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Paula Pinheiro Mundim GLR20130095 Licenciatura em Artes – Etno autografia da Educação UFPR Litoral – Matinhos 2013 Um acaso condizente em um feriado letivo Os dias passam e os detalhes que eram frescos começam a murchar, mas ainda não faz tanto tempo assim, vou enfim tentar etnografar... No fim do mês passado, dia 28 de outubro de 2013, fomos à Paranaguá, eu e mais uma galera da nossa sala de calouros de licenciatura em Artes, a professora Ana Elisa, o motorista do ônibus e o Luigi, estudante de outro curso, mas que é da cidade e aproveitou para ir fazer a visita conosco (e me apresentou a “banana recheada” do Mercado local, muito saborosa, por sinal). Desembarcamos próximo ao terminal rodoviário, com planos iniciais de fazer uma visita à um local cultural relacionado com a Elfrida Lobo, escritora nascida em Paranaguá que nos contou bons detalhes de sua infância durante uma rápida leitura em sala de aula que fizemos de um livro de sua autoria. O desembarque Porém o guia que nos proporcionaria essa entrada em pleno feriado (era dia do servidor público) não compareceu, e então a professora sugeriu que fizéssemos uma caminhada observando os aspectos históricos da cidade. Acatamos o novo plano e fomos andando em frente. Ainda no gramado próximo à rodoviária, avistei um mural que me chamou a atenção:

Paranaguá etnografia

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Etnografia em Paranaguá, no dia 28/10/2013

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Paula Pinheiro Mundim

GLR20130095

Licenciatura em Artes – Etno autografia da Educação

UFPR Litoral – Matinhos 2013

Um acaso condizente em um feriado letivo

Os dias passam e os detalhes que eram frescos começam a murchar, mas ainda não faz tanto tempo assim, vou

enfim tentar etnografar...

No fim do mês passado, dia 28 de outubro de 2013, fomos à Paranaguá, eu e mais uma galera da nossa sala de

calouros de licenciatura em Artes, a professora Ana Elisa, o motorista do ônibus e o Luigi, estudante de outro curso, mas

que é da cidade e aproveitou para ir fazer a visita conosco (e me apresentou a “banana recheada” do Mercado local,

muito saborosa, por sinal).

Desembarcamos próximo ao terminal rodoviário, com planos iniciais de fazer uma visita à um local cultural

relacionado com a Elfrida Lobo, escritora nascida em Paranaguá que nos contou bons detalhes de sua infância durante

uma rápida leitura em sala de aula que fizemos de um livro de sua autoria.

O desembarque

Porém o guia que nos proporcionaria essa entrada em pleno feriado (era dia do servidor público) não

compareceu, e então a professora sugeriu que fizéssemos uma caminhada observando os aspectos históricos da cidade.

Acatamos o novo plano e fomos andando em frente.

Ainda no gramado próximo à rodoviária, avistei um mural que me chamou a atenção:

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Mapa da cidade com principais pontos turísticos enumerados

Olhando brevemente esse mapa, pensei algo como “essa é uma cidade realmente turística, além de histórica, e

tem mesmo muita água... Paranágua...”. Então tirei a foto e fui atrás do grupo, que já se aproximava de nossa primeira

parada.

A primeira escala foi no Mercado Brasílio Abud, onde uma parede sanfonada toda ilustrada por Emir Roth nos

chamou a atenção e os cliques fotográficos. Esses foram alguns de meus registros (eu modifiquei a maioria das fotos em

programas de edição de imagens, porque a lente dificilmente capta o olhar, e mais raramente a impressão da memória,

então gosto de fazer isso):

Placas encontradas perto da entrada do Mercado Brasílio Abud

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Fotografias do mural na entrada do Mercado, de Emir Roth.

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O Mercado e o Mural

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Prosseguimos com a caminhada turística etnográfica, de repente avistamos um Dionísio como que a nos dar

boas vindas a este antigo lugar (não tanto quanto ele):

Dionísio, estátua localizada na “Praça de Eventos 29 de julho

Três cabeças sinistras o cercam, ainda não sei o significado delas, mas tirei fotos. Como são muito semelhantes, vou

retratá-las com diferentes técnicas gráficas:

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Detalhes da estátua de Dionísio

Dali, perto do deus do vinho e do teatro, deparamo-nos com uma casa imensa, do outro lado da rua:

Poste localizado na na “Praça de Eventos 29 de julho e Museu ao fundo

Fomos a sua direção, à seus pés, em uma calçada estreita de paralelepípedos, farejando a entrada, dobramos a

outra esquina, subimos uma leve ladeira, dobramos a esquina, e voilà!

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A última foto é um detalhe da atual entrada da “casa imensa”, que, segundo a placa de trânsito e alguns papéis

expostos no caminho já haviam informado, é atualmente um museu, o MAE/PR (Museu de Arqueologia e Etnologia

UFPR). Para nossa inicial frustração, por ser uma segunda-feira (além de feriado), o recinto estava fechado, mas veja só,

havia pessoas ali, que se comoveram com nosso numeroso grupo, oferecendo uma visitação monitorada ainda assim.

Luiz, o senhor que nos recepcionou depois dos seguranças, começou por nos chamar a atenção à arquitetura

que ali nos rodeava. Uma mistura de estruturas modernas e deveras antigas.

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Entregou-nos papéis informativos sobre o local e as exposições que ali estavam e em seguida nos guiou para um

auditório, onde decorreu por um momento dedicado de explicações históricas.

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Vou resumir a partir do que me recordo e do que li nos papéis entregues, fazendo um recorte específico para

“Etnografia da Educação”:

As primeiras providências para a construção deste edifício começaram entre os anos de 1682 e 1685, quando a

Câmara de Paranaguá negociou com o Conselho Ultramarino de Lisboa a instalação de uma Casa da Companhia de Jesus

na cidade, local que seria residência para os jesuítas, e que também serviria um colégio de ensino primário, latinidade e

religião. A autorização para a vinda e fixação de alguns padres na Vila foi concedida em 1704, e a Casa foi fundada, com

a ajuda de diversas doações por parte dos paranaguaras. Porém o Colégio teve que aguardar a licença real, o que só

ocorreu em 1738. As obras continuaram por mais alguns anos e enfim o Colégio foi inaugurado em 19 de março de

1755.

No entanto, a permanência dos jesuítas depois da apropriação do Colégio foi curta, pois em 4 de julho de 1760 o

Marquês de Pombal ordenou que a Companhia de Jesus fosse extinta e que seus membros fossem expulsos do Brasil.

Antes de sairmos do então auditório (antiga capela, se não me engano) Luiz nos atentou a um aspecto

arquitetônico típico de uma instituição educacional naquela época: as “conversadeiras”. Anexados à quase todas as

janelas do edifício, encontram-se dois assentos, os quais nos explicou ter a finalidade tanto de ser local onde ocorriam

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diálogos instrutivos entre mestres e pupilos, quanto um espaço para leituras com melhor aproveitamento da iluminação

natural.

Outra característica que denuncia seus fins estudantis é a parte central da construção, um pátio, onde pude

imaginar jovens vestidos com classe em momentos de distração.

A foto abaixo é de quando estávamos no início da visita, lá em cima, e as posteriores um pouco antes de

partirmos, lá embaixo. No meio tempo, visitamos as exposições então vigentes, que estavam muito interessantes, e

também percorremos outros locais do edifício com histórias impactantes. Esse é um local de muitos focos de

observação, tenho fotografias que ilustram isso, porém deixarei para outra oportunidade, pois essa é uma tentativa de

registro focando no aspecto “Colégio”.

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E por fim, meus companheiros da aventura e o fim desse capítulo de nosso dia de aula em Paranaguá: