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INSTITUTO OBSERVATÓRIO SOCIAL Av. Mauro Ramos, 1624 - Centro Florianópolis/SC - Brasil - CEP:88020-302 Fone/Fax: (48) 3028-4400 E-mail: [email protected] Site: www.observatoriosocial.org.br
PERFIL DE EMPRESA
GERDAU ABRIL/2004
INSTITUTO OBSERVATORIO SOCIAL
PERFIL DE EMPRESA
GERDAU
FLORIANÓPOLIS
ABRIL/2004
INSTITUTO OBSERVATÓRIO SOCIAL
CONSELHO DIRETOR Presidente: Kjeld A. Jakobsen (CUT) João Vaccari Neto (Secretaria de Relações Internacionais, CUT) Rosane da Silva (Secretaria de Políticas Sindicais, CUT) Artur Henrique dos Santos (Secretaria de Organização, CUT) José Celestino Lourenço (Secretaria Nacional de Formação, CUT) Maria Ednalva B. de Lima (Secretaria da Mulher Trabalhadora, CUT) Gilda Almeida de Souza (Secretaria de Políticas Sociais, CUT) Antonio Carlos Spis (Secretaria de Comunicação) Wagner Firmino Santana (Dieese) Mara Luzia Feltes (Dieese) Francisco Mazzeu (Unitrabalho) Silvia Araújo (Unitrabalho) Tullo Vigevani (Cedec) Maria Inês Barreto (Cedec)
DIRETORIA EXECUTIVA Kjeld A. Jakobsen: Presidente Artur Henrique dos Santos (SNO/CUT) Ari Aloraldo do Nascimento (CUT) Carlos Roberto Horta (UNITRABALHO) Clemente Ganz Lúcio (DIEESE) Clóvis Scherer (Coordenador Técnico) Maria Inês Barreto (CEDEC) Maria Ednalva B. de Lima (SNMT/CUT) Odilon Luís Faccio (Coordenador de Desenvolvimento Institucional)
COORDENAÇÃO TÉCNICA Arthur Borges Filho: Coordenador Administrativo Clóvis Scherer: Coordenador Técnico Maria José H. Coelho: Coordenadora de Comunicação Odilon Luís Faccio: Coordenador de Desenvolvimento Institucional Pieter Sijbrandij: Coordenador de Projetos Ronaldo Baltar: Coordenador do Sistema de Informação
ELABORAÇÃO: Lílian Arruda COLABORAÇÃO:
OXFAM DO BRASIL FNV MONDIAAL (Holanda) DGB Bildungswerk (Alemanha)
Revisão gramatical e ortográfica: Jane Maria Viana Cardoso ABRIL/2004
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 1
2 HISTÓRICO 2
3 PANORAMA DO SETOR SIDERÚRGICO 3
4 ESTRUTURA DA EMPRESA 8
5 PRODUÇÃO 13
6 RESPONSABILIDADE SOCIAL 16
7 ESTRUTURA CORPORATIVA 19
8 DADOS CADASTRAIS 20
9 INFORMAÇÕES SINDICAIS 25
10 REFERÊNCIAS 28
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - PRODUÇÃO DE AÇO BRUTO DA AMÉRICA LATINA.................................................... 3 TABELA 2 - EMPRESAS PRIVATIZADAS NO BRASIL ......................................................................... 4 TABELA 3 - DESEMPENHO SETOR SIDERÚRGICO - BRASIL ............................................................ 7 TABELA 4 - GERDAU - PRESENÇA NO MUNDO................................................................................... 9 TABELA 5 - RANKING - SETOR SIDERÚRGICO - CLASSIFICAÇÃO POR RECEITA
LÍQUIDA E RENTABILIDADE ......................................................................................... 10 TABELA 6 - INFORMAÇÕES FINANCEIRAS DO GRUPO GERDAU ................................................... 11 TABELA 7 - METALÚRGICA GERDAU S/A ............................................................................................ 12 QUADRO 1 - PERFIL DO CORPO FUNCIONAL ...................................................................................... 17 QUADRO 2 - GRUPO GERDAU - PANORAMA SINDICAL 2002........................................................... 26
LISTA DE GRÁFICOS E FIGURAS GRÁFICO 1 - PRODUÇÃO DE AÇO BRUTO GRUPO GERDAU............................................................ 13 GRÁFICO 2 - PRODUÇÃO DE LAMINADOS - GRUPO GERDAU ........................................................ 13 FIGURA 1 - ESTRUTURA CORPORATIVA GRUPO GERDAU.............................................................. 19
LISTA DE SIGLAS
CNM – Confederação Nacional dos Metalúrgicos
CSN – Companhia Siderúrgica Nacional
CST – Companhia Siderúrgica de Tubarão
CUT – Central Única dos Trabalhadores
Dieese – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos
IBS – Instituto Brasileiro de Siderurgia
Nafta – North American Free Trade Agreement (Acordo de Livre Comércio da
América do Norte – Canadá, Estados Unidos da América e México)
OMC – Organização Mundial do Comércio
OS – Observatório Social
PIB – Produto Interno Bruto
1
1 INTRODUÇÃO
Este estudo, denominado pelo OS como Perfil de Empresa, tem o objetivo levantar
informações preliminares para subsidiar o Mapa da Empresa, estudo posterior mais
aprofundado. O perfil é um relatório que procura caracterizar a empresa em relação a sua
participação no mercado e na cadeia produtiva, detalhando as unidades que compõem a
empresa, informações sindicais, o número de trabalhadores e que produtos são feitos em
cada unidade. A fonte de pesquisa baseia-se, principalmente, em dados secundários,
coletados através de relatórios da empresa, declarações do sindicato, órgãos públicos e
imprensa.
O Mapa de Empresa, por sua vez, é um relatório sobre o comportamento
sociotrabalhista de uma empresa, produzido a partir de fontes de dados secundários, do
perfil da empresa e através de informações coletadas diretamente com os sindicatos que
atuam na base das unidades observadas. Visa caracterizar a empresa, suas atividades
produtivas e econômicas, bem como apresentar um quadro indicativo de possíveis
problemas em relação aos direitos fundamentais do trabalho e ao meio ambiente.
O Relatório Geral de Observação é produzido a partir de dados secundários, de
levantamento de dados e observação direta na empresa, com participação dos sindicatos e
trabalhadores de cada unidade analisada. O relatório apresenta detalhadamente os dados da
observação. Visa avaliar o cumprimento dos direitos fundamentais do trabalho, por cada
unidade da empresa observada, tendo como referência as Convenções da OIT que tratam
dos temas liberdade sindical, negociação coletiva, trabalho forçado, trabalho infantil,
discriminação de gênero e raça, saúde e segurança. Propõe-se, ainda, a avaliar o
comportamento da empresa em relação ao meio ambiente, através de indicadores
fundamentados em parâmetros nacionais e internacionais.
Relatório Executivo de Observação é produzido a partir do Relatório Geral de
Observação, ressaltando de forma mais sintética a avaliação do cumprimento dos direitos
fundamentais do trabalho e do meio ambiente, bem como os principais dados encontrados
em relação aos temas liberdade sindical, negociação coletiva, trabalho forçado, trabalho
infantil, discriminação de gênero e raça, saúde e segurança e meio ambiente.
2
2 HISTÓRICO
A empresa foi fundada por João Gerdau no ano de 1901 como Fábrica de Pregos
Pontas de Paris em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Mais tarde, em 1930, os irmãos
Walter e Hugo Gerdau estavam entre os fundadores do Centro de Indústria Fabril, embrião
da Fiergs. Em 1946, Curt Johannpeter, genro de Hugo Gerdau, assumiu a direção da
empresa iniciando uma fase de expansão dos negócios. Nos anos de 1948 e 1957 entraram
em operação, respectivamente, a usina Riograndense, instalada em Porto Alegre, e a Usina
Riograndense II, instalada em Sapucaia do Sul. Na década de 1960, iniciou-se um processo
de expansão da companhia com a abertura da Fábrica de Arame São Judas Tadeu, em São
Paulo e a inserção da empresa em Pernambuco com a Siderúrgica Açonorte. Nos anos 1970
a Gerdau fez a aquisição da Companhia Siderúrgica da Guanabara, Cosigua, em associação
com grupo alemão Thyssen ATH. Na mesma década, assumiu o controle da Siderúrgica
Guaíra no Paraná.
Na década de 1980, a Gerdau deu início à internacionalização em que passou a
operar a siderúrgica Laísa, no Uruguai e adquiriu a siderúrgica Courtice Steel, no Canadá.
No Brasil, houve uma expansão da empresa por intermédio das privatizações de
siderúrgicas, a empresa venceu o leilão de privatização da usina de Barão de Cocais em
Minas Gerais e da Usiba na Bahia.
O processo de expansão continuou na década de 1990. A empresa adquiriu a
siderúrgica Aços Finos Piratini e assumiu ,no Chile, o controle acionário da Indac e Aza,
que após fusão formaram uma única empresa: a Gerdau Aza. Em 1995, a companhia
reforçou sua posição no Canadá com a segunda planta da MRM Steel. Em 1997, associou-
se à Açominas junto com a Natsteel e o Clube de Empregados da Empresa e, no mesmo
ano, começou a operar na Argentina com unidade própria, a laminadora de aços longos
Sipsa, Sociedad Industrial Puntana S/A. Aumentou em 1998 sua participação na Argentina
associando-se à laminadora Sipar Aceros S/A. Em 1999, adquiriu a norte-americana
AmeriSteel, segunda maior produtora de vagalhões dos EUA. Em 2002, é efetuada a fusão
das operações entre a Gerdau e a canadense Co-Steel, formando a AmeriSteel Corporation
na América do Norte (Disponível em
http://www.gerdau.com.br/port/agerdau/agerdau_historia.asp. Acesso em 21/05/2003).
3
3 PANORAMA DO SETOR SIDERÚRGICO
No Brasil, o setor siderúrgico empregava em 2001, de acordo com o Instituto
Brasileiro de Siderurgia (IBS), 66.155 trabalhadores dos quais, 51.451 faziam parte de um
efetivo próprio e 14.704 eram terceiros. O Brasil é o maior produtor de aço bruto da
América Latina e está entre os dez maiores produtores mundiais de aço. TABELA 1 - PRODUÇÃO DE AÇO BRUTO DA AMÉRICA LATINA (MIL TON)
JAN/MAR Países 2003 2002
Brasil 7.538,2 7.051,4 México 3.668,4 2.932,7 Argentina 1.194,6 901,5 Venezuela 675,7 1.004,1 Chile 361,8 258,8 Trinidad Tobago 229,5 173,9 Colômbia 179,0 142,3 Peru 155,9 145,1 América Central 69,4 51,9 Cuba 27,8 71,9 Equador 19,1 12,9 Paraguai 16,3 17,8 Uruguai 4,6 7,4 Total 14.140,3 12.771,7 Fonte: IBS Elaboração: Observatório Social
A China é o maior produtor mundial de aço bruto. De janeiro a março de
2003, este país produziu 48.329 mil toneladas, seguido pela União Européia (40.698 mil
toneladas), Japão (27.112 mil toneladas), Comunidade dos Estados Independentes (CEI)
(25.144 mil toneladas) e os EUA (23.134 mil toneladas). A produção mundial total no
período foi de 226.832 mil toneladas.
A indústria siderúrgica brasileira sofreu fortes investimentos para aumentar a
capacidade de produção e, a partir do ano de 1994, cerca de US$12,2 bilhões foram
utilizados para modernizar o parque industrial. Essa reestruturação tecnológica vem
acontecendo após as privatizações feitas no setor, no período de 1991 a 1993. Esse processo
de privatização foi o principal elemento de mudança da siderurgia brasileira na década de
1990, o que permitiu grande inovação tecnológica e organizacional e de reestruturação do
setor, no Brasil: em um primeiro momento, por intermédio de um processo interno de fusão
4
e aquisição e, em um segundo momento, ainda em andamento, de internacionalização por
meio de um novo processo de fusões e aquisições (Dieese. Subsecção Confederação
Nacional dos Metalúrgicos. Indústria siderúrgica brasileira. São Paulo, maio de 2003).
Mundialmente, a participação estatal na indústria do aço chegou a 76%. Em
1988iniciou-se um grande processo de privatização nas usinas siderúrgicas; em 1990, a
participação do Estado caiu para 60%; em 1994, para 40% e, atualmente, para menos de
20% ,sobretudo, nas localizadas na Rússia, Ucrânia e China. Em 1990, na América Latina,
cerca de 50% das siderúrgicas eram estatais, no final de 1997 todas as indústrias
siderúrgicas já haviam sido privatizadas (Dieese. Subsecção Confederação Nacional dos
Metalúrgicos. Indústria siderúrgica brasileira. São Paulo, maio de 2003).
TABELA2 - EMPRESAS PRIVATIZADAS NO BRASIL
Empresa Ano Receita de vendas (US$ milhões)
Compradores
Usiminas 1991 1.941,2 Bozano Cosinor 1991 15,0 Gerdau Piratini 1992 106,7 Gerdau CST 1992 353,6 Bozano, CVRD e Unibanco Acesita 1992 465,4 Previ, Sistel e Safra CSN 1993 1.495,3 Bamerindus, Vicunha, Docenave,
Bradesco e Itaú Cosipa 1993 585,7 Anquila e Brastubo Açominas 1993 598,6 Cia. Min. Part. Industrial Total - 5.561,5 - Fonte: BNDES, 2001. Elaboração: Subseção DIEESE CNM/CUT.
No Brasil, o processo de privatização ocorreu em duas fases: na primeira foram
privatizadas as pequenas siderúrgicas como a Cosim (1988), a Cimetal (1989), a Cofavi
(1989) e Usiba (1989), que faziam parte do Plano de Saneamento do Sistema Siderbras. Em
um segundo momento, entre 1991 e 1993, com o Programa Nacional de Desestatização
foram privatizadas as siderúrgicas restantes. Este histórico da década de 1990 possibilitou
que o consumo aparente de aço (vendas internas mais importações) crescesse 5,4%, em
média, entre 1990 e 2002, período no qual o Produto Interno Bruto (PIB) evoluiu à taxa
média de 2,5% (Dieese. Subsecção Confederação Nacional dos Metalúrgicos. Indústria
siderúrgica brasileira. São Paulo, maio de 2003).
5
De acordo com o IBS (Instituto Brasileiro de Siderurgia)1 o Brasil possui a oitava
maior siderurgia do mundo, com exportações de 11,7 milhões de toneladas em 2002,
volume que gerou receita de US$ 2,9 bilhões. O setor contribuiu com 19% do saldo líquido
da balança comercial brasileira em 2002. Porém, o Brasil participa apenas com 2,3% do
comércio mundial de aço o que inclui transações em valores superiores a US$ 100 bilhões.
Este cenário demonstra que as empresas brasileiras têm espaço para expandir: concluída a
fase de atualização tecnológica, a siderurgia começou um processo de expansão em um
momento em que as empresas trabalham no limite de sua capacidade. A Companhia
Siderúrgica de Tubarão (CST), Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Companhia
Siderúrgica Belgo-Mineira e Gerdau estão entre as empresas com planos de expansão
(Valor Econômico, 14/04/2003).
No Brasil, o grande problema enfrentado pela indústria do aço no ano de 2002 foi a
política protecionista norte-americana que impôs cotas de importação e tarifas de 8 a 30%
sobre vários produtos do aço por um período de três anos. A decisão excluiu o México e o
Canadá (integrantes do Nafta) e outros países cujos percentuais de exportação para os EUA
foram inferiores a 3%. As medidas foram tomadas pelo governo norte-americano como
uma forma de reabilitar a indústria siderúrgica local que, diferentemente da siderurgia
brasileira, tem altos custos operacionais (Confederação Nacional dos Metalúrgicos. O
desafio do aço: em defesa dos empregos brasileiros. Propostas dos Metalúrgicos do Brasil.
São Paulo, março de 2002).
Em maio de 2003, a OMC percebeu que os EUA burlaram regras
internacionais ao imporem sobretaxas de 30% em alguns produtos do aço. A medida norte-
americana foi considerada ilegal pela OMC. A contestação na OMC foi feita por uma
coalizão formada por 29 países que se sentiram afetados em sua capacidade de exportar
para os EUA: os 15 membros da União Européia, mais o Brasil, Japão, China, Suíça,
Noruega e Nova Zelândia, como co-reclamantes, além do Canadá, Cuba, México, Taiwan,
Tailândia, Turquia e Venezuela, como terceiras partes. Em 2003, aindústria siderúrgica
brasileira calculou que deixaria de exportar 1,07 bilhão de dólares em três anos para os
Estados Unidos. (Gazeta Mercantil, pp. C-13, 05/05/2003)
1 Para maiores informações sobre o setor siderúrgico verificar www.ibs.org.br.
6
No entanto, as sobretaxas norte-americanas não afetaram as exportações de aço. A
salvaguarda norte-americana, que objetivava limitar oferta de aço importado no mercado
norte-americano, acabou elevando os preços internacionais do produto. Contrariando as
expectativas da maioria dos analistas, o desempenho da siderurgia nacional e mundial
surpreendeu. No Brasil o setor siderúrgico, juntamente com o setor de papel e celulose e as
mineradoras, foi um dos maiores beneficiados com a alta do dólar em 2002. Esses setores,
juntos, faturaram R$ 52,8 bilhões, representando um acréscimo de 25% em relação a 2001.
Em um ano de fraco desempenho da economia, eles geraram receitas equivalentes a 5,5%
do PIB (Produto Interno Bruto). As empresas usaram as seguintes estratégias: a do
crescimento das exportações, que trouxe mais dólares, e a do aumento dos preços internos,
que seguiram a cotação dos produtos no mercado internacional (Folha de São Paulo,
09/03/2003).
O setor siderúrgico, particularmente, foi o grande beneficiado, pois além da alta do
dólar, houve uma recuperação dos preços internacionais do aço: o preço médio dos
produtos siderúrgicos subiu 40%. Houve também um aumento da demanda global de aço, o
consumo mundial aumentou em 10,5%. Com o mercado aquecido, os preços das bobinas de
aço laminado a quente subiram 41% no mercado internacional, e os das bobinas de aço
laminado a frio, 37%. Esses são os principais produtos do segmento de aços planos,
destinados à industria automotiva, construção civil e eletrodomésticos da linha branca
(Folha de São Paulo, 09/03/2003).
Segundo o IBS, para 2003 a projeção de crescimento para a produção de aço bruto
no Brasil é de 5,2%, atingindo 31,1 milhões de toneladas. O aumento é puxado pelo
crescimento substancial da produção de aços planos, depois da decisão da Companhia
Siderúrgica de Tubarão (CST) de substituir parte de sua operação de semi-acabados por
planos. A decisão da CST aumenta a oferta em mais de 2 milhões de toneladas do produto.
A previsão do IBS é que a produção de aços planos cresça 19,4% em 2003, de 11,4 milhões
de toneladas para 13,6 milhões. As vendas de semi-acabados devem cair 5,4%.
No ano de 2003, a siderurgia brasileira teve um desempenho além das expectativas.
A tabela abaixo compara os primeiros meses dos anos de 2003, 2002 e 2001 em alguns
itens:
7
TABELA 3 - DESEMPENHO SETOR SIDERÚRGICO - BRASIL
Produção (1000 t) Jan/Abril 2003 Jan/Abril 2002
Aço bruto 10.062, 9.266,7
Laminados 6.707,0 5.905,0
Exportações (1000 ton) Jan/Mar 2003 Jan/Mar 2002 Total 3.168,1 2.847,7
Faturamento (1000 US$) Jan/Dez 2002 Jan/Dez 2001 9.012.950 8.604.468 Fonte: IBS Elaboração: Observatório Social
O setor trabalha com mais de 92% de sua capacidade nominal e a média de aumento
do consumo interno é de 1 milhão de toneladas de aço por ano. A Companhia Siderúrgica
de Tubarão (CST), a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a Açominas e a Vega do Sul,
controlada pela Arcelor, já estão colocando em prática seus projetos para ampliar a
produção. A CSN vai expandir sua capacidade na Usina Presidente Vargas (UPV), em
Volta Redonda (RJ) o que dará à siderúrgica, potencial para produzir, a partir de julho de
2006, 8milhões de toneladas anuais de aço bruto. Atualmente, a capacidade é de 6 milhões.
As obras devem começar em janeiro de 2004, com um megainvestimento de US$ 820
milhões (cerca de R$ 2,46 bilhões). Deste montante, US$ 735 milhões serão investidos
diretamente pela CSN (Gazeta Mercantil, 08/05/2003, Caderno A-11).
8
4 ESTRUTURA DA EMPRESA
O Grupo Gerdau é maior produtor de aços longos do continente americano, com
usinas siderúrgicas distribuídas no Brasil, Argentina, Canadá, Chile, Estados Unidos e
Uruguai. Alcança atualmente uma capacidade instalada total de 14 milhões de toneladas de
aço. No 1º trimestre de 2003 o faturamento da empresa foi de 3,9 bilhões, o lucro líquido de
288 milhões de reais e a produção de aço bruto de 3 milhões de toneladas. A empresa
produz pregos, arames, alambrados, telas, treliças, barras e aços especiais (Disponível em
www.gerdau.com.br. Acesso em 16/05/2003).
A companhia está presente em importantes centros financeiros por meio de três
companhias abertas: a empresa operacional Gerdau S.A., a holding Metalúrgica Gerdau
S.A. e a Gerdau AmeriSteel Corporation, subsidiária na América do Norte. Suas ações são
negociadas diariamente nas bolsas de valores de São Paulo, Nova Iorque, Toronto e Madri
(Latibex). (Disponível em http://www.relatoriogerdau.com.br/perfil.html. Acesso em
16/05/2003).
No Brasil, a empresa opera dez siderúrgicas que atendem ao mercado interno e às
demandas de exportação com aços longos, aços especiais e semi-acabados. A companhia
tem uma rede, localizada em todo país, que fornece os principais insumos metálicos na qual
está incluída uma usina produtora de ferro-gusa e oito unidades de coleta e processamento
de sucata. A empresa possui nove centros de serviços de corte e dobra de aço Armafer,
quatro unidades de transformação e uma participação societária na Monteferro América
Latina - para o fornecimento de guias de elevadores. A Comercial Gerdau atua na área de
distribuição do grupo (Disponível em http://www.relatoriogerdau.com.br/perfil.html.
Acesso em 16/05/2003). .
A companhia tem unidades próprias no Chile (Gerdau Aza)2 e no Uruguai (Gerdau
Laísa)3, além de uma participação societária na laminadora argentina Sipar4. O Grupo
Gerdau oferece o serviço de corte e dobra de aço nas suas operações no Conesul.
2 Verificar http://www.aza.cl
3 Verificar http://www.gerdaulaisa.com.uy .
9
Em janeiro de 2003, a Gerdau aumentou sua participação na empresa Dona
Francisca Energética através da compra da totalidade da participação da Inepar no capital
social da hidrelétrica. A companhia já detinha 21,8% do capital social da usina hidrelétrica
e com a aquisição passa a contar com 51,8%, o que lhe garante o controle acionário da
empresa de energia. A Usina Hidrelétrica Dona Francisca localiza-se no rio Jacuí, entre os
municípios de Agudo e Nova Palma, na região central do estado do Rio Grande do Sul, e
atende a uma população superior a 12 mil habitantes, gerando cerca de 1.300 empregos
diretos. Os outros acionistas da hidrelétrica são a Companhia Paranaense de Energia
Elétrica (Copel), Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) e a empresa Engevix
Engenharia S/C Ltda. (Gazeta Mercantil, p. A5, 13/01/2003)
TABELA 4 - GERDAU – PRESENÇA NO MUNDO
Empresa Localização No de funcionários Grupo Gerdau S/A 18.995 Metalúrgica Gerdau Brasil 12.978 Gerdau Aza Chile Gerdau Laisa Uruguai Sipar Argentina Ameristeel EUA e Canadá 4.800 Açominas Brasil 3.284
Fonte: Gerdau – Relatório Social, Relatório Anual, 2002 ArmeriSteel – Annual Report 2002 Elaboração: Observatório Social
No ano de 2002, a Gerdau foi a segunda empresa em receita líquida na classificação
do ranking 1000 do Jornal Valor Econômico do setor siderúrgico e a terceira, em
rentabilidade. A Açominas5 obteve oitavo lugar em receita líquida e em rentabilidade da
siderurgia no mesmo ano. Segundo o mesmo ranking, a Gerdau foi a campeã do setor
siderúrgico em 2002, considerando-se vários critérios como crescimento sustentável,
geração de valor, receita líquida, rentabilidade, margem de atividade, liquidez corrente,
cobertura de dívidas e giro do ativo. Entre as mil maiores empresas do Brasil, a Gerdau S/A
4 Verificar http://www.gerdausipar.com
5 O grupo de controle da Açominas detém 72,29% das ações ordinárias (posição de dezembro de 2002) e é formado por Gerdau Participações Ltda., GTL Brasil Ltda., CEA
10
ocupa a 31ª posição em receita líquida, e a Açominas o 115º posto (Valor 1000, Ano 3,
Número 3, p. 210).
TABELA 5 – RANKING – SETOR SIDERÚRGICO - CLASSIFICAÇÃO POR RECEITA LÍQUIDA E
RENTABILIDADE Empresa Receita Líquida (R$
milhões) 2001 Empresa Rentabilidade (lucro
líquido/patrimônio líquido) %
CSN 4.608,8 Sibra 25,2 Gerdau 4.000,1 VM Tubes 24,3 Usiminas 3.714,1 Gerdau 24,3 Cosipa 2.718,0 Paulista de Ferro Ligas 20,2 CST 2.661,1 Barra Mansa 15,4 Acesita 1.697,7 Belgo Mineira 13,9 Belgo-Mineira 1.696,3 CST 3,7 Açominas 1.342,5 Açominas 2,6 VM Tubes 857,9 CSN -4,5 Aços Villares 730,9 Usiminas -10,5
Fonte: Valor Econômico Elaboração: Observatório Social
No ano de 2002, por sua vez, o Grupo Gerdau obteve um lucro líquido
consolidado de R$ 821 milhões, 49% superior ao resultado de R$ 550,9 milhões,
registrado em 2001. Na avaliação da própria empresa este crescimento deveu-se à expansão
da demanda no Brasil, ao aumento das exportações e ao efeito do câmbio nas operações nos
Estados Unidos, no Canadá, no Chile, na Argentina e no Uruguai. A margem líquida, no
mesmo período, apresentou redução, passando de 9,36% para 8,96%, devido ao impacto
cambial nas despesas financeiras do exercício. A receita líquida evoluiu 55,6%, de R$ 5,9
bilhões para R$ 9,2 bilhões.
Participações S/A, Clube de Participação Acionária dos Empregados Açominas e Fundação Açominas de Seguridade Social – Aços (Açominas – Relatório Anual 2002).
11
TABELA 6 – INFORMAÇÕES FINANCEIRAS GRUPO GERDAU ( EM MILHÕES DE REAIS) Receita Líquida 2002 2001 Variação % Consolidado no Brasil 5.248,0 3.557,5 47,5 América do Norte 3.513,3 2.059,7 70,6 América do Sul 400,4 271,2 47,6 Total 9.161,7 5.888,4 55,6 Lucro Líquido Consolidado no Brasil 679,3 512,0 32,7 América do Norte 105,0 31,2 236,5 América do Sul 33,6 3,1 983,9 Total 817,9 546,3 49,7 Fonte: Gerdau – Relatório Anual 2002 Elaboração: Observatório Social
O faturamento bruto seguiu o mesmo ritmo de crescimento, 57,3%, e chegou a R$
11,1bilhões.(Disponível em http://www.relatoriogerdau.com.br/fin_resultados.html. Acesso
em 21/05/2003).
A Açominas encerrou o exercício de 2002 com lucro líquido, pelo terceiro ano
consecutivo, fato inédito desde o início de suas operações em 1986. O resultado, no
entanto, foi de R$ 62,7 milhões, 32,7% menor que no período anterior, em função,
principalmente, do acidente nos regeneradores do alto-forno da usina, ocorrido em março
de 2002. (Disponível em http://www.relatoriogerdau.com.br/fin_resultados.html. Acesso
em 21/05/2003).
Em setembro de 2003, o Grupo anunciou investimentos de R$ 626 milhões nos
quatro anos seguintes nas suas duas usinas no Rio Grande do Sul. Na Aços Finos Piratini,
localizada em Charqueadas, serão investidos R$ 348 milhões para aumentar a capacidade
instalada, que passará de 300 mil para 500 mil toneladas anuais de aços especiais. Na
Gerdau Riograndense, em Sapucaia do Sul, serão empregados R$ 278 milhões na
modernização tecnológica da siderúrgica, especialmente para a produção de arames.
12
TABELA 7 – METALÚRGICA GERDAU S/A Produção (milhares de toneladas)
2002 2001 2000
Aço bruto 9.441 7.251 7.065 Laminados 6.952 5.968 5.836 Dados financeiros econômicos (US$ milhões)
2002 2001 2000
Receita bruta de vendas 3.154 3.053 3.184 Patrimônio líquido 1.247 1.672 1.265 Participação nos resultados 56 53 29
Número de acionistas 86.584 91.759 84.906 Fonte: Gerdau – Relatório Anual 2002
13
5 PRODUÇÃO
Acompanhando o aumento da capacidade de produção da siderurgia brasileira de 2001 a
2002, a produção de aço bruto da Gerdau cresceu 28% no Brasil, 36% na América do Norte
e 9% na América do Sul.
GRÁFICO 1 - PRODUÇÃO DE AÇO BRUTO GRUPO GERDAU
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4671 5999
2295 3130
285 312
2001 2002
América do Sul�������� América do Norte ����
Brasil
Fonte: Gerdau – Relatório Anual 2002
A produção de laminados, por sua vez, cresceu 7% no Brasil, 35% na América do
Norte e 1% na América do Sul. GRÁFICO 2 - PRODUÇÃO DE LAMINADOS - GRUPO GERDAU
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3437 3660
2193 2951
338 341
2001 2002
América do Sul������ América do Norte��� Brasil
Fonte: Gerdau – Relatório Anual 2002
Como a empresa opera com unidades market mills - que compram a maioria dos
insumos e vendem seus produtos no mercado regional - e usinas integradas, caracterizadas
14
pela proximidade geográfica com o minério-de-ferro, sua principal matéria-prima, podemos
compreender, em virtude do grande crescimento da produção, que a América do Norte é um
demandistaimportante da produção da Gerdau (ATENÇÃO USEI AQUI DEMANDISTA
PARA MELHORAR A SONORIDADE DE “DEMANDANTE IMPORTANTE”)
(Disponível em http://www.relatoriogerdau.com.br/producao.html. Acesso em 20/05/2003).
Esta estratégia objetiva fortalecer o mercado através da proximidade e utilização de
insumos locais e ultrapassar barreiras comerciais. A estratégia da Gerdau, “um caso típico
de expansão produtiva”, difere de 85% das multinacionais brasileiras que procuram a
internacionalização para implementar atividades comerciais e de distribuição, a
internacionalização produtiva é exceção entre as múltis brasileiras (NASSIF, Luís. A
experiência das múltis brasileiras. FSP, 19/11/2002).
De forma geral, segundo a empresa, o resultado positivo seria o reflexo da
consolidação integral da Co-Steel na qual as três unidades já estariam operando integradas
com as plantas da Gerdau na América do Norte. A fusão das operações entre a Gerdau e a
Co-Steel na América do Norte, no final de outubro 2002, criando a Gerdau Ameristeel
Corporation, foi outro fator que colaborou com o aumento da capacidade produtiva da
empresa. A Ameristeel, empresa com 11 usinas, tem capacidade anual de produção de 6,8
milhões de toneladas de produtos siderúrgicos acabados (Gazeta Mercantil, 08/04/2003, pp.
C1).
, A Gerdau aumentou sua participação societária na Açominas para 78,9% do
capital social e passou a consolidar integralmente a produção. Em 2001, foi consolidado 1,2
milhão de toneladas de aço contra 2,4 milhões de toneladas em 2002. Em laminados, no
mesmo período, o volume aumentou para 324,8 mil toneladas, um acréscimo de 140,3%.
Porém, o desempenho geral da Açominas manteve-se no mesmo patamar de 2001. De
acordo com a empresa, “a estabilidade da produção deveu-se à retomada da operação em
níveis normais após o mês de setembro, quando foi superado o acidente nos regeneradores
do alto-forno, ocorrido em março” (Disponível em
http://www.relatoriogerdau.com.br/producao.html. Acesso em 20/05/2003) O acidente
ocorrido nos regeneradores, em março de 2002, resultou em uma paralisação de 40 dias no
alto-forno da empresa, que tem uma capacidade de produção de 3 milhões de toneladas/ano
de aço líquido. (Gazeta Mercantil, 08/04/2003, pp. C1).
15
Na área comercial, em 2002, foram vendidas 9,2 milhões de toneladas de produtos,
volume 23,8% maior em comparação com 2001. Estas operações envolvem os cinco
segmentos siderúrgicos da empresa: os semi-acabados são responsáveis por 19% das
vendas, laminados longos por 65%, laminados longos especiais 3%, trefilados 8%, revenda
de aços planos 5%.
16
6 RESPONSABILIDADE SOCIAL
A companhia não dispõe de código de ética ou código de conduta. Em seu
Relatório Social de 2002 a empresa apresenta algumas diretrizes e medidas tomadas em
relação ao seu corpo funcional e ao meioambiente.
O grupo publica desde meados dos anos 1970 seu Balanço Social para os
funcionários e, desde 1991, para toda a sociedade. Neste ano a empresa conquistou o
Prêmio Balanço Social na categoria Sul, conferido pelo Instituto Brasileiro de Análises
Sociais e Econômicas (Ibase), Associação Brasileira dos Analistas do Mercado de Capitais
(Abamec), Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, Associação Brasileira de
Comunicacão Empresarial (Aberje) e Fundação Instituto de Desenvolvimento Empresarial
e Social (Fides).(Disponível em http://www.relatoriogerdau.com.br/relatoriosocial.html.
Acesso em 23/05/2003). A partir de 2001, a Gerdau passou a adotar de forma parcial e
gradativa os indicadores do Ibase para elaborar o Balanço Social.
A empresa tem uma política de recursos humanos que envolve investimentos em
treinamento, saúde e segurança e previdência privada. A companhia investiu R$ 17,1
milhões em treinamento e mantém o Programa de Estagiários e Trainees para recém-
formados.A empresa desenvolve, através da Fundação Gerdau, um programa assistencial
para funcionários e familiares nas áreas de saúde, educação e assistência social. Em 2002,
de acordo com o relatório da empresa, foram investidos R$ 26,6 milhões em saúde e R$
10,9 milhões em segurança do trabalho. A Açominas conquistou pela quarta vez o
certificado de mérito da Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes (ABPA)
(Disponível em http://www.relatoriogerdau.com.br/relatoriosocial.html. Acesso em
26/05/2003).
A empresa tem uma política de remuneração por resultados que recompensa
indivíduos ou equipes de acordo com o alcance de metas específicas tais como a redução de
custos e índice de produtividade. Em 2002, foram distribuídos 187 milhões de reais aos
funcionários como participação nos resultados (Gerdau – Relatório da Administração,
2002).
17
QUADRO 1 – PERFIL DO CORPO FUNCIONAL Indicadores do corpo funcional (Grupo Gerdau)
2002 2001
No de funcionários 18.955 ___ Terceiros 6.681 ___ Trainees e estagiários 957 ___ Indicadores do corpo funcional (Metalúrgica Gerdau)
2002 2001
No. de funcionários no final do período
12.978 12.978
No. de terceiros 6.487 6.180 Nível de escolaridade 1o. grau 25,0% 34,8% 2o. grau 61,8% 51,1% 3o. grau 13,2% 14,1% Faixa etária % entre 0 e 29 anos 30,6% 26,8% % entre 30 e 39 anos 32,6% 36,7% % entre 40 e 49 anos 31,0% 31,0% % entre 50 e 59 anos 5,5% 5,4% % acima de 60 anos 5,5% 0,1% Média de antigüidade (tempo de casa)
9 anos e 6 meses 9 anos e 9 meses
Fonte: Gerdau – Relatório Social 2002 – Brasil
Na área ambiental, o grupo tomou algumas medidas de proteção: na Gerdau
Açonorte e na Açominas (MG) foi instalado e reformado, respectivamente, o sistema de
despoeiramento (filtragem das partículas sólidas e gases gerados no processo de produção
do aço). A Gerdau Guaíra (PR) passou a utilizar o gás natural em substituição ao uso do
óleo, resultando em expressivos ganhos ambientais como a eliminação das emissões de
dióxido de enxofre na atmosfera (Disponível em
http://www.relatoriogerdau.com.br/ges_meio.html. Acesso em 26/05/2003).
Quanto ao uso de água, asa usinas Gerdau recirculam mais de 95% do total de água
consumida. As águas são tratadas dentro da unidade retornando para o processo produtivo.
Nas usinas Riograndense (RS) e Açonorte (PE) as decapagens (descascamentos) químicas
foram substituídas por processos mecânicos Em Minas Gerais, a Açominas participou da
construção de uma estação de tratamento de esgoto na cidade de Ouro Branco, região onde
a usina está localizada, com capacidade para atender 50 mil pessoas (Disponível em
http://www.relatoriogerdau.com.br/ges_meio.html. Acesso em 26/05/2003).
De acordo com o Relatório Social da empresa, é feito um gerenciamento de todos os
resíduos sólidos por intermédio de armazenamento e reciclagem. Para isto, foi efetuada a
18
segunda fase da construção do pátio de resíduos da Gerdau Cosigua (RJ) e concluída a
recuperação de antigas lagoas de decantação da Gerdau Guaíra (PR) (Disponível em
http://www.relatoriogerdau.com.br/ges_meio.html. Acesso em 26/05/2003).
O grupo recicla por ano, no Brasil, mais de dois milhões de toneladas de sucata
ferrosa que são transformadas em produtos siderúrgicos para os setores da construção civil,
indústria e agropecuário. Essa atividade, de acordo com a empresa, movimenta mais de 4,5
mil fornecedores e gera 45 mil empregos (Disponível em
http://www.relatoriogerdau.com.br/ges_desenv.html. Acesso em 26/05/2003).
De acordo com o Relatório Social, a empresa desenvolve também projetos
de ação social nas áreas de educação, empreendedorismo, pesquisa científica, cultura,
saúde, esporte, voluntariado e qualidade total (Disponível em
http://www.relatoriogerdau.com.br/comunidade_social.html. Acesso em 26/05/2003).
19
7 ESTRUTURA CORPORATIVA
O Grupo Gerdau implantou, em 2002, uma nova estrutura corporativa que é
composta pelos Conselho de Administração, Comitê Executivo, Comitê de Estratégia e
Comitês de Excelência.
O Conselho de Administração, formado por oito integrantes, aprova decisões
estratégicas, das políticas de risco e de crescimento. Na nova estrutura, três membros
externos passaram a participar do processo decisório do Grupo.
O Comitê Executivo efetua a gestão dos negócios e é o elo entre o Conselho de
Administração e as cinco operações siderúrgicas, definidas a partir da linha de produtos
e/ou da localização geográfica das unidades: Aços Longos (Brasil); Aços Especiais
(Brasil); Açominas (Brasil); América do Norte (Canadá e Estados Unidos); América do Sul
(Argentina, Chile e Uruguai).
O Comitê de Estratégia reúne os integrantes do Comitê Executivo e os responsáveis
pelas principais operações para analisar a situação atual do Grupo e as oportunidades de
crescimento, e planejar a longo prazo o negócio.
Os Comitês de Excelência dão suporte aos processos funcionais, cuja função é
desempenhar um papel de fórum de debates e de troca de práticas.
Nas companhias de capital aberto no Brasil, a holding Metalúrgica Gerdau S.A. e a
empresa operacional Gerdau S.A., existem os Conselhos Fiscais independentes que têm a
participação de acionistas minoritários e seguem as atividades dos administradores e
controlam as operações contábeis. Cada Conselho é constituído por três membros eleitos
regularmente em assembléia de acionistas. FIGURA 1 – ESTRUTURA CORPORATIVA GRUPO GERDAU
Fonte: Gerdau – Relatório Anual 2002
20
8 DADOS CADASTRAIS
Conselho de Administração
Presidente
Jorge Gerdau Johannpeter
Vice-Presidentes
Germano H. Gerdau Johannpeter
Klaus Gerdau Johannpeter
Frederico C. Gerdau Johannpeter
Conselheiros
Affonso Celso Pastore
André Pinheiro de Lara Resende
Oscar de Paula Bernardes Neto
Comitê Executivo
Diretor Presidente
Jorge Gerdau Johannpeter
Diretores Vice-Presidentes
Frederico C. Gerdau Johannpeter, Vice-Presidente Senior
Carlos João Petry, Vice-Presidente Senior
André Bier Johannpeter
Cláudio Johannpeter
Osvaldo Burgos Schirmer
Paulo Fernando Bins de Vasconcellos
Secretário Geral
Expedito Luz
21
Unidades no Brasil:
Rio Grande do Sul:
Sede
Av dos Farrapos 1811
Porto Alegre RS
Cep: 90220-005
55 (51) 3323-2080
Usinas Siderúrgicas
Gerdau Riograndense - Sapucaia do Sul
Gerdau Aços Finos Piratini - Charqueadas
Unidade de dobra e corte de aço
Gerdau Amarfer - Porto Alegre
Paraná
Usina siderúrgica
Gerdau Guaíra - Curitiba
Unidade de dobra e corte de aço
Gerdau Amarfer - Araucária
Rio de Janeiro
Usinas Siderúrgicas
Gerdau Cosigua - Rio de Janeiro
Unidade de dobra e corte de aço
Gerdau Amarfer - Rio de Janeiro
São Paulo
Unidade de transformação
São José dos Campos, Guarulhos, Cotia
Unidade de dobra e corte de aço
Gerdau Amarfer - São Paulo
22
Minas Gerais
Usinas Siderúrgicas
Gerdau Barão de Cocais – Barão de Cocais,
Açominas - Usina Presidente Bernades, Ouro Branco
Gerdau Divinóplis - Divinópolis
Unidade de produção de ferro-gusa
Gerdau Contagem - Contagem
Goiás
Unidade de dobra e corte de aço
Gerdau Armarfer - Aparecida de Goiânia
Bahia
Usinas Siderúrgicas e unidade de dobra e corte de aço
Gerdau Usiba – Simões Filho
Pernambuco
Unidade de transformação
Gerdau Telas Soldadas
Usinas Siderúrgicas
Gerdau Açonorte – Recife
Unidade de dobra e corte de aço
Gerdau Armarfer - Igarassu
Ceará
Usinas Siderúrgicas e unidade de transformação
Gerdau Cearense – Maracunaú
Uruguai
Gerdau Laísa – Montevidéu
23
Argentina
Sipar Aceros S/A
Perez – Província de Santa Fé
Villa Mercedes – San Luis
Chile
Gerdau Aza
Renca-Santiago
Canadá
Usinas Siderúrgicas
Gerdau Ameristeel
Cambridge - Ontário – Canadá
Whitby – Ontário - Canadá
Selkirk - Manitoba
Unidade de transformação
Gerdau Ameristeel
Selkirk - Manitoba
Estados Unidos
Escritório
5100 W. Lemon St.- Suíte 312
Tampa – 33609
Fone - +1(813) 286.8383
Usinas Siderúrgicas, unidade de transformação e unidades de dobra e corte de
aço
Gerdau Ameristeel
Baldwin, Flórida
Charlotte, Carolina do Norte
24
Catersville, Georgia
Jackson, Tenesee
Knoxville, Tenesee
Perth Amboy, Nova Jersey
Sayreville, Nova Jersey
Participação societária
Gallatin Steel Company
25
9 INFORMAÇÕES SINDICAIS
Na década passada, o processo de privatizações, fusões e aquisições e
internacionalização do setor siderúrgico ecoou sobre o nível de emprego e não resultou em
ganhos para os trabalhadores.
É interessante frisar que, apesar da distância tecnológica que existe entre a
siderurgia brasileira e a siderurgia norte-americana, houve um aumento de produtividade
da indústria nacional que aumentou de 188 toneladas/homem/ano em 1991 para 470
toneladas/homem/ano em 2000. A indústria nacional tem, também, vantagens comparativas
como a disponibilidade e a proximidade de grandes jazidas de minério-de-ferro e os
reduzidos custos com força de trabalho e energia, dando ao Brasil um dos menores custos
operacionais do mundo (Dieese. Subsecção Confederação Nacional dos Metalúrgicos.
Indústria siderúrgica brasileira. São Paulo, maio de 2003).
O quadro funcional da indústria siderúrgica sofreu uma queda de 41,22% do
número de trabalhadores entre 1990 e 2001. O trabalhador siderúrgico não obteve ganhos
salariais mesmo com a diminuição do quadro funcional.. No Brasil, a força de trabalho é
menor remunerada em 40%, em relação aos países em desenvolvimento, e 130%, em
relação à média dos países desenvolvidos (Dieese. Subsecção Confederação Nacional dos
Metalúrgicos. Indústria siderúrgica brasileira. São Paulo, maio de 2003).
26
QUADRO 2 – GRUPO GERDAU – PANORAMA SINDICAL 2002
Unidade Central/sindicato No de funcionários
No de sindicalizados
Produtos
Açominas - Belo Horizonte, MG (escr.)
- -
Açominas - Vitória, ES (porto)
- -
Açominas - Ouro Branco, MG (usina)
FS Laminados, aços longos, não laminados, dormentes de
aço Açominas - São Paulo, SP (transformação)
FS
3.284
Vergalhões para a construção civil
Armafer - Igarassú, PE
ND ND
Armafer - Simões Filho, BA
CUT ND
Armafer - Contagem, MG
CUT ND
Armafer - Porto Alegre, RS
CUT ND
Armafer - Rio de Janeiro, RJ
FS ND
Armafer - Maracanaú, CE
FS ND
Armafer - Aparecida de Goiânia, GO
FS ND
Armafer - Araucária, PR
FS ND
Armafer - São Paulo, SP
FS ND
Corte e dobra e aço para a construção civil
Aços finos Piratini - Charqueadas, RS (usina)
CUT 1.650
ND
Açonorte - Refice, PE (usina)
CUT 450 ND
Barão de Cocais, MG (usina)
ND ND ND
Cearense - Maracanaú, CE (usina)
FS ND
ND
Contagem, MG CUT ND ND Porto Alegre, RS (escritório)
- - -
Rio de Janeiro, RJ (escritório)
- - -
São Paulo, SP (escritório)
- - -
Cosigua - Rio de Janeiro, RJ (usina)
FS ND ND
27
Cotia, SP (transformação)
FS ND ND
Divinópolis, MG (usina)
CUT ND ND
Guairá - Araucária, PR (usina)
FS ND ND
Guarulhos, SP (transformação)
FS ND Telas soldadas
Recife, PE (transformação)
CUT ND Telas soldadas
Riograndense - Sapucaia do Sul, RS (usina)
CUT 1.050
ND
São José dos Campos, SP
CUT ND ND
Usiba - Simões Filho, BA (usina)
CUT ND ND
Laisa - Uruguai Sipar Aceros S/A - Argentina
CGT
Aza -Chile Ameristeel EUA/Canadá
United Steelworkers of América (USWA) 4800 1300
Fonte: Dieese – subsecção CMN e Relatório Anual Ameristeel 2002 Adaptação: Observatório Social
28
10 REFERÊNCIAS
SITES
www.aza.cl
www.cnmcut.org.br
www.dieese.org.br
www.gerdau.com.br
www.ibs.com.br
www.fortune.com
www.gerdaulaisa.com.uy
www.gerdausipar.com
JORNAIS, REVISTAS, PUBLICAÇÕES
Folha de São Paulo
Gazeta Mercantil
Valor Econômico
Relatório Anual AmeriSteel 2002
Relatório Anual Gerdau 2002