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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS
PATRÍCIA ALVARENGA SANTINI
COMPORTAMENTO SEDENTÁRIO: ESTUDO DE BASE POPULACIONAL ISACamp 2014/15
CAMPINAS
2017
2
PATRÍCIA ALVARENGA SANTINI
COMPORTAMENTO SEDENTÁRIO: ESTUDO DE BASE POPULACIONAL ISACamp 2014/15
Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do título de mestra em Saúde Coletiva na área de concentração Epidemiologia.
ORIENTADORA: Profa. Dra. Margareth Guimarães Lima
ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELA ALUNA
PATRÍCIA ALVARENGA SANTINI, E ORIENTADA PELA PROFA. DRA. MARGARETH GUIMARÃES
LIMA
CAMPINAS
2017
3
4
A ata de defesa com as respectivas assinaturas dos membros da banca
examinadora encontra-se no processo de vida acadêmica do aluno.
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências
Médicas da Universidade Estadual de Campinas
5
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à minha família, que sempre se
manteve presente e me apoiou em tudo que foi necessário
com todo amor, carinho e atenção. Sem eles eu não teria
conseguido. Dedico também aos meus amigos, por
compreenderem as minhas inúmeras ausências. Dedico à
Milena por ser minha base enquanto minha família não
podia estar de corpo presente para me apoiar nas
dificuldades que encontrei. E por fim, dedico a Deus por
iluminar o meu caminho.
6
AGRADECIMENTOS
Agradeço todos os voluntários e entrevistadores que disponibilizaram o seu
tempo para tornar esta pesquisa possível.
Agradeço as amigas que ganhei nesta caminhada acadêmica. Foram muitos
momentos de luta, conquistas e troca de conhecimento. São pessoas que
tornaram esse momento mais agradável.
Devo agradecimentos especiais à minha orientadora Margareth Guimarães
Lima, por toda sua competência, seu ensinamentos, carinho e paciência. Hoje é
uma grande amiga. Agradeço também a dedicação da Professora Marilisa,
principalmente por tem me recebido de braços abertos em seu grupo. O amor
delas pela pesquisa nos encanta.
Agradeço meus amigos Elisângela Silva e Wagner Zeferino por serem o
diferencial na minha graduação, me impulsionando sempre com muito carinho e
atenção. Eles me mostraram os melhores caminhos a serem trilhados enquanto
profissional e também enquanto pessoa. Foram muito importantes no meu
crescimento.
Agradeço ao Guilherme (Gui), pela amizade e parceria. Ele foi um presente nesta
jornada!
Agradeço aos membros da banca de qualificação e defesa. A experiência de
cada uma de vocês fez deste trabalho ainda melhor.
Agradeço imensamente a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
juntamente com a Faculdade de Ciências Médicas (FCM) por me abrir as portas
e ter participação direta no meu crescimento acadêmico.
Agradeço a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior –
CAPES pela concessão da bolsa de estudos possibilitando toda dedicação a
pesquisa.
E por fim, agradeço meus pais Laércio e Lúcia, que mesmo sem compreender
completamente o real significado de uma pós graduação, sempre acreditaram
em mim e na minha escolha, mesmo que acompanhada de muita saudade
reflexo da distância. Cada vez que pensei em desistir, me lembrava do quanto
lutaram para que meus sonhos se tornassem realidade. E esse é um deles.
7
Epígrafe
“A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu, mas pensar o que ninguém ainda pensou sobre aquilo que todo mundo vê.”
Arthur Schopenhauer
8
RESUMO
INTRODUÇÃO: O sedentarismo tem sido definido como o acúmulo de
atividades equivalentes a um gasto energético inferior a 1,5 METs. O
comportamento sedentário tem forte associação com a mortalidade por todas as
causas e com a redução da esperança de vida. OBJETIVO: Esta pesquisa teve
como objetivo geral traçar o perfil de indivíduos sedentários por meio do tempo
assistindo TV, e do tempo sentado gasto em outras atividades, nos adultos
residentes na cidade de Campinas, SP. MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de
um estudo transversal de base populacional que analisou dados do Inquérito
ISACamp 2014/15. As variáveis dependentes da pesquisa foram: tempo total
diário gasto sentado, excluindo o tempo assistindo TV; e, separadamente, o
tempo assistindo TV, categorizado em (1) 0 a 4 horas e (2) 5 horas ou mais
durante a semana, sendo mensurada por meio do IPAQ. As variáveis
independentes foram: Variáveis demográficas (sexo, faixa etária, cor da pele,
situação conjugal e religião; variáveis socioeconômicas (escolaridade, plano de
saúde, número de indivíduos no domicílio, renda per capta, ocupação e número
de filhos); comportamentos relacionados à saúde (atividade física de lazer,
transporte, doméstica e ocupacional; tabagismo; ingestão de bebida alcoólica e
consumo abusivo de bebida alcoólica [AUDIT]). Foram feitas estimativas de
prevalência e intervalos de confiança de 95% do maior tempo gasto sentado
(com uso dos dois indicadores) segundo variáveis independentes. As
associações entre variáveis categóricas foram analisadas pelo teste qui-
quadrado. Também foi utilizada a regressão de Poisson para estimar razões de
prevalência. Foi construído um modelo final por meio do método Stepwise.
RESULTADOS: A pesquisa avaliou 1.865 adultos, sendo 52,3% (n=1.065) do
sexo feminino e 48% (n=800) do sexo masculino, com média de idade de 43,7
anos. A média diária do tempo gasto assistindo TV foi de 2,9 horas e do tempo
gasto no total sem TV também foi de 2,9 horas. Na primeira etapa do modelo
final observa-se maior prevalência do domínio de tempo de TV > 5 horas nas
pessoas desquitadas, separadas, divorciadas e viúvas em relação aos casados;
e o maior comportamento sedentário neste domínio esteve presente nos
indivíduos com renda > 3 salários mínimos. Observou-se que ser solteiro, ser do
9
sexo feminino e estar incluído no maior nível de escolaridade (RP=2,05) se
associou com o maior tempo sentado em outras atividades; e menor prevalência
neste domínio foi encontrada nos idosos. Na etapa 2, ser inativo no lazer
(RP=1,30) e apresentar consumo de risco para bebida alcoólica (AUDIT)
(RP=1,43) esteve associado com o maior tempo assistindo TV. E o tempo
sentado em outras atividades foi quase três vezes maior nos inativos no trabalho
(RP=2,79). CONCLUSÃO: Este estudo permitiu concluir que os indicadores de
comportamento sedentário, comumente usados por pesquisadores, de tempo
gasto assistindo TV e tempo sentado gasto em outras atividades revelaram
resultados distintos. Atenção especial deve ser direcionada para os subgrupos
populacionais que apresentam maior comportamento sedentário no domínio de
TV, considerando as associações com o menor estrato social e com outros
comportamentos não saudáveis.
Palavras chave: Estilo de vida sedentário; telespectadores; inquéritos demográficos.
10
ABSTRACT
INTRODUCTION: Sedentary is commonly defined as amount of activities that
corresponds to an energy expenditure less than 1, 5 Metabolic Equivalent of Task
METs. Sedentary behavior has a strong association with all-cause mortality and
reduced life expectancy. OBJECTIVE: The aim of this research was to analyze
the sedentary behavior by evaluating the time spent watching TV and other sitting
activities (excluding TV) of adults living in the city of Campinas, SP. MATERIAL
AND METHODS: This was a cross-sectional population-based study that
analyzed data from the ISACamp 2014/15 Survey. The two dependent variables
of the research were: the total daily time spent sitting, without watching TV; and
TV watching time, categorized in (1) 0 to 4 hours and (2) over 5 hours during the
week, measured using IPAQ. The independent variables were: Demographic
variables (sex, age, skin color, marital status and religion), socioeconomic
variables (schooling, health plan, number of individuals at home, per capita
income, occupation and number of children), related behaviors (leisure , transport
and domestic physical activities, smoking, alcoholic and beverage consumptions
[AUDIT]). Prevalence estimates and confidence intervals of 95% of the most time
spent sitting were evaluated according to the independent variables. The
associations among categorical variables were analyzed by the chi-square test.
The Poisson regression was also used to estimate the prevalence ratios and a
Stepwise model were determined. RESULTS: The study evaluated 1,865 adults,
in which 52.3% (n = 1,065) were females and 48% (n = 800) males with mean
age of 43.7 years. The average daily time spent watching TV was detected as
2.9 hours; and the total sitting time spent without TV was 2.9 hours, resulting in
a total average sitting of 5.8 hours. In the first stage of the final model, a greater
prevalence of the TV time domain > 5 hours was observed for people who were
separated, divorced or widowed. The greater sedentary behavior in this domain
was among individuals with family per capita income > 3 minimum wages. It was
observed that being single, being female and included in the highest educational
level (PR = 2.05) has joined with the longest time sitting in other activities and the
lowest prevalence in this area was found for the elderly.
11
In stage 2, to be idle at leisure (RP = 1.30) and presenting alcohol consumption
risk (AUDIT) (PR = 1.43) was associated with the longest time watching TV. The
time spent sitting in other activities was almost three times higher for people who
are inactive at work (PR = 2.79). COLCLUSION: This study allowed concluding
that the sedentary behavior indicators revealed different results. Special attention
should be directed to the population subgroups that present greater sedentary
behavior in the TV domain, considering the associations with the lowest social
stratum and with other unhealthy behaviors
Keywords: Sedentary lifestyle; Television viewers; Population surveys.
12
LISTA DE TABELA E FIGURAS
Tabela 1 Prevalências e razões de prevalências brutas, do tempo assistindo TV e do tempo sentado em outras atividades (sem TV) segundo fatores demográficos e socioeconômicos da população com 20 anos e mais, residentes na cidade de Campinas, São Paulo. ISACamp 2014/2015.
Tabela 2 Prevalências e razões de prevalências brutas, do tempo assistindo
TV e do tempo sentado em outras atividades (sem TV), segundo
comportamentos de saúde, da população com 20 anos e mais,
residentes na cidade de Campinas, São Paulo. ISACamp
2014/2015
Tabela 3 Modelo final dos modelos de regressão contendo razões de prevalências e intervalos de confiança de 95% do maior tempo assistindo TV e do maior tempo sentado sem TV segundo características demográficas, socioeconômicas e de comportamentos de saúde.
54
55
56
13
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
WHO Wolrd Health Organization
TV Televisão
MET Equivalente Metabólico da Tarefa
AFL Atividade Física de Lazer
IMC Índice de Massa Corporal
VIGITEL Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas
por inquérito telefônico
CCAS Centro Colaborador de Análise em Situação de Saúde
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
FAPESP Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
ISACamp Inquérito de Saúde do Município de Campinas
UNICAMP Universidade Estadual de Campinas
IPAQ International Physical Activity Questionnaire
AUDIT Alcohol Use Disorder Identification Test
SM Salário mínimo
14
LISTA DE QUADROS
Quadro 1- 1ª. Etapa de treinamento: conteúdo do questionário 31
Quadro 2 – 2ª. Etapa de treinamento com os Tablets 32
15
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................16
1.1 Sedentarismo...................................................................................16
1.2 Prejuízos do sedentarismo.............................................................. 17
1.3 Sedentarismo no Brasil e no mundo................................................20
1.4 . Sedentarismo e fatores sociais......................................................22
1.5 Tempo sentado e comportamentos relacionados à saúde..............24
1.6 Atividade física................................................................................26
2. OBJETIVOS...........................................................................................29
2.1 Objetivo Geral...................................................................................29
2.2 Objetivo Específico...........................................................................29
3. MÉTODOS..............................................................................................29
3.1 Área de estudo..................................................................................29
3.2 Tipos de estudo.................................................................................30
3.3 Entrevistadores e processo de estudo..............................................31
3.4 População de estudo.........................................................................33
3.5 Processo amostral.............................................................................33
3.6 Variáveis da pesquisa.......................................................................34
3.6.1 Variável dependente..............................................................34
3.6.2 Variáveis independentes........................................................35
3.7 Análise de dados...............................................................................36
4.7 Aspectos éticos..................................................................................36
4. RESULTADOS.......................................................................................37
5.1 Artigo.................................................................................................37
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................57
1 REFERÊNCIAS.............................................................................................58
16
1. INTRODUÇÃO
1.1Sedentarismo
O “sedentarismo” foi comumente definido como inatividade física no lazer,
entretanto, no entanto, nos últimos dez anos os autores vêm analisando o
sedentarismo por meio do tempo sentado durante um dia¹, que pode englobar o
transporte que se utiliza para ir ao trabalho, o tempo que se passa em frente à
televisão (TV), computadores, jogos eletrônicos, o tempo de tela e o tempo
sentado no trabalho2,3,4,5. Os indicadores de comportamento sedentário têm sido
desenvolvidos, então, para avaliar estas atividades.
Ao abordar a questão sugere-se cautela para não confundir com
inatividade física no lazer2,6. Ambos os conceitos têm suas particularidades.
Inativos são os indivíduos que não atingem o padrão de atividade física
moderada e vigorosa recomendada7,8. Atividades sedentárias são definidas
como a realização de qualquer atividade que tenha um gasto igual ou inferior a
1,5 MET’S (estimativa de equivalente metabólico), como por exemplo,
permanecer em posição sentada, parado ou deitado1,9. O acúmulo destas
atividades é definido como comportamento sedentário.
Não há um consenso, na literatura, em relação à definição de um ponto
de corte delimitando o tempo gasto em atividades sedentárias para que se
considere comportamento sedentário. Cita-se alguns exemplos de pontos de
corte utilizados pelos autores em suas pesquisas: Um trabalho realizado com
dados representativos da população adulta alemã, analisando tempo total
sentado, identificou como sedentário, individuos que passavam 6 horas ou mais
em posição sentada, uma semana típica10; com dados do WHITEHALL II Study,
os autores utilizaram um ponto de corte de 40 horas semanais de tempo gasto
sentado no total, na definição de comportamento sedentário em sua pesquisa11.
Utilizando dados do National Health and Nutrition Examination Survey
(NHANES) um estudo definiu como ponto de corte 8,6 horas ou mais
(equivalente a 100 contagens por minuto no acelerômetro) para o maior tempo
sentado no total12. A análise de mediana e quartis para definir este ponto de corte
também tem sido usada13. Em relação ao tempo gasto assistindo TV, os pontos
17
de corte utilizados para definição do comportamento sedentário neste domínio
também variam: o inquérito Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para
Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico utiliza 3 horas ou mais em seus
relatórios14 e outros estudos têm utilizado 4 horas ou mais15,16,17
Desde os anos 50, estudos epidemiológicos têm alertado a respeito da
relação do comportamento sedentário com o impacto negativo à saúde. Já
existia uma preocupação com a saúde do trabalhador de acordo com o nível de
atividade física de cada ocupação e as relações com doenças
cardiovasculares18. Autores realizaram uma coorte com homens de meia idade
e concluíram quem aqueles que eram fisicamente ativos no trabalho tinham
menor risco de desenvolver doença cardíaca, e que quando desenvolviam era
de menor gravidade do que os homens inativos no trabalho18.
No entanto, foi na última década que os estudos avançaram no tema,
avaliando o possível impacto da permanência do tempo sentado na saúde.
Quanto maior o tempo de permanência sentado, mais vulnerável fica o
organismo frente aos fatores de risco para inúmeras doenças e agravos
relacionados à saúde19,20. O comportamento sedentário também contribui
diretamente para aumento da mortalidade21,22.
Em um estudo de revisão de literatura, foi destacado a preocupação
decorrente da mudança de comportamento da população nas últimas décadas.
Os adultos estão passando cerca de 70% ou mais do seu tempo sentado. A
preocupação com a redução do tempo sentado e tempo de tela e o cumprimento
da quantidade de atividade física recomendada se estende não somente a fase
adulta mas alerta os pais em relação ao tempo de tela dos seus filhos, tentando
diminuir esse comportamento1.
1.2 Prejuízos do sedentarismo
As pesquisas demonstram que o aumento do tempo sentado está
associado com doenças cardiovasculares, diabetes, alguns tipos de câncer,
obesidade, doenças cardiovasculares e síndrome metabólica23, mesmo na
presença da prática da atividade física de lazer5,24.
O sedentarismo está associado com a presença de diabetes do tipo 2,
doenças cardiovasculares, aumento do colesterol23,25, com o maior índice de
18
massa corporal (IMC)3 e pressão arterial26. Além de influenciar os níveis de
triglicerídeos, diminui a sensibilidade à insulina e tem influência na densidade
mineral2.
Os prejuízos do sedentarismo vêm sendo muito abordados em estudos
científicos. E quando se trata de estratégias para minimizar esses impactos, as
campanhas de saúde pública focam bastante no aumento da atividade física,
mas pouco na redução do comportamento sedentário nos quatro domínios
(trabalho, doméstico, lazer e transporte)27. Em um estudo de revisão sistemática,
os resultados apontaram relações entre sedentarismo baseado em tempo gasto
em frente às telas de computador com ganho de peso, problemas de sono,
problemas músculo-esquelético, dor, com menor nível de atividade física, bem-
estar psicológico e apoio social28.
Quanto maior for o comportamento sedentário, mais vulnerável fica o
organismo frente aos fatores de risco para inúmeras doenças e agravos
relacionados ao sedentarismo19,27,29.
Em uma coorte prospectiva realizada com mulheres adultas norte-
americanas, foi possível identificar forte associação do comportamento
sedentário com risco de desenvolver diabetes do tipo 2 e obesidade. Essa
associação se demonstrou forte em relação ao tempo de TV, sendo que a cada
2 horas assistindo TV houve aumento da chance de 23% (IC95%:17-30) de
desenvolver as morbidades. Em relação ao trabalho não foi diferente: a cada 2
horas de tempo sentado no trabalho houve um aumento de 5% (IC95%:0 -10) no
risco de obesidade e um aumento de 7% (IC95%, 0% -16%) no risco de diabetes.
Em contrapartida ficar em pé ou caminhar 2 horas por dia foi positivamente
associado com uma queda de 9% (IC95%: 6-12) do risco de desenvolver
obesidade e de 12% (IC95%: 7-16) no risco de desenvolver o diabetes. Estima-
se, nesta coorte, que 30% (IC95%:24-36) de casos novos de obesidade e 43%
(IC95%:32-52) de casos novos de diabetes poderiam ser evitados com um estilo
de vida mais ativo27. O tempo de TV também foi associado com risco significativo
elevado para o desenvolvimento de diabetes do tipo 2 e obesidade29.
Em estudo que utilizou dados do National Health and Nutrition
Examination Survey (NHANES), foi examinado o comportamento sedentário nos
domínios de lazer, ocupacional e doméstico e os autores avaliaram a relação
com a síndrome metabólica em adultos americanos. Para avaliar o
19
comportamento sedentário, eles usaram o tempo de tela no lazer e nas
atividades ocupacionais e domésticas o tempo sentado, de pé, andando,
carregando cargas. O resultado mostrou que ≥ 4 horas / dia de tempo de tela foi
associado com probabilidades de ter síndrome metabólica de 1,94 (IC=1,24-
3,03) em homens e 1,54 (IC=1,00-2,37) em mulheres. O comportamento
sedentário nos domínios doméstico e ocupacional não apresentaram associação
para a síndrome metabólica em ambos os sexos30.
O comportamento sedentário também tem forte associação com a
mortalidade por todas as causas e com a redução da esperança de vida. Em um
estudo de coorte, participantes de ambos os sexos foram acompanhados por
doze anos. O objetivo era estudar a relação entre o tempo que estas pessoas
passavam sentadas (quase nenhum tempo, um quarto do tempo, metade do
tempo, três quartos do tempo, quase todo o tempo) e o risco de mortalidade por
todas as causas, doenças cardiovasculares e câncer. Ao final do estudo
observou-se que as pessoas que passavam maior parte do tempo sentadas
apresentaram os maiores riscos quando comparado a aquelas que menor
tempo. Os riscos de mortalidade foram maiores nos que se sentaram três quartos
de tempo (RR: 1,36) e para aqueles que ficaram quase todo o tempo (RR:1,54).
Para as doenças cardiovasculares o maior risco permaneceu nos que se
sentaram por mais tempo, sendo três quartos de tempo (RR: 1,47) e para
aqueles que ficaram quase todo o tempo (RR:1,54). O câncer não apresentou
associação31
Em estudo de abordagem metanalítica, o aumento do risco de mortalidade
foi de 58% nos que ficavam sentados por mais de 8 h/dia em relação aos que
permaneciam por tempo inferior22.
Autores também têm estudado e concluído que existe associação do
sedentarismo com a mortalidade mesmo em pessoas ativas. O estudo citado
teve como objetivo examinar a associação entre tempo sedentário, medido
objetivamente, e mortalidade por todas as causas em adultos mais velhos (50
anos e mais) mostrou em seus resultados que as pessoas que tinham maior
percentual de tempo sedentário tiveram um risco significativamente aumentado
de morte em comparação com aqueles no quartil mais baixo; o estudo também
sugere que o comportamento sedentário é um importante fator de risco para a
mortalidade, mesmo na presença de atividade física moderada e vigorosa24.
20
Em uma pesquisa realizada com adultos americanos, ao analisar os
efeitos independentes de conjuntos do tempo sedentário e da aptidão
cardiorrespiratória sobre a mortalidade por todas as causas, os autores
identificaram que a população com maior percentual de tempo sedentário
tiveram um risco significativamente aumentado de morte, sugerindo também que
o risco permanece mesmo na presença da atividade física e que são necessários
mais estudos de coorte para elucidar as lacunas existentes na literatura5.
Em estudo realizado com mulheres, analisou-se a relação entre vários
comportamentos sedentários, especialmente alto tempo assistindo da televisão
(TV) com o risco de obesidade e diabetes tipo 2. Os pesquisadores perceberam
que, ainda que um indivíduo pratique atividade física de lazer, mas tem alto
comportamento sedentário, principalmente no domínio de assistir TV, o prejuízo
decorrente do sedentarismo parece não estar resolvido, pois pode existir uma
independência dos efeitos da atividade física de lazer e do comportamento
sedentário, onde a atividade física de lazer parece atenuar os problemas de
saúde, embora não os elimine completamente27.
Outro fator destacado pelos autores referente a este tema, é a existencia
de questões que ainda precisam ser esclarecidas na tentativa de auxiliar no
desenvolvimento de novos tipos de diretrizes clínicas e de saúde pública23,32. As
implicações atribuídas à saúde em relação ao comportamento sedentário
merecem atenção tanto para as crianças como para adultos e idosos33.
1.3 Sedentarismo no Brasil e no mundo
Na sociedade moderna as pessoas tendem a reduzir o volume de
atividade física, tornando-se altamente prevalentes os comportamentos
sedentários: o tempo que se passa sentado na escola ou no trabalho, no
transporte, em casa e no lazer. Essa mudança de comportamentos resulta em
implicações significativas para a saúde da população34.
Os resultados de um estudo realizado com adultos para comparar a
distribuição do comportamento sedentário através do alto tempo sentado entre
20 países, apresentaram médias mais altas (360 minutos/dia) em Hong Kong,
Lituânia, República Checa, Noruega, Taiwan, Arábia Saudita, e no Japão. Os
21
menores valores foram verificados no Brasil, Portugal, Colômbia, Índia e China.
Pessoas com 40-65 anos foram significativamente menos propensas a estar no
quintil mais alto do tempo sentado que os adultos mais jovens (OR = 0,796), e
aqueles com graduação ou mais tempo de estudo, quando comparado com os
que estudaram até o ensino médio apresentaram maior prevalência do tempo
sentado (OR = 1,349)35.
Em estudo sobre o tempo sentado realizado em três países (Estados
Unidos, Bélgica e Austrália), os belgas apresentaram valores mais elevados que
os americanos e australianos. Já no transporte os valores da Bélgica e Austrália
foram inferiores aos americanos36.
No Canadá observou-se que em relação ao tempo sentado, 12,6% da
população relataram passar três quartos do tempo sentado e 4,8% relataram
ficar sentado quase todo o tempo durante os dias da semana35.
Foi realizado um estudo para determinar a prevalência de estilos de vida
sedentários nos 15 Estados que fazem parte da União Europeia (UE), onde a
amostra foi de pessoas com mais de 15 anos, e a coleta de dados foi por meio
de aplicação de questionário. Para avaliar o sedentarismo foi utilizado o tempo
sentado no lazer. Ao final da pesquisa, os autores identificaram as seguintes
prevalências: variação entre 43,3% (Suécia) e 87,8% (Portugal). As menores
prevalências foram encontradas nos países do Norte (especialmente nos países
escandinavos) quando comparado aos mediterrâneos. A pesquisa destaca
também as maiores prevalências em idosos, obesos, com menor escolaridade e
em viúvos/divorciados37.
Em estudo de base populacional realizado em adultos brasileiros com 20
anos ou mais, foi relatado uma média de 5,8 horas de tempo sentado por dia9.
Em relação ao tempo de TV no Brasil, a prevalência de adultos que assistiam
três horas ou mais de TV foi de 28,2% da população38. Com o passar do tempo
obtivemos os seguintes resultados: 27,1% em 201139, 26,4% em 201240, 28,6%
em 201341, 23,4% em 201414 e 22,5% em 201542.
Em um estudo transversal realizado com estudantes universitários
brasileiros, que teve como objetivo analisar a prevalência do sedentarismo, os
pesquisadores concluíram que 77,2% dos universitários, entre homens e
mulheres, eram sedentários43. Outro estudo brasileiro, desta vez com idosos,
22
teve como objetivo analisar a prevalência de inatividade física, inatividade física
no lazer e os fatores associados entre idosos residentes na zona rural. A
prevalência do comportamento sedentário (lazer, trabalho, atividades
domésticas e meio de transporte) foi de (21,1%)44. Resultados de uma
abordagem sistemática revelaram prevalências do sedentarismo (elevado tempo
de tela ou usando TV) acima de 50% em adolescentes brasileiros45.
Pesquisas de diversos países que utilizaram dados de inquéritos
populacionais têm usado diferentes medidas e pontos de corte em relação ao
tempo sentado, tanto em relação ao domínio de sedentarismo estudado (tempo
total, TV, transporte), quanto em relação ao tipo de medida (autorreferidas,
objetiva)46. Isso implica em alguma dificuldade de estabelecer comparações
entre elas.
1.4 Sedentarismo e fatores sociais
O comportamento sedentário tende a ser mais prevalente nos níveis
socioeconômicos mais elevados35 e nos países de alta renda9,47, no entanto
pode depender do indicador utilizado, como será abordado a seguir.
Um estudo identificou que pessoas que estudaram mais de 13 anos
relataram maior prevalência do comportamento sedentário quando comparado
com as pessoas com 13 ou menos anos de escolaridade. Este resultado se
estende a 15 dos 19 países estudados35. O estudo que avaliou os adultos
Brasileiros, concluíram que maior escolaridade e maior nível socioeconômico
estiveram associados positivamente com o maior tempo sentado. E a maior
renda apresentou maior associação com o uso frequente de computadores9.
Em estudo transversal realizado com mulheres e homens idosos
Brasileiros, o objetivo foi identificar os comportamentos sociodemográficos,
clínicos e de saúde associados ao tempo total sentado. A amostra apresentou
uma mediana de 4 horas de tempo total sentado. Os pesquisadores identificaram
que o grupo que permaneceu maior tempo sentado foi o de pessoas sem
instrução (baixa escolaridade) contradizendo estes estudos. Os autores
concluíram também que os fatores sociodemográficos, clínicos e
23
comportamentais de saúde estão associados ao alto tempo sentado em adultos
idosos Brasileiros13.
Outro estudo apresentou que trabalhadores brasileiros que completaram
pelo menos o Ensino Fundamental apresentaram 15% a mais de chance de
assistir televisão por pelo menos quatro horas por dia do que aqueles que não
finalizaram esse nível. Também, o uso de carro ou moto apresentou tendência
de crescimento com o aumento da idade, nível de escolarização e da renda fami-
liar mensal15.
Uma pesquisa realizada com trabalhadores holandeses do sexo
masculino apontou que os homens passam em média 7 horas por dia em
comportamentos sedentário, e um terço desse comportamento acontece no local
de trabalho. Esses resultados diferem em relação ao tipo de setor, onde
demanda atividades de diferentes características em relação à atividade física
ocupacional48.
Pesquisa realizada no Brasil apontou que mulheres trabalhadoras com
renda familiar mensal acima de R$ 1.500 apresentaram menores chances (10%
a 20%) de assistir à televisão por pelo menos quatro horas por dia em
comparação aos homens com renda inferior a R$ 60016. O tempo sentado
assistindo TV pode ter associação distinta do tempo total sentado. Segundo uma
pesquisa o percentual de indivíduos que assistiam TV por 3 horas ou mais foi
menor no grupo de maior escolaridade14. Em contrapartida, em se tratando do
tempo total sentado a maior prevalência foi identificada em pessoas que
estudaram mais (13 anos ou mais)35. Outro estudo também encontrou resultado
semelhante, onde a maior prevalência do tempo total sentado foi em pessoas de
maior escolaridade e também naquelas de maior nível socioeconômico9.
Em pesquisa feita com Mexicanos – Americanos os resultados apontaram
que os homens não-hispânicos brancos relataram maior tempo sentado do que
os negros do sexo masculino não-hispânicos, enquanto mulheres não-
hispânicas brancas relataram maior tempo sentado que outras mulheres
hispânicas. Não foram encontradas diferenças entre os sexos em qualquer faixa
etária. A tendência do maior tempo sentado foi de acordo com o aumento da
idade para o sexo feminino49.
No estudo feito com mulheres identificou que as mais velhas, que vivem
em áreas de renda mais alta e com um parceiro, ter uma carteira de motorista,
24
menor Índice de Massa Corporal (IMC) e nenhum diploma universitário foram
preditivos de níveis mais baixos de tempo total gasto sentado36. Um estudo
longitudinal relatou que as mulheres australianas se distribuem da seguinte
maneira em relação ao comportamento sedentário: 17,3% da população
feminina apresentou nível muito baixo de sedentarismo (3 horas de tempo total
sentado); 19,9% baixo (3 a 4,5 horas); 23,1% moderado (4,5 a 6 horas); 16,7%
elevados (6 a 8 horas) e 14,4% muito alta (8 horas)50.
Ao analisar a população brasileira, um estudo concluiu que, em relação
às características demográficas o grupo que apresentou maior prevalência do
tempo sentado foram as mulheres acima de 70 anos de idade4. Na população
adulta a frequência do hábito de ver televisão por três ou mais horas diárias foi
de 23,4%, sendo semelhante entre homens (23,9%) e mulheres (22,9%). A
frequência foi maior na faixa etária de 65 anos e mais14.
Em inquérito de base populacional realizado em Pelotas, com brasileiros
adultos, os homens tiveram maior prevalência no tempo total sentado. Em
relação ao tempo de TV o resultado se apresenta de maneira diferente. Neste
caso as mulheres e pessoas mais velhas apresentaram maior prevalência do
tempo sentado9.
Em estudo analisando a associação da religiosidade com o nível de
comportamento sedentário verificou-se que os adolescentes evangélicos tiveram
menor prevalência tanto em dias de semana quanto nos dias de final de semana.
As prevalências ainda são mais elevadas em pessoas sem nenhuma religião.
Um achado específico do estudo citado alerta para o fato de que alguns
elementos de religiosidade, por exemplo, a afiliação podem ter influência e
facilitador da exposição a comportamento sedentário51.
De acordo com a revisão feita até o momento, o tempo total sentado é
maior em adultos mais velhos, e as diferenças entre sexo são inconsistentes,
quanto ao comportamento sedentário sob a perspectiva do tempo de TV os
resultados parecem ser diferentes quando comparado ao tempo total sentado
em relação ao sexo, sendo os homens os com a maior prevalência.
25
1.5 Tempo sentado e comportamentos relacionados à saúde
A literatura é evidente quanto à associação dos comportamentos de
saúde com a prática de atividade física52,53,54, e com o comportamento
sedentário55, mas não na literatura nacional. Resultados de uma pesquisa de
metanálise apontou que, entre os estudos avaliados, nove encontraram
associação entre tabagismo e tempo de TV, e cinco mostraram associações
entre tempo de TV e maior probabilidade de ser um fumante. Outros cinco
estudos não encontraram associação entre tempo total sentado e tabagismo55.
A mesma abordagem metanalítica avaliou quinze estudos relacionados
ao consumo de alcool, incluindo diversos países, tais como Estados Unidos da
América, Reino Unido, Espanha, Austrália, Canadá, Taiwan e Índia. Desses, oito
avaliaram o comportamento sedentário sob a perspectiva do tempo assistindo
TV, no quais seis não houve relação nenhuma com o consumo de alcool. Nos
outros dois estudos a associação de menor consumo de álcool e maior
visualização de TV para as mulheres foi observada. Três estudos não
encontraram nenhum associação com tempo sentado55.
Para a atividade física no lazer, foram encontrados trinta e oito estudos.
Treze de vinte e cinco artigos foram sobre o tempo de TV, concluindo relação
negativa com a atividade física de lazer. Outros três estudos avaliaram a
atividade física de lazer com o uso do computador e também não apresentou
associação, ao passo que quatro artigos avaliaram o tempo de tela geral e
concluiram uma associação negativa de atividade física apenas nas mulheres.
Em relação ao tempo sentado apenas houve associação negativa quanto à
atividade física de lazer, enquanto seis não apresentaram associação,
independente da intensidade da atividade física de lazer praticada. Em resumo,
a associação parece ser observada apenas para o tempo de TV. Já no tempo de
computador e no comportamento sedentário geral (tempo total sentado),a
associação foi nula55.
A pesquisa feita no Brasil analisando adultos idosos, detectou que o maior
tempo sentado foi associado com pessoas que não praticam atividade física no
lazer de maneira regular13. Um estudo realizado com objetivo de analisar a
prevalência do sedentarismo em 15 países da União Europeia, encontrou
resultados que apontaram as maiores prevalências entre as pessoas fumantes37.
26
No estudo transversal realizado com adultos, o subgrupo das pessoas
mais jovens, apresentaram menor tempo assistindo TV e também teve a maior
ingestão de legumes e frutas56.
Em um estudo sobre a associação da atividade física de lazer,
comportamento sedentário e consumo de álcool, tabaco e canabis entre
adolescentes da Eslovênia, foi identificado que os adolescentes que assistiram
TV por mais de 2 horas, tiveram maior frequência do consumo de bebida
alcóolica e o uso do computador acima de 2 horas foi positivamente associado
com o consumo do álcool, a fumar diariamente e a consumir canabis quando
comparado aos jovens que ficam menor tempo57.
Parece que os estudos que analisam o comportamento sedentário em
relação a outros fatores de estilo de vida são mais frequentes em crianças e
adolescentes57,58, e considerando o tempo gasto em tela37.
1.6 Atividade física
A Atividade Física é definida como qualquer atividade que demanda um
gasto energético acima dos níveis de repouso, podendo ser compreendida como
prática de atividade física de lazer (exercício físico), atividades de deslocamento;
atividades domésticas; e atividade no trabalho59,60,61,62.
Os individuos ativos são aqueles que cumprem as recomendações de
150 minutos por semana de atividade fisica de intensidade moderada ou 75
minutos de atividade física vigorosa. São considerados, então,
“insuficientemente ativos” aqueles que praticam atividade física, entretanto não
alcançam os níveis recomentados e por fim o “inativo” é aquele que pratica
menos de dez minutos contínuos de atividade física ou simplesmente não
praticam7.
Nos ultimos anos a atividade física esteve em maior evidencia na agenda
de saúde pública e no debate acadêmico da área da saúde. Além disso, os
autores apontam a dificuldade de comparação entre os estudos, resultante de
limitações metodológicas, dificultando assim o avanço científico da área63. Em
estudo mais recente, chama a atenção para o fato de que deve-se atentar para
27
as diferenças entre os domínios da atividade física ao estudar e fazer
intervenções junto às políticas públicas de saúde64.
Existe um aumento da quantidade de países que despertaram interesse
em acompanhar os níveis de atividade física da população. Ainda que a pesquisa
seja feita por dados obtidos através do auto relato, pôde-se observar que um
quarto dos adultos e 80% dos adolescentes ainda não estavam cumprindo com
as recomendações de atividade física65.
Estudos têm revelado que dentre os benefícios da atividade física estão
redução da chance de desenvolver alguns tipos de câncer66, doenças
cardiovasculares e cardiorrespiratórias67, diabetes68 e melhora da qualidade de
vida69, principalmente a atividade física de lazer21,56,70, e ainda faz contribui para
o controle do peso corporal71. A atividade física também colabora para eliminar
o estresse resultante da jornada de trabalho e a diminuir a ansiedade72.
Com a prática de atividade física de lazer, o organismo libera a endorfina
e dopamina, responsáveis pelo relaxamento e bem-estar, além de proporcionar
e ampliar o convívio social, sendo fatores indispensáveis na melhora da
qualidade de vida61. Pode também melhorar a saúde óssea desde a
adolescência e se estendendo de acordo com o aumento da idade73, ter
benefícios cardiovasculares74, inclusive em pessoas que também tem diabetes
do tipo I75.
Um estudo encontrou relação entre os idosos que praticavam Atividade
Física total (no transporte/deslocamento, lazer, doméstico e trabalho) com menor
chance de desenvolver demência (apesar de não estabelecer relação causal) e
depressão, doença que atualmente acomete não somente os idosos mas
também os adolescentes e adultos76.
Em inquérito de base populacional realizado com idosos, os autores
destacaram a importância de manter um estilo de vida ativo, além de alcançar
benefícios fisiológicos é importante para manter e estimular o convívio social76.
A atividade física exerce um papel fundamental na vida de pessoas em
diversas idades, com grande importância quando se diz respeito às principais
estratégias de prevenção de doenças não transmissíveis, bem como no
tratamento destas doenças e melhora da qualidade de vida39,77.
A inatividade física é responsável por pelo menos 3,2 milhões de mortes
por todas as causas e 69,3 milhões de pessoas com incapacidade por ano.
28
Atinge também adultos com consequências relevantes, aumentando os riscos
de mortalidade quando comparado à quantidade mínima recomendada pela
WHO (150 minutos semanais de atividade fisica moderada por semana ou
equivalente)70.
A atividade física pode ser um importante meio para elimiminar ou mesmo
minimizar os prejuízos decorrentes do sendentarismo. As estratégias para
diminuir o nível de sedentarismo, ou mesmo minimizar os efeitos são bem-
vindas5.
A ginástica laboral é composta basicamente por exercícios de
alongamento e aquecimento, que acontece no ambiente de trabalho, podendo
ser antes da jornada, durante ou depois. Ela ajuda a previnir doenças
ocupacionais e aumenta a qualidade de vida do trabalhador78.
Quando a rotina de trabalho exige considerável tempo sentado, a
Ginástica laboral pode ser uma ferramenta para minimizar os impactos nocivos
desse comportamento para a saúde do trabalhador, melhorando a qualidade de
vida, melhora os sintomas de hipertensão, previne doenças da coluna e auxilia
na manutenção da massa corporal79. Outros resultados de revisão de literatura
apontam que os programas de Ginástica laboral e ergonomia, são importantes
para o bem-estar dos trabalhadores, principalmente no que diz respeito a
diminuição dos níveis de estresse, patologias das doenças ocupacionais
podendo também melhorar aspectos sociais45.
A ginástica laboral busca influenciar na rotina da pessoa, de maneira que
ela mude o seu estilo de vida, envolvendo momentos que ultrapassam somente
prática da ginástica no ambiente de trabalho83.
29
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Esta pesquisa teve como objetivo geral traçar o perfil de indivíduos
sedentários por meio do tempo assistindo TV, e do tempo sentado gasto em
outras atividades, nos adultos residentes na cidade de Campinas, SP.
2.2 Objetivos específicos
Estimar a prevalência do maior tempo gasto assistindo TV (>5
horas) nos adultos;
Estimar a prevalência do maior tempo gasto sentado no total sem
o tempo de TV (>5 horas) nos adultos;
Verificar a associação do maior tempo gasto assistindo TV com
variáveis demográficas, socioeconômicas, de comportamentos
relacionados à saúde e de estado de saúde;
Verificar a associação do maior tempo gasto sentado total sem TV
(em outras atividades) com variáveis demográficas,
socioeconômicas, de comportamentos relacionados à saúde e de
estado de saúde;
Verificar se as associações se diferem segundo os distintos
indicadores de comportamento sedentário.
3. MÉTODOS
3.1 Área do estudo
A pesquisa foi desenvolvida na cidade de Campinas, São Paulo, Brasil. O
município de Campinas possui uma população de 1.173.370 habitantes
(estimada para 2014), Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM)
de 0,805 (valor obtido em 2010), área geográfica de 794,43 km2 e densidade
demográfica de 1.359,6 hab/km80.
30
O município é gestor pleno do sistema, modalidade de gestão em que
todas as decisões quanto ao gerenciamento de recursos e serviços, próprios,
conveniados e contratados se dão em âmbito municipal. A complexidade do
sistema de saúde em Campinas levou à distritalização, com a descentralização
do planejamento e gestão da saúde para áreas com cerca de 200.000
habitantes. Neste contexto, existem cinco distritos de saúde em Campinas,
sendo: Distrito de Saúde Norte, Sul, Leste, Sudoeste e Noroeste81.
3.2 Tipo do estudo
A pesquisa analisou os dados do Inquérito de Saúde do Município de
Campinas (ISACamp) conduzido nos anos de 2014/2015 no Centro Colaborador
em Análise de Situação de Saúde (CCAS) do Departamento de Saúde Coletiva
da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP). É um estudo transversal de base populacional, com amostra
estratificada, em dois estágios, representativa da cidade de Campinas. O
inquérito foi realizado com um questionário pré-codificado, contendo questões
em blocos temáticos, sobre: Morbidades e deficiências, acidentes e violências,
saúde emocional, saúde e bem-estar, uso de serviços de saúde, práticas
preventivas, imunização, uso de medicamentos, comportamentos relacionados
à saúde, características socioeconômicas, características da família e do
domicílio.
As entrevistas foram realizadas por entrevistadores treinados através do
uso de tablet. O treinamento foi realizado considerando as questões do inquérito,
a forma de abordagem e chegada nos domicílios, agendamentos, e
considerando o uso dos tablets. Os participantes assinaram um termo de
consentimento livre e esclarecido. O inquérito recebeu apoio da FAPESP
(Processo FAPESP 2012/23324-3).
31
3.3 Entrevistadores e processo de entrevista
As pessoas que apresentavam interesse em serem entrevistadores da
pesquisa preencheram um formulário com dados básicos e 28 delas
participaram do processo de treinamento. O treinamento foi feito em duas
etapas. Na primeira foram feitas 4 reuniões, trabalhando itens específicos do
questionário impresso em papel, juntamente com o manual do entrevistador. A
sequência de temas e datas constam na tabela abaixo. Após esse treinamento
os candidatos aplicaram 3 questionários, em familiares, amigos, conhecidos
para melhor apropriação e domínio sobre o conteúdo do questionário. Foram
feitas reuniões para discussão de dúvidas e ajustes no questionário. Para a
segunda etapa de treinamento foram selecionados 18 indivíduos que iniciaram
a fase de treinamento com o tablet. Novamente, cada entrevistador precisou
fazer como treinamento 3 entrevistas para se familiarizar com o aparelho e o
aplicativo.
Quadro 1- 1ª. Etapa de treinamento: conteúdo do questionário
Data de Treinamento Conteúdo
07/10 – período manhã
08/10- período da tarde
Treinamento Conteúdo do Questionário –
“Morbidade e Deficiências”; “Acidentes e
Violência”
10/10 – manhã
11/10 – tarde
Conteúdo do Questionário – “Saúde Emocional”;
“Saúde e Bem Estar”; “Uso de Serviços”.
23/10 – manhã
24/10 – tarde
Conteúdo do Questionário – “Práticas
Preventivas”; “Imunização”; “Medicamentos”
29/10 – manhã
30/10 – tarde
Conteúdo do Questionário – “Características
Socioeconômicas”: “Características da Família e
do Domicílio”
32
Quadro 2 – 2ª. Etapa de treinamento com os Tablets
08/11/2013 Início do Treinamento com o Aplicativo
“ISACAMP” – Funcionalidades do Aparelho,
Iniciando a Pesquisa no Aplicativo -
11/11/2013 Início do Treinamento com o Aplicativo
“ISACAMP” – Iniciando a Pesquisa no Aplicativo,
Inicio do Questionário -
12/11/2013 Início do Treinamento com o Aplicativo
“ISACAMP” – Realizando a Pesquisa no Aplicativo
-
13, 14, 19 e 22/11 Treinamento com o Aplicativo “ISACAMP” –
Realizando a Pesquisa no Aplicativo -
25-29/11/2013 Aplicações em familiares Aplicativo “ISACAMP” –
Realizando a Pesquisa no Aplicativo e escolha
dos setores censitários
No total foram 28 entrevistadores que participaram da pesquisa,
considerando entradas e saídas. Simultaneamente, a coleta de dados contou
com uma média de 14 entrevistadores no campo, utilizando assim o número
máximo de tablets disponível.
O entrevistador poderia tentar até 5 vezes encontrar o entrevistado,
contudo, este era um limite estabelecido pelo aplicativo (tablet), orientando os
entrevistadores a registrarem no aplicativo a ausência ou insucesso da
entrevista, quando de fato tivessem certeza de que e o entrevistado não seria
encontrado. Em média, se fez 1,38 visitas para encontrar os moradores.
O controle de qualidade dos dados foi feito pelo supervisor de campo no
contato com os entrevistadores. O aplicativo também permitia, a qualquer
momento, que o entrevistador registrasse um incidente, ou uma observação que
surgisse durante a entrevista. A maior parte dos erros identificados já no
momento da entrevista, foram registrados desta forma e posteriormente
corrigidos.
Ao longo do processo de campo, foi feita uma planilha com o controle dos
erros somente ao final tudo foi corrigido no banco de dados. Para reforçar esse
processo e garantir a qualidade e validade dos dados, foram feitas análises de
consistência do banco de dados que considerou questões semelhantes que
poderiam confirmar a informação, refizemos perguntas aos entrevistados por
33
telefone ou pessoalmente (voltando ao campo) para fazer com que os dados
fossem os mais confiáveis possíveis, minimizando quaisquer erros.
O Inquérito de nutrição (ISACamp-Nutri) foi conduzido com a mesma
amostra do ISACamp 2014/15, o que funcionou como um processo de
retestagem e validação das entrevistas.
3.4 População de estudo
A população do ISACamp se constitui de pessoas residentes na área
urbana da cidade de Campinas, SP com 10 anos ou mais.
Foram excluídas deste estudo: 1022 adolescentes (<19 anos), 23 cadeirantes e
111 pessoas acamadas. Para este estudo foram analisados apenas dados de
pessoas de 20 anos e mais, para ambos os sexos.
3.5 Processo amostral
A amostragem foi estratificada, realizada por conglomerados, sorteados em
dois estágios: setores censitários e domicílios. No primeiro estágio foram
sorteados 70 setores censitários (14 em cada um dos 5 distritos de saúde do
município).
O número de pessoas para compor a amostra foi obtido considerando-se a
situação correspondente à máxima variabilidade para a frequência dos eventos
estudados (P = 0,50), coeficiente de confiança de 95% na determinação dos
intervalos de confiança (z = 1,96), erro de amostragem entre 4 e 5 pontos
percentuais e efeito de delineamento igual a 2. Desta forma foi definido um total
de 1.000 indivíduos para compor a amostra em cada domínio de idade, a saber:
1000 adolescentes (10 a 19 anos), 1400 adultos (20 a 59) anos e 1000 idosos
(60 anos e mais). Para alcançar esse tamanho de amostra em cada domínio,
após atualização em campo da listagem de endereços dos setores sorteados,
os números de domicílios para cada domínio de idade que fossem suficientes
para obter o tamanho mínimo definido foram sorteados, de forma independente.
34
O número de domicílios que deveriam ser visitados para a realização das
entrevistas foi obtido calculando-se primeiro a média esperada de pessoas por
domicílio, que é a razão pessoas/domicílio, em cada grupo de idade, de acordo
com o censo de 2010. Na sequência dividiu-se os tamanhos de amostra de cada
de grupo de idade, em cada distrito pelas respectivas razões pessoas/domicílios.
No entanto, para que esses tamanhos de amostra fossem alcançados na
presença da não resposta, foram sorteados números maiores de domicílios. As
taxas previstas de não resposta foram: 27% para adolescentes, 22% para
adultos e 20% para idosos, segundo resultados verificados em inquérito anterior
realizado em Campinas. Neste caso, o número de domicílios efetivamente
sorteados para as entrevistas foi de 2.898 para adolescentes, 950 para adultos
e 3.326 para idosos. Em cada domicílio, foram entrevistados todos os moradores
da faixa etária selecionada para aquele domicílio.
3.6 Variáveis da pesquisa
3.6.1 Variáveis dependentes
A primeira variável dependente da pesquisa foi o tempo total diário gasto
assistindo TV >5 horas, partindo da questão K106 do ISACamp 2014/15:
"Quanto tempo no total o SR. passa assistindo TV durante um dia de semana?"
(ANEXO I) As respostas, foram obtidas em horas e minutos, e os minutos foram
transformados em horas. A seguir, os valores foram categorizados em 0 a 4
horas (menor tempo sentado) e 5 horas ou mais (maior tempo sentado) durante
a semana. Este ponto de corte foi similar ao utilizado em estudos anteriores15,17.
A segunda variável dependente é o tempo total gasto sentado sem o
tempo de TV >5 horas. O tempo gasto sentado no total foi mensurado pela
questão K105A, do ISACamp 204/15, que faz parte da seção 5 do IPAQ: "Quanto
tempo no total o Sr. gasta sentado durante um dia de semana?" (ANEXO I). As
respostas também foram obtidas em horas e minutos e os minutos foram
transformados em horas. As horas gastas assistindo TV, obtidos nas respostas
da questão K106 foram subtraídas das horas gastas em posição sentada,
resultando no indicador de tempo sentado no total sem TV (Tempo sentado Total
35
- Tempo TV). O ponto de corte adotado neste caso também foi de >5 horas como
maior tempo gasto sentado, considerando a mediana na amostra, que coincidiu
com o ponto de corte do tempo gasto assistindo TV. Esta categorização
apresentou-se sensível para detectar as associações nesta amostra.
3.6.2 Variáveis independentes
De acordo com o objetivo proposto, as variáveis independentes do
estudo foram:
Variáveis demográficas: sexo, faixa etária, raça/cor, situação conjugal
e religião (questões presentes no ANEXO II).
Variáveis socioeconômicas: escolaridade, número de filhos, plano de
saúde, número de indivíduos no domicílio, renda domiciliar per capta,
e ocupação (questões presentes no ANEXO II).
Variáveis de comportamento e estado de saúde:
- Atividade física de lazer, atividade física de trabalho, atividade
física de transporte, atividade física doméstica, mensuradas através
do IPAQ. Em cada domínio de atividade física as variáveis foram
categorizadas em: ativo (150 minutos de atividade física moderada ou
75minutos de atividade vigorosa por semana) e insuficientemente
ativos (aqueles que praticam alguma atividade física, mas não
atingem os 150 minutos recomendados pela WHO) ou inativo (que
praticam menos de 10 minutos de atividade física ou não praticam
nenhuma atividade física);
- Tabagismo (sendo categorizado em: nunca fumou, fumante e ex-
fumante);
- Ingestão de bebida alcoólica (categorias: - menos que uma vez
na semana e - 2 ou mais vezes na semana) e consumo de risco de
bebida alcoólica (categorizado em “não”: aqueles que obtiveram 1 ou
nenhuma resposta positiva e “sim”: aqueles que tiveram 2 ou mais
respostas positivas) (Audit) (ANEXO I).
36
3.7 Análise dos dados
Foram feitas estimativas de prevalência e intervalos de confiança de
95% do tempo gasto assistindo TV e do tempo gasto sentado no total sem TV
(variáveis dependentes) segundo as variáveis independentes. As associações
entre variáveis categóricas, dependentes e independentes foram analisadas com
o teste qui-quadrado.
Foi utilizado a regressão de Poisson para estimar razões de
prevalências ajustadas. Foram construídos dois modelos de regressão. Na
primeira etapa (modelo 1) foram levadas para o modelo as variáveis
demográficas e socioeconômicas que apresentaram um p-valor < 0,20 no teste
de qui-quadrado e retiradas por stepwise82, as variáveis que não apresentavam
associações. Na segunda etapa foram acrescentadas as variáveis de
comportamentos de saúde às demográficas e socioeconômicas que
permaneceram na primeira etapa. Estas análises foram realizadas
separadamente para os indicadores de tempo gasto assistindo TV e tempo gasto
sentado sem TV. Todas as análises levaram em conta as ponderações e
características relativas ao desenho amostral e foi realizada com o uso do
software STATA versão 14.
4.7 Aspectos Éticos
O presente estudo utilizou dados do ISACamp, e também teve a
aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de
Campinas (Parecer no. 1.718149).
O projeto de pesquisa do ISACamp 2014 foi aprovado pela Comitê de
Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Campinas (Parecer no. 409.714
de 30/09/2013).
37
5. RESULTADOS
5.1 Artigo
Comportamento sedentário: as diferenças de perfis entre tempo sentado
assistindo TV e em outras atividades
Sedentary behavior: the differences of profiles between sitting time
watching TV and in other activities
Patrícia Alvarenga Santini,§1
Marilisa BA Barros 1
Margareth Guimarães Lima1
1Departamento de Saúde Coletiva. Faculdade de Ciências Médicas.
Universidade Estadual de Campinas. Rua Tessália Vieira de Camargo, 126.
Cidade Universitária Profº Zeferino Vaz. CEP: 13083-887. Campinas - SP
38
RESUMO
O tempo gasto sentado vem sendo utilizado como indicador de comportamento
sedentário. OBJETIVO: Avaliar o tempo gasto assistindo TV e o tempo gasto
sentado em outras atividades (sem TV) segundo fatores demográficos,
socioeconômicos e de comportamentos relacionados à saúde; bem como
investigar o uso dos dois indicadores. MÉTODOS: O estudo é transversal, de
base populacional, conduzido com dados do Inquérito ISACamp 2014/15. Foram
analisados, neste estudo, os dados de pessoas com 20 anos ou mais. As
variáveis dependentes da pesquisa foram o tempo gasto assistindo TV >5 horas
e o tempo total em outras atividades (sem TV) >5 horas. As variáveis
independentes foram: demográficas, socioeconômicas e de comportamentos de
saúde. RESULTADOS: A maior prevalência do tempo gasto na TV >5 horas foi
observada nos desquitados, separados, divorciados e viúvos (RP=1,38) em
relação aos casados, e renda > 3 salários mínimos foi fator de proteção neste
domínio (RP=0,56). A maior prevalência do tempo sentado sem TV >5 horas
esteve presente nos indivíduos solteiros e naqueles com maior nível de
escolaridade (RP=2,05). Os idosos, em menor percentual, são sedentários neste
domínio. A maior prevalência de inatividade física no lazer e de consumo de risco
para bebida alcoólica foi observada no grupo que assiste TV > 5 horas. O tempo
sentado sem TV >5 horas foi maior nos inativos no trabalho (RP=2,79).
CONCLUSÃO: As associações foram diferentes conforme o indicador utilizado.
Atenção especial deve ser remetida aos subgrupos que passam maior tempo
sentado, principalmente gasto na TV, que se associou inversamente com
atividade física no lazer e com o consumo de risco de bebida alcoólica.
Pavavras-chave: Comportamento sedentário, Inquéritos de saúde, estilo de
vida, tempo gasto sentado.
39
ABSTRACT
BACKGROUND: Sitting time has been used as an indicator of sedentary
behavior. OBJECTIVE: To evaluate the time spent watching TV and the sitting
time in other activities (without TV) according to demographic, socioeconomic
and health related behaviors; as well as to investigate the two indicators use.
METHODS: The cross-sectional, population-based study was conducted with
data from the ISACamp 2014/15 Health Survey. Data from people aged 20 years
and over were analyzed in this study. The dependent variables of the research
were the time spent watching TV> 5 hours and the total time spent in other
activities (without TV) > 5 hours. The independent variables were: demographic,
socioeconomic and health behaviors. RESULTS: We observed the highest
prevalence of time spent on TV> 5 hours in the separated, divorced and widowed
(PR=1.38) in relation to married. Income> 3 minimum wages was a protection
factor in this domain (PR=0.56). The highest prevalence of sitting time without
TV> 5 hours was in single individuals and in those with higher level of schooling
(OR = 2.05). Elderly had the lesser percent in this domain. The highest
prevalence of leisure time physical inactivity and binge drinkers was observed in
the group that watched TV> 5 hours. The sitting time without TV> 5 hours was
higher in the inactive at work domain (PR = 2.79). CONCLUSION: The
associations were different according to the indicator used. Special attention
should be paid to those subgroups that spend more time sitting, mainly spent on
TV, which was inversely associated with leisure time physical activity and alcohol
consumption.
Keywords: Sedentary behavior, health surveys, lifestyle, sitting time.
40
INTRODUÇÃO
Atividades sedentárias são definidas como a realização de qualquer
atividade que tenha um gasto igual ou inferior a 1,5 MET’S (estimativa de
equivalente metabólico), como por exemplo, permanecer em posição sentada,
parado ou de pé1,2. O acúmulo destas atividades é definido como comportamento
sedentário, embora não haja um consenso, na literatura, em relação à definição
de um ponto de corte delimitando o tempo gasto em atividades sedentárias para
que se considere um comportamento sedentário.
Pesquisadores vêm utilizando o tempo gasto sentado diário no total como
indicador para análise do sedentarismo, que pode ser mensurado por meio de
questionários, ou por meio de medidas objetivas como o uso do acelerômetro3.
Outras pesquisas têm avaliado o sedentarismo em domínios específicos, como
o tempo gasto assistindo televisão (TV)4,5,6 e o tempo gasto no computador7,8.
que constituem tempo de tela. No Brasil o domínio mais estudado é o tempo
gasto assistindo TV, que faz parte das questões da importante pesquisa sobre
comportamentos de saúde realizada por entrevistas telefônicas, o inquérito
Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito
Telefônico9. No estudo realizado com uma amostra representativa da cidade de
Pelotas, RS, avaliou separadamente, 4 domínios do comportamento sedentário:
no transporte, em tela, no trabalho e na escola8.
A exposição ao tempo prolongado assistindo TV e no computador está
diretamente associada com aumento de algumas doenças como o diabetes e
síndrome metabólica, doenças cardíacas, doenças musculoesqueléticas e
problemas de saúde como aumento do peso corporal, problemas com o sono e
diminuição do bem-estar7,10,11. Em um estudo de metanálise, os resultados
apontam maior incidência de síndrome metabólica12 e maior risco de
desenvolver diabetes, doenças cardíacas e mortalidade precoce na população
que passa maior tempo assistindo TV11. Também têm sido observadas
associações do tempo sentado no total com as doenças crônicas12,13.
Bem como com as morbidades, a relação entre o comportamento
sedentário com a mortalidade por todas as causas vem sendo
observada11,14,15,16, porém existem informações que a atividade física pode
atenuar ou até mesmo eliminar os efeitos do sedentarismo16.
41
O maior comportamento sedentário no domínio de tempo gasto na TV
cresce à medida que a idade aumenta9,17,18, mas não é consistente em relação
ao sexo8,9. Não houve diferenças entre os sexos, em contrapartida um estudo
identificou que as mulheres assistem mais TV do que os homens8. Segundo
indicadores socioeconômicos, o padrão de indivíduos que gasta maior tempo
sentado no total e assistindo TV parece ser oposto: o tempo gasto na TV é
inferior entre os indivíduos de maior escolaridade8,9 e, por outro lado o tempo
gasto sentado no total aumenta naqueles que estudaram mais8,19.
No Brasil, os comportamentos de saúde, como a atividade física, o
tabagismo, consumo abusivo do álcool e a alimentação saudável são alvo
estratégico para o enfrentamento das doenças crônicas não-transmissíveis20 e a
investigação sobre a congruência dos comportamentos de risco para doenças
crônicas é um aspecto importante a ser analisado21. No entanto os estudos que
avaliam a associação entre estes comportamentos de saúde com o
sedentarismo são escassos na literatura nacional15.
Considerando a escassez de estudos sobre o tema no Brasil e na América
Latina, principalmente estudando domínios distintos de sedentarismo na
população adulta e em base populacional, este estudo tem como objetivos
avaliar o comportamento sedentário em indivíduos adultos, utilizando
indicadores de tempo gasto assistindo TV e de tempo gasto sentado em outras
atividades (sem TV) segundo os fatores demográficos, socioeconômicos e
comportamentos relacionados à saúde, bem como verificar a importância de se
estudar o comportamento sedentário separadamente, segundo estes diferentes
domínios.
MÉTODOS
Foram utilizados dados do Inquérito de Saúde do Município de Campinas
(ISACamp-2014/15) conduzido nos anos de 2014/2015. É um estudo transversal
de base populacional, realizado com um questionário pré-codificado, aplicado
por entrevistadores treinados através do uso de tablet.
A população do ISACamp é constituída por pessoas residentes na área
urbana da cidade de Campinas, SP com 10 anos ou mais. Para este estudo
42
foram analisados apenas dados de pessoas de 20 anos e mais, para ambos os
sexos.
A amostragem foi estratificada, realizada por conglomerados, sorteados
em dois estágios: setores censitários e domicílios. No primeiro estágio foram
sorteados 70 setores censitários (14 em cada um dos 5 distritos de saúde do
município), depois foram sorteados os domicílios, proporcionalmente ao
tamanho do setor (número de domicílios). O número de pessoas para compor a
amostra foi obtido considerando-se a situação correspondente à máxima
variabilidade para a frequência dos eventos estudados (P = 0,50), coeficiente de
confiança de 95% na determinação dos intervalos de confiança (z = 1,96), erro
de amostragem entre 4 e 5 pontos percentuais e efeito de delineamento igual a
2. Desta forma foi definido um total de aproximadamente 1.000 indivíduos para
compor a amostra em cada domínio de idade, a saber: 1000 adolescentes (10 a
19 anos), 1400 adultos (20 a 59) anos e 1000 idosos (60 anos e mais).
Para alcançar esse tamanho de amostra em cada domínio, após
atualização em campo da listagem de endereços dos setores sorteados, foram
sorteados, de forma independente, números de domicílios para cada domínio de
idade que fossem suficientes para obter o tamanho mínimo definido. O número
de domicílios que deveriam ser visitados para a realização das entrevistas foi
obtido calculando-se a média esperada de pessoas por domicílio, que é a razão
pessoas/domicílio, em cada grupo de idade, de acordo com o censo de 2010. Na
sequência dividiu-se os tamanhos de amostra de cada de grupo de idade/sexo
em cada distrito pelas respectivas razões pessoas/domicílios. No entanto, para
que esses tamanhos de amostra fossem alcançados na presença da não
resposta, foram sorteados números maiores de domicílios. As taxas previstas de
não resposta foram: 27% para adolescentes, 22% para adultos e 20% para
idosos, segundo resultados verificados em inquérito anterior realizado em
Campinas. Neste caso, o número de domicílios efetivamente sorteados para as
entrevistas foi de 2.898 para adolescentes, 950 para adultos e 3.326 para idosos.
Em cada domicílio, foram entrevistados todos os moradores da faixa etária
selecionada para aquele domicílio.
A variável dependente da pesquisa foi o tempo total diário gasto assistindo
TV e o tempo total sentado em outras atividades (sem o tempo de TV). O tempo
gasto assistindo TV foi construído a partir da questão "Quanto tempo no total
43
o(a) Sr.(a) gasta assistindo TV durante um dia de semana?". O tempo gasto
sentado sem o tempo de TV foi construído a partir da questão do IPAQ: "Quanto
tempo no total o(a) Sr.(a) gasta sentado durante um dia de semana?". Do total
do tempo gasto sentado foi retirado o tempo que a pessoa relatou gastar
assistindo TV. O IPAQ é utilizado em todo mundo e é considerada uma boa
ferramenta para medir níveis de atividade física22. O IPAQ também conta com a
questão sobre o tempo sentado no total, considerado uma boa medida referida
do tempo sentado, que teve correlação com a medida objetiva, mensurada por
acelerômetro3.
Para ambos os domínios foi utilizado o critério de categorização de 0 a
5 horas (menor tempo sentado sem TV e menor tempo de TV) e 5 horas ou mais
(maior tempo sentado sem TV e maior tempo de TV) durante a semana. O ponto
de corte para avaliar o tempo gasto assistindo TV de 5 horas ou mais foi
semelhante ao usado em pesquisas anteriores23,24. Aqueles que passavam 5
horas ou mais (último quartil), foram considerados os que passam o maior tempo
sentado.
As variáveis independentes foram:
Variáveis demográficas: sexo, faixa etária, cor da pele, situação
conjugal, religião e número de filhos;
Variáveis socioeconômicas: escolaridade, posse de plano de saúde,
número de indivíduos no domicílio, renda domiciliar per capita e
ocupação;
Variáveis de comportamento e estado de saúde: Atividade física de
lazer, atividade física de transporte, atividade física doméstica e
atividade física no trabalho (em cada domínio de atividade física, as
variáveis foram categorizadas em: ativo e insuficientemente ativo ou
inativo, mensuradas através do IPAQ versão longa), tabagismo
(fumante, ex-fumante, nunca fumou), frequência de ingestão de
bebida alcoólica (categorias: - menos que uma vez na semana e - 2
ou mais vezes na semana) e consumo de risco de bebida alcoólica,
avaliado por meio do Alcohol Use Disorders Identification Test
(AUDIT)25.
44
Foram feitas estimativas de prevalência e intervalos de confiança de
95% do tempo gasto assistindo TV e do tempo gasto sentado no total
sem TV (variáveis dependentes) e segundo as variáveis
independentes. As associações entre variáveis categóricas,
dependentes e independentes foram analisadas com o teste qui-
quadrado.
Foi utilizado modelo hierárquico para estimar razões de prevalências
ajustadas. Foram construídos dois modelos de regressão. Na primeira etapa
foram levadas para o modelo as variáveis demográficas e socioeconômicas que
apresentaram um p-valor <0,20 no teste de qui-quadrado, e retiradas por
stepwise, as variáveis que não apresentavam associações (p-valor <0,05). Na
segunda etapa foram acrescentadas as variáveis de comportamentos de saúde
às demográficas e socioeconômicas que permaneceram na primeira etapa e
retiradas por stepwise, as variáveis que não apresentavam associações (p-valor
<0,05). Estas análises foram realizadas separadamente para os indicadores de
tempo gasto assistindo TV e tempo gasto sentado sem TV. Todas as análises
levaram em conta as ponderações e características relativas ao desenho
amostral e foi realizada com o uso do software STATA versão 14.
O projeto de pesquisa do ISACamp 2014 foi aprovado pela Comitê de
Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Campinas (Parecer no. 409.714
de 30/09/2013).
RESULTADOS
A pesquisa avaliou 1.865 adultos e idosos, sendo 52,3% (n=1.065) do
sexo feminino e 48,% (n=800) do sexo masculino, com média de idade de 43,7
anos (IC95%: 42,2–45,15). A média diária do tempo gasto assistindo TV foi de
2,9 horas (IC95%: 2,75-3,05) e do tempo gasto no total sem TV foi de 2,9 horas
(IC95%: 2,69-3,18). A média de tempo sentado no total foi de 5,8 horas (IC95%:
5,54-6,06). Foram excluídas da pesquisa pessoas acamadas (n=25) e
45
cadeirantes (n=111). Levando em consideração as perdas (n=49) e recusas
(n=547), ao final foi obtido um total de n=1998 entrevistas.
Nas tabelas 1 e 2 foram apresentadas as análises brutas em relação à
prevalência do tempo de TV > 5 horas e do tempo sentado sem TV > 5 horas.
Observa-se na Tabela 1 que as pessoas desquitadas, separadas ou viúvas
apresentaram maior prevalência de tempo de TV (5 horas ou mais), em relação
às pessoas casadas e solteiras. Maior nível de escolaridade (12 anos e mais),
ter plano de saúde, renda familiar maior que 3 salários mínimos (RP=0,56) e
pessoas que trabalham apresentaram menores prevalências do tempo de TV >
5 horas. No tempo sentado sem TV > 5 horas as mulheres, pessoas sem religião,
pessoas com maior nível de escolaridade (RP=2,63), que tinham plano de saúde
(RP=1,60), renda per capita maior ou igual a três salários mínimos e que
trabalham em relação aos que não trabalham apresentaram maior prevalência
de comportamento sedentário. Em contrapartida, pessoas acima de 40 anos e
também aqueles com mais de um filho apresentaram menor prevalência de
comportamento sedentário.
De acordo com os dados apresentados na Tabela 2, em relação ao tempo
gasto vendo TV > 5 horas, verificou-se maior prevalência nos indivíduos que
ingerem bebida alcoólica duas vezes ou mais na semana (RP=1,77) e que
apresentaram respostas positivas para consumo de risco de bebida alcoólica
(AUDIT) (RP=1,41); também é 34% maior nos inativos no lazer, enquanto que
no tempo sentado em outras atividades > 5 horas o resulto inverte, sendo a
menor prevalência nos inativos (RP=0,82). Por outro lado as pessoas com maior
comportamento sedentário neste domínio são quase três vezes mais inativas no
trabalho (RP=2,73) e também são mais inativas em atividades domésticas
(RP=1,66).
Na tabela 3 encontram-se os resultados do modelo final onde são
apresentadas as razões de prevalências do tempo assistindo TV > 5 horas e do
tempo sentado sem TV > 5 horas. Na primeira etapa do modelo final observa-se
maior prevalência do domínio de tempo de TV > 5 horas nas pessoas
desquitadas, separadas, divorciadas e viúvas em relação aos casados, e a renda
per capita familiar > 3 salários mínimos (SM) foi fator de proteção neste domínio
de comportamento sedentário. Observou-se que ser solteiro, ser do sexo
feminino e estar incluído no maior nível de escolaridade (RP=2,05) foi fator de
46
risco para o tempo sentado em outras atividades > 5 horas, e a menor
prevalência neste domínio foi encontrada nos idosos (60 anos e mais). Na etapa
2, ser inativo no lazer (RP=1,30) e apresentar consumo de risco para bebida
alcoólica (AUDIT) (RP=1,43) foi fator de risco para o tempo assistindo TV > 5
horas. E o tempo sentado em outras atividades foi quase três vezes maior nos
inativos no trabalho (RP=2,79).
DISCUSSÃO
O estudo analisou a associação de fatores demográficos,
socioeconômicos e de estilo de vida com o comportamento sedentário de
indivíduos adultos residentes em Campinas, SP, utilizando indicadores do tempo
gasto assistindo TV > 5 horas e do tempo gasto em outras atividades (total sem
o tempo de TV) > 5 horas. Seguiu-se a hipótese de que as associações se
difeririam segundo os diferentes indicadores utilizados para cada um destes
domínios de comportamento sedentário.
Observando os resultados segundo faixa etária, não foram observadas
associações em relação ao tempo gasto na TV, no entanto a prevalência do
tempo gasto sentado no total sem TV foi menor conforme o aumento da faixa
etária (RP=0,63), o que pode ser devido ao fato do maior tempo gasto em
trabalho sedentário e nos estudos, nos indivíduos mais jovens. Esses resultados
corroboram com o estudo realizado com adultos jovens (18-39 anos) que
apresentaram maior prevalência do tempo total sentado em relação à população
dos adultos mais velhos (acima de 40 anos), em 10 de 18 países estudados14.
Segundo estudo brasileiro realizado com a população de Pelotas, RS, o maior
tempo sentado no trabalho foi observado na faixa etária de 20 a 59 anos8.
O tempo gasto na TV > 5 horas foi encontrado entre os indivíduos que são
separados, desquitados ou viúvos (RP=1,38) e o tempo total sem TV> 5 horas
foi observado nos indivíduos que nunca se casaram (RP=1,49), mesmo
ajustando por faixa etária. É possível que os indivíduos solteiros estejam mais
engajados em trabalhos que exijam a posição sentada, considerando o tipo de
trabalho, possivelmente mais tecnológico, das gerações mais novas26. Dados do
Australian Diabetes, Obesity and Lifestyle (AusDiab) mostraram que as mulheres
47
solteiras, em relação às casadas, têm maior chance do maior tempo sentado no
trabalho e na TV27.
O nível socioeconômico parece ser marcador importante no
comportamento sedentário, e se diferencia conforme o domínio estudado. Este
estudo detectou menor prevalência do tempo de TV > 5 horas nos indivíduos
com renda mensal per capita acima de 3 SM. Em uma pesquisa realizada com
mulheres brasileiras, os resultados mostraram que aquelas com renda mensal
acima de R$1.500,00 tinham chances de 10% a 20% menores de assistir TV por
pelo menos quatro horas por dia, em relação às de menor renda28. Em outro
estudo os autores identificaram que as pessoas com menor escolaridade tiveram
maior prevalência de assistir TV por 3 horas ou mais.
Por outro lado, a maior prevalência do tempo gasto sentado no total sem
TV > 5 horas foi identificada em pessoas com 12 anos ou mais de escolaridade
(RP=2,05). Pesquisas concluíram que pessoas que estudaram mais de 13 anos
tiveram maior prevalência do tempo sentado no total em relação aos que
estudaram menos19. Outro estudo identificou em adultos brasileiros, que a maior
escolaridade e a maior posição socioeconômica estiveram associadas com o
maior tempo sentado no trabalho e na escola8.
Em relação aos comportamentos de saúde, são mais frequentes os
estudos que avaliaram estas associações com a inatividade física29, e menos
com o tempo gasto em comportamentos sedentários. A necessidade de estudar
os comportamentos de saúde vem do fato de serem fatores de risco para as
doenças crônicas6 e serem passíveis de mudança; e o monitoramento e
estratégias políticas para diminuição dos comportamentos não saudáveis devem
ser insistentes.
A maior prevalência do tempo assistindo TV > 5 horas foi observada em
pessoas que obtiveram resposta positiva para o consumo de risco do álcool
(RP=1,43) avaliado através do AUDIT. A associação do consumo do álcool e o
tempo que a pessoa assiste TV ainda não tem uma consistência na literatura
segundo metanálise, abordando estudos de diversos países. Dos oito estudos
que fizeram parte da pesquisa avaliando a associação do tempo de TV e
consumo de bebida alcoólica, seis não encontraram nenhuma associação. O
mesmo resultado foi encontrado em uma pesquisa, onde os autores não
48
identificaram nenhuma associação, em revisão sistemática30. São necessários
mais estudos nesta perspectiva, para auxiliar na compreensão deste
comportamento em relação ao sedentarismo.
É importante salientar que, neste estudo, a população que gasta maior
tempo na TV também é a mais inativa no domínio de lazer (RP=1,30). No outro
caminho, segundo tempo gasto sentado no total sem TV > 5 horas, a associação
foi observada com atividade física no domínio de trabalho. Considerando a
possibilidade da medida deste domínio de sedentarismo agregar grande parte
do tempo sentado no trabalho, estes resultados estão coerentes. A associação
do maior tempo gasto sentado no total sem TV com atividade física no lazer não
foi observada no modelo final. Neste sentido não podemos afirmar que os
indivíduos que passam maior tempo sentado também são os indivíduos ativos
ou inativos em atividade física no lazer.
Atenção especial para aumentar o nível de atividade física no lazer dos
indivíduos que gastam mais tempo na TV e que, segundo este estudo são
também maiores consumidores de risco de bebida alcoólica, e dos indivíduos
que também passam grande tempo sentado em outras atividades, pode ser
importante para compensar o tempo sedentário e possivelmente alterar o padrão
de estilo de vida. Uma pesquisa que utilizou os indicadores de tempo sentado no
total, tempo de TV e atividade física diária, revelaram que a prática de relevantes
níveis de atividade física, representados pela média de 60 a 75 minutos por dia,
pode eliminar o risco de morte associado com o comportamento sedentário; e
em relação ao tempo assistindo TV 3 horas ou mais, a prática dos altos níveis
de atividade física parece atenuar o risco aumentado de mortalidade16.
O estudo tem limitações. Primeiro foram utilizadas medidas autorreferidas
do tempo gasto sentado, no entanto foi feito um estudo mostrando que a
mensuração do tempo sentado por meio da questão do IPAQ está
correlacionada com medidas objetivas e é boa para utilização com fins de
monitoramento e para uso em pesquisas3. Segundo, é que o estudo é do tipo
transversal e neste caso não permite inferência causal. A associação do tempo
sentado assistindo TV com o consumo de risco de bebida alcoólica pode ser
entendida por dois caminhos: por um, em que portar um estilo de vida sedentário
pode levar ao maior consumo de bebida alcoólica; por outro, o consumo de
bebida alcoólica poderia levar ao maior comportamento sedentário.
49
O estudo, no entanto, tem algumas forças: é uma pesquisa realizada com
amostra representativa da população; também traz informações sobre a
associação do comportamento sedentário com outros fatores de risco para
doenças crônicas e estas informações são escassas na literatura nacional. Os
estudos que analisam o comportamento sedentário em relação a outros fatores
de estilo de vida, parecem ser mais frequentes em crianças e adolescentes e
considerando o tempo gasto em tela. Por fim, a pesquisa informa sobre o
comportamento sedentário analisando-o separadamente em dois domínios e,
pelo nosso conhecimento, esta análise separada, em estudo de base
populacional, foi realizada em apenas outra pesquisa no Brasil8.
Conclui-se, com esta pesquisa, que é importante estudar os domínios do
sedentarismo separadamente, visto que as associações são distintas para cada
um deles. É possível que, estudando o tempo gasto total, haja confundimento
nos resultados.
O estudo do comportamento sedentário vem se consolidando na literatura
como uma nova perspectiva para as investigações na saúde coletiva,
principalmente considerando que o sedentarismo é fator de risco para a pior
saúde e para a mortalidade. Considerando que o tempo assistindo TV por mais
tempo é mais presente nos indivíduos situados nos estratos socioeconômicos
inferiores, e que se associa a outros comportamentos não saudáveis, a
diminuição do sedentarismo no domínio de TV poderia ser um gancho para
atenuar as desigualdades sociais na saúde.
50
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54
TABELAS
Tabela 1. Prevalências e razões de prevalências brutas, do tempo assistindo TV e do tempo sentado em outras atividades (sem TV) segundo fatores demográficos e socioeconômicos da população com 20 anos e mais, residentes na cidade de Campinas, São Paulo. ISACamp 2014/2015.
*IC = Intervalo de confiança.
Tempo gasto assistindo TV >5 horas
Tempo sentado em outras atividades (sem TV) >5 horas
Variáveis n % RP Bruta Valor de p*
% Valor de p*
RP Bruta
Sexo 0.9608 0.0428 Masculino 1,065 20,1 1
22,4 1
Feminino 800 20,2 1,00 (0,80-1,25) 28,2 1,25 (1,00-1,56) F. Etária 0.1076 0.0000 20-39 518 19,7 1 32,6 1 40-59 439 18,3 0,92 (0,71-1,20) 20,9 0,63 (0,48-0,83) 60 e + 908 24,6 1,24 (0,98-1,57) 14,0 0,43 (0,34-0,53) Raça/Cor 0.3313 0.8355 Brancos 1,277 19,2 1
25,3 1
Não Brancos 588 22,1 1,15 (0,86-1,53) 24,8 0,98 (0,82-1,16) Situação Conjugal
0.0094 0.0000
Casado 1063 18,8 1
20,3 1 Desquitado/ separado/ divorciado/viúvo
479 27,3 1,44 (1,14-1,83) 18,8 0,92 (0,68-1,26)
Solteiro 322 18,9 1,00 (0,78-1,27) 40,4 1,99 (0,68-1,26) Religião
0.2206 0.0086
Católico 1010 21,4 1 21,7 1 Evangélica 561 16,2 0,78 (0,58-1,05) 24,4 1,12 (0,84-1,50) Outra/sem 68 22,0 1,02 (0,74-1,41) 34,8 1,60 (1,20-2,14) Escolaridade em anos
0.0164 0.0000
0-8 1040 23,7 1
15,3 1 9-11 392 19,7 0,83 (0,65-1,05) 20,1 1,31 (0,93-1,85) 12 e + 432 16,3 0,68 (0,52-0,90) 40,3 2,63 (2,05- 3,39) Nº de filhos 0.0000 0 398 31,1 1
38,4 1
1 a 2 799 45,4 0,96 (0,73-1,26) 21,2 0,55 (0,43-0,69) 3 ou + 653 23,5 1,00 (0,77-1,30) 15,1 0,39 (0,29-0,52) Plano de saúde 0.0207 0.0001 Não 1027 22,5 1
19,5 1
Sim 837 17,5 0,77 (0,63-0,96) 31,3 1,60 (1,26-2,02) Nº pessoas no Domicílio
0.9600 0.5305
1-2 pessoas 632 20,7 1
22,5 1 3-4 pessoas 830 19,9 0,96 (0,74-1,24) 26,5 1,18 (0,92-1,51) 5 pessoas e mais
403 20,0 0,96 (0,70-1,32) 25,0 1,11 (0,75-1,63)
Renda per capta em SM
0.0199 0.0257
<1 SM 625 21,8 1
22,4 1 >1 <3 SM 973 21,2 0,96 (0,78-1,20) 24,5 1,09 (0,83-1,43) >3 SM 258 12,2 0,56 (0,36-0,87) 34,5 1,53 (1,14-2,06) Ocupação 0.0226 0.0008 Não trabalha 969 24,1 1
19,2 1
Trabalha 895 18,0 0,74 (0,58-0,95) 28,3 1,47 (1,17-1,85)
55
Tabela 2. Prevalências e razões de prevalências brutas, do tempo assistindo TV e do tempo sentado em outras atividades (sem TV), segundo comportamentos de saúde, da população com 20 anos e mais, residentes na cidade de Campinas, São Paulo. ISACamp 2014/2015.
Tempo gasto assistindo TV >5
horas Tempo sentado em outras
atividades (sem TV) >5 horas
Variáveis n % Valor de
p* RP Bruta %
Valor de p*
RP Bruta
AF lazer
0.0065
0.0418 Ativo/ insuficientemente
ativo 722 16,7
1 28,0 1
Inativo 1143 22,5 1,34 (1,08-1,66) 23,1 0,82 (0,68-0,98) AF de trabalho 0.2853 0.0001
Ativo/ insuficientemente ativo
199 23,1
1 10,1 1
Inativo 1666 19,7 0,85 (0,63-1,14) 27,5 2,73 (1,60-4,66) AF no transporte 0.0994 0.6320
Ativo/ insuficientemente ativo
943 18,3
1 24,4 1
Inativo 922 22,1 1,20 (0,96-1,50) 26,0 1,06 (0,81-1,38) AF doméstica 0.5669 0.0000
Ativo/ insuficientemente ativo
849 20,9
1 18,3 1
Inativo 1016 19,5 0,93 (0,73-1,18) 30,5 1,66 (1,35-2,04) Tabagismo 0.0938 0.1334
Nunca fumou 1291 18,5
1 26,1 1 Fumante 245 24,5 1,32 (0,96-1,81) 18,6 0,71 (0,47-1,07) Ex-fumante 329 23,8 1,28 (0,95-1,73) 27,2 1,04 (0,81-1,33)
Ing. de bebida alcoólica 0.0015 0.3759 Menos que 1x na sem. 1308 19,9
1 25,6 1
2x na sem. ou mais 101 35,4 1,77 (1,29-2,43) 20,4 0,79 (0,46-1,35) Audit 0.0510 0.3146
Não 1718 19,3
1 24,6 1 Sim 147 27,3 1,41 (1,01-1,97) 29,3 1,19 (0,85-1,66)
56
Tabela 3. Modelo final dos modelos de regressão contendo razões de prevalências e intervalos de confiança de 95% do maior tempo assistindo TV e do maior tempo sentado sem TV segundo características demográficas, socioeconômicas e de comportamentos de saúde.
Tempo gasto assistindo TV >5 horas
Tempo sentado em outras atividades (sem TV) >5 horas
Variáveis RP (IC95%) etapa 1
RP (IC95%) etapa 2
RP (IC95%) etapa 1
RP (IC95%) etapa 2
Sexo Masculino 1 1 Feminino 1,23 (1,01-1,48) 1,28 (1,06-1,54) F. Etária 20-39 1 1 1 1 40-59 0,89 (066-1,19) 0,89 (0,67-1,19) 0,85 (0,63-1,13) 0,84 (0,62-1,12) 60 e + 1,12 (0,84-1,49) 1,16 (0,88-1,54) 0,63 (0,48-0,83) 0,57 (0,43-0,74) Raça/Cor Brancos Não Brancos Situação conjugal Casado 1 1 1 1
Desquitado/ separado/ divorciado/ Viúvo
1,38 (1,07-1,78) 1,38 (1,08-1,77) 1,11 (0,80-1,55) 1,06 (0,76-1,49)
Solteiro 0,99 (0,74-1,33) 1,02 (0,76-1,37) 1,49 (1,17-1,88) 1,38 (1,08-1,76) Escolaridade em anos 0-8 1 1 9-11 1,08 (0,75-1,56) 0,99 (0,70-1,41) 12 e + 2,05 (1,54 -2,74) 1,81 (1,36-2,39) Renda per capta em SM <1 SM 1 1 >1 <3 SM 0,97 (0,77-1,21) 1,00 (0,81-1,23) >3 SM 0,56 (0,36-0,86) 0,59 (0,39-0,91) AF Lazer Ativo+ins. ativo 1 Inativo 1,30 (1,05-1,61) Audit Não 1 Sim 1,43 (1,01-2,04) AF trabalho Ativo+insuficientemente ativo
1
Inativo 2,79 (1,74-4,49)
57
Considerações finais
Este estudo permitiu concluir que os indicadores de comportamento
sedentário, comumente usados por pesquisadores, de tempo gasto assistindo
TV e tempo sentado gasto em outras atividades revelaram resultados distintos.
Os resultados também permitiram traçar um perfil de indivíduos que passam
maior tempo sentado assistindo TV: pessoas desquitadas, separadas ou viúvas,
que tiveram respostas positivas para o consumo de risco do álcool e que são
inativas no lazer; e no tempo sentado sem TV (em outras atividades), as maiores
prevalências do comportamento sedentário podem ser identificadas entre as
pessoas do sexo feminino, as pessoas solteiras, com maior escolaridade,
inativas no trabalho; pessoas acima de 60 anos e com mais de um filho. A
realização do presente estudo alerta para a importância de um olhar mais
cauteloso quando se pretende estudar o sedentarismo.
A literatura mostrou que o tema ainda carrega lacunas que devem ser
cuidadosamente preenchidas. Um exemplo é a falta de padronização dos
métodos para mensurar o sedentarismo na população. É importante estar atento
na escolha dos domínios para que os resultados não se apresentem enviesados
e equivocados. Sendo assim os resultados deste estudo sugerem que as
pesquisas que avaliam o comportamento sedentário estudem os domínios
separadamente.
Outra questão é a falta de estratégias que abordam a importância da
redução do comportamento sedentário. As políticas de saúde se empenham
mais em relação à ampliação dos níveis de atividade física de lazer, entretanto
pouco se fala da redução do tempo sentado, seja ele no trabalho, em casa, no
transporte ou no tempo de lazer.
O estudo do sedentarismo é um tema em crescimento nas pesquisas e
ainda com muitas perguntas a serem respondidas. Sendo assim, recomenda-se
novas pesquisas mais detalhadas a fim de esclarecer estas questões. E como
consequência, fornecer informações para que sejam elaboradas estratégias por
parte das políticas públicas de saúde, na tentativa de reduzir a prevalência do
comportamento sedentário nos seus diferentes domínios.
58
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66
ANEXO 1 - BLOCO K (IPAQ)
COMPORTAMENTOS RELACIONADOS A SAÚDE BLOCO K ATIVIDADE FÍSICA BLOCO K1 As questões que se seguem estão relacionadas ao tempo que o(a) Sr.(a) utiliza fazendo atividade física em uma semana NORMAL, USUAL ou HABITUAL. As perguntas incluem as atividades que o(a) Sr.(a) faz no trabalho, para ir de um lugar a outro, por lazer, por esporte, por exercício ou como parte das suas atividades em casa ou no jardim. Para responder as questões, lembre-se que:
Atividades físicas VIGOROSAS são aquelas que precisam de um grande esforço físico e que fazem respirar
MUITO mais forte que o normal, u Atividades físicas MODERADAS são aquelas que precisam de algum
esforço físico e que fazem respirar UM POUCO mais forte que o normal SEÇÃO 1 - ATIVIDADE FÍSICA NO TRABALHO Esta seção inclui AS ATIVIDADES QUE O(A) SR.(A) FAZ NO SEU SERVIÇO, que incluem trabalho remunerado ou voluntário, as atividades na escola ou faculdade e outro tipo de trabalho não remunerado fora da sua casa. NÃO incluir trabalho não remunerado que o(a) Sr.(a) faz na sua casa como tarefas domésticas, cuidar do jardim e da casa ou tomar conta da sua família. Estas serão incluídas na seção 3. K1 01 a. Atualmente o(a) Sr.(a) trabalha ou faz trabalho voluntário fora de sua casa? 1. não _pular para seção 2 2. sim 9. NS/NRpular para seção 2 As próximas questões são em relação a toda a atividade física que o(a) Sr.(a) faz em uma semana USUAL ou NORMAL como parte do seu trabalho remunerado ou não remunerado. NÃO inclua o transporte para o trabalho. Pense unicamente nas atividades que o(a) Sr.(a) faz por pelo menos 10 minutos contínuos: K1 01 b. Em quantos dias de uma semana normal o(a) Sr.(a) gasta fazendo atividades VIGOROSAS, por pelo menos 10 minutos contínuos, como trabalho de construção pesada, carregar grandes pesos, trabalhar com enxada, escavar ou subir escadas como parte do seu trabalho: |__| dias por SEMANA se colocar o número zero (0), pular para K1 01 d K1 01 c. Quanto tempo no total o(a) Sr.(a) usualmente gasta POR DIA fazendo atividades físicas vigorosas como parte do seu trabalho?
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|__|__| horas |__|__| minutos K1 01 d. Em quantos dias de uma semana normal o(a) Sr.(a) faz atividades MODERADAS, por pelo menos 10 minutos contínuos, como carregar pesos leves como parte do seu trabalho? |__| dias por SEMANA se colocar o número zero (0), pular para K1 01 f K1 01 e. Quanto tempo no total o(a) Sr.(a) usualmente gasta POR DIA fazendo atividades moderadas como parte do seu trabalho? |__|__| horas |__|__| minutos K1 01 f. Em quantos dias de uma semana normal o(a) Sr.(a) anda, durante pelo menos 10 minutos contínuos, como parte do seu trabalho? Por favor, NÃO inclua o andar como forma de transporte para ir ou voltar do trabalho. |__| dias por SEMANA se colocar o número zero (0), pular para seção 2 K1 01 g. Quanto tempo no total o(a) Sr.(a) usualmente gasta POR DIA caminhando como parte do seu trabalho? |__|__| horas |__|__| minutos SEÇÃO 2 - ATIVIDADE FÍSICA COMO MEIO DE TRANSPORTE Estas questões se referem à forma típica como o(a) Sr.(a) se desloca de um lugar para outro, incluindo seu trabalho, escola, cinema, lojas e outros. K1 02 a. Em quantos dias de uma semana normal o(a) Sr.(a) anda de carro, ônibus, metrô ou trem? |__| dias por SEMANA se colocar o número zero (0), pular para K1 02 c K1 02 b. Quanto tempo no total o(a) Sr.(a) usualmente gasta POR DIA andando de carro, ônibus, metrô ou trem? |__|__| horas |__|__| minutos Agora pense somente em relação a caminhar ou pedalar para ir de um lugar a outro em uma semana normal. K1 02 c. Em quantos dias de uma semana normal o(a) Sr.(a) anda de bicicleta por pelo menos 10 minutos contínuos para ir de um lugar para outro? NÃO inclua o pedalar por lazer ou exercício.
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|__| dias por SEMANA se colocar o número zero (0), pular para K1 02 e K1 02 d. Nos dias que o(a) Sr.(a) pedala, quanto tempo no total o(a) Sr.(a) pedala POR DIA para ir de um lugar para outro? |__|__| horas |__|__| minutos K1 02 e. Em quantos dias de uma semana normal o(a) Sr.(a) caminha por pelo menos 10 minutos contínuos para ir de um lugar para outro? NÃO inclua as caminhadas por lazer ou exercício. |__| dias por SEMANA se colocar o número zero (0), pular para seção 3 K1 02 f. Quando o(a) Sr.(a) caminha para ir de um lugar para outro quanto tempo POR DIA o(a) Sr.(a) gasta? NÃO inclua as caminhadas por lazer ou exercício. |__|__| horas |__|__| minutos SEÇÃO 3 – ATIVIDADE FÍSICA EM CASA: TRABALHO, TAREFAS DOMÉSTICAS E CUIDAR DA FAMÍLIA Esta parte inclui as atividades físicas que o(a) Sr.(a) faz em uma semana NORMAL na sua casa e ao redor da sua casa, por exemplo, trabalho em casa, cuidar do jardim, cuidar do quintal, trabalho de manutenção da casa ou para cuidar da sua família. Novamente, pense somente naquelas atividades físicas que o(a) Sr.(a) faz por pelo menos 10 minutos contínuos. K1 03 a. Em quantos dias de uma semana normal o(a) Sr.(a) faz atividades físicas VIGOROSAS NO JARDIM OU QUINTAL por pelo menos 10 minutos como carpir, lavar o quintal, esfregar o chão? |__| dias por SEMANA se colocar o número zero (0), pular para K1 03 c K1 03 b. Nos dias que o(a) Sr.(a) faz este tipo de atividades vigorosas no quintal ou jardim quanto tempo no total o(a) Sr.(a) gasta POR DIA? |__|__| horas |__|__| minutos K1 03 c. Em quantos dias de uma semana normal o(a) Sr.(a) faz atividades MODERADAS por pelo menos 10 minutos como carregar pesos leves, limpar vidros, varrer, rastelar O JARDIM OU QUINTAL? |__| dias por SEMANA se colocar o número zero (0), pular para K1 03 e K1 03 d. Nos dias que o(a) Sr.(a) faz este tipo de atividades quanto tempo no total o(a) Sr.(a) gasta POR DIA fazendo essas atividades moderadas no jardim ou no quintal?
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|__|__| horas |__|__| minutos K1 03 e. Em quantos dias de uma semana normal o(a) Sr.(a) faz atividades MODERADAS por pelo menos 10 minutos como carregar pesos leves, limpar vidros, varrer ou limpar o chão DENTRO DA SUA CASA? |__| dias por SEMANA se colocar o número zero (0), pular para seção 4 K1 03 f. Nos dias que o(a) Sr.(a) faz este tipo de atividades moderadas dentro da sua casa quanto tempo no total o(a) Sr.(a) gasta POR DIA? |__|__| horas |__|__| minutos SEÇÃO 4- ATIVIDADES FÍSICAS DE RECREAÇÃO, ESPORTE, EXERCÍCIO E DE LAZER Esta seção se refere às atividades físicas que o(a) Sr.(a) faz em uma semana NORMAL unicamente por recreação, esporte, exercício ou lazer. Novamente, pense somente nas atividades físicas que faz por pelo menos 10 minutos contínuos. Por favor, NÃO inclua atividades que o(a) Sr.(a) já tenha citado. K1 04 a. Sem contar qualquer caminhada que o(a) Sr.(a) tenha citado anteriormente, em quantos dias de uma semana normal, o(a) Sr.(a) caminha por pelo menos 10 minutos contínuos no seu tempo livre? |__| dias por SEMANA se colocar o número zero (0), pular para K1 04c K1 04 b. Nos dias em que o(a) Sr.(a) caminha no seu tempo livre, quanto tempo no total o(a) Sr.(a) gasta POR DIA? |__|__| horas |__|__| minutos K1 04 c. Em quantos dias de uma semana normal, o(a) Sr.(a) faz atividades VIGOROSAS no seu tempo livre por pelo menos 10 minutos, como correr, fazer exercícios aeróbicos, nadar rápido, pedalar rápido ou fazer jogging: |__| dias por SEMANA se colocar o número zero (0), pular para K1 04e K1 04 d. Nos dias em que o(a) Sr.(a) faz estas atividades vigorosas no seu tempo livre quanto tempo no total o(a) Sr.(a) gasta POR DIA? |__|__| horas |__|__|minutos K1 04 e. Em quantos dias de uma semana normal, o(a) Sr.(a) faz atividades MODERADAS no seu tempo livre por pelo menos 10 minutos, como pedalar ou nadar a velocidade regular, jogar bola, vôlei, basquete, tênis: |__| dias por SEMANA _se colocar o número zero (0), pular para seção 5
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K1 04 f. Nos dias em que o(a) Sr.(a) faz estas atividades moderadas no seu tempo livre, quanto tempo no total o(a) Sr.(a) gasta POR DIA? |__|__| horas |__|__| minutos SEÇÃO 5 –TEMPO GASTO SENTADO K1 05 a. Quanto tempo no total o(a) Sr.(a) gasta sentado durante um dia de semana? |__|__| horas |__|__| minutos K1 05 b. Quanto tempo no total o(a) Sr.(a) gasta sentado durante um dia de final de semana? |__|__| horas |__|__| minutos OUTRAS QUESTÕES RELATIVAS A ATIVIDADE FÍSICA K1 06. Quanto tempo no total o(a) Sr.(a) gasta assistindo TV durante um dia de semana? |__|__| horas |__|__| minutos K1 07. Quanto tempo no total o(a) Sr.(a) gasta assistindo TV durante um dia de final de semana? |__|__| horas |__|__| minutos K1 08. Quanto tempo no total o(a) Sr.(a) gasta no computador durante um dia de semana? |__|__| horas |__|__| minutos K1 09. Quanto tempo no total o(a) Sr.(a) gasta no computador durante um dia de final de semana? |__|__| horas |__|__| minutos K1 10. O(a) Sr.(a) pratica regularmente, pelo menos uma vez por semana, algum tipo de exercício físico ou esporte? 1. não pular para K1 13 2. sim 9. NS/NR pular para K1 13
ANEXO II
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No anexo II serão apresentadas as questões referentes às variáveis demográficas, socioeconômicas e comportamentos relacionados à saúde (além
das apresentadas no ANEXO I) K1 11. Qual(is)? 01 a. caminhada (não vale como deslocamento) 02 a. corrida/corrida em esteira 03 a. bicicleta (não vale como deslocamento) 04 a. academia / ginástica em geral (ex: aula de step, jump, glúteo, aula de spinning, bicicleta ergométrica) 05 a. musculação 06 a. hidroginástica 07 a. natação 08 a. yoga/ pilates 09 a. artes marciais e lutas 10 a. voleibol 11 a. basquetebol ou handebol 12 a. futebol 13 a. dança 14 a. educação física (escola) 15 a. outros 99 a. NS/NR (Para cada atividade referida, serão feitas as 2 perguntas a seguir): K1 11 01 b. Em quantos dias da semana o(a) Sr.(a) pratica _______________? 1. 1 2. 2 3. 3 4. 4 5. 5 6. 6 7. 7 9. NS/NR K1 11 01 c. Em que local o(a) Sr.(a) o pratica? 1. residência 2. clube/academia 3. local público/praça pública 4. escola 5. outro 9. NS/NR K1 12. Tem orientação de um profissional para desenvolver alguma das atividades físicas? 1. não 2. sim pular para K1 14
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9. NS/NR K1 13. Por que não pratica? 1. não tenho tempo 2. não gosto /desmotivado / preguiça 3. sinto-me muito cansado 4. não tenho condições financeiras para pagar 5. não tem espaço/ambiente adequado para praticar 6. doença / limitação física / deficiência / problema de saúde 7. outro 9. NS/NR K1 14. Próximo à sua residência existem locais públicos (praça, parque ou rua) adequados para a prática de atividade física? 1. não 2. sim 9. NS/NR K1 15. Durante o dia o (a) Sr.(a) acha que é seguro caminhar ou praticar esporte perto de sua casa? 1. não 2. sim 9. NS/NR K1 16. À noite o (a) Sr.(a) acha que é seguro caminhar ou praticar esporte perto de sua casa? 1. não 2. sim 9. NS/NR K1 17. Algum(a) amigo(a), parente ou vizinho(a) o(a) convida para caminhar ou praticar esporte no seu bairro? 1. não 2. sim 9. NS/NR K1 18. O(a) Sr.(a) costuma passear com seu cachorro nas ruas do seu bairro? 1. não 2. sim 3. não se aplica/ não tem cachorro 9. NS/NR CONSUMO DE BEBIDAS BLOCO K2 K2 01. Qual é a bebida de sua preferência? Bebidas não alcoólicas 01 - Água 02 - Leite ou achocolatado 03 - Café 04 - Café com leite ou capuccino 05 - Chá ou chimarrão
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06 - Refrigerante 07- Refrigerante diet, light ou zero 08 - Suco de fruta natural/ polpa congelada 09 - Suco industrializado (pronto, concentrado, em pó ou xarope) 10 - Iogurte 11 - Vitamina de frutas com ou sem leite 12 - Bebida energética (Red Bull, Flash Power) ou isotônica (Gatorade, SportDrink, Marathon, etc.) 13 - Cerveja sem álcool 14 - Outras bebidas não alcoólicas Bebidas alcoólicas FERMENTADAS 15 - Vinho 16 - Champagne ou Sidra 17 - Chopp ou cerveja 18 - Saquê 19 - Outros fermentados DESTILADAS 20 - Uísque 21 – Aguardente/ Pinga 22 - Vodca 23 - Conhaque 24 - Rum 25 - Gim 26 - Tequila 27 - Steinhaeger 28 - Destilado com refrigerante (Hi-Fi, Cuba Libre, gim tônica, uísque com guaraná, etc.) 29 - Outros destilados POR MISTURA OU COQUETÉIS 30 - Licor 31 - “Batida” com destilado (vodca, uísque, cachaça, etc. – inclui caipirinha!) 32 - “Batida” com fermentado (c/ vinho, champagne ou caracu) 33 - Ponche ou Sangria 34 - Cooler 35 - “Ices” 36 - Bitters ou amargos ou aperitivos (Campari, St. Remy, St. Raphael, Cynar, Jurubeba, Catuaba) 37 - Vermutes (Martini, Contini, Cinzano) 38 - outras bebidas por mistura ou coquetéis 50 – outras bebidas alcoólicas 55 – não tem bebida de preferência 99 – NS/NR
74
Se referir bebida alcoólica (códigos 15 a 50) pular para K2 07 K2 02. O(a) Sr.(a) já experimentou algum tipo de bebida alcoólica? 1. não pular para K3 01 2. sim 9. NS/NR pular para K3 01 K2 03. O(a) Sr.(a) costuma ingerir bebida alcoólica com alguma frequência ou mesmo ocasionalmente? Se não costuma, nunca teve o hábito ou tinha e deixou de beber? 1. não, nunca teve o hábito de beber. pular para K3 01 2. não, não bebe mais pular para K2 05 3. sim 9. NS/NR K2 04. Qual é a bebida alcoólica de sua preferência? FERMENTADAS 15 - Vinho 16 - Champagne ou Sidra 17 - Chopp ou cerveja 18 - Saquê 19 - Outros fermentados DESTILADAS 20 - Uísque 21 – Aguardente/ Pinga 22 - Vodca 23 - Conhaque 24 - Rum 25 - Gim 26 - Tequila 27 - Steinhaeger 28 - Destilado com refrigerante (Hi-Fi, Cuba Libre, gim tônica, uísque com guaraná, etc.) 29 - Outros destilados POR MISTURA OU COQUETÉIS 30 - Licor 31 - “Batida” com destilado (vodca, uísque, cachaça, etc – inclui caipirinha!) 32 - “Batida” com fermentado (c/ vinho, champagne ou caracu) 33 - Ponche ou Sangria 34 - Cooler 35 - “Ices” 36 - Bitters ou amargos ou aperitivos (Campari, St. Remy, St. Raphael, Cynar, Jurubeba, Catuaba)
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37 - Vermutes (Martini, Contini, Cinzano) 38 - outras bebidas por mistura ou coquetéis 50 – outra bebida não determinada 55 – gosta de muitos tipos de bebidas alcoólicas. 56 – não tem bebida alcoólica de preferência 99. NS/NR pular para K2 07 K2 05. Há quanto tempo o(a) Sr.(a) não ingere bebida alcoólica? 1. não bebe há mais de um ano pular para K2 19 2. parou de beber há menos de um ano 9. NS/NR K2 06. Qual foi o motivo que o (a) levou a parar de beber? 1. surgimento de doença 2. abuso de bebida no passado 3. uso de medicamentos 4. medo de ter doenças 5. porque faz mal para a saúde 6. experiências negativas com bebida na família/ com conhecidos/ com amigos 7. religião 8. não gosta 9. NS/NR Pessoas com 10 e 11 anos de idade pular para Bloco K3
PARA PESSOAS COM 12 ANOS OU MAIS Agora, iremos perguntar sobre o consumo de bebidas alcoólicas nos últimos 12 meses. Entrevistador: lembre-se que 1 dose corresponde a 1 taça de vinho ou 1 dose de destilado (uísque, vodca, cachaça) ou 1 lata de cerveja. K2 07. Com que frequência o(a) Sr.(a) consome (consumia) bebidas alcoólicas? 0. nunca 1. uma vez por mês ou menos 2. 2 a 4 vezes por mês 3. 2 a 3 vezes por semana 4. 4 ou mais vezes por semana 9. NS/NR K2 08. Quantas doses de álcool o(a) Sr.(a) consome (consumia) num dia normal em que bebe? 0. 0 ou 1 1. 2 ou 3 2a. 4 2b. 5
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3. 6 ou 7 4. 8 ou mais 9. NS/NR Se a resposta for alternativa 0 ou 1 da K2 07 e alternativa 0 na K2 08 – encerar o Bloco. K2 09. Com que frequência o(a) Sr.(a) consome (consumia) cinco ou mais doses em uma única ocasião? 0. nunca 1. menos que uma vez por mês 2. uma vez por mês 3. uma vez por semana 4. quase todos os dias 9. NS/NR K2 10. Quantas vezes ao longo dos últimos doze meses o(a) Sr.(a) achou que não conseguiria parar de beber uma vez tendo começado? 0. nunca 1. menos que uma vez por mês 2. uma vez por mês 3. uma vez por semana 4. quase todos os dias 9. NS/NR K2 11. Quantas vezes ao longo dos últimos doze meses o(a) Sr.(a) não conseguiu fazer o que era esperado do(a) Sr.(a) por causa do álcool? 0. nunca 1. menos que uma vez por mês 2. uma vez por mês 3. uma vez por semana 4. quase todos os dias 9. NS/NR K2 12. Quantas vezes ao longo dos últimos doze meses o(a) Sr.(a) precisou beber pela manhã para poder se sentir bem ao longo do dia após ter bebido bastante no dia anterior? 0. nunca 1. menos que uma vez por mês 2. uma vez por mês 3. uma vez por semana 4. quase todos os dias 9. NS/NR K2 13. Quantas vezes ao longo dos últimos doze meses o(a) Sr.(a) se sentiu culpado ou com remorso após ter bebido?
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0. nunca 1. menos que uma vez por mês 2. uma vez por mês 3. uma vez por semana 4. quase todos os dias 9. NS/NR K2 14. Quantas vezes ao longo dos últimos doze meses o(a) Sr.(a) foi incapaz de lembrar o que aconteceu devido à bebida? 0. nunca 1. menos que uma vez por mês 2. uma vez por mês 3. uma vez por semana 4. quase todos os dias 9. NS/NR K2 15. O(a) Sr.(a) já causou ferimentos ou prejuízos ao(a) Sr.(a) mesmo ou a outra pessoa após ter bebido? 0. não 1. sim, mas não no último ano 2. sim, durante o último ano 9. NS/NR K2 16. Alguém ou algum parente, amigo ou médico, já se preocupou com o fato de o(a) Sr.(a) beber ou sugeriu que o(a) Sr.(a) parasse? 0. não 1. sim, mas não no último ano 2. sim, durante o último ano 9. NS/NR K2 17. Alguma vez o(a) Sr.(a) sentiu que deveria diminuir a quantidade de bebida ou parar de beber? 1. não pular para K3 01 2. sim 9. NS/NR pular para K3 01 K2 18. O(a) Sr.(a) procurou o serviço de saúde ou alguma outra instituição de apoio para ajudá-lo a diminuir a quantidade de bebida ou a parar de beber? 1. não 2. sim, serviço de saúde 3. sim, outra instituição de apoio pular para K3 01 9. NS/NR K2 19. Qual foi o motivo que o (a) levou a parar de ingerir bebidas alcoólicas? 1. surgimento de doença
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2. abuso de bebida no passado 3. uso de medicamentos 4. medo de ter doenças 5. porque faz mal para a saúde 6. experiências negativas com bebida na família/ com conhecidos/ com amigos 7. religião 8. não gosta 9. NS/NR TABAGISMO BLOCO K3 Vou perguntar a seguir sobre o hábito de fumar cigarros de tabaco. K3 01. O(a) Sr.(a) fuma atualmente ou já fumou (pelo menos 100 cigarros ou 5 maços)? 1. não pular para K3 24 2. sim 9. NS/NR pular para K3 24 K3 02. Com que idade começou a fumar regularmente (pelo menos um cigarro/semana)? |__|__| anos K3 03. O(a) Sr.(a) fuma atualmente? Se sim, fuma todos os dias? 1. não 2. sim, diariamente pular para K3 11 3. sim, mas não diariamente pular para K3 12 9. NS/NR K3 04. Há quanto tempo o(a) Sr.(a) parou de fumar? |__|__| anos |__|__| meses K3 05. Por que o(a) Sr.(a) parou de fumar? 1. teve problema de saúde 2. orientação de médico/profissional de saúde 3. acha que faz mal para a saúde pular para K3 07 4. restrição no trabalho/locais públicos 5. restrição em casa 6. os preços estão altos 7. outro motivo (ir para K3 06) 9. NS/NR pular para K3 07 K3 06. Outro motivo. Qual? _______________________________________________ K3 07. O que o(a) Sr.(a) fez para conseguir parar de fumar?
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1. decidiu e parou 2. fez tratamento com adesivo ou chiclete 3. fez tratamento com medicamento pular para K3 09 4. tratamento psicológico/psicoterápico 5. participou de grupo de apoio 6. outro (ir para K3 08) 9. NS/NR pular para K3 09 K3 08. Outro procedimento. Qual? ________________________________________________ K3 09. O(a) Sr.(a) recebeu algum apoio para parar de fumar? Se sim, de quem? 1. não 2. sim, de familiares 3. sim, do serviço de saúde/ de profissionais da saúde 4. sim, de amigos 5. sim, de outros 9. NS/NR K3 10. Quantos cigarros o(a) Sr.(a) fumava por dia? |__|__| cigarros _ pular para K3 24 K3 11. Quantos cigarros o(a) Sr.(a) fuma por dia? |__|__| cigarros _pular para K3 13 K3 12. Quantos cigarros o(a) Sr.(a) fuma por semana? |__|__| cigarros K3 13. Quanto tempo depois de se levantar o(a) Sr.(a) fuma o 1º cigarro? 1. primeiros 5 minutos 2. 6 a 30 minutos 3. 31 a 60 minutos 4. mais de 60 minutos 9. NS/NR K3 14. Tem dificuldade em não fumar nos locais em que é proibido? 1. não 2. sim 9. NS/NR K3 15. Qual é o cigarro que mais o satisfaz? 1. o 1º da manhã 2. qualquer um 9. NS/NR K3 16. Fuma mais no começo do dia?
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1. não 2. sim 9. NS/NR K3 17. Fuma mesmo quando está muito doente? 1. não 2. sim 9. NS/NR K3 18. O(a) Sr.(a) já tentou parar de fumar? 1. não pular para K3 24 2. sim (ir para K3 19) 9. NS/NR pular para K3 24 K3 19. Quantas vezes? |__|__| K3 20. Pensando na(s) vez(es) que tentou parar, qual foi o máximo de tempo que permaneceu sem fumar? 1. menos de 7 dias 2. de 8 a 30 dias 3. entre 1 e 6 meses 4. de 6 meses a um ano 5. mais de um ano 9. NS/NR K3 21. Por que o(a) Sr.(a) tentou parar de fumar? 1. teve ou tem problema de saúde 2. acha que faz mal para a saúde 3. restrição no trabalho/locais públicos 4. restrição em casa 5. orientação de médico/profissional de saúde 6. outro 9. NS/NR K3 22. O(a) Sr.(a) recebeu apoio de parentes ou amigos na sua última tentativa de parar de fumar? 1. não 2. sim 9. NS/NR K3 23. O que o(a) Sr.(a) fez na sua última tentativa de parar de fumar? 1. decidiu e parou/ não utilizou nenhuma técnica 2. fez tratamento com medicamento 3. fez tratamento com adesivo ou chiclete 4. fez tratamento psicológico/psicoterápico
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5. diminuiu a quantidade de cigarros 6. participou de grupo de apoio 7. outro 9. NS/NR K3 24. Na sua casa: 1. é permitido fumar em qualquer lugar 2. é permitido fumar em alguns lugares 3. não é permitido fumar em nenhum lugar 9. NS/NR K3 25. Quantas horas por dia, em média,o(a) Sr.(a) fica exposto à fumaça do cigarro ou fica próximo de alguém fumando? |__|__| horas/ dia |__|__| minutos/ dia K3 26. O(a) Sr.(a) fuma atualmente algum outro produto do tabaco? 1. não pular para K4 01 2. sim 9. NS/NR pular para K4 01 K3 27. Qual produto? 1. charuto 2. cachimbo 3. cigarrilha 4. narguilé 5. outro 9. NS/NR SONO BLOCO K4 A seguir, vou perguntar algumas questões relacionadas a qualidade e duração do seu sono. K4 01. Como o(a) Sr.(a) avalia a qualidade do seu sono? O (a) Sr.(a) diria que é: 1. excelente/ muito bom 2. bom 3. regular 4. ruim 5. muito ruim 9. NS/NR K4 02. A que horas o(a) Sr.(a) costuma ir para a cama em dia de semana? (_ _) h (_ _) min.
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K4 03. E em final de semana (ou aos sábados e domingos)? (_ _) h (_ _) min. K4 04. A que horas o(a) Sr.(a) costuma acordar (ou levantar) pela manhã em dia de semana? (_ _) h (_ _) min. K4 05. E em dia de final de semana (ou aos sábados e domingos)? (_ _) h (_ _) min. K4 06. Quando vai dormir, o(a) Sr.(a) demora para pegar no sono? 1. não pular para K4 08 2. sim 9. NS/NR pular para K4 08 K4 07. Demora aproximadamente quanto tempo para pegar no sono? (_ _ _) min. K4 08. O(A) Sr.(a) costuma acordar no meio da noite e ter dificuldade de pegar no sono de novo? 1. não pular para K4 10 2. sim 9. NS/NR pular para K4 10 K4 09. Em quantas noites isso aconteceu na semana passada? ( _ ) noites K4 10. Acontece de o(a)Sr.(a) acordar muito cedo (antes do horário normal) e não conseguir mais pegar no sono? 1. não pular para K4 12 2. sim 9. NS/NR pular para K4 12 K4 11. Em quantas noites isso aconteceu na semana passada? ( _ ) noites K4 12. O(A) Sr.(a) ronca enquanto está dormindo? 1. não 2. sim 9. NS/NR K4 13. Alguma pessoa já notou que o(a) Sr.(a) parava de respirar durante o sono? 1. não 2. sim 9. NS/NR
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K4 14. O(a) Sr.(a) dorme ou cochila durante o dia? Se sim, é intencional? 1. não 2. sim, de maneira intencional (porque quer) 3. sim, mas sem querer K4 15. No último mês, com que frequência o(a) Sr.(a) teve dificuldade de ficar acordado durante o dia enquanto fazia suas atividades habituais (dirigir, trabalhar, estudar, participar de uma reunião, de uma festa...)? 1. nunca 2. menos de 1 vez/ semana 3. 1 ou 2 vezes/ semana 4. 3 vezes ou mais/ semana 9. NS/NR K4 16. O(a) Sr.(a) toma algum remédio para dormir? 1. não 2. sim 9. NS/NR K4 17. Em relação ao último mês, com que frequência o(a) Sr.(a) poderia dizer que se sentiu bem disposto ao acordar pela manhã depois da noite de sono? 1. sempre 2. quase sempre 3. quase nunca 4. nunca 9. NS/NR K4 18. Quantas horas de sono à noite o(a) Sr.(a) avalia que são necessárias para o(a) Sr.(a) se sentir bem disposto durante o dia? (_ _) h (_ _) min
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ANEXO 2 - BLOCO L CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÔMICAS BLOCO L L 01. Qual é a sua cor ou raça? 1. branca 2. preta 3. amarela _pular para L03 4. parda 5. indígena 6. outra (ir para L 02) 9. NS/NRpular para L03 L 02. Outra. Qual? ____________________________________ L 03. Qual é a sua religião? 01. nenhuma pular para L 06 02. evangélica/protestante 03. católica 04. espírita 05. judaísmo 06. budismo 07. umbanda/ candomblé 08. islamismo 09. outras 99. NS/NR L 04. Com que frequência, normalmente, o(a) Sr.(a) vai à igreja (ou outro lugar de culto)? 1. não freqüenta 2. menos que 1 vez/ mês 3. pelo menos 1 vez/ mês, mas menos que 1 vez por semana 4. 1 vez/ semana 5. mais de 1 vez/ semana 9. NR L 05. Há quanto tempo o(a) Sr.(a) é desta religião? |__|__| anos L 06. Onde o(a) Sr.(a) nasceu? 1. em Campinas 2. em outro município do estado de São Paulo pular para L 08 3. em outro estado (ir para L07) 4. em outro país pular para L 08
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9. NS/NR L 07. Outro: Em qual estado? ____________________________________ L 08. Há quanto tempo o(a) Sr.(a) mora em Campinas? |__|__| anos L 09. Há quanto tempo o(a) Sr.(a) mora neste mesmo domicílio? |__|__| anos L 10. Qual é o seu estado conjugal? 1. casado no civil 2. vive junto/amasiado 3. desquitado/separado/divorciado 4. viúvo 5. solteiro 9. NS/NR L 11. O(a) Sr.(a) tem filhos? Quantos? |__|__| filhos L 12. O(a) Sr.(a) freqüenta atualmente algum curso regular em escola ou universidade/faculdade? 1. não pular para L 14 2. sim 9. NS/NR pular para L 14 L 13. Frequenta escola/ faculdade pública ou privada? 1. pública 2. particular/ privada 9. NS/NR L 14. Até que ano da escola o(a) Sr.(a) completou? 01. nunca frequentou, não sabe ler e escrever 02. nunca frequentou, sabe ler e escrever 11. 1ª série do Ensino Fundamental(1o grau ou Primário) 12. 2ª série do Ensino Fundamental (1o grau ou Primário) 13. 3ª série do Ensino Fundamental (1o grau ou Primário) 14. 4ª série do Ensino Fundamental (1o grau ou Primário) 15. 5ª série do Ensino Fundamental ou 1o grau (1ª série do Ginásio) 16. 6ª série do Ensino Fundamental ou 1o grau (2ª série do Ginásio) 17. 7ª série do Ensino Fundamental ou 1o grau (3ª série do Ginásio) 18. 8ª série do Ensino Fundamental ou 1o grau (4ª série do Ginásio) 21. 1ª série do Ensino Médio(2o grau ou Colegial) 22. 2ª série do Ensino Médio (2o grau ou Colegial) 23. 3ª série do Ensino Médio (2o grau ou Colegial)
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25. cursos técnicos de nível médio incompletos 26. cursos técnicos de nível médio completos 30. curso superior incompleto 31. curso superior completo 32. pós graduação senso lato/especializações 33. pós graduação senso estrito 99. NS/NR L 15. Atualmente, o(a) Sr.(a) freqüenta algum outro tipo de curso como informática, idiomas, dança, artes etc.? 1. não pular para L 17 2. sim 9. NS/NR pular para L 17 L 16. Que tipo de curso? 1. idiomas 2. informática 3. dança 4. música 5. profissionalizante 6. outro 9. NS/NR L 17. Atualmente, o(a) Sr.(a) exerce alguma atividade de trabalho remunerada ou ajuda algum familiar na atividade remunerada dele? 1. não 2. sim pular para L 19 9. NS/NR L 18. Qual a sua situação atual quanto a trabalho e atividades: está aposentado, é pensionista, está desempregado ou em outra situação (estudante, dona de casa)? 1. aposentado pular para L 20 2. pensionista 3. dona de casa pular para L 28 4. estudante 5. desempregado 9. NS/NR L 19. Qual a sua situação atual quanto à atividade ocupacional: na ativa, afastado por doença ou na ativa mesmo já sendo aposentado? 1. em atividade 2. afastado por doença pular para L 21 3. em atividade mas já é aposentado 9. NS/NR L 20. O senhor foi aposentado por: 1. doença/invalidez 2. tempo de trabalho/idade
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9. NS/NR L 21. Qual é (ou era) a sua ocupação em seu trabalho principal? _______________________________|___|___|___| L 22. No seu trabalho principal, o(a) Sr.(a) é (era) empregado, conta própria ou empregador? 01. empregado do setor privado (ir para L 23) 02. empregado do setor público (inclusive empresas de economia mista) (ir para L 23) 03. conta própria ou autônomo com estabelecimento 04. conta própria ou autônomo sem estabelecimento pular para L 24 05. empregador com até 4 empregados 06. empregador com 5 ou mais empregados 07. trabalhador doméstico (ir para L 23) 08. trabalhador não remunerado que ajuda morador do domicílio 09. outro pular para L 24 99. NS/NR L 23. Possui carteira de trabalho assinada? 1. não 2. sim 9. NS/NR L 24. Quantas horas o(a) Sr.(a) trabalha ou trabalhava em média, por semana, no trabalho principal? |__|__| horas Se respondeu 1 na L 18 pular para L 28 L 25. Qual foi o seu rendimento líquido no mês passado com o trabalho principal? R$ |__|__|__|__|__|, 00 L 26. O (a) Sr.(a) tem algum outro tipo de trabalho remunerado além do principal? 1. não pular para L 28 2. sim 9. NS/NR pular para L 28 L 27. Quantas horas o(a) Sr.(a) trabalha, por semana, nos demais trabalhos? |__|__| horas L 28. O (a) Sr.(a) recebeu algum tipo de rendimento como aposentadoria, pensão ou bolsa no mês passado? 1. não pular para L 30 2. sim 9. NS/NR pular para L 30
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L 29. Qual foi o seu rendimento líquido no mês passado com aposentadoria, pensão ou bolsa? R$ |__|__|__|__|__|, 00 L 30. Considerando todos os seus rendimentos, com as ocupações, com pensões, bolsas, alugueis e outros, qual foi o seu rendimento líquido global no mês passado? R$ |__|__|__|__|__|, 00 se responder o valor da renda, pular para Bloco M L 31. Mas, fazendo um cálculo aproximado o(a) Sr.(a) diria que a sua renda média líquida global no mês passado se situa: 1. inferior a 1 salário mínimo (SM) 2. entre 1 e 2 SM 3. entre 3 e 4 SM 4. entre 5 e 9 SM 5. entre 10 e 20 SM 6. acima de 20 SM 9. NS/NR
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ANEXO 3 - BLOCO M
Caso já tenha preenchido o Bloco M com outro membro da família, encerre o questionário! CARACTERÍSTICAS DA FAMÍLIA E DO DOMICÍLIO BLOCO M PREENCHER UM BLOCO PARA CADA FAMÍLIA As perguntas M 03 a M 11 devem ser respondidas pelo entrevistador. (Apenas em caso de dúvida, pergunte ao entrevistado). M 01. No. do domicílio |__|__|__|__|__| M 02. No. da família |__| M 03. Caracterização do domicílio: 1. casa de alvenaria, com revestimento, cobertura de telha ou laje, com piso, finalizada 2. apartamento 3. casa precária sem reboque, ainda sem finalizar, ou com piso de terra 4. barraco 5. casa de cômodos (cabeça de porco/cortiço) 6. outro 9. NS/NR M 04. A rua onde o domicílio se encontra é pavimentada? 1. não 2. sim 9. NS/NR M 05. A rua onde o domicílio se encontra tem calçadas e sarjetas? 1. não 2. sim 9. NS/NR M 06. A rua onde o domicílio se encontra tem iluminação pública? 1.não 2. sim 9. NS/NR M 07. No domicílio tem água da rede pública canalizada dentro da casa? 1. não 2. sim 9. NS/NR
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M 08. No domicílio tem iluminação elétrica? 1. não 2. sim 9. NS/NR M 09. É ligado à rede de esgoto? 1. não 2. sim 9. NS/NR M 10. Tem coleta pública do lixo? 1. não 2. sim 9. NS/NR M 11. Tem sanitário/ banheiro interno? 1. não 2. sim 9. NS/NR M 12. Este domicílio em que o(a) Sr.(a) mora é próprio ou alugado? 1. próprio, quitado 2. próprio, pagando 3. alugado 4. cedido 5. invadido 6. outra condição 9. NS/NR M 13. Quantos cômodos existem neste domicílio, incluindo cozinha e banheiro? |__|__| M 14. Quantos banheiros existem neste domicílio? |__| M 15. Quantas pessoas moram neste domicílio? |__|__| M 16. Algum morador deste domicílio necessita de cuidado especial? 1. não 2. sim 9. NS/NR Os moradores deste domicílio contam com os seguintes equipamentos/bens? M 17. Filtro de água 1. não 2. sim 9. NS/NR M 18. Televisão
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1. não pular para M 19 2. sim 9. NS/NR pular para M 19 M 18 a. Se sim, quantos? |__| M 19. Geladeira 1. não 2. sim 9. NS/NR M 20. Freezer 1. não 2. sim 9. NS/NR M 21. Máquina de lavar roupa ® não considerar tanquinho 1. não 2. sim 9. NS/NR M 22. Forno de micro-ondas 1. não 2. sim 9. NS/NR M 23. Videocassete/DVD 1. não 2. sim 9. NS/NR M 24. Máquina de lavar louça 1. não 2. sim 9. NS/NR M 25. Aparelho de ar condicionado 1. não pular para M26 2. sim 9. NS/NR pular para M26 M 25 a. Quantos? |__| M 26. Aspirador de pó 1. não 2. sim 9. NS/NR M 27. Telefone fixo (linha telefônica residencial) 1. não _pular para M28 2. sim 9. NS/NR _pular para M28 M27 a. Quantos? |__|
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M 28. Telefone celular 1. não _pular para M29 2. sim 9. NS/NRpular para M29 M 28 a. Quantos? |__| M 29. Máquina fotográfica/câmera digital 1. não 2. sim 9. NS/NR M 30. Computador 1. não pular para M31 2. sim 9. NS/NR pular para M31 M 30 a. Quantos? |__| M 31. Laptop/ tablet 1. não 2. sim 9. NS/NR M 32. Motocicleta 1. não pular para M33 2. sim 9. NS/NR pular para M33 M 32 a. Quantos? |__| M 33. Bicicleta 1. não pular para M34 2. sim 9. NS/NR pular para M34 M 33 a. Quantos? |__| M 34. Carro 1. não pular para M35 2. sim 9. NS/NR pular para M35 M 34 a. Quantos? |__|
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M 35. Os moradores do domicílio tem acesso à internet em casa? 1. não 2. sim 9. NS/NR M 36. Este domicílio conta com o serviço de empregada doméstica 3 ou mais vezes por semana? 1. não 2. sim 9. NS/NR M 37. Neste domicílio tem animais? 1. não pular para M 39 2. sim 9. NS/NR pular para M 39 M 38. Quais? Quantos? M 38 a. cachorros |__| M 38 b. gatos |__| M 38 c. aves |__| M 38 d. peixes |__| M 39. Na sua casa ao descartar o lixo, é feita uma separação entre o lixo reciclável e o orgânico? 1. não 2. sim 9. NS/NR M 40. Na sua casa, as pilhas e baterias são descartadas no lixo comum ou levadas a pontos de coleta? 1. lixo comum 2. pontos de coleta 9. NS/NR M 41. Na sua casa, as lâmpadas são descartadas no lixo comum ou levadas a pontos de coleta? 1. lixo comum 2. pontos de coleta 9. NS/NR M 42. Na sua casa,onde são descartados os medicamentos vencidos? 1. lixo comum 2. vaso sanitário/pia 3. pontos de coleta 9. NS/NR M 43. O(A) Sr.(a). acha que está exposto(a) ou tem contato com algum tipo de contaminação ou de poluição? 1. nã0 pule para 47 2. sim 9. NS/NR pule para 47 M 44. A que tipo de contaminação/ poluição o(a) Sr.(a). acha que está exposto ou tem contato?
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01. água contaminada/poluída 02. verduras e frutas com agrotóxicos 03. alimentos em geral com outro tipo de contaminação 04. leite adulterado ou de animais tratados com hormônios 05. carnes com hormônios 06. alimentos transgênicos 07. ruído 08. radiação (celular, antenas e torres) 09. fumaça de queimadas 10. poluição/emissões de veículos automotores 11. poluição/emissões de indústrias/fábricas 12. ar poluído (inespecífico) 13. painéis de propaganda/luminosos, etc. 14. outro 99. NS/NR M 45. Existe alguma fonte/ local de poluição ou contaminação próximo a sua moradia? 1. não pule para 47 2. sim 9. NS/NR pule para 47 M 46. De que tipo é a contaminação/poluição existente? 01. esgoto nas ruas 02. riacho/córrego/rio/lagoa, etc. contaminado 03. queimadas 04. ruas ou avenidas muito movimentadas produzindo poluição dos veículos automotores 05. ruas não pavimentadas produzindo poeira 06. fábricas/ indústria com emissões de fumaça, gases, poeira 07. fábricas/indústrias com emissão de odores/cheiros incômodos 08. fábrica/ indústria com emissão de ruído 09. ponto de coleta e classificação de recicláveis em geral 10. fábrica/local de reciclagem de baterias 11. indústria de galvanoplastia/ cromados 12. ferro velho 13. oficina mecânica/funilaria 14. posto de gasolina 15. lixão ou aterro sanitário em funcionamento 16. aterro de lixo ou de despejo de resíduos industrias 17. lixo em terreno baldio 18. antenas de rádio/ TV 19. antenas de celular 20. torres de alta tensão 21. outras 99. NS/NR
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Caso o entrevistado seja o responsável pela família, apenas confirme as respostas com o entrevistado M 47. Até que ano da escola o(a) responsável pela família completou? 01. nunca frequentou, não sabe ler e escrever 02. nunca frequentou, sabe ler e escrever 11. 1ª série do Ensino Fundamental (1o grau ou Primário) 12. 2ª série do Ensino Fundamental (1o grau ou Primário) 13. 3ª série do Ensino Fundamental (1o grau ou Primário) 14. 4ª série do Ensino Fundamental (1o grau ou Primário) 15. 5ª série do Ensino Fundamental ou 1o grau (1ª série do Ginásio) 16. 6ª série do Ensino Fundamental ou 1o grau (2ª série do Ginásio) 17. 7ª série do Ensino Fundamental ou 1o grau (3ª série do Ginásio) 18. 8ª série do Ensino Fundamental ou 1o grau (4ª série do Ginásio) 21. 1ª série do Ensino Médio(2o grau ou Colegial) 22. 2ª série do Ensino Médio (2o grau ou Colegial) 23. 3ª série do Ensino Médio (2o grau ou Colegial) 25. cursos técnicos de nível médio incompletos 26. cursos técnicos de nível médio completos 30. curso superior incompleto 31. curso superior completo 32. pós graduação senso lato/ especializações 33. pós graduação senso estrito 99. NS/NR M 48. Qual é(era) a ocupação do(a) responsável pela família no trabalho principal? (se aposentado, especificar qual era a sua ocupação anterior) __________________________________|___|___|___| M 49. No trabalho principal, o(a) responsável pela família é(era) empregado, conta própria ou empregador? 01. empregado do setor privado 02. empregado do setor público (inclusive empresas de economia mista) 03. conta própria ou autônomo com estabelecimento 04. conta própria ou autônomo sem estabelecimento 05. empregador com até 4 empregados 06. empregador com 5 ou mais empregados 07. trabalhador doméstico 08. trabalhador não remunerado que ajuda morador do domicilio 09. outro 99. NS/NR M 50. Quantas pessoas na família trabalharam e tiveram rendimentos no mês passado? |___|___|
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Quadro de rendimentos líquidos incluindo os membros da família com rendimento no mês anterior: a. Nome b. Relação com o responsável pela família c. Renda líquida M 51. R$ |__|__|__|__|__|,00 M 52. R$ |__|__|__|__|__|,00 M 53. R$ |__|__|__|__|__|,00 M 54. R$ |__|__|__|__|__|,00 M 55. R$ |__|__|__|__|__|,00 M 56. R$ |__|__|__|__|__|,00 M 57. R$ |__|__|__|__|__|,00 M 58. R$ |__|__|__|__|__|,00 M 59. R$ |__|__|__|__|__|,00 M 60. R$ |__|__|__|__|__|,00 M 51 a. Qual o nome da primeira pessoa que teve rendimento? ___________________________________________________ M 51 b. Qual a relação com o responsável pela família? 1. responsável pela família 2. cônjuge/companheiro(a) 3. filho(a)/ enteado(a) 4. outro parente 5. agregado 9. outro M 51 c. Qual foi a renda líquida no mês passado? R$ |__|__|__|__|__|,00 (Repetir para todas as pessoas que tiverem renda na família, no mês passado) M 61. Qual foi a renda média líquida global da família no mês passado? R$ |__|__|__|__|__|,00 encerra o bloco M 62. Mas, fazendo um cálculo aproximado o(a) Sr.(a) diria que a renda média líquida global da família no mês passado se situa:
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1. inferior a 1 salário mínimo (SM) 2. entre 1 e 2 SM 3. entre 3 e 4 SM 4. entre 5 e 9 SM 5. entre 10 e 20 SM 6. acima de 20 SM 9. NS/NR
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