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PETROGRAFIA, GEOQUÍMICA E GEOCRONOLOGIA DA
SUÍTE INTRUSIVA NOROAGRO, DIVISA MATO GROSSO-
RONDÔNIA, SW DO CRÁTON AMAZÔNICO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO - UFMT
Reitora
Profª. Drª. Maria Lucia Cavalli Neder
Vice-Reitor
Prof. Dr. Francisco José Dutra Solto
Pró-Reitora de Pós-Graduação
Profª. Drª. Leny CaselliAnzai
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA - ICET
Diretor
Prof. Dr. Edinaldo de Castro e Silva
DEPARTAMENTO DE RECURSOS MINERAIS - DRM
Chefe
Prof. Dr. Paulo César Corrêa da Costa
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS
Coordenador
Prof. Dr. Amarildo Salina Ruiz
CONTRIBUIÇÕES ÀS CIÊNCIAS DA TERRA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
N° 30°
“Petrografia, Geoquímica e Geocronologia da Suíte Intrusiva
Noroagro, Divisa Mato Grosso – Rondônia, SW do Cráton
Amazônico”.
RONE MARCOS APARECIDO DOS SANTOS
Orientador
Prof. Dr. João Batista de Matos
Co-Orientador
Prof. Dr. Amarildo Salina Ruiz
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Geociências do Instituto de
Ciências Exatas e da Terra da Universidade Federal de Mato Grosso como requisito parcial
para a obtenção do Título de Mestre na Área de Concentração: Geologia Regional e Recursos
Minerais.
CUIABÁ/MT
2012
“É exatamente disso que a vida é feita, de MOMENTOS. Momentos que TEMOS que passar,
sendo bons ou ruins, para o nosso prórprio aprendizado. Nunca esquecendo do mais importante:
Nada nessa vida é por acaso. Absolutamente nada. Por isso, temos que nos preocupar em fazer a
nossa parte , da melhor forma possível. A vida nem sempre segue a nossa vontade, mas ela é
perfeita naquilo que tem que ser”.
Francisco Candido Xavier.
DEDICATÓRIA
A Deus força divina que nos deu a possibilidade de conduzir esta pesquisa, a minha familia
(pai e mãe), amigos e aos mestres que orientarão com muita destreza, em especial ao meu
orientador Prof. Dr. João Batista de Matos (grande amigo).
i
AGRADECIMENTOS
Agradeço;
A Deus por ter dado a capacidade de discernir o certo do errado, por ter me dado sabedoria
suficiente para conduzir esta pesquisa, e por te colocado ao longo deste percurso pessoas de
altíssima grandeza.
A minha família pai: Valdevino Jose dos Santos e mãe: Davina Francisca de Jesus, pelo carinho,
atenção e compreensão nos momentos de dificuldades e por ter acreditado neste propósito,
agradecimento especial.
Ao meu nobre Orientador João Batista de Matos pela paciência e companheirismo ao longo
dessa jornada que se iniciou desde o trabalho de conclusão de curso de Graduação em Geologia, ao
paciente e amigo Co- Orientador Amarildo Salina Ruiz pela dedicação e parceria em conduzir esta
pesquisa.
Aos professores que compõe o corpo docente do Curso de Geologia, bem como o Programa de
Pós-Graduação, meus sinceros agradecimentos pela contribuição profissional que a mim foi dada,
momentos de alegrias sempre estiveram lado a lado ao logo desses 7 anos de convivência, sei que
levarei daqui amigos por longa data, levarei um aprendizado impar ao longo de minha vida pessoal
e profissional. Aos técnicos administrativos compartilho este alegria de agora me tornar MESTRE
com todos que direta ou indiretamente estiveram à disposição em aguentarminhas solicitações
(rsrsrs), e reclamações olha que foram muitas em especial ao Reginaldo (DRM) e Dirce (DGG).
Agora agradeço aos meus companheiros (grandes amigos), que outrora me acompanham desde
os primórdios de minha vida acadêmica nesta Instituição, citar nomes e bastante complicado mais
existe alguns que cito com bastante orgulho, baixinha Mariarosa grande parceira como sempre diz
Geologar é Preciso, obrigado pelas conversas de corredor de bar em bar, ao Grande amigo e irmão
Marcelo Galé pelas ajudas em softwares objetivando as confecções de mapas e etc., pela paciência
ii
em ouvir quando há discussões, Leonardo Pereira (bronha) e Gustavo Zenardi (miojo), valeu pela
ajuda quando solicitada. As colegas de sala Ana Flavia e Dalila por terem aguentado as reclamações
que por sinal foram muitas, aos meus grandes amigos e irmãos de Piranhas-GO Bruno Faustino e
Frederico Marques pelo apoio e incentivo nesta jornada. Agradeço a todas as figuras que este curso
de Geologia colocou em meu caminho, Galera da Republica Garimpo S/A (japa, goiabinha, bobs,
china e miojo), Republica Cavernas (Daniel, Tião em especial Cladomir-meu filho pela dedicação),
a grande turma de graduação na qual me orgulho muito por ter vivido os momentos únicos na vida
acadêmica “Turma Quebra-Campo”. E difícil à tarefa de citar nomes porque foram tantas as
pessoas que contribuíram para concretização desta etapa, seja ouvindo minhas reclamações seja
contribuindo com a sua atenção. Agradeço de forma especial aos grandes amigos George Miller,
Patrick Alves, Tiago Nery, Jefferson Castelli (ultimo amigo conquistado, gente fina estas aí!),
Roberta Medeiros e Sandra pelas cachaçadas aos domingos, pelos almoços e cuidados comigo,
Rosamaria e Maiara Braga valeu pela parceria, Brena, Ludmila (ganço!), Leandro (Russo),
Armando Marques (Toxico), Renato Sala grande amigo, Carlos Gustavo digo GUGA gente fina,
Erni (Chimba),Mario Chazan (marinho boy//pelas boas risadas!), Vicente Borges, Eder Medeiros,
Pedro Arantes gente fina, Pompom (rsrs), Newton Diego, David pela colaboração em mapas quando
necessário, Douglas (Dogrão), Leonardo Fraga. Enfim são tantos os amigos que de modo geral os
agradeço.
Aos colegas de Pós-Graduação pelo companheirismo e atenção com a minha pessoa, pela
amizade aqui conquistada, pelas discussões em reuniões ou em sala para sanar quaisquer duvidas.
Por fim agradeço de forma especial aos órgãos de fomento e apoio para a conclusão desta
Dissertação: em especial a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), a CAPES (PROCAD,
Proc. N° 096/2007), á FAPEMAT (Proc. Nº 002.0141/2007), pelo suporte financeiro para o
desenvolvimento. Agradeço ao Grupo de Pesquisa em Evolução Crustal e Tectônica-Guaporé
/UFMT, ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Geociências da Amazônia-GEOCIAM.
iii
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS i
SUMÁRIO iii
ÍNDICE DE FIGURAS DA DISSERTAÇÃO iv
ÍNDICE DE FIGURAS DO ARTIGO iv
ÍNDICE DE TABELA DO ARTIGO vi
RESUMO vi
ABSTRACT vii
1. APRESENTAÇÃO DO TEMA 1
2. OBJETIVOS 2
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 3
3. MATERIAIS E METODOS 3
3.1. Etapa de Preparação 3
3.2. Etapa de Levantamento de Dados 4
3.2.1.Campo 4
3.2.2. Etapa de Laboratório 4
3.2.3. Química de Rocha Total 5
3.2.4. Geocronologia 5
4. Etapa de Tratamento e Sistematização dos Dados 6
5. Etapa de Elaboração da Dissertação 6
6. CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL 7
7. Geologia da Suíte Intrusiva Noroagro 12
7.1. COMPLEXO RIO GALERA 13
7.2. SUÍTE INTRUSIVA NOROAGRO 16
7.3. DIQUES MÁFICOS 17
7.4. FORMAÇÃO UTIARITI 18
8. ARTIGO 20
RESUMO 20
ABSTRACT 21
INTRODUÇÃO 22
CONTEXTO GEOLOGICO REGIONAL 22
Terreno Alto Guaporé (1.4 a 1.3 Ga) 25
GEOLOGIA E PETROGRAFIA 28
CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL E DEFORMAÇÃO 31
GEOQUÍMICA 33
GEOCRONOLOGIA 206
Pb/ 204
Pb 41
Procedimento Pb/Pb em Zircão (evaporação)
41
RESULTADOS ANALÍTICOS 42
CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÃO 44
iv
AGRADECIMENTOS 45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 46
Anexo 1
Anexo 2
ÍNDICE DE FIGURA DA DISSERTAÇÃO
Figura 1: Mapa de Localização da área de estudo 2
Figura 2: Compartimentação geocronológica e tectônica do Craton Amazônico, o Maciço
Rio Apa como seu extremo meridional, extraído de Ruiz 2005
9
Figura 3: (A) Mapa simplificado do SW do Cráton Amazônico mostrando os limites
aproximados das principais províncias, principais orógenos, terrenos e elementos tectônicos
das unidades litológicas. (B) As principais províncias geocronológicas do Cráton
Amazônico, extraído de Bettencout et. al (2010)
11
Figura 4: Coluna estratigráfica esquemática das unidades mapeadas 13
Figura 5: Foto de afloramento representando a forma de ocorrência dos paragnaisses
dispostos na forma de lajedo com bandamento composicional (S2) bem definido e uma
foliação proeminente (A), figura (B) contato brusco entre as rochas pertencente ao
embasamento metamórfico Rio Galera e rochas intrusivas da Suíte Intrusiva Noroagro.
14
Figura 6: Anfibolito de coloração cinza escura, granulação fina, isenta de alteração. 14
Figura 7: Afloramento em corte de estrada, composto por muscovita-biotita-quartzo
sillimanita xisto, de coloração marrom avermelhado, representado em forma de xenólitos em
meio às rochas da Suíte Intrusiva Noroagro.
15
Figura 8: Forma de ocorrência dos Diques Máficos, apresentando uma geometria tabular
alongada com direções W-E subparalelas a foliação regional.
17
Figura 9: Forma de ocorrência dos arenitos da Formação Utiariti, em forma de platôs
elevados.
18
Figura 10: Foto representando em detalhe estratificação cruzada acanalada de pequeno porte. 19
v
ÍNDICE DE FIGURA DO ARTIGO
Figura 1:Compartimentação geocronológica e tectônica do Craton Amazônico, o Maciço
Rio Apa como seu extremo meridional, extraído de Ruiz 2005.
24
Figura 2:Compartimentação em Domínios Tectônicos para o SW do Cráton Amazônico,
onde abrange o SW de Mato Grosso e Bolívia e em destaque a área objeto de estudo,
extraído de Ruiz (2009).
25
Figura 3:Mapa Geológico da Suíte Intrusiva Noroagro- SW do Cráton Amazônico 27
Figura 4:Foto (A) RM 01 forma de ocorrência dos afloramentos em forma de blocos, (B)
Afloramento RM 02 foto de detalhe com presença de xenólitos de rocha metabasica.
28
Figura 5: Foto (A) afloramento em forma de blocos com foliação proeminente, (B) foto de
detalhe de rocha tonalítica cortada por diques sin-plutônicos com foliação coincidente com a
da rocha encaixante.
28
Figura 6:Fotomicrografia: Legenda; (A) Pl- plagioclásio com deformação rúptil
microfraturas, polarizadores descruzados, (B) Pl- deformação rúptil e polarizadores
cruzados; (C e D) Bt- biotita forma tabular e Aln- cristais euhédricos de alanita; (E) Gr-
granada subédrica e Bt- palhetas de biotita, polarizadores descruzados; (F) grãos anédricos
de quartzo com extinção ondulante polarizadores cruzados; (G) plagioclásio saussuritizado +
quartzo (Qz) com intensa zonação; (H) cristais euhédricos de plagioclásio e anédricos de
quartzo, representam uma textura granoblástica, polarizadores cruzados
30
Figura 7:Diagrama modal QAP.Para as rochas da Suíte Intrusiva Noroagro 31
Figura 8:Modelo esquemático representando feições de campo da Suíte Intrusiva Noroagro, foto em
detalhe apresentando Granodiorito injetado segundo o plano axial das dobras do embasamento. 32
Figura 9:Diagramas de variações de Harker para elementos maiores ppm (expressos em óxidos) das
rochas da Suíte Intrusiva Noroagro 36
Figura 10:Diagramas de variações de Harker para elementos traços (ppm) das rochas da Suíte Intrusiva Noroagro
37
Figura11:Diagrama classificatório e discriminativo de processos de alteração pós-magmáticos para
as rochas da Suíte Intrusiva Noroagro: Al2O3 versusTiO2(Cattalani&Bambic 1994) 37
Figura 12:Diagramas classificatórios para as rochas da SIN: (A) SiO2versus Zr/TiO2 (Winchester & Floyd 1977); (D) R1xR2 (La Roche 1980)
39
Figura 13:Diagramas geoquímicos para a SIN: (A) Total de álcalis versus sílica e (B) AFM (Irvine
&Baragar 1971); (C) A/NK versus A/CNK (Maniar & Piccoli 1989); ); (D) Diagrama Total de K2O versus SiO2 (Peccerillo& Taylor, 1976)
39
Figura 14:Diagrama tectônico para as rochas da SIN: (A) Rb versus Y+Nb (Pearce et. al. 1984,
Pearce 1996); (B) Hf-Rb/30- Ta*3 (Harris et al. 1986) 40
Figura 15:(A) Padrões de variação de elementos Terras Raras, normalizados pelos valores do
condríto (Nakamura 1977); (B) Diagrama Spider de elementos incompatíveis (e compatíveis),
normalizados pelos valores dos Granitos de Cordilheira Meso-Oceânica (Pearce et al. 1984) da Suíte
Intrusiva Noroagro
41
Figura 16:Fotomicrografia de cristais de zircão da amostra RM-1 selecionados para a datação 43
Figura 17:Diagrama idades versus cristais de zircão para a amostra RM-1 da Suíte Intrusiva
Noroagro 44
vi
ÍNDICE DE TABELA DE ARTIGO
Tabela 1:Composição química de elementos maiores, menores e traços (% em peso e ppm)
das rochas da Suíte Intrusiva Noroagro
34
Tabela 2:Continuação composição química de elementos maiores, menores e traços (% em
peso e ppm) das rochas da Suíte Intrusiva Noroagro
35
Tabela 3:Dados isotópicos de Pb de multigrãos de zircão da amostra RM-1 da Suíte
Intrusiva Noroagro
43
RESUMO
A área localiza-se no Distrito de Noroagro, Comodoro (MT). Nela, o embasamento é constituído
por rochas metavulcanossedimentares representadas por paragnaisses, paranfibolitos e xisto reunido
sob a designação “Complexo Rio Galera”, aflorando na parte central da área. Apresenta um
complexo padrão deformacional exibindo três foliações penetrativas, sendo S1 e S2 coaxiais, com
atitude 70-80W e médio a alto ângulo de mergulho. Neste trabalho, as rochas anteriormente
denominadas Granito Rio Piolho, são abordadas como Suíte Intrusiva Noroagro (SIN) homônimas
ao Distrito. A SIN é composta por rochas holocristalinas, inequigranulares, médias a grossas,
xenomórfica, cor cinza, constituída por plagioclásio, quartzo, tendo hornblenda e biotita como
minerais máficos primários e microclina (rara). Os minerais de alteração se apresentam como
zoizita, sericita, calcita, epidoto e argilo-minerais. Quimicamente apresentam composição variando
de tonalito até monzogranito, subalcalinas de natureza cálcio-alcalina geradas em ambiente de arco
vulcânico em período pós-orogênico. Os processos metamórficos identificados nestas rochas
ocorrem intimamente associados à deformação F3 Os dados isotópicos obtidos, (amostra RM-1)
pelo método Pb/Pb em zircão referem-se à idade média de 1421.2 +4.7 Ma (MSWD = 1.4)
considerada como mínima de cristalização para as rochas da SIN.
vii
ABSTRACT
The area is localized in the Comodoro District (MT). The basement is constituted by
metavolcanosedimentary rocks, paragneiss, paramphibolites and schists. Meeting under Complex
“Rio Galera” denomination, flagging in the central portion. This rocks presents complex
deformational pattern showing three penetrative foliations being the S1 and S2 coaxial, and the
strike 70-80ºW and medium to high dip. In this works, the rocks previously denominated Granite
Rio Piolho are approach with the assignment of Suite Intrusive Noroagro (SIN) homonymous of
District. The SIN is composed by holocrystalline, inequigranular, medium to coarse
grained,xenomorphic, gray color, with plagioclase, quartz, hornblende, biotite (primary mafic
minerals) and microcline (rare). The alteration minerals are: zoizite, sericite, calcite, epidote and
clay minerals. Chemically shows composition ranging from tonalite to monzogranite being the
parental magma classified as sub-alkaline and calc-alkaline type, generated in volcanic arc
environment at the post-orogenic time. The metamorphic process suffered by this rocks, occur in
straight association with the F3 deformational pattern. The isotopic data obtained (sample RM-1) by
the Pb/Pb method refers to the medium age 1421.2 +4.7 Ma (MSWD = 1.4), considered as the
minimum age of crystalization of the SIN rock.
Petrografia, Geoquímica e Geocronologia da Suíte Intrusiva Noroagro, Divisa Mato Grosso – Rondônia, SW do
Cráton Amazônico. Dissertação de Mestrado – Santos. R.M.A.; 2012.
1
1. APRESENTAÇÃO DO TEMA
Terreno Alto Guaporé (1.4 a 1.3 Ga)
No setor ocidental da Província Rondônia-Juruena, Rizzotto et al. (2002) caracterizam a Faixa
Alto Guaporé por meio de estudos geológicos e geocronológicos um evento tectono-magmático de
abrangência regional balizado no intervalo de 1350 a 1320 Ma. Posteriormente, Rizzotto & Dehler
(2007) denominaram esse evento de Faixa Alto Guaporé, o qualteria sido derivado de uma orogenia
colisional, nesseintervalo de tempo e em condições metamórficas de alto grau, sendo que o mesmo
possui correspondência temporal com a Orogenia San Ignácio, definida no oriente Boliviano por
Litherland et al. (1986) e com as orogenias Rondoniana (Teixeira e Tassinari, 1984) e Candeias
(Santos et al. 2002).
AFaixa Alto Guaporé se estende desde o setor central setentrional de Rondônia, prolongando-se
para o sudeste até a porção sul - ocidental de Mato Grosso, estando em grande parte encoberta pelos
litotipossedimentares cretácicos da Bacia dos Parecis e inconsolidados da Formação Guaporé.
Corresponde a uma zona estreita e alongada, e delineada por fortes anomalias magnéticas.
O sudoeste do Cráton Amazônico na divisa entre os Estados de Mato Grosso e Rondônia, nas
proximidades do município de Comodoro de acordo com o mapa de Localização figura 1, é
caracterizado por rochas pertencentes ao Complexo Rio Galera, de idade possivelmente
paleoproterozóica Suíte Intrusiva Noroagro, anteriormente denominada Granito Rio Piolho por
Rizzotto et.al. (2010), é tratada neste trabalho sob esta designação pelo entendimento de que essa
denominação expressa melhor sua área tipo de ocorrência. Apresenta idade U/Pb por laser ablation
de 1429± 23 Ma. (Rizzotto et.al., 2010) e Pb/Pb de 1421 ± 4.7 Ma (este trabalho) e Complexo
Máfico Ultramáfico Trincheira, intrusiva nas duas últimas e com idade Ar/Ar 1319± 10 Ma
(Rizzotto et al. 2010) parcialmente recobertos pela Formação Utiariti do Grupo Parecis.
Petrografia, Geoquímica e Geocronologia da Suíte Intrusiva Noroagro, Divisa Mato Grosso – Rondônia, SW do
Cráton Amazônico. Dissertação de Mestrado – Santos. R.M.A.; 2012.
2
Figura 1: Mapa de Localização da área de estudo.
2. OBJETIVOS
Objetivo Geral
O propósito deste trabalho é estabelecer as características petrogenéticas e geocronológicas
da Suíte Intrusiva Noroagro e as correlações deste corpo intrusivo com os eventos tectono-
magmático/metamórficos regionais associados.
Petrografia, Geoquímica e Geocronologia da Suíte Intrusiva Noroagro, Divisa Mato Grosso – Rondônia, SW do
Cráton Amazônico. Dissertação de Mestrado – Santos. R.M.A.; 2012.
3
Objetivos Específicos
Cartografar geologicamente a Suíte Intrusiva Noroagro, tendo como resultado um mapa
geológico na escala de 1:100.00, englobando áreas no entorno da Fazenda Maringá e parte
do Assentamento Noroagro, nas proximidades da cidade de Comodoro-MT;
Caracterização petrográfica e faciologica das rochas da Suíte Intrusiva Noroagro;
Detalhamento petrogenético dos Granitos da Suíte Intrusiva Noroagro, com a obtenção de
dados litogeoquímicos (elementos maiores, menores, traços e terra raras), buscando assim
estabelecer a fonte e os eventos magmáticos associados;
Definir geocronologicamente (Pb/Pb) a idade de cristalização desses litotipos.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Os métodos empregados para a realização desta pesquisa podem ser comparados aos mesmos
empregados em mapeamento sistemático e aqui foram divididos em 4 etapas principais, sendo elas
em ordem seqüencial da seguinte maneira: Etapa Preliminar (de Preparação), Etapa de Aquisição de
Dados ( campo e laboratório), Etapa de Tratamento e Sistematização dos Dados e Etapa de Redação
da Dissertação.
3.1. Etapa de Preparação
Para a etapa de preparação foi efetuado levantamento bibliográfico de trabalhos realizados na
área pesquisada, TCCs, Relatórios de campo referentes às disciplinas envolvendo mapeamento
geológico (Geologia de Campo), artigos e teses. Adicionalmente, foi executada a interpretação de
imagens de satélite (Geocover, Nasa), visando o entendimento geológico regional das estruturas da
Faixa Alto Guaporé do Estado de Mato Grosso. O mapa base foi elaborado apartir das
interpretações de imagens de satélite, com o auxilio do software Arcgis versão 9.2, Corel Draw
(versão 16) e utilização de Excel para confecção de planilhas.
Petrografia, Geoquímica e Geocronologia da Suíte Intrusiva Noroagro, Divisa Mato Grosso – Rondônia, SW do
Cráton Amazônico. Dissertação de Mestrado – Santos. R.M.A.; 2012.
4
3.2. Etapa de Levantamento de Dados
Esta etapa corresponde às atividades desenvolvidas para obtenção dos dados de campo e
laboratório (análises petrográficas, geoquímicas de rocha e geocronológicas Pb/Pb).
3.2.1. Campo
Foram efetuadas três etapas de campoem escala de 1:100.000 nos arredores do Distrito de
Noroagro tendo sido cartografadas rochas pertencentes à Suíte Intrusiva Noroagro, suas encaixantes
e ainda rochas da Suíte Intrusiva Trincheira que se encontram encaixadas nos litotipos da SIN. A
primeira etapa ocorreu entre maio de 2010 e junho de 2011, onde buscou-se detalhar afloramentos-
chave com coleta de amostras para análises petrográficas e químicas, totalizando um 150 (cento e
cinquenta) pontos.
3.2.2. Etapa de Laboratório
As descrições petrográficas foram desenvolvidas, dando ênfase à mineralogia e textura e
paragênese da Suíte Intrusiva Noroagro. As seções delgadas foram confeccionadas no laboratório
de Laminação da UNESP, e o estudo sistemático efetuadocom auxilio de um microscópio
petrográficoOlimpusBx 41. Para as fotomicrografias e captura de imagens das seções delgadas o
equipamento utilizado foi uma câmera acoplada ao microscópio polarizador(Infinity1)comandada
pelo software de mesma denominação, alem de Corel Draw, versão 16 como auxiliar para ajustes e
confecção de pranchas.
Para a determinação modal de 18 amostras selecionadas como as mais representativas das rochas
graníticas estudadas, cuja analise foi realizada atrás de amostras cerradas e polidas, foram
previamente submetidas à coloração seletiva dos feldspatos, segundo metodologia discutida por
Hutchinson (1974), que pode ser sumarizada da seguinte forma:
Petrografia, Geoquímica e Geocronologia da Suíte Intrusiva Noroagro, Divisa Mato Grosso – Rondônia, SW do
Cráton Amazônico. Dissertação de Mestrado – Santos. R.M.A.; 2012.
5
1- Dissolver 18g de nitrito de sódio numa quantidade de água destilada até perfazer 50 ml;
2- Dissolver 5g de nitrato de cobalto em 5 ml de ácido acético, acrescentando água
destilada até completar 50ml;
3- Juntar as soluções, agitando com bastão de vidro, para a obtenção de 100 ml de uma
solução de Hexanitritocobalto de sódio;
4- Submeter a amostra aos vapores de ácido fluorídrico (40%) durante 30 segundos;
5- Emergir a amostra na solução de Hexanitritocobalto de sódio por igual tempo;
6- Lavar a amostra sob água corrente e deixar secar ao natural.
As análises modais foram contabilizadas através de um contador manual. O numero de pontos
determinados por seção variou de 100 a 500, isso em função das texturas e granulação apresentada.
Os dados disponíveis encontram-se plotados no diagrama QAP (Figura 7) de Streckeisen (1976).
3.2.3. Química de Rocha Total
Para as análises geoquímicas foram selecionadas 18 amostras de rochas consideradas como as
mais representativas da Suíte Intrusiva Noroagro considerando sua distribuição na área de estudo,
bem como sua diversidade textural e composicional, em base à petrografia efetuada. Inicialmente,
as amostras foram serradas e britadas nos laboratórios de Laminação e Preparação de Amostras do
DRM-UFMT e, em seguida, ocorreu a separação individual de cerca de 10g de amostra, sendo todas
enviadas ao Acme AnalyticalLaboratories (Acmelab)- Vancouver/ Canadá para determinações
através dos métodos ICP (InductivelyCouple Plasma) e ICP-MS (InductivelyCouple Plasma Mass
Espectrometry) para elementos maiores e menores ((SiO2, TiO2, Al2O3, FeOtotal, MnO, MgO, CaO,
Na2O, K2O e P2O5) e traço(Rb, Sr, Cr, Ni, Zr, Y, Ce, Ba, Be, Nb, Cu,Lu, Dy, Gd, Er, Yb, Y, La,
Eu, Nd, Ce e Sm).
Petrografia, Geoquímica e Geocronologia da Suíte Intrusiva Noroagro, Divisa Mato Grosso – Rondônia, SW do
Cráton Amazônico. Dissertação de Mestrado – Santos. R.M.A.; 2012.
6
3.2.4. Geocronologia
A preparação de amostra foi realizada no laboratório de Preparação de amostras do DRM-
UFMT. A datação Pb/Pb em zircão (evaporação) foram realizadas no Laboratório de Geologia
Isotópica (Pará-Iso), da Universidade Federal do Pará. As análises foram feitas em um
espectrômetro de massa Finnigan MAT 262. A rocha datada corresponde à amostra RM-01.
3.4. Etapa de Tratamento e Sistematização dos Dados
Esta fase consistiu na integração e interpretação dos dados obtidos: onde foi elaborado o mapa de
Situação de Afloramentos e Geológico (Preliminar e Final) com auxilio dos softwares Arcgis versão
9.2 e Corel Draw, versão 16, juntamente com os dados de campo e dados anteriormente adquiridos
na área pesquisada, foram possíveis gerar subsídios possibilitando o traçado de contatos
litológicos.Para os resultados geoquímicos obtidos os mesmos foram tratados com o auxilio do
software para processamento de dados litoquímicos tais como: Minpetfor Windows (versão 2.02,
Richard 1995) e Newpet for DOS (versão 7.10, Clarke 1992). Os gráficos obtidos foram
posteriormente tratados no software Corel Draw, versão 16.
3.5. Etapa de Elaboração da Dissertação
Com os dados obtidos, tratados e interpretados, foi possível confeccionar a presente dissertação e
elaboração de um artigo científico intitulado: “Petrografia, Geoquímica e Geocronologia da Suíte
Intrusiva Noroagro, Divisa Mato Grosso- Rondônia, SW do Cráton Amazônico”, o qual foi
submetido à Revista de Geociências da Universidade Estadual Paulista/ UNESP, pré- requisitos
necessários para obtenção do título de mestre no programa de Pós-Graduação em Geociências da
Universidade Federal de Mato Grosso.
Petrografia, Geoquímica e Geocronologia da Suíte Intrusiva Noroagro, Divisa Mato Grosso – Rondônia, SW do
Cráton Amazônico. Dissertação de Mestrado – Santos. R.M.A.; 2012.
7
6. CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL
O Cráton Amazônico é a maior entidade geotectônica pré-cambriana da América do Sul, ocupa
quase toda a região noroeste do Brasil e se prolonga para o interior da Bolívia, Guiana, Suriname,
Venezuela, Colômbia e Paraguai. Seu limite oriental é definido pelos cinturões neoproterozóicos
Paraguai (SE) e Araguaia (E); enquanto a N, S e W apresenta-se recoberto pelos sedimentos das
Bacias Subandinas. A sinéclise do Amazonas, cuja calha central orienta-se segundo a direção E-
W,promove uma subdivisão desse crátonem dois escudos; sendo a norte, o das Guianas, e a sul, o
do Brasil Central.
A primeira síntese sobre a geologia do Craton Amazônico no Brasil foi elaborada por Almeida
(1974), fazendo os primeiros esboços do então denominado Craton do Guaporé.
Posteriormente,Amaral (1974), através de levantamento de dados geológicos e geocronológicos (K-
Ar e raros Rb-Sr), propõe a divisão do Cráton em províncias, baseado nos trabalhos de mapeamento
geológico executado pela CPRM e RADAMBRASIL nos anos 70.
Duas linhas de pensamento contrastantes tentaram descrever o cenário evolutivo do Craton
Amazônico. De um lado os autores alicerçados nos conceitos da escola geossinclinal apresentam
um modelo baseado na recorrência de sucessivas reativações proterozóicas em uma extensa
plataforma arqueana-paleoproterozóica; enquanto, outros pesquisadores, que empregam os
fundamentos da Teoria da Tectônica Global ou de Placas, defendem um processo de evolução
crustal baseado em sucessivas acresções de crosta juvenil em torno de um núcleo arqueano,
distribuídas temporalmente até o limiar do Neoproterozóico, tendo este modelo sido aplicado tanto
para o craton como um todo, como a setores restritos. Dentre as muitas contribuições a esse modelo,
ressaltam-se as de: Teixeira et al. (1989), Tassinari (1996), Tassinari & Macambira (1999),
Tassinari et al. (2000), Santos et al. (2000), Almeida et al. (2000).
Para o setor SW do Estado de Mato Grosso,Saes& Fragoso César (1996), Pinho &Pinho(1997),
Saes (1999), Matos &Schorscher (1997), Geraldes (2000), Leite &Saes (2002), Geraldes et al.
Petrografia, Geoquímica e Geocronologia da Suíte Intrusiva Noroagro, Divisa Mato Grosso – Rondônia, SW do
Cráton Amazônico. Dissertação de Mestrado – Santos. R.M.A.; 2012.
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2001, Matos et al. 2004, Ruiz 2005, Bogeret al.2005, Santoset al. 2008 e Bettencourt et al
(2010)prestaram significativa contribuição, surgindo também as primeiras tentativas de correlação
global, como por exemplo, a justaposição da Amazônia e Laurentia, durante a amalgamação do
Supercontinente Rodínia (Sadowski& Bettencourt 1996).
Várias modificações foram efetuadas por Santos (2003) em relação aos modelos anteriores,
dentre elas destaca-se: a criação da Província Carajás desmembrando-a da Província Amazônia
Central, redefinição da Província Tapajós- Parima (antiga Ventuari-Tapajós) com a alegação de que
os terrenos da região de Ventuari (Venezuela) serem mais jovens e enquadrados na Província Rio
Negro; desmembrando então a Província Rio Negro-Juruena em Província Rio Negro e Rondônia-
Juruena e ampliação do limite da Província Sunsás em território brasileiro. Todavia, em muitas
áreas ainda existem traçados de limites imprecisos ou duvidosos entre províncias, em função da
escassez de dados estruturais e geocronológicos. O traçado retilínio entre os limites de províncias
também é questionável, levando a crer que os terrenos acrescionários possuiam suas margens com
limites retos, o que é bastante improvável.
Ruiz (2005) posiciona o Maciço Rio Apa como parte do Craton Amazônico com base nas
seguintes observações: o Grupo Cuiabá e as demais unidades litoestratigráficasque constituem o
Cinturão de Dobramentos Paraguai, exibem clara continuidade física desde a região de Nova
Xavantina (MT) tendo continuidade na região da Serra da Bodoquena e Aquidauana (MS) e
extendem-se até a parte oriental da República do Paraguai(Figura 2). Este autor ainda efetua uma
correlação litoestratigráfica entre as unidades que compõem a calha sedimentar Tucavaca na Bolívia
(Grupos Boqui, Tucavaca e Murciélago) e as unidades expostas na Faixa Paraguai no SW do Brasil
(Grupos Jacadigo e Alto Paraguai); enfatizando que o “Cinturão” Tucavaca exibe uma discreta
deformação compressiva, destacando-se apenas amplas ondulações e raros cavalgamentos, sua
disposição sub-ortogonal ao cinturão principal (Paraguai) e o registro de estruturas extensionais
paralelas ao eixo da calha sedimentar sugerem para este autor, que a Faixa Tucavaca representa um
Petrografia, Geoquímica e Geocronologia da Suíte Intrusiva Noroagro, Divisa Mato Grosso – Rondônia, SW do
Cráton Amazônico. Dissertação de Mestrado – Santos. R.M.A.; 2012.
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braço abortado (junção Tríplice) da Faixa Paraguai. O Maciço Rio Apa, representaria dessa forma,
uma margem passiva continental.
Figura 2: Compartimentação geocronológica e tectônica do Craton Amazônico, o Maciço Rio Apa como seu extremo
meridional, extraído de Ruiz 2005.
Petrografia, Geoquímica e Geocronologia da Suíte Intrusiva Noroagro, Divisa Mato Grosso – Rondônia, SW do
Cráton Amazônico. Dissertação de Mestrado – Santos. R.M.A.; 2012.
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A Província Rondoniana-San Ignácio, onde se insere a unidade estudada, é limitada a norte e
leste pela Província Rio Negro-Juruena, a sul pela Província Sunsás e a oeste por sequências
sedimentares fanerozóicas e é caracterizada por um fragmento formado por amalgamação de arcos
magmáticos em colisão continental ao longo do limite com a Província Rio Negro-Juruena (Cordani
& Teixeira 2007). Segundo Bettencourt et al. (2010), a cratonização da Província Rondoniana-San
Ignácio foi seguida por reativação tectônica, deformação, superimposição termal e magmatismo
relacionados com eventos orogênicos, estes efeitos são observados em feições como zonas de
cisalhamento, faixas milonitizadas, riftes, bacias sedimentares e intrusões pós-tectônicas e
anorogênicas. Estes autores subdividiram essa província em Terreno Paraguá (1.82-1.32 Ga),
Terreno Jauru (1.78-1.42 Ga), Terreno Rio Alegre (1.51-1.38 Ga) e o Terreno Alto Guaporé onde se
insere a área pesquisada (Figura 3).
Após o desenvolvimento da Faixa Alto Guaporé na borda sul do Cráton Amazônico, um curto
período de quiescência tectônica se estabeleceu. Posteriormente, à retomada da atividade
tectônica,oCiclo de Wilson, iniciou-se com um processo de rompimento crustal intracontinental,
com geração de proto-oceano, o qual está representado pelo Terreno Nova Brasilândia, o qual
possui uma individualidade que o diferencia dos terrenos ou domínios adjacentes, dos quais é
separado por falhas ou zonas de cisalhamento de grande expressão.
Petrografia, Geoquímica e Geocronologia da Suíte Intrusiva Noroagro, Divisa Mato Grosso – Rondônia, SW do
Cráton Amazônico. Dissertação de Mestrado – Santos. R.M.A.; 2012.
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Figura 3: (A) Mapa simplificado do SW do Cráton Amazônico mostrando os limites aproximados das principais
províncias, principais orógenos, terrenos e elementos tectônicos das unidades litológicas. (B) As principais províncias
geocronológicas do Cráton Amazônico, extraído de Bettencout et. al (2010).
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Cráton Amazônico. Dissertação de Mestrado – Santos. R.M.A.; 2012.
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7. GEOLOGIA DA SUÍTE INTRUSIVA NOROAGRO
Com o mapeamento geológico realizado na área de estudo (imediações do Assentamento
Noroagro, Distrito de Comodoro MT)foi possível estabelecer o reconhecimento de 5 (cinco)
unidades estratigráficas, figura 4: Complexo Rio Galera, Suíte Intrusiva Noroagro, Complexo
Máfico Ultramáfico Trincheira, Formação Utiaríti e Coberturas Sedimentares Aluvionares.
Os litotipos do embasamento apresentam-se polideformados, constituídos por Xistos,
Paragnaisses e Anfibolitos bandados pertencentes ao Complexo Rio Galera. Este embasamento é
cortado por uma intrusão magmática ácida a intermediária granitica de composição variando de
monzogranitos a tonalitos, anteriormente denominada Granito Rio Piolho (Rizzotto, et al. 2010),
reconhecida neste trabalho como Suíte Intrusiva Noroagro. É comum a presença de xenólitos de
paragnaisses e anfibolitos do embasamento. Os contatos entre as unidades vistos em campo se
mostram abruptos e subverticais, localmente cortados por diques máficos sin-plutônicos correlatos
ao Complexo Máfico Ultramáfico Trincheira. Esta mostram-se recoberta pela Formação Utiaríti
através de um contato discordante erosivo. A mais jovem unidade mapeada está representada pelas
Coberturas Sedimentares Aluvionares como resultado do retrabalhamento quaternário.
Petrografia, Geoquímica e Geocronologia da Suíte Intrusiva Noroagro, Divisa Mato Grosso – Rondônia, SW do
Cráton Amazônico. Dissertação de Mestrado – Santos. R.M.A.; 2012.
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Figura 4: Coluna estratigráfica esquemática das unidades mapeadas.
7.1. Complexo Rio Galera
As rochas do Complexo Rio Galera constituem uma associação de paragnaisses, anfibolitos e
xistos definidos por Ruiz (2005) na localidade de Nova Lacerda MT, deformados e metamorfizados
na fácies Anfibolito alto a granulito, localizados na parte sul da área estudada. Na maioria dos
afloramentos descritos em campo, sua exposição ocorre em forma de lajedos próximos á
Drenagens.
Os paragnaisses variam de cinza a cinza escura, inequigranular de granulação fina, representado
por bandamento gnáissico muito regular, bem definido entre as partes félsicas (quartzo, feldspato e
plagioclásio), e máficas (biotita, muscovita, granada, sillimanita e anfibólio), de acordo com a
figura 5.
Os anfibolitos apresentam granulação fina a muito fina de cor verde a cinza escura, sendo
holocristalina mesocrática com textura afanítica, equigranular maciçar representado na figura 6,
Petrografia, Geoquímica e Geocronologia da Suíte Intrusiva Noroagro, Divisa Mato Grosso – Rondônia, SW do
Cráton Amazônico. Dissertação de Mestrado – Santos. R.M.A.; 2012.
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tendo como paragênese característica a hornblenda e o plagioclásio. Sua coloração é cinza escura e
sua granulação é fina a muito fina.
Os xistos são de granulação média a fina (figura 7), afloram geralmente estagio avançado de
intemperismo, compostos por muscovita, biotita, quartzo por vezes, sillimanita. Na maioria dos
afloramentos descritos, estas rochas se apresentam em forma de morrotes suaves localizados em
cortes de estrada. Localmente são expostos na forma de mega xenólitos em meio às rochas da Suíte
Intrusiva Noroagro.
Figura 5: Foto de afloramento representando a forma de ocorrência dos paragnaisses dispostos na forma de lajedo com
bandamento composicional (S2) bem definido e uma foliação proeminente (A). Contato brusco entre as rochas
pertencente ao embasamento metamórfico Rio Galera e rochas intrusivas da Suíte Intrusiva Noroagrofigura (B).
Figura 6: Anfibolito de coloração cinza escura, granulação fina, isenta de alteração.
Petrografia, Geoquímica e Geocronologia da Suíte Intrusiva Noroagro, Divisa Mato Grosso – Rondônia, SW do
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Figura 7: Afloramento em corte de estrada, composto por muscovita-biotita-quartzo sillimanita xisto, de coloração
marrom avermelhado, representado em forma de xenólitos em meio às rochas da Suíte Intrusiva Noroagro.
.
Petrografia, Geoquímica e Geocronologia da Suíte Intrusiva Noroagro, Divisa Mato Grosso – Rondônia, SW do
Cráton Amazônico. Dissertação de Mestrado – Santos. R.M.A.; 2012.
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7.2. Suíte Intrusiva Noroagro
A Suíte Intrusiva Noroagro é representada por uma grande distribuição espacial, cerca de 200
km2
aflorante na porção norte e sul da área e serve como substrato para a deposição da Formação
Utiaríti (Grupo Parecis). O contato entre essas unidades é por discordância erosiva. As rochas
graníticas estão intrudidas em meio a xistos, paragnaisses e anfibolitos do embasamento,
correspondente ao Complexo Rio Galera.
Os granitóides afloram, na área pesquisada, em forma de blocos e às vezes de morrotes suaves.
São cortados localmente por diques máficos e xenólitos de xistos e gnaisses. Os litotipos que
constituem esta intrusão são compostos por uma variação faciológica representada desde
monzogranitos até tonalitos. São leuco a mesocráticos de granulação média a grossa, porfiríticos e
raramente equigranulares, holocristalinas de cor cinza á cinza escura e apresentam cristais de K-
feldspato e raramente de plagioclásio como fenocristais. Ocorrem ainda cristais subarredondados de
quartzo, e grãos tabulares de plagioclásio, hornblenda e biotita.
Em análise microscópica os granitóides estão representados por cristais anédricos de quartzo
apresentando extinção ondulante, cristais euédricos tabulares de oligoclásio, além de micas (biotita
e muscovita). Os minerais acessórios formam grãos prismáticos euédricos de titanita, rutilo e
allanita. Localmente se observa plagioclásio apresentando um intenso processo de micro-
fraturamento, ocasionado durante uma terceira deformação dúctil Sn+2 da Suíte Intrusiva Noroagro,
e também intensos processos de saussuritização.
Petrografia, Geoquímica e Geocronologia da Suíte Intrusiva Noroagro, Divisa Mato Grosso – Rondônia, SW do
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7.3. Diques Máficos
Esta unidade é constituída por rochas básicas de granulação fina a muita fina, composta de
anfibolitos a metagabros de cor verde escura a cinza, localizados na porção sudoeste da área
pesquisada. Sua forma de ocorrência se dá por corpos estreitos a alongados intrusivos em rochas
metamórficas do embasamento e em rochas da Suíte Intrusiva Noroagro. Apresentam espessura
media de 5 metros, com direção predominante W-E, (figura 8).
Figura 8: Forma de ocorrência dos Diques Máficos, apresentando uma geometria tabular alongada com direções W-E
subparalelas a foliação regional.
Petrografia, Geoquímica e Geocronologia da Suíte Intrusiva Noroagro, Divisa Mato Grosso – Rondônia, SW do
Cráton Amazônico. Dissertação de Mestrado – Santos. R.M.A.; 2012.
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7.4. Formação Utiariti
A Formação Utiariti é composta primordialmente por quartzo-arenito vermelho com alto grau de
silicificação e diagênese, granulometria fina média, estrutura maciça e/ou estratificação cruzada
acanalada de pequeno porte. Na área ocorre na porção nordeste na forma de pacotes subhorizontais
e, muitas vezes, repousando diretamente sobre as rochas cristalinas do embasamento, como
representado nas (figuras 9 e 10).
Figura 9: Forma de ocorrência dos arenitos da Formação Utiariti, em forma de platôs elevados.
Petrografia, Geoquímica e Geocronologia da Suíte Intrusiva Noroagro, Divisa Mato Grosso – Rondônia, SW do
Cráton Amazônico. Dissertação de Mestrado – Santos. R.M.A.; 2012.
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Figura 10: Foto representando em detalhe estratificação cruzada acanalada de pequeno porte.
Petrografia, Geoquímica e Geocronologia da Suíte Intrusiva Noroagro, Divisa Mato Grosso – Rondônia, SW do
Cráton Amazônico. Dissertação de Mestrado – Santos. R.M.A.; 2012.
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“Petrografia, Geoquímica e Geocronologia da Suíte Intrusiva Noroagro, Divisa
Mato Grosso – Rondônia, SW do Cráton Amazônico”.
Rone Marcos A. dos Santos
1, 4,5 ([email protected])
João Batista de Matos1,2,4,5
Amarildo Salina Ruiz1,3,4,5
(1)-Programa de Pós-Graduação em Geociências, Instituto de Ciências Exatas e da Terra – (ICET),
Universidade Federal de Mato Grosso – (UFMT) - Avenida Fernando Corrêa, s/n Bairro Coxipó.
CEP 78060-900. Cuiabá, MT, Brasil.
(2)- Departamento de Recursos Minerais, ICET, UFMT.
(3)- Departamento de Geologia Geral, ICET, UFMT.
(4)- Grupo de Pesquisa em Evolução Crustal e Tectônica- Guaporé
(5)- Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Geociências da Amazônia-GEOCIAM.
RESUMO
A área de estudo localiza-se no Distrito de Noroagro, Comodoro (MT). Cujo embasamento é
constituído por rochas metavulcanossedimentares representadas por paragnaisses, paranfibolitos e
xisto, reunidos sob a designação “Complexo Rio Galera”, que aflora na parte central da área.
Apresenta um complexo padrão deformacional exibindo três foliações penetrativas, sendo S1 e S2
coaxiais, com atitude 70-80W e médio a alto ângulo de mergulho. Neste trabalho, as rochas
anteriormente denominadas Granito Rio Piolho, são abordadas como Suíte Intrusiva Noroagro
(SIN) homônimas ao Distrito. A SIN é composta por rochas holocristalinas, inequigranulares,
médias a grossas, xenomórfica, cor cinza, constituída por plagioclásio, quartzo, tendo hornblenda e
biotita como minerais máficos primários e microclina (rara). Os minerais de alteração se apresentam
como zoizita, sericita, calcita, epidoto e argilo-minerais. Quimicamente, apresentam composição
variando de tonalito até monzogranito, subalcalinas de natureza cálcio-alcalina geradas em
ambiente de arco vulcânico em período pós-orogênico. Os processos metamórficos identificados
nestas rochas ocorrem intimamente associados à deformação F3 Os dados isotópicos obtidos
(amostra RM-1) pelo método Pb/Pb em zircão referem-se à idade média de 1421.2 +4.7 Ma
(MSWD = 1.4) considerada como mínima de cristalização para as rochas da SIN.
Palavras-chaves: Cráton Amazônico, Faixa Alto Guaporé, Suíte Intrusiva Noroagro.
Petrografia, Geoquímica e Geocronologia da Suíte Intrusiva Noroagro, Divisa Mato Grosso – Rondônia, SW do
Cráton Amazônico. Dissertação de Mestrado – Santos. R.M.A.; 2012.
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ABSTRACT – R.M.A. Santos, J.B. Matos, A.S. Ruiz –Petrography,
GeochemistryandtheGeochronology Noroagro Intrusive Suíte, Mato Grosso division Rondônia, SW
Amazonian Cráton. The area is localized in the Comodoro District (MT). The basement is
constituted by metavolcanosedimentary rocks, paragneiss, paramphibolites and schists. Meeting
under Complex Rio Galera denomination, flagging in the central portion. This rocks presents
complex deformational pattern showing three penetrative foliations being the S1 and S2 coaxial, and
the strike 70-80ºW and medium to high dip. In this works, the rocks previously denominated
Granite Rio Piolho are approach with the assignment of Suite Intrusive Noroagro (SIN)
homonymous of District. The SIN is composed by holocrystalline, inequigranular, medium to
coarse grained,xenomorphic, gray color, with plagioclase, quartz, hornblende, biotite (primary
mafic minerals) and microcline (rare). The alteration minerals are: zoizite, sericite, calcite, epidote
and clay minerals. Chemically shows composition ranging from tonalite to monzogranite being the
parental magma classified as sub-alkaline and calc-alkaline type, generated in volcanic arc
environment at the post-orogenic time. The metamorphic process suffered by this rocks, occur in
straight association with the F3 deformational pattern. The isotopic data obtained (sample RM-1) by
the Pb/Pb method refers to the medium age 1421.2 +4.7 Ma (MSWD = 1.4), considered as the
minimum age of crystalization of the SIN rocks.
Keywords: Amazonian Craton, Alto Guaporé Belt, Noroagro Intrusive Suite.
Petrografia, Geoquímica e Geocronologia da Suíte Intrusiva Noroagro, Divisa Mato Grosso – Rondônia, SW do
Cráton Amazônico. Dissertação de Mestrado – Santos. R.M.A.; 2012.
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INTRODUÇÃO
O sudoeste do Cráton Amazônico na divisa entre os estados de Mato Grosso e Rondônia,
proximidades do município de Comodoro, é caracterizado por rochas pertencente ao Complexo Rio
Galera, Complexo Máfico Ultramáfico Trincheira e Suíte Intrusiva Noroagro (SIN), parcialmente
recobertos pela Formação Utiariti do Grupo Parecis. Segundo Santos et.al. (2010) a SIN,
anteriormente denominada Granito Rio Piolho por Rizzotto et.al. (2010) apresentou idade U/Pb, por
laser ablation de 1429± 23 Ma.
Essas rochas cortam discordantemente os Complexos Rio Galera e Colorado. O propósito deste
trabalho é estabelecer as características petrográficas, geoquímicas e geocronológicas deste corpo
intrusivo com os eventos magmáticos regionais associados.
ASIN ocorre como matacões subarrendondos a alongados, onde predominam monzogranitos a
tonalitos leucocráticos a mesocráticos de granulação média, porfiríticos e raramente equigranulares,
apresentando, localmente, fenocristais euédricos de feldspato potássico.
CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL
O Cráton Amazônico é a maior entidade geotectônica pré-cambriana da América do Sul, ocupa
quase toda a região noroeste do Brasil e se prolonga para o interior da Bolívia, Guiana, Suriname,
Venezuela, Colômbia e Paraguai. Seu limite oriental é definido pelos cinturões neoproterozóicos
Paraguai (SE) e Araguaia (E); enquanto a N, S e W apresenta-se recoberto pelos sedimentos das
Bacias Subandinas. A sinéclise do Amazonas, cuja calha central orienta-se segundo a direção E-W,
o subdivide em dois escudos; a norte, o das Guianas, e a sul, o Brasil Central.
Os modelos geotectônicos propostos para a evolução do Cráton Amazônico seguem duas linhas
de abordagem bastante distintas. Uma delas está baseada no modelo das províncias geocronológicas
– geotectônicas, mobilístico, e propõe uma evolução através da aglutinação de cinturões orogênicos,
Petrografia, Geoquímica e Geocronologia da Suíte Intrusiva Noroagro, Divisa Mato Grosso – Rondônia, SW do
Cráton Amazônico. Dissertação de Mestrado – Santos. R.M.A.; 2012.
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desde o Paleoproterozóico até o Neoproterozóico, em torno de núcleos arqueanos (Cordani et al.
1979; Tassinari, 1981; Teixeira et al., 1989; Tassinari et al., 1996; Tassinari, 1996; Sato &
Tassinari, 1997).
Cordani et al. (1979) descrevem um núcleo proto- cratônico (Província Amazônia Central),
circundado por cinturões móveis paleo a neoproterozóicos responsáveis por eventos de acresção de
associações de rochas crustais juvenis ou retrabalhadas (Províncias Maroni- Itacaíunas, Rio Negro
–Juruena e Rondoniana San Ignácio).
Tassinari (1996), Tassinari &Macambira (1999 e 2004), definem o Cráton Amazônico como o
resultado da acresção continental, a partir de um proto-cráton arqueano (Província Amazônia
Central – 2.5 Ga), composto por microcontinentes amalgamados em orogenias colisionais,
associado a outras cinco províncias geocronológicas denominadas de Maroni-Itacaiúnas (2.2-1.95
Ga), Ventuari-Tapajós (1.95-1.8 Ga), Rio Negro-Juruena (1.8-1.55 Ga), Rondoniana-San Ignacio
(1.55-1.3 Ga) e Sunsás (1.3-1.0 Ga). As províncias Ventuari-Tapajós e Rio Negro-Juruena são
compostas por material derivado do manto evoluído em uma sucessão de arcos magmáticos,
enquanto as outras apresentam retrabalhamento associado a processos colisionais. Ruiz (2005) e
Cordani et al. (no prelo) acrescentam o Bloco Rio Apa ao Cráton Amazônico, estendendo sua área
de ocorrência até o extremo sul da Faixa Móvel Paraguai (Fig.1). Neste trabalho, dá-se preferência
aos estudos desenvolvidos por Tassinari & Macambira (1999 e 2004), Ruiz (2005) e Cordani et.al.
(2010).
Petrografia, Geoquímica e Geocronologia da Suíte Intrusiva Noroagro, Divisa Mato Grosso – Rondônia, SW do
Cráton Amazônico. Dissertação de Mestrado – Santos. R.M.A.; 2012.
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Figura 1: Compartimentação geocronológica e tectônica do Craton Amazônico, o Maciço Rio Apa como seu extremo
meridional, extraído de Ruiz 2005.
A Província Rondoniana-San Ignácio, onde se insere a unidade estudada, é limitada a norte e
leste pela Província Rio Negro-Juruena, a sul pela Província Sunsás e a oeste por seqüências
sedimentares fanerozóicas e é caracterizada por um fragmento formado por amalgamação de arcos
magmáticos em colisão continental ao longo do limite com a Província Rio Negro-Juruena
(Cordani & Teixeira 2007). Segundo Bettencourt et al. (2010) a cratonização da Província
Rondoniana-San Ignácio foi seguida por reativação tectônica, deformação, superimposição termal e
magmatismo relacionados com eventos orogênicos, estes efeitos são observados em feições como
Petrografia, Geoquímica e Geocronologia da Suíte Intrusiva Noroagro, Divisa Mato Grosso – Rondônia, SW do
Cráton Amazônico. Dissertação de Mestrado – Santos. R.M.A.; 2012.
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zonas de cisalhamento, faixas milonitizadas, riftes, bacias sedimentares e intrusões pós-tectônicas e
anorogênicas. Estes autores subdividiram essa província em Terreno Paraguá (1.82-1.32 Ga),
Terreno Jauru (1.78-1.42 Ga), Terreno Rio Alegre (1.51-1.38 Ga) e o Terreno Alto Guaporé onde
se insere a área pesquisada (Figura. 2).
Figura 2. Compartimentação em Domínios Tectônicos para o SW do Cráton Amazônico, onde abrange o SW de Mato
Grosso e Bolívia e em destaque a área objeto de estudo, extraído de Ruiz (2009).
TERRENO ALTO GUAPORÉ (1.4 A 1.3 GA)
A Faixa Alto Guaporé foi instalada durante a evolução do Orógeno Rondoniano (1.42 – 1.32
Ga). No setor ocidental da Província Rondônia-Juruena, Rizzotto et al. (2002) a caracterizam por
meio de estudos geológicos e geocronológicos e, descrevem um evento tectono-magmático de
abrangência regional balizado no intervalo de 1350 a 1320 Ma. Posteriormente, Rizzotto & Dehler
(2007) denominaram esse evento de Faixa Alto Guaporé, o qual foi derivado de uma orogenia
Petrografia, Geoquímica e Geocronologia da Suíte Intrusiva Noroagro, Divisa Mato Grosso – Rondônia, SW do
Cráton Amazônico. Dissertação de Mestrado – Santos. R.M.A.; 2012.
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colisional, em um intervalo de tempo e em condições metamórficas de alto grau, sendo que o
mesmo possui correspondência temporal com a Orogenia San Ignácio, definida no oriente
Boliviano por Litherland et al. (1986) e com as orogenias Rondoniana (Teixeira e Tassinari, 1984) e
Candeias (Santos et al. 2000), embora a conotação tectônica entre estes eventos seja bastante
distinta.
A Faixa Alto Guaporé se estende desde o setor central setentrional de Rondônia, prolongando-se
para o sudeste até a porção sul - ocidental de Mato Grosso, estando em grande parte recoberta por
rochas sedimentares das Bacias dos Parecis e sedimentos inconsolidados da Formação Guaporé,
correspondendo a uma zona estreita e alongada, delineada por fortes anomalias magnéticas.
Petrografia, Geoquímica e Geocronologia da Suíte Intrusiva Noroagro, Divisa Mato Grosso – Rondônia, SW do
Cráton Amazônico. Dissertação de Mestrado – Santos. R.M.A.; 2012.
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Figura 3. Mapa Geológico da Suíte Intrusiva Noroagro- SW do Cráton Amazônico.
Petrografia, Geoquímica e Geocronologia da Suíte Intrusiva Noroagro, Divisa Mato Grosso – Rondônia, SW do
Cráton Amazônico. Dissertação de Mestrado – Santos. R.M.A.; 2012.
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GEOLOGIA E PETROGRAFIA
A Suíte Intrusiva Noroagro tem uma grande distribuição espacial em torno de 200 km²,
estendendo-se de Norte- Sul da área pesquisada e está intrudida em xistos e paragnaisses
polideformados, pertencentes ao Complexo Rio Galera. Distribuem-se como blocos e ás vezes
aflorando como morrotes suaves. Localmente são cortados por diques sin-plutônicos e xenólitos de
rochas máficas e/ou rochas calcissilicatadas. (figuras 4 e 5).
Os litotipos que constituem esta intrusão apresentam variação composicional variando de
tonalito a monzogranito.São meso a leucocráticos, de granulação média a grossa, localmente
porfiriticos,apresentando por vezes, fenocristais de k-feldspato e raros grãos tabulares
deplagioclásio, quartzo subarredondado, hornblenda e biotita.
Figura 4. Foto (A) RM 01 forma de ocorrência dos afloramentos em forma de blocos, (B) Afloramento RM 02 foto de
detalhe com presença de xenólitos de rocha metabasica.
Figura 5. Foto (A) afloramento em forma de blocos com foliação proeminente, (B) foto de detalhe de rocha tonalítica
cortada por diques sin-plutônicos com foliação coincidente com a da rocha encaixante.
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Em análise de lâmina delgada (Fig. 6), os granitóides estão representados por rochas
holocristalinas, inequigranulares, textura lepdoblastica com variações à granoblastica, formada pela
orientação dos minerais de quartzo, plagioclásio e micas. Quando alterada, evidencia a atuação de
processos de sericitização,e argilização menos intensa nos feldspatos, com cloritização dos cristais
de biotita. Essas rochas são constituídas pela seguinte paragenese primaria: plagioclásio, quartzo,
feldspato alcalino, biotita e muscovita, tendo como acessórios apatita, zircão e opacos e como
minerais de alteração sericita, argilo-minerais, calcita e clorita.
O plagioclásio apresenta-se em grãos euédricos a subédricos tabulares com textura mirmequítica,
levemente orientados segundo a fase de deformação F1. Exibe geminação polissintetica albita,
periclina, por vezes combinadas albita + carlsbad e periclina + carlsbad, zonação encontra-se
frequentemente identificada nesses cristais, o que indica resfriamento rápido.
O quartzo, apresenta-se em grãos anédricos e extinção ondulante, deformação intra-cristalina,
num processo de recristalização estática indicando baixas temperaturas de metamorfismo.
Os Feldspatos alcalinos são subedrico sepor vezes apresentam geminação em grade e inclusões
granulares e aciculares de quartzo e apatita respectivamente, observa-se textura gráfica e
sericitização incipiente, com zonação normal.
A biotita apresenta-se como mineral máfico predominante ocorrendo em palhetas intersticiais.
Comumente mostra-se parcial a totalmente cloritizada definindo um processo de
retrometamorfismo. Como minerais acessórios ocorrem cristais aciculares de apatita e zircão
associados aos maficos.
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Figura 6.Fotomicrografia: Legenda; (A e B) Pl- plagioclásio com evidencias de microfraturas, devido a processos de
deformação ruptil polarizadores descruzados, (C e D) Bt- biotita forma tabular e Aln- cristais euhédricos de alanita; (E)
Gr- granada subédrica e Bt- palhetas de biotita, polarizadores descruzados; (F) grãos anédricos de quartzo com extinção
ondulante polarizadores cruzados; (G) plagioclásio saussuritizado + quartzo (Qz) com intensa zonação; (H) cristais
euhédricos de plagioclásio e anédricos de quartzo, representam uma textura granoblástica, polarizadores cruzados.
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A composição modal das rochas da SIN encontra-se ilustrado no diagrama QAP (Figura 7) e
indicam concentração de amostragem variando do campo dos monzogranitos até tonalitos,
evidenciando um trend de empobrecimento em plagioclásio com a evolução magmática.
Figura 7. Diagrama modal QAP.Para as rochas da Suíte Intrusiva Noroagro
CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL E DEFORMAÇÃO
Na área estudada foram identificadas pelo menos três fases de deformação, F1, F2 e F3,que
afetaram as rochas da Suíte Intrusiva Noroagro e suas encaixantes.
A fase de deformação F1, de caráter dúctil, é representada pelo desenvolvimento de um
bandamento composicional (S1) nos gnaisses do Complexo Rio Galera, o qual exibe intenso e
complexo padrão de dobramento. A orientação preferencial do bandamento S1 varia entre N80º-
60ºW com mergulhos elevados a médios, ora para NE ora para SW. Os efeitos tectono-
metamórficos desta fase de deformação não afeta a Suíte Intrusiva Noroagro, indicativos de uma
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deformação/metamorfismo de idade paleoproterozóica. As paragêneses geradas incluem minerais como
biotita + sillimanita + granada, sugestivos de fácies anfibolito alto a granulito.
A fase de deformação F2 é responsável pela formação de dobras D2variando desde dobras
cerradas a fechadas desenhadas pelo bandamento composicional (S1) e, na Suíte Noroagro, pelo
desenvolvimento de destacada foliação penetrativa, do tipo xistosidade (S2), que se orienta segundo
a direção N80º-60ºW com mergulhos íngremes, entre 70º e 90º, tanto para NE como para SW. O
metamorfismo associado a esta deformação é inferido, neste trabalho, como representativo de fácies
xisto verde.
A fase F3 é caracterizada pelo redobramento suave das foliações S1 eS2 e, localmente, pelo
desenvolvimento de faixas de transposição/cisalhamento segundo a direção N-S. As dobras D3são
simétricas, com plano axial e eixo subverticais a foliação S3 é caracterizada por uma clivagem de
crenulação e, mais raramente, uma xistosidade, representativa de um metamorfismo de fácies xisto
verde baixo, provavelmente da zona da clorita, em função das paragêneses apresentadas: clorita +
sericita/muscovita + epidoto.
A Figura 8 ilustra a relação entre as estruturas tectônicas identificadas nas encaixantes,
Complexo Rio Galera e a Suíte Intrusiva Noroagro.
Figura 8. Modelo esquemático representando feições de campo da Suíte Intrusiva Noroagro, foto em detalhe
apresentando Granodiorito injetado segundo o plano axial das dobras do embasamento.
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GEOQUÍMICA
Para as análises químicas foram selecionadas dezoito amostras de rochas mais representativas da
Suíte Intrusiva Noroagro considerando sua distribuição na área de estudo, bem como sua
diversidade textural e composicional, tendo sido efetuadas noAcme Analytical Laboratories
(Acmelab)-Vancouver/Canadá para determinações através dos métodos ICP (InductivelyCouple
Plasma) e ICP-MS (InductivelyCouple Plasma Mass Espectrometry) de elementos maiores,
menores e traços, sendo os resultados apresentados nas tabelas 1 e 2.
As rochas da Suíte Intrusiva Noroagro, apresentam valores de SiO2entre 61,18 e 73,07 % e
caracterizam uma seqüência ácida pouco expandida que, no entanto, refletem tendências de
variações coerentes, indicando uma evolução contínua marcada possivelmente por cristalização
fracionada.Os diagramas Harker (Figura 9) mostram tendências de variação com correlações
lineares negativas entre sílica e(Fe2O3)t,TiO2, MgO, Na2O e CaO, que refletem o empobrecimento
em plagioclásio e em minerais máficos primários, tais como hornblenda, biotita, ilmenita-magnetita,
titanita e apatita, e correlação positiva com o K2O,durante a evolução magmática. O Na2O em
processo normal de diferenciação tende a mostrar correlação positiva com esse índice, aqui
apresenta correlação negativa denunciando provavelmente mobilização de sódio durante a atuação
de processos sub-solidus.Entre os elementos traço (Figura. 10), correlações negativas são
observadas para Sr, Ga e Nb que,provavelmente,relacionam-se ao empobrecimento em minerais
máficos primários (biotita e hornblenda), plagioclásio, bem como, pelo fracionamento de zircão.
No diagrama TAS (Le Maitre 1989), as rochas da Suíte Intrusiva Noroagro as rochas da SIN
plotam-se no campo dos dacitos e riodacitos, coincide com os campos plotados no diagrama R1 4Si-
11(Na+K)-2(Fe+Ti) X R2 6Ca +2Mg +Al (La Roche 1980). De forma semelhante, as amostras
tratadas no diagrama proposto por Winchester & Floyd (1977) inserem-se no campo dos dacitos-
riodacitos,que utiliza, além de SiO2, elementos considerados menos móveis nos processos pós-
magmáticos, tais como as razões Zr/TiO2 e Nb/Y.
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Tabela 1. -Composição química de elementos maiores, menores e traços (% em peso e ppm) das rochas da Suíte
Intrusiva Noroagro.
Amostra RM01 RM07 RM10 RM12 RM13 RM23 RM27 RM33 RM61
Elementos
SiO2 61.18 63.28 64.17 68.20 65.86 72.41 71.78 65.07 70.72
TiO2 5.5 0.70 0.67 0.56 0.60 0.29 0.34 0.75 0.47
Al2O3 15.70 18.88 17.67 15.86 16.74 14.08 14.61 15.67 15.43
Fe2O3 6.13 4.52 4.77 4.72 4.92 2.74 2.80 5.39 3.26
MnO 0.08 0.02 0.03 0.04 0.03 0.02 0.01 0.06 0.02
MgO 3.48 1.37 1.21 0.94 1.05 0.58 0.60 2.63 0.80
CaO 5.33 4.05 4.01 3.03 3.22 2.26 2.65 3.77 3.28
Na2O 3.32 4.47 4.25 3.85 4.07 3.18 3.74 2.80 3.67
K2O 2.17 2.02 2.01 2.14 2.33 3.42 2.16 2.59 1.79
P2O5 0.24 0.05 0.31 0.15 0.30 0.09 0.11 0.11 0.09
LOI 1.3 0.4 0.6 0.2 0.6 0.5 0.9 0.9 0.2
Total 99,74 99,76 99,7 99,69 99,72 99,57 99,7 99,74 99,73
Sc 16 7 8 8 8 6 5 15 7
Ba 783 828 862 1201 995 2875 1366 764 1030
Be 2 2 1 2 1 2 1 3 2
Co 61.7 55.8 52.5 73.3 63.3 77.8 69.1 77.7 66.4
Cs 2.8 3.0 3.3 4.2 4.2 2.1 2.7 2.5 2.4
Ga 20.2 22.5 21.9 17.6 21.1 16.1 17.3 20.9 17.9
Hf 4.2 7.5 12.6 11.1 10.7 5.6 7.3 3.3 8.6
Nb 6.4 8.8 12.2 11.5 10.9 7.5 66.3 8.9 7.3
Rb 67.3 61.7 72.5 71.8 80.2 65.6 62.1 94.8 54.7
Sn 2 2 2 2 2 2 2 1 3
Sr 694.7 544.1 564.5 472.8 500.6 428.6 510.4 497.0 552.9
Ta 0.5 0.5 0.7 0.6 0.7 0.4 0.5 0.8 0.6
Th 5.5 19.2 4.6 28.6 21.9 9.1 17.7 21.9 17.8
U 1.7 2.7 2.1 2.7 3.6 1.6 2.2 1.0 2.5
V 119 40 19 10 16 8 8 87 8
W 422.3 423.2 378.4 484.4 435.4 491.6 453.0 451.8 430.4
Zr 162.5 260.5 444.4 377.9 354.3 204.7 233.4 132.0 306.3
Y 22.0 11.3 9.3 19.4 22.3 12.3 7.8 13.0 8.8
Mo 0.2 0.6 0.1 0.7 0.2 0.2 0.2 0.1 0.2
Cu 5.3 1.1 5.9 1.1 0.7 0.8 2.2 4.6 3.4
Pb 4.2 4.2 2.6 3.9 3.7 4.7 5.3 5.3 3.7
Zn 66 91 94 93 88 54 54 80 60
Ni 23 20 2.8 2.9 3.3 2.8 2.7 20.9 3.6
As 0.9 0.5 0.5 0.5 0.7 0.5 0.7 0.7 0.5
Sb 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1
Bi 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1
Ag 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1
Au 1.2 1.1 0.5 0.8 0.6 1.0 0.6 0.9 1.0
Tl 0.5 0.5 0.6 0.6 0.6 0.3 0.4 0.6 0.5
La 30.2 69.2 23.8 115.5 96.1 49.8 74.1 53.5 73.7
Ce 65.2 146.3 48.2 246.5 197.4 100.7 148.2 108.2 150.3
Pr 8.12 17.04 6.02 26.94 22.25 11.68 17.23 12.86 17.39
Nd 33.8 66.5 23.7 106.2 83.8 44.1 66.3 48.8 66.7
Sm 6.05 10.20 4.35 13.86 12.31 6.12 9.49 7.92 9.71
Eu 1.45 2.53 2.10 2.21 2.27 2.05 2.37 1.43 2.18
Gd 5.07 7.45 3.34 9.09 8.70 4.40 6.17 5.82 6.35
Tb 0.75 0.81 0.45 0.92 1.13 0.46 0.61 0.70 0.60
Dy 4.08 3.11 2.02 3.82 5.02 2.08 2.20 3.25 2.26
Ho 0.81 0.35 0.29 0.66 0.71 0.34 0.25 0.51 0.28
Er 2.33 0.77 0.82 1.87 1.82 1.04 0.53 1.20 0.75
Tm 0.34 0.11 0.13 0.28 0.24 0.17 0.09 0.15 0.12
Yb 2.19 0.72 1.03 1.79 1.33 1.09 0.68 0.94 0.74
Lu 0.31 0.11 0.16 0.27 0.21 0.18 0.09 0.12 0.11
Se 0.5 0.5 0.5 0.5 0.5 0.5 0.05 0.5 0.5
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Cráton Amazônico. Dissertação de Mestrado – Santos. R.M.A.; 2012.
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Tabela 2. -Continuação composição química de elementos maiores, menores e traços (% em peso e ppm) das rochas da
Suíte Intrusiva Noroagro.
Amostras RM52 RM156 RM157 RM159 RM166 RM167 RM169 RM171 RM172
Elementos
SiO2 68.71 67.69 69.29 67.88 70.02 70.02 65.79 73.07 69.76
TiO2 0.45 0.50 0.33 0.38 0.34 0.34 0.56 0.22 0.34
Al2O3 15.18 15.93 15.37 16.10 15.07 15.07 16.68 14.12 14.98
Fe2O3 3.73 4.06 2.96 3.18 2.95 2.95 4.80 2.07 3.25
MnO 0.04 0.04 0.06 0.02 0.02 0.02 0.05 0.02 0.04
MgO 0.84 1.08 1.13 0.72 0.65 0.65 1.18 0.53 0.87
CaO 3.27 3.38 2.56 2.74 2.40 2.40 3.42 1.94 2.51
Na2O 3.59 3.72 3.89 3.60 3.49 3.49 3.65 3.17 3.48
K2O 2.46 2.40 3.01 3.62 3.19 3.19 2.37 3.93 3.38
P2O5 0.14 0.17 0.13 0.25 0.09 0.09 0.18 0.09 0.12
LOI 1.2 0.6 1.0 1.0 1.0 1.0 0.9 0.5 0.9
Total 99.61 99.57 99.73 99.49 99.13 99.13 99.58 99.66 99.63
Sc 8 9 7 8 6 6 10 5 7
Ba 1454 1612 808 2527 4734 4734 1022 1357 1470
Be 1 1 2 1 1 1 1 1 1
Co 133.4 122.1 123.3 109.9 133.4 133.4 127.5 142.0 1139
Cs 2.0 2.8 3.9 3.3 1.7 1.7 3.3 1.2 0.8
Ga 17.9 17.6 17.8 18.8 15.4 15.4 19.8 15.3 16.0
Hf 7.6 6.6 3.8 6.0 7.0 7.0 10.0 4.1 5.2
Nb 9.7 8.0 7.6 9.8 8.6 8.6 9.8 6.4 7.9
Rb 63.8 68.6 75.4 86.4 61.6 61.6 83.4 67.0 68.5
Sn 1 3 2 3 1 1 2 1 1
Sr 478.8 516.1 449.2 487.5 575.2 575.2 478.6 322.8 359.0
Ta 0.7 0.6 1.1 0.6 0.5 0.5 0.9 0.6 0.5
Th 13.0 6.3 6.2 8.4 23.1 23.1 17.9 6.9 11.0
U 2.5 1.6 3.8 1.5 1.9 1.9 2.5 1.3 1.1
V 35 39 40 27 16 16 35 24 36
W 794.2 780.6 756.6 715.7 844.1 844.1 896.8 881.2 749.3
Zr 262.7 285.4 116.3 214.2 237.0 237.0 352.3 126.1 175.7
Y 16.7 7.7 16.4 14.6 10.4 10.4 18.0 9.0 11.5
Mo 0.3 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.3 0.2 0.8
Cu 1.1 2.6 2.8 1.0 2.2 2.2 4.8 2.3 4.8
Pb 8.7 2.9 11.1 5.8 8.1 8.1 3.8 6.7 8.3
Zn 74 72 58 56 55 55 88 41 63
Ni 20 20 20 20 20 20 20 20 20
As 1.3 0.5 0.5 0.5 0.5 0.5 0.5 0.5 0.5
Sb 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1
Bi 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1
Ag 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1
Au 0.5 1.1 0.5 0.5 0.9 0.9 1.1 0.5 0.8
Tl 0.3 0.5 0.4 0.4 0.2 0.2 0.7 0.2 0.4
La 72.3 44.8 21.2 36.0 69.2 69.2 83.4 26.3 48.0
Ce 162.4 98.9 49.4 82.3 210.1 210.1 187.4 61.8 112.4
Pr 18.86 10.68 5.59 8.92 21.67 21.67 19.86 6.73 11.79
Nd 61.8 39.3 20.9 35.9 82.3 82.3 71.6 24.7 40.9
Sm 8.85 5.75 3.83 5.87 10.84 10.84 9.80 4.34 6.41
Eu 2.08 1.97 0.86 1.96 2.75 2.75 1.92 1.29 1.39
Gd 5.80 3.68 3.20 4.43 6.45 6.45 6.19 3.16 4.30
Tb 0.68 0.41 0.49 0.58 0.59 0.59 0.70 0.39 0.50
Dy 3.19 1.70 2.76 2.86 2.05 2.05 3.54 1.72 2.09
Ho 0.59 0.28 0.56 0.48 0.36 0.36 0.66 0.31 0.39
Er 1.58 0.71 1.63 1.22 0.83 0.83 1.72 0.86 1.05
Tm 0.25 0.11 0.27 0.18 0.13 0.13 0.23 0.12 0.14
Yb 1.76 0.75 1.77 1.12 0.93 0.93 1.39 0.69 0.80
Lu 0.28 0.14 0.28 0.17 0.16 0.16 0.22 0.13 0.14
Se 0.5 0.5 0.5 0.5 0.5 0.5 0.5 0.5 0.5
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Figura 9.Diagramas de variações Harker para elementos maiores ppm (expressos em óxidos) das rochas da Suíte
Intrusiva Noroagro.
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Figura 10.Diagramas de variações Harker para elementos traços (ppm) das rochas da Suíte Intrusiva Noroagro.
Utilizando-se o diagrama proposto por Cattalani&Bambic (1994) Al2O3versus TiO2(Figura 11)
que discrimina processos de alteração, a partir de dados de elementos considerados como menos
móveis em processos pós magmáticos, os pontos plotados coincidem com os campos de rochas de
composições dacítica a riolítica e posicionam-se próximos ao trend de fracionamento, sugerindo
estágio de alteração incipiente.
Figura 11. Diagrama classificatório e discriminativo de processos de alteração pós-magmáticos para as rochas da Suíte
Intrusiva Noroagro: Al2O3 versusTiO2 (Cattalani&Bambic 1994).
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As rochas estudadas foram classificadas como dacito- riodacito no diagrama (SiO2versus
Zr/TiO2)proposto por Wischester& Floyd (1977), ilustrado na Figura 12 A. No diagrama R1 4Si-
11(Na+K)-2(Fe+Ti) X R2 6Ca +2Mg +Al (La Roche 1980) que considera a maioria dos elementos
maiores, os litotipos da SIN coincidem com os domínios dos granodioritos a tonalitos. (Figura. 12
B).
O magmatismo que originou as rochas da Suíte Intrusiva Noroagro foi classificado como
subalcalino do tipo cálcio-alcalino, como ilustrado nos diagramas propostos por Irvine &
Baragar (1971) com respectivamente álcalis versus SiO2 e AFM (Figura 13. A e B). Neste
último, observa-se também que os pontos que representam estes litotipos descrevem uma
tendência aproximadamente linear, que evolui em direção ao vértice dos álcalis, para valores
muito baixos e decrescentes de MgO, representando, provavelmente, o processo de diferenciação
magmática a que esse corpo foi submetido durante sua colocação. Quanto ao Índice de Shand,
esse magma classifica-se como metaluminoso a levemente peraluminoso como demonstrado no
diagrama A/NK e A/CNK de Maniar&Piccoli (1989), Figura 12 C.As amostras da SIN quando
plotadas no diagrama SiO2 versus K2O de Peccerillo e Taylor (1976), apresentam características
de um magmatismo de médio potássio (Figura 13 D) , com pelo menos duas amostras incidindo
no campo das rochas de alto potássio, denotando possivelmente para essas amostras, processos
de potassificação sofridos por parte desse magmatismo.
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Cráton Amazônico. Dissertação de Mestrado – Santos. R.M.A.; 2012.
39
Figura 12. Diagramas classificatórios para as rochas da SIN: (A) SiO2versus Zr/TiO2 (Winchester & Floyd 1977); (D)
R1xR2 (La Roche 1980).
Figura 13. Diagramas geoquímicos para a SIN: (A) Total de álcalis versus sílica e (B) AFM (Irvine &Baragar 1971);
(C) A/NK versus A/CNK (Maniar & Piccoli 1989);); (D) Diagrama Total de K2O versus SiO2 (Peccerillo& Taylor,
1976).
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Cráton Amazônico. Dissertação de Mestrado – Santos. R.M.A.; 2012.
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O diagrama Rb versusY+Nb (Figura 14 A)discriminante de ambiente tectônico de Pearce et al.
(1984) indica que as rochas da SIN foram geradas em ambiente de arco vulcânico, como indicada
no diagrama Hf-Rb-Ta*3 (Fig. 14 B) proposto por Harris et al. (1986).
Figura 14. Diagrama tectônico para as rochas da SIN: (A) Rb versus Y+Nb (Pearce et. al. 1984, Pearce 1996); (B) Hf-
Rb/30- Ta*3 (Harris et al. 1986).
As concentrações e razões dos Elementos Terra Raras da SIN são apresentadas na Figura 15,
onde os padrões definidos por esses elementos são normalizados pelos valores condríticos de
Nakamura (1977; Figura. 15 A). Estes apresentam enriquecimentos dos Elementos Terra Raras
Leves em relação aos Elementos Terras Raros Pesados, configurando um padrão normal de granitos
do tipo I. Os padrões de variação de elementos incompatíveis (e compatíveis) incluindo ETR, foram
normalizados pelos valores de granitos de Cordilheira Meso-Oceânica de Pearce et al. (1984; Fig.
15 B). Os resultados evidenciam um forte enriquecimento dos elementos litófilos de íons grandes
(LILE), principalmente Ba, Rb e Th em relação aos elementos de alta carga (HFSE), Ta, Nb, Hf,
Zr, Sm, Y e Yb. Observa-se também que, excetuando o Ce, os HFSE apresentam valores
normalizados, em geral muito próximos ou inferiores a 1, feição típica de magmatismo cálcio-
alcalino de médio-K (Scheepers, 1995) como os granitóides de arco magmático da Cordilheira dos
Andes. As razões Ce/Yb são respectivamente altas (médias 117,2), enquanto que as razões Dy/Yb
mantém-se constantes nas amostras analisadas com média ponderada de 1,63.
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Figura 15. (A) Padrões de variação de elementos Terras Raras, normalizados pelos valores do condríto (Nakamura
1977); (B) Diagrama Spider de elementos incompatíveis (e compatíveis), normalizados pelos valores dos Granitos de
Cordilheira Meso-Oceânica (Pearce et al. 1984) da Suíte Intrusiva Noroagro.
GEOCRONOLOGIA 206
Pb/204
Pb
A amostra preparada para os procedimentos geocronológicos 206
Pb/204
Pb refere-se a um litotipo
de cor cinza-claro, granulação média, variando de inequigranular porfirítica, composição
granítica/granodiorítica da localidade de Noroagro, foliada, com pelo menos duas fases de
deformação/metamorfismo.As datações Pb-Pb em zircão por evaporação foram realizadas no
Laboratório de Geologia Isotópica (Pará-Iso) da Universidade Federal do Pará, utilizando-se de um
espectrômetro de massa Finnigan MAT 262. A rocha datada corresponde à amostra RM-1
correspondente ás seguintes coordenadas UTM: 0811766/ 8516938.
Procedimento Pb/Pb em zircão (evaporação)
Os concentrados de zircões foram obtidos através das técnicas convencionais de trituração e
separação mineral (peneiramento, líquidos densos e separador magnético), no Laboratório
Intermediário de Preparação de Amostras para Geocronologia- DRM -UFMT. Os cristais de zircão
foram separados manualmente da granulação 0,170 mm da fração menos magnética e dispostos em
um filamento de Rênio sob a forma côncava.
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Fez-se o uso de mais de um grão de zircão por filamento, devido a suas baixas concentrações de
Pb radiogênico. As análises Pb/Pb em multigrãos de zircão foram realizadas por ionização termal,
através do sistema de detector de contagem de íons para os isótopos 204
Pb, 206
Pb, 207
Pb e 208
Pb, que
permite medidas precisas para baixas razões de 206
Pb/ 204
Pb. As calibrações foram feitas usando o
padrão NBS 983. A média das idades foi calculada segundo Gaudette et al. (1998) e foram
calculadas com precisão de 2σ (± 95% de precisão). Cada filamento com multigrãos de zircão foi
analisado em diferentes temperaturas (1450ºC, 1500ºC e 1550 ºC). As idades foram calculadas
usando as constantes de decaimento e abundâncias isotópicas listadas por Steiger&Jäger (1977).
RESULTADOS ANALÍTICOS
Os dados analíticos obtidos são apresentados na Tabela 3. Os dados relativos à amostra RM-1,
embora mostrem baixas razões de Pb comum, foram descartados por apresentarem um número
restritos da razão utilizada na interpretação (inferior a 4). A amostra RM-1 corresponde a um
granodiorito intensamente foliado aflorante na parte norte da área pesquisada. Apresenta textura
inequigranular com granulação variando de grossa a porfirítica.Os cristais de zircão desta amostra
variam de marrom a marrom-amarelado, são prismáticos a anédricos arredondados, curtos, com
núcleos bem turvos, exibindo moderado fraturamento. Raros exemplares apresentam geminação e
zonação. São comuns feições de metamictização, tais como transparência, fraturamento, coloração
leitosa, etc., as quais são provavelmente, relacionadas a altas concentrações de urânio, sendo
escolhidos para análise os cristais menos afetados.
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Figura 16. Fotomicrografia de cristais de zircão da amostra RM-1 selecionados para a datação.
Oitenta e nove cristais selecionados foram dispostos em grupos de quatro a cinco grãos,
totalizando vinte e um filamentos de Rênio, dos quais apenas quinze foram estudados. Destes, seis
foram eliminados, devido as baixas emissões de Pb. Os nove filamentos restantes apresentaram
bons resultados analíticos obtidos durante a segunda etapa de aquecimento (15000C). A partir destas
razões, calculou-se a idade média de1421.2 +4.7 Ma (MSWD = 1.4) considerada como a idade
mínima de cristalização para as rochas da Suíte Intrusiva Noroagro.
Tabela 3. Dados isotópicos de Pb de multigrãos de zircão da amostra RM-1 da Suíte Intrusiva Noroagro.
Zircão Razões 204
Pb
/206
Pb
Erro
2σ
208Pb
/206
Pb
(c)
Erro
2σ
207Pb
/206
Pb
(c)
Erro
2σ Idade
Erro
2σ
TON/1 16/16 0,000150 0,000035 0,14697 0,02414 0,08893 0,00138 1402,9 ± 29,6
TON/2 8/8 0,000000 0,000002 0,12274 0,00518 0,09166 0,00219 1460,8 ± 45,4
TON/5 16/52 0,000340 0,000091 0,12408 0,00199 0,09054 0,00148 1437,2 ± 31,1
TON/6 36/98 0,000561 0,000349 0,11386 0,00625 0,09017 0,00053 1429,4 ± 11,3
TON/7 8/28 0,000087 0,000016 0,10670 0,00122 0,09015 0,00275 1428,9 ± 58,2
TON/9 28/44 0,000148 0,000018 0,12499 0,00134 0,08969 0,00026 1419,2 ± 5,6
TON/15 28/44 0,000338 0,000006 0,12511 0,00083 0,08967 0,00052 1418,7 ± 11,2
126/268 1421,2 ±4,7
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Figura 17. Diagrama idades versus cristais de zircão para a amostra RM-1 da Suíte Intrusiva Noroagro.
CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÃO
O arcabouço tectônico do SW do Cráton Amazônico, particularmente no oriente boliviano e
sudoeste de Mato Grosso, é caracterizado pela aglutinação de terrenos ou fragmentos crustais em
diversos episódios orogênicos que culminaram com a formação do supercontinente Rodínia.
Salienta-se que a última fase orogênica a afetar esta região é correlacionada por diversos autores à
Província Grenville da parte sudeste do continente norte americano.
A Suíte Intrusiva Noroagro pertencente à Faixa Alto Guaporé, insere-se na Província
Rondoniana San-Ignacio (1.42-1.32 Ga.) conforme definição de Bettencourt et.al. (2010) e foi
afetada pelo evento tectono-metamórfico levado a efeito durante a evolução da orogenia San
Ignácio (1.42-1.32 Ga.), responsável pela amalgamação do Terreno Paraguá ao Cráton
Amazônico.Nesse cenário, a Suíte Intrusiva Noroagro consiste de uma associação de rochas
graníticas (s.l.) variando de monzogranitos a tonalitos com foliação bem marcada evidenciada por
apenas fase de deformação (D3). Petrograficamente a Suíte Intrusiva Noroagro é composta por
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Cráton Amazônico. Dissertação de Mestrado – Santos. R.M.A.; 2012.
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rochas holocristalinas, inequigranulares, de granulação grossa a média, com textura xenomórfica,
cor cinza-escura a cinza-clara, constituída principalmente por plagioclásio, quartzo, tendo
hornblenda e biotita como minerais máficos primários. Raramente apresenta cristais de microclina e
possuem minerais de alteração tais como: zoizita, sericita, calcita e epidoto.
Em termos geoquímicos, essas rochas se apresentam como uma sequência ácida, pouco
expandida, formada por um magmatismo subalcalino do tipo cálcio- alcalino de médio potássio,
metaluminoso a levemente peraluminoso, evoluído por um marcante processo de cristalização
fracionada. Os dados geocronológicos Pb/Pb em zircão indicam 1421 ± 4.7 Ma como idade mínima
de cristalização dos litotipos estudados, corroborando com os dados previamente descritos por
Rizzotto et al (2010).
Os dados geológicos, geoquímicos e geocronológicos (Pb-Pb) obtidos para as rochas da Suíte
Intrusiva Noroagro, sugerem que a intrusão estudada foi gerada em ambiente magmático Paleo a
Mesoproterozóico, provavelmente em um ambiente tectônico do tipo arco vulcânico pós colisional,
desenvolvido no Terreno Alto Guaporé, durante a Orogenia Rondoniana (1.42-1.32 Ga.).
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem ao PROCAD (Proc.Nº 096/2007), à FAPEMAT (Proc. Nº
002.0141/2007), GEOCIAM e a CAPES, respectivamente, pelo custeio das análises
geocronológicas/ químicas e pela concessão de bolsa de mestrado ao primeiro autor.
Petrografia, Geoquímica e Geocronologia da Suíte Intrusiva Noroagro, Divisa Mato Grosso – Rondônia, SW do
Cráton Amazônico. Dissertação de Mestrado – Santos. R.M.A.; 2012.
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