6
I'hyllomedu'o 1 (lI : 5·10, 20 02 C 2002 Molopsi ll'H'uS Publi caç6e. Cientificas ISSN 1519 - 1397 Phyllomedusa: posição taxonômica , há bitos e biologia (Amphibia , Anura, Hylidae) Uli sses C"r;",msc hl C Carlos Alhcrlo Gonçal ves C ru " l)cpartJmen10 de Mu se u Nadon"I JUFRJ , Quinta ,b Vista. 20940-04Q, Ri o de Janeiro, l U, lirasil E-mails:uJisses@ncd.urrj_bre [email protected] Ill.br liolsistas do Conselho Nacional de l:Jesenvolvilllcnlo Ci entí fi co e Tecnológico (CNPq), Abs lr:\c! Phyllo lll ct[IlSU: taxonomic s tatu s, lwbi b, and biology (A mphi lJ i'l, Anur a, Hy li dae). for th e Hylidac family o I' trec- frogs. anel diagnosis a nd includcd gcnc ra for lhe four subfami li cs currently in this family, Hcmiphraetinac, Hylinae, Pelodryadinae, and Phyllotl1edusinne. are provided. The genera of the Phyllomcdusi nuc subfamily, Aga/ychllis. Hy/ollltllllü. Pachyllleâllsa, Phaslllah yhl , PIUYIIOIII CâIlS(/, a nd Phy//ollle- dIl5(1. nre diagnoscd and the spccics included and Iheir geographi c al distribut ion are referred. NOles 0 11 the habits and biology of members of lhe genus PhyllomcfJlIslI are presentcd. Kcywo rd s: Amphibia: Anura; Hy lidac; Hcmipl1t'adi nae; Hy lin:lc; Pe lodryadinac; Phyllomcdu si nae; Agll/ydlllis: JJ)'lol/lallti;)' : Pach)'lIIeâusa: Plu wl/flhyla; Ph rYllome- dum: Phyllomedusa; taxono my ; biology. Pal av ras-ch:tvc: Amphibia; AnuTa ; Hyli dac ; Hemiphractinae; Hylin ae: Pelodryadinae; Ph yllornedusinae: Aga/ychnis: f-Jy/omanti;)'; Pa chylllnJuMI; Pha ,)'IIU1hy/a; Phryllolll e- dllsa; Phyllomedll.w: Iaxonomia: biologia. Os membros da grande e divcrsifi cada fmní- lia Hylidae Raf illcsqu e, 1815 ( Amphibia: Anura) possuem cintura peitoral do tipo arcífe- ro. co m um cstcrno descnvolvido. Oilo vél'lc brns pré-sacrais procélica s, diapófises sacrais pouco dilatadas, arti culação da vértebra sacral com o uróstilo bicondilar, pré-mnxilares e max ilares providos de odontóidcs, uma cartilagem inl erca- lar entre 11 úllimn e a penú ltima fa langcs dos dí- gitos e amplcxo ax ilar. A família inclui atual- mente mais de 720 espécies, distribuídas pe las Américas do None, Ce ntral e do Sul, nas índias Ocidentais e na Região Auslralo-Papuana: um grupo de espécies de H)'I(I penetra n<l Eurásia temperada, in cluindo o exlremo norte da África e o Arquipélllgo Japonês (Frost. 2000). Atual- Recebido em 08 . 12.200' Aceito em 02.01.2002 P ll yll(JIll edlj $(l - 1(1). Jonuory 2002 Ill enle, cslá subdividida em qu at ro subfamílias, quais seja m: Hc miphra ctin:lc Petcrs, 18 62 - Ovos carre- gados no dorso da fêmea até li submetamorfose ou nlé a melamorfose, neste caso co m liberação de jove ns semel hantes aos adultos: pupila hori- zo nlnl: odonlóides maxilares e presente s; diapófises sacrais dihtladas ou cilín- driclls: exostose craninna mais ou menos acentu- ada em al gumas forma s; scu lo inte r-hi óideo não se estende além do fi nal da mandíbula; mús- culo inter mandibul ar co m dese n volvimento variávcl de ramos acessórios. Incl ui os gêneros C"ypto!JafracJuIJ' Rulhven. 1916, F/ec/onotlls Miranda-Ribeiro, 1920. Castroflwco Fi lzin ge r, 1843. N emi/,hra cflls Wng ler, 1828 e Slefwúa Rivero, 1968 tI966 1. I-Iylill:\c Gadow, 1901 - Ossificação crania- na vnri ável, COllttlnl C nt e sem fu sõcs ósseas ex-

Phyllomedusa: posição taxonômica, hábitos e biologia ... · Atl5ntica, no sllde~te e sul do Brasi l, do leste de Minas Gerais e sul da Bahia até o leste do Paraná. Composição

  • Upload
    others

  • View
    2

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

I'hyllomedu'o 1 (lI : 5·10, 2002 C 2002 Molopsi ll'H'uS Publicaç6e. Cientificas

ISSN 1519-1397

Phyllomedusa: posição taxonômica, hábitos e biologia (Amphibia, Anura, Hylidae)

Ulisses C"r;",mschl C Carlos Alhcrlo G onçal ves C ru"

l)cpartJmen10 de Vcrleb r~dos, Museu Nadon"IJUFRJ , Quinta ,b Bu~ Vista. 20940-04Q, Rio de Janeiro, lU, lirasil E-mails:[email protected]_bre [email protected]

lio lsistas do Conselho Nacional de l:Jesenvolvilllcnlo Cientí fi co e Tecnológico (CNPq),

Abslr:\c! Phyllolllct[IlSU: taxonomic status, lwbib, and biology (A mphilJ i' l, Anura, Hylidae). Diagno~ i s for the Hylidac family o I' trec- frogs. anel diagnosis and includcd gcncra for lhe four subfami lics currently in this family, Hcmiphraetinac, Hylinae, Pelodryadinae, and Phyllotl1edusinne. are provided. The genera of the Phyllomcd usi nuc subfamily, Aga/ychllis. Hy/ollltllllü. Pachyllleâllsa, Phaslllahyhl , PIUYIIOIIICâIlS(/, and Phy//ollle­dIl5(1. nre diagnoscd and the spccics included and Iheir geographical distribution are referred. NOles 0 11 the habits and biology of members of lhe genus PhyllomcfJlIslI are presentcd.

Kcyword s: Amphibia: Anura; Hy lidac; Hcmipl1t'adi nae; Hy lin:lc; Pe lodryadinac; Phyllomcdusi nae; Agll/ydlllis: JJ)'lol/la llti;)' : Pach)'lIIeâusa: Pluwl/flhyla; Ph rYllome­dum: Phyllomedusa; taxonomy ; biology. Palavras-ch:tvc: Amphibia; AnuTa; Hylidac; Hemiphractinae; Hylin ae: Pelodryadinae; Phyllornedusinae : Aga/ychnis: f-Jy/omanti;)'; PachylllnJuMI; Pha,)'IIU1hy/a; Phryllollle­dllsa; Phyllomedll.w: Iaxonomia: bio logia.

Os membros da grande e divcrsifi cada fmní­lia Hyl idae Ra fillcsque, 1815 (Amphibia: Anura) possuem cintura peitoral do tipo arcífe­ro. com um cstcrno descnvolvido. Oilo vél'lcbrns pré-sacrais procélicas, diapófises sacrais pouco dilatadas, articulação da vértebra sacral com o uróst ilo bicondi lar, pré-mnxi lares e max ilares providos de odontóidcs, uma cartilagem inlerca­lar entre 11 úllimn e a penú ltima fa langcs dos dí­gitos e amplcxo ax ilar. A família inclui atual ­mente mais de 720 espéc ies, distribuídas pelas Américas do None, Central e do Su l, nas índias Ocidentais e na Região Auslralo- Papuana: um grupo de espécies de H)'I(I penetra n<l Eurásia tem perada, inclu indo o exlremo norte da África e o Arquipélllgo Japonês (Frost. 2000). Atual -

Recebido em 08. 12.200' Aceito em 02.01.2002

P ll yll(JIlledlj$(l - 1(1). Jonuory 2002

Illenle, cslá subd ivid ida em quat ro subfamílias, quais sejam:

Hcmiphra ctin:lc Petcrs, 1862 - Ovos carre­gados no dorso da fêmea até li submetamorfose ou nlé a melamorfose, neste caso com liberação de jovens semel hantes aos adultos: pupila hori­zonlnl : odonlóides maxilares e pré-vo merino .~

presentes; diapófises sac rais dihtladas ou cilín­driclls: exostose craninna mais ou menos acentu­ada em al gumas formas; múscu lo inter-hióideo não se estende além do fi nal da mandíbula; mús­culo int e rmandibul ar co m dese nvolvimento variávcl de ramos acessórios. Incl ui os gêneros C"ypto!JafracJuIJ' Rulhven. 1916, F/ec/onotlls Miranda-Ribeiro, 1920. Castroflwco Fi lzinger, 1843. N emi/,hracflls Wng ler, 1828 e Slefwúa Rivero, 1968 tI9661.

I-Iylill:\c Gadow, 1901 - Ossifi cação crania­na vnri ável, COllttlnlCnt e sem fusõcs ósseas ex-

tensivas; pd e ua cabeça usualment e nilo­coossi ficada ao crânio, embora o seja nos gru­pos com cabeça oss il"ic:lda ("easque-hcadcu"): pupila horizontal; ooontóides maxilares presen­tes e pré-Illaxilares geralmente presentcs; fa lan­ge terminal dos uígi tos em forma de garra ex­pandida na base, gcr<l lmente cobena por UIll dis­co dilatadu; diapófi ses saerais geralment e di lata­das; músculo inter-hi 6ideo sc estende posterior­mente .1 lém do final da mandíbul<l: !lHí sculo inlermandibular usualmente indiferendado; lar­vas aquáticas, adult os terrestres, geralmente trepadorcs. Incl ui os gê neros Acri.f DU llIéril e Bibron, 1841, AIIOIhcc(l Srnith , 1939, A')(I ­msphenuflofl Miranda-Ribe iro, 1920. Aplosto­diH' (U A. LuI z, 1950, Argenteohyla Trueb, 1970, Calyptah)' lo Trueb c Tyl er, 1974, Co ,.ytlwmo ntis Boule nger, 1896, Oll c f/ma ­/1(11)'/(1 Campbcll e Smith, 1992, Hyfa Laurenl i, 1768, N)'cli ll/llllt is Boulcnger, 1882, Osleo­repIUlfll .~ Ste ind :lehncr, 1862. OSICOI)iJlIs Fit zi nger, 1843. Ph,.ynohyas Filzin ge r, 1843, l>hy /ludyfl:S Waglcr, 1830, P/ectrohy/a Brocehi , 1877, {'sel/dacr! .\" Fit zin ger, 1843, Plemol/y/a l3 oul engcr, 1882, Pt )"cho l/yfa Tay lor. 1944, Sca rthyf(l Duel lman c De Sá. 1988 , Scimu Wag ler, 1830. SlIIifüc{/ Cope. 1865. Sphae­I/orhynclllu Tsc hudi. 1838, Tepuilly fa Ayau:agüena, Seriaris e Gorzula. 1993 [ 1992J, Tl"lIchyccpl!allls Tschudi, 1838. '1''-;1',-;01/ Copc, 1866 e Xel/ohy/a Izeckson, 1998[ 1996 [.

)'c1odl'yadina c Günther, 1859 t 18581 -Os:.ificação craniana vari;"\vcl , eomumcnte sem fusõcs ósseas; pele da cabeça não-coossifi cada; pupila horizontal (exceto em Nyctimyste~·. que possui pupila vertical); músc ulo inter-hióideo se estende posteriormcnte além do final da mandí­bu la; múscu lo inlernwndibular com um elemen­to apica l separado; ul:sovas e larvas aqu.í ti cas. Inclui O~ gêneros Cycloral1(1 Slcindachner, 1867, Liloria Tsehud i, 1838 e Nycli/llyste.~· Stej neger, 1916.

Phyllomcdus inae Gü nther, 1858 - Ossi fi ca­ção do crânio vllriávcl , ge ralme nte se m fusões ósseas extensivas; pel e da cabeça nilo-coossifi­cada ao crâni o; pupila verti cal; mú scu lo inler­hi6ideo se eSlCnde posteriormente além do final da mandíbu la: mú;,culo intennandibu lar com !"a­

mos laterais acessórios; desova geralmente fora da água, sobre a vegetaçâo ou em fol hns enrola~

das; girinos aquáticos, com espiráeulo ventral, apenas levemente si ni stro; pés agarradores ou tendência a essa capacidade; cart ilagcns interca­lares, tamanho do:; discos e ex tc ll:;ilo das melll ­branas imerd igi tais progressivamente reduzidas: IOrsão do pé, com oposiçi"io dos dedos gradual­mente desenvolvida. Inclui os gê neros Ag(lI)'(:II ­Ilís Cope, 1864. flylommlli.~ Petcrs, 1873 [1872J, Pa ch)'lI/cd ll.w Duel lllHln , 1968, Phaslllah)'/a Cruz, 1991 11990[, Pl!ryl1o/llcdllso Miranda-Ri ­beiro, 1923 e Phy/lomelllua Wagler, 1830.

Neste traba lho. será dada ênfase aos membros dn subfa mílin Phyl1omedusinae, com especial atenção ao gêne ro Phy/lomedll.m. As delinições dos gêneros seguem Duellman (1968) c Cruz (1991 11990]). A defin ição das espécies­tipo dos gêneros e da distribuiçilo geográfica sc­guem FrOSI (2000).

Subfalll ília Phyllomcdusinae Günther, 1858

Esta subl"amília constitu i uma das linhagens fi logcné ti eas mais distintas dentre os Hyl idae neotrop it.:a is, principalmente pela sua pupila ver­tical (horizontal em todos os outros hilíd eo.'\, exceto em N)'ctimysle~', um gêncro da PlIPU<l­Nova Guiné). co lorido dorsal sempre verde c geralmente com cores vivas nas partes ocultas, por depositarem seus ovos em lima massa gelat i­nosa sobre fo lhas ou em folhas enro ladas acima da água (háb ito também encontrado apenas em cspéc ies das famílias Ccntrolenidae e Rhaco­phoridae e em alguma s poucas cspéc ies de Hy/a) (Duellman, 1968) c, como notaram Cc i (1963) c Cci c Erspamcr (1966), também dife­rem nOIll\'elmcntc de todos os outros hilídeos ne ot rop icais com base nas ami na s e poli ­pcptídcos da pe le.

Gênero Agalychllis Cape, 1864

Esl'écic-lil)O - Hyfll ca/lilb )'lIs Cope, 1864. por designação original.

Dcfinição - Dedos e artel hos palmados pelo menos até a metade de seu comprimento; discos terminais grandes; primeiro artc lho mais curtO que o scgu nd o c nHo-oponível aos outros; pele lisa. sem osteodcrmcs; glândulas paratóides, se presentes, pobremente desenvolvidas c difusas; membrana palpebral reticu lada (exceto em A.

Phyllomcdl/S" _ 1 (I), Januory 2002

I'hyllomcdus:l: I',ml'i;" tanm"m;CfI. I"íbilfls e bi"I,,/{i<l

calcarifer); íris ve rmel ha ou amarela ; c rânio baixo, com altura menor que 40% do compri­mento: nasais grandes; fontanel" rront oparietal gm nde; quadratojug<lis reduzidos; dent es pré­vomerin os presentes; girinos tlquálicos, genera­lizados.

Distribu ição geográfic:a - Sul do Méx ico, América Centra l, lerras ba ixas da vertente do Oeea no P~wrrieo da Colômbia e noroeste do Equador e Equador Amazônico.

COmIlOs i \~ão - Contém oito espécies . con­fo rme relacionado no Apênd ice I.

Gênero f/yloll/cllllü Peters, 1873 [1872]

Espécie-tipo - f/y/olI/C/l1Ii .r C/spera Pete rs, 1873[18721, por monotipia.

Definição - Dedos e arte lhos com palmatura vestigial a ausente; discos terminais de tam:lIlho moderado, lanceolados; primeiro artelho mais curto que o segundo e não-oponível aos outros ; pe le ac entuad a mente granul osa; g lândula s paratóides ausentes; membrana palpebra l l1ão­ret ieulad a; íri s creme; crânio moderadamente baixo, com altura de cerca de 43% do compri­mento: nasais grandes; fontanela fronlOparietal grande; quadratojugais ausentes; dentes pré­vOlllcrinos ausentcs; girinos desconhecidos, mas provavel mente aquáticos c generalizados.

Distribuição geográfica - Floresla Atlânti­ca nos estados da Bahia e Pernambuco, Brasil.

Composição - Contém duas espécies, con­fo rme re lacionado no Apêndice I.

Gênero Pach)'lIIedusa Duellman, 1968

Espédc-tipo - Ph ylfomedllm dacllic%r Cope, 1864, por designação original.

Definição - Dedos e art elhos com membra­na apenas basa l e fímb rias laterais; discos termi­nais grandes; primei ro arte lho mais curtO que o segundo e não-oponível aos outros; pele lisa ou co m fili gr.mas , sem os tcodennes; glândulas parat6ides presentes, difusas; membrana palpe­bra l ret icuJada; íris amarelo-dourada, co m retic ulações pre las; c rfmio a lto, com a ltu ra maior que 50% do comprimento; nasai s grandes; fo ntanela rrontoparietal moder:ldamellle grande; qund ratojuga is robustos; dentes pré-vomerinos presentes; girinos aquáticos, generalizados.

PI'yllomc:dlfsl. - 1 (1), Jonuory 2002

Dis tribuição gcográricll - Vertentes do Oceano Pacífico e terras baixas, do sul de Sono­ra até O Istmo de Tehuantcpcc, México.

Compos ição - Contém uma espécie, confor­me rel ndorwdo no Apl:ndi ce I.

Gênero Plwsmo.h)'/tI Cruz, 199 1 11 9901

Espéc ie-tipo - Phyllomedllw gllltata A. LUI Z, 1924, por desig nação original.

Definição - Dedos c arte lhos com palmatura vest igial ou ause nte; discos tcrm ina is modera­dos; primeiro artel ho mais curto que o segundo e não-oponível aos out ros; pele llloderadamenle granulosa, sem oSleodermes; gl5ndula~ parmói ­des ause ntes, mas está prcsente U111 par de glân­dulas lMe ro-dorsai s; membrana pa lpebra l não­reticulada ; íri s creme: crfmio moderadamente alto, com altura dc ce rca de 46% do comprimen­to; nasais grandes; fontanela fronloparietal gran ­de ; quadratojugais presentes. reduzidos; dentcs pré-v0111crinos au se nt es; g irino s nquát icos , especiali zados, com a boca em posição ântcro­dorsal e provida de uma prega dénn ica expand i­da em forma de funil.

Distribuição geográficll - Reg ião da Mata Atl5ntica , no sllde~ t e e sul do Brasi l, do leste de Minas Ge rai s e s ul da Bahia at é o les te do Paraná.

Co mposição - Co nté m quatro espécies, conronne relacionado no Apênd ice I (Figura I).

Gênero Pllrynollledllsa Miranda-Ribei ro, 1923

Espécie-tipo - Pltr)'lIomccllIsa fimb rjata Miranda- Ri be iro, 1923, por designação subse­qüelltc.

Definição - Dcdos palrnados até pelo mcnos 1/3 de seu comprimento e artelhos paJmndos até mais da melade de seu comprimento; discos ter­minai s moderados li grandes: primeiro artelho mai s curlo que o scg undo e não-oponível aos outros; pele fin,II11 ent c granul os a, quase lisa, sem oSleodermes; glfl ndu las parat6ides ausentes; membrana palpebml não-reticulada; íris bicolor, se nd o o terço s uperior dourado e o res tante acinzentado; crâni o moderadamente aliO, com altura de cerca de 46% do comprimento; nasais gra nd es ; fontanela I'rontopari c t;!l g rand e;

11

Cllrmn<lsch i e Cruz

quadralojugais au~c nt cs; dentcs pré. vo meri nos em pequeno número ou ausentes; girin os aqutíti ­cos, gcneral izados.

Distribuição gcogr:ílica - S udeste do Dra-si!.

CUnll)osiçao - Contém c inco espécies, con­fo rme relacionado no Apêndice I.

G6nero Phy /lO/uedll.WI Wag!cr, 1830

Es pécie-tipo - ROI/(I (,icnlo r Boddae rt , 1772, por mo not ipia,

Oclil1içao - Dedos c artelhos com membrll­nas gr:lIldeTllcn tc reduzidas o u ausentes; d iscos tcrmina is pequenos; primc iro artelho ma is curto , igual ou mais lon go que o segundo, opon(vel ou não aos Olllros; pe le li sa ou rugosa, com ou sem oswodermes; glândul as paratóidcs presentes na maioria das espécies, usualme nte d istintas e elc­vadas; mcmbrana p:llpcbral não- rct iculada; íris uniformcme nte branco-prateada a bron /.e, com ret icul açücs pre tas; crfltli o mode rado a alto, com altu ra mai or que 3R% do comprim ento; nasais Ill ode rad a ment e pequ e nos; I"ontanela I"ro nto­pariet a l prcse nt c. va r iá ve l e m tamanho ; quadratoj ugais redu;ddos e m algumas espécies; dentes pré-vomcrinos presentes ou ausentes.

Distribuição geogr:ílicl.' . Costa Ricll, Pa­r!amá, vertentes do Oceano Pacífico da Colôm­bi a e América do Sul a leste dos Andes, incluin­do Trinidad, para o sul até o none da Argentina.

Composição - Cont çll1 29 cspéc ies. confor­me relac ionado no Apêndiee I.

Pltyllometlllsa , a rainha da fo lhagem

o gê ne ro Ph yllol/letlUJlI fo i propos to por \Vag lcr ( 1830) para abri g:lf uma espécie tratada Illuit o anteriorm ente por Boddaert (1772) como R(ma biculor. O no me do gênero é deri vado do Grego "phy/lo", s ignifi cando folha ou folhagcm. e "1/Il'(IOII.m", sig nificando rainha o u prote tora, porta nto "rainha da fol hagem" ou "protetora da fo lhagem". Esse nome fo i dado em alusào à cor vcrde do animal , be m como ao seu tamanho, j á que inc lui uma das maiores espécies de hilfdeos e q ue hoje co nstitui a maior cs péc ie da subfurn íl ia c do gênero.

Todas a s cspécie~ de Ph)'lIomed l/so são arborícolas e, e mbora tenham capacid:lde de sal-

11

tar, em geral caminham lentamente sobre ga lh os e folhas em busca de alimento ou de locais dc repo uso, Durantc esses des locame ntos, as corcs vivas d:ls par tes normalmente ocultas quando em repouso são cx ibidas, possivelmente atua ndo co mo um mccanismo de defesa apose rn ático, aparentemente associado à pele desses anima is , qu e é ri c a em polipeptídcos compl e xos (Duellman e Trueb, 19R6), np.lrenlemcntc tóxi­cos. irritantes e mesmo venenosos, Por cxc mplo, seg undo Lescure el aI. (1995), al gumas tribos indígenas amazônicas utili1.am a sec reção da pele de IJhy/loflleduslJ bicolo /' e de P. /arsills em várias prát icas. Os Ticunas a US:Ull na prepara· ç ão do curarc. Um índi o Wayapi, da Guiana France~a, relatou que os ho me ns colocam eSS<l secreção e m esearifieações fe itas nos braços c acrescentou que isso tem o efeito de dar fo rça para pu xar o arco, assim como provoca urna di­minuição da sensação de cãibras. As tribos do tronco li ngüístico "pano" (Mayorunas, Marubos, Arnahll:tc:1S e Matses) das margens do rio Javari, na região da fronteira entre Brasil e Peru, pas­sam a scercçi'io, misturada com saliva, em quei­maduras reeentcs feita s nos braços e no pe ito, Isso provocil uma profund:1 ind isposição inic ial , seguida de um período de apat ia de d uas ou três horas e depo is de um estado de e ufori a acompa­nhado de urna sensaç ão de força e maior acui· dadc dos sentidos, o que os torn aria me lhores caçadores e até mesmo aum entaria a chance de e nco ntrar a C'lça. Um peptídeo, ex traído dessa secreção c chamada de adenoregulina por Dal y el aI. ( 1992), produ z csse e fei to. Além disso, pcpt ídeos vasod ilat ado res e opi ói dcs (de rmo­fi nas, derrne ncefalinas e delto rrinas) e antimi­crobianos (dermaseptinas) foram isolados da se­creção c ut :i nea de P. /Ji colo r (Ami che e/ ai ., 1994; Mor cf ai. , 1994).

QUHndo locadas ou apanhadas com a mão, al gumas espécies dc Ph)'llomedllSll enco lhcm-se c ricam imóveis, em tanHtose (p, cx., P. /VIu/á. Sazima, 1974: P. bllrll/eis/ui, Haddad c Sazima. 1992 - ri gura 2), um comportamento defe nsivo conhec ido e c ri caz e m casos de predação po r certas serpe ntes, como Liophi.I' lIIiliari.l· (Sazima, 1974).

Qutlnt o à regulação hídric:i, conforme rc­fe rido po r S tcbbins e Cohen (1 995) e Zug el lI l. (2 00 1), d ivers as es pécies ( p . cx., P.

P/'yllomcl/lIslI _ 1 (1). JOr"\u ory 2002

F;""r. ,. "00"" '" ",,, ,,,,", ,!,, ""mI"i" ,"", Scrr" 00 (:,,"', ,W"

h"I>och"ndrioli.' e 1'. ,"'YVIIgii) ,'o urico'élica', lendo rksco,'o l,'ido" habi lidade de cxcr~<ar ácj do úrico "0 invés uc uréia. CO I"" " l1Ia iori. d", .nfíhio, . cO lno IllCÇani,_ m" dc relen,lo de ,i gu:J, O kido ,ír ico " 'li" composto pouco ,olúve l, menos !6~ico, 'I". é prec ipitado c e li",;,," do enqu"n lO muitu da ág ua c,pc lid" 110 procc«o é rcal>",rvid" 110

tra'" uri""' i,,. Nc«e "ptc"'. ""e, :lnuro, '" ""''''"1cl ham ",ai,"", ré ptcis c às ""CS que oos ",,!ro.' " rl fib io, . ElIlrt"r"o, o uricotcli,,, ,u "' . ria de pt'lucnu ,'a n'agcm p"ra a, "'T>éçi o, do /'hyliom,J",v se o águo fosse li "renlCnte I",r­ui da de Ou"", ""u Lc ir",. CUlllO por n'"!,,,,,,.() 1",la l"'lc. por cxelllp lo. ,\"illl, "pa ren lClllonl o a maiori" da' c'pécie' pare<:~ fer uma sccre ­ç~" cU L'HlCa lipídic;, qHe I',,,mife redu, ir a 1"'1'­d" de água. Em I~ "au""gii. o ",0"0"i'1110 dc' rCLc",'" hi,lrioa cTlv"he: ( I ) ,e le,f,o de um r"mo apropriado para .c e mpol ci,,'" (2) se­creção da sub'tânc ia lil,idica (pri",aria",crllc ~"cre, gr",,,,) ,o" re " supcrfície da ptle ;lIra­,'és d c Ilumeros., e peq uen." glôlldulas tcg""'oIllarc,; OI ulilizaçAo Jo, 11,"111 1>"" "" ,

,criorc, e po"criorc, em mO" lm e n'" , " """reion i,,,,, l1"m c' pal har C esfregar" '-"­ereção 1"'10 corpo e ",lar" pde con tra a p"rda de água, (4) torpor durallte o., p.críod 05 de "l i­,'idade diurna: (5) ul;yill ade nOlurn" . !,,,", allur", ,!io c"p".c , de <o ,,, ir <llJando " illl ptrmcabi l idad o da pele é rompida e então faze m as "prol'rifula, ,"creção c c,frega. 1"0 fci"'. a ptk a" um o uma ap.1rÔllci" ""ca e bri­Ih .nte, c • taxa de pe rda de água dimi nui rapi­Jamenle, Por OutrO lado . all fibi", uricol~lico,

",.", l· T""",,, c' ,,, "" ",j"rJ, " '" i ·hJlio,.",~," b.,."",,,,; "" S« " .lo. c., " ~. (.\lG).

[lOS'''c", , I" , tax" de "b"",:Io de ág u" 1'01" ,operf(cic v~lLtraL <lc for", " q,,~ I>O<JC'" rcp"r rapidamcnte '" "h'ci, ,k "Y":l do co rpo '1ua n­do est.' f ica disl'0nh·"1. /'hyllum('(!",,, """ 'agii " ,"o "'''Je llle .h,o,,'e águo <1<,," IlLa­Ilciro, "," lam bê", hel>e água ,lc ohu"" que IlLolh" ,ua c" I,,-\'a ou 4UC gotej3 de fo lha, . O an im,,1 volta "'" cabeç" p"" ci,,,,, e faz vigo­ro"" mO\' irncll1os de bomt>camell Lu glll.1r pora engolir a água (McCla"ah"n " Sh"o", a~cr. 1 'I~7).

li dcsov" do I'hJ llul'led",,, ocorre ,ipic,,­""",jc "" I>rc fol h", o r"' Ll' " l",nJerHc, ,,,bre a ág ua. Fnqu" nt<, ~nl alnpbo CO Il' Ull' Il"", ho. O

fê n"'," ,clecioll" li'" loc"1 <lc doso"" e d"!X1Sit" de 100 " 150 0\'0'. yue "jo fcni li~aU'" !", Io lHa· cl IO, A !CHIe-" o O "'adlU, ai "dei Olll all1plc,," ~O'CCHl "lê a ág LJ a para ' ILJ e " fêmc" p'"'' obsor,'ê-I:l 0111", do ",tOl'11ar "O local de de""," origi nal pare< delX1Silar ",ai, u"". E,,,, "'YOCl)­eia I~~k '" repetir •• 1ria, ''c"," a''; ' ltlC '" UM11 ' plo'e , desov a. 'IU~ é ell'~'" ,"',,\dona,1a 1',",,0 ca­sai (Lug dai" 2(01), Os em !>r i,,,,, '" de",,,,,,,I· velll fora da água alé" edo,}o. q,wn,!o. pela di,,,, lu,"o do, c.ip,"I", gc lat ioo"", C pelo p<ó­prio 1ll0"i'lICnlO das larva> .• os fol ha, .'-" "b,o", c os girinu, c"" n'lL" água. o"Jc «Muill "all' <cu OC. S<'lIv,~" i "",' LlO 1""'"aI11",'''C a,t a "lCbll'.-1'""

Ph.\'lI(jmNI".'~. " "linh.' d~ !'I'lh.'gcm. O gê-­",ro de hilídco, ",,,i , dife rellci ad os C especia­liz"do'. de coloriJ<., !",Io o ~"J""" L crí"ico. yuo '" 111",'em kn'" c "kg"nlc mcn(c " conSlr""m ni_ " I"" pora "',," O'·OS. é ° ll,"llC aprupriaJo paro e'la nO,'a pub licw;""" .l'\

I , • • !

C,mml(lschi e Cruz

Rdcrê"l;ias IlihlioJ;ráfjcllS

Alllicl>c, M . F. Duo;"I1o;el, A. Mor. J. C. Bo"lai ll . A. t.lcnel. c P. Nicol:ls. 1994. Prccursors ur vertebralc pertido; nntilliotics dCrllIascptinc h ~nd :".knorcgulin havc cx tcnsivc ~~'q u cnce idcnlitics wi lh preeursors of opioid pcplidcs dcnnopllln. dcrmcnkephalin. and dclto rphins. JmmUlI "I /JwIIJJ;iml Clr~n,,",rr,· 2ó9: 17847.17852.

Boddaerl. P 1772. OI'U d .. u Twt'e-lwleuriK .. n Kil.:mr.fc/'. De N",,,, fliml'II"e. 41 pp .. pis

Ceio J . M. 1963 Some prcciplllU tCSIS anu prcl imin"ry rem~rh Ou lhe sys lemalic rc l~l ion~h ips of rOll r South AlllCflcan f:lInih cs of rro );s. IIII/le l;" or Sero l"/li<'1I1 Museu", JO: 4.(,

CC!. J. M . c V. Erspalllc r. 1966, IJ,ocl>crnical laxollomy or SOlllh AllIenc~11 alllplnblans by IlIc:LnS or sl.: in am ules and pol}" I)CI)hdc.~. C"P";II 196ó: 74 ·78

('rIl7 .. C A G 19')1 Jl')<)()J. Soh", as re lações rnl crgen~n­'as de J>hyJlUl llcdllsiu,loC da Flore.,I" Allântlca (Amphi _ hln. Anura. lI yli:lae). R .... i.\'IO llra,<i ll'i/'ll d,; 8io'''lIill 50: 709-nó,

Daly, J. W" J . C,,~~rcs. R. W. MOIH. F. (i usuv,ki. M Moos. Jr. . K. B. Scamun. K. MillOIl c C. 11. Mycrs. 1992. Prug sccrCllons and hunllng magie in lhe ullper Amal.OII : ,<klllifieallon Df a (lCl'lIdc .Im. IIl1CrJCl5 wllh 011 adcn"SIIIC n.:ccplor. NIlI""'''/ A,.,,,lemy lif Seu,we .• USA R9: 11)')60-10%1.

[)lIel! lIl illl. W E. 1968. Thc genen, nf Phyllomcd ll s lnnc frogs (A llllra: Hylidac). Univct'.,i ly "I Kall.",," f'ubli,:mi"n.,. MIIUIIII/ of Nmura/IH."I"r)' IR: I - lO.

[)(,cllmaH. W. E 1'1.. Tmch. 19116. IJi"I,,):)" lI{ AIIII'/II/Ii(l/~f New Yori. McGmw-l hll Bool; Co. n·i i+670 pp.

FroSl. ]) R (Ed) 2000. AIIII'I"''''III Sp .... il's "f 111 .. m,rld: Ali Olllill" R"I"I"l'''I·(':. <hul' :flrcsearch .amn h.orgl

hcrpclOlogylamphlboahmlcx. htm l> IC~I I,'urado em 2Q.X I. 200IJ.

Had,I :l(1. C. F. B. e J. Sallllla 1992. Aur"lllios : lI\lI ro~ da Serr;1 d o Japi . I'r . 1 ~8 · 2 JI 11/ : Murel lahl. L. p, C, (Org.). Ifi.</Úrill Nlllllra{ do SUI'iI d" hll" Em/"!:;" ,, "u.<en'lIç,;" (Ie /1tIU/ AI'ell FI"u~wllU/ Sude.rle d" BraJif C~",pina.~. [i(hlom da UNICAMJ>IFA1'ESI'.

Lcs(:urc. 1.. V Mnrly. C. Marly. F. SlarDCc. /11 . Aubcr­Thomay e F. U:lclher. 1995, COlHriblllion à !'élude des Arnplubiens de Guynnc fr:'nçaise, X LC$ Phyllollle· du.'" (A num, Hylidac). Rev"" !"""(""iu d'AI/l/ ol'io­IOKic ,'I 1I('1'l'éw lo;.:i" 22: .t~· 5().

/>.kCIJlmhau. Jr, L. L. C V. il. Shocm,,~cr 19117. Bchavior and l"cnn.:.1 ",buolI s of II>c arborcn l rrog l'It)"lIo"ll'tlu. .<tI rml1'''Ká. Nmimu.1 G""lImplúl' RI'< .. mrlt ./. 11-2 1

Mor. A .• M. Aln ' chc c i' Ni.;;olas. 1994 S ~tll clllrc. ~ynlhcsls. and UClIvlty "r dcrmuscpllnc b. n novel verlCllra le ddcllsive pcplidc rru1ll fr,,); sklll. relmionship wirh Il de noresul;n l)iIiC"i'IIIi,flry'/3 : 6642-l\l\50.

Sazimn. I 1<)74. Experilllcm,,1 .. redali"" on lhe Icaf-frog I'lrylltlln~tlu.m rtllulâ by the "'alCI sn:lkc {.i"I,IJi .• ,mlltl"'.~. Jmmltll (11/('I1"' I"I"g)' "':376·177 .

SlcbhlllS. R. C. e N W. Cohcn 1995. li N"um" lIultlry ,I{ A"'I,IIII",,,,.<, f>riocel on l' rr ncelnn Ull lve r51ly Prcss Hl+1 16 pp.

Wngla. J. G. 1830. Niilu/'/id,e,\' :;)',\)('1/1 d,',. AlI/plll lJierl. 1/1 ,1 \'O/"lIlrf.idICnder CIII,I'sljiul/i,,/! d",' .\'mif.iellriere ,md Vi'KI'/. MUnehcn. vi+354 Pl' .. ') pis

Zllg, G R, L. J. Viu (; J. 1'. Caldwcll. 2001 IIc'I1eltl/r,):)' ­Il'r ImrtllluclmT JJi/II,,!:.)' oi "",,,/u/mll/.< ",,,I R .. "lil ... , Lomhm Acadcrnic I'rcss . 2', &I. xi\"+610 IIP

Apêndicc I I. hl" ,Ia~ CS péC1C~ dJ sllhfJmni~ Ph~ Jlo llled1l5inac

IIglllyclm' .• 111111"" ([)lIcllm:m. 1963) li mlwrrfer Boulo;ngcr, 1902 A. ml/"h)",,-, (ClIpe. 1862) A. ('I·(/.I'l'ed"I'''-' (Fllllkh<J,,~er. 1 9.~7) A /",,<lr)'lI,. (Dud llll:1II & Tru~b. 1\167) A. IIwrelelli (I)uméril. 1853) A .m/llllllr Taylor. 19S5 A .fpurr,"," lJoulClIgc r. 19 13 11)"10/11("'11.< IJsl'fm I'c lcrs, 1873 1111721 I/. 11"/111110.111 (Crul, 1988) /'m·IJ)'lIIr du,,.,, dllr,i!{'(,/"r (Copt::. 11164) / 'IIII.w/(/II)"I" {,(J<'III'(I!/(/<' ( I:!okcrmallll , 1C)6(i) I' ... rill.r (em /, 1980) I' J;UIlt/W (A. Lul l. 1924) I' j,mlllti'l ( B o~crr l\unn & Sn/imu. 1971\) 1"")"IO"":d ... ,,, "PI'r",fj<'ul"l" (A LUIZ. 1925) "''''Kel'l/lIl1",i Crll ~" 1991 I~ 1''''/;'''010 Miraud:o· Rir.,;m. 1921 I' IIIltrJ;"'''W (l~cck!;ohn & Cruz. 1\l7() I~ I"IwZllllllli Cnll., 1991 l'h)"lImnetlu.m tII .. l"p""le.l· Ducllmnu. Cadle & Cannalcllo. I')H8 /' "J'C"Y," (B. LlIll. 1966) ,~ 1",//('(/ lJucll1ll :1Il & Toft, 1979 I~ IIimlor (I1oddncrt. 1772)

11

P Imlnl/ma BoolclIger. 1902 I' burJ.:/t!)' H"ulenger. 181\2 1'. Im,mei,'lui B<l\rlellger. 1882 l'. (('lI lm/',f l.I okcrn ':lI\n . 1 9(,.~

I'. ,.""lr'II," (Copc. l R74) P. ll<l"i .. I, Ruil-c'. IIcfl\:\lule1·C &. Rucda-'\ . 19118 I~ di.flimlll B. Lu iZ. 1950 p. tI"el/"'lIm C~nll~lclla. 1982 ,~ "1'1111/1/1" 111111 Cano.:otdf:l. 1982 p. /",lIi Dll clhn ~ n & Mendelson. 1'I9.'i /' 1I)'/"II'IIO",I,;"li" (D:!IIdiu. 18(0) l o i/I .... "'lIli JJ oukngcr. IHH5 I' II'IIUI" lIoul<.:lIg'-". 1 11M2 P ", .. ,nulII FUllk hollscr. I ')()2 I~ /mlll/l'" l'clcrs, 1873 J I 872] I~ perill""'"" Duelllll;on. 197:"1 P.I,.I'i/ojJYK;'m C:l1H1:'lc lla . 1981) "- mh"" i Mcrlcns, 192ó l' .. <tIl/I·tll:" I:!oult:ngcr, 11\82 P. Illr.m/.' (Ci'lte. 18(8) I~ le'mJlI",tI"(I Pombal & lI :.ddad. 1'.1')2 P W"'''/JI"m" (CoP<'o I lI(8) I~ Irimlllll.f Mencns. 1926 P. \·"iI!U/u;' Boukng~r. 11:182 I' ,'cml.l /(( [) lIe llman & TI""ch. 1967

Pllylllllllf-lllIsa . i (i), Jonuory 2002