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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO 1 Pintor

Pintor 1Pintor 1 Arco Ocupacional Construção Civil 9unidade 1 História da construção civil e da ocupação de pintor de obras Ao observarmos nossa cidade, podemos perceber uma

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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Geraldo Alckmin

Governador

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO,

CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Rodrigo Garcia

Secretário

Nelson Baeta Neves Filho

Secretário-Adjunto

Maria Cristina Lopes Victorino

Chefe de Gabinete

Ernesto Masselani Neto

Coordenador de Ensino Técnico, Tecnológico e Profissionalizante

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Antonio Rafael Namur MuscatPresidente da Diretoria ExecutivaHugo Tsugunobu Yoshida Yoshizaki Vice-presidente da Diretoria Executiva

Gestão de Tecnologias aplicadas à Educação

Direção da ÁreaGuilherme Ary Plonski

Coordenação Executiva do ProjetoAngela Sprenger e Beatriz Scavazza

Gestão do PortalLuiz Carlos Gonçalves, Sonia Akimoto e Wilder Rogério de Oliveira

Gestão de ComunicaçãoAne do Valle

Gestão do processo de produção editorial

Gestão Editorial Denise BlanesEquipe de ProduçãoAssessoria pedagógica: Ghisleine Trigo SilveiraEditorial: Airton Dantas de Araújo, Beatriz Chaves, Camila De Pieri Fernandes, Carla Fernanda Nascimento, Célia Maria Cassis, Daniele Brait, Fernanda Bottallo, Lívia Andersen, Lucas Puntel Carrasco, Mainã Greeb Vicente, Patrícia Maciel Bomfim, Patrícia Pinheiro de Sant’Ana, Paulo Mendes e Sandra Maria da SilvaDireitos autorais e iconografia: Aparecido Francisco, Beatriz Blay, Hugo Otávio Cruz Reis, Olívia Vieira da Silva Villa de Lima, Priscila Garofalo, Rita De Luca e Roberto PolacovApoio à produção: Luiz Roberto Vital Pinto, Maria Regina Xavier de Brito, Valéria Aranha e Vanessa Leite RiosDiagramação e arte: Jairo Souza Design Gráfico

Fundação Carlos Alberto Vanzolini

Concepção do programa e elaboração de conteúdos

Geraldo Biasoto Jr.Diretor Executivo

Lais Cristina da Costa Manso Nabuco de AraújoSuperintendente de Relações Institucionais e Projetos Especiais

Coordenação Executiva do Projeto José Lucas Cordeiro

Equipe TécnicaAna Paula Alves de Lavos, Bianca Briguglio, Dilma Fabri Marão Pichoneri, Emily Hozokawa Dias, Karina Satomi, Laís Schalch, Selma Venco e Walkiria Rigolon

Textos de ReferênciaMaria Helena de Castro Lima

Fundação do Desenvolvimento Administrativo – Fundap

Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia

Coordenação do ProjetoJuan Carlos Dans Sanchez

Equipe TécnicaCibele Rodrigues Silva e João Mota Jr.

Agradecemos aos seguintes profissionais e instituições que colaboraram na produção deste material:

CTP, Impressão e Acabamento Imprensa Oficial do Estado de São Paulo

Abrafati, Anamaco, Daniel Pereira Coutinho, Mabel Lélis, Ricardo Martins de Sá e Telma Florencio

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Caro(a) Trabalhador(a)

Estamos felizes com a sua participação em um dos nossos cursos do Programa Via Rápida Emprego. Sabemos o quanto é importante a capacitação profissional para quem busca uma oportunidade de trabalho ou pretende abrir o seu próprio negócio.

Hoje, a falta de qualificação é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo desempregado.

Até os que estão trabalhando precisam de capacitação para se manter atualizados ou quem sabe exercer novas profissões com salários mais atraentes.

Foi pensando em você que o Governo do Estado criou o Via Rápida Emprego.

O Programa é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, em parceria com instituições conceituadas na área da educação profis-sional.

Os nossos cursos contam com um material didático especialmente criado para facilitar o aprendizado de maneira rápida e eficiente. Com a ajuda de educadores experientes, pretendemos formar bons profissionais para o mercado de trabalho e excelentes cidadãos para a sociedade.

Temos certeza de que iremos lhe proporcionar muito mais que uma formação profissional de qualidade. O curso, sem dúvida, será o seu passaporte para a realização de sonhos ainda maiores.

Boa sorte e um ótimo curso!

Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia

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Caro(a) Trabalhador(a)

Você acaba de iniciar um novo aprendizado, parabéns por essa iniciativa!

O objetivo do Programa Via Rápida Emprego é ampliar seus conhecimentos, para além dos conteúdos específicos da ocupação de pintor de obras.

Neste curso você terá a oportunidade de aprender sobre o ofício de pintor, conhecendo o histórico dessa ocupação, desde sua origem até os dias de hoje. É importante não apenas aprender as técnicas de pintura, mas compreender seus avanços ao longo do tempo.

Esse Programa parte do princípio de que você já tem muitos saberes, experiências e vivências, e tudo isso será valorizado e potencializado nesse processo.

A Unidade 1 trata da história da construção civil e da ocupação de pintor de obras. Nela você estudará, dentre outras coisas, como a arte e as técnicas de construção evoluíram nos diferentes períodos históricos, percebendo que sempre existiram pintores que exerceram essa atividade das mais variadas formas.

Na Unidade 2 você fará um levantamento específico de tudo o que já sabe, refletindo sobre suas experiências, porque muitas vezes temos conhecimentos que nem percebemos.

As ferramentas e os instrumentos básicos para o exercício da ocupação de pintor de obras é o tema da Unidade 3. Ela inclui também os equipamentos de proteção individual, tão importantes para os profissionais da pintura.

Na Unidade 4 você conhecerá os procedimentos de escolha das tintas e vernizes mais utilizados e conhecidos no mercado, analisando suas cores, suas combinações e seus efeitos.

Como calcular a quantidade de tintas e vernizes é o tema da Unidade 5. Nela você também aprenderá a planejar o trabalho que vai fazer, organizando planilhas para melhor apresentar um orçamento aos clientes.

Já está pronto para começar? Então, mãos à obra!

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Sum á ri o

Unidade 19

História da construção civil e da ocupação de pintor de obras

Unidade 225

conHecimentos da ocupação e meus conHecimentos

Unidade 337

Ferramentas e instrumentos básicos de trabalHo

Unidade 457

como escolHer tintas e vernizes

Unidade 569

como calcular quantidades

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FICHA CATALOGRÁFICASandra Aparecida Miquelin - CRB-8/6090

Tatiane Silva Massucato Arias - CRB-8/7262

São Paulo (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia. Via Rápida Emprego: construção civil: pintor, v.1. São Paulo: SDECT, 2012.

il. - - (Série Arco Ocupacional Construção Civil)

ISBN: 978-85-65278-26-3 (Impresso) 978-85-65278-24-9 (Digital)

1. Ensino profissionalizante 2. Construção civil - Qualificação técnica 3. Pintura de habitação 4. Pintura de edifício I. Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia II. Título III. Série.

CDD: 371.425698.1028

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Pintor 1 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l 9

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História da construção civil e da ocupação de pintor de obras

Ao observarmos nossa cidade, podemos perceber uma infinidade de construções feitas com os mais diversos materiais. Mas nem sempre foi assim.

Os seres humanos sempre procuraram locais para se proteger do frio, da chuva, do ataque de animais, do excesso de sol etc. E essa procura, possivelmente, foi uma de suas primeiras moti-vações para a construção de um lugar seguro para moradia.

Mas, de fato, entre buscar abrigo e começar a criar e construir espaços para morar, muito tempo se passou. Pesquisas confirmam que os primeiros seres humanos abrigavam-se em cavernas e interferiam muito pouco para modificar esses ambientes.

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O ato de construir – ou, mais propriamente, de criar espaços diferenciados, com técnicas também distintas, novas – teve início no fim da Pré-história e começo da Idade Antiga.

Para delimitar as várias etapas do desenvolvimento da humanidade e facilitar a compreensão dos acon-tecimentos, os estudiosos dividiram a História em grandes períodos de tempo:

•Pré-história (ou sociedades sem estado) – da origem do homem, há cerca de 5 milhões de anos, até aproximadamente 3500 a.C. (antes de Cristo), quando surgiu a escrita.

•Antiguidade (ou Idade Antiga) – do surgimento da escrita até a queda do Império Romano, no ano 476 d.C. (depois de Cristo).

• Idade Média – da queda do Império Romano até 1453, com a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos.

• Idade Moderna – da tomada de Constantinopla até 1789, data da Revolução Francesa.

• Idade Contemporânea – da Revolução Francesa até nossos dias.

É difícil afirmar que a ideia de construção já existisse naquela época, embora se saiba que as pinturas decorativas faziam parte do dia a dia dos homens pré-históri-cos. Aliás, a principal intervenção em moradias foi a pintura de paredes, nas quais eram retratados aspectos da vida cotidiana.

Essas pinturas ficaram conhecidas como arte rupestre. A palavra “rupestre” refere---se à “rocha”, local onde essa forma de arte era expressa.

Pintura rupestre. Wadi Anshal nos montes Tadrart Acacus. Deserto de Acacus, Líbia.

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Desde as primeiras construções de que se tem notícia, como Stonehenge, na Ingla-terra – obra construída (acredita-se) há, aproximadamente, 5 mil anos...

... até as ultramodernas edificações dos séculos XX (20) e XXI (21), como o prédio da Filarmônica de Berlim, na Alemanha, e o Museu Guggenheim Bilbao, na Espanha, muito se evoluiu na arte e nas técnicas de construção.

Com a diversificação dos materiais utilizados em construções (pedra, argamassa, concreto, madeira, vidro, estrutura metálica, entre outros), houve também a evolução de tintas, vernizes e materiais de revestimento.

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Hans Scharoun. Sala de concertos da Filarmônica de Berlim, 1960-1963. Berlim, Alemanha.

Stonehenge, Inglaterra.

Frank Gehry. Museu Guggenheim Bilbao, 1992-1997. Bilbao, Espanha.

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12 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l Pintor 1

Principalmente a partir do século XIX (19), com a Re-volução Industrial e a consolidação do modo de produ-ção capitalista na Europa, as mudanças passaram a ser muito rápidas.

Vamos ver com um pouco mais de proximidade como se deu a evolução das tintas e dos materiais de pintura?

Pré-história e Antiguidade

Nas chamadas sociedades sem estado, como já vimos, as pinturas decorativas constituíam-se de cenas repre-sentativas da vida diária – animais, imagens de caça etc. – nos locais que serviam de moradia.

Essas pinturas eram feitas com tintas compostas de uma mistura de ossos queimados, cal, terra e minérios em pó, acrescentando-se água ou gordura animal. Com elas, os homens que viveram nessa época deixaram retratados, gravados nas paredes, aspectos de sua história. E esses puderam ser conhecidos por nós.

Foram encontradas pinturas rupestres em vários países, como França, Espanha, África do Sul, Austrália e Brasil, especificamente no Parque Nacional Serra da Capivara, no Piauí.

Veado com filhote. Desenhos da Pré-história brasileira. Toca do Boqueirão da Pedra Furada, Parque Nacional Serra da Capivara, no Piauí.

Você sabia?O período entre o fim do século XVIII (18) e a primei-ra metade do século XIX (19, 1789-1848) é chamado por um importante histo-riador, Eric Hobsbawm, de “A Era das Revoluções”, porque nele se concentra-ram acontecimentos que causaram mudanças pro-fundas no modo de vida europeu, com reflexos na política, na cultura e nas relações econômicas e de trabalho.

Dois processos revolucio-nários ocorreram parale-lamente nesse período: a Revolução Industrial e a Revolução Francesa.

Conforme o historiador Fabio Luis Barbosa dos Santos: “Apesar de as duas revoluções (a In-dustrial e a Francesa) terem acontecido em lu-gares distintos, a primei-ra na Inglaterra e a se-gunda na França, esses processos apontam para uma mesma direção: o amadurecimento do ca-pitalismo na Europa”.

Fonte: Educação de Jovens e

Adultos (EJA) – Mundo do

Trabalho: Caderno do Estudan-

te Geografia, História e Traba-

lho: 6º ano do Ensino Funda-

mental. São Paulo: Secretaria

de Desenvolvimento Econômi-

co, Ciência e Tecnologia

(SDECT), 2011. p. 122.

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Na Idade Antiga, por sua vez, a pintura começou a se diversificar: ganhou novas cores e passou a ser feita com tintas compostas de outros produtos.

A civilização egípcia – uma das culturas mais relevantes no mundo antigo em vir-tude dos conhecimentos desenvolvidos nos campos da matemática, escrita, agricul-tura, arquitetura e artes, entre outros – fabricava tinta com minérios e outros ma-teriais extraídos da terra. Com isso, os egípcios obtinham uma gama bastante variada de cores, que assumiam funções simbólicas nas pinturas.

O branco, por exemplo, obtido do calcário, estava associado à pureza, à verdade, à alegria e ao triunfo. Os tons de pele resultavam de minérios de ferro, assim como o vermelho, que representava o poder, a sensualidade e a energia. Azul e verde, extraí-dos do cobre e da malaquita, eram utilizados para representar a vida e a água do Rio Nilo. Com carvão, conseguia-se o preto, cor associada à morte, à noite, mas também à fertilidade.

Veja, a seguir, um exemplo de pintura egípcia que retrata Nefertari, esposa do faraó Ramsés II.

No Império Romano (domínio que se estendeu da região onde hoje é a Itália até o Oriente), como apontam os registros, as tintas eram empregadas na decoração e sua fabricação teria sido aprendida com os egípcios.

Detalhe do mural de Nefertari em seu túmulo no Vale das Rainhas, Egito.

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Ruínas de cidades e estradas construídas pelos romanos – que datam do período de maior expansão desse impé-rio – revelam a utilização de pinturas em cerâmica, formando mosaicos sofisticados.

Ainda na Idade Antiga, algumas civilizações na Ásia dominaram as técnicas de fabricação de vernizes naturais a partir de resina de árvores e secreção de insetos, ante-cessores dos revestimentos utilizados atualmente.

Na China, fabricava-se um tipo de verniz extraído da resina de uma árvore, a Rhus vernicifera. De cor preta, esse verniz (ou laca) era utilizado na decoração de vasos e outros objetos.

Na Índia, a secreção de insetos era utilizada na prepara-ção do verniz usado tanto para ornamentar objetos como para revestir e proteger superfícies de madeira.

Os primeiros usos de tintas na construção civil tinham objetivo decorativo. Aparentemente, elas resultavam da

Você sabia?Segundo os historiado-res, Conímbriga (que fi-cava no território que hoje pertence a Portugal) estava localizada em uma via ocupada pelos roma-nos no ano 139 a.C. (antes de Cristo). No século I (1), a cidade passou por um processo de urbanização no reinado de César Au-gusto. Vestígios de obras dessa época continuam bem conservados.

Você sabia?Acredita-se que egípcios e chineses tenham sido os primeiros povos a uti-lizar tintas para escrever.

Embora não se saiba exa-tamente quando o nan-quim foi inventado, há manuscritos chineses de aproximadamente 2000 a.C. (antes de Cristo) es-critos com nanquim.

Mosaicos da Casa da Cruz Suástica, ruínas de Conímbriga, Portugal.

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mistura de calcário e água, e eram utilizadas nas paredes das casas para protegê-las da ação do tempo.

Atividade 1Um poUco mais sobre a idade antiga

As regiões que tinham maior destaque no mundo na Idade Antiga não são as mes-mas de hoje. Egito (no norte da África), Mesopotâmia (atualmente, parte do Iraque, no Oriente Médio, onde viveram os sumérios, acádios, babilônios, assírios, persas etc.), China, Grécia e Roma constituíam alguns dos lugares de maior expressão política, econômica e cultural daquela época.

1. Agora, organizem-se em cinco grupos. Cada grupo vai pesquisar uma dessas civilizações e preparar uma apresentação para os colegas.

Grupo 1 - Egito

Grupo 2 - Mesopotâmia

Grupo 3 - China

Grupo 4 - Grécia

Grupo 5 - Roma

2. Cada pessoa da classe pode escolher em qual grupo prefere ficar, de acordo com seu interesse, mas é importante que cada grupo tenha pelo menos três pessoas. A classe deve combinar o dia das apresentações.

3. No laboratório de informática, a pesquisa pode ser feita na internet, com a ajuda do monitor. É importante que cada grupo registre as características geo-gráficas dessas regiões e como era a organização social e política desses povos. Indiquem em um mapa-múndi onde ficavam essas civilizações e a que países correspondem atualmente.

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4. Para compartilhar com os colegas o que cada grupo descobriu, planejem a divisão das tarefas entre os par-ticipantes do grupo. Depois, façam um ou mais car-tazes e preparem uma apresentação de aproximada-mente 20 minutos, com cada integrante falando uma parte. Vocês podem organizar algumas anotações para não se perderem na hora da apresentação. Mãos à obra!

Idade Média e Idade Moderna

Nesses dois períodos, a utilização de tintas e vernizes nas construções ganhou importância crescente. Igrejas, resi-dências e prédios públicos passaram a ser decorados com pinturas.

Para a pintura de quadros e afrescos, vários artistas e artesãos fabricavam as próprias tintas, mantendo as “re-ceitas” em segredo.

Por que dividir a apresentação de modo que cada pessoa fale uma

parte? Não seria mais fácil um único colega falar tudo?

Sugerimos que todos falem porque falar em voz alta e conseguir explicar

um assunto para um grupo de pessoas é um saber importante para

qualquer profissional.

Afrescos são pinturas artísticas feitas sobre paredes de argamassa de gesso ou cal ainda molhadas/frescas. Sua origem é remota, mas seu uso foi intenso entre os pintores italianos no fim da Idade Média e início da Idade Moderna, entre os anos de 1300 e 1500. Esse período ficou conhecido como Renascimento.

Mas atenção: além de se referir ao movimento artístico que aconteceu na Europa entre os séculos XIV (14) e XVI (16), o termo “Renascimento” delimita um período de mudanças profundas na socieda-de, na política, na religião, na economia e na cultura europeia.

Rafael Sanzio. A escola de Atenas, 1509-1510. Afresco, 770 cm largura. Stanza della Segnatura, Palácio Vaticano, Roma, Itália.

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No começo da Idade Moderna - séculos XV (15) e XVI (16) -, a produção artísti-ca relacionada à pintura estava bastante disseminada na Europa. Com a circulação de artistas pelo continente europeu, as pinturas acabaram conquistando as igrejas e os palácios, sempre retratando figuras religiosas, pessoas da nobreza, paisagens e os próprios pintores. O pintor holandês Rembrandt Van Rijn (1606-1669), por exemplo, produziu cerca de 90 autorretratos.

Vários movimentos artísticos sucederam-se a partir de então. Por exemplo, no sé-culo XVII (17), na Europa, surgiu o movimento que ficou conhecido como Barro-co, marcado por fortes contrastes entre luz e sombra/claro e escuro, uso de várias cores, sensação de profundidade, figuração de diferentes camadas sociais, opção por cenas realistas e intensas.

Veja, a seguir, um quadro do pintor italiano Michelangelo Merisi da Caravaggio (1571-1610) e um quadro do pintor espanhol Diego Velázquez (1599-1660), dois representantes desse movimento, em cujas obras se observam algumas das caracte-rísticas já destacadas.

Com a expansão da pintura artística, ampliou-se também a pintura em paredes, tanto para decoração como para revestimento.

Idade Contemporânea

Chegamos à Revolução Industrial. Definitivamente, o trabalho assalariado e as fábricas passaram a ocupar o lugar dos artesãos e da produção artesanal. O modo de produção capitalista foi instalado.

Como outros tantos produtos, vernizes e tintas começaram a ser fabricados nas unidades de produção recém-criadas, com mudanças tecnológicas no modo de produzi-las.

Michelangelo Merisi da Caravaggio. A ceia em Emaús, 1601. Óleo sobre tela, 141 cm x 196,2 cm. Galeria Nacional, Londres, Inglaterra.

Diego Velázquez. As fiandeiras, c. 1657. Óleo sobre tela, 220 cm x 289 cm. Museu do Prado, Madri, Espanha.

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Além das máquinas, os avanços relacionados aos conhe-cimentos da Química impulsionaram a indústria de materiais de revestimento.

Em 1867, os fabricantes introduziram as primei-

ras tintas preparadas no mercado. O desenvol-

vimento de novos equipamentos de moer e

misturar tintas no fim do século XIX (19) possi-

bilitou a produção em larga escala.

Fonte: Tintas & Vernizes: Ciência & Tecnologia. Volume 1.

Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas

(Abrafati).

É importante observar que o rebaixamento do valor de comercialização dos produtos ampliou o número de con-sumidores desse tipo de material e permitiu que sua aplica-ção se tornasse cada vez mais constante na construção civil.

A evolução continuou no século XX (20), com o desen-volvimento das indústrias automobilística, química e, mais tarde, petroquímica. Tintas e vernizes sintéticos, redução do tempo de secagem, multiplicação das possibilidades de cores, produtos específicos para cada tipo de material a ser revestido são alguns resultados dessa evolução.

A ocupação de pintor de obras tem uma história?

Vimos até aqui um pouco da evolução referente à fabri-cação de tintas, vernizes e resinas, não é mesmo?

Mas como será que surgiu a ocupação de pintor de obras no mundo do trabalho?

É difícil reconstituir toda a história dessa ocupação por-que sempre houve pintores que exerceram essa atividade de diferentes maneiras, remunerados ou não: pintores de telas dos mais variados tipos, retratistas, pintores de afres-cos, aplicadores de revestimento em construções, pinto-res de madeira, entre outros.

Você sabia?No Brasil, as primeiras indústrias de tinta foram montadas, em 1886, na cidade de Blumenau, no Estado de Santa Catari-na, e em 1904, na cidade do Rio de Janeiro, então capital da República.

Em ambos os casos, os fundadores eram imi-grantes alemães, que vie-ram para o Brasil no sé-culo XIX (19).

Fonte: Tintas no Brasil. Asso-ciação Brasileira dos Fabrican-tes de Tintas (Abrafati). Dispo-nível em: <http://www.abrafati.

com.br/bn_conteudo.asp?cod=94>. Acesso em:

30 maio 2012.

Você sabia?A pintura completa dos primeiros automóveis fa-bricados podia demorar até um mês e meio em função do tempo de se-cagem das tintas a óleo, que eram aplicadas em várias camadas. Com as tintas de secagem rápida e o uso de pistolas, no início do século XX (20) o tempo de pintura pas-sou a ser de 15 horas.

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E há situações em que essas atividades se confundiam. A última ceia, de Leonardo da Vinci (1452-1519), por exem-plo, foi pintada para decorar a parede do refeitório de um mosteiro de Milão.

E hoje é conhecida e admirada como uma das mais belas pinturas da humanidade.

Mais importante do que determinar a origem da ocupa-ção de pintor parece ser o reconhecimento de que, em todas essas situações e realidades, a pintura sempre mis-turou técnica e arte.

Esteve, também, constantemente associada à necessida-de e ao desejo de retratar as formas de vida e os diferen-tes modos de ver o mundo, de ajudar a proteger e a conservar objetos e espaços de moradia, ou simplesmen-te de encantar os demais, tornando o mundo mais colo-rido e bonito para todos.

Você sabia?O Dia do Pintor é come-morado em 18 de outu-bro. Esse dia foi escolhi-do em homenagem a Lucas, o evangelista, de-pois reconhecido como santo pela Igreja Católica (São Lucas). Ele pintou Jesus e Maria.

Leonardo da Vinci. A última ceia, 1495-1497. Afresco, 460 cm x 880 cm. Monastério Santa Maria della Grazie, Milão, Itália.

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Atividade 2Você conhece o grafite?

1. Leia, junto com a classe e orientado pelo monitor, o texto a seguir que trata da história do grafite.

História do grafite

A palavra grafite é de origem italiana e significa “escritas feitas com carvão”.

Os antigos romanos tinham o costume de escrever manifestações de

protesto com carvão nas paredes de suas construções. Tratava-se de

palavras proféticas, ordens comuns e outras formas de divulgação de

leis e acontecimentos públicos. Alguns destes grafites ainda podem

ser vistos nas catacumbas de Roma e em outros sítios arqueológicos

espalhados pela Itália.

No século XX (20), mais precisamente no final da década de 60, jovens

do Bronx, bairro de Nova Iorque (EUA), restabeleceram esta forma de

arte usando tintas spray. Para muitos, o grafite surgiu de forma para-

lela ao hip-hop – cultura de periferia, originária dos guetos americanos,

que une o RAP (música muito mais falada do que cantada), o break

(dança robotizada) e o grafite (arte plástica do movimento cultural).

Nesse período, academias e escolas de arte começaram a entrar em

crise e jovens artistas passaram a se interessar por novas linguagens.

Com isso, teve início um movimento que dava crédito às manifestações

artísticas fora dos espaços fechados e acadêmicos. A rua passou a ser

o cenário perfeito para as pessoas manifestarem sua arte.

Os artistas do grafite, também chamados de writers (escritores), cos-

tumavam escrever seus próprios nomes em seus trabalhos ou chamar

a atenção para problemas do governo ou questões sociais.

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Pintor 1 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l 21

Na Europa, no início dos anos 80, jovens de Amsterdã, Berlim, Paris

e Londres passaram a criar seus próprios ateliês em edifícios e fábricas

abandonadas. O objetivo era conseguir um espaço para criarem livre-

mente. Nesses locais, surgiram novas bandas de música, grupos de

artistas plásticos, mímicos, atores, artesãos e grafiteiros.

Muitos grafiteiros europeus e norte-americanos que viveram e

trabalharam nesses espaços alternativos conseguiram mostrar

suas obras além das fronteiras de seus países. Alguns exemplos

desse movimento são: Jean-Michel Basquiat, Keith Haring e

Kenny Scharf.

Haring e Scharf expuseram seus trabalhos na XVII [17] Bienal Interna-

cional de São Paulo, em 1983, exercendo forte influência entre os

artistas do grafite no Brasil. A XVIII [18] Bienal, em 1985, lançou nomes

de grafiteiros brasileiros, tais como Alex Vallauri, Matuck e Zaidler.

Grafite como projeto social

Muitas pessoas viam os trabalhos dos grafiteiros apenas como um

amontoado de letras rabiscadas e sem nexo, ou como pura poluição

visual e ato de vandalismo contra o patrimônio público.

Grande parte das críticas feitas contra a atividade se deve às inúme-

ras fachadas, monumentos, igrejas e todo um conjunto de locais

pichados indiscriminadamente. Esse tipo de comportamento dos

pichadores tem diversas consequências negativas para as cidades.

Uma delas é a depredação de obras de arte e cenários históricos, o

que causa prejuízo imediato ao turismo. Além do fato de estarem

desrespeitando a privacidade das pessoas ao, por exemplo, fazerem

pinturas em muros sem a autorização do seu proprietário. E muitas

pichações estão relacionadas a conflitos entre grupos rivais.

Para reverter esses problemas e aproveitar o aspecto positivo dessas

manifestações, atualmente os artistas do grafite são convidados a

participar de projetos que visam embelezar as cidades. Com isso,

espera-se que as pessoas interessadas nessa atividade possam conti-

nuar expressando sua arte, mas sem causar prejuízos ao planejamen-

to urbano.

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22 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l Pintor 1

Para citar alguns exemplos, a Universidade de São Paulo (USP) co-

meçou a organizar a primeira cooperativa brasileira de grafiteiros,

muitos deles ex-pichadores. O objetivo é profissionalizar esses artistas.

Todos serão orientados por professores de artes plásticas e designers

para fazerem seus trabalhos em painéis e muros especialmente des-

tinados para exibição de seus trabalhos.

O Rio de Janeiro também investe em projetos como este. A prefeitu-

ra da cidade já formou uma turma de grafiteiros, com direito a certi-

ficado e tudo. Entre os diplomados, estão moradores de áreas caren-

tes como Manguinhos, Jacarezinho e Vigário Geral.

O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) lançou em Brasília

o Projeto Grafitran. O objetivo é incentivar grafiteiros de oito grandes

cidades brasileiras a divulgar mensagens favoráveis à humanização do

trânsito, através de painéis espalhados por locais públicos, próximos

às rodovias e ruas movimentadas.

O que é grafite? IBGE Teen. Disponível em: <www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/

desenhista/grafite.html>. Acesso em: 14 maio 2012.

2. Veja agora o que diz um grafiteiro - pessoa que faz grafites em muros e em outros tantos espaços da cidade:

Grafite é liberdade, você se apropria da cidade. Ninguém te diz como

fazer e o que fazer, é livre. Você escolhe a superfície que vai pintar e

muitas vezes é obrigado a improvisar. Você investe seu dinheiro, colore

a cidade, mas muitas vezes é mal interpretado. A polícia pode te prender

por crime ambiental, mas você usou apenas tinta, não destruiu nada.

SUBTU (1987, São Paulo).

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3. Reflita sobre o que você leu a respeito de grafites e o trabalho dos grafiteiros. Na sua opinião, os grafites embelezam a cidade? Por quê?

4. Organizem, na classe, um debate sobre essa questão. De um lado estarão os que gostam de grafites e os consideram uma manifestação artística. De outro, os que são contra esse tipo de intervenção na cidade.

É importante que cada um dos dois grupos se reúna e converse antes do debate para preparar seus argumentos. Eles podem ser escritos para que vocês se lembrem de todos os aspectos que levantaram no momento do debate.

5. Terminado o debate, anote, com suas palavras, a conclusão a que chegaram.

Atividade 3por qUe ser pintor de obras

1. Pense a respeito do caminho que você pretende seguir. Escreva um texto sobre o que significa a pintura em sua vida e o que se faz nessa ocupação.

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24 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l Pintor 1

2. Se quiser, leia seu texto para os colegas, ou apenas guarde-o com você.

Três famosos pintores brasileiros que vivenciaram as primeiras décadas no século XX (20) iniciaram-se na arte da pintura a partir da ocupação de pintor de obras. São eles: Alfredo Volpi (1896-1988), Francisco Rebolo (1902-1980) e Mário Zanini (1907-1971).

Outros artistas importantes dessa época também vieram de famílias pobres e tinham outras ocupações (ferroviários, professores, mecânicos etc.), desenvolvendo sua arte principalmente nos fins de semana e em horários livres. Eles acabaram se unindo para formar o Grupo Santa Helena, referência ao local onde ficavam os ateliês desses artistas: um prédio situado na Praça da Sé, conhecido como Palacete Santa Helena, demolido em 1971 para dar lugar ao metrô.

Clóvis Graciano. Vaso de Flor, 1941. Monotipia, 44 cm x 32 cm, nº 059-0168. Acervo da família do artista.

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unida d e 2

Conhecimentos da ocupação e meus conhecimentosCom tantas obras espalhadas pelas cidades e diversos muros e paredes precisando de uma boa demão de tinta em nossa casa ou na casa de parentes e amigos, é bem provável que você co-nheça o ofício do pintor de obras.

Pode ser também que você já tenha pintado quadros ou feito grafites em muros, telas ou cartazes, por gosto ou apenas para se divertir.

Vamos iniciar esta Unidade pensando sobre sua experiência.

Atividade 1reflita sobre sUa experiência

1. Pense em tudo o que você já fez e registre o que tiver relação com a ocupação de pintor de obras. Não deixe nada de fora, pois muitas vezes pequenas coisas que aprendemos, como combinar cores de roupa, podem ser importantes no futuro.

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2. Entregue a lista que você fez ao colega que estiver ao lado e receba a dele. Explique a ele por que, para você, cada uma das experiências indicadas poderá ajudá-lo a ser um bom pintor de obras. Depois, ouça os argu-mentos dele em relação ao que ele escreveu. Esta ati-vidade poderá auxiliá-los a descobrir qualidades e conhecimentos importantes para vocês.

O pintor de obras e as leis

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) produz um documento chamado Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), que descreve 2 422 ocupações e informa o que é preciso para exercê-las: a escolaridade necessária, o que cada profissional deve fazer, onde pode atuar etc.

A CBO organiza as ocupações em grupos. O grupo que nos interessa neste momento é o dos pintores de obras e revestidores de interior. É nele que vamos en-contrar a especificação dos conhecimentos necessários para um trabalhador que pretende ser pintor de obras. A ocupação de revestidor de interior não será aborda-da neste curso.

De forma resumida, a CBO indica o que faz o pintor de obras.

• Elabora orçamento de pinturas.

• Organiza ferramentas, acessórios e equipamentos.

• Corrige e prepara as superfícies para aplicação das tintas.

• Prepara materiais para fazer os acabamentos.

• Aplica tintas.

Vamos detalhar a seguir cada um desses itens.

Você sabia?A descrição de cada ocupação da CBO é feita pelos próprios trabalha-dores. Dessa forma, te-mos a garantia de que as informações foram dadas por pessoas que atuam no ramo e, portanto, co-nhecem bem a ocupação. Para consultar esse do-cumento na íntegra, aces-se o site da CBO (dispo-nível em: <http://www.mtecbo.gov.br>, acesso em: 14 maio 2012.) no la-boratório de informática.

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Pintor 1 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l 27

Atividade 2os conhecimentos preVistos na cbo

e seUs conhecimentos

O monitor ou um de vocês vai ler em voz alta os itens seguintes e as atividades correspondentes. Acompanhe atentamente a leitura, assinalando ao lado de cada uma das atividades:

• as que você sabe fazer;

• as que você conhece pouco e precisa aprimorar;

• as que não sabe fazer ou não tem ideia do que se trata.

Elaborar orçamento de pinturas

O que sei fazer

O que sei fazer mais ou menos

O que não sei fazer

Tirar medidas em uma obra

Calcular as áreas a serem trabalhadas

Discriminar serviços

Definir material (qualidade e tipo) a ser utilizado

Calcular a quantidade de materiais a serem utilizados

Estimar custo de material e de mão de obra

Definir cronograma de execução

Apresentar o orçamento

Se você não entendeu alguma palavra ou frase, peça que a leitura

seja interrompida.Mantenha um dicionário próximo e consulte o significado das palavras

que você não conhece, para compreender totalmente o texto. O monitor também pode ajudá-lo

nesta etapa, explicando o significado de termos e

esclarecendo algumas atividades.

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28 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l Pintor 1

Organizar ferramentas, acessórios e equipamentos

O que sei fazer

O que sei fazer mais ou menos

O que não sei fazer

Relacionar e providenciar ferramentas, acessórios e equipamentos de proteção individual (EPI) conforme o serviço discriminado

Verificar equipamentos de segurança e EPI

Montar equipamentos (andaimes, cavaletes, escadas etc.)

Corrigir e preparar as superfícies para o

acabamento, especificamente no

que se refere à pintura

O que sei fazer

O que sei fazer mais ou menos

O que não sei fazer

Verificar as condições de superfícies a serem trabalhadas

Corrigir superfícies utilizando massa de cimento

Aplicar selador para isolar a superfície, de forma que a porosidade não absorva muita tinta e/ou massa e que se crie um campo melhor de adesão

Aplicar fundo preparador para corrigir manchas, depois de eliminar o mofo

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PVA: Acetato de polivinila, usado na produção de mas-sa corrida e tinta látex.

Preparar o material para

acabamento da obra,

especificamente no que se

refere à pintura

O que sei fazer

O que sei fazer mais ou menos

O que não sei fazer

Misturar e diluir as tintas

Corrigir e preparar as superfícies para o

acabamento, especificamente no

que se refere à pintura

O que sei fazer

O que sei fazer mais ou menos

O que não sei fazer

Aplicar massa corrida (PVA) para corrigir imperfeições de áreas internas, e massa acrílica para corrigir imperfeições de áreas externas

Proteger superfícies que não vão ser trabalhadas

Remover pinturas, revestimentos antigos ou danificados

Lixar tetos e paredes com reboco e massa (a mão)

Lixar pisos de madeira (com máquina)

Limpar superfícies a serem trabalhadas

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30 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l Pintor 1

Aplicar tintas O que sei fazer

O que sei fazer mais ou menos

O que não sei fazer

Aplicar esmalte à base de água com rolo

Aplicar verniz à base de água em parede, madeira ou concreto

Aplicar tintas

Produzir efeitos de decoração em pinturas (texturização e outros)

Se você não conhece a maior parte dessas atividades ou não sabe fazê-las correta-mente, não se preocupe. Este curso de qualificação, entre outros objetivos, pretende desenvolver esses conhecimentos “técnicos”, diretamente relacionados à ocupação de pintor de obras.

O que mais diz a CBO

São também contemplados na CBO conhecimentos relacionados:

• à escolarização formal e à formação profissional dos trabalhadores, por meio de cursos e experiências de trabalho;

• às atitudes pessoais que interferem no desempenho profissional.

Vamos fazer, com relação a esses conhecimentos, o mesmo exercício que fizemos.

Escolarização e formação/experiência profissional

Saberes que tenho

Saberes que preciso

aprimorar

Saberes que não tenho

Ensino Fundamental completo

Curso de qualificação de nível básico

Experiência de trabalho em obras

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Aspectos relacionados às atitudes no âmbito pessoal e

no ambiente de trabalho

Saberes que tenho

Saberes que preciso

aprimorar

Saberes que não tenho

Manter limpo o ambiente de trabalho

Respeitar normas de segurança

Agir com ética profissional

Demonstrar criatividade e iniciativa

Manter-se atualizado sobre novos materiais e técnicas

Demonstrar habilidade para trabalhar em grandes alturas

Zelar pelos equipamentos, máquinas e acessórios

Planejar trabalhos

Demonstrar eficiência e comprometimento com o trabalho

Antes de continuar, lembre-se: você deve ter construído uma parte desses aprendi-zados em trabalhos que já realizou ou em vivências não diretamente ligadas à cons-trução civil ou, mesmo, à pintura.

Afinal, existem conhecimentos...

... de tipos diferentes – relacionados à comunicação (fala e escrita), aos números, aos esportes, às habilidades manuais etc.;

... que aprendemos em lugares diferentes – na escola, no trabalho, na vizinhança, na reunião da associação de bairro etc.;

... que aprendemos de formas diferentes – olhando os outros fazerem (ou seja, pelo exemplo), lendo, exercitando.

Por isso, relembre sua história de vida; analise seus conhecimentos, experiências e per-cepções que podem ser úteis no dia a dia de um pintor de obras; e descreva no caderno quais são eles.

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32 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l Pintor 1

Atividade 3experiência de Vida

1. Relembre por mais algum tempo sua experiência de vida e faça as anotações no quadro a seguir. Procure se lembrar de tudo o que você já fez, no trabalho e fora dele.

Tipos de saberes Exemplos Saberes que tenho

Saberes relacionados às minhas experiências de trabalho

Fui ajudante de balcão numa padaria.

Saberes relacionados a meu jeito de ser e agir

Gosto de ficar sozinho, mas, se estou com outras pessoas, gosto de conversar com elas.

Outras coisas que sei/aprendi

Cuidar de crianças e ajudar nos trabalhos de escola.

Ajudar na cozinha.

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Pintor 1 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l 33

2. Depois de preencher esse quadro, releia o que você escreveu, identificando quais conhecimentos podem ajudar em sua futura ocupação profissional.

3. Agora, volte ao quadro e faça as alterações que consi-derar adequadas.

Outras formas de conhecer a ocupação

Como já vimos, o que um pintor de obras precisa saber está na CBO, mas os profissionais que trabalham nessa área podem dar dicas importantes para quem está come-çando na ocupação.

Eles podem falar sobre aspectos – positivos e negativos – do trabalho que, normalmente, não investigamos. Entre eles:

• o prazer de trabalhar com tintas e criar combinações novas nas pinturas;

• a necessidade de trabalhar várias horas seguidas, para não deixar a pintura de um cômodo pela metade, o que pode gerar pequenas diferenças de tonalidade nas cores;

• a importância de conciliar a pressa dos clientes com o trabalho meticuloso, bem-feito;

• a importância de conversar com lojistas e consultar sites de empresas fabricantes de tintas, de modo a conhecer as últimas tendências do mercado para apresentá-las aos clientes;

• a dificuldade de arrumar clientes em determinados períodos.

Atividade 4reflexão sobre o trabalho

1. Pense sobre os aspectos listados e imagine como será o seu dia a dia como pintor de obras: O que você imagina que será prazeroso? Com quais dificuldades você imagina que terá de lidar?

Se você não tem certeza se determinada experiência de vida pode

ser aproveitada, converse com o colega do lado.

Um ajudará o outro a reconhecer e a extrair, das respectivas vivências,

saberes que podem ser úteis para a ocupação que vocês estão buscando. Aliás, saber ouvir e aprender com os

outros são práticas fundamentais para qualquer ocupação.

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2. Com base na sua reflexão, liste, a seguir, os pontos positivos e negativos da ocupação de pintor de obras.

Pontos positivos Pontos negativos

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Pintor 1 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l 35

Atividade 5entreVista com pintores de obras

1. Para ampliar informações e ter uma visão mais completa da ocupação de pintor de obras, a classe vai entrevistar alguns profissionais da área. Cada grupo de quatro colegas deve escolher um profissional para entrevistar.

Considerando o conhecimento e as facilidades de cada um, organizem-se de modo que cada grupo entreviste pintores de obras que trabalhem em diversos lugares e façam variados serviços nas obras. Por exemplo: o grupo 1 pode entre-vistar alguém que trabalhe com textura e pintura de fachadas; o grupo 2 pode conversar com um profissional especializado em pinturas decorativas; o grupo 3 pode escolher alguém que pinte paredes simples. E assim por diante.

O importante é tentar coletar diferentes olhares e experiências sobre a ocupação, pois isso vai ajudá-lo a descobrir se esse é mesmo o caminho a ser seguido e de que forma vai tentar trabalhar no futuro.

Indicamos a seguir um roteiro de entrevista, mas cada grupo pode acrescentar outras perguntas consideradas importantes:

a) Quem é o entrevistado? Homem ou mulher? Quantos anos tem? Qual é a sua escolaridade? Ainda estuda ou pretende voltar a estudar?

b) Onde trabalha? O que faz?

c) Como escolheu essa ocupação?

d) Como aprendeu a ocupação? Fez algum curso de capacitação antes ou depois de começar a trabalhar na área para se especializar?

e) Quais são os pontos positivos e negativos nesse trabalho?

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f) Quais são os conselhos do entrevistado para quem está iniciando na carreira?Acrescentem as perguntas que vocês gostariam de fa-zer para esse profissional. Verifiquem as oportunidades de trabalho para quem exerce essa ocupação.

2. Feita a entrevista, é hora de compartilhar o que vocês aprenderam. Cada grupo deve organizar as principais informações coletadas e apresentar os resultados da entrevista aos demais colegas. É importante planejar essa apresentação: um cartaz, um relato etc. Lembre-se de que ela deve conter in-formações sobre o entrevistado, os argumentos que ele usou para relatar como é a ocupação profissional e as conclusões do grupo a respeito da entrevista.

A essa altura, todos na classe já sabem um pouco mais sobre o que é e como é ser um pintor de obras.

Portanto, está na hora de irmos adiante, começando pela apresentação dos principais instrumentos com os quais você vai lidar.

No dia da entrevista, levem as perguntas escritas e anotem as

respostas.

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unida d e 3

Ferramentas e instrumentos básicos de trabalhoAs ferramentas e os materiais de trabalho do pintor de obras não são muitos, mas a lista pode ser ampliada considerando que a ocupação evolui constantemente. Por essa razão, ferramentas e instrumentos de trabalho estão sempre sendo criados e, de tempos em tempos, você precisará se atualizar.

Nesta Unidade, vamos ver as ferramentas e os materiais básicos para o exercício da ocupação. Você vai conhecer outros tantos quando estiver trabalhando, decorrentes do tipo de obra e do local onde o serviço vai ser executado.

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Pincéis

Pincéis e rolos são as ferramentas de trabalho mais importantes para o pintor de obras. Como há diferentes tipos, é fundamental escolher o mais adequado para a execução do trabalho.

Os pincéis se diferenciam pelo material de que são feitos e pelo tamanho. A escolha do tipo de pincel a ser usado depende, além dessas variáveis (material e tamanho), do local onde serão utilizados e do tipo de produto de revestimento a ser aplicado.

Quanto ao material, os pincéis podem ser de pelos naturais de animais, tais como porco, cavalo, camelo, e de cerdas sintéticas, geralmente feitas de náilon. Os pincéis de pelos naturais são melhores, pois retêm mais tinta do que os sintéticos. Além disso, sua durabilidade é maior.

Há também pincéis que contêm um pedaço de espuma de poliuretano no lugar das cerdas. Os menores são bastante utilizados para pintar cantos, tanto externos como internos.

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Para escolher que tipo de pincel usar, considere que há pincéis específicos para diferentes tipos de produto:

• para tintas à base de óleo;

• para tintas à base de água; e

• para vernizes e stain.

A escolha do pincel também deve considerar as dimensões das superfícies onde serão feitas as pinturas. Sob esse aspecto, os principais tipos de pincel se dividem em:

• De áreas extensas: espalham maior quantidade de tin-ta e têm entre 7,5 cm e 10 cm de largura.

• De remate ou recorte: têm cerca de 5 cm de largura e são ideais para pintar pequenas superfícies, como ao redor de janelas, portas e cantos antes de pintar as áreas mais extensas das paredes com um rolo.

• De trincha: inclinados na ponta das cerdas e menores (2,5 cm, 4 cm ou 5 cm de largura), facilitam o traba-lho em áreas pequenas, especialmente na hora de pin-tar caixilhos de janelas.

Stain: Produto para realçar a tonalidade da madeira.

1. Compre pincéis de boa qualidade.2. Para pintar, as mãos devem estar confortáveis no pincel. O cabo não

deve machucar. Experimente o pincel antes de comprá-lo.

Como saber se um pincel é bom?

1. Espalhe as cerdas sobre uma mesa. Quanto mais separadas as pontas das cerdas, melhor a qualidade do pincel.

2. Puxe as cerdas como se estivesse limpando o pincel e observe se há perda considerável de cerdas. A perda de algumas cerdas é normal, mas a perda de muitas indica a baixa qualidade do produto.

3. Os pincéis de melhor qualidade possuem cerdas longas e estreitas. É mais fácil pintar cantos e superfícies pequenas com cerdas longas.

O tamanho da cerda deve ser cerca de uma vez e meia maior do que a largura do pincel (com exceção dos pincéis mais largos, cha-mados de pincéis de parede), dizem especialistas do ramo. Um pincel de 3,8 cm de largura, por exemplo, deve ter cerdas de 5,7 cm de comprimento.

Fonte: Ferramentas para pintar. Como tudo funciona.

Disponível em: <http://casa.hsw.uol.com.br/ferramen

tas-para-consertos-domesticos3.htm>. Acesso em:

14 maio 2012.

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Bandejas

Em geral feitas de plástico, as bandejas são usadas para transportar e acondicionar as tintas, facilitanto o contato dos rolos ou pincéis com a tinta.

Elas podem ter 10 cm, 18 cm ou 23 cm e não possuem ganchos para pendurá-las em escadas. As bandejas de 23 cm permitem o uso de rolos de tamanhos maiores.

São laváveis e duram bastante. Há pintores que preferem cobri-las com papel-alu-mínio, para facilitar a limpeza. Também existem refis de plástico transparente para bandeja de pintura.

Armações de rolo

De metal ou plástico, são utilizadas para a colocação de rolos removíveis.

As de metal são as mais usadas, por serem mais fáceis de limpar.

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Rolos removíveis

Encaixados nas armações, os rolos são usa-dos em pintura de superfícies grandes e planas, possibilitando um acabamento mais uniforme. Para pequenos espaços e cantos, encontramos rolos menores, específicos para cantos. (Pode-se também, nesses casos, fa-zer uso de pincéis.)

Há rolos de diferentes larguras: 4 cm, 9 cm, 18 cm e 23 cm. O mais utilizado é o de 23 cm, pois facilita a pintura de paredes extensas.

Quanto ao material de que são feitos, exis-tem, entre outros, rolos de lã natural ou sintética, algodão sintético (antigota), ace-tato ou espuma de poliuretano.

A escolha deve se dar de acordo com a tinta ou com o tipo de material a ser utili-zado na pintura. Os de lã (natural ou sintética) são mais adequados para a aplicação de tintas à base de água, acrílicas ou látex. Para a aplicação de esmaltes, tintas à base de óleo e vernizes, os rolos de espuma são melhores.

Há também rolos mais ou menos adequados, a depender do tipo de superfície a ser pintada. Para superfícies lisas, os rolos de pelos mais curtos são melhores. Para pintar superfícies com relevo ou textura (não lisas), prefira os rolos com pelos mais altos ou longos.

Rolos de remate

Assim como os rolos removíveis, esses rolos têm como função básica a aplicação de tintas em superfícies, mas em superfícies menores. Seu tamanho varia entre 4 cm e 5 cm.

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Rolos de efeito

Especialmente desenvolvidos para texturização de super-fícies. Embora de uso mais específico do que os anterio-res, ter esse material entre suas ferramentas sinaliza que você conta com um diferencial: sabe fazer texturas, as-sunto que será tratado na Unidade 7.

Extensões de cabo/armações de rolo

As extensões são utilizadas para ampliar o cabo das armações de rolo, podendo alcançar de 3 m a 5 m, a depender do fabricante. Dessa forma, permitem movimen-tação mais ampla e rápida dos rolos, no caso de paredes extensas e tetos.

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Espátulas e desempenadeiras (lisas, dentadas)

São utilizadas para aplicação de massa corrida (PVA), massa acrílica, gesso e massa para textura, tendo em vis-ta corrigir imperfeições das superfícies que serão pintadas, e, no caso da desempenadeira de lã, para texturização.

Escadas

As escadas são necessárias para a pintura em paredes altas e tetos.

Existem escadas de madeira, alumínio, aço, entre outros materiais.

Os tamanhos – número de degraus e metragem que al-cançam – também variam bastante e deverão ser esco-lhidos conforme a necessidade do trabalho.

Trabalhar em escadas requer cuidados especiais. Além do uso de equipamentos de segurança – como os cinturões de proteção –, que serão

abordados mais adiante, a escada deve estar firme e a atenção deve ser

redobrada.

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44 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l Pintor 1

Lonas

As lonas são importantes para cobrir mobiliário e prote-ger janelas e portas no momento da pintura. Essa cober-tura também pode ser feita com plástico preto ou trans-parente, mas as lonas são mais duráveis, podem ser reutilizadas e dão mais segurança ao pintor de obras.

Além desses materiais básicos, outras ferramentas que você deverá ter sempre à mão:

• Chave de fenda: para desparafusar e recolocar espelhos e tomadas.

• Raspador de tinta: para retirar tintas de superfícies planas, como paredes, madeiras, compensados etc. É importante que eles estejam bem afiados.

• Mexedor de tinta: fabricado de madeira, é utilizado para deixar as tintas uniformes, antes de retirá-las das latas para uso.

É muito importante você cuidar de seu material de trabalho!

Guarde pincéis, rolos, bandejas bem lavados e secos, garantindo-lhes,

assim, maior durabilidade.

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Pintor 1 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l 45

Atividade 1conheça as ferramentas e os

instrUmentos de trabalho

1. Agora que você já viu no papel as ferramentas mais comuns do pintor de obras, é hora de ir ao laboratório da escola para conhecer cada uma delas “ao vivo”. Leve este Caderno com você.

2. No laboratório, procure as ferramentas vistas até aqui para se familiarizar ainda mais com elas. Manipule-as.

3. Observe, em particular, os vários pincéis e rolos exis-tentes, sem perder de vista para que serve cada um deles. Reveja também como identificar os pincéis de boa qualidade e teste um ou dois deles no laboratório.

Materiais básicos do pintor de obras

As tintas

São os principais produtos utilizados pelos pintores nas obras. Atualmente, há grande variedade de tipos de tin-ta no mercado.

Além da infinidade de cores e tons existentes, as tintas podem ser classificadas: pela base de fabricação: água ou óleo; pela gradação de brilho ou de opacidade: foscas, acetinadas, semibrilho e brilhantes; pelo tipo: acrílica, esmalte, látex, óleo ou epóxi.

A escolha da tinta a ser utilizada em cada situação vai depender de vários fatores e será discutida na Unidade 4. As tintas, de modo geral, têm quatro componentes: pig-mentos, resinas, solventes e aditivos. Vamos ver o que é e para que serve cada um deles.

Pigmentos

Os pigmentos são substâncias que dão cor às tintas e determinam seu brilho ou opacidade e sua capacidade de cobertura ou de resistência.

As tintas à base de óleo estão em vias de desaparecer. Por isso, habitue-se com o uso de tintas à base de água.

Se tiver dúvida, peça ajuda aos colegas e ao monitor.

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46 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l Pintor 1

Resinas

A resina é a parte da tinta responsável pela cor da cama-da protetora nas paredes ou em outras superfícies depois que a tinta é aplicada, o chamado filme. Ela também é responsável por aglutinar os pigmentos, aditivos e sol-ventes (a parte líquida). Caso contrário, a parte sólida se decantaria.

Para tintas à base de óleo sintético usa-se uma resina chamada de “resina alquímica”.

Uma boa resina é determinante para a qualidade das tin-tas. No caso de tintas à base de água, quanto mais acrí-lica for a resina, melhor. A tinta se torna mais resistente, podendo até mesmo ganhar um aspecto emborrachado.

Solventes

O solvente é utilizado durante a fabricação das tintas, para dispersar seus pigmentos e diluí-las deixando-as mais fáceis de serem aplicadas.

Estamos falando, neste momento, de solventes que já estão misturados às tintas – processo que ocorre duran-te a sua fabricação. Mas também existem solventes que podem ser comprados separadamente. Falaremos desses solventes adiante.

Aditivos

Os aditivos são substâncias acrescentadas às tintas para lhes dar características especiais. Eles aumentam a qua-lidade e durabilidade das tintas e facilitam o processo de aplicação.

Existem aditivos de vários tipos e com diferentes funções, a depender da necessidade. Há, por exemplo, aditivos que fazem a tinta adquirir a consistência ou espessura adequada depois de aplicada e seca; outros impedem que a tinta fique espessa/grossa demais, impossibilitando sua aplicação; e há os que agem sobre as cores, garantindo a manutenção da tonalidade antes e depois de aplicadas.

Você sabia?Os estudiosos da Física e da Química (na Idade Mé-dia, chamados de alqui-mistas), ao observarem os materiais existentes, perceberam que as ma-térias podem se apresen-tar em três estados:

•sólido, como a terra, o ferro, a madeira etc.;

•líquido, como o leite;

•gasoso, como o vapor de água, quando ela é aque-cida.

A água é uma matéria que pode se apresentar em três estados: sólido (como gelo), líquido (co-mo água para beber) e gasoso (como vapor de água).

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Pintor 1 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l 47

Há também aditivos com a função de combater bactérias, inibir a ação de fungos (aditivo presente principalmente em tintas utilizadas em ambientes úmidos ou em paredes externas) e impedir a formação de bolhas após a aplicação de tintas com-postas em agitadores ou aplicadas com rolos (os chamados antiespumantes).

Os vernizes

Por vezes confundidos com as tintas, os vernizes são, na realidade, um acabamento, recomendado para aplicação sobre superfícies de madeira.

Diferentemente das tintas, os vernizes não criam um filme que cobre as superfícies nas quais eles são aplicados. Eles não possuem cargas de tintas.

Existem três tipos principais de verniz:

• o verniz acrílico, à base de água, indicado para superfícies internas e externas;

• o verniz sintético alquídico (à base de óleo), indicado para aplicação sobre super-fícies de madeira em interiores. Os que contêm filtro solar podem ser aplicados em superfícies externas;

• o verniz poliuretânico ou marítimo, o mais adequado para superfícies em exte-riores. Em relação ao verniz alquídico, possui maior resistência ao mau tempo. É também adequado para pinturas marítimas, por ter elevada resistência à água.

Quanto ao acabamento, os vernizes podem ser foscos, acetinados ou brilhantes.

Existem vernizes transparentes e com cores de madeira como imbuia e ipê, entre outros.

Outros materiais essenciais para uma obra

Além das tintas, é preciso ter sempre à mão alguns outros materiais, pois eles são importantes para o trabalho cotidiano do pintor de obras. São os seguintes:

Lixas de diferentes graus de granulação

São essenciais, já que todas as superfícies, antes de receberem demãos de tinta, precisam ser lixadas.

Independentemente de a parede já ter sido pintada várias vezes ou não, lixar garan-te que a pintura fique melhor, pois os defeitos e as imperfeições desaparecem.

Mesmo que a superfície já tenha sido pintada antes e, aparentemente, esteja lisa, lixar é importante, pois a tinta nova vai aderir melhor (com mais facilidade) se o

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48 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l Pintor 1

excesso da tinta anterior, bem como as marcas de rolo que possam ter sido deixadas na pintura, forem retirados.

As lixas são classificadas de acordo com a granulação, que vai de 36 a 600. Quanto mais baixo o número, mais grossa é a lixa; quanto mais alto, mais fina é a lixa.

A escolha da granulação vai depender de dois tipos de informação:

• Sobre qual material a tinta vai ser utilizada: madeira, alvenaria (tijolos, blocos de concreto, pedras etc.) ou metais (esquadrias de janela de alumínio, geladeiras, lustres de ferro etc.).

• Qual a natureza do trabalho: pintura nova, repintura, aplicação de verniz etc.

Informações precisas sobre as lixas ideais em cada caso podem ser obtidas com os fabricantes ou com os lojistas, quando você for comprá-las.

A tabela a seguir pode ser útil em seus primeiros trabalhos. Você deve consultá-la sempre, mas, com o tempo, saberá o que usar em cada caso.

Superfícies de alvenaria

Superfície Situação Granulação da lixa Finalidade

Reboco Pintura nova 80 a 150 Remover impurezas (restos de areia, poeira, graxa, óleo etc.).

Massa corrida e massa acrílica Pintura nova 180 a 220

Nivelar e uniformizar a superfície.

Dar acabamento.

Gesso Pintura nova 150 a 220 Nivelar e uniformizar a superfície.

Látex (fosco)Pintura nova e

repintura (lixamento entre demãos)

150 a 220 Dar acabamento.

Tinta acrílica Pintura nova e repintura (lixamento

entre demãos)150 a 220

Dar acabamento nos casos de pintura.

Deixar a superfície mais áspera para melhorar a aderência da tinta.

Esmalte à base de água

Pintura nova e repintura (lixamento

entre demãos)180 a 220

Dar acabamento nos casos de pintura.

Deixar a superfície mais áspera para melhorar a aderência da tinta nos casos de repintura.

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Pintor 1 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l 49

Superfícies de madeira

Superfície Situação Granulação da lixa Finalidade

Madeira Pintura nova 120 a 220

Remover farpas e substâncias como graxa, óleo etc.

Madeira Pintura nova 150 a 220 Nivelar e uniformizar a superfície.

Esmalte sintético

Pintura nova: lixamento entre

demãos150 a 220 Dar acabamento.

Esmalte à base de água Repintura 100 a 180 Melhorar a

ancoragem.

Madeira Envernizamento novo 220 a 600

Remover farpas e substâncias como graxa, óleo, poeira etc.

VernizEnvernizamento novo: lixamento entre demãos

220 a 600

Remover farpas.

Dar acabamento.

Remover poeira ou pequenas bolhas entre uma demão e outra.

Verniz

Envernizamento e repintura:

lixamento entre demãos

220 a 600

Afinar o acabamento.

Remover poeira ou pequenas bolhas entre uma demão e outra.

Melhorar a ancoragem: Criar uma superfície para receber a nova camada de tinta ou verniz com uma me-lhor adesão.

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50 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l Pintor 1

Superfícies de metal

Superfície Situação Granulação da lixa Finalidade

Metal: ferro, alumínio, aço galvanizado e

chapas zincadas

Pintura nova, preparação de metais ferrosos antes de aplicar

primer/pintura de fundo à base de

água

150 a 220

Remover ferrugem e farpas de metal.

Deixar a superfície mais áspera para melhorar a aderência da tinta.

Primer/fundo

Pintura nova, preparação de

superfícies pintadas com primer/pintura

de fundo

180 a 220 Uniformizar superfícies.

Esmalte à base de água

Pintura nova (lixamento entre

demãos) 180 a 220

Dar acabamento, eliminando impurezas como pó ou possíveis bolhas.

Esmalte à base de água

Repintura (lixamento entre demãos) 120 a 180

Deixar a superfície mais áspera para melhorar a aderência da tinta.

Dar acabamento.

Fitas adesivas

As fitas adesivas são fundamentais no dia a dia do pintor de obras. Elas são utilizadas nos cantos das paredes e em pontos de encontro das paredes com piso/chão, teto, armários, portas, janelas etc., contribuindo para preservar a limpeza de seu trabalho e evitando que as linhas que unem duas paredes fiquem tortas. A fita crepe não deve ser deixada por mais de 24 horas no local onde foi colocada. Dessa forma, evita-se que a cola da fita se fixe na superfície e que, ao removê-la, o acabamento seja danificado.

Primer (fala-se “práimer”): Funciona como tinta de fundo para a colagem das mantas.

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Pintor 1 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l 51

O fundo preparador não evita mofo. O mofo é um problema que acontece por razões diversas, como a umidade,

e atinge a película das tintas.

Massa corrida (à base de acetato de polivinila ou PVA) e massa plástica

São produtos indicados para uniformizar e corrigir im-perfeições em paredes de áreas internas, deixando-as lisas, sem defeitos que poderão ficar aparentes depois da pintura.

Podem ser usados em superfícies de áreas externas, mas seu uso é preferível em ambientes internos.

As principais diferenças entre os produtos são:

• em relação à resistência, à aderência e à água: a massa acrílica é mais resistente;

• em relação à aplicação: a massa corrida é mais fácil de ser aplicada.

São vendidas em latas de diversos tamanhos – 0,900 ℓ, 3,600 ℓ e 18 ℓ –, prontas para ser usadas.

Selador acrílico e à base de água

Produto utilizado antes de pintar uma parede pela pri-meira vez ou, ainda, antes de aplicar massa PVA, acríli-ca ou gesso.

O selador penetra e preenche os poros (pequenos bura-quinhos) dessa superfície, melhorando, assim, o acaba-mento e aumentando o rendimento da tinta.

É ideal para paredes com reboco, concreto, blocos de cimento e fibrocimento.

Fundo preparador de paredes à base de água

Esse fundo tem função semelhante à do selador. Serve para selar superfícies que têm acabamento de massas (massa PVA, acrílica e gesso), antes de receberem a pin-tura. Assim, deve ser aplicado antes da utilização de tintas.

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52 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l Pintor 1

Ele evita manchas e descascamento das tintas, aumen-tando sua durabilidade. Não possui, entretanto, proprie-dade impermeabilizante.

O fundo preparador de parede penetra na massa, au-mentando seu isolamento; melhora-se, por consequên-cia, o poder de adesão da tinta. Ele também evita que a massa absorva muita tinta do rolo, diminuindo a pro-babilidade de acontecerem manchas.

Ao comprar esse produto, verifique as instruções de uso dadas pelo fabricante. Alguns fabricantes pedem que se dilua o produto. Em outros casos, ele já vem pronto.

Solventes

Utilizados para fazer a limpeza das ferramentas e dos instrumentos usados na pintura, os solventes também são necessários para fazer a diluição das tintas e dos ver-nizes, o que melhorará seu alastramento e nivelamento, facilitando a aplicação.

Os solventes mais comuns são a própria água, utilizada para diluir produtos à base de água, e a aguarrás, indi-cada para diluir produtos como os esmaltes sintéticos e auxiliar nos processos de secagem.

Panos para limpeza e papel-toalha

São utilizados o tempo todo durante o trabalho. Tenha---os sempre à mão.

Equipamentos de Proteção Individual: tão essenciais quanto os demais

Os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) não po-dem ser esquecidos, pois eles são fundamentais para sua segurança.

Muita gente acha que se preocupar com isso é desperdício de tempo e dinheiro. Mas não é bem assim. Vários aciden-tes podem acontecer nas obras quando menos esperamos.

Tíner deriva do inglês thinner, palavra que significa “solvente” ou “diluente” em geral (incluindo água). No Brasil, entretanto, a palavra é comumente

usada para designar solventes químicos.

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Pintor 1 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l 53

Mesmo que você entre em uma obra quase concluída, estará em contato com ma-teriais e ferramentas cortantes ou que podem machucá-lo: pregos, farpas de madei-ra, pedaços de ferro, blocos de concreto, tijolos, martelos, pás, enxadas. Sem contar a possibilidade de sofrer quedas de pequenas ou grandes alturas.

Por isso, as normas do MTE definem os EPI como indispensáveis em qualquer canteiro de obras.

Atividade 2eqUipamentos de proteção indiVidUal essenciais

para pintores de obras

1. Em dupla, converse com o colega ao lado sobre os EPI que vocês consideram essenciais e justifiquem suas respostas.

Equipamentos de Proteção Individual Uso obrigatório: sim ou não? Justificativa: por que usá-los.

Luvas de borracha e/ou de raspa (mais resistentes do que as de borracha)

Capacete plástico

Botas de segurança, de preferência com biqueira de aço, para proteger os pés no caso de queda de uma lata de tinta, por exemplo

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54 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l Pintor 1

Equipamentos de Proteção Individual Uso obrigatório: sim ou não? Justificativa: por que usá-los.

Óculos

Respiradores

Cinturões de segurança para trabalho em altura

Se vocês consideraram todos eles essenciais, estão certos. A depender do tama-nho e do tipo de obra, nenhum desses equipamentos é dispensável, e o moni-tor pode ajudá-lo a identificar por quê, caso a segunda coluna de sua tabela esteja incompleta.

Além desses, há equipamentos de proteção mais específicos para quem trabalha em obras, em condições especiais: sob grandes temperaturas ou manipulando produtos químicos tóxicos, por exemplo. Há também equipamentos coletivos, que devem ser providenciados pelos empregadores. É o caso de prendedores de cintos de seguran-ça para grandes alturas, telas protetoras, andaimes seguros, roupas isolantes, capas de chuva, entre outros.

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Pintor 1 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l 55

Conforme artigo de Renata Ávila na revista Equipe de obra:

EPI (Equipamento de Proteção Individual) é todo dispositivo de uso individual

que protege o trabalhador de riscos à sua segurança e à [sua] saúde no ambien-

te de trabalho. Alguns são usados por todos os funcionários na obra, como o

capacete e as botas. Outros são de uso mais específico. O uso de EPIs depen-

de do risco a que o trabalhador está exposto. O empregador deve adquirir os

EPIs, exigir o seu uso, orientar e treinar o funcionário, trocar os EPIs danifica-

dos e responsabilizar-se pela higienização e manutenção. Já o funcionário deve

utilizar o EPI corretamente, responsabilizar-se pela guarda e conservação e

falar para o empregador se o equipamento estiver sem condições de uso. [...]

ÁVILA, Renata. Equipamentos de Proteção Individual. Equipe de Obra. Disponível em:

<http://www.equipedeobra.com.br/construcao-reforma/3/artigo27429-1.asp>.

Acesso em: 14 maio 2012.

De acordo com a Norma Regulamentadora no 18 (NR-18) do Ministério do Trabalho e Emprego, os equi-pamentos de proteção individual devem ser fornecidos gratuitamente aos empregados de qualquer ocupação profissional. Essa norma somente é dispensada se houver medidas de proteção coletivas que ofereçam completa segurança aos operários.

Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora nº 18. Disponível em: <http:// portal.mte.gov.br/legislacao/norma-regulamentadora-n-18-1.htm>. Acesso em: 17 maio 2012.

Capacete de segurança

Óculos de segurançaAbafador de ruído

Máscara filtradora

Cinto de segurança

Camisa ou camiseta

Luvas de raspa

Calça comprida

Calçado fechado

Obs.: Todos os equipamentos de segurança devem possuir certificado de autencidade.

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56 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l Pintor 1

Atividade 3acidente de trabalho na

pintUra de obras

Observe o quadro O pedreiro ferido, de Francisco de Goya (1746-1828).

1. O que o pintor retrata nesse quadro? O que você sente diante dessa pin-tura? Que outro título poderia ser dado a essa pintura?

2. Existem equipamentos de segurança coletivos nessa obra? Os operários estão fazendo uso de equipamentos de proteção individual?

3. No laboratório de informática, pes-quise na internet outras obras de Francisco de Goya.Francisco de Goya. O pedreiro ferido, 1786-1787. Óleo sobre tela,

268 cm x 110 cm. Coleção particular.

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Pintor 1 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l 57

unida d e 4

Como escolher tintas e vernizesSão cinco os tipos de tinta mais conhecidos e utilizados no mercado, além dos vernizes. Vamos conhecer um pouco mais cada um, antes de vermos como escolher a tinta adequada para cada ocasião.

• Látex PVA ou vinílica: à base de água, trata-se de um tipo de tinta fácil de aplicar e que seca rapidamente, possibili-tando a aplicação de nova demão depois de 3 a 4 horas. É resistente à ação do tempo (intempéries). A tinta látex não é totalmente lavável. A superfície em que foi colocada pode ser lavada, mas corre-se o risco de manchar a tinta. É uma tinta grossa e seu acabamento é fosco. Como as demais tintas foscas, tem a vantagem de disfarçar imper-feições das paredes e demais locais onde é aplicada.

• Tinta acrílica ou látex acrílico: como o látex, a tinta acrílica também é à base de água e fácil de aplicar. Uma segunda demão pode ser aplicada 4 horas após a primeira. É um pou-co mais grossa do que a tinta látex PVA. Em relação ao látex PVA, trata-se de um tipo de tinta mais resistente ao esfrega-mento, devido à resina acrílica. Pode ser lavada e tem acaba-mento fosco, semibrilho e brilhante.

• Tinta a óleo: à base de óleo, esse tipo de tinta é ideal para a pintura de superfícies de metal e madeira. É um tipo de tinta bastante resistente às intempéries. Mas, em relação aos demais tipos, seu tempo de secagem é bem maior: deve-se esperar um dia inteiro (24 horas) entre uma demão e outra. Outro aspec-to negativo da tinta à óleo é que amarela com o tempo.

• Esmalte sintético: feito com uma resina em laboratório. Essa resina, por sua vez, pode ser à base de um óleo sintético, chamado resina alquídica, ou à base de água, chamada resina acrílica.

Intempéries: Fenômenos naturais, como chuva, tempes-tade, erosão, furacão etc.

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58 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l Pintor 1

• O óleo sintético ou (esmalte sintético) e a resina acríli-ca (ou esmalte acrílico) são tipos de tinta que resistem bem às intempéries. O primeiro (óleo sintético) foi de-senvolvido para ter o mesmo efeito da tinta a óleo; po-rém sua secagem é mais rápida (4 horas). A resina acrí-lica tem a vantagem de secar mais rapidamente: 2 horas entre demãos e 4 horas no total. Ela apresenta ainda as vantagens de ter menos cheiro e não amarelar com o tempo. Entre esses dois tipos de tinta, o manuseio do óleo sintético tende a ser um pouco mais difícil em função de sua viscosidade. Além disso, e de sua secagem ser relativamente mais lenta, conforme já apontado, é preciso lembrar que cores claras, como o branco, ama-relam com o tempo nas tintas à base de óleo sintético.

• Epóxi base sintética: é um tipo de tinta indicado para aplicação em superfícies de alvenaria e concreto, em lugares onde normalmente são utilizados revestimen-tos frios, substituindo azulejos e laminados plásticos. Resistência, facilidade de limpar, acabamento semibri-lhante e dureza o tornam um produto adequado para aplicação em cozinhas, banheiros e equipamentos de saúde (hospitais, postos de saúde etc.). Para usar esse produto é necessária a mistura de dois componentes: base e agente de cura (secagem).

• Verniz: resistente à ação do tempo e transparente, o verniz é bastante adequado para aplicação em madei-ras que ficam em áreas externas e internas. Porém, pode ser usado também em tijolos, blocos e concreto, substituindo as resinas apropriadas para essas superfí-cies. O tempo de secagem e a resistência dos vernizes variam de acordo com o tipo de verniz: acrílico, sin-tético alquídico ou poliuretânico. O verniz acrílico permite nova demão entre 2 e 6 horas após a primeira aplicação. Para os demais (alquídico ou poliuretânico) o ideal é que se espere 10 horas entre uma demão e outra.

Até experimentar diferentes tipos de tinta e se familiari-zar com esse mundo tão diversificado, é provável que

Toda superfície nova, independentemente de ser madeira, ferro, gesso, alvenaria etc., sempre levará uma demão de fundo para selar e isolar a superfície e depois

mais duas demãos de tinta para total proteção e durabilidade. Para cada

superfície existe um fundo de adesão.

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Pintor 1 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l 59

você tenha dúvidas sobre o produto mais adequado a cada tipo de pintura. Em geral, essa escolha tem relação direta com o material que vai ser trabalhado.

A tabela a seguir poderá auxiliá-lo na escolha, mas não hesite em consultar os fa-bricantes e os lojistas, caso tenha dúvida sobre o melhor produto para cada ocasião e tipo de pintura.

Tipo de tinta Superfície onde aplicar

Número de demãos

Tempo de secagem

Outras características

Látex PVA

Alvenaria

Reboco

Concreto

Gesso

2 a 3

2 a 3 horas entre demãos.

Secagem total: 8 horas.

À base de água.

Tinta acrílica (ou látex acrílica)

Alvenaria

Reboco

Tijolo/concreto

Cimentados*

Piso cerâmico*

3 (1 demão de fundo e 2 de tinta)

2 a 3 horas entre demãos.

Secagem total: 8 horas.

À base de água.

Seus tipos de acabamento são: brilhante, semibrilho, acetinado e fosco.

Tinta a óleo

Ferro/aço**

Madeira**

Alvenaria

2 a 3 24 horas

À base de óleo.

Adere bem a diferentes superfícies.

Resistente a intempéries.

* Nesses casos, a tinta acrílica deve ser específica, indicada para pisos.** O fundo nesses casos deverá ser: a óleo para madeira e óxido de zinco ou zarcão para metais.

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60 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l Pintor 1

Tipo de tinta

Superfície onde aplicar

Número de demãos

Tempo de secagem

Outras características

Esmalte à base de água e à base de

óleo

Ferro/aço

Alumínio*

Fibra de vidro

Alvenaria – somente esmalte à base de

água

Madeira**

2 a 3

À base de água:

2 a 3 horas entre demãos.

Secagem total: 6 horas.

À base de óleo:

4 a 6 horas entre demãos.

Secagem total: 12 horas.

À base de água.

EpóxiAlvenaria

Concreto2 a 3

24 horas entre demãos.

Secagem final: 24 horas.

Base sintética

Substitui azulejos e laminados plásticos.

Verniz

Madeira (piso)

Madeira (externa)

Tijolo/concreto

2 a 3

Verniz acrílico (à base de água): 2 a 6 horas entre demãos.

Verniz poliuretano e alquídico (à base de óleo): 10 horas.

Ideal para impermeabilização.

* Antes de pintar alumínio com tinta esmalte à base de água, aplique um fundo para metais galvanizados e alumínios à base de água.** Antes de pintar madeira aplique um fundo à base de água para madeira.

Existe uma tinta específica antimofo. Se tiver que lidar com esse problema, procure indicações nos catá-logos de fabricantes ou lojas especializadas de material de construção.

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Pintor 1 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l 61

Atividade 1tipos de tinta em diVersas sUperfícies

1. Vamos ao laboratório, onde estão disponíveis diferentes tipos de tinta e amostras de diversos materiais e superfícies.

2. Em trio, separem amostras de vários materiais:

a) Três pedaços de madeira.

b) Três pedaços de material metálico: ferro, aço ou alumínio.

c) Três tijolos ou blocos de concreto.

d) Três azulejos.

3. Separem pincéis, tintas, solventes e bandejas.

4. Vocês vão pintar um pedaço de cada material com tintas de diferentes tipos. Anotem ao lado do material pintado o tipo de tinta utilizado e a hora da pintu-ra. Se necessário, façam a segunda demão com o mesmo tipo de tinta.

5. Depois de secos, comparem as pinturas feitas, discutam e respondam, em relação a cada um dos materiais, às seguintes perguntas:

a) Qual foi a escolha mais adequada para a pintura de (madeira, ferro, aço, alumínio, tijolo, concreto, azulejo, piso cerâmico)? Por quê?

b) Nos casos das escolhas consideradas menos adequadas para cada material:

Quais foram as dificuldades percebidas na aplicação das tintas?

Quais foram os problemas observados nos resultados?

6. Depois de conversar com os colegas e responder às perguntas no próprio grupo, discuta os resultados com toda a classe e com o monitor.

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Cores, combinações e efeitos

Além de informações mais técnicas que ajudam a definir e escolher as tintas mais adequadas para cada trabalho, conhecer cores é básico para o pintor de obras.

Embora, de modo geral, os clientes tenham uma ideia predeterminada das cores que vão utilizar, conhecer as cores e suas características vai ajudá-lo no momento de dialogar com clientes e construtores. Você pode opinar sobre as cores escolhidas para cada situação ou local e orientá-los caso tenham alguma dúvida sobre o que ficou decidido.

Conhecer as cores é a primeira etapa. Mas você já pensou de que maneira elas podem ser combinadas? Será que uma cor que fica bem na parede da sala também ficará bem no quarto, na cozinha ou na fachada da casa? Como saber qual será o resultado da mistura de duas cores? Todas essas perguntas podem ser respondidas se estu-darmos alguns aspectos da “teoria das cores”.

Vamos começar pelo círculo cromático. Você já ouviu falar dele?

Trata-se de um círculo com 12 cores colocadas de modo que possamos perceber as relações entre elas.

Cromático: Do latim chro-maticus, relativo a cor.

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No círculo, as cores estão classificadas da seguinte forma:

• Cores primárias (1a)

São chamadas de cores puras por não ser possível obtê-las a partir da mistura de outras cores. Elas são a base para a criação de todas as demais cores. São elas: o azul, o amarelo e o vermelho.

• Cores secundárias (2a)

São aquelas formadas por meio da mistura de duas cores primárias em partes iguais. Por exemplo: o laranja é resultado da mistura do amarelo com o vermelho; o verde, do azul com o amarelo. E o violeta? Quais são as cores que precisamos misturar para obter essa cor?

• Cores terciárias (3a)

São aquelas formadas por meio da mistura de uma cor primária (azul, amarelo ou vermelho) e uma ou mais cores secundárias. Exemplos: amarelo-alaranjado, púrpura, azul-escuro.

E o preto e o branco? Por que não estão no círculo cromático?

Porque são chamadas cores neutras, assim como o cinza em todas as suas tonalidades.

Escala de valores ou escala de cinza

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Ao misturarmos uma única cor com o branco ou com o preto, alteramos sua tonalidade, deixando-a mais suave/clara ou mais forte/escura. Chamamos essa gradação de escala monocromática.

Veja a seguir duas escalas monocromáticas: a primeira, formada a partir da mistura de vermelho com branco; a segunda, a partir da mistura de azul com branco e com preto.

Atividade 2crie cores

1. Vamos ao laboratório novamente, desta vez para ob-servar a reação das cores quando misturadas.

2. Separe as cores primárias e as secundárias e experi-mente as combinações possíveis. Anote no caderno as cores utilizadas e os resultados das misturas. Use lápis de cor.

Por exemplo:

azul + verde =

3. Escolha agora uma cor para fazer uma escala mono-cromática. Acrescente branco ou preto aos poucos, para perceber as mudanças graduais da tonalidade da cor escolhida.

Escala monocromática: Escala de uma só cor (mono, um; cromático, relativo a cor).

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4. Compartilhe os resultados de seu trabalho com a classe. Você vai perceber que, embora misturando as mesmas cores, nem sempre alcançamos resultados exata-mente iguais.

Atualmente, a mistura de cores produzida pelos fabricantes é feita em máquinas, respeitando proporções exatas, calculadas em computadores. Esse sistema de mis-tura é chamado tintométrico nas casas que comercializam tintas. Com esse proce-dimento, caso a tinta acabe na metade da pintura de uma parede, você não preci-sará acertar a mistura “a olho”, com base na memória.

Além disso, as tonalidades possíveis são incontáveis. Veja, a seguir, um exemplo de catálogo.

Observe mais uma vez o círculo cromático. As cores que ficam em lados opostos no círculo são chamadas complementares. Elas apresentam maior contraste entre si.

São cores complementares:

• o vermelho e o verde;

• o amarelo e o roxo;

• o azul e o laranja.

Elas devem ser utilizadas em paredes para reforçar contrastes.

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Já as cores vizinhas no círculo cromático são as que apresentam menos contraste entre si. Elas são chamadas cores análogas e podem ser usadas para colorir um ambiente sem chamar muita atenção para as diferenças entre as cores.

Por fim, outra divisão possível é entre as cores chamadas frias (ou com tonalidades frias) e quentes (ou com tonalidades quentes).

Elas podem ser combinadas de diferentes maneiras em uma casa. Mas é importan-te você saber que as cores quentes tornam os ambientes mais descontraídos, alegres, com maior luminosidade. Por isso, em geral, ficam bem em salas de visita, salões de festa, corredores e ambientes de uso coletivo.

Já as cores frias são adequadas para ambientes mais sóbrios, formais, nos quais a concentração e a tranquilidade são indispensáveis. É o caso, por exemplo, dos locais de estudo e de trabalho em uma casa. Também são cores mais recomen-dadas para quartos, tendo em vista que são lugares onde as pessoas buscam relaxar para dormir.

Veja as cores quentes e as cores frias no círculo cromático e nas faixas a seguir.

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Esse conhecimento básico sobre cores, como vimos, poderá ajudá-lo a dialogar com os clientes e orientá-los no caso de dúvidas.

É aconselhável que você demonstre interesse e conhecimento relativos à sua área de atuação profissional, mantendo o cuidado de não parecer aquele que “sabe tudo”.

Além de estudar e procurar aprimorar seu conhecimento sobre tintas e cores, é importante que você sempre consulte sites e catálogos de fabricantes para ver o que há de novo no mercado.

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Consultar revistas de decoração, e até mesmo ter algumas em mãos quando for visitar um novo cliente, também pode ser útil para você saber e mostrar as últimas ten-dências na área de pintura e o que está na moda.

Atividade 3 traga Uma noVidade para a classe

1. Em dupla, pesquisem na internet, no laboratório de informática, em revistas ou jornais uma reportagem que fale sobre o que está sendo feito atualmente na área de pintura de paredes. Pode ser sobre ambientes internos de casas e escritórios, sobre fachadas etc. O importante é que o assunto seja pintura de paredes.

2. Façam um cartaz sobre a reportagem para apresentar à classe. Não deixem de colocar:

• o resumo dos principais pontos da matéria;

• um desenho ou recorte que ilustre o assunto tratado;

• a fonte de onde vocês retiraram as informações e os au-tores da reportagem original (se estiverem identificados).

3. Definam os dias em que todos possam apresentar os resultados da pesquisa. Os cartazes devem ser afixados em local adequado para consultas futuras.

Para alargar corredores: se a altura (pé-direito) do corredor for superior a

3 m, para dar sensação de que são mais largos, as extremidades dos

corredores e o teto devem ser pintados com cor mais escura do que

as das paredes. Ao contrário, se o teto for baixo, uma cor escura pode dar a sensação de um espaço mais

apertado ou rebaixado.Para encurtar paredes: aplique tom

mais escuro na parte de cima e pinte a parte de baixo com tom mais claro.

Para alongar paredes: aplique tom mais claro na parte de cima e pinte a parte de baixo com tom mais escuro. Para alongar ambientes quadrados: pinte uma cor mais escura em duas paredes, uma de frente para a outra. Para rebaixar o teto: basta pintá-lo em tom mais escuro do que o das paredes.

Para elevar o teto: aplique cor mais clara do que a usada nas paredes.

Quando você estiver em ambiente interno (dentro da loja) e for

escolher tintas para ambientes externos, escolha sempre um tom acima (mais fechado) daquele que

deseja. A luz do sol que incide sobre superfícies externas é total e, por

isso, abre as tonalidades.Tintas com brilho destacam as

imperfeições das superfícies. Para paredes com saliências e

rugosidades, é indicado o uso de tintas foscas.

Espaço & cor. Faz Fácil. Disponível em: <http://www.fazfacil.com.br/

reforma_construcao/pintura_3.html>. Acesso em: 14 maio 2012.

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Como calcular quantidadesPara fazer o cálculo de quantas latas ou galões de tinta você vai utilizar em determinado trabalho, o primeiro passo é calcular quantos metros quadrados (m2) tem o local que você vai pintar.

Os fabricantes, em geral, indicam nas embalagens quantos metros quadrados de superfície uma lata pode cobrir por demão. Dessa forma, chega-se facilmente à quantidade de latas necessária.

Você encontrará no mercado latas em três tamanhos, com vo-lumes diferentes:

• ¼ – 0,900 ℓ de tinta

• GL (galão) – 3,600 ℓ de tinta

• LT (lata) – 18 ℓ de tinta

Sempre que for utilizar grandes quantidades de tinta, dê prefe-rência às embalagens maiores, pois com elas você gastará pro-porcionalmente menos.

Exemplo:

Se uma lata de ¼ cobre entre 8 m2 e 12 m2 por demão, seu ren-dimento para aplicar duas demãos será a metade. Ou seja, uma lata de ¼ cobrirá, em média, entre 4 m2 e 6 m2 para duas demãos.

Se a parede a ser pintada possui 18 m2, vamos precisar, para duas demãos de tinta, de, no mínimo, três latas de ¼. Isso porque 18 m2 (medida da parede) 6 m2 (rendimento máximo de uma lata de ¼ para aplicar duas demãos) = três latas de ¼.

E se forem três demãos?

Nesse caso, para três demãos, uma lata de ¼ cobrirá entre 2,7 m2 e 4 m2. Se a parede a ser pintada possui 18 m2, vamos precisar, para três demãos de tinta, de, no mínimo, quatro latas de ¼.

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Isso porque 18 m2 (medida da parede) 4 m2 (rendi-mento máximo de uma lata de ¼ para aplicar três de-mãos) = 4,5 latas de ¼.

Se você considerar que quatro latas de ¼ são a medida de um galão de 3,600 ℓ de tinta, é preferível comprar um galão de tinta.

Você também pode fazer o cálculo da tinta necessária para uma única demão. E depois multiplicar por dois (duplicar) ou por três (triplicar) a quantidade calculada, a depender de quantas demãos tiverem de ser feitas.

Também vale lembrar que paredes muito porosas con-somem mais tinta. Para que isso não aconteça, você pode aplicar uma demão de fundo preparador de paredes sobre a superfície que receberá a repintura ou sobre a massa PVA ou acrílica (se for uma pintura nova).

A indicação nas embalagens do cálculo da quantidade de tinta por metro quadrado a ser pintado não resolve um problema anterior: Como calcular a metragem da superfície que você vai pintar? Para isso, será necessário recorrer a alguns recursos da Geometria.

Vamos ver algumas das principais figuras geométricas e aprender a calcular as medidas de suas áreas.

• Retângulo: figura geométrica que tem quatro lados, sendo dois de um mesmo tamanho e dois de outro. Sua área é calculada multiplicando-se a base pela al-tura: lado menor X lado maior.

• Quadrado: figura com quatro lados iguais. Sua área é calculada multiplicando-se dois lados.

Quando você for comprar determinada cor de tinta, faça a

compra de uma única vez. Procure comprar um pouco mais do que o calculado por você. Isso porque,

mesmo com toda a tecnologia hoje empregada na fabricação de tintas

e com as proporções computadorizadas, pode haver

uma sutil diferença de tom de uma série para outra, o que prejudicará

seu trabalho.

Geometria: Estudo das for-mas. As paredes de uma residência ou de outras obras podem ter diferentes formas geométricas. Para saber quanto comprar de tinta, vo-cê precisa calcular a área dessas figuras.

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• Triângulo: figura com três lados, que podem ser iguais ou diferentes. Existem triângulos com os três lados iguais, com dois lados iguais e um diferente ou com três lados diferentes. Qualquer que seja a forma do triângulo, sua área é calculada multiplicando-se a medida da base pela da altura e dividindo-se o resultado por 2.

Atividade 1pesqUisando áreas

1. Em trio, no laboratório de informática, pesquisem na internet como calcular a área das seguintes figuras geométricas:

• círculo;

• pentágono (figura com cinco lados);

• hexágono (figura com seis lados).

Para saber a altura de um triângulo, trace uma linha da base até o ângulo oposto, como nas figuras geo-métricas seguintes.

É pouco provável você encontrar um ambiente com paredes triangulares. Mas lembre-se de que você pode ser chamado para pintar um painel ou partes de um ambiente. Nesses casos, qualquer formato é possível.

Altura

Base Base Base

Altura Altura

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Desenhe as figuras e anote as fórmulas de cálculo das superfícies ao lado delas.

2. Agora, para exercitar o cálculo de áreas, imagine que você deverá pintar:

a) as quatro paredes de um quarto, que correspondem à figura de um quadrado com 3 m de lado e 3 m de pé-direito (altura);

b) as paredes e o teto de uma cozinha retangular. As paredes maiores medem 3,5 m de lado por 2,8 m de altura; as menores, 2,6 m de lado por 2,8 m de altura;

c) um painel triangular na sala com base de 2 m e altura de 1,8 m.

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3. Confira os resultados com a classe e faça mais exercí-cios em casa, para se familiarizar com as fórmulas.

A forma mais fácil de realizar esses cálculos é fazer pa-rede por parede.

Não se esqueça de retirar do cálculo a área das portas, das janelas e de outros vãos que não serão pintados.

Parede 1 – Área: m2

Parede 2 – Área: m2

Parede 3 – Área: m2

Parede 4 – Área: m2

Área total com portas, janelas e vãos: m2

Área total sem portas, janelas e vãos: m2

Total de latas de tinta necessárias:

Lembre-se de que em todas as latas de tinta deve vir escrito o rendimento, ou seja, quantos metros quadra-dos de superfície é possível pintar com uma lata ou galão de tinta.

Consumo consciente

Você já ouviu falar de consumo consciente?

É quando compramos e consumimos o que realmente é necessário.

Consumir o que não é necessário causa prejuízos ao meio ambiente e a nós mesmos.

As portas, em geral, medem 2,10 m x 0,80 m.

As portas de banheiros são um pouco menores: 2,10 m x 0,70 m.

Sempre que for usar quantidades grandes de tinta, prefira comprar

(ou aconselhe os clientes a comprar) latas com maior quantidade, pois

são mais econômicas.Entretanto, procure não comprar muito além do que o necessário.

Tintas em latas abertas têm prazo de validade curto e você gastará à toa.

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Além dos recursos gastos para produzir, embalar, trans-portar e vender cada produto (por vezes, retirados da natureza), ainda há a poluição decorrente do modo de produção. Já para as pessoas, o consumo excessivo acaba por gerar constante insatisfação, pela impossibilidade de se ter tudo o que se quer.

Orçamento

Espécie de lista na qual você inclui o custo de tudo o que será utilizado no serviço de pintura que vai prestar, mais o valor de seu trabalho.

Calcular a quantidade de material que vai usar – ver-nizes, solventes, fitas adesivas, lixas etc. – é a base para que você possa apresentar seu orçamento ao cliente. Comece montando o orçamento por esses itens, mas lembre-se: se repassar ao cliente apenas o custo dos materiais de que vai precisar, você traba-lhará de graça!

Em geral, não são colocados nos orçamentos ferramentas e utensílios mais duradouros usados para a pintura: ban-dejas, extensores de rolo, escadas, lonas... Eles não são incluídos porque você já deverá tê-los e, portanto, não vai comprá-los a cada trabalho.

Mas você não deve esquecer que, conforme vão sendo usados, alguns utensílios se desgastam e precisam ser trocados, não é? Ou seja, com o tempo e com o uso constante, os utensílios se danificam: pincéis perdem cerdas, bandejas racham etc.

Pensando nisso, quando fizer seu orçamento, você deve incluir um valor, uma quantia pequena, que correspon-da ao desgaste de suas ferramentas e utensílios, já que, no futuro, você precisará fazer a reposição deles. Dessa forma, depois de realizar alguns trabalhos, a soma desses valores deverá ser suficiente para a aquisição de novas ferramentas, quando necessário.

Para saber mais sobre consumo consciente, no laboratório de informática, veja na internet o

material de qualificação básica do Programa Via Rápida Emprego, disponível no site: <http://www.viarapida.sp.gov.br>, acesso em:

16 maio 2012 (Caderno do Trabalhador 6 – Conteúdos Gerais, texto de

Cidadania Ambiental), e consulte os sites que trabalham com esse tema,

como o da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo.

Disponível em: <http: //www.ambiente.sp.gov.br>. Acesso em: 16 maio 2012.

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Também pode acontecer de um trabalho exigir um utensílio especial, diferente daqueles que você tem. Nesse caso, você poderá conversar com seu cliente e incluir no orçamento uma parte do custo desse instrumento, ou solicitar que o cliente o adquira e desconte seu valor do serviço, de acordo com o que vocês combinarem.

Além dos materiais e das ferramentas, um orçamento deve conter os chamados custos indiretos de seu trabalho: gastos que você terá com transporte para o local da obra, alimentação nos dias de trabalho, ajudantes, se forem necessários. Sem esses itens, você gastará para trabalhar, ou seja, terá prejuízo.

Finalmente, não se esqueça de incluir nesse orçamento o custo de seu trabalho, que tem relação com o tempo que levará para executar o serviço. Uma parte do valor de seu dia de trabalho será seu lucro.

Apresentação do orçamento

Quando for apresentar um orçamento ao cliente, lembre-se de que o ideal é que os itens que você incluiu estejam discriminados um a um. Assim, o cliente terá uma ideia clara do que está contratando.

Há também clientes que preferem adquirir alguns produtos, pois podem verificar o tipo e a qualidade dos materiais antes de comprá-los. Se em seu orçamento esses itens estiverem indicados separadamente, será mais fácil retirá-los.

Além disso, um orçamento bem-feito (se possível, apresentado em planilha elabo-rada em computador, com programa específico) demonstra organização e seriedade e gera confiança em seu trabalho.

Veja a seguir um exemplo de planilha:

Item Custo unitário Custo total

X latas de esmalte sintético à base de água branco

X latas de esmalte sintético à base de água azul-claro

X latas de massa corrida

X latas de selador

X rolos de fita adesiva

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Item Custo unitário Custo total

X rolos de lã alta

X rolos de lã baixa

X pincéis de trincha e remate

X rolos de espuma

X panos para limpeza

Transporte para o local da obra

Alimentação nos dias de trabalho

Custo do dia de trabalho/mão de obra

Total

Depois de aprovar o orçamento com o cliente, combine com ele a forma de pagamento. É interessante que você receba um “sinal” – parte do valor estimado para a rea-lização do trabalho – antes de iniciá-lo, pois, assim, você pode garantir as primeiras despesas com material e trans-porte. O restante do pagamento pode ser combinado em uma ou duas parcelas.

Em geral, quando o serviço é grande, o pagamento é feito em três parcelas: um sinal, uma parcela intermediá-ria e outra na conclusão do trabalho.

Elaborada a proposta, peça ao cliente que aprove o valor e a forma de pagamento do serviço a ser executado. Isso pode ser feito com a assinatura das duas partes em uma cópia da planilha eletrônica. Assim, vocês estabelecem legalmente uma relação de trabalho, que envolve a exe-cução adequada do que foi contratado pelo cliente e sua respectiva remuneração.

Há itens do orçamento que não precisam aparecer para o cliente,

como as diárias que você pagará a um ajudante, caso necessite de auxílio no trabalho que vai fazer. Mas esse valor deve estar embutido no custo do seu

dia de trabalho. Caso você não o considere, terá prejuízo.

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Atividade 2apresentação do orçamento ao cliente

1. Imagine que você tenha de apresentar um orçamento referente à pintura de uma casa. O solicitante pretende que você execute os seguintes serviços:

a) Reparação, com argamassa, de algumas imperfeições nas paredes da casa.

b) Pintura de três quartos e uma sala, com aproximadamente 20 m2 cada ambien-te, sem contar a metragem dos tetos, que também devem ser pintados.

c) Pintura do teto dos banheiros e da cozinha, com cerca de 1 m2.

2. Calcule as áreas a serem pintadas e a quantidade de tinta necessária para a pintura.

3. Monte uma lista com todo o material que você vai usar. Lembre-se de incluir o custo dos materiais que você terá de adquirir – rolos, por exemplo. Ao final, você poderá também incluir uma pequena porcentagem para compensar o desgaste das ferramentas que vai utilizar.

4. No laboratório de informática, pesquise na internet os preços dos materiais e anote-os ao lado de cada item.

5. Verifique e inclua na planilha os custos indiretos do trabalho.

6. Insira, no final, o preço de seu serviço: pode ser por tarefa ou pelos dias de tra-balho que vai gastar. Para isso, imagine como será o trabalho e faça uma lista com as etapas e o tempo que deverá usar.

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78 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l Pintor 1

7. Some tudo ao final.

8. No laboratório de informática, digite a lista que você fez em uma planilha eletrônica. Aproveite para con-ferir a soma dos valores, caso você não tenha usado calculadora.

9. Com a planilha pronta, vamos discuti-la na classe. Metade da classe apresentará os resultados do levan-tamento, metade fará o papel de cliente, como se fosse um teatro.

A ideia é perceber se há diferenças entre os orçamen-tos e as percepções dos clientes. Caberá a esses clien-tes verificar e argumentar com os que apresentaram a planilha se os preços dos serviços estão adequados ou muito caros. E aos trabalhadores explicar por que estão propondo aqueles valores e defender o valor de seu trabalho.

10. Registre, a seguir, o que você aprendeu com essa discussão.

Se precisar, peça ajuda ao monitor para fazer a planilha.

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v i a r á p i d a e m p r e g o

www.viarapida.sp.gov.br

História da construção civil e da ocupação de pintor de obras

Conhecimentos da ocupação e meus conhecimentos

Ferramentas e instrumentos básicos de trabalho

Como escolher tintas e vernizes

Como calcular quantidades

Page 82: Pintor 1Pintor 1 Arco Ocupacional Construção Civil 9unidade 1 História da construção civil e da ocupação de pintor de obras Ao observarmos nossa cidade, podemos perceber uma

Sum á ri o

Unidade 69

PrePare o local e mãos à obra

Unidade 727

o trabalho com texturas

Unidade 837

Pintura de janelas, Portas, armários

Unidade 949

atitudes e relações nos locais de trabalho

Unidade 1053

Possibilidades de trabalho e vínculos

Unidade 1161

seus novos conhecimentos e seu currículo

Page 83: Pintor 1Pintor 1 Arco Ocupacional Construção Civil 9unidade 1 História da construção civil e da ocupação de pintor de obras Ao observarmos nossa cidade, podemos perceber uma

FICHA CATALOGRÁFICASandra Aparecida Miquelin - CRB-8/6090

Tatiane Silva Massucato Arias - CRB-8/7262

São Paulo (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia. Via Rápida Emprego: construção civil: pintor, v.2. São Paulo: SDECT, 2012.

il. - - (Série Arco Ocupacional Construção Civil)

ISBN: 978-85-65278-27-0 (Impresso) 978-85-65278-25-6 (Digital)

1. Ensino profissionalizante 2. Construção civil - Qualificação técnica 3. Pintura de habitação 4. Pintura de edifício I. Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia II. Título III. Série.

CDD: 371.425698.1028

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Prepare o local e mãos à obraA primeira etapa do trabalho de um pintor de obras é detectar possíveis problemas na superfície, como calcinação, empola-mento ou bolhas, umidade, mofo, descascamento, trincas, en-tre outros. Havendo problemas, o profissional deverá decidir como eles serão resolvidos. Depois disso se inicia o preparo do cômodo para a pintura.

Dividimos essa etapa em quatro grandes blocos de atividade.

1. Corrigir imperfeições e lixar as superfícies que serão pintadas

O primeiro passo antes de lixar uma parede ou outra superfície de alvenaria é verificar se ela já foi pintada.

Primeira pintura

Se o local acabou de ser construído e o pedreiro já aplicou o chapisco e a argamassa de revestimento (reboco), é preciso esperar cerca de 30 dias, tempo de secagem completa do re-

boco, antes de iniciar qualquer trabalho de pintura.

Começar a pintura antes da secagem do reboco poderá causar descascamento da tinta.

Depois disso, seu trabalho será simples: verificar se há alguma imperfeição e corrigi-la com um tipo de lixa recomendado para paredes que vão receber a primeira pintura. A superfície deverá ser lixada com uma lixa adequada para alvenaria – número 80 ou 100 – de modo que sejam retiradas as partículas soltas de areia e ci-mento e eventuais marcas de desempenadeiras.

Você sabia?Calcinação se caracteri-za pela formação de pó na superfície já pintada. Ela é resultado da ação do tempo.

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Feito isso, a parede deverá receber uma limpeza. A su-perfície pode ser lavada apenas com água e, após duas horas, estará seca e pronta para a aplicação do selador acrílico para alvenaria à base de água e das tintas.

Proceda da seguinte forma:

1. Aplique uma demão de selador acrílico.

2. Depois da secagem, aplique massa PVA (se a área for interna) ou acrílica (para áreas externas). Se preferir, aplique tinta látex ou acrílica e considere o reboco como um acabamento texturizado.

Pintura sobre pintura

Seu primeiro passo será procurar por imperfeições: pin-turas descascadas, lascas em cantos, partes que precisam ser alisadas, bolhas, umidade, mofo e bolor, trincas etc.

Em ambientes internos (salas ou quartos, por exemplo), o ideal é que todos os móveis, assim como lustres, espe-lhos de interruptores, trilhos de cortina etc., sejam reti-rados do local. Dessa forma, você terá uma visão geral do ambiente, conseguindo observar melhor quaisquer imperfeições.

O tipo de serviço a fazer, nesse caso, depende do estado das paredes e dos tipos de imperfeição encontrados. Las-cas nos cantos ou pedaços de parede com furos ou que-brados, por exemplo, devem ser consertados com a apli-cação de massa corrida, em áreas internas, ou de massa acrílica, em áreas externas. Para isso, você deverá usar uma espátula e uma desempenadeira lisa.

Veja a seguir o passo a passo do procedimento.

1. Coloque uma pequena quantidade de massa corrida na espátula e aplique-a no local que precisa ser corri-gido, até cobrir o defeito.

Se não for possível remover os móveis, arrume-os no centro do

ambiente e cubra-os com lona ou plásticos específicos para esse fim.

Isto os protegerá de poeira e manchas de tinta, que podem

danificá-los.

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2. Com a desempenadeira fazendo um ângulo de 45° com a superfície, procure espalhar bem a massa como se estivesse passando margarina no pão.

3. Repasse a desempenadeira sobre a massa aplicada, sempre procurando manter a desempenadeira em um ângulo de 45° com a superfície. Retire o excesso de massa e, ao mesmo tempo, a estique/espalhe, de modo a ampliar a área em que a massa é aplicada.

4. Repita esse processo até que toda a superfície esteja coberta.

5. Espere o tempo de secagem da massa corrida – cerca de 1 a 2 horas entre cada demão.

Não tente apressar o trabalho nessa hora. Esse é o tempo médio que uma massa de qualidade demora a secar entre cada demão.

Entendendo o que é ângulo

Ângulo é a figura formada pelo encontro de duas retas (ou segmen-tos/pedaços de reta). Os ângulos são medidos em graus (X°).Por exemplo: um ângulo de 45° (graus) entre duas retas significa que elas se encontram da seguinte forma:

Em uma construção, as paredes e o piso têm de se encontrar em ângulo exato de 90° (graus), também chamado ângulo reto.

Para medir ângulos em desenhos, utiliza-se um instrumento chama-do transferidor. Nas construções, para conferir se os ângulos são de 90° (graus), são usados esquadros.

45°

90°

Procure não trabalhar com excesso de massa na superfície, pois isso vai

dificultar o lixamento mais tarde. O acabamento deve ficar o mais

nivelado e uniforme possível.

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6. Passe lixa (número 180 a 220) sobre a massa aplicada, de forma que a superfície retocada se iguale com as demais partes.

7. Retire a poeira deixada pela lixa com uma escova ou um pano úmido, aplicado levemente.

Se as imperfeições forem grandes e houver áreas em que a pintura esteja descascada ou rachada – o que é mais comum em casas e pinturas mais antigas –, pode ser necessário raspar a superfície antes de lixá-la. Para isso, use a espátula e, em seguida, lixe o local para igualar a parede.

Pequenas fissuras na parede também podem ser conser-tadas raspando com espátula e aplicando massa corrida (em áreas internas) ou massa acrílica (em áreas externas). É importante observar toda a superfície e fazer uso de uma lixa fina para evitar defeitos depois de iniciada a pintura.

Vamos ver a seguir alguns problemas comumente encon-trados e como solucioná-los.

Problema Reparo

Manchas de umidade, mofo e bolor

Eliminação da umidade.

Lavagem com solução de hipoclorito/água sanitária.

Reparo do revestimento.

Empolamento da pintura

Raspagem da superfície.

Renovação do reboco.

Eliminação da infiltração se a causa do empolamento estiver relacionada a esse problema.

Fissuras

Raspagem da superfície.

Renovação do reboco.

Renovação da pintura.

Se a superfície tiver algum acabamento brilhante, dificilmente

aceitará outra tinta. Nesse caso, lixe-a integralmente e/ou use produtos

específicos para retirar o brilho antes de iniciar a pintura.

Qualquer que seja a situação, as superfícies, depois de lixadas, devem

ser limpas de forma que não reste nenhuma impureza. A superfície a ser pintada deve estar seca, sem poeira, gorduras, graxas, sabão, mofo etc.

Essa limpeza pode ser feita com uma escova limpa. Mas se houver excesso

de poeira, o ideal é utilizar uma esponja umedecida com água, se possível quente, e sabão. Use um

balde com água para lavar a esponja e passá-la novamente na parede até a limpeza completa. Tenha cuidado para não deixar resíduos de sabão.Para retirar manchas de gordura,

utilize água morna e detergente. Já manchas de mofo podem ser

retiradas com uma solução de água e água sanitária.

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Atividade 1ExErcitE a aplicação dE massa corrida

Aplicar massa corrida parece uma atividade simples. De fato, ela não é complexa, mas finalizar sua aplicação de modo que a superfície fique totalmente lisa pode reque-rer algum tempo e treino.

No laboratório, você encontrará as ferramentas, os ma-teriais e as condições necessárias para exercitar esse co-nhecimento e ganhar familiaridade e confiança para fazer o trabalho na casa de um cliente.

Faça o mesmo trabalho algumas vezes, orientado pelo monitor e trocando dicas com os colegas.

Perceba as principais dificuldades e cuidados e registre---os no caderno para poder aproveitar essa informação no futuro.

Quando considerar seu trabalho adequado, mostre-o para os colegas e converse com eles sobre como foi esse aprendizado.

2. Aplicar selador ou fundo preparador

A aplicação de selador ou fundo preparador precede a pin-tura em situações específicas. Ambos os produtos têm a função de tornar as superfícies mais adequadas à pintura.

O fundo preparador deve ser utilizado quando se faz uma repintura sobre paredes com cal e para selar reboco antigo, fraco e pulverulento. Sua função é selar a poro-sidade de massas como PVA, massa acrílica e gesso. Por esse motivo, tem uma consistência aguada.

O selador acrílico, quando aplicado sobre o reboco, sela a acidez do cimento, evitando sua calcinação e tornando a superfície menos absorvente. Ele também pode ser uti-lizado em outras superfícies de cimento, como cimento amianto, concreto e aparente. Sua consistência parece

O uso de massa de melhor qualidade possibilita um melhor trabalho de

preenchimento e correção de imperfeições. As massas de

qualidade inferior costumam ser muito aguadas, dificultando o trabalho, além de desperdiçar

material.

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com a de uma tinta. A cor branca tende a cobrir a cor cinza do cimento, facilitando, assim, a cobertura posterior com a tinta escolhida.

Em ambos os casos, quando as superfícies são excessivamente porosas, o fechamen-to desses poros com selador ou fundo preparador vai diminuir o consumo de tinta.

Sua aplicação é efetuada com rolo, em movimentos verticais, até a cobertura com-pleta das superfícies: paredes e teto. No caso de superfícies com massa e repintura, deve ser utilizado um rolo de lã baixa. Para superfícies com reboco ou outras super-fícies porosas, deve-se utilizar rolos de lã alta.

3. Proteger móveis, janelas e portas

Outro momento importante no preparo dos cômodos para a pintura é a proteção de móveis, objetos, portas, janelas e piso. Mesmo os pintores mais experientes difi-cilmente conseguem evitar respingos de tinta durante a pintura.

Com relação ao mobiliário e a outros objetos (incluindo tomadas e interruptores), o ideal, como já foi dito, é retirá-los do local que será pintado, deslocando-os para outros lugares da casa. Mas nem sempre é possível. Além disso, sempre haverá o piso, as portas, as janelas, os lustres... enfim, várias coisas a proteger.

O primeiro passo é forrar o piso. O ideal é usar um pedaço de lona, que é mais resistente e você pode reaproveitar. Mas pedaços de plástico e papelão também podem ser utilizados. Nesse caso, use fita adesiva para fixá-los, assim, você não correrá o risco de que saiam do lugar, deixando áreas desprotegidas.

Depois do piso, forre as portas de armários e de entrada, as janelas e tudo que ainda estiver no cômodo. Em relação aos lustres, solte-os do teto com cuidado ou cubra-os inteiramente com plástico.

4. Uso das fitas adesivas

Finalmente, faz ainda parte dessa etapa de preparo a colocação de fitas adesivas em todos os locais onde houver um encontro/junção da superfície a ser pintada com outra que não receberá pintura. Isso inclui, por exemplo, as junções das paredes com o piso ou rodapé, ou das paredes com portas de armários e esquadrias de janelas.

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No encontro entre duas paredes ou das paredes com o teto, esse procedimento também é importante, sobretu-do quando for utilizar cores diferentes.

Independentemente de você usar rolo ou pincel, não é simples manter uma linha reta em cantos e não esbarrar nas paredes vizinhas. Por isso, não deixe de fazer uso das fitas adesivas.

Para aplicar, coloque uma das pontas da fita adesiva em uma das extremidades do local desejado e desenrole-a aos poucos, mantendo-a em linha reta com a ajuda de um esquadro ou régua de alumínio. Antes de colocá-la, certifique-se de que a superfície não esteja com poeira, para que a fita tenha boa adesão.

Existem no mercado fitas adesivas especiais para o uso em pintura (fitas para mascaramento). Sua espessura varia de 18 mm a 50 mm, dimensões suficientes para as necessidades de um pintor de obras.

Pintores mais experientes podem usar régua em vez de fita adesiva

para evitar que a pintura ultrapasse os cantos. Depois de um tempo de prática, você poderá ver se esse

procedimento o deixa mais confortável, sem que seu trabalho

perca qualidade.

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As fitas comuns (de cor amarelada) devem ser retiradas no período máximo de 24 horas, para que a cola não tenha adesão à superfície e danifique a pintura no mo-mento de sua retirada. As fitas azuis – especiais – podem permanecer no local por até sete dias, sem o risco de deixar resíduos.

Uma vez preparado o local, chegou a hora de começar a pintura.

Vamos iniciar essa aprendizagem mostrando, primeiro, como fazer uso de rolos e pincéis.

Os pincéis – como já vimos anteriormente – são peças obrigatórias no trabalho do pintor de obras. Em geral, é com eles que se pintam os cantos, os encontros entre teto e paredes e as pequenas superfícies, além de serem necessários para dar acaba-mento à pintura.

Use o mesmo sistema de colocação de fitas adesivas para fazer acabamentos com efeitos decorativos; por exemplo: paredes listradas ou com desenhos com linhas retas, como os mostrados a seguir.

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Os rolos, por sua vez, são sempre usados para fazer a pintura de grandes extensões.

Em geral, o pintor inicia o trabalho com a pintura dos cantos e dos encontros entre paredes e teto/piso, que é feita com trinchas de 3 ou 4 polegadas. Feita essa par-te, utilize rolos para as superfícies mais amplas. Depois, volte aos pincéis, se necessário, para dar acabamento ao trabalho.

Como usar rolos

Sua utilização tende a ser mais simples e mais fácil do que a dos pincéis, garantindo uma pintura mais rápida e pou-co sujeita a imperfeições. Por isso, as maiores superfícies são sempre preenchidas com rolos.

Veja o passo a passo de como usá-los.

1. Coloque a tinta a ser usada na bandeja.

2. De posse de um rolo grande, mergulhe-o na parte mais funda da bandeja, movimentando-o para frente e para trás até que fique com bastante tinta.

3. Defina uma área a ser pintada, com dimensões não muito extensas.

4. Quando o rolo estiver encharcado, posicione-o no local que será pintado e faça-o deslizar sem colocar pressão. Se a pressão ou a quantidade de tinta forem excessivas, a tinta escorrerá pela parede. Se estiver com tinta suficiente, o rolo vai deslizar com facilidade, alastrando e nivelando a tinta sem que haja necessi-dade de esforço.

5. Passe o rolo fazendo movimentos para cima e para baixo, como se estivesse desenhando uma grande letra “M” ou “W”, sem retirar o rolo do espaço que estiver pintando.

Se o lugar for apertado, passe o rolo apenas no sentido horizontal, sem

fazer o movimento das letras “M” ou “W”. Nesse caso, use um rolo

pequeno (de 10 cm) ou um pincel (do qual falaremos mais adiante). O rolo

grande pode dificultar o trabalho.

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6. Em seguida, preencha os espaços que ficaram sem tinta, passando o rolo no mesmo sentido – vertical-mente. Passar o rolo em sentidos diferentes (ora ver-tical, ora horizontalmente) pode provocar manchas. Procure fazer tudo isso ainda sem retirar o rolo.

7. Ao final, retire o rolo devagar e por inteiro, evitando deixar respingos no local.

8. Para dar continuidade à pintura, passe o rolo nova-mente na bandeja, retirando o excesso de tinta, e inicie os mesmos movimentos em outra área, próxima à primeira. Escolha a área de modo que as pinturas se tangenciem, ou seja, sem que fiquem espaços vazios entre elas.

Por qual lado iniciar a pin-tura depende apenas de você. É indiferente começar a pintura pelo lado esquerdo ou direito.

Porém, sempre inicie pela parte inferior da superfície que será pintada, levando o rolo de baixo para cima. Assim, caso a tinta do rolo se alastre e espalhe, ela não cairá no chão.

Além de ajudar na pintura de áreas altas, o cabo extensor de rolos é muito útil para a pintura de tetos.

Você também pode usar uma escada, mas o cabo extensor evita o sobe e

desce para mudar a escada de lugar e pintar outras partes do teto.

Na pintura, tanto de paredes como de tetos, pinte-os por inteiro e de uma única vez. Caso sobre algum espaço

não pintado, faça o retoque imediatamente. Interromper a pintura para intervalos, ainda que não muito

longos, pode provocar defeitos na aplicação, principalmente se estiver usando tintas de secagem rápida.

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Atividade 2Usando difErEntEs tipos dE rolo

Vamos, mais uma vez, ao laboratório da escola. Agora, para experimentar o uso dos diferentes tamanhos de rolo, com ou sem extensores.

1. Escolha os materiais que vai usar e, com indicação do monitor, uma área apro-priada para poder exercitar o que aprendeu.

2. Inicie pela aplicação do solvente apropriado no rolo. Depois, mergulhe-o na tinta e vá em frente. Faça isso mais de uma vez e, se possível, pratique também em casa.

3. Troque informações e dicas com os colegas. Aproveite para aprender com eles e procure também mostrar-lhes algo que aprendeu e que possa ajudá-los.

4. Por fim, registre o que considerar útil para seu trabalho futuro. Leia para os colegas e ouça também o que escreveram. Se for o caso, complete suas anotações.

Como usar pincéis

Se pintar com rolos é algo que se consegue aprender de forma relativamente rápida, o uso de pincéis costuma exigir um pouco mais de experiência e prática, de modo que as pinceladas não fiquem marcadas e que o trabalho fique bem-feito. No início, deixe para utilizá-los em situações mais específicas, que exijam cuidados especiais, ou quando o uso dos rolos não for indicado: cantos, batentes de porta, rodapés etc.

Um dos primeiros aprendizados para fazer bom uso dos pincéis é saber escolher a trincha certa para cada tipo de tinta e saber como segurá-los. Conforme o jeito de pegá-los, você conseguirá maior firmeza e controle sobre eles, o que facilitará a aplicação. Esse jeito, entretanto, depende do tipo de pincel.

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Os pincéis com cabos mais finos (usados principal-mente para acabamentos) podem ser segurados com a ponta dos dedos, como se você estivesse pegando um lápis ou uma caneta para desenhar/escrever. A grande diferença a ser observada é que, no uso de lápis ou caneta, a ponta fica virada para baixo. Já no caso do pincel, as cerdas devem ser posicionadas de frente para a superfície que será pintada.

Quando você for utilizar um pincel de cabo mais grosso, o ideal é segurá-lo com a mão inteira, “abraçando-o”, como se faz ao segurar uma vassoura ou um martelo. Dessa forma, sua mão ficará firme.

Agora que você já sabe como segurá-lo, vamos ao passo a passo do uso dos pincéis.

1. Mergulhe o pincel diretamente na lata de tinta – não há necessidade de utilizar bandeja. Você deve cobrir com tinta até cerca de ⅓ das cerdas e movimentar o pincel na lata para que a tinta penetre nas cerdas.

Talvez você demore um pouco para acertar a quantidade ideal de tinta no

pincel – um volume que seja suficiente para cobrir a superfície desejada, mas não excessiva a ponto de escorrer e

sujar o ambiente. Mas não se preocupe com isso de imediato. Com

o tempo e a experiência, essa atividade se tornará automática.

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2. Para que a tinta não escorra no piso ou na parede, deixe o pincel pendurado sobre a lata por alguns se-gundos. Se o pincel permanecer com muita tinta, passe-o levemente na lateral interna da lata.

Os pincéis, como já foi dito, são usados principalmente para pintar o encontro entre paredes ou destas com o teto ou rodapé e também para fazer retoques/acabamentos.

Para pintar cantos, use o chamado pincel de remate que, conforme indicamos na Unidade 3, é um pincel peque-no. Você também usará esse tipo de pincel para pintar batentes de janelas e portas e rodapés.

Para esses tipos de pintura, siga as seguintes etapas.

1. Aplique tinta no pincel da forma vista anteriormente.

2. Passe o pincel fazendo pequenas faixas horizontais – de cerca de 10 cm – na superfície a ser pintada, sempre no mesmo sentido: do canto para o centro. Dê de três a cinco pinceladas por vez.

3. Em seguida, sem deixar que a tinta seque, passe o pincel verticalmente sobre as faixas horizontais. Esse procedimento vai deixar as pinceladas menos marcadas.

Para ter um melhor entendimento de como fazer, obser-ve as figuras a seguir:

Quando for pintar paredes próximas com cores diferentes, não coloque

muita tinta no pincel. É melhor fazer o trabalho de forma mais lenta do

que ter de refazê-lo. Não se esqueça, além disso, de fazer uso de fita

adesiva para proteger superfícies que se tangenciem.

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4. Se a pintura for feita em rodapés, use a mesma técni-ca. Porém, inverta o sentido das pinceladas. Escolha uma pequena área e passe o pincel em sentido vertical, de baixo para cima. Em seguida, dê uma pincelada maior em sentido horizontal. Se ficar uma parte sem pintar entre o rodapé e a parede, complete a pintura usando o pincel em sentido horizontal.

Caso a pintura das superfícies (paredes, tetos, rodapés, batentes) seja feita com cores diferentes, essa forma de pintar – e o uso de fitas adesivas – tenderá a deixar o trabalho mais limpo e evitará que ocorram manchas entre as áreas que ficam lado a lado.

Mesmo que for utilizar as mesmas tintas e cores em todas as áreas de um cômodo, siga esse procedimento para deixar seu trabalho mais caprichado e bonito.

Atividade 3trabalhando com pincéis

Você já fez alguns testes com rolos. Agora, fará uso de diferentes tipos de pincel para aprender, na prática, a segurá-los, a embebê-los com a quantidade adequada de tinta e a aplicá-los em cantos.

1. Separe três tipos de pincel e tinta e escolha um local apropriado para seu trabalho. Caso a superfí-cie definida já esteja pintada, inicie a atividade pelo uso de uma lixa que a deixe pronta para a nova pintura.

2. Agora, é colocar tinta nos pincéis e mãos à obra!

3. Mais uma vez, observe o modo de agir dos colegas e troquem ideias sobre como fazer o trabalho.

Sempre que estiver pintando e ocorrerem pequenos “acidentes de percurso” – respingos em paredes, pequenas manchas, pingos de tinta no piso etc. –, limpe-os na mesma

hora. Depois que a tinta seca, é sempre mais difícil removê-la.

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4. Registre o que aprendeu de mais importante.

5. Leia suas anotações e escute as dos demais alunos. Pode ser que algo importante tenha passado desper-cebido. Não deixe de aproveitar essa oportunidade para aprender mais.

Pintura de pisos

A pintura de pisos não difere da que se faz em outras su-perfícies. O que dará a especificidade, nesse caso, é o tipo de piso a ser pintado e o tipo de tinta a ser aplicada. É importante saber que nem toda tinta pode ser usada em pisos. Látex e esmalte, por exemplo, não são indicados para pisos. Existem, para esse fim, tinta acrílica, para piso tipo cimento, e tinta epóxi à base de água ou solvente.

Como no caso das paredes, a etapa inicial será preparar o piso para receber a tinta. Isso significa deixá-lo total-mente limpo: sem restos de poeira e outros materiais de obra, sem terra, verniz ou cera, se já tiver recebido aca-bamento anterior.

Lembre-se: no caso específico do verniz, sua remoção deve ser feita com lixas apropriadas. Use, primeiramen-te, uma lixa grossa, de granulação 80 ou 100. Em segui-da, utilize uma mais fina (200 a 600) para a remoção de marcas da madeira.

Feito isso, o passo seguinte é fazer a escolha correta do material a ser empregado.

Veja a seguir algumas possibilidades de uso de materiais. Outras opções podem ser dadas pelos fabricantes. Este-ja sempre disposto a pesquisar e perguntar.

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Tipo de piso Pintura

Áreas externas, exceto as revestidas com madeira

Esmalte à base de óleo + poliuretano (para proteção)

Áreas externas com necessidade de

proteger da umidadeTintas epóxi

Alvenaria Tintas para piso com resina acrílica

Exceto se houver alguma restrição específica do fabri-cante para a tinta escolhida, o uso de rolos tende a ser mais adequado para esse tipo de pintura, por se tratar de uma grande superfície.

Atividade 4rEflita sobrE sEUs aprEndizados

até agora

Vimos na Unidade 2 que há diferentes formas de apren-der: compreendendo, memorizando, refletindo, exerci-tando, vivenciando situações novas etc.

Em dupla, pensem em alguns dos conhecimentos que foram comentados até este momento do curso e indiquem as formas de aprendizagem envolvidas.

Conhecimento Como aprendemos

Escolher pincéis

Definir que tipo de tinta utilizar em cada situação

Orientar o cliente sobre cores

Calcular áreas de superfícies

Para áreas externas revestidas com madeira, deve ser aplicado,

primeiramente, o stain. Depois do stain, deve-se aplicar verniz para

madeira, à base de água.

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Conhecimento Como aprendemos

Elaborar um orçamento

Lixar paredes

Aplicar massa corrida

Usar rolos e pincéis

Pintar cantos

Fazer pintura de pisos

Ao preencher o quadro, você deve ter percebido que al-guns dos principais conhecimentos envolvidos na ocu-pação de pintor de obras dependem da experiência e do exercício frequente de certa atividade.

Assim, por exemplo, será preciso usar o rolo muitas vezes, em várias situações, até você ter certeza da quantidade de tinta que deverá colocar e de como manuseá-lo com segurança.

Não desanime caso demore um pouco até você adquirir essa segurança.

O poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade (1902--1987) dizia que “amar se aprende amando”. Podemos falar algo parecido em relação à pintura de paredes, pois você só aprenderá a pintar pintando.

É hora de limpar a casa!

Mesmo que você tenha todo o cuidado do mundo, é normal, conforme comentamos anteriormente, haver respingos, gotas e manchas de tinta enquanto se faz a pintura. O melhor é fazer as pequenas limpezas du-rante o próprio trabalho, sem deixar tudo para o final.

Carlos Drummond de An-drade nasceu em Itabira (MG) em 31 de outubro de 1902, e morreu no Rio de Janeiro (RJ), em 17 de agosto de 1987. Começou sua car-reira de escritor no jornal Diário de Minas, em Belo Horizonte. Mais tarde – já no Rio de Janeiro, onde fixou residência –, escreveu crôni-cas para jornal e publicou várias obras: Alguma poesia (1930), Brejo das almas (1934), Sentimento do mun-do (1940), José (1942) e A rosa do povo (1945).

Para conhecer alguns de seus poemas, você pode consultar o site Releituras. Disponível em: <http://www.releituras.com/drummond_bio.asp>. Acesso em: 14 maio 2012.

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Carlos Drummond de Andrade. Autorretrato em caricatura.

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26 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l Pintor 2

As tintas são sempre mais fáceis de limpar enquanto es-tão molhadas. Fazer esse tipo de limpeza não toma um grande tempo e auxilia muito no resultado.

Vamos ver agora como fazê-la.

• Tintas látex – passe um pano umedecido com água morna e detergente sobre o local onde há respingos de tinta. Essa medida deverá ser suficiente para a limpeza.

• Tintas à base de solventes:

tinta fresca – passe um pedaço de pano umedecido com solvente;

tinta seca – passe um pedaço de pano umedecido com um solvente para limpeza (tíner). Em seguida, passe água com detergente.

• Tinta esmalte – passe um pedaço de pano umedecido com solvente.

• Tinta acrílica – passe um pano umedecido com água morna.

• Respingos de tinta em vidros – passe um pedaço de pano umedecido com um solvente para limpeza (tíner). Em seguida, limpe com um pedaço de lã de aço nú-mero 0 (zero).

• Respingos de tinta em madeira ou cerâmica – raspe os respingos de forma bem suave com a ponta de um estilete. Faça isso com muito cuidado para não riscar a madeira ou a cerâmica. Em seguida, passe água e sabão. Nunca use solvente sobre esses materiais, para não manchá-los.

Seus materiais – pincéis, rolos, bandeja, panos etc. – também devem ser limpos com rapidez. É muito mais

fácil limpá-los enquanto as tintas estão frescas. Para retirar tinta látex de pincéis e rolos, enxágue-os em

água morna e lave com detergente. Você também poderá usar uma

escova para retirar os resíduos de tinta das cerdas.

Para tintas à base de solventes, você deverá utilizar solventes de limpeza

(tíner).Além da lavagem com água ou

solvente, você deve secar o material antes de guardá-lo, para sua melhor conservação. Para tirar o excesso de água de pincéis e rolos, esprema-os

suavemente. Depois, retire o restante da umidade com papel-toalha.

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O trabalho com texturasDe um tempo para cá – sobretudo a partir dos anos 1990 –, começamos a ver cada vez mais, em residências, as chamadas pinturas texturizadas.

Enquanto a pintura comum deixa as superfícies lisas, sem sa-liências, com aparência uniforme, a texturização as deixa áspe-ras, com rugosidades, bem diferentes do que se observa com a aplicação de argamassa.

Assim, uma parede texturizada ganha o aspecto de outros ma-teriais utilizados em construções, podendo parecer mais ou menos rústica, ter desenhos mais ou menos uniformes ou simu-lar/aparentar revestimentos de mármore, madeira, metal ou jeans, entre outras texturas.

Quando se trata da pintura de áreas inter-nas da casa ou do escritório, a texturização pode ser aplicada em uma única parede ou em cômodos inteiros. Porém, é preciso ter cuidado com a harmonia das cores e texturas. Exageros na texturização e/ou pinturas decorativas, no geral, podem dei-xar o ambiente muito carregado.

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A opção por texturas mais ou menos rústicas envolve o gosto individual. Mas sempre é bom tomar cuidado para que a superfície texturizada não destoe muito das demais. Ou seja, é preciso considerar o estilo dos outros ambientes, do mobiliário e dos moradores da casa.

Já quando a texturização envolve áreas externas – como muros ou fachadas –, a escolha pode recair em texturas mais rústicas e com granulação maior. Como se trata de ambientes abertos, o risco de a fachada ficar carregada ou pesada demais é menor.

De qualquer forma, esteja preparado para orientar seus clientes, caso eles tenham dúvidas sobre quando optar por esse recurso e em quais locais aplicá-lo. Para isso, nada melhor do que saber as novidades do mercado e ter um portfólio para apresentar a eles.

Comece a montar esse portfólio reunindo uma amostra com trabalhos interessantes, feitos por outros pintores de obras – podem ser recortes de revistas ou fotos de obras que você viu e gostou. Mas não deixe de considerar também uma amostra dos serviços já realizados por você.

Você sabia?A palavra portfólio, adap-tada do inglês, é bastante usada por diferentes em-presas e profissionais. Seu significado varia con-forme o contexto em que é empregada. Mas, na área que nos interessa, portfólio é uma espécie de livro ou pasta em que os profissionais armaze-nam fotos, recortes e ou-tros tipos de registro de seus trabalhos para po-derem mostrar aos clien-tes o que são capazes de fazer. Essa forma de apresentação é utilizada por arquitetos, designers (desenhistas profissio-nais que criam projetos de móveis, objetos, deco-ração de interiores etc.), modelos, entre outros. Então, por que não ser usado também pelos pin-tores de obras?

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Procure sempre registrar seus trabalhos. Uma câmera fotográfica simples – de ce-lular – é suficiente para isso. Aos poucos, conforme você for acumulando mais trabalhos para mostrar, substitua as fotos e recortes de revistas por registros seus.

Atividade 1comEcE já sEU portfólio

1. Em casa, providencie uma pasta que sirva de base para você iniciar o portfólio. Se você tiver recortes ou fotos demonstrativas de trabalhos que considera inte-ressantes, já os coloque nessa pasta.

2. No laboratório, veja se há algum ensaio de pintura que você ou seus colegas te-nham feito e gostado, e fotografe-o. Vocês podem fazer juntos essa seleção e tirar uma única foto; depois, é só imprimir cópias para todos os que quiserem guardá---la. Esses serão seus registros iniciais.

3. Guarde a pasta com você e continue essa atividade ao longo de sua carreira. Não deixe de levá-la sempre que for encontrar um novo cliente.

Para fazer texturas: ferramentas e materiais

Entendido o que são texturas, vamos aos procedimentos básicos para fazê-las.

As ferramentas necessárias não diferem daquelas que já vimos: rolos, espátulas, pincéis, desempenadeiras... Mas a escolha do que utilizar dependerá do tipo de textura que vai fazer e do efeito que você quer dar à superfície tratada.

Já em relação aos materiais, há produtos específicos disponíveis no mercado, de diversos fabricantes. São genericamente conhecidos como “texturas acrílicas” e sua consistência é espessa/grossa, de massa.

A diferenciação entre os produtos disponíveis no mercado pode se dar, entre outras razões, pela composição do material (alguns são arenosos, outros não), pelo efeito que se quer dar (deixar a aparência mais ou menos rústica) etc. A melhor forma de conhecer os produtos e ter uma ideia mais clara sobre suas peculiaridades é por meio de catálogos de materiais ou diretamente, visitando e pesquisando em estabeleci-mentos que comercializam materiais para construção.

Basicamente, os produtos são compostos de uma massa acrílica acrescida, entre outros materiais, de grãos de quartzo (mais ou menos finos) e resinas ou polímeros acrílicos e hidrorrepelentes.

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30 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l Pintor 2

Passo a passo da texturização

Uma das primeiras coisas a saber é que a parede que vai receber a textura deve ser a última a ser trabalhada. Ou seja, pinte todas as paredes, o teto, os batentes, as portas... Só depois de tudo pronto, pense na textura.

A superfície que será texturizada deve receber, além dis-so, o mesmo tratamento que foi dado às demais. Assim como acontece com a pintura comum, comece com um bom “olhar” para a superfície que será texturizada. Pin-turas rachadas ou com bolhas; paredes mofadas, sujas ou engorduradas; tintas brilhantes: todos esses detalhes devem ser observados e corrigidos.

Vamos retomar o que fazer em cada caso?

• Paredes com mofo – limpe com água sanitária diluída em água.

• Paredes engorduradas – limpe com água e detergente e enxágue bem para não sobrarem restos de detergente.

• Paredes com tintas brilhantes – lixe e limpe em segui-da, para retirar o pó deixado pela ação das lixas.

• Paredes com pinturas que precisam ser retocadas (rachadas, com bolhas etc.) – lixe e limpe como se fossem receber tintas comuns. Se você tem dúvidas, retorne ao início da Unidade 6, onde esse assunto foi tratado.

Feito isso, aplique um fundo preparador, do qual tam-bém já falamos antes (na p. 13), lembra-se?

Depois de preparada a superfície, coloque as fitas adesi-vas nos cantos.

Está na hora de partir para a aplicação da textura.

Quaisquer que sejam as características da textura a ser feita, a forma de aplicação praticamente não difere.

• Delimite uma área de cerca de 1 m2 para começar o trabalho.

A essa altura, o tipo de textura deve estar definido. E, portanto, as

ferramentas que você vai utilizar para texturizar também já têm de

estar preparadas.

Fundo preparador: Produ-to que se aplica nas paredes antes das tintas e que as pro-tege contra o aparecimento de manchas de mofo, des-cascamento das tintas etc.

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• Aplique uma fina camada de textura acrílica. O ideal é que essa camada tenha por volta de 3 mm.

Se a granulação da textura for grossa, use uma desem-penadeira para fazer essa aplicação, como se estivesse colocando argamassa na parede. Caso a textura tenha grãos finos ou não seja granulada, a aplicação também deve ser feita com desempenadeiras ou espátulas. A téc-nica ou efeito são dados depois, com o uso de pincéis ou rolos especiais.

Na aplicação de textura acrílica, é necessária uma única demão. Em seguida, comece o trabalho com a ferramenta escolhida.

Vamos ver, a seguir, algumas das ferramentas mais apro-priadas para cada tipo de textura.

As espátulas, por exemplo, permitem fazer desenhos mais uniformes.

Se você passar a espátula de forma reta, poderá fazer riscos paralelos, com maior ou menor uniformidade, alternando os lados. Você também pode usar a espátula para fazer movimentos circulares, conseguindo um efei-to diferente. Veja os exemplos.

A secagem da superfície texturizada é relativamente rápida e pode variar de 2 a 6 horas, dependendo do tipo de

produto e da textura.

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As desempenadeiras (lisas, dentadas, com forro de lã) permitem várias texturizações, a depender do tipo escolhido e do movimento que você faça com as mãos.

Se usar uma desempenadeira dentada, o efeito será um; se apenas pressionar a ferramenta lisa contra a parede, será outro. Há ainda a possibilidade de fazer desenhos (texturas) mais ou menos uniformes. E se a desempenadeira possuir revestimento de lã? Veja o efeito na imagem a seguir.

Texturas bastante diferenciadas e criativas também podem ser obtidas com os chamados rolos de efeito.

Na aparência, são rolos de pintura como quaisquer outros. Mas suas superfícies não são necessariamente de lã ou espuma. Esse tipo de rolo pode ser de diversos materiais e comporta diferentes desenhos.

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Além de desenhos, também é com esse tipo de rolo que você poderá conseguir certos efeitos na pintura – uma parede com aparência de jeans ou de mármore, por exemplo.

A forma de usar esse tipo de rolo é diferente do procedimento indicado para a aplicação de tintas com os rolos comuns, como visto na Unidade 6. Nesse caso, passe-o na parede com movimentos contínuos, de baixo para cima, sem deixar es-paços. O rolo deve estar um pouco úmido e você não deve apertá-lo com força sobre a superfície. Fazer pressão não torna o trabalho melhor. O resultado desse tipo de trabalho é uma parede com acabamento rústico, com pontas que podem machu-car a pele das pessoas quando em contato. Alerte o seu cliente quanto a esse proble-ma e se certifique da escolha desse tipo de textura.

Você poderá observar seu trabalho, à medida que for passando o rolo, e fazer acer-tos, deixando-o como planejou/desejou.

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Alguns exemplos de trabalhos desse tipo podem ser observados a seguir.

Existe ainda a possibilidade de texturizar paredes utilizando pincéis comuns ou de espuma. No primeiro caso, a textura é obtida pelas próprias pinceladas, que criam pequenas saliências na superfície, como se fosse a pintura de um quadro. Esse tipo de textura exige um pouco mais de técnica do que os demais. Caso contrário, po-derá parecer uma pintura malfeita.

Vincent van Gogh. Quarto de Van Gogh, 1888. Óleo sobre tela, 72 cm x 90 cm. Museu Van Gogh, Amsterdã, Holanda.

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Se optar pelo uso dos pincéis de espuma, proceda da seguinte maneira: efetuada a pintura comum e antes que ela comece a secar, bata o pincel seguidamente e de forma leve sobre a superfície. O resultado, nesse caso, será uma textura mais tênue/sutil, que não chama muito a atenção, mas dá certo destaque às superfícies.

É importante frisar que o uso do pincel de espuma para textura só se aplica para pequenas áreas. Como o pincel é pequeno, o trabalho com ele leva muito tempo. Para superfícies extensas, o mesmo tipo de efeito pode ser obtido com rolos.

Mas e a coloração? Vem antes ou depois da aplicação da textura?

Depende do produto e do tipo de textura que vai fazer.

No caso das texturas acrílicas aplicadas com desempenadeira e com granulação maior, você pode colorir após a aplicação, com um rolo de lã e com a técnica já indicada na Unidade 6. No caso das texturas com rolos e pincéis, a coloração e a texturização podem ocorrer de forma simultânea.

Para concluir, tenha em mente que aplicar texturas requer mais técnica, trabalho e tempo do que aplicar tintas, além de materiais e instrumentos diferenciados.

Não deixe de considerar esses aspectos quando for fazer o orçamento de um traba-lho que envolva texturização.

Quando se sentir confiante para isso, não se esqueça também de informar seus clientes de que você sabe fazer determinados tipos de textura, e indique quais. Lembre-se de que é esse saber que pode diferenciar seu trabalho no mercado.

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Atividade 2 tExtUrizE as parEdEs do laboratório

Provavelmente não precisamos falar mais que o melhor jeito de aprender a pintar é pintando. Por que texturizar uma parede seria diferente? Então, vamos lá?

1. Escolha diferentes materiais e ferramentas. Peça também indicação para o mo-nitor sobre onde você poderá trabalhar.

2. Veja o que é preciso para começar e mãos à obra!

3. Faça e refaça seu trabalho quantas vezes achar necessário. Converse com os co-legas, peça dicas ao monitor.

4. Quando se sentir mais à vontade com o material, registre seus aprendizados. Assim, você poderá consultá-los mais adiante, quando for fazer seus primeiros trabalhos de texturização na casa dos clientes.

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Pintura de janelas, portas, armários Embora as técnicas possam ser parecidas, há trabalhos de pin-tura que merecem um olhar mais cuidadoso: seja pelo formato, pelo tipo de material de que são feitos, pelo destaque que acabam tendo nos cômodos de uma casa.

Por essa razão, nesta Unidade vamos tratar da pintura de rodapés, portas, janelas e armários.

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Já abordamos rapidamente a pintura de rodapés e frisos que ficam rentes ao chão na Unidade 6, mas vale a pena retomar alguns aspectos.

Há, em particular, duas dificuldades específicas que você precisará enfrentar nesse trabalho. A primeira é o formato não uniforme das superfícies, com partes arredon-dadas e que podem conter detalhes que dificultam a pintura. A segunda é a proxi-midade com o chão, o que implica você ficar em posições desconfortáveis e risco de respingos de tinta atingirem regiões que não serão pintadas e cujo material pode ser complicado de limpar, como madeira, carpete etc.

Antes de começar a pintar, é necessário, como no caso de outras superfícies, prepa-rar o rodapé para a pintura.

Em primeiro lugar, verifique se o rodapé precisa ser reparado. Se for o caso, uti-lize massa específica para madeira. O rodapé deve ser lixado para criar uma melhor aderência e, em seguida, limpo.

Lembre-se de que é importante remover toda a sujeira das superfícies (poeira, gordura e outros resíduos) antes de proceder a pintura.

Após a limpeza, comece a proteger a área de trabalho. Além de lona ou plástico, que evita respingos indesejáveis, coloque fita adesiva na parede e nas superfícies mais próximas do rodapé.

Em seguida, escolha um pincel pequeno ou rolo de remate adequado para o uso em áreas pequenas, pois ele lhe dará maior controle sobre a superfície que vai pintar.

Por fim, aplique a tinta escolhida. Como a área é linear, a tinta pode ser aplicada sempre no sentido horizontal, tanto a primeira como a segunda demão. Isso dará um bom nivelamento à pintura.

Divida a área do rodapé e faça o trabalho por pequenas partes, sem pressa. Dessa forma, você garantirá uma pintura com acabamento melhor.

Se acontecer de respingar ou se a tinta ficar grossa demais em algum ponto, procu-re corrigir na hora, antes que a tinta seque.

Depois da primeira demão, espere a tinta secar completamente e observe os even-tuais defeitos para aplicar a segunda demão.

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Cuidado com a postura

A postura do pintor de obras no momento do trabalho merece uma consideração especial, principalmente para fazer a pintura de rodapés, que é bastante desconfortável.

O fato de você ter de permanecer agachado pode ser particularmente prejudicial para suas costas, sobretudo na região lombar.

Vale lembrar, porém, que todo o seu trabalho requer cuidados especiais com a postura, pois você ficará de pé ou em posição incômoda várias horas no dia.

Para prevenir dores e inflamações musculares relaciona-das à postura inadequada e a grandes esforços, que so-brecarregam uma ou outra região do corpo, tome os seguintes cuidados:

a) antes de iniciar o trabalho, procure fazer alguns exer-cícios de alongamento, principalmente envolvendo braços, mãos, pernas e músculos das costas. Você não gastará mais de dez minutos com isso, e os benefícios para seu corpo serão enormes.

Veja a seguir alguns exemplos:

Você sabia?Entre as principais situa-ções que podem afetar a saúde do trabalhador es-tão os riscos ergonômi-cos, fatores que causam desconforto e acabam por provocar doenças, como inflamações nos tendões, nas juntas dos ossos (ou articulações) e nos músculos. Trabalhar com posturas inadequa-das e fazer esforços físi-cos intensos e repetitivos podem causar esses tipos de doença.

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b) preste atenção à postura durante o trabalho. De tempos em tempos, procure perceber se está em posição correta e, se não estiver, corrija-se;

c) para cada duas horas de trabalho, faça pausas de pelo menos dez minutos. Essas pausas estão previstas na legislação trabalhista e são um direito seu. Você não estará agindo de forma incorreta, nem “matando trabalho” ao fazer isso.

Atividade 1 ginástica laboral: aprEnda E pratiqUE

Hoje em dia há empresas que incorporaram a prática de reservar um tempo para a chamada “ginástica laboral”, ou seja, exercícios realizados no ambiente de trabalho.

1. Orientados pelo monitor, vocês vão aprender a fazer alguns desses exercícios e praticá-los durante uma parte dessa aula. Será dada ênfase aos exercícios que têm relação direta com a posição de trabalho dos pintores que atuam em obras da construção civil.

2. Em grupo, façam uma pesquisa, procurando identificar, entre as empresas que contratam pintores – construtoras/empresas da área da construção civil, escritó-rios de arquitetura e decoração etc. –, aquelas que já incorporaram essa prática, tendo em vista a melhoria da qualidade de vida de seus trabalhadores.

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3. Depois que cada grupo apresentar os resultados de suas pesquisas, discutam em classe:

a) A maioria das empresas pesquisadas adota essa prática?

b) Quais as características das empresas onde os trabalhadores fazem ginástica laboral?

c) Por que há empresas preocupadas com essa prática e outras não?

d) O que se pode fazer para que essa prática seja adotada por mais empresas ou por todas elas?

Pintar portas

A pintura de portas, como nos demais casos, deve ser iniciada com a preparação de sua superfície.

1. Verifique se há imperfeições na madeira e corrija-as com massa específica para madeiras.

2. Lixe a porta e/ou utilize removedor para retirar camadas de tintas anteriores, no caso de repintura. Lembre-se: ao manusear removedor extraforte, não deixe de utilizar os EPI necessários, como luvas, óculos e máscaras.

3. Remova a sujeira da superfície.

Considere, ainda, que, além da massa para madeira, existem produtos especialmen-te desenvolvidos para trabalho em madeira:

• seladoras e fundo preparador à base de água para madeira;

• stain à base de água;

• vernizes à base de água;

• tinta esmalte para madeira.

Independentemente do tipo de porta – seja ela simples ou com detalhes/decora-ções especiais –, uma vez preparada a superfície, continue o trabalho da seguin-te forma:

1. escolha o material que vai usar, que poderá ser rolo ou pincel;

2. forre o chão e coloque fita adesiva nos encontros dos batentes com as paredes;

3. retire as fechaduras e espelhos dos trincos;

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4. inicie sempre a pintura pela parte superior da porta, fazendo um movimento vertical de ida e volta com pincel ou rolo. Faça esse movimento sempre na mesma direção.Se houver manchas na madeira, aplique, antes da pin-tura, um fundo preparador à base de água.

A pintura de uma porta, quaisquer que sejam suas carac-terísticas e detalhes, deve sempre ser feita de uma única vez, para não haver o risco de ficarem marcas.

Quando as portas tiverem detalhes, inicie a pintura por eles. Pinte primeiro a parte interna – os painéis centrais (1). Depois pinte os contornos dos detalhes, chamados de umbrais (2). Somente então faça a pintura da parte ex-terna – as vergas (3).

A última etapa será a pintura das bordas e dos batentes (4 e 5).

Feito isso, repita todos os passos do outro lado da porta. Somente depois da secagem, aplique a segunda demão. Espere secar novamente e recoloque as fechaduras e os espelhos dos trincos.

3. Vergas

4. Bordas

2. Umbrais

1. Painéis centrais

5. Batentes

Não faça uma camada grossa de tinta nas bordas, pois poderá dificultar a abertura e o fechamento da porta.

Caso a pintura fique grossa depois de seca, retire o excesso com uma lixa

fina e retoque com pincel.

Esses procedimentos valem tanto para a aplicação de tintas como de vernizes. Os vernizes são aplicados

quando se pretende um acabamento transparente, ou seja, em que

aparecem os veios da madeira. Já os acabamentos com tinta criam uma

camada que cobre os veios da madeira.

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Pintar janelas

A pintura das janelas tende a ser um pouco mais traba-lhosa do que a das portas, quando feita com a obra ter-minada. Isso acontece em função dos caixilhos.

Para tornar o trabalho mais fácil, utilize uma trincha com cerca de 5 cm.

Faça a preparação da superfície antes de iniciar o traba-lho de pintura ou envernizamento. Ou seja, verifique se há imperfeições na madeira e as corrija com massa espe-cífica para madeira. Em seguida, lixe toda a superfície da janela.

Depois de lixar e cobrir os cantos com fita adesiva, você pode começar a pintura ou o envernizamento.

Vamos, em primeiro lugar, conhecer cada uma das par-tes de uma janela:

Venezianas: partes móveis de madeira, que abrem e fecham

Ombreiras: locais/canaletas por onde os caixilhos correm, possibilitando a abertura ou

o fechamento dos vidros

Peitoril: local onde a janela é encaixada

(moldura)Caixilhos: partes móveis da

janela (que sobem e descem), compostas devidros e madeiras que lhes dão sustentação

Existem trinchas fabricadas fora do Brasil que possuem cerdas cortadas

em diagonal. Esse tipo de corte torna mais simples o alcance de cantos e

espaços apertados. Se você for trabalhar para uma construtora, em obras de grande porte, poderá ter contato com esse tipo de trincha.

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Você poderá começar a pintura pelas venezianas, abrindo---as totalmente, para ter mais espaço e flexibilidade.

Em seguida, você pintará os caixilhos. Para isso, desça um pouco o caixilho superior e suba o inferior. Você poderá pintar um deles integralmente e o outro pela metade. Quando a tinta secar, inverta as posições e com-plete a pintura.

Terminada a pintura dos caixilhos, você poderá pintar o peitoril.

Assim como no caso de portas e rodapés, os mesmos procedimentos citados para a aplicação de tintas é válido para a aplicação de vernizes.

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Encerre o trabalho com a pintura das ombreiras. Mas, para fazer isso, espere até que os caixilhos estejam bem secos. Pinte em primeiro lugar a parte superior das ombreiras, descendo totalmente os caixilhos. Depois, faça o mesmo com a parte inferior, colocan-do os caixilhos para cima.

Pintar armários

O último item de que trataremos nesta Unidade é a pintura de armários.

Primeiro, escolha o tipo de tinta adequado ao material do armário. Para armários de madeira, utilize tinta esmalte à base de água.

Antes de iniciar, vale lembrar, mais uma vez, que os procedimentos apresentados a seguir são os mesmos para aplicação de tintas e de vernizes.

Para começar a pintura, tenha em mente que, como nos demais casos que já vimos (portas, rodapés e janelas), a maior dificuldade é lidar com os detalhes que nor-malmente fazem parte desse tipo de mobiliário e com os espaços nem sempre fáceis de alcançar.

Por isso, sua primeira etapa deve ser “desmontar o armário”, desmembrando tudo o que for possível, a começar pela retirada de gavetas e prateleiras. Se for viável, remova também as portas. Junto com elas, retire, se houver, fechaduras, puxadores, dobradiças e o que mais tiver.

Feito isso, separe um pincel pequeno o suficiente, que caiba com a sua mão dentro do armário, e comece a pintura pela base, que nesse momento deverá estar comple-tamente vazia.

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46 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l Pintor 2

Faça em primeiro lugar a pintura do local mais difícil, a parte interna: fundo, pa-redes laterais, piso e teto.

Depois, pinte o exterior, com pinceladas firmes e constantes. Faça a pintura toda de uma única vez.

Se você não retirou as portas do armário, pinte-as também nesse momento. Abra-as bem para facilitar a pintura da parte interna e, em seguida, feche-as um pouco para pintar a parte de fora.

Por último, pinte as partes das gavetas e prateleiras que ficarão aparentes enquanto elas ainda estiverem fora do armário. Laterais e fundos não precisam ser pintados, desde que não apareçam. Coloque essas partes de volta apenas quando estiverem bem secas.

Atividade 2 aprEnda, mais Uma vEz, fazEndo

1. Reúnam-se em grupo de oito pessoas. Escolham um pedaço de rodapé, uma porta, uma janela e uma parte de um armário de madeira. Agora o grupo vai se dividir em duplas e cada uma ficará encarregada de trabalhar em um desses materiais.

2. O monitor dará um tempo para os grupos trabalharem nas pinturas.

3. Converse com a pessoa que faz dupla com você, lembrando os aprendizados das aulas. Aprimorem seus conhecimentos, mostrando uns para os outros o que sabem fazer melhor.

4. Terminada a atividade, mostrem o trabalho aos colegas. Troquem mais informa-ções e dicas. O trabalho compartilhado e solidário só faz o resultado melhorar.

5. Registre, no seu caderno, o que aprendeu para usar em sua futura ocupação.

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Pintor 2 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l 47

Pintura sobre superfícies metálicas

Tratamos, até aqui, da pintura de portas, janelas e armá-rios fabricados em madeira. Mas não podemos esquecer que eles podem ser metálicos.

Da mesma forma, é possível que você seja chamado para pintar esquadrias de metal, portões, grades, entre outras superfícies metálicas.

As superfícies metálicas, como as demais, também pre-cisam ser preparadas antes de receber a pintura.

Esteja atento, em particular, para a presença de ferrugem. Para removê-la, use uma lixa de granulação apropriada ou uma escova de aço.

Também podem ser utilizados produtos específicos para a remoção de ferrugem em ferros corroídos e usar massa plástica para corrigir eventuais imperfeições.

Uma vez preparada a superfície – ou seja, quando ela estiver sem ferrugem e sem carepas de laminação –, aplique um fundo com pigmentos anticorrosivos (primer). O tempo entre a preparação da superfície e a aplicação do primer deve ser o menor possível.

Em seguida, proceda a limpeza e aplique a tinta.

A escolha da tinta, para pintura sobre superfícies metáli-cas, deve considerar o grau de agressividade do meio em que se encontra.

Em ambientes mais agressivos, como locais com muita umidade, beira-mar, ambientes marítimos etc., a corrosão é maior. Nesse caso, prefira a tinta esmalte sintético bri-lhante. Já em lugares com menor grau de agressividade, você poderá usar esmalte sintético fosco, acetinado ou brilhante, ou, ainda, tinta a óleo.

O tempo entre a aplicação do fundo e a pintura também deve ser o menor possível. Serão necessárias pelo menos duas demãos de tinta, sendo recomendável lixar leve-mente a superfície entre as demãos.

Existe no mercado um produto específico para impedir o

aparecimento de ferrugem. É conhecido como “neutralizador de ferrugem”, e pode ser aplicado antes

do fundo apropriado com pigmentos anticorrosivos.

Carepa: Aspereza; produto oriundo da oxidação da su-perfície do aço quando sub-metido ao gradiente térmico. Fonte: Associação Brasileira de Metalurgia e Mineração. Disponível em: <http://www.abmbrasil.com.br/portal-tec nologico/portal/revista_tec nologia/resumo.asp?cd=180>. Acesso em: 29 maio 2012.

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48 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l Pintor 2

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Pintor 2 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l 49

unida d e 9

Atitudes e relações nos locais de trabalhoAlém dos conhecimentos técnicos – mais específicos da ocupa-ção –, tratados na Unidade 2, você verá que há um conjunto de conhecimentos listados como necessários na Classificação Bra-sileira de Ocupações (CBO), que dizem respeito ao modo de ser e de agir das pessoas em seus locais de trabalho.

Nossa proposta é analisar, neste momento, essas atitudes e esses conhecimentos.

Algumas atitudes já foram comentadas ao longo do texto:

• a importância de manter o ambiente de trabalho limpo e de zelar por suas ferramentas, seus equipamentos e seus acessórios;

• a necessidade de seguir normas de segurança – que você po-derá consultar, sempre que necessário, no site do Ministério do Trabalho e Emprego, em Normas Regulamentadoras.

Dos demais aspectos, vamos falar agora.

Saber planejar bem um trabalho é condição essencial no coti-diano de qualquer trabalhador. Isso significa que, além de fazer um orçamento bem elaborado, do qual falamos na Unidade 5, você deve se programar para cumprir os prazos combinados, seja com empregadores, seja com clientes, no caso de trabalhar como autônomo.

Ninguém gosta de saber que um trabalho vai atrasar, ainda mais quando envolve o local de moradia.

Contratempos são normais: a dificuldade de achar um pro-duto no mercado; uma semana de muita umidade que impe-de a secagem da parede, impossibilitando a aplicação da se-gunda demão em determinado dia; ou mesmo alguém na família que precisa de sua ajuda e faz você se ausentar por algum tempo...

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50 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l Pintor 2

Mas é importante que você procure comunicar a pos-sibilidade de atraso com antecedência. E que explique os motivos pelos quais você poderá atrasar a entrega prevista.

Essa explicação não resolverá o problema, mas, certa-mente, mostrará sua disposição de resolvê-lo da melhor forma possível e seu profissionalismo e comprometimen-to com o trabalho.

Ser um trabalhador com esse perfil gera confiança, tan-to nos empregadores como nos clientes, de que podem contar com você. E esse é um caminho que pode abrir-lhe muitas portas no mundo do trabalho.

Outras atitudes que geram confiança estão relacionadas à postura ética no trabalho e à busca de aprimoramento e eficiência.

Com relação à segunda atitude, há várias possibilidades de intervenção: desde a procura por novos cursos e a leitura de revistas especializadas, até a simples observação de um colega que tenha mais experiência que você.

Tudo isso o ajudará a conhecer mais sobre o trabalho e a manter-se atualizado sobre novas técnicas e materiais, o que demonstrará sua iniciativa e vontade de saber mais.

Mas e com relação a ter uma postura ética? O que é, afinal, ser ético?

Atividade 1rEflita sobrE ética no trabalho

1. Olhando o quadro a seguir, marque sim para as ati-tudes que você considera éticas e não para as que não considera.

Procure dar esse tipo de informação (sobre atrasos e faltas) sempre

pessoalmente, pois esse contato gera maior credibilidade. Pode haver

ocasiões em que será necessário dar esses avisos por telefone ou bilhete, mas deixe para fazer isso apenas se

for inevitável.

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Pintor 2 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l 51

Atitude Sim ou não

Fazer um orçamento mais alto do que o normal porque naquele mês você teve despesas extras para cobrir.

Ajudar um companheiro de trabalho que está atrasado com o serviço, mas isso não faz parte do que o seu empregador espera que você faça.

Levar para a sua casa sobras de tinta e verniz.

Comentar com o empregador ou com os encarregados de uma obra que um colega de trabalho faz o serviço muito devagar.

Organizar um grupo de colegas para reivindicar melhores condições de trabalho.

Procurar o sindicato caso se sinta prejudicado no ambiente de trabalho, independentemente das relações pessoais.

2. Discutam as respostas em classe e tentem chegar a um consenso sobre as atitudes que todos devem ter no cotidiano (não apenas no ambiente de trabalho).

Nessa conversa, vocês devem ter percebido como a cooperação é fundamental, principalmente em uma obra de porte médio ou grande, na qual várias pessoas trabalham juntas e, em geral, a tarefa de um colega depende e interfere no tra-balho do outro.

Referir-se a colegas, clientes e empregadores de forma respeitosa ajuda a preservar o clima de cooperação, além de tornar o ambiente de trabalho mais prazeroso para todos.

Quantas vezes você já ouviu falar de pessoas grosseiras, que se sentem superiores às demais ou teve de conviver com elas? É horrível, não é mesmo?

Pois é. Assim como não é agradável conviver com alguém que não nos reconhece e respeita, também não é agradável agir desse modo com os demais.

Todos somos diferentes de um modo ou de outro: são diferenças físicas, no modo de pensar, no modo de agir, de idade, de orientação sexual, entre tantas outras. Além de as pequenas regras de civilidade ajudarem a manter o ambiente de traba-lho equilibrado, respeitar as diferenças e reconhecer todos como iguais é uma questão de cidadania.

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Um último aspecto que vale a pena ressaltar diz respeito à necessidade de um pintor – sobretudo se trabalhar em edifícios e em algumas obras de infraestrutura (como viadutos, pontes, metrôs, usinas etc.) – sentir-se confortável de estar em grandes alturas.

Há pessoas que não conseguem permanecer em locais muito altos, mesmo usando equipamentos de proteção adequados.

Quando um pintor vai trabalhar em obras de grande porte, e fazer pinturas que exijam ficar sobre edifícios ou viadutos, as empresas contratadas para o trabalho oferecem um curso sobre normas de segurança.

Participando desses cursos, os profissionais ficam cientes da importância da segu-rança e do uso de equipamentos de proteção individuais e coletivos para prevenir acidentes. Se ainda assim você não conseguir exercer trabalhos em grandes alturas, não se sinta envergonhado. Reflita sobre suas características e procure locais para trabalhar que não exijam isso de você. Você pode, por exemplo, trabalhar somente na pintura de residências e, dessa forma, não conviver com esse problema.

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unida d e 10

Possibilidades de trabalho e vínculosSaber como exercer uma ocupação nem sempre é suficiente para ter sucesso na vida profissional.

Estudar, ampliar nossos saberes é, sem dúvida, o primeiro pas-so para começarmos nossa carreira. Mas, mesmo adotando essas atitudes, às vezes esbarramos em problemas que não conse-guimos contornar e, com isso, não seguimos adiante na ocupação que escolhemos.

Você já deve ter ouvido falar de alguém que montou um negó-cio próprio, por exemplo, mas esse empreendimento não foi para frente; ou de uma pessoa que sabia fazer muito bem algu-ma coisa, mas não conseguia um emprego naquela área.

Isso pode acontecer por várias razões: uma crise econô-mica nacional ou mundial, uma mudança no processo de produção na área em que estamos procurando trabalho e que ainda não conhecemos, uma alteração na forma de organizar um serviço etc.

Conhecer o mercado de trabalho pode ser um caminho para evitar que você seja pego de surpresa na hora de pro-curar um local para trabalhar, ajudando-o a saber quais são as oportunidades que seus novos saberes podem trazer.

É por isso que nesta Unidade falaremos sobre o mercado de trabalho que está aberto para pintores de obras de nível básico.

Um mercado em expansão

Atualmente, a construção civil é um mercado em expansão no Brasil. A economia do País está crescendo e, com isso, pessoas estão conseguindo comprar moradias, construtoras estão fazen-do mais prédios e os governos estão investindo mais em obras para a melhoria das cidades.

Como já dissemos, o mercado de trabalho é dinâmico, ou seja, muda

conforme a economia, a localidade, a ocupação. Portanto, você tem de se

atualizar sempre. E isso vale para tudo o que fazemos.

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Isso quer dizer que está mais fácil conseguir trabalhos nessa área como pedreiro, pintor, azulejista, entre outros.

Mas não podemos nos esquecer de que também há pessoas de outros setores bus-cando empregos na construção civil. Incluindo mulheres que, até poucos anos atrás, estavam totalmente ausentes das obras e desse tipo de trabalho.

Se você é mulher, certamente seu desafio para entrar nessa área é maior. Mas as mulheres já enfrentaram tantas vezes a dificuldade de serem aceitas em uma nova ocupação que não será agora que vão desistir, não é mesmo?

Atividade 1 sindicato dos trabalhadorEs da árEa dE pintUra

Embora a ocupação de pintor seja bastante antiga e o mercado de trabalho dessa área esteja em expansão, os pintores de obras não contam com um sindicato espe-cífico que defenda os direitos desses trabalhadores.

Reflita sobre o papel dos sindicatos e responda:

1. Por que você acha que os pintores não têm um sindicato que os represente?

2. Por que ter um sindicato representativo da categoria é importante?

3. Compartilhe suas conclusões com a classe.

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Onde trabalhar como pintor de obras

Nessa ocupação, você tem as seguintes opções:

• trabalhar como empregado assalariado para construtoras particulares (empresas privadas), que constroem prédios ou grandes obras públicas;

• trabalhar como empregado assalariado para pequenas construtoras e/ou escritórios de engenharia ou arquitetura;

• trabalhar por conta própria – de forma autônoma –, fazendo pinturas em residên-cias, comércios etc. e atuando sozinho ou em parceria com algum amigo ou colega.

Lembre-se de que, nesse último caso, o início da ocupação pode ser mais difícil, pois você precisará arrumar clientes, comprar todo o material necessário para co-meçar e contribuir – como autônomo – para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), para garantir a aposentadoria no futuro.

Empregado assalariado

O empregado assalariado é aquele que atua em construtoras ou escritórios, contra-tado por outra pessoa.

Em geral, quando pensamos em trabalho assalariado, o que nos vem à mente é a carteira de trabalho registrada, além de direitos garantidos e benefícios, como vale---transporte e vale-refeição.

Você possivelmente já passou por uma experiência de trabalho assalariado. Por isso, já pode ter uma opinião em relação às vantagens e, também, a algumas dificuldades que temos de enfrentar quando trabalhamos para os outros.

As principais vantagens desse tipo de trabalho (independentemente do lugar) são o salário garantido e o vínculo empregatício assegurado pelo Estado. Se o profissional tiver registro em sua Carteira de Trabalho, ele goza de direitos sociais como férias, 13o salário, descanso semanal remunerado e licença-maternidade ou paternidade, entre outros benefícios garantidos pela Constituição Federal e pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

O empregador e o empregado, nesse caso, devem recolher a contribuição previden-ciária – que é destinada ao INSS. Ela garante ao empregado o direito a receber um auxílio em caso de doença ou de acidente de trabalho – entre outros problemas –, além de lhe assegurar a aposentadoria, que é de fato a “devolução” do imposto re-colhido durante o tempo trabalhado.

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Em geral, a pessoa tem um salário fixo que consta da Carteira de Trabalho.

Outro aspecto positivo do trabalho assalariado em construtoras e escritórios é poder atuar com outros profissionais de sua área. E essa convivência possibilita uma troca de experiências muito rica para todos. Ou seja, novas possibilidades de qualificação são abertas.

Os profissionais que atuam no mesmo local podem e devem se ajudar. A solida-riedade e o esforço em equipe tornam o trabalho mais prazeroso e os resultados melhores.

Atividade 2 pEnsando sobrE o trabalho assalariado

1. Com base no que você viu até agora, reflita alguns minutos sobre as caracte-rísticas do trabalho assalariado e como é ter um emprego em uma grande e em uma pequena construtora. Veja o que lhe parece mais interessante e ano-te suas reflexões.

2. Troque impressões com os colegas, de modo que percebam outros aspectos de trabalhar nesses lugares que ainda não lhes havia ocorrido.

Antes de seguir adiante, lembre-se: a forma ideal de trabalho é sempre aquela que garante os direitos do profissional. Entretanto, essa possibilidade não está sempre disponível para todos.

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Por outro lado, há pessoas que preferem trabalhar sozinhas, de forma mais autônoma e com maior liberdade para organizar a vida pessoal. Pense no que será melhor no seu caso.

Trabalho por conta própria ou autônomo

Se você considerar que tem mais vontade de trabalhar por conta própria, fazendo pinturas em residências, do que como empregado assalariado, lembre-se: esse cami-nho exige maior organização e planejamento.

Para isso, você precisa planejar como começar, ou seja, identificar como e onde obter financiamento para comprar seus materiais de pintor e como divulgar seu trabalho e conquistar os primeiros clientes.

Lembre-se também de refletir sobre suas características pessoais e tentar responder à seguinte pergunta: eu tenho disposição para comprar materiais, planejar meu trabalho, controlar meus ganhos e minhas despesas? Essas são questões fundamen-tais para você decidir trabalhar como autônomo.

Atividade 3o trabalho aUtônomo

1. Imagine-se trabalhando como autônomo e complete o quadro.

Pode ajudar Pode atrapalhar

Exemplo: Sou muito organizado e cumpro os prazos com que me comprometo.

Exemplo: Não sei como cobrar adequadamente pelo meu trabalho.

2. Apresente suas reflexões para a turma.

Como fazer uma planilha de custos

Saber se você tem ou não o perfil para trabalhar como autônomo provavelmente não basta para decidir o que fará adiante.

Fazer uma planilha de custos servirá para você prever tudo o que vai gastar para se iniciar na ocupação e ver se isso é possível nesse momento de sua vida.

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58 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l Pintor 2

No laboratório de informática, faça uma planilha para calcular esses gastos. Se você não tiver muita familiaridade com o computador, forme dupla com alguém um pouco mais experiente. O monitor também poderá ajudá-lo.

Nessa planilha, você vai anotar todos os materiais listados que precisará comprar e que estão indicados na Unidade 3.

A seguir, escreva ao lado de cada item quanto vai gastar para comprá-lo pela pri-meira vez.

Você usará a planilha para saber se precisa ou não pedir financiamento para abrir seu negócio.

Além do material que você já tem descrito, é importante incluir nessa planilha os custos de se tornar um Microempreendedor Individual (MEI), que é uma forma de você garantir alguns direitos, como o de aposentadoria, mesmo sem ser empregado.

Finalmente, inclua também na planilha os custos que você terá para divulgar seu trabalho e os custos de transporte para locomover-se até os locais das obras que vai levar adiante.

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Microempreendedor Individual (MEI)

Atualmente existe uma legislação que facilita a abertura de empresas para quem tem pequenos negócios, cujo faturamento seja menor do que 60 mil reais por ano.

Ser um Microempreendedor Individual pode ajudá-lo na hora de conseguir acesso a um empréstimo bancário. Você também ficará habilitado a se inscrever no INSS como contribuinte individual. Isso ga-rantirá não só a possibilidade de você obter futuramente sua aposentadoria, como lhe dará direito a outros benefícios, como o auxílio-doença.

Para se tornar um Microempreendedor Individual, é preciso ir a uma junta comercial e abrir uma empre-sa. Não é nada complicado.

Você pode ter mais informações no Portal do Empreendedor. Disponível em: <http://www.portaldoem preendedor.gov.br/modulos/inicio/index.htm>. Acesso em: 14 maio 2012.

Dicas:

1. Existe um órgão do governo do Estado de São Paulo que concede financiamento a juros baixos para pessoas que estejam se iniciando em uma ocupação. Trata-se do Banco do Povo Paulista (<http://www.bancodopovo.sp.gov.br>. Acesso em: 14 maio 2012) da Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho. Consulte o site para saber as condições de financiamento e os documentos necessários para obter o empréstimo.

2. Seus amigos, vizinhos ou parentes também podem ajudá-lo a divulgar seu trabalho. Veja se vale a pena pedir auxílio da associação de seu bairro ou colocar um anúncio num site.

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unida d e 11

Seus novos conhecimentos e seu currículoCom esta Unidade, chegamos ao fim deste curso.

É importante, neste momento, que você esteja bem certo do que aprendeu e de quais são seus saberes agora.

Você também tem de se preparar para se colocar no mercado de trabalho: seja como empregado assalariado ou profissional autônomo.

Vamos começar retomando seus conhecimentos.

Atividade 1olhE dE novo o qUE diz a cbo

1. Nossa primeira atividade será retomar os quadros que você preparou na Unidade 2, onde estão os conhecimentos neces-sários para ser um pintor de obras, de acordo com a CBO. Você vai preencher os quadros novamente, compará-los depois com aqueles que você preencheu no início do curso e ver se alguma coisa mudou.

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62 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l Pintor 2

Elaborar orçamento de pinturas

O que sei fazer

O que sei fazer mais ou menos

O que não sei fazer

Tirar medidas em uma obra

Calcular as áreas a serem trabalhadas

Discriminar serviços

Definir material (qualidade e tipo) a ser utilizado

Calcular a quantidade de materiais a serem utilizados

Estimar custos de material e de mão de obra

Definir cronograma de execução

Apresentar o orçamento

Organizar ferramentas, acessórios e

equipamentos

O que sei fazer

O que sei fazer mais ou menos

O que não sei fazer

Relacionar e providenciar ferramentas, acessórios e equipamentos de proteção individual (EPI) conforme o serviço discriminado

Verificar equipamentos de segurança e EPI

Montar equipamentos (andaimes, cavaletes, escadas etc.)

Antes de montar esses equipamentos consulte a Norma Regulamentadora no 18 (NR 18) do Ministério do Trabalho. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/legislacao/norma-regulamentadora-n-18-1.htm>. Acesso em: 17 maio 2012.

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Pintor 2 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l 63

Corrigir e preparar superfícies para o

acabamento, especificamente no que

se refere à pintura

O que sei fazer

O que sei fazer mais ou menos

O que não sei fazer

Verificar as condições de superfícies a serem trabalhadas

Corrigir superfícies utilizando massa de cimento

Aplicar selador para isolar a superfície, de forma que a porosidade não absorva muita tinta e/ou massa e que se crie um campo melhor de adesão

Aplicar fundo preparador para corrigir manchas, depois de eliminar o mofo

Aplicar massa corrida (PVA) para corrigir imperfeições de áreas internas, e massa acrílica para corrigir imperfeições de áreas externas

Proteger superfícies que não vão ser trabalhadas

Remover pinturas ou revestimentos antigos ou danificados

Lixar tetos e paredes com reboco e massa (à mão)

Lixar pisos de madeira (com máquina)

Limpar superfícies a serem trabalhadas

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64 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l Pintor 2

Preparar o material para acabamento da obra,

especificamente no que se refere à pintura

O que sei fazer

O que sei fazer mais ou menos

O que não sei fazer

Misturar e diluir as tintas

Aplicar tintas O que sei fazer

O que sei fazer mais ou menos

O que não sei fazer

Aplicar esmalte à base de água com rolo

Aplicar verniz à base de água em parede, madeira ou concreto

Aplicar tintas

Produzir efeitos de decoração em pinturas (texturização e outros)

Aspectos relacionados às atitudes no âmbito pessoal e no ambiente de trabalho

O que sei fazer

O que sei fazer mais ou menos

O que não sei fazer

Manter limpo o ambiente de trabalho

Respeitar normas de segurança

Agir com ética profissional

Demonstrar criatividade e iniciativa

Manter-se atualizado sobre novos materiais e técnicas

Demonstrar habilidade para trabalhar em grandes alturas

Zelar pelos equipamentos, máquinas e acessórios

Planejar trabalhos

Demonstrar eficiência e comprometimento com o trabalho

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Pintor 2 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l 65

2. Comparando os quadros, a que conclusão você chega? Você está mais preparado para ser um pintor de obras?

O importante é não ficar parado

Analisando esses quadros, é possível que você note a necessidade de adquirir certos conhecimentos ou apri-morar suas práticas.

Isso é normal e não deve desanimá-lo. Uma parte dos conhecimentos sobre a ocupação você aprenderá na prá-tica, com a experiência. Outra parte você vai adquirir informando-se das mais diversas formas.

Para isso, sugerimos que você siga dois caminhos.

Caminho 1 – Amplie seus conhecimentos

Esse caminho tem como ponto de partida aquilo que você relacionou nas colunas “o que sei fazer mais ou menos” e “o que não sei fazer”.

Olhando esses dados, planeje o que fará para dar sequên-cia a seu aprendizado ou para ampliar seus conhecimen-tos como pintor de obras:

Você sabia?Cada ano a mais de estudo formal e cada etapa concluí-da (ensinos Fundamental, Médio e Superior) aumen-tam de forma significativa a chance de um trabalhador ingressar e permanecer em um emprego ou posto de trabalho.

Há várias pesquisas e estudos sobre isso reali-zados tanto pela Funda-ção Seade, do governo do Estado de São Paulo (disponível em: <http://www.seade.sp.gov.br>, acesso em: 7 jun. 2012) como pelo Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do go-verno federal (disponível em: <http://www.ibge.gov.br>, acesso em: 14 maio 2012).

Se você estiver motivado a voltar a estudar, procu-re, na prefeitura de sua cidade, informações so-bre cursos de Educação de Jovens e Adultos (EJA).

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66 Arco Ocupacional Co n s t ru ç ão Ci v i l Pintor 2

• voltando a estudar;

• procurando um novo curso nessa área;

• lendo revistas ou livros especializados;

• procurando informações sobre diferentes técnicas na internet.

Só você poderá escolher o que fazer. Não há uma regra do que é certo ou errado nessa hora. O importante é não deixar o tempo passar para não perder o ânimo, e se programar para realizar as atividades escolhidas de forma organizada.

O planejamento é um instrumento que deve ser revisto de tempos em tempos para não caducar, ou seja, tornar-se ultrapassado. Ações e prazos podem, e devem, ser sempre atualizados.

Não adianta prever muitas ações difíceis de executar. A chance de você desanimar nesse caso é muito grande.

Atividade 2planEjE sEUs próximos passos

Para fazer seu planejamento, utilize o quadro abaixo.

O que fazer? Por quê? Como? Quando?

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Caminho 2 – Prepare-se para o mercado de trabalho

Se você escolheu trabalhar por conta própria, comece se organizando para comprar suas ferramentas de pintor e divulgar o que conhece, de modo que conquiste seus primeiros clientes.

Se você vai procurar trabalho, é importante deixar seus documentos organizados e elaborar seu currículo.

A primeira coisa a fazer é organizar seus conhecimentos e práticas, comprovando tudo o que você já fez.

Esses documentos devem ser colocados, de forma orga-nizada, em uma pasta. Ela servirá para sua apresentação nos locais onde vai procurar emprego. Tenha também com você cópias de seus documentos pessoais.

Assim, essa pasta (ou portfólio) deve conter:

• comprovação de sua escolaridade formal – diplomas;

• certificados de cursos que você fez – incluindo este;

• comprovação de suas experiências de trabalho, que podem incluir registros informais, declarações, fotos etc.;

• cartas de recomendação.

Além dessa pasta – que mantém organizados os docu-mentos pessoais e aqueles que têm relação com a ocupa-ção que pretende –, é preciso fazer um currículo. Nele você vai elaborar um resumo de tudo o que já fez e tudo o que sabe e o que pretende fazer.

Antigamente, os currículos eram compridos e todas as informações que constavam nele eram muito detalhadas. Algumas pessoas até inventavam dados para tornar seus currículos mais interessantes.

Atualmente, os currículos são curtos e objetivos. Vão direto ao assunto e, de preferência, ressaltam os conhe-cimentos e práticas relacionados à ocupação ou ao cargo que a pessoa pretende.

Você sabia?A palavra “currículo” vem do latim, língua que deu origem ao português e a outros idiomas, como o espanhol, o francês e o italiano. A expressão cur-riculum vitae vem do la-tim e quer dizer “carreira de vida”. Em português, o certo é usar o termo “currículo”, em vez de curriculum ou curriculum vitae.

No tema “Como se pre-parar para o mercado de trabalho”, do Caderno do Trabalhador 1 - Conteú-dos Gerais –, esse assun-to está abordado de for-ma bem extensa.

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Os dados que sempre devem constar de um currículo para tornar sua apresentação mais adequada são:

a) nome;

b) dados pessoais – inclua apenas seu endereço completo. Não precisa colocar data de nascimento, idade, nem estado civil. Essas informações só devem aparecer se forem importantes para o cargo ou função que você pretende ocupar;

c) objetivo, ou seja, a vaga que você pretende ocupar;

d) seus saberes e práticas mais adequados ao trabalho pretendido;

e) histórico profissional, isto é, os trabalhos que já teve. Se você nunca teve um emprego formal, escreva: “Principais experiências”. Siga a ordem cronológica inversa: comece pelo mais atual e siga em ordem até o mais antigo;

f) escolaridade e cursos, lembrando que, neste item, vale qualquer curso que você tenha frequentado – de idiomas, computação, oficinas de qualificação profissio-nal relacionadas às suas áreas de interesse etc.;

g) trabalhos voluntários, passatempos e áreas de interesse;

h) data (o dia da elaboração do currículo) e assinatura.

Atividade 3como fazEr Um cUrrícUlo

1. Com base nas informações acima, elabore uma primeira versão de seu currículo, escrevendo a seguir as informações principais.

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2. Troque ideias com os colegas e com o monitor do curso, verificando se há alguma mudança a fazer.

3. Agora, no laboratório de informática, digite e formate seu currículo no computador, deixando-o bem apresen-tável para que seja enviado para possíveis empregadores.

Última etapa

A última etapa a enfrentar é a entrevista ou seleção para o emprego que você pretende.

Se você procurar uma construtora ou escritório de arqui-tetura ou engenharia, é provável que tenha de passar por uma entrevista, na qual deverá relatar sua vida e experiên-cia profissionais.

Lembre-se de algumas regras que poderão ajudá-lo:

• informe-se antes sobre a empresa: onde é, como se organiza, quantas pessoas trabalham no local etc.;

• chegue sempre um pouco antes da hora marcada – cerca de 15 minutos;

• leve seu portfólio e seu currículo;

• desligue o celular e jogue fora balas ou gomas de mascar;

• mantenha-se calmo;

• exponha com clareza seus conhecimentos e práticas, tanto os relativos à experiência como pintor de obras como os pertinentes a sua atitude e jeito de ser;

• mostre-se confiante com relação ao que sabe, mas não queira parecer mais do que é. Seja honesto em dizer que não sabe a respeito de algo que lhe seja perguntado;

• seja simpático, mas não fale mais do que o necessário;

• evite intimidades. Cumprimente o entrevistador com um aperto de mão somente.

Boa sorte!

Há ocasiões em que as coisas não dão certo de primeira. Nesse caso,

não desanime. Mantenha a confiança e procure outras oportunidades.

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Referências bibliográficas

Livros

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Sites

Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas. Disponível em: <http://www.abrafati.com.br/bn_conteudo.asp?cod=94>. Acesso em: 14 maio 2012.Atlantica Mac − Indústria e Comércio de Máquinas Ltda. Disponível em: <http://www.atlanmaq.com.br/catalogos/m_obra_manual/pages/m_obra_01_jpg.htm>. Acesso em: 14 maio 2012.Cantinho dos Stratta. Disponível em: <http://www.stratta.multiply.com/journal/item/16/Dicas_sobre_pintura_de_parede>. Acesso em: 14 maio 2012.Como pintar. Disponível em: <http://www.comopintar.com.br/como-aplicar-selador-na-parede>. Acesso em: 14 maio 2012.Como tudo funciona. Disponível em: <http://casa.hsw.uol.com.br/ferramentas-para-consertos-domesticos3.htm>. Acesso em: 14 maio 2012.Faz fácil. Disponível em: <http://www.fazfacil.com.br/materiais/tintas.html>. Acesso em: 14 maio 2012.Faz fácil. Disponível em: <http://www.fazfacil.com.br/reforma_construcao/pintura32.html>. Acesso em: 14 maio 2012.História da arte. Disponível em: <http://www.historiadaarte.com.br/linha_do_tempo.htm>. Acesso em: 14 maio 2012.Manual de produtos − preparo de superfícies. Disponível em: <http://www.ypiranga.com.br/ypiranga/Manual/ManualSuperficies.pdf>. Acesso em: 14 maio 2012.

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v i a r á p i d a e m p r e g o

www.viarapida.sp.gov.br

Prepare o local e mãos à obra

O trabalho com texturas

Pintura de janelas, portas, armários

Atitudes e relações nos locais de trabalho

Possibilidades de trabalho e vínculos

Seus novos conhecimentos e seu currículo