natureza   se   comporta   e   a   vida   se   processa.   Sabe­se   que   desde   o surgimento   do   planeta   Terra,   a   espécie   humana,   ou   Homo   sapiens,   não   foi   o   ser predominante, e muito menos, o ser vivo mais importante dentre todos os diversos seres vivos que por aqui passaram. Por outro lado, ao longo deste processo de humanização, que durou aproximadamente três milhões de anos, o homem criou a linguagem, a escrita e a fala, diferenciando­se de todas as demais formas de vida. Isso possibilitou ao homem a socialização, a organização dos espaços físicos, a fabricação de instrumentos utilitários e o início das atividades agrícolas”. 

Ressaltam   também,   “o   papel   da   Ciência   e   da   sociedade   como   pontos articuladores  entre  a  realidade social  e  o  saber  científico.  Cabe aos seres  humanos, enquanto sujeitos históricos atuantes num determinado grupo social, reconhecerem suas fragilidades e buscarem novas concepções sobre a natureza (...)  É  preciso que estes sujeitos percebam que sua sobrevivência, enquanto espécie, depende do equilíbrio e do respeito a todas as formas de vida que fazem do planeta o maior ser vivo conhecido”. 

É importante que o educando jovem e adulto tenha acesso ao conhecimento científico a  fim de compreender conceitos e relações existentes entre o ambiente,  os seres  vivos  e  o  universo,  numa concepção   flexível  e  processual,   por  meio  do  saber questionador e reflexivo. Da mesma forma, se faz necessário que perceba os aspectos positivos   e   negativos   da   ciência   e   da   tecnologia,   para   que   possa   atuar   de   forma consciente em seu meio social e interferir no ambiente, considerando a ética e os valores sociais, morais e políticos que sustentam a vida.

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

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O conjunto de saberes do educando deve ser considerado o ponto de partida para o processo de ensino e aprendizagem, estabelecendo relações com o mundo do trabalho e com outras dimensões do meio social.

Conforme as Diretrizes Curriculares para a disciplina de Biologia­ Ensino Médio – SEED­PR, “ na escola, a Biologia deve ir além das funções que já  desempenha no currículo escolar.  Ela deve discutir  com os  jovens  instrumentalizando­os para resolver problemas que atingem direta ou indiretamente sua perspectiva de futuro”.

As Diretrizes, ainda, consideram que

para a discussão de todas estas características socioambientais e do papel do ensino formal de Biologia, as relações estabelecidas entre professor­aluno e aluno­aluno   são   determinantes   na   efetivação   do   processo   ensino­aprendizagem, e para isto, há  necessidade de leitura e conhecimento sobre metodologia   de   ensino   para   que   as   aulas   de   Biologia   sejam   dinâmicas, interessantes, produtivas, e resultem em verdadeira aprendizagem.

Ressaltam também que, “pensar criticamente, ser capaz de analisar fatos e fenômenos ocorridos no ambiente, relacionar fatores sociais, políticos, econômicos e ambientais   exige   do   aluno   investigação,   leitura,   pesquisa.   No   ensino   de   Biologia, diferentes metodologias podem ser utilizadas com este propósito. A metodologia de investigação, por exemplo, permite ao aluno investigar a realidade buscando respostas para solucionar determinados problemas”.

Na medida em que se acredita numa Ciência aberta, inacabada, produto da ação de seres humanos inseridos num contexto próprio relativo ao seu tempo e espaço e, ainda na disciplina de Biologia, como forma de resgate e de construção de melhores possibilidades de vida individuais e coletivas, há que se optar por uma metodologia de ensino e aprendizagem adequada à   realidade do aluno da EJA. Segundo RIBEIRO (1999, p.8),

criar   novas   formas   de   promover   a   aprendizagem   fora   dos   limites   da organização  tradicional  é  uma tarefa,  portanto,  que  impõem, antes de mais nada,   um   enorme   desafio   para   os   educadores   (...),   romper   o   modelo   de instrução  tradicional   implica um alto  grau de competência pedagógica,  pois para  isso o professor  precisará  decidir,  em cada situação,  quais  formas de agrupamento, sequenciação, meios didáticos e interações propiciarão o maior progresso   possível   dos   alunos,   considerando   a   diversidade   que inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos.

Nessa perspectiva, destaca­se a  importância de propiciar aos educandos, a compreensão   dos   conceitos   científicos   de   forma   significativa,   ou   seja,   que   o conhecimento possa estar sendo percebido em seu contexto mais amplo, não somente nos afazeres diários,  mas na forma de perceber a realidade  local e global, o que  lhe permitirá posicionar­se e interferir na sociedade de forma crítica e autônoma. Para tanto, o educador da EJA deve partir  dos saberes adquiridos previamente pelos educandos, respeitando seu tempo próprio de construção da aprendizagem, considerando

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- que o educador é mediador e estimulador do processo, respeitando, de forma real, como ponto de partida o conjunto de saberes trazidos pelos educandos;

- as experiências dos educandos no mundo do trabalho;- a necessária acomodação entre o tempo e o espaço do educando, o 

tempo pedagógico e o físico, visto que os mesmos  interferem na sua “formação” científica;

- as relações entre o cotidiano dos educandos e o conhecimento científico.Nesse contexto, ressalta­se a importância de trabalhar a disciplina de forma 

contextualizada, ou seja,  com situações que permitam ao educando  jovem e adulto a inter­relação dos vínculos do conteúdo estudado com as diferentes situações com que se deparam   no   seu   dia­a­dia.   Essa   contextualização   pode­se   dar   a   partir   de   uma problematização,   ou   seja,   em   lançar   desafios   que   necessitem   de   respostas   para determinadas situações. “A essência do problema é a necessidade (...), um obstáculo que é necessário transpor, uma dificuldade que precisa ser superada, uma dúvida que não pode deixar de ser dissipada” (SAVIANI, 1993, p.26)”. As dúvidas são muito comuns na disciplina de Biologia, devendo ser aproveitadas para reflexão sobre o problema a ser analisado,   e   assim,   para   o   educador,   o   desafio   consiste   em   realizar   esta contextualização, sem reduzir os conteúdos apenas à sua aplicação prática, deixando de lado o saber acadêmico.

Um aspecto   importante  a  ser  considerado no   trabalho  com a  disciplina  de Biologia é a retomada histórica e epistemológica das origens e evolução do pensamento da Ciência, propiciando condições para que o educando perceba o significado do estudo dessa   disciplina,   bem   como   a   compreensão   de   sua   linguagem  própria   e   da   cultura científica e tecnológica oriundas desse processo.

É importante salientar o uso criativo das metodologias pelo educador, que será indispensável em todos os momentos do seu trabalho, bem como o olhar atento e crítico sobre a realidade trazida pelos educandos. 

A   busca   de   soluções   para   as   problematizações   constitui­se   em   referência fundamental no ensino de Biologia. Quando elaborada individual ou coletivamente deve ser registrada, sendo valorizados os saberes trazidos pelos educandos e a evolução do processo   de   aprendizagem.   É   importante   lembrar   que   a   cultura   científica   deve   ser incentivada   mesmo   que   de   forma   gradual,   respeitando   o   tempo   de   cada   grupo   ou indivíduo.

Uma estratégia comum em Biologia é a utilização de experimentos e práticas realizadas em  laboratório.  É   importante  que seja  definido  com clareza o sentido  e  o objetivo dessa alternativa metodológica, visto que muitas vezes, situações muito ricas do cotidiano são deixadas de lado em detrimento do uso do laboratório. Deve­se considerar a   possibilidade   de   aproveitamento   de   materiais   do   cotidiano,   assim   como   espaços alternativos,   situações   ou   eventos   para   se   desenvolver   uma   atividade   científica.   A utilização de experimentos e práticas realizadas em laboratório devem ser vistas como uma atividade comum e diversificada e que não abrem mão do rigor científico, devendo ser acompanhada pelo professor. Segundo BIZZO (2002, p.75), 

é importante que o professor perceba que a experimentação é um elemento essencial  nas aulas de ciências,  mas que ela,  por  si  só,  não garante  bom aprendizado. (...) a realização de experimentos é uma tarefa importante, mas não dispensa o acompanhamento constante do professor, que deve pesquisar 

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quais   são   as   explicações   apresentadas   pelos   alunos   para   os   resultados encontrados.  É  comum que seja  necessário  propor uma nova situação que desafie a explicação encontrada pelos alunos.

Um outro aspecto a ser considerado no trabalho docente, é  a utilização do material de apoio didático como uma das alternativas metodológicas, de tal forma que não seja o único recurso a ser utilizado pelo educador. A respeito do livro didático, BIZZO (2002, p. 66) propõe que ele deve ser utilizado como um dos materiais de apoio, como outros que se fazem necessários,  cabendo ao professor, selecionar o melhor material disponível diante de sua própria realidade, onde as informações devem ser apresentadas de forma adequada à realidade dos alunos.

Ao pensar na organização dos conteúdos, o educador deve priorizar aqueles que possam ter significado real à vida dos educandos jovens e adultos. Os conteúdos devem possibilitar aos mesmos a percepção de que existem diversas visões sobre um determinado fenômeno e, a partir  das relações entre os diversos saberes, estimular a autonomia   intelectual.  Os  conteúdos  podem ser  organizados  sem a   rígida  seqüência linear   proposta   nos   livros   didáticos.   Para   tanto,   deve   ser   avaliada   a   relevância   e   a necessidade dos mesmos, bem como a coerência dos mesmos no processo educativo.

O processo avaliativo precisa ser reconhecido como meio de desenvolver a reflexão, de como vem ocorrendo o processo de aquisição do conhecimento por parte do educando. A verificação da aquisição do conhecimento deve ser ponto de partida para a revisão   e   reconstrução   do   caminho   metodológico   percorrido   pelo   educando   e, principalmente, pelo educador. 

O ensino de Biologia na EJA deve propiciar o questionamento reflexivo tanto de educandos como de educadores, a fim de que reflitam sobre o processo de ensino e aprendizagem. Desta forma, o educador terá condições de dialogar sobre a sua prática a fim   de   retomar   o   conteúdo   com   enfoque   metodológico   diferenciado   e   estratégias diversificadas, sendo essencial valorizar os acertos, considerando o erro como ponto de partida para que o educando e o educador compreendam e ajam sobre o processo de construção do conhecimento, caracterizando­o como um exercício de aprendizagem.

Partindo da idéia de que a metodologia deve estar respeitando o conjunto de saberes do educando, o processo avaliativo deve ser diagnóstico no sentido de resgatar o conhecimento já  adquirido pelo educando permitindo estabelecer relações entre esses conhecimentos. Desta forma, o educador  terá possibilidades de perceber e valorizar as transformações ocorridas na forma de pensar e de agir dos educandos, antes, durante e depois do processo.

A avaliação não pode ter caráter exclusivamente mensurável ou classificatório, visto que o ensino de Biologia deve respeitar e valorizar a realidade do educando em todos os seus aspectos, principalmente naqueles que deram origem à sua exclusão do processo educativo.

CONTEÚDOS – BIOLOGIA ENSINO MÉDIO

A proposta de sugestão de conteúdos básicos para a elaboração do currículo da disciplina de Biologia na Educação de Jovens e Adultos – EJA, fundamenta­se nas “Diretrizes   Curriculares   de   Biologia   –   Ensino   Médio”,   da   Secretaria   de   Estado   da Educação do Paraná– SEED – PR.

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É   importante   considerar   que  a   organização   dos   conteúdos   curriculares   da disciplina de Biologia na EJA tem o objetivo de contemplar as necessidades e o perfil dos educandos desta modalidade de ensino da Educação Básica.

Segundo as Diretrizes Curriculares de Biologia – Ensino Médio – SEED­PR,

os   conteúdos   básicos   são   entendidos   como   os   saberes   mais   amplos   da disciplina  que  podem ser  desdobrados  nos  conteúdos  pontuais   que   fazem parte   de   um   corpo   estruturado   de   saberes   construídos   e   acumulados historicamente   e   que   identificam   a   disciplina   como   um   campo   do conhecimento. Dentro da perspectiva dos conteúdos escolares como saberes, o  termo "conteúdo" não se refere apenas a  fatos, conceitos ou explicações destinados aos alunos para que estes conheçam, memorizem, compreendam, apliquem, relacionem, etc. Hoje, o critério que decide se certos conhecimentos concretos  devem   ser   incluídos   no   currículo  não   se   restringe  ao   seu   valor epistemológico e aceitação como conhecimento válido: a relevância cultural, o valor   que   lhes   é   atribuído   no   âmbito   de   uma   cultura   particular   em   um determinado momento histórico, entra em cena.

Segundo as Diretrizes,

estabelecer   os   conteúdos   básicos   para   o   ensino   de   Biologia   requer   uma análise desse momento histórico, social, político e econômico que vivemos; da relevância   e   abrangência   dos   conhecimentos   que   se   pretendem   serem desenvolvidos nessa modalidade de ensino; da atuação do professor em sala de aula; dos materiais didáticos disponíveis no mercado; das condições de vida dos  alunos  e  dos   seus  objetivos.  A  decisão   sobre  o  que  e   como  ensinar Biologia no Ensino Médio deve ocorrer de forma a promover as finalidades e objetivos dessa modalidade de ensino e da disciplina em questão. Não se trata de estabelecer uma lista de conteúdos em detrimento de outra por manutenção tradicional   ou   por   inovação   arbitrária.   Referimo­nos   aos   conceitos   e concepções que têm a ver com a construção de uma visão de mundo; outros práticos   e   instrumentais   para   a   ação,   e   ainda   aqueles   que   permitem   a formação de um sujeito  crítico.Precisaremos estabelecer  conteúdos básicos que,   por   sua   abrangência,   atendem   às   realidades   regionais   e,   ao   mesmo tempo garantem a identidade da disciplina.

Na proposta, elaborada a partir das discussões com os professores do Ensino Médio Regular, propõe­se ampliar a integração entre os conteúdos básicos, destacando os aspectos essenciais sobre a vida e a vida humana que vão ser trabalhados por meio dos conhecimentos científicos referenciados na prática.

A sugestão de conteúdos básicos estão descritos a seguir:

ORGANIZAÇÃO EDISTRIBUIÇÃODOS SERES VIVOS

BIODIVERSIDADE PROCESSO DEMODIFICAÇÃO DOS

IMPLICAÇÕESDOS AVANÇOSBIOLÓGICOS NO

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SERES VIVOS CONTEXTO DAVIDA

Organização celulare molecular:- membrana,­ citoplasma   e 

núcleo- divisão celular­ tecidos

Os seres vivos e oAmbiente

Saúde

Biomas terrestre eAquáticos

Ecossistemas

CiclosBiogeoquímicos

Desequilíbrioambiental urbano erural

Origem   e   evolução da Vida

Origem das espécies

Genética,

Embriologia,

Fisiologia comparada

Ciência e saúde

PesquisascientíficasBiológicas

Bioética

Biotecnologia

Ainda no que consta nas Diretrizes Curriculares de Biologia – Ensino Médio – SEED­PR, há  a  justificativa para a organização e distribuição dos Conteúdos básicos, descrita a seguir:

Os Conteúdos básicos de Biologia ao mesmo tempo agrupam as diferentes áreas da Biologia e proporcionam um novo pensar sobre como relacioná­los sem que se perca de vista o objetivo do ensino da disciplina no Ensino Médio. A nova proposta pretende modificar a estrutura firmada pela trajetória que o ensino de Biologia vem atravessando nestas últimas décadas. Estabelece os conteúdos   básicos   e   um   novo   olhar   de   forma   a   relacioná­los   com   seus conteúdos pontuais sob os pontos de vista vertical,   transversal e horizontal, procurando uma lógica dialética que leve o professor a integrá­los e relacioná­los de maneira que o aluno não tenha mais uma visão fragmentada da biologia.

Organização e distribuição dos seres vivos

O   estudo   acerca   da   organização   dos   seres   vivos,   iniciou­se   com   as observações macroscópicas dos animais e plantas da natureza.

Somente com o advento da invenção do microscópio por Robert Hooke século XVII,   com   base   nos   estudos   sobre   lentes   de   Antonie   von   Leewenhoeck,   o   mundo microscópico até então não observado foi evidenciado à luz da Ciência e da Tecnologia.

A descoberta do mundo microscópico colocou em xeque várias teorias sobre o surgimento da vida e proporcionou estudos específicos sobre as estruturas celulares. Como exemplos desta influência têm­se o estudo da anatomia das células das plantas pelo holandês Jan Swammerdam e, o aperfeiçoamento das Teorias Evolucionistas ambas no séc. XVII.

No séc. XIX, à luz destas descobertas e Teorias, o alemão Christian Heineich Pander e o estoniano Karl Ernst von Baer desenvolveram estudos sobre a embriologia que estabeleceram as bases para estudos da Teoria Celular. Hugo von Mohl descobriu a existência do núcleo e do protoplasma da célula; Walther Fleming estudou o processo de mitose nos animais e Eduard Strasburger estudou este processo nas plantas.

Assim, como relatam GAGLIARD & GIORDAN (apud BASTOS, 1998, p 255)

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...   a   relação   entre   o   nível   microscópico   e   o   macroscópico   é   um   conceito básicos: uma vez que o aluno tenha adquirido poderá entender que a compreensão de todos os  fenômenos de um ser vivo requer um conhecimento dos níveis moleculares subjacentes.

Justifica­se  este  conteúdo  básico  por  ser  a  base  do  pensamento  biológico sobre a organização celular do ser vivo,   relacionando­a com a distribuição dos seres vivos   na   Natureza,   o   que   proporcionará   ao   aluno   compreender   a   organização   e   o funcionamento dos fenômenos vitais e estabelecer conexões com os demais conteúdos básico da disciplina.

Biodiversidade

A curiosidade humana sobre os fenômenos naturais e a necessidade de caçar para se alimentar e vestir, tentar curar doenças, entre outras atividades vitais,  fizeram com que o homem passasse a estudar e observar a Natureza. Tem­se registros deste conhecimento biológico empírico das atividades humanas, através das representações de animais e plantas nas pinturas ruprestes realizadas nas cavernas e também de alguns manuscritos deixados pelos Babilônios por volta do ano 1800 a.C.

A organização dos seres vivos começou a ser registrada em documentos com o Filósofo Aristóteles, que viveu no século IV a.C. e através de suas observações ele escreveu o  livro “As Partes dos Animais”.  Seu discípulo Teofasto deteve­se mais aos estudos   das   plantas,   iniciando   uma   pré­classificação   dos   vegetais   agrupando­as   em espécies  afins.  Pelos  seus  estudos  detalhados  dos  órgãos  vegetais  e  descrição  dos tecidos que as formam, Teofasto é considerado o fundador da anatomia vegetal.

Percebe­se que as primeiras áreas da Biologia foram a zoologia e a botânica, não só pela curiosidade e necessidade, mas também pela facilidade de observação.

Justifica­se  estudá­las  pelos  mesmos motivos  dos  povos  antigos  que  seria conhecer a diversidade de plantas e animais que habitam a Terra, qual sua utilidade para a nossa sobrevivência e a sobrevivência de todos os seres vivos.

Além destes aspectos,  há  a  necessidade de se estudar  outras   implicações decorrentes da história da humanidade que permeiam hoje as atividades agrícolas, de manejo de Florestas, o mau uso dos recursos naturais, a destruição das espécies de animais e vegetais, a construção de cidades em lugares impróprios para habitação, como também, a  influência da  tecnologia  em nosso cotidiano.  Esclarecer  que ao estudar  a Biodiversidade estaremos diante de grandes desafios diante do progresso científico

O significado científico, econômico e ético do estudo da diversidade biológica deve   ser   compreendido   pelos   alunos,   não   só   como   análise   de   espécimes   mas entendendo que a observação e sistematização do observado é uma atividade científica relevante   que   se   consolida   nos   sistemas   de   classificação   e   na   taxionomia. (KRASILCHIK,2004)

Processo de modificação dos seres vivos

No século XVII  com a  invenção do microscópio pelo holandês Antonie van Leewenhoock (ROOSI, 2001), a biologia chamada celular e molecular tiveram um grande avanço significativo em suas descobertas. Marcelo Malpighi examinou grande quantidade de tecidos animais e vegetais, Robert Hooke descobriu a estrutura celular, e os primeiros 

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micoorganismos,   inicialmente   denominados   animáculos,   foram   observados   (ROSSI, 2001).

Houve muitos avanços tecnológicos decorrentes do advento do microscópio, inclusive a formulação de novas teorias sobre o surgimento da vida, colocando à prova teorias   tão  dogmáticas  como  foi   a  Teoria  da  Geração  Espontânea.  Diferentes   idéias transformistas foram se consolidando entre os cientistas, mas o grande marco para o mundo científico e biológico foi a publicação do livro “Origens das Espécies” de Charles Darwin, no século XIX. Foi também, na mesma época que Louis Pasteur, demonstrou o papel desempenhado pelos microorganismos no desenvolvimento de doenças infecciosas e realizou estudos sobre a fermentação.

No   século   XX   com   o   advento   da   invenção   do   microscópio   eletrônico   foi possível em 1953, a descoberta do DNA (ácido desoxirribonucléico), material químico que constitui o gene. Foram desenvolvidas técnicas de manipulação do DNA, que permitem modificar   espécies  de  seres  vivos;  produzir   substâncias  como  a   insulina,  através  de bactérias; criação de cabras que produzem remédios no leite; criação de plantas com toxinas contra pragas e, de porcos com carne menos gordurosa. Além disso, a terapia gênica   tem   sido   bastante   estudada   com   fins   de   eliminar   doenças   geneticamente transmitidas.

A Biologia ajuda a compreender melhor essas e outras técnicas que podem transformar a nossa vida e aprofundar o conhecimento que temos de nós mesmos. Daí a importância do seu estudo, dar o mínimo de conhecimento a todas as pessoas, para que elas possam opinar e criticar a utilização dessas técnicas, uma vez que o controle delas e a aplicação destas descobertas científicas são função importante da própria sociedade.

Implicações dos avanços biológicos no contexto da vida

Os avanços científicos atuais permitiram que a genética e a biologia molecular alcançassem uma formidável capacidade tecnológica, que se torna cada vez mais efetiva, como, por exemplo, em poder­se modificar substancialmente um vírus, bactérias, plantas, animais e os próprios seres humanos. (SIDEKUM, 2002)

Esse acelerado desenvolvimento científico e tecnológico nos deixa atordoados, sem saber  exatamente  até  onde podemos chegar  e  do  que  realmente  podemos nos apropriar, mas por outro lado, estes avanços nos proporcionam um enorme conhecimento sobre a natureza, nos colocando muitas vezes acima dela.

É   importante o estudo da biotecnologia,  dos  avanços científicos  e de  suas implicações éticas e morais na sociedade, para que os estudantes no caso, de biologia, possam discutir questões como nutrição, saúde, emprego e preservação do ambiente que indiretamente influenciam suas vidas.

A análise de fenômenos biotecnológicos serve também para diminuir a divisão entre a escola e o mundo em que os estudantes vivem, na medida em que estes podem constatar as relações entre a pesquisa científica e a produção industrial ou a tecnologia tradicionalmente   usada   em   sua   comunidade.   A   busca   das   raízes   científicas   destas tecnologias tradicionais e de maneiras de aprimorá­las, a  fim de que melhor sirvam à necessidade de elevar a qualidade de vida é uma forma de vincular o ensino à realidade em que vive o aluno. (KRASILCHIK, 2004, p. 186)

Quanto às questões éticas, a atual discussão sobre a manipulação genética do ser humano provoca inúmeras controvérsias sobre o uso da tecnologia (biotecnologia) e as perspectivas de mudanças de valores morais. Para CHAUÍ, 1995, “nossos sentimentos e  nossas  ações  exprimem nosso  senso  moral”  e  movidos  pela  sensibilidade,   somos 

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capazes de reagir, de questionar, de nos manifestar contra ou a favor de determinadas atitudes para procurar esclarecer ou resolver problemas.

Porém,   questões   sobre   aborto,   eutanásia,   clonagem,   transgenia,   geram dúvidas quanto à decisão a ser tomada e põem à prova, além do nosso senso moral, nossa consciência moral, “... pois exigem que decidamos o que fazer, que justifiquemos para nós mesmos e para os outros as razões de nossas decisões e que assumamos todas   as   conseqüências   delas,   porque   somos   responsáveis   por   nossas   decisões”. (CHAUÍ, 1995).

Caberá ao professor de Biologia indicar temas de discussão ética e auxiliar o aluno na análise “à  luz dos princípios, regras e direitos alternativos, além de levar em conta a avaliação intuitiva do aluno” (KRASILCHIK, 2004).

REFERÊNCIAS

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BIZZO, Nélio. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2002.

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CARRETRO, Mario.  Construir  y enseñar las ciencias experimentales.  Aique Grupo Editor. Argentina.

FRIGOTTO, Gaudêncio, CIAVATTA, Maria.  Ensino Médio:  ciência, cultura e trabalho. Secretaria de Educação Média e Tecnológica – Brasília: MEC, SEMTEC, 2004.

KRASILCHIK, Myriam. Prática de Ensino de Biologia. 4ª ed. revisado e ampliado. – São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2004.

_____. O professor e o currículo das ciências. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1987.

KUENZER,A   .   Z.  Ensino   Médio:   Construindo   uma   proposta   para   os   que   vivem   do trabalho. São Paulo: Cortez, 2002. 

MEC/SEB – Orientações Curriculares Nacionais do Ensino Médio. Brasília, 2004.

MORIN,E.  O Pensar  Complexo  e  a  Crise  da  Modernidade.   In:  GUIMARÃES,M.  A formação de Educadores a Ambientais Campinas, São Paulo: Papirus, 2004.

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RIBEIRO, Vera Masagão.  A formação de educadores e a constituição da educação 

de jovens e adultos como campo pedagógico. Educação & Sociedade. v.20, n. 68, 

Campinas: dez, 1999.

SAVIANI,  Dermeval.  Do senso comum à  consciência filosófica.  Campinas: Autores 

associados, 1993, p.20­28.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ.  Departamento  de  Ensino Médio.  Texto elaborado pelos participantes do “I  e   II  Encontro de Relações  (Im) pertinentes”. Pinhais (2003) e Pinhão (2004).

SIDEKUM,A.  Bioética:   como   interlúdio   interdisciplinar.   Revista   Centro   de   Educação. vol.27,n.º 01. Edição 2002, disponível em www.ufsm.br/ce/revista/index.htm

DISCIPLINA DE FÍSICA 

CONCEPÇÃO DO ENSINO DA FÍSICA

Os princípios que norteiam a proposta da elaboração do currículo da disciplina de Física para a Educação de Jovens e Adultos – EJA, baseiam­se na Fundamentação Teórico­Metodológica, contida na parte da “Introdução” das “Orientações Curriculares de Física  – Texto Preliminar   ­  Ensino  Médio”,  da Secretaria  de Estado da Educação do Paraná– SEED – PR. 

O processo ensino­aprendizagem em Física tem sido objeto de pesquisas por aqueles que se interessam ou se identificam com esse objeto. Parece haver um certo consenso que "... a preocupação central tem estado na identificação do estudante com o objeto   de   estudo.   Em   outras   palavras,   a   questão   emergente   na   investigação   dos pesquisadores está   relacionada à  busca por um real  significado para o estudo dessa Ciência na educação básica ­ ensino médio" (ROSA & ROSA, 2005, p.2). 

Os  livros  didáticos,  de  uma maneira  geral,  apresentam um discurso  que mostra uma preocupação com a Física como uma ciência que permite compreender uma  imensidade  de   fenômenos   físicos  naturais,  que  seriam  indispensáveis  para  a formação   profissional   ou   como   subsídio  para  a   preparação   para   o   vestibular   e   a compreensão e interpretação do mundo pelos sujeitos­educandos. No entanto, neles a ênfase recai nos aspectos quantitativos em detrimento dos qualitativos e conceituais, privilegiando a resolução de “Problemas de Física” que, quase sempre, se traduzem em exercícios  matemáticos  com  respostas  prontas.  Esse  discurso   tem norteado  o trabalho de muitos professores e, mais que isso, as estruturas curriculares por eles organizadas.

Não   é   leviano   afirmar   que   as   estruturas   curriculares   se   valem   dos   livros didáticos para se organizarem. A opção de tal e tal livro didático determinará, a princípio, a constituição das disciplinas que assumem seu espaço curricular, demarcado   pelo   tempo   (número   de   aulas)   e   profundidade.   Mesmo   que   o discurso   didático   do   professor   seja   amplo,   abrangente   e   propicie contextualizações, em geral, ele fará uso de exercícios e problemas do livro 

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didático e sua avaliação terá como base a literatura disciplinar do livro adotado. É importante lembrar que os livros didáticos dirigidos ao Ensino Médio refletem o   mesmo   enfoque   disciplinar   presente   no   meio   universitário,   levando   os professores a consolidarem, na sua prática pedagógica, o estilo reprodutivista e   disciplinar   adquirido   em   sua   formação.   (...)   Os   currículos   de   Física   nos cursos de graduação também colaboram para a manutenção do conhecimento físico   ensinado   nos   moldes   ditados   internamente   pelas   disciplinas.   (...) Certamente   este   indicador   pode   ser   estendido,   sem   muitas   ressalvas,   à maioria dos cursos de formação de professores de Física e para a maioria das licenciaturas em ciências. O peso de uma tradição disciplinar, historicamente constituída, se impõe fortemente aos currículos dos cursos universitários, entre outros   motivos,   pela   sua   proximidade   (mesmo   que   virtual)   com   as comunidades   de   produtores   de   conhecimento   (PIETROCOLA;   ALVES; PINHEIRO, s/d, p. 6­7).

Nessa   perspectiva,   "...   via   de   regra,   os   conteúdos   acabam   por   ser desenvolvidos   como   se   estabelecessem   relações   com   eles   mesmos,   sendo desconsideradas as diversas relações com outros tópicos da própria Física e de outros campos de conhecimento" (GARCIA; ROCHA; COSTA, 2001, p. 138). 

Essa concepção faz com que o ensino de física se  transforme num ensino livresco, descontextualizado em sua história, não permitindo a compreensão de que a ciência é uma construção humana, com todas as implicações que isso possa ter, inclusive os erros e acertos decorrentes das atividades humanas, levando o estudante 

... a ter uma idéia distorcida do que é a Física e quase sempre ao desinteresse pela matéria. Os estudantes devem ser levados a perceber que os modelos dos   quais   os   pesquisadores   lançam   mão   para   descrever   a   natureza   são aproximações válidas em determinados contextos,  mas que não constituem uma verdade absoluta. Muitas vezes idéias como as de partícula, gás ideal, queda livre, potencial elétrico e muitas outras são apresentadas sem nenhuma referência à realidade que representam, levando o estudante a julgá­los sem utilidade   prática.   Outras   vezes   modelos   como   o   de   um   raio   luminoso,   de átomo, de campo, de onda eletromagnética, etc., são apresentados como se fossem entes reais. (ALVARES, 1991, p. 42).

Assim, a Física deixa de ser mais um instrumento para a compreensão do mundo, não permitindo ao aluno o acesso à  compreensão conceitual e ao formalismo próprio deste campo de conhecimentos, essencial para o desenvolvimento de uma cultura em ciência, tendo em vista que "... um número elevado dos estudantes brasileiros, ou, não tem acesso aos estudos superiores, ou, segue cursos para os quais a Física não tem caráter propedêutico" (ALVARES, 1991, p. 25). Além disso, apesar do incentivo que deve ser dado à carreira universitária, esta deveria ser mais uma possibilidade e não o objetivo principal do ensino desta disciplina no nível médio. 

Também parece haver um consenso entre os professores em torno da idéia de que a Física é uma ciência experimental. No entanto, apesar de enfatizarem esse caráter experimental da matéria e a importância dessa consideração no sentido de contribuir para uma melhor compreensão dos fenômenos físicos, é comum 

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...   adotarem   textos   que,   além   de   não   apresentarem   uma   só   sugestão   de experimento a ser realizado pelo professor ou pelos seus alunos, tratam os assuntos sem nenhuma preocupação com seu desenvolvimento experimental. Ou,   outros,   que   se   dizem   preocupados   com   um   curso   voltado   para   a compreensão dos conceitos, escolherem textos que tratam matematicamente os tópicos abordados, sem trabalharem aspectos cognitivos da aprendizagem. (Ibidem, 1991, p. 25)

Assim,

... como um empreendimento humano, a ciência é falível, ela pode degenerar ou   pode   responder   as   supremas   aspirações  dos   homens.   Como  parte   da sociedade,   a   Ciência   também   está   aberta   a   influências   externas,   como qualquer   atividade   social,   pode   ser   bem   ou   mal   usada.   (KNELLER,   1980, prefácio da obra)

Deriva­se daí que a Ciência não é neutra visto que o cientista faz parte de um contexto   social,   econômico   e   cultural,   influenciando   e   sendo   influenciado   por   esse contexto, fato que não pode ser ocultado de nossos estudantes. Isso significa mostrar que a  ciência  não está  pronta  nem acabada  e  não é  absoluta,  mas,   revelar  aos  nossos estudantes   “...   como é   penoso,   lento,  sinuoso  e,  por   vezes,   violento,  o  processo  de evolução das idéias científicas” (PONCZEK, 2002, p. 22). 

Se o conhecimento físico é ou foi produzido pelos sujeitos sociais que vivem ou que viveram num determinado contexto histórico, então, ele faz parte da cultura social humana e, portanto, é um direito dos estudantes conhecê­lo. 

Alem disso,  se queremos contribuir  para a  formação de sujeitos que sejam capazes  de   refletir   e   influenciar  de   forma  consciente  nas   tomadas  de  decisões,  não podemos deixá­los alheios às questões relativas à  Ciência e à   tecnologia.  Por   isto  é importante buscarmos o entendimento das possíveis relações entre o desenvolvimento da Ciência e da tecnologia e as diversas transformações culturais, sociais e econômicas na humanidade decorrentes deste desenvolvimento que, em muitos aspectos, depende de uma percepção histórica de como estas relações foram sendo estabelecidas ao longo do tempo.

Mas, considerando que também as tecnologias são historicamente construídas e entendendo que

... tecnologia refere­se à forma específica da relação entre o ser humano e a matéria, no processo de trabalho, que envolve o uso de meios de produção para agir sobre a matéria, com base em energia, conhecimento e informação. (...) refere­se a arranjos materiais e sociais que envolvem processos físicos e organizacionais, referidos ao conhecimento científico aplicável. No entanto, a tecnologia  não  é  propriedade  neutra   ligada  à  eficiência  produtivista,  e  não determina a sociedade, da mesma forma que esta não escreve o curso da transformação tecnológica. Ao contrário, as tecnologias são produtos da ação humana, historicamente construídos, expressando relações sociais das quais dependem,   mas   que   também   são   influenciados   por   eles.   Os   produtos   e processos   tecnológicos   são  considerados  artefatos   sociais   e   culturais,  que carregam   consigo   relações   de   poder,   intenções   e   interesses   diversos. (OLIVEIRA,2001, p. 101­102)

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Considerando ainda que, como nos ensina Paulo Freire, ensinar exige respeito aos saberes dos educandos, o processo de ensino­aprendizagem em Física deve partir do conhecimento prévio dos alunos respeitando seu contexto social e suas concepções espontâneas a respeito de ciência. 

Em primeiro lugar, de acordo com MOREIRA (s/d, p.2), devemos abandonar o papel de ser apenas transmissores de conhecimentos e passarmos a ver, de fato, os sujeitos   como   elaboradores   do   saber   físico,   mas   que   precisam   do   professor   como mediador.   O   autor   parte   do   pressuposto   que   o   objetivo   do   ensino   é   compartilhar, professor   e   aluno,   significados   e   promover   a   aprendizagem   significativa.   Mas,   isso acontecerá somente quando o educando internalizar esses significados de maneira não arbitrária e não literal, quando as novas informações adquirirem significado por interação com o conhecimento prévio do aluno e, simultaneamente, derem significados adicionais, diferenciarem, integrarem, modificarem e enriquecerem o conhecimento já existente. 

Em segundo, é preciso considerar que os sujeitos constroem suas idéias, sua visão do mundo  tendo em vista  os objetos a que  têm acesso nas suas experiências diárias e nas suas relações afetivas. Segundo Novak, citado por MOREIRA (1999), os seres humanos  fazem três coisas: pensam, sentem e atuam (fazem). Ou seja, ao se pensar   uma   metodologia   de   ensino   para   a   Física   é   preciso   ter   em   vista   o   que   os estudantes já conhecem. Esta idéia remete aos estudos das concepções espontâneas ou idéias alternativas dos sujeitos:

(...)   Os   estudos   realizados   sob   essa   perspectiva   revelaram   que   as   idéias alternativas de crianças e adolescentes são pessoais, fortemente influenciadas pelo contexto do problema e bastante estáveis e resistentes à mudança, de modo que   é   possível   encontrá­las   mesmo   entre   estudantes   universitários   (...). Realizadas em diferentes partes do mundo, as pesquisas mostraram o mesmo padrão de  idéias em relação a cada conceito  investigado. (MORTINER, 1996, p.2)

O   educando   será   apresentado   a   princípios,   concepções,   linguagem,   entre outros elementos utilizados pela Física, em que o discurso do professor deve permitir que ele perceba as diferenças entre a sua forma e a forma utilizada pela ciência para explicar um determinado fenômeno. Esse processo contribuirá para que o educando reformule as suas   idéias   tendo   em   vista   a   concepção   científica.   Assim,   espera­se   que   esteja reelaborando   seus   conceitos,   mas   não   necessariamente,   que   abandone   suas   idéias espontâneas. Poderá estar negociando ou adequando sua interpretação e linguagem ao contexto   de   utilização.   Ou   seja,   seus   conceitos   serão   mais   elaborados   ou   menos elaborados, ou mais próximos do científico quanto maior for a necessidade ou interesse deste sujeito em utilizar esses conhecimentos no contexto da comunidade científica. 

Entendemos,  então,  que a  Física  deve educar  para  cidadania,  contribuindo para  o  desenvolvimento  de  um sujeito  crítico,   "...   capaz de compreender  o  papel  da ciência no desenvolvimento da tecnologia. (...) capaz de compreender a cultura científica e tecnológica de seu tempo" (CHAVES & SHELLARD, 2005, p. 233). 

Cabe colocar aqui que a cidadania da qual estamos falando não é a cidadania para o consumo, não é a cidadania construída através de intervenções externas, doações da burguesia  e do  Estado moderno,  mas,  a  cidadania  que se constrói  no   interior  da prática social e política de classes. Estamos entendendo que a

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... nossa maneira de estar no mundo e com o mundo, como seres históricos, é a capacidade de, intervindo no mundo, conhecer o mundo. Mas, histórico como nós, o nosso  conhecimento  do  mundo   tem historicidade.   (...)  Daí   que  seja   tão   fundamental conhecer   o   conhecimento   existente   quanto   saber   que   estamos   abertos   e   aptos   à produção   do   conhecimento   ainda   não   existente"   (FREIRE,   1996,   p.31).   Por   isso entendemos  que  a   contribuição  da  Física  no  Ensino  Médio  é   a   contribuição  para  a formação dos sujeitos através das "...   lutas pela escola e pelo saber,   tão  legítimos e urgentes (...). Por este caminho nos aproximamos de uma possível redefinição da relação entre cidadania e educação (...) a luta pela cidadania, pelo legítimo, pelos direitos, é o espaço pedagógico onde se dá  o verdadeiro processo de formação e constituição do cidadão. A educação não é uma precondição da democracia e da participação, mas é parte, fruto e expressão do processo de sua constituição. (ARROYO, 1995, p.79)

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

Apesar dos avanços científicos e tecnológicos, o conhecimento físico na EJA ainda   é   tratado   como   enciclopédico,   resumindo­se   a   um   aparato   matemático   que, normalmente,   não   leva   a   compreensão   dos   fenômenos   físicos   e   ainda,   acaba   por distanciar o interesse dos educandos pela disciplina.  

Nessa   perspectiva   o   ensino   de   Física   apresenta   conceitos   simplificados   e reduzidos, bem como, leis e fórmulas desarticuladas do mundo vivencial. Além disso, é tratado como um campo de conhecimentos acabados, como verdades absolutas, fruto de alguns gênios da humanidade, contribuindo para que os educandos tornem­se passivos em sala de aula. 

É preciso repensar os aspectos metodológicos, para que propiciem condições de ensino que aproxime educadores e educandos da aventura da descoberta, tornando o processo de ensino e aprendizagem prazeroso, criativo e estimulador.

Criar   novas   formas   de   promover   a   aprendizagem   fora   dos   limites   da organização  tradicional  é  uma tarefa,  portanto,  que  impõem, antes de mais nada,   um   enorme   desafio   para   os   educadores   (...),   romper   o   modelo   de instrução  tradicional   implica um alto  grau de competência pedagógica,  pois para  isso o professor  precisará  decidir,  em cada situação,  quais  formas de agrupamento, seqüenciação, meios didáticos e interações propiciarão o maior progresso   possível   dos   alunos,   considerando   a   diversidade   que inevitavelmente   caracteriza   o   público   da   educação   de   jovens   e   adultos. (RIBEIRO, 1999, p 7­8)

A partir desse pressuposto, para romper com o modelo tradicional de ensino é necessário   rever  os  meios  de  apresentação  dos  conteúdos,  priorizando  os  conceitos físicos  e   optando  por   metodologias   de  ensino  que   se  adaptem   às   necessidades  de aprendizagem dos educandos. (...),

não vemos como necessário, no momento, grandes alterações nos conteúdos tradicionais,  mas   sim,  na   forma  como  eles   serão  desenvolvidos.  Entendemos  que  o avanço nos conhecimentos de Física deverá ser dado por uma inovação na metodologia de trabalho e não em termos de conteúdos. (GARCIA; ROCHA;COSTA, 2000, p.40)

Na reflexão desenvolvida com professores de Física da Educação de Jovens e Adultos,   identificou­se   algumas   estratégias   para   o   desenvolvimento   metodológico   da 

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disciplina de Física, considerando que essas estratégias metodológicas podem contribuir para o ensino e a aprendizagem dos educandos. Dessa forma, deve ser levado em conta a   formação   do   professor,   o   espaço   físico,   os   recursos   disponíveis,   o   tempo   de permanência do educando no espaço escolar e as possibilidades de estudo fora deste, para que as estratégias metodológicas possam ser efetivadas. Os indicativos discutidos com os professores contemplam:

A abordagem da Física enquanto construção humana

No desenvolvimento  dos conteúdos é  necessário  abordar  a   importância  da Física  no  mundo,   com  relevância  aos  aspectos  históricos,   o   conhecimento  enquanto construção humana e a constante evolução do pensamento científico, assim como, as relações   das   descobertas   científicas   com   as   aplicações   tecnológicas   na contemporaneidade.

A história da física não se  limita à  história de seus protagonistas. Antes ao contrário:   é   uma   história   do   pensamento   em   que   idéias   surgem   e desaparecem,   em   que   pensamentos,   muitas   vezes   completamente despropositados na época em que aparecem, tomam forma e ultrapassam as barreiras profissionais contemporâneas. Afinal, a física é hoje – num mundo em que a tecnologia permite revoluções e promete saídas para ao mais graves problemas – uma das manifestações de maior transparência de nossa cultura. (BARROS, 1996, p.7)

O papel da experimentação no ensino de Física

O uso da experimentação é viável e necessário no espaço e tempo da EJA, mesmo que seja  por  meio de demonstração  feita  pelo  educador,  ou da utilização de materiais   alternativos   e   de   baixo   custo,   na   construção   ou   demonstração   dos experimentos.  Assim,   “quando   o   aluno   afirma   que   um   imã   atrai   todos   os   metais,   o professor  sugere  que ele  coloque essa hipótese  à  prova com pedaços de diferentes metais. Por mais modesta que pareça esta vivência, é rica em ensinamentos” (AXT, s/d, p.78).

O lúdico – Brinquedos e jogos no ensino de Física

                Por meio desta estratégia de ensino o educando será instigado a pesquisar e propor soluções, visto que a ludicidade “... decorre da interação do sujeito com um dado conhecimento,   sendo   portanto   subjetiva.   Seu   potencial   didático   depende   muito   da sensibilidade do educador  em gerar  desafios e descobrir   interesses de seus alunos.” (RAMOS; FERREIRA, 1993, p.376)

O cuidado com os conceitos e definições em Física

O educando traz idéias e contextos para as coisas, para compreender e atuar no   mundo.   Essas   idéias   podem   ser   aproveitadas   como   ponto   de   partida   para   a construção do conhecimento científico, mas será necessário fazer a transposição destes 

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conceitos  espontâneos  ou  do  senso  comum para  o  conhecimento  científico,   com os cuidados necessários.

Atualmente  o  entendimento  do  ensino  de   física  é   fortemente  associado às idéias de conceitos espontâneos. Tais idéias indicam que quando as pessoas vêm para a escola, elas já têm um contexto para as coisas. Por outro lado, à medida que vamos inserindo os assuntos na sala de aula, queremos que o aluno vá montando aquela estrutura que nós temos, ligando os conceitos da forma como nós o fazemos. Entretanto, à medida que vamos ensinando, ele vai fazendo as ligações que quer. (...). Que pode, que consegue. E assim, os mesmos conceitos podem ser ligados de maneiras diferentes, em estruturas diferentes.  É  comum pensarmos que a   lógica,  a  maneira  de   raciocinar,  de inserir algo em contextos mais amplos, utilizados por nós, professores, para construirmos nossas estruturas, seja algo absoluto,  algo transcedental.  Mas não é. A lógica depende do contexto em vigor. (...), sempre achamos que com a   informação  que   fornecemos  aos   alunos   eles   farão   as   ligações  que   nós fizemos,  mas  isso  não  é  necessariamente  verdade.  Não  há   nada que nos assegure que o aluno faz as ligações que nós gostaríamos que ele fizesse. O que   dizemos   em   sala   de   aula   pode   ser   interpretado   de   várias   maneiras diferentes. (ROBILOTTA;BABICHAK, 1997, p.22)

O cotidiano dos alunos/contextualização

O educador deve ser o responsável pela mediação entre o saber escolar e as experiências provenientes do cotidiano dos educandos, as quais devem ser aproveitadas no processo da aprendizagem.

Quanto   mais   próximos   estiverem   o   conhecimento   escolar   e   os   contextos presentes   na   vida   pessoal   e   no   mundo   no   qual   eles   transitam,   mais   o conhecimento   terá   significado.   Contextualizar   o   ensino   significa   incorporar vivências concretas e diversificadas, e também, incorporar o aprendizado em novas vivências. (SEED­PR, 2000, s/d)

O papel do erro na construção do conhecimento

Os   erros   e   acertos   no   processo   de   ensino   e   aprendizagem   devem   ser considerados como elementos sinalizadores para a reconstrução dos conceitos e melhor compreensão dos conteúdos. Cabe ao educador administrar este processo no qual os educandos da EJA necessitam de apoio, principalmente pelo processo diferenciado de estudo e o tempo que permanecem no espaço escolar. É essencial valorizar os acertos e tornar o erro como algo comum, caracterizando­o como um exercício de aprendizagem.

O incentivo à pesquisa e a problematização

É importante incentivar os educandos para que ampliem seus conhecimentos por meio de pesquisa, como atitude cotidiana e na busca de resultados. Para tanto, 

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será  útil   distinguir  entre  pesquisa  como atitude  cotidiana  e  pesquisa  como resultado específico.  Como atitude cotidiana,  está  na  vida e  lhe  constitui  a forma de passar por ela criticamente, tanto no sentido de cultivar a consciência crítica, quanto no de saber intervir na realidade de modo alternativo com base na   capacidade   questionadora.   (...).   Como   resultado   específico,   pesquisa significa um produto concreto e localizado, (...), de material didático próprio, ou de um texto com marcas científicas. (...). Os dois horizontes são essenciais, um implicando o outro. No segundo caso, ressalta muito mais o compromisso formal do conhecimento reconstruído, enquanto o primeiro privilegia a prática consciente. (DEMO, 1997, p. 12­13)

A problematização consiste em lançar desafios que necessitem de respostas para   determinadas   situações.   “A   essência   do   problema   é   a   necessidade.(...),   um obstáculo que é  necessário   transpor,  uma dificuldade que precisa ser  superada,  uma dúvida que não pode deixar de ser dissipada” (SAVIANI, 1993, p.25­26). As dúvidas são ocorrências muito comuns na Física, porém, poderão ser aproveitadas para as reflexões sobre o problema a ser analisado.

Os recursos da informática no ensino da Física

O uso da informática na educação vem se tornando uma ferramenta cada vez mais  importante e  indispensável para o enriquecimento das aulas teóricas e à  melhor compreensão dos estudos elaborados. A familiarização do educando com o computador se faz necessária dentro da escola, visto que a tecnologia se faz presente nos lares, no trabalho e aonde quer  que se vá.  É  necessário  o  mínimo de entendimento sobre as tecnologias usuais e como utilizar­se desta ferramenta para ampliar os conhecimentos.

O uso de textos de divulgação científica em sala de aula

Os textos científicos encontrados em jornais, revistas, sites e em outros meios de divulgação científica,  podem conter  conteúdos significativos ao ensino de Física e serem explorados de diversas formas. Deve­se ter o cuidado de estar selecionando textos validados   por   profissionais   da   área   e   que   tenham   cunho   científico,   observando   a existência de erros conceituais ou informações incorretas.

A utilização do material de apoio

O ensino da Física não deve estar apenas pautado no uso do material didático fornecido pela entidade mantenedora, é fundamental utilizar­se de outros recursos, como os apontados anteriormente, para enriquecer as aulas e tornar o processo de ensino mais harmonioso e agradável. Assim, o material deve servir de apoio, tanto ao educador como ao   educando,   ao   lado   de   outras   alternativas   de   ensino   e   aprendizagem   que complementem o conhecimento proposto.

CONTEÚDOS DE FÍSICA – ENSINO MÉDIO

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Considerando­se a amplitude dos conhecimentos físicos, é necessário pensar a   importância   e   essencialidade   dos   conteúdos,   visando   contemplar   aprendizagens significativas aos educandos da EJA.

Para   isso,    é   indispensável  que a  organização dos conteúdos na proposta curricular   esteja   vinculada   ao   espaço   e   ao   tempo   de   estudo   dos   educandos   e   a experiência cotidiana destes, procurando apresentar esses conteúdos como instrumentos de melhor compreensão e atuação na realidade. Para a maioria dos educandos da EJA, como também

... para uma grande parte da população, os conhecimentos de Física do Ensino Médio têm grande possibilidade de serem os únicos dessa disciplina aos quais os alunos   terão   acesso   pela   via   escolar.   Percebemos,   então,   a   pertinência   e necessidade de reorganização dos componentes curriculares de física ­  entendida aqui a idéia de currículo como sendo algo muito mais amplo do que mera listagem de   conteúdos   de   tal   forma   que   possam   dar   conta,   tanto   das   demandas   de continuidade dos estudos e das de natureza profissional como, e principalmente, daquelas exigidas pela vida no seu dia­a­dia. (GARCIA; ROCHA; COSTA, 2000, p. 139­140)

Ao pensar os conteúdos a serem trabalhados, o educador deve priorizar os essenciais, ou seja, àqueles que possam ter significado real à vida dos educandos. Os conteúdos   devem   possibilitar   a   percepção   das   diversas   abrangências   sobre   um determinado fenômeno, portanto, o ensino não pode se restringir apenas ao livro didático ou ao material de apoio. “A seleção de conteúdos é tarefa do professor; ele pode produzir uma   unidade   de  ensino  que   não   existe   no   livro   ou   deixar   de   abordar   um   de   seus capítulos, pode realizar retificações ou propor uma abordagem diferente” (BIZZO, 2000, p.66).

Considerando­se ainda as Diretrizes Curriculares Estaduais para a Educação de Jovens e Adultos e as especificidades desta modalidade de ensino, principalmente no que tange ao tempo de ensino do educador e o tempo da aprendizagem dos educandos, a proposta de conteúdos básicos da disciplina de Física, segue o disposto a seguir.

INTRODUÇÃO À FÍSICA 

Campo de estudo e atuação da Física.História da Física.

A Física contemporânea e suas aplicações tecnológicas.

MECÂNICAMovimento retilíneos.Movimentos curvilíneos.Movimento circular uniforme. Queda­livre.Os Princípios da Mecânica (Leis de Newton).Energia. Trabalho. Potência.Impulso e quantidade de movimento.

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A Gravitação Universal.A Hidrostática.

FÍSICA TÉRMICAFenômenos térmicos.O calor e a temperatura.O fenômeno da dilatação nos sólidos, líquidos e gases.As mudanças de estado físico da matéria.Trocas de calor. Transmissão de calor.Comportamento térmico dos gases.As Leis da Termodinâmica.

ONDULATÓRIAFenômenos ondulatórios.Ondas mecânicas e eletromagnéticas.

Natureza ondulatória e quântica da luz.

ÓPTICAFenômenos luminosos.Princípios da Óptica Geométrica.Aplicações do fenômeno da reflexão e refração da luz.Lentes e instrumentos ópticos de observação.Espelhos.A óptica e o olho humano.

ELETRICIDADE E MAGNETISMOFenômenos elétricos  e magnéticos.Aspectos estáticos e dinâmicos da eletricidade.A Lei de Coulomb.O campo elétrico . Potencial elétrico.A corrente elétrica. Geradores e circuitos elétricos.O campo magnético.Indução magnética.

ENERGIAEnergia e suas transformações.Fontes e tipos de energia.Energia, meio ambiente e os potenciais energéticos do Brasil.A energia elétrica nas residências.

REFERÊNCIAS

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DISCIPLINA DE QUÍMICA

CONCEPÇÃO DO ENSINO DE QUÍMICA

A consolidação  da  Química  como  ciência   foi  um dos   fatos  que  permitiu  o desenvolvimento   das   civilizações,   determinando   maneiras   diferenciadas   no   modo   de viver.   A   Química   está   inserida   nas   ações   e   nos   recursos   utilizados   nas   diversas atividades diárias das pessoas e, segundo BIZZO (2002, p.12),

o domínio dos fundamentos científicos hoje em dia é indispensável para que se possa realizar tarefas tão triviais como ler um jornal ou assistir à televisão. Da mesma forma, decisões a respeito de questões ambientais, por exemplo, não podem prescindir da informação científica, que deve estar ao alcance de todos.

Assim, a Química fundamenta­se como uma ciência que permite a evolução do ser  humano nos aspectos ambientais,  econômicos,  sociais,  políticos,  culturais,  éticos, entre outros, bem como o seu reconhecimento como um ser que se relaciona, interage e modifica, positiva ou negativamente, o meio em que vive.

A   Química   como   ciência   contempla   as   tradições   culturais   e   as   crenças populares   que     despertam   a   curiosidade   por   fatos,   propiciando   condições   para   o desenvolvimento  das   teorias  e  das   leis  que   fundamentam as ciências.  BIZZO  (2002, p.17), afirma que

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a ciência não está amparada na verdade religiosa nem na verdade filosófica, mas em um certo tipo de verdade que é diferente  dessas outras. Não é correta a imagem de que os conhecimentos científicos, por serem comumente fruto de experimentação e por   terem uma base  lógica,  sejam “melhores” do que os demais   conhecimentos.   Tampouco   se   pode   pensar   que   o   conhecimento científico possa gerar verdades eternas e perenes.

Desta forma, é importante considerar que o conhecimento químico não é algo pronto, acabado e inquestionável, mas em constante transformação.

A   Química,   trabalhada   como   disciplina   curricular   do   Ensino   Médio,   deve apresentar­se como propiciadora da compreensão de uma parcela dos resultados obtidos a partir da Química como ciência.

A ciência realizada no laboratório requer um conjunto de normas e posturas. Seu objetivo é encontrar resultados inéditos, que possam explicar o desconhecido. No entanto,   quando   é   ministrada   na   sala   de   aula,   requer   outro   conjunto   de procedimentos,  cujo objetivo é  alcançar  resultados esperados,  aliás planejados, para que o estudante possa entender o que é conhecido. (...) Existe portanto uma diferença   fundamental   entre   a   comunicação   de   conhecimento   em   congressos científicos,   entre   cientistas,   e   a   seleção   e   adaptação   de   parcelas   desse conhecimento para ser utilizado na escola por professores e alunos. (BIZZO, 2002, p.14)

Essa percepção deve fazer parte do trabalho pedagógico realizado nas escolas e conforme MALDANER (2000, p.196),

compreender a natureza da ciência química e como ela se dá  no ensino e na aprendizagem passou a ser um tema importante, revelado a partir das pesquisas educacionais, principalmente as pesquisas realizadas na década de 1980 sobre as idéias alternativas dos alunos relacionadas com as ciências naturais. No âmbito da pesquisa educacional, mais ligado à educação científica, estava claro, já no início dos   anos   90,   que   era   fundamental   que   os   professores   conhecessem   mais   o pensamento   dos   alunos,   bem   como,   a   natureza   da   ciência   que   estavam ensinando. No entanto, isso não era prática usual nos cursos de formação desses professores.

Tal consideração vem de encontro com a forma com que muitos educadores têm trabalhado esta disciplina,  priorizando fatos desligados da vida dos educandos, em que os educadores abordam, principalmente, os conteúdos acadêmicos, enfatizando a memorização, o que torna a disciplina desvinculada da realidade dos seus alunos e sem significação para sua vida. 

Considerando   que   uma   das   funções   do   aprendizado   dos   conhecimentos químicos na escola deve ser a de perceber a presença e a importância da Química em sua vivência, para DELIZOICOV | et.al.|  (2002, p.34),

a ação docente buscará constituir  o entendimento de que o processo  de produção do conhecimento  que caracteriza  a ciência e a tecnologia constitui uma atividade humana,   sócio­historicamente   determinada,   submetida   a   pressões     internas   e externas,   com   processos   e   resultados   ainda   pouco   acessíveis   à   maioria   das 

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pessoas escolarizadas, e por isso passíveis de uso e compreensão acríticos ou ingênuos; ou seja, é um processo de produção que precisa, por essa maioria, ser apropriado e entendido.

Assim, é  importante que o ensino desenvolvido na disciplina de Química na EJA, possibilite ao educando, a partir de seus conhecimentos prévios, a construção do conhecimento científico, por meio da análise, reflexão e ação, para que possa argumentar e se posicionar criticamente.

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

Considerando   os   encaminhamentos   metodológicos   contidos   na   proposta pedagógica de ensino para a disciplina de Química   no Ensino Médio Regular,   faz­se necessário refletir as especificidades do trabalho com a Química na Educação de Jovens e Adultos (EJA), considerando as Diretrizes Curriculares Estaduais para essa modalidade de ensino da educação básica.

Nesse   sentido,   para   o   trabalho   metodológico   com   essa   disciplina,   uma alternativa   seria   partir   da   seqüência:   “fenômeno–problematização–representação­explicação”  (MALDANER, 2000, p.184). Para o autor,

episódios de alta vivência dos alunos passariam a ser importantes no processo de ensino e aprendizagem e não obstáculo a ser superado (...) O importante é identificar  situações  de  alta  vivência  comuns  ao  maior  número  possível  de alunos e a partir delas começar o trabalho de ensino. (MALDANER, 2000, p. 184)

Nessa   ótica,   não   cabe   ao   educador   apresentar   apenas   fórmulas, classificações,   regras  práticas,   nomenclaturas,  mas   sim,   trabalhar   conteúdos  com os quais o educando venha a apropriar­se dos conhecimentos de forma dinâmica, interativa e   consistente,   respeitando   os   diferentes   tempos   de   aprendizagem   e   propiciando condições para que o mesmo perceba a função da Química na sua vida.

Criar   novas   formas   de   promover   a   aprendizagem   fora   dos   limites   da organização  tradicional  é  uma tarefa,  portanto,  que  impõem, antes de mais nada,   um   enorme   desafio   para   os   educadores   (...),   romper   o   modelo   de instrução  tradicional   implica um alto  grau de competência pedagógica,  pois para  isso o professor  precisará  decidir,  em cada situação,  quais  formas de agrupamento, sequenciação, meios didáticos e interações propiciarão o maior progresso   possível   dos   alunos,   considerando   a   diversidade   que inevitavelmente   caracteriza   o   público   da   educação   de   jovens   e   adultos. (RIBEIRO, 1999, p.8)

Conforme   SCHNETZLER   (2000)   citada   em   MALDANER   (2000,   p.   199), “Aprender   significa   relacionar”.   A   aprendizagem   dos   vários   conceitos   químicos   terá significado somente se forem respeitados os conhecimentos e as experiências trazidos pelo educando jovem e adulto, de onde sejam capazes de estabelecer relações entre conceitos micro e macroscópicos, integrando os diferentes saberes – da comunidade, do educando e acadêmico.

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Segundo FREIRE (1996, p.38), “a educação emancipatória valoriza o ’saber de experiência feito’, o saber popular, e parte dele para a construção de um saber que ajude homens e mulheres na formação de sua consciência política.”

Para que isso se evidencie no ambiente escolar, para a disciplina de Química, considera­se a afirmação de MALDANER (2000, p. 187), de que “o saber escolar deve permitir  o  acesso,  de  alguma  forma,  ao  conhecimento  sistematizado.  Assim ele  será reconstruído   e   reinventado   em   cada   sala   de   aula,   na   interação   alunos/professor, alunos/alunos e, também, na interação com o entorno social”. Dessa forma, o ensino da disciplina de Química deve contribuir para que o educando jovem e adulto desenvolva um olhar crítico sobre os fatos do cotidiano, levando­o a compreensão dos mesmos de forma consciente, dando­lhe condições de discernir algo que possa ajudá­lo, daquilo que pode lhe causar problemas. 

Nesse sentido,   ressalta­se a  importância de  trabalhar  a  disciplina de  forma contextualizada, ou seja,  com situações que permitam ao educando  jovem e adulto a inter­relação dos vínculos do conteúdo estudado com as diferentes situações com que se deparam   no   seu   dia­a­dia.   Essa   contextualização   pode­se   dar   a   partir   de   uma problematização,   ou   seja,   lançando   desafios   que   necessitem   de   respostas   para determinadas situações. “A essência do problema é a necessidade (...), um obstáculo que é necessário transpor, uma dificuldade que precisa ser superada, uma dúvida que não pode deixar de ser dissipada.” (SAVIANI, 1993, p.26) As dúvidas são muito comuns em Química, devendo ser aproveitadas para a reflexão sobre o problema a ser analisado. Sendo assim, para o educador, o desafio consiste em realizar esta contextualização sem reduzir   os     conteúdos   apenas   a   sua   aplicação   prática,   deixando   de   lado   o   saber acadêmico.

Um aspecto   importante  a  ser  considerado no   trabalho  com a  disciplina  de Química é a retomada histórica e epistemológica das origens e evolução do pensamento na ciência Química, propiciando condições para que o educando perceba o significado do estudo dessa disciplina, bem como a compreensão de sua linguagem própria e da cultura científica   e   tecnológica   oriundas   desse   processo,   pois   as   diversas   contingências históricas   têm   levado   os   professores   a   deixar   de   lado   a   importância   do   saber sistematizado, resultando numa prática pedagógica pouco significativa.

É fundamental mencionar, também, a utilização de experimentos e as práticas realizadas em laboratório como um dos recursos a serem utilizados no trabalho docente, a   fim   de   que   o   educando   possa   visualizar   uma   transformação   química,   inserindo conceitos pertinentes e estabelecendo relações de tal experimento com aspectos da sua vivência. Segundo BIZZO (2002, p.75), é

importante  que o  professor  perceba que  a  experimentação é  um elemento essencial  nas aulas de ciências,  mas que ela,  por  si  só,  não garante  bom aprendizado. (...) ...a realização de experimentos é uma tarefa importante, mas não dispensa o acompanhamento constante do professor, que deve pesquisar quais   são   as   explicações   apresentadas   pelos   alunos   para   os   resultados encontrados.  É  comum que seja  necessário  propor uma nova situação que desafie a explicação encontrada pelos alunos.

Nesse sentido, um aspecto importante a ser considerado é  o fato de que o educador   não   deve   se   colocar   como   o   verdadeiro   e   único   detentor   do   saber, apresentando todas as respostas para todas as questões. Conforme BIZZO (2002, p.50),

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o professor deveria enfrentar a tentação de dar respostas prontas, mesmo que detenha a informação exata, oferecendo novas perguntas em seu lugar, que levassem   os   alunos   a   buscar   a   informação   com   maior   orientação   e acompanhamento. Perguntas do tipo “por quê?” são maneiras de os alunos procurarem   por   respostas   definitivas,   que   manifestem   uma   vontade   muito grande de conhecer. Se o professor apresenta, de pronto, uma resposta na forma de uma longa explicação conceitual, pode estar desestimulando a busca de mais dados e informações por parte dos alunos.

Ao proceder dessa forma, o educador leva o educando a pensar e a refletir sobre o assunto trabalhado, estimulando­o a buscar mais dados e informações.

Um outro aspecto a ser considerado no trabalho docente, é  a utilização do material de apoio didático como uma das alternativas metodológicas, de tal forma que não seja o único recurso a ser utilizado pelo educador. MALDANER (2000, p. 185), afirma que 

é por isso que não é possível seguir um “manual” de instrução, do estilo de muitos livros “didáticos” brasileiros originados dos “cursinhos pré­vestibulares”, para iniciar o estudo de química no ensino médio. A lógica proposta nesses “manuais” é a da química estruturada para quem já conhece a matéria e pode servir,   perfeitamente,   de   revisão   da   matéria   para   prestar   um   exame   tão genérico como é o exame vestibular no Brasil.(...) O que seria adequado para uma   boa   revisão   da   matéria,   característica   original   dos   “cursinhos   pré­vestibulares”, tornou­se programa de ensino na maioria das escolas brasileiras.

A  respeito  do   livro  didático,  BIZZO  (2002,  p.  66)  propõe que ele  deve ser utilizado   como   um  dos   materiais   de   apoio,   como  outros  que   se   fazem   necessários, cabendo  ao  professor,  selecionar  o  melhor  material  disponível  diante  de  sua  própria realidade, onde as informações devem ser apresentadas de forma adequada à realidade dos alunos.

Ao pensar os conteúdos a serem trabalhados, o educador deve priorizar os essenciais, ou seja, aqueles que possam ter significado real à vida dos educandos jovens e adultos. Os conteúdos trabalhados devem possibilitar aos mesmos a percepção de que existem   diversas   visões   sobre  um   determinado   fenômeno   e,   a   partir   dessa   relação, poderem   constituir   a   sua   própria   identidade   cultural,   estimulando   sua   autonomia intelectual. Os conteúdos podem ser organizados sem a rígida seqüência linear proposta nos livros didáticos. Para tanto, deve ser avaliada a relevância e a necessidade desses conteúdos, assim como a coerência dos mesmos para o processo educativo.

CONTEÚDOS DE QUÍMICA – ENSINO MÉDIO

O   programa   de   Química   contempla   os   seguintes   conteúdos,   considerados essenciais para a conclusão da disciplina de Química no Ensino Médio na modalidade Educação de Jovens e Adultos. 

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Matéria e substânciasReações QuímicasFunções Orgânicas e InorgânicasLigações QuímicasLigações entre as moléculasTabela periódica e periodicidadeEstrutura atômicaEstequiometriaEstudo dos GasesRadioatividadePropriedades coligativasEletroquímicaEquilíbrio QuímicoSoluçõesTermoquímica

É   importante   ressaltar  que cabe ao educador,  a  partir  da  investigação dos conhecimentos   informais   que   os   educandos   têm   sobre   a   Química,   sistematizar   as estratégias  metodológicas,  planejando o que será   trabalhado dentro  de  cada um dos conteúdos   mencionados   anteriormente,   qual   a   intensidade   de   aprofundamento,   bem como a articulação entre os mesmos ou entre os tópicos de cada um. 

Para   a   organização   dos   conteúdos   é   indicado   que   seja   utilizada   a problematização,  cujo  objetivo  consiste  em gerar  um  tema para  contextualização.  Os temas  são  baseados  em  fatos   locais,   regionais,  nacionais  ou  mundiais,  que  possam refletir sobre os acontecimentos que relacionam a Química com a vida, com o ambiente, com o trabalho e com as demais relações sociais. 

A  partir   do   contexto  abordado,   devem ser   selecionados  os  conteúdos  que possam ser   trabalhados,   independentemente  da  seqüência  usual  presente  nos   livros didáticos da disciplina. Nesse sentido, ao organizar os conteúdos, bem como, a forma como serão desenvolvidas as atividades para aprofundamento e avaliação, o educador terá   condições   de   desenvolver   metodologias   que   visem   evitar   a   fragmentação   ou   a desarticulação dos conteúdos dessa disciplina.

Na  perspectiva  que   se  propõe,   a   avaliação  na  disciplina  de  Química   vem mediar   a   práxis   pedagógica,   sendo   coerente   com   os   objetivos   propostos   e   com   os encaminhamentos metodológicos, onde os erros e os acertos deverão servir como meio de reflexão e reavaliação da ação pedagógica como um todo. É essencial valorizar os acertos, considerando o erro como ponto de partida para que o educando e o educador compreendam e ajam sobre o processo de construção do conhecimento, caracterizando­o como um exercício de aprendizagem.

Nessa ótica, a avaliação deve considerar que a cultura científica é repleta de falhas, de pontos de vista diferenciados e, muitas vezes, sem consenso. 

A avaliação é sempre uma atividade difícil de se realizar. Toda avaliação supõe um processo de obtenção e utilização de informações, que serão analisadas diante  de critérios estabelecidos segundo  juízos de valor.  Portanto,  não se pode pretender que uma avaliação seja um processo frio e objetivo; ele é, em si,   subjetivo,   dependente   da   valorização   de   apenas   uma   parcela   das informações   que   podem   ser   obtidas.   Essas   características   são importantíssimas para que possamos compreender a utilidade e os limites da 

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avaliação e como ela pode ser utilizada pelo próprio professor para reorientar sua prática. (BIZZO, 2002, p.61)

Assim, ao avaliar, o educador deve superar o autoritarismo, o conteudismo e o ato de avaliar como objeto de punição, perpassando por vários caminhos, fundamentados na  concepção   teórica  e  no  encaminhamento  metodológico  da  disciplina  de  Química, estabelecendo uma perspectiva de torná­la reflexiva, crítica, que valoriza a diversidade e reconhece as diferenças, voltada para a autonomia do educando jovem, adulto e idoso.

REFERÊNCIAS

BIZZO, N. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2002.

DELIZOICOV, D., ANGOTTI, J. A. & PERNAMBUCO, M. M.  Ensino de Ciências: fundamentos  e métodos. São Paulo: Cortez, 2002.

FREIRE, P.  Pedagogia da autonomia:  saberes necessários à  prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

MALDANER, O. A. A formação inicial e continuada de professores de química. Ijuí: Editora Unijuí, 2000.

RIBEIRO,   Vera   Masagão.  A   formação   de   educadores   e   a   constituição   da educação   de   jovens   e   adultos   como   campo   pedagógico.   Educação   & Sociedade. v.20, n. 68, Campinas: UNICAMP, dez, 1999.

SAVIANI,   Dermeval.  Do   senso   comum   à   consciência   filosófica.   Campinas: Autores Associados, 1993, p.20­28.

DISCIPLINA DE HISTÓRIA

CONCEPÇÃO DO ENSINO DE HISTÓRIA

A   História   é   um   conhecimento   construído   pelo   ser   humano   em   diferentes tempos e espaços. É a memória que se tornou pública, em geral, expressão das relações de poder. De acordo   com  BEZERRA,   (2003 pg. 42)   “o   objetivo primeiro do conhecimento histórico é a compreensão dos processos e dos sujeitos históricos, o desvendamento das relações que se estabelecem entre os grupos humanos em diferentes tempos e espaços”. 

Diferentes historiadores e sujeitos históricos contam a História a partir de sua visão de mundo. Nesse sentido não há uma verdade única, mas sim aquela que foi tecida por um grupo social. Trata­se de um conhecimento científico, que precisa ser interpretado. 

Hoje,   por exemplo a História   busca os diversos aspectos que compõem a realidade histórica e tem nisso o seu objeto de estudo, deixando de lado uma História que a partir do século XIX privilegiava o fato político, os grandes feitos e os heróis em direção a um progresso  pautado  pela   invenção  do  estado­nação  que  precisava  ser   legitimado.  Nesse contexto,  é   criada a  disciplina  de  História  que  tinha como  função  legitimar  a   identidade nacional.

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Até   a   década   de   80,   do   século   XX,   a   disciplina   de   História   manteve   seu conteúdo eurocêntrico e sua divisão quadripartite,  até hoje presente no currículo de muitos cursos universitários.  Numa outra perspectiva algumas universidades, começaram a abrir espaço ao estudo da História Oriental e da História da África. No entanto, essa é uma prática bem recente.

A História trata de toda ação humana no tempo em seus múltiplos aspectos: econômicos, culturais, políticos,  da vida cotidiana,  de gênero,  etc. Para se perceber como sujeito da História, o educando precisa reconhecer que essa ação transforma a sociedade, movimenta um espiral de mudanças, na qual há permanências e rupturas. 

O homem/mulher  como sujeito da História, deve ser conhecedor dos porquês, dos problemas, das idéias, das ideologias e que só com uma visão holística do mundo e da sociedade ele   se entenderá como cidadão ativo e conhecedor de seus direitos e de seus deveres.

Na Educação de Jovens e Adultos deve­se levar em consideração o fato de que os seus educandos possuem maior experiência de vida e que essa modalidade tem como finalidade e objetivos o compromisso com a formação humana e o acesso à cultura geral. A diversidade presente na sala de aula, a partir dos diferentes perfis sociais, deve ser utilizada   a   favor   do   trabalho   pedagógico   no   ensino   de   História.   Pode­se   recorrer   às diferenças para estabelecer comparações, levantar diferentes concepções de mundo e ainda buscar trabalhar com o respeito e a aceitação das diferenças.

É  preciso que o ensino de   História na Educação de Jovens e Adultos seja dinâmico e que o educando  perceba que a História não está sepultada, mas em constante transformação. Nesse sentido, pode­se  tomar sempre como ponto de partida e de chegada o próprio presente, onde estão inseridos educandos e educadores. Há que se considerar que o passado explica o presente, mas também o presente explica o passado. Isso não significa, no entanto, que se possa abrir mão do rigor na interpretação do passado, pois não se pode incorrer em anacronismos ou em posturas teleológicas.   É preciso estimular o interminável diálogo entre o presente e o passado levando em consideração as especificidades de cada contexto histórico.

É fundamental que o educador de História   não atue  como reprodutor de um conhecimento pronto, de uma coleção inesgotável de fatos do passado. Mas,   que torne possível desconstruir na sala de aula os múltiplos olhares da História, criar argumentos que possam concordar ou discordar de um autor, tomar posição diante do que já ocorreu e ainda está ocorrendo. Não se pode ser um cidadão pleno sem que se realize uma análise crítica dos caminhos percorridos pelo homem/mulher ao longo da história.

Por  fim, reconhecer que esses sujeitos são produtores de signos e utopias, capazes de transformar a natureza  e escrever  sua própria História. Portanto, a  História é uma  construção coletiva em que  todos os sujeitos tem um papel principal e suas ações são de suma importância para uma participação consciente na transformação da  sociedade e do mundo em que vivem.

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

De   acordo   com   as   contribuições   da   historiografia,   nas   últimas   décadas   a aprendizagem histórica  se efetiva quando o conhecimento passa a ser experiência para o educando no sentido de que ele se aproprie do que aprendeu para ler e explicar o seu mundo.

No mundo contemporâneo um constante (re)pensar sobre a cultura escolar é fundamental   para   acompanhar   as   mudanças   que   ocorrem   quotidianamente   e   que 

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implicam diretamente na vida de educandos e educadores.  Nesse sentido, a partir  de discussões   teórico­metodológicas   significativas   e   que   colocam   o   educando   na centralidade do processo ensino­aprendizagem, pretende­se contribuir para uma prática de qualidade e de reflexão nas ações pedagógicas. 

Para isso, propõem­se a abordagem  dos conteúdos  a partir de temáticas, no ensino de História, para os  educandos (as) da Educação de Jovens e Adultos rompendo, dessa forma, com a narrativa linear e factual num diálogo permanente com a realidade imediata sobre a qual se constituem os diversos saberes. Pretende­se com isso priorizar uma prática  pautada na  associação  ensino­pesquisa  e  no  uso  de  diferentes   fontes  e linguagens.

Nessa perspectiva, exige­se uma abordagem problematizadora dos conteúdos de História, em que educadores e educandos possam dialogar e nesse diálogo, propiciar condições de pensar, argumentar e  fundamentar suas opiniões através dos conteúdos socialmente   significativos   relacionados   ao   contexto   político   e   social,   reconhecendo   a pluralidade étnica e cultural onde esses sujeitos estão inseridos.

Esta problematização deve propiciar  uma análise crítica da realidade social, distinguindo­se da “educação bancária” em que o educador apresenta os conteúdos aos educandos, impondo­lhes um saber desprovido de reflexão (FREIRE, 1987).

É impossível, ensinar tudo a todos, desta forma se faz necessário a seleção e a escolha   de   conteúdos   essenciais   que   possibilitem   o   êxito   no   processo   ensino­aprendizagem e permitam satisfazer as necessidades dos educandos, respeitando suas especificidades,   objetivando   sua   formação   humanista   e   a   busca   de   sua   autonomia intelectual e moral.

Considerando a concepção do ensino de História pautada pela linha da cultura, optou­se por três eixos articuladores: Cultura, Trabalho e Tempo, que também orientam o documento   das   Diretrizes   Curriculares   para   EJA   no   Estado   do   Paraná.   Esses   eixos estabelecem relações entre si e articulam­se às temáticas que por sua vez articulam­se aos conteúdos, sendo que o eixo Tempo, presente nessa concepção, refere­se ao tempo histórico.

Os conteúdos selecionados,   foram organizados em quatro  temas plurais  no Ensino   Fundamental:   Identidade   e   Cultura;   Estado   e   Relações   de   Poder;   Terra   e Propriedade;   Cidadania   e   Trabalho   e   tres   temas   para   o   Ensino   Médio:   Diversidade Cultural; Relações de Poder e Movimentos Sociais;  Mundo do Trabalho e Cidadania . É importante   que   na   abordagem   desses   conteúdos   o   educador   crie   situações   de aprendizagem,   que respeitem o perfil  dos educandos da EJA e possibilitem o diálogo entre os conceitos construídos cientificamente e a cultura do educando, considerando a sua História de vida, o ambiente cultural e a identidade do grupo. 

A abordagem pode ser realizada partindo do não conhecido ao conhecido ou do  conhecido ao conhecido de outra forma. Os conteúdos não devem ser trabalhados de forma isolada ou compartimentada, o estudo deve se dar de forma abrangente no tempo e no espaço, como por exemplo, no que refere as questões sociais,  as contradições, a Histórica   local,   conteúdos  estes  que  estabeleçam   relação  entre   o   local   e   o   global   e possibilitem aos educandos, compreender as semelhanças e diferenças, as permanências e as  rupturas do contexto histórico.

Transformar os conteúdos em “situações problemas”  é   imprescindível    para demonstrar a relevância do que se vai estudar. O questionamento deve levar a reflexão crítica e permanente, possibilitando a construção de saberes socialmente significativos para que o educando interfira no sentido de transformar a sociedade, em que vive. Dessa forma o ensino de História será sempre possibilidade e nunca determinação.

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É essencial no processo ensino­aprendizagem que a teoria esteja em sintonia com a prática,  respeitando os níveis de compreensão dos educandos sobre a própria realidade.

Em suma, esse processo deve contribuir  para  formar um educando  leitor  e escritor,   que   se   aproprie   dos   conhecimentos   históricos,   a   partir   da   leitura,   análise   e interpretação de diversas linguagens, bem como da produção de textos orais e escritos, que valorizem o fazer e o refletir. Também é importante que o educando da EJA possa ampliar  a sua  leitura de mundo percebendo­se como sujeito  da História  na busca da autonomia e da cidadania.

ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOSEnsino Fundamental e Médio

EIXOS ORIENTA­DORES

TEMAS CONTEÚDOS – ENSINO FUNDAMENTAL

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CONSTRUÇÃO DO SUJEITO HISTÓRICO: o homem um sujeito histórico, atuação do sujeito histórico­memória.

PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO HISTÓRICO: conceito de ciência histórica, como o historiador reconstrói a história? 

diferentes   temporalidades,   fontes   históricas,   patrimônio cultural, a origem do homem e o começo dos tempos.

ENCONTRO ENTRE DIFERENTES CULTURAS: o Paraná no  Século  XV,  ocupação  do  espaço  paranaense,  o  domínio cultural   e   político   europeu,   principais   etnias,   dominação   e resistência, patrimônio cultural paranaense.

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DIFERENTES MODOS DE DISTRIBUIÇÃO DA TERRA:Capitalista, socialista, primitiva, feudal e escravista.CONCENTRAÇÃO DE TERRAS NO BRASIL:Capitanias   hereditárias,   sesmarias,   reduções,   engenhos, 

rendeiros/meeirosQuilombos, comunidades indígenas, leis de terras, imigração 

européia.TENTATIVAS   DE   REFORMA   AGRÁRIA   NO   BRASIL 

REPÚBLICA:Plano de metas, reforma de base, ditadura militar, proposta 

de   Tancredo   Neves,   a   questão   da   terra   nos   governos; Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva.

CONFLITOS AGRÁRIOS PELA TERRA NO BRASIL:Canudos, Contestado,    ligas camponesas, demarcação das 

terras   indígenas,   luta  dos  povos  da  floresta,  movimento  dos trabalhadores rurais sem terra.

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ESTADO NEOLIBERAL: origem, emprego, flexibilização dos direitos sociais, neoliberalismo no Brasil .

ESTADO DITATORIAL E TOTALITARIO: ditadura militar no   Brasil,   ditadura   na   América   espanhola,   princípios fundamentais   do   totalitarismo,   contexto   da   Segunda Guerra.

ESTADO POPULISTA: o populismo no Brasil e na América espanhola.

ESTADO INTERVENCIONISTA:   revolução de 1930,  Crise de 1929, Constituição de 1934.

ESTADO   OLIGARQUICO:   Coronelismo,   Revolução Federalista no Paraná, Tenentismo.

ESTADO   LIBERAL   CLÁSSICO:   Século   das   Luzes, Imperialismo, Primeira Guerra Mundial.

FORMAÇÃO   DO   ESTADO   NACIONAL:   O   Estado Absolutista,  O  poder  da   Igreja  no  Brasil   colônia.  Separação entre Estado e Igreja no Brasil.

CIDADANIA E PARTICIPAÇÃO:  Conceitos de  Cidadania e trabalho, direitos civis, políticos  e sociais.

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EIXOS ORIENTA­DORES

TEMAS CONTEÚDOS – ENSINO MÉDIO

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CONSTRUÇÃO DO SUJEITO HISTÓRICO: o homem/mulher como sujeitos históricos, formação da identidade e alteridade, História local.

PRODUÇÃO   DO   CONHECIMENTO   HISTÓRICO:   história como  ciência,   natureza  e  cultura,   diferentes   temporalidades, fontes históricas, as primeiras civilizações, patrimônio cultural.

DIFERENTES   CULTURAS:   dominação   e   resistência   na formação   da   sociedade   brasileira,   o   mundo   árabe,   a cosmovisão africana., cultura oriental, os diversos Brasis.

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ISA RELAÇÃO COLONIZADOR/COLONIZADO NA AMÉRICA: 

dominio cultural  e político europeu,  assimilação e aculturação.HISTÓRIA DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL E NOS ESTADOS 

UNIDOS: trabalho escravo, Formas de resistência, movimentos abolicionistas, guerra de 

secessão.LIBERALISMO E NEOLIBERALISMO: Estado liberal clássico, 

as idéias iluministas,     a partilha do mundo,   Primeira Guerra Mundial.

SÉCULO   XX   MUDANÇAS   E   PERMANÊNCIAS:   formação dos estados  totalitarios,  o mundo em guerra,  descolonização afro­asiática,   movimentos   sociais   no   pós­guerra,   conflitos culturais na América espanhola.

FORMAÇÃO DO ESTADO NACIONAL: emancipação política das colônias americanas, a construção do estado  brasileiro, o período republicano. 

LUTAS PELA POSSE DA TERRA:    conflitos  agrários  pela posse da  terra    no  Brasil  e  na América  espanhola,    conflito árabe­israelense.

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CIDADANIA E PARTICIPAÇÃO: Conceitos de Cidadania e trabalho, direitos civis, políticos  e sociais.

CONSTRUÇÃO   DA   CIDADANIA   NO   MUNDO CONTEMPORÂNEO: o humanismo no renascimento cultural, Revoluções   burguesas   e   Iluminismo,   Apartheid,   o   leste europeu, sociedade árabe, sociedade chinesa.

DESAFIOS   E   OBSTÁCULOS   NA   CONSTRUÇÃO   DA CIDADANIA NO SÉCULO XXI: movimento operários e sociais, a Constituição cidadã de 1988, a paz no mundo, desigualdade social.

  MUNDO   DO   TRABALHO:   flexibilização   do   emprego, trabalho escravo e infantil,

relação   capital   e   trabalho,   movimentos   sindicais,   a tecnologia no mundo globalizado.

REFERÊNCIAS

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BITTENCOURT, Circe (Org.). O saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto,   1998.

BLOCH, Marc. Introdução à história. Lisboa, Portugal: Europa­América, 1997. 

CABRINI,  Conceição  et.   al.  O ensino  de  história:   revisão  urgente.  São  Paulo: Brasiliense, 1986.

DAVIES, Nicholas (Org.).  Para além dos conteúdos no ensino de história. Niterói: Eduff,

FREIRE,   Paulo.  Pedagogia   da   Autonomia:   Saberes   necessários   à   prática educativa. São Paulo, Paz    e Terra, 1987. 

KARNAL, Leandro (Org.). História na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2003. 

SILVA, Marcos A. da (Org.).  Repensando a história. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1984. 

SILVA,   Thelma   Nobre   Machado   Bittencourt   &   RABELLO,   Heloisa   de   Jesus.  O ensino da história. Niterói, RJ: Eduff, 1992.

DISCIPLINA DE GEOGRAFIA 

CONCEPÇÃO DO ENSINO DA GEOGRAFIA

Atualmente, a grande velocidade com que vem ocorrendo as transformações no espaço planetário, tem levado a escola a rever conceitos e metodologias, pois esses refletem diretamente nos elementos fundamentais do ensino da Geografia.

Para   iniciar   a   reflexão   sobre   o   ensino   de   Geografia   se   colocam   algumas questões: O que é Geografia? Para que serve? Como ensinar Geografia?

Para   responder   a   essas   questões,   faz­se   necessário   esclarecer   que   a Geografia como ciência, sofreu ao longo da história profundas transformações, tanto em nível   teórico   quanto   metodológico.   Até   as   primeiras   décadas   do   século   XX, predominavam   nas   escolas   concepções   tradicionais   e   os   livros   se   limitavam   a   uma Geografia   puramente   descritiva   e   enumerativa,   tipo   catálogo.   Os   educandos   eram obrigados   a   memorizar   listas   intermináveis   de   nomes   e   números,   ou   confundiam   a Geografia com a topografia e a cartografia.

Esta   Geografia   tradicional,   centrada   na   observação   e   na   descrição principalmente do quadro natural estrutura­se em três aspectos: os físicos, os humanos e os econômicos.

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Os aspectos físicos, nesta concepção, são considerados os mais importantes. Abrangem especialmente a hidrografia (rios, bacias hidrográficas, redes fluviais e tudo o que se refere ao mundo das águas); o relevo (planícies, planaltos, serras – ou seja, as formas da superfície terrestre); o clima ( calor, frio, geada, neve e estados do tempo em geral);  e  a   vegetação   (florestas,   campos,  cerrados,   caatinga  e   temas   relacionados   à distribuição das espécies vegetais pela superfície terrestre). 

Os  aspectos  humanos   referem­se  ao  homem  “inserido”  no  quadro  natural, como se a paisagem tivesse sido moldada para recebê­lo e fornecer­lhe suas “dádivas”, ou seja, seus recursos: solo, água, animais, vegetais e minerais, por exemplo.

Por   fim,   na   parte   econômica   busca­se   explicar   como   o   homem   explora   e transforma o  ambiente  por  meio  das atividades econômicas,  expressas pela seguinte ordem:   extrativismo,   agricultura,   pecuária,   indústria,   comércio,   serviços   e   meios   de transporte – a circulação no território.

Observa­se que, na Geografia tradicional, o ensino desenvolve­se por meio de blocos (Geografia física, humana e econômica) que não se relacionam nem internamente, nem entre si, desarticulados no espaço e no tempo. Na Geografia física, por exemplo, não   é   estabelecida   uma   relação   entre   clima,   solo,   relevo   e   hidrografia,   faz­se   uma descrição sem correlações entre os elementos. Com tudo isso, segundo MORAES (1993, p.93), no Brasil, “a partir de 1970, a Geografia Tradicional está definitivamente enterrada; suas manifestações, dessa data em diante, vão soar como sobrevivências, resquícios de um passado já superado”.

Assim,   se   faz   necessário   repensar   o   ensino   e   a   construção   do conhecimento geográfico, bem como a serviço de quem está esse conhecimento. Qual o papel  do ensino de Geografia  na  formação de um cidadão crítico da organização da realidade socioespacial.

A   partir   da   compreensão   do   espaço   geográfico   como   “um   conjunto indissociável,  solidário e  também contraditório  de sistemas,  de objetos e sistemas de ações, não considerados isoladamente, mas como quadro único no qual a história se dá”, Santos (1996, p.51), propõe uma concepção de geografia que possibilite   ao educando desenvolver  um conhecimento  do  espaço,  que o  auxilie  na  compreensão do  mundo, privilegiando  a   sua  dimensão   socioespacial.  Para  MORAES  (1998,   p.166),   “formar  o indivíduo crítico implica estimular o aluno questionador, dando­lhe não uma explicação pronta do mundo, mas elementos para o próprio questionamento das várias explicações. Formar o cidadão democrático implica investir na sedimentação no aluno do respeito à diferença, considerando a pluralidade de visões como um valor em si”.

Nesse   contexto,   a   Geografia   explicita   o   seu   objetivo,   de   analisar   e interpretar o espaço geográfico, partindo da compreensão de que o espaço é entendido como produto das múltiplas,   reais e complexas relações, pois, como mostra SANTOS (2001, p.174) “vive­se em um mundo de indefinição entre o real e o que imagina­se dele”. E, em conformidade com RESENDE (1986, p.181) “é preciso reconhecer a existência de uma   saber   geográfico,   que   é   próprio   do   educando   trabalhador,   um   saber   que   está diretamente   ligado   com   sua   atitude   intelectiva,   respondendo   sempre   ao   seu   caráter social, objetivo, de um todo integrado, um espaço real”.

Desse modo, à Geografia escolar cabe fornecer subsídios que permitam aos educandos compreenderem a realidade que os cerca em sua dimensão espacial, em sua complexidade e em sua velocidade, onde o espaço seja entendido como o produto das relações reais, que a sociedade estabelece entre si e com a natureza. Segundo CARLOS (2002, p.165) “A sociedade não é passiva diante da natureza; existe um procedimento 

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dialético entre ambas que reproduz espaços e sociedades diferenciados em função de momentos históricos específicos e diferenciados. Nesse sentido, o espaço é humano não porque o homem o habita, mas porque o produz”.

Compreender   as   contradições   presentes   no   espaço   é   o   objetivo   do conhecimento geográfico, ou seja, perceber além da paisagem visível.

Torna­se   urgente,   assim,   romper   com   a   compartimentalização   do conhecimento   geográfico.   Neste   sentido,   faz­se   necessário   considerar   o   espaço geográfico a partir  de  vários  aspectos   interligados e  interdependentes,  os  fenômenos naturais e as ações humanas, as transformações impostas pelas relações sociais e as questões ambientais de alcance planetário, não desprezando a base local e regional.

Nesse contexto, o homem passa a ser  visto como sujeito, ser social e histórico que produz o mundo e a si próprio. Segundo CAVALCANTI (1998, p.192) “O ensino de geografia   deve   propiciar   ao   aluno   a   compreensão   de   espaço   geográfico   na   sua concretude,   nas   suas   contradições,   contribuindo   para   a   formação   de   raciocínios   e concepções mais articulados e aprofundados a respeito do espaço, pensando os fatos e acontecimentos mediante várias explicações”. 

O  ensino  de  Geografia   comprometido  com as  mudanças  sociais   revela  as contradições presentes na construção do espaço,  inerentes ao modo como homens e mulheres transformam e se apropriam da natureza. Nesta perspectiva, há que se tornar possível ao educando perceber­se como parte integrante da sociedade, do espaço e da natureza. Daí  a possibilidade dele poder (re)pensar a realidade em que está   inserido, descobrindo­se   nela   e   percebendo­se   na   sua   totalidade,   onde   revelam­se   as desigualdades e as contradições. Sob tal perspectiva, o ensino de Geografia contribui na formação   de   um   cidadão   mais   completo,   que   se   percebe   como   agente   das transformações socioespaciais, reconhecendo as temporalidades e o seu papel ativo nos processos.

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

Percebe­se que a prática metodológica no tocante ao ensino de Geografia, tem sido  assentada  em aulas  expositivas,   na   leitura  de   textos  e    em  questionários   com respostas pré­determinadas, tendo como objetivo a memorização dos conteúdos. Porém, tal   prática   tem   se   mostrado   insuficiente   para   que   se   concretize   a   construção   do conhecimento geográfico. Portanto, faz­se necessário repensar a metodologia para que, de fato, se assegurem os objetivos a que a disciplina de Geografia se propõe.

É preciso que o educando se perceba enquanto sujeito, como produto e ao mesmo tempo  transformador do espaço, por meio de suas ações e até mesmo de suas omissões.

É   importante   que   a   escolha   da   metodologia   possibilite   ao   educando mecanismos de análise e reflexão sobre sua condição. Segundo FREIRE (1983, p.61): “não há educação fora das sociedades humanas e não há homens isolados”, portanto, é importante   a   valorização   dos   saberes   que   os   educandos   possuem   e   que   foram acumulados ao longo de suas existências. Esses saberes devem ser o ponto de partida para a construção de outros saberes. No caso da Geografia, tais pressupostos se tornam mais evidentes e necessários.

A realidade dos educandos deve ser valorizada e a metodologia deve tornar os conteúdos   significativos   para   que,   por   intermédio   do   diálogo,   se  busque   explicitar   e 

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oportunizar   a   observação,   a   análise   e   a   reflexão,   categorias   essenciais   para   o desenvolvimento de “um olhar geográfico” da realidade, ou seja, do mundo vivido.

Nessa   perspectiva   a   problematização   surge   como   metodologia   para   a abordagem dos conteúdos ou temas. Problematizar significa levantar questões referentes ao tema e ao cotidiano dos educandos, o que implica em expor as contradições que estão postas, buscar explicações e relações   e construir conceitos. Exemplo: ao trabalhar o tema “Indústrias no Brasil”, escolher uma indústria local e questionar:

1­ QUAL A NECESSIDADE DE TERMOS UMA INDÚSTRIA NA NOSSA CIDADE?2­ QUAIS MUDANÇAS FORAM PROVOCADAS POR SUA INSTALAÇÃO?3­ QUAL A SUA IMPORTÂNCIA PARA O MUNICÍPIO, ESTADO, PAÍS?4­ QUAL  SUA IMPORTÂNCIA PARA A POPULAÇÃO?5­ POR QUE ELA SE INSTALOU NESSA REGIÃO?6­ COMO É SEU PROCESSO PRODUTIVO?7­ QUAIS IMPACTOS VEM CAUSANDO NO AMBIENTE?

Se não houver indústria local, problematizar a razão disso e questionar se é necessário uma indústria para garantir qualidade de vida na comunidade ou na cidade.

A problematização pressupõe que se estabeleça o diálogo,  ou  seja,  que o educando seja ouvido, o que significa envolve­lo na construção do conhecimento.

Considerando a concepção do ensino de Geografia, numa perspectiva crítica e dialética  e   tendo  em vista  que  no  seu  encaminhamento  metodológico  é   fundamental considerar os saberes que os educandos trazem consigo, vinculados a sua história de vida,   optou­se   pela   organização   do   currículo   de   Geografia,   em   três   grandes   eixos: Espaço, Relações Sociais e Natureza.

Esses  eixos  estabelecem  relações  entre  si   e  permitem a  compreensão  da totalidade do espaço geográfico. Vale ressaltar, que a totalidade aqui não é a soma, mas o conjunto da formação socioespacial. A compreensão da migração campo­cidade, por exemplo, só ganha sentido quando a ela se relaciona a estrutura fundiária, a questão da má distribuição das terras, a industrialização das grandes metrópoles, a periferização e a qualidade de vida em si.

O conjunto dos eixos, o Espaço, as Relações Sociais e a Natureza articula­se as   temáticas   expostas   no   quadro   de   conteúdos.   Dessa   maneira,   os   conteúdos selecionados,   devem   ser   trabalhados   nas   suas   interrelações,     rompendo­se   com   a compartimentalização e com a linearidade do conhecimento geográfico, possibilitando a explicitação do processo de produção do espaço pelas sociedades.

Cabe   ao   professor,   como   mediador   na   construção   do   conhecimento,   criar situações de aprendizagem, tomando como ponto de partida as experiências concretas dos educandos no seu local de vivência, seja uma área rural, uma aldeia indígena ou no meio urbano, de modo a permitir a resignificação de sua visão de mundo.

Nessa  perspectiva,  para  que  a  avaliação  cumpra  o   seu  papel   como parte integrante  do  processo  ensino­aprendizagem,   se   faz  necessário  definir   o  objetivo  da atividade   avaliativa   e   o   conteúdo   a   ser   avaliado.   E   ainda   utilizar   instrumentos diferenciados,  analisar  e qualificar  os  resultados,  para que a partir  deles o educando possa refletir e opinar sobre os saberes construídos e os conhecimentos organizados e para que o educador possa rever a sua prática pedagógica. 

A avaliação deve contemplar situações formais e informais e utilizar diversas linguagens.

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Os   objetos   da   avaliação   no   ensino   de   Geografia,   são   os   três   eixos mencionados:  Espaço,  Relações  Sociais   e  Natureza.  A  partir   deles,   utilizar­se­á     da descrição,   da   representação,   da   interpretação,   da   localização   e   da   análise   para   a compreensão  das   transformações  que  se  processam no  espaço  e  na  maneira  como homens e mulheres organizam e produzem o espaço por eles vivido.

Dessa   forma,   o   educador   deve   encaminhar   as   ações   do   dia­a­dia, possibilitando   a   construção   de   conceitos   e,   ao   mesmo   tempo,   acompanhando   o desenvolvimento da aprendizagem dos educandos, para que, de fato, possa se efetivar a construção da sua autonomia e cidadania plena.

 CONTEÚDOS DE GEOGRAFIA

Ensino Fundamental e Médio 

                Os conteúdos propostos são os mesmos para o Ensino Fundamental e para o Ensino Médio. A abordagem dos conteúdos, deve ser diferenciada nos níveis de ensino a partir do grau de aprofundamento e de complexidade dos textos.

Os conteúdos devem ser  trabalhados em diferentes escalas:  local,  regional, nacional e mundial.

Porém é necessário que o educador perceba que o espaço geográfico só pode ser entendido em sua totalidade, sendo que os recortes de análise espacial, devem ser apenas procedimentos operacionais para decompor o espaço, para depois recompô­lo, sobretudo para facilitar a compreensão do educando.

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REFERÊNCIAS 

CARLOS, Ana Fani A. A Geografia brasileira hoje: Algumas reflexões. São Paulo: Terra Livre/AGB, vol. 1, nº 18, 2002.

CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos, (org.) Geografia em sala de aula: Práticas e Reflexões. Porto Alegre, RS: Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul/AGB, 1999.

CAVALCANTI,   L.S.  Geografia:   escola   e   construção   de   conhecimentos. Campinas: Papirus, 1998.

FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.

EIXOS0 TEMÁTICA CONTEÚDOS

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DEMOGRAFIA: dinâmica da população, pirâmide   etária,   padrão   de   vida, movimentos migratórios,.

ATIVIDADES   ECONÔMICAS:   cadeias produtivas,   redes   de   distribuição, transporte   e   comunicação,   espaço agrícola,   fontes   de   energia,   comércio, indústria,   turismo,   circuitos   produtivos, Divisão   Internacional   do   Trabalho, flexibilização   do   trabalho,   economia solidária.

POLÍTICAS   PÚBLICAS:     agricultura familiar, reforma agrária, assistência social, educação,   meio   ambiente,   habitação, cultura, saúde.

URBANIZAÇÃO:   expansão   urbana, infra­estrutura, plano diretor urbano.

AGRÁRIA:   estrutura   fundiária, modernização   do   campo,   conflitos   no campo,   agricultura   familiar,   políticas agrárias.

GEOPOLÍTICA:   organização socioespacial,   fronteira,   estado,   nação, território, territorialidade.

REPRESENTAÇÃO   SOCIOESPACIAL: Planeta   Terra,   localização   espacial, orientação,   coordenadas   geográficas, cartografia.

QUESTÕES   SOCIOAMBIENTAIS: degradação   ambiental,     desenvolvimento sustentável, qualidade de vida.

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MORAES,   Antonio   C   R.  Geografia:   Pequena   História   Crítica.   São   Paulo: Hucitec, 1993.

MOREIRA, Ruy. O que é Geografia. São Paulo: Brasiliense, 1981.

RESENDE, M.S. A Geografia do aluno trabalhador. São Paulo: Loyola, 1986.

RODRIGUES, Neidson. Por uma nova escola. São Paulo: Cortez, 1987.

SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Hucitec, 1996.

_______  Por   uma   outra   globalização:   do   pensamento   único   à   consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2001.

DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA

CONCEPÇÃO DO ENSINO DE SOCIOLOGIA

                    Historicamente, a sociedade tem assumido, características capitalistas e a busca   da   compreensão   destas,   entre   outras   coisas,   tem   sido   a   preocupação   da Sociologia para sua consolidação como ciência.                   O  período  de  conformação  do  capitalismo  foi  marcado  por  profundas mudanças   na   organização   social    que   fizeram   com   que   seus   contemporâneos buscassem explicações para os fenômenos sociais com os quais conviviam.                   As antigas formas organizativas do mundo foram sucessivamente alteradas pelas experiências da Modernidade que propõe, entre outras coisas, a utilização da razão como formatadora da realidade. Sendo assim, várias relações sociais cotidianas foram transformadas neste processo.                  O capitalismo com sua nova forma de organização das relações sociais e de trabalho,  traz em seu bojo questões econômicas/culturais que precisam de respostas. Surgem então  os  pensadores  da  Sociologia  que  buscam dar   conta  destas  questões através   da   elaboração   de   teorias   explicativas   dessa   dinâmica   social,   sob   diferentes olhares e posicionamentos políticos.                  Com   Augusto   Comte  (1798­1857)  surge   o   termo   Sociologia,  este  auto  buscará criar um método específico para o estudo da sociedade, já  que  acreditava que a ciência deveria ser usada na organização das mesmas e afirmando  que  a  ordem levaria ao progresso.                  Émile  Durkheim  (1858­1917)   irá   utilizar­se   de   conceitos   de   Comte naelaboração e consolidação de uma ciência que  tenta  entender a sociedade e as relações sociais. Para Durkheim o sujeito faz parte da sociedade e a sociedade o compõe, então, a mesma só  faz  sentido  se :” compreendida   como  um  conjunto cuja  existência  própria, independentemente de manifestações individuais, exerce sobre  cada  ser  humano  uma coerção  exterior,  a  partir  de  pressões  e obrigatoriedades porque, de alguma forma ela não “cabe”  na  sua  totalidade,  na  mente  de cada indivíduo” (SEED, 2006, p.21). Sendo 

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assim, a precedência da sociedade  sobre  os  indivíduos   faz  com   que   a   cooperação seja    necessária    à  organização    social.      Tal       cooperação    só    pode    existir    no consenso,  daí  caber  à educação papel fundamental neste processo.                  Em Max Weber(1864­1920)   a  orientação  vai  num  outro  sentido, para ele oindivíduo prevalece sobre a sociedade. Ele  estabelece  a  Sociologia  Compreensiva  que vai  buscar  entender  a  sociedade  partindo  da  compreensão  das  ações individuais. Para   ele   “compreender   a   sociedade   é analisar  os  comportamentos   movidos  pela racionalidade dos sujeitos com relação aos outros, é compreender o agir dos homens que se relacionam uns com os outros, de acordo com um cálculo e uma finalidade que tem por base as regras”.(SEED, 2006, p.22).                   A    sociedade      estaria     marcada,     então,    pelo     desenvolvimento  da racionalidade,     rumando   a   “burocratização”.   Caberia, pois,   a   educação   o papel de“(...) prover  os  sujeitos  de  conteúdos  especializados,  eruditos,  e  de  disposições que     os   predisponham     a     ter   condições   –   conduta   de   vida   e   conhecimento especializados   –   necessárias   para   realizar   suas   funções   de   perito   na   burocracia profissional” (SEED, 2006, p22).                                   Outro autor relevante para o entendimento das sociedades é Karl Marx (1818­1883). Muito  embora  Marx  não  esteja  preocupado  com  a constituição de uma ciência, suas reflexões são importantes para a compreensão das sociedades.                  Buscando compreender a sociedade capitalista e apontar uma direção para sua transformação, Marx desvenda os mecanismos de  exploração  e   manutenção das relações   sociais   apontando   para   o   fato  das   sociedades  estarem   divididas  em classes, enunciou “(...)  como  lei  de  validade  geral ­  que  a história das sociedades é movida pela luta entre as classes sociais.(SEED, 2006, p.21).  Ainda  de  acordo  com o autor, a educação é um mecanismo que, conforme seu conteúdo de classe,pode oprimir ou emancipar o homem.                  Desde então, a preocupação com a sociedade e as relações sociais tem sido a  principal  preocupação  desta  ciência,  ou  seja,  entender,  explicar  e questionar os mecanismos de produção, organização, domínio, controle e poder institucionalizados ou não, que resultam em relações sociais  de  maior  ou  menor  exploração  ou  igualdade, possibilitando aos indivíduos compreender e atuar de forma efetiva sobre a realidade que os cercam.                   É neste   contexto  que  se  faz  necessária  a  introdução  desta  disciplina naEducação de Jovens e Adultos, tendo em vista que a mesma tem o compromisso com  a formação humana e o acesso à cultura geral, a Sociologia contribuirá no desempenho  de tal  tarefa,  na  medida  em  que  propicia  aos  educandos  a possibilidade de uma maior compreensão da sociedade onde o mesmo vive e sua atuação sobre a mesma.

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

                  No ensino da Sociologia propõe­se que sejam redimensionados aspectos da realidade por meio de uma análise didática  e crítica dos problemas sociais.                  É  preciso,  entretanto,  levar  em  conta as particularidades da Educação de Jovens e Adultos, que tem por base  o  reconhecimento  do  educando como sujeitos do aprendizado, um compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral. Sendo   assim,  os   conteúdos   específicos   deverão   estar   articulados  à   realidade, 

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considerando   sua   dimensão   sócio­histórica,    vinculado   ao   mundo  do trabalho, à ciência, às novas tecnológicas, dentre outras coisas.                  Neste  sentido,  destacam­se  os  conteúdos  específicos  da  disciplina  não precisam ser trabalhados, necessariamente, de forma seqüencial, do primeiro ao último conteúdo  listado,  podendo  ser  alterada  a  ordem  dos  mesmos  sem problemas  para compreensão,     já     que     eles,     apesar     de     estarem     articulados,possibilitam     sua apreensão  sem  a  necessidade  de  uma  “amarração”  com  os demais.                  Sugere­se,  no  entanto,  que  a  disciplina  seja  iniciada  com  uma  rápida  contextualização   do   surgimento   da   Sociologia,   bem   como   a   apresentação   de   suas principais teorias na análise/compreensão da realidade.                   No ensino de Sociologia é necessária a adoção de múltiplos instrumentos metodológicos,     instrumentos     estes,     que     devem     adequar­se     aos     objetivos pretendidos,   seja   a   exposição,   a    leitura   e   esclarecimentos   do   significado   dos conceitos e da lógica dos textos (teóricos, temáticos, literários), sua análise e discussão, a apresentação de filmes, a audição de músicas, enfim, o que importa é que o educando seja constantemente provocado a relacionar a teoria com o vivido, a rever conhecimentos e a reconstruir coletivamente novos saberes.                                 Por   fim,   o   conhecimento   sociológico   deve   ir   além   da   definição, classificação,    descrição   e    estabelecimento    de   correlações   dos    fenômenos   da realidade   social.    É     tarefa   primordial    do   conhecimento   sociológico   explicitar    e explicar  problemáticas  sociais  concretas  e  contextualizadas,  de  modo  a desconstruir pré­noções   e   preconceitos   que   quase   sempre   dificultam   o desenvolvimento   da autonomia  intelectual  e  de  ações  políticas  direcionadas  á transformação social.

ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS

                  1­Conteúdo  estruturante:  O  surgimento  da  Sociologia  e  TeoriasSociológicas.                  Conteúdos  específicos:  Modernidade(Renascimento;  ReformaProtestante; Iluminismo; Revolução Francesa e Revolução Industrial).                   Desenvolvimento das Ciências;                   Senso comum e Conhecimento científico;                   Teóricos da sociologia: Comte, Durkheim, Weber, Engels e Marx;                   Produção Sociológica Brasileira.

                   2­ Conteúdo estruturante: O processo de socialização e as instituiçõessociais.

                   Conteúdos específicos:                   Instituições familiares;                   Instituições escolares;                   Instituições religiosas;                   Instituições políticas, dentre outras.

                   3 ­  Conteúdo estruturante: Cultura e Indústria Cultural.Conteúdos específicos:

                   Conceitos antropológicos de cultura;                   Diversidade cultural;

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                   Relativismo;                   Etnocentrismo;                   Identidade;                   Sociedade de consumo;                   Cultura de massa – cultura erudita e cultura popular;                   Questões de gênero e outras minorias.

                   4 ­ Conteúdo Estruturante: Trabalho, produção e classes sociais;                   Conteúdos específicos:                   Salário e lucro;                   Desemprego, desemprego conjuntural e desemprego estrutural;                   Subemprego e informalidade;                   Terceirização;                   Voluntariado e cooperativismo;                   Empreendedorismo;                   Agronegócios;                     Empregabilidade e produtividade;                   Capital humano;                   Reforma trabalhista e Organização Internacional do Trabalho;                   Economia solidária;                   Flexibilização;                   Neoliberalismo;                   Reforma agrária;                             Reforma sindical;                   Toyotismo, Fordismo;                   Estatização e privatização;                   Parcerias público­privadas;                   Relações de mercado, entre muitos outros.                              5 – Conteúdo estruturante: Poder, política e ideologia                   Conteúdos específicos:                   Estado Moderno;                   Tipos de Estados;                   Conceito de poder;                   Conceito de dominação;                   Conceito de Política;                   Conceito de ideologia.

                   6­  Conteúdo Estruturante: Direitos, cidadania e movimentos sociais.                   Conteúdos específicos:                   Conceito moderno de direito;                   Conceito de movimento social;                   Cidadania;                   Movimentos sociais urbanos;                   Movimentos sociais rurais;                   Movimentos sociais  conservadores.

AVALIAÇÃO

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                    A avaliação, na disciplina de Sociologia, não pode ser confundida com um processo   de   técnico   de   medição,   neste   sentido   é   preciso   repensar   os   instrumentos utilizados  nesse  processo,  de  modo  que  os  mesmos  reflitam  os  objetivos desejados no desenvolvimento do processo educativo, superando o conteudismo, numa perspectiva marcada pela autonomia do educando.                   Sendo  assim,  as  práticas  de  avaliação  em  Sociologia,  acompanham  as próprias práticas de ensino e de aprendizagem da disciplina, seja a reflexão crítica em debates,   que   acompanham   os   textos   ou   filmes,   seja   na   produção   de   textos   que demonstrem   capacidade   de   articulação   entre   teoria   e   prática,   seja   na pesquisa bibliográfica, enfim, várias podem ser as formas, desde que se tenha como  perspectiva, ao   selecioná­las,   a   clareza   dos   objetivos   que   se   pretende atingir, no sentido da apreensão, compreensão e reflexão dos conteúdos pelo educando.

REFERÊNCIASALBORNOZ, S. O que é trabalho. São Paulo: Brasiliense, 1989.

ANTUNES, R.   (Org.)  A dialética do trabalho:  Escritos de Marx e Engels.  SãoPaulo: Expressão popular, 2004.

AZEVEDO,     F.    Princípios     de     sociologia:pequena     introdução     ao     estudo     da sociologia geral. São Paulo: Duas Cidades, 1973.

BOBBIO,  N.  Estado,  governo,   sociedade:   por   uma   teoria   geral  da  política.  Rio  de Janeiro: Paz e Terra, 1990.

BOSI,  E.  Cultura  de  massa  e  cultura  popular:  leituras  de  operárias.  5  ed.Petrópolis: Vozes, 1981.

COELHO, T. O que é indústria cultural. 15ed. São Paulo: Brasiliense, 1993.

COMTE, A . Sociologia. São Paulo: Ática, 1978.

DURKHEIM, E. Sociologia.  São Paulo: Ática, 1978.

GEERTZ, C. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Zahar, 1973.

GIDDENS, A . Sociologia. 6 ed. Porto Alegre: Artmed,2005.

GOHN, M. G.  (Org.)  Movimentos sociais no início do século XXI:  antigos e novos atores sociais. Petrópolis: Vozes, 2003.

LAPLANTINE, F. Aprender antropologia. 12 ed. São Paulo: Brasiliense, 2000.

SECRETARIA  DE  EDUCAÇÃO  DO  ESTADO  DA  EDUCAÇÃO  DO  PARANÁ.Diretrizes Curriculares da Rede pública de Educação Básica do Estado do Paraná – Sociologia. Curitiba, 2006.

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MARX, K. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978.

WEBER, M. Sociologia. São Paulo: Ática, 1979.

DISCIPLINA DE FIILOSOFIA

CONCEPÇÃO DO ENSINO

                   Esta  Proposta  Pedagógica  Curricular  para  o  Ensino  de  Filosofia  na Educação   de   Jovens   e   Adultos   foi   elaborada   tendo   como   referência   as   Diretrizes Curriculares   de   Filosofia   para   a   Educação   Básica   do   Estado   do   Paraná   e   as especificidade desta modalidade de ensino que considera os educandos sujeitos de  um processo   histórico   em  que   a   experiência   vivida   fora   do   processos   de educação institucionalizada constitui forte elemento formativo.                  As Diretrizes Curriculares de Filosofia pontuam que ao se tratar de ensinode   Filosofia,   é   comum   retomar   a   clássica   questão   a   respeito   da   cisão   entre Filosofia e filosofar. Ensina­se Filosofia ou a filosofar? Muitos citam Kant, para lembrar que não é possível ensinar Filosofia e sim a filosofar. Ocorre que para ele não é possível separar a Filosofia do filosofar. Kant quer afirmar a autonomia da razão  filosofante  diante da  própria  filosofia.  Do  mesmo  modo  Hegel,  não  é possível conhecer o conteúdo da Filosofia sem filosofar. A Filosofia constitui seu conteúdo na medida em que reflete sobre ele. A prática da Filosofia leva consigo o seu  produto  não  é  possível  fazer  filosofias sem  filosofar,  nem  filosofar  sem filosofia, porque a Filosofia não é um sistema acabado, nem   o   filosofar   apenas   investigação     dos     princípios     universais     propostos     pelos filósofos  (GALLO  & KOHAN, 2000, p.184).                                   Não   é   possível   filosofar   sem   Filosofia   e   estudar   Filosofia   sem filosofar.Deste  modo,  entende­se  que  as  aulas  de  Filosofia,  na  EJA,  são  espaços de estudo   da   Filosofia   e   do   filosofar.   A   Filosofia   apresenta­se   como   conteúdo filosófico   e   também   como  um  conhecimento   que   possibilita   ao   educando  da   EJA   o desenvolvimento de um estilo próprio de pensamento.                  As Diretrizes Curriculares para o ensino de Filosofia no Estado do Paranápropõe   que   este   ensino   seja   um   espaço   para   criação   de   conceitos,   unindo   a Filosofia    e   o     filosofar   como   atividades    indissociáveis    que   dão   vida   a   aula. Seguindo essas Diretrizes, propomos que o trabalho pedagógico com a EJA tome esse ensino como criação e ressignificação de conceitos.                   Sobre a necessidade de pensar a Filosofia e o seu ensino com caráter de criação  de  conceitos,  Deleuze  &  Guattari  (1992)  têm  uma  significativa contribuição. Mas o conceito é dado é criado, está por criar; não é formado, ele próprio se põe em si mesmo, autoposição (DELEUZE & GUATTARI, 1992, p, 20).                  Portanto,  a  Filosofia  na  EJA,  em  sua  dimensão  pedagógica,  significa  o espaço  de  experiência  filosófica,  o  espaço  de  criação  e  provocação  do pensamento original, da busca, da compreensão, da imaginação da investigação eda criação de conceitos.                 Os conteúdos devem ser trabalhados na perspectiva de pensar problemas com significados  histórico  e  social  para  os  educandos,  e  serão  estudados  e analisados com auxilio de fragmentos de textos filosóficos, que devem fornecer subsídios  para  que 

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o  educando  possa  pensar  o  problema,  pesquisar,  fazer relações, ressignificar e criar conceitos.                                 Por isso é importante não fazer apenas uma leitura histórica dos textos filosóficos,  o  que  seria  uma atualização  de   formas  antigas  que  colocaria  em  risco  a atividade filosófica. Ir ao texto filosófico ou à história da Filosofia não significa trabalhar numa  perspectiva  em  que  esses  conteúdos  passem  a  ser  a  única preocupação  da aula  de  Filosofia.  Eles  são  importantes  na  medida  em  que atualizam o problema filosófico a ser tratado com os educandos.                   O trabalho realizado em sala de aula deve assegurar, para o educando da EJA,   a   experiência   do   “específico”   da   atividade   filosófica.   Este   exercício   poderá   se manifestar em cada aula refazendo o percurso filosófico. O educador organiza a aula propondo problematizações,  leituras filosóficas e análises de textos; organiza debates, propõe pesquisas, sistematizações e elaborações de conceitos.                  O ensino de Filosofia na EJA possui uma especificidade que se concretiza na relação  com  o  educando  com  os  problemas  suscitados,  com  a  busca  de soluções nos textos filosóficos por meio do diálogo investigativo.

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

                   Na EJA, o trabalho pedagógico com os conteúdos específicos da Filosofia constitui­se     em     quatro     momentos:     a     sensibilização;     a     problematização;     a investigação; e a criação de conceitos.                  Em sala de aula, o início do conteúdo pode ser facilitado pela exibição de um filme ou de uma imagem; da leitura de um texto jornalístico ou literário; da audição de uma música;  ou   tantas  outras  possibilidades  (atividades geralmente  conduzidas,  pelo educador, com o objetivo de investigar e mobilizar possíveis relações entre o cotidiano do educando e o conteúdo filosófico a ser desenvolvido) damos o nome a essa etapa de sensibilização.                   Após  a  sensibilização,  inicia­se  o  trabalho  propriamente  filosófico  –  a problematização,   a   investigação  e  a  criação  de  conceitos.  Não   significa  dizer  que  a sensibilização  não  possa  ocorrer  diretamente  a  partir  do  conteúdo problematizado.                   A  problematização  seria  o  segundo  momento,  quando  o  educador  e  educando levantam questões, identificam problemas e problematizam o conteúdo.                    É importante ressaltar que o recurso utilizado para a sensibilização seja o filme, a música, ou o texto, filosófico ou não, podem ser retomados a qualquer momento no trabalho em sala.                                     Problematizando, o educador convida o educando da EJA a investigar o problema em questão, isto se dá por meio do diálogo investigativo. O diálogo investigativo a partir do texto e com o texto é o primeiro passo para possibilitar a experiência filosófica em sala   de  aula.  Recorrendo   à   história   da  Filosofia   e   aos   clássicos,     o     educando defronta­se  com  as  diferentes  maneiras  de  enfrentar  o problema e com as possíveis soluções que já foram elaboradas, que não obstante, podem não resolver o problema, mas orientar a discussão.                   A aula de Filosofia na EJA deve estar na perspectiva de quem dialoga com a vida, por isso, é importante que a busca de resolução do problema se preocupe também com uma análise atual, fazendo uma abordagem contemporânea que remeta o educando a sua própria realidade. Desta forma, partindo de problemas atuais, estudados a partir da 

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história da filosofia, do estudo dos textos clássicos, da abordagem realizada por outras ciências, e de sua abordagem contemporânea, o   educando   da   EJA   pode   formular seus  conceitos  e  construir  seu  discurso filosófico.  Portanto,  o  texto  filosófico  que ajudou  os  filósofos  do  passado  a entender e analisar filosoficamente o problema em questão   deve   ser   trazido   para   o   presente.   O   contemporâneo,   no   sentido   de   fazer entender o que ocorre hoje e como o educando pode, a partir da história da filosofia, entender os problemas da nossa sociedade.                                   Após esse exercício, o educando terá condições de perceber o que está  implícito   nas    idéias   e   de   com   elas   se    tornam   conhecimentos   e   por   vezes ideologias,  criando assim a  possibilidade de argumentar   filosoficamente,  por  meio  de raciocínios lógicos um pensar coerente e crítico.                  É  imprescindível  que  a  aula  de  Filosofia  seja  permeada  por  atividadesindividuais e coletivas, que organizem e orientem o debate filosófico, dando um caráter dinâmico e investigativo ao ato de filosofar.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

                    As Diretrizes Curriculares de Filosofia para a Educação Básica do Estado do Paraná  propõe  seis  conteúdos  estruturantes,  com  possibilidades  para  a organização do ensino de Filosofia, de acordo com o número de aulas disponíveis no curso ou na matriz curricular.                   Esses conteúdos são conhecimentos de maior amplitude e relevância que, desmembrados em um plano de Ensino,  deverão garantir  conteúdos significativos ao educando  da  EJA.  Estes  conteúdos  são:  Mito  e  Filosofia;  Teoria  do Conhecimento; Ética; Filosofia Política; Estética; Filosofia da Ciência.

1. MITO E FILOSOFIA                                     O homem pode ser identificado e caracterizado como um ser que pensa e cria explicações. Na criação do pensamento está presente tanto o mito como a racionalidade, ou seja, a base mitológica enquanto pensamento por figuras; e a base racional, enquanto pensamento por conceitos são constituintes do processo de  formação  do  conhecimento filosófico.  Esse  fato  não  pode  deixar  de  ser considerado,  pois  é  a  partir  dele  que o  homem  desenvolve  suas  idéias,  cria sistemas,  inventa  e  elabora  leis,  códigos, práticas.  Entender  a  conquista  da autonomia da racionalidade (LOGOS) diante do mito, marca   o   advento   de   uma   etapa   fundamental   na   história   do   pensamento   e   do desenvolvimento de todas as concepções  científicas  produzidas  ao  longo  da  história humana.   Autores sugeridos:  Jean­Pierre  Vernant,  Mircea Elíade,  Moses Finley,  Vidal Naquet.

1.1 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS1.1.1  O nascimento da Filosofia;1.1.2  A vida cotidiana na sociedade grega;1.1.3  O mito a origem de todas as coisas;

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1.1.4  Mito e razão filosófica;1.1.5  Senso comum e conhecimento filosófico;1.1.6  Senso comum, conhecimento filosófico e conhecimento científico;1.1.7  Ciência e senso comum.

2. TEORIA DO CONHECIMENTO                    Este  conteúdo  teoriza  e  problematiza  o  sentido,  os  fundamentos,  a possibilidade   e   a   validade   do   conhecimento.   Evidencia   os   limites   do   conhecimento possibilitando    perceber     fatores    históricos    e     temporais    que     influíram   na     sua elaboração e assim retomar problemáticas já pensadas na perspectiva de novas soluções relativas a seu tempo. Entre os clássicos que trataram do problema do conhecimento podemos citar: Aristóteles, Descartes, Hegel, Hume, Kant, Platão, Russell.2.1 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

2.1.1 O problema do conhecimento;2.1.2  Fundamentos do conhecimento;2.1.3  Filosofia e método;2.1.4  Racionalismo;2.1.5  Empirismo;2.1.6  Ceticismo;2.1.7  Essência da política;2.1.8  Política e poder;2.1.9  Política e violência;2.1.10 Política e liberdade subjetiva;2.1.11 Política e sociabilidade;2.1.12 Formas de governo;2.1.13 Liberdade Política;2.1.14 Crise da política contemporânea;2.1.15 A função do político na contemporaneidade.

3. ÉTICA

             Trata dos fundamentos da ação humana e dos valores que permeiam as relações intersubjetivas.    Por     ser     especulativa     e     também    normativa,     um    dos  grandes problemas   enfrentados   pela   ética   é   a   tensão   entre   o   sujeito   (particular)   e   a   norma (universal).  Outra grande questão está  na   fundamentação dos valores e das   ações: razão  ou   paixões/desejos.   A   ética   possibilita   a   problematização, análise   e   crítica dos   valores,   virtude,    felicidade,    liberdade,   consciência, responsabilidade, vontade, autonomia, heteronomia, anomia, niilismo, violência,  relação entre os meios e os fins. Alguns filósofos: Adorno, Aristóteles, Nietzsche,Scheler, Schopenhauer, Sêneca.

3.1 CONTEÚDO ESPECÍFICO

3.1.1 Ética e moral;

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3.1.2 Concepções éticas;3.1.3 O que é liberdade?;3.1.4 Liberdade e autonomia;3.1.5 Liberdade e determinismo;3.1.6 Sociabilidade e reconhecimento;3.1.7 Autoridade e autoritarismo;3.1.8 Responsabilidade e liberdade;3.1.9 Questões de gênero;3.1.10 Diversidade e sociedade.

4. FILOSOFIA POLÍTICA

                  Discute  as  relações  de  poder  para  compreender  os  mecanismos  que estruturam e legitimam os diversos sistemas políticos. Ocupa­se na investigação sobre  a necessidade  humana  da  vida  em  comum,  seja  pela  capacidade  de autogoverno ou pela necessidade da existência de um poder externo e coercitivo.                   Problematiza  conceitos  como  o  de  cidadania,  democracia,  soberania, justiça, igualdade,  liberdade,  público  e  privado,  retórica,  indivíduo  e  cidadão.  Algunspensadores clássicos: Aristóteles, Arendt, Gramsci, Hegel, Hobbes, J.S. Mill, Kant, Locke, Maquiavel, Marcuse, Marx, Montesquieu, Platão, Rousseau, Voltaire.

4.1. CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:

4.1.1 O preconceito contra política;4.1.2 Os Gregos e a invenção da Política;4.1.3 Nascimento da democracia;4.1.4 Ética e Política;4.1.5 Concepção liberal e Política;4.1.6 Crítica de Marx ao liberalismo.

5. ESTÉTICA                      Compreender  a  sensibilidade,  a  representação  criativa,  a  apreensão intuitiva do mundo concreto e a forma como elas determinam as relações do homem  com o   mundo   e   consigo   mesmo  é   objeto   de   conhecimento   desse conteúdo.   Voltada principalmente  para  a  beleza  e  a  arte,  a  estética  está intimamente ligada à realidade e  às  pretensões   humanas   de   dominar,  moldar,   representar,     reproduzir,     completar, alterar,  apropriar­se  do  mundo  enquanto realidade  humanizada.  Também  estão  em questão  as  diferentes  concepções sobre a arte, as relações entre a arte e pensamento, arte  e  mercado,  arte  e  sociedade.    Alguns     filósofos:    Baumgarten,    Hegel    Hume, Dufrenne,  Bachelard, Schiller,  Eagleton,  Kant,  Benjamim,  Adorno  Rancière,  Merleau­Ponty,  Husserl, Paul Valéry.

5.1 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

5.1.1 Pensar a beleza;5.1.2 Estética ou Filosofia da Arte?;5.1.3 Concepções de estética;

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5.1.4 Concepções de Arte;5.1.5 Arte como conhecimento;5.1.6 Necessidade ou finalidade da Arte;5.1.7 Arte e Política;5.1.8 Crítica do gosto;5.1.9 Arte e movimento: cinema, teatro e dança;5.1.10 Perspectivas contemporâneas: Arte conceitual e suas perspectivas.

6. FILOSOFIA DA CIÊNCIA

                   É  o  estudo  crítico  dos  princípios,  das  hipóteses  e  dos  resultados  das  diversas  ciências.  Discute  a  provisoriedade  do  conhecimento  científico  e  o relaciona com  planos  epistemológicos,  ideológicos,  políticos,  econômicos, religiosos. Ciência e tecnologia são frutos da cultura do nosso tempo e envolvem o universo do empirismo e do   pragmatismo   da   pesquisa   aplicada,   daí   a   necessidade   de   entendê­las.   Filósofos sugeridos: Bachelard, Feyerabend, Foucault, Granger, Habermas, Kuhn, Popper, Ricouer.

6.1 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:

6.1.1 O que é Ciência;6.1.2 Revoluções científicas e progresso da ciência;6.1.3 As conseqüências sociais e políticas da ciência;6.1.4 Bioética: geral, especial e clínica;6.1.5 Tendências da Bioética;6.1.6 Bioética e Aborto;6.1.7 Bioética e experiência Genética.

AVALIAÇÃO DO ENSINO DA FILOSOFIA

                                     Para  Kohan  e   Waksman,   (2002),   o   ensino  de  Filosofia   tem  uma especificidade que deve ser levada em conta no processo de avaliação. Como prática, como   discussão   com   o   outro,    como   construção   de   conceitos   essa disciplina encontra  seu  sentido  na  experiência  do  pensamento  filosófico.                   Entendemos por experiência esse conhecimento inusitado que o educador pode propiciar, preparar, porém não determinar e, menos ainda, avaliar ou medir.                      A avaliação deve ser concebida na sua função diagnóstica; isto e não tem finalidade  em si mesma, mas tem a função de subsidiar  e mesmo redirecionar o curso da  ação  no  processo  de  ensino­aprendizagem,  pela  qualidade  com que  educadores, educandos  e  a  própria  instituição  de  ensino  o  constroem coletivamente.  Apesar  de sua    inequívoca    importância     individual,    no    ensino    de  Filosofia,  a  avaliação  não resumir­se­á   a   perceber   quanto  o  educando   assimilou   do     conteúdo     presente,     na história   da   Filosofia,   do   texto   ou   dos   problemas filosóficos, nem a examinar sua capacidade de tratar deste ou daquele tema.

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O   ensino   da   Filosofia   é,   acima   de   tudo,   um   grande   desafio   conforme salienta Langón (2003, p. 94):

Ora, parece­me que a atividade filosófica do mestre consiste em gerarou  dar  poder  ao  outro: isto  quer  dizer também fazê­lo responsável.Nisto reside a  fecundidade, a atividade de “produzir” a capacidade depensar,   dizer   e    agir   de   outro,   que   implica   a    realização   depensamentos,  palavras,  ações   diferentes  das  do  mestre,  que  lheescapam ao querer e ao “controle” [...} Querer que o outro pense, digae faça o que queira, isto não é um querer fácil.

                  Ao  avaliar,  o  educador  deve  ter  profundo  respeito  pelas  posições  do  educando,   mesmo   que   não   concorde   com   ela,   pois   o   que   está   em   questão   é   a capacidade de argumentar e de identificar os limites dessas posições.                 O que deve ser levado em conta é atividade com conceitos, a capacidade de construir e tomar posições, de detectar os princípios e interesses subjacentes aos temas e discursos.                  Assim,  torna­se  relevante  avaliar  a  capacidade  do  educando  da  EJA trabalhar e criar conceitos sob os seguintes pressupostos:•  Qual conceito trabalhou e criou/recriou;•  Qual discurso tinha antes;•  Qual discurso tem após o estudo da Filosofia.                  A avaliação da Filosofia se inicia com a sensibilização, com a coleta do que oeducando pensava antes  e o que pensa após o estudo.  Com isso,   torna­se possível entender a avaliação como um processo, não como um momento separado, visto em si mesma.

REFERÊNCIA

ASPIS,   R.   O   professor   de   Filosofia:   o   ensino   da   Filosofia   no   Ensino   Médio   como experiência filosófica. CEDES. Campinas. n. 64, 2004.

BACHELARD,  G.  O  ar  e  os  sonhos.  Ensaios  sobre  a  imaginação  do movimento. São Paulo: Martins Fontes, 1990.

BORNHEIM, G. O sujeito e a norma. In NOVAES, Adauto. Ëtica. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

CHAUI,   M.   O   retorno   do   teológico­político.   In:   Sérgio   Cardoso   (org.).  Retorno   ao republicanismo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2004.

CORBISIER,  R.  Introdução  à  filosofia.  2  ed.  Rio  de  Janeiro:  Civilização Brasileira, 1986, v.1.

DELEUZE, G.; GUATTARI, F.  O que é a filosofia? Rio de Janeiro: Ed.34, 1992. 288p. (coleção Trans).

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GALLINA,   S.    O   ensino   da   Filosofia    e   a    criação   de   conceitos.    CEDES. Campinas, n. 2004.

GALLO, S.; KOHAN, W. O. (orgs). Filosofia no ensino médio. Petrópolis: Vozes, 2000.

HORN, G. B.  Por uma mediação praxiológica do saber filosófico no ensino médio: análise   e   proposição   a   partir   da   experiência   paranaense.    Tese (Doutorado, FEUSP). São Paulo, 2002.

LANGON,  M. Filosofia do ensino de filosofia. In: GALLO, S.; CORNELLI, G.;

DANELON,  M.  (org.)  Filosofia  do  ensino  de  filosofia.  Petrópolis:  Vozes, 2003.

LEPOLDO   E   SILVA,   F.  Por   que   Filosofia   no   segundo   grau.  Revista   estudos avançados, v. 6, n. 14, 1992.

KOHAN;   WAKSMAN.  Perspectivas   atuais   do   ensino   de   filosofia   no   Brasil.   In: FÁVERO, A; KOHAN, W. O.; RAUBER, J. J. Um olhar sobre o ensino de Filosofia. Ijuí: Ed. Da Unijuí, 2002.

PARANÁ,  Secretaria  de  Estado  da  Educação.  Proposta  curricular  para  o ensino de filosofia no 2º  grau. Curitiba, 1994.

RANCIÈRE, J. A partilha do sensível. Estética e política. São Paulo: Ed. 34, 2005.

REALE, G.; ANTISERI, D.  História da filosofia: patrística e escolástica.  São Paulo: Paulus, 2003.

RIBEIRO, R. J. Último vôo da andorinha solitária. Estado de São Paulo, 06 mar.. 2005.

RUSSELL, B. Os problemas da filosofia. Coimbra: Almedina, 2001.

SEVERINO,  A.  J.  In:  GALLO,  S.;  DANELON,  M.;  CORNELLI,  G.  (orgs.). Ensino de filosofia: teoria e prática. Ijuí: Ed. Unijuí, 2004.

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DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO NO ENSINO               FUNDAMENTAL – FASE II

CONCEPÇÃO DO ENSINO RELIGIOSO

                                                      “Ao    repensar    nos   dados   concretos   da                                                              realidade,sendo vivida, o pensamento  profético,                                                       que  é  também  utópico, implica a denúncia  de                                                       como  estamos   vivendo  e  o anúncio de como                                                       poderíamos   viver.   ”“É  essencial     que    os                                                        enfoques   da    educação  de   adultos estejam                                                             baseados     no    patrimônio,  na   cultura,   nos                                                       valores    e    nas    experiências  anteriores  das                                                              pessoas,  e  que   as   distintas     maneiras    de                                                             por      em         prática          estes        enfoques                                                       facilitem   e  estimulem   a  ativa  participação  e                                                            expressão     do        educando”   (FREIRE,                                                            Paulo.Declaração  de  Hamburgo  sobre                                                       Educação  de Adultos. Item  5, 1997).

                   Considerando­se as indicações das Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos, que propõem o compromisso com a formação humana e com o acesso à   cultura   geral,   bem   como   o   respeito   à   diversidade   cultural,   a   disciplina   de   Ensino Religioso   está    pautada   no   entendimento   do   conhecimento   constituído sobre as diversas tradições e organizações religiosas, o qual deve dimensionar o respeito na inter­relação entre as diferentes manifestações e crenças religiosas.                                Esta  concepção,  que  deve  reger  o  Ensino  Religioso,  pautou­se  na necessidade de superação de uma situação historicamente constituída, que se perfazia no  ensino  do  catolicismo,  o  qual  expressava  a  proximidade  desde  o Império  com  a Igreja  Católica.  Depois,  com  o  advento  da  República,  a  nova constituição separou o Estado da Igreja e o ensino passou a ser laico. Mesmo assim,  a  presença  das  aulas de  religião  foi   mantida  nos  currículos  escolares, devido ao poder da Igreja Católica junto ao Estado brasileiro.                  Tal influência pode ser constatada em todas as Constituições do Brasil, nas quais o Ensino Religioso foi citado, com a representatividade hegemonicamente cristã no processo de definição dos preceitos legais. Em conseqüência, desde a época do Império, a doutrina cristã tem sido preferida na organização do currículo de Ensino Religioso.                  Entretanto, a vinculação do currículo de Ensino Religioso ao cristianismo e às práticas catequéticas já não corresponde ao sentido dessa disciplina na escola.                  Os  debates  em  torno  da  sua  permanência  como  disciplina  escolar  têm sido intensos  e  a  busca  de  explicações  que  justificam  as  novas  configurações  da disciplina não se restringem ao contexto brasileiro.                  Costella (2004) afirma que três fatores ajudam a entender a necessidade de um novo enfoque para o Ensino Religioso:    o  primeiro  é  atribuído  à  pluralidade social, num  Estado  não­confessional, laico e que garante, por meio da constituição, a liberdade religiosa;         o    segundo     fator    diz     respeito    à     própria    maneira    de    apreender 

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conhecimento,   devido   às   profundas   transformações   ocorridas   no   campo   da epistemologia, da educação e da comunicação, e   o terceiro fator, traço característico da cultura ocidental, mostra uma profunda  reviravolta  nas  concepções,  em  especial   no séc. XIX,  que atinge  seu  ápice  na  célebre  expressão  do  filósofo  alemão  Friedrich Wilhelm Nietzsche  (1844­1900):   “Deus está  morto”,  metáfora do autor  para dizer  que sociedade não é capaz de crer numa ordenação cósmica transcendente e imanente.                                   Isto   conduz   a   uma   repulsa   aos   valores   absolutos   e   também  ao questionamento em qualquer valor ditado por uma ordem  superior, visto que o homem é um ser pensante, logo criador. Para Nietzsche, esta posição subjetiva leva  a  sociedade ao   niilismo,    à    decadência    moral­religiosa    vinculada   à  manutenção de um  local reservado   ao   princípio   transcendente   e   imanente,   o   qual   vem   sendo   destruído   pela sociedade. Mesmo que aparentemente contraditório ao que se  interpõem nos dias de hoje  – uma sociedade  racional  e   tecnologicamente  equipada –,  há  uma necessidade social de retorno à busca de explicações  no sagrado.                  Nesse contexto, há um ressurgimento das religiões, já que as limitações da racionalidade moderna e do saber científico se tornaram latentes, fenômeno já apontados e  estudados  por  autores  como  o  filósofo  alemão  Edmund  Husserl 1859­1938), com a   obra   A   Crise   das   Ciências   Européias,   e   o   filósofo   austríaco   Hudwig     Joham Wittgenstein     (1889­1951)     com     seus     escritos     a     respeito     do   entendimento   da linguagem que circunda o homem e o mundo. Foram críticas sobre  a  redutibilidade  dos saberes   do   mundo   à    linguagem   científica   e   a   sua pretensa   superioridade   em relação  às   demais   formas   de  conhecimento  e expressão. Assim, faz­se necessário superar modelos lineares e fragmentados de compreensão da realidade e a busca de outros referenciais que permitam uma análise  mais  complexa  da  sociedade.  É  essa realidade  que  se  coloca  como desafio para a disciplina de Ensino Religioso e para toda a escola.                   Desta forma, o processo de ensino e de aprendizagem proposto para este documento,   visa   à   construção  e  produção  do   conhecimento  que  se   caracteriza  pela promoção do debate, da hipótese divergente, da dúvida – real ou metódica –do  confronto de    idéias,   de    informações   discordantes   e,   ainda,   da   exposição competente de conteúdos  formalizados.  Opõe­se a um modelo educacional  que centra o ensino  tão­somente na transmissão dos conteúdos pelo educador, o que reduz as possibilidades de participação do educando e não respeita a diversidade religiosa.                                     Tanto as Diretrizes Curriculares como a Proposta Curricular da EJA, do Ensino   Religioso,   expressam   a   necessária   reflexão   em   torno   dos   modelos   de ensino     e     do     processo     de     escolarização,     diante     das     demandas     sociais contemporâneas  que  exigem  a  compreensão  ampla  da  diversidade  cultural, postas também no âmbito   religioso  entre  os  países e,  de  forma mais  restrita,  no   interior  de diferentes comunidades. Nunca, como no presente, a sociedade esteve consciente da unidade do destino do homem em todo o planeta e das radicais diferenças culturais que marcam a humanidade.                   Nesse  contexto,  está  a  escola  e  nela  o  currículo  do  Ensino  Religioso, historicamente marcado como espaço de transposição do que era a catequese e que permitia a introdução sistemática e orgânica do complexo doutrinal cristão.                    Dentre  os  desafios  para  o  Ensino  Religioso  na  atualidade,  pode­se destacar:­  a necessária superação das tradicionais aulas de religião;­ a  inserção  de  conteúdos  que  tratem  da  diversidade  de  manifestações religiosas, dos seus ritos, das suas paisagens e símbolos;

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­    as   relações culturais,  sociais,  políticas  e  econômicas  de  que são   impregnadas as diversas formas de religiosidade.                   Além disso, é necessário que o Ensino Religioso escolar adquira status de disciplina   escolar,   a   partir    da   definição   mais   consistente   de   seus   conteúdos escolares, da produção de referenciais didático­pedagógicos e científicos, bem como da formação dos educadores.                    No processo de constituição do Ensino Religioso como disciplina escolar,  ainda   persistem   dúvidas   quanto   aos   conteúdos   a   serem   tratados   na   escola; portanto,  vale  destacar  que para a sociedade as religiões são confissões de  fé  e  de crença.                   No ambiente escolar, as religiões interessam como objeto de conhecimento a ser  tratado  nas  aulas  de  Ensino  Religioso,  por  meio  do  estudo  das manifestações religiosas   que   delas    decorrem   e    as    constituem.    As    diferenças culturais    são abordadas  para  ampliar  a  compreensão  da  diversidade  religiosa como expressão da cultura, construída historicamente e, portanto, são marcadas por aspectos econômicos, políticos e sociais.                  Dessa forma, reafirma­se o compromisso da escola com o conhecimento, sem excluir  do  horizonte  os  valores  éticos  que  fazem  parte  do  processo educacional.                  Em outras palavras, pode­se dizer que: aquilo que para as igrejas é objeto de fé, para a escola é objeto de estudo. Isto supõe a distinção entre fé/crença e religião, entre o ato subjetivo de crer e o fato objetivo que o expressa. Essa condição implica a superação da identificação entre religião e igreja, salientando sua função social e o seu potencial de humanização das   culturas.   Por   isso,   o   Ensino   Religioso   na   escola pública  não  pode  ser concebido, de maneira nenhuma, como uma espécie de licitação para as Igrejas (COSTELLA, 2004, pp. 97­107).                                   Desse modo, assim como para as Diretrizes Curriculares para o Ensino Religioso,     esta     Proposta     Curricular     tem     como     objetivo     orientar     também     a abordagem e a seleção dos conteúdos.  Nessa  perspectiva,  todas  as  religiões podem ser tratadas como conteúdos nas aulas de Ensino Religioso, uma vez que o   sagrado compõe   o   universo   cultural   humano   e   faz   parte   do   modelo   de organização de diferentes sociedades.                   Assim, o currículo dessa disciplina propõe­se a subsidiar os educandos, por meio    dos    conteúdos,    à     compreensão,     comparação   e    análise    das    diferentes manifestações     do     sagrado,     com     vistas     à     interpretação     dos     seus     múltiplos significados.    A     disciplina    de    Ensino    Religioso     subsidiará     os     educandos     na compreensão   de   conceitos   básicos   no   campo   religioso   e   na   forma   como   a sociedade sofre inferências das tradições religiosas ou mesmo da afirmação ou negação do sagrado.                    Por fim, destaca­se que os conhecimentos relativos ao sagrado e às suas manifestações     são     significativos    para     todos    os    educandos    no    processo    de escolarização,    por    propiciarem   subsídios    para    a    compreensão    de    uma   das interfaces da cultura e da constituição da vida em sociedade.

OBJETO DE ESTUDO DO ENSINO RELIGIOSO                 

                      O objeto de estudo da disciplina de Ensino Religioso é o sagrado, o qual é interpretado   dentro   das  Diretrizes  Curriculares   como   foco   do   fenômeno   religioso   por contemplar   algo   presente   em   todas   as   manifestações   religiosas.   Esta concepção 

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favorece   uma   abordagem   ampla    de    conteúdos   específicos    da  disciplina.  Tais conteúdos privilegiam o estudo das diferentes manifestações do sagrado e possibilitam sua análise e compreensão como o cerne da experiência religiosa que se expressa no universo cultural de diferentes grupos sociais.

As expressões do sagrado diferem de cultura para cultura,  ou seja,  sua apreensão pode ser realizada somente de acordo com cada realidade. As religiões se apresentam  como  modalidades  do  sagrado  que  se  revelam  em  processos históricos e em espaços marcados por representações da necessidade humana de se convergir em uma unidade sociocultural.

Como parte da dimensão cultural, o sagrado influencia a compreensão de mundo e a maneira como o homem, não somente o religioso, vive o seu cotidiano.                         Por isso, o sagrado perpassa todo o currículo de Ensino Religioso de modo a permitir    uma análise    mais   complexa   de   sua   presença   nas   diferentes manifestações religiosas, cujas instâncias podem ser assim estabelecidas:

•     Paisagem     Religiosa:     refere­se     à     materialidade     fenomênica     do     sagrado, apreendidapor  meio  dos  sentidos.  É  a  exterioridade  do  sagrado  e  sua concretude constituindo o os espaços sagrados.

•  Símbolo:  é  a  apreensão  conceitual  dada  pela  razão  para  se  conceber  o sagrado, pelos    seus    predicados,   reconhecendo   sua   lógica  simbólica.  É entendido   como sistema simbólico e projeção comunicativa cultural.

•  Texto  Sagrado:  é  a  tradição  e  a  natureza  assumida  do  sagrado  como fenômeno. Pode ser manifestado de forma material (escrito) ou imaterial (oral). É reconhecido por meio das Escrituras Sagradas, das tradições orais sagradas e dos mitos.

•  Sentimento  Religioso:  é  o  seu  caráter  transcendente  e  imanente  não­  racional.  É a experiência do sagrado em si, a qual escapa à razão  conceitual em sua essência e é reconhecida por seus efeitos. Trata­se do que qualifica uma sintonia entre o sentimento religioso e o fenômeno sagrado.                A partir do objeto de estudo, busca­se superar as tradicionais aulas de religião e   entender   esta   disciplina   escolar   como   processo   pedagógico,   cujo objetivo é o conhecimento:  o  entendimento sobre  os  cultos  (culturas)  e  sobre  o sagrado,  de uma forma que a diversidade cultural e religiosa sejam respeitadas e que a sociedade, em seu sentido lato, efetive­se.

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS                     Propor o encaminhamento metodológico da disciplina de Ensino Religioso para   Educação   de   Jovens   e   Adultos,   não   se   reduz   a   determinar   formas,   métodos, conteúdos ou materiais a serem adotados em sala de aula, mas pressupõe um constante repensar   das   ações   que   subsidiarão   esse   trabalho.   Logo,   as   práticas   pedagógicas desenvolvidas  pelo  educador  da  disciplina  poderão  fomentar  o respeito às diversas manifestações religiosas, o que amplia e valoriza o universo cultural dos educandos.                                     É importante ficar claro, que em se tratando da Educação de Jovens e Adultos, cabe ao educador despertar no educando uma nova forma de relação, buscando junto a ele, elementos oriundos   de   experiências   vividas,   que   façam parte   de   seu 

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contexto    social.    Dessa   maneira,    o    educando   deixa    de    ser    um  “depósito  de informações” e passa a ressignificar conhecimentos anteriormente adquiridos.                  Também,  faz­se  necessário  superar  práticas  que  tradicionalmente  têm marcado o currículo da disciplina de Ensino Religioso, desvinculando­as das aulas de religião, seja em relação aos fundamentos teóricos, ao objeto de estudos, aos conteúdos selecionados,   ou,   ainda,  em  relação  ao  encaminhamento  metodológico  adotado  pelo educador.                   Assim,  um  dos  encaminhamentos  propostos  para  este  documento  é  a abordagem  dos  conteúdos  de  Ensino  Religioso,  cujo  objeto  de  estudo  é  o sagrado, conceito discutido nos fundamentos teórico­metodológicos das Diretrizes Curriculares da disciplina e a base a partir da qual serão tratados todos os demais conteúdos.                    Dessa forma, pretende­se assegurar a especificidade dos  conteúdos  da disciplina,     sem     desconsiderar     sua     aproximação     com     as     demais     áreas     do conhecimento.   Pode­se   citar,   por   exemplo,   que   os   espaços   sagrados   também constituem conteúdos de geografia e de arte; no entanto, o significado atribuído a esses espaços   pelos   adeptos   desta   ou   daquela   religião   serão   tratados   de   forma   mais aprofundada nas próprias aulas de Ensino Religioso, cujo foco é o sagrado.                   A fim de que o Ensino Religioso contribua efetivamente para o processo de formação dos educandos, foram indicados, a partir dos conteúdos estruturantes paisagem religiosa,  símbolos  e  textos  sagrados,  o  conjunto  de  conteúdos específicos  a  serem observados  pelo  educador  no  Ensino  Fundamental  na modalidade de Educação de Jovens e Adultos.                                     Os  conteúdos  propostos  nestas  Diretrizes  contemplam  as  diversas manifestações do sagrado, entendidos como integrantes do patrimônio cultural, os quais poderão  ser  enriquecidos  pelo  educador,  desde  que  contribuam  para  a construir, analisar e socializar o conhecimento religioso,  para  favorecer a  formação  integral  dos educandos, o respeito e o convívio com o diferente.                   Para corresponder a esse propósito, a linguagem a ser adotada nas aulas de Ensino  Religioso,   referente  a   cada  expressão  do   sagrado,   é   a   pedagógica  e  não  a religiosa,   é   a   adequada   ao   universo   escolar.   Da   mesma   forma   deve­se   levar   em consideração que na educação de jovens e adultos as terminologias utilizadas também devem ser adequadas a realidade dos educandos.

ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

                   Pela observância dos aspectos que marcam o sagrado e as relações que se estabelecem   em   decorrência   dele,   nas   diferentes   manifestações   religiosas   a   serem tratadas pelo  Ensino  Religioso,   ressalta­se  a  necessidade de definir  como conteúdos estruturantes   desta   disciplina   referenciais   que   incluam   nos   conteúdos   escolares   a pluralidade das tradições religiosas.                    Dessa  forma,  os  conteúdos  estruturantes  compõem  os  saberes,  os conhecimentos   de   grande   amplitude,   os   conceitos   ou   práticas   que   identificam   e organizam os campos de estudos a serem contemplados no Ensino Religioso.                   Apropriados das instâncias que contribuem para compreender o sagrado, os conteúdos estruturantes propostos para o Ensino Religioso são: .  a paisagem religiosa;  .  o símbolo;  

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.  o texto sagrado.                   Os conteúdos estruturantes de Ensino Religioso não devem ser entendidos isoladamente;   antes,   são   referências     que   se   relacionam   intensamente   para   a compreensão  do  objeto  de  estudo  em  questão  e  se  apresentam  como orientadores para a definição dos conteúdos escolares.                                     A   relação   do   sagrado   com   os   conteúdos   estruturantes   pode   ser apresentada conforme o seguinte esquema:

                          Paisagem Religiosa

                                                             SAGRADO

  Texto Sagrado                                                                                               Símbolo

PAISAGEM RELIGIOSA

                                     Por paisagem religiosa define­se a combinação de elementos culturais e naturais     que     remetem    a     experiências     do     sagrado,     que     por     força     dessas experiências     anteriores     remetem     a     uma     gama     de     representações     sobre transcendente e o imanente.                    Os lugares considerados sagrados são simbolicamente onde o sagrado se manifesta.   Para   o   homem   religioso,   a   natureza   não   é   exclusivamente   natural; sempre está carregada de um valor sagrado.                   A idéia da existência de lugares sagrados e de um mundo sem imperfeições conduz   o   homem   a   suportar    suas   dificuldades   diárias.    O   homem   consagra determinados lugares porque necessita viver e conviver no mundo sagrado.                  Para  as  religiões,  os  lugares  não  estabelecem  somente  uma  relação concreta,   física,   entre   os   povos   e   o   sagrado;   neles,   há   também   uma   relação   pré­estabelecida   entre   ações  e  práticas.  Nessa   simbologia,   não   podem  ser   ignorados  o imaginário e os estereótipos de cada civilização, impregnados de seus valores, identidade etc.                                     Muitas pessoas necessitam de espaços aos quais lhes são atribuídos o sentido  de sagrado,  para manifestar  a  sua  fé.  Com esse  lugar  definido,  entre  outras atividades, organizam ritos, festas, homenagens em prol desse objeto.                   Nos momentos em que os grupos se reúnem para reverenciar o divino, para unir­se   ao   sagrado,    os    lugares   se    transformam   num   universo   especialmente simbólico, resultante das crenças existentes nas tradições religiosas.                    A  paisagem  religiosa  é  fruto  do  espaço  social  e  cultural  construído historicamente,  em  vivências  dos  inúmeros  grupos  humanos.  Portanto,  a paisagem sagrada    é    uma    imagem   socialmente    construída,    de    maneira    que    é  preciso compreendê­la  corretamente  para  entender  tal  aspecto  do  estudo  do sagrado.

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SÍMBOLO

                   A complexa realidade que configura o universo simbólico tem como chave de leitura   as   diferentes   manifestações   do   sagrado   no   coletivo,cujassignificações   se sustentam em determinados símbolos religiosos.                   Os  símbolos  são  linguagens  que  expressam  sentidos,  comunicam  e exercem   papel    relevante   para   a   vida    imaginativa   e   para   a   constituição   das diferentes religiões no mundo. Neste contexto, o símbolo é definido como qualquer coisa que veicule uma concepção; pode ser uma palavra, um som, um gesto, um ritual, um sonho, uma obra de arte, uma notação matemática, entre tantos outros.                  De  modo  geral,  a  cultura  se  sustenta  por  meio  de  símbolos,  que  são criações  humanas  cuja  função  é  comunicar  idéias.  Os  símbolos  são  parte essencial da vida humana, todo sujeito se constitui e se constrói por meio de inúmeras  linguagens simbólicas.   Ao   abranger   a    linguagem   do   sagrado,   os símbolos são a base da comunicação e constituem o veículo que aproxima o mundo  vivido,  cotidianamente,  do mundo  misterioso  dos  deuses,  deusas,encantados, enfim, da linhagem de seres supra­sensíveis que habitam o território do  inefável.  O  símbolo  é  um  elemento  importante porque  para  o  estudo  do sagrado também o é.

TEXTO SAGRADO

                                     Os textos sagrados expressam idéias e são meios de dar viabilidade à  disseminação    e    à    preservação    dos    ensinamentos    de    diferentes     tradições   e manifestações   religiosas,   o   que   ocorre   de   diversas   maneiras,   como:       dança sagrada, pinturas sacras, textos orais e escritos, entre outras.                         Ao articular os textos sagrados aos ritos – festas religiosas, situações de nascimento e morte –, as diferentes tradições e manifestações religiosas buscam criar mecanismos de unidade e de identidade do grupo de seguidores, de modo a assegurar que   os   ensinamentos   sejam   consolidados   e   transmitidos   às   novas gerações   e novos  adeptos.  Tais  ensinamentos  podem  ser  retomados  em momentos coletivos e individuais para responder a impasses do cotidiano e para orientar a conduta de seus seguidores.                   Algumas  tradições  e  manifestações  religiosas  são  transmitidas  apenas oralmente ou revividas em diferentes rituais. Por sua vez, os textos  sagrados registram fatos relevantes da tradição e manifestação religiosa, quais sejam: as orações, a doutrina, a   história,   que   constituem sedimento  no   substrato   social   de   seus   seguidores  e   lhes orientam as práticas. O que caracteriza um texto como sagrado é o reconhecimento pelo grupo de que ele transmite uma mensagem originada do ente sagrado ou, ainda, que favorece uma aproximação entre os adeptos e o sagrado.                     A compreensão, interpretação e significação do texto pode ser modificada conforme a passagem do tempo ou, ainda, para corresponder às demandas do tempo presente.  Pode,  também,  sofrer  alterações  causadas  pelas  diversas interpretações secundárias, diferentes do texto original.                    Como conteúdo estruturante, o texto sagrado é uma referência importante para   o   Ensino   Religioso,   pois   permite   identificar   como   a   tradição   e   a   manifestação atribuem às práticas religiosas o caráter sagrado e em que medida orientam ou estão presentes  nos  ritos,  nas  festas,  na  organização  das  religiões,  nas explicações da morte e da vida.

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CONTEÚDOS ESPECÍFICOS                                   Os conteúdos específicos para a disciplina de Ensino Religioso têm como referência    os    conteúdos   estruturantes,     já    apresentados.    No   caso   do    Ensino Religioso, o sagrado é o objeto de estudo da disciplina, portanto, o tratamento a ser dado aos conteúdos específicos estará sempre a ele relacionado.                   Ao tratar dos líderes ou fundadores das religiões, o educador enfatizará as implicações da relação que eles estabeleceram com o sagrado, quanto a sua visão do mundo, atitudes, produções escritas, posições político­ideológicas, etc.                                     A organização dos conteúdos se referencia em manifestações religiosas menos   conhecidas   ou   desconhecidas,   a   fim   de   ampliar   o   universo   cultural   dos educandos. Por sua vez, o conteúdo templos e espaços sagrados se inicia da discussão dos espaços físicos identificados como  sagrados.  Posteriormente,  o educador tratará de espaços sagrados pouco conhecidos entre os educandos,como por exemplo: mesquitas sinagogas, rios, montanhas, entre outros.                   Somente depois de trabalhar a composição e o significado atribuído a esses espaços   sagrados,   por   seus   adeptos,   serão   tratados   os   espaços   sagrados   já conhecidos   pelos   educandos,   que   então   terão   mais   elementos   para   analisar   as configurações   e   significados   dos   espaços   sagrados   que   lhes   são   familiares.   Tal organização   curricular    se    repete   nos   demais   conteúdos,    conforme   o    quadro apresentado a seguir:

                                                                                                        SAGRADO

           CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

   PAISAGEM                               SÍMBOLO                                TEXTO SAGRADO

                                    CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

   Respeito à diversidade                                                    Universo simbólico religioso   religiosa                                                                           Ritos   Lugares sagrados                                                            Festas religiosas   Textos sagrados orais e                                                  Vida e morte

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   escritos   Organizações religiosas

O ENSINO RELIGIOSO NA ESCOLA PÚBLICA                                              Ao iniciar o processo pedagógico na disciplina de Ensino Religioso, faz­se necessário  esclarecer  os  educandos  acerca  de  algumas questões   importantes,  quais sejam:  ­ as orientações legais; ­ os objetivos;  ­ as principais diferenças entre aulas de Religião e Ensino Religioso como disciplina     Escolar.

Respeito à Diversidade Religiosa                               Reconhecer os grupos sociais em sua diversidade cultural é um dado de realidade que deve ser sempre trabalhado em sala de aula,  de modo que também é interessante  que  o  educador  apresente  aos  educandos  alguns  instrumentos legais que buscam assegurar a liberdade religiosa. Os principais são: ­  Declaração  Universal dos  Direitos  Humanos  e  Constituição  Brasileira:   respeito à liberdade religiosa; ­  Direito a professar fé e liberdade de opinião e expressão; ­  Direito à liberdade de reunião e associação pacíficas;  ­  Direitos Humanos e sua vinculação com o Sagrado.

Lugares Sagrados

                    No  processo  pedagógico,  educador  e  educandos  podem  caracterizar lugares e templos sagrados,  quais sejam:  lugares de peregrinação, de reverência, de culto, de identidade, principais práticas de expressão do sagrado nestes locais.                   Destacam­se: ­  lugares na natureza: rios, lagos, montanhas, grutas, cachoeiras etc.; ­  lugares construídos: templos, cidades sagradas etc.

Textos sagrados orais e escritos                                 São  ensinamentos  sagrados  transmitidos  de  forma  oral  e  escrita  pelas  diferentes   culturas   religiosas,   expressos   na    literatura   oral   e   escrita,   como   em cantos, narrativas, poemas, orações etc.                   Os exemplos a serem apontados incluem: vedas (hinduísmo), escrituras bahá´ís, fé Bahá’I, tradições orais africanas, afro­brasileiras e ameríndias, Alcorão (islamismo), etc.

Organizações Religiosas

                   As  organizações  religiosas  compõem  os  sistemas  religiosos  de  modo institucionalizado.   Serão   tratadas   como   conteúdos,   sob   a   ênfase   das   principais características,  estrutura e dinâmica social  dos sistemas religiosos que expressam as diferentes   formas   de   compreensão   e   de   relações   com   o   sagrado.   Poderão   ser destacados:  

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­ os fundadores e/ou líderes religiosos;  ­ as estruturas hierárquicas.                   Entre os exemplos de organizações religiosas mundiais e regionais, estão: budismo   (Sidarta   Gautama),   o   cristianismo   (Cristo),   confucionismo   (Confúcio),   o espiritismo (Allan Kardec), o taoísmo (Lao Tsé), etc.

Universo Simbólico Religioso

                  Os significados simbólicos dos gestos, sons, formas, cores e textos podem ser trabalhados conforme os seguintes aspectos:­  dos ritos; ­  dos mitos; ­  do cotidiano.                                   Entre os exemplos a serem apontados, estão: a arquitetura religiosa, os mantras, os paramentos, os objetos, etc.

Ritos

                    São celebrações das tradições e manifestações religiosas, formadas por um conjunto   de   rituais.   Podem   ser   compreendidas   como   a   recapitulação   de   um acontecimento sagrado anterior;  servem à  memória e à  preservação da identidade de diferentes  tradições  e  manifestações  religiosas,  e  podem  remeter  a possibilidades futuras  decorrentes  de  transformações  contemporâneas.                   Destacam­se: ­  os ritos de passagem; ­  os mortuários;­  os propiciatórios, entre outros.                   Entre os exemplos a serem apontados, estão: a dança (Xire), o candomblé, o kiki (kaingang, ritual fúnebre), a via sacra, o festejo indígena de colheita etc.

Festas religiosas

                    São  os  eventos  organizados  pelos  diferentes  grupos  religiosos,  com  objetivos  diversos:  confraternização,  rememoração  dos  símbolos,  períodos  ou datas importantes. Entre eles, destacam­se: ­  peregrinações; ­  festas familiares; ­  festas nos templos;  ­  datas comemorativas.                                     Entre os exemplos a serem apontados, estão: Festa do Dente Sagrado (budista),  Ramadã  (islâmica),  Kuarup  (indígena),  Festa  de  Iemanjá  (afro­ brasileira), Pessach (judaica), Natal (cristã).

Vida e morte

                   As respostas elaboradas para a vida além da morte nas diversas tradições e manifestações religiosas e sua relação com o sagrado podem ser trabalhadas sob as seguintes interpretações:

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•  o sentido da vida nas tradições e manifestações religiosas;•  a reencarnação;•  a ressurreição – ação de voltar à vida;•  além  da  morte:  ancestralidade,  vida  dos  antepassados,  espíritos  dos   antepassados que se tornam presentes, e outras.

AVALIAÇÃO

                 A  avaliação  é  um  meio  e  não  um  fim  em  si  mesmo.  É  um  processo  contínuo,   diagnóstico,   dialético   e   deve   ser    tratada   como   parte   integrante   das relações     de     ensino­aprendizagem.     Para     Luckesi     (2000),     a     avaliação     da aprendizagem,   é   um   recurso  pedagógico   sutil     e     necessário     para     auxiliar     cada educador e cada educando na busca e na construção de si mesmo e do seu melhor modo de vida.                  Dentre as orientações metodológicas para a disciplina de Ensino Religioso, faz­se necessário destacar os procedimentos avaliativos a serem adotados, uma vez que este componente curricular não tem a mesma orientação que a maioria das disciplinas no que se refere a atribuição de notas e ou conceitos. Ou seja, o Ensino Religioso não se constitui como objeto de reprovação, bem como não terá registro de notas ou conceitos na   documentação   escolar,   isso   se   justifica   pelo   caráter   facultativo   da   matrícula   na disciplina.                    Mesmo com essas particularidades, a avaliação não deixa de ser um dos elementos   integrantes   do   processo   educativo   na   disciplina   do   Ensino   Religioso   na modalidade   de   Educação   de   Jovens   e   Adultos.   Assim,   cabe   ao   educador   a implementação   de   práticas   avaliativas   que   permitam   acompanhar   o   processo   de apropriação  de  conhecimentos  pelo  educando  e  pela  classe,  tendo  como parâmetro os conteúdos tratados e os seus objetivos bem como a realidade e a experiência de vida de cada educando.                  Para atender a esse propósito, o educador terá que elaborar instrumentos que o   auxiliem   a   registrar   o   quanto   o   educando   e   a   turma   se   apropriaram   ou   têm   se apropriado dos conteúdos tratados nas aulas de Ensino Religioso. Significa dizer que o que se  busca   com o  processo avaliativo  é   identificar  em que medida os  conteúdos passam a ser referenciais para a compreensão das manifestações do   sagrado   pelos educandos.   Da   mesma    forma   deve­se   procurar   perceber    o quanto o conteúdo ministrado possui significado no cotidiano dos educandos.                   Nesse sentido, a apropriação do conteúdo que fora antes trabalhado pode ser observado pelo educador em diferentes situações de ensino e aprendizagem.Pode­se avaliar, por exemplo, em que medida o educando expressa uma relação respeitosa com os colegas de classe que têm opções religiosas diferentes da sua; aceita as diferenças e, principalmente,   reconhece que o   fenômeno  religioso  é  um dado   da    cultura    e    da identidade   de   cada   grupo   social;   emprega   conceitos adequados para referir­se às diferentes manifestações do sagrado.                   Diante da sistematização das informações provenientes dessas avaliações, o educador   terá   elementos  para  planejar   as  necessárias   intervenções  no  processo  de ensino e aprendizagem,  retomando as lacunas identificadas no processo de apropriação dos  conteúdos  pelos  educandos,  bem  como  terá   elementos  para dimensionar  os níveis   de   aprofundamento   a   serem   adotados   em   relação   aos conteúdos que irá desenvolver posteriormente.

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                  Nessa perspectiva, o educador de Ensino Religioso terá também, a partir do processo  avaliativo  dos  educandos,   indicativos   importantes  para   realizar   a   sua  auto­avaliação   que   orientará   a   continuidade   do   trabalho   ou   a   imediata reorganização daquilo que já tenha sido trabalhado, tendo como referência este documento de diretrizes.                    É  importante  lembrar  que  a  disciplina  de  Ensino  Religioso  está  num processo recente de implementação nas escolas e que, o ato de avaliar é um dos fatores que poderá contribuir para a sua legitimação como um dos componentes curriculares.                                   Mesmo que não haja aferição de notas ou conceitos que impliquem na reprovação  ou  aprovação  dos  educandos,  estas  diretrizes  orientam  que  o educador proceda   ao   registro    formal    do   processo   avaliativo,   adotando  instrumentos   que permitam  à  escola,  ao  educando,  aos  seus  pais  ou responsáveis, identificarem os progressos obtidos na disciplina.                  Com essa prática,  os educandos, especificamente, terão a oportunidade de retomar   os   conteúdos,   como   também   poderão   perceber   que   a   apropriação   dos conhecimentos   dessa   disciplina     lhes   possibilita   conhecer   e   compreender   melhor   a diversidade   cultural    da   qual    a    religiosidade   é    parte    integrante,       bem   como possibilitará  a  articulação  desta  disciplina  com  os  demais  componentes curriculares, os quais também abordam aspectos relativos à cultura.

REFERÊNCIAS

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12­ REGIME ESCOLAR

O Estabelecimento  Escolar   funcionará,  preferencialmente,  no  período noturno, podendo atender no período vespertino e/ou matutino, de  acordo com a demanda de alunos,   número   de   salas   de   aula   e   capacidade,   com   a   expressa   autorização   do Departamento de Educação e Trabalho, da Secretaria de Estado da Educação.

Este     CEEBJA   atende   nos   períodos   matutino   e   vespertino   atendendo   à organização das Unidades Penais onde as escolas estão inseridas.

As informações relativas aos estudos realizados pelo educando serão registradas no Histórico Escolar, aprovado pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná.

             

                           O Relatório Final para registro de conclusão do Curso, será  emitido pelo estabelecimento de ensino a partir  da conclusão das disciplinas constantes na matriz curricular.

Este   Estabelecimento   Escolar   executa   Ação   Pedagógica   Descentralizada   na Penitenciária   Estadual   de   Londrina   para   atendimento   dos   alunos   que   se   encontram presos provisoriamente aguardando seus julgamentos, sendo esta demanda específica para esta situação – tendo sido autorizada pelo Departamento de Educação e Trabalho, da Secretaria de Estado da Educação, ofertando o Ensino Fundamental Fase I, Ensino Fundamental Fase II e Ensino Médio no período matutino e vespertino.

13­ORGANIZAÇÃO

Os conteúdos escolares estão organizados por áreas do conhecimento no Ensino Fundamental – Fase I e por disciplinas no Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio, conforme   dispostas   nas   Matrizes   Curriculares,   em   concordância   com   as   Diretrizes Curriculares Nacionais, contidas nos Pareceres n.º 02 e 04/98­CEB/CNE para o Ensino Fundamental e Resolução n.º 03/98 e Parecer n.º 15/98 ­ CEB/CNE para o Ensino Médio e  com as  Deliberações nº  01/06,  nº  04/06,  nº  07/06  e  nº  03/08,   todas do  Conselho Estadual de Educação.

14­FORMAS DE ATENDIMENTO

A   educação   neste   Estabelecimento   Escolar   é   de   forma   presencial,   com   as seguintes ofertas :a) organização   coletiva   para   o   Ensino   Fundamental   –   Fase   I,   nas   Áreas   do 

Conhecimento;b) organização   coletiva  e   individual   para  o  Ensino  Fundamental  –  Fase   II   e  Ensino 

Médio, em todas as disciplinas, sendo priorizadas, no mínimo, 70% (setenta por cento) das vagas para matrícula na organização coletiva e até 30% (trinta por cento) para 

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matrícula   na   organização   individual,   sendo   respeitado   o   perfil   do   educando   para matrícula.

c) a disciplina de Língua Espanhola será ofertada somente na organização coletiva.

                          Ensino Fundamental – Fase I, Fase II e Ensino Médio

No Ensino Fundamental  –  Fase  I,  Fase  II  e  Ensino Médio  considerar­se­á,  a oferta de 100% da carga horária total estabelecida.

  15­MATRÍCULA

Para a matrícula no Estabelecimento Escolar de Educação de Jovens e Adultos:

a) a idade para ingresso respeitará a legislação vigente;b) será respeitada instrução própria de matrícula expedida pela mantenedora;c) o   educando   do   Ensino   Fundamental   Fase   I   será   matriculado, 

concomitantemente, em todas as áreas do conhecimento. d) o educando do Ensino Fundamental  – Fase  II  e do Ensino Médio,  poderá 

matricular­se de uma a quatro disciplinas simultaneamente;e) no   Ensino   Fundamental   ­   Fase   II,   a   disciplina   de   Ensino   Religioso   é   de 

matrícula facultativa para o educando;f) no Ensino Médio, a disciplina de Língua Espanhola é de matrícula facultativa 

para o educando e entrará no cômputo das quatro disciplinas que podem ser cursadas concomitante;

g) poderão ser aproveitadas integralmente disciplinas concluídas com êxito por meio de cursos organizados por disciplina, por exames supletivos, série(s) e de período(s) / etapa(s) / semestre(s) eqüivalente(s) à conclusão de série(s) do   ensino   regular,   mediante   apresentação   de   comprovante   de   conclusão, conforme regulamentado no Regimento Escolar;

h) para   os   educandos   que   não   participaram   do   processo   de   escolarização formal/escolar;   bem   como   o   educando   desistente   do   processo   de escolarização   formal/escolar,  em anos   letivos  anteriores,  poderão   ter   seus conhecimentos   aferidos   por   processo   de   classificação,   definidos   no Regimento Escolar;

i) será considerado desistente, na disciplina, o educando que se ausentar por mais de 02 (dois)  meses consecutivos,  devendo a escola,  no seu retorno, reativar sua matrícula para dar continuidade aos seus estudos, aproveitando a carga horária cursada e os registros de notas obtidos, desde que o prazo de desistência não ultrapasse 02 (dois) anos, a partir da data da matrícula inicial;

j) O educando desistente, por mais de dois anos, a partir da data de matrícula inicial  na disciplina,  no seu  retorno,  deverá   fazer   rematrícula na disciplina, podendo participar do processo de reclassificação.

k) O educando desistente da disciplina de Língua Espanhola, por mais de 02 (dois)  meses consecutivos ou por mais de dois anos,  a contar  da data de matrícula   inicial,   no   seu   retorno,   deverá   reiniciar   a   disciplina   sem aproveitamento da carga horária cursada e os registros de notas obtidos, caso 

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opte novamente por cursar essa disciplina.

No ato da matrícula, conforme instrução própria da mantenedora, o educando será  orientado por equipe de professor­pedagogo sobre:  a organização dos cursos, o funcionamento do estabelecimento: horários, calendário, regimento escolar, a duração e a carga horária das disciplinas.

O educando será orientado pelos professores das diferentes disciplinas, que os receberá   individualmente   ou   em   grupos   agendados,   efetuando   as   orientações metodológicas,   bem   como   as   devidas   explicações   sobre   os   seguintes     itens   que compõem o Guia de Estudos:

•a organização dos cursos;•o funcionamento do estabelecimento: horários, calendário, regimento escolar;•a dinâmica de atendimento ao educando;•a duração e a carga horária das disciplinas;•os conteúdos e os encaminhamentos metodológicos;•o material de apoio didático;•as sugestões bibliográficas para consulta;•a avaliação;•outras informações necessárias.

  16­MATERIAL DIDÁTICO

O material   didático,   indicado  pela  mantenedora,   constitui­se   como  um  dos recursos de apoio pedagógico do Estabelecimento Escolar da Rede Pública do Estado do Paraná de Educação de Jovens e Adultos.

17­ÁREA DE ATUAÇÃO

                         As ações desenvolvidas pelo Estabelecimento Escolar Estadual que oferta a Educação de Jovens e Adultos limitam­se à jurisdição do Estado do Paraná, do Núcleo Regional de Educação, podendo estabelecer ações pedagógicas descentralizadas, desde que autorizadas pela mantenedora.                          Este   Estabelecimento   de   Ensino   desenvolve   uma   Ação   Pedagógica Descentralizada que funciona nas dependências da Penitenciária Estadual de Londrina e funciona nos períodos matutino e vespertino atendendo alunos do Ensino Fundamental Fase I, Ensino Fundamental Fase II e Ensino Médio.

18­ ESTÁGIO NÃO­OBRIGATÓRIO

                Este Estabelecimento Escolar, em consonância com as orientações da SEED, oportunizará   o   estágio   não­obrigatório,   como   atividade   opcional,   desenvolvido   no ambiente de trabalho, conforme a Lei Federal nº 11.788, de 25 de setembro de 2008.

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19­RECURSOS HUMANOS

 Atribuições dos Recursos Humanos

De todos os profissionais que atuam na gestão, ensino e apoio pedagógico neste Estabelecimento Escolar na modalidade Educação de Jovens e Adultos,  exigir­se­á  o profundo conhecimento e estudo constante da fundamentação teórica e da função social da EJA, do perfil de seus educandos jovens, adultos e idosos; das Diretrizes Curriculares Nacionais   e   Estaduais   de   EJA;   bem   como   as   legislações   e   suas   regulamentações inerentes à Educação e, em especial, à Educação de Jovens e Adultos.

Direção e Direção Auxiliar

                      A Direção e Direção Auxiliar deste Estabelecimento de Ensino exercerá a  função de liderança na escola, com base no modelo participativo, e deverão ser capazes de dividir  o  poder  de  decisão dos assuntos  escolares  com  toda a  equipe,  criando e estimulando a participação de todos.

                       Por isto estes profissionais devem possuir facilidade de comunicação; ética profissional,   espírito   empreendedor,   capacidade   de   reunir,   analisar   e   socializar informações,   serem   acessíveis   com   capacidade   de   construção   de   cadeias   de relacionamento,   serem   motivados   para   o   desenvolvimento   do   seu   trabalho, comprometidos   com   a   Educação,   serem   ágeis   nas   ações,   terem   capacidade   de administrar conflitos e de desenvolver trabalhos coletivos.                     À Direção e Direção Auxiliar, compete:­  convocar   integrantes da  comunidade escolar  para a elaboração do Plano Anual  de Trabalho  do  estabelecimento,   submetendo­o   à   apreciação  e   aprovação  do  Conselho Escolar;­elaborar os planos de aplicação financeira, a respectiva prestação de contas e submeter à apreciação do Conselho Escolar;­elaborar   e   submeter   à   aprovação   do   Conselho  Escolar   as   diretrizes   específicas  de administração  deste  estabelecimento,  em consonância  com as  normas  e  orientações gerais da Secretaria de Estado da Educação;­coordenar a implementação das Diretrizes Pedagógicas, aplicar normas, procedimentos e   medidas   administrativas,   de   acordo   com   instruções   da   Secretaria   de   Estado   da Educação;­supervisionar   as   atividades   dos   órgãos   de   apoio,   administrativo   e   pedagógico   do estabelecimento;­coordenar e supervisionar os serviços da secretaria escolar;­deferir as matrículas, no prazo estipulado pela legislação;­abrir  espaço para discussão,  avaliação e  intercâmbio,   interno e externo das práticas escolares;­implementar   uma   gestão   participativa,   estimulando   o   desenvolvimento   das responsabilidades individuais e promovendo o trabalho coletivo do Estabelecimento de Ensino;­coordenar toda a equipe escolar, tendo em vista o cumprimento dos objetivos propostos para a EJA.­coordenar a equipe pedagógica (coordenadores, professores pedagogos e professores) para a elaboração e implementação do plano de trabalho;

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­administrar   os   serviços   de   apoio   às   atividades   escolares,   de   modo   a   estimular   a participação desses serviços nos processos decisórios da escola;­negociar, com competência, para harmonizar interesses divergentes, levando em conta as necessidades de todos os envolvidos direta ou indiretamente;­solicitar ao NRE, suprimento e cancelamento de demanda de funcionários e professores do estabelecimento, observando a legislação vigente;­administrar os recursos financeiros;­controlar a freqüência de professores e funcionários;­adquirir e controlar material de consumo e permanente;­executar a Avaliação Institucional conforme orientação da mantenedora.­buscar  aprimoramento  profissional  constante,  seja  nas oportunidades oferecidas pela mantenedora, pelo CEEBJA ou por iniciativa própria;

Professor   Pedagogo

O professor  pedagogo deve  ter  clareza sobre a  forma como os homens estabelecem as relações de trabalho e poder entre si, para entender como a sociedade está  organizada e, a partir  daí,  buscar a realização de um trabalho coletivo voltado à formação do homem que se pretende formar,  numa escola pública de jovens, adultos e idosos.

O   trabalho   desenvolvido   coletivamente,   com   o   envolvimento   de   toda   a comunidade escolar, torna­se fundamental para a construção de estratégias e ações que favoreçam  a   atuação   em   grupo,   de   forma   a   diagnosticar   as   dificuldades   da   escola, propondo   encaminhamentos   para   a   melhoria   do   processo   ensino­aprendizagem, otimizando   as   rotinas   administrativas   e   pedagógicas   e,   sobretudo,   acompanhando   e supervisionando este processo.

 Deve ser um pesquisador incansável, oferecendo metodologias adequadas à   realidade da escola,  pois  a  sociedade exige  novas habilidades e  competências  do trabalhador,   oferecendo   aos  demais   profissionais   um   trabalho   pautado   em   subsídios teóricos   de   relevante   importância,   possibilitando   aos   professores   segurança   e modificações em suas práticas pedagógicas de forma a beneficiar a aprendizagem dos alunos.

O professor pedagogo deve buscar a efetivação da Proposta Pedagógico­Curricular,   num   processo   dinâmico,   contínuo,   sistemático   e   integrado   aos   demais profissionais envolvidos,proporcionando aos alunos reflexão sobre a realidade social na qual   estão   inseridos,   de   tal   forma   que   compreendam   os   limites   e   possibilidades existentes, favorecendo­lhes assim, o pleno desenvolvimento pessoal e profissional.                        O Professor  Pedagogo deve buscar  a  efetivação do currículo escolar,   num   processo   dinâmico,   contínuo,   sistemá t ico   e   integrado   aos demais profissionais envolvidos, o desenvolvimento de um trabalho coletivo, envolvendo  toda a equipe pedagógica (pedagogos,  coordenadores de ações pedagógicas),   para   planejar,   implementar,   acompanhar   e   avaliar   todas   as ações pedagógicas da escola.                                         Deverá coordenar ações, junto aos docentes, que proporcionem aos educandos reflexão sobre a realidade social na qual estão inseridos, de tal forma que compreendam os  limites  e possibilidades existentes,   favorecendo­lhes  assim,  o  pleno desenvolvimento de suas habilidades.

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                   Ao Professor Pedagogo cabe ainda:discutir com toda equipe pedagógica alternativas de trabalho, que motivem os educandos durante o seu processo escolar;­planejar   alternativas   de   trabalho   a   partir   de   indicadores   educacionais   (evasão, repetência, transferências expedidas e recebidas e outros);­assessorar   os   docentes   na   elaboração   do   plano   de   trabalho   docente,   a   partir   de diagnóstico estabelecido;­acompanhar e avaliar a implementação das ações estabelecidas nos planos de trabalho docente;­buscar  aprimoramento  profissional  constante,  seja  nas oportunidades oferecidas pela mantenedora, pelo Estabelecimento ou por iniciativa própria;­coordenar estudos para definição de apoio aos educandos que apresentem dificuldade de   aprendizagem,   para   que   a   escola   ofereça   todas   as   alternativas   possíveis   de atendimento;­coordenar   e   supervisionar   as   atividades   administrativas   referentes   à   matrícula, transferência, classificação e reclassificação, aproveitamento de estudos e conclusão de cursos;­participar de análise e discussão dos critérios de avaliação e suas conseqüências no desempenho dos educandos;­ promover a participação do CEEBJA nas atividades comunitárias, dentro do Centro de Detenção   e   Ressocialização   de   Londrina   (   CDR­LDA   )   e   Penitenciária   Estadual   de Londrina (PEL), respeitando as normas do Sistema Penitenciário;­pesquisar   e   investigar   a   realidade   concreta   do   educando   historicamente   situado, oferecendo suporte ao trabalho permanente do currículo escolar;­coordenar reuniões sistemáticas de estudos junto à equipe;­orientar e acompanhar a elaboração dos guias de estudos para cada disciplina;­subsidiar   a   Direção   e   Direção   Auxiliar,   com   critérios,   para   definição   do   Calendário Escolar, de acordo com as orientações do NRE;­analisar e emitir parecer sobre aproveitamento de estudos, em casos de recebimento de transferências, de acordo com a legislação vigente;­participar,   sempre   que   convocado,   de   cursos,   seminários,   encontros   e   grupos   de estudos;­coordenar a elaboração, implantação e execução da Proposta Pedagógic­Curricular da escola;­acompanhar  o  processo de  ensino,  atuando  junto  aos  professores  e  educandos,  no sentido de analisar os resultados da aprendizagem e traçar planos de recuperação;­coordenar   e   acompanhar   a   APED­   Ação   Pedagógica   Descentralizada   e   Exames Supletivos   quando,   no   estabelecimento,   não   houver   coordenação(ões)   específica(s) dessa(s) ação(ões);­executar a Avaliação Institucional conforme orientação da mantenedora.­discutir  com toda equipe pedagógica alternativas de trabalho, que motivem os alunos durante o seu processo escolar;­coordenar  e  acompanhar  atividades  em  torno  de   linhas  mestras  como:  Educação  e Cidadania, Educação e Trabalho, Educação e Saúde, Educação e Família, Ética e  dos Desafios Educacionais Contemporâneos.­Acompanhar o estágio não­obrigatório.

Coordenações

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As   Coordenações   da   Ação   Pedagógica   Descentralizada­APED­   Coordenação Geral e Coordenação Itinerante, bem como a Coordenação de Exames Supletivos, têm como finalidade a execução dessas ações pelo Estabelecimento Escolar, sendo a mesma autorizada e regulamentada pela mantenedora.

Cabe ao(s) Coordenador(es) da Ação Pedagógica Descentralizada:

Coordenador Geral

          ­Receber e organizar as solicitações de Ações Pedagógicas            Descentralizadas.

­ Organizar os processos dessas Ações para análise pelo respectivo NRE.­ Elaborar os cronogramas de funcionamento de cada turma da Ação.­ Digitar os processos no Sistema e encaminhar para justificativa da    direção do Estabelecimento.­ Acompanhar o funcionamento de todas as turmas de Ações Pedagógicas   Descentralizadas vinculados ao Estabelecimento.­ Acompanhar a matrícula dos educandos e a inserção das mesmas no   Sistema.­ Organizar a documentação dos educandos para a matrícula.­Organizar as listas de freqüência e de notas dos educandos.­Enviar material de apoio didático para as turmas das Ações Pedagógicas   Descentralizadas.­Responder ao NRE sobre todas as situações dessas turmas.­Organizar o rodízio dos professores nas diversas disciplinas, garantindo o  atendimento aos educandos de todas as turmas.­Orientar e acompanhar o cumprimento das atividades a serem executadas durante as horas­atividade dos professores.­Realizar reuniões periódicas de estudo que promovam o intercâmbio de  experiências pedagógicas e a avaliação do processo ensino­ aprendizagem.­Elaborar materiais de divulgação e chamamento de matrículas em  comunidades que necessitam de escolarização.­Tomar ciência e fazer cumprir a legislação vigente.­Prestar à Direção, à Equipe Pedagógica do Estabelecimento e ao NRE, 

          quando solicitado, quaisquer esclarecimentos sobre a execução da           escolarização pela Ação Pedagógica Descentralizada sob sua           coordenação;

Coordenador Itinerante

­Acompanhar o funcionamento in loco das Ações Pedagógicas  Descentralizadas.­Atender e/ou encaminhar as demandas dos professores e dos educandos.­Verificar o cumprimento do horário de funcionamento das turmas.­Observar e registrar a presença dos professores.- Atender à comunidade nas solicitações de matrícula.- Solicitar e distribuir o material de apoio pedagógico.­Solicitar e distribuir as listas de freqüência e de nota dos educandos.

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­Encaminhar as notas e freqüências dos educandos para digitação.­Acompanhar o rodízio de professores, comunicando à Coordenação Geral 

          qualquer problema neste procedimento.­Solicitar e organizar a documentação dos educandos para a matrícula.­Acompanhar o funcionamento pedagógico e administrativo de todas as  turmas das Ações Pedagógicas Descentralizadas sob sua  responsabilidade.­Participar das reuniões pedagógicas e da hora atividade, juntamente com  os professores;

Coordenador de Exames Supletivos

­Acompanhar e viabilizar todas as ações referentes aos Exames Supletivos­Tomar conhecimento do edital de exames.­Fazer as inscrições dos candidatos, conforme datas determinadas no  edital.­Verificar o número mínimo de candidatos inscritos para que os exames  possam ser executados.­Digitar, no sistema, a inscrição dos candidatos.­Conferir a inserção das inscrições dos candidatos no Sistema por meio da 

          emissão de Relatório de Inscritos.­Solicitar credenciamento de outros espaços escolares, quando necessário, 

           para execução dos exames.­Solicitar, por e­mail ou ofício, com o conhecimento do NRE, as provas em 

          Braille e as ampliadas, das etapas à serem realizadas, quando for o caso.­Solicitar, por e­mail ou ofício, com o conhecimento do NRE, para o  DET/CEJA/SEED, autorização para a realização de quaisquer bancas  especiais.­Comunicar ao NRE todos os procedimentos tomados para realização dos 

          Exames.­Receber os materiais dos Exames Supletivos nos NREs.­Capacitar a(s) equipe(s) de trabalho do Estabelecimento para a realização 

          dos Exames Supletivos, quanto ao cumprimento dos procedimentos, em           especial a organização e o preenchimento dos cartões­resposta.

­Acompanhar a aplicação das provas, para que transcorram com           segurança e tranqüilidade, em conformidade com os procedimentos                       inerentes aos Exames.

­Divulgar as atas de resultado.­Acompanhar e executar todas as ações referentes aos Exames On Line.

 Docentes

                               Os Docentes deste CEEBJA são profissionais qualificados, admitidos para atuarem na rede pública estadual de ensino segundo critérios estabelecidos pela entidade mantenedora, responsáveis por disciplinas constantes na matriz curricular.                 O docente suprido neste Estabelecimento de Ensino atua na sede e nas ações descentralizadas e em todas as formas de organização do curso (presencial coletiva e individual) e participa, dentre outras ações, da aplicação em Exames Supletivos.

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                               São profissionais conscientes de que a escolarização de jovens e adultos, neste local, precisa de ações educativas inovadoras, que responda às novas exigências de uma sociedade em transformação, e requer um educador que garanta a inter­relação personalizada e contínua do educando com o sistema de ensino.                Os Docentes neste Estabelecimento de Ensino, demonstram:

­conhecimento e compromisso com a Proposta Pedagógico­Curricular da EJA;­ter visão global do currículo e dos princípios de sua organização;

III             ­postura interdisciplinar e contextualizada;                 ­planejamento de estratégias pedagógicas;

     ­conhecimento da função social da EJA e  do perfil dos educandos        que  estudam nesta escola;     ­buscar o aprimoramento profissional constante, seja por meio de          oportunidades oferecidas pela mantenedora, pelo Estabelecimento de       Ensino ou por iniciativa própria.     ­espírito de coletividade;

IV            ­compromisso com as ações desenvolvidas regularmente e extra                   curriculares, pelo Estabelecimento de Ensino;               ­ ter disponibilidade de horário de acordo com sua carga horária                  docente;               ­ disposição para o trabalho coletivo.                       Os Docentes desta Escola, tem a incumbência de:

­definir e desenvolver o seu plano de trabalho docente, conforme   orientações das Diretrizes Curriculares Nacionais da EJA, das   Diretrizes Curriculares Estaduais da EJA e da Proposta Pedagógico­  Curricular deste Estabelecimento de Ensino;­conhecer o perfil dos educandos (idade, ocupação, nível sócio­  econômico, expectativas, hábitos de estudo);­utilizar adequadamente os espaços e materiais didático­pedagógicos  disponíveis, tornando­os meios para implementar uma metodologia   de ensino, que respeite o processo de ensino­aprendizagem de cada  jovem, adulto e idoso;­organizar os conteúdos a serem abordados de forma interdisciplinar;­estabelecer um processo de avaliação, a respeito do desempenho  dos educandos, tendo como princípio o acompanhamento contínuo  da aprendizagem;­analisar sistematicamente o resultado do desempenho do educando,  obtido no processo de avaliação, para fins de planejamento;­realizar a recuperação de conteúdos concomitante ao processo  ensino­aprendizagem;­utilizar as tecnologias de informação e comunicação disponíveis;­elaborar, junto com a equipe dos professores pedagogos e de  coordenadores, a Proposta Pedagógico­Curricular do  estabelecimento de ensino, em consonância com as Diretrizes   Curriculares Nacionais, as Diretrizes Curriculares Estaduais e com a  Proposta Pedagógica Curricular da EJA;­manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus  colegas, com educandos e com os diversos segmentos da nossa  comunidade escolar;

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­realizar processos coletivos de avaliação do próprio trabalho e da  escola, tendo em vista uma avaliação reflexiva sobre o processo  ensino e aprendizagem;­participar da realização de atividades extracurriculares do  estabelecimento de ensino;­utilizar técnicas e instrumentos diversificados de avaliação;­executar a Avaliação Institucional conforme orientação da    mantenedora.

                Secretaria e Apoio Administrativo

                             A secretaria é o setor que tem a seu encargo, todo registro de escrituração escolar e correspondência do Estabelecimento de Ensino.

     O cargo de Secretária é exercido por profissional devidamentequalificada para o exercício desta função.

              A Secretária é auxiliada por funcionário do quadro de apoio administrativo e o serviço   da   secretaria   é   coordenado   e   supervisionado   pela   Direção,   ficando   a   ela subordinado.             Compete ao Secretário:

       ­distribuir as tarefas decorrentes dos encargos da Secretaria aos         seus auxiliares;       ­organizar e manter em dia a coletânea de leis, regulamentos,         diretrizes, ordens de serviço, circulares, resoluções e demais         documentos;      ­rever todo o expediente a ser submetido a despacho do diretor;      ­apresentar ao diretor, em tempo hábil, todos os documentos que        devam ser assinados;      ­executar os registros na documentação escolar referentes a        matrícula, transferência, classificação, reclassificação,        aproveitamento de estudos e conclusão de cursos;      ­manter organizado o arquivo ativo e inativo da vida escolar do        educando;       ­comunicar à Direção toda a irregularidade que venha ocorrer na        Secretaria;      ­manter atualizados os registros escolares dos educandos no        sistema informatizado.

                           A organização, a minúcia, a seriedade daqueles que ocupam este ambiente têm, obrigatoriamente, que fazer parte de todas a suas ações.               Aos profissionais que executam esta função, secretária e apoio    administrativo, tem ainda a incumbência de:                 ­conhecer a proposta pedagógica, regimento escolar e a legislação                   que  rege o registro de documentação escolar do educando;

­efetuar os registros sobre o processo escolar e arquivar a    documentação em pastas individualizadas, expedindo toda a    documentação: declarações; fichas de controle de notas e     freqüência individual e coletivo; certificados; históricos escolares; 

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  transferências; relatórios finais; estatísticas; e outros documentos,   sempre que necessário;­atender os educandos, professores e o público em geral informando  sobre o processo educativo, veiculado pelo Estabelecimento de   Ensino;­utilizar somente as matrizes curriculares autorizadas pelo órgão   competente;­participar de reuniões, encontros e/ou cursos, sempre que  convocados e por iniciativa própria, com o intuito de aprimoramento  profissional;­auxiliar em todas atividades desenvolvidas pela escola;­atender às solicitações do Diretor.­providenciar o material utilizado nos recursos materiais  (computadores, impressoras, fotocopiadora, entre outros) e   conservá­los em bom estado;­providenciar, quando necessário, serviços de artes gráficas,   impressão e reprodução de materiais, com a devida autorização da   Direção;­racionalizar os serviços sob sua responsabilidade para uma melhor   produtividade;­não permitir o uso de material e/ou máquinas por pessoas estranhas   a esse setor;­receber, estocar e controlar o material de consumo, de limpeza e  equipamento;­providenciar a reposição de material de consumo e de peças de  equipamentos.

        ­manter atualizado o sistema de acompanhamento do educando,              considerando a organização da EJA prevista nesta proposta.

                     A  Secretária  estabelecerá  a  escala  de   trabalho   junto  a    auxiliar   técnico­administrativo,   de   forma   que   o   expediente   de   atendimento   na   Secretaria,   não   seja interrompido durante o ano letivo, nos turnos de atendimento da Escola.

BIBLIOGRAFIA utilizada na construção da Proposta Pedagógico­Curricular

ALMEIDA,   Maria   Conceição   Pereira   de.   Centro   Estadual   de   Educação   Básica   para Jovens e Adultos, a Grande Conquista, Arte & Cultura, 1999, 1ª Edição.BRZEZINSKI,   Iria.  LDBEN Interpretada: diversos olhares se entrecruzam. São Paulo : Cortez, 1997.CARNEIRO, Moaci Alves. LDBEN fácil. Petrópolis, RJ : Vozes, 1998.CARVALHO, R.E. Removendo barreiras à aprendizagem. Porto Alegre, 2000, p.17(5ª) Conferência Internacional sobre Educação de Adultos (V CONFINTEA).Conselho Estadual de Educação ­ PR

­ Deliberação 011/99 – CEE.­ Deliberação 014/99 – CEE.­ Deliberação 09/01 –CEE.

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­ Deliberação 06/05 – CEE.­ Indicação 004/96 – CEE.­ Parecer 095/99 – CEE (Funcionamento dos Laboratórios).

Conselho Nacional de Educação­ Parecer 011/2000 – Diretrizes Curriculares Nacionais de EJA.­ Parecer 004/98 – Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental.­ Parecer 015/98 –Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio.­ Resolução 03/98 – CEB.

Constituição Brasileira – Artigo 205.DELORS, J. Educação : Um tesouro a descobrir. São Paulo : Cortez ; Brasília, DF : MEC : UNESCO, 1998.DEMO, Pedro. A Nova LDBEN – Ranços e Avanços. Campinas, SP : Papirus, 1997.DRAIBE, Sônia Miriam; COSTA, Vera Lúcia Cabral; SILVA Pedro Luiz Barros. Nível de Escolarização da População. mimeog.DI PIERRO; Maria Clara.  A educação de Jovens e Adultos na LDBEN. mimeog.DI   PIERRO;   Maria   Clara.   Os   projetos   de   Lei   do   Plano   Nacional   de   Educação   e   a Educação de Jovens e Adultos. mimeog.Decreto 2494/98 da Presidência da República.Decreto 2494/98 da Presidência da República.FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido, 40ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.LDBEN nº 9394/96.KUENZER, Acácia Zeneida. Ensino Médio: construindo uma proposta para os que vivemdo trabalho. São Paulo: Cortez, 2000, p.40.OLIVEIRA, Thelma Alves de, et al. Avaliação Institucional (Cadernos Temáticos). Curitiba: SEED – PR, 2004.Parâmetros Curriculares Nacionais 1º segmento do Ensino Fundamental.Parâmetros Curriculares Nacionais 2º segmento do Ensino Fundamental.Parâmetros Curriculares Nacionais Ensino Médio.Plano Nacional de Educação – Educação de Jovens e Adultos.SILVA, Eurides Brito da. A Educação Básica Pós­LDBEN.SOUZA,  Paulo  N.  Silva  & SILVA,  Eurides  Brito  da.  Como entender  e  aplicar  a  nova LDBEN.SOUZA, Paulo Nathanael Pereira de; SILVA, Eurides Brito da. Como entender e Aplicar a Nova LDBEN. SP, Pioneira Educ., 1997. 1ª Edição.

                             PLANO DE AÇÃO DA ESCOLA – 2010

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O Plano de Ação da Escola é  composto pelos Planos de Ação da Direção, Direção Auxiliar, Equipe Pedagógica e Docentes e nortearão toda prática pedagógica da escola. 

       

                                     PLANO DE AÇÃO DA DIREÇÃO 

O CEEBJA­  PROFESSOR MANOEL MACHADO é  um Estabelecimento  de Educação para Jovens e Adultos, que atende os alunos privados de liberdade e funciona dentro do Centro de Detenção e Ressocialização de Londrina, com 434 alunos, e atende uma APED, com 143 alunos na Penitenciária Estadual  de Londrina

JUSTIFICATIVA

O presente Plano de Ação faz­se necessário como instrumento de trabalho e de aperfeiçoamento, norteando as funções administrativas e educativas da Escola .

Sabemos   que   este   instrumento   será   apenas   uma   proposta   inicial,   pois   o pensar e o agir deverão ser estruturados   coletivamente   no   Projeto   Político Pedagógico da Escola, o qual viabilizará o trabalho de toda a comunidade escolar.

Acreditamos na construção de uma Escola dinâmica, aberta e flexível, onde todos os envolvidos possam estar compromissados no desenvolvimento de ações a fim de   cumprir   a   finalidade   da   Escola   quanto   a   formação   de   cidadãos   nas   dimensões sociocultural, política, profissional e humana, em tomo de um real objetivo, peculiar desta Unidade, que é a ressocialização do preso.

PRINCÍPIOS ORIENTADORES 

A Educação de Jovens e Adultos – EJA,   tem como finalidade e objetivos o compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral, de modo a que os educandos   venham   a   participar   política   e   produtivamente   das   relações   sociais,   com comportamento ético e compromisso político, através do desenvolvimento da autonomia intelectual e moral.

Para   a   concretização   de   uma   prática   administrativa   e   pedagógica verdadeiramente voltada à formação humana, principalmente na educação de privados de liberdade, é necessário que o processo ensino­aprendizagem, seja coerente com: o seu papel na socialização dos sujeitos, agregando elementos e valores que os levem à emancipação e à  afirmação de sua  identidade cultural;  o exercício de uma cidadania democrática,   reflexo  de um processo cognitivo  e crítico,  com base em valores  como respeito mútuo, solidariedade e justiça; os três eixos articuladores do trabalho pedagógico com jovens, adultos e idosos – cultura, trabalho e tempo; 

Segundo as Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA, as relações entre cultura, conhecimento e currículo, oportunizam uma proposta pedagógica pensada e estabelecida a partir de reflexões sobre a diversidade cultural, tornando­a mais próxima da realidade e garantindo sua função socializadora – promotora do acesso ao conhecimento capaz de ampliar o universo cultural do educando – e, sua função antropológica ­ que considera e valoriza a produção humana ao longo da história.

E ainda, conforme as Diretrizes Curriculares Estaduais de Educação de Jovens e Adultos no Estado do Paraná a EJA deve constituir­se de uma estrutura flexível, pois há um   tempo   diferenciado   de   aprendizagem   e   não   um   tempo   único   para   todos   os 

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educandos, bem como os mesmos possuem diferentes possibilidades e condições de reinserção nos processos educativos formais; 

                                 Em síntese, a escola é um dos espaços em que os educandos  desenvolvem a capacidade de pensar, ler, interpretar e reinventar o seu mundo, por meio da atividade reflexiva.  E a ação da escola será  de mediação entre  o educando e os saberes, de forma a que o mesmo assimile estes conhecimentos como instrumentos de transformação   de   sua   realidade   social   .O   atendimento   a   escolarização   de   jovens   e adultos em Unidades Penais, não refere­se exclusivamente a uma característica etária, tempo longe da escolarização formal ou condição atual de estar preso,  mas a articulação desta modalidade com a diversidade sócio­cultural  de  seu público com necessidades educativas especiais, as quais  demandam um trabalho que considere o tempo/espaço e a cultura desse grupo.

               Para tanto, o trabalho será desenvolvido baseado em princípios que: traduzam a compreensão de que jovens e adultos não são atrasados em seu processo de formação, mas são sujeitos sócio­histórico­culturais, com conhecimentos e experiências acumuladas,   com   tempo   próprio   de   formação   e   aprendizagem;   contribua   para   a   re­significação da concepção de mundo e dos próprios educandos; estabeleça um processo educativo   no   sentido   de   ser   síntese   entre   a   objetividade   das   relações   sociais   e   a subjetividade, de modo que as diferentes linguagens desenvolvam o raciocínio lógico e a capacidade de utilizar conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio­históricos e forneça subsídios para que os educandos tornem­se ativos, criativos, críticos e democráticos.

OBJETIVOS

 Este Plano de ação tem como objetivos:•  Estabelecer metas a cumprir para o ano de 2010;•  Estabelecer vínculos de trabalho para uma ação coletiva e democrática;•  Possibilitar melhoria do processo educativo e•  Estabelecer novas parcerias com a comunidade para a realização de projetos 

inovadores.

         Outros objetivos propostos pela direção:• Propiciar  condições para  a elaboração do Projeto  Político Pedagógico,  da 

Proposta Pedagógica Curricular, do Regimento Escolar, do Conselho Escolar entre outros documentos que se fizerem necessários; 

• Garantir   momentos   em   Grupos   de   Estudos,   para   trocas   de   idéias   e experiências;

• Participar   da  Comissão   Técnica   de   Classificação   (CTC)   da   Educação   da Penitenciária de Londrina, a fim de socializar o trabalho da APED para toda a Unidade Penal.

•• Manter   boas   relações   com.   toda   a   comunidade  escolar   para   garantia   do 

trabalho coletivo;• Propor,   introduzir   e   ouvir   sobre  ações   inovadoras  para  o   crescimento  da 

Escola;• Incentivar projetos desenvolvidos pelos professores buscando a inclusão dos 

mesmos nos programas da SEED e da SEJU .• Identificar   as   necessidades   da   Escola   enfrentando   as   dificuldades 

encontradas; . 

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• Assegurar a  ligação entre a Escola e as estruturas hierárquicas superiores para compartilhar o trabalho e repassar as reais necessidades da Escola; .

•  Zelar pelo bom funcionamento da Escola; .• Viabilizar a organização e realização das Semanas Pedagógicas   ofertadas 

pela  SEED    

      – Coordenação de Formação Continuada – CFC

•  Proporcionar uma Gestão democrática e compartilhada, tendo transparência na administração;

• Representar   a   Escola   e   a   Comunidade   perante   a   mantenedora   e   outros órgãos e instituições;

• Acompanhar   o   planejamento   e   o   cronograma   das   ações   do   Setor Pedagógico;

• Garantir a integridade e o respeito para todos os que participam da Escola.• Organizar o organograma e o cronograma das atividades em conjunto com a 

equipe pedagógica, a fim de agilizar sua ação na Escola e possibilitar aos professores organizarem­se para os encaminhamentos que necessitem ;

• Acompanhar   todo   o   processo   dos   serviços   de   secretaria   e   debater coletivamente a escolha da representação de professores e funcionários nos Cursos da SEED e outros, bem como soluções para a ausência desses na Escola.

• Responsabilizar­se pelo patrimônio público escolar;• Convocar   e   presidir   as   reuniões   do   Conselho   Escolar,   dando 

encaminhamento às decisões tomadas coletivamente;• Elaborar   os   planos   de   aplicação   financeira   ,   consultando   a   comunidade 

escolar;• Prestar contas dos recursos recebidos;• Manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com os colegas, 

com alunos e com os demais segmentos da comunidade escolar.

METASA curto prazo:

• Assegurar   a   efetivação   do   Projeto   Político   Pedagógico   e   da   Proposta Pedagógica   em um processo coletivo, estabelecendo metas reais e objetivos claros, definindo a realidade escolar e com proposição de projetos de interesse de toda a comunidade a fim de torná­lo cada vez mais funcional;

• Desenvolver um trabalho visando a qualidade de Ensino e neste sentido ter como   parâmetro   as   Diretrizes   Curriculares   para   a   Educação   de   Jovens   e Adultos e a Proposta  Pedagógica Curricular da Escola;

• Oportunizar   Grupos   de   Estudos   para   aperfeiçoamento   e   realimentação   da Proposta Pedagógica Curricular e do Projeto Político Pedagógico; 

• Desenvolver  gestões  para  estabelecer  novas  parcerias  no  desenvolvimento  de projetos    

       inovadores que visem a atender as expectativas dos internos• Buscar reparar e ou recuperar os bens que estão em situação precária ;

            A médio prazo:*      Aumentar  os alunos na Escola,  através de estratégias a serem construídas coletivamente          pela comunidade escolar;

      *  Desenvolver ações para melhoria de qualidade no trabalho, visando também os           relacionamentos entre a Escola e as diversas divisões da PEL.

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ESTRATÉGIAS      *    Estabelecer o compromisso de estar:

• Cumprindo a realização de reuniões mensais;• Trabalhando com respeito mútuo, solidariedade e justiça;• Buscando a conscientização de todos a respeito de compromisso com a• Escola a respeito de horários e assiduidade.• Formando grupos de estudos visando uma capacitação continuada;• Oportunizando   a   participação   de   todos   em   eventos   pedagógicos, 

principalmente aos relacionados com a Educação de Jovens e Adultos e/ou Sistema Prisional;

• Mantendo o professor informado do trabalho em toda a comunidade escolar.

AVALIAÇÃO A avaliação será feita através de um trabalho coletivo ao longo do ano, através de:

• Observação do desenvolvimento dos trabalhos;• Discussão em grupo;• Análise de resultados.

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PLANO DE AÇÃO DA DIREÇÃO­AUXILIAR

“A educação de adultos exige uma inclusão que tome por base oreconhecimento do jovem e adulto como sujeito(...)Ter o direito de ser igual quando a diferença nos inferioriza e o de ser diferentes quando a igualdade nos descaracteriza. Ao pensar no desafio de construirmos princípios que regem   a   educação   de   adultos,   há   de   buscar­se   uma   educação   qualitativamente diferente,   que   tem   como   perspectiva   uma   sociedade   tolerante   e   igualitária,   que   a reconhece ao longo da vida como direito inalienável de todos”. (Santos, 2004).

A REALIDADE DA ESCOLA.

O CEEBJA Prof.  Manoel  Machado,  que  funciona nas dependências do CDR­LONDRINA com uma APD na Penitenciária Estadual de Londrina, hoje oferece aos internos destas unidades de segurança a oportunidade de estudos, na modalidade EJA, Fase I, Fase II e Ensino Médio. 

Todo   o   trabalho   disciplinar   é   organizado   de   acordo   com   as   condições   de segurança que as unidades,  CDR­Londrina e PEL exigem. Esta escola  tem que se submeter as condições de segurança que envolvem toda a movimentação de agentes e presos   nas   Unidades   Penais.   As   condições   de   trabalho   são   muito   diferentes   das escolas regulares.

A freqüência de nossos alunos não depende apenas da vontade deles, também está  subordinada a  um programa de segurança,  especialmente organizado para  se prevenir a tentativa de fugas e a violência entre os internos.

Este programa de segurança, ao mesmo tempo que garante as condições de trabalho  dos professores   torna­se  uma das  fragilidades da organização do  trabalho escolar, pois gera uma restrição na freqüência dos alunos, que acaba por desanimar muitos deles. Esta dificuldade tem sido sempre combatida, através dos esforços da direção   da   Escola,   com   o   apoio   da   direção   das   Unidades   e   seus   diversos Departamentos, como a Segurança e a Divisão Ocupacional.

PERFIL DO EDUCANDO

A   modalidade   de   ensino   para   a   Educação   Básica   ofertada   por   esta   escola,   nas Unidades Penais, é a EJA devido ao perfil dos internos: homens maiores de 18 anos que cumprem pena  de  reclusão  por   terem  infringido  a  Lei.  Estes  ainda não  foram escolarizados ou estão fora da escola há algum tempo, tendo abandonado os estudos antes da conclusão da Educação Básica.

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Assim sendo, a EJA fundamenta­se basicamente no atendimento aos interesses e as necessidades de sujeitos que já  possuem uma história de vida, quase sempre envolvida com crimes e violências. Uma experiência de vida que confunde o mundo do trabalho   e  da   contravenção,   necessitando   portanto   de   uma   formação   diferenciada, baseada   na   escolarização   formal,   com   conteúdos   socialmente   definidos,   mas   eles também   necessitam   de   uma   formação   humanitária   dirigida   pelos   princípios   da ressocialização.   Uma   relação   de   ensino   aprendizagem   que   ultrapassa   o   papel   da pedagogia escolar formal e atinge um nível personalizado, determinado pelos saberes já   apropriados   pelo   educando,   seu   ritmo   de   aprendizado   e   sua   relação   com   a sociedade.

ORGANIZAÇÃO DA GESTÃO COLEGIADA                         A organização do trabalho escolar deve­se pautar pelo princípio da gestão colegiada, o direito a participação de todos os sujeitos que compõem a escola, na tarefa de pensar e viabilizar o processo de ensino aprendizagem e a organização da escola.

As instâncias colegiadas de que dispomos capazes de cooperar em um trabalho colegiado são o Conselho Escolar, e o Conselho de Avaliação. A participação direta dos alunos,   na   qualidade   de   Grêmio   em   APMF   é   prejudicada   pelas   imposições   da segurança, mas os seus pensamentos, suas sugestões podem estar presentes com a ajuda   dos   professores   como   seu   porta   voz.   A   segurança   também   participa   da organização do trabalho pedagógico, pois quanto mais inseridos neste trabalho, maior vai   ser   a   sua   compreensão   das   necessidades   da   escola   e   mais   valiosa   a   sua colaboração.

Uma gestão colegiada é capaz de dar um outro olhar sobre o mundo, sobre o trabalho, um olhar coletivo, do contrário será apenas um olhar egoísta. A escola deve se  basear  na  coletividade,  ser  por  si  só  um exercício  cotidiano de aprendizado da participação política coletiva.

Para se construir  coletivamente  um projeto  a escola  precisa  se  organizar  de forma colegiada, dar voz e vez a todos os membros que compõem a escola. Cada um tem o direito de ajudar a definir as ações, e é parte do papel da direção, criar condições para garantir esta participação.

ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE

Tendo em vista que a escola tem como objetivo a formação humana e o acesso à  cultura geral, de modo que os educadores venham a contribuir positivamente nas relações sociais,  com comportamento ético, compromisso político,   faz­se necessário sermos responsáveis por este processo um compromisso, uma afinidade e coerência nas ações.

Isto  só  é  possível  se os educadores,  como mediadores do processo,  tiverem tempo disponível para estudar, planejar e criar coletivamente instrumentos necessários 

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para atingir estes objetivos, através de reuniões pedagógicas, grupos de estudo e hora atividade coletiva.

Neste sentido os professores desta escola já possuem uma grande experiência com o desenvolvimento de bons projetos pedagógicos e estratégias  que visam superar algumas   das   fragilidades   da   escola.   Este   potencial   pode   ser   ampliado   com   uma organização   e   direcionamento   dos   trabalhos,   que   busque   soluções   coletivas   dos problemas. O registro das experiências docentes e a divulgação dos resultados dos trabalhos através de exposição, mural  ou vídeo, valoriza o esforço dos educando e educadores.

                                      PLANO DE AÇÃO  DOS   PEDAGOGOS                                                                                                       CEEBJA ­ CDR 

        Equipe Pedagógica: Joana D’arc Martins Borba Lopes                                         Eliany M.B. J. Kotinda                                         Jussara de Fátima L Fedato                                                                                   

JUSTIFICATIVAO presente  plano de ação faz­se necessário como instrumento de trabalho e de 

aperfeiçoamento, norteando as funções do professor pedagogo,na  escola.           Sabemos que este instrumento será apenas uma proposta  de trabalho, pois o agir estará estruturado coletivamente no Projeto Político Pedagógico da escola, o qual viabilizará o trabalho de toda a comunidade escolar.             Propiciando o desenvolvimento do currículo da escola, visando melhor e mais eficiente desempenho do trabalho didático­pedagógico e, obviamente, a melhoria da qualidade do processo de ensino­aprendizagem,  tem o presente plano a  função de orientar  e  avaliar   todas  as  atividades  do  corpo  docente,  dinamizando,   facilitando  e esclarecendo   a   atuação   da   supervisão   pedagógica,   junto   ao   corpo   administrativo, docente   e   discente   da   escola.                         Acreditamos ser a nossa escola, dinâmica, aberta e flexível, onde todos os envolvidos devem estar comprometidos com o desenvolvimento de ações que levem à formação de cidadãos conscientes das dimensões  sócio­cultural,  política, profissional e humana, em torno do real objetivo, peculiar destas Unidades Penais, que é a inserção do homem na sociedade da qual ele está  excluído.

 OBJETIVOS:

Este plano de ação tem como objetivos:

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• Estabelecer metas a cumprir para o ano 2010.

• Estabelecer  ação coletiva, de modo a resolver as situações em conjunto sempre que necessário e possível.

•   Melhorar o processo educativo, buscando a qualidade dos serviços ofertados pela escola.

• Viabilizar o cumprimento, da melhor e mais eficaz maneira possível,  da Proposta Pedagógica Curricular, do Projeto Político Pedagógico e do Regimento Escolar.

• Administrar   o   desenvolvimento  do  Planejamento  Anual   dos  Professores  bem como do Plano de Trabalho Docente.

• Respeitar   as   datas   e   viabilizar   o   cronograma   de   Reuniões   Pedagógicas, Conselhos de Avaliação e demais atividades previstas no Calendário   Escolar 2010.

• Estudar   temas   juntamente   com   os   docentes,   voltados   para   uma   escola democrática.

• Estabelecer ações metodológicas e avaliativas   para o melhor  rendimento do aluno.

• Conhecer   e   acompanhar   o   desempenho   escolar   do   aluno   através   de   sua documentação escolar junto com os professores.

• Subsidiar e acompanhar as ações da Coordenação Pedagógica da APED­PEL, sempre que necessário.

• Acompanhar  o desenvolvimento dos planos de trabalhos docentes a fim de que haja um trabalho interdisciplinar de modo a proporcionar um ensino eficiente.

• Colaborar indistintamente com os professores na análise e seleção de atividades diversificadas  e  contextualizadas  que  valorizem a  cultura  dos  alunos  e  seus saberes socialmente construídos na prática comunitária.

• Desenvolver,   com o  coletivo  da  escola,  ações  que  possibilitem a   reflexão  e aprimoramento dos valores éticos e morais, como também do respeito mútuo e de solidariedade e partilha.

• Viabilizar e aplicar os Exames Supletivos para conclusão do Ensino Fundamental Fase II  e Ensino Médio promovidos   pelo DET­Departamento de Educação e Trabalho /SEED/Pr.

• Viabilizar a aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio­ENEM,  ofertado pelo Ministério da Educação e Cultura.

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• Viabilizar a participação bem como estimular os professores a participarem de cursos e eventos .

• Ser um agente facilitador, que garanta a realização dos projetos previstos, com respaldo dos Setores parceiros da Unidade Penal.

• Viabilizar a Hora­Atividade dos docentes por disciplinas afins.

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Organização da Biblioteca Escolar e viabilização do uso de forma eficaz.

Trabalho em conjunto com a Unidade Penal, viabilizando meios para a inclusão do aluno que trabalha e quer estudar.

Divulgação das informações recebidas da SEED, NRE, e outros órgãos, que sejam do interesse da comunidade escolar.

Identificação,   junto   aos   professores,   das   dificuldades   encontradas   no   trabalho escolar   no   dia­a­dia   e   buscando,   coletivamente   as   possíveis   medidas   para solucioná­las.

Assessoria aos professores da Fase I,  na elaboração de atividades que  levem a conquista de um nível de consciência critica dos alunos, de autonomia nos estudos, de aperfeiçoamento da leitura e escrita bem como a necessidade de condutas que possam favorecer­lhes a apropriação dos conteúdos.

Colaboração   junto   aos   professores   com   o   desenvolvimento   de   atividades significativas,   pertinentes  as   datas   comemorativas   cívicas,   religiosas   ,   sociais   e culturais.

Organização e realização das Semanas Pedagógicas no inicio do período letivo do primeiro semestre e do segundo semestre, ofertadas pela  SEED – Coordenação de Formação Continuada – CFC.

Organização   de   Grupos   de   Estudos   com   temas   escolhidos   pelos   professores, durante as     

Horas­atividades, considerando­os como de capacitação e aprimoramento.

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Organização   das   turmas   da   Fase   I,   Fase   II   e   Ensino   Médio   e   viabilização   da presença dos alunos na escola, juntamente com a equipe de segurança.

Acompanhamento do cumprimento das ações estabelecidas na relação professor /aluno.

Análise das Fichas de Avaliação e Frequência dos alunos concluintes.

METAS:    Pretende­se alcançar:  Execução,   com   o   coletivo   escolar,   das   ações   previstas   neste     Projeto   Político 

Pedagógico   e   sua    relação   com   a   realidade   escolar,   ofertando   um   ensino   de qualidade.

 A manutenção dos Grupos de Estudos mensais, durante a Hora­atividade visando a capacitação do professor, tanto pedagógico como para conhecimento e organização funcional da unidade escolar.

  Que   seja   subsidiado   junto  a  unidade,   os  meios   para  elaboração  de  materiais didáticos e de consumo para efetivação do trabalho escolar.

Que seja facilitado os  instrumentos que levem o acesso ao conhecimento e  cultura para o professor e aluno.

Que seja  redobrada a atenção aos alunos com dificuldades na apropriação dos conteúdos assegurando a Recuperação paralela dos mesmos.

A intensificar da colaboração junto aos professores para uso eficaz e continuo dos recursos tecnológicos disponíveis na escola, com enfoque no computador com uso da internet e da TV com uso do Pen­drive.

A execução da Avaliação  Institucional,  conforme orientação da mantenedora,  de acordo com a proposta da SEED, no momento adequado.

A aplicação dos Exames Supletivos e ENEM.

ESTRATÉGIAS:

Estabelecer o compromisso de obtermos resultados através de : Reuniões   previstas   em   calendário   ou   não;   propiciar   estudos,   discussões 

pertinentes a vida escolar do aluno e à prática pedagógica. Disponibilização   de   materiais   didáticos   copiados,   atividades   em   geral     de 

consumo para o professor .

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Contato   regularmente   com  os   devidos   setores   do  NRE  para  o   repasse   dos documentos solicitados.

Parcerias   com   setores   da   Unidade   Penal   para   implementar     as   atividades pedagógicas desenvolvidas.

Reuniões com professores, Conselho Escolar e técnicos das Unidades Penais (psicólogos,   assistentes   sociais,   instrutores,   DIOQ,   DISED),   para     debater   a organização do trabalho pedagógico.

 AVALIAÇÃO              Entendemos que o trabalho a ser desenvolvido pela Equipe Pedagógica não se   restringe   a   ação   das   pedagogas   pois   todo   movimento   pedagógico   da   escola depende da ação dos outros envolvidos neste processo: pedagogas, docentes, direção, direção­auxiliar, equipe administrativa e Setores parceiros desta Unidade Penal.             É um trabalho cooperativo, que demanda integração de todos e envolvimento constante na busca das soluções adequadas para os problemas que forem surgindo e que interferem no processo ensino e aprendizagem.             A avaliação é entendida por esta escola como sendo de natureza continua e progressiva e acontecerá, portanto, constantemente através de toda ação pedagógica desenvolvida, dos projetos, dos planos de trabalho docente, das atividades em sala de aula, do desempenho escolar dos alunos, nas reuniões do Conselho de Avaliação, nas Reuniões Pedagógicas, etc.            Será verificado se os resultados estão em acordo com os objetivos pretendidos e a qualquer tempo, este plano poderá ser reelaborado para que fique em conformidade com a realidade local e com os objetivos propostos.    

CEEBJA / APED/ PEL

Coordenadoras  Pedagógicas: Eliane Subtil MarçalCristiane Katsue Miyazaki Nishiyama

                                 O Plano de Ação é um instrumento de trabalho e aperfeiçoamento, que direciona o professor pedagogo, em sua atuação na escola. Este instrumento é uma proposta de trabalho, pois o Projeto Político Pedagógico é que viabiliza todo o trabalho da comunidade escolar.

OBJETIVOS: •Estabelecer ação  coletiva;•Melhorar o processo educativo, buscando aprimoramento da escola;•Cumprir a proposta pedagógica e suas especificações;•Administrar o desenvolvimento do planejamento escolar;

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•Obedecer o cronograma de reuniões do calendário escolar;•Estudar os temas voltados a EJA, direcionados ao sistema prisional;•Realizar matrículas dos alunos novos;•Organizar pastas das fichas individuais dos alunos;•Organizar   horário   das   aulas   –   feito   todos   os   dias,   devido   ao   índice   de remanejamento dos alunos, em galerias/cela;•Procurar resolver as tarefas específicas do setor administrativo escolar.

ESTRATÉGIAS: •Reuniões previstas em calendário, propiciando estudos pertinentes a vida escolar dos alunos;•Participação ativa em sala de aula, objetivando orientação e supervisão de estudos elaborado na escola;•Ser agente facilitador, que garanta as realizações dos projetos previstos ou não, com respaldo da Unidade prisional;•Manter   contato   com   direção   para   o   repasse   de   documentos   solicitando informações;•Estabelecer   parcerias   com   instituições   para   implementar   atividades   de profissionalização, lazer, artísticas e culturais e cuidados com a saúde;•Reuniões   com  professores  e   técnicos  da  PEL   (psicólogos,   assistentes   sociais, jurídicos e segurança), para debater a organização do trabalho pedagógico.•Auxílio na organização da biblioteca escolar;•Confecção do livro ponto dos professores e coordenação. •Buscar orientações para a realização das tarefas administrativas necessárias do cotidiano escolar.

METAS:•Execução no coletivo, das ações do Projeto Político Pedagógico e sua relação com a realidade escolar, ofertando um ensino de qualidade;•Grupos de estudos visando a capacitação dos professores, tanto pedagógico como para conhecimento e organização funcional da unidade escolar;•Adquirir   meios   para   elaboração   de   materiais   didáticos   e   de   consumo   para efetivação do trabalho escolar, junto a Unidade Prisional;•Utilização de instrumentos que levem o acesso ao conhecimento e cultura para o professor e aluno;•Os objetivos devem ser propostos pelo professor pedagogo, no dia a dia;•Realização do I Seminário: “Diretrizes de Atuação Integração de Profissionais que atuam no Sistema Penitenciário”, para 2010.•Ter a presença de um secretário administrativo, na APED, que realize e oriente as tarefas administrativas.  

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AVALIAÇÃO:

•A avaliação  será  contínua,  durante  o  processo pedagógico,  de  acordo  com as ações realizadas,  a fim de garantir a qualidade do processo ensino aprendizagem, através de um trabalho pedagógico coletivo e cooperativo.

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PLANO DE AÇÃO  DOS DOCENTES

                                                JUSTIFICATIVA

                O presente  plano de ação faz­se necessário como instrumento de trabalho do docente .   Norteará   as funções do professor em sala de aula   e fora dela. Orientará   pedagogicamente a ação do grupo de educadores     no CEEBJA MANOEL MACHADO, no CDR e na APED, da Penitenciária Estadual de Londrina. Sabe­se que este plano de ação é  uma proposta   de trabalho inserido no   Projeto Político Pedagógico da escola que norteará toda   prática pedagógica docente.Acreditamos na construção de uma escola dinâmica, aberta e flexível, onde todos os envolvidos estão compromissados com o desenvolvimento de ações que levam  à formação de cidadãos conscientes nas dimensões  sócio­cultural, política,   profissional   e   humana,   em   torno   de   real   objetivo,   peculiar   desta Unidade Penal que objetiva a inserção do homem à sociedade na qual ele está excluído.                      O trabalho com os alunos deverá       desenvolver a capacidade de acreditar que ele é capaz de construir um mundo melhor para ele   e para as pessoas que fazem parte do seu universo . Acreditamos que o sucesso do nosso   trabalho     está   na   percepção   por   eles,   de   valores     muitas   vezes desconhecidos por aqueles que vivem à margem da sociedade, da razão de encontrar motivos que valham a pena mudar situações de vida. E para tantos desafios, é preciso desenvolver os conteúdos de maneira ativa e significante, onde   todos  os  envolvidos  com o  processo  educativo  possam contribuir  de forma eficaz, conscientizadora e crítica.

       OBJETIVOS

Este plano de ação tem o objetivo de traçar metas para 2010.

Fortalecer  parcerias de atividades sócio   ­educativas  junto a comunidade escolar no CDR com o objetivo de ampliar o universo de conhecimento dos alunos.

Possibilitar   melhoria   do   processo   educativo,   oferecendo   a   prática   de atividades  significativas, durante o ano letivo.

  Inserir   nas   atividades   desenvolvidas   o   tema     História   e   Cultura   Afro­

Brasileira e Africana­LEI n°10.639 9/01/2003

Viabilizar discussões que abranja o Decreto 5588 de 05/04/2005, que trata do   Programa   de   Formação   da   Cidadania   Plena,   buscando   através   da linguagem  a interação do educando, com capacidade de  discernimento e criticidade.  

Resgatar   no   educando   a   auto­estima,   a   confiança     de   sentir­se     auto­suficiente nas atividades que lhe forem propostas durante o curso, tendo como finalidade a inclusão do mesmo na sociedade.

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Propor   situações   problemas   que   levem   o   educando   a   desenvolver   o raciocínio lógico de forma a encontrar soluções coerentes.

Levar   o   conhecimento   da   nossa   história,   fazendo   desse   momento   um paralelo dos fatos  do passado com o presente.

Viabilizar o estudo da língua portuguesa como instrumento de interação e comunicação entre os sujeitos.

Proporcionar momentos de  leituras em todas as disciplinas, de forma que o aluno interaja com o escritor, construindo seu próprio ponto de vista.

 METAS:

.   A execução deste Projeto Político pedagógico, definindo a realidade escolar e atingindo as necessidades do coletivo bem como ofertando um ensino com qualidade. Resgate constante do hábito de estudo nos nossos alunos. Desenvolvimento da linguagem e escrita como ato de  interação dele e do 

espaço que vive. Construção de conhecimentos que tenham resultados significantes  na sua 

atuação na sociedade. Conhecimento das ansiedades pedagógicas dos educandos determinando 

a melhor forma de atendê­las. Trabalhar com   conteúdos significantes para a vida do aluno em todas as 

disciplinas. Desenvolver no aluno o hábito de não agir com imediatismo, resgatando 

através de um currículo oculto, a qualidade de organização, persistência, confiabilidade nas tarefas  propostas.

   ESTRATÉGIAS:                      Os professores de todas as disciplinas desenvolverão atividades diversificadas     utilizando   metodologias   que   atendam   as   necessidades   dos alunos.  As aulas serão    instrumentadas com todos os recursos possíveis  e disponíveis de modo a tornar as  aulas mais agradáveis  e  produtivas. Utilizar­se­á de  aulas expositivas, seminários e debates . Textos diversificados e músicas. Projetos  de  Leitura  com  livros  de   literatura  e  outros  gêneros,   revistas  e 

gibis. Produção de textos  dentro do universo lingüístico  será trabalhado quanto a 

diversidade   da   linguagem,   ,construindo   o   conhecimento   da   história   da humanidade.

Maratonas de matemática serão desenvolvidas no processo, possibilitando o aluno a desenvolver o raciocínio lógico.

Trabalho com gráficos através de pesquisas, dados coletados da Internet (   pelos  professores),  assuntos    que  sejam do   interesse  dos  alunos,  da atualidade.

Na Sala  de Arte  serão desenvolvidos os dons artísticos,  permitindo aos alunos   perceberem   sua   capacidade   de   criar,   criando     momentos   de satisfação  e do poder fazer.

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Pesquisas e trabalhos interdisciplinares   que enriqueçam a aprendizagem dos alunos e que sejam envolventes   despertando o gosto por aprender.

Em   todas   as   ações,   valorizar   a   experiência   do   aluno   e   seus   saberes adquiridos   nas   práticas   sociais,   como   ponto   de   partida   para   todas   as atividades elaboradas. 

Retomada dos  conteúdos,   com a  Recuperação  paralela  ao  processo,  a qualquer tempo, quando os alunos não se apropriarem dos mesmos.

AVALIAÇÃO

A avaliação deste plano acontecerá através: Da observação do desenvolvimento e resultados obtidos pelos educandos 

no decorrer dos trabalhos educativos. Das discussões  e debates realizados com os alunos. Do acompanhamento contínuo e retomada dos conteúdos, na medida em 

que se  observar  que o aluno não se apropriou do mesmo. Das Reuniões  Pedagógicas    e  das   reuniões  do  Conselho  de  Avaliação 

quando todos os professores exporão a situação de aprendizagem dos seus alunos.

PLANO DE AÇÃO DO AGENTE EDUCACIONAL II

ÁREAS DE CONCENTRAÇÃO:­ ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR­ OPERAÇÃO DE MULTIMEIOS ESCOLARES

ATRIBUIÇÕES

Realizar atividades administrativas e de secretaria da instituição escolar onde trabalha;   auxiliar   na   administração   do   estabelecimento   de   ensino,   atuando como   educador   e   gestor   dos   espaços   e   ambientes   de   comunicação   e tecnologia; manter em dia a escrituração escolar e boletins estatísticos; redigir e  digitar  atas  e  documentos  em geral;   receber  e  expedir   correspondências juntamente com a direção da escola; emitir e assinar históricos e transferências escolares   com   anuência   do   diretor;   classificar,   protocolar   e   arquivar documentos;   prestar   atendimento   ao   público(internos),   de   forma   pronta   e cordial; atender ao telefone; prestar orientações e esclarecimentos ao público em relação aos procedimentos e atividades desenvolvidas na unidade escolar; lavrar   termos   de   abertura   e   encerramento   de   livros   atas   de   escrituração; manter atualizados dados funcionais de profissionais docentes e não docentes do   estabelecimento   de   ensino;   manter   atualizada   lista   telefônica   com   os números mais  utilizados no contexto.  da  escola;  comunicar  à  direção  fatos relevantes no dia­a­dia da escola; manter organizado e em local acessível o conjunto   de   legislação   atinente   ao   estabelecimento   de   ensino;   executar trabalho de mecanografia  e  de  reprografia;  participar  de  reuniões escolares sempre  que   necessário;   participar   de   eventos   de   capacitação   sempre   que solicitado; manter organizado o material de expediente da escola; comunicar antecipadamente à direção sobre a falta de material de expediente para que os procedimentos  de aquisição dos mesmos sejam realizados;  executar  outras 

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atividades correlatas  às  ora  descritas;  catalogar  e   registrar   livros,  organizar agenda para utilização de espaços de uso comum; zelar pelas boas condições de uso de televisores e outros aparelhos disponíveis nas salas de aula; zelar pelo bom uso de murais, auxiliando na sua organização, agir como educador, buscando a ampliação do conhecimento do educando, facilitada pelo uso dos recursos disponíveis na escola; quando solicitado; participar das capacitações propostas pela SEED ou outras de interesse da unidade escolar; decodificar e mediar  o  uso  dos   recursos  pedagógicos  e   tecnológicos  na  prática  escolar; executar outras atividades correlatas às ora descritas.*Há outras funções desenvolvidas por um Agente Educacional II na escola de ensino regular, no entanto neste CEEBJA há restrições devido estar localizado nas dependências de uma Unidade Penal (CDR­L/PEL).

METAS PARA 2010

METAS AÇÃORESPONSÁVEIS

CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

1­Hora Atividade agrupada por Disciplina. 

2­Encontros  Mensais durante a Hora Atividade

1­a­Interação entre os professores das disciplinas afins de forma a proporcionar a socialização das experiências de cada um. b­Momentos de leituras e reflexõesque enriqueçam a prática pedagógica.c­Elaboração de materiais didáticos.d­Análise de atividades desenvolvidas com os alunos. 2­Leitura, análise e discussão de Temas relacionados à Educação no Sistema Prisional., a Direitos Humanos e Ações já desenvolvidas em outras instâncias sócio­educativas.

1­Professores

2­ Professores e Pedagogos

1­Encontros Semanais

2­ Encontros  Mensais

3­ Aplicação dos  3­ Realização de  3­ Coordenador  3­ Em período determinado 

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Exames Supletivos do Ensino Fundamental FII e Médio

inscrição dos alunos e demais interessados desta Unidade Penal e da Penitenciária Estadual de Londrina bem como viabilização e aplicação dos Exames, junto ao NRE,  CDR e PEL.

Responsável pela aplicação dos Exames no Centro de Detenção e Ressocialização de Londrina e na Penitenciária Estadual de Londrina.

pela SEED.

METAS AÇÃORESPONSÁVEIS

CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

4­ Participação dos Professores, Pedagogos, Administrativo e Direção em Grupos de Estudos ofertados pela SEED bem como em Cursos, Palestras, Seminários, Encontros e Reuniões.

4­ ­Estudos e reflexões de Temas relacionados à prática pedagógica de cada disciplina.

4­ Direção, Administrativo, Professores e Pedagogos.

4­ ­ Em datas e períodos determinados pela SEED.

5­Participação dos Professores e Pedagogos no Projeto Folhas e OAC.

5­Desenvolvimento de  atividades que possam ser inseridas no Projeto Folhas e OACs.

5­Professores e Pedagogos

5­ Durante o segundo semestre de 2010.

6­ Aumentar  a quantidade de alunos com conclusão de disciplinas e Ensino FI, F II e Ensino Médio.

6­ Propiciando mais momentos de Conselho de Avaliação para levantamento dos possíveis concluintes e dos problemas a serem solucionados.

6­ Professores, Pedagogos, Direção e Administrativo.

6­ Encontros Mensais.

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7­ Desenvolvendo ações com o Setor de Segurança da Unidade Penal  para viabilizar a presença dos alunos na escola, que se encontram implantados em canteiros de trabalho, concomitantemente com a escola. 

7­ Reunião com a chefia de Segurança e conversa com os alunos.

7­ Pedagogos, professores, DISED e alunos.

7­ Reunião com DISED na Semana Pedagógica, encontros semanais e sempre que houver a necessidade.

8­ Maior e melhor integração entre as disciplinas de forma a propiciar a interdisciplinaridade.

8­ Troca de experiências nas Reuniões Pedagógicas.

8­ Direção, Pedagogos e Professores.

8­ Nas Reuniões Pedagógicas previstas em Calendário Escolar 2010.

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METAS AÇÃORESPONSÁVEIS

CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

9­ Desenvolver atividades com os alunos com temas como: preconceito racial, integridade, valores morais, religião, etc.

9­ Assistindo  filmes, estudando textos, vídeos na tv multimídia e outros materiais didáticos.

9­ Pedagogos e Professores.

9­ Uma vez ao mês, na mesma semana, todos os professores trabalham o mesmo tema, além das atividades  já desenvolvidas com estes temas, previstas no PTD.

10­ Intensificação do uso  da TV Multimídia e demais Recursos Tecnológicos.

10­ Encontros durante a Hora Atividade com compartilhamento de atividades possíveis de serem desenvolvidas, vídeos, filmes, etc. 

10­ Professores e Pedagogos.

10­ Durante as Horas Atividades.

11­ Participação dos Alunos em Concursos ofertados por Instituições Municipais, Estaduais e Federais.

11­ Inscrevendo os alunos, sempre que possível, em concursos e ações pedagógicas ofertados à Escola.

11­ Pedagogos, professores e alunos.

11­ Sempre que houver oportunidades.

12­ Viabilizando Palestras  para Professores e Alunos, com temas voltados a Solidariedade, Motivação e Sensibilização para necessidades e dificuldades enfrentadas na sociedade.

12­ Convidando Palestrantes junto ao Prolov, Hospital do Câncer e outras entidades que propiciem  esta atividade voluntariamente, sem gerar ônus financeiro à Escola.

12­ Direção, Pedagogos e Professores.

12­ Durante o 2º semestre.

13­ Propiciando Encontros e Reuniões  com todos os Setores da Unidade Penal para maior envolvimento e participação nas práticas pedagógicas.

13­ Realizando Reuniões  com estudos de Temas relacionados à sócio educação bem como participação de Palestras, Seminários e Cursos .

13­ Direção  da Unidade Penal juntamente com todos os Setores participantes da Comunidade Escolar ( Segurança, Assistência Social, Psicologia, Jurídico e Administrativo, Saúde );  Direção e Direção Auxiliar da Escola, Pedagogos, Professores e Administrativo . 

13­ No decorrer do segundo semestre.

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CONCLUINTES EM 2009

FUNDAMENTAL FI

06

FUNDAMENTAL FII

06

ENSINO MÉDIO 03

CONCLUINTES ATÉ JULHO/2010

FUNDAMENTAL FI

02

FUNDAMENTAL FII

04

ENSINO MÉDIO 02

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CONCLUSÃO 

O CEEBJA Professor Manoel Machado –Ensino Fundamental Fase I e II e Ensino Médio do Centro de Detenção e Ressocialização de Londrina   e a APED da Penitenciaria Estadual de Londrina, na Semana Pedagógica do 2º Semestre     de   Agosto   de   2010,   reuniu     Equipe   pedagógica,   a   Equipe Administrativa, Equipe docente, Assistentes Sociais , Agentes Penitenciários, representantes  da  Divisão   de  Ocupação e  Qualificação e  demais  pessoas envolvidas   no   processo   educacional   do   aluno­preso,   participaram   da Capacitação e Formação Continuada na Semana Pedagógica sob  orientações do  NRE/SEED,  quando  discutiu­se  sobre  as  problemáticas    e  as  possíveis intervenções na prática pedagógica deste Estabelecimento de Ensino, dentro desta Unidade Penal .

Amparado   no   Regimento   Escolar,   Proposta   Pedagógico­Curricular, Diretrizes Curriculares Estaduais da   EJA, Projeto Político Pedagógico, textos de apoio e de  fundamentação teórica,  foi  possível  analisar,   refletir  e propor inclusões   e/ou   alterações   nos   documentos   acima   citados   bem   como implementar as metas para 2º semestre de 2010.

Permitiu ainda reflexão no Marco Situacional levando à reconstrução do Projeto Político Pedagógico.

Finalizou­se   os   trabalhos   da   referida   Semana     Pedagógica   com   a construção do Plano de Trabalho Docente para o segundo semestre.   

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

             O Projeto Político Pedagógico apresentado  para 2010, estabelece ações a serem desenvolvidas para o real  cumprimento da proposta de Educação   para   Jovens   e   Adultos   realizada   pelo   CEEBJA   Professor Manoel Machado.

Expressa a realidade dentro das Unidades Penais –CDR e PEL, e propõe uma escola   voltada para um ensino com qualidade,  dinâmico, priorizando   uma   aprendizagem   significativa   e   a   (   re   )   inserção   do educando ao meio social, do qual está afastado, para que possa atuar de forma consciente  e   fraterna.  No Projeto  Político  Pedagógico    a   função social e educacional da escola está  representada através   das diversas atividades   realizadas,   projetos,   eventos,     e   pelo   próprio   currículo educacional.

        Considerando que em uma escola os saberes não são estáticos, este Projeto está sujeito à avaliação no decorrer do processo, podendo assim ser alterado sempre que necessário e a qualquer tempo, desde que venha ao encontro das necessidades do processo educativo, necessidade dos nossos educandos e estabeleça coerência com a Proposta Pedagógica Curricular, com o  Regimento Escolar, Conselho Escolar e toda Legislação Estadual   e   Nacional   que   o   legitimam.                      Este Projeto Político Pedagógico do CEEBJA Professor Manoel Machado, do CDR e Penitenciária Estadual de Londrina, foi elaborado por todos  os  envolvidos  com o   fazer   pedagógico  desta  escola  e  estará   a disposição de toda comunidade escolar para apreciação e vivência. 

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