Parte 1 Da Prova Única_Breno_falta6

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  • Universidade do Estado do Rio de Janeiro

    Centro de Tecnologia e Cincias

    Faculdade de Engenharia

    Breno Campos Baroni

    Parte 1 da prova nica Portos 2

    Rio de Janeiro

    2016

  • 1. Exerccio de quebra-mar

    Figura 1: Tramo paralelo ao litoral do quebra-mar (fonte: Google Earth, Terminal Incio Barbosa, Aracaju, Sergipe).

    Objetivo: Dimensionar a seo transversal do trecho do quebra-mar acima

    profundidade de 15,0 m em enrocamento (ou blocos de concreto).

    1.1 Condicionantes fsicos

    - Mars: realizou-se campanha de medio de mars durante 32 dias e

    estabeleceu-se um nvel de reduo para a regio. Em relao a este nvel de

    reduo, tm-se as seguintes caractersticas de mar:

    O perodo de estofa de PM e BM de aproximadamente 1 hora;

  • As amplitudes mximas e mnimas de sizgia registradas foram

    de 2,60 m e 0,09 m em relao ao NR; na quadratura os valores

    foram de 1,71 m e 1,17 m em relao ao NR.

    - Correntes: intensidades muito baixas desconsiderar sua importncia.

    - Ondas: para a determinao da onda significativa de projeto, a seguinte

    distribuio apresentou resultados satisfatrios:

    ()2 = 0,855 0,956 ln()

    Onde,

    tr = perodo de recorrncia.

    O perodo de recorrncia, para uma estrutura em enrocamento, admitida

    como tendo uma vida til econmica de 100 anos, onde foi realizada uma

    campanha de medio de ondas com medies a cada 3 horas, definido como:

    = 3

    24

    365 50

    A altura da onda mxima de projeto pode ser determinada atravs da frmula:

    () = 1,8

    - Geotecnia: as sondagens geotcnicas realizadas na rea indicam a

    presena de material dragvel, misto de silte e areias fina e mdia; o solo

    marinho apresenta boa capacidade de suporte.

  • 1.2 Clculo da Onda de Projeto

    = 3

    24

    365 50

    = 6,849 . 106

    ()2 = 0,855 0,956 ln(6,849 . 106) = 3,5

    () = 1,8 = 1,8 3,5 = 6,3

    1.3 Layout da seo transversal utilizada

    Figura 2: Seo transversal com trs camadas

    1.4 Clculo do peso mdio do bloco

    O peso mdio da armadura principal pode ser calculado a partir da equao de

    Hudson a seguir:

    = .

    3

    . ( 1) 3. cot ()

  • Onde,

    - Peso especfico da rocha (r): 2,65 t/m (granito gnaisse);

    - Altura da onda de projeto (Hs): 3,5 m;

    - Relao entre o peso especfico do bloco de rocha (2,65 t/m) e a gua

    do mar (1,03 t/m) (Sr): 2,57;

    - ngulo entre o fundo do mar (horizontal) e o talude da estrutura ():

    arccot (1,5);

    - Coeficiente de estabilidade (Kd): 4

    Os resultados encontrados foram os seguintes:

    = .

    3

    . ( 1) 3. cot ()=

    2,65 . 3,53

    4. (2,57 1)3 . 1,5= 4,89

    ,50 = (50

    )

    13

    = (4,89

    26,5)

    13

    = 0,57

    A fim de se verificar os valores obtidos, o clculo tambm foi realizado

    com o uso da ferramenta online CRESS, e o resultado se encontra a seguir:

    Figura 3: Clculo utilizando a ferramenta online CRESS

    A discrepncia entre os resultados obtidos deve-se ao fato do CRESS

    utilizar uma adaptao da frmula de Hudson devido a certos limites da

  • formulao original. De tal forma, usa-se como onda de projeto nesta formulao

    o valor H1/10 = 1,27 X Hs = 4,45 m. Para este trabalho ento, sero utilizados os

    valores obtidos no CRESS, seguindo recomendaes da ltima edio do Shore

    Protection Manual para a aplicao desta frmula.

    Logo, para a armadura principal da seo transversal do trecho estudado,

    devero ser utilizados blocos de pedra com pesos variando entre 12,5 t e 7,5 t,

    sendo que 50% dos blocos que compem a seo devem pesar mais que 10 t;

    a gradao das pedras dever ser uniforme ao longo destes limites.

    O programa, adicionalmente, determinou a aresta equivalente de um cubo

    de mesma massa, sendo ela D50 = 1,56 m.

    Para a armadura de transio ser utilizado o valor de W/10, conforme

    recomendado no layout do item 1.3.

    Assim, para a armadura de transio da seo transversal do trecho

    estudado, devero ser utilizados blocos de pedra com pesos variando entre 1,30

    t e 0,70 t, sendo que 50% dos blocos que compem a seo devem pesar mais

    que 1 t; a gradao das pedras dever ser uniforme ao longo destes limites.

    Para o Ncleo ser utilizado o valor de W/200, conforme recomendado no

    layout do item 1.3.

    Assim, para o Ncleo da seo transversal do trecho estudado, devero

    ser utilizados blocos de pedra com pesos variando entre 75 Kg e 25 Kg, sendo

    que 50% dos blocos que compem a seo devem pesar mais que 50 Kg; a

    gradao das pedras dever ser uniforme ao longo destes limites.

  • 1.5 Elevao e largura da crista

    No ser permitido o galgamento por sobre a estrutura de enrocamento.

    De tal forma, a elevao da crista ser tomada como sendo a menor elevao

    que oferea essa proteo requerida.

    Os seguintes condicionante foram considerados para a determinao da

    cota de elevao da crista em relao ao nvel de reduo (zero da Carta

    Nutica):

    Preamar (sizgia): +2,60 m;

    (H)mx = 6,3 m.

    Logo, a elevao da crista dever ser, no mnimo, de + 8,9 m acima do

    nvel de reduo (zero da Carta Nutica).

    Como a estrutura no estar sujeita ao galgamento, sua largura no

    considerada crtica. Desta forma, ela ser determinada de maneira a permitir a

    passagem de 2 caminhes a fim de viabilizar o processo executivo. Logo, a

    largura da crista adotada ser de 8 m.

    1.6 Nvel das camadas

    Nvel Inferior da armadura Principal:

    Devido ao fato da profundidade no local (15 m) ser superior 1,5 Hs, a

    profundidade da armadura principal recomendada igual, numericamente,

    onda significativa de projeto, e portanto, 3,5m. Logo, sua elevao ser de -3,5

    m em relao ao nvel de reduo (zero da Carta Nutica).

  • Nvel do Ncleo

    Para impedir que durante a execuo da obra, a gua invada a rea de

    trabalho, a cota do ncleo foi definida como a altura da Cota de Preamar de

    Sizgia adicionada metade da altura da onda de projeto Hs. Obteve-se assim a

    cota de +4,35 m em relao ao nvel de reduo (zero da Carta Nutica).

    1.7 Espessura da armadura principal e de transio

    A determinao da espessura da camada ser baseada na seguinte

    equao:

    = (

    )

    13

    Onde,

    r = espessura da camada;

    n = 2 ( nmero de camadas);

    Ka = 1,15 (Coeficiente de acomodao para blocos de pedra);

    (W/r)1/ = D50 = 1,56 m (Aresta de um cubo equivalente de mesma massa -

    Principal);

    (W/r)1/ = (1t / 2,65t/m)1/3 = 0,72 m (Aresta de um cubo equivalente de

    mesma massa - Transio);

  • Logo,

    - Espessura da Armadura Principal

    2 . 1,15 . 1,56 = 3,60

    - Espessura da Armadura de Transio

    2 . 1,15 . 0,72 = 1,66

    Observao: Com a definio prvia das cotas do topo do ncleo e da

    crista, a soma das espessuras das armaduras Principal e de Transio precisam

    ser superiores diferena destas cotas para que no ocorra o galgamento das

    ondas. De fato, a espessura calculada considerando 2 camadas de blocos de

    pedra e um coeficiente de acomodao para elas, foi superior diferena entre

    as cotas de cada camada. Para fins de detalhamento, as espessuras das

    armaduras foram definidas de maneira que as cotas previamente calculadas

    para o ncleo e crista fossem atingidas.

  • 1.8 Detalhamento da Seo transversal

    Unidade: metros

    Referncia: Nvel de Reduo (+0,00m)

  • 2. Exerccio de Acesso Aquavirio (1)

    Defina, a partir da frota de navios a seguir, o navio de projeto a ser

    adotado para a elaborao do Projeto do Acesso Aquavirio para um dado Porto

    Fluvio-Martmo. Considerando que no clculo estrutural do(s) beros de

    atracao a quantidade de movimento do navio aspecto da maior importncia,

    qual seria o navio a considerar?

    O navio de projeto um navio caracterizado pelas maiores dimenses

    de: comprimento entre perpendiculares, boca e calado. Outras particularidades,

    entretanto, devem ser levadas em considerao relativamente s caractersticas

    do navio de projeto, que no estejam associadas apenas sua geometria, tais

    como:

    Navios de menor manobrabilidade;

    Navios de maior rea vlica;

    Navios que transportam cargas perigosas.

    O guia para projetos de canais de acesso (PIANC) recomenda ainda a

    considerao de mais de um navio de projeto na fase inicial do processo de

    projeto para determinar largura e profundidade do canal. A escolha ento deve

    ser feita de maneira a assegurar que todos os outros navios que venham a utilizar

    o canal possam faz-lo com segurana.

    De tal forma, o navio de projeto considerado para o clculo da largura

    do canal ser o seguinte:

    Tpb (t) Lpp (m) B (m) D (m)

    19800 240 40 3

  • De mesma maneira, o navio de projeto que deve ser considerado para

    o clculo da profundidade do canal ser o que fornecer o maior calado.

    Tpb (t) Lpp (m) B (m) D (m) Lpp . B. D (m)

    19800 240 40 3 28800

    22500 173 27,2 11,6 54584,96

    30000 155 24,5 10,7 40633,25

    65000 225 32,2 12,5 90562,5

    O navio de projeto utilizado ento:

    Tpb (t) Lpp (m) B (m) D (m)

    65000 225 32,2 12,5

  • 3. Exerccio de Acesso Aquavirio (2)

    Calcule, a partir do navio estabelecido anteriormente, a largura do canal

    em mar aberto-para uma e duas vias de trfego-admitindo: ventos moderados

    de travs, regime de correntes fraco, e mar aberto agitado; boa sinalizao

    nutica; cargas no perigosas; velocidade de navegao do canal de 11 ns;

    canal submerso.

    Manobrabilidade e Velocidade (Largura Ocupada Wmb)

    Devido a um regime de correntes fraco, boa sinalizao nutica e, em

    contrapartida, um mar aberto agitado, para a definio da Largura Ocupada

    (Wmb) ser considerado uma manobrabilidade mdia. Assim, o valor de Wmb

    1,5 B.

    Logo,

    = 1,5 . 40 = 60

    Para o clculo da Largura Adicional (Wv), tem-se como considerao a

    existncia de uma velocidade de navegao moderada (8 ns < v = 11 ns < 12

    ns) em um canal desabrigado.

    Logo,

    = 0

  • Ao dos Agentes Fsicos (Largura Adicional WAF)

    A partir das consideraes baseadas nos dados coletados e na tabela acima,

    tem-se para a largura adicional devida ao dos agentes fsicos o seguinte

    valor:

    = 0,4 + 0,2 + 0,1 + 2,2 . (40 ) = 88,7

  • Condies de Sinalizao Nutica (Largura Adicional WSN)

    A partir das consideraes baseadas nos dados coletados e na tabela

    acima, tem-se para a largura adicional devida s condies de sinalizao

    nutica, o seguinte valor:

    = 0,1 . (40) = 4

    Tipo de Carga (Largura Adicional WTC)

    = 0

  • Distncia de passagem (Largura adicional Wp)

    Para o caso do canal possuir mais de uma via de trfego.

    = 1,6 . (40) + 0,2 . (40) = 72

    Efeito de Margem (Largura Adicional WEM)

    = 0,5 . (40) = 20

  • Largura do canal aberto para uma Via

    = + + + + + 2.

    60 + 0 + 88,70 + 4 + 0 + 202 192,7

  • Largura do canal aberto para duas Vias

    = 2 ( + + + + ) + 2. +

    2. (60 + 0 + 88,70 + 4 + 0) + 202 + 72 417,4

  • 4. Exerccio de Acesso Aquavirio (3)

    A partir do Navio de Projeto definido na questo 2, qual seria o valor do

    Calado Dinmico (squat) para a velocidade de navegao de 11 ns?

    Navio de Projeto:

    Tpb (t) Lpp (m) B (m) D (m)

    65000 225 32,2 12,5

    Da tabela de dimenses tpicas de navio, ser adotado um valor de

    Coeficiente de bloco igual 0,64, obtido de um navio com dimenses

    semelhantes ao navio de projeto.

    () = 2,4 .

    2 .

    2

    1 2

    = . . . = 0,64 . 225 . 32,2 . 12,5 = 57960

    Para uma primeira estimativa, ser considerado o fato de que o Fh deve

    ser maior do que 0,6 (navios-tanque) a 0,7 (navios full-container). Isto ,

    V (

    ) 0,6.

    5,662

    0,62. 9,81= 9,07 ,

    Para segunda estimativa ser arbitrado o valor de h=16 m que maior que

    (Calado(12,5) +Onda(3,5/2) + folga (0,5)), faltando apenas o squat. Tem-se

    assim:

    =

    =

    5,56

    9,81 . 16= 0,44 /

  • () = 2,4 .57960

    225 .

    0,44

    1 0,44= 0,59

    Para esse squat, a profundidade para o canal de acesso ser:

    Profundidade = 12,5 (calado esttico) + 0,59 (calado dinmico) + 1,75 (Onda)

    + 0,5 (folga) = 15,34 m

    A norma PIANC recomenda que a relao entre a Profundidade do

    canal de acesso e o calado esttico do navio seja maior que 1,1. Fazendo essa

    verificao, temos:

    15,34

    12,5= 1,23 > 1,1 !

  • 5. Exerccio de Planejamento Porturio (1):

    Um terminal de Mltiplo Uso, dotado de quatro beros de atracao

    movimenta atualmente, cerca de 4,5 milhes de toneladas por ano de carga

    diversa (importao e exportao).

    Considerando um lote mdio por navio de 9000 t, e uma produtividade

    mdia no manuseio da carga de 4000 t/navio-dia, calcule a taxa de Ocupao

    do Terminal, e o Tempo de Estadia do navio no Terminal. Utilize as informaes

    da Tabela 1, em Anexo, considerando disponveis 330 dias por ano para

    operaes porturias.

    Admitindo que medidas no horizonte de curto prazo vo possibilitar a

    melhoria da produtividade no manuseio em 25%, calcule o efeito

    dessas medidas sobre o Tempo de Estadia do navio do Terminal.

    Considerando o custo dirio mdio de um navio multi-purpose no

    Porto de US$25.000, calcule o benefcio da adoo de tais medidas

    para o Armador (dono do navio).

    Movimentao anual: 4.500.000 t/ano

    Consignao mdia: 9000 t/navio

    Produtividade: 4000 t/navio-dia

    Navios por ano:

    4500000 /

    9000 /= 500 /

    Tempo de servio (atendimento) por navio:

    9000 /

    4000

    .

    = 2,25 /

    Para 500 navios:

    500

    . 2,25

    = 1125

  • Seguindo a recomendao de taxa de ocupao da tabela acima, tem-se:

    1 330

    4 70% 330 = 231 /

    231

    4 = 924 < 1125

    Taxa de Ocupao:

    . =

    = , = %

    A partir da Tabela 1, tem-se:

    Entrada: T.O = 0,85 e Nmero de Beros: 4

    Sada: Tw/Ts = 0,9

  • Assim,

    =

    2,25= 0,9 = 2,03 /

    = + = 2,03 + 2,25

    = , /

  • Considerando uma melhoria da produtividade no manuseio em 25%.

    Tempo de servio (atendimento) por navio:

    9000 /

    1,25 . 4000

    .

    = 1,8 /

    Para 500 navios:

    500

    . 1,8

    = 900

    900 < 924 ()

    Nova Taxa de Ocupao:

    . =

    . = , = %

    A partir da Tabela 1, tem-se:

    Entrada: T.O = 0,68 e Nmero de Beros: 4

    Sada: Tw/Ts = 0,24 (interpolao)

    Assim,

    =1,8

    = 0,24 = 0,43 /

    = + = 0,43 + 1,8

    = , /

  • Considerando o custo dirio mdio de um navio multi-purpose no Porto de

    US$25.000, calcule o benefcio da adoo de tais medidas para o Armador

    (dono do navio).

    $ . , ( , , ) = $ . ,

  • 6. Exerccio de Planejamento Porturio (2)

    Dado o seguinte mix de produtos, e considerando os conceitos aplicados

    moderna concepo porturia, indicar como deveria ser orientado o

    desenvolvimento de um Empreendimento Porturio onde esto previstos

    movimentaes diversas, tais com:

    Inicialmente,

    Terminal de Mltiplo Uso

    Terminal de Graneis Slidos: Milho e soja

    Terminal especializado para produtos siderrgicos