41
Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ Área de Ciências da Saúde Curso de Medicina Disciplina Saúde do Adulto e do Idoso II Parasitoses Intestinais Professora: Ana Cristina Acorsi Etges.

Parasitoses Intestinais Professora: Ana Cristina Acorsi Etges

Embed Size (px)

Citation preview

Universidade Comunitria da Regio de Chapec - UNOCHAPEC rea de Cincias da Sade Curso de Medicina Disciplina Sade do Adulto e do Idoso

Universidade Comunitria da Regio de Chapec - UNOCHAPECrea de Cincias da SadeCurso de MedicinaDisciplina Sade do Adulto e do Idoso IIParasitoses Intestinais

Professora: Ana Cristina Acorsi Etges.Parasitologia:

a cincia que estuda os parasitas, os seus hospedeiros e as relaes entre eles.

Conceito de parasito o ser vivo de menor porte que vive associado a outro ser vivo de maior porte, custa ou dependncia deste.Conceitos empregados em Parasitologia

Figura: Jeca Tatu Figura: Jeca Tatu

DE ACORDO COM O LOCAL ONDE ELE SE HOSPEDA:

Ectoparasito vive externamente no corpo do hospedeiro.

Endoparasito vive dentro do corpo do hospedeiro.

Hiperparasito que parasita outro parasito.Conceitos empregados em ParasitologiaDE ACORDO COM A RELAO ESTABELECIDA COM O HOSPEDEIRO:

Parasito acidental aquele que parasita outro hospedeiro que no o seu normal. Exemplo: Dipylidium caninum (helminto encontrado no intestino delgado de ces) parasitando criana.

Parasito estenoxnico o que parasita espcies de vertebrados muito prximas. Exemplo: Algumas espcies de Plasmodium s parasitam primatas; outras, s aves. Parasito eurixeno o que parasita espcies de vertebrados muito diferentes. Exemplo: Toxoplasma gondii, que pode parasitar todos os mamferos e at aves.Conceitos empregados em ParasitologiaParasito facultativo aquele que pode viver parasitando, ou no, um hospedeiro (quando no est parasitando chamado de vida livre). Exemplo: As larvas de Sarcophagidae podem se desenvolver em feridas necrosadas ou em matria orgnica (esterco) em decomposio.

Parasito heterogentico aquele que apresenta alternncia de geraes. Exemplo: Plasmodium como ciclo assexuado no mamfero e sexuado no mosquito.Conceitos empregados em ParasitologiaParasito heteroxnico aquele que apresenta hospedeiro definitivo e intermedirio, ou seja, precisa de mais de um hospedeiro para completar o ciclo. Exemplo: Trypanosoma cruzi e Schistosoma mansoni.

Parasito monoxnico aquele que apresenta apenas hospedeiro definitivo. Exemplo: Enterobius vermiculares, Ascaris lumbricoides.

Parasito monogentico aquele que no apresenta alternncia de geraes (isto , possui um s tipo de reproduo sexuada ou assexuada). Exemplo: Ascaris lumbricoides, Ancylostomatidae, Entamoeba histolytica.

Conceitos empregados em ParasitologiaParasito obrigatrio aquele incapaz de viver fora do hospedeiro. Exemplo: Toxoplasma gondii, Plasmodium, Schistosoma mansoni.

Parasito errtico: o que vive fora do seu Hbitat normal. Ex. O Ascaris lumbricoides no canal coldoco.

Parasito peridico aquele que frequenta o hospedeiro intervaladamente. Exemplo: Mosquitos que se alimentam sobre o hospedeiro a cada trs dias.Conceitos empregados em ParasitologiaConceito de hospedeiro Organismo que alberga o parasito.Hospedeiro definitivo aquele que alberga o parasito em fase adulta ou em fase de atividade sexual.Hospedeiro intermedirio - aquele que alberga o parasito em fase larvria ou no qual se reproduz assexuadamente.Hospedeiro paratnico ou de transporte - aquele que hospeda temporariamente ou serve de veculo para que o parasito chegue ao hospedeiro definitivo. O parasita no evolui nesse e portanto, no imprescindvel para completar o ciclo vital, ainda que geralmente aumenta as possibilidades de sobrevivncia e transmisso.Conceitos empregados em ParasitologiaFORMAS DE ASSOCIAO:

Forsia: ocorre na associao de dois organismos de espcies diferentes, onde uma das espcies procura apenas abrigo ou transporte.Mutualismo: quando organismos de espcies diferentes vivem em ntima associao, havendo benefcio mtuo. Exemplo: associao de protozorios e bactrias no rumem de bovinos.Comensalismo: a associao entre duas espcies onde uma obtm vantagens sem promover prejuzos para outra. Exemplo: Entamoeba coli no intestino grosso humano.Parasitismo: a associao entre seres vivos na qual, o hospedeiro espoliado pelo parasito, pois fornece nutriente e abrigo e sofre danos. Exemplo: E. histolytica no intestino grosso humano.Conceitos empregados em ParasitologiaPara haver doena parasitria h necessidade de alguns fatores:

Inerentes ao parasito: nmero de exemplares que atingiram o hospedeiro; virulncia da cepa e localizao do parasito.

Inerentes ao hospedeiro: idade, nutrio, tipo da resposta imune desenvolvida.Conceitos empregados em ParasitologiaAO DO PARASITO SOBRE O HOSPEDEIRO:

Mecnica: uma ao exercida pela presena do parasito em determinado rgo, podendo ser uma ao destrutiva ou obstrutiva durante sua migrao.Espoliativa: quando o parasito retira nutrientes do hospedeiro.Traumtica: quando o parasito provoca traumas no hospedeiro, tanto na forma adulta, quanto na forma larvria.Txica: Quando produtos do metabolismo do parasito so txicos para o hospedeiro.Conceitos empregados em Parasitologia

AO DO PARASITO SOBRE O HOSPEDEIRO:

Imunognica: quando partculas antignicas dos parasitos sensibilizam tecidos do hospedeiro aumentando a resposta imunitria e agravando a parasitose.Irritativa: deve-se presena do parasito, que sem produzir leses traumticas, irrita o local parasitado.Inflamatria: o prprio parasito ou produtos do seu metabolismo estimulam o afluxo de clulas inflamatrias locais.Conceitos empregados em Parasitologia

AO DO PARASITO SOBRE O HOSPEDEIRO:

Enzimtica: o que ocorre na penetrao da pele por cercrias de S. mansoni ou a penetrao de trofozotos de E. histolytica na mucosa do intestino grosso.

Anxia: quando ocorre grande consumo de oxignio pelo parasito nas hemcias podendo causar anxia generalizada.Conceitos empregados em Parasitologia

VETOR:

um artrpode, molusco ou outro veculo capaz de transmitir o parasito entre dois hospedeiros.Vetor biolgico: quando o parasito se reproduz ou se desenvolve no molusco ou no artrpode.Vetor mecnico: quando o parasito no reproduz nem se desenvolve no vetor, pois este apenas o transporta.Vetor inanimado ou fmite: quando o parasito transportado por objetos, tais como seringa, espculo, talher, copo.Conceitos empregados em Parasitologia

VECULOS DE TRANSMISSOPelo contato pessoal ou por objetos de uso pessoal (fmites):Ex: Sarcoptes scabiei, Pthirus pubis, Pediculus capitis, Trichomonas vaginalis.Pela gua, alimentos, fmites, poeira, mos sujas:Ex: Entamoeba histolytica, Giardia lamblia, Ascaris lumbricoides, Enterobius vermiculares.Por solos contaminados por larvas:Ex: Ancylostoma duodenale, Necator americanus, Strongyloides stercoralis.Por vetores ou com hospedeiro intermedirio:Ex: Plasmodium sp., Schistosoma mansoni, Taenia sp.Conceitos empregados em Parasitologia a cincia que estuda a distribuio de doenas ou enfermidades, assim como a de seus determinantes na populao humana. Os determinantes so tambm denominados fatores de risco.O objetivo principal a promoo da sade atravs da preveno de doenas, em grupos populacionais. Estes grupos podem ser habitantes de uma rea geogrfica definida, indivduos de uma determinada faixa etria, pessoas que esto ou foram expostas a um ou mais fatores de risco especficos.EPIDEMIOLOGIAObjetivos:

Identificar a causa ou etiologia das enfermidades.

Estudar a histria natural das enfermidades.

Descrever o estado de sade das populaes.

Avaliar as intervenes ou programas de sade.

EPIDEMIOLOGIATRADE EPIDEMIOLGICA DE DOENASVETORFigura 1: FONTE: NEVES, David Pereira, 2012, pg.16.AGENTESEXEMPLOSAgentes biolgicosProtozorios, metazorios, bactrias e fungosElementos nutritivosExcesso: colesterol; deficincia: vitaminas, protenasAgentes qumicosVeneno, alrgenos, medicamentosAgentes fsicosTraumas, radiao, fogoEPIDEMIOLOGIAFONTE: NEVES, David Pereira, 2012, pg. 16 . Tabela1: Classificao dos Agentes de Doenas27FATORES DOS HOSPEDEIROSEXEMPLOSDemogrficosSexo, idade, grupo tnicoBiolgicosFadiga, estresse, estado nutricionalSociaisDieta, exerccio fsico, ocupao, acesso aos servios de sadeResposta imuneResistncia natural a infeco, doena autoimuneSuscetibilidadeResistnciaEPIDEMIOLOGIAFONTE: NEVES, David Pereira, 2012, pg. 16 . Tabela 2: Caractersticas do Hospedeiro28Perodo de incubao: definido como o intervalo entre a exposio ao agente (contato) e o aparecimento da enfermidade. Exemplos: na malria por Plasmodium falciparum, o perodo de incubao de 12 dias e para a amebase de 2 a 4 semanas.

Doenas clnicas e subclnicas: Em muitas doenas a proporo de indivduos infectados sem sinais os sintomas clnicos (doena subclnica) pode ser bem maior do que a proporo de indivduos que apresentam sintomas clnicos (doena clnica).

Conceitos Epidemiolgicos de DoenasA doena subclnica ou inaparente pode incluir: a) doena pr-clnica: inicialmente no detectvel atravs dos sintomas clnicos, no entanto, progride para a forma clnica;b) doena subclnica: permanece na forma subclnica sendo detectvel atravs de exames sorolgicos (anticorpos);c) doena latente: infeces em que o agente permanece em forma latente, no se multiplica.Conceitos Epidemiolgicos de DoenasDinmica da Distribuio das Doenas na Populao

Endemia: a presena constante de uma doena em uma populao de determinada rea geogrfica. As doenas parasitrias, em sua grande maioria, manifestam-se como endemias, no Brasil e no mundo.Epidemia: a ocorrncia de uma doena em uma populao, que se caracteriza por uma elevao progressiva, inesperada e descontrolada = SURTO EPIDMICO.Pandemias: so as epidemias que ocorrem ao mesmo tempo em vrios pases. Exemplo: a OMS considera a AIDS.Conceitos Epidemiolgicos de Doenas

Histria Natural das Doenas

Medidas PreventivasTaxa de morbidade: medida de frequncia das doenas, operacionalizada por duas taxas distintas, que so:

Medindo Sade e DoenaTaxa de Incidncia: dada pelo nmero de casos novos de determinada doena, presente em uma populao, em um perodo de tempo definido dividido pelo nmero de pessoas, em risco de desenvolver esta doena nesta populao, no mesmo perodo de tempo definido.Medindo Sade e Doena

Taxa de Prevalncia: dada pelo nmero de casos de uma determinada doena presente em uma populao, em um perodo de tempo definido dividido pelo nmero de pessoas existentes na populao no mesmo perodo de tempo definido.

Prevalncia = Incidncia X Durao da DoenaMedindo Sade e Doena

Medindo Sade e DoenaPrevalncia AumentaPrevalncia diminuiDoenas de longa duraoDoenas de curta duraoCasos novos de doenaDoenas que causam a morteAumento de sobrevidaTeraputica eficazMelhoria das tcnicas de diagnsticoImigrao de pessoas doentesEmigrao de pessoas doentesFatores que Afetam a Taxa de PrevalnciaTabela 3: fatores que afetam a taxa de prevalnciaFONTE: CIMERMAN, Benjamin, 2010, pg.15.Taxa de Mortalidade: A fonte utilizada para clculo so os atestados de bito. A causa da morte codificada pelo CID utilizada por todos os pases. As taxas de mortalidade no Brasil so publicadas pelo Ministrio da Sade, sendo calculadas pela causa bsica do bito, por regio geogrfica, por sexo e por faixa etria.

Medindo Sade e Doena

Medindo Sade e Doena

41