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PARECER TÉCNICO ÁGUA SUPERFICIAL Jairo Antonio de Oliveira Rúbrica MASP: 1200309-1 04/ 09/2017 Data De acordo: Leonardo Gomes Borges Diretor Regional de Apoio Técnico MASP: 1.365.433-0 Rúbrica 04/ 09/2017 Data 1 Processo: 22889/2016 Protocolo: 0324076/2017 Dados do Requerente/ Empreendedor Nome: AAAP Empreendimentos e Participações Ltda CPF/CNPJ: 18.075.049/0001-79 Endereço: Rua São João Paraíso Nº 232 – Anexo Bairro: Sion -CEP 30315-450 Município: Belo Horizonte - MG Dados do Empreendimento Nome/ Razão Social: AAAP Empreendimentos e Participações Ltda CPF/CNPJ: 18.075.049/0001-79 Endereço: Zona Rural Distrito: Município: São Francisco do Glória - MG Dados do uso do recurso hídrico UPGRH: PSAPS2 PS2 (Rio Pomba e Muriaé) Curso D`água: Rio Glória Bacia Estadual: Rio Muriaé Bacia Federal: Rio Paraíba do Sul Latitude: 20° 48’ 24 ” Longitude: 5942° 19’ 35” Dados enviados Área drenagem (km²): 415 Q7,10 (m³/s): 0,75 m 3 /s 2,42 50%Q7,10 (m³/s): 1,21 Cálculo IGAM Área drenagem (km²): 414 Rendimento específico (L/s.km²): - Q7,10 (m³/s): 2,36 50%Q7,10 (m³/s): 1,18 Porte conforme DN CERH nº 07/02 P[ ] M[ ] G[ X] *Geração de Energia Potência Instalada (MW): 1,6 Queda Bruta (m): 17,00 Queda líquida (m): 16,15 Vazão nominal (m³/s): 11,32 Vazão nominal unitária (m 3 /s): 5,66 Vazão mínima operativa (m 3 /s): 1,70 Vazão Média a Longo Termo (m 3 /s): 10,8 Vazão mínima – Média Mensal (m 3 /s): 1,80 Q95% Permanência (m 3 /s): 3,22 Q7.10 (m 3 /s): 2,36 Vazão Residual no TVR (m³/s): 1,08 Potência garantida (MW): 1,04 Modo de Uso do Recurso Hídrico 20 - APROVEITAMENTO DE POTENCIAL HIDRELÉTRICO Uso do Recurso hídrico implantado Sim[ ] Não[X]

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PARECER TÉCNICO

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Jairo Antonio de Oliveira

RúbricaMASP: 1200309-1 04/ 09/2017

Data

De acordo: Leonardo Gomes BorgesDiretor Regional de Apoio Técnico

MASP: 1.365.433-0 Rúbrica04/ 09/2017

Data

1

Processo: 22889/2016 Protocolo: 0324076/2017

Dados do Requerente/ Empreendedor

Nome: AAAP Empreendimentos e Participações Ltda CPF/CNPJ: 18.075.049/0001-79Endereço: Rua São João Paraíso Nº 232 – AnexoBairro: Sion -CEP 30315-450 Município: Belo Horizonte - MG

Dados do Empreendimento

Nome/ Razão Social: AAAP Empreendimentos e Participações Ltda CPF/CNPJ: 18.075.049/0001-79Endereço: Zona RuralDistrito: Município: São Francisco do Glória - MG

Dados do uso do recurso hídricoUPGRH:PSAPS2

PS2 (Rio Pomba e Muriaé) Curso D`água: Rio GlóriaBacia Estadual: Rio Muriaé Bacia Federal: Rio Paraíba do SulLatitude: 20° 48’ 24 ” Longitude:

59’42° 19’ 35”

Dados enviadosÁrea drenagem (km²): 415 Q7,10 (m³/s):

0,75 m3/s2,42 50%Q7,10 (m³/s): 1,21

Cálculo IGAMÁrea drenagem (km²): 414 Rendimento específico (L/s.km²): -

Q7,10 (m³/s): 2,36 50%Q7,10 (m³/s): 1,18

Porte conforme DN CERH nº 07/02 P[ ] M[ ] G[ X]

*Geração de Energia

Potência Instalada (MW): 1,6Queda Bruta (m): 17,00Queda líquida (m): 16,15Vazão nominal (m³/s): 11,32Vazão nominal unitária (m3/s): 5,66Vazão mínima operativa (m3/s): 1,70Vazão Média a Longo Termo (m3/s): 10,8Vazão mínima – Média Mensal (m3/s): 1,80Q95% Permanência (m3/s): 3,22Q7.10 (m3/s): 2,36Vazão Residual no TVR (m³/s): 1,08Potência garantida (MW): 1,04

Modo de Uso do Recurso Hídrico

20 - APROVEITAMENTO DE POTENCIAL HIDRELÉTRICO

Uso do Recurso hídrico implantado Sim[ ] Não[X]

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Data

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Dados da Captação

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov dez

VazãoLiberada(m³/s)

Dia/ Mês

Horas/Dia

Volume(m³)

Observações: O EMPREENDIMENTO É DE GRANDE PORTE E POTENCIAL POLUIDOR. HEVENDONECESSIDADE DE SER LEVADO À APRECIAÇÃO DA CÂMARA DE INSTRUMENTOS DEGESTÃO CERH OU DO COMITÊ DE BACIA CORRESPONDENTE, QUANDO ESTEPOSSUIR CÃMARA TÉCNICA.

Análise Técnica

1. CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDIMENTO

O empreendimento, ora em análise, visando a outorga do aproveitamento hidrelétrico refere-se aCentral Geradora de Energia Cachoeira do Espirito Santo (CGH- Espírito Santo), de propriedadeda da empresa “AAAP Empreendimentos e Participações Ltda” , a ser instalada no Rio Glória nomunicípio São Francisco do Glória, cujas coordenadas geográficas, constate da DRDH –Declaração de Reserva de Disponibilidade Hídrica são: 20º 48’ 24” de latitude sul e 42º 19’ 35” delongitude oeste.

O rio Gloria, que compõe a bacia hidrográfica do rio Muriaé, nasce na porção leste da Serra doBrigadeiro, na cidade de Fervedouro/MG, numa altitude aproximada de 1.000 metros, e drenauma área de aproximadamente 1.094 km2. A partir das cabeceiras, o rio Glória percorre nadireção sul, andando cerca de 95 km até atingir sua foz na margem esquerda do rio Muriaé.

Até o local do barramento da CGH Cachoeira do Espírito Santo, situado a aproximadamente 36km de sua nascente, o rio Glória tem uma área de drenagem de 414 km².

No âmbito do licenciamento ambiental, trata-se de um empreendimento de pequeno porte, cujapotência instalada será da ordem de 1,60 MW, onde não haverá reservatório, mas tão somenteum pequeno acúmulo natural com 0,009 hectares de água na cota de elevação de 494,00 metrosreferente ao NA – Máximo Normal e cujo NA-Normal de jusante está na cota de 479,80 metros.

Para facilitar o desvio da água para o sistema de adução, localizado na margem esquerda, ondenão haverá capacidade de acumulação, sendo a vazão afluente será igual a vazão defluente,portanto de operação a fio d’água, não contribuindo para o aumento significativo do nível daságuas por ocasião das cheias.

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A responsabilidade pela instalação e operação estará a cargo da empresa “AAAPEmpreendimentos e Participações Ltda””, após cumpridas as formalidades legais doLicenciamento Ambiental, junto a SUPRAM-ZM.

2. ESTUDO DA DISPONIBILIDADE HÍDRICA

2.1. Análise a Montante e Jusante

Com base nas informações apresentadas no SIAM, verificou a existência de 96 processos deusos insignificantes na área de drenagem totalizando 96 L/s ou 0,096 m3/s, mas nenhum usocadastrado no TVR, a Jusante do empreendimento.

2.1. Análise do TVR

O trecho de vazão reduzida (TVR) situado entre tomada d’água e a casa de força devendoapresenta uma extensão de aproximadamente 230 metros. Com base nas informaçõesapresentadas no SIAM, não se verificou usuários de recursos hídricos regularizados ao longo doTVR.

No TVR, no percurso de aproximadamente 230 metros, a vazão natural do Rio Glória serábastante reduzida e nele está prevista a liberação de uma vazão mínima remanescente) da ordemde 1,08 m3/s o que corresponde a 46 % da Q7-10 (1,04 m3/s), estimada conforme metodologiaconstante do SIAM.

2.1. Disponibilidade Hídrica

Na avaliação da disponibilidade hídrica devem ser considerados os valores dos usos ao longo doTVR. Todavia, como não se constatou usuários regularizados no trecho, a disponibilidade hídricaseria a vazão total requerida, ou seja, 11,32 m3, que de subtraída dos usos no TVR,representaria a Disponibilidade hídrica para movimento das turbinas, todavia como não há uso, apriori toda a vazão requerida está disponível.

3. ESTUDOS HIDROLÓGICOS

3.1. Características da região

3.1.1 Temperatura e Precipitação

Nas observações meteorológicas de superfície, foram utilizados dados da estação de Viçosa e deCaparaó, uma vez que não existem estações próximas ao empreendimento, sendo toda ainformação prestada resultante de estações climatológicas existentes na periferia da região deinserção.

Com base nos dados das citadas estações meteorológica, inferiu-se que na região de inserçãoda CGH Espírito Santo verifica-se que o tipo climático predominante é o Tropical Mesotérmico

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Brando com três meses secos, onde temperatura média anual varia em torno de 18ºC a 19ºC e overão é brando, sendo que, o mês mais quente apresenta temperatura média próximo aos 22ºC.

No que se refere aos dados precipitação anual, tomou-se como base as estações pluviométricasde Bicuíba e Jussara, ambas próximas ao local de inserção do empreendimento, onde concluiu-seque a transição para o período chuvoso ocorre nos meses de agosto e setembro sendo que oúltimo apresenta maiores valores de precipitação total mensal. O período chuvoso vai de outubroa março com precipitação média total anual assumindo um valor de, aproximadamente, 1.250 mmpara a área estudada..

3.2. Fluviometria

3.2.1. Informações da Estação Fluviométrica de Referência

Para análise dos fluviométricos no Rio Gloria no local de inserção da CGH Espírito Santo utilizou-se as informações da série histórica (1962/2005), da estação de Bicuíba (58916000), operadapela ANA-CPRM, onde as falhas foram completadas adotando- se a correlação entre as áreas dedrenagem da estação de Bicuíba (58916000) e da estação de Patrocínio de Muriaé (58920000).

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3.2.2. Estudo das vazões (Mínimas – Máximas - Médias)

Para o estabelecimento das vazões mínimas, máximas e médias da Estação de Bicuíba,aplicou-se sobre os valores das series históricas de 1962 a 2005 devidamente corrigidos, utilizou-se do programa SisCAH, desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa em Recursos Hídricos doDepartamento de Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Viçosa (GPRH-UFV)

Todavia, a série de vazões (Mínimas – Máximas - Médias) para olocal da usina foi obtida portransferência a partir da estação base fluviométrica Bicuíba (58916000), pela proporcionalidadeentre as respectivas áreas de drenagem, chegando-se ao fator de correção dos dados com autilização da equação de proporcionalidade: F = A1 / A2, onde: A1 = área de drenagem da CGH-Espírito Santo (414 km2); A2= área de drenagem na estação base de Bicuíba (391 km2), portantoestabelecendo um fator para a estimativa dos dados do local da CGH de 1,0588(F= 414/391=1,0588), conforme ilustra as tabelas a seguir a seguir:

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a) Vazões mínimas de referência (Q7-10)

Tendo como base a série de dados da vazão mínima foi possível estabelecer a Q7-10 para o localde inserção da Usina adotando-se o programa SisCAH da UFV onde o modelo Logpearson 3foi o que apresentou menor desvio padrão, portando foi o escolhido, chegando-se a um valorestimado da ordem de 2,36 m3/s, utilizando-se também a proporcionalidade das áreas dedrenagem, sendo que 50% da Q7-10 corresponde a 1,18 m3/s.

Assim, a proposta do empreendedor é de liberação de liberar uma vazão mínima remanescenteno TVR de 1,08 m3/s, corresponderá a 46 % da Q7-10 , o que foi considerado satisfatório, tendo emvista o pequeno TVR de apenas 230 metros.

a) Vazões máximas

Para o cálculo da vazão máxima local, utilizou-se a distribuição estatística de Gumbel aplicada àsérie de dados das vazões máximas diárias anuais para os dados da estação fluviométrica basede Bicuíba Assim, os dados das vazões máximas para o do local onde está implantada a usinatambém foram estimados por meio de correlação direta entre as áreas de drenagem.

A partir dados da estação base após a análise estatística, considerando o período completo,obteve-se o valor de 60,1 m3/s para a vazão máxima da estação base de Bicuíba e 63,6 m3/s parao local da CGH Espírito Santo, após aplicado o fator de correção.

a) Vazões médias

A série de vazões médias mensais, bem como, a vazão Média a Longo Termo (QLMT) do localde inserção da usina, nos casos anteriores, também, foi obtida por transferência de dados daestação fluviométrica base de Bicuíba usando a proporcionalidade entre as áreas de drenagem,com o fator estimado 1,0588 e assim, conforme os dados apresentados no Quadro 02 a seguir,extraído do relatório de outorga, as menores vazões médias no Rio Glória, sendo os meses deJulho a setembro os mais críticos, registrando a menor vazão média de 4,3 m3/s no mês deagosto.

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Podemos notar, a partir da análise do Quadro 02, que as vazões médias mensais conseguiriammanter as duas turbinas da CGH Espírito Santo funcionando acima do mínimo operacional que éde 1,70 m3/s, durante todo o ano, mesmo no mês de agosto quando ocorre a mínima mensal.

Também, através do Quadro 03 e possível verificar, para o local de inserção da usina, que em100 % do tempo ocorrem vazões superiores a 2,78 m3/s, que é um valor superior à vazão mínimanecessária para manter o funcionamento pelo menos uma turbina (1,70 m3/s), somada à vazãomínima remanescente do TVR (1,08 m3/s).

Observa-se pela curva de permanência da Figura 1 e dados do Quadro 03 que vazõessuperiores 11,32 m3/s solicitada na outorga e necessárias para a geração total de energia sóocorrem em 25 % do tempo.

a) Vazão Mínima Remanescente (Vazão ecológica)

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Sabe-se que um valor único de vazão mínima não é suficiente para manter as condições naturaispré-existentes para o desenvolvimento das comunidades aquáticas, todavia visando minimizareste impacto para a CGH Espírito Santo foi prevista vazão mínima no TVR de 1,08 m3/s, ou seja,47 % da Q7-10, ou seja, ressaltando-se que o referido trecho tem uma extensão de 230 metros, nacachoeira espírito Santo, numa queda bruta de 17 metros.

4. ESTRUTURAS HIDRÁULICAS

4.1. Arranjo Geral

O arranjo geral, projetado para ser uma usina a fio d’água, aproveita as característicastopográficas do local para utilização do desnível de 17 metros entre uma soleira vertente e a casade força, através da implantação de um circuito adutor que se desenvolve na margem direita. Apotência instalada da CGH será de 1,60 MW, com duas unidades geradoras de igual capacidade.

4.2. Reservatório Barragem e vertedouro.A Usina será instalada aproveitando uma característica natural do rio, onde será construída umapequena barragem com 40 metros de comprimento e um metro de altura, construída em concretociclópico, gerando um pequeno acúmulo de água com cerca de 900 m3 de volume, sendo que namargem esquerda respeita-se o limite da calha do rio.

Esta pequena estrutura vertente, cuja função é apenas permitir a captação e adução davazão para geração, sem, contudo, criar um reservatório de regulação dos defluxos. Paradimensionamento da estrutura vertente que apresenta cota de crista na elevação 494 metros,utilizou-se a vazão máxima milenar instantânea afluente igual a 185 m³/s.

4.3. Sistema de adução

O Circuito Adutor é provido de uma Tomada D’água Auxiliar, Canal de Adução, Câmara de Carga,Tomada D’água Principal, Conduto Forçado, Casa de Força, circuito de geração e Canal de Fuga.

A Tomada D’água Auxiliar é composta por dois conjuntos de grades de 2,00m x 3,50m cada edois conjuntos de comportas ensecadeiras, ambos com dimensões 1,50 m x 2,50 m. O Canal deAdução, revestido em concreto, possui aproximadamente 80,80 m de comprimento, 4,0 m delargura, na elevação inicial de fundo EL. 491,60 m.

A Câmara de Carga encontra-se na elevação de fundo EL. 486,20 e possui dimensões de 8,60m x(8,00+15,00)m. Conectada à Câmara de Carga posiciona-se a Tomada d’Água Principal,apresentando 1 grade (3,00 m x 4,60 m); 1 comporta ensecadeira (3,00 x 3,40 m) e 1 comportavagão (3,00 m x 3,40 m).

O Conduto Forçado, com diâmetro de 3,00 m, apresenta comprimento aproximado de 74 m até abifurcação, onde o diâmetro passa a ser de 2,60 m; e junto à turbina o diâmetro é de 1,50m.Esses condutos possuem destino final na Casa de Força, o qual contempla um conjunto decomportas ensecadeiras (1,80 m x 3,00 m) na saída de cada um dos dois tubos de sucção.

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4.4. Casa de força e Canal de Fuga

A Casa de Força, do tipo abrigada e situada a 300 metros do barramento, possuirá uma estruturaconvencional com um bloco de montagem, com dimensão de 18,91 metros de comprimento, cujoespaço abrigará, além dos conjuntos turbina/geradores, painéis elétricos e demais equipamentosassociados ao funcionamento da CGH-Espírito Santo, bem como, os espaços necessários àoperação e manutenção.

.O canal de fuga, ou trecho de vazão restituída, após a bacia de contenção próxima as turbinasseguirá até a calha natural do rio Glória e será escavado em rocha até atingir um NA normal dejusante na elevação de 477 metros.

4.5. Sistema de geração

O circuito de geração é constituído de duas turbinas hidráulicas Francis Horizontais acopladas ageradores de potencia nominal unitária de 0,8 MW, totalizando a potência instalada de 1,60 MW.A vazão nominal prevista para acionamento dos conjuntos turbo/geradores do sistema de aduçãoé de 5,66 m3/s para cada conjunto.

4.6. Trecho de Vazão Reduzida

Conforme arranjo geral proposto para o empreendimento CGH Cachoeira do Espírito Santo, otrecho de vazão reduzida (TVR) está localizado entre a barragem e a casa de máquinasestendendo-se em um pequeno trecho de aproximadamente 230 m, com um desnível de 17 m.

Salientamos ainda que a área do trecho de vazão reduzida está inserida numa área rural, em reaquase totalmente devastada em meio a pastagens. Lembramos também que o trecho é pequeno enão existem usuários representativos no local.

4.7. Dispositivo para manter a vazão no TVR

A vazão mínima remanescente também chamada vazão ecológica será atendida através de umdispositivo que será implantado ao lado do vertedouro, e que se constituirá em um rasgo de 4,00m de largura e 0,30 m de profundidade no centro do cordão de concreto ciclópico.

Este dispositivo garantirá a presença de água permanente no trecho do rio compreendido entre opé de jusante da barragem e o Canal de Fuga do Circuito de Geração, com a passagem da vazãoresidual de 1,08 m3/s. A vazão mínima no TVR deverá ser mantida de forma a não prejudicar osusos, que são exclusivamente para dessedentação animal.

5. REGRA OPERATIVA

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5.1. Aspectos gerais

O regime de operação do empreendimento será a fio d’água, partindo-se de um pequeno acumulonatural no leito do rio com 900 m3 de volume de água, onde a água será desviada do através datomada d’água, construída na margem direita do rio Glória, portanto, para obter a potênciamáxima instalada de 1,60 MW é necessário turbinar a vazão nominal unitária de 5,66 m3/s,valendo ressaltar que a vazão mínima operativa é da ordem de 1,70 m3/s.

Na hipótese de não haver água suficiente para atender a vazão mínima a ser operativa a Usinadeixará de operar, fechando a tomada d’água e aguardando a regularização do corpo hídrico.

Vale ressaltar que não haverá alteração na largura natural do Rio Glória, uma vez que serãomantidas as condições naturais determinadas pela sazonalidade de chuvas e vazões. Desta forma,o empreendimento não causará alterações nessa dinâmica, inclusive mantendo o ambiente lótico.Assim, não haverá a formação de reservatório artificial nem a criação de nova APP.

Analisando a Figura 01 observa-se que no mês de agosto só é possível disponibilizar 3,02 m3/s,ou seja, o mínimo necessário para movimentar as turbinas. Observa-se também que durante oitomeses do ano, de abril a novembro, só é possível liberar a vazão mínima remanescente, ou seja,1,08 m3/s, sendo o restante da água usada na geração de energia.

No período mais crítico de estiagem, a vazão turbinada será regida de tal forma a garantir semprea vazão mínima remanescente proposta para o trecho do rio Glória que terá vazão reduzida (TVR).Durante apenas quatro meses do ano haverá vazão excedente a Q7,10 no trecho de vazãoreduzida. Para a manutenção da vazão mínima remanescente no TVR será usado um dispositivohidráulico na forma de um vertedouro livre para efetuar a respectiva descarga.

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PARECER TÉCNICO

ÁGUA SUPERFICIAL

Jairo Antonio de Oliveira

RúbricaMASP: 1200309-1 04/ 09/2017

Data

De acordo: Leonardo Gomes BorgesDiretor Regional de Apoio Técnico

MASP: 1.365.433-0 Rúbrica04/ 09/2017

Data

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Quando também se observa a Figura 02 deste parecer, a vazão proposta para ser desviada parao circuito de adução/turbina da usina é de 11,32 m3/s, no entanto, durante o período de estiagem,sobretudo nos meses entre abril a novembro, o volume de água a ser derivado para a geração deenergia será reduzido, acompanhando o regime hidrológico do corpo hídrico.

Assim, na hipótese de não haver água suficiente para atender a vazão mínima operacional de2,78 m3/s, composta pela vazão mínima a ser turbinada (1,70 m3/s) acrescida da vazão mínimaremanescente (1,08 m3/s), a usina deverá deixará de operar, fechando a tomada d’água eaguardando a regularização do corpo hídrico.

Assim, a regularização do nível d’água será obtida utilizando-se a soleira natural existente no leito,readequando-a para atender as necessidades do projeto. Desse modo, o nível do corpo hídricoserá equilibrado sem provocar o acúmulo/reserva de água e inundações.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÃO

A partir da análise do Quadro 02 observa-se que a vazão média mensal varia entre valores de4,09 m3/s a 20,54 m3/s, sendo o mês de agosto, período no qual o rio Glória no local de inserçãodo empreendimento apresenta a menor vazão média, qual seja, 4,09 m3/s, e neste caso a vazãomáxima a ser turbinada será de 3,01 m3/s, uma vez que o restante de 1,08 m2/s será liberada norio vazão Mínima Remanescente .

Observa-se pela curva de permanência da Figura 1 e dados do Quadro 03, apresentadosanteriormente neste parecer, que vazões superiores 11,32 m3/s solicitada na outorga enecessárias para a geração total de energia só ocorrem em 25 % do tempo.

Em relação às vazões diárias observa-se, pelo Quadro 03, que em 100 % do tempo foramregistradas vazões superiores a 2,78 m3/s que é um valor superior à vazão demandada paramanter a vazão no TVR (1,70 m3/s) somada à vazão mínima operacional (1,70m3/s).

Quando se observa a Figura 02, a vazão proposta para ser desviada para o circuito deadução/turbina da usina é de 11,32 m3/s, no entanto, durante o período de estiagem, sobretudonos meses entre abril a novembro, o volume de água a ser derivado para a geração de energiaserá reduzido, acompanhando o regime hidrológico do corpo hídrico.

Na hipótese de não haver água suficiente para atender a vazão mínima operacional (1,70 m3)acrescida da vazão mínima remanescente (1,08 m3/s), a usina deverá deixará de operar,fechando a tomada d’água e aguardando a regularização do corpo hídrico.

7. PARECER

A equipe técnica da SUPRAM-ZM, conclui pelo deferimento do processo nº 22889/2016, para finsde geração de energia no município de São Francisco do Glória, desde que cumpridas àscondicionantes apresentadas no item 8 deste parecer técnico.

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PARECER TÉCNICO

ÁGUA SUPERFICIAL

Jairo Antonio de Oliveira

RúbricaMASP: 1200309-1 04/ 09/2017

Data

De acordo: Leonardo Gomes BorgesDiretor Regional de Apoio Técnico

MASP: 1.365.433-0 Rúbrica04/ 09/2017

Data

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O teor do artigo 3º da Portaria IGAM Nº. 49/2010 estabelece que o prazo de validade da outorgaseja concomitante com a vigência do licenciamento ambiental ou autorização ambiental defuncionamento – AAF a que estiver vinculada.

Na consulta realizada no Sistema Integrado de Informações Ambientais – SIAM foi constatado queo empreendedor requereu a análise e apreciação do Processo Administrativo Nº.32552/2015/001/2016, motivo pelo qual a equipe interdisciplinar sugere que a validade desteprocesso esteja atrelada ao prazo porventura concedido ao processo de licenciamentosupracitado.

8. CONDICIONANTES

ITEM DESCRIÇÃO PRAZO

01

Realizar monitoramento mensal da vazão liberada pelo dispositivode manutenção da vazão a ser liberada no Trecho de VazãoReduzida durante a operação do empreendimento, enviando áSIPRAM-ZM, um relatório anual dos dados coletados.

A partir daOperação da

Usina

02Realizar monitoramento da vazão afluente a jusante da Tomadad’água deste empreendimento e, elaborar relatório anual dosdados de vazão, devendo este ser enviado à SUPRAM/ZM.

A partir daOperação da

Usina.

03 Manter uma vazão residual imediatamente a jusante da tomadad’água, no mínimo igual a 1,08 m3/s, proposta no relatório técnicoda outorga.

A partir daOperação da

Usina

04Instalar estação fluviométrica no empreendimento visandoacompanhar a vazão disponível do rio, no período seco e úmido eenviar a SUPRAM-ZM, um relatório de consolidação dos dadossemestralmente.

Durante aOperação da

usina