parte da monografia Luciano Carneiro Reis

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Parte da monografia sobre Logística em canteiro de obras

Citation preview

  • INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAO, CINCIA E TECNOLOGIA DO MARANHO IFMA / MA

    CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

    LUCIANO CARNEIRO REIS

    LOGSTICA EM CANTEIROS DE OBRAS VERTICAIS

    So Lus - MA

    2014

  • LUCIANO CARNEIRO REIS

    LOGSTICA EM CANTEIRO DE OBRAS VERTICAIS

    Monografia apresentada ao Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Maranho (IFMA) como exigncia final para obteno do ttulo de Bacharel em Engenharia Civil.

    Orientador: Joo Crisostomo Ramos Arajo IFMA.

    So Lus - MA 2014

  • LUCIANO CARNEIRO REIS

    LOGSTICA EM CANTEIRO DE OBRAS VERTICAIS

    Monografia apresentada ao Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Maranho (IFMA) como exigncia final para obteno do ttulo de Bacharel em Engenharia Civil.

    Orientador: Joo Crisostomo Ramos Arajo - IFMA

    Aprovado em ____/____/____

    BANCA EXAMINADORA

    ___________________________________________

    Prof. Joo Crisosotomo Rio Novo (Orientador)

    ___________________________________________ 1 AVALIADOR

    ___________________________________________

    2 AVALIADOR

  • Ao docente Alusio Alves Muchacho, pela grande determinao ao trabalho, e pelos dias de professor, amigo e orientador em diversos momentos desse caminho que percorri.

  • AGRADECIMENTOS

    Aos meus pais Antnio dos Reis Neto e Raimunda Fernandes Carneiro Reis,

    que me ensinaram a viver e que com dedicao, fora e amor me proporcionaram a

    realizao deste sonho.

    Aos meus amigos mais antigos, Kayo Frias, Joo Lus Barros, Paloma Reis

    e Leonardo Bezerra por esses anos de companheirismo e por tornar a vida mais

    leve e dividida.

    minha amiga e namorada, Liana Moraes Rgo, que desde que me lembro

    e at esse momento vem apoiando e acompanhando o difcil processo que foi o

    aprendizado, tendo pacincia e dando fora sempre.

    Ao meu amigo Jomar Monteiro por todo o aprendizado prtico, terico e

    tico-profissional, alm de muito crescimento pessoal proporcionado durante o

    perodo em que trabalhamos juntos.

    Aos amigos que conheci durante esses anos de graduao e que dividiram

    as dificuldades, mudanas, aprendizado, tempo, viagens, fichas de sinuca e as

    alegrias baratas e caras que encontramos pelo caminho.

    Aos meus amigos Antenor Ribeiro, Joselina Santos, Larissa Feitosa e

    Rafaela Gondim que durante o perodo de estgio e emprego em obra, trabalhando

    juntos, me ensinaram a ensinar, ouvir, aprender, explicar e dividir.

  • A linha entre a ordem e a desordem est na logstica....

    (Sun Tzu)

  • RESUMO

    Via de regra, sendo um dos pr-requisitos para iniciar uma obra, esse estudo precisa ser minimamente executado a fim de evitar conflito de equipamentos, servios, retrabalhos, mobilizaes, alteraes de acessos e etapas. Alm de a ausncia do mesmo causar grandes prejuzos financeiros e fsicos. Grandes empresas chegam a elaborar projetos e planejamentos diversos que consideram as mdias de produo diria e o cronograma da obra para que sejam evitados desperdcios ou excessos. O estudo dos fatores, equipamentos, influncias, variveis regionais e dimensionamentos apresentam-se promissores. A logstica de execuo e transporte de materiais tende a otimizar os custos e compor, com grande representao percentual, o BDI das obras, alm de serem considerados nos procedimentos de execuo de servios a fim de compor a ordem executiva e proporcionar diretrizes para a determinao dos equipamentos utilizados bem como seu tamanho, velocidade ou quaisquer propriedades que precisam ser estudadas durante as mesmas. O armazenamento dos materiais e planejamento de entregas, quando feito de forma ordenada e planejada, permite melhor aproveitamento do espao fsico da obra, abastecimento da mo de obra e menor ociosidade. Dessa forma, seu controle e execuo precisam ser pensadas e entendidas por todos os envolvidos para que, diariamente, o acesso ao descarrego, transporte interno e abastecimento dos postos de trabalho sejam feitos de forma facilitada, rpida e segura. Os canteiros de obras verticais, no entanto, alm das muitas necessidades comuns a todas as obras, tambm conta com postos de trabalhos com acesso dificultado pelos nveis da edificao comprometendo, assim, a logstica padro de distribuio de materiais para a produo, gerando necessidades outras que tentem a ser sanadas pela existncia de equipamentos de acesso a nveis superiores e inferiores mecanizados. Alm do acesso aos nveis, a segurana na execuo dos servios tornou-se um ponto de extrema ateno que requer espaos e equipamentos que vm a interferir nos processos de produo, operao, acessibilidade e armazenamentos. As necessidades apresentadas pela existncia da verticalizao dos canteiros de obras transforma completamente a logstica do canteiro que acaba por tornar-se simbionte com os nveis de servio, utilizando-os como postos de armazenamento dos materiais a serem futuramente aplicados. Como resultado, so gerados diversos documentos que norteiam o armazenamento dos materiais, organizao do canteiro, posicionamento de mquinas e ferramentas, reas e construes provisrias. Consequentemente, o bom andamento da implantao e continuao do estudo de logstica.

    Palavras-chave: Planejamento; Logstica; Obras Verticais.

  • ABSTRACT

    As a rule, one of the prerequisites to start a work, this study needs to be performed minimally to avoid conflict of equipment, services, rework, mobilizations, changes and access steps. Besides, the lack of it, cause great financial and physical losses. Large companies even develop various projects and plans that consider the average daily production and schedule the work so that waste or excesses are avoided. The study of factors, equipment, influences, regional and sizing variables are presented promising. The logistics of implementing and transporting materials tends to optimize costs and compose with a high percentage representation, the BDI works, besides being considered in the procedures for the execution of services in order to compose the executive order and provide guidelines for determining equipment used and its size, speed or any properties that need to be studied for the same. The storage of materials and supplies planning, when done in an orderly and planned manner, allows better use of the physical space of the work, supply of hand-power and lower idle. Thus, their control and enforcement need to be thought and understood by all involved so that daily access to unloading, internal transportation and supply of jobs are made easy, fast and secure. The beds of vertical works, however, beyond the common lot of all works needs, also has work stations with access impeded by the levels of the building, thus compromising the pattern of distribution of materials for the production logistics, generating needs, others, who try to be remedied by the availability of access to upper and lower levels mechanized equipment. Besides access levels, security in performing services has become a point of extreme attention it requires space and equipment that come to interfere in the processes of production, operation, storage and accessibility. The needs expressed by the existence of vertical construction sites completely transforms the logistics of the bed which ends up becoming symbiotic with service levels using them as gas storage materials to be applied in future. As a result many documents are generated that govern the storage of materials, organization of construction, placement of machines and tools, areas and temporary constructions. Consequently, the smooth progress of the implementation and continuation of the study logistics.

    Key words: Planning; Logistic; Vertical Building.

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 - Consideraes geomtricas quanto ao posicionamento da grua (SOUZA & FRANCO, 1997)...................................................................................

    25

    Figura 2 Cronograma elaborado no Microsoft Office Project 2010 apresentado no primeiro nvel de detalhamento.........................................................................

    27

    Figura 3 Cronograma elaborado no Microsoft Office Project 2010 apresentado no segundo nvel de detalhamento........................................................................

    28

  • SUMRIO

    1 INTRODUO ..................................................................................................... 12

    2 CONCEITOS BSICOS ....................................................................................... 14

    2.1 Canteiro de Obras ........................................................................................... 14

    2.1.1 O Projeto do canteiro de obras ....................................................................... 14

    2.2 Logstica ........................................................................................................... 15

    2.3 Projeto de Produo ....................................................................................... 15

    2.4 O Planejamento de Obras ............................................................................... 16

    2.5 O oramento da Obra ...................................................................................... 16

    2.6 O Planejamento de Compras e Contrataes ............................................... 17

    3 O PROJETO DO CANTEIRO DE OBRAS ........................................................... 19

    3.1 Consideraes Iniciais .................................................................................... 19

    3.1.1 A edificao .................................................................................................... 20

    3.1.2 O entorno da obra .......................................................................................... 20

    3.1.3 O espao til da obra aos elementos de canteiro de obra ............................. 20

    3.1.4 A identificao das etapas de obra, fases do canteiro e o programa de

    necessidade ............................................................................................................ 21

    3.1.4.1 Necessidades de mo de obra e material ................................................... 22

    3.1.4.2 Necessidades de equipamentos e ferramentas .......................................... 24

    3.1.4.3 Necessidades de mquinas para transporte vertical e horizontal ............... 25

    3.1.5 Totalizao de necessidades ......................................................................... 25

    3.1.5.1 Quantidade de mo de obra por perodo..................................................... 27

    3.1.5.1.1 Identificao de pico de quantidade de mo de obra ............................... 28

    3.1.5.1.2 Identificao de turno de servio .............................................................. 29

    3.1.5.1.3 Planejamento de contrataes, demisses, custos, terceirizaes e

    locao de alojamentos ........................................................................................... 30

    3.1.5.2 Quantidade de material por perodo ............................................................ 30

    3.1.5.2.1 Estudo volumtrico dos materiais por tipo ................................................ 31

    3.1.5.2.2 Estudo de consumo por perodo .............................................................. 32

    3.1.5.2.3 Estudo de perodo mximo de estocagem ............................................... 32

    3.1.5.2.4 Estudo de mtodo de controle de estoque ............................................... 33

    3.1.5.2.5 Compras, contrataes e demisses. ...................................................... 34

  • 3.1.5.2.6 Planejamento de entregas e carretos ....................................................... 35

    3.1.5.2.7 Planejamento de contratao de mquinas para transporte horizontal e

    vertical de materiais por etapa ................................................................................ 35

    3.1.5.2.8 Planejamento de reas de descarrego e armazenagem .......................... 36

    3.1.5.2.9 Planejamento de mobilizao e estocagem diria por perodo ................ 37

    3.1.5.2.10 Plano de estocagem de consumos nos nveis de trabalho ..................... 37

    3.2 Dimensionamento das reas ......................................................................... 38

    3.2.1 reas de vivncia ........................................................................................... 39

    3.2.2 reas operacionais ......................................................................................... 39

    3.2.2.1 reas operacionais de produo fsica........................................................ 39

    3.2.2.2 reas operacionais de controle ................................................................... 40

    3.2.3 Dimensionamento das reas de estocagem .................................................. 40

    3.2.3.1 Por etapa ..................................................................................................... 41

    3.2.3.2 Por nvel ...................................................................................................... 42

    3.2.3.3 Por turno ...................................................................................................... 42

    3.2.3.4 Por servio .................................................................................................. 43

    3.2.4 rea de acessos, esperas, trnsito e transporte ............................................ 44

    3.2.5 rea de armazenamento e transporte de resduos ........................................ 44

    3.3 O Layout do Canteiro de Obras ..................................................................... 45

    3.3.1 Incluso das folhas de projeto de produo ................................................... 46

    3.3.2 Identificao das reas................................................................................... 47

    3.3.3 Identificao dos detalhes .............................................................................. 47

    3.3.4 Legendas, smbolos e esquemas ................................................................... 47

    3.3.5 Finalizao e implantao .............................................................................. 48

    4 CONCLUSO ...................................................................................................... 49

    REFERNCIAS ....................................................................................................... 50

    ANEXOS ................................................................................................................. 53

  • 12

    1 INTRODUO

    A organizao do canteiro de obras fundamental para o bom

    desenvolvimento das atividades, pois evita desperdcios de tempo, perdas de

    materiais e falta de qualidade dos servios executados. A logstica tem uma

    responsabilidade muito grande nesse contexto, a qual dever procurar dar sua

    contribuio na elaborao do planejamento, organizao e projeto do layout a fim

    de que todo o processo de desenvolvimento da obra transcorra da melhor forma

    possvel. (VIEIRA, 2006).

    Os materiais devem ser armazenados e estocados de modo a no prejudicar

    o trnsito de pessoas e de trabalhadores, a circulao de materiais, o acesso aos

    equipamentos de combate a incndio, e ainda no obstruir portas ou sadas de

    emergncia e no provocar empuxos ou sobrecargas nas paredes, lajes ou

    estruturas de sustentao alm do previsto em seu dimensionamento. (NR18, 2013).

    Comparativamente a outras indstrias, a Construo usa muito mais material

    ao longo de um ano de atividades (por volta de 100 a 200 vezes mais que a Indstria

    Automobilstica); portanto, qualquer ao visando maior eficincia no uso dos

    materiais de construo pode ter reflexos relevantes quanto ao desenvolvimento

    sustentvel do pas. (SOUZA, 2005).

    As demandas por espaos dentro do canteiro tambm so reflexos das

    tcnicas construtivas empregadas. Ou seja, o planejamento para entrada/sada e

    localizao dos equipamentos; definio das fases do canteiro; locais para

    estocagem; disponibilidade de reas; demandas por reas a cada fase do canteiro;

    reas que podem ser reaproveitadas; etc. (VIEIRA, 2006). Logo, medida que vai

    evoluindo a construo dos andares-tipo, na mesma proporo, facilita-se alocao

    de espaos necessrios, com acentuada abertura de novas possibilidades de

    espaos utilizveis. (VIEIRA, 2006).

    O incio da execuo da alvenaria requer a previso de espaos maiores

    para estocagens (blocos ,areia,cal,cimento) e do aumento simultneo do nmero de

    operrios na obra, alm de prever um espao para o processamento da argamassa.

    Tudo isto leva necessidade de maiores espaos e maior demanda por transporte

    vertical. (VIEIRA, 2006).

  • 13

    O objetivo desta pesquisa obter informaes acerca dos novos processos

    adotados para o armazenamento e transporte de pessoas e materiais entre os

    diversos nveis e postos de trabalhos em edificaes verticais atuais. Alm disso,

    visa buscar informaes sobre os equipamentos, suas normas, restries,

    dimensionamento e projeto, a fim de esclarecer a necessidade do estudo prvio

    sobre a logstica, suas reas, materiais, quantidades, fluxos, equipamentos e

    mtodos aplicados a canteiros de obras verticalizados.

    .

  • 14

    2 CONCEITOS BSICOS

    2.1 Canteiro de Obras

    O canteiro de obras pode ser definido basicamente como local ou rea

    reservada do terreno total do empreendimento para disposio dos diferentes

    elementos que o compe, com o objetivo de proporcionar o necessrio suporte s

    operaes desenvolvidas no seu interior a fim de que os servios da obra

    aconteam da maneira mais produtiva possvel e na tentativa de reduzir os custos

    de produo da obra. O canteiro de obras tambm pode ser definido como: reas

    destinadas execuo e apoio dos trabalhos da indstria da construo, dividindo-

    se em reas operacionais e reas de vivncia. (ABNT, 1991).

    Segundo a NR-18 (2013), canteiro de obras a rea de trabalho fixa e

    temporria, onde se desenvolvem operaes de apoio e execuo de uma obra.

    Conforme a NBR-1367 (1991), o canteiro de obras se destina execuo e apoio

    dos trabalhos da indstria da construo, dividindo-se em reas operacionais e

    reas de vivncia.

    2.1.1 O Projeto do canteiro de obras

    Sabe-se que, no Brasil, a preocupao com a elaborao do projeto do

    canteiro de obras ainda no atingiu o nvel de importncia que realmente merece,

    isto , no constitui uma prioridade. No entanto, os engenheiros, construtores e

    empreendedores comeam a reconhecer que um projeto bem desenvolvido,

    alicerado em cima de estudos criteriosos do projeto do produto e do projeto da

    produo encaminhar o desenvolvimento de um empreendimento de uma forma

    mais eficiente com maximizao da produtividade, minimizao das perdas e

    desperdcios e com maior segurana ao trabalhador. (VIEIRA, 2006).

    Segundo Ferreira (1998), o projeto do canteiro de obras o servio

    integrante do processo de construo responsvel pela definio do tamanho, forma

    e localizao das reas de trabalho fixas e temporrias. E, tambm, das vias de

    circulao necessrias ao desenvolvimento das operaes de apoio e execuo

  • 15

    durante cada fase da obra de forma integrada e evolutiva de acordo com o projeto

    de produo do empreendimento, oferecendo condies de segurana, sade e

    motivao aos trabalhadores e execuo racionalizada dos servios.

    2.2 Logstica

    Segundo Larraaga (2009), a palavra Logstica tem significado no verbo

    francs loger, que significa alojar e era utilizada para identificar o abastecimento

    militar de grandes exrcitos com tudo o que era necessrio para a batalha na linha

    de frente, longe de suas bases de recursos.

    A logstica na construo trata-se de um processo multidisciplinar aplicado a

    determinada obra que visa garantir o abastecimento, armazenagem, processamento

    e disponibilizao de recursos materiais nas frentes de trabalho, bem como o

    dimensionamento das equipes de produo e a gesto dos fluxos fsicos de

    produo. Tal processo se d atravs das atividades de planejamento, organizao,

    direo e controle, tendo como principal suporte o fluxo de informaes, antes e

    durante o processo produtivo. (SILVA; CARDOSO, 1997).

    2.3 Projeto de Produo

    Segundo Fabrcio e Melhado (1998), na busca por processos construtivos

    mais desenvolvidos e previamente estudados, os projetos tm uma importante

    participao e so responsveis pela definio de caractersticas dos produtos e dos

    processos.

    Os projetos de produo tem como funo, ainda, segundo Fabrcio e

    Melhado (1998), fomentar a articulao dos projetos de produto com a execuo da

    obra, de forma a ampliar a construtibilidade dos projetos, alm de consolidar, por

    parte das construtoras, as prticas e procedimentos de trabalho e a tecnologia de

    produo empregada, marcando um domnio tcnico das empresas sobre seus

    processos, representando um padro para a melhoria contnua.

  • 16

    2.4 O Planejamento de Obras

    O planejamento uma funo de apoio coordenao das vrias atividades

    de acordo com os planos de execues, de modo que os programas

    preestabelecidos possam ser atendidos com economia e eficincia. a definio do

    momento em que cada atividade deve ser concluda e o desenvolvimento de um

    plano de produo que mostre as entregas das atividades conforme necessidade e

    ordem de execuo. O planejamento responsvel por demonstrar o tipo de

    atividade a ser executada, quando executar, os sistemas construtivos e os recursos

    utilizados (CARDOSO; ERDMANN, 2001, apud FOLGIARINI, 2003).

    O Anexo I mostra um cronograma Fsico da obra em formato de planilha,

    enquanto o Anexo II refere-se a um grfico de Gantt do mesmo cronograma contido

    no anexo I.

    2.5 O oramento da Obra

    Para Assumpo e Fugazza (2001, apud FOLGIARINI, 2003) necessrio

    obter informaes de custos e quantidades de insumos compatveis com a

    programao fsica do empreendimento, de modo a apropriar com confiabilidade os

    custos das etapas de uma obra em funo de sua execuo no tempo e informando

    a lgica de consumo de recursos para uma estratgia de execuo adotada. O

    oramento permite elaborar um planejamento adequado com os recursos financeiros

    e recursos humanos.

    Alm disso, dispe ndices de servios utilizados para orar a obra e que

    devem ser confirmados durante a execuo para que no haja interrupo de

    servios por falta de verba na execuo da obra, e tambm estabelecer uma

    previso de custos final mais aprimorado.

    No anexo III, pode-se verificar o resumo do oramento de uma obra

    genrica. No anexo IV h um cronograma financeiro.

  • 17

    2.6 O Planejamento de Compras e Contrataes

    Planejamento pode ser definido como o processo de tomada de deciso

    que envolve o estabelecimento de metas e dos procedimentos necessrios para

    atingi-las, sendo efetivo quando seguido de um controle. (HEINECK, 1996, apud

    MENDONA, 2010, p. 54).

    Os pr-requisitos necessrios para a elaborao do planejamento das

    compras so os projetos do empreendimento com especificaes, o planejamento

    cooramento detalhado, o envolvimento dos fornecedores e a disponibilizao do

    fluxo de caixa. (BALAKRISHNAN, 2005, apud SANTOS; JUNGLES, 2006).

    Com esses documentos e o planejamento fsico j determinado, iniciando os

    estudos de reas e quantidades, comea-se o planejamento de compras, que deve

    gerar, alm de tudo, o que referente ao setor de suprimentos, um cronograma de

    compras de materiais que deve ser atualizado segundo o cronograma fsico da obra

    e retroalimentar o cronograma financeiro traando, dessa um cronograma Fsico-

    Financeiro com as linhas comparativas de planejado, executado e projetado.

    No anexo V, h um cronograma de compras. O anexo VI mostra um

    cronograma fsico x financeiro com as linhas comparativas.

    2.7 A NR18

    A NR 18 (2013), sobre ela mesma no item 18.1.1, cita que estabelece

    diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de organizao, que objetivam

    a implementao de medidas de controle e sistemas preventivos de segurana nos

    processos, nas condies e no meio ambiente de trabalho na Indstria da

    Construo. Alm disso, estabelece no item 18.1.4 que a observncia do

    estabelecido nesta NR no desobriga os empregadores do cumprimento das

    disposies relativas s condies e meio ambiente de trabalho determinadas na

    legislao federal, estadual e/ou municipal e em outras estabelecidas em

    negociaes coletivas de trabalho.

    Com isso, em diversos de seus itens, a norma estabelece parmetros

    mnimos necessrios para que sejam estabelecidas condies e meio ambiente

  • 18

    seguro e higinico para o trabalho na indstria da construo, tanto em reas de

    produo quanto em reas de vivncia especificando detalhadamente. A partir da,

    complementa a legislao que trata generalidades e outras normas; todas em

    consenso e fundamentando as bases atuais da construo.

  • 19

    3 O PROJETO DO CANTEIRO DE OBRAS

    3.1 Consideraes Iniciais

    O planejamento da obra inicia-se com a possibilidade de compra do terreno,

    em que so feitos estudos de viabilidade de execuo, estudos de mercado,

    anlises de planos diretores, legislaes urbansticas, ocupao do solo, existncia

    dos servios necessrios para abastecimento e coleta, alm de capacidades de

    escoamento de trnsito, esgoto e guas pluviais.

    Porm, o enfoque, para este, o PLANEJAMENTO DE OBRA, pr-inicial,

    com a elaborao dos quantitativos de materiais sobre projetos executivos, estudo

    dos projetos, faseamento da construo, definies de reas, passeios, trnsito e

    demais necessrios para o bom andamento da mesma.

    Contudo, os principais pontos a considerar so os elementos de logstica,

    em detrimento do projeto de canteiro, haja vista que o projeto de canteiro de obras

    o resultado grfico do estudo de logstica do empreendimento, como o , por

    analogia, os projetos de frma e armao de estruturas, os quais so o resultado do

    estudo, anlise e consideraes feitas durante o perodo de concepo e clculo

    estrutural.

    Quanto melhor as informaes relativas ao produto que se pretende

    executar, tanto maior as chances de se planejar um bom canteiro. Nesse sentido, a

    disponibilidade de projetos executivos e mesmo dos projetos para a produo

    seriam a condio ideal. Entretanto, comum que tais projetos demorem muito a

    ficar prontos, havendo a necessidade de se iniciar a obra sem a concluso de alguns

    deles; mais do que isto, a prpria atividade de planejamento do canteiro pode servir

    como instrumento para a coordenao dos projetos, sendo, em alguns casos,

    instrumento fundamental para a viabilizao e planejamento de um

    empreendimento. (SOUZA; FRANCO, 1997).

    A preciso do projeto do canteiro melhora cada vez que se aumentam a

    quantidade e o detalhamento das informaes disponveis, desde a concepo

    inicial da obra e do seu estudo de viabilidade, passando pelo projeto executivo, at o

    planejamento das atividades de construo. (MAIA, 2003 apud MAIA; SOUZA,

    2003).

  • 20

    Alm disso, o projeto do canteiro de obras pode ainda sofrer modificaes

    em funo do prprio andamento dos servios de construo. (MAIA; SOUZA,

    2003).

    3.1.1 A edificao

    Trata-se do produto final pelo qual a construtora e seus funcionrios

    trabalham. regido por diversas normas, projetos, procedimentos e atividades

    diversas. Atravs desses, torna-se o fator de definio da disposio das fases,

    atividades, disposies fsicas, turnos e diversos outros elementos e fatores

    referentes ao canteiro de obras.

    necessrio, portanto, que se disponha das plantas de topografia, subsolos,

    trreo e tipo, sempre com a delimitao do terreno. (SOUZA; FRANCO, 1997).

    3.1.2 O entorno da obra

    Alm dos projetos j citados, aconselha-se que o planejador tenha em mos

    anotao das condies presentes na vizinhana (nveis de piso, caractersticas das

    construes etc.) e das vias de acesso ao terreno (largura, declividade e tipo

    calamento), alm da localizao das redes de energia, gua e coleta de esgoto.

    (MAIA; SOUZA, 2003).

    A anotao das condies presentes nos vizinhos (tais como nveis de piso,

    caractersticas de construes eventualmente existentes) e nas vias de acesso ao

    terreno (largura, declividade e tipo de calamento da via, localizao da rede de

    energia, entradas de gua e pontos de coleta de esgoto) so bastante teis para as

    futuras decises.

    3.1.3 O espao til da obra aos elementos de canteiro de obra

  • 21

    Aps a identificao das reas a serem construdas, tornam-se conhecidos

    os espaos no ocupados pelo empreendimento, que se destinaro a

    estacionamentos, passeios e outros elementos cuja fase de construo bastante

    adiantada do perodo de incio da obra.

    Esses espaos sero divididos entre vrios elementos do canteiro de obras,

    aps a definio do programa de necessidades. Essa etapa chama-se arranjo fsico

    do canteiro.

    3.1.4 A identificao das etapas de obra, fases do canteiro e o programa de

    necessidade

    A leitura do planejamento e oramento da obra em sua totalidade deveras

    importante para o bom entendimento e identificao das possibilidades de

    construo de um canteiro de obras. O faseamento, como conhecida a diviso das

    etapas da obra, quando bem conhecido e estudado pode vir a trazer bons resultados

    em vrios quesitos na obra.

    Ento, a identificao das fases da obra geraro as etapas de fases do

    canteiro, alm das fases de concepo divididas, segundo o SENAI (2012), em

    Implantao, Layout definitivo, Preparao para desmobilizao e Desmobilizao,

    acrescentando a fase Criativa como foi trabalhada por Maia e Souza (2003).

    Segundo Souza e Franco (1997), um canteiro de obras se modifica ao longo

    da execuo da obra, diferindo quanto aos materiais, servios e mo-de-obra que

    deve comportar. Sendo assim, importante que se observe as principais fases em

    que se pode subdividi-lo.

    Os critrios para tal so, porm, subjetivos empresa ou ao responsvel

    pela sua execuo. O faseamento da obra, todavia, bastante bvio, do ponto de

    vista fsico, j que se observa claramente as diferenas de materiais, mo-de-obra,

    maquinrio e equipamentos.

    Souza e Franco (1997) subdividem-nas em:

    Movimentao de terra, conteno da vizinhana e fundaes;

    Estruturas do subsolo sob a torre e periferia;

    Estrutura do restante da torre;

  • 22

    Estrutura-alvenaria;

    Estrutura-alvenaria-revestimentos argamassados;

    Finalizao da obra.

    A diviso apresentada explicita um fenmeno cada vez mais comum que se

    difunde na mesma proporo em que avanam as tecnologias das construes: a

    sobreposio de servios.

    Esse fenmeno acontece por conta do aumento na velocidade de execuo

    dos servios, alm do acrscimo continuado nas tecnologias dos materiais e

    demasiado conhecimento adquirido por meios de pesquisas nas reas de controle

    tecnolgico dos materiais. O que tem proporcionado o aprimoramento das tcnicas

    construtivas e, consequentemente, otimizao nos dimensionamentos dos projetos,

    compras de materiais, contrataes de mo de obra e, por uma questo de

    influncia direta, o arranjo fsico do canteiro de obras.

    Contudo, o arranjo fsico do canteiro de obras, por sofrer influncia direta do

    faseamento da obra consequncia do planejamento de execuo ou plano de

    ataque como tratado por Souza e Franco (1997), precisa que, aps determinado

    esse ltimo, tenha previamente feitos os levantamentos dos materiais, planejamento

    de compras e estoques e calculadas suas reas. Isso acontece durante a fase

    criativa, dando incio elaborao do Plano de Necessidades.

    O Plano de Necessidades precisa ser elaborado afim de que no fique de

    fora quaisquer reas de importncia, sendo principalmente divididas em Mo de

    obra, Materiais, Equipamentos e Ferramentas, Maquinrio de transporte Vertical e

    Horizontal.

    Cada uma das reas de importncia precisar, tambm, de locais para

    alocao. Esses locais so dimensionados logo aps o levantamento das

    necessidades, alm de subdivididos e/ou determinado o sequenciamento

    diferenciado afim de possibilitar a acomodao dos estoques necessrios a cada

    etapa/fase da obra, dando incio etapa de dimensionamento de reas seguida pela

    etapa de Confeco do Layout de Canteiro, possibilitando, assim, sua implantao

    fsica.

    3.1.4.1 Necessidades de mo de obra e material

  • 23

    Segundo Franco e Souza (1997), a partir de um cronograma completo ou

    simplificado, pode-se fazer a previso dos servios, materiais e mo de obra

    necessrios em cada fase da obra.

    Diversas bibliografias tratam sobre os quantitativos de materiais e mo de

    obra. O TCPO da editora PINI, revisado constantemente, uma das maiores e

    melhores bibliografias a serem consideradas nacionalmente (Brasil), pois contm

    ndices gerais acerca do servio em questo.

    Outro ponto importante a ser analisado o tempo de execuo de cada

    servio, a quantidade de servio, haja vista que apenas dessa forma podemos

    utilizar os ndices dos quais dispomos. Alm disso, o conhecimento emprico

    regional tambm torna-se importante e a sazonalidade da mo de obra um dos

    fatores de influncia no tempo de execuo dos servios. Um planejamento de obras

    eficaz deve considerar todos os pontos traando os planos de ao e planejar

    efetivamente as contrataes de mo de obra (prpria ou terceirizada), contanto que

    se cumpra, evitando, assim, excessos ou necessidades.

    As quantidades de material devem ser suficientes para suprir a mo de obra

    e os servios, considerando as perdas percentuais registradas em histrico da

    empresa ou aplicando coeficientes previamente determinados.

    Da mesma forma que a mo de obra, os materiais precisam ter um

    levantamento previamente efetuado. Em obras de maior responsabilidade, convm

    que haja oramento feito com base nos projetos e que forneam as quantidades de

    cada material a cada servio separadamente e dividido por pavimentos afim de que

    a programao de compras e estoques possa acontecer em comum acordo com o

    prazo determinado no planejamento fsico, execuo e alteraes causadas por

    atrasos ou adiantamento dos mesmos. Alm isso, certos materiais so contratados

    previamente, como confeco de portas, janelas, fornecimento de tubulaes,

    revestimento cermico dentre outros, que precisam de prazos maiores do que, por

    exemplo, os agregados.

    O planejamento de compras tem sido um novo ramo de investimento nas

    grandes empresas, as quais tm buscado cada vez mais especialistas em

    suprimentos. Segundo Santos e Jungles (2006), na construo civil, uma das

    funes organizacionais que tem recebido ateno especial a funo de compras

    de materiais, porque atravs dela circulam grande parte dos recursos financeiros da

    empresa construtora.

  • 24

    Sabe-se, tambm, que o processo de execuo dos edifcios acumulam

    erros. Os blocos de alvenaria, por exemplo, sofrem alterao em seus tamanhos

    quando h mudana de frmas em sua fabricao, de fornecedor para fornecedor.

    Assim, uma obra com mais de um fornecedor de blocos de vedao tende a ter suas

    paredes com variaes diversas, causando maior consumo de argamassa, o que

    inclui cimento e areia, materiais de fornecimento externo.

    O aumento do consumo desses materiais pode vir a exigir fornecimento de

    quantidades em oramento da obra. Assim, necessrio que os envolvidos no

    processo de compra, venda, estoque, consumo e execuo de servios estejam em

    constante contato para que os consumos sejam controlados e os estoques sejam

    suficientes e no se tornem um fator de atrasos fsicos da obra.

    Logo, a viabilidade de integrao e o sucesso da cadeia de suprimentos

    esto diretamente ligados formao de parcerias com os envolvidos nessa cadeia.

    (SANTOS; JUNGLES, 2006).

    3.1.4.2 Necessidades de equipamentos e ferramentas

    Equipamentos e ferramentas so essencialmente materiais de apoio, sendo,

    assim, como tais, sofrem necessidade de dimensionamento das quantidades e so,

    tambm, materiais que tanto possibilitam que o servio final seja executado que

    esto diretamente envolvidos na execuo, como enxadas, picaretas, pincis,

    martelos etc. quanto do apoio aos servios, como os computadores, nveis

    eletrnicos ou a laser, nveis de mangueira, prumos, etc.

    O consumo desses materiais inevitvel e sua qualidade um fator

    determinante para o bom andamento dos servios. A ausncia deles em canteiro

    pode gerar lentides na execuo ou impossibilit-la. Contudo, a impreciso da sua

    quantidade ainda uma das variveis que do ao oramento da obra sua

    propriedade de impreciso e aos oramentistas a responsabilidade de gerar ndices

    mais precisos acerca desses insumos, a fim de diminuir o percentual de erro.

  • 25

    3.1.4.3 Necessidades de mquinas para transporte vertical e horizontal

    Mquinas para transporte de material so necessrias em qualquer canteiro

    de obras, haja vista que a fora de trao humana limitada por variveis como

    pontos apoios oferecidos pelo item a ser carregado, segurana, riscos integridade

    do item, espao oferecido pelo caminho a ser percorrido e seus obstculos.

    Conhecidas as limitaes, as mquinas oferecem opes viveis, tanto

    financeiramente quanto fisicamente, j que transportam grandes cargas utilizando

    pouca mo de obra. Em geral, apenas o operador e, quando necessrio, um

    balizador; seu dimensionamento e quantidades precisam ser baseado em diversos

    itens, como, por exemplo, o alcance de uma grua, como a figura 1 demonstra.

    Figura 1 Consideraes geomtricas quanto ao posicionamento da grua (SOUZA & FRANCO, 1997).

    3.1.5 Totalizao de necessidades

  • 26

    Refere-se a quantitativos elaborados com base em projetos preliminares ou

    executivos, listados, com distribuio financeira determinada segundo critrios

    definidos pelo projetista, separados por unidades de execuo (parede, viga,

    ambiente, pavimento, apartamento, torre, etc.), definido o planejamento fsico e

    financeiro com consumos baseados em ndices; tudo explicitado em memorial,

    disponvel ao Engenheiro da obra e demais responsveis. preciso determinar as

    divises de equipe necessrias para que os valores de oramento sejam cumpridos

    dentro do prazo determinado pelo planejamento fsico. Este, por sua vez,

    correspondendo a data anterior ao prazo estipulado em contrato acordado com o

    cliente, a fim de permitir tempo para vistorias dos rgos competentes e emisso

    dos documentos necessrios para que seja aprovada a habitao das unidades

    prontas.

    Sobre o prazo da obra, Souza e Franco (1997) dispem que se trata de uma

    deciso bsica preliminar que, alm de fundamental para a definio do

    cronograma, pode ter reflexos na prpria concepo do projeto. Alm do tempo total

    disponvel para a obra (que pode influenciar a deciso de se adotar construes

    provisrias de alvenaria ou madeira compensada), a verificao da poca do ano em

    que certos servios sero realizados pode induzir concepo do canteiro (por

    exemplo, ter de iniciar a obra em poca de chuva, pode servir de alerta quanto

    localizao de um porto e das condies de pavimentao do acesso obra).

    A partir do projeto a ser executado (ou mesmo de uma idia geral sobre os

    servios da obra: quais so, em qual quantidade, durante qual prazo, e com qual

    relao de precedncia) deve-se elaborar um cronograma fsico para a obra. Para

    alguns servios (armadura, concretagem, alvenaria, revestimentos de argamassa), o

    detalhamento semanal recomendado; para outros (instalaes hidrulicas,

    instalaes eltricas, instalao do elevador definitivo do edifcio, azulejos, pisos

    cermicos, etc.), apenas a indicao de incio e final do servio so importantes em

    termos da definio do canteiro.

    Ao primeiro grupo pertencem os insumos de maior relevncia quanto ao

    planejamento de transporte e de espao para estocagem (o concreto, o ao, a

    argamassa e os tijolos representam em geral mais de 80% do peso total de um

    edifcio). Ao segundo grupo pertencem insumos pelos quais normalmente se faz

    uma previso de reas necessrias sem passar por quantificao de insumos

    semanais; neste caso, inclusive, pode-se pensar em agrupar diversos servios de

  • 27

    natureza semelhante dentro de uma mesma classificao (por exemplo, falamos em

    instalaes hidrulicas, sem distinguir necessariamente entre prumadas e ramais,

    por exemplo). (SOUZA; FRANCO, 1997)

    O estudo do planejamento e oramento da obra so, de toda forma, uma

    consequncia das tcnicas construtivas conhecidas pela construtora e empregadas

    na edificao. Quando o Knowhow acerca das tcnicas, principalmente as do

    primeiro grupo apresentado pelo pargrafo anterior, toma propores e torna-se

    apresentvel, gera o projeto de produo, o qual em geral, j traz incorporado a ele

    informaes dos procedimentos de gesto da qualidade e dos procedimentos de

    execuo. Alm disso pode ser elaborado com base nos projetos executivos,

    mesmo no tendo valor tcnico legal.

    3.1.5.1 Quantidade de mo de obra por perodo

    O prazo fsico dos servios apresenta-se, nos formatos abaixo, quando

    elaborado em programa especializado, tal qual o MS Project, o Project Primavera,

    dentre outros, assim como no exemplo amplo do anexo I. Pode aparecer em

    diversos nveis como mostram as figuras 2, 3 e 4; nos formatos Gantt, planilha,

    tempo x caminho ou diversos outras ferramentas grficas destinadas a tal.

    Figura 2 Cronograma elaborado no Microsoft Office Project 2010 apresentado no primeiro nvel de detalhamento.

  • 28

    Figura 3 Cronograma elaborado no Microsoft Office Project 2010 apresentado no segundo nvel de detalhamento

    E assim segue-se at o ltimo nvel de detalhamento.

    3.1.5.1.1 Identificao de pico de quantidade de mo de obra

    Trata-se de Observar o Project e aliment-lo com a quantidade de mo de

    obra necessria, ou mesmo fazer uma anlise visual com marcaes fsicas em

    papel, tomando nota disso, ou at mesmo com a elaborao de cronogramas de

    compras, contrataes e outros diversos necessrios que incidem sobre as

    atividades.

    Silva e Cardoso (1999) dispem sobre o processo de elaborao desses

    cronogramas ou outras formas de organizao chamando-a de Gesto da Logstica

    de Canteiro e citam que a gesto da logstica de canteiro envolve as atividades de

    planejamento, organizao, direo e controle dos fluxos fsicos na praa de

    trabalho. Inclui, portanto, a resoluo de interferncias entre os servios, a

    implantao do canteiro, a definio dos sistemas de transportes e dispositivos de

    segurana no trabalho. Algumas das ferramentas que podem ser utilizadas para

    auxiliar a gesto da logstica de canteiro so: os estudos de preparao, o projeto de

    canteiro, o estudo da movimentao de materiais, os projetos para produo e as

    listas de verificao.

  • 29

    Diante disso, o estudo de logstica aqui tratado est incluso no que

    chamado por Silva e Cardoso (1999), de Estudos de Preparao e conceituada

    como um perodo de dedicao previso antecipada dos principais problemas que

    podem vir ocorrer durante a obra. O resultado deste perodo de reflexo um

    conjunto de planos e documentos que sintetizam as decises tomadas. Ainda, com

    base nesses documentos gerados que so definidas as reas, e demais, do canteiro

    de obras que dizem respeito mo de obra.

    3.1.5.1.2 Identificao de turno de servio

    Algumas vezes, quando o prazo da obra muito curto em relao

    quantidade de servio a ser executada, e quando o espao fsico disponvel

    execuo e armazenagem no permitem que os trabalhadores necessrios para a

    execuo, em turno dirio, transitem com segurana, necessrio que se execute

    certos servios durante o perodo noturno, respeitando, sempre as determinaes da

    NR18 e do TEM sobre o trabalho nesse turno. Tambm se deve observar a

    Constituio Federal, no seu artigo 7, inciso IX, que estabelece os direitos do

    trabalhado no turno noturno.

    aconselhvel que, quando necessrio o turno noturno, seja utilizado o

    artifcio de horas-extras 50% dos trabalhadores do turno dirio a fim de reduzir

    custos e prolongar a produo. Outro artifcio aproveitar o perodo noturno para

    executar servios que necessitam de mo de obra mais barata e com custo de

    dirias apenas, no de pagamento por produo, j que os ndices de produo

    noturna so muito inferiores aos da produo diria ou servios que permitam

    reduo na iluminao da obra ou execuo de servios e utilizao de maquinrio

    que faam pouco rudo vizinhana.

    Servios como limpeza, confeco de canteiro de obra, organizao do

    canteiro, transporte vertical de materiais, descarga de carregamento de materiais,

    dentre outros, que seriam executados durante o dia, podem dar lugar produo

    diria, tornando o perodo noturno um turno de apoio produo.

    Contudo, os encargos aplicados sobre os trabalhadores noturnos, a

    iluminao necessria, a mo de obra de administrao de canteiro, dentre outros

  • 30

    custos extras decorrentes dessa opo/necessidade, oneram obra custos

    excessivos, mas que se torna, algumas vezes, a nica opo disponvel.

    3.1.5.1.3 Planejamento de contrataes, demisses, custos, terceirizaes e locao

    de alojamentos

    O tipo de mo de obra escolhido influi muito na quantidade de custos

    gerados. Por exemplo, uma obra que trabalha com mo de obra terceirizada, tm

    menos gastos mensais com mo de obra de administrao. Entretanto, o servio

    tem um custo mais elevado e necessria a construo de reas para a

    administrao da empresa em canteiro e vestirios para os funcionrios ou o

    aumento do vestirio existente.

    No entanto, dependendo da durao do servio, do tipo de servio

    executado e da quantidade de mo de obra, os custos com recrutamento, uniformes

    (que tem curta vida til em servios como estrutura, fundaes e alvenaria),

    equipamentos de produo e suas manutenes, prejuzos com contrataes,

    exames mdicos admissionais, peridicos e demissionais, encargos,

    documentaes podem trazer uma economia que compense a escolha.

    Contudo, h quem prefira trabalhar com mo de obra prpria, aquela que

    tem vnculo direto com a empresa por questes de melhor controle da execuo e

    reduo do caminho percorrido pelas informaes, ordens e outros. Alm disso,

    reduz os custos com contratos, destratos e falncia das empresas terceirizadas (que

    gera nus com pagamento dos funcionrios por conta da relao de

    corresponsabilidade).

    Essas duas escolas detm seus conhecimentos e responsabilidades e

    ambas so abrangidas pelas escolhas de logstica feitas durante todos os processos

    de determinao fsica do canteiro ou custos da obra.

    3.1.5.2 Quantidade de material por perodo

  • 31

    O cronograma e o oramento servem de base para o levantamento da

    quantidade peridica de material. Em concordncia, tambm precisam ser

    conhecidos o tempo de produo dos materiais de contratao de fornecimento, o

    tempo de entrega, volumes de transporte e ao fim dessas consideraes, ser

    possvel gerar um cronograma de entrega, cronograma de compras, cronograma de

    contrataes de materiais, contrataes de maquinrios de transporte vertical e

    horizontal de pessoas e materiais.

    3.1.5.2.1 Estudo volumtrico dos materiais por tipo

    O conhecimento das unidades de fornecimento e armazenamentos

    mximos, bem como empilhamento, quantidades por pacote/saco ou demais

    disponveis mostra-se ser muito til quando conhecidas as quantidades necessrias

    por perodo. Alem de sempre consultar o fabricante sobre o empilhamento mximo,

    documentando a informao para fins futuros.

    A maximizao de estocagem unitria aglomerada gera otimizao no uso

    das reas de estocagem, sempre lembrando que os acessos devem ser ponderados

    considerando o tipo de manuseio e transporte do mesmo, assim como o acesso ao

    armazenamento e mobilizao.

    Alm disso, certos tipos de materiais precisam de cuidados especficos e

    armazenamentos especiais ou precisam manter-se prximos de outros materiais a

    fim de agilizar a busca, transporte e utilizao para que os postos de trabalho

    mantenham-se abastecidos. A logstica, aqui, um fator determinante,

    principalmente em atividades cujos prazos so relativamente curtos e o consumo de

    material demasiado alto.

    As quantidades semanais [multiplicadas por um fator para considerar

    incertezas(...)] devem ser comparadas com os lotes usuais de compras pela

    empresa/empreendimento para se concluir, a cada momento, qual seria o estoque

    mximo da obra. (SOUZA; FRANCO, 1997).

    citado por Barbosa, Santos e Muniz (2008) como um dos principais

    problemas enfrentados pelos gerentes de suprimentos nos canteiros de obras, o

    mau planejamento dos estoques levando a movimentaes desnecessrias e

  • 32

    proporcionando quebras e desperdcios de materiais. H tambm a

    incompatibilidade dos equipamentos com materiais a serem movimentados, o que

    gera perda de tempo e de materiais, alm da deteriorao de materiais por m

    armazenagem que provoca descontinuidade na produo, a falta de material por

    deficincia no planejamento ou controle dos materiais para suprir a mo de obra.

    O mau planejamento ou controle dos materiais depende de alguns

    funcionrios, bem como sua armazenagem. O almoxarifado o responsvel direto

    por isso. Mesmo que a responsabilidade geral pela obra seja do engenheiro, a tarefa

    delegada ao almoxarife e seus auxiliares, alm do mestre de obras e os

    encarregados pelo servio. Assim, ferramentas como o Kanban podem ter muita

    utilidade, alm dos controles de estoque e procedimentos executivos que podem

    regrar e gerar ndices aprimorados para retroalimentao dos oramentos futuros da

    empresa.

    3.1.5.2.2 Estudo de consumo por perodo

    A empresa de construo deve ter constantes de consumo e cadernos de

    encargos prprios para obter oramentos mais precisos; caso isso no exista, a rea

    de oramentos deve ser criteriosa quanto utilizao de constantes de consumo

    publicadas em material bibliogrfico da rea. (SANTOS; JUNGLES, 2006)

    O conhecimento dos consumos inicia-se junto com os servios. Inicialmente,

    precisa-se armazenar materiais baseando-se em ndices j conhecidos, seja por

    bibliografias diversas, seja por conhecimento da empresa expressos pelo oramento

    da obra ou pela experincia do engenheiro. Aps esse incio, geram-se ndices

    baseados na quantidade produzida e no consumo efetuado. As perdas de materiais,

    para esse fim no precisam ser mensuradas, apesar de precisarem ser controladas

    haja vista que, com ou sem perda, os materiais so consumidos.

    3.1.5.2.3 Estudo de perodo mximo de estocagem

  • 33

    Alguns materiais, em obra, possuem um tempo mximo de armazenagem e

    esse perodo pode ser diminudo por fatores sazonais. O cimento, por exemplo,

    sendo um material aglomerante que reage com a gua por reao exotrmica perde

    suas caractersticas aglomerantes aps a reao, tornando-se rgido e tem um

    perodo de armazenamento mximo de 90 dias aps a data de sua fabricao

    impressa no saco.

    A observao e o conhecimento desses prazos aliado ao conhecimento do

    consumo por perodo mostra uma direo a ser seguida pelo planejamento de

    compras e limita a quantidade estocada, delineando a rea a ser utilizada; isso

    quando conhecido o lote de compra e suas dimenses.

    3.1.5.2.4 Estudo de mtodo de controle de estoque

    O controle do estoque da obra precisa iniciar junto com a chegada dos

    primeiros materiais estocveis, os quais so classificveis de acordo com o uso. Por

    exemplo, o consumo de material para aterro incontrolvel quantitativamente,

    enquanto o seu recebimento perfeitamente controlvel com a cubagem do

    material. Isso se d pelo conhecimento do coeficiente de empolao determinado

    em laboratrio, ou in situ, com a chegada em caminhes cujas caambas so

    perfeitamente cubveis, j que seu transporte interno para consumo pode se dar por

    mquinas como a carregadeira hidrulica, a qual possui volume conhecido da p,

    mas que nem sempre transporta o volume total, sendo, portanto, o material para

    aterro um material de estoque no controlvel com exatido.

    Contudo, por exemplo, o cimento e os blocos de alvenaria tm suas

    quantidades controlveis quantitativamente com altas assertividades. A areia,

    mesmo sendo um material semelhante ao material de aterro, quando comparados

    seus volumes de compra e aparncia visual, tambm faz parte dos materiais

    controlveis, uma vez que seu consumo se d por quantidades conhecidas,

    podendo ser por padiolas, sacos, latas ou traos; sendo os consumos dirios

    controlveis com certa exatido.

    Com o planejamento das compras, necessrio efetuar o seu controle e, se

    necessrio, replanejar as atividades para garantir que a rea de produo seja

  • 34

    atendida de acordo com as condies negociadas. (LAWTHER, 2008, JUNGLES;

    SANTOS apud, 2003).

    O controle de estoque a ferramenta que, comparada ao controle do

    perodo anterior, gera os consumos por perodo e apresenta uma tendncia de

    consumo a partir da funo do registro de consumos e, por conseguinte, gera a

    compra do estoque futuro.

    3.1.5.2.5 Compras, contrataes e demisses.

    As atividades de compras e contrataes iniciam-se com a posse dos dados

    de consumo por perodo, planejamento fsico, clculo de materiais para futuras

    atividades, compras efetuadas, planejamento de entregas, controle de estoque

    atualizado e dimensionamento das equipes a serem contratadas para o prximo

    perodo. Todavia, recebimentos e contrataes so atividades que necessitam de

    outras atividades-base e demais despesas indiretas que geram necessidades

    diversas.

    O aumento de pessoas no canteiro gera necessidade de uniformes como

    obrigatrio segundo a NR18, assim como os EPIs, EPCs, armrios, dimenses dos

    vestirios, banheiros e aparelhos sanitrios, etc. Essas necessidades geram

    atividades a serem efetuadas antes da entrada dos funcionrios. Ento, a

    mobilizao para contrataes precisa ser generalizada e a equipe deve estar

    envolvida. O prazo para tal, portanto, precisa ser conhecido previamente, logo,

    planejado. Tal planejamento deve estar incluso no cronograma de contrataes.

    Entretanto, as demisses efetuadas geram espaos no canteiro, mas no

    apresentam aumento na quantidade de uniformes e EPIs. As quantidades geradas

    pelas contrataes diminudas pelas quantidades disponibilizadas pelas demisses

    apresentam, ento, um nmero mais assertivo. Aconselha-se, assim, que essa

    quantidade seja calculada para perodos com latncia controlada a fim de permitir

    que as atividades preliminares sejam efetuadas em tempo hbil.

    As compras so elaboradas em lista com materiais especificados

    tecnicamente em quantidades estudadas e definidas previamente e unidades de

    compras j conhecidas para recebimentos em lotes a serem armazenados. A

  • 35

    elaborao da lista de compras de material elaborada depois do estudo de

    contrataes e demisses, pois necessita da totalidade de materiais a serem

    comprados.

    Santos e Jungles (2006) resumem esse tpico ao dizerem que o

    planejamento das aquisies deve ser formal, altamente detalhado ou genrico e

    baseado nas necessidades de cada empresa. O importante que esse

    planejamento descreva quando, quem, qual e como os materiais sero adquiridos no

    prximo ano, semestre, trimestre e ms.

    3.1.5.2.6 Planejamento de entregas e carretos

    Os fornecedores, mesmo aqueles com compras efetuadas atravs de

    contratao prvia ou compra direta, precisam avisar sobre a entrega a fim de que o

    traslado para entrega seja efetivo e no lhes gere custos por no recebimento

    decorrente de quaisquer motivos internos.

    O canteiro de obras uma atividade de constante acmulo e movimentao

    de mquinas, pessoal e carretos. Assim, preciso que seja planejada a entrega de

    alguns materiais que tem sua descarga demorada, principalmente se necessitar de

    maquinrio especfico que no esteja em canteiro como empilhadeiras ou

    caminhes munk e podem-se elaborar quadros semanais, quinzenais ou mensais

    para tal. Alm disso, a atualizao do canteiro de obras precisa estar disponvel para

    que se possa delimitar locais para estoque, alm de escolher os pontos teis.

    3.1.5.2.7 Planejamento de contratao de mquinas para transporte horizontal e

    vertical de materiais por etapa

    Com o avano fsico da obra, o alcance manual torna-se limitado. A partir de

    certos incios de servios, o volume de material utilizado fica demasiado e

    inacessvel por trao humana, por questes fsicas e normativas, o que obriga a

    contratao de equipamentos de transporte vertical. Essa compra pode ser

  • 36

    conveniente, contudo, seu aluguel tambm pode trazer benefcios, como o fato de o

    reparo e manuteno serem de responsabilidade da contratada.

    Esses equipamentos so dimensionados segundo seus alcances e limites de

    carga e altura til. As opes so diversas e encontradas em abundncia no

    mercado, quanto mais simples for. A partir de 5 pavimentos, obrigatria a

    disposio de opo a acesso de funcionrios aos nveis de servio superiores via

    elevador. Logo, a contratao de elevadores, gruas e guinchos torna-se obrigatria

    por norma e, com eles, de pessoal para sua operao.

    A NR18 dispe em seu item 18.14 Movimentao e transporte de material

    e pessoas sobre a contratao dos funcionrios para operao e sobre os

    cuidados a serem tomados, bem como demais informaes acerca dos elevadores e

    maquinrios de transporte, explicitando alguns equipamentos como as gruas. Ainda,

    trabalhos em andaimes e plataformas de trabalho so regidas pelo item 18.15 da

    mesma norma.

    3.1.5.2.8 Planejamento de reas de descarrego e armazenagem

    O recebimento autorizado e planejado de materiais traz benefcios para seu

    controle. A disponibilidade de reas para os mesmos e o planejamento possvel de

    atividades em seu entorno, bem como a paralisao dos fluxos nas reas de acesso

    e caminhos internos sem afetar a produo, tambm so exemplos de benefcios

    gerados por essa atividade.

    Ento, essas disponibilidades apresentadas com os mesmos traz agilidade

    nos processos e reduo de custos com perdas, acidentes e tempo de locao de

    maquinrio, assim como aprimora a relao da empresa com seus fornecedores,

    alm de minimizar a quantidade de funcionrios para a tarefa.

    Assim, a disponibilidade das reas depende do bom andamento e consumo

    de materiais anteriormente dispostos sobre aquela rea. Em casos extremos, como

    quando as atividades se sobrepem em uma obra onde o espao fsico til muito

    reduzido, cita-se aqui a importncia, mesmo que no a esse fim, dos planos

    diretores que limitam as reas construdas e geram espaos teis aos canteiros de

    obras para construes provisrias e estocagem.

  • 37

    Ento, podem-se utilizar espaos improdutveis, como pavimentos sem

    atividade at ento, mesmo que isso gere retrabalhos com remobilizao dos

    materiais quando necessrio produzir nesse ambiente, ou estocagem no mesmo

    pavimento onde haver o consumo daquele tipo de material. Esse tipo de medida

    de carter emergencial, paliativo e no recomendado que se execute com

    frequncia, apenas em casos em que o material a ser entregue seja de extrema

    necessidade, dando preferncia por reprogramar a entrega.

    3.1.5.2.9 Planejamento de mobilizao e estocagem diria por perodo

    Diariamente, o consumo de materiais acontece e prefere-se que acontea de

    forma regrada e determinada. Assim, o controle aprimorado e assertivo. Mobiliza-

    se os materiais para os dispositivos de elevao, porm, as reas em frente aos

    elevadores e guinchos pode tornar-se atulhado. prefervel, ento, que haja uma

    programao diria de subida de material, sempre deixando estoque material para o

    prximo dia de trabalho nos pavimentos cuja ordem de subida esteja no fim da lista

    de ordem de subida, observando o perodo em que ser reabastecido e calculando a

    quantidade de material a ser estocado. Dessa forma, pode-se abastecer

    continuamente os nveis de trabalho sem que as atividades sejam interrompidas.

    3.1.5.2.10 Plano de estocagem de consumos nos nveis de trabalho

    Alguns servios utilizam materiais em grandes quantidades e volumes, como

    a execuo de alvenaria. Nesses casos, os procedimentos de execuo e projetos

    de produo podem ser ferramentas decisivas no processo. Conhecer a produo e

    orden-la pode trazer grandes benefcios.

    Alguns projetos de produo j consideram os estoques em cada rea ou

    setor do nvel de servio. Esses projetos apresentam as folhas de Plano de

    Estocagem (Ver anexo VIII). Nesses casos, torna-se o kanban extremamente

    assertivo, assim como as compras de materiais, oramento e ndices. Dessa forma,

  • 38

    confirma-se o Know-how da empresa, procedimentos e parcerias com as empresas

    de elaborao de projetos de produo.

    3.2 Dimensionamento das reas

    Comea-se a determinar as reas quando esto considerados todos os

    fatores quantitativos e qualitativos, est determinado o plano de ataque bem como

    as mudanas que o canteiro sofrer durante o percurso da construo e j com o

    modelo escolhido, quantidades de reas determinadas e elaborado o programa de

    necessidades, determinada a mo de obra, maquinaria e estratgias gerenciais.

    No entanto, absolutamente imprescindvel que se tenha pleno

    conhecimento acerca das normas que regem o canteiro de obras. Os rgos

    responsveis fiscalizam os locais, cobram regularidade e sancionam penalidades

    quelas instalaes inapropriadas.

    O acesso NR18 gratuito, disponibilizado no site do MTE e, portanto, no

    sendo aceita justificativa de desconhecimento. Alm disso, construes com mais de

    100 funcionrios, segundo a NR4, item 4.2.1.2, Quadro II em anexo norma, so

    obrigadas a empregar os conhecimentos de tcnicos ou engenheiros de segurana

    no trabalho; profissionais devidamente treinados para identificar e aplicar as normas

    de higiene e segurana no trabalho, bem como efetuar os devidos treinamentos,

    controlar as documentaes pertinentes e regularizao da obra.

    Entretanto, a relutncia a tal, por ser drasticamente onerosa a efetiva

    legalizao completa da empreitada, permite que muitas construes sejam

    executadas de forma ilegal ou desregrada. Porm, de importncia fundamental

    que as instalaes atendam obra. E isso observado mesmo em construes de

    pequeno porte, onde, mesmo um banheiro e um depsito so construdos a fim de

    atender s necessidades mnimas daqueles que a edificam.

    A NR18 tece diversas mnimas para as construes, sendo as mesmas

    fiscalizadas pelo MTE, penalizando com embargos e multas aquelas que se mantm

    desrespeitosas s leis e normas bem como ao rgo e pode caar a licena e o

    alvar da mesma. Ento, o conhecimento tcnico acerca desses mnimos precisa

  • 39

    ser aplicado ao canteiro, assim como, este deve suprir as necessidades

    anteriormente citadas.

    3.2.1 reas de vivncia

    As reas de vivencias so definidas pela NR18 como reas destinadas a

    suprir as necessidades bsicas humanas de alimentao, higiene, descanso, lazer,

    convivncia e ambulatria, devendo ficar fisicamente separadas das reas laborais.

    Esse conceito est de acordo com o citado pela NBR12284 (1991) que ainda

    acrescenta a necessidade de ficarem fisicamente separadas das reas operacionais.

    Essas reas devem ser dimensionadas a fim de atender aos ttulos 4 da NBR12284

    (1991), que inclui as reas de lazer e 18.4 da NR18 (2013).

    3.2.2 reas operacionais

    A partir do preceito de que o canteiro de obras dividido, como j citado,

    pela NBR12284 (1991), em reas operacionais e reas de vivncia, ento, toda rea

    que no se destina ao que foi citado no item 3.2.1 operacional e so definidas pela

    mesma norma como sendo aquelas em que se desenvolvem as atividades de

    trabalho ligadas diretamente produo.

    3.2.2.1 reas operacionais de produo fsica

    As reas operacionais de produo fsica so as reas de construo direta

    e indireta com confeco fsica do espao destinado ao empreendimento e seu

    apoio. So as dimensionadas em projeto e so reas prprias das edificaes,

    imutveis quando finalizadas e devem ser mantidas, portanto, zeladas.

  • 40

    Os servios, por si, precisam ser conservados. O espao limpo sempre que

    possvel, alm de ser preciso que no haja quaisquer condies de insegurana

    apresentadas em todos os aspectos possveis.

    3.2.2.2 reas operacionais de controle

    As reas operacionais de controle destinam-se ao controle e administrao

    do canteiro de obras. Diferentes das reas de produo, so espaos criados que

    utilizam reas da obra que s sero trabalhadas em seu final, garantindo que no

    haja mobilizaes excessivas.

    Alm disso, so destinadas aos funcionrios que se encarregam da parte

    financeira e tcnica da obra e pode ser subdividida de acordo com as necessidades,

    no necessariamente concentrada em um nico ponto da obra e tambm no

    regida pela NR18. Em geral, fica afastada do canteiro visando que haja certo

    silncio, j que as atividades executadas internamente necessitam de comunicao

    verbal clara via telefone ou internet, alm de precisar de concentrao. Logo,

    abrigam as principais atividades intelectuais do canteiro.

    3.2.3 Dimensionamento das reas de estocagem

    As reas para estocagem so definidas segundo critrios tcnicos, porm

    so organizadas de modo a propiciar as condies determinadas pelas normas

    regulamentadoras. As diretrizes principais para a acomodao e condicionamento

    dos materiais so delimitadas pelos fatores observados in loco, tanto quanto

    projetualmente. A disposio, ento, deve respeitar o espao fsico mximo

    determinado em projeto assim como sua organizao.

    O projeto dessas reas considerar itens como o empilhamento mximo, o

    tipo de local para armazenamento e sua descarga e transporte. Para tanto, certos

    casos trazem especificidades extremas que obrigam mobilizaes extras, como o

    cimento que, com a chegada de novos lotes, precisa que a quantidade

    remanescente seja deslocada para ser posteriormente colocada acima do

  • 41

    empilhamento do novo lote. Isso para que no seja ultrapassado o tempo mximo

    determinado para uso. Alm disso, alturas mnimas do vo vertical da rea de

    estocagem (p-direito), tambm so exigidas em alguns casos.

    Os estoques durante a obra, em certos momentos, passam por alteraes e

    perodos de transio. Por exemplo, quando se est em final de perodo de

    execuo da estrutura, com a alvenaria iniciada e alcanando a metade da

    quantidade de pavimentos e o contra-piso iniciado.

    Nesse momento, precisa-se comear a assentar contramarcos (que

    apresentam a necessidade de estocagem longe de quaisquer perigos de coliso ou

    queda de material), o emboo de gesso liso (que traz sacos extras que precisam dos

    mesmos cuidados que o cimento), a chegada das portas corta-fogo dos edifcios e o

    armazenamento das primeiras peas de cabeamento eltrico, cermica, dentre

    outros; enquanto ainda se tem o armazenamento de ao estrutural, descida de

    painis de madeirite da desforma dos pavimentos que no sero reutilizados, as

    peas de reescoramento e as bandejas secundrias de proteo que comeam a

    ser removidas da torre.

    A quantidade de material, se no bem planejado e gerenciado, poder

    atulhar a obra e causar desconfortos e acidentes bem como prejuzos financeiros de

    diversas naturezas. Ento, o planejamento dessas reas deve ser dividido por etapa,

    nvel, turno e servio.

    3.2.3.1 Por etapa

    A identificao prvia das quantidades de material que precisaro chegar em

    datas j estudadas e postas em cronogramas, sinalizam os perodos de

    armazenamento, bem como as quantidades a serem armazenadas e consumidas.

    Com essa ferramenta em mos, gerado o grfico de Gant, observa-se com

    clareza grfica as etapas da obra e suas quantidades. Alm disso, os perodos de

    transio de etapas tambm podem ser identificados e elaborados nos planos de

    ao nessas pocas.

    preciso, ento, que o controle seja extremamente eficaz e, em obras com

    pouca rea, a dificuldade pode tomar propores catastrficas e gerar empecilhos

  • 42

    diversos referentes logstica adotada. Isso obriga o Engenheiro da obra a adotar

    uma nova abordagem, novos planos de ataque e ao, desfazendo, assim, todo o

    programa elaborado previamente por diversos profissionais da empresa.

    3.2.3.2 Por nvel

    A abordagem correta de planejamento das etapas consegue fazer controles

    eficazes, porm se o armazenamento em nveis no for eficiente, no h

    organizao e a produo ser afetada.

    A necessidade de material nos pavimentos para produo no pode ser, de

    forma alguma, posta em posio hierrquica inferior a qualquer esquema logstico, j

    que a produo da edificao a finalidade de todo o estudo de logstica, projeto,

    compra de terreno e todas as outras atividades preliminares entrega da obra.

    Ento, essa organizao de suma importncia. Maiores ndices podem ser

    criados por prticas simples, mas de eficincia extrema como, por exemplo,

    posicionar os blocos de alvenaria prximos parede que ser confeccionada por

    aquele tipo de bloco. Todavia, o momento exato de iniciar esse posicionamento deve

    ser observado.

    A marcao das paredes, a primeira fiada, um servio que precisa de

    espaos livres para que a fita mtrica no seja interrompida assim como o eixo da

    edificao precisa estar visvel e acessvel em todos os seus pontos, tornando esse

    armazenamento bastante reduzido, porm de igual eficincia nas propores

    devidas.

    3.2.3.3 Por turno

    As obras de shoppings ou outras que necessitam de trabalhos em turnos

    noturnos, onde se opte por trabalhar em regime de produo durante esse perodo,

    precisa garantir abastecimento dos postos de trabalho.

  • 43

    A diferena de complexibilidade apresentada em obras de shoppings e

    departamentos em relao s obras residenciais verticais d logstica uma nova

    face pelo fato de a repetio dos servios ser minimizada, porm amplia sua

    aplicao devido grande rea na qual incide. Os sistemas de rotatividade de

    equipes nos prazos dos servios tornam-se mais horizontais do que verticais. Para

    tanto, o controle logstico desse tipo de empreendimento em relao aos servios,

    estoques de materiais e rotao das equipes de servio turno-a-turno, demanda

    ateno redobrada e apresenta um ponto crtico no estudo logstico. Isso devido ao

    fato de o mesmo posto de trabalho ser utilizado em ambos os turnos, dirio e

    noturno. A quantidade total de material a ser utilizado possui um volume demasiado

    grande para ser posicionado em sua totalidade no local, logo, torna-se necessrio

    que sejam transportados com constncia para seu local de aplicao.

    Assim, h uma sobrecarga dos sistemas de transporte e esse fato pode ser

    facilmente evitado com um bom dimensionamento desses sistemas e/ou uma opo

    logstica sobre suas posies diferenciadas. As obras que decidirem por utilizar os

    turnos noturnos apenas para transporte, limpeza e reabastecimento dos postos

    acabaro por aliviar os sistemas de transporte com o transporte de materiais por

    colocar, dessa forma, prioridade elevada a transporte de pessoas que acessaro

    seus postos de trabalho mais agilmente; o que diminui o tempo dos traslados

    necessrios s reas de apoio produo, como o almoxarifado e as salas tcnicas.

    3.2.3.4 Por servio

    Cada servio precisa que seus materiais sejam alocados de forma correta

    para que estejam sempre em condies favorveis sua utilizao. Alm disso, as

    posies em nvel tambm apresentam vantagens, se bem feitas.

    Assim, em algumas ocasies, utilizar o pavimento para a produo dos

    materiais pode vir a ser uma opo bastante til quando os servios que os utilizam

    esto em pavimentos prximos e as possibilidades de transporte so adequadas.

    A produo de argamassa, por exemplo, nos pavimentos de alvenaria com

    misturador, transporte de areia e cimento em sacos, por dar dosagem uma

    exatido muito superior e consequente controle dos desperdcios e perdas,

  • 44

    economia no uso dos elevadores. Podendo, o mesmo misturador, produzir

    argamassa para o contrapiso, que segue a alvenaria um pavimento abaixo.

    3.2.4 rea de acessos, esperas, trnsito e transporte

    As reas de trnsito de pessoas e veculos, assim como as reas de

    espera e acessos, so reas que no podem, de forma alguma, ser obstrudas. Os

    danos dessa obstruo so diversos e podem causar prejuzos. A entrada e sada

    de pessoas precisam obedecer aos requisitos da NR18 de segurana e sinalizao,

    dispostos em itens gerais classificando e especificando as condies de acesso por

    servio.

    Primeiramente, a limpeza dessa rea de suma importncia, para que no

    fiquem materiais perfurantes que venham inutilizar pneus e bloquear os acessos

    alm de atrasar a descarga ou mesmo ferir um pedestre. Materiais no podem ser

    posicionados nos caminhos, deixando-os livres. No entanto, acontece apenas em

    casos muito especficos e, se feito, que o seja de forma planejada.

    3.2.5 rea de armazenamento e transporte de resduos

    Alm da expressividade do consumo de materiais, a Construo tida,

    tambm, como uma grande geradora de resduos. (SOUZA, 2005)

    Souza (2005) tambm cita que embora a gerao de entulho seja maior na

    construo informal que na formal, no se deve usar este fato como desculpa para

    no se preocupar com tal aspecto. A Construo Civil formal (e, portanto, os

    tcnicos que nela se inserem) tem a obrigao de combater a gerao de resduos,

    tanto do ponto de vista da melhoria da eficincia dos processos sobre os quais tem

    poder de deciso, quanto no que se refere a, adotando tal postura, ser capaz de

    influenciar a forma de atuao do prprio mercado informal.

    A gerao inicial de resduos est no recebimento dos materiais. Quanto

    mais arcaico o mtodo (descarga manual com estivadores), maior a perda do

    material. Ao se adotar mtodos mais eficientes, diminui-se tal perda; no

  • 45

    necessariamente reduz os custos, mas transfere os custos causados por

    desperdcio e recolhimento dos resduos para o aluguel de equipamentos de

    descarga. Adota-se a paletizao e o uso de caminhes Munk e/ou empilhadeira ou

    paleteiras hidrulicas, por exemplo.

    O segundo nvel da produo de resduos, durante o processo de produo,

    se feito de forma desregrada, gera sobras de material ou desperdcios

    desnecessrios. O uso de projetos de produo, transportes menos agressivos

    (elevadores, guinchos, carros plataforma, carrinho coca-cola, etc.) podem reduzir a

    perda no transporte, assim como o uso de bisnagas de argamassas reduziro o uso

    demasiado do material.

    Alm disso, a limpeza do local auxilia muito a reduo de resduos. Em um

    ambiente limpo, a argamassa que cai torna-se reutilizvel por no se impregnar com

    outros materiais. Assim, a limpeza do posto de trabalho deve ser feita diariamente,

    ou por equipe de limpeza ou pelos funcionrios da equipe que esto executando o

    servio.

    A logstica do transporte de resduos deve ser feita de forma a agilizar o

    processo e reduzir o uso dos elevadores, alocando os resduos de forma a no gerar

    situaes de insegurana ou obstculos no transporte de outros materiais e no

    armazenamento deles. A seleo dos resduos tambm ajuda na destinao dos

    mesmos, como reutilizao ou reciclagem, e reduz o volume transportado para os

    aterros sanitrios.

    As legislaes precisam ser obedecidas, como a resoluo CONAMA n

    307, o PBQP-H - Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat , a

    NBR 15112:2004, a NBR 15113:2004 e a NBR 15114:2004, NBR 15115:2004 e

    NBR 15116:2004, por exemplo. Sua alocao traz organizao ao canteiro, bem

    como os dispositivos de coleta, que devem seguir o PCMAT e demais disposies.

    3.3 O Layout do Canteiro de Obras

    O resultado final do estudo de logstica e sua apresentao grfica

    denominada de Layout do Canteiro de Obras, como sendo a parte projetual, precisa

  • 46

    ser tratado como tal e apresentar com clareza os elementos nas escalas

    necessrias com os detalhes cabveis.

    Alguns pontos precisam ser observados com maior relevncia, j que outros

    dizem respeito apenas ao detalhamento tcnico do desenho. Seus elementos

    precisam ter nveis de detalhe escolhidos de forma a minimizar a quantidade de

    folhas, porm garantir o perfeito entendimento do projeto para que no haja dvida

    em sua implantao, a ltima parte da elaborao de um canteiro de obras, alm de

    proporcionar o funcionamento da logstica.

    Contudo, a implantao do canteiro de obras baseando-se nas folhas de

    Layout do Canteiro no garante o funcionamento da logstica projetada para a obra,

    j que o estudo de logstica traz diversos resultados alm do Layout do Canteiro,

    como o cronograma fsico, cronograma de compras, cronogramas de entrega, dentre

    outros. Mas, todos so gerados em prol da disposio do dimensionamento das

    reas que so projetualmente dispostas da forma que melhor convir ao projetista.

    No Anexo I podemos visualizar o projeto de canteiro de obras utilizado como

    exemplo. Pode-se observar o curto espao fsico do terreno que obrigou o

    Engenheiro da obra a utilizar as reas bastantes prximas umas s outras para

    estocagem, rea de vivncia, etc. Alm disso, aproveita a projeo da torre para

    estocar materiais. O posicionamento das betoneiras, silos, baias, elevadores e gruas

    foi adequado logstica de entrada da obra e ao transporte horizontal.

    3.3.1 Incluso das folhas de projeto de produo

    Durante o estudo de logstica, a opo de contratar ou elaborar projetos de

    produo e procedimentos executivos pode, como j mencionado, trazer diversos

    benefcios acerca de muitos fatores, tambm citados.

    Essas plantas devem estar presentes nas folhas do canteiro de obras como

    anexo a fim de localizar as reas de estocagem nos pavimentos dia aps dia do

    processo de produo. No anexo VIII, o projeto de produo de alvenaria da obra

    genrica utilizada como exemplo, do segundo dia de elevao de alvenaria, mostra

    o pavimento tipo com os locais para estocagem de blocos, os tipos de blocos,

    quantidades, posio do misturador, cremalheira e minigrua.

  • 47

    3.3.2 Identificao das reas

    Para o bom entendimento do projeto, a identificao das reas precisa ser

    feita de forma clara. O projetista pode dispor da sua subjetividade e utilizar a

    nomenclatura mais adequada em acordo com a empresa e demais funcionrios que

    se utilizaro do projeto, ou mesmo de um procedimento.

    Outro item a disposio dos nomes, que pode acumular-se gerando

    sujeira visual causada pelo acmulo. Dessa forma, identificar por cores e cit-los

    nas legendas pode tornar-se uma alternativa vivel.

    3.3.3 Identificao dos detalhes

    Quando as obras possuem reas muito grandes, os projetos de canteiro de

    obras tomam propores em escalas muito pequenas dificultando a visualizao.

    Diante disso, de grande valia separar as reas por cores e hachuras no projeto de

    implantao do canteiro de obras e dividi-lo em setores detalhando-os

    posteriormente, desde que mantendo a clareza na apresentao das informaes e

    apresentando os detalhes em escala plausvel.

    3.3.4 Legendas, smbolos e esquemas

    As representaes estranhas ao fsico (diferentes do real), ou que no

    podem ser identificados em planta, devem ser detalhados ou representados na

    legenda para que no haja confuso durante a execuo. As legendas, smbolos e

    esquemas utilizados devem estar claros para os todos os que os utilizam.

  • 48

    3.3.5 Finalizao e implantao

    Com o projeto elaborado baseado no estudo de logstica apresentado e seus

    resultados antes de sua implantao, processo final das etapas de servios

    preliminares e marco do incio da obra, preciso que se aprove o projeto, e o

    mesmo esteja completo e anexado ao estudo de logstica que deve ser entregue ao

    Engenheiro da obra juntamente com os demais documentos pertinentes, como o

    caderno de oramento, projetos de arquitetura, estrutura e demais, alvar de

    funcionamento e outros.

    A fim de obedecer sua finalidade e exercer sua funo principal, ao

    canteiro de obras, em sua implantao, desejvel que se tenha locada a

    edificao, mas no sendo de importncia fundamental quando existe o projeto de

    canteiro.

    Alm disso, anterior a todo o processo de implantao, a limpeza da

    cobertura vegetal do terreno, a terraplenagem, a confeco de cercas ou tapumes

    da obra, posicionamento de acessos e portaria precisam estar concludos para que

    sejam evitadas desmobilizaes desnecessrias e mobilizaes extras que tornem o

    processo ainda mais oneroso.

    A disponibilidade de pontos de eletricidade com fornecimento contnuo,

    assim como gua e tecnologias de comunicao (internet, telefone) traz agilidade

    aos processos e crucial. Logo, os materiais para sua confeco, mo de obra,

    locais provisrios (containers, banheiros qumicos) precisam estar disponveis de

    modo a cumprir as disposies da NR18.

  • 49

    4 CONCLUSO

    O estudo da logstica do canteiro de obras apresenta bem mais do que o

    simples projeto de canteiro. Na verdade, rege muito do que pode acontecer em uma

    obra, alm de influenciar o oramento da mesma. uma atividade de controle e

    direcionamento. Alm disso, diversas alternativas so aplicveis e muitos resultados

    podem ser obtidos.

    Assim, o estudo da logstica uma atividade de aplicao de conhecimentos

    tcnicos em uma amplitude substancialmente intelectual que envolve diversas reas,

    softwares, conhecimentos e tcnicas. Uma escolha errada pode gerar muitos danos,

    contudo, um acerto pode trazer economia financeira e de tempo. No podemos

    classific-las como escolha mais ou menos correta, apenas pode-se julgar sua

    aplicabilidade e ponderar alteraes de acordo com as observaes feitas nas suas

    diversas fases.

    Ressalta-se que no , de forma alguma, um estudo esttico. Pode alterar-

    se e ser revisto durante todas as suas etapas e em diversos nveis. O projeto de

    canteiro, quando pronto, representa muito mais do que a disposio das reas, mas

    todo um processo que envolve bem mais do que aquele que o desenha.

  • REFERNCIAS

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 1367: reas de vivncia em canteiros de obras. Rio De Janeiro, 1991.

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 12284: reas de vivncia em canteiros de obras. Rio De Janeiro, 1991.

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 15112: Resduos da construo civil e resduos volumosos - reas de transbordo e triagem - Diretrizes para projeto, implantao e operao. Rio de Janeiro, 2004

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 15113: Resduos slidos da construo civil e resduos inertes Aterros Diretrizes para projeto, implantao e operao. Rio de Janeiro, 2004.

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 15114: Resduos slidos da construo civil reas de reciclagem Diretrizes para projeto, implantao e operao. Rio de Janeiro, 2004.

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 15115: Agregados reciclados de resduos slidos da construo civil Execuo de camadas de pavimentao Procedimentos. Reio de Janeiro, 2004.

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 15116: Agregados reciclados de resduos slidos da construo civil Utilizao em pavimentao e preparo de concreto sem funo estrutural Requisitos. Rio de Janeiro, 2004.

    BARBOSA, A. A. R., MUNIZ. J.; SANTOS, A. U. dos. Contribuio da Logstica na Indstria da Construo Civil Brasileira, IN: REVISTA CINCIAS EXATAS, UNIVERSIDADE DE TAUBAT (UNITAU); So Paulo, 2008. Disponvel em: ; Acesso em: 10/05/2014.

    CAVALCANTE, M. A.; FREITAS, R. L. S. de; Logstica no Canteiro de Obras. Disponvel em: . Acesso em: 10/04/2014.

    FABRICIO , Mrcio Minto ; MELHADO , Silvio Burrattino. O papel do projeto para produo na construo de edifcios. NUTAU'98. 1998, So Paulo, SP, 1998. 7 p. Disponvel em: . Acesso em: 12/05/2014

  • FERREIRA, E. de; A. M.; FRANCO, L. S.; Metodologia para elaborao do Projeto do Canteiro de obras de edifcios. Boletim Tcnico da Escola Politcnica da USP. ISSN 0103-9830 BT/PCC/210. So Paulo, 1998.

    FOLGIARINI, J. J. Planejamento e controle de obras: Implementao nas obras de ampliao e reforma do hospital de caridade de Iju. 2003. 70 f. Monografia de Concluso de Curso (Graduao em Engenharia Civil) UNIJU, IJU, 2003.

    LARRAAGA, F. A. A gesto logstica Global. Ed. Aduaneiras: So Paulo, 2009.

    MAIA, A. C.; SOUZA, U. E. L. de. Mtodo para conceber o arranjo fsico dos elementos do canteiro de obras de edifcios : fase criativa. Boletim Tcnico da Escola Politcnica da USP. ISSN 0103-9830 BT/PCC/338. So Paulo, 2003.

    MENDONA, L. C. de. Gerenciamento de obras: planejamento e suprimentos. 2010. 65 f. Monografia de Concluso de Curso (Graduao em Engenharia Civil) UNAMA. Belm, 2010.

    MINISTRIO DO TRABALHO E EMPREGO. NR 18: servios especializados em engenharia de segurana e em medicina do trabalho. Braslia, 2013.

    MINISTRIO DO TRABALH