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PERSPECTIVAS PARA O MERCADO DE PROTEÍNA ANIMAL
Gustavo Loyola
Apresentação para o Congresso Internacional de Carnes Goiânia (GO), junho de 2013
1
C ARNE BOVINA – VISÃO GERAL 2
-‐ Brasil possui o 2º maior rebanho bovino do mundo (208 milhões de cabeças), atrás apenas da Índia, o que o coloca na dianteira em termos de rebanho comerciável. É o segundo maior produtor e o maior exportador mundial.
-‐ Rebanho majoritariamente (80%) de raça zebuína sendo que desta parcela cerca de 90% são da raça Nelore.
-‐ InvesWmentos relevantes tem sido feitos em cruzamento industrial (zebuínos + raças europeias), visando ganho de heterose através da complementariedade de caracterísWcas que permitam a produção de carnes mais nobres em ambientes mais rúsWcos.
-‐ Criação majoritariamente extensiva, o que faz com que ainda exista grande espaço para ganhos de produMvidade do rebanho. Os animais terminados em confinamento representam apenas pouco mais de 8,5% do abate total.
-‐ São 182 milhões de hectares com pastagens, estabelecendo uma taxa de ocupação de 1,2 cab/hectare em uma área agriculturável total nacional de 394 milhões de hectares.
-‐ Em função desta caracterísWca da criação extensiva, a questão climáWca, dada a extensão do País e diversidade de climas, tem forte influencia na evolução dos indicadores de produWvidade do rebanho e produz grandes disparidades regionais.
-‐ A taxa de desfrute do rebanho nacional é de 18,9%, muito baixa relaWvamente a 38% nos EUA e 31% na Austrália. Esta taxa mostra a capacidade do rebanho de gerar excedente para ser abaWdo. É uma medida de produWvidade do rebanho.
-‐ O peso médio da carcaça foi de 233 kg em 2011 e o mercado interno absorve 84% desta produção.
-‐ O consumo nacional de carne bovina por habitante é o segundo mais elevado em termos mundiais, 40kg/hab /ano. Em primeiro lugar esta a ArgenWna com51 kg/hab/ano.
-‐ Rivaliza neste consumo com a carne de frango estabelecendo forte subsWtuibilidade entre ambas. Este fator, aliado às perspecWvas de ganho de share no mercado internacional determina nível de invesWmentos no setor.
-‐ Estrutura da produção muito pulverizada contrastando com maior concentração no setor de frigoríficos.
CARNE BOVINA – MERCADO GLOBAL
Source: IBGE., USDA,FAO. Forecast: Tendências
3
ESTIMATIVA S da FAO
Mercado global de carne bovina - 2011
-‐ Pelas esWmaWvas da FAO a demanda global por carne bovina é a que deve apresentar maior taxa de crescimento nos próximos anos.
-‐ A baixa penetração da carne bovina em países emergentes do Leste AsiáWco também aponta neste senWdo.
-‐ Por exemplo, na China, em 2011, o consumo per capita de carne bovina foi de 4,2kg/hab/ano relaWvamente a 37,6 kg/hab/ano da carne suína e 9,4 kg/hab/ano da carne de frango.
-‐ PerspecWvas muito favoráveis para o Brasil que já é um grande player e ainda tem expectaWva de ganhos relevantes de produWvidade.
-‐ Principal determinante da compeWWvidade nacional, o relaWvamente baixo custo de produção devido ao caráter extensivo da criação tende a dar lugar a um maior adensamento liberando área para lavouras.
-‐ No médio prazo isso deve elevar o custo de produção nac ional ampl ificando a necessidade de ganhos adicionais de produWvidade.
Carne Bovina Produção Importação Consumo ExportaçãoEUA 20,0% 14,3% 21,0% 15,6%Brasil 15,1% 0,0% 14,0% 16,5%EU-‐27 13,4% 5,6% 14,3% 5,5%China 9,3% 0,0% 10,0% 0,0%Índia 5,4% 0,0% 4,4% 15,9%Argentina 4,2% 0,0% 4,2% 2,6%Austrália 3,5% 0,0% 0,0% 17,4%México 3,1% 4,1% 3,5% 1,8%Paquistão 2,4% 0,0% 2,5% 0,0%Japão 0,0% 11,4% 2,2% 0,0%Rússia 2,3% 16,3% 4,2% 0,0%Outros 21,4% 48,3% 19,0% 24,7%Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
Product2005
ProductionEstimated
demand 2025Aditional
estimated growth %
Grains 2.219,40 3.140,40 921,00 41,5%Oilseeds 595,01 750,97 155,96 26,2%Meat 264,70 376,49 111,79 42,2%Broiller 80,00 113,70 33,70 42,1%Pig 103,40 146,80 43,40 42,0%Cattle 63,50 90,40 26,90 42,4%Coffee 7,72 9,40 1,68 21,8%Fibers 28,50 36,35 7,85 27,5%wood 3.401,90 4.148,40 746,50 21,9%
CARNE BOVINA – VANTAGENS COMPARATIVAS DO BRASIL
Source: MMA; Censo IBGE 2006; INPE. Forecast: Icone. APP = area of environmental protection
4
-‐ A principal vantagem do Brasil é a disponibilidade de terra existente para ainda ser incorporada ao processo produWvo.
-‐ Esse processo inclui a subsWtuição ou maior consorciamento de pastagens ao uso para produção de grãos.
-‐ Isso sem falar na evolução do planWo de 2ª safra, a exemplo do milho na safra 2011/12 que praWcamente igualou–se à produção de 1ª safra. A expectaWva é de que esta 2ª safra possa chegar a representar mais de 20% da produção anual nacional de grãos.
48,7 64,3
181,7174,4
25
75
125
175
225
2011 2030
Crop Land Pasture
230,4 238,7
-‐ A evolução de lavouras sobre áreas de pastagens poderia ser um indicaWvo negaWvo para a pecuária de corte, que incorreria em elevação de custos com necessidades adicionais de suplementação alimentar ao gado.
-‐ Todavia a expectaWva é de aumento expressivo na produção de grãos uWlizados em ração o que tende a reduzir seu custo.
-‐ Adicionalmente com uma pecuária mais “industrializada” ampliam-‐se as possibilidades de controle sobre fatores determinantes da produWvidade do rebanho.
2011 (millions ha) -‐ Native vegetation 544 -‐ Protected area 107 -‐ Native vegetation in private properties (APPs* and legal reserve) 274 -‐ Remnants of native vegetation in APPs 69,5 -‐ Productive areas (grains, fruits anda planted forests) 60 -‐ Pastures areas 198 -‐ Urbanized areas 38
Land use dynamics
Land use in Brazil
CARNE BOVINA – PONTOS DE ATENÇÃO
Source: MMA; Censo IBGE 2006; INPE. Forecast: Icone. APP = area of environmental protection
5
-‐ Como as esWmaWvas de abates levam em conta área uWlizada com pecuária; custos de produção, produWvidade; consumo domésWco; exportações líquidas e consumo per capita, ficam sujeitas a evoluções disWntas das que o cenário propõe para cada uma destas condicionantes .
-‐ Uma assunção básica é a de que haverá elevação acentuada da demanda global por carne bovina, em ritmo até superior aos que serão verificados em carne de frango e suína, porém, relaWvos de preços entre elas, afetados por fatores específicos a cada mercado poderão interferir nos resultados. A pontuar que o cenário depende de uma maior penetração da carne bovina no mercado asiáWco e mesmo na Índia, o que tem fortes empecilhos culturais.
-‐ Este ponto sobre a necessidade de evoluções fortes nas exportações nacionais é da maior relevância dado o já elevado consumo per capita interno de carne bovina (40kg/hab/ano) mas principalmente do consumo per capita do conjunto das carnes, que soma a este da bovina o consumo de frango (46 kg/hab/ano) e o de carne suína (13,5kg/hab/ano). Crescimentos muito expressivos podem resultar em relaWva “sobra” no mercado interno e afetar negaWvamente preços e a rentabilidade estas produções. O consumo per capita do conjunto das carnes tem subido a uma taxa média anual de 2,1% ao ano desde 2000.
-‐ O cenário prevê uma relaWva “normalização” no regime de chuvas no território nacional, assim como o manejo sustentável do rebanho.
-‐ Também se trabalha com um quadro de relaWvo afrouxamento nas barreiras sanitárias ora existentes à carne bovina nacional. Isso ocorreria tanto em função da necessidade de outros países de importar volumes adicionais para atender sua demanda interna quanto pela solução de algumas questões nacionais tais como: implementação de um sistema rigoroso e eficiente de rastreamento regional; reconhecimento de novas áreas do território nacional como livres de febre asosa sem vacinação e de BSE (o Brasil já tem status de risco negligenciável para BSE desde maio de 2012); ocupação de novas áreas com base no zoneamento ambiental e priorizando recuperação de pastagens degradadas.
-‐ Enfim, a questão da cerWficação e da adequação a padrões privados de sustentabilidade ambiental será fundamental para concreWzação das esWmaWvas posiWvas para evolução da produção nacional de carne bovina.
CARNE BOVINA – PROJEÇÃO DE ABATES
Source: IBGE. Forecast: Tendências
6
-‐7,5%-‐5,0%-‐2,5%0,0%2,5%5,0%7,5%
10,0%12,5%15,0%17,5%20,0%
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
2025
Number of slaughtered cattle -‐ annual var.%
Forecast
YearMillion units
Var.%
2002 19,9 8,4%2003 21,5 8,5%2004 25,8 19,5%2005 27,9 8,2%2006 30,3 8,6%2007 30,7 1,4%2008 28,7 -‐6,6%2009 28,1 -‐2,2%2010 29,3 4,2%2011 28,7 -‐1,8%2012 29,3 2,0%2013 29,8 1,9%2014 30,7 2,9%2015 31,7 3,3%2016 32,3 1,8%2017 32,9 1,9%2018 33,4 1,5%2019 33,9 1,6%2020 34,6 1,8%2021 35,3 2,2%2022 35,9 1,7%2023 36,5 1,6%2024 37,3 2,1%2025 37,9 1,7%
-‐ Neste cenário global de forte expansão da demanda por carne bovina e dadas as vantagens compeWWvas do Brasil a esWmaWva é de taxas posiWvas de desempenho médio anual para o abate de bovinos.
-‐ Apesar disto a taxa de crescimento deste abate (2% ao ano) deverá mostrar-‐se inferior ao período imediatamente anterior, entre 2000 e 2012, quando ficou em 5,1% ao ano.
-‐ A pontuar que o período entre 2000 e 2011 caracteriza-‐se por forte expansão da presença da carne brasileira no mundo, na esteira de problemas de sanidades dos rebanhos em todo o mundo, função do ressurgimento da BSE (bovine spongiform encephalopathy).
-‐ Neste senWdo, frente ao vazio deixado com a necessidade de dizimação de rebanhos inteiros em outros países, o Brasil teve de dar passos largos no senWdo de elevar os indicadores de sanidade e mesmo de rastreabilidade de seu rebanho de forma a conseguir ocupar este espaço.
-‐ O principal ganho a ser esperado nos próximos anos, com especificidades regionais, se refere à taxa de desfrute, que em úlWma instancia representa uma medida de tempo. O animal deverá ficar “pronto” para o abate em menos tempo elevando a taxa de abate sobre o rebanho total.
7 Number of slaughtered caale
3.500
4.500
5.500
6.500
7.500
8.500
9.500
15,00
15,50
16,00
16,50
17,00
mm t@/cabeça
Brazil
Peso total da carcaça mil t CWE -‐ carcass weighted equivalent
8 VISÃO REGIONAL
6,1%8,9%
40,0%26,7%
18,3%
1997
Norte
Nordeste
Centro Oeste
Sudeste
Sul
14,3%
9,9%
38,8%
25,9%
11,1%
2002
Norte
Nordeste
Centro Oeste
Sudeste
Sul
20,1%
10,8%
36,5%
20,4%
12,2%
2011
Norte
Nordeste
Centro Oeste
Sudeste
Sul
19,4%
11,8%
37,0%
19,7%
12,0%
2025
Norte
Nordeste
Centro Oeste
Sudeste
Sul
-‐ Apesar de todas as regiões apresentarem crescimento no período destaca-‐se que as maiores alterações em termos regionais já aconteceram entre 1997 e 2011, quando houve crescimento acentuada da parWcipação da região Norte e em menor escala do Nordeste em detrimento de Sul e Sudeste. -‐ Entre 2012 e 2025 haverá maior movimentação do Nordeste muito em função do cenário para o estado do Maranhão
9 NORTE Colunas1 1997 a 2002 2003 a 2012 2013 a 2025RR nd 12,3% 0,3%RO 52,8% 7,9% 2,1%AC 8,5% 6,8% 1,5%AM nd 25,2% 2,0%AP nd nd ndPA 21,2% 5,1% 2,4%TO 18,8% 6,2% 2,5%Região Norte 28,5% 6,8% 2,2%
Meat Production Evolution
Colunas1 1997 a 2002 2003 a 2012 2013 a 2025RR nd 0,7% ndRO 0,7% -‐0,4% 0,3%AC -‐0,2% 0,0% 0,2%AM 0,0% -‐1,6% 1,0%AP nd nd ndPA 2,8% -‐0,3% 0,2%TO 1,3% -‐1,2% 0,4%Região Norte 1,9% -‐0,5% 0,29%
Slaughter Weight Evolution
Colunas1 1997 a 2002 2003 a 2012 2013 a 2025RR nd 11,6% 0,2%RO 51,7% 8,3% 1,8%AC 8,7% 6,8% 1,3%AM 0,0% 27,2% 1,0%AP nd nd ndPA 17,9% 5,4% 2,1%TO 17,3% 7,5% 2,1%Região Norte 26,1% 7,3% 1,9%
Slaughter Evolution (heads)
-‐ Desde 1997 Rondônia é o Estado com o maior crescimento dos abates na região. A escassez de mão-‐de-‐obra, a descapitalização do produtor e os baixos preços dos produtos agrícolas até o início dos anos 2000 induziram o Estado a um acelerado processo de pecuarização.
-‐ Vale destacar, também, o excelente crescimento do setor no TocanWns, Estado que se destaca pela qualidade dos animais e pelo elevado padrão sanitário sendo classificado como zona livre da febre asosa através da vacinação.
-‐ De maneira geral, o elevado crescimento do setor na região foi concomitante à incorporação de terras para a formação de pastagens no formato extensivo.
-‐ A expectaWva é de que o crescimento médio anual dos abates entre 2013 e 2025 na Região seja de 1,9%. A média anual esperada é próxima à média nacional e menor àquela verificada nos úlWmos anos tanto em função da elevada base de comparação quanto pelas restrições ao avanço das pastagens.
-‐ A dificuldade em expandir as áreas com pastagens se deve: i) à forte concorrência com o planWo de grãos, especialmente milho e soja, cujos preços estão em patamares historicamente elevados; e ii) à pressão imposta pelas sociedades brasileira e internacional em defesa das áreas de proteção ambiental e da preocupação com as questões referentes às alterações climáWcas.
10 NORDESTE Colunas1 1997 a 2002 2003 a 2012 2013 a 2025MA 23,2% 4,1% 3,5%PI 1,1% 1,2% 3,3%CE 0,2% -‐1,2% 2,9%RN 0,8% 4,2% 2,7%PB 30,1% -‐2,8% 2,4%PE 8,2% 1,1% 2,6%AL 24,6% 6,1% 2,9%SE 0,0% nd 2,6%BA 6,8% 9,9% 3,2%Região Nordeste 10,2% 4,6% 3,1%
Meat Production Evolution
Colunas1 1997 a 2002 2003 a 2012 2013 a 2025MA 0,0% -‐0,4% 0,3%PI 2,1% -‐1,0% 0,6%CE 0,1% 0,2% 0,5%RN -‐0,2% -‐0,9% 1,0%PB 2,0% -‐0,4% 0,3%PE 1,2% 0,2% 0,6%AL 0,4% 0,2% 0,6%SE 0,0% nd ndBA 2,1% -‐0,8% 0,5%Região Nordeste 1,4% -‐0,2% 0,32%
Slaughter Weight Evolution
Colunas1 1997 a 2002 2003 a 2012 2013 a 2025MA 23,2% 4,6% 3,2%PI -‐1,0% 2,2% 2,6%CE 0,1% -‐1,4% 2,4%RN 1,0% 5,1% 1,7%PB 27,6% -‐2,4% 2,1%PE 6,9% 0,9% 2,0%AL 24,1% 5,8% 2,3%SE 0,0% nd ndBA 4,6% 10,7% 2,7%Região Nordeste 8,7% 4,8% 2,8%
Slaughter Evolution (heads)
-‐ A Região Nordeste deve ser o destaque nacional no período 2013 a 2025 em função dos ganhos de produWvidade, uma vez que prevalece a pecuária extensiva na região. A taxa média anual esperada é de 2,8% para os abates e de 3,1% para a produção de carne.
-‐ Vale observar, todavia, que ainda existem muitos abates na região que não são inspecionados pelos órgãos oficiais de vigilância sanitária.
-‐ Também devem contribuir para o desempenho posiWvo nos próximos anos a maior suplementação animal com o crescimento da produção de grãos e a redução do tempo de criação para o abate.
-‐ No Maranhão, a parWr da década de 1970 se iniciou uma ocupação dos chapadões do sul do Estado graças a uma políWca de valorização agrícola das terras; ocorreu nesse período um grande processo de pecuarização que foi apoiado por uma série de incenWvos fiscais.
-‐ No período 2013 a 2025, em virtude da existência de terras para pastagens e da proximidade com a produção de grãos (principalmente soja), o Maranhão deve apresentar o maior crescimento médio anual da Região.
-‐ Dona do maior rebanho da região, a Bahia também deve apresentar boas taxas de crescimento nos próximos anos. Nos úlWmos anos o Estado tem apresentado estabilidade sanitária e desde 1997 não registra nenhum caso de febre asosa. Neste senWdo, a Bahia apresenta importantes condições para aumentar a produWvidade e garanWr espaço no mercado internacional.
11 CENTRO-‐OESTE
Colunas1 1997 a 2002 2003 a 2012 2013 a 2025MT 18,8% 6,3% 2,7%MS 4,5% 0,0% 2,3%GO -‐0,4% 3,9% 2,5%DF 0,0% 21,4% 0,4%Região Centro-‐Oeste 6,4% 3,4% 2,5%
Meat Production Evolution
Colunas1 1997 a 2002 2003 a 2012 2013 a 2025MT 17,6% 6,3% 2,5%MS 4,1% -‐0,1% 2,1%GO -‐0,8% 3,5% 2,0%DF 0,0% 20,3% 0,0%Região Centro-‐Oeste 5,7% 3,3% 2,2%
Slaughter Evolution (heads)
Colunas1 1997 a 2002 2003 a 2012 2013 a 2025MT 1,0% 0,0% 0,2%MS 0,4% 0,0% 0,1%GO 0,4% 0,4% 0,5%DF 0,0% 0,9% 0,3%Região Centro-‐Oeste 0,7% 0,1% 0,31%
Slaughter Weight Evolution
-‐ Os abates na região Centro-‐Oeste devem crescer, em média, 2,2% ao ano no período 2013 a 2025. A produção de carne deve apresentar uma taxa média de 2,5% ao ano.
-‐ No Mato Grosso, principal produtor brasileiro, a taxa média anual esperada é de 2,5% para os abates e de 2,7% para a produção de carne.
-‐ A tendência é de que a pecuária mato-‐grossense perca área para a agricultura devido à forte elevação dos preços dos grãos nos úlWmos anos, especialmente milho e soja. No entanto, o rebanho e a produção de carnes do Estado não recuarão graças ao avanço tecnológico e aos ganhos de produWvidade.
-‐ Nos úlWmos anos este comportamento já vem sendo observado no Estado. Segundo pesquisa recém divulgada pela Acrimat, entre 1996 e 2004 houve um aumento de 18,2% na área de pastagem; por sua vez, entre 2006 e 2008, o estado vivenciou um período de estabilidade (+0,3%), enquanto que de 2009 a 2011, a área de pastagem no MT recuou 863,8 mil hectares.
-‐ Apesar disso, a produWvidade vem crescendo graças à tecnologia. Entre 2009 e 2011, por exemplo, dados da Acrimat revelam que o número de animais criados em um único hectare cresceu 16,4% permiWndo o avanço do rebanho.
12 SUDESTE
Colunas1 1997 a 2002 2003 a 2012 2013 a 2025MG 8,9% 5,1% 2,4%ES 10,7% 5,6% 3,3%RJ 5,1% 8,6% 2,6%SP 6,4% -‐0,2% 1,5%Região Sudeste 7,1% 1,8% 2,0%
Meat Production Evolution
Colunas1 1997 a 2002 2003 a 2012 2013 a 2025MG 1,1% 0,1% 0,3%ES 3,6% -‐0,4% 0,2%RJ 1,1% 0,1% 0,4%SP 1,4% -‐0,1% 0,5%Região Sudeste 1,4% -‐0,1% 0,42%
Colunas1 1997 a 2002 2003 a 2012 2013 a 2025MG 7,7% 5,0% 2,1%ES 6,9% 6,0% 3,1%RJ 3,9% 8,4% 2,1%SP 4,9% -‐0,1% 1,0%Região Sudeste 5,6% 1,8% 1,5%
Slaughter Evolution (heads)
-‐ A criação de bovinos no Sudeste vem se modernizando com a melhoria de raças e o desenvolvimento de novas tecnologias de criação.
-‐ O crescimento médio dos abates entre 2013 e 2025 na Região deve ser de 1,5% ao ano, taxa muito próxima a da primeira década dos anos 2000.
-‐ No período, destacam-‐se os Estados do Espírito Santo (+3,1% a.a.), Minas Gerais e Rio de Janeiro, ambos com crescimento médio anual de 2,1%.
-‐ O Espírito Santo mantém o status de zona livre de febre asosa com vacinação, com reconhecimento internacional, há mais de dez anos. Esta caracterísWca contribui para o aumento dos invesWmentos em produWvidade com o objeWvo de garanWr qualidade e espaço no mercado internacional.
-‐ São Paulo deve apresentar a menor taxa de crescimento na Região por conta, principalmente, da subsWtuição das áreas de pastagens por lavouras de cana-‐de-‐açúcar.
-‐ Com relação à produção de carne, esperamos um crescimento médio anual de 2,0% para a Região com destaques para o ES (+3,3%) e RJ (+2,6%).
13 SUL
Colunas1 1997 a 2002 2003 a 2012 2013 a 2025PR -‐0,5% 3,0% 2,1%SC 3,5% 6,0% 1,4%RS -‐6,9% 6,7% 1,9%Região Sul -‐3,5% 5,1% 1,9%
Meat Production Evolution
Colunas1 1997 a 2002 2003 a 2012 2013 a 2025PR 0,5% 0,5% 1,5%SC -‐0,2% 0,7% 1,5%RS 0,2% 0,7% 1,5%Região Sul 0,3% 0,6% 0,42%
Slaughter Weight Evolution
Colunas1 1997 a 2002 2003 a 2012 2013 a 2025PR -‐1,0% 3,1% 1,8%SC 3,8% 7,1% 3,4%RS -‐7,1% 6,4% 1,3%Região Sul -‐3,8% 5,1% 1,8%
Slaughter Evolution (heads)
-‐ Para a Região Sul, esperamos que os abates de bovinos cresçam, em média, 1,8% ao ano no período 2013 a 2025.
-‐ O Rio Grande do Sul, dono de 50% do rebanho da região, já não dispõe de grandes extensões para criação de gado e ainda assiste redução paulaWna de seus campos naturais subsWtuídos em boa parte por produção agrícola.
-‐ De todo modo, os invesWmentos em tecnologia e a maior suplementação animal graças à integração lavoura-‐pecuária tem permiWdo uma redução na idade de abate e consequente ganho de produWvidade.
-‐ Assim, esperamos que os abates no RS avancem, em média, 1,3% ao ano entre 2013 e 2025. Neste mesmo período, a produção de carne deve avançar 1,9% a.a. beneficiado pelo maior peso dos animais abaWdos (+1,5% a.a.).
-‐ No Paraná, as pastagens de gramíneas são as principais fontes de alimentos usadas para a produção do gado de corte. Apesar disso, com a notável crescimento da produção de grãos no Estado, especialmente milho, a suplementação animal será fundamental para o avanço da produWvidade e do peso dos animais abaWdos.
CARNES SUÍNA E DE FRANGO 14
-‐ As carnes de frango e suína, ambas dependentes do milho e do farelo de soja, Wveram comportamentos muito similares durante estes primeiros meses de 2013. Como reflexo da conynua retração dos preços do farelo de soja e, principalmente, do milho, as cotações do frango em maio recuaram 28,9% em relação ao início do ano, ao passo que os preços do suíno registraram queda – não menos expressiva – de 21,9% no período.
-‐ Porém, o importante a ressaltar neste cenário é a recuperação da margem bruta tanto da avicultura quanto da suinocultura nestes primeiros cinco meses do ano. Considerando apenas os preços das carnes, uma proxy para os custos do concentrado na proporção de 75% de milho e 25% da farelo de soja (os quais representam aproximadamente 70% dos custos totais) e os respecWvos fatores de conversão em peso, a margem bruta dos produtores de frango passou de 42,7% na média do segundo semestre de 2012 – período mais críWco da elevação dos preços dos grãos – para 53,3% na média de janeiro a maio deste ano.
-‐ Neste mesmo período, a recuperação da margem bruta do produtor de suíno foi ainda mais forte, tendo em vista que o indicador passou de -‐3,8% na média dos úlWmos seis meses de 2012 para 19,0% nos cinco primeiros meses de 2013. Olhando apenas para os custos de produção, o indicador de custos das aves e dos suínos recuou, respecWvamente, 14,9% e 13,1% na média dos cinco primeiros meses do ano em relação aos úlWmos cinco meses do ano passado, fato que oferece boas perspecWvas de lucro na produção de carnes nos próximos meses.
-‐ Para as exportações de carne suína, a expectaWva do setor é solucionar o impasse em relação à Ucrânia, desWno que representa cerca de 24% das exportações brasileiras do segmento. No entanto, a abertura do Japão, maior importador mundial de carne suína, para o Estado de Santa Catarina deve reaquecer as vendas no segundo semestre, trazendo uma melhora na margem das receitas. Ainda assim, em 2013, o volume embarcado deve ficar 3,6% abaixo do registrado em 2012 e as receitas devem cair 1,9% no período.
-‐ Caso o movimento de alta do dólar conWnue nos próximos meses, o volume exportado de carne de frango pode aumentar, tendo em vista que a produção domésWca deve se recuperar. Mesmo assim, esperamos que o Brasil deva registrar discreta melhora do volume exportado em 2013 (3,77 milhões de toneladas, o que representaria uma alta de 0,8% em relação ao ano passado). Apesar da queda dos volumes embarcados pelo setor de carnes, esperamos que os preços médios avancem 2,3% em 2013, de modo que as receitas devam crescer 3,1% ante o ano passado.
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