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R$ 7,90 | Fevereiro/2009 www.pequi.tv N º 2 Curvelana em Paris Conheça Érika, uma curvelana destaque em Paris. Lúcio Cardoso continua vivo 40 anos depois de deixar saudades Dinheiro que dá em árvores O eucalipto amplia negócios com o aquecimento global Pequi Vip Quem se destaca na nossa região Colheita

Pequi Magazine - Colheita 02

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Colheita/Edição 02 da Revista: PEQUI MAGAZINE ₢. Uma publicação de: Agência Meta Propaganda e Marketing Diretor / Editor Responsável: Alexandre Benony Coeditor responsável: Filipe Gutfraind Localidade: Curvelo MG

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Page 1: Pequi Magazine - Colheita 02

R$ 7,90 | Fevereiro/2009www.pequi.tv

Nº2

Curvelana em ParisConheça Érika, uma curvelana

destaque em Paris.

Lúcio Cardoso continua vivo 40 anos depois

de deixar saudades

Dinheiro que dá em árvores

O eucalipto amplia negócios com o

aquecimento global

Pequi VipQuem se destaca na nossa região

Colheita

Page 2: Pequi Magazine - Colheita 02
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Curvelo - Três MariasParaopeba - Cordisburgo

Page 4: Pequi Magazine - Colheita 02

Estamos vivendo o apogeu da era do indivi-dualismo. A coletividade está fi cando em desuso, fora de moda e considerada cafona. Será que es-tamos vivendo o momento da “grande coletivi-dade” que torna a humanidade um só indivíduo, que faz a humanidade inteira pensar e agir de forma igual?

O momento pós-globalização, em que o pla-neta é uma só aldeia, unida por satélites e dou-trinas inclusivas ao mercado de consumo, gera personalismos tanto da vida privada quanto da pública. Executivos e governantes acreditam que suas ações são dependentes da avaliação com-petitiva e dos humores do mercado, mesmo o “mercado eleitoral”. Surge uma fórmula do pro-tagonista e seus méritos em detrimento do co-letivo, tornando-o um fator menos importante.

Mesmo dentro dessa atmosfera homogênea que estamos vivendo, os extremos não deixaram de existir. É claro que eles nunca estiveram tão evidentes. Seja do ponto de vista social e econô-mico, o extremo individualismo “high tech” ame-aça a identidade de um povo que tenta proteger as suas mais preciosas peculiaridades culturais frente à homogeneização imposta pelo mercado globalizado. Vivemos hoje uma “desordem” den-tro da chamada “nova ordem mundial” em que o planeta sofre como nunca as tensões físicas e conceituais em busca, sobretudo, da chamada inclusão dos pequenos, dos emergentes na clas-se dos grandes. E os grandes cada vez mais pro-tegidos por si, reagindo de forma protecionista e gananciosa, impondo uma regra de comporta-

mento e consumo.Agora, o que isso tem a ver

com nossa realidade regional?

Claro que sofremos os efeitos dessa “nova or-dem” e “desordem mundial”. Quem ainda não consumiu produtos “Made in China” vendidos em nossas prateleiras? Que seja uma mera cane-quinha de R$1,99. E o nosso cerrado? Sofre como nunca para sobreviver à fome voraz dos altos-fornos. E a internet, a TV por assinatura, as novas mídias que são realidades cada vez mais presen-tes seja qual for o tamanho da localidade. Vemos também transações comerciais muito estranhas. Sejam concessões de TV, que são públicas, mas tratadas como privadas (leia-se latrinas), sejam no mercado imobiliário, inclusive as com lamen-táveis conexões religiosas. Esses exemplos nos trouxeram mais uma perda para a nossa cultura local que foi o fechamento de uma das últimas grandes salas de cinema e anfi teatros do interior do Brasil: o extinto Cine-Teatro Virgínia. É ou não é o sinal dos tempos e isso não nos afetou regio-nalmente?

Claro que estamos, mesmo localmente, den-tro desse processo de readequação dos valores culturais e comerciais por aqueles que a nova ló-gica econômica vem operando. Pode, sim, existir o lado positivo nisso tudo. Afi nal, nesses últimos anos, avançamos muito regionalmente na qua-lidade de vida. Refl exo das conquistas tecnoló-gicas e também da nossa capacidade produtiva, aliadas às boas administrações: Municipal, Esta-dual e Federal. Mas nem por isso temos que fi -car entorpecidos no nosso pensamento crítico e não questionarmos ao saber para onde estamos indo.

Acredito que o grande risco que corremos dessa necessidade de inclusão a um “clube nar-císico” das decisões unilaterais nos faça perder o 04

Quatro

No auge do individualismo, será que ainda é p

Expediente

Agradecimentos

Diretor / Editor ResponsávelAlexandre Benony

Jornalista ResponsávelAna Carolina Valdés LucenaDRT 12.313

Diretor de CriaçãoAlexandre Benony

Diretor de ArteMauro Ribeiro Jr.

Projeto Gráfi co e editoraçãoMauro Ribeiro Jr

Colunistas e articulistasAlexandre Benony, Carlos Ribas, Idene Maria de Oliveira Santos Gutfraind , Jeff erson Gitirana Neto, Mauro Ribeiro Jr., Newton Vieira, Nívea de Oliveira Santos Rocha. Silvio Ribas, Sinara de Oliveira Santos

RevisãoNewton Vieira

Fotografi a e tratamento digitalOscar Santos

Departamento ComercialMeire Sampaio

Publicidade Meta Propaganda e Marketing - 38.3721-8081

PeriodicidadeTrimestral

ImpressãoGráfi ca e Editora Del Rey – Belo Horizonte

Distribuição e LogísticaThiago Seba

Atendimento ao [email protected]

A Revista Pequi Magazine não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios e

artigos assinados. As pessoas que constam no expediente não poderão falar

em nome da Revista Pequi Magazine ou retirar qualquer tipo de material se

não tiverem em seu poder autorização expressa do editor responsável.

Caríssimos leitores,

A segunda colheita da Pequi é feita por mãos imprescindíveis que se somam ao nosso trabalho. Agradeço aos anunciantes, colunistas, à equipe da Meta Propaganda e Marketing, às pessoas que se fi zeram personagens emprestando suas imagens para que pudéssemos ilustrar matérias e anún-cios. Agradeço às minhas preciosíssimas irmãs, Idene, Sinara e Nívea que tiveram participação tão especial na construção deste trabalho. Agradeço à Carol, nossa jornalista. Ao Oscar, nosso fotógrafo e responsável pelo tratamento de todas as imagens da revista. À minha sogra, D. Dora, que tanto rezou por nosso sucesso e à minha mãe, D. Iraci, que, além de rezar, ainda nos prestou um grande serviço maquiando as modelos que fotografamos. Agra-deço ao Dr. Carlos Magno por acreditar em nosso projeto. De forma especial, agradeço aos meus queridíssimos amigos Nilton Vieira e Mauro Ribeiro Jr., que foram tão além do dever e do compromisso profi ssional. Agradeço, em fi m, à minha família, à Meire, minha sócia e esposa, aos meus fi lhos Pedro e Alexandre e muitíssimo a Deus por guiar, dar forças e abençoar nosso caminho.

Alexandre Benony

A Revista Pequi Magazine é uma publicação da Meta Propaganda, localizada na Rua Riachuelo,45 – CentroCurvelo – MG. 38.721-8081www.agenciameta.com

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fi o da meada de nossa história original, de nosso DNA cultural. Talvez o Estado, o poder constituí-do como instituição nunca tenha tido tanto va-lor como agora. Sobretudo com a massa crítica da população que cobra mais de perto seu de-sempenho, de ser mais enxuto, mais efi ciente. O poder público hoje pode e deve ser, sim, a nossa última estância de equacionamento das fortes tendências que o mercado globalizado força-nos a curvar aos seus interesses maiores. Numa sociedade individualista, o poder público tem que fazer valer a sua força de representação da coletividade.

Portanto, convido os senhores a fazer uma refl exão sobre a nossa Política Cultural regional que devemos cobrar de nossos novos represen-tantes no poder público local, sobretudo que diferenciem essa política da realidade do show business. Acredito que são realidades totalmente diferentes. E com interesses diferentes.

Mesmo no âmbito local, sabemos que se trata de um fenômeno mundial a troca de in-formações culturais. Seja um grupo de “samba” brasileiro fazendo sucesso na Suíça ou a Madona lotando estádios no Brasil, uma coisa é o próprio mercado de consumo de bens culturais, pagos por indivíduos que vão a bilheterias, outra coisa é o Estado proporcionar esse produto ao coleti-vo, pagando a conta sozinho por todos e supos-tamente para todos. Ele estará arcando sozinho por toda coletividade e não é justo se todos não fi carem satisfeitos e atendidos com a troca pro-porcionada pelo evento.

Então o interesse não é mais individual, deve ser, sim, coletivo.

No nosso caso regional, o coletivo local que

deve ser atingindo, trazendo a ele os bens cultu-rais de seus interesses, e não os estrangeiros que têm todas as possibilidades do mercado para efetivarem suas trocas, promovendo seus even-tos de forma privada, correndo os riscos do mer-cado do show business. É de responsabilidade do estado fortalecer a cultura local e não contribuir para seu enfraquecimento.

A questão nem é de discutir gosto ou prefe-rência estética nas manifestações artísticas. Num mundo tão interativo, hiper-informado e infor-matizado, é impossível viver à sombra da origi-nalidade. A questão é saber se vale a pena correr riscos tão grandes em apostar tudo na chamada “massifi cação artística”, quando essa é disfarça-da de “diversidade cultural”. Nem tudo de que o “povo” gosta é porque ele escolheu gostar. Certa-mente o mercado lhe impôs a consumir.

Já assistimos a exemplos na contramão disso. Justo onde o Estado teria que apostar no forta-lecimento do gênero artístico característico da região em que se dá o fortalecimento de nossa identidade. Ao optar por contratar “marcas” da cultura de massa para eventos culturais - justifi -cando como uma ação sem “erro”, a longo prazo, constataremos o prejuízo para as futuras gera-ções. Sobretudo, por se tratar de um mero even-to, no qual se empenham recursos preciosos que poderiam promover resultados ainda muito mais efi cientes. E o pior é colocar em risco nosso DNA, nossa marca de originalidade, nossa identidade que deve, sim, estar alheia a essa tendência mer-cadológica e à lógica das massifi cações e de ter-mos que ser globalizados a qualquer custo, que sempre é alto.

Todo povo tem sua marca, seu traço, sua his-

tória delineada por um signo regional. E é a par-tir dessa marca que nos comunicamos, trocamos experiências e “vendemos nosso peixe”. E, se nas grandes manifestações dessa nossa identidade, vendermos o peixe dos outros, o nosso “peixe” pode, sim, “passar do ponto”, correr os riscos de apodrecer. O valor de ser perecível, de ter que ser consumido “fresco”, mas ainda de forma original é salutar, mas consumir “alimentos para o espí-rito” com conservantes elaborados pelo merca-do é um risco para a saúde de nossa identidade cultural.

Antes que essa “metástase consumista” nos domine, devemos recorrer ao remedinho caseiro que é a chamada: “Tradição”. Essa, sim, pode fre-ar o avanço dos gananciosos que desvalorizam o nosso DNA cultural. Acredito que nossos valo-res culturais não possam ser colocados a mercê do coletivo numa experiência isolada apenas para avaliar o prestígio e popularidade no cen-tro dos interesses individuais. A consolidação da nossa identidade cultural não passa pelo único indivíduo, mas sim pela coletividade, e discutido com ela. O tratamento pode ser mais longo, mas é menos agressivo ao corpo da sociedade, que, ao fi m, agradece a revitalização da sua saúde de forma natural.

Esses momentos são fundamentais para que a auto-estima da nossa coletividade seja referen-dada. Se corrermos hoje o risco de ter que racio-nar água, já é hora de pensar que vamos ver um dia em que teremos que racionar (ou investir me-lhor) os nossos já raquíticos recursos nos gran-des eventos culturais. Amanhã isso também poderá nos fazer muita falta. 05

Cinco

é possível pensar coletivamente nossas diretrizes culturais para a região?Por Carlos Ribas

O antigo Cine Teatro VirgíniaFoto: Paulo Laborne

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06Seis

Sum

ário

Destaques:10 - Curvelana em Paris

15 - Concurso Musa do Sertão

20 - Lúcio Cardoso continua vivo

58 - Pequi Vip

Entrevista:08 - Doutor Zé Maria fala sobre a cultura em seu governo

Turismo:12 - Morro da Garça: “belo como uma palavra”

48 - Quem disse que Minas não tem mar?

Saúde:35 - Por que não de bicicleta?

52 - Não esquente a cabeça

Culinária:46 - A irresistível peixada do Kaká

Economia:29 - Dinheiro que dá em árvores

Arte e Cultura:24 - Maleita e a Fundação de Pirapora

50 - Arte feita a mão

44 - Orquestra Minas & Viola

Colunas:44 - Agricultura

63 - Internet

64 - Educação

Diversos:16 - Evanildo Bechara fala sobre a mudança nas regras ortográfi cas

42 - Pequi e suas mil e uma utilidades

54 - O Homem de Buritizeiro

Page 7: Pequi Magazine - Colheita 02

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PEQUI MAGAZINE - Quais os principais projetos do seu governo para o setor cultural no Município?DR. ZÉ MARIA - Em nosso programa de governo, elaborado e divulgado durante a campanha eleitoral, estabelecemos que seriam buscadas parcerias com entidades para a realização de projetos de estruturação e incentivo à cultura, festivais e outras atividades com esse perfi l. Pretendemos resgatar as tradições do carnaval local com apoio e incentivo dos blocos carnavalescos e o carnaval de rua e criar o Festival Curvelo é Show, com apresentações artístico-culturais e exibição do artesanato local.

PEQUI MAGAZINE - A construção do Centro de Convenções e Eventos, sobre a qual o senhor discorreu durante a campanha, está prevista pra quando? Onde o senhor pretende conseguir a verba?DR. ZÉ MARIA - A obra do Centro de Convenções tem um custo aproximado de um milhão e seiscentos mil reais e parte do recurso para sua construção virá do Governo Federal. Já há a destinação de metade do recurso feita por meio de uma emenda parlamentar. Estamos tentando captar o restante do recurso junto ao Ministério da Cultura ou por meio de outra emenda parlamentar.

PEQUI MAGAZINE - Alguma novidade para o Forró deste ano em termos de estrutura, formato ou espetáculo?DR. ZÉ MARIA - Já nos reunimos com as entidades que participam do Forró e estamos começando a analisar as propostas para os shows. Iremos realizar uma festa da qual jamais as pessoas se esquecerão, mas, por enquanto, as novidades estão guardadas a sete chaves.

PEQUI MAGAZINE - Será mantido o Festival da Canção nos moldes dos realizados nos últimos anos?DR. ZÉ MARIA - Não há intenção de alterar o formato do Festival da Canção. A única alteração será na data do evento, que agora se realizará em setembro (11 a 13), simultaneamente com a V Mostra Estadual de Orquídeas. PEQUI MAGAZINE - O que o senhor pretende fazer para fomentar o teatro, a literatura, a dança e a música em Curvelo?DR. ZÉ MARIA - Acredito que os curvelanos têm

um potencial artístico fantástico, mas que ainda é pouco utilizado por falta de incentivo tanto do setor público quando do privado. Queremos estabelecer parcerias com o setor privado, como bancos, entidades e empresas locais que nos ajudarão a apoiar os grupos teatrais, literários, musicais e de dança da cidade.

PEQUI MAGAZINE - O fomento ao turismo incluirá maior divulgação dos eventos? Como atuará o Poder Público nas promoções religiosas, a exemplo da festa de São Geraldo?DR. ZÉ MARIA - O Turismo é um dos nossos setores que mais receberão atenção. Entendemos que ele carece de estrutura e apoio, e a divulgação dos eventos é parte do que temos que melhorar. E já estamos trabalhando nesse sentido. Quanto ao turismo religioso, estaremos buscando recursos junto ao Governo Federal para incrementar a Festa de São Geraldo, que tem cunho de uma festa nacional e precisa desse apoio do setor público.

PEQUI MAGAZINE - Quando o Acervo Municipal “Newton Corrêa” estará totalmente disponível a pesquisadores e visitantes?DR. ZÉ MARIA - Fizemos recentemente uma visita ao Acervo e só comprovamos o quanto é importante para uma cidade manter sua história preservada. Todo o material doado está sendo catalogado, restaurado e guardados em arquivos apropriados à sua conservação e segurança. O acervo está sendo inventariado para ser colocado em um programa de pesquisa, e, tão logo o serviço esteja fi nalizado, os curvelanos e os pesquisadores serão convidados a conhecer esse importante trabalho.

PEQUI MAGAZINE - Sabemos que o senhor pretende reestruturar a Secretaria de Cultura e Turismo. Quando o órgão estará em funcionamento no novo formato? DOUTOR ZÉ MARIA - As mudanças acontecerão no seu devido tempo. Uma de nossas prioridades é trabalhar com o pé no chão. Acreditamos que poderemos melhorar a cultura e o turismo de Curvelo por meio das parcerias público-privadas e estamos dispostos a fortalecer esses projetos. Queremos transformar Curvelo em referência estadual e – por que não dizer – nacional, nas manifestações artístico-culturais. E isso não é só promessa, será uma obrigação desta administração.

08Oito

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Em entrevista exclusiva

ao diretor-presidente de

Pequi Magazine, Alexandre

Benony, o prefeito de

Curvelo, Doutor José Maria

Penna Silva (PMDB), falou

sobre as principais metas

de seu governo nos setores

de cultura e turismo.

Empossado em primeiro de

janeiro, ele deixou artistas,

promotores de eventos e

intelectuais curiosos pelo fato

de ainda não ter nomeado

o titular da Pasta. Corre

na cidade a notícia de que

a Secretaria de Cultura,

Turismo e Meio Ambiente

está sendo estruturada (ou

reestruturada) para melhor

atender à demanda do

segmento.

Natural de Tiros (MG), Doutor

Zé Maria, como é mais

conhecido, vive há anos nesta

cidade. Exerce a profi ssão de

médico e tem participação

ativa no esporte. Por duas

vezes comandou a Secretaria

Municipal de Saúde.

09NoveNove

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10Dez

Não sabendo que era impossível, ela foi lá e fez. A frase é do poeta, pintor e dramaturgo francês Jean Maurice Cocteau, mas não seria nenhuma surpresa encontrá-la descrevendo cada capítulo da biografi a da jornalista, mestra em comunicação e teatróloga Érika Neves, 30 anos. Nascida e criada em Curvelo, seu talento é a explicação para ela ter ido além do centro do sertão mineiro e seguido rumo ao centro do mundo, para encontrar seu destino na Europa. Foi buscar a prova de que o mundo é o sertão.

Foi justamente para lá que Érika levou seus sonhos e suas saudades do tempo que viveu em Curvelo. A maior delas, claro, é de sua mãe Tércia, que ainda vive na cidade mineira, mesmo com um pedaço de seu coração vivendo em Paris. Mas também foi a Cidade-Luz o lugar que a jornalista escolheu para mostrar que sua maior competência é vencer barreiras e fazer jus à tradição de sua cidade natal, pólo de exportação de talentos. E foi lá, em um simpático apartamento na rua Marignam, a menos de duzentos metros da Champs Elysées, entre a Praça da Concórdia e o Arco do Triunfo, que fomos encontrar Érika vivendo com seu marido, o canadense Carlos Pardo, e conhecer um pouco mais sobre a vida desta curvelana em Paris.

Por Carlos RibasPorPor CaCarlorlos Rs ibabass

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11Onze

Érika ainda era criança quando perdeu seu pai em um acidente. A partir daí, ela teria em sua mãe um exemplo de como fazer a mágica de transformar sofrimento em força. Dobrando noites em sua máquina de costura, Tércia criou Érica e seus seis irmãos e foi a vi-trine que a menina precisava para se tornar a mulher que é hoje. Seu destino, porém, nun-ca foi um acaso. A cidadã “franco-curvelana” aprendeu a inventar seus caminhos quando, aos 17 anos de idade, viajou de ônibus cerca de 160 quilômetros sozinha. Veio conhecer a capital mineira, onde, anos mais tarde, volta-ria para se formar jornalista.

No entanto, o jornalismo, mesmo en-quanto “arte liberal”, não seria sufi ciente para suprir todo o talento da pequena curvelana que cresceu inspirada pela atuação de Ânge-lo Antônio, pelos neologismos de Guimarães Rosa, pelos traços de Zuzu Angel e, claro, pelas saudosas sessões das dez no Cine-Teatro Virginia. Este patrimônio tombado na lembrança de quem viveu aquelas noites de cinema na “praça do leque”, no centro de Curvelo, também foi o palco em que Érika te-ria suas primeiras experiências teatrais. Com toda essa inspiração, seria fatal que a curve-lana cruzasse o Atlântico e desembarcasse no curso de cinema e teatro da renomada escola francesa de Florent. Foi assim que ela fez de Paris o anfi teatro de sua vida e, hoje, se multiplica nas pequenas crianças parisienses, no qual se descobriu no prazer de ensinar a arte teatral.

Durante esses sete anos em que Érika vive na cidade onde a arte, a moda e a histó-ria se fundem num caldeirão de transcendên-cias culturais, a jornalista encontrou o cenário perfeito para se dedicar às suas duas outras paixões: a comunicação e o Brasil. Com o mestrado recém-concluido em comunicação social pela faculdade de Sorbonne, Érika amplia o trabalho que já vem desenvolvendo como assessora de imprensa da Associação Wayanga, ONG francesa que ajuda a preser-

var a cultura dos índios Kayapós na Amazô-nia. “Essa é uma grande oportunidade para guardar o contato com o Brasil e poder fazer algo para este país que eu amo”.

Érika ainda não sabe por quanto tempo continuará morando em Paris, mas tem certe-za de que pretende continuar estudando, via-jando e levando o brilho de suas raízes para outros cantos do mundo. Ela sabe também que suas caminhadas pelas avenidas e gale-rias parisienses começaram com os primeiros passos no calçamento da rua de sua casa no bairro Curiango, em Curvelo. Caminhar hoje pelo seu bairro, como na avenida Montaigne, endereço de grandes nomes da moda como Louis Vuitton, Valentino e Chanel, é lembrar seus irmãos e uma costureira curvelana em especial. Sua mãe, quem a ajudou a costurar seu sucesso e tornar-se essa grande jornalista e teatróloga, que recebeu a Pequi Magazine por cinco belos dias.

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Redondo e isolado na paisagem plana e agreste do cerrado mineiro, tal qual um cone vulcânico, e, segundo a percepção rosiana, portador de poderes mágicos, o morro huma-niza a pequena cidade cheia de encantamen-tos que atraem os admiradores das riquezas sertanejas desde o simples biscoito frito ao suntuoso vôo das garças que paralisa o olhar de qualquer insensível passante.

O que dizer do Morro sem que o morro não tenha dito? O Morro é hoje celeiro de arte

fabricada em tacho de doce quente, é terra não corrompida, apesar de conhecida como ponto de referência para os viajantes. “E indo eles pelo caminho, duradamente se avistava o Morro da Garça, sobressainte.(...) Aí, quan-do chegavam no topo de alguma ladeira e espiavam para trás, lá viam o Morro da Garça – só – seu agudo vislumbre.” Assim Guimarães Rosa descreve, no conto Urubuquaquá no Pinhém, a elevação rochosa que dá nome ao Município.

O Morro é hospitalidade sertaneja que acolhe o simples e o sofi sticado no mesmo quarto.

O Morro é a alma do sertão em grito calado.

O Morro é a obra das mãos da comunidade ativa e participativa, que se mobiliza em tudo para que a arte se fi rme em raiz de suas terras na divulgação da lavoura farta que atrai os turis-tas para os festejos de uma mistura de interes-ses e sempre acaba em literatura, arte e música.

12Doze

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O Morro é o morro cuja excelência dispõe de elevado nível de comunicação sem dizer absolutamente nada, somente através da leitura e releitura da vida do sertanejo, pro-tagonista de uma história contada dia a dia. É a criança de pés descalços que se equipara a Ninhinha sonhadora, mística e também rosiana, que nos remete à pureza do sonho que já transpôs o campo do relativo, inaugu-rando uma fase de renovação da história da cidadezinha que absolutiza todos os sonhos

dos antepassados.Com participação e competência, a cida-

de vem construindo uma história de implan-tantação do ecoturismo como ferramenta de valorização dos aspectos socioculturais e do patrimônio natural, com um planejamento conjunto e uma cooperação efetiva da popu-lação, construindo uma gestão que defenda a integridade do patrimônio natural e cultural e valorize a prática da educação ambiental como ferramenta de sensibilização e susten-

tabilidade, o que tem dado à economia local um aspecto novo de realização e estruturação sólida de não somente mais um cartão postal, mas de “ícone do sertão”.

Quem visita o Morro não deixa o morro morrer dentro de si...leva nos olhos a imagem desse ícone e o silêncio povoado de garças e literatura a oxigenar o sangue em transição...pois passa de visitante a amante apaixonado, com identidade sertaneja gravada de forma mágica no coração para sempre.

Sinara de Oliveira Santos

Prefeitura Municipal de Morro da Garça Administração 2009/2012

Partipação e Competência

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Page 15: Pequi Magazine - Colheita 02

Já se escreveu tanto sobre beleza! Em leituras diversas, vê-se que o assunto mereceu o manejo da pena de fi lósofos, literatos, cientistas, produtores de moda e muita gente mais em todos os tempos. Para Emily Dickinson, poetisa americana de Massachusets, beleza e verdade se confundem. Ou se fundem: “Themself are One” – As duas são uma. Mais ou menos nessas mesmas águas navega o romancista irlandês James Joyce. Seu personagem Stephen Dedalus, em Retrato do Artista Quando Jovem, diz ter a impressão de que o belo e o verdadeiro “são aparentados”. Alfred de Musset, em Après une lecture, vai ainda mais longe. No entendimento dele, nada é belo senão o verdadeiro, e nada é verdadeiro sem beleza – “Rien n’est vrai que le beau; rien n’est vrai sans beauté”.

Mas, afi nal, o que os textos dos autores retromencionados têm a ver com o sertão? Respondo logo: tudo! Afi rma Guimarães Rosa, num conto de Sagarana, que “coisa que não presta não pode ter beleza”. Essa concepção é própria dos mais autênticos sertanejos. Por estas bandas, ainda hoje, quando o fi lho apronta alguma, notadamente quando prega mentiras, a mãe não hesita em exclamar: – “Que coisa feia, hein, menino!” Aí está o fulcro da questão: o belo só anda em companhia do virtuoso. Quão profunda é a sabedoria de nossa gente simples, de alma telúrica e, rosianamente, de pensamento mais forte que o poder do lugar!

No sertão, tudo presta. A mais esquisita raiz tem serventia na medicina caseira. Às vezes, cura até coisa-feita. A planta mais seca, esturricada mesmo, adquire viço em agradecimento a qualquer chuvinha boba, porque ressuscitar, em solo sertanejo, constitui milagre operado no quotidiano dos seres e das coisas. Por tudo isso, as paisagens agrestes estão repletas de belezas que precisam ser conhecidas por gentes de outras plagas no Brasil e além-mar. Então, por que não mostrar essas belezas ao mundo?

Dessa refl exão a PEQUI MAGAZINE extraiu a idéia de promover o concurso MUSA DO SERTÃO. O objetivo não poderia ser outro que não o de dar visibilidade às riquezas naturais, artísticas e culturais dos municípios destas cercanias, auxiliando-os de alguma maneira no fomento ao turismo – a indústria sem chaminé e cada vez mais responsável pela conquista do tão sonhado

desenvolvimento socioeconômico. Cada cidade tem um potencial a ser explorado. No caso de Curvelo, podemos mostrar como exemplo a Festa de São Geraldo, na certeza de que a fé remove também as montanhas das difi culdades na geração de renda e emprego. Com todo o respeito, o santo italiano, aqui abrigado na única basílica a ele dedicada na América Latina, pode atuar e muito bem no papel de garoto-propaganda de nossas aspirações de progresso. E com as bênçãos de Deus, claro.

Mas, voltando à vaca-fria, isto é, ao concurso propriamente dito, será algo totalmente novo. Esqueça o leitor as mesmices de promoções congêneres. “Cessa tudo o que a musa antiga canta”, diria Camões, com mais “engenho e arte”. Em primeiro lugar porque as cidades participantes serão amplamente divulgadas num caderno especial; em segundo, porque, embora apenas a candidata de um dos municípios venha a ser contemplada com o título, toda a comunidade regional sairá vencedora. Explica-se: a MUSA DO SERTÃO atuará como embaixadora do Centro-Norte de Minas junto às entidades e aos órgãos públicos federais e estaduais do setor turístico. Ninguém resiste aos apelos de uma mulher bonita. E se ela, além de possuir mil atrativos físicos, for a defensora das belezas e das verdades de seu povo, apoiada não por um, mas vários prefeitos e presidentes de Câmara? Aí as favas estarão contadas. Será sucesso garantido. Quem não se lembra da projeção de Maceió na grande mídia com Tereza Collor? Antes dela, a capital alagoana freqüentava notícias de marajás, malversação do erário, coronelismo, estelionato eleitoral, baixo IDH, e só. Depois dela, uma nova Maceió se nos apresentou plena de recantos admiráveis. O turismo em Alagoas cresceu, e as divisas do Estado foram lá pra cima.

Se a receita deu certo no Nordeste brasileiro, por que não daria no Centro-Norte de Minas?

Vamos participar do MUSA DO SERTÃO e descortinar horizontes para a nossa indústria cultural e turística. As belezas e as verdades sertanejas dão dinheiro.

Em breve, o regulamento completo do concurso estará disponível no sítio www.pequi.tv

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Nº2

Curvelana em Paris

Conheça Érika,

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o eleger

a mais bela do sertão mine

iro.

Pequi VipQuem se dest

aca na

nossa região

Larissa Assunção,

inspiradora do

concurso e capa

desta edição

Foto: Oscar Santos,

Maquiagem:

Iraci O. Santos

Cabelos:

Gilsara Lopes

Por Newton Vieira

15Quinze

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Por Newton Vieira

Evanildo Bechara fala com exclusividade sobre o assunto

O professor doutor Evanildo Bechara, membro da Academia Brasileira de Letras, é o responsável pela revisão do Vocabulário Ortográfi co e, conse-qüentemente, a maior autoridade em língua portuguesa no Brasil atual.

Em virtude do Decreto 6.583, assinado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, está em vigor, desde o início de janeiro, o Acordo Ortográfi co da Língua Portuguesa, que visa à unifi cação da ortografi a nos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.

Cerca de 220 milhões de pessoas falam o português, atualmente o quinto idioma no mundo, mas o único entre os mais importantes a adotar duas grafi as ofi ciais.

Sobre isso conversei longos e agradáveis momentos com mestre Evanildo Bechara, con-siderado hoje a maior autoridade no vernáculo em todo o território nacional. O diálogo se ve-rifi cou na sede da Academia Mineira de Letras, em Belo Horizonte, onde o catedrático proferiu

substanciosa conferência su-bordinada ao tema “Construção da língua literária no ideário

idiomático do autor de Dom Casmurro”.

Pernambucano de Recife, Evanildo Cavalcante Bechara, 80, ocupa a Cadeira 33 da Academia Brasileira de Letras. Doutor em Literatura pela UEG (atual UERJ), onde atuou como assistente do fenomenal Antenor Nascentes na cátedra de Filologia Românica, exerceu o cargo de professor titular visitante nas universidades de Colônia (Alemanha) e Coimbra (Portugal). Dentre as deze-nas de obras publicadas, destacam-se: A Evolução do Pensamento Concessivo no Português, O Futuro em Românico e Moderna Gramática Portuguesa. No segundo semestre de 2008, pela Nova Fronteira, lançou O que muda com o novo Acordo Ortográfi co, livro destina-do ao grande público interessado no assunto. É o coordenador da equipe responsável pela elaboração do Voca-

bulário Ortográfi co da Língua Portuguesa, a ser reeditado pela ABL, muito em breve, com força de lei. Reside no bairro de Botafogo, na cidade do Rio de Janeiro.

16Dezesseis

Momento em que eu entrevistava o professor doutor Evanildo

Bechara (à esquerda) sobre as novas regras da ortografi a.

Foto: Thiago Matoso

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NEWTON – Caríssimo mestre Evanildo Bechara, an-tes de entrar na reforma ortográfi ca propriamente dita, fale-nos um pouco do tema de sua palestra aqui em Beagá: a infl uência de Machado de Assis no campo lingüístico.BECHARA – Em primeiro lugar, Newton, deixe-me cumprimentá-lo pelo seu trabalho em defesa de nosso maior patrimônio cultural: a língua portu-guesa. Embora tenha nascido no seio de família pobre, Machado de Assis, desde cedo, preocupou-se com o aprendizado do idioma. O ambiente familiar contribuiu para isso. Seu pai, Francisco José de Assis, negro forro e pintor de paredes, lia com assiduida-de e exigia de si preparo especial. Sua mãe, Maria Leopoldina Machado da Câmara, açoriana, logo lhe chamou a atenção para a problemática da fonética do português europeu em relação ao brasileiro. Perfeito autodidata, nosso literato maior soube tirar o melhor proveito das excelentes orientações rece-bidas de dois companheiros no Gabinete Português de Leitura: Manuel de Melo e Francisco Ramos. De modo que, aos 23 anos, resenhando uma gramática publicada na Lisboa de 1861, ele já se apresenta-va como verdadeiro lingüista. Essa sua formação coincidiu com as tendências dos grandes literatos que o cercaram para a criação da Academia Brasileira de Letras, notadamente Joaquim Nabuco e José Veríssimo. Em conseqüência lógica, a ABL se tornou o baluarte do código culto da Língua no Brasil. É por isso que estou, na condição de acadêmico, cuidando da implantação das novas regras ortográfi cas.

NEWTON – Passemos, então, à reforma da orto-grafi a. O senhor poderia precisar ou aproximar o número de vocábulos atingidos pela mudança?BECHARA – Meu caro Newton, fi carei devendo isso a você e a seus leitores. Não temos ainda um dado proporcional de quantas palavras terão sua grafi a alterada. O que eu lhe posso adiantar – e até já deve ser de seu conhecimento – é que as alterações serão mínimas. Não porque a questão tenha sido mini-

mizada, mas porque o Acordo em tela representa o resultado de outros que se vieram fazendo desde 1911. Cada um deles, a seu jeito, diminuiu em parte as diferenças ortográfi cas entre Portugal e Brasil. Da reunião de 1986 saiu o primeiro texto, modifi cado após publicação, devido ao grande número de críticas que lhe foram feitas. Mas esse texto de 1986, apesar das modifi cações sofridas, está consubstan-ciado no de 1990.

NEWTON – Qual o motivo de tão poucas altera-ções?BECHARA – O esforço de ortógrafos, lingüistas e homens de letras, tanto em Portugal quanto no Brasil, acredito, fez com que o Acordo de 1990 viesse a produzir poucas alterações nas palavras.

NEWTON – Então, professor, de maneira resumida, em que plano se dão as mudanças?BECHARA – As mudanças se dão mais no plano da acentuação gráfi ca. Talvez a mais radical seja a abolição do trema, feita em Portugal na reforma de 1945. Nós, brasileiros, procuramos conservá-lo na reforma de 1943. Agora, por um consenso das nações lusófonas, esse sinal diacrítico desaparece. Em 1971, ele já havia sido retirado da indicação de hiato. Deixou de existir em “saudade”, por exemplo. Era usado para mostrar que o vocábulo, normalmente considerado de três sílabas (sau – da – de), poderia ser também pronunciado com quatro (sa – u – da – de). Trata-se da diérese, da qual o poeta muitas vezes precisa para metrifi car seus versos. Esse emprego do trema, repito, veio a desaparecer em 1971. Na mesma época, deu-se um basta no uso exagerado de acentos diferenciais. A gente acentuava “ele”, “nele”, “dele” e outros vocábulos, por causa de expressões que, muitas vezes, nem eram usuais no Brasil. Caíram, ainda em 1971, o circunfl exo e o acento grave em

palavras derivadas. Ex.: “comoda-mente” e “cafezinho” conservavam o acento porque derivavam, respectivamente, de “cômodo” e “café” [risos...]. Em “cafezinho” o acento se mantinha para marcar o timbre aberto da subtônica.

NEWTON – O senhor não entende que o Acordo deveria ter avançado mais no tocante ao emprego do hífen? Nem os gramáticos se entendem bem quando o traço-de-união entra em cena.BECHARA – Aí está outra verdade. Concordo com você em gênero, número e caso. Houve algumas simplifi cações muito bem-vindas. Agora, infelizmen-te, o Acordo de 1990 não chegou às últimas conse-qüências. Poderia, sim, ter ocorrido avanço maior. De fato, o emprego do hífen é um suplício para quem escreve em português.

NEWTON – Há quem ainda se sinta inseguro na aplicação das regras antigas. Conheço pessoas de alto nível e certa idade que morrerão sem saber, por exemplo, que “ano-novo” (a festa de 1° de janeiro) leva o tracinho. O senhor não teme que muitos cidadãos mais idosos, conquanto sejam cul-tos, passem o resto da vida sem assimilar o Acordo ora ofi cializado?BECHARA – Meu prezado Newton, mais uma vez você tem razão. Essa difi culdade será inevitável. Mas acontece que uma reforma ortográfi ca nunca é para a geração que a faz. Com efeito, nós temos aí muitos médicos, advogados e até professores de certa idade que continuam a escrever “pharmacia” (com “ph” e sem acento) porque adotam a ortografi a aprendida na escola primária. A reforma é, na verdade, para a nova geração. E a nova geração vai benefi ciar-se da mudança. Isso é incontestável. No entanto, mais importante do que isso, é o fato de a língua portu-guesa, já secular na sua tradição escrita, ombrear-se a partir de agora com línguas européias de cultura, como o espanhol, o francês e o italiano, que circulam no mundo inteiro numa só vestimenta. Era inadmis-sível que um idioma da importância do português permanecesse com duas ortografi as, difi cultando

17Dezessete

De fato, o emprego do hífen é um suplício para quem escreve em português.

o

Page 18: Pequi Magazine - Colheita 02

o seu crédito cultural e sua expansão. Quando se quer escrever em português, pergunta-se logo: na ortografi a lusitana ou na brasileira? É esse divisor de águas que vai desaparecer.

NEWTON – Mas eu insisto, professor: não seria interessante que as nossas gerações (a minha e a sua) tivessem pleno domínio das regras?BECHARA – Sim, mas eu também insisto no seguinte ponto: mais importante do que a nossa geração escrever com desenvoltura no novo sistema é a convicção de que a língua portuguesa, num momen-to de responsabilidade cultural e política, passa a apresentar-se numa só vestimenta ortográfi ca perante o mundo.

NEWTON – A revisão do VOCABULÁRIO ORTO-GRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA, elaborado e editado pela Academia Brasileira de Letras, com força de lei, está entregue a competente equipe comandada pelo senhor. Quando a nova edição estará nas livrarias?BECHARA – Nós fomos atropelados pela reforma. Não a esperávamos agora. Como você sabe, os trâmi-tes políticos se vinham desenvolvendo desde 1990. Pensávamos que o processo se estenderia um pouco mais. De repente, tanto no Brasil quanto em Portugal, acendeu-se a chama da ofi cialização do Acordo, com a aquiescência dos demais países lusófonos. Desde maio de 2008 trabalhamos numa leitura atenta da 5ª edição do Vocabulário Ortográfi co com o objetivo de mandá-lo quanto antes para o prelo. Acreditamos que até a segunda quinzena de março próximo, dadas as facilidades editoriais de hoje, os interessa-dos já poderão encontrá-lo nas livrarias, na vertente

brasileira.NEWTON – Explique para os leitores o que o senhor quer dizer com “vertente brasileira”.BECHARA – Falo em vertente brasileira porque algumas diferenças sutis continuarão a existir. Por exemplo: a palavra “tênis”, no Brasil, permanecerá com o circunfl exo, enquanto em Portugal continu-ará a receber o acento agudo (“ténis”), por causa da pronúncia da vogal com timbre aberto. Isso ocorrerá com vários outros termos: tônica/tónica, Antônio/António, fênix/fénix, e por aí vai.

NEWTON – Na Bienal de São Paulo, apareceram dicionários supostamente adaptados ao Acordo Ortográfi co, porém eivados de equívocos, mesmo se submetidos a uma análise superfi cial. Muitos registros não batem. Só um exemplo: O Houaiss e o Michaelis consignaram “para-choque” (sem acento e com hífen), enquanto o Aurélio registrou “parachoque” (tudo junto). E agora, professor?BECHARA – Agora, nada de pânico. Esses dicionários, certamente, serão revistos após publicarmos o Voca-bulário Ortográfi co. O lançamento deles, a meu ver, foi de todo prematuro. Como você mesmo fez ques-tão de assinalar, a publicação da Academia Brasileira de Letras terá força de lei e deverá dirimir as dúvidas. No devido tempo, os equívocos serão dissipados.

NEWTON – Professor Evanildo Bechara, foi uma honra entrevistá-lo. Suas respostas, mesmo as curtas, valem por verdadeiras aulas. Agradeço a atenção e espero reencontrá-lo em breve.BECHARA – Eu é que me sinto honrado de conversar com você. Aliás, é sempre gratifi cante vir a Minas Gerais e manter contato com essa juventude entu-siasmada e brilhante, que se interessa por assuntos elevados, como os alusivos à língua e à literatura. Apareça mais no Rio. Estarei a seu inteiro dispor para quaisquer esclarecimentos que se fi zerem necessá-rios. Deixo meu abraço ao povo de Curvelo. Muito obrigado!

OBS.: 1ª – Os acentos diferenciais continuam obriga-tórios tão-somente em “pôr” e “pôde” (formas verbais); 2ª – As chamadas letras exóticas (K-k, W-w, Y-y) fi cam incorporadas ao alfabeto ofi cial; 3ª – Mantém-se o trema apenas em nomes estrangeiros e em seus derivados (ex.: Müller e mülleriano); 4ª – Apesar de perderem o sinal diacrítico, palavras como “cinquenta” e “pinguim” não sofrem alteração na pronúncia; 5ª – As normas anteriores ao Decreto 6.583 poderão ser adotadas durante o período de transição, que vai até 31/12/2012.

pára (do verbo parar) para (sem acento)

pêlo (substantivo) pelo (sem acento)

jibóia jiboia (sem acento)

paranóico paranoico (sem acento)

vôo voo (sem acento)

lêem leem (sem acento)

contra-regra contrarregra (sem hífen, “r” dobrado)

auto-escola autoescola (tudo junto)

antiinfl amatório anti-infl amatório (com hífen)

ultra-som ultrassom (sem hífen, “s” dobrado)

anti-social antissocial (sem hífen, “s” dobrado)

manda-chuva mandachuva (tudo junto)

cinqüenta cinquenta (sem o trema)

pingüim pinguim (sem o trema)

pára-quedas paraquedas (perde o hífen e o acento)

pára-choque para-choque (só perde o acento)

Algumas Alterações Ortográfi casCOMO É: COMO DEVERÁ SER:

Mas acontece que uma reforma ortográfi ca nunca é para a geração que a faz (...). A reforma é, na verdade, para a nova geração.

18Dezoito

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O Sistema de Ensino Losango, do qual faz parte o Colégio Darwin de Curvelo, foi fundado em 1975 por alunos da Universidade Federal de Viçosa, para preparar jovens vestibulandos desejosos de ingressar naquela universidade.

Depois de 10 anos de atividades em pré-vestibular na cidade de Viçosa, e diante do sucesso alcançado, o Sistema de Ensino Losango fundou a sua primeira escola de Ensino Médio e Fundamental, com vistas a proposcionar uma

preparação integral aos alunos, desde a primei-ra série do Ensino Fundamental.

A partir dessa data, o Sistema expandiu-se pelo interior de Minas Gerais, contando hoje com 15 estabelecimen-tos de ensino. Agora em Paraopeba e Bom Despacho.

Page 20: Pequi Magazine - Colheita 02

20Vinte

Lúcio Cardoso continua vivo, 40 anos depois de deixar saudade

Por Newton Vieira

Page 21: Pequi Magazine - Colheita 02

21Vinteeum

Ele era um “Corcel de Fogo”, na defi nição de Clarice Lispector, e nunca teve “limite para o seu galope”. Filho caçula de Joaquim Lúcio Cardoso, fl uminense de Valença, e da dona de casa Maria Venceslina Cardoso, mais conhe-cida como Nhanhá, Joaquim Lúcio Cardoso, ou apenas Lú-cio Cardoso, nasceu em Curvelo, a 14 de agosto de 1912, num velho sobrado colonial outrora existente no centro da cidade, na antiga Rua Nova da Grota, atual Joaquim Felício. Para melhor identifi cação do local do imóvel, con-vém informar que a secular residência, na qual funcionou por certo tempo um gabinete dentário, dava fundos para o quintal da casa do doutor Juvenal Gonzaga, esta ainda de pé e em excelente estado de conservação.

Em 27 de outubro de 1912, o menino Joaquim Lúcio foi levado à pia batismal, na Matriz de Santo Antônio, pe-las mãos do pároco e agente executivo, monsenhor Fran-cisco Xavier de Almeida Rolim, tendo como padrinhos o poeta Pedro Neto e dona Alzira, ele pai da consagrada estilista Zuzu Angel.

Homem bem-apessoado, o genitor de Lúcio Cardoso tinha espírito aventureiro, amava o trabalho agrícola e o convívio com a natureza. Extremamente inquieto, como se pode ler em Maleita, saga da fundação de Pirapora, fi xou residência em Curvelo a conselho médico. Não andava bem dos pulmões. Havia estudado no Caraça e na célebre Escola de Engenharia de Ouro Preto. Tão logo chegou ao sertão mineiro, começou a trabalhar como agrimensor na extensão da estrada de ferro. À época, neste solo, alternavam-se no poder as facções “mascare-nhista” e “viannista”. Ou o cidadão seguia os Mascarenhas, ou se deixava conduzir pelos Viannas. Excluía-se uma ter-ceira opção, a não ser a neutralidade. Mas como alguém se manteria neutro em meio a duas forças tão adversá-rias quanto poderosas? Joaquim Lúcio Cardoso, o pai, encontrou a saída. Ligou-se por laços afetivos a ambos os blocos. Primeiro, casou-se com Regina, do clã dos Mas-carenhas. Mais tarde, em estado vidual, contraiu núpcias com Venceslina, nascida entre os mais legítimos Viannas. Desse segundo matrimônio veio o escritor Lúcio Cardoso, cognominado “Nonô” entre os íntimos, e, antes dele, seus cinco irmãos: Regina, a Zizina, farmacologista; Fausto, conceituado médico, fundador do Hospital Samaritano; Maria Helena, Lelena, memorialista sobre a qual publiquei ensaio em 2004, autora de Por Onde Andou Meu Coração; Adauto, o Dauto, parlamentar eminente e ministro do Supremo Tribunal Federal; e Lourdes, fi gura carismática e de lhano trato com quem mantive longas conversas e aprendi inúmeras coisas sobre o nosso escritor ilustre.

Em terras cariocas, Lúcio, alma convulsa, atormentada pela antítese homossexualidade/fervor religioso, conviveu com a fi na fl or do meio intelectual. No rol de seus admiradores incluíram-se personalidades do estofo

de Octavio de Faria, Rachel de Queiroz, Carlos Drummond de Andrade e Vinícius de Moraes. Foi um artista multifacetado, cujo talento cria-dor destacou-se nas mais diferentes formas de expressão artística. Romancista, escreveu, dentre outros, Salgueiro, A Luz no Subsolo, Dias Perdidos, Crônica da Casa Assassinada (insuperável, relançado pela Civilização Bra-sileira) e O Viajante (concluído após sua morte e fi lmado por Paulo César Saraceni em 1999, com Marília Pêra a encarnar Donana). Novelista, deu à estampa Mãos Vazias, O Desconhecido, Céu Escuro, Inácio, A Professora Hilda, O Anfi trião e O Enfeitiçado. Poeta de alto nível, trouxe a lume Poesias, Novas Poesias e Poemas Inéditos. A propósito, já se encontra no prelo, na Edusp, sua Poesia Completa, em edição crítica preparada por Ésio Macedo Ribeiro, doutor em Literatura pela Universidade de São Paulo. Dramatur-go, são de sua lavra Reduto dos Deuses, O Escravo, Angélica, A Corda de Prata e O Filho Pródigo. Memorialista, deixou o Diário I e o Diário Completo, que está sendo, na verda-de, completado agora. Presença marcante no cinema, produziu fi lmes e inspirou a fi lmagem de alguns de seus trabalhos. Não brilhou menos na qualidade de ensaísta e pesquisador sédulo. Mestre no domínio de idiomas, tradu-ziu ao português obras de autores célebres, como Tolstói, Kalidasa, Brontë, Vance, Sinclair, Baring, Defoe, Goethe e Austin. E jamais poderia esquecer-me de seu brilhantismo nas artes plásticas, depois do derrame cerebral, como desenhista e pintor.

Considerado o “Dostoiévski Brasileiro”, o mais notável dos curvelanos era alguém fascinante. Esse fascínio o tor-nou respeitado e admirado além fronteiras, especialmen-te na Europa, e levou Fernando Sabino a ambientar parte do capítulo VII de O Grande Mentecapto em Curvelo.

Do ilustre literato, dramaturgo, cineasta e artista plástico disseram e dizem maravilhas as mais expressi-vas vozes da crítica nacional: Agripino Grieco, Tristão de Athayde, Wilson Martins, Sábato Magaldi, Hildon Rocha, Ledo Ivo, Sérgio Buarque de Holanda (pai do compositor Chico), e por aí vai. No entanto, julgo de bom alvitre deixar o leitor, neste fi m de esboço biográfi co, em companhia de José Lins do Rego, com suas abalizadas considerações a propósito de O Enfeitiçado: “A força do romancista está na sua percepção aguda dos fenômenos da natureza humana. Lúcio Cardoso não descreve no plano da geometria analítica. Há na sua visão a penetração dos videntes, aquela manei-ra quase infernal de um Julien Green, em dissecação que não é dos sentidos como

Lourdes Cardoso, a última irmã do escritor a fa-

lecer, recebendo Newton Vieira para entrevista e

pesquisa em seu apartamento, no Rio de Janeiro

gas conversas e scritor ilustre.

não é dos sentidos como

a fa-

sta e

neiro

Page 22: Pequi Magazine - Colheita 02

em Proust, mas que se exercita sobre as camadas subterrâneas da alma... O grande poeta não tem medo das palavras e se deixa domi-nar pelo ritmo de uma música que se derrama pelas suas alucina-ções como o gemer de uma fonte no fundo da terra... Ficamos entre o sonho e a vida, arrebatados pela magia de uma prosa sem ossatura, carne incendiada de pecado.”

Também jornalista, Lúcio Cardoso atuou intensamente na imprensa brasileira. Só no Rio de Janeiro, textos seus (artigos e ou-tros) foram publicados em órgãos como: Diário Popular, O Globo, O Jornal, Diário de Notícias, A Manhã, A Noite e O Diário Carioca.

Um enfarto ceifou-lhe a vida terrena em 24 de setembro de 1968, há exatos 40 anos. Nada, no entanto, será capaz de

silenciar-lhe a eloqüente voz de poeta “nem leviano nem grave – humano” (1). Ele ainda se impõe e se imporá sempre, no contexto universal, com sua escrita de “beira-abismo” e plena de beleza.

sile“ne(1)sesud

NOTA:1 – Assim se defi niu o próprio Lúcio Cardoso em Testamento: “Quando um dia pedirem/ para dizer o que fui,/ lembre-se de mim:/ nem leviano nem grave/ – humano” (Poemas Inéditos, coleção Poesis. Rio: Nova Fronteira, 1982, p. 96).

Lúcio com sua mãe,

a dona Nhanhá

Esta certidão de batismo, expedida pela Paróquia Santo

Antônio, prova que Lúcio Cardoso nasceu em 1912, e não

em 1913 ou 1914, como afi rmaram e afi rmam diversas

publicações (enciclopédias, jornais e revistas)

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22Vinteedois

Page 23: Pequi Magazine - Colheita 02

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Page 24: Pequi Magazine - Colheita 02

O primeiro livro de autoria de Lúcio Cardo-so, Maleita, romance de 1934, tem como pano de fundo os primórdios da cidade de Pirapora.

Como se sabe, o topônimo PIRAPORA (pira = peixe + pora = salto) designa a localidade primitivamente conhecida por São Gonçalo das Tabocas e que, por muitos anos, pertenceu à jurisdição político-administrativa do município de Curvelo. Experto no assunto, o historiador Waldemar de Almeida Barbosa, no Dicionário Histórico e Geográfi co de Minas Gerais, registra preciosas informações.

Ao criar o município de Pirapora, a lei nº 556, de 30 de agosto de 1911, determinou que seria “formado dos distritos de São Gonçalo das Tabocas, do município de Curvelo, e São Francisco do Pirapora, com sede no local homônimo”. Aí se inaugurou a estação da E. F. Central do Brasil em 28 de maio de 1910, o que veio concorrer grandemente para o desenvolvi-mento do lugar. A lei nº 663, de 18 de setembro de 1915, elevou a vila Pirapora à categoria de cidade. Coube à lei nº 843, de 7 de setembro de 1923, a mudança da denominação do distrito de São Gonçalo das Tabocas para Pirapora. A ci-dade situa-se na margem direita do Alto Médio São Francisco e se tornou, nos último tempos, uma das mais prósperas de Minas Gerais. (Ob. cit., Belo Horizonte: Promoção da Família Edito-ra, 1971, p. 364)

Lúcio se interessou pelas origens pirapo-renses por um motivo muito simples: seu pai, Joaquim Cardoso, andou por aquela região trabalhando como agrimensor na extensão da ferrovia. Em casa, certamente, o menino-prodígio, futuro literato, ouviu inúmeras e interessantes histórias. Guardou-as na mente e no coração e delas se utilizou mais tarde para compor os personagens e descrever as paisa-gens de Maleita.

Já no Rio de Janeiro, ele trabalhava na Companhia Eqüitativa de Seguros, dirigida por seu tio Oscar Neto, no mesmo prédio onde fun-cionava a livraria e editora do poeta Augusto Frederico Shimidt. Oscar e Shimidt fundaram depois outra empresa de seguros, a Metrópole. Isso seria decisivo na carreira do escritor, pois data daí sua aproximação com o importante editor e livreiro. A respeito desse providencial encontro, escreveria Hildon Rocha: “O destino reunia ali, com os seus cordões invisíveis, dois homens que iriam participar da nova vida literária do país”.

Por obra e graça desse encontro, Maleita saiu das sombras para sacudir o ambiente in-telectual brasileiro. É novamente Hildon Rocha quem conta como tudo aconteceu: “Uma tarde, abrindo gavetas à procura de papel, Shimidt deparou com uns capítulos datilografados de romance. Lendo os primeiros trechos, sentiu

que havia ali alguma coisa diferente em maté-ria de fi cção. E procurou saber de quem eram agueles originais. Imediatamente telefonou para o sobrinho de Oscar Neto, entusiasmado com a novela. Quando Lúcio Cardoso apareceu, encontrou Shimidt com os capítulos, cheirando-os e dizendo: ‘É bom, que cheiro forte de terra!’” (apud Cavaleiros da Luz, BH: Armazém de Idéias, 1997, p. 54)

Shimidt comentou a descoberta com Octávio de Faria. Como fruto desse episódio, o beletrista curvelano que ambientou sua primeira obra em Pirapora seria lançado com ninguém mais, nin-guém menos que Jorge Amado, Gilberto Freyre e Graciliano Ramos.

Maleita veio então a lume, pela Livraria Shimidt Editora, e recebeu aplausos dos mais exigentes e respeitados críticos: Andrade Muricy, Agripino Grieco, Tristão de Athayde, Jaime de Barros, Ronald de Carvalho, e por aí vai. Houve quem se espantasse com o fato de autor ter apenas 20 anos e não possuir sequer o ginasial completo. No entender de Octávio de Faria, em Maleita, o Rio São Francisco parecia borbulhar sangue arterial e atuava como verdadeiro prota-gonista, “transmudando-se numa espécie de Nilo ou de Ganges sagrado”.

Escrita em linguagem escorreita e saboro-sa, com muito de telúrico e folclórico, a obra transportou para a agitada vida literária do Rio a simplicidade da cultura ribeirinha do São Fran-cisco e mostrou, como se lê no Boletim de Ariel, “que as águas das enchentes falam mais do que as pessoas”.

Em suas páginas, o romance retrata uma Pira-pora nascente, agreste, ainda quase despovoada, erma de progresso, mas palpitante de riquezas naturais.

Por Newton Vieira

24Vinteequatro

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PEQUI POESIA A coluna Pequi Poesia desta edição é dedicada ao poeta Rubens Bittencourt, presidente da Academia Curvelana de Letras e incentivador desta revista.

Uma rua...

No fi m da rua, uma casa. Na casa, a emoção.

No canto da cozinha, um choro de guri.

Na ante-sala, lamentos de gente adulta.

No quarto, bloqueio de muita gente.

No alpendre, pés que entram, pés que saem.

Lá fora, no ambiente do tempo, um quê de inquietude.

Em cada semblante, um pasmo triste.

Cá dentro, na sala, a ronda da melancolia.

No meio da sala, um ataúde.

De um lado, um vaso de fl ores.

No ataúde, um corpo quieto.

Do outro lado, uma vela fumegante.

No corpo, pálida recordação de alguém.

Por cima de si, um Cristo.

Nos olhos presentes, um fi o de lágrima.

No peito, já, uma saudade...

(Rubens Bittencourt)

Uma rua...U

TROVAS HUMORÍSTICASTrês coisas, nem queira vê-las: feijoada sem gordura, céu noturno sem estrelas, mulher feia sem pintura.

(Padre Celso de Carvalho)

À feira ela tanto vai,que seu fi lho, desde infante,em vez da cara do pai,tem a cara do feirante...

(Newton Vieira)

Que lua-de-mel aquela! Faltou luz, foi um sufoco: a noiva queria vela, e o noivo só tinha um toco...

(Wanda de Paula Mourthé)

Cabelo é um negócio louco...Há divergências fatais:– Na cabeça, um fi o é pouco,mas... na sopa... ele é demais!

(Elizabeth Souza Cruz)

Venho tentando ser santa, num esforço contundente, mas o pecado me encanta: sigo, então, impenitente...

(Elza Pinto Alemão)

Todo sujo de batom,o marido da traídadiz a mentira em bom tom:– mercúrio-cromo, querida!

(Conceição Parreiras Abritta)

25Vinteecinco

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Sílvio Ribas*SíSíSíllvlvlviioio RR Riibibas*

Vilão para uns e herói para muitos, o eucalipto amplia negócios com o aquecimento global

Uma das primeiras imagens da estrada que chama à atenção antes de chegar a Curvelo, vindo de Belo Horizonte, é a de maciços fl ores-tais. Eles estão lá há três décadas, são impor-tante fonte de renda e emprego para milhares de mineiros e tornaram-se parte da economia rural. No início, o maior estímulo vinha do apetite por carvão vegetal para acionar dezenas de usinas de ferro-gusa do Estado e algumas multinacionais do aço, como a Mannesmann (Valourec). Depois, contudo, o eucalipto na região central do Estado consolidou, com sua excepcional produtividade, uma ampla lista de produtos.

Fonte segura de madeira, que pode se tornar celulose, móveis, óleos e até ajudar na criação de abelhas, as fl orestas cultivadas ganharam usos ainda mais sofi sticados. O setor é também um dos que mais crescem no País, faturando US$ 28 bilhões anuais, puxado pela crescente demanda mundial. Sob os ameaça-dores efeitos do aquecimento global, o plantio sustentável de fl orestas em solos ácidos como os de Curvelo, em ciclos reduzidos de matura-ção, tornou-se negócio promissor. Ancorado no seqüestro de carbono da atmosfera, maior vilão dos tempos atuais, o eucalipto agora também vende ar puro ao planeta.

Mas até chegar aqui, a árvore de origem australiana vem sendo alvo de todo tipo de acusação, desde as de ecologistas sérios até as de meros especuladores ou concorrentes da sua indústria fl orestal, incomodados com a vantagem excepcional do gênero eucaliptos. Persistem as críticas sobre o suposto consumo exagerado de água e de nutrientes orgânicos. Há ainda ruidosa chiadeira com as implicações das fl orestas artifi ciais na biodiversidade local e nas condições de trabalho da mão-de-obra.

Segundo Antônio Carpanezzi, pesquisador da Embrapa Florestas, o conceito de ambiente, em seu sentido pleno, compreende interação entre fatores naturais como solo, clima, fl ora, fauna e microrganismos. “Em locais onde antes havia fl orestas naturais, árvores exóticas po-dem, do ponto de vista técnico, ser empregadas excepcionalmente quando satisfaçam a maioria

29Vinteenove

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30Trinta

de certos requisitos”, diz. Esses pontos a serem observados são: melhora do solo (leguminosas), abrigo ou passagem de animais, vida curta (até 15 anos), não-concorrência agressiva com outras espécies de árvores e, por fi m, o fato de não deixarem descendentes.

Este conjunto multiplica por três as chances da monocultura fi car bem na foto para a socie-dade e ainda satisfazer o bolso dos investidores. A engenharia genética e o manejo criterioso também conseguem, por seu turno, manter a fl oresta artifi cial de pé por várias gerações de plantios com argumentos científi cos para encarar a pecha de “deserto verde”. Como opção para recuperar áreas desmatadas, o eucalipto tem a desvantagem de inibir a recuperação da vegetação local de menor porte. “Isso se deve, particularmente, ao seu crescimento vigoroso, que prejudica o desenvolvimento de plantas próximas, e à sua duração de vida, maior que 100 anos”, diz Carpanezzi.

Como produzem toras grandes, o produtor tem a tentação permanente de cortar suas ár-vores para obter madeira, processo que danifi ca o restante da vegetação. Um princípio adotado em todo o mundo é que a produção fl orestal seja praticada nas terras de menor aptidão agrícola de uma propriedade ou região. Susten-tabilidade é a resposta das empresas do ramo para encerrar a discussão sobre as ameaças do eucalipto ao meio ambiente, apresentando essa monocultura como aliada e não inimiga dele. Graças a cuidados e avanços técnicos do cultivo fl orestal (silvicultura), cada eventual dano à natureza seria compensado por benefícios ao clima, à fauna e à fl ora.

“As fl orestas nativas, antes abundantes, são indispensáveis para preservar a biodiversida-

de e o equilíbrio ambiental. Esse retrato faz das plantações fl orestais negócio promissor e garantia de matérias-primas essenciais como madeira e celulose”, diz Cesar Augusto dos Reis, diretor da Associação Brasileira dos Produtores de Florestas Plantadas (Abraf). O País produz 12 milhões de toneladas de celulose, o dobro do que consome. Mas está pronto para ir mais longe. O setor fl orestal movimenta 3,5% do Pro-duto Interno Bruto (PIB) e emprega 4,6 milhões de pessoas, 4,4% da população economicamen-te ativa.

PECUÁRIA – Os bons números devem-se às condições climáticas do País e à tecnologia desenvolvida pelas empresas e instituições na-cionais de pesquisa, como a Embrapa Florestas, com sede em Curitiba. Enquanto nos Estados Unidos o custo para produzir uma tonelada de celulose é de US$ 304, no Brasil este valor é quase a metade (US$ 157). Para o pesquisador Vanderley Porfírio da Silva, a concorrência das fl orestas plantadas com a pecuária vai dar lugar à cooperação. “Devido ao crescimento mundial da demanda por produtos fl orestais e animais, a sociedade espera que todos venham de sis-temas ambientalmente corretos e compatíveis entre si”, explica.

A preocupação com a origem da madeira já está mudando suas fontes, de fl orestas virgens e pouco fi scalizadas para plantadas ou maneja-das de forma sustentável. A estimativa é de que a produção de toras de plantações alcance 800 milhões de metros cúbicos até 2030, o dobro de hoje. Vanderley acha que a silvicultura pode engordar a renda rural se o produtor se associe a uma indústria, tenha produção em qualidade e volume, possa investir e saiba esperar pelo

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retorno. Os riscos são o desconhecimento da atividade ou a falta de assistência técnica adequada. “Enquanto a renda de prazo curto do gado cobre o fl uxo de caixa negativo da fase de maturação do investimento fl orestal, este último gera sustentabilidades ambiental, econômica e social”, ilustra.

AR PURO – Éderson Zanetti, da Embrapa Florestas, acrescenta as possibilidades de lucro abertas pelo mercado de (seqüestro de) carbo-no, criado após a Convenção das Nações Unidas (ONU) para as Mudanças Climáticas e graças ao desdobramento conhecido por Protocolo de Kyoto (1998). Esse marco regulatório estabelece trocas comerciais entre poluidores e “limpado-res” da atmosfera, que estão na casa de US$ 5 bilhões. Para participar da transação é necessá-rio apresentar a Metodologia de Linha de Base e Monitoramento (LB/M), que detalha as formas de medir o carbono. Há 13 metodologias apro-vadas e a Plantar S/A e AES Tietê são exemplos de empresas brasileiras que aprovaram LB/M. Há grande expectativa em torno de negocia-ções para o segundo período de vigência do Protocolo de Kyoto (2012-2016), ampliando presença de projetos fl orestais.

As empresas fl orestais reconhecem que qualquer monocultura sem critérios ambien-tais é muito prejudicial ao meio ambiente. No caso do eucalipto, são necessários meios para integrar plantações ao meio natural, mantendo biodiversidade de áreas plantadas via seleção de solos aptos ao plantio, preservação de ma-nanciais e matas ciliares, fi xação de corredores de vegetação natural para movimentação da fauna, entre outras práticas. Nas propriedades destinadas ao cultivo do eucalipto, devem ser mantidas matas nativas para compor áreas de reserva legal (mínimo de 20% da área), protegi-das contra caça e pesca ilegal, corte de árvores e incêndios. Mas isso também não é sufi ciente para acabar com os “mitos”.

ÁGUA – Relatório da Abraf mostra que o consumo de água por plantações de eucalipto é semelhante ao apresentado por outras espécies fl orestais, além do défi cit anual da água no solo e à dinâmica da água subterrânea. A vantagem do eucalipto está no convívio com bosques integrados, permitindo trânsito de animais e interação com outras espécies vegetais. O eu-calipto também remove gás carbônico (CO2) da atmosfera, contribuindo para minimizar o efeito estufa, e protege os solos contra processos erosivos. Curiosamente, a venda de certifi cados de fi xação de gás carbônico em plantas se soma a outras duas atividades promissoras no mundo de hoje e que têm tudo para prosperar no en-torno de Curvelo: o turismo cultural e ecológico (Circuito Guimarães Rosa) e os cristais de quart-zo como matéria-prima para produzir chips de computador. Por que temer o progresso?

31Trintaeum

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“Qualquer monocultura sem critérios ambientais é muito prejudicial ao meio ambiente.”

É por isso que Curvelo e região precisam contar com o trabalho consciente de empresas fl orestais que têm o princípio da sustentabilidade como resposta positiva à natureza.

A Agrocity Refl orestamento e Comércio Ltda. é para nossa região exemplo de quem, produzindo mudas clonais de eucalipto, implantando fl orestas próprias e para tercei-ros, utiliza tais recursos de forma responsável, aplicando os princípios da salutar troca entre ‘homem e natureza’.

A empresa do Grupo City Car, que atua na produção de mudas clonais de eucalipto e implantação de fl orestas para terceiros, possui moderno viveiro na região de Curvelo/MG e distribui sua produção para todo o Brasil.

Com sofi sticado sistema de plantio e refl orestamento, a empresa busca na tecnologia e na pesquisa o aprimora-mento de sua equipe de produção, ampliando a capacida-de de seus gestores e utilizando os mais modernos equipa-mentos desenvolvidos para a área de plantio.

Giovani José de Moura, supervisor operacional da Agrocity, afi rma que as normas e critérios ambientais são praticados pela empresa de forma rigorosa. “Utilizamos to-das as técnicas a serem adotadas para que a produção das mudas se dê a contento. Além disso, temos a autorização dos órgãos fi scalizadores competentes, tais como COPAM e FEAM, que confi rmam a credibilidade da nossa empresa”, diz.

As técnicas a serem adotadas para a produção das mu-das atendem a exigências rigorosas, em termos de dispo-nibilidade e localização de área, grau de tecnologia e dos recursos fi nanceiros disponíveis. Existem vários fatores que determinam o método de produção a ser utilizado. Dentre eles, destacam-se: sementes, substratos, recipientes, en-chimentos de recipientes, sistema de irrigação, semeadura, padronização das mudas e outros.

De acordo com Giovani, a implantação de fl orestas de-

Agrocity: Alta produtividade e Agrocity: Alta produtividade e responsabilidade socioambientalresponsabilidade socioambiental„A natureza sempre reservou ao homem, abundantes meios de subsistência, oferecendo-lhe recursos capazes de transformar idéias em realidade.‰

32Trintaedois

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Reflorestamento

pende, dentre outros fatores, da utilização de mudas sau-dáveis, com bom diâmetro de colo, raízes bem formadas, relação parte aérea/sistema radicular adequada, e nutridas adequadamente. “Existem várias espécies de eucalipto, cada uma com suas características individuais. Na nossa região, a espécie mais adaptada é o Urugrandis, ou Híbrido. Esta serve tanto para a produção de carvão como para a obtenção de madeira tratada”.

As mudas produzidas pela empresa seguem todos os critérios de qualidade, para que se tenha uma madeira de excelência e lucrativa. Cada muda demora em média 100 dias para fi car pronta para o plantio. Esclarece Giovani que a produção atual da Agrocity é de 1.200.000 mudas/mês, chegando às 12.000.000 mudas/ano, e a meta estabelecida para até o fi nal de 2009 é produzir cerca de 30.000.000.

Giovani destaca uma das preocupações da empresa: os mecanismos de preservação ecológica. As fl orestas de eucalipto, além de propiciar o crescimento fi nancei-ro de seus proprietários e da economia da região, ainda contribuem de forma importante contra o aquecimento global. “Quando se tem um manejo fl orestal adequado, os plantios de eucalipto, como todos os empreendimentos rurais, comprovadamente, ajudam na regulação do fl uxo e da quantidade dos recursos hídricos e na estabilização do solo, absorvendo 10 toneladas por hectare ao ano de carbono, reduzindo, assim, a poluição e, conseqüente-mente, contribuindo para a remoção de gás carbônico da atmosfera”.

E o mais importante: a Agrocity tem nas mãos dos que produzem suas mudas a certeza de um trabalho no qual reinam o respeito ao ambiente, a preservação da biodiver-sidade, dos mananciais e matas ciliares, entre outras práti-cas, bases fundamentais para o sucesso da empresa, que coloca o que produz a serviço de quem merece o melhor em termos de qualidade de vida: o ser humano.

Agrocity: Alta produtividade e responsabilidade socioambiental

33Trintaetrês

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A nossa região está cheia de ciclistas que são destaques nacionais. Um deles é Hudson Peixoto, jovem atleta de Pirapora, que foi o único representante de Minas nos Jogos Pan Americanos Rio 2007. Outro profi ssional que se destaca neste cenário é o curvelano Paulo Henrique Pereira, que é ciclista há 10 anos e já foi campeão da 5ª Copa Internacional de 2005 e, no ano passado, conquistou o 4º lugar na Aron Bike (maior prova da América Latina) e foi Campeão Mineiro de Maratona.

Poucos sabem da diversidade desse esporte e também dos benefícios que pode propor-cionar. Desde as mais adaptadas para a prática às mais populares, não importa como seja a sua bicicleta, o importante é a integração e os benefícios que resultam dessa paixão.

Segundo Paulo, a cada dia a modalidade conquista mais adeptos, cada um com seu objetivo. Alguns a utilizam como meio de trans-porte, outros como hobby e até como profi ssão. Para ele a única coisa que atrapalha um pouco ainda o crescimento do esporte é o receio da prática pelo custo da bicicleta e dos equipa-mentos. “Ao contrário de que muitos pensam, o mercado oferece preços que atendem a todo tipo de bolso e consumidor. Para iniciantes na competição, os preços das bicicletas são mais em conta se comparados com os das bikes pro-fi ssionais mais equipadas, que chegam a custar até 28 mil reais”.

O ciclismo profi ssional geralmente en-quadra-se em quatro categorias: provas em estradas, provas em pistas, provas de monta-nha (Mountain Bike) e BMX, sendo todas essas sinônimo de aventura. Independentemente de campeonatos e torneios, é comum amigos com interesses afi ns se reunirem para fazer longos passeios de bicicleta.

Em 2005 um grupo de 12 amigos curvela-nos resolveram fazer uma viagem ciclística de 198 km. Com o intuito de fortalecer os laços e progredir com objetivos mais ousados na área, criaram o Grupo Ciclístico Amantes 35

Trintaecinco

Está mais que comprovado que atividades físicas são importantes aliados à saúde. O que poucos imagina-vam é que uma atividade que há mais de século é pra-

ticada no Brasil assumiria hoje em Curvelo e região um destaque merecido por muitos profi ssionais e

também admiradores da prática do ciclismo.

Por Carolina Valdés

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da Magrela. A partir dessa iniciativa, novas viagens surgiram, mais pessoas aderiram ao ciclismo e outras idéias foram agregadas ao esporte, como ações e eventos benefi centes, atividades sociais diversas, tudo ligado a uma preocupação ecológica. O grupo Amantes da Magrela, de acordo com o ciclista Bruno Ribas, um dos seus fundadores, conta hoje com a participação de mais de 50 pessoas de Curvelo e região e tem grande importância no cenário mineiro por organizar, já pelo segundo ano consecutivo, a Copa Grande Sertão de Mountain Bike, já inserida no calendário de competi-ções do Estado. “O objetivo do grupo é promoção do ciclismo, seja através de passeios e viagens, seja através de competições. A gente vê no esporte uma forma de melhorar o turismo de eventos em nossa cidade, já que vêm ciclistas de toda parte do País para disputar a Copa Grande Sertão”, arremata Bruno.

O esporte é a maneira mais adequada de integrar pessoas, cuidar da saúde e promover benefícios varia-dos. Logo, ser adepto de qualquer atividade física é um ganho para o bem-estar sob vários aspectos.

O ciclismo é algo que vem chamando atenção dos curvelanos e tende a atrair cada vez mais adeptos. O maior incentivo vem do desempenho e dos resultados alcançados pelos profi ssionais e pelos que têm o hobby de pedalar. Esses resultados podem ser um convite ide-al para você levar uma vida mais saudável, sendo mais um dos “pedaleiros” da região.

O ciclismo pode ainda ser uma criativa forma de preservação do meio ambiente. Com uma proposta de substituição do transporte em alguns dias da semana, poderemos até, quem sabe, ver o sertão fi car mais rico em oxigênio e beleza, tendo “a magrela” a seu favor. 36

Trintaeseis

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Fundada em agosto de 1988, a Transportes WAMAG completa, em 2008, 20 anos de atuação no mercado. Originalmente voltada para o transporte de materiais de construção, a WAMAG diversifi cou sua atuação e hoje está presente no comércio de materiais básicos de construção, terraplenagem, pavimentação, serviços de manu-tenção e conservação fl orestal e locação de máquinas pesadas.

Início:Vinda de uma tradição da família no ramo de co-

mércio de areia (iniciado em 1978 pelo patriarca

da família, “seu” Albino, com o irmão mais velho,

José Albino-Zezim), a WAMAG foi fundada em

1988, por Wanderley e Miguel Arcanjo Garcia.

A empresa iniciou suas atividades transportan-

do areia e materiais diversos para construção. A

empresa logo diversifi cou sua atuação e iniciou a

extração própria de areia e cascalho. Em seguida,

foi a vez de entrar para o negócio de locação de

equipamentos, principalmente com terceiriza-

ções. A partir de 1995, a empresa expandiu suas

atividades para a área de terraplenagem e pavi-

mentação, ramo que até hoje tem forte presença

e tradição na região norte-mineira, responsabi-

lizando-se pela execução de grandes obras em

diversos municípios ou delas participando.

Expansão:Junto com o crescimento e diversifi cação das

atividades, outras empresas surgiram, no mesmo

grupo familiar. Atualmente, além da WAMAG,

existem a Porto Augusta (areia), Catalão Indus-

tria e Comércio (areia) e SERTHEL (locação de

equipamentos). Juntas, as empresas empregam

mais de 100 funcionários, além de gerar empre-

gos em uma ampla cadeia de fornecedores. São

também grandes geradoras de impostos. No co-

mando das empresas estão cinco Irmãos: Wan-

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derley, Miguel, Áurea, Indalécio e Juscélio.

Responsabilidade Social e Ambiental:Consciente do seu papel nas comunidades em

que atua, a WAMAG tem especial cuidado com

as questões ambientais e sociais. A areia e o

cascalho comercializados pela empresa são ex-

traídos observando todos os requisitos de meio

ambiente. Em suas atividades na área de terra-

plenagem e locação de equipamentos, também

há o cuidado com a preservação e a observância

da legislação do setor.

Na área social, outro destaque para a atuação da

empresa. Em muitos projetos sociais de Pirapo-

ra e de cidades onde atua, há a contribuição da

WAMAG, que tem preocupação especial com

projetos ligados à educação e à inclusão social.

Futuro:A WAMAG sempre teve uma tradição desde o

início de suas atividades: Investir na melhoria de

seus equipamentos. Hoje, a empresa conta com

uma frota de máquinas e equipamentos mo-

dernos, com idade média inferior a 5 anos. Essa

visão tem permitido à empresa a expansão em

segmentos exigentes, como o de manutenção

e conservação fl orestal, setor onde a WAMAG

vem conseguindo uma ampliação signifi cativa

dos seus negócios, atendendo a grandes grupos

empresariais que têm atividades fl orestais nas

regiões Norte, Noroeste, Central, do Jequitinho-

nha e Mucuri. Os planos são simples: continuar

crescendo e consolidar a liderança nos setores

em que atua.

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42Quarentaedois

Por Carolina Valdés

  diado por muitos e amado por outros, o pequi, fruto típico do cerrado brasileiro, de cheiro forte e adocicado, é uma das

principais espécies nativas do cerrado, sob do ponto de vista econômico, ecológico e social.

Comercializado em feiras livres de quase todo o Brasil, o pequi, que é apreciado pelo sabor, está cada vez mais deixando de ser visto apenas como um ingrediente da culinária regio-nal, passando a integrar as mais diferentes áreas.

O fruto garante sabor e dinheiro no bolso. Dona Laura, de 57 anos, que há quarenta e três trabalha com a venda de frutas e tem uma banca na beira da estrada em São José da Lagoa, afi rma que consegue “juntar um dinheirinho” a mais com as vendas do pequi. “Eu sou viúva e vivo só com um salário, com o pequi consigo um dinheiro a mais, com as outras frutas ganho menos”, afi rma. Trabalhando de segunda a domingo, de baixo de chuva ou sol, ela costuma vender em média R$ 16,00 reais por dia. “Seu produto é de qualidade”, afi rma Sidney, que sai de Belo Horizonte para comprar pequi na mão da Dona Laura.

Outro exemplo do pequi como geração de renda é a Cooperativa Grande Sertão, de Montes Claros. Atualmente o trabalho desta coopera-tiva, que abrange mais de 1.500 famílias, de 148 comunidades rurais, em 19 municípios, e se transformou numa marca reconhecida pelo consumidor, que identifi ca o produto por sua qualidade alimentar e por seu compromisso social e ambiental.

O óleo extraído da polpa do pequi contém uma grande quantidade de óleo insaturado, que não faz mal ao organismo nem provoca aumen-to no colesterol. É também rico em vitaminas A, C e E, em sais minerais (fósforo, potássio e magnésio) e em carotenóides, que evitam a formação de radicais livres no corpo e previnem tumores e o desenvolvimento de doenças car-diovasculares. É o que comprovou a experiência realizada pelo biólogo César Grisólia, da UnB (Universidade de Brasília).

Não só a grande quantidade de nutrientes faz do pequi um ingrediente bastante peculiar. Mesmo cozido ou congelado, o fruto preserva suas propriedades nutritivas, ao contrário do que ocorre com a maioria dos vegetais. “A gran-de quantidade de óleo presente no fruto (mais de 60%) ajuda a conservar as vitaminas e os sais minerais, mesmo depois do cozimento”, afi rma o biólogo César Grisólia.

Mas, para quem acha que a palavra “óleo” não pode fazer parte do vocabulário da alimen-tação saudável, a nutricionista Maria Margareth Veloso Naves, autora de um livro sobre a culiná-ria goiana e professora da Universidade Federal de Goiás, esclarece: “Muita gente usa o óleo do pequi para cozinhar alimentos. Seu óleo é muito rico em ácidos graxos insaturados”.

Dada a alta efi ciência e importância gastro-nômica, cultural e econômica do fruto, o gover-nador Blairo Maggi sancionou o Pró-Pequi, um programa projetado pelo deputado José Riva, que visa, entre outras composições, identifi car e delimitar as áreas propícias e adequadas ao cultivo; desenvolvimento de pesquisas para a preservação das áreas plantadas e produção de mudas para novos plantios; identifi cação dentro do programa das áreas aptas ao turis-mo e incentivar sua prática; pesquisa sobre os aspectos culturais e folclóricos identifi cados com o pequi e divulgar seus eventos comemorativos e datas relevantes; divulgação dos componentes nutricionais e medicinais do pequi; divulgação e desenvolvimento de receitas do pequi e de outras frutas do cerrado.

Segundo Riva “O Pró-Pequi é uma forma viável de proporcionar melhores condições de vida ao trabalhador rural, pois a maioria vive da

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43Quarentaetrês

pequena propriedade, onde as atividades são restritas pela ausência de crédito, de assistência técnica e de incentivos para o incremento de novas tecnologias que fomentem a produção, a produtividade”.

Ele também revela que hoje já não é tão fácil encontrar o pequi fora das áreas de plantação. Planta nativa, em outros tempos ela podia ser colhida facilmente, sem que fosse necessária autorização dos donos das áreas. “Hoje todo mundo sabe que o pequi é rentável. Tudo que é colhido ainda é pouco para atender à procura. Acredito que daqui uns dez ou quinze anos, devemos ter fazendas de pequi, até porque não é preciso terra boa e cuidados maiores para sua produção”, informa o deputado.

Atualmente o pequi também vem sendo utilizado para o refl orestamento de áreas degra-dadas. A bióloga Lozenil Frutuoso é a responsá-vel pelo projeto desenvolvido pela Empaer em uma área localizada na região do Coxipó, Mato Grosso.

Implantado há seis anos, ele também utiliza outras espécies de plantas como jenipapo, jato-bá e outros tipos de frutas do cerrado. Segundo ela, é importante que os produtores que de-gradam suas áreas usem plantas frutíferas para recuperá-las. Com isso melhoram a qualidade de vida na região, pois essas árvores atraem para o local aves e animais. “Usar o pequi nas áreas degradadas ajuda a recuperar o nosso cerrado, que é muito rico. Diferente de outras áreas de cerrado, aqui temos uma diversidade maior de plantas, então é necessário conscientizar os produtores para que mantenham a vegetação e, quando derrubada, deve ser refl orestada”, afi rma.

Pesquisa realizada pelo Laboratório de Genética do Instituto de Ciências Biológicas (IB) da Universidade de Brasília (UnB) concluiu que o Pequi pode ser indicado como efi ciente redutor da ação dos chamados radicais livres (molé-culas que se formam no organismo humano e reagem de forma danosa às células sadias) e está qualifi cado como coadjuvante no tratamento do câncer. Coordenado pelo professor César Koppe Grisólia, o estudo deu origem à dissertação de mestrado Avaliação do potencial mutagênico, antimutagênico e antioxidante do extrato aquo-so de polpa de pequi, defendida em junho de 2004 pela aluna do IB Juliana Khouri.

“O pequi é capaz de proteger as células dos efeitos colaterais das drogas usadas no tratamento de câncer, que costumam ser muito violentos”, afi rma o professor Grisólia. Rico em vitaminas A, C e betacarotenóides (componen-tes com propriedades antioxidantes, que têm a capacidade de proteger o organismo da ação danosa dos radicais livres), o extrato de polpa de pequi foi aplicado em células de ovário de hamster chinês que estavam submetidas tam-bém a uma combinação de substâncias como ciclofosfamida e bleomicina (drogas usadas no tratamento de pacientes com câncer).

Os testes estatísticos revelaram que o pequi exerceu efeito protetor contra os danos causa-dos às células por essa combinação. E que, além de amenizar a ação degenerativa das drogas, o extrato da fruta não afeta o índice proliferativo das células sadias. A pesquisa do professor César Grisólia não chega a mensurar essa ação prote-tora. “Mas já é considerável comprovarmos que o pequi tem essa propriedade. Medir o quanto ele protege as células, aí já é outra pesquisa”, esclarece.

Para o professor César Grisólia, o resultado da pesquisa chama a atenção para a necessi-dade de preservação do Cerrado. “A madeira do pequizeiro tem sido usada para fazer carvão e nossa pesquisa mostra que essa planta tem mais valor em pé do que dentro de um saco de carvão. O cerrado tem sido destruído pela agricultura, mas, assim como o pequizeiro, deve haver muitas outras espécies que ainda não foram devidamente estudadas”, afi rma.

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Não sei se sorte ou azar dos produtores brasileiros, mas aqueles que servem a melhor bebida não têm sequer um pé de café, uma vez que as condições climáticas limitam sua produção entre os trópicos e as regiões de altitude.

Esses grãos, uma vez torrados e moídos, ou em forma de café solúvel, estão presentes em quase todos os lares, restaurantes e escritórios, trazendo felicidade e levando glamour a uma boa prosa. Porém os maiores prazeres de uma xícara estão lá fora, em países que investem em seleção dos melhores grãos e preparo, procurando oferecer ao con-sumidor um produto de procedência e de grande qualidade. Entre nós os investimentos em qualidade também repercu-tem de forma direta no aumento do consumo, o que nos faz despontar como o 2º maior consumidor mundial.

Em relação à sua produção, muitos não ousam discutir. Somos o maior produtor mundial de café, com safras de até 45 milhões de sacas. Possuímos recordes de produtividade em diferentes regiões e produzimos cafés diferenciados que enriquecem os blends dos melhores cafés do mundo. O Vie-tnã e a Colômbia, segundo e terceiro maior produtor, juntos, não produzem aquilo que produzimos.

No entanto, como profi ssional da porteira pra dentro, às vezes fi co a pensar estar batendo em cachorro morto. Vejo que muitas técnicas de produção são arcaicas, obsoletas e insustentáveis, gerando prejuízos que fazem dessa cultura uma atividade nômade. Basta recordar a sua trajetória no Brasil. De sua introdução, há mais de 200 anos, aos dias de hoje, essa cultura já percorreu várias regiões e já se extinguiu quase que por completo em estados considerados anterior-mente como grandes produtores. O Paraná é um exemplo disso. Sinto que outras regiões, de grande importância para a produção nacional, também correm sérios riscos, como é o caso do Sul de Minas e da Zona da Mata, que sofrem pela escassez de recursos humanos, baixa disponibilidade de mecanização e recursos hídricos para irrigação.

Em fase desses problemas, novas fronteiras estão se abrindo. A produção de café em Pirapora e Buritizeiro / MG é uma prova disso. Há um tempo, quem investiria na produção de café do tipo Arábica em regiões com altitudes inferiores a 600 m? Hoje vejo que essa região já se destaca nos processos de produção e qualidade, atraindo grande nú-mero de investidores. Entretanto, me preocupa enxergar que

os problemas de produção não têm sido tratados na origem. Precisamos pensar em novas técnicas que preservem os recursos naturais, agreguem em produtividade, qualidade, com baixo custo. Para isso devemos repensar o sistema de produção, quebrar nossos paradigmas, investir em pesquisa básica para formatar uma idéia inovadora que traga maiores níveis de sustentabilidade.

Dentre as novas técnicas a serem incorporadas, vejo que algumas premissas são indiscutíveis, como, por exemplo, o superadensamento, o uso de variedades resistentes a pragas e doenças, tolerância ao estresse hídrico, a disponibilidade total para a mecanização, principalmente na colheita, o uso de podas consecutivas para renovação do cafezal, o incremento de populações microbiotas solubilizadoras de fosfato e fi xadoras de nitrogênio, associadas à expertise na comercialização.

É nessa linha que temos trabalhado. Sinto que estamos no caminho certo. No varejo, já conseguimos resultados expressivos no que tange à proteção de fl oradas, trata-mentos fi tossanitários e ferramentas de gestão. Os estudos de dinâmica populacional de pragas e doenças também contribuem bastante para utilização daquilo que realmente é necessário com a máxima efi ciência. Sei que muito temos a fazer, a começar pela mentalidade de produtores, técnicos e consultores, mas tenho a certeza de que, se os america-nos, os alemães e italianos produzissem café, a produção mundial desse grão dar-se-ia de outra maneira. Cabe a nós, brasileiros, encarar os problemas de forma corajosa para fa-zer valer a vanguarda na arte de produzir café de excelência.

*Engenheiro agrônomo, diretor-presidente da

Agroteste, doutorando em Fitotecnia.

Jeff erson Gitirana Neto*

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50CinquntaCiCiCiiiiiiinqnqnqqqqqunununnnntatatatatatataa

Certa vez, arrebatado pela idéia de tocar em Pirapora, por intermédio de um amigo, Paulo Magalhães, da Drogaria Cristina, o Pau-linho, fui apresentado ao Kaká. Seu restau-rante, ainda localizado na avenida Pio XII, era apenas um ensaio do que é hoje. O grande sucesso musical da época era “Sozinho”, de Peninha, que, na extraordinária interpretação de Caetano Veloso, se fi zera imprescindível ao repertório de quem quisesse arrancar aplausos.

Lembro que, na época, cantei mais de 10 vezes por noite essa música sem me im-portar, pois, até para minha alma de cantor, era tão indispensável ouvi-la e receber os aplausos! Além do mais, eu não suportaria fi car sem tê-los vezes e vezes por noite.

Como artista regional, viajei muito por esse sertão e, tocando de “bar em bar”, aca-bei, involuntariamente, por testar a qualida-de dos restaurantes de toda a nossa região.

O Kaka’s Bar sempre foi o meu mais que-rido, tanto pelo atendimento de qualidade feito por garçons que bem poderiam compor o elenco de uma trupe de artistas, como o legendário TATOO – nervoso, estopim curto e um dos mais amados e competentes que já vi –, quanto pela fantástica culinária, que tem como prato principal a moqueca de suru-bim, deliciosa personagem dessa matéria e considerada por nossa revista um tesouro do sertão mineiro.

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A alquimia para se atingir tal delícia não é nada intangível; ao contrario, tem receita muito simples. O segredo do seu preparo, porém, está no frescor dos ingredientes utilizados. As postas são de surubim super-fresco pescado ali mesmo, no São Francisco. Fruto do trabalho tradicional de gerações de famílias barranqueiras que vêm sofrendo, cada vez mais, a escassez do pescado mais importante das águas brasileiras.

Servido em panela de barro, para manter-se por mais tempo na temperatura ideal, o cozido é apresentado em ponto de fervura e chega sempre à mesa borbulhando e produzindo uma fumaça de aroma ir-re-sis-tí-vel. Combinação de ervas e temperos, cores, sabores e valores riquíssimos, herança bar-ranqueira dos primórdios da nossa evolução social. Patrimônio intrínseco do sertão e dos sertanejos.

A peixada do Kaká, em outras palavras, tem a perfeição da animicidade de um canta-dor das coisas do sertão interpretando a mú-sica mais bela do seu repertório. Nós, fãs da arte culinária e sertanejos por nascimento ou opção, aplaudimos esse nobre barranqueiro, nosso queridíssimo amigo Kaka, e, através da Pequi Magazine, fazemos questão de engrossar o caldo que compõem os admira-dores do prato, estendendo o conhecimento de sua existência tanto ao público leitor da revista quanto ao que se faz quase incontável em nosso site.

Peixe ensopado ao leite de cocoIngredientes:4 postas inteiras de surubi;4 tomates maduros;3 limões verdes comuns;1 colher de sopa de corante;1 cebola média; 1 pimentão;1 cabeça de alho;½ xícara de leite de coco; sal e pimenta do reino a gosto.

Modo Preparo:1 - Tempere com limão e sal as postas de peixe, deixando-as curtindo

por uma hora dentro de um recipiente fechado (pegando o gosto).2 - Prepare uma panela e coloque nela um pouco de azeite; frite a cebo-

la e o alho, adicione os tomates picados e deixe amolecer; acrescente o sal e deixe ferver aproximadamente 15minutos. Para tirar a acidez do molho, utilize açúcar (pequena porção) até sentir que o molho não está mais ácido.

3 - Pegar o peixe que está curtindo no tempero e adiciona-lo à panela (com todo o tempero) e deixar ferver por uns 15 minutos. Acrescente o leite de coco e cozinhe por mais alguns minutos para que o peixe fi que macio, porém sem se desmanchar. Acerte o ponto de sal e pimenta-do-reino do ensopado e adicione coentro ou salsinha.

4 - Servir com arroz branco e salada.

Rende: 6 porções

Alexandre Benony

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Aquele mar, o outro, é que não tem Minas Gerais.Ainda recordo o que senti enquanto meus olhos tocavam aquela imagem. Gravação perfeita. Uma resolução impensável registrava, naquele momento, a impressão que, primeira, fi cara perfeita até hoje, ainda que longe se fi zera no tempo. A cor era a da garrafa do Guaraná An-tarctica, pura, e quase sobrenatural. Essência das veredas rosianas feitas de fl ores, palavras e arre-bóis, céus azuis, buritis, águas puríssimas e piabas que se incorporaram àquele vultoso leito cavado pelo Chico. Era a primeira vez que via a represa de Três Marias. Tinha lá os meus 10 anos e, como meu pai, já era famulento da arte de pescar.

Embora fôssemos, naquele dia, fotografar um casamento em Morada Nova, nossas varinhas simples de bambu confi guravam a bucólica ima-gem do corcelzinho setenta e poucos estando amarradas ao carro por uma engenhoca muito comum naquela época. O artefato tinha o fi m de transportar varas de pescar nos tetos dos carros. Isso possibilitava o fechamento do vidro do pas-sageiro, o que se fazia absolutamente indispensá-vel, estando todos na beca para o tal casamento e sendo uma longa trajetória a ser percorrida em estrada de terra.

Pois bem, lá fomos fotografar. Já nessa época, eu ajudava meu pai, fazendo o trabalho de auxiliar de iluminação. Tive que ser chamado à

atenção várias vezes, pois só pensava na pescaria que iria acontecer tão logo cumpríssemos a nos-sa tarefa. Quando, enfi m, o trabalho terminou, rumamos para a represa e fi zemos uma memo-rável pescaria. Jamais esquecerei a ferrada mal acabada que terminou com um anzol no pescoço do nosso amigo Frederico. Nossa! Foi um grande sufoco, mas tudo acabou bem.

Os anos passaram e poucas vezes tive a chance de voltar à represa para pescar. Experi-mentei a pescaria de curimba e gostei muito, mas meu grande desejo de pescador era decifrar os mistérios da pescaria do tucunaré.

Em São José do Buriti, por algumas vezes ten-tei capturar algum, mas nunca consegui. E fi cava a dúvida: Será a isca, será a técnica, será o lugar, ou sou eu que não sei nada?... É, realmente eu não entendia nada de pescar o fantástico tucu-naré. Bravo, valente, voraz. Ele exerce um grande fascínio em todo pescador, mesmo aquele que nunca teve oportunidade de vê-lo em ação.

Quando resolvi fazer essa matéria, sabia que seria imprescindível encontrar um especialista no assunto. Alguém “apeixonado”! Um amante da represa de Três Marias e, claro, da pescaria do valente tucunaré. Nosso amigo, o empresário Vanir, é um peixe fora d’água quando está em Curvelo. Sua vida só passa a ter sentido quando chega ao Náutico Três Marias, encontra seus

companheiros, todos malucos por pescaria e embriagados pela vida fantástica proporcionada pela convivência nas barracas do clube. Devo dizer que me senti completamente seduzido por aquele lugar. Cachoeiras maravilhosas, ladeadas de paredões que mais parecem um cenário de Spielberg. “Água do pé da serra que faz curar ressaca dos violeiros nas noites de seresta.”* Toda essa maravilha de um lado, a apenas 500 metros da portaria do clube, tendo, do outro, as águas poderosas da represa e o melhor de tudo isso: a rara convivência entre os sócios em suas barracas. Uma amizade que lembra uma grande família reunida para um perpétuo Natal, uma festa que começa quando um acorda e termina quando o último se recolhe para dormir. Minha expectativa era de uma boa pescaria e boas fotos para nossa matéria.

É, mas o mar doce não estava pra peixe. O prognóstico era dos piores. Contudo os tucuna-rés não sabiam que sou um homem de propa-ganda e vejo toda crise como oportunidade. Se os tucunarés estão em greve, pensei, capturá-los será resultado da utilização da mais apurada técnica e transmissão por parte dos nossos com-panheiros, de um grande conhecimento dos há-bitos do peixe e seu comportamento. E melhor: a revelação dos mais secretos pesqueiros.

Embarcamos assim no Tô-que-tô, barco de

Aquele mar, o outro, é que não tem Minas Gerais.Aquele mar, o outro, é que

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uma notável mulher. Janete Mancini é reconhe-cidamente uma das melhores pescadoras no Náutico. Campeã da sorte e dona de uma notável técnica. Outro companheiro da empreitada foi o jovem “Negão”, um exímio pescador e rapaz admirado por todos. Apesar da pouca idade, Negão é especialista em vários peixes e técnicas, além de ser um excelente mergulhador. Nasceu e foi criado à beira d’água. Seu barco é um dos melhores do porto equipado com tudo que há de melhor, uma verdadeira casa fl utuante com um motor de última geração.

Saímos numa hora já impropícia, o Sol anun-ciava umas 11 horas da manhã. Porém, enquanto singrávamos o Mar de Minas a afrontar os ventos e abrir marolas no valente “Tô-que-to”, eu fotogra-fava, sonhando em registrar uma bela pescaria com imagens perfeitas para nossa revista.

A paisagem por si valia a pena. Ainda no porto, com minha lente telescópica, pude fotografar um grupo de pessoas se divertindo em uma seva, onde não paravam de sair piaus e curimbas de todos os tamanhos. Uma garça veio nos cumprimentar. É uma velha amiga, disseram, muito mansa e acostumada com os pescadores. Garça bonita assim? Nunca havia visto.

Quase tudo era novo. A paisagem que

sempre vi das praias se invertia. Lembrei-me da música de Caetano: “As casas tão verde rosa que vão passando a nos ver passar, os dois lados da janela”. O lado que vi passar agora passava comigo. Quem me via eram os barrancos onde as ondas quebravam em pedras, praias ou toas despidos.

Procurávamos por grotas protegidas dos ventos. Lugares onde um espelho d’água refl etia a possibilidade de uma boa pescaria. Depois de uns 20 minutos navegando e de alguns quilôme-tros percorridos, paramos num magnífi co local. Menos a hora, tudo era propício. Na primeira ten-tativa, Negão captura um pequeno tucunaré que logo fora solto pelo pouco tamanho que tinha. A esperança de uma boa pesca nos contagiou. Mas, depois de várias tentativas em pesqueiros espetaculares , palcos de grandes pescarias de um tenro passado, apenas três tucunarés saíram. Um dia tem de ser tucunaré, o outro do pesca-dor. Tudo bem, pois num lugar como aquele, todo dia é dia do fotógrafo. Fiz fotos lindas de paisagens e melhor, pude observar e fotografar três grandes pescadores e seus equipamentos em ação. Vanir usou um conjunto de vara e carretilha importados dos Estados Unidos, onde o equipamento é utilizado na pesca da truta. O

seu manuseio requer uma técnica apurada com lançamentos que tocam a fl or d’água algumas vezes antes da mosca(isca) ser solta sobre a água. Esse movimento atiça a voracidade do tucunaré, que ataca provocando um grande reboliço (e re-buliço). Negão usou uma carretilha do tipo perfi l baixo. Janete optou por usar um molinete. Cada um com sua preferência, todos são pescadores muito bem-sucedidos. Fotos de pescarias ante-riores comprovam que o lago propicia muita di-versão para quem gosta de uma boa pescaria de tucunaré. E o Náutico Três Marias acolhe muito bem seus visitantes com uma sede maravilhosa e festas muito tradicionais, como o carnaval, que atrai um expressivo número de turistas que se hospedam em casas, nas barracas e no excelente hotel do clube.

A pesca do tucunaré exige inteligência, persistência e muita técnica. É isso que a torna uma das mais fascinantes pescarias. Com sua coloração magnífi ca, sua tenacidade, sua força e voracidade, o tucunaré é considerado o rei do mar dos Mineiros. E a casa onde ele habita, uma das mais belas paisagens de Minas. Um sertão que virou mar, um mar que virou sertão. Uma be-leza inesquecível que merece ser visitada e acima de tudo preservada por todos nós.

Aquele mar, o outro, é que não tem Minas Gerais. não tem Minas Gerais.Alexandre Benony

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Uma combinação perfeita entre arte e conhecimento com um resultado surpreendente. Não há receita para o sucesso, e Cristiano Lima é a prova disso. A soma de talento, determinação e muita criatividade faz hoje do historiador nascido e radicado em Inimuta-ba um dos grandes artistas da região. Trazendo a arte em suas veias, aprendeu a aprimorá-la com a professora Cláudia Silveira, do SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), que teve um papel importante em sua vida, impulsionando-o aos primeiros passos de sua carreira hoje concretizada e promissora.

Segundo Cristiano, suas obras vão surgindo espontaneamente, desde a simplicidade de peças concluídas em poucas horas até a complexidade daquelas trabalhadas durante muito tempo. Para os admiradores e curiosos, uma viagem à diversidade de expressão do seu talento incomum, que gera arte através das mãos.

O processo adotado pelo artista na produção das peças é total-mente manual e se inicia com a preparação da argila bruta, logo em seguida no trabalho com a peça, seu desenvolvimento e cons-trução. A terceira etapa de fi nalização é a queima, mas, só depois da peça toda pronta, é necessário levá-la ao forno. Os detalhes e o processo artesanal é que dão o toque da qualidade e destaque nas artes de Cristiano e conquistam cada vez mais apreciadores dessa peculiaridade.

O seu trabalho não só conquistou a todos da região como tam-bém espaços em diversos segmentos importantes do mundo da arte. Um exemplo é o Catálogo Mineiro de Artesanato 2008 – 2009, que é uma produção do SEBRAE (Serviço de Apoio às Micro e Pe-quenas Empresas), que escolheu o artista para ser o único represen-tante da região. Cristiano também participa de diversas exposições periódicas, como a Exposição Nacional de Artesanato, que acontece em Belo Horizonte, além dos eventos promovidos pelo próprio SENAR, que sempre apóia sua carreira, expondo seu trabalho para um grande público.

A natureza, a vida indígena, o espaço sideral, história, culturas são os temas preferidos para a produção das peças do artista que hoje possui uma grande demanda. “A demanda é muito grande, às vezes eu não consigo atender às encomendas que eu tenho. Muitas vezes, eu acabo de queimar uma fornalha e vendo em uma semana quase tudo. Recebo muita encomenda de gente de fora da Cidade, do Estado e até do País”, conta.

Como qualquer artista, o ideal de Cristiano é dar continuidade ao seu trabalho e montar uma ofi cina de cerâmica mais bem-estru-turada para poder produzir em larga escala suas obras de arte, pois, assim, além de atender aos pedidos de clientes, ele estaria satisfa-zendo a si mesmo ao ver criações suas expostas em mais lugares e admiradas por um público maior e mais variado. Este é o maior pre-

sente que Cristiano Lima pode dar à sua origem: o orgulho e o reconhecimento de seu talento ao representar nossa região com propriedade.

O estudante e artista Cristiano Lima, há quatro anos, teve o seu primeiro contato com a arte. Desde então agregou conhecimentos de geografi a, história e algumas tradições à sua criatividade na produ-ção de peças artesanais que têm agradado até estrangeiros.

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Por Carolina Valdés

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Cabelos, moldura do rosto e símbolo de poder. Desde Sanção a era Gisele Bündchen, que o cabelo desempenha na sociedade um papel muito importante. Sinônimo de be-leza ou de pura vaidade, esta parte do corpo é sem dúvida um ícone fundamental da nossa personalidade.

Se o cabelo é um símbolo da nossa personalidade, a falta dele também é. O problema da queda de cabelo tornou-se hoje em dia um problema que afeta muitos.

Diz-se cientifi camente que cerca de 50 a 100 fi os de cabelo caem diariamente e são substituídos por novos. A maior parte das pessoas não se dá conta desta enorme quantidade de cabelo que cai todos os dias. No entanto, quando este desaparece defi nitivamente, ou quando a quantidade de cabelo que cai é muito superior, aí a situa-ção torna-se perceptível.

A alopecia androgênica, ou calvície, atualmente deixou de ser uma difi culdade específi ca para homens se tornando também um pesadelo para algumas mulheres que sofrem diariamente com este problema. A perda dos cabelos traz enorme signifi cado em relação à auto-estima sendo motivo freqüente de busca de tratamento.

De acordo com a dermatologista Dr. Claret Ribeiro, o que leva a calvície é a predisposição genética, que pode vir do lado paterno ou materno, sendo o resultado da estimulação dos folículos pilosos, que começam a ser produzidos na adolescên-cia, por hormônios masculinos, que existem tanto nos homens como nas mulheres.

A alopecia androgênica masculina e feminina tem a mesma causa, ou seja, através da 5-alfa-redutase (enzima), a testoterona transforma-se em didrosterona (DHT), hormônio responsável pelo afi namento dos cabelos e diminuição progressiva dos folículos, que tem seu ciclo de vida normal reduzido.

Por Carolina Valdés

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Sua Calvície tem tratamento

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53Cinquentaetrês

Para quem já quer começar a se cuidar, a sugestão é lavar a cabeça com freqüência com xampus que não irritam o couro cabeludo, combater a oleosidade, tratar a caspa e estimular a circulação local com produtos tônicos específi cos. A dica para as pessoas que já possuem uma região calva é usar protetor solar, afi nal o excesso de exposição ao sol pode provocar os cânceres de pele.

Agora, para os que possuem uma calvície em um grau mais acentuado, o último tratamento que chegou ao mercado, é o “Poder das Luzes”, que pode ser encontrado aqui em Curvelo, no Salão de Beleza Gilsara Lopes.

“O tratamento não é milagre, e sim uma solução simples e natural para quem sofre de calvície. Já possuo muitos clientes, os homens me procuram mais, mas tenho uma cliente mulher que apresenta uma leve calvície devido a depressão. Todos os que estão fazendo o tratamento, estão gostando muito do resultado apresentado até o momento”, afi rma Gilsara.

Ainda de acordo com a cabeleireira, este tratamento tem a duração mínima de três meses e em cada sessão são feitos 5 pas-sos (veja no box ao lado), que não trazem nenhum desconforto, sendo totalmente indolor.

A médica Dra. Claret, alerta as pessoas que sofrem de calvície. “Cada caso é um caso, e se porventura sofrer queda do cabelo, a pessoa deverá aconselhar-se com o seu médico, que o ajudará a identifi car as causas e lhe indicará o tratamento mais adequado”.

Embora as causas sejam as mesmas, elas se manifes-tam de forma diferente, pois a mulher mesmo com níveis de hormônios masculinos normais, pode apresentar uma rarefação difusa, sem chegar à calvície total, sendo raro uma mulher careca. Acontece apenas que os pêlos tornam-se mais fi nos principalmente na região superior do couro cabeludo, embora não cheguem a apresentar entradas proeminentes nem a “coroinha” comum nos homens.

Em ambos os casos, as manifestações agravam-se, oca-sionalmente, pela grande ansiedade e sofrimento emocio-nal, pelo estresse, desequilíbrios hormonais, como hipotire-odismo, oleosidade excessiva e caspa, tornando o quadro de queda de cabelos mais intensa. Em algumas mulheres, a alopecia se manifesta após a menopausa, quando ocorre uma diminuição da produção dos hormônios femininos.

A médica afi rma que o tratamento tópico para a alo-pecia androgênica faz parte do arsenal do dermatologista desde o inicio. Uma vez instituída a calvície, com um diag-nóstico preciso de alopecia, é preciso iniciar o tratamento o mais cedo possível e estimular o paciente para aderi-lo de forma permanente. Esta, também adverte que existem várias outras formas de Alopecia, como por Efl úgeo Teloge-no, Alopecia Areata, Lupus Discóide, Esclerodermia, dentre outras que tem de ser excluídas e tratadas diferentemente da calvície, para se ter os melhores resultados.

Formas de tratamentos

Passo 1 – Uso de um pente de alta freqüência que agita a corrente sanguínea levando os nutrientes do próprio organismo ao bulbo capilar.

Passo 2 – São usados produtos desincrustantes capazes de abrir os orifícios dos fi os tirando todos os resíduos de cloro, caspa e oleosidade.

Passo 3 – Lava-se e hidrata o cabelo com produtos anti-queda.

Passo 4 – Passa-se um tônico capilar, e usa o laser para efi cácia do produto.

Passo 5 – Para a fi nalização, faz-se o uso do aparelho de nanoqueratinização que transforma queratina líquida em vapor fortalecendo assim os fi os já existentes e os que estão nascendo.

Passos do tratamento Poder das luzes:

Salão Salão Gilsara LopesNovo Tratamento Capilar

R.: Levindo Augusto, 85 / (38) 3722 2433

Gilsara Lopes é a profissional responsável pela Lanza, Paul Mitchell e Schwarzkopf

Professional em Curvelo.Oferece com exclusividade aos seus

clientes o Tratamento Poder das Luzes e também o tratamento antienvelhecimento

do fio para mulheres acima de 45 anos.

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“Temos que nos empenhar para que a integridade do sítio seja preservada, pois queremos reconstruir paleogeografi ca-mente essas paisagens que haviam aqui há seis mil anos.”

Dr. Hernando Baggio

Situado no centro de Buritizeiro, o cemi-tério Caixa d’Água foi descoberto em 1987, quando teve inicio uma obra de saneamento básico da prefeitura da cidade. Operários que trabalhavam na abertura de valas para insta-lação de uma rede de esgoto depararam com ossadas humanas e comunicaram o fato ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Uma equipe da Universida-de Federal de Minas Gerais (UFMG) confi rmou a importância histórica do sítio arqueológico, que foi então isolado e mantido sob proteção da Prefeitura.

Atua no estudo do caso a Missão Arqueo-lógica Francesa em Minas Gerais, coordenada pelo professor André Prous, da Universida-de Federal, e integrada pelos professores Hernando Baggio, do Departamento de Geociências da Unimontes, e Adolf Heinrich Horn (também da UFMG). Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e outros do

Rio Grande do Sul, Estados Unidos e Inglater-ra, além das Universidades de Leipzig (Ale-manha) e de Saint-Etienne (França), também participam do projeto.

Nas escavações realizadas no sítio, foram descobertas ossadas humanas de aproxi-madamente seis mil anos de idade, além de materiais líticos como bigornas, batedores, facas feitas de lascas de rochas, pontas de setas e ossos queimados. Essas evidências servirão como base para investigação nas áreas da antropologia, arqueologia, geologia, geoquímica ambiental e geomorfologia.

Para o professor Hernando Baggio, o Ce-mitério Caixa d’Água tem importância maior em relação a outras descobertas no Estado por se tratar de um dos sítios arqueológicos a céu aberto mais bem conservados ao longo do Vale do São Francisco. Muitas pesquisas estão sendo feitas com os materiais encontra-dos, e os resultados vão mostrar como esse homem vivia, do que ele se alimentava, com que tipos de artefatos trabalhava, qual era a vegetação ali existente seis mil anos atrás, além de responder a esta pergunta: de onde esse homem veio?

De acordo com o professor, existem duas linhas de pensamento para esse questiona-

EEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEsssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssscccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaavvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaçççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççõõõõõõõõõõõõõõõõõõõõõõõõõõõõõõõõõõõõõõõõõõõõõõõõõõõõõõõõõõõeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeessssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssss eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeemmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm sssssssssssssssssssssssssssssssssssssíííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííítttttttttttttttttttttttttttttttttttttttttttttttttiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo 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Foto: Rogério Tobias Junior / Missão Arqueológica Franco Brasileira. Foto: Rogério Tobias Junior / Missão Arqueológica Franco Brasileira.

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mento. A primeira é que esse homem teria vindo de Januária para Buritizeiro, subindo o rio pelas margens, ou em pequenas canoas. A outra linha de pensamento da equipe é que esse homem teria vindo da Serra do Cabral, atravessado o Vale do São Francisco e se estabelecido em Buritizeiro. A única coisa que já se pode afi rmar é por que esse homem se estabeleceu nessa região. “Ele se constituiu no local do sítio devido a uma fartura natural que ali encontrou. A quantidade de peixes que existia era abundante, e a vegetação nativa com frutos, principalmente veredas que davam palmáceas (coquinhos), favorecia a sua alimentação. A gente tem de considerar que, há seis mil anos, havia um clima favorável à estada dele aqui”.

O pensamento do pesquisador é o de que, a partir do momento em que esse homem se estabilizou em Buritizeiro, ele procurou rochas para fazer seus artefatos, como raspadores, batedores, bigornas, as fl echas, os anzóis. As alternativas para obter as matérias-primas vinham do córrego das Pedras ou do Rio do Formoso. Baggio conta que, por intermédio da pesquisa arqueológica, sabe-se que esse homem andava entre doze e quatorze quilô-metros, na busca por essas matéria-primas.

Além de ressaltar importância histórica em relação à descoberta de tudo sobre esse homem pré-histórico, Hernando Baggio faz um alerta: “Temos de nos empenhar para que se preserve a integridade do sítio, pois quere-mos reconstruir paleogeografi camente essas paisagens que haviam aqui há seis mil anos. O que tinha? Qual era a vegetação? Que tipo de clima? Tudo”.

A preocupação do arqueólogo se dá por-que, atualmente, o sítio não conta com uma cobertura adequada, o que pode prejudicar sua conservação à medida que qualquer pessoa tem possibilidade de adentrar o local e mexer nas escavações já feitas e ainda se apossar dos materiais já encontrados pelos pesquisadores. Baggio questiona também a falta apoio de alguns órgãos para que as pesquisas possam ser desenvolvidas com mais tranqüilidade e para que o local possa ser

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protegido. “O sítio hoje está coberto porque os pesquisadores o cobrem após as escavações, para não deixar os buracos abertos, com medo da depredação por parte de vândalos. Então cobrimos tudo com palhas e, depois, com lona, para proteger da infi ltração de água, para não termos problemas com a deterioração das ossadas que estão concentradas aqui. Tudo o que está na superfície é material lítico, é ma-terial retirado do sítio arqueológico. Isso tudo tem que ser preservado, tem que ser guardado para as futuras gerações porque tudo isso foi utilizado por nossos ancestrais”, salienta.

A compreensão do passado explica muitos fatos do presente. Ao reconstruir o ambiente paleológico local, é possível prever certas situações que podem ser induzidas pela ação do homem. Além disso, o conhecimento de hábitos e costumes do homem pré-histórico de Buritizeiro é fundamental para a forma-ção da identidade dos atuais moradores. “A importância de se investir nessa pesquisa e na preservação do sítio se dá pela preservação de toda uma identidade da população de Bu-ritizeiro, da região, dessa microrregião, que é a mesma identidade desse homem que existiu aqui”, conclui Baggio. 56

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A Cooperativa Dedo de Gente é resul-tado do aprendizado e do trabalho, ar-tesanalmente concebidos e paciente-mente aprimorados, desde 1996, pelas diversas unidades de produção solidá-ria, denominadas “fabriquetas”, forma-das e dirigidas por moças e rapazes do vale do Jequitinhonha e do Norte de Minas, Cada produto tem, como ates-tado de qualidade, a riqueza do sertão das gerais, mineira e cuidadosamente elaborada.

Sediada em Curvelo, “cidade capital de minha literatura”, no dizer de Gui-marães Rosa, a Dedo de Gente reúne o que há de melhor de nossas “minei-rices”, produzidas pelas fabriquetas, ofi cinas de arte e ofícios artesanais, utilizando madeira, ferro, barro, borda-dos, panos, tintas de terra e fl ores do campo, frutas do sertão e do cerrado, sob a forma de doces, licores e geléias. Se “Minas são várias”, como dizia Gui-marães Rosa, a Dedo de Gente é única , porque seus produtos são exclusivos. Tudo isso, embalado com muito cuida-do e afeto. Coisa de mineiro!

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Afagar a viola, conhecer os segredos de cada corda e fazê-la fecundar a “moda”, nota por nota. Como manda a tradição, violeiro que é violeiro se enterra de corpo e alma nesse instrumento de traços femininos com a mesma fé e paixão com que roga uma oração e faz amor. Faz de seu dia-a-dia na estrada, na lida ou na plantação, terreno pra uma toada, semente de inspiração, com que planta suas tristezas e colhe mais uma canção. Subindo monte, descendo serra, tocan-do a viola e relembrando sua terra, a serra, o campo, chapada ou sertão. Sertão onde nasce o buriti, onde cantam o bem-te-vi, a asa-branca e o azulão. Sertão de sonho e de pó, onde um vio-leiro só como a andorinha não faz verão. E por isso nasce a Orquestra. De violeiros por paixão

e mineiros por vocação. Orquestra Minas & Viola. Cinco duplas de violeiros regidas por um só sonho: resgatar as tradições do cancioneiro popular caipira e difundir a cultura da moda de viola para além dos confi ns sertanejos. Há dez anos, este sonho é cantado e tocado em uníssono pela Orquestra Minas & Viola (OMV). Dez vozes e dez violas unidas em um só tom. Uma sinfonia que ressoa a cultura, os costumes e a sabedoria de mestres como Tonico & Tinoco, Tião Carreiro & Pardinho e Angelino de Oliveira. E, como se interpretar os clássicos já não fosse o bastante para manter viva a raiz da poesia ser-taneja, os músicos da OMV também compõem modas novas, porém, com a mesma receita que herdaram dos antigos.

Hoje, a saudosa sonoridade das cinco cordas duplas da viola nos transporta para o enredo das letras caipiras e dos cenários sertanejos. No entanto, é bem antes de se tornar instrumento heráldico das cavalhadas e entoador das seres-tas que começa a procissão da viola na história da cultura musical brasileira. O país ainda era uma colônia portuguesa quando o instrumento, originalmente adaptado do violino, foi trazi-do nas caravelas por colonos e jesuítas, ainda com o nome de vihuela. De lá pra cá, o contato com as mais diversas expressões culturais em cada região do País imprimiu peculiaridades à sua forma, afi nação e até mesmo ao modo de dedilhar suas cordas. Na região Centro-Sul, es-pecialmente nos estados de Mato Grosso, Goiás,

44Quarentaequatro

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Minas Gerais, São Paulo e Paraná, a viola é bem menor que o violão, e suas diferentes afi nações ganharam os nomes de “cebolão”, “guitarra”, “boiadeira” e “rio abaixo”. Depois de ter cruzado o Atlântico e feito história pelos sertões brasileiros, fi nalmente a moda de viola ganha a capital mineira. E foi jus-tamente no centro de Belo Horizonte, no Mer-cado Novo, que mais uma página desta história começou a ser escrita. Bastava um integrante de um grupo de comerciantes amigos puxar uma viola para que os outros o acompanhassem. “En-tão ia surgindo o entrosamento. Um dia, um dos admiradores do grupo de amigos violeiros suge-riu alto e bom som: ‘por que vocês não formam uma orquestra de violeiros?’ a aprovação foi

unânime e imediata”, relembra o cantor e compositor Paulo Line, integrante da Orquestra Minas & Viola. Desde de então, dois CDs e inesque-cíveis passagens por Alfenas, Curvelo, Três Marias, Andrequicé, Ipoema, São Gonçalo do Rio Abaixo, Timóteo, Carbo-nita, além de outras dezenas de cidades de Minas e do Brasil, refl etem o sucesso desse grupo de violeiros que compõe seu repertório sobre um rosário de modas consagradas e canções autorais. Em cada apresentação, a Orquestra Minas & Viola surpreende pelo rigor de suas melodias primorosamente executadas. E, em seus espetáculos, que mais parecem uma grande viagem no túnel do tempo, todos se sentem numa tradicional quermesse do interior do Brasil. A OMV continua contando e cantando a história das nossas raízes culturais, nossa identidade mais pura da nossa formação como nação que resolve deixar de ser colônia e passa a fazer história de conquista da terra, de plantar e colher vidas pelo grande sertão, colhendo sentimentos mais variados, mas um em comum a todos o orgulho de ser legitimamente Brasilei-ro. Isso em ritmo de cateretê, toadas, rasqueado e, claro, da boa e velha moda de viola. A viola e seus violeiros são o grande cronista do interior do Brasil. Moda de viola não sai de moda. A história da música sertaneja no Brasil teve sua origem bem mais tardia do que a traçada pela viola, principal instrumento sertanejo. Apesar de a vio-la ter chegado ao País ainda na época da colônia, foi só em 1924, na Semana de Arte Moderna, que pela primeira vez um grupo musical foi reconhecido como de artistas sertanejos. O termo se refere às peculiaridades do meio rural e abrange outros conceitos como a moda de viola, a música caipira e a música interiorana. Originalmente, as canções sertanejas têm como caracte-rística maior retratar o modo de vida do interior do Brasil, especialmente dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná. Nessa regionalização da mu-sicalidade brasileira, vemos variações por todo País, mas a viola é sem dúvida a que menos segrega por cor, gênero, religião e posição social. Ela é a mais democrática das expressões culturais brasileiras. Se, na bandeira brasileira, se estampasse uma viola como panteão, todos dessa nação saberiam identifi car o motivo e teriam uma história pra contar, seja sua particular ou de seus antepassados. A partir da década de 1980, com o êxodo rural, a música de raiz sertaneja

permaneceu nos seus rincões dos cam-pos e viu suas infl uências chegarem ao cenário urbano. Alguns nomes conse-guiram encontrar um espaço nas rádios e concorrer com outros estilos. Para isso, artistas como Pena Branca e Xavan-tinho diversifi caram seu repertório e fi -zeram experiências bem-sucedidas com outros estilos como a MPB e releituras da Jovem Guarda. No início da década de 1990, uma explosão comercial do gênero já hibridado com outros ritmos e também com outro discurso que refl etia esse fenômeno sociológico da migração para os grandes centros, culminou em sua popularização, no surgimento de novas duplas e na con-sagração de nomes como Chitãozinho e Xororó, Leandro e Leonardo e Zezé di Camargo e Luciano, dentre outros. Hoje, a música sertaneja retoma o topo das paradas e resgata os princípios sertanejos em clássicos que, outrora, já emocionaram muita gente. Casos de sucesso como a Orquestra Minas & Viola, que preza pela fi delidade sonora às melodias caipiras, comprovam essa tendência. Além de interpretar canções de mestres como Tonico e Tinoco e Tião Carreiro & Pardinho, o grupo também compõe ainda hoje suas modas com a mesma tradição da música de raiz. Prova disso foi o lançamento do CD “Mãe Natureza” com repertório 100% composto depois do ano 2000, mas com a mesma originalidade dos anos 30, 40 e 50. A importância da música caipi-ra na indústria fonográfi ca do século XXI também pode ser constatada na infl uência que esse gênero exerce sobre as novas duplas como Vitor e Leo, Guilherme e Santiago e Cézar Menotti e Fabiano, que sentem como uma “obrigação” fazerem, em seus shows e CDs, um resgate, seja de uma, duas ou mais canções clássicas do repertório da música de raiz. Viva a viola e seus violeiros, que aqui, no exemplo da Orquestra Minas & Viola, con-tinuam tão presentes e fortes nos nossos corações e nossas almas! 59

Cinquentaenove

Por Carlos Ribas

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01 - Dr Carlos Magno02 - Cacá Ribas03 - PJ, Júnia e Rogério04 - Indalécio05 - Alricedes e Julio Porto06 - Matheus e Roberta07 - Carlos Jeff erson08 - Carolina Valdez09 - Fernanda e Luiz Otávio10 - Jeff erson Gitirana Neto11 - Gustavo e Karol12 - Zé Gualberto13 - Gilmar / Afrânio / Zé Ronaldo

14 - Ronaldo Alves (diretor Museu Casa Guimarães Rosa )

15 - Toledo, Oscar Santos e Jorge Luciano16 - Vilma Rosa e esposo17 - Groselha18 - Zé Maria e Fátima19 - Sérgio Madureira e Nilton Vieira20 - Eny Guimarães, Virgílio Guimarães e

José de Alencar21 - Michel Teló e Grupo Tradição 22 - André Gasbarro23 - Marco Antônio e equipe Cemig

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A PEQUI VIP é mais que uma coluna social. É uma apresentação de imagens de personalidades que dispensam uma legenda explicativa pela expressão signifi cativa de suas vidas no dia a dia.

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Com 6 funcionários bem treinados para prestar aos clientes um atendimento de alta qualidade, a J CAR desenvolve trabalho de reper-cussão regional e atua no campo de compra, venda e troca de motos e carros novos e usados e trabalha com todas as fi nanceiras do mer-cado.

O empresário Júlio César Pimentel, responsável pela concessioná-ria, é um empresário bem sucedido, dinâmico, com visão de futuro, e tem pelos carros uma paixão antiga. “Sempre fui fascinado por carros, é uma paixão que tenho desde criança. Trabalhar com carros hoje, além de ser uma realização profi ssional, é também uma satisfação pessoal, já que fi co perto de belos carros e posso oferecer aos meus clientes o que há de mais novo, confortável e moderno no mercado.”

Em confortáveis e amplas instalações, a empresa oferece a seus clien-tes grandes marcas do mercado, como Ford, Fiat, Honda, Toyota, Merce-des, Hyundai, Porsche, Volvo, Mitsubishi, Volkswagen, Audi, entre outras.

Júlio César relata que a J CAR é a única loja em Curvelo que tem todos os carros assegurados. “Todos os carros que estão aqui em expo-sição no pátio, tanto os consignados, novos ou usados, todos possuem seguros. Este é um dos diferenciais que a J CAR tem para oferecer a seus clientes”.

Outro diferencial da empresa é que ela oferece a seus clientes levar seus carros, que são de marcas que não possuem revendedoras em Curvelo, para Belo Horizonte, quando eles precisarem de uma revisão. “Tentamos fazer de tudo para que nosso cliente fi que satisfeito com o serviço encontrado na nossa empresa. Por isso oferecemos a ele toda comodidade quanto à questão do cuidado com o carro”, afi rma Júlio César.

Sob o slogan “Este é o nome da confi ança”, a J CAR mantém con-vênio com as mais respeitadas seguradoras e as melhores franquias do País, além de prestar assistência 24 horas em qualquer dia da semana.

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Que

m v

ocê

conh

ece? Uma vez conversava com um amigo e ele me perguntou por que eu não fazia o curso

de Ciências da Computação, visto que eu gostava tanto de internet (e olha que isso já faz muito tempo hehehe). Eu simplesmente soltei: “Porque minha área é humanas (sic) e não exatas”. Ele retrucou: “Como assim?”. Aí eu brinquei: “Para pessoas que fazem cursos na área de exatas, internet é uma rede de COMPUTADORES interligados através de um sistema comum. Já para quem faz humanas, internet é uma rede de PESSOAS interligadas através de compu-tadores”. Brincadeiras à parte, esta é a minha visão da internet. Pessoas conectadas, e não máquinas. Pessoas que sentem necessidade de se juntar de alguma forma, através de algum site ou programa.

Ai vemos o estrondoso sucesso das redes sociais ou sites de relacionamentos. E é sobre isso que vou trabalhar de maneira sucinta nesta edição sobre tecnologia e internet.

O QUE É UMA REDE SOCIAL?Segundo a Wikipédia*, rede social é “uma das formas de representação dos relaciona-

mentos afetivos ou profi ssionais dos seres humanos entre si ou entre seus agrupamentos de interesses mútuos” (http://pt.wikipedia.org/wiki/Rede_social). Mas, resumindo, são sites ao estilo do Orkut, de comunidades on-line projetadas para amigos. O principal objetivo desse serviço é tornar a sua vida social e a dos seus amigos mais ativa e estimulante.

PARA QUE SERVE?A rede social pode ajudá-lo tanto a manter relacionamentos existentes quanto a

estabelecer novas amizades entrando em contato com pessoas que você não conhece. Mas também pode ser usado para milhares de outras fi nalidades. No Brasil fi cou massifi cado o Orkut, onde quase todo mundo que tem acesso à internet tem um perfi l. Mas muitos não sabem que existem muitas outras redes sociais com o mesmo objetivo do Orkut (ou não). E olha que o Orkut nem é o maior na sua categoria!

QUAIS SÃO?São muitos, mas vou comentar alguns. Além do Orkut (www.orkut.com.br), existe ainda

o Facebook (www.facebook.com), por exemplo, que é hoje o site de relacionamento que mais cresce. A sua grande diferença para os outros é a privacidade. Só vê o seu perfi l quem for seu amigo. Agora o maioral mesmo é o Myspace (www.myspace.com). O maior diferencial do MySpace está na sua habilidade de hospedar MP3s, fazendo com que muitas bandas e músicos se registrem, algumas vezes fazendo de suas páginas de perfi l seu site ofi cial. Além disso, é uma rede interativa de fotos, vídeos, blogs e perfi s de usuário.

Falando em música, não posso deixar de recomendar o Last.fm (www.lastfm.com.br). Nele você pode ver que música seus amigos estão escutando e descobrir que artistas são ouvidos por pessoas que gostam de um determinado músico. O interessante desse site é que ele “tenta adivinhar” seu gosto musical através dos artistas que você cadastra para ouvir e passa a lhe recomendar outras músicas, artistas ou bandas. Eu realmente fi quei impressio-nado com esse serviço.

Recentemente conheci também três redes sociais que são voltadas para o desenvolvi-mento profi ssional, mas em momentos diferentes da vida do usuário, sendo que um o ajuda a decidir a carreira a seguir (www.ikwa.com.br), outro o ajuda enquanto se gradua para essa carreira (www.descolando.com.br) e o terceiro a montar seu portfólio* e estabelecer um rela-cionamento profi ssional, um networking* (www.via6.com). Agora para quem tem pretensões profi ssionais no exterior recomendo o Linkedin (www.linkedin.com).

Outro serviço de rede social de que gostei muito e atualmente é o que mais tenho usado é o Twitter (www.twitter.com). Ainda não tem uma versão em português, mas é bastante intuitivo. O Twitter é uma comunidade de amigos e pessoas desconhecidas que mandam updates*, fl ashes do que elas estão fazendo no momento ou o que elas querem você preste atenção. Parece bobo, mas é SUPERLEGAL, pois você fi ca atualizado no que o seu amigo está fazendo, o que ele está lendo e o que ele pretende fazer. E existe a versão nacional, só que é de voz em vez de texto, o Gengibre (www.gengibre.com.br), uma nova maneira de você publicar mensagens na internet, usando sua própria voz, através do celular.

PARA CONCLUIRSe vocês querem conhecer um pouco mais do potencial dessas novas comunidades virtu-

ais e terem mais detalhes, visitem minha coluna no Pequi Conectado (www.pequi.tv). Lá farei semanalmente a análise de serviços ligados à rede social e outros oferecidos na internet. Espero que tenham gostado e contribuam mandando sugestões para meu e-mail. ;-)

Mauro Ribeiro Jr.Curvelano de coração e de fato também, é designer, web desig-ner e um pesquisador fanático de novas tecnologias.

Quer me encontrar na net?www.meadiciona.com/maurowdg

Para sugestões, criticas ou troca de informações mesmo, anote meu email:[email protected]

Networking - uma rede de relacionamentos com

alguns “laços fortes” e muitos “laços fracos” que

proporciona oportunidades para seus membros,

baseado em confi ança, competência e reciprocidade

Portfólio – Conjunto de trabalho de uma pessoa.

É usado para divulgar, capitalizar serviços e gerar

reputação.

Updates – Atualizações, no caso do Twitter, são

pequenas mensagens, estilo SMS, enviadas para o

site que substituem a mensagem antiga.

Wikipédia - é uma enciclopédia multilíngüe

online livre, colaborativa, ou seja, escrita interna-

cionalmente por várias pessoas comuns de diversas

regiões do mundo, todas elas voluntárias.

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A Educação nos últimos tempos tem sido citada politicamente como a solução para os problemas da sociedade. Mas que espaço concreto ela tem encontrado para fazer a diferença?

Em seu poder mobilizador, ela pode transformar os pontos mais críticos advindos das mazelas sociais.

Não há quem não saiba do valor da Educação como instrumento de formação humana e profi ssional. No entanto, essa mesma sociedade se esquece do poder que o processo educativo exerce sobre o pensa-mento humano e sua força de transformação da prática social. E, se há educação, há educa-dor. Mas quem é o educador neste século?

Mesmo diante de tantas correntes da neotecnologia sempre em mutação, é nesse ponto que o mundo se rende à voz do sertão: “Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende”. É Guimarães, na sua erudita simplicidade que nos faz repensar o papel de cada ser social na construção do cidadão universal. Todos somos educadores. Não há como apontar culpados absolutos para os desastres causados pelas negligên-cias socioeducacionais. É preciso que cada um assuma a responsabilidade educadora que permeia sua identidade profi ssional e humana.

Quem não vai dizer que é educador aque-le homem rude do sertão que, em suas mãos calejadas, revolve a terra a ensinar para seu fi lho o valor que ela tem? Qual de nós dirá que não é capaz de educar aquela criança que, em sua inocência, corrige uma atitude injusta do adulto, tantas vezes endurecido pela aridez sem tempo das grandes cidades? E ainda, o que era óbvio e hoje precisa ser lembrado é o fundamental e intransferível pa-

pel da família de permear todo esse processo, que vemos por inúmeras vezes entregue de papel passado a outros que não podem por ele ser responsáveis. Mas diante disso tudo, existe alguém que, muitas vezes, menospre-zado e desvalorizado por aqueles, os mesmos que formou, luta para ser reconhecido e valorizado em seu papel transformador: o profi ssional da educação.

Há muito o que debater e refl etir sobre as mudanças urgentes e necessárias em nosso sistema educacional, mas também é inquestionável o fato de que, enquanto esses profi ssionais não forem ouvidos e valorizados com maiores oportunidades de atuação nos diversos campos da sociedade, não haverá signifi cativa transformação, não será possível refazer este país, democratizá-lo, torná-lo sério e principalmente humanizá-lo, criando mais oportunidades reais de vida digna para seu povo. Para nosso próprio bem e das gerações que ainda hão de vir, isso se torna essencial, é coisa de ontem, para hoje, em favor do amanhã próximo e urgente.

Temos todos, na memória histórica de nossa trajetória humana, alguma visão doce e grata de educadores que colaboraram fortemente com o que hoje somos. Como diz Rubem Alves: “... tudo começa com um ato de amor. Uma semente há de ser depositada no ventre vazio. E a semente do pensamento é o sonho.”

Então não tenhamos medo de sonhar, pois, se colocarmos em prática o que o Mestre do Universo nos ensina (“Reconheça o que está ao alcance dos seus olhos, e o que está oculto tornar-se-á claro para você”), será possível fazer desse desejo de reconheci-mento do Educador não mais um sonho, mas realidade concreta e transformadora.

“Não é possível refazer este país, democratizá-

lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes

brincando de matar gente, ofendendo a vida,

destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a

educação sozinha não transformar a sociedade, sem

ela tampouco a sociedade muda.” (Paulo Freire)

Escrito a 6 mãos e a 3 corações por: Idene Maria de Oliveira Santos Gutfraind

Sinara de Oliveira Santos

Nívea de Oliveira Santos Rocha

Foto: André Mazzeo

“Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”

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D. Laura - vendedoraSidney - Comprador

Viação Cipó, o melhor de Minas na TV que o mineiro vê, apresentou a Pequi pra todo o Estado. Em uma animada entrevista ilustrada pela música do cantor, compositor e diretor desta revista, Alexandre Benony, acompanhado dos músicos:Alessandro Antonny, Fred e Sergio Rabello, a Pequi Magazine foi apresentada pelo amigo Otávio di Toledo. Ficamos muito honrados e agradecidos.

Parabéns e muito obrigado a toda a equipe do programa e, em especial, ao nosso queridíssimo amigo Carlos Ribas, diretor do programa e nosso valorosís-simo articulista.

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Tel. (38) 3721-8081Visite: www.agenciameta.com

A propaganda em tempos de crise vira oportunidade, mas tem que ser feita

por quem entende do assunto.

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