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PETROGÊNESE DE ROCHAS ULTRAMÁFICAS DO QUADRILÁTERO FERRÍFERO E ADJACÊNCIAS E SUA RELAÇÃO GENÉTICA COM ROCHAS METAULTRAMÁFICAS DO TIPO SERPENTINITO E ESTEATITO

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PETROGÊNESE DE ROCHAS ULTRAMÁFICAS DO

QUADRILÁTERO FERRÍFERO E ADJACÊNCIAS E SUA

RELAÇÃO GENÉTICA COM ROCHAS

METAULTRAMÁFICAS DO TIPO SERPENTINITO E

ESTEATITO

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

Reitor

Prof. Dr. João Luiz Martins

Vice-Reitor

Prof. Dr. Antenor Barbosa Júnior

Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação

Prof. Dr. Tanus Jorge Nagem

ESCOLA DE MINAS

Diretor

Prof. Dr. José Geraldo Arantes de Azevedo Brito

Vice-Diretor

Prof. Dr. Wilson Trigueiro de Souza

DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA

Chefe

Prof. Dr. Issamu Endo

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EVOLUÇÃO  CRUSTAL  E  RECURSOS  NATURAIS  

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CONTRIBUIÇÕES ÀS CIÊNCIAS DA TERRA – VOL. 68

TESE DE MESTRADO Nº 298

PETROGÊNESE DE ROCHAS ULTRAMÁFICAS DO QUADRILÁTERO

FERRÍFERO E ADJACÊNCIAS E SUA RELAÇÃO GENÉTICA COM

ROCHAS METAULTRAMÁFICAS DO TIPO SERPENTINITO E

ESTEATITO

Gabriela Magalhães da Fonseca

Orientador (a) Hanna Jordt Evangelista

Co-orientador Newton Souza Gomes

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais do

Departamento de Geologia da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto como requisito

parcial à obtenção do Título de Mestre em Ciências Naturais, Área de Concentração: Mineralogia,

Petrogênese e Depósitos Minerais

OURO PRETO

2011

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Universidade Federal de Ouro Preto – http://www.ufop.br

Escola de Minas - http://www.em.ufop.br Departamento de Geologia - http://www.degeo.ufop.br/ Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais Campus Morro do Cruzeiro s/n - Bauxita 35.400-000 Ouro Preto, Minas Gerais Tel. (31) 3559-1600, Fax: (31) 3559-1606 e-mail: [email protected] Os direitos de tradução e reprodução reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser gravada, armazenada em sistemas eletrônicos, fotocopiada ou reproduzida por meios mecânicos ou eletrônicos ou utilizada sem a observância das normas de direito autora.

ISSN 85-230-0108-6

Depósito Legal na Biblioteca Nacional

Edição 1ª

Catalogação elaborada pela Biblioteca Prof. Luciano Jacques de Moraes do

Sistema de Bibliotecas e Informação - SISBIN - Universidade Federal de Ouro Preto

http://www.sisbin.ufop.br

F676p Fonseca, Gabriela Magalhães da Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua

relação genética com rochas metaultramáficas do tipo serpentinito e esteatito

[manuscrito] / Gabriela Magalhães da Fonseca - 2011. xxii, 87f.; il. color.; tabs.; grafs.; mapas. (Contribuições às Ciências da Terra. Série M, v. 68, n. 298)

Orientadora: Profa. Dra. Hanna Jordt Evangelista. Co-orientador: Prof. Dr. Newton Souza Gomes. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de Ouro Preto. Escola de Minas. Departamento de Geologia. Programa de Pós-graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Área de concentração: Petrogênese/ Depósitos Minerais/ Gemologia

1. Geologia - Teses. 2. Quadrilátero ferrífero (MG) - Teses. 3. Petrogênese - Teses. 4. Litogeoquímica - Teses. I. Universidade Federal de Ouro Preto. II. Título.

CDU: 552.3(815.1)

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Às pessoas que amo.

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Agradecimentos

À Profa. Dra. Hanna Jordt Evangelista orientadora desta dissertação, por todo empenho, sabedoria,

compreensão e exigência. Gostaria de ratificar a sua competência, participação em discussões, correções,

revisões de lâminas, sugestões que fizeram com que concluíssemos este trabalho.

Ao Prof. Dr. Newton Souza Gomes co-orientador desta dissertação.

Ao Tiago que me ensinou que um relacionamento só se constrói em cima de bases sólidas, por me

incentivar e estar presente em todos os momentos.

Aos amigos, Amanda, Débora, Edgar, Kassia e Marcelo pelo companheirismo nesta etapa. Em especial a

Thais.

Aos meus pais, Luciana e Luiz, por me amarem.

À CAPES, pela bolsa de estudos.

A todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para realização deste trabalho.

Meus sinceros agradecimentos

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Sumário

AGRADECIMENTOS ................................................................................................................ ix

LISTA DE ILUSTRAÇÕES .................................................................................................... xiii

LISTA DE TABELAS ............................................................................................................. xvii

RESUMO ................................................................................................................................... xix

ABSTRACT ............................................................................................................................... xxi

CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 1

1.1. Considerações Gerais .............................................................................................................. 1

1.2. Objetivos ................................................................................................................................. 1

1.3. Localização .............................................................................................................................. 2

1.4. Vias de Acesso ........................................................................................................................ 3

1.5. Materiais e Métodos ................................................................................................................ 3

1.5.1. Pesquisa bibliográfica e trabalhos de campo .................................................................... 3

1.5.2. Trabalhos de laboratório ................................................................................................ 4

1.5.3. Estudos de balanço de massa ......................................................................................... 5

1.5.4. Tratamento e análise dos dados ..................................................................................... 6

CAPÍTULO 2. GEOLOGIA REGIONAL ................................................................................. 9

2.1. Introdução ................................................................................................................................ 9

2.2. Unidades Geólogicas ............................................................................................................... 9

2.2.1. Unidades Geológicas da Província do São Francisco ..................................................... 10

2.2.2. Unidade Geológicas da Província Mantiqueira .............................................................. 13

CAPÍTULO 3. GEOLOGIA LOCAL E PETROGRAFIA .................................................... 15

3.1. Introdução .............................................................................................................................. 15

3.2. Petrografia das Unidades ....................................................................................................... 15

3.3. Amarantina ............................................................................................................................ 15

3.4. Lamim ................................................................................................................................... 22

3.5. Queluzito .............................................................................................................................. 28

3.6. Mariana ................................................................................................................................. 32

3.7. Barra Longa .......................................................................................................................... 34

3.8. Lagoa Dourada ..................................................................................................................... 36

3.9. Rio Manso ............................................................................................................................ 37

3.10. Metamorfismo .................................................................................................................... 39

CAPÍTULO 4. QUÍMICA MINERAL ..................................................................................... 41

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4.1. Introdução ............................................................................................................................. 41

4.2. Olivina .................................................................................................................................. 41

4.3. Piroxênio ............................................................................................................................... 43

4.4. Espinélio ............................................................................................................................... 43

4.5. Anfibólios ............................................................................................................................. 43

4.6. Clorita ................................................................................................................................... 45

4.7. Minerais Opacos ................................................................................................................... 47

CAPÍTULO 5. LITOGEOQUÍMICA ...................................................................................... 51

5.1. Introdução ............................................................................................................................. 51

5.2. Características Gerais ........................................................................................................... 52

5.3. Diagramas de Correlação ...................................................................................................... 63

5.4. Diagramas de Razões de proporções moleculares ................................................................ 66

5.5. Considerações Finais ............................................................................................................ 68

CAPÍTULO 6. BALANÇO DE MASSA .................................................................................. 69

6.1. Introdução ............................................................................................................................. 69

6.2. Cálculo de Balanço de Massa ............................................................................................... 71

6.3. Resultados ............................................................................................................................. 72

CAPÍTULO 7. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO ...................................................................... 79

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 81

ANEXOS ..................................................................................................................................... 87

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Lista de Ilustrações

Figura 1.1- Localização das áreas de ocorrência dos corpos ultramáficos estudados nos respectivos municípios ..................................................................................................................................................... 3

Figura 1.2- Vias de acesso da área estudada ................................................................................................ 4

Figura 2.1- Mapa geológico regional modificado do mapa geológico do estado de Minas Gerais, escala 1:1.000.0 00 (Heineck et al. 2003) e localização das áreas de ocorrências dos corpos estudados de rochas ultramáficas ................................................................................................................................................. 10

Figura 3.1- Mapa de localização dos litotipos estudados .......................................................................... 16

Figura 3.2- Localização dos afloramentos na região de Amarantina. GB-AM-1 e GB-AM-6: metaperidotito; GB-AM-2: tremolita-clorita-serpentina granofels; GB-AM-3: espinélio metaperidotito ..................................................................................................................................................................... 17

Figura 3.3- A- Afloramento do metaperidotito (GB-AM-6). B- Afloramento do gnaisse intemperizado próximo ao ponto (GB-AM1). C- Afloramento do espinélio metaperidotito (GB-AM-3) D- Afloramento do tremolita-clorita-serpentina granofels (GB-AM-2). E- Amostra de mão do metaperidotito (GB-AM-6) dobrado. F- Amostra de mão do metaperidotito (GB-AM-1) .................................................................... 18

Figura 3.4- Fotomicrografias dos litotipos de Amarantina. A – Espinélio metaperidotito (GB-AM-3) luz polarizada plana. B- Idem, luz polarizada cruzada. C – Metaperidotito (GB-AM-6) mostrando bandamento dobrado. D - Espinélio metaperidotito (GB-AM-3) luz polarizada cruzada. Chl clorita, Spl espinélio, ol olivina .......................................................................................................................................................... 21

Figura 3.5- Fotomicrografia do metaperidotito dobrado (GB-AM-6) ....................................................... 21

Figura 3.6- Fotomicrografias do metaperidotito (GB-AM-6) em diferentes cortes conforme mostrados no desenho esquemático ................................................................................................................................... 22

Figura 3.7- Localização dos afloramentos amostrados na região de Lamim. GB-LA-24, GB-LA-25, GB-LA-32, GB-LA-33, HJ-LAM1, HJ-LAM2 e HJ-SO: metaperidotito. GB-LA-39A: antofilita-clorita-tremolita granofels. GB-LA-49A: antofilita-serpentina-tremolita-clorita granofels. GB-LA-37, GB-LA-47: tremolitito. GB-LA-38A e GB-LA-39B: clorita xisto. GB-LA-38B e GB-LA-48: serpentinito. GB-LA-44, GB-LA-49B e ME-14: esteatito ......... 23

Figura 3.8- A - Vista geral dos afloramentos de rochas metaultramáficas na região central de Lamim. B – Metaperidotito (GB-LA-33). C – Metaperidotito (GB-LA-24). D – Serpentinito (GB-LA-48) E – Pedreira de esteatito (GB-LA-44). F – Amostra de mão de clorita xisto (GB-LA-39A) .......................................................... 24

Figura 3.9- Fotomicrografias dos litotipos de Lamim. A – Metaperidotito GB-LA-33: grãos de olivina (Ol) inclusos de modo poiquilítico em tremolita (Tr), luz polarizada plana. B - Idem, luz polarizada cruzada. C - Antofilita-clorita-tremolita granofels (GB-LA-39A): tremolita com sobrecrescimento de antofilita, luz polarizada cruzada. D - Antofilita-serpentina-tremolita-clorita granofels (GB-LA-49B): grãos de antofilita (Ant) e tremolita (Tr), luz polarizada cruzada .......................................................................................................................................... 27

Figura 3.10- Localização dos afloramentos na região de Queluzito. GB-QE-1A: antofilia-actinolita-clorita granofels. GB-QE-4: antofilita-clorita-hornblenda granofels, GB-QE-5: metaperidotito ...................................... 29

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Figura 3.11- Blocos de antofilita-clorita-hornblenda granofels (GB-QE-4). B – Idem. C – Afloramento de antofilita-actinolita-clorita granofels (GB-QE-1A). D – Afloramento de metaperidotito (GB-QE-5) ...................... 30

Figura 3.12- Fotomicrografias dos litotipos de Queluzito. A – Actinolita intercrescida com antofilita no antofilita-actinolita-clorita granofels (GB-QE-1A), luz polarizada plana. B – Idem A luz polarizada cruzada. C – Pseudomorfos de olivina substituídos por talco e rodeados por hornblenda no antofilita-clorita-hornblenda granofels (GB-QE-4), luz polarizada plana. D – Idem C, luz polarizada cruzada. E – Olivina no metaperidotito (GB-QE-5), luz polarizada plana. F – Idem E, luz polarizada cruzada. Act actinolita, Ant antofilita, Hbl hornblenda, Ol olivina ..................... 31

Figura 3.13- Fotomicrografias dos litotipos de Mariana. A – Metaperidotito (TG-37) com olivina rodeada por anfibólios e clorita, luz polarizada plana. B – Idem A, luz polarizada cruzada. C - Antofilita-clorita-carbonato-talco xisto (OPMR-4) com porfiroblastos pós-cinemáticos de antofilita em matriz fina formada por clorita, talco e carbonato, luz polarizada plana. D – Idem C, luz polarizada cruzada .................................................................. 34

Figura 3.14- Fotomicrografias do metaharzburgito (PAC) de Acaiaca. A – Olivina luz polarizada plana. B – Idem A, luz polarizada cruzada. C - Ortopiroxênio, luz polarizada plana. D – Idem C, luz polarizada cruzada. Ol olivina, px ortopiroxênio ............................................................................................................................................. 35

Figura 3.15- Metaultramáficas da região de Lagoa Dourada. A - Afloramento do metaperidotito (GB-LD-62) B - Olivina fraturada rodeada por clorita, luz polarizada cruzada. Chl clorita, Ol olivina ........................................... 37

Figura 3.16- Metaultramáficas da região de Rio Manso. A- Afloramento de metakomatiito (GB-RM-1) com textura spinifex, Morro da Onça próximo a Rio Manso. B – Fotomicrografia do metakomatiito (SPF) mostrando microestrutura blastospinifex, caracterizada por grãos tabulares de mineral magmático substituído por serpentina, luz polarizada cruzada. Srp serpentina ................................................................................................................... 38

Figura 4.1- Classificação da olivina a partir dos dados obtidos em MSE e MEV-EDS ....................................... 42

Figura 4.2- Classificação do piroxênio do espinélio metaperidotito, fórmula estrutural média e porcentagem de enstatita por MSE e MEV-EDS ....................................................................................................................... 43

Figura 4.3- Classificação do espinélio de acordo com o gráfico de Deer et al. (1992) ....................................... 44

Figura 4.4- Classificação dos ortoanfibólios nos diagramas de Leake et al. (1997) ............................................ 45

Figura 4.5- Classificação dos clinoanfibólios cálcicos nos diagramas de Leake et al. (1997) .............................. 46

Figura 4.5 cont.- Classificação dos clinoanfibólios cálcicos nos diagramas de Leake et al. (1997) ..................... 47

Figura 4.6- Imagem de elétrons retroespalhados obtidas por MEV. 1)- Pentlandita intercrescida com arita. 2)- Pentlandita intercrescida com breithauptita. 3)- Arita. 4)- Breithauptita no centro e arita nas bordas. Ar arita, Br breithauptita e Ptl pentlandita .......................................................................................................................... 48

Figura 5.1- Simbologia, litotipo e amostra utilizada nos diagramas para caracterização química ......................... 51

Figura 5.2- Simbologia, litotipo, amostra, localização e fonte das análises de rochas ultramáficas selecionadas da literatura utilizadas nos diagramas de comparação ............................................................................................. 52

Figura 5.3- Diagrama triangular (Al2O3-CaO-MgO), os campos estão discriminados segundo Coleman (1977). No diagrama A se encontram as rochas desse trabalho. No diagrama B têm-se as análises da literatura e as rochas estudadas menos metamorfizadas, que preservam minerais ígneos (GB-AM-1, GB-AM-3, GB-AM-6, GB-QE-5, GB-LA-32, GB-LA-33, HJ-LAM1, HJ-LAM2 e HJ-SO) ......................................................................................... 58

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Figura 5.4- Diagrama discriminante de Jensen (1976) (modificado por Rickwood 1989), para komatiitos, tholeiítos e rochas cálcio-alcalinas. Os diagramas A e B utilizam % em peso de FeOt+TiO2 - Al2O3 - MgO para as rochas desse trabalho e para análises da literatura e as rochas com maior porcentagem de minerais ígneos (GB-AM-1, GB-AM-3, GB-AM-6, GB-QE-5, GB-LA-32, GB-LA-33, HJ-LAM1, HJ-LAM2 e HJ-SO) .................................................. 59

Figura 5.5- Diagrama triangular (MgO-CaO-Al2O3) segundo Viljoen & Viljoen (1969). No diagrama A se encontram as rochas desse trabalho sem minerais ígneos preservados. No diagrama B têm-se as análises da literatura e as rochas com maior porcentagem de minerais ígneos preservados (GB-AM-1, GB-AM-3, GB-AM-6, GB-QE-5, GB-LA-32, GB-LA-33, HJ-LAM1, HJ-LAM2 e HJ-SO) ................................................................................... 59

Figura 5.6-Diagramas (Ni x Cr), (Cr x TiO2) e (Ni x TiO2), com os campos de Hallberg (1985). Para evitar superposição de pontos as amostras de Amarantina, Rio Manso e Queluzito foram plotadas à esquerda e, à direita, as amostras de Lamin, Lagoa Dourada, harzburgito de Bushveld, harzburgito de Stillwater, espinélio lherzolito, metaharzburgito de Acaiaca, komatiito de Barberton e komatiito de Abitibi ........................................................ 62

Figura 5.7- Diagramas de óxidos versus MgO para as 22 amostras desse trabalho ............................................. 64

Figura 5.8- Diagramas de óxidos versus MgO para análises da literatura (Figura 5.2 e Tabela 5.3) e para as rochas com maior porcentagem de minerais ígneos (GB-AM-1, GB-AM-3, GB-AM-6, GB-QE-5, GB-LA-32, GB-LA-33, HJ-LAM1, HJ-LAM2 e HJ-SO) em base anidra, cuja localização está delimitada pelas linhas tracejadas .............. 65

Figura 5.9- Diagramas (Ni x MgO) e (Cr x MgO) para as 22 amostras desse trabalho e algumas das rochas da literatura utilizadas como referência (Figura 5.2 e Tabela 5.3) ........................................................................... 66

Figura 5.10- Diagrama de razões de proporções moleculares, onde FM corresponde a (MgO + FeOt) ................ 67

Figura 6.1- Diagrama de isóconas para alumínio, volume, e massa constantes segundo o método de Grant (1986). A-Espinélio metaperidotito (GB-AM-3) versus Tremolita-clorita-serpentina granofels (GB-AM-2). B -Metaperidotito (GB-LA-32) versus Esteatito (GB-LA-49B). C - Komatiito (Abi) versus Metakomatiito (SPF). D - Komatiito peridotítico (Kom-2) versus Espinélio metaperidotito (GB-AM-3) ..................................................... 77

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Lista de Tabelas

Tabela 1.1- Elementos analisados por microssonda eletrônica para silicatos, óxidos e sulfetos, os padrões escolhidos e o tempo de contagem. ............................................................................................................... 6

Tabela 1.2- Limite de quantificação em ppm dos elementos analisados por ICP-OES ............................... 7

Tabela 3.1- Composição modal dos litotipos de Amarantina (% volumétrica). Esp espinélio, Ol olivina, Opx ortopiroxênio, Tr tremolita, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Op opacos ................................... 20

Tabela 3.2- Composição modal dos litotipos de Lamim (% volumétrica). Ol olivina, Ant antofilita, Tr tremolita, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Op opacos .............................................................................................. 26

Tabela 3.3- Composição modal dos litotipos de Queluzito (% volumétrica) Ol olivina, Ant antofilita, Act actinolita, Hbl hornblenda, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Op opacos ..................................................................... 32

Tabela 3.4- Composição modal dos litotipos de Mariana (% volumétrica). Ol olivina, Oam ortoanfibólio, Ant antofilita, Cam clinoanfibólio, Tr tremolita, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Cb carbonato, Op opacos ......... 34

Tabela 3.5- Composição modal do litotipo de Acaiaca (% volumétrica). Ol olivina, Opx ortopiroxênio, Oam ortoanfibólio, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Cb carbonato, Op opacos .................................................... 36

Tabela 3.6- Composição modal dos litotipos de Lagoa Dourada (% volumétrica). Ol olivina, Tr tremolita, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Op opacos. .................................................................................................... 37

Tabela 3.7- Composição modal dos litotipos de Rio Manso (% volumétrica). Cam clinoanfibólio, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Cb carbonatos, Op opacos ............................................................................................... 38

Tabela 3.8- Reações para os litotipos com minerais ígneos preservados. .......................................................... 39

Tabela 3.9- Reações para os litotipos mais metamorfizados e que não apresentam minerais ígneos .................... 40

Tabela 4.1- Fórmula estrutural média e porcentagem de forsterita por MSE e MEV-EDS .................................. 41

Tabela 4.2- Fórmula estrutural média para as cloritas ..................................................................................... 47

Tabela 5.1- Composição química (% peso) de amostras selecionadas dos corpos estudados de rochas metaultramáficas ............................................................................................................................................ 53

Tabela 5.2- Resultado das análises químicas para elementos menores (ppm) de amostras selecionadas dos corpos estudados de rochas metaultramáficas .............................................................................................................. 54

Tabela 5.3- Composição química (% peso) das rochas ultramáficas da literatura utilizadas para comparação (ver referências na figura 5.2) ................................................................................................................................ 55

Tabela 5.4- Composição modal dos litotipos analisados. Esp espinélio, Ol olivina, Opx ortopiroxênio, Ant antofilita, Tr tremolita, Hbl hornblenda, Act actinolita, Cam clinoanfibólio, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Cb carbonato, Op opacos ..................................................................................................................................... 56

Tabela 5.5- Teor de MgO (% peso em base anidra – Anexo V ) e valores das razões CaO/Al2O3, Al2O3/TiO2 para as rochas desse trabalho ...................................................................................................................................... 60

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Tabela 5.6- Teor de MgO (% peso) e valores das razões CaO/Al2O3, Al2O3/TiO2 para rochas da literatura .......... 61

Tabela 6.1- Composição química de elementos maiores dos litotipos selecionados para os cálculos de balanço de massa ............................................................................................................................................................ 73

Tabela 6.2- Perdas e ganhos calculados em (% peso/100g) para as reações (A) Espinélio metaperidotito (GB-AM-3) versus Tremolita-clorita-serpentina granofels (GB-AM-2). (B) Metaperidotito (GB-LA-32) versus Esteatito (GB-LA-49B) pelo método de Grant (1986) ............................................................................................................. 76

Tabela 6.3- Perdas e ganhos calculados em (% peso/100g) para as reações (C) Komatiito (Abi) versus Metakomatiito (SPF). (D) Komatiito peridotítico (Kom-2) versus Espinélio metaperidotito (GB-AM-3) pelo método de Grant (1986) .............................................................................................................................................. 76

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xix

Resumo Na região do Quadrilátero Ferrífero (QF) encontram-se raros corpos de rochas metaultramáficas que

preservam algum mineral e/ou textura da rocha ígnea original. O interesse no estudo petrogenético destes

corpos deve-se à possibilidade de se entender melhor o magmatismo ultramáfico do greenstone belt Rio

das Velhas, já que a maior parte das suas rochas ultramáficas, entre as quais se destacam esteatitos e

serpentinitos por sua importância econômica, estão completamente metamorfizadas.

O presente trabalho teve como objetivo a caracterização mineralógica, geoquímica e petrogenética de sete

corpos de rochas metaultramáficas com minerais ou texturas preservados do protólito ígneo localizados no

QF e suas adjacências, a saber, em Rio Manso, Ouro Preto, Mariana, Acaiaca, Lamim, Queluzito e Lagoa

Dourada. Os afloramentos ocorrem na forma de blocos de metros a decâmetros, são maciços e estão

encravados em terrenos constituídos de gnaisses do embasamento. Os litotipos estudados foram:

metaperidotitos com minerais ígneos preservados como olivina, piroxênio e espinélio; metakomatiitos,

que embora não apresentem minerais ígneos, preservam textura spinifex; esteatitos, serpentinitos,

tremolititos e clorita xistos associados espacialmente aos metaperidotitos e que representam porções

destes corpos mais afetadas pelo metamorfismo. O principal mineral ígneo preservado é olivina com

composição variando de Fo77-87, com exceção da olivina de Acaiaca, com Fo>92. Muito raramente

encontra-se ortopiroxênio com En79-89 e pleonasto. Minerais metamórficos são talco, serpentinas,

carbonatos, cloritas e anfibólios como antofilita, tremolita, Mg-hornblenda e actinolita. Foram ainda

identificados diversos óxidos e sulfetos como ilmenita, magnetita, cromita, pirita e pentlandita, além das

raras breithauptita (NiSb) e arita (NiSbAs). Foram realizadas análises químicas para elementos maiores,

menores e traços de amostras selecionadas que foram comparadas com análises da literatura de peridotitos

e komatiitos de localidades clássicas. Pela análise destes dados e de diagramas discriminantes constatou-se

que as rochas desse trabalho são semelhantes à peridotitos komatiiticos, com teores de MgO > 18% em

peso e de TiO2 < 0,9 e que pertencem a suíte de komatiitos não-desfalcados em alumínio. Cálculos de

balanço de massa comparando os litotipos mais preservados com os mais metamorfizados de uma mesma

região mostram que, no caso da esteatitização, houve perdas acentuadas da maioria dos elementos exceto

SiO2 e MgO, que são os óxidos que compõem talco. A comparação, no balanço de massa, do

metakomatiito de Rio Manso com um komatiito de Abitibi mostra que as duas rochas são quimicamente

muito semelhantes. Considerando a composição mineralógica e química, a textura e a localização das

rochas com minerais ígneos preservados conclui-se que a maioria dos corpos estudados pode corresponder

à porção plutônica do magmatismo komatiitico do Grupo Nova Lima, que é a unidade basal do greenstone

belt Rio das Velhas.

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xx

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xxi

Abstract

In metaultramafic rocks from the Quadrilátero Ferrífero (QF) preserved igneous minerals and/or textures

are rarely found since most of this rock type was completely metamorphosed into steatite and serpentinite,

which are of great economic importance in this region. The relevance of a petrogenetic study of such

partially preserved ultramafic rock bodies comes from the possibility of understanding the nature of the

ultramafic magmatism of the Rio das Velhas greenstone belt. The objective of this work is the

mineralogical, geochemical and petrogenetic characterization of seven metaultramafic rock bodies found

in the QF which are distinguished by minerals or textures preserved from the igneous protolith. The

studied bodies are located in the regions of Rio Manso, Ouro Preto, Mariana, Acaiaca, Lamim, Queluzito

and Lagoa Dourada. The outcrops occur as meter to decameter large massive blocks dispersed in terrains

of the basement gneisses. The studied rock types were: metaperidotites, which preserve igneous minerals

such as olivine, pyroxene and spinel; metakomatiites, which although not exhibiting igneous minerals still

preserve spinifex texture; esteatites, serpentinites, tremolitites, and chlorite schists spatially associated

with the metaperidotites, which represent the portions of these bodies most affected by metamorphism and

metassomatism. The most abundant preserved igneous mineral is olivine with a composition varying from

Fo77-87. An exception is olivine from Acaiaca, with Fo>92. Very rarely orthopyroxene (En79-89) and pleonast

can be found. Metamorphic minerals are talc, serpentine, carbonates, chlorite and amphiboles such as

anthophyllite, tremolite, actinolite and Mg-hornblende. Several oxides and sulfides such as ilmenite,

magnetite, chromite, pyrite, pentlandite, and the rare breithauptite (NiSB) and arite (NiSbAs) have also

been identified. Chemical analyses for major and trace elements of selected samples were compared with

analyses of peridotites and komatiites from classic localities compiled from the literature. Based on these

data and on the use of discrimination diagrams it was possible to verify that the studied rocks are similar

to komatiitic peridotites with MgO > 18 weight% and TiO2 < 0.9 and belong to the suite of komatiites not-

depleted in aluminum. Mass balance calculations comparing the more preserved rocks with the more

metamorphosed ones from the same region show that, in the case of steatitization, high loss of most of

elements was detected, with the exception of SiO2 and MgO, which are the main oxides which compose

talc. Mass balance calculations comparing a metakomatiite from Rio Manso with a typical komatiite from

Abitibi show that both rocks are chemically very close. Considering mineralogical and chemical

composition, texture, and field information of the rocks with relictic igneous minerals it is possible to

conclude that most of the studied metaultramafic bodies may correspond to the plutonic portion of the

komatiitic magmatism of the Nova Lima Group, what is the basal unity of Rio das Velhas greenstone belt.

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1 CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

1.1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS

A região do Quadrilátero Ferrífero (QF) tem sido desde cedo objeto de pesquisas e estudos

geológicos, devido aos bens minerais nela presentes, principalmente minério de ferro e ouro (Ladeira

1980b; Rosière, Chemale & Guimarães 1993). Na região do QF ocorrem rochas metaultramáficas do

tipo esteatito/serpentinito, que também são de grande relevância econômica. Entre as ocorrências de

rochas de natureza ultramáfica encontram-se, muito raramente, corpos que preservam algum mineral

ou textura ígnea da rocha original, que são de grande relevância para estudos petrogenéticos.

Este trabalho apresenta os resultados de estudos mineralógicos, microestruturais e químicos

das raras rochas de natureza ultramáfica da região do QF e adjacências que ainda preservam

características do protólito, comparando-as quimicamente e mineralogicamente entre si e com aquelas

já totalmente metamorfizadas, a fim de contribuir para o entendimento dos processos envolvidos na

sua gênese.

1.2 - OBJETIVOS

Os raros corpos da natureza ultramáfica que são encontrados no QF e adjacências e que ainda

preservam olivinas e/ou piroxênios (Silva 1997; Martins 1999; Jordt-Evangelista & Silva 2005; Braga

2006; Fonseca & Pereira 2008; Medeiros Júnior 2009; Santos & Mota 2010) constituem um potencial

acervo de informações sobre a origem e gênese das muito mais abundantes rochas ultramáficas já

completamente metamorfizadas. Tais rochas ultramáficas são interpretadas como sendo o protólito

preservado dos serpentinitos e esteatitos espacialmente associados. Devido a sua raridade, muito

pouco se conhece sobre a sua petrografia e geoquímica. Um dos corpos relativamente bem estudados

encontra-se a sul do QF, na região de Lamim (Silva 1997; Jordt-Evangelista & Silva 2005), onde as

texturas cumuláticas preservadas mostram que a rocha ultramáfica é de natureza plutônica. Portanto, é

provável que algumas rochas metaultramáficas do QF formaram-se à custa não somente de protólitos

vulcânicos do tipo komatiito, conforme sugerem as texturas spinifex localmente preservadas

(Andreatta-Silva 2008), mas também plutônicos, do tipo peridotito.

De acordo com o exposto acima, há diversas questões em aberto sobre a petrogênese das raras

rochas ultramáficas do QF que ainda preservam olivina e piroxênio e das rochas metaultramáficas do

tipo serpentinito e esteatito e sobre a relação entre elas, tais como: i) se as raras rochas ultramáficas

que ainda preservam minerais ígneos são tipos geneticamente diferentes e, portanto, possivelmente de

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Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...

2

idades diferentes; ii) se estas rochas peridotíticas são equivalentes plutônicos de komatiitos; iii) se é

possível distinguir rochas metaultramáficas derivadas de rochas vulcânicas do tipo komatiito daquelas

de protólito plutônico; iv) quais foram as transformações químicas envolvidas na transformação das

rochas ultramáficas em seus produtos completamente metamorfizados.

A partir das questões apresentadas, pretendeu-se neste trabalho contribuir para um melhor

conhecimento das raras e ainda pouco estudadas rochas ultramáficas peridotíticas do QF e para o

entendimento do processo de formação das rochas metamórficas delas derivadas (serpentinitos,

esteatitos e outras). De modo específico, objetivou-se:

• Identificar mineralogia e microestruturas das rochas ultramáficas e metaultramáficas.

• Identificar a composição química dos minerais das rochas ultramáficas e dos minerais

ígneos preservados de transformações metamórficas nas metaultramáficas.

• Obter a composição química de rochas ultramáficas e metaultramáficas.

• Efetuar cálculos de balanço de massa a fim de verificar a atuação dos processos

metassomáticos envolvidos na gênese das rochas metaultramáficas.

• Compilar as informações obtidas para interpretação petrogenética das rochas

ultramáficas e comparação dos diversos corpos ultramáficos entre si e com aquelas já totalmente

metamorfizadas.

1.3 - LOCALIZAÇÃO

Com base em informações resultantes de pesquisas bibliográficas selecionaram-se sete

regiões onde afloram rochas peridotíticas que apresentam minerais ígneos ainda preservados como

olivina, piroxênio e espinélio. Na figura 1.1 observa-se a distribuição dos locais estudados no estado

de Minas Gerais. Em Rio Manso ainda se encontram texturas reliquiares do tipo spinifex em alguns

serpentinitos (Noce et al. 1990; Pinheiro & Nilson 1997). Em Lamim rochas metaultramáficas com

texturas cumuláticas foram descritas por Jordt-Evangelista & Silva (2005). Outras ocorrências

ultramáficas com olivina e/ou piroxênios preservados encontram-se em Amarantina, distrito de Ouro

Preto (Martins 1999), Queluzito (Braga 2006), Lagoa Dourada (Fonseca & Pereira 2008), Barra

Longa (Medeiros Júnior 2009) e Mariana (Santos & Mota 2010).

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Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p.

3

48° 46°

20°

10°

N43°30’0”W44°0’0”W

20°0

’0”S

20°3

0’0”

S21

°0’0

”S

0 km402010

Legenda

Área Estudada

Belo Horizonte

Sede Municipal

Rio Manso

Queluzito

Ouro PretoMariana

Lamim

Barra Longa

Lagoa DouradaLimite dos Municípios

Belo Horizonte

Figura 1.1- Localização das áreas de ocorrência dos corpos ultramáficos estudados nos respectivos municípios.

1.4 - VIAS DE ACESSO

Os corpos de rochas ultramáficas estudados localizam-se na porção centro-sudeste de Minas

Gerais nos municípios de Rio Manso, Ouro Preto (distrito de Amarantina), Mariana, Barra Longa,

Lamim, Queluzito e Lagoa Dourada. Para acessá-los tendo como partida a cidade de Belo Horizonte

deve-se seguir pelas rodovias BR-381, BR-040, BR-383, BR-482 e BR-356, como observado na figura

1.2.

1.5 - MATERIAIS E MÉTODOS

1.5.1 - Pesquisa bibliográfica e trabalhos de campo

Realizou-se um levantamento bibliográfico sobre as rochas ultramáficas e metaultramáficas e

localização dos corpos para trabalhos de campo. Através da localização das ocorrências foi realizada

coleta de amostras para laminação, análise microscópica dos minerais e texturas, análise química e

estudos de balanço de massa. Ao todo foram realizados 7 dias de trabalho de campo e coleta de 32

amostras.

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Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...

4

Belo Horizonte

Rio Manso

Queluzito

Ouro PretoMariana

Lamim

BarraLonga

Lagoa Dourada

BR-381

BR-381

BR-262

BR-040

BR-356

BR-482

BR-494

BR-383

48° 46°

20°

10°

0 km402010

N

44°30’0”W 43°30’0”W44°0’0”W

20°0

’0”S

20°3

0’0”

S21

°0’0

”S

Legenda

Sede Municipal

Belo Horizonte

Rodovia FederalRodovia MunicipalÁrea Estudada

MG-040

MG

-010

MG-0

20

MG

-129

MG-326

MG

-262

MG-123

MG-443

MG-124

PirangaRio

Gualaxo Rio Suldo

RioGualaxo do

Norte

Rio

Para

opeb

a

RioM

anso

Rio

Pira

cicaba

Figura 1.2- Vias de acesso da área estudada.

1.5.2 - Trabalhos de laboratório

Descrição macroscópica e microscópica das amostras

As amostras foram descritas macroscopicamente e selecionadas para a confecção de lâminas

delgadas polidas. Foram descritas 32 lâminas em microscópio petrográfico de polarização por luz

incidente e luz transmitida.

MEV-EDS e microssonda eletrônica de varredura

Para obter as análises semi-quantitativas de química mineral utilizou-se o microscópio

eletrônico de varredura (MEV) de marca JEOL, modelo JSM com espectrometria de dispersão de

energia (EDS) Thermo Electron acoplado. Esse equipamento pertence ao Laboratório de Microanálise

(MICROLAB) do DEGEO-UFOP e operou sob condições analíticas de 20kV, com largura de feixe

10 µm e 2000 contagens.

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Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p.

5

Por MEV-EDS foram analisadas 8 lâminas para obter a variação composicional e a fórmula

unitária dos minerais.

Para análise química quantitativa dos minerais foram selecionadas 6 lâminas, nas quais foram

analisados 168 pontos. O equipamento utilizado para essas análises é a microssonda eletrônica da

marca JEOL, modelo JCXA-8900RL que pertence ao Laboratório de Microanálises do consórcio

Física-Química-Geologia da UFMG e CDTN-CNEN. O aparelho operou com uma tensão de 15 kVe

corrente de feixe de 20nA. Os elementos analisados para óxidos e sulfetos foram Sb, Fe, Ag, Co, S,

Ni, Cu, Zn, As e para os outros minerais foram Cr, Na, K, Mn, Mg, Ca, Fe, Al, Ti, Ni, Si, Zn. Os

resultados são expressos na forma de seus óxidos mais comuns, com exceção do Fe que foi expresso

como FeO. Todos os padrões utilizados pertencem à coleção Ian Steele. A tabela 1.1 mostra os

padrões escolhidos e as condições analíticas para cada elemento analisado.

Geoquímica

Para as análises químicas foram selecionadas 22 amostras de rochas coletadas durante as

atividades de campo. O elementos maiores foram analisados via Espectrômetro de Fluorescência de

Raios X (FRX), de marca Philips PW2404, modelo MagiX com amostrador automático PW2504 e

tubo de Rh a 2,4kW, no Laboratório de Fluorescência de Raios-X do DEGEO-UFOP. Posteriormente,

foi realizada análise química de rocha total via Espectrofotômetro de Emissão Atômica com Fonte

Plasma (ICP-OES), de marca Spectro e modelo Ciros CCD, no Laboratório de Geoquímica Analítica

(LGqA) do DEGEO-UFOP. A digestão química das amostras foi feita a partir da dissolução nos

ácidos HCl, HNO3 e HF, seguindo os protocolos internos do LGqA. Os limites de quantificação do

equipamento são apresentados na tabela 1.2.

1.5.3 - Estudos de balanço de massa

Os estudos de balanço de massa foram realizados pelo método da isócona de Grant (1986),

aperfeiçoado de Gresens (1967), para verificar as variações químicas que afetaram as rochas

metaultramáficas nos processos metassomáticos. Para utilização do método determinou-se a

densidades das rochas por meio da balança hidrostática (razão entre o peso da amostra no ar e dentro

d’água) no Laboratório de Geoquímica Analítica (LGqA) do DEGEO-UFOP.

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Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...

6

Tabela 1.1- Elementos analisados por microssonda eletrônica para silicatos, óxidos e sulfetos, os

padrões escolhidos e o tempo de contagem.

Elementos

Analisados Raio X

Cristal

analisado no

padrão

Nome do

Padrão

Tempo de Contagem

Pico Back

Ag La PETJ Ag Metal 20 s 10 s

Al Ka TAP Al2O3 10 s 5 s

As Ka LIF Arsenopirita 20 s 10 s

Ca Ka PETJ Andradita 10 s 5 s

Cl Ka PETJ Cl-Apatita 10 s 5 s

Co La LIF Co Metal 10 s 5 s

Cr Ka LIF Cr2O3 10 s 5 s

Cu Ka LIF Cu Metal 10 s 5 s

F Ka TAP Fluorita 10 s 5 s

Fe Ka LIF Magnetita 10 s 5 s

K Ka PETJ Microclina 10 s 5 s

Mg Ka TAP MgO 10 s 5 s

Mn Ka LIF Rodonita 10 s 5 s

Na Ka TAP Jadeíta 10 s 5 s

Ni Ka LIF Pentlandita 10 s 5 s

S Ka PETJ Pirita 10 s 5 s

Sb La PETJ Estibinita 10 s 5 s

Si Ka TAP Quartzo 10 s 5 s

Ti Ka PETJ Rutilo 10 s 5 s

Zn Ka LIF Esfalerita 30 s 15 s

1.5.4 - Tratamento e análise dos dados

Os dados obtidos nos estudos petrográficos, de química mineral, de geoquímica e balanço de

massa foram tratados e interpretados. Os resultados de química mineral e análises químicas de rocha

total foram processados no software Minpet versão 2.02 (Richard 1995). Para os cálculos de balanço

de massa foi utilizado o software Microsoft® Office Excel 2007. A confecção dos mapas e figuras

foram realizadas no software ArcGis versão 9.3 e no software Adobe® Illustrator® CS3.

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7

Tabela 1.2 - Limite de quantificação em ppm dos elementos analisados por ICP-OES.

Elementos Al As Ba Be Ca Co Cr Cu

Limite de Quantificação 42,7 8,67 0,04 0,30 19,4 1,2 1,32 0,81

Elementos Fe K Mg Mn Na Ni P Pb

Limite de Quantificação 77,8 5,44 0,34 0,18 2,78 2,47 7,34 9,87

Elementos Sb Sr Th Ti V Y Zn Zr

Limite de Quantificação 12,6 0,03 2,03 1,53 9,32 0,12 0, 62 0,50

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CAPÍTULO 2

CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL

2.1 INTRODUÇÃO

As áreas de estudo deste trabalho estão localizadas na parte sul do Cráton do São Francisco,

que pertence à Província Estrutural São Francisco (PESF), e na porção sudoeste da Faixa Araçuaí, que

se localiza na Província Estrutural Mantiqueira (PEM).

A PESF, definida por Almeida et al. (1977, 1981), abrange todo o território do Cráton do São

Francisco. Segundo Almeida et al. (1981), este cráton teria suas margens deformadas durante o Evento

Transmazônico e retrabalhadas durante o Evento Brasiliano. De acordo com Almeida (1977), o Cráton

do São Francisco é margeado, a norte, pelas faixas Sergipana e Riacho do Pontal, a noroeste, pela

Faixa Rio Preto, a oeste, pela Faixa Brasília e a sul/sudeste pela Faixa Araçuaí.

A PEM, tal como definida por Almeida et al. (1977, 1981), é paralela a costa sul e sudeste do

Brasil, delineando uma faixa de direção NE-SW, com mais de 3.000 km. Esta é composta pelos

orógenos neoproterozóicos Araçuaí, Ribeira, Dom Feliciano e São Gabriel, e pela zona de

interferência entre os orógenos Brasília e Ribeira (Heilbron et al. 2004).

Almeida (1977) deu o nome Araçuaí à faixa de dobramentos edificada à margem sudeste do

Cráton do São Francisco, durante a orogênese Brasiliana. Segundo Pedrosa-Soares & Wiedemann-

Leonardos (2000) e Heilbron et al. (2004), a região está compreendida entre o cráton do São Francisco

e a margem continental brasileira, entre os paralelos 15° e 21° S. As faixas Araçuaí e Congo Ocidental

constituíam um único orógeno brasiliano-panafricano, denominado orógeno Araçuaí-Congo Ocidental.

Portanto, a Faixa Araçuaí representa a porção brasileira originária do paleocontinente Gondwana

(Alkmim et al. 2007).

2.2 UNIDADES GEOLÓGICAS

As ocorrências de rochas metaultramáficas com olivina e piroxênio preservados, localizadas

no QF e adjacências, comumente se encontram associados a complexos metamórficos (e.g Complexo

do Bação, Complexo do Bonfim, Complexo Campo Belo, Complexo Ressaquinha, Complexo

Acaiaca, Complexo Mantiqueira) (Figura 2.1).

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10

Belo Horizonte

Supergrupo Rio das Velhas

Complexo Mantiqueira

Complexo do Bação

Suíte Alto MaranhãoComplexo Ressaquinha

Complexo Acaiaca

Supergrupo Minas

Grupo Itacolomi

21°

20°

44° 43°

0 10 403020 50km

Embasamento doCráton São Francisco

21°

15°

São Cráton do Francisco

Ocean

o Atlâ

ntico

Legenda

N

Limite do Cráton São Francisco Localização das rochas deste estudo

Rio Manso Amarantina

Lamim

Mariana

Acaiaca

Queluzito

LagoaDourada

Cráton do São Francisco

Complexo do Bonfim

Complexo Campo Belo

Figura 2.1- Mapa geológico regional modificado do mapa geológico do estado de Minas Gerais, escala

1:1.000.0 00 (Heineck et al. 2003) e localização das áreas de ocorrências dos corpos estudados de rochas

ultramáficas.

2.2.1 Unidades Geológicas da Província do São Francisco

Complexo do Bação

O Complexo do Bação forma uma estrutura dômica e se encontra no interior do QF (Figura

2.1). É constituído por gnaisses migmatíticos TTG e rochas básicas subordinadas, sendo embasamento

do greenstone belt Rio das Velhas (Figueiredo & Barbosa 1993). Gomes (1985) efetuou um estudo

petrológico e geoquímico dessas rochas e identificou gnaisses, metabasitos, ortoanfibolitos, para-

anfibolitos que gradam para cálcio-silicáticas e metapelitos. Com base em datações U/Pb em titanitas e

monazitas Machado et al. (1989) consideraram que a fase final de remobilização de rochas mais

antigas, provavelmente arqueanas, se deu a cerca de 2,0 Ga, na parte sudoeste do Complexo do Bação.

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Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p.

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Com exceção da geração mais jovem de granitóides, todos os componentes arqueanos foram

deformados e metamorfizados no Evento Rio das Velhas com idade de 2,78 e 2,7 Ga (Carneiro et al.

1998; Teixeira et al. 2000).

Complexo do Bonfim

O Complexo do Bonfim situa-se a oeste do QF, entre as serras da Moeda e do Curral. De

acordo com Carneiro (1992) encontram-se nele as seguintes unidades: gnaisse Alberto Flores,

anfibolito Paraopeba, gnaisse Souza Noschese, tonalito Samambaia, anfibolito Candeias, granito

Brumadinho, metadiabásio Conceição do Itaguá e diabásio Santa Cruz.

Datações de zircão para os litotipos do Complexo do Bonfim indicaram uma complexa

evolução arqueana do QF. Segundo Machado & Carneiro (1992) primeiro houve vulcanismo há 2,78

Ga no SGRV, acompanhado pela colocação de intrusões cálcio-alcalinas no Complexo do Bonfim,

posteriormente a crosta pré-existente (3,2-2,8 Ga) foi metamorfizada, gerando o gnaisse Alberto

Flores. Por último ocorreu um magmatismo tardio de 2,7 Ga, sendo representado pela presença de

diques graníticos.

Complexo Campo Belo

O Complexo Campo Belo aflora a sul do Quadrilátero Ferrífero e do Complexo Bonfim

(Carneiro 1992). Este complexo foi primeiro reconhecido por Machado Filho et al. (1983) e

posteriormente denominado Complexo Metamórfico Campo Belo de idade arqueana por Teixeira et

al. (1996).

É constituído essencialmente por suítes de alto grau metamórfico de composição TTG

(tonalito-trondhjemito-granodiorito) e charno-enderbíticas (Carneiro et al. 2006), estando sua

evolução tectônica relacionada a vários eventos de acresção ocorridos entre o Paleo e o Mesoarqueano,

a partir de primitivos arcos vulcânicos (Teixeira 1985; Teixeira et al. 2000; Fernandes 2001; Oliveira

2004a).

Complexo Ressaquinha

O Complexo Ressaquinha é formado, segundo Raposo (1991) por um conjunto de granitóides

que se encontram em contato com as litologias do Complexo Santo Antonio do Pirapetinga. Estes

granitóides estão correlacionados ao batólito Alto Maranhão (Grossi Sad et al. 1983). De acordo com

Raposo (1991) o Complexo Ressaquinha é formado por um grande batólito, gerado por anatexia de

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material crustal, preservando em seu interior porções de gnaisses bandados. O conjunto de rochas

desse complexo apresenta metamorfismo nas fácies xisto verde a anfibolito.

Suíte Alto Maranhão

A suíte Alto Maranhão encontra-se na porção meridional do Cráton São Francisco. Heineck et

al. (2003) apresentam uma subdivisão dos terrenos plutônicos e ortognáissicos, intermediários a

félsicos, paleoproterozóicos, do Cinturão Mineiro, em três unidades maiores. Estas unidades são

separadas com base na área de ocorrência, na composição e na idade de cristalizacão. A primeira

unidade é formada por metagabros e metadioritos de 2,2 Ga. A segunda unidade é composta por

granitóides, divididos em três suítes, Suíte Alto Maranhão (2,16 – 2,12 Ga), Suíte Brás Pires, sem

indicação de idade, e Suíte Alcalina, 2,03 Ga. E por último há os Complexos Gnáissicos como o

Complexo Piedade (2,15 – 2,20 Ga).

A Suíte Alto Maranhão reúne um grande número de corpos plutônicos intermediários a ácidos

e interpretados como resultantes da evolução de um orógeno acrescionário paleoproterozóico

relacionado ao Ciclo Transamazônico da porção meridional do Cráton São Francisco (Teixeira et al.

2000). Esta unidade possui rochas félsicas plutônicas de composição quartzo-diorítica a granodiorítica,

intrusivas em terrenos vulcanossedimentares e no embasamento ortognáissico arqueano (Guild 1957;

Pires 1977; Grossi Sad et al. 1983; Noce 1995; Seixas 2000; Martins 2008).

Supergrupo Rio das Velhas

O Supergrupo Rio das Velhas (SGRV) constitui um greenstone belt arqueano (Almeida 1976;

Schorscher 1978; Ladeira 1980a; Roeser et al. 1980; Ladeira & Roeser 1983) e situa-se na porção

centro-meridional do estado de Minas Gerais. Constitui-se em uma das principais unidades geológicas

do QF. O SGRV foi definido originalmente como Série Rio das Velhas por Dorr (1969), sendo sua

elevação a supergrupo proposta por Menezes Filho et al. (1977).

O SGRV ocupa cerca de 4.000 km2 no QF, sendo envolto por rochas gnáissicas, graníticas e

migmatíticas. As relações de contato da base do SGRV com gnaisses graníticos, segundo Ladeira

(1980a), são geralmente obscurecidas por severa granitização e tectonismo. De fato, Dorr (1969) e

Herz (1978) mostram a existência, em certas áreas em torno do Complexo do Bação, de uma auréola

termo-metamórfica, acompanhada por mobilizados pegmatóides que intrudem ao longo dos contatos e

se injetam em ambos, Complexo do Bação e Rio das Velhas.

Dorr (1969) subdividiu o SGRV em Grupo Nova Lima (inferior) e Maquiné (superior).

Schorscher (1978, 1979) e Schorscher et al. (1982) adicionaram uma nova unidade ultramáfica basal

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Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p.

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denominada Grupo Quebra Osso. Ladeira (1980a, 1980b) mantém a proposta feita por Dorr (1969),

mas divide o Grupo Nova Lima em três unidades, que da base para o topo são: Unidade

Metavulcânica, Unidade Metassedimentar Química, e por último uma Unidade Superior Clástica. A

idade de vulcânicas félsicas da Unidade Metavulcânica é de 2,776 Ga (Machado et al. 1992).

A Unidade Metavulcânica é constituída por derrames ultramáficos-máficos e associações

félsicas e apresenta komatiitos com textura spinifex, serpentinitos, esteatitos, talco xistos, clorita

xistos, formação ferrífera bandada, quartzo-carbonato xisto e filitos. Na Unidade Metassedimentar

Química encontram-se metacherts, formação ferrífera bandada e quartzo-carbonato xistos e filitos. A

Unidade Superior Clástica compreende quartzo-mica xistos, quartzo filitos e quartzitos com níveis

conglomeráticos.

O Grupo Maquiné é subdividido em Formação Palmital, inferior, e Formação Casa Forte,

superior (Dorr 1969). A formação Palmital é constituída essencialmente por filitos quartzosos,

quartzitos homogêneos e lentes conglomeráticas, e a Formação Casa Forte por lentes de

conglomerados e quartzitos (Ladeira & Roeser 1983).

Supergrupo Minas

O Supergrupo Minas (SGM) constitui uma sequência de rochas metassedimentares

supracrustais de idade paleoproterozóica sobreposta ao SGVR (Dorr 1969; Babinski et al. 1995;

Machado et al. 1996). O SGM engloba quatro unidades principais sendo da base para o topo, os

sedimentos clásticos do Grupo Caraça, os sedimentos químicos do Grupo Itabira, unidades clásticas e

químicas do Grupo Piracicaba e sedimentos do tipo flysh do Grupo Sabará.

2.2.2 Unidade Geológicas da Província Mantiqueira

Complexo Mantiqueira

Barbosa (1954) utilizou o termo “Série Mantiqueira” para nomear os gnaisses que ocorrem a

sul e a leste da Serra do Espinhaço. Esta unidade foi denominada por Brandalise (1991) de Complexo

Mantiqueira e descrita por ele como uma sequência de gnaisses ortoderivados, de composição granito-

tonalítica, intercalados por anfibolito, além de pequenos corpos de rochas granulíticas. No contexto

geotectônico, o Complexo Mantiqueira compõe uma extensa faixa de ortognaisses de composição

TTG (tonalito-trondhjemito-granodiorito), empurrados sobre a margem meridional do cráton do São

Francisco e de idade paleoproterozóica conforme determinado pelo método U-Pb (Silva et al. 2002;

Noce et al. 2007).

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Complexo Acaiaca

O Complexo Acaiaca foi primeiro descrito por Jordt-Evangelista (1984, 1985). Os litotipos

encontrados são piribolitos (composição básica), e plagiogranulitos (composição granodiorítica),

kinzigitos e granada-sillimanita xistos (Jordt-Evangelista & Müller 1986a, 1986b).

O complexo estende-se por uma estreita faixa N-S, constituída predominantemente de

granulitos, por vezes retrometamorfizados na fácies anfibolito. Medeiros Júnior (2009) descreve

pegmatitos graníticos, granulitos félsicos, máficos e de protólito pelítico, além de um granulito de

composição ultramáfica, constituído essencialmente por ortopiroxênio e olivina. Por

geotermobarometria Medeiros Júnior (2009) obteve valores de pressão intermediários (P~6.5 kbar) e

pico metamórfico em torno de 800°C. As datações realizadas por Teixeira et al. (1987) forneceram

uma idade Rb-Sr de 2,0 Ga para o evento metamórfico de fácies granulito.

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CAPÍTULO 3

GEOLOGIA LOCAL E PETROGRAFIA

3.1 INTRODUÇÃO

Para o estudo das rochas ultramáficas e metaultramáficas do QF e adjacências, foi realizada,

nos trabalhos de campo, a coleta de amostras e, posteriormente, a confecção de lâminas delgadas

descritas neste capítulo. Na figura 3.1 tem-se a localização dos pontos amostrados.

As rochas ultramáficas e metaultramáficas são encontradas em ocorrências localizadas, não

possuem grande distribuição e comumente aparecem em blocos de metros a decâmetros. Os contatos

com as rochas encaixantes acham-se sempre obliterados pela alteração intempérica, o que dificulta a

interpretação das relações estratigráficas.

As rochas peridotíticas caracterizam-se por tipos petrográficos variados e apresentam

metamorfismo e metassomatismo em diferentes graus. Algumas apresentam minerais ígneos como

olivina, piroxênio e espinélio e são fundamentais para a interpretação do protólito magmático das

metaultramáficas.

Macroscopicamente, as metaultramáficas com minerais ígneos preservados são bem parecidas,

com cor variando de cinza azulado a cinza esverdeado, os esteatitos e serpentinitos possuem cores

mais claras e são mais macios, podendo ser riscados com facilidade.

A classificação desses litotipos segue as recomendações feitas por Fettes & Desmons (2007).

O termo granofels foi aplicado aos litotipos que não apresentam xistosidade e o termo xisto àqueles

que apresentam esta estrutura. O termo ‘meta’ é utilizado como prefixo de nomes de rocha ígneas

fracamente metamorfizadas, que ainda preservam minerais do protólito.

3.2 PETROGRAFIA DAS UNIDADES

Levando em consideração a variedade de localidades estudadas optou-se por descrever os

litotipos por região. Abaixo seguem os tipos petrográficos encontrados em Amarantina, Lamim,

Queluzito, Mariana, Barra Longa, Lagoa Dourada e Rio Manso.

3.3 AMARANTINA

As metaultramáficas se localizam na região de Amarantina, no município de Ouro Preto

(Figura 3.1). Estes litotipos possuem olivina, ortopiroxênio e espinélio preservados e são uma

ocorrência impar no Complexo do Bação, QF (Figura 3.2). Segundo Martins (1999) as

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metaultramáficas estão rodeadas pelo Gnaisse Amarantina, entretanto sua relação de contato não foi

observada em campo.

Lamim

Itaverava

Lagoa Dourada

Queluzito

Entre Rios de Minas

Casa Grande

Ouro Preto

Mariana

BarraLonga

Piranga

Ouro Branco

Itabirito

Santa Bárbara Catas Altas

Alvinópolis

0 1 2 4 km0 1 2 4 km

0 1 2 4 km

44°30’W 44°20’W

20°1

0’S

20°1

0’S GB-RM-1

SPF

Rio Manso

Itaguara

Itatiaiuçu

Brumadinho

Bonfim

Crucilândia

0 1 2 4 km

43°40’W 43°20’W

20°30’S20°10’S

Catas Altas da Noruega

44°00’W 44°50’W

20°5

0’S

43°28’W 43°26’W

20°4

6’S

20°4

4’S

N

Convenções Cartográficas

Localização amostras Limite dos municípios Sede dos municípios

GB-AM-6GB-AM-3

GB-AM-2

GB-AM-1

TG-37

PAC

GB-QE-4

GB-QE-1A

GB-QE-5

GB-LD-60GB-LD-62

HJ-LAM1HJ-LAM2

HJ-SOGB-LA-33GB-LA-32GB-LA-25

GB-LA-24

GB-LA-37GB-LA-39A

GB-LA-38BGB-LA-39B

GB-LA-38A

Figura 3.1- Mapa de localização dos litotipos estudados.

Os corpos metaultramáficos foram encontrados em 4 pontos, fora da área urbana de

Amarantina, são eles o metaperidotito (GB-AM-1), tremolita-clorita-serpentina granofels (GB-AM-2),

espinélio metaperidotito (GB-AM-3) e metaperidotido (GB-AM-6). Os dois primeiros pontos, (GB-

AM-1 e GB-AM-2) estão a sudoeste da BR-356, enquanto que os afloramentos (GB-AM-3 e GB-AM-

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6) estão a nordeste da BR-356 e são acessados por estradas de chão. A distância entre os corpos é de

cerca de 2 km.

GB-AM-6

GB-AM-3

GB-AM-1GB-AM-2

Convenções Cartográficas

Rio Maracujá

Corrego do Riacho

BR-356

43°43’W 43°42’W20°1

9’S

Localização amostras

Corpo metaultramáfico

Rodovia Federal

Estradas sem pavimentaçãoDrenagens

Área Urbana Amarantina

500 m2500

GB-AM-6GB-AM-3

GB-AM-1

GB-AM-2

10 km50

N43°50’W 43°40’W

43°4

0’S

BR-356

Figura 3.2- Localização dos afloramentos na região de Amarantina. GB-AM-1 e GB-AM-6: metaperidotito;

GB-AM-2: tremolita-clorita-serpentina granofels; GB-AM-3: espinélio metaperidotito.

Os afloramentos são formados por blocos de metros a decâmetros (Figura 3.3 A, C e D),

possuem coloração em tons de verde e cinza, granulação variando de fina a média, são maciços e

alguns estão dobrados (Figura 3.3 E e F). Pela distribuição dos afloramentos na área estima-se que este

corpo tenha uma dimensão de pelo menos 500m2.

Além de metaultramáficas parcialmente preservadas do metamorfismo, nesta área existem

ocorrências de esteatitos, serpentinitos e gnaisses (Figura 3.3 B) que se encontram em estágio

avançado de alteração intempérica, impossibilitando a coleta de amostras para estudo. A composição

modal das amostras estudadas encontra-se na Tabela 3.1.

Metaperidotito (GB-AM-1)

O metaperidotito (GB-AM-1) possui até 20% em volume de olivina que ocorre em grãos

maiores distribuídos em matriz fina composta por clinoanfibólio, serpentina, clorita, talco, magnetita e

ilmenita. Os grãos de olivina, são arredondados e anédricos, medem cerca de 0,8mm e possuem

alteração nas fraturas e bordas para serpentina e talco. A fórmula estrutural média da olivina, obtida

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por meio de análises de microssonda, é Mg1,6Fe0,4Si0,99 O4 (ver capítulo 4), com 80% do componente

forsterita.

Figura 3.3- A- Afloramento do metaperidotito (GB-AM-6). B- Afloramento do gnaisse intemperizado próximo

ao ponto (GB-AM1). C- Afloramento do espinélio metaperidotito (GB-AM-3) D- Afloramento do tremolita-

clorita-serpentina granofels (GB-AM-2). E- Amostra de mão do metaperidotito (GB-AM-6) dobrado. F-

Amostra de mão do metaperidotito (GB-AM-1).

O clinoanfibólio apresenta-se em cristais prismáticos e incolores, constitui cerca de 50%, foi

identificado por MSE e MEV-EDS como magnésio-hornblenda.

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O restante da rocha é formado por clorita, talco e opacos, que foram identificados por

MVE/EDS como magnetita.

Tremolita-clorita-serpentina granofels (GB-AM-2)

O tremolita-clorita-serpentina granofels (GB-AM-2), encontra-se acerca de 200m do

metaperidotito (GB-AM-1). Embora não apresente minerais ígneos preservados, é provável, pela

proximidade, que seja produto do metamorfismo do metaperidotito.

A microestrutura é decussada decorrente das palhetas desorientadas de serpentina, clorita e

talco. A tremolita (15%) ocorre em cristais incolores e prismáticos. Serpentina é o mineral mais

abundante (55%), ocorre em palhetas finas sem orientação preferencial. Clorita (20%), ocorre em

palhetas incolores, com cor de polarização baixa. Talco (5%) e Cr-magnetita (5%) compõe o restante

da rocha.

Espinélio metaperidotito (GB-AM-3)

O espinélio metaperidotito(GB-AM-3) possui minerais ígneos como olivina, ortopiroxênio e

espinélio, que somam até 30% do volume da rocha, e proporções variáveis de minerais metamórficos

como tremolita, serpentina, clorita, talco e opacos que juntos constituem os restantes 70% da rocha.

Olivina aparece em cristais anédricos de até 0,8mm, com alteração para talco e serpentina. A

fórmula estrutural média da olivina, obtida por meio de análises de MSE é Mg1,7Fe0,3 Si0,99 O4 (Ver

capítulo 4) correspondente a cerca de 85% do componente forsterita.

Ortopiroxênio é incolor, raramente é observada a sua clivagem, o que torna difícil a separação

de olivina. A fórmula estrutural é Ca0,33(Mg1,71Fe0,29)Si1,97O6, isto é, com En 85 (ver capítulo 4),

encontra-se substituído parcialmente por talco, serpentina e tremolita, gerados por reações

metamórficas em condições da fácies xisto verde.

Espinélio ocorre em grãos anédricos medindo cerca de 0,2mm, de cor verde-escura e encontra-

se sempre rodeado por clorita. A sua fórmula estrutural média é (Mg0,65Fe0,35)Cr0,1Al1,9O4 (ver capítulo

4), o que corresponde a uma composição intermediária entre espinélio s.s. e hercinita, sendo, portanto,

classificado como pleonasto.

O clinoanfibólio é incolor e foi classificado como tremolita. Apresenta cores de polarização

até início da 2a ordem, ocorre em cristais prismáticos delgados de até 0,5mm. As seções basais

apresentam típica clivagem dos anfibólios.

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Serpentina, clorita e talco são incolores, ocorrem disseminados pela lâmina e apresentam

granulação fina a média. Os opacos encontrados são ilmenita, Cr-magnetita e os raros antimonietos e

antimonioarsenietos breithauptita e arita, identificados por MEV-EDS e MSE (ver capítulo 4).

Metaperidotito (GB-AM-6)

O metaperidotito(GB-AM-6) apresenta cerca de 30% de olivina, que ocorre em grãos maiores

distribuídos em matriz fina composta por tremolita, serpentina, clorita, talco e opacos.

Olivina apresenta-se parcialmente alterada, em geral os grãos estão envoltos por massa fibrosa

formada por serpentina, menos frequente observa-se clorita e talco. Os grãos chegam a 0,5mm. A

porcentagem de Fo é 87% e sua fórmula estrutural é Mg1,7Fe0,3Si0,99O4 (ver capítulo 4).

Localmente verifica-se que a rocha apresenta-se bandada e dobrada, conforme mostram as

figuras 3.3, 3.4 C, 3.5 e 3.6. O bandamento mineralógico é dado pela alternância de bandas onde

olivina está preservada com bandas ricas em minerais metamórficos como serpentinas, cloritas, talco

ou tremolita. É provável que as bandas ricas nestes minerais metamórficos ricos em oxidrila tenham

sido formadas no processo metamórfico de grau baixo em consequência da infiltração do fluido

aquoso em descontinuidades como fraturas ou falhas em arranjos paralelos. Na figura 3.5 tem-se a

impressão de que os cristais de olivina estão dobrados, o que, no entanto, só ocorreria em altas

condições de pressão e temperatura. A ausência de extinção ondulante mostra que os grãos de olivina

não estão deformados. Interpreta-se esta estrutura dobrada como sendo resultante da deformação da

rocha que já possuía o bandamento. Como filossilicatos são muito dúcteis, o deslizamento para gerar a

dobra concentrou-se nas bandas ricas nestes minerais.

Os opacos foram classificados por MSE e MEV-EDS como ilmenita, magnetita, Cr-magnetita,

pirita, pentlandita, breithauptita e arita.

Tabela 3.1- Composição modal dos litotipos de Amarantina (% volumétrica). Esp espinélio, Ol

olivina, Opx ortopiroxênio, Tr tremolita, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Op opacos.

Amostra Litotipo Esp Ol Opx Tr Hbl Srp Chl Tlc Op GB-AM-1 Metaperidotito - 20 - - 50 15 10 2 3

GB-AM-2 Tremolita-clorita-serpentina granofels - - - 15 - 55 20 5 5

GB-AM-3 Espinélio metaperidotito 7 15 5 33 - 10 5 20 5 GB-AM-6 Metaperidotito - 30 - 10 - 40 10 9 1

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 Figura 3.4- Fotomicrografias dos litotipos de Amarantina. A – Espinélio metaperidotito (GB-AM-3) luz

polarizada plana. B- Idem, luz polarizada cruzada. C – Metaperidotito (GB-AM-6) mostrando bandamento

dobrado. D - Espinélio metaperidotito (GB-AM-3) luz polarizada cruzada. Chl clorita, Spl espinélio, ol olivina.

 Figura 3.5- Fotomicrografia do metaperidotito dobrado (GB-AM-6).

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Fotomicrogra!a

Fotomicrogra!a

A

C

B

500 µm

A

500 µm

500 µm

B

C

Figura 3.6– Fotomicrografias do metaperidotito (GB-AM-6) em diferentes cortes conforme

mostrados no desenho esquemático.

3.4 LAMIM

Na região de Lamim, Silva (1997) descreveu três litotipos, a saber, ortognaisses com

composição granítica, metamáficas anfibolíticas e metaultramáficas incluindo metalherzolitos,

serpentinitos e esteatitos. As rochas metamáficas e metaultramáficas são consideradas como

pertencentes ao Grupo Nova Lima, base do greenstone belt Rio das Velhas (Jordt-Evangelista & Silva

2005).

As rochas metaultramáficas ocorrem na porção norte e centro-leste do município de Lamim

(Figura 3.1). Foram descritos sete litotipos: metaperidotito, antofilita-tremolita-clorita granofels ±

serpentina, tremolitito, clorita xisto, serpentinito e esteatito que se encontram localizados em três

regiões de lamim, sendo a mais ao sul (Figura 3.7) composta apenas por metaperidotito, constituindo

um corpo de aproximadamente 1km. Os outros dois corpos são formados por litotipos variados.

 

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Os afloramentos apresentam-se em grande parte na forma de blocos maciços, as relações de

contato com as encaixantes não puderam ser observadas (Fig. 3.8-A e B).

A composição modal dos litotipos amostrados encontra-se na Tabela 3.2.

BR-482 GB-LA-49BGB-LA-49A

GB-LA-44

GB-LA-47

GB-LA-48

GB-LA-37

GB-LA-39AGB-LA-39B

GB-LA-33GB-LA-32

Convenções Cartográficas

Localização amostras

Rodovia Federal

Estradas sem pavimentação

Drenagens

N

2 km10

43°28’W 43°26’W

20°44’S20°46’S

ME-14

HJ-LAM1HJ-LAM2

HJ-SO

GB-LA-38AGB-LA-38B

GB-LA-25

GB-LA-24

MG

-132

Rodovia Estadual

Rio Piranga

Figura 3.7– Localização dos afloramentos amostrados na região de Lamim. GB-LA-24, GB-LA-25, GB-LA-32,

GB-LA-33, HJ-LAM1, HJ-LAM2 e HJ-SO: metaperidotito. GB-LA-39A: antofilita-clorita-tremolita granofels.

GB-LA-49A: antofilita-serpentina-tremolita-clorita granofels. GB-LA-37, GB-LA-47: tremolitito. GB-LA-38A e

GB-LA-39B: clorita xisto. GB-LA-38B e GB-LA-48: serpentinito. GB-LA-44, GB-LA-49B e ME-14: esteatito.

Metaperidotito

Afloramentos de metaperidotito ocorrem na parte centro-leste do município de Lamim (Figura

3.1). A rocha é composta essencialmente por anfibólios (30 a 70% em volume), olivina (15 a 25%) e o

restante de clorita, serpentina e talco, que são secundários.

Olivina ocorre em grãos anédricos a subédricos de até 5 mm de diâmetro, com alteração de em

serpentina e clorita nas fraturas irregulares. Cristais relativamente grandes de tremolita envolvem

diversos grãos menores de olivina de modo poiquilítico (Fig.3.9 A e B). A fórmula estrutural

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apresentada pela amostra GB-LA-33 é (Mg 1,5 Fe 0,5) Si1,0 O4 com 77% de forsterita (capítulo 4).

Figura 3.8– A - Vista geral dos afloramentos de rochas metaultramáficas na região central de Lamim. B –

Metaperidotito (GB-LA-33). C – Metaperidotito (GB-LA-24). D – Serpentinito (GB-LA-48) E – Pedreira de

esteatito (GB-LA-44). F – Amostra de mão de clorita xisto (GB-LA-39A).

Tremolita é incolor, subdioblástica e possui inclusões de finos opacos. Além dos grandes

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cristais com inclusões de olivina, também aparece intercrescida com antofilita ou com envoltório

fibroso desta (Fig. 3.9-C), como já havia sido descrito por Jordt-Evangelista & Silva (2005).

Clorita apresenta-se em palhetas finas e de cor verde muito pálido, com cor de polarização

cinza-acastanhada e alto teor de Mg.

Serpentina ocorre em palhetas finas e incolores (5 a 40% em volume) preenchendo fraturas de

olivina.

Os minerais opacos foram identificados como Cr-magnetita, ilmenita e pentlandita,

caracterizados por MEV-EDS e MSE (capítulo 4).

A textura do olivina-antofilita-tremolita granofels é semelhante à cumulus, com inclusão de

vários grãos de olivina em um único cristal de tremolita. Como tremolita não se forma primariamente

em magmas ultramáficos, é possível que se trate de pseudomorfoses sobre o piroxênio intercumulus

original. Como tremolita é calciomagnesiana, é provável que o piroxênio original também fosse rico

em Ca e Mg, isto é tratava-se de um clinopiroxênio do tipo diopsídio/augita. Este litotipo é o mais

preservado da região de Lamim e sugere-se que ele seja o protólito das metaultramáficas como

serpentinitos e esteatitos. Como originalmente a rocha possuía olivina e, provavelmente,

clinopiroxênio, o ultramafito original se classifica como lherzolito, conforme já discutido por Jordt-

Evangelista & Silva (2005).

Antofilita-tremolita-clorita granofels ± serpentina

O antofilita-clorita-tremolita granofels (GB-LA-39A) é composto essencialmente por

clinoanfibólio tremolita (40% em volume), ortoanfibólio antofilita (15%) e clorita (20%). Serpentina

(10%), talco (10%) e opaco (5%) perfazem o restante.

Os anfibólios apresentam-se em grãos finos, incolores e com textura decussada. A clorita

ocorre disseminada e em veios, apresenta-se incolor a fracamente esverdeada.

O opaco que foi identificado como magnetita (5%), ocorre em grãos xenoblásticos e

disseminados na lâmina.

O antofilita-serpentina-tremolita-clorita granofels (GB-LA-49B) é constituído por clorita

(40%), tremolita (15%), serpentina (15%) e antofilita (15%).

Os anfibólios (Figura 3.9 D) apresentam-se em grãos finos, incolores e com textura decussada.

A serpentina é incolor e possui cor de interferência baixa. A clorita aparece incolor a fracamente

esverdeada, em palhetas finas com cor de polarização baixa.

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O restante da rocha é constituído por talco e magnetita.

Tremolitito

O tremolitito (GB-LA-37, GB-LA-47) é composto por tremolita (90 a 95%) e clorita (9 a 4%),

com a presença de finos opacos (1%). A tremolita é incolor, apresenta granulação fina e textura

decussada.

Tabela 3.2- Composição modal dos litotipos de Lamim (% volumétrica). Ol olivina, Ant antofilita, Tr

tremolita, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Op opacos.

Amostra Litotipo Ol Ant Tr Srp Chl Tlc Cb Op

GB-LA-24 Metaperidotito 15 15 25 15 27 1 1 1

GB-LA-25 Metaperidotito 10 15 18 34 20 1 1 1

GB-LA-32 Metaperidotito 10 15 20 30 20 1 3 1

GB-LA-33 Metaperidotito 15 20 48 5 8 1 2 1

HJ-LAM1 Metaperidotito 15 25 30 5 15 4 5 1

HJ-LAM2 Metaperidotito 20 15 25 5 20 6 8 1

HJ-SO Metaperidotito 25 15 15 15 20 4 4 2

GB-LA-39A Antofilita- clorita-

tremolita granofels - 15 40 10 20 10 - 5

GB-LA-49A Antofilita-serpentina-

tremolita-clorita granofels - 15 15 15 40 10 - 5

GB-LA-37 Tremolitito - - 90 - 9 - - 1

GB-LA-47 Tremolitito - - 95 - 4 - - 1

GB-LA-38A Clorita xisto - - - - 94 - - 6

GB-LA-39B Clorita xisto - - - - 90 - - 10

GB-LA-38B Serpentinito - - - 80 - 19 - 1

GB-LA-48 Serpentinito - - - 75 - 24 - 1

GB-LA-44 Esteatito - - - 13 7 75 4 1

GB-LA-49B Esteatito - - - 5 7 82 3 3

ME-14 Esteatito - - - 15 4 75 5 1

Clorita, que também é incolor, ocorre em palhetas finas, com cor de polarização baixa. A

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composição mineralógica não muda muito nas diferentes amostras, variando apenas as proporções de

seus constituintes.

Clorita Xisto

O clorita xisto (GB-LA-38A, GB-LA-49A) possui granulação fina a média com textura

lepidoblástica e é composto principalmente por clorita (90 a 94%). A clorita é incolor com aspecto

feltroso e cor de polarização cinza. Os minerais opacos são ilmenita e magnetita. A última ocorre em

grãos idioblásticos a subidioblásticos, apresentando seções quadradas e triangulares e chama atenção

pela quantidade (6 a 10%) e pelo tamanho dos grãos, com até 1,5mm.

Figura 3.9- Fotomicrografias dos litotipos de Lamim. A – Metaperidotito GB-LA-33: grãos de olivina (Ol)

inclusos de modo poiquilítico em tremolita (Tr), luz polarizada plana. B - Idem, luz polarizada cruzada. C -

Antofilita-clorita-tremolita granofels (GB-LA-39A): tremolita com sobrecrescimento de antofilita, luz polarizada

cruzada. D - Antofilita-serpentina-tremolita-clorita granofels (GB-LA-49B): grãos de antofilita (Ant) e tremolita

(Tr), luz polarizada cruzada.

Serpentinito

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O serpentinito (GB-LA-38B, GB-LA-48) é composto principalmente por serpentina (75 a

80%), esse litotipo apresenta textura decussada e granulação fina a média. A serpentina é incolor, com

cor de polarização cinza de 1a ordem, suas finas palhetas ocorrem sem orientação preferencial. O talco

perfaz cerca de 20 a 25% e possui granulação média.

Esteatito

O esteatito (GB-LA-44, GB-LA-49B, ME-14) aparece associado ao serpentinito e ocorrem

transições entre estes dois tipos petrográficos. Este litotipo apresenta textura decussada e granulação

fina a média. É composto predominantemente por talco (75 a 82%), em proporções menores ocorrem

serpentina (5 a 15%), clorita (4 a 7%), carbonato (3 a 5%), e opacos (1 a 3%).

3.5 QUELUZITO

Segundo Braga (2006) as rochas metaultramáficas do município de Queluzito estão rodeadas

pelo tonalito Campo Belo, entretanto a relação de contato dessas rochas não foi observada em campo.

Os diversos litotipos metaultramáficos se localizam a sudoeste e nordeste da cidade de

Queluzito (Figura 3.10) e ocorrem afloramentos, blocos soltos e in situ que se distribuem, no ponto

GB-QE-4, por área de cerca de 300m (Figura 3.11). As rochas são maciças, não apresentam foliação,

possuem granulação fina a média e coloração em tons de cinza.

A composição modal dos litotipos amostrados encontra-se na Tabela 3.3.

Antofilita-actinolita-clorita granofels

O antofilita-actinolita-clorita granofels (GB-QE-1A) é composto principalmente por

ortoanfibólio e clinoanfibólio identificados por MEV-EDS como antofilita (15%) e actinolita (35%). A

antofilita é incolor e os cristais são prismáticos. A actinolita é fracamente esverdeada a incolor, ocorre

em cristais prismáticos, aparece intercrescida com antofilita ou com envoltório fibroso desta (Figura

3.12 A e B). Em menores proporções aparecem clorita, serpentina, carbonatos e opacos identificados

como magnetita, que juntos, perfazem cerca de 50% em volume da rocha.

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GB-QE-4

GB-QE-1A

GB-QE-5

Rio Paraopeba

Rio da P

rata

Convenções Cartográficas

Localização amostras

Estradas sem pavimentaçãoDrenagens

Área Urbana Queluzito

N

1 km0,50

43°55’W 43°54’W

20°44’S20°43’S

Estradas pavimentadas

Figura 3.10– Localização dos afloramentos na região de Queluzito. GB-QE-1A: antofilia-actinolita-clorita

granofels. GB-QE-4: antofilita-clorita-hornblenda granofels, GB-QE-5: metaperidotito.

Antofilita-clorita-hornblenda granofels

O antofilita-clorita-hornblenda granofels (GB-QE-4) é constituído principalmente por

hornblenda (30%), clorita (25%) e antofilita (20%). A hornblenda é fracamente colorida a incolor e foi

caracterizada por MEV-EDS (capítulo 4) como magnésio hornblenda.

O talco (15%) constitui pseudomorfos provavelmente de olivina e aparecem rodeados por

hornblenda (Figura 3.12 C e D).

O restante da rocha é formado por carbonatos, serpentina e opacos caracterizados como

magnetita.

Metaperidotido

O metaperidotito (GB-QE-5) é composto principalmente por ortoanfibólio e olivina. A rocha

apresenta porfiroblastos de olivina em matriz fina com textura decussada.

Olivina (20%) aparece em grãos de até 0,7 mm, apresenta fraturas preenchidas por serpentina,

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também se observa que houve crescimento da antofilita à custa de olivina (Figura 3.12 E e F).

O ortonfibólio (57%) encontrado foi identificado por MSE como antofilita. Esta é incolor,

ocorre em cristais prismáticos e delgados e com granulação fina.

O restante da rocha é formado por talco, clorita, serpentina e opacos. Os minerais opacos

formam uma poeira e estão disseminados. Por MSE foram identificados como ilmenita, magnetita,

cromita e pentlandita.

D

A

C

B

Figura 3.11– A – Blocos de antofilita-clorita-hornblenda granofels (GB-QE-4). B – Idem. C – Afloramento de

antofilita-actinolita-clorita granofels (GB-QE-1A). D – Afloramento de metaperidotito (GB-QE-5).

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Figura 3.12– Fotomicrografias dos litotipos de Queluzito. A – Actinolita intercrescida com antofilita no

antofilita-actinolita-clorita granofels (GB-QE-1A), luz polarizada plana. B – Idem A luz polarizada cruzada. C –

Pseudomorfos de olivina substituídos por talco e rodeados por hornblenda no antofilita-clorita-hornblenda

granofels (GB-QE-4), luz polarizada plana. D – Idem C, luz polarizada cruzada. E – Olivina no metaperidotito

(GB-QE-5), luz polarizada plana. F – Idem E, luz polarizada cruzada. Act actinolita, Ant antofilita, Hbl

hornblenda, Ol olivina.

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Tabela 3.3- Composição modal dos litotipos de Queluzito (% volumétrica) Ol olivina, Ant antofilita,

Act actinolita, Hbl hornblenda, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Op opacos.

Amostra Litotipo Ol Ant Act Hbl Srp Chl Tlc Cb Op

GB-QE-1A Antofilita-actinolita-clorita

granofels - 15 35 - 2 45 - 1 2

GB-QE-4 Antofilita-clorita -hornblenda

granofels - 20 - 30 2 25 15 5 3

GB-QE-5 Metaperidotito 20 45 - - 2 20 12 - 1

3.6 MARIANA

No município de Mariana há inúmeras pedreiras de pedra sabão em explotação, mas somente

duas ocorrências foram selecionadas para estudo. São elas o metaperidotito (TG-37) e o antofilita-

clotita-carbonato-talco xisto (OPMR-4), a primeira foi escolhida por ser a única até então encontrada

que ainda preserva olivina e a segunda foi escolhida para comparação.

O metaperidotito ocorre no município de Mariana, acerca de 10 km a sudeste de Padre Viegas,

próximo ao reservatório da Usina Hidroelétrica da Fumaça. De acordo com Santos e Mota (2010),

nesta região há inúmeros corpos de metaultramáficas do tipo esteatito, no entanto somente no corpo

estudado ainda se encontra olivina parcialmente preservada do metamorfismo. O antofilita-clorita-

carbonato-talco xisto ocorre em corte na rodovia MG-262 entre Mariana e Ponte Nova, acerca de 7 km

da entrada de Padre Viegas.

As metaultramáficas estão rodeadas por gnaisse que pertence ao Complexo Mantiqueira. O

corpo de antofilita-clorita-carbonato-talco xisto tem aproximadamente 50 metros de largura observa-se

alternância de gnaisse bandado saprolitizado, anfibolito e antofilita-clotita-carbonato-talco xisto. O

gnaisse pertence ao Complexo Mantiqueira e as litologias metaultramáfica e máfica, ao Supergrupo

Rio das Velhas.

A composição modal dos litotipos amostrados encontra-se na Tabela 3.4.

Metaperidotito

Este metaperidotito tem granulação média, é composto por olivina (10%), ortoanfibólio (10%)

e clinoanfibólio (15%), o restante compõe uma matriz fina formada por talco, clorita, carbonato e

opacos. Olivina aparece em cristais subédricos a anédricos, fraturados e parcialmente alterados para

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anfibólios e clorita (Fig. 3.13 A e B).

Os anfibólios são incolores, ocorrem em prismas delgados que não possuem orientação

preferencial e seu relevo é menor que a da olivina. Orto- e clinoanfibólios são separados pelos

diferentes ângulos de extinção.

Clorita (20%) é levemente esverdeada, com cores de polarização baixas. Talco (30%) é

incolor e apresenta-se em palhetas finas sem orientação preferencial. Carbonato (5%) e opacos (5%)

compõe o restante. Os opacos são xenoblásticos a subidioblásticos e inequigranulares.

Antofilita-clorita-carbonato-talco xisto

O antofilita-clorita-carbonato-talco xisto (OPMR-4) é inequigranular, observa-se textura

porfiroblástica e matriz lepidoblástica.

Antofilita (10%) ocorre na forma de porfiroblastos sem orientação preferencial, em uma

matriz fina foliada, composta por talco, clorita, carbonatos e opacos. Os cristais de antofilita aparecem

na forma de prismas delgados a aciculares, são discordantes da foliação e, portanto pós-cinemáticos

(Figura 3.13 C e D).

A matriz é composta por finos grãos de clorita, talco carbonato e opacos. Clorita (15%) é

incolor, possui cores de polarização baixas, acinzentadas, as palhetas estão orientadas segundo a

foliação assim como as palhetas de talco (40%). Os opacos são finos e estão disseminados.

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500 µm

Ol Ol

Ant Ant

500 µm 500 µm

500 µm

A B

C D

Figura 3.13– Fotomicrografias dos litotipos de Mariana. A – Metaperidotito (TG-37) com olivina rodeada por

anfibólios e clorita, luz polarizada plana. B – Idem A, luz polarizada cruzada. C - Antofilita-clorita-carbonato-

talco xisto (OPMR-4) com porfiroblastos pós-cinemáticos de antofilita em matriz fina formada por clorita, talco

e carbonato, luz polarizada plana. D – Idem C, luz polarizada cruzada.

Tabela 3.4- Composição modal dos litotipos de Mariana (% volumétrica). Ol olivina, Oam

ortoanfibólio, Ant antofilita, Cam clinoanfibólio, Tr tremolita, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco,

Cb carbonato, Op opacos.

Amostra Litotipo Ol Oam Ant Cam Srp Chl Tlc Cb Op TG-37 Metaperidotito 10 10 - 15 5 20 30 5 5

OPMR-4 Antofilita-clorita-carbonato-talco xisto - - 10 - - 15 40 30 5

3.7 BARRA LONGA

O Complexo Acaiaca localiza-se a leste do QF, é constituído por rochas de fácies granulito

que se distribuem por parte do município de Barra Longa, Acaiaca e de municípios vizinhos. De

acordo com Medeiros Júnior (2009) e Medeiros Júnior e Jordt-Evangelista (2010) o complexo é

formado por granulitos ortoderivados félsicos, máficos e ultramáficos e granulitos paraderivados.

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Também são encontrados gnaisses de fácies anfibolito, meta-gabros, anfibolitos, meta-diabásios,

quartzitos, meta-granitos e pegmatitos.

A composição modal dos litotipos amostrados encontra-se na Tabela 3.5.

Metaharzburgito

Esta rocha foi descrita por Medeiros Júnior (2009) como uma rocha ultramáfica de fácies

granulito. Este autor a classificou como olivina-piroxênio granofels. Neste trabalho adotou-se a

recomendação de Fettes & Desmons (2007) de que para rochas metamórficas ultramáficas pode-se

utilizar a mesma terminologia usada para rochas ígneas, que no caso, seria harzburgito para rocha com

olivina e ortopiroxênio. O metaharzburgito (PAC) possui textura decussada e granulação grossa. A

olivina (30%) pode ter até 1,5 cm, é anédrica a subédrica apresenta 92 a 96% Fo, sendo classificada

como forsterita (Medeiros Júnior 2009) (Figura 3.14 A e B). Já o ortopiroxênio (50%) chega até 2,7

cm, é classificado como enstatita, com 52 a 67% En (Medeiros Júnior 2009) (Figura 3.14 C e D). O

restante é composto por talco, serpentina, ortoanfibólio, clorita e carbonato.

Figura 3.14– Fotomicrografias do metaharzburgito (PAC) de Barra Longa. A – Olivina luz polarizada plana. B

– Idem A, luz polarizada cruzada. C - Ortopiroxênio, luz polarizada plana. D – Idem C, luz polarizada cruzada.

Ol olivina, px ortopiroxênio.

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Tabela 3.5- Composição modal do litotipo de Acaiaca (% volumétrica). Ol olivina, Opx

ortopiroxênio, Oam ortoanfibólio, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Cb carbonato, Op opacos.

Amostra Litotipo Ol Opx Oam Srp Tlc Chl Cb Op

PAC Metaharzburgito 25 50 4 5 3 3 2 8

3.8 LAGOA DOURADA

A sudeste de Lagoa Dourada, Fonseca & Pereira (2008) descrevem um corpo de

metaperidotito na suíte Alto Maranhão ocorrência incomum nesta região. Além do metaperidodito,

Fonseca & Pereira (2008) citam a presença de uma Unidade Metamáfica, composta por anfibolitos, e

uma Unidade Metagranitóide, formada por metagranitóides e metatonalitos. Na região também

ocorrem granulitos máficos caracterizados por textura granoblástica e paragênese ortopiroxênio-

clinopiroxênio-anfibólio-plagioclásio (Gomes et al. 2010).

O metaperidotido é uma rocha de coloração esverdeada, homogênea e é fortemente magnética.

Aparece in situ, com fraturas (Figura 3.15 A) e ocupa uma área com cerca de 200m2.

A composição modal dos litotipos amostrados encontra-se na Tabela 3.6.

Metaperidotito

O metaperidotito (GB-LD-60, GB-LD-62) é composto por olivina (30%), tremolita (10%),

serpentina (20 a 25%), clorita (30 a 35%), talco (2%) e opacos (3%).

A olivina aparece em grãos anédricos de até 4mm, com fraturas preenchidas por clorita. A

tremolita acorre em grãos finos, incolores. A clorita é incolor, com cores de interferência baixas,

muitas vezes aparece ao redor da olivina (Figura 3.15 B) apresenta um pequeno teor de cromo o que a

diferencia da clorita que aparece nas outras rochas (ver capítulo 4).

A serpentina ocorre em palhetas finas e é produto de alteração da olivina. Os opacos foram

caracterizados por microssonda eletrônica como cromo-magnetita, esta aparece como poeira de grãos

disseminados.

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Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p.

37

Figura 3.15- Metaultramáficas da região de Lagoa Dourada. A - Afloramento do metaperidotito (GB-LD-62) B

- Olivina fraturada rodeada por clorita, luz polarizada cruzada. Chl clorita, Ol olivina.

Tabela 3.6- Composição modal dos litotipos de Lagoa Dourada (% volumétrica). Ol olivina, Tr

tremolita, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Op opacos.

Amostra Litotipo Ol Tr Srp Chl Tlc Op

GB-LD-60 Metaperidotito 30 10 25 30 2 3

GB-LD-62 Metaperidotito 30 10 20 35 2 3

3.9 RIO MANSO

Em Rio Manso encontram-se rochas metaultramáficas com textura blastospinifex. Andreatta-

Silva & Carneiro (2009) descrevem que a seqüência metavulcanossedimentar de Rio Manso

compreende rochas metaultramáficas com intercalações de metamafitos e rochas metassedimentares

psamopelíticas.

Na localidade conhecida como Morro da Onça, próximo a Rio Manso, encontram-se texturas

reliquiares do tipo spinifex em alguns serpentinitos (Noce et al. 1990, Pinheiro & Nilson 1997,

Andreatta & Silva 2008), conforme mostrado na Fig. 3.16 A. Esta rocha, apesar de não possuir

minerais magmáticos relícticos, foi estudada para comparação com as demais metaultramáficas porque

a textura blastospinifex comprova que o protólito era um komatiito.

A composição modal dos litotipos amostrados encontra-se na Tabela 3.7.

Metakomatiito

O metakomatiito (GB-RM-1, SPF) é composto principalmente por serpentina (15 a 75%),

clorita (10 a 25%), talco (3 a 35%) e opacos (1 a 5%), em algumas amostras se encontram

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38

clinoanfibólios (até 20%).

Esse litotipo exibe como relictos de sua cristalização magmática pseudomorfos de serpentina

(Figura 3.16 B) sobre possíveis cristais de olivina que possuíam uma microestrutura spinifex. Como os

minerais magmáticos primários constituintes da microestrutura spinifex foram pseudomorfizados, a

microestrutura nesta rocha é chamada de blastospinifex.

O clinoanfibólio apresenta-se incolor, em cristais prismáticos sem orientação preferencial,

provavelmente trata-se de tremolita. Serpentina é incolor, possui cor de polarização baixa e ocorre na

maior parte substituindo os grãos de provavelmente olivina que apresentavam a microestrutura

spinifex.

Talco, incolor, aparece sob a forma de finas palhetas. Clorita é incolor, com granulação fina e

sem orientação preferencial. Os opacos ocorrem como uma poeira e estão disseminados na lâmina.

Figura 3.16- Metaultramáficas da região de Rio Manso. A- Afloramento de metakomatiito (GB-RM-1) com

textura spinifex, Morro da Onça próximo a Rio Manso. B – Fotomicrografia do metakomatiito (SPF) mostrando

microestrutura blastospinifex, caracterizada por grãos tabulares de mineral magmático substituído por

serpentina, luz polarizada cruzada. Srp serpentina.

Tabela 3.7- Composição modal dos litotipos de Rio Manso (% volumétrica). Cam clinoanfibólio, Srp

serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Cb carbonatos, Op opacos.

Amostra Litotipo Cam Srp Chl Tlc Cb Op

SPF Metakomatiito* 20 15 25 35 5 5

GB-RM-1 Metakomatiito* - 77 10 3 5 5

* Textura spinifex preservada

3.10 METAMORFISMO

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Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p.

39

Ao analisar as relações texturais e paragenéticas encontradas nos litotipos das regiões

estudadas verifica-se que essas rochas se dividem em dois grupos: as com olivina e esporadicamente

com outros minerais ígneos preservados, classificadas como metaperidotitos, e as mais extensivamente

metamorfizadas, como, por exemplo, serpentinitos e esteatitos.

Segundo Bucher & Frey (2002), olivinas produzidas por metamorfismo são essencialmente

magnesianas, pois o Fe da rocha ígnea original permanece fixo na magnetita metamórfica. Com

exceção da olivina de Barra Longa, cujo teor de enstatita é superior 92% e que foi considerada como

metamórfica por Medeiros Júnior (2009), as olivinas das demais rochas estudadas não são

forsteritas.s., contendo entre 13 e 23% do componente ferroso faialita (ver capítulo 4hg). Portanto, em

termos composicionais e também texturais, a olivina das rochas estudadas é magmática relíctica e não

gerada por metamorfismo.

Nos metaperidotidos, além da presença de minerais ígneos como olivina, piroxênio e e

espinélio ocorrem minerais secundários resultantes do metamorfismo associado ao metassomatismo

tais como serpentina, clorita, antofilita, talco e carbonatos. As associações minerais dos

metaperidotitosforam representadas na forma de reações em diferentes estágios na evolução das

rochas (Tabela 3.8).

Tabela 3.8- Reações para os litotipos com minerais ígneos preservados.

(1) 3 olivina + SiO2 + 4 H2O → 2 serpentina (Best 1982)

(2) olivina + enstatita + H2O → serpentina (Coleman 1977)

(3) olivina + 2 enstatita + espinélio + 4H2O → Mg-clorita (Evans 1977)

(4) ortopiroxênio + quartzo + H2O →antofilita Hemley et al. (1977 in: Evans 1977)

As reações (1) e (2)representam processos de serpentinização incipiente, a partir dos cristais

de olivina e ortopiroxênio nas rochas originais, com adição de sílica ou perda de magnésio para o

sistema e interação de fluido aquoso pobre em CO2 .

AMg-clorita provavelmente foi formada por processos de hidratação durante o metamorfismo

que causou a alteração da olivina, ortopiroxênio e espinélio, reação (3). Segundo Deer et al. 1996, as

cloritas frequentemente são formadas pela alteração hidrotermal de minerais ferromagnesianos.

Hemley et al. (1977 in: Evans 1977) sugerem condições mínimas de formação para a

estabilidade da associação antofilita + olivina (forsterita) de 0,5 Kbar e 600°C. A antofilita pode ter

sido produzida pela reação (4), representando o processo de metassomatismo, no qual o aporte de

sílica possivelmente veio das encaixantes silicosas e transportada pelo fluido aquoso.

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40

De acordo com Roeser et al. (1980), no sul e sudeste do QF o arranjo zonado de corpos

metaultramáficos pode indicar um metamorfismo metassomático diferenciado resultando num

zoneamento petrográfico local, como por exemplo em Lamim, onde encontra-se serpentinitogradando

para esteatito e este, para rochas cloríticas. Estas, por serem as mais aluminosas, representam a porção

mais próxima da encaixante gnáissica. O zonamento mostra que o processo gerador foi um

metamorfismo metassomático auxiliado por fluidos aquosos, que promoveu um intercâmbio de

elementos entre a encaixante gnáissica e a rocha ultramáfica. Este processo que afetou de modo

irregular as rochas aqui estudadas, deu-se em condições da fácies xisto verde (para as rochas com

serpentina) a anfibolito (para as rochas com antofilita).

Tabela 3.9- Reações para os litotipos mais metamorfizados e que não apresentam minerais ígneos.

(5) 2 serpentina + 3CO2 → 1 talco + 3 magnesita + 3 H2O (Winkler 1977)

(6) serpentina + 1 SiO2 → talco + 1 H2O (Evans 1977)

As principais reações de serpentinização são representadas pelas reações (1) e (2). Já o

processo de talcificação é representado pelas reações (5) e (6), que está vinculada à adição de SiO2 e

variação de CO2em fluidos aquosos que percolam rochas ultramáficas (Evans 1977 e Winkler 1977).

No capítulo 6 apresenta-se um estudo de balanço de massa envolvido no processo

metamórfico-metassomático.

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CAPÍTULO 4

QUÍMICA MINERAL

4.1 INTRODUÇÃO

Neste capítulo são apresentados os dados de química mineral, obtidos por meio de

microssonda eletrônica (MSE) e por espectrometria de energia dispersiva de raios X (EDS) acoplado a

microscópio eletrônico de varredura (MEV).

As análises foram realizadas nos minerais presentes nas rochas metaultramáficas com olivina,

piroxênio, espinélio, anfibólio, clorita e opacos, a fim de obter as fórmulas estruturais e a sua

classificação mineralógica, para isto utilizou-se o software Minpet 2.02 (Richard 1995).

Devido às limitações dos métodos de análise, todo Fe foi apresentado como Fe2+, ou seja, FeO.

Os anfibólios tiveram o teor de Fe3+ calculado de acordo com Leake et al. (1997). As análises de

química mineral realizadas por MSE e MEV-EDS, assim como as fórmulas estruturais calculadas,

encontram-se nas tabelas apresentadas no anexo V.

4.2 OLIVINA

Para o estudo de química mineral de olivina, foram analisados 31 pontos por MSE e 43 por

MEV-EDS nas rochas de Amarantina, Lamim, Lagoa Dourada e Queluzito. O cálculo dos cátions que

compõem a fórmula estrutural foi realizado com base em 4 oxigênios. Na figura 4.1 observa-se a

classificação da olivina nos diferentes litotipos, nota-se que a olivina é classificada em todos os

litotipos como crisólita, apresentando pouca variação composicional. Na tabela 4.1 observa-se a

fórmula estrutural da olivina para cada rocha e a porcentagem de forsterita.

Tabela 4.1- Fórmula estrutural média e porcentagem de forsterita por MSE e MEV-EDS.

Litotipo Fórmula Estrutural Média (MSE)

Fo % (MSE)

Fórmula Estrutural Média (MEV-EDS)

Fo % (MEV-EDS)

Metaperidotido (GB-AM-1) (Mg 1,6 Fe 0,4) Si0,99 O4 80 (Mg 1,5 Fe 0,5) Si0,99 O4 77

Espinélio metaperidotito (GB-AM-3) (Mg 1,7 Fe 0,3) Si0,99 O4 85 (Mg 1,61 Fe 0,37) Si1,01 O4 82

Metaperidotido (GB-AM-6) (Mg 1,7 Fe 0,3) Si0,99 O4 87 (Mg 1,7 Fe 0,3) Si1,0 O4 84

Metaperidotito (GB-LA-33) (Mg 1,6 Fe 0,4) Si0,99 O4 78 (Mg 1,5 Fe 0,5) Si1,0 O4 77

Metaperidotito (GB-LD-20) (Mg 1,6 Fe 0,4) Si0,99 O4 81 - -

Metaperidotito (GB-QE-5) (Mg 1,6 Fe 0,4) Si0,99 O4 81 - -

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42

0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,00,0

0,1

0,20,30,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1,0Fo

rsteri

ta

Crisó

lita

Hialo

sideri

ta

Horto

nolita

Ferro

-hort

onoli

taFa

ialita

Fe /(Fe +Mg)

Metaperidotito (GB-AM-1)

Mg/(

Mg+

Fe

)

MSE MEV-EDS

2+ 2+

0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,00,0

0,1

0,20,30,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1,0

Forst

erita

Crisó

lita

Hialo

sideri

ta

Horto

nolita

Ferro

-hort

onoli

taFa

ialita

Fe /(Fe +Mg)

Espinélio metaperidotito (GB-AM-3)

Mg/(

Mg+

Fe

)

MSE MEV-EDS

2+ 2+

2+

0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,00,0

0,1

0,20,30,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1,0

Forst

erita

Crisó

lita

Hialo

sideri

ta

Horto

nolita

Ferro

-hort

onoli

taFa

ialita

Fe /(Fe +Mg)

Metaperidotito (GB-AM-6)

Mg/(

Mg+

Fe

)

MSE MEV-EDS

2+ 2+

2+

0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,00,0

0,1

0,20,30,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1,0

Forst

erita

Crisó

lita

Hialo

sideri

ta

Horto

nolita

Ferro

-hort

onoli

taFa

ialita

Fe /(Fe +Mg)

Metaperidotito (GB-LA-33)M

g/(M

g+Fe

)

MSE MEV-EDS

2+2+

2+

0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,00,0

0,1

0,20,30,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1,0

Forst

erita

Crisó

lita

Hialo

sideri

ta

Horto

nolita

Ferro

-hort

onoli

taFa

ialita

Fe /(Fe +Mg)

Metaperidotito (GB-LD-60)

Mg/(

Mg+

Fe

)

MSE

2+ 2+

2+

0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,00,0

0,1

0,20,30,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1,0

Forst

erita

Crisó

lita

Hialo

sideri

ta

Horto

nolita

Ferro

-hort

onoli

taFa

ialita

Fe /(Fe +Mg)

Metaperidotito (GB-QE-5)

Mg/(

Mg+

Fe

)

MSE

2+ 2+

2+

2+

Figura 4.1- Classificação da olivina a partir dos dados obtidos em MSE e MEV-EDS.

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Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p.

43

4.3 PIROXÊNIO

No espinélio metaperidotito (GB-AM-3) foi encontrado ortopiroxênio. No estudo da

composição química deste mineral foram realizadas 4 análises por MSE e 7 por MEV-EDS. No

cálculo dos cátions que compõe a fórmula estrutural utilizaram-se 6 oxigênios. Na figura 4.2 observa-

se que as análises caem no campo da enstatita (En 79 a 89%).

Enstatita FerrossilitaEn Fs

Wo

MSE MEV-EDS

MSE

MEV-EDS

Fórmula Estrutural média e En (%)

Ca0,33(Mg1,71 Fe0,29)Si1,97O6 e 85%

(Mg1,6 Fe0,36)Si2,01O6 e 80%

Figura 4.2- Classificação do piroxênio do espinélio metaperidotito, fórmula estrutural média e porcentagem de

enstatita por MSE e MEV-EDS.

4.4 ESPINÉLIO

O espinélio é um mineral relativamente raro que foi encontrado no espinélio metaperidotito na

região de Amarantina. Para o estudo da composição química deste mineral utilizaram-se 5 análises por

MSE e 8 por MEV-EDS. O cálculo dos cátions que compõe a fórmula estrutural foi baseado em 32

oxigênios. A sua fórmula estrutural média é (Mg0,65 Fe0,35) Cr0,1Al1,9O4 por MSE e

(Mg0,6Fe0,4)Cr0,1Al1,9O4 por MEV-EDS, o que corresponde a uma composição intermediária entre

espinélio s.s. e hercinita, sendo, portanto classificado como pleonasto (Figura 4.3).

4.5 ANFIBÓLIOS

Anfibólios são minerais comuns nas rochas estudadas e estão presentes na maioria delas.

Foram identificados quatro tipos de anfibólios, um ortoanfibólio magnesiano, classificado como

antofilita, e três clinoanfibólios cálcicos, classificados como tremolita, actinolita e magnésio

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44

hornblenda. No total foram analisados 31 pontos por MSE e 58 pontos por MEV-EDS. Para os

anfibólios cálcicos, os cátions foram obtidos a partir da média aritmética entre a normalização de 15

cátions que exclui Na, K e a de 13 cátions que exclui Ca, Na, e K. Os cátions dos anfibólios não-

cálcicos foram calculados com base em 23 oxigênios, considerando ferro total como Fe2+.

MagnetitaFe3O4

CromitaFeCr2O4

Magnésio-cromitaMgCr2O4

EspinélioMgAl2O4

Magnésio-ferritaMg2TiO4

HercinitaFeAl2O4

Titano-magnetita crom

ífera

Cromita titanífera

Picotita

Cromita de Al

PleonastoPleo

nasto

titan

ífero

férri

co

Cromita deMg e Al

Titan

o-m

agne

tita a

lum

inos

aPi

cotit

a tita

nífe

ra

MSE MEV-EDS

Figura 4.3- Classificação do espinélio de acordo com o gráfico de Deer et al. (1992).

A fórmula estrutural foi calculada de acordo com Leake et al. (1997). Na figura 4.4 observa-se

a classificação dos ortoanfibólios e na figura 4.5 a classificação dos clinoanfibólios.

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45

8 7 60

1

Ferro-antofilita

Antofilita

Magnésio-antofilita

Ferro-gedrita

Gedrita

Magnésio-gedrita

TSi

Metaperidotito (GB-LA-33)

MSE MEV-EDS

8 7 60

1

Ferro-antofilita

Antofilita

Magnésio-antofilita

Ferro-gedrita

Gedrita

Magnésio-gedrita

TSi

Metaperidotito (GB-QE-5)

MSE

8 7 60

1

Ferro-antofilita

Antofilita

Magnésio-antofilita

Ferro-gedrita

Gedrita

Magnésio-gedrita

TSi

Antolifita-clorita-hornblenda granofels (GB-QE-4)

MEV-EDS

Mg/

(Mg+

Fe

)2+

Mg/

(Mg+

Fe

)2+

Mg/

(Mg+

Fe

)2+

Figura 4.4- Classificação dos ortoanfibólios nos diagramas de Leake et al. (1997).

4.6 CLORITA

A clorita foi encontrada em todas as rochas analisadas. Para calcular a fórmula estrutural

desses minerais foram analisados 23 pontos de MSE e 36 pontos de MEV-EDS, o cálculo dos cátions

foi realizado com base em 28 oxigênios. Na tabela 4.2 tem-se a fórmula estrutural para a clorita. Nos

litotipos de Amarantina, Lamim e Lagoa Dourada as cloritas possuem um teor de magnésio mais

elevado, entre 8,5 a 9,4 átomos por fórmula unitária (apfu), do que as de Queluzito, com 6,6 a 8,8

apfu. A clorita do metaperidotito (GB-LD-60) de Lagoa Dourada apresenta uma pequena quantidade

de cromo. Apesar de pequenas diferenças composicionais todas as cloritas analisadas pertencem à

solução sólida penninita-grochauita.

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46

8,0 7,5 7,0 6,5 6,0 5,50

1

Ferro-actinolita

Actinolita

Tremolita

Magnésio-hornblenda

Ferro-tschermakita

Tschermakita

TSi

Metaperidotito (GB-AM-1)

Ferro-hornblenda

8,0 7,5 7,0 6,5 6,0 5,50

1

Ferro-actinolita

Actinolita

Tremolita

Magnésio-hornblenda

Ferro-tschermakita

Tschermakita

TSi

Metaperidotito (GB-AM-3)

Ferro-hornblenda

8,0 7,5 7,0 6,5 6,0 5,50

1

Ferro-actinolita

Actinolita

Tremolita

Magnésio-hornblenda

Ferro-tschermakita

Tschermakita

TSi

Metaperidotito (GB-AM-6)

Ferro-hornblenda

8,0 7,5 7,0 6,5 6,0 5,50

1

Ferro-actinolita

Actinolita

Tremolita

Magnésio-hornblenda

Ferro-tschermakita

Tschermakita

TSi

Metaperidotito (GB-LA-33)

Ferro-hornblenda

Mg/

(Mg+

Fe

)2+

8,0 7,5 7,0 6,5 6,0 5,50

1

Ferro-actinolita

Actinolita

Tremolita

Magnésio-hornblenda

Ferro-tschermakita

Tschermakita

TSi

Metaperidotito (GB-LD-60)

Ferro-hornblenda

Mg/

(Mg+

Fe

)2+

MSE

MSE MEV-EDS

MSE MEV-EDS MSE MEV-EDS

MEV-EDS

MSE MEV-EDS

8,0 7,5 7,0 6,5 6,0 5,50

1

Ferro-actinolita

Actinolita

Tremolita

Magnésio-hornblenda

Ferro-tschermakita

Tschermakita

TSi

Antofilita-clorita-hornblenda granofels (GB-QE-4)

Ferro-hornblenda

Mg/

(Mg+

Fe

)2+

Mg/

(Mg+

Fe

)2+

Mg/

(Mg+

Fe

)2+

Mg/

(Mg+

Fe

)2+

Figura 4.5- Classificação dos clinoanfibólios cálcicos nos diagramas de Leake et al. (1997).

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47

8,0 7,5 7,0 6,5 6,0 5,50

1

Ferro-actinolita

Actinolita

Tremolita

Magnésio-hornblenda

Ferro-tschermakita

Tschermakita

TSi

Antofilita-actinolita-clorita granofels (GB-QE-1B)

Ferro-hornblenda

Mg/

(Mg+

Fe

)2+

MEV-EDS

Figura 4.5 cont.- Classificação dos clinoanfibólios cálcicos nos diagramas de Leake et al. (1997).

Tabela 4.2- Fórmula estrutural média para as cloritas.

Rocha Fórmula Estrutural Média (MSE)

Fórmula Estrutural Média (MEV-EDS)

Metaperidotito (GB-AM-1) (Mg9,3Fe1,0Al1,6) (Si6,4 Al1,6)O28 (Mg8,7 Fe1,0Al1,5) (Si6,0 Al2,0)O28

Espinélio metaperidotito

(GB-AM-3) (Mg8,6 Fe0,8 Al2,1) (Si5,7 Al2,3)O28 Mg8,5 Fe0,9 Al2,0) (Si5,7 Al2,3)O28

Metaperidotito (GB-AM-6) (Mg9,1Fe0,6Al1,9) (Si6,0 Al2,0)O28 (Mg9,2 Fe0,7 Al1,9) (Si6,3 Al1,7)O28

Metaperidotito (GB-LA-33) (Mg9,1 Fe1,1 Al1,6) (Si6,3 Al1,7)O28 (Mg9,3 Fe1,0 Al1,6) (Si6,5 Al1,5)O28

Clorita xisto (GB-LA-39B) (Mg8,9 Fe1,0 Al2,0) (Si6,3 Al1,7)O28 -

Metaperidotito (GB-LD-60) (Mg9,0Fe0,8Al1,8Cr0,1)(Si6,0Al2,0)O28 -

Metaperidotio (GB-QE-5) (Mg8,7 Fe1,0 Al2,0) (Si6,0 Al2,0)O28 -

Antofilita-clorita-hornblenda granofels

(GB-QE-4) - (Mg6,6 Fe2,7 Al2,2) (Si6,3 Al1,7)O28

4.7 MINERAIS OPACOS

Nas análises identificaram-se minerais opacos como óxidos, sulfetos e raros antimonietos e

arsenietos.

Nos litotipos de Queluzito encontram-se ilmenita, magnetita, cromita e pentlandita. Já no

metaperidotito (GB-LD-60) de Lagoa Dourada foi identificada cromo-magnetita. Nas rochas

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pertencentes à região de Lamim os opacos presentes são magnetita, ilmenita e pentlandita, sendo que a

magnetita possui até 3,3% em peso de Cr2O3.

Na região de Amarantina, os minerais opacos identificados foram ilmenita, magnetita, Cr-

magnetita, pirita, pentlandita, breithauptita (NiSb) e arita (NiSbAs).

A arita é um raro mineral no QF, e representa o membro de composição intermediária da

solução sólida niquelina (NiAs) - breithauptita (NiSb), estudada experimentalmente por Hewitt (1948).

A composição química média de % em peso encontrada para a pentlandita foi de 36% de Fe,

28% de Ni e 37% de S, para a breithauptita foi de 34% de Ni e 66% de Sb e para a arita de Ni (42-

37%), de As (39-32%) e de Sb (25-16%). Na figura 4.6 observa-se que a breithauptita ocorre

intercrescida com arita e pentlandita. Este intercrescimento da breithauptita com arita e pentlandita

reflete processos substitucionais, onde a pentlandita cede Ni, provavelmente decorrentes de variações

na concentração de elementos como As, S e Sb introduzidos na rocha em processos tardios. (Ramdhor

1969).

Figura 4.6- Imagem de elétrons retroespalhados obtidas por MEV. 1)- Pentlandita intercrescida com arita. 2)-

Pentlandita intercrescida com breithauptita. 3)- Arita. 4)- Breithauptita no centro e arita nas bordas. Ar arita, Br

breithauptita e Ptl pentlandita.

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Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p.

49

A breithauptita pode ser encontrada em depósitos minerais formados em altas pressões e

temperaturas, como em peridotitos, em pegmatitos niquelíferos com pirrotita e disseminada em veios

de galena-esfalerita, porém sua ocorrência é mais comum em veios hidrotermais com Co-Ni-Ag

(Ramdhor 1969). Embora minerais de Ni-As-Sb sejam relativamente raros na natureza, eles não são

incomuns em variadas mineralizações relacionadas a remobilizados hidrotermais, onde estes ocorrem

associados com minerais de ouro (Cook 1996). Entretanto, a presença de Au, Co e Ag não foi

verificada nas rochas deste trabalho.

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CAPÍTULO 5 LITOGEOQUÍMICA

5.1 INTRODUÇÃO

Foram escolhidas para análise de elementos maiores, menores e traços 22 amostras dos

diversos corpos estudados cujos resultados são apresentados na tabela 5.1 e no anexo VI e VII. A

composição mineralógica destas amostras encontra-se na tabela 5.4 e no anexo II. Como as rochas

apresentam elevados teores de MgO e altos teores de Cr e Ni, elas possuem características químicas

típicas de rochas ígneas ultramáficas, incluindo as komatiiticas. Por isso, para fins de comparação,

também foram utilizados neste trabalho os dados litogeoquímicos (Tabela 5.3) de rochas ultramáficas

de Naldrett & Turner (1977), Gorbunov (1968), Hall (1932), Bowes et al (1973) (todos in Naldrett &

Cabri, 1976), White (1966) (in Mysen, 1976), Viljoen & Viljoen (1969) e Sun & Nesbitt (1978)

(ambos in Arndt et al., 2008) e Medeiros Júnior (2009).

A figura 5.1 apresenta as amostras analisadas com sua respectiva simbologia gráfica utilizada

nos diagramas geoquímicos. Na figura 5.2 tem-se a simbologia gráfica utilizada nos diagramas e a

fonte de análises de rochas ultramáficas da literatura utilizadas para comparação.

Lagoa DouradaMetaperidotito Metaperidotito

LamimOlivina-antofilita-tremolita granofels Olivina-antofilita-tremolita granofelsAntofilita-tremolita granofels Esteatito Antofilita-tremolita granofels Esteatito Olivina-antofilita-tremolita granofelsOlivina-antofilita-tremolita granofelsOlivina-antofilita-tremolita granofelsEsteatito

AmostraGB-LD-62GB-LD-60

GB-LA-32GB-LA-33GB-LA39AGB-LA-44GB-LA-49AGB- LA-49BHJ-LAM1HJ-LAM2HJ-SOME-14

AmarantinaMetaperidotito Tremolita-serpentina granofelsMetaharzburgito com espinélio Metaperidotito

QueluzitoAntofilita-tremolita granofels Antofilita-tremolita granofelsMetaharzburgito

Rio MansoMetakomatiitoMetakomatiito

Mariana Antofilita esteatito

AmostraGB-AM-1GB-AM-2GB-AM-3GB-AM-6

GB-QE-1AGB-QE-4GB-QE-5

GB-RM-1SPF

OPMR-4

MetaperidotitoMetaperidotito

Lagoa Dourada

LamimMetaperidotito

Metaperidotito

Antofilita-serpentina-

Metaperidotito

Metaperidotito Metaperidotito

Antofilita-clorita-tremolita granofels Esteatito Esteatito Esteatito

Amostra

GB-LA-49A

HJ-SOHJ-LAM-2HJ-LAM-1GB-LA-33GB-LA-32

GB-LD-60GB-LD-62

GB-LA-49BGB-LA-44GB-LA39A

ME-14

AmostraAmarantinaMetaperidotitoTremolita-clorita-serpentina granofelsEspinélio metaperidotitoMetaperidotito

GB-AM-1

GB-AM-6GB-AM-3GB-AM-2

Queluzito

Rio Manso

Mariana

Antofilita-actinolita-clorita granofels Antofilita-clorita-hornblenda granofels Metaperidotito

MetakomatiitoMetakomatiito

Antofilita-clorita-carbonato-talco xisto

GB-QE-1AGB-QE-4GB-QE-5

GB-RM-1SPF

OPMR-4

Amostra Amostra

Amostra

Amostra

tremolita-clorita granofels

Figura 5.1- Simbologia, litotipo e amostra utilizada nos diagramas para caracterização química.

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Fonte

Naldrett & Tuner (1977) in Naldrett & Cabri (1976)Komatiito peridotítico

Litotipo

Peridotito

Harzburgito

Localização

YakabindieAustrália

Harzburgito

PechengaRússia

BushveldÁfrica do SulStillwater

Estados Unidos

Gorbunov (1968) in Naldrett & Cabri (1976)

Hall (1932) in Naldrett & Cabri (1976)

Bowes et al (1973) in Naldrett & Cabri (1976)

Espinélio lherzolito Havaí White (1966) in Mysen (1976)

Metaharzburgito AcaiacaBrasil

Komatiito

Komatiito

BarbertonÁfrica do Sul

AbitibiCanadá

Viljoen & Viljoen (1969) in Arndt et al (2008)

Sun & Nesbitt (1978) in Arndt et al (2008)

Medeiros Júnior (2009)

Amostra

Kom-2

Peri-15

Harz-29

Harz-39

Spin-Lher

PAC

Barb

Abi

Figura 5.2- Simbologia, litotipo, amostra, localização e fonte das análises de rochas ultramáficas selecionadas

da literatura utilizadas nos diagramas de comparação.

5.2 CARACTERÍSTICAS GERAIS

As rochas metaultramáficas estudadas neste trabalho possuem caráter variando de ultrabásico

a básico, exibindo valores de SiO2 situados entre 37 a 53 (% em peso) (Tabela 5.1). Os teores de MgO

estão entre 21 a 36 (% em peso).

A perda ao fogo varia de 3 a 16 (% em peso), os maiores valores se referem à litotipos com

grande quantidade de minerais hidratados ou carbonatos, como ocorre no metakomatiito (GB-RM-1)

rico em serpentina, e no antofilita esteatito (OPMR-4) rico em carbonato.

Altos teores de CaO são observados no metaperidotito (GB-AM-1) (10,84 %) e no antofilita-

tremolita granofels (GB-LA-39A) (9,31%) devido a grande quantidade de tremolita, e no antofilita-

clorita-carbonato-talco xisto (OPMR-4) (7,9 %) devido à quantidade de carbonato, possivelmente

dolomita.

Rochas ígneas ultramáficas caracterizam-se por altos valores de Cr e Ni, condizendo com os

valores encontrados para Cr (1500 a 3800 ppm) e Ni (800 a 2000 ppm), com exceção do antofilita-

actinolita-clorita granofels (GB-QE-1A) que possui teor de Cr igual a 594 ppm.

Uma característica importante observada nas análises é a presença de As e Sb apenas no

metaperidotito (GB-AM-6) e no espinélio metaperidotito (GB-AM-3), isso ocorre devido aos raros

minerais breithauptita (NiSb) e arita (NiSbAs) presentes nestas rochas.

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53  

Tabela 5.1- Composição química (% peso) de amostras selecionadas dos corpos estudados de rochas metaultramáficas.

Elemento

Amostra SiO2 TiO2 Al2O3 FeOt* MnO MgO CaO Na2O K2O P2O5 PPC Total

GB-AM-1 45,19 0,23 3,97 8,11 0,18 26,78 10,84 0,24 0,10 0,02 3,26 98,92

GB-AM-2 40,50 0,30 6,15 12,74 0,14 25,38 3,68 0,41 0,05 0,04 7,93 97,32

GB-AM-3 47,55 0,14 4,74 7,14 0,13 28,46 6,72 0,40 0,06 0,02 3,59 98,95

GB-AM-6 45,73 0,13 4,30 8,13 0,14 33,13 3,29 0,07 0,03 0,02 4,20 99,17

GB-LA-32 44,56 0,25 3,88 11,35 0,16 29,80 2,06 0,20 0,05 0,14 6,08 98,53

GB-LA-33 45,17 0,32 4,18 11,22 0,18 29,18 2,48 0,24 0,06 0,08 5,24 98,35

GB-LA-39A 50,66 0,08 3,79 5,56 0,21 25,57 9,31 0,17 0,03 0,01 4,27 99,66

GB-LA-44 42,69 0,20 4,58 8,76 0,08 31,72 0,50 0,04 0,01 0,02 9,92 98,52

GB-LA-49A 42,67 0,21 10,18 7,08 0,13 25,76 5,17 0,10 0,02 0,01 8,08 99,41

GB-LA-49B 52,21 0,09 3,26 5,95 0,03 30,55 0,19 0,04 0,01 0,02 6,42 98,77

ME-14 45,30 0,07 2,78 7,41 0,09 33,48 0,30 0,03 0,01 0,02 9,64 99,13

HJ-SO 43,00 0,22 4,19 12,62 0,17 31,98 1,21 0,09 0,03 0,09 4,10 97,70

HJ-LAM1 44,69 0,25 4,11 11,06 0,16 29,52 2,08 0,15 0,06 0,11 5,88 98,07

HJ-LAM2 41,32 0,38 4,79 11,21 0,17 28,71 2,64 0,07 0,03 0,08 8,84 98,24

GB-QE-1A 45,47 0,44 7,66 12,25 0,18 21,68 5,01 0,42 0,11 0,08 4,76 98,06

GB-QE-4 40,05 0,26 6,10 10,85 0,16 27,75 3,93 0,33 0,11 0,11 8,36 98,01

GB-QE-5 43,31 0,22 5,04 9,93 0,18 28,48 4,06 0,13 0,02 0,03 6,52 97,92

SPF 45,02 0,23 5,86 8,64 0,14 26,27 5,77 0,29 0,06 0,02 6,50 98,80

GB-RM-1 39,74 0,11 3,23 7,44 0,14 35,86 0,56 0,03 0,01 0,02 11,97 99,11

GB-LD-60 40,91 0,32 5,14 11,79 0,17 29,65 3,52 0,07 0,02 0,06 5,56 97,21

GB-LD-62 41,19 0,41 4,80 12,49 0,17 29,95 3,60 0,07 0,03 0,08 5,04 97,83

OPMR-4 37,56 0,12 4,87 6,64 0,17 25,61 7,90 0,04 0,01 0,02 16,37 99,31

FeOt*= Todo o Fe calculado como FeO.

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54  

Tabela 5.2- Resultado das análises químicas para elementos menores (ppm) de amostras selecionadas dos corpos estudados de rochas metaultramáficas.

Elemento Amostra As Ba Be Co Cr Cu Ni Pb Sb Sr Th V Y Zn Zr

GB-AM-1 - 14,3 - 83,6 1771 75,8 1354 16,8 - 64,3 - 89,7 43,1 64,1 5,6

GB-AM-2 - 6 0,6 108,8 3514 71,3 843 79 - 4,4 - 111,6 49,1 162,1 3,9 GB-AM-3 581 6,3 - 63 1871 7,2 1183 12,1 584 20,2 - 80,1 4,8 37,5 2,4 GB-AM-6 358 7,0 - 83,7 2229 2,3 1572 10,2 414,3 16,3 - 80,3 3,4 58,2 - GB-LA-32 - 18,9 - 116,9 1877 53,1 1726 21,8 - 57,6 3,4 53,2 5,4 99,7 12,4 GB-LA-33 - 23,8 - 121,6 1896 74,1 2082 19,1 - 82,9 3,1 57,8 5,1 109,80 14,1 GB-LA-39A - 3,4 0,3 69 2261 2,5 1076 11,7 - 14,2 - 43,9 10,1 51,5 -

GB-LA-44 - 3,7 - 70,8 1660 2,3 983 - - 4,7 - 73,6 6,5 58,9 - GB-LA-49A - 55 - 90,8 2779 23,7 1846 10,2 - 7,9 - 93,8 1,6 121,2 - GB-LA-49B - 10 - 72,3 2006 35,8 1639 - - 1,1 - 60,7 8,5 47,7 - ME-14 - 18,7 - 86,1 2211 23,2 1925 18,5 - 2,9 - 46,5 1,2 57,5 - HJ-SO - 35,9 - 132,3 1212 23,2 1497 29,7 - 42,6 3,1 41,2 4,3 121,8 17,6 HJ-LAM1 - 37,5 - 119,9 1861 57,7 1689 19,7 - 49,4 2,9 51,2 5,3 97,9 14

HJ-LAM2 - 26 - 115,9 1868 52,9 1659 19,1 - 81,9 3,4 65,1 5,1 111,2 12,5 GB-QE-1A - 673 - 98 594 43,6 1088 15,7 - 39,8 - 111,2 9,8 120,5 27,2 GB-QE-4 - 35,5 - 105,4 1498 84,2 1435 15,8 - 88,1 - 68,2 7,5 92,2 26,1 GB-QE-5 - 11,6 - 110,1 3539 24,1 1220 12,9 - 28,8 2,3 90,4 5,9 60,4 7,1 SPF - 8,2 - 76,5 3355 5 1058 10,5 - 14,2 - 131,6 5,7 65,6 8,3 GB-RM-1 - 2,8 - 94,4 1973 3,7 2022 12,5 - 3,6 - 55,6 2,3 49,7 -

GB-LD-60 - 28,6 - 109,3 3714 48,2 1895 19,2 - 31,2 - 93,4 5,2 127,8 2,1 GB-LD-62 - 15,6 - 115,7 3837 20,8 1798 16,4 - 25,4 - 96,9 5,1 122,6 5,3

OPMR-4 - 1,6 - 75,8 2062 88,6 1272 9,9 - 75,2 - 76,1 3,8 48,1 -

- : abaixo do limite de quantificação. (ver capítulo 1).

Bi, Cd e Mo apresentaram valores menores do que o limite de detecção para todas as rochas analisadas.

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Tabela 5.3- Composição química (% peso) das rochas ultramáficas da literatura utilizadas para comparação (ver referências na figura 5.2).

Litotipo Amostra Local SiO2 TiO2 Al2O3 FeO MnO MgO CaO NaO K2O P2O5 Cr2O3 NiO Total

Komatiito peridotítico Kom-2 Yakabindie

Austrália 44,00 0,27 5,27 10,95 0,22 32,50 5,48 0,01 0,01 0,00 - - 98,71

Peridotito Peri-15 Pechenga

Rússia 41,10 1,30 3,59 15,00 0,17 35,30 1,83 0,13 0,17 0,00 - - 98,59

Harzburgito Harz-29 Bushveld

África do Sul 43,80 0,27 1,27 12,56 0,11 36,50 1,43 0,21 0,32 0,00 3,40 0,00 99,87

Harzburgito Harz-39

Stillwater

Estados

Unidos

49,02 0,10 4,41 11,05 0,18 30,50 3,05 0,41 0,02 0,01 0,74 0,00 99,49

Espinélio lherzolito Spin-Lher Havaí 43,81 0,20 4,01 8,91 0,12 37,49 3,51 0,38 0,01 0,00 0,40 0,24 99,08

Metaharzburgito PAC Barra Longa

Brasil 46,50 0,11 1,54 11,10 0,11 37,66 0,10 0,19 0,02 0,03 0,30 0,18 97,82

Komatiito Barb Barberton

África do Sul 47,70 0,36 4,15 11,20 0,19 28,50 6,95 0,26 0,05 0,03 0,38 0,20 99,97

Komatiito Abi Abitibi

Canadá 45,90 0,35 6,49 10,80 0,19 29,20 6,25 0,22 0,08 0,03 0,38 0,18 100,07

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56

Tabela 5.4- Composição modal dos litotipos analisados. Esp espinélio, Ol olivina, Opx ortopiroxênio,

Ant antofilita, Tr tremolita, Hbl hornblenda, Act actinolita, Cam clinoanfibólio, Srp serpentina, Chl

clorita, Tlc talco, Cb carbonato, Op opacos.

Amostra Litotipo Esp Ol Opx Ant Tr Hbl Act Cam Srp Chl Tlc Cb Op GB-AM-1 Metaperidotito - 20 - - - 50 - - 15 10 2 - 3

GB-AM-2

Tremolita-clorita-serpentina granofels

- - - - 15 - - - 55 20 5 - 5

GB-AM-3 Espinélio metaperidotito 7 15 5 - 33 - - - 10 5 20 - 5

GB-AM-6 Metaperidotito - 30 - - 10 - - - 40 10 9 - 1 GB-LA-32 Metaperidotito - 10 - 15 20 - - - 30 20 1 3 1 GB-LA-33 Metaperidotito - 15 - 20 48 - - - 5 8 1 2 1

GB-LA-39A

Antofilita- clorita-tremolita granofels

- - - 15 40 - - - 10 20 10 - 5

GB-LA-44 Esteatito - - - - - - - - 13 7 75 4 1

GB-LA-49A

Antofilita-serpentina- tremolita-clorita granofels

- - - 15 15 - - - 15 40 10 - 5

GB-LA-49B Esteatito - - - - - - - - 5 7 82 3 3 ME-14 Esteatito - - - - - - - - 15 4 75 5 1 HJ-SO Metaperidotito - 25 - 15 15 - - - 15 20 4 4 2 HJ-LAM1 Metaperidotito - 15 - 25 30 - - - 5 15 4 5 1 HJ-LAM2 Metaperidotito - 20 - 15 25 - - - 5 20 6 8 1

GB-QE-1A

Antofilita-actinolita-clorita granofels

- - - 15 - - 35 - 2 45 - 1 2

GB-QE-4

Antofilita-clorita –hornblenda-granofels

- - - 20 - 30 - - 2 25 15 5 3

GB-QE-5 Metaperidotito - 20 - 45 - - - - 2 20 12 - 1 SPF Metakomatiito* - - - - - - - 20 15 25 35 5 5 GB-RM-1 Metakomatiito* - - - - - - - - 77 10 3 5 5 GB-LD-60 Metaperidotito - 30 - - 10 - - - 25 30 2 - 3 GB-LD-62 Metaperidotito - 30 - - 10 - - - 20 35 2 - 3

OPMR-4

Antofilita-clorita-carbonato-talco xisto

- - - 10 - - - - - 15 40 30 5

* Textura spinifex preservada

O diagrama Al2O3-CaO-MgO (Figura 5.3) apresenta os campos de komatiitos, cumulados

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Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p.

57

ultramáficos e peridotitos ultramáficos de Coleman (1977). Verifica-se que grande parte dos litotipos,

mesmo os completamente metamorfizados, cai no campo dos cumulados ultramáficos, o que mostra

que o processo metamórfico não mascarou a natureza original dos metamorfitos. Verifica-se, ainda,

que mesmo a rocha classificada na literatura como komatiito peridotítico (Figura 5.2) e os

metakomatiitos deste trabalho com texturas spinifex preservadas da região de Rio Manso não plotaram

no campo delimitado para este tipo litológico, o que mostra que komatiitos apresentam certo grau de

variabilidade química ou que o campo de Coleman (1977) não é suficientemente representativo para

este tipo de rocha.

Já no diagrama de Jensen (1976) (Figura 5.4 A) a maioria das amostras classifica-se como

peridotitos komatiiticos. Três litotipos, a saber, tremolita-clorita-serpentina granofels (GB-AM-2)

presente em Amarantina, antofilita- actinolita granofels (GB-QE-1A) de Queluzito e esteatito (GB-

LA-44) de Lamim caíram no campo dos basaltos komatiiticos. Trata-se de amostras totalmente

metamorfizadas, portanto o processo metamórfico/metassomático pode ter afetado a composição

destas rochas, conforme discutido no próximo capítulo. Na figura 5.4 B tanto as amostras mais

preservadas quanto as amostras para comparação concentram-se no campo dos peridotitos

komatiiticos.

No diagrama MgO-CaO-Al2O3 (Figura 5.5) de Viljoen & Viljoen (1969) também se verifica

que as rochas desse trabalho possuem características geoquímicas de peridotitos komatiiticos.

Segundo Arndt & Nisbet, (1982), peridotitos komatiiticos caracterizam-se quimicamente por

teores de MgO acima de 18% em peso e TiO2 abaixo de 0,9%. Segundo estes critérios todas as rochas

analisadas são peridotitos komatiiticos (Tabela 5.1), pois o teor de MgO varia entre cerca de 21 e 36%

em peso (equivalente a 27 a 40% em base anidra, (ver Tabela 5.5 e Anexo VI) e o TiO2 é inferior a

0,4% (0,5% em base anidra, Anexo VI).

Segundo Viljoen & Viljoen (1969) e Arndt & Nisbet (1982) outro aspecto importante na

definição da suíte komatiitica diz respeito à razão CaO/Al2O3 que deve estar situada no intervalo entre

0,8 a 1,0. Nos litotipos estudados as razões de CaO/Al2O3 estão entre 0,06 e 2,73 (Tabela 5.5). Os

litotipos que apresentam razões relativamente elevadas são rochas com grande quantidade de tremolita

(GB-LA39A, GB-AM-1, GB-AM-3) e carbonato (OPMR-4). No caso dos litotipos com baixas razões

de CaO/Al2O3 (0,5 a 0,7), trata-se de amostras com altos teores de clorita, o que é responsável pelo

aumento do Al2O3 (amostras GB-LA-49B, GB-QE-1A, GB-QE-4 e GB-LD-60), conforme também

ocorre nos komatiitos metamorfizados na fácies xisto verde descritos por Jolly (1982). Já as amostras

com concentrações menores de Al2O3 correspondem aos litotipos que apresentam minerais pobres ou

que não possuem Al como tremolita, antofilita, serpentina e talco, nesse caso a clorita ocorre em

pequenas quantidades ou é ausente. Segundo Arndt et al. (1989) os komatiitos metamorfizados do

greenstone belt de Crixás são empobrecidos em Al2O3 pois os cristais de olivina foram parcialmente

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Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...

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substituídos por tremolita, talco e carbonato e não apresentam clorita.

Razões CaO/Al2O3 muito inferiores (0,06 a 0,3) representam os esteatitos (GB-LA-44, GB-

LA-49B, ME-14), o olivina-antofilita-tremolita granofels (HJ-SO) e o metakomatiito (GB-RM-1) em

função da pouquíssima quantidade de CaO presente. Os esteatitos, conforme discutido por Auvray et

al. (1982), tipicamente possuem razões menores de CaO/Al2O3 e teores maiores de MgO do que

komatiitos dos quais eles podem ser derivados por metamorfismo metassomático. Arndt (1994)

menciona que a razão CaO/Al2O3 na definição de komatiito é discutível em função da mobilidade do

CaO.

Nesbitt et al. (1979) e Beswick (1982) propõem uma classificação para os komatiitos em dois

grupos baseados na razão Al2O3/TiO2. O primeiro grupo apresenta valores aproximadamente

condríticos com razão Al2O3/TiO2 em torno de 20,4, o que caracteriza a suíte de komatiitos não-

desfalcados em Al. O segundo grupo, classificado como dos komatiitos Al-desfalcados, é

caracterizado por apresentar razões próximas da metade dos valores condríticos, o que o ocorre nos

komatiitos do oeste da Austrália (Beswick 1982).

CaO MgO MgO

Al2O3A B Al2O3

CaOPeridotito Metamórfico

CumuladosUltramáficos

Komatiitos

Peridotito Metamórfico

CumuladosUltramáficos

Komatiitos

Figura 5.3- Diagrama triangular (Al2O3-CaO-MgO), os campos estão discriminados segundo Coleman (1977).

No diagrama A se encontram as rochas desse trabalho. No diagrama B têm-se as análises da literatura e as rochas

estudadas menos metamorfizadas, que preservam minerais ígneos (GB-AM-1, GB-AM-3, GB-AM-6, GB-QE-5,

GB-LA-32, GB-LA-33, HJ-LAM1, HJ-LAM2 e HJ-SO).

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59

Peridotitokomatiitico

Basaltokomatiitico

Tholeiítode alto Ferro

TholeiítoBasaltode alto

Magnésio

AT

DT

RT

RC

DC

BCAC

AT- Andesito Tholeiítico; DT- Dacito Tholeiítico; RT- Riolito Tholeiítico; BC- Basalto Calcioacalino; AC- Andesito Calcioacalino; DC- Dacito Calcioacalino; RC- Dacito Calcioacalino.

Al2O3 MgO

FeOt+TiO2

Peridotitokomatiitico

Basaltokomatiitico

Tholeiítode alto Ferro

TholeiítoBasaltode alto

Magnésio

AT

DT

RT

RC

DC

BCAC

A BFeOt+TiO2

Al2O3 MgO

Figura 5.4- Diagrama discriminante de Jensen (1976) (modificado por Rickwood 1989), para komatiitos,

tholeiítos e rochas cálcio-alcalinas. Os diagramas A e B utilizam % em peso de FeOt+TiO2 - Al2O3 - MgO para

as rochas desse trabalho e para análises da literatura e as rochas com maior porcentagem de minerais ígneos

(GB-AM-1, GB-AM-3, GB-AM-6, GB-QE-5, GB-LA-32, GB-LA-33, HJ-LAM1, HJ-LAM2 e HJ-SO).

CaO

MgO

Peridotitokomatiitico

Al2O3

Peridotitokomatiitico

Basaltokomatiitico

TholeiítoBasalto

A B

Al2O3

MgO

CaO

Peridotitokomatiitico

Basaltokomatiitico

TholeiítoBasalto

Figura 5.5- Diagrama triangular (MgO-CaO-Al2O3) segundo Viljoen & Viljoen (1969). No diagrama A se

encontram as rochas desse trabalho sem minerais ígneos preservados. No diagrama B têm-se as análises da

literatura e as rochas com maior porcentagem de minerais ígneos preservados (GB-AM-1, GB-AM-3, GB-AM-6,

GB-QE-5, GB-LA-32, GB-LA-33, HJ-LAM1, HJ-LAM2 e HJ-SO).

A maioria das amostras apresenta razão Al2O3/TiO2 próximas ou maiores do que 20,4

correspondendo à suíte de komatiitos não-desfalcados em Al. Razões semelhantes são encontradas

para espinélio lherzolito do Havaí, komatiito peridotítico de Yakabindie e komatiito de Abitibi (Tabela

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Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...

60

5.5 e 5.6), enquanto que as amostras harzburgito de Bushveld e peridotito de Pechenga tem razão

Al2O3/TiO2 muito abaixo dos valores encontrados para as rochas analisadas neste trabalho.

Tabela 5.5- Teor de MgO (% peso em base anidra – Anexo VI ) e valores das razões CaO/Al2O3,

Al2O3/TiO2 para as rochas desse trabalho.

Litotipo Localização Amostra MgO CaO/Al2O3 Al2O3/TiO2

Metaperidotito Amarantina GB-AM-1 27,69 2,73 17,49

Tremolita-serpentina granofels Amarantina GB-AM-2 27,63 0,60 20,57

Espinélio metaperidotito Amarantina GB-AM-3 29,53 1,42 34,88

Metaperidotito Amarantina GB-AM-6 34,89 0,77 33,08

Olivina-antofilita-tremolita granofels Lamim GB-LA-32 31,76 0,53 15,46

Olivina-antofilita-tremolita granofels Lamim GB-LA-33 30,82 0,59 13,27

Antofilita-tremolita granofels Lamim GB-LA-39A 26,71 2,46 46,22

Esteatito Lamim GB-LA-44 35,27 0,11 23,37

Antofilita-tremolita granofels Lamim GB-LA-49A 28,05 0,51 49,66

Esteatito Lamim GM-LA-49B 32,67 0,06 36,22

Esteatito Lamim ME-14 37,09 0,11 41,49

Olivina-antofilita-tremolita granofels Lamim HJ-SO 33,38 0,29 18,71

Olivina-antofilita-tremolita granofels Lamim HJ-LAM1 31,40 0,51 16,25

Olivina-antofilita-tremolita granofels Lamim HJ-LAM2 31,55 0,55 12,67

Antofilita-actinolita-clorita granofels Queluzito GB-QE-1A 22,78 0,65 17,36

Antofilita-clorita–hornblenda-granofels Queluzito GB-QE-4 30,34 0,64 23,11

Metaperidotito Queluzito GB-QE-5 30,51 0,81 22,60

Metakomatiito Rio Manso SPF 28,12 0,98 25,81

Metakomatiito Rio Manso GB-RM-1 40,79 0,17 29,36

Metaperidotito Lagoa Dourada GB-LD-60 31,45 0,68 16,06

Metaperidotito Lagoa Dourada GB-LD-62 31,58 0,75 11,71

Antofilita esteatito Mariana OPMR4 30,67 1,62 39,27

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61

Tabela 5.6- Teor de MgO (% peso) e valores das razões CaO/Al2O3, Al2O3/TiO2 para rochas da

literatura.

Litotipo Localização Amostra MgO CaO/Al2O3 Al2O3/TiO2

Komatiito peridotitico Yakabindie - Austrália kom-2 32,50 1,04 19,52

Peridotito Pechenga – Rússia Peri-15 35,30 0,51 2,76

Harzburgito Bushveld – África do Sul harz-29 36,50 1,13 4,70

Harzburgito Stillwater – Estados Unidos harz-39 30,50 0,69 44,10

Espinélio lherzolito Havaí Spin-Lher 37,49 0,88 20,00

Metaharzburgito Barra Longa- Brasil PAC 37,66 0,06 14,50

Komatiito Barberton - África do Sul Barb 28,50 1,67 11,53

Komatiito Abitibi-Canadá Abi 29,20 0,96 18,54

Na figura 5.6 são apresentados os diagramas (Ni x Cr), (Cr x TiO2) e (Ni x TiO2) de Hallberg

(1985). Para evitar superposição de pontos, as amostras foram divididas em dois diagramas. Como os

campos delimitados por Hallberg (1985) se superpõem parcialmente e, além disso, há uma dispersão

dos pontos, verifica-se que amostras de uma mesma proveniência podem plotar em campos distintos.

No geral, porém, as amostras caem principalmente na área que é comum aos campos dos komatiitos,

komatiitos cumuláticos e sills acamadados de alto magnésio.

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Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...

62

0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,50

1000

2000

3000

4000

5000

CK

K

LMS

HMBT

TiO2 (% em peso)

Ni p

pm

CK - Komatiito cumuláticoK - KomatiitoLMS - Sills acamadados de alto magnésioHMB - Basalto com alto magnésioT- Tholeiito

0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,50

1000

2000

3000

4000

5000

CK

K

LMS

HMBT

TiO2 (% em peso)

Ni p

pm

CK - Komatiito cumuláticoK - KomatiitoLMS - Sills acamadados de alto magnésioHMB - Basalto com alto magnésioT- Tholeiito

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5

2000

4000

6000

8000

10000

12000

TiO2 (% em peso)

Cr p

pm

CK

K

LMS

HMB T

CK - Komatiito cumuláticoK - KomatiitoLMS - Sills acamadados de alto magnésioHMB - Basalto com alto magnésioT- Tholeiito

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5

2000

4000

6000

8000

10000

12000

TiO2 (% em peso)

Cr

ppm

CK

K

LMS

HMB T

CK - Komatiito cumuláticoK - KomatiitoLMS - Sills acamadados de alto magnésioHMB - Basalto com alto magnésioT- Tholeiito

2000 4000 6000 8000 10000 120000

1000

2000

3000

4000

5000

Cr ppm

Ni p

pm

CK

KLMS

HMB

CK - Komatiito cumuláticoK - KomatiitoLMS - Sills acamadados de alto magnésioHMB - Basalto com alto magnésioT- Tholeiito

T

2000 4000 6000 8000 10000 120000

1000

2000

3000

4000

5000

Cr ppm

Ni p

pm

CK

KLMS

HMB

CK - Komatiito cumuláticoK - KomatiitoLMS - Sills acamadados de alto magnésioHMB - Basalto com alto magnésioT- Tholeiito

T

Figura 5.6- Diagramas (Ni x Cr), (Cr x TiO2) e (Ni x TiO2), com os campos de Hallberg (1985). Para

evitar superposição de pontos as amostras de Amarantina, Rio Manso e Queluzito foram plotadas à

esquerda e, à direita, as amostras de Lamin, Lagoa Dourada, harzburgito de Bushveld, harzburgito de

Stillwater, espinélio lherzolito, metaharzburgito de Barra Longa, komatiito de Barberton e komatiito

de Abitibi.

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63

5.3 DIAGRAMAS DE CORRELAÇÃO

Nas figuras 5.7 e 5.8 são apresentados diagramas de óxidos selecionados versus MgO.

Observa-se que os teores de TiO2, CaO e NaO tendem a ser mais baixos para amostras com teores de

MgO mais elevados.

No diagrama SiO2 versus MgO a amostra antofilita-tremolita granofels (GB-LA-39A) se

diferencia pois apresenta maior quantidade de SiO2 por ser rica em anfibólios, que são minerais com

mais de 55% de SiO2.

Quando as rochas mais preservadas são comparadas com as da literatura em diagramas de

óxidos versus MgO (Figura 5.8), verifica-se que três das rochas de referência (peridotito de Pechenga,

harzburgito de Bushveld e espinélio lherzolito do Havaí, (ver referências na Figura 5.2) caem, em

muitos digramas, fora da área onde se concentra a maioria das análises. Por outro lado, komatiito de

Yakabindie, komatiito de Barberton, e komatiito de Abitibi são quimicamente semelhantes às rochas

do presente trabalho, o que corrobora que, provavelmente, estas sejam rochas com afinidade

komatiitica.

Nos diagramas Ni versus MgO e Cr versus MgO (Figura. 5.9) observa-se que as rochas

possuem altos teores de Cr e Ni, conforme se espera de rochas ultramáficas. Nota-se que o

comportamento de Ni e Cr é diretamente proporcional ao de MgO, isto é, teores de Ni e Cr são

maiores para rochas com teor de MgO mais alto.

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64

MgO (%)

SiO

2 (%

)

MgO (%)T

iO2

(%

)20 25 30 35 40

30

35

40

45

50

55

20 25 30 35 400,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

20 25 30 35 400

5

10

15

MgO (%)

Al2

O3

(%

)

20 25 30 35 400

5

10

15

20

MgO (%)

FeO

t (%

)

20 25 30 35 400,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

MgO (%)

Na2

O (

%)

20 25 30 35 400

5

10

15

MgO (%)

CaO

(%)

Figura 5.7- Diagramas de óxidos versus MgO para as 22 amostras desse trabalho.

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65

MgO (%)

SiO

2 (%

)

MgO (%)T

iO2

(%

)

20 25 30 35 4030

35

40

45

50

55

20 25 30 35 400,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

20 25 30 35 400

5

10

15

MgO (%)

Al2

O3

(%

)

20 25 30 35 400

5

10

15

20

MgO (%)

FeO

t (%

)

20 25 30 35 400,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

MgO (%)

Na2

O (%

)

20 25 30 35 400

5

10

15

MgO (%)

CaO

(%)

Figura

5.8- Diagramas de óxidos versus MgO para análises da literatura (Figura 5.2 e Tabela 5.3) e para as rochas com

maior porcentagem de minerais ígneos (GB-AM-1, GB-AM-3, GB-AM-6, GB-QE-5, GB-LA-32, GB-LA-33,

HJ-LAM1, HJ-LAM2 e HJ-SO) em base anidra, cuja localização está delimitada pelas linhas tracejadas.

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Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...

66

20 25 30 35 400

1000

2000

3000

MgO (%)

Ni

(pp

m)

20 25 30 35 400

1000

2000

3000

4000

MgO (%)C

r (p

pm

)

Figura 5.9- Diagramas (Ni x MgO) e (Cr x MgO) para as 22 amostras desse trabalho e algumas das rochas da

literatura utilizadas como referência (Figura 5.2 e Tabela 5.3).

5.4 DIAGRAMAS DE RAZÕES DE PROPORÇÕES MOLECULARES

Foram gerados diagramas bivariantes de razões de proporções moleculares segundo a proposta

de Beswick (1982) para analisar a mobilidade de alguns elementos nas rochas desse estudo. Esses

diagramas correlacionam os elementos Si e FM (onde FM= FeOt+MgO) que entram na composição

de olivina, que é o mais importante mineral cuja fracionamento pode produzir vários tipos de rochas

komatiiticas, normalizados para elementos incompatíveis com olivina como Ti, Al, etc. Entretanto,

Rollinson (1993) com base em argumentos estatísticos acredita que os resultados sejam adulterados

devido a artifícios matemáticos utilizados no método.

Os diagramas procuram mostrar que teria havido mobilidade de algum elemento caso a

amostra caia fora do trend linear representado por uma reta com inclinação proporcional a 2:1 em

termos de FM:SiO2 (que é a proporção molecular destes óxidos em olivina). Pontos que caem fora

desta linha representam rochas com provável modificação química.

Nos diagramas SiO2:TiO2 x FM:TiO2 e SiO2:Al2O3 x FM:Al2O3 da figura 5.10 verifica-se que

as rochas que se situam acima da reta são harzburgito de Stillwater, metaharzburgito de Barra Longa,

espinélio metaperidotito GB-AM-3 e metaperidotito GB-AM-6, ambos de Amarantina, esteatito GB-

LA49A e antofilita-tremolita granofels GB-LA39A, ambos de Lamin. No caso das duas rochas da

literatura, isso mostra que elas não são rochas geradas por fracionamento de olivina. As duas de

Amarantina, que preservam olivina primária, também se desviam do padrão de rochas geradas por

fracionamento de olivina. Já nas duas rochas de Lamim, totalmente metamorfizadas, pode ter havido

enriquecimento de Si (já que Ti e Al são considerados como elementos imóveis na maioria dos

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Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p.

67

processos geológicos).

50 100 150 2000

50

100

150

200

250

300

FM:CaO

SiO

2:C

aO

300 600 900 1200 15000

300

600

900

1200

1500

FM:Na2O

SiO

2:N

a2O

100 200 300 400 5000

100

200

300

400

500

600

FM:TiO2

SiO

2:T

iO2

10 20 30 400

10

20

30

40

FM:Al2O3S

iO2:

Al2

O3

Figura 5.10- Diagrama de razões de proporções moleculares, onde FM corresponde a (MgO + FeOt).

No diagrama SiO2:Na2O x FM:Na2O verifica-se a dispersão de parte das amostras, que se

concentram em dois grupos, um que se situa mais próximo da linha padrão 2:1 e o outro, que se dispõe

acima da linha e deslocado para razões FM:Na2O mais altas. Este grupo deve refletir um desfalque de

Na2O ou um enriquecimento de SiO2 (o que teria levado os pontos a caírem acima da linha). O

deslocamento para maiores razões FM:Na2O, por outro lado, pode significar desfalque em Na ou

aumento de FM. Portanto, conclui-se que provavelmente estas amostras foram empobrecidas em Na, o

que pode explicar o deslocamento dos pontos simultaneamente para cima e para a direita no diagrama.

O digrama em que o K entra no lugar do Na (não representado na figura) é semelhante a este,

corroborando as conclusões de Beswick (1982) sobre a grande mobilidade destes elementos.

No diagrama SiO2:CaO x FM:CaO a maioria dos pontos concentra-se junto à origem. Aquelas

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68

deslocadas para maiores razões FM:CaO foram empobrecidas em Ca, o que é corroborado pela

mineralogia, pois se trata de rochas ricas em talco e serpentina.

5.5 CONSIDERACOES FINAIS

Segundo critérios geoquímicos de Arndt & Nisbett (1982), as rochas analisadas são peridotitos

komatiiticos, pois possuem teores de MgO > 18% em peso e de TiO2 < 0,9. Quanto à razão

CaO/Al2O3, os litotipos analisados mostram grande dispersão (0,06 a 2,73), não se concentrando no

intervalo entre 0,8 a 1,0 para a suite komatiitica segundo Viljoen & Viljoen (1969) e Arndt & Nisbett

(1982). As rochas cujas razões são muito baixas ou são ricas em clorita (e, portanto, em Al) ou em

talco e, neste caso, foram provavelmente desfalcadas em Ca pelo metamorfismo metassomático. As

rochas com valores muito altos são, na sua maioria, aquelas com volume de carbonato e tremolita mais

elevado.

Quanto à razão Al2O3/TiO2, a maioria das amostras com olivina preservada tem valores

próximos ou superiores a 20,4, que caracteriza a suíte de komatiitos não-desfalcados em alumínio de

Nesbitt (1979) e Beswick (1982). Considerando esta classificação, o harzburgito de Stillwater

(Al2O3/TiO2 = 4,70) e o peridotito de Pechenga (=2,76), que apresentam valores muito baixos, não são

rochas de afinidade komatiitica e, portanto, são descartadas como quimicamente equivalentes ao

protólito das rochas estudadas e não poderiam ser utilizadas como referência no cálculo dos balanços

de massa. A esta conclusão se chega também ao analisar os diagramas de óxidos x MgO, nos quais

estes dois litotipos apresentam considerável discrepância em relação às rochas investigadas. Além

destas duas rochas, também são discrepantes, nos diagramas de óxidos x MgO, o espinélio lherzolito

do Havaí e o harzburgito de Bushveld. Embora o komatiito de Barberton mostre uma boa coincidência

em termos químicos com as estudadas nos diagramas de óxidos, o valor da razão Al2O3/TiO2 de 11,53

é baixa, pois se trata de um komatiito da suíte Al-desfalcada de Nesbitt (1979) e Beswick (1982).

Conclui-se, portanto, que as rochas de referência quimicamente mais semelhantes às estudadas são o

komatiito peridotítico de Yakabindie e o komatiito de Abitibi. Estas foram utilizadas para os cálculos

de balanço de massa.

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CAPÍTULO 6

BALANÇO DE MASSA

6.1 INTRODUÇÃO

Neste capítulo, o objetivo é o estudo das variações químicas resultantes do processo

metassomático que afetou as rochas metaultramáficas desse trabalho. Para tal estudo utilizou-se o

balanço de massa, que quantifica o comportamento dos elementos químicos ou compostos através dos

processos geológicos. Os elementos químicos ou compostos podem permanecer imóveis ou serem

mobilizados, isto é, retirados ou adicionados ao sistema. O balanço de massa também permite obter

informações sobre as variações de massa e/ou volume que ocorreram.

Os cálculos de balanço de massa foram baseados no método de Grant (1986), método

aprimorado do método de Gresens (1967), que avalia as mudanças na concentração de elementos e no

volume das rochas durante o metamorfismo. A utilização do método de Grant (1986) para cálculo de

balanço de massa em rochas ultramáficas foi realizado por autores como Augustin et al. (2008), que

estudaram harzburgitos, dunitos e gabros do assoalho oceânico na Dorsal Mesoaltântica, Shervais et

al. (2005) que estudaram harzburgitos e dunitos serpentinizados da Califórnia e Markl et al. (2001),

que trabalharam com espinélio peridotitos do leste da Antártica.

O método de Gresens (1967), que serviu de base para o de Grant (1986), permite identificar a

quantidade de elementos que foram adicionados ou subtraídos durante o processo de alteração, por

meio de equações que se baseiam na composição química e nos pesos específicos das rochas ou

minerais envolvidos. Também é possível pelo método determinar, por diagramas de composição

volume, quais os elementos que tiveram pouca mobilidade ou permaneceram imóveis. A construção

desses diagramas permite estabelecer o fator volume (fv), parâmetro fundamental para estimar a

mudança de composição e de volume nas rochas envolvidas no processo metassomático. De acordo

com Gresens, quando o fv =1 não há variação de volume, no caso de fv >1 há um acréscimo de volume

no processo e quando o fv <1 ocorre a perda de volume. Para efetuar os cálculos devem-se selecionar

duas amostras, onde uma será a rocha de referência e a outra, a rocha alterada, a primeira pode estar

totalmente preservada ou parcialmente alterada por processos metassomáticos, a segunda amostra deve

estar mais alterada que a de referência, pois a finalidade dos cálculos é saber quais elementos a rocha

alterada ganhou ou perdeu em relação a rocha de referência. Gresens (1967) utiliza a seguinte equação

fundamental para realizar o balanço de massa:

Xn = [ fv (ρb/ρa) Cn,B – Cn,A]m (1)

Onde:

Xn: Mudança de massa no componente n

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70

fv: Fator volume

ρb, ρa: Densidades das amostras A e B

Cn,B: Concentração do componente n em B (rocha de alterada)

Cn,A: Concentração do componente n em A (rocha de referência)

m: Massa arbitrária (geralmente 100g)

Grant (1986) introduziu uma representação gráfica conhecida como diagrama de isóconas,

proporcionando assim uma forma mais prática para investigar as modificações de massa e de volume.

O método de Gresens (1967) e o da isócona de Grant (1986) vêm sendo utilizados não só para rochas

ultramáficas, mas para litotipos variados (e.g. Bionde et al. 2007, Feio et al. 2007, Cerqueira et al.

2005, Barnes et al. 2004, Kretz 2000, Hecht et al. 1999, Demény 1997). No método de Grant (1986) a

equação fundamental de Gresens (1967) é reescrita com uma nova nomenclatura:

ΔMi= [(MA/MO)CiA – Ci

O]M (2)

Onde:

ΔMi: Mudança de massa no componente i

M: Massa da amostra

O: Valores para a rocha de referência (rocha original)

A: Valores para a rocha alterada

Ci: Concentração do componente i

M: Massa arbitrária (geralmente 100g)

Nota-se que se MO=1g, C é g/g ou se MO=100g, C é em % de peso.

O método da isócona

Para cada componente analisado existe uma equação onde (MO/MA) é constante. Identificando

os componentes imóveis para cada ΔCi=0 é possível obter essa razão (MO/MA) resolvendo a equação:

CiA= (MO/MA)Ci

O (3)

Graficamente isso é feito plotando os dados CiA em relação Ci

O. Os componentes imóveis irão

gerar uma reta que passa pela origem e cuja inclinação é (MO/MA), que é a razão fundamental das

massas equivalentes antes e depois da alteração. Essa reta para qual ΔCi = 0 é a isócona, definida como

a linha que une os pontos de mesma concentração geoquímica (Gary et al., 1974 in Grant, 1986). A

isócona pode ser construída de modo a constituir uma reta de melhor ajuste através de uma série de

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71

pontos do gráfico (CiA x Ci

O) concentração dos elementos da rocha alterada versus concentração dos

elementos da rocha de referência. Os elementos que ficam acima da isócona correspondem aos

elementos que entraram no sistema, ou seja, a rocha alterada foi enriquecida nesses elementos, já os

pontos abaixo da isócona são os elementos que saíram o que significa que e a rocha alterada é mais

empobrecida nesses elementos em relação a rocha de referência.

As equações abaixo são utilizadas para determinar as perdas e ganhos relativos dos

componentes considerando elemento, massa ou volume constante.

Se for considerado um elemento constante, como por exemplo, o alumínio, a equação será:

(ΔCi/Ci) = (COAl2O3 / CA

Al2O3)(CiA/CiO) - 1 (4)

Se for considerado massa constante a equação será:

(ΔCi/Ci) = (CiA/CiO) - 1 (5)

No caso onde o volume é considerado constante a equação é:

(ΔCi/Ci) = (ρA/ρO)(CiA/CiO) - 1 (6)

Sendo ρA, ρO as densidades das amostras A e O.

6.2 CÁLCULO DE BALANÇO DE MASSA

Como o método de Grant (1986) foi aprimorado do método de Gresens (1967) os cálculos

foram realizados pelo método da isócona de Grant (1986) considerando massa, volume e um elemento

constante, neste caso o alumínio.

A determinação da densidade aparente de amostras selecionadas foi realizada por meio da

balança hidrostática (razão entre o peso da amostra no ar e dentro d’água) no Laboratório de

Geoquímica Ambiental (LGqA) do DEGEO-UFOP. O Fe2O3 foi recalculado como FeO total e as

análises foram normalizadas para base anidra. Na tabela 6.1 encontra-se a composição química das

rochas utilizadas no balanço de massa.

Como visto no capítulo 5 as rochas estudadas possuem maior afinidade com rochas

komatiíticas, que podem ser o seu possível protólito. Para determinar o possível protólito das rochas

estudadas e o grau de metassomatismo selecionou-se o Komatiito de Abitibi (Abi) como rocha de

referência para cálculo do balanço de massa. A escolha da rocha de referência, que deve corresponder

à composição que a rocha alterada tinha originalmente, é de suma importância para garantir a

confiabilidade dos resultados dos cálculos de balanço de massa. Os cálculos foram realizados para os

seguintes pares de rocha:

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1)- Rocha menos metamorfizada de uma região, isto é, com minerais ígneos preservados, foi

comparada com as mais alteradas desta mesma região já que estas, por se encontrarem no mesmo

contexto geológico, devem ter-se derivado da primeira.

a)- Espinélio metaperidotito (GB-AM-3) versus Tremolita-clorita-serpentina granofels (GB-

AM-2).

b)- Metaperidotito (GB-LA-32) versus Esteatito (GB-LA-49B).

2)- Rochas de uma região onde não se encontraram litotipos menos metamorfizados foram

comparados com a rocha de referência Komatiito de Abitibi.

c)- Komatiito (Abi) versus Metakomatiito (SPF).

3)- Rochas menos metamorfizadas foram comparadas com o Komatiito de Abitibi para

verificar se há grandes discrepâncias químicas entre elas.

d)- Komatiito peridotítico (Kom-2) versus Espinélio metaperidotito (GB-AM-3).

6.3 RESULTADOS

No método de Grant (1986) é possível considerar três hipóteses onde volume, massa ou um

elemento são considerados constantes (equações 4, 5 e 6). Na figura 6.1 são apresentados os diagramas

de isóconas e nas tabelas 6.2, 6.3 e 6.4, as tabelas com os resultados.

As discussões dos balanços de massa levaram em consideração principalmente os óxidos mais

abundantes (SiO2, FeO, MgO e CaO). Os óxidos que ocorrem em teores muito baixos, inferiores a 1%

(MnO, TiO2, Na2O, K2O), não foram levados em conta porque mesmo entre as rochas ultramáficas já

ocorrem variações nas suas concentrações de tal ordem (0 a 0,5% peso), que a interpretação do

balanço de massa pode sugerir uma mobilidade irreal.

1) Litotipos da mesma região

Amarantina

Na região de Amarantina foram utilizados no balanço de massa o espinélio metaperidotito (GB-AM-3)

como rocha de referência e o tremolita-clorita-serpentina granofels (GB-AM-2) como litotipo mais

alterado. Estas rochas encontram-se localmente próximas e provavelmente o tremolita-clorita-

serpentina granofels (GB-AM-2) represente um estágio mais avançado da transformação metamórfica

e metassomática do espinélio metaperidotito (GB-AM-3).

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73

Tabela 6.1- Composição química de elementos maiores dos litotipos selecionados para os cálculos de balanço de massa.

Rocha Komatiito peridotítico* Komatiito

Abitibi**

Espinélio

metaperidotito

Tremolita-clorita-

serpentina

granofels

Metaperidotito Esteatito Metakomatiito

Amostra Kom-2 Abi GB-AM-3 GB-AM-2 GB-LA-32 GB-LA-49B SPF

SiO2 44,0 45,9 49,34 44,09 47,49 55,84 48,19

TiO2 0,27 0,35 0,14 0,33 0,27 0,1 0,24

Al2O3 5,27 6,49 4,92 6,7 4,14 3,49 6,27

FeOt 10,95 10,8 7,41 13,87 12,09 6,36 9,25

MnO 0,22 0,19 0,13 0,15 0,17 0,04 0,15

MgO 32,5 29,2 29,53 27,63 31,76 32,67 28,12

CaO 5,48 6,25 6,97 4,01 2,2 0,2 6,18

Na2O 0,01 0,22 0,41 0,44 0,22 0,04 0,31

K2O 0,01 0,08 0,06 0,05 0,05 0,01 0,06

Total 98,71 99,48 98,91 97,27 98,39 98,75 98,77

Densidade 3,00 3,00 2,96 2,83 2,98 2,84 2,89

* Naldrett & Turner (1977) in Naldrett & Cabri, (1976).

** Sun & Nesbitt (1978) (ambos in Arndt et al., 2008).

FeOt = Todo o Fe calculado como FeO.

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74

Os resultados para massa e volume constantes são praticamente idênticos e,

consequentemente, as isóconas de massa e volume (Figura 6.1A) estão sobrepostas.

Na figura 6.1A observa-se pouca variação dos elementos, pois estes se localizam próximos às

isóconas de massa e volume. O ponto que representa o MgO está praticamente sobre a as isóconas de

massa e volume, portanto, este óxido apresentou pequena variação durante a transformação

metamórfica, de -0,3 a 0,0 (% peso/100g) (ver também tabela 6.2). Postula-se que, no processo de

serpentinização, costuma haver perda de SiO2 e, quanto ao MgO, este pode ser adicionado ou manter-

se constante (Bailey et al. 1964, in Gresens 1967, Shervais et al 2005). O resultado encontrado está

coerente com os autores citados, pois houve leve perda de SiO2 e o não houve mudança no MgO para

massa constante. Bailey et al (1964, in Gresens 1967) ainda afirmam que, quando o MgO permanece

constante, há saída de CaO, tal como se verifica para estes litotipos.

Na a isócona de Al constante observa-se um empobrecimento, em pequena escala, em todos os

elementos, exceto TiO2 e FeOt. O Ti é normalmente um elemento imóvel, neste caso foi concentrado

porque os demais elementos foram retirados. O Fe teve comportamento semelhante.

Lamim

Rochas mais alteradas que afloram em Lamim como esteatitos e serpentinitos já haviam sido

descritos por Jordt-Evangelista & Silva (2005) como sendo originadas de rochas ultramáficas da

região. Neste trabalho selecionou-se o metaperidotito (GB-LA-32) e o esteatito (GB-LA-49B), rocha

possivelmente gerada de litotipos mais preservados como o metaperidotito (GB-LA-32).

Há uma tendência de variações semelhantes para os principais óxidos, a saber, SiO2, FeO,

MgO e CaO, nos resultados baseados nos três cálculos (Figura 6.1B e Tabela 6.2). Foram subtraídos

FeO e CaO. O SiO2 aumentou e MgO permaneceu constante ou aumentou no caso do balanço de

massa baseado na constância do Al. Essas modificações são coerentes com a variação mineralógica,

em que a rocha original, que continha olivina (e, provavelmente, piroxênios) foi transformada em

esteatito. Como talco não contem Ca e nem Fe, é de se esperar a retirada destes elementos no processo

de metamorfismo metassomático. O Mg não sofreu grandes modificações pois o talco é um mineral

magnesiano. Por outro lado, um aumento de sílica é o resultado da esteatitização da olivina, que é um

mineral insaturado em sílica.

Segundo Roeser (1987) no processo de esteatitização costuma haver entrada de sílica e intenso

intercâmbio de outros elementos entre a rocha ultramáfica e sua encaixante mais silicosa.

1) Rocha de referência comparada com litotipo mais metamorfizado

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75

Na região de Rio Manso não foram encontradas rochas com minerais ígneos preservados,

portanto optou-se por comparar o metakomatiito (SPF) com o komatiito (Abi), rocha cujas análises

foram retiradas da literatura e que foi caracterizada no capítulo 5 como uma das mais semelhantes

quimicamente aos litotipos deste trabalho.

De acordo com os resultados do balanço de massa (Figura 6.1 C e Tabela 6.3) a maioria dos

elementos não apresentam variação ou apresentam um variação pequena de 0,1 (% peso/100g), como

MgO, CaO, SiO2 e Al2O3. Portanto o metakomatiito SPF preserva as características primárias de

komatiitos inalterados. Conforme mostrado no Capítulo 5, muitas das rochas metaultramáficas

estudadas com minerais ígneos preservados têm composição semelhante ao metakomatiito SPF, o que

corrobora a interpretação de que o magma das rochas deste estudo é de natureza komatiitica.

2) Rocha de referência comparada com litotipo mais preservado

O espinélio metaperidotito (GB-AM-3) foi comparado com o komatiito peridotítico de

Yakabindie (Kom-2). Esta comparação visa averiguar se as rochas peridotíticas deste estudo, que

sofreram somente incipiente metamorfismo e, portanto, deveriam preservar grandemente a

composição química original, apresentam ou não uma composição comparável com a de komatiitos.

Verifica-se uma razoável similaridade para as três isóconas da Figura 6.1D, tal como

verificado na comparação do metakomatiito SPF com o komatiito de Abitibi (Figura 6.1C).

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76

Tabela 6.2- Perdas e ganhos calculados em (% peso/100g) para as reações (A) Espinélio

metaperidotito (GB-AM-3) versus Tremolita-clorita-serpentina granofels (GB-AM-2). (B)

Metaperidotito (GB-LA-32) versus Esteatito (GB-LA-49B) pelo método de Grant (1986).

Elementos (%) peso

(A) Espinélio metaperidotito (GB-AM-3) versus Tremolita-clorita-serpentina

granofels (GB-AM-2)

(B) Metaperidotito (GB-LA-32) versus Esteatito (GB-LA-49B)

Alumínio cte.

Massa cte.

Volume cte. Alumínio cte. Massa cte. Volume cte.

SiO2 -0,3 -0,1 -0,1 0,4 0,2 0,1 TiO2 0,7 1,4 1,3 -0,6 -0,6 -0,6 Al2O3 0,0 0,4 0,4 0,0 -0,2 -0,2 FeO 0,4 0,9 0,9 -0,4 -0,5 -0,5 MnO -0,2 0,2 0,1 -0,7 -0,8 -0,8 MgO -0,3 0,0 -0,1 0,2 0,0 0,0 CaO -0,6 -0,4 -0,4 -0,9 -0,9 -0,9 Na2O -0,2 0,1 0,1 -0,8 -0,8 -0,8 K2O -0,4 -0,2 -0,2 0,4 0,2 0,1

Tabela 6.3- Perdas e ganhos calculados em (% peso/100g) para as reações (C) Komatiito (Abi) versus

Metakomatiito (SPF). (D) Komatiito peridotítico (Kom-2) versus Espinélio metaperidotito (GB-AM-

3) pelo método de Grant (1986).

Elementos (%) peso

(C) Komatiito (Abi) versus Metakomatiito (SPF)

(D) Komatiito peridotítico (Kom-2) versus Espinélio metaperidotito (GB-

AM-3)

Alumínio cte. Massa cte. Volume cte. Alumínio cte. Massa cte. Volume

cte. SiO2 0,1 0,1 0,0 0,2 0,1 0,1 TiO2 -0,3 -0,3 -0,3 -0,4 -0,5 -0,5 Al2O3 0,0 0,0 -0,1 0,0 -0,1 -0,1 FeO -0,1 -0,1 -0,2 -0,3 -0,3 -0,3 MnO -0,2 -0,2 -0,2 -0,4 -0,4 -0,4 MgO 0,0 0,0 -0,1 0,0 -0,1 -0,1 CaO 0,0 0,0 0,0 0,4 0,3 0,2 Na2O 0,5 0,4 0,4 43,0 39,9 38,5 K2O -0,2 -0,2 -0,3 5,4 5,0 4,8

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77  

Figura 6.1- Diagrama de isóconas para alumínio, volume, e massa constantes segundo o método de Grant (1986). A -Espinélio metaperidotito (GB-AM-3) versus

Tremolita-clorita-serpentina granofels (GB-AM-2). B -Metaperidotito (GB-LA-32) versus Esteatito (GB-LA-49B). C - Komatiito (Abi) versus Metakomatiito (SPF).

D - Komatiito peridotítico (Kom-2) versus Espinélio metaperidotito (GB-AM-3).

Alumíni

o cte

Volume cte

Massa cte

Co (Espinélio metaperidotito (GB-AM-3))Ca

(Tre

mol

ita-c

lorit

a-se

rpen

tina

gran

ofel

s (G

B-A

M-2

))

60,050,040,030,020,010,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

0,0 Isócona

Isócona

alumínio cte

volume cte

massa cteCo (Metaperidotito (GB-LA-32))

Ca

(Est

eatit

o (L

a-49

B))

60,050,040,030,020,010,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

0,0

Isócona

Isócona

Isócona

SiO2

Al2O3

FeOt*

50TiO2

100MnO

MgO

CaO

50Na2O

100K2O

alumínio cte

volume cte

massa cteCo (Komatiito (Abi))

Ca

(Met

akom

atiit

o (S

PF)

)

60,050,040,030,020,010,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

0,0

Isócona

Isócona

Isócona

SiO2

Al2O3

FeOt*

50TiO2

100MnO

MgO

CaO

50Na2O

100K2O

alumínio cte

volume cte

massa cteCo ( Komatiito Peridotítico (Kom-2))C

a (E

spin

élio

met

aper

idot

ito (G

B-A

M-3

))

60,050,040,030,020,010,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

0,0

Isócona

Isócona

Isócona

Isócona

SiO2

Al2O3

FeOt*

50TiO2

100MnO

MgO

CaO

50Na2O

100K2O

SiO2

Al2O3

FeOt*

50TiO2

100MnO

MgO

CaO

50Na2O

100K2O

Ganhos

Perdas

Ganhos

Perdas

Ganhos

Perdas

Ganhos

Perdas

Alumínio cte

Volume cte

Massa cte

Alumínio cteVolume cte

Massa cte

Alumínio cte

Volume cte

Massa cte

alumínio cte

volume cte

massa cte

A B

C D

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CAPÍTULO 7 DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

As rochas ultramáficas escolhidas para este trabalho formam um acervo impar na contribuição

ao entendimento da geologia do QF, pois, por não terem sido completamente metamorfizadas, são de

grande importância para estudos petrogenéticos. A comparação com metaultramáficas totalmente

metamorfizadas como serpentinitos e esteatitos, muito mais comuns na região, visou verificar se elas

também poderiam pertencer ao greenstone belt Rio das Velhas.

As rochas estudadas apresentam minerais ígneos preservados, dos quais olivina é o mais

abundante. A textura granular e o tamanho dos minerais como olivina, piroxênio e espinélio indicam

que estas rochas são de origem plutônica isto é, que não se trata de derrames de komatiito que se

caracterizam pela textura spinifex, conforme apresentados pelos metakomatiitos encontrados

localmente no QF.

De acordo com os resultado obtidos pelas análises químicas e diagramas geoquímicos as

rochas analisadas possuem teores de MgO > 18% em peso e de TiO2 < 0,9, critérios adotado por Arndt

& Nisbett (1982) para caracterizar komatiitos. A razão CaO/Al2O3 varia de 0,06 a 2,73, não se

concentrando no intervalo entre 0,8 a 1,0 para a suíte komatiitica segundo critério de Viljoen &

Viljoen (1969) e Arndt & Nisbett (1982). Essa variação ocorre porque os litotipos cujas razões

CaO/Al2O3 são muito baixas são mais ricas em clorita (e, portanto, em Al). As rochas com razões altas

apresentam volume de carbonato e tremolita mais elevado, isto é, teor mais elevado de CaO. Quanto à

razão Al2O3/TiO2, a maioria das amostras com olivina preservada tem valores próximos ou superiores

a 20,4, que caracteriza a suíte de komatiitos não-desfalcados em alumínio de Nesbitt (1979) e Beswick

(1982). Em diagramas discriminantes FeOt+TiO2 - Al2O3 - MgO de Jensen (1976) e (MgO-CaO-

Al2O3) de Viljoen & Viljoen (1969) observou-se que os litotipos caem no campo dos peridotitos

komatiíticos.

O balanço de massa foi realizado para comparar as rochas mais preservadas com as mais

metamorfizadas e com litotipos da literatura. Quando rochas da mesma região são comparadas, os

resultados mostram que ocorrem processos comuns de metamorfismo metassomático. Nos litotipos de

Amarantina selecionou-se um espinélio metaperidotito que foi comparado com um tremolita-clorita-

serpentina granofels. O resultado mostra que houve serpentinização com leve perda de SiO2 e que o

MgO manteve-se constante. Para os litotipos de Lamim selecionou-se um metaperidotito e um

esteatito. Verificou-se que no processo de esteatitização houve aumento de sílica, provavelmente

oriunda da encaixante gnáissica e introduzida por fluidos aquosos circulantes, o que levou à

eliminação da insaturação em sílica do peridotito. Houve saída de CaO e FeO pois neste processo não

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há formação de nenhum mineral rico nestes elementos. O MgO não apresentou grandes modificações

pois o talco é um mineral magnesiano. O metakomatiito da região de Rio Manso foi comparado com

um komatiito de Abitibi, cuja composição foi retirada da literatura. De acordo com os resultados do

balanço de massa a maioria dos elementos não apresenta variação ou apresentam uma variação

pequena, o que mostra que a composição química do metakomatiito não sofreu modificações

substanciais durante o metamorfismo.

Os resultados deste trabalho permitem concluir que a maior parte das rochas ultramáficas

estudadas provavelmente corresponde à porção plutônica do magmatismo que deu origem ao Grupo

Nova Lima, que é a unidade basal do greenstone belt arqueano Rio das Velhas. Ao atravessar a crosta

primitiva gnáissica parte do magma gerador das rochas ultramáficas vulcânicas komatiiticas pode ter

preenchido condutos, fraturas ou formado corpos de pequeno porte, cristalizando-se como rocha

plutônica. A transformação metamórfica somente parcial em talco, serpentinas, anfibólios e/ou

carbonatos, que contrasta com a esteatitização ou serpentinização completa da maior parte das rochas

ultramáficas encontradas no QF, decorre do aporte insuficiente de fluidos aquosos durante o

metamorfismo que deve ter acontecido no ciclo tectonometamórfico Transamazônico.

A possibilidade destas rochas não serem arqueanas, isto é, não pertencerem ao greenstone belt

Rio das Velhas, mas a um magmatismo ultramáfico mais jovem, o que possibilitaria a preservação de

parte da mineralogia ígnea, é pouco provável para a maioria dos corpos estudados. A esta dedução se

chega pelo fato das rochas se encontrarem em áreas do embasamento gnáissico e não nas áreas das

supracrustais, especialmente as de Amarantina, que ocorrem na região central do QF. Além disso,

todos os corpos apresentam-se pelo menos parcialmente metamorfizados, inclusive com porções

totalmente alteradas em minerais metamórficos, conforme é comum nas ultramáficas do supergrupo

Rio das Velhas. Infelizmente a datação geocronológica destas rochas, que poderia confirmar a idade

arqueana, não pode ser realizada com os métodos convencionais pela inexistência de minerais

adequados.

Uma exceção entre as rochas estudadas constitui o metaharzburgito de Barra Longa, que, por

se localizar a leste, longe do QF e dentro de um complexo granulítico, não pertence ao SG Rio das

Velhas. A composição química, muito magnesiana, destoante das demais ultramáficas estudadas,

corrobora esta interpretação.

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Anexos Anexo I – Tabela contendo a localização geográfica e denominação das litotipos estudados. Anexo II – Análise modal da lâminas delgadas.

Anexo III – Análise modal da lâmina descrita por Medeiros Júnior (2009). Anexo IV – Lista de abreviaturas dos minerais

Anexo V – Tabelas contendo dados de MSE Anexo VI – Tabelas contendo dados de MEV-EDS

Anexo VI – Tabela contendo dados de química de rocha total obtidos via Fluorescência de Raios-X.

Anexo VII - Tabela contendo dados de química de rocha total obtidos via ICP-OES

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Anexo I LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA E DENOMINAÇÃO DOS LITOTIPOS

Ponto Lâmina Coordenadas Local Rocha UTM-E UTM-N 1 GB-AM-1 634096 7753143 Amarantina Metaperidotito

2 GB-AM-2 634045 7753165 Amarantina Tremolita-clorita-serpentina granofels

3 GB-AM-3 635866 7754511 Amarantina Espinéliometaperidotito 4 GB-AM-6 635745 7754590 Amarantina Metaperidotito 5 GB-LA-24 661639 7701772 Lamim Metaperidotito 6 GB-LA-25 661243 7702150 Lamim Metaperidotito 7 GB-LA-32 661180 7702052 Lamim Metaperidotito 8 GB-LA-33 661088 7702094 Lamim Metaperidotito 9 GB-LA-37 660227 7704835 Lamim Tremolitito

10 GB-LA-38A 660149 7704896 Lamim Clorita Xisto

11 GB-LA-38B 660149 7704896 Lamim Serpentinito

12 GB-LA-39A 660078 7704860 Lamim Antofilita- clorita-tremolita

granofels 13 GB-LA-39B 660078 7704860 Lamim Clorita Xisto 14 GB-LA-44 662524 7708005 Lamim Esteatito 15 GB-LA-47 662059 7707606 Lamim Tremolitito 16 GB-LA-48 661977 7708011 Lamim Serpentinito

17 GB-LA-49A 662739 7708824 Lamim Antofilita-serpentina- tremolita-

clorita granofels 18 GB-LA-49B 662739 7708824 Lamim Esteatito 19 HJ-LAM1 661165 7702043 Lamim Metaperidotito 20 HJ-LAM2 661172 7702086 Lamim Metaperidotito 21 HJ-SO 661154 7702061 Lamim Metaperidotito 22 ME-14 660082 7704890 Lamim Esteatito

23 GB-QE-1A 613805 7708162 Queluzito Antofilita-actinolita-clorita granofels

24 GB-QE-4 613964 7709378 Queluzito Antofilita-clorita -hornblenda granofels

25 GB-QE-5 613733 7705531 Queluzito Metaperidotito 26 GB-LD-60 597444 7683756 Lagoa Dourada Metaperidotito 27 GB-LD-62 597444 7683756 Lagoa Dourada Metaperidotito 28 GB-RM-1 566485 7753152 Rio Manso Metakomatiito 29 SPF 566485 7753152 Rio Manso Metakomatiito

30 OPMR-4 674534 7744955 Mariana Antofilita-clorita-carbonato-talco xisto

31 TG - 37 678294 7734947 Mariana Metaperidotito 32 PAC 697826 775239 Acaiaca Metaharzburgito

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Anexo II ANÁLISE MODAL DAS LÂMINAS DELGADAS

AMARANTINA

Amostra Litotipo Esp Ol Opx Tr Hbl Srp Chl Tlc Op GB-AM-1 Metaperidotito - 20 - - 50 15 10 2 3 GB-AM-2 Tremolita-clorita-serpentina granofels - - - 15 - 55 20 5 5 GB-AM-3 Espinéliometaperidotito 7 15 5 33 - 10 5 20 5 GB-AM-6 Metaperidotito - 30 - 10 - 40 10 9 1

LAGOA DOURADA

Amostra Litotipo Ol Tr Srp Chl Tlc Op GB-LD-60 Metaperidotito 30 10 25 30 2 3 GB-LD-62 Metaperidotito 30 10 20 35 2 3

LAMIM

Amostra Litotipo Ol Ant Tr Srp Chl Tlc Cb Op

GB-LA-24 Metaperidotito 15 15 25 15 27 1 1 1 GB-LA-25 Metaperidotito 10 15 18 34 20 1 1 1 GB-LA-32 Metaperidotito 10 15 20 30 20 1 3 1 GB-LA-33 Metaperidotito 15 20 48 5 8 1 2 1 HJ-LAM1 Metaperidotito 15 25 30 5 15 4 5 1 HJ-LAM2 Metaperidotito 20 15 25 5 20 6 8 1 HJ-SO Metaperidotito 25 15 15 15 20 4 4 2 GB-LA-39A

Antofilita- clorita-tremolita granofels - 15 40 10 20 10 - 5

GB-LA-49A

Antofilita-serpentina- tremolita-clorita granofels - 15 15 15 40 10 - 5

GB-LA-37 Tremolitito - - 90 - 9 - - 1 GB-LA-47 Tremolitito - - 95 - 4 - - 1 GB-LA-38A Clorita xisto - - - - 94 - - 6

GB-LA-39B Clorita xisto - - - - 90 - - 10

GB-LA-38B Serpentinito - - - 80 - 19 - 1

GB-LA-48 Serpentinito - - - 75 - 24 - 1 GB-LA-44 Esteatito - - - 13 7 75 4 1 GB-LA-49B Esteatito - - - 5 7 82 3 3

ME-14 Esteatito - - - 15 4 75 5 1

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MARIANA

Amostra Litotipo Ol Oam Ant Cam Srp Chl Tlc Cb Op TG-37 Metaperidotito 10 10 - 15 5 20 30 5 5

OPMR-4 Antofilita-clorita-carbonato-talco xisto - - 10 - - 15 40 30 5

QUELUZITO

Amostra Litotipo Ol Ant Act Hbl Srp Chl Tlc Cb Op

GB-QE-1A

Antofilita-actinolita-clorita granofels - 15 35 - 2 45 - 1 2

GB-QE-4 Antofilita-clorita -hornblenda granofels - 20 - 30 2 25 15 5 3

GB-QE-5 Metaperidotito 20 45 - - 2 20 12 - 1

RIO MANSO

Amostra Litotipo Cam Srp Chl Tlc Cb Op SPF Metakomatiito* 20 15 25 35 5 5

GB-RM-1 Metakomatiito* - 77 10 3 5 5

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Anexo III ANÁLISE MODAL DA LÂMINA DELGADA DESCRITA POR MEDEIROS

JÚNIOR(2009)

BARRA LONGA

Amostra Litotipo Ol Opx Oam Srp Tlc Chl Cb Op

PAC Metaharzburgito 25 50 4 5 3 3 2 8

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Anexo IV LISTA DE ABREVIATURA DOS MINERAIS

Act –Actinolita

Ant - Antofilita

Ar-Arita

Br- Breithauptita

Cam – Clinoanfibólio

Cb - Carbonato

Chl– Clorita

Esp – Espinélio

Hbl –Hornblenda

Oam – Ortoanfibólio

Ol - Olivina

Op - Opacos

Opx – Ortopiroxênio Ptl - Pentlandita

Px – Piroxênio

Srp - Serpentina

Tlc – Talco

Tr - Tremolita

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Anexo V DADOS DE MSE

GB-AM-1

Olivina Ol1 Ol2 Ol3 Ol4 Ol5 Ol6 Ol7

SiO2 38,22 38,13 39,40 37,95 38,17 38,35 38,43 Al2O3 0,01 0,02 0,55 0,01 0,00 0,05 0,00 TiO2 0,00 0,00 0,03 0,00 0,00 0,03 0,00 FeO 19,67 20,41 19,45 22,29 18,35 18,84 19,24 MgO 41,47 40,88 38,95 39,99 43,91 42,76 42,91 CaO 0,01 0,02 0,01 0,00 0,04 0,01 0,02

Na2O 0,00 0,01 0,01 0,01 0,03 0,01 0,00 K2O 0,00 0,00 0,00 0,01 0,02 0,00 0,00 MnO 0,65 0,79 0,85 0,79 0,40 0,59 0,47

Cr2O3 0,02 0,00 0,03 0,01 0,00 0,05 0,00 ZnO 0,03 0,00 0,01 0,00 0,04 0,02 0,00 NiO 0,31 0,35 0,17 0,27 0,34 0,30 0,25 Cl 0,03 0,01 0,01 0,02 0,00 0,00 0,00 F 0,15 0,00 0,00 0,00 0,05 0,00 0,01 Si 1,00 0,99 1,02 0,98 0,98 0,99 0,99 Al 0,00 0,00 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00 Ti 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Fe2 0,42 0,45 0,42 0,48 0,38 0,40 0,40 Mn 0,01 0,02 0,02 0,02 0,01 0,01 0,01 Mg 1,57 1,54 1,50 1,54 1,64 1,60 1,60 Ca 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Na 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 K 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Ni 0,01 0,01 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 Cr 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Zn 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

CCl 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 CF 0,02 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00

GB-AM-1 Anfibólio

Anf1 Anf2 Anf3 Anf4 Anf5 Anf6 Anf7 SiO2 51.74 52.46 51.21 51.76 52.22 53.27 52.02 TiO2 0.41 0.36 0.51 0.42 0.39 0.27 0.41

Al2O3 7.11 6.29 7.53 7.00 6.91 5.78 6.97 FeO 4.99 5.09 5.13 4.91 4.91 4.64 5.06

Cr2O3 0.30 0.43 0.39 0.40 0.39 0.13 0.17

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MnO 0.09 0.20 0.12 0.10 0.11 0.16 0.11 MgO 19.98 20.19 19.61 19.96 19.92 20.65 19.78 CaO 11.92 11.76 11.85 11.86 11.79 11.86 11.77

Na2O 0.70 0.50 0.69 0.63 1.06 0.42 0.59 K2O 0.24 0.21 0.25 0.23 0.24 0.19 0.21

F 0.04 0.00 0.15 0.12 0.02 0.18 0.01 Cl 0.02 0.00 0.00 0.00 0.01 0.01 0.00

Total 97,24 97,06 97,05 96,99 97,58 97,43 96,93 O_F_Cl 0,02 0,00 0,06 0,05 0,01 0,08 0,00

O_F 0,02 0,00 0,06 0,05 0,01 0,08 0,00 O_Cl 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 ZnO 0.00 0.00 0.00 0.03 0.03 0.00 0.00 NiO 0.10 0.06 0.11 0.11 0.10 0.10 0.10 TSi 7,16 7,25 7,11 7,18 7,22 7,34 7,22 TAl 0,84 0,75 0,89 0,83 0,78 0,66 0,78

TFe3 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 TTi 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Sum_T 8,00 8,00 8,00 8,00 8,00 8,00 8,00 CAl 0,32 0,27 0,34 0,32 0,35 0,28 0,36 CCr 0,03 0,05 0,04 0,04 0,04 0,01 0,02

CFe3 0,31 0,31 0,31 0,30 0,28 0,28 0,29 CTi 0,04 0,04 0,05 0,04 0,04 0,03 0,04

CMg 4,12 4,16 4,06 4,13 4,11 4,24 4,09 CFe2 0,17 0,16 0,18 0,17 0,17 0,15 0,19 CMn 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 CCa 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Sum_C 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 BMg 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 BFe2 0,10 0,11 0,10 0,11 0,11 0,11 0,11 BMn 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 BCa 1,77 1,74 1,76 1,76 1,75 1,75 1,75 BNa 0,09 0,07 0,09 0,08 0,13 0,06 0,08

Sum_B 1,97 1,93 1,97 1,96 2,00 1,92 1,95 ACa 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 ANa 0,10 0,07 0,09 0,09 0,15 0,06 0,08 AK 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,03 0,04

Sum_A 0,14 0,11 0,14 0,13 0,19 0,09 0,12 Sum_cat 15,11 15,03 15,10 15,08 15,19 15,01 15,06

CCl 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 CF 0,02 0,00 0,07 0,05 0,01 0,08 0,00

Sum_oxy 22,95 22,92 22,95 22,94 23,02 22,92 22,96

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GB-AM-1 Clorita

Chl1 Chl2 Ch3 SiO2 35.34 32.56 32.23 TiO2 0.00 0.03 0.03

Al2O3 11.35 15.01 15.63 Cr2O3 0.33 0.97 0.35

FeO 5.67 6.11 6.19 Fe2O3

MnO 0.09 0.04 0.09 MgO 33.07 31.98 31.51 CaO 0.00 0.00 0.01

Na2O 0.00 0.03 0.00 K2O 0.01 0.03 0.03

F 0.06 0.01 0.00 Cl 0.01 0.01 0.01

Total * * * O_F_Cl 0,03 0,01 0,00

O_F 0,03 0,00 0,00 O_Cl 0,00 0,00 0,00

CTotal * * * ZnO 0.02 0.00 0.00 NiO 0.17 0.17 0.18 Si 6,81 6,25 6,23

AlIV 1,20 1,75 1,78 Ti 0,00 0,00 0,00

Fe3 0,00 0,00 0,00 Fe2 0,91 0,98 1,00 Cr 0,05 0,15 0,05 Mn 0,02 0,01 0,02 Mg 9,49 9,15 9,07 Ca 0,00 0,00 0,00 Na 0,00 0,01 0,00 K 0,00 0,01 0,01

Cations 17,00 18,00 19,00 CF 0,07 0,01 0,00 CCl 0,01 0,01 0,01 OH 0,00 0,00 0,00 O 28,00 28,00 28,00

Fe_FeMg 0,00 0,00 0,10 Mg_FeMg 1,00 1,00 0,90

Zn 0,00 0,00 0,00 Ni 0,03 0,03 0,03

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Al 2,57 3,39 3,56 AlVI 1,38 1,64 1,79

GB-AM-1 Magnetita

Mag1 Mag2 Mag3 Mag4 SiO2 0.01 0.08 0.07 0.03 TiO2 2.64 2.12 2.68 2.50

Al2O3 0.14 0.14 0.15 0.10 Cr2O3 14.82 11.48 15.84 16.38

FeO 74.09 79.37 71.53 72.28 MnO 0.87 0.64 0.95 0.93 MgO 0.55 0.41 0.47 0.51 CaO 0.00 0.00 0.00 0.00

Na2O 0.01 0.02 0.01 0.02 K2O 0.00 0.01 0.03 0.03 Total 93,13 94,27 91,73 92,78 ZnO 0.23 0.19 0.32 0.28 NiO 0.24 0.19 0.10 0.10 Cl 0.00 0.01 0.00 0.00 F 0.00 0.00 0.00 0.00 Si 0,00 0,03 0,03 0,01 Al 0,06 0,06 0,07 0,04 Ti 0,74 0,60 0,76 0,70

Fe2 23,14 24,97 22,55 22,56 Cr 4,37 3,41 4,72 4,83 Mn 0,28 0,20 0,30 0,29 Mg 0,31 0,23 0,26 0,28 Ca 0,00 0,00 0,00 0,00 Na 0,01 0,02 0,01 0,01 K 0,00 0,01 0,01 0,01

Cations 27,00 27,00 26,00 26,00 OH 0,00 0,00 0,00 0,00 O 32,00 32,00 32,00 32,00 Ni 0,07 0,06 0,03 0,03

CCl 0,00 0,01 0,00 0,00 CF 0,00 0,00 0,00 0,00

GB-AM-1 Ilmenita

Ilm1 SiO2 0.02 TiO2 51.89

Al2O3 0.00

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Cr2O3 0.02 FeO 40.74 MnO 3.89 MgO 1.72 CaO 0.02

Na2O 0.00 K2O 0.01 Total 98,31

Si 0,00 Al 0,00 Ti 1,98

Fe2 1,73 Cr 0,00 Mn 0,17 Mg 0,13 Ca 0,00 Na 0,00 K 0,00

Cations 2,00 OH 0,00 O 6,00

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GB-AM-3

Olivina Ol1 Ol2 Ol3 Ol4 Ol5 Ol6 Ol7

SiO2 39.91 39.93 39.83 39.88 39.68 40.03 40.04 TiO2 0.02 0.00 0.00 0.00 0.00 0.02 0.00

Al2O3 0.00 0.02 0.02 0.00 0.00 0.02 0.03 FeO 15.04 14.26 14.26 14.40 16.33 14.15 15.65 MnO 0.25 0.20 0.20 0.17 0.22 0.20 0.15 MgO 45.27 45.80 45.80 46.29 46.11 46.81 45.65 CaO 0.01 0.01 0.01 0.04 0.00 0.01 0.01

Na2O 0.01 0.00 0.00 0.00 0.02 0.01 0.01 K2O 0.00 0.01 0.01 0.00 0.01 0.00 0.00 NiO 0.17 0.14 0.14 0.22 0.23 0.17 0.24 Total 100,68 100,37 100,27 101,00 102,60 101,42 101,78

Cr2O3 0.00 0.01 0.01 0.01 0.00 0.00 0.03 ZnO 0.01 0.01 0.01 0.00 0.01 0.00 0.00 Cl 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.01 F 0.05 0.00 0.00 0.06 0.00 0.00 0.05 Si 1,00 1,00 0,99 0,99 0,98 0,99 0,99 Al 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Ti 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Fe2 0,31 0,30 0,30 0,30 0,34 0,29 0,32 Mn 0,01 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 Mg 1,68 1,70 1,71 1,71 1,70 1,72 1,68 Ca 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Na 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 K 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Ni 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,01

Cations 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 Fe_FeMg 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Mg_FeMg 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00

CCl 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 CF 0,01 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,01 Cr 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Zn 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Fo 0,84 0,85 0,85 0,85 0,83 0,86 0,84

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GB-AM-3 Piroxênio

Px1 Px2 SiO2 57.06 56.87 TiO2 0.04 0.04

Al2O3 0.52 0.45 FeO 9.67 10.07

GB-AM-3 Espinélio

Esp1 Esp2 Esp3 Esp4 Esp5 SiO2 0.02 0.02 0.02 0.02 0.02 TiO2 0.02 0.03 0.02 0.00 0.05

Al2O3 62.88 62.35 64.02 61.49 60.46 Cr2O3 3.01 2.89 2.90 4.63 5.63

FeO 15.75 17.34 15.11 16.22 18.96 MnO 0.12 0.10 0.11 0.14 0.13 MgO 17.46 16.01 17.98 16.41 15.17 CaO 0.00 0.03 0.00 0.01 0.00

Na2O 0.01 0.00 0.01 0.02 0.03 K2O 0.00 0.02 0.00 0.01 0.00 Total 99,27 98,79 100,17 98,95 100,45 ZnO 0.18 0.22 0.22 0.27 0.37 NiO 0.30 0.25 0.23 0.26 0.22 Cl 0.00 0.01 0.01 0.00 0.00 F 0.00 0.06 0.12 0.00 0.00 Si 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Al 15,34 15,40 15,41 15,16 14,92 Ti 0,00 0,01 0,00 0,00 0,01

Fe2 2,73 3,04 2,58 2,84 3,32 Cr 0,49 0,48 0,47 0,77 0,93 Mn 0,02 0,02 0,02 0,03 0,02 Mg 5,39 5,00 5,48 5,12 4,74 Ca 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 Na 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 K 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00

Cations 22,00 23,00 22,00 22,00 21,00 OH 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 O 32,00 32,00 32,00 32,00 32,00 Zn 0,03 0,03 0,03 0,04 0,06 Ni 0,05 0,04 0,04 0,04 0,04

CCl 0,00 0,01 0,01 0,00 0,00 CF 0,00 0,08 0,16 0,00 0,00

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Fe2O3 Cr2O3 0.02 0.11 MnO 0.22 0.27 NiO 0.00 0.00 MgO 32.88 33.09 CaO 0.17 0.19

Na2O 0.02 0.02 K2O 0.02 0.03 ZnO 0.00 0.00 Cl 0.01 0.01 F 0.00 0.16

TSi 1,98 1,97 TAl 0,02 0,02

M1Al 0,00 0,00 M1Ti 0,00 0,00 M1Cr 0,00 0,00 M1Mg 1,00 1,00 M2Mg 0,70 0,71 M2Fe2 0,28 0,29 M2Mn 0,01 0,01 M2Ca 0,01 0,01 M2Na 0,00 0,00 M2K 0,00 0,00

Sum_cat 4,00 4,00 Ca 0,32 0,35 Mg 85,29 84,78

Fe2_Mn 14,40 14,87 JD1 0,08 0,00 AE1 0,03 0,13

CFTS1 0,00 0,02 CTTS1 0,05 0,05 WO1 0,27 0,28 EN1 85,47 85,01 FS1 14,10 14,51 Q 1,99 2,00 J 0,00 0,00

WO 0,32 0,35 EN 85,29 84,78 FS 14,40 14,87

WEF 99,87 99,87 JD 0,14 0,00 AE 0,00 0,00

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GB-AM-3 Anfibólio

Anf1 Anf2 Anf3 Anf4 SiO2 53.88 56.24 55.21 56.69 TiO2 0.31 0.16 0.23 0.14

Al2O3 4.74 2.32 3.89 2.33 FeO 3.62 3.28 3.70 3.57

Cr2O3 0.22 0.24 0.14 0.18 MnO 0.11 0.05 0.12 0.07 MgO 21.73 22.37 21.95 22.46 CaO 11.67 11.61 11.89 11.70

Na2O 0.59 0.23 0.51 0.32 K2O 0.09 0.08 0.06 0.05

F 0.09 0.18 0.10 0.09 Cl 0.02 0.00 0.00 0.01

Total 96,85 96,52 97,66 97,43 O_F_Cl 0,04 0,08 0,04 0,04

O_F 0,04 0,08 0,04 0,04 ZnO 0.00 0.00 0.00 0.01 NiO 0.04 0.04 0.01 0.03 TSi 7,42 7,74 7,55 7,74 TAl 0,58 0,26 0,45 0,26

TFe3 0,00 0,00 0,00 0,00 TTi 0,00 0,00 0,00 0,00

Sum_T 8,00 8,00 8,00 8,00 CAl 0,19 0,12 0,17 0,12 CCr 0,02 0,03 0,02 0,02

CFe3 0,21 0,19 0,21 0,20 CTi 0,03 0,02 0,02 0,01

CMg 4,46 4,59 4,47 4,57 CFe2 0,09 0,06 0,10 0,08 CMn 0,01 0,00 0,01 0,00 CCa 0,00 0,00 0,00 0,00

Sum_C 5,00 5,00 5,00 5,00 BMg 0,00 0,00 0,00 0,00 BFe2 0,12 0,13 0,11 0,13 BMn 0,01 0,00 0,01 0,00 BCa 1,72 1,71 1,74 1,71 BNa 0,08 0,03 0,07 0,04

Sum_B 1,93 1,88 1,93 1,89 ACa 0,00 0,00 0,00 0,00 ANa 0,08 0,03 0,07 0,04 AK 0,02 0,01 0,01 0,01

Sum_A 0,10 0,05 0,08 0,05 Sum_cat 15,03 14,92 15,01 14,94

CCl 0,01 0,00 0,00 0,00 CF 0,04 0,08 0,04 0,04

Sum_oxy 22,89 22,94 22,93 22,95

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GB-AM-3 Clorita

Chl1 Chl2 Chl3 Chl4 Chl5 Chl6 Chl7 SiO2 29,50 29,76 29,59 29,41 29,47 29,49 29,52 TiO2 0,09 0,10 0,14 0,11 0,11 0,15 0,13

Al2O3 20,91 19,99 20,93 20,89 20,72 21,21 21,11 Cr2O3 0,14 0,66 0,28 0,25 0,51 0,47 0,29

FeO 4,84 5,57 4,82 4,47 4,72 4,46 4,77 MnO 0,01 0,00 0,02 0,01 0,00 0,00 0,03 MgO 30,20 30,15 29,70 29,23 30,15 30,12 30,16 CaO 0,01 0,01 0,01 0,02 0,01 0,01 0,03

Na2O 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,03 0,02 K2O 0,00 0,00 0,02 0,02 0,02 0,05 0,01

F 0,05 0,00 0,15 0,00 0,00 0,07 0,00 Cl 0,00 0,02 0,00 0,01 0,02 0,02 0,01

O_F_Cl 0,02 0,00 0,06 0,00 0,00 0,03 0,00 O_F 0,02 0,00 0,06 0,00 0,00 0,03 0,00 O_Cl 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

CTotal * * * * * * * ZnO 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,05 NiO 0,15 0,13 0,16 0,09 0,09 0,10 0,10 Si 5,68 5,73 5,71 5,73 5,68 5,65 5,66

AlIV 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 Sum_T 8,00 8,00 8,00 8,00 8,00 8,00 8,00 AlVI 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00

Ti 0,01 0,01 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 Fe3 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Fe2 0,78 0,90 0,78 0,73 0,76 0,72 0,77 Cr 0,02 0,10 0,04 0,04 0,08 0,07 0,04 Mn 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 Mg 8,67 8,65 8,54 8,49 8,66 8,61 8,62 Ca 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 Na 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 K 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 0,00

Cations 17,00 17,00 17,00 17,00 17,00 17,00 17,00 CF 0,06 0,00 0,18 0,00 0,00 0,09 0,00 CCl 0,00 0,01 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 OH 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 O 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00

Fe_FeMg 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Mg_FeMg 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00

Zn 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 Ni 0,02 0,02 0,02 0,01 0,01 0,02 0,02

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GB-AM-6 Olivina

Ol1 Ol2 Ol3 Ol4 Ol5 Ol6 Ol7 Ol8 SiO2 40.66 39.67 40.35 40.22 39.67 40.16 40.20 40.37 TiO2 0.00 0.00 0.02 0.00 0.00 0.00 0.01 0.00

Al2O3 0.00 0.00 0.01 0.00 0.00 0.01 0.00 0.01 FeO 11.62 13.38 12.30 14.01 14.09 12.60 14.93 12.06 MnO 0.23 0.20 0.22 0.29 0.32 0.25 0.37 0.20 MgO 48.58 46.80 47.93 46.54 46.04 47.51 45.99 47.59 CaO 0.00 0.01 0.00 0.00 0.00 0.00 0.01 0.01

Na2O 0.04 0.02 0.03 0.01 0.04 0.01 0.04 0.01

GB-AM-3 Ilmenita

Ilm1 Ilm2 Ilm3 Ilm4 Ilm5 Ilm6 SiO2 0.00 0.06 0.02 0.01 0.00 0.02 TiO2 51.67 52.43 51.68 52.27 52.50 52.67

Al2O3 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 Cr2O3 0.09 0.10 0.00 0.01 0.13 0.02

FeO 43.19 41.39 42.89 42.71 42.47 41.50 MnO 1.11 1.17 1.04 1.04 1.05 0.88 MgO 2.09 2.13 2.17 1.98 1.91 2.94 CaO 0.01 0.03 0.00 0.00 0.02 0.01

Na2O 0.00 0.04 0.00 0.00 0.00 0.00 K2O 0.00 0.02 0.01 0.00 0.01 0.00 Total 98,16 97,37 97,81 98,02 98,09 98,04 ZnO 0.01 0.01 0.03 0.01 0.00 0.00 NiO 0.02 0.00 0.02 0.00 0.04 0.02 Cl 0.00 0.01 0.00 0.01 0.00 0.00 F 0.19 0.00 0.05 0.00 0.09 0.00 Si 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Al 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Ti 1,98 2,01 1,98 2,00 2,00 2,00

Fe2 1,84 1,76 1,83 1,81 1,80 1,75 Cr 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 Mn 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,04 Mg 0,16 0,16 0,17 0,15 0,14 0,22 Ca 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Na 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 K 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Cations 2,00 3,00 2,00 2,00 3,00 2,00 OH 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 O 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 Zn 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Ni 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

CCl 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 CF 0,06 0,00 0,02 0,00 0,03 0,00

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K2O 0.02 0.03 0.00 0.00 0.00 0.00 0.03 0.00 NiO 0.29 0.28 0.36 0.25 0.28 0.27 0.26 0.35 Total 101,44 100,39 101,22 101,32 100,44 100,81 101,84 100,60

Cr2O3 0.00 0.05 0.03 0.01 0.01 0.00 0.00 0.00 ZnO 0.04 0.00 0.03 0.04 0.02 0.03 0.01 0.01 Cl 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.04 0.00 F 0.00 0.08 0.00 0.01 0.00 0.00 0.00 0.00 Si 0,99 0,99 0,99 0,99 0,99 0,99 0,99 1,00

Fe2 0,24 0,28 0,25 0,29 0,29 0,26 0,31 0,25 Mn 0,01 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,00 Mg 1,77 1,74 1,75 1,71 1,71 1,75 1,69 1,75 Na 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 K 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Ni 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01

Cations 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 Fe_FeMg 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Mg_FeMg 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00

Cr 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Zn 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

CCl 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 CF 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

GB-AM-6 Anfibólio

Anf1 Anf2 Anf3 Anf4 Anf5 Anf6 Anf7 SiO2 56.68 56.39 56.61 59.24 56.75 56.95 56.97 TiO2 0.16 0.20 0.20 0.00 0.15 0.21 0.25

Al2O3 2.72 3.07 2.64 0.03 3.09 2.44 3.12 FeO 2.29 2.29 2.26 1.79 2.54 2.41 2.29

Cr2O3 0.17 0.14 0.27 0.02 0.47 0.29 0.17 MnO 0.04 0.16 0.08 0.09 0.06 0.07 0.07 MgO 22.70 22.83 23.13 24.08 23.03 23.04 22.95 CaO 12.13 12.16 12.16 12.54 12.14 12.16 11.98

Na2O 0.24 0.24 0.28 0.02 0.15 0.32 0.28 K2O 0.03 0.05 0.05 0.01 0.07 0.05 0.05

F 0.00 0.09 0.00 0.00 0.31 0.00 0.00 Cl 0.00 0.00 0.02 0.01 0.00 0.00 0.02

Total 96,99 97,48 97,43 97,81 98,29 97,65 97,98 O_F_Cl 0,00 0,04 0,00 0,00 0,13 0,00 0,00

O_F 0,00 0,04 0,00 0,00 0,13 0,00 0,00 ZnO 0.01 0.00 0.02 0.00 0.01 0.01 0.00 NiO 0.05 0.14 0.10 0.07 0.06 0.04 0.03 TSi 7,74 7,67 7,69 8,01 7,64 7,73 7,70 TAl 0,26 0,33 0,31 0,00 0,36 0,27 0,30

TFe3 0,00 0,00 0,00 0,02 0,00 0,00 0,00 TTi 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Sum_T 8,00 8,00 8,00 8,03 8,00 8,00 8,00 CAl 0,18 0,16 0,11 0,00 0,13 0,12 0,19

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CCr 0,02 0,02 0,03 0,00 0,05 0,03 0,02 CFe3 0,13 0,13 0,13 0,08 0,14 0,14 0,13 CTi 0,02 0,02 0,02 0,00 0,02 0,02 0,03

CMg 4,62 4,63 4,68 4,86 4,62 4,66 4,62 CFe2 0,03 0,03 0,03 0,05 0,03 0,03 0,01 CMn 0,00 0,01 0,01 0,01 0,00 0,00 0,00 CCa 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Sum_C 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 BMg 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 BFe2 0,10 0,10 0,10 0,05 0,11 0,11 0,12 BMn 0,00 0,01 0,01 0,01 0,00 0,00 0,00 BCa 1,78 1,77 1,77 1,82 1,75 1,77 1,73 BNa 0,03 0,03 0,04 0,01 0,02 0,04 0,04

Sum_B 1,91 1,91 1,91 1,88 1,89 1,92 1,90 ACa 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 ANa 0,03 0,03 0,04 0,00 0,02 0,04 0,04 AK 0,01 0,01 0,01 0,00 0,01 0,01 0,01

Sum_A 0,04 0,04 0,05 0,00 0,03 0,05 0,05 Sum_cat 14,95 14,95 14,96 14,91 14,92 14,97 14,94

CCl 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,01 CF 0,00 0,04 0,00 0,00 0,13 0,00 0,00

GB-AM-6

Clorita Chl1 Chl2 Chl3 Chl4

SiO2 31.02 30.80 33.34 33.05 TiO2 0.12 0.11 0.06 0.06

Al2O3 18.28 19.72 15.80 15.51 Cr2O3 1.33 1.08 1.75 1.68

FeO 4.33 4.23 3.50 3.55 MnO 0.01 0.07 0.00 0.02 MgO 31.69 31.84 33.11 32.29 CaO 0.00 0.01 0.01 0.02

Na2O 0.03 0.01 0.03 0.01 K2O 0.01 0.01 0.01 0.02

F 0.00 0.00 0.00 0.02 Cl 0.01 0.01 0.01 0.02

O_F_Cl 0,00 0,00 0,00 0,01 O_F 0,00 0,00 0,00 0,01 O_Cl 0,00 0,00 0,00 0,00

CTotal * * * * ZnO 0.01 0.00 0.03 0.00 NiO 0.21 0.22 0.19 0.31 Si 5,90 5,78 6,25 6,29

AlIV 3,00 3,00 2,00 2,00 Sum_T 8,00 8,00 8,00 8,00 AlVI 1,00 1,00 1,00 1,00

Ti 0,02 0,02 0,01 0,01

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Fe3 0,00 0,00 0,00 0,00 Fe2 0,69 0,66 0,55 0,57 Cr 0,20 0,16 0,26 0,25 Mn 0,00 0,01 0,00 0,00 Mg 8,99 8,91 9,26 9,17 Ca 0,00 0,00 0,00 0,00 Na 0,01 0,00 0,01 0,00 K 0,00 0,00 0,00 0,01

Cations 17,00 17,00 18,00 18,00 CF 0,00 0,00 0,00 0,02 CCl 0,01 0,01 0,01 0,01 OH 0,00 0,00 0,00 0,00 O 28,00 28,00 28,00 28,00

Fe_FeMg 0,00 0,00 0,00 0,00 Mg_FeMg 1,00 1,00 1,00 1,00

Zn 0,00 0,00 0,00 0,00 Ni 0,03 0,03 0,03 0,05

GB-LA-33 Olivina

Ol1 Ol2 Ol3 Ol4 SiO2 38.37 38.03 37.78 38.17 TiO2 0.00 0.00 0.00 0.00

Al2O3 0.02 0.01 0.01 0.00 FeO 20.25 21.06 19.97 20.21 MnO 0.25 0.18 0.29 0.22 MgO 39.84 39.82 39.27 39.34 CaO 0.00 0.01 0.02 0.02

Na2O 0.02 0.00 0.07 0.00 K2O 0.01 0.01 0.01 0.00 NiO 0.29 0.24 0.23 0.23 Total 99,17 99,40 97,71 98,23

Cr2O3 0.06 0.00 0.06 0.00 ZnO 0.06 0.04 0.00 0.04

Si 1,00 0,99 1,00 1,00 Al 0,00 0,00 0,00 0,00 Ti 0,00 0,00 0,00 0,00

Fe2 0,44 0,46 0,44 0,44 Mn 0,01 0,00 0,01 0,01 Mg 1,55 1,55 1,55 1,54 Ca 0,00 0,00 0,00 0,00 Na 0,00 0,00 0,00 0,00 K 0,00 0,00 0,00 0,00 Ni 0,01 0,01 0,01 0,01

Cations 1,00 1,00 1,00 2,00 Fe_FeMg 0,00 0,00 0,00 0,00 Mg_FeMg 1,00 1,00 1,00 1,00

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Cr 0,00 0,00 0,00 0,00 Zn 0,00 0,00 0,00 0,00

GB-LA-33

Anfibólio - Tremolita Ol1 Ol2 Ol3

SiO2 52.81 56.14 57.95 TiO2 0.31 0.09 0.01

Al2O3 3.82 1.42 0.28 FeO 4.59 8.03 5.23

Cr2O3 0.27 0.11 0.04 MnO 0.06 0.20 0.16 MgO 21.11 23.92 23.75 CaO 11.74 6.40 9.57

Na2O 1.06 0.56 0.22 K2O 0.57 0.05 0.03 ZnO 0.00 0.01 0.03 NiO 0.14 0.08 0.07 TSi 7,43 7,55 7,84 TAl 0,57 0,19 0,02

TFe3 0,00 0,26 0,14 TTi 0,00 0,00 0,00

Sum_T 8,00 8,00 8,01 CAl 0,07 0,04 0,02 CCr 0,03 0,01 0,00

CFe3 0,27 0,17 0,15 CTi 0,03 0,01 0,00

CMg 4,43 4,76 4,79 CFe2 0,17 0,00 0,03 CMn 0,00 0,01 0,01 CCa 0,00 0,00 0,00

Sum_C 5,00 5,00 5,00 BMg 0,00 0,04 0,00 BFe2 0,10 0,47 0,28 BMn 0,00 0,01 0,01 BCa 1,77 0,92 1,39 BNa 0,12 0,07 0,03

Sum_B 2,00 1,51 1,71 ACa 0,00 0,00 0,00 ANa 0,17 0,08 0,02 AK 0,10 0,01 0,01

Sum_A 0,27 0,08 0,03 Sum_cat 15,27 14,60 14,74

CCl 0,00 0,00 0,00 CF 0,00 0,00 0,00

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GB-LA-33 Anfibólio - Antofilita

Sample 12.00 14.00 16.00 9.00 SiO2 57.55 57.85 57.89 56.68 TiO2 0.02 0.00 0.01 0.00

Al2O3 0.04 0.12 0.08 0.03 FeO 12.14 11.18 11.51 12.33

Cr2O3 0.02 0.03 0.07 0.01 MnO 0.35 0.30 0.36 0.29 MgO 25.83 26.94 26.69 25.47 CaO 0.52 0.33 0.40 0.51

Na2O 0.03 0.05 0.06 0.03 K2O 0.01 0.00 0.02 0.01 NiO 0.10 0.14 0.09 0.03 ZnO 0.00 0.03 0.00 0.01 TSi 8,03 8,01 8,01 8,02 TAl 0,00 0,00 0,00 0,00

TFe3 0,00 0,00 0,00 0,00 TTi 0,00 0,00 0,00 0,00

Sum_T 8,03 8,01 8,01 8,02 CAl 0,01 0,02 0,01 0,01 CCr 0,00 0,00 0,01 0,00

CFe3 0,00 0,00 0,00 0,00 CTi 0,00 0,00 0,00 0,00

CMg 4,99 4,98 4,98 4,99 CFe2 0,00 0,00 0,00 0,00 CMn 0,00 0,00 0,00 0,00 CCa 0,00 0,00 0,00 0,00

Sum_C 5,00 5,00 5,00 5,00 BMg 0,39 0,58 0,53 0,38 BFe2 1,42 1,30 1,33 1,46 BMn 0,04 0,04 0,04 0,04 BCa 0,08 0,05 0,06 0,08 BNa 0,01 0,01 0,02 0,01

Sum_B 1,93 1,98 1,98 1,96 ACa 0,00 0,00 0,00 0,00 ANa 0,00 0,00 0,00 0,00 AK 0,00 0,00 0,00 0,00

Sum_A 0,00 0,00 0,00 0,00 Sum_cat 14,97 14,99 14,99 14,98

CCl 0,00 0,00 0,00 0,00 CF 0,00 0,00 0,00 0,00

GB-LA-33

Clorita Chl1 Chl2

SiO2 31.03 33.29 TiO2 0.06 0.01

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Al2O3 15.85 13.36 Cr2O3 0.58 0.66

FeO 7.23 5.95 MnO 0.04 0.02 MgO 30.76 32.04 CaO 0.01 0.02

Na2O 0.00 0.01 K2O 0.02 0.19 ZnO 0.01 0.05 NiO 0.18 0.23 Si 6,08 6,47

AlIV 1,92 1,53 Sum_T 8,00 8,00 AlVI 1,00 1,00

Ti 0,01 0,00 Fe3 0,00 0,00 Fe2 1,18 0,97 Cr 0,09 0,10 Mn 0,01 0,00 Mg 8,98 9,28 Ca 0,00 0,00 Na 0,00 0,00 K 0,01 0,05

Cations 18,00 18,00 CF 0,00 0,00 CCl 0,00 0,00 OH 0,00 0,00 O 28,00 28,00

Fe_FeMg 0,11 0,00 Mg_FeMg 0,89 1,00

Zn 0,00 0,01 Ni 0,03 0,04

GB-QE-5 Olivina

Ol1 Ol2 Ol3 Ol4 Ol5 Ol6 SiO2 38.19 38.33 38.58 38.57 38.27 38.54 TiO2 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.01

Al2O3 0.00 0.01 0.00 0.00 0.00 0.00 FeO 21.57 23.25 23.35 21.04 21.83 21.66 MnO 0.32 0.29 0.35 0.26 0.33 0.31 MgO 40.49 39.50 39.57 40.25 39.13 39.67 CaO 0.01 0.00 0.00 0.00 0.01 0.01

Na2O 0.00 0.02 0.00 0.03 0.00 0.00 K2O 0.00 0.00 0.01 0.01 0.01 0.00 NiO 0.25 0.30 0.30 0.25 0.24 0.27 Total 100,83 101,70 102,16 100,41 99,82 100,47

Cr2O3 0.05 0.01 0.00 0.00 0.03 0.00

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ZnO 0.05 0.00 0.00 0.03 0.01 0.02 Si 0,98 0,99 0,99 0,99 1,00 1,00

Fe2 0,46 0,50 0,50 0,45 0,48 0,47 Mn 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 Mg 1,55 1,51 1,51 1,55 1,52 1,53 Na 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Ni 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01

Cations 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 Fe_FeMg 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Mg_FeMg 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00

Cr 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Zn 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Cl 0.00 0.01 0.01 0.00 0.00 0.00 F 0.00 0.14 0.15 0.00 0.00 0.00

GB-QE-5 Anfibólio

Anf1 Anf2 Anf3 Anf4 Anf5 SiO2 58.19 57.68 58.13 58.14 57.84 TiO2 0.03 0.02 0.02 0.02 0.03

Al2O3 0.11 0.51 0.29 0.35 0.33 FeO 11.48 11.03 11.36 11.11 10.91

Cr2O3 0.01 0.03 0.09 0.05 0.02 MnO 0.29 0.26 0.35 0.30 0.27 MgO 27.50 27.42 27.56 27.49 27.43 CaO 0.44 0.49 0.45 0.43 0.48

Na2O 0.03 0.06 0.00 0.04 0.05 K2O 0.01 0.00 0.01 0.01 0.00

F 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 Cl 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00

Total 98,08 97,47 98,17 97,89 97,34 ZnO 0.01 0.03 0.00 0.01 0.03 NiO 0.10 0.15 0.09 0.06 0.10 TSi 7,97 7,93 7,95 7,96 7,96 TAl 0,02 0,07 0,05 0,04 0,04

TFe3 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 TTi 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Sum_T 7,99 8,00 7,99 8,00 8,00 CAl 0,00 0,02 0,00 0,02 0,01 CCr 0,00 0,00 0,01 0,01 0,00

CFe3 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 CTi 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

CMg 5,00 4,98 4,99 4,98 4,98 CFe2 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 CMn 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 CCa 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Sum_C 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 BMg 0,61 0,64 0,63 0,63 0,65

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BFe2 1,32 1,27 1,30 1,27 1,26 BMn 0,03 0,03 0,04 0,04 0,03 BCa 0,04 0,06 0,04 0,06 0,07 BNa 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Sum_B 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 ACa 0,03 0,01 0,03 0,00 0,00 ANa 0,01 0,02 0,00 0,01 0,01 AK 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Sum_A 0,04 0,03 0,03 0,01 0,02 Sum_cat 15,03 15,03 15,03 15,01 15,02

CCl 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 CF 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

GB-QE-5 Clorita

Chl1 Chl2 Chl3 Chl4 SiO2 29.85 30.30 30.06 34.74 TiO2 0.11 0.11 0.09 0.16

Al2O3 19.55 20.12 18.43 13.09 Cr2O3 0.66 0.73 1.01 1.79

FeO 5.66 5.96 6.29 6.49 MnO 0.00 0.00 0.03 0.03 MgO 30.27 30.37 29.85 31.85 CaO 0.01 0.00 0.01 0.02

Na2O 0.00 0.02 0.02 0.04 K2O 0.00 0.02 0.01 0.00

F 0.09 0.04 0.11 0.02 Cl 0.00 0.01 0.01 0.02

ZnO 0.01 0.00 0.00 0.03 NiO 0.22 0.17 0.18 0.17 Si 5,75 5,75 5,85 6,57

AlIV 2,25 2,25 2,16 1,43 AlVI 2,19 2,24 2,07 1,48

Sum_T * * * * Ti 0,02 0,02 0,01 0,02

Fe3 0,00 0,00 0,00 0,00 Fe2 0,91 0,95 1,02 1,03 Cr 0,10 0,11 0,16 0,27 Mn 0,00 0,00 0,01 0,01 Mg 8,70 8,59 8,65 8,97 Ca 0,00 0,00 0,00 0,00 Na 0,00 0,01 0,01 0,02 K 0,00 0,01 0,00 0,00

Cations * * * * CF 0,11 0,05 0,14 0,02 CCl 0,00 0,01 0,01 0,01 OH 0,00 0,00 0,00 0,00

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O 28,00 28,00 28,00 28,00 Fe_FeMg 0,00 0,00 0,11 0,11 Mg_FeMg 1,00 1,00 0,89 0,89

Zn 0,00 0,00 0,00 0,00 Ni 0,03 0,03 0,03 0,03 Al 4,44 4,49 4,22 2,91

Pentlandita

GB-AM-1 01 GB-AM-1 02 GB-AM-3 01 GB-AM-3 02 Sb 0,00 0,00 0,00 0,00 Fe 36,22 34,63 41,58 40,48 Ag 0,00 0,01 0,04 0,00 Co 1,69 1,61 2,13 1,14 S 32,24 32,17 31,65 32,63 Ni 28,10 29,99 23,98 24,50 Cu 0,00 0,00 0,00 0,00 Zn 0,00 0,03 0,00 0,00 As 0,06 0,03 0,00 0,00

Total 98,31 98,46 99,39 98,75

Pentlandita GB-AM-6 01 GB-AM-6 02 GB-AM-6 03 GB-QE-05 01

Sb 0,00 0,01 0,00 0,00 Fe 32,41 37,04 37,57 33,32 Ag 0,00 0,02 0,02 0,00 Co 0,83 0,73 1,58 2,00 S 30,04 33,19 32,56 32,02 Ni 27,01 27,60 27,56 31,00 Cu 0,00 0,00 0,00 0,00 Zn 0,01 0,00 0,01 0,05 As 0,00 0,18 0,17 0,04

Total 90,31 98,77 99,48 98,43

Pirita GB-AM3 01 GB-AM-3 02 GB-AM3 02 GB-AM-3 03 GB-AM3 03

Sb 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Fe 61,50 58,19 61,55 63,45 63,89 Ag 0,00 0,00 0,01 0,02 0,00 Co 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 S 35,31 37,44 34,82 34,95 34,85 Ni 0,03 0,53 0,00 0,05 0,12 Cu 0,05 0,01 0,19 0,00 0,03 Zn 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 As 0,00 0,00 0,02 0,00 0,04

Total 96,88 96,17 96,58 98,48 98,93

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Breithauptita GB-AM-6 01 GB-AM-6 02 GB-AM-6 03

Sb 65,44 60,49 60,32 Fe 0,03 0,05 0,24 Ag 0,00 0,00 0,02 Co 0,05 0,00 0,09 S 0,04 0,02 0,02 Ni 33,22 35,96 35,82 Cu 0,00 0,00 0,00 Zn 0,01 0,00 0,00 As 3,96 7,45 6,53

Total 102,75 103,96 103,02

Arita

GB-AM-6 01 GB-AM-6 02 GB-AM-6 03 GB-AM-3 01 GB-AM-3 02 Sb 19,78 19,58 27,84 22,23 16,51 Fe 0,07 0,04 0,30 0,11 1,37 Ag 0,00 0,01 0,01 0,00 0,00 Co 0,15 0,27 0,12 0,34 0,11 S 0,32 0,33 0,17 0,16 0,27 Ni 42,05 41,17 40,41 41,34 41,07 Cu 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Zn 0,01 0,02 0,02 0,00 0,00 As 39,16 39,72 32,94 37,30 38,65

Total 101,54 101,14 101,80 101,48 97,99

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Anexo VI DADOS DE MEV-EDS

GB-AM-1

Olivina

Ol1 Ol2 Ol3 Ol4 Ol5 Ol6 Ol7 SiO2 41.40 37.38 39.54 39.05 40.64 39.14 38.80 FeO 17.79 21.96 22.20 22.29 17.56 19.81 20.73 MgO 40.80 40.66 38.26 38.66 41.80 41.05 40.47

Si 1,05 0,97 1,02 1,01 1,03 1,00 1,00 Fe2 0,38 0,48 0,48 0,48 0,37 0,43 0,45 Mg 1,54 1,58 1,48 1,49 1,58 1,57 1,55

Cations 2,00 1,00 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 Fe_FeMg 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Mg_FeMg 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00

Fo 76,75 78,85 73,75 74,65 78,75 78,45 77,70

GB-AM-1 Olivina

Ol8 Ol9 Ol10 Ol11 Ol12 Ol13 SiO2 39.55 39.60 40.58 41.11 38.98 38.54 FeO 20.83 22.92 18.09 20.75 21.52 21.60 MgO 39.62 37.48 41.33 38.13 39.51 39.86

Si 1,02 1,03 1,03 1,05 1,01 1,00 Fe2 0,45 0,50 0,38 0,44 0,47 0,47 Mg 1,52 1,45 1,56 1,45 1,52 1,54

Cations 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 1,00 Fe_FeMg 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Mg_FeMg 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00

Fo 75,95 72,45 78,05 72,70 76,05 76,90

GB-AM-1 Anfibólio

Anf1 Anf2 Anf3 Anf4 Anf5 Anf6 Anf7 SiO2 54.13 50.03 54.04 48.11 49.44 37.19 55.64

Al2O3 7.21 2.85 7.96 0.00 4.14 19.88 2.84 FeO 6.05 6.58 6.02 6.81 7.04 7.35 5.12 MgO 19.58 40.54 19.68 39.91 39.39 34.11 24.65 CaO 13.03 0.00 12.29 5.16 0.00 1.48 11.75 TSi 7,36 6,73 7,32 6,63 6,66 5,09 7,53 TAl 0,64 0,45 0,68 0,00 0,66 2,91 0,45

Sum_T 8,00 7,18 8,00 6,63 7,31 8,00 7,98 CAl 0,51 0,00 0,60 0,00 0,00 0,29 0,00 CMg 3,97 5,00 3,98 5,00 5,00 4,71 4,97 CFe2 0,52 0,00 0,43 0,00 0,00 0,00 0,03 CMn 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 CCa 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

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Sum_C 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 BMg 0,00 3,13 0,00 3,20 2,91 2,25 0,00 BFe2 0,17 0,74 0,25 0,79 0,79 0,84 0,55 BCa 1,83 0,00 1,75 0,00 0,00 0,00 1,45

Sum_B 2,00 3,87 2,00 3,98 3,70 3,09 2,00 ACa 0,06 0,00 0,04 0,76 0,00 0,22 0,26

Sum_A 0,06 0,00 0,04 0,76 0,00 0,22 0,26 Sum_cat 15,06 16,05 15,04 16,37 16,01 16,31 15,24 Sum_oxy 23,00 23,00 23,00 23,00 23,00 23,00 23,00

GB-AM-1 Anfibólio

Sample Anf8 Anf9 Anf10 Anf11 Anf12 Anf13 Anf14 SiO2 49.87 48.62 53.76 58.42 49.33 47.53 51.58

Al2O3 2.46 5.19 6.67 1.44 7.39 3.28 10.68 FeO 7.31 7.18 6.15 3.74 6.55 7.83 5.82 MgO 40.35 39.02 20.59 24.29 34.07 41.36 20.05 CaO 0.00 0.00 12.83 12.11 2.66 0.00 11.87 TSi 6,73 6,56 7,32 7,83 6,64 6,47 7,00 TAl 0,39 0,82 0,68 0,17 1,17 0,53 1,00

Sum_T 7,12 7,38 8,00 8,00 7,81 6,99 8,00 CAl 0,00 0,00 0,39 0,05 0,00 0,00 0,71 CMg 5,00 5,00 4,18 4,85 5,00 5,00 4,06 CFe2 0,00 0,00 0,43 0,10 0,00 0,00 0,24 CMn 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 CCa 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Sum_C 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 BMg 3,12 2,84 0,00 0,00 1,84 3,39 0,00 BFe2 0,83 0,81 0,27 0,32 0,74 0,89 0,42 BCa 0,00 0,00 1,73 1,68 0,00 0,00 1,58

Sum_B 3,95 3,65 2,00 2,00 2,58 4,28 2,00 ACa 0,00 0,00 0,14 0,06 0,38 0,00 0,15

Sum_A 0,00 0,00 0,14 0,06 0,38 0,00 0,15 Sum_cat 16,07 16,03 15,14 15,06 15,77 16,27 15,15 Sum_oxy 23,00 23,00 23,00 23,00 23,00 23,00 23,00

GB-AM-1 Anfibólio

Sample Anf15 Anf16 Anf17 Anf18 Anf19 Anf20 SiO2 54.19 61.22 54.34 48.96 48.38 55.36

Al2O3 7.00 0.00 6.79 0.00 2.55 5.24 FeO 5.19 0.00 5.39 9.25 7.71 5.77 MgO 19.97 23.75 21.40 41.79 41.36 20.95 CaO 13.65 15.03 12.08 0.00 0.00 12.68 TSi 7,35 8,10 7,35 6,71 6,57 7,51 TAl 0,65 0,00 0,65 0,00 0,41 0,49

Sum_T 8,00 8,10 8,00 6,71 6,98 8,00

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CAl 0,47 0,00 0,43 0,00 0,00 0,34 CMg 4,04 4,68 4,32 5,00 5,00 4,24 CFe2 0,49 0,00 0,25 0,00 0,00 0,42 CMn 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 CCa 0,00 0,32 0,00 0,00 0,00 0,00

Sum_C 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 BMg 0,00 0,00 0,00 3,53 3,37 0,00 BFe2 0,10 0,00 0,36 1,06 0,88 0,23 BCa 1,90 1,81 1,64 0,00 0,00 1,77

Sum_B 2,00 1,81 2,00 4,59 4,25 2,00 ACa 0,09 0,00 0,11 0,00 0,00 0,07

Sum_A 0,09 0,00 0,11 0,00 0,00 0,07 Sum_cat 15,09 14,91 15,11 16,30 16,23 15,07 Sum_oxy 23,00 23,00 23,00 23,00 23,00 23,00

GB-AM-1

Clorita

Chl1 Chl2 Chl3 Chl4 SiO2 48.17 44.30 38.26 36.43

Al2O3 2.40 5.80 17.96 22.92 FeO 8.04 10.55 7.26 6.57 MgO 41.39 39.35 36.52 34.08

Si 5,7 5,326 4,533 4,294 Fe2 0,796 1,061 0,719 0,648 Mg 7,302 7,053 6,451 5,988

Cations 12 13 12 12 O 28 28 28 28

Fe_FeMg 0 0,13 0 0 Mg_FeMg 1 0,88 1 1

GB-AM-3 Espinélio

Esp1 Esp2 Esp3 Esp4 Esp5 Esp6 Esp7 Al2O3 64,04 61,56 64,29 65,37 62,43 65,17 63,83 Cr2O3 4,96 4,36 0,00 0,00 4,04 0,00 0,00

FeO 14,40 17,74 18,51 16,91 17,71 18,52 21,13 MgO 16,60 16,33 17,19 17,72 15,82 16,31 15,04 Total 100,00 99,99 99,99 100,00 100,00 100,00 100,00

Al 15,48 15,14 15,65 15,78 15,32 15,84 15,73 Fe2 2,47 3,10 3,20 2,90 3,09 3,20 3,70 Cr 0,80 0,72 0,00 0,00 0,67 0,00 0,00 Mg 5,08 5,09 5,30 5,41 4,91 5,02 4,69

Cations 22,00 23,00 23,00 22,00 22,00 23,00 22,00 O 32,00 32,00 32,00 32,00 32,00 32,00 32,00

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GB-AM-3 Espinélio

Esp8 Esp9 Esp10 Esp11 Esp12 Esp13 Al2O3 64,29 61,19 61,33 63,05 61,16 63,25 Cr2O3 0,00 4,69 5,88 3,00 4,65 3,61

FeO 18,85 17,13 18,34 18,22 20,36 15,61 MgO 16,85 16,99 14,44 15,74 13,82 17,54 Total 99,99 100,00 99,99 100,01 99,99 100,01

Al 15,68 15,03 15,18 15,45 15,23 15,35 Fe2 3,26 2,99 3,22 3,17 3,60 2,69 Cr 0,00 0,77 0,98 0,49 0,78 0,59 Mg 5,20 5,28 4,52 4,88 4,36 5,39

Cations 23,00 22,00 22,00 22,00 22,00 22,00 O 32,00 32,00 32,00 32,00 32,00 32,00

GB-AM-3

Olivina

Ol1 Ol2 Ol3 Ol4 SiO2 38,89 39,09 39,96 40,86 FeO 16,66 17,93 17,33 15,75 MgO 44,45 42,98 42,70 43,39 Total 100,00 100,00 99,99 100,00

Si 0,99 0,99 1,01 1,02 Fe2 0,35 0,38 0,37 0,33 Mg 1,68 1,63 1,61 1,62

Cations 1,00 1,00 2,00 2,00 Fe_FeMg 0,00 0,00 0,00 0,00 Mg_FeMg 1,00 1,00 1,00 1,00

GB-AM-3 Piroxênio

Px1 Px2 Px3 Px4 Px5 Px6 Px7 SiO2 61.24 58.66 54.20 59.73 57.60 56.31 55.91 FeO 11.75 9.54 17.59 14.32 7.30 9.01 14.16 MgO 27.01 31.80 28.21 25.96 35.10 34.68 29.93 TSi 2,20 2,06 1,95 2,16 1,99 1,95 1,99

M2Mg 0,45 0,66 0,52 0,40 0,80 0,79 0,59 M2Fe2 0,35 0,28 0,53 0,43 0,21 0,26 0,42

Sum_cat 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 Mg 80,38 85,60 74,09 76,37 89,55 87,28 79,03

Fe2_Mn 19,62 14,41 25,92 23,63 10,45 12,72 20,97 EN 80,38 85,60 74,09 76,37 89,55 87,28 79,03 FS 19,62 14,41 25,92 23,63 10,45 12,72 20,97

WEF 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 JD 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 AE 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

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GB-AM-3 Anfibólio

Anf1 Anf2 Anf3 Anf4 Anf5 SiO2 56.15 55.36 57.82 45.71 40.63

Al2O3 2.89 0.00 10.74 23.76 29.55 FeO 4.86 0.00 0.00 0.00 0.00 MgO 24.12 25.80 20.36 30.53 29.82 CaO 11.98 18.84 11.09 0.00 0.00 TSi 7,41 7,48 7,58 5,37 4,75 TAl 0,45 0,00 0,43 2,63 3,26

TFe3 0,14 0,00 0,00 0,00 0,00 Sum_T 8,00 7,48 8,00 8,00 8,00

CAl 0,00 0,00 1,23 0,66 0,81 CFe3 0,40 0,00 0,00 0,00 0,00 CMg 4,60 5,00 3,77 4,35 4,19

Sum_C 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 BMg 0,14 0,20 0,21 1,00 1,00 BCa 1,69 1,81 1,56 0,00 0,00

Sum_B 1,84 2,00 1,77 1,00 1,00 ACa 0,00 0,92 0,00 0,00 0,00

Sum_A 0,00 0,92 0,00 0,00 0,00 Sum_cat 14,84 15,40 14,77 14,00 14,00 Sum_oxy 22,74 22,88 23,17 21,01 20,78

GB-AM-3

Clorita Chl1 Chl2 Chl3 Chl4 Chl5 Chl6 Chl7 Chl8

SiO2 39,13 39,49 33,66 34,95 35,37 34,79 34,97 33,06 Al2O3 25,60 25,05 25,59 23,26 26,25 24,20 25,40 25,00 Cr2O3 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

FeO 0,00 0,00 7,38 7,54 6,31 5,51 5,90 6,47 MgO 35,27 35,46 33,37 34,25 31,87 35,50 33,72 35,48

Si 6,22 6,28 5,59 5,81 5,83 5,73 5,76 5,49 Fe2 0,00 0,00 1,03 1,05 0,87 0,76 0,81 0,90 Cr 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Mg 8,36 8,40 8,27 8,49 7,83 8,72 8,28 8,78

Cations 18,00 18,00 19,00 18,00 17,00 17,00 17,00 17,00 O 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00

Fe_FeMg 0,00 0,00 0,11 0,11 0,10 0,08 0,09 0,09 Mg_FeMg 1,00 1,00 0,89 0,89 0,90 0,92 0,91 0,91

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GB-AM-3 Clorita

Chl9 Chl10 Chl11 Chl12 Chl13 Chl14 Chl15 SiO2 34,01 33,67 35,50 33,74 34,96 33,92 35,09

Al2O3 23,56 24,00 23,79 24,12 23,28 23,74 24,49 Cr2O3 0,00 5,50 8,01 0,00 0,00 0,00 0,97

FeO 6,19 0,00 0,00 6,86 7,24 6,79 4,73 MgO 36,24 36,82 32,70 35,28 34,52 35,55 34,72

Si 5,64 5,51 5,80 5,61 5,81 5,64 5,77 Fe2 0,86 0,00 0,00 0,95 1,01 0,94 0,66 Cr 0,00 0,71 1,03 0,00 0,00 0,00 0,12 Mg 8,96 8,98 7,97 8,74 8,55 8,81 8,51

Cations 17,00 17,00 17,00 17,00 18,00 17,00 17,43 O 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00

Fe_FeMg 0,09 0,00 0,00 0,10 0,11 0,10 0,07 Mg_FeMg 0,91 1,00 1,00 0,90 0,89 0,90 0,93

GB-AM-6

Olivina

Ol1 Ol2 Ol3 Ol4 Ol5 Ol6 Ol7 SiO2 42.68 40.58 42.17 39.49 38.98 40.17 38.14 FeO 13.76 13.54 12.93 15.80 16.16 15.40 16.18 MgO 43.57 45.88 44.90 44.72 44.87 44.43 45.68

Si 1,06 1,01 1,04 0,99 0,99 1,01 0,97 Fe2 0,28 0,28 0,27 0,33 0,34 0,32 0,34 Mg 1,61 1,70 1,65 1,68 1,69 1,66 1,73

Cations 2,00 2,00 2,00 1,00 1,00 2,00 1,00 Fe_FeMg 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Mg_FeMg 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00

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GB-AM-6 Clorita

Chl1 Chl2 Chl3 SiO2 39.43 36.91 38.17

Al2O3 18.56 19.42 18.99 FeO 4.18 6.28 5.23 MgO 37.83 37.39 37.61

Si 6,44 6,11 6,27 AlIV 1,57 1,89 1,73

Sum_T * * * Ti 0,00 0,00 0,00

Fe3 0,00 0,00 0,00 Fe2 0,57 0,87 0,72 Cr 0,00 0,00 0,00 Mn 0,00 0,00 0,00 Mg 9,20 9,23 9,22 Ca 0,00 0,00 0,00 Na 0,00 0,00 0,00 K 0,00 0,00 0,00

Cations * * * CF 0,00 0,00 0,00 CCl 0,00 0,00 0,00 OH 0,00 0,00 0,00 O 28,00 28,00 28,00

Fe_FeMg 0,00 0,00 0,00 Mg_FeMg 1,00 1,00 1,00

Al 3,57 3,79 3,68