Upload
tranmien
View
221
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
PERCEPÇÃO DE PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA,
VISUAL OU AUDITIVA, SOBRE A PRÓPRIA INSERÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO
Fisioterapeuta Me.: Mariana Pinkoski de SouzaProf. Dr. Edgar Zanini Timm
Prof. Dr. Norberto da Cunha Garin
Porto Alegre, Março/2017
Mulheres: 26,5%Homens: 21,2%
(Censo IBGE, 2010)
INTRODUÇÃOCenso IBGE: 23,9% da população brasileira, possui algum tipode deficiência.
Deficiência Visual (18,6%) >DeficiênciaFísica/Motora(7%) > Deficiência Auditiva (5,1%) >Deficiência Mental (1,4%).
Inclusão no Mercado de Trabalho/ Ensino Superior
• Lei de Cotas 8213/91: artigo 93 estabelece que aempresa com 100 ou mais funcionários está obrigadaa preencher de 2% a 5% dos seus cargos compessoas com deficiência e reabilitadas (CENSO DAPESSOA COM DEFICIÊNCIA, 2010).
• Professores universitários com deficiência: Históriasde vida > Cotidiano, contato com alunos e colegas,qualidades, recompensas, angústias, medos eansiedades (MAIA et.al. 2011).
INTRODUÇÃO
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
• CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA:
Centro Universitário Metodista, do IPA
Estudo Qualitativo
Critérios de Inclusão
Delimitação da pesquisa
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
• TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE COLETA DEDADOS:
Bibliografia encontrada;
Entrevista Semi-estruturada.
Roteiro da Entrevista Semi-estruturada
1- Como você percebe a sua inserção no mercado de trabalho?
2- Como você se sente, na sua vida diária, no trabalho? Fale sobreesse sentimento.
3- Descreva modos como você lida diariamente com a profissão queescolheu?
4- Fale sobre a sua relação com os alunos e os colegas da Instituiçãona qual você trabalha?
5- O seu ambiente de trabalho lhe oportuniza autonomia e livreacesso? Como você percebe isso?
6- Você se considera incluído na Academia? Fale sobre isso.
7- Há alguma outra consideração que você gostaria de fazer?
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
• CONSIDERAÇÕES ÉTICAS
Comitê de Ética em Pesquisa, via Plataforma Brasil.
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
SIGLAS: PDF1:professor com deficiência física, cadeirante;
PDF2: professor com deficiência físico por talidomida;
PDV: professor com deficiência visual;
PDA: professor com deficiência auditiva;
PDV (pessoa com deficiência).
1. INSERÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO:
• Evidenciou-se a satisfatória percepção dos 4 professores
entrevistados sobre a própria inserção no mercado de trabalho.
• Conforme o que relata PDF1, demonstra sentir-se
privilegiado, “Acho que no meu caso, considerando o
contingente tão grande de deficientes que existe e boa parte
não trabalha eu posso considerar que é uma inserção positiva”.
O relato da PDV demonstra que o seu processo de inserção foi
mais fácil do que a sua permanência no mercado de trabalho.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
RESULTADOS E DISCUSSÃO
• Em 2010 o mercado de trabalho no Brasil, era ocupadopor 306 mil trabalhadores com deficiência. Do total detrabalhadores com deficiência, verifica-se a predominânciados classificados com deficiência física (54,47%), seguida dosauditivos (22,49%), visuais (5,79%), mentais (5,10%) edeficiências múltiplas (1,26%). Referente ao gênero, oshomens têm uma maior representatividade em todos os tiposde deficiência, registrando uma participação de 65,42%, emmédia (SILVA, 2013).
2.ESTRANHAMENTO DE PESSOAS SEM DEFICIÊNCIA
• Ficou constatado o estranhamento de algumas pessoas sem
deficiência frente a inserção no mercado de trabalho de professores
universitários com deficiência, PDA relatou sobre a dificuldade de
comunicação, quando o mesmo não está acompanhado do intérprete:
¨As pessoas me olhavam de uma forma diferente; eu percebi esse olhar
dos ouvintes, até por causa da língua de sinais, a dificuldade de se
comunicar. A comunicação é realmente importante, porque fora desse
espaço as pessoas têm que se comunicar, ou, por exemplo, na falta de
um intérprete as pessoas vão ficar apavoradas?¨
• A dificuldade de lidar com outro tipo de linguagem, que não seja a
oral, faz que os interlocutores do surdo se vejam diante de uma situação
conflituosa, da qual preferem se afastar (CARVALHO, 2014).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
• PDV, no seu discurso explanou que antigamente existia
um maior percentual de pessoas que não haviam
conhecimento das possibilidades de trabalho das pessoas
com deficiência: “Lá em 1980 era algo muito novo e muito
complicado para eles entenderem que nós tínhamos
possibilidades, que nós poderíamos desenvolver o nosso
trabalho. Colocavam na ficha “cego”, como se fosse uma
coisa assim, “cuidado”, “perigo”.
• Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes (1975)
e outras leis > Direitos fundamentais > Não deveria existir
estranhamento. (SILVA, 2013).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
3. INGRESSO NO MERCADO DE TRABALHO
Sobre o contingente de pessoas com deficiência que ingressam no
mercado de trabalho, no depoimento dos participantes, PDF1 vê o seu
ingresso como diferenciado, diante da realidade existente e também
pelas possíveis dificuldades de deslocamento: “A gente observa que tem
poucas pessoas com deficiência trabalhando, especialmente na área de
educação como professores e cadeirantes que eu conheça, não estou
nem lembrando. A minha inserção acho que é diferenciada,
considerando um contingente muito grande de deficientes e a questão
do mercado de trabalho, as dificuldades próprias de deslocamento¨.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
• Cavalcanti (2013), lembra que o empregador deve incluir o
deficiente físico, em sua totalidade, prevendo as utilizações dos
espaços físicos, com as devidas mudanças arquitetônicas, bem como
o tempo de deslocamento e os auxílios para as atividades laborais.
• Para PDV houve muita evolução quanto ao contingente de
pessoas com deficiência ingressando no mercado de trabalho com o
passar dos anos, mas destaca a sua vontade de não querer ingressar
novamente no mercado de trabalho.
• De acordo com a fala de PDV, e segundo o estudo de Leali (2013),
verifica-se que apesar de relativa lentidão já pode-se constatar um
significativo número de pessoas com deficiência inseridas no
mercado de trabalho, o que se atribui à reforma das leis trabalhistas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foi possível observar que os entrevistados percebem a sua inserçãono mercado de trabalho positiva, tendo em vista o grande contingentede PCD que ainda não trabalham.
Foi destacado também que a inserção é mais tranquila do que oprocesso de permanência no trabalho, mas que ainda existe umestranhamento de algumas pessoas sem deficiência frente à inserçãodo professor universitário com deficiência no mercado de trabalho epor não saberem como lidar com a deficiência elas apresentamdificuldade na comunicação, acreditando ainda, que a pessoa comdeficiência não possui habilidades para as atividades laborais.
Foi constatado que existem poucos professores universitários comdeficiência, atuantes na Academia, mesmo havendo mudançaspositivas ao longo dos anos quanto à sua inserção.
A pesquisa realizada no contexto das condições metamórficas pelasquais passam as instituições de ensino superior, e o recorte feito aquipara o quesito inserção no mercado de trabalho, pretende somar-seàs reflexões que serão oferecidas no III Colóquio Franco-Latinoamericano de pesquisa sobre deficiência.
Referências• BRASIL. Cartilha do Censo 2010 – pessoas com deficiência. 1. ed., 2012.• CAIADO, K. R. M. Aluno deficiente visual na escola: lembranças e depoimentos. Campinas: Autores
Associados, PUC, 2003.• CARLOTTO, S. M. Síndrome de Burnout em professores e fatores associados. Rev. Psicologia: teoria
e pesquisa, [S.l.], v. 27, n. 4, p. 403-410, out./dez. 2011.• IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo 2010.• MAIA, L. M.; CAMINO, C.; CAMINO, L. Pessoas com deficiência no mercado de trabalho: uma análise
do preconceito a partir das concepções de profissionais de Recursos Humanos. Pesquisas e Práticas Psicossociais, [S.l.], v. 6, n. 1, p. 78-91, 2011.
• REBOLO, F.; BUENO, B.O. O bem-estar docente: limites e possibilidades para a felicidade do professor no trabalho. Acta Scientiarum. Education, v. 36, n. 2, p. 323-331, 2014.
• SILVA, R.T.P., et. al. História da educação e os processos sócio-culturais. Encontro Nacional de Educação (ENAED). [S.l.], v.2, n.1, 2012. Disponível em: <http://sinop.unemat.br/projetos/revista/index.php/enaed2/article/view/901>. Acesso em: 20 mar. 2012.
• SOUSA C., et. al. Educação inclusiva: dificuldades e progressos. Revista Interfaces: Saúde, Humanas e Tecnologia, v. 2, n. 4, 2014.
• SOUZA, M. P. de. Percepção de professores universitários com deficiência física, deficiência visual ou deficiência auditiva sobre o processo de inclusão na Academia. 2015. 107 f. Dissertação (Mestrado) – Centro Universitário Metodista – IPA, Porto Alegre, 2015.
OBRIGADO