7
FACULDADE DE ANICUNS DEPARTAMENTO JURÍDICO PROCESSO CIVIL V D8N“B” HUMBERTO JÚLIO MARTINS PETIÇÃO INICIAL: AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO C/C DANOS MORAIS E MATERIAIS

Peticao Inicial Cpc

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Peticao Inicial Cpc

Citation preview

Page 1: Peticao Inicial Cpc

FACULDADE DE ANICUNS

DEPARTAMENTO JURÍDICO

PROCESSO CIVIL V

D8N“B”

HUMBERTO JÚLIO MARTINS

PETIÇÃO INICIAL:

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C REPETIÇÃO

DE INDÉBITO C/C DANOS MORAIS E MATERIAIS

ANICUNS/GO

SETEMBRO,01/2015

Page 2: Peticao Inicial Cpc

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DO

JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE ANICUNS - GO.

JOAQUIM, brasileiro, casado, servidor publico do Estado de Goias, portador da

cédula de identidade RG nº 0000 SSP/GO, inscrito no CPF sob o nº 000.000.000-00,

residente e domiciliada na Rua Bouganville Qd-00 Lt- 00, Vila Zero, Anicuns- Goiás,

CEP: 76170000 por intermédio de seu Advogado, vem, à alta presença de Vossa

Excelência, propor uma:

 

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C REPETIÇÃO

DE INDÉBITO C/C DANOS MORAIS E MATERIAIS

em face da empresa BANCO SILVIO SANTOS, pessoa jurídica de direito privado,

com endereço na Praça “V”, n.º 300, Centro- Anicuns- GO, inscrito no CNPJ nº

00.000.000.000, pelos motivos de fato e direito que passa a expor:

I - DOS FATOS

Joaquim possui descontos de cartão de crédito consignado em seu contracheque

por parte do Banco Silvio Santos, no valor de R$ 430,00 reais mensais. Ele utilizou R$

4.000,00 mil reais deste cartão, já pagou 34 parcelas, todavia não cessaram os referidos

Page 3: Peticao Inicial Cpc

débitos. Tais descontos aparecem em seu talonário em formato 1/1, ou seja, sem indicar

o fim, não recebe boletos, e já tentou quitar a divida, mas sem sucesso.

II - DO DIREITO

A Constituição Federal de 1988 assim dispõe: 

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-

se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à

vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,

assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua

violação;

Estabelece o art. 186 do Código Civil Brasileiro: 

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária negligência ou imprudência,

violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato

ilícito.

A consequência de cometer ato ilícito está estipulada no art. 927 do Código Civil

Brasileiro: 

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

a)   DA PLENA APLICABILIDADE DO   CDC   AO PRESENTE CASO  

1 - Não demonstrada a existência de débito remanescente, mostra-se ilegítimo os

descontos efetuados em folha de pagamento em razão de empréstimo consignado

quitado pelo banco que realizou a portabilidade de crédito.

Page 4: Peticao Inicial Cpc

2 - A repetição de indébito é um instituto promulgado pelo legislador com intuito de

ressarcir o consumidor dos ônus causados pela situação adversa que a cobrança ilícita

lhe gerou. Quanto a temática, disciplina o artigo 42, parágrafo único do CDC:

Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a

ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.

Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição

do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção

monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável.

Diante de tamanha irregularidade da Promovida expondo cláusulas que

contrariam o Código de Defesa ao Consumidor e os constrangimentos gerados ao

Promovente, resta-lhe requerer a restituição dos valores indevidamente cobrados, em

DOBRO, corrigidos e acrescidos dos juros legais, conforme preceitua o dispositivo

legal acima elencado.

O art. 6º do CDC ensina que são direitos básicos dos consumidores, entre outros,

a efetiva reparação de danos sofridos, quer sejam materiais, quer sejam morais, bem

como o acesso aos órgãos judiciários com o objetivo de resguardar os danos

mencionados: 

Emérito julgador, conforme se constata dos documentos em anexos, resta

clarividente que o promovente efetuou o pagamento de 34 (trinta e quatro) parcelas

mensais, sendo estas no valor de R$ 430,00 (quatrocentos e trinta reais) cada,

totalizando o montante de R$ 14.620,00 (quatorze mil e seiscentos e vinte reais). 

Assim sendo, deve o Promovente ser restituído em dobro e com as devidas

correções, o valor de R$ 10.620,00 (dez mil e seiscentos e vinte reais), conforme

o parágrafo único do art. 42 do CDC prevê, haja vista a cobrança ser totalmente ilegal e

arbitrária, como claramente comprovados nos argumentos anteriormente mencionados.

III – DO PEDIDO

Posto isso, requer a Vossa Excelência:

a) Que seja determinada a citação do promovido, para comparecer a Audiência a ser

designada por este Juízo, e apresentar CONTESTAÇÃO aos fatos, sob pena de ser

Page 5: Peticao Inicial Cpc

decretada a revelia, tendo assim por verdadeiros todos os fatos narrados na presente

exordial;

b) Declare a inexistência do débito de que trata o presente feito, do autor para com a

promovida;

c) Condenação à promovida ao pagamento de R$ 20.000,00(vinte mil reais), a título

de dano moral;

d) Condenação à promovida ao pagamento de R$ 10.620,00 (dez mil e seiscentos e

vinte reais) em dobro, a título de repetição de indébito; entretanto, em caso de

decisão posterior ao valor pago até o protocolamento da presente, sejam os referidos

valores corrigidos;

e) A Condenação em honorários sucumbências a serem fixados na proporção de 20%

sobre o valor da causa em caso de eventual recurso;

f) Ao final, que seja julgada totalmente procedente a presente ação.

                           

IV- DO VALOR DA CAUSA

Atribui-se a presente causa o valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), para

efeitos meramente fiscais.

Termos em que pede e espera Deferimento.

Anicuns, 01 de Setembro de 2015.

_______________________________

Dr. Humberto Júlio Martins

OAB/GO: 00.000