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DERMATOSE OCUPACIONAL
Toda alteração de mucosas, pele e seus anexos que seja direta ou indiretamente causada, condicionada, mantida ou agravada por agentes presentes na atividade profissional ou no ambiente de trabalho. (ALI, 2009)
DERMATOSE OCUPACIONAL
60% doenças ocupacionais 80 a 90% dermatites de contato
Subdiagnóstico Subnotificação
Interação de fatores:
Indiretos: idade, gênero, etnia, condições do
clima, hábitos de higiene, condições do trabalho, doenças preexistentes ou concomitantes
Diretos: agentes químicos, físicos, biológicos
Dermatites de contato
Erupções acneiformes
Ceratoses
Discromias
Cânceres
Erupções liquenóides
Eritemas
Urticárias
Lesões granulomatosas
Infecções
Lesões purpúricas
Ulcerações
Queimaduras
Fitofotodermatoses
Dermatite artefacta*
NEXO CAUSAL 1) Anamnese ocupacional
Antecedentes pessoais; Atopia (pessoal ou familiar), doença de pele anterior; História pessoal ou familiar de asma, rinite, dermatite atópica. história de exposição ocupacional; Concordância entre o início do quadro e o início da exposição; Melhora com o afastamento e piora com o retorno ao trabalho.
NEXO CAUSAL 2) Exame físico
Tipo de lesão (eritematosa, descamativa, bolhosa, liquenificada);
Extensão;
Localização em áreas de contato com os agentes suspeitos:
Mãos, antebraços, braços, pescoço, face e pernas (mais comum).
NEXO CAUSAL 3)Exames laboratoriais: IgE específica para o látex
Histopatologia
Prick test (intradérmico, leitura imediata – vegetais,
látex)
Teste epicutâneo ou patch test
Dermatite irritativa de contato x Dermatite alérgica
de contato
Grade Wheal diameter 0+ < 4 mm 2+ 5-10mm 3+ 10-15mm 4+ >15mm A wheal 6mm or more across is more likely to be clinically relevant A wheal > 15mm diameter suggests patient is very sensitive A wheal 10 to 15mm diameter suggests patient is moderately sensitive A wheal 5 to 10mm diameter suggests patient is mildly sensitive.
PATCH TEST (padrão ouro)
Substâncias padrão e suspeitas – International Contact
Dermatitis Group Research (ICDGR), North American
Contact Dermatitis Group (NACDG), Grupo Brasileiro
de Estudos em Dermatite de Contato (GBEDC)
Veículo
Local de aplicação (dorso, antebraço)
Método de aplicação
Condições da pele
Identificação das substâncias
Cuidados pós aplicação
Leitura (D0,D2,D4)
Interpretação dos resultados (Rycroft et al, 1992)
(-) Não houve reação
(+?) Pálido eritema (duvidoso)
(+) Reação fraca – eritema + pápula
(++) Reação forte – eritema + pápula edematosa +
vesículas isoladas
(+++) Reação muito forte – edema + pápula + vesículas
coalescentes formando vesículas maiores
(RI) Reação irritativa
Um TC positivo significa que o indivíduo está sensibilizado àquela substância, e não necessariamente que esta seja a causa da sua dermatite.
Às vezes podemos ter no teste de contato positividade a alguma substância não referida pelo paciente, ou não relacionada diretamente com sua profissão.
Verificar se esta substância não dá reação cruzada com alguma outra, por exemplo: parafenilenodiamina e benzocaína, etilenodiamina e tiurans, etc.
Reações falso-positivas:
Substância testada esta em concentração elevada;
Teste de contato foi aplicado em áreas em que a pele estava
irritada;
Veículo usado para o teste de contato e irritante para aquele
paciente;
Reações pela fita adesiva mascarando a área de teste e simulando
reações positivas;
Substâncias em veículo líquido que se tornaram concentradas
com o tempo (usadas após expiração do prazo);
Substâncias sólidas (madeira, borracha) podem causar efeito
pressão no local do teste.
Reações falso-negativas
Concentração baixa do alérgeno;
Concentração errada da substância;
Veículo não é adequado;
Oclusão é insuficiente;
Exposição da pele ao sol durante uma ou mais semanas, onde os
alérgenos serão aplicados, pode inibir a resposta ao teste;
Leitura em menos de 48 horas;
Uso de corticóide tópico no local do teste deprime a reação;
Imunossupressores, corticóide oral em doses de 20 mg ou mais;
Corticóide de depósito – esperar cerca de 3 semanas para a
realização do teste
Monossensibilização: um alérgeno positivo é o
responsável pela Dermatite Alérgica de Contato
(DAC). Sua retirada total leva à cura da dermatose.
Polissensibilização: vários alérgenos positivos, a
retirada de todos leva à cura ou melhora significativa.
Polissensibilização: Vários alérgenos positivos, a
retirada de todos não leva à cura ou melhora do
quadro clínico. Verificar:
Existem outros alérgenos não testados e que não foram
detectados mediante anamnese ocupacional?
Dermatite factícia, dermatite artefacta, autolesionismo?
Trabalhador afastado executando trabalhos
temporários?
Em caso de dois ou mais testes de contato fortemente positivos, que estejam próximos, testar novamente semanas após, separadamente.
Indivíduos que transpirem em demasia ou permaneçam em locais úmidos ou quentes deverão fazer o teste de contato no braço, devendo ser fixado com faixa e fita micropore;
Reações fracamente positivas Pouco significado clínico;
Prevenção de sensibilizações mais potentes.
Teste de contato com sólidos: Pequenas lâminas, partículas ou pó e aplicá-la sobre a fita,
tecidos (1cm). Umedecer com água destilada ou óleo de oliva.
Allergen Sources Nickel Jewellery Balsam of Peru Perfumes, citrus fruits Dichromate Cement, leather, matches Paraphenylenediamine Hair dyes, clothing Rubber chemicals Shoes, clothing, gloves Colophony Sticking plasters Benzocaine Topical anesthetics Neomycin Topical medicaments Parabens Preservatives in cosmetics, creams Epoxy resins Glues Formaldehyde Clothing, cosmetics, paper Wool alcohol Lanolin, cosmetics, creams
4)Inspeção do local de trabalho
TRABALHO REAL - EXPERIÊNCIA DO TRABALHADOR
Substâncias manipuladas;
Condições do EPI;
Condições inseguras no local de trabalho;
Organização do trabalho;
Existência de outros trabalhadores igualmente afetados nas
mesmas condições de trabalho.
Informações fornecidas pelo empregador
Fichas químicas dos produtos.
Referências:
Motta, AA, Kalil, J, Barros MT. Testes cutâneos. Rev Bras Alerg Imunopatol, 2005; 2: 73-83.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Dermatoses ocupacionais / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2006.
Ali, Salim Amed. Dermatoses ocupacionais / Salim Amed Ali. – 2. ed. – São Paulo: Fundacentro, 2009.
Alchorne AOA, Alchorne MMA, Silva MM. Dermatoses ocupacionais. An Bras Dermatol. 2010;85(2):137-47.
Martins, LEAMM, Reis, VMS. Imunopatologia da dermatite de contato alérgica. An Bras Dermatol. 2011;86(3):419-33.
Motta, AA, Aun MV, Kalil, J, Giavina-Bianchi, P. Rev Bras Alerg Imunopatol. Dermatite de contato, teste de contato. 2011; 34(3):73-82