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PETROGÊNESE DE ROCHAS ULTRAMÁFICAS DO
QUADRILÁTERO FERRÍFERO E ADJACÊNCIAS E SUA
RELAÇÃO GENÉTICA COM ROCHAS
METAULTRAMÁFICAS DO TIPO SERPENTINITO E
ESTEATITO
ii
iii
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
Reitor
Prof. Dr. João Luiz Martins
Vice-Reitor
Prof. Dr. Antenor Barbosa Júnior
Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação
Prof. Dr. Tanus Jorge Nagem
ESCOLA DE MINAS
Diretor
Prof. Dr. José Geraldo Arantes de Azevedo Brito
Vice-Diretor
Prof. Dr. Wilson Trigueiro de Souza
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
Chefe
Prof. Dr. Issamu Endo
iv
EVOLUÇÃO CRUSTAL E RECURSOS NATURAIS
v
CONTRIBUIÇÕES ÀS CIÊNCIAS DA TERRA – VOL. 68
TESE DE MESTRADO Nº 298
PETROGÊNESE DE ROCHAS ULTRAMÁFICAS DO QUADRILÁTERO
FERRÍFERO E ADJACÊNCIAS E SUA RELAÇÃO GENÉTICA COM
ROCHAS METAULTRAMÁFICAS DO TIPO SERPENTINITO E
ESTEATITO
Gabriela Magalhães da Fonseca
Orientador (a) Hanna Jordt Evangelista
Co-orientador Newton Souza Gomes
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais do
Departamento de Geologia da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto como requisito
parcial à obtenção do Título de Mestre em Ciências Naturais, Área de Concentração: Mineralogia,
Petrogênese e Depósitos Minerais
OURO PRETO
2011
vi
Universidade Federal de Ouro Preto – http://www.ufop.br
Escola de Minas - http://www.em.ufop.br Departamento de Geologia - http://www.degeo.ufop.br/ Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais Campus Morro do Cruzeiro s/n - Bauxita 35.400-000 Ouro Preto, Minas Gerais Tel. (31) 3559-1600, Fax: (31) 3559-1606 e-mail: [email protected] Os direitos de tradução e reprodução reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser gravada, armazenada em sistemas eletrônicos, fotocopiada ou reproduzida por meios mecânicos ou eletrônicos ou utilizada sem a observância das normas de direito autora.
ISSN 85-230-0108-6
Depósito Legal na Biblioteca Nacional
Edição 1ª
Catalogação elaborada pela Biblioteca Prof. Luciano Jacques de Moraes do
Sistema de Bibliotecas e Informação - SISBIN - Universidade Federal de Ouro Preto
http://www.sisbin.ufop.br
F676p Fonseca, Gabriela Magalhães da Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua
relação genética com rochas metaultramáficas do tipo serpentinito e esteatito
[manuscrito] / Gabriela Magalhães da Fonseca - 2011. xxii, 87f.; il. color.; tabs.; grafs.; mapas. (Contribuições às Ciências da Terra. Série M, v. 68, n. 298)
Orientadora: Profa. Dra. Hanna Jordt Evangelista. Co-orientador: Prof. Dr. Newton Souza Gomes. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de Ouro Preto. Escola de Minas. Departamento de Geologia. Programa de Pós-graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Área de concentração: Petrogênese/ Depósitos Minerais/ Gemologia
1. Geologia - Teses. 2. Quadrilátero ferrífero (MG) - Teses. 3. Petrogênese - Teses. 4. Litogeoquímica - Teses. I. Universidade Federal de Ouro Preto. II. Título.
CDU: 552.3(815.1)
vii
Às pessoas que amo.
viii
ix
Agradecimentos
À Profa. Dra. Hanna Jordt Evangelista orientadora desta dissertação, por todo empenho, sabedoria,
compreensão e exigência. Gostaria de ratificar a sua competência, participação em discussões, correções,
revisões de lâminas, sugestões que fizeram com que concluíssemos este trabalho.
Ao Prof. Dr. Newton Souza Gomes co-orientador desta dissertação.
Ao Tiago que me ensinou que um relacionamento só se constrói em cima de bases sólidas, por me
incentivar e estar presente em todos os momentos.
Aos amigos, Amanda, Débora, Edgar, Kassia e Marcelo pelo companheirismo nesta etapa. Em especial a
Thais.
Aos meus pais, Luciana e Luiz, por me amarem.
À CAPES, pela bolsa de estudos.
A todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para realização deste trabalho.
Meus sinceros agradecimentos
x
xi
Sumário
AGRADECIMENTOS ................................................................................................................ ix
LISTA DE ILUSTRAÇÕES .................................................................................................... xiii
LISTA DE TABELAS ............................................................................................................. xvii
RESUMO ................................................................................................................................... xix
ABSTRACT ............................................................................................................................... xxi
CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 1
1.1. Considerações Gerais .............................................................................................................. 1
1.2. Objetivos ................................................................................................................................. 1
1.3. Localização .............................................................................................................................. 2
1.4. Vias de Acesso ........................................................................................................................ 3
1.5. Materiais e Métodos ................................................................................................................ 3
1.5.1. Pesquisa bibliográfica e trabalhos de campo .................................................................... 3
1.5.2. Trabalhos de laboratório ................................................................................................ 4
1.5.3. Estudos de balanço de massa ......................................................................................... 5
1.5.4. Tratamento e análise dos dados ..................................................................................... 6
CAPÍTULO 2. GEOLOGIA REGIONAL ................................................................................. 9
2.1. Introdução ................................................................................................................................ 9
2.2. Unidades Geólogicas ............................................................................................................... 9
2.2.1. Unidades Geológicas da Província do São Francisco ..................................................... 10
2.2.2. Unidade Geológicas da Província Mantiqueira .............................................................. 13
CAPÍTULO 3. GEOLOGIA LOCAL E PETROGRAFIA .................................................... 15
3.1. Introdução .............................................................................................................................. 15
3.2. Petrografia das Unidades ....................................................................................................... 15
3.3. Amarantina ............................................................................................................................ 15
3.4. Lamim ................................................................................................................................... 22
3.5. Queluzito .............................................................................................................................. 28
3.6. Mariana ................................................................................................................................. 32
3.7. Barra Longa .......................................................................................................................... 34
3.8. Lagoa Dourada ..................................................................................................................... 36
3.9. Rio Manso ............................................................................................................................ 37
3.10. Metamorfismo .................................................................................................................... 39
CAPÍTULO 4. QUÍMICA MINERAL ..................................................................................... 41
xii
4.1. Introdução ............................................................................................................................. 41
4.2. Olivina .................................................................................................................................. 41
4.3. Piroxênio ............................................................................................................................... 43
4.4. Espinélio ............................................................................................................................... 43
4.5. Anfibólios ............................................................................................................................. 43
4.6. Clorita ................................................................................................................................... 45
4.7. Minerais Opacos ................................................................................................................... 47
CAPÍTULO 5. LITOGEOQUÍMICA ...................................................................................... 51
5.1. Introdução ............................................................................................................................. 51
5.2. Características Gerais ........................................................................................................... 52
5.3. Diagramas de Correlação ...................................................................................................... 63
5.4. Diagramas de Razões de proporções moleculares ................................................................ 66
5.5. Considerações Finais ............................................................................................................ 68
CAPÍTULO 6. BALANÇO DE MASSA .................................................................................. 69
6.1. Introdução ............................................................................................................................. 69
6.2. Cálculo de Balanço de Massa ............................................................................................... 71
6.3. Resultados ............................................................................................................................. 72
CAPÍTULO 7. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO ...................................................................... 79
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 81
ANEXOS ..................................................................................................................................... 87
xiii
Lista de Ilustrações
Figura 1.1- Localização das áreas de ocorrência dos corpos ultramáficos estudados nos respectivos municípios ..................................................................................................................................................... 3
Figura 1.2- Vias de acesso da área estudada ................................................................................................ 4
Figura 2.1- Mapa geológico regional modificado do mapa geológico do estado de Minas Gerais, escala 1:1.000.0 00 (Heineck et al. 2003) e localização das áreas de ocorrências dos corpos estudados de rochas ultramáficas ................................................................................................................................................. 10
Figura 3.1- Mapa de localização dos litotipos estudados .......................................................................... 16
Figura 3.2- Localização dos afloramentos na região de Amarantina. GB-AM-1 e GB-AM-6: metaperidotito; GB-AM-2: tremolita-clorita-serpentina granofels; GB-AM-3: espinélio metaperidotito ..................................................................................................................................................................... 17
Figura 3.3- A- Afloramento do metaperidotito (GB-AM-6). B- Afloramento do gnaisse intemperizado próximo ao ponto (GB-AM1). C- Afloramento do espinélio metaperidotito (GB-AM-3) D- Afloramento do tremolita-clorita-serpentina granofels (GB-AM-2). E- Amostra de mão do metaperidotito (GB-AM-6) dobrado. F- Amostra de mão do metaperidotito (GB-AM-1) .................................................................... 18
Figura 3.4- Fotomicrografias dos litotipos de Amarantina. A – Espinélio metaperidotito (GB-AM-3) luz polarizada plana. B- Idem, luz polarizada cruzada. C – Metaperidotito (GB-AM-6) mostrando bandamento dobrado. D - Espinélio metaperidotito (GB-AM-3) luz polarizada cruzada. Chl clorita, Spl espinélio, ol olivina .......................................................................................................................................................... 21
Figura 3.5- Fotomicrografia do metaperidotito dobrado (GB-AM-6) ....................................................... 21
Figura 3.6- Fotomicrografias do metaperidotito (GB-AM-6) em diferentes cortes conforme mostrados no desenho esquemático ................................................................................................................................... 22
Figura 3.7- Localização dos afloramentos amostrados na região de Lamim. GB-LA-24, GB-LA-25, GB-LA-32, GB-LA-33, HJ-LAM1, HJ-LAM2 e HJ-SO: metaperidotito. GB-LA-39A: antofilita-clorita-tremolita granofels. GB-LA-49A: antofilita-serpentina-tremolita-clorita granofels. GB-LA-37, GB-LA-47: tremolitito. GB-LA-38A e GB-LA-39B: clorita xisto. GB-LA-38B e GB-LA-48: serpentinito. GB-LA-44, GB-LA-49B e ME-14: esteatito ......... 23
Figura 3.8- A - Vista geral dos afloramentos de rochas metaultramáficas na região central de Lamim. B – Metaperidotito (GB-LA-33). C – Metaperidotito (GB-LA-24). D – Serpentinito (GB-LA-48) E – Pedreira de esteatito (GB-LA-44). F – Amostra de mão de clorita xisto (GB-LA-39A) .......................................................... 24
Figura 3.9- Fotomicrografias dos litotipos de Lamim. A – Metaperidotito GB-LA-33: grãos de olivina (Ol) inclusos de modo poiquilítico em tremolita (Tr), luz polarizada plana. B - Idem, luz polarizada cruzada. C - Antofilita-clorita-tremolita granofels (GB-LA-39A): tremolita com sobrecrescimento de antofilita, luz polarizada cruzada. D - Antofilita-serpentina-tremolita-clorita granofels (GB-LA-49B): grãos de antofilita (Ant) e tremolita (Tr), luz polarizada cruzada .......................................................................................................................................... 27
Figura 3.10- Localização dos afloramentos na região de Queluzito. GB-QE-1A: antofilia-actinolita-clorita granofels. GB-QE-4: antofilita-clorita-hornblenda granofels, GB-QE-5: metaperidotito ...................................... 29
xiv
Figura 3.11- Blocos de antofilita-clorita-hornblenda granofels (GB-QE-4). B – Idem. C – Afloramento de antofilita-actinolita-clorita granofels (GB-QE-1A). D – Afloramento de metaperidotito (GB-QE-5) ...................... 30
Figura 3.12- Fotomicrografias dos litotipos de Queluzito. A – Actinolita intercrescida com antofilita no antofilita-actinolita-clorita granofels (GB-QE-1A), luz polarizada plana. B – Idem A luz polarizada cruzada. C – Pseudomorfos de olivina substituídos por talco e rodeados por hornblenda no antofilita-clorita-hornblenda granofels (GB-QE-4), luz polarizada plana. D – Idem C, luz polarizada cruzada. E – Olivina no metaperidotito (GB-QE-5), luz polarizada plana. F – Idem E, luz polarizada cruzada. Act actinolita, Ant antofilita, Hbl hornblenda, Ol olivina ..................... 31
Figura 3.13- Fotomicrografias dos litotipos de Mariana. A – Metaperidotito (TG-37) com olivina rodeada por anfibólios e clorita, luz polarizada plana. B – Idem A, luz polarizada cruzada. C - Antofilita-clorita-carbonato-talco xisto (OPMR-4) com porfiroblastos pós-cinemáticos de antofilita em matriz fina formada por clorita, talco e carbonato, luz polarizada plana. D – Idem C, luz polarizada cruzada .................................................................. 34
Figura 3.14- Fotomicrografias do metaharzburgito (PAC) de Acaiaca. A – Olivina luz polarizada plana. B – Idem A, luz polarizada cruzada. C - Ortopiroxênio, luz polarizada plana. D – Idem C, luz polarizada cruzada. Ol olivina, px ortopiroxênio ............................................................................................................................................. 35
Figura 3.15- Metaultramáficas da região de Lagoa Dourada. A - Afloramento do metaperidotito (GB-LD-62) B - Olivina fraturada rodeada por clorita, luz polarizada cruzada. Chl clorita, Ol olivina ........................................... 37
Figura 3.16- Metaultramáficas da região de Rio Manso. A- Afloramento de metakomatiito (GB-RM-1) com textura spinifex, Morro da Onça próximo a Rio Manso. B – Fotomicrografia do metakomatiito (SPF) mostrando microestrutura blastospinifex, caracterizada por grãos tabulares de mineral magmático substituído por serpentina, luz polarizada cruzada. Srp serpentina ................................................................................................................... 38
Figura 4.1- Classificação da olivina a partir dos dados obtidos em MSE e MEV-EDS ....................................... 42
Figura 4.2- Classificação do piroxênio do espinélio metaperidotito, fórmula estrutural média e porcentagem de enstatita por MSE e MEV-EDS ....................................................................................................................... 43
Figura 4.3- Classificação do espinélio de acordo com o gráfico de Deer et al. (1992) ....................................... 44
Figura 4.4- Classificação dos ortoanfibólios nos diagramas de Leake et al. (1997) ............................................ 45
Figura 4.5- Classificação dos clinoanfibólios cálcicos nos diagramas de Leake et al. (1997) .............................. 46
Figura 4.5 cont.- Classificação dos clinoanfibólios cálcicos nos diagramas de Leake et al. (1997) ..................... 47
Figura 4.6- Imagem de elétrons retroespalhados obtidas por MEV. 1)- Pentlandita intercrescida com arita. 2)- Pentlandita intercrescida com breithauptita. 3)- Arita. 4)- Breithauptita no centro e arita nas bordas. Ar arita, Br breithauptita e Ptl pentlandita .......................................................................................................................... 48
Figura 5.1- Simbologia, litotipo e amostra utilizada nos diagramas para caracterização química ......................... 51
Figura 5.2- Simbologia, litotipo, amostra, localização e fonte das análises de rochas ultramáficas selecionadas da literatura utilizadas nos diagramas de comparação ............................................................................................. 52
Figura 5.3- Diagrama triangular (Al2O3-CaO-MgO), os campos estão discriminados segundo Coleman (1977). No diagrama A se encontram as rochas desse trabalho. No diagrama B têm-se as análises da literatura e as rochas estudadas menos metamorfizadas, que preservam minerais ígneos (GB-AM-1, GB-AM-3, GB-AM-6, GB-QE-5, GB-LA-32, GB-LA-33, HJ-LAM1, HJ-LAM2 e HJ-SO) ......................................................................................... 58
xv
Figura 5.4- Diagrama discriminante de Jensen (1976) (modificado por Rickwood 1989), para komatiitos, tholeiítos e rochas cálcio-alcalinas. Os diagramas A e B utilizam % em peso de FeOt+TiO2 - Al2O3 - MgO para as rochas desse trabalho e para análises da literatura e as rochas com maior porcentagem de minerais ígneos (GB-AM-1, GB-AM-3, GB-AM-6, GB-QE-5, GB-LA-32, GB-LA-33, HJ-LAM1, HJ-LAM2 e HJ-SO) .................................................. 59
Figura 5.5- Diagrama triangular (MgO-CaO-Al2O3) segundo Viljoen & Viljoen (1969). No diagrama A se encontram as rochas desse trabalho sem minerais ígneos preservados. No diagrama B têm-se as análises da literatura e as rochas com maior porcentagem de minerais ígneos preservados (GB-AM-1, GB-AM-3, GB-AM-6, GB-QE-5, GB-LA-32, GB-LA-33, HJ-LAM1, HJ-LAM2 e HJ-SO) ................................................................................... 59
Figura 5.6-Diagramas (Ni x Cr), (Cr x TiO2) e (Ni x TiO2), com os campos de Hallberg (1985). Para evitar superposição de pontos as amostras de Amarantina, Rio Manso e Queluzito foram plotadas à esquerda e, à direita, as amostras de Lamin, Lagoa Dourada, harzburgito de Bushveld, harzburgito de Stillwater, espinélio lherzolito, metaharzburgito de Acaiaca, komatiito de Barberton e komatiito de Abitibi ........................................................ 62
Figura 5.7- Diagramas de óxidos versus MgO para as 22 amostras desse trabalho ............................................. 64
Figura 5.8- Diagramas de óxidos versus MgO para análises da literatura (Figura 5.2 e Tabela 5.3) e para as rochas com maior porcentagem de minerais ígneos (GB-AM-1, GB-AM-3, GB-AM-6, GB-QE-5, GB-LA-32, GB-LA-33, HJ-LAM1, HJ-LAM2 e HJ-SO) em base anidra, cuja localização está delimitada pelas linhas tracejadas .............. 65
Figura 5.9- Diagramas (Ni x MgO) e (Cr x MgO) para as 22 amostras desse trabalho e algumas das rochas da literatura utilizadas como referência (Figura 5.2 e Tabela 5.3) ........................................................................... 66
Figura 5.10- Diagrama de razões de proporções moleculares, onde FM corresponde a (MgO + FeOt) ................ 67
Figura 6.1- Diagrama de isóconas para alumínio, volume, e massa constantes segundo o método de Grant (1986). A-Espinélio metaperidotito (GB-AM-3) versus Tremolita-clorita-serpentina granofels (GB-AM-2). B -Metaperidotito (GB-LA-32) versus Esteatito (GB-LA-49B). C - Komatiito (Abi) versus Metakomatiito (SPF). D - Komatiito peridotítico (Kom-2) versus Espinélio metaperidotito (GB-AM-3) ..................................................... 77
xvi
xvii
Lista de Tabelas
Tabela 1.1- Elementos analisados por microssonda eletrônica para silicatos, óxidos e sulfetos, os padrões escolhidos e o tempo de contagem. ............................................................................................................... 6
Tabela 1.2- Limite de quantificação em ppm dos elementos analisados por ICP-OES ............................... 7
Tabela 3.1- Composição modal dos litotipos de Amarantina (% volumétrica). Esp espinélio, Ol olivina, Opx ortopiroxênio, Tr tremolita, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Op opacos ................................... 20
Tabela 3.2- Composição modal dos litotipos de Lamim (% volumétrica). Ol olivina, Ant antofilita, Tr tremolita, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Op opacos .............................................................................................. 26
Tabela 3.3- Composição modal dos litotipos de Queluzito (% volumétrica) Ol olivina, Ant antofilita, Act actinolita, Hbl hornblenda, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Op opacos ..................................................................... 32
Tabela 3.4- Composição modal dos litotipos de Mariana (% volumétrica). Ol olivina, Oam ortoanfibólio, Ant antofilita, Cam clinoanfibólio, Tr tremolita, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Cb carbonato, Op opacos ......... 34
Tabela 3.5- Composição modal do litotipo de Acaiaca (% volumétrica). Ol olivina, Opx ortopiroxênio, Oam ortoanfibólio, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Cb carbonato, Op opacos .................................................... 36
Tabela 3.6- Composição modal dos litotipos de Lagoa Dourada (% volumétrica). Ol olivina, Tr tremolita, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Op opacos. .................................................................................................... 37
Tabela 3.7- Composição modal dos litotipos de Rio Manso (% volumétrica). Cam clinoanfibólio, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Cb carbonatos, Op opacos ............................................................................................... 38
Tabela 3.8- Reações para os litotipos com minerais ígneos preservados. .......................................................... 39
Tabela 3.9- Reações para os litotipos mais metamorfizados e que não apresentam minerais ígneos .................... 40
Tabela 4.1- Fórmula estrutural média e porcentagem de forsterita por MSE e MEV-EDS .................................. 41
Tabela 4.2- Fórmula estrutural média para as cloritas ..................................................................................... 47
Tabela 5.1- Composição química (% peso) de amostras selecionadas dos corpos estudados de rochas metaultramáficas ............................................................................................................................................ 53
Tabela 5.2- Resultado das análises químicas para elementos menores (ppm) de amostras selecionadas dos corpos estudados de rochas metaultramáficas .............................................................................................................. 54
Tabela 5.3- Composição química (% peso) das rochas ultramáficas da literatura utilizadas para comparação (ver referências na figura 5.2) ................................................................................................................................ 55
Tabela 5.4- Composição modal dos litotipos analisados. Esp espinélio, Ol olivina, Opx ortopiroxênio, Ant antofilita, Tr tremolita, Hbl hornblenda, Act actinolita, Cam clinoanfibólio, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Cb carbonato, Op opacos ..................................................................................................................................... 56
Tabela 5.5- Teor de MgO (% peso em base anidra – Anexo V ) e valores das razões CaO/Al2O3, Al2O3/TiO2 para as rochas desse trabalho ...................................................................................................................................... 60
xviii
Tabela 5.6- Teor de MgO (% peso) e valores das razões CaO/Al2O3, Al2O3/TiO2 para rochas da literatura .......... 61
Tabela 6.1- Composição química de elementos maiores dos litotipos selecionados para os cálculos de balanço de massa ............................................................................................................................................................ 73
Tabela 6.2- Perdas e ganhos calculados em (% peso/100g) para as reações (A) Espinélio metaperidotito (GB-AM-3) versus Tremolita-clorita-serpentina granofels (GB-AM-2). (B) Metaperidotito (GB-LA-32) versus Esteatito (GB-LA-49B) pelo método de Grant (1986) ............................................................................................................. 76
Tabela 6.3- Perdas e ganhos calculados em (% peso/100g) para as reações (C) Komatiito (Abi) versus Metakomatiito (SPF). (D) Komatiito peridotítico (Kom-2) versus Espinélio metaperidotito (GB-AM-3) pelo método de Grant (1986) .............................................................................................................................................. 76
xix
Resumo Na região do Quadrilátero Ferrífero (QF) encontram-se raros corpos de rochas metaultramáficas que
preservam algum mineral e/ou textura da rocha ígnea original. O interesse no estudo petrogenético destes
corpos deve-se à possibilidade de se entender melhor o magmatismo ultramáfico do greenstone belt Rio
das Velhas, já que a maior parte das suas rochas ultramáficas, entre as quais se destacam esteatitos e
serpentinitos por sua importância econômica, estão completamente metamorfizadas.
O presente trabalho teve como objetivo a caracterização mineralógica, geoquímica e petrogenética de sete
corpos de rochas metaultramáficas com minerais ou texturas preservados do protólito ígneo localizados no
QF e suas adjacências, a saber, em Rio Manso, Ouro Preto, Mariana, Acaiaca, Lamim, Queluzito e Lagoa
Dourada. Os afloramentos ocorrem na forma de blocos de metros a decâmetros, são maciços e estão
encravados em terrenos constituídos de gnaisses do embasamento. Os litotipos estudados foram:
metaperidotitos com minerais ígneos preservados como olivina, piroxênio e espinélio; metakomatiitos,
que embora não apresentem minerais ígneos, preservam textura spinifex; esteatitos, serpentinitos,
tremolititos e clorita xistos associados espacialmente aos metaperidotitos e que representam porções
destes corpos mais afetadas pelo metamorfismo. O principal mineral ígneo preservado é olivina com
composição variando de Fo77-87, com exceção da olivina de Acaiaca, com Fo>92. Muito raramente
encontra-se ortopiroxênio com En79-89 e pleonasto. Minerais metamórficos são talco, serpentinas,
carbonatos, cloritas e anfibólios como antofilita, tremolita, Mg-hornblenda e actinolita. Foram ainda
identificados diversos óxidos e sulfetos como ilmenita, magnetita, cromita, pirita e pentlandita, além das
raras breithauptita (NiSb) e arita (NiSbAs). Foram realizadas análises químicas para elementos maiores,
menores e traços de amostras selecionadas que foram comparadas com análises da literatura de peridotitos
e komatiitos de localidades clássicas. Pela análise destes dados e de diagramas discriminantes constatou-se
que as rochas desse trabalho são semelhantes à peridotitos komatiiticos, com teores de MgO > 18% em
peso e de TiO2 < 0,9 e que pertencem a suíte de komatiitos não-desfalcados em alumínio. Cálculos de
balanço de massa comparando os litotipos mais preservados com os mais metamorfizados de uma mesma
região mostram que, no caso da esteatitização, houve perdas acentuadas da maioria dos elementos exceto
SiO2 e MgO, que são os óxidos que compõem talco. A comparação, no balanço de massa, do
metakomatiito de Rio Manso com um komatiito de Abitibi mostra que as duas rochas são quimicamente
muito semelhantes. Considerando a composição mineralógica e química, a textura e a localização das
rochas com minerais ígneos preservados conclui-se que a maioria dos corpos estudados pode corresponder
à porção plutônica do magmatismo komatiitico do Grupo Nova Lima, que é a unidade basal do greenstone
belt Rio das Velhas.
xx
xxi
Abstract
In metaultramafic rocks from the Quadrilátero Ferrífero (QF) preserved igneous minerals and/or textures
are rarely found since most of this rock type was completely metamorphosed into steatite and serpentinite,
which are of great economic importance in this region. The relevance of a petrogenetic study of such
partially preserved ultramafic rock bodies comes from the possibility of understanding the nature of the
ultramafic magmatism of the Rio das Velhas greenstone belt. The objective of this work is the
mineralogical, geochemical and petrogenetic characterization of seven metaultramafic rock bodies found
in the QF which are distinguished by minerals or textures preserved from the igneous protolith. The
studied bodies are located in the regions of Rio Manso, Ouro Preto, Mariana, Acaiaca, Lamim, Queluzito
and Lagoa Dourada. The outcrops occur as meter to decameter large massive blocks dispersed in terrains
of the basement gneisses. The studied rock types were: metaperidotites, which preserve igneous minerals
such as olivine, pyroxene and spinel; metakomatiites, which although not exhibiting igneous minerals still
preserve spinifex texture; esteatites, serpentinites, tremolitites, and chlorite schists spatially associated
with the metaperidotites, which represent the portions of these bodies most affected by metamorphism and
metassomatism. The most abundant preserved igneous mineral is olivine with a composition varying from
Fo77-87. An exception is olivine from Acaiaca, with Fo>92. Very rarely orthopyroxene (En79-89) and pleonast
can be found. Metamorphic minerals are talc, serpentine, carbonates, chlorite and amphiboles such as
anthophyllite, tremolite, actinolite and Mg-hornblende. Several oxides and sulfides such as ilmenite,
magnetite, chromite, pyrite, pentlandite, and the rare breithauptite (NiSB) and arite (NiSbAs) have also
been identified. Chemical analyses for major and trace elements of selected samples were compared with
analyses of peridotites and komatiites from classic localities compiled from the literature. Based on these
data and on the use of discrimination diagrams it was possible to verify that the studied rocks are similar
to komatiitic peridotites with MgO > 18 weight% and TiO2 < 0.9 and belong to the suite of komatiites not-
depleted in aluminum. Mass balance calculations comparing the more preserved rocks with the more
metamorphosed ones from the same region show that, in the case of steatitization, high loss of most of
elements was detected, with the exception of SiO2 and MgO, which are the main oxides which compose
talc. Mass balance calculations comparing a metakomatiite from Rio Manso with a typical komatiite from
Abitibi show that both rocks are chemically very close. Considering mineralogical and chemical
composition, texture, and field information of the rocks with relictic igneous minerals it is possible to
conclude that most of the studied metaultramafic bodies may correspond to the plutonic portion of the
komatiitic magmatism of the Nova Lima Group, what is the basal unity of Rio das Velhas greenstone belt.
xxii
1 CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
1.1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS
A região do Quadrilátero Ferrífero (QF) tem sido desde cedo objeto de pesquisas e estudos
geológicos, devido aos bens minerais nela presentes, principalmente minério de ferro e ouro (Ladeira
1980b; Rosière, Chemale & Guimarães 1993). Na região do QF ocorrem rochas metaultramáficas do
tipo esteatito/serpentinito, que também são de grande relevância econômica. Entre as ocorrências de
rochas de natureza ultramáfica encontram-se, muito raramente, corpos que preservam algum mineral
ou textura ígnea da rocha original, que são de grande relevância para estudos petrogenéticos.
Este trabalho apresenta os resultados de estudos mineralógicos, microestruturais e químicos
das raras rochas de natureza ultramáfica da região do QF e adjacências que ainda preservam
características do protólito, comparando-as quimicamente e mineralogicamente entre si e com aquelas
já totalmente metamorfizadas, a fim de contribuir para o entendimento dos processos envolvidos na
sua gênese.
1.2 - OBJETIVOS
Os raros corpos da natureza ultramáfica que são encontrados no QF e adjacências e que ainda
preservam olivinas e/ou piroxênios (Silva 1997; Martins 1999; Jordt-Evangelista & Silva 2005; Braga
2006; Fonseca & Pereira 2008; Medeiros Júnior 2009; Santos & Mota 2010) constituem um potencial
acervo de informações sobre a origem e gênese das muito mais abundantes rochas ultramáficas já
completamente metamorfizadas. Tais rochas ultramáficas são interpretadas como sendo o protólito
preservado dos serpentinitos e esteatitos espacialmente associados. Devido a sua raridade, muito
pouco se conhece sobre a sua petrografia e geoquímica. Um dos corpos relativamente bem estudados
encontra-se a sul do QF, na região de Lamim (Silva 1997; Jordt-Evangelista & Silva 2005), onde as
texturas cumuláticas preservadas mostram que a rocha ultramáfica é de natureza plutônica. Portanto, é
provável que algumas rochas metaultramáficas do QF formaram-se à custa não somente de protólitos
vulcânicos do tipo komatiito, conforme sugerem as texturas spinifex localmente preservadas
(Andreatta-Silva 2008), mas também plutônicos, do tipo peridotito.
De acordo com o exposto acima, há diversas questões em aberto sobre a petrogênese das raras
rochas ultramáficas do QF que ainda preservam olivina e piroxênio e das rochas metaultramáficas do
tipo serpentinito e esteatito e sobre a relação entre elas, tais como: i) se as raras rochas ultramáficas
que ainda preservam minerais ígneos são tipos geneticamente diferentes e, portanto, possivelmente de
Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...
2
idades diferentes; ii) se estas rochas peridotíticas são equivalentes plutônicos de komatiitos; iii) se é
possível distinguir rochas metaultramáficas derivadas de rochas vulcânicas do tipo komatiito daquelas
de protólito plutônico; iv) quais foram as transformações químicas envolvidas na transformação das
rochas ultramáficas em seus produtos completamente metamorfizados.
A partir das questões apresentadas, pretendeu-se neste trabalho contribuir para um melhor
conhecimento das raras e ainda pouco estudadas rochas ultramáficas peridotíticas do QF e para o
entendimento do processo de formação das rochas metamórficas delas derivadas (serpentinitos,
esteatitos e outras). De modo específico, objetivou-se:
• Identificar mineralogia e microestruturas das rochas ultramáficas e metaultramáficas.
• Identificar a composição química dos minerais das rochas ultramáficas e dos minerais
ígneos preservados de transformações metamórficas nas metaultramáficas.
• Obter a composição química de rochas ultramáficas e metaultramáficas.
• Efetuar cálculos de balanço de massa a fim de verificar a atuação dos processos
metassomáticos envolvidos na gênese das rochas metaultramáficas.
• Compilar as informações obtidas para interpretação petrogenética das rochas
ultramáficas e comparação dos diversos corpos ultramáficos entre si e com aquelas já totalmente
metamorfizadas.
1.3 - LOCALIZAÇÃO
Com base em informações resultantes de pesquisas bibliográficas selecionaram-se sete
regiões onde afloram rochas peridotíticas que apresentam minerais ígneos ainda preservados como
olivina, piroxênio e espinélio. Na figura 1.1 observa-se a distribuição dos locais estudados no estado
de Minas Gerais. Em Rio Manso ainda se encontram texturas reliquiares do tipo spinifex em alguns
serpentinitos (Noce et al. 1990; Pinheiro & Nilson 1997). Em Lamim rochas metaultramáficas com
texturas cumuláticas foram descritas por Jordt-Evangelista & Silva (2005). Outras ocorrências
ultramáficas com olivina e/ou piroxênios preservados encontram-se em Amarantina, distrito de Ouro
Preto (Martins 1999), Queluzito (Braga 2006), Lagoa Dourada (Fonseca & Pereira 2008), Barra
Longa (Medeiros Júnior 2009) e Mariana (Santos & Mota 2010).
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p.
3
48° 46°
20°
10°
N43°30’0”W44°0’0”W
20°0
’0”S
20°3
0’0”
S21
°0’0
”S
0 km402010
Legenda
Área Estudada
Belo Horizonte
Sede Municipal
Rio Manso
Queluzito
Ouro PretoMariana
Lamim
Barra Longa
Lagoa DouradaLimite dos Municípios
Belo Horizonte
Figura 1.1- Localização das áreas de ocorrência dos corpos ultramáficos estudados nos respectivos municípios.
1.4 - VIAS DE ACESSO
Os corpos de rochas ultramáficas estudados localizam-se na porção centro-sudeste de Minas
Gerais nos municípios de Rio Manso, Ouro Preto (distrito de Amarantina), Mariana, Barra Longa,
Lamim, Queluzito e Lagoa Dourada. Para acessá-los tendo como partida a cidade de Belo Horizonte
deve-se seguir pelas rodovias BR-381, BR-040, BR-383, BR-482 e BR-356, como observado na figura
1.2.
1.5 - MATERIAIS E MÉTODOS
1.5.1 - Pesquisa bibliográfica e trabalhos de campo
Realizou-se um levantamento bibliográfico sobre as rochas ultramáficas e metaultramáficas e
localização dos corpos para trabalhos de campo. Através da localização das ocorrências foi realizada
coleta de amostras para laminação, análise microscópica dos minerais e texturas, análise química e
estudos de balanço de massa. Ao todo foram realizados 7 dias de trabalho de campo e coleta de 32
amostras.
Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...
4
Belo Horizonte
Rio Manso
Queluzito
Ouro PretoMariana
Lamim
BarraLonga
Lagoa Dourada
BR-381
BR-381
BR-262
BR-040
BR-356
BR-482
BR-494
BR-383
48° 46°
20°
10°
0 km402010
N
44°30’0”W 43°30’0”W44°0’0”W
20°0
’0”S
20°3
0’0”
S21
°0’0
”S
Legenda
Sede Municipal
Belo Horizonte
Rodovia FederalRodovia MunicipalÁrea Estudada
MG-040
MG
-010
MG-0
20
MG
-129
MG-326
MG
-262
MG-123
MG-443
MG-124
PirangaRio
Gualaxo Rio Suldo
RioGualaxo do
Norte
Rio
Para
opeb
a
RioM
anso
Rio
Pira
cicaba
Figura 1.2- Vias de acesso da área estudada.
1.5.2 - Trabalhos de laboratório
Descrição macroscópica e microscópica das amostras
As amostras foram descritas macroscopicamente e selecionadas para a confecção de lâminas
delgadas polidas. Foram descritas 32 lâminas em microscópio petrográfico de polarização por luz
incidente e luz transmitida.
MEV-EDS e microssonda eletrônica de varredura
Para obter as análises semi-quantitativas de química mineral utilizou-se o microscópio
eletrônico de varredura (MEV) de marca JEOL, modelo JSM com espectrometria de dispersão de
energia (EDS) Thermo Electron acoplado. Esse equipamento pertence ao Laboratório de Microanálise
(MICROLAB) do DEGEO-UFOP e operou sob condições analíticas de 20kV, com largura de feixe
10 µm e 2000 contagens.
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p.
5
Por MEV-EDS foram analisadas 8 lâminas para obter a variação composicional e a fórmula
unitária dos minerais.
Para análise química quantitativa dos minerais foram selecionadas 6 lâminas, nas quais foram
analisados 168 pontos. O equipamento utilizado para essas análises é a microssonda eletrônica da
marca JEOL, modelo JCXA-8900RL que pertence ao Laboratório de Microanálises do consórcio
Física-Química-Geologia da UFMG e CDTN-CNEN. O aparelho operou com uma tensão de 15 kVe
corrente de feixe de 20nA. Os elementos analisados para óxidos e sulfetos foram Sb, Fe, Ag, Co, S,
Ni, Cu, Zn, As e para os outros minerais foram Cr, Na, K, Mn, Mg, Ca, Fe, Al, Ti, Ni, Si, Zn. Os
resultados são expressos na forma de seus óxidos mais comuns, com exceção do Fe que foi expresso
como FeO. Todos os padrões utilizados pertencem à coleção Ian Steele. A tabela 1.1 mostra os
padrões escolhidos e as condições analíticas para cada elemento analisado.
Geoquímica
Para as análises químicas foram selecionadas 22 amostras de rochas coletadas durante as
atividades de campo. O elementos maiores foram analisados via Espectrômetro de Fluorescência de
Raios X (FRX), de marca Philips PW2404, modelo MagiX com amostrador automático PW2504 e
tubo de Rh a 2,4kW, no Laboratório de Fluorescência de Raios-X do DEGEO-UFOP. Posteriormente,
foi realizada análise química de rocha total via Espectrofotômetro de Emissão Atômica com Fonte
Plasma (ICP-OES), de marca Spectro e modelo Ciros CCD, no Laboratório de Geoquímica Analítica
(LGqA) do DEGEO-UFOP. A digestão química das amostras foi feita a partir da dissolução nos
ácidos HCl, HNO3 e HF, seguindo os protocolos internos do LGqA. Os limites de quantificação do
equipamento são apresentados na tabela 1.2.
1.5.3 - Estudos de balanço de massa
Os estudos de balanço de massa foram realizados pelo método da isócona de Grant (1986),
aperfeiçoado de Gresens (1967), para verificar as variações químicas que afetaram as rochas
metaultramáficas nos processos metassomáticos. Para utilização do método determinou-se a
densidades das rochas por meio da balança hidrostática (razão entre o peso da amostra no ar e dentro
d’água) no Laboratório de Geoquímica Analítica (LGqA) do DEGEO-UFOP.
Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...
6
Tabela 1.1- Elementos analisados por microssonda eletrônica para silicatos, óxidos e sulfetos, os
padrões escolhidos e o tempo de contagem.
Elementos
Analisados Raio X
Cristal
analisado no
padrão
Nome do
Padrão
Tempo de Contagem
Pico Back
Ag La PETJ Ag Metal 20 s 10 s
Al Ka TAP Al2O3 10 s 5 s
As Ka LIF Arsenopirita 20 s 10 s
Ca Ka PETJ Andradita 10 s 5 s
Cl Ka PETJ Cl-Apatita 10 s 5 s
Co La LIF Co Metal 10 s 5 s
Cr Ka LIF Cr2O3 10 s 5 s
Cu Ka LIF Cu Metal 10 s 5 s
F Ka TAP Fluorita 10 s 5 s
Fe Ka LIF Magnetita 10 s 5 s
K Ka PETJ Microclina 10 s 5 s
Mg Ka TAP MgO 10 s 5 s
Mn Ka LIF Rodonita 10 s 5 s
Na Ka TAP Jadeíta 10 s 5 s
Ni Ka LIF Pentlandita 10 s 5 s
S Ka PETJ Pirita 10 s 5 s
Sb La PETJ Estibinita 10 s 5 s
Si Ka TAP Quartzo 10 s 5 s
Ti Ka PETJ Rutilo 10 s 5 s
Zn Ka LIF Esfalerita 30 s 15 s
1.5.4 - Tratamento e análise dos dados
Os dados obtidos nos estudos petrográficos, de química mineral, de geoquímica e balanço de
massa foram tratados e interpretados. Os resultados de química mineral e análises químicas de rocha
total foram processados no software Minpet versão 2.02 (Richard 1995). Para os cálculos de balanço
de massa foi utilizado o software Microsoft® Office Excel 2007. A confecção dos mapas e figuras
foram realizadas no software ArcGis versão 9.3 e no software Adobe® Illustrator® CS3.
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p.
7
Tabela 1.2 - Limite de quantificação em ppm dos elementos analisados por ICP-OES.
Elementos Al As Ba Be Ca Co Cr Cu
Limite de Quantificação 42,7 8,67 0,04 0,30 19,4 1,2 1,32 0,81
Elementos Fe K Mg Mn Na Ni P Pb
Limite de Quantificação 77,8 5,44 0,34 0,18 2,78 2,47 7,34 9,87
Elementos Sb Sr Th Ti V Y Zn Zr
Limite de Quantificação 12,6 0,03 2,03 1,53 9,32 0,12 0, 62 0,50
Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...
8
CAPÍTULO 2
CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL
2.1 INTRODUÇÃO
As áreas de estudo deste trabalho estão localizadas na parte sul do Cráton do São Francisco,
que pertence à Província Estrutural São Francisco (PESF), e na porção sudoeste da Faixa Araçuaí, que
se localiza na Província Estrutural Mantiqueira (PEM).
A PESF, definida por Almeida et al. (1977, 1981), abrange todo o território do Cráton do São
Francisco. Segundo Almeida et al. (1981), este cráton teria suas margens deformadas durante o Evento
Transmazônico e retrabalhadas durante o Evento Brasiliano. De acordo com Almeida (1977), o Cráton
do São Francisco é margeado, a norte, pelas faixas Sergipana e Riacho do Pontal, a noroeste, pela
Faixa Rio Preto, a oeste, pela Faixa Brasília e a sul/sudeste pela Faixa Araçuaí.
A PEM, tal como definida por Almeida et al. (1977, 1981), é paralela a costa sul e sudeste do
Brasil, delineando uma faixa de direção NE-SW, com mais de 3.000 km. Esta é composta pelos
orógenos neoproterozóicos Araçuaí, Ribeira, Dom Feliciano e São Gabriel, e pela zona de
interferência entre os orógenos Brasília e Ribeira (Heilbron et al. 2004).
Almeida (1977) deu o nome Araçuaí à faixa de dobramentos edificada à margem sudeste do
Cráton do São Francisco, durante a orogênese Brasiliana. Segundo Pedrosa-Soares & Wiedemann-
Leonardos (2000) e Heilbron et al. (2004), a região está compreendida entre o cráton do São Francisco
e a margem continental brasileira, entre os paralelos 15° e 21° S. As faixas Araçuaí e Congo Ocidental
constituíam um único orógeno brasiliano-panafricano, denominado orógeno Araçuaí-Congo Ocidental.
Portanto, a Faixa Araçuaí representa a porção brasileira originária do paleocontinente Gondwana
(Alkmim et al. 2007).
2.2 UNIDADES GEOLÓGICAS
As ocorrências de rochas metaultramáficas com olivina e piroxênio preservados, localizadas
no QF e adjacências, comumente se encontram associados a complexos metamórficos (e.g Complexo
do Bação, Complexo do Bonfim, Complexo Campo Belo, Complexo Ressaquinha, Complexo
Acaiaca, Complexo Mantiqueira) (Figura 2.1).
Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...
10
Belo Horizonte
Supergrupo Rio das Velhas
Complexo Mantiqueira
Complexo do Bação
Suíte Alto MaranhãoComplexo Ressaquinha
Complexo Acaiaca
Supergrupo Minas
Grupo Itacolomi
21°
20°
44° 43°
0 10 403020 50km
Embasamento doCráton São Francisco
21°
15°
São Cráton do Francisco
Ocean
o Atlâ
ntico
Legenda
N
Limite do Cráton São Francisco Localização das rochas deste estudo
Rio Manso Amarantina
Lamim
Mariana
Acaiaca
Queluzito
LagoaDourada
Cráton do São Francisco
Complexo do Bonfim
Complexo Campo Belo
Figura 2.1- Mapa geológico regional modificado do mapa geológico do estado de Minas Gerais, escala
1:1.000.0 00 (Heineck et al. 2003) e localização das áreas de ocorrências dos corpos estudados de rochas
ultramáficas.
2.2.1 Unidades Geológicas da Província do São Francisco
Complexo do Bação
O Complexo do Bação forma uma estrutura dômica e se encontra no interior do QF (Figura
2.1). É constituído por gnaisses migmatíticos TTG e rochas básicas subordinadas, sendo embasamento
do greenstone belt Rio das Velhas (Figueiredo & Barbosa 1993). Gomes (1985) efetuou um estudo
petrológico e geoquímico dessas rochas e identificou gnaisses, metabasitos, ortoanfibolitos, para-
anfibolitos que gradam para cálcio-silicáticas e metapelitos. Com base em datações U/Pb em titanitas e
monazitas Machado et al. (1989) consideraram que a fase final de remobilização de rochas mais
antigas, provavelmente arqueanas, se deu a cerca de 2,0 Ga, na parte sudoeste do Complexo do Bação.
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p.
11
Com exceção da geração mais jovem de granitóides, todos os componentes arqueanos foram
deformados e metamorfizados no Evento Rio das Velhas com idade de 2,78 e 2,7 Ga (Carneiro et al.
1998; Teixeira et al. 2000).
Complexo do Bonfim
O Complexo do Bonfim situa-se a oeste do QF, entre as serras da Moeda e do Curral. De
acordo com Carneiro (1992) encontram-se nele as seguintes unidades: gnaisse Alberto Flores,
anfibolito Paraopeba, gnaisse Souza Noschese, tonalito Samambaia, anfibolito Candeias, granito
Brumadinho, metadiabásio Conceição do Itaguá e diabásio Santa Cruz.
Datações de zircão para os litotipos do Complexo do Bonfim indicaram uma complexa
evolução arqueana do QF. Segundo Machado & Carneiro (1992) primeiro houve vulcanismo há 2,78
Ga no SGRV, acompanhado pela colocação de intrusões cálcio-alcalinas no Complexo do Bonfim,
posteriormente a crosta pré-existente (3,2-2,8 Ga) foi metamorfizada, gerando o gnaisse Alberto
Flores. Por último ocorreu um magmatismo tardio de 2,7 Ga, sendo representado pela presença de
diques graníticos.
Complexo Campo Belo
O Complexo Campo Belo aflora a sul do Quadrilátero Ferrífero e do Complexo Bonfim
(Carneiro 1992). Este complexo foi primeiro reconhecido por Machado Filho et al. (1983) e
posteriormente denominado Complexo Metamórfico Campo Belo de idade arqueana por Teixeira et
al. (1996).
É constituído essencialmente por suítes de alto grau metamórfico de composição TTG
(tonalito-trondhjemito-granodiorito) e charno-enderbíticas (Carneiro et al. 2006), estando sua
evolução tectônica relacionada a vários eventos de acresção ocorridos entre o Paleo e o Mesoarqueano,
a partir de primitivos arcos vulcânicos (Teixeira 1985; Teixeira et al. 2000; Fernandes 2001; Oliveira
2004a).
Complexo Ressaquinha
O Complexo Ressaquinha é formado, segundo Raposo (1991) por um conjunto de granitóides
que se encontram em contato com as litologias do Complexo Santo Antonio do Pirapetinga. Estes
granitóides estão correlacionados ao batólito Alto Maranhão (Grossi Sad et al. 1983). De acordo com
Raposo (1991) o Complexo Ressaquinha é formado por um grande batólito, gerado por anatexia de
Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...
12
material crustal, preservando em seu interior porções de gnaisses bandados. O conjunto de rochas
desse complexo apresenta metamorfismo nas fácies xisto verde a anfibolito.
Suíte Alto Maranhão
A suíte Alto Maranhão encontra-se na porção meridional do Cráton São Francisco. Heineck et
al. (2003) apresentam uma subdivisão dos terrenos plutônicos e ortognáissicos, intermediários a
félsicos, paleoproterozóicos, do Cinturão Mineiro, em três unidades maiores. Estas unidades são
separadas com base na área de ocorrência, na composição e na idade de cristalizacão. A primeira
unidade é formada por metagabros e metadioritos de 2,2 Ga. A segunda unidade é composta por
granitóides, divididos em três suítes, Suíte Alto Maranhão (2,16 – 2,12 Ga), Suíte Brás Pires, sem
indicação de idade, e Suíte Alcalina, 2,03 Ga. E por último há os Complexos Gnáissicos como o
Complexo Piedade (2,15 – 2,20 Ga).
A Suíte Alto Maranhão reúne um grande número de corpos plutônicos intermediários a ácidos
e interpretados como resultantes da evolução de um orógeno acrescionário paleoproterozóico
relacionado ao Ciclo Transamazônico da porção meridional do Cráton São Francisco (Teixeira et al.
2000). Esta unidade possui rochas félsicas plutônicas de composição quartzo-diorítica a granodiorítica,
intrusivas em terrenos vulcanossedimentares e no embasamento ortognáissico arqueano (Guild 1957;
Pires 1977; Grossi Sad et al. 1983; Noce 1995; Seixas 2000; Martins 2008).
Supergrupo Rio das Velhas
O Supergrupo Rio das Velhas (SGRV) constitui um greenstone belt arqueano (Almeida 1976;
Schorscher 1978; Ladeira 1980a; Roeser et al. 1980; Ladeira & Roeser 1983) e situa-se na porção
centro-meridional do estado de Minas Gerais. Constitui-se em uma das principais unidades geológicas
do QF. O SGRV foi definido originalmente como Série Rio das Velhas por Dorr (1969), sendo sua
elevação a supergrupo proposta por Menezes Filho et al. (1977).
O SGRV ocupa cerca de 4.000 km2 no QF, sendo envolto por rochas gnáissicas, graníticas e
migmatíticas. As relações de contato da base do SGRV com gnaisses graníticos, segundo Ladeira
(1980a), são geralmente obscurecidas por severa granitização e tectonismo. De fato, Dorr (1969) e
Herz (1978) mostram a existência, em certas áreas em torno do Complexo do Bação, de uma auréola
termo-metamórfica, acompanhada por mobilizados pegmatóides que intrudem ao longo dos contatos e
se injetam em ambos, Complexo do Bação e Rio das Velhas.
Dorr (1969) subdividiu o SGRV em Grupo Nova Lima (inferior) e Maquiné (superior).
Schorscher (1978, 1979) e Schorscher et al. (1982) adicionaram uma nova unidade ultramáfica basal
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p.
13
denominada Grupo Quebra Osso. Ladeira (1980a, 1980b) mantém a proposta feita por Dorr (1969),
mas divide o Grupo Nova Lima em três unidades, que da base para o topo são: Unidade
Metavulcânica, Unidade Metassedimentar Química, e por último uma Unidade Superior Clástica. A
idade de vulcânicas félsicas da Unidade Metavulcânica é de 2,776 Ga (Machado et al. 1992).
A Unidade Metavulcânica é constituída por derrames ultramáficos-máficos e associações
félsicas e apresenta komatiitos com textura spinifex, serpentinitos, esteatitos, talco xistos, clorita
xistos, formação ferrífera bandada, quartzo-carbonato xisto e filitos. Na Unidade Metassedimentar
Química encontram-se metacherts, formação ferrífera bandada e quartzo-carbonato xistos e filitos. A
Unidade Superior Clástica compreende quartzo-mica xistos, quartzo filitos e quartzitos com níveis
conglomeráticos.
O Grupo Maquiné é subdividido em Formação Palmital, inferior, e Formação Casa Forte,
superior (Dorr 1969). A formação Palmital é constituída essencialmente por filitos quartzosos,
quartzitos homogêneos e lentes conglomeráticas, e a Formação Casa Forte por lentes de
conglomerados e quartzitos (Ladeira & Roeser 1983).
Supergrupo Minas
O Supergrupo Minas (SGM) constitui uma sequência de rochas metassedimentares
supracrustais de idade paleoproterozóica sobreposta ao SGVR (Dorr 1969; Babinski et al. 1995;
Machado et al. 1996). O SGM engloba quatro unidades principais sendo da base para o topo, os
sedimentos clásticos do Grupo Caraça, os sedimentos químicos do Grupo Itabira, unidades clásticas e
químicas do Grupo Piracicaba e sedimentos do tipo flysh do Grupo Sabará.
2.2.2 Unidade Geológicas da Província Mantiqueira
Complexo Mantiqueira
Barbosa (1954) utilizou o termo “Série Mantiqueira” para nomear os gnaisses que ocorrem a
sul e a leste da Serra do Espinhaço. Esta unidade foi denominada por Brandalise (1991) de Complexo
Mantiqueira e descrita por ele como uma sequência de gnaisses ortoderivados, de composição granito-
tonalítica, intercalados por anfibolito, além de pequenos corpos de rochas granulíticas. No contexto
geotectônico, o Complexo Mantiqueira compõe uma extensa faixa de ortognaisses de composição
TTG (tonalito-trondhjemito-granodiorito), empurrados sobre a margem meridional do cráton do São
Francisco e de idade paleoproterozóica conforme determinado pelo método U-Pb (Silva et al. 2002;
Noce et al. 2007).
Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...
14
Complexo Acaiaca
O Complexo Acaiaca foi primeiro descrito por Jordt-Evangelista (1984, 1985). Os litotipos
encontrados são piribolitos (composição básica), e plagiogranulitos (composição granodiorítica),
kinzigitos e granada-sillimanita xistos (Jordt-Evangelista & Müller 1986a, 1986b).
O complexo estende-se por uma estreita faixa N-S, constituída predominantemente de
granulitos, por vezes retrometamorfizados na fácies anfibolito. Medeiros Júnior (2009) descreve
pegmatitos graníticos, granulitos félsicos, máficos e de protólito pelítico, além de um granulito de
composição ultramáfica, constituído essencialmente por ortopiroxênio e olivina. Por
geotermobarometria Medeiros Júnior (2009) obteve valores de pressão intermediários (P~6.5 kbar) e
pico metamórfico em torno de 800°C. As datações realizadas por Teixeira et al. (1987) forneceram
uma idade Rb-Sr de 2,0 Ga para o evento metamórfico de fácies granulito.
CAPÍTULO 3
GEOLOGIA LOCAL E PETROGRAFIA
3.1 INTRODUÇÃO
Para o estudo das rochas ultramáficas e metaultramáficas do QF e adjacências, foi realizada,
nos trabalhos de campo, a coleta de amostras e, posteriormente, a confecção de lâminas delgadas
descritas neste capítulo. Na figura 3.1 tem-se a localização dos pontos amostrados.
As rochas ultramáficas e metaultramáficas são encontradas em ocorrências localizadas, não
possuem grande distribuição e comumente aparecem em blocos de metros a decâmetros. Os contatos
com as rochas encaixantes acham-se sempre obliterados pela alteração intempérica, o que dificulta a
interpretação das relações estratigráficas.
As rochas peridotíticas caracterizam-se por tipos petrográficos variados e apresentam
metamorfismo e metassomatismo em diferentes graus. Algumas apresentam minerais ígneos como
olivina, piroxênio e espinélio e são fundamentais para a interpretação do protólito magmático das
metaultramáficas.
Macroscopicamente, as metaultramáficas com minerais ígneos preservados são bem parecidas,
com cor variando de cinza azulado a cinza esverdeado, os esteatitos e serpentinitos possuem cores
mais claras e são mais macios, podendo ser riscados com facilidade.
A classificação desses litotipos segue as recomendações feitas por Fettes & Desmons (2007).
O termo granofels foi aplicado aos litotipos que não apresentam xistosidade e o termo xisto àqueles
que apresentam esta estrutura. O termo ‘meta’ é utilizado como prefixo de nomes de rocha ígneas
fracamente metamorfizadas, que ainda preservam minerais do protólito.
3.2 PETROGRAFIA DAS UNIDADES
Levando em consideração a variedade de localidades estudadas optou-se por descrever os
litotipos por região. Abaixo seguem os tipos petrográficos encontrados em Amarantina, Lamim,
Queluzito, Mariana, Barra Longa, Lagoa Dourada e Rio Manso.
3.3 AMARANTINA
As metaultramáficas se localizam na região de Amarantina, no município de Ouro Preto
(Figura 3.1). Estes litotipos possuem olivina, ortopiroxênio e espinélio preservados e são uma
ocorrência impar no Complexo do Bação, QF (Figura 3.2). Segundo Martins (1999) as
Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...
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metaultramáficas estão rodeadas pelo Gnaisse Amarantina, entretanto sua relação de contato não foi
observada em campo.
Lamim
Itaverava
Lagoa Dourada
Queluzito
Entre Rios de Minas
Casa Grande
Ouro Preto
Mariana
BarraLonga
Piranga
Ouro Branco
Itabirito
Santa Bárbara Catas Altas
Alvinópolis
0 1 2 4 km0 1 2 4 km
0 1 2 4 km
44°30’W 44°20’W
20°1
0’S
20°1
0’S GB-RM-1
SPF
Rio Manso
Itaguara
Itatiaiuçu
Brumadinho
Bonfim
Crucilândia
0 1 2 4 km
43°40’W 43°20’W
20°30’S20°10’S
Catas Altas da Noruega
44°00’W 44°50’W
20°5
0’S
43°28’W 43°26’W
20°4
6’S
20°4
4’S
N
Convenções Cartográficas
Localização amostras Limite dos municípios Sede dos municípios
GB-AM-6GB-AM-3
GB-AM-2
GB-AM-1
TG-37
PAC
GB-QE-4
GB-QE-1A
GB-QE-5
GB-LD-60GB-LD-62
HJ-LAM1HJ-LAM2
HJ-SOGB-LA-33GB-LA-32GB-LA-25
GB-LA-24
GB-LA-37GB-LA-39A
GB-LA-38BGB-LA-39B
GB-LA-38A
Figura 3.1- Mapa de localização dos litotipos estudados.
Os corpos metaultramáficos foram encontrados em 4 pontos, fora da área urbana de
Amarantina, são eles o metaperidotito (GB-AM-1), tremolita-clorita-serpentina granofels (GB-AM-2),
espinélio metaperidotito (GB-AM-3) e metaperidotido (GB-AM-6). Os dois primeiros pontos, (GB-
AM-1 e GB-AM-2) estão a sudoeste da BR-356, enquanto que os afloramentos (GB-AM-3 e GB-AM-
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p.
17
6) estão a nordeste da BR-356 e são acessados por estradas de chão. A distância entre os corpos é de
cerca de 2 km.
GB-AM-6
GB-AM-3
GB-AM-1GB-AM-2
Convenções Cartográficas
Rio Maracujá
Corrego do Riacho
BR-356
43°43’W 43°42’W20°1
9’S
Localização amostras
Corpo metaultramáfico
Rodovia Federal
Estradas sem pavimentaçãoDrenagens
Área Urbana Amarantina
500 m2500
GB-AM-6GB-AM-3
GB-AM-1
GB-AM-2
10 km50
N43°50’W 43°40’W
43°4
0’S
BR-356
Figura 3.2- Localização dos afloramentos na região de Amarantina. GB-AM-1 e GB-AM-6: metaperidotito;
GB-AM-2: tremolita-clorita-serpentina granofels; GB-AM-3: espinélio metaperidotito.
Os afloramentos são formados por blocos de metros a decâmetros (Figura 3.3 A, C e D),
possuem coloração em tons de verde e cinza, granulação variando de fina a média, são maciços e
alguns estão dobrados (Figura 3.3 E e F). Pela distribuição dos afloramentos na área estima-se que este
corpo tenha uma dimensão de pelo menos 500m2.
Além de metaultramáficas parcialmente preservadas do metamorfismo, nesta área existem
ocorrências de esteatitos, serpentinitos e gnaisses (Figura 3.3 B) que se encontram em estágio
avançado de alteração intempérica, impossibilitando a coleta de amostras para estudo. A composição
modal das amostras estudadas encontra-se na Tabela 3.1.
Metaperidotito (GB-AM-1)
O metaperidotito (GB-AM-1) possui até 20% em volume de olivina que ocorre em grãos
maiores distribuídos em matriz fina composta por clinoanfibólio, serpentina, clorita, talco, magnetita e
ilmenita. Os grãos de olivina, são arredondados e anédricos, medem cerca de 0,8mm e possuem
alteração nas fraturas e bordas para serpentina e talco. A fórmula estrutural média da olivina, obtida
Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...
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por meio de análises de microssonda, é Mg1,6Fe0,4Si0,99 O4 (ver capítulo 4), com 80% do componente
forsterita.
Figura 3.3- A- Afloramento do metaperidotito (GB-AM-6). B- Afloramento do gnaisse intemperizado próximo
ao ponto (GB-AM1). C- Afloramento do espinélio metaperidotito (GB-AM-3) D- Afloramento do tremolita-
clorita-serpentina granofels (GB-AM-2). E- Amostra de mão do metaperidotito (GB-AM-6) dobrado. F-
Amostra de mão do metaperidotito (GB-AM-1).
O clinoanfibólio apresenta-se em cristais prismáticos e incolores, constitui cerca de 50%, foi
identificado por MSE e MEV-EDS como magnésio-hornblenda.
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p.
19
O restante da rocha é formado por clorita, talco e opacos, que foram identificados por
MVE/EDS como magnetita.
Tremolita-clorita-serpentina granofels (GB-AM-2)
O tremolita-clorita-serpentina granofels (GB-AM-2), encontra-se acerca de 200m do
metaperidotito (GB-AM-1). Embora não apresente minerais ígneos preservados, é provável, pela
proximidade, que seja produto do metamorfismo do metaperidotito.
A microestrutura é decussada decorrente das palhetas desorientadas de serpentina, clorita e
talco. A tremolita (15%) ocorre em cristais incolores e prismáticos. Serpentina é o mineral mais
abundante (55%), ocorre em palhetas finas sem orientação preferencial. Clorita (20%), ocorre em
palhetas incolores, com cor de polarização baixa. Talco (5%) e Cr-magnetita (5%) compõe o restante
da rocha.
Espinélio metaperidotito (GB-AM-3)
O espinélio metaperidotito(GB-AM-3) possui minerais ígneos como olivina, ortopiroxênio e
espinélio, que somam até 30% do volume da rocha, e proporções variáveis de minerais metamórficos
como tremolita, serpentina, clorita, talco e opacos que juntos constituem os restantes 70% da rocha.
Olivina aparece em cristais anédricos de até 0,8mm, com alteração para talco e serpentina. A
fórmula estrutural média da olivina, obtida por meio de análises de MSE é Mg1,7Fe0,3 Si0,99 O4 (Ver
capítulo 4) correspondente a cerca de 85% do componente forsterita.
Ortopiroxênio é incolor, raramente é observada a sua clivagem, o que torna difícil a separação
de olivina. A fórmula estrutural é Ca0,33(Mg1,71Fe0,29)Si1,97O6, isto é, com En 85 (ver capítulo 4),
encontra-se substituído parcialmente por talco, serpentina e tremolita, gerados por reações
metamórficas em condições da fácies xisto verde.
Espinélio ocorre em grãos anédricos medindo cerca de 0,2mm, de cor verde-escura e encontra-
se sempre rodeado por clorita. A sua fórmula estrutural média é (Mg0,65Fe0,35)Cr0,1Al1,9O4 (ver capítulo
4), o que corresponde a uma composição intermediária entre espinélio s.s. e hercinita, sendo, portanto,
classificado como pleonasto.
O clinoanfibólio é incolor e foi classificado como tremolita. Apresenta cores de polarização
até início da 2a ordem, ocorre em cristais prismáticos delgados de até 0,5mm. As seções basais
apresentam típica clivagem dos anfibólios.
Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...
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Serpentina, clorita e talco são incolores, ocorrem disseminados pela lâmina e apresentam
granulação fina a média. Os opacos encontrados são ilmenita, Cr-magnetita e os raros antimonietos e
antimonioarsenietos breithauptita e arita, identificados por MEV-EDS e MSE (ver capítulo 4).
Metaperidotito (GB-AM-6)
O metaperidotito(GB-AM-6) apresenta cerca de 30% de olivina, que ocorre em grãos maiores
distribuídos em matriz fina composta por tremolita, serpentina, clorita, talco e opacos.
Olivina apresenta-se parcialmente alterada, em geral os grãos estão envoltos por massa fibrosa
formada por serpentina, menos frequente observa-se clorita e talco. Os grãos chegam a 0,5mm. A
porcentagem de Fo é 87% e sua fórmula estrutural é Mg1,7Fe0,3Si0,99O4 (ver capítulo 4).
Localmente verifica-se que a rocha apresenta-se bandada e dobrada, conforme mostram as
figuras 3.3, 3.4 C, 3.5 e 3.6. O bandamento mineralógico é dado pela alternância de bandas onde
olivina está preservada com bandas ricas em minerais metamórficos como serpentinas, cloritas, talco
ou tremolita. É provável que as bandas ricas nestes minerais metamórficos ricos em oxidrila tenham
sido formadas no processo metamórfico de grau baixo em consequência da infiltração do fluido
aquoso em descontinuidades como fraturas ou falhas em arranjos paralelos. Na figura 3.5 tem-se a
impressão de que os cristais de olivina estão dobrados, o que, no entanto, só ocorreria em altas
condições de pressão e temperatura. A ausência de extinção ondulante mostra que os grãos de olivina
não estão deformados. Interpreta-se esta estrutura dobrada como sendo resultante da deformação da
rocha que já possuía o bandamento. Como filossilicatos são muito dúcteis, o deslizamento para gerar a
dobra concentrou-se nas bandas ricas nestes minerais.
Os opacos foram classificados por MSE e MEV-EDS como ilmenita, magnetita, Cr-magnetita,
pirita, pentlandita, breithauptita e arita.
Tabela 3.1- Composição modal dos litotipos de Amarantina (% volumétrica). Esp espinélio, Ol
olivina, Opx ortopiroxênio, Tr tremolita, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Op opacos.
Amostra Litotipo Esp Ol Opx Tr Hbl Srp Chl Tlc Op GB-AM-1 Metaperidotito - 20 - - 50 15 10 2 3
GB-AM-2 Tremolita-clorita-serpentina granofels - - - 15 - 55 20 5 5
GB-AM-3 Espinélio metaperidotito 7 15 5 33 - 10 5 20 5 GB-AM-6 Metaperidotito - 30 - 10 - 40 10 9 1
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p.
21
Figura 3.4- Fotomicrografias dos litotipos de Amarantina. A – Espinélio metaperidotito (GB-AM-3) luz
polarizada plana. B- Idem, luz polarizada cruzada. C – Metaperidotito (GB-AM-6) mostrando bandamento
dobrado. D - Espinélio metaperidotito (GB-AM-3) luz polarizada cruzada. Chl clorita, Spl espinélio, ol olivina.
Figura 3.5- Fotomicrografia do metaperidotito dobrado (GB-AM-6).
Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...
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Fotomicrogra!a
Fotomicrogra!a
A
C
B
500 µm
A
500 µm
500 µm
B
C
Figura 3.6– Fotomicrografias do metaperidotito (GB-AM-6) em diferentes cortes conforme
mostrados no desenho esquemático.
3.4 LAMIM
Na região de Lamim, Silva (1997) descreveu três litotipos, a saber, ortognaisses com
composição granítica, metamáficas anfibolíticas e metaultramáficas incluindo metalherzolitos,
serpentinitos e esteatitos. As rochas metamáficas e metaultramáficas são consideradas como
pertencentes ao Grupo Nova Lima, base do greenstone belt Rio das Velhas (Jordt-Evangelista & Silva
2005).
As rochas metaultramáficas ocorrem na porção norte e centro-leste do município de Lamim
(Figura 3.1). Foram descritos sete litotipos: metaperidotito, antofilita-tremolita-clorita granofels ±
serpentina, tremolitito, clorita xisto, serpentinito e esteatito que se encontram localizados em três
regiões de lamim, sendo a mais ao sul (Figura 3.7) composta apenas por metaperidotito, constituindo
um corpo de aproximadamente 1km. Os outros dois corpos são formados por litotipos variados.
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p.
23
Os afloramentos apresentam-se em grande parte na forma de blocos maciços, as relações de
contato com as encaixantes não puderam ser observadas (Fig. 3.8-A e B).
A composição modal dos litotipos amostrados encontra-se na Tabela 3.2.
BR-482 GB-LA-49BGB-LA-49A
GB-LA-44
GB-LA-47
GB-LA-48
GB-LA-37
GB-LA-39AGB-LA-39B
GB-LA-33GB-LA-32
Convenções Cartográficas
Localização amostras
Rodovia Federal
Estradas sem pavimentação
Drenagens
N
2 km10
43°28’W 43°26’W
20°44’S20°46’S
ME-14
HJ-LAM1HJ-LAM2
HJ-SO
GB-LA-38AGB-LA-38B
GB-LA-25
GB-LA-24
MG
-132
Rodovia Estadual
Rio Piranga
Figura 3.7– Localização dos afloramentos amostrados na região de Lamim. GB-LA-24, GB-LA-25, GB-LA-32,
GB-LA-33, HJ-LAM1, HJ-LAM2 e HJ-SO: metaperidotito. GB-LA-39A: antofilita-clorita-tremolita granofels.
GB-LA-49A: antofilita-serpentina-tremolita-clorita granofels. GB-LA-37, GB-LA-47: tremolitito. GB-LA-38A e
GB-LA-39B: clorita xisto. GB-LA-38B e GB-LA-48: serpentinito. GB-LA-44, GB-LA-49B e ME-14: esteatito.
Metaperidotito
Afloramentos de metaperidotito ocorrem na parte centro-leste do município de Lamim (Figura
3.1). A rocha é composta essencialmente por anfibólios (30 a 70% em volume), olivina (15 a 25%) e o
restante de clorita, serpentina e talco, que são secundários.
Olivina ocorre em grãos anédricos a subédricos de até 5 mm de diâmetro, com alteração de em
serpentina e clorita nas fraturas irregulares. Cristais relativamente grandes de tremolita envolvem
diversos grãos menores de olivina de modo poiquilítico (Fig.3.9 A e B). A fórmula estrutural
Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...
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apresentada pela amostra GB-LA-33 é (Mg 1,5 Fe 0,5) Si1,0 O4 com 77% de forsterita (capítulo 4).
Figura 3.8– A - Vista geral dos afloramentos de rochas metaultramáficas na região central de Lamim. B –
Metaperidotito (GB-LA-33). C – Metaperidotito (GB-LA-24). D – Serpentinito (GB-LA-48) E – Pedreira de
esteatito (GB-LA-44). F – Amostra de mão de clorita xisto (GB-LA-39A).
Tremolita é incolor, subdioblástica e possui inclusões de finos opacos. Além dos grandes
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p.
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cristais com inclusões de olivina, também aparece intercrescida com antofilita ou com envoltório
fibroso desta (Fig. 3.9-C), como já havia sido descrito por Jordt-Evangelista & Silva (2005).
Clorita apresenta-se em palhetas finas e de cor verde muito pálido, com cor de polarização
cinza-acastanhada e alto teor de Mg.
Serpentina ocorre em palhetas finas e incolores (5 a 40% em volume) preenchendo fraturas de
olivina.
Os minerais opacos foram identificados como Cr-magnetita, ilmenita e pentlandita,
caracterizados por MEV-EDS e MSE (capítulo 4).
A textura do olivina-antofilita-tremolita granofels é semelhante à cumulus, com inclusão de
vários grãos de olivina em um único cristal de tremolita. Como tremolita não se forma primariamente
em magmas ultramáficos, é possível que se trate de pseudomorfoses sobre o piroxênio intercumulus
original. Como tremolita é calciomagnesiana, é provável que o piroxênio original também fosse rico
em Ca e Mg, isto é tratava-se de um clinopiroxênio do tipo diopsídio/augita. Este litotipo é o mais
preservado da região de Lamim e sugere-se que ele seja o protólito das metaultramáficas como
serpentinitos e esteatitos. Como originalmente a rocha possuía olivina e, provavelmente,
clinopiroxênio, o ultramafito original se classifica como lherzolito, conforme já discutido por Jordt-
Evangelista & Silva (2005).
Antofilita-tremolita-clorita granofels ± serpentina
O antofilita-clorita-tremolita granofels (GB-LA-39A) é composto essencialmente por
clinoanfibólio tremolita (40% em volume), ortoanfibólio antofilita (15%) e clorita (20%). Serpentina
(10%), talco (10%) e opaco (5%) perfazem o restante.
Os anfibólios apresentam-se em grãos finos, incolores e com textura decussada. A clorita
ocorre disseminada e em veios, apresenta-se incolor a fracamente esverdeada.
O opaco que foi identificado como magnetita (5%), ocorre em grãos xenoblásticos e
disseminados na lâmina.
O antofilita-serpentina-tremolita-clorita granofels (GB-LA-49B) é constituído por clorita
(40%), tremolita (15%), serpentina (15%) e antofilita (15%).
Os anfibólios (Figura 3.9 D) apresentam-se em grãos finos, incolores e com textura decussada.
A serpentina é incolor e possui cor de interferência baixa. A clorita aparece incolor a fracamente
esverdeada, em palhetas finas com cor de polarização baixa.
Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...
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O restante da rocha é constituído por talco e magnetita.
Tremolitito
O tremolitito (GB-LA-37, GB-LA-47) é composto por tremolita (90 a 95%) e clorita (9 a 4%),
com a presença de finos opacos (1%). A tremolita é incolor, apresenta granulação fina e textura
decussada.
Tabela 3.2- Composição modal dos litotipos de Lamim (% volumétrica). Ol olivina, Ant antofilita, Tr
tremolita, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Op opacos.
Amostra Litotipo Ol Ant Tr Srp Chl Tlc Cb Op
GB-LA-24 Metaperidotito 15 15 25 15 27 1 1 1
GB-LA-25 Metaperidotito 10 15 18 34 20 1 1 1
GB-LA-32 Metaperidotito 10 15 20 30 20 1 3 1
GB-LA-33 Metaperidotito 15 20 48 5 8 1 2 1
HJ-LAM1 Metaperidotito 15 25 30 5 15 4 5 1
HJ-LAM2 Metaperidotito 20 15 25 5 20 6 8 1
HJ-SO Metaperidotito 25 15 15 15 20 4 4 2
GB-LA-39A Antofilita- clorita-
tremolita granofels - 15 40 10 20 10 - 5
GB-LA-49A Antofilita-serpentina-
tremolita-clorita granofels - 15 15 15 40 10 - 5
GB-LA-37 Tremolitito - - 90 - 9 - - 1
GB-LA-47 Tremolitito - - 95 - 4 - - 1
GB-LA-38A Clorita xisto - - - - 94 - - 6
GB-LA-39B Clorita xisto - - - - 90 - - 10
GB-LA-38B Serpentinito - - - 80 - 19 - 1
GB-LA-48 Serpentinito - - - 75 - 24 - 1
GB-LA-44 Esteatito - - - 13 7 75 4 1
GB-LA-49B Esteatito - - - 5 7 82 3 3
ME-14 Esteatito - - - 15 4 75 5 1
Clorita, que também é incolor, ocorre em palhetas finas, com cor de polarização baixa. A
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p.
27
composição mineralógica não muda muito nas diferentes amostras, variando apenas as proporções de
seus constituintes.
Clorita Xisto
O clorita xisto (GB-LA-38A, GB-LA-49A) possui granulação fina a média com textura
lepidoblástica e é composto principalmente por clorita (90 a 94%). A clorita é incolor com aspecto
feltroso e cor de polarização cinza. Os minerais opacos são ilmenita e magnetita. A última ocorre em
grãos idioblásticos a subidioblásticos, apresentando seções quadradas e triangulares e chama atenção
pela quantidade (6 a 10%) e pelo tamanho dos grãos, com até 1,5mm.
Figura 3.9- Fotomicrografias dos litotipos de Lamim. A – Metaperidotito GB-LA-33: grãos de olivina (Ol)
inclusos de modo poiquilítico em tremolita (Tr), luz polarizada plana. B - Idem, luz polarizada cruzada. C -
Antofilita-clorita-tremolita granofels (GB-LA-39A): tremolita com sobrecrescimento de antofilita, luz polarizada
cruzada. D - Antofilita-serpentina-tremolita-clorita granofels (GB-LA-49B): grãos de antofilita (Ant) e tremolita
(Tr), luz polarizada cruzada.
Serpentinito
Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...
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O serpentinito (GB-LA-38B, GB-LA-48) é composto principalmente por serpentina (75 a
80%), esse litotipo apresenta textura decussada e granulação fina a média. A serpentina é incolor, com
cor de polarização cinza de 1a ordem, suas finas palhetas ocorrem sem orientação preferencial. O talco
perfaz cerca de 20 a 25% e possui granulação média.
Esteatito
O esteatito (GB-LA-44, GB-LA-49B, ME-14) aparece associado ao serpentinito e ocorrem
transições entre estes dois tipos petrográficos. Este litotipo apresenta textura decussada e granulação
fina a média. É composto predominantemente por talco (75 a 82%), em proporções menores ocorrem
serpentina (5 a 15%), clorita (4 a 7%), carbonato (3 a 5%), e opacos (1 a 3%).
3.5 QUELUZITO
Segundo Braga (2006) as rochas metaultramáficas do município de Queluzito estão rodeadas
pelo tonalito Campo Belo, entretanto a relação de contato dessas rochas não foi observada em campo.
Os diversos litotipos metaultramáficos se localizam a sudoeste e nordeste da cidade de
Queluzito (Figura 3.10) e ocorrem afloramentos, blocos soltos e in situ que se distribuem, no ponto
GB-QE-4, por área de cerca de 300m (Figura 3.11). As rochas são maciças, não apresentam foliação,
possuem granulação fina a média e coloração em tons de cinza.
A composição modal dos litotipos amostrados encontra-se na Tabela 3.3.
Antofilita-actinolita-clorita granofels
O antofilita-actinolita-clorita granofels (GB-QE-1A) é composto principalmente por
ortoanfibólio e clinoanfibólio identificados por MEV-EDS como antofilita (15%) e actinolita (35%). A
antofilita é incolor e os cristais são prismáticos. A actinolita é fracamente esverdeada a incolor, ocorre
em cristais prismáticos, aparece intercrescida com antofilita ou com envoltório fibroso desta (Figura
3.12 A e B). Em menores proporções aparecem clorita, serpentina, carbonatos e opacos identificados
como magnetita, que juntos, perfazem cerca de 50% em volume da rocha.
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p.
29
GB-QE-4
GB-QE-1A
GB-QE-5
Rio Paraopeba
Rio da P
rata
Convenções Cartográficas
Localização amostras
Estradas sem pavimentaçãoDrenagens
Área Urbana Queluzito
N
1 km0,50
43°55’W 43°54’W
20°44’S20°43’S
Estradas pavimentadas
Figura 3.10– Localização dos afloramentos na região de Queluzito. GB-QE-1A: antofilia-actinolita-clorita
granofels. GB-QE-4: antofilita-clorita-hornblenda granofels, GB-QE-5: metaperidotito.
Antofilita-clorita-hornblenda granofels
O antofilita-clorita-hornblenda granofels (GB-QE-4) é constituído principalmente por
hornblenda (30%), clorita (25%) e antofilita (20%). A hornblenda é fracamente colorida a incolor e foi
caracterizada por MEV-EDS (capítulo 4) como magnésio hornblenda.
O talco (15%) constitui pseudomorfos provavelmente de olivina e aparecem rodeados por
hornblenda (Figura 3.12 C e D).
O restante da rocha é formado por carbonatos, serpentina e opacos caracterizados como
magnetita.
Metaperidotido
O metaperidotito (GB-QE-5) é composto principalmente por ortoanfibólio e olivina. A rocha
apresenta porfiroblastos de olivina em matriz fina com textura decussada.
Olivina (20%) aparece em grãos de até 0,7 mm, apresenta fraturas preenchidas por serpentina,
Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...
30
também se observa que houve crescimento da antofilita à custa de olivina (Figura 3.12 E e F).
O ortonfibólio (57%) encontrado foi identificado por MSE como antofilita. Esta é incolor,
ocorre em cristais prismáticos e delgados e com granulação fina.
O restante da rocha é formado por talco, clorita, serpentina e opacos. Os minerais opacos
formam uma poeira e estão disseminados. Por MSE foram identificados como ilmenita, magnetita,
cromita e pentlandita.
D
A
C
B
Figura 3.11– A – Blocos de antofilita-clorita-hornblenda granofels (GB-QE-4). B – Idem. C – Afloramento de
antofilita-actinolita-clorita granofels (GB-QE-1A). D – Afloramento de metaperidotito (GB-QE-5).
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p.
31
Figura 3.12– Fotomicrografias dos litotipos de Queluzito. A – Actinolita intercrescida com antofilita no
antofilita-actinolita-clorita granofels (GB-QE-1A), luz polarizada plana. B – Idem A luz polarizada cruzada. C –
Pseudomorfos de olivina substituídos por talco e rodeados por hornblenda no antofilita-clorita-hornblenda
granofels (GB-QE-4), luz polarizada plana. D – Idem C, luz polarizada cruzada. E – Olivina no metaperidotito
(GB-QE-5), luz polarizada plana. F – Idem E, luz polarizada cruzada. Act actinolita, Ant antofilita, Hbl
hornblenda, Ol olivina.
Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...
32
Tabela 3.3- Composição modal dos litotipos de Queluzito (% volumétrica) Ol olivina, Ant antofilita,
Act actinolita, Hbl hornblenda, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Op opacos.
Amostra Litotipo Ol Ant Act Hbl Srp Chl Tlc Cb Op
GB-QE-1A Antofilita-actinolita-clorita
granofels - 15 35 - 2 45 - 1 2
GB-QE-4 Antofilita-clorita -hornblenda
granofels - 20 - 30 2 25 15 5 3
GB-QE-5 Metaperidotito 20 45 - - 2 20 12 - 1
3.6 MARIANA
No município de Mariana há inúmeras pedreiras de pedra sabão em explotação, mas somente
duas ocorrências foram selecionadas para estudo. São elas o metaperidotito (TG-37) e o antofilita-
clotita-carbonato-talco xisto (OPMR-4), a primeira foi escolhida por ser a única até então encontrada
que ainda preserva olivina e a segunda foi escolhida para comparação.
O metaperidotito ocorre no município de Mariana, acerca de 10 km a sudeste de Padre Viegas,
próximo ao reservatório da Usina Hidroelétrica da Fumaça. De acordo com Santos e Mota (2010),
nesta região há inúmeros corpos de metaultramáficas do tipo esteatito, no entanto somente no corpo
estudado ainda se encontra olivina parcialmente preservada do metamorfismo. O antofilita-clorita-
carbonato-talco xisto ocorre em corte na rodovia MG-262 entre Mariana e Ponte Nova, acerca de 7 km
da entrada de Padre Viegas.
As metaultramáficas estão rodeadas por gnaisse que pertence ao Complexo Mantiqueira. O
corpo de antofilita-clorita-carbonato-talco xisto tem aproximadamente 50 metros de largura observa-se
alternância de gnaisse bandado saprolitizado, anfibolito e antofilita-clotita-carbonato-talco xisto. O
gnaisse pertence ao Complexo Mantiqueira e as litologias metaultramáfica e máfica, ao Supergrupo
Rio das Velhas.
A composição modal dos litotipos amostrados encontra-se na Tabela 3.4.
Metaperidotito
Este metaperidotito tem granulação média, é composto por olivina (10%), ortoanfibólio (10%)
e clinoanfibólio (15%), o restante compõe uma matriz fina formada por talco, clorita, carbonato e
opacos. Olivina aparece em cristais subédricos a anédricos, fraturados e parcialmente alterados para
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p.
33
anfibólios e clorita (Fig. 3.13 A e B).
Os anfibólios são incolores, ocorrem em prismas delgados que não possuem orientação
preferencial e seu relevo é menor que a da olivina. Orto- e clinoanfibólios são separados pelos
diferentes ângulos de extinção.
Clorita (20%) é levemente esverdeada, com cores de polarização baixas. Talco (30%) é
incolor e apresenta-se em palhetas finas sem orientação preferencial. Carbonato (5%) e opacos (5%)
compõe o restante. Os opacos são xenoblásticos a subidioblásticos e inequigranulares.
Antofilita-clorita-carbonato-talco xisto
O antofilita-clorita-carbonato-talco xisto (OPMR-4) é inequigranular, observa-se textura
porfiroblástica e matriz lepidoblástica.
Antofilita (10%) ocorre na forma de porfiroblastos sem orientação preferencial, em uma
matriz fina foliada, composta por talco, clorita, carbonatos e opacos. Os cristais de antofilita aparecem
na forma de prismas delgados a aciculares, são discordantes da foliação e, portanto pós-cinemáticos
(Figura 3.13 C e D).
A matriz é composta por finos grãos de clorita, talco carbonato e opacos. Clorita (15%) é
incolor, possui cores de polarização baixas, acinzentadas, as palhetas estão orientadas segundo a
foliação assim como as palhetas de talco (40%). Os opacos são finos e estão disseminados.
Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...
34
500 µm
Ol Ol
Ant Ant
500 µm 500 µm
500 µm
A B
C D
Figura 3.13– Fotomicrografias dos litotipos de Mariana. A – Metaperidotito (TG-37) com olivina rodeada por
anfibólios e clorita, luz polarizada plana. B – Idem A, luz polarizada cruzada. C - Antofilita-clorita-carbonato-
talco xisto (OPMR-4) com porfiroblastos pós-cinemáticos de antofilita em matriz fina formada por clorita, talco
e carbonato, luz polarizada plana. D – Idem C, luz polarizada cruzada.
Tabela 3.4- Composição modal dos litotipos de Mariana (% volumétrica). Ol olivina, Oam
ortoanfibólio, Ant antofilita, Cam clinoanfibólio, Tr tremolita, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco,
Cb carbonato, Op opacos.
Amostra Litotipo Ol Oam Ant Cam Srp Chl Tlc Cb Op TG-37 Metaperidotito 10 10 - 15 5 20 30 5 5
OPMR-4 Antofilita-clorita-carbonato-talco xisto - - 10 - - 15 40 30 5
3.7 BARRA LONGA
O Complexo Acaiaca localiza-se a leste do QF, é constituído por rochas de fácies granulito
que se distribuem por parte do município de Barra Longa, Acaiaca e de municípios vizinhos. De
acordo com Medeiros Júnior (2009) e Medeiros Júnior e Jordt-Evangelista (2010) o complexo é
formado por granulitos ortoderivados félsicos, máficos e ultramáficos e granulitos paraderivados.
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p.
35
Também são encontrados gnaisses de fácies anfibolito, meta-gabros, anfibolitos, meta-diabásios,
quartzitos, meta-granitos e pegmatitos.
A composição modal dos litotipos amostrados encontra-se na Tabela 3.5.
Metaharzburgito
Esta rocha foi descrita por Medeiros Júnior (2009) como uma rocha ultramáfica de fácies
granulito. Este autor a classificou como olivina-piroxênio granofels. Neste trabalho adotou-se a
recomendação de Fettes & Desmons (2007) de que para rochas metamórficas ultramáficas pode-se
utilizar a mesma terminologia usada para rochas ígneas, que no caso, seria harzburgito para rocha com
olivina e ortopiroxênio. O metaharzburgito (PAC) possui textura decussada e granulação grossa. A
olivina (30%) pode ter até 1,5 cm, é anédrica a subédrica apresenta 92 a 96% Fo, sendo classificada
como forsterita (Medeiros Júnior 2009) (Figura 3.14 A e B). Já o ortopiroxênio (50%) chega até 2,7
cm, é classificado como enstatita, com 52 a 67% En (Medeiros Júnior 2009) (Figura 3.14 C e D). O
restante é composto por talco, serpentina, ortoanfibólio, clorita e carbonato.
Figura 3.14– Fotomicrografias do metaharzburgito (PAC) de Barra Longa. A – Olivina luz polarizada plana. B
– Idem A, luz polarizada cruzada. C - Ortopiroxênio, luz polarizada plana. D – Idem C, luz polarizada cruzada.
Ol olivina, px ortopiroxênio.
Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...
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Tabela 3.5- Composição modal do litotipo de Acaiaca (% volumétrica). Ol olivina, Opx
ortopiroxênio, Oam ortoanfibólio, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Cb carbonato, Op opacos.
Amostra Litotipo Ol Opx Oam Srp Tlc Chl Cb Op
PAC Metaharzburgito 25 50 4 5 3 3 2 8
3.8 LAGOA DOURADA
A sudeste de Lagoa Dourada, Fonseca & Pereira (2008) descrevem um corpo de
metaperidotito na suíte Alto Maranhão ocorrência incomum nesta região. Além do metaperidodito,
Fonseca & Pereira (2008) citam a presença de uma Unidade Metamáfica, composta por anfibolitos, e
uma Unidade Metagranitóide, formada por metagranitóides e metatonalitos. Na região também
ocorrem granulitos máficos caracterizados por textura granoblástica e paragênese ortopiroxênio-
clinopiroxênio-anfibólio-plagioclásio (Gomes et al. 2010).
O metaperidotido é uma rocha de coloração esverdeada, homogênea e é fortemente magnética.
Aparece in situ, com fraturas (Figura 3.15 A) e ocupa uma área com cerca de 200m2.
A composição modal dos litotipos amostrados encontra-se na Tabela 3.6.
Metaperidotito
O metaperidotito (GB-LD-60, GB-LD-62) é composto por olivina (30%), tremolita (10%),
serpentina (20 a 25%), clorita (30 a 35%), talco (2%) e opacos (3%).
A olivina aparece em grãos anédricos de até 4mm, com fraturas preenchidas por clorita. A
tremolita acorre em grãos finos, incolores. A clorita é incolor, com cores de interferência baixas,
muitas vezes aparece ao redor da olivina (Figura 3.15 B) apresenta um pequeno teor de cromo o que a
diferencia da clorita que aparece nas outras rochas (ver capítulo 4).
A serpentina ocorre em palhetas finas e é produto de alteração da olivina. Os opacos foram
caracterizados por microssonda eletrônica como cromo-magnetita, esta aparece como poeira de grãos
disseminados.
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p.
37
Figura 3.15- Metaultramáficas da região de Lagoa Dourada. A - Afloramento do metaperidotito (GB-LD-62) B
- Olivina fraturada rodeada por clorita, luz polarizada cruzada. Chl clorita, Ol olivina.
Tabela 3.6- Composição modal dos litotipos de Lagoa Dourada (% volumétrica). Ol olivina, Tr
tremolita, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Op opacos.
Amostra Litotipo Ol Tr Srp Chl Tlc Op
GB-LD-60 Metaperidotito 30 10 25 30 2 3
GB-LD-62 Metaperidotito 30 10 20 35 2 3
3.9 RIO MANSO
Em Rio Manso encontram-se rochas metaultramáficas com textura blastospinifex. Andreatta-
Silva & Carneiro (2009) descrevem que a seqüência metavulcanossedimentar de Rio Manso
compreende rochas metaultramáficas com intercalações de metamafitos e rochas metassedimentares
psamopelíticas.
Na localidade conhecida como Morro da Onça, próximo a Rio Manso, encontram-se texturas
reliquiares do tipo spinifex em alguns serpentinitos (Noce et al. 1990, Pinheiro & Nilson 1997,
Andreatta & Silva 2008), conforme mostrado na Fig. 3.16 A. Esta rocha, apesar de não possuir
minerais magmáticos relícticos, foi estudada para comparação com as demais metaultramáficas porque
a textura blastospinifex comprova que o protólito era um komatiito.
A composição modal dos litotipos amostrados encontra-se na Tabela 3.7.
Metakomatiito
O metakomatiito (GB-RM-1, SPF) é composto principalmente por serpentina (15 a 75%),
clorita (10 a 25%), talco (3 a 35%) e opacos (1 a 5%), em algumas amostras se encontram
Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...
38
clinoanfibólios (até 20%).
Esse litotipo exibe como relictos de sua cristalização magmática pseudomorfos de serpentina
(Figura 3.16 B) sobre possíveis cristais de olivina que possuíam uma microestrutura spinifex. Como os
minerais magmáticos primários constituintes da microestrutura spinifex foram pseudomorfizados, a
microestrutura nesta rocha é chamada de blastospinifex.
O clinoanfibólio apresenta-se incolor, em cristais prismáticos sem orientação preferencial,
provavelmente trata-se de tremolita. Serpentina é incolor, possui cor de polarização baixa e ocorre na
maior parte substituindo os grãos de provavelmente olivina que apresentavam a microestrutura
spinifex.
Talco, incolor, aparece sob a forma de finas palhetas. Clorita é incolor, com granulação fina e
sem orientação preferencial. Os opacos ocorrem como uma poeira e estão disseminados na lâmina.
Figura 3.16- Metaultramáficas da região de Rio Manso. A- Afloramento de metakomatiito (GB-RM-1) com
textura spinifex, Morro da Onça próximo a Rio Manso. B – Fotomicrografia do metakomatiito (SPF) mostrando
microestrutura blastospinifex, caracterizada por grãos tabulares de mineral magmático substituído por
serpentina, luz polarizada cruzada. Srp serpentina.
Tabela 3.7- Composição modal dos litotipos de Rio Manso (% volumétrica). Cam clinoanfibólio, Srp
serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Cb carbonatos, Op opacos.
Amostra Litotipo Cam Srp Chl Tlc Cb Op
SPF Metakomatiito* 20 15 25 35 5 5
GB-RM-1 Metakomatiito* - 77 10 3 5 5
* Textura spinifex preservada
3.10 METAMORFISMO
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p.
39
Ao analisar as relações texturais e paragenéticas encontradas nos litotipos das regiões
estudadas verifica-se que essas rochas se dividem em dois grupos: as com olivina e esporadicamente
com outros minerais ígneos preservados, classificadas como metaperidotitos, e as mais extensivamente
metamorfizadas, como, por exemplo, serpentinitos e esteatitos.
Segundo Bucher & Frey (2002), olivinas produzidas por metamorfismo são essencialmente
magnesianas, pois o Fe da rocha ígnea original permanece fixo na magnetita metamórfica. Com
exceção da olivina de Barra Longa, cujo teor de enstatita é superior 92% e que foi considerada como
metamórfica por Medeiros Júnior (2009), as olivinas das demais rochas estudadas não são
forsteritas.s., contendo entre 13 e 23% do componente ferroso faialita (ver capítulo 4hg). Portanto, em
termos composicionais e também texturais, a olivina das rochas estudadas é magmática relíctica e não
gerada por metamorfismo.
Nos metaperidotidos, além da presença de minerais ígneos como olivina, piroxênio e e
espinélio ocorrem minerais secundários resultantes do metamorfismo associado ao metassomatismo
tais como serpentina, clorita, antofilita, talco e carbonatos. As associações minerais dos
metaperidotitosforam representadas na forma de reações em diferentes estágios na evolução das
rochas (Tabela 3.8).
Tabela 3.8- Reações para os litotipos com minerais ígneos preservados.
(1) 3 olivina + SiO2 + 4 H2O → 2 serpentina (Best 1982)
(2) olivina + enstatita + H2O → serpentina (Coleman 1977)
(3) olivina + 2 enstatita + espinélio + 4H2O → Mg-clorita (Evans 1977)
(4) ortopiroxênio + quartzo + H2O →antofilita Hemley et al. (1977 in: Evans 1977)
As reações (1) e (2)representam processos de serpentinização incipiente, a partir dos cristais
de olivina e ortopiroxênio nas rochas originais, com adição de sílica ou perda de magnésio para o
sistema e interação de fluido aquoso pobre em CO2 .
AMg-clorita provavelmente foi formada por processos de hidratação durante o metamorfismo
que causou a alteração da olivina, ortopiroxênio e espinélio, reação (3). Segundo Deer et al. 1996, as
cloritas frequentemente são formadas pela alteração hidrotermal de minerais ferromagnesianos.
Hemley et al. (1977 in: Evans 1977) sugerem condições mínimas de formação para a
estabilidade da associação antofilita + olivina (forsterita) de 0,5 Kbar e 600°C. A antofilita pode ter
sido produzida pela reação (4), representando o processo de metassomatismo, no qual o aporte de
sílica possivelmente veio das encaixantes silicosas e transportada pelo fluido aquoso.
Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...
40
De acordo com Roeser et al. (1980), no sul e sudeste do QF o arranjo zonado de corpos
metaultramáficos pode indicar um metamorfismo metassomático diferenciado resultando num
zoneamento petrográfico local, como por exemplo em Lamim, onde encontra-se serpentinitogradando
para esteatito e este, para rochas cloríticas. Estas, por serem as mais aluminosas, representam a porção
mais próxima da encaixante gnáissica. O zonamento mostra que o processo gerador foi um
metamorfismo metassomático auxiliado por fluidos aquosos, que promoveu um intercâmbio de
elementos entre a encaixante gnáissica e a rocha ultramáfica. Este processo que afetou de modo
irregular as rochas aqui estudadas, deu-se em condições da fácies xisto verde (para as rochas com
serpentina) a anfibolito (para as rochas com antofilita).
Tabela 3.9- Reações para os litotipos mais metamorfizados e que não apresentam minerais ígneos.
(5) 2 serpentina + 3CO2 → 1 talco + 3 magnesita + 3 H2O (Winkler 1977)
(6) serpentina + 1 SiO2 → talco + 1 H2O (Evans 1977)
As principais reações de serpentinização são representadas pelas reações (1) e (2). Já o
processo de talcificação é representado pelas reações (5) e (6), que está vinculada à adição de SiO2 e
variação de CO2em fluidos aquosos que percolam rochas ultramáficas (Evans 1977 e Winkler 1977).
No capítulo 6 apresenta-se um estudo de balanço de massa envolvido no processo
metamórfico-metassomático.
CAPÍTULO 4
QUÍMICA MINERAL
4.1 INTRODUÇÃO
Neste capítulo são apresentados os dados de química mineral, obtidos por meio de
microssonda eletrônica (MSE) e por espectrometria de energia dispersiva de raios X (EDS) acoplado a
microscópio eletrônico de varredura (MEV).
As análises foram realizadas nos minerais presentes nas rochas metaultramáficas com olivina,
piroxênio, espinélio, anfibólio, clorita e opacos, a fim de obter as fórmulas estruturais e a sua
classificação mineralógica, para isto utilizou-se o software Minpet 2.02 (Richard 1995).
Devido às limitações dos métodos de análise, todo Fe foi apresentado como Fe2+, ou seja, FeO.
Os anfibólios tiveram o teor de Fe3+ calculado de acordo com Leake et al. (1997). As análises de
química mineral realizadas por MSE e MEV-EDS, assim como as fórmulas estruturais calculadas,
encontram-se nas tabelas apresentadas no anexo V.
4.2 OLIVINA
Para o estudo de química mineral de olivina, foram analisados 31 pontos por MSE e 43 por
MEV-EDS nas rochas de Amarantina, Lamim, Lagoa Dourada e Queluzito. O cálculo dos cátions que
compõem a fórmula estrutural foi realizado com base em 4 oxigênios. Na figura 4.1 observa-se a
classificação da olivina nos diferentes litotipos, nota-se que a olivina é classificada em todos os
litotipos como crisólita, apresentando pouca variação composicional. Na tabela 4.1 observa-se a
fórmula estrutural da olivina para cada rocha e a porcentagem de forsterita.
Tabela 4.1- Fórmula estrutural média e porcentagem de forsterita por MSE e MEV-EDS.
Litotipo Fórmula Estrutural Média (MSE)
Fo % (MSE)
Fórmula Estrutural Média (MEV-EDS)
Fo % (MEV-EDS)
Metaperidotido (GB-AM-1) (Mg 1,6 Fe 0,4) Si0,99 O4 80 (Mg 1,5 Fe 0,5) Si0,99 O4 77
Espinélio metaperidotito (GB-AM-3) (Mg 1,7 Fe 0,3) Si0,99 O4 85 (Mg 1,61 Fe 0,37) Si1,01 O4 82
Metaperidotido (GB-AM-6) (Mg 1,7 Fe 0,3) Si0,99 O4 87 (Mg 1,7 Fe 0,3) Si1,0 O4 84
Metaperidotito (GB-LA-33) (Mg 1,6 Fe 0,4) Si0,99 O4 78 (Mg 1,5 Fe 0,5) Si1,0 O4 77
Metaperidotito (GB-LD-20) (Mg 1,6 Fe 0,4) Si0,99 O4 81 - -
Metaperidotito (GB-QE-5) (Mg 1,6 Fe 0,4) Si0,99 O4 81 - -
Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...
42
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,00,0
0,1
0,20,30,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0Fo
rsteri
ta
Crisó
lita
Hialo
sideri
ta
Horto
nolita
Ferro
-hort
onoli
taFa
ialita
Fe /(Fe +Mg)
Metaperidotito (GB-AM-1)
Mg/(
Mg+
Fe
)
MSE MEV-EDS
2+ 2+
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,00,0
0,1
0,20,30,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
Forst
erita
Crisó
lita
Hialo
sideri
ta
Horto
nolita
Ferro
-hort
onoli
taFa
ialita
Fe /(Fe +Mg)
Espinélio metaperidotito (GB-AM-3)
Mg/(
Mg+
Fe
)
MSE MEV-EDS
2+ 2+
2+
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,00,0
0,1
0,20,30,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
Forst
erita
Crisó
lita
Hialo
sideri
ta
Horto
nolita
Ferro
-hort
onoli
taFa
ialita
Fe /(Fe +Mg)
Metaperidotito (GB-AM-6)
Mg/(
Mg+
Fe
)
MSE MEV-EDS
2+ 2+
2+
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,00,0
0,1
0,20,30,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
Forst
erita
Crisó
lita
Hialo
sideri
ta
Horto
nolita
Ferro
-hort
onoli
taFa
ialita
Fe /(Fe +Mg)
Metaperidotito (GB-LA-33)M
g/(M
g+Fe
)
MSE MEV-EDS
2+2+
2+
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,00,0
0,1
0,20,30,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
Forst
erita
Crisó
lita
Hialo
sideri
ta
Horto
nolita
Ferro
-hort
onoli
taFa
ialita
Fe /(Fe +Mg)
Metaperidotito (GB-LD-60)
Mg/(
Mg+
Fe
)
MSE
2+ 2+
2+
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,00,0
0,1
0,20,30,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
Forst
erita
Crisó
lita
Hialo
sideri
ta
Horto
nolita
Ferro
-hort
onoli
taFa
ialita
Fe /(Fe +Mg)
Metaperidotito (GB-QE-5)
Mg/(
Mg+
Fe
)
MSE
2+ 2+
2+
2+
Figura 4.1- Classificação da olivina a partir dos dados obtidos em MSE e MEV-EDS.
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p.
43
4.3 PIROXÊNIO
No espinélio metaperidotito (GB-AM-3) foi encontrado ortopiroxênio. No estudo da
composição química deste mineral foram realizadas 4 análises por MSE e 7 por MEV-EDS. No
cálculo dos cátions que compõe a fórmula estrutural utilizaram-se 6 oxigênios. Na figura 4.2 observa-
se que as análises caem no campo da enstatita (En 79 a 89%).
Enstatita FerrossilitaEn Fs
Wo
MSE MEV-EDS
MSE
MEV-EDS
Fórmula Estrutural média e En (%)
Ca0,33(Mg1,71 Fe0,29)Si1,97O6 e 85%
(Mg1,6 Fe0,36)Si2,01O6 e 80%
Figura 4.2- Classificação do piroxênio do espinélio metaperidotito, fórmula estrutural média e porcentagem de
enstatita por MSE e MEV-EDS.
4.4 ESPINÉLIO
O espinélio é um mineral relativamente raro que foi encontrado no espinélio metaperidotito na
região de Amarantina. Para o estudo da composição química deste mineral utilizaram-se 5 análises por
MSE e 8 por MEV-EDS. O cálculo dos cátions que compõe a fórmula estrutural foi baseado em 32
oxigênios. A sua fórmula estrutural média é (Mg0,65 Fe0,35) Cr0,1Al1,9O4 por MSE e
(Mg0,6Fe0,4)Cr0,1Al1,9O4 por MEV-EDS, o que corresponde a uma composição intermediária entre
espinélio s.s. e hercinita, sendo, portanto classificado como pleonasto (Figura 4.3).
4.5 ANFIBÓLIOS
Anfibólios são minerais comuns nas rochas estudadas e estão presentes na maioria delas.
Foram identificados quatro tipos de anfibólios, um ortoanfibólio magnesiano, classificado como
antofilita, e três clinoanfibólios cálcicos, classificados como tremolita, actinolita e magnésio
Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...
44
hornblenda. No total foram analisados 31 pontos por MSE e 58 pontos por MEV-EDS. Para os
anfibólios cálcicos, os cátions foram obtidos a partir da média aritmética entre a normalização de 15
cátions que exclui Na, K e a de 13 cátions que exclui Ca, Na, e K. Os cátions dos anfibólios não-
cálcicos foram calculados com base em 23 oxigênios, considerando ferro total como Fe2+.
MagnetitaFe3O4
CromitaFeCr2O4
Magnésio-cromitaMgCr2O4
EspinélioMgAl2O4
Magnésio-ferritaMg2TiO4
HercinitaFeAl2O4
Titano-magnetita crom
ífera
Cromita titanífera
Picotita
Cromita de Al
PleonastoPleo
nasto
titan
ífero
férri
co
Cromita deMg e Al
Titan
o-m
agne
tita a
lum
inos
aPi
cotit
a tita
nífe
ra
MSE MEV-EDS
Figura 4.3- Classificação do espinélio de acordo com o gráfico de Deer et al. (1992).
A fórmula estrutural foi calculada de acordo com Leake et al. (1997). Na figura 4.4 observa-se
a classificação dos ortoanfibólios e na figura 4.5 a classificação dos clinoanfibólios.
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p.
45
8 7 60
1
Ferro-antofilita
Antofilita
Magnésio-antofilita
Ferro-gedrita
Gedrita
Magnésio-gedrita
TSi
Metaperidotito (GB-LA-33)
MSE MEV-EDS
8 7 60
1
Ferro-antofilita
Antofilita
Magnésio-antofilita
Ferro-gedrita
Gedrita
Magnésio-gedrita
TSi
Metaperidotito (GB-QE-5)
MSE
8 7 60
1
Ferro-antofilita
Antofilita
Magnésio-antofilita
Ferro-gedrita
Gedrita
Magnésio-gedrita
TSi
Antolifita-clorita-hornblenda granofels (GB-QE-4)
MEV-EDS
Mg/
(Mg+
Fe
)2+
Mg/
(Mg+
Fe
)2+
Mg/
(Mg+
Fe
)2+
Figura 4.4- Classificação dos ortoanfibólios nos diagramas de Leake et al. (1997).
4.6 CLORITA
A clorita foi encontrada em todas as rochas analisadas. Para calcular a fórmula estrutural
desses minerais foram analisados 23 pontos de MSE e 36 pontos de MEV-EDS, o cálculo dos cátions
foi realizado com base em 28 oxigênios. Na tabela 4.2 tem-se a fórmula estrutural para a clorita. Nos
litotipos de Amarantina, Lamim e Lagoa Dourada as cloritas possuem um teor de magnésio mais
elevado, entre 8,5 a 9,4 átomos por fórmula unitária (apfu), do que as de Queluzito, com 6,6 a 8,8
apfu. A clorita do metaperidotito (GB-LD-60) de Lagoa Dourada apresenta uma pequena quantidade
de cromo. Apesar de pequenas diferenças composicionais todas as cloritas analisadas pertencem à
solução sólida penninita-grochauita.
Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...
46
8,0 7,5 7,0 6,5 6,0 5,50
1
Ferro-actinolita
Actinolita
Tremolita
Magnésio-hornblenda
Ferro-tschermakita
Tschermakita
TSi
Metaperidotito (GB-AM-1)
Ferro-hornblenda
8,0 7,5 7,0 6,5 6,0 5,50
1
Ferro-actinolita
Actinolita
Tremolita
Magnésio-hornblenda
Ferro-tschermakita
Tschermakita
TSi
Metaperidotito (GB-AM-3)
Ferro-hornblenda
8,0 7,5 7,0 6,5 6,0 5,50
1
Ferro-actinolita
Actinolita
Tremolita
Magnésio-hornblenda
Ferro-tschermakita
Tschermakita
TSi
Metaperidotito (GB-AM-6)
Ferro-hornblenda
8,0 7,5 7,0 6,5 6,0 5,50
1
Ferro-actinolita
Actinolita
Tremolita
Magnésio-hornblenda
Ferro-tschermakita
Tschermakita
TSi
Metaperidotito (GB-LA-33)
Ferro-hornblenda
Mg/
(Mg+
Fe
)2+
8,0 7,5 7,0 6,5 6,0 5,50
1
Ferro-actinolita
Actinolita
Tremolita
Magnésio-hornblenda
Ferro-tschermakita
Tschermakita
TSi
Metaperidotito (GB-LD-60)
Ferro-hornblenda
Mg/
(Mg+
Fe
)2+
MSE
MSE MEV-EDS
MSE MEV-EDS MSE MEV-EDS
MEV-EDS
MSE MEV-EDS
8,0 7,5 7,0 6,5 6,0 5,50
1
Ferro-actinolita
Actinolita
Tremolita
Magnésio-hornblenda
Ferro-tschermakita
Tschermakita
TSi
Antofilita-clorita-hornblenda granofels (GB-QE-4)
Ferro-hornblenda
Mg/
(Mg+
Fe
)2+
Mg/
(Mg+
Fe
)2+
Mg/
(Mg+
Fe
)2+
Mg/
(Mg+
Fe
)2+
Figura 4.5- Classificação dos clinoanfibólios cálcicos nos diagramas de Leake et al. (1997).
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p.
47
8,0 7,5 7,0 6,5 6,0 5,50
1
Ferro-actinolita
Actinolita
Tremolita
Magnésio-hornblenda
Ferro-tschermakita
Tschermakita
TSi
Antofilita-actinolita-clorita granofels (GB-QE-1B)
Ferro-hornblenda
Mg/
(Mg+
Fe
)2+
MEV-EDS
Figura 4.5 cont.- Classificação dos clinoanfibólios cálcicos nos diagramas de Leake et al. (1997).
Tabela 4.2- Fórmula estrutural média para as cloritas.
Rocha Fórmula Estrutural Média (MSE)
Fórmula Estrutural Média (MEV-EDS)
Metaperidotito (GB-AM-1) (Mg9,3Fe1,0Al1,6) (Si6,4 Al1,6)O28 (Mg8,7 Fe1,0Al1,5) (Si6,0 Al2,0)O28
Espinélio metaperidotito
(GB-AM-3) (Mg8,6 Fe0,8 Al2,1) (Si5,7 Al2,3)O28 Mg8,5 Fe0,9 Al2,0) (Si5,7 Al2,3)O28
Metaperidotito (GB-AM-6) (Mg9,1Fe0,6Al1,9) (Si6,0 Al2,0)O28 (Mg9,2 Fe0,7 Al1,9) (Si6,3 Al1,7)O28
Metaperidotito (GB-LA-33) (Mg9,1 Fe1,1 Al1,6) (Si6,3 Al1,7)O28 (Mg9,3 Fe1,0 Al1,6) (Si6,5 Al1,5)O28
Clorita xisto (GB-LA-39B) (Mg8,9 Fe1,0 Al2,0) (Si6,3 Al1,7)O28 -
Metaperidotito (GB-LD-60) (Mg9,0Fe0,8Al1,8Cr0,1)(Si6,0Al2,0)O28 -
Metaperidotio (GB-QE-5) (Mg8,7 Fe1,0 Al2,0) (Si6,0 Al2,0)O28 -
Antofilita-clorita-hornblenda granofels
(GB-QE-4) - (Mg6,6 Fe2,7 Al2,2) (Si6,3 Al1,7)O28
4.7 MINERAIS OPACOS
Nas análises identificaram-se minerais opacos como óxidos, sulfetos e raros antimonietos e
arsenietos.
Nos litotipos de Queluzito encontram-se ilmenita, magnetita, cromita e pentlandita. Já no
metaperidotito (GB-LD-60) de Lagoa Dourada foi identificada cromo-magnetita. Nas rochas
Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...
48
pertencentes à região de Lamim os opacos presentes são magnetita, ilmenita e pentlandita, sendo que a
magnetita possui até 3,3% em peso de Cr2O3.
Na região de Amarantina, os minerais opacos identificados foram ilmenita, magnetita, Cr-
magnetita, pirita, pentlandita, breithauptita (NiSb) e arita (NiSbAs).
A arita é um raro mineral no QF, e representa o membro de composição intermediária da
solução sólida niquelina (NiAs) - breithauptita (NiSb), estudada experimentalmente por Hewitt (1948).
A composição química média de % em peso encontrada para a pentlandita foi de 36% de Fe,
28% de Ni e 37% de S, para a breithauptita foi de 34% de Ni e 66% de Sb e para a arita de Ni (42-
37%), de As (39-32%) e de Sb (25-16%). Na figura 4.6 observa-se que a breithauptita ocorre
intercrescida com arita e pentlandita. Este intercrescimento da breithauptita com arita e pentlandita
reflete processos substitucionais, onde a pentlandita cede Ni, provavelmente decorrentes de variações
na concentração de elementos como As, S e Sb introduzidos na rocha em processos tardios. (Ramdhor
1969).
Figura 4.6- Imagem de elétrons retroespalhados obtidas por MEV. 1)- Pentlandita intercrescida com arita. 2)-
Pentlandita intercrescida com breithauptita. 3)- Arita. 4)- Breithauptita no centro e arita nas bordas. Ar arita, Br
breithauptita e Ptl pentlandita.
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p.
49
A breithauptita pode ser encontrada em depósitos minerais formados em altas pressões e
temperaturas, como em peridotitos, em pegmatitos niquelíferos com pirrotita e disseminada em veios
de galena-esfalerita, porém sua ocorrência é mais comum em veios hidrotermais com Co-Ni-Ag
(Ramdhor 1969). Embora minerais de Ni-As-Sb sejam relativamente raros na natureza, eles não são
incomuns em variadas mineralizações relacionadas a remobilizados hidrotermais, onde estes ocorrem
associados com minerais de ouro (Cook 1996). Entretanto, a presença de Au, Co e Ag não foi
verificada nas rochas deste trabalho.
Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...
50
CAPÍTULO 5 LITOGEOQUÍMICA
5.1 INTRODUÇÃO
Foram escolhidas para análise de elementos maiores, menores e traços 22 amostras dos
diversos corpos estudados cujos resultados são apresentados na tabela 5.1 e no anexo VI e VII. A
composição mineralógica destas amostras encontra-se na tabela 5.4 e no anexo II. Como as rochas
apresentam elevados teores de MgO e altos teores de Cr e Ni, elas possuem características químicas
típicas de rochas ígneas ultramáficas, incluindo as komatiiticas. Por isso, para fins de comparação,
também foram utilizados neste trabalho os dados litogeoquímicos (Tabela 5.3) de rochas ultramáficas
de Naldrett & Turner (1977), Gorbunov (1968), Hall (1932), Bowes et al (1973) (todos in Naldrett &
Cabri, 1976), White (1966) (in Mysen, 1976), Viljoen & Viljoen (1969) e Sun & Nesbitt (1978)
(ambos in Arndt et al., 2008) e Medeiros Júnior (2009).
A figura 5.1 apresenta as amostras analisadas com sua respectiva simbologia gráfica utilizada
nos diagramas geoquímicos. Na figura 5.2 tem-se a simbologia gráfica utilizada nos diagramas e a
fonte de análises de rochas ultramáficas da literatura utilizadas para comparação.
Lagoa DouradaMetaperidotito Metaperidotito
LamimOlivina-antofilita-tremolita granofels Olivina-antofilita-tremolita granofelsAntofilita-tremolita granofels Esteatito Antofilita-tremolita granofels Esteatito Olivina-antofilita-tremolita granofelsOlivina-antofilita-tremolita granofelsOlivina-antofilita-tremolita granofelsEsteatito
AmostraGB-LD-62GB-LD-60
GB-LA-32GB-LA-33GB-LA39AGB-LA-44GB-LA-49AGB- LA-49BHJ-LAM1HJ-LAM2HJ-SOME-14
AmarantinaMetaperidotito Tremolita-serpentina granofelsMetaharzburgito com espinélio Metaperidotito
QueluzitoAntofilita-tremolita granofels Antofilita-tremolita granofelsMetaharzburgito
Rio MansoMetakomatiitoMetakomatiito
Mariana Antofilita esteatito
AmostraGB-AM-1GB-AM-2GB-AM-3GB-AM-6
GB-QE-1AGB-QE-4GB-QE-5
GB-RM-1SPF
OPMR-4
MetaperidotitoMetaperidotito
Lagoa Dourada
LamimMetaperidotito
Metaperidotito
Antofilita-serpentina-
Metaperidotito
Metaperidotito Metaperidotito
Antofilita-clorita-tremolita granofels Esteatito Esteatito Esteatito
Amostra
GB-LA-49A
HJ-SOHJ-LAM-2HJ-LAM-1GB-LA-33GB-LA-32
GB-LD-60GB-LD-62
GB-LA-49BGB-LA-44GB-LA39A
ME-14
AmostraAmarantinaMetaperidotitoTremolita-clorita-serpentina granofelsEspinélio metaperidotitoMetaperidotito
GB-AM-1
GB-AM-6GB-AM-3GB-AM-2
Queluzito
Rio Manso
Mariana
Antofilita-actinolita-clorita granofels Antofilita-clorita-hornblenda granofels Metaperidotito
MetakomatiitoMetakomatiito
Antofilita-clorita-carbonato-talco xisto
GB-QE-1AGB-QE-4GB-QE-5
GB-RM-1SPF
OPMR-4
Amostra Amostra
Amostra
Amostra
tremolita-clorita granofels
Figura 5.1- Simbologia, litotipo e amostra utilizada nos diagramas para caracterização química.
Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...
52
Fonte
Naldrett & Tuner (1977) in Naldrett & Cabri (1976)Komatiito peridotítico
Litotipo
Peridotito
Harzburgito
Localização
YakabindieAustrália
Harzburgito
PechengaRússia
BushveldÁfrica do SulStillwater
Estados Unidos
Gorbunov (1968) in Naldrett & Cabri (1976)
Hall (1932) in Naldrett & Cabri (1976)
Bowes et al (1973) in Naldrett & Cabri (1976)
Espinélio lherzolito Havaí White (1966) in Mysen (1976)
Metaharzburgito AcaiacaBrasil
Komatiito
Komatiito
BarbertonÁfrica do Sul
AbitibiCanadá
Viljoen & Viljoen (1969) in Arndt et al (2008)
Sun & Nesbitt (1978) in Arndt et al (2008)
Medeiros Júnior (2009)
Amostra
Kom-2
Peri-15
Harz-29
Harz-39
Spin-Lher
PAC
Barb
Abi
Figura 5.2- Simbologia, litotipo, amostra, localização e fonte das análises de rochas ultramáficas selecionadas
da literatura utilizadas nos diagramas de comparação.
5.2 CARACTERÍSTICAS GERAIS
As rochas metaultramáficas estudadas neste trabalho possuem caráter variando de ultrabásico
a básico, exibindo valores de SiO2 situados entre 37 a 53 (% em peso) (Tabela 5.1). Os teores de MgO
estão entre 21 a 36 (% em peso).
A perda ao fogo varia de 3 a 16 (% em peso), os maiores valores se referem à litotipos com
grande quantidade de minerais hidratados ou carbonatos, como ocorre no metakomatiito (GB-RM-1)
rico em serpentina, e no antofilita esteatito (OPMR-4) rico em carbonato.
Altos teores de CaO são observados no metaperidotito (GB-AM-1) (10,84 %) e no antofilita-
tremolita granofels (GB-LA-39A) (9,31%) devido a grande quantidade de tremolita, e no antofilita-
clorita-carbonato-talco xisto (OPMR-4) (7,9 %) devido à quantidade de carbonato, possivelmente
dolomita.
Rochas ígneas ultramáficas caracterizam-se por altos valores de Cr e Ni, condizendo com os
valores encontrados para Cr (1500 a 3800 ppm) e Ni (800 a 2000 ppm), com exceção do antofilita-
actinolita-clorita granofels (GB-QE-1A) que possui teor de Cr igual a 594 ppm.
Uma característica importante observada nas análises é a presença de As e Sb apenas no
metaperidotito (GB-AM-6) e no espinélio metaperidotito (GB-AM-3), isso ocorre devido aos raros
minerais breithauptita (NiSb) e arita (NiSbAs) presentes nestas rochas.
53
Tabela 5.1- Composição química (% peso) de amostras selecionadas dos corpos estudados de rochas metaultramáficas.
Elemento
Amostra SiO2 TiO2 Al2O3 FeOt* MnO MgO CaO Na2O K2O P2O5 PPC Total
GB-AM-1 45,19 0,23 3,97 8,11 0,18 26,78 10,84 0,24 0,10 0,02 3,26 98,92
GB-AM-2 40,50 0,30 6,15 12,74 0,14 25,38 3,68 0,41 0,05 0,04 7,93 97,32
GB-AM-3 47,55 0,14 4,74 7,14 0,13 28,46 6,72 0,40 0,06 0,02 3,59 98,95
GB-AM-6 45,73 0,13 4,30 8,13 0,14 33,13 3,29 0,07 0,03 0,02 4,20 99,17
GB-LA-32 44,56 0,25 3,88 11,35 0,16 29,80 2,06 0,20 0,05 0,14 6,08 98,53
GB-LA-33 45,17 0,32 4,18 11,22 0,18 29,18 2,48 0,24 0,06 0,08 5,24 98,35
GB-LA-39A 50,66 0,08 3,79 5,56 0,21 25,57 9,31 0,17 0,03 0,01 4,27 99,66
GB-LA-44 42,69 0,20 4,58 8,76 0,08 31,72 0,50 0,04 0,01 0,02 9,92 98,52
GB-LA-49A 42,67 0,21 10,18 7,08 0,13 25,76 5,17 0,10 0,02 0,01 8,08 99,41
GB-LA-49B 52,21 0,09 3,26 5,95 0,03 30,55 0,19 0,04 0,01 0,02 6,42 98,77
ME-14 45,30 0,07 2,78 7,41 0,09 33,48 0,30 0,03 0,01 0,02 9,64 99,13
HJ-SO 43,00 0,22 4,19 12,62 0,17 31,98 1,21 0,09 0,03 0,09 4,10 97,70
HJ-LAM1 44,69 0,25 4,11 11,06 0,16 29,52 2,08 0,15 0,06 0,11 5,88 98,07
HJ-LAM2 41,32 0,38 4,79 11,21 0,17 28,71 2,64 0,07 0,03 0,08 8,84 98,24
GB-QE-1A 45,47 0,44 7,66 12,25 0,18 21,68 5,01 0,42 0,11 0,08 4,76 98,06
GB-QE-4 40,05 0,26 6,10 10,85 0,16 27,75 3,93 0,33 0,11 0,11 8,36 98,01
GB-QE-5 43,31 0,22 5,04 9,93 0,18 28,48 4,06 0,13 0,02 0,03 6,52 97,92
SPF 45,02 0,23 5,86 8,64 0,14 26,27 5,77 0,29 0,06 0,02 6,50 98,80
GB-RM-1 39,74 0,11 3,23 7,44 0,14 35,86 0,56 0,03 0,01 0,02 11,97 99,11
GB-LD-60 40,91 0,32 5,14 11,79 0,17 29,65 3,52 0,07 0,02 0,06 5,56 97,21
GB-LD-62 41,19 0,41 4,80 12,49 0,17 29,95 3,60 0,07 0,03 0,08 5,04 97,83
OPMR-4 37,56 0,12 4,87 6,64 0,17 25,61 7,90 0,04 0,01 0,02 16,37 99,31
FeOt*= Todo o Fe calculado como FeO.
54
Tabela 5.2- Resultado das análises químicas para elementos menores (ppm) de amostras selecionadas dos corpos estudados de rochas metaultramáficas.
Elemento Amostra As Ba Be Co Cr Cu Ni Pb Sb Sr Th V Y Zn Zr
GB-AM-1 - 14,3 - 83,6 1771 75,8 1354 16,8 - 64,3 - 89,7 43,1 64,1 5,6
GB-AM-2 - 6 0,6 108,8 3514 71,3 843 79 - 4,4 - 111,6 49,1 162,1 3,9 GB-AM-3 581 6,3 - 63 1871 7,2 1183 12,1 584 20,2 - 80,1 4,8 37,5 2,4 GB-AM-6 358 7,0 - 83,7 2229 2,3 1572 10,2 414,3 16,3 - 80,3 3,4 58,2 - GB-LA-32 - 18,9 - 116,9 1877 53,1 1726 21,8 - 57,6 3,4 53,2 5,4 99,7 12,4 GB-LA-33 - 23,8 - 121,6 1896 74,1 2082 19,1 - 82,9 3,1 57,8 5,1 109,80 14,1 GB-LA-39A - 3,4 0,3 69 2261 2,5 1076 11,7 - 14,2 - 43,9 10,1 51,5 -
GB-LA-44 - 3,7 - 70,8 1660 2,3 983 - - 4,7 - 73,6 6,5 58,9 - GB-LA-49A - 55 - 90,8 2779 23,7 1846 10,2 - 7,9 - 93,8 1,6 121,2 - GB-LA-49B - 10 - 72,3 2006 35,8 1639 - - 1,1 - 60,7 8,5 47,7 - ME-14 - 18,7 - 86,1 2211 23,2 1925 18,5 - 2,9 - 46,5 1,2 57,5 - HJ-SO - 35,9 - 132,3 1212 23,2 1497 29,7 - 42,6 3,1 41,2 4,3 121,8 17,6 HJ-LAM1 - 37,5 - 119,9 1861 57,7 1689 19,7 - 49,4 2,9 51,2 5,3 97,9 14
HJ-LAM2 - 26 - 115,9 1868 52,9 1659 19,1 - 81,9 3,4 65,1 5,1 111,2 12,5 GB-QE-1A - 673 - 98 594 43,6 1088 15,7 - 39,8 - 111,2 9,8 120,5 27,2 GB-QE-4 - 35,5 - 105,4 1498 84,2 1435 15,8 - 88,1 - 68,2 7,5 92,2 26,1 GB-QE-5 - 11,6 - 110,1 3539 24,1 1220 12,9 - 28,8 2,3 90,4 5,9 60,4 7,1 SPF - 8,2 - 76,5 3355 5 1058 10,5 - 14,2 - 131,6 5,7 65,6 8,3 GB-RM-1 - 2,8 - 94,4 1973 3,7 2022 12,5 - 3,6 - 55,6 2,3 49,7 -
GB-LD-60 - 28,6 - 109,3 3714 48,2 1895 19,2 - 31,2 - 93,4 5,2 127,8 2,1 GB-LD-62 - 15,6 - 115,7 3837 20,8 1798 16,4 - 25,4 - 96,9 5,1 122,6 5,3
OPMR-4 - 1,6 - 75,8 2062 88,6 1272 9,9 - 75,2 - 76,1 3,8 48,1 -
- : abaixo do limite de quantificação. (ver capítulo 1).
Bi, Cd e Mo apresentaram valores menores do que o limite de detecção para todas as rochas analisadas.
55
Tabela 5.3- Composição química (% peso) das rochas ultramáficas da literatura utilizadas para comparação (ver referências na figura 5.2).
Litotipo Amostra Local SiO2 TiO2 Al2O3 FeO MnO MgO CaO NaO K2O P2O5 Cr2O3 NiO Total
Komatiito peridotítico Kom-2 Yakabindie
Austrália 44,00 0,27 5,27 10,95 0,22 32,50 5,48 0,01 0,01 0,00 - - 98,71
Peridotito Peri-15 Pechenga
Rússia 41,10 1,30 3,59 15,00 0,17 35,30 1,83 0,13 0,17 0,00 - - 98,59
Harzburgito Harz-29 Bushveld
África do Sul 43,80 0,27 1,27 12,56 0,11 36,50 1,43 0,21 0,32 0,00 3,40 0,00 99,87
Harzburgito Harz-39
Stillwater
Estados
Unidos
49,02 0,10 4,41 11,05 0,18 30,50 3,05 0,41 0,02 0,01 0,74 0,00 99,49
Espinélio lherzolito Spin-Lher Havaí 43,81 0,20 4,01 8,91 0,12 37,49 3,51 0,38 0,01 0,00 0,40 0,24 99,08
Metaharzburgito PAC Barra Longa
Brasil 46,50 0,11 1,54 11,10 0,11 37,66 0,10 0,19 0,02 0,03 0,30 0,18 97,82
Komatiito Barb Barberton
África do Sul 47,70 0,36 4,15 11,20 0,19 28,50 6,95 0,26 0,05 0,03 0,38 0,20 99,97
Komatiito Abi Abitibi
Canadá 45,90 0,35 6,49 10,80 0,19 29,20 6,25 0,22 0,08 0,03 0,38 0,18 100,07
Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...
56
Tabela 5.4- Composição modal dos litotipos analisados. Esp espinélio, Ol olivina, Opx ortopiroxênio,
Ant antofilita, Tr tremolita, Hbl hornblenda, Act actinolita, Cam clinoanfibólio, Srp serpentina, Chl
clorita, Tlc talco, Cb carbonato, Op opacos.
Amostra Litotipo Esp Ol Opx Ant Tr Hbl Act Cam Srp Chl Tlc Cb Op GB-AM-1 Metaperidotito - 20 - - - 50 - - 15 10 2 - 3
GB-AM-2
Tremolita-clorita-serpentina granofels
- - - - 15 - - - 55 20 5 - 5
GB-AM-3 Espinélio metaperidotito 7 15 5 - 33 - - - 10 5 20 - 5
GB-AM-6 Metaperidotito - 30 - - 10 - - - 40 10 9 - 1 GB-LA-32 Metaperidotito - 10 - 15 20 - - - 30 20 1 3 1 GB-LA-33 Metaperidotito - 15 - 20 48 - - - 5 8 1 2 1
GB-LA-39A
Antofilita- clorita-tremolita granofels
- - - 15 40 - - - 10 20 10 - 5
GB-LA-44 Esteatito - - - - - - - - 13 7 75 4 1
GB-LA-49A
Antofilita-serpentina- tremolita-clorita granofels
- - - 15 15 - - - 15 40 10 - 5
GB-LA-49B Esteatito - - - - - - - - 5 7 82 3 3 ME-14 Esteatito - - - - - - - - 15 4 75 5 1 HJ-SO Metaperidotito - 25 - 15 15 - - - 15 20 4 4 2 HJ-LAM1 Metaperidotito - 15 - 25 30 - - - 5 15 4 5 1 HJ-LAM2 Metaperidotito - 20 - 15 25 - - - 5 20 6 8 1
GB-QE-1A
Antofilita-actinolita-clorita granofels
- - - 15 - - 35 - 2 45 - 1 2
GB-QE-4
Antofilita-clorita –hornblenda-granofels
- - - 20 - 30 - - 2 25 15 5 3
GB-QE-5 Metaperidotito - 20 - 45 - - - - 2 20 12 - 1 SPF Metakomatiito* - - - - - - - 20 15 25 35 5 5 GB-RM-1 Metakomatiito* - - - - - - - - 77 10 3 5 5 GB-LD-60 Metaperidotito - 30 - - 10 - - - 25 30 2 - 3 GB-LD-62 Metaperidotito - 30 - - 10 - - - 20 35 2 - 3
OPMR-4
Antofilita-clorita-carbonato-talco xisto
- - - 10 - - - - - 15 40 30 5
* Textura spinifex preservada
O diagrama Al2O3-CaO-MgO (Figura 5.3) apresenta os campos de komatiitos, cumulados
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p.
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ultramáficos e peridotitos ultramáficos de Coleman (1977). Verifica-se que grande parte dos litotipos,
mesmo os completamente metamorfizados, cai no campo dos cumulados ultramáficos, o que mostra
que o processo metamórfico não mascarou a natureza original dos metamorfitos. Verifica-se, ainda,
que mesmo a rocha classificada na literatura como komatiito peridotítico (Figura 5.2) e os
metakomatiitos deste trabalho com texturas spinifex preservadas da região de Rio Manso não plotaram
no campo delimitado para este tipo litológico, o que mostra que komatiitos apresentam certo grau de
variabilidade química ou que o campo de Coleman (1977) não é suficientemente representativo para
este tipo de rocha.
Já no diagrama de Jensen (1976) (Figura 5.4 A) a maioria das amostras classifica-se como
peridotitos komatiiticos. Três litotipos, a saber, tremolita-clorita-serpentina granofels (GB-AM-2)
presente em Amarantina, antofilita- actinolita granofels (GB-QE-1A) de Queluzito e esteatito (GB-
LA-44) de Lamim caíram no campo dos basaltos komatiiticos. Trata-se de amostras totalmente
metamorfizadas, portanto o processo metamórfico/metassomático pode ter afetado a composição
destas rochas, conforme discutido no próximo capítulo. Na figura 5.4 B tanto as amostras mais
preservadas quanto as amostras para comparação concentram-se no campo dos peridotitos
komatiiticos.
No diagrama MgO-CaO-Al2O3 (Figura 5.5) de Viljoen & Viljoen (1969) também se verifica
que as rochas desse trabalho possuem características geoquímicas de peridotitos komatiiticos.
Segundo Arndt & Nisbet, (1982), peridotitos komatiiticos caracterizam-se quimicamente por
teores de MgO acima de 18% em peso e TiO2 abaixo de 0,9%. Segundo estes critérios todas as rochas
analisadas são peridotitos komatiiticos (Tabela 5.1), pois o teor de MgO varia entre cerca de 21 e 36%
em peso (equivalente a 27 a 40% em base anidra, (ver Tabela 5.5 e Anexo VI) e o TiO2 é inferior a
0,4% (0,5% em base anidra, Anexo VI).
Segundo Viljoen & Viljoen (1969) e Arndt & Nisbet (1982) outro aspecto importante na
definição da suíte komatiitica diz respeito à razão CaO/Al2O3 que deve estar situada no intervalo entre
0,8 a 1,0. Nos litotipos estudados as razões de CaO/Al2O3 estão entre 0,06 e 2,73 (Tabela 5.5). Os
litotipos que apresentam razões relativamente elevadas são rochas com grande quantidade de tremolita
(GB-LA39A, GB-AM-1, GB-AM-3) e carbonato (OPMR-4). No caso dos litotipos com baixas razões
de CaO/Al2O3 (0,5 a 0,7), trata-se de amostras com altos teores de clorita, o que é responsável pelo
aumento do Al2O3 (amostras GB-LA-49B, GB-QE-1A, GB-QE-4 e GB-LD-60), conforme também
ocorre nos komatiitos metamorfizados na fácies xisto verde descritos por Jolly (1982). Já as amostras
com concentrações menores de Al2O3 correspondem aos litotipos que apresentam minerais pobres ou
que não possuem Al como tremolita, antofilita, serpentina e talco, nesse caso a clorita ocorre em
pequenas quantidades ou é ausente. Segundo Arndt et al. (1989) os komatiitos metamorfizados do
greenstone belt de Crixás são empobrecidos em Al2O3 pois os cristais de olivina foram parcialmente
Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...
58
substituídos por tremolita, talco e carbonato e não apresentam clorita.
Razões CaO/Al2O3 muito inferiores (0,06 a 0,3) representam os esteatitos (GB-LA-44, GB-
LA-49B, ME-14), o olivina-antofilita-tremolita granofels (HJ-SO) e o metakomatiito (GB-RM-1) em
função da pouquíssima quantidade de CaO presente. Os esteatitos, conforme discutido por Auvray et
al. (1982), tipicamente possuem razões menores de CaO/Al2O3 e teores maiores de MgO do que
komatiitos dos quais eles podem ser derivados por metamorfismo metassomático. Arndt (1994)
menciona que a razão CaO/Al2O3 na definição de komatiito é discutível em função da mobilidade do
CaO.
Nesbitt et al. (1979) e Beswick (1982) propõem uma classificação para os komatiitos em dois
grupos baseados na razão Al2O3/TiO2. O primeiro grupo apresenta valores aproximadamente
condríticos com razão Al2O3/TiO2 em torno de 20,4, o que caracteriza a suíte de komatiitos não-
desfalcados em Al. O segundo grupo, classificado como dos komatiitos Al-desfalcados, é
caracterizado por apresentar razões próximas da metade dos valores condríticos, o que o ocorre nos
komatiitos do oeste da Austrália (Beswick 1982).
CaO MgO MgO
Al2O3A B Al2O3
CaOPeridotito Metamórfico
CumuladosUltramáficos
Komatiitos
Peridotito Metamórfico
CumuladosUltramáficos
Komatiitos
Figura 5.3- Diagrama triangular (Al2O3-CaO-MgO), os campos estão discriminados segundo Coleman (1977).
No diagrama A se encontram as rochas desse trabalho. No diagrama B têm-se as análises da literatura e as rochas
estudadas menos metamorfizadas, que preservam minerais ígneos (GB-AM-1, GB-AM-3, GB-AM-6, GB-QE-5,
GB-LA-32, GB-LA-33, HJ-LAM1, HJ-LAM2 e HJ-SO).
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p.
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Peridotitokomatiitico
Basaltokomatiitico
Tholeiítode alto Ferro
TholeiítoBasaltode alto
Magnésio
AT
DT
RT
RC
DC
BCAC
AT- Andesito Tholeiítico; DT- Dacito Tholeiítico; RT- Riolito Tholeiítico; BC- Basalto Calcioacalino; AC- Andesito Calcioacalino; DC- Dacito Calcioacalino; RC- Dacito Calcioacalino.
Al2O3 MgO
FeOt+TiO2
Peridotitokomatiitico
Basaltokomatiitico
Tholeiítode alto Ferro
TholeiítoBasaltode alto
Magnésio
AT
DT
RT
RC
DC
BCAC
A BFeOt+TiO2
Al2O3 MgO
Figura 5.4- Diagrama discriminante de Jensen (1976) (modificado por Rickwood 1989), para komatiitos,
tholeiítos e rochas cálcio-alcalinas. Os diagramas A e B utilizam % em peso de FeOt+TiO2 - Al2O3 - MgO para
as rochas desse trabalho e para análises da literatura e as rochas com maior porcentagem de minerais ígneos
(GB-AM-1, GB-AM-3, GB-AM-6, GB-QE-5, GB-LA-32, GB-LA-33, HJ-LAM1, HJ-LAM2 e HJ-SO).
CaO
MgO
Peridotitokomatiitico
Al2O3
Peridotitokomatiitico
Basaltokomatiitico
TholeiítoBasalto
A B
Al2O3
MgO
CaO
Peridotitokomatiitico
Basaltokomatiitico
TholeiítoBasalto
Figura 5.5- Diagrama triangular (MgO-CaO-Al2O3) segundo Viljoen & Viljoen (1969). No diagrama A se
encontram as rochas desse trabalho sem minerais ígneos preservados. No diagrama B têm-se as análises da
literatura e as rochas com maior porcentagem de minerais ígneos preservados (GB-AM-1, GB-AM-3, GB-AM-6,
GB-QE-5, GB-LA-32, GB-LA-33, HJ-LAM1, HJ-LAM2 e HJ-SO).
A maioria das amostras apresenta razão Al2O3/TiO2 próximas ou maiores do que 20,4
correspondendo à suíte de komatiitos não-desfalcados em Al. Razões semelhantes são encontradas
para espinélio lherzolito do Havaí, komatiito peridotítico de Yakabindie e komatiito de Abitibi (Tabela
Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...
60
5.5 e 5.6), enquanto que as amostras harzburgito de Bushveld e peridotito de Pechenga tem razão
Al2O3/TiO2 muito abaixo dos valores encontrados para as rochas analisadas neste trabalho.
Tabela 5.5- Teor de MgO (% peso em base anidra – Anexo VI ) e valores das razões CaO/Al2O3,
Al2O3/TiO2 para as rochas desse trabalho.
Litotipo Localização Amostra MgO CaO/Al2O3 Al2O3/TiO2
Metaperidotito Amarantina GB-AM-1 27,69 2,73 17,49
Tremolita-serpentina granofels Amarantina GB-AM-2 27,63 0,60 20,57
Espinélio metaperidotito Amarantina GB-AM-3 29,53 1,42 34,88
Metaperidotito Amarantina GB-AM-6 34,89 0,77 33,08
Olivina-antofilita-tremolita granofels Lamim GB-LA-32 31,76 0,53 15,46
Olivina-antofilita-tremolita granofels Lamim GB-LA-33 30,82 0,59 13,27
Antofilita-tremolita granofels Lamim GB-LA-39A 26,71 2,46 46,22
Esteatito Lamim GB-LA-44 35,27 0,11 23,37
Antofilita-tremolita granofels Lamim GB-LA-49A 28,05 0,51 49,66
Esteatito Lamim GM-LA-49B 32,67 0,06 36,22
Esteatito Lamim ME-14 37,09 0,11 41,49
Olivina-antofilita-tremolita granofels Lamim HJ-SO 33,38 0,29 18,71
Olivina-antofilita-tremolita granofels Lamim HJ-LAM1 31,40 0,51 16,25
Olivina-antofilita-tremolita granofels Lamim HJ-LAM2 31,55 0,55 12,67
Antofilita-actinolita-clorita granofels Queluzito GB-QE-1A 22,78 0,65 17,36
Antofilita-clorita–hornblenda-granofels Queluzito GB-QE-4 30,34 0,64 23,11
Metaperidotito Queluzito GB-QE-5 30,51 0,81 22,60
Metakomatiito Rio Manso SPF 28,12 0,98 25,81
Metakomatiito Rio Manso GB-RM-1 40,79 0,17 29,36
Metaperidotito Lagoa Dourada GB-LD-60 31,45 0,68 16,06
Metaperidotito Lagoa Dourada GB-LD-62 31,58 0,75 11,71
Antofilita esteatito Mariana OPMR4 30,67 1,62 39,27
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p.
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Tabela 5.6- Teor de MgO (% peso) e valores das razões CaO/Al2O3, Al2O3/TiO2 para rochas da
literatura.
Litotipo Localização Amostra MgO CaO/Al2O3 Al2O3/TiO2
Komatiito peridotitico Yakabindie - Austrália kom-2 32,50 1,04 19,52
Peridotito Pechenga – Rússia Peri-15 35,30 0,51 2,76
Harzburgito Bushveld – África do Sul harz-29 36,50 1,13 4,70
Harzburgito Stillwater – Estados Unidos harz-39 30,50 0,69 44,10
Espinélio lherzolito Havaí Spin-Lher 37,49 0,88 20,00
Metaharzburgito Barra Longa- Brasil PAC 37,66 0,06 14,50
Komatiito Barberton - África do Sul Barb 28,50 1,67 11,53
Komatiito Abitibi-Canadá Abi 29,20 0,96 18,54
Na figura 5.6 são apresentados os diagramas (Ni x Cr), (Cr x TiO2) e (Ni x TiO2) de Hallberg
(1985). Para evitar superposição de pontos, as amostras foram divididas em dois diagramas. Como os
campos delimitados por Hallberg (1985) se superpõem parcialmente e, além disso, há uma dispersão
dos pontos, verifica-se que amostras de uma mesma proveniência podem plotar em campos distintos.
No geral, porém, as amostras caem principalmente na área que é comum aos campos dos komatiitos,
komatiitos cumuláticos e sills acamadados de alto magnésio.
Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...
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0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,50
1000
2000
3000
4000
5000
CK
K
LMS
HMBT
TiO2 (% em peso)
Ni p
pm
CK - Komatiito cumuláticoK - KomatiitoLMS - Sills acamadados de alto magnésioHMB - Basalto com alto magnésioT- Tholeiito
0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,50
1000
2000
3000
4000
5000
CK
K
LMS
HMBT
TiO2 (% em peso)
Ni p
pm
CK - Komatiito cumuláticoK - KomatiitoLMS - Sills acamadados de alto magnésioHMB - Basalto com alto magnésioT- Tholeiito
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5
2000
4000
6000
8000
10000
12000
TiO2 (% em peso)
Cr p
pm
CK
K
LMS
HMB T
CK - Komatiito cumuláticoK - KomatiitoLMS - Sills acamadados de alto magnésioHMB - Basalto com alto magnésioT- Tholeiito
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5
2000
4000
6000
8000
10000
12000
TiO2 (% em peso)
Cr
ppm
CK
K
LMS
HMB T
CK - Komatiito cumuláticoK - KomatiitoLMS - Sills acamadados de alto magnésioHMB - Basalto com alto magnésioT- Tholeiito
2000 4000 6000 8000 10000 120000
1000
2000
3000
4000
5000
Cr ppm
Ni p
pm
CK
KLMS
HMB
CK - Komatiito cumuláticoK - KomatiitoLMS - Sills acamadados de alto magnésioHMB - Basalto com alto magnésioT- Tholeiito
T
2000 4000 6000 8000 10000 120000
1000
2000
3000
4000
5000
Cr ppm
Ni p
pm
CK
KLMS
HMB
CK - Komatiito cumuláticoK - KomatiitoLMS - Sills acamadados de alto magnésioHMB - Basalto com alto magnésioT- Tholeiito
T
Figura 5.6- Diagramas (Ni x Cr), (Cr x TiO2) e (Ni x TiO2), com os campos de Hallberg (1985). Para
evitar superposição de pontos as amostras de Amarantina, Rio Manso e Queluzito foram plotadas à
esquerda e, à direita, as amostras de Lamin, Lagoa Dourada, harzburgito de Bushveld, harzburgito de
Stillwater, espinélio lherzolito, metaharzburgito de Barra Longa, komatiito de Barberton e komatiito
de Abitibi.
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p.
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5.3 DIAGRAMAS DE CORRELAÇÃO
Nas figuras 5.7 e 5.8 são apresentados diagramas de óxidos selecionados versus MgO.
Observa-se que os teores de TiO2, CaO e NaO tendem a ser mais baixos para amostras com teores de
MgO mais elevados.
No diagrama SiO2 versus MgO a amostra antofilita-tremolita granofels (GB-LA-39A) se
diferencia pois apresenta maior quantidade de SiO2 por ser rica em anfibólios, que são minerais com
mais de 55% de SiO2.
Quando as rochas mais preservadas são comparadas com as da literatura em diagramas de
óxidos versus MgO (Figura 5.8), verifica-se que três das rochas de referência (peridotito de Pechenga,
harzburgito de Bushveld e espinélio lherzolito do Havaí, (ver referências na Figura 5.2) caem, em
muitos digramas, fora da área onde se concentra a maioria das análises. Por outro lado, komatiito de
Yakabindie, komatiito de Barberton, e komatiito de Abitibi são quimicamente semelhantes às rochas
do presente trabalho, o que corrobora que, provavelmente, estas sejam rochas com afinidade
komatiitica.
Nos diagramas Ni versus MgO e Cr versus MgO (Figura. 5.9) observa-se que as rochas
possuem altos teores de Cr e Ni, conforme se espera de rochas ultramáficas. Nota-se que o
comportamento de Ni e Cr é diretamente proporcional ao de MgO, isto é, teores de Ni e Cr são
maiores para rochas com teor de MgO mais alto.
Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...
64
MgO (%)
SiO
2 (%
)
MgO (%)T
iO2
(%
)20 25 30 35 40
30
35
40
45
50
55
20 25 30 35 400,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
20 25 30 35 400
5
10
15
MgO (%)
Al2
O3
(%
)
20 25 30 35 400
5
10
15
20
MgO (%)
FeO
t (%
)
20 25 30 35 400,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
MgO (%)
Na2
O (
%)
20 25 30 35 400
5
10
15
MgO (%)
CaO
(%)
Figura 5.7- Diagramas de óxidos versus MgO para as 22 amostras desse trabalho.
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p.
65
MgO (%)
SiO
2 (%
)
MgO (%)T
iO2
(%
)
20 25 30 35 4030
35
40
45
50
55
20 25 30 35 400,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
20 25 30 35 400
5
10
15
MgO (%)
Al2
O3
(%
)
20 25 30 35 400
5
10
15
20
MgO (%)
FeO
t (%
)
20 25 30 35 400,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
MgO (%)
Na2
O (%
)
20 25 30 35 400
5
10
15
MgO (%)
CaO
(%)
Figura
5.8- Diagramas de óxidos versus MgO para análises da literatura (Figura 5.2 e Tabela 5.3) e para as rochas com
maior porcentagem de minerais ígneos (GB-AM-1, GB-AM-3, GB-AM-6, GB-QE-5, GB-LA-32, GB-LA-33,
HJ-LAM1, HJ-LAM2 e HJ-SO) em base anidra, cuja localização está delimitada pelas linhas tracejadas.
Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...
66
20 25 30 35 400
1000
2000
3000
MgO (%)
Ni
(pp
m)
20 25 30 35 400
1000
2000
3000
4000
MgO (%)C
r (p
pm
)
Figura 5.9- Diagramas (Ni x MgO) e (Cr x MgO) para as 22 amostras desse trabalho e algumas das rochas da
literatura utilizadas como referência (Figura 5.2 e Tabela 5.3).
5.4 DIAGRAMAS DE RAZÕES DE PROPORÇÕES MOLECULARES
Foram gerados diagramas bivariantes de razões de proporções moleculares segundo a proposta
de Beswick (1982) para analisar a mobilidade de alguns elementos nas rochas desse estudo. Esses
diagramas correlacionam os elementos Si e FM (onde FM= FeOt+MgO) que entram na composição
de olivina, que é o mais importante mineral cuja fracionamento pode produzir vários tipos de rochas
komatiiticas, normalizados para elementos incompatíveis com olivina como Ti, Al, etc. Entretanto,
Rollinson (1993) com base em argumentos estatísticos acredita que os resultados sejam adulterados
devido a artifícios matemáticos utilizados no método.
Os diagramas procuram mostrar que teria havido mobilidade de algum elemento caso a
amostra caia fora do trend linear representado por uma reta com inclinação proporcional a 2:1 em
termos de FM:SiO2 (que é a proporção molecular destes óxidos em olivina). Pontos que caem fora
desta linha representam rochas com provável modificação química.
Nos diagramas SiO2:TiO2 x FM:TiO2 e SiO2:Al2O3 x FM:Al2O3 da figura 5.10 verifica-se que
as rochas que se situam acima da reta são harzburgito de Stillwater, metaharzburgito de Barra Longa,
espinélio metaperidotito GB-AM-3 e metaperidotito GB-AM-6, ambos de Amarantina, esteatito GB-
LA49A e antofilita-tremolita granofels GB-LA39A, ambos de Lamin. No caso das duas rochas da
literatura, isso mostra que elas não são rochas geradas por fracionamento de olivina. As duas de
Amarantina, que preservam olivina primária, também se desviam do padrão de rochas geradas por
fracionamento de olivina. Já nas duas rochas de Lamim, totalmente metamorfizadas, pode ter havido
enriquecimento de Si (já que Ti e Al são considerados como elementos imóveis na maioria dos
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p.
67
processos geológicos).
50 100 150 2000
50
100
150
200
250
300
FM:CaO
SiO
2:C
aO
300 600 900 1200 15000
300
600
900
1200
1500
FM:Na2O
SiO
2:N
a2O
100 200 300 400 5000
100
200
300
400
500
600
FM:TiO2
SiO
2:T
iO2
10 20 30 400
10
20
30
40
FM:Al2O3S
iO2:
Al2
O3
Figura 5.10- Diagrama de razões de proporções moleculares, onde FM corresponde a (MgO + FeOt).
No diagrama SiO2:Na2O x FM:Na2O verifica-se a dispersão de parte das amostras, que se
concentram em dois grupos, um que se situa mais próximo da linha padrão 2:1 e o outro, que se dispõe
acima da linha e deslocado para razões FM:Na2O mais altas. Este grupo deve refletir um desfalque de
Na2O ou um enriquecimento de SiO2 (o que teria levado os pontos a caírem acima da linha). O
deslocamento para maiores razões FM:Na2O, por outro lado, pode significar desfalque em Na ou
aumento de FM. Portanto, conclui-se que provavelmente estas amostras foram empobrecidas em Na, o
que pode explicar o deslocamento dos pontos simultaneamente para cima e para a direita no diagrama.
O digrama em que o K entra no lugar do Na (não representado na figura) é semelhante a este,
corroborando as conclusões de Beswick (1982) sobre a grande mobilidade destes elementos.
No diagrama SiO2:CaO x FM:CaO a maioria dos pontos concentra-se junto à origem. Aquelas
Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...
68
deslocadas para maiores razões FM:CaO foram empobrecidas em Ca, o que é corroborado pela
mineralogia, pois se trata de rochas ricas em talco e serpentina.
5.5 CONSIDERACOES FINAIS
Segundo critérios geoquímicos de Arndt & Nisbett (1982), as rochas analisadas são peridotitos
komatiiticos, pois possuem teores de MgO > 18% em peso e de TiO2 < 0,9. Quanto à razão
CaO/Al2O3, os litotipos analisados mostram grande dispersão (0,06 a 2,73), não se concentrando no
intervalo entre 0,8 a 1,0 para a suite komatiitica segundo Viljoen & Viljoen (1969) e Arndt & Nisbett
(1982). As rochas cujas razões são muito baixas ou são ricas em clorita (e, portanto, em Al) ou em
talco e, neste caso, foram provavelmente desfalcadas em Ca pelo metamorfismo metassomático. As
rochas com valores muito altos são, na sua maioria, aquelas com volume de carbonato e tremolita mais
elevado.
Quanto à razão Al2O3/TiO2, a maioria das amostras com olivina preservada tem valores
próximos ou superiores a 20,4, que caracteriza a suíte de komatiitos não-desfalcados em alumínio de
Nesbitt (1979) e Beswick (1982). Considerando esta classificação, o harzburgito de Stillwater
(Al2O3/TiO2 = 4,70) e o peridotito de Pechenga (=2,76), que apresentam valores muito baixos, não são
rochas de afinidade komatiitica e, portanto, são descartadas como quimicamente equivalentes ao
protólito das rochas estudadas e não poderiam ser utilizadas como referência no cálculo dos balanços
de massa. A esta conclusão se chega também ao analisar os diagramas de óxidos x MgO, nos quais
estes dois litotipos apresentam considerável discrepância em relação às rochas investigadas. Além
destas duas rochas, também são discrepantes, nos diagramas de óxidos x MgO, o espinélio lherzolito
do Havaí e o harzburgito de Bushveld. Embora o komatiito de Barberton mostre uma boa coincidência
em termos químicos com as estudadas nos diagramas de óxidos, o valor da razão Al2O3/TiO2 de 11,53
é baixa, pois se trata de um komatiito da suíte Al-desfalcada de Nesbitt (1979) e Beswick (1982).
Conclui-se, portanto, que as rochas de referência quimicamente mais semelhantes às estudadas são o
komatiito peridotítico de Yakabindie e o komatiito de Abitibi. Estas foram utilizadas para os cálculos
de balanço de massa.
CAPÍTULO 6
BALANÇO DE MASSA
6.1 INTRODUÇÃO
Neste capítulo, o objetivo é o estudo das variações químicas resultantes do processo
metassomático que afetou as rochas metaultramáficas desse trabalho. Para tal estudo utilizou-se o
balanço de massa, que quantifica o comportamento dos elementos químicos ou compostos através dos
processos geológicos. Os elementos químicos ou compostos podem permanecer imóveis ou serem
mobilizados, isto é, retirados ou adicionados ao sistema. O balanço de massa também permite obter
informações sobre as variações de massa e/ou volume que ocorreram.
Os cálculos de balanço de massa foram baseados no método de Grant (1986), método
aprimorado do método de Gresens (1967), que avalia as mudanças na concentração de elementos e no
volume das rochas durante o metamorfismo. A utilização do método de Grant (1986) para cálculo de
balanço de massa em rochas ultramáficas foi realizado por autores como Augustin et al. (2008), que
estudaram harzburgitos, dunitos e gabros do assoalho oceânico na Dorsal Mesoaltântica, Shervais et
al. (2005) que estudaram harzburgitos e dunitos serpentinizados da Califórnia e Markl et al. (2001),
que trabalharam com espinélio peridotitos do leste da Antártica.
O método de Gresens (1967), que serviu de base para o de Grant (1986), permite identificar a
quantidade de elementos que foram adicionados ou subtraídos durante o processo de alteração, por
meio de equações que se baseiam na composição química e nos pesos específicos das rochas ou
minerais envolvidos. Também é possível pelo método determinar, por diagramas de composição
volume, quais os elementos que tiveram pouca mobilidade ou permaneceram imóveis. A construção
desses diagramas permite estabelecer o fator volume (fv), parâmetro fundamental para estimar a
mudança de composição e de volume nas rochas envolvidas no processo metassomático. De acordo
com Gresens, quando o fv =1 não há variação de volume, no caso de fv >1 há um acréscimo de volume
no processo e quando o fv <1 ocorre a perda de volume. Para efetuar os cálculos devem-se selecionar
duas amostras, onde uma será a rocha de referência e a outra, a rocha alterada, a primeira pode estar
totalmente preservada ou parcialmente alterada por processos metassomáticos, a segunda amostra deve
estar mais alterada que a de referência, pois a finalidade dos cálculos é saber quais elementos a rocha
alterada ganhou ou perdeu em relação a rocha de referência. Gresens (1967) utiliza a seguinte equação
fundamental para realizar o balanço de massa:
Xn = [ fv (ρb/ρa) Cn,B – Cn,A]m (1)
Onde:
Xn: Mudança de massa no componente n
Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...
70
fv: Fator volume
ρb, ρa: Densidades das amostras A e B
Cn,B: Concentração do componente n em B (rocha de alterada)
Cn,A: Concentração do componente n em A (rocha de referência)
m: Massa arbitrária (geralmente 100g)
Grant (1986) introduziu uma representação gráfica conhecida como diagrama de isóconas,
proporcionando assim uma forma mais prática para investigar as modificações de massa e de volume.
O método de Gresens (1967) e o da isócona de Grant (1986) vêm sendo utilizados não só para rochas
ultramáficas, mas para litotipos variados (e.g. Bionde et al. 2007, Feio et al. 2007, Cerqueira et al.
2005, Barnes et al. 2004, Kretz 2000, Hecht et al. 1999, Demény 1997). No método de Grant (1986) a
equação fundamental de Gresens (1967) é reescrita com uma nova nomenclatura:
ΔMi= [(MA/MO)CiA – Ci
O]M (2)
Onde:
ΔMi: Mudança de massa no componente i
M: Massa da amostra
O: Valores para a rocha de referência (rocha original)
A: Valores para a rocha alterada
Ci: Concentração do componente i
M: Massa arbitrária (geralmente 100g)
Nota-se que se MO=1g, C é g/g ou se MO=100g, C é em % de peso.
O método da isócona
Para cada componente analisado existe uma equação onde (MO/MA) é constante. Identificando
os componentes imóveis para cada ΔCi=0 é possível obter essa razão (MO/MA) resolvendo a equação:
CiA= (MO/MA)Ci
O (3)
Graficamente isso é feito plotando os dados CiA em relação Ci
O. Os componentes imóveis irão
gerar uma reta que passa pela origem e cuja inclinação é (MO/MA), que é a razão fundamental das
massas equivalentes antes e depois da alteração. Essa reta para qual ΔCi = 0 é a isócona, definida como
a linha que une os pontos de mesma concentração geoquímica (Gary et al., 1974 in Grant, 1986). A
isócona pode ser construída de modo a constituir uma reta de melhor ajuste através de uma série de
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p
71
pontos do gráfico (CiA x Ci
O) concentração dos elementos da rocha alterada versus concentração dos
elementos da rocha de referência. Os elementos que ficam acima da isócona correspondem aos
elementos que entraram no sistema, ou seja, a rocha alterada foi enriquecida nesses elementos, já os
pontos abaixo da isócona são os elementos que saíram o que significa que e a rocha alterada é mais
empobrecida nesses elementos em relação a rocha de referência.
As equações abaixo são utilizadas para determinar as perdas e ganhos relativos dos
componentes considerando elemento, massa ou volume constante.
Se for considerado um elemento constante, como por exemplo, o alumínio, a equação será:
(ΔCi/Ci) = (COAl2O3 / CA
Al2O3)(CiA/CiO) - 1 (4)
Se for considerado massa constante a equação será:
(ΔCi/Ci) = (CiA/CiO) - 1 (5)
No caso onde o volume é considerado constante a equação é:
(ΔCi/Ci) = (ρA/ρO)(CiA/CiO) - 1 (6)
Sendo ρA, ρO as densidades das amostras A e O.
6.2 CÁLCULO DE BALANÇO DE MASSA
Como o método de Grant (1986) foi aprimorado do método de Gresens (1967) os cálculos
foram realizados pelo método da isócona de Grant (1986) considerando massa, volume e um elemento
constante, neste caso o alumínio.
A determinação da densidade aparente de amostras selecionadas foi realizada por meio da
balança hidrostática (razão entre o peso da amostra no ar e dentro d’água) no Laboratório de
Geoquímica Ambiental (LGqA) do DEGEO-UFOP. O Fe2O3 foi recalculado como FeO total e as
análises foram normalizadas para base anidra. Na tabela 6.1 encontra-se a composição química das
rochas utilizadas no balanço de massa.
Como visto no capítulo 5 as rochas estudadas possuem maior afinidade com rochas
komatiíticas, que podem ser o seu possível protólito. Para determinar o possível protólito das rochas
estudadas e o grau de metassomatismo selecionou-se o Komatiito de Abitibi (Abi) como rocha de
referência para cálculo do balanço de massa. A escolha da rocha de referência, que deve corresponder
à composição que a rocha alterada tinha originalmente, é de suma importância para garantir a
confiabilidade dos resultados dos cálculos de balanço de massa. Os cálculos foram realizados para os
seguintes pares de rocha:
Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...
72
1)- Rocha menos metamorfizada de uma região, isto é, com minerais ígneos preservados, foi
comparada com as mais alteradas desta mesma região já que estas, por se encontrarem no mesmo
contexto geológico, devem ter-se derivado da primeira.
a)- Espinélio metaperidotito (GB-AM-3) versus Tremolita-clorita-serpentina granofels (GB-
AM-2).
b)- Metaperidotito (GB-LA-32) versus Esteatito (GB-LA-49B).
2)- Rochas de uma região onde não se encontraram litotipos menos metamorfizados foram
comparados com a rocha de referência Komatiito de Abitibi.
c)- Komatiito (Abi) versus Metakomatiito (SPF).
3)- Rochas menos metamorfizadas foram comparadas com o Komatiito de Abitibi para
verificar se há grandes discrepâncias químicas entre elas.
d)- Komatiito peridotítico (Kom-2) versus Espinélio metaperidotito (GB-AM-3).
6.3 RESULTADOS
No método de Grant (1986) é possível considerar três hipóteses onde volume, massa ou um
elemento são considerados constantes (equações 4, 5 e 6). Na figura 6.1 são apresentados os diagramas
de isóconas e nas tabelas 6.2, 6.3 e 6.4, as tabelas com os resultados.
As discussões dos balanços de massa levaram em consideração principalmente os óxidos mais
abundantes (SiO2, FeO, MgO e CaO). Os óxidos que ocorrem em teores muito baixos, inferiores a 1%
(MnO, TiO2, Na2O, K2O), não foram levados em conta porque mesmo entre as rochas ultramáficas já
ocorrem variações nas suas concentrações de tal ordem (0 a 0,5% peso), que a interpretação do
balanço de massa pode sugerir uma mobilidade irreal.
1) Litotipos da mesma região
Amarantina
Na região de Amarantina foram utilizados no balanço de massa o espinélio metaperidotito (GB-AM-3)
como rocha de referência e o tremolita-clorita-serpentina granofels (GB-AM-2) como litotipo mais
alterado. Estas rochas encontram-se localmente próximas e provavelmente o tremolita-clorita-
serpentina granofels (GB-AM-2) represente um estágio mais avançado da transformação metamórfica
e metassomática do espinélio metaperidotito (GB-AM-3).
73
Tabela 6.1- Composição química de elementos maiores dos litotipos selecionados para os cálculos de balanço de massa.
Rocha Komatiito peridotítico* Komatiito
Abitibi**
Espinélio
metaperidotito
Tremolita-clorita-
serpentina
granofels
Metaperidotito Esteatito Metakomatiito
Amostra Kom-2 Abi GB-AM-3 GB-AM-2 GB-LA-32 GB-LA-49B SPF
SiO2 44,0 45,9 49,34 44,09 47,49 55,84 48,19
TiO2 0,27 0,35 0,14 0,33 0,27 0,1 0,24
Al2O3 5,27 6,49 4,92 6,7 4,14 3,49 6,27
FeOt 10,95 10,8 7,41 13,87 12,09 6,36 9,25
MnO 0,22 0,19 0,13 0,15 0,17 0,04 0,15
MgO 32,5 29,2 29,53 27,63 31,76 32,67 28,12
CaO 5,48 6,25 6,97 4,01 2,2 0,2 6,18
Na2O 0,01 0,22 0,41 0,44 0,22 0,04 0,31
K2O 0,01 0,08 0,06 0,05 0,05 0,01 0,06
Total 98,71 99,48 98,91 97,27 98,39 98,75 98,77
Densidade 3,00 3,00 2,96 2,83 2,98 2,84 2,89
* Naldrett & Turner (1977) in Naldrett & Cabri, (1976).
** Sun & Nesbitt (1978) (ambos in Arndt et al., 2008).
FeOt = Todo o Fe calculado como FeO.
Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...
74
Os resultados para massa e volume constantes são praticamente idênticos e,
consequentemente, as isóconas de massa e volume (Figura 6.1A) estão sobrepostas.
Na figura 6.1A observa-se pouca variação dos elementos, pois estes se localizam próximos às
isóconas de massa e volume. O ponto que representa o MgO está praticamente sobre a as isóconas de
massa e volume, portanto, este óxido apresentou pequena variação durante a transformação
metamórfica, de -0,3 a 0,0 (% peso/100g) (ver também tabela 6.2). Postula-se que, no processo de
serpentinização, costuma haver perda de SiO2 e, quanto ao MgO, este pode ser adicionado ou manter-
se constante (Bailey et al. 1964, in Gresens 1967, Shervais et al 2005). O resultado encontrado está
coerente com os autores citados, pois houve leve perda de SiO2 e o não houve mudança no MgO para
massa constante. Bailey et al (1964, in Gresens 1967) ainda afirmam que, quando o MgO permanece
constante, há saída de CaO, tal como se verifica para estes litotipos.
Na a isócona de Al constante observa-se um empobrecimento, em pequena escala, em todos os
elementos, exceto TiO2 e FeOt. O Ti é normalmente um elemento imóvel, neste caso foi concentrado
porque os demais elementos foram retirados. O Fe teve comportamento semelhante.
Lamim
Rochas mais alteradas que afloram em Lamim como esteatitos e serpentinitos já haviam sido
descritos por Jordt-Evangelista & Silva (2005) como sendo originadas de rochas ultramáficas da
região. Neste trabalho selecionou-se o metaperidotito (GB-LA-32) e o esteatito (GB-LA-49B), rocha
possivelmente gerada de litotipos mais preservados como o metaperidotito (GB-LA-32).
Há uma tendência de variações semelhantes para os principais óxidos, a saber, SiO2, FeO,
MgO e CaO, nos resultados baseados nos três cálculos (Figura 6.1B e Tabela 6.2). Foram subtraídos
FeO e CaO. O SiO2 aumentou e MgO permaneceu constante ou aumentou no caso do balanço de
massa baseado na constância do Al. Essas modificações são coerentes com a variação mineralógica,
em que a rocha original, que continha olivina (e, provavelmente, piroxênios) foi transformada em
esteatito. Como talco não contem Ca e nem Fe, é de se esperar a retirada destes elementos no processo
de metamorfismo metassomático. O Mg não sofreu grandes modificações pois o talco é um mineral
magnesiano. Por outro lado, um aumento de sílica é o resultado da esteatitização da olivina, que é um
mineral insaturado em sílica.
Segundo Roeser (1987) no processo de esteatitização costuma haver entrada de sílica e intenso
intercâmbio de outros elementos entre a rocha ultramáfica e sua encaixante mais silicosa.
1) Rocha de referência comparada com litotipo mais metamorfizado
Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p.
75
Na região de Rio Manso não foram encontradas rochas com minerais ígneos preservados,
portanto optou-se por comparar o metakomatiito (SPF) com o komatiito (Abi), rocha cujas análises
foram retiradas da literatura e que foi caracterizada no capítulo 5 como uma das mais semelhantes
quimicamente aos litotipos deste trabalho.
De acordo com os resultados do balanço de massa (Figura 6.1 C e Tabela 6.3) a maioria dos
elementos não apresentam variação ou apresentam um variação pequena de 0,1 (% peso/100g), como
MgO, CaO, SiO2 e Al2O3. Portanto o metakomatiito SPF preserva as características primárias de
komatiitos inalterados. Conforme mostrado no Capítulo 5, muitas das rochas metaultramáficas
estudadas com minerais ígneos preservados têm composição semelhante ao metakomatiito SPF, o que
corrobora a interpretação de que o magma das rochas deste estudo é de natureza komatiitica.
2) Rocha de referência comparada com litotipo mais preservado
O espinélio metaperidotito (GB-AM-3) foi comparado com o komatiito peridotítico de
Yakabindie (Kom-2). Esta comparação visa averiguar se as rochas peridotíticas deste estudo, que
sofreram somente incipiente metamorfismo e, portanto, deveriam preservar grandemente a
composição química original, apresentam ou não uma composição comparável com a de komatiitos.
Verifica-se uma razoável similaridade para as três isóconas da Figura 6.1D, tal como
verificado na comparação do metakomatiito SPF com o komatiito de Abitibi (Figura 6.1C).
Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...
76
Tabela 6.2- Perdas e ganhos calculados em (% peso/100g) para as reações (A) Espinélio
metaperidotito (GB-AM-3) versus Tremolita-clorita-serpentina granofels (GB-AM-2). (B)
Metaperidotito (GB-LA-32) versus Esteatito (GB-LA-49B) pelo método de Grant (1986).
Elementos (%) peso
(A) Espinélio metaperidotito (GB-AM-3) versus Tremolita-clorita-serpentina
granofels (GB-AM-2)
(B) Metaperidotito (GB-LA-32) versus Esteatito (GB-LA-49B)
Alumínio cte.
Massa cte.
Volume cte. Alumínio cte. Massa cte. Volume cte.
SiO2 -0,3 -0,1 -0,1 0,4 0,2 0,1 TiO2 0,7 1,4 1,3 -0,6 -0,6 -0,6 Al2O3 0,0 0,4 0,4 0,0 -0,2 -0,2 FeO 0,4 0,9 0,9 -0,4 -0,5 -0,5 MnO -0,2 0,2 0,1 -0,7 -0,8 -0,8 MgO -0,3 0,0 -0,1 0,2 0,0 0,0 CaO -0,6 -0,4 -0,4 -0,9 -0,9 -0,9 Na2O -0,2 0,1 0,1 -0,8 -0,8 -0,8 K2O -0,4 -0,2 -0,2 0,4 0,2 0,1
Tabela 6.3- Perdas e ganhos calculados em (% peso/100g) para as reações (C) Komatiito (Abi) versus
Metakomatiito (SPF). (D) Komatiito peridotítico (Kom-2) versus Espinélio metaperidotito (GB-AM-
3) pelo método de Grant (1986).
Elementos (%) peso
(C) Komatiito (Abi) versus Metakomatiito (SPF)
(D) Komatiito peridotítico (Kom-2) versus Espinélio metaperidotito (GB-
AM-3)
Alumínio cte. Massa cte. Volume cte. Alumínio cte. Massa cte. Volume
cte. SiO2 0,1 0,1 0,0 0,2 0,1 0,1 TiO2 -0,3 -0,3 -0,3 -0,4 -0,5 -0,5 Al2O3 0,0 0,0 -0,1 0,0 -0,1 -0,1 FeO -0,1 -0,1 -0,2 -0,3 -0,3 -0,3 MnO -0,2 -0,2 -0,2 -0,4 -0,4 -0,4 MgO 0,0 0,0 -0,1 0,0 -0,1 -0,1 CaO 0,0 0,0 0,0 0,4 0,3 0,2 Na2O 0,5 0,4 0,4 43,0 39,9 38,5 K2O -0,2 -0,2 -0,3 5,4 5,0 4,8
77
Figura 6.1- Diagrama de isóconas para alumínio, volume, e massa constantes segundo o método de Grant (1986). A -Espinélio metaperidotito (GB-AM-3) versus
Tremolita-clorita-serpentina granofels (GB-AM-2). B -Metaperidotito (GB-LA-32) versus Esteatito (GB-LA-49B). C - Komatiito (Abi) versus Metakomatiito (SPF).
D - Komatiito peridotítico (Kom-2) versus Espinélio metaperidotito (GB-AM-3).
Alumíni
o cte
Volume cte
Massa cte
Co (Espinélio metaperidotito (GB-AM-3))Ca
(Tre
mol
ita-c
lorit
a-se
rpen
tina
gran
ofel
s (G
B-A
M-2
))
60,050,040,030,020,010,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
0,0 Isócona
Isócona
alumínio cte
volume cte
massa cteCo (Metaperidotito (GB-LA-32))
Ca
(Est
eatit
o (L
a-49
B))
60,050,040,030,020,010,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
0,0
Isócona
Isócona
Isócona
SiO2
Al2O3
FeOt*
50TiO2
100MnO
MgO
CaO
50Na2O
100K2O
alumínio cte
volume cte
massa cteCo (Komatiito (Abi))
Ca
(Met
akom
atiit
o (S
PF)
)
60,050,040,030,020,010,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
0,0
Isócona
Isócona
Isócona
SiO2
Al2O3
FeOt*
50TiO2
100MnO
MgO
CaO
50Na2O
100K2O
alumínio cte
volume cte
massa cteCo ( Komatiito Peridotítico (Kom-2))C
a (E
spin
élio
met
aper
idot
ito (G
B-A
M-3
))
60,050,040,030,020,010,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
0,0
Isócona
Isócona
Isócona
Isócona
SiO2
Al2O3
FeOt*
50TiO2
100MnO
MgO
CaO
50Na2O
100K2O
SiO2
Al2O3
FeOt*
50TiO2
100MnO
MgO
CaO
50Na2O
100K2O
Ganhos
Perdas
Ganhos
Perdas
Ganhos
Perdas
Ganhos
Perdas
Alumínio cte
Volume cte
Massa cte
Alumínio cteVolume cte
Massa cte
Alumínio cte
Volume cte
Massa cte
alumínio cte
volume cte
massa cte
A B
C D
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78
CAPÍTULO 7 DISCUSSÃO E CONCLUSÃO
As rochas ultramáficas escolhidas para este trabalho formam um acervo impar na contribuição
ao entendimento da geologia do QF, pois, por não terem sido completamente metamorfizadas, são de
grande importância para estudos petrogenéticos. A comparação com metaultramáficas totalmente
metamorfizadas como serpentinitos e esteatitos, muito mais comuns na região, visou verificar se elas
também poderiam pertencer ao greenstone belt Rio das Velhas.
As rochas estudadas apresentam minerais ígneos preservados, dos quais olivina é o mais
abundante. A textura granular e o tamanho dos minerais como olivina, piroxênio e espinélio indicam
que estas rochas são de origem plutônica isto é, que não se trata de derrames de komatiito que se
caracterizam pela textura spinifex, conforme apresentados pelos metakomatiitos encontrados
localmente no QF.
De acordo com os resultado obtidos pelas análises químicas e diagramas geoquímicos as
rochas analisadas possuem teores de MgO > 18% em peso e de TiO2 < 0,9, critérios adotado por Arndt
& Nisbett (1982) para caracterizar komatiitos. A razão CaO/Al2O3 varia de 0,06 a 2,73, não se
concentrando no intervalo entre 0,8 a 1,0 para a suíte komatiitica segundo critério de Viljoen &
Viljoen (1969) e Arndt & Nisbett (1982). Essa variação ocorre porque os litotipos cujas razões
CaO/Al2O3 são muito baixas são mais ricas em clorita (e, portanto, em Al). As rochas com razões altas
apresentam volume de carbonato e tremolita mais elevado, isto é, teor mais elevado de CaO. Quanto à
razão Al2O3/TiO2, a maioria das amostras com olivina preservada tem valores próximos ou superiores
a 20,4, que caracteriza a suíte de komatiitos não-desfalcados em alumínio de Nesbitt (1979) e Beswick
(1982). Em diagramas discriminantes FeOt+TiO2 - Al2O3 - MgO de Jensen (1976) e (MgO-CaO-
Al2O3) de Viljoen & Viljoen (1969) observou-se que os litotipos caem no campo dos peridotitos
komatiíticos.
O balanço de massa foi realizado para comparar as rochas mais preservadas com as mais
metamorfizadas e com litotipos da literatura. Quando rochas da mesma região são comparadas, os
resultados mostram que ocorrem processos comuns de metamorfismo metassomático. Nos litotipos de
Amarantina selecionou-se um espinélio metaperidotito que foi comparado com um tremolita-clorita-
serpentina granofels. O resultado mostra que houve serpentinização com leve perda de SiO2 e que o
MgO manteve-se constante. Para os litotipos de Lamim selecionou-se um metaperidotito e um
esteatito. Verificou-se que no processo de esteatitização houve aumento de sílica, provavelmente
oriunda da encaixante gnáissica e introduzida por fluidos aquosos circulantes, o que levou à
eliminação da insaturação em sílica do peridotito. Houve saída de CaO e FeO pois neste processo não
Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ...
80
há formação de nenhum mineral rico nestes elementos. O MgO não apresentou grandes modificações
pois o talco é um mineral magnesiano. O metakomatiito da região de Rio Manso foi comparado com
um komatiito de Abitibi, cuja composição foi retirada da literatura. De acordo com os resultados do
balanço de massa a maioria dos elementos não apresenta variação ou apresentam uma variação
pequena, o que mostra que a composição química do metakomatiito não sofreu modificações
substanciais durante o metamorfismo.
Os resultados deste trabalho permitem concluir que a maior parte das rochas ultramáficas
estudadas provavelmente corresponde à porção plutônica do magmatismo que deu origem ao Grupo
Nova Lima, que é a unidade basal do greenstone belt arqueano Rio das Velhas. Ao atravessar a crosta
primitiva gnáissica parte do magma gerador das rochas ultramáficas vulcânicas komatiiticas pode ter
preenchido condutos, fraturas ou formado corpos de pequeno porte, cristalizando-se como rocha
plutônica. A transformação metamórfica somente parcial em talco, serpentinas, anfibólios e/ou
carbonatos, que contrasta com a esteatitização ou serpentinização completa da maior parte das rochas
ultramáficas encontradas no QF, decorre do aporte insuficiente de fluidos aquosos durante o
metamorfismo que deve ter acontecido no ciclo tectonometamórfico Transamazônico.
A possibilidade destas rochas não serem arqueanas, isto é, não pertencerem ao greenstone belt
Rio das Velhas, mas a um magmatismo ultramáfico mais jovem, o que possibilitaria a preservação de
parte da mineralogia ígnea, é pouco provável para a maioria dos corpos estudados. A esta dedução se
chega pelo fato das rochas se encontrarem em áreas do embasamento gnáissico e não nas áreas das
supracrustais, especialmente as de Amarantina, que ocorrem na região central do QF. Além disso,
todos os corpos apresentam-se pelo menos parcialmente metamorfizados, inclusive com porções
totalmente alteradas em minerais metamórficos, conforme é comum nas ultramáficas do supergrupo
Rio das Velhas. Infelizmente a datação geocronológica destas rochas, que poderia confirmar a idade
arqueana, não pode ser realizada com os métodos convencionais pela inexistência de minerais
adequados.
Uma exceção entre as rochas estudadas constitui o metaharzburgito de Barra Longa, que, por
se localizar a leste, longe do QF e dentro de um complexo granulítico, não pertence ao SG Rio das
Velhas. A composição química, muito magnesiana, destoante das demais ultramáficas estudadas,
corrobora esta interpretação.
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Anexos Anexo I – Tabela contendo a localização geográfica e denominação das litotipos estudados. Anexo II – Análise modal da lâminas delgadas.
Anexo III – Análise modal da lâmina descrita por Medeiros Júnior (2009). Anexo IV – Lista de abreviaturas dos minerais
Anexo V – Tabelas contendo dados de MSE Anexo VI – Tabelas contendo dados de MEV-EDS
Anexo VI – Tabela contendo dados de química de rocha total obtidos via Fluorescência de Raios-X.
Anexo VII - Tabela contendo dados de química de rocha total obtidos via ICP-OES
Anexo I LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA E DENOMINAÇÃO DOS LITOTIPOS
Ponto Lâmina Coordenadas Local Rocha UTM-E UTM-N 1 GB-AM-1 634096 7753143 Amarantina Metaperidotito
2 GB-AM-2 634045 7753165 Amarantina Tremolita-clorita-serpentina granofels
3 GB-AM-3 635866 7754511 Amarantina Espinéliometaperidotito 4 GB-AM-6 635745 7754590 Amarantina Metaperidotito 5 GB-LA-24 661639 7701772 Lamim Metaperidotito 6 GB-LA-25 661243 7702150 Lamim Metaperidotito 7 GB-LA-32 661180 7702052 Lamim Metaperidotito 8 GB-LA-33 661088 7702094 Lamim Metaperidotito 9 GB-LA-37 660227 7704835 Lamim Tremolitito
10 GB-LA-38A 660149 7704896 Lamim Clorita Xisto
11 GB-LA-38B 660149 7704896 Lamim Serpentinito
12 GB-LA-39A 660078 7704860 Lamim Antofilita- clorita-tremolita
granofels 13 GB-LA-39B 660078 7704860 Lamim Clorita Xisto 14 GB-LA-44 662524 7708005 Lamim Esteatito 15 GB-LA-47 662059 7707606 Lamim Tremolitito 16 GB-LA-48 661977 7708011 Lamim Serpentinito
17 GB-LA-49A 662739 7708824 Lamim Antofilita-serpentina- tremolita-
clorita granofels 18 GB-LA-49B 662739 7708824 Lamim Esteatito 19 HJ-LAM1 661165 7702043 Lamim Metaperidotito 20 HJ-LAM2 661172 7702086 Lamim Metaperidotito 21 HJ-SO 661154 7702061 Lamim Metaperidotito 22 ME-14 660082 7704890 Lamim Esteatito
23 GB-QE-1A 613805 7708162 Queluzito Antofilita-actinolita-clorita granofels
24 GB-QE-4 613964 7709378 Queluzito Antofilita-clorita -hornblenda granofels
25 GB-QE-5 613733 7705531 Queluzito Metaperidotito 26 GB-LD-60 597444 7683756 Lagoa Dourada Metaperidotito 27 GB-LD-62 597444 7683756 Lagoa Dourada Metaperidotito 28 GB-RM-1 566485 7753152 Rio Manso Metakomatiito 29 SPF 566485 7753152 Rio Manso Metakomatiito
30 OPMR-4 674534 7744955 Mariana Antofilita-clorita-carbonato-talco xisto
31 TG - 37 678294 7734947 Mariana Metaperidotito 32 PAC 697826 775239 Acaiaca Metaharzburgito
Anexo II ANÁLISE MODAL DAS LÂMINAS DELGADAS
AMARANTINA
Amostra Litotipo Esp Ol Opx Tr Hbl Srp Chl Tlc Op GB-AM-1 Metaperidotito - 20 - - 50 15 10 2 3 GB-AM-2 Tremolita-clorita-serpentina granofels - - - 15 - 55 20 5 5 GB-AM-3 Espinéliometaperidotito 7 15 5 33 - 10 5 20 5 GB-AM-6 Metaperidotito - 30 - 10 - 40 10 9 1
LAGOA DOURADA
Amostra Litotipo Ol Tr Srp Chl Tlc Op GB-LD-60 Metaperidotito 30 10 25 30 2 3 GB-LD-62 Metaperidotito 30 10 20 35 2 3
LAMIM
Amostra Litotipo Ol Ant Tr Srp Chl Tlc Cb Op
GB-LA-24 Metaperidotito 15 15 25 15 27 1 1 1 GB-LA-25 Metaperidotito 10 15 18 34 20 1 1 1 GB-LA-32 Metaperidotito 10 15 20 30 20 1 3 1 GB-LA-33 Metaperidotito 15 20 48 5 8 1 2 1 HJ-LAM1 Metaperidotito 15 25 30 5 15 4 5 1 HJ-LAM2 Metaperidotito 20 15 25 5 20 6 8 1 HJ-SO Metaperidotito 25 15 15 15 20 4 4 2 GB-LA-39A
Antofilita- clorita-tremolita granofels - 15 40 10 20 10 - 5
GB-LA-49A
Antofilita-serpentina- tremolita-clorita granofels - 15 15 15 40 10 - 5
GB-LA-37 Tremolitito - - 90 - 9 - - 1 GB-LA-47 Tremolitito - - 95 - 4 - - 1 GB-LA-38A Clorita xisto - - - - 94 - - 6
GB-LA-39B Clorita xisto - - - - 90 - - 10
GB-LA-38B Serpentinito - - - 80 - 19 - 1
GB-LA-48 Serpentinito - - - 75 - 24 - 1 GB-LA-44 Esteatito - - - 13 7 75 4 1 GB-LA-49B Esteatito - - - 5 7 82 3 3
ME-14 Esteatito - - - 15 4 75 5 1
MARIANA
Amostra Litotipo Ol Oam Ant Cam Srp Chl Tlc Cb Op TG-37 Metaperidotito 10 10 - 15 5 20 30 5 5
OPMR-4 Antofilita-clorita-carbonato-talco xisto - - 10 - - 15 40 30 5
QUELUZITO
Amostra Litotipo Ol Ant Act Hbl Srp Chl Tlc Cb Op
GB-QE-1A
Antofilita-actinolita-clorita granofels - 15 35 - 2 45 - 1 2
GB-QE-4 Antofilita-clorita -hornblenda granofels - 20 - 30 2 25 15 5 3
GB-QE-5 Metaperidotito 20 45 - - 2 20 12 - 1
RIO MANSO
Amostra Litotipo Cam Srp Chl Tlc Cb Op SPF Metakomatiito* 20 15 25 35 5 5
GB-RM-1 Metakomatiito* - 77 10 3 5 5
Anexo III ANÁLISE MODAL DA LÂMINA DELGADA DESCRITA POR MEDEIROS
JÚNIOR(2009)
BARRA LONGA
Amostra Litotipo Ol Opx Oam Srp Tlc Chl Cb Op
PAC Metaharzburgito 25 50 4 5 3 3 2 8
Anexo IV LISTA DE ABREVIATURA DOS MINERAIS
Act –Actinolita
Ant - Antofilita
Ar-Arita
Br- Breithauptita
Cam – Clinoanfibólio
Cb - Carbonato
Chl– Clorita
Esp – Espinélio
Hbl –Hornblenda
Oam – Ortoanfibólio
Ol - Olivina
Op - Opacos
Opx – Ortopiroxênio Ptl - Pentlandita
Px – Piroxênio
Srp - Serpentina
Tlc – Talco
Tr - Tremolita
Anexo V DADOS DE MSE
GB-AM-1
Olivina Ol1 Ol2 Ol3 Ol4 Ol5 Ol6 Ol7
SiO2 38,22 38,13 39,40 37,95 38,17 38,35 38,43 Al2O3 0,01 0,02 0,55 0,01 0,00 0,05 0,00 TiO2 0,00 0,00 0,03 0,00 0,00 0,03 0,00 FeO 19,67 20,41 19,45 22,29 18,35 18,84 19,24 MgO 41,47 40,88 38,95 39,99 43,91 42,76 42,91 CaO 0,01 0,02 0,01 0,00 0,04 0,01 0,02
Na2O 0,00 0,01 0,01 0,01 0,03 0,01 0,00 K2O 0,00 0,00 0,00 0,01 0,02 0,00 0,00 MnO 0,65 0,79 0,85 0,79 0,40 0,59 0,47
Cr2O3 0,02 0,00 0,03 0,01 0,00 0,05 0,00 ZnO 0,03 0,00 0,01 0,00 0,04 0,02 0,00 NiO 0,31 0,35 0,17 0,27 0,34 0,30 0,25 Cl 0,03 0,01 0,01 0,02 0,00 0,00 0,00 F 0,15 0,00 0,00 0,00 0,05 0,00 0,01 Si 1,00 0,99 1,02 0,98 0,98 0,99 0,99 Al 0,00 0,00 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00 Ti 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Fe2 0,42 0,45 0,42 0,48 0,38 0,40 0,40 Mn 0,01 0,02 0,02 0,02 0,01 0,01 0,01 Mg 1,57 1,54 1,50 1,54 1,64 1,60 1,60 Ca 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Na 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 K 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Ni 0,01 0,01 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 Cr 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Zn 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
CCl 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 CF 0,02 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00
GB-AM-1 Anfibólio
Anf1 Anf2 Anf3 Anf4 Anf5 Anf6 Anf7 SiO2 51.74 52.46 51.21 51.76 52.22 53.27 52.02 TiO2 0.41 0.36 0.51 0.42 0.39 0.27 0.41
Al2O3 7.11 6.29 7.53 7.00 6.91 5.78 6.97 FeO 4.99 5.09 5.13 4.91 4.91 4.64 5.06
Cr2O3 0.30 0.43 0.39 0.40 0.39 0.13 0.17
MnO 0.09 0.20 0.12 0.10 0.11 0.16 0.11 MgO 19.98 20.19 19.61 19.96 19.92 20.65 19.78 CaO 11.92 11.76 11.85 11.86 11.79 11.86 11.77
Na2O 0.70 0.50 0.69 0.63 1.06 0.42 0.59 K2O 0.24 0.21 0.25 0.23 0.24 0.19 0.21
F 0.04 0.00 0.15 0.12 0.02 0.18 0.01 Cl 0.02 0.00 0.00 0.00 0.01 0.01 0.00
Total 97,24 97,06 97,05 96,99 97,58 97,43 96,93 O_F_Cl 0,02 0,00 0,06 0,05 0,01 0,08 0,00
O_F 0,02 0,00 0,06 0,05 0,01 0,08 0,00 O_Cl 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 ZnO 0.00 0.00 0.00 0.03 0.03 0.00 0.00 NiO 0.10 0.06 0.11 0.11 0.10 0.10 0.10 TSi 7,16 7,25 7,11 7,18 7,22 7,34 7,22 TAl 0,84 0,75 0,89 0,83 0,78 0,66 0,78
TFe3 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 TTi 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Sum_T 8,00 8,00 8,00 8,00 8,00 8,00 8,00 CAl 0,32 0,27 0,34 0,32 0,35 0,28 0,36 CCr 0,03 0,05 0,04 0,04 0,04 0,01 0,02
CFe3 0,31 0,31 0,31 0,30 0,28 0,28 0,29 CTi 0,04 0,04 0,05 0,04 0,04 0,03 0,04
CMg 4,12 4,16 4,06 4,13 4,11 4,24 4,09 CFe2 0,17 0,16 0,18 0,17 0,17 0,15 0,19 CMn 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 CCa 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Sum_C 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 BMg 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 BFe2 0,10 0,11 0,10 0,11 0,11 0,11 0,11 BMn 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 BCa 1,77 1,74 1,76 1,76 1,75 1,75 1,75 BNa 0,09 0,07 0,09 0,08 0,13 0,06 0,08
Sum_B 1,97 1,93 1,97 1,96 2,00 1,92 1,95 ACa 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 ANa 0,10 0,07 0,09 0,09 0,15 0,06 0,08 AK 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,03 0,04
Sum_A 0,14 0,11 0,14 0,13 0,19 0,09 0,12 Sum_cat 15,11 15,03 15,10 15,08 15,19 15,01 15,06
CCl 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 CF 0,02 0,00 0,07 0,05 0,01 0,08 0,00
Sum_oxy 22,95 22,92 22,95 22,94 23,02 22,92 22,96
GB-AM-1 Clorita
Chl1 Chl2 Ch3 SiO2 35.34 32.56 32.23 TiO2 0.00 0.03 0.03
Al2O3 11.35 15.01 15.63 Cr2O3 0.33 0.97 0.35
FeO 5.67 6.11 6.19 Fe2O3
MnO 0.09 0.04 0.09 MgO 33.07 31.98 31.51 CaO 0.00 0.00 0.01
Na2O 0.00 0.03 0.00 K2O 0.01 0.03 0.03
F 0.06 0.01 0.00 Cl 0.01 0.01 0.01
Total * * * O_F_Cl 0,03 0,01 0,00
O_F 0,03 0,00 0,00 O_Cl 0,00 0,00 0,00
CTotal * * * ZnO 0.02 0.00 0.00 NiO 0.17 0.17 0.18 Si 6,81 6,25 6,23
AlIV 1,20 1,75 1,78 Ti 0,00 0,00 0,00
Fe3 0,00 0,00 0,00 Fe2 0,91 0,98 1,00 Cr 0,05 0,15 0,05 Mn 0,02 0,01 0,02 Mg 9,49 9,15 9,07 Ca 0,00 0,00 0,00 Na 0,00 0,01 0,00 K 0,00 0,01 0,01
Cations 17,00 18,00 19,00 CF 0,07 0,01 0,00 CCl 0,01 0,01 0,01 OH 0,00 0,00 0,00 O 28,00 28,00 28,00
Fe_FeMg 0,00 0,00 0,10 Mg_FeMg 1,00 1,00 0,90
Zn 0,00 0,00 0,00 Ni 0,03 0,03 0,03
Al 2,57 3,39 3,56 AlVI 1,38 1,64 1,79
GB-AM-1 Magnetita
Mag1 Mag2 Mag3 Mag4 SiO2 0.01 0.08 0.07 0.03 TiO2 2.64 2.12 2.68 2.50
Al2O3 0.14 0.14 0.15 0.10 Cr2O3 14.82 11.48 15.84 16.38
FeO 74.09 79.37 71.53 72.28 MnO 0.87 0.64 0.95 0.93 MgO 0.55 0.41 0.47 0.51 CaO 0.00 0.00 0.00 0.00
Na2O 0.01 0.02 0.01 0.02 K2O 0.00 0.01 0.03 0.03 Total 93,13 94,27 91,73 92,78 ZnO 0.23 0.19 0.32 0.28 NiO 0.24 0.19 0.10 0.10 Cl 0.00 0.01 0.00 0.00 F 0.00 0.00 0.00 0.00 Si 0,00 0,03 0,03 0,01 Al 0,06 0,06 0,07 0,04 Ti 0,74 0,60 0,76 0,70
Fe2 23,14 24,97 22,55 22,56 Cr 4,37 3,41 4,72 4,83 Mn 0,28 0,20 0,30 0,29 Mg 0,31 0,23 0,26 0,28 Ca 0,00 0,00 0,00 0,00 Na 0,01 0,02 0,01 0,01 K 0,00 0,01 0,01 0,01
Cations 27,00 27,00 26,00 26,00 OH 0,00 0,00 0,00 0,00 O 32,00 32,00 32,00 32,00 Ni 0,07 0,06 0,03 0,03
CCl 0,00 0,01 0,00 0,00 CF 0,00 0,00 0,00 0,00
GB-AM-1 Ilmenita
Ilm1 SiO2 0.02 TiO2 51.89
Al2O3 0.00
Cr2O3 0.02 FeO 40.74 MnO 3.89 MgO 1.72 CaO 0.02
Na2O 0.00 K2O 0.01 Total 98,31
Si 0,00 Al 0,00 Ti 1,98
Fe2 1,73 Cr 0,00 Mn 0,17 Mg 0,13 Ca 0,00 Na 0,00 K 0,00
Cations 2,00 OH 0,00 O 6,00
GB-AM-3
Olivina Ol1 Ol2 Ol3 Ol4 Ol5 Ol6 Ol7
SiO2 39.91 39.93 39.83 39.88 39.68 40.03 40.04 TiO2 0.02 0.00 0.00 0.00 0.00 0.02 0.00
Al2O3 0.00 0.02 0.02 0.00 0.00 0.02 0.03 FeO 15.04 14.26 14.26 14.40 16.33 14.15 15.65 MnO 0.25 0.20 0.20 0.17 0.22 0.20 0.15 MgO 45.27 45.80 45.80 46.29 46.11 46.81 45.65 CaO 0.01 0.01 0.01 0.04 0.00 0.01 0.01
Na2O 0.01 0.00 0.00 0.00 0.02 0.01 0.01 K2O 0.00 0.01 0.01 0.00 0.01 0.00 0.00 NiO 0.17 0.14 0.14 0.22 0.23 0.17 0.24 Total 100,68 100,37 100,27 101,00 102,60 101,42 101,78
Cr2O3 0.00 0.01 0.01 0.01 0.00 0.00 0.03 ZnO 0.01 0.01 0.01 0.00 0.01 0.00 0.00 Cl 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.01 F 0.05 0.00 0.00 0.06 0.00 0.00 0.05 Si 1,00 1,00 0,99 0,99 0,98 0,99 0,99 Al 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Ti 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Fe2 0,31 0,30 0,30 0,30 0,34 0,29 0,32 Mn 0,01 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 Mg 1,68 1,70 1,71 1,71 1,70 1,72 1,68 Ca 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Na 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 K 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Ni 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,01
Cations 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 Fe_FeMg 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Mg_FeMg 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
CCl 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 CF 0,01 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,01 Cr 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Zn 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Fo 0,84 0,85 0,85 0,85 0,83 0,86 0,84
GB-AM-3 Piroxênio
Px1 Px2 SiO2 57.06 56.87 TiO2 0.04 0.04
Al2O3 0.52 0.45 FeO 9.67 10.07
GB-AM-3 Espinélio
Esp1 Esp2 Esp3 Esp4 Esp5 SiO2 0.02 0.02 0.02 0.02 0.02 TiO2 0.02 0.03 0.02 0.00 0.05
Al2O3 62.88 62.35 64.02 61.49 60.46 Cr2O3 3.01 2.89 2.90 4.63 5.63
FeO 15.75 17.34 15.11 16.22 18.96 MnO 0.12 0.10 0.11 0.14 0.13 MgO 17.46 16.01 17.98 16.41 15.17 CaO 0.00 0.03 0.00 0.01 0.00
Na2O 0.01 0.00 0.01 0.02 0.03 K2O 0.00 0.02 0.00 0.01 0.00 Total 99,27 98,79 100,17 98,95 100,45 ZnO 0.18 0.22 0.22 0.27 0.37 NiO 0.30 0.25 0.23 0.26 0.22 Cl 0.00 0.01 0.01 0.00 0.00 F 0.00 0.06 0.12 0.00 0.00 Si 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Al 15,34 15,40 15,41 15,16 14,92 Ti 0,00 0,01 0,00 0,00 0,01
Fe2 2,73 3,04 2,58 2,84 3,32 Cr 0,49 0,48 0,47 0,77 0,93 Mn 0,02 0,02 0,02 0,03 0,02 Mg 5,39 5,00 5,48 5,12 4,74 Ca 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 Na 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 K 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00
Cations 22,00 23,00 22,00 22,00 21,00 OH 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 O 32,00 32,00 32,00 32,00 32,00 Zn 0,03 0,03 0,03 0,04 0,06 Ni 0,05 0,04 0,04 0,04 0,04
CCl 0,00 0,01 0,01 0,00 0,00 CF 0,00 0,08 0,16 0,00 0,00
Fe2O3 Cr2O3 0.02 0.11 MnO 0.22 0.27 NiO 0.00 0.00 MgO 32.88 33.09 CaO 0.17 0.19
Na2O 0.02 0.02 K2O 0.02 0.03 ZnO 0.00 0.00 Cl 0.01 0.01 F 0.00 0.16
TSi 1,98 1,97 TAl 0,02 0,02
M1Al 0,00 0,00 M1Ti 0,00 0,00 M1Cr 0,00 0,00 M1Mg 1,00 1,00 M2Mg 0,70 0,71 M2Fe2 0,28 0,29 M2Mn 0,01 0,01 M2Ca 0,01 0,01 M2Na 0,00 0,00 M2K 0,00 0,00
Sum_cat 4,00 4,00 Ca 0,32 0,35 Mg 85,29 84,78
Fe2_Mn 14,40 14,87 JD1 0,08 0,00 AE1 0,03 0,13
CFTS1 0,00 0,02 CTTS1 0,05 0,05 WO1 0,27 0,28 EN1 85,47 85,01 FS1 14,10 14,51 Q 1,99 2,00 J 0,00 0,00
WO 0,32 0,35 EN 85,29 84,78 FS 14,40 14,87
WEF 99,87 99,87 JD 0,14 0,00 AE 0,00 0,00
GB-AM-3 Anfibólio
Anf1 Anf2 Anf3 Anf4 SiO2 53.88 56.24 55.21 56.69 TiO2 0.31 0.16 0.23 0.14
Al2O3 4.74 2.32 3.89 2.33 FeO 3.62 3.28 3.70 3.57
Cr2O3 0.22 0.24 0.14 0.18 MnO 0.11 0.05 0.12 0.07 MgO 21.73 22.37 21.95 22.46 CaO 11.67 11.61 11.89 11.70
Na2O 0.59 0.23 0.51 0.32 K2O 0.09 0.08 0.06 0.05
F 0.09 0.18 0.10 0.09 Cl 0.02 0.00 0.00 0.01
Total 96,85 96,52 97,66 97,43 O_F_Cl 0,04 0,08 0,04 0,04
O_F 0,04 0,08 0,04 0,04 ZnO 0.00 0.00 0.00 0.01 NiO 0.04 0.04 0.01 0.03 TSi 7,42 7,74 7,55 7,74 TAl 0,58 0,26 0,45 0,26
TFe3 0,00 0,00 0,00 0,00 TTi 0,00 0,00 0,00 0,00
Sum_T 8,00 8,00 8,00 8,00 CAl 0,19 0,12 0,17 0,12 CCr 0,02 0,03 0,02 0,02
CFe3 0,21 0,19 0,21 0,20 CTi 0,03 0,02 0,02 0,01
CMg 4,46 4,59 4,47 4,57 CFe2 0,09 0,06 0,10 0,08 CMn 0,01 0,00 0,01 0,00 CCa 0,00 0,00 0,00 0,00
Sum_C 5,00 5,00 5,00 5,00 BMg 0,00 0,00 0,00 0,00 BFe2 0,12 0,13 0,11 0,13 BMn 0,01 0,00 0,01 0,00 BCa 1,72 1,71 1,74 1,71 BNa 0,08 0,03 0,07 0,04
Sum_B 1,93 1,88 1,93 1,89 ACa 0,00 0,00 0,00 0,00 ANa 0,08 0,03 0,07 0,04 AK 0,02 0,01 0,01 0,01
Sum_A 0,10 0,05 0,08 0,05 Sum_cat 15,03 14,92 15,01 14,94
CCl 0,01 0,00 0,00 0,00 CF 0,04 0,08 0,04 0,04
Sum_oxy 22,89 22,94 22,93 22,95
GB-AM-3 Clorita
Chl1 Chl2 Chl3 Chl4 Chl5 Chl6 Chl7 SiO2 29,50 29,76 29,59 29,41 29,47 29,49 29,52 TiO2 0,09 0,10 0,14 0,11 0,11 0,15 0,13
Al2O3 20,91 19,99 20,93 20,89 20,72 21,21 21,11 Cr2O3 0,14 0,66 0,28 0,25 0,51 0,47 0,29
FeO 4,84 5,57 4,82 4,47 4,72 4,46 4,77 MnO 0,01 0,00 0,02 0,01 0,00 0,00 0,03 MgO 30,20 30,15 29,70 29,23 30,15 30,12 30,16 CaO 0,01 0,01 0,01 0,02 0,01 0,01 0,03
Na2O 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,03 0,02 K2O 0,00 0,00 0,02 0,02 0,02 0,05 0,01
F 0,05 0,00 0,15 0,00 0,00 0,07 0,00 Cl 0,00 0,02 0,00 0,01 0,02 0,02 0,01
O_F_Cl 0,02 0,00 0,06 0,00 0,00 0,03 0,00 O_F 0,02 0,00 0,06 0,00 0,00 0,03 0,00 O_Cl 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
CTotal * * * * * * * ZnO 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,05 NiO 0,15 0,13 0,16 0,09 0,09 0,10 0,10 Si 5,68 5,73 5,71 5,73 5,68 5,65 5,66
AlIV 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 Sum_T 8,00 8,00 8,00 8,00 8,00 8,00 8,00 AlVI 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
Ti 0,01 0,01 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 Fe3 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Fe2 0,78 0,90 0,78 0,73 0,76 0,72 0,77 Cr 0,02 0,10 0,04 0,04 0,08 0,07 0,04 Mn 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 Mg 8,67 8,65 8,54 8,49 8,66 8,61 8,62 Ca 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 Na 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 K 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 0,00
Cations 17,00 17,00 17,00 17,00 17,00 17,00 17,00 CF 0,06 0,00 0,18 0,00 0,00 0,09 0,00 CCl 0,00 0,01 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 OH 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 O 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00
Fe_FeMg 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Mg_FeMg 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
Zn 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 Ni 0,02 0,02 0,02 0,01 0,01 0,02 0,02
GB-AM-6 Olivina
Ol1 Ol2 Ol3 Ol4 Ol5 Ol6 Ol7 Ol8 SiO2 40.66 39.67 40.35 40.22 39.67 40.16 40.20 40.37 TiO2 0.00 0.00 0.02 0.00 0.00 0.00 0.01 0.00
Al2O3 0.00 0.00 0.01 0.00 0.00 0.01 0.00 0.01 FeO 11.62 13.38 12.30 14.01 14.09 12.60 14.93 12.06 MnO 0.23 0.20 0.22 0.29 0.32 0.25 0.37 0.20 MgO 48.58 46.80 47.93 46.54 46.04 47.51 45.99 47.59 CaO 0.00 0.01 0.00 0.00 0.00 0.00 0.01 0.01
Na2O 0.04 0.02 0.03 0.01 0.04 0.01 0.04 0.01
GB-AM-3 Ilmenita
Ilm1 Ilm2 Ilm3 Ilm4 Ilm5 Ilm6 SiO2 0.00 0.06 0.02 0.01 0.00 0.02 TiO2 51.67 52.43 51.68 52.27 52.50 52.67
Al2O3 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 Cr2O3 0.09 0.10 0.00 0.01 0.13 0.02
FeO 43.19 41.39 42.89 42.71 42.47 41.50 MnO 1.11 1.17 1.04 1.04 1.05 0.88 MgO 2.09 2.13 2.17 1.98 1.91 2.94 CaO 0.01 0.03 0.00 0.00 0.02 0.01
Na2O 0.00 0.04 0.00 0.00 0.00 0.00 K2O 0.00 0.02 0.01 0.00 0.01 0.00 Total 98,16 97,37 97,81 98,02 98,09 98,04 ZnO 0.01 0.01 0.03 0.01 0.00 0.00 NiO 0.02 0.00 0.02 0.00 0.04 0.02 Cl 0.00 0.01 0.00 0.01 0.00 0.00 F 0.19 0.00 0.05 0.00 0.09 0.00 Si 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Al 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Ti 1,98 2,01 1,98 2,00 2,00 2,00
Fe2 1,84 1,76 1,83 1,81 1,80 1,75 Cr 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 Mn 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,04 Mg 0,16 0,16 0,17 0,15 0,14 0,22 Ca 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Na 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 K 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Cations 2,00 3,00 2,00 2,00 3,00 2,00 OH 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 O 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 Zn 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Ni 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
CCl 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 CF 0,06 0,00 0,02 0,00 0,03 0,00
K2O 0.02 0.03 0.00 0.00 0.00 0.00 0.03 0.00 NiO 0.29 0.28 0.36 0.25 0.28 0.27 0.26 0.35 Total 101,44 100,39 101,22 101,32 100,44 100,81 101,84 100,60
Cr2O3 0.00 0.05 0.03 0.01 0.01 0.00 0.00 0.00 ZnO 0.04 0.00 0.03 0.04 0.02 0.03 0.01 0.01 Cl 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.04 0.00 F 0.00 0.08 0.00 0.01 0.00 0.00 0.00 0.00 Si 0,99 0,99 0,99 0,99 0,99 0,99 0,99 1,00
Fe2 0,24 0,28 0,25 0,29 0,29 0,26 0,31 0,25 Mn 0,01 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,00 Mg 1,77 1,74 1,75 1,71 1,71 1,75 1,69 1,75 Na 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 K 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Ni 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01
Cations 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 Fe_FeMg 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Mg_FeMg 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
Cr 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Zn 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
CCl 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 CF 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
GB-AM-6 Anfibólio
Anf1 Anf2 Anf3 Anf4 Anf5 Anf6 Anf7 SiO2 56.68 56.39 56.61 59.24 56.75 56.95 56.97 TiO2 0.16 0.20 0.20 0.00 0.15 0.21 0.25
Al2O3 2.72 3.07 2.64 0.03 3.09 2.44 3.12 FeO 2.29 2.29 2.26 1.79 2.54 2.41 2.29
Cr2O3 0.17 0.14 0.27 0.02 0.47 0.29 0.17 MnO 0.04 0.16 0.08 0.09 0.06 0.07 0.07 MgO 22.70 22.83 23.13 24.08 23.03 23.04 22.95 CaO 12.13 12.16 12.16 12.54 12.14 12.16 11.98
Na2O 0.24 0.24 0.28 0.02 0.15 0.32 0.28 K2O 0.03 0.05 0.05 0.01 0.07 0.05 0.05
F 0.00 0.09 0.00 0.00 0.31 0.00 0.00 Cl 0.00 0.00 0.02 0.01 0.00 0.00 0.02
Total 96,99 97,48 97,43 97,81 98,29 97,65 97,98 O_F_Cl 0,00 0,04 0,00 0,00 0,13 0,00 0,00
O_F 0,00 0,04 0,00 0,00 0,13 0,00 0,00 ZnO 0.01 0.00 0.02 0.00 0.01 0.01 0.00 NiO 0.05 0.14 0.10 0.07 0.06 0.04 0.03 TSi 7,74 7,67 7,69 8,01 7,64 7,73 7,70 TAl 0,26 0,33 0,31 0,00 0,36 0,27 0,30
TFe3 0,00 0,00 0,00 0,02 0,00 0,00 0,00 TTi 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Sum_T 8,00 8,00 8,00 8,03 8,00 8,00 8,00 CAl 0,18 0,16 0,11 0,00 0,13 0,12 0,19
CCr 0,02 0,02 0,03 0,00 0,05 0,03 0,02 CFe3 0,13 0,13 0,13 0,08 0,14 0,14 0,13 CTi 0,02 0,02 0,02 0,00 0,02 0,02 0,03
CMg 4,62 4,63 4,68 4,86 4,62 4,66 4,62 CFe2 0,03 0,03 0,03 0,05 0,03 0,03 0,01 CMn 0,00 0,01 0,01 0,01 0,00 0,00 0,00 CCa 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Sum_C 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 BMg 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 BFe2 0,10 0,10 0,10 0,05 0,11 0,11 0,12 BMn 0,00 0,01 0,01 0,01 0,00 0,00 0,00 BCa 1,78 1,77 1,77 1,82 1,75 1,77 1,73 BNa 0,03 0,03 0,04 0,01 0,02 0,04 0,04
Sum_B 1,91 1,91 1,91 1,88 1,89 1,92 1,90 ACa 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 ANa 0,03 0,03 0,04 0,00 0,02 0,04 0,04 AK 0,01 0,01 0,01 0,00 0,01 0,01 0,01
Sum_A 0,04 0,04 0,05 0,00 0,03 0,05 0,05 Sum_cat 14,95 14,95 14,96 14,91 14,92 14,97 14,94
CCl 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,01 CF 0,00 0,04 0,00 0,00 0,13 0,00 0,00
GB-AM-6
Clorita Chl1 Chl2 Chl3 Chl4
SiO2 31.02 30.80 33.34 33.05 TiO2 0.12 0.11 0.06 0.06
Al2O3 18.28 19.72 15.80 15.51 Cr2O3 1.33 1.08 1.75 1.68
FeO 4.33 4.23 3.50 3.55 MnO 0.01 0.07 0.00 0.02 MgO 31.69 31.84 33.11 32.29 CaO 0.00 0.01 0.01 0.02
Na2O 0.03 0.01 0.03 0.01 K2O 0.01 0.01 0.01 0.02
F 0.00 0.00 0.00 0.02 Cl 0.01 0.01 0.01 0.02
O_F_Cl 0,00 0,00 0,00 0,01 O_F 0,00 0,00 0,00 0,01 O_Cl 0,00 0,00 0,00 0,00
CTotal * * * * ZnO 0.01 0.00 0.03 0.00 NiO 0.21 0.22 0.19 0.31 Si 5,90 5,78 6,25 6,29
AlIV 3,00 3,00 2,00 2,00 Sum_T 8,00 8,00 8,00 8,00 AlVI 1,00 1,00 1,00 1,00
Ti 0,02 0,02 0,01 0,01
Fe3 0,00 0,00 0,00 0,00 Fe2 0,69 0,66 0,55 0,57 Cr 0,20 0,16 0,26 0,25 Mn 0,00 0,01 0,00 0,00 Mg 8,99 8,91 9,26 9,17 Ca 0,00 0,00 0,00 0,00 Na 0,01 0,00 0,01 0,00 K 0,00 0,00 0,00 0,01
Cations 17,00 17,00 18,00 18,00 CF 0,00 0,00 0,00 0,02 CCl 0,01 0,01 0,01 0,01 OH 0,00 0,00 0,00 0,00 O 28,00 28,00 28,00 28,00
Fe_FeMg 0,00 0,00 0,00 0,00 Mg_FeMg 1,00 1,00 1,00 1,00
Zn 0,00 0,00 0,00 0,00 Ni 0,03 0,03 0,03 0,05
GB-LA-33 Olivina
Ol1 Ol2 Ol3 Ol4 SiO2 38.37 38.03 37.78 38.17 TiO2 0.00 0.00 0.00 0.00
Al2O3 0.02 0.01 0.01 0.00 FeO 20.25 21.06 19.97 20.21 MnO 0.25 0.18 0.29 0.22 MgO 39.84 39.82 39.27 39.34 CaO 0.00 0.01 0.02 0.02
Na2O 0.02 0.00 0.07 0.00 K2O 0.01 0.01 0.01 0.00 NiO 0.29 0.24 0.23 0.23 Total 99,17 99,40 97,71 98,23
Cr2O3 0.06 0.00 0.06 0.00 ZnO 0.06 0.04 0.00 0.04
Si 1,00 0,99 1,00 1,00 Al 0,00 0,00 0,00 0,00 Ti 0,00 0,00 0,00 0,00
Fe2 0,44 0,46 0,44 0,44 Mn 0,01 0,00 0,01 0,01 Mg 1,55 1,55 1,55 1,54 Ca 0,00 0,00 0,00 0,00 Na 0,00 0,00 0,00 0,00 K 0,00 0,00 0,00 0,00 Ni 0,01 0,01 0,01 0,01
Cations 1,00 1,00 1,00 2,00 Fe_FeMg 0,00 0,00 0,00 0,00 Mg_FeMg 1,00 1,00 1,00 1,00
Cr 0,00 0,00 0,00 0,00 Zn 0,00 0,00 0,00 0,00
GB-LA-33
Anfibólio - Tremolita Ol1 Ol2 Ol3
SiO2 52.81 56.14 57.95 TiO2 0.31 0.09 0.01
Al2O3 3.82 1.42 0.28 FeO 4.59 8.03 5.23
Cr2O3 0.27 0.11 0.04 MnO 0.06 0.20 0.16 MgO 21.11 23.92 23.75 CaO 11.74 6.40 9.57
Na2O 1.06 0.56 0.22 K2O 0.57 0.05 0.03 ZnO 0.00 0.01 0.03 NiO 0.14 0.08 0.07 TSi 7,43 7,55 7,84 TAl 0,57 0,19 0,02
TFe3 0,00 0,26 0,14 TTi 0,00 0,00 0,00
Sum_T 8,00 8,00 8,01 CAl 0,07 0,04 0,02 CCr 0,03 0,01 0,00
CFe3 0,27 0,17 0,15 CTi 0,03 0,01 0,00
CMg 4,43 4,76 4,79 CFe2 0,17 0,00 0,03 CMn 0,00 0,01 0,01 CCa 0,00 0,00 0,00
Sum_C 5,00 5,00 5,00 BMg 0,00 0,04 0,00 BFe2 0,10 0,47 0,28 BMn 0,00 0,01 0,01 BCa 1,77 0,92 1,39 BNa 0,12 0,07 0,03
Sum_B 2,00 1,51 1,71 ACa 0,00 0,00 0,00 ANa 0,17 0,08 0,02 AK 0,10 0,01 0,01
Sum_A 0,27 0,08 0,03 Sum_cat 15,27 14,60 14,74
CCl 0,00 0,00 0,00 CF 0,00 0,00 0,00
GB-LA-33 Anfibólio - Antofilita
Sample 12.00 14.00 16.00 9.00 SiO2 57.55 57.85 57.89 56.68 TiO2 0.02 0.00 0.01 0.00
Al2O3 0.04 0.12 0.08 0.03 FeO 12.14 11.18 11.51 12.33
Cr2O3 0.02 0.03 0.07 0.01 MnO 0.35 0.30 0.36 0.29 MgO 25.83 26.94 26.69 25.47 CaO 0.52 0.33 0.40 0.51
Na2O 0.03 0.05 0.06 0.03 K2O 0.01 0.00 0.02 0.01 NiO 0.10 0.14 0.09 0.03 ZnO 0.00 0.03 0.00 0.01 TSi 8,03 8,01 8,01 8,02 TAl 0,00 0,00 0,00 0,00
TFe3 0,00 0,00 0,00 0,00 TTi 0,00 0,00 0,00 0,00
Sum_T 8,03 8,01 8,01 8,02 CAl 0,01 0,02 0,01 0,01 CCr 0,00 0,00 0,01 0,00
CFe3 0,00 0,00 0,00 0,00 CTi 0,00 0,00 0,00 0,00
CMg 4,99 4,98 4,98 4,99 CFe2 0,00 0,00 0,00 0,00 CMn 0,00 0,00 0,00 0,00 CCa 0,00 0,00 0,00 0,00
Sum_C 5,00 5,00 5,00 5,00 BMg 0,39 0,58 0,53 0,38 BFe2 1,42 1,30 1,33 1,46 BMn 0,04 0,04 0,04 0,04 BCa 0,08 0,05 0,06 0,08 BNa 0,01 0,01 0,02 0,01
Sum_B 1,93 1,98 1,98 1,96 ACa 0,00 0,00 0,00 0,00 ANa 0,00 0,00 0,00 0,00 AK 0,00 0,00 0,00 0,00
Sum_A 0,00 0,00 0,00 0,00 Sum_cat 14,97 14,99 14,99 14,98
CCl 0,00 0,00 0,00 0,00 CF 0,00 0,00 0,00 0,00
GB-LA-33
Clorita Chl1 Chl2
SiO2 31.03 33.29 TiO2 0.06 0.01
Al2O3 15.85 13.36 Cr2O3 0.58 0.66
FeO 7.23 5.95 MnO 0.04 0.02 MgO 30.76 32.04 CaO 0.01 0.02
Na2O 0.00 0.01 K2O 0.02 0.19 ZnO 0.01 0.05 NiO 0.18 0.23 Si 6,08 6,47
AlIV 1,92 1,53 Sum_T 8,00 8,00 AlVI 1,00 1,00
Ti 0,01 0,00 Fe3 0,00 0,00 Fe2 1,18 0,97 Cr 0,09 0,10 Mn 0,01 0,00 Mg 8,98 9,28 Ca 0,00 0,00 Na 0,00 0,00 K 0,01 0,05
Cations 18,00 18,00 CF 0,00 0,00 CCl 0,00 0,00 OH 0,00 0,00 O 28,00 28,00
Fe_FeMg 0,11 0,00 Mg_FeMg 0,89 1,00
Zn 0,00 0,01 Ni 0,03 0,04
GB-QE-5 Olivina
Ol1 Ol2 Ol3 Ol4 Ol5 Ol6 SiO2 38.19 38.33 38.58 38.57 38.27 38.54 TiO2 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.01
Al2O3 0.00 0.01 0.00 0.00 0.00 0.00 FeO 21.57 23.25 23.35 21.04 21.83 21.66 MnO 0.32 0.29 0.35 0.26 0.33 0.31 MgO 40.49 39.50 39.57 40.25 39.13 39.67 CaO 0.01 0.00 0.00 0.00 0.01 0.01
Na2O 0.00 0.02 0.00 0.03 0.00 0.00 K2O 0.00 0.00 0.01 0.01 0.01 0.00 NiO 0.25 0.30 0.30 0.25 0.24 0.27 Total 100,83 101,70 102,16 100,41 99,82 100,47
Cr2O3 0.05 0.01 0.00 0.00 0.03 0.00
ZnO 0.05 0.00 0.00 0.03 0.01 0.02 Si 0,98 0,99 0,99 0,99 1,00 1,00
Fe2 0,46 0,50 0,50 0,45 0,48 0,47 Mn 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 Mg 1,55 1,51 1,51 1,55 1,52 1,53 Na 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Ni 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01
Cations 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 Fe_FeMg 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Mg_FeMg 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
Cr 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Zn 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Cl 0.00 0.01 0.01 0.00 0.00 0.00 F 0.00 0.14 0.15 0.00 0.00 0.00
GB-QE-5 Anfibólio
Anf1 Anf2 Anf3 Anf4 Anf5 SiO2 58.19 57.68 58.13 58.14 57.84 TiO2 0.03 0.02 0.02 0.02 0.03
Al2O3 0.11 0.51 0.29 0.35 0.33 FeO 11.48 11.03 11.36 11.11 10.91
Cr2O3 0.01 0.03 0.09 0.05 0.02 MnO 0.29 0.26 0.35 0.30 0.27 MgO 27.50 27.42 27.56 27.49 27.43 CaO 0.44 0.49 0.45 0.43 0.48
Na2O 0.03 0.06 0.00 0.04 0.05 K2O 0.01 0.00 0.01 0.01 0.00
F 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 Cl 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00
Total 98,08 97,47 98,17 97,89 97,34 ZnO 0.01 0.03 0.00 0.01 0.03 NiO 0.10 0.15 0.09 0.06 0.10 TSi 7,97 7,93 7,95 7,96 7,96 TAl 0,02 0,07 0,05 0,04 0,04
TFe3 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 TTi 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Sum_T 7,99 8,00 7,99 8,00 8,00 CAl 0,00 0,02 0,00 0,02 0,01 CCr 0,00 0,00 0,01 0,01 0,00
CFe3 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 CTi 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
CMg 5,00 4,98 4,99 4,98 4,98 CFe2 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 CMn 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 CCa 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Sum_C 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 BMg 0,61 0,64 0,63 0,63 0,65
BFe2 1,32 1,27 1,30 1,27 1,26 BMn 0,03 0,03 0,04 0,04 0,03 BCa 0,04 0,06 0,04 0,06 0,07 BNa 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Sum_B 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 ACa 0,03 0,01 0,03 0,00 0,00 ANa 0,01 0,02 0,00 0,01 0,01 AK 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Sum_A 0,04 0,03 0,03 0,01 0,02 Sum_cat 15,03 15,03 15,03 15,01 15,02
CCl 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 CF 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
GB-QE-5 Clorita
Chl1 Chl2 Chl3 Chl4 SiO2 29.85 30.30 30.06 34.74 TiO2 0.11 0.11 0.09 0.16
Al2O3 19.55 20.12 18.43 13.09 Cr2O3 0.66 0.73 1.01 1.79
FeO 5.66 5.96 6.29 6.49 MnO 0.00 0.00 0.03 0.03 MgO 30.27 30.37 29.85 31.85 CaO 0.01 0.00 0.01 0.02
Na2O 0.00 0.02 0.02 0.04 K2O 0.00 0.02 0.01 0.00
F 0.09 0.04 0.11 0.02 Cl 0.00 0.01 0.01 0.02
ZnO 0.01 0.00 0.00 0.03 NiO 0.22 0.17 0.18 0.17 Si 5,75 5,75 5,85 6,57
AlIV 2,25 2,25 2,16 1,43 AlVI 2,19 2,24 2,07 1,48
Sum_T * * * * Ti 0,02 0,02 0,01 0,02
Fe3 0,00 0,00 0,00 0,00 Fe2 0,91 0,95 1,02 1,03 Cr 0,10 0,11 0,16 0,27 Mn 0,00 0,00 0,01 0,01 Mg 8,70 8,59 8,65 8,97 Ca 0,00 0,00 0,00 0,00 Na 0,00 0,01 0,01 0,02 K 0,00 0,01 0,00 0,00
Cations * * * * CF 0,11 0,05 0,14 0,02 CCl 0,00 0,01 0,01 0,01 OH 0,00 0,00 0,00 0,00
O 28,00 28,00 28,00 28,00 Fe_FeMg 0,00 0,00 0,11 0,11 Mg_FeMg 1,00 1,00 0,89 0,89
Zn 0,00 0,00 0,00 0,00 Ni 0,03 0,03 0,03 0,03 Al 4,44 4,49 4,22 2,91
Pentlandita
GB-AM-1 01 GB-AM-1 02 GB-AM-3 01 GB-AM-3 02 Sb 0,00 0,00 0,00 0,00 Fe 36,22 34,63 41,58 40,48 Ag 0,00 0,01 0,04 0,00 Co 1,69 1,61 2,13 1,14 S 32,24 32,17 31,65 32,63 Ni 28,10 29,99 23,98 24,50 Cu 0,00 0,00 0,00 0,00 Zn 0,00 0,03 0,00 0,00 As 0,06 0,03 0,00 0,00
Total 98,31 98,46 99,39 98,75
Pentlandita GB-AM-6 01 GB-AM-6 02 GB-AM-6 03 GB-QE-05 01
Sb 0,00 0,01 0,00 0,00 Fe 32,41 37,04 37,57 33,32 Ag 0,00 0,02 0,02 0,00 Co 0,83 0,73 1,58 2,00 S 30,04 33,19 32,56 32,02 Ni 27,01 27,60 27,56 31,00 Cu 0,00 0,00 0,00 0,00 Zn 0,01 0,00 0,01 0,05 As 0,00 0,18 0,17 0,04
Total 90,31 98,77 99,48 98,43
Pirita GB-AM3 01 GB-AM-3 02 GB-AM3 02 GB-AM-3 03 GB-AM3 03
Sb 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Fe 61,50 58,19 61,55 63,45 63,89 Ag 0,00 0,00 0,01 0,02 0,00 Co 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 S 35,31 37,44 34,82 34,95 34,85 Ni 0,03 0,53 0,00 0,05 0,12 Cu 0,05 0,01 0,19 0,00 0,03 Zn 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 As 0,00 0,00 0,02 0,00 0,04
Total 96,88 96,17 96,58 98,48 98,93
Breithauptita GB-AM-6 01 GB-AM-6 02 GB-AM-6 03
Sb 65,44 60,49 60,32 Fe 0,03 0,05 0,24 Ag 0,00 0,00 0,02 Co 0,05 0,00 0,09 S 0,04 0,02 0,02 Ni 33,22 35,96 35,82 Cu 0,00 0,00 0,00 Zn 0,01 0,00 0,00 As 3,96 7,45 6,53
Total 102,75 103,96 103,02
Arita
GB-AM-6 01 GB-AM-6 02 GB-AM-6 03 GB-AM-3 01 GB-AM-3 02 Sb 19,78 19,58 27,84 22,23 16,51 Fe 0,07 0,04 0,30 0,11 1,37 Ag 0,00 0,01 0,01 0,00 0,00 Co 0,15 0,27 0,12 0,34 0,11 S 0,32 0,33 0,17 0,16 0,27 Ni 42,05 41,17 40,41 41,34 41,07 Cu 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Zn 0,01 0,02 0,02 0,00 0,00 As 39,16 39,72 32,94 37,30 38,65
Total 101,54 101,14 101,80 101,48 97,99
Anexo VI DADOS DE MEV-EDS
GB-AM-1
Olivina
Ol1 Ol2 Ol3 Ol4 Ol5 Ol6 Ol7 SiO2 41.40 37.38 39.54 39.05 40.64 39.14 38.80 FeO 17.79 21.96 22.20 22.29 17.56 19.81 20.73 MgO 40.80 40.66 38.26 38.66 41.80 41.05 40.47
Si 1,05 0,97 1,02 1,01 1,03 1,00 1,00 Fe2 0,38 0,48 0,48 0,48 0,37 0,43 0,45 Mg 1,54 1,58 1,48 1,49 1,58 1,57 1,55
Cations 2,00 1,00 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 Fe_FeMg 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Mg_FeMg 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
Fo 76,75 78,85 73,75 74,65 78,75 78,45 77,70
GB-AM-1 Olivina
Ol8 Ol9 Ol10 Ol11 Ol12 Ol13 SiO2 39.55 39.60 40.58 41.11 38.98 38.54 FeO 20.83 22.92 18.09 20.75 21.52 21.60 MgO 39.62 37.48 41.33 38.13 39.51 39.86
Si 1,02 1,03 1,03 1,05 1,01 1,00 Fe2 0,45 0,50 0,38 0,44 0,47 0,47 Mg 1,52 1,45 1,56 1,45 1,52 1,54
Cations 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 1,00 Fe_FeMg 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Mg_FeMg 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
Fo 75,95 72,45 78,05 72,70 76,05 76,90
GB-AM-1 Anfibólio
Anf1 Anf2 Anf3 Anf4 Anf5 Anf6 Anf7 SiO2 54.13 50.03 54.04 48.11 49.44 37.19 55.64
Al2O3 7.21 2.85 7.96 0.00 4.14 19.88 2.84 FeO 6.05 6.58 6.02 6.81 7.04 7.35 5.12 MgO 19.58 40.54 19.68 39.91 39.39 34.11 24.65 CaO 13.03 0.00 12.29 5.16 0.00 1.48 11.75 TSi 7,36 6,73 7,32 6,63 6,66 5,09 7,53 TAl 0,64 0,45 0,68 0,00 0,66 2,91 0,45
Sum_T 8,00 7,18 8,00 6,63 7,31 8,00 7,98 CAl 0,51 0,00 0,60 0,00 0,00 0,29 0,00 CMg 3,97 5,00 3,98 5,00 5,00 4,71 4,97 CFe2 0,52 0,00 0,43 0,00 0,00 0,00 0,03 CMn 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 CCa 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Sum_C 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 BMg 0,00 3,13 0,00 3,20 2,91 2,25 0,00 BFe2 0,17 0,74 0,25 0,79 0,79 0,84 0,55 BCa 1,83 0,00 1,75 0,00 0,00 0,00 1,45
Sum_B 2,00 3,87 2,00 3,98 3,70 3,09 2,00 ACa 0,06 0,00 0,04 0,76 0,00 0,22 0,26
Sum_A 0,06 0,00 0,04 0,76 0,00 0,22 0,26 Sum_cat 15,06 16,05 15,04 16,37 16,01 16,31 15,24 Sum_oxy 23,00 23,00 23,00 23,00 23,00 23,00 23,00
GB-AM-1 Anfibólio
Sample Anf8 Anf9 Anf10 Anf11 Anf12 Anf13 Anf14 SiO2 49.87 48.62 53.76 58.42 49.33 47.53 51.58
Al2O3 2.46 5.19 6.67 1.44 7.39 3.28 10.68 FeO 7.31 7.18 6.15 3.74 6.55 7.83 5.82 MgO 40.35 39.02 20.59 24.29 34.07 41.36 20.05 CaO 0.00 0.00 12.83 12.11 2.66 0.00 11.87 TSi 6,73 6,56 7,32 7,83 6,64 6,47 7,00 TAl 0,39 0,82 0,68 0,17 1,17 0,53 1,00
Sum_T 7,12 7,38 8,00 8,00 7,81 6,99 8,00 CAl 0,00 0,00 0,39 0,05 0,00 0,00 0,71 CMg 5,00 5,00 4,18 4,85 5,00 5,00 4,06 CFe2 0,00 0,00 0,43 0,10 0,00 0,00 0,24 CMn 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 CCa 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Sum_C 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 BMg 3,12 2,84 0,00 0,00 1,84 3,39 0,00 BFe2 0,83 0,81 0,27 0,32 0,74 0,89 0,42 BCa 0,00 0,00 1,73 1,68 0,00 0,00 1,58
Sum_B 3,95 3,65 2,00 2,00 2,58 4,28 2,00 ACa 0,00 0,00 0,14 0,06 0,38 0,00 0,15
Sum_A 0,00 0,00 0,14 0,06 0,38 0,00 0,15 Sum_cat 16,07 16,03 15,14 15,06 15,77 16,27 15,15 Sum_oxy 23,00 23,00 23,00 23,00 23,00 23,00 23,00
GB-AM-1 Anfibólio
Sample Anf15 Anf16 Anf17 Anf18 Anf19 Anf20 SiO2 54.19 61.22 54.34 48.96 48.38 55.36
Al2O3 7.00 0.00 6.79 0.00 2.55 5.24 FeO 5.19 0.00 5.39 9.25 7.71 5.77 MgO 19.97 23.75 21.40 41.79 41.36 20.95 CaO 13.65 15.03 12.08 0.00 0.00 12.68 TSi 7,35 8,10 7,35 6,71 6,57 7,51 TAl 0,65 0,00 0,65 0,00 0,41 0,49
Sum_T 8,00 8,10 8,00 6,71 6,98 8,00
CAl 0,47 0,00 0,43 0,00 0,00 0,34 CMg 4,04 4,68 4,32 5,00 5,00 4,24 CFe2 0,49 0,00 0,25 0,00 0,00 0,42 CMn 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 CCa 0,00 0,32 0,00 0,00 0,00 0,00
Sum_C 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 BMg 0,00 0,00 0,00 3,53 3,37 0,00 BFe2 0,10 0,00 0,36 1,06 0,88 0,23 BCa 1,90 1,81 1,64 0,00 0,00 1,77
Sum_B 2,00 1,81 2,00 4,59 4,25 2,00 ACa 0,09 0,00 0,11 0,00 0,00 0,07
Sum_A 0,09 0,00 0,11 0,00 0,00 0,07 Sum_cat 15,09 14,91 15,11 16,30 16,23 15,07 Sum_oxy 23,00 23,00 23,00 23,00 23,00 23,00
GB-AM-1
Clorita
Chl1 Chl2 Chl3 Chl4 SiO2 48.17 44.30 38.26 36.43
Al2O3 2.40 5.80 17.96 22.92 FeO 8.04 10.55 7.26 6.57 MgO 41.39 39.35 36.52 34.08
Si 5,7 5,326 4,533 4,294 Fe2 0,796 1,061 0,719 0,648 Mg 7,302 7,053 6,451 5,988
Cations 12 13 12 12 O 28 28 28 28
Fe_FeMg 0 0,13 0 0 Mg_FeMg 1 0,88 1 1
GB-AM-3 Espinélio
Esp1 Esp2 Esp3 Esp4 Esp5 Esp6 Esp7 Al2O3 64,04 61,56 64,29 65,37 62,43 65,17 63,83 Cr2O3 4,96 4,36 0,00 0,00 4,04 0,00 0,00
FeO 14,40 17,74 18,51 16,91 17,71 18,52 21,13 MgO 16,60 16,33 17,19 17,72 15,82 16,31 15,04 Total 100,00 99,99 99,99 100,00 100,00 100,00 100,00
Al 15,48 15,14 15,65 15,78 15,32 15,84 15,73 Fe2 2,47 3,10 3,20 2,90 3,09 3,20 3,70 Cr 0,80 0,72 0,00 0,00 0,67 0,00 0,00 Mg 5,08 5,09 5,30 5,41 4,91 5,02 4,69
Cations 22,00 23,00 23,00 22,00 22,00 23,00 22,00 O 32,00 32,00 32,00 32,00 32,00 32,00 32,00
GB-AM-3 Espinélio
Esp8 Esp9 Esp10 Esp11 Esp12 Esp13 Al2O3 64,29 61,19 61,33 63,05 61,16 63,25 Cr2O3 0,00 4,69 5,88 3,00 4,65 3,61
FeO 18,85 17,13 18,34 18,22 20,36 15,61 MgO 16,85 16,99 14,44 15,74 13,82 17,54 Total 99,99 100,00 99,99 100,01 99,99 100,01
Al 15,68 15,03 15,18 15,45 15,23 15,35 Fe2 3,26 2,99 3,22 3,17 3,60 2,69 Cr 0,00 0,77 0,98 0,49 0,78 0,59 Mg 5,20 5,28 4,52 4,88 4,36 5,39
Cations 23,00 22,00 22,00 22,00 22,00 22,00 O 32,00 32,00 32,00 32,00 32,00 32,00
GB-AM-3
Olivina
Ol1 Ol2 Ol3 Ol4 SiO2 38,89 39,09 39,96 40,86 FeO 16,66 17,93 17,33 15,75 MgO 44,45 42,98 42,70 43,39 Total 100,00 100,00 99,99 100,00
Si 0,99 0,99 1,01 1,02 Fe2 0,35 0,38 0,37 0,33 Mg 1,68 1,63 1,61 1,62
Cations 1,00 1,00 2,00 2,00 Fe_FeMg 0,00 0,00 0,00 0,00 Mg_FeMg 1,00 1,00 1,00 1,00
GB-AM-3 Piroxênio
Px1 Px2 Px3 Px4 Px5 Px6 Px7 SiO2 61.24 58.66 54.20 59.73 57.60 56.31 55.91 FeO 11.75 9.54 17.59 14.32 7.30 9.01 14.16 MgO 27.01 31.80 28.21 25.96 35.10 34.68 29.93 TSi 2,20 2,06 1,95 2,16 1,99 1,95 1,99
M2Mg 0,45 0,66 0,52 0,40 0,80 0,79 0,59 M2Fe2 0,35 0,28 0,53 0,43 0,21 0,26 0,42
Sum_cat 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 Mg 80,38 85,60 74,09 76,37 89,55 87,28 79,03
Fe2_Mn 19,62 14,41 25,92 23,63 10,45 12,72 20,97 EN 80,38 85,60 74,09 76,37 89,55 87,28 79,03 FS 19,62 14,41 25,92 23,63 10,45 12,72 20,97
WEF 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 JD 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 AE 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
GB-AM-3 Anfibólio
Anf1 Anf2 Anf3 Anf4 Anf5 SiO2 56.15 55.36 57.82 45.71 40.63
Al2O3 2.89 0.00 10.74 23.76 29.55 FeO 4.86 0.00 0.00 0.00 0.00 MgO 24.12 25.80 20.36 30.53 29.82 CaO 11.98 18.84 11.09 0.00 0.00 TSi 7,41 7,48 7,58 5,37 4,75 TAl 0,45 0,00 0,43 2,63 3,26
TFe3 0,14 0,00 0,00 0,00 0,00 Sum_T 8,00 7,48 8,00 8,00 8,00
CAl 0,00 0,00 1,23 0,66 0,81 CFe3 0,40 0,00 0,00 0,00 0,00 CMg 4,60 5,00 3,77 4,35 4,19
Sum_C 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 BMg 0,14 0,20 0,21 1,00 1,00 BCa 1,69 1,81 1,56 0,00 0,00
Sum_B 1,84 2,00 1,77 1,00 1,00 ACa 0,00 0,92 0,00 0,00 0,00
Sum_A 0,00 0,92 0,00 0,00 0,00 Sum_cat 14,84 15,40 14,77 14,00 14,00 Sum_oxy 22,74 22,88 23,17 21,01 20,78
GB-AM-3
Clorita Chl1 Chl2 Chl3 Chl4 Chl5 Chl6 Chl7 Chl8
SiO2 39,13 39,49 33,66 34,95 35,37 34,79 34,97 33,06 Al2O3 25,60 25,05 25,59 23,26 26,25 24,20 25,40 25,00 Cr2O3 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
FeO 0,00 0,00 7,38 7,54 6,31 5,51 5,90 6,47 MgO 35,27 35,46 33,37 34,25 31,87 35,50 33,72 35,48
Si 6,22 6,28 5,59 5,81 5,83 5,73 5,76 5,49 Fe2 0,00 0,00 1,03 1,05 0,87 0,76 0,81 0,90 Cr 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Mg 8,36 8,40 8,27 8,49 7,83 8,72 8,28 8,78
Cations 18,00 18,00 19,00 18,00 17,00 17,00 17,00 17,00 O 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00
Fe_FeMg 0,00 0,00 0,11 0,11 0,10 0,08 0,09 0,09 Mg_FeMg 1,00 1,00 0,89 0,89 0,90 0,92 0,91 0,91
GB-AM-3 Clorita
Chl9 Chl10 Chl11 Chl12 Chl13 Chl14 Chl15 SiO2 34,01 33,67 35,50 33,74 34,96 33,92 35,09
Al2O3 23,56 24,00 23,79 24,12 23,28 23,74 24,49 Cr2O3 0,00 5,50 8,01 0,00 0,00 0,00 0,97
FeO 6,19 0,00 0,00 6,86 7,24 6,79 4,73 MgO 36,24 36,82 32,70 35,28 34,52 35,55 34,72
Si 5,64 5,51 5,80 5,61 5,81 5,64 5,77 Fe2 0,86 0,00 0,00 0,95 1,01 0,94 0,66 Cr 0,00 0,71 1,03 0,00 0,00 0,00 0,12 Mg 8,96 8,98 7,97 8,74 8,55 8,81 8,51
Cations 17,00 17,00 17,00 17,00 18,00 17,00 17,43 O 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00
Fe_FeMg 0,09 0,00 0,00 0,10 0,11 0,10 0,07 Mg_FeMg 0,91 1,00 1,00 0,90 0,89 0,90 0,93
GB-AM-6
Olivina
Ol1 Ol2 Ol3 Ol4 Ol5 Ol6 Ol7 SiO2 42.68 40.58 42.17 39.49 38.98 40.17 38.14 FeO 13.76 13.54 12.93 15.80 16.16 15.40 16.18 MgO 43.57 45.88 44.90 44.72 44.87 44.43 45.68
Si 1,06 1,01 1,04 0,99 0,99 1,01 0,97 Fe2 0,28 0,28 0,27 0,33 0,34 0,32 0,34 Mg 1,61 1,70 1,65 1,68 1,69 1,66 1,73
Cations 2,00 2,00 2,00 1,00 1,00 2,00 1,00 Fe_FeMg 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Mg_FeMg 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
GB-AM-6 Clorita
Chl1 Chl2 Chl3 SiO2 39.43 36.91 38.17
Al2O3 18.56 19.42 18.99 FeO 4.18 6.28 5.23 MgO 37.83 37.39 37.61
Si 6,44 6,11 6,27 AlIV 1,57 1,89 1,73
Sum_T * * * Ti 0,00 0,00 0,00
Fe3 0,00 0,00 0,00 Fe2 0,57 0,87 0,72 Cr 0,00 0,00 0,00 Mn 0,00 0,00 0,00 Mg 9,20 9,23 9,22 Ca 0,00 0,00 0,00 Na 0,00 0,00 0,00 K 0,00 0,00 0,00
Cations * * * CF 0,00 0,00 0,00 CCl 0,00 0,00 0,00 OH 0,00 0,00 0,00 O 28,00 28,00 28,00
Fe_FeMg 0,00 0,00 0,00 Mg_FeMg 1,00 1,00 1,00
Al 3,57 3,79 3,68