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PLANO DE MANEJO
PARQUE MUNICIPAL DO MORRO DE SÃO BENTO
Revisão 2019
2
Duarte Nogueira Prefeito Municipal
Sonia Valle Walter Borges de Oliveira Secretário Municipal do Meio Ambiente
Alexandre Carvalho Gouvêa Chefe Seção Parque Municipal do Morro de São Bento
COORDENACAO
Olga Kotchetkoff Henriques Bióloga Gustavo Nogueira Zeotti
COLABORACAO
Alessandra Pinezi Fundação Florestal Bárbara Alessandra Ramos DallFabbro Secretaria da Cultura Cesar Henrique Branco Secretaria Meio Ambiente/ Bosque Zoo Elias Antônio Vieira Geógrafo Fabrício Vianna Gimenes Secretaria da Cultura Francismari Pedroso Ferreira Secretaria da Cultura Guilherme Chaves Nascimento Promotor de Justiça Gustavo Alem Almeida Secretaria Meio Ambiente Haline Nobre Cezar Ministério Público/ GAEMA Jonas Pereira Paschoalick Conselho Política Cultural Julio Cesar Lippi Corpo de Bombeiros Laurindo Antonio de Souza Secretaria Meio Ambiente Lucas César Branquinho Secretaria de Turismo Lúcia Helena Canôa Secretaria da Cultura Luciana Menna Gasparini Secretaria da Educação e Cultura Marcelo Magalhães (Tuim) Produtor Cultural - Eventos Marisa dos Santos Secretaria Meio Ambiente/ Bosque Zoo Marcus Vinícius Moreira de Carvalho Secretaria da Casa Civil Milton Vieira de Souza Leite Secretaria de Esportes Mônica Jaqueline Oliveira Secretaria da Educação e Cultura Rogerio Talan Mesquita Secretaria da Cultura Ricardo Cruz Gomes Secretaria de Turismo Saint Clair de Souza Secretaria de Esportes Sandra Regina Firmino Abdala Secretaria da Cultura Simara Sgobbi Cauchick Secretaria da Cultura Stenio Mesquita Zeotti Secretaria da Cultura Vinício Biagi Pecci Secretaria da Educação / Meio Ambiente Vinícius Macias de Barros Conselho Política Cultural Wanderley Baptista da Trindade Júnior Promotor de Justiça
3
ÍNDICE (não atualizado)
página
I. INTRODUÇÃO 4 II. HISTÓRICO 7 III. FATORES BIOFÍSICOS E RECURSOS NATURAIS 18 III.1. Clima 22 III.2. Geologia e Geomorfologia 13 III.3. Relevo 24 III.4. Solos 25 III.5. Flora 27 III.6. Fauna 35 IV. FATORES SÓCIO-ECONÔMICOS 39 IV.1. Características da população - Demografia 39 IV.2. Sistema Viário de Acesso 39 IV.3. Conjuntura Econômica 41 IV.4. Infraestrutura 41 IV.5. Expectativa de Visitação 43 V. MANEJO E DESENVOLVIMENTO 49 V.1. Objetivos Específicos 49 V.2. Fatores Condicionantes e Premissas Básicas 50 V.3. ZONEAMENTO 51 Z I: Zona Administrativa e de Uso Especial 53 Z II: Zona de Uso Intensivo 55 Z III: Zona de Preservação 56 Z IV: Zona de Uso Extensivo 64 Z V: Zona Cultural 66 Z VI: Zona Esportiva 69 Z VII: Zona de Entorno Z VIII: Zona de Amortecimento
72 74
V.4. PROGRAMAS DE MANEJO 76 V.4.1 Programa de Manejo de Recursos Naturais:
V.4.1.1. Subprograma Flora 77 77
V.4.1.2. Subprograma Fauna 78 V.4.1.3. Subprograma Manejo de Solo 80 V.4.1.4. Subprograma de Investigação e Pesquisa 81
V.4.2. Programa de Uso Público V.4.2.1. Subprograma de Educação e Interpretação
82 82
V.4.2.2. Subprograma de Recreação e Turismo 86 V.4.2.3. Subprograma de Pesquisa de Opinião 88
V.4.3. Programa de Operações 88 V.4.3.1. Subprograma de Proteção 88 V.4.3.2. Subprograma de Manutenção 89 V.4.3.3. Subprograma de Administração V.4.3.4. Subprograma de Coordenação de Sustentabilidade
90 92
V.4.4. Programa de Patrimônio Cultural: Material, Imaterial, Natural e Paisagístico VII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANEXOS Anexo 1: Plano de Manejo da APA MORRO DE SÃO BENTO
93
114
117
Anexo 2: Chave de identificação para as espécies arbóreas do PMMSB 132
4
I. INTRODUÇÃO
Atendendo exigências do Ministério Público em seu Inquérito Civil no 118/2015,
a Secretaria Municipal do Meio Ambiente publicou a portaria SMA 04 em 24 de abril de
2018, criando o Grupo para atualização do Plano de Manejo do Parque Municipal do
Morro de São Bento, a fim de compatibilizar o local com a Lei Federal n 9.985/2000.
Posteriormente, a portaria SMA 14/2018 prorrogou o prazo para efetuar a revisão do
Plano de Manejo, até que em abril de 2019, a revisão foi encaminhada para discussão e
aprovação pelo CONDEMA.
CARACTERIZAÇÃO DO PARQUE MUNICIPAL DO MORRO DE SÃO BENTO COMO UNIDADE
DE CONSERVAÇÃO E SUA CATEGORIA DE PROTEÇÃO
O Parque Municipal do Morro de São Bento – PMMSB -foi criado pela Lei
Complementar 476, de 21 de agosto de 1995, atendendo demanda da população para
proteção do Morro de São Bento. Portanto, antecede em 5 anos o Sistema Nacional de
Unidades de Conservação - SNUC, criado pela Lei Federal 9.985, de 18 de julho de 2000.
A LC 476/1995 determinou em seu artigo 3o1 a realização do Plano de Manejo do
PMMSB, para o estabelecimento do manejo ecologicamente adequado e que deverá ser
contemplado na regulamentação da lei. O artigo 702 da mesma lei determina que o
regulamento dos Parques Nacionais (Decreto Federal 84.017, de 21 de setembro de
1979) sirva de base para a regulamentação do PMMSB. O primeiro artigo do
regulamento dos Parques Nacionais3 estabelece as normas que os definem e
1 ARTIGO 3º - A fim compatibilizar a preservação com os diversos usos previstos na área, serão elaborados estudos das diretrizes, visando a um manejo e ecologicamente adequado e que constituirá o Plano de Manejo do Parque do
Morro de São Bento, a ser contemplado na regulamentação da presente lei. 2 ARTIGO 7º - A regulamentação da presente lei tomará por base o Decreto Federal nº 84.017, de 21 de setembro de 1.979, devendo ser apresentada para aprovação dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, contados da publicação desta lei.
3 Art. 1º Este Regulamento estabelece as normas que definem e caracterizam os Parques Nacionais. § 1º Para os efeitos deste Regulamento, consideram-se Parques Nacionais, as áreas geográficas extensas e delimitadas, dotadas de atributos naturais excepcionais, objeto de preservação permanente, submetidas à condição de inalienabilidade e indisponibilidade no seu todo.
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caracterizam: áreas extensas e delimitadas, dotadas de atributos naturais excepcionais,
objetos de preservação permanente, inalienáveis e indisponíveis no seu todo,
destinados a fins científicos, culturais, educativos e recreativos, com objetivo principal
de preservação dos ecossistemas protegidos. Assim, ao determinar que o regulamento
do PMMSB tome por base o regulamento dos Parques Nacionais, definiu suas
características de proteção. Posteriormente, o SNUC inclui os parques na categoria de
Unidade de Proteção Integral4, o que enquadra o PMMSB nesta mesma categoria. De
acordo com o SNUC, o objetivo básico das Unidades de Conservação de Proteção
Integral é a preservação da natureza e o uso indireto dos recursos naturais, tal como foi
previsto para o PMMSB no ato de sua criação.
Ao determinar que seja elaborado o Plano de Manejo do PMMSB, cumpria-se o
estabelecido no artigo 5o do Decreto Federal 84.017/1979. A existência do Plano de
Manejo atende também a exigência do SNUC (artigo 27, Lei Federal 9985/2000) que
todas as Unidades de Conservação tenham seus Planos de Manejo5.
À época de criação do PMMSB, já se encontrava em discussão o Sistema Nacional
de Unidades de Conservação. Assim, cientes que o município estava criando uma UC,
buscou-se a orientação para a elaboração do Plano de Manejo no Roteiro Metodológico
para Elaboração de Planos de Manejo, um documento que acompanhava e evoluía
conforme as discussões do SNUC progrediam. O roteiro utilizado à época, sem
alterações significativas, pode ser consultado no site do Instituto Chico Mendes
§ 2º Os Parques Nacionais destinam-se a fins científicos, culturais: educativos e recreativos e, criados e administrados pelo Governo Federal, constituem bens da União destinados ao uso comum do povo, cabendo às autoridades, motivadas pelas razões de sua criação, preservá-los e mantê-los intocáveis. § 3º O objetivo principal dos Parques Nacionais reside na preservação dos; ecossistemas naturais englobados contra quaisquer alterações que os desvirtuem.
4 Lei 9.985/2000, Art. 7º As unidades de conservação integrantes do SNUC dividem-se em dois grupos, com características específicas:
I - Unidades de Proteção Integral; II - Unidades de Uso Sustentável. § 1º O objetivo básico das Unidades de Proteção Integral é preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso
indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos nesta Lei. § 2º O objetivo básico das Unidades de Uso Sustentável é compatibilizar a conservação da natureza com o uso
sustentável de parcela dos seus recursos naturais.
5 Lei 9.985/2000, artigo 20, XVII - plano de manejo: documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade;
6
(http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/imgs-unidades-
coservacao/roteiroparna.pdf).
O Plano de Manejo do Parque Municipal do Morro de São Bento foi concluído e
apresentado aos órgãos responsáveis à época pela gestão ambiental na região – IBAMA,
DEPRN, COMDEMA – e para representantes das universidades, USP e, UNESP Rio Claro.
As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado
neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto de 1999, que
regulamenta da Lei Complementar 476/1995. Não houve aprovação formal do Plano,
visto que naquela época não havia consenso sobre qual instância seria responsável por
sua aprovação.
Segundo o artigo 296da Lei Federal 9.985/2000, cada UC de Proteção Integral
deverá dispor de um Conselho Consultivo. O decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002,
artigos 17 a 20, regulamentou os conselhos de UCs. O Plano de Manejo do PMMSB cita
a participação de conselhos na gestão do parque, mas não foi criado nenhum conselho
neste sentido e não houve indicação para que o COMDEMA atuasse como tal, conforme
previsto no artigo 17, parágrafo 6o, Decreto 4.340/2002. Entretanto, sempre que houve
necessidade, o COMDEMA se manifestou sobre o PMMSB.
Nota-se que o PMMSB atende parcialmente às exigências da Lei Federal
9.985/2000, sendo que as maiores deficiências no cumprimento da Lei Federal são: a
criação do Conselho Gestor da Unidade, o cadastro no Sistema Nacional de Unidades de
Conservação e a denominação do Parque, que de acordo com o artigo 11, parágrafo 4o
da Lei 9.985/2000, deveria ser Parque Natural Municipal do Morro de São Bento.
A criação do Conselho Gestor do Parque foi debatida no COMDEMA em 2018 e
em 2019. A minuta de criação do Conselho Gestor foi analisada pela Comissão do
COMDEMA de análise do Plano de Manejo e deverá ser submetida à plenária do
COMDEMA em reunião futura próxima para deliberação e continuidade do processo
para instituição deste conselho. Este Conselho Gestor atenderá também à demanda da
APA do Morro de São Bento, UC vizinha, considerada nesta revisão do Plano de Manejo
6 Art. 29. Cada unidade de conservação do grupo de Proteção Integral disporá de um Conselho Consultivo,
presidido pelo órgão responsável por sua administração e constituído por representantes de órgãos públicos, de organizações da sociedade civil, por proprietários de terras localizadas em Refúgio de Vida Silvestre ou Monumento Natural, quando for o caso, e, na hipótese prevista no § 2º do art. 42, das populações tradicionais residentes, conforme se dispuser em regulamento e no ato de criação da unidade. (Regulamento)
7
como Zona de Amortecimento do PMMSB. O Plano de Manejo da APA está integrado
no Plano do PMMSB.
A inclusão do PMMSB no Cadastro Nacional de Unidades de Conservação deverá
observar o regulamento determinado pela Portaria no 380, de 27 de dezembro de 2005
(http://www.mma.gov.br/areas-protegidas/cadastro-nacional-de-ucs/instrucoes-para-
o-cadastramento?tmpl=component&print=1).
A inclusão do termo Natural no nome do Parque Municipal do Morro de São
Bento exige o encaminhamento de lei complementar para aprovação legislativa.
A LC 476/95 criou também uma Zona de Entorno ao redor do PMMSB, com
perímetro definido e limitações de uso humano visando proteção da fauna e flora
protegidos no parque. Esta Zona de Entorno, portanto, caracteriza-se como uma Zona
de Amortecimento, conforme definição na Lei do SNUC:
Artigo 2o, XVIII - zona de amortecimento: o entorno de uma unidade de
conservação, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições
específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade;
O PMMSB não possui corredor ecológico pois, desde sua criação está cercada de
ambiente urbano já consolidado em todo o seu entorno.
Quanto ao que determina o artigo 49 da lei do SNUC, a área do parque passa a
ser considerada como zona rural. Em zona rural é proibida a urbanização, que só é
permitida na zona urbana ou de expansão urbana. O que é compatível com a lei do
parque, já que não é prevista maior urbanização na área, apenas aquela compatível com
o plano de manejo. Tal como o PMMSB, existem outros parques inseridos no SNUC em
zona urbana, tais como o Parque Natural Municipal Chico Mendes (Rio de Janeiro, RJ), o
Parque Estadual Jaraguá e o Parque Estadual da Cantareira, em São Paulo, entre outros.
II. HISTÓRICO
A afinidade da população de Ribeirão Preto com a área do atual morro de São
Bento já era conhecida no século XIX, quando eram realizadas festas no local para a
recreação da população. Por iniciativa do músico Pedro Xavier de Paula, o "Pedro
Músico" que, em 1887, organizou a primeira Banda de Música da cidade, algumas
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barracas eram construídas nas proximidades da esquina das atuais ruas Camilo de
Mattos e Tamandaré, onde existia um majestoso Tamboril. Nos dias festivos, este local,
conhecido como "Parque Tamboril", ficava todo enfeitado com bandeirolas.
A área em questão aparece em nossa história em 4 de março de 1899, quando o
então vereador, Coronel Francisco Schmidt, sugere a “obtenção amigável ou por
desapropriação, da Mata do Morro do Cipó, [...] sendo sua aquisição para utilidade e
gozo público”.
Em 10 de agosto de 1907, o Poder Público Municipal adquiriu, por 30 contos de
réis, a Chácara Olympia, com 360.413 m2, localizada no Morro do Cipó, na margem
direita do córrego do Retiro e frente para a rua Visconde de Inhaúma (hoje rua
Tamandaré). Esta área abrigou o Horto Municipal e o estande de Tiro de Guerra. Parte
da chácara foi arrendada em 1910, pelo prazo de 10 anos, pelo cidadão Lino Engrácia.
Inicialmente foi contratado um botânico alemão para trabalhar no Horto, que foi
substituído em 1918 pelo engenheiro agrônomo italiano Theodoro Papa. Este elaborou
diversos projetos para o município, entre eles o plano de arborização da cidade e os
projetos das Praças XV de Novembro, Sete de Setembro, Camões e os canteiros da Av.
Saudade, que abrigava um renque de tipuanas.
Em 1922, a Lei no 270 concede terras para a construção da Escola Profissional
Mista, atual Escola Profissional “José Martiniano da Silva”.
Entre os anos de 1933 e 1937 a Chácara Olympia esteve arrendada ao José da
Cruz Horta. Em 1936, o Dr. Fábio de Sá Barreto é eleito prefeito municipal. Durante
todo o período que atuou como Prefeito Municipal (1936 a 1944), Fábio Barreto
empenhou-se em dotar a Chácara Olympia de condições e estruturas necessárias para
tornar aquele local uma área destinada à preservação da flora e da fauna nacional. Em
1937, implantou o Bosque Municipal e iniciou uma verdadeira cruzada junto às
Instituições e Chefes de Estado no sentido de conseguir doações de plantas e animais
para o Bosque. Em 1942 inaugurou o Parque Botânico, o Jardim Zoológico, o Orquidário,
Museu Zoológico e o Museu Mineralógico. No dia 1º de outubro de 1944 foram
inaugurados o Aquário e as obras de reforma do Orquidário. O local torna-se
definitivamente uma importante área de lazer para a cidade. Acredita-se que nesta
época o stand de tiro tenha sido transferido para a cava da pedreira, a Cava do Bosque.
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O José de Magalhães sucedeu a Fábio Barreto na prefeitura, dando continuidade
ao trabalho iniciado no Bosque. Há um rico acervo documental no Arquivo Histórico de
Ribeirão Preto relativa a doações e aquisição de animais para o Zoológico, bem como
relatos sobre a procriação e morte destes. Igualmente, há documentos relativos às
atividades do Museu, do Orquidário e do aquário, demonstrando a importância e a
expressividade deste espaço público na década de 40. Merece destaque o trabalho do
Sr. Plínio Travassos dos Santos, diretor da instituição, particularmente na aquisição e
organização do Museu. Este Museu foi transferido para o prédio da Fazenda Monte
Alegre em 1950, onde funciona até hoje.
Em 1945 é inaugurado no Bosque Municipal o Parque Infantil Machado de Assis,
todo construído com bambus extraídos da mata do próprio Bosque Municipal.
O Dr. Fábio de Sá Barreto faleceu no final de 1948, com 72 anos de idade. Em 22
de novembro deste ano a Lei Municipal no 61 denomina o Bosque de “Fábio Barreto”,
em homenagem à pessoa responsável pela criação deste espaço.
Em 20 de julho de 1948, por ocasião da construção do Mosteiro de São Bento e
do monumento Coração de Jesus, é feito um abaixo-assinado solicitando a alteração do
nome de Morro do Cipó para “Alto de São Bento”. A praça em torno deste monumento
foi construída no local por volta de 1953, quando também foi feito o prolongamento da
rua Capitão Salomão, antiga rua da Misericórdia. O prolongamento da rua Capitão
Salomão desmembrou a área da antiga Chácara Olympia em duas glebas.
A lei nº 481 de 1955 concede permuta de terreno entre o Município e o SENAI -
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - para a construção de uma escola em área
da Chácara Olympia.
No final da administração de José de Magalhães (1948 a 1951) e início da
administração do Tenente Coronel Alfredo Condeixa Filho (1952 a 1955) o Bosque passa
por reformas. Nesta época é construído o portão da rua Liberdade, o Restaurante do
Bosque é ampliado, é construído o prédio da administração do Bosque (inaugurado em
1951), duas salas para a escola de Belas Artes, novas gaiolas para as aves e para as feras.
São também construídos o Parque Infantil Amélia Junqueira (1953) e o novo Orquidário,
local onde hoje situa-se o Recanto das Aves.
Em 1950, durante o governo do prefeito José de Magalhães foram realizados
estudos na área da Cava do Bosque (entre a rua Camilo de Matos e o Bosque Municipal)
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para a construção de um Ginásio e Campo de Esportes. Logo após, em 23 de dezembro
de 1952, a área anexa ao Bosque e marginal à Cava do Bosque é declarada de utilidade
pública pela Lei no 280, para construção do “Estádio Municipal”. Este Ginásio foi
construído com a supervisão do engenheiro Nelson Nóbrega, possui sua abóbada de
madeira com 56 metros de diâmetro e 27 metros de altura, considerada uma maravilha
da engenharia, sendo notícia em vários países na época. O ginásio foi inaugurado em 13
de outubro de 1952, quando Ribeirão Preto foi sede dos XVII Jogos Abertos do Interior.
Nesta época o stand de tiro foi transferido para o novo Horto Municipal, próximo
ao Hospital Santa Tereza, sendo construída nova sede do Tiro de Guerra na rua Minas.
Em 5 de março de 1955, ocorre a primeira iniciativa no sentido de assegurar a
preservação do Morro de São Bento, através de seu enquadramento pela Lei no 390, no
artigo 13 e parágrafos do Código Florestal (Decreto no 23.793 de 23/01/34). Mas apenas
quatro anos depois, pela Lei no 875 de 28 de outubro de 1959, fica determinado que se
proceda ao levantamento topográfico da área do Bosque, que não poderá ter sua área
reduzida por doação ou venda.
A Lei no 484, de 29 de dezembro de 1955, autoriza o município a mandar
confeccionar a herma do Dr. Fábio de Sá Barreto. E, em 1958, a Lei no 672 denomina de
“Via São Bento” o caminho que dá acesso às “Sete Capelas”.
Em 4 de junho de 1959, a Lei no 835 autoriza, em comodato, a doação de terreno
da Chácara Olympia para a construção de Estação Retransmissora de Televisão, pela
Rádio Difusora S/A. Posteriormente, em 17 de novembro de 1971, a Lei no 2511 autoriza
a Prefeitura a entregar o prédio e a área de terra, em comodato, para a Casa do Rádio
Amador, na Chácara Olympia.
Em outubro de 1961, a Lei no 1095 autoriza concorrência pública para exploração
do Restaurante do Bosque. Este restaurante foi local de realização de grandes
banquetes oficiais. Nas décadas de 60, 70 e 80 era ponto de referência para a cidade.
Em 1984, a firma J. Rossato Restaurante e Choperia Ltda. obtém a permissão, em caráter
precário, para uso e exploração do restaurante JR do Bosque. Apenas em 1995, já
deteriorado em aspecto e atendimento, este restaurante encerra definitivamente suas
atividades.
Em 1964, durante o governo do Prefeito Welson Gasparini foi realizada a
cerimônia de lançamento da pedra fundamental do Teatro Popular, no Morro do São
11
Bento e iniciadas as obras de construção. Os autores do projeto do Teatro foram Mario
Reginato e Jaime Zeiger e o desenho do palco de autoria do artista Bassano Vaccarini. O
Teatro Municipal, construído com linhas modernas, foi inaugurado em 1969. Com um
palco em estilo italiano e plateia com capacidade para 515 pessoas, é cenário para
espetáculos de arte, dança e música. Por ser um lugar arborizado e amplo, é usado
também para eventos culturais. Passou por reformas gerais nos anos de 1987 e 2000 e
mais recentemente, em 2017, os 8 camarins foram renovados e novos equipamentos de
som instalados. O teatro conta, ainda, com um anfiteatro para ensaio e estacionamento
com capacidade de aproximadamente 40 carros.
A Lei no 2.228 de 12 de junho de 1969 declara área cultural para fins de
construções, terreno adjacente ao Teatro Municipal. Ainda em 1969, foi também
inaugurado o Teatro de Arena, idealizado e construído por Jaime Zeiger, que realizou
pesquisas em vários países da Europa e Oriente Médio para a escolha do local ideal:
topografia que favoreceria a qualidade acústica do teatro. O teatro foi construído numa
meia-encosta, em uma área de aproximadamente 6 mil metros quadrados. Este foi o
primeiro teatro de arena construído no interior do Estado de São Paulo. A peça
Antígona, de Sófocles, foi o primeiro espetáculo teatral apresentado no Teatro de Arena.
Durante o ano de 1986 o teatro sofreu algumas reformas e foi reinaugurado em 1987.
No mês de outubro de 1975 foi assinado o edital de concorrência para
construção da Casa da Cultura, no Morro de São Bento, ao lado da Casa do Radioamador.
As obras foram iniciadas em 1976 e a Casa da Cultura “Juscelino Kubitschek” foi
inaugurada em 26 de janeiro de 1977. O conjunto compreendido pelos prédios dos
teatros e da Casa da Cultura, bem como as praças e obras de arte existentes no alto do
Morro de São Bento foram denominados Complexo Cultural “Antônio Palocci” em 1987
(Lei 5.200 de 16 de dezembro de 1987). Hoje a área é denominada Complexo Cultural
Morro de São Bento.
Em 19 de junho de 1969, é inaugurado o Jardim Japonês no Bosque Municipal,
contendo apenas um lago. Em meados de 1990 o Jardim Japonês é ampliado, com a
construção de mais dois lagos, duas pontes, e uma casa de chá, de acordo com projeto
desenvolvido pelo Dr. Teruo Abe, representante da colônia japonesa. Em junho de 1995
é inaugurado o Mirante no Jardim Japonês. Desde a criação do Jardim Japonês, o Sr.
Ricardo Yobe foi responsável pela manutenção daquele espaço.
12
Entre 1969 e 1970 é aberta a Trilha do Jequitibá, que corta a Mata Estacional
Semidecidual, inicialmente utilizada para atividades de lazer. Posteriormente passou a
ser destinada apenas para fins de educação ambiental. Localizada em área íngreme, a
trilha precisou de corte e aterro do terreno para ser executada.
Em 1971, a Lei no 2491 dispõe sobre a doação de área de terreno para o Instituto
“Santa Lydia”, no Bosque Municipal, onde hoje está o Hospital Santa Lydia. Em 2010, a
prefeitura passa a administrar o Hospital.
No final da década de 1970 e início da década de 1980, a Associação dos
Olivetanos iniciou o processo de venda de um terreno situado entre a via São Bento,
avenida Meira Júnior, rua Redenção e rua Dom João VI com cerca de 19.300 metros
quadrados, totalmente recoberta por vegetação nativa e vizinha à área do bosque e
Zoológico Dr. Fábio Barreto. A venda desta área despertou diversas manifestações
motivadas pelo desejo de preservação da área verde. Em 02 de junho de 1980 a Lei no
3.786 declarou o citado terreno de utilidade pública para fins de desapropriação
amigável ou judicial. Entretanto, em 25 de junho deste mesmo ano é concretizada a
venda do imóvel para o Dr. Richard Antonio Gallina. O município não efetuou a
desapropriação do terreno.
Em julho de 1984 a Lei no 4.517 dispõe sobre a proteção especial, com paisagem
urbana, natural e notável, de terreno com cerca de 19.300 m2, situada no Morro de São
Bento, proibindo a edificação de prédios e tombando toda a área sob proteção do
Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico e Cultural de Ribeirão Preto. Em 1987 a Lei
no 5.128 revoga esta lei. Finalmente, em 27 de maio de 1988, a Lei Estadual no 6131
determina esta área do Morro de São Bento como área de proteção ambiental (APA).
Resultado direto das manifestações para proteção do Morro de São Bento, além
da criação da APA do Morro de São Bento (Lei Estadual 6.131/1988), houve a inclusão
da área do morro na Lei Orgânica do Município (1990), artigo 158, parágrafo único, “O
Morro de São Bento, incluindo toda a área do Bosque Municipal Fábio Barreto, [...] são
espaços territoriais especialmente protegidos e sua utilização far-se-á na forma da lei,
dependendo de prévia autorização e dentro de condições que assegurem a preservação
do meio ambiente” e, posteriormente, a criação do Parque Municipal do Morro de São
Bento (Lei Complementar 476 de 21 de agosto de 1995).
13
Em 1988, foram realizadas obras de construção, reforma e ampliação na área do
Ginásio da Cava do Bosque. O Complexo Esportivo denominado Elba de Pádua Lima
(Tim), foi inaugurado em 27 de agosto de 1988, e o ginásio recebeu o nome de "Gavino
Virdes", radialista esportivo de Ribeirão Preto falecido em 1965.
Depois da reforma do conjunto poliesportivo suas instalações passaram a ser
utilizadas para iniciação das escolinhas e também pelas equipes de treinamento de alto
nível como os times profissionais de vôlei, basquete, futsal e handebol.
Pela Cava passaram grandes atletas como Fernanda Venturini, Fátima (do vôlei),
Thales, Abílio Couto, entre outros.
14
O ginásio tornou-se palco de grandes eventos nacionais e internacionais, tais
como: encontro de vôlei Brasil x Portugal, Mundialito e Sul Americano de Vôlei, 1°
Torneio Brasileiros x Estrangeiros de Basquete, Jogos dos Globetrotters, final dos
Campeonatos Brasileiro de Vôlei e Basquete, Campeonato Brasileiro de Aeróbica,
Estadual de Judô e Natação, Blues Festival, Circo Acrobático Chinês, Holiday on Ice de
FONTE: http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/sesporte/i20cava.php
15
Patinação, Festival SESC Mobil de Ginástica e Dança, grandes shows com cantores
brasileiros como Roberto Carlos, Djavan, Milton Nascimento e Alceu Valença.
Em abril de 1988, a EMEI Amélia Junqueira é transferida do Bosque Municipal
para um prédio novo, construído na Av. Treze de Maio. Em 1990, a Secretaria do Meio
Ambiente institui o CEARP - Centro de Educação Ambiental de Ribeirão Preto, vinculado
à Diretoria de Educação Ambiental, que funcionava no prédio do antigo Parque Infantil
Amélia Junqueira. Em 1993, a sede da Secretaria Municipal do Meio Ambiente é
transferida para o Bosque e passa a dividir o espaço com o CEARP.
No dia 29 de novembro de 1989 ocorreram fortes chuvas no município, que
provocaram sérios danos no conjunto arbóreo e edificações da divisão Bosque e
Zoológico. Em função disto, o Bosque permaneceu fechado no período de 01 de
dezembro de 1989 até 31 de janeiro de 1990.
Nesta época a Secretaria Municipal do Meio Ambiente estabeleceu a Comissão
de Estudos para a criação do Parque Municipal do Morro de São Bento, apoiada por
diversas entidades de classe, entre elas o DEPRN, IBAMA, Secretaria Municipal de Obras,
e DAERP.
Assim, atendendo ao que dispõe a Lei Orgânica, a Lei Complementar no 476, de
21 de agosto de 1995, criou o Parque Municipal do Morro de São Bento. Este parque é
constituído por complexo de áreas verdes (Bosque Municipal Fábio Barreto), espaços
culturais (Complexo Cultural Antônio Palocci, Praça São Bento) e espaços esportivos
(Conjunto Poliesportivo Elba de Pádua Lima - Cava do Bosque), cuja vocação é a
conservação da integridade biológica local em seus aspectos ecológicos e a promoção
da Educação Ambiental. Desde então, a área passou a ser tratado como Unidade de
Conservação Municipal, cujo objetivo é “preservação dos ecossistemas naturais, a
recuperação das áreas degradadas, a garantia do lazer à população pela integração das
atividades culturais e esportivas, bem como a promoção da educação ambiental” (Artigo
1o, parágrafo 1o). De acordo com o artigo 3o desta lei, “a fim de compatibilizar a
preservação com os diversos usos previstos na área, serão elaborados estudos das
diretrizes, visando a um manejo e ecologicamente adequado e que constituirá o Plano
de Manejo do Parque do Morro de São Bento, a ser contemplado na regulamentação da
presente lei. E, conforme o artigo 7o da mesma lei, na elaboração deste Plano deve-se
16
tomar por base o Decreto Federal no 84.017, de 21/09/79, que estabelece o
Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros.
O Plano de Manejo foi elaborado pela equipe multidisciplinar da Secretaria
Municipal do Meio Ambiente, que realizou levantamentos expeditos e observações na
área que tiveram início em 1993, quando a sede da Secretaria Municipal do Meio
Ambiente foi transferida para o Bosque Fábio Barreto. A metodologia utilizada na
elaboração do Plano foi baseada no “Roteiro Metodológico para o Planejamento de
Unidades de Conservação de Uso Indireto”, versão 3.0, de agosto de 1996, editado pelo
Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA.
Atendendo às determinações do IBAMA, em 1990 o Zoológico inicia o seu
processo de registro. São feitas várias exigências para adequação dos recintos dos
animais. Dado à demora no início das reformas, em 1996 o Zoológico é interditado pelo
IBAMA, sendo então fechado para reformas. Nesta reforma são também efetuadas
benfeitorias que devolvem a unidade estrutural ao Parque.
A vocação educativa do Parque é reforçada pela Lei 7.250, de 14 de novembro
de 1995, que institui o ensino de noções básicas de Ecologia e Meio Ambiente como
atividades extracurriculares na rede municipal de Ensino, e elege as áreas do Bosque
Municipal Fábio Barreto e o Horto Florestal de Ribeirão Preto como áreas permanentes
de Educação Ambiental. Em 17 de junho de 1996 é firmado contrato de patrocínio com
a Petrobrás/Petróleo Brasileiro S.A., para a recuperação do prédio da antiga “Escola do
Bosque” para abrigar o Centro de Apoio à Educação Ambiental. Esta reforma é concluída
no início de 1997.
Ainda em 1996, a lei 7.381 autoriza o Poder Executivo a criar e instituir a
Fundação Parque Biológico de Ribeirão Preto - Bioparque. Esta lei está em desacordo
com a criação do PMMSB pois promove a divisão do Parque, inclusive com transferência
de propriedade, o que é incompatível com Unidades de Conservação, que são
inalienáveis. Prevê ainda a gestão por conselhos diversos do Conselho Gestor e atribui
ao Ministério Público a responsabilidade por analisar e aprovar seu estatuto. Dada a
incorreção desta lei, recomenda-se sua revogação.
A Casa da Ciência foi criada pela Lei Complementar nº 1.353, de 15 de julho de
2002 e instalada dentro do Parque Municipal do Morro de São Bento, ocupando a área
do Centro do Visitantes. A partir de então, o parque deixou de possuir espaço destinado
17
a recepção dos visitantes, exposições, palestras e outras atividades relacionadas. A Casa
da Ciência está subordinada à Secretaria de Educação.
Em outubro de 2009 o IBAMA homologou o registro do Zoológico Municipal
como Jardim Zoológico “categoria B”.
A implementação do programa de uso do público do plano de manejo, em 1996,
proporcionou um grande crescimento e desenvolvimento dos programas de educação
ambiental realizados no Parque. Baseado nesta experiência, em 2011 foi homologado
o PIEA - Programa Integrado de Educação Ambiental realizado em parceria entre as
Secretarias da Educação e do Meio Ambiente. Este programa, após revisão e ampliação,
passou a ser denominado de Programa de Educação Ambiental do Parque Municipal do
Morro de São Paulo, em vigor a partir de janeiro de 2018 (Resolução Conjunta
SME/SMMA Nº 01/2018).
Existe a preocupação com a preservação do patrimônio histórico e cultural
existente no entorno imediato do Parque, manifestados através dos processos de
tombamento do Mosteiro de São Bento (proc. 02.2009.052820-0) e Sete Capelas (proc.
02.2012046752-2), bem como na área interna ao Parque: Casa da Cultura (proc.
02.2012.047874-5), Teatro Municipal (área de abrangência), Teatro de Arena (área de
abrangência) e Praça Alto do São Bento (proc. 02.2012.046752-2). Estes processos
propõem o tombamento das fachadas, da volumetria, do calçamento e área de
abrangência. A entrada do Parque pela rua Liberdade e a fonte do bosque já estão com
tombamento provisório (processo 02 2013 0583061).
Em 2015, foi implantado o Meliponário do Bosque e foi inaugurado um novo
Aquário. Estas estruturas tornaram-se novos polos atrativos de visitação, sendo que o
meliponário tem grande relevância nas atividades de educação ambiental e na
preservação da polinização na área do Parque.
Posteriormente, em 2016, foi instalado o Centro de Apoio a Animais Silvestres
Vitimados, que sedia o programa Uma Nova Chance, cujo objetivo principal é reintegrar
os animais vitimizados a programas de reintrodução da fauna na natureza. Chegam ao
Parque, anualmente, cerca de 600 a 800 animais vítimas de atropelamentos, queimadas,
ferimentos diversos, apreensões ou filhotes órfãos. Destes, cerca de 60% são tratados
e encaminhados para reintrodução na natureza, aqueles que não apresentam mais
18
condições de viver na natureza são mantidos no setor extra e encaminhados para outros
zoológicos ou criadouros conservacionistas.
Fonte de dados: Arquivo Público Histórico de Ribeirão Preto, informações divulgadas
através do site oficial da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto.
III. FATORES BIOFÍSICOS E RECURSOS NATURAIS
III.1. CLIMA
A caracterização climática do município, apresentada a seguir, está baseada em
dados meteorológicos coletados no posto meteorológico da Estação Experimental de
Ribeirão Preto, localizada a 21o 11’S e 47o 48’ W, altitude 621 m (período de 1937 até
2000) e no posto meteorológico situado no campus da Universidade de Ribeirão Preto
– UNAERP, localizado a 21o 11’60”S e 47o 45’44”W, altitude 590 m (período 2000 a
2003). Os dados foram obtidos no Laboratório de Geotecnologias da UNAERP (Labgeo,
2002). O clima de Ribeirão Preto caracteriza-se pela sazonalidade no regime de chuvas,
apresentando inverno seco e verão chuvoso. A temperatura média anual no período de
1981 a 2002 foi de 22,6o C, variando de 19,2o C em junho e julho a 24,4o C em fevereiro.
A temperatura mínima média anual foi de 12,2o C, sendo que o mês mais frio apresentou
temperatura mínima média de 6,2o C. A temperatura máxima média anual foi de 32,9o
C, sendo que o mês mais quente apresentou temperatura máxima média de 35,1o C. A
precipitação média anual no período de 65 anos (1937 a 2002) foi de 1.467,9mm anuais.
A menor precipitação anual registrada foi de 735,4 mm (1966), e a maior foi de 2.211,2
mm (1984). A umidade relativa do ar média no período de 1982 a 2002 foi de 71,82%,
sendo que a média da umidade relativa máxima foi de 93,53% e a média da umidade
relativa mínima de 48,48%.
De acordo com a classificação de Köeppen (1948), o clima predominante na
região de Ribeirão Preto é o tipo AW, clima tropical com inverno seco, temperatura
mínima média de 18oC e precipitação menor de 30 mm no mês mais frio e verão quente
e chuvoso, com temperatura média superior a 22 o C e mais de 250 mm de chuva no mês
19
mais quente. Portanto, o clima é bem demarcado sazonalmente por uma estação seca
e amena (abril a setembro) e por uma estação quente e chuvosa (outubro a março).
Dentre os elementos climáticos na região de Ribeirão Preto, a variabilidade
pluviométrica constitui o traço mais marcante no ritmo climático.
Segundo Monteiro (1973), a região norte do estado de São Paulo possui clima
controlado por massas equatoriais e tropicais, com ocorrência de um período seco
definido, coincidente com o outono-inverno (abril a setembro) e um período chuvoso,
coincidente com a primavera-verão (outubro a março).
A participação dominante é da massa Tropical Atlântica (normalmente superior
a 50% em qualquer estação do ano), seguida da participação das massas Polar Atlântica,
Polar Atlântica Velha e Tropical Continental.
A maior parte da gênese das chuvas é atribuída à Frente Polar, que assume
liderança de todas as estações do ano.
Atualmente, é possível obter dados climáticos baseados em séries históricas de
dados na internet (https://pt.weatherspark.com, https://pt.climate-data.org). As
condições climáticas podem ser consultadas também na rede de monitoramento
meteorológico do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE - e Instituto Nacional
de Meteorologia – INMET (http://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=estacoes/
estacoesAutomaticas, http://www.inpe.br).
A Tabela 1 apresenta os dados climáticos de Ribeirão Preto, coletados na Estação
Experimental de Ribeirão Preto (21o 11’S e 47o 48’W, altitude 621 m), referentes ao
período de 1961 a 1990, fornecidos pela Seção de Climatologia Agrícola - IAC. A Figura
1 apresenta o balanço hídrico climático, segundo Thornthwaite&Mather (1955).
20
TABELA 1: Dados climáticos de Ribeirão Preto, referente ao período de 1961 a 1990.
Dados coletados na Estação Experimental de Ribeirão Preto (21o 11’S e 47o 48’W,
altitude 621 m, CAD: 125 mm), fornecidos pela Seção de Climatologia Agrícola -
IAC. T = temperatura em oC, ETo = evapotranspiração potencial, Prec =
precipitação em mm, NegAc = negativo acumulado, Armaz = armazenamento de
água no solo, Etr = evapotranspiração real em mm, Exc = excedente hídrico.
Mês T ETo Prec Saldo NegAc Armaz Etr Déficit Exc
jan 24,1 119,9 267,9 148,0 0,0 125,0 119,9 0,0 148,0
fev 24,2 107,9 217,9 110,0 0,0 125,0 107,9 0,0 110,0
mar 24,1 110,4 159,1 48,7 0,0 125,0 110,4 0,0 48,7
abr 22,6 85,7 80,9 -4,8 4,8 120,3 85,6 0,1 0,0
mai 20,3 64,0 54,5 -9,5 14,3 111,4 63,3 0,7 0,0
jun 19,2 54,0 31,1 -22,9 37,3 92,8 49,8 4,2 0,0
jul 19,2 52,9 28,2 -24,7 61,9 76,2 44,8 8,1 0,0
ago 21,3 74,4 25,5 -48,9 110,8 51,5 50,2 24,2 0,0
set 22,9 91,4 57,6 -33,8 144,6 39,3 69,8 21,6 0,0
out 23,6 107,5 139,0 31,5 71,0 70,8 107,5 0,0 0,0
nov 23,8 111,0 174,4 63,4 0,0 125,0 111,0 0,0 9,2
dez 23,7 115,9 298,1 182,2 0,0 125,0 115,9 0,0 182,2
ano 22,4 1095,0 1534,2 1036,1 58,9 498,1
21
FIGURA 1: Balanço hídrico climático, segundo Thornthwaite&Mather, 1955, de Ribeirão
Preto, SP. Dados mensais médios do período de 1961 a 1990. Fonte: Seção de
Climatologia Agrícola do Instituto Agronômico de Campinas.
22
Considerando que o funcionamento do Parque fica condicionado à ocorrência de
pluviosidade, deve ser instalado um pluviômetro no local para monitorar a precipitação.
Não é feito o registro diário precipitação ocorrida, embora hoje seja possível obter
informações climáticas divulgadas pelos institutos de pesquisa e monitoramento das
condições atmosféricas. Este registro é importante para melhorar a previsibilidade de
eventos acidentais (queda de galhos e/ou árvores) e contribui para construção de uma
carta de riscos.
III.2. GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
O município de Ribeirão Preto situa-se na porção Norte-Noroeste da Bacia do
Paraná, na província geomorfológica denominada “Cuestas Basálticas”. A forma de
relevo predominante foi originada pela dissecação do relevo original, também
denominado de degradação em planalto dissecado (Coordenadoria de Planejamento e
Desenvolvimento, 1992).
A topografia no município não é muito acidentada, apresentando, no conjunto,
declividades pequenas. A cota mínima (cerca de 500 m) é encontrada nos fundos de
vales que percorrem a cidade, sendo que a cota máxima atinge cerca de 800 m no limite
com o município de Cravinhos (Coordenadoria de Planejamento e Desenvolvimento,
1992, Secretaria do Meio Ambiente, 1996).
O sítio urbano de Ribeirão Preto localiza-se em uma depressão ou bacia, com
altitudes variando de 500 a 600m, que aumentam rapidamente para sudeste, atingindo
níveis altimétricos superiores a 800 m (Mombeig 1954 apud Guzzo, 1991).
Sob o contexto geomorfológico, a região do PMMSB é dominada por uma feição
de plataforma interfluvial, reflexo do entalhamento imposto ao terreno pelos córregos
do Retiro Saudoso e Tanquinho. O limite norte da área do Parque coincide com o
espigão, sobre o qual tem-se na Avenida Capitão Salomão um referencial do divisor de
águas pluviais.
A rocha basáltica cartografada em todo o domínio do Parque, gerada pelas
atividades magmáticas durante o período Cretáceo (130 - 60 ma), pertencentes à
Formação Serra Geral, apresenta espessura média de 100 metros. Estes magmatitos são
especialmente ricos em plagioclásios (labradorita), apresentando subsidiariamente
23
titano - magnetita, augita, olivina, horblenda, quartzo e vidro vulcânico (Coordenadoria
de Planejamento e Desenvolvimento, 1992).
Sob o ponto de vista estrutural, predomina um sistema de fraturas e diáclases
orientadas segundo NNW e NNE, que determinam as principais feições observadas no
terreno, como por exemplo as drenagens que chegam junto à pista de atletismo da Cava
do Bosque e o talude posicionado atrás do Ginásio de Esportes (Seignermartin, 1979)
O intemperismo do basalto resulta em um manto saprolítico superficial, bastante
fraturado, que quando aflorante e associado a encostas íngremes, gera a queda de
blocos e favorece a formação de pequenas zonas de tálus, como as observadas na
encosta junto a Cava do Bosque e Mirante.
Em áreas com declividade superior a 20% é comum observar sinais claros de
rastejamento do material inconsolidado pouco desenvolvido, principalmente quando se
verifica deficiência na vegetação natural e drenagem superficial.
FIGURA 2: Gráfico ilustrando as formações que compõe o subsolo da área onde está localizado o Parque Municipal do Morro de São Bento. O Parque está assentado sobre o basalto da formação Serra Geral.
24
III.3. RELEVO
Na carta de declividade (Anexo 1 do volume original do Plano de Manejo) foram
estabelecidas 5 classes de declividade para o relevo do Parque Municipal do Morro de
São Bento, a saber: classe a - 0 a 5%; classe b - 5 a 10%, classe c - 10 a 20%, classe d - 20
a 45% e classe e - mais de 45%. Para melhor interpretação dessas características, estas
classes foram reagrupadas em 3 grandes domínios, conforme descrito a seguir:
• Relevo Suave: Apresenta como característica básica declividades menores que 10%.
Domina a porção norte e noroeste, onde está a parte mais urbanizada do parque.
Junto à Praça São Bento ocorre a altitude máxima do parque, aproximadamente 590
metros.
• Relevo Moderado: Apresenta declividades de 10 a 20%, sujeito a processos de erosão
em sulcos e erosão laminar forte quando o manejo da vegetação, solo ou drenagem
são inadequados.
• Relevo Acidentado: Declividades maiores que 20%. Apresenta um aspecto íngreme
em toda a porção sul. O morro do Mirante representa um dos principais acidentes
topográficos, constituído por um maciço rochoso com inclinação abrupta na sua face
sul. Na base desta encosta ocorre a altitude mínima do parque, aproximadamente
530 metros. Já os taludes posicionados entre o morro do Mirante e a pista de
atletismo aparentemente tiveram seu relevo desfigurado, inicialmente por uma
provável exploração rudimentar do material rochoso no início do século, e
posteriormente pelo preparo do terreno para as edificações. Este domínio apresenta
uma vulnerabilidade elevada a deslizamento de terra, sendo comum a
descontinuidade do terreno quando associado a problemas como a drenagem.
A carta de declividades do Parque deve ser incluída na elaboração da Carta de
Riscos ambientais.
25
III.4. SOLOS
Os solos do Parque Municipal do Morro de São Bento desenvolveram-se em
produtos de decomposição do basalto. O basalto é o embasamento rochoso que
constitui o subsolo da área.
Uma das unidades de solo é o Latossolo Roxo, representativo de 34.976 km2 ou
14,7% do estado (Comissão de Solos, 1960). Ele é revestido pela Floresta Estacional
Semidecidual. A nível de estado, o Latossolo Roxo suporta esta floresta, além de
cerradão, em função da sua fertilidade natural. Em outros estados, Latossolo Roxo de
muito baixa fertilidade natural tem cobertura de cerrado.
No restante do Parque associam-se o Litólico substrato basalto de contatos para-
lítico e lítico, com inclusões de Terra Roxa Estruturada rasa a moderadamente profunda,
pedregosa. Estas unidades relacionam-se com morros, morrotes e encostas nas áreas
de derrame basáltico do estado. Elas representam 187,7 km2 ou 0,07% da área de São
Paulo (Comissão de Solos, 1960).
Nesta associação ocorrem duas formações florestais:
• Floresta Estacional Semidecidual no Litólico predominantemente de contato para-
lítico e Terra Roxa Estruturada;
• Floresta Caducifólia no Litólico predominantemente de contato lítico
O Litólico, muito raso a raso ( 35 cm), assenta-se diretamente sobre o basalto.
O basalto pode se apresentar predominantemente consolidado (contato lítico) ou
fisicamente intemperizado (contato para-lítico). No contato para-lítico o basalto
encontra-se predominantemente sob a forma de matacões e cascalho entremeados por
material de solo.
O contato para-lítico permite, pois, que as raízes das árvores, arbustos e ervas
atinjam profundidades significativas, explorando em água e nutrientes um volume bem
maior de solo do que no contato lítico.
A seguir são apresentados resultados analíticos e a descrição morfológica do
Litólico de contato para-lítico suportando a Floresta Estacional Semidecidual (Laguna,
1997):
26
TABELA 2: Resultados da análise química de solo Litólico encontrado sob a Floresta Estacional Semidecidual. Onde: Al+++ = alumínio trocável; Al + H = acidez titulável, S = soma das bases; CTC = capacidade de troca catiônica; V = saturação de bases, pH = pH em água. Terra fina seca ao ar.
PARÂMETROS HORIZONTES
A 1 AB C/R
Na+ 0,01 0,01 0,01
K+ 5,39 4,17 1,74
Ca++ 18,28 15,84 13,92
Mg++ 5,20 3,60 3,93
Al+++ 0,40 0,32 0,32
Al+++ + H+ 15,60 14,10 13,50
S 22,88 23,62 19,60
CTC 44,48 37,72 33,10
V (%) 64,93 62,62 59,22
pH 6,02 5,85 5,54
TABELA 3: Resultados da análise granulométrica.
HORIZONTES
GRANULOMETRIA A 1 AB C/R
AREIA 49,86 50,93 52,05
SILTE 25,94 20,34 21,15
ARGILA 11,39 10,60 12,60
CLASSE TEXTURAL Franco Arenosa Franco Arenosa Franco Arenosa
A descrição morfológica dos horizontes é apresentada abaixo:
• A 1: 0-15 cm; 5YR3/3 (pardo amarelado escuro*), 5YR3/3,5; franco arenosa; granular,
muito pequena, pequena e média, forte; duro, friável; ligeiramente plástico e
ligeiramente pegajoso; horizontal, clara; raízes abundantes.
• AB: 15- 35 cm; 2,5Y53/4 (pardo avermelhado escuro*), 2,5YR2,5/4; franco arenosa;
granular muito pequena e pequena, forte; ligeiramente duro, muito friável, muito
plástico e pegajoso; ondulada, clara; raízes abundantes.
27
• C/R: 35-75 cm +; embasamento rochoso fragmentado, parcialmente intemperizado;
interstícios preenchidos por material 2,5YR2,5/4 (pardo avermelhado escuro*),
5YR3/3,5 e 5YR3/4 (pardo avermelhado escuro*), 5YR3/4; franco arenosa; granular,
muito pequena, moderada; ligeiramente duro, muito friável, plástico e ligeiramente
pegajoso; raízes comum.
* = cor de solo úmido
Existem lacunas nos dados relativos à caracterização do ambiente físico do
Parque. A informação existente é parcial. As análises de solo foram efetuadas apenas
no trecho da trilha do Jequitibá. É preciso efetuar a caracterização de toda a área,
incluindo o mapeamento das unidades existentes e a capacidade de retenção hídrica
das diferentes unidades. Há informações verbais sobre a existência de antigo depósito
de lixo próximo ao reservatório do DAERP, que constitui área de risco e não edificável.
Pela mesma razão, é preciso também delimitar a área que foi utilizada como cemitério
de animais, bem como incluir o uso de parte da área como antigo reservatório de água
pelo DAERP (recinto do lobo guará), atualizando inclusive o histórico da área.
III.5. FLORA
O Morro de São Bento abriga vegetação de Mata Atlântica com duas fisionomias
distintas: Floresta Estacional Semidecidual e seu subtipo, conhecido como Mata
Dedícua. Esta vegetação, além diferença na fisionomia, apresentam composições
fitossociológicas específicas e típicas.
A Floresta Estacional Semidecídua (FES) está associada a Latossolo Roxo, ao
Litólico de contato para-lítico e à minoritária Terra Roxa Estruturada rasa a
moderadamente profunda, pedregosa (LR-Lip-TRE).
A Mata Decídua está associada a solos muito rasos e rasos (Litólico substrato
basalto), de contato lítico.
O que determinou a instalação da FES no grupo LR-Lip-TRE foi, sem dúvida, sua
maior capacidade de armazenamento de água disponível, em relação ao Litólico de
contato lítico.
28
Na área do Parque, foram realizados levantamentos fitossociológicos na área da
FES (iniciação científica e mestrado, Laguna, V 1997, 2000). Estes trabalhos ilustram a
estrutura daFES em 1997 e 2000, respectivamente. Estes trabalhos amostraram 71
espécies e 60 gêneros, distribuídos em 35 famílias botânicas. O índice de diversidade de
Shanon obtido foi H” = 3,137 nat/ind (1997). Esta análise foi repetida no ano 2000
considerando diferentes extratos: estrato arbustivo H’ = 2,68 nat/ind e equabilidade de
Pielou E = 0,737; estrato arbóreo H’ = 2,89 nat/ind e E = 0,763; para emergentes H’ =
3,40 nat/ind e E = 0,824.
As famílias com maior índice do valor de importância foram Phytolaccaceae,
Meliaceae, Caesalpinaceae, Rutaceae, Piperaceae, Euphorbiaceae, Sapotaceae e
Fabaceae. Destas, as que apresentaram maior número de indivíduos foram Rutaceae,
Meliaceae, Piperaceae, Euphorbiaceae, Phytolaccaceae, Caesalpinaceae, Sapotaceae e
Fabaceae. As espécies com maiores valores de importância foram Gallesia integrifolia,
Holocalyx balansae, Trichilia claussenii, Piper amalago, Metrodorea nigra, Actinostemon
concepsions, Chrysophyllum gonocarpum, Trichilia catigua, Urera bacciferae Cariniana
estrellensis. As espécies mais abundantes são Metrodorea nigra, Actinostemon
concepsions, Piper amalago, Trichilia claussenii, Gallesia integrifolia, Holocalyx
balansae, Chrysophyllum gonocarpum, Galipea multiflora eTrichilia catigua(Laguna,
1997). A Tabela 4 apresenta as famílias, gêneros e espécies encontradas, atualizada com
as espécies encontradas e identificadas no Parque até o ano 2018
A Mata Decídua, assentada no solo Litólico de contato predominantemente
lítico, caracteriza-se pela dominância das espécies angico (Mimosaceae -Anadenanthera
colubrina) e aroeira (Anacardiaceae – Myracroduon urundeuva), que se adaptaram a
solos de baixa capacidade de armazenamento e suprimento de água disponível. Nesta
fisionomia, ocorre acentuada queda foliar nos meses mais secos do ano, uma das
características fisionômicas mais marcantes, além da elevada dominância dos angicos e
aroeiras. Esta fisionomia forma um gradiente com a FES acompanhando o aumento na
profundidade do solo.
No passado muitas espécies foram introduzidas no Bosque, tais como Caryota
urens, cajá mirim, várias espécies de bambus, mangueiras, café e outras. Algumas
possuem características de espécies invasoras, apresentando alta taxa de germinação e
29
desenvolvimento rápido, o que acarreta em prejuízo à regeneração natural das
florestas.
Ambas as fisionomias vegetais estão presentes no Parque desde a época de
aquisição da Chácara Olympia pelo Poder Público, conforme mostra a Planta da Chácara
Olympia, datada de 1911. Os locais onde foram construídos o Zoológico, o Jardim
Japonês, e os prédios administrativos, naquele tempo eram terrenos cultivados. O Dr.
Geraldo Prado Garcia, Diretor do Bosque e Zoológico por cerca de 15 anos, relata a
ocorrência de um grande incêndio na Mata Decídua. A área queimada foi semeada com
sementes de angicos coletadas na Praça São Bento, caracterizando, portanto, esta área
como vegetação secundária.
Em 2018, a equipe do setor de flora do PMMSB (Olga Kotchetkoff Henriques e
os estagiários Henrico Antico e Caue Ankh) realizou o levantamento florístico na área do
Bosque e Zoológico Fábio Barreto visando melhorar o conhecimento da flora existente
e produzir uma chave de identificação botânica que auxiliasse tanto pesquisadores
quanto interessados em conhecer a diversidade de espécies arbóreas existente. Foram
registradas 159 espécies de árvores e arbustos lenhosos, tanto nas matas como no
restante da área. O resultado deste levantamento é apresentado na Tabela 4. A chave
de identificação encontra-se em anexo.
TABELA 4: Lista das famílias, gêneros e espécies encontradas no Parque Municipal do Morro de São Bento, com seus respectivos nomes populares. Estão incluídas nesta lista as espécies presentes na Floresta Estacional Semidecidual, na Mata Decídua e em toda a área do Parque, indicando a origem (ORIG): Nativa (N), Nativas de outras formações (N*) ou exótica (Ex); o grau de ameaça de extinção (CAT): não ameaçado (NA), vulnerável (VU), quase ameaçado (QA), em perigo crítico (PC) ou ameaçado (AM); a categoria sucessional (SUC): pioneira (P) ou não pioneira (NP); e a forma de dispersão (DISP): anemocórica (AN), zoocórica (ZO), autocórica (AU).
Família Espécies Nome popular ORIG CAT SUC DISP
Anacardiaceae Astronium graveolens Guaritá N NA NP AN
Mangifera indica Mangueira Ex NA ZO
Myracrodruon urundeuva Aroeira Preta N VU NP ZO
Spondias mombin Cajá Mirim N* NA ZO
Spondias purpurea Ciriguela N* NA ZO
Annonaceae Annona aff crassiflora Araticum N NA NP ZO
Annona aff montana Falsa Graviola N NA ZO
Annona aff sylvatica Araticum N NA ZO
Rollinia mucosa Biribazeiro N NA NP ZO
Unonopsis lindmanii Pindaíva do Brejo N ZO
30
Família Espécies Nome popular ORIG CAT SUC DISP
Apocynaceae Aspidosperma cylindrocarpon Peroba Rosa N NA NP AN
Aspidosperma polyneuron Peroba Poca N QA NP AN
Aspidosperma parvifolium Guatambu N NA NP AN
Araliaceae Dendropanax cuneatum Maria Mole N NA P ZO
Polyscias fruticosa Árvore da Felicidade Ex NA Schefflerasp Sciadodendron excelsum Carobão N NA P ZO
Arecaceae Caryota urens Rabo-de-peixe Ex NA ZO
Bignoniaceae Handroanthus sp Ipê N Jacaranda cuspidifolia Jacarandá N AN
Tabebuia aff penthaphylla Ipê Rosa Ex AN
Tabebuia chrysotricha Ipê Amarelo N NA NP AN
Tabebuia heptaphylla Ipê Roxo N NA NP AN
Tabebuia impetiginosa Ipê Rosa de Bola N NA NP AN
Tabebuia roseo-alba Ipê Branco Ex NA NP AN
Tecoma stans Ipê de Jardim Ex NA AN
Bombacaceae Ceiba speciosa Paineira N NA NP AN
Pachira aquatica Castanha do Maranhão
N* NA
Pseudobombax grandiflorum Embiruçu N NA NP AN
Boraginaceae Cordia abyssinica Laranjinha Pegajosa Ex ZO
Cordia ecalyculata Café de Bugre N QA NP ZO
Caricaceae Carica papaya Mamoeiro N NA ZO
Jacaratia spinosa Jaracatiá N NA NP ZO
Celastraceae Maytenus floribunda Cafezinho-seco N PC NP ZO
Chrysobalanaceae Licania tomentosa Oiti N* NA ZO
Combretaceae Terminalia catappa Sete Copas Ex NA Terminalia triflora Capitãozinho N NA NP AN
Dilleniaceae Dillenia indica Pataca, Flor de abril Ex NA Euphorbiaceae Actinostemon concepcionis Folha-fedorenta NA
Codiaeum variegatum Cróton Ex NA Croton piptocalyx Caixeta N NA P AU
Croton sp Joannesia princeps Cotieira, Boloteira N NA Manihotaff.grahamii Mandioca Brava N NA Ricinus communis Mamona NA Synadenium grantii Janaúba Ex
Fabaceae Acacia polyphylla Monjoleiro N NA P AU
Albizia niopoides Farinha Seca N NA AU
Anadenanthera colubrina Angico N NA NP AU
Caesalpinia echinata Pau-Brasil N* AM AU
Caesalpinia ferrea Pau-Ferro N NA Caesalpinia pluviosa Sibipiruna N NA AU
Copaifera langsdorffii Óleo de Copaíba N QA NP ZO
Dalbergia nigra Jacarandá da Bahia N* VU Delonix regia Flamboyant Ex NA
31
Família Espécies Nome popular ORIG CAT SUC DISP
Enterolobium contortisiliquum Orelha de Negro N NA P AU
Erythrina speciosa Mulungu N NA P AU
Gliricidia sepium Cacaueira Ex NA Holocalyx balansae Alecrim de campinas N NA NP AU
Hymenaea courbaril Jatobá N QA NP ZO
Inga aff.stenoptera Ingá da Várzea N* NA ZO
Inga edulis Ingá Cipó N* NA NP ZO
Inga laurina Ingá Feijão N NA NP ZO
Inga sessilis Ingá Ferradura N NA P ZO
Leucaena leucocephala Leucena Ex NA AU
Lonchocarpus cultratus Embira de Sapo N NA NP AU
Machaerium aculeatum Jacarandá de Espinho N NA P AN
Machaerium stiptatum Sapuva N NA NP AN
Machaerium villosum Jacarandá Paulista N QA NP AN
Mimosa caesalpiniifolia Sansão do Campo Ex NA Myroxylon peruiferum Bálsamo N VU NP AN
Peltophorum dubium Canafístula N QA P AU
Platycyamus regnellii Pau-Pereira N NA NP AU
Pterocarpus rohrii Aldrago, Pau-sangue N NA NP AN
Pterogyne nitens Amendoim Bravo N NA NP AN
Schizolobium parahyba Guapuruvu N NA P AU
Senna macranthera Manduirana N NA P AU
Tipuana tipu Tipuana Ex NA AN
Flacourtiaceae Casearia gossypiosperma
Pau-Espeto Lagarteiro
N NA P ZO
Lauraceae Nectandra megapotamica Canelinha N NA NP ZO
Lecythidaceae Cariniana estrellensis Jequitibá Branco N QA NP AN
Cariniana legalis Jequitibá Rosa N QA NP AN
Lecythis pisonis Sapucaia N NA NP AU/ZO
Magnoliaceae Micheliachampaca Magnolia Amarela Ex AU
Malpighiaceae Bunchosia armeniaca Falso-guaraná Ex ZO
Malpighia emarginata Acerola Ex NA ZO
Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis
Mimo-de-venus, Hibisco
Ex NA
Melastomataceae Tibouchina glandulosa Quaresmeira N* NA P AN
Meliaceae Cedrela fissilis Cedro Rosa N QA NP AN
Guarea guidonia Marinheiro N QA NP ZO
Guarea kunthiana Marinheirão N QA NP ZO
Swietenia mahagoni Mogno N* Trichilia catigua Catiguá N NA NP ZO
Trichilia claussenii Catiguá-vermelho N NA NP ZO
Trichilia hirta Catiguá N QA NP ZO
Moraceae Artocarpus integrifolia Jaqueira Ex ZO
Ficus citrifolia Figueira N NA NP ZO
Ficus leprieurii Figueira triangular Ex ZO
Ficus microcarpa Figueira Ex ZO
32
Família Espécies Nome popular ORIG CAT SUC DISP
Ficus obtusifolia Figueira N NA ZO
Ficus trigona Gameleira N ZO
Maclura tinctoria Taiuva, Amora Branca
N NA NP ZO
Morus sp Amora Ex ZO
Myrtaceae Eugenia brasiliensis Grumixama N VU NP ZO Eugenia involucrata Cereja do Rio Grande N NA NP ZO
Eugenia pyriformis Uvaia N NA NP ZO
Eugenia speciosa Laranjinha do Mato N NA NP ZO
Eugenia uniflora Pitanga N NA NP ZO
Myrcianthes pungens Guabiju N NA NP ZO
Myrciaria glazioviana Cabeludinha N NA ZO
Syzygium cumini Jambolão Ex NA ZO
Syzygium jambos Jambo Rosa Ex NA ZO
Psidium guajava Goiabeira N NA ZO
Muntinginaceae Muntingia calabura Calabura Ex NA ZO
Nyctaginaceae Guapira hirsuta Maria Mole N NA ZO
Guapira opposita Maria Mole N NA NP ZO
Phytolaccaceae Gallesia integrifolia Pau d'Alho N NA NP AN
Piperaceae Piper aduncum Pimenta-de-macaco Ex NA Piper amalago Paribaroba N NA Piper arborium Fruto-de-morcego N
Polygonaceae Triplaris sp Rhamnaceae Colubrina glandulosa Sobrasil N NA NP ZO
Rhamnidium elaeocarpum Saraguají N NA NP ZO
Rubiaceae Chomelia pohliana Mentolzinho N NA ZO
Coffea arabica Café Ex NA ZO
Coutarea hexandra Murta-do-mato N NA NP AN
Genipa americana Genipapo N NA NP ZO
Randia armata Limoeiro do mato N NA ZO
Simira sampaioana Maiate N NA NP AN
Rutaceae Citrus sp ZO
Conchocarpus pentandrus Laranjinha-brava N AU
Esenbeckia febrifuga Laranjeira-do-mato N NA NP AU
Esenbeckia grandiflora Chupa-ferro N NA NP AU
Esenbeckia leiocarpa Guarantã N NA NP AU
Galipea jasminiflora Carrapateiro N NA NP AU
Metrodorea nigra Chupa-ferro N NA NP AU
Murraya exotica Murta-de-cheiro Ex NA ZO
Pilocarpus pennatifolius Crista-de-peru N NA NP AU
Salicaceae Prockia crucis Cambroé N NA Sapindaceae Allophylus edulis Fruta-de-pombo N NA P ZO
Cupania vernalis Arco-de-barril N NA NP ZO
Diatenopteryx sorbifolia Maria-preta N NA P AN
Dilodendron bipinattum Maria-podre N VU P AN
Sapindus saponaria Sabão-de-mico N NA Sapotaceae Chrysophyllum gonocarpum Aguaí N NA NP ZO
33
Família Espécies Nome popular ORIG CAT SUC DISP
Pouteria caimito Abio N NA NP ZO
Solanaceae Brunfelsia uniflora Manacá-de-jardim N NA NP ZO
Solanum argenteum Folha prata N NA ZO
Solanum paniculatum Jurubeba N NA P ZO
Sterculiaceae Guazuma ulmifolia Mutambu N NA P ZO
Sterculia striata Chichá N NA AU
Theophrasteaceae Clavija nutans Clavija N QA NP ZO
Tiliaceae Luehea divaricata Açoita Cavalo Miúdo N NA NP AN
Luehea grandiflora Açoita Cavalo N NA NP AN
Ulmaceae Trema micrantha Grandiúva N NA P ZO
Urticaceae Cecropiapachystachya Embaúba N NA P ZO
Urerabaccifera Urtiga N NA Verbenaceae Aloysia virgata Lixeira N* NA P AN
Duranta repens Pingo-de-ouro Ex ZO
O manejo da vegetação do Parque inclui o monitoramento das espécies que
possam oferecer riscos aos visitantes, animais e edificações. Neste sentido, são
previstas podas ou extrações, quando o estado fitossanitário do exemplar comprometer
o exemplar e não houver alternativas que possibilitem a manutenção da árvore.
Exemplo é a peroba rosa existente próximo à administração do parque, que apresenta
grande lesão na base do tronco. Em 2002, o Laboratório de Anatomia e Identificação de
Madeiras do Departamento de Ciências Florestais - ESALQ/USP (Tomazzeli, 2002),
realizou análise do tronco desta árvore com penetrógrafo, concluindo pela possibilidade
da instalação de estaiamento que permitisse a conservação da árvore. Após cálculo dos
esforços a que a árvore é submetida, foi dimensionado um sistema de estaiamento,
implantado em 2003 e que vem sendo monitorada desde então. Em 2015 foram
realizadas novas análises com resistógrafo e ultrassom (Brasil, 2015) e manutenção da
estrutura de estaiamento. Estas análises e manutenção do sistema de estaiamento
devem ser realizadas periodicamente, visto que a árvore é um ser vivo e apresenta
crescimento, além do desgaste natural ao longo do tempo da estrutura implantada.
Entre 2011 e julho de 2019, foram extraídas 69 árvores no PMMSB em razão de
morte ou senescência (31), lesão ou risco de queda (29) ou outras razões (9). Neste
período ocorreu a queda de outras 6 árvores. Foram realizados plantios para reposição
destas árvores, mas estes não foram devidamente registrados e acompanhados.
Também não ocorreram na quantidade indicada nas autorizações de extração. A morte
e a queda de árvores e galhos é ocorrência normal em ambientes naturais. Em áreas
34
onde estas ocorrências possam provocar acidentes é necessário a intervenção humana
para minimizar os riscos. Considerando que a área do parque é pequena para efeito de
conservação da vegetação natural, a reposição das árvores perdidas é necessária. Ao
efetuar a reposição, devem ser observados alguns critérios: a reposição deve ser
efetuada com a quantidade suficiente para garantir o repovoamento da área danificada,
utilizar apenas espécies nativas de ocorrência natural na vegetação existente e os
plantios devem respeitar as densidades e diversidade de espécies existentes. Não
podem ser introduzidas espécies exóticas no Parque. Existe dificuldade na obtenção de
mudas das espécies e quantidades apropriadas para a reposição. Esta dificuldade
reforça a necessidade de coleta e cultivo de sementes, seja o cultivo realizado no Horto
Municipal, em área do PMMSB ou em parceria com outros viveiros de mudas da região.
A partir de 2017, foram observadas a morte de exemplares adultos de pau-
d’álho, tanto no interior da mata como fora. Estas mortes são atribuídas a alguma
doença, fungo ou broca, mas não há um diagnóstico conclusivo. Nenhum tratamento
fitossanitário está sendo efetuado, nem a remoção dos exemplares já mortos. A maioria
dos paus d’alho mortos apresentam porte muito elevado e situam-se dentro da mata,
acarretando em grande dificuldade para extração, alto risco de danos na vegetação do
entorno e elevado custo operacional.
TABELA 5 : Dados do manejo da vegetação no PMMSB: quedas e extração de árvores.
EXTRAÇÃO 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019* TOTAL
Árvore seca ou senescente
12 4 4 5 0 5 1 0 3 34
Lesão e risco de queda
1 6 9 3 2 3 4 1 0 29
Outros 1 7 1 0 9
Total 13 11 20 8 2 8 6 1 3 72
Queda de árvores
1 1 2 1 1 1 7
TOTAL 13 11 21 8 3 10 7 2 4 79
• Até julho
III.6. FAUNA
35
A fauna macroscópica em liberdade no parque é composta por espécies nativas
como tatus (Dasypus novemcinctus e Euphractus sexcinctus), gambás (Didelphis
albiventris) entre outras, presentes em toda a área do Parque. Há ainda espécies
introduzidas em liberdade, como os bugios (Alouatta caraya); almas-de-gato (Piaya
cayana), cutias (Dasyprocta sp.), tucanos (Ramphastus toco), caracará (Polyborus
plancus), saguis (Callithrix penicillata), saracura (Aramides cajanea). Algumas dessas
espécies enfrentam problemas devido à área relativamente pequena do Parque e com
a urbanização de sua vizinhança. Os filhotes destes animais são atacados por animais
domésticos (cães e gatos), e os animais arborícolas, como os macacos, muitas vezes são
apedrejados ou acabam sendo eletrocutados ao colocar as mãos na rede elétrica
circundante.
A população de bugios presente no parque foram objeto de estudos científicos,
enfocando seus hábitos alimentares e estrutura social. Os resultados mostram que há
necessidade de compatibilizar o manejo da flora com os deslocamentos dos bugios,
atuais e potencialmente utilizáveis. O plantio de árvores nativas de grande porte em
reposição aos exemplares perdidos é essencial para proporcionar rotas de
deslocamentos para estes animais. Igualmente importante é o plantio de espécies que
possam fornecer alimentos a estes animais, visto que os estudos mostraram que 25,5%
da dieta dos bugios corresponde à Caryota, e 40% corresponde a espécies exóticas. A
Caryota é uma espécie exótica que vem provocando interferências significativas na
regeneração natural da área da floresta, cujo manejo indicado é a eliminação.
A presença de fiação aérea (CPFL) no entorno do parque tem provocado alguns
acidentes envolvendo a fauna, principalmente de primatas. Há necessidade de buscar
soluções para evitar acidentes, como a troca ou isolamento dos fios.
Não existem estudos sobre outras populações de vertebrados que habitam o
parque, como as cotias, p.ex. Os problemas relatados são: atropelamento em vias
vizinhas, dificuldade em acompanhar o bando (falta de marcação), filhotes atacados por
cães e gatos errantes que entram no parque. Embora as cotias estejam representadas
no logotipo do Bosque e Zoológico, há pouco conhecimento sobre os hábitos desta
espécie, o tamanho populacional, seus deslocamentos e pontos de passagens, etc.
Há ainda a fauna restrita ao Zoológico, confinada em recintos, que se compõe de
um acervo de animais e aves predominantemente da fauna nativa regional, sendo que
36
algumas espécies já não se encontram nas matas e cerrados dessa região, como as onças
pintadas (Panthera onca), e outras que vem tornando-se raras, como o cachorro-do-
mato (Cerdocyon thous), o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) e o tamanduá-bandeira
(Myrmecophaga tridactyla). Algumas espécies da fauna alienígena também se
encontram nesse acervo. São animais asiáticos e africanos, mantidos pela atração que
exercem sobre os visitantes e para comparação de fauna no trabalho de Educação
Ambiental. São elas: leão (Panthera leo), babuíno-sagrado (Papio hamadryas), pavões
(Pavo cristatus) e veados-sambar (Cervus unicolor), estes últimos, em extinção em seu
território de origem.
Não menos importantes são as inúmeras espécies de invertebrados, que
desempenham funções importantes como, p. ex., polinizadores ou decompositores.
Algumas das espécies de invertebrados, como cupins, brocas e formigas, são
responsáveis por problemas na vegetação do Parque, devido a desequilíbrios ecológicos
existentes. A instalação do meliponário no Parque contribui de forma efetiva na
manutenção da flora existente.
TABELA 6: Relação dos animais em liberdade observados no Parque Municipal do Morro de São Bento.
37
CLASSE FAMILIA ESPÉCIE NOME VULGAR
MAMÍFEROS Atelidae Alouatta caraya Bugio-preto
MAMÍFEROS Callitrichidae Callithrix penicillata Sagui-de-tufo-preto
MAMÍFEROS Dasyproctidae Dasyprocta azarae Cutia
MAMÍFEROS Cuniculidae Cuniculus paca Paca
MAMÍFEROS Didelphidae Didelphis albiventris Gambá-de-orelha-branca
MAMÍFEROS Dasypodidae
Dasypus novemcinctus Tatu-galinha
MAMÍFEROS Dasypodidae Cabassous chacoensis Tatu-de-rabo-mole-
pequeno
RÉPTEIS
RÉPTEIS
Teiidae Tupinambis merianae Teiú
RÉPTEIS Colubridae Sibymomorphus mikanii Dormideira
RÉPTEIS Dipsadidae. Oxyhropus guibei Falsa-coral
AVES Psittacidae
Psittacidae
Psittacidae
Amazona amazonica Papagaio-do-mangue
AVES Psittacidae Psittacara leucophthalmus Jandaia-maracanã
AVES Psittacidae Aratinga auricapillus Jandaia-mineira
AVES Psittacidae Brotogeris chiriri Periquito-de-encontro-
amarelo AVES Falconidae Caracara plancus Carcará
AVES Accipitridae
Accipitridae
Rupornis magnirostris Gavião-carijó
AVES Accipitridae Mivalgo chimachima Gavião-carrapateiro
AVES Accipitridae Buteo galluslacermulatus Gavião-pombo-pequeno
AVES Strigidae Bubo virginianus Jacurutu
AVES Cathartidae Coragyps atratus Urubu-de-cabeça-preta
AVES Ardeidae Ardea alba Garça-branca-grande
AVES Ardeidae Tigriso malineatum Socó-boi
AVES Ardeidae Butorides striata Socozinho
AVES Threskiornithidae
Threskiornithidae
Mesembrinibis cayennensis Coró-coró
AVES Threskiornithidae
Threskiornithidae
Theristicuscaudatus Curicaca
AVES Rallidae Aramides cajaneus Saracura-três-potes
AVES Cariamidae Cariama cristata Seriema
AVES Cracidae Penelope superciliaris Jacupemba
AVES Ramphastidae Ramphastos toco Tucano-toco
AVES Corvidae Cyanocorax chrysops Gralha-do-mato
AVES Corvidae Cyanocorax cristatellus Gralha-do-campo
AVES Tyrannidae Pitangus sulphuratus Bem-te-vi
AVES Turdidae
Turdus amaurochalinus Sabiá-poca
38
AVES Turdidae Turdus subalaris Sabiá-ferreiro
AVES Turdidae Turdus leucomelas Sabiá-barranco
AVES Thraupidae
Thraupidae
Thraupidae
Euphonia chlorotica Fim-fim
AVES Thraupidae Thraupis sayaca Sanhaço-cinzento
AVES Thraupidae Coereba flaveola Cambacica
AVES Thraupidae Eucometis penicillata Pipira-da-taoca
AVES Tyrannidae Tyrannus melancholicus Suiriri
AVES Tyrannidae Myiozetetes similis Bentevizinho-de-topete-
vermelho AVES Tyrannidae Myiodynastes maculatus Bem-te-vi-rajado
AVES Nyctibiidae Nyctibius griseus Urutau
AVES Passeridae Passear domesticus Pardal
AVES Columbidae Patagioena spicazuro Pomba-asa-branca
AVES Columbidae Zenaida auriculata Pomba-de-bando
AVES Columbidae Columbina talpacoti Rolinha-caldinho-de-feijão
AVES Columbidae Columba livia Pombo-domestico
AVES Columbidae Patagioena scayennensis Pomba-galega
AVES Trochilidae Eupetonena macroura Beija-flor-rabo-de-tesoura
AVES Picidae Colapts campestris Pica-pau-do-campo
AVES Picidae Colapts melanochloros Pica-pau-carijó
AVES Picidae Picumnus albosquamatus Picapau-anão-escamado
AVES Icteridae Molothrus bonariensis Vira-bosta
AVES Cuculidae
Cuculidae
Guira guira Anu-branco
AVES Cuculidae Crotophaga ani Anu-preto
AVES Cuculidae Piaya cayana Alma-de-gato
AVES Furnariidae Furnarus rufus João-de-barro
AVES Icteridae Icterus pyrrhopterus Encontro
AVES Troglodytidae Troglodytes musculus Corruira
AVES Emberizidae Zonotrichia capensis
Tico-tico
AVES Alcedinidae Megaceryle torquata Martim-pescador-grande
AVES Anatidae Dendrocygna viduata Irerê
AVES Hirundinidae Pygochelidon cyanoleuca Andorinha-pequena-de-
casa
O aumento do acervo de animais em cativeiro deve respeitar a capacidade do
zoológico em receber novos animais, vinculado à existência de recintos apropriados à
espécie e à densidade populacional já existente. Antes da inclusão de novos animais no
39
plantel deve ser avaliada a sensibilidade do animal às condições existentes no local, visto
que o zoológico ocupa área com ocorrência de ruídos advindos das atividades urbanas
no entorno, é bastante sombreada e situada em encosta, portanto apresenta
declividade. O objetivo geral deste zoológico, como já disposto no Plano de Manejo
original, é abrigar preferencialmente animais da fauna regional, sendo que os animais
de fauna exótica deverão possuir adaptabilidade ao clima local.
O acesso de animais domésticos como cães e gatos é vetado na área do zoológico
devido ao risco de transmissão de doenças e predação dos animais existentes em
liberdade ou em cativeiro na área. Nesta revisão do Plano de Manejo, está sendo
incluído o manejo dos animais de vida livre domésticos e/ou prejudiciais como gatos,
ratos, pombos, cães, urubus e outros.
IV. FATORES SÓCIO-ECONÔMICOS
IV.1. CARATERÍSTICAS DA POPULAÇÃO – DEMOGRAFIA (atualização parcial)
O município de Ribeirão Preto possui área de 651 km2, sendo 477 km2 a área do
distrito sede e 174 km2 a área do distrito de Bonfim Paulista.
Entre as 20 maiores cidades de São Paulo, Ribeirão Preto foi a que
proporcionalmente mais cresceu nos últimos cinco anos. Segundo dados do IBGE, a
população total do município no último censo (2010) foi de 604.682 pessoas, sendo
estimada a população de 694.534 habitantes em 2018, resultando na densidade
demográfica de 928,92 hab/km2. Praticamente toda a população encontra-se em área
urbana. A escolarização na faixa de 6 a 14 anos atinge 96,9% (2010). O IDHM – índice
de Desenvolvimento Humano Municipal - vem crescendo: 0,626 em 1991, 0,733 em
2000 e 0,800 em 2010. O PIB per capita em 2015 foi de R$ 41.736,07.
Considerando-se a distribuição da população segundo o sexo, estima-se que, em
1994, existiam 228.772 homens e 241.831 mulheres. Com relação à distribuição da
população por faixas etárias, ocorreram grandes alterações no período entre 1980 e
1991. A população jovem baixou de 30,6% em 1980 para 29,8% em 1991. O percentual
de população acima de 50 anos passou de 14,7% em 1980 para 16,2% em 1991.
40
O número de eleitores apresentou aumento da ordem de 69,04% no período
entre 1981 e 1994. O município conta hoje com 271.612 eleitores, o que corresponde,
aproximadamente, a 57,72% da população total.
IV.2. SISTEMA VIÁRIO DE ACESSO
O município de Ribeirão Preto situa-se a Nordeste do estado de São Paulo, na
sub-região da Bacia do Rio Pardo, denominada Médio Pardo. Os limites do município
estão aproximadamente entre as latitudes 21o 00’S e 21o30’S e longitude 47o35’W e
48o00’W.
Ribeirão Preto encontra-se bem localizada no estado de São Paulo, estando
servida por diversas rodovias que facilitam o acesso entre regiões (Tabela 7):
TABELA 7: Principais rodovias de acesso a Ribeirão Preto.
_______________________________________________________________________
Rodovias de Acesso Eixo
SP 330 Anhanguera Ribeirão Preto - São Paulo
SP 334 Candido Portinari Ribeirão Preto - Franca
SP 332 Atílio Balbo Ribeirão Preto - Sertãozinho
SP 225 Antonio Machado Santanna Ribeirão Preto - Araraquara
SP 333 AbrãoAssed Ribeirão Preto - Cajuru
SP 291 MarioDonega Ribeirão Preto - Pradópolis
SP 328 - Anel Viário
TABELA 8: Distâncias aproximadas de Ribeirão Preto às cidades mais próximas no
interior do estado (km).
CIDADE DISTÂNCIA CIDADE DISTÂNCIA
Altinópolis 68 Pirassununga 100
Araraquara 89 Pradópolis 81
Barretos 122 Orlândia 57
Batatais 41 Mococa 100
41
Bebedouro 110 São Simão 45
Cravinhos 14 São Carlos 116
Cajuru 55 Santa Rita 66
Catanduva 154 Santa Rosa 68
Ituverava 108 São Joaquim da Barra 80
Franca 92 São Paulo 319
Porto Ferreira 78 Sertãozinho 22
IV. 3. CONJUNTURA ECONÔMICA (sem atualização)
Com base nas informações constantes no Relatório do Macrozoneamento (1995)
na Bacia do Rio Pardo, o compartimento Médio-Pardo é aquele que apresenta maior
diversificação industrial devida, principalmente, ao Parque Industrial de Ribeirão Preto.
Os segmentos industriais mais expressivos são: metal-mecânica, celulose e papel,
matérias plásticas, têxtil e calçados, sucro-alcooleira e bebidas.
A cidade de Ribeirão Preto exerce forte polarização sobre este compartimento
da Bacia do Rio Pardo. O compartimento Médio-Pardo é formado pelos seguintes
municípios, incorporando total ou parcialmente suas áreas: Altinópolis, Brodosqui,
Cajuru, Cássia dos Coqueiros, Cravinhos, Jardinópolis, Ribeirão Preto, Sales de Oliveira,
Santa Rosa do Viterbo, São Simão, Serra Azul, Serrana, Batatais e Santo Antônio da
Alegria. Estas cidades possuem individualmente população inferior a 25.000 habitantes,
o que garante expressiva hegemonia a Ribeirão Preto, que possui forte expressão como
centro regional de comércio e serviços de educação e saúde.
IV.4. INFRA-ESTRUTURA
O acesso ao PMMSB, na área do Bosque Fábio Barreto, onde está instalado o
Jardim Zoológico, maior polo atrativo do Parque, pode ser feito pelas portarias da rua
Liberdade e Portão dos Teatros. A portaria da rua Liberdade é o acesso principal, onde
existe uma catraca instalada, para contagem do número de visitantes. O Portão dos
Teatros em geral permanece fechado, abrindo em ocasiões especiais ou por necessidade
42
de acesso de serviços. Existem dois acessos de serviços, um pela Av. Capitão Salomão e
outro pela rua Tamandaré. Há um estacionamento interno exclusivo para funcionários
com acesso pela av Capitão Salomão e outro próximo à entrada da rua Liberdade, com
26 vagas. O Bosque e Zoológico dispõe de três sanitários públicos (masculino e
feminino); Centro de Educação Ambiental; Praça de Alimentação; Recanto das Aves;
Área Multi-Lazer; Administração do Parque; duas trilhas para visitação a pé: trilha do
Jequitibá, aberta apenas para visitas monitoradas, e trilha dos Angicos, atualmente
fechada; Jardim Japonês e Mirante. O antigo prédio do restaurante do bosque hoje
abriga a Casa da Ciência, que alterna uso institucional (Centro de Professores) com
serviço do parque (quando foi centro de visitantes ou quando é utilizada em eventos).
A circulação interna na área do Bosque e Zoológico ocorre principalmente em
vias asfaltadas. Existem pontos de gargalo nesta circulação, em trechos estreitos e com
curvas muito acentuadas, como a esquina em frente à educação ambiental, a curva
próxima ao recinto dos leões, e outros que dificultam o trânsito de caminhões de
manutenção. Quanto maiores os caminhões, maiores as dificuldades. Tendo em vista a
vegetação presente e a necessidade de manejo da mesma, estes gargalos constituem
impedimento para a realização de alguns serviços. O Jardim Japonês possui um pórtico
Tori na sua entrada cuja baixa altura impede o acesso de caminhões de poda, de
bombeiros e outros. Recomenda-se a compatibilização da circulação interna de forma
a permitir o acesso de equipamentos de bombeiros aos principais pontos do parque.
Recomenda-se também adquirir equipamentos mais leves para manejo da vegetação e
prevenção de incêndios, tais como pequenos tratores com ou sem caçambas
elevatórias.
A lotação máxima admitida para o parque é de tês pessoas por metro quadrado.
Para se obter o número de máximo de visitantes na área do Bosque e Zoológico, deve-
se calcular as áreas de circulação do parque abertas à visitação, excluindo as áreas com
acesso restrito ao visitante (setor extra, área dos recintos, áreas de jardins e vegetação,
outros) e multiplicar por 3. O número de sanitários deve ser compatível com a lotação
máxima do parque.
Na Área Cultural estão a Casa da Cultura Juscelino Kubsticheck, Escola de Artes
“Candido Portinari”, Biblioteca Municipal “Guilherme de Almeida”, Teatro de Arena
“Jaime Zeiger”, Teatro Municipal de Ribeirão Preto, Gabinete da Secretaria Municipal da
43
Cultura; Praça São Bento e uma base da polícia militar (Lei Complementar 2968, de 20
de maio de 2019, publicada no Diário Oficial de 30 de maio de 2019 – concedeu direito
real de uso da antiga casa do radioamador à Policia Militar do Estado de São Paulo).
No Conjunto Poli-Esportivo Elba de Pádua Lima situam-se o gabinete da
Secretaria Municipal de Esportes, o Ginásio Gavino Virdes, quadras poliesportivas,
piscina, pista de atletismo e campo de futebol.
Diversas atividades a serem desenvolvidas no PMMSB vem sendo elaboradas,
tendo como base as diretrizes estabelecidas neste Plano de Manejo, Programa de Uso
Público
IV.5. EXPECTATIVA DE VISITAÇÃO
Os setores do Bosque e Zoológico, área Cultural e Cava do Bosque apresentam
expectativa de visitação diferenciadas, associadas às diferentes atividades
desenvolvidas em cada setor.
O número de visitantes do Bosque é aferido através de catraca instalada na
portaria da rua Liberdade. Esta contagem foi efetuada após a criação do parque,
permaneceu inativa por vários anos e foi retomada em julho de 2018 (Tabela 9).
De acordo com a experiência no local, são considerados dois grupos básicos de
visitantes ao Parque Municipal do Morro de São Bento:
a) o grupo ligado às instituições de ensinos - alunos e monitores;
b) o grupo de visitação informal, formado por pessoas de diferentes idades,
classes sociais e procedências.
O principal público potencial está ligado às instituições de ensino do município e
região. Segundo a Secretaria Municipal da Educação e Delegacias de Ensino, em 1997,
havia 100.000 alunos de 1o e 2o graus no município. De acordo com o site do IBGE, este
número tem mostrado com pouca variação (Figura 3). As visitas deste grupo são sempre
agendadas e concentradas nos dias da semana, exceto sábados e domingos. O público
procedente de instituições de ensino de 3o grau em geral apresenta uma demanda de
visitação voltada a assuntos específicos.
44
No grupo de visitação informal, a maior procura ocorre aos finais de semana,
quando afluem visitantes provenientes não só de Ribeirão Preto, como de cidades
vizinhas. São poucas as cidades que possuem parques com as características do PMMSB
na região, exceto São Carlos, Piracicaba, Americana, São José do Rio Preto e Uberaba. É
comum a presença de pessoas e escolas provenientes de municípios distantes até 120
km em linha reta de Ribeirão Preto. O número de visitantes durante os finais de semana
gira em torno de 2.000 pessoas, podendo atingir mais de 5000 pessoas em alguns
momentos.
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/ribeirao-preto/panorama
45
Figura 3: Número de alunos matriculados em Ribeirão Preto entre 2005 e 2018.
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/ribeirao-preto/panorama
Ensino Superior: USP, UNAERP, BARÃO DE MAUÁ, UNIP, ANHANGUERA,
ESTÁCIO DE SÁ, FACULDADE DE RIBEIRÃO PRETO,
A Região Administrativa de Ribeirão Preto, que é formada por 25 municípios, compreende uma
população de 1,2 milhões de habitantes e conta com 38 mil alunos no ensino superior, dos quais 77%
estão matriculados no setor privado e 23% no público. A região registrou um crescimento no número
de ingressantes em cursos presenciais de nível superior. Em 2009, este dado apontava para um total
de 11.288 alunos matriculados, e esse número atingiu 12.072 em 2010. O total de concluintes nessa
mesma modalidade de ensino superior também cresceu: foi de 6.495 em 2009, para 7.113 em 2010.
Ribeirão Preto conta com 14 IES privadas e 4 públicas. Esse número representa um crescimento de
64% no total de IES na região desde 2000.
http://www.semesp.org.br/portal/pdfs/publicacoes/mapa_do_ensino_superior_sp_2012.pdf
46
Rede Municipal de Ensino de Ribeirão Preto
Professor Emergencial Efetivo
PEB I 258 1.436
PEB II 235 522
PEB III 114 227
Total Geral 2.792
Fonte: Setor de Tecnologia da Informação
Data-base: 16 de janeiro de 2019
ESCOLAS MUNICIPAIS
TIPO QUANTIDADE PARCIAL INTEGRAL Parcial e Integral
CEIs 35 - 35 -
EMEIs 41 20 - 21
EMEFs 31 31 - -
Educação Especial 1 1 - -
Ensino Profissionalizante
1 1 - -
TOTAL 109 53 35 21
ESCOLAS CONVENIADAS
TIPO QUANTIDADE
Ed. Infantil 19
Ed. Especial 5
TOTAL 24
FONTE: https://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/seducacao/i15atend05.php
47
QUANTIDADE DE ALUNOS MATRICULADOS
48
TABELA 9: Quantidade de visitantes no PMMSB – Bosque e Zoológico Fábio Barreto -de
1999 a 2018.
TABELA 10: Número de visitantes contabilizados na catraca instalada no acesso ao
Parque – Bosque e Zoológico Fábio Barreto.
Segundo semestre de 2018
Mês N0 Alunos N0 Escolas Catraca
Julho 492 8 18516
Agosto 485 14 21144
Setembro 552 14 26222
Outubro 576 14 21658
Novembro 601 14 21425
Dezembro 686 14 26197
TOTAIS 3392 78 135162
ANO
NUMERO
DE
ALUNOS
obs
1999 30.790
2000 61.039
2001 40.666
2002 34.797
2003 14.790 até julho
2004 #
2005 #
2006 #
2007 #
2008 #
2009 #
2010 #
2011 25.000
2012 #
2013 31.150
2014 22.935
2015 14.083
2016 20.470
2017 16.012
NÚ
ME
RO
DE
ALU
NO
S
2018 142.685
2019* 165.031 até julho
total 619.448
média 47.650
CATRACA
49
Primeiro semestre de 2019
Mês N0 Alunos N0 Escolas Catraca
Janeiro 25 1 25613
Fevereiro 52 2 12772
Março 136 4 19836
Abril 559 15 18099
Maio 1534 40 19594
Junho 1207 29 28987
Julho 740 21 40130
TOTAIS 213 7 165.031
VISITANTES DOS TEATROS E DA CAVA DO BOSQUE.
Os visitantes na Zona Cultural são aqueles em busca de atividades culturais
oferecidas ou para participar das escolas de arte ou visitas orientadas direcionadas à
educação patrimonial, principalmente.
Os visitantes da Cava do Bosque são aqueles que buscam espaço para prática esportivas,
principalmente aqueles matriculados nas escolas de formação de atletas mantidas no
local.
VISITAÇÃO DA CASA DA CIËNCIA.
Atualmente o espaço da Casa da Ciência está ocupado pelo Centro de Avaliação,
Aperfeiçoamento e Formação - CAAF - de professores da rede municipal, ligado à
Secretaria da Educação. Neste espaço são feitas as formações de coordenadores e
professores da rede municipal, que compreende o total de cerca de 3000 professores.
V. MANEJO E DESENVOLVIMENTO
V.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
O objetivo do Plano de Manejo é estabelecer diretrizes para a preservação dos
ecossistemas naturais, manutenção da diversidade biológica, recuperação das áreas
50
degradadas e promoção da educação ambiental e proteção do patrimônio cultural e
natural existente estabelecendo-se os seguintes objetivos específicos:
a) definir diretrizes básicas para a organização espacial e para uso adequado dos
recursos naturais e culturais;
b) fomentar a educação ambiental como forma de assegurar a preservação dos
recursos naturais, através de atividades educativas, lúdicas e de observação e
interpretação da natureza;
c) administrar o PMMSB possibilitando o cumprimento de suas funções de
preservação e/ou conservação, educação, científica, de recreação e lazer;
d) estabelecer critérios e fixação de normas limitadoras de uso dos recursos
naturais em áreas de importância paisagística, florística e faunística;
e) recuperar as áreas degradadas, através da agilização dos processos naturais
ou pelo uso de técnicas alternativas adequadas;
f) propiciar o desenvolvimento de atividades recreativas, compatíveis com os
preceitos conservacionistas;
g) manter atividades permanentes de fiscalização, visando a proteção dos
recursos naturais e instalações físicas, bem como segurança dos visitantes e
funcionários.
V.2. FATORES CONDICIONANTES E PREMISSAS BÁSICAS
O Parque Municipal do Morro de São Bento, além dos objetivos gerais de manejo
definidos preliminarmente, deverá contar para sua total institucionalização com as
seguintes premissas básicas:
a) o plano deverá ser adotado, como norma de administração, em sua íntegra;
b) deverão ser viabilizados recursos financeiros para implantar equipamentos,
infraestrutura e quadro funcional necessários para a implementação efetiva dos
setores destinados ao uso público, manutenção das estruturas físicas e conservação
dos ecossistemas;
c) deverão ser viabilizados convênios objetivando a fiscalização global da unidade, o
desenvolvimento de pesquisas, a implementação de equipamentos e o aporte de
recursos materiais e financeiros.
51
O Plano de Manejo deve ser revisto periodicamente. A estrutura do Plano, ou
seja, o zoneamento, seus objetivos e normas, devem ser entendidos como eixos
norteadores da atuação do Plano de Manejo e devem ser respeitados. Entretanto, a
revisão periódica dos programas de manejo deve ser efetuada, visando a atualização e
aprimoramento dos mesmos. As revisões do Plano de Manejo devem ser efetuadas pela
equipe técnica do parque, das secretarias envolvidas e membros convidados; deverão
ser submetidas à aprovação do Conselho Gestor, ratificadas pelo COMDEMA, dando-se
a devida publicidade e transparência.
V.3. ZONEAMENTO
Em função das características físico-biológicas, descritas acima, e das atividades
já estabelecidas no Parque, foi instituído o zoneamento do PMMSB, contendo as
seguintes zonas:
Z I - Zona Administrativa e de Uso Especial
Z II - Zona de Uso Intensivo
Z III - Zona de Preservação
Z IV - Zona de Uso Extensivo
Z V - Zona Cultural
Z VI - Zona Esportiva
Z VII - Zona de Entorno
Dada as características e proximidade da APA Morro de São Bento, sua área
passa a ser considerada como Zona de Amortecimento do Parque Municipal do Morro
de São Bento, sendo que seu Plano de Manejo passa a integrar este documento.
A Figura 4 mostra a área do Parque Municipal do Morro de São Bento e a APA
Morro de São Bento e a Figura 5 apresenta o Zoneamento do Parque. Na 8a reunião
Ordinária do COMDEMA , ocorrida em 14 de agosto de 2019, foi aprovada deliberação
que reconheceu os limites das áreas de recuperação citadas para a Zona de Uso
Intensivo e a Faixa de Tamponamento, destinada a tamponar os efeitos antrópicos do
ambiente urbano sobre a área conservada do Parque, que deverá ser mantida
permeável e vegetada em maior largura possível, até o limite máximo de 30 metro
(Figura 6).
52
Figura 4: Vista aérea do Parque Municipal do Morro de São Bento, mostrando seus
limites e a Área de Proteção Ambiental – APA Morro de São Bento.
Figura 5: Zoneamento interno do Parque Municipal do Morro de São Bento. Z1: Zona
Administrativa e de Uso Especial, Z2: Zona de Uso Intensivo, Z2: Zona de Preservação,
Z4: Zona de Uso Extensivo, Z5: Zona Cultural e Z6: Zona Esportiva.
53
Figura 6: Faixa de tamponamento do Parque Municipal do Morro de São Bento.
Z I: ZONA ADMINISTRATIVA E DE USO ESPECIAL
DESCRIÇÃO: compreende a área situada próximo à entrada principal do Parque (rua
Liberdade) e acesso secundário (rua Tamandaré), recoberta por vegetação nativa
secundária, onde situam-se edificações históricas: antigo restaurante do Bosque
(hoje ocupado pelo CAAF da Secretaria de Educação), antigo Parque Infantil
Amélia Junqueira (hoje terrário), antiga escola de artes do Bosque (hoje Centro
de Educação Ambiental), bem como a praça de alimentação.
LIMITES: Limita-se com a Zona Uso Intensivo, Zona de Preservação e limites externos
(ruas, edificações, conforme planta)
OBJETIVO GERAL: Concentrar as atividades administrativas e de serviços aos visitantes
do Bosque e Zoológico Fábio Barreto incluindo os serviços de alimentação e
recepção dos visitantes.
54
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• proporcionar a recepção dos visitantes e fornecer orientação sobre a
importância da área, possibilidades de recreação e normas de comportamento;
• propiciar a educação ambiental voltada à conscientização do público sobre a
importância dos ecossistemas;
• desenvolver programas de educação ambiental dirigidos à comunidade escolar;
• controlar a propagação de espécies exóticas e invasoras;
• propiciar a regeneração natural de espécies nativas;
• recuperar trechos alterados da Floresta Estacional Semidecidual;
• efetuar o tratamento sanitário das árvores;
• efetuar o tratamento paisagístico de jardins e canteiros, priorizando espécies
nativas;
• efetuar avaliação e monitoramento de indivíduos arbóreos, evitando situações
de risco e danos ao patrimônio público e privado, nas áreas de visitação pública
e faixas limítrofes;
• efetuar a manutenção de aceiros e prevenção de incêndios;
• proporcionar o comércio padronizado de alimentos, bebidas e souvenirs;
• controlar o acesso à área do zoológico e trilhas.
NORMAS GERAIS DE MANEJO
• só serão permitidas novas edificações para o melhor cumprimento do Plano de
Manejo, cuja implantação deve adotar técnicas não impactantes e arquitetura
harmônica com a paisagem;
• a impermeabilização do solo deve limitar-se ao mínimo necessário;
• o tráfego de veículos é proibido, exceto os veículos de manutenção e
emergência, e os veículos autorizados a utilizar o estacionamento existente;
• no comércio de alimentos, não serão permitidas embalagens de sacos plásticos,
alumínio, e outros que possam gerar resíduos prejudiciais à fauna.
• é proibido a venda de bebidas alcoólicas, cigarros, produtos inflamáveis, balões
infláveis, fogos de artifícios e afins;
55
• é proibido o acesso de animais domésticos, bicicletas, motos e afins;
• o lixo deve ser coletado em recipientes diferenciados para possibilitar
reciclagem;
• o comércio de souvenirs deve ser restrito a artigos relacionados ao parque;
• é proibido o comércio ambulante;
• a fiscalização e orientação aos visitantes devem ser permanentes;
• são proibidas práticas esportivas ativas e que envolvam o uso de bolas e outros
objetos de arremesso;
• é proibido a realização de eventos que possam causar stress aos animais.
PENDENCIAS: A instalação do Terrário no edifício do antigo parque infantil Amélia
Junqueira alterou a destinação da área, introduzindo uma atividade de uso intensivo.
Existem também outros recintos instalados nesta zona: o de pequenos primatas, com
frente para via de uso intensivo; um recinto de tamanduá situado atrás dos pequenos
primatas, não aberto para visitação; recinto dos jabotis. A alteração de uso do prédio
do antigo restaurante do Bosque, de Centro de Visitantes para Casa da Ciência e
atualmente para Centro de Avaliação, Aperfeiçoamento e Formação de professores –
CAAF, deixou o Parque sem local apropriado para recepção de visitantes, além de gerar
uma demanda elevada para uso do estacionamento interno do parque, que é muito
pequeno para atender a demanda, o que ocasiona a presença de carros estacionados ao
longo da via entre as entradas da rua Liberdade e rua Tamandaré. Na 8a reunião
ordinária do COMDEMA, ocorrida em 14/08/2019, foi deliberado que estas alterações
de uso deverão ser extintas e regularizadas no prazo de 10 anos.
Z II: ZONA DE USO INTENSIVO
DESCRIÇÃO: Abriga áreas com as maiores interferências antrópicas. Abrange pequeno
trecho de Mata Decídua e transicional; áreas de recuperação e exemplares
isolados de árvores nativas. Houve grande acréscimo de espécies vegetais
estranhas ao ambiente, nativas e exóticas. Inclui a área do Zoológico, Orquidário,
56
Setor Extra, Jardim Japonês, Mirante, Reservatório do DAERP e os acessos
secundários (portão dos teatros) e de serviços (rua Capitão Salomão).
LIMITES: Limita-se com a R. Capitão Salomão, Escola Técnica José Martiniano da Silva,
Zona Administrativa e de Uso Especial, Zona de Preservação, Zona de Uso
Extensivo e Zona Cultural
OBJETIVO GERAL: Manter a área de visitação pública voltada à educação ambiental,
com exposição de animais em cativeiro, preferencialmente da fauna regional e
desenvolver programas de reprodução e preservação das espécies ameaçadas
de extinção.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• efetuar a manutenção da vegetação arbórea de forma harmônica com o
parque, proporcionando segurança aos visitantes, funcionários e infraestrutura
existente, minimizando impactos e possibilidades de acidentes;
• desenvolver programas de educação ambiental, proporcionado aos visitantes
orientações e percepção quanto aos hábitos, habitats e peculiaridades dos
animais;
• proporcionar oportunidades de lazer aos visitantes;
• desenvolver programas de reprodução de animais em cativeiro ou em
liberdade, visando a preservação das espécies;
• manter os animais em cativeiro em condições de alojamento, alimentação e
saúde que viabilizem os programas de reprodução e preservação;
• manter área reservada para tratamento e quarentena de animais (Setor Extra);
• evitar condições que produzam sofrimento aos animais;
• manter o Jardim Japonês com suas características originais;
• proporcionar visualização privilegiada da cidade (Mirante);
• efetuar o tratamento paisagístico, utilizando preferencialmente espécies
nativas;
• efetuar a manutenção de aceiros e programa de prevenção de incêndios.
57
NORMAS GERAIS DE MANEJO
• o zoológico somente poderá existir nesta zona, sendo que todas as reformas ou
ampliações deverão ser limitadas a esta zona, respeitando as áreas de
recuperação.
• O zoológico não poderá ocupar a faixa de tamponamento
• deve haver controle da fauna em cativeiro quanto ao número de espécies e
espécimes, de forma a evitar a ociosidade dos recintos existentes e também a
superpopulação.
• não será permitido aos visitantes entrar no setor do zoológico portando
alimentos, embalagens, balões;
• é proibido jogar objetos estranhos nos recintos, alimentar ou agredir os
animais;
• a visitação será restrita às áreas de passeios, sendo proibido o acesso aos
recintos ou ao Setor Extra;
• os recintos deverão ser mantidos em condições ideais de higiene e salubridade,
com características próximas do habitat natural de seu ocupante;
• a alimentação dos animais deverá atender às necessidades nutricionais de cada
espécie;
• a fauna em cativeiro deve representar prioritariamente a fauna nativa, tanto
em número de espécies como em número de indivíduos.
• os representantes de fauna exótica deverão possuir adaptabilidade ao clima
local;
• os animais não poderão ser mantidos ou submetidos a mau tratos ou
crueldade;
• o recebimento de novos animais no Setor Extra, sadios ou doentes, fica
vinculado à existência de recintos adequados e programa de triagem e
reabilitação;
• a procriação de animais deverá estar vinculada a programas de preservação de
espécies ameaçadas de extinção e de reintrodução em habitats naturais;
• Não poderão ser soltos animais exóticos no parque
58
• Deve haver controle da fauna sinantrópica
• o aumento do acervo de animais em cativeiro fica vinculado à existência de
recintos apropriados à espécie e à densidade populacional já existente;
• só poderão existir recintos para animais em cativeiro na Zona de Uso Intensivo;
• a ampliação ou edificação de novos recintos somente poderá ser efetuada
quando necessário ao cumprimento do Plano de Manejo, após aprovação do
Conselho Gestor;
• as edificações deverão ser harmônicas com o ambiente.
• não será permitido o uso de aparelhos de som, amplificadores, alto-falantes,
cornetas ou similares, com finalidades recreativas, doutrinárias ou comerciais
que possam perturbar o sossego dos usuários ou dos animais,
• não é permitido o comércio de qualquer natureza nesta zona;
• não poderão ser edificadas ou impermeabilizadas as áreas de recuperação,
conforme indicadas em planta de zoneamento;
• efetuar avaliação anual das árvores, com apresentação de laudos técnicos;
• é proibido a realização de atividades que possam causar stress aos animais.
Na Zona de Uso Intensivo existem Áreas de Recuperação, destinadas à regeneração
natural da vegetação. Estas áreas não poderão ser edificadas ou impermeabilizadas,
conforme indicadas em planta de zoneamento. A identificação e delimitação de trechos
do parque como Áreas de Recuperação foi feita de forma a incluir aquelas que
apresentam maciços de vegetação natural em regeneração natural, apresentando as
seguintes características
• área contínua de vegetação arbórea com fisionomia florestal;
• cobertura do solo por vegetação arbórea igual ou superior a 70%;
• identificação de diferentes extratos na vegetação, com presença significativa de
regenerantes no sub-bosque;
• ocorrência de diversas espécies nativas (não é indicado número mínimo de
espécies devido a variações na riqueza natural induzidos pela condição do solo).
A presença de espécies exóticas não desqualifica a área, desde que não seja a
espécie dominante.
59
Para efetuar a delimitação destas áreas de recuperação foram marcados pontos nos
limites dos trechos com vegetação arbórea contínua com auxílio de um GPS, utilizando
também pontos identificáveis na planta do Parque quando possível.
A Área de Recuperação 1 corresponde ao fundo do Recanto das Aves e ao trecho
entre os grandes felinos, o Recanto das Aves e a Av. Capitão Salomão. Nesta área foram
observados: Pterogyne nitens, Nectandra megapotamica, Tipuana tipu, Spondias
mombim, Gallesia integrifolia, Cariniana legalis, Machaerium stipitatum, Copaifera
langsdorffii, Chrysophyllum gonocarpum, Delonix regia, Cariniana estrellensis,
Caesalpinia pluviosa, Tabebuia sp., Acacia polyphylla, Myroxylon peruiferum, Ceiba
speciosa, Myrciaria glazioveana, Albizia niopoides. Área de Recuperação 2 corresponde
à área onde, no início da década de 90, foi feito o plantio de vários exemplares de pau
brasil (Caesalpinia echinata), como parte de um projeto de educação ambiental e de
conservação da espécie, considerada árvore nacional. Esta área está situada ao lado
do recinto do elefante e ao fundo dos grandes felinos: Nestes trechos foram observados
vários exemplares de pau brasil, flamboyant (Delonix regia), canelinha (Nectandra
megapotamica), palmeiras, amendoim (Pterogyne nitens), jerivá (Syagrus sp),
mangueira (Mangifera indica), jequitibá branco (Cariniana estrellensis). Área de
recuperação 3: pequeno trecho de vegetação florestal ao lado direito de quem entra
pelo portão da av. Capitão Salomão. Foram observados: flamboyant (Delonix regia),
copaifera (Copaifera langsdorffii), jequitibá branco (Cariniana estrellensis),
Aspidosperma sp (folhas grandes). Área de recuperação 4 corresponde a pequeno
trecho de vegetação florestal lado esquerdo de quem entra pelo portão da Capitão
Salomão. Foram observados: goiabeira (Psidium guajava), murta (Muraya exotica),
amendoim (Pterogyne nitens), ficheira (Schyzolobium parahyba), canelinha (Nectandra
megapotamica), cedro rosa (Cedrela fissilis), paineira (Ceiba speciosa), farinha seca
(Albizia niopoides), saguaragi (Rhamnidium elaeaocarpum), pau d’álho (Gallesia
integrifolia), marinheiro (Guarea guidonea), embaúba (Cecropia pachystachya), sapuva
(Machaerium stipitatum), Aspidosperma sp (folha grande). A Área de recuperação 5
corresponde a trecho de vegetação florestal situado entre a estrada de serviço (deposito
de lixo e madeira) e os fundos do hospital veterinário e praça das aves. Foram
60
observados: aroeira (Myracrodruon urundeuva), guarita (Astronium graveolens), angico
(Anadenanthera macrocarpa), sapuva (Machaerium stipitatum), cajá mirim (Spondias
mombim), monjoleiro (Acacia polyphylla), catiguá (Trichilia catigua), guatambu
(Aspidosperma parvifolium), Cabreúva (Myroxylum peruiferum), amendoim (Pterogyne
nitens), pau d’álho (Gallesia integrifolia), cariota (Caryota urens), saguaragi
(Rhamnidium elaeocarpum), alecrim de campinas (Holocalyx balansae), canafístula
(Peltophorum dubium), Piper amalago, Randia armata, Simira sampaionana, Clavija
nutens. A Área de recuperação 6 corresponde a trecho de vegetação florestal entre
fundo da composteira, depósito de lixo, recinto do cervo do pantanal e o Teatro
Municipal. Apresenta vegetação transicional entre mata mesófila e mata decídua, com
predomínio de angicos (Anadenanthera macrocarpa) e aroeiras (Myracrodruon
urundeuva).
As figuras 7 e 8 mostram as Áreas de Recuperação do PMMSB. As Áreas de
Recuperação 1, 2 e 3, separadas por cercas ou caminhos internos, estão reunidas na
mancha ao longo da Av capitão Salomão. As áreas de recuperação 4 e 5, também
separadas por caminhos internos, estão apresentadas na mancha situada no meio da
imagem. A área de recuperação 6 corresponde à mancha situada mais à direita da
imagem. A Tabela 11 indica as espécies arbóreas identificadas em cada maciço através
de um reconhecimento de campo rápido.
61
Figura 7: Parque Municipal do Morro de São Bento, mostrando as Áreas de Recuperação.
Figura 8: Detalhe das Áreas de Recuperação. As Áreas de Recuperação 1, 2 e 3 estão reunidas na mancha situada ao longo da Av. Capitão Salomão, à esquerda. As áreas de recuperação 4 e 5 estão apresentadas na mancha central. A área de recuperação 6 corresponde à mancha mais à direita.
62
Tabela 11: Lista de espécies arbóreas ocorrentes nas áreas de recuperação do PMMSB
Espécies REC1 REC2 REC3 REC4 REC5 REC6
Acacia polyphylla x x
Albizia niopoides x x
Anadenanthera macrocarpa x x
Aspidosperma parvifolium x
Aspidosperma sp x x x
Astronium graveolens x
Caesalpinia echinata x
Caesalpinia pluviosa x
Cariniana estrellensis x x x
Cariniana legalis x
Caryota urens x
Casearia gossypiosperma x
Cecropia pachystachya x
Cedrela fissilis x
Ceiba speciosa x x
Copaifera langsdorffii x x
Delonix regia x x x
Gallesia integrifólia x x x
Guarea guidonea x
Holocalyx balansae x
Machaerium stipitatum x x x
Mangifera indica x
Murraya exotica x x
Myracrodruon urundeuva x x
Myrciaria glazioviana x
Myroxylon peruiferum x x
Nectandra megapotamica x x x
Peltophorum dubium x
Piper amalago x
Psidium guajava x
Pterogyne nitens x x x x
Randia armata x
Rhaminium elaeocarpum x x
Schizolobium parahyba x
Simira sp x
Spondias mombim x x
Syagrus sp x
Tabebuia sp x
Tipuana tipo x
Trichilia catigua x
Trichilia clausseni x
63
Z III: ZONA DE PRESERVAÇÃO
DESCRIÇÃO: Abriga remanescente de Floresta Estacional Semidecidual em bom estado
de conservação, apesar das interferências antrópicas. Possui trilha de visitação,
denominada Trilha do Jequitibá. As duas áreas em processo de regeneração
indicadas no Plano original hoje encontram-se visualmente recuperadas e
recobertas por vegetação arbórea de porte similar ao restante da área.
Apresenta solos moderadamente profundos (Terra Roxa Estruturada) e solos
muito profundos (Latossolo Roxo), com declividade acentuada.
LIMITES: Limita-se com a Zona Esportiva, Zona de Uso Intensivo, Zona de Uso Extensivo,
Zona Administrativa e de Uso Especial e rua Camilo de Matos.
OBJETIVO GERAL: Preservação dos ecossistemas, visando garantir a evolução natural,
proteção dos recursos genéticos e monitoramento ambiental.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• propiciar a manutenção de banco genético para repovoamento de outras áreas;
• proteger a flora existente e fauna associada;
• promover a remoção e controle da propagação de espécies exóticas;
• efetuar a recuperação de clareiras internas e áreas degradadas;
• proporcionar oportunidade de educação ambiental e interpretação da
natureza, através da trilha;
• efetuar a manutenção de aceiros e prevenção de incêndios;
• efetuar o reconhecimento detalhado das espécies vegetais e animais
existentes, através de levantamentos baseados em parâmetros técnicos e
científicos.
NORMAS GERAIS DE MANEJO
• é vedado a instalação de edificações;
64
• o uso científico é permitido, desde que não interfira na integridade do local;
• o uso da trilha deverá estar voltado para fins educativos;
• as visitas nesta zona são limitadas a caminhadas a pé na trilha;
• número de visitantes na trilha será limitado à capacidade suporte da trilha;
• as visitas serão preferencialmente monitoradas;
• é vedado o corte de vegetação e extração de recursos naturais;
• é vedado qualquer uso que comprometa a regeneração natural da floresta;
• é proibido fumar, portar instrumentos cortantes, armas de fogo e outros que
possam causar incêndios ou danos à flora e fauna;
• a introdução e o manejo de indivíduos da fauna deverão estar baseados na
capacidade suporte local (área e alimentação disponível), possibilitando
permanência e criação de animais em liberdade, priorizando as espécies
nativas;
• deverão ser fixados em locais adequados placas e painéis informativos para
orientação dos visitantes;
• as visitas monitoradas deverão ser agendadas previamente, com informações
do número de pessoas, faixa etária e principal interesse dos visitantes;
• a orientação e fiscalização deve ser permanente, e intensificada nos períodos
de maior visitação;
• a trilha, caminhos e acessos à Zona de Preservação deverão ser as mínimas
necessárias, e estarem em harmonia com a paisagem local;
• é vedado o comércio de qualquer natureza;
• deve ser evitada a impermeabilização da área.
Z IV: ZONA DE USO EXTENSIVO
DESCRIÇÃO: Abriga remanescente de Mata Decídua, com alteração antrópica,
apresentando-se em diferentes estágios de regeneração /degradação. Solos
muito rasos e rasos (Litólico substrato basalto), com declividade acentuada. A
Trilho do Angico percorre esta zona, interligada à Trilha do Jequitibá pelo Jardim
Japonês.
65
LIMITES: Limita-se com a Zona de Preservação, Zona Esportiva, Área de Proteção
Ambiental -APA (Zona de Entorno), Zona Cultural e Zona de Uso Intensivo.
OBJETIVO GERAL: Conservação do ecossistema e recuperação de áreas degradadas,
promoção da educação ambiental e lazer.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• efetuar o controle do capim colonião (Panicum sp.), através de roçadas
programadas;
• enriquecer a vegetação com espécies típicas;
• efetuar a manutenção de aceiros e desenvolver programa de prevenção de
incêndios;
• proteger a flora e fauna existentes;
• efetuar de forma eficiente a fiscalização da área;
• efetuar a manutenção da trilha, de forma a minimizar os impactos,
especialmente prevenir processos erosivos;
• efetuar o tratamento fitossanitário, avaliação e manutenção de indivíduos
arbóreos, eliminando situações de risco;
• desenvolver programas de educação ambiental, através de atividades de
interpretação da natureza e integração do usuário com o ambiente natural na
Trilha do Angico.
NORMAS GERAIS DE MANEJO
• é vedado a instalação de edificações;
• o uso científico é permitido, desde que não interfira na integridade do local;
• o uso da trilha deverá estar voltado para fins educativos, recreativos e
turísticos;
• considerando o risco de queda de árvores devido à pequena profundidade do
solo, fica proibido a implantação de qualquer estrutura apoiada nas árvores
existentes;
66
• as visitas nesta zona são limitadas a caminhadas a pé na trilha;
• o número de visitantes na trilha é limitado à capacidade suporte da trilha;
• visitas deverão ser agendadas previamente, acompanhadas por monitores do
parque ou auto-guiadas;
• é vedado o corte de vegetação e extração de recursos naturais;
• é proibido fumar, portar instrumentos cortantes, armas de fogo e outros que
possam causar incêndios ou danos à flora e fauna;
• a introdução e o manejo de indivíduos da fauna deverão estar baseados na
capacidade suporte local (área e alimentação disponível), possibilitando a
permanência e criação de animais em liberdade, priorizando as espécies
nativas;
• Placas e painéis informativos deverão ser fixados em locais adequados para
orientação dos visitantes;
• a orientação dos visitantes e fiscalização deve ser permanente e intensificada
nos períodos de maior visitação;
• a trilha, caminhos e acessos deverão ser os mínimos necessários, e estarem em
harmonia com a paisagem local;
• é vedado o comércio de qualquer natureza;
• deve ser evitada a impermeabilização da área.
Z V: ZONA CULTURAL
DESCRIÇÃO: É composta pelas áreas pertencentes aos Teatro Municipal, Teatro de
Arena, Casa da Cultura, Secretaria da Cultura, Casa do Rádio Amador e Praça São
Bento, que compõem o Complexo Cultural Antônio Palocci. Existem vários bens
tombados e em processo de tombamento nesta zona: Casa da Cultura (proc.
02.2012.047874-5), Teatro Municipal (área de abrangência), Teatro de Arena
(área de abrangência), Praça Alto do São Bento (proc. 02.2012046752-2); e no
seu entorno: Mosteiro Alto de São Bento (proc. 02.2009.052820-0) e Sete
Capelas (proc. 02.2012046752-2).
67
LOCALIZAÇÃO: Situa-se entre a Via São Bento e a Av Capitão Salomão, as ruas de
entorno da Praça Alto de São Bento e o Bosque Fábio Barreto. A Secretaria da
Cultura está sediada nesta zona, na Casa da Cultura, e possui autonomia
institucional. Localiza-se em área de domínio da Mata Caducifólia, com solo raso
(Litossolo), já bastante alterada. Predominam indivíduos arbóreos
remanescentes da formação original e canteiro ajardinados.
LIMITES: Limita-se com a Zona de Uso Intensivo (Zoológico), Zona de Uso Extensivo,
Zona de Entorno (Mosteiro de São Bento - Secretaria de Planejamento e
Desenvolvimento e Secretaria de Educação) e Av. Capitão Salomão.
OBJETIVO GERAL: Fomento e difusão de atividades culturais em suas diversas
linguagens, além de ações para a preservação e manutenção patrimônio cultural
(natural, paisagístico, material e imaterial), de forma harmônica com o parque.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
* promover a integração das atividades culturais com as demais atividades do parque;
* compatibilizar as atividades culturais com preservação e conservação do Parque;
* propiciar a manutenção da vegetação nativa (podas, controle de pragas,
substituições);
* efetuar o tratamento paisagístico, utilizando preferencialmente espécies nativas;
* enriquecer a vegetação com espécies típicas da formação.
NORMAS GERAIS DE MANEJO
* As atividades desenvolvidas nesta zona deverão ser compatíveis com a conservação
do ambiente natural protegido no PMMSB.
* As atividades desenvolvidas nesta zona não poderão gerar ruídos que perturbem a
fauna em cativeiro ou em liberdade, sendo proibido o uso de fogos de artifícios e
outras fontes de ruídos de componente tonal de caráter impulsivo.
* As atividades desenvolvidas nesta zona não poderão prejudicar os bens culturais
tombados, respeitando a área de abrangência.
68
* É permitido o tráfego de veículos nas ruas pavimentadas desta zona;
* Durante a realização de eventos na área, deve ser mantida faixa para a circulação de
veículos de emergência, garantindo o acesso de equipamentos na faixa lindeira à
Mata Decídua e ao portão dos Teatros.
* Os resíduos produzidos deverão ser recolhidos, acondicionados em recipientes
apropriados e coletados, recebendo a destinação adequada, dando ênfase às
propostas de reciclagem;
* É permitido o comércio ambulante ocasional nesta zona, vinculados às atividades
culturais, em conformidade com as normas do PMMSB e posturas adotadas pela
Secretaria da Cultura;
* São admitidas ampliações futuras nesta zona, respeitando-se o patrimônio cultural
existente;
* O paisagismo deve ser efetuado apenas com espécies nativas compatíveis com o
ambiente local e que não danifiquem ou prejudiquem os bens culturais tombados,
respeitando a área de abrangência.
* A realização de eventos ao ar livre com montagem de estruturas (tendas, palcos,
estandes, entre outros) fica restrito a área destinada para tal fim (Figura 9) e limitada
ao público máximo de 3 pessoas por metro quadrado, não excedendo 10.000 pessoas
* A realização de eventos ao ar livre com montagem de estrutura deve atender a toda
legislação municipal pertinente e às normas de eventos do local, adotando medidas
de prevenção de incêndios e de segurança da população, em especial o GUIA
TÉCNICO - NORMAS DE USO DO CONJUNTO CULTURAL “ANTONIO PALOCCI”, Decreto
107, de 10 de maio de 2019.
69
Figura 9: Plano urbanístico da Zona Cultural, indicando com hachura azul as áreas destinadas para atividades com montagem de estruturas.
Z VI: ZONA ESPORTIVA
DESCRIÇÃO: É composta pela área pertencente à Secretaria de Esportes: Conjunto Poli-
Esportivo Elba de Pádua Lima - Cava do Bosque, ocupando a cava de antiga
pedreira. O ambiente natural possui forte alteração antrópica, apresentando
alguns indivíduos arbóreos da Mata Caducifólia. Possui autonomia institucional.
Complexo Esportivo "Elba de Pádua Lima - Tim"
Ginásio Gavino Virdes - Construído no período de 01/05 a 13/12/52 para realização dos
Jogos Abertos do Interior, o ginásio Gavino Virdes conta com capacidade de 3500
pessoas sentadas, quatro vestiários, sistema de som, placar eletrônico, além de
tribuna de autoridades e tribuna de imprensa.
Recebe jogos de basquete, volei e futsal dos maiores torneios do Brasil.
Quadra Poli Esportiva "Prof. Luiz Augusto Velludo" - Com medidas oficiais e
70
marcação para as modalidades de basquete, volei, handball e futsal, esta quadra
poli esportiva acomoda 700 pessoas. São realizados treinamentos e torneios nas
mais diferentes modalidades, do basquete ao xadrez.
Possui também uma rampa de acesso a deficientes físicos para quadra e
vestiários.
Atende através das escolinhas de iniciação esportiva cerca de 250 alunos, além
de treinamento de basquete sobre cadeiras de rodas.
Quadra Poli Esportiva "Prof. Nelson Antonio de Castro" - Nesta área são
realizadas as aulas de ginástica olímpica, judo e ginástica aeróbica, que contam
com a participação de mais de 600 alunos. Está preparada para atender aos
torneios e campeonatos de modalidades de lutas e ginástica. A arquibancada
acomoda 700 pessoas confortavelmente sentadas.
Piscina Olímpica "Luiz Antônio Musa Julião" - A piscina olímpica conta com uma
arquibancada coberta que atende cerca de 1000 espectadores sentados. Neste
espaço são realizados os treinamentos da equipe de natação de Ribeirão Preto.
Conta com uma piscina, que recebeu o nome do Prof. Abílio Couto, adaptada e
aquecida, para recreação e utilizada para alunos iniciantes, deficientes e idosos.
Este conjunto aquático atende mais de 900 pessoas em aulas regulares.
Pista de Atletismo "Prof. Geraldo de Pádua Melo"
A pista de atletismo tem 320 metros de extensão e conta com área destinada para treinamento de saltos, corridas, arremessos e lançamentos. Conta com um campo de futebol com medidas de 90 x 45 metros, onde são realizados treinamentos de futebol e complementação de preparação das outras modalidades atendidas na Secretaria de Esportes. Na modalidade de atletismo são atendidas mais de 150 alunos, em iniciação, treinamento e competição.
Alojamentos São oito alojamentos com 5 beliches de alvenaria, banheiro completo, podendo atender até 80 pessoas por temporada.
Secretaria de Esportes
é formada pelo gabinete do secretário de esportes, departamentos administrativo e técnico, divisões e seções.
Sala de Musculação
Contém aparelhos básicos de musculação e banheiros que atende todas as modalidades mantidas pela Secretaria Municipal de
71
Esportes. Atende também a comunidade com acompanhamento de monitores especializados na área.
Cozinha Aparelhada com dois fogões industriais, freezer e geladeira, a cozinha conta ainda com um quiosque coberto e um refeitório.
Sala de Reuniões
Capacidade de Atendimento: 50 pessoas Possui TV e recursos materiais para palestras e aulas teóricas. Nela estão expostos a maioria dos troféus conquistados pelas equipes de Ribeirão Preto, desde a sua inauguração.
Ligas São cedidas salas para as ligas de FutSal, Futebol de Campo e Bochas.
área de Saúde
Atuam na área de saúde: médicos, enfermeiro e atendente de enfermagem, que atendem os atletas que defendem Ribeirão Preto nos jogos oficiais e amistosos, gratuitamente.
LIMITES: Limita-se com a Área de Proteção Ambiental - APA (Zona Entorno), Zona de
Uso Extensivo, Zona de Preservação (encosta do Mirante), rua Camilo de Matos
e rua D. João VI.
OBJETIVO GERAL: Desenvolvimento de atividades esportivas aliadas à preservação e
manutenção das espécies arbóreas nativas presentes de forma harmônica com
o parque.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• promover a integração das atividades esportivas com as demais
atividades do parque;
• propiciar a manutenção da vegetação nativa (podas, controle de pragas,
substituições);
• efetuar o tratamento paisagístico, utilizando preferencialmente
espécies nativas;
• enriquecer a vegetação com espécies típicas da formação natural;
• promover a contenção de taludes.
NORMAS GERAIS DE MANEJO
72
• o lixo produzido deverá ser coletado em recipientes diferenciados para
possibilitar a reciclagem;
• é permitido o comércio ambulante ocasional nesta zona (vinculados às
atividades esportivas);
• futuras ampliações deverão ser restritas à zona esportiva.
Z VII: ZONA DE ENTORNO
DESCRIÇÃO: Abrange os perímetros descritos nos artigos 4o e 5 o da Lei Complementar
n o 476/95, atualizados pela Lei Complementar 2655 de 04 de abril de 2014,
incluindo áreas naturais como a Área de Proteção Ambiental (APA), o Mosteiro
de São Bento, as Sete Capelas, além de áreas residenciais e comerciais próximas.
LIMITES: De acordo com a L.C. 2655/2014, são descritos dois perímetros para a Zona de
Entorno (Figura 10).
ZONA DE ENTORNO: Inicia no cruzamento da Rua Veiga Miranda com Rua João Caldeira
Junior e segue por esta última até encontrar a Rua Frei Santo, deflete à direita e
segue até encontrar novamente com a Rua João Caldeira Junior seguindo por
esta até a Avenida Meira Junior. Deflete à direita e segue em linha imaginária até
o encontro da Rua Franca com Rua Albuquerque Lins seguindo por esta até
encontrar o cruzamento da Avenida Dr. Francisco Junqueira com Avenida
Independência. Segue por esta até a Rua Duque de Caxias percorrendo a mesma
até a Rua Marechal Deodoro, deflete à direita e segue até encontrar a Rua
Mariana Junqueira seguindo pela mesma até a Rua Sete de Setembro. Deflete à
direita e segue até a Rua Visconde do Rio Branco virando à esquerda e seguindo
por esta até a Rua visconde de Inhaúma, deflete à direita e segue por esta última
que, após o córrego Retiro Saudoso, passa a se chamar Rua Tamandaré, até
encontrar a Rua Goiás. Deflete à direita e segue até a Rua Dr. Roberto Mange,
deflete à esquerda e segue pela divisa do imóvel cadastrado no município sob nº
20.663 (SENAI), deflete à direita e continua pela divisa do imóvel citado, segue
ainda pela divisa dos imóveis cadastrados no município sob nºs 35.215 (SENAC),
73
31.753 (Loja Maçônica Elias Nechar) até encontrar o ponto de início desta
descrição.
ENTORNO IMEDIATO: Inserida na Zona de Entorno, inicia no cruzamento da Rua
Redenção com Avenida Meira Junior seguindo por esta até a Rua Camilo de
Matos. Deflete à direita e segue até a Rua Nilo Peçanha, deflete à esquerda e
segue até a continuidade da Rua Camilo de Matos seguindo por esta até a Rua
Afonso Pena. Deflete à esquerda e segue até a Rua Henrique Dumont seguindo
por esta, à direita, até a Rua Marechal Hermes. Deflete à esquerda até encontrar
a Avenida Dr. Francisco Junqueira pela qual segue, à direita, até a Rua Liberdade.
Segue por esta até a Rua Camilo de Matos, deflete à esquerda e segue a Rua
Benjamin Constant pela qual segue à direita até a Rua Carlos Gomes. Deflete à
esquerda seguindo até a Rua Tamandaré onde vira à direita e percorre por esta
até encontrar com o PMMSB. Deflete à direita e percorre a divisa do PMMSB até
o ponto de início desta descrição.
Figura 10: Zona de entorno do Parque Municipal do Morro de São Bento
OBJETIVO GERAL: Proporcionar condições favoráveis para a conservação e manutenção
dos ecossistemas, de forma harmônica com o PMMSB.
74
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• promover a educação ambiental, visando o convívio harmônico da
vizinhança imediata com o PMMSB;
• proporcionar ocupação controlada, de forma a evitar a degradação
ambiental;
• regular o uso admissível, de modo a compatibilizar com os objetivos do
PMMSB.
NORMAS GERAIS DE MANEJO
• não será permitido o desmatamento, para quaisquer fins;
• a urbanização e outros fins estarão vinculados a pareceres da SMMA,
obedecida a legislação Municipal sobre a matéria;
• a altura de qualquer edificação fica restrita ao máximo de 8 metros;
• são proibidas atividades comerciais, industriais ou de prestação de
serviços que emitam ruídos, odores, gases e afins, que possam causar
danos à vida animal e vegetal presentes no parque;
• os estabelecimentos já em funcionamento deverão se enquadrar ao
previsto em lei;
• as atividades em edificações e terrenos do entorno imediato deverão
obedecer às restrições estabelecidas no Decreto que regulamenta a Lei
Complementar no 476/95.
VIII - ZONA DE AMORTECIMENTO
Considerando que a APA Morro de São Bento não possui infraestrutura, apresenta área
menor que o Parque Municipal Morro do São Bento (PMMSB) e situa-se em área
limítrofe ao mesmo, é considerada ZONA DE AMORTECIMENTO do PMMSB, distinta da
zona de entorno por ser a única a apresentar-se recoberta por vegetação natural.
A caracterização desta zona é a similar da Zona de Uso Extensivo do Parque Municipal
Morro do São Bento, com a qual faz divisa.
75
DESCRIÇÃO: Abriga remanescente de Floresta Estacional Semidecidual em transição
com sua fisionomia associada ao solo litólico, a Mata Decídua, apresentando
alteração antrópica e caracterizada em diferentes estágios de regeneração
/degradação. Solos muito rasos (Litólico substrato basalto), com declividade
acentuada. Diversos caminhos percorrem esta zona, atualmente utilizados por
andarilhos.
LIMITES: Limita-se com a Via São Bento, Av Meira Júnior, rua Redenção e Zona de Uso
Intensivo do Parque Municipal do Morro de São Bento.
OBJETIVO GERAL: Conservação do ecossistema e recuperação de áreas degradadas,
promoção da educação ambiental e lazer.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
✓ Efetuar a manutenção de aceiros e desenvolver programa de prevenção de
incêndios;
✓ Proteger a flora e fauna existentes;
✓ Efetuar de forma eficiente a fiscalização da área, promovendo seu
cercamento;
✓ Adotar medidas para prevenir processos erosivos;
✓ Efetuar o tratamento fitossanitário, avaliação e manutenção de indivíduos
arbóreos, eliminando situações de risco;
✓ Desenvolver programas de educação ambiental, através de atividades de
interpretação da natureza e integração do usuário com o ambiente natural
do PMMSB
NORMAS GERAIS DE MANEJO
✓ É vedado o corte de vegetação e extração de recursos naturais;
✓ Deve ser evitada a impermeabilização da área, sendo vedado a instalação de
edificações;
76
✓ O uso científico é permitido, desde que não interfira na integridade do local,
tenha a anuência do proprietário e siga o que determina a Resolução SMA n°
25 de 11 de novembro de 2000.
✓ As visitas nesta zona serão limitadas a caminhadas a pé na trilha, voltada
para fins educativos, recreativos e turísticos, monitoradas ou autoguiadas;
✓ A trilha, caminhos e acessos deverão ser os mínimos necessários, e estarem
em harmonia com a paisagem local;
✓ É proibido fumar, portar instrumentos cortantes, armas de fogo e outros que
possam causar incêndios ou danos à flora e fauna;
✓ É vedado o comércio de qualquer natureza;
V.4. PROGRAMAS DE MANEJO
Os programas de manejo agrupam as atividades afins que visam o cumprimento
dos objetivos da Unidade, formulando a estrutura básica das atividades de gestão e
manejo. São estabelecidos quatro programas básicos de manejo, descritos a seguir.
Para atingir os objetivos expressos de cada programa, existem atividades a serem
efetuadas, que devem respeitar as normas específicas.
O cumprimento do Plano de Manejo deverá ser avaliado anualmente pelo
Conselho Gestor, que se manifestará baseado em relatório apresentado pelo gestor do
Parque. Para cada atividade prevista, o conselho deverá atribuir uma pontuação de 0 a
2, conforme previsto na Tabela 12. Esta pontuação será multiplicada pelo peso da
atividade, conforme Tabela 13. A soma destes resultados para cada programa
representa a avaliação anual do mesmo. Baseado nesta avaliação, o Conselho Gestor
deverá manifestar-se quanto ao atendimento do Plano de Manejo, indicando as
deficiências de atuação, se houver, e aprovando o plano de metas para o ano seguinte.
O Conselho Gestor deverá indicar a pontuação mínima a ser atingida pelo parque no ano
subsequente, de forma a promover a melhoria constante da gestão. Na primeira
avaliação, o Parque deve atingir, no mínimo, a metade da pontuação possível, ou seja,
31,45 pontos.
77
V.4.1. Programa de Manejo de Recursos Naturais:
Este programa visa a proteção dos recursos naturais englobados no parque. O
principal objetivo é garantir a evolução natural dos ecossistemas e a manutenção da
biodiversidade.
Este programa está dividido em quatro subprogramas, a saber:
V.4.1.1. Subprograma Flora
O Parque abriga remanescente de vegetação natural e vegetação arbórea de
grande porte, considerados significativos e submetidos ao regime de proteção.
Entretanto, esta vegetação pode apresentar situações de risco aos visitantes e ao
patrimônio existente, exigindo o monitoramento do estado fitossanitário das árvores e
a adoção de medidas preventivas e corretivas de forma rotineira, garantindo a reposição
dos exemplares perdidos, visando a manutenção a diversidade de espécies nativas.
Existem no parque diversas espécies de interesse para reprodução. Anualmente, são
produzidas sementes, que podem ser cultivadas e utilizadas na manutenção da
vegetação do Parque ou destinadas a outros projetos de reflorestamento, contribuindo
assim para a conservação da espécie. A presença de espécies com hábitos invasores
compromete a recuperação da vegetação natural, em especial as espécies de gramíneas
na área mais seca e a Caryota nas áreas de mata, bem como as lianas que se
desenvolvem nas bordas na mata e pode ter efeito deletério sobre a vegetação arbórea.
Estas espécies devem ser controladas para assegurar o desenvolvimento da vegetação
natural. O projeto de paisagismo deve valorizar o ambiente natural e ser efetuado com
espécies nativas. Atualmente não existe um planejamento da vegetação ornamental do
Parque.
OBJETIVOS: Proteger áreas representativas de cada formação, conservando e
recuperando as condições primitivas da área; conhecer as características das formações
vegetais presentes; recuperar áreas degradadas; facilitar a manutenção e/ou
regeneração natural das populações florísticas; manter banco de sementes das espécies
típicas destas formações.
78
NORMAS: Para a recuperação de áreas alteradas, deverão ser utilizados métodos
silviculturais de enriquecimento com espécies nativas da região provenientes ou não de
sementes de árvores do PMMSB; para cada árvore extraída, em razão de morte,
senescência ou risco de queda, deverá ser avaliada e efetuada a substituição quanto à
espécie, número e local; o tratamento sanitário da vegetação deverá adotar técnicas de
risco ambiental controlado; as áreas de recuperação não poderão ser ocupadas com
outras finalidades; as áreas de recuperação deverão ser mantidas limpas; nos
tratamentos paisagísticos, serão utilizadas preferencialmente espécies nativas; as
sementes coletadas serão destinadas prioritariamente à recuperação de áreas
degradadas (internas ou externas ao parque); a produção de mudas poderá ser realizada
no Horto Municipal ou viveiros parceiros.
V.4.1.2. Subprograma Fauna
Existem diversas populações de animais silvestres que vivem em liberdade na área do
Parque: cotias, bugios, micos, teiús, diversas espécies de aves e insetos. Devido ao
tamanho limitado e a inserção no ambiente urbano, estes animais não tem como
procurar alimento ou abrigo em outras áreas. A conservação e proteção desta fauna
pode exigir: suplementação da dieta, tratamentos veterinários, ou outras situações em
que é preciso a ação humana para proporcionar melhor qualidade de vida. A presença
de espécies comuns em ambiente urbano como gatos, cachorros, ratos, urubus e
pombos, podem ocasionar problemas para a fauna silvestre como a proliferação de
doenças ou o abate de indivíduos por espécies predadoras. A população destas espécies
deve ser controlada.
As atividades e o funcionamento do zoológico são regidos pela Instrução
Normativa IBAMA 7/2015, que determina as especificações técnicas quanto às
instalações, medidas higiênico-sanitárias e de segurança para zoológicos. Atualmente,
encontra-se em discussão os requisitos para proporcionar bem-estar ao animal em
cativeiro, envolvendo mobiliário dos recintos, ambientação, enriquecimentos e
treinamento dos animais, que deverão ser incorporados à normativa de zoológicos e,
portanto, serão de atendimento obrigatório.
Embora o PMMSB não exista um Centro de Triagem de Animais Silvestre –
CETAS, o Zoológico sempre recebeu e atendeu animais da fauna vitimizada proveniente
79
da região. Baseado nesta demanda, foi construído e implantado um hospital
veterinário. Foram estabelecidas parcerias para que os animais, após tratamento,
possam retornar à natureza. A capacidade suporte para acomodar os animais
vitimizados é limitada e não foi solucionado ainda como acomodar os animais
impossibilitados de retorno à vida livre, que permanecem no zoo e podem ocasionar
superpopulação.
Dada a situação urbana do parque, uma das maiores perturbações do ambiente
antrópico para a fauna é a ocorrência de ruídos elevados, estridentes, intermitentes ou
de outros tipos, que podem causar situações estressantes para a fauna, inclusive com
prejuízos notáveis no bem-estar e saúde dos animais. Neste sentido, o monitoramento
dos ruídos concomitantemente à observação do comportamento dos animais é a
melhor ferramenta para avaliar e prevenir situações prejudiciais.
OBJETIVOS: Efetivar o manejo e o estudo das populações animais, visando a
conservação de espécies, a recuperação de habitats, o repovoamento e o
aproveitamento do potencial educativo e científico; desenvolver condições adequadas
para a proteção da fauna silvestre e em liberdade no parque; manter acervo de animais
vivos e saudáveis, em condições adequadas de confinamento e exposição, visando o
desenvolvimento da cultura, do turismo e da educação ambiental; proporcionar aos
visitantes do parque a observação dos animais em liberdade, em seu ambiente natural;
receber e dar tratamento adequado à fauna vitimizada, destinando estes animais
prioritariamente às áreas de soltura.
NORMAS: Visando o bem estar da fauna em cativeiro, o zoológico deve priorizar os
animais da fauna nativa adaptados à vegetação e ao relevo do Parque; os recintos
devem ter manutenção adequada, garantindo condições de salubridade; a alimentação
dos animais deve ser adequada em quantidade e qualidade; o manejo da fauna em
liberdade no Parque deve ser efetuado por equipe de profissionais habilitados; deve ser
feito o controle sanitário e profilaxia sob coordenação de profissionais habilitados; o
parque deve manter estoque de equipamentos e suprimentos necessários para o
manejo da fauna em cativeiro e em liberdade; limitar o recebimento de animais
vitimizados à capacidade do Setor Extra.
80
V.4.1.3. Subprograma Manejo de Solo
O Parque situa-se em área com declividade acentuada, onde ocorrem solo com
pouca profundidade e elevada pedregosidade. Esta condição caracteriza uma situação
de risco de erosão, lixiviamento e escorregamento de terras. A associação de solos rasos
e pedregosos com elevada pluviosidade aumenta o risco de queda de árvores e,
consequentemente, o risco de acidentes. Estas situações devem ser mapeadas e
monitoradas constantemente.
A condição geológica/pedológica do parque favorece o deflúvio superficial e
consequentes danos às áreas a jusante. A malha de drenagem natural pode afetar áreas
de vegetação natural se não for feito o manejo adequado, com efeitos prejudiciais.
A impermeabilização do solo favorece o aumento do deflúvio superficial. Assim,
deverá ser previsto o controle da impermeabilização do solo, bem como o
direcionamento do deflúvio, com armazenamento e reuso das águas pluviais. A
manutenção da permeabilidade do solo é preconizada em todas as zonas do Parque,
sendo permitidas alterações nas zonas I, II, V e VI que estiverem de acordo com o Plano
de Manejo.
Existem áreas com declividade acentuada, onde é provável a ocorrência de
deslizamentos. Verificou-se, recentemente, deslizamento em encosta da área esportiva
na Cava do Bosque, onde existem prédios e grande frequência de usuários. Também
ocorreu um deslizamento próximo à Rua Camilo de Matos. Estas encostas necessitam
ser avaliadas e monitoradas quanto ao risco de processos erosivos e de deslizamento.
OBJETIVOS: Desenvolver programas de conservação do solo e controle de erosão;
produzir instrumentos para orientar o manejo de solo: mapa de drenagem natural e
artificial, mapeamento pedológico, mapeamento de áreas de risco; monitorar e
controlar a malha de drenagem natural; manter a permeabilidade do solo; monitorar e
controlar os processos erosivos, especialmente nas encostas.
NORMAS: nas áreas com declividade acentuada, não serão permitidos cortes
acentuados no terreno, trilhas ou caminhos perpendiculares à declividade; nos períodos
chuvosos, ou após chuvas intensas, a verificação deve ser agilizada; as visitas ao parque
81
serão interditadas em função da pluviosidade medida em 3 dias consecutivos, ou
menos, nas seguintes condições: a) a Zona de Uso Extensivo será fechada para visitação
com registros de 25mm ou mais, b) a Trilha do Jequitibá será fechada para visitação
com registro de 65mm ou mais, c) o acesso a toda área do parque será fechado com o
registro de 125mm ou mais, d) o parque será reaberto após 3 dias consecutivos sem
chuvas; as áreas do parque onde dominam relevos suaves são consideradas compatíveis
à instalação de equipamento de apoio, de acordo com o Plano de Manejo, sob
orientação e critérios técnicos específicos; as áreas onde dominam relevos moderados
o uso será controlado, com restrições à instalação de novos equipamentos sendo
obrigatório parecer técnico preliminar, anterior à elaboração de projeto específico para
as obras pretendidas ou para o manejo da vegetação, solo ou drenagem; as áreas do
parque com domínio de relevo acidentado serão destinadas à preservação integral do
ambiente natural.
V.4.1.4. Subprograma de Investigação e Pesquisa
De acordo com artigo 1 da LC 476/95, o objetivo do Parque é a preservação e
recuperação dos ecossistemas naturais, e é destinado, entre outros, ao fim científico.
Desta forma, o Parque deve incentivar a ampliação do conhecimento da diversidade de
espécies, sua diversidade genética, a dinâmica populacional, fenologia e reprodução,
interações entre as espécies, etc. Não menos importante é o conhecimento sobre a
história e cultura do local.
OBJETIVOS: aprofundar os conhecimentos sobre os recursos naturais, históricos e
culturais da área, de forma a apoiar com dados, métodos e conceitos científicos as
atividades de manejo; incentivar o desenvolvimento de pesquisas científicas na área;
fornecer informações climáticas locais. Realizar parcerias com instituições de ensino e
pesquisa.
NORMAS: as pesquisas a serem realizadas na área deverão ser precedidas da
apresentação de um plano de trabalho, que deverá ser analisado e autorizado pelo
gestor do PMMSB; toda pesquisa realizada deverá ser fundamentalmente voltada para
o manejo de recursos da área; todo material resultante das pesquisas deverá ter cópia
82
depositada no PMMSB e na Secretaria Municipal afim ao escopo da pesquisa; toda
publicação deverá mencionar o PMMSB; deve existir um banco de dados com as
pesquisas realizadas no PMMSB.
V.4.2. Programa de Uso Público
Este programa tem como objetivo ordenar, orientar e direcionar o uso da
unidade de conservação pelo público, promovendo o conhecimento do meio ambiente
como um todo. Este programa também prevê as ações que dizem respeito à recepção
e ao atendimento dos visitantes. Está subdividido em três subprogramas: Educação e
Interpretação, Recreação e Turismo e Pesquisa de Opinião.
V.4.2.1. SubPrograma de Educação e Interpretação
A disponibilização de informações essenciais e de fácil compreensão ao visitante
sobre as características do parque promove e favorece a vivência plena da visita,
independente de atendimento personalizado. Desta forma, é possível sensibilizar as
pessoas para a riqueza de nosso patrimônio natural e para a necessidade de conservá-
lo.
O Parque é regularmente visitado por grupos escolares ou outros grupos
organizados. Visando ao atendimento destes grupos, deve existir estrutura adequada
para proporcionar este atendimento, permitindo a exploração de temas vinculados ao
conhecimento do ambiente natural e cultural, ao conhecimento e conservação da
biodiversidade, bem como à educação e valorização do patrimônio cultural e natural
existente.
A qualidade do atendimento a visitantes é melhorada através do aprimoramento
da equipe de funcionários e estagiários sobre temas e assuntos pertinentes. A educação
ambiental é um dos objetivos do PMMSB, bem como uma obrigação do zoológico. Deve
existir estrutura adequada para o desenvolvimento pleno de atividades de educação
ambiental no PMMSB, que devem ser constantemente avaliada para permitir sua
reformulação, adotando as melhores práticas pedagógicas para atingir os objetivos do
programa de educação ambiental.
O subprograma de Educação e Interpretação foi revisto, atualizado e publicada
no Diário Oficial do Município em 02 de maio de 2018: Resolução Conjunta SME/SMMA
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Nº 01/2018. Esta resolução define o Programa de Educação Ambiental – PEA, cujo
objetivo geral é proporcionar ao público visitante e em particular aos grupos escolares
e demais grupos organizados, oportunidades de lazer e de interação com a natureza,
oferecendo padrão de atendimento e de informação de alta qualidade e riqueza de
informações sobre o ambiente natural, de forma a fomentar a sensibilização e a adoção
de atitudes compatíveis com a conservação ambiental.
OBJETIVOS: sensibilizar a população com relação à importância da conservação do
PMMSB, da sua biodiversidade; desenvolver valores, atitude e hábitos, visando a
mudança de comportamento em relação ao meio ambiente em que vive; proporcionar
visitas ao parque, de forma a favorecer a interpretação dos elementos e processo
naturais; proporcionar a interação do visitante com o ambiente natural, desenvolver
atividades de interpretação dos recursos naturais; divulgar o conhecimento sobre o
acervo de fauna e flora existentes; propiciar oportunidade para observação e estudos
práticos; promover a divulgação do parque; promover e fomentar seminários,
congressos e outros encontros técnicos científicos para profissionais e estudantes de
áreas afins; promover e fomentar feiras educativas de temas relacionados ao parque;
fomentar a realização de eventos culturais e esportivos; desenvolver programas
educativos para vizinhos do parque; capacitar os recursos humanos que prestarão
serviços no parque.
NORMAS: toda a comunicação visual deverá estar harmonizada com o ambiente e
proporcionar a integração do visitante com a área; toda visita de grupos deverá ser
agendada com antecedência e receber orientações; deve existir programa permanente
de capacitação e aperfeiçoamento para os funcionários do parque.
Este subprograma está dividido em 5 projetos, a saber:
1 -Comunicação: Objetivos; disponibilizar informações essenciais e de fácil
compreensão aos visitantes sobre as características do parque, de forma que
ele possa vivenciar plenamente a visita independentemente de atendimento
personalizado; sensibilizar as pessoas para a riqueza de nosso patrimônio
natural e para a necessidade de conservá-lo. Neste projeto, são previstos as
seguintes ações: Sinalização, que visa dotar o parque de comunicação visual
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adequada e eficiente; Publicação, que visa disponibilizar ao público as
informações necessárias para orientar e enriquecer a visitas através da
produção e disponibilização de material impresso ou digital; Site do PMMSB:
visando à divulgação rápida e eficaz das informações e conhecimentos sobre
o PMMSB.
NORMA: toda a comunicação visual do parque deverá estar harmonizada
com o ambiente e proporcionar a integração do visitante com a área; deve
existir um projeto unificado e padronizado de comunicação visual
abrangendo todas as zonas do parque.
2 Visitação Direcionada: Objetivo: Proporcionar atendimento dirigido a grupos
organizados, permitindo a exploração de temas vinculados ao conhecimento
do ambiente natural, à conservação da biodiversidade e à fauna e flora do
Parque. Neste projeto são previstas as seguintes ações: Estações de Visita,
que consistem em locais onde são apresentados temas específicos, na forma
de discussão dirigida. Propõe-se como estrutura mínima de funcionamento,
que pelo menos 5 estações estejam em atividade nos dias de visitação do
parque. Os temas das estações são alterados ao longo do ano, permitindo a
inclusão de temas específicos vinculados ao calendário de atividades do
parque. Atendimento personalizado de escolas: Almejando tornar possível o
atendimento de demandas específicas de grupos escolares, vinculados às
atividades da grade curricular: proporcionar aos professores a oportunidade
de desenvolver atividades dentro do parque em estreito relacionamento com
as atividades desenvolvidas na sala de aula. Agendamento: as visitas de
grupos organizados devem ser agendadas previamente utilizando o sistema
disponibilizado, de forma a garantir a capacidade suporte de visitação do
parque, a seleção do tema de interesse do grupo dentro do calendário de
atividades do parque, criar mala direta com os grupos cadastrados para obter
feedback da visita e para avaliação das atividades das estações e do Parque.
NORMA: os grupos de visitantes deverão receber orientações sobre o parque.
3 Formação Continuada: Objetivo: Melhorar a qualidade do atendimento aos
visitantes através do aprimoramento da equipe de funcionários e estagiários
sobre os temas e assuntos relativos ao Parque. A) Desenvolver atividades de
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formação continuada, dirigida a tratadores, estagiários, seguranças, portaria
e demais pessoas interessadas. Estas atividades buscam: ampliar e
aprofundar o conhecimento de estagiários e tratadores sobre as espécies
existentes no parque; aprimorar a abordagem pedagógica e a avaliação de
resultados, direcionando a forma de atendimento para o formato pedagógico
mais recomendado e avaliando de forma contínua os procedimentos,
condutas e resultados obtidos; promover palestras e atividades de campo. As
atividades de capacitação continuada serão divulgadas em calendário mensal
de atividades, com datas, horários e local. B) Desenvolver atividades de
formação e integração das visitas de todas as zonas do Parque. C) Formação
de professores, com o objetivo de proporcionar aos professores
conhecimentos sobre a área do parque, sua história e história natural, de
forma a facilitar o planejamento e desenvolvimento de atividades didáticas
extraclasse no parque. Poderá ser realizada de forma presencial ou virtual, de
acordo com calendário de atividades do parque e disponibilidade das escolas.
Serão também elaborados e divulgados guias de atividades direcionadas a
professores de educação infantil e de ensino fundamental I e II. Deverão ser
emitidos certificados de capacitação, buscando parceria com secretaria
educação para a acreditação dos certificados e desenvolvimento de módulos
de Ensino à Distância - EAD. D) Formação de guias de turismo: Visa à
capacitação e treinamento de pessoas que habitualmente recebem grupos de
turismo para desenvolver visitas ao parque mostrando o histórico e a história
natural da área, que serão reconhecidos como guias credenciados. A atuação
destes guias poderá resultar no fomento da visita de pessoas de outras
localidades, com possibilidade de incluir atividades específicas voltadas para
eventos da cidade, como Agrishow e feira do livro.
4 Estruturação: a estrutura física para recepção de grupos é importante por
permitir agregar exposições, desenvolver atividades específicas como
projeção de filmes e trabalhos em laboratório etc. Hoje, esta estrutura
encontra-se desmontada e com outros usos: o centro de visitantes foi
desmontado para abrigar a casa da ciência, o Centro de Apoio à Educação
Ambiental encontra-se parcialmente desviado para atender a Secretaria
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Municipal da Educação (Educação de Jovens Adultos online, reuniões de
comissões e Trabalho Docente Coletivo de formação). Nesta linha de ação
são propostas a reforma e adequação das edificações internas ao parque para
atuarem como Centro de Educação Ambiental e Centro de Visitantes,
dotando-os de estrutura administrativa adequada. Analisar e contribuir para
as decisões e estruturação dos acessos ao parque.
5 Avaliação: Permitir a constante avaliação e reformulação das atividades,
adotando as melhores práticas pedagógicas para atingir os objetivos do
Programa. Esta atividade conta atualmente com a parceria com FFCLRP/USP,
Laboratório de Ensino de Biologia. Estabelecer rotina de receber, analisar e
responder a todos os feedbacks, tabulando as informações visando o
aprimoramento das atividades.
V.4.2.2. Subprograma de Recreação e Turismo
O objetivo do Subprograma de Recreação e Turismo é fomentar o turismo
ambiental no parque, um segmento da atividade turística que utiliza de forma
sustentável o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a
formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do ambiente,
promovendo o bem-estar das populações. Assim, visa conscientizar o público visitante
da necessidade de conservação do Parque, trabalhando as relações do homem com o
meio ambiente, a implicação da interferência humana nos recursos naturais e a
consequente necessidade de sua preservação. Visa também a integração das ações
ambientais, culturais e esportivas no PMMSB.
Existem vários projetos a serem desenvolvidos, tais como Visitação Pública,
Programação Especial e Relações Públicas e Extensão, que incluem atividades variadas
em termos de público e periodicidade.
No Parque há uma série de elementos e equipamentos de interesse para o
desenvolvimento do turismo:
Elementos Naturais: atrativos cênicos de interesse ecológico.
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Elementos Culturais: atrativos de fundo histórico (patrimônio arquitetônico,
artístico), cultural (estilos de vida peculiares, artesanato, manifestações populares),
eventos e comemorações.
Elementos Esportivos: atrativos de fundo esportivo (escolinhas de iniciação
esportiva - ginástica olímpica, ginástica aeróbica, judô, natação, futebol de salão,
voleibol, basquete, atletismo, boxe, musculação, e natação para deficientes),
competições (regionais, estaduais, nacionais e internacionais).
OBJETIVOS: propiciar práticas recreativas compatíveis com os objetivos e recursos da
área; integrar as atividades culturais e esportivas com os objetivos do PMMSB;
conscientizar o público visitante da necessidade de conservação do parque, trabalhando
as relações do homem com o meio ambiente, a implicação da interferência humana nos
recursos naturais e a consequente necessidade de conservação.
NORMAS: todas as atividades a serem desenvolvidas na área, exceto Zona Cultural e
Zona Esportiva, deverão ser executadas a pé; as atividades culturais e esportivas do
parque, e desenvolvidas pelas secretarias da Cultura e de Esportes em suas respectivas
zonas, manterão autonomia institucional; as atividades culturais e esportivas poderão
ser desenvolvidas em outras zonas do parque desde que compatíveis com os usos
previstos;
É vedado o uso de equipamentos amplificadores de som na área do PMMSB, exceto nas
zonas cultural e esportiva, não podendo ultrapassar o limite de 45 dB noturno e 50 dB
diurno, medidos na área do Bosque e Zoológico.
V.4.2.3. Subprograma Pesquisa de Opinião
O objetivo deste Subprograma é conhecer e caracterizar o perfil dos visitantes,
visando aprimorar a integração dos mesmos com os programas e atividades,
despertando a atenção para as particularidades do local. Busca-se também avaliar os
pontos atrativos, a infraestrutura e o atendimento do Parque, obtendo dados para as
revisões do Plano de Manejo.
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Além da aplicação periódica de pesquisas de opinião pública, deverá ser
instalada uma via de comunicação direta do visitante com a administração do Parque,
onde os mesmos poderão apresentar críticas e ou sugestões.
NORMAS: na aplicação e análise das pesquisas deverão ser utilizadas
metodologias adequadas e reconhecidas na área, os resultados das pesquisas deverão
ser disponíveis para qualquer pessoa interessada, poderá haver contratação de empresa
para elaboração, aplicação e avaliação da pesquisa; todos os comentários, críticas e
sugestões enviados por visitantes deverão ser analisados e respondidos.
V.4.3-Programa de Operações
Este programa tem como objetivo garantir a funcionalidade da Unidade de
Conservação, proporcionando segurança, manutenção adequada e a estrutura
necessária para o desenvolvimento dos outros programas. Está dividido em 4
subprogramas, a saber:
V.4.3.1. Subprograma de Proteção
A vigilância do PMMSB abrange tanto a vigilância patrimonial quanto a
segurança pública e dos animais. Devem ser previstos procedimentos para abordagem
e autuação de visitantes infratores. A vegetação natural da região mais alta do Morro
de São Bento seca anualmente durante o inverno - mata decídua. Essa característica
eleva o risco de incêndios florestais no Parque. As ações preventivas e de pronto
combate, descritas no Plano de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais -PPCIF - são
de fundamental importância. Devem existir rotinas e procedimentos estabelecidos para
a gestão de crises: fechamento do parque em situações de emergência: fuga de animais,
chuva intensa, outras situações emergenciais.
OBJETIVOS: garantir a integridade dos recursos naturais do Parque; proporcionar
proteção e segurança aos visitantes e funcionários e ao patrimônio natural, cultural e
instalações do Parque.
NORMAS: A vigilância deve priorizar a prevenção sem prejuízo ao combate às
contravenções ou danos aos recursos. A função deve ser exercida com cortesia e com
técnicas eficientes na identificação de situações prejudiciais ao parque e aos usuários; a
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vigilância deverá ser reforçada nos períodos de maior visitação pública; é proibida a caça
e pesca; é proibido capturar animais, exceto quando ocorrer fuga de animais do
zoológico; é proibido aos visitantes alimentar a fauna ou submetê-la a qualquer tipo de
sofrimento; é proibido provocar danos à flora; as extrações de árvores serão autorizadas
quando em situação de risco ou quando imprescindível o cumprimento do plano de
manejo; o parque será fechado à visitação e evacuado em ocasiões de chuvas ou ventos
fortes e outras ocasiões de perigo (gestão de crises); deve ser garantido um sistema
eficiente de comunicação interna (rádios, sirenes, outros); deve ser garantido o
atendimento médico emergencial e de primeiros socorros, o parque deve ser
inteiramente cercado e seus acessos monitorados, os infratores deverão ser autuados
com base no previsto no regulamento do PMMSB; serão tomadas ações de prevenção e
controle de focos de incêndio, de acordo com PPCIF;
V.4.3.2. Subprograma de Manutenção
O PMMSB hoje carece de projetos (comunicação visual, paisagismo, outros) e de
documentação dos projetos (rede água, energia, drenagem, outros). De forma geral,
as instalações existentes encontram-se em situação precária. Várias infraestruturas
estão subdimensionadas. O Zoológico dispõe de recintos muito antigos e que, embora
atendam às exigências da normativa para zoológicos, apresentam uma série de
deficiências (rede hidráulica, rede elétrica, ambientação, outro). A Zona Esportiva situa-
se em antiga cava de pedreira. As encostas que circundam a Cava do Bosque são as
paredes remanescentes desta pedreira, sujeitas a deslizamentos e rastejo de solo e
representam o limite da cobertura florestal natural. O interior da cava abriga
exemplares adultos e de grande porte da flora nativa. A Zona Cultural situa-se no Alto
do Morro de São Bento, área de domínio da mata decídua. Ocorrem trechos de mata e
muitos exemplares da flora nativa, inclusive de espécies ameaçadas de extinção. Toda
a área apresenta solo raso e risco que queda de árvores durante a época chuvosa do
ano. A manutenção tem ocorrido de forma eventual e reativa aos danos decorrentes de
desgaste natural, acidentes ou vandalismo e existe pouco ou nenhum investimento
efetivo em manutenção da infraestrutura.
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Todas as manutenções das edificações internas ao bosque e zoológico são de
responsabilidade da Secretaria do Meio Ambiente, assim como todas as edificações e
instalações existentes na zona Cultural são responsabilidade da Secretaria da Cultura e
aquelas da Zona Esportiva são responsabilidade da Secretaria de Esportes. O Parque é
responsável pela definição de projeto de Comunicação Visual uniformizada, sendo as
secretarias concorrentes na sua implantação e manutenção. Cabe ao Parque a
conservação e manejo de fauna e flora, manejo de solo, manutenção do aceiro, do
cercamento. O Parque é também responsável pela gestão da vigilância do perímetro,
do PPCIF, atuando colaborativamente com as outras secretarias localizadas no
perímetro do parque e com o gestor da APA quando couber.
OBJETIVOS: preservar e valorizar os investimentos realizados em infraestrutura e
equipamentos, conservar em bom estado de funcionamento a estrutura física
construída do parque.
NORMAS: Devem ser estabelecidas rotinas operacionais para fiscalizar a integridade e
o bom funcionamento da infraestrutura do parque, antecipando a manutenção para
evitar as paradas de funcionamento e o colapso das instalações; na manutenção das
trilhas, devem ser removidos os obstáculos, e quando necessário, o redimensionamento
e o fechamento de determinados trechos.
V.4.3.3. Subprograma de Administração
Os serviços no PMMSB são deficitários em mão de obra e equipamentos. A
reposição dos desligamentos de funcionários nem sempre ocorre, aumentando a
deficiência. O quadro de funcionários do parque deve ser revisto e atualizado, sendo
estabelecido um plano de contratação para suprir as necessidades. Também pode ser
implantado o serviço voluntário no parque. Os equipamentos existentes são, em geral,
poucos, muito antigos e com diversos problemas. O Plano de Manejo preconiza a
autossuficiência financeira do PMMSB. Neste sentido, previu e aprovou em lei a
cobrança de ingressos, até hoje não implantado. Outras medidas de aporte financeiro
para o Parque podem ser a exploração de cantinas e similares e a venda de souvenirs. É
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possível também receber doações e o resultado da aplicação de multas. As atividades,
infraestruturas e recursos na zona de entorno podem ter efeitos positivos ou negativos
diretamente sobre o parque, devendo, portanto, serem conhecidas e monitoradas.
OBJETIVOS: implantar a política de auto sustentabilidade do parque, dotar o parque de
pessoal, equipamentos e instalações necessários ao cumprimento do Plano de Manejo;
implementar o Plano de Manejo conforme estabelecido; realizar a parte administrativa,
burocrática e de relações públicas; acompanhar sistematicamente o desenvolvimento
das atividades do parque e identificar suas implicações; fornecer subsídios para
possíveis reformulações das atividades do parque; fornecer subsídios para a avaliação
do Plano de manejo e consequentes revisões.
NORMAS: Qualquer alteração física na área e obra civil a ser efetuada no parque deve
ser aprovada pelo Conselho Gestor; todas as edificações devem ser harmônicas e
integradas com a paisagem natural; os funcionários do parque deverão ser em número
suficiente para o funcionamento adequado do mesmo; todos os funcionários e
prestadores de serviço deverão receber treinamento adequado; as empresas
contratadas para prestar serviços dentro do parque deverão se adequar às normas
estabelecidas no Plano de Manejo; todo funcionário do Parque deverá trabalhar
uniformizado; o exercício de qualquer função no parque deve ser efetuado por pessoa
com habilitações profissionais específicas, promovendo-se os treinamento e reciclagens
necessários; Na administração do parque, devem ser respeitadas as orientações técnicas
da equipe; a avaliação das atividades deve ser sistematizada e documentada.
V.4.3.4. Subprograma de Coordenação de Sustentabilidade
Este subprograma foi criado visando à implantação e à consolidação de práticas
sustentáveis no PMMSB, de forma a proporcionar a melhor qualidade de vida e respeito
ao meio ambiente. Neste sentido, limita a visitação à capacidade suporte do parque,
estimula a redução e otimização de uso de recursos naturais, a valorização e
preservação da cultura e do patrimônio natural e cultural local, a promoção da cidadania
ativa.
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Entre as metas da sustentabilidade estão a redução no consumo de recursos
naturais. No tocante á água, devem ser adotadas medidas para reduzir o consumo de
água, estabelecendo mecanismos para otimização do uso e consequente controle de
vazão, bem como a reutilização da água. Na gestão do uso da água, as canalizações
antigas existentes no parque deverão ser substituídas, visando minimizar as perdas.
Com relação à energia, as medidas visando à redução do consumo de energia elétrica
devem ser estimuladas e implantadas. Propõe o estudo de viabilidade de instalação de
um sistema fotovoltaico, como forma de utilização de energia renovável. As atividades
do parque geram um volume elevado de resíduos. Estes devem ser coletados de forma
seletiva, acondicionados e destinados de forma apropriada, estimulando a redução na
geração de resíduos, a reutilização, a compostagem e, por fim, a destinação adequada
dos rejeitos. A coordenação de sustentabilidade será responsável por zelar e implantar
as ações, promovendo a integração das secretarias sediadas no parque.
OBJETIVOS: Interagir com os diferentes setores e programas do parque, buscando a
coordenação das ações de forma a otimizar recursos e sedimentar as práticas
sustentáveis; promover a integração das equipes.
NORMAS: A visitação ao parque deve ser limitada à sua capacidade suporte, limitada a
3 pessoas por metro quadrado. Deve buscar a redução de consumo dos recursos
naturais (água, energia, outros); Deve promover a gestão dos resíduos, visando a
redução de consumo, o reaproveitamento e reutilização dos materiais e a disposição
adequada dos inservíveis; Deve promover a sustentabilidade em todas as zonas e
setores do PMMSB, interagindo com todas as entidades envolvidas; buscar soluções
para o aproveitamento dos recursos existentes (aproveitamento de madeira, produção
de composto orgânico e sua distribuição, buscar recursos financeiros para sustentar o
parque economicamente, diminuir consumos, etc). Os coletores de lixo devem
possibilitar a coleta seletiva, a coleta e disposição final do lixo em cada zona deve ser
adequado aos itens gerados. Recomenda-se o reaproveitamento de material reciclável
em atividades educacionais e o material orgânica na compostagem, os resíduos de
serviço de saúde (animal e humano) deverão ser acondicionados adequadamente e
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destinados à coleta hospitalar, é vedado o acúmulo de entulhos dentro do parque,
materiais com previsão de uso posterior devem ser devidamente acondicionados.
V.4.4. Programa de Patrimônio Cultural: Material, Imaterial, Natural e Paisagístico
Valorizar as atividades ligadas às referências culturais e indenitárias da
localidade por meio do fomento a ocupação cultural em suas diversas linguagens e
manifestações.
Cumprindo assim uma das principais funções da cultura, o da garantia ao acesso
aos territórios culturais e a liberdade de expressão. (L.M. 2.777/16.
Este programa tem como objetivo identificar os recursos patrimoniais culturais
e naturais do parque, promover sua conservação, preservação e valorização.
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TABELA 12 – Detalhamento dos programas de manejo, indicando seus objetivos, os indicadores, os critérios de avaliação, o que deve conter o
relatório a ser encaminhado ao Conselho Gestor e as prioridades (metas futuras)
PROGRAMA DE MANEJO DE RECURSOS NATURAIS: SUB-PROGRAMA FLORA
OBJETIVOS INDICADORES CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO RELATÓRIO AO CG PRIORIDADES
• proteger áreas representativas de cada formação, conservando e recuperando as condições primitivas da área;
• conhecer as características das formações vegetais presentes;
• recuperar áreas degradadas;
• facilitar a manutenção e/ou regeneração natural das populações florísticas;
• manter banco de sementes das espécies típicas destas formações.
Conservar a diversidade do Parque através da produção de mudas das espécies do parque e plantios de enriquecimento e reposição.
0 – Não houve atividade 1 – Houve coleta e destinação de
sementes de forma aleatória; 2 - Existe um programa
implantado de reprodução e plantio das espécies do parque
Relatar se houve coleta de sementes, qual o destino das sementes, quantas mudas destas foram reintroduzidas no parque, quais plantios ocorreram e qual a origem das mudas plantadas no parque
• Coletar as sementes e produzir as mudas, efetuar plantios, principalmente aqueles para reposição dos exemplares perdidos
Manejar as árvores do Parque de forma e evitar situações de risco
0 -Não existe rotina de avaliação, poda, extração e reposição das árvores
1 -As intervenções na vegetação ocorreram de forma reativa aos eventos e reposição, se efetuada, foi parcial
2 -Há monitoramento efetivo e atuante, que garante o manejo adequado da vegetação
Relacionar todas as ações de corte e poda realizadas, indicando se foram preventivas ou reativas. Relacionar a quantidade de árvores caídas e/ou extraídas, incluindo a descrição da reposição e pegamento das mudas.
• avaliar situações das áreas limítrofes;
• definição de responsável técnico para implantação do subprograma.
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Controlar e erradicar as espécies com hábitos invasores
0 -Não efetuou o controle 1 -Efetuou controle parcial e
apenas de gramíneas 2 -Efetuou controle de
gramíneas, Caryota, lianas e outras invasoras
Atuação do parque no controle (área roçada, frequência, ações de controle de Caryota, lianas ou outros invasores)
• Controle de gramíneas, associado ao PPCIF
• Controle da Caryota
• Iniciar o controle de lianas nos trechos onde estas são mais frequentes
Implantar e manter o projeto paisagístico do Parque
0 – São feitas apenas ações de corte e poda essenciais
1 – Foi efetuada melhorias no paisagismo
2- Elaborou e implantou projeto de paisagismo, que é mantido adequadamente
Foi elaborado projeto paisagístico para o parque? Foi implantado? Como ocorreu manutenção do paisagismo existente
• Elaborar e implantar o projeto paisagístico, priorizando espécies nativas
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PROGRAMA DE MANEJO DE RECURSOS NATURAIS: SUB-PROGRAMA FAUNA
OBJETIVOS INDICADORES CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO RELATÓRIO AO CG PRIORIDADES
• efetivar o manejo e o estudo das populações animais, visando a recuperação de habitats, o repovoamento e o aproveitamento do potencial educativo e científico;
• desenvolver condições adequadas para a proteção da fauna silvestre e em liberdade no parque;
• manter acervo de animais vivos e saudáveis, em condições adequadas de confinamento e exposição, visando desenvolvimento da cultura, do turismo e da educação ambiental;
• proporcionar aos visitantes do parque a observação dos animais
Manejar animais em cativeiro
0 – Efetuou tratamento básico (recintos adequados, nutrição balanceada, acompanhamento veterinário profilático e de emergências) 1 – Houve investimento no bem-estar animal, mais ainda existem recintos ou áreas de manejo que necessitem de atenção; 2 – Manejo das espécies atende plenamente a ambientação e mobiliários dos recintos, enriquecimento, treinamento das espécies
Quais melhorias foram implantadas no zoo? Relacionar os recintos e o tipo de melhoria efetuada.
Monitorar os animais de vida livre silvestres, incluindo os polinizadores
0 - Não houve monitoramento (suplementação na dieta, acompanhamento da dinâmica populacional, prevenção de acidentes como choques elétricos e atropelamento, registro sistemático da situação) 1 - Animais de vida livre são parcialmente acompanhados 2 - Monitoramento plenamente efetuado
Houve monitoramento da população de animais silvestres de vida no parque? O que foi feito e os resultados obtidos
Monitorar os animais de vida livre domésticos e/ou prejudiciais (gatos, ratos, pombos, cães, urubus, outros)
0 -Não efetuou o controle 1 – Controle precário 2 – Controle efetivo
Quais métodos de controle populacional foram implementados focando cada espécie problema.
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em liberdade, em seu ambiente natural;
• receber e dar tratamento adequado à fauna vitimizada, destinando estes animais prioritariamente às áreas de soltura
Atender e reintroduzir na natureza a fauna vitimizada: Projeto Nova Chance
0 - Recebe animais vitimizados, mas não tem condições de tratamento e acomodação. Neste caso, não há retorno do animal à natureza. 1 - Recebe animais vitimizados, efetua o tratamento adequado, mas não possui capacidade para acomodar o animal de forma adequada. O retorno `a natureza pode ocorrer ou não 2 - Atende satisfatoriamente a demanda de recebimento e tratamento de animais vitimizados, parcerias com áreas de soltura suficientes para toda fauna tratada.
Quantos animais foram recebidos e tratados. Quantos óbitos e quantos sucessos. Quantos e onde foram libertados. Quantos incapacitados permanecem no zoo? Houve prejuízo às atividades e/ou avaliação do zoo?
Monitorar comportamento animal em relação a ruídos
0 - Não existem ações pois não há equipamentos para aferição dos ruídos e monitoramento do comportamento animal 1 - É feito monitoramento do comportamento animal apenas em situações específicas 2 - Existe programa efetivo para monitoramento do comportamento animal em relação a ruídos aferidos de forma rotineira
Houve medição de ruídos na área do parque? Durante estas medições, houve monitoramento do comportamento dos animais? Esta é uma ação pontual (durante eventos) ou cotidiana?
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PROGRAMA DE MANEJO DE RECURSOS NATURAIS: SUB-PROGRAMA MANEJO DE SOLO
OBJETIVOS INDICADORES CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO RELATÓRIO AO CG PRIORIDADES
• Desenvolver programas de conservação do solo e controle de erosão
• Produzir instrumentos para orientar o manejo adequado do solo
• Manter a permeabilidade do solo
• Monitorar e controlar os processos erosivos, especialmente nas encostas
Produzir instrumentos para manejo de solo (mapa de drenagem natural e artificial, mapeamento pedológico, mapeamento de áreas de risco)
0 - Não existem mapeamentos e instrumentos para manejo de solo. 1 - Desenvolveu parcialmente dos itens acima. 2 - Dispõe de equipe treinada e ferramentas suficientes para exercer o monitoramento, inclusive pluviômetro instalado e operante.
Foi produzido mapa de drenagem natural e artificial? Mapa pedológico? Mapeamento das áreas de risco?
Elaborar a carta de risco Incentivar programas para avaliação da saturação hídrica dos solos do PMMSB
Monitorar e controlar a malha de drenagem natural (caminhos perpendiculares à declividade, limpeza da malha de drenagem, etc.)
0 – Não existem ações neste sentido. 1 – Existem ações reativas. 2- Ocorrem ações preventivas e reativas.
Quais ações foram efetuadas para controle da drenagem natural. Foram ações preventivas ou reativas?
Manter a permeabilidade do solo
0 – Houve aumento da impermeabilização do solo, particularmente em zonas onde as normas proíbem. 1 – Houve aumento da impermeabilização, mas respeitando os limites estabelecidos. 2 – Não houve aumento da impermeabilização do solo.
Houve aumento da área impermeabilizada do parque? Quanto? Onde? Qual a razão?
Monitorar e controlar os processos erosivos nas encostas
0 – Não existem ações neste sentido. 1 – Existem ações reativas. 2- Ocorrem ações preventivas e reativas.
Quais ações foram efetuadas para controlar os processos erosivos e de deslizamento?
Monitorar o deslizamento do solo que ocorreu próximo ao Mirante
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PROGRAMA DE MANEJO DE RECURSOS NATURAIS: SUB-PROGRAMA DE INVESTIGAÇÃO E PESQUISA
OBJETIVOS INDICADORES CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO RELATÓRIO AO CG PRIORIDADES
• aprofundar os conhecimentos sobre os recursos naturais, históricos e culturais da área, de forma a apoiar com dados, métodos e conceitos científicos as atividades de manejo;
• incentivar o desenvolvimento de pesquisas científicas na área;
• fornecer informações climáticas locais.
Fomentar e realizar estudos e pesquisas na área
0 – Não foram realizados estudos ou pesquisas. 1 – Foi atendida demanda espontânea (pesquisadores que procuram o local para realizar seus estudos) 2 – Existem parcerias para o desenvolvimento de pesquisas.
Foram desenvolvidos estudos ou pesquisas no Parque? Quais? Apresentaram resultados?
Implantar banco de dados com resultados das pesquisas realizadas
0 – Não existe registro dos estudos e pesquisas realizados 1 – Existe registro dos trabalhos realizados no parque, mas não estão reunidos em banco de dados 2 – Existe banco de dados atualizado das pesquisas realizadas no parque
Como estes estudos estão arquivados e disponibilizados para consulta?
Recuperar resultados dos trabalhos já realizados e organizar o banco de dados.
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PROGRAMA DE USO PÚBLICO: EDUCAÇÃO E INTERPRETAÇÃO (Resolução Conjunta SME/SMA No 01/2018)
OBJETIVOS INDICADORES CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO RELATÓRIO AO CG PRIORIDADES
• sensibilizar a população com relação a importância da preservação do PMMSB e questões ambientais;
• desenvolver valores, atitudes e hábitos, visando à mudança de comportamento em relação ao meio em que vive;
• proporcionar visitas monitoradas ao parque, de forma a favorecer a interpretação dos elementos e processos naturais;
• proporcionar a interação do visitante com o ambiente natural do parque;
• desenvolver atividades de interpretação dos recursos naturais;
Comunicação 0 – Não existe comunicação eficiente 1 – Comunicação é precária 2 - Comunicação implantada e eficiente
Quais formas de comunicação foram criadas e implantadas. Como funciona a recepção e atendimento de visitantes?
Desenvolver e implantar o projeto de comunicação visual do parque
Visitação Direcionada 0 – Não há atendimento dirigido 1 – Há atendimento dirigido parcial 2 – Atendimento pleno de grupo de visitante
Qual a demanda recebida para visitação interativas e temáticas? Quantos destes grupos receberam atendimento? A infraestrutura e recursos humanos está adequada?
Aperfeiçoar o sistema de agendamento
Formação Continuada 0 - Não ocorre formação continuada 1 – Formação ocorre de forma descontínua e não atende todos os segmentos 2 – Formação continuada plenamente implantada, atendendo estagiários, funcionários, professores, guias de turismo e população em geral
Houve formação continuada? Quais segmentos atendidos? Qual a frequência e carga horária semanal e total?
Fazer o planejamento das ações e elaborar os cursos de formação.
Estruturação 0 - Não existe estrutura adequada para a instalação do projeto
Qual a demanda de estrutura física e recursos humanos para o desenvolvimento das
Reimplantar o Centro de Visitantes
101
• divulgar o conhecimento sobre o acervo de fauna e flora existentes no parque;
• propiciar oportunidade para observação e estudos práticos;
• promover a divulgação do parque.
• promover seminários, congressos e outros encontros técnicos científicos para profissionais e estudantes de áreas afins;
• desenvolver programa educativo para vizinhos do parque;
• capacitar os recursos humanos que prestarão serviços no Parque.
1 – A estrutura existente permite o funcionamento precário das ações de educação ambiental no parque 2 – As ações de educação ambiental são plenamente exercidas
ações de educação ambiental?
Avaliação 0 – Não ocorre nenhuma forma de avaliação 1 – Foram feitas avaliações parciais das atividades 2 – São realizadas rotineiramente avaliações do desempenho das visitas, da fixação dos conceitos pelos grupos escolares e discutidas em reuniões de avaliação.
Ocorreu avaliação do programa? Como foi feito? Qual o resultado?
102
PROGRAMA DE USO PÚBLICO: RECREAÇÃO E TURISMO
OBJETIVOS INDICADORES CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO RELATÓRIO AO CG PRIORIDADES
• Propiciar práticas recreativas compatíveis com os objetivos e recursos da área;
• Integras as atividades culturais e esportivas com os objetivos do PMMSB;
• Conscientizar o público visitante da necessidade de conservação do Parque, trabalhando as relações do homem com o meio ambiente, a implicação da interferência humana nos recursos naturais e a consequente necessidade de preservação
Atividades de fomento ao turismo ambiental
0 – Não existem atividades voltadas para o turismo ambiental no parque, 1 – Algumas atividades desenvolvidas para trabalho de educação ambiental para grupos escolares atendem também público em geral; 2 - Foram implantadas atividades voltadas ao fomento do turismo ambiental no parque
Descrever quais atividades atendem ao turismo ambiental, como e quando foram implantadas e público atendido
Promover a integração das ações culturais e esportivas com o PMMSB
103
PROGRAMA DE USO PÚBLICO: PESQUISA DE OPINIÃO
OBJETIVOS INDICADORES CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO RELATÓRIO AO CG PRIORIDADES
• Conhecer e caracterizar o perfil dos visitantes, visando aprimorar a integração dos mesmos com os programas e atividades do parque;
• Despertar a atenção do visitante para as particularidades do PMMSB;
• Avaliar os pontos atrativos do parque;
• Obter dados para inclusão nas revisões do Plano de Manejo
Pesquisa de opinião 0 – Não foi realizada pesquisa 1 – Pesquisa não atendeu a
necessidade 2 – Pesquisa realizada foi bem
planejada e executada
Foi realizada pesquisa de opinião? Qual o
resultado?
Recepcionamento de críticas, sugestões e
avaliações dos visitantes
0 – Não foi instalada forma de comunicação com os visitantes
1 – Visitante tem acesso para emitir críticas e sugestões, mas não é
incentivado a fazê-lo 2 – Existe maneira fácil e rápida de
enviar críticas e sugestões, que sempre são respondidas
Como o público se comunica com o parque? Existem impressos e/ou urnas para que as pessoas depositem seus comentários? Existe um link no site do PMMSB com esta finalidade?
104
PROGRAMA DE OPERAÇÕES: SUB-PROGRAMA DE PROTEÇÃO
OBJETIVOS ATIVIDADES CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO RELATÓRIO AO CG PRIORIDADES
• garantir a integridade dos recursos naturais do parque;
• proporcionar proteção e segurança aos visitantes e funcionários, ao patrimônio natural e cultural e às instalações do Parque.
Vigilância: 0 – Não existe equipe e equipamentos de vigilância 1 - Equipamentos e vigilantes são insuficientes para atender o parque. 2 – Sistema de vigilância eficiente e eficaz e PMMSB totalmente cercado
Existe equipamento de segurança instalado? Atende todo o parque? Quantos vigilantes trabalham em cada setor? Há carência de funcionários ou equipamento?
Cercar totalmente o PMMSB
Prevenção e controle de incêndios
0 – Não dispõe de PPCIF atualizado. 1 – Existe PPCIF, mas não atendeu todos os itens (treinamento brigadistas, aquisição de materiais, etc.) 2- PPCIF atualizado e plenamente operante
PPCIF foi atualizado? Houve quantos treinamentos de brigadas de incêndio? Foram adquiridos os equipamentos faltantes?
Atualizar anualmente o PPCIF. Implantar rede de hidrantes no parque
Implantar medidas técnicas e administrativas que visem a proteção da flora e fauna e a segurança dos visitantes - GESTÃO DE CRISES
0 – Não há plano de gestão de crises desenvolvido. 1 – Implantou plano de gestão de crises, mas possibilidade de implantação é deficitária. 2 -Plano e gestão de crises plenamente implantado e operante
Existe Plano de Gestão de Crises. Este plano foi atualizado? Foi feito treinamento? Houve aplicação?
105
PROGRAMA DE OPERAÇÕES: SUB-PROGRAMA DE MANUTENÇÃO
OBJETIVOS ATIVIDADES CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO RELATÓRIO AO CG PRIORIDADES
• preservar e valorizar os investimentos realizados em infraestrutura e equipamentos;
• conservar em bom estado de funcionamento a estrutura física construída no parque.
Manter a infraestrutura do Bosque Fábio Barreto
0 – Atuação limitou-se a reparar precariamente os danos ocorridos 1 – Existem rotinas de manutenção parciais 2 – As rotinas de manutenção são totalmente implantadas e plenamente operacionais
Quais investimentos foram realizados na implantação de rotinas de manutenção? Atendeu toda a demanda?
Manter a infraestrutura do Esportes
0 – Não houve investimentos na manutenção da área esportiva do parque 1 – Investimentos em manutenção parcial 2 – Manutenção adequada
Descrever as ações realizadas
Implantar rotinas de manejo de fauna e flora
Manter infraestrutura da Cultura
0 – Não houve investimentos na manutenção da área cultural do parque 1 – Investimentos em manutenção parcial 2 – Manutenção adequada
Descrever as ações realizadas
Implantar rotinas de manejo de fauna e flora
106
PROGRAMA DE OPERAÇÕES: SUB-PROGRAMA DE ADMINISTRAÇÃO
OBJETIVOS ATIVIDADES CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO RELATÓRIO AO CG PRIORIDADES
•
• implantar a política de auto sustentabilidade do parque;
• dotar o parque de pessoal, equipamentos e instalações necessários ao cumprimento do plano de manejo;
• implementar o Plano de Manejo conforme estabelecido;
• realizar a parte administrativa, burocrática e de relações públicas.
Recursos Humanos
0 – Há carência de mão de obra 1 – Mão de obra suficiente, mas não treinada 2 – Mão de obra suficiente e treinada
Os recursos humanos existentes são adequados e suficientes para o Parque? Houve desligamento de mão de obra? Houve substituição de mão de obra?
Dotar o parque dos recursos humanos necessários para o bom funcionamento
Equipamentos
0 – Equipamentos insuficientes e não houve manutenção apropriada dos equipamentos existentes 1 – Equipamentos mantidos operacionais 2 – Equipamentos adequados em tipo e quantidade, com manutenção adequada
Foram adquiridos equipamentos para o parque? Quais? Elaborou plano de reposição de equipamentos anual?
Dotar o Parque dos equipamentos necessários para seu bom funcionamento, prevendo, quando recomendável, o aluguel dos equipamentos
Gestão financeira
0 – Parque totalmente dependente de recursos externos e insuficiente 1 – Parque totalmente dependente de recursos externos e suficientes 2 – Parque dispõe de recursos próprios
Houve aporte financeiro para o Parque além do repasse da Prefeitura? Quais medidas foram implantadas? São suficientes?
Garantir a responsabilidade fiscal, buscando a autossuficiência na obtenção dos recursos (implantar bilheteria, receber participação das atividades comerciais do parque, etc.)
107
Gestão da Zona de Entorno
0 – Nada foi realizado 1 – Gestão da zona de entorno parcialmente implantada 2 – As ações necessárias para a gestão da zona de entorno são plena e rotineiramente realizadas
Descrever todas as ações realizadas relativas `zona de entorno
1. levantamento das atividades que causam impacto sobre o parque; 2. monitoramento dos impactos possíveis; 3. participação da administração do parque nos processos de licenciamento e aprovação de atividades causadoras de impactos; 4. gestão da zona de entorno
Gestão de infraestrutura
0 – Não houve investimentos em infraestrutura ou investimentos realizados sem planejamento 1 –Investimentos insuficientes 2 – Investimentos realizados de forma planejada e de acordo com Plano de Manejo
Quais os investimentos realizados em infraestrutura do parque. Existe um plano de desenvolvimento do Parque?
Elaborar o Plano de Desenvolvimento do Parque
108
PROGRAMA DE OPERAÇÕES: SUB-PROGRAMA DE COORDENAÇÃO DE SUSTENTABILIDADE
OBJETIVOS ATIVIDADES CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO RELATÓRIO AO CG PRIORIDADES
Interagir com os diferentes setores e programas do parque, buscando a coordenação das ações de forma a otimizar recursos e sedimentas as práticas sustentáveis, promover a integração das equipes
Coordenação de Sustentabilidade - Gestão de políticas, planos, programas e projeto
0 – Não existem iniciativas consistentes que busquem a sustentabilidade do Parque 1 – Existem iniciativas independentes e descontínuas 2 – Existe pessoa/equipe responsável pela sustentabilidade do Parque
Foi nomeado um coordenador ou equipe de sustentabilidade do Parque? Quais a medidas foram implementadas?
A coordenação de sustentabilidade será responsável por zelar e implantar as ações de sustentabilidade previstas, acompanhar todos os processos do parque, sintetizar resultados e divulgar.
Gestão do recurso hídrico: uso e reuso da água
0 – Não há gestão do uso da água visando a redução de consumo, otimização do uso e reuso 1 – Sistema de gestão parcial 2 – Sistema de gestão e tratamento de água implantado e operante
houve redução de consumo de água? Obteve o as built da rede de água do Parque? Quais investimentos foram realizados visando otimizar a gestão do uso da água? O que pode ser melhorado?
Reduzir o consumo de água e promover sua reutilização
Gestão de energia elétrica
0 – Não há gestão do uso de energia visando a redução e otimização do uso 1 – Sistema de gestão parcial 2- Sistema de gestão de energia elétrica implantado e operante
houve redução de consumo de energia elétrica? Obteve o as built do projeto elétrico do Parque? Quais investimentos foram realizados visando otimizar a gestão do uso do consumo de energia elétrica? O que pode ser melhorado?
Reduzir e otimizar o consumo de energia elétrica
109
Gestão de resíduos 0 – Não há coleta seletiva e destinação diferenciada dos resíduos 1 – Há seleção e destinação diferenciada parcial dos resíduos 2 – Há um sistema de gerenciamento dos resíduos plenamente implantado e operante
Foi implantada coleta seletiva? Quais materiais são separados? Qual a destinação dada?
Promover a redução da geração de resíduos, sua reutilização e a sua coleta e destinação adequada dos resíduos.
110
PROGRAMA DE PATRIMONIO CULTURAL: MATERIAL, IMATERIAL, NATURAL E PAISAGÍSTICO.
OBJETIVOS INDICADORES CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO RELATÓRIO AO CG PRIORIDADES
• Identificar os recursos patrimoniais culturais e naturais do parque, promover sua conservação, preservação e valorização.
Identificação, conservação e valorização do patrimônio existente
0 – Não existe levantamento do patrimônio do PMMSB 1 – Existe levantamento dos bens como ações de valorização, mas quanto a execução de projetos de conservação, estes são insuficientes 2 – Os patrimônios estão identificados, conservados, preservados e valorizados
Apresentar as ações desenvolvidas visando a identificação, conservação, preservação e valorização dos recursos patrimoniais culturais e naturais do parque, indicando as lacunas existentes, as carências em recursos humanos e financeiros bem como apontando as ações prioritárias.
Valorizar as atividades ligadas às referências culturais e indenitárias da localidade por meio do fomento a ocupação cultural em suas diversas linguagens e manifestações. Cumprindo assim uma das principais funções da cultura, o da garantia ao acesso aos territórios culturais e a liberdade de expressão. (L.M. 2.777/16)
111
TABELA 13: Ponderação de pesos para os programas de manejo
PROGRAMA SUBPROGRAMA QTDD AÇÕES
PESO subprograma
Peso de cada ação
Recursos Naturais
Flora 4 4 1,00
Fauna 5 4 0,80
Manejo de Solo 3 1,6 0,53
Investigação e Pesquisa 2 0,4 0,20
Sub Total 14 10 9,99
PROGRAMA SUBPROGRAMA QTDD AÇÕES
PESO subprograma
Peso de cada ação
Uso Público
Educação e Interpretação 5 6,25 1,25
Recreação e Turismo 1 1,25 1,25
Pesquisa de Opinião 2 2,5 1,25
Sub Total 8 10
PROGRAMA SUBPROGRAMA QTDD AÇÕES
PESO subprograma
Peso de cada ação
Operações
Proteção 3 2,01 0,67
Manutenção 3 2,01 0,67
Administração 5 3,35 0,67
Coordenação de Sustentabilidade
4 2,68 0,67
Sub Total 15 10
PROGRAMA SUBPROGRAMA QTDD AÇÕES
PESO subprograma
Peso de cada ação
Patrimônio Cultural
Patrimônio Cultural 1 2 2,00
Sub Total 2
112
TABELA 14: MODELO DE TABELA PARA AVALIAÇÃO
PROGRAMA SUBPROGRAMA AÇÕES NOTA PESO TOTAL
RECURSOS NATURAIS
Flora Conservar diversidade 1 0
Manejo árvores 1 0
Controle de invasoras 1 0
Projeto paisagístico 1 0
Fauna Manejo animais em cativeiro
0,8 0
Manejo de animais em liberdade
0,8 0
Manejo de animais prejudiciais
0,8 0
Nova Chance 0,8 0
Monitoramento do comportamento animal ao som
0,8 0
Manejo de solo Produção de mapas de risco 0,4 0
Monitoramento malha drenagem
0,4 0
Manter permeabilidade do solo
0,4 0
Monitorar processos erosivos
0,4 0
Investigação e Pesquisa Fomento de pesquisas 0,2 0
Banco de dados 0,2 0
SUB-TOTAL 9,99 0
USO PÚBLICO Educação e Interpretação
Comunicação 1,25 0
Visitação direcionada 1,25 0
Formação continuada 1,25 0
Estruturação 1,25 0
Avaliação 1,25 0
Recreação e Turismo Fomento ao turismo ambiental
1,25 0
Pesquisa de Opinião Pesquisa de opinião 1,25 0
Atendimento a visitantes 1,25 0
SUB-TOTAL 10 0
113
OPERAÇÕES Proteção Vigilância 0,63 0
Prevenção de Incêndios 0,63 0
Gestão de Crises 0,63 0
Manutenção Infraestrutura PMMSB 0,63 0
Infraestrutura Cultural 0,63 0
Infraestrutura esportes 0,63 0 Administração Recursos humanos 0,63 0
Equipamentos 0,63 0
Gestão financeira 0,63 0
Zona de Entorno 0,63 0
Gestão de Infraestrutura 0,63 0
Coordenação de Sustentabilidade
Gestão de políticas, planos, programas e projetos
0,63 0
Gestão do recurso hídrico 0,63 0
Gestão de Energia Elétrica 0,63 0
Gestão de resíduos 0,63 0
SUB-TOTAL 10,08 0
PATRIMONIO CULTURAL
Patrimônio cultural Identificação, conservação e valorização do patrimônio existente
2 0
SUB-TOTAL 2 0
TOTAL 0
114
VI. BIBLIOGRAFIA
BRASIL. .Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal - IBDF, 1979. Regulamento dos
Parques Nacionais Brasileiros (Decreto n 84.017 de 21/09/79). Brasília, , 12 p.
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São Paulo (Contribuição à Carta de Solos do Brasil). Bol 12 Serviço Nacional
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DURIGAN, G. & J.C. NOGUEIRA. 1990. Recomposição de matas ciliares. IF, Sér. Reg (SP) (4):1-14.
GUZZO, P. 1991. Proposta para planejamento dos espaços livres de uso público do Conjunto Habitacional Joaquim Procópio de Araújo Ferras em Ribeirão Preto, SP. Monografia, UNESP, Rio Claro.
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IBAMA, 1996. Roteiro Metodológico para o Planejamento de Unidades de
Conservação de Uso Indireto. Versão 3.0, Brasília, 110 p.
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MANO, P.I.S. 1995. Projeto Topográfico - Levantamento planialtimétrico cadastral do
Parque Municipal do Morro de São Bento, Ribeirão Preto, SP. Relatório Técnico.
115
MARTINS, F.R. 1991. Estrutura de uma floresta mesófila. Editora UNICAMP, Campinas
(série Teses). 246 pp.
MONTEIRO, C.A .F.,1973. A dinâmica climática e as chuvas no Estado de São Paulo.
(Estudo Geográfico sob forma de Atlas). São Paulo: Instituto de Geografia - USP,.
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RIBEIRÃO PRETO, 1995. - Cria o Parque Municipal do Morro de São Bento e dá outras
providências (Lei Complementar 476, de 21 de agosto de 1995).
RODRIGUES, R.R. & S. GALDOLFI. 1993. Apresentação das metodologias usadas em reflorestamento de áreas ciliares. In: Curso de Recuperação de Áreas Degradadas, Vol II (mimeografado), p 36-70. Universidade Federal do Paraná, Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná, Associação Paranaense de Engenheiros Florestais.
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Médio-Grande: Questões sócio-ambientais regionais. Governo do Estado de São
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SÃO PAULO (Estado). Secretaria do Meio Ambiente, Coordenadoria de Educação
Ambiental, 1991. Educação Ambiental em Unidades de Conservação e Produção.
São Paulo,. 104 p. (Série Guias)
SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE, PREFEITURA DE CURITIBA, 1990.- Plano de Manejo da
área de Proteção Ambiental do Iguaçu. Curitiba,. 86 p.
SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE, PREFEITURA DE RIBEIRÃO PRETO. 1992.
Transformação do Morro de São Bento em Unidade de Conservação - Parque
Municipal. Relatório Técnico.
SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE, PREFEITURA DE RIBEIRÃO PRETO. 1996. Carta de Zoneamento Ambiental.
116
SECRETARIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO, Departamento de Pesquisas.
Prefeitura de Ribeirão Preto 1995. Ribeirão Preto em dados. Ano II, no II, 1994-
1995.
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SILVA, L.L. 1996 Ecologia: manejo de áreas silvestres. Santa Maria: MMA, FNMA, FATEC,.
352 p.
THORNTHWAITE, C.W. & J.R. MATHER. 1995. The water balance. Climatolology, 8:104.
117
ANEXO 1: Plano de Manejo da APA Morro de São Bento
118
PLANO DE MANEJO DA APA MORRO DE SÃO BENTO
Área: 1,90 hectares
Bioma: Remanescentes da Mata Atlântica
Localização: Município de Ribeirão Preto
Endereço: Via Santo Bento, s/n - Jardim Mosteiro, Ribeirão Preto - SP, CEP 14085-459
Gestora: Bióloga Alessandra Célia Pinezi
Mais Informações:
a) Sede Administrativa:
Dias e horário de funcionamento: de segunda-feira a sexta-feira das 8h às 17h.
Telefones para informação: (16) 3637.1939
E-mail: [email protected]
Endereço para correspondência:
Rod. Prefeito Antônio Duarte Nogueira, km 317 –Jardim Progresso – Ribeirão Preto/SP
CEP 14031-800
1. INTRODUÇÃO
1.1. Unidades de Conservação e Importância para a Conservação da Biodiversidade
As Unidades de Conservação (UCs) são áreas geográficas destinadas à preservação dos
ecossistemas naturais, possuem limites definidos e existem sob um regime especial de
administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. É a principal proposta
para diminuir os efeitos de degradação de ecossistemas, no Brasil.
Elas existem para manter a diversidade biológica e os recursos genéticos no país.
Protegem as espécies ameaçadas de extinção, preservam e restauram a diversidade de
ecossistemas naturais e promovem a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.
As Unidades de Conservação (UCs) podem ser criadas pelo poder público, em suas
esferas Federal, Estadual e Municipal, com a finalidade de preservar e conservar o meio
ambiente, de forma a compatibilizar o desenvolvimento econômico-social e cultural com
o uso racional dos recursos naturais. Dentre as UCs, as Áreas de Proteção Ambiental são
classificadas como de Uso Sustentável, que têm como objetivo compatibilizar a
conservação da natureza com o uso sustentável dos recursos naturais.
Em 18 de julho de 2000 foi sancionada a Lei nº. 9.985 com o objetivo de regulamentar o
artigo 225 da Constituição Brasileira, e instituir o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza – SNUC. Regulamentado pelo Decreto nº 4.340 de 22 de agosto
119
de 2002 é o instrumento legal que visa possibilitar os objetivos de proteção da natureza
no Brasil.
O SNUC busca organizar as áreas naturais protegidas, em categorias, e definir os meios
de planejamento e gestão adequados para cada. Dessa forma, o SNUC definiu diversas
categorias de UC de uso sustentável ou de proteção integral, de acordo com suas
possibilidades de manejo:
• Proteção integral, cujo objetivo básico é preservar a natureza, sendo admitido apenas o
uso indireto dos seus recursos naturais. Compreende as seguintes categorias: Estação
Ecológica, Reserva Biológica, Parque Nacional, Monumento Natural e Refúgio de Vida
Silvestre;
• Uso sustentável, cujo objetivo básico é compatibilizar a conservação da natureza com
o uso sustentável de parcela de seus recursos naturais. Compreende as seguintes
categorias: Área de Proteção Ambiental, Área de Relevante Interesse Ecológico, Floresta
Nacional, Reserva Extrativista, Reserva da Fauna, Reserva de Desenvolvimento
Sustentável e Reserva Particular do Patrimônio Natural.
O SNUC determina que, para implantar as Unidades de Conservação, se faz necessária a
elaboração do "Plano de Manejo", para que possam atingir seus objetivos, e se obtenham
resultados definidos por indicadores e metas, e tenham as atividades a serem cumpridas.
O Plano de Manejo, segundo o Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC,
é definido como "o documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos
gerais de uma Unidade de Conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que
devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação
das estruturas físicas necessárias à gestão da Unidade". Esse documento técnico
contempla o zoneamento ambiental, o estabelecimento de diretrizes de uso e ocupação do
solo e os programas de ação.
1.2. Gestão das Áreas de Proteção Ambiental- APAs
As APAs constituem uma importante categoria de unidade de conservação, apesar da
complexidade das relações políticas, econômicas e sociais presentes nas áreas, que podem
abranger mais de um município.
Segundo o Art 15° do SNUC, a APA é definida como "área em geral extensa, constituída
por terras públicas ou privadas, com certo grau de ocupação humana, dotada de atributos
abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de
vida e o bem-estar das populações humanas, tendo como objetivos básicos proteger a
120
diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade
do uso dos recursos naturais".
Podem ser estabelecidas em áreas de domínio público e/ou privado, pela União, estados
ou municípios, não sendo necessária a desapropriação das terras. No entanto, as atividades
e usos desenvolvidos estão sujeitos a um disciplinamento específico. São, portanto
espaços territoriais sujeitos a uma série de leis, resoluções e decretos nos três níveis
administrativos.
Nas APAs podem coexistir propriedades públicas e privadas, atividades socioeconômicas
urbanas e rurais e áreas de interesse para a conservação do patrimônio natural e histórico-
cultural. Devem, portanto, ser entendidas como Unidades de Conservação com
características mistas, onde se busca a conservação do patrimônio natural associada às
condições de ocupação humana que se estabelecem nesse território e aos princípios
constitucionais que garantem o direito à propriedade privada.
As condições de pesquisa e visitação pública, por exemplo, são atividades que dependem
de total anuência do proprietário, quando se tratar de terras particulares, e da anuência do
órgão gestor da APA, quando em terras públicas. A legislação ambiental vigente deverá
ser sempre observada, para todos os casos, independente do tipo de propriedade.
1.3 Fundação Florestal
Logo após a instalação da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SMA),
ainda em 1986, o governo constituiu a Fundação para a Conservação e a Produção
Florestal do Estado de São Paulo (Fundação Florestal), que tem como finalidade
contribuir para a conservação, o manejo e a ampliação das florestas de produção e das
Unidades de Conservação estaduais, atuando conjuntamente com o Instituto Florestal.
Com esse fim, apoia, promove e executa ações integradas voltadas para a conservação
ambiental, a proteção da biodiversidade, o desenvolvimento sustentável, a recuperação
de áreas degradadas e o reflorestamento de locais ambientalmente vulneráveis, realizando
parcerias com órgãos governamentais e instituições da sociedade civil.
Também é responsável pela comercialização de produtos extraídos de florestas plantadas
em áreas pertencentes ou possuídas pelo patrimônio do Estado.
Atualmente, a Fundação Florestal é responsável pela gestão de 102 (cento e duas)
Unidades de Conservação de Proteção Integral e de Uso Sustentável. Dentre elas está a
APA Morro de São Bento.
121
1.4 Área de Proteção Ambiental (APA) Morro de São Bento.
A APA Morro de São Bento foi criada pela Lei Estadual nº 6131 de 27 de maio de 1988
com o objetivo de proteger a vegetação remanescente de Mata Atlântica. É de propriedade
privada e corresponde a um fragmento de 1,93 hectares conectados ao Parque Municipal
Morro do São Bento. Dentre as espécies encontradas no local estão o Angico e a Aroeira,
e abriga, ainda, uma comunidade de bugios, espécie ameaçada de extinção.
No entorno da APA estão localizados vários equipamentos municipais, como o Parque
Municipal Morro do São Bento, que abriga o zoológico municipal, a praça de esportes, o
teatro municipal, o teatro de arena e algumas secretarias municipais, bem como o
Mosteiro de São Bento e as Sete Capelas, que ocupam área com densa vegetação arbórea
nativa.
Imagem 1: Vista aérea do PMMSB e APA Morro de São Bento
122
Imagem 2: Limites do PMMSB e da APA Morro de São Bento
2. FLORA
* Levantamento expedito realizado por:
Alessandra Pinezi - bióloga
Henrico Antico – estudante de biologia
Olga Kotchetkoff Henriques - bióloga
A vegetação presente na APA Morro de São Bento é uma continuidade daquela protegida
no Parque Municipal Morro do São Bento (PMMSB), constituída por Floresta Estacional
Semidecidual em sua transição para mata decídua, característica dos solos litólicos do
alto do Morro de São Bento. A imagem 2, onde estão delimitados o PMMSB e a APA
Morro de São Bento, apresenta a fisionomia da vegetação durante a época seca do ano,
sendo possível observar a extensão de florestal estacional semidecidual e de mata decídua
na APA.
Foi realizado levantamento expedito da vegetação arbórea e arbustiva na APA,
percorrendo toda a extensão da área, quando foram identificadas 24 famílias botânicas e
59 espécies, relacionadas na tabela abaixo.
Parque Municipal Morro do São Bento
APA Morro de São Bento
123
Tabela 1: Relação das espécies vegetais encontradas na APA
FAMILIA ESPÉCIE NOME VULGAR
Anacardiaceae Myracrodruon urundeuva Aroeira
Spondias mombin Cajá-mirim
Apocynaceae Aspidosperma parvifolium Guatambu branco
Araliaceae Sciadodendron excelsum Carobão
Arecacea
Acrocomia aculeata Macaúba
Caryota urens Rabo de peixe
Syagrus sp Jerivá
Bignoniaceae
Tabebuia chrysotricha Ipê amarelo
Tabebuia heptaphylla Ipê roxo
Tabebuia roseoalba Ipê branco
Bombacacea Ceiba speciosa Paineira
Flacourtiaceae
Casearia gossypiosperma Pau espeto
Casearia sylvestris Guaçatonga
Maytenus floribunda Cafezinho-seco
Maytenus robusta Cafezinho-do-mato
Lauraceae Nectandra megapotamica Canelinha
Leguminosae
Anadenanthera colubrina Angico
Albizia polycephala Albizia
Albizia niopoides Farinha-seca
Enterolobium contortisiliquum Tamboril
Gliricidia sepium Cacaueira
Holocalyx balansae Alecrim-de-campinas
Leucaena leucocephala Leucena
Lonchocarpus cultratus Feijão-cru
Machaerium aculeatum Bico-de-pato
Machaerium brasiliensis Jacarandá-paulista
Machaerium stipitatum Sapuvinha
124
Peltophorum dubium Canafístula
Pterogyne nitens Amendoim-bravo
Sweetia fruticosa Guaiçara
Meliaceae
Guarea guidonea Marinheiro
Trichilia casaretti Baga-de-morcego
Trichilia catigua Catiguá
Trichilia clausseni Catiguá-de-três-folhas
Trichilia pallida Catiguá
Moraceae
Ficus citrifolia Figueira
Ficus obtusifolia Figueira
Maclura tinctoria Amoreira-branca
Myrtaceae Sp 1
Psidium guajava Goiaba
Nyctaginaceae Guapira opposita Maria-mole
Piperaceae
Piper aduncum Pimenta-de-macaco
Piper amalago Falso-jaborandi
Piper arboreum Falso-jaborandi
Rhamnaceae Rhamnidium elaeocarpum Saguaragui-amarelo
Bonchasia armeniaca Falso guaraná
Rubiaceae Randia armata Jasmim-do-mato
Rutaceae Esenbeckia febrifuga Mamoninha
Salicaceae Prockia crucis Guaipá
Xylosma pseudosalzmanii Espinho-de-judeu
Sapindaceae Allophylus sericeus Cucum
Dilodendron bipinnatum Maria podre
Theophrastaceae Clavija nutans Clavija
Tiliaceae Luehea grandiflora Açoita-cavalo
Ulmaceae Celtis fluminensis Esporão-de-galo
Urticaceae Urera baccifera Urtigão
125
3. FAUNA
*Levantamento realizado por:
César Branco - médico veterinário
Marisa dos Santos - bióloga
Considerando a continuidade da vegetação entre a APA e o Parque Municipal Morro do
São Bento, bem como a pequena extensão e ausência de fisionomias vegetais únicas na
APA, é razoável considerar que a fauna existente na APA é a mesma existente no
PMMSB. A lista de espécies apresentada a seguir é fruto da observação rotineira dos
biólogos e veterinários que atuam no PMMSB.
Tabela 2: Relação das espécies da fauna em liberdade encontradas na APA
MAMIFEROS
FAMILIA ESPÉCIE NOME VULGAR
Atelidae Alouatta caraya Bugio-preto
Callitrichidae Callithrix penicillata Sagui-de-tufo-preto
Dasyproctidae Dasyprocta azarae Cutia
Cuniculidae Cuniculus paca Paca
Didelphidae Didelphis albiventris Gambá-de-orelha-branca
Dasypodidae
Dasypus novemcinctus Tatu-galinha
Cabassous chacoensis Tatu-de-rabo-mole-
pequeno
RÉPTEIS
FAMILIA ESPÉCIE NOME VULGAR
Teiidae Tupinambis merianae Teiú
Colubridae Sibymomorphus mikanii Dormideira
Dipsadidae. Oxyhropus guibei Falsa-coral
126
AVES
FAMILIA ESPÉCIE NOME VULGAR
Psittacidae
Amazona amazonica Papagaio-do-mangue
Psittacara leucophthalmus Jandaia-maracanã
Aratinga auricapillus Jandaia-mineira
Brotogeris chiriri Periquito-de-encontro-
amarelo
Falconidae Caracara plancus Carcará
Accipitridae
Rupornis magnirostris Gavião-carijó
Mivalgo chimachima Gavião-carrapateiro
Buteogallus lacermulatus Gavião-pombo-pequeno
Strigidae Bubo virginianus Jacurutu
Cathartidae Coragyps atratus Urubu-de-cabeça-preta
Ardeidae
Ardea alba Garça-branca-grande
Tigrisoma lineatum Socó-boi
Butorides striata Socozinho
Threskiornithidae
Mesembrinibis cayennensis Coró-coró
Theristicus caudatus Curicaca
Rallidae Aramides cajaneus Saracura-três-potes
Cariamidae Cariama cristata Seriema
Cracidae Penelope superciliaris Jacupemba
Ramphastidae Ramphastos toco Tucano-toco
Corvidae
Cyanocorax chrysops Gralha-do-mato
Cyanocorax cristatellus Gralha-do-campo
Tyrannidae Pitangus sulphuratus Bem-te-vi
Turdus amaurochalinus Sabiá-poca
127
Turdidae Turdus subalaris Sabiá-ferreiro
Turdus leucomelas Sabiá-barranco
Thraupidae
Euphonia chlorotica Fim-fim
Thraupis sayaca Sanhaço-cinzento
Coereba flaveola Cambacica
Eucometis penicillata Pipira-da-taoca
Tyrannidae
Tyrannus melancholicus Suiriri
Myiozetetes similis Bentevizinho-de-topete-
vermelho
Myiodynastes maculatus Bem-te-vi-rajado
Nyctibiidae Nyctibius griseus Urutau
Passeridae Passear domesticus Pardal
Columbidae
Patagioenas picazuro Pomba-asa-branca
Zenaida auriculata Pomba-de-bando
Columbina talpacoti Rolinha-caldinho-de-
feijão
Columba livia Pombo-domestico
Patagioenas cayennensis Pomba-galega
Trochilidae Eupetonena macroura Beija-flor-rabo-de-
tesoura
Picidae
Colapts campestris Pica-pau-do-campo
Colapts melanochloros Pica-pau-carijó
Picumnus albosquamatus Picapau-anão-escamado
Icteridae Molothrus bonariensis Vira-bosta
Cuculidae
Cuculidae Anu-branco
Crotophaga ani Anu-preto
Piaya cayana Alma-de-gato
Furnariidae Furnarus rufus João-de-barro
128
Icteridae Icterus pyrrhopterus Encontro
Troglodytidae Troglodytes musculus Corruira
Emberizidae Zonotrichia capensis
Tico-tico
Alcedinidae Megaceryle torquata Martim-pescador-grande
Anatidae Dendrocygna viduata Irerê
Hirundinidae Pygochelidon cyanoleuca Andorinha-pequena-de-
casa
FATORES SOCIAIS E SEGURANÇA PÚBLICA
A área que limita a APA não possui infraestrutura implantada e nem cercamento, o que
facilita o acesso de pessoas. Desta forma, sofre forte influência pelo mau uso, sendo que
os problemas ali existentes são considerados sociais e de segurança pública, uma vez que
o local é utilizado como ponto de tráfico e uso de drogas e, também, de prostituição.
Entretanto, se sanadas as questões de segurança pública e, considerando a conectividade
da APA com o Parque Municipal Morro do São Bento e a possibilidade de interligar a
“Trilha do Angico” do PMMSB com a APA, poderão ser desenvolvidas atividades de
educação ambiental e visitação pública na APA, em ações conjuntas com o PMMSB.
FATORES DE RISCO
Os principais impactos negativos constatados na APA estão relacionados com a ausência
de infraestrutura e de cercamento, o que permite o livre acesso de pessoas na área e
favorece o mau uso do local, gerando os problemas sociais e de segurança pública
relatados acima. Associado a este uso, ocorre disposição irregular de resíduos sólidos no
interior da APA e a presença de animais sinantrópicos, com destaque para os gatos
domésticos.
A via São Bento não é servida por rede de drenagem de água pluvial e apresenta
declividade em direção à Avenida Meira Júnior. Na ocorrência de chuvas fortes, o
escoamento das águas pluviais extrapola o leito carroçável, escorrendo em direção à
declividade do terreno da APA, intensificando processos erosivos no local.
PROGRAMAS DE MANEJO
129
Considerando que a APA é uma propriedade particular, a implementação de quaisquer
atividades no local depende de anuência do proprietário. A atuação dos órgãos públicos
limita-se na tentativa de minimizar os fatores de risco para o ambiente natural, no tocante
às ações de prevenção e combate a incêndios florestais.
Para o uso científico se faz necessário a anuência do proprietário e seguir o que determina
a Resolução SMA n° 25 de 11 de novembro de 2000.
130
PROGRAMA DE OPERAÇÕES: PROTEÇÃO
1. Vigilância 0 não existe equipe de vigilância
1 vigilantes na APA apenas na época de estiagem
2 sistema de vigilância eficiente e eficaz
2. Prevenção e Controle de Incêndios 0 Não dispõe de PPCIF
1 dispõe de PPCIF parcialmente operante
2 PPCIF atualizado e plenamente operante
3. Implantação de medidas técnicas e administrativas que visem a proteção da flora e fauna (cercamento, minimização dos pontos de erosão, remoção de resíduos, p.ex.) 0 Nenhuma medida foi implantada
1 Medidas parcialmente implantadas
2 Medidas implantadas e plenamente operantes
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
• Sistema Nacional de Unidades de Conservação – Lei 9.985 de 18 de julho de
2000.
• http://fflorestal.sp.gov.br/
• Plano de Manejo do Parque Municipal Morro de São Bento, ano 1998
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ANEXO 2: Chave de identificação para as espécies arbóreas encontradas no Parque
Municipal do Morro de São Bento