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Estabelecimento de Pastos Cultivados nas zonas Áridas e Semi- Áridas I.0 INTRODUÇÃO Nas regiões tropicais, a produção animal é, praticamente, dependente de pastagens. Nas zonas áridas e semi-áridas, a evolução do tempo tem mostrado uma crescente mudança das pastagens naturais para as cultivadas. O solo e a vegetação são dois factores que devem ser levados em consideração na determinação do tipo de clima de uma região, embora alguns métodos idealizados para caracterizar os diferentes tipos de clima utilizem apenas a precipitação e a evaporação. [ARAÚJO, 1988] Segundo CAB, (1997), a importância dos elementos essenciais para o estabelecimento das plantas forrageiras em ecossistemas de pastagens e para a sua produtividade tem sido amplamente demonstrada. Em particular, nas condições tropicais, cuidados especiais com a correcção da acidez do solo, com o fornecimento de cálcio e de magnésio e com a carência de fósforo constituem-se bases usuais na fase de implantação das pastagens, enquanto um suprimento adequado de nitrogénio, potássio e enxofre é necessário para a manutenção da produtividade das forrageiras. A decisão de formar uma nova área de pastagem deve ser acompanhada de uma análise criteriosa sobre a finalidade do investimento proposto e com as características de solo e clima da área em questão. Estas informações são essenciais para auxiliar na decisão sobre quais espécies introduzir e qual método de Pasto e Forragem - Grupo IV 1

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Estabelecimento de Pastos Cultivados nas zonas Áridas e Semi-Áridas

I.0 INTRODUÇÃO

Nas regiões tropicais, a produção animal é, praticamente, dependente de pastagens. Nas zonas

áridas e semi-áridas, a evolução do tempo tem mostrado uma crescente mudança das pastagens

naturais para as cultivadas. O solo e a vegetação são dois factores que devem ser levados em

consideração na determinação do tipo de clima de uma região, embora alguns métodos

idealizados para caracterizar os diferentes tipos de clima utilizem apenas a precipitação e a

evaporação. [ARAÚJO, 1988]

Segundo CAB, (1997), a importância dos elementos essenciais para o estabelecimento das

plantas forrageiras em ecossistemas de pastagens e para a sua produtividade tem sido

amplamente demonstrada. Em particular, nas condições tropicais, cuidados especiais com a

correcção da acidez do solo, com o fornecimento de cálcio e de magnésio e com a carência de

fósforo constituem-se bases usuais na fase de implantação das pastagens, enquanto um

suprimento adequado de nitrogénio, potássio e enxofre é necessário para a manutenção da

produtividade das forrageiras.

A decisão de formar uma nova área de pastagem deve ser acompanhada de uma análise criteriosa

sobre a finalidade do investimento proposto e com as características de solo e clima da área em

questão. Estas informações são essenciais para auxiliar na decisão sobre quais espécies introduzir

e qual método de formação adoptar.

Segundo, CARDOSO, E.G, (1980), os factores que mais de evidenciam são: qualidade das

sementes, preparo do solo, época e método de plantio, taxa de sementeira e maneio de formação.

Estes factores, em conjunto ou isoladamente, poderão determinar o sucesso ou insucesso na

formação de pastagens, ou ainda afectar a produtividade da pastagem ao longo do tempo.

A degradação das pastagens ocorre com a alteração do revestimento inicial do solo em termos de

espécie forrageira, assim, a forrageira de interesse vai sendo eliminada da pastagem e acaba

sendo substituída por outras de baixo valor forrageiro. [SAVILLE, D.G, 1975]

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1.1 Justificativa

As necessidades alimentares dos animais, consoante o objectivo de produção, determina as

condições básicas de estabelecimento de um sistema de pastos cultivados, contudo, há maior

necessidade de conhecer os parâmetros básicos do seu estabelecimento, visto que as zonas áridas

e semi-áridas têm tido maiores problemas de extinção de espécies palatáveis. Para o suplemento

das necessidades alimentares dos animais, precisamente no tempo seco, há uma necessidade de

introdução de técnicas de cultivo de espécies forrageiras que suprimem a dieta animal, para todas

as classes e estado fisiológico dos herbívoros, neste período crítico. [CARDOSO, E.G, 1980]

1.2 OBJECTIVOS

1.2.1 Geral

Compreender os métodos de estabelecimento de pastos cultivados em zonas áridas e semi-áridas.

1.2.2 Específicos

Descrever os métodos de estabelecimento de pastos cultivados em zonas áridas e semi-

áridas.

Relacionar os diferentes métodos de estabelecimento de pastos cultivados em zonas

áridas e semi-áridas.

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II. ESTABELECIMENTO DE PASTOS CULTIVADOS NAS ZONAS ÁRIDAS E SEMI-

ÁRIDAS

2.1 Descrição das zonas áridas e semi-áridas

O solo e a vegetação são dois factores que devem ser levados em consideração na determinação

do tipo de clima de uma região, embora alguns métodos idealizados para caracterizar os

diferentes tipos de clima utilizem apenas a precipitação e a evaporação. [SAVILLE, D.G, 1975]

2.1.1 Clima árido

São consideradas como tendo clima árido as regiões que não possuem nenhuma estação que

permita o ciclo das culturas sem irrigação. O limite de 250mm de pluviosidade média anual é

geralmente usado para caracterizar este tipo de clima. As chuvas são raras e imprevisíveis, em

muitos desertos, os períodos chuvosos ocorrem com um intervalo de vários anos entre si. O

clima árido favorece as elevadas taxas de evaporação, em virtude da existência de alta radiação

solar e de baixa humidade do ar. [CAB, 1997]

2.1.2 Clima semi-árido.

As características das regiões semi-áridas são ainda mais variáveis do que as das regiões áridas e,

por isso, torna-se difícil definir um único grupo climatológico para abarcar todas estas regiões.

São consideradas semi-áridas todas as regiões que, em virtude da deficiência pluviométrica,

exijam uma irrigação complementar durante a estação de crescimento das culturas. As culturas

não irrigadas são representadas por poucas espécies e apresentam baixa produtividade.

As zonas áridas e semi-árida, é caracterizada por áreas de solos rasos e pedregosos, baixa

capacidade de retenção de água, elevada evaporação, potencialidade para erosão, altas

temperaturas e irregularidade de distribuição das chuvas (DUQUE, 1980).

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III. ESTABELECIMENTO DE PASTAGENS ASPECTOS A CONSIDERAR ANTES DE

FORMAR UMA PASTAGEM

Para o sucesso no estabelecimento de pastagens devem ser levados em conta as condições de

solo e clima da propriedade, bem como o uso previsto para a pastagem e, em função destes

factores, escolher a espécie ou espécies adoptadas a estas condições. Uma vez feita a escolha da

espécie ou espécies a serem utilizadas, outros factores devem ser considerados. Dentre estes, os

que mais de evidenciam são: qualidade das sementes, preparo do solo, época e método de

plantio, taxa de sementeira e maneio de formação. Estes factores, em conjunto ou isoladamente,

poderão determinar o sucesso ou insucesso na formação de pastagens, ou ainda afectar a

produtividade da pastagem ao longo do tempo. A decisão de formar uma nova área de pastagem

deve ser acompanhada de uma análise criteriosa sobre a finalidade do investimento proposto e

com as características de solo e clima da área em questão. Estas informações são essenciais para

auxiliar na decisão sobre quais espécies introduzir e qual método de formação a adoptar.

[EUCLIDES, e t, al, 1985]

.

3.1 Escolha da Espécie

Para que uma pastagem possa ser persistente e produtiva, é necessário que a espécie utilizada

seja bem adaptada às condições climáticas e edificas do local. Em Moçambique é generalizada a

ocorrência de um período seco, cuja produção de forragem é seriamente reduzida por limitações

de ordem climática, tais como humidade insuficiente e/ou baixas temperaturas. Este facto tem

determinado que a escolha de uma forrageira recaia prioritariamente numa espécie ou cultivar

que tenha um certo grau de tolerância à seca, embora muitos casos o interesse seja também

melhorar a produção total anual de forragem. Outras características de importância são a

tolerância à geada e às inundações periódicas. Contudo, nem sempre é possível reunir toadas as

características favoráveis numa mesma espécie. [SAVILLE, D.G, 1975]

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3.2 Qualidade da semente

É muito frequente o uso de sementes de má qualidade, principalmente no que se refere à pureza e

germinação. Devido aos diferentes processos de colheita e, as diversas origens das sementes

utilizadas, é comum encontrar sementes com excesso de resíduos vegetais, terra ou ainda mistura

de sementes de outras forrageiras ou invasoras. É prática comum a comercialização de sementes

sem análise laboratorial. Corre-se então, o risco de não se semear a quantidade ideal de sementes

viáveis por unidade de área, o que é comum porque em geral, as recomendações de densidade de

semeadura não levam em conta a pureza e germinação ou seu valor cultural. Para superar este

problema, o produtor deve procurar firmas idóneas que comercializam sementes fiscalizadas.

[CARDOSO, E.G, 1980]

3.3 Época de plantio

A época de plantio tradicionalmente utilizada na implantação de pastagens é bastante ampla: vai

desde as primeiras chuvas, no inicio de Agosto até Março. São diversos os factores que levam os

produtores a plantarem em diferentes épocas. Muitos plantios são feitos tardiamente devido a

impossibilidade de completarem o preparo do solo em tempo hábil ou falta de sementes

disponíveis na época mais adequada.

A época de plantio é importante e deve ser considerada para uma boa germinação de semente e

rápida formação da pastagem, desta forma, ocorrem menores perdas de solo por erosão e

utilização mais rápida da pastagem. Outra medida usada para reduzir a erosão é o plantio no final

das chuvas, obtendo-se apenas um crescimento inicial da pastagem que completará a sua

formação no inicio da estação chuvosa seguinte, cobrindo rapidamente o solo e evitando assim a

erosão. [CAB, 1997]

3.4 Taxa de sementeira

Quantidade de sementes utilizadas por unidade de área tem sido outro factor limitante no

estabelecimento de pastagens, de um modo geral, estima-se que para as gramíneas tropicais, 10 a

20 plantas/m2 para sementes graúdas (braquiárias) e 30 a 40 plantas/m2 para sementes pequenas

(colónia e sectária) é suficiente e dependendo do hábito da espécie. A germinação das sementes

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viáveis varia muito em função das condições climáticas e também em função da espécie, mas de

um modo geral 20% das sementes viáveis germinam a campo, tendo em vista estes factores, é

recomendável aumentar a taxa de semeadura para corrigir estas deficiências. Sementes pequenas

normalmente apresentam mais perdas que sementes maiores, ou seja, com espécies de sementes

pequenas necessita-se de um maior número de sementes viáveis por m2, para obter o mesmo

número de plantas com espécie de sementes maiores. [SAVILLE, D.G, 1975]

3.5 Profundidade de plantio

De modo geral os plantios de forrageiras devem ser feitos na camada superficial, o que se origina

do facto de que realmente alguma espécie (capimjaraguá, braquiária, colonião, andropogon)

estabelece-se bem em plantios superficiais. Em geral a cobertura das sementes (principalmente 2

a 4 cm de profundidade) favorece a emergência e o estabelecimento da pastagem. A importância

da profundidade de sementeira, que varia de acordo com a espécie, e mostram uma baixa

eficiência quanto as sementes plantadas e como também plantas estabelecidas nos plantios

superficiais, prática esta tradicionalmente usada na formação de pastagens em nosso meio.

[EUCLIDES, e t, al, 1985]

3.6 Equipamento e métodos de plantio

Muitas falhas no plantio de pastagens são devidas ao uso de equipamentos inadequados, ou

mesmo devido a ausência de equipamentos para o plantio de certas espécies. A maioria dos

equipamentos para o plantio desenvolvidos são destinados para plantio de cereais e,

consequentemente não se prestam para o plantio de forrageira, especialmente as de sementes de

tamanho pequeno. Espécies que se estabelecem bem em plantios superficiais podem ser

distribuídos manualmente a lanço na superfície, posteriormente serem compactadas com rolo. As

espécies que se estabelecem melhor em plantios mais profundos, normalmente são semeadas

com a plantadora de cereais ou então distribuídas a lanço e cobertas com uma gradagem leve.

3.7 Compactação do solo

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Esta é uma operação em que após o plantio passa-se um rolo compactador sobre o terreno, de tal

forma que o mesmo irá acomodar o solo sobre a semente, melhorando consideravelmente as

condições de germinação e emergência, esta operação apresenta algumas vantagens como:

a) Acelera o início da germinação das sementes;

b) Evita perdas de plantio por assoreamento;

c) Uniformiza a disposição de plantas.

A compactação do solo antes ou após a sementeira tem maior importância quanto mais

superficial for o plantio e quando a profundidade de sementeira for irregular. A compactação do

solo é uma forma de se evitar o assoreamento de sementes ou enterro demasiado devido a erosão.

Em condições de chuvas bem distribuídas, por tempo suficiente, no geral, tanto a germinação das

sementes quanto a fixação da plântula ao solo ocorre eficientemente, independentemente da

profundidade de plantio ou do contacto da semente com o solo. Mas, quando faltam chuvas

regulares, o estabelecimento da pastagem é melhor onde foi feito a compactação do solo.

[ARAÚJO, 1988]

3.8 Formação de pastagem associada com cultura anual

O uso de uma cultura anual associada com o plantio de forrageiras, com a finalidade de reduzir

os custos de formação de pastagem, tem sido uma prática recomendada, dadas as possibilidades

de sucesso, desde que usada convenientemente. A decisão de quando o como adoptá-la vai

depender da viabilidade técnica de se cultivar uma forrageira em determinada área, onde

condições de clima, solo e topografia sejam favoráveis ao cultivo de cereais cuja expectativa de

colheita proporcione rentabilidade suficiente para indemnizar parcela significativa dos gastos de

formação. Dessa forma, nem todas as áreas que se prestam para formação de pastagens

compensam a inclusão de uma cultura anual. [EUCLIDES, e t, al, 1985]

A associação entre a espécie forrageira para pastagem e uma cultura anual é muito especifica e

dependendo de cada local devendo ser comprovada em cada ecossistema, principalmente no que

diz respeito a espécie forrageira, taxa de sementeira, espaçamento e espaçamento e fertilidade do

solo. A maior vantagem esperada dessa associação é o aproveitamento do preparo do solo e da

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adubação exigida pela cultura anual, para estabelecer a espécie forrageira associada, dessa forma,

a pastagem deverá ficar formada com a retirada da cultura anual. [EUCLIDES, e t, al, 1985]

3.9 Plantio por mudas

O plantio com mudas é utilizado para algumas espécies, tais como o capim-elefante, a cana-de-

açúcar e as gramas estrelas. O capim-elefante é plantado usando-se mudas ou colmos,

preferencialmente com cerca de cem dias de idade, após o último corte (não é recomendável

“limpar”a palha lateral das mudas). O plantio é semelhante ao da cana-de-açúcar: fazem-se

sulcos no solo, distanciados de 0,8 a 1,0 m e no fundo deles, primeiro, distribui-se o adubo

fosfatado solúvel (no caso de superfosfato simples, 50 a 60 gramas por metro linear, em solos

pobres em fósforo). Depois colocam-se as mudas nos sulcos (em pares e na disposição “pé-com’

ponta”), cobrindo-se em seguida. Elas não precisam ser picadas. Gastam-se ao redor de 10

toneladas de mudas por hectare. [SAVILLE, D.G, 1975]

No caso das bermudas Tifton-85 e coast-cross, colocam-se as mudas em sulcos distanciados de

0,5 a 1,0 m (já com adubo fosfatado solúvel). A muda é enterrada, mas um terço dela fica

exposta na superfície do solo. Alternativamente, as mudas podem ser distribuídas a lanço,

incorporando-se logo após, com uma grade niveladora + rolo compactador. Recomenda-se logo

após o plantio fazer uma aplicação com herbicida Diuron (2,5 l/ha) para controlar as plantas

daninhas. Apesar dessa última operação de plantio ser mais rápida, traz maiores problemas de

uniformidade e velocidade de formação da pastagem, após o plantio. Gastam-se ao redor de 2 a 3

toneladas de mudas por hectare. [SAVILLE: 1975

3.10 Maneio de formação

Segundo, EUCLIDES, et, al (1985), maneio de formação de uma pastagem resume-se na

utilização menos intensiva da mesma na sua fase inicial, possibilitando desta forma, uma boa

formação. Se o plantio for bem feito e ocorrer boa emergência de plantas, já aos 60 a 90 dias

poderá ser dado uma pastagem leve na maioria das espécies, para diminuir a competição entre

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plantas, eliminar meristemas apicais e estimular o perfilhamento para cobrir rapidamente o solo.

Entretanto, não se deve impor a pastagem durante a primeira estação chuvosa. Quando se tem

uma densidade de plantas muito baixa. É desejável deixar as plantas crescerem livremente para a

produção de sementes e então, fazer pastagem para os animais auxiliem na queda e distribuição

das sementes em toda área, favorecendo a ressementeira natural na estação seguinte.

3.11 Maneio de pastagens

A obtenção de altos rendimentos forrageiros com satisfatório valor nutritivo e a manutenção do

vigor e da perenidade do stand constituem o objectivo do manejo de pastagens e áreas de

capineiras. O maneio tem enorme efeito sobre o rendimento forrageiro, o qual é ainda afectado

pelo clima (luz, temperatura e humidade), pelo solo (propriedades físicas e químicas).

Admitindo-se condições favoráveis de clima e solo, as respostas das plantas forrageiras ao

manejo, podem ser determinadas pela sua morfologia (hábito de crescimento), índice de área

foliar e reservas orgânicas.

Um ponto relevante ao bom êxito do manejo de pastagens é o reconhecimento de que a produção

de forragem se concentra em 7 a 8 meses do ano, uma vez que no período das secas o rendimento

das pastagens se reduz praticamente a zero. [EUCLIDES, e t, al, 1985]

Moçambique apresenta duas estações bem distintas: o verão e o inverno, durante o verão, quente

e chuvoso, verificam-se condições favoráveis para o rápido desenvolvimento vegetativo das

forrageiras; enquanto no inverno, seco e de temperatura baixa, verifica-se uma quase suspensão

do crescimento das forrageiras perenes. Estas condições determinam um quadro cíclico da

exploração pecuária de corte ou de leite, caracterizando por relativa fartura de pasto do período

chuvoso, e posteriormente falta de pasto no período da seca. O maneio efectivo das pastagens

possibilita a maximização da produção animal por meio do equilíbrio dos factores produção de

forragem e conversão animal, a produção de forragem é função das características da espécie

vegetal e do manejo, bem como das condições edafo-climáticas, por outro lado, a conversão

animal é função das características inerentes ao animal, da composição química e digestibilidade

da forragem e do nível de consumo da mesma. [SAVILLE, D.G, 1975]

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IV. CORREÇÃO E ADUBAÇÃO DE PASTAGENS

4.1 Avaliação da fertilidade do solo

O primeiro passo para a avaliação da fertilidade do solo é a realização de análises químicas de

amostras de terra, com a finalidade de se determinar os níveis e ou as concentrações dos

diferentes nutrientes. Essas amostras de terra devem ser as mais representativas possíveis da área

em estudo, uma vez que servirão de base para todo o planeamento das adubações de correcção,

de manutenção e de produção que serão efectuadas.

Segundo, SAVILLE, (1975) os critérios mais utilizados para a interpretação dos resultados de

análise de fertilidade dos solos são:

4.1.1 Nível de suficiência de nutrientes disponíveis;

O critério baseado no nível de suficiência do nutriente no solo considera cada elemento

isoladamente, sem se preocupar com os níveis relativos dos demais nutrientes na solução e ou

complexo de troca (CTC) do solo. Sabe-se que existe uma interacção entre os elementos que

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interfere na absorção de nutrientes pela planta. Portanto, existe um equilíbrio ou proporção

adequada entre os mesmos, a qual deverá ser mantida, a fim de que a absorção de nutrientes

possa ser efectiva. Assim sendo, o critério de suficiência passa a ser válido somente para solos de

fertilidade elevada, nos quais não há desequilíbrio acentuado entre nutrientes, mas deficiência em

determinados elementos, como P, K+ ou Mg2+. Esta condição é rara no Brasil, cujos solos são

caracterizados por grandes desequilíbrios e severas deficiências de nutrientes, particularmente a

do fósforo. [ SAVILLE:1975]

4.1.2 Proporção de catiões no complexo de troca do solo.

Segundo, SAVILLE, (1975) o critério baseado na proporção de catiões na CTC do solo procura

criar um meio iónico, que apresente condições óptimas para se atingir o potencial de

produtividade dos solos de mais baixa fertilidade, típicos de regiões tropicais. Esse meio iónico

favorável varia com o tipo de cultura e com a intensidade de exploração, mas em termos gerais,

situa-se dentro das seguintes amplitudes: 65-85% de Ca2+; 6-12% de Mg2+; 2-5% de K+ e 20%

de H+ (CORSI, 1994).

A capacidade de troca de catiões é uma característica particular e bastante importante para cada

solo. Essa CTC, através de suas cargas iónicas, é a responsável pela retenção dos nutrientes no

solo e dá, portanto, uma ideia da capacidade de armazenamento de nutrientes e,

consequentemente, do potencial produtivo do solo. Além disso, através dos catiões trocáveis em

equilíbrio com a solução do solo, regula a disponibilidade de nutrientes para as plantas,

representando assim, um dos principais componentes do solo quando se usam fertilizantes em

pastagens, uma vez que define os níveis de nutrientes que o solo pode comportar sem perdas

excessivas por lixiviação e, ao mesmo tempo, orienta sobre intervalos ou frequência, em que as

adubações devem ser efectuadas. [ARAÚJO, 1988]

A matéria orgânica contribui decisivamente para a formação da CTC do solo, principalmente,

devido ao fato de que os minerais de argila predominantes na grande maioria dos solos

brasileiros (óxidos hidratados de ferro e alumínio) fornece uma quantidade muito pequena de

cargas. Para cada aumento de 1% no teor de matéria orgânica pode ocorrer aumento

correspondente a 2,4 meq na CTC do solo.

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4.2 Acidez e calagem do solo

É comum nas regiões tropicais e subtropicais a ocorrência de solos ácidos, os quais geralmente,

apresentam baixos teores de cálcio e de magnésio trocáveis, teores elevados de alumínio trocável

e de manganês disponível e baixa percentagem de saturação por bases. A prática de calagem,

além de fornecer Ca e Mg como nutrientes, eleva o pH do solo e, como consequência, aumenta a

disponibilidade de P e de Mo e reduz o Al, o Mn e o Fe, os quais em excesso, tornam-se tóxicos

para as plantas e para o rizóbio nas leguminosas. Além disso, exerce papel fundamental sobre

processos como decomposição e mineralização da matéria orgânica, essenciais para a elevação

da CTC e para a melhoria das propriedades físicas e químicas do solo. [CAB, 1997]

Grupo I Grupo II Grupo III

Alta exigência

Capins mais produtivos

exigem.

V2= 60%

Elefante (napier)

Tanzânia, Mombaça

Tifton-85, Coast-cross

Transvala

Média exigência

Capins medianamente

produtivos exigem.

V2= 50%

Braquiarão

Andropogon

Estrelas e Pesacola

Angola

Baixa exigência

Capins menos produtivos

exigem.

V2= 40% .

Braquiárias decumbens

e humidícola

Gordura

Setária

Fonte: ALIMENTAÇÃO 1981, p.335-348

É comum a ocorrência de solos com desequilíbrios entre as bases trocáveis, particularmente entre

o Ca2+ e o Mg2+. Nestas condições, a escolha do tipo certo de calcário passa a ser fundamental,

pois é a maneira mais adequada de se corrigir este problema. Assim sendo, caso as proporções

óptimas mencionadas entre as bases não estejam presente no complexo de troca, pode-se lançar

mão dos diferentes tipos de calcário para ajustá-las. Em solos com proporção muito alta de cálcio

em relação ao magnésio, pode-se utilizar calcários com maior concentração de magnésio, como o

dolomítico ou o magnésio. Em situações onde os níveis de magnésio são mais elevados do que

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os de cálcio, pode-se lançar mão do calcário calcítico para corrigir este desequilíbrio.

[ANNUAL, 1990]

4.3 Época e profundidade da Calagem

Na formação de pastagens ou capineiras a aplicação de calcário deve ser feita no mínimo, 30 a

60 dias antes da adubação de plantio. Quanto maior a dose, maior deverá ser o prazo dado para a

realização do calcário no solo. A incorporação é feita com grades pesadas e logo após a

aplicação, numa profundidade de 20 cm do solo.

4.4 Determinação da necessidade de Calagem

Através de resultados de análise do solo, da qualidade do calcário e da maior ou menor

susceptibilidade das forragens.

Actualmente, o método mais recomendado para cálculo de calagem é o denominado

Elevação de saturação em Bases, por constituir um critério analítico mais seguro.

Para o cálculo da necessidade de calagem utiliza-se a seguinte fórmula:

NC(t/ha) = (V2 - V1) x T P.R.N.T.

T = capacidade de troca de cátions

V1 = saturação por bases da análise do solo

V2 = saturação em bases necessária para a planta forrageira a ser colocada na área de pastagem,

deve-se levar em consideração os três grupos de capins.

4.5 Uso do gesso agrícola em pastagens

O gesso agrícola é um sulfato de cálcio, e portanto não corrige a acidez do solo, apenas fornece

Ca e S ao solo. O SO4 forma par iónico com o Ca+2 e Mg+2 arrastando-os para profundidades

maiores que 30 cm. A fórmula para o cálculo é a seguinte:

NG (kg/ha) = 300 + (20 x % de argila)

NG = necessidade de gessagem em kg/há

4.6 Adubação fosfatada

A análise de solo é a maneira correcta de se medirem os teores de fósforo disponível, cujos

níveis se posicionam em função da textura do solo Os solos de zonas semi-áridas, são

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extremamente pobres em fósforo disponível para as forrageiras, razão pela qual recomenda-se

uma maior quantidade deste elemento. Quando comparado um hidrogénio ou potássio, apesar de

as plantas forrageiras necessitarem em maior quantidade destes dois últimos micronutrientes.

Geralmente, a absorção de fósforo é mais intensa nos primeiros estágios de desenvolvimento das

forrageiras. Um fato comprovado é a diferença encontrada entre espécies e variedades de

forrageiras quanto a tolerância a baixa disponibilidade de fósforo. Recomendação de adubação

fosfatada (em kg/ha P2O5) em pastagens, para implantação e em pasto formado. [ BLASER, et

al, :1997]. Aplica-se no plantio para favorecer o desenvolvimento das raízes. Se o plantio das

pastagens for feito a lanço, incorpora-se o fósforo antes da sementeira e de preferência no mesmo

dia do plantio.

4.7 Adubação potássica

O potássio é responsável pela síntese de carbohidratos e neutralizantes de ácidos orgânicos.

Juntamente com o nitrogénio e o fósforo, o potássio é um nutriente altamente exigido pelas

plantas.

4.8 Época e de doses de aplicação do potássio

Quando for baixo o nível de potássio no solo, faz-se adubação na época de plantio das

forrageiras. Havendo nível médio de potássio (% CTC = 4%) no solo, a melhor época de

adubação seria no estágio de desenvolvimento e produção de plantas forrageiras (período

chuvoso) de preferência junto com o nitrogénio. Recomendação de adubação potássica (em

kg/ha K2O) em pastagens estabelecidas com gramíneas exclusivas. [BLASER, et al, 1997]

4.9 Adubação nitrogenada

Segundo, BLASER, et al, :(1997)o nitrogénio é um dos nutrientes que mais contribui para a

produtividade dos pastos, portanto está intimamente relacionado com o crescimento vegetal e o

perfilhamento. As gramíneas tropicais respondem muito intensamente a doses crescentes de

nitrogénio. O nitrogénio actua na síntese de proteína e enzimas, alem de ser constituinte da

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clorofila, nas plantas forrageiras.

Na atmosfera, o nitrogénio apresenta-se em forma de gás inerte, N2, em teor médio de 78%,

podendo ser levado ao solo por várias formas: através das descargas eléctricas, que transformam

N2 em NO3 e levados pela chuva ou ainda são levados ao solo também pela chuva em forma de

NH3, NO2 e combinação orgânica. Pode também haver fixação de nitrogénio através de

organismos livres do solo, como as algas e certas bactérias. Entretanto, as formas mais seguras e

capazes de suprir as necessidades das gramíneas e leguminosas forrageiras são: fixações

simbióticas Rhizobium sp x leguminosas e Spirilim lipofereum x gramíneas, e ainda o emprego

de adubos nitrogenados. A introdução de leguminosas em pastagens oferece a grande vantagem

de fixar nitrogénio simbioticamente, diminuindo, por conseguinte, o custo de produção das

mesmas, já que se pode eliminar ou minimizar adubações nitrogenadas. [ARAÚJO, 1988]

4.10 Época e doses de aplicação do nitrogénio

No período das águas, durante o período de pastagem, visando produzir o máximo de matéria

seca e conservar o excesso de forragem para ser utilizado no período seco. Esta última

recomendação exige infra-estrutura e planeamento para se colher com o mínimo de perdas a

forragem produzida; por conseguinte, haverá uma superior resposta em produção de massa em

virtude do equilíbrio entre componentes do sistema ecológico.

4.11 Enxofre

É um macronutriente secundário, de grande importância para as plantas forrageiras.

O enxofre é constituinte essencial da maior parte das proteínas das forrageiras, sendo as

leguminosas mais exigentes do que as gramíneas.

V. PRODUTIVIDADE DA PASTAGEM

A degradação das pastagens ocorre com a alteração do revestimento inicial do solo em termos de

espécie forrageira, assim, a forrageira de interesse vai sendo eliminada da pastagem e acaba

sendo substituída por outras de baixo valor forrageiro. Geralmente, esta mudança é provocada

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pela má utilização da pastagem e pelo esgotamento da fertilidade do solo, pode ser considerado,

que em muitas situações, o início do declínio aos 4 anos, inicio da degradação aos 6 anos e

degradação avançada aos 8 anos.

Segndo, BLASER, et al, (1997) uma pastagem está em processo de degradação quando as

seguintes características:

1 - A produção de forragem diminui com a redução da qualidade e quantidade, mesmo nas

épocas favoráveis ao seu crescimento.

2 - Há diminuição na área do solo coberta pela pastagem e existe pequeno número de plantas

novas, provenientes da ressementeira natural.

3 - Há o aparecimento de espécies invasoras de folha larga, competindo por nutrientes e de

processos erosivos pela acção das chuvas.

4 - Existem grandes proporções de espécies invasoras, colonização da pastagem por gramíneas

nativas e processos erosivos acelerados. As causas da degradação das pastagens estão associadas

aos vários procedimentos incorrectos tomados pelos pecuaristas. Estes procedimentos actuarão

sobre a produtividade e longevidade das pastagens e tem inicio na época da sua implantação até a

sua utilização ao longo dos anos.

5.1 Espécies invasoras

O grau de infestação em áreas de pastagens é importante na decisão da estratégia da recuperação.

Após a avaliação das espécies, podem ser definidos o modo e o tempo necessário para se

reformar a pastagem. O tipo da invasora não é relevante quando estão crescendo nas mesmas

condições que as pastagens, isto é, em solos de baixa fertilidade, falta de limpeza do pasto e

manejo inadequado. [ BLASER, et al, :1997]

Mas, excepto para as zonas mais áridas e regiões onde os animais acompanham a cultura, o

pastagem excessivo não tem sido um grande problema, provavelmente, por causa do maior

contraste, na qualidade alimentar, entre as estações húmida e seca, e da capacidade total de

suporte determinada pelo espaço seca. É interessante, portanto, que as melhores reposições de

capins para pastos tropicais venham, principalmente, da África, que, como a Europa, tem

experimentado, por vários milhares de anos, o pasto por animais domésticos. [LIRA:1979]

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As pastagens cultivadas, plantadas após o último cultivo, seria um método natural para as áreas

adequadas à agricultura, nos casos em que alguns cultivos anuais são lucrativos ou contribuem

para pagar três custos do estabelecimento da pastagem, após dois ou três cultivos, seguindo a

dispendiosa limpeza da área. As pastagens semeadas com atroz ou soja seriam técnicas

complementares, enquanto o estabelecimento da pastagem convencional parece ser restrito a

necessidades muito específicas, para o uso estratégico de pastagens, a menos que o crédito esteja

disponível em termos que são compatíveis com o lucro esperado dos custos do estabelecimento

de pastagens. [SOCIETY, 1977]

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Fonte: DUQUE: 1980

FIG. I. Métodos possíveis para o desenvolvimento de pastagens no cerrado

Do lado direito do diagrama, algumas técnicas de estabelecimento de baixo custo são sugeridas.

A queima parece uma maneira de baixo custo para eliminar o excessivo acúmulo de material

vegetativo, naquelas áreas em que os capins dominantes, como campo limpo, antes da introdução

de leguminosas. O uso de herbicida parece uma alternativa para limitar a competição da

vegetação nativa, mas mesmo assim, a queima será, provavelmente, necessária, para permitir

umas boas sementes com o solo. A queima e o controlo químico de rebrote de invasoras de

folhas largas seriam, provavelmente, também necessários. Estas técnicas têm por objectivo, não

somente o estabelecimento de baixo custo, mas, o melhoramento de pastagem nativa, em áreas

não apropriadas à agricultura e, especialmente, naquelas áreas nas quais a pastagem nativa tem

um potencial mais elevado.

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VI CONCLUSÃO

1. As pastagens cultivadas, plantadas após o último cultivo, seria um método natural para as

áreas adequadas à agricultura, nos casos em que alguns cultivos anuais são lucrativos ou

contribuem para pagar três custos do estabelecimento da pastagem, após dois ou três

cultivos, seguindo a dispendiosa limpeza da área. As pastagens semeadas com atroz ou

soja seriam técnicas complementares, enquanto o estabelecimento da pastagem

convencional parece ser restrito a necessidades muito específicas, para o uso estratégico

de pastagens, a menos que o crédito esteja disponível em termos que são compatíveis

com o lucro esperado dos custos do estabelecimento de pastagens.

2. A associação entre a espécie forrageira para pastagem e uma cultura anual é muito

especifica e dependendo de cada local devendo ser comprovada em cada ecossistema,

principalmente no que diz respeito a espécie forrageira, taxa de sementeira, espaçamento

e espaçamento e fertilidade do solo. A maior vantagem esperada dessa associação é o

aproveitamento do preparo do solo e da adubação exigida pela cultura anual, para

estabelecer a espécie forrageira associada, dessa forma, a pastagem deverá ficar formada

com a retirada da cultura anual.

3. As pastagens cultivadas, plantadas após o último cultivo, seria um método natural para as

áreas adequadas à agricultura, nos casos em que alguns cultivos anuais são lucrativos ou

contribuem para pagar três custos do estabelecimento da pastagem, após dois ou três

cultivos, seguindo a dispendiosa limpeza da área.

4. O maneio efectivo das pastagens possibilita a maximização da produção animal por meio

do equilíbrio dos factores produção de forragem e conversão animal, a produção de

forragem é função das características da espécie vegetal e do manejo, bem como das

condições edafo-climáticas, por outro lado, a conversão animal é função das

características inerentes ao animal, da composição química e digestibilidade da forragem

e do nível de consumo da mesma.

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Estabelecimento de Pastos Cultivados nas zonas Áridas e Semi-Áridas

VII. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

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CAB, 1976. p. 19 250. (CAB. Bulletin, 51). Animal. In: Evaluation de pasturas com

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3. ARAÚJO FILHO, J.A. Manejo de pastagens em regiões semi-áridas. In: SIMPÓSIO

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5. CAB, FORBES, T.D.A. Researching the plant-animal interface: the investigation of

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6. CARDOSO, E.G. Suplementação de bovinos de corte em pastejo (semiconfinamento). In:

7. DUQUE, J. G. O nordeste e as lavouras xerófilas. Mossoró: Escola Superior de

Agricultura de Mossoró - Fundação Guimarães Duque, 1980. 316p.

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10. SAVILLE, D.G. Management and feeding of grazing animals during drought. In:

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11. SOCIETY FOR RANGE MANAGEMENT. A glossary of terms used in range SP:

ESALQ, 1977. p.164-176.

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