Excelentssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 00 Vara CVEL DE CURITIBA (PR)

Processo n 111.222.22..66.555.4.0001

Ao Declaratria de Dissoluo de SociedadeAutora : MARIA DO X

Ru: ANTNIO DO Y

ANTNIO DO Y,

j qualificado nos autos desta querela, vem, com o devido respeito presena Vossa Excelncia, por meio de seu patrono que abaixo assina, pleitear, com supedneo no art. 47 c/c art. 214, ambos do Estatuto de Ritos, a NULIDADE DO PROCESSO,em decorrncia do quadro ftico e direito abaixo evidenciados.1. A hiptese reclama Litisconsrcio Passivo Necessrio (CPC, art. 47)

O caso em lia, sem sombra de dvidas, demanda a vertente de litisconsrcio passivo necessrio, luz da regra contida no art. 47, do Cdigo Buzaid:CDIGO DE PROCESSO CIVIL

Art. 47 H litisconsrcio necessrio, quando, por disposio de lei ou pela natureza da relao jurdica, o juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme para todas as partes; caso em que a eficcia da sentena depender da citao de todos os litisconsortes no processo.

Verifica-se, logo com a pea proemial, que a Autora asseverou a existncia de relao jurdica entre o Ru e uma terceira pessoa, no caso o senhor Carlos ......, sendo este um pacto de contrato de compra e venda de quotas sociais(fl. 04):

5. Porm, o Promovido afirma ( Doc. 00 ) nos autos da Ao de Prestao de Contas contra ele movida pela ora Promovente, que desde o incio de outubro do ano 2000 no mais era scio na SOCIEDADE RDIO TOCADORA LTDA, posto que vendera suas quotas societrias para Carlos ......, mediante contrato de compra e venda, lavrado no Cartrio Y, nesta Capita. ( destacamos )

Dessarte, desde o incio da ao j era de conhecimento da parte Autora a existncia de terceiros interessados na demanda. No foi, assim, um acontecimento futuro, posterior promoo da querela.

O ento Desembargador Relator, Des. Cicrano de Tal, identificou, atravs de despacho proferido nos autos do Agravo de Instrumento n. 000000, que a ao pedia a insero de terceiros, pois que seriam atingidos pelos efeitos da sentena(fl. 89):

Com a mesma finalidade, determino juza monocrtica a intimao, em carter de urgncia, de Carlos ....... e Mardnio ................., este na pessoa do seu representante legal, a fim de que se manifestem sobre sua condio no presente litgio, assim como a respeito da existncia de algum interesse legitimamente protegido, tudo a ser devidamente a ser encaminhado a esta Corte, com a brevidade que o caso requer, pelo mesmo veculo agora empregado(fax). ( destaques nossos )

Seria, ento, tecnicamente, a ocasio propcia para ordenar que o Autor, na forma do que dispe o pargrafo nico, do artigo 47, do CPC, providenciasse a citao dos litisconsortes necessrios. Assim no foi feito.

Entretanto, os terceiros, acima citados no despacho proferido no agravo em tela, foram to-somente intimados a declinarem interesse sobre a condio dos mesmos no litgio e, mais, se haveria interesse no feito(fls. 168).

Diante disto, os terceiros no apresentaram defesa at porque no foram instados a tal propsito --, mas sim meros arrazoados onde declinaram interesse na causa(fls. 169/170 e 172/173).

Alis, Vossa Excelncia atravs de despacho reconheceu a inexistncia de contestao por parte dos terceiros(fl. 176):

R. H. ( 25.04.06)

Intime-se a autora para, querendo, oferecer rplica contestao. Prazo: 10 dias.

Em tempo: Intimem-se as partes sobre a manifestao de terceiros. ( destacamos )

Em ocasio processual posterior, outrossim, Vossa Excelncia novamente entendeu que at aquele momento no existiram como at agora no existiu as citaes dos litisconsortes, quando assim despachou(fl. 240, verso):

R. H. ( 20.04.09)

1 Acresa-se na autuao os litisconsortes passivos admitidos.

2 Citem-se os rus para contestarem a ao no prazo legal. ( destacamos )

Desta maneira, era imperioso que houvesse as citaes dos litisconsortes passivos, pois que, se julgada procedente a ao, o pedido de declarao de ineficcia da venda do quadro acionrio e excluso do scio, com certeza atingir , diretamente, pelo que decidido na demanda, aqueles, o que torna imprescindvel a presena dos terceiros necessrios na relao jurdico-processual.

Far-se-ia, ademais, a integrao lide dos litisconsortes, pois que todos os partcipes de um mesmo contrato, a despeito da ao em apreo, tero conseqncias, sendo inaceitvel a anulao de um contrato para um dos contratantes e declar-lo vlido para os demais que no estiveram no processo como parte.

Assim sendo, a incluso de Carlos .......... e Mardnio ..... no plo passivo desta ao, desde o seu incio, era de rigor, por se tratar de litisconsortes necessrios, e a falta de citao constitui nulidade insanvel, tornando inevitvel a nulidade do processo ab inittio.(CPC, art. 214, caput)

De outro bordo, devemos sopesar que, processualmente argumentando, com a incluso dos terceiros, no incio da ao, junto ao processo, por certo no haveria a intempestividade da juntada do agravo de instrumento(fls. 110/130), declarado nos autos por certido(fls. 283), pois que o prazo seria contado em dobro. que os rus teriam patronos distintos como se depreende dos autos --, onde, luz do art. 191 do CPC, o prazo seria duplicado. Assim, o agravo teria tido regular seguimento, o que, ao contrrio, fora negado seguimento, por inobservncia da regra do art. 526 do CPC.

2. O desiderato jurdico a nulidade ab initio do processo

O litisconsrcio necessrio se d em ao que somente pode ser intentada pr ou contra duas ou mais pessoas, seja por disposio de lei, seja em razo da natureza da relao jurdica material posta em Juzo, com disciplina a lei adjetiva civil:

CDIGO DE PROCESSO CIVIL

Art. 47 H litisconsrcio necessrio, quando, por disposio de lei ou pela natureza da relao jurdica, o juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme para todas as partes; caso em que a eficcia da sentena depender da citao de todos os litisconsortes no processo.

Na hiptese que ora se trata, ao de dissoluo de sociedade, o litisconsrcio necessrio unitrio, haja vista que a relao jurdica deve obrigatoriamente ser resolvida de modo uniforme a todos os litisconsortes.

Era mister, assim, que houvesse a citao de todos os litisconsortes, onde desta maneira no foi procedido, o que inadvertidamente resultou na tramitao da ao sem a participao de Carlos .......... e Mardnio .............., que, no caso, deveriam obrigatoriamente integrar a lide por se tratar de litisconsrcio necessrio.

Destarte, est configurado o vcio procedimental que nulifica o feito, ou seja, caso se trate de litisconsrcio necessrio, todos os litisconsortes devem ser citados para a ao, sob pena de a sentena ser dada inutilmente(inutiler data), isto , no produzir nenhum efeito, nem para o litisconsorte que efetivamente integrou a relao processual como parte.

2.1. Citao X Intimao.

Verificou-se, de outra banda, que o que ocorrera, no caso, foi a intimao dos terceiros, no sentido de, em sntese, dizer se havia interesse na querela. No houve, dessarte, o chamamento ao processo, atravs do regular ato citatrio, com o propsito claro de defender-se. Tanto isso verdade, que as peties insertas pelos terceiros no passam de declaraes que esto com propsito de permanecer na causa(fls. 169/170 e 172/173).

Em verdade, luz do Cdigo de Processo Civil, a hiptese reclama citao, com a advertncia do prazo de defesa, sob pena de nulidade:

CDIGO DE PROCESSO CIVIL

Art. 225 O mandado, que o oficial de justia tiver de cumprir, dever conter:

( . . . )

VI o prazo para defesa;

Estas so as lies de Moacyr Amaral Santos, quando professa que:

Sem citao, nulo o processo: no se integrou a relao processual. Tal nulidade pode ser alegada em qualquer momento do processo e, ainda que transitada em julgado a sentena, por via de ao rescisria(Cd. cit. art. 485, V).

( . . . )

Falta de citao ou citao nula produzem as mesmas conseqncias: nulo o processo. ( In, Primeira linhas de direito processual civil. 2 Vol. 24 Ed. So Paulo: Saraiva, 2008. P. 174)

Nesta esteira de entendimento decidiu o Superior Tribunal de Justia que:

PROCESSUAL CIVIL. ANULAO DE AO DEMOLITRIA, POR FALTA DE CITAO DOS LITISCONSORTES NECESSRIOS. NO FORMAO DA RELAO PROCESSUAL VLIDA. POSSIBILIDADE DE ANULAO. NULIDADE PLENO IURE. INTERESSE. RECURSO PROVIDO.

I - Os condminos do imvel tm manifesto interesse na ao que pretende a demolio do bem, principalmente se a sentena, nessa ao, fixa a obrigao de destruir o imvel do qual todos detm a propriedade.

II - A nulidade pleno iure deve ser apreciada pelo rgo julgador mesmo de ofcio, no se sujeitando coisa julgada, como ocorre na ausncia de citao, salvo eventual suprimento, comunicando-se aos atos subseqentes.

III - A citao, como ato essencial ao devido processo legal, garantia e segurana do processo como instrumento de jurisdio, deve observar os requisitos legais, pena de nulidade quando no suprido o vcio, o qual deve ser apreciado em qualquer poca ou via. Deciso. Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justia, na conformidade dos votos e das notas taquigrficas a seguir, por unanimidade, conhecer do recurso e dar-lhe provimento. Votaram com o Relator os Ministros Barros Monteiro, Ruy Rosado de Aguiar e Aldir Passarinho Jnior. Ausente, ocasionalmente, o Ministro Cesar Asfor Rocha. (STJ - RESP 147769 - Proc. 1997.00.63973-8 - SP - QUARTA TURMA - Rel. SLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA - DJ DATA: 14.02.2000, p.34)

2.2. Notas doutrinrias sobre o tema.

A doutrina converge a declinar orientao quanto necessidade de citao e no intimao -- de todos os litisconsortes necessrios, sob pena de nulidade absoluta do processo.

Na lio de Tereza Alvim,

Se, porventura,, for solucionada a lide sem que se tenha formado o litisconsrcio necessrio, essa soluo ter sido inutiliter data, pois, processo no existiu por falta de citao( completa parte plrima ) e no havendo processo, no poder ser exercido o direito processual civil de ao e, inexistente esta, no h deciso judicial a transitar em julgado. Qualifica-se essa deciso judicial de ineficaz, porque no tem ela o condo de produzir efeitos jurdicos. Pode, claro, produzir efeitos de fato, se ningum argir a ineficcia.

( . . . )

Doutra parte, convm que se lembre no estar limitada a argio dessa falta de citao, to-somente quele que no foi citado. Est-se, nessa hiptese, em frente a inexistncia de processo e, consequentemente, da deciso judicial nele proferida, caso de maior gravidade que os de nulidade, pelo que sua argio no se limita ao ausente( In, O direito processual de estar em juzo Coleo de estudos de direito de processo, vol. 34, Ed. RT, pgs. 144-145) 2.3. Linhas jurisprudenciais ao caso sub examine

Toda jurisprudncia converge para a tica de que, sem a citao vlida de todos os litisconsortes, o processo nulo ab inittio.

2.3.1. Enfoque do Superior Tribunal de Justia

O Egrgio Superior Tribunal de Justia tem anotado inmeras decises no sentido do desiderato ora buscado pela presente pea processual, seno vejamos:

PROCESSUAL CIVIL - LITISCONSRCIO PASSIVO NECESSRIO - ART. 47, PARGRAFO NICO DO CPC - ANULAO DO PROCESSO AB INITIO.

1. Tratando-se de litisconsrcio passivo necessrio, nula a sentena que no oportuniza a citao do litisconsorte, nos termos do art. 47, pargrafo nico do CPC, ainda que confirmada pelo Tribunal.

2. Recurso especial da empresa provido para determinar a anulao do processo ab initio.

3. Prejudicados os demais recursos especiais. (STJ - Resp 478499 - PR - 2 T. - Rel. Min. Eliana Calmon - DJU 25.08.2003)

RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANA. LITISCONSRCIO PASSIVO NECESSRIO. AUSNCIA DE DETERMINAO JUDICIAL PARA CITAO DOS LITISCONSORTES. ANULAO.

I - Evidente a necessidade de que os demais participantes do concurso sejam citados para integrar a lide, haja vista que a concesso da segurana implicar necessariamente na invaso da esfera jurdica destes. Litisconsrcio necessrio (Precedentes).

II - No tendo sido ordenado pelo juiz que o autor promovesse a citao dos litisconsortes passivos necessrios, deveria o e. Tribunal a quo ter anulado os atos processuais para que, retornando os autos primeira instncia, fosse cumprida a exigncia posta no art. 47, pargrafo nico, do CPC (Precedentes). Recurso provido. (STJ - RE 326038 - RJ (200100712041) - 5 T. - Rel. Min. Felix Fischer - DJU 06.12.2005)

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. MANDADO DE SEGURANA. LITISCONSRCIO PASSIVO NECESSRIO. AUSNCIA DE CITAO DOS LITISCONSORTES NECESSRIOS. ANULAO.

I - O ato impugnado, via mandado de segurana, foi a nomeao dos Srs. Mrcio Lemos Soares Maia e Carlos Alberto Alves para o Conselho Curador do Ensino Superior de Passos - FESP, pelo Governo do Estado de Minas Gerais, sob o argumento de que tal ato se revestiu de ilegalidade, no restando dvidas quanto caracterizao daqueles senhores como litisconsortes necessrios.

II - No tendo sido requerido pelos impetrantes, nem ordenado pelo Tribunal a quo que estes providenciassem a citao dos litisconsortes necessrios, faz-se necessrio anular os atos processuais para que, retornando os autos instncia a quo, seja cumprida a exigncia posta no art. 47, pargrafo nico, do CPC. Precedentes: EREsp n 209.111/MG, Rel. Min. JOS ARNALDO DA FONSECA, DJ de 19/12/02 e REsp n 209.111/MG, Rel. Min. FRANCIULLI NETTO, DJ de 15/10/01.

III - Recurso especial provido. (STJ - REsp 782.655 - MG - Proc. 2005/0153659-0 - 1 T. - Rel. Min. Francisco Falco - DJ 29.10.2008)

RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANA. LITISCONSRCIO PASSIVO NECESSRIO. AUSNCIA DE DETERMINAO JUDICIAL PARA CITAO DOS LITISCONSORTES. ANULAO.

I - Evidente a necessidade de que os demais soldados que concorrero promoo sejam citados para integrar a lide, posto que a concesso da segurana implicar necessariamente em repercusso na esfera jurdica destes. Litisconsrcio necessrio. (Precedentes).

II - No tendo sido ordenado que os autores promovessem a citao dos litisconsortes passivos necessrios, deveria o e. Tribunal a quo ter anulado os atos processuais para que, retornando os autos primeira instncia, fosse cumprida a exigncia posta no art. 47, pargrafo nico do CPC. (Precedentes). Recurso provido. (STJ - RESP 595618 - 5 T - Rel. Min. Felix Fischer - DJ 05.08.2004)

2.3.2. Viso do Tribunal de Justia do Paran

No discrepa deste entendimento a esmagadora unanimidade de decises proferidas pelo Egrgio Tribunal de Justia do Estado do Paran:

APELAO CVEL. AO POPULAR. CONTRATOS ADMINISTRATIVOS. ALEGAO DE IRREGULARIDADES. AUSNCIA DE CITAO DOS LITISCONSORTES NECESSRIOS. ARTIGO 6, DA LEI N 4.717/65. INEFICCIA ABSOLUTA DA SENTENA. ARTIGO 47, DO CDIGO DE PROCESSO CIVIL. MATRIA DE ORDEM PBLICA E LIGADA AO EFEITO TRANSLATIVO. NULIDADE DO PROCESSO DECRETADA DE OFCIO. RECURSO PREJUDICADO.

1. Por fora de litisconsrcio necessrio, a ao popular deve ser proposta em face da pessoa jurdica de direito pblico e do beneficirio direto do ato impugnado. 2. O litisconsrcio necessrio regido por norma de ordem pblica, cabendo ao tribunal, de ofcio, zelar pela sua formao. 3. Em razo do efeito translativo dos recursos, o tribunal pode conhecer de ofcio das matrias de ordem pblica, ainda que no alegadas pelas partes. 4. Se o direito em debate interessa ou pertence a mais de uma pessoa, no pode a causa ser decidida sem a participao de todos os interessados. Caso de litisconsrcio necessrio, que as partes no podem dispensar. (TJPR - ApCiv 0416459-8; Bocaiva do Sul; Quarta Cmara Cvel; Rel Des Regina Afonso Portes; DJPR 13/06/2008; Pg. 22)

MANDADO DE SEGURANA. CONCURSO PBLICO. CONCESSO DA SEGURANA. SENTENA QUE AFETA TERCEIROS. LITISCONSRCIO NECESSRIO. AUSNCIA DE CITAO DOS CLASSIFICADOS ANTERIORMENTE IMPETRANTE. NULIDADE ABSOLUTA. DECRETAO. No possvel que terceiros, ausentes do processo, sofram os efeitos da sentena, sem que sejam chamados Juzo para defenderem seus interesses. A deciso que concede a segurana, com evidente prejuzo de outros candidatos, no pode prevalecer pois fere o princpio do devido processo. Nulidade decretada. (TJPR - ApCvReex 0106343-6; Ac. 20426; Maring; Segunda Cmara Cvel; Rel. Des. Sidney Mora; DJPR 18/03/2002)

AO DECLARATRIA DE NULIDADE SOB ALEGAO DE FALTA DE CITAO PESSOAL DOS MENORES LITISCONSORTES. AUSNCIA DE MANIFESTAO DO MINISTRIO PBLICO. INTERESSE DE MENORES. ANULAO DE SENTENA ANTERIOR QUE SE DIZ TRANSITADA EM JULGADO. INDEFERIMENTO DA INICIAL COM EXTINO DO PROCESSO, NO ENTENDIMENTO DE QUE A VIA CORRETA SERIA A DA AO RESCISRIA. VIABILIDADE JURDICA DA AO INTENTADA. INTELIGNCIA DO ARTIGO 486 DO CPC. NULIDADE ABSOLUTA. APELAO PROVIDA. A falta de citao dos menores, e a ausncia de interveno do rgo ministerial, implica em nulidade insanvel que pode ser reconhecida e declarada a qualquer tempo. (TJPR - ApCiv. 0083317-6; Ac. 17376; Curitiba; Quarta Cmara Cvel; Rel. Des. Octvio Valeixo; DJPR 28/08/2000)

2.3.3. Entendimento de outros Tribunais

Nesta mesma esteira de entendimento so inmeras as decises colhidas de outros Tribunais:

PROCESSUAL CIVIL. AO DE ANULAO DE NEGCIO JURDICO REALIZADO SEM A OUTORGA UXRIA. AO MOVIDA SOMENTE CONTRA O COMPRADOR DO IMVEL DO CASAL. NECESSIDADE DE CITAO DO EX-MARIDO. HIPTESE DE LITISCONSRCIO NECESSRIO E UNITRIO. NULIDADE DO PROCESSO.

1. A natureza da relao jurdica em discusso, bem como a necessidade de prolao de sentena de forma uniforme para ambos os partcipes do negcio jurdico sub judice leva formao de litisconsrico necessrio e unitrio.

2. No observado o preceito contido no pargrafo nico do art. 47 do diploma procesual civil, mostra-se impositiva a decretao de nulidade do feito. Decretada a nulidade da sentena e dos atos praticados a partir da contestao. (TJRS - AC 70018225557 - 7 C.Cv. - Rel. Desemb. Maria Berenice Dias - J. 14.03.2007)

APELAO CVEL. AO DE INVESTIGAO DE PATERNIDADE CONTRA HERDEIROS. LITISCONSRCIO PASSIVO NECESSRIO. - AUSNCIA DE CITAO DE ALGUNS DOS RUS, HERDEIROS DO INDIGITADO PAI DAS AUTORAS/APELADAS. NULIDADE DO PROCESSO AB INITIO, ANTE A INOBSERVNCIA DO ART. 47, DO CPC E RETORNO DOS AUTOS ORIGEM, PARA QUE SE PROMOVA A REGULAR CITAO DOS DEMANDADOS. ACOLHIMENTO DA PRELIMINAR DE NULIDADE. (TJBA - AP. CV. 4.759-4/00 - 4 C.Cv. - Rel. Des. Joo Pinheiro - J. 16.04.2003)

PROCESSUAL CIVIL. USUCAPIO. INEXISTNCIA DE CITAO DE CONFINANTE. ART. 942, CPC E SMULA 391/STF - OBRIGATORIEDADE DA CITAO DOS CONFINANTES. PREJUDICADO O EXAME DA APELAO. DESCONSTITUIO DA SENTENA PROFERIDA. - Tratando-se de ao de usucapio, a presena do confinante requisito essencial, configurando legtimo litisconsrcio passivo necessrio, nos termos da smula 391 do Supremo Tribunal Federal (STF). - No que diz respeito aos confinantes, rus certos na ao de usucapio, nos termos do art. 942 do CPC, a falta de sua citao pessoal acarreta, por si s, a nulidade do processo. - Tendo em vista que a falta de citao de confinante em ao de usucapio questo imperativa, sendo indisponvel, cogente e de ordem pblica, resta prejudicado o presente recurso de apelao, de modo que a sentena proferida deve ser anulada para que se proceda a citao pessoal da LBA. - Desconstituio da sentena. (TRF4 R. - AC 200070090012114 - PR - 3 T. - Rel Juza Vnia Hack de Almeida - DJU 03.08.2005)

APELAO CVEL. AO DE DIVISO DE TERRAS. PRIMEIRA FASE. FALTA DE CITAO DE UM DOS CONDMINOS. LITISCONSRCIO NECESSRIO. NULIDADE. Constitui condio sine qua non de validade do processo e eficcia da sentena proferida, em ao de diviso, a citao de todos os condminos, ex vi do disposto nos arts. 949 e 47 do Digesto Processual Civil. Assim, a ausncia de citao de um deles importa em nulidade do processo. (TJMG - 1.0051.05.012497-6/001(1) - Rel. Tarcisio Martins Costa - DJ 20.10.2008)

LITISCONSRCIO NECESSRIO - Citao - Ao de execuo de declarao de vontade - Sentena de procedncia - Promessa de doao de bem imvel assumida pelo varo em acordo de separao homologado judicialmente - Ao que versa sobre direitos reais - Ausncia da citao da atual cnjuge do varo - Inobservncia do litisconsrcio passivo necessrio - Nulidade absoluta configurada - Feito anulado desde o incio e determinado apelada a emenda da petio inicial com vista citao da atual mulher do apelante, sob pena de extino - Recurso provido (TJSP - Apelao Cvel com Reviso 314.964-4/8-00 - 5 C. Dir. Priv. - Rel. Desemb. Oldemar Azevedo - J. 18.04.2007)

APELAO CVEL. DEMANDA PREVIDENCIRIA. PENSO POR MORTE. PLEITO DE RECONHECIMENTO DA UNIO ESTVEL. SEGURADO CASADO JUDICIALMENTE. FALTA DE CITAO DO CNJUGE VIRAGO. LITISCONSRCIO PASSIVO NECESSRIO. ART. 47 DO CPC. NULIDADE RECONHECIDA DE OFCIO. SENTENA ANULADA. RECURSO PREJUDICADO.

1.O art. 47 do CPC dispe que depender a eficcia da sentena da citao de todos os interessados no processo, sempre que, pela natureza da relao jurdica, a deciso do juiz possa representar prejuzo a esfera jurdica de terceiros.

2. imprescindvel a citao do cnjuge virago em pleito de penso por morte ajuizado por alegada convivente, pois a possvel procedncia do pedido certamente afetar o seu direito ao benefcio. (TJPR - AC 0404118-1 - 7 C.Cv. - Rel. Desemb. Jos Mauricio Pinto De Almeida - DJ 14.03.2008)

3. PEDIDOS

Posto isto, Excelncia, o postulante vem, nesta ocasio processual, pedir que Vossa Excelncia, ante ausncia de citao dos litisconsortes passivos necessrios (Carlos ......... e Mardnio ), declare a nulidade do processo, a partir do ato processual de recebimento da pea inicial(ab initio), determinando, ato seguinte, que o autor promova a citao dos litisconsortes na forma do pargrafo nico do art. 47, do CPC. Via de conseqncia, tendo em vista que o processo retornar ao seu statu quo ante, pede que o Autor seja imitido na posse e gesto do bem discusso (Sociedade Rdio Tocadora Ltda), com a expedio, inclusive, do competente mandado, inclusive com fora policial e ordem de arrombamento.

Respeitosamente, pede deferimento.

Curitiba (PR), 00 de fevereiro de 0000.

Beltrano de Tal Advogado OAB/PR 112233

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