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A evolução da escrita latina Paleografia e Diplomática – 2010/2011

Pd 10 11 evolucao da escrita latina

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A evolução da escrita latina

Paleografia e Diplomática – 2010/2011

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Nova escrita comum romana

Letra usada nas chancelarias provinciais romanas a partir dos finais do séc. III d.C.

Passa daí para os reinos bárbaros da Alta Idade Média

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Escrita uncial

Usada nos sécs. IV-IX como escrita librária, em manuscritos de luxo e contendo textos bíblicos

Posteriormente, usada apenas nos títulos e maiúsculas

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Escrita semi-uncial

Apesar do nome, sem relação com a escrita uncial Usada nos sécs. V-VII sobretudo como escrita de

textos de estudo das comunidades e escolas religiosas

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Unidade gráfica do Império Romano substituída por particularismo gráfico durante a Alta Idade Média

Escritas “nacionais”

Combinação da nova escrita comum com a uncial, a semi-uncial e com elementos próprios da evolução gráfica de cada reino:

França – escrita merovíngia Ilhas Britânicas – escritas insulares Itália meridional – escrita beneventana Península Ibérica – escrita visigótica

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Escrita merovíngia

Directamente derivada da nova escrita comum romana Usada desde o séc. VII ao IX

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Escrita beneventana

Usada entre os sécs. VIII-XIII Difundida a partir da abadia

de Montecassino (fundada por S. Bento em 529)

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Escritas insulares

Grandemente influenciadas pela cultura celta

Escritas de manuscritos, uma mais solene e directamente influenciada pela semi-uncial, outra própria de manuscritos menos solenes

Usadas até ao séc. X na Inglaterra, até ao séc. XII na Irlanda

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Escrita visigótica

Usada entre os sécs. VIII e XII Directamente derivada da nova escrita comum, com

prováveis influências árabes Mais antigo documento original datado procedente de

território português: 882 (mosteiro de Cete) Último vestígio em Portugal na escrita documental:

1172 (mosteiro de Pedroso) Vários tipos distintos:

Cursiva Redonda De transição para a carolina

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Visigótica cursiva Usada no território português de 882 a 1101 Rude, grosseira, com muitos nexos Letras de corpo pequeno e hastes e caudas de

tamanho exagerado

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Visigótica redonda

Usada no território português de 1014 a 1123 (em documentos)

Escrita caligráfica, de formas arredondadas e módulo pequeno

Usada sobretudo em códices mas também em documentos

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Visigótica de transição para a carolina Usada no território português de 1054 a 1172 Mistura características da escrita visigótica com as

da escrita carolina

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Carolina

Escrita redonda de formas simples e equilibradas, com raros nexos e letras bem separadas

Nascida da evolução das escritas merovíngia, semi-uncial e pré-carolinas, buscando uma escrita clara e facilmente legível

Surge no final do séc. VIII e mantém-se até aos sécs. XI-XII (mais tarde nas regiões periféricas do Ocidente europeu)

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A escrita carolina em Portugal

Introduzida a partir de finais do séc. XI, no contexto da implantação da reforma gregoriana

Primeiro testemunho: subscrição autógrafa do bispo de Coimbra Maurício Burdino, francês, de 1103

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Entra em Portugal muito influenciada pela escrita gótica, então já em desenvolvimento na França – designa-se preferencialmente por carolino-gótica

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Carolina – séc. IX

Carolino-gótica portuguesa – séc. XII

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Escrita gótica

Designação dada pelos humanistas para o tipo de escrita difundida na Europa a partir do séc. XII e até ao séc. XVI

Escrita traçada com pena de bico assimétrico, que permite fazer letras em que alternam os traços finos e os grossos

Letras com pequenos traços de ataque e de fuga, encostadas umas às outras, com palavras separadas umas das outras

Vários tipos, consoante a época e o fim a que o escrito se destinava

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Góticas documentais Minúscula diplomática Góticas cursivas Bastarda

Góticas librárias Solenes (textura ou formata Semi-solenes Universitárias Bastarda

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Góticas documentais

Minúscula diplomática Usada do final do séc. XI ao XIII Letras bem separadas,

com corpo pequeno e grandes hastes e caudas

Parte superior das hastes por vezes decorada com laços

Sinal geral de abreviatura transformado num nó

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Góticas cursivas Usadas entre os sécs. XIII e XV Escritas rápidas, com laços nas hastes e caudas,

nexos e ligaduras entre as letras, por vezes muito personalizadas

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Bastarda Usada nos sécs. XIV e XV Resulta de um processo de caligrafização da gótica

cursiva Grande contraste entre traços finos e grossos, forte

angulosidade

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Góticas librárias Solenes (textura ou formata)

Próprias de manuscritos litúrgicos

Letras de módulo grande, com formas muito geometrizadas

Muitas variantes diferentes

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Semi-solenes Usadas em manuscritos de

menor importância e luxo Menos caligrafadas Muitas variantes

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Escritas universitárias Usadas nos sécs. XIII-XV

nos livros universitários Módulo pequeno, separação

de palavras, mancha gráfica densa

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Escrita bastarda Escrita documental

usada em livros em vernáculo

Usada na segunda metade do séc. XIV e sobretudo no séc. XV

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Escritas humanísticas

Criadas em Itália no início do séc. XV como reacção contra as escritas góticas por Poggio Bracciolini (1380-1459)

Copiada da escrita carolina, considerada como tendo formas belas, equilibradas e grande legibilidade

Distinção entre: Redonda Cursiva ou itálica

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Humanística redonda Minúsculas

semelhantes às da escrita carolina

Maiúsculas inspiradas nas capitais epigráficas romanas

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Humanística cursiva Criada no séc. XV por Niccolo

Niccoli Combina características da

escrita documental tradicional e da humanística redonda

Facilmente reconhecível pela sua inclinação à direita

Dá origem a uma escrita cursiva muito usada nos sécs. XVII a XIX

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Humanística em Portugal: a escrita da Leitura Nova

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Escritas cursivas dos séculos XV a XVII

Resultam da evolução da gótica cursiva Apresentam graus diferenciados de influência da

humanística, nomeadamente no desenho de algumas letras maiúsculas

Letras arredondadas, com muitos laços e nexos a uni--las e deformá-las

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Escrita cortesã Usada de meados do

séc. XV até ao séc. XVI Associada às cortes

régia e senhoriais Letras arredondadas,

muitos laços e nexos

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Escrita processada Usada desde o final do séc. XV até ao séc. XVII Características semelhantes à escrita cortesã, mas

muito mais cursiva e irregular Letras estendidas e unidas com nexos e ligaduras

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Escrita encadeada Escrita traçada sem levantar a pena na moda durante

a 2ª metade do séc. XVI e o séc. XVII Letras e caudas diminuem, arredondam-se e formam

nexos com as letras que as precedem e seguem

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Escritas modernas

Usadas a partir do século XVI Derivam das escritas de chancelaria inspiradas na

humanística cursiva Apresentam uma inclinação para a direita e são mais

ou menos legíveis de acordo com a mão que as traça e a cursividade que apresentam

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