132
1 PLANO DE MANEJO PARQUE MUNICIPAL DO MORRO DE SÃO BENTO Revisão 2019

PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

  • Upload
    others

  • View
    4

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

1

PLANO DE MANEJO

PARQUE MUNICIPAL DO MORRO DE SÃO BENTO

Revisão 2019

Page 2: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

2

Duarte Nogueira Prefeito Municipal

Sonia Valle Walter Borges de Oliveira Secretário Municipal do Meio Ambiente

Alexandre Carvalho Gouvêa Chefe Seção Parque Municipal do Morro de São Bento

COORDENACAO

Olga Kotchetkoff Henriques Bióloga Gustavo Nogueira Zeotti

COLABORACAO

Alessandra Pinezi Fundação Florestal Bárbara Alessandra Ramos DallFabbro Secretaria da Cultura Cesar Henrique Branco Secretaria Meio Ambiente/ Bosque Zoo Elias Antônio Vieira Geógrafo Fabrício Vianna Gimenes Secretaria da Cultura Francismari Pedroso Ferreira Secretaria da Cultura Guilherme Chaves Nascimento Promotor de Justiça Gustavo Alem Almeida Secretaria Meio Ambiente Haline Nobre Cezar Ministério Público/ GAEMA Jonas Pereira Paschoalick Conselho Política Cultural Julio Cesar Lippi Corpo de Bombeiros Laurindo Antonio de Souza Secretaria Meio Ambiente Lucas César Branquinho Secretaria de Turismo Lúcia Helena Canôa Secretaria da Cultura Luciana Menna Gasparini Secretaria da Educação e Cultura Marcelo Magalhães (Tuim) Produtor Cultural - Eventos Marisa dos Santos Secretaria Meio Ambiente/ Bosque Zoo Marcus Vinícius Moreira de Carvalho Secretaria da Casa Civil Milton Vieira de Souza Leite Secretaria de Esportes Mônica Jaqueline Oliveira Secretaria da Educação e Cultura Rogerio Talan Mesquita Secretaria da Cultura Ricardo Cruz Gomes Secretaria de Turismo Saint Clair de Souza Secretaria de Esportes Sandra Regina Firmino Abdala Secretaria da Cultura Simara Sgobbi Cauchick Secretaria da Cultura Stenio Mesquita Zeotti Secretaria da Cultura Vinício Biagi Pecci Secretaria da Educação / Meio Ambiente Vinícius Macias de Barros Conselho Política Cultural Wanderley Baptista da Trindade Júnior Promotor de Justiça

Page 3: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

3

ÍNDICE (não atualizado)

página

I. INTRODUÇÃO 4 II. HISTÓRICO 7 III. FATORES BIOFÍSICOS E RECURSOS NATURAIS 18 III.1. Clima 22 III.2. Geologia e Geomorfologia 13 III.3. Relevo 24 III.4. Solos 25 III.5. Flora 27 III.6. Fauna 35 IV. FATORES SÓCIO-ECONÔMICOS 39 IV.1. Características da população - Demografia 39 IV.2. Sistema Viário de Acesso 39 IV.3. Conjuntura Econômica 41 IV.4. Infraestrutura 41 IV.5. Expectativa de Visitação 43 V. MANEJO E DESENVOLVIMENTO 49 V.1. Objetivos Específicos 49 V.2. Fatores Condicionantes e Premissas Básicas 50 V.3. ZONEAMENTO 51 Z I: Zona Administrativa e de Uso Especial 53 Z II: Zona de Uso Intensivo 55 Z III: Zona de Preservação 56 Z IV: Zona de Uso Extensivo 64 Z V: Zona Cultural 66 Z VI: Zona Esportiva 69 Z VII: Zona de Entorno Z VIII: Zona de Amortecimento

72 74

V.4. PROGRAMAS DE MANEJO 76 V.4.1 Programa de Manejo de Recursos Naturais:

V.4.1.1. Subprograma Flora 77 77

V.4.1.2. Subprograma Fauna 78 V.4.1.3. Subprograma Manejo de Solo 80 V.4.1.4. Subprograma de Investigação e Pesquisa 81

V.4.2. Programa de Uso Público V.4.2.1. Subprograma de Educação e Interpretação

82 82

V.4.2.2. Subprograma de Recreação e Turismo 86 V.4.2.3. Subprograma de Pesquisa de Opinião 88

V.4.3. Programa de Operações 88 V.4.3.1. Subprograma de Proteção 88 V.4.3.2. Subprograma de Manutenção 89 V.4.3.3. Subprograma de Administração V.4.3.4. Subprograma de Coordenação de Sustentabilidade

90 92

V.4.4. Programa de Patrimônio Cultural: Material, Imaterial, Natural e Paisagístico VII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANEXOS Anexo 1: Plano de Manejo da APA MORRO DE SÃO BENTO

93

114

117

Anexo 2: Chave de identificação para as espécies arbóreas do PMMSB 132

Page 4: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

4

I. INTRODUÇÃO

Atendendo exigências do Ministério Público em seu Inquérito Civil no 118/2015,

a Secretaria Municipal do Meio Ambiente publicou a portaria SMA 04 em 24 de abril de

2018, criando o Grupo para atualização do Plano de Manejo do Parque Municipal do

Morro de São Bento, a fim de compatibilizar o local com a Lei Federal n 9.985/2000.

Posteriormente, a portaria SMA 14/2018 prorrogou o prazo para efetuar a revisão do

Plano de Manejo, até que em abril de 2019, a revisão foi encaminhada para discussão e

aprovação pelo CONDEMA.

CARACTERIZAÇÃO DO PARQUE MUNICIPAL DO MORRO DE SÃO BENTO COMO UNIDADE

DE CONSERVAÇÃO E SUA CATEGORIA DE PROTEÇÃO

O Parque Municipal do Morro de São Bento – PMMSB -foi criado pela Lei

Complementar 476, de 21 de agosto de 1995, atendendo demanda da população para

proteção do Morro de São Bento. Portanto, antecede em 5 anos o Sistema Nacional de

Unidades de Conservação - SNUC, criado pela Lei Federal 9.985, de 18 de julho de 2000.

A LC 476/1995 determinou em seu artigo 3o1 a realização do Plano de Manejo do

PMMSB, para o estabelecimento do manejo ecologicamente adequado e que deverá ser

contemplado na regulamentação da lei. O artigo 702 da mesma lei determina que o

regulamento dos Parques Nacionais (Decreto Federal 84.017, de 21 de setembro de

1979) sirva de base para a regulamentação do PMMSB. O primeiro artigo do

regulamento dos Parques Nacionais3 estabelece as normas que os definem e

1 ARTIGO 3º - A fim compatibilizar a preservação com os diversos usos previstos na área, serão elaborados estudos das diretrizes, visando a um manejo e ecologicamente adequado e que constituirá o Plano de Manejo do Parque do

Morro de São Bento, a ser contemplado na regulamentação da presente lei. 2 ARTIGO 7º - A regulamentação da presente lei tomará por base o Decreto Federal nº 84.017, de 21 de setembro de 1.979, devendo ser apresentada para aprovação dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, contados da publicação desta lei.

3 Art. 1º Este Regulamento estabelece as normas que definem e caracterizam os Parques Nacionais. § 1º Para os efeitos deste Regulamento, consideram-se Parques Nacionais, as áreas geográficas extensas e delimitadas, dotadas de atributos naturais excepcionais, objeto de preservação permanente, submetidas à condição de inalienabilidade e indisponibilidade no seu todo.

Page 5: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

5

caracterizam: áreas extensas e delimitadas, dotadas de atributos naturais excepcionais,

objetos de preservação permanente, inalienáveis e indisponíveis no seu todo,

destinados a fins científicos, culturais, educativos e recreativos, com objetivo principal

de preservação dos ecossistemas protegidos. Assim, ao determinar que o regulamento

do PMMSB tome por base o regulamento dos Parques Nacionais, definiu suas

características de proteção. Posteriormente, o SNUC inclui os parques na categoria de

Unidade de Proteção Integral4, o que enquadra o PMMSB nesta mesma categoria. De

acordo com o SNUC, o objetivo básico das Unidades de Conservação de Proteção

Integral é a preservação da natureza e o uso indireto dos recursos naturais, tal como foi

previsto para o PMMSB no ato de sua criação.

Ao determinar que seja elaborado o Plano de Manejo do PMMSB, cumpria-se o

estabelecido no artigo 5o do Decreto Federal 84.017/1979. A existência do Plano de

Manejo atende também a exigência do SNUC (artigo 27, Lei Federal 9985/2000) que

todas as Unidades de Conservação tenham seus Planos de Manejo5.

À época de criação do PMMSB, já se encontrava em discussão o Sistema Nacional

de Unidades de Conservação. Assim, cientes que o município estava criando uma UC,

buscou-se a orientação para a elaboração do Plano de Manejo no Roteiro Metodológico

para Elaboração de Planos de Manejo, um documento que acompanhava e evoluía

conforme as discussões do SNUC progrediam. O roteiro utilizado à época, sem

alterações significativas, pode ser consultado no site do Instituto Chico Mendes

§ 2º Os Parques Nacionais destinam-se a fins científicos, culturais: educativos e recreativos e, criados e administrados pelo Governo Federal, constituem bens da União destinados ao uso comum do povo, cabendo às autoridades, motivadas pelas razões de sua criação, preservá-los e mantê-los intocáveis. § 3º O objetivo principal dos Parques Nacionais reside na preservação dos; ecossistemas naturais englobados contra quaisquer alterações que os desvirtuem.

4 Lei 9.985/2000, Art. 7º As unidades de conservação integrantes do SNUC dividem-se em dois grupos, com características específicas:

I - Unidades de Proteção Integral; II - Unidades de Uso Sustentável. § 1º O objetivo básico das Unidades de Proteção Integral é preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso

indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos nesta Lei. § 2º O objetivo básico das Unidades de Uso Sustentável é compatibilizar a conservação da natureza com o uso

sustentável de parcela dos seus recursos naturais.

5 Lei 9.985/2000, artigo 20, XVII - plano de manejo: documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade;

Page 6: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

6

(http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/imgs-unidades-

coservacao/roteiroparna.pdf).

O Plano de Manejo do Parque Municipal do Morro de São Bento foi concluído e

apresentado aos órgãos responsáveis à época pela gestão ambiental na região – IBAMA,

DEPRN, COMDEMA – e para representantes das universidades, USP e, UNESP Rio Claro.

As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado

neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto de 1999, que

regulamenta da Lei Complementar 476/1995. Não houve aprovação formal do Plano,

visto que naquela época não havia consenso sobre qual instância seria responsável por

sua aprovação.

Segundo o artigo 296da Lei Federal 9.985/2000, cada UC de Proteção Integral

deverá dispor de um Conselho Consultivo. O decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002,

artigos 17 a 20, regulamentou os conselhos de UCs. O Plano de Manejo do PMMSB cita

a participação de conselhos na gestão do parque, mas não foi criado nenhum conselho

neste sentido e não houve indicação para que o COMDEMA atuasse como tal, conforme

previsto no artigo 17, parágrafo 6o, Decreto 4.340/2002. Entretanto, sempre que houve

necessidade, o COMDEMA se manifestou sobre o PMMSB.

Nota-se que o PMMSB atende parcialmente às exigências da Lei Federal

9.985/2000, sendo que as maiores deficiências no cumprimento da Lei Federal são: a

criação do Conselho Gestor da Unidade, o cadastro no Sistema Nacional de Unidades de

Conservação e a denominação do Parque, que de acordo com o artigo 11, parágrafo 4o

da Lei 9.985/2000, deveria ser Parque Natural Municipal do Morro de São Bento.

A criação do Conselho Gestor do Parque foi debatida no COMDEMA em 2018 e

em 2019. A minuta de criação do Conselho Gestor foi analisada pela Comissão do

COMDEMA de análise do Plano de Manejo e deverá ser submetida à plenária do

COMDEMA em reunião futura próxima para deliberação e continuidade do processo

para instituição deste conselho. Este Conselho Gestor atenderá também à demanda da

APA do Morro de São Bento, UC vizinha, considerada nesta revisão do Plano de Manejo

6 Art. 29. Cada unidade de conservação do grupo de Proteção Integral disporá de um Conselho Consultivo,

presidido pelo órgão responsável por sua administração e constituído por representantes de órgãos públicos, de organizações da sociedade civil, por proprietários de terras localizadas em Refúgio de Vida Silvestre ou Monumento Natural, quando for o caso, e, na hipótese prevista no § 2º do art. 42, das populações tradicionais residentes, conforme se dispuser em regulamento e no ato de criação da unidade. (Regulamento)

Page 7: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

7

como Zona de Amortecimento do PMMSB. O Plano de Manejo da APA está integrado

no Plano do PMMSB.

A inclusão do PMMSB no Cadastro Nacional de Unidades de Conservação deverá

observar o regulamento determinado pela Portaria no 380, de 27 de dezembro de 2005

(http://www.mma.gov.br/areas-protegidas/cadastro-nacional-de-ucs/instrucoes-para-

o-cadastramento?tmpl=component&print=1).

A inclusão do termo Natural no nome do Parque Municipal do Morro de São

Bento exige o encaminhamento de lei complementar para aprovação legislativa.

A LC 476/95 criou também uma Zona de Entorno ao redor do PMMSB, com

perímetro definido e limitações de uso humano visando proteção da fauna e flora

protegidos no parque. Esta Zona de Entorno, portanto, caracteriza-se como uma Zona

de Amortecimento, conforme definição na Lei do SNUC:

Artigo 2o, XVIII - zona de amortecimento: o entorno de uma unidade de

conservação, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições

específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade;

O PMMSB não possui corredor ecológico pois, desde sua criação está cercada de

ambiente urbano já consolidado em todo o seu entorno.

Quanto ao que determina o artigo 49 da lei do SNUC, a área do parque passa a

ser considerada como zona rural. Em zona rural é proibida a urbanização, que só é

permitida na zona urbana ou de expansão urbana. O que é compatível com a lei do

parque, já que não é prevista maior urbanização na área, apenas aquela compatível com

o plano de manejo. Tal como o PMMSB, existem outros parques inseridos no SNUC em

zona urbana, tais como o Parque Natural Municipal Chico Mendes (Rio de Janeiro, RJ), o

Parque Estadual Jaraguá e o Parque Estadual da Cantareira, em São Paulo, entre outros.

II. HISTÓRICO

A afinidade da população de Ribeirão Preto com a área do atual morro de São

Bento já era conhecida no século XIX, quando eram realizadas festas no local para a

recreação da população. Por iniciativa do músico Pedro Xavier de Paula, o "Pedro

Músico" que, em 1887, organizou a primeira Banda de Música da cidade, algumas

Page 8: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

8

barracas eram construídas nas proximidades da esquina das atuais ruas Camilo de

Mattos e Tamandaré, onde existia um majestoso Tamboril. Nos dias festivos, este local,

conhecido como "Parque Tamboril", ficava todo enfeitado com bandeirolas.

A área em questão aparece em nossa história em 4 de março de 1899, quando o

então vereador, Coronel Francisco Schmidt, sugere a “obtenção amigável ou por

desapropriação, da Mata do Morro do Cipó, [...] sendo sua aquisição para utilidade e

gozo público”.

Em 10 de agosto de 1907, o Poder Público Municipal adquiriu, por 30 contos de

réis, a Chácara Olympia, com 360.413 m2, localizada no Morro do Cipó, na margem

direita do córrego do Retiro e frente para a rua Visconde de Inhaúma (hoje rua

Tamandaré). Esta área abrigou o Horto Municipal e o estande de Tiro de Guerra. Parte

da chácara foi arrendada em 1910, pelo prazo de 10 anos, pelo cidadão Lino Engrácia.

Inicialmente foi contratado um botânico alemão para trabalhar no Horto, que foi

substituído em 1918 pelo engenheiro agrônomo italiano Theodoro Papa. Este elaborou

diversos projetos para o município, entre eles o plano de arborização da cidade e os

projetos das Praças XV de Novembro, Sete de Setembro, Camões e os canteiros da Av.

Saudade, que abrigava um renque de tipuanas.

Em 1922, a Lei no 270 concede terras para a construção da Escola Profissional

Mista, atual Escola Profissional “José Martiniano da Silva”.

Entre os anos de 1933 e 1937 a Chácara Olympia esteve arrendada ao José da

Cruz Horta. Em 1936, o Dr. Fábio de Sá Barreto é eleito prefeito municipal. Durante

todo o período que atuou como Prefeito Municipal (1936 a 1944), Fábio Barreto

empenhou-se em dotar a Chácara Olympia de condições e estruturas necessárias para

tornar aquele local uma área destinada à preservação da flora e da fauna nacional. Em

1937, implantou o Bosque Municipal e iniciou uma verdadeira cruzada junto às

Instituições e Chefes de Estado no sentido de conseguir doações de plantas e animais

para o Bosque. Em 1942 inaugurou o Parque Botânico, o Jardim Zoológico, o Orquidário,

Museu Zoológico e o Museu Mineralógico. No dia 1º de outubro de 1944 foram

inaugurados o Aquário e as obras de reforma do Orquidário. O local torna-se

definitivamente uma importante área de lazer para a cidade. Acredita-se que nesta

época o stand de tiro tenha sido transferido para a cava da pedreira, a Cava do Bosque.

Page 9: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

9

O José de Magalhães sucedeu a Fábio Barreto na prefeitura, dando continuidade

ao trabalho iniciado no Bosque. Há um rico acervo documental no Arquivo Histórico de

Ribeirão Preto relativa a doações e aquisição de animais para o Zoológico, bem como

relatos sobre a procriação e morte destes. Igualmente, há documentos relativos às

atividades do Museu, do Orquidário e do aquário, demonstrando a importância e a

expressividade deste espaço público na década de 40. Merece destaque o trabalho do

Sr. Plínio Travassos dos Santos, diretor da instituição, particularmente na aquisição e

organização do Museu. Este Museu foi transferido para o prédio da Fazenda Monte

Alegre em 1950, onde funciona até hoje.

Em 1945 é inaugurado no Bosque Municipal o Parque Infantil Machado de Assis,

todo construído com bambus extraídos da mata do próprio Bosque Municipal.

O Dr. Fábio de Sá Barreto faleceu no final de 1948, com 72 anos de idade. Em 22

de novembro deste ano a Lei Municipal no 61 denomina o Bosque de “Fábio Barreto”,

em homenagem à pessoa responsável pela criação deste espaço.

Em 20 de julho de 1948, por ocasião da construção do Mosteiro de São Bento e

do monumento Coração de Jesus, é feito um abaixo-assinado solicitando a alteração do

nome de Morro do Cipó para “Alto de São Bento”. A praça em torno deste monumento

foi construída no local por volta de 1953, quando também foi feito o prolongamento da

rua Capitão Salomão, antiga rua da Misericórdia. O prolongamento da rua Capitão

Salomão desmembrou a área da antiga Chácara Olympia em duas glebas.

A lei nº 481 de 1955 concede permuta de terreno entre o Município e o SENAI -

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - para a construção de uma escola em área

da Chácara Olympia.

No final da administração de José de Magalhães (1948 a 1951) e início da

administração do Tenente Coronel Alfredo Condeixa Filho (1952 a 1955) o Bosque passa

por reformas. Nesta época é construído o portão da rua Liberdade, o Restaurante do

Bosque é ampliado, é construído o prédio da administração do Bosque (inaugurado em

1951), duas salas para a escola de Belas Artes, novas gaiolas para as aves e para as feras.

São também construídos o Parque Infantil Amélia Junqueira (1953) e o novo Orquidário,

local onde hoje situa-se o Recanto das Aves.

Em 1950, durante o governo do prefeito José de Magalhães foram realizados

estudos na área da Cava do Bosque (entre a rua Camilo de Matos e o Bosque Municipal)

Page 10: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

10

para a construção de um Ginásio e Campo de Esportes. Logo após, em 23 de dezembro

de 1952, a área anexa ao Bosque e marginal à Cava do Bosque é declarada de utilidade

pública pela Lei no 280, para construção do “Estádio Municipal”. Este Ginásio foi

construído com a supervisão do engenheiro Nelson Nóbrega, possui sua abóbada de

madeira com 56 metros de diâmetro e 27 metros de altura, considerada uma maravilha

da engenharia, sendo notícia em vários países na época. O ginásio foi inaugurado em 13

de outubro de 1952, quando Ribeirão Preto foi sede dos XVII Jogos Abertos do Interior.

Nesta época o stand de tiro foi transferido para o novo Horto Municipal, próximo

ao Hospital Santa Tereza, sendo construída nova sede do Tiro de Guerra na rua Minas.

Em 5 de março de 1955, ocorre a primeira iniciativa no sentido de assegurar a

preservação do Morro de São Bento, através de seu enquadramento pela Lei no 390, no

artigo 13 e parágrafos do Código Florestal (Decreto no 23.793 de 23/01/34). Mas apenas

quatro anos depois, pela Lei no 875 de 28 de outubro de 1959, fica determinado que se

proceda ao levantamento topográfico da área do Bosque, que não poderá ter sua área

reduzida por doação ou venda.

A Lei no 484, de 29 de dezembro de 1955, autoriza o município a mandar

confeccionar a herma do Dr. Fábio de Sá Barreto. E, em 1958, a Lei no 672 denomina de

“Via São Bento” o caminho que dá acesso às “Sete Capelas”.

Em 4 de junho de 1959, a Lei no 835 autoriza, em comodato, a doação de terreno

da Chácara Olympia para a construção de Estação Retransmissora de Televisão, pela

Rádio Difusora S/A. Posteriormente, em 17 de novembro de 1971, a Lei no 2511 autoriza

a Prefeitura a entregar o prédio e a área de terra, em comodato, para a Casa do Rádio

Amador, na Chácara Olympia.

Em outubro de 1961, a Lei no 1095 autoriza concorrência pública para exploração

do Restaurante do Bosque. Este restaurante foi local de realização de grandes

banquetes oficiais. Nas décadas de 60, 70 e 80 era ponto de referência para a cidade.

Em 1984, a firma J. Rossato Restaurante e Choperia Ltda. obtém a permissão, em caráter

precário, para uso e exploração do restaurante JR do Bosque. Apenas em 1995, já

deteriorado em aspecto e atendimento, este restaurante encerra definitivamente suas

atividades.

Em 1964, durante o governo do Prefeito Welson Gasparini foi realizada a

cerimônia de lançamento da pedra fundamental do Teatro Popular, no Morro do São

Page 11: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

11

Bento e iniciadas as obras de construção. Os autores do projeto do Teatro foram Mario

Reginato e Jaime Zeiger e o desenho do palco de autoria do artista Bassano Vaccarini. O

Teatro Municipal, construído com linhas modernas, foi inaugurado em 1969. Com um

palco em estilo italiano e plateia com capacidade para 515 pessoas, é cenário para

espetáculos de arte, dança e música. Por ser um lugar arborizado e amplo, é usado

também para eventos culturais. Passou por reformas gerais nos anos de 1987 e 2000 e

mais recentemente, em 2017, os 8 camarins foram renovados e novos equipamentos de

som instalados. O teatro conta, ainda, com um anfiteatro para ensaio e estacionamento

com capacidade de aproximadamente 40 carros.

A Lei no 2.228 de 12 de junho de 1969 declara área cultural para fins de

construções, terreno adjacente ao Teatro Municipal. Ainda em 1969, foi também

inaugurado o Teatro de Arena, idealizado e construído por Jaime Zeiger, que realizou

pesquisas em vários países da Europa e Oriente Médio para a escolha do local ideal:

topografia que favoreceria a qualidade acústica do teatro. O teatro foi construído numa

meia-encosta, em uma área de aproximadamente 6 mil metros quadrados. Este foi o

primeiro teatro de arena construído no interior do Estado de São Paulo. A peça

Antígona, de Sófocles, foi o primeiro espetáculo teatral apresentado no Teatro de Arena.

Durante o ano de 1986 o teatro sofreu algumas reformas e foi reinaugurado em 1987.

No mês de outubro de 1975 foi assinado o edital de concorrência para

construção da Casa da Cultura, no Morro de São Bento, ao lado da Casa do Radioamador.

As obras foram iniciadas em 1976 e a Casa da Cultura “Juscelino Kubitschek” foi

inaugurada em 26 de janeiro de 1977. O conjunto compreendido pelos prédios dos

teatros e da Casa da Cultura, bem como as praças e obras de arte existentes no alto do

Morro de São Bento foram denominados Complexo Cultural “Antônio Palocci” em 1987

(Lei 5.200 de 16 de dezembro de 1987). Hoje a área é denominada Complexo Cultural

Morro de São Bento.

Em 19 de junho de 1969, é inaugurado o Jardim Japonês no Bosque Municipal,

contendo apenas um lago. Em meados de 1990 o Jardim Japonês é ampliado, com a

construção de mais dois lagos, duas pontes, e uma casa de chá, de acordo com projeto

desenvolvido pelo Dr. Teruo Abe, representante da colônia japonesa. Em junho de 1995

é inaugurado o Mirante no Jardim Japonês. Desde a criação do Jardim Japonês, o Sr.

Ricardo Yobe foi responsável pela manutenção daquele espaço.

Page 12: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

12

Entre 1969 e 1970 é aberta a Trilha do Jequitibá, que corta a Mata Estacional

Semidecidual, inicialmente utilizada para atividades de lazer. Posteriormente passou a

ser destinada apenas para fins de educação ambiental. Localizada em área íngreme, a

trilha precisou de corte e aterro do terreno para ser executada.

Em 1971, a Lei no 2491 dispõe sobre a doação de área de terreno para o Instituto

“Santa Lydia”, no Bosque Municipal, onde hoje está o Hospital Santa Lydia. Em 2010, a

prefeitura passa a administrar o Hospital.

No final da década de 1970 e início da década de 1980, a Associação dos

Olivetanos iniciou o processo de venda de um terreno situado entre a via São Bento,

avenida Meira Júnior, rua Redenção e rua Dom João VI com cerca de 19.300 metros

quadrados, totalmente recoberta por vegetação nativa e vizinha à área do bosque e

Zoológico Dr. Fábio Barreto. A venda desta área despertou diversas manifestações

motivadas pelo desejo de preservação da área verde. Em 02 de junho de 1980 a Lei no

3.786 declarou o citado terreno de utilidade pública para fins de desapropriação

amigável ou judicial. Entretanto, em 25 de junho deste mesmo ano é concretizada a

venda do imóvel para o Dr. Richard Antonio Gallina. O município não efetuou a

desapropriação do terreno.

Em julho de 1984 a Lei no 4.517 dispõe sobre a proteção especial, com paisagem

urbana, natural e notável, de terreno com cerca de 19.300 m2, situada no Morro de São

Bento, proibindo a edificação de prédios e tombando toda a área sob proteção do

Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico e Cultural de Ribeirão Preto. Em 1987 a Lei

no 5.128 revoga esta lei. Finalmente, em 27 de maio de 1988, a Lei Estadual no 6131

determina esta área do Morro de São Bento como área de proteção ambiental (APA).

Resultado direto das manifestações para proteção do Morro de São Bento, além

da criação da APA do Morro de São Bento (Lei Estadual 6.131/1988), houve a inclusão

da área do morro na Lei Orgânica do Município (1990), artigo 158, parágrafo único, “O

Morro de São Bento, incluindo toda a área do Bosque Municipal Fábio Barreto, [...] são

espaços territoriais especialmente protegidos e sua utilização far-se-á na forma da lei,

dependendo de prévia autorização e dentro de condições que assegurem a preservação

do meio ambiente” e, posteriormente, a criação do Parque Municipal do Morro de São

Bento (Lei Complementar 476 de 21 de agosto de 1995).

Page 13: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

13

Em 1988, foram realizadas obras de construção, reforma e ampliação na área do

Ginásio da Cava do Bosque. O Complexo Esportivo denominado Elba de Pádua Lima

(Tim), foi inaugurado em 27 de agosto de 1988, e o ginásio recebeu o nome de "Gavino

Virdes", radialista esportivo de Ribeirão Preto falecido em 1965.

Depois da reforma do conjunto poliesportivo suas instalações passaram a ser

utilizadas para iniciação das escolinhas e também pelas equipes de treinamento de alto

nível como os times profissionais de vôlei, basquete, futsal e handebol.

Pela Cava passaram grandes atletas como Fernanda Venturini, Fátima (do vôlei),

Thales, Abílio Couto, entre outros.

Page 14: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

14

O ginásio tornou-se palco de grandes eventos nacionais e internacionais, tais

como: encontro de vôlei Brasil x Portugal, Mundialito e Sul Americano de Vôlei, 1°

Torneio Brasileiros x Estrangeiros de Basquete, Jogos dos Globetrotters, final dos

Campeonatos Brasileiro de Vôlei e Basquete, Campeonato Brasileiro de Aeróbica,

Estadual de Judô e Natação, Blues Festival, Circo Acrobático Chinês, Holiday on Ice de

FONTE: http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/sesporte/i20cava.php

Page 15: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

15

Patinação, Festival SESC Mobil de Ginástica e Dança, grandes shows com cantores

brasileiros como Roberto Carlos, Djavan, Milton Nascimento e Alceu Valença.

Em abril de 1988, a EMEI Amélia Junqueira é transferida do Bosque Municipal

para um prédio novo, construído na Av. Treze de Maio. Em 1990, a Secretaria do Meio

Ambiente institui o CEARP - Centro de Educação Ambiental de Ribeirão Preto, vinculado

à Diretoria de Educação Ambiental, que funcionava no prédio do antigo Parque Infantil

Amélia Junqueira. Em 1993, a sede da Secretaria Municipal do Meio Ambiente é

transferida para o Bosque e passa a dividir o espaço com o CEARP.

No dia 29 de novembro de 1989 ocorreram fortes chuvas no município, que

provocaram sérios danos no conjunto arbóreo e edificações da divisão Bosque e

Zoológico. Em função disto, o Bosque permaneceu fechado no período de 01 de

dezembro de 1989 até 31 de janeiro de 1990.

Nesta época a Secretaria Municipal do Meio Ambiente estabeleceu a Comissão

de Estudos para a criação do Parque Municipal do Morro de São Bento, apoiada por

diversas entidades de classe, entre elas o DEPRN, IBAMA, Secretaria Municipal de Obras,

e DAERP.

Assim, atendendo ao que dispõe a Lei Orgânica, a Lei Complementar no 476, de

21 de agosto de 1995, criou o Parque Municipal do Morro de São Bento. Este parque é

constituído por complexo de áreas verdes (Bosque Municipal Fábio Barreto), espaços

culturais (Complexo Cultural Antônio Palocci, Praça São Bento) e espaços esportivos

(Conjunto Poliesportivo Elba de Pádua Lima - Cava do Bosque), cuja vocação é a

conservação da integridade biológica local em seus aspectos ecológicos e a promoção

da Educação Ambiental. Desde então, a área passou a ser tratado como Unidade de

Conservação Municipal, cujo objetivo é “preservação dos ecossistemas naturais, a

recuperação das áreas degradadas, a garantia do lazer à população pela integração das

atividades culturais e esportivas, bem como a promoção da educação ambiental” (Artigo

1o, parágrafo 1o). De acordo com o artigo 3o desta lei, “a fim de compatibilizar a

preservação com os diversos usos previstos na área, serão elaborados estudos das

diretrizes, visando a um manejo e ecologicamente adequado e que constituirá o Plano

de Manejo do Parque do Morro de São Bento, a ser contemplado na regulamentação da

presente lei. E, conforme o artigo 7o da mesma lei, na elaboração deste Plano deve-se

Page 16: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

16

tomar por base o Decreto Federal no 84.017, de 21/09/79, que estabelece o

Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros.

O Plano de Manejo foi elaborado pela equipe multidisciplinar da Secretaria

Municipal do Meio Ambiente, que realizou levantamentos expeditos e observações na

área que tiveram início em 1993, quando a sede da Secretaria Municipal do Meio

Ambiente foi transferida para o Bosque Fábio Barreto. A metodologia utilizada na

elaboração do Plano foi baseada no “Roteiro Metodológico para o Planejamento de

Unidades de Conservação de Uso Indireto”, versão 3.0, de agosto de 1996, editado pelo

Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA.

Atendendo às determinações do IBAMA, em 1990 o Zoológico inicia o seu

processo de registro. São feitas várias exigências para adequação dos recintos dos

animais. Dado à demora no início das reformas, em 1996 o Zoológico é interditado pelo

IBAMA, sendo então fechado para reformas. Nesta reforma são também efetuadas

benfeitorias que devolvem a unidade estrutural ao Parque.

A vocação educativa do Parque é reforçada pela Lei 7.250, de 14 de novembro

de 1995, que institui o ensino de noções básicas de Ecologia e Meio Ambiente como

atividades extracurriculares na rede municipal de Ensino, e elege as áreas do Bosque

Municipal Fábio Barreto e o Horto Florestal de Ribeirão Preto como áreas permanentes

de Educação Ambiental. Em 17 de junho de 1996 é firmado contrato de patrocínio com

a Petrobrás/Petróleo Brasileiro S.A., para a recuperação do prédio da antiga “Escola do

Bosque” para abrigar o Centro de Apoio à Educação Ambiental. Esta reforma é concluída

no início de 1997.

Ainda em 1996, a lei 7.381 autoriza o Poder Executivo a criar e instituir a

Fundação Parque Biológico de Ribeirão Preto - Bioparque. Esta lei está em desacordo

com a criação do PMMSB pois promove a divisão do Parque, inclusive com transferência

de propriedade, o que é incompatível com Unidades de Conservação, que são

inalienáveis. Prevê ainda a gestão por conselhos diversos do Conselho Gestor e atribui

ao Ministério Público a responsabilidade por analisar e aprovar seu estatuto. Dada a

incorreção desta lei, recomenda-se sua revogação.

A Casa da Ciência foi criada pela Lei Complementar nº 1.353, de 15 de julho de

2002 e instalada dentro do Parque Municipal do Morro de São Bento, ocupando a área

do Centro do Visitantes. A partir de então, o parque deixou de possuir espaço destinado

Page 17: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

17

a recepção dos visitantes, exposições, palestras e outras atividades relacionadas. A Casa

da Ciência está subordinada à Secretaria de Educação.

Em outubro de 2009 o IBAMA homologou o registro do Zoológico Municipal

como Jardim Zoológico “categoria B”.

A implementação do programa de uso do público do plano de manejo, em 1996,

proporcionou um grande crescimento e desenvolvimento dos programas de educação

ambiental realizados no Parque. Baseado nesta experiência, em 2011 foi homologado

o PIEA - Programa Integrado de Educação Ambiental realizado em parceria entre as

Secretarias da Educação e do Meio Ambiente. Este programa, após revisão e ampliação,

passou a ser denominado de Programa de Educação Ambiental do Parque Municipal do

Morro de São Paulo, em vigor a partir de janeiro de 2018 (Resolução Conjunta

SME/SMMA Nº 01/2018).

Existe a preocupação com a preservação do patrimônio histórico e cultural

existente no entorno imediato do Parque, manifestados através dos processos de

tombamento do Mosteiro de São Bento (proc. 02.2009.052820-0) e Sete Capelas (proc.

02.2012046752-2), bem como na área interna ao Parque: Casa da Cultura (proc.

02.2012.047874-5), Teatro Municipal (área de abrangência), Teatro de Arena (área de

abrangência) e Praça Alto do São Bento (proc. 02.2012.046752-2). Estes processos

propõem o tombamento das fachadas, da volumetria, do calçamento e área de

abrangência. A entrada do Parque pela rua Liberdade e a fonte do bosque já estão com

tombamento provisório (processo 02 2013 0583061).

Em 2015, foi implantado o Meliponário do Bosque e foi inaugurado um novo

Aquário. Estas estruturas tornaram-se novos polos atrativos de visitação, sendo que o

meliponário tem grande relevância nas atividades de educação ambiental e na

preservação da polinização na área do Parque.

Posteriormente, em 2016, foi instalado o Centro de Apoio a Animais Silvestres

Vitimados, que sedia o programa Uma Nova Chance, cujo objetivo principal é reintegrar

os animais vitimizados a programas de reintrodução da fauna na natureza. Chegam ao

Parque, anualmente, cerca de 600 a 800 animais vítimas de atropelamentos, queimadas,

ferimentos diversos, apreensões ou filhotes órfãos. Destes, cerca de 60% são tratados

e encaminhados para reintrodução na natureza, aqueles que não apresentam mais

Page 18: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

18

condições de viver na natureza são mantidos no setor extra e encaminhados para outros

zoológicos ou criadouros conservacionistas.

Fonte de dados: Arquivo Público Histórico de Ribeirão Preto, informações divulgadas

através do site oficial da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto.

III. FATORES BIOFÍSICOS E RECURSOS NATURAIS

III.1. CLIMA

A caracterização climática do município, apresentada a seguir, está baseada em

dados meteorológicos coletados no posto meteorológico da Estação Experimental de

Ribeirão Preto, localizada a 21o 11’S e 47o 48’ W, altitude 621 m (período de 1937 até

2000) e no posto meteorológico situado no campus da Universidade de Ribeirão Preto

– UNAERP, localizado a 21o 11’60”S e 47o 45’44”W, altitude 590 m (período 2000 a

2003). Os dados foram obtidos no Laboratório de Geotecnologias da UNAERP (Labgeo,

2002). O clima de Ribeirão Preto caracteriza-se pela sazonalidade no regime de chuvas,

apresentando inverno seco e verão chuvoso. A temperatura média anual no período de

1981 a 2002 foi de 22,6o C, variando de 19,2o C em junho e julho a 24,4o C em fevereiro.

A temperatura mínima média anual foi de 12,2o C, sendo que o mês mais frio apresentou

temperatura mínima média de 6,2o C. A temperatura máxima média anual foi de 32,9o

C, sendo que o mês mais quente apresentou temperatura máxima média de 35,1o C. A

precipitação média anual no período de 65 anos (1937 a 2002) foi de 1.467,9mm anuais.

A menor precipitação anual registrada foi de 735,4 mm (1966), e a maior foi de 2.211,2

mm (1984). A umidade relativa do ar média no período de 1982 a 2002 foi de 71,82%,

sendo que a média da umidade relativa máxima foi de 93,53% e a média da umidade

relativa mínima de 48,48%.

De acordo com a classificação de Köeppen (1948), o clima predominante na

região de Ribeirão Preto é o tipo AW, clima tropical com inverno seco, temperatura

mínima média de 18oC e precipitação menor de 30 mm no mês mais frio e verão quente

e chuvoso, com temperatura média superior a 22 o C e mais de 250 mm de chuva no mês

Page 19: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

19

mais quente. Portanto, o clima é bem demarcado sazonalmente por uma estação seca

e amena (abril a setembro) e por uma estação quente e chuvosa (outubro a março).

Dentre os elementos climáticos na região de Ribeirão Preto, a variabilidade

pluviométrica constitui o traço mais marcante no ritmo climático.

Segundo Monteiro (1973), a região norte do estado de São Paulo possui clima

controlado por massas equatoriais e tropicais, com ocorrência de um período seco

definido, coincidente com o outono-inverno (abril a setembro) e um período chuvoso,

coincidente com a primavera-verão (outubro a março).

A participação dominante é da massa Tropical Atlântica (normalmente superior

a 50% em qualquer estação do ano), seguida da participação das massas Polar Atlântica,

Polar Atlântica Velha e Tropical Continental.

A maior parte da gênese das chuvas é atribuída à Frente Polar, que assume

liderança de todas as estações do ano.

Atualmente, é possível obter dados climáticos baseados em séries históricas de

dados na internet (https://pt.weatherspark.com, https://pt.climate-data.org). As

condições climáticas podem ser consultadas também na rede de monitoramento

meteorológico do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE - e Instituto Nacional

de Meteorologia – INMET (http://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=estacoes/

estacoesAutomaticas, http://www.inpe.br).

A Tabela 1 apresenta os dados climáticos de Ribeirão Preto, coletados na Estação

Experimental de Ribeirão Preto (21o 11’S e 47o 48’W, altitude 621 m), referentes ao

período de 1961 a 1990, fornecidos pela Seção de Climatologia Agrícola - IAC. A Figura

1 apresenta o balanço hídrico climático, segundo Thornthwaite&Mather (1955).

Page 20: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

20

TABELA 1: Dados climáticos de Ribeirão Preto, referente ao período de 1961 a 1990.

Dados coletados na Estação Experimental de Ribeirão Preto (21o 11’S e 47o 48’W,

altitude 621 m, CAD: 125 mm), fornecidos pela Seção de Climatologia Agrícola -

IAC. T = temperatura em oC, ETo = evapotranspiração potencial, Prec =

precipitação em mm, NegAc = negativo acumulado, Armaz = armazenamento de

água no solo, Etr = evapotranspiração real em mm, Exc = excedente hídrico.

Mês T ETo Prec Saldo NegAc Armaz Etr Déficit Exc

jan 24,1 119,9 267,9 148,0 0,0 125,0 119,9 0,0 148,0

fev 24,2 107,9 217,9 110,0 0,0 125,0 107,9 0,0 110,0

mar 24,1 110,4 159,1 48,7 0,0 125,0 110,4 0,0 48,7

abr 22,6 85,7 80,9 -4,8 4,8 120,3 85,6 0,1 0,0

mai 20,3 64,0 54,5 -9,5 14,3 111,4 63,3 0,7 0,0

jun 19,2 54,0 31,1 -22,9 37,3 92,8 49,8 4,2 0,0

jul 19,2 52,9 28,2 -24,7 61,9 76,2 44,8 8,1 0,0

ago 21,3 74,4 25,5 -48,9 110,8 51,5 50,2 24,2 0,0

set 22,9 91,4 57,6 -33,8 144,6 39,3 69,8 21,6 0,0

out 23,6 107,5 139,0 31,5 71,0 70,8 107,5 0,0 0,0

nov 23,8 111,0 174,4 63,4 0,0 125,0 111,0 0,0 9,2

dez 23,7 115,9 298,1 182,2 0,0 125,0 115,9 0,0 182,2

ano 22,4 1095,0 1534,2 1036,1 58,9 498,1

Page 21: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

21

FIGURA 1: Balanço hídrico climático, segundo Thornthwaite&Mather, 1955, de Ribeirão

Preto, SP. Dados mensais médios do período de 1961 a 1990. Fonte: Seção de

Climatologia Agrícola do Instituto Agronômico de Campinas.

Page 22: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

22

Considerando que o funcionamento do Parque fica condicionado à ocorrência de

pluviosidade, deve ser instalado um pluviômetro no local para monitorar a precipitação.

Não é feito o registro diário precipitação ocorrida, embora hoje seja possível obter

informações climáticas divulgadas pelos institutos de pesquisa e monitoramento das

condições atmosféricas. Este registro é importante para melhorar a previsibilidade de

eventos acidentais (queda de galhos e/ou árvores) e contribui para construção de uma

carta de riscos.

III.2. GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

O município de Ribeirão Preto situa-se na porção Norte-Noroeste da Bacia do

Paraná, na província geomorfológica denominada “Cuestas Basálticas”. A forma de

relevo predominante foi originada pela dissecação do relevo original, também

denominado de degradação em planalto dissecado (Coordenadoria de Planejamento e

Desenvolvimento, 1992).

A topografia no município não é muito acidentada, apresentando, no conjunto,

declividades pequenas. A cota mínima (cerca de 500 m) é encontrada nos fundos de

vales que percorrem a cidade, sendo que a cota máxima atinge cerca de 800 m no limite

com o município de Cravinhos (Coordenadoria de Planejamento e Desenvolvimento,

1992, Secretaria do Meio Ambiente, 1996).

O sítio urbano de Ribeirão Preto localiza-se em uma depressão ou bacia, com

altitudes variando de 500 a 600m, que aumentam rapidamente para sudeste, atingindo

níveis altimétricos superiores a 800 m (Mombeig 1954 apud Guzzo, 1991).

Sob o contexto geomorfológico, a região do PMMSB é dominada por uma feição

de plataforma interfluvial, reflexo do entalhamento imposto ao terreno pelos córregos

do Retiro Saudoso e Tanquinho. O limite norte da área do Parque coincide com o

espigão, sobre o qual tem-se na Avenida Capitão Salomão um referencial do divisor de

águas pluviais.

A rocha basáltica cartografada em todo o domínio do Parque, gerada pelas

atividades magmáticas durante o período Cretáceo (130 - 60 ma), pertencentes à

Formação Serra Geral, apresenta espessura média de 100 metros. Estes magmatitos são

especialmente ricos em plagioclásios (labradorita), apresentando subsidiariamente

Page 23: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

23

titano - magnetita, augita, olivina, horblenda, quartzo e vidro vulcânico (Coordenadoria

de Planejamento e Desenvolvimento, 1992).

Sob o ponto de vista estrutural, predomina um sistema de fraturas e diáclases

orientadas segundo NNW e NNE, que determinam as principais feições observadas no

terreno, como por exemplo as drenagens que chegam junto à pista de atletismo da Cava

do Bosque e o talude posicionado atrás do Ginásio de Esportes (Seignermartin, 1979)

O intemperismo do basalto resulta em um manto saprolítico superficial, bastante

fraturado, que quando aflorante e associado a encostas íngremes, gera a queda de

blocos e favorece a formação de pequenas zonas de tálus, como as observadas na

encosta junto a Cava do Bosque e Mirante.

Em áreas com declividade superior a 20% é comum observar sinais claros de

rastejamento do material inconsolidado pouco desenvolvido, principalmente quando se

verifica deficiência na vegetação natural e drenagem superficial.

FIGURA 2: Gráfico ilustrando as formações que compõe o subsolo da área onde está localizado o Parque Municipal do Morro de São Bento. O Parque está assentado sobre o basalto da formação Serra Geral.

Page 24: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

24

III.3. RELEVO

Na carta de declividade (Anexo 1 do volume original do Plano de Manejo) foram

estabelecidas 5 classes de declividade para o relevo do Parque Municipal do Morro de

São Bento, a saber: classe a - 0 a 5%; classe b - 5 a 10%, classe c - 10 a 20%, classe d - 20

a 45% e classe e - mais de 45%. Para melhor interpretação dessas características, estas

classes foram reagrupadas em 3 grandes domínios, conforme descrito a seguir:

• Relevo Suave: Apresenta como característica básica declividades menores que 10%.

Domina a porção norte e noroeste, onde está a parte mais urbanizada do parque.

Junto à Praça São Bento ocorre a altitude máxima do parque, aproximadamente 590

metros.

• Relevo Moderado: Apresenta declividades de 10 a 20%, sujeito a processos de erosão

em sulcos e erosão laminar forte quando o manejo da vegetação, solo ou drenagem

são inadequados.

• Relevo Acidentado: Declividades maiores que 20%. Apresenta um aspecto íngreme

em toda a porção sul. O morro do Mirante representa um dos principais acidentes

topográficos, constituído por um maciço rochoso com inclinação abrupta na sua face

sul. Na base desta encosta ocorre a altitude mínima do parque, aproximadamente

530 metros. Já os taludes posicionados entre o morro do Mirante e a pista de

atletismo aparentemente tiveram seu relevo desfigurado, inicialmente por uma

provável exploração rudimentar do material rochoso no início do século, e

posteriormente pelo preparo do terreno para as edificações. Este domínio apresenta

uma vulnerabilidade elevada a deslizamento de terra, sendo comum a

descontinuidade do terreno quando associado a problemas como a drenagem.

A carta de declividades do Parque deve ser incluída na elaboração da Carta de

Riscos ambientais.

Page 25: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

25

III.4. SOLOS

Os solos do Parque Municipal do Morro de São Bento desenvolveram-se em

produtos de decomposição do basalto. O basalto é o embasamento rochoso que

constitui o subsolo da área.

Uma das unidades de solo é o Latossolo Roxo, representativo de 34.976 km2 ou

14,7% do estado (Comissão de Solos, 1960). Ele é revestido pela Floresta Estacional

Semidecidual. A nível de estado, o Latossolo Roxo suporta esta floresta, além de

cerradão, em função da sua fertilidade natural. Em outros estados, Latossolo Roxo de

muito baixa fertilidade natural tem cobertura de cerrado.

No restante do Parque associam-se o Litólico substrato basalto de contatos para-

lítico e lítico, com inclusões de Terra Roxa Estruturada rasa a moderadamente profunda,

pedregosa. Estas unidades relacionam-se com morros, morrotes e encostas nas áreas

de derrame basáltico do estado. Elas representam 187,7 km2 ou 0,07% da área de São

Paulo (Comissão de Solos, 1960).

Nesta associação ocorrem duas formações florestais:

• Floresta Estacional Semidecidual no Litólico predominantemente de contato para-

lítico e Terra Roxa Estruturada;

• Floresta Caducifólia no Litólico predominantemente de contato lítico

O Litólico, muito raso a raso ( 35 cm), assenta-se diretamente sobre o basalto.

O basalto pode se apresentar predominantemente consolidado (contato lítico) ou

fisicamente intemperizado (contato para-lítico). No contato para-lítico o basalto

encontra-se predominantemente sob a forma de matacões e cascalho entremeados por

material de solo.

O contato para-lítico permite, pois, que as raízes das árvores, arbustos e ervas

atinjam profundidades significativas, explorando em água e nutrientes um volume bem

maior de solo do que no contato lítico.

A seguir são apresentados resultados analíticos e a descrição morfológica do

Litólico de contato para-lítico suportando a Floresta Estacional Semidecidual (Laguna,

1997):

Page 26: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

26

TABELA 2: Resultados da análise química de solo Litólico encontrado sob a Floresta Estacional Semidecidual. Onde: Al+++ = alumínio trocável; Al + H = acidez titulável, S = soma das bases; CTC = capacidade de troca catiônica; V = saturação de bases, pH = pH em água. Terra fina seca ao ar.

PARÂMETROS HORIZONTES

A 1 AB C/R

Na+ 0,01 0,01 0,01

K+ 5,39 4,17 1,74

Ca++ 18,28 15,84 13,92

Mg++ 5,20 3,60 3,93

Al+++ 0,40 0,32 0,32

Al+++ + H+ 15,60 14,10 13,50

S 22,88 23,62 19,60

CTC 44,48 37,72 33,10

V (%) 64,93 62,62 59,22

pH 6,02 5,85 5,54

TABELA 3: Resultados da análise granulométrica.

HORIZONTES

GRANULOMETRIA A 1 AB C/R

AREIA 49,86 50,93 52,05

SILTE 25,94 20,34 21,15

ARGILA 11,39 10,60 12,60

CLASSE TEXTURAL Franco Arenosa Franco Arenosa Franco Arenosa

A descrição morfológica dos horizontes é apresentada abaixo:

• A 1: 0-15 cm; 5YR3/3 (pardo amarelado escuro*), 5YR3/3,5; franco arenosa; granular,

muito pequena, pequena e média, forte; duro, friável; ligeiramente plástico e

ligeiramente pegajoso; horizontal, clara; raízes abundantes.

• AB: 15- 35 cm; 2,5Y53/4 (pardo avermelhado escuro*), 2,5YR2,5/4; franco arenosa;

granular muito pequena e pequena, forte; ligeiramente duro, muito friável, muito

plástico e pegajoso; ondulada, clara; raízes abundantes.

Page 27: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

27

• C/R: 35-75 cm +; embasamento rochoso fragmentado, parcialmente intemperizado;

interstícios preenchidos por material 2,5YR2,5/4 (pardo avermelhado escuro*),

5YR3/3,5 e 5YR3/4 (pardo avermelhado escuro*), 5YR3/4; franco arenosa; granular,

muito pequena, moderada; ligeiramente duro, muito friável, plástico e ligeiramente

pegajoso; raízes comum.

* = cor de solo úmido

Existem lacunas nos dados relativos à caracterização do ambiente físico do

Parque. A informação existente é parcial. As análises de solo foram efetuadas apenas

no trecho da trilha do Jequitibá. É preciso efetuar a caracterização de toda a área,

incluindo o mapeamento das unidades existentes e a capacidade de retenção hídrica

das diferentes unidades. Há informações verbais sobre a existência de antigo depósito

de lixo próximo ao reservatório do DAERP, que constitui área de risco e não edificável.

Pela mesma razão, é preciso também delimitar a área que foi utilizada como cemitério

de animais, bem como incluir o uso de parte da área como antigo reservatório de água

pelo DAERP (recinto do lobo guará), atualizando inclusive o histórico da área.

III.5. FLORA

O Morro de São Bento abriga vegetação de Mata Atlântica com duas fisionomias

distintas: Floresta Estacional Semidecidual e seu subtipo, conhecido como Mata

Dedícua. Esta vegetação, além diferença na fisionomia, apresentam composições

fitossociológicas específicas e típicas.

A Floresta Estacional Semidecídua (FES) está associada a Latossolo Roxo, ao

Litólico de contato para-lítico e à minoritária Terra Roxa Estruturada rasa a

moderadamente profunda, pedregosa (LR-Lip-TRE).

A Mata Decídua está associada a solos muito rasos e rasos (Litólico substrato

basalto), de contato lítico.

O que determinou a instalação da FES no grupo LR-Lip-TRE foi, sem dúvida, sua

maior capacidade de armazenamento de água disponível, em relação ao Litólico de

contato lítico.

Page 28: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

28

Na área do Parque, foram realizados levantamentos fitossociológicos na área da

FES (iniciação científica e mestrado, Laguna, V 1997, 2000). Estes trabalhos ilustram a

estrutura daFES em 1997 e 2000, respectivamente. Estes trabalhos amostraram 71

espécies e 60 gêneros, distribuídos em 35 famílias botânicas. O índice de diversidade de

Shanon obtido foi H” = 3,137 nat/ind (1997). Esta análise foi repetida no ano 2000

considerando diferentes extratos: estrato arbustivo H’ = 2,68 nat/ind e equabilidade de

Pielou E = 0,737; estrato arbóreo H’ = 2,89 nat/ind e E = 0,763; para emergentes H’ =

3,40 nat/ind e E = 0,824.

As famílias com maior índice do valor de importância foram Phytolaccaceae,

Meliaceae, Caesalpinaceae, Rutaceae, Piperaceae, Euphorbiaceae, Sapotaceae e

Fabaceae. Destas, as que apresentaram maior número de indivíduos foram Rutaceae,

Meliaceae, Piperaceae, Euphorbiaceae, Phytolaccaceae, Caesalpinaceae, Sapotaceae e

Fabaceae. As espécies com maiores valores de importância foram Gallesia integrifolia,

Holocalyx balansae, Trichilia claussenii, Piper amalago, Metrodorea nigra, Actinostemon

concepsions, Chrysophyllum gonocarpum, Trichilia catigua, Urera bacciferae Cariniana

estrellensis. As espécies mais abundantes são Metrodorea nigra, Actinostemon

concepsions, Piper amalago, Trichilia claussenii, Gallesia integrifolia, Holocalyx

balansae, Chrysophyllum gonocarpum, Galipea multiflora eTrichilia catigua(Laguna,

1997). A Tabela 4 apresenta as famílias, gêneros e espécies encontradas, atualizada com

as espécies encontradas e identificadas no Parque até o ano 2018

A Mata Decídua, assentada no solo Litólico de contato predominantemente

lítico, caracteriza-se pela dominância das espécies angico (Mimosaceae -Anadenanthera

colubrina) e aroeira (Anacardiaceae – Myracroduon urundeuva), que se adaptaram a

solos de baixa capacidade de armazenamento e suprimento de água disponível. Nesta

fisionomia, ocorre acentuada queda foliar nos meses mais secos do ano, uma das

características fisionômicas mais marcantes, além da elevada dominância dos angicos e

aroeiras. Esta fisionomia forma um gradiente com a FES acompanhando o aumento na

profundidade do solo.

No passado muitas espécies foram introduzidas no Bosque, tais como Caryota

urens, cajá mirim, várias espécies de bambus, mangueiras, café e outras. Algumas

possuem características de espécies invasoras, apresentando alta taxa de germinação e

Page 29: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

29

desenvolvimento rápido, o que acarreta em prejuízo à regeneração natural das

florestas.

Ambas as fisionomias vegetais estão presentes no Parque desde a época de

aquisição da Chácara Olympia pelo Poder Público, conforme mostra a Planta da Chácara

Olympia, datada de 1911. Os locais onde foram construídos o Zoológico, o Jardim

Japonês, e os prédios administrativos, naquele tempo eram terrenos cultivados. O Dr.

Geraldo Prado Garcia, Diretor do Bosque e Zoológico por cerca de 15 anos, relata a

ocorrência de um grande incêndio na Mata Decídua. A área queimada foi semeada com

sementes de angicos coletadas na Praça São Bento, caracterizando, portanto, esta área

como vegetação secundária.

Em 2018, a equipe do setor de flora do PMMSB (Olga Kotchetkoff Henriques e

os estagiários Henrico Antico e Caue Ankh) realizou o levantamento florístico na área do

Bosque e Zoológico Fábio Barreto visando melhorar o conhecimento da flora existente

e produzir uma chave de identificação botânica que auxiliasse tanto pesquisadores

quanto interessados em conhecer a diversidade de espécies arbóreas existente. Foram

registradas 159 espécies de árvores e arbustos lenhosos, tanto nas matas como no

restante da área. O resultado deste levantamento é apresentado na Tabela 4. A chave

de identificação encontra-se em anexo.

TABELA 4: Lista das famílias, gêneros e espécies encontradas no Parque Municipal do Morro de São Bento, com seus respectivos nomes populares. Estão incluídas nesta lista as espécies presentes na Floresta Estacional Semidecidual, na Mata Decídua e em toda a área do Parque, indicando a origem (ORIG): Nativa (N), Nativas de outras formações (N*) ou exótica (Ex); o grau de ameaça de extinção (CAT): não ameaçado (NA), vulnerável (VU), quase ameaçado (QA), em perigo crítico (PC) ou ameaçado (AM); a categoria sucessional (SUC): pioneira (P) ou não pioneira (NP); e a forma de dispersão (DISP): anemocórica (AN), zoocórica (ZO), autocórica (AU).

Família Espécies Nome popular ORIG CAT SUC DISP

Anacardiaceae Astronium graveolens Guaritá N NA NP AN

Mangifera indica Mangueira Ex NA ZO

Myracrodruon urundeuva Aroeira Preta N VU NP ZO

Spondias mombin Cajá Mirim N* NA ZO

Spondias purpurea Ciriguela N* NA ZO

Annonaceae Annona aff crassiflora Araticum N NA NP ZO

Annona aff montana Falsa Graviola N NA ZO

Annona aff sylvatica Araticum N NA ZO

Rollinia mucosa Biribazeiro N NA NP ZO

Unonopsis lindmanii Pindaíva do Brejo N ZO

Page 30: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

30

Família Espécies Nome popular ORIG CAT SUC DISP

Apocynaceae Aspidosperma cylindrocarpon Peroba Rosa N NA NP AN

Aspidosperma polyneuron Peroba Poca N QA NP AN

Aspidosperma parvifolium Guatambu N NA NP AN

Araliaceae Dendropanax cuneatum Maria Mole N NA P ZO

Polyscias fruticosa Árvore da Felicidade Ex NA Schefflerasp Sciadodendron excelsum Carobão N NA P ZO

Arecaceae Caryota urens Rabo-de-peixe Ex NA ZO

Bignoniaceae Handroanthus sp Ipê N Jacaranda cuspidifolia Jacarandá N AN

Tabebuia aff penthaphylla Ipê Rosa Ex AN

Tabebuia chrysotricha Ipê Amarelo N NA NP AN

Tabebuia heptaphylla Ipê Roxo N NA NP AN

Tabebuia impetiginosa Ipê Rosa de Bola N NA NP AN

Tabebuia roseo-alba Ipê Branco Ex NA NP AN

Tecoma stans Ipê de Jardim Ex NA AN

Bombacaceae Ceiba speciosa Paineira N NA NP AN

Pachira aquatica Castanha do Maranhão

N* NA

Pseudobombax grandiflorum Embiruçu N NA NP AN

Boraginaceae Cordia abyssinica Laranjinha Pegajosa Ex ZO

Cordia ecalyculata Café de Bugre N QA NP ZO

Caricaceae Carica papaya Mamoeiro N NA ZO

Jacaratia spinosa Jaracatiá N NA NP ZO

Celastraceae Maytenus floribunda Cafezinho-seco N PC NP ZO

Chrysobalanaceae Licania tomentosa Oiti N* NA ZO

Combretaceae Terminalia catappa Sete Copas Ex NA Terminalia triflora Capitãozinho N NA NP AN

Dilleniaceae Dillenia indica Pataca, Flor de abril Ex NA Euphorbiaceae Actinostemon concepcionis Folha-fedorenta NA

Codiaeum variegatum Cróton Ex NA Croton piptocalyx Caixeta N NA P AU

Croton sp Joannesia princeps Cotieira, Boloteira N NA Manihotaff.grahamii Mandioca Brava N NA Ricinus communis Mamona NA Synadenium grantii Janaúba Ex

Fabaceae Acacia polyphylla Monjoleiro N NA P AU

Albizia niopoides Farinha Seca N NA AU

Anadenanthera colubrina Angico N NA NP AU

Caesalpinia echinata Pau-Brasil N* AM AU

Caesalpinia ferrea Pau-Ferro N NA Caesalpinia pluviosa Sibipiruna N NA AU

Copaifera langsdorffii Óleo de Copaíba N QA NP ZO

Dalbergia nigra Jacarandá da Bahia N* VU Delonix regia Flamboyant Ex NA

Page 31: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

31

Família Espécies Nome popular ORIG CAT SUC DISP

Enterolobium contortisiliquum Orelha de Negro N NA P AU

Erythrina speciosa Mulungu N NA P AU

Gliricidia sepium Cacaueira Ex NA Holocalyx balansae Alecrim de campinas N NA NP AU

Hymenaea courbaril Jatobá N QA NP ZO

Inga aff.stenoptera Ingá da Várzea N* NA ZO

Inga edulis Ingá Cipó N* NA NP ZO

Inga laurina Ingá Feijão N NA NP ZO

Inga sessilis Ingá Ferradura N NA P ZO

Leucaena leucocephala Leucena Ex NA AU

Lonchocarpus cultratus Embira de Sapo N NA NP AU

Machaerium aculeatum Jacarandá de Espinho N NA P AN

Machaerium stiptatum Sapuva N NA NP AN

Machaerium villosum Jacarandá Paulista N QA NP AN

Mimosa caesalpiniifolia Sansão do Campo Ex NA Myroxylon peruiferum Bálsamo N VU NP AN

Peltophorum dubium Canafístula N QA P AU

Platycyamus regnellii Pau-Pereira N NA NP AU

Pterocarpus rohrii Aldrago, Pau-sangue N NA NP AN

Pterogyne nitens Amendoim Bravo N NA NP AN

Schizolobium parahyba Guapuruvu N NA P AU

Senna macranthera Manduirana N NA P AU

Tipuana tipu Tipuana Ex NA AN

Flacourtiaceae Casearia gossypiosperma

Pau-Espeto Lagarteiro

N NA P ZO

Lauraceae Nectandra megapotamica Canelinha N NA NP ZO

Lecythidaceae Cariniana estrellensis Jequitibá Branco N QA NP AN

Cariniana legalis Jequitibá Rosa N QA NP AN

Lecythis pisonis Sapucaia N NA NP AU/ZO

Magnoliaceae Micheliachampaca Magnolia Amarela Ex AU

Malpighiaceae Bunchosia armeniaca Falso-guaraná Ex ZO

Malpighia emarginata Acerola Ex NA ZO

Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis

Mimo-de-venus, Hibisco

Ex NA

Melastomataceae Tibouchina glandulosa Quaresmeira N* NA P AN

Meliaceae Cedrela fissilis Cedro Rosa N QA NP AN

Guarea guidonia Marinheiro N QA NP ZO

Guarea kunthiana Marinheirão N QA NP ZO

Swietenia mahagoni Mogno N* Trichilia catigua Catiguá N NA NP ZO

Trichilia claussenii Catiguá-vermelho N NA NP ZO

Trichilia hirta Catiguá N QA NP ZO

Moraceae Artocarpus integrifolia Jaqueira Ex ZO

Ficus citrifolia Figueira N NA NP ZO

Ficus leprieurii Figueira triangular Ex ZO

Ficus microcarpa Figueira Ex ZO

Page 32: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

32

Família Espécies Nome popular ORIG CAT SUC DISP

Ficus obtusifolia Figueira N NA ZO

Ficus trigona Gameleira N ZO

Maclura tinctoria Taiuva, Amora Branca

N NA NP ZO

Morus sp Amora Ex ZO

Myrtaceae Eugenia brasiliensis Grumixama N VU NP ZO Eugenia involucrata Cereja do Rio Grande N NA NP ZO

Eugenia pyriformis Uvaia N NA NP ZO

Eugenia speciosa Laranjinha do Mato N NA NP ZO

Eugenia uniflora Pitanga N NA NP ZO

Myrcianthes pungens Guabiju N NA NP ZO

Myrciaria glazioviana Cabeludinha N NA ZO

Syzygium cumini Jambolão Ex NA ZO

Syzygium jambos Jambo Rosa Ex NA ZO

Psidium guajava Goiabeira N NA ZO

Muntinginaceae Muntingia calabura Calabura Ex NA ZO

Nyctaginaceae Guapira hirsuta Maria Mole N NA ZO

Guapira opposita Maria Mole N NA NP ZO

Phytolaccaceae Gallesia integrifolia Pau d'Alho N NA NP AN

Piperaceae Piper aduncum Pimenta-de-macaco Ex NA Piper amalago Paribaroba N NA Piper arborium Fruto-de-morcego N

Polygonaceae Triplaris sp Rhamnaceae Colubrina glandulosa Sobrasil N NA NP ZO

Rhamnidium elaeocarpum Saraguají N NA NP ZO

Rubiaceae Chomelia pohliana Mentolzinho N NA ZO

Coffea arabica Café Ex NA ZO

Coutarea hexandra Murta-do-mato N NA NP AN

Genipa americana Genipapo N NA NP ZO

Randia armata Limoeiro do mato N NA ZO

Simira sampaioana Maiate N NA NP AN

Rutaceae Citrus sp ZO

Conchocarpus pentandrus Laranjinha-brava N AU

Esenbeckia febrifuga Laranjeira-do-mato N NA NP AU

Esenbeckia grandiflora Chupa-ferro N NA NP AU

Esenbeckia leiocarpa Guarantã N NA NP AU

Galipea jasminiflora Carrapateiro N NA NP AU

Metrodorea nigra Chupa-ferro N NA NP AU

Murraya exotica Murta-de-cheiro Ex NA ZO

Pilocarpus pennatifolius Crista-de-peru N NA NP AU

Salicaceae Prockia crucis Cambroé N NA Sapindaceae Allophylus edulis Fruta-de-pombo N NA P ZO

Cupania vernalis Arco-de-barril N NA NP ZO

Diatenopteryx sorbifolia Maria-preta N NA P AN

Dilodendron bipinattum Maria-podre N VU P AN

Sapindus saponaria Sabão-de-mico N NA Sapotaceae Chrysophyllum gonocarpum Aguaí N NA NP ZO

Page 33: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

33

Família Espécies Nome popular ORIG CAT SUC DISP

Pouteria caimito Abio N NA NP ZO

Solanaceae Brunfelsia uniflora Manacá-de-jardim N NA NP ZO

Solanum argenteum Folha prata N NA ZO

Solanum paniculatum Jurubeba N NA P ZO

Sterculiaceae Guazuma ulmifolia Mutambu N NA P ZO

Sterculia striata Chichá N NA AU

Theophrasteaceae Clavija nutans Clavija N QA NP ZO

Tiliaceae Luehea divaricata Açoita Cavalo Miúdo N NA NP AN

Luehea grandiflora Açoita Cavalo N NA NP AN

Ulmaceae Trema micrantha Grandiúva N NA P ZO

Urticaceae Cecropiapachystachya Embaúba N NA P ZO

Urerabaccifera Urtiga N NA Verbenaceae Aloysia virgata Lixeira N* NA P AN

Duranta repens Pingo-de-ouro Ex ZO

O manejo da vegetação do Parque inclui o monitoramento das espécies que

possam oferecer riscos aos visitantes, animais e edificações. Neste sentido, são

previstas podas ou extrações, quando o estado fitossanitário do exemplar comprometer

o exemplar e não houver alternativas que possibilitem a manutenção da árvore.

Exemplo é a peroba rosa existente próximo à administração do parque, que apresenta

grande lesão na base do tronco. Em 2002, o Laboratório de Anatomia e Identificação de

Madeiras do Departamento de Ciências Florestais - ESALQ/USP (Tomazzeli, 2002),

realizou análise do tronco desta árvore com penetrógrafo, concluindo pela possibilidade

da instalação de estaiamento que permitisse a conservação da árvore. Após cálculo dos

esforços a que a árvore é submetida, foi dimensionado um sistema de estaiamento,

implantado em 2003 e que vem sendo monitorada desde então. Em 2015 foram

realizadas novas análises com resistógrafo e ultrassom (Brasil, 2015) e manutenção da

estrutura de estaiamento. Estas análises e manutenção do sistema de estaiamento

devem ser realizadas periodicamente, visto que a árvore é um ser vivo e apresenta

crescimento, além do desgaste natural ao longo do tempo da estrutura implantada.

Entre 2011 e julho de 2019, foram extraídas 69 árvores no PMMSB em razão de

morte ou senescência (31), lesão ou risco de queda (29) ou outras razões (9). Neste

período ocorreu a queda de outras 6 árvores. Foram realizados plantios para reposição

destas árvores, mas estes não foram devidamente registrados e acompanhados.

Também não ocorreram na quantidade indicada nas autorizações de extração. A morte

e a queda de árvores e galhos é ocorrência normal em ambientes naturais. Em áreas

Page 34: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

34

onde estas ocorrências possam provocar acidentes é necessário a intervenção humana

para minimizar os riscos. Considerando que a área do parque é pequena para efeito de

conservação da vegetação natural, a reposição das árvores perdidas é necessária. Ao

efetuar a reposição, devem ser observados alguns critérios: a reposição deve ser

efetuada com a quantidade suficiente para garantir o repovoamento da área danificada,

utilizar apenas espécies nativas de ocorrência natural na vegetação existente e os

plantios devem respeitar as densidades e diversidade de espécies existentes. Não

podem ser introduzidas espécies exóticas no Parque. Existe dificuldade na obtenção de

mudas das espécies e quantidades apropriadas para a reposição. Esta dificuldade

reforça a necessidade de coleta e cultivo de sementes, seja o cultivo realizado no Horto

Municipal, em área do PMMSB ou em parceria com outros viveiros de mudas da região.

A partir de 2017, foram observadas a morte de exemplares adultos de pau-

d’álho, tanto no interior da mata como fora. Estas mortes são atribuídas a alguma

doença, fungo ou broca, mas não há um diagnóstico conclusivo. Nenhum tratamento

fitossanitário está sendo efetuado, nem a remoção dos exemplares já mortos. A maioria

dos paus d’alho mortos apresentam porte muito elevado e situam-se dentro da mata,

acarretando em grande dificuldade para extração, alto risco de danos na vegetação do

entorno e elevado custo operacional.

TABELA 5 : Dados do manejo da vegetação no PMMSB: quedas e extração de árvores.

EXTRAÇÃO 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019* TOTAL

Árvore seca ou senescente

12 4 4 5 0 5 1 0 3 34

Lesão e risco de queda

1 6 9 3 2 3 4 1 0 29

Outros 1 7 1 0 9

Total 13 11 20 8 2 8 6 1 3 72

Queda de árvores

1 1 2 1 1 1 7

TOTAL 13 11 21 8 3 10 7 2 4 79

• Até julho

III.6. FAUNA

Page 35: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

35

A fauna macroscópica em liberdade no parque é composta por espécies nativas

como tatus (Dasypus novemcinctus e Euphractus sexcinctus), gambás (Didelphis

albiventris) entre outras, presentes em toda a área do Parque. Há ainda espécies

introduzidas em liberdade, como os bugios (Alouatta caraya); almas-de-gato (Piaya

cayana), cutias (Dasyprocta sp.), tucanos (Ramphastus toco), caracará (Polyborus

plancus), saguis (Callithrix penicillata), saracura (Aramides cajanea). Algumas dessas

espécies enfrentam problemas devido à área relativamente pequena do Parque e com

a urbanização de sua vizinhança. Os filhotes destes animais são atacados por animais

domésticos (cães e gatos), e os animais arborícolas, como os macacos, muitas vezes são

apedrejados ou acabam sendo eletrocutados ao colocar as mãos na rede elétrica

circundante.

A população de bugios presente no parque foram objeto de estudos científicos,

enfocando seus hábitos alimentares e estrutura social. Os resultados mostram que há

necessidade de compatibilizar o manejo da flora com os deslocamentos dos bugios,

atuais e potencialmente utilizáveis. O plantio de árvores nativas de grande porte em

reposição aos exemplares perdidos é essencial para proporcionar rotas de

deslocamentos para estes animais. Igualmente importante é o plantio de espécies que

possam fornecer alimentos a estes animais, visto que os estudos mostraram que 25,5%

da dieta dos bugios corresponde à Caryota, e 40% corresponde a espécies exóticas. A

Caryota é uma espécie exótica que vem provocando interferências significativas na

regeneração natural da área da floresta, cujo manejo indicado é a eliminação.

A presença de fiação aérea (CPFL) no entorno do parque tem provocado alguns

acidentes envolvendo a fauna, principalmente de primatas. Há necessidade de buscar

soluções para evitar acidentes, como a troca ou isolamento dos fios.

Não existem estudos sobre outras populações de vertebrados que habitam o

parque, como as cotias, p.ex. Os problemas relatados são: atropelamento em vias

vizinhas, dificuldade em acompanhar o bando (falta de marcação), filhotes atacados por

cães e gatos errantes que entram no parque. Embora as cotias estejam representadas

no logotipo do Bosque e Zoológico, há pouco conhecimento sobre os hábitos desta

espécie, o tamanho populacional, seus deslocamentos e pontos de passagens, etc.

Há ainda a fauna restrita ao Zoológico, confinada em recintos, que se compõe de

um acervo de animais e aves predominantemente da fauna nativa regional, sendo que

Page 36: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

36

algumas espécies já não se encontram nas matas e cerrados dessa região, como as onças

pintadas (Panthera onca), e outras que vem tornando-se raras, como o cachorro-do-

mato (Cerdocyon thous), o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) e o tamanduá-bandeira

(Myrmecophaga tridactyla). Algumas espécies da fauna alienígena também se

encontram nesse acervo. São animais asiáticos e africanos, mantidos pela atração que

exercem sobre os visitantes e para comparação de fauna no trabalho de Educação

Ambiental. São elas: leão (Panthera leo), babuíno-sagrado (Papio hamadryas), pavões

(Pavo cristatus) e veados-sambar (Cervus unicolor), estes últimos, em extinção em seu

território de origem.

Não menos importantes são as inúmeras espécies de invertebrados, que

desempenham funções importantes como, p. ex., polinizadores ou decompositores.

Algumas das espécies de invertebrados, como cupins, brocas e formigas, são

responsáveis por problemas na vegetação do Parque, devido a desequilíbrios ecológicos

existentes. A instalação do meliponário no Parque contribui de forma efetiva na

manutenção da flora existente.

TABELA 6: Relação dos animais em liberdade observados no Parque Municipal do Morro de São Bento.

Page 37: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

37

CLASSE FAMILIA ESPÉCIE NOME VULGAR

MAMÍFEROS Atelidae Alouatta caraya Bugio-preto

MAMÍFEROS Callitrichidae Callithrix penicillata Sagui-de-tufo-preto

MAMÍFEROS Dasyproctidae Dasyprocta azarae Cutia

MAMÍFEROS Cuniculidae Cuniculus paca Paca

MAMÍFEROS Didelphidae Didelphis albiventris Gambá-de-orelha-branca

MAMÍFEROS Dasypodidae

Dasypus novemcinctus Tatu-galinha

MAMÍFEROS Dasypodidae Cabassous chacoensis Tatu-de-rabo-mole-

pequeno

RÉPTEIS

RÉPTEIS

Teiidae Tupinambis merianae Teiú

RÉPTEIS Colubridae Sibymomorphus mikanii Dormideira

RÉPTEIS Dipsadidae. Oxyhropus guibei Falsa-coral

AVES Psittacidae

Psittacidae

Psittacidae

Amazona amazonica Papagaio-do-mangue

AVES Psittacidae Psittacara leucophthalmus Jandaia-maracanã

AVES Psittacidae Aratinga auricapillus Jandaia-mineira

AVES Psittacidae Brotogeris chiriri Periquito-de-encontro-

amarelo AVES Falconidae Caracara plancus Carcará

AVES Accipitridae

Accipitridae

Rupornis magnirostris Gavião-carijó

AVES Accipitridae Mivalgo chimachima Gavião-carrapateiro

AVES Accipitridae Buteo galluslacermulatus Gavião-pombo-pequeno

AVES Strigidae Bubo virginianus Jacurutu

AVES Cathartidae Coragyps atratus Urubu-de-cabeça-preta

AVES Ardeidae Ardea alba Garça-branca-grande

AVES Ardeidae Tigriso malineatum Socó-boi

AVES Ardeidae Butorides striata Socozinho

AVES Threskiornithidae

Threskiornithidae

Mesembrinibis cayennensis Coró-coró

AVES Threskiornithidae

Threskiornithidae

Theristicuscaudatus Curicaca

AVES Rallidae Aramides cajaneus Saracura-três-potes

AVES Cariamidae Cariama cristata Seriema

AVES Cracidae Penelope superciliaris Jacupemba

AVES Ramphastidae Ramphastos toco Tucano-toco

AVES Corvidae Cyanocorax chrysops Gralha-do-mato

AVES Corvidae Cyanocorax cristatellus Gralha-do-campo

AVES Tyrannidae Pitangus sulphuratus Bem-te-vi

AVES Turdidae

Turdus amaurochalinus Sabiá-poca

Page 38: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

38

AVES Turdidae Turdus subalaris Sabiá-ferreiro

AVES Turdidae Turdus leucomelas Sabiá-barranco

AVES Thraupidae

Thraupidae

Thraupidae

Euphonia chlorotica Fim-fim

AVES Thraupidae Thraupis sayaca Sanhaço-cinzento

AVES Thraupidae Coereba flaveola Cambacica

AVES Thraupidae Eucometis penicillata Pipira-da-taoca

AVES Tyrannidae Tyrannus melancholicus Suiriri

AVES Tyrannidae Myiozetetes similis Bentevizinho-de-topete-

vermelho AVES Tyrannidae Myiodynastes maculatus Bem-te-vi-rajado

AVES Nyctibiidae Nyctibius griseus Urutau

AVES Passeridae Passear domesticus Pardal

AVES Columbidae Patagioena spicazuro Pomba-asa-branca

AVES Columbidae Zenaida auriculata Pomba-de-bando

AVES Columbidae Columbina talpacoti Rolinha-caldinho-de-feijão

AVES Columbidae Columba livia Pombo-domestico

AVES Columbidae Patagioena scayennensis Pomba-galega

AVES Trochilidae Eupetonena macroura Beija-flor-rabo-de-tesoura

AVES Picidae Colapts campestris Pica-pau-do-campo

AVES Picidae Colapts melanochloros Pica-pau-carijó

AVES Picidae Picumnus albosquamatus Picapau-anão-escamado

AVES Icteridae Molothrus bonariensis Vira-bosta

AVES Cuculidae

Cuculidae

Guira guira Anu-branco

AVES Cuculidae Crotophaga ani Anu-preto

AVES Cuculidae Piaya cayana Alma-de-gato

AVES Furnariidae Furnarus rufus João-de-barro

AVES Icteridae Icterus pyrrhopterus Encontro

AVES Troglodytidae Troglodytes musculus Corruira

AVES Emberizidae Zonotrichia capensis

Tico-tico

AVES Alcedinidae Megaceryle torquata Martim-pescador-grande

AVES Anatidae Dendrocygna viduata Irerê

AVES Hirundinidae Pygochelidon cyanoleuca Andorinha-pequena-de-

casa

O aumento do acervo de animais em cativeiro deve respeitar a capacidade do

zoológico em receber novos animais, vinculado à existência de recintos apropriados à

espécie e à densidade populacional já existente. Antes da inclusão de novos animais no

Page 39: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

39

plantel deve ser avaliada a sensibilidade do animal às condições existentes no local, visto

que o zoológico ocupa área com ocorrência de ruídos advindos das atividades urbanas

no entorno, é bastante sombreada e situada em encosta, portanto apresenta

declividade. O objetivo geral deste zoológico, como já disposto no Plano de Manejo

original, é abrigar preferencialmente animais da fauna regional, sendo que os animais

de fauna exótica deverão possuir adaptabilidade ao clima local.

O acesso de animais domésticos como cães e gatos é vetado na área do zoológico

devido ao risco de transmissão de doenças e predação dos animais existentes em

liberdade ou em cativeiro na área. Nesta revisão do Plano de Manejo, está sendo

incluído o manejo dos animais de vida livre domésticos e/ou prejudiciais como gatos,

ratos, pombos, cães, urubus e outros.

IV. FATORES SÓCIO-ECONÔMICOS

IV.1. CARATERÍSTICAS DA POPULAÇÃO – DEMOGRAFIA (atualização parcial)

O município de Ribeirão Preto possui área de 651 km2, sendo 477 km2 a área do

distrito sede e 174 km2 a área do distrito de Bonfim Paulista.

Entre as 20 maiores cidades de São Paulo, Ribeirão Preto foi a que

proporcionalmente mais cresceu nos últimos cinco anos. Segundo dados do IBGE, a

população total do município no último censo (2010) foi de 604.682 pessoas, sendo

estimada a população de 694.534 habitantes em 2018, resultando na densidade

demográfica de 928,92 hab/km2. Praticamente toda a população encontra-se em área

urbana. A escolarização na faixa de 6 a 14 anos atinge 96,9% (2010). O IDHM – índice

de Desenvolvimento Humano Municipal - vem crescendo: 0,626 em 1991, 0,733 em

2000 e 0,800 em 2010. O PIB per capita em 2015 foi de R$ 41.736,07.

Considerando-se a distribuição da população segundo o sexo, estima-se que, em

1994, existiam 228.772 homens e 241.831 mulheres. Com relação à distribuição da

população por faixas etárias, ocorreram grandes alterações no período entre 1980 e

1991. A população jovem baixou de 30,6% em 1980 para 29,8% em 1991. O percentual

de população acima de 50 anos passou de 14,7% em 1980 para 16,2% em 1991.

Page 40: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

40

O número de eleitores apresentou aumento da ordem de 69,04% no período

entre 1981 e 1994. O município conta hoje com 271.612 eleitores, o que corresponde,

aproximadamente, a 57,72% da população total.

IV.2. SISTEMA VIÁRIO DE ACESSO

O município de Ribeirão Preto situa-se a Nordeste do estado de São Paulo, na

sub-região da Bacia do Rio Pardo, denominada Médio Pardo. Os limites do município

estão aproximadamente entre as latitudes 21o 00’S e 21o30’S e longitude 47o35’W e

48o00’W.

Ribeirão Preto encontra-se bem localizada no estado de São Paulo, estando

servida por diversas rodovias que facilitam o acesso entre regiões (Tabela 7):

TABELA 7: Principais rodovias de acesso a Ribeirão Preto.

_______________________________________________________________________

Rodovias de Acesso Eixo

SP 330 Anhanguera Ribeirão Preto - São Paulo

SP 334 Candido Portinari Ribeirão Preto - Franca

SP 332 Atílio Balbo Ribeirão Preto - Sertãozinho

SP 225 Antonio Machado Santanna Ribeirão Preto - Araraquara

SP 333 AbrãoAssed Ribeirão Preto - Cajuru

SP 291 MarioDonega Ribeirão Preto - Pradópolis

SP 328 - Anel Viário

TABELA 8: Distâncias aproximadas de Ribeirão Preto às cidades mais próximas no

interior do estado (km).

CIDADE DISTÂNCIA CIDADE DISTÂNCIA

Altinópolis 68 Pirassununga 100

Araraquara 89 Pradópolis 81

Barretos 122 Orlândia 57

Batatais 41 Mococa 100

Page 41: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

41

Bebedouro 110 São Simão 45

Cravinhos 14 São Carlos 116

Cajuru 55 Santa Rita 66

Catanduva 154 Santa Rosa 68

Ituverava 108 São Joaquim da Barra 80

Franca 92 São Paulo 319

Porto Ferreira 78 Sertãozinho 22

IV. 3. CONJUNTURA ECONÔMICA (sem atualização)

Com base nas informações constantes no Relatório do Macrozoneamento (1995)

na Bacia do Rio Pardo, o compartimento Médio-Pardo é aquele que apresenta maior

diversificação industrial devida, principalmente, ao Parque Industrial de Ribeirão Preto.

Os segmentos industriais mais expressivos são: metal-mecânica, celulose e papel,

matérias plásticas, têxtil e calçados, sucro-alcooleira e bebidas.

A cidade de Ribeirão Preto exerce forte polarização sobre este compartimento

da Bacia do Rio Pardo. O compartimento Médio-Pardo é formado pelos seguintes

municípios, incorporando total ou parcialmente suas áreas: Altinópolis, Brodosqui,

Cajuru, Cássia dos Coqueiros, Cravinhos, Jardinópolis, Ribeirão Preto, Sales de Oliveira,

Santa Rosa do Viterbo, São Simão, Serra Azul, Serrana, Batatais e Santo Antônio da

Alegria. Estas cidades possuem individualmente população inferior a 25.000 habitantes,

o que garante expressiva hegemonia a Ribeirão Preto, que possui forte expressão como

centro regional de comércio e serviços de educação e saúde.

IV.4. INFRA-ESTRUTURA

O acesso ao PMMSB, na área do Bosque Fábio Barreto, onde está instalado o

Jardim Zoológico, maior polo atrativo do Parque, pode ser feito pelas portarias da rua

Liberdade e Portão dos Teatros. A portaria da rua Liberdade é o acesso principal, onde

existe uma catraca instalada, para contagem do número de visitantes. O Portão dos

Teatros em geral permanece fechado, abrindo em ocasiões especiais ou por necessidade

Page 42: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

42

de acesso de serviços. Existem dois acessos de serviços, um pela Av. Capitão Salomão e

outro pela rua Tamandaré. Há um estacionamento interno exclusivo para funcionários

com acesso pela av Capitão Salomão e outro próximo à entrada da rua Liberdade, com

26 vagas. O Bosque e Zoológico dispõe de três sanitários públicos (masculino e

feminino); Centro de Educação Ambiental; Praça de Alimentação; Recanto das Aves;

Área Multi-Lazer; Administração do Parque; duas trilhas para visitação a pé: trilha do

Jequitibá, aberta apenas para visitas monitoradas, e trilha dos Angicos, atualmente

fechada; Jardim Japonês e Mirante. O antigo prédio do restaurante do bosque hoje

abriga a Casa da Ciência, que alterna uso institucional (Centro de Professores) com

serviço do parque (quando foi centro de visitantes ou quando é utilizada em eventos).

A circulação interna na área do Bosque e Zoológico ocorre principalmente em

vias asfaltadas. Existem pontos de gargalo nesta circulação, em trechos estreitos e com

curvas muito acentuadas, como a esquina em frente à educação ambiental, a curva

próxima ao recinto dos leões, e outros que dificultam o trânsito de caminhões de

manutenção. Quanto maiores os caminhões, maiores as dificuldades. Tendo em vista a

vegetação presente e a necessidade de manejo da mesma, estes gargalos constituem

impedimento para a realização de alguns serviços. O Jardim Japonês possui um pórtico

Tori na sua entrada cuja baixa altura impede o acesso de caminhões de poda, de

bombeiros e outros. Recomenda-se a compatibilização da circulação interna de forma

a permitir o acesso de equipamentos de bombeiros aos principais pontos do parque.

Recomenda-se também adquirir equipamentos mais leves para manejo da vegetação e

prevenção de incêndios, tais como pequenos tratores com ou sem caçambas

elevatórias.

A lotação máxima admitida para o parque é de tês pessoas por metro quadrado.

Para se obter o número de máximo de visitantes na área do Bosque e Zoológico, deve-

se calcular as áreas de circulação do parque abertas à visitação, excluindo as áreas com

acesso restrito ao visitante (setor extra, área dos recintos, áreas de jardins e vegetação,

outros) e multiplicar por 3. O número de sanitários deve ser compatível com a lotação

máxima do parque.

Na Área Cultural estão a Casa da Cultura Juscelino Kubsticheck, Escola de Artes

“Candido Portinari”, Biblioteca Municipal “Guilherme de Almeida”, Teatro de Arena

“Jaime Zeiger”, Teatro Municipal de Ribeirão Preto, Gabinete da Secretaria Municipal da

Page 43: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

43

Cultura; Praça São Bento e uma base da polícia militar (Lei Complementar 2968, de 20

de maio de 2019, publicada no Diário Oficial de 30 de maio de 2019 – concedeu direito

real de uso da antiga casa do radioamador à Policia Militar do Estado de São Paulo).

No Conjunto Poli-Esportivo Elba de Pádua Lima situam-se o gabinete da

Secretaria Municipal de Esportes, o Ginásio Gavino Virdes, quadras poliesportivas,

piscina, pista de atletismo e campo de futebol.

Diversas atividades a serem desenvolvidas no PMMSB vem sendo elaboradas,

tendo como base as diretrizes estabelecidas neste Plano de Manejo, Programa de Uso

Público

IV.5. EXPECTATIVA DE VISITAÇÃO

Os setores do Bosque e Zoológico, área Cultural e Cava do Bosque apresentam

expectativa de visitação diferenciadas, associadas às diferentes atividades

desenvolvidas em cada setor.

O número de visitantes do Bosque é aferido através de catraca instalada na

portaria da rua Liberdade. Esta contagem foi efetuada após a criação do parque,

permaneceu inativa por vários anos e foi retomada em julho de 2018 (Tabela 9).

De acordo com a experiência no local, são considerados dois grupos básicos de

visitantes ao Parque Municipal do Morro de São Bento:

a) o grupo ligado às instituições de ensinos - alunos e monitores;

b) o grupo de visitação informal, formado por pessoas de diferentes idades,

classes sociais e procedências.

O principal público potencial está ligado às instituições de ensino do município e

região. Segundo a Secretaria Municipal da Educação e Delegacias de Ensino, em 1997,

havia 100.000 alunos de 1o e 2o graus no município. De acordo com o site do IBGE, este

número tem mostrado com pouca variação (Figura 3). As visitas deste grupo são sempre

agendadas e concentradas nos dias da semana, exceto sábados e domingos. O público

procedente de instituições de ensino de 3o grau em geral apresenta uma demanda de

visitação voltada a assuntos específicos.

Page 44: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

44

No grupo de visitação informal, a maior procura ocorre aos finais de semana,

quando afluem visitantes provenientes não só de Ribeirão Preto, como de cidades

vizinhas. São poucas as cidades que possuem parques com as características do PMMSB

na região, exceto São Carlos, Piracicaba, Americana, São José do Rio Preto e Uberaba. É

comum a presença de pessoas e escolas provenientes de municípios distantes até 120

km em linha reta de Ribeirão Preto. O número de visitantes durante os finais de semana

gira em torno de 2.000 pessoas, podendo atingir mais de 5000 pessoas em alguns

momentos.

https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/ribeirao-preto/panorama

Page 45: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

45

Figura 3: Número de alunos matriculados em Ribeirão Preto entre 2005 e 2018.

https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/ribeirao-preto/panorama

Ensino Superior: USP, UNAERP, BARÃO DE MAUÁ, UNIP, ANHANGUERA,

ESTÁCIO DE SÁ, FACULDADE DE RIBEIRÃO PRETO,

A Região Administrativa de Ribeirão Preto, que é formada por 25 municípios, compreende uma

população de 1,2 milhões de habitantes e conta com 38 mil alunos no ensino superior, dos quais 77%

estão matriculados no setor privado e 23% no público. A região registrou um crescimento no número

de ingressantes em cursos presenciais de nível superior. Em 2009, este dado apontava para um total

de 11.288 alunos matriculados, e esse número atingiu 12.072 em 2010. O total de concluintes nessa

mesma modalidade de ensino superior também cresceu: foi de 6.495 em 2009, para 7.113 em 2010.

Ribeirão Preto conta com 14 IES privadas e 4 públicas. Esse número representa um crescimento de

64% no total de IES na região desde 2000.

http://www.semesp.org.br/portal/pdfs/publicacoes/mapa_do_ensino_superior_sp_2012.pdf

Page 46: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

46

Rede Municipal de Ensino de Ribeirão Preto

Professor Emergencial Efetivo

PEB I 258 1.436

PEB II 235 522

PEB III 114 227

Total Geral 2.792

Fonte: Setor de Tecnologia da Informação

Data-base: 16 de janeiro de 2019

ESCOLAS MUNICIPAIS

TIPO QUANTIDADE PARCIAL INTEGRAL Parcial e Integral

CEIs 35 - 35 -

EMEIs 41 20 - 21

EMEFs 31 31 - -

Educação Especial 1 1 - -

Ensino Profissionalizante

1 1 - -

TOTAL 109 53 35 21

ESCOLAS CONVENIADAS

TIPO QUANTIDADE

Ed. Infantil 19

Ed. Especial 5

TOTAL 24

FONTE: https://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/seducacao/i15atend05.php

Page 47: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

47

QUANTIDADE DE ALUNOS MATRICULADOS

Page 48: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

48

TABELA 9: Quantidade de visitantes no PMMSB – Bosque e Zoológico Fábio Barreto -de

1999 a 2018.

TABELA 10: Número de visitantes contabilizados na catraca instalada no acesso ao

Parque – Bosque e Zoológico Fábio Barreto.

Segundo semestre de 2018

Mês N0 Alunos N0 Escolas Catraca

Julho 492 8 18516

Agosto 485 14 21144

Setembro 552 14 26222

Outubro 576 14 21658

Novembro 601 14 21425

Dezembro 686 14 26197

TOTAIS 3392 78 135162

ANO

NUMERO

DE

ALUNOS

obs

1999 30.790

2000 61.039

2001 40.666

2002 34.797

2003 14.790 até julho

2004 #

2005 #

2006 #

2007 #

2008 #

2009 #

2010 #

2011 25.000

2012 #

2013 31.150

2014 22.935

2015 14.083

2016 20.470

2017 16.012

ME

RO

DE

ALU

NO

S

2018 142.685

2019* 165.031 até julho

total 619.448

média 47.650

CATRACA

Page 49: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

49

Primeiro semestre de 2019

Mês N0 Alunos N0 Escolas Catraca

Janeiro 25 1 25613

Fevereiro 52 2 12772

Março 136 4 19836

Abril 559 15 18099

Maio 1534 40 19594

Junho 1207 29 28987

Julho 740 21 40130

TOTAIS 213 7 165.031

VISITANTES DOS TEATROS E DA CAVA DO BOSQUE.

Os visitantes na Zona Cultural são aqueles em busca de atividades culturais

oferecidas ou para participar das escolas de arte ou visitas orientadas direcionadas à

educação patrimonial, principalmente.

Os visitantes da Cava do Bosque são aqueles que buscam espaço para prática esportivas,

principalmente aqueles matriculados nas escolas de formação de atletas mantidas no

local.

VISITAÇÃO DA CASA DA CIËNCIA.

Atualmente o espaço da Casa da Ciência está ocupado pelo Centro de Avaliação,

Aperfeiçoamento e Formação - CAAF - de professores da rede municipal, ligado à

Secretaria da Educação. Neste espaço são feitas as formações de coordenadores e

professores da rede municipal, que compreende o total de cerca de 3000 professores.

V. MANEJO E DESENVOLVIMENTO

V.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

O objetivo do Plano de Manejo é estabelecer diretrizes para a preservação dos

ecossistemas naturais, manutenção da diversidade biológica, recuperação das áreas

Page 50: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

50

degradadas e promoção da educação ambiental e proteção do patrimônio cultural e

natural existente estabelecendo-se os seguintes objetivos específicos:

a) definir diretrizes básicas para a organização espacial e para uso adequado dos

recursos naturais e culturais;

b) fomentar a educação ambiental como forma de assegurar a preservação dos

recursos naturais, através de atividades educativas, lúdicas e de observação e

interpretação da natureza;

c) administrar o PMMSB possibilitando o cumprimento de suas funções de

preservação e/ou conservação, educação, científica, de recreação e lazer;

d) estabelecer critérios e fixação de normas limitadoras de uso dos recursos

naturais em áreas de importância paisagística, florística e faunística;

e) recuperar as áreas degradadas, através da agilização dos processos naturais

ou pelo uso de técnicas alternativas adequadas;

f) propiciar o desenvolvimento de atividades recreativas, compatíveis com os

preceitos conservacionistas;

g) manter atividades permanentes de fiscalização, visando a proteção dos

recursos naturais e instalações físicas, bem como segurança dos visitantes e

funcionários.

V.2. FATORES CONDICIONANTES E PREMISSAS BÁSICAS

O Parque Municipal do Morro de São Bento, além dos objetivos gerais de manejo

definidos preliminarmente, deverá contar para sua total institucionalização com as

seguintes premissas básicas:

a) o plano deverá ser adotado, como norma de administração, em sua íntegra;

b) deverão ser viabilizados recursos financeiros para implantar equipamentos,

infraestrutura e quadro funcional necessários para a implementação efetiva dos

setores destinados ao uso público, manutenção das estruturas físicas e conservação

dos ecossistemas;

c) deverão ser viabilizados convênios objetivando a fiscalização global da unidade, o

desenvolvimento de pesquisas, a implementação de equipamentos e o aporte de

recursos materiais e financeiros.

Page 51: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

51

O Plano de Manejo deve ser revisto periodicamente. A estrutura do Plano, ou

seja, o zoneamento, seus objetivos e normas, devem ser entendidos como eixos

norteadores da atuação do Plano de Manejo e devem ser respeitados. Entretanto, a

revisão periódica dos programas de manejo deve ser efetuada, visando a atualização e

aprimoramento dos mesmos. As revisões do Plano de Manejo devem ser efetuadas pela

equipe técnica do parque, das secretarias envolvidas e membros convidados; deverão

ser submetidas à aprovação do Conselho Gestor, ratificadas pelo COMDEMA, dando-se

a devida publicidade e transparência.

V.3. ZONEAMENTO

Em função das características físico-biológicas, descritas acima, e das atividades

já estabelecidas no Parque, foi instituído o zoneamento do PMMSB, contendo as

seguintes zonas:

Z I - Zona Administrativa e de Uso Especial

Z II - Zona de Uso Intensivo

Z III - Zona de Preservação

Z IV - Zona de Uso Extensivo

Z V - Zona Cultural

Z VI - Zona Esportiva

Z VII - Zona de Entorno

Dada as características e proximidade da APA Morro de São Bento, sua área

passa a ser considerada como Zona de Amortecimento do Parque Municipal do Morro

de São Bento, sendo que seu Plano de Manejo passa a integrar este documento.

A Figura 4 mostra a área do Parque Municipal do Morro de São Bento e a APA

Morro de São Bento e a Figura 5 apresenta o Zoneamento do Parque. Na 8a reunião

Ordinária do COMDEMA , ocorrida em 14 de agosto de 2019, foi aprovada deliberação

que reconheceu os limites das áreas de recuperação citadas para a Zona de Uso

Intensivo e a Faixa de Tamponamento, destinada a tamponar os efeitos antrópicos do

ambiente urbano sobre a área conservada do Parque, que deverá ser mantida

permeável e vegetada em maior largura possível, até o limite máximo de 30 metro

(Figura 6).

Page 52: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

52

Figura 4: Vista aérea do Parque Municipal do Morro de São Bento, mostrando seus

limites e a Área de Proteção Ambiental – APA Morro de São Bento.

Figura 5: Zoneamento interno do Parque Municipal do Morro de São Bento. Z1: Zona

Administrativa e de Uso Especial, Z2: Zona de Uso Intensivo, Z2: Zona de Preservação,

Z4: Zona de Uso Extensivo, Z5: Zona Cultural e Z6: Zona Esportiva.

Page 53: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

53

Figura 6: Faixa de tamponamento do Parque Municipal do Morro de São Bento.

Z I: ZONA ADMINISTRATIVA E DE USO ESPECIAL

DESCRIÇÃO: compreende a área situada próximo à entrada principal do Parque (rua

Liberdade) e acesso secundário (rua Tamandaré), recoberta por vegetação nativa

secundária, onde situam-se edificações históricas: antigo restaurante do Bosque

(hoje ocupado pelo CAAF da Secretaria de Educação), antigo Parque Infantil

Amélia Junqueira (hoje terrário), antiga escola de artes do Bosque (hoje Centro

de Educação Ambiental), bem como a praça de alimentação.

LIMITES: Limita-se com a Zona Uso Intensivo, Zona de Preservação e limites externos

(ruas, edificações, conforme planta)

OBJETIVO GERAL: Concentrar as atividades administrativas e de serviços aos visitantes

do Bosque e Zoológico Fábio Barreto incluindo os serviços de alimentação e

recepção dos visitantes.

Page 54: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

54

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• proporcionar a recepção dos visitantes e fornecer orientação sobre a

importância da área, possibilidades de recreação e normas de comportamento;

• propiciar a educação ambiental voltada à conscientização do público sobre a

importância dos ecossistemas;

• desenvolver programas de educação ambiental dirigidos à comunidade escolar;

• controlar a propagação de espécies exóticas e invasoras;

• propiciar a regeneração natural de espécies nativas;

• recuperar trechos alterados da Floresta Estacional Semidecidual;

• efetuar o tratamento sanitário das árvores;

• efetuar o tratamento paisagístico de jardins e canteiros, priorizando espécies

nativas;

• efetuar avaliação e monitoramento de indivíduos arbóreos, evitando situações

de risco e danos ao patrimônio público e privado, nas áreas de visitação pública

e faixas limítrofes;

• efetuar a manutenção de aceiros e prevenção de incêndios;

• proporcionar o comércio padronizado de alimentos, bebidas e souvenirs;

• controlar o acesso à área do zoológico e trilhas.

NORMAS GERAIS DE MANEJO

• só serão permitidas novas edificações para o melhor cumprimento do Plano de

Manejo, cuja implantação deve adotar técnicas não impactantes e arquitetura

harmônica com a paisagem;

• a impermeabilização do solo deve limitar-se ao mínimo necessário;

• o tráfego de veículos é proibido, exceto os veículos de manutenção e

emergência, e os veículos autorizados a utilizar o estacionamento existente;

• no comércio de alimentos, não serão permitidas embalagens de sacos plásticos,

alumínio, e outros que possam gerar resíduos prejudiciais à fauna.

• é proibido a venda de bebidas alcoólicas, cigarros, produtos inflamáveis, balões

infláveis, fogos de artifícios e afins;

Page 55: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

55

• é proibido o acesso de animais domésticos, bicicletas, motos e afins;

• o lixo deve ser coletado em recipientes diferenciados para possibilitar

reciclagem;

• o comércio de souvenirs deve ser restrito a artigos relacionados ao parque;

• é proibido o comércio ambulante;

• a fiscalização e orientação aos visitantes devem ser permanentes;

• são proibidas práticas esportivas ativas e que envolvam o uso de bolas e outros

objetos de arremesso;

• é proibido a realização de eventos que possam causar stress aos animais.

PENDENCIAS: A instalação do Terrário no edifício do antigo parque infantil Amélia

Junqueira alterou a destinação da área, introduzindo uma atividade de uso intensivo.

Existem também outros recintos instalados nesta zona: o de pequenos primatas, com

frente para via de uso intensivo; um recinto de tamanduá situado atrás dos pequenos

primatas, não aberto para visitação; recinto dos jabotis. A alteração de uso do prédio

do antigo restaurante do Bosque, de Centro de Visitantes para Casa da Ciência e

atualmente para Centro de Avaliação, Aperfeiçoamento e Formação de professores –

CAAF, deixou o Parque sem local apropriado para recepção de visitantes, além de gerar

uma demanda elevada para uso do estacionamento interno do parque, que é muito

pequeno para atender a demanda, o que ocasiona a presença de carros estacionados ao

longo da via entre as entradas da rua Liberdade e rua Tamandaré. Na 8a reunião

ordinária do COMDEMA, ocorrida em 14/08/2019, foi deliberado que estas alterações

de uso deverão ser extintas e regularizadas no prazo de 10 anos.

Z II: ZONA DE USO INTENSIVO

DESCRIÇÃO: Abriga áreas com as maiores interferências antrópicas. Abrange pequeno

trecho de Mata Decídua e transicional; áreas de recuperação e exemplares

isolados de árvores nativas. Houve grande acréscimo de espécies vegetais

estranhas ao ambiente, nativas e exóticas. Inclui a área do Zoológico, Orquidário,

Page 56: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

56

Setor Extra, Jardim Japonês, Mirante, Reservatório do DAERP e os acessos

secundários (portão dos teatros) e de serviços (rua Capitão Salomão).

LIMITES: Limita-se com a R. Capitão Salomão, Escola Técnica José Martiniano da Silva,

Zona Administrativa e de Uso Especial, Zona de Preservação, Zona de Uso

Extensivo e Zona Cultural

OBJETIVO GERAL: Manter a área de visitação pública voltada à educação ambiental,

com exposição de animais em cativeiro, preferencialmente da fauna regional e

desenvolver programas de reprodução e preservação das espécies ameaçadas

de extinção.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• efetuar a manutenção da vegetação arbórea de forma harmônica com o

parque, proporcionando segurança aos visitantes, funcionários e infraestrutura

existente, minimizando impactos e possibilidades de acidentes;

• desenvolver programas de educação ambiental, proporcionado aos visitantes

orientações e percepção quanto aos hábitos, habitats e peculiaridades dos

animais;

• proporcionar oportunidades de lazer aos visitantes;

• desenvolver programas de reprodução de animais em cativeiro ou em

liberdade, visando a preservação das espécies;

• manter os animais em cativeiro em condições de alojamento, alimentação e

saúde que viabilizem os programas de reprodução e preservação;

• manter área reservada para tratamento e quarentena de animais (Setor Extra);

• evitar condições que produzam sofrimento aos animais;

• manter o Jardim Japonês com suas características originais;

• proporcionar visualização privilegiada da cidade (Mirante);

• efetuar o tratamento paisagístico, utilizando preferencialmente espécies

nativas;

• efetuar a manutenção de aceiros e programa de prevenção de incêndios.

Page 57: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

57

NORMAS GERAIS DE MANEJO

• o zoológico somente poderá existir nesta zona, sendo que todas as reformas ou

ampliações deverão ser limitadas a esta zona, respeitando as áreas de

recuperação.

• O zoológico não poderá ocupar a faixa de tamponamento

• deve haver controle da fauna em cativeiro quanto ao número de espécies e

espécimes, de forma a evitar a ociosidade dos recintos existentes e também a

superpopulação.

• não será permitido aos visitantes entrar no setor do zoológico portando

alimentos, embalagens, balões;

• é proibido jogar objetos estranhos nos recintos, alimentar ou agredir os

animais;

• a visitação será restrita às áreas de passeios, sendo proibido o acesso aos

recintos ou ao Setor Extra;

• os recintos deverão ser mantidos em condições ideais de higiene e salubridade,

com características próximas do habitat natural de seu ocupante;

• a alimentação dos animais deverá atender às necessidades nutricionais de cada

espécie;

• a fauna em cativeiro deve representar prioritariamente a fauna nativa, tanto

em número de espécies como em número de indivíduos.

• os representantes de fauna exótica deverão possuir adaptabilidade ao clima

local;

• os animais não poderão ser mantidos ou submetidos a mau tratos ou

crueldade;

• o recebimento de novos animais no Setor Extra, sadios ou doentes, fica

vinculado à existência de recintos adequados e programa de triagem e

reabilitação;

• a procriação de animais deverá estar vinculada a programas de preservação de

espécies ameaçadas de extinção e de reintrodução em habitats naturais;

• Não poderão ser soltos animais exóticos no parque

Page 58: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

58

• Deve haver controle da fauna sinantrópica

• o aumento do acervo de animais em cativeiro fica vinculado à existência de

recintos apropriados à espécie e à densidade populacional já existente;

• só poderão existir recintos para animais em cativeiro na Zona de Uso Intensivo;

• a ampliação ou edificação de novos recintos somente poderá ser efetuada

quando necessário ao cumprimento do Plano de Manejo, após aprovação do

Conselho Gestor;

• as edificações deverão ser harmônicas com o ambiente.

• não será permitido o uso de aparelhos de som, amplificadores, alto-falantes,

cornetas ou similares, com finalidades recreativas, doutrinárias ou comerciais

que possam perturbar o sossego dos usuários ou dos animais,

• não é permitido o comércio de qualquer natureza nesta zona;

• não poderão ser edificadas ou impermeabilizadas as áreas de recuperação,

conforme indicadas em planta de zoneamento;

• efetuar avaliação anual das árvores, com apresentação de laudos técnicos;

• é proibido a realização de atividades que possam causar stress aos animais.

Na Zona de Uso Intensivo existem Áreas de Recuperação, destinadas à regeneração

natural da vegetação. Estas áreas não poderão ser edificadas ou impermeabilizadas,

conforme indicadas em planta de zoneamento. A identificação e delimitação de trechos

do parque como Áreas de Recuperação foi feita de forma a incluir aquelas que

apresentam maciços de vegetação natural em regeneração natural, apresentando as

seguintes características

• área contínua de vegetação arbórea com fisionomia florestal;

• cobertura do solo por vegetação arbórea igual ou superior a 70%;

• identificação de diferentes extratos na vegetação, com presença significativa de

regenerantes no sub-bosque;

• ocorrência de diversas espécies nativas (não é indicado número mínimo de

espécies devido a variações na riqueza natural induzidos pela condição do solo).

A presença de espécies exóticas não desqualifica a área, desde que não seja a

espécie dominante.

Page 59: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

59

Para efetuar a delimitação destas áreas de recuperação foram marcados pontos nos

limites dos trechos com vegetação arbórea contínua com auxílio de um GPS, utilizando

também pontos identificáveis na planta do Parque quando possível.

A Área de Recuperação 1 corresponde ao fundo do Recanto das Aves e ao trecho

entre os grandes felinos, o Recanto das Aves e a Av. Capitão Salomão. Nesta área foram

observados: Pterogyne nitens, Nectandra megapotamica, Tipuana tipu, Spondias

mombim, Gallesia integrifolia, Cariniana legalis, Machaerium stipitatum, Copaifera

langsdorffii, Chrysophyllum gonocarpum, Delonix regia, Cariniana estrellensis,

Caesalpinia pluviosa, Tabebuia sp., Acacia polyphylla, Myroxylon peruiferum, Ceiba

speciosa, Myrciaria glazioveana, Albizia niopoides. Área de Recuperação 2 corresponde

à área onde, no início da década de 90, foi feito o plantio de vários exemplares de pau

brasil (Caesalpinia echinata), como parte de um projeto de educação ambiental e de

conservação da espécie, considerada árvore nacional. Esta área está situada ao lado

do recinto do elefante e ao fundo dos grandes felinos: Nestes trechos foram observados

vários exemplares de pau brasil, flamboyant (Delonix regia), canelinha (Nectandra

megapotamica), palmeiras, amendoim (Pterogyne nitens), jerivá (Syagrus sp),

mangueira (Mangifera indica), jequitibá branco (Cariniana estrellensis). Área de

recuperação 3: pequeno trecho de vegetação florestal ao lado direito de quem entra

pelo portão da av. Capitão Salomão. Foram observados: flamboyant (Delonix regia),

copaifera (Copaifera langsdorffii), jequitibá branco (Cariniana estrellensis),

Aspidosperma sp (folhas grandes). Área de recuperação 4 corresponde a pequeno

trecho de vegetação florestal lado esquerdo de quem entra pelo portão da Capitão

Salomão. Foram observados: goiabeira (Psidium guajava), murta (Muraya exotica),

amendoim (Pterogyne nitens), ficheira (Schyzolobium parahyba), canelinha (Nectandra

megapotamica), cedro rosa (Cedrela fissilis), paineira (Ceiba speciosa), farinha seca

(Albizia niopoides), saguaragi (Rhamnidium elaeaocarpum), pau d’álho (Gallesia

integrifolia), marinheiro (Guarea guidonea), embaúba (Cecropia pachystachya), sapuva

(Machaerium stipitatum), Aspidosperma sp (folha grande). A Área de recuperação 5

corresponde a trecho de vegetação florestal situado entre a estrada de serviço (deposito

de lixo e madeira) e os fundos do hospital veterinário e praça das aves. Foram

Page 60: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

60

observados: aroeira (Myracrodruon urundeuva), guarita (Astronium graveolens), angico

(Anadenanthera macrocarpa), sapuva (Machaerium stipitatum), cajá mirim (Spondias

mombim), monjoleiro (Acacia polyphylla), catiguá (Trichilia catigua), guatambu

(Aspidosperma parvifolium), Cabreúva (Myroxylum peruiferum), amendoim (Pterogyne

nitens), pau d’álho (Gallesia integrifolia), cariota (Caryota urens), saguaragi

(Rhamnidium elaeocarpum), alecrim de campinas (Holocalyx balansae), canafístula

(Peltophorum dubium), Piper amalago, Randia armata, Simira sampaionana, Clavija

nutens. A Área de recuperação 6 corresponde a trecho de vegetação florestal entre

fundo da composteira, depósito de lixo, recinto do cervo do pantanal e o Teatro

Municipal. Apresenta vegetação transicional entre mata mesófila e mata decídua, com

predomínio de angicos (Anadenanthera macrocarpa) e aroeiras (Myracrodruon

urundeuva).

As figuras 7 e 8 mostram as Áreas de Recuperação do PMMSB. As Áreas de

Recuperação 1, 2 e 3, separadas por cercas ou caminhos internos, estão reunidas na

mancha ao longo da Av capitão Salomão. As áreas de recuperação 4 e 5, também

separadas por caminhos internos, estão apresentadas na mancha situada no meio da

imagem. A área de recuperação 6 corresponde à mancha situada mais à direita da

imagem. A Tabela 11 indica as espécies arbóreas identificadas em cada maciço através

de um reconhecimento de campo rápido.

Page 61: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

61

Figura 7: Parque Municipal do Morro de São Bento, mostrando as Áreas de Recuperação.

Figura 8: Detalhe das Áreas de Recuperação. As Áreas de Recuperação 1, 2 e 3 estão reunidas na mancha situada ao longo da Av. Capitão Salomão, à esquerda. As áreas de recuperação 4 e 5 estão apresentadas na mancha central. A área de recuperação 6 corresponde à mancha mais à direita.

Page 62: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

62

Tabela 11: Lista de espécies arbóreas ocorrentes nas áreas de recuperação do PMMSB

Espécies REC1 REC2 REC3 REC4 REC5 REC6

Acacia polyphylla x x

Albizia niopoides x x

Anadenanthera macrocarpa x x

Aspidosperma parvifolium x

Aspidosperma sp x x x

Astronium graveolens x

Caesalpinia echinata x

Caesalpinia pluviosa x

Cariniana estrellensis x x x

Cariniana legalis x

Caryota urens x

Casearia gossypiosperma x

Cecropia pachystachya x

Cedrela fissilis x

Ceiba speciosa x x

Copaifera langsdorffii x x

Delonix regia x x x

Gallesia integrifólia x x x

Guarea guidonea x

Holocalyx balansae x

Machaerium stipitatum x x x

Mangifera indica x

Murraya exotica x x

Myracrodruon urundeuva x x

Myrciaria glazioviana x

Myroxylon peruiferum x x

Nectandra megapotamica x x x

Peltophorum dubium x

Piper amalago x

Psidium guajava x

Pterogyne nitens x x x x

Randia armata x

Rhaminium elaeocarpum x x

Schizolobium parahyba x

Simira sp x

Spondias mombim x x

Syagrus sp x

Tabebuia sp x

Tipuana tipo x

Trichilia catigua x

Trichilia clausseni x

Page 63: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

63

Z III: ZONA DE PRESERVAÇÃO

DESCRIÇÃO: Abriga remanescente de Floresta Estacional Semidecidual em bom estado

de conservação, apesar das interferências antrópicas. Possui trilha de visitação,

denominada Trilha do Jequitibá. As duas áreas em processo de regeneração

indicadas no Plano original hoje encontram-se visualmente recuperadas e

recobertas por vegetação arbórea de porte similar ao restante da área.

Apresenta solos moderadamente profundos (Terra Roxa Estruturada) e solos

muito profundos (Latossolo Roxo), com declividade acentuada.

LIMITES: Limita-se com a Zona Esportiva, Zona de Uso Intensivo, Zona de Uso Extensivo,

Zona Administrativa e de Uso Especial e rua Camilo de Matos.

OBJETIVO GERAL: Preservação dos ecossistemas, visando garantir a evolução natural,

proteção dos recursos genéticos e monitoramento ambiental.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• propiciar a manutenção de banco genético para repovoamento de outras áreas;

• proteger a flora existente e fauna associada;

• promover a remoção e controle da propagação de espécies exóticas;

• efetuar a recuperação de clareiras internas e áreas degradadas;

• proporcionar oportunidade de educação ambiental e interpretação da

natureza, através da trilha;

• efetuar a manutenção de aceiros e prevenção de incêndios;

• efetuar o reconhecimento detalhado das espécies vegetais e animais

existentes, através de levantamentos baseados em parâmetros técnicos e

científicos.

NORMAS GERAIS DE MANEJO

• é vedado a instalação de edificações;

Page 64: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

64

• o uso científico é permitido, desde que não interfira na integridade do local;

• o uso da trilha deverá estar voltado para fins educativos;

• as visitas nesta zona são limitadas a caminhadas a pé na trilha;

• número de visitantes na trilha será limitado à capacidade suporte da trilha;

• as visitas serão preferencialmente monitoradas;

• é vedado o corte de vegetação e extração de recursos naturais;

• é vedado qualquer uso que comprometa a regeneração natural da floresta;

• é proibido fumar, portar instrumentos cortantes, armas de fogo e outros que

possam causar incêndios ou danos à flora e fauna;

• a introdução e o manejo de indivíduos da fauna deverão estar baseados na

capacidade suporte local (área e alimentação disponível), possibilitando

permanência e criação de animais em liberdade, priorizando as espécies

nativas;

• deverão ser fixados em locais adequados placas e painéis informativos para

orientação dos visitantes;

• as visitas monitoradas deverão ser agendadas previamente, com informações

do número de pessoas, faixa etária e principal interesse dos visitantes;

• a orientação e fiscalização deve ser permanente, e intensificada nos períodos

de maior visitação;

• a trilha, caminhos e acessos à Zona de Preservação deverão ser as mínimas

necessárias, e estarem em harmonia com a paisagem local;

• é vedado o comércio de qualquer natureza;

• deve ser evitada a impermeabilização da área.

Z IV: ZONA DE USO EXTENSIVO

DESCRIÇÃO: Abriga remanescente de Mata Decídua, com alteração antrópica,

apresentando-se em diferentes estágios de regeneração /degradação. Solos

muito rasos e rasos (Litólico substrato basalto), com declividade acentuada. A

Trilho do Angico percorre esta zona, interligada à Trilha do Jequitibá pelo Jardim

Japonês.

Page 65: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

65

LIMITES: Limita-se com a Zona de Preservação, Zona Esportiva, Área de Proteção

Ambiental -APA (Zona de Entorno), Zona Cultural e Zona de Uso Intensivo.

OBJETIVO GERAL: Conservação do ecossistema e recuperação de áreas degradadas,

promoção da educação ambiental e lazer.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• efetuar o controle do capim colonião (Panicum sp.), através de roçadas

programadas;

• enriquecer a vegetação com espécies típicas;

• efetuar a manutenção de aceiros e desenvolver programa de prevenção de

incêndios;

• proteger a flora e fauna existentes;

• efetuar de forma eficiente a fiscalização da área;

• efetuar a manutenção da trilha, de forma a minimizar os impactos,

especialmente prevenir processos erosivos;

• efetuar o tratamento fitossanitário, avaliação e manutenção de indivíduos

arbóreos, eliminando situações de risco;

• desenvolver programas de educação ambiental, através de atividades de

interpretação da natureza e integração do usuário com o ambiente natural na

Trilha do Angico.

NORMAS GERAIS DE MANEJO

• é vedado a instalação de edificações;

• o uso científico é permitido, desde que não interfira na integridade do local;

• o uso da trilha deverá estar voltado para fins educativos, recreativos e

turísticos;

• considerando o risco de queda de árvores devido à pequena profundidade do

solo, fica proibido a implantação de qualquer estrutura apoiada nas árvores

existentes;

Page 66: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

66

• as visitas nesta zona são limitadas a caminhadas a pé na trilha;

• o número de visitantes na trilha é limitado à capacidade suporte da trilha;

• visitas deverão ser agendadas previamente, acompanhadas por monitores do

parque ou auto-guiadas;

• é vedado o corte de vegetação e extração de recursos naturais;

• é proibido fumar, portar instrumentos cortantes, armas de fogo e outros que

possam causar incêndios ou danos à flora e fauna;

• a introdução e o manejo de indivíduos da fauna deverão estar baseados na

capacidade suporte local (área e alimentação disponível), possibilitando a

permanência e criação de animais em liberdade, priorizando as espécies

nativas;

• Placas e painéis informativos deverão ser fixados em locais adequados para

orientação dos visitantes;

• a orientação dos visitantes e fiscalização deve ser permanente e intensificada

nos períodos de maior visitação;

• a trilha, caminhos e acessos deverão ser os mínimos necessários, e estarem em

harmonia com a paisagem local;

• é vedado o comércio de qualquer natureza;

• deve ser evitada a impermeabilização da área.

Z V: ZONA CULTURAL

DESCRIÇÃO: É composta pelas áreas pertencentes aos Teatro Municipal, Teatro de

Arena, Casa da Cultura, Secretaria da Cultura, Casa do Rádio Amador e Praça São

Bento, que compõem o Complexo Cultural Antônio Palocci. Existem vários bens

tombados e em processo de tombamento nesta zona: Casa da Cultura (proc.

02.2012.047874-5), Teatro Municipal (área de abrangência), Teatro de Arena

(área de abrangência), Praça Alto do São Bento (proc. 02.2012046752-2); e no

seu entorno: Mosteiro Alto de São Bento (proc. 02.2009.052820-0) e Sete

Capelas (proc. 02.2012046752-2).

Page 67: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

67

LOCALIZAÇÃO: Situa-se entre a Via São Bento e a Av Capitão Salomão, as ruas de

entorno da Praça Alto de São Bento e o Bosque Fábio Barreto. A Secretaria da

Cultura está sediada nesta zona, na Casa da Cultura, e possui autonomia

institucional. Localiza-se em área de domínio da Mata Caducifólia, com solo raso

(Litossolo), já bastante alterada. Predominam indivíduos arbóreos

remanescentes da formação original e canteiro ajardinados.

LIMITES: Limita-se com a Zona de Uso Intensivo (Zoológico), Zona de Uso Extensivo,

Zona de Entorno (Mosteiro de São Bento - Secretaria de Planejamento e

Desenvolvimento e Secretaria de Educação) e Av. Capitão Salomão.

OBJETIVO GERAL: Fomento e difusão de atividades culturais em suas diversas

linguagens, além de ações para a preservação e manutenção patrimônio cultural

(natural, paisagístico, material e imaterial), de forma harmônica com o parque.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

* promover a integração das atividades culturais com as demais atividades do parque;

* compatibilizar as atividades culturais com preservação e conservação do Parque;

* propiciar a manutenção da vegetação nativa (podas, controle de pragas,

substituições);

* efetuar o tratamento paisagístico, utilizando preferencialmente espécies nativas;

* enriquecer a vegetação com espécies típicas da formação.

NORMAS GERAIS DE MANEJO

* As atividades desenvolvidas nesta zona deverão ser compatíveis com a conservação

do ambiente natural protegido no PMMSB.

* As atividades desenvolvidas nesta zona não poderão gerar ruídos que perturbem a

fauna em cativeiro ou em liberdade, sendo proibido o uso de fogos de artifícios e

outras fontes de ruídos de componente tonal de caráter impulsivo.

* As atividades desenvolvidas nesta zona não poderão prejudicar os bens culturais

tombados, respeitando a área de abrangência.

Page 68: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

68

* É permitido o tráfego de veículos nas ruas pavimentadas desta zona;

* Durante a realização de eventos na área, deve ser mantida faixa para a circulação de

veículos de emergência, garantindo o acesso de equipamentos na faixa lindeira à

Mata Decídua e ao portão dos Teatros.

* Os resíduos produzidos deverão ser recolhidos, acondicionados em recipientes

apropriados e coletados, recebendo a destinação adequada, dando ênfase às

propostas de reciclagem;

* É permitido o comércio ambulante ocasional nesta zona, vinculados às atividades

culturais, em conformidade com as normas do PMMSB e posturas adotadas pela

Secretaria da Cultura;

* São admitidas ampliações futuras nesta zona, respeitando-se o patrimônio cultural

existente;

* O paisagismo deve ser efetuado apenas com espécies nativas compatíveis com o

ambiente local e que não danifiquem ou prejudiquem os bens culturais tombados,

respeitando a área de abrangência.

* A realização de eventos ao ar livre com montagem de estruturas (tendas, palcos,

estandes, entre outros) fica restrito a área destinada para tal fim (Figura 9) e limitada

ao público máximo de 3 pessoas por metro quadrado, não excedendo 10.000 pessoas

* A realização de eventos ao ar livre com montagem de estrutura deve atender a toda

legislação municipal pertinente e às normas de eventos do local, adotando medidas

de prevenção de incêndios e de segurança da população, em especial o GUIA

TÉCNICO - NORMAS DE USO DO CONJUNTO CULTURAL “ANTONIO PALOCCI”, Decreto

107, de 10 de maio de 2019.

Page 69: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

69

Figura 9: Plano urbanístico da Zona Cultural, indicando com hachura azul as áreas destinadas para atividades com montagem de estruturas.

Z VI: ZONA ESPORTIVA

DESCRIÇÃO: É composta pela área pertencente à Secretaria de Esportes: Conjunto Poli-

Esportivo Elba de Pádua Lima - Cava do Bosque, ocupando a cava de antiga

pedreira. O ambiente natural possui forte alteração antrópica, apresentando

alguns indivíduos arbóreos da Mata Caducifólia. Possui autonomia institucional.

Complexo Esportivo "Elba de Pádua Lima - Tim"

Ginásio Gavino Virdes - Construído no período de 01/05 a 13/12/52 para realização dos

Jogos Abertos do Interior, o ginásio Gavino Virdes conta com capacidade de 3500

pessoas sentadas, quatro vestiários, sistema de som, placar eletrônico, além de

tribuna de autoridades e tribuna de imprensa.

Recebe jogos de basquete, volei e futsal dos maiores torneios do Brasil.

Quadra Poli Esportiva "Prof. Luiz Augusto Velludo" - Com medidas oficiais e

Page 70: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

70

marcação para as modalidades de basquete, volei, handball e futsal, esta quadra

poli esportiva acomoda 700 pessoas. São realizados treinamentos e torneios nas

mais diferentes modalidades, do basquete ao xadrez.

Possui também uma rampa de acesso a deficientes físicos para quadra e

vestiários.

Atende através das escolinhas de iniciação esportiva cerca de 250 alunos, além

de treinamento de basquete sobre cadeiras de rodas.

Quadra Poli Esportiva "Prof. Nelson Antonio de Castro" - Nesta área são

realizadas as aulas de ginástica olímpica, judo e ginástica aeróbica, que contam

com a participação de mais de 600 alunos. Está preparada para atender aos

torneios e campeonatos de modalidades de lutas e ginástica. A arquibancada

acomoda 700 pessoas confortavelmente sentadas.

Piscina Olímpica "Luiz Antônio Musa Julião" - A piscina olímpica conta com uma

arquibancada coberta que atende cerca de 1000 espectadores sentados. Neste

espaço são realizados os treinamentos da equipe de natação de Ribeirão Preto.

Conta com uma piscina, que recebeu o nome do Prof. Abílio Couto, adaptada e

aquecida, para recreação e utilizada para alunos iniciantes, deficientes e idosos.

Este conjunto aquático atende mais de 900 pessoas em aulas regulares.

Pista de Atletismo "Prof. Geraldo de Pádua Melo"

A pista de atletismo tem 320 metros de extensão e conta com área destinada para treinamento de saltos, corridas, arremessos e lançamentos. Conta com um campo de futebol com medidas de 90 x 45 metros, onde são realizados treinamentos de futebol e complementação de preparação das outras modalidades atendidas na Secretaria de Esportes. Na modalidade de atletismo são atendidas mais de 150 alunos, em iniciação, treinamento e competição.

Alojamentos São oito alojamentos com 5 beliches de alvenaria, banheiro completo, podendo atender até 80 pessoas por temporada.

Secretaria de Esportes

é formada pelo gabinete do secretário de esportes, departamentos administrativo e técnico, divisões e seções.

Sala de Musculação

Contém aparelhos básicos de musculação e banheiros que atende todas as modalidades mantidas pela Secretaria Municipal de

Page 71: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

71

Esportes. Atende também a comunidade com acompanhamento de monitores especializados na área.

Cozinha Aparelhada com dois fogões industriais, freezer e geladeira, a cozinha conta ainda com um quiosque coberto e um refeitório.

Sala de Reuniões

Capacidade de Atendimento: 50 pessoas Possui TV e recursos materiais para palestras e aulas teóricas. Nela estão expostos a maioria dos troféus conquistados pelas equipes de Ribeirão Preto, desde a sua inauguração.

Ligas São cedidas salas para as ligas de FutSal, Futebol de Campo e Bochas.

área de Saúde

Atuam na área de saúde: médicos, enfermeiro e atendente de enfermagem, que atendem os atletas que defendem Ribeirão Preto nos jogos oficiais e amistosos, gratuitamente.

LIMITES: Limita-se com a Área de Proteção Ambiental - APA (Zona Entorno), Zona de

Uso Extensivo, Zona de Preservação (encosta do Mirante), rua Camilo de Matos

e rua D. João VI.

OBJETIVO GERAL: Desenvolvimento de atividades esportivas aliadas à preservação e

manutenção das espécies arbóreas nativas presentes de forma harmônica com

o parque.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• promover a integração das atividades esportivas com as demais

atividades do parque;

• propiciar a manutenção da vegetação nativa (podas, controle de pragas,

substituições);

• efetuar o tratamento paisagístico, utilizando preferencialmente

espécies nativas;

• enriquecer a vegetação com espécies típicas da formação natural;

• promover a contenção de taludes.

NORMAS GERAIS DE MANEJO

Page 72: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

72

• o lixo produzido deverá ser coletado em recipientes diferenciados para

possibilitar a reciclagem;

• é permitido o comércio ambulante ocasional nesta zona (vinculados às

atividades esportivas);

• futuras ampliações deverão ser restritas à zona esportiva.

Z VII: ZONA DE ENTORNO

DESCRIÇÃO: Abrange os perímetros descritos nos artigos 4o e 5 o da Lei Complementar

n o 476/95, atualizados pela Lei Complementar 2655 de 04 de abril de 2014,

incluindo áreas naturais como a Área de Proteção Ambiental (APA), o Mosteiro

de São Bento, as Sete Capelas, além de áreas residenciais e comerciais próximas.

LIMITES: De acordo com a L.C. 2655/2014, são descritos dois perímetros para a Zona de

Entorno (Figura 10).

ZONA DE ENTORNO: Inicia no cruzamento da Rua Veiga Miranda com Rua João Caldeira

Junior e segue por esta última até encontrar a Rua Frei Santo, deflete à direita e

segue até encontrar novamente com a Rua João Caldeira Junior seguindo por

esta até a Avenida Meira Junior. Deflete à direita e segue em linha imaginária até

o encontro da Rua Franca com Rua Albuquerque Lins seguindo por esta até

encontrar o cruzamento da Avenida Dr. Francisco Junqueira com Avenida

Independência. Segue por esta até a Rua Duque de Caxias percorrendo a mesma

até a Rua Marechal Deodoro, deflete à direita e segue até encontrar a Rua

Mariana Junqueira seguindo pela mesma até a Rua Sete de Setembro. Deflete à

direita e segue até a Rua Visconde do Rio Branco virando à esquerda e seguindo

por esta até a Rua visconde de Inhaúma, deflete à direita e segue por esta última

que, após o córrego Retiro Saudoso, passa a se chamar Rua Tamandaré, até

encontrar a Rua Goiás. Deflete à direita e segue até a Rua Dr. Roberto Mange,

deflete à esquerda e segue pela divisa do imóvel cadastrado no município sob nº

20.663 (SENAI), deflete à direita e continua pela divisa do imóvel citado, segue

ainda pela divisa dos imóveis cadastrados no município sob nºs 35.215 (SENAC),

Page 73: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

73

31.753 (Loja Maçônica Elias Nechar) até encontrar o ponto de início desta

descrição.

ENTORNO IMEDIATO: Inserida na Zona de Entorno, inicia no cruzamento da Rua

Redenção com Avenida Meira Junior seguindo por esta até a Rua Camilo de

Matos. Deflete à direita e segue até a Rua Nilo Peçanha, deflete à esquerda e

segue até a continuidade da Rua Camilo de Matos seguindo por esta até a Rua

Afonso Pena. Deflete à esquerda e segue até a Rua Henrique Dumont seguindo

por esta, à direita, até a Rua Marechal Hermes. Deflete à esquerda até encontrar

a Avenida Dr. Francisco Junqueira pela qual segue, à direita, até a Rua Liberdade.

Segue por esta até a Rua Camilo de Matos, deflete à esquerda e segue a Rua

Benjamin Constant pela qual segue à direita até a Rua Carlos Gomes. Deflete à

esquerda seguindo até a Rua Tamandaré onde vira à direita e percorre por esta

até encontrar com o PMMSB. Deflete à direita e percorre a divisa do PMMSB até

o ponto de início desta descrição.

Figura 10: Zona de entorno do Parque Municipal do Morro de São Bento

OBJETIVO GERAL: Proporcionar condições favoráveis para a conservação e manutenção

dos ecossistemas, de forma harmônica com o PMMSB.

Page 74: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

74

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• promover a educação ambiental, visando o convívio harmônico da

vizinhança imediata com o PMMSB;

• proporcionar ocupação controlada, de forma a evitar a degradação

ambiental;

• regular o uso admissível, de modo a compatibilizar com os objetivos do

PMMSB.

NORMAS GERAIS DE MANEJO

• não será permitido o desmatamento, para quaisquer fins;

• a urbanização e outros fins estarão vinculados a pareceres da SMMA,

obedecida a legislação Municipal sobre a matéria;

• a altura de qualquer edificação fica restrita ao máximo de 8 metros;

• são proibidas atividades comerciais, industriais ou de prestação de

serviços que emitam ruídos, odores, gases e afins, que possam causar

danos à vida animal e vegetal presentes no parque;

• os estabelecimentos já em funcionamento deverão se enquadrar ao

previsto em lei;

• as atividades em edificações e terrenos do entorno imediato deverão

obedecer às restrições estabelecidas no Decreto que regulamenta a Lei

Complementar no 476/95.

VIII - ZONA DE AMORTECIMENTO

Considerando que a APA Morro de São Bento não possui infraestrutura, apresenta área

menor que o Parque Municipal Morro do São Bento (PMMSB) e situa-se em área

limítrofe ao mesmo, é considerada ZONA DE AMORTECIMENTO do PMMSB, distinta da

zona de entorno por ser a única a apresentar-se recoberta por vegetação natural.

A caracterização desta zona é a similar da Zona de Uso Extensivo do Parque Municipal

Morro do São Bento, com a qual faz divisa.

Page 75: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

75

DESCRIÇÃO: Abriga remanescente de Floresta Estacional Semidecidual em transição

com sua fisionomia associada ao solo litólico, a Mata Decídua, apresentando

alteração antrópica e caracterizada em diferentes estágios de regeneração

/degradação. Solos muito rasos (Litólico substrato basalto), com declividade

acentuada. Diversos caminhos percorrem esta zona, atualmente utilizados por

andarilhos.

LIMITES: Limita-se com a Via São Bento, Av Meira Júnior, rua Redenção e Zona de Uso

Intensivo do Parque Municipal do Morro de São Bento.

OBJETIVO GERAL: Conservação do ecossistema e recuperação de áreas degradadas,

promoção da educação ambiental e lazer.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

✓ Efetuar a manutenção de aceiros e desenvolver programa de prevenção de

incêndios;

✓ Proteger a flora e fauna existentes;

✓ Efetuar de forma eficiente a fiscalização da área, promovendo seu

cercamento;

✓ Adotar medidas para prevenir processos erosivos;

✓ Efetuar o tratamento fitossanitário, avaliação e manutenção de indivíduos

arbóreos, eliminando situações de risco;

✓ Desenvolver programas de educação ambiental, através de atividades de

interpretação da natureza e integração do usuário com o ambiente natural

do PMMSB

NORMAS GERAIS DE MANEJO

✓ É vedado o corte de vegetação e extração de recursos naturais;

✓ Deve ser evitada a impermeabilização da área, sendo vedado a instalação de

edificações;

Page 76: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

76

✓ O uso científico é permitido, desde que não interfira na integridade do local,

tenha a anuência do proprietário e siga o que determina a Resolução SMA n°

25 de 11 de novembro de 2000.

✓ As visitas nesta zona serão limitadas a caminhadas a pé na trilha, voltada

para fins educativos, recreativos e turísticos, monitoradas ou autoguiadas;

✓ A trilha, caminhos e acessos deverão ser os mínimos necessários, e estarem

em harmonia com a paisagem local;

✓ É proibido fumar, portar instrumentos cortantes, armas de fogo e outros que

possam causar incêndios ou danos à flora e fauna;

✓ É vedado o comércio de qualquer natureza;

V.4. PROGRAMAS DE MANEJO

Os programas de manejo agrupam as atividades afins que visam o cumprimento

dos objetivos da Unidade, formulando a estrutura básica das atividades de gestão e

manejo. São estabelecidos quatro programas básicos de manejo, descritos a seguir.

Para atingir os objetivos expressos de cada programa, existem atividades a serem

efetuadas, que devem respeitar as normas específicas.

O cumprimento do Plano de Manejo deverá ser avaliado anualmente pelo

Conselho Gestor, que se manifestará baseado em relatório apresentado pelo gestor do

Parque. Para cada atividade prevista, o conselho deverá atribuir uma pontuação de 0 a

2, conforme previsto na Tabela 12. Esta pontuação será multiplicada pelo peso da

atividade, conforme Tabela 13. A soma destes resultados para cada programa

representa a avaliação anual do mesmo. Baseado nesta avaliação, o Conselho Gestor

deverá manifestar-se quanto ao atendimento do Plano de Manejo, indicando as

deficiências de atuação, se houver, e aprovando o plano de metas para o ano seguinte.

O Conselho Gestor deverá indicar a pontuação mínima a ser atingida pelo parque no ano

subsequente, de forma a promover a melhoria constante da gestão. Na primeira

avaliação, o Parque deve atingir, no mínimo, a metade da pontuação possível, ou seja,

31,45 pontos.

Page 77: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

77

V.4.1. Programa de Manejo de Recursos Naturais:

Este programa visa a proteção dos recursos naturais englobados no parque. O

principal objetivo é garantir a evolução natural dos ecossistemas e a manutenção da

biodiversidade.

Este programa está dividido em quatro subprogramas, a saber:

V.4.1.1. Subprograma Flora

O Parque abriga remanescente de vegetação natural e vegetação arbórea de

grande porte, considerados significativos e submetidos ao regime de proteção.

Entretanto, esta vegetação pode apresentar situações de risco aos visitantes e ao

patrimônio existente, exigindo o monitoramento do estado fitossanitário das árvores e

a adoção de medidas preventivas e corretivas de forma rotineira, garantindo a reposição

dos exemplares perdidos, visando a manutenção a diversidade de espécies nativas.

Existem no parque diversas espécies de interesse para reprodução. Anualmente, são

produzidas sementes, que podem ser cultivadas e utilizadas na manutenção da

vegetação do Parque ou destinadas a outros projetos de reflorestamento, contribuindo

assim para a conservação da espécie. A presença de espécies com hábitos invasores

compromete a recuperação da vegetação natural, em especial as espécies de gramíneas

na área mais seca e a Caryota nas áreas de mata, bem como as lianas que se

desenvolvem nas bordas na mata e pode ter efeito deletério sobre a vegetação arbórea.

Estas espécies devem ser controladas para assegurar o desenvolvimento da vegetação

natural. O projeto de paisagismo deve valorizar o ambiente natural e ser efetuado com

espécies nativas. Atualmente não existe um planejamento da vegetação ornamental do

Parque.

OBJETIVOS: Proteger áreas representativas de cada formação, conservando e

recuperando as condições primitivas da área; conhecer as características das formações

vegetais presentes; recuperar áreas degradadas; facilitar a manutenção e/ou

regeneração natural das populações florísticas; manter banco de sementes das espécies

típicas destas formações.

Page 78: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

78

NORMAS: Para a recuperação de áreas alteradas, deverão ser utilizados métodos

silviculturais de enriquecimento com espécies nativas da região provenientes ou não de

sementes de árvores do PMMSB; para cada árvore extraída, em razão de morte,

senescência ou risco de queda, deverá ser avaliada e efetuada a substituição quanto à

espécie, número e local; o tratamento sanitário da vegetação deverá adotar técnicas de

risco ambiental controlado; as áreas de recuperação não poderão ser ocupadas com

outras finalidades; as áreas de recuperação deverão ser mantidas limpas; nos

tratamentos paisagísticos, serão utilizadas preferencialmente espécies nativas; as

sementes coletadas serão destinadas prioritariamente à recuperação de áreas

degradadas (internas ou externas ao parque); a produção de mudas poderá ser realizada

no Horto Municipal ou viveiros parceiros.

V.4.1.2. Subprograma Fauna

Existem diversas populações de animais silvestres que vivem em liberdade na área do

Parque: cotias, bugios, micos, teiús, diversas espécies de aves e insetos. Devido ao

tamanho limitado e a inserção no ambiente urbano, estes animais não tem como

procurar alimento ou abrigo em outras áreas. A conservação e proteção desta fauna

pode exigir: suplementação da dieta, tratamentos veterinários, ou outras situações em

que é preciso a ação humana para proporcionar melhor qualidade de vida. A presença

de espécies comuns em ambiente urbano como gatos, cachorros, ratos, urubus e

pombos, podem ocasionar problemas para a fauna silvestre como a proliferação de

doenças ou o abate de indivíduos por espécies predadoras. A população destas espécies

deve ser controlada.

As atividades e o funcionamento do zoológico são regidos pela Instrução

Normativa IBAMA 7/2015, que determina as especificações técnicas quanto às

instalações, medidas higiênico-sanitárias e de segurança para zoológicos. Atualmente,

encontra-se em discussão os requisitos para proporcionar bem-estar ao animal em

cativeiro, envolvendo mobiliário dos recintos, ambientação, enriquecimentos e

treinamento dos animais, que deverão ser incorporados à normativa de zoológicos e,

portanto, serão de atendimento obrigatório.

Embora o PMMSB não exista um Centro de Triagem de Animais Silvestre –

CETAS, o Zoológico sempre recebeu e atendeu animais da fauna vitimizada proveniente

Page 79: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

79

da região. Baseado nesta demanda, foi construído e implantado um hospital

veterinário. Foram estabelecidas parcerias para que os animais, após tratamento,

possam retornar à natureza. A capacidade suporte para acomodar os animais

vitimizados é limitada e não foi solucionado ainda como acomodar os animais

impossibilitados de retorno à vida livre, que permanecem no zoo e podem ocasionar

superpopulação.

Dada a situação urbana do parque, uma das maiores perturbações do ambiente

antrópico para a fauna é a ocorrência de ruídos elevados, estridentes, intermitentes ou

de outros tipos, que podem causar situações estressantes para a fauna, inclusive com

prejuízos notáveis no bem-estar e saúde dos animais. Neste sentido, o monitoramento

dos ruídos concomitantemente à observação do comportamento dos animais é a

melhor ferramenta para avaliar e prevenir situações prejudiciais.

OBJETIVOS: Efetivar o manejo e o estudo das populações animais, visando a

conservação de espécies, a recuperação de habitats, o repovoamento e o

aproveitamento do potencial educativo e científico; desenvolver condições adequadas

para a proteção da fauna silvestre e em liberdade no parque; manter acervo de animais

vivos e saudáveis, em condições adequadas de confinamento e exposição, visando o

desenvolvimento da cultura, do turismo e da educação ambiental; proporcionar aos

visitantes do parque a observação dos animais em liberdade, em seu ambiente natural;

receber e dar tratamento adequado à fauna vitimizada, destinando estes animais

prioritariamente às áreas de soltura.

NORMAS: Visando o bem estar da fauna em cativeiro, o zoológico deve priorizar os

animais da fauna nativa adaptados à vegetação e ao relevo do Parque; os recintos

devem ter manutenção adequada, garantindo condições de salubridade; a alimentação

dos animais deve ser adequada em quantidade e qualidade; o manejo da fauna em

liberdade no Parque deve ser efetuado por equipe de profissionais habilitados; deve ser

feito o controle sanitário e profilaxia sob coordenação de profissionais habilitados; o

parque deve manter estoque de equipamentos e suprimentos necessários para o

manejo da fauna em cativeiro e em liberdade; limitar o recebimento de animais

vitimizados à capacidade do Setor Extra.

Page 80: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

80

V.4.1.3. Subprograma Manejo de Solo

O Parque situa-se em área com declividade acentuada, onde ocorrem solo com

pouca profundidade e elevada pedregosidade. Esta condição caracteriza uma situação

de risco de erosão, lixiviamento e escorregamento de terras. A associação de solos rasos

e pedregosos com elevada pluviosidade aumenta o risco de queda de árvores e,

consequentemente, o risco de acidentes. Estas situações devem ser mapeadas e

monitoradas constantemente.

A condição geológica/pedológica do parque favorece o deflúvio superficial e

consequentes danos às áreas a jusante. A malha de drenagem natural pode afetar áreas

de vegetação natural se não for feito o manejo adequado, com efeitos prejudiciais.

A impermeabilização do solo favorece o aumento do deflúvio superficial. Assim,

deverá ser previsto o controle da impermeabilização do solo, bem como o

direcionamento do deflúvio, com armazenamento e reuso das águas pluviais. A

manutenção da permeabilidade do solo é preconizada em todas as zonas do Parque,

sendo permitidas alterações nas zonas I, II, V e VI que estiverem de acordo com o Plano

de Manejo.

Existem áreas com declividade acentuada, onde é provável a ocorrência de

deslizamentos. Verificou-se, recentemente, deslizamento em encosta da área esportiva

na Cava do Bosque, onde existem prédios e grande frequência de usuários. Também

ocorreu um deslizamento próximo à Rua Camilo de Matos. Estas encostas necessitam

ser avaliadas e monitoradas quanto ao risco de processos erosivos e de deslizamento.

OBJETIVOS: Desenvolver programas de conservação do solo e controle de erosão;

produzir instrumentos para orientar o manejo de solo: mapa de drenagem natural e

artificial, mapeamento pedológico, mapeamento de áreas de risco; monitorar e

controlar a malha de drenagem natural; manter a permeabilidade do solo; monitorar e

controlar os processos erosivos, especialmente nas encostas.

NORMAS: nas áreas com declividade acentuada, não serão permitidos cortes

acentuados no terreno, trilhas ou caminhos perpendiculares à declividade; nos períodos

chuvosos, ou após chuvas intensas, a verificação deve ser agilizada; as visitas ao parque

Page 81: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

81

serão interditadas em função da pluviosidade medida em 3 dias consecutivos, ou

menos, nas seguintes condições: a) a Zona de Uso Extensivo será fechada para visitação

com registros de 25mm ou mais, b) a Trilha do Jequitibá será fechada para visitação

com registro de 65mm ou mais, c) o acesso a toda área do parque será fechado com o

registro de 125mm ou mais, d) o parque será reaberto após 3 dias consecutivos sem

chuvas; as áreas do parque onde dominam relevos suaves são consideradas compatíveis

à instalação de equipamento de apoio, de acordo com o Plano de Manejo, sob

orientação e critérios técnicos específicos; as áreas onde dominam relevos moderados

o uso será controlado, com restrições à instalação de novos equipamentos sendo

obrigatório parecer técnico preliminar, anterior à elaboração de projeto específico para

as obras pretendidas ou para o manejo da vegetação, solo ou drenagem; as áreas do

parque com domínio de relevo acidentado serão destinadas à preservação integral do

ambiente natural.

V.4.1.4. Subprograma de Investigação e Pesquisa

De acordo com artigo 1 da LC 476/95, o objetivo do Parque é a preservação e

recuperação dos ecossistemas naturais, e é destinado, entre outros, ao fim científico.

Desta forma, o Parque deve incentivar a ampliação do conhecimento da diversidade de

espécies, sua diversidade genética, a dinâmica populacional, fenologia e reprodução,

interações entre as espécies, etc. Não menos importante é o conhecimento sobre a

história e cultura do local.

OBJETIVOS: aprofundar os conhecimentos sobre os recursos naturais, históricos e

culturais da área, de forma a apoiar com dados, métodos e conceitos científicos as

atividades de manejo; incentivar o desenvolvimento de pesquisas científicas na área;

fornecer informações climáticas locais. Realizar parcerias com instituições de ensino e

pesquisa.

NORMAS: as pesquisas a serem realizadas na área deverão ser precedidas da

apresentação de um plano de trabalho, que deverá ser analisado e autorizado pelo

gestor do PMMSB; toda pesquisa realizada deverá ser fundamentalmente voltada para

o manejo de recursos da área; todo material resultante das pesquisas deverá ter cópia

Page 82: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

82

depositada no PMMSB e na Secretaria Municipal afim ao escopo da pesquisa; toda

publicação deverá mencionar o PMMSB; deve existir um banco de dados com as

pesquisas realizadas no PMMSB.

V.4.2. Programa de Uso Público

Este programa tem como objetivo ordenar, orientar e direcionar o uso da

unidade de conservação pelo público, promovendo o conhecimento do meio ambiente

como um todo. Este programa também prevê as ações que dizem respeito à recepção

e ao atendimento dos visitantes. Está subdividido em três subprogramas: Educação e

Interpretação, Recreação e Turismo e Pesquisa de Opinião.

V.4.2.1. SubPrograma de Educação e Interpretação

A disponibilização de informações essenciais e de fácil compreensão ao visitante

sobre as características do parque promove e favorece a vivência plena da visita,

independente de atendimento personalizado. Desta forma, é possível sensibilizar as

pessoas para a riqueza de nosso patrimônio natural e para a necessidade de conservá-

lo.

O Parque é regularmente visitado por grupos escolares ou outros grupos

organizados. Visando ao atendimento destes grupos, deve existir estrutura adequada

para proporcionar este atendimento, permitindo a exploração de temas vinculados ao

conhecimento do ambiente natural e cultural, ao conhecimento e conservação da

biodiversidade, bem como à educação e valorização do patrimônio cultural e natural

existente.

A qualidade do atendimento a visitantes é melhorada através do aprimoramento

da equipe de funcionários e estagiários sobre temas e assuntos pertinentes. A educação

ambiental é um dos objetivos do PMMSB, bem como uma obrigação do zoológico. Deve

existir estrutura adequada para o desenvolvimento pleno de atividades de educação

ambiental no PMMSB, que devem ser constantemente avaliada para permitir sua

reformulação, adotando as melhores práticas pedagógicas para atingir os objetivos do

programa de educação ambiental.

O subprograma de Educação e Interpretação foi revisto, atualizado e publicada

no Diário Oficial do Município em 02 de maio de 2018: Resolução Conjunta SME/SMMA

Page 83: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

83

Nº 01/2018. Esta resolução define o Programa de Educação Ambiental – PEA, cujo

objetivo geral é proporcionar ao público visitante e em particular aos grupos escolares

e demais grupos organizados, oportunidades de lazer e de interação com a natureza,

oferecendo padrão de atendimento e de informação de alta qualidade e riqueza de

informações sobre o ambiente natural, de forma a fomentar a sensibilização e a adoção

de atitudes compatíveis com a conservação ambiental.

OBJETIVOS: sensibilizar a população com relação à importância da conservação do

PMMSB, da sua biodiversidade; desenvolver valores, atitude e hábitos, visando a

mudança de comportamento em relação ao meio ambiente em que vive; proporcionar

visitas ao parque, de forma a favorecer a interpretação dos elementos e processo

naturais; proporcionar a interação do visitante com o ambiente natural, desenvolver

atividades de interpretação dos recursos naturais; divulgar o conhecimento sobre o

acervo de fauna e flora existentes; propiciar oportunidade para observação e estudos

práticos; promover a divulgação do parque; promover e fomentar seminários,

congressos e outros encontros técnicos científicos para profissionais e estudantes de

áreas afins; promover e fomentar feiras educativas de temas relacionados ao parque;

fomentar a realização de eventos culturais e esportivos; desenvolver programas

educativos para vizinhos do parque; capacitar os recursos humanos que prestarão

serviços no parque.

NORMAS: toda a comunicação visual deverá estar harmonizada com o ambiente e

proporcionar a integração do visitante com a área; toda visita de grupos deverá ser

agendada com antecedência e receber orientações; deve existir programa permanente

de capacitação e aperfeiçoamento para os funcionários do parque.

Este subprograma está dividido em 5 projetos, a saber:

1 -Comunicação: Objetivos; disponibilizar informações essenciais e de fácil

compreensão aos visitantes sobre as características do parque, de forma que

ele possa vivenciar plenamente a visita independentemente de atendimento

personalizado; sensibilizar as pessoas para a riqueza de nosso patrimônio

natural e para a necessidade de conservá-lo. Neste projeto, são previstos as

seguintes ações: Sinalização, que visa dotar o parque de comunicação visual

Page 84: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

84

adequada e eficiente; Publicação, que visa disponibilizar ao público as

informações necessárias para orientar e enriquecer a visitas através da

produção e disponibilização de material impresso ou digital; Site do PMMSB:

visando à divulgação rápida e eficaz das informações e conhecimentos sobre

o PMMSB.

NORMA: toda a comunicação visual do parque deverá estar harmonizada

com o ambiente e proporcionar a integração do visitante com a área; deve

existir um projeto unificado e padronizado de comunicação visual

abrangendo todas as zonas do parque.

2 Visitação Direcionada: Objetivo: Proporcionar atendimento dirigido a grupos

organizados, permitindo a exploração de temas vinculados ao conhecimento

do ambiente natural, à conservação da biodiversidade e à fauna e flora do

Parque. Neste projeto são previstas as seguintes ações: Estações de Visita,

que consistem em locais onde são apresentados temas específicos, na forma

de discussão dirigida. Propõe-se como estrutura mínima de funcionamento,

que pelo menos 5 estações estejam em atividade nos dias de visitação do

parque. Os temas das estações são alterados ao longo do ano, permitindo a

inclusão de temas específicos vinculados ao calendário de atividades do

parque. Atendimento personalizado de escolas: Almejando tornar possível o

atendimento de demandas específicas de grupos escolares, vinculados às

atividades da grade curricular: proporcionar aos professores a oportunidade

de desenvolver atividades dentro do parque em estreito relacionamento com

as atividades desenvolvidas na sala de aula. Agendamento: as visitas de

grupos organizados devem ser agendadas previamente utilizando o sistema

disponibilizado, de forma a garantir a capacidade suporte de visitação do

parque, a seleção do tema de interesse do grupo dentro do calendário de

atividades do parque, criar mala direta com os grupos cadastrados para obter

feedback da visita e para avaliação das atividades das estações e do Parque.

NORMA: os grupos de visitantes deverão receber orientações sobre o parque.

3 Formação Continuada: Objetivo: Melhorar a qualidade do atendimento aos

visitantes através do aprimoramento da equipe de funcionários e estagiários

sobre os temas e assuntos relativos ao Parque. A) Desenvolver atividades de

Page 85: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

85

formação continuada, dirigida a tratadores, estagiários, seguranças, portaria

e demais pessoas interessadas. Estas atividades buscam: ampliar e

aprofundar o conhecimento de estagiários e tratadores sobre as espécies

existentes no parque; aprimorar a abordagem pedagógica e a avaliação de

resultados, direcionando a forma de atendimento para o formato pedagógico

mais recomendado e avaliando de forma contínua os procedimentos,

condutas e resultados obtidos; promover palestras e atividades de campo. As

atividades de capacitação continuada serão divulgadas em calendário mensal

de atividades, com datas, horários e local. B) Desenvolver atividades de

formação e integração das visitas de todas as zonas do Parque. C) Formação

de professores, com o objetivo de proporcionar aos professores

conhecimentos sobre a área do parque, sua história e história natural, de

forma a facilitar o planejamento e desenvolvimento de atividades didáticas

extraclasse no parque. Poderá ser realizada de forma presencial ou virtual, de

acordo com calendário de atividades do parque e disponibilidade das escolas.

Serão também elaborados e divulgados guias de atividades direcionadas a

professores de educação infantil e de ensino fundamental I e II. Deverão ser

emitidos certificados de capacitação, buscando parceria com secretaria

educação para a acreditação dos certificados e desenvolvimento de módulos

de Ensino à Distância - EAD. D) Formação de guias de turismo: Visa à

capacitação e treinamento de pessoas que habitualmente recebem grupos de

turismo para desenvolver visitas ao parque mostrando o histórico e a história

natural da área, que serão reconhecidos como guias credenciados. A atuação

destes guias poderá resultar no fomento da visita de pessoas de outras

localidades, com possibilidade de incluir atividades específicas voltadas para

eventos da cidade, como Agrishow e feira do livro.

4 Estruturação: a estrutura física para recepção de grupos é importante por

permitir agregar exposições, desenvolver atividades específicas como

projeção de filmes e trabalhos em laboratório etc. Hoje, esta estrutura

encontra-se desmontada e com outros usos: o centro de visitantes foi

desmontado para abrigar a casa da ciência, o Centro de Apoio à Educação

Ambiental encontra-se parcialmente desviado para atender a Secretaria

Page 86: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

86

Municipal da Educação (Educação de Jovens Adultos online, reuniões de

comissões e Trabalho Docente Coletivo de formação). Nesta linha de ação

são propostas a reforma e adequação das edificações internas ao parque para

atuarem como Centro de Educação Ambiental e Centro de Visitantes,

dotando-os de estrutura administrativa adequada. Analisar e contribuir para

as decisões e estruturação dos acessos ao parque.

5 Avaliação: Permitir a constante avaliação e reformulação das atividades,

adotando as melhores práticas pedagógicas para atingir os objetivos do

Programa. Esta atividade conta atualmente com a parceria com FFCLRP/USP,

Laboratório de Ensino de Biologia. Estabelecer rotina de receber, analisar e

responder a todos os feedbacks, tabulando as informações visando o

aprimoramento das atividades.

V.4.2.2. Subprograma de Recreação e Turismo

O objetivo do Subprograma de Recreação e Turismo é fomentar o turismo

ambiental no parque, um segmento da atividade turística que utiliza de forma

sustentável o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a

formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do ambiente,

promovendo o bem-estar das populações. Assim, visa conscientizar o público visitante

da necessidade de conservação do Parque, trabalhando as relações do homem com o

meio ambiente, a implicação da interferência humana nos recursos naturais e a

consequente necessidade de sua preservação. Visa também a integração das ações

ambientais, culturais e esportivas no PMMSB.

Existem vários projetos a serem desenvolvidos, tais como Visitação Pública,

Programação Especial e Relações Públicas e Extensão, que incluem atividades variadas

em termos de público e periodicidade.

No Parque há uma série de elementos e equipamentos de interesse para o

desenvolvimento do turismo:

Elementos Naturais: atrativos cênicos de interesse ecológico.

Page 87: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

87

Elementos Culturais: atrativos de fundo histórico (patrimônio arquitetônico,

artístico), cultural (estilos de vida peculiares, artesanato, manifestações populares),

eventos e comemorações.

Elementos Esportivos: atrativos de fundo esportivo (escolinhas de iniciação

esportiva - ginástica olímpica, ginástica aeróbica, judô, natação, futebol de salão,

voleibol, basquete, atletismo, boxe, musculação, e natação para deficientes),

competições (regionais, estaduais, nacionais e internacionais).

OBJETIVOS: propiciar práticas recreativas compatíveis com os objetivos e recursos da

área; integrar as atividades culturais e esportivas com os objetivos do PMMSB;

conscientizar o público visitante da necessidade de conservação do parque, trabalhando

as relações do homem com o meio ambiente, a implicação da interferência humana nos

recursos naturais e a consequente necessidade de conservação.

NORMAS: todas as atividades a serem desenvolvidas na área, exceto Zona Cultural e

Zona Esportiva, deverão ser executadas a pé; as atividades culturais e esportivas do

parque, e desenvolvidas pelas secretarias da Cultura e de Esportes em suas respectivas

zonas, manterão autonomia institucional; as atividades culturais e esportivas poderão

ser desenvolvidas em outras zonas do parque desde que compatíveis com os usos

previstos;

É vedado o uso de equipamentos amplificadores de som na área do PMMSB, exceto nas

zonas cultural e esportiva, não podendo ultrapassar o limite de 45 dB noturno e 50 dB

diurno, medidos na área do Bosque e Zoológico.

V.4.2.3. Subprograma Pesquisa de Opinião

O objetivo deste Subprograma é conhecer e caracterizar o perfil dos visitantes,

visando aprimorar a integração dos mesmos com os programas e atividades,

despertando a atenção para as particularidades do local. Busca-se também avaliar os

pontos atrativos, a infraestrutura e o atendimento do Parque, obtendo dados para as

revisões do Plano de Manejo.

Page 88: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

88

Além da aplicação periódica de pesquisas de opinião pública, deverá ser

instalada uma via de comunicação direta do visitante com a administração do Parque,

onde os mesmos poderão apresentar críticas e ou sugestões.

NORMAS: na aplicação e análise das pesquisas deverão ser utilizadas

metodologias adequadas e reconhecidas na área, os resultados das pesquisas deverão

ser disponíveis para qualquer pessoa interessada, poderá haver contratação de empresa

para elaboração, aplicação e avaliação da pesquisa; todos os comentários, críticas e

sugestões enviados por visitantes deverão ser analisados e respondidos.

V.4.3-Programa de Operações

Este programa tem como objetivo garantir a funcionalidade da Unidade de

Conservação, proporcionando segurança, manutenção adequada e a estrutura

necessária para o desenvolvimento dos outros programas. Está dividido em 4

subprogramas, a saber:

V.4.3.1. Subprograma de Proteção

A vigilância do PMMSB abrange tanto a vigilância patrimonial quanto a

segurança pública e dos animais. Devem ser previstos procedimentos para abordagem

e autuação de visitantes infratores. A vegetação natural da região mais alta do Morro

de São Bento seca anualmente durante o inverno - mata decídua. Essa característica

eleva o risco de incêndios florestais no Parque. As ações preventivas e de pronto

combate, descritas no Plano de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais -PPCIF - são

de fundamental importância. Devem existir rotinas e procedimentos estabelecidos para

a gestão de crises: fechamento do parque em situações de emergência: fuga de animais,

chuva intensa, outras situações emergenciais.

OBJETIVOS: garantir a integridade dos recursos naturais do Parque; proporcionar

proteção e segurança aos visitantes e funcionários e ao patrimônio natural, cultural e

instalações do Parque.

NORMAS: A vigilância deve priorizar a prevenção sem prejuízo ao combate às

contravenções ou danos aos recursos. A função deve ser exercida com cortesia e com

técnicas eficientes na identificação de situações prejudiciais ao parque e aos usuários; a

Page 89: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

89

vigilância deverá ser reforçada nos períodos de maior visitação pública; é proibida a caça

e pesca; é proibido capturar animais, exceto quando ocorrer fuga de animais do

zoológico; é proibido aos visitantes alimentar a fauna ou submetê-la a qualquer tipo de

sofrimento; é proibido provocar danos à flora; as extrações de árvores serão autorizadas

quando em situação de risco ou quando imprescindível o cumprimento do plano de

manejo; o parque será fechado à visitação e evacuado em ocasiões de chuvas ou ventos

fortes e outras ocasiões de perigo (gestão de crises); deve ser garantido um sistema

eficiente de comunicação interna (rádios, sirenes, outros); deve ser garantido o

atendimento médico emergencial e de primeiros socorros, o parque deve ser

inteiramente cercado e seus acessos monitorados, os infratores deverão ser autuados

com base no previsto no regulamento do PMMSB; serão tomadas ações de prevenção e

controle de focos de incêndio, de acordo com PPCIF;

V.4.3.2. Subprograma de Manutenção

O PMMSB hoje carece de projetos (comunicação visual, paisagismo, outros) e de

documentação dos projetos (rede água, energia, drenagem, outros). De forma geral,

as instalações existentes encontram-se em situação precária. Várias infraestruturas

estão subdimensionadas. O Zoológico dispõe de recintos muito antigos e que, embora

atendam às exigências da normativa para zoológicos, apresentam uma série de

deficiências (rede hidráulica, rede elétrica, ambientação, outro). A Zona Esportiva situa-

se em antiga cava de pedreira. As encostas que circundam a Cava do Bosque são as

paredes remanescentes desta pedreira, sujeitas a deslizamentos e rastejo de solo e

representam o limite da cobertura florestal natural. O interior da cava abriga

exemplares adultos e de grande porte da flora nativa. A Zona Cultural situa-se no Alto

do Morro de São Bento, área de domínio da mata decídua. Ocorrem trechos de mata e

muitos exemplares da flora nativa, inclusive de espécies ameaçadas de extinção. Toda

a área apresenta solo raso e risco que queda de árvores durante a época chuvosa do

ano. A manutenção tem ocorrido de forma eventual e reativa aos danos decorrentes de

desgaste natural, acidentes ou vandalismo e existe pouco ou nenhum investimento

efetivo em manutenção da infraestrutura.

Page 90: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

90

Todas as manutenções das edificações internas ao bosque e zoológico são de

responsabilidade da Secretaria do Meio Ambiente, assim como todas as edificações e

instalações existentes na zona Cultural são responsabilidade da Secretaria da Cultura e

aquelas da Zona Esportiva são responsabilidade da Secretaria de Esportes. O Parque é

responsável pela definição de projeto de Comunicação Visual uniformizada, sendo as

secretarias concorrentes na sua implantação e manutenção. Cabe ao Parque a

conservação e manejo de fauna e flora, manejo de solo, manutenção do aceiro, do

cercamento. O Parque é também responsável pela gestão da vigilância do perímetro,

do PPCIF, atuando colaborativamente com as outras secretarias localizadas no

perímetro do parque e com o gestor da APA quando couber.

OBJETIVOS: preservar e valorizar os investimentos realizados em infraestrutura e

equipamentos, conservar em bom estado de funcionamento a estrutura física

construída do parque.

NORMAS: Devem ser estabelecidas rotinas operacionais para fiscalizar a integridade e

o bom funcionamento da infraestrutura do parque, antecipando a manutenção para

evitar as paradas de funcionamento e o colapso das instalações; na manutenção das

trilhas, devem ser removidos os obstáculos, e quando necessário, o redimensionamento

e o fechamento de determinados trechos.

V.4.3.3. Subprograma de Administração

Os serviços no PMMSB são deficitários em mão de obra e equipamentos. A

reposição dos desligamentos de funcionários nem sempre ocorre, aumentando a

deficiência. O quadro de funcionários do parque deve ser revisto e atualizado, sendo

estabelecido um plano de contratação para suprir as necessidades. Também pode ser

implantado o serviço voluntário no parque. Os equipamentos existentes são, em geral,

poucos, muito antigos e com diversos problemas. O Plano de Manejo preconiza a

autossuficiência financeira do PMMSB. Neste sentido, previu e aprovou em lei a

cobrança de ingressos, até hoje não implantado. Outras medidas de aporte financeiro

para o Parque podem ser a exploração de cantinas e similares e a venda de souvenirs. É

Page 91: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

91

possível também receber doações e o resultado da aplicação de multas. As atividades,

infraestruturas e recursos na zona de entorno podem ter efeitos positivos ou negativos

diretamente sobre o parque, devendo, portanto, serem conhecidas e monitoradas.

OBJETIVOS: implantar a política de auto sustentabilidade do parque, dotar o parque de

pessoal, equipamentos e instalações necessários ao cumprimento do Plano de Manejo;

implementar o Plano de Manejo conforme estabelecido; realizar a parte administrativa,

burocrática e de relações públicas; acompanhar sistematicamente o desenvolvimento

das atividades do parque e identificar suas implicações; fornecer subsídios para

possíveis reformulações das atividades do parque; fornecer subsídios para a avaliação

do Plano de manejo e consequentes revisões.

NORMAS: Qualquer alteração física na área e obra civil a ser efetuada no parque deve

ser aprovada pelo Conselho Gestor; todas as edificações devem ser harmônicas e

integradas com a paisagem natural; os funcionários do parque deverão ser em número

suficiente para o funcionamento adequado do mesmo; todos os funcionários e

prestadores de serviço deverão receber treinamento adequado; as empresas

contratadas para prestar serviços dentro do parque deverão se adequar às normas

estabelecidas no Plano de Manejo; todo funcionário do Parque deverá trabalhar

uniformizado; o exercício de qualquer função no parque deve ser efetuado por pessoa

com habilitações profissionais específicas, promovendo-se os treinamento e reciclagens

necessários; Na administração do parque, devem ser respeitadas as orientações técnicas

da equipe; a avaliação das atividades deve ser sistematizada e documentada.

V.4.3.4. Subprograma de Coordenação de Sustentabilidade

Este subprograma foi criado visando à implantação e à consolidação de práticas

sustentáveis no PMMSB, de forma a proporcionar a melhor qualidade de vida e respeito

ao meio ambiente. Neste sentido, limita a visitação à capacidade suporte do parque,

estimula a redução e otimização de uso de recursos naturais, a valorização e

preservação da cultura e do patrimônio natural e cultural local, a promoção da cidadania

ativa.

Page 92: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

92

Entre as metas da sustentabilidade estão a redução no consumo de recursos

naturais. No tocante á água, devem ser adotadas medidas para reduzir o consumo de

água, estabelecendo mecanismos para otimização do uso e consequente controle de

vazão, bem como a reutilização da água. Na gestão do uso da água, as canalizações

antigas existentes no parque deverão ser substituídas, visando minimizar as perdas.

Com relação à energia, as medidas visando à redução do consumo de energia elétrica

devem ser estimuladas e implantadas. Propõe o estudo de viabilidade de instalação de

um sistema fotovoltaico, como forma de utilização de energia renovável. As atividades

do parque geram um volume elevado de resíduos. Estes devem ser coletados de forma

seletiva, acondicionados e destinados de forma apropriada, estimulando a redução na

geração de resíduos, a reutilização, a compostagem e, por fim, a destinação adequada

dos rejeitos. A coordenação de sustentabilidade será responsável por zelar e implantar

as ações, promovendo a integração das secretarias sediadas no parque.

OBJETIVOS: Interagir com os diferentes setores e programas do parque, buscando a

coordenação das ações de forma a otimizar recursos e sedimentar as práticas

sustentáveis; promover a integração das equipes.

NORMAS: A visitação ao parque deve ser limitada à sua capacidade suporte, limitada a

3 pessoas por metro quadrado. Deve buscar a redução de consumo dos recursos

naturais (água, energia, outros); Deve promover a gestão dos resíduos, visando a

redução de consumo, o reaproveitamento e reutilização dos materiais e a disposição

adequada dos inservíveis; Deve promover a sustentabilidade em todas as zonas e

setores do PMMSB, interagindo com todas as entidades envolvidas; buscar soluções

para o aproveitamento dos recursos existentes (aproveitamento de madeira, produção

de composto orgânico e sua distribuição, buscar recursos financeiros para sustentar o

parque economicamente, diminuir consumos, etc). Os coletores de lixo devem

possibilitar a coleta seletiva, a coleta e disposição final do lixo em cada zona deve ser

adequado aos itens gerados. Recomenda-se o reaproveitamento de material reciclável

em atividades educacionais e o material orgânica na compostagem, os resíduos de

serviço de saúde (animal e humano) deverão ser acondicionados adequadamente e

Page 93: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

93

destinados à coleta hospitalar, é vedado o acúmulo de entulhos dentro do parque,

materiais com previsão de uso posterior devem ser devidamente acondicionados.

V.4.4. Programa de Patrimônio Cultural: Material, Imaterial, Natural e Paisagístico

Valorizar as atividades ligadas às referências culturais e indenitárias da

localidade por meio do fomento a ocupação cultural em suas diversas linguagens e

manifestações.

Cumprindo assim uma das principais funções da cultura, o da garantia ao acesso

aos territórios culturais e a liberdade de expressão. (L.M. 2.777/16.

Este programa tem como objetivo identificar os recursos patrimoniais culturais

e naturais do parque, promover sua conservação, preservação e valorização.

Page 94: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

94

TABELA 12 – Detalhamento dos programas de manejo, indicando seus objetivos, os indicadores, os critérios de avaliação, o que deve conter o

relatório a ser encaminhado ao Conselho Gestor e as prioridades (metas futuras)

PROGRAMA DE MANEJO DE RECURSOS NATURAIS: SUB-PROGRAMA FLORA

OBJETIVOS INDICADORES CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO RELATÓRIO AO CG PRIORIDADES

• proteger áreas representativas de cada formação, conservando e recuperando as condições primitivas da área;

• conhecer as características das formações vegetais presentes;

• recuperar áreas degradadas;

• facilitar a manutenção e/ou regeneração natural das populações florísticas;

• manter banco de sementes das espécies típicas destas formações.

Conservar a diversidade do Parque através da produção de mudas das espécies do parque e plantios de enriquecimento e reposição.

0 – Não houve atividade 1 – Houve coleta e destinação de

sementes de forma aleatória; 2 - Existe um programa

implantado de reprodução e plantio das espécies do parque

Relatar se houve coleta de sementes, qual o destino das sementes, quantas mudas destas foram reintroduzidas no parque, quais plantios ocorreram e qual a origem das mudas plantadas no parque

• Coletar as sementes e produzir as mudas, efetuar plantios, principalmente aqueles para reposição dos exemplares perdidos

Manejar as árvores do Parque de forma e evitar situações de risco

0 -Não existe rotina de avaliação, poda, extração e reposição das árvores

1 -As intervenções na vegetação ocorreram de forma reativa aos eventos e reposição, se efetuada, foi parcial

2 -Há monitoramento efetivo e atuante, que garante o manejo adequado da vegetação

Relacionar todas as ações de corte e poda realizadas, indicando se foram preventivas ou reativas. Relacionar a quantidade de árvores caídas e/ou extraídas, incluindo a descrição da reposição e pegamento das mudas.

• avaliar situações das áreas limítrofes;

• definição de responsável técnico para implantação do subprograma.

Page 95: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

95

Controlar e erradicar as espécies com hábitos invasores

0 -Não efetuou o controle 1 -Efetuou controle parcial e

apenas de gramíneas 2 -Efetuou controle de

gramíneas, Caryota, lianas e outras invasoras

Atuação do parque no controle (área roçada, frequência, ações de controle de Caryota, lianas ou outros invasores)

• Controle de gramíneas, associado ao PPCIF

• Controle da Caryota

• Iniciar o controle de lianas nos trechos onde estas são mais frequentes

Implantar e manter o projeto paisagístico do Parque

0 – São feitas apenas ações de corte e poda essenciais

1 – Foi efetuada melhorias no paisagismo

2- Elaborou e implantou projeto de paisagismo, que é mantido adequadamente

Foi elaborado projeto paisagístico para o parque? Foi implantado? Como ocorreu manutenção do paisagismo existente

• Elaborar e implantar o projeto paisagístico, priorizando espécies nativas

Page 96: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

96

PROGRAMA DE MANEJO DE RECURSOS NATURAIS: SUB-PROGRAMA FAUNA

OBJETIVOS INDICADORES CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO RELATÓRIO AO CG PRIORIDADES

• efetivar o manejo e o estudo das populações animais, visando a recuperação de habitats, o repovoamento e o aproveitamento do potencial educativo e científico;

• desenvolver condições adequadas para a proteção da fauna silvestre e em liberdade no parque;

• manter acervo de animais vivos e saudáveis, em condições adequadas de confinamento e exposição, visando desenvolvimento da cultura, do turismo e da educação ambiental;

• proporcionar aos visitantes do parque a observação dos animais

Manejar animais em cativeiro

0 – Efetuou tratamento básico (recintos adequados, nutrição balanceada, acompanhamento veterinário profilático e de emergências) 1 – Houve investimento no bem-estar animal, mais ainda existem recintos ou áreas de manejo que necessitem de atenção; 2 – Manejo das espécies atende plenamente a ambientação e mobiliários dos recintos, enriquecimento, treinamento das espécies

Quais melhorias foram implantadas no zoo? Relacionar os recintos e o tipo de melhoria efetuada.

Monitorar os animais de vida livre silvestres, incluindo os polinizadores

0 - Não houve monitoramento (suplementação na dieta, acompanhamento da dinâmica populacional, prevenção de acidentes como choques elétricos e atropelamento, registro sistemático da situação) 1 - Animais de vida livre são parcialmente acompanhados 2 - Monitoramento plenamente efetuado

Houve monitoramento da população de animais silvestres de vida no parque? O que foi feito e os resultados obtidos

Monitorar os animais de vida livre domésticos e/ou prejudiciais (gatos, ratos, pombos, cães, urubus, outros)

0 -Não efetuou o controle 1 – Controle precário 2 – Controle efetivo

Quais métodos de controle populacional foram implementados focando cada espécie problema.

Page 97: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

97

em liberdade, em seu ambiente natural;

• receber e dar tratamento adequado à fauna vitimizada, destinando estes animais prioritariamente às áreas de soltura

Atender e reintroduzir na natureza a fauna vitimizada: Projeto Nova Chance

0 - Recebe animais vitimizados, mas não tem condições de tratamento e acomodação. Neste caso, não há retorno do animal à natureza. 1 - Recebe animais vitimizados, efetua o tratamento adequado, mas não possui capacidade para acomodar o animal de forma adequada. O retorno `a natureza pode ocorrer ou não 2 - Atende satisfatoriamente a demanda de recebimento e tratamento de animais vitimizados, parcerias com áreas de soltura suficientes para toda fauna tratada.

Quantos animais foram recebidos e tratados. Quantos óbitos e quantos sucessos. Quantos e onde foram libertados. Quantos incapacitados permanecem no zoo? Houve prejuízo às atividades e/ou avaliação do zoo?

Monitorar comportamento animal em relação a ruídos

0 - Não existem ações pois não há equipamentos para aferição dos ruídos e monitoramento do comportamento animal 1 - É feito monitoramento do comportamento animal apenas em situações específicas 2 - Existe programa efetivo para monitoramento do comportamento animal em relação a ruídos aferidos de forma rotineira

Houve medição de ruídos na área do parque? Durante estas medições, houve monitoramento do comportamento dos animais? Esta é uma ação pontual (durante eventos) ou cotidiana?

Page 98: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

98

PROGRAMA DE MANEJO DE RECURSOS NATURAIS: SUB-PROGRAMA MANEJO DE SOLO

OBJETIVOS INDICADORES CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO RELATÓRIO AO CG PRIORIDADES

• Desenvolver programas de conservação do solo e controle de erosão

• Produzir instrumentos para orientar o manejo adequado do solo

• Manter a permeabilidade do solo

• Monitorar e controlar os processos erosivos, especialmente nas encostas

Produzir instrumentos para manejo de solo (mapa de drenagem natural e artificial, mapeamento pedológico, mapeamento de áreas de risco)

0 - Não existem mapeamentos e instrumentos para manejo de solo. 1 - Desenvolveu parcialmente dos itens acima. 2 - Dispõe de equipe treinada e ferramentas suficientes para exercer o monitoramento, inclusive pluviômetro instalado e operante.

Foi produzido mapa de drenagem natural e artificial? Mapa pedológico? Mapeamento das áreas de risco?

Elaborar a carta de risco Incentivar programas para avaliação da saturação hídrica dos solos do PMMSB

Monitorar e controlar a malha de drenagem natural (caminhos perpendiculares à declividade, limpeza da malha de drenagem, etc.)

0 – Não existem ações neste sentido. 1 – Existem ações reativas. 2- Ocorrem ações preventivas e reativas.

Quais ações foram efetuadas para controle da drenagem natural. Foram ações preventivas ou reativas?

Manter a permeabilidade do solo

0 – Houve aumento da impermeabilização do solo, particularmente em zonas onde as normas proíbem. 1 – Houve aumento da impermeabilização, mas respeitando os limites estabelecidos. 2 – Não houve aumento da impermeabilização do solo.

Houve aumento da área impermeabilizada do parque? Quanto? Onde? Qual a razão?

Monitorar e controlar os processos erosivos nas encostas

0 – Não existem ações neste sentido. 1 – Existem ações reativas. 2- Ocorrem ações preventivas e reativas.

Quais ações foram efetuadas para controlar os processos erosivos e de deslizamento?

Monitorar o deslizamento do solo que ocorreu próximo ao Mirante

Page 99: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

99

PROGRAMA DE MANEJO DE RECURSOS NATURAIS: SUB-PROGRAMA DE INVESTIGAÇÃO E PESQUISA

OBJETIVOS INDICADORES CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO RELATÓRIO AO CG PRIORIDADES

• aprofundar os conhecimentos sobre os recursos naturais, históricos e culturais da área, de forma a apoiar com dados, métodos e conceitos científicos as atividades de manejo;

• incentivar o desenvolvimento de pesquisas científicas na área;

• fornecer informações climáticas locais.

Fomentar e realizar estudos e pesquisas na área

0 – Não foram realizados estudos ou pesquisas. 1 – Foi atendida demanda espontânea (pesquisadores que procuram o local para realizar seus estudos) 2 – Existem parcerias para o desenvolvimento de pesquisas.

Foram desenvolvidos estudos ou pesquisas no Parque? Quais? Apresentaram resultados?

Implantar banco de dados com resultados das pesquisas realizadas

0 – Não existe registro dos estudos e pesquisas realizados 1 – Existe registro dos trabalhos realizados no parque, mas não estão reunidos em banco de dados 2 – Existe banco de dados atualizado das pesquisas realizadas no parque

Como estes estudos estão arquivados e disponibilizados para consulta?

Recuperar resultados dos trabalhos já realizados e organizar o banco de dados.

Page 100: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

100

PROGRAMA DE USO PÚBLICO: EDUCAÇÃO E INTERPRETAÇÃO (Resolução Conjunta SME/SMA No 01/2018)

OBJETIVOS INDICADORES CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO RELATÓRIO AO CG PRIORIDADES

• sensibilizar a população com relação a importância da preservação do PMMSB e questões ambientais;

• desenvolver valores, atitudes e hábitos, visando à mudança de comportamento em relação ao meio em que vive;

• proporcionar visitas monitoradas ao parque, de forma a favorecer a interpretação dos elementos e processos naturais;

• proporcionar a interação do visitante com o ambiente natural do parque;

• desenvolver atividades de interpretação dos recursos naturais;

Comunicação 0 – Não existe comunicação eficiente 1 – Comunicação é precária 2 - Comunicação implantada e eficiente

Quais formas de comunicação foram criadas e implantadas. Como funciona a recepção e atendimento de visitantes?

Desenvolver e implantar o projeto de comunicação visual do parque

Visitação Direcionada 0 – Não há atendimento dirigido 1 – Há atendimento dirigido parcial 2 – Atendimento pleno de grupo de visitante

Qual a demanda recebida para visitação interativas e temáticas? Quantos destes grupos receberam atendimento? A infraestrutura e recursos humanos está adequada?

Aperfeiçoar o sistema de agendamento

Formação Continuada 0 - Não ocorre formação continuada 1 – Formação ocorre de forma descontínua e não atende todos os segmentos 2 – Formação continuada plenamente implantada, atendendo estagiários, funcionários, professores, guias de turismo e população em geral

Houve formação continuada? Quais segmentos atendidos? Qual a frequência e carga horária semanal e total?

Fazer o planejamento das ações e elaborar os cursos de formação.

Estruturação 0 - Não existe estrutura adequada para a instalação do projeto

Qual a demanda de estrutura física e recursos humanos para o desenvolvimento das

Reimplantar o Centro de Visitantes

Page 101: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

101

• divulgar o conhecimento sobre o acervo de fauna e flora existentes no parque;

• propiciar oportunidade para observação e estudos práticos;

• promover a divulgação do parque.

• promover seminários, congressos e outros encontros técnicos científicos para profissionais e estudantes de áreas afins;

• desenvolver programa educativo para vizinhos do parque;

• capacitar os recursos humanos que prestarão serviços no Parque.

1 – A estrutura existente permite o funcionamento precário das ações de educação ambiental no parque 2 – As ações de educação ambiental são plenamente exercidas

ações de educação ambiental?

Avaliação 0 – Não ocorre nenhuma forma de avaliação 1 – Foram feitas avaliações parciais das atividades 2 – São realizadas rotineiramente avaliações do desempenho das visitas, da fixação dos conceitos pelos grupos escolares e discutidas em reuniões de avaliação.

Ocorreu avaliação do programa? Como foi feito? Qual o resultado?

Page 102: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

102

PROGRAMA DE USO PÚBLICO: RECREAÇÃO E TURISMO

OBJETIVOS INDICADORES CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO RELATÓRIO AO CG PRIORIDADES

• Propiciar práticas recreativas compatíveis com os objetivos e recursos da área;

• Integras as atividades culturais e esportivas com os objetivos do PMMSB;

• Conscientizar o público visitante da necessidade de conservação do Parque, trabalhando as relações do homem com o meio ambiente, a implicação da interferência humana nos recursos naturais e a consequente necessidade de preservação

Atividades de fomento ao turismo ambiental

0 – Não existem atividades voltadas para o turismo ambiental no parque, 1 – Algumas atividades desenvolvidas para trabalho de educação ambiental para grupos escolares atendem também público em geral; 2 - Foram implantadas atividades voltadas ao fomento do turismo ambiental no parque

Descrever quais atividades atendem ao turismo ambiental, como e quando foram implantadas e público atendido

Promover a integração das ações culturais e esportivas com o PMMSB

Page 103: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

103

PROGRAMA DE USO PÚBLICO: PESQUISA DE OPINIÃO

OBJETIVOS INDICADORES CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO RELATÓRIO AO CG PRIORIDADES

• Conhecer e caracterizar o perfil dos visitantes, visando aprimorar a integração dos mesmos com os programas e atividades do parque;

• Despertar a atenção do visitante para as particularidades do PMMSB;

• Avaliar os pontos atrativos do parque;

• Obter dados para inclusão nas revisões do Plano de Manejo

Pesquisa de opinião 0 – Não foi realizada pesquisa 1 – Pesquisa não atendeu a

necessidade 2 – Pesquisa realizada foi bem

planejada e executada

Foi realizada pesquisa de opinião? Qual o

resultado?

Recepcionamento de críticas, sugestões e

avaliações dos visitantes

0 – Não foi instalada forma de comunicação com os visitantes

1 – Visitante tem acesso para emitir críticas e sugestões, mas não é

incentivado a fazê-lo 2 – Existe maneira fácil e rápida de

enviar críticas e sugestões, que sempre são respondidas

Como o público se comunica com o parque? Existem impressos e/ou urnas para que as pessoas depositem seus comentários? Existe um link no site do PMMSB com esta finalidade?

Page 104: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

104

PROGRAMA DE OPERAÇÕES: SUB-PROGRAMA DE PROTEÇÃO

OBJETIVOS ATIVIDADES CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO RELATÓRIO AO CG PRIORIDADES

• garantir a integridade dos recursos naturais do parque;

• proporcionar proteção e segurança aos visitantes e funcionários, ao patrimônio natural e cultural e às instalações do Parque.

Vigilância: 0 – Não existe equipe e equipamentos de vigilância 1 - Equipamentos e vigilantes são insuficientes para atender o parque. 2 – Sistema de vigilância eficiente e eficaz e PMMSB totalmente cercado

Existe equipamento de segurança instalado? Atende todo o parque? Quantos vigilantes trabalham em cada setor? Há carência de funcionários ou equipamento?

Cercar totalmente o PMMSB

Prevenção e controle de incêndios

0 – Não dispõe de PPCIF atualizado. 1 – Existe PPCIF, mas não atendeu todos os itens (treinamento brigadistas, aquisição de materiais, etc.) 2- PPCIF atualizado e plenamente operante

PPCIF foi atualizado? Houve quantos treinamentos de brigadas de incêndio? Foram adquiridos os equipamentos faltantes?

Atualizar anualmente o PPCIF. Implantar rede de hidrantes no parque

Implantar medidas técnicas e administrativas que visem a proteção da flora e fauna e a segurança dos visitantes - GESTÃO DE CRISES

0 – Não há plano de gestão de crises desenvolvido. 1 – Implantou plano de gestão de crises, mas possibilidade de implantação é deficitária. 2 -Plano e gestão de crises plenamente implantado e operante

Existe Plano de Gestão de Crises. Este plano foi atualizado? Foi feito treinamento? Houve aplicação?

Page 105: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

105

PROGRAMA DE OPERAÇÕES: SUB-PROGRAMA DE MANUTENÇÃO

OBJETIVOS ATIVIDADES CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO RELATÓRIO AO CG PRIORIDADES

• preservar e valorizar os investimentos realizados em infraestrutura e equipamentos;

• conservar em bom estado de funcionamento a estrutura física construída no parque.

Manter a infraestrutura do Bosque Fábio Barreto

0 – Atuação limitou-se a reparar precariamente os danos ocorridos 1 – Existem rotinas de manutenção parciais 2 – As rotinas de manutenção são totalmente implantadas e plenamente operacionais

Quais investimentos foram realizados na implantação de rotinas de manutenção? Atendeu toda a demanda?

Manter a infraestrutura do Esportes

0 – Não houve investimentos na manutenção da área esportiva do parque 1 – Investimentos em manutenção parcial 2 – Manutenção adequada

Descrever as ações realizadas

Implantar rotinas de manejo de fauna e flora

Manter infraestrutura da Cultura

0 – Não houve investimentos na manutenção da área cultural do parque 1 – Investimentos em manutenção parcial 2 – Manutenção adequada

Descrever as ações realizadas

Implantar rotinas de manejo de fauna e flora

Page 106: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

106

PROGRAMA DE OPERAÇÕES: SUB-PROGRAMA DE ADMINISTRAÇÃO

OBJETIVOS ATIVIDADES CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO RELATÓRIO AO CG PRIORIDADES

• implantar a política de auto sustentabilidade do parque;

• dotar o parque de pessoal, equipamentos e instalações necessários ao cumprimento do plano de manejo;

• implementar o Plano de Manejo conforme estabelecido;

• realizar a parte administrativa, burocrática e de relações públicas.

Recursos Humanos

0 – Há carência de mão de obra 1 – Mão de obra suficiente, mas não treinada 2 – Mão de obra suficiente e treinada

Os recursos humanos existentes são adequados e suficientes para o Parque? Houve desligamento de mão de obra? Houve substituição de mão de obra?

Dotar o parque dos recursos humanos necessários para o bom funcionamento

Equipamentos

0 – Equipamentos insuficientes e não houve manutenção apropriada dos equipamentos existentes 1 – Equipamentos mantidos operacionais 2 – Equipamentos adequados em tipo e quantidade, com manutenção adequada

Foram adquiridos equipamentos para o parque? Quais? Elaborou plano de reposição de equipamentos anual?

Dotar o Parque dos equipamentos necessários para seu bom funcionamento, prevendo, quando recomendável, o aluguel dos equipamentos

Gestão financeira

0 – Parque totalmente dependente de recursos externos e insuficiente 1 – Parque totalmente dependente de recursos externos e suficientes 2 – Parque dispõe de recursos próprios

Houve aporte financeiro para o Parque além do repasse da Prefeitura? Quais medidas foram implantadas? São suficientes?

Garantir a responsabilidade fiscal, buscando a autossuficiência na obtenção dos recursos (implantar bilheteria, receber participação das atividades comerciais do parque, etc.)

Page 107: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

107

Gestão da Zona de Entorno

0 – Nada foi realizado 1 – Gestão da zona de entorno parcialmente implantada 2 – As ações necessárias para a gestão da zona de entorno são plena e rotineiramente realizadas

Descrever todas as ações realizadas relativas `zona de entorno

1. levantamento das atividades que causam impacto sobre o parque; 2. monitoramento dos impactos possíveis; 3. participação da administração do parque nos processos de licenciamento e aprovação de atividades causadoras de impactos; 4. gestão da zona de entorno

Gestão de infraestrutura

0 – Não houve investimentos em infraestrutura ou investimentos realizados sem planejamento 1 –Investimentos insuficientes 2 – Investimentos realizados de forma planejada e de acordo com Plano de Manejo

Quais os investimentos realizados em infraestrutura do parque. Existe um plano de desenvolvimento do Parque?

Elaborar o Plano de Desenvolvimento do Parque

Page 108: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

108

PROGRAMA DE OPERAÇÕES: SUB-PROGRAMA DE COORDENAÇÃO DE SUSTENTABILIDADE

OBJETIVOS ATIVIDADES CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO RELATÓRIO AO CG PRIORIDADES

Interagir com os diferentes setores e programas do parque, buscando a coordenação das ações de forma a otimizar recursos e sedimentas as práticas sustentáveis, promover a integração das equipes

Coordenação de Sustentabilidade - Gestão de políticas, planos, programas e projeto

0 – Não existem iniciativas consistentes que busquem a sustentabilidade do Parque 1 – Existem iniciativas independentes e descontínuas 2 – Existe pessoa/equipe responsável pela sustentabilidade do Parque

Foi nomeado um coordenador ou equipe de sustentabilidade do Parque? Quais a medidas foram implementadas?

A coordenação de sustentabilidade será responsável por zelar e implantar as ações de sustentabilidade previstas, acompanhar todos os processos do parque, sintetizar resultados e divulgar.

Gestão do recurso hídrico: uso e reuso da água

0 – Não há gestão do uso da água visando a redução de consumo, otimização do uso e reuso 1 – Sistema de gestão parcial 2 – Sistema de gestão e tratamento de água implantado e operante

houve redução de consumo de água? Obteve o as built da rede de água do Parque? Quais investimentos foram realizados visando otimizar a gestão do uso da água? O que pode ser melhorado?

Reduzir o consumo de água e promover sua reutilização

Gestão de energia elétrica

0 – Não há gestão do uso de energia visando a redução e otimização do uso 1 – Sistema de gestão parcial 2- Sistema de gestão de energia elétrica implantado e operante

houve redução de consumo de energia elétrica? Obteve o as built do projeto elétrico do Parque? Quais investimentos foram realizados visando otimizar a gestão do uso do consumo de energia elétrica? O que pode ser melhorado?

Reduzir e otimizar o consumo de energia elétrica

Page 109: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

109

Gestão de resíduos 0 – Não há coleta seletiva e destinação diferenciada dos resíduos 1 – Há seleção e destinação diferenciada parcial dos resíduos 2 – Há um sistema de gerenciamento dos resíduos plenamente implantado e operante

Foi implantada coleta seletiva? Quais materiais são separados? Qual a destinação dada?

Promover a redução da geração de resíduos, sua reutilização e a sua coleta e destinação adequada dos resíduos.

Page 110: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

110

PROGRAMA DE PATRIMONIO CULTURAL: MATERIAL, IMATERIAL, NATURAL E PAISAGÍSTICO.

OBJETIVOS INDICADORES CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO RELATÓRIO AO CG PRIORIDADES

• Identificar os recursos patrimoniais culturais e naturais do parque, promover sua conservação, preservação e valorização.

Identificação, conservação e valorização do patrimônio existente

0 – Não existe levantamento do patrimônio do PMMSB 1 – Existe levantamento dos bens como ações de valorização, mas quanto a execução de projetos de conservação, estes são insuficientes 2 – Os patrimônios estão identificados, conservados, preservados e valorizados

Apresentar as ações desenvolvidas visando a identificação, conservação, preservação e valorização dos recursos patrimoniais culturais e naturais do parque, indicando as lacunas existentes, as carências em recursos humanos e financeiros bem como apontando as ações prioritárias.

Valorizar as atividades ligadas às referências culturais e indenitárias da localidade por meio do fomento a ocupação cultural em suas diversas linguagens e manifestações. Cumprindo assim uma das principais funções da cultura, o da garantia ao acesso aos territórios culturais e a liberdade de expressão. (L.M. 2.777/16)

Page 111: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

111

TABELA 13: Ponderação de pesos para os programas de manejo

PROGRAMA SUBPROGRAMA QTDD AÇÕES

PESO subprograma

Peso de cada ação

Recursos Naturais

Flora 4 4 1,00

Fauna 5 4 0,80

Manejo de Solo 3 1,6 0,53

Investigação e Pesquisa 2 0,4 0,20

Sub Total 14 10 9,99

PROGRAMA SUBPROGRAMA QTDD AÇÕES

PESO subprograma

Peso de cada ação

Uso Público

Educação e Interpretação 5 6,25 1,25

Recreação e Turismo 1 1,25 1,25

Pesquisa de Opinião 2 2,5 1,25

Sub Total 8 10

PROGRAMA SUBPROGRAMA QTDD AÇÕES

PESO subprograma

Peso de cada ação

Operações

Proteção 3 2,01 0,67

Manutenção 3 2,01 0,67

Administração 5 3,35 0,67

Coordenação de Sustentabilidade

4 2,68 0,67

Sub Total 15 10

PROGRAMA SUBPROGRAMA QTDD AÇÕES

PESO subprograma

Peso de cada ação

Patrimônio Cultural

Patrimônio Cultural 1 2 2,00

Sub Total 2

Page 112: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

112

TABELA 14: MODELO DE TABELA PARA AVALIAÇÃO

PROGRAMA SUBPROGRAMA AÇÕES NOTA PESO TOTAL

RECURSOS NATURAIS

Flora Conservar diversidade 1 0

Manejo árvores 1 0

Controle de invasoras 1 0

Projeto paisagístico 1 0

Fauna Manejo animais em cativeiro

0,8 0

Manejo de animais em liberdade

0,8 0

Manejo de animais prejudiciais

0,8 0

Nova Chance 0,8 0

Monitoramento do comportamento animal ao som

0,8 0

Manejo de solo Produção de mapas de risco 0,4 0

Monitoramento malha drenagem

0,4 0

Manter permeabilidade do solo

0,4 0

Monitorar processos erosivos

0,4 0

Investigação e Pesquisa Fomento de pesquisas 0,2 0

Banco de dados 0,2 0

SUB-TOTAL 9,99 0

USO PÚBLICO Educação e Interpretação

Comunicação 1,25 0

Visitação direcionada 1,25 0

Formação continuada 1,25 0

Estruturação 1,25 0

Avaliação 1,25 0

Recreação e Turismo Fomento ao turismo ambiental

1,25 0

Pesquisa de Opinião Pesquisa de opinião 1,25 0

Atendimento a visitantes 1,25 0

SUB-TOTAL 10 0

Page 113: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

113

OPERAÇÕES Proteção Vigilância 0,63 0

Prevenção de Incêndios 0,63 0

Gestão de Crises 0,63 0

Manutenção Infraestrutura PMMSB 0,63 0

Infraestrutura Cultural 0,63 0

Infraestrutura esportes 0,63 0 Administração Recursos humanos 0,63 0

Equipamentos 0,63 0

Gestão financeira 0,63 0

Zona de Entorno 0,63 0

Gestão de Infraestrutura 0,63 0

Coordenação de Sustentabilidade

Gestão de políticas, planos, programas e projetos

0,63 0

Gestão do recurso hídrico 0,63 0

Gestão de Energia Elétrica 0,63 0

Gestão de resíduos 0,63 0

SUB-TOTAL 10,08 0

PATRIMONIO CULTURAL

Patrimônio cultural Identificação, conservação e valorização do patrimônio existente

2 0

SUB-TOTAL 2 0

TOTAL 0

Page 114: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

114

VI. BIBLIOGRAFIA

BRASIL. .Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal - IBDF, 1979. Regulamento dos

Parques Nacionais Brasileiros (Decreto n 84.017 de 21/09/79). Brasília, , 12 p.

COMISSÃO DE SOLOS. 1960. Levantamento de reconhecimento dos solos do estado de

São Paulo (Contribuição à Carta de Solos do Brasil). Bol 12 Serviço Nacional

Pesquisas Agronômicas. Rio de Janeiro, 634 p.

COORDENADORIA GERAL DO PLANEJAMENTO, PREFEITURA DE RIBEIRÃO PRETO. 1992. Plano Diretor de Ribeirão Preto - Diagnóstico do Município. Relatório Técnico.

DURIGAN, G. & J.C. NOGUEIRA. 1990. Recomposição de matas ciliares. IF, Sér. Reg (SP) (4):1-14.

GUZZO, P. 1991. Proposta para planejamento dos espaços livres de uso público do Conjunto Habitacional Joaquim Procópio de Araújo Ferras em Ribeirão Preto, SP. Monografia, UNESP, Rio Claro.

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS -

IBAMA, 1996. Roteiro Metodológico para o Planejamento de Unidades de

Conservação de Uso Indireto. Versão 3.0, Brasília, 110 p.

INSTITUTO FLORESTAL DE SÃO PAULO, 1994. Plano de Manejo Integrado das Unidades

de Itirapina - SP. São Paulo, 171 p.

KÖEPPEN, W. 1948. Climatologia. Ef. Fondo de Cultura Economica. México

LAGUNA, V.G. 1997. Levantamento Florístico e fitossociológico em remanescente de Floresta Mesófila Semidecídua urbana - Parque Municipal do Morro de São Bento, Ribeirão Preto, SP. Monografia, USP, Ribeirão Preto.

MANO, P.I.S. 1995. Projeto Topográfico - Levantamento planialtimétrico cadastral do

Parque Municipal do Morro de São Bento, Ribeirão Preto, SP. Relatório Técnico.

Page 115: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

115

MARTINS, F.R. 1991. Estrutura de uma floresta mesófila. Editora UNICAMP, Campinas

(série Teses). 246 pp.

MONTEIRO, C.A .F.,1973. A dinâmica climática e as chuvas no Estado de São Paulo.

(Estudo Geográfico sob forma de Atlas). São Paulo: Instituto de Geografia - USP,.

RIBEIRÃO PRETO, 1990. Lei Orgânica do Município de Ribeirão Preto.

RIBEIRÃO PRETO, 1995. - Cria o Parque Municipal do Morro de São Bento e dá outras

providências (Lei Complementar 476, de 21 de agosto de 1995).

RODRIGUES, R.R. & S. GALDOLFI. 1993. Apresentação das metodologias usadas em reflorestamento de áreas ciliares. In: Curso de Recuperação de Áreas Degradadas, Vol II (mimeografado), p 36-70. Universidade Federal do Paraná, Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná, Associação Paranaense de Engenheiros Florestais.

SÃO PAULO (Estado), 1995. Macrozoneamento das Bacias dos rios Mogi-Guaçu, Pardo e

Médio-Grande: Questões sócio-ambientais regionais. Governo do Estado de São

Paulo

SÃO PAULO (Estado). Secretaria do Meio Ambiente, Coordenadoria de Educação

Ambiental, 1991. Educação Ambiental em Unidades de Conservação e Produção.

São Paulo,. 104 p. (Série Guias)

SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE, PREFEITURA DE CURITIBA, 1990.- Plano de Manejo da

área de Proteção Ambiental do Iguaçu. Curitiba,. 86 p.

SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE, PREFEITURA DE RIBEIRÃO PRETO. 1992.

Transformação do Morro de São Bento em Unidade de Conservação - Parque

Municipal. Relatório Técnico.

SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE, PREFEITURA DE RIBEIRÃO PRETO. 1996. Carta de Zoneamento Ambiental.

Page 116: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

116

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO, Departamento de Pesquisas.

Prefeitura de Ribeirão Preto 1995. Ribeirão Preto em dados. Ano II, no II, 1994-

1995.

SIEGNERMARTIN, C.L. 1979. Geologia de áreas urbanas. O exemplo de Ribeirão Preto. Tese de Doutoramento, FFCL-USP/RP.

SILVA, L.L. 1996 Ecologia: manejo de áreas silvestres. Santa Maria: MMA, FNMA, FATEC,.

352 p.

THORNTHWAITE, C.W. & J.R. MATHER. 1995. The water balance. Climatolology, 8:104.

Page 117: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

117

ANEXO 1: Plano de Manejo da APA Morro de São Bento

Page 118: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

118

PLANO DE MANEJO DA APA MORRO DE SÃO BENTO

Área: 1,90 hectares

Bioma: Remanescentes da Mata Atlântica

Localização: Município de Ribeirão Preto

Endereço: Via Santo Bento, s/n - Jardim Mosteiro, Ribeirão Preto - SP, CEP 14085-459

Gestora: Bióloga Alessandra Célia Pinezi

Mais Informações:

a) Sede Administrativa:

Dias e horário de funcionamento: de segunda-feira a sexta-feira das 8h às 17h.

Telefones para informação: (16) 3637.1939

E-mail: [email protected]

Endereço para correspondência:

Rod. Prefeito Antônio Duarte Nogueira, km 317 –Jardim Progresso – Ribeirão Preto/SP

CEP 14031-800

1. INTRODUÇÃO

1.1. Unidades de Conservação e Importância para a Conservação da Biodiversidade

As Unidades de Conservação (UCs) são áreas geográficas destinadas à preservação dos

ecossistemas naturais, possuem limites definidos e existem sob um regime especial de

administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. É a principal proposta

para diminuir os efeitos de degradação de ecossistemas, no Brasil.

Elas existem para manter a diversidade biológica e os recursos genéticos no país.

Protegem as espécies ameaçadas de extinção, preservam e restauram a diversidade de

ecossistemas naturais e promovem a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.

As Unidades de Conservação (UCs) podem ser criadas pelo poder público, em suas

esferas Federal, Estadual e Municipal, com a finalidade de preservar e conservar o meio

ambiente, de forma a compatibilizar o desenvolvimento econômico-social e cultural com

o uso racional dos recursos naturais. Dentre as UCs, as Áreas de Proteção Ambiental são

classificadas como de Uso Sustentável, que têm como objetivo compatibilizar a

conservação da natureza com o uso sustentável dos recursos naturais.

Em 18 de julho de 2000 foi sancionada a Lei nº. 9.985 com o objetivo de regulamentar o

artigo 225 da Constituição Brasileira, e instituir o Sistema Nacional de Unidades de

Conservação da Natureza – SNUC. Regulamentado pelo Decreto nº 4.340 de 22 de agosto

Page 119: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

119

de 2002 é o instrumento legal que visa possibilitar os objetivos de proteção da natureza

no Brasil.

O SNUC busca organizar as áreas naturais protegidas, em categorias, e definir os meios

de planejamento e gestão adequados para cada. Dessa forma, o SNUC definiu diversas

categorias de UC de uso sustentável ou de proteção integral, de acordo com suas

possibilidades de manejo:

• Proteção integral, cujo objetivo básico é preservar a natureza, sendo admitido apenas o

uso indireto dos seus recursos naturais. Compreende as seguintes categorias: Estação

Ecológica, Reserva Biológica, Parque Nacional, Monumento Natural e Refúgio de Vida

Silvestre;

• Uso sustentável, cujo objetivo básico é compatibilizar a conservação da natureza com

o uso sustentável de parcela de seus recursos naturais. Compreende as seguintes

categorias: Área de Proteção Ambiental, Área de Relevante Interesse Ecológico, Floresta

Nacional, Reserva Extrativista, Reserva da Fauna, Reserva de Desenvolvimento

Sustentável e Reserva Particular do Patrimônio Natural.

O SNUC determina que, para implantar as Unidades de Conservação, se faz necessária a

elaboração do "Plano de Manejo", para que possam atingir seus objetivos, e se obtenham

resultados definidos por indicadores e metas, e tenham as atividades a serem cumpridas.

O Plano de Manejo, segundo o Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC,

é definido como "o documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos

gerais de uma Unidade de Conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que

devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação

das estruturas físicas necessárias à gestão da Unidade". Esse documento técnico

contempla o zoneamento ambiental, o estabelecimento de diretrizes de uso e ocupação do

solo e os programas de ação.

1.2. Gestão das Áreas de Proteção Ambiental- APAs

As APAs constituem uma importante categoria de unidade de conservação, apesar da

complexidade das relações políticas, econômicas e sociais presentes nas áreas, que podem

abranger mais de um município.

Segundo o Art 15° do SNUC, a APA é definida como "área em geral extensa, constituída

por terras públicas ou privadas, com certo grau de ocupação humana, dotada de atributos

abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de

vida e o bem-estar das populações humanas, tendo como objetivos básicos proteger a

Page 120: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

120

diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade

do uso dos recursos naturais".

Podem ser estabelecidas em áreas de domínio público e/ou privado, pela União, estados

ou municípios, não sendo necessária a desapropriação das terras. No entanto, as atividades

e usos desenvolvidos estão sujeitos a um disciplinamento específico. São, portanto

espaços territoriais sujeitos a uma série de leis, resoluções e decretos nos três níveis

administrativos.

Nas APAs podem coexistir propriedades públicas e privadas, atividades socioeconômicas

urbanas e rurais e áreas de interesse para a conservação do patrimônio natural e histórico-

cultural. Devem, portanto, ser entendidas como Unidades de Conservação com

características mistas, onde se busca a conservação do patrimônio natural associada às

condições de ocupação humana que se estabelecem nesse território e aos princípios

constitucionais que garantem o direito à propriedade privada.

As condições de pesquisa e visitação pública, por exemplo, são atividades que dependem

de total anuência do proprietário, quando se tratar de terras particulares, e da anuência do

órgão gestor da APA, quando em terras públicas. A legislação ambiental vigente deverá

ser sempre observada, para todos os casos, independente do tipo de propriedade.

1.3 Fundação Florestal

Logo após a instalação da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SMA),

ainda em 1986, o governo constituiu a Fundação para a Conservação e a Produção

Florestal do Estado de São Paulo (Fundação Florestal), que tem como finalidade

contribuir para a conservação, o manejo e a ampliação das florestas de produção e das

Unidades de Conservação estaduais, atuando conjuntamente com o Instituto Florestal.

Com esse fim, apoia, promove e executa ações integradas voltadas para a conservação

ambiental, a proteção da biodiversidade, o desenvolvimento sustentável, a recuperação

de áreas degradadas e o reflorestamento de locais ambientalmente vulneráveis, realizando

parcerias com órgãos governamentais e instituições da sociedade civil.

Também é responsável pela comercialização de produtos extraídos de florestas plantadas

em áreas pertencentes ou possuídas pelo patrimônio do Estado.

Atualmente, a Fundação Florestal é responsável pela gestão de 102 (cento e duas)

Unidades de Conservação de Proteção Integral e de Uso Sustentável. Dentre elas está a

APA Morro de São Bento.

Page 121: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

121

1.4 Área de Proteção Ambiental (APA) Morro de São Bento.

A APA Morro de São Bento foi criada pela Lei Estadual nº 6131 de 27 de maio de 1988

com o objetivo de proteger a vegetação remanescente de Mata Atlântica. É de propriedade

privada e corresponde a um fragmento de 1,93 hectares conectados ao Parque Municipal

Morro do São Bento. Dentre as espécies encontradas no local estão o Angico e a Aroeira,

e abriga, ainda, uma comunidade de bugios, espécie ameaçada de extinção.

No entorno da APA estão localizados vários equipamentos municipais, como o Parque

Municipal Morro do São Bento, que abriga o zoológico municipal, a praça de esportes, o

teatro municipal, o teatro de arena e algumas secretarias municipais, bem como o

Mosteiro de São Bento e as Sete Capelas, que ocupam área com densa vegetação arbórea

nativa.

Imagem 1: Vista aérea do PMMSB e APA Morro de São Bento

Page 122: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

122

Imagem 2: Limites do PMMSB e da APA Morro de São Bento

2. FLORA

* Levantamento expedito realizado por:

Alessandra Pinezi - bióloga

Henrico Antico – estudante de biologia

Olga Kotchetkoff Henriques - bióloga

A vegetação presente na APA Morro de São Bento é uma continuidade daquela protegida

no Parque Municipal Morro do São Bento (PMMSB), constituída por Floresta Estacional

Semidecidual em sua transição para mata decídua, característica dos solos litólicos do

alto do Morro de São Bento. A imagem 2, onde estão delimitados o PMMSB e a APA

Morro de São Bento, apresenta a fisionomia da vegetação durante a época seca do ano,

sendo possível observar a extensão de florestal estacional semidecidual e de mata decídua

na APA.

Foi realizado levantamento expedito da vegetação arbórea e arbustiva na APA,

percorrendo toda a extensão da área, quando foram identificadas 24 famílias botânicas e

59 espécies, relacionadas na tabela abaixo.

Parque Municipal Morro do São Bento

APA Morro de São Bento

Page 123: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

123

Tabela 1: Relação das espécies vegetais encontradas na APA

FAMILIA ESPÉCIE NOME VULGAR

Anacardiaceae Myracrodruon urundeuva Aroeira

Spondias mombin Cajá-mirim

Apocynaceae Aspidosperma parvifolium Guatambu branco

Araliaceae Sciadodendron excelsum Carobão

Arecacea

Acrocomia aculeata Macaúba

Caryota urens Rabo de peixe

Syagrus sp Jerivá

Bignoniaceae

Tabebuia chrysotricha Ipê amarelo

Tabebuia heptaphylla Ipê roxo

Tabebuia roseoalba Ipê branco

Bombacacea Ceiba speciosa Paineira

Flacourtiaceae

Casearia gossypiosperma Pau espeto

Casearia sylvestris Guaçatonga

Maytenus floribunda Cafezinho-seco

Maytenus robusta Cafezinho-do-mato

Lauraceae Nectandra megapotamica Canelinha

Leguminosae

Anadenanthera colubrina Angico

Albizia polycephala Albizia

Albizia niopoides Farinha-seca

Enterolobium contortisiliquum Tamboril

Gliricidia sepium Cacaueira

Holocalyx balansae Alecrim-de-campinas

Leucaena leucocephala Leucena

Lonchocarpus cultratus Feijão-cru

Machaerium aculeatum Bico-de-pato

Machaerium brasiliensis Jacarandá-paulista

Machaerium stipitatum Sapuvinha

Page 124: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

124

Peltophorum dubium Canafístula

Pterogyne nitens Amendoim-bravo

Sweetia fruticosa Guaiçara

Meliaceae

Guarea guidonea Marinheiro

Trichilia casaretti Baga-de-morcego

Trichilia catigua Catiguá

Trichilia clausseni Catiguá-de-três-folhas

Trichilia pallida Catiguá

Moraceae

Ficus citrifolia Figueira

Ficus obtusifolia Figueira

Maclura tinctoria Amoreira-branca

Myrtaceae Sp 1

Psidium guajava Goiaba

Nyctaginaceae Guapira opposita Maria-mole

Piperaceae

Piper aduncum Pimenta-de-macaco

Piper amalago Falso-jaborandi

Piper arboreum Falso-jaborandi

Rhamnaceae Rhamnidium elaeocarpum Saguaragui-amarelo

Bonchasia armeniaca Falso guaraná

Rubiaceae Randia armata Jasmim-do-mato

Rutaceae Esenbeckia febrifuga Mamoninha

Salicaceae Prockia crucis Guaipá

Xylosma pseudosalzmanii Espinho-de-judeu

Sapindaceae Allophylus sericeus Cucum

Dilodendron bipinnatum Maria podre

Theophrastaceae Clavija nutans Clavija

Tiliaceae Luehea grandiflora Açoita-cavalo

Ulmaceae Celtis fluminensis Esporão-de-galo

Urticaceae Urera baccifera Urtigão

Page 125: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

125

3. FAUNA

*Levantamento realizado por:

César Branco - médico veterinário

Marisa dos Santos - bióloga

Considerando a continuidade da vegetação entre a APA e o Parque Municipal Morro do

São Bento, bem como a pequena extensão e ausência de fisionomias vegetais únicas na

APA, é razoável considerar que a fauna existente na APA é a mesma existente no

PMMSB. A lista de espécies apresentada a seguir é fruto da observação rotineira dos

biólogos e veterinários que atuam no PMMSB.

Tabela 2: Relação das espécies da fauna em liberdade encontradas na APA

MAMIFEROS

FAMILIA ESPÉCIE NOME VULGAR

Atelidae Alouatta caraya Bugio-preto

Callitrichidae Callithrix penicillata Sagui-de-tufo-preto

Dasyproctidae Dasyprocta azarae Cutia

Cuniculidae Cuniculus paca Paca

Didelphidae Didelphis albiventris Gambá-de-orelha-branca

Dasypodidae

Dasypus novemcinctus Tatu-galinha

Cabassous chacoensis Tatu-de-rabo-mole-

pequeno

RÉPTEIS

FAMILIA ESPÉCIE NOME VULGAR

Teiidae Tupinambis merianae Teiú

Colubridae Sibymomorphus mikanii Dormideira

Dipsadidae. Oxyhropus guibei Falsa-coral

Page 126: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

126

AVES

FAMILIA ESPÉCIE NOME VULGAR

Psittacidae

Amazona amazonica Papagaio-do-mangue

Psittacara leucophthalmus Jandaia-maracanã

Aratinga auricapillus Jandaia-mineira

Brotogeris chiriri Periquito-de-encontro-

amarelo

Falconidae Caracara plancus Carcará

Accipitridae

Rupornis magnirostris Gavião-carijó

Mivalgo chimachima Gavião-carrapateiro

Buteogallus lacermulatus Gavião-pombo-pequeno

Strigidae Bubo virginianus Jacurutu

Cathartidae Coragyps atratus Urubu-de-cabeça-preta

Ardeidae

Ardea alba Garça-branca-grande

Tigrisoma lineatum Socó-boi

Butorides striata Socozinho

Threskiornithidae

Mesembrinibis cayennensis Coró-coró

Theristicus caudatus Curicaca

Rallidae Aramides cajaneus Saracura-três-potes

Cariamidae Cariama cristata Seriema

Cracidae Penelope superciliaris Jacupemba

Ramphastidae Ramphastos toco Tucano-toco

Corvidae

Cyanocorax chrysops Gralha-do-mato

Cyanocorax cristatellus Gralha-do-campo

Tyrannidae Pitangus sulphuratus Bem-te-vi

Turdus amaurochalinus Sabiá-poca

Page 127: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

127

Turdidae Turdus subalaris Sabiá-ferreiro

Turdus leucomelas Sabiá-barranco

Thraupidae

Euphonia chlorotica Fim-fim

Thraupis sayaca Sanhaço-cinzento

Coereba flaveola Cambacica

Eucometis penicillata Pipira-da-taoca

Tyrannidae

Tyrannus melancholicus Suiriri

Myiozetetes similis Bentevizinho-de-topete-

vermelho

Myiodynastes maculatus Bem-te-vi-rajado

Nyctibiidae Nyctibius griseus Urutau

Passeridae Passear domesticus Pardal

Columbidae

Patagioenas picazuro Pomba-asa-branca

Zenaida auriculata Pomba-de-bando

Columbina talpacoti Rolinha-caldinho-de-

feijão

Columba livia Pombo-domestico

Patagioenas cayennensis Pomba-galega

Trochilidae Eupetonena macroura Beija-flor-rabo-de-

tesoura

Picidae

Colapts campestris Pica-pau-do-campo

Colapts melanochloros Pica-pau-carijó

Picumnus albosquamatus Picapau-anão-escamado

Icteridae Molothrus bonariensis Vira-bosta

Cuculidae

Cuculidae Anu-branco

Crotophaga ani Anu-preto

Piaya cayana Alma-de-gato

Furnariidae Furnarus rufus João-de-barro

Page 128: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

128

Icteridae Icterus pyrrhopterus Encontro

Troglodytidae Troglodytes musculus Corruira

Emberizidae Zonotrichia capensis

Tico-tico

Alcedinidae Megaceryle torquata Martim-pescador-grande

Anatidae Dendrocygna viduata Irerê

Hirundinidae Pygochelidon cyanoleuca Andorinha-pequena-de-

casa

FATORES SOCIAIS E SEGURANÇA PÚBLICA

A área que limita a APA não possui infraestrutura implantada e nem cercamento, o que

facilita o acesso de pessoas. Desta forma, sofre forte influência pelo mau uso, sendo que

os problemas ali existentes são considerados sociais e de segurança pública, uma vez que

o local é utilizado como ponto de tráfico e uso de drogas e, também, de prostituição.

Entretanto, se sanadas as questões de segurança pública e, considerando a conectividade

da APA com o Parque Municipal Morro do São Bento e a possibilidade de interligar a

“Trilha do Angico” do PMMSB com a APA, poderão ser desenvolvidas atividades de

educação ambiental e visitação pública na APA, em ações conjuntas com o PMMSB.

FATORES DE RISCO

Os principais impactos negativos constatados na APA estão relacionados com a ausência

de infraestrutura e de cercamento, o que permite o livre acesso de pessoas na área e

favorece o mau uso do local, gerando os problemas sociais e de segurança pública

relatados acima. Associado a este uso, ocorre disposição irregular de resíduos sólidos no

interior da APA e a presença de animais sinantrópicos, com destaque para os gatos

domésticos.

A via São Bento não é servida por rede de drenagem de água pluvial e apresenta

declividade em direção à Avenida Meira Júnior. Na ocorrência de chuvas fortes, o

escoamento das águas pluviais extrapola o leito carroçável, escorrendo em direção à

declividade do terreno da APA, intensificando processos erosivos no local.

PROGRAMAS DE MANEJO

Page 129: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

129

Considerando que a APA é uma propriedade particular, a implementação de quaisquer

atividades no local depende de anuência do proprietário. A atuação dos órgãos públicos

limita-se na tentativa de minimizar os fatores de risco para o ambiente natural, no tocante

às ações de prevenção e combate a incêndios florestais.

Para o uso científico se faz necessário a anuência do proprietário e seguir o que determina

a Resolução SMA n° 25 de 11 de novembro de 2000.

Page 130: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

130

PROGRAMA DE OPERAÇÕES: PROTEÇÃO

1. Vigilância 0 não existe equipe de vigilância

1 vigilantes na APA apenas na época de estiagem

2 sistema de vigilância eficiente e eficaz

2. Prevenção e Controle de Incêndios 0 Não dispõe de PPCIF

1 dispõe de PPCIF parcialmente operante

2 PPCIF atualizado e plenamente operante

3. Implantação de medidas técnicas e administrativas que visem a proteção da flora e fauna (cercamento, minimização dos pontos de erosão, remoção de resíduos, p.ex.) 0 Nenhuma medida foi implantada

1 Medidas parcialmente implantadas

2 Medidas implantadas e plenamente operantes

Page 131: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

131

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

• Sistema Nacional de Unidades de Conservação – Lei 9.985 de 18 de julho de

2000.

• http://fflorestal.sp.gov.br/

• Plano de Manejo do Parque Municipal Morro de São Bento, ano 1998

Page 132: PLANO DE MANEJO - Ribeirão Preto · As sugestões enviadas foram consideradas e o Plano foi finalizado em 1998. Baseado neste documento, foi elaborado o Decreto 262 de 19 de agosto

132

ANEXO 2: Chave de identificação para as espécies arbóreas encontradas no Parque

Municipal do Morro de São Bento