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pavimento
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16 Concurso Falco Bauer
Cmara Brasileira da Indstria da Construo Civil Premiando a Qualidade
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PAVIMENTAAO URBANA DE BAIXO CUSTO COM APROVEITAMENTO DO LEITO NATURAL
1- Introduo
H muito tempo que venho ouvindo de muncipes e empresrios da rea de loteamentos a mesma indagao sobre pavimentao urbana: - por que a pavimentao de ruas nas cidades to caro e dispendioso, com elevado valor por metro quadrado - ???? Estimulado por essa questo, comecei a estudar casos e fatos reais sobre pavimentao de baixo custo e como o tema proposto dentro da rea rodoviria. O tema me conduziu para pesquisas em um grande nmero de trabalhos e estudos apresentados em encontros brasileiros de pavimentao; mas ainda continuava a me instigar e ainda no me satisfazia completamente sobre a questo da economia e da viabilidade tcnica na sua execuo. O que apresentado no meio tcnico como baixo custo, no mximo econmico, pelo menos em nossa regio, no se traduzindo em opo vivel devido maior dificuldade na sua execuo. Assim sendo, este trabalho no tem carter acadmico e nem um receiturio tcnico, traduz apenas a experincia acumulada por mim nestes ltimos anos na execuo de obras virias, em estudos divulgados sobre o tema, e em vrios ensaios realizados pelo laboratrio Porto Salmi nas obras da regio e em pesquisas geotcnicas com os solos locais. O resultado ser apresentado em fotos da execuo de um caso real de pavimentao de baixo custo com o aproveitamento do leito natural, como elemento principal do conjunto. O conjunto demonstrar ser suficientemente eficaz para condies de solicitao do trfego tpico de vias urbanas, e pelo fato de diferir da clssica definio de pavimentao onde ao invs de: uma estrutura capaz de resistir e distribuir ao subleito os esforos produzidos pelo trfego, para o nosso caso de baixo custo, a diferena ser: ........resistir e distribuir ao leito natural os esforos produzidos pelo trfego, onde acredito ser, portanto, nosso projeto/definio para baixo custo, uma inovao tecnolgica na pavimentao urbana.
16 Concurso Falco Bauer
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2- Aumento da Produtividade e Reduo de Custos Para que possamos discorrer sobre o aumento de produtividade e reduo de custos em nosso tema, temos que inicialmente entender como tudo comeou:
2.1 A pavimentao com solos
O tema pavimentao com uso de solos em termos mundiais j vem de longa data, a maior preocupao neste tipo de pavimento para ser um sucesso ou no, sempre foi, principalmente, umidade e o contato com a gua. A comisso de estradas de Massachussets 1893 j dizia que o primeiro princpio cientfico de construo de estradas poderia ser expresso em 3 palavras:
Uma Fundao Seca Em seguida, por volta de 1959 o eng. Francisco Maia de Oliveira do IPR/DNER em seu livro de drenagem citou o seguinte refro popular:
uma boa estrada requer um teto impermevel e um poro seco Tudo com clara indicao da importncia fundamental e preocupao com a umidade no sistema de pavimentao com o uso de solo. Por volta de 1975 o DER de So Paulo deu incio a um extenso programa de estradas, executadas com o uso de solos laterticos em camadas de base, onde antes o solo era apenas usado como reforo de subleito e sub-base. Atualmente existe um grande nmero de trabalhos e tcnicas executivas com o uso de solo na pavimentao, onde tradicionalmente est incluso nos servios a executar, a abertura de caixa e sua melhoria do subleito, conforme especificaes tpicas de projeto. Nossa proposio encontra-se em no fazer a tradicional abertura de caixa, apenas executar a sua melhoria no leito natural, sem a necessidade de terraplenagem de abertura da caixa. A camada do leito assim tratada, ter a resistncia estrutural suficiente para lhe permitir o emprego como base em pavimentos flexveis de baixo custo. Essa resistncia mantida enquanto a umidade do solo continuar baixa e inalterada.
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O QUE UM PAVIMENTO ??
uma estrutura construda aps terraplenagem e destinada, em seu conjunto a:
Resistir e distribuir ao subleito (ou ao leito natural) incluso que desejamos para baixo custo - os esforos verticais produzidos pelo trfego; Melhorar as condies de rolamento quanto comodidade e segurana; Resistir aos esforos horizontais que nela atuam, tornando mais durvel a superfcie de rolamento.
2.2 Etapas executivas do sistema tradicional e alternativo
SISTEMA TRADICIONAL A primeira etapa de execuo a abertura de caixa; melhoria do subleito; base granular; imprimao com CM-30; ligante RR-1C e revestimento com CBUQ.
SISTEMA DE BAIXO CUSTO A primeira etapa de execuo o nivelamento e a compactao homogeneizada do leito; espalhamento de RART com cravao; ligante RR-1C e revestimento com CBUQ.
PERGUNTAS ???
Porque no utilizamos o solo do leito natural como base nas pavimentaes de nossos empreendimentos ao invs de utilizarmos procedimentos executivos tradicionais e o uso de britas em camadas espessas, em ruas com pouco trfego e de veculos leves
Porque no contribuirmos com o meio ambiente economizando minerais no renovveis da natureza
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3 - O Sistema de Pavimentao de Baixo Custo 3.1 Estabilizao de solos
a utilizao de um processo qualquer de natureza fsica, fsico-qumica, qumica ou mecnica, de forma a tornar esse solo para os limites de seu uso e ainda fazer com que esta estabilidade permanea sob a ao das cargas exteriores e climatricas variveis. Estrada arenosa: boa na chuva, mas faz muito p na seca Estrada argilosa: boa na seca, mas faz muito barro na chuva Propriedades positivas = SOLO ESTABILIZADO
3.2 Compactao do leito natural
O conceito fundamental desta tcnica encontra-se na execuo da elevada compactao homogeneizada. O controle de compactao de campo se dar, atravs de uma rigorosa inspeo tecnolgica, sendo que sua aplicao atravs da alta densidade com baixa umidade elevar certamente o valor do CBR in-situ, sendo esta caracterstica fundamental para o sucesso da estrutura.
3.3 Espalhamento da camada de Reforo Anti Reflexo de Trincas RART
Essa camada espalhada e cravada sem sobrepor uma brita sobre a outra, ter a funo de reforar e/ou estruturar e impermeabilizar a camada superficial do leito natural, assim como, absorver as possveis trincas de retrao do solo compactado. Aps sua execuo aplicar e compactar normalmente, o revestimento asfltico delgado.
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3.4 Informaes tcnicas de projeto
Consideraes do trfego: N= 104 e 105 com nmero de veculos leves at 400/dia e de at 10 o nmero de caminhes e nibus/dia.
Classificao geotcnica: Atender a metodologia MCT
Granulometria: Dimenso mxima do solo 2 mm
Resistncia: RIS do mini-CBR da metodologia MCT > 60% DCP (Dinamic Cone Penetration) in-situ com valor de CBR > 60%
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FOTOS PAVIMENTO DE BAIXO CUSTO
Nivelamento e compactao do leito
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Espalhamento da camada de RART
Camada de RART com pintura ligante
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Detalhe de camada de RART
Detalhe de RART e revestimento CBUQ
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Aplicao de revestimento em CBUQ
Revestimento final em CBUQ
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Pavimentao finalizada para uso
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4 - Custo comparativo das estruturas
TRADICIONAL Considerando os valores atualizados para uma estrutura composta de: Abertura de caixa com melhoria do subleito, aplicao de 10 cm base granular de BGS compactada, imprimao com CM-30, ligante com RR-1C e aplicao de 3cm de revestimento em CBUQ temos:
Item Descrio dos Servios Trecho Valor
un. (R$) Valor
Total (R$)
1 Abertura de caixa e melhoria do subleito
7000 m2 8,00 56.000,00
2 Base de brita graduada simples (10cm)
700 m3 136,00 95.200,00
3 Imprimao Impermeabilizante c/ CM 30
7000 m2 4,00 28.000,00
4 Pintura de ligao com RR-1C/2C 7000 m2 2,00 14.000,00
5 Revestimento asfltico com CBUQ (0,03)
210 m3 600,00 126.000,00
Total do trecho (7.000 m2) pavimentado = R$ 319.200,00 ou 45,60 / m2
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BAIXO CUSTO Considerando a base dos valores aplicados na estrutura tradicional teremos: Nivelamento do leito natural com melhoria, aplicao de 1,9cm da camada de RART cravada com ligante, e aplicao de 2,5cm de revestimento com CBUQ denso temos:
Item Descrio dos Servios Trecho Valor
Un. (R$)
Valor Total (R$)
1 Leito natural de solo local (0,12) (regularizao/homogeneizao/compactao) 7000 m
2
3,00 21.000,00
2 Camada reforo anti-reflexo RART(0,019) (nivelamento / compactao cravada) 7000 m
2
3,00 21.000,00
3 Imprimao ligante RR-1C 7000 m2 3,00 21.000,00
4 Revestimento asfltico com CBUQ (0,025) 7000 m2
20,00
140.000,00
Total do trecho pavimentado = R$ 203.000,00 ou 29,00/ m2
Diferena com o tradicional / Km = R$ 116.200,00 36,0% menor que o tradicional
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5 - Concluso
Estrutura tradicional de fcil construo, tem milhares de kilometros construdos, porm, caro ou algumas vezes invivel.
Estrutura de baixo custo proposta prtico, rpido, tecnicamente vivel, sem tradio, depende de boa drenagem e um bom controle tecnolgico, porm, mais barato e vivel.
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Referncias
DOUGLAS FADUL VILLIBOR et al; Pavimentos de Baixo Custo para Vias Urbanas. Bases Alternativas com Solos Laterticos, So Paulo, 2007.
Manual Tcnico para Conservao e Recuperao; ESTRADAS VICINAIS DE TERRA, IPT Instituto de Pesquisas Tecnolgicas do Est. SP, 1988
Afonso Taboza Pereira; Bases de Solos Argilosos em Pavimentos Flexveis- subsdios para projeto e construo, XIV Reunio Anual de Pavimentao ABPv e DER-PB, 1978.
Joo Ogurtsova; Pavimentos de baixo custo sobre solos argilosos revestidos com membrana impermevel de geotextil no-tecido e asfalto, XXV Reunio Anual de Pavimentao ABPV SP, 1991.
Nogami, J.S.; Villibor, D. F. Pavimentao de baixo custo com solos laterticos. So Paulo: VILLIBOR, 1995
ITA Instituto Tecnolgico da Aeronutica; Curso de Pavimentao, Porto Salmi Controle Tecnolgico, 2002
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COMAT / CEBIC
810 ENIC ENCONTRO NACIONAL DA INDUSTRIA DA CONSTRUO
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