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"Reforma" Curricular em Debate na ESG PÁGINA 2 Ser Mulher PÁGINA 2 A propósito de um estádio... PÁGINA 6 O ouro do Mundial PÁGINA 7 As lendas do futebol PÁGINA 8 Viv' à Catarina PÁGINA 9 Poesia PÁGINA 10 Música PÁGINA 11 Porto Rico, aqui vamos nós! PÁGINA 3 Ficámos apurados para o Campeonato Mundial de Volei Escolar I. S. F. Sérgio Godinho na escola... PÁGINA 4 Jan./Fev./Mar. 2002 Ano XII Número -2 Preço - € 1,00 Tiragem 1 000 exemplares ISSN 0874-7385 TE R CE IR O Escola Secundária de Gondomar PRÉMIOS “PÚBLICO” 2001: 3º LUGAR EM JORNAIS DO SECUNDÁRIO E MENÇÃO HONROSA EM JORNAL ELECTRÓNICO Juventudes partidárias PÁGINA 12

partidárias Sérgio GodinhoNão custa nada Como as associações de estudantes não foram feitas apenas para dar, pedimo-te que não risques as mesas nem poluas o átrio escolar

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Page 1: partidárias Sérgio GodinhoNão custa nada Como as associações de estudantes não foram feitas apenas para dar, pedimo-te que não risques as mesas nem poluas o átrio escolar

"Reforma"Curricularem Debate naESG

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Ser MulherPÁGINA 2

A propósitode umestádio...

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O ouro doMundial

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As lendas dofutebol

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Viv' àCatarina

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PoesiaPÁGINA 10

MúsicaPÁGINA 11

Porto Rico, aqui vamos nós!PÁGINA 3

Ficámosapuradospara oCampeonatoMundial deVoleiEscolarI. S. F.

Sérgio Godinhona escola...

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Jan./Fev./Mar. 2002Ano XIINúmero -2

Preço - € 1,00

Tiragem 1 000 exemplares

ISSN 0874-7385TER

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Escola Secundária de Gondomar

PRÉMIOS “PÚBLICO” 2001: 3º LUGAR EM JORNAIS DO SECUNDÁRIO E MENÇÃO HONROSA EM JORNAL ELECTRÓNICO

Juventudespartidárias

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ESCOLA SECUNDÁRIA DE GONDOMAR

De entre as múltiplastarefas implicadas naprodução periódica de maisum número do nosso jornalescolar, esta é, seguramente,uma das mais gratificantes eaquela a que com maiorsatisfação dou execução.Refiro-me, obviamente, àredacção do editorial, e asrazões por que assim procedosão, também elas,suficientemente óbvias.

Em primeiro lugar, pelosignificado que este textoadquire no contexto temporalem que a publicação do jornalse processa. Na verdade,porque está destinado, pornorma, a ocupar as últimascolunas em branco no lay-outjá definido, apresenta-se comoum indicador de que mais umaetapa foi atingida, de que deuos seus frutos todo o trabalhoinvestido por parte da equipa.O que é, no mínimo, agradávelde constatar.

Mas não é só por forçadeste sentimento de auto-satisfação que se revelagratificante o acto de escrevereste texto. Outras razões há,por certo mais profundas, quedirectamente se prendem coma razão de ser deste jornal eque se apresentam comogarantes da sua continuidade.São elas o pulsar de vida detoda uma comunidade escolar,o sentir o mundo e reagirperante ele, o pensar, o sentir,o intervir... na expressão detodos quantos, de formacorajosa, desinteressada eperseverante, vêm dandocontinuidade a este projecto aque chamamos 3º Toque.

Compor o editorial é,assim, dar ensejo a que amemória revisite os textos quedão corpo a cada edição e,neles, os acontecimentosreferenciados, as reflexõessuscitadas, os sentimentosvivenciados - e, por detrás detudo isto, as pessoas que ospensaram, produziram eexpuseram a publicaçãoatravés de um meio tãodespretensioso quanto o é umjornal escolar.

Por tudo isto me é tãograto estar, aqui e agora, aalinhavar estas ideias. E se,porventura, subsistiremdúvidas quanto à pertinênciaou sinceridade de uma talafirmação, então não há comotirar a prova: é ler este númeroe considerar, no fim, quem nãose sentiria honrado em ter oprivilégio de redigir o seu textode abertura.

M. C.

Com o objectivo de proporcionar esclarecimentosacerca das alterações curriculares cujaimplementação se prevê tenha lugar a partir dopróximo ano lectivo, a Secção de Formação doConselho Pedagógico tomou a iniciativa de convidaros responsáveis máximos da Direcção Regional deEducação do Norte - Eng. Jorge Martins e Dr.ªGracinda Nave - para dinamizarem um debaterespeitante à Reorganização Curricular do EnsinoBásico e Revisão Curricular do Ensino Secundário.

introduzir no ensino básico,decorrentes de um diagnósticocuja génese remonta a meados dadécada de noventa, visam, entreoutros objectivos, combater oinsucesso e abandono escolarese fomentar uma Escola maisinclusiva e democrática.

Em relação ao ensinosecundário, o Eng. Jorge Martinsjustificou as medidas aimplementar com a necessidadede dotar as escolas de maisamplos recursos, possibilitandouma melhoria da qualidades doensino e das aprendizagens erevalorizando os cursos decarácter tecnológico quepreparam mais eficazmente osjovens para integrar a vida activa.

Apesar de todos osesclarecimentos prestados nomomento de debate que se seguiuàs intervenções, subsistiu adúvida acerca da viabilidade daimplementação destas medidas

em tempo útil, tendo em vistao início do próximo ano escolar.

“Reforma”, a (in)existência demeios susceptíveis de darresposta às exigências,nomeadamente dos novoscursos tecnológicos, as(in)decisões respeitantes quer aoregime de avaliação, quer àdefinição da rede escolar, querainda em relação àregulamentação do acesso aoensino superior.

Seguiu-se-lhe a intervençãoda Dr.ª Gracinda Nave,sustentando que as alterações a

Este evento teve lugar no dia24 de Janeiro, no Auditório danossa Escola, e contou com aparticipação de mais de umacentena de professores vindosde diferentes estabelecimentosde ensino da área do GrandePorto.

O Presidente do ConselhoExecutivo, Eng. Joaquim Costa,na sua abordagem inicial daproblemática em questão,problematizou a (in)certezaacerca da implementação desta

“Reforma” Curricular em Debate na ESGCom a presença do Director Regional de Educação do Norte

Editorial Breves daAssociaçãodeEstudantes

MULHER. Uma palavracomum, numa sociedadeactual; uma concepçãocomplexa, num mundoem contínua mudança.

Mudam-se os tempos,mudam-se as vontades. Mudam-se os tempos, altera-se oconceito de mulher: desubmissão passa a falar-se desupremacia, de fragilidade passaa falar-se de garra. Os sonhospassam a ser certezas; os receiosdissipam-se e a feminilidademarca pontos.

Acusam-me de ser feminista.Nego-o. Sou mulher, é diferente.Sou mulher e, como tal, luto pelasminhas vitórias e pelo triunfo daminha dignidade. Talvez mopermita o mundo em que vivo: aliberdade é um princípio e,felizmente, os preconceitosdeixam de ter força.

As ideias pré-concebidas, deque o homem é o centro douniverso, são suplantadas pelasde igualdade. Não vivo aconjuntura ideal: ainda verificoinjustiças e convivo com osprotótipos machistas que,conscientes da nossaindividualidade e perseverança,tentam incutir-nos sentimentosde imperfeição e de inferioridade.Não o conseguem, no entanto.

Ser mulher é mais do queenaltecer uma últimaconquista, é mais do queexibir uma aparenterobustez, é mais do que vernos ideais passados umexemplo a seguir. Ser mulheré viver uma multiplicidadede sentimentos, é construirum mundo, no qualsensibilidade, inteligência,glamour, amor efraternidade se conjuguem.

Olho o passado e ficofeliz. Fico feliz por sermulher; fico feliz por saberque, nos dias de hoje, ahegemonia masculina não passade uma evitável recordação. Ficotriste, porém. «A excepçãoconfirma a regra». É indubitável.As mulheres afegãs, a prova. Aprova de que o passado não étão remoto, como ansiava...

Todavia, ganho ânimo.Animo-me, por saber que amulher, no geral, encontra nasdificuldades o alento, a força paraseguir em frente, para provar, oumelhor, para reafirmar o valor doser humano, enquanto sujeitoético e não enquanto presunçosodono da verdade ou presumíveldono do universo.

Na política, no mundo doespectáculo, nas artes, naeducação, na formação superiorou nas simples tarefas do dia-a-dia, a mulher emancipa-se, afirma-

SER MULHER

se pelo que é; marca pontos,porque sabe marcar a diferença,vendo nos pequenos detalhes ocombustível e, nos grandesfeitos, a meta.

Não sei bem o que chamar aesta minha dissertação, talvezcrónica, talvez desabafo.

Uma coisa, no entanto, sei:ser mulher é dar cor, é tornarmágica uma realidade cruel, énascer, ver e vencer. É tornar oshomens “fadas do lar” e mostrarao mundo que os dogmas nãoexistem, que o mundo está emdevir e que é sempre tempo defabricar desejos e concretizarprojectos.

Perdoem-me as excepções!

Ana Luísa Pinheiro - 11.8

AcontecimentosNo passado dia 21 de

Fevereiro, foi organizada pelaFNAES (Federação Nacional dasAssociações de Estudantes) umamanifestação com vista a que aRevisão Curricular não sejaimplementada.

Contudo, se tiveres dúvidasem relação a este assunto,informa-te, pois os estudantes dopaís são acusados de fazeremgreves sem saberem as causasdestas.

É necessário o vosso apoio,já que os lesados desta RevisãoCurricular somos todos nós!

O prometido é devidoConforme o prometido na

campanha eleitoral, já estão adecorrer os torneios de futebol,masculino e feminino, desde opassado dia 18 de Fevereiro,havendo jogos todas assemanas.

Não custa nadaComo as associações de

estudantes não foram feitasapenas para dar, pedimo-te quenão risques as mesas nem poluaso átrio escolar. Como já deves ternotado, há falta de empregadose, se todos nós, os alunos,colaborarmos, os trabalhos sãosimplificados.

Não custa nada se todoscolaborarmos!

Ficha Técnica:

ISSN 0874-7385

Coordenação: Manuel Coelho

Colaboração: Dulce Vilas Boas,Lilia Ana Silva, Júlia Jorge, LéneaOliveira

Equipa RedactorialAlunos : Ana Luisa Pinheiro ,Manuel Pedro Farate, MónicaSantos, Ana Alves, Ana Pão Trigo,Ana Catarina, Elsa Castro, RaquelRibeiro , Tiago Folhento, LuísAndré Flirindo, Sara Neves, SusanaFigueiredo, Ricardo Barbosa.Professores: Dolores Garr ido,Vitorino Ventura.

Design: Luis Costa, FranciscoNunes

Impressão: Greca Artes Gráficas

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Porto Rico, aqui vamos nós!

Cátia Santos, capitã da equipa de voleibol feminino da ESG, ao 3ºToque:“Não é todos os dias que se veste o nome do país nas costas”

É a capitã da equipa de voleibol feminino da nossa escola, equipaque (imaginem só!) acaba de se sagrar vencedora do torneio que lhedeu o passaporte para ir representar Portugal no CampeonatoMundial, a realizar em Porto Rico, no próximo mês de Abril. Comomascote adoptaram a Sostrona, uma tartaruga que, pelos vistos,lhes trouxe muita genica e vontade de vencer.

3º Toque - Quem é exactamente a Sostrona ?

Cátia - A Sostrona é uma tartaruga verde que nós levamos para todos os jogos.

3º Toque - Como é constituída a vossa equipa ?

Cátia - A equipa tem doze elementos, sem contar com a equipa técnica.

A equipa possui doze elementos, como referi anteriormente, das quais duas sãoatacantes de meios, eu e a Rita Matos; duas jogadoras de saídas, que são a MariaManuel e a Joana; quatro passadoras, que são a Inês, a Sara, a Teresa e a Adília; quatrojogadoras de entradas, são elas a Mariana, a Dulceeline, a Eunice e a Catarina.

3º Toque - Quais foram os critérios utilizados pelo vosso treinador para eleger acapitã?

Cátia - Não faço a mínima ideia de quais foram os critérios usados pelo professorErmida para eleger a capitã. Depois de saber que ia representar essa função, tentei daro meu melhor, mas penso que foi mero acaso, pois qualquer uma de nós tem capacidadesde ser uma boa capitã.

3º Toque - Como capitã, o que fazes para incentivar, dar apoio e algum ânimo à tuaequipa ?

Cátia - Principalmente antes dos jogos, a minha grande preocupação é a de dar umbom aquecimento para que ninguém se lesione. Nos jogos, tento manter a calma àequipa quando começamos a exaltar-nos pelo facto de estarmos a perder alguns pontosconsecutivos. Preocupo-me também em dar o meu melhor perante todos as situaçõespois, pelo facto de ser capitã, não posso pensar em tentar exibir-me pelo facto de ser aescolhida, mas sim a representante da equipa e, por vezes, também da equipa técnica,para as coisas que acontecem de bem, mas também pelas coisas que são menos boas.

3º Toque - Qual o tipo de exercícios que vocês costumam praticar nos vossostreinos?

Cátia - Os nosso treinos são muito simples: começamos por aquecer sem bola noinício, que é para fazermos os alongamentos e para que, quando começarmos a fazer osexercícios com a bola, ninguém se lesione. Depois de pegar na bola, começamos porfazer passe, manchete e as coisas mais básicas, passamos para o movimento de ataquee, no final do treino, fazemos jogo seis contra seis.

3º Toque - No início, vocês sentiam esperança de poderem chegar para além do quetinham imaginado? Reinou sempre a confiança ?

Cátia - Quando nos inscrevemos no torneio e depois de ser anunciado o sorteio dos

jogos, ficámos um pouco medrosas porque, mesmo sendo triste de admitir,considerávamos quase nula a hipótese de ganharmos o Nacional, pois havia três equipaspraticamente compostas por jogadoras federadas e, pelas informações que recebemos,estavam muito bem classificadas no campeonato nacional federado de juniores e juvenis.Portanto, no início, fomos levando o torneio como uma maneira de fazermos o quegostamos e, quando começaram os jogos, aí, jogo a jogo, fomos pensando numa vagahipótese de ganharmos o regional, visto que os resultados foram bastantes bons. Aequipa saiu vencedora de todos os jogos para o apuramento para o Mundial de 2002 e,ao todo, foram oito jogos.

3º Toque - Quais eram as vossas equipas adversárias mais temidas?

Cátia - Posso afirmar que este apuramento foi muito difícil, visto que, sem querertirar qualquer mérito às equipas menos fortes, pelo menos três equipas foram adversáriasmuito temidas por nós: o Colégio Paulo VI, a Escola da Póvoa e também a Escola deFamalicão.

3º Toque - O que é que sentiram quando se aperceberam de que tinham triunfado esaído vitoriosas do torneio ?

Cátia - Sentimos uma grande alegria quando ganhámos o torneio; para algumas foia primeira vez que ganharam algo a nível nacional e um título tão especial como estenunca se esquece. Ficámos muito alegres e, sobretudo, muito emocionadas pelo factode irmos representar a selecção portuguesa num campeonato. Neste torneio ganhámossimplesmente uma taça de campeãs regionais, mas mesmo que venhamos a receber umade campeãs nacionais, a taça que ganhámos no regional em São João da Madeira teveum “sabor” especial, pois foi no regional que derrotámos as equipas mais fortes.

3º Toque - A quem se deve, na tua opinião, esta vitória? Ao treinador da equipa, àsjogadoras ou a todos?

Cátia - É evidente que a vitória deve-se a todos os elementos que colaboraram eajudaram esta equipa. O professor Ermida teve mérito na nossa vitória, pois é ele otreinador dos membros da equipa que jogam na Deporto Escolar, que nos acompanhoudurante todos os jogos, que acreditou nos nossas capacidades, que nos entusiasmoue apoiou sempre. Todos os membros da equipa deram o seu melhor e, juntos,conseguimos alcançar este grande troféu.

3º Toque - Consideram-se uma equipa unida/forte?

Cátia - O significado de equipa, para nós, é muito importante e, sem qualquer dúvida,afirmo que somos uma equipa muito unida e é graças a sermos uma verdadeira equipaque conseguimos, juntas, alcançar este título.

3º Toque - Como foi realizado o apuramento para o Mundial?

Cátia - O apuramento para o Mundial foi feito, primeiro, por um conjunto de 2 jogosna nossa série, contra a Póvoa e contra o Colégio Paulo VI. Quem ficasse em primeiro,dessas três equipas, passava ao regional que iria ser disputado em São João da Madeiranos dias 8, 9 e 10 de Fevereiro. Quem ganhasse esse torneio, também constituído portrês jogos, passava à fase final que iria decorrer em Loulé, no Algarve, nos dias 14, 15 e16 de Fevereiro. No Algarve, tudo iria ser decidido: quem ganhasse passaria a representar

(continua na da pág. 6)

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ESCOLA SECUNDÁRIA DE GONDOMAROfffffficina de LEtras 2

...... ...... de convergência entre(a “Lupa” de) Sérgio Godinhoe (o olho são de) Luís Vaz

por vitorino almeida ventura

Quando se lê o poeta Sérgio Godinho, sem o músico, há sempre um défice de significação, já que a voz e a orquestração são outros textos, na canção pluridimensional.Mesmo despojada desses outros, lida _ não ouvida, (a brisa d)esta lírica bate leve no empurrar naturalmente _ pequena porta das nossas salas universitárias, quanto mais o portãodas escolas secundárias, se aberto, e bem, à maior poesia, seja ela a novíssima ou a toda.

O professor Arnaldo Saraiva nas Canções de..., edição da Assírio & Alvim, estudou o curso do primeiro Godinho e assinalou-lhe as fontes: das cantigas medievais apoetas contemporâneos, com uma breve nota a Camões. Ora, entendemos que esta não basta para dizer das relações entre... Que os Godinhos posteriores também se revelam noeco camoniano, _ _ _ as devidas distâncias ao estilo e à época em que. Salvas essas, vão pluri- os -paralelismos com a obra (e a vida) de Luís Vaz, os-quais-aqueles passamos adesenvolver.

Como Camões, Sérgio Godinho é... Tem génio. E ambos se fizeram de experiências universalistas da cultura. Ambos souberam como poucos acertar a síntese. Cidadãosdo mundo, escreveram-se de outros mundos, do que neles leram, no que por mais viveram - mas ainda vai por fazer o que a Índia inscreveu em Camões, ao tempo que por lá seachou... E a Suíça, a França, a Holanda, o Brasil, e o Canadá..., em Sérgio Godinho.

Já a maior consideração do Escritor de Canções por Luís Vaz ficou claríssima na “DEFINIÇÃO DO AMOR”, letra do álbum “Na vida real” de 1986... Após citar (n)a 1ªquadra do soneto com o incipit “Amor é fogo que arde sem se ver”, invoca-O ‹‹poeta de todos os poetas›› - qual génio da lâmpada, sua musa, lhe ‹‹conceda boa estrela››!

N(ess)a definição, ambos vão, porém, na linha de Petrarca: o Amor, como dado incompreensível para a nossa razão - Cfr. ao jeito de PetrarCamões, na obra “Lupa”do ano2000, as largas antíteses pela letra “BÍBLIAS DE UM DEUS ATEU”. Exemplo crasso: ‹‹Acreditou? Já descreu/ artificial natural podes crer››. Mas, nunca. Nunca Sérgio Godinhoper_

seguiu aquele cátaro petrarquismo das cantigas de Amor no cançonetista Gabriel Cardoso. De acordo com a sociedade medieval do ‘Estado Novo’ e _ sua ‘educativa’separação entre os sexos, fazia parte do maior espectáculo do mundo, ver Gabriel rogar/ajoelharperante a Senhor. Digo: mulher-anjo, dada a ausência ou inacessibilidade dela, numa cadeira do1º balcão, que a livrava assim de cair em tentação, como boa aluna d1 escola catolicamente feminina.Escola primária, este estilo pegou em moda, mas tão macaqueado, de muito seguido actualmente porAnjos e Anjinhos... De Gabriel, carregam-

-se apenas seus gestos. Linguagem denotativamente pura, os ‘querubins’ genu_

flectem querer muito a angélicas insufláveis, invariavelmente por uma noite, comoferta de uma cama. Quão diferente a atitude quase religiosa para com a mulher, no ‘saudoso’ Gabriel(como Camões, nos Sonetos, se quedava por um plano racional em um além, esse mundo absolutodas ideias, pelas distâncias convencionadas na época para os amantes), condenado(s) à subtilizaçãocerebral do sentimento erótico! E se Sérgio Godinho tem uma concepção de amor realista - e ainacessibilidade e a ausência resultam de matéria estranha (já não do Portugal-dos-pequeninos daditadura... embora por aqui, mortos-matados -ismos, ressuscit...em -ões), assim na letra “DANCEMOSNO MUNDO” de “Lupa”- ela não se confunde com aquela dos comerciantes da canção, desvelando opróprio sexo dos anjos, pela publicidade de quase toda-toda a privacidade.

- Mas é profana! - Sim...

- E anti-religiosa! - É... Mas tal realismo exige pudor, discrição,naturalidade, dentro de uma concepção da donzela, da mulher ao lado do ‹‹amigo››, já que os enuncia_

dores em Sérgio Godinho não suspiram, rogam, mendigam... Não fingem a idealização doamor, (um absoluto), para da amada conseguirem relativos, _ _ seus favores de amante, ao leitofacilmente desmontável.

- Pois, pois, mas mudemos de assunto, sim?

Também numa época em que se cruzavam popularmente as espécies, Sérgio Godinho, cientista,criou no seu laboratório de sons o ZeCamões, em “Aos amores”, lp de 1989, pelas “ENDECHAS ABÁRBARA ESCRAVA”... Um ‹‹feliz casamento de um poeta da música com um músico da palavra›› -pode ler-se no folheto explicativo que acompanha as letras desse álbum. Poesia fúnebre e triste, asendechas foram aqui godinizadas, por gosto da ‹‹alma portuguesa em alternar o sol e a sombra››(ibidem). Porque o ser camoniano em Sérgio Godinho nunca vai apenas citação de purismo algum,levando-se de Luís Vaz a poesia a _ _ outro lugar, neste caso, por outro contexto... musical. Clic

ando paralelismos outros: - Para com o outro sexo, gozam ambos o tom jocoso, irónico, às duas por três, escarninho... (Cfr. ‹‹para quem é “BACALHAU BASTA”/mas dá-me bacalhau do bom››, no exemplo maior, ao álbum “De pequenino se torce o destino” de 1976, em que Godinho recusa as formas e as fórmulas caras da gentileza amorosa; ouentão, como na “VISITA GUIADA” à “Lupa”, aquando o Amor avança por impulsos: ‹‹não me dês agora um beijo/e capo rente o teu desejo››)...

‘’Tá-se bem no realismo de dous entendimentos que há no escárnio, esse dado nacional de raíz popular, embora em Camões se note mais o ladodo Amor, como sofrimento: seu pólo negativo; e no Godinho igual se leia a outra face - de alegria e paz. (Os exemplos correm abundantes. Neste último de originais, “Lupa”, porex., em “VISITA GUIADA”: ‹‹Ora aí vem/ o amor/e as suas atrocidades/o amor/e as suas felicidades/e as suas sacaneidades››; e em “BOM PRAZER” ‹‹eu ponho/no que faça doque hoje sonho››, apenas se dando a face eufórica.)

As angústias camonianas, essas, ressaltam ao soneto com o incipit “Transforma-se o amador na cousa amada”, do que o filósofo Ângelo César pousou sobre mim, numadas muitas conversas de café - o que o corpo vem é trazer perturbação: ‹‹Se nela (na amada) está minha alma transformada,/ Que mais deseja o corpo de alcançar?›› Dadas aspremissas, Eduardo Lourenço, em Poesia e Metafísica, diz que ‹‹a resposta seria: nada. O amante devia, na perspectiva do puro petrarquismo (e do platonismo subjacente)expressa no primeiro verso, incluir em si a amada, sê-la, de tal modo que dispensasse a amada real.›› Só que o corpo nos divide em dois, por sexos, e a perspectiva dessa posseimaginária, dessa plenitude andrógina num 2 em 1 que dispensa o objecto que a determina, revela-se ao Poeta como ilusão. A ‹‹linda e pura semideia›› está no pensamento, não

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como no hipotético platonismo de verdadeira realidade, mas ao contrário, de pura miragem. E o corpo, a matéria simples do Poeta, busca a forma, a Outra, bem real... (Curiosamente,naquela “VISITA GUIADA” a “Lupa”, o destinador de Sérgio Godinho interroga se ainda subsiste alguma centelha de petrarquismo, de platonismo, dado o amor sensível, noagora, levar as pessoas a esquecer totalmente do amor espiritual, _ amor-paixão: ‹‹ainda é possível avistar/num tronco, dois corações/sangues verdes, inscrições/em sequóiavenerável?››) Outra leitura daquele soneto,

num outro tabuleiro da ponte, foi-me sugerida pelo mestre Jaime Bilhoto, deixando-se a questão - o que é isso do Outro?, e de (O) conhecer?... Que no Amor, a procurado Poeta, mais do que afectiva ou racional, está numa terceira realidade - a saber do que nasce ao despojamento partilhado entre o Eu e _ Tu, do buscar no outro dados de si. OHomem sofre por desconhecer(-se), não propriamente do corpo ou do espírito:

- Se o amor é uma realidade mais negativa do que, por que leit-motiv as pessoas se querem aproximar? Era essa a angústia existencial do Poeta. Camões sofria pordesconhecer... O ser que para ele era sempre para, ou com... Eterno feminino. Já em Sérgio Godinho, o Outro não contem apenas da companheira; também do masculino, _companheiro. Amiga e amigo, irmã/irmão, meu caro/minha... E no plural, a gente, a malta. Até o neutro de hoje, esse desconhecido, pode trasformar irmão no futuro... E o inimigo,a quem não nega o ponto de vista, sempre lhe dá a possibilidade de reconverter... Ao próximo, repondo em acto a fraternidade universal. Relativamente ao Outro camoniano - aOutra, Sérgio Godinho padece do mesmo desconhecimento, em matérias de amor. Na “BÍBLIAS DE UM DEUS ATEU”, o enunciador conclui: ‹‹estamos sempre adolescendo/espesso livro vamos lendo/e coitados!/ somos sempre uns iletrados››. Sobre a mesma matéria,

Jorge de Sena escreveu, _ _ Trinta anos de Camões: ‹‹Tem-se dito e redito que Camões é um poeta do amor, e, por extrapolação, que foi um grande amoroso. Asensualidade, ao mesmo tempo impetuosa e lúcida, que os seus versos patenteiam, é, de facto, índice de uma natureza tão apaixonada como sensual no mais físico sentido dotermo, e uma certa displicência feminil, também por vezes evidente, é menos de um homem castamente delicado, que de um intelectualizado femeeiro. Mas, se Camões tivesse sidoe fosse apenas um poeta do amor, naquele sentido pornográfico, que uns lá vêem, ou no sentido abstémico, para donzelas bem pensantes, que outros lá vêem igualmente, teria sidomuito pouco, ou pelo menos não teria sido aquele pouco que o distingue da avalanche dos poetas que cantaram, com talento, os narizes, os olhos, e outras partes de váriascriaturas mais ou menos cantáveis.››

Sérgio Godinho também cantou os olhos (de “PAULA”, logo no 1º lp “Sobreviventes”, 1971), de seu modo particular, mas isso já o prof. Arnaldo Saraiva analisou (op.cit.)... A letra mais expressiva desse cantar, todavia, é, não é?, _ “QUIMERA DO OURO” ao álbum “Salão de festas” de 1984, onde (e)s(t)ão várias partes cantadas pelo desejo -de ‹‹sussurrar-te um ‘quero tudo’ ao teu ouvido››; como ‹‹eu queria a lua/quero a tua/boca que eu quero tocar››; ou ainda, ‹‹Eu quero pisar luas/quero as tuas pernas com que acoisas lindas/me habituas››. Aqui, o sujeito poético deseja pisar os territórios pouco explorados da amada (lua, no plural), recorrendo depois a um léxico banal (as pernas...), nissomesmo realçando do vulgar sentido desse outro -ade: _ naturalidade aos afectos, pela realização do sonho; a cumprir-se _ utopia, ‹‹fosse a do ouro do teu olhar››. Ou seja, maisuma vez, o ver/estar com a amada seria _ maior riqueza, que na “DEFINIÇÃO DO AMOR”, mesmo os ‹‹prémios de honor/prefiro os muitos/oferecidos pelas mãos do amor››. E oque é genial em Sérgio Godinho, são as imagens nada óbvias em que revela os seus princípios - a ‹‹flor›› não se mantem viva facilmente - exige trabalho, como nas citadas “BÍBLIASDE UM DEUS ATEU”: ‹‹rega-flor››!; o amor (entre duas criaturas) não está _ _ absoluto nem resolve todos os problemas - preciso é lutar pela Paixão, como em “DANCEMOS NOMUNDO”, no movimento para. Seja universal!, mesmo sabendo d’ ‹‹a batalha perdida››. Sérgio Godinho canta o que nele vive (ou em suas criaturas), e mesmo quando faz(em)amor, não há nem memória nem registo pornográfico, quando se descreve(m) os afectos, mesmo _ _ politicamente incorrectos, em natural e verdadeiro encontro de vontades. Emesmo o (des)encontro é, mas consequência nua e crua da erosão que sempre vem depois. Também daí, a “VISITA GUIADA” à ‹‹esburacada/ encruzilhada do amor››...

Voltando a Jorge de Sena eTrinta anos de Camões: ‹‹Se lermos mesmo com pouca atenção, as redondilhas, os sonetos, as éclogas, as odes, as elegias e as cançõescamonianas, verificaremos que, à primeira vista, se resumem, dasimples chocarrice ao mais elevado treno, a um monótono eincessante divertimento sobre as perplexidades do amor nãocorrespondido, do amor correspondido e depoisesquecido, ou do amor impossível. Deste ponto inicial devista, a poesia de Camões é já notável, pela graça maliciosa emelancólica, pela variedade puramente gratuita dos conceitosanalogicamente repetidos, por uma linguagem dúctil, e tãoexpressiva, que à própria elocução rítmica está confiada parte dosentido, que assim trasborda de uma fixação racionalizada eracionalizável, para o exercício constante que é a perseguiçãodialéctica››. Nessa leitura à 1ª vista, estuda-se a convergênciamáxima entre o olho são de Luís Vaz e a “Lupa” de Sérgio Godinho,que também trabalha (n)as contrariedades e contradiçõesamorosas, no encontro, no des-, no re-, com a amada ou o amor:‹‹a flor abre-se até quando?/ e quando, depois de murchar/voltaà lapela em botão››? Ou seja, uma espécie de filme cíclico, emperseguição... Sempre procurando ao Conhecimento,sabendo embora _ _ _ ‹‹tudo/o que amor souber/é paradesaprender›› (“BÍBLIAS DE UM DEUS ATEU”).

Escrita para fluir nos rápidos de seu rio-canção, a líricade Sérgio Godinho também atribui à elocução rítmica parte dosentido, pela corrente das rimas, dos trocadilhos... Ilhas que deixa,como a referida há bem pouco, ‹‹a flor abre-se até quando?/ equando,›› a ‹‹Alá!/Há lá maior contradição.›› (“BÍBLIAS DE UM DEUS ATEU”) e a ‹‹sacaneidades e outros ades(...)/hádes ver›› “VISITA GUIADA”, na ilustração. Mas há +...........comuns.

Se muitas glosas camonianas partiam de velhos cantares da cultura popular, em Godinho, Sérgio, como ensina o professor Arnaldo Saraiva (op. cit.), ‹‹abundam fórmulas,modos e processos típicos da literatura e da linguagem popular, mas também: personagens e nomeações, uma série de figuras populares, referências a costumes e hábitos,preferência pelo poema narrativo e pela história de aventuras, dialogismos ou representações cénicas, interrogações abundantes, comparações, ‘plebeísmos’, calão, termosescatológicos, poemas breves, estrofes verticais, quadras, verso curto, rimas abundantes...››

Em ambos os casos, tudo vai filtrado pelas leituras dos clássicos e processos maneiristas, dando aos poemas a simplicidade que até o povo entende(ria), embora comtratamento + intelectual

izado. Hernâni Cidade, in Luís de Camões o Lírico, refere-o no que o próprio Luís Vaz se referiu - ao ‹‹honesto estudo que lhe não faltou navida”, pela leitura de poetas e escritores portugueses, castelhanos, italianos, latinos, gregos... E Sérgio Godinho, outrossim, embora a esses clássicos possam acrescentar-seoutros, de Shakespeare à música erudita, mas também os Dicionários, as canções pop_

ulares e, do-ontem-já-ultra-Passado, todas as formas da cultura de massa... Mas, voltando aos clássicos comuns, o eco do dolce stil nuovo, (em Sérgio Godinho, eco doeco camoniano), e a florescência mais alta e graciosa daquela lírica que vinha dos Cancioneiros medievos... Porque é bela, em sua ingenuidade, essa lírica tradicional, e ambos osPoetas, a souberam adaptar aos novos interesses espirituais, a um gosto de mais requintado apuro e a uma inteligência de mais airosa agilidade e subtil penetração. O Escritor

de Canções, esse, abusa de coloquialismos, frases feitas, idiotismos, provérbios a que desloca o sentido... pelas vivências concretas que aproximam a sua poesia à prosa,pelo recurso ao poema narrativo e à história de aventuras, mas sobre_

tudo à oralidade, pelos dialogismos e representações cénicas, e pela natureza da canção fundamentalmente oral. Camões nunca o poderia nem ousar, por transgressão

(continua na pág. 6)

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A propósito dum estádio...

Quando era novo, imaginava, naquela inocência sonolenta à qual ainfância nos confina, que o mundo não existia para lá do que euconhecia. Nunca pude imaginar a imensidão do que ainda nãoconhecia, e que a minha existência na sua totalidade jamais seriasuficiente para descobri um ínfimo da sua extensão. E quandodescobri que o mundo era imensamente maior do que eu haviaimaginado, descobri também que ele mudava de dia para dia,momento a momento.

Isto, que há uns anos seria incompreensível, é hoje, paramim, claro. Quem havia de dizer, há um ano, que o 11 deSetembro seria uma realidade, como algo saído dum qualquerfilme de acção, mas que desta vez sem nenhum “all-americanhero” que pudesse corrigir o mundo à força de metralhadorase granadas? Quem havia de dizer que uma ponte cairia numpaís supostamente civilizado, onde tais acontecimentosdeveriam ser uma recordação longínqua e não uma realidadedolorosa?

E quem havia de dizer que depois de tanto entusiasmo àvolta do Euro 2004, havia de surgir um rol infindável deproblemas? As causas disto já todos ouvimos: falta dinheiro,falta compromissos palpáveis, falta cumpri-los. Já tudo istose disse, mais do que uma vez. Primeiro foi o Benfica, mas nãofoi nada que surpreendesse ninguém, tal a sequência deproblemas, de todas as formas e feitios que assolaram o clubeda Luz. Ainda assim, não deixa de ser revoltante que um dos maiores clubes Portuguesestenha tido o seu estádio em questão, estádio esse onde deveria ser realizada a final. Masmais surpreendente foi o caso do Porto: Já havia um projecto, já havia acordos, tinhamcomeçados as obras a um bom ritmo. E a ideia que passa pela cabeça de todos osportistas é que, se Fernando Gomes fosse presidente da câmara, fosse como fosse,havia estádio sem todas as questões que têm surgindo à volta dele. Tal até pode serverdade, não querendo isto dizer que Rui Rio não tenha valor e competência para dirigira cidade do Porto, apenas o tempo o poderá dizer. Ainda assim, algumas das declaraçõesque prestou são, no mínimo, criticáveis. Dizer que a câmara do Porto não tem dinheiro,declarar que precisa da ajuda do Estado, não obstante ser uma atitude de sinceridade, éuma atitude que fragiliza a imagem da cidade e tal é inadmissível. É necessário haver

sinceridade mas também subtileza e ter a noção que não se pode por a mais importantecidade do Norte do país num plano que a prejudica a nível nacional e até internacional.

Mas o curioso é que o que se passa com o estádio das Antas parece ser o sinónimodo que se passa com tudo em Portugal: não avança, ou avança aos solavancos,lentamente.

É esta a situação que tem de mudar rapidamente, sob pena de nunca sairmos doatraso em relação à Europa (que, diga-se em abono da verdade, já foi maior). É necessáriocompreender que o Europeu está longe de estar somente relacionado com o futebol, queestá em jogo o prestígio do país, que é um projecto que se arrisca a acabar como o PortoCapital Europeia da Cultura 2001, em que o espectáculo de abertura não foi levado acabo como estava planeado, porque o sítio onde deveria ter sido realizado só estariaconstruido (em princípio) depois de 2002...

Passa-mo o mesmo com a educação, e aqui chegamos ao debate realizado na escola,onde me pareceu aquilo que sempre imaginei acerca do ensino: a questão essencial não

é estar mal, é que não dá provas de melhorar. Ou seja,afinal fica-nos a ideia que muito se pensa, muito se diz,mas o problema está em fazer, em realizar o que éproposto. Que fazer perante isto senão desejar (quemsabe exigir?) mudanças. Como é o ensino hoje, não é oproblema, a questão é como é que poderemos fazer oensino de amanhã melhor, quais são as acções a tomar,qual a melhor maneira de as levar a cabo. E o que se dizdo ensino, diz-se do país (não está, ao fim ao cabo, tudoisto interligado entre si?).

É necessário mudar, e é preciso começar por honraros compromissos. O Euro 2004 é um deles, e tem de serrealizado a tempo e horas, sem interferências seja de quemfor, porque Portugal tem de mostrar que tem capacidadespara cumprir as metas que se propôs a cumprir. E aeducação também é um compromisso que o país tem de

honrar, tudo aquilo que se destina a fazer o país evoluir é uma promessa que tem de sercumprida, sem mais delongas.

E essa a solução. A noção de que somos capazes e o abandonar da ideia de pequeneze de insignificância que nos impede de sermos tudo o que podemos ser é o melhor(quem sabe o único) caminho para o país evoluir. Se conseguirmos fazer isso, seconseguirmos aproveitar as (boas) ideias que temos e torná-las realidade, então o Euro,a educação, a prosperidade, tudo virá por acréscimo.

O essencial, o imperioso não é mudar. É mudar para melhor.

Manuel Pedro M. Farate - 12.9

Portugal em Porto Rico, em Abril do ano corrente.

3º Toque - Quais são, das equipas estrangeiras, as favoritas para o título?

Cátia - Ainda não sabemos quais as selecções que vão participar na Mundial, maspensamos que as equipas favoritas ao título são a China e Cuba, caso participem, éclaro!

3º Toque - Que planos têm em mente para ao campeonato que se avizinha?

Cátia - Quando lá chegarmos vamos pensar num jogo de cada vez e de uma coisapodem ter a certeza: vamos fazer o nosso melhor para representar a nossa selecção e, senão conseguirmos um lugar nas melhores posições, para nós já é uma grande vitóriaconseguirmos chegar até onde chegámos e acho que é motivo de alegria e não detristeza, pois não é todos os dias que se veste o nome do país nas costas, nem que sevai a um mundial seja de qualquer modalidade.

3º Toque - Para vocês, o público é um elemento fundamental nos torneios?

Cátia - O público é muito importante, pois é o símbolo de que alguém acredita emnós, nas nossas capacidades, que nos apoia e isso dá-nos muita força para jogarmos.

3º Toque - Vocês consideravam-se a equipa favorita do público?

Cátia - De maneira alguma fomos a equipa favorita do público, pois toda a gentedepositava uma grande confiança na A. V. C. de Famalicão.

3º Toque - Para todas vocês, o que significa o Voleibol?

Cátia - O voleibol para todas nós é muito importante, é onde fazemos novos amigose onde passamos bons momentos.

Márcia Santos - 10°9Ana Alves - 10º9

intolerável às regras da escrita da época, sobre o que desvela Jorge de Sena, em Trintaanos de Camões: ‹‹No tempo de Camões morria o petrarquismo, aquela intelectualizaçãoconceptual do formalismo cavalheiresco das cortes de amor, com a desaparição do idealcavalheiresco, para ficar apenas a agudeza e a arte de engenho. Sensível ao contínuociclo dialéctico, exprime-o lançando mão de metáforas, visto que lhe interessa menos osignificado das ideias que a vida e morte delas››, enquanto, neste tempo de Godinho, secelebra a morte da mensagem, ao lado das grandes ideologias. Seus trinta heterónimos,nem vão caber nos Jerónimos!, restando apenas a Voz como instrumento, se quasetodos-todos os letristas exercem a liberdade de traduzir para a língua global, (o inglês),significante de pouco-nenhum significado, se não nos é língua viva, falada, melhor:vivida por. Como se as letras nomeassem _ (seu pequenino) mundo, a vez 1ª. E apenasseus nomeadores soubessem do sentido... Últimos arcos nas

pontes: da escrita bilingue - a camoniana, em português e castelhano cortesão;a godinha, em português e francês (Cfr. “UNE CHAISE VIDE”); no que

ambos se deram conta dos mais novos - João de Barros, Sá de Miranda... quevinham de Itália, por Camões; e por Sérgio Godinho, aos que vieram arranjá-lo delinguagens da música do mundo, da popular portuguesa, do jazz, da contemporânea, dapop, como, nos últimos tempos, Manuel Faria, João Paulo Esteves da Silva, HélderGonçalves, Nuno Rafael...; até

nas folhas soltas: o ensaísta Eduardo Lourenço achou-as, em Poesia eMetafísica, sobre o que Camões escreveu n’Os Lusíadas: ‹‹O ismaelita é bárbaro, torpe,nefando e os negros de África não usufruem do uso pleno da razão. Não é falta dehumanidade da parte do Poeta, nem sequer eco de qualquer ideologia coerente, e muitomenos ‘racismo’, noção anacrónica para essa época.›› No Godinho, con_

tudo, as folhas secas serão apenas algumas canções mais politicamentedatáveis. Mas, como em Camões a desconsideração por, (se fazia parte da fé espalhadana empresa das Descobertas), não acho que seja verdadeira limitação, porque inevitável,essa ligação a determinados enquadramentos. A arte não é abstémia, reflecte sempredas íntimas relações ao contexto em que pro_

cria .

Desporto

Sérgio Godinho(continuação da pág. 5)

Porto Rico, aqui vamos nós!(continuação da pág. 3)

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Desporto

nosso Clube tem um grandepotencial de crescimento e háalguns factores a ter em conta:

1-Maior atenção dispensadapela sociedade ao nosso Rio.Lisboa voltou-se para o Tejo e jáé visível que o Porto vai voltar-se para o seu Douro(Entretenimento, Turismo, Arte,Desporto).

2-As condições daspopulações vizinhas ao nossoPosto Náutico estão a modificar-se de forma acelerada. Apopulação está a crescer muitorapidamente em número e emcondições sociais.

3-O Remo é uma modalidademuito completa e quase semriscos de lesão. Os pais eencarregados de educação verãocom bons olhos esta opção partedos seus filhos.

4-A pratica do Remo Indoorvai alargar-se, pois é umamodalidade jovem e, conjugadacom o Remo na água, tem umpotencial enorme.

A última época desportiva foiuma “época de ouro” para oInfante . Nas competiçõesNacionais vencemos :

Campeonato Nacional deJuvenis

Campeonato Nacional deJuniores

Campeonato Nacional deSeniores

Campeonato Nacional deRemo Indoor ( título individual -Nuno Cerqueira)

Taça de Portugal

Representámos o País emvárias competiçõesinternacionais e tivemos atletasmedalhados na Coupe de LaJeunesse realizada em Brive (França) . De realçar que algunsdos atletas medalhados foramalunos desta Escola.

Pelos bons resultadosalcançados pelos nossos atletas,orgulhamo-nos também de, aolongo dos anos, já termoscontribuído para que algumasdezenas de entre estes tivessemacedido aos cursosuniversitários que desejavam,mediante a obtenção do estatutode alta competição.

Os jovens dos 11 aos 15 anosque queiram iniciar-se namodalidade só têm de saber nadar,munir-se de um fato de treino,sapatilhas e chinelos e dirigir-senum sábado, às 9,30 horas; aoPosto Náutico em Gramido,contactar o treinador AlbinoSilva e desfrutar do prazer deremar.

Vitor SousaPresidente do Clube Naval Infante D. Henrique

INFANTE: Um Clube Jovem com 76AnosO REMO É A NOSSA PAIXÃO, O DOURO O NOSSO ESTÁDIO

ergómetros) que permitem fazero mesmo exercício físico quefazem na água

quando é necessário medi-loem cadência, potência oudistância;

-Barcos especiais para osprimeiros passos e para o remoadaptado;

-Quatro dezenas de barcos detreino;

-Uma frota de competição domelhor fabricante mundial ( oalemão Empacher) que permiteaos nossos atletas

competirem com os melhoresmeios existentes no momento.

O que fazemos:Apoiados por 2 treinadores

(António Ramalho e AlbinoSilva) com um vasto curriculumnacional e internacional, o Clubetem praticantes de todas asidades (dos 11 aos 50 anos) e osnossos atletas preparam-se paraas competições nacionais einternacionais. A iniciação faz-se

entre os 11 e os 15 anos, pois oremo é muito difícil de aprenderdepois daquelas idades. Após aaprendizagem na categoria deinfantis ou de iniciados, osnossos praticantes podemcontinuar a sua actividade decompetição até quando quiserem.Temos escalões desde os 11 anosaté quando o atleta se quiserretirar. Temos também condiçõespara a prática do remo adaptadocom protocole estabelecido coma Associação de Deficientes deGondomar e Areosa.

O contacto internacionalatravés da Regata Internacionalde Gondomar, as deslocações aoestrangeiro, a contratação detécnicos de países maisdesenvolvidos na modalidade, aaquisição dos equipamentos detreino e de competição dosmelhores fabricantes, aimportação de modelos deorganização de Regatas de altonível, têm sido os meios utilizadospara atingir os fins a que nospropomos.

Significa também que o

O Infante tem sede na R.Dr. Joaquim M. Costa,em Valbom, e PostoNáutico, em Gramido, namargem direita do RioDouro.

Nascido há 76 anos para aprática do Remo, mantém-se fielaos objectivos da sua fundaçãoe é hoje um grande baluarte doRemo português.

O REMO é uma modalidade

completa do ponto de vista físico,muito bela pelo contacto com anatureza, pelas paisagens queproporciona e sobretudo pelaeducação e espírito de gruponecessários para obter bomrendimento. A modalidade doRemo, em Portugal, não temcrescido significativamente,como é normal nos desportosclássicos, e o Remo já temactividade em Portugal há maisde um século. O Infante tem tidoum papel de relevo namodernização da modalidade,único caminho para odesenvolvimento em queapostamos.

Somos cerca de 600 sócios emantemos em actividade entre150 e 200 atletas.

Os nossos atletas dispõe de:

-Ginásio com pesos e alterespara a ginástica geral e para amusculação;

-Tanques de remo para aprática da modalidade dentro dopavilhão;

-Simuladores de remo (

O ouro do Mundial

O mundial que seavizinha anuncia-se comoa derradeira hipóteseduma “geração de ouro”,que nunca chegou a serverdadeiramenteconsagrada.

É que, após os títulosconquistado nas geraçõesjuvenis e as inúmeras esperançasnum futuro de glóriainternacional, soam-nos adesilusão os feitos desta geraçãodourada do futebol. O melhorresultado por ela conseguido foia presença numa meia-final doCampeonato da Europa, e quemsabe se o teria conseguido nãofosse o génio de Figo naquelapartida memorável com aInglaterra? E, ainda assim, parauma equipa que tem alguns dosmelhores jogadores do mundo

dispersos pela Europa, não serápouco uma presença numa meia-final dum Europeu em 10 anos ?A verdade é que os desaires e asdesilusões foram muitos:apuramentos falhados,resultados muito aquém dasexpectativas. Para muitos, a culpafoi o ponta-de-lança, ou antes, ainexistência de um ao nível daequipa portuguesa. A fracacapacidade de finalização, aincapacidade de concluir nosmomentos decisivos, foi paramuitos a razão de tantasdesilusões.

Mas a verdade é que, depoisdo Europeu, alguma coisa mudou.Portugal já tem um ponta de lançade altíssimo nível, tem até maisque um, e parece ter finalmenteassumido o estatuto que todosnós há muito reclamávamos paraela: o de super-selecção, temidapelos melhores seleccionadoresdo mundo, respeitada pelo

futebol inteligente que pratica epelo génio inegável dos seusmembros, que tem, no mundial, agrande oportunidade de provar,por fim, o seu verdadeiro valor

E certo que muitos dosjogadores que hoje constituem aequipa portuguesa estarãoprovavelmente presentes nopróximo Europeu, e a geraçãofantástica não acabarájuntamente com a geraçãodourada: muitos talentosemergem para reclamar para eleso pesado fardo de vestir acamisola duma das grandespotências do futebol mundial.

Tudo isto é verdade, mastambém é verdade que este é omomento em que tudo se pareceinclinar a favor da selecção:temos o melhor jogador domundo, o melhor n.º 10 de Itália eum dos melhores do mundo, umadas melhores duplas de centrais

da Europa, um colectivo capaz deencarar de frente qualquer um dosseus oponentes na conquistapelo título.

É chegado, por isso, omomento de voltarmos a envergaras faixas, de voltarmos a ligar ostelevisores, de irmos aos cafés,às praças, onde quer que sejapreciso para apoiar, ainda que delonge, a nossa selecção. Vamosfazer tudo isso outra vez e, a cadafinta imprevisível, a cada jogadade sonho, a cada golo, oimpossível para muitos vai ficarcada vez mais perto. É tempo devoltarmos a declamar o Hino, devoltarmos a chamar para nós oorgulho de sermos Portugueses,de nos juntarmos em redor dotelevisor, em nome da vitória. Emnome de Portugal.

Manuel Pedro Farate - 12.9

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BTT

Com o objectivo de divulgar um modalidadedesportiva não muito falada em Portugal, mas quemerece toda a nossa atenção - o ciclismo de todo-o-terreno (BTT) - o 3° Toque entrevistou o ciclistaAntónio Silva, de 37 anos. Campeão Nacional em 98,actual hexa vencedor da Taça de Portugal e líder dotrofeu Maxxis Cup XC, entre outros prémios a nívelNacional (Prémio MTB, por exemplo), destacou-se aovencer uma das provas da Taça do Mundo (Tissot)em Silves.

3° Toque - Desde quando éque despertou em ti a vontadede praticar este desporto? Comque idade?

A. Silva - Foi por volta de1993, por isso eu teria mais oumenos 25/26 anos quandocomecei a dar uns passeios como meu primo António Castro.Depois comecei a dar umasvoltas com duas pessoas quemarcaram a modalidade: ManuelPão Trigo e o Sr. Júlio. Íamos atéà Trofa, depois até à Póvoa e aseguir umas voltas maiores. Umdia, por brincadeira, surgiu aoportunidade de ir para o montee comecei a gostar de praticarBTT.

3° Toque - Tinhas outrossonhos para além deste?

A. Silva - O meu sonhosempre foi praticar desporto, ter

saúde e viver o dia-a-dia.

3° Toque - Tiveste algumaajuda para chegar até aqui?

A. Silva - Tive o apoio dafamília, porque o desporto tiramuito tempo para estar com ela, edo meu primo António Castro,que me dá sempre as ajudas deque eu preciso a nível de treinos,a nível psicológico... Para alémdeste, tenho o apoio dospatrocinadores e das equipasque represento, nomeadamente a“Bicicastro” que foi ondecomecei. É uma equipa muito fortemas modesta. Tive semprepropostas monetárias boas e,enquanto assim for, voucontinuar.

3° Toque - Achas que estedesporto está muito ou poucodesenvolvido em Portugal?

A. Silva - Ah, está pouco, estápouco! Desporto em Portugal, sóconheço um, o futebol, e os meiosvão todos para ele. Se o ciclismode estrada não está bem, como éque o nosso há-de estar? Háalgumas câmaras que nos apoiambastante, outras nem tanto.Mesmo dirigentes de equipas deciclismo de estrada, que é o maisdesenvolvido, não sabem o queé o BTT, como é que este podeestar desenvolvido? Além disso,a imprensa não divulga osuficiente.

3° Toque - Que conselhodarias a quem quisesse seguir

este desporto?

A. Silva -P r i m e i r o ,começarem pordar unspasseios e sópensarem emcompetições apartir dos 14anos, porque éuma modalidademuito violenta,exige muitoesforço, pore x e m p l o :s u b i d a síngremes e adescida deravinas. E ter oconselho de umap e s s o aexperiente e de

um médico, porque mesmo abrincar, em competição exige omáximo do atleta.

3º Toque - Tiveste muitadificuldade em alcançar os teusobjectivos?

A. Silva - A dificuldade queeu tive foi arranjar tempo paratreinar, que é o principal, porquecompetir não custa, pegar numdorsal e pô-lo às costas nãocusta, dar a partida e 100 metrosà frente não poder ou furar depropósito. A única dificuldade

que eu tenho mesmo é arranjartempo para treinar porque sótreino a partir das seis da tarde,só à quinta- feira é que treino às5h, e com atletas que, apesar denão serem profissionais, treinamcomo se fossem.

3° Toque - O que é que achasque era necessário para umamaior evolução desta actividadeem Portugal?

A. Silva - Era preciso aimprensa cobrir mais. Porexemplo, vem um troféu de ténise a imprensa vai para cima deles,é a volta a Portugal e a imprensacobre logo. E nós, que só temoscinco ou seis provas por ano emcidades a que se podia dar muitonome, vão lá filmar e dá passadoum mês. Nunca houve um directode uma prova. O Jornal Notíciassó apresenta os resultadospassada uma semana. Temos sóalgumas revistas: Super Ciclismo,Bike Sport e Bike Megazine. Senão fossem estas, então o BTTestava mesmo em baixo. Alémdisso, é necessário que asequipas invistam mais noprofissionalismo que ainda nãohá.

Ana Alves - 10.9

Ana Pão Trigo - 11.8

Ana Catarina - 11.8

Elsa Castro- 11.8

Muitos foram aquelesque vibraram com asjogadas, os golos, osremates, as defesas dosgrandes génios da bola,que faziam maravilhasem campo e arrastarammultidões aos estádios.

Maradona, Pelé, Yashin,Mathaus, Platini, Beckenbauer;Eusébio... são figuras lendáriasdo futebol que deixaram o seunome para sempre ligado àhistória do desporto-rei. Hojevamos conhecer mais de pertoaquele que, nos anos 60,encantou Portugal e o mundo:Eusébio, o “Pantera Negra”.

Eusébio da Silva Ferreira veiode Lourenço Marques (assim sechamava então a capital deMoçambique, actual Maputo) em1960, onde havia nascido 19 anosantes. Em pouco mais de um anoexplodiu o suficiente para setornar conhecido na Europa. Nos

As lendas do futebol

15 anos seguintes, Eusébiosagrou-se como o melhorjogador português e dosmelhores do Mundo de todos ostempos.

Quando Bella Guttmam omandou entrar em campo noencontro contra o Santos, dePelé, a contar para a Taça doRacing de Paris, Eusébio agarroua oportunidade com as duasmãos. O Benfica perdia por 3-0 eo jogo terminou com o triunfodos brasileiros (5-3) , mas odesconhecido avançado fez um“ hat-trick “ que serviu de cartãode apresentação ao mundo dofutebol.

Passados alguns meses, RealMadrid e Benfica encontraram-se, em Amsterdão, na final daTaça dos Campeões Europeus. Osportugueses procuravam bisar.Os “merengues” desejavam osexto ceptro. Tiveram que esperarmais cinco anos, apesar dePuskas ter marcado três golos (5-3 foi o resultado final a favor do

Benfica). No segundotempo, Eusébio definiu oscontornos finais dapartida, ao marcar o quartoe o quinto tentos. Tinha 20anos e acabava deconquistar o primeiro títuloeuropeu.

A primeirainternacionalização tevelugar também em 1962,num jogo que, apesar denele ter feito pela primeiravez o gosto ao pé com acamisola das Quinas, foium dos mais negros daselecção nacional: oLuxemburgo conseguiuuma das suas rarasvitórias no futebol,derrotando Portugal por 4-2.

Para entrar no grupo dos 16países com acesso à fase final docampeonato do mundo de 1966,realizado na Inglaterra, Portugalfez uma qualificação em que só

sofreu uma derrota. Nessa fase,dos nove golos alcançados, seteforam marcados por Eusébio.

Sem grandes referências dopassado, Portugal surpreendeudesde o primeiro momento. Com

uma linha avançadaassente no “Benficaeuropeu”, osadversários foramultrapassados, comEusébio sempre afacturar. QuandoPortugal derrotou aBulgária (3-0), apassagem aosquartos-de-final eraquase um dadoadquirido.

Contra o Brasil,Eusébio e seus paresacertaram contasantigas com oscampeões em título.Brilhou pela primeiravez em terrasbritânicas, marcandodois golos e

obrigando Pelé e companhia aregressar a casa.

Seguiram-se dois jogos queficaram na história do futebol.Contra a Coreia do Norte, a

Desporto

(continua na da pág. 12)

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ESCOLA SECUNDÁRIA DE GONDOMAR

Artes&Letras

JUNTA DE FREGUESIADE S. COSME

Tempus Fugit

Passou tão depressa quandodeveria ter passado lento, eesperou quando eu desejei queo momento passasse, foi contraos meus desejos, viveu e viverápara lá deles, para lá de mim. Otriste, o que me tira o descanso, éque os meus erros e falhas, asminhas certezas e méritos, tudonele ficou contido e dele nãosaíra, a não ser pelos estranhosdesígnios da memória. O que nelefica, o passado que me marcou eme fez o que sou hoje não é meupara reclamar, já não são meus osmomentos que quis fechar numaampola de vidro imaginário, semnunca saber que o vidro sequebraria mais cedo ou maistarde. É esta a irremediávelverdade do tempo, e a verdade éque não a posso contestar, souparte dela, é ela que me contém, efoi ela que me trouxe aqui, e esteredemoinho de momentos epensamentos onde as palavrasbrotam como se não tivessemoutro destino para além deste,como se fossem mais fortes queo tempo, como se o tom damadrugada que se avizinhaestivesse mais perto do queantes e elas o quisessem recordarantes dele existir.

E tudo isto é tão confuso...todos estes instantes tão esguiose tantas recordações que opresente suga de nós. E, aindaassim, há algo que fica, para ládo que nos é roubado, algoenverga no presente a marcainconfundível do passado. Soueu, foi em mim que o passado seconteve, sem saber que eu traziacomigo todos os momentos queme fizeram. Sou eu o reduto queexiste em mim, é essa a únicacerteza que o tempo meconcedeu, e a única verdade queele deixou que existisse em mimpara lá do presente.

Manuel Pedro Farate - 12.9

À medida que a névoa seadensa, sinto e espero que ospensamentos surjam, noturbilhão da minha mente, em quese precipita sobre o momento asombra do passado. Comocheguei aqui? De que forma odecurso dos meus anos me seorientou para o caminho quesegui, e me trouxe aqui, a esteinstante de contemplaçãosilenciosa? Escolhi, sem hesitar,entre as verdades e as mentirasque me foram dadas e, ao fazê-lo,escolhi este olhar distante sobreuma qualquer manhã de Inverno.Tudo à minha volta, seja estacaneta com que escrevo, o friometálico da mesa, o vidro baçoda janela, tudo isto é parte de mim,e não compreendo isto, aspalavras nascem numa ordemdesconexa, surgem ideias que nãoconsigo ou não sei explicar, averdade é que tudo em mim, até oque me rodeia, se transfigura empalavras. Mas qual é, afinal, arazão das hesitações e dospensamentos que esta noite meperseguem?

É simples. Sinto que o tempopassou depressa demais, que afina areia do momento se esgotacélere. Estou irremediavelmentepreso ao tempo, é essa a minhaprisão, foi ele que me trouxe, porcaminhos singelos, aqui, onde oencaro de frente. A questão é queo tempo não espera, nem por mim,nem por ninguém, esgota-se,simplesmente, num ciclo para ládo meu alcance ou da minhacompreensão. É ele o meuconfidente e é ele a prisão da qualeu nunca me consegui libertar, averdade que nunca conseguiiludir. Sinto que nada há a fazerperante isto e, ainda assim, ardeem mim a vontade de oultrapassar, de o ignorar, de sermais que ele, ainda que por uminstante.

Nem imaginam de queCatarina vou falar. Aqui na Escolanão faltam alunas com esse nomee elas, por certo, mereceriam umelogio, mas não é de nenhumadelas que vou agora falar.Também em toda a parte hápessoas assim chamadas, umastornaram-se célebres, outrasviveram ou vivem, anonimamente,a sua vida. Umas e outraspoderiam ser dignas deste título,também estou de acordo. Mas aCatarina de quem quero agorafalar é, nada mais nada menos,aquela rapariga que ganhou oconcurso Big Brother, como aindase devem lembrar. Recordam-se,ou tudo aquilo é tão efémero quedá logo para esquecer?

Mas por que merecerá essaCatarina, que mais uma vez se faledela, quando já tanta gente o fez?E ainda por cima, o prémio de sóter vivido em prisão vigiada,durante meses, por câmarasindiscretas de televisão e de terganho o concurso não foi nadapequeno.

Ela, de facto, é simpática egraciosa. Parece que gosta decantar e de dançar e fá-lo comleveza e convicção. Tudo isso é

bonito e até dispõe bem quandoa gente está no sofã paradescansar e preguiçar um pouco,mas do que mais gostei foi dalinguagem dela. Não, não merefiro ao sotaque que trazconsigo por ter nascido e vividonuma ilha açoreana. De facto, elapronuncia as palavras de umamaneira engraçada, emitindoaqueles sons insulares queperpassam, sem artifício, pelo seusorriso aberto. O que me agradounão foi só o modo como elapronuncia as palavras, abrindoou fechando as vogais, mas aspalavras em si, isto é, acho bomouvir frases, sem o recursoconstante ao redutor palavrão.

De todas as vezes que a vi,não lhe ouvi palavrões, comomuitos naquela casa faziam. Enão era só lá nem só com elesque tal acontecia, é claro. Nãoconcordam?

Às vezes puxa-se dopalavrão porque parece resumiras intenções de momento e tem-se, assim, menos trabalho; outrasvezes porque se adquiriu essehábito e dá mais jeito mantê-lodo que adoptar outros costumes;outras porque é um modo de se

fazer notado; e será tambémusado por inúmeras outrasrazões (se, às vezes, quem diz ospalavrões, se se visse ao espelhoou se se ouvisse nessa ocasião,não os repetiria tanto!).

É claro, toda a gente conheceos palavrões mas dizê-los ououvi-los tantas vezes é «que nãohavia necessidade», pois não?

Já agora, aqui vai umadefinição de palavrão - nosentido que lhe estamos a dar -retirada de um dicionário:vocábulo grosseiro, obsceno,indecoroso.

Não acham que tambémquem o diz e repete se torna umpouco assim?

E vale a pena melhorar o quese faz e o que se diz, porque,assim, o mundo também melhorae todos nós lucramos com isso.

É caso para dizer, diz-me comofalas, dir-te-ei quem és.

E era só esta palavrinha quevos queria dar. E, palavra,gostava mesmo que nãoentendessem tudo isto comopalavreado.

Dolores Garrido

Viv’à Catarina

A História de Sofia

Era uma vez uma menina quese chamava Sofia e que pertenciaa uma família feliz, de que faziamparte os seus pais e o seu irmãomais velho, que se chamavaDiogo. Era uma menina muitoalegre e divertida que fazia asdelícias de quem tinha o prazerde a conhecer: espontânea comoela só, era o orgulho de todos e otesouro mais precioso dos seusavós e da sua tia. Na escolaprimária que frequentava, tinhatambém muitos amigos queadmiravam o seu bom humor e oseu espírito sempre festivo.

No entanto, e como o temponão perdoa, certo dia esta meninaolhou-se ao espelho e viu-semulher. O seu sorriso, até entãoinfantil e espontâneo,desapareceu e deu lugar a umatristeza profunda; as suaslágrimas, que até então eramsimples gotas de orvalho emmanhã primaveril, tornaram-se emlágrimas repletas de dor e

amargura; a sua estatura frágil efranzina e o seu rosto perfeito elimpo transformaram-se porcompleto. Era como se tratassede uma outra pessoa, que emnada fazia lembrar a antiga Sofia.

Foram momentosextremamente difíceis para ela,que se via isolada e distante deum mundo que parecia já nãoconhecer: Os amigos, semperceberem esta situação,afastavam-se e ela mergulhavanuma solidão que parecia não terfim. Para se refugiar do mundo,que já não reconhecia como seu,aplicava-se de forma exaustivanos estudos e na escola, quepassaram a ser o seu únicoobjectivo e finalidade. A relaçãocom os seus pais tornara-sedistante e fria, o diálogo deixoude existir, o que complicou deforma preponderante a situaçãoem que Sofia se encontrava. Ospais, desesperados com estasituação, decidiram procurar

ajuda médica e foi assim que,durante largos meses, a Sofiaesteve sob acompanhamentopsicológico, que de nada valeu.

Na mente de Sofia, pairavamapenas pensamentos negativosque a acompanhavam e amartirizavam noite e dia e que lheinvadiam os sonhos. No entanto,e apesar de todo o sofrimentoque interiormente transportava,Sofia era acima de tudo umarapariga bondosa que ajudavatodos quantos necessitassem deauxílio e protecção.

Foi mesmo assim que foirecordada por longos anos,depois da sua drástica morte,queimada, quando estavasozinha em casa. Ainda hoje háquem fale de Sofia, a rapariga aquem o tempo e a adolescênciatiraram a alegria de viver, mas nãoo gosto e prazer de ajudar opróximo.

Raquel Ribeiro - 10.10

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Declaração de Amor deoutros Tempos

Perante vós me encontro, enfeitiçado e deslumbrado.

Pois vós brilhais mais que as próprias estrelas numa bela

e fresca noite de Verão.

Oh! Vós que sois como uma leve e doce brisa de Primavera;

vós que, com os vossos belos cabelos dourados,

iluminais todo o infinito Mar e a Lua,

iluminai também todo o meu coração e minha pobre alma.

Vós, com vossos belos olhos azuis,

que mais parecem duas safiras reluzentes,

mas ao mesmo tempo tão transparentes,

deixai-me ver vossa alma e acariciar vosso coração.

Oh! Deixai-me tocar em vosso suave, macio e delicado rosto,

para que não tenha que sonhar mais.

Mas deixai-me dizer-vos que vós sois a mais rara de todas asrosas,

de tão bela e inocente;

pois as coisas mais raras são as mais preciosas.

Escutai, estais a ouvir?

É meu coração que, por estar tão perto de vós,

bate, bate por estar louco de paixão

e sedento de amor.

E agora, senhora

por tudo isto, espero uma única palavra vossa;

pois, para mim, uma palavra vinda de vós

é como estar entre a Vida e a Morte

Márcia Santos - 10.9

AMARDe amigo para amiga

Começou nossa amizade.

Mas, para ser sincero,

Amo-te de verdade.

Pensar em ti é viver,

Viver contigo é sonhar;

Gostar de ti é sofrer,

Viver sem ti é chorar.

Ando triste e apaixonado;

Não sei por que razão.

Sei apenas que te amo

Do fundo do meu coração.

Um dia perguntei a Deus:

Qual o maior pecado?

Um anjo respondeu baixinho:

Amar e não ser amado!

Se vires o mar vermelho,

Não te assustes, que é sagrado:

São as lágrimas da dor

Que por ti tenho chorado.

Se um dia me encontrares

Sozinho com o vento,

Lembra-te de alguém

Que te traz no pensamento.

Tiago Folhento - 12.5

Terna PaixãoSomente a lua,

por entre montes e loucura,

me deixa adivinhar

os traços do teu olhar.

Corro alta, liberta,

na noite fria;

vagueio por sonhos

de prazer e loucura.

Como alma ferida,

sem asas, sem destino,

numa alucinação de luz,

de dor e de amor.

Peço assim

à fúria do mar

que me deixe adivinhar

os traços do teu amor,

que me deixe gravar

no fundo do teu peito

um terno sentimento,

SonhoSonho com o mar azul,

envolvente e misterioso;

sonho com a lua,

iluminada e poderosa;

sonho com as estrelas

acariciando o meu ser.

Sonho com o sonho,

que me faz explodir

como vulcão adormecido.

Vibro, vibro intensamente

com o pensamento em ti,

doce desconhecido.

Sonho, sonho incansavel-mente

com os teus lábios de marfim,

teus olhos estrelados.

Nasci, assim,

das cinzas dormentes;

e da névoa surgi

para loucamente amar,

insana assim!

Sonho, sonho que desperta

meu ser, minha alma,

meu viver, minha luz.

Sonho com o sonho,

que me faz sorrir,

explodir, sentir.

Sonho porque nasci,

e nasci para ti.

Sara Neves - 10.10

um doce amor.

E, ao acordar,

com o orvalho da manhã,

sobre as folhas que bailam,

ao som da luz,

ao som do amor,

sinto então

Tudo em mim é mar,

Em que navega um corpo

Levado ao sabor da corrente

Violentamente trespassado por ondas de inércia

Todo o sal que contenho

Transborda pelo espelho da alma:

Olhos azuis de água cristalina,

Lagoas de tristeza,

Lagunas de expectativa,

Águas paradas em busca do nada

Enfrento o oriente, o sol nascente

Que nada me inspira.

Neste lugar caliginoso,

Sou imensidão e restrição

Tal como os meus olhos de cristal baço

Que reluzem com a insignificância

Na extremidade da costa africana,

A calema sou eu,

Porém ela não sabe quem sou

Tento falar-lhe

Dirijo-me ao mar, falo p´ra dentro

Mas as minhas águas, o meu eu nada me diz

Eu mar

Sou serenidade nas águas revoltas que me invadem

Eu pessoa

Sou certeza infeliz na dualidade do meu ser

Luís André Florindo - 12.9

no meu coração

a doce primavera

do que já foi e não é mais,

do que agora é e não existe:

a terna paixão,

a loucura do amor.

Sara Neves - 10.10

EscritaemDia

Dualidade

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Céline Dion

Vencedora de doisÓscares da Academia ede cinco Grammy Awardsnos EUA, de váriosWorld Music Awards naEuropa e de dezenas deprémios no Canadá,Céline Dion éconsiderada uma dasmaiores cantoras daactualidade.

Até este momento, Dion jávendeu cerca de 130 milhões deálbuns em todo o mundo - maisdo que qualquer cantora a solona história da música.

Mas qual é a sua história?

Nascida a 30 de Março de1968 em Charlemagne, uma

pequena cidadeperto de Montreal,Canadá, Céline Dioné a mais nova de 14irmãos. Com 5 anos,familiares e amigoscomeçaram aaperceber-se do seuenorme talento. Aos12 anos, éapresentada, pelospais, a René Angelil,um empresário que seapercebe do enormetalento da jovem e sedispõe a fazer dela uma estrela.René hipoteca a sua própria casae, com o dinheiro, paga agravação do primeiro álbum dajovem canadiana, editado em1982, que iria despertar o seu paísnatal.

Curiosidades

Céline Dion é considerada“the premier adult contemporaryartist”. Ganhou o Eurofestival daCanção de 1988 com a música Neparlez pas sans moi, já todos osabem. Mas sabia que Lara

Fabian tambémparticipou e ficou em4º lugar com Croire?

Numa entrevista,foi perguntado ao paide Madonna qual asua cantora preferida.Este, para surpresa demuitos, respondeu:“Céline Dion”.

Para além destes,são de destacaroutros fãs famosos deCéline Dion,nomeadamente: Bill

Clinton, Bryan Adams, AndreaBocelli, Luciano Pavarotti, BeeGees, Prince, o nosso futebolistaJorge Cadete (que a conhecepessoalmente).

Céline Dion cantou na Casa

Branca durante na cerimónia deinauguração do mandato de BillClinton como presidente dosEUA.

Céline tem uma colecção comcerca de 1000 pares de sapatos.

Assinale-se que tem o seunome inscrito no pátio da fama eque recebeu a chave da cidadede Montreal. Nesta cidade, emfrente da Câmara, foi erigido umgrandioso monumento em formade globo, sendo que nele seencontra em fase de construçãouma estátua em homenagem àcantora com maior sucesso noCanadá.

Pesquisa e redacçãorealizadas por

Susana Figueiredo - 10.10

esconder”, do qual já se podeouvir o single “Tás na boa”, umtema bem ritmado e que “acordaos vizinhos”. Vamos ver se esteúltimo álbum tem o sucesso a quea “Doninha” já se habituou.Esperemos que sim.

Dados retirados de EMIValentim de Carvalho ewww.sapo.pt <http://www.sapo.pt>.

Texto de Elsa Castro - 11.8

DA WEASEL

Os Da Weasel lançaram-se no mercadodiscográfico, em 1994,com “More than 30Motherf***s”, umtrabalho em inglês. Maso projecto, embora nãomuito definido, iriacrescer. E assimaconteceu, em 1995, com“Dou-lhe com Alma”, oprimeiro álbum hip-hopde uma bandaportuguesa, e queassinala já a transiçãopara o uso do portuguêscomo língua dominante.

Estávamos perante umabanda em crescimento e emevolução. A formação do grupo,nesta altura, tinha sidoreforçada: para além de Pac(voz), Jay JayNeige, Armandoe Yen Sun, os DaWeasel jácontavam comPedro Quaresma(guitarra) eGuilherme Silva(bateria). Em1997, editaram“3° Capítulo”,aquele que foi ogrande salto dabanda. O álbumalcançou o discode platina, ouseja, 20 mil cópias vendidas.Este foi o primeiro trabalhoeditado pela EMI e o primeiroque teve a produção da própria

banda. Os temas apresentavam-se “duros” e um poucopessimistas. Este álbum contoucom uma troca de músicos: saiuYen Sun e entrou MC Vírgul.Estávamos, então, com aquelaque viria a ser a formação actualdos Da Weasel. Também sedescobriu, em Pac Man, umletrista de muito boa qualidadeno mini mundo da músicaportuguesa. Basta pegar norefrão do tema “Tudo na mesma”(que foi considerado no jornal“Blitz” o refrão maisironicamente perturbante dahistória da música portuguesa. ..),para constatar isso mesmo: “...Asputas continuam a atacar,dealer’s a dealar, junkies acomprar, putos vivos a roubar.Não há nada de novo, não hánada de anormal, e as cenasdesenrolam-se de formacasual...”.

Foram retirados dois singlesdeste álbum: o primeiro“Todagente” (há alguém que nãose lembra deste tema?), que

tocou, tocou e tocou na rádio eque saiu vencedor nos “PrémiosBlitz” na categoria de “Músicado Ano”. Este tema fala-nos,resumidamente, de quase tudo denegativo que se passa nasociedade. O segundo singleretirado foi - “Dúia”, uma baladalinda, que também passou váriasvezes pela rádio e de que muitagente sabe pelo menos...o refrão.Para mim, é um tema especial:“Nunca me deixes preciso de ti...“

Com a digressão de “ 3°Capítulo”, percebeu-se queVírgul é uma peça fundamentalnos Da Weasel, e, se eles são amelhor banda nacional ao vivo,isso deve-se, em grande parte, àsua prestação, já que eletransporta uma energia enorme econtagiante para o palco.

Resumindo, este foi um álbumjá bastante mais maduro dos Da

Weasel e queelevou ogrupo aopatamar dasbandas comq u a l i d a d edo nossopaís. Teveu m ar e c e p ç ã opositiva daparte dopúblico etambém dosmeios decomunicação

social.

Em 1998, os Da Weaseleditaram o seu 4° trabalho:“Iniciação a uma vida banal - O

Manual”, um álbum deexcelentes canções que tentamilustrar o dia-a-dia de todos nós.

Um álbum que se estrutura apartir de pequenas coisas, porvezes aparentementeinsignificantes, mas que são arazão da nossa existência.Sentimentos, emoções, situaçõescom as quais todos nós nosdeparamos, e que Pac, comgrande virtuosismo, transportapara as músicas dos Da Weasel.

No dia 3 de Dezembro de2001, saiu o seu último álbum,“Podes fugir mas não te podes

TOPO NOSSO

1 - BACKSTREET BOYS

2 - RICKY MARTIN

3 - ALEXANDRA PIRES

4 - LARA FABIEN

5 - ANASTACIA

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Debate na ESG com juventudes partidáriasNuma época em que seaproximam eleiçõeslegislativas antecipadas,o debate sobre o estadoda nação nas suasvertentes económica,social e política é fértil eintenso.

A escola, como sendo umadas células-base da sociedadeem que se insere, quis igualmentedar o seu contributo para aanálise da conjuntura que onosso país atravessaactualmente, particularmentenaquilo que concerne ao mundodos jovens. Para isso, o TerceiroToque levou a efeito uma mesa-redonda que contou com apresença dos líderes concelhiosda Juventude Social-Democrata(JSD) Margarida Falcão e daJuventude Popular (JP) AntónioMarques. O jornal da escolaconvidou também os líderes daJuventude Socialista e daJuventude Comunista, os quaisnão compareceram. Por isso, estaconferência contou apenas coma representação das forçaspolítico-ideológicas de centro-direita. Porém, a troca de ideiasfoi bastante animada e osconvidados mostraram-sereceptivos às perguntas que lhesforam dirigidas.

O pontapé de saída foi dado

pelo moderador do debate, oaluno Tiago Pereira, que começoupor indagar os líderes de qual opapel dos jovens na política donosso país. A resposta foiunânime e ambosconsideraram que háuma incipientemobilização dajuventude portuguesapara os assuntos deíndole política e que essasituação se podeconstatar na fracaadesão dos jovens àsjuventudes partidárias.Como consequência, ospartidos nutrem umacerta falta deconsideração pelas suasalas mais jovens,gerando um hiato entreestas duas componentesdo partido. No entanto,esta situação não setraduz numesmorecimento da sualuta pela obtenção demais credibilidade e maiorafirmação dentro da sua corpartidária. Pelo contrário, estalacuna é mais uma razão paraerguer a voz e pugnar para queos mais velhos se empenhem naresolução de problemas quedizem respeito aos jovens, comoa educação, a liberalização doaborto e as perspectivas defuturo, temas sobre os quais os

oradores foram abordados eexpressaram a sua opinião.

Relativamente à ReformaCurricular, os representantes da

JSD e da JP mostraram umaposição consonante com a dosalunos, referindo que a educaçãose encontra num estado“decadente”, partilhando aresponsabilidade dessa situaçãopor professores e alunos. Comoforma de melhorar o sistemaeducativo propuseram umaavaliação do desempenho dosprofessores e uma maior força devontade por parte dos alunos,referindo de igual modo que osprogramas não deveriam ser tãoextensos e deveriam revestir-sede um cariz mais prático, visandouma maior aproximação daquiloque é leccionado às neces-sidades da sociedade.

No que concerne a medidas

como a despenalização dainterrupção voluntária dagravidez, referiram que osportugueses tiveram nas mãos apossibilidade de fazer-se ouvir

sobre esta matéria e que deixaramescapar a oportunidade, dado ograu de abstenção que se registouno Referendo de 1998,concluindo que se trata de umassunto extremamente delicado ecomplexo para ser instituídoatravés de uma decisãogovernamental. Referiramigualmente que este assuntodeve ser amplamente debatidopela opinião pública para quehaja uma maior consciencia-lização das pessoas para esteproblema tão premente nostempos que correm.

Outro tema muito em voganesta altura de votação, e quetambém foi alvo de discussão, éa questão da bipolarização do

panorama político português,tendo como principaispromotores o PSD e o PS,originando o bipartidarismo. Estefenómeno, que já se verifica há

vários anos, reflecte-se naperda de votos por partedos partidos de menordimensão (PP, PC...), comoconsequência da afirmaçãoda supremacia do PS e doPSD, que se vão alternandono poder, diminuindo acapacidade de mobilizaçãodas outras forças político-partidárias. A confirmaçãoda preponderância destespartidos na cena políticanacional traduz-se numauniformização daspropostas apresentadas eda forma de aplicar essasmedidas. Apesar de seremdiscrepantes as ideologiasque estiveram na formaçãodos partidos, o decorrer dotempo e o suceder dasconjunturas tendem a

padronizar as formas de actuaçãopolítica, causando, entre outrascoisas, o crescente descrédito daclasse política e um maior graude abstenção nas eleições.

Em suma, como se podeconstatar pelo que fica exposto,foi amplo o espectro de temasdebatidos, o que, no final, levoua representante da JSD a afirmarque foi um diálogo “sumarento”.De facto, foi uma palestra em queforam abordados assuntos debastante relevância, que esperotenham contribuído para oesclarecimento de todos.

Luís Florindo - 12º9

TAKE1

A ESCOLA em Acção

equipa portuguesa ainda não tinha percebido muito bem o que se estava a passar quando o marcadorregistava 3-0 a favor da equipa asiática. Eusébio foi um dos que acreditou que era possível realizar oimpossível. Ainda antes do intervalo, somou dois tentos à sua colecção e, nos 45 minutos complementares,saíram dos seus pés dois outros golos que assinalaram a recuperação mais espectacular da história dofutebol português (5-3 foi o resultado final).

Na meia-final, contra a Inglaterra, marcou novamente, mas o seu tento foi insuficiente para chegar àfinal. Muitos consideraram este o grande jogo do Mundial .

A época de 1966 terminou com outras consagrações: a eleição como o melhor jogador da Europa e doInglaterra’66 .

Sagrou-se campeão nacional por 11 vezes, conquistou cinco taças de Portugal, foi o melhor marcadordo campeonato por sete vezes (cinco vezes consecutivas, entre 1963/64 e 1967/68) e recebeu a Bota deOuro - galardão para o melhor marcador europeu - em duas ocasiões.

Foi em 18 de Junho de 1975 que vestiu pela 628ª vez, e última, a camisola encarnada, com a qualrubricou 727 golos. Com a camisola das Quinas marcou 41 golos em 64 internacionalizações (a ultima vezque representou a selecção nacional foi em 13 de Outubro de 1973).

Ainda passeou a sua classe pelos campos do México, Canadá e Estados Unidos, mas foi em Portugal,a representar o Beira-Mar e o União de Tomar, que terminou a carreira .

Volvidos alguns anos, voltou ao Benfica. Continuava a ser a grande figura do clube, como comprovaa estátua que, desde 1992, o imortaliza.

Pesquisa e adaptação textual de Ricardo Barbosa – 10.10

As lendas do futebol(continuação da pág. 8)