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O professor pesquisador e a liberdade do pensamento Dr. João Alberto da Silva [email protected] UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE INSTITUTO DE EDUCAÇÃO Referência: SILVA, J. A. O professor pesquisador e a liberdade do pensamento. In: BECKER F. & MARQUES, T. Ser professor é ser pesquisador. Porto Alegre: Mediação, 2007.

Pesquisador e liberdade

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O professor pesquisador e a liberdade do pensamento

Dr. João Alberto da [email protected]

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDEINSTITUTO DE EDUCAÇÃO

Referência: SILVA, J. A. O professor pesquisador e a liberdade do pensamento. In: BECKER F. & MARQUES, T. Ser professor é ser pesquisador. Porto Alegre: Mediação, 2007.

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RESUMO DO TEXTOAs práticas pedagógicas e as concepções de pesquisa influenciam

a construção da autonomia do sujeito

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Embora uma pessoa não seja um educador até a

medula, tem de conhecer não apenas a matéria que

ensina, mas também a própria criança ou adolescente

ao qual se dirige: em síntese, o aluno como ser vivo

que reage, transforma-se e desenvolve-se mentalmente

(Jean Piaget)

O que isso significa para os professores?

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Por onde começar?

Investigar a realidade cognitiva dos estudantes

Proporcionar maneiras pelas quais os alunos manifestem suas ideias sobre o mundo

Vai relacionar as experiências de vida com os conteúdos escolares

SÓ ENTÃO O PROFESSOR PLANEJARÁ A SUA AULA

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Pesquisa = reprodução

Função do professor: delimitar os conteúdos, indicar os livros e listar tópicos.

O que é a pesquisa do professor: o garimpo da informação

Procura-se de uma resposta que o professor já sabe

AUTONOMIA DO ALUNO

Não pode ser desenvolvida, haja visto que as regras são rígidas. As práticas são desenvolvidas com base na submissão

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Pesquisa = vontade do estudante

Professor = facilitador

Aluno: Dirige seu aprendizagem, conduz a sua pesquisa, procura livre de temas e informação

Procura-se uma resposta que o professor não sabe

AUTONOMIA DO ALUNO

É livre de regras. Não há a construção de regras, o entendimento da necessidade de convívio ou da participação organizada

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O engessamento do pensamento

É a prática de ensino que procura tolher a liberdade do educando, e relegá-lo a uma condição de passividade. (Qual a diferença entre ser ativo e passivo EM TERMOS EDUCACIONAIS?)

Troca-se a atividade pela repetição ou a apatia

Esvaziamento da palavra

Uso de regulações automáticas

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Se o conhecimento é construído

Professor: planeja, organiza, participa, orienta.

Parte-se de uma pergunta

Procura-se resolver um problema que não se sabe a solução, mas se procura, conjuntamente, encontrá-la

Uso de regulações ativas

AUTONOMIA DO ALUNO

Procura ser construída através do significado dos conteúdos, da construção de regras claras, do incentivo a iniciativa, do respeito ao colega e a verdade (plágio)

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COMO DIRECIONAR O PENSAMENTO DO ALUNO?

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Entrevista (Professor de Matemática): Como tu inicias a introdução de um

conteúdo? Bom, eu faço sempre uma explicação e dou o exemplo. Acho o

exemplo fundamental porque ali tu direcionas o pensamento do aluno e vai

mostrando passo-a- passo como ele resolve as coisas. Depois dou exercício, aí este

é o momento deles usarem a criatividade e desenvolverem-se para resolver os

problemas. Depois faço uma correção bem feita, porque muitos professores dão

só respostas, mas eu acho importante corrigir em detalhes porque aí tu tiras as

dúvidas e pode explicar onde foi que o aluno errou.

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COMO DESCONSIDERAR AS EXPERIÊNCIAS ANTERIORES?

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Entrevista (Professor de Ciências): Os alunos falam sobre a

matéria em sala de aula, tu destinas um momento

específico para essa fala? Não, é no decorrer da aula

mesmo. Por exemplo, se eu quero uma definiçãozinha de

corpo, o que é um corpo, eu sempre busco do aluno

primeiro para depois eu dar minha definição de corpo no

caso. Daí eu explico corretamente o que é um corpo.

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COMO O ALUNO VÊ O PROFESSOR DIRETIVO?

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Entrevista (Estudante - 6a série): Quando a aula é boa? Quando tem

alguma coisa a ver, quando tu te ligas no que estão falando, senão dá

sono. Quando é que a aula dá sono? Quando o professor fica lá na

frente, principalmente. Tu vês que ele não tem o menor interesse,

que ele está falando só por falar, para cumprir período. Tu estás no

teu lugar e ele fala daquela maneira monótona, assim repetidamente,

sem vírgula, sem ponto, sem entonação. Isso é uma coisa que dá

sono. O máximo que rola é que tu tens de trocar a cor da caneta

porque trocou o conteúdo.

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OS ALUNOS NÃO QUEREMESFORÇO?

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Entrevista (Estudante - 5a série): Tu já fizeste algum projeto ou pesquisa na

escola ou algum trabalho assim? Sim, o ano passado, sobre a Revolução

Farroupilha. A gente teve que fazer uma maquete para a Feira de Ciências

sobre, como é que vou te dizer, sobre o Rio Grande do Sul, as guerras que

tiveram, tudo assim. E foi legal? Foi! Muito! A gente fez maquete. Fizemos

um trabalho. Daí a gente apresentou na escola, e na Feira de Ciências. A

gente fez tudo sozinho. Tu achas que aprendeste com isso? Aprendi.

Aprendeste bastante ou pouco? Bastante, porque a professora, meu Deus, a

gente ia ao final de semana para casa dos colegas e as mães tiveram que nos

ajudar.

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Entrevista (Estudante - 8a série): Tu já fizeste algum projeto na escola, uma

pesquisa assim? Já. E é bom ou ruim? É ótimo! Por que é ótimo? Porque tu vais

aprender uma coisa diferente. Tu vais te dedicar, na verdade pensar em grupo

para fazer uma coisa. Mas essas coisas normalmente dão mais trabalho do que

na própria sala de aula. Sim, dão mais trabalho. E é bom isso? É bom. Eu acho

bom, porque daí tu podes fazer o que tu queres, com as coisas que tu sabes e

não com coisas nada a ver.

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S O

Implicações pedagógicas dos processos interativos

-Partir do problema, da pergunta e não da resposta-Acreditar no trabalho do aluno e saber identificar suas

competências na resolução da tarefa-Organizar a situação, permitir que o aluno aja.

-Instaurar a fala na sala de aula-- Permitir diferentes formas de expressão

-Elaborar atividade que exija diversas estratégias-Fazer com que a avaliação sirva para melhorar a prática

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Pesquisa em 3 instâncias• Pesquisar o aluno (partir da realidade)

• Pesquisar com o aluno (aula)

• Pesquisar a própria prática (avaliação)