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Pedagogia da Autonomia Saberes necessários à prática educativa Paulo Freire

Pedagogia Da Autonomia 2003 Office 2003

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Pedagogia da AutonomiaSaberes necessários à prática educativa

Paulo Freire

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• Ele fala da esperança e do otimismo necessários para mudanças e da necessidade de nunca se acomodar, pois "somos seres condicionados, mas não determinados".

• Paulo Freire apresenta três temas básicos para construir a Pedagogia da Autonomia, que leva à formação para vida, são eles:

• a) não há docência sem discência; • b) ensinar não é transferir conhecimento e;• c) ensinar é uma especificidade humana.

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• Paulo Freira enfatiza a necessidade de respeito ao conhecimento que o aluno traz para a escola, visto ser ele um sujeito social e histórico, e da compreensão de que "formar é muito mais do que puramente treinar o educando no desempenho de destrezas" (p.. 15).

• Define essa postura como ética e defende a idéia de que o educador deve buscar essa ética, a qual chama de "ética universal do ser humano"(p. 16), essencial para o trabalho docente.

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• Dessa forma, deixa claro que o ensino não depende exclusivamente do professor, assim como aprendizagem não é algo apenas de aluno.

• "Não há docência sem discência, as duas se explicam, e seus sujeitos, apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro.

• Quem ensina aprende ao ensinar, e quem aprende ensina ao aprender" (p. 25).

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• Ensinar, para Freire, requer aceitar os riscos do desafio do novo, enquanto inovador, enriquecedor, e rejeitar quaisquer formas de discriminação que separe as pessoas em raça, classes...

• É ter certeza de que faz parte de um processo inconcluso, apesar de saber que o ser humano é um ser condicionado, portanto há sempre possibilidades de interferir na realidade a fim de modificá-la.

• Acima de tudo, ensinar exige respeito à autonomia do ser do educando.

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• O professor que desrespeita a curiosidade do educando, o seu gosto estético, a sua inquietude, a sua linguagem, mais precisamente, a sua sintaxe e a sua prosódia;

• o professor que ironiza o aluno, que o minimiza, que manda que "ele se ponha em seu lugar" ao mais tênue sinal de sua rebeldia legítima, tanto quanto o professor que se exime do cumprimento de seu dever de propor limites à liberdade do aluno, que se furta ao dever de ensinar, de estar respeitosamente presente à experiência formadora do educando, transgride os princípios fundamentalmente éticos de nossa existência (p. 66).

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• Para tanto, é preciso querer bem, gostar do trabalho e do educando.

• Não com um gostar ou um querer bem ingênuo, que permite atitudes erradas e não impõe limites, ou que sente pena da situação de menos experiente do aluno, ou ainda que deixa tudo como está que o tempo resolve, mas um querer bem pelo ser humano em desenvolvimento que está ao seu lado, a ponto de dedicar-se, de doar-se e de trocar experiências, e um gostar de aprender e de incentivar a aprendizagem, um sentir prazer em ver o aluno descobrindo o conhecimento.

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• Segundo Freire, "o educador que 'castra' a curiosidade do educando em nome da eficácia da memorização mecânica do ensino dos conteúdos, tolhe a liberdade do educando, a sua capacidade de aventurar-se.

• Não forma, domestica"(p.63). • A autonomia, a dignidade e a identidade do

educando tem de ser respeitada, caso contrário, o ensino tornar-se-á "inautêntico, palavreado vazio e inoperante"(p.69).

• E isto só é possível tendo em conta os conhecimentos adquiridos de experiência feitos" pelas crianças e adultos antes de chegarem à escola.

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• Para Freire, o homem e a mulher são os únicos seres capazes de aprender com alegria e esperança, na convicção de que a mudança é possível.

• Aprender é uma descoberta criadora, com abertura ao risco e a aventura do ser, pois ensinando se aprende e aprendendo se ensina.

• Freire insiste na "especificidade humana" do ensino, enquanto competência profissional e generosidade pessoal, sem autoritarismos e arrogância.

• Só assim, diz ele, nascerá um clima de respeito mútuo e disciplina saudável entre "a autoridade docente e as liberdades dos alunos, (...) reinventando o ser humano na aprendizagem de sua autonomia

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• Para Freire, a educação é ideológica mas dialogante e atentiva, para que se possa estabelecer a autêntica comunicação da aprendizagem, entre gente, com alma, sentimentos e emoções, desejos e sonhos.

• A sua pedagogia é "fundada na ética, no respeito à dignidade e à própria autonomia do educando"(p.11).

• E é "vigilante contra todas as práticas de desumanização"(p.12).

• É necessário que "o saber-fazer da auto reflexão crítica e o saber-ser da sabedoria exercitada ajudem a evitar a "degradação humana" e o discurso fatalista da globalização"(p.12).

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• A esperança e o otimismo na possibilidade da mudança são um passo gigante na construção e formação científica do professor ou da professora que "deve coincidir com sua retidão ética" (p.18).

• Paulo Freire ensina os professores e as professoras a navegar rotas nos mares da educação orientados por uma bússola que aponta entre outros os seguintes pontos cardeais:

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• a rigorosidade metódica e a pesquisa, • a ética e estética, • a competência profissional, • o respeito pelos saberes do educando e o

reconhecimento da identidade cultural, • a rejeição de toda e qualquer forma de discriminação, • a reflexão crítica da prática pedagógica, • a corporeificação, • o saber dialogar e escutar,• o querer bem aos educandos, • o ter alegria e esperança,• o ter liberdade e autoridade, • o ter curiosidade,• o ter a consciência do inacabado...

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• Paulo Freire demonstra a todos os falantes da língua portuguesa, acostumados à maneira masculina de ver o mundo, a qual tem mantido invisível metade da humanidade os seres femininos, que a língua Portuguesa também nos proporciona as possibilidades do uso de linguagem que respeita a comparticipação visível e dignificante da mulher no mundo atual.

• Para Paulo Freire não existe unicamente o homem, o professor, o aluno, o pai mas também a mulher, a professora, a aluna, a mãe!

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Capítulo 1

• Freire coloca-nos “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua produção ou construção” e ‘ensinar necessita sem aprender e vice-versa”.

• O educador deve reforçar a capacidade critica do educando “o pensar certo” respeita os saberes dos educandos.

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• "Não há docência sem discencia", Paulo Freire mostra-nos que ninguém ensina sem aprender e ninguém aprende sem ensinar, justificando assim o pensamento que professor não é superior, melhor ou mais inteligente, porque domina conhecimentos que o educando ainda não domina, mas é, como o aluno, participante do mesmo processo da construção da aprendizagem; se isto não acontece, então temos a certeza que este processo está sendo falho.

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• Para despertar no educando a curiosidade que busca o conhecimento, segundo o autor, ensinar exige rigor metódico e diz também que a pesquisa se faz importante, pois nela se cria o estímulo e o respeito à capacidade criadora do educando.

• A escola e os professores precisam respeitar os saberes dos educandos e sempre que possível, trabalhar o seu conhecimento empírico, sua experiência anterior, estabelecendo uma necessária intimidade entre os saberes curriculares fundamentais aos alunos e a vivência social que eles têm enquanto indivíduos.

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• Ensinar exige do professor, acima de tudo, bom senso e comprometimento. Bom senso é saber que o educador deve respeito a autonomia, à dignidade, à identidade do educando, e ser coerente com este saber na prática, caso contrario o ensino torna-se ‘inautêntico, palavreado vazio e inoperante"

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Capítulo 2

• Freire nos faz conscientes do inacabamento como docente e também como seres humanos.

• “Saber que devo respeitar a autonomia, a identidade e a dignidade do educando e na pratica procurar a coerência com este saber”.

• A partir deste saber fundamental mudar é difícil, mas e possível que vai programar nossa ação político pedagogia.

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• "Ensinar não é transferir conhecimento", Freire deixa bem claro que os avanços pedagógicos não mais aceitam professores que somente falam e ditam as regras do saber na sala de aula. Isto constatamos quando vimos que "ensinar exige respeito à autonomia do ser do educando"; "ensinar exige bom senso"; "ensinar exige humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos dos educadores".

• Dessa forma, afasta-se o tradicional modelo de controlar o aluno através de imposições conceituais sobre este ou aquele assunto. Constrói-se em conjunto, por meio da contribuição, que permite participação e, conseqüentemente mais independência.

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Capítulo 3• Freire nos aborda a generosidade “o clima de respeito

que nasce das relações justas, serias, humildes, generosa, em que a autoridade docente e as liberdades dos alunos, questionam a participação dos pais diante escolha do futuro de seus filhos”.

• A educação não visa política por causa da decisão deste ou daquele educador, ela é política.

• Finalmente a sensibilidade com que Paulo Freire problematiza e toca o educador aponta para a dimensão estética de sua pratica que pode ser vista com alegria seriedade e simplicidade.

A educação como base de transformação social

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• "Ensinar é uma especificidade humana"; afirma que, o ato de ensinar, exige segurança, competência profissional e generosidade para que o educador tenha autoridade e liberdade na condução de suas aulas.

• Defende a necessidade de valores morais e éticos do educando, que resultaria em autoridade coerentemente democrática.

• Ser professor, para Freire, requer comprometimento, aproximar cada vez mais os discursos do educando as suas ações e estar ciente que no espaço escolar a sua presença não passa despercebida pelos alunos.

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• Destaca que somente quem sabe escutar é o que aprende a falar com os alunos. E é somente quem escuta paciente e criticamente, é capaz de falar com as pessoas.

• Para Freire, "ensinar exige quer bem aos educandos". Isto não significa que o professor seja obrigado a querer bem todos os alunos de maneira igual. Significa de fato, que a afetividade não assusta e que não existe receio em expressá-la.

• O professor deve descartar como falsa a separação radical entre seriedade decente e afetividade.