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Esta publicação é uma sistematização de demandas levantadas por docentes dos câmpus Apucarana, Cornélio Procópio, Curitiba, Dois Vizinhos, Londrina, Medianeira, Pato Branco, Ponta Grossa e Toledo da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). A reunião do material foi realizada de maio a agosto de 2012 e reflete um acúmulo de discussões que vem sendo amadurecido desde a fundação da SINDUTF-PR. Na elaboração deste documento, organizada pela diretoria da seção sindical (gestão 2011-2013), as contribuições dos professores foram organizadas e divididas em seis temas específicos. Cada um dos temas foi trabalhado por meio de um texto de apoio e finalizado com a transcrição das reivindicações dos professores à Reitoria da UTFPR, buscando-se preservar as informações contidas nos relatórios enviados pelos câmpus. Esperamos que o conteúdo dessas páginas possa contribuir para o atendimento dos anseios da comunidade acadêmica, para a melhoria das condições de trabalho e para uma maior valorização dos profissionais que atuam na instituição. Pauta local de reinvidicações dos docentes da UTFPR: Faço parte desta luta Seção Sindical dos Docentes da Universidade Tecnológica Federal do Paraná

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Esta publicação é uma sistematização de demandas levantadas por docentes dos câmpus Apucarana,

Cornélio Procópio, Curitiba, Dois Vizinhos, Londrina, Medianeira, Pato Branco, Ponta Grossa e Toledo

da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). A reunião do material foi realizada de maio a

agosto de 2012 e refl ete um acúmulo de discussões que vem sendo amadurecido desde a fundação

da SINDUTF-PR. Na elaboração deste documento, organizada pela diretoria da seção sindical (gestão

2011-2013), as contribuições dos professores foram organizadas e divididas em seis temas específi cos.

Cada um dos temas foi trabalhado por meio de um texto de apoio e fi nalizado com a transcrição das

reivindicações dos professores à Reitoria da UTFPR, buscando-se preservar as informações contidas

nos relatórios enviados pelos câmpus. Esperamos que o conteúdo dessas páginas possa contribuir

para o atendimento dos anseios da comunidade acadêmica, para a melhoria das condições de trabalho

e para uma maior valorização dos profi ssionais que atuam na instituição.

Pauta local de reinvidicações dos docentes da UTFPR:

Faço parte desta luta

Seção Sindical dos Docentes da

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

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Pauta local de reinvidicações dos docentes da UTFPR:

Faço parte desta luta

Seção Sindical dos Docentes da

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

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DIRETORIA DA SINDUTF-PR (biênio 2011-2013)

DIRETORIA EXECUTIVAPresidente: Ivo Pereira de Queiroz Vice-Presidente: Jazomar Vieira da Rocha

Secretário Geral: Edson Domingos Fagundes

1º Secretário: Sirley Laurindo Ramalho

Tesoureiro Geral: Oglacir Cardoso 1ª Tesoureira: Nanci Stancki da LuzDiretor de Comunicação: Nilo Fortes TrevisanDiretor de Política Sindical: Fabiano OstapivDiretor de Seguridade Social: Marcos A. Baldessar

Diretora Administrativa: Edir Braz Camilo

Diretor Jurídico: José Carlos BianchiDiretora de Rel. Inter-núcleos: Maria Luiza Domingues

1º Suplente: Mário Lopes Amorim

2º Suplente: José Carlos Alves Galvão 3º Suplente: Arilson Pereira do Vale

COORDENAÇÕES DE NÚCLEOS REGIONAIS

CAMPUS CURITIBARepresentante: José Carlos Bianchi Suplente: Ivo Pereira de Queiroz

CAMPUS CORNÉLIO PROCÓPIORepresentante: Elizabeth Maria Giacobbo

Suplente: Roberto Bondarik

CAMPUS APUCARANARepresentante: Renato Ferreira da Rocha

NÚCLEO REGIONAL NORTE ICoordenador: Emilio Gonzales

Secretária: Sandra Elis AleixoTesoureiro: Alex Sandro de Medeiros

1º Suplente: Devanir Pereira dos Santos Canovas2º Suplente: Heron Oliveira dos Santos Lima

NÚCLEO REGIONAL DOS CAMPOS GERAISCoordenador: Oscar Régis JúniorSecretário: Ronaldo Stocco Mendes

Tesoureiro: José Roberto Okida

NÚCLEO REGIONAL SUDOESTECoordenador: Edilson PontaroloSecretário: Paulo Segatto CellaTesoureiro: Michelangelo Muzzel Trezzi

1º Suplente: Nilvânia Aparecida de Mello

2º Suplente: Cleide Zimovski

NÚCLEO REGIONAL OESTECoordenador: Juracy José Lemos

Secretária: Carla Adriana Pizarro Schmidt

Tesoureiro: Valdemar Padilha Feltrin

1º Suplente: Almiro Weiss

2º Suplente: Sirlei da Rosa

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SUMÁRIO ..................................................................................................... 3

APRESENTAÇÃO ......................................................................................... 5

INTRODUÇÃO .............................................................................................. 7

TEMA 1 Gestão democrática ................................................................... 9

Texto de apoio .............................................................................. 9

Reivindicações ............................................................................ 12

TEMA 2 Condições de trabalho ............................................................. 13

Texto de apoio ............................................................................ 13

Reivindicações ............................................................................ 15

TEMA 3 Infraestrutura ............................................................................. 16

Texto de apoio ............................................................................ 16

Reivindicações ............................................................................ 18

TEMA 4 Valorização docente e contratação de pessoal ...................... 19

Texto de apoio ............................................................................ 19

Reivindicações ............................................................................ 22

Sumário

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TEMA 5 Questões sobre ensino, pesquisa, extensão e capacitação docente ..................................................................................... 23

Texto de apoio ............................................................................ 23

Reivindicações ............................................................................ 27

TEMA 6 Representação da categoria docente...................................... 28

Texto de apoio ............................................................................ 28

Reivindicações ............................................................................ 29

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Pauta local de reinvidicações dos docentes da UTFPR 5

A pauta local de reivindicações corresponde aos anseios dos trabalhadores frente a uma necessidade comum: resolver os problemas vivenciados em seus cotidianos.

Nesse sentido, esta pauta local re$ete o desejo do corpo docente da UTFPR em ver resolvidos os problemas com os quais se depara rotineiramente em suas práticas pro&ssionais. Em nossa Instituição, a elaboração de pauta local dos professores remonta aos primórdios da SINDUTF-PR, pois a fundação dessa seção sindical, em 1991, expressou um anseio de seus fundadores para superar obstáculos à democracia e à educação pública e seus re$exos sobre suas condições de trabalho.

Tendo em vista que a conjuntura é dinâmica, uma pauta de reivindicações deve passar por revisões e atualizações constantes para enfrentar coerentemente os novos desa&os que vão surgindo, estando, portanto, em constante construção. Nesse sentido, busca-se transformar as discussões, acumuladas nas coordenações, colegiados, áreas, assembleias e seminários, em reivindicações comuns. Assim, esta pauta local tem como objetivo uni&car as demandas percebidas pelo coletivo, sistematizando e relacionando reivindicações que são semelhantes a diferentes atores sociais, como é o caso dos docentes da UTFPR, distribuídos pelos distintos municípios do Paraná.

Apresentação

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Seção Sindical dos Docentes da UTFPR I SINDUTF-PR6

A sistematização de uma pauta local caracteriza também uma valiosa contribuição da categoria para a consolidação da universidade necessária, pois subsidia a reitoria e a diretoria dos câmpus para a otimização de seus esforços na aplicação dos recursos obtidos.

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Pauta local de reinvidicações dos docentes da UTFPR 7

P or ocasião da greve dos professores nas Instituições Federais de Ensino (IFEs), de$agrada em 17 de maio de 2012, o Comando Nacional de Greve (CNG) pediu que as seções

sindicais do ANDES-SN sistematizassem suas demandas internas para consolidar a pauta local de cada IFE. O documento &nalizado deveria ser encaminhado ao CNG para subsidiar a argumentação junto ao Ministério da Educação (MEC) sobre um dos pontos da pauta da greve por melhores condições de trabalho nas IFEs,

tendo em vista a declaração irônica do Ministro da Educação, Aloizio Mercadante, de que tal item da pauta da greve seria uma declaração vaga.

A orientação do CNG para a sistematização da pauta local potencializou uma discussão que há muito vinha sendo feita no âmbito da SINDUTF-PR. Desse modo, no contexto da greve, a categoria reuniu-se nos diversos câmpus da UTFPR, elencando o temário e as reivindicações pontuais para a melhoria das condições de trabalho na Instituição. O material foi encaminhado à secretaria geral da SINDUTF-PR e sistematizado pela diretoria. Em seguida, o relatório consolidado foi devolvido aos núcleos para sua conferência e realimentação, chegando-se à versão atual.

Ressalta-se que ao protocolizar a de$agração da greve junto à reitoria da UTFPR, a diretoria da SINDUTF-PR encaminhou uma

Introdução

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Seção Sindical dos Docentes da UTFPR I SINDUTF-PR8

versão provisória da pauta local, informando, em reunião de trabalho com o reitor, que estava acontecendo um mutirão de sistematização das demandas do professorado pelos câmpus, e que, assim que houvesse a versão conjunta, ele a receberia prontamente.

Assim sendo, o presente documento é uma sistematização das demandas levantadas por docentes dos câmpus Curitiba, Ponta Grossa, Medianeira, Toledo, Pato Branco, Londrina, Cornélio Procópio, Apucarana e Dois Vizinhos da UTFPR, de maio a agosto de 2012, e re$ete um acúmulo que vem sendo amadurecido desde a fundação da SINDUTF-PR. À época, representantes da jovem seção sindical obtiveram valioso aprendizado junto à militância do ANDES-SN, que já possuía pelo menos uma década de defesa dos direitos dos docentes das IFEs e viam objetivamente a distinção entre as questões gerais a serem resolvidas junto ao governo, em Brasília, e as demandas especí&cas no âmbito de cada local de trabalho. Neste documento, o mérito da matéria é apresentado sob a forma de seis temas especí&cos, também denominados eixos temáticos. Cada um dos temas é exposto por meio de um texto de apoio, no qual se traça o conceito que o norteia, preservando as reivindicações contidas nos relatórios enviados pelos câmpus. Cada tema é &nalizado com as reivindicações dos professores à reitoria da UTFPR. Os eixos temáticos são:

TEMA 1: ■ Gestão democrática.

TEMA 2: ■ Condições de trabalho.

TEMA 3: ■ Infraestrutura.

TEMA 4: ■ Valorização docente e contratação de pessoal.

TEMA 5: ■ Questões sobre ensino, pesquisa, extensão e capacitação docente.

TEMA 6: ■ Representação da categoria docente.

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Pauta local de reinvidicações dos docentes da UTFPR 9

1TemaGestão democrática

Texto de apoio

A pretensão de se ter uma sociedade ou instituição demo-crática pressupõe a indagação necessária acerca do sentido em que se toma esse conceito. Quando se busca distinguir os termos da questão percebe-se a democracia como um conceito plural, pois a consideração sobre sua forma e substância leva às noções de democracia formal e democracia substancial.

A democracia formal se refere à própria estrutura técnica de operacionalização a partir de regras e normas que garantam o respeito às diferenças de ideias. Nesse caso, admite-se o pluralismo enquanto princípio político necessário, bem como a transparência de procedimentos e critérios objetivos de gestão.

Já democracia substancial focaliza outra dimensão, e se preocupa com a análise das relações de poder institucional do ponto de vista dos resultados.

Assim, por exemplo, se a forma da lei que regulamenta um processo eleitoral for cumprida por meio de estratagemas e/ou mecanismos que cerceiem as possibilidades de participação universal dos cidadãos envolvidos, então a democracia cumpriria a forma, porém estaria ferindo a essência (substância) dos processos, por violar as condições de resultados moral e socialmente sadios. Ou, então,

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Seção Sindical dos Docentes da UTFPR I SINDUTF-PR10

as práticas de discriminações, assédios mascarados pelos véus da aparência e do faz-de-conta, pois a pessoa que agride e fere direitos alheios poderia servir-se da lei como se esta fosse um biombo atrás do qual escamotearia seus atos substancialmente impróprios.

Embora, nesses exemplos, a forma democrática seja cumprida na sua aparência, na essência, ou seja, na substância, a ação encontra-se viciada; portanto, longe da democracia.

As contribuições advindas dos diversos câmpus da UTFPR avançam na identificação de importantes distâncias entre a democracia formal e a substancial.

Os estranhamentos levantados passam por temas como a necessidade de discussão democrática de critérios claros e objetivos para distribuição de cargos comissionados.

Além disso, a comunidade docente reivindica a previsão no orçamento &nanceiro anual de cada câmpus, de recursos permanentes para equipamentos de laboratórios (ensino, pesquisa e extensão), a o&cialização de uma política institucional de distribuição de verbas para material de consumo para os diferentes laboratórios da Instituição, principalmente para os laboratórios compartilhados entre os cursos, e uma política que não se desconsidere a cada troca de gestor.

Identi&cou-se também a necessidade de se iniciar a discussão sobre a formação de órgãos colegiados e/ou conselhos diretores, assim como um conselho técnico que permita a democratização das informações e das decisões, envolvendo todos os segmentos da comunidade universitária, bem como uma maior abertura para o diálogo, com aplicação dos princípios de gestão participativa.

Para tanto, os servidores reivindicam audiências públicas bimestrais com todos os diretores do câmpus, consultando as necessidades e prioridades de investimento e a transparência da gestão &nanceira do câmpus na forma de uma prestação de contas periódica.

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Pauta local de reinvidicações dos docentes da UTFPR 11

A análise sobre demais situações administrativas ressaltou as necessidades de padronização dos processos administrativos em todos os câmpus da UTFPR, assim como o estabelecimento de prazo para as comissões de elaboração e regulamentos e outras normativas apresentarem resultados.

Surgiu a demanda pela criação do Conselho de Câmpus deliberativo, pela maior autonomia dos colegiados de departa-mentos e de cursos, além da necessidade de se institucionalizar e regulamentar a criação dos departamentos e coordenações com a democratização dos processos de escolha dos seus representantes, como também pautar pela transparência na distribuição das vagas do REUNI no Câmpus.

Sentiu-se a necessidade de se pensar nas demandas locais e nas condições físicas e humanas para a expansão de cursos e vagas. Como exemplo, tem-se, atualmente, a situação de alguns cursos Técnicos e de Tecnologia em discussão. Embora se tenha ciência de que ações e tomadas de decisões cabem aos gestores, a comunidade não pode &car alheia aos rumos da Instituição; portanto, os canais de informação precisam ser ampliados.

A comunidade acadêmica ponderou, ainda, que é importante determinar o que deve ser decidido pelo colegiado do departamento e o que deve ser decidido apenas pelas che&as, não adiantando criar departamentos onde chefes decidam absolutamente tudo e não se tenha a quem recorrer.

Além disso, apesar dos processos burocráticos terem que passar por diversas instâncias para colher assinaturas na UTFPR, não existe uma de&nição clara a quem se deve recorrer quando não se concorda com uma decisão ou parecer. Ou seja, deve &car claro quem são as instâncias a que se poderá recorrer quando o professor não concordar com a decisão tomada frente a alguma reivindicação. Por exemplo, um professor pede licença capacitação, a che&a nega. A quem recorrer? A decisão é democrática uma vez que não passou pelo colegiado do departamento?

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Seção Sindical dos Docentes da UTFPR I SINDUTF-PR12

A partir da amplitude de di&culdades identi&cadas pelos docentes da UTFPR, sintetizadas neste texto de apoio, no tocante à democracia na Instituição, a SINDUTF-PR apresenta as seguintes reivindicações a serem adequadas a cada câmpus da UTFPR.

A reitoria deverá desenvolver políticas de ampliação da ■democracia na Instituição, visando a maior participação da comunidade nos processos decisórios e na gestão financeira da UTFPR.

A reitoria precisa desenvolver ações que culminem na ■implantação do sistema de planejamento participativo em todos os câmpus da UTFPR.

A reitoria deverá fortalecer a participação da comunidade ■por meio da criação de departamentos acadêmicos e dos conselhos de câmpus.

Reinvidicações

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Pauta local de reinvidicações dos docentes da UTFPR 13

Texto de apoio

Parece verossímil a&rmar-se que as melhores horas de cada dia das trabalhadoras e dos trabalhadores, ao longo de muitos anos, sejam consumidas precisamente em seus locais de trabalho. O trabalho, que em outras épocas fora considerado desumanizador e fator de opressão, hoje tem sido reivindicado como um espaço de cuidado do mundo e de realização da pessoa. Com efeito, por meio da criatividade e da sociabilização crescente, as mulheres e os homens têm protagonizado uma ampla recon&guração dos espaços naturais e sociais com repercussões em todas as áreas do saber e do fazer, justamente por meio de seu trabalho.

Ainda que os discursos sobre a tecnologia e a ciência ressaltem suas maravilhas em prol da realização humana, incluído aí o contexto do trabalho, cabe às trabalhadoras e aos trabalhadores aferir na práxis as evidências que comprovem estas premissas. No tocante às condições de trabalho na UTFPR, o levantamento, a partir das experiências vividas por professoras e professores, reconhece $agrantes desrespeitos aos princípios da atividade laboral sadia. Nestes termos, as inquietações levantadas sugerem a existência de assédio moral e sexual na UTFPR. Igualmente preocupante foi a identi&cação da necessidade de combate a qualquer tipo de

2TemaCondições de trabalho

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Seção Sindical dos Docentes da UTFPR I SINDUTF-PR14

discriminação dos docentes da UTFPR motivados por questões referentes a gênero, etnia, carreira ou nível/modalidade de ensino em que o sujeito atua.

Ademais, cresce em importância para o corpo docente da UTFPR o tema saúde do trabalhador, motivo pelo qual se solicitou a discussão de política de saúde para docentes e o desenvolvimento de atividades preventivas que evitem o seu adoecimento.

Com base na preocupação com a seriedade do tema saúde, foi proposto o acompanhamento permanente da saúde e direitos dos docentes, particularmente nas questões referentes à insalu-bridade e periculosidade. Reivindicou-se a revisão da questão da insalubridade, levando-se em conta as atividades desenvolvidas e não apenas o ambiente, pois alguns ementários abordam aulas práticas que necessitam do contato com produtos químicos, reagentes, micro-organismos, que podem claramente ser consi-derados insalubres.

Percebeu-se também a necessidade de implementação de exames periódicos dos servidores, políticas internas de proteção à saúde (mental, higiene, segurança) visando ao bem-estar do servidor e melhores condições de trabalho dos docentes e técnicos-administrativos. Por outro lado, muitas mães de todas as categorias dentro dos câmpus – docentes, discentes e TAs –, anseiam pela disponibilização de creches para crianças de alunas e servidores.

Dessa forma, pode-se inferir que as melhores horas dos melhores anos da vida das servidoras e dos servidores, consumidas no ambiente de trabalho, contêm uma iminente contradição. Deveras, se por um lado oportunizam meios de participação na edi&cação de uma sociedade e de um país melhores, juntamente com a realização pessoal e pro&ssional, por outro, no entanto, as mesmas horas podem atuar como micro-experiências de morte. Prova disso são as negações das condições próprias para o desen-volvimento das atividades em consonância com os pressupostos da saúde física e psíquica das pessoas.

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Pauta local de reinvidicações dos docentes da UTFPR 15

Assim, veio à tona o gravíssimo tema da condição de trabalho das companheiras e companheiros que atuam na Instituição por meio de contratos terceirizados. As inquietações surgidas ressaltam necessidades, tais como: a implantação de vestiários com banheiros e normatização do uso de uniformes; direito de optar pelo recebi-mento de horas extras ou banco de horas; participação em ações sociais e educativas realizadas para a comunidade acadêmica; desenvolvimento de campanhas para a valorização dos servidores terceirizados junto à comunidade acadêmica; realização de reuniões periódicas entre servidores terceirizados e chefes institucionais do câmpus para levantamento de demandas.

A partir do espírito de responsabilidade expresso na vontade das coletividades que realizaram estas re$exões, a SINDUTF-PR apresenta as reivindicações seguintes.

A reitoria deverá envidar esforços para a melhoria das ■condições de trabalho docente, por meio de ações que eliminem a sobrecarga e a precarização do trabalho docente.

A reitoria deverá criar mecanismos para combater rigo- ■rosamente os assédios moral e sexual na Instituição.

A UTFPR deverá possibilitar a oferta de creches para crianças ■de discentes, servidoras e trabalhadoras terceirizadas.

A UTFPR deverá estabelecer programas de acompanha- ■mento preventivo da saúde dos servidores.

A reitoria deverá revisar a condição de trabalho dos ■profissionais terceirizados, diagnosticando eventuais irregularidades no tocante aos direitos trabalhistas desses atores.

Reinvidicações

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Seção Sindical dos Docentes da UTFPR I SINDUTF-PR16

Texto de apoio

A infraestrutura perfaz uma das mais importantes condições de possibilidades de realização do papel social da universidade. Uma consequência desta evidência é a necessidade de racionalização constante a respeito dos meios de que a universidade dispõe para que seus servidores possam atuar de modo consistente. As tarefas impostas a um ator social exigem respostas para algumas questões necessárias, tais como: o quê? Quem? Como? Onde? Para quê?

Para quem? Com quê? Quando? Quanto? Salvo melhor juízo, a infraestrutura responde aos interrogativos com quê? e Onde?

Ao tematizar esta dimensão de seus compromissos pro&s-sionais, docentes dos câmpus da UTFPR pontuaram carências de múltiplas respostas infraestruturais. Ditas carências penalizam o cumprimento dos deveres institucionais, consequentemente, sobrecarregam os sujeitos que concretamente devem conduzir as ações da universidade no dia a dia. Sob este aspecto, foram elencadas necessidades a serem superadas, dentre as quais as que seguem:

Disponibilização de infraestrutura adequada: salas de ■reuniões e de atendimento discente por curso, laboratórios completos, auditório, biblioteca com acervo adequado aos

3TemaInfraestrutura

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Pauta local de reinvidicações dos docentes da UTFPR 17

critérios de avaliação dos cursos; salas/gabinetes para cada professor, equipamentos em salas de aula - computadores, projetores multimídia, ar condicionado/ventiladores, para as atividades de ensino, pesquisa e extensão.

Construção de um anfiteatro ao ar livre, tendo em vista o ■melhor atendimento ao crescente número de alunos.

Garantia de segurança nos câmpus e nos arredores da ■instituição.

Tendo em vista que o acesso dos discentes à UTFPR passou ■a ser feito unicamente por meio do ENEM, a paisagem social dos câmpus ganhou uma feição de maior pluralismo, pois passa a ser uma opção para candidatos de qualquer cidade brasileira. Sendo assim, emerge a necessidade de se solucionar o novo problema da moradia estudantil.

Pede-se também a melhoria da acessibilidade e infra- ■estrutura de locomoção pelo câmpus para pessoas com necessidades especiais, assim como a colocação de placas de sinalização e o reconhecimento de cidadãos com necessidades especiais de locomoção pelo câmpus.

Melhoria na qualidade e redução de preços da alimentação ■fornecida pelo Restaurante Universitário.

Sabe-se de novas instalações que suscitam inquietações quanto à infraestrutura e condições de trabalho, quando se leva em consideração carências tais como: segurança de&ciente nos câmpus, pouca iluminação, ausência de mobiliário para edi&cações novas (laboratório, salas, gabinetes, etc.), falta de cortinas, di&culdade de acesso para determinados lugares, existência de estacionamento esburacado e sem ordenamento, necessidade de paisagismo em alguns câmpus e ausência de planejamento.

Ponderou-se que, no tocante à infraestrutura, é primordial repensar a divisão do espaço físico. A tendência é de que os grandes departamentos tenham cada vez mais espaço, enquanto os pequenos

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Seção Sindical dos Docentes da UTFPR I SINDUTF-PR18

funcionem sem área física e em condições insalubres (inclusive onde chove dentro) e se continua a criar cursos sem resolver os problemas dos já existentes.

A reitoria deverá articular, junto aos poderes públicos, a ■configuração de políticas de segurança no entorno dos câmpus.

A reitoria e as direções de câmpus devem levantar, junto ■à comunidade docente, demandas infraestruturais para a aplicação eficiente e eficaz dos recursos obtidos para seu atendimento.

Cabe à reitoria apoiar a implantação de moradias para ■estudantes.

Reinvidicações

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Pauta local de reinvidicações dos docentes da UTFPR 19

Texto de apoio

É notória a defasagem que se criou no interior das univer-sidades federais brasileiras no tocante ao efetivo de docentes e técnicos-administrativos para as demandas decorrentes dos processos de expansão universitária. O ANDES-SN tem denunciado insistentemente o descompasso entre demandas universitárias e disponibilidade de docentes e técnicos-administrativos nas IFEs. A realidade alcançou níveis dramáticos, contribuindo para que um novo campo de pesquisa cientí&ca fosse posto em tela: a saúde do pro&ssional docente. De fato, as mazelas da expansão dos serviços universitários, sem a correspondente expansão do número de servidores para atendê-los, têm sobrecarregado os pro&ssionais docentes e técnicos-administrativos com um “mais-trabalho” insano, improdutivo e danoso à sua saúde física e psicológica.

A configuração do problema relacionado à valorização docente traz à tona fatos do cotidiano que demandam atenção da administração. Neste sentido, emerge a necessidade de garantia de uma divisão justa de horas/aula pelas che&as, pois existem departamentos onde alguns docentes são sobrecarregados com aulas (mesmo tendo projetos e ações na pós-graduação), enquanto outros têm poucas horas/aula (e nenhuma outra atividade adicional).

4TemaValorização docente e contratação de pessoal

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Seção Sindical dos Docentes da UTFPR I SINDUTF-PR20

Além disso, a participação de docentes em congressos (ou viagens de estudo) é impensável, pois segundo a atual estrutura é necessário que os alunos concordem com a reposição proposta pelo professor (o que já é bastante difícil) e esta reposição efetivamente tem que ser física/presencial. Por que não utilizar as APS para estas situações? Para a saída já existe a necessidade de aprovação e apresentação de um plano de reposição; se ele for adequado, por que a necessidade de ser presencial? Não queremos criar autonomia nos nossos discentes? Mas a única maneira de fazer isso é com o professor em sala de aula?

As situações acima descritas são constatadas nas instituições distribuídas em todo o território nacional. Essas condições também têm sido sentidas pelos docentes da UTFPR, que manifestam seus sofrimentos com base na experiência vivida no cotidiano de seus afazeres. A partir dos levantamentos foram apontadas, dentre outras, as necessidades de:

Contratação de docentes para adequação de número de ■aulas, eliminando-se a sobrecarga de trabalho.

Contratação de profissionais técnicos-administrativos e ■laboratoristas efetivos, necessários para as atividades de ensino, pesquisa e extensão.

Reposição imediata de vagas por motivos de aposenta- ■doria, morte ou exoneração, por meio da contratação de professores efetivos (das atuais carreiras de ensino superior e EBTT).

Contração de professores substitutos nos casos previstos ■em lei, mantendo a isonomia no exercício de suas funções, com equiparação salarial e distribuição equitativa das atividades em relação aos docentes efetivos.

Revisão da configuração do sistema acadêmico que não ■considera as atividades de pós-graduação como trabalho docente.

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Pauta local de reinvidicações dos docentes da UTFPR 21

Consideração das atividades docentes na sua integralidade ■(ensino, pesquisa e extensão), independentes do nível/modalidade de ensino em que o professor atua, incluindo atividades docentes em outras instituições de ensino quando desenvolvidas em convênios/parceria com a UTFPR.

Valorização dos docentes aposentados, possibilitando ■que permaneçam com elos institucionais, mantendo seus e-mails institucionais e desenvolvendo uma política de comunicação com esses professores.

Mudança do formato da avaliação do Estágio Probatório, ■sugerindo-se que a avaliação deve ser anual e contar com a participação da chefia imediata e do servidor a ser avaliado e acompanhada pela devida comissão (CIS para técnicos-administrativos, ou NPPD para os docentes) tendo em vista a garantia de imparcialidade do processo.

Ampliação do quadro de professores, visando reduzir ■o excesso de alunos em algumas turmas e redução das cargas horárias dos professores que coordenam projetos de pesquisa e extensão.

Contratação urgente de mais técnicos-administrativos para ■implantação de serviços que vêm se fazendo necessários nos diversos câmpus, seja por causa da sua ampliação como, por exemplo, necessidade de um protocolo e maior número de laboratórios que, atualmente, não possuem laboratoristas em nenhum período e outros que possuem, mas não em período integral.

Discussão democrática dos critérios de avaliação dos ■docentes, com a revisão imediata dos instrumentos de avaliação do docente pelo discente, implementando uma política efetiva de avaliação e de melhoria da qualidade de ensino e eliminando-se riscos de injustiças.

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Seção Sindical dos Docentes da UTFPR I SINDUTF-PR22

Revisão das normas que regem os estágios não obrigatórios ■dos estudantes da UTFPR.

Valorização dos docentes aposentados, possibilitando ■que permaneçam com elos institucionais, mantendo seus e-mails institucionais e desenvolvendo uma política de comunicação com esses professores.

Contratação de profissionais técnicos-administrativos e labo- ■ratoristas efetivos, necessários para as atividades de ensino, pesquisa e extensão, com a reposição imediata de vagas por motivos de aposentadoria, morte ou exoneração.

Discussão democrática dos critérios de avaliação docente, ■com a revisão imediata dos instrumentos de avaliação do docente pelo discente.

Consolidação da pós-graduação por meio da valorização ■de suas atividades, as quais devem ser consideradas como trabalho docente.

Mudança imediata do formato da avaliação do Estágio ■Probatório, adequando-o à lei.

Convocação do COUNI para que discuta a modificação do ■regulamento de progressão na carreira EBTT, desconside-rando o parágrafo 5 do artigo 120 da Lei 11784, também para professores posicionados na Classe D3, Nível 4, permitindo que possam ascender para a classe D4. Dessa forma, corrige-se uma injustiça quando da elaboração dos critérios de acesso à classe D5, já que a ascensão às duas classes estava subordinada à desconsideração do parágrafo e do artigo citados acima.

Reinvidicações

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Texto de apoio

A concepção de universidade defendida pelo ANDES-SN consiste na indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. São estes os três eixos que dão sustentação à universidade neces-sária, voltada para o interesse da emancipação humana. Noutros termos, a universidade necessária é chamada a se comprometer com os destinos do povo, quali&cando os novos pro&ssionais para o exercício da cidadania, sensibilizando-os para a valorização dos princípios democráticos e a elevada responsabilidade cientí&ca e tecnológica com que devem pautar sua intervenção.

Ora, a reforma do Estado, na forma como vem sendo conduzida pelos últimos governos federais, amiúde diverge desta concepção e busca atrelar a universidade aos ditames da economia de mercado, com danosos efeitos sobre a vocação cidadã das universidades. Decorrente das concepções neoliberais que têm orientado os gestores do Estado brasileiro, os servidores da universidade passam a ser cobrados a partir da lógica produtivista. No mesmo diapasão, a universidade, acaba por ser colocada sob a égide do empresa-riado, em detrimento dos interesses do povo a que deveria servir. Contraditoriamente, tem-se, então, uma universidade disponível para o mercado a desenvolver sistemas de avaliação e controle

5TemaQuestões sobre ensino, pesquisa,

extensão e capacitação docente

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que induzem docentes e técnicos-administrativos a assumirem os modos de ser de fazedores acríticos.

Por outro lado, esta condição mercantilista imposta aos docentes bloqueia suas possibilidades de avanço na formação continuada, atrapalhando seus planos de alcançar a titulação por meio dos cursos de mestrado e doutorado, e até mesmo impedindo-os pela falta de apoio e liberação para a realização de tais estudos. Com efeito, o insu&ciente número de docentes potencializa o assédio moral, posto que as che&as tendem a di&cultar o afastamento de colegas, negando-lhes a concessão de licenças para a frequência dos cursos stricto sensu. O torniquete é imposto com rigor a ponto de, alhures, algum gestor da administração superior da UTFPR haver a&rmado que “a titulação por meio do mestrado ou doutorado não é da conta da universidade, mas um problema particular do professor.”

Outrossim, para que haja formação integral do pro&ssional, aliando-se questões técnicas e humanas, faz-se necessário que diferentes áreas componham as matrizes curriculares de todos os cursos. No entanto, as exigências do mercado e da própria avaliação que o MEC realiza, ressaltam a importância da formação humana em todos os cursos indistintamente. Além disso, a departamentalização, processo novo pelo qual a Instituição está passando, requer uma postura democrática no encaminhamento do debate. Com isso, esperam-se de todos os dirigentes ações e políticas igualmente distribuídas entre as diversas áreas do conhecimento presentes em nossa Instituição e a valorização de seus docentes dentro dos departamentos, dando-lhes igual direito de voz e atendimento de suas necessidades, seja de espaço para trabalho, condições físicas e materiais ou de condições &nanceiras para sua atualização acadêmica.

Com efeito, as diretrizes impostas pela lógica do mercado culminam com o direcionamento da formação pro&ssional para a racionalidade instrumental, em detrimento dos interesses da sociedade. Cabe à universidade necessária primar pela formação excelente das pessoas, subsidiando-as para que alcancem princípios teóricos e habilidades para a ação equilibrada entre o saber e o

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fazer, de modo que seja garantido o compromisso com a Vida e com os seres humanos, acima de qualquer bem. Neste sentido, a SINDUTF-PR ressalta a urgência de se resgatar o papel fundamental das ciências humanas na formação dos novos pro&ssionais, para o exercício crítico de suas ações.

A partir do debate acontecido nos câmpus da UTFPR emergiram constatações e di&culdades comuns, as quais estão distribuídas num vasto leque, podendo-se ressaltar os seguintes pontos:

Fortalecimento das graduações, pós-graduações e dos ■cursos da área de ciências humanas.

Implementação de uma política de capacitação do ■quadro docente, com estímulo para o aperfeiçoamento profissional.

Adequação das diretrizes/métricas relativas ao limite ■máximo de aulas semanais, defendendo como limite

máximo de 12 horas/aula semanais para docentes 40h e DE sem atuação em pós-graduação stricto sensu, com consequente adequação da legislação institucional perti-nente para que valha em todos os câmpus da UTFPR.

Estabelecimento de uma métrica no contexto da carga ■horária de atividades de ensino, em horas-aula ou fração de hora-aula, para as seguintes atividades de apoio ao ensino:

Orientação de Trabalho de Conclusão de Curso/TCC. ■

Orientação de Estágio Curricular Supervisionado. ■

Orientação de Estágio em Licenciatura. ■

Orientação de Trabalho de Iniciação Científica/TIC. ■

Orientação no Programa Institucional de Bolsas de ■Iniciação Científica PIBIC.

Orientação no Programa Institucional de Bolsas de ■Inovação Tecnológica/PIBIT.

Demais orientações institucionais. ■

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Revisão das métricas de distribuição de aulas, contemplando as atividades extraclasse, tais como a Orientação no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID.

Regulamentação dos limites dos cargos de direção. ■

Designação da carga horária individualmente para cada ■atividade formalmente registrada pelo docente dentro da Instituição.

Discussão relativa ao número de alunos em sala de aula, ■respeitando particularidades e diversidades disciplinares e de cursos.

Revisão dos critérios de liberação dos docentes para licença ■capacitação, possibilitando que seja utilizada de forma mais ampla, incluindo disciplinas de pós-graduação, por exemplo.

Liberação de docentes (que já tenham adquirido direito) ■para licença capacitação.

Democratização da política de licenças e afastamentos ■relacionados com a qualificação profissional.

Contratação imediata de professores substitutos para ■suprir a vaga dos professores afastados para qualificação, de acordo com a demanda profissional.

Instauração de programa institucional emergencial de ■qualificação/titulação docente em programas de pós-graduação stricto sensu. Saída integral do professor com a utilização de professores substitutos.

Política de capacitação com planejamento Institucional ■para permitir o direito à licença capacitação.

Definição de uma política de limitação do número de ■alunos por sala de aula, considerados os excessos que vêm ocorrendo, em que se verificam turmas com mais de cinquenta estudantes, tendo em vista a excelência acadêmica a ser alcançada.

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O exposto evidencia a gravidade do tema e o interesse que desperta na comunidade. Fazendo coro com os clamores das bases deste sindicato, a SINDUTF-PR apresenta ao Magní&co Reitor as reivindicações seguintes.

A reitoria deverá empenhar-se para: ■

Fortalecer as graduações, pós-graduações e os cursos da ■área de ciências humanas.

Valorizar as diferentes áreas que compõem a estrutura ■dos cursos da Instituição, por meio da abertura de vagas de acordo com a demanda e a garantia de disciplinas de humanidades em todos os cursos.

Viabilizar o retorno dos cursos técnicos integrados. ■

Implementar uma política de capacitação do quadro docente ■com estímulo para o aperfeiçoamento profissional.

Rever critérios de liberação dos docentes para licença ■capacitação, possibilitando que seja utilizada de forma mais ampla, incluindo disciplinas de pós-graduação, por exemplo.

Adequar as diretrizes/métricas relativas ao limite máximo ■de aula semanais, defendendo como limite máximo de 12 horas/aula semanais para docentes 40h e DE sem atuação em pós-graduação strictu sensu, com consequente adequação da legislação institucional pertinente para que valha em todos os câmpus da UTFPR.

Estabelecer uma métrica no contexto da carga horária de ■atividades de ensino, em horas-aula ou fração de hora-aula, para as atividades de apoio ao ensino.

Reinvidicações

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Texto de apoio

A representação da categoria docente nos câmpus da UTFPR padece sob entraves estruturais que precarizam as formas de cumprimento de suas funções. Há uma somatória de elementos que amplia as barreiras para o exercício sindical na UTFPR, pois os processos de expansão universitária distribuem os docentes por vários municípios, separados por centenas de quilômetros. Por outro lado, dirigentes sindicais, nesta universidade, devem cumprir as métricas tendo, portanto, que perfazer as mesmas jornadas que os demais colegas. Sendo assim, o trabalho sindical passa a ser desenvolvido “franciscanamente”, onde o altruísmo, a gratuidade espiritual e a convicção política tornam-se os moventes da ação. Por outro lado, ainda que as distâncias sejam amenas, como é o caso de Curitiba, com instalações no centro e no Ecoville, permanecem as di&culdades de acompanhamento sindical, devido aos compromissos que os dirigentes sindicais devem cumprir junto a seus estudantes.

Por outro lado, o fato do ANDES-SN ter uma abrangência nacional e trabalhar com uma agenda de atividades ora em Brasília, ora em alguns dos estados, cabe à SINDUTF-PR organizar-se para se fazer representar naquelas instâncias. Contudo, tanto os dirigentes

6TemaRepresentação da categoria docente

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residentes em Curitiba quanto os que moram no interior do Estado encontram di&culdades para participar, pelos mesmos motivos: todos estão submetidos à carga habitual de trabalho, uma vez que nenhum dirigente sindical tem qualquer redução de carga horária para o mandato sindical.

Outro fator que contribui para a lentidão das ações sindicais está no fato de que parte dos membros são docentes aposentados, os quais meritoriamente permanecem solidários com a defesa dos direitos da categoria, mas se ressentem da presença legitimadora dos colegas da ativa, pois o professor aposentado intimida-se ante a iminência de conduzir os destinos da categoria. Contudo, os docentes em atividade priorizam a docência e se desinteressam pela atividade sindical, pois, além de ser trabalho voluntário, trata-se de trabalho adicional, conforme exposto anteriormente.

A mais urgente das reivindicações possíveis quanto a este tema diz respeito à liberação para o mandato classista.

A reitoria, em conjunção com as direções dos câmpus, ■deverá elaborar políticas que permitam a liberação de dirigentes para o cumprimento dos mandatos sindicais.

A reitoria deverá garantir espaço para a instalação de ■escritório da SINDUTF-PR em cada câmpus.

Reinvidicações

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