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PERMANÊNCIA DO RURAL NA VILA DE PIRES BELO, MUNICÍPIO DE CATALÃO (GO): A VIDA COTIDIANA E A RELAÇÃO COM O LUGAR
Amanda Pires de Mesquita
Universidade Federal de Goiás – UFG / Campus Catalão Núcleo de Estudos e Pesquisas Socioambientais (NEPSA/CNPq)
Estevane de Paula Pontes Mendes Universidade Federal de Goiás – UFG / Campus Catalão
Núcleo de Estudos e Pesquisas Socioambientais (NEPSA/CNPq) [email protected]
Resumo A relação entre o rural e o urbano constitui-se em um debate rico para a Ciência Geográfica, principalmente ao tratar da influência dessa relação na dinâmica dos pequenos núcleos urbanos, o que se torna fundamental para o entendimento dos espaços urbanos e rurais no Brasil. Para compreensão dessa relação é preciso reconhecer que há realidades que se assemelham ao modo de vida rural inserido em um contexto urbano, como as Vilas, sedes de distritos. Nesse contexto, esse trabalho buscou compreender as condições de existência e permanência de hábitos rurais por meio da relação entre o rural/urbano e das práticas cotidianas dos moradores da vila de Pires Belo, município de Catalão (GO). Verificou-se que os conteúdos rurais são reconhecidos por meio das relações cotidianas, no trabalho, nas relações sociais e não nos aspectos físicos da Vila. Apesar da inserção de hábitos e equipamentos modernos, os habitantes da Vila preservam os traços de um modo de vida rural pela constante relação com o campo.
Palavras-chave: Rural/urbano. Modo de vida rural. Vila de Pires Belo. Catalão (GO).
Introdução
Com a atual dinâmica e estrutura do território brasileiro e a instituição de novos
espaços, urbanos e rurais, surgem estudos sobre os pequenos núcleos urbanos com
vistas a compreender a realidade desses territórios e, também, suas singularidades e
particularidades. Destarte, a compreensão desses espaços deve realizar-se por meio de
uma análise que contemple as dimensões da relação entre o campo e a cidade as quais se
tornam pertinentes em um país com grande diversidade regional e com um intenso
processo de reestruturação econômica, produtiva e urbana.
A relação entre o campo e a cidade constitui-se em um debate rico para a Ciência
Geográfica, principalmente ao tratar da influência dessa relação na dinâmica dos
pequenos núcleos urbanos, o que se torna fundamental para o entendimento dos espaços
urbanos e rurais no Brasil. A compreensão desses espaços sugere ultrapassar as visões
tradicionais associadas ao campo e à cidade, que ora os reconhece pela oposição e
distinção, de maneira dicotômica e ora os relaciona a uma subordinação, na qual a
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cidade avança pelo campo, supre suas especificidades e homogeneíza-o. Além disso, há
realidades que se assemelham ao modo de vida reconhecido tradicionalmente como
rural inserido em um contexto urbano, como as Vilas, sedes de distritos.
As vilas, embora classificadas como espaços urbanos pelos órgãos e constituições
oficiais, apresentam em seu contexto, práticas e reprodução de valores característicos do
mundo rural, como o vínculo identitário com o lugar e as tradições presentes no
cotidiano local. Diante disso, propõe-se analisar as condições de existência e
permanência de hábitos rurais através da relação entre o rural e o urbano e das práticas
cotidianas dos moradores da vila de Pires Belo, município de Catalão (GO).
Para atender aos objetivos propostos, estão sendo utilizados procedimentos e técnicas
com vistas a definir os caminhos a serem seguidos. Dentre esses procedimentos
metodológicos, estão sendo utilizados: a) pesquisa teórica sobre rural/urbano; pequenos
núcleos urbanos; lugar e vida cotidiana. A pesquisa documental está sendo feita a partir
da análise de documentos censitários do IBGE. A pesquisa de campo está sendo
realizada com a aplicação de roteiros de entrevista, observação não-estruturada e
registro fotográfico.
A vila de Pires Belo, distrito do Município de Catalão (GO), localiza-se a 36km ao norte
da sede desse município, à 290km de Goiânia (GO), capital do Estado de Goiás e à
280km de Brasília (DF), capital do Brasil As principais vias de acesso à Vila são a
Rodovia Federal BR-050 e a Rodovia Estadual GO-506.
A escolha da vila de Pires Belo se deve ao fato de a mesma apresentar em seu cotidiano,
relações entre o rural e o urbano. Acrescenta-se, a esses motivos o convívio e a
identificação com a Vila, uma vez que residi, desde a minha infância em Pires Belo, o
que me permite presenciar e atuar nas tramas de relações ali estabelecidas. No campo
teórico, o interesse pela temática se assenta na busca de compreender a realidade de
pequenos núcleos urbanos como a Vila, visto que há poucos estudos sobre esse tema se
comparados aos estudos sobre as grandes cidades, embora apresentem um número
elevado no território brasileiro.
Como resultados parciais tem-se que os conteúdos rurais podem ser observados no
cotidiano dos moradores, na forma como se relacionam, no trabalho e não na estrutura
física da vila. Mesmo com a inserção de hábitos e equipamentos modernos, os
habitantes da Vila preservam os traços de um modo de vida rural, já que o vínculo
representa a sobrevivência da população local. Acredita-se que, na Vila, a relação entre
3
o rural e o urbano, a existência e a permanência de hábitos e conteúdos rurais, pode ser
compreendida por meio de uma análise que considere o seu cotidiano e o seu modo de
vida, os quais influenciam diretamente na configuração do lugar. Assim, essas
características rurais permanecem na Vila em razão da intensa relação e dependência
estabelecida com o campo.
Os caminhos da pesquisa
A metodologia da pesquisa constitui-se de um conjunto de procedimentos mediante os
quais os problemas científicos são formulados e as hipóteses são examinadas. Pode ser
considerada como o “caminho” a ser percorrido na pesquisa, no qual, apresentam-se os
procedimentos e as técnicas a serem seguidos. Com o intuito de atingir os objetivos
propostos pela pesquisa foram realizadas: a) pesquisa teórica; b) pesquisa documental;
c) pesquisa de campo.
Para o desenvolvimento de uma pesquisa científica é importante dominar o conteúdo
teórico e conceitual por meio de leituras específicas, pois é durante a elaboração da
teoria que se conhece o que já foi produzido sobre o tema, através de um rigoroso
levantamento bibliográfico. Segundo Luna (2005), a revisão teórica tem como objetivo
circunscrever um dado problema de pesquisa dentro de um quadro de referencial teórico
que pretende explica-lo. Nessa etapa da pesquisa, foram utilizadas literaturas que
abordam: rural e urbano, como Araújo e Soares (2009), Carneiro (1998), Wanderley
(2001); lugar, como Carlos (2007); pequenos núcleos urbanos como Lopes e Henrique
(2010), Soares (2008) dentre outros.
A pesquisa documental caracteriza-se pela busca de informações em documentos ou
qualquer outro registro escrito, que possa ser usado como fonte de conhecimento,
embora não tenham recebido, ainda, um tratamento analítico. As informações coletadas
nessa fase da pesquisa tiveram como intuito principal caracterizar a vila de Pires Belo
(Fig. 1), por meio de levantamento de dados estatísticos e censitários (número de
habitantes, de residências, dentre outros), como no Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE - Agência Catalão) e na secretaria de Planejamento do município de
Catalão (GO), no intuito de se conhecer as realidades econômica e social da Vila.
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Figura 1 - Localização do distrito de Pires Belo, município de Catalão (GO) - 2011
As informações empíricas foram obtidas por meio do trabalho de campo (in loco) na
vila de Pires Belo. As técnicas de pesquisa utilizadas na coleta de dados foram: a)
observação e b) entrevistas. Desse modo, foram aplicados 36 roteiros de entrevista
aleatoriamente aos moradores da vila de Pires Belo, município de Catalão (GO),
buscando informações, como: a) relação dos moradores com a cidade de Catalão e com
as áreas rurais; b) local de origem da população; c) a vida cotidiana no lugar; d)
permanência e/ou mudança dos hábitos e costumes rurais na Vila. Essa amostra
representou 3,52% da população residente na Vila de Pires Belo (1.021 hab. área urbana
- dados IBGE - Agência Catalão) e um total de 10,29% das residências/famílias dos
moradores (média de 340 famílias residentes).
Discussões sobre o rural e o urbano
O estudo de pequenos núcleos urbanos na sociedade contemporânea requer a
investigação desses espaços como palco das relações entre o campo e a cidade, que
embora apresentem conteúdo social e histórico específicos, só podem ser
compreendidos na sua totalidade. A análise desses espaços, como resultantes das
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influências rurais e urbanas, sugere ultrapassar a dicotomia rural/urbano e considerar as
relações estabelecidas entre os habitantes e o lugar, as quais possuem influência direta
na reprodução do espaço.
Além disso, há realidades que se assemelham ao modo de vida reconhecido
tradicionalmente como rural inserido em um contexto urbano, como as Vilas sedes de
distritos. Estes fenômenos estão cada vez mais presentes na atualidade, como resultado
da intensificação de trocas do mundo rural com o urbano, as quais extinguem as
fronteiras e implicam em uma maior riqueza de relações.
Apesar da diversidade de estudos acerca das manifestações urbanas e rurais e dos
espaços campo e cidade, tanto no ramo das Ciências Sociais, quanto no ramo da
Geografia, percebe-se a necessidade de investigações que vão além das interpretações e
dos conceitos de rural/urbano e que compreendam as dinâmicas dos espaços, como o da
vila de Pires Belo, que é produto das trocas entre esses dois setores (campo e cidade), e
por isso não pode ser entendido nem considerado sem a interação de ambos.
As denominações rural e urbano, utilizadas no texto superam as barreiras de campo e
cidade, haja vista que essas duas designações indicam o espaço físico, a materialidade,
enquanto as categorias rural e urbano representam as dimensões simbólicas e subjetivas
existentes. Conforme esclarece Biazzo (2008, p. 144, grifos do autor), “[...] campo e
cidade são formas concretas, materializam-se e compõem as paisagens produzidas pelo
homem; ‘urbano’ e ‘rural’ são representações sociais, conteúdos das práticas de cada
sujeito, cada instituição, cada agente na sociedade.”
Novos debates sobre a relação entre o rural e o urbano foram instigados pela revolução
científica, iniciada na segunda metade do século XX. Esta revolução adveio dos
processos de urbanização e industrialização e da consequente modernização da
agricultura, o que redefiniu os espaços rurais e imprimiu-lhes uma nova dinâmica.
Diante disso, surgem novas leituras para o rural e para o urbano, identificando-os ora
como espaços distintos e complementares, ora como espaços que se justapõem um ao
outro. Os primeiros debates refletem uma leitura que apresenta o rural como uma
realidade específica e oposta ao urbano, caracterizando-o como detentor de
características próprias e isoladas, as quais, a princípio, se contrapõem à realidade
urbana.
Frente às interpretações do que seja rural e urbano e das peculiaridades que os
distinguem e, ao mesmo tempo, subordina-os um ao outro, são apresentadas várias
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linhas teóricas, discutidas por historiadores, antropólogos, sociólogos, economistas e
geógrafos, dentre as quais se destaca a corrente do continuum rural-urbano que
apresenta duas vertentes principais: a) a que privilegia o pólo urbano do continuum
(urbano-centrada), defendida no Brasil, principalmente por José Graziano da Silva e; b)
a que enfatiza o rural, por meio da ideia de “novas ruralidades”, representada no Brasil
principalmente por Maria José Carneiro, Roberto José Moreira e Maria de Nazareth
Baudel Wanderley (WANDERLEY, 2001; ARAÚJO e SOARES, 2009).
Segundo Wanderley (2001), a interpretação urbano-centrada aponta para o fim da
realidade rural por meio da homogeneização espacial e social campo/cidade. Essa ideia
é representada no Brasil por Graziano da Silva (2002), que afirma ser a urbanização do
campo apenas uma questão de tempo. Para esse autor, a urbanização do campo é
iminente e irreversível, tendo em vista que o campo só pode ser entendido como um
continuum da cidade, pois, com a urbanização, o rural se encontra fadado ao
desaparecimento. Entende-se por urbanização a inserção de elementos, técnicas e
atividades pertinentes às cidades, no campo. Assim, o modo de vida e a cultura rural
não resistirão à invasão da cidade, o que, para o autor, acarretará em uma urbanização
física do espaço rural,
[...] está cada vez mais difícil delimitar o que é rural e o que é urbano. Mas isso que aparentemente poderia ser um tema relevante, não o é: a diferença entre o rural e o urbano é cada vez menos importante. Pode-se dizer que o rural hoje só pode ser entendido como um continuum do urbano do ponto de vista espacial; e do ponto de vista da organização da atividade econômica, as cidades não podem mais ser identificadas apenas com a atividade industrial, nem os campos com a agricultura e a pecuária. (GRAZIANO DA SILVA, 2002, p. 8).
Embora seja considerável a expansão de modelos urbano-industriais no campo, como
salienta Graziano da Silva (2002), não se pode negar a existência de regiões rurais,
mesmo influenciadas pelo modo de vida da cidade que guardam suas características
próprias, características culturais e sociais que não podem ser desprezadas diante da
discussão do rural e do urbano. Ainda que hoje existam novas atividades no rural e
novas influências e modelos econômicos vindos da cidade, suas peculiaridades não
estão submergidas, o que ocorre são espaços diferenciados entre si, os quais não podem
ser submetidos a um modelo de espaço, seja este rural ou urbano.
Baseada nessa concepção de singularidade no rural e contrária a ideia de uma completa
homogeneização do campo, a outra interpretação do continuum sustenta que, mesmo
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consideradas as semelhanças e a continuidade entre o rural e o urbano, as relações entre
ambos não excluem as particularidades, o que não representa o fim do rural
(WANDERLEY, 2001; CARNEIRO 1998). Nessa perspectiva, Wanderley (2001)
afirma que, no ponto de encontro do rural/urbano,
[...] as particularidades de cada um não são anuladas, ao contrário são a fonte da integração e da cooperação, tanto quanto das tensões e dos conflitos. O que resulta desta aproximação não é a diluição de um dos pólos do continuum, mas a configuração de uma rede de relações recíprocas, em múltiplos planos que, sob muitos aspectos, reitera e viabiliza as particularidades. (WANDERLEY, 2001, p. 33, grifos da autora).
Corroborando com Wanderley (2001), Carneiro (1998), em seus estudos sobre a
ruralidade, acrescenta que as transformações ocorridas na comunidade rural com a
intensificação das trocas com o mundo urbano, não descaracterizam seu sistema social e
cultural, já que as mudanças de hábitos, costumes e visões de mundo ocorrem de
maneira irregular, o que não implica numa ruptura no tempo nem no conjunto do
sistema social.
Pequenos municípios e vilas podem perfeitamente exemplificar esse conceito, pois suas
particularidades se devem justamente à influência que estes sofrem das localidades
rurais no seu entorno. Assim, apesar de classificados pela norma administrativa como
áreas urbanas podem apresentar mais características rurais em seu cotidiano do que
propriamente urbanas o que não permite a distinção/separação entre esses dois setores.
No caso das vilas, que correspondem à sede distrital, ou seja, sediam a infraestrutura e
os serviços localizados no perímetro urbano do distrito (escola, igrejas, comércios), são
consideradas urbanas, pela forma jurídica e aparente, mas quanto às formas de uso,
apresentam-se como rurais. Essas formas de uso são características dos indivíduos que
habitam esse espaço e se manifestam por meio da realização cotidiana da vida, “[...] é
através do uso que o cidadão se relaciona com o lugar e com o outro, criando uma
relação de alteridade, tecendo uma rede de relações que sustentam a vida, conferindo-
lhe sentido.” (CARLOS, 2007a, p. 43).
Dessa forma, os objetos e ações característicos do rural e constituintes da identidade da
população rural (ruralidades) presentes nesse lugar, requerem uma leitura que ultrapasse
a contraposição de rural e de urbano. A compreensão desse espaço faz-se no
reconhecimento e na consideração das sutilezas e dos limites dessa relação. Silva, R.
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(2008), ao estudar a permanência do rural nas vilas distritais de Cibele e Caiçara no
interior de Goiás, afirma que os conteúdos rurais (ruralidades),
[...] se apresentam de várias formas. Nota-se a facilidade que os moradores das vilas têm de identificar a presença de um estranho, já que ‘todo mundo se conhece’. Há uma clara noção de pertencimento e um sentimento de localidade existente entre eles. Os níveis de contato e cooperação nas diversas atividades [...] exprimem os laços de afinidade entre as famílias, estendendo-se para além dos limites territoriais específicos das vilas [...] (SILVA, R., 2008).
Com base no pensamento de Silva, R. (2008), entende-se que a delimitação entre rural e
urbano está além da abrangência territorial e compreende as relações estabelecidas entre
os moradores e o lugar, ou seja, a vida cotidiana, que tem influência direta na
reprodução do espaço, pois este, também se reproduz em função das relações entre os
indivíduos.
Assim, o cotidiano e o modo de vida predominante em pequenos núcleos urbanos, ou no
caso, em vilas, as quais são consideradas urbanas, exercem influência na produção do
espaço, dessa forma, imprimem características e peculiaridades próprias de um viver
rural, mesmo com os elementos que figuram a sociedade moderna (urbana). Nos dizeres
de Silva, R. (2008), o modo de vida camponês é recriado em face aos impulsos de uma onda modernizadora crescente. É apropriado perceber que semelhantes relações oferecem argumentos para que se afirme se a ‘transição’ um processo em curso que reafirma contradições entre modos de vida começando pela contradição que denominou essas vilas ‘rurais’, sedes de distritos, como ‘perímetro urbano’. [...] Entre as formas citadinas e rurais, compõem-se uma colcha de retalhos cotidianamente ziguezagueada por bicicletas, motos e cavalos. (SILVA, R., 2008, p. 131, grifos da autora).
Assim como Silva, R. (2008) se refere às suas áreas de estudo como lugares que
manifestam o modo de vida do campo em espaços “ditos urbanos”, é possível encontrar
características semelhantes na vila de Pires Belo que permitem reconhecer os conteúdos
e o modo de vida, marcado por ruralidades, e a representação do lugar como forma
urbana, como vila.
Através desses pressupostos, considera-se que os espaços da Vila mantêm os traços dos
indivíduos que os produzem, o que, de certa forma, permite que se reconheça nesses
lugares um viver característico do campo em uma estrutura urbana. Acredita-se, então,
que para caracterizar um lugar como rural, este não precisa estar totalmente
9
desvinculado de qualquer produto dito urbano, ou seja, o rural não se caracteriza pelo
que está estagnado no tempo, mas pelo modo de vida de seus habitantes que se adaptam
às novas condições de sociedade e nem por isso deixam de lado suas identidades, uma
vez que estas se transformam ao longo do tempo e acompanham a evolução do
indivíduo ou do grupo. De acordo com Bagli (2006),
A tradição é feita de passado (lendas, memória, costumes), mas vivida no presente e, dessa forma, não pode deixar de ser compreendida como elemento que também sofre mudanças e interferências. E que, para se perpetuar no tempo e no espaço, necessita se adaptar àquilo que se apresenta como novo. (BAGLI, 2006, p. 191).
Nessa linha de raciocínio, considera-se que o rural não deve ser analisado como algo
estagnado no tempo, imutável, pois a mudança é algo inerente ao movimento da
história. E os espaços rurais não estão predestinados a um atraso permanente para
manterem-se como tais. A tradição rural da vila de Pires Belo não vai findar-se porque
seus habitantes fazem uso de equipamentos ditos urbanos (telefone, rádio, televisão,
internet), tendo vista que esta é recriada e renovada ao longo da história.
Nesse sentido, entende-se que esses lugares, mesmo carregados de características rurais,
não estão isolados do mundial, ou seja, não se nega aqui a ligação e a influência da
mundialidade na constituição do lugar. Carlos (2007), em seus estudos sobre o lugar,
afirma que nele encontram-se as mesmas determinações da totalidade, sem com isso
serem eliminadas as particularidades, já que cada sociedade produz seu espaço,
determina os ritmos da vida e os modos de apropriação, expressando sua função social,
seus projetos e seus desejos.
Acredita-se que a leitura do lugar, enquanto parte integrante de uma totalidade e como
expressão dos processos sociais que o abarca, permite reconhecer as relações sociais
que se estabelecem nele e a influência de determinadas referências, no caso da vila de
Pires Belo, daquelas vinculadas ao modo de vida rural.
A vida cotidiana e as relações sociais na vila de Pires Belo
O reconhecimento do lugar enquanto produto histórico e social realiza-se a partir da
análise dos grupos sociais que o constitui. Os moradores da vila de Pires Belo, em sua
maioria, procedentes ou, ainda, trabalhadores das áreas rurais, permitem a permanência
de muitos hábitos que viveram ou que lhe foram repassados pelos seus antecedentes. A
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reprodução do modo de vida do campo e a pouca influência que recebem de outras
localidades, em grande parte da cidade de Catalão (GO), cidade interiorana que também
preserva, assim como a maioria dos municípios goianos, referências ao rural,
possibilitam a conservação de muitos conteúdos que, embora transformados ao longo do
tempo, remetem-se ao campo.
Bagli (2006), ao estudar os hábitos rurais em Presidente Prudente (SP), afirma que estes
são reflexos das relações estabelecidas no cotidiano, portanto expressam a realidade do
lugar. Deste modo, estão presentes no modo de trabalhar, descansar, ou seja, em todos
os momentos do indivíduo. De acordo com a autora, o rural não está presente apenas na paisagem. Atividades produtivas próprias dos espaços rurais se mantêm, concomitante aos hábitos construídos cotidianamente. A rotina de vida se edifica sobre as atividades desenvolvidas, as limitações enfrentadas e as oportunidades dadas no dia a dia, sejam elas no trabalho ou no lazer [...] (BAGLI, 2006, p. 176).
Gonçalves (2005), em seu estudo sobre as pequenas cidades do Agreste Potiguar, coloca
que o cotidiano pode ser entendido como o dia-a-dia das pessoas, como seu modo de
agir em meio às interseções das relações sociais e nas ações mais corriqueiras. Nesse
sentido, a vida cotidiana tem influência na produção/reprodução do espaço, visto que
este não se restringe apenas as formas completas, mas está cheio de vida, fragmentos de
vida e da dimensão do uso do espaço e do tempo. Logo, para assimilar a produção
reprodução do espaço, se deve considerar a influência da vida cotidiana. Nos dizeres de
Gonçalves (2005),
[...] trata-se, portanto de perceber como as práticas mais comuns, concorrem para a produção do espaço e como estas se materializam no espaço do visível. É a partir da produção do espaço geográfico no cotidiano que os homens imprimem tanto a reprodução da realidade social, quanto a possibilidade de transformação dessa mesma realidade. (GONÇALVES, 2005, p. 78).
Nos pequenos núcleos urbanos, o cotidiano dos habitantes está permeado por relações
com o rural. Os conteúdos rurais presentes nessas áreas urbanas são reconhecidos a
partir do momento em que se entende que a vida cotidiana tem relação na
produção/reprodução do espaço, no caso urbano. De acordo com Bagli (2006), o rural
pode ser encontrado no modo de vida de cada habitante, na forma que se comportam e
que se relacionam. A constituição dos hábitos rurais ocorre sobre uma lógica mais
próxima à natureza, com intensa relação com a terra e com o que ela pode oferecer.
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Nesse sentido, a terra representa o sustento da família e garantia de sobrevivência.
No entanto, como afirma Alentejano (2003), ao estudar as relações entre campo e
cidade no Brasil do século XXI, não há uma forma específica de relação com a terra
para caracterizar o rural em oposição ao urbano, pois, “[...] enquanto a dinâmica urbana
pouco depende de relações com a terra, [...] o rural está diretamente associado à terra,
embora as formas como estas relações se dão sejam diversas e complexas.”
(ALENTEJANO, 2003, p. 11).
Essa maior relação com a terra, presente em áreas rurais, é verificada na vila de Pires
Belo. A tradição rural, isto é, as habilidades de trabalhar com a terra, fazem com que a
população viva necessariamente das atividades no/do campo. Principalmente, porque é
o que sabem e estão acostumados a fazer, já que sua formação profissional realizada no
dia a dia junto a família centra-se na atividade agrícola.
Como são, em maioria, oriundos das áreas rurais, a migração para a Vila geralmente
acontece quando os filhos crescem e precisam estudar, então, os pais com a intenção de
ver os filhos com melhores condições de vida, deixam a roça2 para morar na Vila. Dessa
maneira, mesmo residindo na área urbana do Distrito, essas famílias dependem
economicamente do campo, o que garante a permanência da tradição rural entre os
moradores bem como dos conteúdos rurais na Vila.
A outra parcela significativa da população constitui-se de comerciantes. Estes compõem
a herança da origem do povoado, quando outrora era como ponto de comércio, Vendas.
Esses comerciantes mantêm a estrutura das antigas vendas e são, em geral, filhos, netos
ou parentes mais próximos dos antigos comerciantes do local. A proximidade da cidade
de Catalão (GO) e a pequena quantidade de habitantes dificultam a instalação de novos
comércios no local, além disso, a população prefere os antigos comerciantes,
conhecidos e que reconhecem a todos. A confiança pessoal permite que nesses
comércios ainda se use a “caderneta3”, na qual são anotadas as compras realizadas.
Como afirma Silva, A. (2010), em seu trabalho sobre a cultura rural nas cidades locais, o “comprar fiado” é um costume que se baseia justamente na confiança e funciona, pois, o comprador se não pagar terá seu nome “negativado” na cidade, ofendendo assim sua própria moral como homem. São nesse sentido características próprias de pequenos centros, onde as relações estabelecidas são oriundas do mundo rural. (SILVA, A., 2010, p. 4, grifos do autor).
Como dito, a moral e a dignidade são valores apreciados e cultivados em comunidades
rurais4 e também, em pequenos núcleos urbanos. E as relações de caráter são
12
entrelaçadas com relações de afetividade, parentesco e respeito, o que gera a confiança
estabelecida em regras e códigos relacionados à ética da convivência em grupo. Na vila
de Pires Belo, a honra e a dignidade da família ou mesmo do indivíduo tem poder maior
nas relações sociais do que o próprio poder aquisitivo. De tal modo que as relações
sociais, na pequena cidade são marcadas pela pessoalidade e geralmente exercem um
controle muito eficaz sobre os membros de sua coletividade.
De acordo com Silva, R. (2008), essas configurações reforçam a ideia de que o lugar,
embora se espelhe na cidade, não saiu da condição rural. Amplia-se o destino de
moradia, enredado num universo de confiança/desconfiança, em um tempo que sobra
para a prosa diária, e para as trocas de favores (Foto 1). Foto 1 - Vizinhos em prosa: vila de Pires Belo, Catalão (GO) - 2012.
Fonte: pesquisa de Campo. Autora: Mesquita, A. P. de. 2011.
Na sociedade atual, com outros valores e regras de sobrevivência, com a aceleração do
tempo5, a disseminação das amizades virtuais e a individualização da sociedade é cada
vez mais rara a relação de amizade entre vizinhos e, principalmente, um tempo que
sobra para as conversas. Assim, as relações citadas remetem-se ao rural, como o vínculo
de amizade e confiança entre as famílias rurais, de solidariedade e de ajuda mútua.
A condição rural também é mantida pelas relações diárias estabelecidas com a roça.
Nesse contexto, os hábitos surgem das relações formadas por condições determinadas
artificialmente pela rotina. As atividades diárias dos trabalhadores rurais,
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principalmente homens começam logo pela manhã, habitualmente as cinco ou seis
horas, e se estendem até o entardecer.
Quanto às mulheres, elas geralmente trabalham em casa (32%)6, cuidam das tarefas
domésticas e dos filhos, algumas oferecem serviços de manicure (8%) ou trabalham
algumas vezes por semana como diaristas ou domésticas (12%) para auxiliarem nas
despesas da casa. Percebe-se que a Vila oferece mais opções de trabalho às mulheres
(lojas, colégio, posto de saúde), visto que 20% delas trabalham com carteira assinada,
enquanto que dos homens entrevistados, nenhum possuía registro. Isso confirma o
vínculo da população, principalmente a masculina, com a área rural que, embora se
constitua de atividades informais (serviços temporários e sem registro), garantem a
permanência dessa população em Pires Belo.
A aposentadoria também se concebe como importante fator de renda para a população
(20%), conquanto não represente o envelhecimento da população, mesmo que os jovens
(15 a 25 anos), originários da Vila, migrem para outras cidades, principalmente à
Catalão (GO), para estudarem e/ou trabalharem. A vinda de migrantes de outras regiões
para a Vila consegue suprir e elevar o número de jovens e adultos.
A faixa etária entre 25 a 44 anos, a qual representa a população em atividade, constitui a
maior porcentagem dos habitantes da Vila (28%) e, diferente do que se imagina a
população não se compõe, em sua maioria de idosos. No entanto, mesmo com a evasão
de jovens para outras cidades, causada pela falta de emprego, a Vila pode ser
considerada um lugar próspero, pois há um significativo contingente populacional
(Gráfico 1) que vêm de outras regiões pela oferta de emprego, como diaristas, nas
lavouras de tomate, principalmente. Certamente, os trabalhos temporários7 nas áreas
rurais não atraem a população, principalmente os jovens locais, mas se tornam atrativas
aos migrantes de outras regiões.
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Gráfico 1 - Local de origem da população residente: vila de Pires Belo, Catalão (GO) - 2011
Fonte: Pesquisa de campo (2011). Org.: Mesquita, A. P. de. 2011
É possível notar que, desde o ano de 2007 até 2010, a população do distrito obteve um
aumento de 13,61% (BISPO, 2011), passando de 1205 moradores, em 2007, para 1369,
em 2010, fato que não admite afirmar a estagnação do Distrito ou mesmo uma regressão
populacional. Esse crescimento pode ser visto com o aumento no número de
construções residenciais, sejam para aluguel ou para moradia própria.
O aumento populacional e o crescimento da Vila não anulam seus conteúdos rurais, já
que a permanência desses conteúdos é garantida pelo modo de vida da população, e este
é plenamente rural. “[...] São as relações estabelecidas cotidianamente pelas pessoas que
lá residem que definem a realidade como urbana ou rural.” (BAGLI, 2005, p. 120).
Assim sendo, é preciso compreender o rural e suas características como algo em
constante processo de transformação, e superar a ideia de que para ser rural é preciso
está estagnado no tempo e na história. De acordo com Bagli (2005), é do embate travado entre tradição e modernidade que se torna possível encontrar a transitoriedade para construir um caminho presente que ligue passado e futuro. Fato é que esse embate pode contribuir para reafirmar uma identidade ameaçada, gerar lenta ou rápida dissolução, ou até mesmo promover uma reorganização global do conjunto. O que não pode ser descartado é que a mudança é algo intrínseco ao processo. É criação, recriação e perda a todo o momento. Caso contrário, ainda estaríamos lascando pedra, comendo carne crua e mudando de lugar sempre que a alimentação se tornasse insuficiente para alimentar todo o bando. (BAGLI, 2005, p. 190).
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Nos dizeres de Bagli (2005), as mudanças são inerentes à história que não é linear, ou
seja, não segue um padrão de mudança e permanência. A conservação dos hábitos e dos
conteúdos rurais na Vila é justificada pela possibilidade de manutenção do elo com o
campo e pelas práticas empreendidas pelos moradores tanto no que diz respeito à
ocupação dos espaços da Vila, como à manutenção da sociabilidade.
Como forma de lazer e sociabilidade, o encontro dos moradores acontece nos bares
localizados no entorno da praça central. A concentração dos habitantes em um só lugar
garante maior aproximação entre as pessoas e, do mesmo modo, maior reconhecimento.
É comum nos finais de semana, principalmente aos domingos, a vinda de jovens,
antigos moradores da Vila e, também, pessoas de outras localidades próximas.
Foto 2 - Praça da Vila com a concentração de pessoas em bares e pit-dogs nos finais de semana: vila de Pires Belo, Catalão (GO) - 2012.
Fonte: Pesquisa de campo. Autora: Mesquita, A. P. de. 2011
Além de se reunirem nos bares e pit-dogs, a praça é o ponto de encontro de amigos para
conversar e namorar. Assim, quando perguntado aos moradores da Vila o que fazem nos
finais de semana, eles responderam; vamos à praça. É na praça onde tudo acontece, os
encontros, as conversas, as festas. A praça da Vila tem importância fundamental na
sociabilização dos moradores de lá. Silva, J. (2000, p. 30, grifos da autora), ao abordar a
cultura e a territorialidade urbana em pequenas cidades, contribui para discussão ao
dizer que, “é na praça central de uma pequena cidade ‘onde tudo acontece’ (na visão dos
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seus habitantes). [...] pode servir de espaços de socialização de jovens no domingo à
noite, ou ainda a realização das festas religiosas [...]”
Em termos gerais, a vida cotidiana dos moradores da Vila se realiza em meio a trocas e
relações com o rural, o qual designa, de forma direta e indireta, os hábitos na Vila. A
presença de características que simbolizam a roça não se manifesta de forma linear e
única, pois a vida social não obedece a um só ritmo e direcionamento. O que se percebe
são pessoas que lutam por uma vida digna e adotam aquilo que o lugar lhes proporciona
para viver.
Considerações finais
Novas influências, técnicas e hábitos inseridos no campo influenciaram uma diversidade
de estudos que buscam compreender a dinâmica e a complexidade nessas áreas. Alguns
estudos buscam explicar as mudanças no campo como a passagem de uma área rural
para uma área urbana, ou seja, o campo se industrializaria a ponto de urbanizar-se,
eliminando suas características e particularidades, se transformando em um continuum
da cidade. Outros autores e linhas teóricas indicam que mesmo com novas influências
do urbano, novas formas de produção e relações no campo, este não anula suas
especificidades, já que as mudanças de hábitos e visões de mundo ocorrem de maneira
irregular no espaço e no tempo.
A análise de áreas como a Vila possibilita compreender a dinâmica da relação entre
campo e cidade. Haja vista que sua base econômica é proveniente das áreas rurais. No
caso da vila de Pires Belo, os espaços rurais constituem-se de pequenas glebas, entre
9,68ha e 67,76ha, utilizadas para produção de gêneros alimentícios para o sustento
familiar e com produção excedente voltada ao mercado regional, o qual inclui os
municípios Uberlândia (MG), Ribeirão Preto (SP) e os mercados de São Paulo (SP).
Os moradores da Vila, em geral, vieram das áreas rurais e continuam a estabelecer
vínculos com as mesmas, até porque a Vila apresenta pouca oferta de trabalho aos
moradores, com destaque para o trabalho na roça, na criação de animais, principalmente
bovinos para leite e em raros casos para corte, bem como na plantação de tomate e
milho, este último, utilizado para a alimentação animal e o excedente é comercializado.
Essa condição de dependência do campo garante a permanência de hábitos e conteúdos
rurais, os quais se mantêm à medida que a população assegure os vínculos com o
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campo.
Os conteúdos rurais são reconhecidos através das relações cotidianas, do trabalho, das
relações sociais, e não por meio dos aspectos físicos da Vila. Não é a falta de
infraestrutura que garante a existência/permanência de conteúdos rurais. Deste modo, o
rural existente na Vila manifesta-se como um modo de vida, ou seja, a forma como uma
determinada sociedade se reproduz socialmente e como se relaciona interna e
externamente, como produz seu sustento, cria e mantém seus mitos e rituais ao longo do
tempo.
Notas 1Compreendem-se como conteúdos rurais, os hábitos, as relações sociais, as formas de trabalho, de lazer, as relações com a família e com o lugar, aspectos estes, trazidos do campo e podem ser caracterizados como rurais. 2Segundo Brandão (1995, p. 76), roça é o nome do local de plantio estendido para significar o lugar social da vida do homem do campo. 3Pequeno caderno onde se anotam as compras feitas a crédito em armazéns. (FERREIRA, 1998, p. 114) 4Segundo Buber (1987, p. 50), comunidade é um termo utilizado para designar um agrupamento de pessoas com uma ligação desenvolvida e mantida internamente por propriedade comum, trabalho comum e costumes comuns. 5Termo utilizado por Carlos (2005, p. 13), ao referir-se ao um tempo comprimido, imposto e quantitativo que se inscreve em um espaço que se reproduz, tendencialmente, sem referências para o habitante, observado nas metrópoles. 6Foram aplicados 36 roteiros de entrevista às famílias residentes na Vila. (Pesquisa de campo, junho de 2011.) 7Esses trabalhadores recebem de R$ 40,00 a R$ 50,00 por dia de serviço. (Pesquisa de campo, junho de 2011.) 8Dados da pesquisa de campo, novembro de 2011.
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