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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
PETIT BEBE
COLEÇÃO DE FESTA PARA MENINAS KARINE TAFFE
Prof. Jacqueline Keller, M.Eng.
CURSO DE DESIGN DE MODA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
BALNEÁRIO CAMBORIU - 2006.1
1
DEDICATÓRIA
Este projeto é dedicado à minha filha Maria Eduarda,
minha bonequinha, com amor.
2
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradeço a Deus pela minha vida.
Também agradeço a todos aqueles que colaboraram
para a execução deste projeto; a senhora Olinda, por
sua paciência, a professora Egéria Borges, por sua
disponibilidade, minhas amigas Simone Telles,
Simone Floriani e Rovena Rodrigues, pelo apoio e
presença em todos os momentos.
Especialmente, agradeço aos meus pais, Ivone e
Elemar Taffe, por ter acreditado no meu amor pelo
Design de Moda, não medindo esforços para a
conclusão deste curso. Meu irmão Elemar T. Júnior
pelo amor incondicional e minha cunhada Letícia
Taffe, por seu carinho.
Por fim, agradeço imensamente a minha orientadora
Jacqueline Keller, por ser um exemplo profissional,
extremamente competente, compreensiva e generosa,
mas principalmente pela amizade. Obrigada Jacque!
3
RESUMO
O projeto em questão trata do desenvolvimento de uma coleção de roupas de festa para meninas de 1 a 3 anos. Para isso, através de pesquisas bibliográficas e de campo, identificou-se uma oportunidade de mercado, no caso, o expressivo setor de vestuário infantil, o mercado de luxo e o baixo número de produtos/marcas com estas características. Neste sentido, coleção é inspirada no estilo Art Nouveau, através das características da Casa Batló, de Antoni Gaudi e das jóias de Renné Lalique. Apresenta-se também o portfólio da coleção, com imagem-tema, release da coleção, cartela de cores, aviamentos, tecidos, estampas e texturas, e pontos fortes (formas) da mesma; desenvolvendo-se oito peças que simbolizam o estilo da marca Petit Bebe. Por fim, o Composto Mercadológico é desenvolvido, determinando os atributos do produto, o preço, a promoção e a praça (distribuição), baseados nos conceitos de Marketing de Relacionamento com o Cliente e Marketing para Causas Sociais.
Palavras-chave: Coleção - Design - Programas de marketing .
4
ABSTRACT The project in question deals with the development of a collection of clothes of party for girls of 1 the 3 years. For this, through bibliographical research and of field, a market chance was identified, in the case, the expressivo infantile clothes sector, the market of luxury and the low number of products/marks with these characteristics. In this direction, collection is inspired in the style Art Nouveau, through the characteristics of the Batló House, of Antoni Gaudi and jewels of Renné Lalique. The portfólio of the collection is also presented, with image-subject, release of the collection, strong cellophane of colors, merchandises dispatched, fabrics, prints and textures, and points (forms) of the same one; developing eight parts that symbolize the style of the mark Petit Bebe. Finally, the Marketing Composition is developed, determining the attributes of the product, the price, the promotion and the square (distribution), based in the concepts of Marketing of Relationship with the Customer and Marketing for Social Causes.
Word-key: Collection - Design - Programs of marketing.
.
5
SUMÁRIO
INDICE DE
FIGURAS......................................................................................................
9
INDICE DE FLUXOGRAMAS........................................................................................ 14
INDICE DE
GRÁFICOS...................................................................................................
15
INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 16
1. OBJETIVOS..................................................................................................................
20
1.1. Objetivo
Geral............................................................................................................
20
1.2. Objetivos Específicos................................................................................................ 20
2. METODOLOGIA..........................................................................................................
21
2.1.Metodologia de pesquisa............................................................................................ 21
2.2. Metodologia de projeto............................................................................................. 23
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................................
28
3.1.Design........................................................................................................................ 28
3.2.Moda......................................................................................................................... 30
3.3. Produto de moda....................................................................................................... 32
3.4. Moda luxo................................................................................................................. 33
3.5. Evolução do vestuário infantil
...................................................................................
35
3.6. Mercado de vestuário infantil................................................................................... 41
3.7. Desenvolvimento infantil........................................................................................... 43
3.7.1. A Teoria cognitivo-desenvolvimental de Jean Piaget........................................ 44
3.7.2.O desenvolvimento dos relacionamentos sociais................................................ 48
3.7.3. A teoria do apego e os relacionamentos
horizontais...........................................
49
3.8. Ergonomia.................................................................................................................. 50
6
7
3.8.1. Antropometria..................................................................................................... 50
3.8.2. Medidas antropométricas.................................................................................... 51
3.9. Materiais................................................................................................................... 53
3.9.1. Aviamentos........................................................................................................ 53
3.9.2. Tecidos............................................................................................................... 59
3.10. Tendências de moda Outono/Inverno 2006............................................................. 64
3.11.
Temática...................................................................................................................
70
3.11.1. A arquitetura de Antoni
Gaudi...........................................................................
72
3.11.2. As jóias de Renné
Lalique..................................................................................
77
4.
PESQUISA......................................................................................................................
80
4.1. Pesquisa de Campo.................................................................................................... 80
4.1.1. Entrevista............................................................................................................. 80
4.1.1.1.Loja Cia da
Criança......................................................................................
80
4.1.1.2. Loja Georgia Baby……………………………………………………….. 81
4.1.1.3. Loja Criança Bonita................................................................................... 81
4.1.1.4. Pediatra Sandro Silva................................................................................. 82
4.1.1.5. Analise das Entrevistas............................................................................ 82
4.1.2.Questionário......................................................................................................... 83
4.1.2.1. Analise do questionário............................................................................ 88
4.1.3. Estado do design.................................................................................................. 89
5. PORTFOLIO DA COLEÇÃO.....................................................................................
97
5.1. Público....................................................................................................................... 97
5.1.1. Técnica de criatividade Painel semântico........................................................... 97
5.1.1.1.
Público........................................................................................................
97
5.1.1.2. Conceito.................................................................................................... 98
5.1.1.3. Temática................................................................................................... 99
5.2. Imagem tema da coleção.......................................................................................... 101
5.3. Release..................................................................................................................... 102
5.4. Cartela de cores......................................................................................................... 103
5.5. Cartela de materiais - Estampas e texturas.............................................................. 104
5.6. Cartela de materiais - Tecidos .................................................................................. 105
5.7. Cartela de materiais –
Aviamentos.............................................................................
107
5.8. Cartela de pontos fortes
(formas)...............................................................................
108
5.9. Geração de
alternativas...............................................................................................
110
5.9.1. Técnica de criatividade
MESCRAI.....................................................................
134
5.10. Peças produzidas....................................................................................................
.
6. DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO................................................................... 136
6.1. Modelagem................................................................................................................ 136
6.2. Modelo volumétrico.................................................................................................. 138
6.3. Ficha técnica.............................................................................................................. 141
7. COMPOSTO
MERCADOLÓGICO............................................................................
181
7.1. Atributos do produto.................................................................................................. 181
7.1.1.
Marca....................................................................................................................
181
7.1.1.1. Ferramenta Posicionamento da Marca........................................................ 183
7.1.2. Embalagem
..........................................................................................................
185
7.1.3.Etiqueta................................................................................................................. 187
7.1.4. Produto................................................................................................................ 188
7.1.4.1. Classificação do produto............................................................................ 190
7.1.4.2. Mix de produtos.......................................................................................... 190
7.1.4.2.1. Ferramenta Mapa de Produtos........................................................ 191
8
7.2. Preço.......................................................................................................................... 191
7.3.Promoção.................................................................................................................... 193
7.4. Praça ( canais de distribuição)................................................................................... 196
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................
198
9. REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................
200
10.
APÊNDICE...................................................................................................................
204
9
INDICE DE FIGURAS
Figura 01: Bolsa da marca de luxo Luis Vuitton........................................................... 34 Figura 02: Vestuário infantil do início do século XX.................................................... 36 Figura 03:Vestuário infantil dos anos 20....................................................................... 36 Figura 04: Vestuário infantil dos anos 30...................................................................... 37 Figura 05: Vestuário infantil dos anos 40...................................................................... 37 Figura 06: vestuário infantil dos anos 50....................................................................... 38 Figura 07: Vestuário infantil dos nos 60........................................................................ 38 Figura 08: Vestuário infantil dos anos 70..................................................................... 39 Figura 09 e 10: Vestuário infantil dos anos 80.............................................................. 40 Figura 11: Vestuário infantil dos anos 90...................................................................... 40 Figura 12: Vestuário infantil do início do século XXI................................................... 41 Figura 13: A criança conhece o mundo pela manipulação............................................ 46 Figura 14: As crianças ficam juntas, mas realizam atividades individuais.................... 47 Figura 15: Fita xadrez de algodão.................................................................................. 54 Figura 16: Fita de cetim nº2........................................................................................... 54 Figura 17: Fita de cetim nº6........................................................................................... 54 Figura 18: Trancelin....................................................................................................... 55 Figura 19: Grega com motivo floral.............................................................................. 55 Figura 20: Bordado inglês.............................................................................................. 55 Figura 21: Renda............................................................................................................ 55 Figura 22: Botões em tons de azul................................................................................. 56 Figura 23: Botões em tom de verde............................................................................... 56 Figura 24: Botões nas cores preto e branco................................................................... 56 Figura 25: Botões em tons de rosa................................................................................. 56 Figura 26: Botões em forma de flor............................................................................... 56 Figura 27: Botões em forma de flor............................................................................... 56 Figura 28: Botões de pérola........................................................................................... 57 Figura 29: Aplicações termocolantes de animais........................................................... 57 Figura 30: Aplicações termocolantes com temática infantil......................................... 57 Figura 31: Aplicações termocolantes de borboleta........................................................ 58 Figura 32: Aplicação de flores de fita de cetim............................................................. 58 Figura 33: Paetê............................................................................................................. 59 Figura 34: Lantejoula..................................................................................................... 59 Figura 35: Fustão com padronagem Poá ....................................................................... 60 Figura 36: Fustão com padronagem Poá........................................................................ 60 Figura 37: Fustão com padronagem lisa........................................................................ 60 Figura 38: Fustão com padronagem floral..................................................................... 60 Figura 39: Anarruga com padronagem xadrez............................................................... 61 Figura 40:Anarruga xadrez............................................................................................ 61 Figura 41: Anarruga xadrez........................................................................................... 61 Figura 42: Anarruga floral............................................................................................. 61 Figura 43: Pique............................................................................................................. 62 Figura 44: Broderie........................................................................................................ 62 Figura 45: Organdi bordado........................................................................................... 62
10
Figura 46: Organdi liso.................................................................................................. 62 Figura 47: Veludo alemão.............................................................................................. 62 Figura 48: Veludo cotelê................................................................................................ 62 Figura 49: Lã pied-de-poule........................................................................................... 63 Figura 50: Lã tweed....................................................................................................... 63 Figura 51: Tricoline com elastano Poá ......................................................................... 63 Figura 52: Tricoline floral 100% algodão...................................................................... 63 Figura 53: Tricoline com elastano liso........................................................................... 64 Figura 54: Tricoline 100% algodão............................................................................... 64 Figura 55: Tricoline xadrez 100% algodão.................................................................... 64 Figura 56: Tricoline listrado 100% algodão.................................................................. 64 Figura 57: Marrom claro no vestido de Carlos Miele.................................................... 65 Figura 58: Rosa envelhecido e fitas por Carlos Miele................................................... 65 Figura 59: Vestidos com forma anos 50 ........................................................................ 66 Figura 60: Vestido estilo império de JeniferLopez........................................................ 66 Figura 61: Babados e bordados de Miele .................................................................. 66 Figura 62: Babados de Balenciaga.................................................................................. 66 Figura 63: Pele nos casacos de Balenciaga .................................................................... 67 Figura 64: Degradê.......................................................................................................... 67 Figura 65: Veludo molhado............................................................................................. 67 Figura 66: Pompom no bolero de Jenifer Lopez............................................................. 67 Figura 67 e 68: Babados nos vestidos da GapKids......................................................... 68 Figura 69: Vestido floral com pregas Gapkids.............................................................. 68 Figura 70: Vestido floral com gola Peter pan Gapkids................................................... 68 Figura 71: Casaco 7/8 Gapkids. ..................................................................................... 68 Figura 72: Casaco com fechamento de laço GapKids ................................................... 69 Figura 73: Tons de rosa .................................................................................................. 69 Figura 74: Tons de lilás................................................................................................... 69 Figura 75: Poncho com pom-pons.................................................................................. 69 Figura 76: Conjunto de casaco e vestido........................................................................ 70 Figura 77 e 78 : A mulher em 1910................................................................................ 71 Figura 79: Vista da fachada principal da Casa Batló...................................................... 74 Figura 80: Vista da sala do andar principal da Casa Batló.............................................. 75 Figura 81 : Detalhes da carpintaria do andar principal................................................... 75 Figura 82: Detalhe da entrada do andar principal........................................................... 76 Figura 83: Vista do teto do andar principal da Casa Batló............................................. 76 Figura 84: Broche Art Nouveau de Lalique................................................................... 77 Figura 85: Pendente “Narcisse”, de Lalique.................................................................. 77 Figura 86: Broche “Song Birds” de Lalique................................................................. 78 Figura 87: Anel “Flowers” de Lalique.......................................................................... 78 Figura 88: Broche “Carnations” de Lalique ................................................................. 78 Figura 89: Broche “Woman with Dragon”.................................................................... 78 Figura 90: Relógio “Butterflies” de Lalique................................................................. 79 Figura 91: Relógio “Pine Cones” Lalique..................................................................... 79 Figura 92 e 93: Casacos de linha da marca 1+ 1............................................................ 90 Figura 94 e 95: Casacos de linha da marca Green......................................................... 90 Figura 96: Casaco de plush Gli Amici......................................................................... 90 Figura 97: Casaco de plush Yellow Bug......................................................................... 90 Figura 98: Casaco de veludo cotelê com gola de pêlo e bordados nos bolsos.............. 91 Figura 99: Vestido com camisa da Beth Bebê .............................................................. 91
11
Figura 100: Jardineira da Yellow Bug............................................................................ 91 Figura 101: Vestido estilo império da marca Green...................................................... 92 Figura 102: Jumper em lã xadrez.................................................................................. 92 Figura 103: Vestido de fustão Yellow Bug................................................................... 92 Figura 104: Vestido de tricoline Beth Bebê.................................................................. 92 Figura 105: vestido de plush Chic Baby ...................................................................... 93 Figura 106: Vestido jeans.............................................................................................. 93 Figura 107: Vestido com bordados de flores................................................................. 93 Figura 108: Vestido com bordados e aplicações............................................................ 93 Figura 109: Vestido com bordados................................................................................ 94 Figura 110 e 111: Vestidos com estampa Poá............................................................... 94 Figura 112: Vestido xadrez com babados..................................................................... 95 Figura 113: Vestido com manga bufante. ..................................................................... 96 Figura 114: Franzido tipo “casa de abelha” e gola Peter pan......................................... 96 Figura 115: Vestido de organdi...................................................................................... 96 Figura 116: Vestido de voil........................................................................................... 96 Figura 117: Painel semântico do público alvo.............................................................. 97 Figura 118: Painel semântico do conceito do produto.................................................. 98 Figura 119: Painel semântico da temática do produto................................................... 99 Figura 120: Imagem tema da coleção............................................................................. 101 Figura 121: Release da coleção...................................................................................... 102 Figura 122: Cartela de cores da coleção......................................................................... 103 Figura 123: Cartela de estampas e texturas da coleção................................................... 104 Figura 124: Cartela de tecidos da coleção....................................................................... 105 Figura 125: Cartela de tecidos da coleção...................................................................... 106 Figura 126: Cartela de aviamentos da coleção............................................................... 107 Figura 127: Cartela de formas da coleção...................................................................... 108 Figura 128: Cartela de formas da coleção....................................................................... 109 Figura 129: Alternativa 1................................................................................................ 110 Figura 130: Alternativa 2................................................................................................ 111 Figura 131: Alternativa 3. .............................................................................................. 112 Figura 132: Alternativa 4. .............................................................................................. 113 Figura 133: Alternativa 5. .............................................................................................. 114 Figura 134: Alternativa 6. .............................................................................................. 115 Figura 135: Alternativa 7. .............................................................................................. 116 Figura 136: Alternativa 8. .............................................................................................. 117 Figura 137: Alternativa 9. .............................................................................................. 118 Figura 138: Alternativa 10. ............................................................................................ 119 Figura 139: Alternativa 11. ............................................................................................ 120 Figura 140: Alternativa 12. ............................................................................................ 121 Figura 141: Alternativa 13. ............................................................................................ 122 Figura 142: Alternativa 14. ............................................................................................ 123 Figura 143: Alternativa 15. ............................................................................................ 124 Figura 144: Alternativa 16. ............................................................................................ 125 Figura 145: Alternativa 17. ............................................................................................ 126 Figura 146: Alternativa 18. ............................................................................................ 127 Figura 147: Alternativa 19. ............................................................................................ 128 Figura 148: Alternativa 20. ............................................................................................ 129 Figura 149: Alternativa 21. ............................................................................................ 130 Figura 150: Alternativa 22. ............................................................................................ 131
12
Figura 151: Alternativa 23. ............................................................................................ 132 Figura 152: Alternativa 24. ............................................................................................ 133 Figura 153: Peças produzidas. ....................................................................................... 135 Figura 154: Modelagem base do casaco e do vestido. ................................................... 136 Figura 155: Molde sendo riscado no tecido................................................................... 138 Figura 156: Modelo volumétrico sendo costurado........................................................ 138 Figura 157: modelo volumétrico provado em modelo.................................................. 139 Figura 158: Ajustes no modelo volumétrico................................................................... 139 Figura 159: Babado do casaco sendo alinhavado............................................................ 140 Figura 160: Modelo produzido 1 – Vestido de veludo verde com casaco xadrez.......... 141 Figura 161: Ficha técnica (a)do modelo produzido 1 – Vestido.................................... 142 Figura 162: Ficha técnica (b) do modelo produzido 1 – Vestido ................................... 143 Figura 163: Ficha técnica (a) do modelo produzido 1 – Casaco. ................................... 144 Figura 164: Ficha técnica (b) do modelo produzido 1 – Casaco. ................................... 145 Figura 165: Modelo produzido 2 – Vestido e casaco de veludo verde .......................... 146 Figura 166: Ficha técnica (a) do modelo produzido 2 – Vestido ................................. 147 Figura 167: Ficha técnica (b) do modelo produzido 2 – Vestido ................................. 148 Figura 168: Ficha técnica (a) do modelo produzido 2 – Casaco................................... 149 Figura 169: Ficha técnica (b) do modelo produzido 2 – Casaco.................................... 150 Figura 170: Modelo produzido 3 – Vestido e casaco de veludo lilás............................. 151 Figura 171: Ficha técnica (a) do modelo produzido 3 – Vestido.................................. 152 Figura 172: Ficha técnica (b) do modelo produzido 3 – Vestido.................................. 153 Figura 173: Ficha técnica (a) do modelo produzido 3 – Casaco................................... 154 Figura 174: Ficha técnica (b) do modelo produzido 3 – Casaco................................... 155 Figura 175: Modelo produzido 4– Vestido estampado e casaco de crepe lilás............... 156 Figura 176: Ficha técnica (a) do modelo produzido 4 – Vestido................................... 157 Figura 177: Ficha técnica (b) do modelo produzido 4 – Vestido................................... 158 Figura 178: Ficha técnica (a) do modelo produzido 4 – casaco..................................... 159 Figura 179: Ficha técnica (b) do modelo produzido 4 – casaco..................................... 160 Figura 180: Modelo produzido 5– Vestido de veludo lilás com casaquinho de oncinha............................................................................................................................
161
Figura 181: Ficha técnica (a) do modelo produzido 5 – Vestido.................................. 162 Figura 182: Ficha técnica (b) do modelo produzido 5 – Vestido.................................. 163 Figura 183: Ficha técnica (a) do modelo produzido 5 – Casaco.................................... 164 Figura 184: Ficha técnica (b) do modelo produzido 5 –Casaco..................................... 165 Figura 185: Modelo produzido 6– Vestido de veludo rosa com casaquinho xadrez...... 166 Figura 186: Ficha técnica (a) do modelo produzido 6 – Vestido.................................. 167 Figura 187: Ficha técnica (b) do modelo produzido 5 –Vestido................................... 168 Figura 188: Ficha técnica (a) do modelo produzido 5 –Casaco.................................... 169 igura 189: Ficha técnica (b) do modelo produzido 5 –Casaco...................................... 170 Figura 190: Modelo produzido 7– Vestido de tricoline com casaco 7/8 xadrez............ 171 Figura 191: Ficha técnica (a) do modelo produzido 6 – Vestido................................... 172 Figura 192: Ficha técnica (b) do modelo produzido 6 – Vestido.................................. 173 Figura 193: Ficha técnica (a) do modelo produzido 6 – Casaco.................................... 174 Figura 194: Ficha técnica (b) do modelo produzido 6 – Casaco.................................... 175 Figura 195: Modelo produzido 8– Vestido e casaco de lã xadrez.................................. 176 Figura 196: Ficha técnica (a) do modelo produzido 8– Vestido.................................. 177 Figura 197: Ficha técnica (b) do modelo produzido 8 – Vestido.................................. 178 Figura 198: Ficha técnica (a) do modelo produzido 8– Casaco.................................... 179 Figura 199: Ficha técnica (b) do modelo produzido 8– Casaco.................................... 180
13
14
Figura 200: Logotipo da marca....................................................................................... 182 Figura 201: Ferramenta Posicionamento da Marca....................................................... 183 Figura 202: Papel de carta da marca............................................................................... 183 Figura 203: Frente e verso do envelope......................................................................... 184 Figura 204: Cartão de visita.......................................................................................... 184 Figura 205: Vista das partes da sacola.......................................................................... 185 Figura 206: Sacola ......................................................................................................... 186 Figura 207: Caixa............................................................................................................ 186 Figura 208: Vista do produto envolto em papel de seda................................................ 187 Figura 209: Etiqueta com logotipo e numeração............................................................ 188 Figura 210: Etiqueta com informações de conservação das peças................................. 188 Figura 211: Os cinco níveis do produto.......................................................................... 189 Figura 212 : Ferramenta Mapa de produtos.................................................................... 191 Figura 213: Comparação de preços da concorrência...................................................... 193 Figura 214: Brindes oferecidos ao cliente Petit bebe..................................................... 195
LISTA DE FLUXOGRAMAS
Fluxograma 1: Metodologia para Design de Vestuário – Planejamento de Coleção..............
14
Fluxograma 2: Adaptação da Metodologia para Design de Vestuário – Planejamento de Coleção....................................................................................................................................
15
15
16
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Qual sua idade?...................................................................................................... 83Gráfico 2: No momento, qual sua ocupação?......................................................................... 84Gráfico 3: Qual a renda mensal de sua família?..................................................................... 84Gráfico 4: Quanto você costuma gastar numa roupa de festa para sua filha?........................ 85Gráfico 5: Que tipo de roupa que você prefere que sua filha use, em uma festa?.................. 85Gráfico 6: Em relação as cores, qual sua preferência, nas roupas de sua filha?..................... 86Gráfico 7: Qual o tecido de sua preferência para as roupas de festa?..................................... 86Gráfico 8: Sobre a padronagem do tecido para a roupa infantil, qual sua preferência?......... 87Gráfico 9: Você gosta de roupas de festa infantil com:.......................................................... 87Gráfico 10:Quando há ornamentos nas roupas de festa, quais são os desenhos da sua preferência:..............................................................................................................................
88
INTRODUÇÃO
Na Idade Média, as crianças eram vistas como homens e mulheres de tamanho reduzido. Não
havia sequer a consciência de que crianças eram diferentes dos adultos. Nessa época, não se
dava muita atenção às crianças, e os filhos se afastavam dos pais muito cedo. Entre os séculos
VX e XVI, pais e filhos tornaram-se mais próximos afetivamente e a criança foi reconhecida
como um ser diferente do adulto. No século XVII, a noção de que as crianças eram
essencialmente diferentes dos adultos se tornou mais difundida, sem que diminuísse
sensivelmente a desconsideração com que se costumava tratá-las. (KARSAKLIAN, 2000).
No século XIX, a criança do sai do anonimato e polariza a atenção dos adultos. De meados
deste século até os dias atuais, aconteceram mudanças significativas, como a urbanização, os
anticoncepcionais e a carreira feminina, tornando a maternidade uma escolha para as
mulheres, e não uma fatalidade como era antes (KARSAKLIAN, 2000). Neste sentido,
através de pesquisas de campo e bibliográficas, identifica-se o segmento de vestuário infantil
como um grande nicho de mercado, ainda carente e, portanto, uma oportunidade real.
Considerando que, atualmente, as famílias tem um número de integrantes cada vez mais
reduzido, geralmente formadas por dois ou apenas um filho; há a crescente tendência da moda
luxo, da qual faz parte o público em questão; e da constatação de que o público infantil é um
importante nicho de mercado para a indústria do vestuário, pois cresce anualmente 5 % e
determina, em média, 17% do gasto familiar em muitas categorias de produtos, desenvolveu-
se uma coleção de roupas infantis, no segmento festa , para meninas de 1 a 3 anos.
A fim de atingir os objetivos propostos neste projeto, é seguida uma metodologia de projeto,
uma vez que esta facilita o processo projetual. Por isso, optou-se pela Metodologia para
Design de Vestuário – Planejamento de Coleção de Keller (2004), porém com a inclusão de
ferramentas de projeto de Kotler (2000) e técnicas de criatividade de Baxter (2000), no
decorrer do processo.
Na pesquisa bibliográfica, a fim de reunir informações para a fundamentação do presente
projeto, primeiramente, pontua-se sobre conceitos de design, moda e o designer de moda,
assim como produto de moda, estabelecendo a relação direta entre os mesmos, pois é nesta
área profissional em que se atua.
17
18
Apresenta-se, também, uma tendência de mercado relativamente recente, o mercado de luxo
ou moda luxo, no qual o cliente consome não pelo valor de diferenciação social, mas pela
relação emocional que o produto estabelece com o mesmo.
Como a coleção é destinada ao público infantil, apresenta-se a evolução do vestuário deste,
pois é importante conhecer quais modelos foram usados no passado. Neste sentido, o mercado
de vestuário infantil também é apresentado, analisando as marcas presentes no mercado local,
a tendência de crescimento deste nicho e principais oportunidades deste.
Para conhecer o processo de desenvolvimento infantil, tanto social quanto intelectual,
exploram-se as teorias de Jean Piaget, Hartup e Ainsworth, com o objetivo de identificar o
desenvolvimento e a importância da socialização para as meninas, pois a coleção de vestuário
infantil é destinada ao uso em festas e eventos em geral.
Como um dos principais objetivos do projeto é o conforto do vestuário, faz-se necessário o
estudo da antropometria, observando-se a evolução física motora do consumidor, a fim de
identificar as necessidades do público, durante a faixa etária de 1 a 3 anos.
Posteriormente, observam-se materiais que podem ser empregados no vestuário infantil, no
caso, tecidos e aviamentos adequados a este. Ainda são apresentadas as tendências de moda
Outono/Inverno 2006, tanto adultas quanto infantis femininas, pois é nesta estação que a
coleção é baseada; assim como a temática do projeto, no caso, o estilo Art Nouveau,
identificado na Casa Batló, do arquiteto Antoni Gaudi e nas jóias de Renné Lalique.
A fim de coletar dados para avaliar o mercado de vestuário infantil e o perfil do público alvo,
realizam-se entrevistas junto a lojistas deste segmento, bem como uma análise do estado do
design, objetivando a observação da concorrência. Após traçar o perfil do público, verificam-
se os desejos e anseios do consumidor, constatados através de um questionário respondido por
ele.
Após, inicia-se o Portfólio da Coleção. Neste é apresentado do público alvo, utilizando-se
uma técnica de criatividade, o Painel Semântico. Com esta, identificam-se características do
mesmo, em relação à classe social, hábitos, ocupação, grau de escolaridade, faixa etária, entre
19
outros. Também, apresenta-se um painel com a conceituação do produto e outro com imagens
e palavras-chave da temática do projeto.
Posteriormente, uma imagem-tema da coleção é apresentada, assim como também o release
da coleção, a cartela de cores, a de estampas e texturas, a de aviamentos, a de tecidos e a de
formas, expondo as características estéticas da coleção de festa.
Com isso, a Geração de alternativas é mostrada e, para tanto, a Técnica de criatividade
MESCRAI é utilizada no processo criativo das mesmas. Após, as alternativas escolhidas e
produzidas.
Com a escolha das alternativas, inicia-se o Desenvolvimento do Produto. Neste, desenvolve-
se a modelagem, a execução do modelo volumétrico, fazendo testes e adequações, e as fichas
técnicas dos oito modelos produzidos. Estas fichas contém informações importantes para a
execução do produto, como quantidade de material, desenho técnico, modelagem, seqüência
operacional e de montagem da peça, facilitando o processo de fabricação.
Por fim, desenvolve-se o Composto Mercadológico, os 4 P’s. Este é formado pelo Produto,
com a apresentação da marca e seus atributos, assim como pelos elementos que compõem a
identidade visual da mesma, como a papelaria, o cartão de visitas, as embalagens e as
etiquetas, elementos estes que agregam valor ao produto. Também caracteriza-se o tipo de
produto que se produz e as particularidades do mix de produtos da concorrência e da Petit
Bebe.
O Preço é calculado conforme características do público alvo, seguindo os conceitos de preço
de mercado e preço psicológico, segundo Kotler (2000). Em seguida, o tipo de Promoção é
estabelecido, através de características do produto e da marca, com a utilização do Marketing
de Relacionamento com o Cliente (CRM) e do Marketing para Causas Sociais (MCS).
Posteriormente, o tipo de Praça, ou seja, dos canais de distribuição do produto são definidos.
Neste sentido, através do conceito de CRM, a marca busca a conscientização do
intermediário, visando um relacionamento de cooperação, confiança e respeito, denominado
“planejamento das relações com o distribuidor”, de Kotler (2000).
Por fim, são feitas as considerações finais do projeto, utilizando uma ferramenta projetual, a
Análise SWOT. De acordo com Kotler (2000), esta ferramenta é a “[...] avaliação global das
forças, fraquezas, oportunidades e ameaças, denominada análise SWOT (dos termos em
inglês, stregths, weaknesses, opportunities, threats) [...]”, com o objetivo de analisar estas
características em relação ao produto.
.
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21
1. OBJETIVOS
1.1. Objetivo geral
Desenvolver uma coleção de roupas infantis, visando atender a um novo nicho de mercado
que é a Moda Luxo.
1.2. Objetivos Específicos
- Levantar dados junto ao público alvo, com o intuito de identificar uma real
necessidade de mercado.
- Observar tendências de moda, filtrando-as e adaptando-as para o segmento infantil.
- Desenvolver temática adequada à faixa etária.
- Desenvolver modelagem adequada objetivando conforto.
- Elaborar uma coleção de roupas infantis, aliando estética e ergonomia, a fim de
satisfazer o público alvo.
- Desenvolver estratégias de marketing a fim de agregar valor ao produto.
2. METODOLOGIA
2.1. Metodologia de pesquisa
Inicialmente, foi realizada uma coleta de dados, através de pesquisas. Na pesquisa
bibliográfica, que segundo Lakatos, Marconi (1990, p.66) compreende toda a bibliografia já
publicada em relação ao tema de estudo, desde livros, jornais, publicações, até meios de
comunicação orais, como rádio e televisão; são explorados temas como design, moda, produto
de moda, moda luxo, evolução do vestuário infantil, aspectos econômicos deste segmento de
mercado, desenvolvimento psico-motor e social da criança, assim como ergonomia, tecidos e
aviamentos adequados ao vestuário infantil, tendências de moda e a temática escolhida,
buscando informações relevantes para a elaboração de uma coleção de roupas infantis
femininas.
Assim, a amostra do estudo foi realizada através de uma pesquisa de campo, na forma de
entrevista qualitativa direta, do tipo padronizada e despadronizada focalizada, com lojistas do
segmento de vestuário infantil, intuindo-se coletar dados referentes ao estado do design e ao
mercado de vestuário infantil feminino.
Com o intuito de aprofundar o conhecimento em relação aos tecidos indicados ao vestuário
infantil, foi efetuada uma entrevista qualitativa, despadronizada focalizada, com um
profissional na área da medicina, no caso um pediatra, com o intuito de levantar dados sobre
possíveis implicações d ouso de tecidos sintéticos nas roupas de crianças de 1a 3 anos.
22
Posteriormente, foi aplicado um questionário quantitativo-objetivo com amostragem de 30
pessoas, sendo estas mulheres, mães de meninas com idade entre 1 e 3 anos, uma vez que
estes crianças não possuem, ainda, poder de decisão de compra. Assim, foi analisado o estilo
de vida da mãe, observando seus hábitos, classe social, faixa etária e preferências por roupas
de festa.
Após a aplicação das entrevistas e do questionário, foi feita uma análise, podendo assim,
traçar o perfil do público alvo, meninas de 1 a 3 anos, e das mães, uma vez que quem efetua a
compra das peças são elas. Por isso, são pesquisados estilo de vida, hábitos e atitudes das
23
consumidoras, a fim de identificar desejos e expectativas, buscando subsídios para produzir
uma coleção atraente às mesmas.
A partir disto, dissertou-se sobre os conceitos design, moda e produto de moda, a fim de
estabelecer suas características, pois é nesta área em que se atua.
A moda luxo também foi explorada, pois é uma nova tendência de consumo, no caso,
tendência essa em que o público deste projeto está inserido, por isso, sua apresentação.
Assim, uma pesquisa histórica da evolução do vestuário infantil também foi realizada, para
identificar modelos, cores e estilos que foram usados no passado, chegando até os dias atuais.
O mercado de roupas infantis foi analisado, pois é necessário avaliar as condições do setor,
suas variações e tendências, buscando atender às necessidades do mesmo.
Como a coleção desenvolvida é destinada a crianças de 1 a 3 anos, realizou-se uma pesquisa
sobre desenvolvimento das mesmas, tanto intelectual quanto social, seguindo os preceitos dos
teóricos Jean Piaget, Hartup e Ainsworth.
Em seguida, foi apresentada o desenvolvimento físico e motor da criança entre 1 e 3 anos, e as
medidas antropométricas da mesma, com o intuito de desenvolver um vestuário
ergonomicamente adequado ao público.
Após, procurou-se identificar os tipos de materiais empregados no vestuário infantil. No caso,
foram pesquisados tecidos e aviamentos adequados ao vestuário infantil, levando em
consideração tendências de moda e a temática da coleção, assim como o conforto
proporcionado por eles, atendendo a um dos principais objetivos deste projeto.
Posteriormente, foram pesquisadas tendências de moda Outono/Inverno 2006, (a coleção se
baseia nesta estação) dentro do feminino adulto e feminino infantil, pois é importante
observar que cores, estampas, formas e tipos de tecidos e aviamentos estão norteando as
coleções.
Por fim, encerrando as pesquisas, foi apresentada a temática do projeto, baseada no estilo Art
Nouveau, mais precisamente na arquiteura da Casa Batló, do arquiteto Antoni Gaudi, e nas
jóias de Renné Lalique.
2.2.Metodologia de Projeto
Com o intuito de atingir os objetivos propostos, foi seguida uma metodologia de projeto, uma
vez que esta facilita o processo projetual. Segundo Bonsiepe (1984, p.34) “[...] metodologia
não tem finalidade em si mesmo, é só uma ajuda no processo projetual. Dá uma orientação no
procedimento do processo (macro-estutura, fases, etapas). Oferece técnicas, métodos que
podem ser usados em certas etapas (micro-estrutura).”
Neste sentido, Munari (1998) acredita que “[...]O método de projeto, para o designer, não é
absoluto, nem definitivo; pode ser modificado caso ele encontre outros valores, objetivos que
melhorem o processo[...].”
Com estas citações, pode-se definir que é de grande importância a utilização de um método,
seja ele qual for, o melhor que se adapte a suas necessidades. Portanto, ao analisar métodos
existentes, optou-se por utilizar a Metodologia para Design de Vestuário – Planejamento de
Coleção, da Keller (2004) (Fluxograma 1), porém com a inclusão de ferramentas de projeto
de Kotler (2000) e técnicas de criatividade de Baxter (2000), no decorrer do processo
(Fluxograma 2). Como afirma Santos (2000), não existe a melhor ou a pior metodologia de
projeto, e sim, que o designer deve buscar a adequação de um método de projeto que melhor
dirija o seu modo de criar.
Por isso, após as pesquisas bibliográficas e de campo, iniciou-se o desenvolvimento do
portfólio da coleção. Primeiramente foi apresentado o público alvo, e para melhor
exemplificar, adotou-se uma técnica de criatividade denominada Painel Semântico,
caracterizada pela elaboração de três painéis contendo imagens referentes ao público alvo
(classe social, faixa etária, sexo, profissão e perfil do público, no caso, de mães e filhas), ao
conceito do produto e a temática proposta. Esta técnica também auxiliou o processo de
geração de alternativas.
24
25
Posteriormente, foram eleitas uma série de imagens-tema da coleção, e apresentado o release
da mesma, assim como também cartela de cores, tecidos, estampas e texturas, aviamentos e
formas. No release, apresenta-se a coleção levando em consideração o conceito da marca, a
temática, os tecidos, aviamentos, cores e formas empregadas na coleção, buscando apresentá-
la de forma concisa, porém romântica.
Posteriormente, a cartela de cores, de aviamentos, de tecidos, estampas e texturas e a cartela
de formas foram formuladas, baseadas nas tendências de moda Outono/Inverno 2006, na
temática proposta, no estilo da marca e nos resultados da pesquisa de campo. Estas cartelas
foram formuladas com objetivo de apresentar as características da coleção e iniciar o processo
de geração de alternativas.
Neste sentido, a geração de alternativas foi iniciada. Ao longo do processo de criação, foi
utilizada uma técnica de criatividade, o MESCRAI .
De acordo com Baxter (2000), a técnica denominada MESCRAI é uma sigla de modifique
(aumente, diminua), elimine, substitua, combine, rearranje, adapte, inverta. “[...] Esses termos
funcionam como uma lista de verificação para estimular possíveis modificações no produto.
Quando se pensa em modificar um produto, é possível que ocorram apenas as idéias mais
óbvias, esquecendo-se das outras[...]”.
Após a análise da geração de alternativas e a escolha das peças mais adequadas, iniciou-se o
desenvolvimento do produto. Neste sentido, a modelagem dos produtos foi desenvolvida,
levando-se em consideração a faixa etária e as medidas antropométricas do público alvo.
Para que se identificassem possíveis falhas, foi necessária a construção do modelo
volumétrico, e assim, foram feitos testes e adequações para atingir um melhor resultado, para
que, em seguida, iniciasse-se a confecção dos produtos finais.
Com o protótipo aprovado, uma ficha técnica foi elaborada, contendo desenho técnico, custos
e amostra dos materiais, dentre outras importantes informações necessárias para a produção
das peças.
26
Sendo assim, para a finalização do planejamento da coleção, foi desenvolvido o Composto
Mercadológico através dos 4 P’s. Este trata dos atributos do produto, ou seja, da apresentação
da marca, utilizando uma ferramenta que determina o posicionamento da marca, o aspecto da
embalagem, da papelaria e da etiqueta, além da definição do tipo de produto e o
desenvolvimento de uma ferramenta de marketing que analisa o mix de produtos da
concorrência (KOTLER, 2000); do preço, que determina o processo de atribuição de valores;
da promoção, que consiste na estratégia de vendas, através de brindes e campanhas de
marketing; e por fim, foi definido as características relevantes ao ponto de venda a
distribuição do produto no mercado.
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FLUXOGRAMA 1
Metodologia para Design de Vestuário – Planejamento de Coleção, segundo Keller (2004).
1 - TEMÁTICA
- bibliográfica -histórica - Campo - público-alvo 2 - PESQUISAS - Tendências -segmentos- mercado- materiais
3 - PORTFÓLIO COLEÇÃO
- Release - Público-Alvo - Segmento - Cartela de Cores - Cartela de Aviamentos- Cartela de Tecidos - Pontos Fortes (formas)- Geração de Alternativas (croquis)
4 -DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO
- Modelagem - Modelo Volumétrico (protótipo) - Testes e Adequações - Ficha Técnica
- Atributos do Produto (embalagem, etiqueta, qualidade, design, etc) - Preço - Promoção (estratégias de vendas) - Ponto (Distribuição)
5 - COMPOSTO MERCADOLÓGICO – 4 P´s
FLUXOGRAMA 2
Adaptação da Metodologia para Design de Vestuário – Planejamento de Coleção, segundo
Keller (2004).
-Histórica -Mercadológica -Ergonômica -Tendências de moda -Temática
BIBLIOGRÁFICA
1- PESQUISA
CAMPO -Entrevistas -Questionários
Técnicas de criatividade -Público -Release
2- PORTFÓLIO DA
COLEÇÃO
Técnicas de criatividade
-Cartela de cores -Cartela de tecidos -Cartela de aviamentos -Cartela de formas -Geração de alternativas
- Modelagem - Modelo Volumétrico
3- DESENVOLVIMENTO
DO PRODUTO
(protótipo) -Testes e Adequações -Ficha TécnicaFerramentas de projeto
- Atributos do Produto (embalagem, etiqueta, etc). M
4- COMPOSTO
ERCADOLÓGICO
- Preço - Promoção (estratégias de vendas) - Ponto (Distribuição)28
29
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Este capítulo tem o intuito de embasar o presente trabalho, abordando conceitos relevantes ao
mesmo, como Design e Moda, a fim de enfatizar seus conceitos e a relação direta entre eles,
pois é a área profissional em que se atua.
3.1. Design
Segundo Fiell (2001, p. 07), foi no início do século XX, quando Walter Gropius conseguiu
integrar teoria do design e a prática através de novos meios de produção, que o design
moderno realmente apareceu. Com o intuito de produzir um trabalho que unisse aspectos
intelectuais, práticos, comerciais e estéticos, explorando novas tecnologias, Gropius fundou a
Bauhaus, em 1919; mas a escola, apesar de avançar com importantes novas formas de pensar
sobre design, desenvolveu apenas algumas das idéias necessárias para a integração da teoria
do design no processo industrial. Foi a Nova Bauhaus, de Chicago, em 1937, que contribuiu
para a unificação da teoria à prática do design.
De acordo com Strunk (2001):
O ensino e a prática do design são historicamente muito recentes (a primeira escola
de design foi a Bauhaus, na Alemanha, fundada em 1919, no Brasil, foi a ESDI,
criada em 1963, no Rio de Janeiro). Dessa forma, os designers, categoria
profissional praticamente desconhecida, não encontrando colocações como
empregados nas empresas, abriram seus próprios escritórios para oferecer serviços
ao mercado. Com o passar dos anos, isso vem mudando progressivamente, embora
de moda geral, a criação não seja muito valorizada (as pessoas compram produtos e
não idéias) o designer, hoje, está freqüentemente presente na mídia como um dos
atributos que diferenciam os produtos. (STRUNK, 2001)
De acordo com Huygen (1989 apud MANU, 1995, p. 63) “A palavra design significa tantas
coisas diferentes: um processo, um meio para promover as vendas e um estágio na linha de
produção. Já o designer, ele realça os produtos e os vende; resolve problemas e os converte
em idéias; é artístico e comercial, intelectual e físico.[...]”.
Pode-se confirmar o conceito citado acima, observando a definição de outro autor para o
termo designer:
O designer é aquele que se qualifica por sua formação, seus conhecimentos técnicos,
sua experiência e sua sensibilidade para a tarefa de: - determinar os materiais, as
estruturas, os mecanismos, a forma, o tratamento superficial e a decoração dos
produtos fabricados em série, por meio de procedimentos industriais; - segundo as
circunstancias, o designer poderá ocupar-se, também, dos problemas relativos à
embalagem, à publicidade e ao marketing. (BARROSO, 1998 apud RECH, 2002)
Sob o ponto de vista do Instituto Internacional de Design (apud RECH 2002) “[...] o designer
é o profissional responsável em transformar, de maneira criativa, idéias em formas, através da
combinação do trio: tecnologia, materiais, mais o contexto social no sentido de satisfazer o ser
humano”.
Neste sentido, Puls (2002) acredita que o profissional do Design não pode ficar restrito a seu
campo, mas deve absorver conhecimentos do campo da história, das artes, da política e da
filosofia, das religiões e das etnias, mas principalmente, conhecer o público a que se dedica,
pois este é a principal fonte de pesquisa e inspiração para a criação de um produto adequado.
Assim, Baxter (2000 apud RECH, 2002) ressalta a importância de um profissional
polivalente, considerando a importância de dominar conhecimentos de metodologia de
desenvolvimento de produtos, aliás, este conhecimento que o diferencia de um artesão.
Assim, “[...]o designer poderá obter uma visão geral de todo o processo de desenvolvimento
de novos produtos.”
De acordo com Barroso (1998 apud RECH, 2002) o design pode ser dividido em três áreas de
atuação: Design Industrial, Design de Interiores e Design Gráfico. O design de moda é uma
divisão do design industrial.
O designer de moda é uma profissão relativamente recente e reconhecida, definido por Puls
(2002) da seguinte forma:
Com o desenvolvimento da sensibilidade, da percepção, o designer capta e
interpreta a natureza do corpo que pensa e sente, do olhar consciente, conhecendo
suas belezas, enriquecendo-se interiormente, utilizando toda sua potencialidade
criadora e perceptiva para transformar produtivamente suas criações. É através
30
desta postura que o designer de moda poderá estar sempre atualizado, buscando as
inovações, construindo o mundo dentro de buscas singulares. (PULS, 2002)
Ainda de acordo com Puls (2002), todo o designer de moda sente a necessidade de se
expressar através de suas produções. Tal expressão é resultante da interação entre o designer e
seu meio ambiente, proporcionada através de experiências sensoriais. Entretanto, a expressão
de criatividade só aparece em um ambiente rico, que proporcione experiências significativas e
permita a necessária liberação da ação. Para a autora, a experiência criadora é o resultado da
interação entre o ser e seu meio ambiente.
Puls (2002) descreve a forma de criação dos produtos de um designer de moda:
O designer de moda cria o diferencial no dinamismo das novas cores, na ousadia e
inovação dos bordados e estampas, na redescoberta dos materiais rústicos, no uso
de fibras naturais misturadas às artificiais e sintéticas, nos cortes simples e
elegantes das roupas. É isto que torna um estilista reconhecido por sua capacidade
inovadora e criativa. (PULS, 2002, p. 65)
Segundo Heskett (1997 apud RECH, 2002) “[...] o design é um processo criativo em que
influências externas interagem com as crenças, talentos e habilidades do designer. [...]”.
Neste sentido, também é necessário que o designer de moda siga uma metodologia. Segundo
Santos (2000), [...] o produto, quando planejado corretamente, terá um resultado final com
muita qualidade no seu processo, do que uma inspiração ocasional sem seguir uma estrutura
planejada e organizada.
3.2. Moda
Conforme Palomino (2002, p. 15), “ [...] a palavra moda vem do latim modus, significando
“modo”, “maneira”. Em inglês, moda é fashion, corruptela francesa façon, que também
significa “modo”, “maneira”.
31
32
Segundo Laver (1932), a moda não passa do reflexo dos costumes da época. Dentro dos
limites impostos pela economia, as roupas são compradas, usadas e descartadas exatamente
como as palavras, porque satisfazem necessidades e expressam idéias e emoções.
De acordo com Palomino (2002, p. 15) o conceito de moda apareceu no final da Idade Média
(século XV), com o desenvolvimento das cidades e a organização da vida da corte. A
aproximação das pessoas à área urbana, provocando o desejo de imitar, levou a burguesia a
copiar as roupas dos nobres. “[...] Desde seu aparecimento, a moda trazia em si um caráter
estratificado, ou seja, diferenciava grupos sociais.”
Para Vincent-Ricard (1989), nos tempos atuais, a moda atua sob vários aspectos da vida
individual, social e cultural, no passado, a moda era exclusivamente usada para a distinção
social. Segundo autor, a moda é a materialização cultural, é uma forma de identificar o
individuo dentro de um grupo social em um determinado tempo da história, refletindo os
aspectos da época que esse indivíduo está inserido.
Sob a ótica de Dorfles (1984, p. 13) “ [...] a moda não é apenas um fenômeno frívolo,
epidérmico, superficial, mas é o espelho dos hábitos, do comportamento psicológico do
indivíduo, da profissão, da orientação política, do gosto. [...]”.
De Acordo com Lomazzi (1989 apud RECH, 2002) a moda pode ser caracterizada de duas
formas: racionalmente, é uma industria que oferece empregos e movimenta o mercado.
Romanticamente, é uma mistura de cultura, desejo, ideologia; “[...] é a maneira mais
importante e mais direta que o indivíduo possa usar diariamente para se exprimir, além da
palavra”.
Entretanto, limitar moda ao mercado é simplesmente negar que ela é reflexo da sociedade,
que é uma linguagem social. O caráter de mudança da moda é reflexo dos costumes e das
necessidades do mundo contemporâneo, para o qual tudo muda o tempo todo, e a moda
naturalmente acompanha essas mudanças, conseqüentemente traduzindo essa sociedade.
Segundo De Carli (2002, p. 46) “[...]a moda é por natureza desassossegada, inquieta e
acelerada pelo modo continuo da novidade, da temporalidade breve.”
Conforme Rech (2002), o mercado de moda necessita de lançamentos de produtos
periodicamante, e por isso, atualmente, as empresas utilizam um sistema de desenvolvimento
simultâneo de produto, quando os diversos departamentos trabalham de forma integrada, pois,
segundo Kotler ( 1999 apud RECH 2002), a “[...] troca mútua de informações melhora a
qualidade do projeto e o produto passa a ter mais chances de sucesso comercial. [...]”
3.3. Produto de Moda Segundo Kotler (1999 apud RECH 2002), os produtos podem ser classificados segundo três
níveis: o produto básico, “[...] que corresponde ao que o consumidor está realmente
interessado em comprar [...]”; o produto real, que “[...] é gerado a partir do produto básico,
com cindo peculiaridades: nível de qualidade, características, design, marca e embalagem
[...]”; e o produto ampliado, que “[...] é fruto da união do produto básico e do produto real,
com a oferta de serviços e benefícios extras ao consumidor, como os serviços de conserto e de
garantia do produto [...]”.
Kotler (1999 apud RECH 2002), ainda divide os tipos de produtos em produtos de consumo e
produtos industriais. Os produtos de consumo, segundo ele, são subdivididos em produtos de
conveniência, produtos de comparação e produtos de especialidade. De acordo com Rech
(2002), a moda do prêt-à-porter é um exemplo de produto de comparação heterogênea, pois
“[...] são os produtos de consumo comprados com freqüência e cuidadosamente comparados
em termos de adequação, qualidade, preço e estilo.”
Rech (2002) considera os produtos de moda da alta-costura como de especialidade, uma vez
que são produtos únicos, exclusivos, possuindo as características da marca de que são
produzidos; como exemplo, a autora cita os vestidos de festa de casas de alta-costura.
Segundo dados do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (1990 apud RECH 2002) os
produtos de vestuário são classificados em dois segmentos: segmento de Produtos Básicos, os
quais possuem produtos com baixo preço e a distribuição é extensiva; e o segmento dos
Produtos de Moda, onde os preços são considerados altos e a distribuição é seletiva.
33
Após estas constatações, Rech (2002), conceitua o produto de moda como “[...] qualquer
elemento ou serviço que conjugue as propriedades da criação (design e tendências de moda),
qualidade (conceitual e física), vestibilidade, aparência (apresentação) e preço”. Entretanto,
estes quesitos, segundo a autora, só são definidos a partir dos desejos e anseios do público ao
qual o produto se destina. Portanto, deve-se ter em mente que o objetivo do designer de moda
é, de acordo com Rech (2002), projetar produtos de moda tendo em vista necessidades e
expectativas do consumidor.
Ainda, Kotler (1999 apud RECH 2002) afirma que é necessário delimitar o mercado e o
público alvo, resultando em produtos adequados aos diversos nichos existentes no mesmo.
Esta segmentação de mercado, de acordo com o autor, existe em decorrência do aumento da
concorrência, por isso, identificar o segmento que se pretende atuar é imprescindível para o
sucesso da empresa.
3.4. Moda Luxo
De acordo com Lipovetsky (2005), o luxo, no decorrer da história, foi identificado como
símbolo de distinção social, afinal, só a classe mais abastada podia consumir produtos com
alto valor econômico. Entretanto, nas últimas décadas, este processo mudou. Cada vez mais a
classe média começa a consumir produtos de marcas luxuosas, mas estes produtos não são
encarados por Roux (2005) como fatores de distinção social, mas sim como produtos que
satisfazem o simples prazer de usar uma marca que reflita certos valores, estabelecendo,
assim, uma relação emocional com o consumidor.
Segundo Roux (2005), o consumo de produtos de luxo é um fenômeno recente, inicia seu
processo na década de 80, sendo reconhecido como setor econômico e industrial desde o final
desta década, com o desenvolvimento de grandes marcas de luxo. Os clientes da década de 80
consumiam estas marcas sem restrição de preço; os dos anos 90 não queriam comprar a
qualquer preço, e o dos anos 2000, identificam afinidades com a marca a fim de demonstrar
sua individualidade. Segundo a autora, o consumidor formula algumas perguntas a fim de
justificar suas escolhas:
34
Qual é o valor agregado simbólico, afetivo e emocional, que justifica o diferencial de
preço praticado pelas marcas de prestígio? Qual é o sentido, o conteúdo desse valor,
em que legitimidade ele se apóia? ( ROUX, 2005)
De acordo com Roux (2005), uma marca de luxo pode ser definida pelo preço. Se comparados
os preços de uma marca de luxo ao preço dos produtos de massa, estes primeiros são, pelo
menos quatro vezes maiores que os de massa. Por isso, o preço “psicológico” faz com que o
consumidor avalie o valor ligado à marca, a soma que o mesmo está disposto a pagar,
perguntando-se muitas vezes: “[...]sobre o que ele obtém a mais, sobre o suplemento de
“valor” que lhe é proporcionado por uma marca de luxo em comparação a uma marca que não
o seria.”
Figura 01: Bolsa da marca de luxo Luis Vuitton.
Fonte: Revista Elle, outubro 2005.
Roux (2005) determina que o mercado de luxo é composto de dois tipos de clientes: os
clientes muito ricos e fiéis, e os clientes razoavelmente abastados e menos fiéis. A nova
clientela de luxo é abastada e cada vez mais participante da classe média, e ainda, mais
sensível ao preço. Este cliente equivale a um segmento pouco fiel à marca, seu
comportamento é volátil; trata-se de um público informado e exigente em relação à marcas.
Em se tratando do marketing do luxo, segundo Roux (2005), há dez anos atrás, ele não era
considerado nas “sociedades do luxo”, que, na época, recusavam até o termo marca. Somente
a criação era considerada. Entretanto, com o aumento da concorrência, necessitou-se utilizar o
marketing, tornando-se ele, uma nova tendência de mercado.
35
Segundo a autora, a função do marketing é a de examinar a identidade da marca, do
comportamento e aspirações dos consumidores, mas também dos resultados das vendas e dos
concorrentes. Enfim, de acordo com Roux (2005):
Tem, enfim, um papel de criador de novos conceitos e de novos produtos, cujo
lançamento e êxito ele deve orquestrar em respeito à identidade e aos valores da
marca, criando a cada vez a surpresa, a admiração, garantia de prazer, de emoção,
de encantamento, bem como de sucesso. ( ROUX, 2005)
Portanto, o marketing reúne criatividade e rigor no trabalho, pela valorização da criação e do
cliente, pois o luxo não consiste em “seguir uma tendência”, mas em cria-la. Enfim, Roux
(2005) conclui da seguinte forma:
Exatamente como estamos: não em uma lógica alternativa, como há dez anos,
opondo o marketing e criação, mas em uma lógica de conjunção, orientação para o
cliente, orientação criativa, logo, marketing e criação ou criação e marketing.
(ROUX, 2005)
3.5. Evolução do Vestuário Infantil
Como se pretende atender o público infantil, desenvolveu-se uma pesquisa sobre a história do
vestuário deste, afim de observar a evolução deste mercado.
Esta pesquisa sobre a evolução do vestuário infantil se baseia no livro O Design do Século,
Tambini (1999). De acordo com o autor, após a Primeira Guerra Mundial é que se observam
as maiores mudanças no vestuário infantil. As crianças foram liberadas dos trajes pesados e
formais – versão em escala reduzida das roupas dos adultos – e vestidas com roupas mais
leves, simples e mais confortáveis. Com o surgimento, na década de 50, de várias fibras
artificiais, de tecidos que não amarrotavam e de fechos mais simples para as roupas, a
indústria passou por outra mudança. A mudança se completou com o inicio da produção em
massa, quando as roupas tradicionais, feitas à mão, foram substituídas pelos trajes de
confecção industrial.
36
37
Por volta de 1900, o estilo marinheiro ainda era bastante usado, principalmente porque o
príncipe Edward foi fotografado usando um traje desses, assim, este foi copiado no mundo
todo. Com o início do século, novas diretrizes foram implantadas na educação, uma delas foi
a prática de esportes na escola, por isso, foram desenvolvidas roupas mais folgadas para as
meninas. Na figura 02, observa-se o redingote de linho, uma espécie de vestido, fechado com
botões e adornado com gola em xale de brodérie inglesa bastante usado na época.
Figura 02: Vestuário infantil do início do século XX Fonte: Tambini, 1999
Na década de 20, as roupas infantis mudaram drasticamente, pois refletiram a mudança
expressiva ocorrida na moda dos adultos. As roupas se tornaram mais leves, menos
elaboradas, incluindo golas macias, jérsei, linho e meias soquetes. Na figura 3, observa-se o
modelo dos vestidos com cintura caída, enfeitados com franzido tipo casa de abelha.
Figura 03: Vestuário infantil dos anos 20 Fonte: Tambini, 1999
Nos anos 30, o cinema influenciava diretamente a moda. Nas roupas infantis, quem exerceu
grande impacto foi a atriz mirim Shirley Temple, com vestidos de mangas em balão e golas
Peter Pan. Também eram muito populares os conjuntos de casaco com perneiras (Figura 4); as
túnicas eram colocadas por dentro das perneiras, que podiam ser presas aos sapatos por zíper
ou botão, proporcionando mais calor.
Figura 04: Vestuário infantil dos anos 30 Fonte: Tambini, 1999
Em 1940, com o término da Segundo Guerra, os trajes infantis ganharam ainda mais
praticidade, enfatizando o conforto e a durabilidade dos mesmos. Tecidos que não
amarrotavam eram usados nos vestidos das meninas, assim como estampas florais e gola Peter
pan. (Figura 5)
Figura 05: Vestuário infantil dos anos 40 Fonte: Tambini, 1999
Já na década de 50, a moda infantil começou a se diferenciar da moda adulto, e passou a
seguir a moda adolescente. Nas meninas, observa-se o uso de vestidos em estampa floral, sem
gola, usado com sandálias e meias soquete. (Figura 6)
38
Figura 06: vestuário infantil dos anos 50 Fonte: Tambini, 1999 Em 1960, a moda infantil mudou drasticamente. No ano de 1965 as barras dos vestidos e saias
subiram para acima dos joelhos, e um estilo provocante e futurista em novos materiais
sintéticos foi implantado. Como exemplo, observam-se os casacos transparentes, em PVC,
decorados em padrão geométrico, característico da Op Art.
No final dos anos 60, o movimento hippie ganhou expressividade, modificando os trajes
infantis. Trajes étnicos, túnicas longas e materiais naturais, colares exóticos e cabelos longos
foram amplamente usados naquela época. (Figura 7)
Figura 07: Vestuário infantil dos nos 60 Fonte: Tambini, 1999 Em 1970, o estilo hippie atingiu seu ápice. O corte das calças mudou, alargando do joelho à
barra, chamadas de boca-de-sino. Houve também, uma volta do interesse pelo artesanato, com
39
o crochê e o patchwork, os quais inspiraram a criação de roupas para as meninas. Seguindo a
moda adulta, as saias das meninas ficaram mais longas, acompanhadas de blusa com babados
de estilo étnico. (Figura 8)
Figura 08: vestuário infantil dos anos 70
Fonte: Tambini, 1999 Na década de 80, a influência da televisão e do vídeo sobre a roupa infantil teve destaque,
com a introdução do estilo americano através de bonés de beisebol e de tênis. Os jeans
voltaram a forma reta, com o fim da boca-de-sino. Para as meninas, apresentadoras de
televisão ditavam moda com roupas apelativas e ao mesmo tempo infantilizadas.
Mas a moda romântica também era amplamente divulgada, com o uso de vestidos, jardineiras
e macacões para as meninas. Os vestidos eram inspirados no início do século, corte tipo bata,
confortável, com palinha arredondada, laçarotes e babados. As mangas eram bufantes ou
franzidas. Tanto as cores vivas quanto os tons pastéis eram empregadas, mas o xadrez, os
listrados e florais faziam parte do cotidiano da vestimenta infantil.
40
Figura 9 e 10: Vestuário infantil dos anos 80 Fonte: Revista Manequim, Abril de 1984 Nos anos 90 não há um estilo único que os caracteriza, pois surgiram inúmeros fabricantes e
estes criaram vários estilos; mas muitos estilos e materiais foram resgatados dos anos 50, 60 e
até dos anos 70.
A moda infantil feminina seguia tanto o estilo romântico, através de vestidos de pala e
comprimento abaixo dos joelhos; quanto o estilo adolescente, buscando inspiração em
uniformes de colégio com saias de flanela xadrez, em pregas e acima do joelho(Figura 11). Os
tecidos utilizados eram os veludos cotelê, as sarjas, as flanelas e as gabardines.
Figura 11: Vestuário infantil dos anos 90
Fonte: Tambini, 1999 Com o início do século XXI, observou-se a mudança, mais uma vez, no vestuário infantil.
Motivado por personagens de desenho, a moda ganhou ares verdadeiramente infantis, através
41
de estampas e aviamentos. Entretanto, também por influência de personagens/personalidades
(Rouge, Kely Key, É o Tchan) o vestuário infantil também tornou-se vulgar, vestindo
meninas com mini saias e blusas que mostram a barriga.
Figura 12: Vestuário infantil do início do século XXI Fonte: Revista Manequim, junho de 2004
Segundo Preuschoff (2005) hoje há uma preocupação com a criação de uma moda exclusiva
para crianças, mas que siga elementos da tendência de moda adulta. Por isso, observa-se que,
conforme o vestuário adulto começou a adquirir customização com rendas, fitas e bordados,
as roupas infantis também passaram a incluir esses elementos, tornando-se cada vez mais
românticas e femininas.
3.6. Mercado de Vestuário Infantil
Com o objetivo de avaliar o mercado de roupas infantis, pontua-se sobre sua participação na
indústria têxtil brasileira, assim como sua tendência de crescimento e principais
características.
Segundo Keller (2004), “[...]a moda no Brasil, é atualmente, um dos setores que mais
movimenta a economia no País”. Através de Paulo Skaff (2003 apud KELLER, 2004),
observa-se que “[...]são 30 mil empresas, gerando 1,45 milhão de empregos, com um
faturamento de US$ 22,7 bilhões em 2002, e participação de 10% no PIB industrial do País”.
42
Tendo em vista o mercado infantil, Sodré (2005) apresenta dados da Associação Brasileira do
Vestuário (Abravest) demonstrando que, no Brasil, o segmento infantil produz 3% mais
roupas do que o segmento masculino adulto (algo em torno de 1,26 bilhão de peças/ano) e
cresce 5% ao ano. Além da necessidade de renovar o guarda roupa deste público a cada
estação, pois há um rápido crescimento durante esta faixa etária, o que alavanca o mercado é a
tendência de haver famílias cada vez mais reduzidas, com apenas um filho, o que possibilita
um gasto maior com o primogênito. De acordo com Karklasian (2000), além disso, as famílias
compostas por pais separados multiplicam ocasiões de compra de produtos para as crianças.
Quando se fala em crise financeira, segundo o autor, os pais afirmam economizar em várias
coisas, menos no que diz respeito a suas crianças, pois acreditam não passar muito tempo com
elas e preferem compensar esse fato com presentes.
Embora pesquisas apontem que o número de crianças deva diminuir nas próximas décadas,
sua importância como consumidores está aumentando. Segundo Blackwell (2001), a
socialização do consumidor, processo pelo qual os jovens adquirem esta habilidade,
conhecimento e atitudes relevantes para que se tornem consumidores no mercado, começa
quando as crianças vão ao supermercado com os pais. Suas opiniões sobre marcas e tipos de
produtos são formadas desde o início, e estas preferências tendem a permanecer fortes durante
a vida. Razão pela qual algumas marcas internacionais e nacionais vem lançando versões
destinadas ao público infantil.
Esta influência é uma das razões pelas quais a marca Gap lançou a BabyGap, GapKids e, no
final de 1996, a versão infantil dentro das lojas Old Navy. Segundo Blackwell (2001), os pais
consumidores de produtos Gap querem comprar roupas neste estilo para seus filhos, mas a
vantagem real para a Gap é a posição que conquista no pensamento dos futuros consumidores.
A empresa espera que as crianças que usam sua moda quando jovens cresçam e comprem
roupas Gap quando se tornarem adultos.
Estas crianças não são compradores diretos, mas exercem enorme influência sob os gastos da
família. Em média, influenciam 17% do gasto familiar em muitas categorias de produtos.
Karklasian (2000) afirma que a partir de 1 ano, a criança já demonstra suas preferências, nem
que seja rejeitando aquilo que não lhe interessa. Aos 3 anos de idade ela pede aquilo que
deseja e, aos 6 anos, a criança assume um comportamento de compra e de consumo que seus
pais tiveram apenas quando tinham 10 anos.
43
Neste sentido, avaliando o mercado de roupas infantis, conclui-se que este está em franca
expansão, especialmente no que diz respeito ao segmento festa, com o investimento de grifes
nacionais e internacionais, que perceberam esta oportunidade. Sob o ponto de vista de Dantas
(2005), quem se aproveitou desta tendência foi o estilista Ricardo Almeida, que desenvolveu
uma linha de ternos para meninos de um a seis anos; Alexandre Herchcovitch, com uma
coleção de camisetas, assim como as marca VR Kids e a TNG Júnior. De acordo com Sodré
(2005), Walter Rodrigues desenvolveu uma linha especial de vestidos para festa, não
abdicando do glamour utilizado nas coleções adultas. Segundo o estilista, “são vestidos de
gala inspirados em princesas e bailarinas, sem abrir mão do conforto e da liberdade de
movimento. E me atenho em inspirações que remetam ao universo infantil”, diz. Walter
Rodrigues também criou vestidos para damas de honra, percebendo a escassez no mercado
quando se trata de roupas de festa. De acordo com ele, “não há muita opção, e como são
ocasiões únicas, o consumidor se rende ao aluguel de roupas, o que na maioria das vezes
deixa a desejar”.
Em se tratando do mercado local, observa-se que há poucas marcas no segmento de festa
infantil (Yellow Bug, Green, Um + Um, Beth Bebê e Gli Amici), mas estas investem na
qualidade dos modelos, valorizando as peças através de aplicações e bordados atraentes ao
público infantil, usando tecidos de qualidade e introduzindo, nas peças, alguns elementos de
tendências de moda adulta. Todavia, quando se avaliam os modelos de inverno, percebe-se
que não há muitas opções adequadas à estação fria, sendo deficiente sob este aspecto.
3.7. Desenvolvimento Infantil
Como a coleção de vestuário infantil é destinada ao uso em festas e eventos em geral,
percebe-se a importância de explorar os processos de desenvolvimento intelectual e social
infantil. Neste sentido, pontua-se sobre a Teoria Cognitivo-desenvolvimental apresentada por
Jean Piaget, assim como o processo de socialização da criança, formulado pelos teóricos
psico-sociais Hartup e Ainsworth.
De acordo com Teixeira (1999) há inúmeras teorias acerca do desenvolvimento humano. Elas
foram construídas a partir de observações, pesquisas com grupos de indivíduos em diferentes
faixas etárias ou em diferentes culturas. Dentre estas teorias, destaca-se a do psicólogo e
44
biólogo Jean Piaget (1896-1980), pela sua pesquisa continua e rigor científico, mas
principalmente pela comprovação de suas hipóteses através de observação e pesquisa de
campo.
Entretanto, ao analisar o desenvolvimento humano, não se pode deixar de citar o autor Lev
Vigotski. De acordo com Teixeira (1999), o teórico construiu propostas teóricas inovadoras
sobre temas como relação pensamento e linguagem, natureza do processo de desenvolvimento
da criança e o papel de instrução no desenvolvimento.
Segundo Bee (1996), pode-se definir as diferenças entre as teorias dos dois teóricos de forma
simples: Piaget afirma que a tendência do ser humano é adaptar-se ao seu ambiente, ao
contrário de Vigotski , que defende a teoria que o ambiente molda a criança.
Teixeira (1999), define as teorias da seguinte forma:
Piaget apresenta uma tendência hiperconstrutivista em sua teoria; maturação,
experiências físicas, transmissões sociais e culturais são fatores apresentados na
teoria do mesmo. Vigotski, por outro lado, enfatiza o aspecto interacionista, pois
considera que é num plano interpessoal que tem origem as funções mentais da
criança. (TEIXEIRA, 1999)
De acordo com Teixeira (1999), Vigotski morreu prematuramente, e não pode terminar sua
teoria e muito menos comprová-la, por isso, as teorias do mesmo apresentariam falhas. Por
isso, neste projeto, são citadas apenas as teorias formuladas por Piaget.
3.7.1. A Teoria Cognitivo-Desenvolvimental de Jean Piaget
Este capítulo baseia-se na obra “O nascimento da Inteligência na Criança”, de Piaget (1982).
Segundo ele, há grande regularidade no desenvolvimento do pensamento da criança. Ele
percebeu, através de pesquisas, que todas as crianças passam pelo mesmo tipo de descobertas
seqüenciais sobre seu mundo, fazendo o mesmo tipo de erro e chegando às mesmas soluções.
As detalhadas observações do teórico sobre o pensamento das crianças levaram-no a várias
suposições, sendo a principal a de que a natureza do organismo humano é adaptar-se ao seu
meio ambiente, sendo este um processo ativo. Sendo assim, Piaget não acha que o ambiente
45
molda a criança, em vez disso, a criança busca ativamente compreender o seu ambiente. Neste
processo, ela explora, manipula e examina os objetos e pessoas que convivem com ela.
De acordo com o autor, a exploração que a criança faz do seu ambiente conduz, com o passar
do tempo, a uma série entendimentos e teorias próprias, bastante distintas sobre como o
mundo funciona, e cada uma delas compreende um estágio específico. Piaget afirma que, uma
vez que os ambientes que as crianças encontram são altamente semelhantes em vários
aspectos, os estágios através dos quais seu pensamento se move também são semelhantes. Por
isso, propôs uma seqüência fixa de quatro estágios, cada um se originando daquele que o
precede.
A seguir, a divisão dos períodos do desenvolvimento humano, desenvolvida por Piaget:
1º Período: Sensório-motor: 0 a 2 anos
Neste período, a criança conquista, através da percepção e dos movimentos, todo o universo
que a cerca. No recém-nascido, a vida mental se baseia em funções de reflexo, como a sucção,
e estes reflexos melhoram com o treino. Já por volta dos 5 meses, a criança começa a
coordenar os movimentos das mãos e olhos, e a pegar objetos, aumentando sua capacidade de
adquirir novos hábitos.
No final do período, a criança é capaz de usar um instrumento como meio para atingir um
objetivo. Neste caso, ela utiliza a inteligência prática ou sensório-motora, que envolve as
percepções e os movimentos.
Neste período, o desenvolvimento físico acelerado é a base para o aparecimento de novas
habilidades, isto é, o desenvolvimento ósseo, muscular e neurológico permite o surgimento de
novos comportamentos, como sentar-se e andar, o que facilitará a exploração e a interação
com o ambiente que cerca o bebê, identificado na figura 13 a seguir:
46
Figura 13: A criança conhece o mundo pela manipulação Fonte: Teixeira, 1999 Ao longo deste período, a criança desenvolverá uma diferenciação entre o seu eu e o mundo
exterior. Se no início do período o mundo era uma continuação do próprio corpo, o progresso
da inteligência levam-na a considerar-se como um elemento entre outros no mundo. Isso
permite que a criança, por volta de um ano, admita que um objeto continue a existir mesmo
quando ela não o vê.
Este fenômeno também ocorre no aspecto afetivo, pois o bebê passa das emoções primárias
(por exemplo, se enrijece ao ouvir um barulho intenso) para uma escolha afetiva de objetos –
por volta de 2 anos - , quando já manifesta preferências por brinquedos, pessoas, etc.
Portanto, ao final do período sensório-motor, a criança, evolui de uma atitude passiva em
relação ao ambiente e a pessoas para uma atitude ativa e participativa. Sua integração no meio
social dá-se, também, pela imitação das regras, por isso, é importante que os pais ou outra
figura adulta relevante tenha atitudes e hábitos adequados, uma vez que constitui um exemplo
a ser seguido pela criança.
2º Período: Pré-operatório: 2 a 7 anos
Neste período, o que de mais importante acontece é o aparecimento da linguagem, que
causará modificações nos aspectos intelectual, afetivo e social. A interação e a comunicação
entre os indivíduos são, sem dúvida, as conseqüências mais evidentes da linguagem. Com a
palavra, há a possibilidade da exteriorização da vida interior e, portanto, a criança pode,
expressar seus desejos.
47
Neste sentido, como várias novas capacidades surgem, muitas vezes ocorre a superestimação
da capacidade da criança neste período. É importante salientar que, grande parte do repertório
verbal da criança é usado de forma imitativa, sem que ela domine o significado das palavras.
Há também a dificuldade de interação social, uma vez que ela ainda está centrada em si
mesma, por isso, não consegue colocar-se do ponto de vista do outro. O autor observou que,
mesmo que as crianças desta idade brinquem num mesmo ambiente, dificilmente brincam
juntas, apenas ficam lado a lado, justamente por esta dificuldade de interagir com um
semelhante. (Figura 14).
Figura 14: Crianças ficam lado a lado, mas realizam atividades individuais. Fonte: Teixeira, 1999
No aspecto afetivo, surgem os sentimentos interindividuais, sendo que um dos mais
importantes é o respeito que a criança adquire pelos indivíduos que julga superiores a ela, por
exemplo, pais e professores. Segundo Piaget “[...]seus sentimentos morais refletem esta
relação com os adultos significativos, em que o critério de bem e mal é a vontade dos
adultos[...]”.
É importante salientar que, ao fim deste período, a maturidade neurofisiológica completa-se,
permitindo o desenvolvimento de novas habilidades, como a coordenação motora fina – pegar
objetos com as pontas dos dedos – mas principalmente, multiplica-se o interesse por
diferentes atividades e objetos, sendo que, a partir deste interesse, surge uma escala de valores
própria da criança, e ela passa a coordenar suas ações a partir desta escala de valores.
Portanto, no início deste período, a criança já desenvolveu a fala imitativa e a observação das
ações das pessoas que acredita superiores a ela, por isso, imita e julga correto, o que um
adulto significativo realiza. Já no final do período, por volta de 5 ou 6 anos de idade, começa
48
a agir conforme seu ponto de vista, dependendo da bagagem que adquiriu ao longo deste
processo. Neste sentido, é importante que a criança seja estimulada afetiva e socialmente, uma
vez que ainda encontra-se egocêntrica. Segundo Piaget: “[...]as relações interpessoais podem
acontecer através da participação em reuniões sociais, incluindo outros adultos mas,
principalmente, outras crianças, possibilitando a evolução da interação social da criança com
o outro [...]”.
Posteriormente, Piaget ainda classifica outros dois períodos, o das “Operações Concretas”,
abrangente as crianças de 7 a 11 anos, e o das “Operações Formais”, a adolescência,
correspondente aos 12 anos em diante, irrelevantes ao projeto em questão, uma vez que o
público alvo situa-se entre 1 e 3 anos.
Em contrapartida, Bee (1996), afirma que crianças pré-escolares (2 a 7 anos) são capazes de
formas de lógica que Piaget considerava impossíveis neste estágio. Em especial, em torno os
4 anos de idade, e certamente aos 5 anos, elas não apenas podem assumir a perspectiva de
outras pessoas como também compreendem, pelo menos de maneira preliminar, que o
comportamento das outras pessoas depende de crenças e sentimentos pessoais, mas também já
desenvolveram, ou iniciaram o desenvolvimento, variando de criança para criança, a base de
seu pensamento, optando por determinado objeto segundo sua vontade.
Segundo o autor, uma possibilidade é a de que Piaget simplesmente tenha apontado a idade
errada, e que a transição observada por ele aos 6 ou 7 anos aconteça realmente por volta dos 4
ou 5 anos.
3.7.2.O Desenvolvimento dos Relacionamentos Sociais
Segundo Hartup (1989 apud BEE, 1996), cada criança precisa ter experiências em dois tipos
bem diferentes de relacionamento: vertical e horizontal. Um relacionamento vertical envolve
um apego a uma pessoa com maior poder social ou conhecimento, tal como um progenitor,
um professor ou um irmão mais velho. Estes relacionamentos são complementares, em vez de
recíprocos. Por exemplo, a criança busca conseguir atenção, o progenitor presta cuidados. Os
relacionamentos horizontais, em contraste, são recíprocos e igualitários. Os indivíduos
envolvidos, como companheiros de mesma idade, tem igual poder social e mesmo
comportamento.
49
Hartup (1989 apud BEE, 1996) salienta que esses dois tipos de relacionamentos tem
diferentes funções para a criança, e ambos são necessários para que ela desenvolva
habilidades sociais afetivas. Os relacionamentos verticais são necessários para proporcionar à
criança proteção e segurança, mas é nos relacionamentos horizontais – nas amizades e grupos
de iguais – que a criança pratica seu comportamento social e adquire habilidades sociais que
só podem ser aprendidas num relacionamento entre iguais: cooperação, competição e
intimidade.
3.7.3. A Teoria do Apego e os Relacionamentos Horizontais
A Teoria do Apego é sugerida por Ainsworth (teórica social) (1989 apud BEE, 1996),
consiste no vínculo emocional em que o senso de segurança de uma pessoa está estreitamente
ligado ao relacionamento. Eles são construídos e mantidos por uma série de comportamentos
que criam e sustentam a proximidade entre a mãe e a criança ou entre outros indivíduos
significativos.
Segundo Bee (1996) os bebês desenvolvem um apego claro, por volta dos 6 a 8 meses,
crescendo esta necessidade até os 12 ou 15 meses, e depois diminuindo conforme o processo
de socialização se aprimora.
Por volta dos 2 ou 3 anos, a maioria dos comportamentos de apego tornou-se menos presente,
pois neste idade, as crianças são suficientemente avançadas em termos sociológicos para
entender, por exemplo, que quando a mãe sai de sua vista ela voltará, de modo que sua
ansiedade de separação diminui. Obviamente os comportamentos de dependência não
desapareceram completamente, mas elas são capazes de explorar cada vez mais situações de
interação social sem aparente angústia, a partir de sua base segura desenvolvida através de um
bom relacionamento com seus pais.
Neste sentido, é importante que o bebê inicie um contanto com outros bebês, pois, assim
desenvolverá sua capacidade de interagir e entender o mundo a sua volta. De acordo com Bee
(1996), por volta dos 6 meses os bebês começam a manifestar um interesse positivo por seu
semelhante, e aos 10 meses este comportamento se evidencia, mas é só por volta dos 18
meses que se observa duas ou mais crianças brincando juntas, mostrando os primeiros sinais
50
de preferência por companheiros de brincadeiras. Por volta dos 3 ou 4 anos é que as crianças
preferem brincar com os companheiros e não sozinhas.
Portanto, percebe-se que a interação social se desenvolve com o tempo, mas o contato com
outras crianças, através da participação destas em eventos sociais, principalmente onde outras
estejam presentes, é fundamental para que este processo se aprimore.
3.8. Ergonomia
Segundo Iida (1990), “Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e o seu
trabalho, equipamento e ambiente, e particularmente a aplicação dos conhecimentos de
anatomia, fisiologia e psicologia na solução dos problemas surgidos desse relacionamento”.
Neste sentido, faz-se necessário o estudo da antropometria, observando-se a evolução física
motora do consumidor, uma vez que se tem como principal objetivo o conforto da vestimenta,
adequando-a as atividades realizadas pelo público alvo. Apresenta-se também, as medidas
antropométricas da menina de 1 a 3 anos, a fim de tomar conhecimento das mesmas.
3.8.1. Antropometria
Segundo Silveira (2005), para que um profissional de moda possa oferecer bons produtos ao
mercado, é necessário que este conheça a forma fisiológica do ser humano, a fim de vesti-lo
com conforto e precisão, respeitando as individualidades de cada tipo de corpo. Com este
objetivo é que a antropometria trabalha, estudando a mensuração do corpo humano. É através
dela que se estuda a anatomia do homem, estudo este indispensável para construir uma boa
modelagem.
De acordo com Peres e Pires Neto (1993 apud SILVEIRA, 2005) “[...] a antropometria
destina-se à determinação objetiva do desenvolvimento do corpo humano, assim como para
determinar as relações existentes entre físico e performance”.
Sendo assim, é importante conhecer a curva de crescimento da menina entre um e três anos,
bastante significativa neste período. De acordo com Bee (1996), durante a primeira fase do
desenvolvimento físico, que abrange aproximadamente os dois primeiros anos, o bebê cresce
51
rapidamente em altura, aumentando de 25 a 30 centímetros no primeiro ano e triplicando seu
peso corporal nesse mesmo intervalo de tempo. Em torno dos dois anos, a criança passa a
crescer menos, mas regularmente, aumentando de 5 a 8 centímetros e cerca de 2 ½ a 3 quilos
por ano até a adolescência.
Em se tratando do desenvolvimento motor, Gesell (1998) indica que na idade de um ano, o
bebê é capaz de se deslocar sozinho, para a direita e para a esquerda, mas para andar precisa
de uma mão que o apóie e que o guie. Já aos 15 meses, a criança desenvolve maior agilidade e
firmeza, dando passinhos miúdos e vacilantes, mas necessitando ainda, de ajuda para
deslocar-se. Aos 18 meses, o bebê já conquistou relativa maturidade locomotora, mas seu
andar ainda não é perfeitamente seguro; ele anda solto, puxa, empurra, arrasta, enfia-se em
espaços estreitos e sobe e desce escadas.
Sob o ponto de Gessel (1998), aos dois anos de idade, a criança já é capaz de correr sem cair,
de virar as páginas de um livro, de vestir-se sozinha, de segurar uma colher e leva-la à boca,
entre outras habilidades adquiridas ao longo do processo de desenvolvimento. Entretanto, as
aptidões motoras recentes, apresentam-se ainda imperfeitas, melhorando com a chegada dos
três anos de idade.
Bee (1996) afirma que, aos três anos, a criança atingiu uma importante etapa do
desenvolvimento infantil: a diminuição do egocentrismo e a interação e percepção do meio
social, por isso, relaciona-se com mais facilidade. Neste sentido, seu desenvolvimento motor
também se aprimora - uma vez que procura a interação com o outro - tendo mais segurança e
agilidade nos pés, sabendo esquivar-se, atirar, parar de repente e dar voltas fechadas.
Portanto, percebe-se que, neste período, ocorrem modificações significativas no
desenvolvimento motor da criança, pois já se desloca com facilidade, necessitando de uma
roupa adequada, que permita conforto necessário para realizar suas atividades sem problemas.
3.8.2. Medidas Antropométricas
Segundo Silveira (2005 apud ABRAVEST, 2006)) um projeto para realizar um Censo
Antropométrico Brasileiro foi idealizado pela ABRAVEST - Associação Brasileira do
Vestuário, pela necessidade de se ampliar a NBR - 13377 (ABNT), que são as Medidas
52
Normativas Referenciais Mínimas para o Vestuário. Esta necessidade foi constatada a partir
de avaliações de roupas, dentro do Programa de Certificação de Qualidade dos Produtos da
Indústria do Vestuário, desenvolvido pela Entidade, para qualificar e credenciar o setor a
atender à Resolução 04/92 - CONMETRO Lei das Etiquetas - e ao Código de Defesa do
Consumidor, além de combater a pirataria, falsificação, contrabando e concorrência desleal
com as indústrias legalmente instaladas e que pagam seus impostos.
Segundo Silveira (2005 apud ABRAVEST, 2006), uma tabela de medidas será estipulada
através do censo, com o objetivo de :
“[...] definir as medidas e dimensões chave do corpo humano brasileiro, estruturando-
se uma base confiável para os diversos segmentos industriais., traçando-se perfis
regionais, visto que nossa população por uma mistura de povos e raças, com
diferenças muito significativas de biótipos”. ( SILVEIRA, 2005 apud ABRAVEST,
2006)
Segundo o site da ABRAVEST, em um período de, no mínimo, dois anos e meio, o projeto de
Censo Antropométrico Brasileiro terá sido concluído, sendo possível a utilização das medidas
antropométricas para diversos usos, como ergonomia, modelagem de vestuário, calçados,
luvas, mobiliário, industria automotiva e outros produtos.
Para o projeto em questão, utiliza-se uma tabela com as medidas antropométricas de meninas
de 1 a 3 anos, fornecida por Silveira (2005) ( Tabela 1). (Esta tabela formulada e adotada pelo
curso de moda da UDESC não é definitiva, mas é a que mais se aproxima dos padrões
normais brasileiros, conforme pesquisa dos professores do Curso de Moda que trabalham com
a tecnologia do vestuário, não estando comprometida com nenhuma normalização. Sua
elaboração foi prevista apenas para o processo didático).
53
TAMANHO/IDADE 1 2 3
BUSTO/TORAX 56 58 60
CINTURA 52 54 56
QUADRIS 56 58 60
COSTAS 23 24 25
COMP. CORPO 24 26 28
COMP. SAIA 30 31 32
COMP. MANGA LONGA 34 35 36
COMP. MANGA CURTA 9,5 10 10,5
CONTORNO DO BRAÇO 21 22 23
PUNHO 16 17 18
COLARINHO 21 22 23
ALTURA QUADRIL 17 18 18
ALTURA ENTREPERNAS 55 57 59
SEMI-JOELHO 17 17,5 18
SEMI-BOCA 14 14,5 15
Tabela 01 : Tabela de Medidas Antropométricas de meninas de 1 a 3 anos. Fonte: Silveira (2005).
3.9. Materiais Os tecidos e os aviamentos encontrados no mercado são apresentados, para que,
posteriormente, sejam definidos os materiais que se adequem a coleção de roupas infantis.
3.9.1. Aviamentos
Segundo o site Santa Moda (2006), o aviamento é “[...] todo o material necessário à execução
ou conclusão de uma peça do vestuário. Exemplos: botão, zíper, linha, entretela, cordão, fita,
etc. [...]”.
Nas roupas infantis femininas, sejam de festa ou não, percebe-se que há muita utilização de
aviamentos, sejam eles funcionais (zíper, botão, elástico, etc) ou ornamentais (aplicação, fita,
bordado inglês, grega, etc).
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Observa-se que os aviamentos empregados com freqüência são as fitas de cetim, (Figuras 16 e
17) as fitas de algodão xadrez ( figura 15) ou as fitas de veludo, servindo, geralmente, como
elemento de composição de um bordado ou como um laço.
Figura 15: Fita xadrez de algodão Figura 16: Fita de cetim nº2 Fonte: Taffe, 2005 Fonte: Taffe, 2005
Figura 17: Fita de cetim nº6 Fonte: Taffe, 2005 Também são encontradas, no vestuário infantil, gregas e trancelins. As gregas foram bastante
usadas na década de 90, mas algumas roupas infantis, ainda hoje, empregam este aviamento.
(Figura 18 e 19).
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Figura 18: Trancelin Figura 19: Grega com motivo floral Fonte: Taffe, 2005 Fonte: Taffe, 2005
A fim de enfeitar barras ou outra parte qualquer da vestimenta infantil, pode-se empregar
bordado inglês ou rendas (Figura 20 e 21). Há uma infinidade de modelos, com variadas
larguras, cores e desenhos.
Figura 20: Bordado inglês Figura 21: Renda Fonte: Taffe, 2005 Fonte: Taffe, 2005
Outro aviamento utilizado para agregar valor à vestimenta infantil são os botões, cumprindo
sua função primordial – fechar um casaco, por exemplo – ou apenas adornando bordados e/ou
aplicações. Observa-se a grande variedade dos mesmos, com formas de personagens infantis
(Hello Kitty, bonecas), animais (joaninha, gato e urso), laços, flores e temáticas infantis em
geral. (Figura 22 a 27).
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Figura 22: Botões em tons de azul Figura 23: Botões em tons de verde Fonte: Taffe, 2005 Fonte: Taffe, 2005
Figura 24: Botões nas cores preto e branco Figura 25: Botões em tons de rosa Fonte: Taffe, 2005 Fonte: Taffe, 2005
Figura 26: Botões em forma de flor Figura 27: Botões em forma de flor Fonte: Taffe, 2005 Fonte: Taffe, 2005
Outro tipo de botão utilizado é o de pérola, conferindo à roupa, romantismo e elegância.
(Figura 28)
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Figura 28: Botões de pérola Fonte: Taffe, 2005
Apesar de haver uma grande variedade de aviamentos, atualmente, o mais é empregado, no
vestuário infantil, são as aplicações. (Figuras 29 a 31). Estas podem ser termocolantes ou
costuradas na roupa que se pretende enriquecer. Observam-se aplicações de diversas formas,
cores e tamanhos. Entretanto, nas roupas femininas infantis, geralmente há aplicação de
flores, borboletas e bonecas. De acordo com o glossário de moda do site Moda Site (2006):
“[...] a aplicação consiste em pedaços de tecido costurados ou colados a outro
pedaço de tecido ou a uma peça de roupa. Desenhos de pétalas, folhas e flores ou
motivos animais são comumente aplicados em algodão, renda e cetim. A aplicação
foi muito popular na década de 50, quando motivos simples de feltro adornavam
saias godês e na década de 70, quando desenhos esmerados eram costurados a
jaquetas acolchoadas de cetim. ( www.modasite.com.br, 2006)
Figura 29: Aplicações termocolantes Figura 30: Aplicações termocolantes Fonte: Taffe, 2005 Fonte: Taffe, 2005
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Figura 31: Aplicações termocolantes de borboleta Fonte: Taffe, 2005
Há também a outro tipo de aplicação, as flores de fita de cetim (Figura 32). Esta aplicação
pode ser costurada em roupas infantis femininas, enfeitando principalmente, casacos, blusas e
vestidos.
Figura 32: Aplicação de flores de fita de cetim Fonte: Taffe, 2005
Seguindo tendências de moda, observa-se que bordados são bastante utilizados na vestimenta
de modo geral. Nas roupas infantis são empregadas de forma discreta, bordando flores,
borboletas ou carinhas de boneca. Para estes bordados, são utilizados paetês, lantejoulas e
miçangas. (Figuras 33 e 34).
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Figura 33: Paetê Figura 34: Lantejoula Fonte: Taffe, 2005 Fonte: Taffe, 2005
Portanto, percebe-se a importância do uso de aviamentos, principalmente no vestuário
infantil, pois este agrega valor ao mesmo, valorizando a roupa e tornando-a atraente ao
público alvo.
3.9.2. Tecidos
De acordo com o site Casa Pinto (2006), o “[...] tecido é um produto artesanal ou industrial
que resulta da tecelagem (entrelaçamento regular de fios verticais e horizontais) de fios de lã,
seda, algodão, ou outra fibra natural, artificial ou sintética [...]”, podendo ser usado na
confecção de peças de vestuário, de certos artigos domésticos ou decorativos, de embalagens,
etc. São diversos os métodos utilizados para a obtenção de tecidos, os mais comuns são:
1.Pelo entrelaçamento de um fio consigo mesmo e ou com outros conjuntos de fios, caso em
que o tecido é conhecido como de malha;
2.Pelo entrelaçamento de dois conjuntos de fios conhecidos por urdume e trama, caso em que
o tecido é conhecido por plano;
3.Por métodos menos convencionais como, por exemplo, o não tecido, que pode ser obtido
por diversas maneiras: resinagem, agulhagem, fundição, etc.
Segundo Gayegos (2004), coordenador da Faculdade Senac de Moda de São Paulo, a escolha
dos tecidos, para roupas infantis, deve ser sempre por antialérgicos, dando preferência aos
naturais, como o algodão. Entretanto, se a criança não for alérgica, (pode-se fazer um teste,
encostando o tecido no punho da mesma) os tecidos sintéticos como o acrílico, náilon e
poliéster podem ser usados em casacos e jaquetas. Em se tratando das lãs, podem ser
60
empregadas no vestuário infantil, desde que não fiquem em contanto direto com a pele,
necessitando de um forro em vestidos ou casacos feitos deste tecido.
Segundo ele, deve-se levar em consideração a composição dos tecidos, pois quando se mistura
dois ou mais tecidos diferentes em uma peça, é comum que o encolhimento deles também o
seja, resultando na perda da peça após a lavagem. Também deve-se avaliar se os tecidos não
desbotam com facilidade, pois se misturados numa só peça, quando lavada, a mesma poderá
manchar.
Sendo assim, apresentam-se os tecidos mais utilizados no vestuário infantil. Dentre eles, o
Fustão é um dos mais empregados, compondo geralmente, vestidos e camisas. O Fustão é
composto por 100% de algodão, apresentando superfície texturizada. Este tecido apresenta-se
nas mais variadas padronagens, podendo ser liso, estampado por flores, poás e até listrados.
(Figuras 35 a 38).
Figura 35: Fustão com padronagem Poá Figura 36: Fustão com padronagem Poá Fonte: Taffe, 2005 Fonte: Taffe, 2005
Figura 37: Fustão com padronagem lisa Figura 38: Fustão com padronagem floral Fonte: Taffe, 2005 Fonte: Taffe, 2005
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Outro tecido texturizado é o Anarruga, (100% algodão) podendo apresentar padronagem lisa,
xadrez ou floral. (Figuras 39 a 42)
Figura 39: Anarruga com padronagem xadrez Figura 40:Anarruga xadrez Fonte: Taffe, 2005 Fonte: Taffe, 2005
Figura 41: Anarruga xadrez Figura 42: Anarruga floral Fonte:Taffe, 2005 Fonte: Taffe, 2005
Também observa-se o uso de piquê e de broderie no vestuário infantil, mas em menor
quantidade que se comparada a outros tipos de tecido (Figura 43 e 44). O organdi liso e o
organdi bordado também foram amplamente usados antigamente, hoje em dia, apenas
algumas confecções ainda utilizam estes tecidos (Figura 45 e 46).
62
Figura 43: Piquê Figura 44: Broderie Fonte: Taffe, 2005 Fonte: Taffe, 2005
Figura 45: Organdi bordado Figura 46: Organdi liso Fonte: Taffe, 2005 Fonte: Taffe, 2005
Tipicamente de inverno, o veludo cotelê e o veludo alemão tem composição de 100%
algodão. São usados com freqüência no vestuário infantil, compondo vestidos, calças e
casaquinhos (Figura 47 e 48).
Figura 47: Veludo alemão Figura 48: Veludo cotelê Fonte: Taffe, 2005 Fonte: Taffe, 2005
63
Usadas geralmente para fazer casacos, as lãs pied-de-poule e tweed são 100% acrílicas
(Figuras 49 e 50). Entretanto, podem ser empregadas no vestuário infantil se não ficarem
diretamente em contato com a pele da criança.
Figura 49: Lã pied-de-poule Figura 50: Lã tweed Fonte: Taffe, 2005 Fonte: Taffe, 2005
Por fim, observa-se o uso de tricoline no vestuário infantil. Este tecido geralmente é
classificado como 100% algodão, mas também apresenta outras composições, como é o caso
do tricoline com elastano, 98% algodão e 2% elastano. Pode apresentar padronagem lisa, poá,
floral, xadrez ou de listras (Figuras 51 a 56).
Figura 51: Tricoline com elastano Poá Figura 52: Tricoline floral 100% algodão Fonte: Taffe, 2005 Fonte: Taffe, 2005
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Figura 53: Tricoline com elastano liso Figura 54: Tricoline 100% algodão Fonte: Taffe, 2005 Fonte: Taffe, 2005
Figura 55: Tricoline xadrez 100% algodão Figura 56: Tricoline listrado 100% algodão Fonte: Taffe, 2005 Fonte: Taffe, 2005
3.10. Tendências de Outono/Inverno 2006
As tendências de moda adulto e infantil femininas Outono/Inverno 2006 são apresentadas,
pois é nesta estação que a coleção de roupas de festa infantil se baseia. Neste sentido, as
tendências de moda adulta feminina são analisadas e assim, identificam-se elementos que
podem ser usados na moda infantil, pois um dos objetivos deste projeto é desenvolver uma
coleção de roupas infantis que acompanhem tendências de moda adulta. Por fim, são
analisadas as tendências de moda infantil.
De acordo com o site do Centro de Tecnologia em Moda do Senac Rio (2005), o charme da
moda e do cinema caminharão juntos nas Tendências de Inverno 2006. Sob o ponto de vista
da jornalista de moda Iesa Rodrigues, a inspiração no glamour de Hollywood dos anos 50, o
65
brilho e as cores do cinema indiano, o estilo Festa do Oscar e a presença forte da linha
Western, são o ponto de partida para a estação fria.
Segundo Demétrio (2005), as cores do Inverno 2006 são o marfim e o marrom claro (Figura
57), o salmão, o rosa envelhecido (Figura 58), os roxos, os vermelhos, os amarelos apagados,
azuis misturados com lilases, e o laranja aceso. O ouro velho, os oxidados e a prata velha
também se destacam nesta estação.
Para os tecidos, Demétrio (2005) cita os pesados como a lã, misturadas com sedas, os
bordados com jacquards, fitas de cetim e veludos. A mistura de tecidos pesados com tecidos
leves é muito visada para esta estação. As estampas florais estão em evidência, assim como os
xadrezes e listrados misturados entre si.
Figura 57:Marrom claro no vestido de Miele Figura 58: Rosa envelhecido e fitas Fonte: www.anaclara.com.br, 2005 Fonte: www.anaclara.com.br, 2005 Segundo o site Ana Clara (2005), nas formas, os anos 50 ainda dominam as saias e vestidos
rodados, mas o estilo império também aparece (Figuras 59 e 60).
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Figura 59: Vestidos com forma anos 50 Figura 60: Vestido estilo império Fonte: www.anaclara.com.br, 2005 Fonte: www.anaclara.com.br, 2005
Observam-se, ainda, babados, bordados com paetês e miçangas (Figuras 61 e 62), as peles nos
casacos (Figura 63) e os degradês (Figura 64).
Figura 61:Babados e bordados de Miele Figura 62: Babados de Balenciaga Fonte: www.anaclara.com.br, 2005 Fonte: www.anaclara.com.br, 2005
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Figura 63: Pele nos casacos de Balenciaga Figura 64: Degradê Fonte: www.anaclara.com.br, 2005 Fonte: www.anaclara.com.br, 2005 Constata-se também o uso do veludo molhado (Figura 65) e o uso de bolero com pom-pom
(Figura 66).
Figura 65: Veludo molhado Figura 66: Pompom no bolero Fonte: www.anaclara.com.br, 2005 Fonte: www.anaclara.com.br, 2005
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Em se tratando das tendências de moda infantil, constou-se as mesmas através da análise das
coleções de inverno da Lilica Ripilica e da GapKids.
Sendo assim, percebe-se que há muito uso de babados, tanto nos decotes , como no
acabamento de cavas, observados nas Figuras 67 e 68.
Figura 67 e 68 : Babados nos vestidos GapKids. Fonte: www.gap.com, 2006 Percebe-se o uso de estampas florais como forte influência na vestimenta infantil feminina.
Observa-se, na figura 69, o uso de pregas nos vestidos, e na figura 70, a tendência das golas
estilo Peter pan.
Figura 69: Vestido floral com pregas Figura 70: Vestido floral com gola Peter pan Fonte: www.gap.com, 2006 Fonte: www.gap.com, 2006
69
Em se tratando de casacos, observa-se uma tendência a modelos 7/8 (Figura 71), casaquinhos
e boleros, e o uso de laços, tanto para enfeitar como para servir de fechamento do casaco
(Figura 72). Os tons de rosa (Figura 73), já tradicionais, aparecem, assim como os tons de
lilás, indo do tom pastel ao mais vibrante (Figura 74).
Figura 71: Casaco 7/8 Figura 72: Casaco com fechamento de laço Fonte: www.gap.com, 2006 Fonte: www.gap.com, 2006
Figura 73: Tons de rosa Figura 74: Tons de lilás Fonte: Catálogo de Coleção Lilica Ripilica, 2006. Fonte: Catálogo de Coleção Lilica Ripilica, 2006.
70
Há também a tendência ao uso de ponchos adornados com pom-pons (Figura 75), assim como
também do conceito de conjunto, oferecendo ao consumidor peças coordenadas. Na Figura
76 pode-se visualizar um conjunto de vestido e casaquinho.
Figura 75: Poncho com pom-pons Figura 76: Conjunto de casaco e vestido Fonte: Catálogo de Coleção Lilica Ripilica, 2006. Fonte: Catálogo de Coleção Lilica Ripilica, 2006. 3.11. Temática
O Art Nouveau foi um estilo que aconteceu durante a Belle Epoque, considerada a era de ouro
da beleza, da inovação e da paz entre a França e seus vizinhos europeus. Novas invenções
tornavam a vida mais fácil em todos os níveis, e a cena cultural e os acontecimentos sociais
estavam em evidência: os cabarés, o cancan e o cinema haviam nascido. (ARGAN, 1992).
Havia uma crescente necessidade de embelezamento das cidades, uma vez que, com o êxodo
rural provocado pela Segunda Revolução Industrial, estas haviam se tornado populosas e
pouco cuidadas. Para isso, os arquitetos do Art Nouveau se valeram de seu rebuscamento e
encanto a fim de tornar a cidade, enfim, a vida, mais bela e leve.
Assim, como consequência do desejo de participar da vida social das cidades, houve uma
modificação nos trajes, principalmente do vestuário feminino, que se vestia como se fosse a
uma festa, com plumas, boás e vestidos bordados, simplesmente para dar uma volta na praça
da cidade do Rio de Janeiro – nesta época, capital do Brasil e cidade exemplo deste
movimento.
71
Há também a busca pelo conforto da roupa, liberando as mulheres de castradores espartilhos
e saias rodadas pesadas demais, para uma silhueta mais enxuta e mais confortável, porém não
com menos glamour.
Figura 77 e 78 : A mulher em 1910. Fonte: Argan, 1992. Segundo Argan (1992), o estilo Art Nouveau tem características constantes, como a temática
naturalista (flores e animais); utilização de motivos derivados da arte japonesa; a morfologia,
arabescos lineares, baseados na curva e suas variantes (espiral, etc) e, na cor, pelos tons
pálidos e suaves.
Segundo O’Hara (1992), o estilo valoriza o decorativo e o ornamental, determinando formas
delicadas, sinuosas, ondulantes e assimétricas. São linhas graciosas, exageradas, com traços
alongados, terminando em arabescos e em motivos de flores e de folhas. Caracteriza-se pelas
formas orgânicas, escapismo para a natureza, valorização do trabalho artesanal, entre outros.
De acordo com Argan (1992), o Art Nouveau,, na sua totalidade, tinha a intenção de o
trabalho dos artistas dentro do contexto capitalista. Por isso, o estilo nunca teve o caráter de
uma arte popular, e sim, pelo contrário, de uma arte de elite, cujos produtos de mesma
linguagem, porém de material inferior, era oferecido classe menos favorecida. Isso explica sua
rápida dissolução com a crescente crise social que culminou na Primeira Guerra Mundial.
72
Após esta análise, determina-se a relação do Art Nouveau e o contexto social em que se
desenvolveu, como sendo o ponto de partida para desenvolver a temática do projeto em
questão, uma vez que é destinado ao uso em festas ou eventos sociais, busca o conforto da
vestimenta infantil, e essencialmente trabalha com formas delicadas e graciosas, alguns dos
objetivos estéticos da coleção. Também neste período, o Art Nouveau surge com o intuito de
se contrapor à industrialização, buscando produtos personalizados, e o mercado de luxo
(presente na fundamentação desta coleção) também busca a individualidade do produto e do
cliente.
Assim, explora-se o tema através da arquitetura de Antoni Gaudi, mais especificamente
através das características estéticas do interior e do exterior da Casa Batló, assim como
também as das jóias desenhadas por Renné Lalique.
3.11.1. A arquitetura de Antoni Gaudi
Sob a ótica de Guell (1994), Antoni Gaudi (1852-1926) é um ícone na história da arte e
arquitetura do século XX. Quando a arquitetura limitava-se a repetir modelos neoclássicos e
neoromânticos, Gaudí, aproveitando o impulso renovador que vivia a Catalunha nos últimos
anos do século XIX e os primeiros do século XX, propôs uma arquitetura inovadora, mais
além dos estilos históricos, que haveria de transformar-se em precursora das correntes
posteriores. Assim, apesar de participar do movimento modernista que influenciou fortemente
a Catalunha, especialmente em Barcelona, a obra de Gaudí ultrapassa os limites desta
tendência, pois tinha uma concepção mais livre da arquitetura, característica que aparece tanto
nos aspectos técnicos como nos artísticos de seus edifícios. Segundo o autor, é justamente
devido a essa originalidade e criatividade que sua obra transformou-se na imagem mais
universal da Espanha.
Observando as obras e a história de Gaudi, percebe-se ele que passou por duas fases bem
distintas: na primeira, o arquiteto busca uma identidade própria, para isso participa de eventos
intelectuais acerca de música, arte, literatura, e outros. Assim, todas as obras que fazem parte
deste primeiro período gaudiano possuem diversos estilos. Argan (1992), salienta que Gaudí
buscou estímulos para suas criações em livros medievais, na arte gótica que, na época, voltava
a renascer, no estilo árabe e até em ilustrações de construções orientais, mas, sobretudo nas
formas orgânicas da natureza. A linha restrita, a rigidez e a ordem nas formas se rompeu com
73
a chegada do Art Nouveau no início do século XIX. Gaudí não foi insensível a esta mudança e
gerou um estilo próprio.
Num segundo momento, Gaudi abandona os estilos históricos e marca a história da
arquitetura com seu estilo singular; o Park Guell, a Casa Batló, a Casa Milá, as Escolas da
Sagrada Família e a Cripta da Colônia Guell são as obras fundamentais dessa segunda etapa.
Nestas obras, o arquiteto desenvolve formas típicas do estilo Art Nouveau, e busca a união
entre a estética e a função.
Neste sentido, Argan (1992) ressalta o pensamento de Gaudi: “As formas da criação são
infinitamente variadas; como cada freio imposto à fantasia é um limite à variedade de formas,
é apenas deixando-se o caminho livre para a fantasia que se alcança aquela infinita variedade
de formas capaz de realizar o acordo com a variedade infinita de formas naturais.”. Para ele,
uma obra esteticamente agradável e inovadora pode e deve ser funcional, e vice versa.
Por isso, dentre muitas obras, toma-se como inspiração para o projeto as características
estéticas do exterior e do interior da Casa Batló (1904-1906), observando-se as linhas
arredondadas e suaves desta construção, assim como também o clima de romantismo,
conforto e leveza implícitos na obra.
- A Casa Batló
A Casa Batló é um edifício com térreo, andar principal e quatro andares, localizada na rua
residencial mais importante de Barcelona. Segundo Guell (1994), a casa é caracterizada por
sua forma curvilínea, e se destaca pelo aspecto escamoso do telhado, conferindo textura a este
(Figura 79).
74
Figura 79: Vista da fachada principal da Casa Batló. Fonte: Guell, 1994. O andar principal, como era característico dos edifícios da época, é cuidadosamente projetado
por Gaudi, descrito pelo autor como um “[...] espaço mágico, em que os estuques a quente, a
carpintaria, o mobiliário e os tetos conjugam-se num movimento absolutamente
relaxante.[...]”
Nas figuras abaixo, observam-se marcantes características do estilo Art Nouveau, através do
aspecto das janelas (Figura 80), do mobiliário, da carpintaria (Figura 81), dos lustres, das
portas (Figura 82) e do teto ( Figura 83), projetados especialmente para esta casa.
75
Figura 80: Vista da sala do andar principal da Casa Batló. Fonte: Guell, 1994.
Figura 81 : Detalhes da carpintaria do andar principal. Fonte: Guell, 1994.
76
Figura 82: Detalhe da entrada do andar principal. Fonte: Guell, 1994.
Figura 83: Vista do teto do andar principal. Fonte: Guell, 1994.
77
3.11.2. As jóias de Renné Lalique
Segundo Tambini (1999), René Lalique (1860-1945), francês, foi um dos grandes designers
de jóias do Art Nouveau, assim como também criador de belíssimos e originais frascos de
perfume, devido ao seu interesse em vidros e cristais. Produziu peças refinadas, geralmente
baseadas em motivos florais ou de insetos, (Figura 84), na figura da mulher (Figura 85) e nas
formas da natureza. Utilizou-se de diversos materiais na confecção de suas jóias, mas
principalmente do cristal, de pedras semipreciosas, (Figura 86) de pérolas (Figuras 87 a 89) e
de ouro. Lalique também criou uma série de relógios de bolso, com as características do Art
Nouveau, observados nas figuras 90 e 91.
Para a temática da coleção, observa-se a temática das jóias de Lalique (flores, pássaros,
borboletas, entre outros), o material usado nas peças (pérolas e pedras) e os tons suaves,
neutros, empregados nas peças do joalheiro.
Figura 84: Broche Art Nouveau de Lalique Figura 85: Pendente “Narcisse”, de Lalique Fonte: Tambini, 1999 Fonte: Tise, 1998
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Figura 86: Broche “Song Birds” de Lalique Figura 87: Anel “Flowers” de Lalique Fonte: Tise, 1998 Fonte: Tise, 1998
Figura 88: Broche “Carnations” de Lalique Figura 89: Broche “Woman with Dragon” Fonte: Tise, 1998 Fonte: Tise, 1998
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Figura 90: Relógio “Butterflies” de Lalique Figura 91: Relógio “Pine Cones” Lalique Fonte: Fonte: Tise, 1998 Fonte: Tise, 1998
80
4. PESQUISA 4.1. Pesquisa de Campo 4.1.1. Entrevista Com o intuito de avaliar o mercado de vestuário infantil feminino e identificar possíveis
falhas, uma entrevista com lojistas deste segmento foi realizada (Anexo 01). Posteriormente,
outra entrevista foi feita com um pediatra, pretendendo-se obter informações sobre os tecidos
adequados ao vestuário infantil.
4.1.1.1. Loja Cia da Criança No dia 06 de outubro de 2005 foi realizada uma entrevista com Patrícia, proprietária da loja
Cia da Criança, localizada no Shopping Atlântico de Balneário Camboriú.
Através desta entrevista, constatou-se que há uma grande procura por roupas de festa, sendo
que a faixa etária que mais consome este tipo de roupa está situada entre 2 e 4 anos. Neste
sentido, o tipo de roupa de festa mais consumido nesta loja são os vestidos de malha, algodão
e jeans, adquiridos, geralmente, a cada dois meses (clientes fixos). Aliás, Patrícia afirma que
há uma grande quantidade de clientes fixos, que consomem sem restrição ao preço, pois
fazem parte da classe social média e alta.
Conforto e estética são quesitos importantes, mas a qualidade dos tecidos e da modelagem são
fatores imprescindíveis na decisão de compra dos vestidos de festa. Segundo ela, até os três
anos de idade, são as mães que escolhem os vestidos, após esta idade, as meninas optam por
modelos menos elaborados, seguindo tendências de moda adolescente.
As marcas mais vendidas na loja são Green e Yellow Bug, as quais são valorizadas por
tecidos de qualidade, bordados e aplicações, seguindo um estilo mais casual. Outras opções
mais elaboradas (vestidos adornados com franzido tipo casa de abelha) são oferecidas, mas
vendem menos porque apresentam-se ultrapassadas e demasiadamente enfeitadas.
81
4.1.1.2. Loja Georgia Baby No dia 07 de outubro de 2005 foi efetuada uma entrevista com Eliete, proprietária da loja
Geórgia Baby, localizada em Balneário Camboriú.
Através desta, constatou-se que há um significativo consumo de roupas de festa, sendo que,
geralmente, a primeira compra é feita para a festa do 1º aninho da menina. Para estas
ocasiões, vestidos coordenados com casaquinhos tem maior procura. Em relação aos
materiais, vestidos de fustão, algodão e veludo, e casaquinhos de lã ou linha são os mais
vendidos na loja.
Segundo a lojista, há uma grande quantidade de clientes fixos, sendo que estes buscam roupas
de festa regularmente, geralmente a cada dois meses, sem a preocupação com o alto valor das
peças. De acordo com ela, a maioria da clientela pertence a uma classe social privilegiada.
Sobre os modelos oferecidos, Eliete destaca as marcas Beth Bebê, Green e Yellow Bug, pois
seguem tendências de moda adulta (modificadas para o segmento infantil), tem qualidade na
modelagem e nos tecidos e oferecem peças de estilo casual, diferentemente de outras marcas,
que exageram na ornamentação dos vestidos.
A loja oferece casaquinhos de linha e lã como opção para os dias mais frios, mas há poucos
modelos, variando, basicamente nas cores.
4.1.1.3. Loja Criança Bonita No dia 13 de outubro foi realizada a entrevista com Luciana, proprietária da loja Criança
Bonita, localizada na cidade de Balneário Camboriu.
Sendo assim, constatou-se que há maior procura por vestidos de festa no verão, justamente
pela escassez de modelos adequados à temperatura da estação, assim, Luciana destaca a
importância do desenvolvimento de peças com tecidos que proporcionem mais calor e/ou
vestidos de manga longa, opção praticamente inexistente no mercado nacional.
Segundo ela, há clientes fixos que compram com regularidade, sendo o batizado e a festa de
1º aninho da criança as ocasiões que provocam a compra de vestidos de festa. Os vestidos
seguem uma tendência exclusivamente infantil, com bordados e aplicações, na sua maioria, de
82
flores, jardins, borboletas e abelhas. Luciana salienta que os tons pastéis são mais procurados,
sendo que a cor rosa sempre decide uma compra.
Também há procura por modelos com mais armação, de voil, organza ou organdi, mas bem
inferior se comparado aos modelos mais casuais das marcas Beth Bebê, Yellow Bug e Gli
Amici.
Uma questão apontada pela lojista é o fato de não haver, no estado de Santa Catarina, uma
marca que confeccione vestidos de festa com qualidade, uma vez que as melhores marcas de
roupa de festa situam-se no estado de São Paulo, Minas Gerais e Goiânia. Luciana acredita
que é um nicho deficiente e, por isso, uma grande oportunidade de mercado.
4.1.1.4. Pediatra Sandro Silva No dia 19 de outubro foi realizada uma entrevista com o pediatra Sandro Silva, médico
atuante nas cidades de Balneário Camboriu e Itajaí.
Através desta, constata-se que tecidos sintéticos não são aconselháveis para roupas de
crianças alérgicas ou em roupas de verão, uma vez que não permitem a transpiração. No
inverno, segundo o especialista, podem ser usados sem restrição, pois o clima frio não
provoca transpiração excessiva.
4.1.1.5. Analise das Entrevistas Ao fim das entrevistas, percebeu-se que o mercado de roupas infantis é bastante significativo,
principalmente no segmento festa, pois a maioria dos consumidores pertence à classe social
média ou alta e, por isso, compra sem restrição de preço. Entretanto, as roupas de festas
devem ser confortáveis e apresentar alguns elementos da tendência de moda adulta, como
cores, tecidos e aplicações.
Um ponto comum nas entrevistas é de quem compra a roupa é a mãe, e apenas por volta de 4
anos é que a menina opta por um traje ou outro, portanto, o público alvo também é a mãe.
83
Geralmente as roupas são adquiridas a cada dois meses e para festas de aniversário, das
próprias consumidoras ou por convite de outras.
Através das entrevistas percebeu-se que o segmento festa possui poucas marcas significativas,
principalmente no mercado local, sendo elas de outros estados. Portanto, visualiza-se a
oportunidade de introduzir uma nova marca no mercado, uma vez que este é deficiente sob
este ponto de vista.
Sobre os tecidos, conclui-se que os sintéticos podem ser empregados no vestuário infantil,
desde que nas roupas de inverno e com o uso de forro, não permitindo o contato direto do
tecido sintético com a pele.
4.1.2. Questionário Com o intuito de coletar dados referentes ao público alvo, no caso, as mães e as meninas de 1
a 3 anos de idade, efetuou-se um questionário com as mesmas (Anexo 02). Neste sentido, foi
analisado o estilo de vida da mãe, observando seus hábitos, classe social, faixa etária e
preferências por roupas de festa.
1- Qual sua idade?
10%
50%
37%3% 17 à 23 anos
24 à 30 anos
31 à 40 anos
acima de 40 anos
Conforme o gráfico 1, observa-se que a maior porcentagem (50%) das mulheres, tem idade
entre de 24 e 30 anos. E apenas 3% delas tem idade superior a 40 anos.
84
2- No momento, qual sua ocupação?
43%
57%dona de casa
trabalha fora
Conforme o gráfico 2, percebe-se que a maior porcentagem (57%) das mulheres estão
trabalhando fora, e (43%) são donas de casa.
3- Qual a renda mensal de sua família?
7%
27%
39%
27%
300,00 à 600,00 R$
301,00 à 1.200,00R$1.201,00 à 2.000,00R$mais de 2.000,00 R$
Conforme o gráfico 3, constata-se que (39%) tem renda mensal acima de R$ 2.000,00 e a
menor porcentagem do público alvo (7%) recebe de R$ 300,00 à 600,00 por mês.
85
4- Quanto você costuma gastar numa roupa de festa para sua filha?
10%13%
60%
17%50,00 á 100,00 R$
101,00 à 200,00R$201,00 à 300,00R$mais de 300,00 R$
No gráfico 4, observa-se que (60%)do público costuma gastar de R$ 201,00 à 300,00. E
apenas (10%) das consumidoras investem de R$ 50,00 a 100,00.
5- Que tipo de roupa que você prefere que sua filha use, em uma festa?
53%20%
7%
20%vestido com casaquinho
vestido com manga longa
calça e casaquinho
saia e casaquinho
Conforme o gráfico 5, (53%) das mães preferem que suas filhas usem vestido com
casaquinho. E apenas (7%) delas optam pelo duo saia e casaquinho
86
6- Em relação as cores, qual sua preferência, nas roupas de sua filha?
47%
53%
cores vivas
tons pastéis
Segundo o gráfico 6, (53%) do público preferem as roupas de cores vivas. E (47%), com mais
freqüência os tons pastéis.
7- Qual o tecido de sua preferência para as roupas de festa?
3% 16%
17%
14%26%
24% jeansveludoalgodãofustãolã e linhoplush
Conforme o gráfico 7, consta-se que (26%) das mães preferem lã e linha para a confecção
dos casaquinhos . Em menor porcentagem (3%) das roupas são de jeans.
87
8- Sobre a padronagem do tecido para a roupa infantil, qual sua preferência?
38%
22%
31%
9%liso
estampa floral
xadrez
listrado
Conforme o gráfico 8, observa-se que (38%)do público prefere tecidos lisos, por outro lado,
com menor porcentagem, (9%) optam por tecidos listrados.
9- Você gosta de roupas de festa infantil com:
41%
50%
9%
aplicações
bordados
estampas
Conforme o gráfico 9, percebe-se que (50%) das mães tem preferência pos bordados. E (9%)
delas gostam de estampas.
88
10- Quando há ornamentos nas roupas de festa, quais são os desenhos da sua preferência:
14%
17%
12%34%
23%
laços
borboletas
jardins
flores
bonecas
Conforme o gráfico 10, (34%) do público prefere desenhos de flores. Já (12%), a menor
porcentagem, prefere desenho de jardim.
4.1.2.1. Analise do Questionário
Através das entrevistas, percebeu-se que o público alvo do projeto em questão são as mães e
as meninas de 1 a 3 anos, por isso, este questionário foi aplicado à mães, com o intuito de
traçar seu perfil, assim como de identificar suas preferências por determinadas elementos das
roupas de festa infantis.
Por isso, com a aplicação do questionário, constatou-se que o público alvo, que tem filhas na
faixa etária de 1 a 3 anos, tem idade entre 24 e 30 anos (50%), e são profissionalmente ativas
(57%), trabalhando, na sua maioria, fora de casa. Constata-se também, que a renda mensal da
família é superior a R$ 2.000,00 (37%). Portanto, este público faz parte da classe social média
e alta.
Em relação às roupas de festa, consta-se que 60% do público investem R$ 201,00 a 300,00 na
compra das mesmas, preferindo que suas filhas usem, nestas ocasiões, vestido com
casaquinho (53%). Em relação às cores, 53% das consumidoras optam por cores vivas,
enquanto 47% preferem tons pastéis. Nos tecidos, 26% do público optam por lã e linha na
confecção dos casaquinhos, enquanto 24% usam plush, seguidos por algodão (17%) e veludo
89
(16%). Sobre a padronagem dos tecidos, 38% delas escolhem os lisos e 31% preferem o
tecido com padronagem xadrez.
Quando questionadas sobre os adornos de uma roupa infantil, 50% das mães preferem
bordados, e 41% delas optam por aplicações. Nas formas dos bordados e aplicações, 34% das
consumidoras gostam de flores e 23% de bonecas.
Portanto, após estas observações, pode-se perceber a preferência e o perfil das mães. Com
isso, seão utilizados os dados descritos acima, aliando às tendências de moda e à temática, a
fim de desenvolver a coleção de roupas de festa que atenda aos desejos das mesmas.
4.1.3. Estado do design O estado do design é apresentado, com o intuito de analisar os produtos existentes no
mercado, identificando, portanto, novas oportunidades.
Durante a pesquisa de campo, observou-se a atuação de algumas marcas expressivas no
mercado de roupas infantis femininas: a Yellow Bug, a Green, a 1+1, a Beth Bebê e a Gli
Amici. Estas marcas prezam a qualidade dos tecidos, da modelagem e, na sua maioria,
seguem tendências de moda adulta, traduzidas para a moda infantil.
Observa-se que a grande maioria das roupas de festa são vestidos. Estes vestidos são sem
manga e, no inverno, são acompanhados de casaquinhos. Aliás, poucas opções de casacos são
oferecidas, sendo estes de lã, linha ou plush, confeccionados pelas marcas 1+1 (Figura 92),
Green (Figura 94 e 95), Gli Amici (Figura 96) e Yellow Bug (Figura 97).
90
Figura 92 e 93: Casacos de linha da marca 1+ 1 Fonte: Taffe, 2005
Figura 94 e 95: Casacos de linha da marca Green. Fonte: Taffe, 2005
91
92
Figura 96: Casaco de plush Gli Amici Figura 97: Casaco de plush Yellow Bug Fonte: Taffe, 2005 Fonte: Taffe, 2005
Figura 98: Casaco de veludo cotelê com gola de pêlo e bordados nos bolsos Fonte: Revista Manequim, junho de 2004
Nos vestidos, observa-se que poucas são as marcas que oferecem modelos de manga longa.
No mercado local, somente a marca Chic Baby apresenta estes modelos, mas deficientes sob o
ponto de vista do acabamento e de tecidos de qualidade.
A maioria dos modelos de vestido são do tipo jardineira, acompanhados por uma blusa de
malha ou camisa de fustão, uma vez que são usados no inverno (Figura 99 e 100).
Figura 99: Vestido com camisa da Beth Bebê Figura 100: Jardineira da Yellow Bug Fonte: Taffe, 2005 Fonte: Taffe, 2005 Em relação às formas dos vestidos, percebe-se que a maioria deles são franzidos logo abaixo
do busto (Figura 101); modelos semelhantes ao visto na figura 102, são encontrados com
menos freqüência no mercado.
Figura 101: Vestido tipo império da Green. Figura102: Jumper em lã xadrez. Fonte: Taffe, 2005 Revista Manequim, junho 2004 Sobre os tecidos, observa-se que os empregados com mais freqüência é o fustão e o tricoline
(Figuras 103 e 104) , tanto nos vestidos de inverno como nos de verão. Também encontram-se
vestidos de plush (Figura 105) e jeans (Figura 106), consumidos em menor número pelo
público alvo.
93
Figura 103: Vestido de fustão Yellow Bug Figura 104: Vestido de tricoline Beth Bebê Fonte: Taffe, 2005 Fonte: Taffe, 2005
Figura 105: vestido de plush Chic Baby Figura 106: Vestido jeans Fonte: Taffe, 2005 Fonte: Taffe, 2005
Uma característica comum nas roupas infantis é o uso de aplicações e bordados, tanto com
temática de flores (Figuras 107 e 109) ou animais (Figura 108).
94
Figura107: Vestido com bordados Figura 108: Vestido com bordados e aplicações Fonte: Taffe, 2005 Fonte: Taffe, 2005
Figura 109: Vestido com bordados Fonte: Taffe, 2005 Um ponto importante nos vestidos de festa é a concordância com as tendências de moda
adulta. Percebe-se que estas são sutis, apenas alguns elementos são empregados no vestuário
infantil, como o uso de tecido de estampa Poá (Figura 110 e 111), o xadrez e os babados
(Figura 112).
95
Figura 110 e 111: Vestidos com estampa Poá. Fonte: Taffe, 2005
Figura 112: Vestido xadrez com babados.
Fonte: Taffe, 2005
Um modelo tradicional de vestido de festa é o vestido com manga bufante (Figura 113),
apresentado geralmente no verão, uma vez que no inverno, é necessário usar um casaquinho.
Também observa-se a gola redonda e o franzido estilo casa de abelha como características
marcantes dos vestidos femininos infantis (Figura 114).
96
Figura 113: Vestido com manga bufante. Figura 114: Franzido tipo “casa de abelha”. Fonte: Taffe, 2005 Fonte: Taffe, 2005 Entretanto, ainda são oferecidos vestidos armados e de tecidos finos. Estes modelos
geralmente são de organdi (Figura 115) ou voil (Figura 116), armados por diversas saias de
tule. Segundo entrevistas realizadas no mercado local, vendem principalmente ao público
evangélico, pois este busca tradição e não observa tendências de moda.
Figura 115: Vestido de organdi. Figura 116: Vestido de voil Fonte: Taffe, 2005 Fonte: Taffe, 2005 Portanto, percebe-se a importância desenvolver casaquinhos, pois o mercado infantil
apresenta-se deficiente neste ponto. Nos vestidos, podem-se oferecer modelos de manga
longa, pois são quase que inexistentes neste segmento.Assim, casacos de modelos e tecidos
diferenciados, são identificados como oportunidades de mercado.
97
5. PORTFOLIO DA COLEÇÃO O portfólio da coleção compreende a apresentação do público alvo, da imagem tema da
coleção, do release, assim como também das cartelas de cores, de tecidos, de estampas e
texturas, de aviamentos e de formas. Por fim, a geração de alternativas, apresentação da
coleção e os looks escolhidos para a produção.
5.1. Público Para apresentar o público a que se destina a coleção, desenvolveu-se uma técnica de
criatividade para melhor exemplificá-lo, a técnica denominada Painel Semântico de Baxter
(2000). Esta é desenvolvida através da montagem de painéis, sendo o primeiro referente ao
público, demonstrando seu estilo de vida, ocupação, classe social, faixa etária e principais
conceitos sobre o perfil do consumidor; o segundo apresenta o conceito do produto, ou seja, o
que se deseja que o público alvo sinta e perceba em relação ao mesmo; e por fim, um painel
com imagens que retratem a temática da coleção.
5.1.1.Técnica de Criatividade Painel Semântico 5.1.1.1Público
Figura 117: Painel semântico do público alvo. Fonte: Taffe, 2006
98
Sendo assim, no primeiro painel, o de público alvo (Figura 117), buscou-se apresentar o perfil
dos consumidores alvo, que é formado por famílias de classe média e alta, na sua maioria,
somente com um ou dois filhos. O público alvo, no caso, é considerada a mãe e a filha, uma
vez que quem efetua e decide a compra, nesta faixa etária, é ela. Por isso, através de pesquisa
de campo, constatou-se que esta mãe tem entre 25 e 40 anos, é um profissional bem
informada, e por isso exigente em relação à qualidade e contemporaneidade dos produtos.
Em relação às meninas, delimitou-se que possuem de 1 a 3 anos, participam de eventos
sociais desde muito jovens, seja em festa de aniversário ou em compromissos sociais dos pais,
como casamentos, formaturas ou um jantar de confraternização profissional.
5.1.1.2.Conceito
Figura 118: Painel semântico do conceito do produto. Fonte: Taffe,2006. Através deste painel (Figura 118), foram associadas imagens aos conceitos do produto, ou
seja, o que ele significa, que imagem deve transmitir, sensações, emoções, etc. No caso,
buscou-se exemplificar o estilo próprio através da imagem de Coco Chanel, modista que se
destacou por criar um estilo singular, atemporal e muito particular. Também pretendia-se que
99
o produto fosse desejável tanto para a mãe quanto para a filha, retratado no painel através da
imagem de um lanche, alimento normalmente atraente a todos. Buscou-se também expressar
ao consumidor a imagem de um produto contemporâneo, uma vez que este segue tendências
de moda, e ainda, que fosse um produto exclusivo, personalizado, com valor agregado,
através da figura da marca Louis Vitton.
5.1.1.3. Temática
Figura 119: Painel semântico da temática do produto. Fonte: Taffe, 2006. Como pode ser visto na Figura 119, a temática é o estilo Art Nouveau, especificamente a
arquitetura de interiores e exteriores desenvolvida pelo arquiteto Antoni Gaudi na Casa Batló
– um edifício residencial localizado em na cidade de Barcelona. Neste sentido, observam-se
as linhas curvas do mobiliário, da marcenaria ou do ferro forjado ou fundido, mas sobretudo,
o clima que está implícito nestes ambiente: romantismo, leveza, graciosidade e estilo.
Também toma-se como referência as jóias de Renné Lalique. Em relação a elas, observa-se o
material utilizado (pérolas, cristais, e outros) e os tons das jóias, (azuis, rosas, verdes, beges,
100
etc) além da temática das mesmas, bem características do estilo Art Nouveau ( animais, flores
e a figura de belas mulheres).
101
5.2. Imagem tema da coleção
Figura 120: Imagem tema da coleção Fonte: Taffe, 2006
102
5.3. Release da coleção
Figura 121: Release da coleção Fonte: Taffe, 2006
103
5.4. Cartela de cores
Figura 122: Cartela de cores da coleção Fonte: Taffe, 2006
104
5.5. Cartela de materiais - estampas e texturas
Figura 123: Cartela de estampas e texturas da coleção. Fonte: Taffe, 2006.
105
5.6. Cartela de materiais – tecidos
Figura 124: Cartela de tecidos da coleção. Fonte: Taffe, 2006.
106
Figura 125: Cartela de tecidos da coleção. Fonte: Taffe, 2006.
107
5.7. Cartela de materiais - aviamentos
Figura 126: Cartela de taviamentos da coleção. Fonte: Taffe, 2006.
108
5.8. Cartela de pontos fortes (formas)
Figura 127: Cartela de formas da coleção. Fonte: Taffe, 2006.
109
Figura 128: Cartela de formas da coleção. Fonte: Taffe, 2006.
110
5.9. Geração de Alternativas
Figura 129: Alternativa 1 Fonte: Taffe, 2006.
111
Figura 130: Alternativa 2. Fonte: Taffe, 2006.
112
Figura 131: Alternativa 3. Fonte: Taffe, 2006.
113
Figura 132: Alternativa 4. Fonte: Taffe, 2006.
114
Figura 133: Alternativa 5 Fonte: Taffe, 2006.
115
Figura 134: Alternativa 6. Fonte: Taffe, 2006.
116
Figura 135: Alternativa 7 Fonte: Taffe, 2006.
117
Figura 136: Alternativa 8. Fonte: Taffe, 2006.
118
Figura 137: Alternativa 9.. Fonte: Taffe, 2006.
119
Figura 138: Alternativa 10 Fonte: Taffe, 2006.
120
121
Figura 139: Alternativa 11. Fonte: Taffe, 2006.
Figura 140: Alternativa 12. Fonte: Taffe, 2006.
122
Figura 141: Alternativa 13. Fonte: Taffe, 2006.
123
Figura 142: Alternativa 14. Fonte: Taffe, 2006.
124
Figura 143: Alternativa 15. Fonte: Taffe, 2006.
125
Figura 144: Alternativa 16. Fonte: Taffe, 2006.
126
Figura 145: Alternativa 17. Fonte: Taffe, 2006.
127
Figura 146: Alternativa 18. Fonte: Taffe, 2006.
128
Figura 147: Alternativa 19. Fonte: Taffe, 2006.
129
Figura 148: Alternativa 20. Fonte: Taffe, 2006.
130
Figura 149: Alternativa 21. Fonte: Taffe, 2006.
131
Figura 150: Alternativa 22. Fonte: Taffe, 2006.
132
Figura 151: Alternativa 23. Fonte: Taffe, 2006.
133
Figura 152: Alternativa 24. Fonte: Taffe, 2006.
134
5.9.1. Técnica de Criatividade MESCRAI
A técnica de criatividade foi utilizada durante o processo de criação, entretanto, após a
geração de algumas alternativas, foram escolhidas as que mais retratavam a coleção e
realizada, novamente, a técnica de criatividade MESCRAI. Segundo Baxter (2000) a técnica é
uma sigla de modifique (aumente, diminua), elimine, substitua, combine, rearranje, adapte,
inverta. “[...] Esses termos funcionam como uma lista de verificação para estimular possíveis
modificações no produto. Quando se pensa em modificar um produto, é possível que ocorram
apenas as idéias mais óbvias, esquecendo-se das outras[...]”.
5.10. Peças produzidas
135
Figura 153: Peças produzidas. Fonte: Taffe,2006.
136
6. DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO
Neste capítulo foi desenvolvida a modelagem dos looks escolhidos, assim como também a
confecção do modelo volumétrico, com suas adequações. Por fim, as fichas técnicas dos
modelos produzidos.
6.1. Modelagem
Segundo Silveira (2005), “[...] a modelagem das peças do vestuário deve proporcionar que a
roupa “vista bem”, adequando-se confortavelmente, respeitando os limites e a individualidade
do corpo[...]”. Pensando nisto e levando em consideração o público a que se destina a coleção,
conclui-se que o conforto da roupa é primordial. Por isso, foi desenvolvida uma modelagem
adequada ao público.
Para o desenvolvimento desta modelagem, foi feita uma modelagem base, e, com variação
dos modelos, esta foi sendo modificada conforme necessidade. ( a modelagem é apresentada
na ficha técnica). Como medidas base, usou-se as de Maria Eduarda T. Santiago, com idade
de 1 ano e 2 meses.
137
Figura 154: Modelagem base do casaco e do vestido. Fonte: Taffe, 2006
138
6.2. Modelo volumétrico Após confecção dos moldes, foi iniciada construção do modelo volumétrico, a fim de
constatar possíveis falhas na modelagem ou no próprio modelo da roupa.
Como pode ser visto na Figura 162, primeiramente o molde é posicionado sobre o tecido,
riscado e cortado.
Figura 155: Molde sendo riscado no tecido. Fonte: Taffe, 2006. Com isso, as partes do molde podem ser costuradas, visualizada na figura 163.
Figura 156: Modelo volumétrico sendo costurado. Fonte: Taffe, 2006.
139
Com a peça costurada, é necessário provar em um modelo a fim de identificar a viabilidade da
mesma. (Figura 164). Como pode ser visto na Figura 165, o modelo precisou ser modificado,
no sentido de diminuir medidas, para que houvesse um perfeito fechamento frontal do
casaquinho.
Figura 157: modelo volumétrico provado em modelo. Fonte: Taffe, 2006.
Figura 158: Ajustes no modelo volumétrico.
Fonte: Taffe, 2006.
140
Para que o babado do casaquinho ficasse adequadamente posicionado, este foi preso ao
casaco com alfinetes, e posteriormente costurado. (Figura 166)
Figura 159: Babado do casaco sendo alinhavado. Fonte: Taffe, 2006.
Em relação aos casacos, foram ajustados os moldes para que fechamento frontal ficasse
adequado. Nos vestidos, não houve nenhuma modificação, pois o modelo volumétrico foi
aprovado.
141
142
6.3. Ficha técnica
Figura 160: Modelo produzido 1 – Vestido de veludo verde com casaco xadrez Fonte: Taffe, 2006
143
Figura 161: Ficha técnica (a) do modelo produzido 1 – Vestido Fonte: Taffe, 2006
Figura 162: Ficha técnica (b) do modelo produzido 1 – Vestido Fonte: Taffe, 2006.
144
Figura 163: Ficha técnica (a) do modelo produzido 1 – Casaco. Fonte: Taffe, 2006.
145
Figura 164: Ficha técnica (b) do modelo produzido 1 – Casaco. Fonte: Taffe, 2006.
146
Figura 165: Modelo produzido 2 – Vestido e casaco de veludo verde Fonte: Taffe,2006.
147
148
Figura 166: Ficha técnica (a) do modelo produzido 2 – Vestido . Fonte: Taffe,2006.
Figura 167: Ficha técnica (b) do modelo produzido 2 – Vestido . Fonte: Taffe,2006.
149
Figura 168: Ficha técnica (a) do modelo produzido 2 – Casaco. Fonte: Taffe,2006.
150
Figura 169: Ficha técnica (b) do modelo produzido 2 – Casaco. Fonte: Taffe,2006.
151
Figura 170: Modelo produzido 3 – Vestido e casaco de veludo lilás. Fonte: Taffe,2006.
152
Figura 171: Ficha técnica (a) do modelo produzido 3 – Vestido. Fonte: Taffe,2006.
153
Figura 172: Ficha técnica (b) do modelo produzido 3 – Vestido. Fonte: Taffe,2006.
154
Figura 173: Ficha técnica (a) do modelo produzido 3 – Casaco. Fonte: Taffe,2006
155
Figura 174: Ficha técnica (b) do modelo produzido 3 – Casaco. Fonte: Taffe,2006
156
Figura 175: Modelo produzido 4– Vestido estampado e casaco de crepe lilás. Fonte: Taffe,2006
157
158
Figura 176: Ficha técnica (a) do modelo produzido 4 – Vestido. Fonte: Taffe,2006
Figura 177: Ficha técnica (b) do modelo produzido 4 – Vestido. Fonte: Taffe,2006
159
Figura 178: Ficha técnica (a) do modelo produzido 4 – casaco. Fonte: Taffe,2006
160
161
Figura 179: Ficha técnica (b) do modelo produzido 4 – casaco. Fonte: Taffe,2006
Figura 180: Modelo produzido 5– Vestido de veludo lilás com casaquinho de oncinha. Fonte: Taffe,2006
162
Figura 181: Ficha técnica (a) do modelo produzido 5 – Vestido Fonte: Taffe,2006
163
Figura 182: Ficha técnica (b) do modelo produzido 5 – Vestido Fonte: Taffe,2006
164
Figura 183: Ficha técnica (a) do modelo produzido 5 – Casaco Fonte: Taffe,2006
165
Figura 184: Ficha técnica (b) do modelo produzido 5 –Casaco Fonte: Taffe,2006
166
Figura 185: Modelo produzido 6– Vestido de veludo rosa com casaquinho xadrez. Fonte: Taffe,2006
167
Figura 186: Ficha técnica (a) do modelo produzido 6 – Vestido Fonte: Taffe,2006
168
Figura 187: Ficha técnica (b) do modelo produzido 5 –Vestido. Fonte: Taffe,2006
169
170
Figura 188: Ficha técnica (a) do modelo produzido 5 –Casaco. Fonte: Taffe,2006
171
Figura 189: Ficha técnica (b) do modelo produzido 5 –Casaco. Fonte: Taffe,2006
Figura 190: Modelo produzido 7– Vestido de tricoline com casaco 7/8 xadrez. Fonte: Taffe,2006
172
Figura 191: Ficha técnica (a) do modelo produzido 6 – Vestido. Fonte: Taffe,2006
173
174
Figura 192: Ficha técnica (b) do modelo produzido 6 – Vestido. Fonte: Taffe,2006
175
Figura 193: Ficha técnica (a) do modelo produzido 6 – Casaco. Fonte: Taffe,2006
Figura 194: Ficha técnica (b) do modelo produzido 6 – Casaco Fonte: Taffe,2006
176
Figura 195: Modelo produzido 8– Vestido e casaco de lã xadrez. Fonte: Taffe,2006
177
Figura 196: Ficha técnica (a) do modelo produzido 8– Vestido Fonte: Taffe,2006
178
Figura 197: Ficha técnica (b) do modelo produzido 8 – Vestido Fonte: Taffe,2006
179
180
Figura 198: Ficha técnica (a) do modelo produzido 8– Casaco Fonte: Taffe,2006
Figura 199: Ficha técnica (b) do modelo produzido 8– Casaco Fonte: Taffe,2006
181
7. COMPOSTO MERCADOLÓGICO Neste item foi desenvolvido o mix de marketing, denominado 4 P’s. Este trata dos atributos
do produto, ou seja, da apresentação da marca, utilizando uma ferramenta que determina o
posicionamento da marca, o aspecto da embalagem, da papelaria e da etiqueta, além da
definição do tipo de produto e o desenvolvimento de uma ferramenta de marketing que
analisa o mix de produtos da concorrência; do preço, que determina o processo de atribuição
de valores; da promoção, que consiste na estratégia de vendas, através de brindes e
campanhas de marketing; e por fim, foi definido o ponto de venda, como será a distribuição
do produto no mercado.
7.1. Atributos do produto 7.1.1. Marca De acordo com Kotler (2000), uma marca é um nome, termo, símbolo, desenho, ou uma
combinação desses elementos, que identifica bens ou serviços de uma empresa ou grupo de
empresas e os diferencia dos da concorrência. Essencialmente, uma marca deve prezar por
seus valores, cultura e personalidade, pois definem o comprometimento e o valor da mesma.
Marcas bem estruturadas proporcionam algumas vantagens competitivas:
- A empresa tem os custos de marketing reduzidos devido à conscientização e á fidelidade do
consumidor.
- A empresa tem mais poder de negociação com distribuidores e varejistas porque o
consumidor espera que estes disponibilizem a marca.
- A empresa pode cobrar um preço maior do que o dos seus concorrentes porque a marca tem
maior qualidade percebida.
- A empresa pode lanças extensões de linha mais facilmente, porque o nome da marca possui
alta credibilidade.
- A marca oferece à empresa certa vantagem contra a concorrência por preço.
Por isso, uma marca foi construída. Optou-se pelo o nome de origem francesa, Petit Bebe ,
traduzido para o português como “pequeno bebê”. Observando a temática deste projeto, o Art
182
Nouveau, (que teve seu auge na França), a segmentação de mercado (infantil) e tendências de
moda (cores, formas e estampas), estabeleceu-se um nome e um estilo para o layout da marca,
contendo estas características.
De acordo com Tavares (1998), a mesma é classificada por marca nominal, que é a parte da
marca que pode ser verbalizada, e possui um logotipo, composto de um símbolo que
representa a sua identidade visual, no caso um flor.
Figura 200: Logotipo da marca.
Fonte: Taffe, 2006.
Para definir o posicionamento da marca, foi utilizada uma ferramenta desenvolvida por Kotler
(2000), que define quais os clientes alvo, o benefício da aquisição do produto e da marca, o
preço e a proposta de valor, observados na figura 201.
183
7.1.1.1. Ferramenta Posicionamento da Marca
Empresa e
produto
Clientes- alvo Benefício Preço Proposta de valor
Petit bebe
(Vestuário
infantil
feminino)
Famílias de
maior poder
aquisitivo que
buscam
qualidade e
design
diferenciado no
vestuário de
seus filhos.
Design
diferenciado
(forma e
função)
10 % mais caro
que o da
concorrência.
Roupas confortáveis,
esteticamente
valorizadas, com
acabamento
impecável e
atendimento
personalizado(CRM)
por um preço um
pouco mais alto.
Figura 201: Ferramenta Posicionamento da Marca. Fonte: Kotler, 2000.
Posteriormente, desenvolveram-se os elementos necessários para compor a identidade visual
da marca, no caso o papel de carta, o envelope e o cartão de visita da mesma.
Figura 202: Papel de carta da marca. Fonte: Taffe, 2006.
184
Figura 203: Frente e verso do envelope. Fonte: Taffe, 2006.
Figura 204: Cartão de visita. Fonte: Taffe,2006
185
7.1.2. Embalagem
De acordo com Kotler (2000), a embalagem é um conjunto de atividades de projeto e
produção do recipiente de um produto. Segundo ele, é uma importante ferramenta de
marketing, pois, se bem planejada, traz valor agregado ao produto.
Pensando nisso, buscou-se criar uma embalagem diferenciada das apresentadas no mercado.
A marca possui duas embalagens: uma sacola e uma caixa para bem acondicionar o produto.
A sacola tem a forma de uma flor, com o logotipo da marca localizado no centro da mesma. È
formada por duas flores em ambas a faces e uma caixa central, como pode ser visto na figura
abaixo:
Figura 205: Vista das partes da sacola. Fonte: Taffe, 2006
Em relação a estética, para a coleção de inverno 2006, optou-se por uma estampa Poá, na cor
lilás (C007-M009-Y005-K000) com fundo na cor branca (C000-M000-Y000-K000).
Posteriormente, ao lançamento de outras coleções, a cor/estampa da sacola será mudada
conforme a temática e tendência da coleção.
186
Figura 206: Sacola Fonte: Taffe, 2006.
Uma embalagem interna – uma caixa - também acompanha o produto, pois se trata de um
produto diferenciado, sendo necessário valorizá-lo já que se destina a um público exigente.
Possui a mesma linguagem visual da sacola, a fim de criar uma unidade entre as mesmas.
Figura 207: Caixa Fonte: Taffe, 2006
187
Na compra do produto, este é envolto em papel de seda, sendo fixado com um adesivo com o
logotipo da marca, seguindo o mesmo propósito de valorização do produto.
Figura 208: Vista do produto envolto em papel de seda. Fonte: Taffe, 2006
7.1.3.Etiqueta
Segundo Kotler (2000), a etiqueta pode ser simples, mas deve conter algumas informações
imprescindíveis. De forma geral, primeiramente deve identificar a marca, depois descrever o
produto, quem o fez e como usá-lo adequadamente. Seguindo a Abravest, em se tratando de
etiquetas específicas para o vestuário, é necessário seguir normas conforme NBR 8719,
referentes aos métodos adequados para a lavagem,secagem e passadoria.
Assim, a etiqueta da marca Petit Bebe é composta pelo logotipo da mesma e a numeração da
roupa (figura ...), em jacquard, possuindo medidas de 5 X 3 cm. Esta etiqueta está localizada
no lado interno das costas das peças, sendo costuradas as laterais para não irritar a pele do
consumidor.
188
Figura 209: Etiqueta com logotipo e numeração. Fonte: Taffe, 2006
Há também outra etiqueta na lateral interna das peças, a qual contém informações sobre a
conservação da roupa. Na figura 210 pode-se ver frente e verso da etiqueta .
Figura 210: Etiqueta com informações de conservação das peças. Fonte: Taffe, 2006.
7.1.4. Produto
Segundo Kotler (2000), [...] “o produto é algo que pode ser oferecido a um mercado para
satisfazer uma necessidade ou desejo”. Neste sentido, um produto comercializado inclui
outros fatores, como serviços oferecidos, experiências, eventos, pessoas ( contatos
interpessoais), informações e idéias.
Segundo o autor, ao oferecer um produto ao mercado, é necessário classificá-lo segundo cinco
níveis, onde cada nível agrega mais valor para o cliente e os cinco níveis constituem uma [...]
“hierarquia de valor para o cliente”. Estes níveis são o benefício central, o produto básico, o
189
produto esperado, o produto ampliado e o produto potencial, podendo ser visualizado através
do gráfico abaixo.
Figura 211: Os cinco níveis do produto. Fonte: Kotler, 2000.
Para potencializar e valorizar o produto, (no caso a coleção de roupas infantis femininas)
apresenta-se o conceito destes níveis, classificando-os e exemplificando-os.
O nível mais fundamental é o benefício central; o conceito fundamental do produto. Neste
caso, o benefício central da coleção é vestir. No segundo nível, o benefício central (vestir)
deve ser transformado em um produto básico, como calças, blusas, vestidos, acessórios, etc.
No terceiro nível, o produto esperado significa uma série de atribuições que o cliente espera
do produto oferecido; como roupas confortáveis, com tecidos de qualidade, atualizado às
tendências de moda. Entretanto, como a maioria dos produtos de moda infantil atendem a
estas expectativas mínimas, o consumidor tende a preferir a marca ou produto com menor
valor. Neste nível é que se inicia a concorrência entre marcas, sendo necessário agregar valor
ao produto a fim de se destacar.
No quarto nível está o produto ampliado, quando o mesmo excede a expectativa do cliente.
Por exemplo, a marca Petit Bebe oferece tratamento individualizado ao cliente, promoções
especiais, brindes, embalagem diferenciada, entre outros, além do produto esperado.
190
De acordo com Kotler (2000), a concorrência se intensifica neste nível, sendo necessário
examinar o sistema de consumo, que e como o usuário desempenha as tarefas de comprar,
usar, adaptar e descartar o produto. Entretanto, algumas considerações devem ser feitas acerca
da implantação destes benefícios: avaliar se o consumidor pode ou está disposto a pagar mais
por este atributo; buscar inovação constante, pois o produto ampliado logo se torna esperado,
e precisa se tornar vantajoso para o cliente novamente; e por fim, a diferenciação da marca em
relação ao mercado pois a concorrência pode oferecer o mesmo produto por um preço mais
baixo.
No último nível está o produto potencial, que se caracteriza por todas as melhorias e
transformações a que o produto seve ser submetido no futuro, acontecendo quando a marca
procura novas maneiras de satisfazer os clientes e diferenciar seu produto. Por isso, a marca
Petit Bebe busca agregar valor a seus produtos e serviços, não somente satisfazendo os
clientes com roupas de qualidade, conceito e estilo, mas também surpreendendo-os e
encantando-os com serviços individualizados. Segundo Kotler (2000) [...] “encantar é um
modo de exceder as expectativas.”[...].
7.1.4.1. Classificação do produto
Kotler (2000) distingue os produtos em relação a suas características de durabilidade,
tangibilidade e uso, pois cada tipo de produto tem uma estratégia de marketing apropriada.
Segundo a durabilidade e a tangibilidade, os produtos Petit Bebe são classificados como
“Bens Duráveis”, pois são tangíveis e normalmente usados durante um período de tempo. Este
tipo de produto durável, segundo o autor, exige venda pessoal e serviços especializados e
personalizados.
Em relação aos hábitos de compra do consumidor, os produtos da marca em questão pode ser
classificada como “Bens de Especialidade”. De acordo com o autor, estes bens tem
características singulares e uma marca consolidada no mercado, fazendo o cliente se esforçar
para adquiri-los.
7.1.4.2. Mix de produtos
191
Segundo Kotler (2000), um mix de produtos é o conjunto de todos os produtos e itens que
uma marca põe a venda. Este mix consiste em várias linhas de produtos, que podem ser
somados para atender a diferentes exigências dos consumidores, ou a outros tipos de
consumidores. Entretanto, o autor ressalta que os objetivos da empresa ou marca é que
determinam a extensão da linha de produtos. As marcas que buscam grande participação de
mercado e rápido crescimento devem oferecer linhas maiores; já as que enfatizam a alta
lucratividade devem adotar linhas mais reduzidas, com itens cuidadosamente escolhidos. A
marca Petit Bebe oferece, atualmente, vestuário infantil feminino, compreendendo a faixa
etária de 1 a 3 anos; pretendendo, posteriormente, diversificar seu mix de produtos.
Para isso, tem-se a necessidade de observar sua posição em relação à concorrência, traçando
uma estratégia de marketing na linha de produtos. Assim, um mapa de produtos foi traçado,
analisando quais produtos do concorrente estão competindo com a marca em questão. Por
exemplo, como fortes concorrentes da Petit Bebe tem-se a Green, a Yellow Bug e a Um+Um.
Marcas expoentes no setor de vestuário, algumas delas também oferecem bolsas, tiaras,
cachecóis, polainas, bonés e outros itens, tanto femininos quanto masculinos.
7.1.4.2.1. Ferramenta Mapa de Produtos
Bolsa Cachecol Boné/chapéu Vestuário Acessórios para
cabelo
Petit Bebe X
Yellow Bug X X X
Um+Um X X X X X
Green X X X X X
Figura 212 : Ferramenta Mapa de produtos Fonte: Kotler, 2000.
Através da análise da ferramenta desenvolvida acima, percebeu-se a necessidade de ampliar o
mix de produtos com peças complementares ao vestuário, principalmente na linha de
acessórios femininos, oferecendo broches, tiaras, chapéus, mantas, bolsas e outros, a fim de e
aumentar a lucratividade e a participação no segmento.
192
7.2. Preço Segundo Kotler (2000), de forma geral, existe uma relação direta entre preço e demanda. Na
maioria dos casos, eles são inversamente proporcionais, ou seja, quanto mais elevado for o
preço, menores serão as vendas. Entretanto, alguns consumidores consideram o preço mais
alto com indicador de qualidade, e neste caso, a demanda se eleva com o aumento de preços.
Portanto, Nagle (1995 apud KOTLER, 2000) salienta que o consumidor é pouco sensível ao
preço, se este, supostamente, possui mais qualidade, prestígio e exclusividade que os da
concorrência.
Assim, a marca Petit Bebe estabeleceu o preço de seus produtos seguindo os conceitos de
preço de mercado e preço psicológico. Na determinação do preço de mercado, a marca
estabelece seus preços tendo como base o preço dos produtos concorrentes, podendo aumentá-
lo ou diminuí-lo sensivelmente, dependendo do objetivo da empresa (aumento do lucro ou
maior participação no mercado). Assim a marca em questão identificou seus principais
concorrentes e, avaliando seus preços, estabeleceu-se uma média, como pode ser visto na
figura 213.
No preço psicológico, a determinação do mesmo é feita com base na imagem, sendo
especialmente eficaz quando lida com a vaidade do consumidor. A percepção de preço e de
qualidade interagem entre si, por exemplo, roupas mais caras são consideradas como de maior
qualidade, mas se as informações sobre a real qualidade do produto (tecido adequado,
modelagem diferenciada, etc) são apresentadas, o preço se torna um indicador menos
importante. Entretanto, quando estas informações não são repassadas, o preço passa a ser o
principal indicador de qualidade.
Kotler (2000) salienta que a maioria dos consumidores tem em mente um preço de referência,
formado a partir da observação do preço da concorrência, por isso é necessário haver
coerência. Assim, a Petit bebe determinou seus preços com base nestes dois conceitos,
analisando o preço da concorrência e acrescentado um aumento de 10% , seguindo o conceito
do preço psicológico, como pode ser visto na figura 213. Por isso, os conjuntos (vestido e
casaco) da Petit Bebe variam entre R$ 160,00 e 170,00, dependendo do processo de
fabricação e valor agregado do produto.
193
MARCA PREÇO* MÉDIA PREÇO
YELLOW BUG R$ 145,00 R$ 150,00
GREEN R$ 155,00 + 10%
UM+UM R$ 150,00 = R$ 165,00
PETIT BEBE R$ 165,00 * Valores referentes a conjunto de roupas ( casaco e vestido), do inverno 2006.
Figura 213: Comparação de preços da concorrência. Fonte: Taffe,2006
7.3.Promoção Kotler (2000) ressalta que é necessário diferenciar-se, em todos os sentidos, da concorrência,
mas principalmente, no que diz respeito a programas de promoções e serviços. Quando uma
marca obtém sucesso com determinada promoção, logo é copiada e deixa de ser exclusiva,
portanto, devem-se buscar constantemente novos benefícios que adicionem valor a fim de
atrair o interesse dos consumidores.
A marca Petit bebe se diferencia da concorrência sob diversos aspectos. Em relação ao
produto, apresenta qualidade, design diferenciado e estilo, entre outros aspectos; em relação
aos serviços oferecidos, busca valorizar o cliente através de atendimento personalizado,
oferecendo treinamento aos distribuidores, assim como também oferece serviços de pós-
compra, que compreendem uma embalagem especial, serviço de ajuste de peças (costureira), e
serviço de atendimento ao cliente (SAC), através do site da marca. Também sugere ao
varejista que organize o layout da loja de forma a torná-la a agradável ao cliente, com um
ambiente limpo, perfumado e organizado, com fraldário, área de recreação para as crianças e
vendedoras especialmente contratadas para o cuidado delas, enquanto os pais efetuam as
compras com tranqüilidade. È importante oferecer ao cliente estes serviços a fim de que ele se
sinta especial, sinta-se realizado com a compra, e ainda se torne um cliente fiel à marca.
As colocações acima evidenciam o foco no consumidor, o objetivo principal do Marketing de
Relacionamento com o Cliente (CRM), sendo este um dos objetivos da marca Petit bebe,
sempre utilizado tanto com os distribuidores quanto os seus fornecedores.
194
De acordo com o autor, o Marketing de Relacionamento com o Cliente é a chave para o
sucesso da empresa, uma vez que tem como principal objetivo satisfazer o cliente. Para isso, é
necessário conhecer os possíveis clientes, todos aqueles que poderão comparar o produto,
determinando quais são os clientes potenciais – aqueles que provavelmente possuem forte
interesse em seus produtos e podem pagar por eles. Após, a marca deve buscar transformar
estes clientes potenciais em clientes eventuais, e posteriormente, em clientes regulares.
Entretanto, os clientes regulares podem continuar comprando da concorrência, por isso, a
empresa deve agir no sentido de transformar estes clientes regulares em clientes preferências
– clientes a quem a empresa trata excepcionalmente bem e com conhecimento.
O desafio seguinte é tornar estes clientes preferenciais em associados, através de um
programa que ofereça uma série de benefícios aos clientes que se associarem a marca. Com
isso, espera-se que os associados se transformem em defensores, clientes que recomendam a
marca e seus produtos e serviços aos outros. Esta é a base do CRM, que busca fidelizar o
cliente através de tratamento e serviço personalizado, a fim de torná-lo um parceiro.
Para isso, o marketing é favorecido pela tecnologia. Uma vez que no CRM tem-se a
necessidade de cadastrar o cliente, através de uma ficha contendo informações referentes a
sua característica de compra – como freqüência de compra, preferências, faixa etária (neste
caso, dos pais e filhos), condição econômica, preferência por formas de pagamento, interesse
em receber informações, entre outros aspectos – tem-se a tecnologia de softwares de bando de
dados específicos para este fim. Além disso, a empresa pode utilizar e-mail, sites Web, e
centrais de atendimento telefônico (SAC); mas é muito importante que se pergunte ao cliente
que ele deseja ser contatado através destes meios, pois estes serviços também tem seu lado
negativo, a invasão de privacidade.
Neste sentido, Kotler (2000) sugere programas de marketing de freqüência. A marca Petit
bebe sugere ao ponto de venda que ofereça recompensas aos clientes que comprarem com
maior freqüência, oferecendo descontos especiais, enviando mala direta com catálogo da
coleção e organizando eventos para o lançamento de novos produtos, como por exemplo,
através de desfiles ou coquetéis.
195
Ainda, como parte integrante do produto, a marca oferece ao cliente um cabide e um chaveiro,
os quais proporcionam ao cliente pagante (os pais) uma sensação de compensação pelo alto
valor das peças. Já para a criança, o chaveiro em forma de boneca, obviamente encanta e
desperta o desejo da compra das mesmas ( figura 214)
Figura 214: Brindes oferecidos ao cliente Petit bebe. Fonte: Taffe,2006.
Segundo o autor, um marca precisa ser cuidadosamente gerenciada para que seu valor não se
deprecie. Para isso, é preciso manter e melhorar a conscientização da mesma, sua qualidade e
funcionalidade e ainda as associações positivas a ela. Por isso, a marca Petit Bebe estabelece
uma parceria com o Governo Federal, e mais especificamente com a Secretaria de Saúde, a
fim de promover as campanhas de vacinação. Para isso, sugere ao ponto de venda que
organize um posto de vacinação em frente ao mesmo, com a personagem-símbolo da
campanha – a Gotinha - juntamente com animadores e distribuição de brindes, sob
responsabilidade da marca. De acordo com Karsaklian (2000), todos os tipos de promoções
atraem as crianças, pois todas as atividades propostas nos pontos de venda fazem com que
elas se sintam parte integrante do produto ou da marca, principalmente quando há
participação de personagens infantis.
Este tipo de atitude denomina-se Marketing para Causas Sociais (MCS), que, segundo Pringle
e Thompson (2000), pode ser definido como uma ferramenta estratégica de marketing que
associa uma marca ou empresa a uma causa social relevante, em benefício mútuo. “ [...] O
196
MCS é uma forma efetiva de melhorar a imagem corporativa, diferenciando produtos e
serviços, e aumentando tanto as vendas como a fidelidade do cliente.”
Pringle e Thompson (2000) acreditam que a associação entre uma marca e uma boa causa
influencie os consumidores, levando-os a preferir aquele determinado produto, e não o de seus
concorrentes, considerando-se que todos os outros fatores sejam semelhantes. De acordo com
pesquisas, os consumidores mudariam de marca preferindo aquelas que apoiarem as causas
sociais que os mesmos aprovam, por isso, a marca que tiver uma “crença” será mais
convincente que as que não tiverem. Entretanto, é preciso seriedade intenção do MCS, pois o
consumidor, cada vez mais exigente e cauteloso, percebe a falta de engajamento.
Outra característica importante da verdadeira campanha de MCS é a longevidade. As
promoções de caridade são de curto prazo, (como exemplo, uma campanha de doação de
roupas no inicio do inverno, acontece apenas uma vez ao ano); a promoção de caridade, em
geral, procura um ajuste rápido de conteúdo. A MCS procura uma mudança fundamental e de
longo prazo, tanto na imagem da marca quanto na abordagem que é usada para ressaltar a
questão da causa social.
Sendo assim, o tipo de campanha usada pela marca Petit Bebe é denominada de MCS Direto à
Causa. Neste caso, é a marca que identifica uma causa ou problema, tendo como base o
objetivo comum com uma instituição, mas a iniciativa é tomada pela marca ou empresa, que
se encarrega de realizar a tarefa em si.
Posteriormente, serão sugeridas outras campanhas, como a importância da escovação, da
leitura, da igualdade social, da alimentação saudável, entre outros temas, apresentados ao
público – pais e filhos – de forma diferenciada, com a distribuição de folhetos explicativos
aos pais, e às crianças, apresentação de peças teatrais, distribuição de brindes, não apenas
atrativos, mas significativos, com o objetivo de conscientizá-las.
7.4. Praça (canais de distribuição) Segundo Kotler (2000), a maioria dos fabricantes não vende seus produtos diretamente para
os consumidores finais, pois entre os fabricantes e os consumidores finais há um ou mais
canais de marketing, “[...]um conjunto de intermediários de marketing que desempenham uma
197
variedade de funções.[...]”. Assim, a decisão de canal de marketing está entre as mais difíceis
enfrentadas pela empresa, pois esta escolha determina o tipo de marketing que será utilizado.
Neste sentido, o fabricante tem muitas opções para alcançar um mercado. Pode vender
diretamente ou utilizar canais com um ou mais intermediários, no caso da marca Petit bebe,
optou-se pela contratação de representantes que apresentam os produtos aos pontos de venda
pré-estabelecidos pela empresa, conforme o perfil dos mesmos. Primeiramente, a distribuição
será feita na cidade de Balneário Camboriú, sendo expandida, posteriormente, para todo o
Vale do Itajaí. A longo prazo, a marca pretende estabelecer parcerias com lojas situadas em
cidades que tenham o perfil da mesma, como por exemplo, Porto Alegre, Curitiba e São
Paulo.
Para que estas parcerias sejam positivas, Kotler (2000) salienta que é preciso planejar e
implementar programas de treinamento com seus distribuidores e revendedores, porque os
intermediários serão vistos como a empresa pelos consumidores. Para isso, geralmente
utilizam táticas de motivação positivas, como margens de lucro mais elevadas, condições
especiais, prêmios, verbas para propaganda cooperativa, verbas de exposição e concurso de
vendas. A marca Petit bebe, primeiramente, segue seu princípio de utilização do Marketing de
Relacionamento com o Cliente, reunindo informações sobre o intermediário e negociando
com ele de forma individualizada, analisando como ele quer ser tratado. De um modo geral, a
marca de busca a conscientização do intermediário, como sendo ele um parceiro, parte
integrante do sucesso da marca, visando um relacionamento de cooperação, confiança e
respeito.
Para isso, estabeleceu um programa de distribuição avançado, denominado “planejamento das
relações com o distribuidor”, que, segundo Kotler (2000), consiste em identificar as
necessidades do distribuidor e formar programas de exposição de produtos para ajudar cada
distribuidor a operar mais eficientemente possível. Neste sentido, a empresa e os
distribuidores planejam, juntos, metas de exposição de produtos, níveis de estoque, projetos
visuais e de aproveitamento do espaço para exposição de produtos, treinamento de vendedores
e estratégias de propaganda e promoção.
198
8. PRODUTO FINAL
199
200
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para as considerações finais, acredito na importância de se avaliar o projeto com o auxílio de
uma ferramenta projetual, a análise SWOT. De acordo com Kotler (2000), esta ferramenta é a
“[...] avaliação global das forças, fraquezas, oportunidades e ameaças denominada análise
SWOT (dos termos em inglês, stregths, weaknesses, opportunities, threats) [...]”.
Sendo assim, percebe-se que, em relação às oportunidades do produto, este atende a um
segmento deficiente, onde há poucas marcas concorrentes, e quando avaliados os produtos
oferecidos por estas marcas, a marca Petit Bebe se destaca, pois possui produtos, embalagens
e serviços diferenciados, buscando sempre a satisfação do cliente.
Em relação às ameaças, apenas se identifica o mix de produtos, pois as marcas concorrentes
possuem outras categorias de produtos. Entretanto, no composto mercadológico foi
identificada esta ameaça e, portanto, planejado um aumento do mix, com o desenvolvimento
de uma linha de acessórios, tornando a marca mais competitiva e participante do mercado
alvo.
Observando as forças do produto, percebe-se que ele se posiciona favoravelmente, pois possui
um marca com valor, baseada no Marketing de Relacionamento com o Cliente (CRM), no
Marketing para Causas Sociais (MCS) e na diferenciação da mesma através de produtos e
serviços especiais. Com o CRM, buscou-se atendimento personalizado e parcerias com
distribuidores e fornecedores, retenção, conhecimento e satisfação dos clientes. Já com o
MCS, buscou-se valor na essência da marca, através de campanhas de conscientização junto
ao público alvo.
Em relação ao produto em si, o mesmo tem design, pois busca atualização constante em
tendências de moda, tecidos e aviamentos adequados ao público, acabamento de qualidade e,
o diferencial do design, com o planejamento do composto de marketing, desenvolvendo
embalagens especiais, promoções e serviços de pós-compra.
Em relação ao preço, este é sensivelmente mais alto, pois atende o mercado de luxo, ou seja,
clientes exigentes, bem informados, que buscam diferenciação, personalização, experiências
emocionais e de satisfação com a compra do produto, sendo o preço, portanto, irrelevante aos
mesmos. Este preço é denominado de preço psicológico, quando a determinação do mesmo é
201
feita com base na imagem, pois segundo Nagle (1995 apud KOTLER, 2000) o consumidor é
pouco sensível ao preço, se este, supostamente, possui mais qualidade, prestígio e
exclusividade que os da concorrência. Sendo assim, o preço um pouco mais elevado se
constitui numa força do produto.
Em relação às fraquezas, acredito, no momento, não haver nenhuma, levando em
consideração todos as características apontadas acima.
Portanto, acredito que o projeto em questão é muito satisfatório, podendo, num futuro
próximo, ser viabilizado com grande possibilidade de sucesso. Entretanto, com busco a
atualização constante, este pode ser aprimorado a fim de torná-lo ainda mais consistente.
Obrigada a todos que participaram ou colaboraram para a conclusão deste trabalho!
202
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www.istoeonline.com.br. Acessado em 04 de outubro de 2005.
Déborah Vinci Dantas. Novidades na moda infantil. Disponível em www.abravest.org.br.
Acessado em 11 de outubro de 2005.
Iesa Rodrigues. Caderno de Tendências Inverno 2006. Disponível em www.rj.senac.br.
Acessado em 22 de outubro de 2005.
Sarita Demétrio. “Premiere Vision”: Outono Inverno 2006/2007. Disponível em
www.modabrasil.com.br. Acessado em 22 de outubro de 2005.
_____________________.Tendências de Outono Inverno 2006. Disponível em
www.anaclara.com.br. Acessado em 22 de outubro de 2005.
_____________________. Glossário de Moda. Disponível em www.modasite.com.br.
Acessado em 29 de maio de 2006.
______________________. Fashion Kids. Disponível em www.gap.com. Acessado em 02 de
maio de 2006.
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-PERIODICOS
GAYEGOS, José. Para Fazer a Roupa dos Pequenos. Revista Manequim Edição 534-A
Junho 2004.
_____________________. Veja qual é o seu tamanho. Revista Manequim Infantil. Edição
534-A Junho 2004.
_____________________. Revista Elle. Outubro de 2005.
CATÁLOGOS
-Catálogo da Coleção de Outono-Inverno da Lilica Ripilica, maio de 2006.
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11. APENDICE
Anexo 01: Modelo de entrevista destinada aos lojistas do setor infantil
1. Há grande procura por roupas de festa? 2. Qual a faixa etária que mais consome roupas de festa? ( ) 0 a 6 meses; ( ) 7 a 11 meses; ( ) 1 a 2 anos; ( ) 3 a 4 anos. 3. Qual o tipo de roupa de festa mais procurado? Enumere, assinalando com o nº 1, a opção que considera mais importante: ( ) vestido; ( ) saia; ( ) calça; ( ) casaquinho; ( ) bermuda; 4. Com que freqüência um cliente compra roupas de festa? 5. Qual o material mais vendido? ( ) Malha; ( ) Jeans; ( )Veludo; ( ) Plush; ( ) Moleton; ( ) Outros. Qual?______________________________ 6. Na decisão de compra, qual é o maior fator que influencia, conforto ou estética da roupa? ( ) conforto ( ) estética 7. As roupas seguem tendências de moda adulta ou seguem temáticas infantis? ( ) tendências adultas ( ) temáticas infantis 8. Na sua opinião, nas roupas de festas faltam opções de modelos diferenciados? 9- Na sua opinião, o valor da roupa de festa está adequado ao mercado?
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10- Na sua opinião, qual fator influencia para que não ocorra a compra da peça de
roupa para festa?
( ) preços muito elevados; ( ) modelos ultrapassados; ( ) vulgarização da moda infantil; ( ) tecidos inadequados para o inverno; ( ) poucas opções de escolha.
Anexo 02: Modelo de questionário direcionado ao público alvo.
1.Qual sua idade? ( ) 17 a 23 anos ( ) 24 a 30 anos ( ) 31 a 40 anos ( ) mais de 40 anos 2. No momento, qual sua ocupação? ( ) Trabalha fora de casa. ( ) Dona de casa 3.Qual a renda mensal de sua família? ( ) R$ 300,00 a 600,00 ( ) R$ 601,00 a 1.200,00 ( )R$ 1.201,00 a 2.000,00 ( ) mais de R$ 2.000,00 4. Quanto você costuma gastar numa roupa de festa para sua filha? ( ) R$ 50,00 a 100,00 ( ) R$ 101,00 a 200,00 ( ) R$ 201,00 a 300,00 ( ) mais de R$ 300,00 5. Que tipo de roupa que você prefere que sua filha use, em uma festa? ( ) Vestido com casaquinho ( ) Vestido com manga longa ( ) Calça e casaquinho ( ) Saia e casaquinho 6. Em relação às cores, qual sua preferência, nas roupas de sua filha? ( ) Cores vivas ( ) tons pastéis 7. Qual o tecido de sua preferência para as roupas de festa? ( ) Jeans ( ) Veludo ( ) Plush ( ) Algodão ( ) Fustão ( ) Lã e linha 8. Sobre a padronagem do tecido para roupa infantil, qual sua preferência? ( ) Liso ( ) Estampa floral
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( ) Xadrez ( ) Listrado 9. Você gosta de roupas de festa infantil com: ( ) Aplicações ( ) Bordados ( ) Estampados 10. Quando há ornamentos nas roupas de festa, quais são os desenhos da sua preferência: ( ) Laços ( ) Borboletas ( ) Jardins ( ) Flores ( ) Bonecas
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